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<p>Percursores da Teoria da Economia</p><p>A economia é a ciência que estuda a produção, distribuição e consumo de bens e serviços. Ela desempenha um papel crucial na administração de recursos escassos e está intrinsecamente ligada a todas as facetas da sociedade. Neste trabalho vou apresentar um pequeno resumo da História da economia entre as épocas e seus percursores.</p><p>Antiguidade</p><p>A 10.000 anos atrás, a base da economia na Pré-História era a caça, a pesca e a coleta. Ao longo de milênios, os grupos humanos foram adquirindo conhecimentos sobre os recursos naturais e gerando tecnologias que permitiram sua exploração. Com o tempo foi descoberto a agricultura e a domesticação de animais, aos poucos, os grupos humanos foram se tornando sedentários e sua população foi aumentando. Com o crescimento populacional, houve uma progressiva diferenciação social baseada nas posses, dando origem ao conceito de propriedade. No decorrer dos tempos, essa diferenciação foi se acentuando e deu origem a diversas funções sociais: agricultores, comerciantes, artesãos, administradores, sacerdotes e reis.</p><p>É importante observar que as primeiras sociedades onde isso aconteceu formaram civilizações. Essas civilizações constituíram impérios ou Cidades-Estados e eram baseadas na agricultura e/ou no comércio. Seus principais representantes foram os gregos, egípcios, mesopotâmios, chineses, indianos, entre outros.</p><p>Um percursor importante dessa época foi o império Romano que criou uma unidade político-econômica na Antiguidade mediterrânea. Seu sistema econômico tinha por características: a escravidão, como forma de trabalho; a monetarização, como padrão de troca; o comércio como estratégia motora; e a agricultura regionalmente especializada como base. O fim do império romano trouxe grande instabilidade política e social às suas províncias como Sicília, Córsega, Sardenha dentre outras, as quais eram a base política dessa estrutura. Tal situação levou ao surgimento de outro modo de produção de riquezas: o Feudalismo. Nesse modo de produção, dava-se a denominação de servos aos trabalhadores, os quais não eram escravos, contudo, também não tinham liberdade total. Já os proprietários das terras eram chamados de senhores feudais. Suas necessidades eram providas pelos servos, cuja defesa e proteção estavam sob a responsabilidade dos senhores. Esse sistema existiu na Europa, China e Japão, com características especiais em cada região. Vários fatores levaram ao desequilíbrio o sistema feudal, a partir dele, surgiu o Mercantilismo.</p><p>Mercantilismo</p><p>No período de ascensão da burguesia, classe que prosperava por meio do comércio e que defendia o fim dos privilégios da nobreza feudal. A burguesia viu no fortalecimento do monarca uma forma de combate aos privilégios dessa classe, privilégios oriundos do feudalismo. Assim, gradativamente a ideia de concentração do poder na mão do monarca se fortaleceu. A nobreza, que desejava manter parte de seu status, foi obrigada a aceitar a nova ordem que se estabelecia, devendo abrir mão de alguns de seus privilégios, como o direito de formar forças armadas privadas. Essa centralização do poder nas mãos do monarca consolidou o surgimento do mercantilismo. Destaca-se ainda que o modo de produção feudal perdeu força e deu espaço à consolidação do comércio e da exploração dos recursos de outros locais por meio do colonialismo.</p><p>Na Europa, essas práticas econômicas foram idealizadas por economistas como Adam Smith e Jean-Baptiste Colbert. O mercantilismo se fez presente no Brasil por meio do exclusivismo comercial, no início da colonização portuguesa.</p><p>O mercantilismo passou por diferentes fases ao longo do tempo, adaptando-se às mudanças nas condições econômicas e políticas. Inicialmente, destacou-se o mercantilismo comercial, concentrado na balança comercial e na acumulação de metais preciosos. Posteriormente, o mercantilismo industrial ganhou destaque, enfatizando o desenvolvimento da produção interna e a busca pela autossuficiência econômica.</p><p>O mercantilismo deixou um legado significativo, moldando as bases do sistema econômico e político de muitas nações. Além disso, as práticas protecionistas e o monopólio colonial tiveram impactos duradouros, criando desigualdades econômicas e sociais. A dependência das colônias, a busca por mercados consumidores e a exploração de recursos naturais foram características que se perpetuaram ao longo dos séculos, influenciando as relações econômicas globais.</p><p>Fisiocracia</p><p>A fisiocracia, considerada a primeira escola da economia científica, é uma teoria econômica que surgiu para se opor ao mercantilismo, se apresentando como fruto de uma reação iluminista. Em síntese, a fisiocracia se baseia na afirmação de que toda a riqueza era proveniente da terra, da agricultura.</p><p>Foi fundada pelo francês Francois Quesnay (1694 - 1774), que era médico na corte de Luis XV. Em suma, o termo é uma denominação de economia da natureza: fisio + kratia.</p><p>O pensamento fisiocrata reduz a sociedade a três classes: a classe produtora, a classe dos proprietários e a classe estéril.</p><p>A classe agrícola é a responsável pelo cultivo da terra. É composta por produtores, arrendatários e camponeses. Já a classe dos proprietários, como o nome diz, é compreendida pelos donos da terra, que se sustentam da renda gerada pela classe agrícola. A classe estéril é integrada por todos os cidadãos que se ocupam de outras atividades diferentes da agricultura.</p><p>Francois Quesnay, fundador da Fisiocracia.</p><p>Os clássicos</p><p>Os principais economistas clássicos incluem Adam Smith, Jean-Baptiste Say, Thomas Malthus, David Ricardo, John Stuart Mill, Johann Heinrich von Thünen e Anne Robert Jacques Turgot.</p><p>Enquanto Adam Smith enfatizou a produção de renda, David Ricardo na sua distribuição entre proprietários de terras, trabalhadores e capitalistas, Ricardo enxergou um conflito inerente entre proprietários de terras e capitalistas. Ele propôs que o crescimento da população e do capital, ao pressionar um suprimento fixo de terras, eleva os aluguéis e deprime os salários e os lucros.</p><p>Thomas Robert Malthus usou a ideia dos retornos decrescentes para explicar as baixas condições de vida na Inglaterra. De acordo com ele, a população tendia a crescer geometricamentesobrecarregando a produção de alimentos, que cresceria aritmeticamente. A pressão que uma população crescente exerceria sobre um estoque fixo de terras significa produtividade decrescente do trabalho, uma vez que terras cada vez menos produtivas seriam incorporadas à atividade agrícola para suprir a demanda. O resultado seria salários cronicamente baixos, que impediriam que o padrão de vida da maioria da população se elevasse acima do nível de subsistência. Malthus também questionou a autoclassificação da economia de mercado para produzir o pleno emprego. Ele culpou a tendência da economia de limitar o gasto por causa do excesso de poupança pelo desemprego, um tema que ficou esquecido por muitos anos até que John Maynard Keynes a reviveu nos anos 1930.</p><p>No final da tradição clássica, John Stuart Mill divergiu dos autores anteriores quanto a inevitabilidade da distribuição de renda pelos mecanismos de mercado. Mill apontou uma diferença dois papéis do mercado: alocação de recursos e distribuição de renda. O mercado pode ser eficiente na alocação de recursos, mas não na distribuição de renda, ele escreveu, de forma que seria necessário que a sociedade intervenha.</p><p>A Teoria Neoclássica</p><p>A Escola Neoclássica foi o principal pensamento econômico dominante entre 1870 e a Primeira Guerra Mundial, também conhecida como Escola Marginalista. Ela se baseou na teoria subjetiva do valor da utilidade marginal para reformular a teoria econômica clássica. Seus precursores incluem Thünen, Gossen e Cournot, e seus fundadores são considerados os economistas Carl Menger, na Áustria, William Jevons, na Inglaterra, e Léon Walras, na França.</p><p>Os economistas neoclássicos eram marginalistas, no sentido de que enfatizavam a tomada de decisões e a determinação das variações na margem. No entanto, podemos perceber</p><p>algumas diferenças entre eles. Primeiramente, que o pensamento neoclássico salientava que a oferta e a demanda determinavam preços de bens e serviços, enquanto os marginalistas diziam que somente a demanda determinava os preços dos bens e serviços. Segundo muitos neoclássicos demonstraram maior interesse no papel da moeda do que muitos marginalistas. Os economistas neoclássicos expandiram a análise marginal para as estruturas do mercado além da livre-concorrência, do monopólio e do duopólio.  Todos os economistas marginalistas tiveram precursores e alguns conseguiram continuadores e formaram escolas. Embora as idéias que ensinavam fossem mais ou menos parecidas, havia diferença de ênfase e de metodologia entre eles. Por exemplo, Walras se voltou em explicar o equilíbrio geral e a interdependência de todo sistema econômico e mostrou sua visão econômica em modos matemáticos. Já Jevons, de modo bem diferente, recorreu à modelos matemáticos, porém Carl Menger inspirou seus trabalhos nos princípios marginalistas em linguagem comum, não mostrando laços fortes com a matemática como Jevons e Walras, embora fosse um grande matemático.</p><p>A Teoria Keynesiana</p><p>Nas primeiras décadas do século XX, principalmente, em 1929, com a grande crise financeira que ficou conhecida como “A grande Depressão”, surgiu uma nova teoria econômica, desenvolvida pelo economista John Maynard Keynes, que ficou conhecida como Keynesianismo.</p><p>O keynesianismo, também chamado de escola keynesiana, é uma teoria econômica que defende que o Estado deve intervir na economia sempre que for necessário. A intervenção tem por objetivos evitar crises, desemprego em massa e aumento descontrolado da inflação, bem como garantir o crescimento econômico.</p><p>Principais Características do Keynesianismo:</p><p>· Defesa da intervenção estatal em áreas que as empresas privadas não podem ou não desejam atuar;</p><p>· Oposição ao sistema liberal;</p><p>· Redução de taxas de juros;</p><p>· Equilíbrio entre demanda e oferta;</p><p>· Garantia do Pleno Emprego</p><p>· Introdução de benefícios sociais para a população de baixa renda, afim de garantir um sustento mínimo;</p><p>Muitos autores criticavam a doutrina keynesiana alegando que se tratava de uma teria “socialista”. Apesar de ser contra o sistema liberal, cabe ressaltar que John Keynes nunca defendeu a estatização da economia, mas, sim, a participação do estado para suprir necessidades que o sistema privado não atendia.</p><p>image1.png</p><p>image2.png</p>

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