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<p>Pensamento Econômico:</p><p>Neoclássicos e Keynes</p><p>Prof. Gil Bracarense Leite</p><p>Referências</p><p>Capítulo 2: Aspectos da evolução da Ciência Econômica (Manual de Economia –</p><p>Equipe de Professores da USP)</p><p>Principais Tópicos</p><p>■ Neoclássicos</p><p>■ Keynes e a revolução keynesiana</p><p>■ Debate: (neo) liberalismo econômico x maior presença do governo na</p><p>economia</p><p>Neoclássicos (1870 – 1929)</p><p>■ Influenciados pela Escola Clássica, os estudiosos que vieram posteriormente foram</p><p>chamados de Neoclássicos.</p><p>■ Estabeleceram uma nova abordagem frente às transformações econômicas e</p><p>elaboraram princípios teóricos fundamentais da Economia (estudados até hoje).</p><p>■ Término do período: 1929 (Grande Depressão e as críticas de John M. Keynes às</p><p>ideias neoclássicas).</p><p>■ Período (1870-1929) foi de intenso desenvolvimento teórico. Exemplos:</p><p>– Teoria do valor-utilidade: o valor de uma mercadoria está em sua capacidade de</p><p>ser útil e de trazer satisfação no consumo. Quanto maior a satisfação, maior o</p><p>valor da mercadoria. (Clássicos: Teoria do valor-trabalho). Objetivo do</p><p>consumidor: maximizar a satisfação no consumo.</p><p>Neoclássicos (1870 – 1929)</p><p>■ Período (1870-1929) foi de intenso desenvolvimento teórico. Exemplos: (Continuação)</p><p>– Introduziram a análise marginal, que valeu a esse movimento a denominação de</p><p>Marginalismo. O que é pensar na margem? Um tomador de decisão racional empreende</p><p>uma ação se o benefício marginal de tal ação exceder seu custo marginal (ou seja: o</p><p>acréscimo no benefício deve ser maior que o acréscimo no custo).</p><p>– Destacou-se as investigações iniciadas por Alfred Marshall: o estudo dos preços de bens e</p><p>fatores; e a famosa análise da interação das forças da oferta e da demanda para explicar o</p><p>aparecimento do preço de equilíbrio.</p><p>– Retorno automático ao equilíbrio: em um mercado livre, preços e custos se adaptariam</p><p>com rapidez e facilidade, e a oferta e a demanda reagiriam automaticamente diante das</p><p>alterações dos preços (Ordem Natural de Smith: livre funcionamento das forças de</p><p>mercado levando ao resultado mais eficiente, sendo desnecessária a intervenção do</p><p>governo).</p><p>– Privilegiaram aspectos microeconômicos da teoria (oferta e demanda, satisfação no</p><p>consumo, maximização de lucro etc.), pois, a crença no ajuste automático do livre mercado</p><p>fez com que não se preocupassem com a política e o planejamento macroeconômicos.</p><p>Neoclássicos (1870 – 1929)</p><p>■ Houve muitas ramificações em diversas “escolas” de pensamento neoclássico (em</p><p>vários países), de modo que seria difícil resumir todas em uma disciplina introdutória.</p><p>■ Assim, a partir de agora vamos dividir os economistas entre aqueles mais liberais</p><p>influenciados pelos clássicos e neoclássicos e aqueles que defendiam maior</p><p>participação/intervenção do governo nas atividades econômicas (influenciados por</p><p>Keynes).</p><p>■ Tendo em mente, entretanto, que é uma análise simplificadora, já que o debate</p><p>econômico vai muito além dessa dicotomia.</p><p>■ Partindo do que foi dito acima, as principais hipóteses defendidas pelos Neoclássicos</p><p>– com foco no que será debatido posteriormente por Keynes – são:</p><p>1) Liberalismo Econômico</p><p>2) Pleno Emprego</p><p>3) Lei de Say</p><p>Neoclássicos (1870 – 1929)</p><p>1) Liberalismo Econômico → as forças de mercado deveriam atuar livremente na</p><p>economia. O mercado se autorregulava, sem a presença do governo, para atingir o</p><p>melhor resultado econômico.</p><p>2) Pleno Emprego → as forças de mercado tendem a realizar os ajustes necessários para</p><p>equilibrar a economia no nível de pleno emprego.</p><p>– Pleno Emprego: utilização de toda a capacidade de produção da economia. Não</p><p>há recursos ociosos (inclusive a mão de obra).</p><p>– Ou seja, os neoclássicos não acreditavam na existência de desemprego caso a</p><p>economia estivesse funcionando livremente (o excesso de intervenção e</p><p>regulação governamental é que pode causar desemprego).</p><p>– Se alguém estivesse sem trabalhar, seria por vontade própria (não aceitou o</p><p>salário vigente) ou um desemprego decorrente de desequilíbrios temporários no</p><p>curto prazo, mas a tendência era retornar ao nível de pleno emprego.</p><p>Neoclássicos (1870 – 1929)</p><p>3) Lei de Say: “A oferta cria sua própria demanda” (Jean Baptiste Say,</p><p>economista francês dos séculos XVIII e XIX)</p><p>– Ou seja: tudo que fosse produzido seria demandado.</p><p>– O valor (renda) gerado na produção de bens determina as condições</p><p>necessárias para criar a própria demanda do que foi ofertado.</p><p>– Sob essa ótica, nunca haveria crises de superprodução.</p><p>■ Essas três hipóteses serão diretamente combatidas por Keynes.</p><p>John M. Keynes</p><p>■ Economista Inglês (1883 – 1946).</p><p>■ Principal Obra: “Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda” (1937).</p><p>■ Pioneiro nos estudos da macroeconomia</p><p>(É considerado o fundador da teoria</p><p>macroeconômica porque foi o primeiro a</p><p>estudá-la de forma consistente e</p><p>organizada)</p><p>■ Tinha como premissa a observação dos</p><p>fatos. Ele estava preocupado com a</p><p>conjuntura econômica. (Ex.: Pleno</p><p>Emprego não condizia com a realidade na</p><p>década de 1930).</p><p>John M. Keynes</p><p>■ No período entre as duas grandes guerras, Keynes rompeu a tradição</p><p>neoclássica e apresentou um programa de ação governamental para</p><p>promoção do Pleno Emprego. O impacto foi tão grande que passou a ser</p><p>chamado de Revolução Keynesiana.</p><p>■ Keynes tinha influência nas práticas econômicas. Foi conselheiro de governos</p><p>ingleses, participou de conferências internacionais durante a Segunda</p><p>Guerra, no pós- Guerra participou ativamente da criação do FMI, entre outros.</p><p>■ Contexto histórico estudado por Keynes: Crise de 1929 e a Grande Depressão</p><p>que afetou todo o Mundo, mas, principalmente os países mais</p><p>industrializados.</p><p>– Se iniciou com a quebra da Bolsa de Nova York, levando à falência</p><p>diversos bancos e indústrias.</p><p>– Maior crise de toda história do sistema capitalista.</p><p>– Desemprego chegou a atingir 25% da força de trabalho nos EUA, o país</p><p>mais afetado pela crise (no auge da crise, em 1933).</p><p>– A renda caiu cerca de 50 % nos EUA (No Brasil a queda foi de 30%).</p><p>John M. Keynes</p><p>■ Período anterior à Grande Depressão:</p><p>■ Grande prosperidade econômica dos EUA no pós 1ª Guerra: desenvolvimento</p><p>tecnológico, aumento da produção em novas áreas como a automobilística,</p><p>geração de emprego e elevação do nível de consumo das camadas médias</p><p>urbanas.</p><p>■ Com início da recuperação do setor produtivo dos países europeus, a</p><p>produção norte americana entrou em declínio.</p><p>■ Houve um grande acúmulo de estoques, uma crise de superprodução,</p><p>acumulada enquanto o mercado consumidor norte-americano estava em</p><p>expansão. Em seguida, a crise espalhou-se rapidamente pelo mundo, devido</p><p>a interdependência do sistema capitalista.</p><p>John M. Keynes</p><p>■ Esse contexto da Grande Depressão estava em conformidade com os conceitos defendidos pelos</p><p>neoclássicos e clássicos?</p><p>■ A teoria dominante parecia incapaz de explicar a</p><p>Grande Depressão já que eles defendiam a</p><p>inexistência de desemprego (ou que este era apenas</p><p>temporário). O livre mercado não parecia capaz de</p><p>recolocar a economia no caminho do crescimento e</p><p>do pleno emprego.</p><p>■ Por esse motivo, Keynes irá defender a adoção de</p><p>políticas governamentais para corrigir os</p><p>desequilíbrios causados pelas crises e estimular a</p><p>economia (Efeito Multiplicador dos gastos do governo,</p><p>estimulando renda e emprego em toda a economia).</p><p>■ Contra-argumento dos Clássicos: os governos</p><p>interviam em excesso e não deixavam a economia</p><p>funcionar livremente. Logo, não dava para provar a</p><p>ineficiência dos conceitos clássicos já que os países</p><p>praticavam exatamente o oposto.</p><p>■ Obs.: Para padronizar (e diferenciar de Keynes) será utilizado apenas a expressão Teoria Clássica,</p><p>mas, se referindo tanto aos economistas clássicos quanto aqueles que os seguiram</p><p>posteriormente, os Neoclássicos.</p><p>John M. Keynes</p><p>■ Livre Mercado</p><p>Clássicos: os agentes econômicos deveriam agir livremente sem qualquer intervenção do</p><p>governo (que só causaria ineficiências). Isso levaria aos melhores resultados econômicos.</p><p>Keynes: o mercado por si só era incapaz de corrigir as falhas existentes na economia. O</p><p>governo deveria intervir através de políticas econômicas</p><p>para conduzir ao melhor</p><p>resultado ou para atenuar os efeitos das crises.</p><p>■ Desemprego</p><p>Clássicos: não há desemprego involuntário. Se alguém estiver sem trabalhar é porque</p><p>voluntariamente não aceitou o salário vigente. Ou então seria desemprego decorrente de</p><p>desequilíbrios temporários de curto prazo.</p><p>Keynes: havia desemprego involuntário. Em muitos momentos, a demanda seria</p><p>insuficiente para o total de oferta, isso levaria à existência de capacidade ociosa e de</p><p>recursos inutilizados (inclusive a própria mão-de-obra).</p><p>John M. Keynes</p><p>■ Lei de Say</p><p>Clássicos: acreditavam que a “oferta é que era importante” (toda produção seria</p><p>demandada).</p><p>Keynes: a “demanda é que era importante”. Sua insuficiência é que gerava queda ou</p><p>flutuações no PIB de um país.</p><p>Poderia haver crises de superprodução: se não houvesse demanda suficiente, a oferta</p><p>seria excessiva, levando a um excedente do produto.</p><p>John M. Keynes</p><p>■ As políticas keynesianas de elevação dos gastos do governo e de uma participação</p><p>mais ativa no desenvolvimento econômico predominaram até os anos 1970.</p><p>■ Mas, a consequência foi um grande déficit em muitas economias do mundo e a</p><p>aceleração da inflação. Com a incapacidade de pagar suas dívidas, muitos países</p><p>necessitavam contrair volumes cada vez maiores de empréstimos internacionais.</p><p>■ Nesse momento (anos 1970) as ideias liberais retornam com força nos EUA e na</p><p>Inglaterra como resposta ao endividamento dos países. Há uma defesa da redução da</p><p>participação do Estado na economia para ser mais eficiente, defendo políticas como</p><p>contenção de gastos, privatizações de estatais ineficientes e controle da inflação.</p><p>■ No conjunto das oposições ao keynesianismo destacou-se especialmente Milton</p><p>Friedman (Monetarista) e simbolicamente Friedrich Hayek.</p><p>– Por que simbolicamente? O embate Keynes versus Hayek jamais aconteceu na</p><p>prática e na teoria econômica. Mas a representação dessa “briga” é muito</p><p>comum como uma forma de simbolizar o conflito e contraste de ideias que</p><p>permanecem desde dos anos 1970 (neoliberalismo x maior presença do</p><p>governo)</p><p>John M. Keynes</p><p>■ Após os anos 2000, o ímpeto inicial do neoliberalismo começa a perder força devido a</p><p>alguns efeitos perversos do estado mínimo, em especial as consequências</p><p>socioeconômicas (pobreza, desigualdade etc..</p><p>■ Como esse debate “vai e volta” tem-se focado recentemente em discutir ideias dos</p><p>dois lados, estudando dois autores marcantes: Keynes e Hayek.</p>

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