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O Golpe de 1964

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<p>Universidade Estadual do Centro-Oeste</p><p>Setor de Ciências Humanas, Letras e Artes</p><p>Departamento de História</p><p>Reconhecida pelo Decreto Estadual nº 3.444/97</p><p>CNPJ 77.902.914/0001-72</p><p>Acadêmico: Emerson Bugdanovicz</p><p>Disciplina: História do Brasil Republicano</p><p>Docente: Michele Tupich Barbosa</p><p>O Golpe de 1964</p><p>O golpe civil-militar brasileiro de 1964 foi justificado e legitimado por uma série</p><p>de fatores políticos, econômicos e sociais, conforme discutido por diversos</p><p>historiadores que estudaram esse período da história brasileira, entre estes se</p><p>destacam: Boris Fausto com História do Brasil; Daniel Aarão Reis, com o livro Ditadura</p><p>Militar, Esquerdas e Sociedade; Thomas Skidmore, com Brasil: De Getúlio a Castelo</p><p>e Marcos Napolitano em 1964: História do Regime Militar.</p><p>Fausto (2006) em História do Brasil, nos diz que um dos principais aspectos</p><p>que contribuíram para a legitimidade do golpe foi a crise política enfrentada pelo</p><p>governo do presidente João Goulart. Goulart assumiu o cargo após a renúncia de</p><p>Jânio Quadros em 1961 e sua presidência foi marcada por uma polarização ideológica</p><p>e um contexto de intensa disputa política (Fausto, 2006).</p><p>A ameaça do comunismo foi um elemento-chave na justificativa do golpe militar,</p><p>como argumentado por Reis (2005). Setores conservadores da sociedade brasileira,</p><p>incluindo militares, empresários e lideranças políticas de direita, viam Goulart como</p><p>uma ameaça de comunização do país, especialmente devido às suas políticas</p><p>nacionalistas e de esquerda (Reis, 2005).</p><p>Além disso, a crise econômica enfrentada pelo Brasil na época contribuiu para o</p><p>clima de instabilidade e descontentamento que justificou o golpe militar. Thomas</p><p>Skidmore (2010), destaca a grave crise econômica, com inflação alta e desequilíbrio</p><p>nas contas públicas, que gerou insatisfação e alimentou o apoio a medidas drásticas,</p><p>como a intervenção militar (Skidmore, 2010)</p><p>O apoio de setores influentes da sociedade brasileira também foi fundamental</p><p>para a legitimidade do golpe, conforme analisado por Marcos Napolitano (2014).</p><p>Empresários, lideranças políticas conservadoras, parte da imprensa e segmentos da</p><p>Universidade Estadual do Centro-Oeste</p><p>Setor de Ciências Humanas, Letras e Artes</p><p>Departamento de História</p><p>Reconhecida pelo Decreto Estadual nº 3.444/97</p><p>CNPJ 77.902.914/0001-72</p><p>classe média apoiaram o golpe como uma forma de restaurar a ordem e proteger seus</p><p>interesses. (Napolitano, 2014).</p><p>Atos Institucionais</p><p>Durante o período de vigência do Regime Civil-Militar foram decretados, ao</p><p>todo, dezessete (17) Atos Institucionais (A.I), ou seja, decretos elaborados pela cúpula</p><p>militar que detinha o poder político na época. Eles tinham o propósito de modificar a</p><p>estrutura política e jurídica do país de maneira unilateral, sem a necessidade de</p><p>passar pelo processo legislativo ordinário. Esses atos tinham um caráter excepcional</p><p>e conferiam ao governo militar poderes extraordinários, permitindo ações arbitrárias e</p><p>autoritárias.</p><p>O processo de promulgação dos Atos Institucionais (A.I) foi iniciado em 09 de</p><p>abril de 1964, com o A.I. 01, tendo, o “prazo de validade” até 31 de janeiro de 1966,</p><p>que, entre outras coisas, autorizava a cassação de mandatos em nível municipal,</p><p>estadual e federal e a suspensão de direitos políticos por dez (10) anos (Fausto, 2006).</p><p>Esses Atos Institucionais eram “justificados como decorrência do “exercício do Poder</p><p>Constituinte, inerente a todas as revoluções””. (FAUSTO, 2006, p. 465). Uma</p><p>característica interessante é que no início, “o regime quase nunca assumiu</p><p>expressamente sua feição autoritária. Exceto por pequenos períodos de tempo, o</p><p>Congresso continuou funcionando e as normas que atingiam os direitos dos cidadãos</p><p>foram apresentadas como temporárias” (FAUSTO, 2006, p. 465).</p><p>Talvez o A.I. mais conhecido hoje em dia seja o Nº 05, instituído sob o governo</p><p>do presidente Artur da Costa e Silva, em 13 de dezembro de 1968. Vigorando até o</p><p>início de 1979, o Ato suspendia o direito de habeas corpus, “abria um novo ciclo de</p><p>cassação de mandatos, perda de direitos políticos e expurgos no funcionalismo”</p><p>(FAUSTO, 2006, p. 480), estabelecia a censura, aos meios de comunicação de massa</p><p>(MCM) e “a tortura passou a fazer parte integrante dos métodos de governo”</p><p>(FAUSTO, 2006, p. 480).</p><p>Inúmeros artistas foram censurados durante esse período por comporem</p><p>canções com críticas ao Regime, a exemplo de Caetano Veloso, preso pela ditadura</p><p>Universidade Estadual do Centro-Oeste</p><p>Setor de Ciências Humanas, Letras e Artes</p><p>Departamento de História</p><p>Reconhecida pelo Decreto Estadual nº 3.444/97</p><p>CNPJ 77.902.914/0001-72</p><p>em 27 de dezembro de 1968. O cantor apresentou a música “é proibido proibir” no</p><p>Festival Internacional da Canção, ocorrido em 29 de setembro do mesmo ano.</p><p>Posteriormente, o cantor se exilou em Londres.</p><p>Os Anos de Chumbo</p><p>Os “anos de chumbo” é o nome por qual ficou conhecido o período entre 1968</p><p>e 1974, iniciando com o Ato Institucional Nº 05 e tendo seu término com o governo do</p><p>general-presidente Emílio Garrastazu Médici.</p><p>Pode-se dizer que o sequestro do embaixador norte-americano em 1969</p><p>“forneceu a desculpa para a liberação da repressão fora de qualquer “sutileza jurídica”</p><p>ou mesmo humanitária” (NAPOLITANO, 2014, p. 193), desta forma, os “anos de</p><p>chumbo” tiveram início. Período este que foi marcado pela repressão, censura prévia</p><p>– incluindo várias lacunas em sua execução, este é o processo que o historiador</p><p>Marcos Napolitano denomina de “As Trapalhadas da Censura”, pois, em um dado</p><p>momento, “incluíam a proibição do livro O cubismo, supostamente uma propaganda</p><p>de Cuba, ao mesmo tempo que liberava a música Apesar de Você de Chico Buarque”</p><p>(NAPOLITANO, 2014, p. 211) –, vigilância, repressão e, consequentemente, por</p><p>inúmeras guerrilhas que, no Brasil, se originaram “dos impasses e dissensos</p><p>causados pelo golpe militar no campo da esquerda” (NAPOLITANO, 2014, p. 197)</p><p>Os objetivos dessas guerrilhas até 1969 eram “arrecadar dinheiro para montar</p><p>suas redes de infraestrutura e custeio [...] e fazer propaganda para as massas”</p><p>(NAPOLITANO, 2014, p. 203), porém, o objetivo da maior parte desses grupos</p><p>guerrilheiros era “passar para a fase de “guerrilha rural”” (NAPOLITANO, 2014, p.</p><p>203).</p><p>Um exemplo das primeiras guerrilhas, foram as reações armadas de militares</p><p>nacionalistas cassados e expulsos do exército, sob a liderança do gaúcho Leonel</p><p>Brizola, onde, segundo Napolitano, em sua obra “História do Regime Militar Brasileiro”:</p><p>Constituíam o “Movimento Nacional Revolucionário” [...], Fiéis ao imaginário</p><p>e às táticas da Revolução Cubana, foram em busca da sua sierra: o Pico de</p><p>Caparaó, na fronteira de Minas Gerais e do Espírito Santo. Entre março e</p><p>Universidade Estadual do Centro-Oeste</p><p>Setor de Ciências Humanas, Letras e Artes</p><p>Departamento de História</p><p>Reconhecida pelo Decreto Estadual nº 3.444/97</p><p>CNPJ 77.902.914/0001-72</p><p>abril de 1967, a guerrilha termina sem dar um tiro, com seus oito membros</p><p>presos por uma patrulha policial mineira. (NAPOLITANO, 2014, p. 200)</p><p>Posteriormente, no mesmo ano, esses militares expulsos formariam “um dos</p><p>grupos mais relevantes na guerrilha de esquerda, a Vanguarda Popular</p><p>Revolucionária [...] o novo grupo seria um dos mais ativos na luta contra o regime”</p><p>(NAPOLITANO, 2014, p. 200-201).</p><p>Um ponto relevante é que as punições aos guerrilheiros eram diferentes,</p><p>importando sua classe social para tal, isto é, “as repressões a revoltas armadas no</p><p>Brasil eram ferozes com os de baixo e moderadas com os de cima. A prisão e o exílio</p><p>eram reservados às lideranças rebeldes vindas da elite ou das classes médias</p><p>superiores” (NAPOLITANO, 2014, p. 207), sendo a maioria dos guerrilheiros (58%)</p><p>composta por acadêmicos e pessoas que possuíam nível superior de ensino</p><p>(Napolitano, 2014).</p><p>Referências Bibliográficas</p><p>FAUSTO, B. O Regime Militar: 1964-1985. Em: História do Brasil. São Paulo: Editora da</p><p>Universidade de São Paulo, 2006. p. 463–516.</p><p>NAPOLITANO, M. “O martelo de matar moscas”: os anos de chumbo. Em: História do Regime</p><p>Militar Brasileiro. São Paulo: EDITORA CONTEXTO, 2014. p. 193–238.</p><p>NUZZI, V.; DA, R. B. A. Caetano Veloso voltou ao Brasil há 50 anos, mas ecos da ditadura</p><p>ressoam com o atual governo. Disponível em: <https://www.redebrasilatual.com.br/cultura/caetano-</p><p>veloso-brasil-50-anos-ditadura-governo/>. Acesso em: 25 fev. 2024.</p><p>REIS, D. A. Ditadura militar, esquerdas e sociedade. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor Ltda.,</p><p>2005.</p><p>SKIDMORE, T. E.; VARGAS, B. BRASIL - DE GETULIO A CASTELLO: (1930-1964). São Paulo:</p><p>Companhia das Letras, 2010.</p>

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