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<p>MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO</p><p>UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO</p><p>LOURDES CARUCCIO HIRSCHMANN</p><p>PADRÕES HEMATOLÓGICOS DE CÃES ERRANTES</p><p>PROVENIENTES DE SEIS MUNICIPIOS DO</p><p>RIO GRANDE DO SUL</p><p>PORTO ALEGRE-RS</p><p>2012</p><p>LOURDES CARUCCIO HIRSCHMANN</p><p>PADRÕES HEMATOLÓGICOS DE CÃES ERRANTES</p><p>PROVENIENTES DE SEIS MUNICIPIOS DO</p><p>RIO GRANDE DO SUL</p><p>Monografia apresentada a Universidade Federal</p><p>Rural Do Semi-Árido – UFERSA, Departamento</p><p>de Ciências Animais para obtenção do título de</p><p>Especialização em Clínica Médica de Pequenos</p><p>Animais.</p><p>Orientadora: M.Sc. Caroline Ferreira Simon</p><p>PORTO ALEGRE-RS</p><p>2012</p><p>Folha de aprovaçao</p><p>À Deus amigo de todas as horas, a Ele</p><p>dedico minha confiança e todos os</p><p>créditos deste trabalho e de todos que hão</p><p>de vir apartir deste momento.</p><p>DEDICO</p><p>AGRADECIMENTOS</p><p>A minha mãe Georgeta Maria Caruccio Hirschmann que sempre foi a pessoa mais generosa e</p><p>compreensiva que conheci, através deste apoio tanto fraterno e financeiro que consegui</p><p>realizar este curso de pós-graduação, sem a sua ajuda nada aconteceria.</p><p>Ao meu namorado Léo Vítor Louzada Prates pelo incentivo, carinho e dedicação dada de</p><p>forma espontânea a cada momento desde que nos conhecemos.</p><p>Aos meus amigos pela energia positiva e por me mostrar o quanto possuo capacidade de</p><p>realizar meus sonhos, incluindo a minha orientadora Caroline Ferreira Simon pela motivação,</p><p>orientação, ensino, apoio em todo este tempo de dúvidas, mudanças e amadurecimento.</p><p>A toda equipe EQUALIS pela dedicação em ensinar, pelos fins de semana de grande</p><p>aprendizado adquirido e pela compreensão em vários momentos.</p><p>RESUMO</p><p>O hemograma tem grande importância no diagnóstico, tratamento e prognóstico de diversas</p><p>enfermidades na clínica de cães e gatos. Muitos animais, por diversos fatores ambientais e</p><p>nutricionais, podem apresentar alterações hematológicas muito diferentes dos parâmetros</p><p>conhecidos para a espécie, sem alterações clínicas. Este trabalho tem por objetivo desenvolver</p><p>um levantamento de dados sobre o perfil hematológico de cães errantes de canis e ONGs em</p><p>seis cidades do Rio Grande do Sul correlacionando sobre as possíveis causas das alterações</p><p>hematológicas encontradas. Foram coletadas amostras para hemograma, proteína plasmática</p><p>total (PPT) e contagem de plaquetas de 69 cães adultos, sendo 15 machos e 54 fêmeas. As</p><p>amostras foram encaminhadas para o Laboratório de Patologia Clínica da Universidade</p><p>Federal de Pelotas. Os resultados foram analisados e classificados como acima, abaixo ou</p><p>dentro dos valores de referência para a espécie. Em relação aos valores médios obtidos, os</p><p>eosinófilos apresentaram-se acima dos valores fisológicos para espécie, estando aumentado</p><p>em 42% das amostras. As plaquetas apresentaram médias abaixo dos valores citados para</p><p>espécie, obtendo trombocitopenia em 44% das amostras. Embora outros parâmetros</p><p>hematológicos não tenham apresentado valores fora do intervalo de referência, várias</p><p>alterações no eritrograma, leucograma, PPT e contagem de plaquetas foram observadas.</p><p>Conclui-se que estes animais analisados apresentam variações hematológicas, podendo estar</p><p>relacionado ao grande número de enfermidades que estão em contato, sendo de grande</p><p>importância para a saúde pública um melhor monitoramento para o diagnóstico destas</p><p>doenças.</p><p>Palavras-chave: Hematologia. Cães. Canil.</p><p>ABSTRACT</p><p>The complete blood count (CBC) has a great importance in diagnosis, treatment and</p><p>prognosis of several diseases in the clinic of both dogs and cats. For different environmental</p><p>and nutritional factors, a lot of animals may present hematological abnormalities which differ</p><p>a lot from the known parameters of the species, even though presenting no clinical</p><p>abnormalities. The purpose of this paper is to develop a data research on the hematological</p><p>profile of stray dogs in kennels and NGO in six cities in Rio Grande do Sul, correlating to</p><p>possible causes of the hematological abnormalities found. Samples were collected for blood</p><p>count, total serum protein and platelet count, from 69 adult dogs, 15 males and 54 females.</p><p>The samples were sent to the Clinical Pathology Laboratory in Universidade Federal de</p><p>Pelotas. The results were analyzed and classified as: above, below or within the parameters</p><p>for the species. In relation to the average values, eosinophils presented values above the</p><p>physiological parameters of the species in 42% of the samples. Platelets presented values</p><p>below the parameters, showing thrombocytopenia in 44% of the samples. Although other</p><p>hematological parameters presented values within the reference interval, abnormalities were</p><p>found in both red and white blood cell count, platelet count and total serum protein. It was</p><p>concluded that the analyzed animals present several hematological variations, which may be</p><p>related to the large number of diseases they are exposed to, therefore it is of great significance</p><p>for public health an improved monitoring for the diagnosis of these diseases.</p><p>Keywords: Hematology. Dogs. Kennel.</p><p>LISTA DE TABELAS</p><p>Tabela 01 – Média e desvios padrão do eritrograma de cães errantes em seis municípios do</p><p>RS, n=69....................................................................................................................................32</p><p>Tabela 02 – Média e desvios padrão do leucograma de cães errantes em seis municípios do</p><p>RS, n=69....................................................................................................................................32</p><p>Tabela 03 – Média e desvios padrão das plaquetas e PPT de cães errantes em seis municípios</p><p>do RS, n=69...............................................................................................................................32</p><p>LISTA DE FIGURAS</p><p>Figura 1 – Identificação do cão – SRD, fêmea e pertencente ao canil de Camaquã................33</p><p>Figura 2 – Identificação dos tubos de coleta………................................................................33</p><p>Figura 3 - Morfologia das células do sangue...........................................................................34</p><p>LISTAS DE SIGLAS E ABREVIATURAS</p><p>ATP – Trifosfato de adesina</p><p>Céls. – Células</p><p>CHCM – Concentração Hemoglobina Corpuscular Média</p><p>EDTA – Ácido etilenodiamino tetra-acético</p><p>FL – Fentolitros</p><p>ONGs – Organizações Não Governamentais</p><p>PPT – Proteínas Plasmáticas Totais</p><p>SMF – Sistema mononuclear fagocitário</p><p>Sp. – Espécie</p><p>SRD – Sem raça definida</p><p>VCM – Volume corpuscular médio</p><p>µl – Microlitro</p><p>ml – Mililitro</p><p>mm³ – Milímetros cúbicos</p><p>μ³ – Micro ao cubo</p><p>g – Grama</p><p>% – Porcentagem</p><p>dl – Decilitro</p><p>SUMÁRIO</p><p>1 INTRODUÇÃO....................................................................................................................12</p><p>2 OBJETIVOS.........................................................................................................................13</p><p>2.1OBJETIVO GERAL............................................................................................................13</p><p>2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS..............................................................................................13</p><p>3 REVISÃO DE LITERATURA............................................................................................14</p><p>3.1 HEMOGRAMA COMPLETO............................................................................................14</p><p>3.1.1 Eritrograma....................................................................................................................14</p><p>3.1.2 Leucograma....................................................................................................................16</p><p>3.1.2.1 Neutrófilos....................................................................................................................17</p><p>3.1.2.2 Linfócitos......................................................................................................................18</p><p>3.1.2.3 Eosinófilos....................................................................................................................18</p><p>3.1.2.4 Monócitos.....................................................................................................................19</p><p>3.1.2.5 Basófilos.......................................................................................................................19</p><p>3.1.3 Plaquetas........................................................................................................................19</p><p>3.1.4 Proteínas Plasmáticas Totais (PPT).............................................................................20</p><p>4 METODOLOGIA...............................................................................................................21</p><p>5 RESULTADOS E DISCUSSÃO........................................................................................22</p><p>6 CONSIDERAÇÕES FINAIS.............................................................................................26</p><p>REFERÊNCIAS.....................................................................................................................27</p><p>APÊNDICE.............................................................................................................................31</p><p>ANEXOS.................................................................................................................................32</p><p>12</p><p>1 INTRODUÇÃO</p><p>Em tempos antigos, o veterinário era obrigado a concluir seu diagnóstico com base</p><p>apenas em exames clínicos e experiência própria, uma vez que não havia métodos</p><p>diagnósticos complementares, ou não se tinha acesso a eles, para auxiliá-lo na avaliação do</p><p>paciente. Atualmente, o profissional conta com exames complementares que se tornaram</p><p>essenciais para a elucidação e mesmo para a confirmação de diagnósticos. Inclusive, estes</p><p>exames dão subsídios para a saúde pública, onde se fazem necessárias informações com a</p><p>máxima certeza possível, em questões relativas às zoonoses (VEIGA, 2004).</p><p>Os exames hematológicos são considerados exames práticos e precisos, podendo ser</p><p>utilizados em casos clínicos como meio complementar de diagnóstico e também para</p><p>acompanhamento do paciente em tratamento. É um exame que nos fornece a avaliação do</p><p>eritrograma (série vermelha) e leucograma (série branca), podendo ainda ser complementado</p><p>com concentração de proteínas plasmáticas totais (PPT) e contagem de plaquetas.</p><p>O eritrograma constitui o exame que estuda a série vermelha do sangue, mais</p><p>precisamente a determinação do hematócrito, contagem de hemácias, hemoglobina, Volume</p><p>Corpuscular Médio (VCM) e Concentração de Hemoglobina Corpuscular Média (CHCM)</p><p>(MATOS; MATOS, 1995).</p><p>O leucograma permite a avaliação do sistema imunológico do animal, indicando</p><p>infecções agudas ou crônicas. O leucograma raramente é patognomônico em determinada</p><p>moléstia, entretanto as informações obtidas podem ser úteis na elaboração de diagnóstico</p><p>diferencial, na avaliação da gravidade da doença e no fornecimento do prognóstico</p><p>(LATIMER; MEYER, 1992).</p><p>O homem está cada vez mais próximo dos animais, aumentando a sua exposição a</p><p>zoonoses, este trabalho é muito importante, pois através de exames laboratoriais pode-se</p><p>presumir o quanto os cães errantes possuem alterações no sistema imunológico, confirmando</p><p>possíveis infecções virais, bacterianas e parasitarias. Este trabalho tem por objetivo avaliar o</p><p>perfil hematológico de cães em canis e ONGs de seis municípios do Rio Grande do Sul,</p><p>analisando as alterações encontradas e discutindo as possíveis causas se tratando de animais</p><p>errantes.</p><p>13</p><p>2 OBJETIVOS</p><p>2.1 OBJETIVO GERAL</p><p>Realizar um levantamento de dados sobre o perfil hematológico de alguns cães de</p><p>canis provenientes do Rio Grande do Sul.</p><p>2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS</p><p>Coletar sangue dos animais para avaliar série vermelha e série branca.</p><p>Realizar uma revisão de literatura sobre hematologia de cães relacionando as</p><p>alterações encontradas nos exames com suas possíveis causas.</p><p>14</p><p>3 REVISÃO DE LITERATURA</p><p>3.1 HEMOGRAMA COMPLETO</p><p>A interpretação do hemograma depende de uma análise adequada tanto das</p><p>informações quantitativas (número total de células, contagem diferencial, índices</p><p>hematimétricos) quanto das informações qualitativas (morfologia do esfregaço sanguíneo)</p><p>(REBAR, 2003).</p><p>Num estudo recente, Oliveira et al. (2010) demonstraram alguns fatores que interferem</p><p>no resultado fidedigno da amostra de sangue, como por exemplo, pouca quantidade de sangue</p><p>nos tubos de coleta, tornando desproporcional a relação sangue/anticoagulante. O contrário</p><p>também pode ocorrer, com uma amostra contendo excesso de anticoagulante. Outros fatores</p><p>citados foram quanto à temperatura de armazenamento da amostra: às vezes, amostras ficam</p><p>expostas a temperatura ambiente por muito tempo, demoram para chegar no laboratório e não</p><p>são processadas no período certo, ficando inviáveis ou com má qualidade. Conforme Schalm</p><p>et al.; Morris; Davey apud (OLIVEIRA, 2010) foi visto que em amostras de sangues sob</p><p>refrigeração por 24 horas não houve alteração nos valores do hematócrito, hemoglobina e</p><p>contagem de células.</p><p>Embora o hemograma sozinho constitua recurso de diagnóstico limitado na maioria</p><p>dos casos, com raras exceções (cinomose, Babesia, Ehrlichia sp., hemogramas típicos de</p><p>piometra ou leptospirose, por exemplo), ele estabelece um ponto de partida para o diagnóstico</p><p>rápido e preciso (GONZÁLEZ et al. apud CORRÊA et al. 2009).</p><p>3.1.1 Eritrograma</p><p>No eritrograma, a anemia indica um processo patológico que se caracteriza pela</p><p>diminuição nos valores do hematócrito. Na maior parte dos casos, os distúrbios anêmicos não</p><p>são primários, e sim secundários a outras enfermidades. Já a policitemia pode significar</p><p>desidratação ou aumento da contração esplênica por estresse, além de distúrbios eritrocitários</p><p>(FIGHERA, 2001).</p><p>15</p><p>Hematócrito é o volume da massa eritróide de uma amostra de sangue, expressa em</p><p>porcentagem ou fração decimal do volume da massa (FAILACE, 1995). Geralmente</p><p>hematócrito abaixo do normal indica anemia, mas ocorre também em estágios avançados de</p><p>gestação, após tranquilização e anestesia, podendo também ser devido hemólise por erro</p><p>colheita material (BUSH, 2004). O hematócrito acima do normal geralmente indica</p><p>desidratação, mas ocorre também em casos de medo/excitação, choque, atividade intensa,</p><p>hipertireoidismo em felinos, altitude e raramente devido a uma policitemia absoluta (BUSH,</p><p>2004).</p><p>Em estudo realizado nos Estados Unidos, de 203.939 cães atendidos em laboratórios</p><p>veterinários, 9,3% dos cães apresentavam anemia (DeNICOLA et al. 2006). Quanto aos</p><p>mecanismos etiopatológicos (etiopatogênicos), a anemia está relacionada à perda de sangue</p><p>(hemorrágica aguda ou crônica), ao excesso de destruição de eritrócitos (hemolítica) e às</p><p>deficiências de produção de eritrócitos na medula óssea (hipoproliferativa) primária (carencial</p><p>e aplástica) ou secundária (CARVALHO et al. apud</p><p>ANTUNES, 2010).</p><p>A contagem total de hemácias e a concentração de hemoglobina do sangue total não</p><p>devem ser interpretadas clinicamente. Claramente, elas variam quase exatamente em paralelo</p><p>com o hematócrito, podendo não trazer informações adicionais. Sua função é permitir o</p><p>cálculo do Volume Corpuscular Médio e da Concentração de Hemoglobina Corpuscular</p><p>Média, respectivamente, e estes são os números que devem ser interpretados (KERR, 2003).</p><p>Volume Corpuscular Médio (VCM) é uma mensuração do tamanho das hemácias e é</p><p>obtido por simples cálculo aritmético a partir do hematócrito e da contagem de hemácias da</p><p>amostra (KERR, 2003). O VCM representa à média do volume de um eritrócito em fentolitros</p><p>(fl) e seu aumento pode indicar boa regeneração medular (já que as células jovens são</p><p>maiores) ou problemas na fase de multiplicação, como é o caso de deficiência de vitamina</p><p>B12, ácido fólico ou cobalto. A diminuição do VCM ocorre nos casos de deficiência de ferro,</p><p>nos distúrbios de produção de globina e nos problemas do metabolismo das porfirinas, como</p><p>na deficiência de cobre, na intoxicação pelo chumbo e nas formas congênitas de porfiria</p><p>(FIGHERA, 2001).</p><p>O CHCM é uma mensuração da concentração da hemoglobina nas hemácias e é obtido</p><p>aritmeticamente a partir do hematócrito e da concentração total de hemoglobina da amostra</p><p>(KERR, 2003). Uma diminuição da CHCM ocorre tanto em quadros anêmicos regenerativos,</p><p>já que a célula mais nova tem menos hemoglobina, como nas anemias ocasionadas por má</p><p>síntese de hemoglobina (FIGHERA, 2001). Segundo Bush (2004), aumento do CHCM indica</p><p>16</p><p>erro em uma das duas mensurações (concentração de hemoglobina ou hematócrito, mais</p><p>provavelmente a primeira), porque as células não podem conter mais hemoglobina do que o</p><p>fisiológico.</p><p>A anemia hemolítica pode ser de causa infecciosa, não infecciosa, imunomediada, por</p><p>agentes oxidantes, microangiopáticas, por defeitos metabólicos hereditários e outras causas</p><p>desconhecidas (FIGHERA, 2007). Na anemia hemolítica intravascular as hemácias são</p><p>destruídas dentro dos vasos, com liberação de hemoglobina livre no plasma; no segundo caso,</p><p>mais frequente, os eritrócitos apresentam anormalidades de superfície causadas por parasitas</p><p>ou alterações de origem imunológica e são fagocitados, sobretudo no baço, pelas células do</p><p>sistema mononuclear fagocitário (SMF) (GARCIA-NAVARRO apud SOLATO, et al. 2008).</p><p>De acordo com Owen (2011), a anemia hemolítica congênita pode ser causada por</p><p>uma deficiência nas enzimas envolvidas na glicólise anaeróbica, que são a fosfofrutoquinase e</p><p>piruvato quinase. É na glicólise anaeróbica que ocorre a produção de ATP necessários para a</p><p>manutenção e sobrevivência dos eritrócitos, sendo então esta deficiência a maior causa de</p><p>anemia hemolítica congênita.</p><p>As anemias, com frequência, estão relacionadas à perda crônica de sangue, causada</p><p>por parasitismo gastrintestinal, por ecto e por hemoparasitoses. Ocorre também em associação</p><p>com doenças gastrointestinais e debilitantes (RADOSTITS et al. apud ANTUNES, 2010).</p><p>Para essas enfermidades, métodos diagnósticos adicionais específicos em geral são</p><p>necessários.</p><p>3.1.2 Leucograma</p><p>A avaliação dos leucócitos ou leucograma envolve interpretação dos parâmetros desta</p><p>série, que inclui a contagem total de leucócitos, contagem diferencial de leucócitos,</p><p>morfologia e inclusões leucocitárias. A contagem total de leucócitos pode estar acima</p><p>(leucocitose), dentro do normal (normoleucometria) e abaixo (leucopenia) dos limites de</p><p>referência. Uma avaliação mais detalhada da leucocitose ou leucopenia envolve a</p><p>interpretação da contagem diferencial de leucócitos. Neste caso, embora os valores</p><p>percentuais sejam sempre mais simples de interpretar, os valores absolutos devem ser</p><p>primariamente utilizados na interpretação (BIONDO, 2005).</p><p>17</p><p>Cães com leucocitose podem apresentar infecções, o aumento de leucócitos também</p><p>pode ser causado por efeito de esteróides, desordens mieloproliferativas, necrose tecidual e</p><p>severa inflamação, gestação e parição de cadelas, desordens linfoproliferativas (linfossarcoma</p><p>e leucemia) e administração de medicamentos. A Leucopenia aparece em cães com doenças</p><p>virais, infecção bacteriana maciça, anafilaxia, drogas tóxicas e substâncias químicas,</p><p>neoplasia de medula óssea e toxemia endógena (uremia) (LATIMER, 1997).</p><p>3.1.2.1 Neutrófilos</p><p>O tipo de lesão inflamatória pode influenciar o equilíbrio entre o consumo de</p><p>neutrófilos e sua liberação pela medula. A inflamação aguda é uma lesão que apresenta maior</p><p>fluxo sanguíneo e edema no local. Por outro lado, as lesões inflamatórias crônicas de órgãos</p><p>ocos podem resultar em contagens de neutrófilos altamente elevadas, como por exemplo,</p><p>piometras ou abscessos fechados, podendo alcançar 100.000 células/µl (THRALL, 2007).</p><p>A presença de neutrófilos imaturos (não segmentados) no sangue, acima do número</p><p>considerado normal, constitui o que normalmente se designa por desvio à esquerda. Podendo</p><p>ser considerado regenerativo quando a proporção dos neutrófilos imaturos (não segmentados),</p><p>não excede o de neutrófilos maduros. E é considerado degenerativo quando o número de</p><p>neutrófilos imaturos excede o número de neutrófilos segmentados (maduros) conforme</p><p>descrito por Cowel et al. (1999); Nelson; Couto (2006). E o aumento na liberação de</p><p>neutrófilos imaturos, ou bastonetes, para a circulação é clinicamente relevante e ocorre</p><p>frequentemente associado a processos agudos. Estes podem ser: inflamatórios causados por</p><p>agentes infecciosos, como bactérias e fungos ou não infecciosos tais como doenças</p><p>imunomediadas ou neoplasias (HARVEY, 2001).</p><p>O desvio à direita ocorre quando há aumento na concentração de neutrófilos</p><p>hipersegmentados, com cinco ou mais segmentos, no sangue periférico que pode ser</p><p>observado em situações de neutrofilia associada à inflamação crônica ou aumento de</p><p>esteróides endógenos ou exógenos (HARVEY, 2001; NELSON; COUTO, 2006).</p><p>A liberação endógena ou administração exógena de corticosteróides resulta em</p><p>neutrofilia induzida por estresse. Outras alterações hematológicas típicas de um leucograma</p><p>de stress em cães incluem linfopenia, eosinopenia e monocitose (WILLARD; TVEDTEN,</p><p>2004).</p><p>18</p><p>Podem ainda ser observados sinais de citotoxicidade nos neutrófilos, quando toxinas</p><p>circulantes interferem com a diferenciação neutrofílica na medula óssea. Indicam inflamação</p><p>sistêmica com efeito na medula óssea. Causas mais severa encontra-se em animais com</p><p>sépsis, endotoxemia e necrose tecidular. Podem ainda ocorrer sinais de citotoxicidade quando</p><p>o tempo de produção dos neutrófilos é muito curto, como resultado de maturação incompleta,</p><p>em vez de degeneração propriamente dita (COWEL et al. 1999).</p><p>A causa mais comum de neutropenia é por infecção, principalmente bacteriana, aguda</p><p>ou crônica</p><p>(METZGER, 2005).</p><p>3.1.2.2 Linfócitos</p><p>Linfócitos podem ter alterações morfológicas típicas que os leva a serem designados</p><p>de linfócitos reativos, surgindo normalmente após estimulação antigénica (REBAR, 2003).</p><p>Segundo Thrall (2007) a linfocitose tem duas causas comuns, a primeira é a resposta à</p><p>excitação e a segunda é a leucemia linfocítica. As causas de linfocitose em caninos podem ser</p><p>fisiológica, induzida por epinefrina, por uma infecção crônica, por erliquiose, doenças de</p><p>chagas, babesiose, leishmaniose, reações de hipersensibilidade, reação pós-vacinal, linfocítica</p><p>e linfoblástica (NELSON; COUTO, 2006).</p><p>A linfopenia é atribuída à resposta aos esteróides, outras causas como infecções virais</p><p>induzem à linfopenia associada à neutropenia (KERR, 2003).</p><p>3.1.2.3 Eosinófilos</p><p>Eosinofilia é definida como o aumento no número absoluto de eosinófilos circulantes.</p><p>É uma alteração relativamente comum em pequenos animais, sendo bastante comum em</p><p>distúrbios parasitários, hipersensibilidade ou lesão incomum que produz quimiotáticos aos</p><p>eosinófilos (THRALL,</p><p>2007).</p><p>A eosinopenia embora possa ser causada pela adrenalina, as causas clínicas estão</p><p>relacionadas as ações dos corticosteróides. Estresse, treinamento atlético intensivo e</p><p>19</p><p>prolongado, síndrome de Cushing e tratamento com corticóide são os fatores que podem levar</p><p>a eosinopenia (KERR, 2003).</p><p>3.1.2.4 Monócitos</p><p>A monocitose pode ser causada por efeito de esteróides, infecções, distúrbios</p><p>imunomediados, idade avançada e neoplasias (LATIMER, 1997). Porém, segundo Thrall</p><p>(2007), é uma alteração relativamente insignificante e pode acompanhar respostas</p><p>inflamatórias agudas e crônicas.</p><p>A monocitopenia tem sido relatada em certas espécies como parte da resposta de</p><p>esteróide aguda (KERR, 2003).</p><p>3.1.2.5 Basófilos</p><p>Não é comum encontrarmos basófilos em esfregaços de sangue canino, esta célula é</p><p>encontrada em casos de sensibilização a um alérgeno e acompanhada de eosinofilia (KERR,</p><p>2003).</p><p>3.1.3 Plaquetas</p><p>As plaquetas sanguíneas são derivadas dos megacariócitos localizados na medula</p><p>óssea. São produzidas pela fragmentação do citoplasma dos megacariócitos, sendo liberadas</p><p>diretamente na circulação venosa, ao redor do espaço hematopoiético medular. A</p><p>trombopoietina é o hormônio que regula o desenvolvimento dos megacariócitos a partir das</p><p>células-tronco e parece estar envolvida na liberação das plaquetas, pois sua concentração é</p><p>inversamente correlacionada com o número de plaquetas. A fonte de trombopoietina é incerta,</p><p>mas parece ser oriunda do endotélio vascular, fígado ou fibrosblastos (REBAR et al. 2003).</p><p>Atualmente considera-se que a maneira mais satisfatória de contar plaquetas é através</p><p>de contadores automatizados, os quais procedem à contagem de plaquetas por tecnologia de</p><p>20</p><p>impedância, de dispersão de luz, ou com ambas. Preferencialmente, as contagens de plaquetas</p><p>são feitas em sangue venoso anticoagulado com ácido etilenodiamino tetra-acético (EDTA). A</p><p>formação de coágulos e agregação plaquetária são fontes de erros na contagem de plaquetas.</p><p>Quando se constata uma diminuição na quantidade de plaquetas diz-se que ocorre uma</p><p>plaquetopenia ou trombocitopenia e no caso de aumento, diz-se que ocorre plaquetose ou</p><p>trombocitose (FAILACE apud ANTUNES, 2010).</p><p>As plaquetas são responsáveis pela hemostasia, portanto, alterações nos valores como</p><p>trombocitopenias podem causar alterações na coagulação do sangue, enquanto trombocitose</p><p>pode ser causada pela presença de trombos na circulação (MEYER et al.,1995).</p><p>3.1.4 Proteínas Plasmáticas Totais (PPT)</p><p>As proteínas sanguíneas são sintetizadas principalmente pelo fígado, sendo que a taxa</p><p>de síntese está diretamente relacionada com o estado nutricional, especialmente com os níveis</p><p>de proteínas, e com a funcionalidade hepática. A hipoproteinemia pode indicar estados de</p><p>subnutrição, bem como de insuficiência ou de lesão hepática e hemorragias (SUTTON et al.</p><p>apud ANTUNES, 2010). Conforme Lopes (2002), a hipoproteinemia relacionada a doenças</p><p>hepáticas está associada com a diminuição da produção de albumina, podendo ser mecanismo</p><p>primário de muitas doenças hepáticas crônicas. Na avaliação das proteínas plasmáticas totais,</p><p>é sempre muito importante avaliar a concentração de albumina e globulinas, pois em doenças</p><p>inflamatórias crônicas, o valor das proteínas pode permanecer inalterado, mesmo com baixa</p><p>produção albumina; este valor é compensado pela produção de globulinas. As globulinas</p><p>geralmente aumentam nas neoplasias hepáticas, icterícia, etc.</p><p>A PPT são muito úteis quando acrescentada ao hemograma, pois as elevações nos</p><p>valores destas proteínas totais podem indicar desidratação e até mostrar uma anemia</p><p>mascarada por desidratação, assim como aumento das globulinas devido à resposta</p><p>imunológica (BUSH, 2004). Como citaram Harrus et al.; Varela apud (ANTUNES, 2010),</p><p>pode haver uma leve hiperproteinemia em animais com infecção por Anaplasma platys e</p><p>outros agentes infecciosos em decorrência de uma hiperglobulinemia.</p><p>21</p><p>4 METODOLOGIA</p><p>No período de abril a dezembro de 2011, foram utilizados 69 cães errantes</p><p>provenientes dos canis municipais de Arroio Grande, Caçapava do Sul, Camaquã e Rio</p><p>Grande, e das Organizações Não Governamentais (ONGs) de Piratini e Dom Pedrito, sendo o</p><p>total de 15 machos e 54 fêmeas.</p><p>Os cães selecionados para este trabalho eram aqueles que possuíam comportamento</p><p>dócil para facilitar a contenção, sendo necessária apenas a utilização de focinheira para evitar</p><p>as alterações hematológicas por estresse. Os animais foram identificados através de coleiras</p><p>numeradas e fotografados para posterior identificação, conforme Figura 1. Devido estes</p><p>animais serem cães errantes, não foi registrada a faixa etária, mas conforme a dentição a</p><p>maioria eram cães adultos.</p><p>A coleta de sangue para avaliação do hemograma foi realizada por punção da veia</p><p>cefálica, primeiramente com anti-sepsia do local da coleta com álcool 70%. O material</p><p>utilizado no procedimento era estéril e foi posteriormente descartado.</p><p>A coleta de sangue para avaliação do hemograma foi pela veia cefálica com agulha</p><p>vacutainer 25x7mm, foram coletadas amostras com 4 mL de sangue e depositadas em tubos</p><p>vacutainer com anticoagulante (EDTA) e homogeneizadas. Os tubos foram previamente</p><p>identificados, refrigerados em caixas isotérmicas e encaminhados juntamente com requisições</p><p>para o Laboratório de Patologia Clínica do Hospital Veterinário da Universidade Federal de</p><p>Pelotas para determinação do hemograma completo, plaquetas e Proteína Plasmática Total</p><p>como mostra Figura 2. O exame de sangue foi realizado em até 24 horas após a coleta.</p><p>Avaliou-se a contagem de eritrócitos, hemoglobina, hematócrito, Volume Corpuscular</p><p>Médio (VCM), Concentração Hemoglobina Corpuscular Média (CHCM), leucócitos totais e</p><p>plaquetas no Analisador Hematológico Veterinário (pocH-100iV DiffR). A contagem</p><p>diferencial dos leucócitos foi realizada a partir de 1 gota de sangue, feito esfregaço em lâmina</p><p>de vidro, após corado com Panótipo Rápido e analisada as células no microscópico óptico</p><p>com objetiva de 100X. Mensurou-se a Proteína Plasmática Total por meio da leitura em</p><p>refratômetro manual.</p><p>Os dados foram apresentados em média ± desvios-padrão e analisados</p><p>individualmente para possível interpretação das alterações hematológicas encontradas.</p><p>22</p><p>5 RESULTADOS E DISCUSSÃO</p><p>Os valores de média e desvio padrão da série vermelha determinados no sangue dos</p><p>cães deste trabalho e os valores de referência utilizados estão descritos na Tabela 1. As médias</p><p>dos valores das hemácias, hemoglobina e hematócritos estavam dentro dos valores</p><p>fisiológicos para a espécie citados por Thrall (2007).</p><p>Das amostras analisadas 8,7% anemia normocítica normocrômica, 5,8 % apresentaram</p><p>anemia normocítica hipocrômica e 4,3 % anemia microcítica hipocrômica. Estas alterações na</p><p>série vermelha podem ser decorrentes de hemoparasitoses, anemias hipoplásicas, deficiências</p><p>nutricionais e hepatopatias.</p><p>Neste estudo, a anemia microcítica hipocrômica pode ser consequência da deficiência</p><p>nutricional dos cães errantes ou de parasitas gastrointestinais. Em estudo com as alterações</p><p>hematológicas, Alencar et al. (2002) observaram que a deficiência de ferro é a causa mais</p><p>frequente de anemia, devido à dieta deficiente em ferro ou hemorragias crônicas. Animais que</p><p>não possuem uma dieta balanceada, possuem um déficit dos componentes da maturação dos</p><p>eritrócitos. Além disso, as parasitoses intestinais podem causar espoliação intensa,</p><p>principalmente quando são parasitos hematófagos (ALENCAR et al. 2002).</p><p>A anemia normocítica normocrômica pode ser justificada pela presença de</p><p>hemoparasitas, já que o vetor destes é o carrapato e a maioria dos cães errantes possuem altos</p><p>níveis de ectoparasitismo. Segundo estudo realizado por Salgado (2006), o autor detectou</p><p>anemia devido ao hemoparasitismo em 62,28% de cães errantes, sendo 10,78% cães</p><p>infectados por Babesia canis e 60,48% dos cães examinados estavam infectados por Erlichia</p><p>canis. Para Nelson; Couto apud (MENDONÇA, 2005) a anemia normocítica normocrômica</p><p>origina-se de supressão da medula óssea ou como reação orgânica na doença crônica. Quadros</p><p>hemolíticos não regenerativos foram observados em cães com crises agudas nos quais ainda</p><p>não houvera tempo para a liberação de hemácias jovens na circulação (o que pode levar até</p><p>três dias), casos de doença medular primária com consequente supressão da mielopoese,</p><p>doença medular infiltrativa, deficiência nutricional (hipoferremia) ou destruição imune dos</p><p>precursores eritróides na medula óssea (STOKOL et al., 2000). Assim, embora seja comum</p><p>em casos de erliquiose, a anemia normocítica normocrômica arregenerativa pode estar</p><p>relacionada a outras enfermidades não identificada no exame.</p><p>Uma amostra (2,4%) apresentou policitemia, podendo ser causada pela contração</p><p>esplênica por estresse e/ou excitação no momento da coleta, já que se tratam de animais de</p><p>23</p><p>rua que não estão acostumados com a manipulação. Outra causa, citada por Bush (2004), é a</p><p>desidratação, pois esta reduz o volume plasmático e aumenta a concentração das proteínas</p><p>plasmáticas e das hemácias. O que neste caso não foi verificado no hemograma.</p><p>No leucograma, a média e o desvio padrão dos leucócitos totais, neutrófilos</p><p>segmentados, bastonetes, monócitos e linfócitos encontravam-se nos intervalos dos valores</p><p>referência para a espécie, porém a média dos valores de eosinófilos estava elevada (Tabela 2).</p><p>Na séria branca 21,7% das amostras apresentaram leucocitose e 1,4 % leucopenia, 2,9</p><p>% com neutrofilia, 11,6% com desvio à esquerda, 1,4% neutropenia, 42,0 % eosinofilia, 8,7 %</p><p>eosinopenia, 2,9 % monocitose, 10,1% monocitopenia, 4,3 % linfocitose e 2,9 % linfopenia.</p><p>As possíveis causas levantadas para justificar as leucocitoses encontradas, são</p><p>prováveis infecções como hemoparasitas, piometra e cinomose. Em um estudo realizado por</p><p>Emanuelli et al. apud (CORRÊA, 2009), cães fêmeas com diagnóstico de piometra</p><p>apresentam contagem leucocitária elevada. A leucocitose por neutrofilia com desvio à</p><p>esquerda como resposta à inflamação e septicemia nas infecções uterinas (ETTINGER;</p><p>FELDMAN, 2004; SMITH, 2006). O que pode estar associado neste estudo, já que grande</p><p>parte das amostras coletadas era de fêmeas. Esta alteração também foi relatada em cães com</p><p>cinomose, pois infecções bacterianas oportunistas no trato alimentar e respiratório podem</p><p>justificar a leucocitose por neutrofilia e o desvio à esquerda observados nos animais. A</p><p>linfopenia também é uma característica consistente neste caso (ETTINGER; FELDMAN,</p><p>2004).</p><p>Neste trabalho, apenas uma amostra obteve resultados de leucograma por estresse com</p><p>leucocitose acompanhada de neutrofilia, linfopenia, monocitose e eosinopenia, estas</p><p>alterações segundo Thrall (2007) podem ser causadas por medo e/ou excitação, dor ou</p><p>administração de corticoides.</p><p>Os achados hematológicos de leucopenia e neutropenia podem ser decorrentes de</p><p>severas infecções bacterianas e virais, além de casos de toxoplasmose, ehrlichiose e</p><p>leishmaniose. Em estudo realizado por Frazão (2008), o autor relata leucopenia em cães com</p><p>parvovirose e, sendo que esta alteração com neutropenia é muito encontrada nesta doença. A</p><p>leucopenia também é um achado citado por Mendonça et al. (2005) na fase subclínica da</p><p>erliquiose.</p><p>Os eosinófilos apresentaram valores médios acima do intervalo de referência descritos</p><p>para a espécie. Dentre as causas podemos sugerir presença de parasitismos gastrointestinais,</p><p>reações alérgicas e lesões de pele. Segundo Bush (2004), a eosinofilia não é uma</p><p>24</p><p>característica de infecção por Demodex ou Sarcoptes, embora sejam causadores de reações de</p><p>hipersensibilidade cutânea. O número crescente de eosinófilos é associado com dano tecidual</p><p>crônico, envolvendo principalmente reações alérgicas. O fato dos cães avaliados nesse</p><p>trabalho serem cães errantes, e provavelmente não receberem nenhum tipo de vermífugo,</p><p>além de alguns animais apresentar lesões de pele sem tratamento, se justifica a eosinofilia</p><p>encontrada, em concordância com os dados levantados.</p><p>A eosinopenia, assim como a monocitose encontradas podem ser consideradas,</p><p>segundo Nelson; Couto (2006), como parte de um leucograma de estresse e geralmente é de</p><p>pequena relevância clínica.</p><p>A monocitose encontrada, segundo Thrall (2007), é uma alteração relativamente</p><p>insignificante e pode estar relacionada a doenças inflamatórias crônicas.</p><p>Dentre os achados de linfocitose podemos relacionar à estimulação antigênica, já que</p><p>são animais que ficaram expostos a muitos agentes. Já a linfopenia pode estar ligada a</p><p>infecções, estresse, demodicose generalizada e imunodeficiência (KERR, 2003).</p><p>Os valores médios das plaquetas ficaram abaixo dos valores fisiológicos (Tabela 3),</p><p>pois 44,9 % dos cães apresentaram trombocitopenia e 8,7 % trombocitose. Nestas amostras,</p><p>15% apresentaram agregação plaquetárias. Estes achados de aglomeração podem ser de</p><p>origem extrínseca, como o estresse da coleta, isso não quer dizer que alteração possa ser</p><p>ignorada, pois pode significar alguma patologia como a trombocitopenia, que é a</p><p>anormalidade mais comum encontrada nas plaquetas (LOPES; CUNHA, 2002). Deve-se</p><p>considerar que, a trombocitopenia é a principal alteração hematológica encontrada nas</p><p>hemoparasitoses, conforme descrito por Macieira et al. (2005), os quais analisaram os valores</p><p>plaquetários de animais positivos para hemoparasitoses através do teste de reação em cadeia</p><p>de polimerase (PCR) e obtiveram resultados de que 32,1% dos animais acometidos com</p><p>rickettsias apresentavam também trombocitopenia, sendo que 26,8 % destes eram acometidos</p><p>pela erliquiose.</p><p>Os valores de PPT apresentaram médias dentro dos valores fisiológicos para espécie</p><p>(Tabela 3), no entanto, 31,9 % apresentaram hiperproteinemia e 1,4% apresentaram</p><p>hipoproteinemia. Segundo Bush (2004), as dietas com proteínas muito baixas fornecidas por</p><p>períodos muito longos ou até mesmo a inanição total resultam em concentrações de proteínas</p><p>totais e albumina baixa, justificando as amostras que se apresentaram níveis abaixo dos</p><p>padrões fisiológicos, decorrido da má alimentação que esses animais estão submetidos, logo</p><p>uma ingestão proteica deficiente. Outra possível causa de hipoproteinemia é uma má absorção</p><p>25</p><p>intestinal de quantidade adequada de aminoácidos, sendo acompanhadas de perdas de</p><p>proteínas, como em casos de diarreias em cães (BUSH, 2004). A elevação das proteínas</p><p>séricas pode ser ocasionada por desidratação, vômito ou pelo aumento das globulinas</p><p>(COUTO, 2006).</p><p>26</p><p>6 CONSIDERAÇÕES FINAIS</p><p>Após a realização deste estudo, pode-se perceber que as principais alterações</p><p>hematológicas encontradas foram eosinofilia e hiperproteinemia, isto provavelmente está</p><p>relacionado ao ectoparasitismo/parasitas intestinais e a infecções por hemoparasitas,</p><p>respectivamente. Isto fica evidenciado devido ao grande número de enfermidades aos quais</p><p>estes animais errantes mantidos em canis municipais e ONGs estão expostos. Torna-se</p><p>interessante a realização de estudos epidemiológicos específicos com estes animais, trazendo</p><p>assim melhorias para a saúde pública.</p><p>27</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>ALENCAR, N.X.; CAMPOS, K.C.H.; KOHAYAGAWA, A.; ALMOSNY, N.R.P.</p><p>Enzimologia clínica veterinária. Parte I: fatores que interferem na interpretação dos</p><p>resultados. Revista Educação Continuada CRMV-SP. 2002, v.5, n.2, p.150-156.</p><p>BIONDO, A.W. Interpretação do leucograma. In: Gonzáles, F.H.D., SANTOS, A.P. Anais</p><p>do II Simpósio de Patologia Clínica da Região Sul do Brasil. Porto Alegre: Universidade</p><p>Federal do Rio Grande do Sul. 2005, p.29-35.</p><p>BUSH, B. M. Interpretação de resultados</p><p>laboratoriais para clínicos de pequenos</p><p>animais. 1.ed. São Paulo: Roca, 2004, p. 117-128.</p><p>CARVALHO, M.C.; BARACAT, E.C.E.; SGARBIERI, V.C. Anemia Ferropriva e Anemia de</p><p>Doença Crônica: Distúrbios do Metabolismo de Ferro. 2006. In: ANTUNES, M. S. 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Dissertação (Mestrado em Medicina</p><p>Veterinária) – Departamento de Patologia e Ciências Clínicas, Universidade Federal Rural do</p><p>Rio de Janeiro-RJ.</p><p>http://www.vetsmall.theclinics.com/</p><p>30</p><p>SUTTON, R.H.; JOHNSTONE, M. The Value of Plasma Fibrinogen Estimations in Dogs. A</p><p>Comparison With Total Leucocyte and Neutrophil Counts. In: ANTUNES, M. S. Pesquisa</p><p>clínica e etiológica de anemia em cães. 2010. 78f. Dissertação (Mestrado em Medicina</p><p>Veterinária) – Departamento de Patologia e Ciências Clínicas, Universidade Federal Rural do</p><p>Rio de Janeiro-RJ.</p><p>THRALL, M.A. Hematologia e Bioquímica Clínica Veterinária. São Paulo: Roca, 2007.</p><p>VARELA,</p><p>A.S. Tick-borne Ehrlichiae and Rickettsiae of Dogs. In: ANTUNES, M. S.</p><p>Pesquisa clínica e etiológica de anemia em cães. 2010. 78f. Dissertação (Mestrado em</p><p>Medicina Veterinária) – Departamento de Patologia e Ciências Clínicas, Universidade Federal</p><p>Rural do Rio de Janeiro-RJ.</p><p>VEIGA, A.P.M. Valores Hematológicos, PPT e Fibrinogênio do Cavalo Crioulo – Suas</p><p>Variações em Relação ao Sexo, Idade e Manejo. 2004. Dissertação (Mestrado em Medicina</p><p>Veterinária) – Ênfase em Clínica Médica, Universidade Federal de Santa Maria-RS.</p><p>WILLARD, M.; TVEDTEN, H. Small Animal Clinical Diagnosis by Laboratory Methods.</p><p>EUA: Elsevier, 2004.</p><p>31</p><p>APÊNDICE 1 – Ficha de exame de sangue</p><p>32</p><p>ANEXO 1</p><p>Tabela 1: Média e desvios padrão do eritrograma de cães errantes, n=69</p><p>Eritrograma média±</p><p>desvio padrão</p><p>*Referências</p><p>Hemácias mm³ (x106)</p><p>6,4 ± 0,99 5,5-8,5</p><p>Hemoglobina g/100ml</p><p>13,9 ± 2,12 12-18</p><p>Hematócrito %</p><p>42,2 ± 5,8 37-55</p><p>VCM μ³</p><p>65,4± 1,48 60-72</p><p>CHCM %</p><p>32,9± 0,57 34-38</p><p>*Valores de referência citados por Thrall (2007)</p><p>Tabela 2: Média e desvios padrão do leucograma de cães errantes, n=69</p><p>Leucograma média±</p><p>desvio padrão</p><p>*Referências</p><p>Leucócitos Totais mm³ 12.750±7.424,62</p><p>6.000-17.000</p><p>Neutrófilos segmentados (cels/μl)</p><p>6.142,5±3.277,4</p><p>3.000-11.500</p><p>Bastonetes (células/ μl)</p><p>180 ± 254,56</p><p>0-300</p><p>Eosinófilos (células/ μl)</p><p>2.452,5±3.150,1</p><p>150-1.250</p><p>Monócitos (células/ μl)</p><p>600 ± 424,26</p><p>150-1.350</p><p>Linfócitos (células/ μl) 3.375± 318,2</p><p>1.000-4.800</p><p>*Valores de referência citados por Thrall (2007)</p><p>Tabela 3: Média e desvios padrão das plaquetas e PPT de cães errantes, n=69</p><p>média±</p><p>desvio padrão</p><p>*Referências</p><p>Plaquetas (μl) 132.000±7.9195,96</p><p>200.000-500.000</p><p>PPT (g/dl)</p><p>6,2 ± 1,41</p><p>6-8</p><p>*Valores de referência citados por Thrall (2007)</p><p>33</p><p>ANEXO 2</p><p>Figura 1 – Identificação do animal – SRD, fêmea e pertencente ao canil de Camaquã</p><p>Fonte: Autoria própria</p><p>Figura 2 – Tubo de coleta de sangue com identificação do município e do cão</p><p>Fonte: Autoria própria</p><p>34</p><p>ANEXO 3</p><p>Figura 3 - Morfologia das células do sangue</p><p>Fonte: Autoria própria</p>