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<p>1</p><p>EXTENSIVO OAB SEMANAL</p><p>Disciplina: Direito Processual Penal</p><p>Prof.: Nestor Távora</p><p>Aula: 06</p><p>Monitora: Luana</p><p>MATERIAL DE APOIO – MONITORIA</p><p>I. Anotações de Aula</p><p>II. Exercícios</p><p>III. Lousas</p><p>I. Anotações de Aula</p><p>3. Prisão Preventiva</p><p>3.1. Conceito</p><p>a. É a prisão cautelar</p><p>b. Cabível: durante toda a persecução penal</p><p>Conclusão: a preventiva é cabível na fase do inquérito e do processo.</p><p>c. Decretada pelo juiz: “ex officio” ou por provocação</p><p>Obs1: de acordo com o art. 311 do CPP a decretação “ex officio” só será admitida na fase</p><p>processual. Durante o inquérito, é necessário que o juiz seja provocado.</p><p>Obs2: Legitimados a provocação:</p><p> Ministério Público</p><p> Querelante</p><p> Delegado</p><p> Assistente de Acusação.</p><p>Conclusão: O assistente é a vítima do crime, que se habilita no processo para</p><p>auxiliar o Ministério Público (artigos 268 a 273 do CPP).</p><p>d. Sem prazo</p><p>e. Desde que presentes os requisitos dos artigos 312 e 313 do CPP.</p><p>3.2. Requisitos</p><p>a. Fumus commissi delicti (Fumaça da Prática do Delito): indícios de autoria + prova da</p><p>materialidade (existência do crime);</p><p>b. Periculum libertatis (Perigo da Liberdade): hipóteses de decretação da preventiva:</p><p>b.1) Garantia da ordem pública</p><p>Conclusão: almeja-se evitar a reiteração de delitos, preservando a paz social.</p><p>Obs.1: o clamor social não autoriza a decretação da prisão preventiva.</p><p>Obs.2: segundo o STF, a gravidade abstrata do crime (quantidade de pena prevista em</p><p>lei) não autoriza a decretação da preventiva, devendo o juiz aferir a gravidade</p><p>concreta, diante das circunstâncias do fato criminoso.</p><p>2</p><p>b.2) Garantia da ordem econômica</p><p>Conclusão: almeja-se evitar a reiteração de delitos contra a ordem econômica.</p><p>b.3) Garantia da instrução criminal</p><p>Conclusão: almeja-se preservar a livre produção das provas.</p><p>b.4) Garantir a aplicação da lei penal</p><p>Conclusão: almeja-se coibir ou evitar a ocorrência de a fuga.</p><p>Advertência: a ausência do réu, mesmo que injustificada, a um ato do processo não</p><p>autoriza a decretação da preventiva. Quando muito, poderá ser decretada a condução</p><p>coercitiva (art. 260 do CPP).</p><p>b.5) Ausência de identificação civil</p><p>Conclusão: a prisão persistirá até a apresentação do documento ou o esclarecimento da</p><p>dúvida quanto à identidade.</p><p>b.6) Violência doméstica</p><p>Conclusão1: o descumprimento das medidas protetivas de urgência, autoriza a</p><p>decretação da prisão preventiva.</p><p>Conclusão2: além das mulheres, estão protegidos as crianças, os adolescentes, os</p><p>idosos, os enfermos e as pessoas portadoras de deficiência.</p><p>b.7) se forem descumpridas as medidas cautelares dos artigos 319 e 320 do CPP, o juiz</p><p>terá as seguintes alternativas:</p><p>* Substituir a medida cautelar por outra, mais adequada à situação do agente;</p><p>* Cumular a medida com outra, aumentando o ônus do agente;</p><p>* Decretar a prisão preventiva.</p><p>3.3. Infrações que comportam preventiva</p><p>a. Regra Geral: é necessário que o crime doloso tenha pena máxima superior a 4 anos.</p><p>b. Exceção: excepcionalmente a quantidade de pena é indiferente para a decretação da</p><p>preventiva, vejamos:</p><p>b.1) Ausência de identificação civil.</p><p>b.2) Reincidência em crime doloso.</p><p>b.3) Descumprimento de medida protetiva na violência doméstica.</p><p>3.4. Questões complementares</p><p>a. Preventiva X Excludentes de Ilicitude</p><p>Conclusão: de acordo com o art. 314 do CPP, havendo indícios da presença de uma</p><p>excludente de ilicitude, é sinal de que a preventiva não poderá ser decretada.</p><p>b. Fundamentação do Mandado</p><p>De acordo com o artigo 93, IX da CF e com o artigo 315 do CPP, o mandado prisional</p><p>será necessariamente motivado, sob pena de manifesta ilegalidade da prisão.</p><p>Obs.1: a prisão ilegal deve ser imediatamente relaxada.</p><p>Obs.2: a mera reprodução literal do texto da lei, não caracteriza motivação.</p><p>3</p><p>c. Tempo da preventiva</p><p>Não há na lei prazo de duração da preventiva, que se estenderá no tempo enquanto</p><p>houver necessidade, que é medida pela presença das suas hipóteses de decretação.</p><p>Conclusão1: se as hipóteses desaparecerem, a preventiva será revogada. Se elas</p><p>reaparecerem, a preventiva pode ser redecretada (art. 316, CPP).</p><p>Conclusão2: segundo o STF, se a prisão preventiva é temporalmente excessiva, ela se</p><p>transforma em prisão ilegal, devendo ser relaxada.</p><p>d. Substituição da preventiva por prisão domiciliar</p><p>d.1) Conceito: por razões humanitárias, a prisão preventiva pode ser substituída por</p><p>prisão domiciliar, por determinação do juiz, nas hipóteses indicadas pelo art. 318 do</p><p>CPP.</p><p>d.2) Inovação: introduzimos no Código as seguintes hipóteses inovadoras para justificar a</p><p>substituição, vejamos:</p><p>* Mulheres grávidas, independentemente do estágio da gravidez ou de eventual situação de</p><p>risco;</p><p>* Mulheres com filhos menores de 12 anos;</p><p>* Homens com filhos menores de 12 anos, que sejam os únicos responsáveis por eles.</p><p>4. Prisão Temporária (Lei 7.960/89)</p><p>4.1. Conceito</p><p>a. Prisão Cautelar</p><p>b. Cabimento: cabível exclusivamente na fase do inquérito policial.</p><p>Advertência: a temporária jamais é admitida na fase processual.</p><p>c. Decretada pelo juiz, a requerimento do Ministério Público ou por representação do</p><p>delegado.</p><p>Advertência: a temporária nunca poderá ser decretada de ofício.</p><p>d. Com prazo.</p><p>e. Requisitos: cabível desde que presentes os requisitos do artigo 1º da Lei 7.960/89.</p><p>4.2. Requisitos:</p><p>Fumus Commissi Delicti + Periculum Libertatis</p><p>Artigo 1º da Lei 7.960/89</p><p>I. Se for imprescindível ao inquérito policial;</p><p>II. Se o indivíduo não possui residência fixa ou identificação civil;</p><p>III. Havendo indícios de autoria ou de participação em um dos crimes graves disciplinados</p><p>no inciso III do artigo 1º da Lei 7.960/89.</p><p>Advertência: vale lembrar que os crimes previstos na lei antiterrorismo, comportam</p><p>prisão temporária.</p><p>Obs.: Conjugação de incisos: Inciso III + I ou II.</p><p>4.3. Procedimentos</p><p>4.3.1. Estrutura</p><p>a. 1º passo - Provocação:</p><p>a.1) Requerimento do Ministério Público</p><p>a.2) Representação do Delegado</p><p>4</p><p>b. 2º passo: O requerimento ou a representação serão apresentados ao juiz, que dispões</p><p>de 24 horas para decidir.</p><p>4.3.2. Questões complementares:</p><p>a. Prazo</p><p>a.1) Crimes comuns: 5 dias, prorrogáveis uma vez por + 5 dias;</p><p>a.2) Crimes hediondos/assemelhados: 30 dias, prorrogáveis uma vez por + 30 dias.</p><p>b. A decretação da temporária e a prorrogação do prazo, pressupõe deliberação do juiz,</p><p>com prévia oitiva do Ministério Público.</p><p>c. Mandado prisional: ele será expedido em duas vias, sendo que uma delas será</p><p>entregue ao preso, funcionando como nota de culpa.</p><p>d. Separação do preso: o artigo 300 do CPP e o art. 3º da Lei 7.960/89 determina que os</p><p>presos cautelares ficarão separados dos definitivos exige que o preso provisório fique</p><p>separado do preso definitivo. Mais recentemente o artigo 84 da Lei de Execução Penal</p><p>(LEP) promoveu a seguinte tripartição:</p><p>1. Autores de crimes hediondos e assemelhados (Tráfico, Tortura e Terrorismo);</p><p>2. Responsáveis por crimes com violência ou ameaça à pessoa;</p><p>3. Autores dos demais crimes e contravenções.</p><p>PROCEDIMENTO COMUM ORDINÁRIO – Lei 11.719/2008</p><p>1. Considerações</p><p>1.1. Enquadramento Terminológico</p><p>a. Procedimento: é uma sequência lógica de atos concatenados em lei e destinados a</p><p>uma finalidade.</p><p>b. Processo: é um procedimento em contraditório, enriquecido pela relação jurídica</p><p>construída entre o juiz e as partes.</p><p>c. Rito: a palavra “rito” deriva de ritmo, significando a amplitude assumida por</p><p>determinado procedimento.</p><p>Próxima aula</p><p>1.2. Classificação dos procedimentos</p><p>5</p><p>II. Exercícios</p><p>1. 2014 - Banca: VUNESP - Órgão: DPE-MS - Prova: Defensor Público</p><p>Quando presentes prova do crime e indícios de autoria, a prisão preventiva pode ser</p><p>decretada em caso de descumprimento de qualquer das obrigações impostas por força de</p><p>outras medidas cautelares,</p><p>a) como garantia da ordem pública, da ordem econômica</p><p>ou por conveniência da instrução</p><p>criminal, apenas.</p><p>b) como garantia da ordem pública, da ordem econômica ou para assegurar a aplicação da lei</p><p>penal, apenas.</p><p>c) como garantia da ordem pública, por conveniência da instrução criminal ou para assegurar</p><p>a aplicação da lei penal, apenas.</p><p>d) como garantia da ordem pública, da ordem econômica, por conveniência da instrução</p><p>criminal ou para assegurar a aplicação da lei penal.</p><p>2. 2013 - Banca: CESPE - Órgão: PC-BA - Prova: Delegado de Polícia</p><p>A decretação da prisão preventiva submete-se aos requisitos fáticos e normativos</p><p>estabelecidos no CPP, sendo admitida em qualquer fase da persecução criminal, seja de</p><p>ofício, seja por representação da autoridade policial, a requerimento do MP, do querelante ou</p><p>do assistente de acusação.</p><p>( ) Certo ( ) Errado</p><p>3. 2015 Banca: CAIPIMES Órgão: Prefeitura de Rio Grande da Serra – SP Prova:</p><p>Procurador</p><p>O Código de Processo Penal autoriza a decretação da prisão preventiva na seguinte hipótese:</p><p>a) se o crime envolver violência doméstica e familiar contra a mulher, para garantir a</p><p>execução das medidas protetivas de urgência.</p><p>b) nos crimes culposos punidos com pena privativa de liberdade máxima superior a 2 (dois)</p><p>anos.</p><p>c) se o crime envolver violência culposa ou dolosa contra criança, adolescente, idoso, enfermo</p><p>ou pessoa com deficiência.</p><p>d) nos crimes dolosos punidos com pena privativa de liberdade mínima superior a 2 (dois)</p><p>anos.</p><p>4. 2015 Banca: CESPE Órgão: AGU Prova: Advogado da União</p><p>Com referência à prisão, julgue o item subsequente.</p><p>O juiz poderá substituir a prisão preventiva pela prisão domiciliar, caso o réu tenha mais de</p><p>oitenta anos ou prove ser portador de doença grave que cause extrema debilidade.</p><p>( ) Certo ( ) Errado</p><p>6</p><p>Gabarito:</p><p>1. D</p><p>2. Errado</p><p>3. A</p><p>4. Certo</p><p>III. Lousas</p><p>7</p><p>8</p><p>9</p><p>10</p><p>11</p><p>12</p><p>13</p>