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<p>Série Segurança do Trabalho</p><p>Fundamentos</p><p>de saúde e</p><p>segurança</p><p>do trabalho</p><p>Volume 1</p><p>Série Segurança do Trabalho</p><p>Fundamentos</p><p>de saúde e</p><p>segurança</p><p>do trabalho</p><p>Volume 1</p><p>CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA – CNI</p><p>Robson Braga de Andrade</p><p>Presidente</p><p>DIRETORIA DE EDUCAÇÃO E TECNOLOGIA</p><p>Rafael Esmeraldo Lucchesi Ramacciotti</p><p>Diretor de Educação e Tecnologia</p><p>SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL – SENAI</p><p>Conselho Nacional</p><p>Robson Braga de Andrade</p><p>Presidente</p><p>SENAI – Departamento Nacional</p><p>Rafael Esmeraldo Lucchesi Ramacciotti</p><p>Diretor-Geral</p><p>Gustavo Leal Sales Filho</p><p>Diretor de Operações</p><p>Série Segurança do Trabalho</p><p>Fundamentos</p><p>de saúde e</p><p>segurança</p><p>do trabalho</p><p>Volume 1</p><p>SENAI</p><p>Serviço Nacional de</p><p>Aprendizagem Industrial</p><p>Departamento Nacional</p><p>Sede</p><p>Setor Bancário Norte • Quadra 1 • Bloco C • Edifício Roberto</p><p>Simonsen • 70040-903 • Brasília – DF • Tel.: (0xx61) 3317-</p><p>9001 Fax: (0xx61) 3317-9190 • http://www.senai.br</p><p>© 2012. SENAI – Departamento Nacional</p><p>© 2012. SENAI – Departamento Regional de Santa Catarina</p><p>A reprodução total ou parcial desta publicação por quaisquer meios, seja eletrônico, mecâ-</p><p>nico, fotocópia, de gravação ou outros, somente será permitida com prévia autorização, por</p><p>escrito, do SENAI.</p><p>Esta publicação foi elaborada pela equipe do Núcleo de Educação a Distância do SENAI de</p><p>Santa Catarina, com a coordenação do SENAI Departamento Nacional, para ser utilizada por</p><p>todos os Departamentos Regionais do SENAI nos cursos presenciais e a distância.</p><p>SENAI Departamento Nacional</p><p>Unidade de Educação Profissional e Tecnológica – UNIEP</p><p>SENAI Departamento Regional de Santa Catarina</p><p>Núcleo de Educação – NED</p><p>FICHA CATALOGRÁFICA</p><p>__________________________________________________________________</p><p>S491f</p><p>Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. Departamento Nacional.</p><p>Fundamentos de saúde e segurança do trabalho, volume 1 / Serviço Nacional</p><p>de Aprendizagem Industrial. Departamento Nacional, Serviço Nacional de</p><p>Aprendizagem Industrial. Departamento Regional de Santa Catarina. Brasília :</p><p>SENAI/DN, 2012.</p><p>138 p. : il. ; (Série Segurança do Trabalho).</p><p>ISBN 978-85-7519-500-0</p><p>1. Segurança do trabalho. 2. Segurança do trabalho - Legislação. 3. Higiene</p><p>do trabalho. I. Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. Departamento</p><p>Regional de Santa Catarina II. Título III. Série.</p><p>CDU: 614.8</p><p>_____________________________________________________________________________</p><p>142</p><p>lista de ilustrações</p><p>Figura 1 - Aspectos da qualidade de vida .................................................................................................................19</p><p>Figura 2 - Pirâmide alimentar ........................................................................................................................................25</p><p>Figura 3 - Diagrama de Ishikawa ..................................................................................................................................52</p><p>Figura 4 - Cena de acidente de trabalho ...................................................................................................................53</p><p>Figura 5 - Maneiras de registrar acidentes ...............................................................................................................60</p><p>Figura 6 - Indicadores para medir e comparar a periculosidade ......................................................................62</p><p>Figura 7 - Categorias de perdas ....................................................................................................................................75</p><p>Figura 8 - Responsável pela emissão da CAT ...........................................................................................................86</p><p>Figura 9 - Especificações do estado civil do acidentado .....................................................................................88</p><p>Figura 10 - Tipo de filiação do segurado ...................................................................................................................89</p><p>Figura 11 - Tipo de acidente ..........................................................................................................................................90</p><p>Figura 12 - Local do acidente ........................................................................................................................................91</p><p>Figura 13 - Pirâmide de Frank Bird ........................................................................................................................... 113</p><p>Figura 14 - Falhas ativas ............................................................................................................................................... 121</p><p>Figura 15 - Queijo suíço de Reason .......................................................................................................................... 121</p><p>Quadro 1 - Matriz curricular ...........................................................................................................................................11</p><p>Quadro 2 - Consumo de ingredientes .......................................................................................................................26</p><p>Quadro 3 - 5W2H ...............................................................................................................................................................52</p><p>Quadro 4 - Ficha de cálculo do custo efetivo de acidentes................................................................................82</p><p>V</p><p>O</p><p>LU</p><p>M</p><p>E</p><p>1</p><p>Sumário</p><p>1 Introdução ........................................................................................................................................................................12</p><p>2 Princípios de Saúde, Meio Ambiente e Segurança do Trabalho ...................................................................17</p><p>2.1 Histórico e desenvolvimento industrial ..............................................................................................18</p><p>2.2 Responsabilidade socioambiental ........................................................................................................21</p><p>2.3 Qualidade de vida .......................................................................................................................................23</p><p>3 Terminologia Técnica ....................................................................................................................................................35</p><p>3.1 Desvio ..............................................................................................................................................................36</p><p>3.2 Incidente .........................................................................................................................................................37</p><p>4 Acidentes de Trabalho..................................................................................................................................................43</p><p>4.1 Definição ........................................................................................................................................................44</p><p>4.2 Aspectos sociais e ambientais ................................................................................................................49</p><p>4.3 Consequências .............................................................................................................................................50</p><p>4.4 Análise de acidentes...................................................................................................................................54</p><p>4.5 Reabilitação profissional ...........................................................................................................................58</p><p>4.6 Estatísticas</p><p>e especialmente no conceito prevencionista (ou técnico),</p><p>é de fundamental importância o registro do acidente de trabalho ou mesmo o</p><p>registro de ocorrências que possam prejudicar ou interferir nas atividades consi-</p><p>deradas normais no ambiente produtivo da empresa.</p><p>3 IN LOCO</p><p>No local.</p><p>4 acidenTeS de Trabalho 49</p><p>Esses registros devem ser publicados em local de fácil acesso para os traba-</p><p>lhadores de toda a empresa, que desejarem consultar os mesmos. Além disso,</p><p>podem ser uma excelente fonte de pesquisa para a Comissão Interna de Preven-</p><p>ção de Acidentes (CIPA) ou do Serviço Especializado de Segurança e Medicina do</p><p>Trabalho da empresa (SESMT).</p><p>Ficou claro o que são os acidentes de trabalho? Lembre-se que a prevenção</p><p>continua sendo a melhor medida para evitar acidentes de trabalho!</p><p>4.2 aSPecToS SociaiS e ambienTaiS</p><p>Dentre os aspectos sociais e ambientais, pode-se dizer que um risco profis-</p><p>sional é uma situação de trabalho - operação ou tipo de atividade que permite</p><p>ou predispõe um trabalhador a se acidentar ou contrair uma doença do trabalho</p><p>durante sua jornada de trabalho ou no exercício de suas funções.</p><p>É importante destacar que os riscos profissionais podem ser divididos em ris-</p><p>cos de ambiente e riscos de operação. O que são riscos de ambiente e riscos de</p><p>operação?</p><p>Por operação, entende-se o exercício das funções do trabalho cotidiano, que</p><p>você estudou anteriormente. Nesses riscos se encontram os maiores vilões dos</p><p>acidentes de trabalho, como: pisos molhados ou escorregadios, desnivelados,</p><p>com aberturas ou rachaduras, máquinas sem proteção ou com fios desencapa-</p><p>dos, etc.</p><p>iS</p><p>to</p><p>ck</p><p>ph</p><p>ot</p><p>o</p><p>(2</p><p>0-</p><p>-?</p><p>)</p><p>50 FundamenToS de Saúde e Segurança do Trabalho - Volume 1</p><p>Por outro lado, o risco de ambiente é o que existe no ambiente de trabalho,</p><p>normalmente especificado como problema de higiene no trabalho, como, ruídos,</p><p>vibração mecânica, temperatura excessiva (tanto frio, quanto calor), locais úmi-</p><p>dos, radiação ionizantes e não ionizantes, pressão anormal entre outros.</p><p>FIQUE</p><p>ALERTA</p><p>É de fundamental importância conhecer os riscos no am-</p><p>biente de trabalho, para evitar que estes gerem problemas</p><p>mais graves.</p><p>Assim, é necessário controlar o ambiente para que a concentração ou intensi-</p><p>dade não ultrapasse os limites de tolerância definidos pelas Normas Regulamen-</p><p>tadoras do Ministério do Trabalho e Emprego.</p><p>Alguns riscos, no ambiente, tendem a ter variâncias de lesões em determina-</p><p>das pessoas, devido à suscetibilidade4 do indivíduo, em função de raça, cor de</p><p>pele, hábitos e doenças de ordem genética ou hereditária, entre outros fatores.</p><p>Por isso, é importante identificar e analisar também os tipos de agentes am-</p><p>bientais, como por exemplo, poeira metálica.</p><p>Pense no mercúrio metálico como exemplo, a poeira pode ter resultados de-</p><p>sastrosos se em contato com o trabalhador, da mesma forma que o chumbo e</p><p>outros metais pesados ou tóxicos.</p><p>Além disso, as propriedades físicas dos agentes ambientais nocivos deixam o</p><p>ambiente variavelmente prejudicial ao ser humano. O tamanho e quantidade de</p><p>partículas suspensas no ar são exemplos. Então, quanto maior a partícula, menos</p><p>tempo esta fica suspensa no ar. Logo, quanto mais denso o material da constitui-</p><p>ção dessa partícula suspensa, mais fácil é a sedimentação no solo.</p><p>Percebeu como os aspectos sociais e ambientais interferem nos riscos de aci-</p><p>dentes de trabalho? E quais serão suas consequências? Ah, esse será o assunto</p><p>seguinte. Vamos em frente!</p><p>4.3 conSeQuênciaS</p><p>Além de todos os prejuízos indiretos e os diretos que as organizações ou em-</p><p>presas podem vir a ter, devido ao alto grau e à gravidade de ocorrências e elevado</p><p>número de acidentes do trabalho, as condições de risco no trabalho podem con-</p><p>tribuir para a redução no desempenho, tanto de sua produção, como da qualida-</p><p>de de seus produtos e, também do lucro esperado, o que é uma a preocupação</p><p>existente entre a comunidade, familiares e os próprios trabalhadores.</p><p>4 SUSCETIBILIDADE</p><p>Disposição especial para</p><p>sofrer influências e contrair</p><p>enfermidades; exaltação da</p><p>sensibilidade nervosa.</p><p>5 NEGLIGÊNCIA</p><p>Falta de cuidado, descuido,</p><p>desatenção.</p><p>6 IMPERÍCIA</p><p>Falta de habilidade,</p><p>experiência ou destreza;</p><p>incompetência.</p><p>7 IMPRUDÊNCIA</p><p>Falta de cautela, precaução.</p><p>4 acidenTeS de Trabalho 51</p><p>St</p><p>oc</p><p>kb</p><p>yt</p><p>e</p><p>(2</p><p>0-</p><p>-?</p><p>)</p><p>Mas nenhum ser humano gosta de trabalhar tenso ou preocupado com a pos-</p><p>sibilidade de acidentes de trabalho. Assim, dificilmente haverá trabalhadores que</p><p>atuem em organizações onde estatísticas apresentem elevados índices de gravi-</p><p>dade ou frequência.</p><p>Caso uma empresa exija atividades de risco, para manter os trabalhadores,</p><p>deve pensar em uma elevação considerável de salário, possivelmente acima dos</p><p>valores tradicionalmente oferecidos pelos concorrentes. Essa ação pode ser en-</p><p>tendida como uma associação de custo indireto do acidente, que você estudará</p><p>mais adiante. Por enquanto, você deve compreender que organizações que não</p><p>possuem más condições de trabalho e segurança não contam com esses custos</p><p>adicionais. Agentes inspetores do Ministério do Trabalho e Emprego, em suas atri-</p><p>buições, podem forçar as organizações a proporcionarem boas condições de se-</p><p>gurança do trabalho aos seus trabalhadores, podendo aplicar punições das mais</p><p>diversas, inclusive por meio de multas, além de requisitar grandes investimentos</p><p>em medidas corretivas e preventivas.</p><p>Esses investimentos podem ser direcionados a atender às exigências do Minis-</p><p>tério do Trabalho e Emprego que podem ser absorvidos, também, como custos</p><p>indiretos do acidente.</p><p>O Ministério Público pode mover ação indenizatória contra as organizações</p><p>que, por negligência5, imperícia6 ou imprudência7 de seus diretores, prejudicaram</p><p>de algum modo, a capacidade produtiva de qualquer um de seus trabalhadores,</p><p>inclusive causando sua morte.</p><p>52 FundamenToS de Saúde e Segurança do Trabalho - Volume 1</p><p>Uma ação regressiva pode ser aplicada pelo INSS a fim de reaver a quantia gas-</p><p>ta com trabalhadores de empresas que não sigam as Normas Regulamentadoras,</p><p>do Ministério do Trabalho e Emprego, ou que sejam consideradas culpadas por</p><p>acidentes de trabalho dos envolvidos. Uma perícia técnica realizada por profissio-</p><p>nais especialistas em Engenharia de Segurança do Trabalho pode corroborar este</p><p>processo.</p><p>No artigo 159, do Código Civil Brasileiro, está estabelecido que “aquele que,</p><p>por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito, causar</p><p>prejuízo a outrem, fica obrigado a reparar o dano.” (RODRIGUES, 2002).</p><p>Ainda, o artigo 132, do Código Penal Brasileiro, cita que “expor a vida ou a</p><p>saúde de outrem a perigo direto e iminente” leva à pena de 3 meses a 1 ano de</p><p>detenção, se o fato não constitui crime mais grave. (BRASIL, 1984).</p><p>Já o artigo 1.518, do Código Civil Brasileiro, garante que “os bens do respon-</p><p>sável pela ofensa ou violação do direito de outrem ficam sujeitos à reparação do</p><p>dano, e se tiver mais de um autor a ofensa, todos responderão solidariamente.”</p><p>(RODRIGUES, 2002).</p><p>E você sabe quem são os responsáveis pela reparação civil? Então, veja o que</p><p>diz o artigo 1521, do Código Civil Brasileiro: “são responsáveis pela reparação civil:</p><p>o patrão, amo ou comitente, por seus colaboradores, serviçais e prepostos, no</p><p>exercício do trabalho que lhes competir ou por ocasião deles.” (SOUZA, 2011).</p><p>Asim, a culpa por atos considerados ilícitos, é caracterizada por uma ação ou</p><p>omissão voluntária do agente responsável, que provoca dano pela falta de pre-</p><p>visão daquilo que é perfeitamente previsível, decorrente de negligência, impru-</p><p>dência ou imperícia.</p><p>De acordo com Dias (2007, p. 23) a culpa por atos considerados ilícitos, “é ca-</p><p>racterizada por uma ação ou omissão voluntária do agente responsável que pro-</p><p>voca dano pela falta de previsão daquilo que é perfeitamente previsível, decor-</p><p>rente de negligência, imprudência ou imperícia”.</p><p>E você sabe o que é negligência? Ainda conforme o autor, pode-se compre-</p><p>ender por negligência a “omissão voluntária de diligência</p><p>ou cuidado, falta ou</p><p>demora no prevenir ou obstar um dano.”(DIAS, 2007, p. 23).</p><p>Como imprudência, Dias (2007, p. 23) também diz ser “a forma de culpa que</p><p>consiste na falta involuntária de observância de medidas de precaução e segu-</p><p>rança de consequências previsíveis que se faziam necessárias no momento para</p><p>evitar um mal ou infração da lei”. Já imperícia, é “a falta de aptidão especial, ha-</p><p>bilidades ou experiência, ou de previsão, no exercício de determinada função,</p><p>profissão, arte ou ofício.” (DIAS, 2007, p. 23).</p><p>4 acidenTeS de Trabalho 53</p><p>Além desses aspectos, outras atitudes ou ações, como falha humana, procedi-</p><p>mento ou conduta indevida, e que levem a prováveis situações de risco ou ainda,</p><p>situações indesejadas, devendo-se considerar as que você verá a seguir. Acom-</p><p>panhe!</p><p>IN ELEGENDO diz respeito à “falta de cautela ou previdência na escolha de pre-</p><p>posto ou pessoa a quem é confiada a execução de um ato ou serviço.” (ROCHA,</p><p>2003, p. 50).</p><p>Rocha (2003, p. 50) esclarece que IN VIGILANDO compreende a “falta de dili-</p><p>gência, atenção, vigilância, fiscalização ou quaisquer outros atos de segurança do</p><p>agente, no cumprimento de dever, para evitar prejuízo a outrem.”</p><p>M</p><p>ic</p><p>ro</p><p>so</p><p>ft</p><p>O</p><p>ffi</p><p>ce</p><p>(2</p><p>0-</p><p>-?</p><p>)</p><p>No Código Penal Brasileiro, o Capítulo II esclarece sobre lesões corporais. Va-</p><p>mos saber mais? O artigo 129 cita “ofensa à integridade corporal ou à saúde de</p><p>outrem”, sendo que a pena imposta ao infrator deve ser “detenção de 3 meses a 1</p><p>ano.” Se essa ofensa criar ou causar “incapacidade permanente para o trabalho”;</p><p>“enfermidade incurável”; “perda de membro ou inutilização de membro, sentido</p><p>ou função”; “deformidades permanentes”; ou “aborto”, no parágrafo 2 deste Có-</p><p>digo é definida a pena imputada ao trabalhador, de “reclusão, de 2 a 8 anos.” E no</p><p>caso de falecimento no exercício do cargo/função, o artigo 121, do Código Penal,</p><p>define pena de reclusão de 6 a 20 anos. Em conformidade com o parágrafo 3, se</p><p>for homicídio culposo, a pena deve ser reduzida para 1 a 3 anos. (BRASIL, 2008).</p><p>54 FundamenToS de Saúde e Segurança do Trabalho - Volume 1</p><p>Você sabe o que é homicídio culposo e doloso? Homicídio culposo é relacio-</p><p>nado ou afirmado quando há “culpa” de algum indivíduo que originou um aci-</p><p>dente de trabalho, entretanto, não houve intenção, ocorreu acidentalmente, e</p><p>gerou um dano a terceiro. Homicídio doloso é quando o acidente provocado foi</p><p>intencional, descartando-se completamente o aspecto acidental de prejudicar</p><p>um terceiro. Certamente, o homicídio doloso tem uma penalidade de maior grau,</p><p>ao passo que o culposo tem uma amenização ou redução da sentença, pois não</p><p>houve intenção de provocar a doença ou acidente de trabalho.</p><p>Por fim, deve-se compreender que os trabalhadores envolvidos, superiores</p><p>ou associados ao acidentado, são associados como corresponsáveis, criminal e</p><p>civilmente, pelos acidentes e doenças de trabalho, de modo geral, no âmbito de</p><p>suas organizações. Se não o principal, esse é um grande motivo da necessidade</p><p>em administrar a empresa e os trabalhadores da melhor forma possível, em um</p><p>ambiente que propicie qualidade total, máxima produtividade e segurança.</p><p>São muitas as consequências dos acidentes de trabalho, tanto para a Empresa,</p><p>como para a família e os próprios trabalhadores. Aqui, você conheceu um pouco</p><p>dos direitos e deveres definidos no Código Civil e o Código Penal Brasileiro para</p><p>casos de acidentes. Foi um aprendizado muito rico sobre o tema, não é mesmo?</p><p>E ainda tem muito mais aguardando por você!</p><p>4.4 análiSe de acidenTeS</p><p>É certo afirmar que, depois de ocorrer um acidente de trabalho, uma das pri-</p><p>meiras coisas que se pensa é que se deve correr até o local do acidente e juntar</p><p>tudo que for possível de informação, como em programas de televisão, onde os</p><p>policiais analisam provas dos crimes ocorridos.</p><p>Partindo desse princípio, é quase certo que a conclusão é sempre parecida,</p><p>pelo menos segue um padrão, atesta-se que foi um ato inseguro, desatento, falta</p><p>de zelo com equipamentos e tudo fica bem depois que o relatório é assinado.</p><p>Podem existir casos que realmente seja necessário uma grande quantidade de</p><p>evidências ou utilizar padrões pré-determinados que auxiliem no diagnóstico</p><p>preciso sobre o ocorrido.</p><p>Para chegar nesse diagnóstico, deve haver um trabalho muito cuidadoso de</p><p>coleta, análise, agrupamento, catalogação. Um processo de análise completo, so-</p><p>bre todos os aspectos possíveis do acidente.</p><p>4 acidenTeS de Trabalho 55</p><p>M</p><p>ic</p><p>ro</p><p>so</p><p>ft</p><p>O</p><p>ffi</p><p>ce</p><p>(2</p><p>0-</p><p>-?</p><p>)</p><p>Veja bem! Nenhuma técnica é simples demais que deva ser descartada, princi-</p><p>palmente quando o assunto é acidente de trabalho. E nenhuma técnica é dema-</p><p>siada complexa que não se pode utilizar. Pode ocorrer que, em algum momento,</p><p>seja necessário reunir mais de uma testemunha ou pessoa envolvida na ocorrên-</p><p>cia, de forma que o trabalho em equipe se torne fundamental.</p><p>Você já ouviu falar em brainstorm? A técnica de brainstorm ou tempestade ce-</p><p>rebral é utilizada para fazer um levantamento inicial de informações. Essa técnica</p><p>consiste em registrar – em um quadro escolar, folhas de flip chart - o máximo</p><p>possível de causas para o ocorrido, que é relatado pelos participantes. Nesse pro-</p><p>cesso, nada é desperdiçado, todas as opiniões e causas possíveis são anotadas,</p><p>invariavelmente.</p><p>M</p><p>ic</p><p>ro</p><p>so</p><p>ft</p><p>O</p><p>ffi</p><p>ce</p><p>(2</p><p>0-</p><p>-?</p><p>)</p><p>56 FundamenToS de Saúde e Segurança do Trabalho - Volume 1</p><p>Em seguida ao brainstorm, pode ser realizado um diagrama de espinha de pei-</p><p>xe ou diagrama de Ishikawa. Apesar de ser uma ferramenta de gestão de qualida-</p><p>de, esse diagrama, de elaboração fácil e prática, pode se tornar uma excelente fer-</p><p>ramenta na mão do técnico, pois permite agrupar causas possíveis e chegar a um</p><p>relatório, contendo todo o diagnóstico levantado na primeira fase (brainstorm).</p><p>W</p><p>al</p><p>es</p><p>ka</p><p>R</p><p>us</p><p>ch</p><p>el</p><p>(2</p><p>01</p><p>1)</p><p>Figura 3 - Diagrama de Ishikawa</p><p>A seguir, deve-se montar um plano de ação e outra ferramenta de qualidade</p><p>pode ser empregada, o 5W2H.</p><p>Objetivo:</p><p>WhAT hOW WhERE WhO WhY WhEN hOW MUCh</p><p>O qUê? COMO? ONDE? qUEM? POR qUê? qUANDO? qUANTO?</p><p>Quadro 3 - 5W2H</p><p>É importante determinar pelo menos um indivíduo para cada tarefa que deve</p><p>ser feita. Paralelamente, podem ser pesquisadas outras causas sobre possíveis ris-</p><p>cos que venham a causar algum dano no mesmo ambiente.</p><p>O plano de ação criado deve ser divulgado e executado por meio de anúncios</p><p>(intranet, murais, reuniões, CIPA, etc.), por meio de comunicados aos responsá-</p><p>veis envolvidos, direta ou indiretamente (e-mail, carta, comunicado interno), e</p><p>aos gestores e diretores, por gráficos e apresentações.</p><p>4 acidenTeS de Trabalho 57</p><p>De acordo com Almeida (2004, p. 18), algumas orientações no processo de</p><p>análise devem ser destacadas.</p><p>A necessidade de evitar preconceitos ou utilizar argumen-</p><p>tos pré-concebidos, por exemplo, se houve falta de cuidado</p><p>do trabalhador, então o erro é humano. Mas não se analisa</p><p>o porquê de o trabalhador não ter tomado cuidados extras</p><p>naquela situação, se o procedimento correto foi seguido, se os</p><p>dispositivos de segurança estavam ajustados adequadamente,</p><p>entre outros.</p><p>Almeida (2004) ainda afirma que é necessário ficar atento para utilizar um mo-</p><p>delo de análise com cinco categorias de fatores, que podem ser implantados no</p><p>diagrama de Ishikawa e são: Pessoa, Tarefa, Material, Ambiente e Gestão. Estes</p><p>auxiliarão a diminuir ou eliminar omissões no processo de análise.</p><p>Orientações na coleta de informações, como: entrevistas, fotos, vídeos e cole-</p><p>tas de outras evidências, no local do acidente, podem ajudar a trazer alguma luz</p><p>sobre fatores que não estejam de tão fácil entendimento.</p><p>Deve-se tentar recompor todos os elementos do acidente para conseguir visu-</p><p>alizar e verificar todos os elementos dispostos no diagrama de Ishikawa, e consta-</p><p>tar se, de fato, é uma causa provável ou não, baseada em evidência direta, como</p><p>documentos e vídeos ou evidência indireta, um relato de um colega de trabalho</p><p>ou do próprio acidentado.</p><p>M</p><p>ic</p><p>ro</p><p>so</p><p>ft</p><p>O</p><p>ffi</p><p>ce</p><p>(2</p><p>0-</p><p>-?</p><p>)</p><p>Figura</p><p>4 - Cena de acidente de trabalho</p><p>58 FundamenToS de Saúde e Segurança do Trabalho - Volume 1</p><p>Almeida (2004) ressalta que não se devem fazer recomendações disciplinares</p><p>sobre as pessoas que possam ter cometido falhas. Essa punição poderia compro-</p><p>meter o fluxo de informações em uma próxima investigação.</p><p>Agora que você conheceu algumas ferramentas úteis para identificar as causas</p><p>de acidentes, chegou a hora de saber mais sobre a reabilitação profissional. Esse</p><p>será o assunto seguinte. Siga com determinação!</p><p>4.5 reabiliTaçÃo ProFiSSional</p><p>Apesar da importância da reabilitação profissional, é necessário aumentar os</p><p>esforços para reabilitar os trabalhadores com deficiência ou consequência de al-</p><p>gum acidente de trabalho ou doença ocupacional.</p><p>Atualmente, a reabilitação profissional abrange a prestação de serviços assis-</p><p>tenciais a um grupo amplo de pessoas com condicionamento físico e mental di-</p><p>ferentes.</p><p>O que é reabilitação profissional? Reabilitação profissional é um processo que</p><p>permite ao indivíduo com problemas de ordem psicológica, cognitiva, emocio-</p><p>nal, comprometimento funcional físico ou de saúde para superar obstáculos ao</p><p>acesso, manutenção ou regresso, parcial ou total, às suas funções no trabalho e</p><p>na vida pessoal e outras ocupações úteis à sociedade.</p><p>O foco da reabilitação profissional é ajudar trabalhadores a manter ou recupe-</p><p>rar a capacidade produtiva, de ação e participação no trabalho, ao contrário de</p><p>tratar a doença ou lesão por si própria.</p><p>Atualmente, a reabilitação profissional é bastante reconhecida, pois gera notá-</p><p>veis benefícios econômicos para as empresas e para o governo, além de propiciar</p><p>ao trabalhador o engajamento em uma atividade útil e uma valorização do indiví-</p><p>duo, na recuperação de problemas de saúde física e mental.</p><p>M</p><p>ic</p><p>ro</p><p>so</p><p>ft</p><p>O</p><p>ffi</p><p>ce</p><p>(2</p><p>0-</p><p>-?</p><p>)</p><p>4 acidenTeS de Trabalho 59</p><p>No Brasil, a Previdência Social é o órgão governamental que tem por objeti-</p><p>vo oferecer aos segurados incapacitados para o trabalho, por motivos de doença</p><p>ocupacional ou acidente de trabalho, os meios de reeducação ou readaptação</p><p>profissional para o seu retorno ao mercado de trabalho. (PREVIDÊNCIA SOCIAL,</p><p>2011).</p><p>Ainda de acordo com o site da Previdência Social, o atendimento é realizado</p><p>por uma equipe de médicos, assistentes sociais, psicólogos, fisioterapeutas e ou-</p><p>tros profissionais e pode ser estendido aos dependentes, dentro da disponibilida-</p><p>de dos recursos da previdência. O processo de reabilitação pode incluir próteses,</p><p>taxas de inscrições em cursos profissionalizantes e auxílio financeiro para trans-</p><p>porte e alimentação e após a reabilitação, é emitido um certificado de capacita-</p><p>ção profissional, atestando que o trabalhador pode novamente retornar ao mer-</p><p>cado de trabalho, nas atividades em que foram comprovadas as suas aptidões.</p><p>A Previdência tem trabalhado em várias ações, principalmente na questão de</p><p>redução de gastos com benefícios. Como exemplo, pode-se analisar o sistema de</p><p>alta programada, em vigor desde 07/2006, pelo qual o trabalhador afastado por</p><p>acidente de trabalho ou doença ocupacional deve realizar uma perícia periodi-</p><p>camente, conseguindo obter uma liberação para retornar às suas funções ou em</p><p>linguagem médica, uma “alta”.</p><p>Nesses casos, é comum surgirem problemas, principalmente da parte do tra-</p><p>balhador, que argumenta não conseguir realizar as mesmas atividades de antes</p><p>do ocorrido. Algumas vezes, chefes e gerentes não colaboram e aumentam ainda</p><p>mais o preconceito que já pode existir antes desse estímulo negativo, devido a</p><p>problemas com baixa produtividade, por exemplo.</p><p>Sob outro ponto de vista, as empresas não reservam vagas para a alocação</p><p>desses profissionais reabilitados e se não bastasse, há problemas extras quando</p><p>outro caso de doença ocupacional ou acidente de trabalho ocorre com período</p><p>superior a 15 dias, pois após a liberação médica para retorno às atividades (alta),</p><p>o trabalhador ainda ganha estabilidade funcional, prevista em leis federais e nor-</p><p>mas coletivas de trabalho.</p><p>60 FundamenToS de Saúde e Segurança do Trabalho - Volume 1</p><p>M</p><p>ic</p><p>ro</p><p>so</p><p>ft</p><p>O</p><p>ffi</p><p>ce</p><p>(2</p><p>0-</p><p>-?</p><p>)</p><p>De acordo com a Lei número 8.213/91, em seu artigo 118,</p><p>o segurado que sofreu acidente do trabalho tem garantida,</p><p>pelo prazo mínimo de doze meses, a manutenção do seu</p><p>contrato de trabalho na empresa, após a cessação do auxílio-</p><p>doença acidentário, independentemente de percepção de</p><p>auxílio-acidente. (BRASIL, 1991).</p><p>Sendo assim, algumas empresas veem estas dispensas médicas (altas) progra-</p><p>madas como um desafio que exige esforços e cautela na execução de casos mais</p><p>complexos, que possam desgastar a relação da empresa com o INSS, em especial</p><p>nos casos onde houve, efetivamente, redução da capacidade produtiva do traba-</p><p>lhador.</p><p>Naturalmente, é muito mais viável e inteligente para a empresa investir na re-</p><p>abilitação profissional do indivíduo, para que este exerça novas funções ou atri-</p><p>buições, se não for possível a retomada em suas funções originais no ambiente</p><p>da empresa ou fora deste.</p><p>Como você já deve saber, as empresas que oferecem programas de reabilita-</p><p>ção, se bem planejados e executados, assumem custos consideráveis. Entretanto,</p><p>ao mesmo tempo passam uma imagem de valorização e preservação da capa-</p><p>cidade produtiva individual, mantêm uma cultura para prevenção de acidentes,</p><p>fundamental para qualquer campanha de riscos de acidentes de trabalho.</p><p>Sob o ponto de vista financeiro, os recursos investidos inicialmente são ampla-</p><p>mente compensados, por meio da redução ou extinção de pedidos de reparação</p><p>por dano, pensão vitalícia, entre outros contratempos.</p><p>4 acidenTeS de Trabalho 61</p><p>No Art. 93, da Lei nº 8.213/91, é previsto que uma empresa pode cumprir uma</p><p>quota de trabalhadores portadores de deficiência e reabilitados, e, ainda, existe a</p><p>possibilidade de economizar até ou aumentadar, em até cem por cento, confor-</p><p>me dispuser o regulamento, em razão do desempenho da empresa em relação</p><p>à respectiva atividade econômica, apurado em conformidade com os resultados</p><p>obtidos a partir dos índices de frequência, gravidade e custo, calculados segundo</p><p>metodologia aprovada pelo Conselho Nacional de Previdência Social, nos moldes</p><p>da Lei nº 10.666/2003 art. 10.</p><p>Nessas circunstâncias, cada caso é analisado individualmente, com base no</p><p>sentido das patologias relacionadas ao trabalho, possibilidade de atuação do tra-</p><p>balhador em funções similares e de mesmo nível técnico, a demanda de exames</p><p>adicionais e o desejo do trabalhador no processo de reintegração.</p><p>M</p><p>ic</p><p>ro</p><p>so</p><p>ft</p><p>O</p><p>ffi</p><p>ce</p><p>(2</p><p>0-</p><p>-?</p><p>)</p><p>E a prestação de serviços de reabilitação profissional? Esta pode exigir a contri-</p><p>buição de profissionais de diversas áreas, incluindo médicos, psicólogos, fisiotera-</p><p>peutas, advogados, assessores e aconselhadores de carreira. Conheça a seguir as</p><p>técnicas utilizadas para reabilitação profissional de um trabalhador.</p><p>a) Análise e avaliações.</p><p>b) Serviços de recolocação.</p><p>c) Estabelecimento de metas e planejamento de intervenção.</p><p>d) Prestação de consultoria e promoção da saúde, em prol do retorno ao tra-</p><p>balho.</p><p>e) Apoio à autogestão das condições de saúde.</p><p>f) Aconselhamento de carreira profissional.</p><p>62 FundamenToS de Saúde e Segurança do Trabalho - Volume 1</p><p>g) Aconselhamento individual e em grupo, focado em facilitar os ajustes ao</p><p>impacto médico e psicológico da deficiência.</p><p>h) Avaliação de programas e pesquisas.</p><p>i) Intervenções para eliminar aspectos ambientais, atitudinais, trabalhistas, éti-</p><p>cos.</p><p>j) Serviços de consulta entre órgãos de classe e reguladores.</p><p>k) Prestação de consultas sobre o acesso à tecnologia de reabilitação, entre</p><p>outros.</p><p>caSoS e relaToS</p><p>Acidente Grave</p><p>Em uma unidade fabril da empresa, um operador de uma prensa com</p><p>capacidade para 1,5 toneladas teve acesso ao interior do equipamento</p><p>para a colocação de uma peça. No entanto, antes que ele pudesse sair</p><p>completamente, a prensa foi acionada automaticamente, pois não havia</p><p>sido desligada por completo.</p><p>Foi socorrido por seus colegas de trabalho</p><p>e encaminhado até o pronto</p><p>atendimento da unidade norte, ainda em estado de choque. O operador</p><p>de 21 anos teve seu braço amputado pelo equipamento. Segundo o bo-</p><p>letim médico, o mesmo levará de seis meses a um ano para se reabilitar</p><p>por meio do uso de uma prótese. Não poderá executar atividades que</p><p>exigem esforço e deverá ser enquadrado pela empresa em outra função.</p><p>Os colegas dele disseram que no momento do acidente só puderam</p><p>ajudar quando a chave de emergência do equipamento foi acionada,</p><p>desligando-o completamente. A ocorrência foi registrada na 15ª Delega-</p><p>cia de Polícia da cidade.</p><p>Percebeu como pode ser difícil a reabilitação de um acidente de trabalho? Du-</p><p>rante o estudo, você compreendeu o que é a reabilitação profissional e qual a</p><p>importância do apoio que a empresa deve dar ao trabalhador. Viu também as</p><p>técnicas utilizadas para a reabilitação.</p><p>Quer conhecer as estatísticas estadual e nacional de acidentes de trabalho?</p><p>Confira na próxima etapa!</p><p>4 acidenTeS de Trabalho 63</p><p>4.6 eSTaTÍSTicaS – eSTadual e nacional</p><p>Considere as novas metodologias que caracterizam os acidentes de trabalho</p><p>no Brasil. Desde abril de 2007, entende-se como acidentes de trabalho aqueles</p><p>eventos que tiveram Comunicação de Acidente de Trabalho – CAT protocoladas</p><p>no INSS e aqueles que, embora não tenham sido objeto de CAT, deram origem ao</p><p>benefício por incapacidade de natureza acidentária. (MINISTÉRIO DA PREVIDÊN-</p><p>CIA SOCIAL, 2009).</p><p>M</p><p>ic</p><p>ro</p><p>so</p><p>ft</p><p>O</p><p>ffi</p><p>ce</p><p>(2</p><p>0-</p><p>-?</p><p>)</p><p>As informações que você verá aqui são do Sistema de Comunicação de Aciden-</p><p>tes do Trabalho, com base nas Comunicações de Acidentes do Trabalho – CATs,</p><p>cadastradas nas Agências da Previdência Social ou pela Internet, bem como do</p><p>Sistema Único de Benefícios – SUB, utilizado pelo INSS.</p><p>Você conhecerá alguns conceitos importantes que fazem parte do SUB. Esses</p><p>dados são de fontes oficiais do Ministério da Previdência Social (2009). Veja a se-</p><p>guir.</p><p>Ch</p><p>ris</p><p>tia</p><p>n</p><p>Fe</p><p>rr</p><p>ar</p><p>i (</p><p>20</p><p>--</p><p>?)</p><p>64 FundamenToS de Saúde e Segurança do Trabalho - Volume 1</p><p>a) Acidentes com CAT Registrada – correspondem ao número de acidentes</p><p>cuja Comunicação de Acidentes do Trabalho – CAT foi cadastrada no INSS.</p><p>Não é contabilizado o reinício de tratamento ou afastamento por agrava-</p><p>mento de lesão de acidente do trabalho ou doença do trabalho, já comuni-</p><p>cado anteriormente ao INSS.</p><p>b) Acidentes sem CAT Registrada – correspondem ao número de acidentes</p><p>cuja Comunicação de Acidentes Trabalho – CAT não foi cadastrada no INSS.</p><p>O acidente é identificado por meio de um dos possíveis nexos8. Nexo Téc-</p><p>nico Profissional/Trabalho, Nexo Técnico Epidemiológico Previdenciário –</p><p>NTEP ou Nexo Técnico por Doença Equiparada à Acidente de Trabalho. Esta</p><p>identificação é feita pela nova forma de concessão de benefícios acidentá-</p><p>rios.</p><p>c) Acidentes Típicos – são os acidentes decorrentes da característica da ativi-</p><p>dade profissional desempenhada pelo acidentado.</p><p>d) Acidentes de Trajeto – são os acidentes ocorridos no trajeto entre a residên-</p><p>cia e o local de trabalho do segurado e, vice-versa, num prazo determinado</p><p>de tempo.</p><p>e) Doença profissional ou do trabalho – são aquelas produzidas ou desenca-</p><p>deadas pelo exercício do trabalho peculiar a determinado ramo de atividade</p><p>constante do Anexo II do Regulamento da Previdência Social – RPS, aprova-</p><p>do pelo Decreto número 3.048, de 6 de maio de 1999; e por doença do tra-</p><p>balho, aquela adquirida ou desencadeada em função de condições especiais</p><p>em que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente, desde que</p><p>constante do anexo citado anteriormente.</p><p>As comunicações de acidente podem ser registradas de três maneiras.</p><p>D</p><p>'im</p><p>itr</p><p>e</p><p>Ca</p><p>m</p><p>ar</p><p>go</p><p>(2</p><p>01</p><p>1)</p><p>Figura 5 - Maneiras de registrar acidentes</p><p>8 NEXO</p><p>Ligação, vínculo, união,</p><p>conexão; coerência.</p><p>9 ANO CIVIL</p><p>Período de tempo</p><p>compreendido entre 1 de</p><p>janeiro e 31 de dezembro.</p><p>4 acidenTeS de Trabalho 65</p><p>Vamos saber mais sobre cada uma delas? Então, acompanhe!</p><p>Comunicação de Acidente de Trabalho - CAT é considerada inicial quando:</p><p>a) corresponder ao registro do evento acidente do trabalho, típico ou de traje-</p><p>to, ou doença profissional ou do trabalho.</p><p>Comunicação de Acidente de Trabalho - CAT é considerada reabertura quando:</p><p>a) Acidentes com CAT Registrada – correspondem ao número de acidentes</p><p>cuja Comunicação de Acidentes do Trabalho – CAT foi cadastrada no INSS.</p><p>Não é contabilizado o reinício de tratamento ou afastamento por agrava-</p><p>mento de lesão de acidente do trabalho ou doença do trabalho, já comuni-</p><p>cado anteriormente ao INSS. há correspondente ao reinício de tratamento</p><p>ou afastamento por agravamento de lesão de acidente do trabalho ou doen-</p><p>ça profissional ou do trabalho, já comunicado anteriormente ao INSS.</p><p>Comunicação de Acidente de Trabalho - CAT é considerada óbito quando:</p><p>a) correspondente ao falecimento decorrente de acidente ou doença profis-</p><p>sional ou do trabalho, ocorrido após a emissão da CAT inicial.</p><p>As CATs de reabertura e de comunicação de óbito vinculam-se, sempre, às</p><p>CATs iniciais, a fim de evitar-se a duplicação na captação das informações relati-</p><p>vas aos registros.</p><p>A maneira que o INSS contabiliza essas informações de registro de CATs leva</p><p>em consideração a data do acidente de trabalho. No caso de doença profissional</p><p>é considerada a data da incapacidade laborativa para suas atividades habituais ou</p><p>no dia em que foi realizado o diagnóstico do trabalhador.</p><p>Todos os dados de acidentes que não tem suas CATs registradas pelas orga-</p><p>nizações são obtidos pelo levantamento da diferença entre o conjunto de bene-</p><p>fícios acidentários concedidos pelo INSS com data de acidente no ano civil9 e o</p><p>conjunto de benefícios acidentários concedi-dos com CAT vinculada, referente</p><p>ao mesmo ano.</p><p>Sv</p><p>ile</p><p>n</p><p>M</p><p>ile</p><p>v</p><p>(2</p><p>0-</p><p>-?</p><p>)</p><p>66 FundamenToS de Saúde e Segurança do Trabalho - Volume 1</p><p>Para chegar nessa estatística, é necessário que o trabalhador informe anual-</p><p>mente o número de acidentes ocorridos em seu estabelecimento, o que é papel</p><p>da segurança do trabalho, mais especificamente dos Técnicos em Segurança do</p><p>Trabalho. Mas como saber esses dados?</p><p>É possível considerar diversos indicadores para medir o risco no trabalho. A</p><p>Organização Internacional do Trabalho (OIT) utiliza três indicadores para medir</p><p>e comparar a periculosidade entre diferentes setores de atividade econômica de</p><p>um país (ILO, 1971).</p><p>D</p><p>'Im</p><p>itr</p><p>e</p><p>Ca</p><p>m</p><p>ar</p><p>go</p><p>(2</p><p>01</p><p>1)</p><p>Figura 6 - Indicadores para medir e comparar a periculosidade</p><p>A NBR nº 14.280 (ABNT, 1999) sugere a construção dos seguintes indicadores:</p><p>taxas de frequência (total, com perda de tempo e sem perda de tempo de ativi-</p><p>dade), taxa de gravidade e medidas de avaliação da gravidade (número médio de</p><p>dias perdidos em consequência de incapacidade temporária total, número médio</p><p>de dias perdidos em consequência de incapacidade permanente e tempo médio</p><p>computado). Muitos estudos, elaborados por especialistas, sugerem a adoção de</p><p>um indicador que permita avaliar o custo social dos acidentes do trabalho.</p><p>Entre todos os indicadores sugeridos, é possível destacar três que foram consi-</p><p>derados bases para o estudo: os índices de frequência, gravidade e custo.</p><p>Como devem ser calculados esses índices? Essa é uma boa pergunta e você</p><p>verá os conceitos e os cálculos dos índices a seguir.</p><p>Taxa de frequência (if)</p><p>Este indicador mede a quantidade de acidentes que geraram benefício, para</p><p>cada 1.000.000 de homens-horas trabalhada, podendo ser escrito como a seguin-</p><p>te fórmula. Acompanhe!</p><p>4 acidenTeS de Trabalho 67</p><p>If =</p><p>No total de acidentes de trabalho</p><p>que geraram benefício</p><p>* 1.000.000</p><p>HHT</p><p>HHT é a quantidade de homens-horas trabalhada. Esse cálculo é realizado por</p><p>meio da somatória das horas de trabalho de cada trabalhador exposto ao risco de</p><p>acidentes de trabalho.</p><p>A quantidade de trabalhadores se remete ao número de pessoas registradas</p><p>na organização durante aquela determinada competência fiscal. Para o nume-</p><p>rador desse índice, serão contemplados somente os acidentes de trabalho</p><p>que</p><p>geraram benefícios pagos pela previdência social a fim de não penalizar as orga-</p><p>nizações que informam seus números corretamente.</p><p>Ficou mais claro agora? Então, saiba mais sobre a taxa de gravidade.</p><p>Taxa de gravidade</p><p>Essa taxa indica a potencialidade de cada um dos acidentes registrados, a par-</p><p>tir do período real de afastamento do trabalhador, determinando, assim, a perda</p><p>laborativa devido à incapacidade para o trabalho.</p><p>Tg=</p><p>No total de dias perdidos</p><p>* 1.000</p><p>HHT</p><p>Segundo a Organização Internacional do Trabalho - OIT, esse indicador deve</p><p>ser multiplicado por 1.000. A NBR 14.280/99 recomenda a multiplicação por</p><p>1.000.000. A sugestão da OIT foi adotada pela metodologia.</p><p>É prudente considerar, no numerador, todos os dias perdidos e todos os aci-</p><p>dentes ocorridos no ano fiscal, contemplando inclusive os afastamentos inferio-</p><p>res a 15 dias e quanto tempo ficou afastado de suas atividades laborativas.</p><p>Lembre-se de incluir nesse cálculo os dias perdidos por motivo de óbito e to-</p><p>das as causas de incapacidade.</p><p>No caso de incapacidade permanente, deve-se calcular o número de dias per-</p><p>didos seguindo norma especificada previamente.</p><p>68 FundamenToS de Saúde e Segurança do Trabalho - Volume 1</p><p>Tomando como base de estudos a 6ª Conferência Internacional de Estatísticas</p><p>do Trabalho, em 1947, todos os acidente que resultassem em óbito ou em inca-</p><p>pacidade total ou permanente para o trabalho, deveriam ser computados como</p><p>7.500 dias de trabalho perdidos. Entretanto, o cálculo desse índice não seria feito</p><p>uniformemente. Assim, cada país valida um fator para cálculo dos dias perdidos.</p><p>Dessa forma, a 10ª Conferência Internacional de Estatísticas do Trabalho determi-</p><p>nou que futuras pesquisas deveriam ser elaboradas a fim de fixar um parâmetro</p><p>para uso internacional. (ILO, 1971).</p><p>VOCÊ</p><p>SABIA?</p><p>No território brasileiro, mais de 40 mil pessoas perdem</p><p>a vida anualmente em acidentes de trabalho. Porém,</p><p>acredita-se que esses números são maiores, pois as esta-</p><p>tísticas são falhas.</p><p>M</p><p>ic</p><p>ro</p><p>so</p><p>ft</p><p>O</p><p>ffi</p><p>ce</p><p>(2</p><p>0-</p><p>-?</p><p>)</p><p>Muitos desses acidentes não são registrados por vários motivos. Um deles é o</p><p>descaso de algumas instituições. Outra causa dessa falha nas estatísticas é a falta</p><p>de conhecimento dos trabalhadores em seus direitos e de preenchimentos erra-</p><p>dos nas documentações encaminhadas ao Ministério do Trabalho.</p><p>Agora, vamos compreender o que são as estatísticas relacionadas a acidentes</p><p>de trabalho, fornecidas pelo Ministério do Trabalho anualmente. Essas estatísticas</p><p>se baseiam nas comunicações de acidente que são encaminhadas anualmente</p><p>pelas empresas.</p><p>O “acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da</p><p>empresa, ou pelo exercício do trabalho do segurado especial, provocando lesão</p><p>corporal ou perturbação funcional, de caráter temporário ou permanente”. (BRA-</p><p>SIL, 1991).</p><p>4 acidenTeS de Trabalho 69</p><p>Todo acidente pode levar a um afastamento temporário, parcial ou total, pois</p><p>além de ocorrer perdas e redução na capacidade produtiva, também pode provo-</p><p>car a morte do trabalhador.</p><p>Os acidentes de trabalho podem ser considerados como:</p><p>a) de trajeto: ocorrido entre a residência do trabalhador e o seu local de traba-</p><p>lho;</p><p>b) doenças profissionais: produzidas ou desencadeadas pelo exercício da ca-</p><p>pacidade laborativa e pelas características da atividade executada;</p><p>c) doenças do trabalho: são adquiridas ou desencadeadas em função da forma</p><p>e das condições em que o trabalho é realizado e com ele se relaciona dire-</p><p>tamente.</p><p>Co</p><p>m</p><p>st</p><p>oc</p><p>k</p><p>Im</p><p>ag</p><p>es</p><p>(2</p><p>0-</p><p>-?</p><p>)</p><p>A doença deve constar na relação de que trata o Anexo II, do Regulamento da</p><p>Previdência Social, aprovado pelo Decreto número 3.048, de 6/5/1999. Em caso</p><p>excepcional, constatando-se que a doença não está inclusa na relação constante</p><p>do Anexo II e que resultou de condições especiais em que o trabalho foi execu-</p><p>tado e com ele se relaciona diretamente, a Previdência Social deve equipará-la a</p><p>acidente de trabalho.</p><p>Cabe ressaltar que, segundo o artigo 21, da Lei 8.213/91, as situações equipa-</p><p>radas mencionadas, que você conhecerá a seguir, devem ser enquadradas como</p><p>acidentes de trabalho.</p><p>a) Aquela que ocorreu em função do trabalho, mesmo que não tenha sido a</p><p>única causa, mas que tenha contribuído diretamente para a morte, perda ou</p><p>redução da sua capacidade para o trabalho ou que tenha produzido lesão</p><p>que exija atenção médica para a sua recuperação do trabalhador.</p><p>70 FundamenToS de Saúde e Segurança do Trabalho - Volume 1</p><p>b) Aquela sofrida pelo trabalhador no local e horário do trabalho, em</p><p>consequência de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado por outrem.</p><p>Ofensa física intencional, por disputa relacionada ao trabalho, atos de impru-</p><p>dência, de negligência ou de imperícia de terceiros, desabamento, inunda-</p><p>ção, incêndio entre outros decorrentes de força maior.</p><p>c) Aquela decorrente de contaminação acidental no exercício de sua atividade</p><p>profissional. Exemplo: contaminação por radiação.</p><p>d) Aquela sofrida fora do local de trabalho, mas no exercício de sua atividade</p><p>profissional sob a autoridade da empresa, inclusive quando for para qualifi-</p><p>cação da mão de obra. Exemplo: viagem a serviço da empresa.</p><p>e) Aquela que ocorrer quando da prestação de um serviço espontâneo à em-</p><p>presa, visando evitar prejuízo ou proporcionar proveito. Exemplo: participa-</p><p>ção de feiras ou trabalho voluntário em nome da empresa.</p><p>f) Aquelas que ocorrem nos horários e locais de trabalho destinados às refei-</p><p>ções, descanso ou satisfação das necessidades fisiológicas.</p><p>Por outro lado, não são consideradas como doença do trabalho as doenças de-</p><p>generativas, as inerentes a um grupo etário10, as que não produzem incapacidade</p><p>laborativa, as doenças endêmicas11, exceto se for comprovado que esta resultou</p><p>da exposição ou do contato direto determinado pela natureza do trabalho.</p><p>H</p><p>em</p><p>er</p><p>a</p><p>(2</p><p>0-</p><p>-?</p><p>)</p><p>Portanto, atenção! Diante da variedade de situações em que os acidentes po-</p><p>dem se manifestar, cabe ao técnico de segurança do trabalho monitorar esses</p><p>dados e apresentá-los aos representantes legais da empresa. As estatísticas são</p><p>a melhor fonte de informação para traçar planos e metas prevencionistas ou cor-</p><p>retivas.</p><p>10 ETÁRIO</p><p>Que diz respeito à idade.</p><p>11 ENDÊMICAS</p><p>Próprio a uma região ou</p><p>população.</p><p>4 acidenTeS de Trabalho 71</p><p>A estatística utiliza-se das probabilidades para explicar a frequência da ocor-</p><p>rência de eventos, tanto em estudos observacionais quanto em modulares à</p><p>aleatoriedade e à incerteza de forma a estimar ou possibilitar a previsão de fe-</p><p>nômenos futuros, conforme o caso. Ou seja, a estatística utiliza-se das teorias pro-</p><p>babilísticas para explicar a frequência de fenômenos e para possibilitar a previsão</p><p>desses fenômenos no futuro.</p><p>Neste caso, levaremos em conta somente as estatísticas relacionadas a aci-</p><p>dentes de trabalho relatados pelas empresas, bem como os números relatados</p><p>anualmente pelos órgãos públicos. As informações relacionadas a estatísticas de</p><p>acidentes de trabalho, no Brasil, são anunciadas anualmente pelo Ministério do</p><p>Trabalho por meio de um relatório explicativo disponível no site.</p><p>SAIBA</p><p>MAIS</p><p>Que tal saber mais sobre o assunto? Acesse o site do Minis-</p><p>tério do Trabalho. Disponível em: <http://www.mte.gov.br/></p><p>e conheça outros dados e estatísticas sobre acidentes de</p><p>trabalho.</p><p>Muitos acidentes ocorrem em função de atos e condições inseguras. Acompa-</p><p>nhe para saber mais!</p><p>O ato inseguro pode ser caracterizado como uma decisão, escolha ou opção</p><p>que nem sempre termina em um acidente de trabalho, mas contribui muito com</p><p>a incidência de “possíveis acidentes”. Fato esse que acaba sendo danoso para um</p><p>sistema de segurança e saúde do trabalho, pois pode gerar acidentes.</p><p>Certamente, é muito mais fácil atribuir a culpa de um acidente ao trabalhador,</p><p>pois algumas instituições não procedem com a correta investigação de seus aci-</p><p>dentes. Embora a culpa não seja a palavra mais adequada, os acidentes ocorrem</p><p>em função das atitudes do acidentado. Mas o certo</p><p>é que elas são muito mais</p><p>raras do que as estatísticas apresentam.</p><p>O acidente de trabalho é o ponto principal desse estudo e, portanto, é preciso</p><p>entender uma série de conceitos.</p><p>O primeiro deles diz respeito à atitude de cometer o ato. A maior das questões</p><p>a ser respondida é: no momento do acidente, quando estava realizando o ato, o</p><p>trabalhador poderia ter feito isso de outra maneira?</p><p>A maioria das respostas, com certeza, seria não, pois todos sabem que em um</p><p>mundo globalizado, a grande preocupação das instituições é com a produtivida-</p><p>de e os resultados.</p><p>72 FundamenToS de Saúde e Segurança do Trabalho - Volume 1</p><p>M</p><p>ic</p><p>ro</p><p>so</p><p>ft</p><p>O</p><p>ffi</p><p>ce</p><p>(2</p><p>0-</p><p>-?</p><p>)</p><p>Muitos dos processos das empresas estão errados e extremamente perigosos.</p><p>Ainda se pensa que investir em equipamentos de proteção individuais e coletivos</p><p>é um grande gasto.</p><p>Embora grandes empresas invistam em um sistema de gerenciamento de se-</p><p>gurança do trabalho visando à qualidade em seus processos, os setores de segu-</p><p>rança do trabalho continuam atuando com equipamentos sucateados e antigos.</p><p>Fr</p><p>an</p><p>k</p><p>Sø</p><p>re</p><p>ns</p><p>en</p><p>(2</p><p>0-</p><p>-?</p><p>)</p><p>Nesse sentido, é importante pensar que o ato inseguro deveria ser uma esco-</p><p>lha, e não uma decisão. As instituições deveriam proporcionar tal decisão aos tra-</p><p>balhadores, para que o ato fosse exclusivamente do trabalhador, somente assim,</p><p>poderia ser chamado de ato e não de única opção.</p><p>4 acidenTeS de Trabalho 73</p><p>As instituições poderiam investir mais em treinamentos e equipamentos para</p><p>que esses atos não ocorressem mais. E os trabalhadores poderiam ter mais aten-</p><p>ção ao invés de fazer sempre o que é mais fácil, valorizando o setor de segurança</p><p>do trabalho que sempre agiu para apontar o caminho certo para todos.</p><p>St</p><p>oc</p><p>kb</p><p>yt</p><p>e</p><p>(2</p><p>0-</p><p>-?</p><p>)</p><p>O setor de segurança do trabalho deveria passar por uma revisão de conceitos</p><p>e métodos de atuação. Se a essa área, cabe apontar os caminhos que levam à</p><p>prevenção só se estará próximo a estes quando se souber o porquê dos aciden-</p><p>tes. A mudança de cultura pode ser dolorosa, mas os resultados serão muito mais</p><p>seguros.</p><p>As condições inseguras, nos locais de trabalho, são aquelas que comprome-</p><p>tem a segurança do trabalhador nas empresas. Estão sempre ligadas à falta de</p><p>infraestrutura e condições de trabalho. São as falhas, os defeitos, as irregularida-</p><p>des técnicas e a carência de dispositivos de segurança, que colocam em risco a</p><p>integridade física e mental dos trabalhadores.</p><p>É conveniente dizer que isso não deve ser confundido com o risco de cada</p><p>atividade, pois todas as atividades têm seus riscos inerentes. Como, por exemplo,</p><p>um eletricista que trabalha em alta tensão, todos os dias o risco em se ferir ou</p><p>sofrer um acidente de trabalho é iminente. Entretanto, isso não quer dizer que a</p><p>empresa não se preocupa com a segurança, significa que essa profissão é consi-</p><p>derada de risco.</p><p>74 FundamenToS de Saúde e Segurança do Trabalho - Volume 1</p><p>iS</p><p>to</p><p>ck</p><p>ph</p><p>ot</p><p>o</p><p>(2</p><p>0-</p><p>-?</p><p>)</p><p>A seguir, você conhecerá alguns exemplos de condições consideradas insegu-</p><p>ras. Vamos lá!</p><p>a) Falta de proteção em máquinas e equipamentos.</p><p>b) Deficiência de maquinário e ferramental.</p><p>c) Passagens perigosas.</p><p>d) Instalações elétricas inadequadas ou defeituosas.</p><p>e) Falta de equipamento de proteção individual.</p><p>f) Nível de ruído elevado.</p><p>g) Proteções inadequadas ou defeituosas.</p><p>h) Má arrumação, falta de limpeza.</p><p>i) Defeitos nas edificações.</p><p>j) Iluminação inadequada.</p><p>k) Piso danificado.</p><p>l) Risco de fogo ou explosão.</p><p>O principal responsável para que os acidentes e doenças ocorram é o próprio</p><p>ser humano, sendo esse o fator mais importante do levantamento.</p><p>Sem ter conhecimento dos fatores humanos envolvidos no sistema que se de-</p><p>seja blindar contra acidentes e doenças ocupacionais e, sem que o fator compor-</p><p>tamental de disciplina, respeito, autoridade e responsabilidade, sejam levados</p><p>em conta, não é possível chegar a resultados considerados, ao menos, aceitáveis.</p><p>4 acidenTeS de Trabalho 75</p><p>Portanto, para iniciar o trabalho, é importante conhecer a cultura da organiza-</p><p>ção em que se está inserido ou na qual se deseja trabalhar. Para isso, é preciso ter</p><p>em mente o que as pessoas pensam sobre segurança do trabalho, pois há assun-</p><p>tos que são da segurança. E a segurança, geralmente, é de responsabilidade dos</p><p>gestores do setor ou dos técnicos em segurança do trabalho.</p><p>Mas o que fazer para obter informações sobre a segurança da empresa? Entre</p><p>em contato com os trabalhadores que estão na instituição por mais tempo, pois</p><p>eles detêm informações sobre o histórico da empresa. É comum ouvir desses tra-</p><p>balhadores a seguinte frase: “aqui sempre foi assim, eu nunca me acidentei, isso é</p><p>problema da segurança do trabalho, já estou cansado de falar e ninguém escutar...”.</p><p>Saiba que isso, de alguma forma, tem a ver com a cultura da instituição e cabe a</p><p>você identificar o que realmente é válido e descartar o que for especulação.</p><p>O diagnóstico com os fatores materiais e comportamentais serão subsídios</p><p>para a formação de um trabalho que realmente traga um resultado de sucesso</p><p>ao programa.</p><p>Em se tratando da segurança do trabalho, o planejamento sempre é o melhor</p><p>aliado. É importante sempre planejar todos os passos com muita cautela e sabe-</p><p>doria para que não haja falhas.</p><p>Você sabe quais os fatores pessoais envolvidos nos acidentes de trabalho? Os</p><p>fatores pessoais são as condições em que o indivíduo se encontrava, no momen-</p><p>to do acidente de trabalho, se estava cansado, triste, sob efeito de entorpecentes</p><p>ou álcool, sob pressão intensa, descontente com a sua atividade ou até mesmo</p><p>feliz e radiante. Nesses casos, o próprio trabalhador se torna um risco, pois deixa</p><p>de trabalhar com segurança e liga o chamado “piloto automático”, que limita suas</p><p>ações e realmente pode ser perigoso.</p><p>M</p><p>ic</p><p>ro</p><p>so</p><p>ft</p><p>O</p><p>ffi</p><p>ce</p><p>(2</p><p>0-</p><p>-?</p><p>)</p><p>76 FundamenToS de Saúde e Segurança do Trabalho - Volume 1</p><p>O fator pessoal de insegurança é qualquer característica, deficiência ou altera-</p><p>ção mental, psíquica, física - acidental ou permanente - que permite o ato inse-</p><p>guro. São problemas com visão, audição deficiente, fadiga, intoxicação, descuido,</p><p>desatenção, problemas particulares e, desconhecimento das normas e regras de</p><p>segurança.</p><p>Pesquisas tentam separar algum traço de personalidade que possa diferenciar</p><p>os trabalhadores, como mapear grupos de pessoas, as que têm tendência a co-</p><p>meter acidentes e as que não têm essa tendência.</p><p>Alguns traços comportamentais podem ser associados a pessoas que podem</p><p>causar um acidente a qualquer momento, como, por exemplo, instabilidade emo-</p><p>cional ou pouca resistência à frustração. Esses traços, agrupados com o excesso</p><p>de jornada de trabalho, são uma carga explosiva, principalmente em se tratando</p><p>de atividades de risco.</p><p>Outro traço muito estudado é a falta de habilidade motora e concentração,</p><p>mas somente em atividades que as exigirem. Quando habilidades perspectivas</p><p>são equivalentes às habilidades motoras, o trabalhador é, geralmente, mais se-</p><p>guro. Porém, se aumentar o nível perceptivo e manter as habilidades motoras, o</p><p>trabalhador pode ser um risco e causar um acidente de trabalho.</p><p>Conheça outros traços de personalidade que podem distinguir trabalhadores</p><p>predestinados a se acidentarem no trabalho.</p><p>a) Características pessoais: personalidade, inteligência, motivação, habilidades</p><p>sensoriais, habilidades motoras, experiências, treinamento adequado, moti-</p><p>vação e destreza.</p><p>b) Predisposições e tendência de comportamentos: atitudes e hábitos não-de-</p><p>sejáveis, falta de habilidades específicas, tendência a assumir riscos, desleixo</p><p>com as atividades, falta de interesse, resistência a mudanças ou mudança de</p><p>processos.</p><p>c) Tipos de comportamentos específicos: falta de atenção, esquecimento, des-</p><p>contração, dificuldades de obedecer regras e procedimentos, desempenho</p><p>inadequado, excessiva exposição a riscos, excesso de liberdade e falta de</p><p>supervisão.</p><p>Criar uma consciência prevencionista significa trabalhar diariamente para uma</p><p>mudança de comportamento</p><p>de todos os trabalhadores – operadores, coordena-</p><p>dores e gestores. Para que a política funcione, é preciso que todos mudem seus</p><p>comportamentos. Quer saber como mudar e transformar uma empresa? Então</p><p>acompanhe as dicas.</p><p>d) Treinamento: incorporar as medidas de prevenção em processos de apren-</p><p>dizagem. Trabalhadores e gestores devem ser treinados e conscientizados</p><p>4 acidenTeS de Trabalho 77</p><p>de que o processo somente será válido se todos participarem e derem seu</p><p>melhor. Os gestores de pessoas devem ser multiplicadores do novo proces-</p><p>so de trabalho.</p><p>e) Desenvolvimento de novos equipamentos (engenharia/manutenção): de-</p><p>senvolver equipamentos que possam auxiliar o trabalhador em seu proces-</p><p>so de trabalho, instalando sensores e dispositivos capazes de minimizar os</p><p>riscos na atividade laboral, desenhar novos processos de trabalho, mais vol-</p><p>tados a minimizar os esforços físicos e a fadiga dos operadores.</p><p>f) Mapeamento de riscos ambientais: localizar áreas de riscos de acidentes e</p><p>doenças do trabalho, providências para eliminação ou controle destes ris-</p><p>cos, adotar o sistema de inspeções periódicas, relatórios frequentes e a aten-</p><p>ção da alta administração, são obrigatórios.</p><p>g) Proteção para os trabalhadores: incorporar no orçamento da empresa uma</p><p>verba anual para a compra de equipamentos de proteção individual e coleti-</p><p>vo, como: sapatos de segurança, protetores auriculares e cintos de seguran-</p><p>ça para minimizar os riscos das atividades. É preciso citar também as prote-</p><p>ções coletivas, como: corrimão nas escadas, fita antiderrapante nos degraus</p><p>descobertos e sinalização de segurança em todos os setores da empresa.</p><p>Criação de um manual de regras e boas práticas: elaboração e distribuição de</p><p>um manual de regras, que deve ser distribuído a todos os novos trabalhadores da</p><p>instituição, onde constem todas as regras a serem cumpridas em todas as suas</p><p>atividades. Todos os trabalhadores antigos da instituição devem ser treinados</p><p>nesses novos procedimentos e regras. A instituição deve recolher as listas de par-</p><p>ticipantes nesses treinamentos e guardar como prova legal de que todos os tra-</p><p>balhadores estão cientes das novas regras.</p><p>M</p><p>ic</p><p>ro</p><p>so</p><p>ft</p><p>O</p><p>ffi</p><p>ce</p><p>(2</p><p>0-</p><p>-?</p><p>)</p><p>78 FundamenToS de Saúde e Segurança do Trabalho - Volume 1</p><p>Um acidente de trabalho pode custar muito para uma organização. Muitas or-</p><p>ganizações nunca pararam para pensar nos custos decorrentes de um acidente</p><p>de trabalho, que vão além das custas com medicamentos e tratamentos. Essas</p><p>empresas, certamente, não conhecem a real extensão desses custos e diariamen-</p><p>te os assumem como se fizessem parte do processo de trabalho.</p><p>Um acidente não tem nada de normal, não faz parte de nenhum processo pro-</p><p>dutivo e pode e deve ser evitado a qualquer preço. Ao analisar cada acidente, é</p><p>possível perceber que isso impacta diretamente na falta de produtividade e na</p><p>qualidade dos processos produtivos, visto que, a organização perde em mão de</p><p>obra qualificada, em tempo de máquina parada e na imagem da empresa frente</p><p>à sociedade. Se uma organização foca seu produto para o público internacional,</p><p>esta pode ser substituída como fornecedora, se não puder garantir a integridade</p><p>de seus trabalhadores.</p><p>Se você imaginar os custos com acidentes, como a ponta de um iceberg, ime-</p><p>diatamente conseguirá avistar somente a ponta do problema. A grande parte do</p><p>seu corpo está submersa e não se consegue enxergar.</p><p>Por essa razão, algumas instituições não conseguem ver no que estão se me-</p><p>tendo. Quanto maior o acidente, mais profundo será o seu problema.</p><p>Geralmente, um acidente ocorre quando um indivíduo ou equipamento entra</p><p>em contato com uma fonte de energia ou substância química que está acima dos</p><p>limites de tolerância. Um exemplo simples é o corpo humano, que ao entrar em</p><p>contato com uma fonte geradora de calor (fogo) se incendeia, pois não resiste à</p><p>energia térmica das chamas. Essa visão do acidente é micro e analisa exatamente</p><p>as partes envolvidas, no ponto de contato e no exato momento do contato.</p><p>Agora, o convite é para prosseguir com essa investigação e descobrir exata-</p><p>mente porque esse contato ocorreu. Imaginando as perdas no processo de pro-</p><p>dução, é possível ter perdas de matéria-prima ou produto acabado. Em termos de</p><p>propriedade, incêndios ou explosões, e por último, em relação ao meio ambiente,</p><p>contaminação de solo, água ou ar.</p><p>Ch</p><p>ris</p><p>ta</p><p>R</p><p>ic</p><p>he</p><p>rt</p><p>(2</p><p>0-</p><p>-?</p><p>)</p><p>4 acidenTeS de Trabalho 79</p><p>Tem-se aqui uma quebra de paradigma, sendo que a maioria das organizações</p><p>assume apenas lesões humanas como sendo acidentes de trabalho, ou seja, o es-</p><p>tudo da “vitimologia”. Sabe-se que isso não é verdade, acidentes são eventos que</p><p>causam perdas para a organização, entre elas, as lesões humanas.</p><p>Saiba que em um acidente de trabalho quando a vítima se sentir lesada, po-</p><p>derá se manifestar judicialmente contra seu empregador. Assim, a organização</p><p>assume mais um custo, se derrotada em juízo, terá que ressarcir seu trabalhador</p><p>e haverá mais um prejuízo.</p><p>Do mesmo modo, eventos que não resultam em lesão humana, mas causam</p><p>perdas em processo, produto ou meio ambiente, também são considerados aci-</p><p>dentes, pois causam uma perda para a organização.</p><p>Infelizmente, para todos nós, no Brasil, atualmente não se tem a cultura de</p><p>realizar uma investigação de acidentes completa, indicando as perdas materiais</p><p>geradas. Certamente, esses acidentes são uma fonte de perdas incalculáveis para</p><p>as organizações. Todos os acidentes causam perdas, assim, é possível dizer que</p><p>elas podem ser divididas em quatro categorias, levando em consideração suas</p><p>gravidades. Veja!</p><p>W</p><p>al</p><p>es</p><p>ka</p><p>R</p><p>us</p><p>ch</p><p>el</p><p>(2</p><p>01</p><p>1)</p><p>Figura 7 - Categorias de perdas</p><p>A principal razão para a realização de uma investigação de acidente ou inci-</p><p>dente é aprender com os erros e evitar que estes ocorram novamente. Garantir</p><p>que essa organização não sofra mais com essa falha, seja humana ou por conta de</p><p>falhas no processo de trabalho.</p><p>O objetivo é descobrir o que realmente ocorreu e por quê. Não se deve pro-</p><p>curar o culpado do acidente, pois essa ação atrapalha o cumprimento do objetivo</p><p>principal que é descobrir onde está o erro. Quando a organização procura um</p><p>culpado, e encontra um, começa a criar uma cultura de repulsão das pessoas, por-</p><p>que alguns profissionais começam a ser vistos como a “polícia” da empresa. Tal</p><p>fato é o início do descontrole cultural da organização e, novamente, estamos nos</p><p>distanciando de nossos objetivos.</p><p>80 FundamenToS de Saúde e Segurança do Trabalho - Volume 1</p><p>Uma investigação de acidentes e incidentes auxilia uma organização para:</p><p>a) aprender com os erros;</p><p>b) melhorar o sistema de gerenciamento de segurança do trabalho;</p><p>c) melhorar o controle dos riscos;</p><p>d) reduzir a probabilidade de recorrência e ajudar a prevenir acidentes e inci-</p><p>dentes similares com a mesma gravidade;</p><p>e) fundamentar um histórico dos acidentes, seus perigos e riscos;</p><p>f) prover informações para reforçar a cultura de segurança do trabalho e meio</p><p>ambiente.</p><p>Os propósitos de uma investigação de acidentes e incidentes são:</p><p>a) identificar as causas, por atos e condições que fujam dos procedimentos</p><p>normais de atuação, (geralmente, existem ambas em um acidente);</p><p>b) identificar falhas básicas no sistema de gerenciamento de segurança do tra-</p><p>balho;</p><p>c) prevenir que os acidentes ou incidentes ocorram novamente;</p><p>d) reportar o acidente, suas causas e ações corretivas internamente e externa-</p><p>mente, quando necessário.</p><p>As investigações:</p><p>a) determinam o que ocorreu: reúnem e analisam as evidências e chegam a</p><p>uma declaração exata do que aconteceu;</p><p>b) avaliam os riscos: das investigações provêm a base para estudo da proba-</p><p>bilidade de recorrência, levando em conta o potencial para perdas maiores.</p><p>Servem como base para decidir a profundidade e escopo das investigações;</p><p>c) desenvolvem medidas necessárias de controle: capacitam controles efeti-</p><p>vos para minimização ou eliminação das causas;</p><p>d) demonstram comprometimento: da organização e seu compromisso em al-</p><p>cançar boas</p><p>práticas de segurança do trabalho e meio ambiente.</p><p>É de total responsabilidade das organizações a investigação dos acidentes e</p><p>incidentes ocorridos em suas dependências ou a serviço destas. Para isso, a or-</p><p>ganização deve criar critérios que a auxiliem a determinar quais destes serão in-</p><p>vestigados mais criteriosamente. Os acidentes e incidentes significativos, onde</p><p>existem sérias lesões, doenças ocupacionais, tanto quanto aqueles incidentes</p><p>que tem o potencial de gerar grandes acidentes e perdas consideráveis para a</p><p>organização devem ser investigados com maior rigor.</p><p>4 acidenTeS de Trabalho 81</p><p>Agora, você conhecerá exemplos de acidentes e incidentes que devem ser for-</p><p>malmente investigados. Siga atento!</p><p>a) Acidentes que resultem em morte.</p><p>b) Acidentes que resultem em lesões significantes (permanentes).</p><p>c) Casos graves de doença ocupacional, oriunda de exposição a agentes peri-</p><p>gosos no trabalho.</p><p>d) Acidentes que resultem em danos significantes para a propriedade ou equi-</p><p>pamento, como: grandes incêndios, explosões e falhas de equipamentos.</p><p>e) Acidentes que resultem em danos leves, mas com alto potencial de perda</p><p>para o homem, propriedade e processos.</p><p>f) Incidentes com alto potencial de gerar grandes acidentes.</p><p>g) Qualquer acidente e incidente que resulte em processos externos de órgãos</p><p>governamentais.</p><p>Conheça os passos básicos de uma investigação de acidentes.</p><p>1º Passo: assumir o controle da situação.</p><p>a) Iniciar as primeiras ações imediatas.</p><p>b) Reconstituir o evento.</p><p>c) Descrever inicialmente o acidente.</p><p>2º Passo: convocar os responsáveis pela investigação (SESMT, CIPA e represen-</p><p>tantes da organização).</p><p>a) Desenvolver um plano de ação.</p><p>3º Passo: reunir evidências e informações.</p><p>a) Observar e inspecionar o local e as evidências.</p><p>b) Entrevistar testemunhas e envolvidos.</p><p>c) Documentar formalmente, utilizando um relatório de investigação padrão</p><p>que deverá ser usado para todos os casos.</p><p>d) Rever as evidências.</p><p>e) Comparar as respostas obtidas.</p><p>82 FundamenToS de Saúde e Segurança do Trabalho - Volume 1</p><p>4º Passo: determinar e analisar as possíveis causas.</p><p>a) Modelo causal de perdas.</p><p>b) Árvore de causas.</p><p>c) Modelo de causas e efeitos.</p><p>5º Passo: determinar as ações corretivas.</p><p>a) Desenvolver um plano de ação.</p><p>b) Determinar responsáveis e prazos.</p><p>6º Passo: reportar o acidente aos órgãos competentes e à organização.</p><p>7º Passo: cumprir as ações corretivas e cobrar envolvidos.</p><p>Como você pôde perceber, uma investigação de acidentes e incidentes é uma</p><p>importante ferramenta para que a organização possa entender o que está ocor-</p><p>rendo em seu processo produtivo. É como determinar o futuro de suas atividades.</p><p>Cada vez que se deixa de realizar uma investigação, abre-se uma brecha em rela-</p><p>ção às defesas, deixando o inimigo avançar.</p><p>Vale ressaltar aqui que essas ferramentas de análise serão estudadas detalha-</p><p>damente no módulo específico I na unidade curricular de Saúde e Segurança do</p><p>Trabalho.</p><p>iS</p><p>to</p><p>ck</p><p>ph</p><p>ot</p><p>o</p><p>(2</p><p>0-</p><p>-?</p><p>)</p><p>Para administrar melhor seu sistema de Segurança e Saúde do Trabalho, con-</p><p>fira algumas dicas.</p><p>4 acidenTeS de Trabalho 83</p><p>a) As organizações devem desenvolver sistemas de investigação de acidentes</p><p>e incidentes compatíveis com seus riscos.</p><p>b) Todos os participantes das investigações devem ter conhecimento, compe-</p><p>tência e habilidades específicas para conduzir esta atividade.</p><p>c) As organizações devem definir qual método utilizarão para conduzir e de-</p><p>terminar as causas dos acidentes, todos os participantes devem conhecer</p><p>claramente o método utilizado.</p><p>d) Deve ser feito um acompanhamento rigoroso para a implantação das ações</p><p>corretivas e preventivas. Todas as ações devem ter responsáveis e prazos</p><p>para a implantação devem ser definidos.</p><p>e) A eficiência das ações deve ser avaliada.</p><p>Quantas dicas importantes para uma empresa administrar melhor o sistema</p><p>de segurança e saúde do trabalho! Nesta sessão, você viu que um acidente de</p><p>trabalho, além de causar transtornos para o trabalhador e sua família, pode custar</p><p>muito para uma organização. Conheceu também as estatísticas relacionadas a</p><p>acidentes de trabalho, índices de frequência, gravidade e incidência. O próximo</p><p>passo será o estudo dos custos dos acidentes de trabalho. Até lá!</p><p>4.7 cuSToS</p><p>Embora o cálculo dos custos de acidentes de trabalho não seja uma tarefa difí-</p><p>cil, é uma atividade trabalhosa. Para entender rapidamente o conceito, cada caso</p><p>pode envolver inúmeras (para não dizer dezenas) de variáveis. De modo genérico,</p><p>pode-se conceituar o custo de um acidente de trabalho como a somatória dos</p><p>custos diretos e indiretos.</p><p>G</p><p>S</p><p>ch</p><p>ou</p><p>te</p><p>n</p><p>de</p><p>Je</p><p>l (</p><p>20</p><p>--</p><p>?)</p><p>84 FundamenToS de Saúde e Segurança do Trabalho - Volume 1</p><p>Entende-se como custo direto, o gasto mensal com o seguro de acidentes do</p><p>trabalho e que, de forma alguma, está relacionado com o acidente. O cálculo do</p><p>valor da contribuição é baseado na associação ou enquadramento da empresa</p><p>em um nível de risco de acidentes de trabalho.</p><p>O percentual da contribuição é calculado a partir da folha de pagamento (sa-</p><p>lários da empresa), que é liquidada junto com as outras contribuições que o INSS</p><p>arrecada. Pode se enquadrada em um dos três níveis: 1% para empresas de baixo</p><p>risco ou risco de acidentes leves; 2% para empresas que apresentem nível de risco</p><p>médio e até 3% para uma empresa que apresente riscos graves de acidentes de</p><p>trabalho.</p><p>Um custo indireto não significa que há perda de dinheiro. Esta contribuição</p><p>pode ser implícita ou mesmo imperceptível a um técnico menos experiente. Está</p><p>relacionada, principalmente, ao ambiente onde o acidentado está inserido e com</p><p>as consequências do acidente. Entenda melhor por meio de alguns exemplos. Ao</p><p>trabalhador, deve ser pago o salário normal, proporcional ao dia da ocorrência, e</p><p>aos 15 primeiros dias do afastamento, sem ter a produção esperada, devido à au-</p><p>sência do trabalhador e, multas contratuais, caso a empresa não consiga cumprir</p><p>os prazos solicitados.</p><p>Já deve ter acontecido com você ou com algum conhecido que, ao renovar o</p><p>seguro do automóvel ou da casa, se houve algum incidente no último período, há</p><p>uma perda da classe de bônus. Ou seja, na hora de renovar o seguro da empresa,</p><p>há esta perda também.</p><p>Se houve mais de um acidentado, o salário dos demais também está envolvi-</p><p>do, aumentando consideravelmente o montante de indenizações e baixando a</p><p>produtividade na empresa.</p><p>Caso houver um acidente que danificou um equipamento, haverá custos tam-</p><p>bém para manutenção ou até substituição das peças e do maquinário danificado,</p><p>que deve ser contabilizado.</p><p>Assumindo que a produção do trabalhador acidentado foi comprometida, de-</p><p>ve-se considerar se houve danos ao produto, com o processo de fabricação deste,</p><p>sendo necessário calcular no custo indireto.</p><p>Para contratar, treinar e adequar um substituto, todo o tempo e dinheiro gasto</p><p>nessa tarefa pode ser considerado como custo indireto.</p><p>Portanto, se ocorreu uma parada na produção ou houve algum problema que</p><p>exige horas extras para compensar, esses gastos também são adicionados como</p><p>custos indiretos.</p><p>4 acidenTeS de Trabalho 85</p><p>O consumo extra de energia elétrica ou outros insumos, como, água e matéria-</p><p>prima, também podem ser adicionados à lista de custos indiretos.</p><p>Serão adicionados à lista de custos indiretos, se forem envolvidos, também</p><p>os supervisores, auditores, inspetores de segurança, gerentes e quaisquer outras</p><p>pessoas da empresa ou empresas, na assistência médica, transporte, providências</p><p>para regularização, assistência jurídica, propagandas (para revigorar a imagem da</p><p>empresa), indenizações mensais para trabalhadores que morreram no acidente,</p><p>e que devem ser pagos mensalmente até que o falecido, se estivesse vivo, tivesse</p><p>a idade de 65 anos.</p><p>Enfim, há uma extensa lista de custos indiretos a se considerar. De acordo com</p><p>Rocha (2005), há a necessidade de rever os paradigmas convencionais sobre cus-</p><p>tos dos acidentes. Sendo assim, a autora elaborou com um enfoque mais prático,</p><p>o Custo Efetivo</p><p>dos Acidentes faz-se necessário.</p><p>Quer saber como calcular esse custo? Veja o que traz Rocha (2005).</p><p>Ce = C – i, sendo “Ce” o Custo efetivo do acidente, “C” relativo ao custo do aci-</p><p>dente e “i” como as Indenizações e ressarcimento recebidos por meio de seguro</p><p>ou de terceiros (valor líquido).</p><p>Da mesma forma, C = C1 + C2 + C3, onde “C1” pode ser considerado como</p><p>o custo relativo ao afastamento (até os primeiros 15 dias), por consequência do</p><p>acidente com alguma lesão. O “C2” seriam os custos referentes a reparos e reposi-</p><p>ções de equipamentos, máquinas ou materiais danificados (acidentes com danos</p><p>a propriedade) e para “C3” devem-se considerar os custos complementares, rela-</p><p>tivos à assistência médica e primeiros socorros e os danos à propriedade (como</p><p>custos operacionais, resultantes de paralisações, manutenções e lucros interrom-</p><p>pidos).</p><p>Acompanhe, a seguir, uma ficha que poderá ajudar a exemplificar o cálculo do</p><p>custo efetivo de acidentes.</p><p>86 FundamenToS de Saúde e Segurança do Trabalho - Volume 1</p><p>1. FIChA NÚMERO: 2. FIChA DE COMUNICAÇÃO DO ACIDENTE</p><p>_________________/________________</p><p>( ) Acidente com lesão</p><p>( ) Acidente dano à propriedade</p><p>a) Recebida em: ______/______/_________</p><p>b) Unidade: ______________________________________</p><p>c) Setor: _________________________________________</p><p>3. LOCAL DO ACIDENTE 4. DATA E hORA DO ACIDENTE</p><p>_________________________________ ________________________________________________</p><p>5. ACIDENTE COM LESÃO</p><p>a) Nome do acidentado: _______________________________________________________________</p><p>b) Matrícula: _________________________ c) Função: _____________________________________</p><p>d) Principais causas do acidente: _________________________________________________________</p><p>e) Consequências do acidente: __________________________________________________________</p><p>f) Tempo de afastamento:</p><p>___________________________________</p><p>g) Salário por hora (R$): ___________________________</p><p>Salários (R$) ___________________________</p><p>Encargos Sociais (R$) ___________________________</p><p>Outros (R$) ___________________________</p><p>Total (R$) _______________________ (C1)</p><p>h) Custo relativo ao tempo de</p><p>afastamento (15 primeiros dias):</p><p>___________________________________</p><p>Observações:</p><p>6. ACIDENTE COM DANO à PROPRIEDADE</p><p>a) Máquina (s) (ou equipamento (s)) danificado (s): __________________________________________</p><p>b) Material (is) danificado (s): ____________________________________________________________</p><p>c) Principais causas do acidente: _________________________________________________________</p><p>d) Custo dos reparos ou reposições:</p><p>___________________________________</p><p>Máquinas e equipamentos (R$ ____________________</p><p>Material (R$) ___________________________________</p><p>Outros (R$) ____________________________________</p><p>Total (R$) __________________________________ (C2)</p><p>Observações:</p><p>7. CUSTOS COMPLEMENTARES</p><p>a) Acidentes com lesão:</p><p>___________________________________</p><p>b) Acidentes com danos à propriedade:</p><p>___________________________________</p><p>Assistência médica hospitalar (R$) __________________</p><p>Atendimento pré-hospitalar (primeiros socorros) (R$)</p><p>______________________________________________</p><p>Outros (R$) ____________________________________</p><p>Outros custos operacionais (R$) ___________________</p><p>Total (R$) __________________________________ (C3)</p><p>Observações:</p><p>8. CUSTO DO ACIDENTE (C1 + C2 + C3)</p><p>R$ ________________________________________________________________________________</p><p>9. INFORMANTE:</p><p>____________________________________________________________________________________</p><p>10. RESPONSáVEL PELO PREENChIMENTO:</p><p>____________________________________________________________________________________</p><p>Quadro 4 - Ficha de cálculo do custo efetivo de acidentes</p><p>Fonte: Rocha (2005)</p><p>4 acidenTeS de Trabalho 87</p><p>Depois desse estudo, você já sabe como calcular os custos com acidentes de</p><p>trabalho. Percebeu como pode ser uma tarefa simples? Aqui, você teve exemplos</p><p>e um modelo de tabela para o cálculo dos custos de acidentes de trabalho. A pró-</p><p>xima etapa será sobre a comunicação dos acidentes de trabalho. Ficou curioso</p><p>para saber mais? Siga motivado!</p><p>4.8 comunicaçÃo de acidenTeS do Trabalho</p><p>Você sabe como deve ser feita a comunicação de acidentes de trabalho? Inicial-</p><p>mente, saiba que Comunicação de Acidente de Trabalho – CAT é um formulário</p><p>que a empresa deverá preencher, comunicando o acidente do trabalho ocorrido</p><p>com seu trabalhador, havendo ou não, o afastamento do mesmo. Esse formulário</p><p>deve ser entregue até o primeiro dia útil seguinte ao da ocorrência e, em caso de</p><p>morte, de imediato à autoridade competente, sob pena de multa.</p><p>A comunicação de acidente de trabalho, prevista na Lei Previdenciária deve</p><p>ser emitida quando ocorrer um acidente de trabalho, independentemente da sua</p><p>gravidade.</p><p>Cabe à empresa tomar as providências cabíveis para emitira CAT. Na ausência</p><p>de empresa, o preenchimento pode ficar a cargo do próprio acidentado, de seus</p><p>dependentes, do sindicato da categoria ou das autoridades.</p><p>Vale salientar que apenas o INSS é que pode caracterizar o acidente ou doença</p><p>do trabalho.</p><p>A experiência mostra que, havendo o registro de ocorrência do acidente do</p><p>trabalho, é preciso emitir a CAT, a fim de salvaguardar os interesses da empresa e</p><p>dos trabalhadores.</p><p>M</p><p>ic</p><p>ro</p><p>so</p><p>ft</p><p>O</p><p>ffi</p><p>ce</p><p>(2</p><p>0-</p><p>-?</p><p>)</p><p>88 FundamenToS de Saúde e Segurança do Trabalho - Volume 1</p><p>Por exemplo, um simples ferimento sem muita importância, pode se tornar</p><p>um acidente e trazer sérias complicações para a empresa. Esse é o caso de uma</p><p>queda de mesma altura. Inicialmente pode parecer que não houve lesões aparen-</p><p>tes, mas com o tempo, pode ser diagnosticada uma lesão mais séria, que compro-</p><p>mete as atividades laborais do trabalhador. Portanto, no futuro, esse trabalhador</p><p>pode reabrir a CAT, se houver nexo entre a doença e o CAT. Veja um exemplo!</p><p>Infelizmente alguns trabalhadores agem de má fé e “fabricam” possíveis ocor-</p><p>rências de acidentes, geralmente durante o trajeto. Isso ocorre quando ele des-</p><p>confia que será demitido, o que faz com que busque o amparo da estabilidade</p><p>oriundo dos casos de acidente com afastamento das atividades por período su-</p><p>perior a 15 dias.</p><p>A empresa deve observar o cumprimento das exigências incluídas na legis-</p><p>lação vigente. Segundo Oliveira (2011), a Lei nº 8.213/91, em seu artigo 19, con-</p><p>ceitua acidente de trabalho como aquele que acontece por meio do exercício do</p><p>trabalho e serviço da empresa ou do exercício do trabalho dos segurados, provo-</p><p>cando lesão corporal ou perturbação funcional que cause morte, perda ou redu-</p><p>ção permanente ou temporária da capacidade para o trabalho. Segundo o artigo</p><p>22, todo acidente de trabalho ou doença profissional deverá ser comunicado pela</p><p>empresa ao INSS, sob pena de multa, em caso de omissão. Cabe ressaltar a impor-</p><p>tância da comunicação, principalmente o completo e exato preenchimento do</p><p>formulário, tendo em vista as informações nele contidas, não apenas do ponto</p><p>de vista previdenciário, estatístico e epidemiológico, como também, trabalhista</p><p>e social.</p><p>O artigo 118, da Lei n0 8.213/91, dá garantia provisória de emprego ao traba-</p><p>lhador vítima de acidente de trabalho.</p><p>O segurado que sofrer acidente do trabalho tem garantida,</p><p>pelo prazo mínimo de 12 (doze) meses, a manutenção de seu</p><p>contrato de trabalho na empresa, após a cessação do auxílio</p><p>– doença acidentário independentemente de percepção de</p><p>auxílio acidente. (OLIVEIRA, 2011, p. 10).</p><p>Em caso de negligência, por parte da empresa, no cumprimento das normas</p><p>de segurança e medicina do trabalho vigentes, a Lei n0 8.213/91, em seu artigo</p><p>120, define o seguinte.</p><p>Em caso de negligência quanto às normas padrão de seguran-</p><p>ça e higiene do trabalho indicadas para a proteção individual e</p><p>coletiva, a previdência social proporá ação regressiva contra os</p><p>responsáveis (OLIVEIRA, 2011, p. 10).</p><p>4 acidenTeS de Trabalho 89</p><p>Conheça o que diz o artigo 121 acerca da responsabilidade civil do emprega-</p><p>dor nos casos de acidente do trabalho.</p><p>O pagamento pela Previdência Social das prestações por acidente do trabalho</p><p>não exclui a responsabilidade civil da empresa ou de outros. (OLIVEIRA, 2011, p.</p><p>10).</p><p>A Comunicação de Acidente do Trabalho - CAT deve ser preenchida correta-</p><p>mente por se tratar de um documento legal e que gera um benefício assegurado</p><p>por lei, de forma clara e sem erros por parte da empregadora ou parentes das</p><p>vítimas ou pelo sindicato da categoria. Para que você saiba como preencher esse</p><p>documento, veja as instruções a seguir. Este documento pode ser preenchido de</p><p>duas maneiras básicas.</p><p>1) De maneira direta por meio do link: <http://www.previdencia.gov.br/forms/</p><p>formularios/form001.html> - onde o empregador poderá imprimir diretamente o</p><p>documento e encaminhar ao órgão competente para o preenchimento das infor-</p><p>mações médicas.</p><p>2) De maneira virtual, utilizando um programa disponibilizado pelo INSS que</p><p>pode ser adquirido no link: <http://www.dataprev.gov.br/servicos/cat/cat.shtm>,</p><p>onde o empregador poderá fazer o download e instalar um programa que auxilia-</p><p>rá na comunicação do acidente.</p><p>A Comunicação de Acidente de Trabalho - CAT será preenchida em seis vias.</p><p>Saiba mais!</p><p>1ª Via INSS.</p><p>2ª Via À empresa.</p><p>3ª Via Ao segurado ou dependente.</p><p>4ª Via Ao sindicato da classe do trabalhador.</p><p>5ª Via Ao Sistema Único de Saúde – SUS.</p><p>6ª Via À Delegacia Regional do Trabalho – DRT local.</p><p>O preenchimento da Comunicação de Acidente de Trabalho, inicialmente,</p><p>pode parecer simples, mas é preciso tomar certos cuidados para que o documen-</p><p>to não seja negado pelo INSS ou pelo SUS, o que é muito comum, pois os ór-</p><p>gãos públicos são extremamente criteriosos em relação a esse preenchimento.</p><p>Por esse motivo, o INSS disponibilizou em sua página um manual para auxiliar</p><p>nessa missão. Esse manual pode ser visualizado no seguinte link: <http://www1.</p><p>previdencia.gov.br/pg_secundarias/paginas_perfis/perfil_Empregador_10_04-</p><p>-A.asp>.</p><p>Para que você compreenda melhor, observe o que existe em cada parte desse</p><p>manual, conforme o site oficial do Ministério da Previdência Social.</p><p>90 FundamenToS de Saúde e Segurança do Trabalho - Volume 1</p><p>quadro I - EMITENTE</p><p>I.1 - Informações relativas ao EMITENTE</p><p>Campo 1. Emitente - informar no campo demarcado o dígito que especifica o</p><p>responsável pela emissão da CAT. Veja mais a seguir.</p><p>Lu</p><p>iz</p><p>M</p><p>en</p><p>eg</p><p>he</p><p>l (</p><p>20</p><p>11</p><p>)</p><p>Figura 8 - Responsável pela emissão da CAT</p><p>Campo 2. Tipo de CAT - informar no campo demarcado o dígito que especifi-</p><p>ca o tipo de CAT. Observe.</p><p>Inicial - refere-se à primeira comunicação do acidente ou doença do trabalho.</p><p>Reabertura - quando houver reinício de tratamento ou afastamento por agra-</p><p>vamento da lesão (acidente ou doença comunicado anteriormente ao INSS).</p><p>Comunicação de óbito - refere-se à comunicação do óbito, em decorrência de</p><p>acidente do trabalho, ocorrido após a emissão da CAT inicial.</p><p>Deverá ser anexada a cópia da Certidão de Óbito e, quando houver, do laudo</p><p>de necropsia.</p><p>Obs.: Os acidentes com morte imediata deverão ser comunicados por CAT ini-</p><p>cial.</p><p>Campo 3. Razão Social/Nome - informar a denominação da empresa empre-</p><p>gadora.</p><p>Obs.: Informar o nome do acidentado, quando este for segurado especial12</p><p>Campo 4. Tipo e número do documento - informar o código que especifica</p><p>o tipo de documento. Observe!</p><p>12 SEGURADO ESPECIAL</p><p>São trabalhadores rurais</p><p>que produzem em regime</p><p>de economia familiar,</p><p>sem utilização de mão de</p><p>obra assalariada. Estão</p><p>incluídos nessa categoria os</p><p>cônjuges, os companheiros</p><p>e os filhos maiores de 16</p><p>anos que trabalham com a</p><p>família em atividade rural.</p><p>Também são considerados</p><p>segurados especiais o</p><p>pescador artesanal e o índio</p><p>que exerce atividade rural, e</p><p>os familiares que participam</p><p>da produção (regime de</p><p>economia familiar).</p><p>4 acidenTeS de Trabalho 91</p><p>CGC/CNPJ - informar o número ou matrícula no Cadastro Nacional de Pessoa</p><p>Jurídica - CNPJ da empresa empregadora.</p><p>CEI - informar o número de inscrição no Cadastro Específico do INSS - CEI,</p><p>quando o empregador for pessoa jurídica desobrigada de inscrição no CGC/CNPJ.</p><p>CPF - informar o número de inscrição no Cadastro de Pessoa Física - CPF, quan-</p><p>do o empregador for pessoa física.</p><p>NIT - informar o Número de Identificação do Trabalhador no INSS - NIT, quan-</p><p>do for segurado especial.</p><p>Campo 5. CNAE - informar o código relativo à atividade principal do estabele-</p><p>cimento, em conformidade com aquela que determina o Grau de Risco, para fins</p><p>de contribuição para os benefícios concedidos em razão do grau de incidência da</p><p>incapacidade laborativa, decorrente dos riscos ambientais do trabalho. O código</p><p>CNAE (Classificação Nacional de Atividade Econômica) encontra-se no documen-</p><p>to/cartão do CNPJ da empresa.</p><p>Obs.: No caso de segurado especial, o campo poderá ficar em branco.</p><p>Campo 6. Endereço - informar o endereço completo da empresa empregado-</p><p>ra. Informar o endereço do acidentado, quando tratar-se de segurado especial. O</p><p>número do telefone, quando houver, deverá ser precedido de código de área e</p><p>do DDD do município.</p><p>Campo 7. Município - informar o município de localização da empresa em-</p><p>pregadora. Informar o município de residência do acidentado, quando segurado</p><p>especial.</p><p>Campo 8. UF - informar a Unidade da Federação de localização da empre-</p><p>sa empregadora. Informar a Unidade da Federação de residência do acidentado,</p><p>quando este for segurado especial.</p><p>Campo 9. Telefone - informar o telefone da empresa empregadora. Informar</p><p>o telefone do acidentado, quando segurado especial. O número do telefone,</p><p>quando houver, deverá ser precedido de código da área e do DDD do município.</p><p>I.2 - Informações relativas ao ACIDENTADO</p><p>Campo 10. Nome - informar o nome completo do acidentado, sem abrevia-</p><p>turas.</p><p>Campo 11. Nome da mãe - informar o nome completo da mãe do acidentado,</p><p>sem abreviaturas.</p><p>92 FundamenToS de Saúde e Segurança do Trabalho - Volume 1</p><p>Campo 12. Data de nascimento - informar a data completa de nascimento</p><p>do acidentado, utilizando a forma (DD/MM/AAAA).</p><p>Campo 13. Sexo - informar o sexo do acidentado, usando 1 para sexo mascu-</p><p>lino, e 3 para o sexo feminino.</p><p>Campo 14. Estado civil - informar o código que especifica o estado civil do</p><p>acidentado. Veja!</p><p>W</p><p>al</p><p>es</p><p>ka</p><p>R</p><p>us</p><p>ch</p><p>el</p><p>(2</p><p>01</p><p>1)</p><p>Figura 9 - Especificações do estado civil do acidentado</p><p>Campo 15. CTPS - informar o número, a série e a data de emissão da Carteira</p><p>Profissional - CP ou da Carteira de Trabalho e Previdência Social - CTPS.</p><p>Obs.: No caso de segurado empregado, é obrigatória a especificação do núme-</p><p>ro da CP ou da CTPS.</p><p>Campo 16. UF - informar a Unidade da Federação de emissão da CP ou da</p><p>CTPS.</p><p>Campo 17. Remuneração mensal - informar a remuneração mensal do Aci-</p><p>dentado, em moeda corrente, na data do acidente.</p><p>Campo 18. Carteira de identidade - informar o número do documento, a</p><p>data de emissão e o órgão expedidor.</p><p>Campo 19. UF - informar a Unidade da Federação de emissão da Carteira de</p><p>Identidade.</p><p>4 acidenTeS de Trabalho 93</p><p>Campo 20. PIS/PASEP - informar o número de inscrição no Programa de In-</p><p>tegração Social - PIS ou no Programa de Formação do Patrimônio do Servidor</p><p>Público - PASEP, conforme o caso.</p><p>Obs.: No caso de segurado especial e de médico residente, o campo poderá</p><p>ficar em branco.</p><p>Campo 21. Endereço do acidentado - informar o endereço completo do aci-</p><p>dentado.</p><p>Campo 22. Município - informar o município de residência do acidentado.</p><p>Campo 23. UF - informar a Unidade da Federação de residência do acidentado.</p><p>Campo 24. Telefone - informar o telefone do acidentado. O número do te-</p><p>lefone, quando houver, deverá ser precedido de código de área e do DDD do</p><p>município.</p><p>Campo 25. Nome da ocupação - informar o nome da ocupação exercida pelo</p><p>acidentado à época do acidente ou da doença.</p><p>Campo 26. CBO - informar o código da ocupação do Campo 25 do Código</p><p>Brasileiro de Ocupação - CBO. O CBO poderá ser consultado no site oficial do INSS.</p><p>Campo 27. Filiação à Previdência Social - informar o tipo de filiação do se-</p><p>gurado. Observe!</p><p>W</p><p>al</p><p>es</p><p>ka</p><p>R</p><p>us</p><p>ch</p><p>el</p><p>(2</p><p>01</p><p>1)</p><p>– estadual e nacional .........................................................................................................63</p><p>4.7 Custos ..............................................................................................................................................................83</p><p>4.8 Comunicação de acidentes do trabalho .............................................................................................87</p><p>4.9 Relatórios ........................................................................................................................................................97</p><p>5 A Prevenção de Acidentes de Trabalho .............................................................................................................. 105</p><p>5.1 Princípios Prevencionistas ..................................................................................................................... 106</p><p>6 Teoria de Frank Bird, “Pirâmide” ............................................................................................................................. 113</p><p>6.1 Conhecendo a teoria de Frank Bird, “Pirâmide” ............................................................................. 114</p><p>7 Estudos de J. Reason “Queijo Suíço” ..................................................................................................................... 121</p><p>7.1 Erro humano no ambiente de trabalho ........................................................................................... 122</p><p>Referências ........................................................................................................................................................................ 129</p><p>Minicurrículo dos Autores ........................................................................................................................................... 137</p><p>Índice .................................................................................................................................................................................. 139</p><p>8 Legislação e Normas ................................................................................................................................................. 157</p><p>8.1 OIT .................................................................................................................................................................. 158</p><p>8.1.1 História ....................................................................................................................................... 158</p><p>8.1.2 Fundamentos .......................................................................................................................... 160</p><p>8.1.3 Estrutura .................................................................................................................................... 161</p><p>8.2 Constituição Federal ................................................................................................................................ 164</p><p>V</p><p>O</p><p>LU</p><p>M</p><p>E</p><p>2</p><p>8.3 Hierarquia das Leis ................................................................................................................................... 168</p><p>8.3.1 Definição ................................................................................................................................... 169</p><p>9 Normas Regulamentadoras .................................................................................................................................... 177</p><p>9.1 Principais Normas Regulamentadoras ............................................................................................. 178</p><p>9.2 Segurança do Trabalho.......................................................................................................................... 184</p><p>9.2.1 Rural ............................................................................................................................................ 184</p><p>9.2.2 Mineração ................................................................................................................................. 188</p><p>9.2.3 Trânsito ...................................................................................................................................... 192</p><p>9.2.4 Construção Civil ..................................................................................................................... 197</p><p>9.2.5 Laboratórios ............................................................................................................................ 205</p><p>9.2.6 No lar ......................................................................................................................................... 207</p><p>10 Avaliação e Controle de Riscos Ambientais .................................................................................................... 213</p><p>10.1 Riscos ambientais .................................................................................................................................. 214</p><p>10.1.1 O Mapa de Risco ................................................................................................................. 215</p><p>10.1.2 Fazendo o Mapa de Riscos .............................................................................................. 216</p><p>10.2 Ferramentas manuais e portáteis .................................................................................................... 219</p><p>10.2.1 Classificação de Ferramentas ......................................................................................... 219</p><p>10.2.2 Medidas Preventivas ......................................................................................................... 220</p><p>10.2.3 Ferramentas manuais ....................................................................................................... 221</p><p>10.2.4 .Ferramentas Portáteis ....................................................................................................... 222</p><p>10.3 Proteção de máquinas e equipamentos ....................................................................................... 223</p><p>10.3.1 Proteção de Equipamentos.............................................................................................. 223</p><p>10.3.2 Dispositivos de Segurança .............................................................................................. 224</p><p>10.4 Equipamentos sob pressão ................................................................................................................ 227</p><p>10.4.1 Operadores ............................................................................................................................ 229</p><p>10.4.2 Vasos de pressão .................................................................................................................. 230</p><p>11 Segurança em Eletricidade .................................................................................................................................. 235</p><p>11.1 Riscos .......................................................................................................................................................... 236</p><p>11.1.1 Choque elétrico .................................................................................................................... 237</p><p>11.1.2 Proteção contra efeitos térmicos ................................................................................... 244</p><p>11.1.3 Proteção contra queimaduras ........................................................................................ 244</p><p>11.1.4 Arco elétrico .......................................................................................................................... 244</p><p>11.1.5 Campos eletromagnéticos ............................................................................................... 248</p><p>11.1.6 Riscos adicionais – Classificação ................................................................................... 250</p><p>11.1.7 Acidentes de origem elétrica ..........................................................................................</p><p>Figura 10 - Tipo de filiação do segurado</p><p>Campo 28. Aposentado? - informar “sim”, exclusivamente quando tratar-se</p><p>de aposentado pelo Regime Geral de Previdência Social - RGPS.</p><p>Campo 29. área - informar a natureza da prestação de serviço, se urbana ou</p><p>rural.</p><p>94 FundamenToS de Saúde e Segurança do Trabalho - Volume 1</p><p>I.3 - Informações relativas ao ACIDENTE OU DOENÇA</p><p>Campo 30. Data do acidente - informar a data em que o acidente ocorreu.</p><p>No caso de doença, informar como data do acidente a da conclusão do diagnós-</p><p>tico ou a do início da incapacidade laborativa, devendo ser consignada aquela</p><p>que ocorrer primeiro. A data deverá ser completa, utilizando quatro dígitos para</p><p>o ano. Exemplo: 23/11/1998.</p><p>Campo 31. hora do acidente - informar a hora da ocorrência do acidente,</p><p>utilizando quatro dígitos (exemplo: 10:45). No caso de doença, o campo deverá</p><p>ficar em branco.</p><p>Campo 32. Após quantas horas de trabalho? - informar o número de horas</p><p>decorridas desde o início da jornada de trabalho até o momento do acidente. No</p><p>caso de doença, o campo deverá ficar em branco.</p><p>Campo 33. Tipo – informar o tipo de acidente. Veja a seguir!</p><p>D</p><p>ie</p><p>go</p><p>F</p><p>er</p><p>na</p><p>nd</p><p>es</p><p>(2</p><p>01</p><p>1)</p><p>Figura 11 - Tipo de acidente</p><p>Obs.: Nesse campo, o empregador deve se atentar para que o trabalhador não</p><p>seja afastado por um motivo equivocado, garantindo ao trabalhador certos bene-</p><p>fícios, como já informado.</p><p>Campo 34. houve afastamento? - informar se houve ou não afastamento do</p><p>trabalho.</p><p>Obs.: É importante ressaltar que a CAT deverá ser emitida para todo acidente</p><p>ou doença relacionados ao trabalho, ainda que não haja afastamento ou incapa-</p><p>cidade.</p><p>Campo 35. Último dia trabalhado - informar a data do último dia em que</p><p>efetivamente houve trabalho do acidentado, ainda que a jornada não tenha sido</p><p>completa. Exemplo: 23/11/1998.</p><p>Obs.: Só preencher no caso de constar 1 (sim) no Campo 33.</p><p>4 acidenTeS de Trabalho 95</p><p>Campo 36. Local do acidente - informar o local onde ocorreu o acidente. Ob-</p><p>serve!</p><p>D</p><p>ie</p><p>go</p><p>F</p><p>er</p><p>na</p><p>nd</p><p>es</p><p>(2</p><p>01</p><p>1)</p><p>Figura 12 - Local do acidente</p><p>Obs.: No caso 2, informar o nome e o CGC ou CNPJ da empresa onde ocorreu</p><p>o acidente ou doença.</p><p>Campo 37. Especificação do local do acidente - informar de maneira clara e</p><p>precisa o local onde ocorreu o acidente. Exemplo: pátio, rampa de acesso, posto</p><p>de trabalho, nome da rua, etc.</p><p>Campo 38. CGC - esse campo deverá ser preenchido quando o acidente ou</p><p>doença ocupacional ocorrer em empresa onde a empregadora presta serviço,</p><p>devendo ser informado o CGC ou CNPJ da empresa onde ocorreu o acidente ou</p><p>doença (no caso de constar no Campo 35, a opção 2).</p><p>Campo 39. UF - informar a Unidade da Federação onde ocorreu o acidente ou</p><p>a doença ocupacional.</p><p>Campo 40. Município do local do acidente - informar o nome do município</p><p>onde ocorreu o acidente ou a doença ocupacional.</p><p>Campo 41. Parte(s) do corpo atingida(s).</p><p>Para acidente do trabalho: deverá ser informada a parte do corpo diretamente</p><p>atingida pelo agente causador, seja externa ou internamente.</p><p>Para doenças profissionais, do trabalho ou equiparadas, informar o órgão ou</p><p>sistema lesionado.</p><p>Obs.: Deverá ser especificado o lado atingido (direito ou esquerdo), quando se</p><p>tratar de parte do corpo que seja bilateral.</p><p>96 FundamenToS de Saúde e Segurança do Trabalho - Volume 1</p><p>Campo 42. Agente causador - informar o agente diretamente relacionado ao</p><p>acidente, podendo ser máquina, equipamento ou ferramenta (como uma prensa</p><p>ou uma injetora de plásticos); ou produtos químicos; agentes físicos ou biológicos</p><p>(como benzeno, sílica, ruído ou salmonela). Pode ser consignada uma situação</p><p>específica, como queda, choque elétrico, atropelamento (tratando-se de acidente</p><p>do trabalho, de doenças profissionais ou do trabalho).</p><p>Campo 43. Descrição da situação geradora do acidente ou doença - des-</p><p>crever a situação ou a atividade de trabalho desenvolvida pelo acidentado e por</p><p>outros diretamente relacionados ao acidente. Tratando-se de acidente de trajeto,</p><p>especificar o deslocamento e informar se o percurso foi ou não alterado ou inter-</p><p>rompido por motivos alheios ao trabalho. No caso de doença, descrever a ativi-</p><p>dade de trabalho, o ambiente ou as condições em que o trabalho era realizado.</p><p>Obs.: Evitar consignar neste campo o diagnóstico da doença ou lesão. Exem-</p><p>plo: indicar a exposição continuada a níveis acentuados de benzeno em função</p><p>da atividade de pintar motores com tintas contendo solventes orgânicos e não</p><p>benzenismo.</p><p>Campo 44. houve registro policial? - informar se houve ou não registro poli-</p><p>cial. No caso de constar 1 (SIM), deverá ser encaminhada cópia do documento ao</p><p>INSS, oportunamente.</p><p>Campo 45. houve morte? - o campo deverá constar SIM sempre que tenha</p><p>havido morte em tempo anterior ao do preenchimento da CAT, independente-</p><p>mente de ter ocorrido na hora ou após o acidente.</p><p>Obs.: Quando houver morte decorrente do acidente ou doença, após a emis-</p><p>são da CAT inicial, a empresa deverá emitir CAT para a comunicação de óbito.</p><p>Neste caso, deverá ser anexada cópia da certidão de óbito.</p><p>I.4 - Informações relativas às TESTEMUNhAS</p><p>Campo 46. Nome - informar o nome completo da testemunha que tenha pre-</p><p>senciado o acidente ou daquela que primeiro tenha tomado ciência do fato, sem</p><p>abreviaturas.</p><p>Campo 47. Endereço - informar o endereço completo da testemunha que te-</p><p>nha presenciado o acidente, ou daquela que primeiro tenha tomado ciência do</p><p>fato.</p><p>Campo 48. Município - informar o município de residência da testemunha</p><p>que tenha presenciado o acidente, ou daquela que primeiro tenha tomado ciên-</p><p>cia do fato.</p><p>4 acidenTeS de Trabalho 97</p><p>Campo 49. UF - informar a Unidade da Federação de residência da testemu-</p><p>nha que tenha presenciado o acidente, ou daquela que primeiro tenha tomado</p><p>ciência do fato.</p><p>Obs.: Telefone - informar o telefone da testemunha que tenha presenciado o</p><p>acidente, ou daquela que primeiro tenha tomado ciência do fato. O número do</p><p>telefone, quando houver, deverá ser precedido do código DDD do município.</p><p>Campo 50. Nome - informar o nome completo da testemunha que tenha pre-</p><p>senciado o acidente, ou daquela que primeiro tenha tomado ciência do fato, sem</p><p>abreviaturas.</p><p>Campo 51. Endereço - informar o endereço completo da testemunha que te-</p><p>nha presenciado o acidente, ou daquela que primeiro tenha tomado ciência do</p><p>fato.</p><p>Campo 52. Município - informar o município de residência da testemunha</p><p>que tenha presenciado o acidente ou daquela que primeiro tenha tomado ciência</p><p>do fato.</p><p>Campo 53. UF - informar a Unidade da Federação de residência da testemu-</p><p>nha que tenha presenciado o acidente ou daquela que primeiro tenha tomado</p><p>ciência do fato.</p><p>Obs.: Telefone - informar o telefone da testemunha que tenha presenciado o</p><p>acidente ou daquela que primeiro tenha tomado ciência do fato. O número do</p><p>telefone, quando houver, deverá ser precedido do código DDD do município.</p><p>Os quadros I, II e III são de preenchimento exclusivo dos órgãos competentes</p><p>e não devem ser preenchidos pelo empregador.</p><p>Essas orientações o ajudarão no preenchimento deste documento, não deixe</p><p>de prestar atenção nas dicas dadas e bom trabalho. (PREVIDÊNCIA SOCIAL, 2011).</p><p>E então, gostou do conteúdo? Aqui, você viu como preencher um documen-</p><p>to de comunicação de acidente de trabalho. Percebeu que esse preenchimento</p><p>pode ser uma tarefa simples, mas que merece cuidados para que não seja negada</p><p>pelo INSS ou pelo SUS. O próximo passo será a elaboração de relatórios, que você</p><p>verá na etapa seguinte. Vamos lá?</p><p>4.9 relaTórioS</p><p>A partir de agora, o conteúdo que você é convidado a explorar o auxiliará no</p><p>desenvolvimento de relatórios voltados ao setor de Segurança do Trabalho e, in-</p><p>dicará modelos desses relatórios para facilitar a sua confecção.</p><p>98 FundamenToS de Saúde e Segurança do Trabalho - Volume 1</p><p>Kr</p><p>is</p><p>tja</p><p>(2</p><p>0-</p><p>-?</p><p>)</p><p>Mas afinal, o que é um relatório? É um conjunto de informações, utilizadas</p><p>para reportar resultados parciais ou totais de uma determinada atividade ou si-</p><p>tuação. Na atividade de Técnico em Segurança</p><p>do Trabalho, serão necessários</p><p>materiais que possam dar suporte em suas verificações. Para isso, aqui você terá</p><p>a sugestão de alguns relatórios mais usados para facilitar o seu ingresso neste</p><p>setor, tão complexo e fantástico que é a Segurança e Saúde do trabalho. Todos</p><p>os modelos que serão apresentados podem ser modificados à medida que você</p><p>sinta a necessidade de assim proceder. Fazem parte desses modelos, os seguintes</p><p>relatórios.</p><p>a) Declaração de treinamento.</p><p>b) Estatística de Acidentes de Trabalho.</p><p>c) Controle de condições do estoque de EPI’s.</p><p>d) Auditagem de Segurança.</p><p>e) Investigação de Acidentes de Trabalho.</p><p>Todos os relatórios emitidos pelo setor de segurança do trabalho devem con-</p><p>ter o timbre da empresa, o carimbo e assinatura do emitente, para que sejam</p><p>validados como indica a legislação.</p><p>Pronto para saber mais sobre cada um desses relatórios? Lembre-se que a au-</p><p>tonomia e a motivação são palavras-chave para sua aprendizagem. Vamos lá!</p><p>4 acidenTeS de Trabalho 99</p><p>a) Regras básicas de segurança do trabalho</p><p>O relatório de Regras Básicas de Segurança do Trabalho o auxiliará na informa-</p><p>ção de novos trabalhadores ou colaboradores que forem flagrados cometendo</p><p>infrações nas dependências da empresa. Pode ser aplicado, também, para empre-</p><p>sas terceirizadas ou prestadoras de serviço não regulares.</p><p>Deve ser claro, deve conter todas as regras internas da instituição, deve ser de</p><p>fácil leitura e conter textos pequenos e diretos. Pode vir acompanhado de um ma-</p><p>nual de integração ou ser entregue ao trabalhador no primeiro dia de atividades</p><p>na instituição.</p><p>Ba</p><p>rt</p><p>lo</p><p>m</p><p>ie</p><p>j S</p><p>tr</p><p>oi</p><p>ns</p><p>ki</p><p>(2</p><p>0-</p><p>-?</p><p>)</p><p>Todos os trabalhadores, diretos e indiretos, da instituição devem ter uma có-</p><p>pia assinada desse documento em sua pasta funcional, para servir de documento</p><p>em caso de o trabalhador se negar a cumprir as regras internas da instituição.</p><p>b) Declaração de treinamento</p><p>O relatório de Declaração de Treinamento é de grande importância para o</p><p>cumprimento das normas vigentes. Deve ser passado ao trabalhador sempre que</p><p>o processo de trabalho for alterado ou que esteja iniciando suas atividades na ins-</p><p>tituição. Deve ser de fácil acesso e, de preferência, não deve conter palavras muito</p><p>técnicas, para que todos entendam seu conteúdo. Deve ser entregue na presença</p><p>do gestor da área que deve, de preferência, assinar como responsável da empre-</p><p>sa, para que, futuramente, este não venha a questionar possíveis notificações por</p><p>parte da segurança do trabalho.</p><p>Esse relatório precisa ser guardado na pasta funcional do trabalhador e ser</p><p>dada baixa quando o trabalhador for desligado da empresa. Precisa conter a assi-</p><p>natura do trabalhador e a data certa de sua entrada na empresa.</p><p>100 FundamenToS de Saúde e Segurança do Trabalho - Volume 1</p><p>c) Relatório mensal de segurança</p><p>O relatório Mensal de Segurança deve ser entregue mensalmente nas áreas da</p><p>instituição onde as condições de segurança e saúde não estejam sendo obede-</p><p>cidas. Deve conter informações relativas ao que foi encontrado na vistoria, sen-</p><p>do que o responsável do setor deve assinar como ciente das irregularidades e os</p><p>documentos deve ser arquivado junto à Segurança do Trabalho, em local de fácil</p><p>acesso e consulta, até que tudo seja resolvido.</p><p>Algumas instituições têm a política de informar os pontos levantados na reu-</p><p>nião da CIPA. Essa atitude pode ser positiva, pois os membros da CIPA precisam</p><p>tomar conhecimento dos riscos que existem na empresa para depois mapear to-</p><p>dos e incluir no Mapa de Riscos Ambientais.</p><p>d) Estatísticas de acidentes</p><p>O relatório de Estatísticas de Acidentes é o mais importante para a segurança</p><p>do trabalho, pois é o que demonstra o índice de acidentes da empresa. Deve ser</p><p>realizado mensalmente e guardado junto à Segurança do Trabalho, pois, anual-</p><p>mente, deve ser feita uma estatística de acidentes ocorridos na empresa para en-</p><p>caminhar ao Ministério do Trabalho via DRT.</p><p>As informações relacionadas à questão de horas trabalhadas e efetivo da ins-</p><p>tituição devem ser solicitadas junto ao departamento de Recursos Humanos da</p><p>instituição. Já as informações de acidentes, devem ser preenchidas pelo depar-</p><p>tamento de Saúde e Segurança do Trabalho da empresa. Saiba que esse docu-</p><p>mento é de fácil preenchimento, quando se tem todas as informações, podendo</p><p>auxiliar a quantificar quais os setores mais preocupantes de sua empresa.</p><p>e) Controle de condições de estoque de EPI’s</p><p>Geralmente, o relatório de controle e de condições de estoque de EPI’s fica de</p><p>posse do almoxarifado da instituição, por questões de comodidade para o setor</p><p>de Segurança do Trabalho, porque o almoxarifado possui todas as informações</p><p>de compras realizadas e é o responsável por dar baixa nos produtos adquiridos na</p><p>instituição. Mas a Segurança do Trabalho deve realizar mensalmente inspeções</p><p>nesse relatório para verificar possíveis falhas e desvios.</p><p>f) Auditagem de segurança</p><p>Também conhecido como Auditoria Interna da Segurança, o relatório de Au-</p><p>ditagem de Segurança tem a função de monitorar os setores para minimizar ou</p><p>eliminar possíveis riscos aos quais os trabalhadores possam estar expostos. Deve</p><p>ser feito periodicamente por amostragem de setores e ninguém deve ser comu-</p><p>nicado previamente, pois a intenção é auditar os riscos reais do local de trabalho,</p><p>e não dar a oportunidade dos trabalhadores esconderem fatos importantes.</p><p>4 acidenTeS de Trabalho 101</p><p>Deve ser realizado sempre na presença dos trabalhadores ligados ao setor e</p><p>todas as irregularidades devem ser apontadas no momento da auditoria, para</p><p>que não fiquem dúvidas do que foi apontado e registrado. Caso queira, a Segu-</p><p>rança do Trabalho pode designar essa atividade para os membros da CIPA, mas</p><p>sempre com a sua supervisão, afinal o responsável é o setor de Segurança do</p><p>Trabalho.</p><p>M</p><p>ic</p><p>ro</p><p>so</p><p>ft</p><p>O</p><p>ffi</p><p>ce</p><p>(2</p><p>0-</p><p>-?</p><p>SAIBA</p><p>MAIS</p><p>Aprofunde seus conhecimentos sobre o assunto aqui abor-</p><p>dado conhecendo a sugestão a seguir. Assim você poderá</p><p>conhecer outra fonte de informação e aproveitar várias op-</p><p>ções de pesquisa.</p><p>O livro seguinte traz uma análise de acidente. Confira!</p><p>BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Superintendência</p><p>Regional do Trabalho e Emprego no Rio Grande do Sul. Aná-</p><p>lises de acidentes do trabalho fatais no Rio grande do</p><p>Sul: a experiência da Seção de Segurança e Saúde do traba-</p><p>lhador - SEGUR. Porto Alegre: MTE/SRTE-RS/SEGUR, 2008.</p><p>g) Investigação de acidentes</p><p>Sempre que ocorrer um acidente de trabalho, a Segurança do Trabalho deve</p><p>preencher uma Investigação de Acidentes. Esse documento permite saber quais</p><p>os motivos que levaram os trabalhadores a se ferirem e, em caso do acidentado</p><p>permanecer afastado por longo período, a instituição deve procurar o trabalha-</p><p>dor ou parente para continuar o processo. Algumas instituições costumam con-</p><p>vocar a presença dos membros da CIPA nesse tipo de investigação, o que pode</p><p>ser positivo, pois é uma das atribuições da CIPA.</p><p>102 FundamenToS de Saúde e Segurança do Trabalho - Volume 1</p><p>É um documento de fácil preenchimento e deve ser feito no ato da Comunica-</p><p>ção, por parte do trabalhador, pois vai apresentar um campo para que o próprio</p><p>acidentado conte a sua versão do ocorrido.</p><p>Atenção! Algumas instituições não permitem que esse processo ocorra na em-</p><p>presa, mas é obrigatória a apresentação desse documento em caso de fiscaliza-</p><p>ção da DRT, para que possa ser confrontada a informação e para que a instituição</p><p>possa demonstrar quais as medidas que estão sendo tomadas em relação à dimi-</p><p>nuição dos incidentes e acidentes na instituição.</p><p>Com o estudo deste capítulo, você conheceu os processos relacionados aos</p><p>acidentes de trabalho e viu como eles podem interferir no dia a dia da empresa</p><p>e do próprio trabalhador. E para fortalecer seus conhecimentos, que tal refletir</p><p>sobre suas práticas? Prepare-se para mais uma etapa de aprendizagem!</p><p>recaPiTulando</p><p>E aqui você chega ao final de mais um capítulo. Com todo o aprendizado</p><p>que você conseguiu, terá subsídios para o desenvolvimento e implan-</p><p>tação do sistema de Saúde e Segurança do Trabalho. Você conheceu o</p><p>que é um acidente, viu quais as causas e consequências dos acidentes</p><p>e como relatá-los ao Ministério do Trabalho. Além disso, estudou como</p><p>calcular os custos envolvidos nesse processo e a maneira de preparar um</p><p>documento de apoio. Essas informações são ricas para usar no seu dia a</p><p>dia. Parabéns por mais essa etapa. Siga em frente, pois ainda há muitos</p><p>assuntos interessantes aguardando por você!</p><p>4 acidenTeS de Trabalho 103</p><p>Anotações:</p><p>5</p><p>a Prevenção de acidentes de Trabalho</p><p>Você sabia que os acidentes ocorrem por três motivos básicos? É verdade! Eles são: negli-</p><p>gência, imprudência ou imperícia. Por isso, o trabalhador deverá estar atento às suas funções,</p><p>concentrando-se em suas tarefas. Deverá saber exatamente como fazer para revisar o ambiente</p><p>de trabalho, detectando os possíveis locais perigosos e, se possível, diminuir consideravelmen-</p><p>te os riscos. Somente estando atento às responsabilidades, será possível diminuir consideravel-</p><p>mente os acidentes.</p><p>Neste capítulo, você terá a oportunidade de embarcar em uma trajetória muito importante:</p><p>a prevenção de acidentes de trabalho. Agora vamos conhecer os objetivos de aprendizagem.</p><p>Acompanhe!</p><p>Ao final deste capítulo, você terá subsídios para:</p><p>a) aprender a prevenir um acidente e quais os princípios usados para evitar que ele aconteça;</p><p>b) entender e detalhar os acidentes ocorridos para que não se repitam.</p><p>Explore todo o conteúdo apresentado, investigue as condições de aprendizagem para efeti-</p><p>vamente conduzir seu processo educacional.</p><p>Abuse de sua autonomia e entusiasmo para que o conhecimento adquirido ocorra de forma</p><p>criativa e dinâmica.</p><p>106 FundamenToS de Saúde e Segurança do Trabalho - Volume 1</p><p>5.1 PrincÍPioS PreVencioniSTaS</p><p>Você já ouviu alguma história de um amigo que correu sérios riscos de feri-</p><p>mentos por distrair-se no ambiente de trabalho? Essa situação pode ser comum</p><p>e certamente você já ouviu falar, não é mesmo? Você sabia que não existem aci-</p><p>dentes inevitáveis. De acordo com os princípios prevencionistas, eles não apa-</p><p>recem ao acaso. Na maioria das vezes, surgem dos erros e, portanto, podem ser</p><p>corrigidos.</p><p>conceiTo prevencionisTa</p><p>O conceito prevencionista compreende as ocorrências que interrompem o tra-</p><p>balho e levam o colaborador a riscos que podem causar ferimentos nele ou em</p><p>outro envolvido, causando prejuízo à empresa ou a ambos.</p><p>De qualquer ângulo que se analisar um acidente, você verá sempre fatores</p><p>negativos para a empresa, sofrimento para o trabalhador e, consequentemente,</p><p>para a sociedade.</p><p>Anualmente, as taxas de acidentes e doenças relativas às funções desenvolvi-</p><p>das, contam com muitos prejuízos. Os incapacitados ficam muitas vezes à mar-</p><p>gem da sociedade por não terem como trabalhar novamente.</p><p>Dessa forma, o país perde em produtividade, crescimento e prosperidade.</p><p>Pu</p><p>ra</p><p>vi</p><p>da</p><p>(2</p><p>0-</p><p>-?</p><p>)</p><p>As incorporações de boas práticas ajudam a afastar os acidentes, diminuindo</p><p>os custos inerentes à produção e contribuindo para a saúde do trabalhador. Além</p><p>e diminuir os custos e melhorar a saúde dos trabalhadores, torna a empresa um</p><p>referencial no mercado como possuidora de índices baixos de acidentes.</p><p>5 a PreVençÃo de acidenTeS de Trabalho 107</p><p>Para tanto, os trabalhadores deverão ter uma participação contínua na pre-</p><p>venção, juntamente com as CIPA´s, colocando em prática projetos desenvolvidos</p><p>por eles para a diminuição dos acidentes.</p><p>FIQUE</p><p>ALERTA</p><p>Os organizadores e empreendedores deverão incentivar</p><p>essas práticas, colocando em pauta o assunto para poste-</p><p>rior decisão.</p><p>Alguns estudos técnicos de engenharia podem evitar as condições inseguras,</p><p>mas não são somente as técnicas que podem fazer o ser humano mudar. Será pre-</p><p>ciso uma mudança de atitude e isso demanda muito tempo da conscientização.</p><p>SAIBA</p><p>MAIS</p><p>Que tal saber mais sobre acidentes de trabalho no Brasil e</p><p>conceito prevencionista? O site do IBGE apresenta alguns</p><p>dados e conceitos interessantes sobre os acidentes. Que tal</p><p>conferí-los?</p><p><http://www.ibge.gov.br/ibgeteen/datas/acidentes/home.</p><p>html>.</p><p><http://www.apes.eng.br/engseg/02acidentes.htm>.</p><p>Convencer, educar e mostrar é uma meta a ser perseguida quando se tem ní-</p><p>veis muito altos de acidentes no trabalho.</p><p>Em uma análise de um acidente, o ato passa a ser a principal causa, seguido da</p><p>condição. Mas as causas remotas deverão fazer parte dessa análise, pois assim se</p><p>estará neutralizando por definitivo o risco.</p><p>Sob o ângulo prevencionista, a causa do acidente pode ser qualquer fator que</p><p>deverá ser estudado e removido a tempo de não causar acidentes. Não existem</p><p>acidentes inevitáveis, eles não aparecem ao acaso.</p><p>Na maioria das vezes, surgem dos erros e, portanto, podem ser corrigidos. É</p><p>possível prevenir por meio das causas que estão contribuindopara que ele ocorra.</p><p>Essas causas podem aparecer de fatores pessoais (dependendo do trabalha-</p><p>dor) e de fatores materiais (inerente às condições nos locais de trabalho). Então, é</p><p>preciso contar com profissionais de todas as áreas para poder solucionar a causa</p><p>de um acidente e depois, analisar os aspectos relativos ao comportamento huma-</p><p>no, ou seja, aos fatores pessoais.</p><p>Conheça agora um caso em que a atitude prevencionista foi fundamental para</p><p>garantir a segurança dos trabalhadores. Veja o Casos e relatos.</p><p>108 FundamenToS de Saúde e Segurança do Trabalho - Volume 1</p><p>caSoS e relaToS</p><p>Manutenções no ambiente de trabalho</p><p>Durante uma rápida visita às instalações da empresa foi possível observar</p><p>que algumas pessoas estavam ignorando o fato de existir um acúmulo de</p><p>água próximo aos equipamentos elétricos que estavam sendo montados</p><p>naquele setor.</p><p>Ao observar a falta de cuidado, o chefe da manutenção chamou imediata-</p><p>mente o técnico responsável pela instalação do equipamento e determi-</p><p>nou que os espaços fossem todos limpos antes que este trabalho fosse</p><p>concluído. O técnico não acreditava que isso poderia causar qualquer</p><p>tipo de acidente.</p><p>Antes de terminar as suas atividades, o técnico observou que um fun-</p><p>cionário que passava pelo local escorregou e caiu próximo aos fios de</p><p>energia. O funcionário não se machucou com a queda e não levou um</p><p>choque. Embora se tratou apenas de um incidente, todos perceberam</p><p>que existia realmente o risco de causar acidentes de trabalho e que a</p><p>melhor forma é a prevenção, mantendo o ambiente de trabalho limpo e</p><p>organizado.</p><p>O treinamento dos trabalhadores e a reciclagem são fundamentais para baixar</p><p>os níveis de acidentes. O conhecimento das regras de segurança e da importância</p><p>da prevenção pode eliminar as causas principais do acidente.</p><p>prevenção de riscos químicos, físicos e biológicos</p><p>Os programas de prevenção de riscos deverão ser coordenados por técnicos</p><p>de segurança capacitados para implantação e manutenção. O exemplo mais claro</p><p>é o PPRA – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais, estabelecido pela NR-9,</p><p>da Secretaria de Segurança e Saúde do Trabalho, do Ministério do Trabalho.</p><p>Esse programa tem como objetivo a saúde do trabalhador, garantindo sua in-</p><p>tegridade aos riscos no ambiente de trabalho.</p><p>5 a PreVençÃo de acidenTeS de Trabalho 109</p><p>Je</p><p>an</p><p>S</p><p>ch</p><p>ei</p><p>je</p><p>n</p><p>(2</p><p>0-</p><p>-?</p><p>)</p><p>O Ministério do Trabalho e Emprego (1994), estabelece que os riscos ambien-</p><p>tais podem ser divididos em agentes físicos, químicos e biológicos. Veja mais!</p><p>Agentes físicos: são aqueles que provêm de máquinas e equipamentos. Exem-</p><p>plos:</p><p>a) agentes de riscos;</p><p>b) anormalidades de pressões;</p><p>c) temperaturas altas ou baixas;</p><p>d) radiações.</p><p>Agentes químicos: aparecem decorrentes do processamento e industrializa-</p><p>ção da produção. Exemplos:</p><p>a) poeiras e fumos;</p><p>b) névoas e neblinas;</p><p>c) gases e vapores.</p><p>Agentes Biológicos: são causados por microrganismos invisíveis a olho nu.</p><p>Exemplos:</p><p>a) bactérias;</p><p>b) vírus;</p><p>c) fungos;</p><p>d) bacilos.</p><p>110 FundamenToS de Saúde e Segurança do Trabalho - Volume 1</p><p>Agentes Ergonômicos: estão intimamente ligados ao ambiente de trabalho</p><p>e às adaptações ao trabalhador, proporcionando bem-estar</p><p>físico e psicológico.</p><p>Ocorrem quando há disfunção entre o trabalhador, seu posto de trabalho e suas</p><p>máquinas.</p><p>Os riscos deverão ser eliminados como prevenção, desde a implantação da</p><p>operação que o trabalhador irá desenvolver. Não se pode esperar os índices de</p><p>acidentes aparecerem, senão poderá se incorrer no erro da correção, antes da</p><p>prevenção. Acompanhe alguns exemplos.</p><p>a) Colocar em prática o EPC – Equipamento de proteção coletiva.</p><p>b) Cobrar do trabalhador o EPI – Equipamento de proteção individual.</p><p>c) Elaborar o mapa de risco, pois com ele se levantarão todos os agentes de</p><p>riscos.</p><p>d) Trocar as informações com os trabalhadores na elaboração do mapa de risco.</p><p>Na elaboração do mapa de risco, é preciso conhecer o processo de trabalho na</p><p>área a ser analisada. Devem-se identificar todos os riscos existentes, analisando</p><p>as medidas preventivas no local, sua eficiência1 e eficácia2. É necessário também</p><p>analisar os indicadores de saúde e reduzir os riscos a nível zero.</p><p>É importante rever os dados dos levantamentos já feitos no local, para tomar</p><p>como base na prevenção futura.</p><p>Por meio dos estudos de todo o leiaute do ambiente, poderá ser feita a confi-</p><p>guração do mapa de risco, usando as cores - que você conhecerá com mais pro-</p><p>fundidade mais adiante - especificadas para cada um, e o número de trabalhado-</p><p>res expostos. Finalmente, em cima desses dados, é possível tomar medidas reais</p><p>para evitar, e não corrigir, os agentes de riscos.</p><p>Agora, você já sabe que é preciso ter muito cuidado para evitar acidentes de</p><p>trabalho, certo? Além disso, esses cuidados podem evitar ainda que acidentes se</p><p>repitam. Explore todas as informações disponíveis!</p><p>VOCÊ</p><p>SABIA?</p><p>A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA)</p><p>foi criada em 1944 durante o governo de Getúlio Vargas.</p><p>Ela foi regulamentada pela Portaria nº 8, editada pelo</p><p>Ministério do Trabalho e Emprego - MTE em 23.02.99.</p><p>1 EFICIÊNCIA</p><p>Fazer certo; o meio para se</p><p>atingir um resultado.</p><p>2 EFICÁCIA</p><p>A coisa certa; o resultado.</p><p>5 a PreVençÃo de acidenTeS de Trabalho 111</p><p>recaPiTulando</p><p>Nesse capítulo, você descobriu o que são acidentes, quais são as causas,</p><p>fatores e, principalmente, as medidas preventivas. Conheceu também,</p><p>os agentes mais presentes no ambiente físico do trabalho e os cuidados</p><p>e equipamentos de proteção a serem usados. Lembre-se que não basta</p><p>um só levantamento, uma só medida. É preciso retornar à atividade de</p><p>segurança de tempos em tempos. Somente assim, será possível baixar os</p><p>infortúnios dos trabalhadores, com incapacidade por deficiência física ou</p><p>saúde. Parabéns pela conclusão deste capítulo. Vamos em frente, pois o</p><p>estudo não para por aqui.</p><p>6</p><p>Teoria de Frank bird, “Pirâmide”</p><p>O grau de responsabilidade com saúde e segurança dos trabalhadores, nas atividades das</p><p>empresas, vem aumentando a cada dia. As grandes empresas passaram a ter maior preocupa-</p><p>ção com os trabalhadores, sua saúde e seu bem-estar. A segurança virou uma prioridade que,</p><p>até então, era preocupação apenas dos trabalhadores, passando a ser diretamente relacionado</p><p>aos lucros e, consequentemente, a toda parte gerencial da empresa.</p><p>A competitividade do mercado global impulsionou as empresas a produzirem mais, por-</p><p>que, reduzindo o tempo de produção reduziam-se também os custos. Logo, os trabalhadores</p><p>tinham que estar em perfeitas condições de trabalho para não cortar o ciclo de produção. As</p><p>empresas tiveram que manter uma melhoria continua para se manterem no mercado e, para</p><p>isso, precisavam evitar acidentes de trabalho. Antes de iniciar, conheça os objetivos de apren-</p><p>dizagem!</p><p>Ao final deste capítulo, você terá subsídios para:</p><p>a) conhecer a teoria de Frank Bird, conhecida como “Pirâmide”;</p><p>b) investigar causas e formas de prevenção de acidentes, usando a teoria de Frank Bird;</p><p>c) aprender a tomar medidas preventivas e de tempo.</p><p>Todo esse conteúdo, administrado com sua disciplina e dedicação, certamente, oferecerá</p><p>um aprendizado sólido, baseado na construção e interação!</p><p>114 FundamenToS de Saúde e Segurança do Trabalho - Volume 1</p><p>6.1 conhecendo a Teoria de Frank bird, “Pirâmide”</p><p>Se você analisar a importância de se tomar ações de prevenção de acidentes, é</p><p>possível chegar à conclusão de que um sistema de segurança torna-se imprescin-</p><p>dível para qualquer tipo de ambiente de trabalho. Pronto para seguir em frente?</p><p>O aprendizado será muito interessante. Vamos lá!</p><p>melhoria na prevenção de acidenTes</p><p>As empresas começaram a modificar sua visão e, passaram a criar novos mé-</p><p>todos de trabalho, impulsionando a prevenção de acidentes com o princípio de</p><p>melhoria contínua. Até hoje as empresas buscam a diminuição do número de aci-</p><p>dentes através dela.</p><p>Os custos de acidentes, que eram muito altos, foram reduzidos com medidas</p><p>preventivas e a segurança e saúde do trabalhador viraram meta e tornaram-se</p><p>rotina nas empresas.</p><p>SAIBA</p><p>MAIS</p><p>Quer saber como a pirâmide de Frank Bird foi utilizada para</p><p>os acidentes de trânsito?</p><p>Acesse o site:</p><p><http://www.angelfire.com/mt/ambienternet/proces01.</p><p>html>.</p><p>Porém, em algumas empresas, aumenta-se a produção e as tarefas por tra-</p><p>balhador ao invés de contratar mais trabalhadores. Isso ocorre porque o custo</p><p>com a contratação diminui muito o lucro esperado. As empresas passam, então, a</p><p>aumentar as horas extras e usar a mesma mão de obra contratada para produzir</p><p>mais. Assim, o número de acidentes cresce, pois o tempo de exposição aos riscos</p><p>é maior.</p><p>FIQUE</p><p>ALERTA</p><p>O cansaço, a falta de atenção e outros fatores psicológicos</p><p>passam a ser uma rotina na vida desses trabalhadores,</p><p>contribuindo significativamente para o aumento do nú-</p><p>mero de acidentes.</p><p>6 Teoria de Frank bird, “Pirâmide” 115</p><p>Ju</p><p>pi</p><p>te</p><p>rim</p><p>ag</p><p>es</p><p>(2</p><p>0-</p><p>-?</p><p>)</p><p>Segundo a Votorantim Metais (2008), estudos demonstram que em mais de</p><p>96% dos acidentes, o comportamento de risco é a causa principal.</p><p>Para mudar o comportamento de risco, é importante identificar as causas e</p><p>corrigi-las. Lembrando que o comportamento humano pode ser observado e</p><p>mensurado, logo se chega à conclusão que ele pode e deve ser gerenciado.</p><p>Conheça agora, no Casos e relatos, um exemplo de como a informação sobre o</p><p>uso adequado de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) fez a diferença para</p><p>os trabalhadores de uma empresa.</p><p>caSoS e relaToS</p><p>Prevenção Comepi</p><p>Apesar de receber Equipamentos de Proteção Individual (EPI) necessários</p><p>à execução de suas atividades, todos os funcionários de um canteiro de</p><p>obras tinham dúvidas sobre como utilizá-los. O responsável pela segu-</p><p>rança planejou uma ação que tinha por objetivo treinar os funcionários e</p><p>tirar suas dúvidas sobre EPI e sobre outros materiais e ferramentas.</p><p>116 FundamenToS de Saúde e Segurança do Trabalho - Volume 1</p><p>Nesta etapa da atividade, o gerente percebeu que a obra não cumpria o</p><p>cronograma inicial e que qualquer parada poderia acarretar em mais atra-</p><p>sos. Mesmo assim, o técnico demonstrou que a possibilidade de causar</p><p>lesões graves devido ao uso incorreto de equipamentos ou ferramentas</p><p>poderia ser muito mais prejudicial ao cronograma de atividades do que o</p><p>tempo necessário para treinar os funcionários.</p><p>Desta forma, após a execução do treinamento foi possível perceber que</p><p>apesar dos atrasos ocorridos na execução desta etapa da obra, nenhum</p><p>acidente grave foi registrado e não houve mais prejuízos.</p><p>pirâmide de frank bird</p><p>Em 1966, Frank Bird Jr., tornou público um estudo junto à siderúrgica Lucksens</p><p>Steel, que contava com 5000 trabalhadores e que sofreu 90.000 acidentes nos</p><p>últimos 7 anos.</p><p>Bird apresentou, então, a teoria de Controle de Danos, que tinha como finali-</p><p>dade principal, acabar com os danos materiais, mas sempre controlando o pesso-</p><p>al. Fundamentou seus estudos em cima de 4 aspectos fundamentais:</p><p>a) informação;</p><p>b) investigação;</p><p>c) análise;</p><p>d) revisão do processo.</p><p>Em 1969, a Insurance Companyof North América, juntamente com Bird, pu-</p><p>blicou um estudo com 1.753.498 trabalhadores em 297 empresas, no qual Bird</p><p>relacionou os quase acidentes. Isso tornou seu</p><p>estudo muito mais preciso e repre-</p><p>sentou a situação muito mais detalhada.</p><p>A pirâmide de Frank Bird tem como base a redução de acidentes nos compor-</p><p>tamentos de riscos dos trabalhadores, pois aumenta a visualização da proporcio-</p><p>nalidade do risco gerador de maior impacto, ou seja, dos desvios comportamen-</p><p>tais.</p><p>6 Teoria de Frank bird, “Pirâmide” 117</p><p>Ju</p><p>pi</p><p>te</p><p>rim</p><p>ag</p><p>es</p><p>(2</p><p>0-</p><p>-?</p><p>)</p><p>Se as causas dos acidentes forem controladas, menor será a possibilidade de</p><p>acontecerem os acidentes mais graves, que consequentemente, estão no topo da</p><p>pirâmide de Frank Bird.</p><p>D</p><p>ie</p><p>go</p><p>F</p><p>er</p><p>na</p><p>nd</p><p>es</p><p>(2</p><p>01</p><p>1)</p><p>Figura 13 - Pirâmide de Frank Bird</p><p>Fonte: Pacheco (2011)</p><p>É preciso priorizar um sistema preventivo, quando se fala de segurança e saú-</p><p>de dos trabalhadores. Por isso, a utilização de ferramentas comportamentais vem</p><p>ao encontro das necessidades vitais nos dias de hoje.</p><p>118 FundamenToS de Saúde e Segurança do Trabalho - Volume 1</p><p>Gerenciando as ações dos trabalhadores, estes poderão se conscientizar quan-</p><p>to aos comportamentos de riscos, criando um sistema de trabalho mais seguro.</p><p>VOCÊ</p><p>SABIA?</p><p>Algumas empresas têm psicólogos nos seus quadros</p><p>para avaliar se os trabalhadores estão em condições</p><p>emocionais de realizar as tarefas. É isso mesmo! Eles</p><p>acompanham o processo produtivo diariamente.</p><p>Viu como a pirâmide de Frank Bird pode ser importante para investigar as cau-</p><p>sas de acidentes de trabalho? E fique atento, pois as medidas preventivas devem</p><p>ser tomadas a todo o momento!</p><p>recaPiTulando</p><p>A responsabilidade sobre a saúde dos trabalhadores está aumentando.</p><p>As empresas produzem mais e exigem dos trabalhadores o aumento das</p><p>atividades. Assim, o número de acidentes sobe vertiginosamente. Por</p><p>isso, é preciso quantificar esse número para tomar decisões de preven-</p><p>ção.</p><p>Frank Bird criou sua pirâmide para mostrar a diferença dos riscos leves,</p><p>até os críticos, para que se tomem medidas preventivas, principalmente</p><p>comportamentais. Somente assim, será possível desenvolver a consci-</p><p>entização e, consequentemente, a diminuição de todos os níveis de aci-</p><p>dentes.</p><p>6 Teoria de Frank bird, “Pirâmide” 119</p><p>Anotações:</p><p>7</p><p>estudos de J. reason “Queijo Suíço”</p><p>Neste capítulo, você estudará a teoria de J.Reason, “queijo suíço”. Essa teoria mostra que os</p><p>erros humanos devem ser gerenciados, pois as falhas latentes produzidas (por projetos, cons-</p><p>truções, etc.), quando unidas com as falhas ativas ou atos inseguros, são proporcionais aos bu-</p><p>racos de um queijo suíço, que, se alinhados, provocarão um acidente de grandes proporções.</p><p>Em seu trabalho, J. Reason mostra que os erros humanos têm modelo e causa própria, devendo</p><p>ser gerenciados de forma diferente, pois suas filosofias são distintas.</p><p>Atente-se para cada tema, percorra todos os caminhos de aprendizagem oferecidos no ca-</p><p>pítulo. Vamos conhecer os objetivos de aprendizagem? Acompanhe!</p><p>Ao final deste capítulo, você terá subsídios para:</p><p>a) conhecer a teoria de J.Reason, também conhecida como “queijo suíço”;</p><p>b) aprender a prevenir que pequenas falhas, latentes ou ativas, se tornem um acidente de</p><p>grandes proporções.</p><p>Faça da sua leitura, um processo de investigação e construção de novos significados.</p><p>122 FundamenToS de Saúde e Segurança do Trabalho - Volume 1</p><p>7.1 erro humano no ambienTe de Trabalho</p><p>Os erros no ambiente de trabalho podem acontecer de duas formas: os pes-</p><p>soais, que vem de fatores emocionais como o esquecimento e a desatenção e os</p><p>fatores do sistema, que compreendem a pressão organizacional que sofrem os</p><p>empregadores no dia a dia, dependendo da atividade que exercem.</p><p>Os erros humanos podem ser estudados sob dois pontos de vista: aproxima-</p><p>ção pessoal e aproximação do sistema cada qual possuindo um modelo próprio</p><p>de causa dos erros, e consequentemente cada um apresenta uma filosofia dife-</p><p>rente de gerenciamento (REASON, 2004, p. 23).</p><p>Vamos conhecer um caso de desempenho e qualidade no trabalho? Acompa-</p><p>nhe o Casos e relatos sobre o trabalho de Maurício e Antônio.</p><p>caSoS e relaToS</p><p>Desempenho e qualidade total</p><p>Na linha de produção onde Maurício trabalha, o gerente resolveu implan-</p><p>tar um sistema de medidas de produtividade e metas. Cada funcionário</p><p>que atingisse as metas de produção e qualidade estabelecidas na monta-</p><p>gem dos equipamentos poderia usufruir de alguns benefícios.</p><p>Quando a equipe iniciou as atividades após a comunicação deste progra-</p><p>ma, todos iniciaram um processo de concorrência. No entanto, as ativi-</p><p>dades de Maurício dependiam da montagem de Antônio, que aparente-</p><p>mente iria levar mais tempo. Então, Maurício começou a ajudar Antônio</p><p>para tentar melhorar a produção desta linha. Ele fazia horas extras e algu-</p><p>mas vezes até deixava suas atividades acumularem.</p><p>Quando Maurício se deu conta, tinha uma série de peças a serem mon-</p><p>tadas, acumuladas em seu ambiente de trabalho. E muitas peças preci-</p><p>savam ser refeitas, pois eles não perceberam que as ferramentas tinham</p><p>sofrido desgastes que causavam rachaduras.</p><p>No fechamento do mês todo, o grupo daquela seção recebeu os resulta-</p><p>dos da produção. Mesmo com todos os esforços de Maurício e Antônio</p><p>para atingir as metas, eles não obtiveram êxito.</p><p>7 eSTudoS de J. reaSon “QueiJo SuÍço” 123</p><p>Alguns métodos visam modificar o comportamento humano com campanhas</p><p>novas e que apelam para o sentimento de medo ou, simplesmente, reescreven-</p><p>do procedimentos, querendo modificar coisas ruins e considerando as pessoas</p><p>como se fossem ruins. Isso é um erro!</p><p>Atos inseguros são decorrentes, muitas vezes, de fatores emocionais que não</p><p>se resolvem facilmente!</p><p>Os atos inseguros provêm de fatores emocionais, e são de difícil solução. E</p><p>sabe por quê? Porque mudar a forma de ser do indivíduo requer muito esforço e,</p><p>normalmente, um tempo prolongado.</p><p>A aproximação pessoal foca os atos inseguros – erros e violações de proce-</p><p>dimentos. Neste ponto de vista os atos inseguros surgem de processos mentais</p><p>aberrantes, tais como esquecimentos, desatenção, baixa motivação, falta de cui-</p><p>dado, negligência e imprudência, e assim as medidas preventivas estão dirigidas</p><p>no sentido de se restringir a variabilidade indesejável do comportamento hu-</p><p>mano. Estes métodos incluem campanhas através de pôsteres que apelam para</p><p>o sentimento de medo, escrever novos procedimentos ou alterar os existentes,</p><p>medidas disciplinares, ameaças de litígio, reciclagem de treinamento, nomeando</p><p>e envergonhando os culpados. Os seguidores desta teoria tratam o erro como</p><p>um papel moral, assumindo que coisas ruins acontecem com pessoas ruins. (REA-</p><p>SON, 2004, p.24).</p><p>Quando um evento adverso ocorre, o importante não é quem cometeu o erro,</p><p>mas sim como e porque as defesas falharam.</p><p>SAIBA</p><p>MAIS</p><p>Para saber mais, a dica é a leitura da dissertação de mestra-</p><p>do do Sr. Ermenando António dos Santos Silva que analisa a</p><p>questão da “ Percepção do Risco e Cultura de Segurança: O</p><p>Caso Aeroportuário. Ela está disponível em: <http://estudo-</p><p>geral.sib.uc.pt/bitstream/10316/13546/1/19971060_ERME-</p><p>NANDO_SILVA.pdf>.</p><p>Vale a pena ler e descobrir que a ocorrência de acidentes de</p><p>trabalho varia de acordo com a idade, habilidades literárias</p><p>completas, percepção do risco, horário de trabalho e muitos</p><p>outros fatores. Descubra-os!</p><p>Os erros devem ser considerados como consequência e não como causa. Não</p><p>se pode culpar a natureza perversa do ser humano, mas outros fatores que aca-</p><p>bam induzindo-o ao erro.</p><p>124 FundamenToS de Saúde e Segurança do Trabalho - Volume 1</p><p>Na aproximação do sistema considera-se que os humanos fa-</p><p>lham e os erros são esperados, mesmo nas melhores organiza-</p><p>ções. Os erros são considerados mais como consequência do</p><p>que como causas, tendo suas origens nem tanto na natureza</p><p>perversa do ser humano, mas fatores sistêmicos que estão</p><p>acima destes. As medidas de segurança baseiam-se no fato</p><p>de que não podemos mudar a natureza humana, mas sim as</p><p>condições sob as quais os seres humanos trabalham. A ideia</p><p>central é a dos sistemas de defesa, ou seja, toda a tecnologia</p><p>perigosa possui barreiras e</p><p>salvaguardas. Quando um even-</p><p>to adverso ocorre o importante não é quem cometeu o erro,</p><p>mas sim como e porque as defesas falharam (CORREA; JUNIOR,</p><p>2007 apud REASON, 2004, p. 26).</p><p>O modelo do “queijo suíço” mostrado por Reason (1990) toma como base as</p><p>defesas, barreiras e salvaguardas1 como a principal chave.</p><p>A alta tecnologia tem camadas defensivas e a engenharia contribui com os</p><p>alarmes, barreiras físicas, interrupção automática de elementos. O ser humano</p><p>(trabalhadores, pilotos, operadores) está atrelado ao processo administrativo e</p><p>sofre, então, seu controle.Todas elas têm como meta proteger os acidentados em</p><p>potencial, e a empresa dos perigos que a cercam.</p><p>As defesas, barreiras e salvaguardas, normalmente, diminuem os riscos, mas</p><p>no ambiente sempre existem as fraquezas humanas. Isso demonstra que as cama-</p><p>das deveriam ser sólidas, mas sempre existem os buracos como num queijo suíço.</p><p>Resolvem-se os que se abrem e outros vão aparecendo, em momentos diferentes.</p><p>FIQUE</p><p>ALERTA</p><p>Nas camadas, esses buracos se mantêm sem muita preo-</p><p>cupação. Mas quando se alinham em todas as camadas,</p><p>nasce um risco iminente e perigoso.</p><p>aTos inseguros – falhas aTivas e laTenTes</p><p>Os atos inseguros são as falhas ativas, que têm participação direta das pessoas,</p><p>que integram o sistema. Veja quais são!</p><p>1 SALVAGUARDA</p><p>Proteção concedida por</p><p>uma autoridade; salvo-</p><p>conduto.</p><p>7 eSTudoS de J. reaSon “QueiJo SuÍço” 125</p><p>D</p><p>ie</p><p>go</p><p>F</p><p>er</p><p>na</p><p>nd</p><p>es</p><p>(2</p><p>01</p><p>1)</p><p>Figura 14 - Falhas ativas</p><p>As falhas ativas processam um impacto de tempo reduzido sob as defesas.</p><p>Reason (2000 apud CORREA; JUNIOR, 2007) cita como exemplo o acidente de</p><p>Chernobyl, no qual um operador não obedeceu às regras nucleares e desligou</p><p>os sistemas de segurança, fazendo com que o núcleo do reator viesse a explodir.</p><p>O erro foi cometido, pois não se levou em consideração as condições ante-</p><p>riores que conduziram o procedimento e, então, os seguidores da aproximação</p><p>terminaram todas as análises nesse ponto.</p><p>Perigos</p><p>Perdas</p><p>Falhas ativas</p><p>Falhas latentes</p><p>D</p><p>ie</p><p>go</p><p>F</p><p>er</p><p>na</p><p>nd</p><p>es</p><p>(2</p><p>01</p><p>1)</p><p>Figura 15 - Queijo suíço de Reason</p><p>Fonte: Araújo (2007)</p><p>As condições latentes aparecem com a cúpula das empresas que, por meio</p><p>de decisões, sobrecarregam muitas vezes o sistema e induzem o trabalhador aos</p><p>erros por pressão na atividade exercida. O indivíduo quer acertar, mas acaba co-</p><p>mentando o erro pelo nervosismo de não poder errar.</p><p>126 FundamenToS de Saúde e Segurança do Trabalho - Volume 1</p><p>As condições latentes podem criar lacunas na atividade, por longo tempo, se</p><p>não forem percebidas logo, e consequentemente modificadas, como você verá a</p><p>seguir.</p><p>As condições latentes, como o nome sugere, podem per-</p><p>manecer dormentes no sistema por anos antes que se com-</p><p>binem com as falhas ativas provocando acidentes. As falhas</p><p>ativas não podem ser previstas facilmente, mas as condições</p><p>latentes podem ser identificadas e corrigidas antes de um</p><p>evento adverso. A compreensão deste fato leva ao gerencia-</p><p>mento pró-ativo ao invés do reativo. (REASON, 2004 p. 27).</p><p>Em 22 de agosto de 2003, algumas falhas latentes, como a contratação de re-</p><p>cursos humanos e a parte financeira, levaram a o evento catastrófico com o VLS-</p><p>VO3, no Maranhão, na cidade de Alcântara, na terceira fase do desenvolvimento</p><p>do programa brasileiro espacial, gerando um acidente de dimensões considerá-</p><p>veis.</p><p>Mas lembre-se que os riscos humanos nunca serão gerenciados 100% porque</p><p>mesmo que as falhas humanas sejam controladas, jamais serão eliminadas total-</p><p>mente. O gerenciamento do erro deve ser considerado tão importante quanto o</p><p>que o trabalhador consegue produzir.</p><p>Diferentes tipos de erros com variados mecanismos de sus-</p><p>tentação ocorrem nas organizações e requerem métodos de</p><p>gerenciamento específicos. O grande desafio é o de propi-</p><p>ciar condições para que sejam eliminadas as condições que</p><p>potencializam os erros, aumentando as chances de detecção</p><p>e de recuperação das falhas humanas que inevitavelmente</p><p>ocorrerão(REASON, 2004, p.27).</p><p>Basicamente, as diferenças dos erros cometidos pelos operadores se restrin-</p><p>gem a:</p><p>a) deslizes (slips);</p><p>b) lapsos (lapses);</p><p>c) tropeços (trips);</p><p>d) erros de execução (fumbles);</p><p>e) equívocos (misunderstanding).</p><p>7 eSTudoS de J. reaSon “QueiJo SuÍço” 127</p><p>VOCÊ</p><p>SABIA?</p><p>Deslizes, lapsos, tropeços e erros de execução, fazem</p><p>parte habitual do erro, enquanto os equívocos estão</p><p>ligados ao conhecimento, aos objetivos e ao raciocínio</p><p>lógico do trabalhador.</p><p>Erros representam problemas de manipulação de informações</p><p>e violações por problemas motivacionais. Os problemas de</p><p>fatores humanos são um produto de uma cadeia de causas</p><p>na qual os fatores psicológicos individuais (exemplo: falta de</p><p>atenção momentânea, esquecimentos, etc.) representam a úl-</p><p>tima barreira no processo de gerenciamento. (REASON, 2004,</p><p>p.28).</p><p>O fator emocional contribui para que os erros aconteçam. Depende de como</p><p>o indivíduo está processando a informação recebida e quais causas o estão in-</p><p>fluenciando. O fator emocional é o mais difícil de ser corrigido, porque depende</p><p>apenas dele.</p><p>E aqui você finaliza esse capítulo com muito aprendizado novo, certo? Apro-</p><p>veite para refletir sobre sua realidade e aplicar os conhecimentos!</p><p>recaPiTulando</p><p>Neste capítulo, você conheceu a visão de J. Reason, que os erros humanos</p><p>têm modelo e causas próprias, devendo ser gerenciados de forma difer-</p><p>ente, por ter filosofias distintas. Os erros são estudados por dois pontos:</p><p>aproximação pessoal e do sistema.</p><p>Ao nos apresentar o modelo do “queijo suíço”, Reason (2004) toma como</p><p>base as defesas, barreiras e salvaguardas como a principal chave. Argu-</p><p>menta ainda o autor que as falhas latentes e ativas foram divididas.</p><p>Como você estudou, as condições latentes são representadas pelas pa-</p><p>tologias intrínsecas do sistema. As falhas ativas não podem ser previstas</p><p>facilmente. Quando os buracos do queijo se alinham, falhas ativas e la-</p><p>tentes estão com os riscos iminentes e perigosos.</p><p>reFerênciaS</p><p>VOLUME 1</p><p>ALMEIDA, Ildeberto Muniz de. Caminhos da análise de acidentes do trabalho. 2004. Disponível</p><p>em: <www.mte.gov.br/seg_sau/pub_cne_analise_acidente.pdf>. Acesso em: 01 jun. 2011.</p><p>ARAÚJO, António de. O Tribunal Constitucional (1989-1996): um estudo de comportamento</p><p>judicial. Coimbra: Coimbra Editora,1997.</p><p>ARAÚJO, Maurício. Fatores humanos. 2007. Disponível em: <http://safersky.com/art_fh_0807.</p><p>htm>. Acesso em: 20 maio de 2011.</p><p>ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 14039— Instalações elétricas de média</p><p>tensão de 1,0 kV a 36,2 kV. Rio de Janeiro: ABNT, 2003.</p><p>______. NBR 14787— Espaço Confinado, Prevenção de Acidentes, Procedimentos e Medidas de</p><p>Proteção. Rio de Janeiro: ABNT, 2002.</p><p>______. NBR 5410— Instalações elétricas de baixa tensão. Rio de Janeiro: ABNT, 2004. vii, 208 p.</p><p>BRASIL. Código Penal Brasileiro. Capítulo II. Artigo 129. 2008.</p><p>______. Decreto nº 2.207, de 15 de abril de 1997. Regulamenta o parágrafo 2 do art. 36 e os art. 30</p><p>a 42 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação</p><p>nacional. Lex: Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, v. 135, n. 74,p. 7760-7761, 15</p><p>abr. 1997. Seção 1.</p><p>______.Presidência da República. 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Disponível em: <http://.demec.ufpr.br/</p><p>disciplinas/TM120/VENTILACAO_INDUSTRIAL.pdf> Acesso em: 16 jun. 2011.</p><p>OLIVEIRA, S.G. Proteção jurídica à saúde do trabalhador. 3. ed. São Paulo: LTR, 2002.</p><p>PROVENZA, Francesco. Desenhista de máquinas. São Paulo: F. Provenza, 1976. 384 p.</p><p>______, Francesco. Projetista de máquinas. São Paulo: Escola Pro-Tec, 1960.</p><p>PUGLIESI, Marcio; TRINDADE, Diamantino Fernandes. Desenho mecânico e de má quinas. [S.l.]:</p><p>Ediouro, [19--]. 242 p.</p><p>RÁO, Vicente.</p><p>Ato jurídico: noção, pressupostos, elementos essenciais e acidentais: o problema do</p><p>conflito entre os elementos volitivos e a declaração. 4. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1999.</p><p>426 p.</p><p>REIS, Jorge Santos; FREITAS, Roberto de. Segurança em Eletricidade. 2. ed. São Paulo:</p><p>Fundacentro, 1985.</p><p>SARTORI, G. A política. Distrito Federal: UnB, 1997.</p><p>SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL. Departamento Nacional. Curso básico de</p><p>segurança em instalações e serviços em eletricidade: riscos elétricos. Brasília: SENAI/DN, 2005.</p><p>_______. Departamento Nacional. Programa de Capacitação/Atualização Tecnológica de Docentes</p><p>do SENAI. Curso Metal Mecânica: Apostila do Módulo de Desenho Técnico. Brasília: SENAI/DN,</p><p>2006.</p><p>SILVA, João da. Segurança do Trabalho. 3. ed. São Paulo: Ática, 2010.</p><p>STELMAM, G. Trabalho e saúde na indústria. São Paulo: Edusp, 1978. 3 v.</p><p>STRAUHS, Faimara do Rocio. Curso técnico em eletrotécnica: desenho técnico, módulo 1, livro 2.</p><p>Curitiba: Base Didáticos, 2007. 112 p.</p><p>SÜSSEKIND, Arnaldo. Convenções da OIT: constituição da OIT, convenções ratificadas pelo Brasil,</p><p>principais convenções não ratificadas, anexo: Declaração universal dos direitos humanos. 2. ed. rev.</p><p>aum. São Paulo: LTR, 1998. 623 p.</p><p>TRANSITOBR. Acidentes – números. Disponível em: <http://transitobr.com.br/index2.php?id_</p><p>conteudo=9>. Acesso em: 19 set. 2011.</p><p>minicurrÍculo doS auToreS</p><p>VOLUME 1</p><p>Juliano Daniel Marcelino é especialista em Gerenciamento de Projetos e bacharel em Sistemas</p><p>de Informação. Atuou como gerente de projetos de implantação de sistemas de informação para</p><p>cadeia de suprimentos, sistemas de gerenciamento corporativo, sincronização e integração de</p><p>sistemas colaborativos, além de prestar consultoria empresarial com experiência em nível inter-</p><p>nacional, em gerenciamento de projetos, análise, mapeamento e gerenciamento de processos e</p><p>planejamento estratégico. Ainda no segmento corporativo, teve a oportunidade de realizar inú-</p><p>meras apresentações, palestras e cursos sobre gerenciamento de projetos, gestão e riscos, plane-</p><p>jamento de auditoria, gestão de alta performance, gestão do conhecimento e desenvolvimento</p><p>de equipes de alta performance. Na área acadêmica, atualmente, é professor da academia Cisco</p><p>no SENAI/SC em Jaraguá do Sul e conta com experiência nos segmentos de Pós-graduação, Gra-</p><p>duação, Técnico e Profissionalizante, além de coordenação e orientação de Trabalhos Acadêmicos</p><p>em instituições da região.</p><p>Leonardo Sobreira teve sua formação técnica na área de segurança do trabalho, no ano de 2000,</p><p>na unidade do SENAI, em Itajaí. Atuou em empresas como o SESI de Itajaí e Blumenau, na Rigesa</p><p>Papel e Celulose de Blumenau e, atualmente, exerce suas atividades como Gestor Técnico de Se-</p><p>gurança na empresa Klabin S.A. Atua, ainda, como docente nos cursos técnicos de segurança do</p><p>trabalho e construção naval na unidade do SENAI de Itajaí. Possui graduação na área de Adminis-</p><p>tração e Pós-Graduação em Gestão Organizacional pela Univali.</p><p>Osny Edson Pereira é administrador de empresas, Especialista em Formação Sócio Econômica</p><p>do Brasil, vários cursos em Segurança no Trabalho, consultor de empresas nas áreas de Logística,</p><p>Trânsito e Segurança no Trabalho, trabalhando atualmente no SENAI – Jaraguá do Sul. É profes-</p><p>sor de Segurança no Trabalho, no curso Superior de Vestuário, ministrante dos cursos na área de</p><p>trânsito, NR-10 e NR 33, equipamentos portuários de grande porte, NR – 29, em várias entidades</p><p>e portos de Santa Catarina, também é orientador de TCCs.</p><p>Ricardo Rodrigues Misumoto é formado em Segurança do trabalho, tendo atuado como profissio-</p><p>nal de segurança nos últimos 12 anos em diversos segmentos da indústria. Ainda no segmento</p><p>corporativo, teve a oportunidade de realizar inúmeras apresentações, palestras e cursos voltados</p><p>ao segmento de Saúde e Segurança, Meio Ambiente e Gestão de Pessoas. Na área acadêmica,</p><p>atualmente é professor das disciplinas de Saúde e Segurança do Trabalho, Ética Cidadania e Meio</p><p>Ambiente, Organização e Preparação para o Trabalho, Gestão Ambiental e Gestão da Qualidade.</p><p>VOLUME 2</p><p>Leonardo Sobreira teve sua formação técnica na área de segurança do trabalho, no ano de 2000,</p><p>na unidade do SENAI, em Itajaí. Atuou em empresas como o SESI de Itajaí e Blumenau, na Rigesa</p><p>Papel e Celulose de Blumenau e, atualmente, exerce suas atividades como Gestor Técnico de Se-</p><p>gurança na empresa Klabin S.A. Atua, ainda, como docente nos cursos técnicos de segurança do</p><p>trabalho e construção naval na unidade do SENAI de Itajaí. Possui graduação na área de Adminis-</p><p>tração e Pós-Graduação em Gestão Organizacional pela Univali.</p><p>Morgana Machado Tezza é graduada em Ciências da Computação (UNISUL), Administração com</p><p>habilitação em marketing (UNERJ) e Licenciatura plena (UNISUL). Pós-graduada em Gerencia-</p><p>mento de Marketing (INPG). Cursando, atualmente, mestrado em Administração com ênfase em</p><p>educação a distância (UNIVALI). Atuou como docente nos cursos superiores de tecnologia, téc-</p><p>nicos e aprendizagem industrial no SENAI. Atualmente, coordena a área de educação a distância</p><p>da instituição.</p><p>Osny Edson Pereira é administrador de empresas, Especialista em Formação Sócio Econômica</p><p>do Brasil, vários cursos em Segurança no Trabalho, consultor de empresas nas áreas de Logística,</p><p>Trânsito e Segurança no Trabalho, trabalhando atualmente no SENAI – Jaraguá do Sul. É profes-</p><p>sor de Segurança no Trabalho, no curso Superior de Vestuário, ministrante dos cursos na área de</p><p>trânsito, NR-10 e NR 33, equipamentos portuários de grande porte, NR – 29, em várias entidades</p><p>e portos de Santa Catarina, também é orientador de TCCs.</p><p>Reginaldo Motta é graduado em Administração de Empresas pela UNERJ Jaraguá do Sul e Pós-</p><p>-graduado em Engenharia de Produção pela Fundação Uni versitária de Blumenau (FURB). É gra-</p><p>duando em Tecnólogo em Fabricação Mecânica pelo IFSC Jaraguá do Sul. Possui formação téc-</p><p>nica em Mecânica, Desenhos e Projetos pela Associação Beneficente da Indústria Carbonífera de</p><p>Santa Catarina (SATC). Atua na área de metal mecânica, em engenharia de processos, desenvolvi-</p><p>mento de produtos, projetos mecânicos, metrologia, melhoria contínua, controle da qualidade e</p><p>controle estatístico de processo (CEP).</p><p>Ronaldo Scoz Duarte é graduado em Engenharia Elétrica pela Universidade do Estado de San-</p><p>ta Catarina (UDESC) e pós-graduado em Engenharia de Segurança do Trabalho pela Pontifícia</p><p>Universidade Católica do Paraná (PUCPR). Trabalha na área de treinamentos em segurança, com</p><p>ênfase nas normas regulamentadoras NR-10, Básico e Complementar, e em NR-33 para Vigias e</p><p>Trabalhadores. É professor de Segurança em Procedimentos de Manutenção do Curso de Pós-</p><p>-Graduação em Engenharia de Manutenção Industrial pela Faculdade de Tecnologia SENAI e tam-</p><p>bém ministra aulas de Eletrônica Industrial do Curso Superior de Tecnologia em Mecatrônica, pela</p><p>Faculdade de Tecnologia SENAI.</p><p>Índice</p><p>VOLUME 1</p><p>A</p><p>Advento 18</p><p>Ano civil 64</p><p>Antracose 46, 47</p><p>B</p><p>Baixa tensão 129, 131</p><p>C</p><p>Check-list 36</p><p>D</p><p>Deflagradas 18</p><p>Doenças ocupacionais 21, 27, 47, 48, 74, 80</p><p>E</p><p>Eficácia 110</p><p>Eficiência 18, 83, 110, 111</p><p>Emissão 18, 19, 48, 65, 90, 92, 96</p><p>Etário 70</p><p>Evacuação 20</p><p>I</p><p>Imperícia 48, 51, 52, 70, 105</p><p>Imprudência 48, 50, 51, 52, 70, 123</p><p>In loco 48</p><p>Inventário 38</p><p>N</p><p>Negligência 48, 51, 52, 70, 88, 105, 123</p><p>Nexo 64, 88</p><p>P</p><p>Parâmetros 20, 22</p><p>Patologias 26, 61, 127</p><p>Permear 22, 23</p><p>Prevencionista 13, 26, 27, 48, 70, 76, 107</p><p>Probabilidade 20, 38, 39, 71, 80</p><p>S</p><p>Salvaguarda 124, 127</p><p>Segurado especial 68, 90, 91, 93</p><p>VOLUME 2</p><p>B</p><p>Baixa Tensão 242, 243, 288, 298, 299, 353, 356</p><p>E</p><p>Extrabaixa Tensão 288, 298, 299</p><p>I</p><p>Instalação elétrica 244, 255, 260, 269, 270, 346</p><p>R</p><p>Receita agronômica 184</p><p>T</p><p>Travamento 225, 246, 252, 263, 286, 287, 294</p><p>SENAI – DEPARTAMENTO NACIONAL</p><p>UNIDADE DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLóGICA – UNIEP</p><p>Rolando Vargas Vallejos</p><p>Gerente Executivo</p><p>Felipe Esteves Morgado</p><p>Gerente Executivo Adjunto</p><p>Diana Neri</p><p>Coordenação Geral</p><p>do Desenvolvimento dos Livros</p><p>SENAI – DEPARTAMENTO REGIONAL SC</p><p>Simone Moraes Raszl</p><p>Coordenação do Desenvolvimento dos Livros no Departamento Regional</p><p>Caroline Batista Nunes Silva</p><p>Morgana Machado Tezza</p><p>Coordenação do Projeto</p><p>Juliano Daniel Marcelino</p><p>Leonardo Sobreira</p><p>Osny Edson Pereira</p><p>Ricardo Rodrigues Misumoto</p><p>Elaboração Volume 1</p><p>Leonardo Sobreira</p><p>Morgana Machado Tezza</p><p>Osny Edson Pereira</p><p>Reginaldo Motta</p><p>Ronaldo Scoz Duarte</p><p>Elaboração Volume 2</p><p>Guilherme Augusto Girardi</p><p>Revisão Técnica</p><p>Beth Schirmer</p><p>Coordenação do Núcleo de Desenvolvimento</p><p>Gisele Umbelino</p><p>Coordenação de Desenvolvimento de Recursos Didáticos</p><p>Daiana Silva</p><p>Design Educacional Volume 1</p><p>Michele Antunes Corrêa</p><p>Design Educacional Volume 2</p><p>D’imitre Camargo Martins</p><p>Diego Fernandes</p><p>Julia Farias</p><p>Luiz Eduardo Meneghel</p><p>Waleska Knecht Rusche</p><p>Ilustrações e Tratamento de Imagens</p><p>Carlos Filip Lehmkuhl Loccioni</p><p>Priscila da Costa</p><p>Diagramação</p><p>Juliana Vieira de Lima</p><p>Revisão e Fechamento de Arquivos</p><p>Patrícia Correa Ciciliano</p><p>CRB-14/752</p><p>Ficha Catalográfica</p><p>DNA Tecnologia Ltda.</p><p>Sidiane Kayser dos Santos Schwinzer</p><p>Revisão Ortográfica e Gramatical</p><p>DNA Tecnologia Ltda.</p><p>Sidiane Kayser dos Santos Schwinzer</p><p>Normalização</p><p>i-Comunicação</p><p>Projeto Gráfico</p><p>257</p><p>11.2 Métodos de controle ............................................................................................................................ 259</p><p>11.2.1 Proteção contra choques elétricos ................................................................................ 259</p><p>11.2.2 Desenergização .................................................................................................................... 261</p><p>11.2.3 Instalação da sinalização de impedimento de energização ................................ 265</p><p>11.2.4 Proteção por separação elétrica ..................................................................................... 270</p><p>11.3 Eletricidade estática .............................................................................................................................. 271</p><p>V</p><p>O</p><p>LU</p><p>M</p><p>E</p><p>2</p><p>11.4 NR-10 Instalação e serviços de eletricidade ................................................................................. 273</p><p>11.4.1 Medidas de proteção coletiva e individual ................................................................ 279</p><p>11.4.2 Principais equipamentos de proteção coletiva ........................................................ 281</p><p>11.4.3 Principais Equipamentos de Proteção Individual .................................................... 283</p><p>11.4.4 Segurança nas instalações elétricas.............................................................................. 284</p><p>11.4.5 Alta-tensão ............................................................................................................................. 289</p><p>11.4.6 Sinalização obrigatória de segurança .......................................................................... 294</p><p>11.4.7 Procedimentos .................................................................................................................... 295</p><p>11.4.8 Situações de emergência ................................................................................................. 296</p><p>12 Cores de Segurança e Ventilação ........................................................................................................................ 301</p><p>12.1 Cores e sinalização ................................................................................................................................. 302</p><p>12.2 Ventilação ................................................................................................................................................ 306</p><p>12.2.1 Industrial ................................................................................................................................. 307</p><p>13 Desenho Técnico ...................................................................................................................................................... 315</p><p>13.3 Normas ..................................................................................................................................................... 316</p><p>13.3.1 NBR 10068 – Folha de desenho layout e dimensões .............................................. 317</p><p>13.3.2 NBR 10647– Desenho Técnico – Norma Geral........................................................... 317</p><p>13.3.3 NBR 13142– Desenho Técnico – Dobramento de cópias ...................................... 317</p><p>13.3.4 NBR 8402 – Execução de caracteres para escrita em desenhos técnicos ........ 318</p><p>13.3.5 NBR 8993 – Representação convencional de partes roscadas em desenho</p><p>técnico .................................................................................................................................................. 318</p><p>13.4 Formatos do papel ............................................................................................................................... 319</p><p>13.4.1 NBR 10582 – Apresentação da folha para desenho técnico ................................ 319</p><p>13.4.2 Margens .................................................................................................................................. 319</p><p>13.4.3 Espaço para texto ................................................................................................................ 320</p><p>13.5 13.3 Legenda e tipos de linha............................................................................................................ 322</p><p>13.5.1 Legenda ................................................................................................................................. 322</p><p>13.5.2 Caligrafia técnica ................................................................................................................ 322</p><p>13.5.3 Tipos de linha ........................................................................................................................ 323</p><p>13.6 Desenho Geométrico ........................................................................................................................... 326</p><p>13.6.1 Projeções Ortogonais ......................................................................................................... 326</p><p>13.7 Perspectiva ............................................................................................................................................... 333</p><p>13.7.1 Perspectiva Isométrica ....................................................................................................... 334</p><p>13.8 Escalas ........................................................................................................................................................ 335</p><p>13.9 Seções projetadas sobre a vista e fora da vista ........................................................................... 336</p><p>13.9.1 Cortes e seções ..................................................................................................................... 337</p><p>13.9.2 Hachuras (NBR 12.298) ...................................................................................................... 338</p><p>13.9.3 Corte Total (DIN-6) .............................................................................................................. 339</p><p>13.9.4 Meio corte .............................................................................................................................. 340</p><p>13.9.5 Cortes com desvio ............................................................................................................... 341</p><p>13.9.6 Corte parcial .......................................................................................................................... 342</p><p>13.10 Desenhos de detalhes ....................................................................................................................... 342</p><p>V</p><p>O</p><p>LU</p><p>M</p><p>E</p><p>2</p><p>13.10.1 Norma - NBR-5984/80...................................................................................................... 343</p><p>13.11 Plantas e leiautes ................................................................................................................................. 346</p><p>13.11.1 Planta Baixa ......................................................................................................................... 346</p><p>13.12 Geração de elementos geométricos ............................................................................................ 348</p><p>13.12.1 Arcos que se interseccionarão no centro desejado ............................................. 349</p><p>13.12.2 Divisão de uma reta em duas partes iguais ............................................................. 349</p><p>13.12.3 Hexágono ............................................................................................................................ 350</p><p>13.12.4 Pentágono ........................................................................................................................... 350</p><p>13.12.5 Inscrever uma circunferência em um quadrado .................................................... 350</p><p>Referências ........................................................................................................................................................................</p><p>353</p><p>Minicurrículo dos Autores ........................................................................................................................................... 361</p><p>Índice .................................................................................................................................................................................. 363</p><p>V</p><p>O</p><p>LU</p><p>M</p><p>E</p><p>2</p><p>1</p><p>Neste primeiro volume desta unidade curricular conheceremos os fundamentos técnicos e</p><p>científicos visando o desenvolvimento de princípios da área de saúde e segurança do trabalho,</p><p>bem como, o desenvolvimento das capacidades sociais, organizativas e metodológicas ade-</p><p>quadas a diferentes situações profissionais. Aqui teremos a oportunidade de refletir sobre os</p><p>princípios de saúde, meio ambiente e segurança do trabalho, terminologia técnica, acidentes</p><p>do trabalho e princípios prevencionistas.</p><p>Você perceberá que esses princípios repercutiram no desenvolvimento industrial, na res-</p><p>ponsabilidade socioambiental das empresas e na qualidade de vida dos trabalhadores.</p><p>No decorrer do estudo veremos as terminologias técnicas usadas para evitar acidentes de</p><p>trabalho, bem como a sua aplicabilidade no dia a dia. Você saberá o que é o desvio, os inciden-</p><p>tes, os perigos, os riscos e os acidentes. Saberá as causas, fatores e medidas preventivas, o que</p><p>é muito importante.</p><p>Com o estudo, terá subsídios para o desenvolvimento e implantação do sistema de Saúde</p><p>e Segurança do Trabalho, além de saber o que é um acidente, as causas e consequências dos</p><p>acidentes e como relatá-los ao Ministério do Trabalho. Além disso, verá como calcular os custos</p><p>envolvidos nesse processo e a maneira de preparar um documento de apoio.</p><p>Em outros capítulos, veremos a teoria de Frank Bird, além dos estudos de J. Reason sobre</p><p>“Queijo Suíço”. Numa visão mais abrangente, neste volume, teremos questões ligadas à segu-</p><p>rança do trabalho, tais como: definição, aspectos sociais e ambientais, consequências, análise</p><p>de acidentes, reabilitação profissional, estatísticas, custos, comunicação de acidentes do tra-</p><p>balho e relatórios. Um dos aspectos a destacar está na importância do apoio da empresa ao</p><p>trabalhador na hora em que este vai voltar ao trabalho após um acidente.</p><p>O último capítulo será dedicado ao estudo de J. Reason “Queijo Suiço”. Esta teoria abrange</p><p>questões muito importantes, ligadas à segurança. Para isso, existe a necessidade de gerencia-</p><p>mentos dos erros humanos. Você verá que os erros humanos têm modelo e causa própria e por</p><p>isso, precisam ser tratados de forma distinta.</p><p>Já no segundo volume de Fundamentos de Saúde e Segurança no Trabalho, o objetivo será</p><p>proporcionar a aquisição dos fundamentos técnicos e científicos com vistas ao desenvolvi-</p><p>mento de princípios da área de saúde e segurança no trabalho, bem como ao desenvolvimen-</p><p>to das capacidades sociais, organizativas e metodológicas adequadas a diferentes situações</p><p>profissionais.</p><p>introdução</p><p>14 FundamenToS de Saúde e Segurança do Trabalho - Volume 1</p><p>Neste volume você terá a oportunidade de refletir e interpretar procedimen-</p><p>tos, documentos, normas e legislação de saúde, segurança e meio ambiente.</p><p>Conhecer a hierarquia das leis, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) é</p><p>importante que você conheça essa organização para compreender os direitos tra-</p><p>balhistas e, a partir daí, entender as bases de como foram fundamentadas nossas</p><p>leis trabalhistas.</p><p>Verá ainda que as Normas Regulamentadoras deverão ser respeitadas e cum-</p><p>pridas dentro de todas as funções em território nacional porque elas emanam</p><p>das Leis maiores e complementam toda a legislação trabalhista. Terá também</p><p>uma visão mais abrangente sobre a questão da segurança do trabalho rural, da</p><p>extração mineral, do trânsito, do lar e da construção civil que contempla, entre</p><p>outros aspectos, as edificações, a construção de estradas e de laboratórios. No</p><p>volume dois você ainda poderá compreender como fazer a avaliação e o controle</p><p>dos riscos ambientais e de processos.</p><p>Conhecerá aspectos que envolvem a segurança em eletricidade, onde poderá</p><p>conhecer a NR-10, os riscos inerentes às atividades laborais, quais são as medidas</p><p>de controle, o que é e como evitar a eletricidade estática, bem como, quais são</p><p>as regras de segurança para a instalação de máquinas e equipamentos, além de</p><p>aprender a realizar serviços onde a eletricidade está presente. Você também terá</p><p>a oportunidade de conhecer as cores e as sinalizações utilizadas no ambiente cor-</p><p>porativo para identificar riscos e a questão da ventilação dentro das organizações,</p><p>seja ela industrial, natural, geral ou de exaustão, visando eliminar os possíveis pol-</p><p>uentes que possam colocar em risco a integridade física do trabalhador.</p><p>Por fim, terá a oportunidade de conhecer o desenho técnico que tem a prer-</p><p>rogativa de permitir ao futuro técnico interpretar desenhos, especificações, sim-</p><p>bologias e projetos seguindo a legislação de saúde e segurança do trabalho. Ter</p><p>este conhecimento será importante para criar mapas de riscos, identificar layouts,</p><p>arranjos físicos, peças que podem causar acidentes, entre outros.</p><p>Neste sentido, os conteúdos aqui apresentados pretendem desenvolver em</p><p>você, futuro técnico em segurança do trabalho, a capacidade de planejar ações</p><p>para assegurar a integridade física e mental das pessoas e a preservação do meio</p><p>ambiente, do patrimônio e da imagem da organização, de acordo com a legis-</p><p>lação e normas aplicadas à segurança, saúde e meio ambiente.</p><p>Para o profissional, é importante estar preparado tanto nas competências</p><p>técnicas quanto nas relacionais para poder atuar pró-ativamente, conduzindo as</p><p>pessoas com as quais trabalha a excelentes resultados e a satisfação profissional.</p><p>Perceba a importância do aprendizado tanto para sua vida pessoal como profis-</p><p>sional.</p><p>Como você percebeu, tem muito conteúdo interessante aguardando por você!</p><p>E os Fundamentos de Saúde e Segurança do Trabalho são essenciais não apenas</p><p>para o profissional da área, mas também para serem aplicados no cotidiano, pois</p><p>afinal, saúde e segurança são fundamentais!</p><p>1 inTroduçÃo 15</p><p>A seguir são descritos na matriz curricular os módulos e as unidades curricu-</p><p>lares previstos e as respectivas cargas horárias.</p><p>Técnico Segurança do Trabalho</p><p>MóDULOS DENOMINAÇÃO UNIDADES</p><p>CURRICULARES</p><p>CARGA</p><p>hORáRIA</p><p>CARGA hORáRIA</p><p>DO MóDULO</p><p>Básico Básico</p><p>• Comunicação Oral e</p><p>Escrita</p><p>60h</p><p>300h</p><p>• Fundamentos de</p><p>Saúde e Segurança do</p><p>Trabalho</p><p>120h</p><p>• Cálculos aplicados em</p><p>Saúde e Segurança do</p><p>Trabalho</p><p>60h</p><p>• Gestão de pessoas 60h</p><p>Específico I</p><p>Realização de</p><p>ações de saúde</p><p>e segurança do</p><p>trabalho</p><p>• Ações Educativas em</p><p>Saúde e Segurança do</p><p>Trabalho</p><p>• Saúde e Segurança do</p><p>Trabalho</p><p>90h</p><p>360h</p><p>450h</p><p>Específico II</p><p>Coordenação de</p><p>ações de saúde</p><p>e segurança do</p><p>trabalho</p><p>• Coordenação de Ações</p><p>em Saúde e Segurança</p><p>do Trabalho</p><p>150h 150h</p><p>Específico III</p><p>Planejamento de</p><p>ações de saúde</p><p>e segurança do</p><p>trabalho</p><p>• Planejamento de Ações</p><p>em Saúde e Segurança</p><p>do Trabalho</p><p>300h 300h</p><p>Quadro 1 - Matriz curricular</p><p>Fonte: SENAI DN</p><p>Agora você é convidado a trilhar os caminhos do conhecimento. Faça deste</p><p>processo um momento de construção de novos saberes, onde teoria e prática</p><p>devem estar alinhadas para o seu desenvolvimento profissional. Bons estudos!</p><p>2</p><p>Princípios de Saúde, meio ambiente</p><p>e Segurança do Trabalho</p><p>Está pronto para entrar no mundo da saúde e segurança do trabalho?</p><p>Neste capítulo, você conhecerá a trajetória da segurança e saúde do trabalho, desde o seu</p><p>surgimento até os dias atuais. Verá também os passos do desenvolvimento industrial e a impor-</p><p>tância da responsabilidade socioambiental nas indústrias. Outro assunto a ser tratado: de que</p><p>forma a qualidade de vida no trabalho vem mudando os conceitos de saúde dos trabalhadores?</p><p>Aqui, você terá a oportunidade de explorar assuntos importantes no contexto da saúde e</p><p>segurança do trabalho. As oportunidades de aprendizagem serão muitas.</p><p>Que tal agora</p><p>conhecer os objetivos de aprendizagem? Acompanhe!</p><p>Ao final deste capítulo, você terá subsídios para:</p><p>a) entender a importância do surgimento das Normas Regulamentadoras da Lei 6514;</p><p>b) utilizar terminologia técnica de segurança, meio ambiente e saúde;</p><p>c) reconhecer os impactos do desenvolvimento industrial;</p><p>d) compreender como a responsabilidade socioambiental é interpretada pela indústria;</p><p>e) conhecer os benefícios do PQV (Programa Qualidade de Vida).</p><p>A partir de agora você terá a oportunidade de conhecer diversos temas sobre o assunto que</p><p>farão a diferença em suas práticas. Faça desse processo uma construção significativa e praze-</p><p>rosa.</p><p>18 FundamenToS de Saúde e Segurança do Trabalho - Volume 1</p><p>2.1 hiSTórico e deSenVolVimenTo induSTrial</p><p>Desde que o trabalho foi descoberto, estabeleceram-se várias evidências e</p><p>correlações do trabalho com os acidentes e doenças. Uma das doenças profissio-</p><p>nais mais encontradas, na época, foi a silicose, ou seja, a “asma dos mineiros”, uma</p><p>doença típica de trabalhos em minas de extração.</p><p>Ro</p><p>be</p><p>rt</p><p>S</p><p>co</p><p>bl</p><p>e</p><p>(2</p><p>0-</p><p>-?</p><p>)</p><p>Decorrente dessas atividades, em 1700, foi publicado um livro, na Itália, que</p><p>tratava dessas doenças e das demais ocupações. Na época, o médico Bernardi-</p><p>no Ramazzini, realizou diversos estudos, envolvendo o assunto, mas não evoluiu</p><p>com eficiência devido à grande quantidade trabalhos artesanais e dificuldades</p><p>em constatar que o trabalho poderia estar diretamente ligado às doenças defla-</p><p>gradas1 na época.</p><p>VOCÊ</p><p>SABIA?</p><p>Mais tarde, no século XVIII, iniciava-se na Inglaterra, a</p><p>Revolução Industrial. Nessa época, buscava-se a produ-</p><p>ção a todo custo, não importando se isso iria refletir na</p><p>saúde e segurança dos trabalhadores.</p><p>Com o advento2 dessa revolução, as fábricas se instalavam em beirais de rios</p><p>e lagos, pois a única fonte de energia para o movimento de máquinas e equipa-</p><p>mentos era a energia hidráulica, sem falar que a mão de obra, nessas localidades,</p><p>era bastante escassa.</p><p>1 DEFLAGRADAS</p><p>Provocadas,</p><p>desencadeadas.</p><p>2 ADVENTO</p><p>Vinda, início.</p><p>3 EMISSÃO</p><p>Produzir, transmitir.</p><p>2 PrincÍPioS de Saúde, meio ambienTe e Segurança do Trabalho 19</p><p>iS</p><p>to</p><p>ck</p><p>ph</p><p>ot</p><p>o</p><p>(2</p><p>0-</p><p>-?</p><p>)</p><p>Com o surgimento da máquina a vapor, a grande maioria das fábricas começa-</p><p>ram a expandir suas estruturas para as áreas mais centrais das cidades, facilitando</p><p>a contratação de mão de obra. Com essa evolução e a natural necessidade de</p><p>contratações, não existia qualquer tipo de avaliação médica, sendo admitidos tra-</p><p>balhadores com doenças, mulheres e crianças de qualquer idade, evidenciando</p><p>com excesso a ocorrência de graves acidentes.</p><p>Como a preocupação pela produção era o foco, existiam máquinas e equipa-</p><p>mentos sem proteções e a emissão3 de ruídos com decibéis elevados era comum.</p><p>Além disso, havia altas temperaturas no ambiente que, com frequência, gerava</p><p>mal súbitos, principalmente em crianças, por serem mais frágeis. A quantidade de</p><p>horas trabalhadas não era respeitada, assim como, o trabalho noturno.</p><p>VOCÊ</p><p>SABIA?</p><p>Por que o dia 1° de maio foi instituído como dia do tra-</p><p>balho?</p><p>A história desse dia inicia em 1886, nos Estados Unidos.</p><p>Nessa época começaram a ser organizados movimentos</p><p>de protestos, onde os trabalhadores reivindicavam seus</p><p>direitos. O principal motivo era diminuir a carga horária</p><p>de trabalho de 13 horas por dia, para 8 horas.</p><p>Essa greve foi tão grande e intensa que paralisou todo</p><p>o sistema de produção americano. Os funcionários he-</p><p>sitavam trabalhar à medida que suas reivindicações não</p><p>eram atendidas. Outros países também organizaram</p><p>esse tipo de manifesto, mas foi somente em 1919 que o</p><p>dia 1º de maio foi oficialmente proclamado feriado.</p><p>20 FundamenToS de Saúde e Segurança do Trabalho - Volume 1</p><p>A lei de saúde e moral dos aprendizes surgiu em 1802. Essa lei estabeleceu</p><p>alguns parâmetros4 básicos, que buscavam a redução de acidentes de trabalho,</p><p>como: melhores condições de ventilação, a redução para 12 horas de trabalho por</p><p>dia, a necessidade de lavar as paredes e estruturas da fábrica pelo menos duas</p><p>vezes ao ano, entre outras ações.</p><p>Mas mesmo seguindo todas essas etapas, as fábricas registravam um número</p><p>muito alto de acidentes de trabalho, não sendo, assim, o suficiente na busca da</p><p>integridade física dos trabalhadores.</p><p>VOCÊ</p><p>SABIA?</p><p>E foi apenas em 1877, que surgiu nos Estados Unidos,</p><p>uma nova lei que exigia a colocação de proteções em</p><p>máquinas e equipamentos, bem como, uma quantidade</p><p>mínima de saídas de emergência para situações de eva-</p><p>cuação5 de toda fábrica.</p><p>Em meados de 1967 e 1968, um norte americano chamado Frank Bird, iniciou</p><p>um extenso estudo sobre os acontecimentos dos acidentes de trabalho. Na épo-</p><p>ca, Frank estudou aproximadamente 170.000 pessoas que estavam envolvidas</p><p>em acidentes de trabalho em companhias americanas, chegando à conclusão</p><p>que para cada 600 incidentes, havia um acidente com afastamento, reforçando</p><p>que esses dados advinham de probabilidades6. O Conselho Nacional para Segu-</p><p>rança Industrial surgiu em nova fase da Revolução Industrial americana. Com a</p><p>realização do trabalho em um fluxo produtivo diferenciado, ou seja, em massa,</p><p>os trabalhadores começaram a repensar a sua nova forma de trabalhar com mais</p><p>segurança, até porque novas legislações estavam surgindo, ficando claro que a</p><p>importância pela segurança aumentaria para ambos os lados.</p><p>M</p><p>au</p><p>ríc</p><p>io</p><p>P</p><p>av</p><p>an</p><p>(2</p><p>0-</p><p>-?</p><p>)</p><p>4 PARÂMETROS</p><p>Elemento importante</p><p>a levar em conta para</p><p>avaliar uma situação</p><p>ou compreender um</p><p>fenômeno em detalhe.</p><p>5 EVACUAÇÃO</p><p>Esvaziamento, saída ou</p><p>retirada.</p><p>6 PROBABILIDADE</p><p>Razão ou indício que</p><p>faz supor a verdade ou</p><p>possibilidade de um fato.</p><p>2 PrincÍPioS de Saúde, meio ambienTe e Segurança do Trabalho 21</p><p>Já para a América Latina, estas preocupações começaram a aparecer apenas</p><p>no século XX. Em 1950, foram estabelecidos procedimentos e objetivos para a</p><p>saúde ocupacional por meio da O.I.T. (Organização Internacional do Trabalho).</p><p>Ações, estas, que foram estipuladas devido ao desenvolvimento industrial local.</p><p>Seguindo as necessidades mundiais, o Brasil criou sua primeira lei na área de</p><p>prevenção em 1919, onde o foco era o trabalho ferroviário. As leis trabalhistas</p><p>surgiram na sequência, em 1934, instituindo uma ampla regulamentação, a qual</p><p>se refere à prevenção de doenças e acidentes de trabalho.</p><p>Em 1972, o governo brasileiro criou a portaria nº 3237, tornando obrigatório o</p><p>cumprimento de trabalhados voltados à higiene e à segurança, e também de saú-</p><p>de ocupacional para todas as empresas com mais de cem trabalhadores. Já, em</p><p>1978, surgiu a tão esperada Norma Regulamentadora do Ministério do Trabalho,</p><p>denominada como NR.</p><p>E você sabe o objetivo dessa norma? O intuito dessa norma era contemplar to-</p><p>das as informações possíveis para um ambiente de trabalho mais digno e seguro</p><p>para o trabalhador.</p><p>Na data de sua criação, a NR constava de 29 Normas Regulamentadoras, entre</p><p>elas, a NR-05, que visa à formação de uma comissão interna de prevenção de aci-</p><p>dentes e doenças ocupacionais.</p><p>E então, gostou do assunto? Percebeu como as conquistas dos trabalhadores</p><p>em relação à sua saúde e à segurança do trabalho foram sendo ampliadas com</p><p>o passar dos anos? E que tal continuar o estudo, agora sobre o tema responsa-</p><p>bilidade socioambiental? Esse será o assunto da próxima etapa. Adiante com os</p><p>estudos!</p><p>2.2 reSPonSabilidade SocioambienTal</p><p>Certamente, você já ouviu falar em responsabilidade socioambiental, não é</p><p>mesmo? Pois saiba que foi na década de 1990, por meio de uma reunião mundial</p><p>sobre o gerenciamento ambiental, que se tornou forte a divulgação do termo res-</p><p>ponsabilidade socioambiental. Com a cobrança frequente de uma globalização</p><p>por aspectos mais justos na área social, as organizações começaram a desper-</p><p>tar interesse pelo assunto, notando novas cobranças tanto pela parte de clientes</p><p>como pela sociedade onde a organização estava inserida.</p><p>22 FundamenToS de Saúde e Segurança do Trabalho - Volume 1</p><p>G</p><p>oo</p><p>ds</p><p>ho</p><p>ot</p><p>(2</p><p>0-</p><p>-?</p><p>)</p><p>Mas de que forma</p><p>as organizações podem chegar a um patamar de responsa-</p><p>bilidade socioambiental? Quais os caminhos a percorrer? Quais as dificuldades a</p><p>serem encontradas?</p><p>Todos esses questionamentos são naturais quando se busca um objetivo, uma</p><p>nova forma de fazer algo novo. Tal situação refletiu em diversas ações voltadas</p><p>para a área ambiental, entre elas, é possível destacar:</p><p>a) respeitar e auxiliar a comunidade;</p><p>b) criar políticas de meio ambiente;</p><p>c) criar dispositivos para a proteção dos trabalhadores;</p><p>d) realizar sistemas que garantam ações ambientalmente corretas;</p><p>e) buscar o crescimento sustentável;</p><p>f) inserir ações ambientais na missão das organizações;</p><p>g) evidenciar o cumprimento da Agenda 21;</p><p>h) ser estratégico com as ações ambientais;</p><p>i) atender clientes e fornecedores com foco ambiental;</p><p>j) auxiliar as comunidades na busca pelo desenvolvimento sustentável.</p><p>FIQUE</p><p>ALERTA</p><p>Nos dias atuais, diversas organizações vêm utilizando es-</p><p>tes parâmetros de forma negativa, ou seja, visando apenas</p><p>o lucro e não à busca pela verdadeira essência do que é</p><p>responsabilidade socioambiental.</p><p>7 PERMEAR</p><p>Atravessar. Fazer passar</p><p>pelo meio.</p><p>2 PrincÍPioS de Saúde, meio ambienTe e Segurança do Trabalho 23</p><p>No entanto, a responsabilidade socioambiental consiste em permear7 as pes-</p><p>soas a conduzirem o seu dia a dia da forma mais ambientalmente possível, cons-</p><p>cientizando desde cedo, as crianças sobre a importância de se construir um mun-</p><p>do melhor, menos poluído, menos injusto e com mais dignidade.</p><p>SAIBA</p><p>MAIS</p><p>Que tal ampliar seus conhecimentos sobre responsabilidade</p><p>socioambiental? Como você certamente já sabe, ampliar as</p><p>fontes de informação é uma forma de conhecer mais sobre o</p><p>assunto. Veja a indicação de leitura a seguir.</p><p>DEMAJOROVIC, Jacques. Sociedade de risco e responsabili-</p><p>dade socioambiental: Perspectivas para a educação corpo-</p><p>rativa. São Paulo: Editora SENAC, 2003.</p><p>Agora, você já sabe que a responsabilidade socioambiental é importante, não</p><p>somente para as empresas, mas para cada ser humano. Você está convidado a</p><p>aprender mais sobre qualidade de vida. Pronto para seguir? Aperte os cintos e</p><p>embarque nesta nova trajetória!</p><p>2.3 Qualidade de Vida</p><p>Para iniciar o estudo, pense nas seguintes questões: quais são suas preocupa-</p><p>ções? Trabalho, relacionamentos, família? Como você tem cuidado do seu corpo?</p><p>Ele é a sua casa e a forma como você cuida dele, é que determina sua aparência,</p><p>seu estado mental e emocional. Você leva uma vida saudável?</p><p>Para ter uma vida saudável não basta apenas evitar doenças, é preciso estar</p><p>bem emocionalmente, fisicamente, socialmente e espiritualmente. As nossas es-</p><p>colhas afetam a maneira como vivemos e a quantidade de anos que vivemos.</p><p>W</p><p>al</p><p>es</p><p>ka</p><p>R</p><p>us</p><p>ch</p><p>el</p><p>(2</p><p>01</p><p>1)</p><p>Figura 1 - Aspectos da qualidade de vida</p><p>24 FundamenToS de Saúde e Segurança do Trabalho - Volume 1</p><p>FIQUE</p><p>ALERTA</p><p>Para estar bem fisicamente é preciso ter uma boa noite de</p><p>sono, fazer exercícios físicos e comer adequada e equili-</p><p>bradamente.</p><p>H</p><p>em</p><p>er</p><p>a</p><p>(2</p><p>0-</p><p>-?</p><p>)</p><p>O bem-estar mental está relacionado ao equilíbrio emocional e o bom conví-</p><p>vio familiar. O bem-estar social tem relação com uma moradia adequada, o acesso</p><p>a tratamento de saúde, o trabalho e renda adequados e a segurança pessoal. Já o</p><p>bem-estar espiritual é obtido por meio da prática de uma religião, meditação ou</p><p>do contato com a natureza, alcançando, com isso, a paz interior.</p><p>M</p><p>ic</p><p>ro</p><p>so</p><p>ft</p><p>O</p><p>ffi</p><p>ce</p><p>(2</p><p>0-</p><p>-?</p><p>)</p><p>2 PrincÍPioS de Saúde, meio ambienTe e Segurança do Trabalho 25</p><p>A vida saudável é obtida por meio de ações pessoais e não depende dos ou-</p><p>tros. Cada pessoa deve querer buscar e se empenhar para ter boa saúde. Para isso,</p><p>deve planejar, direcionar as prioridade e mudar os hábitos de vida que colocam</p><p>em risco a saúde e o bem-estar.</p><p>Aquele que tem uma vida saudável é mais feliz e, com isso, tem mais saúde.</p><p>Para ter uma vida saudável é preciso estar bem consigo mesmo, reconhecen-</p><p>do seu valor e o dos outros, respeitando os direitos e cumprindo suas obrigações.</p><p>Uma pessoa saudável também observa a qualidade de seus relacionamentos e,</p><p>para isso, se comunica de forma eficiente e dedica tempo para as pessoas com as</p><p>quais convive.</p><p>Lembre-se que as relações afetivas estáveis influenciam na saúde, na realiza-</p><p>ção pessoal e na segurança do indivíduo.</p><p>Além de ter uma vida saudável, é preciso que as pessoas também consigam</p><p>realizar-se em seu trabalho. Sabe-se que as pessoas comprometem-se com algu-</p><p>ma coisa quando elas tiram do trabalho a sua realização pessoal, tanto material</p><p>quanto psicologicamente.</p><p>M</p><p>ic</p><p>ro</p><p>so</p><p>ft</p><p>O</p><p>ffi</p><p>ce</p><p>(2</p><p>0-</p><p>-?</p><p>)</p><p>Você sabia que o que impulsiona o homem à ação é a sua motivação, ou seja,</p><p>a realização como ser? É verdade! E, por isso, o trabalho precisa, necessariamente,</p><p>significar e proporcionar um futuro melhor.</p><p>Caso isso não ocorra, o trabalho será uma obrigação chata, frustrante e des-</p><p>gastante.</p><p>26 FundamenToS de Saúde e Segurança do Trabalho - Volume 1</p><p>O ser humano não quer apenas trocar tempo por dinheiro, ele deseja fazer</p><p>algo além da sua obrigação. Portanto, cabe a você escolher o caminho que quer</p><p>seguir. Pense em suas escolhas e analise as consequências dos seus atos. Essa</p><p>atitude simples permite que o indivíduo cresça emocionalmente e se destaque</p><p>no mercado de trabalho.</p><p>Conheça agora um caso interessante de hábitos errados que trouxeram gran-</p><p>des problemas para um consultor. Veja no Casos e relatos.</p><p>caSoS e relaToS</p><p>Calma aí Silva</p><p>O dia a dia de Silva é agitado. Ele acorda às 6h30min, toma seu banho,</p><p>pega uma xícara de café na padaria próxima ao prédio onde fica seu es-</p><p>critório e inicia suas atividades de trabalho pontualmente às 7h30min.</p><p>Parada pro almoço? Só quando dá! Nestes casos, Silva costuma pedir um</p><p>lanche com dois hambúrgueres em um bar próximo à sua casa.</p><p>As atividades diárias de Silva incluem as visitas às empresas, pois ele é</p><p>consultor em gestão empresarial e viaja com frequência. Em sua última</p><p>viajem ele sentiu um mal estar depois de quase seis horas dirigindo sem</p><p>parar. Quando retornou de viajem, descobriu que estava com uma úlcera</p><p>no estômago, causada principalmente pelo uso indiscriminado de me-</p><p>dicamentos que ele tomava para evitar sentir algumas dores na coluna.</p><p>Além disso, o alto nível de glicose em seu exame de sangue indicava a</p><p>possibilidade de estar com diabetes, onde a falta de exercícios físicos</p><p>regulares e o consumo excessivo de açúcar poderiam ser as principais</p><p>causas.</p><p>Agora, Silva deverá ficar afastado por uma semana e por isso terá con-</p><p>sideráveis prejuízos financeiros também, pois uma parte de seu rendi-</p><p>mento vem das comissões que ele recebe ao executar os seus serviços</p><p>de consultoria.</p><p>Percebeu a importância de hábitos de vida saudáveis no trabalho? Reflita so-</p><p>bre a situação enfrentada por Silva e, caso seja necessário, reavalie seus hábitos!</p><p>8 PREVENCIONISTA</p><p>Estudo dos ambientes</p><p>de trabalho e do</p><p>comportamento humano</p><p>com o objetivo de</p><p>eliminar o potencial</p><p>de acontecimentos de</p><p>incidentes e acidentes.</p><p>9 PATOLOGIAS</p><p>Ciência das causas e dos</p><p>sintomas das doenças.</p><p>10 DOENÇAS OCUPACIONAIS</p><p>É designação de várias</p><p>doenças que causam</p><p>alterações na saúde do</p><p>trabalhador, provocadas por</p><p>fatores relacionados com o</p><p>ambiente de trabalho.</p><p>2 PrincÍPioS de Saúde, meio ambienTe e Segurança do Trabalho 27</p><p>E a medicina do trabalho, você sabe qual sua finalidade? A medicina do traba-</p><p>lho é essencialmente preventiva, propondo-se a promover e conservar a saúde</p><p>dos que trabalham. Quando ocorre um dano, que não foi possível evitar, intervi-</p><p>rá o mais precocemente possível, minimizando consequências que possam vir a</p><p>ocorrer.</p><p>iS</p><p>to</p><p>ck</p><p>ph</p><p>ot</p><p>o</p><p>(2</p><p>0-</p><p>-?</p><p>)</p><p>O Exame Médico Periódico é essencialmente prevencionista8 e deixou de ser</p><p>uma ação voltada para o mero cumprimento do aspecto legal e passou a ter uma</p><p>amplitude maior, agindo pró-ativamente na identificação de eventuais patolo-</p><p>gias9 que possam se manifestar. Que tal, agora, conhecer alguns exemplos de</p><p>ações prevencionistas? Acompanhe!</p><p>a)</p><p>Programa de Tratamento e Prevenção ao Tabagismo.</p><p>b) Exames Complementares ao periódico.</p><p>c) Campanha de vacinação.</p><p>d) Campanha de Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial.</p><p>e) Campanha de Controle de Diabetes.</p><p>f) Dia Mundial do Coração.</p><p>g) Grupos de Síndrome Metabólica, Diabéticos e Pré-diabéticos.</p><p>Além desses exemplos, que você conheceu, a ginástica laboral também é uma</p><p>ação prevencionistas. Ela é uma atividade realizada no local de trabalho, com du-</p><p>ração média de dez minutos, que atua de forma preventiva, por meio de exercí-</p><p>cios que compensam as estruturas mais sobrecarregadas durante a jornada de</p><p>trabalho e também ativam outras que não estejam sendo solicitadas. Ela promo-</p><p>ve a melhoria da qualidade de vida e a prevenção de doenças ocupacionais10.</p><p>28 FundamenToS de Saúde e Segurança do Trabalho - Volume 1</p><p>Conheça os principais benefícios da ginástica laboral.</p><p>a) Redução do desconforto físico.</p><p>b) Melhora da flexibilidade e mobilidade articular.</p><p>c) Melhora da postura e consciência corporal.</p><p>d) Melhora da disposição física.</p><p>e) Maior integração entre os trabalhadores.</p><p>f) Auxílio no gerenciamento do stress.</p><p>Dentro desse contexto, é importante refletir sobre a seguinte questão: você se</p><p>alimenta corretamente? A maioria das pessoas responderá que sim! Porém, o que</p><p>os médicos têm observado é que a grande maioria da população brasileira abusa</p><p>das gorduras, massas, carnes e temperos.</p><p>M</p><p>ic</p><p>ro</p><p>so</p><p>ft</p><p>O</p><p>ffi</p><p>ce</p><p>(2</p><p>0-</p><p>-?</p><p>)</p><p>Pare e pense: você consome frutas e verduras diariamente? Muitos respon-</p><p>derão que não gostam desses alimentos e, por isso, não os incluem na dieta. É</p><p>verdade que algumas verduras não são tão saborosas assim, mas saiba que elas</p><p>são fundamentais para o funcionamento correto do organismo. Apesar de viver-</p><p>mos em um país que possui uma variedade muito grande de frutas, a maioria da</p><p>população não tem o hábito de consumi-las diariamente.</p><p>Alguns alegam que elas são muito caras e outros, que tem preguiça de descas-</p><p>cá-las. Agora que você já sabe a importância do consumo de frutas, verá algumas</p><p>dicas sobre a orientação nutricional e os benefícios de uma alimentação saudável.</p><p>Além disso, saberá como os alimentos menos populares podem fazer bem para a</p><p>saúde. Pronto para iniciar? Siga atento!</p><p>2 PrincÍPioS de Saúde, meio ambienTe e Segurança do Trabalho 29</p><p>Primeiramente, é preciso conhecer a pirâmide alimentar para poder compre-</p><p>ender quais os alimentos devem ser consumidos para obter-se os nutrientes ne-</p><p>cessários e as quantidades adequadas.</p><p>Carnes e ovos</p><p>1 porção1/2</p><p>Frutas</p><p>4 porções</p><p>Leite, queijo</p><p>3 porções</p><p>Verduras e</p><p>legumes</p><p>4 porção1/2</p><p>Arroz, pão, mandioca</p><p>7 porções</p><p>Óleos e gorduras</p><p>1 porção1/2</p><p>Açúcares e doçes</p><p>1 porção1/2</p><p>Feijões 1 porção</p><p>Lu</p><p>iz</p><p>M</p><p>en</p><p>eg</p><p>he</p><p>l (</p><p>20</p><p>11</p><p>)</p><p>Figura 2 - Pirâmide alimentar</p><p>Fonte: apud HU - USP (2010)</p><p>Na base da pirâmide, é possível encontrar os carboidratos, que são fonte de</p><p>energia. No segundo patamar, as vitaminas, minerais e fibras. No terceiro, estão os</p><p>alimentos que são a fonte das proteínas e, no topo da pirâmide, encontram-se os</p><p>alimentos que devem ser consumidos com moderação, pois são fonte de calorias.</p><p>VOCÊ</p><p>SABIA?</p><p>Uma vida saudável é obtida por meio de ações pessoais</p><p>e não depende dos outros? É verdade! Cada pessoa deve</p><p>querer buscar e se empenhar para ter boa saúde. Para</p><p>isso, deve planejar, direcionar as prioridades e mudar</p><p>os hábitos que põem em risco a saúde e o bem-estar.</p><p>Aquele que tem uma vida saudável é mais feliz.</p><p>30 FundamenToS de Saúde e Segurança do Trabalho - Volume 1</p><p>Os médicos recomendam uma alimentação equilibrada, variando os alimen-</p><p>tos, comendo com moderação e consumindo mais alimentos da base da pirâmide</p><p>do que do topo dela.</p><p>A alimentação não precisa ser cara, porém deve estar adequada ao consumo</p><p>humano. Deve ser colorida e saborosa proporcionando, além dos nutrientes que</p><p>necessitamos, a sensação de bem-estar e prazer.</p><p>Com o passar dos anos, a indústria alimentícia introduziu uma série de con-</p><p>dimentos que tornaram os alimentos mais saborosos e com cheiros irresistíveis.</p><p>Infelizmente, alguns desses ingredientes são prejudiciais à saúde, se consumidos</p><p>em excesso. Veja alguns deles!</p><p>INGREDIENTE CONSUMO EXCESSIVO</p><p>Açúcar Aumento de peso e excesso de gordura no sangue.</p><p>Gordura saturada Acúmulo de gordura nos vasos sanguíneos e causa doenças do coração.</p><p>Gordura trans Problemas de saúde, principalmente ao coração.</p><p>Sódio Pode causar pressão alta.</p><p>Quadro 2 - Consumo de ingredientes</p><p>Alimentar-se de maneira saudável é ingerir alimentos que fornecem todos os</p><p>nutrientes que o corpo necessita para funcionar bem. E você sabia que existem</p><p>dois tipos de nutrientes? Saiba quais são!</p><p>MACRONUTRIENTES: proteínas, carboidratos, fibras e gorduras.</p><p>MICRONUTRIENTES: vitaminas (A, B, C e E) e sais minerais (fósforo, magnésio,</p><p>potássio, zinco, sódio, cálcio e ferro).</p><p>Em função dos nutrientes que os alimentos fornecem ao organismo, eles po-</p><p>dem ser classificados como construtores, energéticos ou reguladores. Veja!</p><p>CONSTRUTORES: fornecem nutrientes para a constituição do corpo humano.</p><p>ENERGÉTICOS: fornecem energia para as células.</p><p>REGULADORES: regulam diversos processos que acontecem no corpo.</p><p>2 PrincÍPioS de Saúde, meio ambienTe e Segurança do Trabalho 31</p><p>Ju</p><p>pi</p><p>te</p><p>rim</p><p>ag</p><p>es</p><p>(2</p><p>0-</p><p>-?</p><p>)</p><p>E agora você já sabe: invista em sua saúde, coma alimentos saudáveis e nas</p><p>quantidades necessárias para o funcionamento e manutenção correta do seu cor-</p><p>po. Isso dará à você mais disposição e motivação para as atividades do dia a dia.</p><p>Nas empresas, a área de segurança é responsável por ações importantes. Co-</p><p>nheça algumas a seguir.</p><p>a) Acompanhamento e orientação a grupos de orientação nutricional (obe-</p><p>sos), tabagistas e síndrome metabólica.</p><p>b) Palestras sobre tensão pré-menstrual (TPM), hábitos alimentares e rótulos.</p><p>c) Aferição da pressão arterial dos trabalhadores, em comemoração ao Dia Na-</p><p>cional de Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial.</p><p>d) Verificação da circunferência abdominal, em comemoração ao Dia Mundial</p><p>do Coração.</p><p>e) Verificação da quantidade de refeições ao dia, em comemoração ao Dia</p><p>Mundial da Alimentação.</p><p>f) Aferição de peso, estatura e IMC, em comemoração ao Dia Nacional de Con-</p><p>trole da Obesidade.</p><p>g) Verificação da glicemia capilar, em comemoração ao Dia Nacional e Mun-</p><p>dial do Controle de Diabetes.</p><p>h) Orientação a respeito do consumo de álcool, em comemoração ao Dia Na-</p><p>cional de Combate às Drogas e ao Alcoolismo.</p><p>32 FundamenToS de Saúde e Segurança do Trabalho - Volume 1</p><p>Puxa! Como é importante ter hábitos saudáveis, não é mesmo? E a área de</p><p>segurança nas empresas é uma aliada na busca pela qualidade de vida. Que tal</p><p>observar os seus hábitos diários? Pare e reflita um pouco. A saúde deve estar em</p><p>primeiro lugar!</p><p>recaPiTulando</p><p>Neste capítulo, você conheceu os princípios da saúde e segurança do</p><p>trabalho e meio ambiente e de que forma esses princípios repercutiram</p><p>no desenvolvimento industrial, na responsabilidade socioambiental das</p><p>empresas e na qualidade de vida dos trabalhadores.</p><p>Parabéns pela conclusão desta etapa! Siga com motivação e comprome-</p><p>timento, fazendo do seu estudo um momento significativo e prazeroso!</p><p>2 PrincÍPioS de Saúde, meio ambienTe e Segurança do Trabalho 33</p><p>Anotações:</p><p>3</p><p>Terminologia Técnica</p><p>Neste capítulo, você conhecerá a terminologia técnica de ferramentas práticas e de aplica-</p><p>bilidade simples que proporcionam resultados significativos na redução dos acidentes. Aqui</p><p>você verá que medidas simples podem fazer a diferença! Portanto, prepare-se para essa etapa</p><p>de novas descobertas! E agora, o convite é para conhecer os objetivos de aprendizagem.</p><p>Ao final deste capítulo, você terá subsídios para:</p><p>a) entender a aplicabilidade de terminologias técnicas na redução dos acidentes de trabalho.</p><p>Inicie com dedicação e atenção, fazendo do seu estudo uma oportunidade de refletir sobre</p><p>suas práticas diárias!</p><p>36 FundamenToS de Saúde e Segurança do Trabalho - Volume 1</p><p>3.1 deSVio</p><p>Você sabe o que é</p><p>desvio? É toda ação que visa o não cumprimento de uma</p><p>norma ou procedimento de segurança, podendo gerar agravos à saúde e à in-</p><p>tegridade física do trabalhador, bem como, uma diminuição na produção fabril.</p><p>iS</p><p>to</p><p>ck</p><p>ph</p><p>ot</p><p>o</p><p>(2</p><p>0-</p><p>-?</p><p>)</p><p>Vamos entender melhor através de alguns exemplos:</p><p>a) circular fora da faixa de segurança;</p><p>b) dirigir uma empilhadeira ou plataforma elevatória sem ser habilitado;</p><p>c) executar um trabalho em altura sem utilizar cinto de segurança;</p><p>d) realizar um trabalho com solda sem o preenchimento de uma permissão de</p><p>trabalho especial;</p><p>e) não realizar o bloqueio de energias perigosas ao realizar uma ação preven-</p><p>tiva ou corretiva em máquinas e equipamentos;</p><p>f) trabalhar em máquinas ou equipamentos com correias ou engrenagens ex-</p><p>postas;</p><p>g) não reportar princípios de incêndio ou qualquer outra emergência;</p><p>h) não realizar o check-list1 de segurança da empilhadeira antes de utilizá-la.</p><p>Percebeu quantas situações podem se tornar riscos no ambiente de trabalho?</p><p>Por isso, fique atento e permaneça longe de situações perigosas! E que tal com-</p><p>plementar o estudo, sabendo mais sobre incidentes? Esse será o próximo assun-</p><p>to. Até lá!</p><p>1 CHECK-LIST</p><p>Lista de verificação</p><p>3 Terminologia Técnica 37</p><p>3.2 incidenTe</p><p>Um incidente compreende toda situação que poderia ter gerado dano pesso-</p><p>al. Ele inclui o dano material, o de estrutura e a perda de tempo para arrumar algo</p><p>que foi gerado por um incidente. Ficou claro?</p><p>Então, acompanhe os seguintes exemplos:</p><p>a) batida de empilhadeira em caixas de hidrante;</p><p>b) queda de materiais próximo ao trabalhador;</p><p>c) vazamento de vapor;</p><p>d) vazamento de óleo de máquinas e equipamentos;</p><p>e) vazamento de produtos químicos, em geral, que possam interagir com o</p><p>meio ambiente;</p><p>f) bater contra algo sem sofrer lesão pessoal.</p><p>M</p><p>ic</p><p>ro</p><p>so</p><p>ft</p><p>O</p><p>ffi</p><p>ce</p><p>(2</p><p>0-</p><p>-?</p><p>)</p><p>Apesar de não serem graves, os incidentes merecem atenção! E você, já se de-</p><p>parou com alguma situação como aquelas que conheceu nos exemplos anterio-</p><p>res? Para complementar ainda mais o seu estudo, na etapa seguinte, você verá os</p><p>perigos e riscos. Mãos à obra!</p><p>38 FundamenToS de Saúde e Segurança do Trabalho - Volume 1</p><p>caSoS e relaToS</p><p>Probabilidade de acidentes</p><p>Durante uma vistoria em um canteiro de obras, um grupo de membros</p><p>da CIPA (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes), da construtora</p><p>responsável, identificou que o risco de queda de ferramentas ou mate-</p><p>riais em uma determinada área da obra é muito alto.</p><p>Com base nesta análise, o técnico responsável pela segurança do tra-</p><p>balho da empresa propôs uma intervenção que deverá restringir a pas-</p><p>sagem de pessoas não autorizadas nesta área, dificultando a execução</p><p>de algumas atividades de outros profissionais, tais como as entregas e o</p><p>transporte de materiais.</p><p>Desta forma, mesmo sem ter registrado acidentes de trabalho desde que</p><p>a obra iniciou, esta ação preventiva buscou a diminuição da probabili-</p><p>dade de acidentes. Ainda, a empresa estava ciente de que teria de realizar</p><p>ajustes no canteiro de obras para reduzir os possíveis transtornos de lo-</p><p>comoção causados pelo isolamento desta área. Mesmo assim, este custo</p><p>seria menor do que aquele resultante de um provável acidente.</p><p>Certamente, você já passou ou presenciou uma situação de perigo ou risco,</p><p>como a descrita no Casos e relatos, certo? Pois saiba que o perigo é uma situação</p><p>que prediz ou profetiza que uma determinada situação pode causar algum aci-</p><p>dente. Então, perigo é algo iminente.</p><p>FIQUE</p><p>ALERTA</p><p>Portanto, um técnico de segurança do trabalho deve fazer</p><p>um inventário3 das fontes de perigo de uma empresa e le-</p><p>var em consideração os principais riscos.</p><p>Perigo é toda situação que possa causar dano ou lesão em alguma pessoa ou</p><p>ao patrimônio. Perigo é a situação que contém “uma fonte de energia ou de fa-</p><p>tores fisiológicos e de comportamento/conduta que, quando não controlados,</p><p>conduzem a eventos/ocorrências prejudiciais/nocivas.” (SHINAR; GURION; FLAS-</p><p>CHER; 1991, p. 1095 apud FISCHER, GUIMARAES e SCHAEFFER, 2002, p. 4).</p><p>2 INVENTÁRIO</p><p>Rol, registro, catálogo.</p><p>3 Terminologia Técnica 39</p><p>Você já se perguntou sobre quais os riscos que corre no lugar onde vive? Pois</p><p>saiba que acidentes acontecem em todos os lugares. Mas será que estamos se-</p><p>guros?</p><p>Os riscos aparecem o tempo todo e, na grande maioria das vezes, nem nos</p><p>damos conta deles. Portanto, segundo Portugal (2000) “o risco é qualquer pos-</p><p>sibilidade de perigo e o que conta mesmo é a expressão ‘possibilidade’”. Outra</p><p>definição para o termo: “risco é a probabilidade ou chance de lesão ou morte.”</p><p>(SANDERS; MCCORMICK, 1993, p. 675 apud FISCHER, GUIMARAES; SCHAEFFER,</p><p>2002, p. 4).</p><p>SAIBA</p><p>MAIS</p><p>Que tal ampliar seus conhecimentos sobre risco? As pessoas</p><p>têm fascínio pelo risco, não é mesmo? O risco pode nos tor-</p><p>nar prevenidos mas também é responsável pelo prazer que</p><p>sentimos ao superar um desafio. Este livro traz uma reflexão</p><p>sobre essa ambiguidade. Que tal lê-lo?</p><p>ADAMS, John. Risco. São Paulo – SP: Senac Editora, 2009.</p><p>Risco é a expectativa de uma perda. É uma combinação da gravidade e da</p><p>probabilidade apresentadas por um perigo.</p><p>Veja, temos vários equipamentos eletrônicos ligados na energia elétrica em</p><p>nossa casa, certo? Os fios constituem um risco, porém há uma possibilidade pe-</p><p>quena de ser um perigo se eles estiverem em perfeito estado de conservação.</p><p>Assim, o risco é visto como algo potencial, sendo:</p><p>(...) uma função da natureza do perigo, acessibilidade ou acesso</p><p>de contato (potencial de exposição), características da popu-</p><p>lação exposta (receptores), a probabilidade de ocorrência e a</p><p>magnitude da exposição e das consequências (...). (KOLLURU,</p><p>apud FISCHER; GUIMARAES; SCHAEFFER, 2002, p. 4).</p><p>Durante todo o seu estudo, você foi desafiado a apropriar-se de novos conhe-</p><p>cimentos. E agora, vamos seguir em frente?</p><p>40 FundamenToS de Saúde e Segurança do Trabalho - Volume 1</p><p>recaPiTulando</p><p>Neste capítulo, você conheceu as terminologias técnicas usadas para evi-</p><p>tar os acidentes de trabalho, bem como, a sua aplicabilidade no dia a dia.</p><p>Você aprendeu o que é o desvio, os incidentes, os perigos, os riscos, os</p><p>acidentes e o que é preciso fazer para evitá-los. Mas não para por aí. Na</p><p>próxima etapa, você verá temas ligados aos acidentes de trabalho. Siga</p><p>com determinação e comprometimento, trilhando os caminhos de novas</p><p>descobertas!</p><p>3 Terminologia Técnica 41</p><p>Anotações:</p><p>4</p><p>acidentes de Trabalho</p><p>Alguma vez você já presenciou ou ouviu falar em acidente de trabalho? Sempre que ocorre</p><p>alguma fatalidade, surgem as dúvidas se tal catástrofe poderia ser evitada. Além de compreen-</p><p>der quais os aspectos sociais, ambientais, legais, entre outros, neste capítulo, você estará con-</p><p>vidado a explorar os processos e componentes de acidentes de trabalho. Mas antes de iniciar,</p><p>conheça os objetivos de aprendizagem!</p><p>Ao final deste capítulo, você terá subsídios para:</p><p>a) conhecer os processos e componentes relacionados a acidentes de trabalho, além dos</p><p>principais aspectos que interferem ou impactam no cotidiano de um profissional técnico.</p><p>Vamos entrar no assunto com muita dedicação e autonomia? Lembre-se que a sua aprendi-</p><p>zagem depende da sua participação no processo.</p><p>Faça bom proveito dos conteúdos!</p><p>44 FundamenToS de Saúde e Segurança do Trabalho - Volume 1</p><p>4.1 deFiniçÃo</p><p>A existência ou ausência de boas condições de segurança ou da proteção e</p><p>preservação da saúde do trabalhador é facilmente detectada quando são conhe-</p><p>cidos e interpretados alguns conceitos fundamentais sobre o significado de ter-</p><p>mos, como: “acidente de trabalho” e “doença ocupacional”. Esse será o assunto</p><p>que você iniciará agora.</p><p>VOCÊ</p><p>SABIA?</p><p>Acidente de trabalho pode ser considerado o evento</p><p>casual, com danos para as vidas ou para a capacidade</p><p>de trabalho do trabalhador ou relacionado com suas</p><p>funções.</p><p>Nesta abordagem, pode-se dizer que “evento casual” seria o acidente que não</p><p>pode ser provocado intencionalmente pela vítima. Já a expressão “danos para as</p><p>vidas ou para a capacidade de trabalho”</p><p>significa que o acidente, para ser consi-</p><p>derado “de trabalho”, precisa ser associado a algum ferimento ou lesão no tra-</p><p>balhador, desde que haja prejuízo na execução das suas atividades. E com base</p><p>nisso, interfira ou interrompa sua produtividade, mesmo que parcialmente, em</p><p>função do acidente sofrido.</p><p>Ph</p><p>ot</p><p>od</p><p>is</p><p>c</p><p>(2</p><p>0-</p><p>-?</p><p>)</p><p>4 acidenTeS de Trabalho 45</p><p>Acidente “sem afastamento” ou “sem perda de tempo” (SPT) ocorre quando o</p><p>acidentado se afasta do serviço, mas retorna no dia seguinte ao do acidente, pois</p><p>as lesões são superficiais.</p><p>Entretanto, se o trabalhador não retornar às suas funções no próximo dia nor-</p><p>mal de trabalho, o acidente deve ser declarado como “com afastamento” ou “com</p><p>perda de tempo” (CPT).</p><p>E o que deve ser feito em casos de CPT? Em casos de CPT, deve haver regis-</p><p>tro e providências junto ao Instituto Nacional de Seguridade Social – INSS, espe-</p><p>cialmente o registro de Comunicação do Acidente do Trabalho (CAT), que pode</p><p>inclusive ser redigido e enviado diretamente ao INSS pela Internet, sendo de res-</p><p>ponsabilidade da empresa o seu preenchimento e providências. Os incidentes</p><p>situações anormais no ambiente de trabalho – devem ser considerados, pois po-</p><p>deriam provocar lesões. Entretanto, acarretam perda de tempo ou danos mate-</p><p>riais para a empresa. O acidente de trajeto é outro conceito importante. Ocorre</p><p>quando o trabalhador está em casa e se desloca até sua empresa ou no caso con-</p><p>trário, indo para sua residência, a qualquer momento ou circunstância, como, por</p><p>exemplo, horário de almoço ou fim do expediente.</p><p>O que deve ser considerado, no entanto, é que a trajetória ou caminho realiza-</p><p>do, deve ser o mesmo utilizado diariamente. Portanto, se um trabalhador pegou</p><p>um caminho alternativo para chegar em casa e sofreu um acidente, descaracteri-</p><p>za o acidente de trajeto.</p><p>FIQUE</p><p>ALERTA</p><p>Então, qualquer acidente que aconteça com um traba-</p><p>lhador, desde que esteja a serviço da empresa, dentro ou</p><p>fora do ambiente de trabalho e mesmo em casos onde o</p><p>trabalhador esteja viajando a serviço, se houver algum</p><p>acidente, este deve ser considerado como acidente de</p><p>trabalho, sendo coberto pelo INSS, em específico, o seguro</p><p>de acidente de trabalho.</p><p>Caso o acidente aconteça no local de trabalho: no refeitório, no trajeto de</p><p>percurso para o refeitório, durante a pausa ou o descanso para a refeição - que</p><p>pode contar com alguma prática esportiva: futebol, tênis de mesa, xadrez, jogos</p><p>eletrônicos ou, simplesmente, uma leitura de revista - será declarado como um</p><p>acidente de trabalho.</p><p>46 FundamenToS de Saúde e Segurança do Trabalho - Volume 1</p><p>M</p><p>ic</p><p>ro</p><p>so</p><p>ft</p><p>O</p><p>ffi</p><p>ce</p><p>(2</p><p>0-</p><p>-?</p><p>)</p><p>É comum escutar que alguém teve um acidente “no” trabalho. Porém, o cor-</p><p>reto é expressar que houve um acidente “de” trabalho, por ser mais genérico e</p><p>cobrir várias situações, como você estudou anteriormente.</p><p>Existe um caso interessante e que descarta completamente o acidente de</p><p>trabalho. Sabe qual é? Acontece quando o trabalhador não estiver a serviço da</p><p>empresa. Por exemplo, se estiver realizando atividades para usufruto pessoal, tra-</p><p>balhando para terceiros, enfim, quando não estiver trabalhando na empresa ou à</p><p>disposição da empresa durante sua jornada de trabalho. Considerando o ocorrido</p><p>como acidente fora de trabalho (AFT).</p><p>Vale a pena ressaltar que nesses casos, o trabalhador deve ser considerado</p><p>como ausente das suas funções e sendo que passa a ser considerada sua ausência</p><p>como perda da produção da empresa, que pode cair consideravelmente, a pon-</p><p>to de comprometer ganhos e lucros da empresa. Esse assunto será tratado mais</p><p>adiante.</p><p>Mas, afinal, o que é acidente de trabalho? De acordo com o Art. 2º da Lei nº</p><p>6367, de 19 de outubro de 1976, acidente de trabalho é aquele que ocorre pelo</p><p>exercício do trabalho a serviço da empresa, provocando lesão corporal a serviço</p><p>da empresa, ou perturbação funcional, que cause a morte, ou perda, ou redução,</p><p>permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho”. (BRASIL, 1976).</p><p>Uma doença ocupacional pode ser considerada como “acidente de trabalho”.</p><p>Vamos saber mais sobre esse assunto. Em frente!</p><p>1 ANTRACOSE</p><p>Presença de poeira de</p><p>carvão no tecido pulmonar.</p><p>2 ASBESTOSE</p><p>É considerada uma</p><p>pneumoconiose, ou seja,</p><p>uma doença do sistema</p><p>respiratório relacionada ao</p><p>trabalho, que decorre da</p><p>aspiração de poeira com</p><p>asbesto e caracteriza-se por</p><p>fibrose pulmonar crônica e</p><p>irreversível.</p><p>4 acidenTeS de Trabalho 47</p><p>VOCÊ</p><p>SABIA?</p><p>Doenças ocupacionais podem ser relacionadas às ati-</p><p>vidades ou funções do trabalhador e podem ser subdi-</p><p>vididas em “doenças profissionais” e “doenças do traba-</p><p>lho”.</p><p>Entenda melhor! Uma “doença profissional” é desenvolvida pelo exercício das</p><p>funções específicas às atividades do trabalhador. Por exemplo, um trabalhador</p><p>em uma mina de carvão está mais vulnerável a contrair uma doença profissional,</p><p>a antracose1.</p><p>Alguém que trabalha na construção de telhados à base de amianto pode ad-</p><p>quirir uma asbestose2.</p><p>Existe uma série de agentes, químicos, biológicos, etc., que podem ser noci-</p><p>vos aos trabalhadores e o INSS tem o cadastro de todas as atividades, funções e</p><p>operações que podem levar um trabalhador a adquirir uma doença profissional.</p><p>Br</p><p>an</p><p>d</p><p>X</p><p>Pi</p><p>ct</p><p>ur</p><p>es</p><p>(2</p><p>0-</p><p>-?</p><p>)</p><p>FIQUE</p><p>ALERTA</p><p>No entanto, para ser considerada como doença do traba-</p><p>lho, é necessário que exista um agente causador identi-</p><p>ficado no ambiente de trabalho e que esteja cadastrado</p><p>na base de dados do INSS como prejudicial à saúde do</p><p>trabalhador.</p><p>48 FundamenToS de Saúde e Segurança do Trabalho - Volume 1</p><p>E esta constatação de que existe relação entre o agente causador e as con-</p><p>dições de trabalho inadequadas, somente serão identificadas por um perito “in</p><p>loco3”, ou seja, no local do trabalho.</p><p>Outros casos de acidente de trabalho podem ser considerados como terroris-</p><p>mo ou sabotagem, por terceiros ou não; ofensa ou confronto físico intencional</p><p>por disputa, com motivo relacionado ao trabalho; imprudência; imperícia ou ne-</p><p>gligência de terceiros - inclusive de colega de trabalho; desabamentos; inunda-</p><p>ções; tragédias ou catástrofes naturais ou algum caso fortuito que leve o trabalha-</p><p>dor a um acidente ou como consequência de um acidente de trabalho, a adquirir</p><p>uma doença profissional do trabalho.</p><p>É considerado um acidente de trabalho, de acordo com os preceitos legais, o</p><p>acidente ocorrido pelo trabalhador “ainda que fora do local e horário de traba-</p><p>lho”, na execução ou realização sob ordem ou “sob a autoridade da empresa”;</p><p>“prestação espontânea” de serviços ao empregador, para proporcionar ou ade-</p><p>quar algum proveito a este; em casos de viagens a serviço do empregador; no tra-</p><p>jeto de/ou para o trabalho, de/ou para o local designado para refeições, dentro de</p><p>seu intervalo do trabalho, desde que o trajeto seja realizado habitualmente, em</p><p>qualquer situação. O conceito Técnico ou Prevencionista considera a importância</p><p>de registrar os acidentes que possam levar à perda de tempo, ou a danos mate-</p><p>riais (em adição, ou não às lesões físicas), ou doenças ocupacionais já explicados.</p><p>Nesses casos, são levados em consideração acidentes em que não ocorram</p><p>afastamentos ou obrigação de ausência da função ou que não sejam contabi-</p><p>lizados nos registros do INSS. São considerados importantes os registros de in-</p><p>cidentes que não gerem doença ocupacional ou lesão física. Contudo, podem</p><p>ocasionar lesão ou doença ocupacional em outros trabalhadores, em momento</p><p>posterior, dependendo da hora, dia, semana, etc.</p><p>Como exemplo, pense no caso de um vazamento de combustível no fim de</p><p>semana, em um setor de abastecimento dentro de uma empresa de transportes.</p><p>Se ocorrer em um período que não haja ninguém executando nenhuma função,</p><p>não causará doença ocupacional pela emissão de gases, nem lesões por quei-</p><p>maduras, por exemplo. Porém, se acontecer no horário de trabalho normal dos</p><p>trabalhadores, pode ocasionar uma explosão, queimaduras, enfim, acidentes de</p><p>trabalho com e sem afastamento, dependendo das lesões.</p><p>De qualquer modo</p>

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