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<p>1</p><p>SUPERDOTAÇÃO E</p><p>ALTAS HABILIDADES</p><p>Prof. Me. Fernanda Mendes Arantes</p><p>2</p><p>SUPERDOTAÇÃO E ALTAS HABILIDADES</p><p>PROF. ME. FERNANDA MENDES ARANTES</p><p>3</p><p>Diretor Geral: Prof. Esp. Valdir Henrique Valério</p><p>Diretor Executivo: Prof. Dr. William José Ferreira</p><p>Ger. do Núcleo de Educação a Distância: Profa Esp. Cristiane Lelis dos Santos</p><p>Coord. Pedag. da Equipe Multidisciplinar: Profa. Esp. Gilvânia Barcelos Dias Teixeira</p><p>Revisão Gramatical e Ortográfica: Profa. Esp. Naiana Leme Camoleze</p><p>Revisão/Diagramação/Estruturação: Bruna Luíza Mendes Leite</p><p>Maria Eliza P. Campos</p><p>Prof. Esp. Guilherme Prado</p><p>Design: Daniel Guadalupe Reis</p><p>Bárbara Carla Amorim O. Silva</p><p>Élen Cristina Teixeira Oliveira</p><p>Maria Eliza P. Campos</p><p>Victor L. dos reis Lopes</p><p>© 2021, Faculdade Única.</p><p>Este livro ou parte dele não podem ser reproduzidos por qualquer meio sem Autoriza-</p><p>ção escrita do Editor.</p><p>Ficha catalográfica elaborada pela bibliotecária Melina Lacerda Vaz CRB – 6/2920.</p><p>4</p><p>SUPERDOTAÇÃO E ALTAS HABILIDADES</p><p>1° edição</p><p>Ipatinga, MG</p><p>Faculdade Única</p><p>2021</p><p>5</p><p>Doutoranda em Educação pela Universidade Es-</p><p>tácio. Mestre em Comunicação, Área de Concen-</p><p>tração: Comunicação Audiovisual, pela Universi-</p><p>dade Anhembi Morumbi. Atua como Gestora de</p><p>Conteúdos do Centro Universitário Belas Artes de</p><p>São Paulo, na modalidade EAD. Atuou entre 2020</p><p>e 2021 como Coordenadora das Licenciaturas (cur-</p><p>sos presenciais) no Centro Universitário Estácio.</p><p>Atuou como Professora no curso de Graduação em</p><p>Pedagogia (presencial) no Centro Universitário Es-</p><p>tácio São Paulo ministrando disciplinas no referido</p><p>curso. Docente no curso de Pós Graduação Lato</p><p>Sensu em Psicopedagogia Clínica e Institucional</p><p>(presencial) na disciplina: Psicopedagogia Institu-</p><p>cional Centro Universitário Estácio São Paulo em</p><p>2021. Atuou como Coordenadora, Professora e Tu-</p><p>tora no curso de Pedagogia EAD da Universidade</p><p>Anhembi Morumbi de 2013 a 2018. Atuou como</p><p>Professora presencial no curso de Pedagogia na</p><p>Universidade Anhembi Morumbi de 2014 a 2018.</p><p>Especialista em Educação no Ensino Superior, Psi-</p><p>copedagoga Institucional e Educação Especial e</p><p>Inclusiva. Graduada em Pedagogia pela Universi-</p><p>dade Paulista - UNIP e Nutrição pela Universidade</p><p>Anhembi Morumbi.</p><p>FERNANDA MENDES</p><p>ARANTES</p><p>Para saber mais sobre a autora desta obra e suas quali-</p><p>ficações, acesse seu Curriculo Lattes pelo link :</p><p>http://lattes.cnpq.br/5648985662328961</p><p>Ou aponte uma câmera para o QRCODE ao lado.</p><p>6</p><p>LEGENDA DE</p><p>Ícones</p><p>Trata-se dos conceitos, definições e informações importantes nas</p><p>quais você precisa ficar atento.</p><p>Com o intuito de facilitar o seu estudo e uma melhor compreensão do</p><p>conteúdo aplicado ao longo do livro didático, você irá encontrar ícones</p><p>ao lado dos textos. Eles são para chamar a sua atenção para determinado</p><p>trecho do conteúdo, cada um com uma função específica, mostradas a</p><p>seguir:</p><p>São opções de links de vídeos, artigos, sites ou livros da biblioteca</p><p>virtual, relacionados ao conteúdo apresentado no livro.</p><p>Espaço para reflexão sobre questões citadas em cada unidade,</p><p>associando-os a suas ações.</p><p>Atividades de multipla escolha para ajudar na fixação dos</p><p>conteúdos abordados no livro.</p><p>Apresentação dos significados de um determinado termo ou</p><p>palavras mostradas no decorrer do livro.</p><p>FIQUE ATENTO</p><p>BUSQUE POR MAIS</p><p>VAMOS PENSAR?</p><p>FIXANDO O CONTEÚDO</p><p>GLOSSÁRIO</p><p>7</p><p>UNIDADE 1</p><p>UNIDADE 2</p><p>UNIDADE 3</p><p>SUMÁRIO</p><p>1.1 Introdução............................................................................................................................................................................................................................................................................................10</p><p>1.2 Pessoas Com Deficiências E Os Superdotados No Decorrer Do Tempo ................................................................................................................................................10</p><p>1.3 O Superdotado Na Contemporaneidade: Conceito, Etiologia E Tipologia ............................................................................................................................................13</p><p>1.4 Movimento Educacional Voltado À Educação Especial .....................................................................................................................................................................................15</p><p>FIXANDO O CONTEÚDO .................................................................................................................................................................................................................................................................18</p><p>2.1 Introdução..........................................................................................................................................................................................................................................................................................23</p><p>2.2 Constituição Federal, Lei De Diretrizes E Bases Da Educação Nacional E Legislações Específicas ..................................................................................23</p><p>2.3 Política Nacional De Educação Especial Na Perspectiva Da Educação Inclusiva ..........................................................................................................................27</p><p>2.4 A Inteligência Como Patrimônio Social ......................................................................................................................................................................................................................29</p><p>FIXANDO O CONTEÚDO ................................................................................................................................................................................................................................................................32</p><p>3.1 Introdução ........................................................................................................................................................................................................................................................................................38</p><p>3.2 Referencial Teórico Dos Alunos Da Educação Infantil E Ensino Fundamental Com Altas Habilidades E Superdotação .................................39</p><p>3.3 Especificidades Da Infância Das Crianças Com Altas Habilidades E Superdotação E Sondagem E Observação Para Identificação</p><p>Inicial Da Superdotação .................................................................................................................................................................................................................................................................42</p><p>3.4 Especificidades Da Adolescência Dos Alunos Com Altas Habilidades E Superdotação ..........................................................................................................45</p><p>FIXANDO O CONTEÚDO ................................................................................................................................................................................................................................................................47</p><p>LINHA DO TEMPO – BRASIL E MUNDO SOBRE A TRAJETÓRIA DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA E DA EDUCAÇÃO</p><p>LESPECIAL</p><p>LEGISLAÇÃO BRASILEIRA</p><p>O ALUNO COM ALTAS HABILIDADES E SUPERDOTAÇÃO NA EDUCAÇÃO INFANTIL E NO ENSINO FUNDAMENTAL</p><p>UNIDADE 4</p><p>4.1 Introdução .........................................................................................................................................................................................................................................................................................51</p><p>escolas devem oferecer vagas e condições de evolução nos estudos</p><p>PORQUE</p><p>II. Acesso quer dizer condições para acessar algo ou alguém e, permanência são condições</p><p>para estudar tais como: moradia, saúde, alimentação, segurança, trabalho, dentre outras.</p><p>Está correto o que se afirma em:</p><p>a) Ambas estão incorretas.</p><p>b) Ambas estão corretas, porém, não há relação entre elas.</p><p>c) Ambas estão corretas e II justifica corretamente I.</p><p>d) I está correta e II incorreta.</p><p>e) I está incorreta e II correta.</p><p>2. Vimos em nossa unidade um pouco das ideias de Paulo Freire a respeito de um</p><p>aprendizado que favorece o estudante enquanto protagonista. Agora para responder à</p><p>próxima questão, leia com atenção o trecho a seguir:</p><p>Nenhum tema mais adequado para constituir-se em objeto desta primeira carta a</p><p>quem ousa ensinar do que a significação crítica desse ato, assim como a significação</p><p>igualmente crítica de aprender. É que não existe ensinar sem aprender e com isto eu</p><p>quero dizer mais do que diria se dissesse que o ato de ensinar exige a existência de quem</p><p>ensina e de quem aprende. Quero dizer que ensinar e aprender se vão dando de tal</p><p>maneira que quem ensina aprende ,de um lado, porque reconhece um conhecimento</p><p>33</p><p>antes aprendido e, de outro, porque, observado a maneira como a curiosidade do aluno</p><p>aprendiz trabalha para apreender o ensinando-se, sem o que não o aprende, o ensinante</p><p>se ajuda a descobrir incertezas, acertos, equívocos.</p><p>Fonte: FREIRE, Paulo. Carta de Paulo Freire aos professores. Estudos Avançados, 15(42), 259-268. Disponível em:</p><p>https://www.revistas.usp.br/eav/article/view/9805. Acesso em: 31/janeiro/2022.</p><p>A respeito das ideias de Paulo Freire estudadas na Unidade 2 de nossa disciplina e no</p><p>trecho acima, podemos afirmar que:</p><p>I. Freire acreditava que o conhecimento estaria centralizado no professor, que seria</p><p>responsável por fazer sua mediação para seu aluno.</p><p>II. Freire dizia que o professor aprende com o aluno e o aluno aprende com o professor,</p><p>portanto, trata-se de uma via de mão dupla.</p><p>III – Freire revolucionou as ideias sobre o aprendizado apresentando a teoria em que</p><p>embasava sua atuação, denominada Educação Bancária.</p><p>Está correto o que se afirma em:</p><p>a) Apenas I</p><p>b) Apenas II</p><p>c) Apenas III</p><p>d) Apenas I e III</p><p>e) Apenas II e III</p><p>3. Sabemos que todos os países possuem leis majoritárias, ou seja, que regem as ações</p><p>da população como um todo, e leis direcionadas à determinada população/interesse/</p><p>necessidade, por exemplo, a LEI DO SUS – Sistema único de Saúde.</p><p>A lei maior de nosso país é a Constituição Federal. Assinale a alternativa que apresenta a</p><p>data correta da primeira Constituição Brasileira:</p><p>a) Constituição Federal de 1988.</p><p>b) Constituição Federal de 1996</p><p>c) Constituição da República dos Estados Unidos do Brasil de 1891</p><p>d) Constituição Política do Império do Brasil de 1824</p><p>e) Constituição da República dos Estados Unidos do Brasil de 1934</p><p>4. O Artigo 208 da Constituição Federal de 1988 é fundamental para compreendermos o</p><p>dever do Estado enquanto nação, com relação à educação para a sociedade. Analisamos</p><p>este artigo, cuidadosamente, em nossa unidade. Agora, leia-o novamente:</p><p>Art. 208. O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia</p><p>de: (EC no 14/96, EC no 53/2006 e EC no 59/2009) 123 - Da Ordem Social:</p><p>I – educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos 17 (dezessete)</p><p>anos de idade, assegurada inclusive sua oferta gratuita para todos os que a ela</p><p>não tiveram acesso na idade própria;</p><p>II – progressiva universalização do ensino médio gratuito;</p><p>III – atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência,</p><p>preferencialmente na rede regular de ensino;</p><p>34</p><p>IV – educação infantil, em creche e pré-escola, às crianças até 5 (cinco) anos</p><p>de idade;</p><p>V – acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística,</p><p>segundo a capacidade de cada um;</p><p>VI – oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do educando;</p><p>VII – atendimento ao educando, em todas as etapas da educação básica, por</p><p>meio de programas suplementares de material didático-escolar, transporte,</p><p>alimentação e assistência à saúde.</p><p>§ 1° O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito público subjetivo.</p><p>§ 2° O não-oferecimento do ensino obrigatório pelo Poder Público, ou sua</p><p>oferta irregular, importa responsabilidade da autoridade competente.</p><p>§ 3° Compete ao Poder Público recensear os educandos no ensino fundamental,</p><p>fazer-lhes a chamada e zelar, junto aos pais ou responsáveis, pela frequência à</p><p>escola. (BRASIL, 1988, p. 123-124).</p><p>Fonte: BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil.</p><p>Promulgada em 5 de outubro de 1988.</p><p>A partir da análise do artigo acima, leia atentamente as frases abaixo e a relação que se</p><p>estabelece entre elas:</p><p>I – Podemos afirmar que o público-alvo de AH/SD é contemplado no item III do Artigo</p><p>208</p><p>PORQUE</p><p>II – Este item afirma que é dever do Estado, enquanto nação, o atendimento educacional</p><p>especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente, na rede regular de</p><p>ensino, portanto, os alunos com AH/SD são contemplados neste atendimento.</p><p>Está correto o que se afirma em:</p><p>a) Ambas estão erradas.</p><p>b) Ambas estão corretas, porém, não há relação entre elas.</p><p>c) Ambas estão corretas e II justifica corretamente I.</p><p>d) I está correta e II está errada.</p><p>e) I está errada e II está correta.</p><p>5. Vamos analisar atentamente a definição a seguir:</p><p>__________ significa trabalhar na escola, a partir do entendimento sobre a concepção</p><p>dos direitos humanos, considerando que igualdade e diferença são concepções</p><p>indissociáveis, ou seja, estão intimamente ligadas e não é possível deixarmos a diferença</p><p>do lado de fora da sala de aula.</p><p>A terminologia que completa a lacuna acima corretamente é:</p><p>a) Inclusão</p><p>b) Equidade</p><p>c) Exclusão</p><p>d) Separação</p><p>e) Integração</p><p>35</p><p>6. Vamos ler atentamente o depoimento fictício de uma mãe de criança com AH/SD:</p><p>“Acredito que meu filho necessita de uma classe especial, em que só convivam crianças</p><p>com altas habilidades e superdotação, pois desta forma, poderá se desenvolver da</p><p>melhor maneira. Assim como as crianças deficientes devem permanecer em ambiente</p><p>separado, direcionado para elas, exclusivamente”. (Depoimento fictício).</p><p>I - Com base em nossos estudos, podemos afirmar que esta mãe defende a ideia de</p><p>EDUCAÇÃO ESPECIAL EXCLUSIVA</p><p>PORQUE</p><p>II – A mãe entende que segregando seu filho em um ambiente exclusivo para crianças</p><p>com AH/SD, ele terá melhor desenvolvimento, o que já sabemos atualmente, não ser</p><p>verdade.</p><p>Está correto o que se afirma em:</p><p>a) Ambas estão erradas.</p><p>b) Ambas estão corretas, porém, não há relação entre elas.</p><p>c) Ambas estão corretas, e II justifica corretamente I.</p><p>d) I está errada e II está correta.</p><p>e) I está correta e II está errada.</p><p>7. O documento denominado Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da</p><p>Educação Inclusiva apresenta adaptações da escola no sentido de garantir a todos os</p><p>alunos público-alvo da Educação Especial, a educação inclusiva na escola regular. Agora</p><p>analise as asserções abaixo com cuidado e reflita sobre este tema:</p><p>I – A escola deve ofertar o AEE – Atendimento Educacional Especializado no contraturno</p><p>tanto para crianças com deficiência, quanto para crianças AH/SD.</p><p>II – A escola deve garantir formação continuada para que seus professores possam</p><p>trabalhar, adequadamente, com alunos público-alvo da Educação Especial na Perspectiva</p><p>da Educação Inclusiva.</p><p>III – Não faz-se necessária a participação da família neste processo, visto que, o ensino de</p><p>conteúdos curriculares cabe, exclusivamente, à escola.</p><p>Está correto o que se afirma em:</p><p>a) Apenas I</p><p>b) Apenas II</p><p>c) Apenas III</p><p>d) I e II</p><p>e) II e III</p><p>8. A respeito do Modelo dos Três Anéis, elaborado por Renzulli, um psicólogo da</p><p>Universidade de Connecticut, assinale a alternativa que apresenta CORRETAMENTE as</p><p>principais ideias contidas em sua teoria:</p><p>36</p><p>a) Aptidão acima da média; criatividade elevada; envolvimento com a tarefa.</p><p>b) Envolvimento com a tarefa e ser considerado</p><p>um mini gênio.</p><p>c) Criatividade elevada, apenas.</p><p>d) Aptidão acima da média; realizar grandes descobertas para a humanidade;</p><p>envolvimento com a tarefa.</p><p>e) Aptidão acima da média; criatividade elevada; domínio de atividades direcionadas ao</p><p>campo da Educação Artística.</p><p>37</p><p>O ALUNO COM ALTAS</p><p>HABILIDADES E</p><p>SUPERDOTAÇÃO NA</p><p>EDUCAÇÃO INFANTIL E NO</p><p>ENSINO</p><p>FUNDAMENTAL</p><p>38</p><p>Agora, vamos conhecer a fundo quem é este aluno com AH/SD, quais são suas</p><p>principais características e vamos aprender a identificá-lo em nossa sala de aula, caso</p><p>a família ainda não tenha recorrido aos profissionais para fazer o diagnóstico. Lembre-</p><p>se que o Educador/Pedagogo NÃO emite laudos, portanto, não podemos afirmar que</p><p>determinada criança é deficiente ou superdotada; nossa função é observar e solicitar</p><p>encaminhamento à família, sempre tendo a Coordenação/Direção da escola cientes do</p><p>diálogo estabelecido com os familiares.</p><p>Saiba que as características aqui apresentadas podem não aparecer de maneira</p><p>conjunta em seu aluno AH/SD, assim como podem até mesmo passar despercebidas,</p><p>isso porque, o aluno pode se considerar “não pertencente” ao seu grupo ocasionando</p><p>muitas vezes um baixo desempenho escolar (mesmo entre os AH/SD). Estes alunos</p><p>podem apresentar as características listadas a seguir:</p><p>Curiosidade Iniciativa Originalidade Talento Habilidade</p><p>O aluno com</p><p>AH/SD</p><p>apresenta</p><p>curiosidade</p><p>com relação a</p><p>objetos,</p><p>situações,</p><p>envolvendo-se</p><p>f requentemen-</p><p>te em atividades</p><p>exploratórias.</p><p>Apresenta auto</p><p>iniciativa,</p><p>começando</p><p>individualmente</p><p>atividades e</p><p>buscando</p><p>direcionamento</p><p>até a sua</p><p>conclusão.</p><p>Este aluno é</p><p>bastante</p><p>original em suas</p><p>produções orais e</p><p>escritas,</p><p>a p r e s e n t a n d o</p><p>ideias inovadoras.</p><p>Apresenta</p><p>talento fora da</p><p>n o r m a l i d a d e</p><p>em áreas como</p><p>Artes, Desenho,</p><p>Música, Teatro,</p><p>Danças, entre</p><p>outras</p><p>Possui</p><p>habilidades em</p><p>busca de</p><p>soluções</p><p>alternativas</p><p>bem como</p><p>flexibilidade de</p><p>pensamento</p><p>3.1 INTRODUÇÃO</p><p>Quadro 1: Principais características observadas nos alunos com AH/SD</p><p>Fonte: Adaptado de Brasil (2006)</p><p>Já com relação ao comportamento, ainda de acordo com Brasil (2006) são</p><p>frequentes as situações descritas a seguir: aborrecimento com rotinas; necessidade</p><p>de convivência com pessoas que apresentem as mesmas habilidades e interesses,</p><p>resolução rápida de dificuldades pessoais, não aceitação da sua própria imperfeição,</p><p>rejeição a autoridade excessiva, comportamento agitado, persistência, senso de humor,</p><p>impaciência com tarefas e rotinas escolares, dentre outras possibilidades.</p><p>Agora imagine que você é professor de uma turma que recebeu um aluno em que</p><p>há suspeita de altas habilidades e superdotação, como a escola e a sociedade podem</p><p>atuar neste processo de identificação e encaminhamento? É o que vamos descobrir nas</p><p>próximas páginas.</p><p>O documento do Ministério da Educação de 2006, denominado Saberes e Práticas</p><p>da Inclusão – Desenvolvendo competências para o atendimento às necessidades</p><p>educacionais especiais de alunos com altas habilidades/superdotação, nos apresenta</p><p>um panorama em busca do direcionamento correto no caminho da descoberta/laudo</p><p>de nosso aluno AH/SD. Importante você saber que Altas Habilidades ou Superdotação</p><p>são considerados termos similares, de acordo com o próprio Ministério da Educação,</p><p>conforme consta a seguir:</p><p>[...] segundo o artigo 5º, parágrafo III, da Resolução CNE/CEB Nº 2, de 2001, que</p><p>39</p><p>3.2 REFERENCIAL TEÓRICO DOS ALUNOS DA EDUCAÇÃO</p><p>INFANTIL E ENSINO FUNDAMENTAL COM ALTAS</p><p>HABILIDADES E SUPERDOTAÇÃO</p><p>Figura 7: Imagem representando a inclusão</p><p>Fonte: Disponível em https://bit.ly/3rQs0Jf. Acesso em: 25 jan. 2022</p><p>Quando nos referimos às suas qualidades e/ou dificuldades de uma maneira geral,</p><p>saiba que estamos nos referindo tanto a criança (ou adulto) com altas habilidades, quanto</p><p>aquela (criança ou adulto) com superdotação. Vamos conhecer agora autores que trazem</p><p>nossa temática para os segmentos da Educação Infantil e do Ensino Fundamental. Será</p><p>possível descobrirmos um aluno AH/SD no Maternal? Como devemos lidar com este</p><p>aluno na fase da alfabetização? São algumas das perguntas que serão respondidas nas</p><p>próximas páginas.</p><p>Antes de conhecermos as características que podem ser observadas tanto na</p><p>Educação Infantil, quanto no Ensino Fundamental é importante sabermos que, de</p><p>acordo com a Política Nacional de Educação Especial de 1994, é possível categorizarmos</p><p>nossos alunos com AH/SD nos tipos abaixo especificados:</p><p>Figura 8: Características dos diversos tipos de alunos AH/SD</p><p>Fonte: Adaptado de Brasil (2022)</p><p>instituiu as Diretrizes nacionais para a educação especial na educação básica,</p><p>educandos com altas habilidades/superdotação são aquelas que apresentam</p><p>grande facilidade de aprendizagem, levando-os a dominar rapidamente</p><p>conceitos, procedimentos e atitudes. Como consequência, estes alunos</p><p>apresentam condições de aprofundar e enriquecer conteúdos escolares</p><p>(BRASIL, 2006a, p. 12).</p><p>Tipo</p><p>Intelectual</p><p>•Flexibilidade,</p><p>Rapidez de</p><p>pensamento</p><p>•Memória</p><p>elevada, boa</p><p>capac idade</p><p>para</p><p>resolução de</p><p>problemas.</p><p>Tipo</p><p>Acadêmico</p><p>•Boa</p><p>capacidade de</p><p>atenção,</p><p>concentração</p><p>•Motivação</p><p>pelas</p><p>disciplinas</p><p>acadêmicas</p><p>do seu</p><p>interesse</p><p>•Capacidade</p><p>de produção</p><p>acadêmica.</p><p>Tipo Criativo</p><p>•Originalidade,</p><p>imaginação,</p><p>Inovação,</p><p>sensibilidade.</p><p>•Faci lidade de</p><p>auto-</p><p>expressão,</p><p>fluência e</p><p>flexibilidade.</p><p>Tipo Social</p><p>•Capacidade</p><p>de l iderança,</p><p>sensibilidade</p><p>interpessoal,</p><p>cooperativo.</p><p>•Persuasão e</p><p>influência no</p><p>grupo.</p><p>Tipo Talento</p><p>Especial</p><p>•Artes</p><p>plásticas,</p><p>mus icais,</p><p>l i terárias ou</p><p>cênicas.</p><p>•Alto</p><p>desempenho</p><p>em atividades</p><p>que</p><p>necessitam de</p><p>criatividade e</p><p>exposição.</p><p>Tipo</p><p>Ps icomotor</p><p>•Habilidade e</p><p>interesse por</p><p>atividades</p><p>ps icomotoras,</p><p>velocidade e</p><p>agi lidade.</p><p>•Faci lidade</p><p>com</p><p>atividades</p><p>que envolvam</p><p>força ,</p><p>res istência,</p><p>controle e</p><p>coordenação</p><p>motora.</p><p>40</p><p>Como vimos acima, o aluno com AH/SD não é um mini gênio que será altamente</p><p>habilidoso em todas as áreas do conhecimento, frequentemente, esta criança terá maior</p><p>facilidade em determinada área do conhecimento, em detrimento de outra.</p><p>Ao falarmos do aluno com AH/SD na Educação Infantil, devemos ter em mente que,</p><p>quanto antes este aluno for “descoberto” maior poderá ser a ajuda que será ofertada a</p><p>ele, tanto nesta etapa, quanto nas etapas posteriores (Ensinos Fundamental, Médio e até</p><p>Superior). Para isso, a escola deve contemplar em seu PPP – Projeto Político Pedagógico</p><p>como será o atendimento aos alunos com AH/SD. A escola deve pensar, portanto, em</p><p>um compromisso para uma educação de qualidade a todos os alunos, independente</p><p>da condição social, acadêmica ou de saúde; deve respeitar e valorizar a diversidade</p><p>independente se estamos nos referindo a crianças com ou sem deficiência ou AH/SD;</p><p>deve definir a sua responsabilidade na criação e manutenção de espaços inclusivos e</p><p>ainda, oferecer desafios suplementares para os alunos com AH/SD e complementares</p><p>para os alunos deficientes (BRASIL, 2006a).</p><p>Essa criança com AH/SD que frequenta a Educação Infantil, muitas vezes</p><p>pode, segundo Brasil (2006ª), ser madura em termos cognitivos e imatura em termos</p><p>emocionais e sociais em virtude, justamente, da sua idade (lembre-se que na Educação</p><p>Infantil estamos nos referindo desde bebês com menos de 01 ano de idade até crianças</p><p>com 05 anos).</p><p>Figura 9: Criança insegura</p><p>Fonte: Disponível em https://bit.ly/3g2p2vH. Acesso em: 25 jan. 2022.</p><p>Por exemplo, uma criança superdotada pode apresentar leitura precoce,</p><p>porém ter dificuldade em manipular um lápis, pois suas habilidades motoras</p><p>não estão totalmente desenvolvidas. Além disso, a habilidade superior</p><p>demonstrada por essa criança pode ser resultado de uma estimulação intensa</p><p>por parte das pessoas significativas de seu ambiente. Ao atingir a idade escolar,</p><p>o desenvolvimento dessa criança pode se normalizar e ela passar a apresentar</p><p>um desempenho semelhante aos alunos de sua idade. Por isso, nem sempre</p><p>uma criança precoce poderá ser caracterizada como superdotada.</p><p>É essencial,</p><p>portanto, acompanhar o desempenho dessa criança, registrando habilidades</p><p>e interesses demonstrados ao longo dos primeiros anos de escolarização,</p><p>oferecendo várias oportunidades estimuladoras e enriquecedoras ao seu</p><p>potencial (BRASIL, 2006ª, p. 15).</p><p>Isto quer dizer que, a família pode ter percebido determinada aptidão de seu filho</p><p>41</p><p>com AH/SD, por exemplo, leitura precoce. Desta forma, incentiva o desenvolvimento</p><p>desta criança nesta área, apresentando livros diversos, avançando no grau de dificuldade</p><p>da leitura, dentre outras possibilidades. No entanto, esquece-se ou estabelece menor</p><p>importância para o desenvolvimento social da criança e a priva de convívio com crianças</p><p>da mesma idade; neste caso, ao ir para a escola, fatalmente, a criança apresentará</p><p>problemas de convívio e socialização. Por isso, mais uma vez relembramos: não estamos</p><p>falando de mini gênios quando nos referimos a estas crianças, pois todas apresentarão</p><p>dificuldades em determinada área em algum momento de sua vida. Ainda segundo Brasil</p><p>(2006a) são características observadas nas crianças com AH/SD na etapa da Educação</p><p>Infantil: alta curiosidade, boa memória, boa capacidade de concentração, é uma criança</p><p>persistente, independente e que busca desenvolver mesmo que de maneira inconsciente</p><p>sua autonomia, apresenta uma aprendizagem mais rápida que as demais crianças,</p><p>é criativa e possui alto grau de imaginação, apresenta iniciativa para a realização das</p><p>atividades, bem como alto grau de liderança entre seus amigos, apresenta vocabulário</p><p>acima da média para sua idade, interesse por livros e outras fontes de conhecimento,</p><p>originalidade, dentre outros aspectos.</p><p>Pois bem, você já percebeu que esta é uma criança que, provavelmente, não</p><p>passará despercebida na sua sala de aula, agora vamos pensar em como atendê-la,</p><p>pedagogicamente, da melhor forma possível.</p><p>Para o atendimento em sala de aula tanto para a criança com AH/SD, quanto</p><p>para a criança deficiente ou com dificuldades de aprendizagem, saiba que você, futuro</p><p>professor, terá que adaptar na sua rotina.</p><p>Todo professor ao entrar em sala de aula realiza o que costumamos chamar</p><p>de planejamento. Este planejamento vai desde o nível micro (planejamento de uma</p><p>atividade, por exemplo); até o nível macro (planejamento de um trimestre, semestre ou</p><p>de um projeto interdisciplinar de longa duração). Portanto, para ministrarmos nossas</p><p>aulas, devemos ter planejado o que faremos pensando em seu começo, meio e fim. Para</p><p>isso, temos um instrumento bastante interessante denominado Plano de Aula. O plano</p><p>de aula não precisa ser feito, necessariamente, aula a aula; você pode, por exemplo, ao</p><p>trabalhar determinado tema, realizar várias atividades em duas ou três aulas e apresentá-</p><p>las, detalhadamente, em seu plano de aula. Porém, se você tiver um aluno AH/SD em</p><p>sua sala de aula, este plano de aula deverá sofrer alguns ajustes para que você consiga</p><p>contemplar seu aluno, do contrário ele, provavelmente, terminará a atividade com</p><p>bastante antecedência com relação aos demais, ficará ocioso e este tempo poderia ser</p><p>mais bem aproveitado caso o professor tivesse se programado com antecedência.</p><p>Não se trata, futuro professor, de trazer uma atividade extra para seu aluno AH/SD e</p><p>preencher, assim, o seu tempo, fazendo com que este aluno não atrapalhe o rendimento</p><p>da turma ou desconcentre os demais colegas. Trata-se, efetivamente, em colaborar para</p><p>o seu desenvolvimento até que seja possível avançá-lo para a turma seguinte (trataremos</p><p>deste assunto, posteriormente).</p><p>Para entendermos brevemente, como atuar com esta criança AH/SD na Educação</p><p>Infantil, recorremos novamente a Brasil (2006a); este documento apresenta algumas</p><p>estratégias pedagógicas que traremos aqui de maneira resumida.</p><p>Levar em consideração o interesse de seu aluno, já sabemos desde o século</p><p>passado que, o foco da aprendizagem deve estar centralizado no estudante e não no</p><p>professor. Busque eliminar redundâncias no currículo ou nas atividades propostas, tanto</p><p>para este aluno, quanto para os demais; incremente as unidades e seus conteúdos.</p><p>42</p><p>Saiba que todo professor deve ir além do que está proposto no material pedagógico. Por</p><p>exemplo, já sabemos que algumas escolas de Educação Infantil trabalham com material</p><p>apostilado com seus alunos, porém, para o aluno AH/SD, frequentemente, o conteúdo</p><p>da apostila é pouco, pois ele resolve as atividades com muita facilidade. Vamos imaginar</p><p>uma proposta para uma turma de dois anos de idade: a professora está trabalhando</p><p>a temática animais marinhos e trouxe para a turma a proposta de desenhar e pintar</p><p>peixes (utilizando a livre expressão e não atividades previamente elaboradas para que o</p><p>aluno apenas “pinte o peixinho”). Pois bem, enquanto a professora está explicando para</p><p>os demais alunos qual é a proposta e resolvendo conflitos relacionados a quem pegou o</p><p>pincel e a tinta de quem, este aluno já desenhou seu peixe e já o coloriu. (É importante</p><p>esclarecer que a motricidade fina, ou seja, o desenvolvimento dos movimentos das mãos</p><p>será próprio da idade pois, novamente, não estamos falando de mini gênios, e sim de</p><p>alunos que apresentam maior habilidade em determinada área).</p><p>Agora, adentramos no período da infância/adolescência que compreende a</p><p>etapa da Educação denominada Ensino Fundamental (período dos seis aos 14 anos)</p><p>em que inúmeras transformações acontecem; imagine você que a criança de seis anos</p><p>acabou de sair da Educação Infantil, etapa em que o lúdico está à frente das obrigações</p><p>curriculares e agora, precisa estudar, aprender a ler e escrever, ter foco em aulas de</p><p>45/50 minutos de diversas disciplinas diferentes, obter bom rendimento, se comportar,</p><p>não pode mais correr livre pela sala de aula e não terá mais tanto tempo para brincar no</p><p>recreio ou no parquinho. E, na outra ponta, estamos nos referindo ao adolescente de</p><p>14 anos que, está saindo da infância e terá muitas vezes que assumir responsabilidades</p><p>na família e no trabalho. Trata-se de um período amplo, permeado de transformações</p><p>físicas, emocionais, sociais, cognitivas, culturais, agora imagine toda esta confusão de</p><p>sentimentos acontecendo dentro de uma criança com AH/SD, que percebe que tem</p><p>“alguma coisa diferente”, mas que muitas vezes, não chega a descobrir qual é esta</p><p>diferença.</p><p>E com esse aluno estará você, futuro professor, convivendo diariamente e, muitas</p><p>vezes, tendo tantas dúvidas quanto ele e seus familiares. Para sanar estas dúvidas é</p><p>fundamental que você saiba que terá que ler e estudar muito. Assim que receber um</p><p>aluno com AH/SD em sua sala de aula, você terá que se aprofundar em todo o conteúdo</p><p>estudado na Faculdade e, dia após dia, terá dúvidas que, muitas vezes, os livros e os</p><p>autores que tratam deste tema não conseguirão responder.</p><p>Indicamos a leitura atenta do livro de Ângela Virgolim intitulado Altas habilida-</p><p>des/superdotação um diálogo pedagógico urgente – em especial o capítulo 5 –</p><p>Aspectos socioafetivos da superdotação. Disponível em: https://bit.ly/3Qemonv.</p><p>Acesso em: 29 jan. 2022.</p><p>BUSQUE POR MAIS</p><p>3.3 ESPECIFICIDADES DA INFÂNCIA DAS CRIANÇAS COM ALTAS</p><p>HABILIDADES E SUPERDOTAÇÃO E SONDAGEM E</p><p>OBSERVAÇÃO PARA IDENTIFICAÇÃO INICIAL DA</p><p>SUPERDOTAÇÃO</p><p>43</p><p>Saiba que o que fará a diferença na vida escolar de seu aluno será a sua atitude,</p><p>tanto a busca por respostas, quanto uma incursão metodológica, no sentido de encontrar</p><p>ferramentas, atividades e possibilidades que auxiliem seu aluno a se desenvolver.</p><p>Conforme afirma Carvalho (2006a, p. 40):</p><p>Carvalho (2006a) ainda afirma que, a maior estratégia do professor é o aluno</p><p>propriamente dito, pois representa em uma única figura o desafio, a curiosidade e uma</p><p>fonte rica de experiências e possibilidades, para isso, segundo a autora, o professor deve</p><p>saber aproveitar sua energia contribuindo em seu processo de aprendizagem que é,</p><p>claramente, um processo social.</p><p>Para isso, o professor tem que escutar seus alunos. Parece uma bobagem falarmos</p><p>sobre isso, ou ainda, uma</p><p>atitude óbvia. No entanto, saber ouvir é uma característica</p><p>pouco encontrada, atualmente. Escutar com os ouvidos abertos, interessadamente,</p><p>buscando compreender a bagagem deste aluno, seus anseios e necessidades fará toda</p><p>a diferença no seu cotidiano em sala de aula. Para Carvalho (2006a) é necessário ao</p><p>professor algumas competências tais como: saber escutar, diversificar sua metodologia,</p><p>pesquisar a fundo sobre as necessidades do aluno, utilizar de sua criatividade, saber que</p><p>ninguém pode estabelecer limites para o outro, contribuirão para o desenvolvimento</p><p>tanto do aluno com AH/SD, quanto dos demais alunos. Na frase anterior destacamos</p><p>agora a expressão “ninguém pode estabelecer limites para o outro”. Esta é uma verdade</p><p>que poucas vezes é debatida quando falamos em crianças/adolescentes com AH/SD.</p><p>Frequentemente, o professor irá atribuir limites a este aluno que estará “à frente” dos</p><p>demais e poderá, eventualmente, atrapalhar sua aula.</p><p>“Agora não vamos trabalhar este conteúdo” OU “Esse assunto será debatido no</p><p>próximo bimestre” são frases escutadas por estes alunos com certa frequência. A pergunta</p><p>Educadores que se identificam como profissionais da aprendizagem</p><p>transformam suas salas de aula em espaços prazerosos onde, tanto eles como</p><p>os alunos são cúmplices de uma aventura que é o aprender, o aprender a</p><p>aprender e o aprender a pensar.</p><p>Figura 10: A curiosidade é fonte importante de trabalho do professor com o aluno AH/SD</p><p>Fonte: Disponível em https://bit.ly/3qZuG8i. Acesso em: 25 jan. 2022.</p><p>44</p><p>Conforme afirma Carvalho (2006a), saiba que o trabalho do professor, muitas vezes,</p><p>é solitário, mas não deveria ser. É fundamental que você, futuro professor, possa realizar</p><p>trocas com colegas professores, bem como possa compartilhar suas alegrias e angústias</p><p>com estes, com a Coordenação e até mesmo Direção da escola. Todos fazem parte da</p><p>mesma equipe e trabalham em prol do desenvolvimento dos alunos.</p><p>Por exemplo: um professor está preparado para ensinar a metamorfose da</p><p>lagarta, em borboleta. Ao mencionar que nascerá uma borboleta a partir</p><p>daquela lagarta, a criança, inesperadamente, comenta que sua mãe vai ter um</p><p>bebê naquela semana e que já sabe que será de tal sexo. Suponhamos que</p><p>os colegas, imediatamente, se interessem por tal assunto, em detrimento do</p><p>que lhes havia planejado a professora. Se ela insistir em ensinar metamorfose,</p><p>desconsiderando o interesse da turma, vai criar algumas resistências e muita</p><p>desatenção. Mais adequado será, pois, ser flexível e aproveitar o interesse dos</p><p>alunos sobre o bebê e a partir daí trabalhar, por exemplo, a sexualidade e</p><p>reprodução humana, como objetos do ensino – aprendizagem para, em outro</p><p>momento, chegar às borboletas...</p><p>que fica é: Por que este professor não utiliza a curiosidade, rapidez ou capacidade de seu</p><p>aluno AH/SD no sentido de favorecer o aprendizado de todos? Devemos deixar claro que</p><p>este aluno não será um professor assistente/monitor/ou aluno modelo, mas sim, poderá</p><p>auxiliar o professor a propor desafios para a turma, ocupando-o e fazendo aprender</p><p>com os demais.</p><p>O professor deste aluno do Ensino Fundamental deve ser flexível não somente com</p><p>as crianças AH/SD, mas também com todos os alunos. Devemos saber que, em dados</p><p>momentos o nosso plano de aula ou plano de atividades pode fracassar ou podemos não</p><p>atingir o objetivo esperado. Para isso, é fundamental que o professor tenha “uma carta na</p><p>manga”, tal como um mágico. Esta é uma dica preciosa para você, futuro professor. Tenha</p><p>sempre uma atividade extra preparada pois, muitas vezes, nossos alunos não reagem</p><p>como esperávamos nas atividades propostas, e foi-se o tempo em que podíamos “tapar</p><p>um buraco” em sala de aula com vídeos sem contextualização, redações sem sentido, ou</p><p>atividades livres. Sobre a flexibilidade docente, Carvalho (2006a, p. 41) afirma:</p><p>Brevemente, falmos sobre o Plano de Aula e é importante você saber que trata-se de um</p><p>dos instrumentos fundamentais de todo professor. Não podemos ministrar uma aula ou</p><p>conteúdo sem um planejamento prévio; o plano de aula é este planejamento. Nele você irá</p><p>discriminar: conteúdo que será trabalhado, em quantas aulas ou atividades, qual o tempo</p><p>de duração destas atividades, como será sua metodologia passo a passo e quais habili-</p><p>dades pretende desenvolver em seu aluno. Existem alguns sites em que você encontrará</p><p>planos de aula prontos para conhecer um pouco mais, indicamos que acesse o Portal do</p><p>Professor – site do Ministério da Educação. Mas saiba que, estes sites são importantes para</p><p>conhecermos modelos de planos, mas o plano de aula de cada professor é um instrumento</p><p>ÚNICO.</p><p>VAMOS PENSAR?</p><p>45</p><p>3.4 ESPECIFICIDADES DA ADOLESCÊNCIA DOS ALUNOS</p><p>COM ALTAS HABILIDADES E SUPERDOTAÇÃO</p><p>Este aluno com AH/SD na adolescência irá enfrentar alguns percalços, visto</p><p>que, este é um período de descobertas para todos, e o fato de possuir uma habilidade</p><p>diferenciada dos demais poderá causar conflitos internos e externos.</p><p>Além disso, o tédio em sala de aula é um fator que irá permear os diálogos destes</p><p>alunos. Segundo Brasil (2006a), em 1991 os autores Feldhusen e Kroll fizeram um estudo</p><p>com grupos com números semelhantes de alunos, eram dois grupos: o grupo dos</p><p>alunos com AH/SD teve suas respostas comparadas ao grupo das crianças sem AH/SD e</p><p>o resultado foi: “Embora os bem-dotados comumente tenham começado na escola com</p><p>atitudes positivas, eles mais frequentemente reclamaram de tédio, quase sempre por</p><p>falta de desafio apropriado” (BRASIL, 2006a, p. 48). Em outra pesquisa seis anos depois,</p><p>de acordo com Brasil (2006a) afirma que as crianças com AH/SD entrevistadas alegam</p><p>perceber desafios somente nas aulas de Matemática e nas aulas próprias para a turma</p><p>AH/SD.</p><p>Ao tentar escapar do tédio, segundo Brasil (2006a), os jovens buscam demorar mais</p><p>na realização de uma tarefa para se equiparar ao tempo gasto pelos demais, as meninas</p><p>buscam “enfeitar” o caderno ou a atividade para que sejam consideradas caprichosas e,</p><p>ainda, principalmente, os meninos buscam saídas como provocar desordem na sala de</p><p>aula. Conforme Brasil (2006a, p. 49):</p><p>Além disso, não estranhe se seu aluno AH/SD apresentar mau comportamento</p><p>em sala de aula, quando o que se espera é justamente o contrário. Porém, agora você</p><p>compreendeu o motivo para esta atitude. Vejamos o que encontramos em Brasil (2006a,</p><p>p. 50) como uma possível manobra dos alunos com AH/SD para enfrentar o tédio</p><p>encontrado na sala de aula regular:</p><p>Você já imaginou como este adolescente se sente ao elaborar estratégias</p><p>psicológicas para fugir do tédio que encontra no cotidiano escolar? Com certeza, aspectos</p><p>emocionais serão prejudicados por conta das AH/SD, além disso, frequentemente, estes</p><p>alunos acabam elaborando estratégias para que sua habilidade passe despercebida. Em</p><p>Um problema maior para aqueles que acham as tarefas de aprendizagem</p><p>muito fáceis, é que podem não chegar a desenvolver a disciplina necessária</p><p>para estudar, e ir levando as tarefas escolares pelo que lembram das aulas,</p><p>pagando depois o preço quando encontrarem trabalho escolar mais difícil,</p><p>nos níveis mais elevados.</p><p>Uma manobra mais elaborada, criada pelas crianças para lidar com o tédio, o</p><p>“problema em três tempos”[...] para evitar o aborrecimento de ter que ouvir</p><p>muitas repetições dos professores, os alunos que absorvem a informação da</p><p>primeira vez, desenvolvem uma técnica de “desligar” para a segunda e terceira,</p><p>depois “ligar” outra vez quando vier algo novo, o que envolve considerável</p><p>habilidade mental, em várias áreas do funcionamento psicológico. Porém, até</p><p>que essa técnica seja aperfeiçoada, eles perdem muitas partes das aulas, e os</p><p>professores por isso subestimam sua capacidade. Isto é compreensivelmente</p><p>um dado confuso para o professor, pois a criança parece ser inteligente, mas</p><p>mesmo assim não está aprendendo.</p><p>46</p><p>Brasil (2006a) encontramos sinais de subdesempenho, que podem levar o professor a</p><p>suspeitar de uma criança/adolescente com AH/SD, são eles:</p><p>Saiba que este aluno irá apresentar os comportamentos mencionados acima, caso</p><p>não encontre um ambiente escolar profícuo, por isso, você enquanto professor deverá se</p><p>empenhar em ajudar seu aluno a aprender mais e melhor, e resolver as questões sociais</p><p>e emocionais, pois ninguém é apenas “bom aluno” ou “aluno com alta habilidade”,</p><p>todos somos seres amplos e complexos e, muitas vezes, as situações fogem do controle</p><p>do professor, para isso recorra! Recorra à Coordenação Pedagógica, à Orientação</p><p>Educacional, ao Serviço de Apoio Psicológico, enfim, saiba que o aprendizado caminha</p><p>de mãos dadas com a emoção, para isso seu aluno precisa estar bem plenamente! E</p><p>continue sempre pesquisando, isto será fundamental para o seu desenvolvimento de</p><p>seu aluno e seu próprio desenvolvimento. Bons estudos!</p><p>Inquietude</p><p>Dificuldade com</p><p>linguagem escrita</p><p>Prefere amizade com</p><p>crianças mais velhas</p><p>Hostilidade,</p><p>ansiedade</p><p>Falta de</p><p>planejamento e baixa</p><p>capacidade para</p><p>tomada de decisões</p><p>Para entender melhor como o trabalho da escola pode acontecer na prática com</p><p>estes alunos, orientamos que assista ao vídeo indicado a seguir. O programa do</p><p>canal TV ESCOLA apresenta projetos criativos sobre o tema da Copa do Mundo,</p><p>Literatura Russa, Meio Ambiente. Por fim, apresenta uma escola de Brasília que</p><p>abriu as portas para reunir alunos com AH/SD. Vale a pena assistir!</p><p>Fonte: Disponível em https://bit.ly/3O5AaqH. Acesso em: 22 jan. 2022.</p><p>FIQUE ATENTO</p><p>Figura 10: Sinais de sub desempenho em crianças/adolescentes altamente capazes</p><p>Fonte: Adaptado de Brasil (2006)</p><p>47</p><p>FIXANDO O CONTEÚDO</p><p>1. Sobre as principais características envolvendo os alunos com AH/SD, analise</p><p>cuidadosamente as asserções a seguir:</p><p>I – Este aluno poderá apresentar curiosidade, visto que, busca descobrir a função e o</p><p>funcionamento dos objetos e até mesmo situações, envolvendo-se, frequentemente,</p><p>em atividades exploratórias.</p><p>II – Este aluno é confundido, frequentemente, com um mini gênio, pois as principais</p><p>descobertas da humanidade vieram das mãos de alunos AH/SD.</p><p>III – É frequente no comportamento deste aluno atitudes como habilidades em busca</p><p>de soluções alternativas, bem como flexibilidade de pensamento.</p><p>Está correto o que se afirma em:</p><p>a) Apenas I.</p><p>b) Apenas II.</p><p>c) Apenas III.</p><p>d) I e III.</p><p>e) II e III.</p><p>2. A respeito do comportamento do aluno AH/SD, analise com critério as asserções a</p><p>seguir e a relação que se estabelece entre elas:</p><p>I - Quando imaginamos um aluno AH/SD, frequentemente, remetemos a ideia de bom</p><p>comportamento, porém, esta pré-concepção não mostra-se verdadeira</p><p>PORQUE</p><p>II – Como o aluno consegue finalizar as tarefas com maior facilidade acaba tornando-se</p><p>impaciente, agitado e pouco propenso a respeitar regras de convivência e autoridade na</p><p>escola.</p><p>A respeito das frases acima, assinale a alternativa CORRETA:</p><p>a) I está correta e II está incorreta.</p><p>b) I está incorreta e II está correta.</p><p>c) Ambas estão erradas.</p><p>d) Ambas estão corretas, porém não há relação entre elas.</p><p>e) Ambas estão corretas e II justifica corretamente I.</p><p>3. Vimos que, de acordo com a Política Nacional de Educação Especial de 1994, é possível</p><p>categorizarmos nossos alunos com AH/SD em determinados tipos. Agora, analise com</p><p>cuidado a definição a seguir:</p><p>Esta criança apresenta habilidade em atividades que envolvam as motricidades fina</p><p>e grossa, assim como tem preferência em realizar movimentos relacionados à força, à</p><p>48</p><p>resistência e ao controle.</p><p>A definição acima diz respeito ao tipo:</p><p>a) Acadêmico.</p><p>b) Criativo.</p><p>c) Social.</p><p>d) Psicomotor.</p><p>e) Talento Especial.</p><p>4. Imagine que você recebeu uma criança diagnosticada/laudada como AH/SD,</p><p>apresentando as características a seguir:</p><p>Consegue manter a capacidade de atenção e concentração por longos períodos, segue</p><p>motivada, principalmente, quando o assunto é da sua predileção e produz, a partir destes</p><p>assuntos, textos, debates, atividades.</p><p>Podemos afirmar que esta criança seria do tipo:</p><p>a) Intelectual.</p><p>b) Acadêmico.</p><p>c) Criativo.</p><p>d) Social.</p><p>e) Psicomotor.</p><p>5. A escola deve prever como será o atendimento, caso receba alunos com AH/SD,</p><p>desde a mais tenra idade, na Educação Infantil. Não é possível trabalharmos a partir do</p><p>improviso, e sim, deve-se realizar todo e qualquer trabalho educacional, a partir de um</p><p>planejamento prévio. O documento que apresentará a forma de trabalho da escola com</p><p>estas crianças, bem como o compromisso para uma educação de qualidade a todos os</p><p>alunos, independente da condição social, acadêmica ou de saúde, é:</p><p>a) A Constituição Federal, de 1988.</p><p>b) A LDB – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, de 1996.</p><p>c) A Política Nacional para a Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva, de</p><p>2007.</p><p>d) O plano de aula, elaborado individualmente por cada professor.</p><p>e) O PPP – Projeto Político Pedagógico, documento norteador de toda a escola, em que</p><p>consta o compromisso da escola por uma educação de qualidade a todos.</p><p>6. Sabemos que uma criança com AH/SD na Educação Infantil pode apresentar diversos</p><p>sinais, mesmo antes da emissão do seu laudo por uma equipe multidisciplinar. São</p><p>características que podem aparecer nesta criança, EXCETO:</p><p>a) Boa capacidade de concentração.</p><p>b) Busca por sua autonomia.</p><p>c) Imaginação fértil.</p><p>d) Alta capacidade para atividades envolvendo a lógica.</p><p>49</p><p>e) Alto grau de liderança.</p><p>7. Leia com atenção o trecho a seguir:</p><p>A escola e seus professores funcionam a partir de um planejamento, que vai desde</p><p>o nível micro (planejamento de uma atividade pelo professor), até o nível macro</p><p>(planejamento do PPP – Projeto Político Pedagógico, feito pela comunidade escolar).</p><p>Assinale a alternativa que apresenta corretamente, dentro do nível micro na sala de aula,</p><p>o instrumento que faz parte do cotidiano do planejamento do professor:</p><p>a) Lista de Chamada</p><p>b) Agenda do aluno</p><p>c) Declaração de advertência/suspensão</p><p>d) PPP – Projeto Político Pedagógico</p><p>e) Plano de Aula</p><p>8. Vamos ler com atenção a frase a seguir extraída do E-book da Unidade 3:</p><p>Educadores que se identificam como profissionais da aprendizagem transformam suas</p><p>salas de aula em espaços prazerosos, onde tanto eles, como os alunos são cúmplices de</p><p>uma aventura que é o aprender, o aprender a aprender e o aprender a pensar (Carvalho,</p><p>2006ª).</p><p>Agora, analise com cuidado as duas asserções a seguir e a relação que se estabelece</p><p>entre elas:</p><p>I – Sobre a relação aluno com AH/SD e professor, podemos afirmar que a maior estratégia</p><p>do professor para trabalhar com este aluno é o próprio aluno</p><p>PORQUE</p><p>II – O aluno representa em uma única figura: o desafio, a curiosidade e uma fonte rica de</p><p>experiências e possibilidades.</p><p>Sobre as asserções a seguir e a relação que se estabelece entre elas, está correto o que</p><p>se afirma em:</p><p>a) Ambas estão erradas.</p><p>b) Ambas estão corretas, porém, não há relação entre elas.</p><p>c) Ambas estão corretas e II justifica corretamente I.</p><p>d) I está correta e II está incorreta.</p><p>e) I está incorreta e II está correta.</p><p>50</p><p>O ALUNO COM ALTAS</p><p>HABILIDADES E</p><p>SUPERDOTAÇÃO NO</p><p>ENSINO MÉDIO</p><p>51</p><p>4.1 INTRODUÇÃO</p><p>4.2 REFERENCIAL TEÓRICO PARA O TRABALHO COM ALUNO</p><p>COM ALTAS HABILIDADES E SUPERDOTAÇÃO NAS ETAPAS DA</p><p>EDUCAÇÃO BÁSICA</p><p>Frequentemente, notamos grande preocupação direcionada aos alunos com</p><p>necessidades especiais no início da escolarização na Educação Básica. Fica a sensação</p><p>de que, como em um passe de mágica, estas dificuldades de aprendizagem e/ou</p><p>socialização, deficiências ou altas habilidades/superdotação “desparecem” no decorrer</p><p>dos anos e sabemos que não é verdade. , Por que, então, há grande preocupação nas</p><p>etapas iniciais da escolarização, apenas? Vamos investigar um pouco mais sobre esta</p><p>temática neste momento, bem como buscar apresentar práticas pedagógicas para</p><p>auxiliar o educador com alunos com altas habilidades e superdotação no Ensino Médio.</p><p>Iniciamos esta temática apresentando a você, caro estudante, algumas questões</p><p>peculiares que envolvem o aluno com AH/SD nas etapas avançadas da Educação Básica,</p><p>o Ensino Médio:</p><p>Se você realizar uma</p><p>breve busca em periódicos científicos envolvendo as palavras-</p><p>chave: altas habilidades; superdotação; ensino médio, os resultados mais frequentes são</p><p>de artigos científicos e periódicos destinados ao diagnóstico destes alunos na etapa mais</p><p>avançada da Educação Básica, o Ensino Médio. Porém, nosso interesse aqui não é este, e</p><p>sim, analisar como trabalhar com o aluno com AH/SD nesta etapa, tanto na sala de aula</p><p>regular, quanto em programas de enriquecimento curricular dentro e fora da sala de</p><p>aula regular. Para isso, apresentaremos a você um programa elaborado e aplicado em</p><p>alunos do Ensino Médio no Tocantins, através do Instituto Federal do Tocantins – IFTO,</p><p>em 2018. Os autores do programa embasaram suas pesquisas no modelo dos três anéis</p><p>de Renzulli que considera o aluno com AH/SD a partir de: “habilidade acima da média,</p><p>envolvimento com a tarefa e criatividade” (Rambo e Fernandes, 2018, p. 298), ou autores</p><p>acreditam ser esta a teoria mais aplicável para o estudo, visto que:</p><p>Figura 12: Literatura científica sobre a relação Ensino Médio e AH/SD</p><p>Fonte: Disponível em: https://bit.ly/3NEimmM. Acesso em: 10 jun. 2022.</p><p>[...] o indivíduo pode ser visto ou estudado a partir do ambiente em que</p><p>está inserido e sob uma perspectiva multidimensional, observando-se suas</p><p>características cognitivas, sociais, emocionais e comportamentais, seus</p><p>interesses, suas habilidades e suas necessidades de aprendizagem. (RAMBO</p><p>e FERNANDES, 2018, p. 298).</p><p>52</p><p>O AEE – Atendimento Educacional Especializado, proposto pelo Ministério da</p><p>Educação, busca realizar programas de enriquecimento no contraturno dos alunos com</p><p>AH/SD, seja dentro ou fora das salas de recursos multifuncionais.</p><p>Renzulli apresenta em sua teoria, além do Modelo dos Três Anéis para definir o</p><p>aluno com AH/SD, o modelo Triádico de Enriquecimento que será citado a seguir, a partir</p><p>das pesquisas feitas por Rambo e Fernandes (2018). Os três tipos de enriquecimento</p><p>podem ser definidos da seguinte forma:</p><p>É importante frisar que Rambo e Fernandes (2018) afirmam não concordar com</p><p>a nomenclatura do primeiro anel de Renzulli: habilidade acima da média, pois induz à</p><p>ideia de que há uma separação dos indivíduos em dois grupos: os que estão acima da</p><p>média e os que estão abaixo ou na média rotulando, assim, os dois grupos; portanto, as</p><p>autoras sugerem uma nova nomenclatura para este grupo: Capacidade elevada.</p><p>1. Se há a busca incessante pelo diagnóstico, ainda que tardio neste caso, como</p><p>fica o desenvolvimento deste aluno na sala de aula regular? Como e em quais condições</p><p>ele chegou ao Ensino Médio? Suas potencialidades foram aproveitadas e desenvolvidas?</p><p>De que forma?</p><p>Corroborando com a ideia de Rambo e Fernandes (2018) acreditamos que os</p><p>alunos com AH/SD possuem habilidades que podem e devem ser desenvolvidas ao</p><p>longo de sua vida, dentro e fora da escola. Desta forma, apresentaremos a você a seguir,</p><p>detalhes do Programa de Enriquecimento para os alunos do Ensino Médio com foco em</p><p>Matemática, aplicado no Tocantins.</p><p>Primeiramente, vamos pensar sobre a definição de Programa de Enriquecimento.</p><p>Jelinek (2013, p. 17) afirma que: “Entende-se um trabalho de enriquecimento educativo</p><p>como um conjunto de atividades, recursos de acessibilidade e pedagógicos organizados</p><p>institucional e continuamente”. Ainda, a autora apoia-se em Guenther (2006) para</p><p>complementar a sua definição:</p><p>Figura 13: Três tipos de enriquecimento, a partir da Teoria de Renzulli</p><p>Fonte: Adaptado de Rambo e Fernandes (2018)</p><p>[...] é um esforço de estimulação, intencional e planejado, que busca o</p><p>crescimento da criança ampliando, aprofundando e complementando, o</p><p>currículo escolar básico com conhecimentos, informações e ideias que a</p><p>tornam capaz para uma consciência maior do contexto abrangente de cada</p><p>tema, assunto, disciplina ou área do saber. (GUENTHER, 2006 apud JELINEK,</p><p>2013, p. 17).</p><p>53</p><p>Figura 14: Habilidades desenvolvidas a partir da proposta de Rambo e Fernandes</p><p>Fonte: Elaborado pela Autora (2022)</p><p>A partir da teoria de Renzulli, Rambo e Fernandes (2018) elaboraram oficinas voltadas</p><p>à Matemática para o Ensino Médio, tendo como temática central os Caleidoscópios. A</p><p>seguir, apresentaremos breve resumo da proposta das autoras. Caso você tenha interesse</p><p>em aprofundar-se neste programa, orientamos que acesse as referências ao final deste</p><p>material.</p><p>Proposta: 10 oficinas ao total, sendo um encontro por semana com duas horas</p><p>de duração cada. As autoras elaboraram, inclusive, um material didático para apoiar as</p><p>atividades realizadas, além de um planejamento prévio que se mostrou flexível ao longo</p><p>das semanas. O objetivo final era a criação de um modelo próprio de caleidoscópio</p><p>elaborado pelos alunos participantes. As autoras escolheram o caleidoscópio por ser um</p><p>material prático, em que o aluno pode manipular e verificar suas variações no cotidiano</p><p>das atividades, não ficando restrito apenas à teoria.</p><p>As autoras elaboraram, como já foi dito, anteriormente, um planejamento prévio</p><p>necessário a toda e qualquer atividade educativa. Neste planejamento constam os</p><p>objetivos que devem ser alcançados, a teoria que embasa o projeto, as situações de</p><p>aprendizagem para cada oficina, bem como as habilidades que serão desenvolvidas a</p><p>partir da realização das tarefas propostas, além dos recursos necessários e da avaliação</p><p>dos alunos participantes. A seguir, apresentamos de maneira resumida as habilidades</p><p>que foram propostas para este ciclo de oficinas, pelas autoras:</p><p>Além das habilidades mencionadas na figura acima, as autoras afirmam que</p><p>outras habilidades podem surgir a partir do desenvolvimento das oficinas propostas. No</p><p>decorrer das oficinas, as autoras foram relacionando as características observadas nos</p><p>alunos com a teoria dos três anéis de Renzulli: Alta habilidade (ou capacidade elevada)</p><p>e envolvimento com a tarefa e criatividade. São exemplos desta classificação: quando o</p><p>aluno apresenta capacidade de percepção e observação, esta é classificada como alta</p><p>habilidade; ao apresentar persistência, dedicação e perseverança, estas características</p><p>estão relacionadas com o segundo anel: envolvimento com a tarefa; e, por fim, quando</p><p>o aluno apresenta, por exemplo, associação de conhecimentos existentes e novas ideias,</p><p>esta característica é classificada no terceiro anel: criatividade.</p><p>A seguir, listamos as principais características observadas pelas autoras ao longo</p><p>das 10 oficinas, em especial do aluno denominado por elas com o pseudônimo de Kelvin</p><p>(aluno do Ensino Médio). Em primeiro lugar cabe reforçar que o tema das oficinas,</p><p>54</p><p>caleidoscópios, era de interesse do aluno, curiosidade que as pesquisadoras não haviam</p><p>sido informadas, previamente. Na maioria das atividades propostas as pesquisadoras</p><p>perceberam: interesse, longos períodos de concentração, rejeição a atividades rotineiras,</p><p>associação de conhecimentos preexistentes às novas ideias, receptividade à novidade,</p><p>dentre outras. Ainda, as pesquisadoras afirmam que o aluno em questão demonstrou</p><p>não possuir interesse em atividades que não o desafiassem, como pode ser comprovado</p><p>na literatura proposta pelo Ministério da Educação, no tocante ao tema Altas Habilidades/</p><p>Superdotação (ver item Vamos Pensar).</p><p>É relevante frisar que, os três anéis de Renzulli não estão isolados entre si e que as</p><p>autoras Rambo e Fernandes (2018) puderam perceber em diversos momentos em seus</p><p>estudos, a intersecção das características entre os três grupos. Ainda, as autoras relatam</p><p>ao final dos estudos que, não foi intenção “diagnosticar” o aluno em questão, e sim,</p><p>observar comportamentos relatados na teoria, a partir da prática observada durante a</p><p>aplicação do Programa de Enriquecimento.</p><p>Neste momento, vamos refletir sobre o currículo escolar e suas especificidades.</p><p>Sabemos que o currículo é único e não pode ser adaptado visando apenas as</p><p>individualidades dos alunos, no entanto, a partir do currículo são estabelecidas as</p><p>metodologias e avaliações dos professores, que podem e devem ser adaptadas</p><p>para</p><p>todos os alunos que apresentarem necessidades educacionais especiais, independente</p><p>de laudo médico. Mas, quais seriam estas adaptações e como devem ser feitas? É o que</p><p>vamos responder a partir de agora.</p><p>Fleith (2007) nos apresenta algumas possibilidades no documento do Ministério</p><p>da Educação intitulado: A Construção de Práticas Educacionais para Alunos com Altas</p><p>Habilidades/Superdotação – Orientação a Professores. Como o aluno com AH/SD possui</p><p>habilidades específicas e individuais, a autora afirma que, é centrado no indivíduo,</p><p>que devem ser feitas tanto a organização, quanto a fundamentação dos programas</p><p>educacionais. Para pensarmos no indivíduo com AH/SD é necessário recorremos a alguns</p><p>aspectos, dentre eles: multiplicidade e variações de aptidões, talentos e habilidades,</p><p>Para conhecer melhor e com mais profundidade o que o Ministério da Educação</p><p>preconiza para os alunos com AH/SD, orientamos a acessar o material disponibi-</p><p>lizado a seguir:</p><p>A Construção de Práticas Educacionais para Alunos com Altas Habilidades/Su-</p><p>perdotação. Disponível em: https://bit.ly/3aMmi6D. Acesso em: 15 fev. 2022.</p><p>Neste material, você terá acesso a formas de encorajamento dos potenciais des-</p><p>tes alunos, orientação direcionada a professores em todos os níveis da Educação,</p><p>atividades para estimulação dos alunos com AH/SD, bem como a relação aluno</p><p>e família e como esta relação afeta ou é afetada pela escola. Orientamos que</p><p>separe um tempo para realizar a leitura atenta e completa deste material. Bons</p><p>estudos!</p><p>VAMOS PENSAR?</p><p>4.3 ADEQUAÇÕES CURRICULARES DE PEQUENO, MÉDIO E</p><p>GRANDE PORTES PARA O ALUNO COM ALTAS</p><p>HABILIDADES E SUPERDOTAÇÃO</p><p>55</p><p>diferenças de níveis socioeconômico e cultural, ritmo individualizado, existência de</p><p>dificuldades de aprendizagem, grau de maturidade e independência, além do gênero,</p><p>interesse pessoal e estilo de aprendizagem.</p><p>Os programas educacionais específicos para alunos com AH/SD buscam: “(...)</p><p>suprir e complementar suas necessidades possibilitando seu amplo desenvolvimento</p><p>pessoal e criando oportunidades para que eles encontrem desafios compatíveis com</p><p>suas habilidades” (FLEITH, 2007, p. 69). Lembrando que este programa não deve ser</p><p>oferecido apenas no contraturno escolar, em sala específica de recursos, e sim, deve ser</p><p>também incluído nas atividades no cotidiano da escola, na sala de aula regular. Para isso,</p><p>os professores devem propor para estes alunos um ambiente desafiador e estimulante</p><p>que propicie a expansão das habilidades já existentes, buscando desafios em torno de</p><p>temas relevantes:</p><p>A autora ainda afirma que os alunos com AH/SD devem conviver com os alunos</p><p>da mesma idade e com aqueles de mesmo nível intelectual. Desta forma, convivem em</p><p>nível de igualdade com estes últimos e podem se diferenciar em relação aos da mesma</p><p>idade. Em suma, para atendermos de maneira diferenciada estes alunos na sala regular,</p><p>é necessário o envolvimento desde as políticas públicas nacionais e locais, passando pela</p><p>abertura da escola para tais modificações, mudança de postura do professor em sala e</p><p>da disponibilidade dos profissionais envolvidos neste desafio.</p><p>[...] enriquecendo seu conhecimento e oferecendo oportunidades para alargar</p><p>seus horizontes pessoais, projetar objetivos maiores e desenvolver senso de</p><p>responsabilidade e independência intelectual. Necessitam também encontrar</p><p>metodologia adequada à sua rapidez de raciocínio e grande capacidade de</p><p>abstração, por meio de um processo dinâmico de aprendizagem (FLEITH,</p><p>2007, p. 70).</p><p>Para se aprofundar nesta questão orientamos que acesse o material abaixo</p><p>indicado, visto que os autores trarão detalhes sobre como deve ser feito o aten-</p><p>dimento aos alunos com AH/SD na sala de aula da escola regular.</p><p>FLEITH, Denise (Org.) A Construção de Práticas Educacionais para Alunos com</p><p>Altas Habilidades/Superdotação. Volume 1: Orientação a Professores. Brasília:</p><p>Ministério da Educação, Secretaria de Educação Especial, 2007. Disponível em:</p><p>https://bit.ly/3O7HguV. Acesso em: 15 fev.2022.</p><p>FIQUE ATENTO</p><p>4.4 A SALA DE RECURSOS MULTIFUNCIONAIS</p><p>Fala-se muito sobre a sala de recursos multifuncionais para os alunos com</p><p>deficiências, no entanto, esta sala pode e deve ser utilizada também para os alunos com</p><p>AH/SD, está previsto na Resolução nº 02/2001:</p><p>[...] enriquecendo seu conhecimento e oferecendo oportunidades para alargar</p><p>seus horizontes pessoais, projetar objetivos maiores e desenvolver senso de</p><p>responsabilidade e independência intelectual. Necessitam também encontrar</p><p>metodologia adequada à sua rapidez de raciocínio e grande capacidade de</p><p>56</p><p>Apesar de estar prevista na legislação a utilização da sala de recursos multifuncionais</p><p>para os alunos com AH/SD, é raro verificarmos este tipo de atendimento nas escolas</p><p>regulares pelo Brasil. É tão raro que, um programa em Brasília e outro na Bahia se</p><p>destacaram neste cenário e vamos apresentá-lo a você, neste momento.</p><p>O primeiro programa acontece na capital federal desde 1976, em salas especiais</p><p>para este atendimento, denominadas salas de recurso. O horário estipulado é sempre o</p><p>contrário ao horário em que o estudante cursa o ensino regular, chamado de contraturno.</p><p>São atendidos alunos desde a Educação Infantil até o Ensino Médio, predominantemente,</p><p>alunos de escolas públicas, de acordo com Rabelo (2020):</p><p>A Secretaria de Educação do Distrito Federal busca, anualmente, promover: “[...]</p><p>bancas de aptidão para selecionar profissionais especializados e capacitados, com</p><p>possibilidades para atuar e identificar estudantes com altas habilidades/superdotação,</p><p>nos atendimentos das diversas regionais de ensino” (RABELO, 2020.). Ou seja,</p><p>frequentemente, novos professores são contratados para atender esta demanda e, esta</p><p>contratação é feita através de avaliações técnicas sobre a capacidade destes profissionais.</p><p>Para que o estudante possa usufruir deste programa, ele deve ser indicado tanto por</p><p>profissionais atuantes no programa, quanto por professores da escolarização básica e</p><p>passar por um período de observação e acompanhamento dos profissionais envolvidos;</p><p>este período varia de quatro a dezesseis encontros.</p><p>Além deste, outro projeto se destaca em Sobradinho, na Bahia. Rabelo (2020) afirma</p><p>que na Sala de Recursos, deste caso, são ofertados os seguintes conteúdos: Ciências</p><p>Exatas e Robótica, Ciências Humanas e Linguagem, Artes Visuais e Artes Cênicas. Em</p><p>Humanas, por exemplo, o atendimento ofertado visa, a partir das orientações previstas</p><p>abstração, por meio de um processo dinâmico de aprendizagem (FLEITH,</p><p>2007, p. 70).</p><p>Nestas salas, os alunos desenvolvem, em suas áreas de interesse, ideias,</p><p>produtos, projetos de pesquisa científica, lançam livros, sites, produtos criativos,</p><p>peças teatrais, músicas, entre outros, orientados por professores capacitados</p><p>na área acadêmica ou de talento artístico.</p><p>Figura 15: Recursos tecnológicos para o atendimento na sala de recursos</p><p>Fonte: Disponível em https://bit.ly/3tsn4vV. Acesso em: 06 mar. 2022.</p><p>57</p><p>na BNCC – Base Nacional Comum Curricular:</p><p>Para que todos estes objetivos sejam atingidos é fundamental que a escola possa</p><p>pensar este espaço como um lugar de aprendizado dinâmico, em que os aspectos</p><p>socioemocionais sejam levados em consideração, assim como as possibilidades para</p><p>que estes estudantes aprendam a gerenciar seus comportamentos, emoções e valores.</p><p>Entende-se a partir dos dois exemplos acima que, pouco se faz em prol do</p><p>desenvolvimento e enriquecimento do currículo para os alunos com AH/SD e isto se</p><p>deve a diversas situações, por exemplo, são poucos os profissionais atuantes nas salas de</p><p>recurso espalhadas pelo país. Fleith (2007, p. 38) afirma que:</p><p>É necessário, a partir da LDB – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional,</p><p>que os Estados e Munícipios busquem garantir o direito à qualificação de profissionais</p><p>para o perfeito uso da sala de recursos, bem como para o enriquecimento do Programa</p><p>Curricular para estes alunos.</p><p>Saiba que existe desde 2003 o Conselho Brasileiro para Superdotação</p><p>– ConBraSD</p><p>que tem por finalidade:</p><p>Posteriormente à criação deste Conselho, algumas ações foram realizadas em prol</p><p>do debate para a melhor forma de atendimento aos alunos com AH/SD, porém, muito</p><p>ainda há de ser feito, conforme pudemos perceber no decorrer desta unidade.</p><p>[...] atividades e pesquisas que favoreçam a fluência, a elaboração e o</p><p>melhoramento de ideias e de informações, a originalidade, bem como</p><p>atividades que incentivem o potencial dos estudantes na produção de textos</p><p>livres e dirigidos, textos poéticos, narrativos, descritivos, fictícios, românticos,</p><p>publicitários e slogans, roteiros de entrevistas, conteúdos para vídeos, blogs,</p><p>revistas e noticiários (RABELO, 2020).</p><p>Acompanhando os trabalhos que vêm sendo feitos por algumas prefeituras</p><p>que têm um serviço voltado para as questões dos alunos com necessidades</p><p>educacionais especiais, observa-se que esta formação tem sido feita de modo</p><p>continuado, por profissionais com formação específica na área. Observa-se,</p><p>contudo, que a frequência aos cursos ainda fica a critério dos professores e dos</p><p>gestores, que ainda criam barreiras para que os professores tenham acesso a</p><p>estas formações. O problema parece ser resultado da falta de conscientização</p><p>sobre o assunto e pelos preconceitos e mitos ainda tão enraizados na sociedade.</p><p>[...] congregar e representar, nacional e internacionalmente, as pessoas físicas</p><p>e jurídicas nos âmbitos federal, estaduais, municipais e do Distrito Federal</p><p>associadas que realizem ações ou estejam interessadas em ensino, pesquisa e</p><p>atendimento na área das altas habilidades/ superdotação (CONBRASD, 2003,</p><p>p. 1).</p><p>Orientamos que busque mais a respeito das adaptações curriculares possíveis</p><p>para o público alvo da Educação Especial e Inclusiva, para isto, indicamos forte-</p><p>mente a leitura do capítulo 4 intitulado: Adaptações Curriculares e Público Alvo</p><p>BUSQUE POR MAIS</p><p>58</p><p>da Educação Inclusiva, do livro Educação Especial, de Josilda Maria Belther, disponível na</p><p>Biblioteca Virtual através do link abaixo: https://bit.ly/3NHSuGz. Acesso em: 15 fev. 2022.</p><p>Neste capítulo, a autora apresenta o conceito de adaptações curriculares e como estas de-</p><p>vem ser feitas nas escolas regulares, aprofundando nosso debate anterior. Apresenta tam-</p><p>bém o PNE – Plano Nacional de Educação e suas metas relacionadas à Educação Especial</p><p>e Inclusiva. Saiba que as metas propostas têm período de implementação e execução de</p><p>até 10 anos, no entanto, muitas metas do PNE de vigência anterior ainda não foram cum-</p><p>pridas. Indicamos a leitura e reflexão sobre esta temática tão urgente à nossa sociedade.</p><p>59</p><p>FIXANDO O CONTEÚDO</p><p>1. A teoria de Renzulli afirma que o aluno com AH/SD pode ser identificado a partir</p><p>dos denominados três anéis: habilidade acima da média, envolvimento com a tarefa e</p><p>criatividade. A partir desta constatação e do conteúdo trabalhado na unidade 4, analise</p><p>as asserções a seguir:</p><p>I - Autores como Rambo e Fernandes (2018) afirmam não concordar com a denominação</p><p>do 1º anel: habilidade acima da média</p><p>PORQUE</p><p>II – Esta denominação induz à ideia de que existem seres humanos acima e abaixo da</p><p>média, rotulando-os, desta forma.</p><p>De acordo com o que foi estudado, podemos afirmar que:</p><p>a) Ambas as asserções estão incorretas.</p><p>b) Ambas as asserções estão corretas, porém, não há relação entre elas.</p><p>c) Ambas estão corretas e II justifica corretamente I.</p><p>d) I está correta e II está incorreta.</p><p>e) I está incorreta e II está correta.</p><p>2. Leia atentamente a definição a seguir:</p><p>(...) é um esforço de estimulação, intencional e planejado, que busca o crescimento da</p><p>criança ampliando, aprofundando e complementando, o currículo escolar básico com</p><p>conhecimentos, informações e ideias que a tornam capaz para uma consciência maior</p><p>do contexto abrangente de cada tema, assunto, disciplina ou área do saber. (GUENTHER,</p><p>2006 apud JELINEK, 2013, p. 17).</p><p>A definição acima diz respeito ao conceito de Programa de Enriquecimento. Além das</p><p>características apresentadas são características deste programa:</p><p>I – Organização de atividades e recursos de acessibilidade com o intuito de enriquecer os</p><p>conteúdos estudados pelos alunos com AH/SD.</p><p>II – Organização pedagógica direcionada ao desenvolvimento dos alunos com AH/SD.</p><p>III – Este programa pode ser realizado no contraturno destes alunos, dentro ou fora da</p><p>sala de recursos multifuncionais, independente do AEE – Atendimento Educacional</p><p>Especializado.</p><p>Está correto o que se afirma em:</p><p>a) Apenas I</p><p>b) Apenas II</p><p>c) Apenas III</p><p>d) Apenas I e II</p><p>e) Apenas II e III</p><p>60</p><p>3. Vimos que existem três tipos de Programas de Enriquecimento, a partir da teoria de</p><p>Renzulli. Agora, leia atentamente as características a seguir:</p><p>Este tipo de Programa de Enriquecimentoaprofunda-se no interesse despertado nos</p><p>alunos no programa anterior. Trata-se de conteúdos e metodologias desenvolvidos</p><p>para desenvolver o raciocínio e os sentimentos dos alunos com relação aos conteúdos</p><p>anteriores.</p><p>Estamos nos referindo a:</p><p>a) Programa de Enriquecimento Tipo I</p><p>b) Programa de Enriquecimento Tipo II</p><p>c) Programa de Enriquecimento Tipo III</p><p>d) AEE – Atendimento Educacional Especializado</p><p>e) Sala de Recursos Multifuncionais</p><p>4. Pedro é um menino com AH/SD que apresenta as seguintes características: ao aprender</p><p>determinado conteúdo, consegue relacioná-lo com grande facilidade à conteúdos</p><p>prévios apreendidos, anteriormente, além disso, consegue estabelecer a relação deste</p><p>conteúdo com novas ideias formando, assim, o que costumamos denominar como</p><p>conhecimento significativo. Dentro da teoria dos três anéis de Renzulli podemos dizer</p><p>que as características apresentadas acima estão relacionadas a:</p><p>a) Criatividade</p><p>b) Envolvimento com a tarefa</p><p>c) Alta habilidade</p><p>d) Capacidade elevada</p><p>e) Inteligência Lógico-Matemática</p><p>5. Para realizarmos adaptações curriculares junto aos alunos com AH/SD é necessário</p><p>pensarmos em alguns quesitos, tais como:</p><p>I – Quais são e como se apresentam as aptidões destes alunos;</p><p>II – Diferenças existentes nos níveis socioeconômicos e culturais;</p><p>III – Gênero, interesse pessoal e estilo de aprendizagem;</p><p>IV – Grau de maturidade e independência do aluno.</p><p>A partir das asserções acima, podemos considerar que está correto o que se afirma em:</p><p>a) Apenas I e III</p><p>b) Apenas I, II e IV</p><p>c) I, II, III e IV</p><p>d) Apenas II, III e IV</p><p>e) Apenas IV</p><p>6. Leia o trecho a seguir, relacionado aos programas educacionais específicos,</p><p>direcionados aos alunos com AH/SD:</p><p>Os programas educacionais específicos para alunos com AH/SD buscam: “(...) suprir e</p><p>complementar suas necessidades possibilitando seu amplo desenvolvimento pessoal</p><p>e criando oportunidades para que eles encontrem desafios compatíveis com suas</p><p>habilidades” (FLEITH, 2007, p. 69).</p><p>61</p><p>Agora, analise as asserções abaixo:</p><p>I – Os professores dos alunos com AH/SD devem propor um ambiente que seja estimulador</p><p>e desafiador, favorecendo a expansão das habilidades existentes</p><p>PORQUE</p><p>II – Estes programas não devem ficar restritos ao contraturno ou a sala de recursos</p><p>multifuncionais, e sim, acontecer no cotidiano da sala de aula da escola regular.</p><p>De acordo com o que foi estudado, podemos afirmar que:</p><p>a) Ambas as asserções estão incorretas.</p><p>b) Ambas estão corretas e II justifica corretamente I.</p><p>c) Ambas as asserções estão corretas, porém, não há relação entre elas.</p><p>d) I está correta e II está incorreta.</p><p>e) I está incorreta e II está correta.</p><p>7. A sala de recursos multifuncionais deve ser utilizada também pelos alunos com AH/</p><p>SD, de acordo com a Resolução nº 02/2001. Em um programa desenvolvido em Brasília</p><p>desde a década de 1970 são atendidos alunos desde a Educação Infantil até o Ensino</p><p>Médio, predominantemente, alunos de escolas públicas, de acordo com Rabelo (2020):</p><p>Nestas salas os alunos desenvolvem em suas áreas de interesse ideias, produtos, projetos</p><p>de pesquisa científica, lançam livros, sites, produtos criativos, peças teatrais, músicas,</p><p>entre outros, orientados por professores capacitados na área acadêmica ou de talento</p><p>artístico.</p><p>Agora, com base no conteúdo estudado</p><p>e no trecho acima, analise as asserções a seguir:</p><p>I – Os professores que atuam nestes programas são selecionados através de concursos</p><p>públicos direcionados à contratação de docentes da Educação Básica.</p><p>II – O estudante com AH/SD, para usufruir deste programa, deve ser indicado ou por seu</p><p>professor no ensino regular, ou pelo profissional específico do programa.</p><p>III – Qualquer estudante com capacidades geniais pode frequentar o programa.</p><p>Está correto o que se afirma em:</p><p>a) Apenas I.</p><p>b) Apenas II.</p><p>c) Apenas III.</p><p>d) Apenas I e III.</p><p>e) Apenas I e II.</p><p>8. Frequentemente, tem-se a noção de que o aluno com AH/SD é um “mini gênio” e</p><p>deve se desenvolver de maneira isolada aos demais alunos de sua turma. Analise as</p><p>asserções abaixo e a relação que se estabelece entre elas, a este respeito:</p><p>I - Os alunos com AH/SD devem conviver com os alunos da mesma idade e com aqueles</p><p>de mesmo nível intelectual</p><p>PORQUE</p><p>II – Assim, convivem em nível de igualdade com os alunos de mesmo nível intelectual e</p><p>podem se diferenciar em relação aos da mesma idade.</p><p>62</p><p>A respeito das asserções acima, está correto o que se afirma em:</p><p>a) Ambas as asserções estão incorretas.</p><p>b) Ambas as asserções estão corretas, porém, não há relação entre elas.</p><p>c) I está correta e II está incorreta.</p><p>d) Ambas estão corretas e II justifica corretamente I.</p><p>e) I está incorreta e II está correta.</p><p>63</p><p>AÇÕES EDUCATIVAS</p><p>PROMOTORAS DA</p><p>INCLUSÃO DE ALUNOS</p><p>COM ALTAS</p><p>HABILIDADES E</p><p>SUPERDOTAÇÃO</p><p>64</p><p>5.1 INTRODUÇÃO</p><p>Os alunos com AH/SD também necessitam de ações inclusivas, assim como os</p><p>alunos com deficiência ou dificuldades de aprendizagem, isto porque, frequentemente,</p><p>estes alunos não conseguem acompanhar o ritmo da turma ou, podem ser até excluídos,</p><p>socialmente, em virtude das suas especificidades. Como incluir alguém que está além</p><p>das expectativas? Que se cansa com a repetição de instruções necessárias à grande</p><p>parte de sua turma? Estas são algumas questões que serão abordadas nesta unidade,</p><p>visto que, além das adaptações curriculares é necessário pensarmos em como podemos</p><p>remover as barreiras atitudinais e comportamentais que se apresentam no cotidiano da</p><p>sala de aula regular, quando se trata de alunos com AH/SD.</p><p>Adaptações Curriculares são necessárias sempre que você, futuro professor,</p><p>observar dificuldades, deficiências,altas habilidades esuperdotação em seus alunos.</p><p>Adaptar não é alterar, e sim, tornar a estrutura flexível para o bom desempenho não</p><p>somente do aluno em questão, mas da turma como um todo. Quando pensamos em</p><p>atendimento ao nosso aluno com AH/SD, as principais modalidades utilizadas são</p><p>agrupamento, aceleração e enriquecimento. Vamos conhecer a partir de agora cada uma</p><p>delas. É importante frisar que, de acordo com Fleith (2007) estas não são modalidades</p><p>excludentes, e sim, há pontos de convergência e similaridade entre elas, a este respeito,</p><p>a autora afirma que:</p><p>Figura 18: Adequações Curriculares para o aluno AH/SD</p><p>Fonte: Disponível em https://bit.ly/3aM4MPU. Acesso em: 06 mar. 2022.sssssssssss-</p><p>5.2 ADEQUAÇÕES CURRICULARES</p><p>Cada alternativa atende a diferentes necessidades e, na prática, todas são</p><p>utilizadas, uma vez que a aceleração, por exemplo, conduzida de forma</p><p>adequada, tende a ser um enriquecimento, ao passo que um programa mais</p><p>amplo e flexível, levado a efeito de forma apropriada, também ocasionará uma</p><p>aceleração (FLEITH, 2007, p. 70).</p><p>Fleith (2007) recorre aos autores Pérez, Rodríguez e Fernández (1998), da Espanha,</p><p>para apresentar as características das modalidades: agrupamento, aceleração e</p><p>65</p><p>enriquecimento, vamos a elas!</p><p>1. Os sistemas de agrupamento específico são divididos em: agrupamento em</p><p>centros específicos; agrupamento em aulas específicas em escolas regulares;</p><p>agrupamento parcial/temporal, flexível.</p><p>2. A aceleração ou flexibilização é classificada desta forma: entrada precoce na escola;</p><p>dispensa de cursos; programa de estudos acelerados flexíveis no ritmo, tarefas e/</p><p>ou áreas de conhecimento.</p><p>3. E, por fim, o enriquecimento é classificado em: a) enriquecimento dos conteúdos</p><p>curriculares; b) enriquecimento do contexto de aprendizagem; c) enriquecimento</p><p>extracurricular. Vamos conhecer cada um deles.</p><p>5.2.1 Sistemas de agrupamento específico:</p><p>Fleith (2007) afirma que este sistema envolve práticas educacionais para agrupar</p><p>os alunos com AH/SD em escolas ou classes especiais, ou ainda pequenos grupos que</p><p>permanecem na sala de aula regular com os demais alunos. Este último agrupamento</p><p>é feito a partir das habilidades apresentadas por cada um dos estudantes com AH/SD, a</p><p>autora afirma que este tipo de agrupamento é mais comum na Europa e pouco visto no</p><p>Brasil.</p><p>Já o agrupamento em escolas ou classes especiais é bastante criticado por acabar</p><p>gerando a sensação de isolamento dos alunos com AH/SD. Se você, enquanto professor,</p><p>optar por atender este aluno, isoladamente, pode causar uma sensação de estranheza,</p><p>assim como se este aluno sempre souber todas as respostas para as atividades realizadas</p><p>com os demais alunos na sala de aula regular. Assim, é fundamental que você saiba</p><p>acolher e não segregar o aluno com AH/SD dentro ou fora da sala de aula regular. Além</p><p>disso, não se esqueça que não se deve transmitir a ideia de que estes alunos estão</p><p>agrupados, pois “são superiores aos demais”.</p><p>A realidade que se observa nos agrupamentos é que os educadores acabam dando</p><p>ênfase aos aspectos cognitivos e intelectuais e se esquecendo dos aspectos emocionais</p><p>e sociais, na prática, isto quer dizer que um aluno com AH/SD pode ser extremamente</p><p>avançado em matemática, por exemplo, e apresentar comportamentos inadequados</p><p>para o que se espera dele na relação idade/série.</p><p>Quando você pensar em utilizar o agrupamento, saiba que a formação dos grupos</p><p>não deve ficar limitada aos alunos com AH/SD até porque a tendência de você ter mais</p><p>de um aluno com esta especificidade em sua sala de aula é muito pequena. Por isso,</p><p>pense em agrupar os alunos por habilidades, assim, seu aluno com AH/SD não se sentirá</p><p>discriminado ou isolado dos demais.</p><p>5.2.2 Flexibilização ou Aceleração</p><p>Ao pensarmos em aceleração dos estudos acabamos remetendo à ideia de</p><p>que o aluno possa cumprir o programa de estudos em menor tempo ou, que possa</p><p>ser matriculado em uma série avançada, já que domina os conteúdos previstos para</p><p>a série indicada para sua idade. Para os autores Pérez, Rodríguez e Fernández (1998)</p><p>apud Fleith (2007) esta é a modalidade mais tradicional, antiga e barata de atendimento</p><p>aos alunos com AH/SD. Para que aconteça a aceleração é necessário compatibilidade</p><p>com a legislação vigente no país, bem como profissionais especializados e alterações</p><p>66</p><p>curriculares. Na nossa LDB – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, a aceleração</p><p>está prevista no artigo 24. Fleith (2007) nos apresenta diferentes formas de aceleração</p><p>que não apenas estas citadas por nós, vejamos:</p><p>Diferentes formas de aceleração</p><p>01. Entrada mais cedo na fase seguinte do processo educativo – do nível da Educação</p><p>Infantil em diante;</p><p>02. Saltar séries escolares – promoção para séries seguintes;</p><p>03. Aceleração por disciplina – frequentar séries mais adiantadas em determinadas</p><p>disciplinas;</p><p>04. Agrupamento vertical – em classes mistas, com ampla variedade de idades e séries,</p><p>de modo que os mais novos possam trabalhar com os mais velhos e mais avançados;</p><p>05. Cursos especiais fora da escola que ofereçam mais conhecimento em áreas curriculares</p><p>específicas;</p><p>06. Estudos paralelos – cursar o Ensino Fundamental e o Ensino Médio ao mesmo tempo,</p><p>e assim por diante;</p><p>07. Estudos compactados – quando o currículo normal é completado em metade ou</p><p>terça parte do tempo previsto;</p><p>08. Planos de estudo auto-organizados – estratégia em que os alunos desenvolvem</p><p>atividades ou projetos de seu interesse, enquanto esperam o resto da classe completar</p><p>o que eles já fizeram ou aprenderam;</p><p>09. Trabalho com um mentor, especialista de uma certa área de interesse do aluno, na</p><p>escola ou fora dela;</p><p>10. Cursos paralelos</p><p>– por correspondência, televisionados ou outra forma de ensino à</p><p>distância</p><p>A aceleração tem que ser benéfica tanto para o aluno, quanto para a escola,</p><p>portanto, todos os cenários devem ser analisados antes da escolha final. Lembre-se que</p><p>é necessário que o aluno com AH/SD não se sinta isolado, deslocado, superior ou inferior</p><p>aos demais e talvez este seja o maior desafio neste processo.</p><p>Ao optar por matricular o aluno com AH/SD em uma série avançada, diversas</p><p>podem ser as situações vivenciadas: o aluno pode sentir-se deslocado com relação à</p><p>turma, pode não ser bem recebido pelos alunos mais velhos, pode sofrer preconceito</p><p>tanto pelos alunos, quanto pelos professores, os professores podem se sentir inseguros</p><p>ou ansiosos com relação à presença deste aluno em sua turma, por isso, é fundamental</p><p>que, se este aluno for matriculado em uma série avançada, haja um período de adaptação</p><p>à turma e adequação aos conteúdos. Veja o que nos diz Fleith (2007) sobre este processo:</p><p>Ao indicar uma criança para aceleração, o profissional deve avaliar, além do</p><p>conhecimento acadêmico e da capacidade intelectual, aspectos como o</p><p>desenvolvimento emocional e a maturidade, e mesmo o crescimento físico,</p><p>para não criar incompatibilidades muito gritantes. A progressão deve ser</p><p>suave e contínua de forma a não gerar lacunas sérias na formação global da</p><p>criança. Também importante é avaliar as condições da escola e a receptividade</p><p>do professor com relação ao processo de aceleração do aluno com potencial</p><p>superior (FLEITH, 2007, p. 74).</p><p>67</p><p>Figura 17: Aceleração de estudos pode ser benéfica ao aluno com AH/SD</p><p>Fonte: Disponível em https://bit.ly/3aLb5TE. Acesso em: 06 mar. 2022.</p><p>Figura 18: Tipos de Enriquecimento</p><p>Fonte: Elaborado pela Autora (2022)</p><p>5.2.3 Enriquecimento</p><p>Fleith (2007) afirma que algumas pessoas tendem a pensar que o aluno com AH/</p><p>SD consegue se desenvolver sozinho e que este pensamento é um erro, pois todos os</p><p>alunos com ou sem AH/SD necessitam da escola e de seus profissionais para o pleno</p><p>desenvolvimento.</p><p>Quando falamos em enriquecimento, estamos nos referindo a experiências de</p><p>aprendizagem que vão além do currículo escolar. Você se lembra quando nós falamos</p><p>que as propostas de aceleração, agrupamento e enriquecimento podiam se unir? Pois</p><p>bem, vamos ver agora na prática, como isso pode acontecer:</p><p>Em suma, são três as formas mais comuns de enriquecimento: a) dos conteúdos</p><p>curriculares; b) do contexto de aprendizagem; c) extracurricular. Vamos analisar no</p><p>quadro a seguir suas principais características:</p><p>[...] podemos considerar como uma das atividades de enriquecimento permitir</p><p>que o aluno complete em menor tempo um determinado conteúdo, o que</p><p>pode sugerir que estamos falando de aceleração. No entanto, o que caracteriza</p><p>essa proposta também como enriquecimento pode ser o acréscimo de outros</p><p>conteúdos, mais abrangentes e/ou mais profundos, que ocupem o espaço</p><p>deixado pelo que foi concluído (FLEITH, 2007, p. 74).</p><p>68</p><p>Vamos apresentar um exemplo a você, relacionado ao tipo de enriquecimento dos</p><p>contextos de aprendizagem, mas é fundamental que você se aprofunde nesta temática,</p><p>seguindo a indicação abaixo:</p><p>Frequentemente, o desenvolvimento de nossos alunos é impactado por problemas</p><p>no cotidiano escolar. Quando falamos em barreiras não estamos nos referindo apenas</p><p>às físicas, e sim, as atitudinais, educacionais e comportamentais que acabam por afetar</p><p>nossos alunos. O Estatuto da Pessoa com Deficiência define o conceito de barreiras e,</p><p>apesar de não tratarmos aqui das pessoas com deficiência, este conceito nos será útil</p><p>para pensarmos quais são as barreiras que os alunos com AH/SD enfrentam em seu dia</p><p>a dia:</p><p>O contexto educativo deve ser previamente configurado para receber um aluno</p><p>com necessidades especiais, em nosso caso, um aluno com AH/SD. Isto quer dizer que o</p><p>Projeto Pedagógico da Escola deve contemplar a flexibilidade como condição urgente</p><p>para sua execução. Para isso, a escola pode lançar mão de diversidade no currículo,</p><p>prontidão para receber e atender demandas individuais e coletivas, considerar o nível</p><p>de conhecimento prévio de seus alunos, bem como sua capacidade e nível de trabalho</p><p>de cada um. Para a realização de um contexto enriquecido a escola deve utilizar recursos</p><p>tais como: inclusão no currículo regular de estratégias de estímulo aos pensamentos</p><p>crítico e produtivo; trabalho com projetos individuais e pequenos grupos, atividades</p><p>práticas de exploração nos diversos conteúdos e contextos curriculares, organização e/ou</p><p>realização de atividades fundamentais no interesse dos alunos, atividades práticas em</p><p>Artes, Ciências, Matemática, estudos aprofundados sobre temas específicos de interesse</p><p>dos alunos, dentre outros.</p><p>Você percebeu quão rica é esta proposta? Porém, para colocá-la em prática é</p><p>necessário interesse e prontidão por parte da escola. Será que todas as escolas estão</p><p>prontas para este aprendizado?</p><p>Art. 6º - IV – barreiras: qualquer entrave ou obstáculo que limite ou impeça a</p><p>plena participação social da pessoa, bem como o gozo, a fruição e o exercício</p><p>de seus direitos, à acessibilidade, à liberdade de movimento e de expressão,</p><p>à comunicação, ao acesso à informação, à compreensão, à circulação com</p><p>segurança, dentre outros, classificadas em: a) barreiras arquitetônicas</p><p>urbanísticas: as existentes nas vias públicas, nos espaços de uso público e</p><p>Existem vários tipos de enriquecimento para o aluno com AH/SD e esta modalida-</p><p>de pode se entrelaçar com o agrupamento e aceleração, visando o benefício do</p><p>aluno. Orientamos que acesse o material abaixo, em especial as páginas 71 a 76.</p><p>FLEITH, Denise (Org.). A Construção de Práticas Educacionais para Alunos com Al-</p><p>tas Habilidades/Superdotação. Volume 1: Orientação a Professores. Brasília: Minis-</p><p>tério da Educação, Secretaria de Educação Especial, 2007. Disponível em: https://</p><p>bit.ly/3zvqJx0. Acesso em: 15 fev. 2022.</p><p>VAMOS PENSAR?</p><p>5.3 REMOVENDO BARREIRAS NO COTIDIANO DA SALA DE AULA</p><p>69</p><p>privados de uso coletivo; b) barreiras arquitetônicas na edificação: as existentes</p><p>no interior dos edifícios públicos e privados; c) barreiras nos transportes: as</p><p>existentes nos sistemas e meios de transportes; d) barreiras nas comunicações</p><p>e na informação: qualquer entrave ou obstáculo que dificulte ou impossibilite</p><p>a expressão ou o recebimento de mensagens por intermédio dos meios ou</p><p>sistemas de comunicação, sejam ou não de massa, bem como aqueles que</p><p>dificultem ou impossibilitem o acesso à informação; e) barreiras atitudinais:</p><p>atitudes que impeçam ou prejudiquem a participação social das pessoas com</p><p>deficiência em igualdade de oportunidades com as demais pessoas (BRASIL,</p><p>2015).</p><p>Faz-se necessário, desse modo, que a escola se conscientize de que as famílias</p><p>podem ser uma rede de apoio, que juntas poderão formar uma parceria,</p><p>com a intenção de contribuir para a inclusão do aluno/filho com AH/SD.</p><p>Nesse sentido, é necessário, primeiramente, conscientizar os profissionais</p><p>da escola, minimizando suas concepções errôneas sobre esses indivíduos</p><p>para, posteriormente, dialogar com essas famílias, orientando-as para que, se</p><p>No artigo acima, nos interessam em especial os itens D e E que tratam,</p><p>respectivamente, das barreiras nas comunicações e na informação e das barreiras</p><p>atitudinais. Carvalho (2006) afirma que as barreiras mais fáceis de serem eliminadas são</p><p>as arquitetônicas, visto que, as atitudinais, comportamentais e nas comunicações são</p><p>mais resistentes às mudanças. Para que sejam efetivamente eliminadas, é necessário</p><p>que o professor tenha disposição para isso, pois o professor que se preocupa com seu</p><p>aluno, acaba por auxiliá-lo em sua transformação. Em primeiro lugar, é necessário que</p><p>este profissional entenda que a aula expositiva centrada no professor é ultrapassada</p><p>e que o aprendizado acontece quando há participação do aluno e não passividade.</p><p>Para o aluno com AH/SD esta estratégia é primordial para que não se sinta isolado</p><p>ou segregado dos demais. Carvalho (2006,</p><p>4.2 Referencial Teórico Para O Trabalho Com Aluno Com Altas Habilidades E Superdotação Nas Etapas Da Educação Básica .........................51</p><p>4.3 Adequações Curriculares de pequeno, médio e grande portes para o aluno com altas habilidades e superdotação .......................................54</p><p>4.4 A Sala De Recursos Multifuncionais ..............................................................................................................................................................................................................................55</p><p>FIXANDO O CONTEÚDO ...............................................................................................................................................................................................................................................................59</p><p>O ALUNO COM ALTAS HABILIDADES E SUPERDOTAÇÃO NO ENSINO MÉDIO</p><p>5.1 Introdução..........................................................................................................................................................................................................................................................................................64</p><p>5.2 Adequações Curriculares ......................................................................................................................................................................................................................................................64</p><p>5.2.1 Sistemas de agrupamento específico ............................................................................................................................................................................................................................65</p><p>5.2.2 Flexibilização ou Aceleração ..............................................................................................................................................................................................................................................65</p><p>5.2.3 Enriquecimento ......................................................................................................................................................................................................................................................................67</p><p>5.3 Removendo barreiras no cotidiano da sala de aula ............................................................................................................................................................................................68</p><p>5.4 O superdotado na escola regular ....................................................................................................................................................................................................................................70</p><p>FIXANDO O CONTEÚDO ................................................................................................................................................................................................................................................................72</p><p>AÇÕES EDUCATIVAS PROMOTORAS DA INCLUSÃO DE ALUNOS COM ALTAS HABILIDADES E SUPERDOTAÇÃO</p><p>UNIDADE 5</p><p>6.1 Introdução .........................................................................................................................................................................................................................................................................................77</p><p>6.2 Encorajamento e Potencialidades ..................................................................................................................................................................................................................................77</p><p>6.3 Tipos de atendimentos ...........................................................................................................................................................................................................................................................79</p><p>6.4 A Família E O Contexto Social Junto Aos Alunos Com Altas Habilidades E Superdotação E O Acompanhamento Familiar Nas Etapas</p><p>Da Educação Básica .........................................................................................................................................................................................................................................................................81</p><p>FIXANDO O CONTEÚDO.................................................................................................................................................................................................................................................................85</p><p>RESPOSTAS DO FIXANDO O CONTEÚDO........................................................................................................................................................................................................................89</p><p>REFERÊNCIAS ......................................................................................................................................................................................................................................................................................90</p><p>DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM PARA AS CRIANÇAS COM ALTAS HABILIDADES E SUPERDOTAÇÃO</p><p>UNIDADE 6</p><p>8</p><p>O</p><p>N</p><p>FI</p><p>R</p><p>A</p><p>N</p><p>O</p><p>L</p><p>I</p><p>C</p><p>V</p><p>R</p><p>O</p><p>UNIDADE 1</p><p>Na primeira unidade, estudaremos sobre a criança com altas habilidades e</p><p>superdotação e como eles são conhecidas atualmente e tratadas pela sociedade.</p><p>UNIDADE 2</p><p>Na segunda unidade, aprofundaremos nosso conhecimento acerca da legislação</p><p>brasileira sob a perspectiva de uma educação inclusiva voltada para as crianças</p><p>superdotadas.</p><p>UNIDADE 3</p><p>Aqui, veremos mais sobre o aluno, criança e adolescente, com superdotação,</p><p>estratégias de observação e identificação dessas habilidades.</p><p>UNIDADE 4</p><p>Nesta unidade, estudaremos mais sobre o jovem com superdotação no Ensino</p><p>Médio e as adequações curriculares necessárias para esse aluno.</p><p>UNIDADE 5</p><p>Na quinta unidade, veremos abordagens e intervenções curriculares, previstas pela</p><p>Base Nacional Comum Curricular, direcionadas ao aluno com superdotação.</p><p>UNIDADE 6</p><p>Por fim, na última unidade, entenderemos como explorar e encorajar os alunos com</p><p>superdotação em uma tratativa em que a família é aliada e agente motivador.</p><p>9</p><p>LINHA DO TEMPO –</p><p>BRASIL E MUNDO</p><p>SOBRE A TRAJETÓRIA</p><p>DA PESSOA COM</p><p>DEFICIÊNCIA E DA</p><p>EDUCAÇÃO</p><p>ESPECIAL</p><p>10</p><p>O universo da Educação Especial e Inclusiva no Brasil e no mundo é bastante</p><p>amplo e repleto de percalços. Você já parou para pensar se a pessoa com deficiência ou a</p><p>criança com altas habilidades e superdotação sempre foram tratados da maneira como</p><p>conhecemos atualmente? A sociedade sempre teve consciência do que é uma pessoa</p><p>superdotada? Neste momento vamos começar a conhecer este tortuoso percurso, para</p><p>que você saiba como é complexo o universo da Educação Especial e Inclusiva; dando</p><p>ênfase aos alunos com altas habilidades e superdotação.</p><p>1.2 PESSOAS COM DEFICIÊNCIAS E OS SUPERDOTADOS NO</p><p>DECORRER DO TEMPO</p><p>1.1 INTRODUÇÃO</p><p>Para começar, vamos analisar a Política Nacional da Educação Especial de 1994 no</p><p>tocante à temática de nossa disciplina, é importante conhecermos na legislação como</p><p>as pessoa com altas habilidades e superdotação são tratadas e/ou reconhecidas; e, para</p><p>isso, começaremos analisando esta Política publicada na década de 90, pós Constituição</p><p>Federal de 1988, este documento define o público alvo da Educação Especial como:</p><p>Alguns pontos devem ser ressaltados acerca da definição acima: Atualmente, em</p><p>2022, nós não nos referimos mais ao público alvo da Educação Especial e Inclusiva com</p><p>a terminologia “portadores”. Esta terminologia está incorreta, pois a ideia da palavra</p><p>portador, remete a algo que pode ser “descartado”, o que não é o caso de uma pessoa</p><p>com deficiência; a deficiência ou a alta habilidade é intrínseca ao ser humano que a</p><p>possui e não pode ser descartada como</p><p>p. 40) afirma que: “Tornar a aprendizagem</p><p>interessante e útil é uma das formas de remover obstáculos.” Para isso, o professor deve</p><p>sair do lugar de comodismo em que muitos se colocam e ouvir seus alunos. Escutar é</p><p>uma das formas de perceber como está o desenvolvimento do aluno, individualmente,</p><p>e enquanto grupo. Para isso, o professor deve ser também flexível. Carvalho (2006, p. 41)</p><p>afirma que: “A flexibilidade é outro fator que contribui para a remoção das barreiras de</p><p>aprendizagem. Traduz-se pela capacidade do professor de modificar planos e atividades</p><p>à medida que as reações dos alunos vão oferecendo novas pistas”.</p><p>Outra barreira que pode ser encontrada no ambiente escolar junto aos alunos com</p><p>AH/SD é a falta de comunicação entre escola e família. Rech e Freitas (2021) realizaram</p><p>um estudo com 12 famílias de alunos com AH/SD e 11 professores destes alunos, divididos</p><p>entre os anos iniciais e finais do Ensino Fundamental. As autoras perceberam, através das</p><p>respostas da pesquisa, que há um sentimento de acusação mútua entre escola e família:</p><p>“(...) a escola afirma que a família não participa da vida escolar do filho com AH/SD, e a</p><p>família, por sua vez, assegura que a escola não é receptiva à sua participação” (Rech e</p><p>Freitas, 2021, s/p). As professoras afirmam que as famílias não enviam sugestões para</p><p>adaptação de seus filhos e as famílias afirmam que a escola restringe sua participação.</p><p>Sabemos que, independentemente, de Altas Habilidades/Superdotação, a parceria</p><p>família e escola é essencial para o desenvolvimento de todos os alunos. As autoras</p><p>afirmam que, neste sentido:</p><p>70</p><p>5.4 O SUPERDOTADO NA ESCOLA REGULAR</p><p>desejarem, atuem de forma proativa na escolarização de seus filhos com AH/</p><p>SD (RECH; FREITAS, 2021).</p><p>Quando falamos em barreiras, ficou claro aqui para você, caro estudante, que não</p><p>estamos nos prendendo às barreiras físicas, e sim, às atitudinais e comportamentais.</p><p>Por fim, finalizaremos esta unidade com uma síntese sobre como pode ser o</p><p>trabalho pedagógico junto ao aluno com AH/SD na escola regular. De acordo com o</p><p>documento do Ministério da Educação intitulado Adaptações Curriculares em Ação:</p><p>desenvolvendo competências para o atendimento às necessidades educacionais de</p><p>alunos com altas habilidades/superdotação, de 2002, o aluno com AH/SD deve frequentar</p><p>a sala de aula regular, de preferência em turmas reduzidas, para que a sua potencialidade</p><p>possa ser mais bem explorada. Para que possa frequentar a sala de aula regular, a</p><p>escola deve oferecer aos professores desta turma orientação e formação adequadas</p><p>com profissionais da área, de preferência orientação técnico-pedagógica de docentes</p><p>especializados em Educação Especial e Inclusiva no tocante às Altas Habilidades e</p><p>Superdotação.</p><p>Para que a sala de aula regular se torne atraente, o professor precisa, além</p><p>desta formação, enriquecer o ambiente escolar podendo utilizar para isso, algumas</p><p>das modalidades que apresentamos, anteriormente: agrupamento, aceleração ou</p><p>enriquecimento. É importante frisar que, os programas de estudo (seja agrupamento,</p><p>aceleração ou enriquecimento) devem se adaptar aos alunos com AH/SD e não o</p><p>contrário. A partir da Resolução nº 02 de 2001, Fleith (2007) afirma que:</p><p>A relação família e escola é sempre tema de debate na área da Educação, tan-</p><p>to para alunos COM ou SEM deficiência, dificuldades de aprendizagem ou altas</p><p>habilidades/superdotação. Para que você possa se aprofundar nesta temática,</p><p>orientamos que acesse o capítulo indicado abaixo, disponível em uma das suas</p><p>bibliotecas virtuais.</p><p>Capítulo 4 – O desenvolvimento do aluno com altas habilidades/superdotação: o</p><p>papel da família e da escola. Neste capítulo, a autora apresenta um debate a res-</p><p>peito da temática e aprofunda-se na questão da influência destes dois atores no</p><p>desenvolvimento das potencialidades dos alunos com AH/SD. A autora também</p><p>frisa neste capítulo o quanto a invisibilidade destes alunos, que acontece desde</p><p>a escola, influencia no decorrer de sua vida e reverbera nas relações familiares e</p><p>sociais.</p><p>Livro: Mitos, Teorias e Verdades sobre Altas Habilidades/Superdotação. Autora: Eli-</p><p>zabeth Regina Streisky de Farias. Disponível em: https://bit.ly/3aGYIrF. Acesso em:</p><p>15 fev. 2022.</p><p>BUSQUE POR MAIS</p><p>[...] ficou estabelecido que alunos com altas habilidades/superdotação têm</p><p>direito a currículos enriquecidos e aprofundados de modo suplementar ao</p><p>currículo regular, ou seja, para além das atividades previstas para a classe</p><p>regular em que esteja oficialmente matriculado. Estas atividades podem</p><p>ocorrer na própria sala de aula regular ou em salas de recursos. Mas, também,</p><p>71</p><p>podem ocorrer em outros espaços, como nas universidades, onde o aluno pode</p><p>ter abreviado o tempo de permanência na escola por ter atingido plenamente</p><p>os objetivos daquela etapa escolar em que se encontra matriculado.</p><p>Para não entrar em conflito com o ensino regular, o ideal é que professores e escola</p><p>pensem e caminhem juntos. Fleith (2007) afirma que, inicialmente, deve-se refletir</p><p>sobre o que é possível ser feito em cada situação específica para que, posteriormente,</p><p>o atendimento a este aluno com AH/SD seja ampliado, conforme forem existindo novos</p><p>recursos por parte da instituição escolar. A sala de aula regular se constitui, portanto, no</p><p>ambiente ideal para o desenvolvimento destes alunos que irão trabalhar com colegas</p><p>em conjunto , a inclusão e a desigualdade.</p><p>Para entender como se dá o trabalho junto ao aluno com AH/SD na prática das</p><p>escolas, orientamos que acesse o material abaixo, disponível no site da Revista</p><p>Nova Escola. Neste material, você vai conhecer os seis grandes perfis dos alunos</p><p>com AH/SD, como se dá o diagnóstico e como/quando o professor deve buscar</p><p>apoio externo à escola. Disponível em: https://bit.ly/3QeQpDF. Acesso em: 15 fev.</p><p>2022.</p><p>FIQUE ATENTO</p><p>72</p><p>FIXANDO O CONTEÚDO</p><p>1. As chamadas adequações curriculares para os alunos com AH/SD são divididas em</p><p>três grandes grupos: aceleração, agrupamento e enriquecimento. A este respeito, leia a</p><p>descrição a seguir:</p><p>Este tipo de adequação acontece quando os alunos com AH/SD são categorizados</p><p>em grupos, seja em escolas ou classe especiais, seja na sala de aula regular. Mas, a</p><p>categorização em classes ou escolas especiais é bastante criticada em nosso país porque</p><p>acaba favorecendo a sensação de isolamento, tanto por parte do aluno, quanto pela sua</p><p>família.</p><p>O trecho acima se refere a:</p><p>a) Sistemas de agrupamento específico.</p><p>b) Flexibilização.</p><p>c) Aceleração.</p><p>d) Enriquecimento extracurricular.</p><p>e) Enriquecimento dos contextos de aprendizagem.</p><p>2. Com relação ao sistema de agrupamento específico, analise as características a seguir:</p><p>I – Deve-se optar por agrupar os alunos com AH/SD em classes ou escolas especiais, visto</p><p>que, este é o ambiente favorável ao seu desenvolvimento.</p><p>II – Observa-se nos agrupamentos que, os educadores acabam dando ênfase aos aspectos</p><p>cognitivos e intelectuais e se esquecendo dos aspectos emocionais e sociais.</p><p>III – Como existem poucos alunos com AH/SD nas salas de aula das escolas em geral, o</p><p>professor deve realizar o agrupamento pensando nas habilidades em comum de seus</p><p>estudantes.</p><p>Está correto o que se afirma em:</p><p>a) Apenas I.</p><p>b) Apenas II.</p><p>c) Apenas III.</p><p>d) Apenas I e II.</p><p>e) Apenas II e III.</p><p>3. A aceleração nos estudos é a modalidade mais antiga e barata quando se pensa em</p><p>alunos com AH/SD. A este respeito, leia as asserções a seguir:</p><p>I – A aceleração de estudos só pode acontecer no país, caso seja contemplada pela</p><p>legislação vigente, o que não é o caso do Brasil</p><p>73</p><p>PORQUE</p><p>II – Não consta em nossa legislação qualquer possibilidade de aceleração nos estudos</p><p>para os alunos com AH/SD.</p><p>A respeito das asserções acima, e da relação que se estabelece entre elas, está correto o</p><p>que se afirma em:</p><p>a) Ambas estão corretas, porém, não há relação entre elas.</p><p>b) Ambas estão erradas.</p><p>c) Ambas estão corretas e II justifica corretamente I.</p><p>d) I está correta e II está incorreta.</p><p>e) I está incorreta e II está correta.</p><p>4. João é um aluno com AH/SD e cursa atualmente o 8º ano do Ensino Fundamental I.</p><p>Sua família, a escola e profissionais especializados no AEE – Atendimento Educacional</p><p>Especializado optaram com base na LDB – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional</p><p>em matriculá-lo, concomitantemente, no 8º ano do Ensino Fundamental I, no período</p><p>vespertino, e na 1ª série do Ensino Médio, no período matutino. Este tipo de adaptação é</p><p>denominado:</p><p>a) Aceleração – estudos paralelos</p><p>b) Sistema de agrupamento específico</p><p>c) Aceleração por disciplina</p><p>d) Agrupamento vertical</p><p>e) Enriquecimento</p><p>5. A adaptação curricular denominada Enriquecimento pode e deve ser realizada</p><p>como um complemento aos estudos realizados pelo aluno com AH/SD. Como vimos na</p><p>disciplina, existem três formas de enriquecimento, a este respeito, analise com calma o</p><p>trecho a seguir:</p><p>Este programa de enriquecimento envolve ajustes nos currículos, bem como a sua</p><p>ampliação, além de auxílio com profissionais específicos em determinados conteúdos e/</p><p>ou disciplinas.</p><p>Estamos nos referindo a:</p><p>a) Enriquecimento Extracurricular</p><p>b) Enriquecimento do Contexto de Aprendizagem</p><p>c) Enriquecimento dos Conteúdos Curriculares</p><p>d) Estudos Paralelos</p><p>e) Estudos Compactados</p><p>6. A respeito do enriquecimento dos contextos de aprendizagem, releia o trecho abaixo,</p><p>extraído de nossa disciplina – unidade 5:</p><p>74</p><p>O contexto educativo deve ser previamente configurado para receber um aluno com</p><p>necessidades especiais, em nosso caso, um aluno com AH/SD. Isto quer dizer que o</p><p>Projeto Pedagógico da Escola deve contemplar a flexibilidade como condição urgente</p><p>para sua execução. Para isso, a escola pode lançar mão de diversidade no currículo,</p><p>prontidão para receber e atender demandas individuais e coletivas, considerar o nível</p><p>de conhecimento prévio de seus alunos, bem como sua capacidade e nível de trabalho</p><p>de cada um.</p><p>A respeito deste tipo de enriquecimento, analise as asserções a seguir:</p><p>I – O Enriquecimento dos contextos de aprendizagem deve ser feito a partir da inclusão</p><p>no currículo regular de estratégias de estímulo aos pensamentos crítico e produtivo;</p><p>II – Este tipo de enriquecimento deve, através de projetos individuais ou coletivos,</p><p>centralizar suas ações em atividades práticas e fundamentadas no interesse dos alunos.</p><p>III – Este tipo de enriquecimento favorece o trabalho superficial dos temas de interesse dos</p><p>alunos, visto ser necessário o aprofundamento apenas de temas básicos das disciplinas</p><p>do currículo.</p><p>Está correto o que se afirma em:</p><p>a) Apenas I</p><p>b) Apenas II</p><p>c) Apenas III</p><p>d) Apenas I e II</p><p>e) Apenas II e III</p><p>7. A partir do Estatuto da Pessoa Com Deficiência pudemos conhecer diversos tipos de</p><p>barreiras que impactam o desenvolvimento de nossos alunos com AH/SD, em especial</p><p>as barreiras de comunicação e atitudinais. Para a remoção destas barreiras que não são</p><p>físicas, são necessárias algumas ações, seja por parte do aluno, família, professores ou</p><p>escola. Agora, analise as asserções a seguir a respeito desta temática:</p><p>I – Para a remoção de barreiras de comunicação ou atitudinais é necessário que o</p><p>professor tenha disposição para isso, preocupando-se com seu aluno e auxiliando na</p><p>sua evolução.</p><p>II – No sentido de favorecer o desenvolvimento do aluno com AH/SD, o professor deve</p><p>sair do lugar de comodismo e escutar seus alunos como uma das formas de perceber o</p><p>desenvolvimento do aluno, individualmente, e do grupo.</p><p>III – As barreiras atitudinais e comportamentais podem ser removidas a partir da</p><p>flexibilidade do professor em realizar adaptações em suas aulas, bem como em suas</p><p>atividades, à medida em que vão conhecendo as necessidades de seus alunos com AH/</p><p>SD.</p><p>A respeito da remoção de barreiras em benefício dos alunos com AH/SD, está correto o</p><p>que se afirma em:</p><p>75</p><p>a) Apenas I.</p><p>b) Apenas II.</p><p>c) Apenas III.</p><p>d) I, II e III.</p><p>e) Apenas I e III.</p><p>8. Vimos no decorrer da disciplina diversos assuntos abordados no documento do</p><p>Ministério da Educação Adaptações Curriculares em Ação: desenvolvendo competências</p><p>para o atendimento às necessidades educacionais de alunos com altas habilidades/</p><p>superdotação, de 2002. Em especial, a adaptação do aluno com AH/SD na sala de aula</p><p>regular. A este respeito, analise as asserções a seguir:</p><p>I – O aluno com AH/SD deve frequentar a sala de aula regular que deve ser atrativa e de</p><p>preferência em turmas reduzidas para que a sua potencialidade possa ser mais bem</p><p>explorada.</p><p>PORQUE</p><p>II – Através da pouca quantidade de alunos e da Especialização dos professores, e das</p><p>atividades de enriquecimento, agrupamento ou aceleração, pretende-se desenvolver</p><p>estes alunos em todas as suas potencialidades.</p><p>Sobre as asserções acima e a relação que se estabelece entre elas, está correto o que se</p><p>afirma em:</p><p>a) Ambas estão erradas.</p><p>b) Ambas estão corretas, porém, não há relação entre elas.</p><p>c) Ambas estão corretas e II justifica corretamente I.</p><p>d) I está errada e II está correta.</p><p>e) I está correta e II está errada.</p><p>76</p><p>DESENVOLVIMENTO E</p><p>APRENDIZAGEM PARA</p><p>AS CRIANÇAS COM</p><p>ALTAS HABILIDADES</p><p>E SUPERDOTAÇÃO</p><p>77</p><p>6.1 INTRODUÇÃO</p><p>6.2 ENCORAJAMENTO E POTENCIALIDADES</p><p>O aluno com AH/SD é um desafio para a escola, família, sociedade e para ele</p><p>próprio. Porém, o caminho para desvendar este desafio não é tortuoso, pois este aluno</p><p>como todas as pessoas, possui habilidades e potencialidades. Talvez, o maior desafio</p><p>da escola seja “descobrir” este aluno, ou seja, revelá-lo para o mundo e, desta forma,</p><p>favorecer o seu desenvolvimento e aprendizagem. Agora, vamos apresentar a você, caro</p><p>estudante, algumas recomendações tanto para o diagnóstico deste aluno, quanto para o</p><p>seu atendimento de modo que possamos sempre desenvolvê-lo, encorajá-lo e favorecer</p><p>suas potencialidades.</p><p>Uma das teorias aceitas quando o assunto são alunos com AH/SD é a teoria das</p><p>Múltiplas Inteligências, de Gardner. Antes de iniciarmos esta temática, é importante</p><p>reforçarmos que, a expressão Superdotação é bastante criticada e, atualmente, prefere-</p><p>se utilizar a expressão Altas Habilidades. Isso porque, superdotação remete à ideia de</p><p>uma pessoa infalível tal como um super-herói, dotado de poderes e características</p><p>positivas. Para Gardner, a inteligência não é constituída a partir de um único fator, como</p><p>se acreditava, antigamente, são múltiplos fatores que compõem a inteligência. A este</p><p>respeito, Virgolim (2007, p. 54) afirma que: “A Teoria das Inteligências Múltiplas propõe</p><p>a inteligência como habilidades que permitem ao indivíduo resolver problemas ou criar</p><p>produtos que são importantes num determinado ambiente cultural ou comunidade”.</p><p>Gardner investigou as competências humanas que seriam potenciais inteligências</p><p>em crianças com e sem deficiência e até em “crianças prodígio”. Aqui cabe uma breve</p><p>explicação sobre este termo, de acordo com Tentes (2013):</p><p>A partir de sua investigação, Gardner elaborou a Teoria das Múltiplas Inteligências,</p><p>a saber: linguística; a lógico-matemática; a espacial; a corpo-cinestésica; a musical;</p><p>a naturalista; a interpessoal; a intrapessoal; e, recentemente, a inteligência espiritual</p><p>(Gardner, 1999). Esta teoria tem estreita relação com o conceito de Altas Habilidades,</p><p>pois este aluno com AH/SD não é um mini gênio e, portanto, domina alguma área do</p><p>conhecimento específica. Agora, apresentaremos a você, as características observadas</p><p>nas crianças em sala de aula, a partir da teoria de Gardner. O conteúdo a seguir foi</p><p>extraído de Virgolim (2007), no entanto, a autora se fundamentou em Armstrong (2001)</p><p>para fazer esta relação.</p><p>1. Inteligência Linguística – principais características: a linguagem é utilizada como</p><p>forma de expressão e avaliação de significados complexos. Bom desenvolvimento</p><p>oral e escrito. Usa a linguagem como estratégia de convencimento e persuasão, para</p><p>lembrar informações e para informar. Os alunos que possuem altas habilidades</p><p>Esse termo costuma ser usado para definir aquelas crianças que muito cedo</p><p>realizam algo raro, fora do comum para sua idade, sem que tenham recebido</p><p>algum treinamento</p><p>específico para isso. Assim, o termo “prodígio” está</p><p>relacionado ao “precoce”, pois se trata de uma criança que apresenta um alto</p><p>desempenho cognitivo no desenvolvimento de uma atividade específica, mas</p><p>de modo temporão, realizada geralmente por uma pessoa adulta.</p><p>78</p><p>nesta área utilizam o pensamento a partir de palavras e têm preferência leitura e</p><p>escrita e por materiais tais como: histórias, contos, jogos de palavras.</p><p>2. Inteligência Lógico-matemática: Habilidade em operações matemáticas e</p><p>raciocínio lógico. Consegue estabelecer relações de causa e efeito, categorização,</p><p>classificação, testagem de hipóteses, dentre outras. Os alunos que possuem</p><p>altas habilidades nesta área pensam através do raciocínio, questionamento,</p><p>experimentação. Necessitam para o desenvolvimento desta habilidade de</p><p>materiais práticos e tangíveis.</p><p>3. Inteligência Espacial: pensamento tridimensional que leva em consideração a</p><p>relação entre cor, forma, linha, configuração e espaço; capacidade de percepção</p><p>de informações visuais ou espaciais. Os alunos que possuem altas habilidades</p><p>nesta área pensam por imagens e figuras, e adoram desafios como quebra-</p><p>cabeça, labirintos e jogos de imaginação.</p><p>4. Inteligência Corporal-cinestésica: utilização de partes do corpo ou do corpo</p><p>como um todo para a resolução de problemas, expressão de ideias e sentimentos,</p><p>por exemplo. Habilidades: coordenação, equilíbrio, destreza, flexibilidade, dentre</p><p>outras. Os alunos que possuem altas habilidades nesta área utilizam o corpo</p><p>como instrumento para o desenvolvimento do pensamento e preferem jogos de</p><p>dramatização, esportes, experiências táteis e práticas.</p><p>5. Inteligência Musical: Ritmo, melodia, aptidão para o canto e para o aprendizado</p><p>de instrumentos musicais. Conseguem perceber, discriminar e se expressar nesta</p><p>área. Os alunos que possuem altas habilidades nesta área pensam através</p><p>de ritmos e melodias, e gostam de construir instrumentos e utilizá-los no seu</p><p>cotidiano da escola, como uma ferramenta pedagógica.</p><p>6. Inteligência Interpessoal: capacidade de compreensão das situações e</p><p>experiências vivenciadas por outras pessoas. Conseguem compreender e</p><p>distinguir sentimentos, emoções e crenças dos outros. Os alunos que possuem</p><p>altas habilidades nesta área pensam percebendo o que os outros pensam e</p><p>gostam de se relacionar, estabelecer contatos, liderar, aprender.</p><p>7. Inteligência Intrapessoal: relacionada à percepção dos próprios sentimentos,</p><p>intenções e motivações no sentido de tomar boas decisões. Os alunos que</p><p>possuem altas habilidades nesta área conseguem refletir, relacionar, estabelecer</p><p>objetivos tendo em vista o seu planejamento e ritmo pessoal.</p><p>8. Inteligência Naturalista: reconhece e resolve problemas através dos sistemas</p><p>naturais e artificiais criados pelo ser humano. Os alunos que possuem altas</p><p>habilidades nesta área possuem pensamento que se concretiza, principalmente,</p><p>através dos elementos da natureza, e gostam de ter contato diretamente com</p><p>ela, seja através de atividades lúdicas com o meio ambiente e animais, seja por</p><p>instrumentos que possam investigar a natureza, por exemplo, lupa e binóculo.</p><p>9. Inteligência Espiritual: preocupação com certos conteúdos cósmicos e obtenção</p><p>de certos estados de consciência. Os alunos que possuem altas habilidades</p><p>nesta área têm senso de autoaceitação, compreendem suas próprias limitações e</p><p>79</p><p>6.3 TIPOS DE ATENDIMENTOS</p><p>É importante que fique claro a você que o conteúdo apresentado acima se cons-</p><p>titui em apenas um breve resumo da teoria de Gardner. Orientamos acessar o</p><p>material abaixo, que apresenta de maneira didática esta teoria e relaciona com</p><p>a sala de aula. Em especial, faça a leitura a partir do Capítulo 5 – O que são as</p><p>Inteligências Múltiplas? Até o capítulo 13 – Podemos admitir a existência de uma</p><p>Inteligência Espiritual?</p><p>Disponível em: https://bit.ly/3O1SaSS. Acesso em: 18 fev. 2022.</p><p>BUSQUE POR MAIS</p><p>Figura 19: O Ser humano é dotado de múltiplas inteligências</p><p>Fonte: Disponível em https://bit.ly/3zvxNta. Acesso em: 06 mar. 2022.</p><p>O panorama recente sobre o atendimento e desenvolvimento de alunos com</p><p>AH/SD tem demonstrado que, esta visão das múltiplas inteligências, em detrimento</p><p>de uma questão central direcionada à inteligência/QI/Superdotação, tem favorecido o</p><p>desenvolvimento destes alunos, segundo Fleith (2007). De acordo com Gardner apud</p><p>Fleith (2007), as múltiplas inteligências não significam que o aluno domine muitas ou</p><p>todas elas.</p><p>Em 2002 o Ministério da Educação publicou o documento Adaptações Curriculares</p><p>em Ação: desenvolvendo competências para o atendimento às necessidades educacionais</p><p>de alunos com altas habilidades/superdotação, em que apresenta alternativas para o</p><p>atendimento dos alunos com AH/SD. A priori, o aluno com AH/SD deve frequentar a</p><p>escola regular com os alunos com ou sem deficiência. Além disso, existem duas outras</p><p>possibilidades: a sala de recursos e o ensino com o professor itinerante. Vamos falar sobre</p><p>estes atendimentos a partir de agora.</p><p>O trabalho na sala de recursos pode ser realizado no contraturno com diversos</p><p>recursos, preferencialmente, com professores especializados e um programa de</p><p>atividades específicas enriquecidas para este público-alvo. O atendimento na sala</p><p>de recursos deve ser individual ou em pequenos grupos, seguindo um cronograma</p><p>direcionado para o melhor desenvolvimento deste aluno. O progresso do aluno é</p><p>monitorado, constantemente, a partir dos demais profissionais da escola envolvidos</p><p>80</p><p>com as necessidades educacionais especiais, tais como: coordenador e orientador</p><p>pedagógico, psicólogo, psicopedagogo, dentre outros.</p><p>Já o ensino com professor itinerante trata-se de uma: “alternativa de atendimento</p><p>com trabalho educativo desenvolvido por professor especializado e/ou supervisor,</p><p>individualmente ou em equipe que, periodicamente, trabalha com os alunos identificados</p><p>como superdotados” (FLEITH, 2007, p. 77).</p><p>Este atendimento é feito na própria escola do aluno, com frequência mínima de</p><p>duas vezes por semana. É importante frisar que o professor itinerante deve estar em</p><p>contato constante com os demais professores do aluno assistido. Este profissional pode</p><p>ser ainda:</p><p>Existem como informamos, anteriormente, algumas experiências bem-sucedidas</p><p>em termos de atendimento educacional direcionado aos alunos com AH/SD, vamos</p><p>apresentar a você, caro estudante, algumas destas experiências. A primeira delas</p><p>aconteceu em Lavras, Minas Gerais, no Centro para o Desenvolvimento do Potencial e</p><p>Talento – CEDET.</p><p>O CEDET possui estreita relação com a rede pública de ensino do Estado bem como</p><p>com a Secretaria de Educação do Município. O Centro trabalha desde a identificação deste</p><p>aluno com AH/SD até o desenvolvimento e seu crescimento, em busca do fortalecimento</p><p>das relações intrapessoais e interpessoais. Quando decidido em comum acordo por</p><p>todos os envolvidos no processo pela aceleração de estudos, esta é realizada de maneira</p><p>parcial ou total, além disso, são oferecidas diversas possibilidades de enriquecimento de</p><p>estudos, organizado nas áreas: (...) comunicação, organizações e humanidades; ciência,</p><p>investigação e tecnologia; criatividade e habilidades de expressão (Guenther, 2000 apud</p><p>Fleith, 2007, p. 78).</p><p>No CEDET- a equipe que atende os alunos com AH/SD é multidisciplinar, espalhada</p><p>em diversas áreas da região, realizando atividades dentro da própria escola do aluno</p><p>com AH/SD, na sede do CEDET, em Instituições de Ensino Superior conveniadas e até</p><p>com o apoio da ASPAT – Associação de Pais e Amigos de Apoio ao Talento.</p><p>[...] O professor itinerante pode, também, ser aquele profissional que estabelece</p><p>um elo entre a escola regular comum, a família e o atendimento educacional</p><p>especializado [...]. Ele leva à classe comum orientações sobre procedimentos</p><p>pedagógicos mais adequados aos alunos com AH/S e pode estabelecer os</p><p>primeiros contatos com a família para que ela venha receber orientação no</p><p>Núcleo (FLEITH, 2007, p. 77).</p><p>A pesquisadora Joan Freeman, na década</p><p>de 1980, causou espanto ao relatar um</p><p>caso de um jovem britânico com QI de 180 pontos que decidiu, apesar de saber do</p><p>seu talento e habilidades, viver como leiteiro na Inglaterra, com salário modesto</p><p>e horário de trabalho das 3 às 7 horas da manhã, todos os dias. E você? Viveria</p><p>desta forma?</p><p>Indicamos que assista ao filme O Gênio Indomável, que trata de temática seme-</p><p>lhante.</p><p>Leia a sinopse do filme, abaixo:</p><p>Em Boston, um jovem de 20 anos (Matt Damon) que já teve algumas passagens</p><p>VAMOS PENSAR?</p><p>81</p><p>pela polícia e servente de uma universidade, revela-se um gênio em matemática e, por</p><p>determinação legal, precisa fazer terapia, mas nada funciona, pois ele debocha de todos</p><p>os analistas, até se identificar com um deles.</p><p>Fonte: https://bit.ly/39hcpNU. Acesso em: 27 fev. 2022.</p><p>6.4 A FAMÍLIA E O CONTEXTO SOCIAL JUNTO AOS ALUNOS COM</p><p>ALTAS HABILIDADES E SUPERDOTAÇÃO E O ACOMPANHAMENTO</p><p>FAMILIAR NAS ETAPAS DA EDUCAÇÃO BÁSICA</p><p>Comumente, as pessoas acreditam que o aluno com AH/SD consegue, por si só,</p><p>dispor de recursos para se desenvolver sem necessitar da intervenção de professores</p><p>e familiares. Esta crença você já percebeu, não condiz com a realidade. Já percebemos</p><p>também que é necessário, além de um planejamento específico da escola, atendimento</p><p>no contraturno e sala de recursos, a organização do ambiente de estudos de forma que</p><p>este aluno possa ter oportunidades diferenciadas, instrução e apoio adequados. Além</p><p>das experiências enriquecedoras, é fundamental que a escola e a família respeitem seu</p><p>ritmo de aprendizagem, favorecendo o desenvolvimento de suas potencialidades.</p><p>O aluno com AH/SD, frequentemente, é temido tanto pelas escolas, quanto pelos</p><p>professores que se sentem ameaçados diante desta possibilidade dentro da sua sala</p><p>de aula. O temor se explica, pois este aluno costuma questionar muito os professores,</p><p>pressioná-los através de perguntas, comentários e críticas, conforme afirma Fleith</p><p>(2007). Com isso, este aluno, repleto de potencialidades acaba por apresentar um sub-</p><p>rendimento, Fleith (2007) nos apresenta fatores aliados que corroboram com esta</p><p>situação:</p><p>Figura 20: Fatores associados ao sub-rendimento, de acordo com Fleith (2007)</p><p>Fonte: Elaborado pela Autora (2022)</p><p>Outra questão que tem gerado controvérsia é se o atendimento em programas</p><p>enriquecidos geraria atitudes ou pensamentos de superioridade por parte destes alunos.</p><p>Fleith (2007, p. 18) afirma que, na prática este comportamento não tem sido observado,</p><p>pois: “[...] o atendimento especializado ao superdotado, quando de boa qualidade, produz,</p><p>antes, estudantes mais satisfeitos academicamente, entusiasmados com as propostas</p><p>curriculares, mais ajustados social e emocionalmente”. Ainda, no AEE – Atendimento</p><p>Educacional Especializado, estes alunos com AH/SD passam a conviver menor tempo</p><p>82</p><p>Figura 21: Concepções antigas e atuais sobre o aluno com AH/SD</p><p>Fonte: Elaborado pela Autora (2022)</p><p>Uma das principais diferenças entre as concepções antiga e atual sobre os alunos</p><p>com AH/SD é a influência do ambiente em seu desenvolvimento; anteriormente, esta</p><p>influência não era considerada. Atualmente, sabe-se que, quanto maior e com mais</p><p>qualidade for a interação proporcionada pelo ambiente educacional e familiar, mais</p><p>este aluno irá se desenvolver. Clarke (2005) apud Fleith (2007) afirma: “Nenhuma criança</p><p>nasce superdotado – somente com o potencial para superdotação”.</p><p>Por fim, destacamos que, a partir de 2005 foi criada a Secretaria de Educação</p><p>Especial do Ministério da Educação que implantou o Núcleo de Atividades de Altas</p><p>Habilidades/Superdotação em todos os estados brasileiros. São objetivos destes Núcleos,</p><p>com os alunos das salas de aulas regulares, passando a vivenciar uma quantidade</p><p>menor de experiências, tais como pressões, rejeição, críticas; favorecendo, portanto, um</p><p>ambiente estimulador com o suporte de professores especializados.</p><p>Outra questão relevante diz respeito ao estereótipo que a sociedade de uma</p><p>forma geral criou sobre este aluno. Frequentemente, seria um aluno do sexo masculino,</p><p>magro, franzino, de classe média e com interesses restritos à leitura, exclusivamente.</p><p>Com isso, quando vivenciamos alunas do sexo feminino ou oriundas de famílias de baixa</p><p>renda, frequentemente, são estigmatizadas e pouco valorizadas. Ainda, a sociedade</p><p>de uma forma geral valoriza, predominantemente, os alunos do sexo masculino no</p><p>desenvolvimento de programas de liderança, o que acaba justificando a quantidade</p><p>discrepante de alunos deste sexo nos programas de enriquecimento, em detrimento</p><p>das alunas do sexo feminino.</p><p>Ademais, destacamos a divergência entre a concepção antiga de inteligência</p><p>e as atuais, para que você possa perceber o quanto evoluímos enquanto sociedade e</p><p>o quanto precisamos evoluir, ainda. Destacamos os principais pontos, de acordo com</p><p>Fleith (2007) apud Gallagher (2002):</p><p>83</p><p>de acordo com Fleith (2007, p. 09):</p><p>Se considerarmos que, ao implementar um programa de viés nacional, o</p><p>Ministério da Educação pretendeu estabelecer um padrão para o atendimento destes</p><p>alunos, avançamos sobremaneira. No entanto, há muito para ser feito, ainda. Apenas o</p><p>atendimento nestes núcleos não dará conta se escola e família não se preocuparem em</p><p>oferecer ambientes ricos em oportunidades para o desenvolvimento do aluno com AH/</p><p>SD.</p><p>Em Santa Catarina podemos exemplificar algumas atividades que são realizadas</p><p>do NAAH/S para você entender melhor como estes núcleos funcionam. O NAAH/S</p><p>catarinense foi implantado em 2005 na Fundação Catarinense de Educação Especial</p><p>(FCEE) e: “[...] vem desenvolvendo ações para que as pessoas com indicadores de AH/</p><p>SD sejam identificadas e atendidas e, concomitantemente a isso, promovendo a</p><p>disseminação dessa temática visando a diminuir os mitos que envolvem essa população”</p><p>(SANTA CATARINA, 2016, p. 35).</p><p>O Núcleo oferece cinco oficinas que trabalham além do enriquecimento curricular,</p><p>artes plásticas e visuais, atividades exploratórias, de leitura e produção textual, lógica</p><p>e matemática, robótica educacional, além de avaliação processual, socialização entre</p><p>pares e desenvolvimento de criatividade. São exemplos de atividades exploratórias:</p><p>atividades direcionadas a alunos com AH/SD que não apresentam habilidade em uma</p><p>área específica, proporcionando assim desenvolvimento do potencial, curiosidade e</p><p>criatividade (SANTA CATARINA, 2016, p. 36).</p><p>(a) contribuir para a formação de professores e outros profissionais na área</p><p>de altas habilidades/superdotação, especialmente no que diz respeito a</p><p>planejamento de ações, estratégias de ensino, métodos de pesquisa e recursos</p><p>necessários para o atendimento de alunos com superdotados; (b) oferecer, ao</p><p>aluno com altas habilidades/superdotação, oportunidades educacionais que</p><p>atendam às suas necessidades acadêmicas, intelectuais, emocionais e sociais,</p><p>promovam o desenvolvimento de habilidades de pensamento crítico, criativo</p><p>e de pesquisa e cultivem seus interesses e habilidades; (c) fornecer à família do</p><p>aluno informação e orientação sobre altas habilidades/superdotação e formas</p><p>de estimulação do potencial superior.</p><p>Figura 22: Concepções antigas e atuais sobre o aluno com AH/SD</p><p>Fonte: Elaborado pela Autora (2022)</p><p>84</p><p>Encontramos relatos de atendimento a crianças com altas habilidades/super-</p><p>dotação desde a Educação Infantil. Braz e Rangni (2021) nos apresentam relato</p><p>de atendimento junto a uma criança com Altas Habilidades aos seis anos de</p><p>idade.</p><p>As pesquisadoras apresentaram um PEI – Plano de Ensino individualizado de</p><p>Enriquecimento para este aluno da Educação Infantil. O plano foi aplicado em</p><p>uma escola da região, com autorização da Secretaria de Educação da Cidade.</p><p>De acordo com a mãe do menino pesquisado, o mesmo aprendeu a ler aos</p><p>quatro anos e meio de idade e sempre busca livros que estão mais avançados</p><p>do que a sua faixa etária. Orientamos que acesse o material para verificar em</p><p>detalhes, como este plano deve ser elaborado e quais foram os resultados obti-</p><p>dos com o aluno pesquisado.</p><p>BRAZ, Paula e RANGNI, Rosemeire. Enriquecimento para um aluno com altas</p><p>habilidades/superdotação na educação infantil. Rev. bras. Estud. pedagog., Bra-</p><p>sília, v. 102, n. 262, p. 802-820, set. /dez. 2021. Disponível em: https://bit.ly/3aNia69.</p><p>Acesso em: 20 fev. 2022.</p><p>FIQUE ATENTO</p><p>85</p><p>FIXANDO O CONTEÚDO</p><p>1. A respeito da teoria das múltiplas inteligências de Gardner, analise a frase abaixo:</p><p>A partir de sua investigação, Gardner elaborou a Teoria das Múltiplas Inteligências, a saber:</p><p>linguística; a lógico-matemática; a espacial; a corpo-cinestésica; a musical; a naturalista;</p><p>a interpessoal; a intrapessoal; e, recentemente a inteligência espiritual (Gardner, 1999).</p><p>A partir do conteúdo estudado na unidade 6 e do trecho acima, leia com atenção, as</p><p>asserções a seguir:</p><p>I - Existe um motivo especial que faz com que a Teoria de Gardner tenha ligação direta</p><p>com o conceito de AH/SD, pois atualmente, o conceito de inteligência não está mais</p><p>diretamente ligado a um único fator, como se acreditava antigamente</p><p>PORTANTO</p><p>II - Nosso aluno com AH/SD não é um mini gênio, e sim, uma pessoa que domina uma</p><p>ou mais, das múltiplas inteligências.</p><p>A respeito das asserções acima e da relação que se estabelece entre elas, está correto o</p><p>que se afirma em:</p><p>a) I está correta e II está incorreta.</p><p>b) I está incorreta e II está correta.</p><p>c) Ambas estão erradas.</p><p>d) Ambas estão corretas, mas não há relação entre elas.</p><p>e) Ambas estão corretas e II justifica corretamente I.</p><p>2. A Teoria das Inteligências Múltiplas é bastante difundida em nossa sociedade atual, tanto</p><p>que Virgolim (2007), importante autora na área de AH/SD, a utiliza como embasamento</p><p>para exemplificar os comportamentos destes alunos. A seguir, apresentamos uma</p><p>situação fictícia relacionada a este assunto.</p><p>A aluna com AH/SD Júlia apresenta, frequentemente, em suas aulas, facilidade de</p><p>compreensão dos assuntos quando os associa a imagens ou figuras. Consegue estabelecer</p><p>relações entre as formas e traços e sua predileção são atividades que envolvam desafios</p><p>tais como quebra-cabeças.</p><p>Este tipo de inteligência é denominado por Gardner, de:</p><p>a) Inteligência Lógico-matemática.</p><p>b) Inteligência Espacial.</p><p>c) Inteligência Corporal-cinestésica.</p><p>d) Inteligência Naturalista.</p><p>e) Inteligência Interpessoal.</p><p>3. Vimos na unidade 6 que Gardner elaborou a Teoria das Múltiplas Inteligências, a saber:</p><p>86</p><p>linguística; a lógico-matemática; a espacial; a corpo-cinestésica; a musical; a naturalista;</p><p>a interpessoal; a intrapessoal; e, recentemente, a inteligência espiritual (Gardner, 1999).</p><p>Esta teoria tem estreita relação com o conceito de Altas Habilidades, pois este aluno</p><p>com AH/SD não é um mini gênio e, portanto, domina alguma área do conhecimento</p><p>específica. Sobre este tema, analise as características a seguir:</p><p>Este tipo de inteligência está diretamente ligado à realização de atividades práticas,</p><p>cotidianas ou curriculares por meio dos ambientes naturais. O aluno busca explorar, por</p><p>exemplo, as características dos seres vivos que habitam o entorno da escola, com uma</p><p>lupa ou microscópio, em detrimento aos livros e teorias.</p><p>Estamos nos referindo a um aluno que domina a inteligência:</p><p>a) Espiritual.</p><p>b) Naturalista.</p><p>c) Interpessoal.</p><p>d) Intrapessoal.</p><p>e) Corporal-cinestésica.</p><p>4. Leia atentamente as asserções a seguir:</p><p>I - O aluno com AH/SD, frequentemente, é temido tanto pelas escolas, quanto pelos</p><p>professores que se sentem ameaçados diante desta possibilidade dentro da sua sala de</p><p>aula, este temor se explica</p><p>PORQUE</p><p>II - Este aluno costuma questionar muito os professores, pressioná-los através de</p><p>perguntas, comentários e críticas, acarretando um sub-rendimento em função desta</p><p>situação.</p><p>A respeito das asserções acima e da relação que se estabelece entre elas, está correto</p><p>afirmar que:</p><p>a) I está correta e II está incorreta</p><p>b) I está incorreta e II está correta</p><p>c) Ambas estão erradas</p><p>d) Ambas estão corretas e II justifica corretamente I</p><p>e) Ambas estão corretas, porém não há relação entre elas.</p><p>5. Existem múltiplos fatores que corroboram para um baixo rendimento do aluno com</p><p>AH/SD, em alguns casos, são eles: fatores individuais, familiares, do sistema educacional</p><p>e da sociedade. A este respeito, leia a situação fictícia abaixo:</p><p>Gabriela é uma aluna com AH/SD do Ensino Médio. Ela apresenta baixo rendimento da</p><p>escola, por este motivo sua psicóloga tem acompanhado e percebeu alguns fatores que</p><p>podem ter influenciado esta situação, tais como: rigidez excessiva e aulas extremamente</p><p>conteudistas de seus professores; conflitos em sua família em virtude de suas altas</p><p>habilidades, crises de ansiedade constantes, apelidos dados por seus amigos, como</p><p>87</p><p>“Nerd” ou “Crânio”.</p><p>A respeito desta temática, analise as alternativas a seguir e assinale aquela que apresenta</p><p>a ordem CORRETA dos fatores apresentados no caso de Gabriela:</p><p>a) Fatores do Sistema Educacional; Familiares; Individuais e da Sociedade.</p><p>b) Fatores da Sociedade; do Sistema Educacional; Familiares e Individuais.</p><p>c) Fatores Individuais; Familiares; da Sociedade e do Sistema Educacional.</p><p>d) Fatores Familiares; Individuais; do Sistema Educacional e da Sociedade.</p><p>e) Fatores Individuais; da Sociedade; do Sistema Educacional e Familiares.</p><p>6. Leia atentamente as asserções a seguir:</p><p>I - Sabemos que a sociedade estipulou um padrão do aluno com AH/SD, a saber:</p><p>frequentemente, seria um aluno do sexo masculino, magro, franzino, de classe média e</p><p>com interesses restritos à leitura, exclusivamente. Este fator acaba gerando preconceito</p><p>quando a escola recebe alunas do sexo feminino com AH/SD e também</p><p>PORQUE</p><p>II - A sociedade de uma forma geral valoriza, predominantemente, os alunos do sexo</p><p>masculino no desenvolvimento de programas de liderança, o que acaba justificando a</p><p>quantidade discrepante de alunos deste sexo nos programas de enriquecimento, em</p><p>detrimento das alunas do sexo feminino.</p><p>A respeito das asserções acima, e da relação que se estabelece entre elas, está correto o</p><p>que se afirma em:</p><p>a) Ambas estão erradas</p><p>b) Ambas estão corretas e II justifica corretamente I</p><p>c) Ambas estão corretas, porém não há relação entre elas.</p><p>d) I está correta e II está incorreta</p><p>e) I está incorreta e II está correta</p><p>7. Leia atentamente as asserções a seguir:</p><p>I - Existem basicamente duas concepções sobre o aluno com AH/SD: a antiga e a atual.</p><p>Elas divergem em diversos aspectos, entretanto, a influência do ambiente nunca foi</p><p>considerada como fator importante pela concepção antiga.</p><p>PORÉM</p><p>II – Atualmente, sabemos que quanto maior e com mais qualidade for a interação</p><p>proporcionada pelos ambientes educacional e familiar, mais este aluno irá se desenvolver.</p><p>Sobre as asserções acima e a relação que se estabelece entre elas, assinale a alternativa</p><p>CORRETA:</p><p>a) Ambas estão corretas e II justifica corretamente I</p><p>b) Ambas estão erradas</p><p>c) Ambas estão corretas, porém não há relação entre elas.</p><p>88</p><p>d) I está correta e II está incorreta</p><p>e) I está incorreta e II está correta</p><p>8. A respeito dos tipos de atendimentos proporcionados aos alunos com AH/SD sabemos</p><p>que, a priori, o aluno com AH/SD deve frequentar a escola regular, com os alunos com</p><p>ou sem deficiência. Além disso, existem duas outras possibilidades: a sala de recursos e</p><p>o ensino com o professor itinerante.</p><p>Sobre o professor itinerante, leia com atenção as asserções a seguir:</p><p>I – Trata-se de um trabalho com professor especializado e/ou supervisor.</p><p>II – O trabalho é feito exclusivamente, individualmente.</p><p>III – Este professor é um elo entre a escola regular comum, ou seja, todos os professores e</p><p>profissionais envolvidos com o aluno com AH/SD, a família e o atendimento educacional</p><p>especializado.</p><p>Está correto o que se afirma em:</p><p>a) Apenas I.</p><p>b) Apenas II.</p><p>c) Apenas III.</p><p>d) Apenas I e III.</p><p>e) Apenas II e III.</p><p>89</p><p>RESPOSTAS DO FIXANDO O CONTEÚDO</p><p>UNIDADE 1</p><p>UNIDADE 3</p><p>UNIDADE 5</p><p>UNIDADE 2</p><p>UNIDADE 4</p><p>UNIDADE 6</p><p>QUESTÃO 1 C</p><p>QUESTÃO 2 A</p><p>QUESTÃO 3 D</p><p>QUESTÃO 4 B</p><p>QUESTÃO 5 A</p><p>QUESTÃO 6 D</p><p>QUESTÃO 7 B</p><p>QUESTÃO 8 C</p><p>QUESTÃO 1 C</p><p>QUESTÃO 2 B</p><p>QUESTÃO 3 D</p><p>QUESTÃO 4 A</p><p>QUESTÃO 5 A</p><p>QUESTÃO 6 C</p><p>QUESTÃO 7 D</p><p>QUESTÃO 8 A</p><p>QUESTÃO 1 D</p><p>QUESTÃO 2 E</p><p>QUESTÃO 3 D</p><p>QUESTÃO 4 B</p><p>QUESTÃO 5 E</p><p>QUESTÃO 6 D</p><p>QUESTÃO 7 E</p><p>QUESTÃO 8 C</p><p>QUESTÃO 1 C</p><p>QUESTÃO 2 D</p><p>QUESTÃO 3 B</p><p>QUESTÃO 4 A</p><p>QUESTÃO 5 C</p><p>QUESTÃO 6 B</p><p>QUESTÃO 7 B</p><p>QUESTÃO 8 D</p><p>QUESTÃO 1 A</p><p>QUESTÃO 2 E</p><p>QUESTÃO 3 B</p><p>QUESTÃO 4 A</p><p>QUESTÃO 5 C</p><p>QUESTÃO 6 D</p><p>QUESTÃO 7 D</p><p>QUESTÃO 8 C</p><p>QUESTÃO 1 E</p><p>QUESTÃO 2 B</p><p>QUESTÃO 3 B</p><p>QUESTÃO 4 D</p><p>QUESTÃO 5 A</p><p>QUESTÃO 6 B</p><p>QUESTÃO 7 A</p><p>QUESTÃO 8 D</p><p>90</p><p>BRANCO, A. P; TASSINARI, A Maria; CONTI, Lilian; ALMEIDA, M. A. Breve histórico acerca</p><p>das altas habilidades/superdotação: políticas e instrumentos para a identificação.</p><p>Educação, Batatais, v. 7, n. 2, p. 23-41, jan./jun. 2017. Disponível em: https://bit.ly/3xEOUrg</p><p>Acesso em: 10 jan. 2022.</p><p>BRASIL, MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Lei nº 13.146, de 6 de Julho de 2015. Estatuto da</p><p>Pessoa com Deficiência. Brasília: MEC, 2004. Disponível em: https://bit.ly/3MApdfD.</p><p>Acesso em: 15 fev. 2022.</p><p>BRASIL. Constituição Federal de 1988. Promulgada em 5 de outubro de 1988. Disponível</p><p>em: https://bit.ly/2IBcsFb. Acesso em: 19 jan. 2022.</p><p>BRASIL. Decreto nº 3298 de 20 de dezembro de 1999. Regulamenta a Lei no 7.853, de</p><p>24 de outubro de 1989, dispõe sobre a Política Nacional para a Integração da Pessoa</p><p>Portadora de Deficiência, consolida as normas de proteção, e dá outras providências.</p><p>Brasília: Casa Civil, 1999. Disponível em: https://bit.ly/3aQ6oIp. Acesso em: 07 jan. 2022.</p><p>BRASIL. Diretrizes nacionais para a educação especial na educação básica. Brasília:</p><p>Ministério da Educação, 2001. Disponível em: https://bit.ly/3O87wW1. Acesso em: 07 jan.</p><p>2022.</p><p>BRASIL. Diretrizes Operacionais da Educação Especial para o Atendimento</p><p>Educacional Especializado na Educação Básica. Secretaria de Educação Especial,</p><p>2008a. Disponível em: https://bit.ly/3mU5P37. Acesso em: 20 jan. 2022.</p><p>BRASIL. Educação Infantil: Saberes e Práticas da Inclusão: Altas Habilidades e</p><p>Superdotação. Secretaria da Educação Especial: Brasília, 2006a. Disponível em: https://</p><p>bit.ly/3xGNWek. Acesso em: 20 jan. 2022.</p><p>BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Brasília: Senado Federal, 2005.</p><p>Disponível em: https://bit.ly/3mzfoEe. Acesso em: 20 jan. 2022.</p><p>BRASIL. Lei nº 10.172 de 09 de janeiro de 2001. Aprova o Plano Nacional de Educação</p><p>e dá outras providências. Brasília: Casa Civil. 2001. Disponível em: https://bit.ly/3H9ILql.</p><p>Acesso em: 20 jan. 2022.</p><p>BRASIL. Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva.</p><p>Brasília: Ministério da Educação, 2008. Disponível em: https://bit.ly/39akaoz. Acesso em:</p><p>07 jan. 2022.</p><p>BRASIL. Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva.</p><p>Secretaria de Educação Especial, 2008. Disponível em: https://bit.ly/3O5rVed. Acesso em:</p><p>20 jan. 2022.</p><p>BRASIL. Política Nacional de Educação Especial. Brasília: MEC/SEESP, 1994. Disponível</p><p>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS</p><p>91</p><p>em: https://bit.ly/3HeqB6x. Acesso em: 07 jan. 2022.</p><p>BRASIL. Resolução CNE/CEB nº 2 de 11 de setembro de 2001. Institui Diretrizes Nacionais</p><p>para a Educação Especial na Educação Básica. Ministério da Educação: Brasília, 2001.</p><p>Disponível em: https://bit.ly/3zM5aIH. Acesso em: 15 fev. 2022.</p><p>BRASIL. Saberes e Práticas da Inclusão: Desenvolvendo competências para o</p><p>atendimento às necessidades educacionais especiais de alunos com altas habilidades/</p><p>superdotação. Secretaria de Educação Especial: Brasília, 2006. Disponível em: https://bit.</p><p>ly/3HfXr79. Acesso em: 20 jan. 2022.</p><p>BRAZ, P. e RANGNI, R. Enriquecimento para um aluno com altas habilidades/</p><p>superdotação na educação infantil. Rev. bras. Estud. pedagog., Brasília, v. 102, n. 262, p.</p><p>802-820, set. /dez. 2021. Disponível em: https://bit.ly/3MFiroY. Acesso em: 15 fev. 2022.</p><p>CARVALHO, R. E. Removendo Barreiras na Prática Pedagógica em Sala de Aula. In: BRASIL.</p><p>Saberes e Práticas da Inclusão: Desenvolvendo competências para o atendimento às</p><p>necessidades educacionais especiais de alunos com altas habilidades/superdotação.</p><p>Secretaria de Educação Especial: Brasília, 2006. Disponível em: https://bit.ly/3zv8uYd.</p><p>Acesso em: 15 fev. 2022.</p><p>CARVALHO, R.E. Removendo Barreiras na Prática Pedagógica em Sala de Aula. In: BRASIL.</p><p>Saberes e Práticas da Inclusão: Desenvolvendo competências para o atendimento às</p><p>necessidades educacionais especiais de alunos com altas habilidades/superdotação.</p><p>Secretaria de Educação Especial: Brasília, 2006. Disponível em: https://bit.ly/3UG8M6c.</p><p>Acesso em: 20 jan. 2022.</p><p>CONSELHO BRASILEIRO PARA SUPERDOTAÇÃO. Estatuto do Conselho Brasileiro para</p><p>Superdotação. Brasília: ConBraSD, 2003. Disponível em: https://bit.ly/39jG1tK. Acesso em:</p><p>15 fev. 2022.</p><p>FERNANDES, T; MOURA, L; SOARES, E; VIANA, T. Capacidades silentes: identificação</p><p>educacional de altas habilidades em alunos com surdez. In: LEITÃO, Vanda Magalhães;</p><p>VIANA, Tania Vicente (orgs.). Acessibilidade na UFC: tessituras possíveis. Edições UFC,</p><p>Fortaleza, 2014. p. 193-212</p><p>FLEITH, Denise (Org.) . A Construção de Práticas Educacionais para Alunos com Altas</p><p>Habilidades / Superdotação. Volume 1: Orientação a Professores. Brasília: Ministério da</p><p>Educação, Secretaria de Educação Especial, 2007. Disponível em: https://bit.ly/3mBxNAh.</p><p>Acesso em: 15 fev. 2022.</p><p>FLEITH, D. (Org.). A Construção de Práticas Educacionais para Alunos com Altas</p><p>Habilidades / Superdotação. Volume 1: Orientação a Professores. Brasília: Ministério da</p><p>Educação, Secretaria de Educação Especial, 2007. Disponível em: https://bit.ly/39gzG2v.</p><p>Acesso em: 15 fev. 2022.</p><p>FLEITH, D. (Org.). A Construção de Práticas Educacionais para Alunos com Altas</p><p>92</p><p>Habilidades / Superdotação. Volume 1: Orientação a Professores. Brasília: Ministério da</p><p>Educação, Secretaria de Educação Especial, 2007. Disponível em: https://bit.ly/3ts9vMW.</p><p>Acesso em: 15 fev. 2022.</p><p>GARDNER, H. Mentes extraordinárias: Perfis de quatro pessoas excepcionais e um</p><p>estudo sobre o extraordinário em cada um de nós. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.</p><p>JELINEK, K. A produção do sujeito de altas habilidades: os jogos de poder-linguagem</p><p>nas práticas de seleção e enriquecimento educativo. 2013.. Tese (Doutorado em Educação)</p><p>– Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2013. Disponível em: https://</p><p>bit.ly/3H9IP9z. Acesso em: 15 fev. 2022.</p><p>RABELO, R. Altas Habilidades: Estrutura e Funcionamento. Sala de Recursos – Revista.</p><p>Disponível em: https://bit.ly/3NFwJHG. Acesso em: 15 fev. 2022.</p><p>RAMBO, M. e FERNANDES, S. Comportamento dos Alunos com indicativos de altas</p><p>habilidades/superdotação em Matemática em um Programa de Enriquecimento.</p><p>Revista Paranaense de Educação Matemática, Campo Mourão, v.7, n.13, p.295-314, jan.-</p><p>jun. 2018. Disponível em: https://bit.ly/3xnP0SK. Acesso em: 15 fev. 2022.</p><p>RECH, A. e FREITAS, S. A importância da superação de barreiras entre família e escola</p><p>para a construção de um trabalho colaborativo em prol da inclusão escolar do filho</p><p>e aluno com altas habilidades/superdotação. Disponível em: https://bit.ly/3QfeQkn.</p><p>Acesso em: 15 fev. 2022.</p><p>RECH, A.; BULHÕES, P.; PEREIRA, C. Altas habilidades/superdotação e a inclusão: o</p><p>potencial da pesquisa na desconstrução de mitos. XIII EDUCERE – Congresso Nacional</p><p>de Educação, 2017. Disponível em: https://bit.ly/3zqRen7. Acesso em: 07 jan. 2022.</p><p>SANTA CATARINA. Secretaria de Estado da Educação. Fundação Catarinense de Educação</p><p>Especial. Altas habilidades/superdotação: rompendo as barreiras do anonimato /</p><p>Secretaria de Estado da Educação, Fundação Catarinense de Educação Especial – 2ª. ed.</p><p>rev. e amp. – Florianópolis: DIOESC, 2016.</p><p>TENTES, V.. Avaliação da criança pequena no contexto das altas habilidades/superdotação:</p><p>um estudo de caso múltiplo. In: FLEITH, D. S.; ALENCAR, E. M. L. S. (Org.). Superdotados:</p><p>trajetórias de desenvolvimento e realizações. Curitiba: Juruá, 2013.</p><p>VIRGOLIM, Â. Altas habilidade/superdotação: encorajando potenciais. Brasília:</p><p>Ministério da Educação, Secretaria de Educação Especial, 2007. Disponível em: https://</p><p>bit.ly/3NKDMic.</p><p>Acesso em: 18 fev. 2022.</p><p>VIRGOLIM, Â. Talento criativo expressão em múltiplos contextos. Brasília: Editora</p><p>Universidade de Brasília, 2007.</p><p>93</p><p>graduacaoead.faculdadeunica.com.br</p><p>se fosse um objeto. A terminologia correta é:</p><p>pessoa com deficiência; pessoa com altas habilidades e superdotação.</p><p>[...] aquele que, por apresentar necessidades próprias e diferentes dos</p><p>demais alunos no domínio das aprendizagens curriculares correspondentes</p><p>à sua idade, requer recursos pedagógicos e metodologias educacionais</p><p>específicas. Genericamente chamados de portadores de necessidades</p><p>educativas especiais, classificam-se em: portadores de deficiência (mental,</p><p>visual, auditiva, física, múltipla), portadores de condutas típicas (problemas</p><p>de conduta) e portadores de altas habilidades (superdotados) (BRASIL, 1994,</p><p>p. 13).</p><p>Figura 1: Criança realizando leituras avançadas</p><p>Fonte: Disponível em https://bit.ly/3G0v1vy. Acesso em: 25 jan. 2022</p><p>11</p><p>Outra questão importante é que existem inúmeras deficiências que não estão</p><p>contempladas nas categorias apresentadas em 1994 e, oportunamente, em uma</p><p>disciplina específica, você irá conhecê-las em profundidade.</p><p>Ainda em 1994 aconteceu em Salamanca, na Espanha, a Conferência Mundial</p><p>de Educação Especial entre os dias 7 e 10 de junho de 1994; ao final desta conferência</p><p>foi publicado o documento Declaração de Salamanca – sobre princípios, políticas e</p><p>práticas na área das necessidades educativas especiais. Esta declaração afirma que</p><p>devem ser incluídos nas escolas regulares todos os alunos, independente da deficiência,</p><p>superdotação, situação de rua ou minoria na qual a criança esteja inserida. O documento</p><p>apresenta o termo “necessidades educacionais especiais”, o que acaba por não limitar</p><p>suas decisões apenas para crianças com deficiências ou altas habilidades e superdotação.</p><p>Traz também o termo “dificuldades de aprendizagem”, até então pouco debatido</p><p>na sociedade, apesar de desde a década de 1930, com o surgimento do movimento</p><p>da Escola Nova nos Estados Unidos, Europa e, posteriormente, no Brasil, diversos</p><p>educadores já se preocupavam com o desenvolvimento daqueles alunos que não</p><p>apresentavam nenhuma deficiência “aparente”. É fato que, mesmo com a perspectiva</p><p>inovadora proposta em Salamanca, no ano de 1994, o caminho para alcançarmos a</p><p>verdadeira inclusão ainda é longo e tortuoso.</p><p>Agora, que tal analisarmos brevemente a LDB – Lei de Diretrizes e Bases da</p><p>Educação Nacional? Trata-se, efetivamente, da lei maior relacionada à Educação em</p><p>nosso país, promulgada em 1996. Vejamos o que ela nos diz sobre a Educação Especial:</p><p>Art. 58. Entende-se por educação especial, para os efeitos desta Lei, a</p><p>modalidade de educação escolar, oferecida preferencialmente na rede</p><p>regular de ensino, para educandos portadores de necessidades especiais.</p><p>§ 1o Haverá, quando necessário, serviços de apoio especializado, na escola</p><p>regular, para atender as peculiaridades da clientela de educação especial.</p><p>§ 2o O atendimento educacional será feito em classes, escolas ou serviços</p><p>especializados, sempre que, em função das condições específicas dos alunos,</p><p>não for possível a sua integração nas classes comuns de ensino regular. § 3o</p><p>A oferta de educação especial, dever constitucional do Estado, tem início na</p><p>faixa etária de zero a seis anos, durante a educação infantil (BRASIL, 1996, p.</p><p>25).</p><p>Art. 59. Os sistemas de ensino assegurarão aos educandos com necessidades</p><p>especiais: I – currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e organização</p><p>específicos, para atender às suas necessidades; II – terminalidade específica</p><p>para aqueles que não puderem atingir o nível exigido para a conclusão do</p><p>ensino fundamental, em virtude de suas deficiências, e aceleração para</p><p>concluir em menor tempo o programa escolar para os superdotados[...]</p><p>IV – educação especial para o trabalho, visando a sua efetiva integração na</p><p>vida em sociedade, inclusive condições adequadas para os que não revelar</p><p>em capacidade de inserção no trabalho competitivo, mediante articulação</p><p>Vamos refletir sobre este Artigo 58º da LDB. Observe: em algum momento o artigo</p><p>menciona os termos “Altas Habilidades” ou “Superdotação”? A resposta é não. Por</p><p>quê? Você imagina o motivo? Somente no artigo 59º há breve menção à superdotação,</p><p>conforme a seguir:</p><p>12</p><p>com os órgãos oficiais afins, bem como para aqueles que apresentam uma</p><p>habilidade superior nas áreas artística, intelectual ou psicomotora. (grifo</p><p>nosso) (BRASIL, 1996, p. 25).</p><p>[...] define, dentre as normas para a organização da educação básica, a</p><p>“possibilidade de avanço nos cursos e nas séries mediante verificação do</p><p>aprendizado” (art. 24, inciso V) e [...] oportunidades educacionais apropriadas,</p><p>consideradas as características do alunado, seus interesses, condições de</p><p>vida e de trabalho, mediante cursos e exames (art. 37) (BRASIL, 2008, p. 8).</p><p>[...] comumente estes alunos permanecem “invisíveis” no contexto</p><p>educacional, pois não são reconhecidos ou, mesmo sendo informalmente</p><p>identificados, não recebem, muitas vezes, o acompanhamento educacional</p><p>necessário para o avanço em suas potencialidades.</p><p>Obviamente, você já percebeu que a ênfase quando fala-se em Educação Especial</p><p>e Inclusiva acaba recaindo nesta legislação, para as pessoas com deficiência e não para</p><p>o público de altas habilidades e superdotação. De acordo com Brasil (2008), a LDB</p><p>menciona este público-alvo em outros poucos momentos:</p><p>Uma das principais críticas feitas às Diretrizes Nacionais para a Educação Especial</p><p>na Educação Básica é a possibilidade que se abre para a substituição do ensino regular</p><p>pela educação especial; pois como sabemos, tanto a criança com deficiência, quanto</p><p>a superdotada, necessitam conviver em escolas regulares com as outras crianças, e a</p><p>proposta da educação especial prevê sua segregação.</p><p>Você pode estar se perguntando por qual motivo fala-se tão pouco sobre os alunos</p><p>Ainda sem mencionar, claramente, o público-alvo de altas habilidades e</p><p>superdotação, o Decreto nº 3298/99 apresenta apenas a definição do que se entende</p><p>por Educação Especial, sem os alunos. É relevante salientar que para saber em qual</p><p>ano determinada legislação foi publicada, é só você observar o número após a barra</p><p>que consta na lei, exemplo: 3298/99, neste caso, o número do Decreto é 3298 e foi</p><p>promulgado/publicado em 1999. A Educação Especial neste momento irá se configurar</p><p>em uma modalidade transversal, ou seja, que perpassa as demais modalidades e níveis</p><p>da Educação Básica reforçando, assim, o seu caráter complementar ao ensino regular.</p><p>Caminhando um pouco na linha do tempo chegamos ao ano de 2001, em que</p><p>é publicado o documento Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação</p><p>Básica. Neste documento há menção ao público-alvo da educação especial como “o aluno</p><p>com deficiência” e não há referência aos alunos com altas habilidades e superdotação.</p><p>Segundo Rech et al., (2017, p. 7877):</p><p>Por que quando fala-se no público-alvo da Educação Especial e Inclusiva, os alunos com</p><p>altas habilidades e superdotação, frequentemente, são mencionados em último lugar (isso</p><p>quando são mencionados)? Será que esta ação acaba os afetando de alguma maneira? É</p><p>o que vamos descobrir ao longo desta unidade, caro estudante. Para começar, orientamos</p><p>que acesse o documento completo denominado Política Nacional de Educação Especial</p><p>de 1994, as referências para encontrar o documento estão ao final desta unidade.</p><p>VAMOS PENSAR?</p><p>13</p><p>1.3 O SUPERDOTADO NA CONTEMPORANEIDADE: CONCEITO,</p><p>ETIOLOGIA E TIPOLOGIA</p><p>com altas habilidades e superdotação.Vamos te auxiliar na busca por esta resposta,</p><p>analisando agora trecho do Plano Nacional de Educação (PNE) lei nº 10172 de 2001:</p><p>Antes de desembarcamos na atualidade, é necessário traçarmos um breve</p><p>panorama para que você possa compreender como o nosso público-alvo (aluno com</p><p>altas habilidades e superdotação) foi tratado ao longo da História. Para facilitar, o</p><p>reconhecimento deste aluno, iremos nos referir a ele com a sigla: AH/SD (Altas habilidades/</p><p>Superdotação), ok?</p><p>Para sabermos quando a sociedade brasileira começou a se preocupar com as</p><p>crianças AH/SD, devemos recorrer aos registros históricos.</p><p>Branco et al. (2017) afirmam</p><p>que em 1924 consta um registro em que o autor Ulisses Pernambuco nesta época</p><p>distinguia as “crianças supernormais” das “precoces”; ainda segundo Branco et al. (2017),</p><p>Percebemos que trata-se de um público-alvo minoritário e este pode ser um dos</p><p>motivos que leva à sua “invisibilidade” em certos momentos históricos/documentos/</p><p>legislações. O mesmo documento menciona que deve ser feita, assim que possível, a</p><p>intervenção pedagógica, tanto para os alunos com deficiências, quanto para com altas</p><p>habilidades e superdotação; para isso, deverá levar em conta: os contextos socioeconômico</p><p>e cultural nos quais a criança está inserida, seu comportamento e desempenho, bem</p><p>como os possíveis traços que a criança apresenta ao longo do seu desenvolvimento.</p><p>E, por fim, no item denominado Objetivos e Metas, o documento afirma que</p><p>em seu artigo 26 que: “26. Implantar gradativamente, a partir do primeiro ano deste</p><p>plano, programas de atendimento aos alunos com altas habilidades nas áreas artística,</p><p>intelectual ou psicomotora” (BRASIL, 2001). Enquanto outras metas determinam prazos</p><p>como dois ou três anos a partir da vigência do PNE, no tocante ao nosso público-alvo,</p><p>observamos apenas a expressão “implantar gradativamente”, o que pode gerar diversas</p><p>interpretações. Posteriormente, continuaremos nosso passeio pela legislação brasileira</p><p>no tocante à Educação Especial e Inclusiva; agora é importante salientarmos que,</p><p>atualmente, vivemos na chamada Idade Contemporânea, ou Contemporaneidade; esta</p><p>idade histórica se inicia com a Revolução Francesa em 1789 e permanece até os dias</p><p>atuais.</p><p>Traçamos até aqui, um panorama histórico contemporâneo a respeito de uma</p><p>possível preocupação em nossa legislação recente com os alunos com altas habilidades</p><p>e superdotação. É necessário você saber que, a história de nosso público-alvo não se</p><p>resume a esta breve linha do tempo que apresentamos a você; e também devemos</p><p>salientar que se trata de uma linha do tempo da legislação contemporânea brasileira.</p><p>Agora, vamos pensar, a pessoa com alta habilidade ou superdotação sempre</p><p>existiu, certo? E como estas pessoas eram tratadas antes da Idade Contemporânea? É o</p><p>que vamos descobrir agora.</p><p>Em 1998, havia 293.403 alunos, distribuídos da seguinte forma: 58% com</p><p>problemas mentais; 13,8%, com deficiências múltiplas; 12%, com problemas</p><p>de audição; 3,1% de visão; 4,5%, com problemas físicos; 2,4%, de conduta.</p><p>Apenas 0,3% com altas habilidades ou eram superdotados e 5,9% recebiam</p><p>"outro tipo de atendimento (BRASIL, 2001)</p><p>14</p><p>Cabe salientar que, a criança AH/SD já nasce com uma habilidade natural, mas para</p><p>que esta torne-se um talento é necessária atenção por parte não só do Estado, enquanto</p><p>Instituição, mas de cada um de nós, desde a professora da turma do aluno, passando</p><p>pela escola, chegando até a família e a sociedade como um todo. Para isso, segundo</p><p>Branco et al. (2017) é necessário por parte do docente, na busca pelo desenvolvimento</p><p>adequado das crianças com AH/SD, explorarmos quais são suas habilidades naturais,</p><p>por exemplo, se este aluno tem facilidade com leitura e interpretação de textos, seu</p><p>professor deve explorar esta habilidade apresentando diversos textos para que o aluno</p><p>demonstre sua preferência e ir aumentando o grau de complexidade na sua utilização.</p><p>Lembrando que, não existe fórmula pronta, este aumento progressivo deve respeitar o</p><p>ritmo do aluno.</p><p>Em seguida, os autores mencionam que a exploração destas habilidades deve estar</p><p>em 1931 o autor Leoni Kaseff cunha o termo “super” para se referir a eles, fica instituído,</p><p>portanto, a terminologia “supernormais” para as pessoas com AH/SD.</p><p>Já o atendimento das crianças com AH/SD iniciou em 1929: “[...]com o convite</p><p>do Governo de Minas Gerais a Helena Antipoff, para ministrar aulas de Psicologia</p><p>Experimental na Escola de Aperfeiçoamento Pedagógico, em Belo Horizonte” (Branco</p><p>et al., 2017, p. 26). Em 1938 Antipoff fundou a Sociedade Pestalozzi em Minas Gerais, mais</p><p>precisamente em Belo Horizonte; sociedade prioritariamente destinada às crianças com</p><p>deficiências que, no entanto, atendeu inicialmente oito crianças com superdotação e,</p><p>com isso, mudou o panorama de atendimentos até então.</p><p>Helena Antipoff se preocupava com as crianças com AH/SD que viviam na zona</p><p>rural e em classes baixas, isso porque até então, existia a crença muito forte que este</p><p>público-alvo era, prioritariamente, pertencente às classes média e alta; com seu trabalho</p><p>tornou-se referência nesta temática em nosso país.</p><p>Você já percebeu que o aluno AH/SD, frequentemente, é esquecido quando se</p><p>menciona a Educação Especial e Inclusiva e que isto se deve a basicamente duas crenças</p><p>equivocadas:</p><p>1. Acredita-se que este aluno pertence, como vimos, às classes sociais altas e, com</p><p>isso, não necessita de “ajuda”.</p><p>2. Existem pouquíssimos alunos com AH/SD se compararmos às diversas deficiências,</p><p>por isso, não seria necessária “tanta preocupação ou relevância” na legislação e</p><p>história recente da Educação Especial e Inclusiva.</p><p>Figura 2: O jogo como instrumento para o desenvolvimento das habilidades</p><p>Fonte: Disponível em https://bit.ly/3tWYg04. Acesso em: 25 jan. 2022.</p><p>15</p><p>1.4 MOVIMENTO EDUCACIONAL VOLTADO À</p><p>EDUCAÇÃO ESPECIAL</p><p>É fundamental que você se aprofunde nas temáticas levantadas nas unidades das disci-</p><p>plinas de seu curso. A temática do Movimento da Escola Nova é recorrente em disciplinas</p><p>FIQUE ATENTO</p><p>Orientamos que leia trecho do livro abaixo para conhecer Mitos e Verdades so-</p><p>bre as pessoas com AH/SD, como por exemplo, a crença que esta pessoa é ca-</p><p>paz de tudo, tal como um super-herói, causando a invisibilidade que menciona-</p><p>mos, anteriormente e, consequentemente, a desinformação.</p><p>Indicamos em especial a leitura do capítulo 1, intitulado Altas habilidades/su-</p><p>perdotação: histórico e classificação E capítulo 2, Precocidade, criatividade, ta-</p><p>lento e genialidade.</p><p>Livro: Mitos e Verdades sobre Altas Habilidades e Superdotação</p><p>Autora: Elizabeth Regina Streisky de Farias</p><p>Disponível em: https://bit.ly/3xCablf. Acesso em: 29 jan. 2022.</p><p>BUSQUE POR MAIS</p><p>associada aos catalisadores dos ambientes, bem como os catalisadores intrapessoais,</p><p>isto quer dizer que, enquanto professores devemos respeitar e favorecer a associação das</p><p>habilidades de nosso aluno, tanto com o meio externo, quanto com o meio interno a este</p><p>aluno. E, por fim, os autores afirmam que é necessário associarmos o desenvolvimento</p><p>destas habilidades naturais ao próprio desenvolvimento do aluno respeitando, assim,</p><p>seu percurso biológico e natural. Sem esta consciência por parte do educador, nenhuma</p><p>habilidade se tornará um talento.</p><p>Agora, apresentaremos a você o principal Movimento Educacional que abarcou</p><p>diversos temas relacionados à Educação, incluindo a temática da Educação Especial e</p><p>Inclusiva e, consequentemente, os alunos com AH/SD. Este movimento é denominado</p><p>Movimento da Escola Nova e aconteceu no ano de 1932 na Europa e nos Estados Unidos.</p><p>Nestes países o educador que liderou o movimento foi John Dewey, no Brasil seu principal</p><p>líder foi Anísio Teixeira. O movimento originou um manifesto, denominado Manifesto</p><p>dos Pioneiros da Escola Nova, que pode ser encontrado na íntegra na internet; este</p><p>manifesto possui críticas à Educação Tradicional e, vai além, pois apresenta soluções</p><p>para os problemas/questões criticados por seus integrantes.</p><p>Para os educadores que assinaram este manifesto, o centro do processo educacional</p><p>não estava no professor, como acreditava-se até então e sim, no aluno. Para este, deveriam</p><p>ser direcionadas as propostas pedagógicas, metodologias e avaliações; por isso, cabia</p><p>uma reestruturação total do que era praticado até então, a começar pela inserção da</p><p>Psicologia no campo educacional, visto que, diversas situações observadas no cotidiano</p><p>da sala de aula poderiam ser compreendidas a partir de um olhar voltado sobre como</p><p>os aspectos psicológicos e emocionais influenciam no desempenho/desenvolvimento</p><p>tanto do aluno, quanto</p><p>do professor.</p><p>16</p><p>como: História da Educação; Didática; Educação Especial e Inclusiva, dentre</p><p>outras. Portanto, que tal conhecer o Movimento dos Pioneiros da Escola Nova?</p><p>Não é necessário fazer uma leitura profunda do material agora, mas conhecê-</p><p>-lo aos poucos.</p><p>Livro: Manifesto dos Pioneiros da Escola Nova (1932)</p><p>Disponível em: https://bit.ly/3991OnU. Acesso em: 18 jan. 2022.</p><p>O movimento da Escola Nova preocupava-se com o aprendizado do aluno, este</p><p>foi um dos motivos que levou ao surgimento da necessidade de incluir a Psicologia</p><p>no campo educacional. Ou seja, a pergunta norteadora dos questionamentos naquela</p><p>época era: Será que todos os alunos aprendem da mesma forma? Já sabia-se que a</p><p>resposta seria não, até por isso, o holofote saiu do professor e voltou-se para o aluno.</p><p>A partir deste movimento e, principalmente, da influência de John Dewey,</p><p>percebeu-se que os limites e possibilidades são inerentes ao ser humano e faz-se</p><p>necessária a correta mediação, aqui no caso da escola, para que estes sejam controlados</p><p>ou explorados. A partir daí, se cada aluno é único, não é possível que o mesmo</p><p>planejamento, a mesma metodologia ou avaliação atendam a todos de maneira igual.</p><p>Neste momento também, a sociedade mundial começa a perceber que, existem</p><p>crianças que não apresentam “deficiências aparentes” e crianças que apresentam</p><p>alto rendimento, reforçando mais uma vez, a necessidade da união entre Psicologia e</p><p>Educação. Ao acrescentar a Psicologia aos bancos da escola, a preocupação que surge é:</p><p>Como ensinar?Em detrimento da pergunta: O que ensinar?</p><p>Para isso, é necessário desenvolver a autonomia do aluno e o seu desenvolvimento</p><p>psicológico, visto que, como este ocupa agora o centro do processo educacional, não se</p><p>admite o ensino passivo, ou bancário (termo cunhado por Paulo Freire para se referir à</p><p>educação tradicional). Há uma grande preocupação com a metodologia do aprendizado,</p><p>que deve ser questionadora, ativa, motivadora, fazendo com que este aluno busque</p><p>aprender pesquisando, perguntando e experimentando. No entanto, há pouca menção</p><p>sobre como este aprendizado poderia ser direcionado ao aluno AH/SD, visto que, na</p><p>maioria dos artigos pesquisados para a elaboração deste material, ao fazer menção sobre</p><p>a relação Movimento da Escola Nova e Educação Especial, o foco recai, exclusivamente,</p><p>no aluno com deficiência.</p><p>Um exemplo disto pode ser lido no artigo de Martins (2017, p. 32), em que o autor</p><p>afirma que no século XIX surgem as classes pedagógicas para crianças com deficiência</p><p>em Lisboa (na época chamadas de anormais), onde se percebe uma preocupação</p><p>crescente com este público-alvo. Segundo o autor, existia uma Pedagogia para os</p><p>anormais realizada em paralelo à educação das crianças ditas “normais”; este já seria,</p><p>portanto, um prenúncio da modalidade Educação Especial. O autor afirma que:'</p><p>Essa pedagogia diferenciada servia, ainda, para fazer o reconhecimento da</p><p>anormalidade (despistagem) e facilitar o trabalho do professor nas aulas, a</p><p>determinação de uma pedagogia de base a aplicar ao aluno normal, o que</p><p>permitiria a construção de uma pedagogia especial que devia ser para o nosso</p><p>escola novista, individualizada e integradora desses ‘anormais escolares’.</p><p>Constituíam este grupo os retardados de inteligência, os instáveis e os mistos.</p><p>Esta ideia é o resultado de uma história nacional do ensino para anormais,</p><p>onde tudo se mostra de acordo com os avanços da medicina (psiquiatria) e da</p><p>psicologia, integrada no movimento médico-pedagógico [...]</p><p>17</p><p>A criança com deficiência (aparente ou não) muitas vezes era tratada como</p><p>“retardada” e “educada” em hospitais psiquiátricos. A palavra educada está,</p><p>propositalmente, entre aspas, pois obviamente não havia professores nestes locais, as</p><p>crianças eram frequentemente sedadas para que permanecessem sem atrapalhar</p><p>os profissionais durante o dia. Ao permanecer sedada com medicamentos fortes, a</p><p>criança permanecia prostrada, sem reação ou vontade de aprender. Portanto, não havia</p><p>metodologia ou preocupação com o seu aprendizado, muito menos com as crianças AH/</p><p>SD, pois sempre foram minoria e a minoria, frequentemente, não causava transtornos;</p><p>ou se causava, estes eram minimizados. Além do mais, o ideário na época era a favor</p><p>da preocupação com quem tinha dificuldade em aprender e não quem apresentava</p><p>facilidade.</p><p>É importante reforçar que, ainda hoje, muitos professores não sabem como lidar</p><p>em sala de aula com o aluno AH/SD. Precisamos compreender que, para sairmos de uma</p><p>educação retrógrada, todo movimento que pensa o processo educacional de maneira</p><p>crítica é bem-vindo. No entanto, há um longo caminho a percorrer no sentido de não</p><p>somente testar a inteligência deste aluno e sim, favorecer o seu melhor desenvolvimento,</p><p>tendo em vista que cada ser humano é único e não existe fórmula mágica para o</p><p>aprendizado.</p><p>18</p><p>1. Leia atentamente o trecho a seguir:</p><p>A educação inclusiva constitui um paradigma educacional fundamentado na</p><p>concepção de direitos humanos, que conjuga igualdade e diferença como valores</p><p>indissociáveis, e que avança em relação à ideia de equidade formal ao contextualizar as</p><p>circunstâncias históricas da produção da exclusão dentro e fora da escola.</p><p>Ao reconhecer que as dificuldades enfrentadas nos sistemas de ensino evidenciam</p><p>a necessidade de confrontar as práticas discriminatórias e criar alternativas para</p><p>superá-las, a educação inclusiva assume espaço central no debate acerca da sociedade</p><p>contemporânea e do papel da escola na superação da lógica da exclusão.</p><p>Fonte: BRASIL. Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação</p><p>Inclusiva. Brasília: Ministério da Educação, 2008. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/</p><p>arquivos/pdf/politicaeducespecial.pdf. Acesso em: 29/janeiro/2022.</p><p>A partir do trecho acima e do conteúdo estudado nesta unidade, analise atentamente</p><p>as frases abaixo:</p><p>I – Algumas políticas são essenciais para a compreensão do público-alvo da Educação</p><p>Especial e Inclusiva, tais como a Política Nacional da Educação Especial, elaborada em</p><p>1994 em Salamanca na Espanha.</p><p>II – A Política Nacional da Educação Especial apresenta terminologias relacionadas ao</p><p>público-alvo da Educação Especial e Inclusiva que são utilizadas até os dias atuais.</p><p>III – A Declaração de Salamanca apresenta a necessidade mundial de inclusão das</p><p>crianças com deficiência ou altas habilidades, nas escolares regulares.</p><p>Está correto o que se afirma em:</p><p>a) Apenas I</p><p>b) Apenas II</p><p>c) Apenas III</p><p>d) Apenas I e II</p><p>e) Apenas II e III</p><p>2. O termo dificuldades de aprendizagem é relativamente recente nas políticas públicas</p><p>mundiais e brasileiras referente à Educação Especial e Inclusiva, podemos afirmar que as</p><p>dificuldades de aprendizagem podem ser decorrentes das necessidades educacionais</p><p>especiais e pontos específicos durante a sua escolarização. A escola inclusiva é aquela</p><p>em que todos podem aprender, conjuntamente, independente de deficiência, alta</p><p>habilidade e dificuldade de aprendizagem. O primeiro documento que apresenta a</p><p>terminologia “dificuldades de aprendizagem” em nível mundial, foi:</p><p>a) Declaração de Salamanca, 1994.</p><p>FIXANDO O CONTEÚDO</p><p>19</p><p>b) Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, 1996.</p><p>c) Convenção de Guatemala, 1999.</p><p>d) Constituição Federal, 1988.</p><p>e) Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva, 2008.</p><p>3. Preste atenção na tirinha abaixo:</p><p>Agora, leia atentamente o trecho a seguir:</p><p>A respeito da relação entre os materiais acima, analise as frases a seguir:</p><p>I. É frequente tanto na mídia, quanto na legislação, a predominância do termo das</p><p>pessoas com deficiência quando fala-se em Educação Especial e Inclusiva</p><p>PORQUE</p><p>II. A sociedade tende a acreditar que devemos nos preocupar, prioritariamente, com</p><p>quem apresenta dificuldades aparentes. No entanto, as crianças com altas habilidades</p><p>e superdotação também podem apresentar dificuldades.</p><p>Sobre as frases acima e a relação que se estabelece entre elas, assinale a alternativa</p><p>correta:</p><p>Art. 58. Entende-se por educação especial, para os efeitos desta Lei, a</p><p>modalidade de educação escolar, oferecida preferencialmente na rede</p><p>regular de ensino, para educandos portadores de necessidades especiais.</p><p>§ 1o Haverá, quando necessário, serviços de apoio especializado, na escola</p><p>regular, para atender as peculiaridades da clientela de educação especial.</p><p>§ 2o O atendimento educacional será feito em classes, escolas ou serviços</p><p>especializados, sempre que, em função das condições específicas dos alunos,</p><p>não for possível a sua integração nas classes comuns de ensino regular. § 3o</p><p>A oferta de educação especial, dever constitucional do Estado, tem início na</p><p>faixa etária de zero a seis anos, durante a educação infantil (BRASIL, 1996, p. 25).</p><p>Fonte: BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Brasília: Senado Federal, 2005. Disponível em: http://www.planalto.</p><p>gov.br/ccivil_03/LEIS/l9394.htm. Acesso em: 29/janeiro/2022.</p><p>20</p><p>(...) comumente estes alunos permanecem “invisíveis” no contexto educacional,</p><p>pois não são reconhecidos ou, mesmo sendo informalmente identificados,</p><p>não recebem, muitas vezes, o acompanhamento educacional necessário para</p><p>o avanço em suas potencialidades (RECH et al., 2017, p. 7877).</p><p>Fonte: RECH, Andréia; BULHÕES, Priscila; PEREIRA, Cássia. Altas habilidades/superdotação e a inclusão: o potencial</p><p>da pesquisa na desconstrução de mitos. XIII EDUCERE – Congresso Nacional de Educação,</p><p>2017. Disponível em: https://bit.ly/3NzmchQ . Acesso em: 07/janeiro/2022</p><p>a) I está correta e II incorreta.</p><p>b) I está incorreta e II correta.</p><p>c) Ambas estão erradas.</p><p>d) Ambas estão corretas e II justifica corretamente I.</p><p>e) Ambas estão corretas, porém, não há relação entre elas.</p><p>4. Leia atentamente o trecho a seguir, extraído do E-book da Unidade 1:</p><p>Na linha histórica do tempo traçada na unidade inicial desta disciplina verificamos</p><p>poucas menções às pessoas AH/SD, podemos afirmar que em termos documentais, a</p><p>sociedade começa a pensar essas pessoas:</p><p>a) Em 1988, na Constituição Federal, no artigo 205.</p><p>b) Em 1924 em documento do autor Ulisses Pernambuco, distinguindo as “crianças</p><p>supernormais” das “precoces”.</p><p>c) Em 1996 na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional.</p><p>d) Em 1938 quando foi instituída a Sociedade Pestalozzi, criada exclusivamente para</p><p>atendimento de crianças com AH/SD.</p><p>e) Em 1932, no Manifesto dos Pioneiros da Escola Nova, Movimentos dos Escola</p><p>Novistas.</p><p>5. A respeito do Movimento da Escola Nova, analise as frases a seguir:</p><p>I – Trata-se de um Movimento Pioneiro que questionava a Educação Tradicional e</p><p>propunha alternativas ao ensino praticado até então.</p><p>II – Trata-se de um movimento questionador que, entretanto, não apresenta</p><p>alternativas ao ensino praticado até o momento.</p><p>III – Apesar de ser um movimento considerado inovador para a época, pouco alterou na</p><p>educação que conhecemos hoje.</p><p>Está correto o que se afirma em:</p><p>a) Apenas I</p><p>b) Apenas II</p><p>c) Apenas III</p><p>d) I, II e III</p><p>e) Apenas I e III</p><p>6. Sobre o movimento da Escola Nova, leia o trecho a seguir:</p><p>O movimento educacional conhecido como Escola Nova surgiu para propor novos</p><p>caminhos a uma educação que a muitos parecia em descompasso com o mundo das</p><p>ciências e das tecnologias. Em um mundo de transformações, muitos sentiam que</p><p>21</p><p>precisavam inovar, “aprender a aprender”. Para alguns, a Escola Nova, pois pretendeu</p><p>promover a pedagogia da existência, superação da pedagogia da essência. Tratava-se</p><p>de não mais submeter o homem a valores e dogmas tradicionais e eternos, não mais</p><p>educá-lo para a realização de sua “essência verdadeira”.</p><p>Fonte: SANTOS, Irene; PRESTES, Reulcinéia; VALE, Antônio. Brasil 1930 – 1961: Escola Nova, LDB e disputa entre escola pública e escola privada. Revista HISTEDBR On-line,</p><p>Campinas, n.22, p.131 –149, jun. 2006. Disponível em: https://www.fe.unicamp.br/pf-fe/publicacao/4901/art10_22.pdf. Acesso em: 29/janeiro/2022.</p><p>O principal influenciador deste movimento em nosso país foi:</p><p>a) Paulo Freire</p><p>b) John Dewey</p><p>c) Helena Antipoff</p><p>d) Anísio Teixeira</p><p>e) Mário Sérgio Cortella</p><p>7. Sobre o documento denominado Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na</p><p>Educação Básica de 2001, leia atentamente as afirmações a seguir:</p><p>I – Diversos autores criticam a falta de referência aos alunos com AH/SD</p><p>PORTANTO</p><p>II – O documento busca suprir esta lacuna com a sugestão da substituição do ensino</p><p>regular pela educação especial</p><p>Está correto o que se afirma em:</p><p>a) Ambas estão erradas, no entanto, II justifica corretamente I</p><p>b) I está correta e II errada.</p><p>c) I está errada e II correta.</p><p>d) Ambas estão corretas e II justifica corretamente I.</p><p>e) Ambas estão erradas.</p><p>8. Traçamos durante a Unidade 1 um panorama histórico da legislação recente relacionada</p><p>à Educação Especial e Inclusiva, especificadamente, nos preocupamos com os alunos</p><p>AH/SD. O período histórico analisado foi a Contemporaneidade, é marco histórico do</p><p>início deste período:</p><p>a)A Ditadura Militar em 1964, no Brasil.</p><p>b) A elaboração da Constituição Federal em 1988, no Brasil.</p><p>c) A Revolução Francesa, em 1789.</p><p>d) A Independência do Brasil, em 1822.</p><p>e) A Proclamação da República, Brasil, em 1889.</p><p>22</p><p>LEGISLAÇÃO</p><p>BRASILEIRA</p><p>23</p><p>2.1 INTRODUÇÃO</p><p>Quando nos propomos a analisar a Legislação Brasileira e mundial sobre a</p><p>Educação Especial e Inclusiva, no tocante ao aluno com Altas Habilidades e Superdotação</p><p>(AH/SD), saiba que o caminho a ser percorrido é extenso e não existe, ainda, uma linha</p><p>de chegada. São muitos os documentos que devem ser analisados, mas os principais</p><p>que iremos nos ater são a Constituição Federal, a LDB – Lei de Diretrizes e Bases da</p><p>Educação Nacional e algumas legislações específicas voltadas à Educação Especial e</p><p>Inclusiva. Mencionamos na unidade anterior os seguintes documentos: Política Nacional</p><p>da Educação Especial de 1994; Declaração de Salamanca em 1994; LDB- Lei de Diretrizes</p><p>e Bases da Educação Nacional de 1996; Decreto nº 3298/99; Diretrizes Nacionais para a</p><p>Educação Especial na Educação Básica de 2001; Plano Nacional de Educação (PNE) lei nº</p><p>10172 de 2001. Mas, ainda faltam muitos documentos/legislações para analisarmos, que</p><p>tal antes de avançarmos pelos anos 2000, voltarmos um pouco à Constituição Federal e</p><p>a LDB? Vamos juntos!</p><p>A Educação é um ato social que está enraizado em nossa sociedade e explícito</p><p>na legislação que nos governa; enquanto direito social, é garantida ao cidadão e se</p><p>estabelece como dever do Estado e da família conforme consta em nossa Constituição</p><p>Federal de 1988. Ou seja, toda e qualquer criança deve ter acesso à escola (devem existir</p><p>vagas suficientes para atender a todas as crianças em idade escolar) e permanência no</p><p>sistema escolar (ou seja, condições para que a criança se mantenha na escola e consiga</p><p>dar prosseguimento aos seus estudos em condições suficientes para o seu aprendizado</p><p>e promoção escolar). Em contrapartida, a família tem obrigação de matricular seu filho</p><p>na escola e também oferecer condições para o seu pleno desenvolvimento educacional.</p><p>2.2 CONSTITUIÇÃO FEDERAL, LEI DE DIRETRIZES E BASES DA</p><p>EDUCAÇÃO NACIONAL E LEGISLAÇÕES ESPECÍFICAS</p><p>Figura 3: Crianças em ambiente escolar</p><p>Fonte: Disponível em https://bit.ly/3GZyqfF. Acesso em: 25 jan. 2022.</p><p>A Educação em si possui diversas finalidades que vão muito além da função</p><p>reprodutora de conteúdo. Ou seja, oferecer o conteúdo previsto na Legislação Educacional</p><p>é o mínimo que se espera de uma escola, seja ela pública ou particular. Além disso, temos</p><p>que pensar nos elementos envolvidos na escola, tais como: alunos, conteúdo cultural,</p><p>recursos financeiros, materiais e humanos. Vamos nos ater a analisar o item alunos neste</p><p>24</p><p>momento.</p><p>O professor do século XXI deve preocupar-se em tentar descobrir quem são seus</p><p>alunos, quais suas origens, conhecimentos prévios, desejos, necessidades para desta</p><p>forma, estabelecer</p><p>uma relação saudável de convívio e poder compartilhar entre todos</p><p>os saberes constituídos pela humanidade. Neste momento, recorremos à Paulo Freire,</p><p>célebre educador brasileiro que estudou as relações que existem entre as pessoas</p><p>envolvidas no processo educacional como um todo. Freire dizia que o professor aprende</p><p>com o aluno e o aluno aprende com o professor. Antigamente esta frase poderia soar como</p><p>desconfortável ao ouvido de algumas pessoas, hoje já sabemos que é extremamente</p><p>real e factível, visto que, o “poder do conhecimento” não pertence somente ao professor</p><p>(como se acreditava na Educação Tradicional) e que o professor deve ter a humildade</p><p>de reconhecer-se limitado (assim como todos os seres humanos). Ao reconhecer-</p><p>se incompleto, leia-se em construção, este professor escuta seu aluno, dá voz a ele e</p><p>com este gesto aprende, verdadeiramente, a partir do que chamamos atualmente de</p><p>processo de ensino-aprendizagem; este processo é uma via de mão dupla onde ambos</p><p>aprendem e ensinam.</p><p>Provavelmente, você já ouviu falar de Paulo Freire não é mesmo? Este autor é,</p><p>frequentemente, citado em várias disciplinas ao longo do curso de Pedagogia e</p><p>das demais Licenciaturas. Freire não se formou Pedagogo, originalmente, gra-</p><p>duou-se em Direito e, posteriormente, exerceu a docência.</p><p>Foi um dos principais educadores em nosso país, tanto pela importância de sua</p><p>obra, quanto de sua atuação. Orientamos que leia mais sobre a sua biografia e</p><p>também suas obras, para começar indicamos que acesse o link a seguir:</p><p>SAUL, A.; SILVA, C. Contribuições de Paulo Freire para a Educação Infantil: Im-</p><p>plicações para as Políticas Públicas. Disponível em: https://bit.ly/3TfByJN. Acesso</p><p>em: 25/janeiro/2022.</p><p>Além disso, indicamos a leitura do capítulo - Um diálogo sobre a práxis na docên-</p><p>cia das autoras Sara Ingrid Borba e Vânia Batista dos Santos – Obra: Diálogos</p><p>com Paulo Freire [recurso eletrônico]: reflexão e ação/org. Luiz Siveres, José Ivaldo</p><p>Araújo de Lucena, Joaquim Alberto Andrade Silva. Caxias do Sul, RS: Educs, 2021.</p><p>Disponível em: https://bit.ly/3t9oaw8</p><p>Acesso em: 29/janeiro/2022.</p><p>BUSQUE POR MAIS</p><p>O Brasil possui uma lei fundamental que direciona seus cidadãos, bem como</p><p>normatiza suas demais leis e normas, esta lei é a Constituição Federal, a mais atual é a</p><p>de 1988, no entanto, nosso país possui Constituições desde 1824. Nesta lei, atualmente,</p><p>estão previstos nossos direitos e deveres e, também, como se dá a organização do Estado</p><p>e de seus poderes, a saber: Executivo, Legislativo e Judiciário. Dentro do Título II – Dos</p><p>Direitos e Garantias Fundamentais encontramos, o Art. 6º será a base fundante deste</p><p>capítulo: os Direitos Sociais:</p><p>Art. 6o São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a</p><p>moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção</p><p>à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta</p><p>25</p><p>Figura 4: Representação da Desigualdade Social</p><p>Fonte: Disponível em https://bit.ly/3Aw9yJR. Acesso em: 25 jan. 2022</p><p>Entre parênteses na citação acima encontra-se o número da Emenda</p><p>Constitucional que embasa este artigo e depois do número encontra-se a / - barra e o</p><p>ano a que se refere esta emenda. Entenda que nossa Constituição é de 1988 e de lá para</p><p>cá, muitas Emendas Constitucionais foram feitas, até porque já passaram-se mais de 30</p><p>anos da sua elaboração, portanto, é necessária uma atualização, mesmo que seja feita</p><p>por Emendas Constitucionais.</p><p>Entende-se que o direito à Educação é reconhecido nesta Constituição como</p><p>um dos direitos fundamentais do homem, mas será que este direito é plenamente</p><p>atendido quando falamos em crianças com AH/SD? Perceba que o direito à Educação</p><p>é algo extremamente importante em qualquer sociedade, isso porque, a Educação só</p><p>acontece se for garantida por lei de maneira obrigatória e gratuita. Do contrário, estamos</p><p>restringindo a Educação àqueles que têm condições financeiras para tal e, através de</p><p>pesquisas feitas pelo Relatório de Desigualdade Global da Escola de Economia de Paris,</p><p>no Brasil temos em 2018 a seguinte distribuição de renda:</p><p>• 50% da população é considerada: a mais pobre, corresponde a 71,2 milhões de</p><p>adultos;</p><p>• 40% da população é considerada: classe média, corresponde a 57 milhões de</p><p>adultos;</p><p>• 9% da população é considerada: rica, corresponde a 12,8 milhões de adultos;</p><p>• 1% da população é considerada: muito rica, corresponde a 1,4 milhões de adultos.</p><p>Constituição. (EC nº 26/2000, EC nº 64/2010 e EC nº 90/2015) (BRASIL, 1988, p.</p><p>19).</p><p>Não se engane, este 1% da população que é considerada a faixa mais rica, concentra</p><p>cerca de 28,3% da renda total de nosso país. Ou seja, aquela música da década de 90 que</p><p>dizia que em nosso país o rico cada vez fica mais rico, e o pobre cada vez fica mais pobre</p><p>nunca fez tanto sentido. Como se sabe, acredita-se, equivocadamente, que as crianças</p><p>com AH/SD pertencem às classes sociais mais altas em nosso país e, por isso, muitas</p><p>vezes estas crianças tornam-se invisíveis aos olhos da sociedade.</p><p>A Constituição Federal atual é datada de 1988 e foi promulgada após o término da</p><p>Ditadura que foi encerrada em 1985; em 1986 foi convocada a Assembleia Constituinte</p><p>que realizou a elaboração dos trabalhos para a nova Constituição Federal, denominada</p><p>Constituição Cidadã. Como vimos nas páginas anteriores, efetiva-se nesta Constituição a</p><p>Educação como direito social básico de toda a população.</p><p>O Título VIII trata da Ordem Social, em seu capítulo III os temas tratados são: Educação,</p><p>Cultura e Desporto e, dentro deste capítulo a Seção I é específica da Educação (artigos</p><p>26</p><p>Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será</p><p>promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno</p><p>desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua</p><p>qualificação para o trabalho (BRASIL, 1988, p. 123).</p><p>Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:</p><p>(EC no 19/98 e EC no 53/2006) I – igualdade de condições para o acesso e</p><p>permanência na escola; II – liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar</p><p>o pensamento, a arte e o saber; III – pluralismo de ideias e de concepções</p><p>pedagógicas, e coexistência de instituições públicas e privadas de ensino; IV</p><p>– gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais; V – valorização</p><p>dos profissionais da educação escolar, garantidos, na forma da lei, planos de</p><p>carreira, com ingresso exclusivamente por concurso público de provas e títulos,</p><p>aos das redes públicas; VI – gestão democrática do ensino público, na forma</p><p>da lei; VII – garantia de padrão de qualidade; VIII – piso salarial profissional</p><p>nacional para os profissionais da educação escolar pública, nos termos de lei</p><p>federal. Parágrafo único. A lei disporá sobre as categorias de trabalhadores</p><p>considerados profissionais da educação básica e sobre a fixação de prazo para</p><p>a elaboração ou adequação de seus planos de carreira, no âmbito da União,</p><p>dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios (BRASIL, 1988, p. 123).</p><p>Art. 208. O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia</p><p>de: (EC no 14/96, EC no 53/2006 e EC no 59/2009) 123 - Da Ordem Social:</p><p>I – educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos 17 (dezessete)</p><p>anos de idade, assegurada inclusive sua oferta gratuita para todos os que a ela</p><p>não tiveram acesso na idade própria; II – progressiva universalização do ensino</p><p>médio gratuito; III – atendimento educacional especializado aos portadores</p><p>de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino; IV – educação</p><p>infantil, em creche e pré-escola, às crianças até 5 (cinco) anos de idade; V –</p><p>acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística,</p><p>segundo a capacidade de cada um; VI – oferta de ensino noturno regular,</p><p>adequado às condições do educando; VII – atendimento ao educando, em</p><p>todas as etapas da educação básica, por meio de programas suplementares</p><p>de material didático-escolar,</p><p>transporte, alimentação e assistência à saúde. §</p><p>1o O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito público subjetivo. § 2o</p><p>O não-oferecimento do ensino obrigatório pelo Poder Público, ou sua oferta</p><p>204 a 215). Trataremos aqui, especificadamente, sobre os artigos 205, 206 e 208:</p><p>Este artigo é de suma importância pois, estabelece que a Educação é um DIREITO</p><p>de todos e DEVER da FAMÍLIA (ou seja, a família deve matricular seu filho na escola e</p><p>dar condições para a sua evolução nos estudos) e do ESTADO (que deve oferecer VAGA</p><p>e condições de PERMANÊNCIA na Escola). Já o art. 206, afirma:</p><p>Novamente, este artigo reforça a responsabilidade do Estado na garantia de</p><p>igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; bem como a liberdade</p><p>(tão exígua nos tempos da ditadura) e o pluralismo de ideias e concepções dos indivíduos</p><p>e Instituições.</p><p>Já o Artigo 208 é crucial para o estabelecimento de como se dará o DEVER do</p><p>Estado com a Educação:</p><p>27</p><p>2.3 POLÍTICA NACIONAL DE EDUCAÇÃO ESPECIAL NA</p><p>PERSPECTIVA DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA</p><p>Figura 5: Representação visual dos termos exclusão, separação, integração e inclusão</p><p>Fonte: Disponível em https://bit.ly/3AtxJso. Acesso em: 25 jan. 2022.</p><p>irregular, importa responsabilidade da autoridade competente. § 3o Compete</p><p>ao Poder Público recensear os educandos no ensino fundamental, fazer-lhes</p><p>a chamada e zelar, junto aos pais ou responsáveis, pela frequência à escola</p><p>(BRASIL, 1988, p. 123-124).</p><p>Neste artigo constitucional podemos destacar o item I que trata da educação</p><p>básica obrigatória – novidade – desde a Educação Infantil (Pré-escola) até o Ensino</p><p>Médio. Trata-se da primeira Constituição que assume a responsabilidade do Estado</p><p>diante da sociedade com relação à Educação. Ou seja, não é possível mais encontrarmos</p><p>escolas sem vagas ou condições para a evolução nos estudos de nossas crianças. A</p><p>Educação hoje é um direito essencial e intrínseco à condição humana e necessário</p><p>ao pleno desenvolvimento da personalidade humana e da cidadania. Aqui, cabe um</p><p>parêntese, voltemos à expressão grifada acima (evolução nos estudos), este item nos</p><p>é extremamente caro, pois quando falamos em crianças com AH/SD, percebemos ser</p><p>um enorme desafio. A seguir, apresentaremos a Política Nacional de Educação Especial,</p><p>documento norteador para o atendimento às crianças com deficiências e AH/SD.</p><p>Existe um documento denominado Política Nacional de Educação Especial de</p><p>1994 já estudado, anteriormente, no entanto, analisaremos nesta unidade a política mais</p><p>relevante e recente nesta área de nominada: Política Nacional de Educação Especial na</p><p>Perspectiva da Educação Inclusiva (2008).</p><p>Em primeiro lugar vamos esclarecer o que significa o termo inclusão ou inclusiva</p><p>que consta na nomenclatura desta política e não consta na anterior, de 1994. De acordo</p><p>com a apresentação deste documento, incluir significa trabalhar nos bancos da escola,</p><p>a partir do entendimento sobre a concepção dos direitos humanos, considerando</p><p>que igualdade e diferença são concepções indissociáveis, ou seja, estão intimamente</p><p>ligadas e não é possível deixarmos a diferença do lado de fora da sala de aula. Ainda, o</p><p>documento afirma ser necessário que a escola assuma seu papel: “[...] na superação da</p><p>lógica de exclusão” para isso é necessário que a escola seja repensada “[...] implicando</p><p>uma mudança estrutural e cultural da escola para que todos os alunos tenham suas</p><p>especificidades atendidas” (BRASIL, 2008, p. 05).</p><p>É necessário entendermos que, nas décadas de 80, 90 e começo dos anos 2000,</p><p>entendia-se a Educação Especial como uma espécie de substituto do ensino regular, ou</p><p>seja, as crianças com deficiências ou AH/SD deveriam frequentar ambientes escolares</p><p>específicos para seu atendimento, no entanto, hoje já sabemos que a educação para</p><p>28</p><p>Alunos com altas habilidades/superdotação demonstram potencial elevado</p><p>em qualquer uma das seguintes áreas, isoladas ou combinadas: intelectual,</p><p>acadêmica, liderança, psicomotricidade e artes. Também apresentam</p><p>elevada criatividade, grande envolvimento na aprendizagem e realização de</p><p>tarefas em áreas de seu interesse. [...]As definições do público-alvo devem ser</p><p>contextualizadas e não se esgotam na mera categorização e especificações</p><p>atribuídas a um quadro de deficiência, transtornos, distúrbios e aptidões.</p><p>Considera-se que as pessoas se modificam continuamente transformando o</p><p>contexto no qual se inserem (BRASIL, 2008, p. 15).</p><p>estes alunos deve ser realizada dentro da sala de aula, normalmente, na escola regular e,</p><p>caso seja necessário, este aluno realizará algum atendimento específico no contraturno</p><p>na própria sala regular ou na sala de recursos.</p><p>Acredite: o melhor ambiente para o desenvolvimento de uma criança com</p><p>deficiência ou AH/SD é o ambiente escolar regular, com as crianças sem deficiência</p><p>ou AH/SD. Mas isso não pode acontecer de qualquer forma, ou seja, é necessário que</p><p>o professor estruture e planeje sua aula para que possa contemplar todos seus alunos,</p><p>sem exceção. Vejamos agora, qual é o objetivo desta Política Nacional de Educação</p><p>Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva, de acordo com o próprio documento</p><p>(2008): para a efetivação da inclusão, de acordo com o documento, são necessárias</p><p>algumas adaptações da escola em busca desta garantia a todos os alunos público-</p><p>alvo da Educação Especial, tais como: 1. Oferta do AEE – Atendimento Educacional</p><p>Especializado, conforme mencionamos, anteriormente, quando nos referimos à sala</p><p>de recursos que será oportunamente explicada em detalhes a você, caro estudante; 2.</p><p>Formação de professores para este atendimento, bem como os demais profissionais da</p><p>educação; 3. Participação da família e da comunidade em todas as etapas do processo</p><p>de inclusão; 4. Acessibilidade arquitetônica, ou seja, as transformações não acontecem</p><p>apenas dentro da sala de aula, mas no prédio também, em seus acessos, corredores,</p><p>banheiros, refeitórios e até mesmo na sala de matrícula ou atendimento, bem como</p><p>nos móveis e equipamentos; 5. Ajustes nas comunicações para que todos recebam as</p><p>mesmas informações; 6. Articulação entre os setores envolvidos desde a esfera micro até</p><p>a macro, como garantia para a implementação das políticas relacionadas a este público-</p><p>alvo. Vejamos agora, como esta Política define nossos alunos com AH/SD:</p><p>Entendemos a partir da citação acima que, estes alunos não devem ser rotulados,</p><p>pois como todos os seres humanos, estamos em constante transformação. Agora,</p><p>vamos analisar, brevemente, como deve acontecer o AEE – Atendimento Educacional</p><p>Especializado para esta população.</p><p>Para entender melhor o que é e como se constitui o AEE – Atendimento Educa-</p><p>cional Especializado, indicamos a leitura do material abaixo. Nele o Ministério da</p><p>Educação apresenta suas diretrizes, público-alvo, como é realizado o seu finan-</p><p>ciamento, sua institucionalização, formação e atribuições do professor atuante</p><p>no AEE. Disponível em: https://bit.ly/3xB93i2. Data de acesso: 20 jan. 2022.</p><p>FIQUE ATENTO</p><p>29</p><p>2.4 A INTELIGÊNCIA COMO PATRIMÔNIO SOCIAL</p><p>Vamos nos deter somente aos alunos com AH/SD na análise do documento</p><p>Diretrizes Operacionais da Educação Especial para o Atendimento Educacional</p><p>Especializado na Educação Básica, mas conforme indicamos acima, é fundamental que</p><p>você conheça o documento completo.</p><p>Este documento afirma que estes alunos possuem direito à matrícula nos sistemas</p><p>de ensino nas escolas comuns do ensino regular (sejam estaduais ou municipais) e que,</p><p>além disso, devem ofertar o AEE – Atendimento Educacional Especializado favorecendo,</p><p>assim, seu desenvolvimento e promovendo condições para a busca por uma educação</p><p>de qualidade. Na prática isso quer dizer que o aluno deve frequentar a turma regular,</p><p>com as outras crianças e receber um atendimento direcionado, preferencialmente, no</p><p>contraturno, no sentido de favorecer o melhor desenvolvimento de suas habilidades ou</p><p>condição de superdotação. Você pode se perguntar de que forma este atendimento é</p><p>feito, não é mesmo? E o próprio documento dá o direcionamento:</p><p>Para isso, é necessário que a escola possua uma sala denominada Sala de Recursos</p><p>Multifuncionais, porém, em muitos casos sabemos que a escola não possui este ambiente,</p><p>portanto, o próprio documento das Diretrizes do AEE afirma que é possível que o aluno</p><p>utilize salas de outras escolas públicas ou particulares, desde que conveniadas com a</p><p>Secretaria de Educação. Percebemos mais uma vez, agora no documento denominado</p><p>Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva, poucas</p><p>menções aos alunos com AH/SD. Agora pense: se você fosse professor de uma turma</p><p>de 1º ano do Ensino Fundamental e recebesse um aluno com AH/SD, recorrendo aos</p><p>documentos normativos da área conforme analisamos até agora, conseguiria saber</p><p>efetivamente como atuar com este aluno? A resposta provavelmente seria NÃO. No</p><p>entanto, não se desespere, pois iremos além da legislação, ou seja, apresentaremos a</p><p>você no decorrer das unidades, possibilidades de atuação junto a este aluno, porém,</p><p>saiba que todo aluno é único e cada caso é um caso, certo? Vamos em frente!</p><p>Provavelmente, neste momento surge uma dúvida em sua cabeça: quem é este</p><p>aluno com AH/SD? Quais são suas características? Como trabalhar na sala regular e</p><p>no AEE em busca do seu desenvolvimento? Vamos esclarecer todas estas dúvidas, a</p><p>começar por identificar o que quer dizer quando afirmamos que o aluno possui uma</p><p>inteligência acima da média.</p><p>Em 1996 na cidade do Rio de Janeiro foi realizado o XI Seminário Nacional em parceria</p><p>com a Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) e Ministério da Educação, com a</p><p>temática: “Inteligência: Patrimônio Social”, discutindo sobre as Altas Habilidades e sua</p><p>relação com desnutrição, inteligência, pobreza, terceira idade, ética, interdisciplinaridade,</p><p>criatividade, dentre outros temas inter-relacionados. Existe também um livro com o</p><p>título: Inteligência: Patrimônio Social da autora Marsyl Bulkool Mettrau, de 2000, esta</p><p>é uma das principais autoras que trata desta temática, conforme veremos em diversos</p><p>Para o atendimento às necessidades específicas relacionadas às altas</p><p>habilidades/superdotação são desenvolvidas atividades de enriquecimento</p><p>curricular nas escolas de ensino regular em articulação com as instituições</p><p>de educação superior, profissional e tecnológica, de pesquisa, de artes, de</p><p>esportes, entre outros (BRASIL, 2008a, p. 01).</p><p>30</p><p>Fernandes et al. (2014) afirmam que longe dos testes de QI (Quociente de</p><p>Inteligência), Renzulli, um psicólogo da Universidade de Connecticut elaborou o modelo</p><p>denominado Modelo dos três anéis em que afirma que as altas habilidades não são</p><p>apenas resultado de uma inteligência acima da média, mas sim, se constituem a partir</p><p>de três interações, a saber: 1. Aptidão acima da média (que deve ser acima da média,</p><p>mas não necessita, necessariamente, ser estável); 2. Criatividade elevada (relacionada</p><p>com a flexibilidade e pensamento original); 3. Envolvimento com a tarefa (relacionada</p><p>às características em que a pessoa demonstra persistência, esforço, resiliência, dentre</p><p>outras). Podemos afirmar, segundo Fernandes et al. (2014) que, a intersecção destas três</p><p>interações é que constitui uma pessoa com altas habilidades. Se a pessoa apresentar</p><p>apenas duas destas características (aptidão acima da média + criatividade OU criatividade</p><p>+ envolvimento com a tarefa OU aptidão acima da média + envolvimento com a tarefa)</p><p>não se trata, necessariamente, de uma pessoa com altas habilidades, podendo ser</p><p>classificada como “pessoa talentosa”.</p><p>A expressão altas habilidades surge como uma denominação recente,</p><p>na literatura especializada, a fim de reduzir preconceitos associados</p><p>historicamente ao vocábulo superdotado. As ideias usuais, decorrentes</p><p>do termo superdotado, favorecem muitos equívocos, como a noção de um</p><p>ser humano perfeito, com habilidades elevadas em todas as áreas do saber</p><p>e do fazer e de que seria, sobretudo, predestinado ao sucesso acadêmico e</p><p>profissional, em consequência de sua inteligência. Assim sendo[...] a expressão</p><p>“altas habilidades”, indica, genericamente, a presença de uma ou mais</p><p>habilidades elevadas ou acima da média populacional e descreve, de modo</p><p>fidedigno, esse alunado (VIRGOLIM, 2007, p. 159).</p><p>momentos em nossa disciplina. Estes dois marcos históricos são a referência para este</p><p>último item desta unidade.</p><p>Marsyl Bulkool Mettrau é Pedagoga com Mestrado em Educação realizado no Brasil</p><p>e Doutorado em Educação realizado em Portugal. É professora aposentada pela UERJ</p><p>– Universidade do Estado do Rio de Janeiro, mas continua na ativa, é um dos principais</p><p>nomes quando nos referimos à temática de altas habilidades e inteligência. Até mesmo</p><p>as expressões ou o modo como nos referimos a nossos alunos devem ser bem pensados</p><p>para que não os subestimemos ou superestimemos. A expressão superdotação, conforme</p><p>estudos de diversos cientistas, em especial de Mettrau, remete à ideia de uma pessoa</p><p>infalível tal como um super-herói dotado de poderes e características positivas. Por isso,</p><p>esta expressão é amplamente criticada, sugere-se como veremos a seguir, a expressão</p><p>altas habilidades.</p><p>Existem diversas definições sobre o que seriam as altas habilidades, neste momento</p><p>vamos recorrer a outra autora referência na área:</p><p>A noção de inteligência não pode estar diretamente ligada apenas àquela pessoa que</p><p>resolve problemas matemáticos sem dificuldades, ou um brilhante escritor e orador, por</p><p>exemplo. Um exemplo disso é a teoria de Gardner, das múltiplas inteligências. Segundo ele,</p><p>são oito as múltiplas inteligências, a saber: linguística, lógico-matemática, espacial, corpo-</p><p>VAMOS PENSAR?</p><p>31</p><p>ral-sinestésica, musical, interpessoal, intrapessoal e naturalista. Portanto, as inteligências</p><p>são potenciais que podem ou não ser desenvolvidos a partir da interação com o meio e as</p><p>pessoas que nos cercam.</p><p>Para finalizarmos esta unidade, voltemos ao título desta seção e aos documentos</p><p>que embasaram esta escolha, conforme apresentamos no início da seção. A expressão</p><p>inteligência como patrimônio social diz respeito à ideia de pensarmos nestes alunos com</p><p>altas habilidades como nosso patrimônio e que sua inteligência seja utilizada a favor da</p><p>sociedade e não somente em usufruto próprio. A inteligência, quando bem aproveitada,</p><p>pode render inúmeros benefícios sociais desde pequenas até grandes descobertas,</p><p>invenções, experimentos, textos, debates, entre outras possibilidades. As principais</p><p>características destes alunos, segundo a literatura científica, estão esquematizadas a</p><p>seguir, o aluno com AH/SD irá apresentar maior facilidade em:</p><p>Estas capacidades serão destrinchadas nas próximas unidades para que você</p><p>possa compreender melhor o perfil do seu aluno AH/SD. Até a próxima e bons estudos!</p><p>Comunicação</p><p>Linguagem</p><p>SocializaçãoDesempenho</p><p>Escolar</p><p>Criatividade</p><p>32</p><p>FIXANDO O CONTEÚDO</p><p>1. Leia atentamente o Artigo 205 na íntegra e parte do Artigo 206 da nossa Constituição</p><p>Federal:</p><p>Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será</p><p>promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno</p><p>desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua</p><p>qualificação para o trabalho.</p><p>Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:</p><p>I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;</p><p>II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte</p><p>e o saber;</p><p>III - pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas, e coexistência de</p><p>instituições públicas e privadas de ensino;</p><p>IV - gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais;</p><p>Fonte: BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Promulgada</p><p>em 5 de outubro de 1988.</p><p>Agora, analise as asserções a seguir e a relação que se estabelece entre elas, a partir dos</p><p>artigos acima e do conteúdo de nossa unidade.</p><p>I. Quando nos referimos aos termos grifados, acesso e permanência queremos dizer que</p><p>as</p>