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<p>Modalidade do trabalho: Ensaio teórico</p><p>Evento: XXIV Seminário de Iniciação Científica</p><p>PRESIDENCIALISMO X PARLAMENTARISMO: ESCLARECIMENTOS</p><p>NECESSÁRIOS À SOCIEDADE1</p><p>Claudia Trennepohl2, Andressa Zaleski3, Eloísa Argerich4.</p><p>1 Trabalho de pesquisa elaborado para o II Colóquio de Iniciação Científica do curso de Graduação em Direito da</p><p>Unijuí (2015), campus Ijuí</p><p>2 AcadêmicA do curso de Direito da Unijuí. E-mail: claudia.trennepohl@unijui.edu.br</p><p>3 Acadêmica do curso de Direito da Unijuí. E-mail:andressafrancozaleski@gmail.com</p><p>4 Professora da disciplina Direito Constitucional, Curso de Direito Unijui, Orientadora da pesquisa, Mestre em</p><p>Desenvolvimento e Direito</p><p>Introdução</p><p>Este trabalho visa apresentar os sistemas de governo presidencialista e parlamentarista. Aborda-se</p><p>o presidencialismo e parlamentarismo e suas características para demonstrar que são distintas,</p><p>observando-se vantagens e diferenças entre os dois sistemas e como o poder é exercido em cada</p><p>um.</p><p>O objetivo deste artigo é esclarecer de forma sucinta estes sistemas, para que o leitor possa melhor</p><p>compreender porque as democracias modernas, como a do Brasil, adotam o presidencialismo como</p><p>sistema de governo .</p><p>Metodologia</p><p>A pesquisa é do tipo exploratória, e utiliza no seu delineamento, a coleta de dados em fontes</p><p>bibliográficas. Por se tratar de um tema pontual foram realizadas análises a partir dos ensinamentos</p><p>de diversos doutrinadores e escritores dos assuntos. Para o desenvolvimento do tema utilizou-se o</p><p>método hipotético-dedutivo</p><p>Resultados e Discussões</p><p>Neste trabalho acadêmico serão abordadas as diferenças entre o presidencialismo e</p><p>parlamentarismo, para que de forma sucinta o leitor tenha um referencial deste conteúdo.</p><p>Mas antes, se faz necessárioapresentar as diferenças entre Chefe de Estado e Chefe de Governo,</p><p>funções que existem nos dois sistemas de governo, no presidencialismo concentrados em uma só</p><p>pessoa, governo monocrático e no parlamentarismo exercidas por duas pessoas.</p><p>Evidencia-se, portanto que no sistema presidencialista, o Chefe de Estado – é o Presidente da</p><p>República, é o árbitro imparcial, o supervisor dos problemas nacionais, ele deve buscar o consenso</p><p>dos interesses da nação, é a representação do povo. Ele deve presidir, coordenar, arbitrar, intervir</p><p>quando os outros não exercem adequadamente a sua função. A função de presidir pode ser</p><p>considerada até mais difícil que governar, porque significa agir com isenção e acima das</p><p>parcialidades. O Chefe de Estado precisa ter a visão global da população (AMANTINO, 1992)</p><p>Por outro lado, chefe de Governo – é o encarregado de administrar os atos comuns do executivo,</p><p>por exemplo, realizar o pagamento do funcionalismo, construir estradas, resolver os problemas de</p><p>saúde, educação, segurança etc., representa o partido político que o levou ao governo, ou seja, no</p><p>Modalidade do trabalho: Ensaio teórico</p><p>Evento: XXIV Seminário de Iniciação Científica</p><p>contexto da Constituição da República Federativa do Brasil, de 1988, as atribuições do chefe de</p><p>governo podem ser verificadas no art 21, incisos V a XXV, bem como no art 84, atribuições que são</p><p>exercidas no âmbito interno.</p><p>Porém, para melhor compreensão acerca do tema proposto, a seguir discorre-se sobre os dois</p><p>sistemas de governo, presidencialismo e parlamentarismo, tema tratado por muitos</p><p>constitucionalistas, dentre eles Paulo Bonavides ( 2010, p 211-220) que questiona "acerca da</p><p>conveniência de adotar-se no País o parlamentarismo[...]", bem como afirma que "quanto ao</p><p>presidencialismo, é modelo malogrado que ao longo de cem anos de república demonstrou ser a</p><p>mais nociva das forma usuais de governo, pelo menos no atual grau de desenvolvimento da</p><p>sociedade brasileira".</p><p>O presidencialismo foi instituído no ano de 1787 na cidade de Filadélfia, nos Estados Unidos, seus</p><p>criadores foram representantes de treze colônias da América do Norte, reunidos em uma</p><p>Assembléia que tinham por objetivo dotar o país de uma Constituição. Nos Estados Unidos não</p><p>existia uma estrutura nobiliárquica, nem senhores feudais e muito menos uma tradição monárquica,</p><p>entre os colonos norte-americanos baseavam-se na igualdade civil e no princípio de que todos os</p><p>homens nasciam livres e iguais, a partir deste pressuposto de que todos os homens são iguais só</p><p>resta dizer que quem deve governar são os eleitos, assim por diante que os Estados Unidos</p><p>encontrou, na figura de um Presidente,a forma mais sucinta de governar um país.</p><p>O Presidencialismo no Brasil começou em 1889, com a Proclamação da República, sendo este</p><p>sistema interrompido em 1937 até 1945 e 1964 até 1985, onde foi instaurada a ditadura militar.</p><p>Após a queda da ditadura militar em 1985, a Constituição Federal de 1988, em seu 2° artigo, institui</p><p>que o sistema de governo no Brasil deveria ser escolhido pelo povo, através de plebiscito. Em 21 de</p><p>abril de 1993 o povo brasileiro foi as urnas escolher entre parlamentarismo e presidencialismo,</p><p>vencendo o presidencialismo. Durante todos esses anos de vigência deste sistema pode-se notar a</p><p>instabilidade do sistema no Brasil. Nesse período houve mais de 21 revoltas armadas, onde a</p><p>população cansada com a maneira de governar dos governos, tentou lutar contra imposições do</p><p>governo que desfavoreciam o povo. Como exemplo de revoltas que ocorreram contra o governo</p><p>pode-se citar, Revolta Federalista (RS), Canudos (BH) e Coluna Prestes(SALDANHA, 1993), se</p><p>tem, ainda, na história o impeachment do ex-presidente Fernando Collor de Mello (1992), o</p><p>suicídio do presidente Getúlio Vargas (1954) e deposição do presidente Washington Luís (1930).</p><p>Ainda, sobre a instabilidade do sistema presidencialista, Bonavides (2011, p 220) aponta como um</p><p>dos problemas que se mostra com a introdução deste sistema no Brasil é que "[ ...] os primeiros</p><p>republicanos eram parlamentaristas e não lhes passava pela cabeça a consagração do sistema</p><p>presidencial". E, outro aspecto levantado por Bonavides (2011, 221) é que ao ser proclamada a</p><p>República, em 1889, "foi decretada a forma de governo da Nação brasileira - a República</p><p>Federativa e não se mencionava ali a forma presidencial do governo"</p><p>O presidencialismo, adotado pela maioria dos países latino americanos, é composto por três</p><p>poderes: o Executivo, o Legislativo e o Judiciário. O Executivo é representado pelo Presidente da</p><p>República, eleito pelo povo para determinado período, destituído somente através de processo de</p><p>impeachment. O Legislativo, que é o Congresso Nacional, eleito também pelo povo, pode ser</p><p>unicameral ou bicameral (BONAVIDES, 2011). O Judiciário incumbido de vigiar a execução e</p><p>correta aplicação das leis, tem como órgão maior o Supremo Tribunal, onde os juízes são indicados</p><p>pelo presidente e aprovados pelo Congresso.</p><p>Modalidade do trabalho: Ensaio teórico</p><p>Evento: XXIV Seminário de Iniciação Científica</p><p>No presidencialismo, o Presidente da República tem as funções de Chefe de Estado e Chefe de</p><p>Governo.Esse acúmulo de funções não faz bem neste sistema, é difícil para uma pessoa exercer os</p><p>dois cargos, normalmente exerce o cargo de Chefe de Governo e o cargo de Chefe de Estado fica</p><p>vago. Com essa ausência no cargo de Chefe de Estado outros poderão ocupar esse cargo, como as</p><p>Forças Armadas, conforme explicação de Alcides Saldanha (1993, p.63):</p><p>Reside aí a explicação da permanente interferência das Forças Armadas no processo político da</p><p>América Latina. Como a Chefia de Estado não é exercida por titular adequado e como não é</p><p>possível o funcionamento normal de uma nação sem referida função, surgem as crises, e as Forças</p><p>Armadas terminam por exercer – à revelia das Constituições – um papel que não é seu, gerando</p><p>problemas de outra natureza na estrutura da nação. Essa distorção, do papel das forças militares,</p><p>tem se constituído em verdadeiro pesadelo de governos sul-americanos, sempre</p><p>preocupados com a</p><p>reação que possam ter os que, por defeito na estrutura básica do sistema, são transformados em</p><p>Chefes de Estado para preencher a lacuna existente.</p><p>Dentro do sistema presidencialista se destacam algumas características tais como a dependência da</p><p>cooperação entre o Congresso e o Presidente da República, tendo, por este motivo, de haver um</p><p>equilíbrio entre o Executivo e o Legislativo, caso contrário as ações políticas de ambos ficam</p><p>prejudicadas. Também, registre-se que nesse sistema, o presidente não pode dissolver o Congresso,</p><p>característica que reduz o poder do chefe do Executivo e aumenta o do Legislativo. Outra</p><p>característica fundamental e que na maioria das vezes traz o acirramento das relações institucionais</p><p>é o poder de veto do presidente sobre as decisões do Legislativo. Contudo, deve-se assinalar que o</p><p>Presidente da República não está acima da lei, pois, as Constituições presidencialistas estabelecem</p><p>que o cometimento de crimes funcionais a responsabilidade recai sobre ele próprio(SILVA, 2011).</p><p>No momento que o Presidente é eleito ele tem um período de tempo para o seu mandato e a duração</p><p>do mandato é um fator que não pode ser modificado, pois é fixo, de acordo com a Constituição do</p><p>Estado</p><p>O Presidencialismo é um sistema deficiente, não é democrático em sua totalidade, pode-se dizer</p><p>que " hoje, decorridos mais de cem anos de presidencialismo, o País se acha acorrentado à mesma</p><p>insegurança e incerteza dos republicanos de 1889- eis a singularidade desta crise,", considerando-se</p><p>que por conta da democracia consagrada no texto constitucional brasileiro, o eleito para assumir o</p><p>cargo de Presidente da República, necessita de uma base política forte que lhe dê sustentação, sob</p><p>pena de ser destituído por intermédio de impeachment, um processo demorado, possível de</p><p>acontecer, mas desgastante politicamente (BONAVIDES, 2010, p 222)</p><p>Por outro lado, não se pode deixar de mencionar o parlamentarismo que tem o seu surgimento na</p><p>Inglaterra. Depois da morte da Rainha Ana, que não deixou herdeiros, Jorge I assume o</p><p>trono(bisneto de Jaime I), alemão, não sabia falar o idioma inglês, mesmo sendo filho de mãe</p><p>inglesa. Jorge I para conseguir participar das reuniões com seus ministros e com o parlamento</p><p>contratou uma pessoa que falasse alemão e inglês fluentemente. Desta maneira, aos poucos o Rei</p><p>foi cedendo espaço ao intérprete, afastando-se das reuniões e aos poucos a função de governar saiu</p><p>de sua alçada. Essa maneira de governar pendurou por 46 anos e se revelou uma boa maneira de</p><p>resolver os problemas ingleses.Para a escolha deste intérprete levava-se em conta que este devia ter</p><p>um bom trânsito junto ao Parlamento e exercer adequadamente a sua função. Desta maneira surgiu a</p><p>figura do Chefe de Governo (SALDANHA,1993)</p><p>Modalidade do trabalho: Ensaio teórico</p><p>Evento: XXIV Seminário de Iniciação Científica</p><p>Deve-se assinalar que o parlamentarismo se mostra como um sistema de governo que dá valor ao</p><p>povo, às suas necessidades e valor ao plano de governo escolhido pelo povo através dos</p><p>parlamentares eleitos,plano que deve ser executado pelo Chefe de Governo.</p><p>Para que exista um sistema parlamentar deve conter três elementos indispensáveis, sem eles é</p><p>impossível a existência do sistema parlamentar: interdependência de poderes; responsabilidade</p><p>política do Executivo perante o Parlamento (voto de confiança-voto de desconfiança); dissolução do</p><p>Parlamento pelo Presidente da República.</p><p>Além destas três características indispensáveis, uma característica importante deste sistema é a</p><p>ocupação de dois cargos de chefia no poder Executivo, o Chefe de Estado e o Chefe de Governo. O</p><p>Chefe de Estado, como já mencionado, é o árbitro, ele deve estar livre das disputas políticas</p><p>partidárias, é ele que irá entrar em cena se houver alguma crise entre o Chefe de Governo e o</p><p>Legislativo.(SALDANHA,1993)</p><p>No restante o sistema, por ser adaptável, pode ser implementado conforme a necessidade de cada</p><p>povo. A eleição do Presidente da República pode ser através do voto do povo ou escolhido pelos</p><p>deputados, os ministros devem ser parlamentares ou não precisam o ser. No caso do sistema</p><p>monárquico, o cargo de Presidente da República é exercido pelo Rei ou Rainha. (ANAIS DA</p><p>CÂMARA DEPUTADOS, 1992)</p><p>Continua a explanação nos Anais da Câmara(1992) afirmando que após eleito e antes de tomar</p><p>posse, o Presidente da República dará início a formação do Gabinete. Em posse de determinado</p><p>programa geral de governo, o Presidente fará consultas com as principais lideranças de todos os</p><p>partidos para escolher os que serão integrantes do Gabinete (ministros e Chefe de Governo). Para</p><p>essa escolha, as pessoas escolhidas para compor o Gabinete devem ser pessoas que sejam</p><p>conhecidas, respeitáveis, capazes e sérias, ou seja, com qualificação necessária para exercer a</p><p>função.</p><p>Acerca disto Bonavides (2011, p.212) sustenta que as atribuições devem ser distribuídas de forma</p><p>clara e equilibradas, pois</p><p>[...] quando as competências governativas não se repartem com certo equilíbrio. tende a sacrificar</p><p>ora o Chefe de Estado, ora o Primeiro- Ministro, fazendo um preponderar sobre o outro, de tal sorte</p><p>que assim fica desnaturada e pervertida com a hibridez a índole propriamente parlamentarista do</p><p>sistema.</p><p>Outro aspecto que chama a atenção no parlamentarismo é que não há tempo determinado de</p><p>legislatura. O Chefe de Governo pode ficar no cargo por muitos anos, conforme sua boa atuação e a</p><p>confiança do Parlamento. O Parlamento é representação do povo, já que são eleitos por eles, desta</p><p>forma, o Chefe de Governo fica se o povo através do Parlamento quiser. Caso o Chefe de Governo</p><p>não atue conforme o plano de governo escolhido poderá ser desempossado do cargo. Neste caso, o</p><p>Parlamento usará do “voto de desconfiança” para derrubar o Chefe de Governo. Será escolhido</p><p>outro Chefe de Governo que continuará a executar o plano de governo escolhido. Muda-se a pessoa</p><p>que ocupa cargo, mas não o plano de governo. Denota-se, assim que existe uma forma de controle</p><p>que nada mais é do queuma fiscalização do Legislativo para com os atos do Executivo. Desta</p><p>maneira, o povo não é prejudicado com o surgimento de alguma crise no Executivo, como ocorre no</p><p>sistema presidencialista (ANAIS DA CÂMARA, 1992).</p><p>Modalidade do trabalho: Ensaio teórico</p><p>Evento: XXIV Seminário de Iniciação Científica</p><p>Essa fiscalização ocorre também por parte do Presidente da República para com o Legislativo. Se o</p><p>Parlamento não atuar adequadamente, não atender aos interesses do povoou dificultar a execução do</p><p>plano de governo, poderá o Presidente da República dissolver o Parlamento. Com esse mecanismo</p><p>os parlamentares ficam subordinados a executar de forma coerente e satisfatória as funções de seu</p><p>cargo.</p><p>Anote-se que, ao ocorrer a dissolução do Parlamento, o Presidente da República convoca novas</p><p>eleições para o Parlamento. Isto não quer dizer que serão prejudicados pela dissolução do</p><p>Parlamento os deputados que trabalharam conforme as expectativas, os que não desapontaram o</p><p>povo poderão ser reeleitos e os que não cumpriram com a sua função serão substituídos por novos</p><p>deputados. (ANAISDA CÂMARA, 1992)</p><p>Observa-se, assim que essa é uma das vantagens do parlamentarismo, que não é necessário esperar</p><p>o fim da legislatura para colocar outra pessoano lugar, tanto pra Chefe de Governo como para</p><p>parlamentares incompetentes, a substituição pode ser feita a qualquer tempo. Com isso, o plano de</p><p>governo não é afetado,sendo que o objetivo no parlamentarismo é executar o plano de governo</p><p>escolhido e o povo não deve sofrer pela incompetência, falta de seriedade e compromisso do Chefe</p><p>de Governo e parlamentares.</p><p>Desta forma, a democracia representativa é exercida a qualquer tempo, diferente do</p><p>presidencialismo, onde a democracia é exercida no período de votação, após escolhido o Presidente</p><p>da República e o Legislativo composto,é muito difícil tirá-los do cargo, mesmo que estes não</p><p>cumpram com o plano de governo anunciado durante o período eleitoral.</p><p>Interessante lembrar que o Parlamentarismo é muito bem representado na frase de Ulisses</p><p>Guimarães “Parlamentarismo quer dizer eficiência ou rua”. Ainda, conforme explicações de Ulisses</p><p>Guimarães, se o Chefe de Estado “frustra as esperanças, desonra, trai, é incapaz de dar respostas às</p><p>necessidades da sociedade, por moção de censura ou de desconfiança, perante o Parlamento, é</p><p>desalojado do lugar sem quarteladas, revoluções, tensões, torturas, perseguições, exílios,</p><p>assassinatos, suicídios” (ANAIS DA CÂMARA,1992).</p><p>Para corroborar o exposto,cumpre registrar que Bonavides(2011, p 213) nos possibilita uma</p><p>reflexão sobre a conveniência de adotar-se no País o parlamentarismo quando sustenta que</p><p>[...]o regime parlamentar, numa época de crise e abalos nas relações do Estado com a Sociedade,</p><p>em virtude da complexidade dos problemas do século e da intensa e profunda politização do meio</p><p>social, se revela o sistema de governo mais adequadamente apto a resguardar a hegemonia da</p><p>Sociedade, corporificada no Parlamento. Desta o Poder Executivo vem a ser tão-somente o braço ou</p><p>instrumento no exercício do poder.[...]</p><p>Não paira dúvida quanto a superioridade do parlamentarismo sobre o presidencialismo em razão</p><p>das Câmaras Legislativas apresentarem-se como verdadeiras escolas de civismo e cidadania</p><p>(BONAVIDES). No entanto, o que se percebe no sistema de governo presidencialista é a utilização</p><p>do tráfico de influências, interesses particulares se sobrepondo aos interesses públicos,</p><p>transformando-se em palco de negociatas e mercado de troca de favores, e nesta altura da</p><p>conjuntura nacional, se em 1993, tivesse sido vencedor do plebiscito, o parlamentarismo, o Chefe</p><p>de Estado já teria sido afastado.</p><p>Conclusão</p><p>Modalidade do trabalho: Ensaio teórico</p><p>Evento: XXIV Seminário de Iniciação Científica</p><p>Finalmente, pode-se dizer que após as leituras realizadas concluiu-se que o parlamentarismo se</p><p>mostra um sistema democrático, onde o povo é respeitado, prevalece o bem social acima dos</p><p>interesses políticos. Porém, como em 1993, com a reforma constitucional, o vencedor do plebiscito</p><p>foi o presidencialismo, não se pode ficar fazendo conjeturas e sim deve-se fazer valer a democracia</p><p>representativa e participativa, exigindo por meio da participação popular o cumprimento das regras</p><p>constitucionais quanto a responsabilização política dos nossos representantes, tanto do Poder</p><p>Executivo quanto do Poder Legislativo.</p><p>Constatou-se, ainda, que ambos os sistemas de governo apresentam dificuldades para sua</p><p>consolidação. No sistema presidencialista destacam-se algumas características tais como a</p><p>dependência da cooperação entre o Congresso e o Presidente da República, tendo, por este motivo,</p><p>de haver um equilíbrio entre o Executivo e o Legislativo, caso contrário as ações políticas de ambos</p><p>ficam prejudicadas. E no parlamentarismo é necessário que exista um sistema parlamentar, no qual</p><p>três elementos indispensáveis, sem eles é impossível a existência do sistema parlamentar:</p><p>interdependência de poderes; responsabilidade política do Executivo perante o Parlamento (voto de</p><p>confiança - voto de desconfiança); dissolução do Parlamento pelo Presidente da República.</p><p>Palavras-chave: Chefe de Estado. Chefe de Governo. Parlamentarismo. Presidencialismo</p><p>Referências</p><p>BRASIL, Anais da Câmara. In Sem Cidadania não há Democracia, Brasília: 1992</p><p>_______,Constituição( 1988) Constituição da República Federativa do. Disponível em</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm. Acesso em out 2015</p><p>BONAVIDES, Paulo. Curso de Direito Constitucional. 26 ed.atual.SP: Malheiros, 2011</p><p>SALDANHA Alcides. Parlamentarismo e demais sistemas de governo-Guia prático. Porto Alegre:</p><p>Editora Age, 1993.</p><p>SILVA, Jose Afonso. Curso de Direito Constitucional Positivo. 28 ed. SP: Malheiros, 2011.</p><p>AMANTINO, Antônio Kurtz. Presidencialismo x Parlamentarismo. 1° ed. RS, 1992.</p>