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<p>INSTITUTO FEDERAL DO ESTADO DE SÃO PAULO</p><p>CAMPUS SALTO</p><p>FERNANDA LUCÉLIA SANCHES GALLI</p><p>IRINEU GIACOBBO</p><p>MARIA HELENA FAVARIM</p><p>VANESSA STEFANELLO DE MORAES</p><p>ESTUDO DIRIGIDO</p><p>PRINCIPAIS DIFERENÇAS ENTRE OS TEMAS TRANSVERSAIS (PCNs) E OS TEMAS CONTEMPORÂNEOS TRANSVERSAIS</p><p>SALTO – SP</p><p>2021</p><p>FERNANDA LUCÉLIA SANCHES GALLI - SL3003957</p><p>IRINEU GIACOBBO - SL3003892</p><p>MARIA HELENA FAVARIM - SL3004163</p><p>VANESSA STEFANELLO DE MORAES - SL3008312</p><p>ESTUDO DIRIGIDO</p><p>PRINCIPAIS DIFERENÇAS ENTRE OS TEMAS TRANSVERSAIS (PCNs) E OS TEMAS CONTEMPORÂNEOS TRANSVERSAIS</p><p>Trabalho apresentado no curso de Graduação em Matemática do Instituto Federal do Estado de São Paulo (IFSP) – campus Salto, na disciplina de Temas Transversais, como instrumento de avaliação parcial.</p><p>Professor: Dra. Almerinda Antônia Barbosa.</p><p>SALTO – SP</p><p>2021</p><p>INTRODUÇÃO</p><p>Ao longo deste trabalho faremos um paralelo das diferenças entre os temas transversais (PCNS) e os temas contemporâneos transversais, focando principalmente no tema “Orientação sexual”, que deixou de integrar o grupo dos temas contemporâneos transversais após a última reestruturação da BNCC e dos PCNS.</p><p>Mas a final de contas o que pode ter motivado este “desaparecimento”? Esta é uma das questões que norteiam este estudo, e dentro do material que nos foi disponibilizado realizaremos os apontamentos que consideramos relevantes.</p><p>TEMAS TRANSVERSAIS (PCNS) E TEMAS CONTEMPORÂNEOS TRANSVERSAIS (BNCC)</p><p>Quando nos questionamos sobre os objetivos e as finalidades da Educação, principalmente a Educação Básica, uma das respostas que vem em nossa mente é a de que a Escola tem como finalidade preparar o indivíduo (criança/adolescente) para a vida adulta, e que ele possa exercer sua cidadania de forma plena, sabendo de seus direitos e deveres enquanto cidadão.</p><p>Ocorre que a formação oferecida pela escola dentro das matérias básicas, como de ciências, matemática, gramática, não são suficientes para prepará-lo, é nesta perspectiva que surgem os temas transversais, que irão abordar assuntos pertinentes a vida em sociedade como um todo, mas focando no individuo como protagonista da sua vida e do meio onde mora.</p><p>Segundo os PCNs, os Temas Transversais estão divididos em seis áreas que são: Ética, Orientação Sexual, Pluralidade Cultural, Saúde, Meio Ambiente, Trabalho e Consumo. Onde estes temas podem ser trabalhados dentro de todas as disciplinas de forma individual ou então em várias delas através da interdisciplinaridade ou ainda pela transdisciplinaridade.</p><p>Ocorre que os Temas Contemporâneos Transversais apresentados na BNCC são de certa forma uma releitura destas seis áreas dos Temas Transversais dos PCNs, que agora são consideradas macro áreas: Meio Ambiente, Economia, Saúde, Cidadania e Civismo, Multiculturalismo, Ciência e Tecnologia. E dentro destas áreas existem as temáticas que deverão ser trabalhadas. Agora os temas transversais passaram a ser obrigatórios (antes facultativos) conduzindo assim a ampliação do conhecimento.</p><p>Observe que dentro destas macros áreas dos Temas Contemporâneos Transversais, já não figura mais o tema Educação Sexual. O que foge um pouco dos objetivos dos Temas Contemporâneos, cuja finalidade é trabalhar com os assuntos da atualidade e sua contemporaneidade. Seria ou não necessário trabalhar sexualidade com nossos alunos? O que influenciou sua exclusão dos Temas contemporâneos Transversais?</p><p>O artigo que fundamente nosso estudo aponta que o Tema Sexualidade segundo os PCNS era abordado pelo viés biológico, onde gênero e sexo eram considerados sinônimos. Já a BNCC não faz referencias quanto aos debates relacionados com a questão de gênero.</p><p>Braga (2006) e Dinis e Asinelli - Luz (2007) fazem uma crítica ao PCN de orientação sexual afirmando que este abstém de alguns assuntos importantes como homossexualidade, bissexualidade e outras diversidades sexuais discriminando os mesmos. Ressaltam ainda que nesse documento não cita a presença da sexualidade no período infantil e que não se deve esperar a adolescência para tratar desse assunto sendo que este causa curiosidade nelas. Ruiz (2009, p.37) afirma que “as reformas foram introduzidas apenas formalmente e, em consequência, nada mudou na sala de aula”.</p><p>Deixar de abordar o tema irá fazer com que a curiosidade a cerca do tema diminua ou deixe de existir? O que deveria ser contemplado ou não nesta abordagem? Pesquisas mostram que nossos adolescentes têm começado cada vez mais cedo suas vidas sexuais, principalmente os meninos com idades próximas aos 15 anos. Muitas famílias não abordam este tema pois consideram um tabu, é proibido falar de sexualidade ou de sexo, ou então orientar seus filhos sobre o assunto.</p><p>Ao passo que temos uma sociedade diversificada percebemos que ela acaba se mostrando também contraditória. A educação é um ato político e o papel da escola é político-pedagógico. A abordagem do tema ele irá acontecer por meio de uma intervenção pedagógica, ou seja, feita na escola através das atividades educacionais pelo professor. Onde cabe ao professor problematizar questões relacionadas a posturas, crenças, tabus, valores, buscando esclarecer isto para os alunos.</p><p>Este trabalho é realizado de forma coletiva, pois o professor não é o psicólogo, médico ou ginecologista, ele está apenas difundindo informações de natureza social que são importantes, onde em nenhum momento deverá realizar um trabalho individualizado com o aluno.</p><p>O Tema transversal de orientação sexual nos PCNs faz uma colocação interessante, e que para muitos pode acabar soando estranho, de que o objetivo dessa orientação sexual é o de levar o jovem a possibilidade do exercício da sexualidade de forma responsável e prazerosa, já que em algum momento de sua vida isso vai acontecer (vida sexual) e independe de receber orientação ou não, o que é fato.</p><p>A temática sexualidade se encontra na Ciência da Natureza (Ciências), não sendo abordado em outras áreas do conhecimento e por associar a sexualidade conceitos relacionados à saúde e a qualidade de vida.</p><p>As autoras relatam que os PCNs contradizem algumas propostas, por um lado estimulam o debate para assuntos reflexivos referentes à comportamentos, de outro lado previne quanto a invasão da intimidade do sujeito. E que o documento proposto pelo PCN inclui sexualidade na seção Ciências da Natureza sendo ausente nas demais áreas.</p><p>O que, como e onde será trabalhado este assunto não fica muito claro, o que abre caminho para questionamentos, principalmente por parte dos pais, que muitas vezes tem uma interpretação errada sobre o tema.</p><p>Entre as implicações das principais mudanças na BNCC para o processo de ensino-aprendizagem baseado na transversalidade, alguns pontos devem ser considerados, como o conhecimento a ausência de conhecimento para trabalhar o tema, de forma que as informações e o direcionamento dos debates possam cumprir seu caráter informativo.</p><p>A curiosidade do aluno acerca do tema, e a falta de diálogo familiar, que podem acarretar, em uma gravidez, que irá gerar uma série de implicações no futuro daquela jovem.</p><p>A interpretação errada por parte dos pais de que a escola está a incentivar seus filhos a fazerem sexo, ou a terem alguma relação homoafetiva ou a outras interpretações de que sexo não deve ser debatido em sala de aula.</p><p>CONSIDERAÇÕES</p><p>A escola enquanto instituição de ensino, deve seguir as orientações dos PCNs e da BNCC, já que estes documentos são tidos como parâmetro dos conteúdos a serem abordados, de forma a unificar o ensino.</p><p>A ausência do Tema Transversal Contemporâneos Sexualidade, se justifica pelo cenário político vivido, e pelas informações desencontradas sobre o que será abordado, a forma que será trabalhado em sala de aula, bem como o preparo e conhecimento do professor sobre o tema, e principalmente onde se quer chegar.</p><p>Uma diretriz que não favorece a discussão sobre a diversidade sexual e de gênero, pode ser encarada como um retrocesso na discussão dessa temática principalmente se comparada àquelas apresentadas pelo PCNs (Silva et al., 2019).</p><p>De longe,</p><p>ao analisarmos os problemas sociais e também no contexto escolar, percebemos que o tema é atual e, portanto, contemporâneo e que ao deixar de fora pode ser prejudicial para o desenvolvimento do sujeito, enquanto cidadão.</p><p>Existe um grande paradoxo envolvendo o tema, de um lado temos professores despreparados e que podem dar um encaminhamento que não seria construtivo ou adequado para os alunos, podendo ainda até ser prejudiciais. De outro temos as famílias, que não tocam no assunto sexualidade com os filhos, deixando de instrui-los e até mesmo privando-o de informações, e este pode acabar buscando informações em fontes que não confiáveis. A configuração familiar também acabou mudando bastante nos últimos anos, temos cada vez mais famílias homoafetivas. Como trazer todas estas questões de forma a promover um debate e reflexão saudável de forma que não gere preconceitos, e que se respeite a individualidade de cada um.</p><p>A impressão que temos é de que o tema é sim complexo, e que devido a sua complexidade ele foi deixado de lado pela BNCC. Sexualidade é algo polêmico, se não há consenso sobre o que, como, ou quando abordar o tema, a melhor saída seria deixar de fora do currículo? Acreditamos que não.</p><p>Tem sim que se trabalhar, que se falar de sexualidade em casa, na escola, e em outros lugares, como colocamos anteriormente o professor vai desempenhar o papel de mediador, atuando na parte pedagógica, para aqueles que já receberam a orientação de suas famílias, não será prejudicial, pois já tem uma concepção dos valores e das implicações que isso pode ter. já aqueles que não receberam orientação no núcleo familiar, terão a possibilidade de ver e discutir essa temática na escola.</p><p>O mundo vai ser um lugar melhor quando família e escola cumprirem seus papeis, sem que haja um jogo de empurra-empurra, a família empurra para a escola as atribuições que seriam dela, a escola se omite por determinação do Estado em trabalhar o tema sexualidade e na sociedade quem paga o preço pela desinformação são os nossos filhos/alunos, que não tiveram acesso as informações que precisavam.</p><p>O tema sexualidade dialoga com todos os outros Temas Contemporâneos Transversais e sua exclusão é sem dúvida uma omissão, se trabalhado na educação infantil, muitos estupros de crianças poderiam ser denunciados ou evitados, pois a criança vai saber falar o que está acontecendo com ela, para a família ou pra professora pra pedir ajuda. As adolescentes que engravidam cada vez mais cedo, poderão se prevenir para evitar doenças ou até mesmo uma gravidez indesejada, entre outros.</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>image1.png</p>

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