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ESTRATÉGIA OAB 
Direito Processual Penal - Prof. Ivan Marques 
 
 
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Sumário 
Considerações Iniciais ........................................................................................................................................ 3 
Prisão em Flagrante ........................................................................................................................................... 3 
1 - Disposições Gerais .................................................................................................................................... 3 
2 - Espécies lícitas de Flagrante ..................................................................................................................... 4 
3 - Modalidades Ilícitas de Flagrante ............................................................................................................. 7 
4 - Procedimento para a Lavratura do Auto de Prisão em Flagrante ............................................................ 8 
5 - Garantias Legais e Constitucionais do Preso ............................................................................................ 9 
6 - Audiência de Custódia ............................................................................................................................ 10 
Prisão Temporária ............................................................................................................................................ 13 
Prisão Preventiva ............................................................................................................................................. 14 
Liberdade Provisória ........................................................................................................................................ 20 
1 - Disposições Gerais .................................................................................................................................. 20 
2 - Conteúdo ................................................................................................................................................ 20 
Medidas Cautelares Diversas da Prisão ........................................................................................................... 21 
1 - Alterações do Pacote Anticrime no Campo das Cautelares ................................................................... 21 
2 - Rol das Medidas Cautelares diversas da Prisão ...................................................................................... 22 
Legislação Pertinente ao Tema ........................................................................................................................ 24 
Exercícios da Aula ............................................................................................................................................ 40 
Considerações Finais ........................................................................................................................................ 45 
 
 
 
 
 
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CONSIDERAÇÕES INICIAIS 
Olá, amigos. 
Daremos início à aula 06 de Direito Processual Penal, com o tema Prisão cautelar e liberdade provisória. 
Há grande incidência de testes referentes ao tema prisão cautelar no Exame de Ordem. Durante a nossa 
aula, você terá contato com todos os exercícios que já foram objeto de questionamento por parte da FGV. 
Destaque especial para as alterações decorrentes da Lei 13.964/2019 - Pacote anticrime. 
Boa leitura, amigos. 
Prof. Ivan Marques. 
 
PRISÃO EM FLAGRANTE 
1 - Disposições Gerais 
Quando o infrator está cometendo o crime (flagrante próprio), acabou de cometer (flagrante impróprio), é 
perseguido logo após a consumação do delito ou, ainda, é encontrado com objetos ou proveito da infração, 
estaremos diante de situações de flagrante delito. 
Com isso, qualquer do povo estará autorizado a dar voz de prisão para essa pessoa, conduzi-la até o Distrito 
Policial (Polícia Civil ou Polícia Federal). Em sede policial, a autoridade policial, se a hipótese permitir a 
formalização da prisão com a lavratura do auto de prisão em flagrante - APF. 
Trata-se de medida restritiva de liberdade, de natureza cautelar e processual, consistente na prisão, 
independentemente de ordem escrita do juiz competente, de quem é surpreendido cometendo, ou logo 
após ter cometido, uma infração penal. 
 
 
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IMPORTANTE: ninguém pode ficar preso em flagrante por mais tempo do que a audiência de custódia (art. 
310 do CPP). 
Logo, forçoso concluir que a prisão em flagrante passou a assumir natureza precautelar, com duração 
limitada até a adoção pelo juiz de uma das providências do art. 310 do CPP: 
• relaxar a prisão em flagrante, 
• convertê-la em prisão preventiva ou 
• conceder a liberdade provisória. 
2 - Espécies lícitas de Flagrante 
Nos termos do art. 302 do CPP, tem-se as seguintes espécies ou modalidades de flagrante: 
a) Flagrante próprio – art. 302, I e II, do CPP 
O flagrante próprio ou verdadeiro se dá quando o crime está ocorrendo ou quando acaba de acontecer. 
Também é próprio o flagrante em crime permanente. 
Trata-se de prisão efetivada no momento em que o sujeito está praticando uma infração penal, ou quando 
acabou de cometê-la. 
É, pois, aquela prisão em que o agente é surpreendido cometendo uma infração penal ou quando acaba de 
cometê-la. Aqui o agente ainda está no local do crime. 
Ex.: prisão em flagrante no exato instante em que agentes criminosos buscam sair da agência bancária onde 
praticavam o delito de roubo. 
b) Flagrante impróprio (quase flagrante) – art. 302, III, do CPP 
O flagrante impróprio, também chamado de quase flagrante, ocorre quando o agente é perseguido logo 
após a prática do delito e é alcançado e preso. Esta perseguição deve ser ininterrupta. Não há limite 
temporal, desde que não pare a perseguição. 
A definição da expressão “logo após” traduz uma relação de imediatidade, com perseguição iniciada em 
momento bem próximo da infração. Aqui o agente já deixou o local do crime. 
É o tempo que decorre entre a prática do delito e as primeiras coletas de informações a respeito da 
identificação do autor, iniciando-se, logo após, imediatamente a perseguição. Uma vez cessada a 
perseguição, cessa a situação de flagrância. Ou seja, a perseguição deve ser contínua, sem interrupções. 
A concepção de perseguição pode ser extraída do art. 290 do CPP, notadamente das alíneas a e b do § 1º. 
Não confundir início com duração da perseguição. O início da perseguição deve ser logo após o fato; a 
perseguição, no entanto, pode perdurar por muitas horas e até dias, como, por exemplo, em crime de roubo 
 
 
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a banco, em que a polícia chega imediatamente ao local, faz o primeiro levantamento e, de imediato, sai em 
perseguição aos suspeitos, que se embrenharam numa mata por dias até serem presos em flagrante. 
Se o agente for preso após a cessação da perseguição, a prisão em flagrante será ilegal, devendo, pois, ser 
relaxada. 
A perseguição deve ser ininterrupta. Uma vez cessada a perseguição, não há mais situação de flagrância, 
devendo-se, a partir de então, efetivar-se a prisão somente munido de mandado judicial (prisão preventiva 
ou temporária, conforme o caso). 
c) Flagrante presumido – art. 302, IV, do CPP 
O flagrante presumido ou ficto ocorre quando o agente é encontrado logo depois com arma ou instrumentos 
do crime. 
Aqui a pessoa não é “perseguida”, mas “encontrada” na posse de objetos ou instrumentos do crime, cujo 
contexto fático permita a conclusão de que o sujeito detido é autor do delito. 
Quanto ao alcance da expressão “logo depois”, a jurisprudência tem admitido prisõesnecessárias para averiguar a autenticidade desta. (Redação dada pela Lei nº 12.403, 
de 2011). 
Art. 300. As pessoas presas provisoriamente ficarão separadas das que já estiverem 
definitivamente condenadas, nos termos da lei de execução penal. (Redação dada 
pela Lei nº 12.403, de 2011). 
Parágrafo único. O militar preso em flagrante delito, após a lavratura dos procedimentos 
legais, será recolhido a quartel da instituição a que pertencer, onde ficará preso à 
disposição das autoridades competentes. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). 
CAPÍTULO II 
DA PRISÃO EM FLAGRANTE 
Art. 301. Qualquer do povo poderá e as autoridades policiais e seus agentes deverão 
prender quem quer que seja encontrado em flagrante delito. 
 
 
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Art. 302. Considera-se em flagrante delito quem: 
I - está cometendo a infração penal; 
II - acaba de cometê-la; 
III - é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou por qualquer pessoa, em 
situação que faça presumir ser autor da infração; 
IV - é encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, objetos ou papéis que façam 
presumir ser ele autor da infração. 
Art. 303. Nas infrações permanentes, entende-se o agente em flagrante delito enquanto 
não cessar a permanência. 
Art. 304. Apresentado o preso à autoridade competente, ouvirá esta o condutor e colherá, 
desde logo, sua assinatura, entregando a este cópia do termo e recibo de entrega do preso. 
Em seguida, procederá à oitiva das testemunhas que o acompanharem e ao interrogatório 
do acusado sobre a imputação que lhe é feita, colhendo, após cada oitiva suas respectivas 
assinaturas, lavrando, a autoridade, afinal, o auto. (Redação dada pela Lei nº 11.113, de 
2005) 
§ 1º Resultando das respostas fundada a suspeita contra o conduzido, a autoridade 
mandará recolhê-lo à prisão, exceto no caso de livrar-se solto ou de prestar fiança, e 
prosseguirá nos atos do inquérito ou processo, se para isso for competente; se não o for, 
enviará os autos à autoridade que o seja. 
§ 2º A falta de testemunhas da infração não impedirá o auto de prisão em flagrante; mas, 
nesse caso, com o condutor, deverão assiná-lo pelo menos duas pessoas que hajam 
testemunhado a apresentação do preso à autoridade. 
§ 3º Quando o acusado se recusar a assinar, não souber ou não puder fazê-lo, o auto de 
prisão em flagrante será assinado por duas testemunhas, que tenham ouvido sua leitura 
na presença deste. (Redação dada pela Lei nº 11.113, de 2005) 
§ 4º Da lavratura do auto de prisão em flagrante deverá constar a informação sobre a 
existência de filhos, respectivas idades e se possuem alguma deficiência e o nome e o 
contato de eventual responsável pelos cuidados dos filhos, indicado pela pessoa presa. 
(Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016) 
Art. 305. Na falta ou no impedimento do escrivão, qualquer pessoa designada pela 
autoridade lavrará o auto, depois de prestado o compromisso legal. 
Art. 306. A prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados 
imediatamente ao juiz competente, ao Ministério Público e à família do preso ou à pessoa 
por ele indicada. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). 
§ 1º Em até 24 (vinte e quatro) horas após a realização da prisão, será encaminhado ao juiz 
competente o auto de prisão em flagrante e, caso o autuado não informe o nome de seu 
advogado, cópia integral para a Defensoria Pública. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 
2011). 
 
 
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§ 2º No mesmo prazo, será entregue ao preso, mediante recibo, a nota de culpa, assinada 
pela autoridade, com o motivo da prisão, o nome do condutor e os das testemunhas. 
(Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). 
Art. 307. Quando o fato for praticado em presença da autoridade, ou contra esta, no 
exercício de suas funções, constarão do auto a narração deste fato, a voz de prisão, as 
declarações que fizer o preso e os depoimentos das testemunhas, sendo tudo assinado 
pela autoridade, pelo preso e pelas testemunhas e remetido imediatamente ao juiz a quem 
couber tomar conhecimento do fato delituoso, se não o for a autoridade que houver 
presidido o auto. 
Art. 308. Não havendo autoridade no lugar em que se tiver efetuado a prisão, o preso será 
logo apresentado à do lugar mais próximo. 
Art. 309. Se o réu se livrar solto, deverá ser posto em liberdade, depois de lavrado o auto 
de prisão em flagrante. 
Art. 310. Após receber o auto de prisão em flagrante, no prazo máximo de até 24 (vinte e 
quatro) horas após a realização da prisão, o juiz deverá promover audiência de custódia 
com a presença do acusado, seu advogado constituído ou membro da Defensoria Pública 
e o membro do Ministério Público, e, nessa audiência, o juiz deverá, fundamentadamente: 
(Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019) 
I - relaxar a prisão ilegal; ou (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). 
II - converter a prisão em flagrante em preventiva, quando presentes os requisitos 
constantes do art. 312 deste Código, e se revelarem inadequadas ou insuficientes as 
medidas cautelares diversas da prisão; ou (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). 
III - conceder liberdade provisória, com ou sem fiança. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 
2011). 
§ 1º Se o juiz verificar, pelo auto de prisão em flagrante, que o agente praticou o fato em 
qualquer das condições constantes dos incisos I, II ou III do caput do art. 23 do Decreto-Lei 
nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), poderá, fundamentadamente, 
conceder ao acusado liberdade provisória, mediante termo de comparecimento 
obrigatório a todos os atos processuais, sob pena de revogação. (Renumerado do 
parágrafo único pela Lei nº 13.964, de 2019) 
§ 2º Se o juiz verificar que o agente é reincidente ou que integra organização criminosa 
armada ou milícia, ou que porta arma de fogo de uso restrito, deverá denegar a liberdade 
provisória, com ou sem medidas cautelares. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
§ 3º A autoridade que deu causa, sem motivação idônea, à não realização da audiência de 
custódia no prazo estabelecido no caput deste artigo responderá administrativa, civil e 
penalmente pela omissão. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
§ 4º Transcorridas 24 (vinte e quatro) horas após o decurso do prazo estabelecido no caput 
deste artigo, a não realização de audiência de custódia sem motivação idônea ensejará 
também a ilegalidade da prisão, a ser relaxada pela autoridade competente, sem prejuízo 
 
 
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da possibilidade de imediata decretação de prisão preventiva. (Incluído pela Lei nº 
13.964, de 2019) 
CAPÍTULO III 
DA PRISÃO PREVENTIVA 
Art. 311. Em qualquer fase da investigação policial ou do processo penal, caberá a prisão 
preventiva decretada pelo juiz, a requerimento do Ministério Público, do querelante ou do 
assistente, ou por representação da autoridade policial. (Redação dada pela Lei nº 
13.964, de 2019) 
Art. 312. A prisão preventiva poderá ser decretada como garantia da ordem pública, da 
ordem econômica, por conveniência da instrução criminal ou para assegurar a aplicação 
da lei penal, quando houver prova da existência do crime e indício suficiente de autoria e 
de perigo gerado pelo estado de liberdade do imputado. (Redação dada pela Lei nº 
13.964, de 2019) 
§ 1º A prisão preventiva também poderá ser decretada em caso de descumprimento de 
qualquer das obrigações impostas por força de outras medidas cautelares (art. 282, § 4º). 
(Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019) 
§ 2º A decisão que decretar a prisão preventiva deve ser motivada e fundamentada em 
receio de perigo e existência concreta de fatos novos ou contemporâneos que justifiquem 
a aplicação da medida adotada.(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
Art. 313. Nos termos do art. 312 deste Código, será admitida a decretação da prisão 
preventiva: (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). 
I - nos crimes dolosos punidos com pena privativa de liberdade máxima superior a 4 
(quatro) anos; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). 
II - se tiver sido condenado por outro crime doloso, em sentença transitada em julgado, 
ressalvado o disposto no inciso I do caput do art. 64 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de 
dezembro de 1940 - Código Penal; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). 
III - se o crime envolver violência doméstica e familiar contra a mulher, criança, 
adolescente, idoso, enfermo ou pessoa com deficiência, para garantir a execução das 
medidas protetivas de urgência; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). 
IV - (revogado). (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011). 
§ 1º Também será admitida a prisão preventiva quando houver dúvida sobre a identidade 
civil da pessoa ou quando esta não fornecer elementos suficientes para esclarecê-la, 
devendo o preso ser colocado imediatamente em liberdade após a identificação, salvo se 
outra hipótese recomendar a manutenção da medida. (Redação dada pela Lei nº 13.964, 
de 2019) 
§ 2º Não será admitida a decretação da prisão preventiva com a finalidade de antecipação 
de cumprimento de pena ou como decorrência imediata de investigação criminal ou da 
apresentação ou recebimento de denúncia. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
 
 
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Art. 314. A prisão preventiva em nenhum caso será decretada se o juiz verificar pelas 
provas constantes dos autos ter o agente praticado o fato nas condições previstas nos 
incisos I, II e III do caput do art. 23 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - 
Código Penal. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). 
Art. 315. A decisão que decretar, substituir ou denegar a prisão preventiva será sempre 
motivada e fundamentada. (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019) 
§ 1º Na motivação da decretação da prisão preventiva ou de qualquer outra cautelar, o juiz 
deverá indicar concretamente a existência de fatos novos ou contemporâneos que 
justifiquem a aplicação da medida adotada. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
§ 2º Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela interlocutória, 
sentença ou acórdão, que: (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
I - limitar-se à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato normativo, sem explicar sua 
relação com a causa ou a questão decidida; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
II - empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar o motivo concreto de sua 
incidência no caso; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
III - invocar motivos que se prestariam a justificar qualquer outra decisão; (Incluído pela Lei 
nº 13.964, de 2019) 
IV - não enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo capazes de, em tese, 
infirmar a conclusão adotada pelo julgador; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
V - limitar-se a invocar precedente ou enunciado de súmula, sem identificar seus 
fundamentos determinantes nem demonstrar que o caso sob julgamento se ajusta àqueles 
fundamentos; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
VI - deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou precedente invocado pela 
parte, sem demonstrar a existência de distinção no caso em julgamento ou a superação do 
entendimento. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
Art. 316. O juiz poderá, de ofício ou a pedido das partes, revogar a prisão preventiva se, no 
correr da investigação ou do processo, verificar a falta de motivo para que ela subsista, 
bem como novamente decretá-la, se sobrevierem razões que a justifiquem. (Redação 
dada pela Lei nº 13.964, de 2019) 
Parágrafo único. Decretada a prisão preventiva, deverá o órgão emissor da decisão revisar 
a necessidade de sua manutenção a cada 90 (noventa) dias, mediante decisão 
fundamentada, de ofício, sob pena de tornar a prisão ilegal. (Incluído pela Lei nº 13.964, 
de 2019) 
CAPÍTULO IV 
DA APRESENTAÇÃO ESPONTÂNEA DO ACUSADO 
CAPÍTULO IV 
DA PRISÃO DOMICILIAR 
(Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). 
 
 
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Art. 317. A prisão domiciliar consiste no recolhimento do indiciado ou acusado em sua 
residência, só podendo dela ausentar-se com autorização judicial. (Redação dada pela Lei 
nº 12.403, de 2011). 
Art. 318. Poderá o juiz substituir a prisão preventiva pela domiciliar quando o agente for: 
(Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). 
I - maior de 80 (oitenta) anos; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). 
II - extremamente debilitado por motivo de doença grave; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 
2011). 
III - imprescindível aos cuidados especiais de pessoa menor de 6 (seis) anos de idade ou 
com deficiência; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). 
IV - gestante; (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016) 
V - mulher com filho de até 12 (doze) anos de idade incompletos; (Incluído pela Lei nº 
13.257, de 2016) 
VI - homem, caso seja o único responsável pelos cuidados do filho de até 12 (doze) anos 
de idade incompletos. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016) 
Parágrafo único. Para a substituição, o juiz exigirá prova idônea dos requisitos 
estabelecidos neste artigo. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). 
Art. 318-A. A prisão preventiva imposta à mulher gestante ou que for mãe ou responsável 
por crianças ou pessoas com deficiência será substituída por prisão domiciliar, desde que: 
(Incluído pela Lei nº 13.769, de 2018). 
I - não tenha cometido crime com violência ou grave ameaça a pessoa; (Incluído pela Lei 
nº 13.769, de 2018). 
II - não tenha cometido o crime contra seu filho ou dependente. (Incluído pela Lei nº 
13.769, de 2018). 
Art. 318-B. A substituição de que tratam os arts. 318 e 318-A poderá ser efetuada sem 
prejuízo da aplicação concomitante das medidas alternativas previstas no art. 319 deste 
Código. (Incluído pela Lei nº 13.769, de 2018). 
CAPÍTULO V 
DAS OUTRAS MEDIDAS CAUTELARES 
(Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). 
Art. 319. São medidas cautelares diversas da prisão: (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 
2011). 
I - comparecimento periódico em juízo, no prazo e nas condições fixadas pelo juiz, para 
informar e justificar atividades; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). 
II - proibição de acesso ou frequência a determinados lugares quando, por circunstâncias 
relacionadas ao fato, deva o indiciado ou acusado permanecer distante desses locais para 
evitar o risco de novas infrações; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). 
 
 
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III - proibição de manter contato com pessoa determinada quando, por circunstâncias 
relacionadas ao fato, deva o indiciado ou acusado dela permanecer distante; (Redação 
dada pela Lei nº 12.403, de 2011). 
IV - proibição de ausentar-se da Comarca quando a permanência seja conveniente ou 
necessária para a investigação ou instrução; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). 
V - recolhimento domiciliar no período noturno e nos dias de folga quando o investigado 
ou acusado tenha residência e trabalho fixos; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). 
VI - suspensão do exercício de função pública ou de atividade de natureza econômica ou 
financeira quando houver justo receio de sua utilização para a prática de infrações penais; 
(Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). 
VII - internação provisória do acusado nas hipóteses de crimes praticados com violência ou 
grave ameaça, quando os peritos concluírem ser inimputável ou semi-imputável (art. 26 
do Código Penal) e houver risco de reiteração; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). 
VIII - fiança, nas infrações quea admitem, para assegurar o comparecimento a atos do 
processo, evitar a obstrução do seu andamento ou em caso de resistência injustificada à 
ordem judicial; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). 
IX - monitoração eletrônica. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). 
§ 1º (Revogado). (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011). 
§ 2º (Revogado). (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011). 
§ 3º (Revogado). (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011). 
§ 4º A fiança será aplicada de acordo com as disposições do Capítulo VI deste Título, 
podendo ser cumulada com outras medidas cautelares. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 
2011). 
Art. 320. A proibição de ausentar-se do País será comunicada pelo juiz às autoridades 
encarregadas de fiscalizar as saídas do território nacional, intimando-se o indiciado ou 
acusado para entregar o passaporte, no prazo de 24 (vinte e quatro) horas. (Redação dada 
pela Lei nº 12.403, de 2011). 
CAPÍTULO VI 
DA LIBERDADE PROVISÓRIA, COM OU SEM FIANÇA 
Art. 321. Ausentes os requisitos que autorizam a decretação da prisão preventiva, o juiz 
deverá conceder liberdade provisória, impondo, se for o caso, as medidas cautelares 
previstas no art. 319 deste Código e observados os critérios constantes do art. 282 deste 
Código. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). 
I - (revogado) (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011). 
II - (revogado). (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011). 
Art. 322. A autoridade policial somente poderá conceder fiança nos casos de infração cuja 
pena privativa de liberdade máxima não seja superior a 4 (quatro) anos. (Redação dada 
pela Lei nº 12.403, de 2011). 
 
 
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Parágrafo único. Nos demais casos, a fiança será requerida ao juiz, que decidirá em 48 
(quarenta e oito) horas. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). 
Art. 323. Não será concedida fiança: (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). 
I - nos crimes de racismo; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). 
II - nos crimes de tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, terrorismo e nos 
definidos como crimes hediondos; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). 
III - nos crimes cometidos por grupos armados, civis ou militares, contra a ordem 
constitucional e o Estado Democrático; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). 
IV - (revogado); (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011). 
V - (revogado). (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011). 
Art. 324. Não será, igualmente, concedida fiança: (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 
2011). 
I - aos que, no mesmo processo, tiverem quebrado fiança anteriormente concedida ou 
infringido, sem motivo justo, qualquer das obrigações a que se referem os arts. 327 e 328 
deste Código; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). 
II - em caso de prisão civil ou militar; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). 
III - (revogado); (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011). 
IV - quando presentes os motivos que autorizam a decretação da prisão preventiva (art. 
312). (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). 
Art. 325. O valor da fiança será fixado pela autoridade que a conceder nos seguintes 
limites: (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). 
a) (revogada); (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). 
b) (revogada); (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). 
c) (revogada). (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). 
I - de 1 (um) a 100 (cem) salários mínimos, quando se tratar de infração cuja pena privativa 
de liberdade, no grau máximo, não for superior a 4 (quatro) anos; (Incluído pela Lei nº 
12.403, de 2011). 
II - de 10 (dez) a 200 (duzentos) salários mínimos, quando o máximo da pena privativa de 
liberdade cominada for superior a 4 (quatro) anos. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). 
§ 1º Se assim recomendar a situação econômica do preso, a fiança poderá ser: (Redação 
dada pela Lei nº 12.403, de 2011). 
I - dispensada, na forma do art. 350 deste Código; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 
2011). 
II - reduzida até o máximo de 2/3 (dois terços); ou (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 
2011). 
III - aumentada em até 1.000 (mil) vezes. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). 
 
 
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§ 2º (Revogado): (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011). 
I - (revogado); (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011). 
II - (revogado); (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011). 
III - (revogado). (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011). 
Art. 326. Para determinar o valor da fiança, a autoridade terá em consideração a natureza 
da infração, as condições pessoais de fortuna e vida pregressa do acusado, as 
circunstâncias indicativas de sua periculosidade, bem como a importância provável das 
custas do processo, até final julgamento. 
Art. 327. A fiança tomada por termo obrigará o afiançado a comparecer perante a 
autoridade, todas as vezes que for intimado para atos do inquérito e da instrução criminal 
e para o julgamento. Quando o réu não comparecer, a fiança será havida como quebrada. 
Art. 328. O réu afiançado não poderá, sob pena de quebramento da fiança, mudar de 
residência, sem prévia permissão da autoridade processante, ou ausentar-se por mais de 
8 (oito) dias de sua residência, sem comunicar àquela autoridade o lugar onde será 
encontrado. 
Art. 329. Nos juízos criminais e delegacias de polícia, haverá um livro especial, com termos 
de abertura e de encerramento, numerado e rubricado em todas as suas folhas pela 
autoridade, destinado especialmente aos termos de fiança. O termo será lavrado pelo 
escrivão e assinado pela autoridade e por quem prestar a fiança, e dele extrair-se-á 
certidão para juntar-se aos autos. 
Parágrafo único. O réu e quem prestar a fiança serão pelo escrivão notificados das 
obrigações e da sanção previstas nos arts. 327 e 328, o que constará dos autos. 
Art. 330. A fiança, que será sempre definitiva, consistirá em depósito de dinheiro, pedras, 
objetos ou metais preciosos, títulos da dívida pública, federal, estadual ou municipal, ou 
em hipoteca inscrita em primeiro lugar. 
§ 1º A avaliação de imóvel, ou de pedras, objetos ou metais preciosos será feita 
imediatamente por perito nomeado pela autoridade. 
§ 2º Quando a fiança consistir em caução de títulos da dívida pública, o valor será 
determinado pela sua cotação em Bolsa, e, sendo nominativos, exigir-se-á prova de que se 
acham livres de ônus. 
Art. 331. O valor em que consistir a fiança será recolhido à repartição arrecadadora federal 
ou estadual, ou entregue ao depositário público, juntando-se aos autos os respectivos 
conhecimentos. 
Parágrafo único. Nos lugares em que o depósito não se puder fazer de pronto, o valor será 
entregue ao escrivão ou pessoa abonada, a critério da autoridade, e dentro de três dias 
dar-se-á ao valor o destino que Ihe assina este artigo, o que tudo constará do termo de 
fiança. 
Art. 332. Em caso de prisão em flagrante, será competente para conceder a fiança a 
autoridade que presidir ao respectivo auto, e, em caso de prisão por mandado, o juiz que 
 
 
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o houver expedido, ou a autoridade judiciária ou policial a quem tiver sido requisitada a 
prisão. 
Art. 333. Depois de prestada a fiança, que será concedida independentemente de 
audiência do Ministério Público, este terá vista do processo a fim de requerer o que 
julgar conveniente. 
Art. 334. A fiança poderá ser prestada enquanto não transitar em julgado a sentença 
condenatória. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). 
Art. 335. Recusando ou retardando a autoridade policial a concessão da fiança, o preso, 
ou alguém por ele, poderá prestá-la, mediante simples petição, perante o juiz competente, 
que decidirá em 48 (quarenta e oito) horas. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). 
Art. 336. O dinheiroou objetos dados como fiança servirão ao pagamento das custas, da 
indenização do dano, da prestação pecuniária e da multa, se o réu for condenado. 
(Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). 
Parágrafo único. Este dispositivo terá aplicação ainda no caso da prescrição depois da 
sentença condenatória (art. 110 do Código Penal). (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 
2011). 
Art. 337. Se a fiança for declarada sem efeito ou passar em julgado sentença que houver 
absolvido o acusado ou declarada extinta a ação penal, o valor que a constituir, atualizado, 
será restituído sem desconto, salvo o disposto no parágrafo único do art. 336 deste Código. 
(Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). 
Art. 338. A fiança que se reconheça não ser cabível na espécie será cassada em qualquer 
fase do processo. 
Art. 339. Será também cassada a fiança quando reconhecida a existência de delito 
inafiançável, no caso de inovação na classificação do delito. 
Art. 340. Será exigido o reforço da fiança: 
I - quando a autoridade tomar, por engano, fiança insuficiente; 
II - quando houver depreciação material ou perecimento dos bens hipotecados ou 
caucionados, ou depreciação dos metais ou pedras preciosas; 
III - quando for inovada a classificação do delito. 
Parágrafo único. A fiança ficará sem efeito e o réu será recolhido à prisão, quando, na 
conformidade deste artigo, não for reforçada. 
Art. 341. Julgar-se-á quebrada a fiança quando o acusado: (Redação dada pela Lei nº 
12.403, de 2011). 
I - regularmente intimado para ato do processo, deixar de comparecer, sem motivo justo; 
(Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). 
II - deliberadamente praticar ato de obstrução ao andamento do processo; (Incluído pela 
Lei nº 12.403, de 2011). 
 
 
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III - descumprir medida cautelar imposta cumulativamente com a fiança; (Incluído pela Lei 
nº 12.403, de 2011). 
IV - resistir injustificadamente a ordem judicial; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). 
V - praticar nova infração penal dolosa. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). 
Art. 342. Se vier a ser reformado o julgamento em que se declarou quebrada a fiança, esta 
subsistirá em todos os seus efeitos 
Art. 343. O quebramento injustificado da fiança importará na perda de metade do seu 
valor, cabendo ao juiz decidir sobre a imposição de outras medidas cautelares ou, se for o 
caso, a decretação da prisão preventiva. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). 
Art. 344. Entender-se-á perdido, na totalidade, o valor da fiança, se, condenado, o acusado 
não se apresentar para o início do cumprimento da pena definitivamente imposta. 
(Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). 
Art. 345. No caso de perda da fiança, o seu valor, deduzidas as custas e mais encargos a 
que o acusado estiver obrigado, será recolhido ao fundo penitenciário, na forma da lei. 
(Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). 
Art. 346. No caso de quebramento de fiança, feitas as deduções previstas no art. 345 deste 
Código, o valor restante será recolhido ao fundo penitenciário, na forma da lei. (Redação 
dada pela Lei nº 12.403, de 2011). 
Art. 347. Não ocorrendo a hipótese do art. 345, o saldo será entregue a quem houver 
prestado a fiança, depois de deduzidos os encargos a que o réu estiver obrigado. 
Art. 348. Nos casos em que a fiança tiver sido prestada por meio de hipoteca, a execução 
será promovida no juízo cível pelo órgão do Ministério Público. 
Art. 349. Se a fiança consistir em pedras, objetos ou metais preciosos, o juiz determinará 
a venda por leiloeiro ou corretor. 
Art. 350. Nos casos em que couber fiança, o juiz, verificando a situação econômica do 
preso, poderá conceder-lhe liberdade provisória, sujeitando-o às obrigações constantes 
dos arts. 327 e 328 deste Código e a outras medidas cautelares, se for o caso. (Redação 
dada pela Lei nº 12.403, de 2011). 
Parágrafo único. Se o beneficiado descumprir, sem motivo justo, qualquer das obrigações 
ou medidas impostas, aplicar-se-á o disposto no § 4º do art. 282 deste Código. (Redação 
dada pela Lei nº 12.403, de 2011). 
Vejamos, agora, meus amigos, como a FGV cobra os temas por você aqui estudados nos exercícios do Exame 
de Ordem: 
 
 
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EXERCÍCIOS DA AULA 
(FGV – 2018 – OAB - XXV EXAME DE ORDEM) No dia 15 de maio de 2017, Caio, pai de um adolescente de 
14 anos, conduzia um veículo automotor, em via pública, às 14h, quando foi solicitada sua parada em uma 
blitz. Após consultar a placa do automóvel, os policiais constataram que o veículo era produto de crime 
de roubo ocorrido no dia 13 de maio de 2017, às 09h. Diante da suposta prática do crime de receptação, 
realizaram a prisão e encaminharam Caio para a Delegacia. 
Em sede policial, a vítima do crime de roubo foi convidada a comparecer e, em observância a todas as 
formalidades legais, reconheceu Caio como o autor do crime que sofrera. A autoridade policial lavrou auto 
de prisão em flagrante pelo crime de roubo em detrimento de receptação. O Ministério Público, em 
audiência de custódia, manifesta-se pela conversão da prisão em flagrante em preventiva, valorizando o fato 
de Caio ser reincidente, conforme confirmação constante de sua Folha de Antecedentes Criminais. 
Quando de sua manifestação, o advogado de Caio, sob o ponto de vista técnico, deverá requerer 
a) liberdade provisória, pois, apesar da prisão em flagrante ser legal, não estão presentes os pressupostos 
para prisão preventiva. 
b) relaxamento da prisão, em razão da ausência de situação de flagrante. 
c) revogação da prisão preventiva, pois a prisão em flagrante pelo crime de roubo foi ilegal. 
d) substituição da prisão preventiva por prisão domiciliar, pois Caio é responsável pelos cuidados de 
adolescente de 14 anos. 
Comentários 
Neste caso, temos uma situação que não caracteriza a prisão em flagrante, em suas modalidades lícitas (art. 
302 do CPP). Apesar de ter sido flagrado de posse do veículo, isso só se deu dois dias após a prática do roubo, 
e isso não é situação de flagrância. Em sendo ilegal a prisão em flagrante, a defesa deverá buscar o 
RELAXAMENTO da prisão, na forma do art. 310, I do CPP. Guarde isso: quando a prisão for ilegal, peça o 
relaxamento da custódia. 
A alternativa CORRETA é a LETRA B. 
(FGV – 2017 – OAB - XXIII EXAME DE ORDEM) Douglas responde a ação penal, na condição de preso 
cautelar, pela prática do crime de furto qualificado, sendo ele triplamente reincidente específico. No curso 
do processo, foi constatado por peritos que Douglas seria semi-imputável e que haveria risco de 
reiteração. 
 
 
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O magistrado em atuação, de ofício, revoga a prisão preventiva de Douglas, entendendo que não persistem 
os motivos que justificaram essa medida mais grave, aplicando, porém, a medida cautelar de internação 
provisória, com base no Art. 319 do Código de Processo Penal. 
Diante da situação narrada, o advogado de Douglas poderá requerer o afastamento da cautelar aplicada, em 
razão 
a) da não previsão legal da cautelar de internação provisória, sendo certo que tais medidas estão sujeitas ao 
princípio da taxatividade. ぉ 
b) de somente ser cabível a cautelar quando os peritos concluírem pela inimputabilidade, mas não pela semi- 
imputabilidade. ぉ 
c) de o crime imputado não ter sido praticado com violência ou grave ameaça à pessoa. 
d) de não ser cabível, na hipótese, a aplicação de medida cautelar de ofício, sem requerimento pretérito do 
Ministério Público. 
Comentários 
O advogado do réu, neste caso, deve sustentar não ser cabível tal medida, pois o crime imputado (furto 
qualificado) não foi praticado com violência ou grave ameaça à pessoa, na forma do art. 319, VII do CPP, o 
que é um dos pressupostos para a decretaçãode tal medida. 
A alternativa CORRETA é a LETRA C. 
(FGV - 2016 - OAB - XX EXAME DE ORDEM) José Augusto foi preso em flagrante delito pela suposta prática 
do crime de receptação (Art. 180 do Código Penal – pena: 01 a 04 anos de reclusão e multa). Em que pese 
seja tecnicamente primário e de bons antecedentes e seja civilmente identificado, possui, em sua Folha 
de Antecedentes Criminais, duas anotações pela prática de crimes patrimoniais, sem que essas ações 
tenham resultados definitivos. 
Neste caso, de acordo com as previsões expressas do Código de Processo Penal, assinale a afirmativa correta. 
a) Estão preenchidos os requisitos para decretação da prisão preventiva, pois as ações penais em curso 
demonstram a existência de risco para a ordem pública. 
b) A autoridade policial não poderá arbitrar fiança neste caso, ficando tal medida de responsabilidade do 
magistrado. 
c) Antes de decidir pela liberdade provisória ou conversão em preventiva, poderá a prisão em flagrante do 
acusado perdurar pelo prazo de 10 dias úteis, ou seja, até o oferecimento da denúncia. 
d) O juiz não poderá converter a prisão em flagrante em preventiva, mas poderá aplicar as demais medidas 
cautelares. 
Comentários 
Neste caso, como não está presente qualquer dos requisitos do art. 313 do CPP, não será possível a 
decretação da preventiva. O Juiz, contudo, poderá aplicar as medidas cautelares diversas da prisão, eis que 
se trata de crime para o qual é cominada pena privativa de liberdade, nos termos do art. 283, §1º do CPP. O 
delegado, por fim, poderia arbitrar fiança, eis que a pena máxima do delito não ultrapassa 04 anos, conforme 
dispõe o art. 322 do CPP. 
A alternativa CORRETA é a LETRA D. 
 
 
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(FGV – 2012 - IX EXAME UNIFICADO DA OAB) O Código de Processo Penal pátrio menciona que também 
se considera em flagrante delito quem é perseguido, logo após o delito, pela autoridade, pelo ofendido 
ou por qualquer pessoa, em situação que faça presumir ser o perseguido autor da infração. 
A essa modalidade dá-se o nome de flagrante 
a) impróprio. 
b) ficto. 
c) diferido ou retardado. 
d) esperado. 
Comentários 
O art. 302 do CPP nos diz quem se encontra em situação de flagrante delito: 
Art. 302. Considera-se em flagrante delito quem: I - está cometendo a infração penal; 
II - acaba de cometê-la; III - é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou por qualquer pessoa, 
em situação que faça presumir ser autor da infração; IV - é encontrado, logo depois, com instrumentos, 
armas, objetos ou papéis que façam presumir ser ele autor da infração. 
As duas primeiras são hipóteses de flagrante próprio. A terceira delas, que é idêntica ao enunciado da 
questão, se refere ao FLAGRANTE IMPRÓPRIO, pois embora o agente não tenha sido encontrado pelas 
autoridades no local do fato, é necessário que haja uma perseguição, uma busca pelo indivíduo, ao final da 
qual, ele acaba preso. 
A alternativa CORRETA é a LETRA A. 
(FGV - 2012 - OAB - VIII EXAME DE ORDEM UNIFICADO) O deputado “M” é um famoso político do Estado 
“Y”, e tem grande influência no governo estadual, em virtude das posições que já ocupou, como a de 
Presidente da Assembleia Legislativa. Atualmente, exerce a função de Presidente da Comissão de Finanças 
e Contratos. Durante a reunião semestral com as empresas interessadas em participar das inúmeras 
contratações que a Câmara fará até o final do ano, o deputado “M” exigiu do presidente da empresa “Z” 
R$ 500.000,00 (quinhentos mil reais) para que esta pudesse participar da concorrência para a realização 
das obras na sede da Câmara dos Deputados. O presidente da empresa “Z”, assustado com tal exigência, 
visto que sua empresa preenchia todos os requisitos legais para participar das obras, compareceu à 
Delegacia de Polícia e informou ao Delegado de Plantão o ocorrido, que o orientou a combinar a entrega 
da quantia para daqui a uma semana, oportunidade em que uma equipe de policiais estaria presente para 
efetuar a prisão em flagrante do deputado. No dia e hora aprazados para a entrega da quantia indevida, 
os policiais prenderam em flagrante o deputado “M” quando este conferia o valor entregue pelo 
presidente da empresa “Z”. Na qualidade de advogado contratado pelo Deputado, assinale a alternativa 
que indica a peça processual ou pretensão processual, exclusiva de advogado, cabível na hipótese acima. 
a) Liberdade Provisória. 
b) Habeas Corpus. 
c) Relaxamento de Prisão. 
d) Revisão Criminal. 
Comentários 
 
 
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Precisamos saber, em primeiro lugar, qual foi o delito praticado. O Deputado M, no caso concreto, praticou 
o delito de concussão, previsto no art. 316 do CP. Este delito é considerado formal, ou seja, consuma-se no 
momento em que o agente pratica a conduta, independentemente da ocorrência do resultado. Assim, o 
delito se consumou no momento em que o Deputado exigiu do presidente da empresa a vantagem indevida. 
Desta forma, o momento do recebimento da vantagem indevida não é considerado flagrante, eis que o delito 
não estava sendo praticado, pois já havia se consumado, sendo o ato de receber a vantagem um mero 
exaurimento do crime. 
Assim, não se tratando de momento da consumação do crime, nem logo depois desta consumação, não é 
possível a prisão em flagrante, sendo, portanto, uma PRISÃO ILEGAL. Ora, a prisão ilegal deve ser relaxada 
pelo Juiz, de modo que a peça cabível é o pedido de RELAXAMENTO DE PRISÃO. 
A alternativa CORRETA é a LETRA C. 
(FGV – 2015 – OAB – XVI EXAME DE ORDEM) A prisão temporária pode ser definida como uma medida 
cautelar restritiva, decretada por tempo determinado, destinada a possibilitar as investigações de certos 
crimes considerados pelo legislador como graves, antes da propositura da ação penal. 
Sobre o tema, assinale a afirmativa correta. 
a) Assim como a prisão preventiva, pode ser decretada de ofício pelo juiz, após requerimento do Ministério 
Público ou representação da autoridade policial. 
b) Sendo o crime investigado hediondo, o prazo poderá ser fixado em, no máximo, 15 dias, prorrogáveis uma 
vez pe mesmo período. 
c) Findo o prazo da temporária sem prorrogação, o preso deve ser imediatamente solto. 
d) O preso, em razão de prisão temporária, poderá ficar detido no mesmo local em que se encontram os 
presos provisórios ou os condenados definitivos. 
Comentários 
A) ERRADA: A prisão temporária não pode ser decretada de ofício pelo Juiz, nos termos do art. 2º da Lei. 
B) ERRADA: Em se tratando de crime hediondo o prazo será de até 30 dias, prorrogáveis por mais 30 dias, 
nos termos do art. 2º, §4º da Lei 8.072/90. 
C) CORRETA: Esta é a exata previsão contida no art. 2º, §7º da Lei 7.960/89. 
D) ERRADA: Item errado, pois os presos temporários deverão ficar separados dos demais detentos, nos 
termos do art. 3º da Lei. 
A alternativa CORRETA é a LETRA C. 
(FGV – 2011 – OAB – EXAME DE ORDEM) Como se sabe, a prisão processual (provisória ou cautelar) é a 
decretada antes do trânsito em julgado de sentença penal condenatória, nas hipóteses previstas em lei. 
A respeito de tal modalidade de prisão, é correto afirmar que 
a) em nosso ordenamento jurídico, a prisão processual contempla as seguintes modalidades: prisão em 
flagrante, preventiva, temporária, por pronúncia e em virtude de sentença condenatória recorrível. 
 
 
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b) a prisão temporária tem como pressupostos a existência de indícios de autoria e prova da materialidade, 
e como fundamentos a necessidade de garantia da ordem pública, a conveniência da instrução criminal, a 
necessidade de garantir a futura aplicação da lei penal e a garantia da ordem pública. 
c) o prazo de duração da prisão temporária é de cinco dias, prorrogável por mais cinco emcaso de extrema 
e comprovada necessidade. Em se tratando, todavia, de crime hediondo, a prisão temporária poderá ser 
decretada pelo prazo de trinta dias, prorrogável por igual período. 
d) são requisitos da prisão preventiva a sua imprescindibilidade para as investigações do inquérito policial e 
o fato de o indiciado não ter residência fixa ou não fornecer elementos necessários ao esclarecimento de 
sua identidade. 
Comentários 
A) ERRADA: As prisões “da pronúncia” e decorrente de “sentença condenatória” foram abolidas do sistema. 
O Juiz, caso queira determinar a prisão do acusado nestes momentos, deverá se valer da prisão preventiva, 
devidamente fundamentada. 
B) ERRADA: Estes são os requisitos e pressupostos da prisão preventiva, não da prisão temporária. 
C) CORRETA: Item correto, pois esta é a exata previsão do art. 2º da Lei 7.960/89 c/c art. 2º, §4º da Lei 
8.072/90. 
D) ERRADA: Estes são requisitos da prisão temporária (art. 1º, I e II da Lei 7.960/89) e não da prisão 
preventiva. 
A alternativa CORRETA é a LETRA C. 
(FGV – 2012 – OAB – EXAME DE ORDEM) O policial Fernando recebe determinação para investigar a venda 
de drogas em uma determinada localidade, próximo a uma reconhecida Faculdade de Direito. A 
autoridade judiciária autoriza que o policial, nesse primeiro momento, não atue sobre os portadores e 
vendedores de entorpecentes, com a finalidade de identificar e responsabilizar um maior número de 
integrantes na operacionalização do tráfico e de sua distribuição. A figura do flagrante diferido é prevista 
em quais legislações brasileiras? 
a) Na Lei de Drogas (11.343/06) e na Lei do Crime Organizado (9.034/95). 
b) Somente na Lei de Drogas (11.343/06). 
c) Na Lei de Drogas (11.343/06) e na Lei de Crimes Hediondos (8.072/90). 
d) Na Lei do Crime Organizado (9.034/95) e na Lei de Crimes Hediondos (8.072/90). 
Comentários 
O caso em questão trata do chamado “flagrante diferido, retardado, prorrogado ou ação controlada”, que 
ocorre quando a autoridade policial retarda a realização do flagrante para realizá-lo em momento futuro, no 
qual poderá alcançar resultados melhores (mais crimes e mais prisões). Tal modalidade de flagrante está 
prevista expressamente na Lei de drogas (art. 53, II) e na Lei de organização criminosa (art. 3º, III e art. 8º da 
Lei 12.850/13). 
A alternativa CORRETA é a LETRA A. 
 
 
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CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Por hoje é só, pessoal. 
Concluímos nossa Aula 07. 
Espero que tenham aprendido bastante. 
Separem sempre a prisão processual da prisão penal: a primeira tira a liberdade do suspeito/indiciado/réu 
por motivos processuais, cautelares; a segunda pela imposição de pena privativa de liberdade. 
Quando a prisão for ilegal, ela deverá ser relaxada. Quando ela for legal, sobra a tentativa de pedir a 
liberdade provisória quando estiverem ausentes os requisitos da prisão preventiva. 
Desejo a todos MUITO estudo e MUITO sucesso! Aguardo todos vocês em nossa próxima aula, cujo tema é 
imperdível: 
“Procedimentos”. 
Até lá, amigos. Forte abraço. 
Prof. Ivan Marques 
@prof.ivanmarquesocorridas várias horas 
depois do crime, ou até no dia seguinte ao do crime. Não aceita, no entanto, dias depois ao do crime. 
O STF já decidiu que um intervalo de duas horas é considerado “logo depois”. 
d) Flagrante esperado 
O flagrante esperado ocorre quando a autoridade policial, tomando conhecimento, por fonte segura, de que 
será praticado um delito, desloca-se até o local indicado, aguarda o início da execução do delito ou, se for o 
caso, a consumação, e, na sequência, prende em flagrante o agente criminoso. 
O flagrante esperado não se confunde com o flagrante provocado, uma vez que, ao contrário deste, naquele 
não há indução ou instigação da autoridade policial para que o agente dê início à execução do delito. 
O flagrante esperado constitui modalidade de flagrante válido, regular e, portanto, legal. 
e) Flagrante retardado ou diferido 
Caracteriza-se pela possibilidade de retardar o momento da prisão em flagrante, não obstante estar o delito 
em curso, justamente para buscar maiores informações ou provas contra pessoas envolvidas em 
organizações criminosas ou tráfico ilícito de entorpecentes. 
Há previsão de ação controlada, com destaque ao flagrante retardado ou diferido, no art. 53, II, da Lei n. 
11.343/2006 (Lei de Drogas), no art. 4º, b, da Lei n. 9.613/98, com redação dada pela Lei n. 12.683/2012 (Lei 
de Lavagem de Capitais) e art. 8º da Lei n. 12.850/2013 (Lei das Organizações Criminosas). 
Nos termos do art. 53, II, da Lei n. 11.343/2006, a não atuação policial na prisão imediata em flagrante 
depende de autorização judicial e manifestação do Ministério Público. Essa autorização judicial está 
 
 
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condicionada ao conhecimento do itinerário provável e à identificação dos agentes do delito ou de 
colaboradores. 
Conforme o art. 8º, § 1º, da Lei n. 12.850/2013, o retardamento da intervenção policial não exige prévia 
autorização judicial, mas mera comunicação ao juiz competente que, se for o caso, fixará os limites da 
atuação e comunicará ao Ministério Público. 
De acordo com o art. 53, II, da Lei de Drogas, a não atuação imediata da autoridade policial exige autorização 
judicial e manifestação do MP. 
Atenção, meu povo, isso já caiu: 
(FGV - OAB - 2020 - XXXI EXAME DE ORDEM) Durante escuta telefônica devidamente deferida para 
investigar organização criminosa destinada ao contrabando de armas, policiais obtiveram a informação 
de que Marcelo receberia, naquele dia, grande quantidade de armamento, que seria depois repassada a 
Daniel, chefe de sua facção. Diante dessa informação, os policiais se dirigiram até o local combinado. Após 
informarem o fato à autoridade policial, que o comunicou ao juízo competente, eles acompanharam o 
recebimento do armamento por Marcelo, optando por não o prender naquele momento, pois 
aguardariam que ele se encontrasse com o chefe da sua organização para, então, prendê-los. De posse do 
armamento, Marcelo se dirigiu ao encontro de Daniel e lhe repassou as armas contrabandeadas, quando, 
então, ambos foram surpreendidos e presos em flagrante pelos policiais que monitoravam a operação. 
Encaminhados para a Delegacia, os presos entraram em contato com um advogado para esclarecimentos 
sobre a validade das prisões ocorridas. Com base nos fatos acima narrados, o advogado deverá esclarecer 
aos seus clientes que a prisão em flagrante efetuada pelos policiais foi 
a) ilegal, por se tratar de flagrante esperado. 
b) legal, restando configurado o flagrante preparado. 
c) legal, tratando-se de flagrante retardado. 
d) ilegal, pois a conduta dos policiais dependeria de prévia autorização judicial. 
Comentários 
GABARITO: C 
Lei 12.850/2013 
Seção II - Da Ação Controlada (Ou flagrante RETARDADO) 
Art. 8º Consiste a ação controlada em retardar a intervenção policial ou administrativa relativa à ação 
praticada por organização criminosa ou a ela vinculada, desde que mantida sob observação e 
acompanhamento para que a medida legal se concretize no momento mais eficaz à formação de provas e 
obtenção de informações. 
§ 1º O retardamento da intervenção policial ou administrativa será previamente comunicado ao juiz 
competente que, se for o caso, estabelecerá os seus limites e comunicará ao Ministério Público. 
§ 2º A comunicação será sigilosamente distribuída de forma a não conter informações que possam indicar a 
operação a ser efetuada. 
 
 
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§ 3º Até o encerramento da diligência, o acesso aos autos será restrito ao juiz, ao Ministério Público e ao 
delegado de polícia, como forma de garantir o êxito das investigações. 
§ 4º Ao término da diligência, elaborar-se-á auto circunstanciado acerca da ação controlada. 
Art. 9º Se a ação controlada envolver transposição de fronteiras, o retardamento da intervenção policial ou 
administrativa somente poderá ocorrer com a cooperação das autoridades dos países que figurem como 
provável itinerário ou destino do investigado, de modo a reduzir os riscos de fuga e extravio do produto, 
objeto, instrumento ou proveito do crime. 
3 - Modalidades Ilícitas de Flagrante 
a) Flagrante provocado ou preparado 
O flagrante provocado ou preparado ocorre quando uma pessoa, policial ou particular, provoca, induz ou 
instiga alguém a praticar uma infração penal, somente para poder prendê-la. Nesse caso, não fosse a ação 
do agente provocador, o sujeito não teria praticado o delito, pelo menos nas circunstâncias pelas quais foi 
preso. 
Trata-se, na verdade, de hipótese de crime impossível, já que, por força da preparação engendrada pelo 
policial ou terceiro para prendê-lo, jamais o sujeito consumaria o crime. Em síntese, simultaneamente à 
indução à prática do crime, o agente provocador do flagrante age para evitar a consumação. 
É o que diz a Súmula 145 do STF: “Não há crime quando a preparação do flagrante pela polícia torna 
impossível a sua consumação”. Trata-se de hipótese de crime impossível, que não é punível nos termos do 
art. 17 do Código Penal. 
Em que pese a súmula mencionar somente o flagrante pela polícia, a ilegalidade também pode decorrer de 
flagrante preparado por particular. 
Ex.: Suspeitando que a empregada doméstica esteja furtando objetos da residência, a dona de casa deixa 
uma joia na mesa de centro da sala, ficando à espreita. No momento em que a empregada pega a joia, a 
dona de casa, auxiliada ou não por outras pessoas, a detém, prendendo-a em flagrante. Trata-se de prisão 
ilegal, já decorrente de flagrante preparado. 
Em suma, o flagrante provocado é ilegal, devendo, pois, a prisão ser relaxada. 
b) Flagrante forjado 
O flagrante forjado se caracteriza pela criação de provas para forjar a prática de um crime inexistente. Aqui 
a ação da autoridade policial ou de um particular visa simular um fato típico inexistente, com o objetivo de 
incriminar falsamente alguém. 
Ex.: policial coloca/enxerta droga no interior do veículo de determinada pessoa para prendê-la pelo delito 
de tráfico ilícito de entorpecentes. 
 
 
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Trata-se de hipótese de flagrante absolutamente nulo, merecendo, pois, ser relaxado. A autoridade policial 
ou particular que forjou o flagrante responderá por denunciação caluniosa e/ou abuso de autoridade, se for 
funcionário público no exercício da função. 
4 - Procedimento para a Lavratura do Auto de Prisão em 
Flagrante 
Auto de prisão em flagrante é o documento elaborado, via de regra, sob a presidência da autoridade policial, 
contendo as formalidades que revestem a prisão em flagrante, tendo por objetivo precípuo retratar os fatos 
que ensejaram a restrição de liberdade do agente e, ainda, reunir os primeiros elementos de convicção 
acerca da infração penal que motivou a prisão. 
Uma vez preso em flagrante, por policial ou particular,o acusado deve ser conduzido à presença da 
autoridade policial. Se a autoridade policial considerar se tratar de situação de flagrância e que o fato 
constitui crime, determinará a lavratura do auto de prisão, incumbindo-lhe proceder da seguinte forma: 
a) Oitiva do condutor 
O condutor é a pessoa que levou o preso até a delegacia de polícia e o apresentou à autoridade policial. 
Pode ser policial ou qualquer pessoa. Embora na maioria das vezes o condutor seja quem procedeu à prisão, 
não precisa necessariamente ser o responsável pela detenção do suspeito. 
Ex.: seguranças de determinada loja prendem em flagrante uma pessoa pela prática do delito de furto e 
acionam a polícia militar, que conduz o preso à delegacia de polícia. Será um dos policiais, portanto, quem 
apresenta o preso ao delegado de polícia, figurando, assim, como condutor. 
b) Oitiva de testemunhas 
Em seguida, devem ser ouvidas as testemunhas que acompanharam o condutor, que, pelos arts. 304, caput, 
e 304, § 1º, do CPP, devem ser, no mínimo, duas (referem-se a “testemunhas”, no plural). 
Não há qualquer vedação a que sirvam como testemunhas agentes policiais. 
O condutor também pode ser considerado testemunha numerária. 
A falta de testemunhas da infração não impedirá a lavratura do auto de prisão em flagrante, mas, nesse 
caso, com o condutor deverão assinar a peça pelo menos duas pessoas que tenham testemunhado a 
apresentação do preso à autoridade (art. 304, § 2º, do CPP). Considera-se, portanto, testemunha de 
apresentação aquelas que presenciaram o momento em que o condutor apresentou o preso à autoridade 
policial. 
c) Interrogatório do preso 
 
 
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As formalidades para o interrogatório devem observar as mesmas regras do interrogatório judicial, previstas 
nos arts. 185 a 196 do CPP, dentre as quais se destaca a advertência ao preso do seu direito constitucional 
ao silêncio, sem que isso possa ser interpretado em seu desfavor (art. 5º, LXIII, da CF). 
O direito à assistência por advogado constitui direito constitucionalmente assegurado ao preso (art. 5º, LXIII, 
da CF/88). Nesse sentido, à evidência, não cabe à autoridade policial vedar a presença do advogado nos atos 
que integram a lavratura do auto de prisão em flagrante, podendo o profissional acompanhar a oitiva do 
condutor, das testemunhas, bem como o interrogatório do flagrado. 
d) Nota de culpa 
Superadas essas etapas, cumpre à autoridade policial, em até 24 horas após a realização da prisão, 
encaminhar o auto de prisão em flagrante devidamente instruído ao juiz competente, bem como entregar 
ao preso, no mesmo prazo, mediante recibo, a nota de culpa, assinada pela autoridade, com o motivo da 
prisão, o nome do condutor e os das testemunhas. 
Trata-se a nota de culpa de documento por meio do qual a autoridade policial cientifica o preso dos motivos 
de sua prisão, do nome do condutor e das testemunhas. 
Se não for entregue nota de culpa, o flagrante deve ser relaxado por falta de formalidade essencial. 
5 - Garantias Legais e Constitucionais do Preso 
a) comunicação imediata ao juiz competente e ao Ministério Público 
De acordo com o art. 306 do CPP, a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados 
imediatamente ao juiz competente, ao Ministério Público e à família do preso ou à pessoa por ele indicada. 
O art. 5º, LXII, da CF/88 dispõe que a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão 
comunicados imediatamente ao juiz competente e à família do preso ou à pessoa por ele indicada. 
A ausência da comunicação imediata da prisão em flagrante ao juiz competente e ao Ministério Público torna 
a prisão ilegal, devendo, portanto, ser relaxada. 
b) comunicação imediata da prisão à família do preso ou à pessoa por ele indicada 
Nos termos do art. 306 do CPP e do art. 5º, LXII, da CF/88, cumpre à autoridade policial providenciar a 
comunicação imediata da prisão em flagrante à família do preso ou à pessoa por ele indicada. 
Essa comunicação tem por objetivo certificar familiares acerca da localização do preso, bem como viabilizar 
ao preso o apoio e a assistência da família. 
A comunicação à família ou à pessoa pelo preso indicada constitui direito subjetivo do flagrado. Se não for 
observada essa formalidade pela autoridade policial, a prisão em flagrante será ilegal, devendo, pois, ser 
relaxada. 
 
 
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c) assistência de advogado ao preso 
Nos termos do art. 5º, LXIII, parte final, da Constituição Federal, o preso tem direito à assistência da família 
e de advogado. 
Se o flagrado não informar o nome do seu advogado, deverá a autoridade policial encaminhar, em até 24 
horas, cópia integral do APF à Defensoria Pública, nos termos do art. 306, § 1º, do Código de Processo Penal. 
Em síntese, a inobservância de qualquer dessas regras gera a ilegalidade da prisão em flagrante, devendo o 
juiz, ao receber os autos, e verificar que não houve comunicação imediata (ao juiz plantonista, à família do 
preso, ao advogado e ao Ministério Público), deixar de homologar o auto de prisão em flagrante, 
determinando o relaxamento da prisão por ilegalidade formal. 
6 - Audiência de Custódia 
Em fevereiro de 2015, o Conselho Nacional de Justiça - CNJ, em parceria com o Ministério da Justiça e o 
Tribunal de Justiça de SP, lançou o Projeto Audiência de Custódia, que consistiu na garantia da rápida 
apresentação física do preso a um juiz nos casos de prisões em flagrante. 
O preso em flagrante, após a formalização do Auto de Prisão em Flagrante – APF, na Delegacia, é conduzido 
pessoalmente ao Fórum, junto com o documento chamado Auto de Prisão em Flagrante, para a realização 
da audiência de custódia. 
Fará parte de uma audiência com juiz, promotor, defensor(advogado). As partes poderão apresentar seus 
argumentos e requerer uma das três opções do art. 310 do CPP: 
Art. 310. Ao receber o auto de prisão em flagrante, o juiz deverá fundamentadamente: 
I - relaxar a prisão ilegal; ou 
II - converter a prisão em flagrante em preventiva, quando presentes os requisitos 
constantes do art. 312 deste Código, e se revelarem inadequadas ou insuficientes as 
medidas cautelares diversas da prisão; ou 
III - conceder liberdade provisória, com ou sem fiança. 
Duas das três possíveis decisões irá acarretar na soltura do preso: 
✓ o relaxamento da prisão ilegal e 
✓ a concessão da liberdade provisória. 
A outra opção manterá o preso sob a custódia do Estado, mudando a natureza jurídica da prisão em flagrante 
para a prisão preventiva, desde que presentes os requisitos da prisão preventiva (arts. 282, 312 e 313 do 
CPP). 
Como deve agir o juiz durante a audiência de custódia? 
 
 
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O juiz analisará a prisão sob o aspecto da legalidade, da necessidade e da adequação da continuidade da 
prisão ou da eventual concessão de liberdade provisória, com ou sem a imposição de outras medidas 
cautelares, expressas nos artigos 319 e 320 do CPP. 
O fundamento legal da audiência de custódia esteve, inicialmente, no texto do Pacto de San José da Costa 
Rica e no Pacto de Direitos Civis e Políticos, ambos ratificados pelo Brasil em 1992: 
Dec. n. 678/92 – Art. 7º, item 6. Toda pessoa privada da liberdade tem direito a recorrer a um juiz ou tribunal 
competente, a fim de que este decida, sem demora, sobre a legalidade de sua prisão ou detenção e ordene 
sua soltura, se a prisão ou a detenção forem ilegais. 
Dec. n. 592/92 – Art. 9º, item 3. Qualquer pessoa presa ou encarcerada em virtude de infração penal deverá 
ser conduzida, sem demora, à presença do juiz ou de outra autoridade habilitada por lei a exercer funções 
judiciais e terá o direito de ser julgada em prazo razoável ou de ser posta em liberdade. 
Apósa audiência de custódia já ser uma realidade nacional, tanto na Justiça Estadual quanto Federal, a 
expressão "audiência de custódia" ganhou força e passou a fazer parte do texto legal, incluído, com outras 
regras importantes, pelo pacote anticrime: 
Art. 310. Após receber o auto de prisão em flagrante, no prazo máximo de até 24 (vinte e 
quatro) horas após a realização da prisão, o juiz deverá promover audiência de custódia 
com a presença do acusado, seu advogado constituído ou membro da Defensoria Pública 
e o membro do Ministério Público, e, nessa audiência, o juiz deverá, fundamentadamente: 
(Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019) 
I - relaxar a prisão ilegal; ou (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). 
II - converter a prisão em flagrante em preventiva, quando presentes os requisitos 
constantes do art. 312 deste Código, e se revelarem inadequadas ou insuficientes as 
medidas cautelares diversas da prisão; ou (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). 
III - conceder liberdade provisória, com ou sem fiança. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 
2011). 
§ 1º Se o juiz verificar, pelo auto de prisão em flagrante, que o agente praticou o fato em 
qualquer das condições constantes dos incisos I, II ou III do caput do art. 23 do Decreto-Lei 
nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), poderá, fundamentadamente, 
conceder ao acusado liberdade provisória, mediante termo de comparecimento 
obrigatório a todos os atos processuais, sob pena de revogação. (Renumerado do 
parágrafo único pela Lei nº 13.964, de 2019) 
§ 2º Se o juiz verificar que o agente é reincidente ou que integra organização criminosa 
armada ou milícia, ou que porta arma de fogo de uso restrito, deverá denegar a liberdade 
provisória, com ou sem medidas cautelares. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
§ 3º A autoridade que deu causa, sem motivação idônea, à não realização da audiência de 
custódia no prazo estabelecido no caput deste artigo responderá administrativa, civil e 
penalmente pela omissão. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
 
 
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§ 4º Transcorridas 24 (vinte e quatro) horas após o decurso do prazo estabelecido no caput 
deste artigo, a não realização de audiência de custódia sem motivação idônea ensejará 
também a ilegalidade da prisão, a ser relaxada pela autoridade competente, sem prejuízo 
da possibilidade de imediata decretação de prisão preventiva. (Incluído pela Lei nº 13.964, 
de 2019) 
Nesse sentido, num primeiro momento, o magistrado deverá analisar o aspecto formal, a legalidade do auto 
de prisão em flagrante, bem como se há situação de flagrância, conforme as hipóteses do art. 302 do CPP. 
Se observadas as formalidades, o juiz homologa; na hipótese de alguma ilegalidade, formal ou material, o 
juiz deverá relaxar a prisão em flagrante. 
Em sendo legal a prisão em flagrante, o juiz deve verificar se concederá a liberdade provisória ou se 
converterá a prisão em flagrante em prisão preventiva. 
Num segundo momento, uma vez homologado o auto de prisão em flagrante, o juiz deverá verificar a 
necessidade de conversão da prisão em flagrante em prisão preventiva ou a concessão de liberdade 
provisória, com ou sem fiança e a eventual imposição de medida cautelar diversa. 
É importantíssimo ressaltar que a prisão preventiva somente poderá ser decretada em substituição da prisão 
em flagrante se estiverem presentes os requisitos do art. 312 do CPP e se não for suficiente outra medida 
diversa da prisão, bem como se presentes as hipóteses do art. 313 do CPP. 
Assim, pela leitura do art. 310, II, do CPP, verifica-se que a prisão preventiva é a ultima ratio das medidas 
cautelares. Ela somente deve ser decretada quando todas as demais medidas cautelares se revelarem 
inadequadas e insuficientes para o caso concreto. Em outras palavras, a insuficiência das medidas cautelares 
diversas da prisão passou a ser mais um requisito para o cabimento da prisão preventiva. 
Além disso, por ser medida de caráter excepcional, o juiz somente poderá converter a prisão em flagrante 
em prisão preventiva se estiverem presentes os requisitos dos arts. 312 e 313 do CPP. 
Em síntese: o juiz, ao receber o auto de prisão em flagrante, deverá, fundamentadamente, converter a prisão 
em flagrante em preventiva (inciso II, primeira parte), desde que: 
a) a prisão em flagrante não seja ilegal e relaxada (inciso I); 
b) as medidas cautelares diversas da prisão se revelarem inadequadas ou insuficientes (inciso II, parte 
final); 
c) o agente não tenha praticado o fato ao amparo das causas de exclusão da ilicitude previstas no art. 
23 do CP; 
d) estejam presentes os requisitos dos arts. 282, 312 e 313 do CPP. 
Caso contrário, será concedida, obrigatoriamente, liberdade provisória (com ou sem cautelares). 
 
 
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PRISÃO TEMPORÁRIA 
É prisão cautelar de natureza processual destinada a possibilitar as investigações a respeito de crimes graves 
durante o inquérito policial. 
HIPÓTESES PARA A DECRETAÇÃO 
A prisão temporária pode ser decretada em relação aos crimes previstos no art. 1º, III, da Lei n. 7.960/89 e 
nas seguintes hipóteses: 
a) Imprescindibilidade para as investigações do inquérito policial 
Quando a autoridade policial, atualmente, representa pela prisão temporária, é obrigada a dar os motivos 
dessa necessidade, expondo fundamentos que serão avaliados, caso a caso, pelo magistrado competente. 
b) Residência fixa e identidade conhecida 
Esses dois elementos permitem a correta qualificação do suspeito, impedindo que outra pessoa seja 
processada ou investigada em seu lugar, evitando-se, por isso, o indesejado erro judiciário. 
Aquele que não tem residência (morada habitual) em lugar determinado ou que não consegue fornecer 
dados suficientes para o esclarecimento da sua identidade (individualização como pessoa) proporciona 
insegurança na investigação policial. 
Decretação por autoridade judicial 
No caso de prisão temporária, não pode o magistrado decretá-la de ofício. Deverá, invariavelmente, de 
existir requerimento do Ministério Público ou representação da autoridade policial. 
Dica: se na prova mencionar que o juiz prendeu de ofício na prisão temporária, essa prisão será ILEGAL (já 
que a lei não permite) e, portanto, deverá ser relaxada pelo Tribunal após a impetração de habeas corpus. 
Prazo 
Prazo de cinco dias, prorrogáveis por mais cinco dias. 
No caso de prisão temporária pela prática de crime hediondo e equiparados, o art. 2º, § 4º, da Lei n. 
8.072/90, estabelece que o prazo de prisão temporária pode atingir 30 dias, prorrogáveis por igual período, 
em caso de extrema e comprovada necessidade. 
Procedimento 
A prisão temporária pode ser decretada em face da representação da autoridade policial ou de requerimento 
do Ministério Público. Não pode ser decretada de ofício pelo juiz. 
 
 
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No caso de representação da autoridade policial, o juiz, antes de decidir, tem de ouvir o Ministério Público. 
O juiz tem o prazo de 24 horas, a partir do recebimento da representação ou requerimento, para decidir 
fundamentadamente sobre a prisão. 
O mandado de prisão deve ser expedido em duas vias, uma das quais deve ser entregue ao iniciado, servindo 
como nota de culpa. 
Efetuada a prisão, a autoridade policial deve advertir o preso do direito constitucional de permanecer calado. 
Ao decretar a prisão, o juiz poderá (faculdade) determinar que o preso lhe seja apresentado, solicitar 
informações da autoridade policial ou submetê-lo a exame de corpo de delito. 
O prazo de cinco dias (ou 30 dias) pode ser prorrogado uma vez em caso de comprovada e extrema 
necessidade. 
PRISÃO PREVENTIVA 
Trata-se de modalidade de prisão processual decretada exclusivamente por juiz competentequando 
presentes os pressupostos e as hipóteses previstas em lei (arts. 312 e 313 do CPP). 
Possui natureza cautelar, uma vez que visa à tutela da sociedade, da investigação criminal e garantir a 
aplicação da pena. Por se tratar de medida cautelar, pressupõe a coexistência do fumus boni iuris (ou fumus 
comissi delicti) e do periculum in mora (ou periculum libertatis). 
A liberdade é a regra constitucional de nosso Estado Democrático de Direito. Ela só pode ser retirada do 
indivíduo em casos expressamente previstos no ordenamento jurídico. 
Como repercute na esfera da liberdade do acusado, que constitui direito e garantia fundamental do cidadão, 
a possibilidade de decretação da prisão preventiva encontra embasamento também no art. 5º, 
especificamente no inciso LXI, da Constituição, que permite a prisão provisória, antes do trânsito em julgado 
da sentença condenatória, desde que precedida de ordem escrita e fundamentada da autoridade judiciária 
competente. Em síntese, somente é possível decretar a prisão preventiva “por ordem escrita e 
fundamentada da autoridade judiciária competente”. 
Para a soltura do preso e, por conseguinte, a viabilidade de responder a eventual processo em liberdade, 
deve-se identificar que os fundamentos que ensejaram a decretação de preventiva deixaram de existir, 
retirando a necessariedade da medida cautelar da prisão preventiva. 
MOMENTO DA DECRETAÇÃO 
Atualmente, a decretação da prisão preventiva pode ser verificada em três situações: 
a) Na conversão da prisão em flagrante em prisão preventiva (art. 310, II, do CPP) 
 
 
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Nesse caso, de acordo com o art. 310 do CPP, ao receber a cópia do auto de prisão em flagrante, deverá o 
juiz relaxar a prisão nos casos em que esta for ilegal, convertê-la em preventiva ou ainda conceder liberdade 
provisória. 
Vale lembrar que o juiz só decretará a preventiva nos casos em que inadequadas ou insuficientes as medidas 
cautelares diversas da prisão. 
b) Quando não for prisão decorrente de flagrante, mas as circunstâncias do caso revelam a necessidade da 
decretação da prisão preventiva (art. 311 do CPP) 
Nesse caso, o magistrado decreta, durante a investigação criminal ou ação penal, a prisão preventiva, que 
deve ser cumprida mediante a expedição do respectivo mandado. Em outras palavras, nessa hipótese, a 
prisão preventiva pode ser decretada em qualquer fase da investigação policial ou do processo penal. 
Conforme se extrai do art. 311 do CPP, nesse caso, durante as investigações policiais, o juiz não pode 
decretar a prisão preventiva de ofício, mas apenas a requerimento do Ministério Público ou representação 
da autoridade policial. 
Após a alteração da Lei 13.964, de 2019, o magistrado não poderá mais decretar prisão preventiva de ofício. 
Sempre dependerá de requerimento do MP ou representação do delegado de polícia. 
c) Quando o acusado descumprir, injustificadamente, medida cautelar diversa da prisão (art. 282, § 4º, do 
CPP) 
Na hipótese de descumprimento injustificado da medida cautelar anteriormente imposta, o Magistrado 
poderá substituir por outra, determinar a cumulação com outra e, somente em último caso, decretar a prisão 
preventiva. 
Legitimação 
Diante do que dispõe o art. 5º, LXI, da CF/88, no sentido de que ninguém será preso senão em flagrante 
delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de 
transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei, resta claro que a prisão preventiva 
somente pode ser decretada por ordem judicial. 
Nesse caso, o Magistrado decreta, durante a investigação criminal ou ação penal, a prisão preventiva, que 
deve ser cumprida mediante a expedição do respectivo mandado. A prisão preventiva pode ser decretada 
em qualquer fase da investigação policial ou do processo penal. 
Conforme se extrai do art. 311 do CPP, durante a investigação policial, o juiz não pode decretar a prisão 
preventiva de ofício, mas apenas a requerimento do Ministério Público ou representação da autoridade 
policial. 
Pressupostos 
 
 
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Nos termos da parte final do art. 312 do CPP, a prisão preventiva somente é possível, se, no caso concreto, 
houver: 
Como o dispositivo se refere expressamente a “crime”, forçoso concluir que não cabe prisão preventiva nas 
contravenções penais. 
Fundamentos da prisão preventiva 
De acordo com o art. 312 do CPP, a prisão preventiva pode ser decretada como garantia da ordem pública, 
da ordem econômica, por conveniência da instrução criminal, para assegurar a aplicação da lei penal ou em 
caso de descumprimento das obrigações impostas por força de outras medidas cautelares. 
Garantia da ordem pública 
A prisão preventiva para garantia da ordem pública somente deve ocorrer em hipóteses de crimes que se 
revestem de especial gravidade no caso concreto, seja pela pena prevista, seja, sobretudo, pelos meios de 
execução utilizados. Cabe, ainda, prisão preventiva para garantia da ordem pública diante do risco de 
reiteradas investidas criminosas e quando presente situação de comprovada intranquilidade coletiva no seio 
social ou de uma determinada comunidade. 
A gravidade em abstrato do crime não autoriza a prisão preventiva. O juiz deve analisar a gravidade de 
acordo com as circunstâncias do caso concreto. Se não fosse assim, todo crime de homicídio ou de roubo, 
por serem abstratamente graves, autorizariam a prisão preventiva compulsória. 
Em suma: a gravidade em concreto que autoriza a prisão preventiva é aquela revelada não só pela pena 
abstratamente prevista para o crime, mas também pelos meios de execução, quando a perversidade e o 
desprezo pelo bem jurídico atingido, reclamarem medidas imediatas para assegurar a ordem pública, 
decretando-se a prisão preventiva. 
O clamor público, por si só, não autoriza o decreto da prisão preventiva, servindo como uma referência 
adicional para o exame da necessidade da custódia cautelar, devendo, portanto, estar acompanhado de 
situação concreta excepcional, que justifique a prisão processual. 
Conveniência da instrução criminal 
É empregada quando houver risco efetivo para a instrução criminal e não meras suspeitas ou presunções. 
Ou seja, simples receio ou medo da vítima ou testemunha em relação ao acusado, não autoriza o decreto 
da prisão preventiva. 
Não cabe prisão preventiva com fundamento na conveniência da instrução criminal quando se pretende 
interrogar ou compelir o acusado a participar de algum ato probatório (acareação, reconstituição ou 
reconhecimento), sobretudo pela violação ao direito ao silêncio. 
Evidentemente, sendo a custódia decretada unicamente com base no fundamento in examen, uma vez 
esgotada a instrução, não há mais razões para que subsista o decreto, impondo-se, então, a revogação, 
 
 
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conforme se infere dos arts. 316 e 282, § 5º, ambos do CPP. Do contrário, passa a preventiva a se constituir 
uma forma de execução antecipada de pena, configurando constrangimento ilegal. 
Garantia da aplicação da lei penal 
Significa assegurar a finalidade útil do processo penal, que é proporcionar ao Estado o exercício do seu 
direito de punir, aplicando a sanção devida a quem é considerado autor da infração penal. 
É a prisão para evitar que o agente empreenda fuga, tornando inútil a sentença penal por impossibilidade 
de aplicação da pena cominada. 
Todavia, o risco de fuga não pode ser presumido. Tem de estar fundado em circunstâncias concretas. Logo, 
não havendo nenhum elemento concreto, mas mera suspeita de fuga, não há motivo suficiente para o 
decreto da prisão preventiva. 
Garantia de ordem econômica 
Nesse caso, visa-se, com a decretação da prisão preventiva, impedir que o agente, causadorde seriíssimo 
abalo à situação econômico-financeira de uma instituição financeira ou mesmo de órgão do Estado, 
permaneça em liberdade, demonstrando à sociedade a impunidade reinante nessa área. 
Equipara-se o criminoso do colarinho branco aos demais delinquentes comuns, na medida em que o 
desfalque em uma instituição financeira pode gerar maior repercussão na vida das pessoas, do que um 
simples roubo contra um indivíduo qualquer. 
DESCUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÕES IMPOSTAS POR FORÇA DE OUTRAS MEDIDAS CAUTELARES 
Nos termos do art. 312, parágrafo único, do CPP, a prisão preventiva também poderá ser decretada em caso 
de descumprimento de qualquer das obrigações impostas por força de outras medidas cautelares (art. 319), 
conforme o art. 282, § 4º, do CPP. 
Nesse caso, é imprescindível que o juiz atente para a proporcionalidade, devendo sempre priorizar a 
cumulação de medidas cautelares ou adoção de outra mais grave, optando pela prisão preventiva em último 
caso. 
Em síntese, o juiz deve priorizar a aplicação de medida cautelar diversa da prisão caso entenda adequada e 
suficiente diante do caso concreto. Ex.: suponha que o juiz determine a proibição do acusado de estabelecer 
contato com pessoa determinada (art. 319, III, do CPP) e ele descumpre a medida. Nesse caso, o juiz deve, 
primeiro, optar por substituir a medida ou aplicar outra em cumulação, para só então, se persistir o 
descumprimento, decretar a preventiva, conforme dispõe o art. 312, parágrafo único, c/c o art. 282, § 4º, 
do CPP. 
CONDIÇÕES DE ADMISSIBILIDADE DA PRISÃO PREVENTIVA 
 
 
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Não se mostra suficiente a presença de um dos fundamentos da prisão preventiva, devendo, além disso, ser 
decretada somente em determinadas espécies de infração penal ou sob certas circunstâncias. Trata-se das 
condições de admissibilidade. 
A) Nos crimes dolosos punidos com pena privativa de liberdade máxima superior a quatro anos 
Nesses termos, somente é cabível a prisão preventiva para os crimes dolosos com pena máxima, privativa 
de liberdade, superior a quatro anos. Logo, não cabe, em tese, prisão preventiva por crime culposo. 
O limite de quatro anos tem a sua razão de ser, porquanto, se condenado definitivamente, o agente poderá, 
se preenchidos os requisitos do art. 44 do Código Penal, ter substituída sua pena privativa de liberdade em 
restritiva de direitos. Nesse sentido, se condenado o agente não irá, a princípio, para prisão, com muito mais 
razão não poderá ser mantido preso quando incide a seu favor a presunção da inocência. 
Além disso, se condenado a pena não superior a quatro anos, o agente poderá cumprir a pena privativa de 
liberdade em regime aberto, usufruindo dos benefícios inerentes a esse regime carcerário, dentre eles a 
possibilidade de trabalho externo. 
São inúmeros os crimes que, em razão deste inciso, não comportam prisão preventiva, tais como furto 
simples (art. 155 do CP), apropriação indébita (art. 168 do CP), receptação simples (art. 180 do CP), 
descaminho (art. 334 do CP), dentre outros. 
No caso de concurso material de crimes, somam-se as penas para fins de prisão preventiva. Nos casos de 
concurso formal de crimes e crime continuado, considera-se a causa de aumento no máximo e a de 
diminuição no mínimo. Em qualquer caso, se a pena máxima for superior a quatro anos, poderá, em tese, 
ser decretada a prisão preventiva. 
Tratando-se de causas de aumento de pena e de diminuição da pena, deve-se considerar a quantidade que 
mais aumente ou que menos diminua, respectivamente, a fim de se chegar à pena máxima cominada ao 
delito. 
Ex.1: Furto noturno, previsto no art. 155, § 1º, do Código Penal a pena é aumentada em 1/3. O furto simples 
não autoriza o decreto da prisão preventiva, pois a pena máxima cominada é de quatro anos. Todavia, se for 
praticado durante repouso noturno, a pena é aumentada em 1/3, superando os quatro anos e, por 
conseguinte, autorizando o decreto da prisão preventiva. 
Ex.2: Tentativa de estelionato. Conforme o art. 171 do CP, a pena máxima cominada ao delito de estelionato 
é de cinco anos. Na hipótese de tentativa de estelionato, esta pena poderá ser reduzida de 1/3 a 2/3, 
conforme dispõe o art. 14, parágrafo único, do Código Penal. Se aplicada sobre a pena de cinco anos a 
redução mínima (1/3), a pena resultará em três anos e quatro meses, quantidade, portanto, incompatível 
com o disposto no art. 313, I, do CPP, o decreto da prisão preventiva. 
B) Se o réu ostentar condenação anterior definitiva por outro crime doloso no prazo de cinco anos da 
reincidência 
 
 
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Trata-se da hipótese do réu reincidente em crime doloso. Nesse sentido, ainda que se trate de crime com 
pena máxima não superior a quatro anos, poderá ser decretada a prisão preventiva se o réu for reincidente 
em crime doloso, desde que presente um dos fundamentos do art. 312 do CPP. 
Assim, se uma pessoa primária está sendo acusada por crime cuja pena máxima não excede quatro anos, 
descabe inicialmente a prisão preventiva, ainda que existam provas de que ela, por exemplo, está 
ameaçando testemunhas, podendo, nesse caso, ser aplicada uma das medidas cautelares previstas no art. 
319 do CPP. Somente se descumprida a medida cautelar, pode-se aventar a possibilidade de decreto da 
preventiva, com base no art. 282, § 4º, c/c o art. 312, parágrafo único, do CPP. 
C) Se o crime envolver violência doméstica e familiar contra a mulher, criança, adolescente, idoso, enfermo 
ou pessoa com deficiência, para garantir a execução das medidas protetivas de urgência 
Por fim, cabe preventiva se o crime envolver violência doméstica e familiar contra a mulher, criança, 
adolescente, idoso, enfermo ou pessoa com deficiência, para garantir a execução das medidas protetivas de 
urgência. 
Além das medidas protetivas previstas na Lei n. 11.340/2006 (Lei Maria da Penha), a nova redação do art. 
313 do CPP incluiu os casos de violência doméstica, não só em relação à mulher, mas à criança, adolescente, 
idoso, enfermo ou qualquer pessoa com deficiência. 
Essas medidas protetivas estão previstas no art. 22 da Lei n. 11.340/2006 (Lei Maria da Penha), arts. 43 a 45 
do Estatuto do Idoso, e arts. 98 a 101 do ECA. 
Convém registrar que, neste caso, a prisão preventiva será decretada apenas para garantir a execução das 
medidas protetivas de urgência, indicando, assim, a necessidade de imposição anterior das cautelares 
protetivas de urgência. 
ALGUMAS HIPÓTESES QUE NÃO ADMITEM A DECRETAÇÃO DA PRISÃO PREVENTIVA 
A) Nas contravenções penais 
Não cabe prisão preventiva nas contravenções penais, uma vez que o próprio art. 312 prevê a possibilidade 
de prisão preventiva na hipótese de existência de crime, carecendo, assim, previsão legal quando se tratar 
de contravenção penal. 
B) Na hipótese de o agente ter praticado o fato acobertado por uma das causas excludentes de ilicitude 
Nos termos do art. 314 do CPP, a decretação da prisão preventiva é vedada se o juiz verificar, pelas provas 
constantes dos autos, que o agente praticou o ato sob a égide de uma das causas excludentes de ilicitude 
(legítima defesa, estado de necessidade, exercício regular de direito ou estrito cumprimento do dever legal). 
 
 
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LIBERDADE PROVISÓRIA 
1 - Disposições Gerais 
Cabe pedido de liberdade provisória nas hipóteses de prisão em flagrante legal, cuja custódia não se afigura 
necessária, por estarem ausentes os pressupostos da prisão preventiva. 
Entende-se por liberdade provisória a medida cautelar destinada a conferir ao acusado o direito de 
responder ao processo em liberdade, mediante o cumprimento ou não de determinadas condições. 
Existindo condições, a LP será denominada de VINCULADA; 
Não existindo condições, a LP será consideradaDESVINCULADA. 
A liberdade provisória está prevista no art. 310, III, do CPP, segundo o qual, ao receber o auto de prisão em 
flagrante, o juiz poderá, fundamentadamente, conceder a liberdade provisória, com ou sem fiança. Está 
previsto ainda no art. 5º, LXVI, da CF/88, que ninguém será levado à prisão ou nela mantido quando a lei 
admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança. 
Além disso, o art. 321 do CPP dispõe que, ausentes os requisitos que autorizam a decretação da prisão 
preventiva, o juiz deverá conceder liberdade provisória, impondo, se for o caso, as medidas cautelares 
previstas no art. 319 do CPP e observados os critérios constantes do art. 282 do CPP. 
ATENÇÃO: o art. 321 diz que o magistrado tem a obrigação de conceder a liberdade provisória diante da 
ausência dos requisitos da prisão preventiva. 
2 - Conteúdo 
Se a prisão em flagrante se revestir de legalidade, pode o magistrado conceder a liberdade provisória sem 
nenhuma restrição, ou, ao contrário, impor ao agente a prestação de fiança e/ou outra medida cautelar 
diversa da prisão. 
Convém registrar, por pertinente, que há crimes que são inafiançáveis, tais como os crimes de racismo, 
tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, terrorismo, crimes hediondos, bem como crimes 
cometidos por grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático. É 
o que se extrai do art. 323 do CPP e do art. 5º, XLII e XLIII, da CF/88. 
Nesses casos, se ausentes os requisitos da prisão preventiva, será possível a concessão da liberdade 
provisória vinculada à fixação de uma medida cautelar diversa da prisão, salvo a fiança. 
Eis as hipóteses: 
 
 
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a) Quando ausentes os fundamentos da prisão preventiva (art. 321 do CPP) 
Nos termos do art. 321 do CPP, ausentes os requisitos da prisão preventiva, o juiz deverá conceder a 
liberdade provisória, sendo-lhe facultado, com a observância dos critérios da necessidade e da adequação 
previstos no art. 282 do CPP, exigir a prestação de fiança com a finalidade de assegurar o comparecimento 
a atos do processo, evitar a obstrução do seu andamento ou em caso de resistência injustificada à ordem 
judicial, bem como aplicar outras medidas cautelares diversas da prisão previstas no art. 319 do CPP. 
b) Quando houver indicativos de que o agente praticou a infração penal abrigado por excludentes de ilicitude 
(art. 310, parágrafo único, do CPP) 
Trata-se da hipótese em que os elementos constantes no auto de prisão em flagrante indicam ter o agente 
praticado o fato em situação de legítima defesa, estado de necessidade, exercício regular do direito ou 
estrito cumprimento do dever legal. Nesses casos, deverá o juiz conceder a liberdade provisória ao agente, 
independentemente se o fato praticado caracteriza delito afiançável ou inafiançável. 
Embora não esteja previsto no art. 310, parágrafo único, do CPP, parte da doutrina entende possível a 
concessão da liberdade provisória nas hipóteses de excludente de culpabilidade (embriaguez acidental 
completa, coação moral irresistível, erro de proibição etc.), uma vez que, ao final, o agente não será privado 
de liberdade. 
c) Quando, embora afiançável o crime, não possui o flagrado condições econômicas para pegar a fiança (art. 
350 do CPP) 
Liberdade provisória x tráfico ilícito de entorpecentes 
A jurisprudência e a doutrina oscilavam em relação ao art. 44 da Lei n. 11.343/2006, que veda a concessão 
de liberdade provisória no crime de tráfico ilícito de entorpecentes. 
Todavia, o STF, no julgamento do HC 104.339/SP, considerou inconstitucional o disposto no art. 44 da Lei n. 
11.343/2006 também na parte que vedada a concessão da liberdade provisória, sob o fundamento de que 
o dispositivo viola o princípio da presunção da inocência e da dignidade da pessoa humana, bem como que 
a Lei n. 11.464/2007, ao excluir dos crimes hediondos e equiparados a vedação à liberdade provisória, sendo 
posterior à Lei de Drogas, revogou, tacitamente, o art. 44 desta lei, que proibia o benefício ao crime de 
tráfico de drogas. 
MEDIDAS CAUTELARES DIVERSAS DA PRISÃO 
1 - Alterações do Pacote Anticrime no Campo das Cautelares 
O pacote anticrime trouxe alterações substancias no tocante às medidas cautelares em geral. 
 
 
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A primeira novidade, que já deveria ter sido seguida desde 2011, é a regra do contraditório no momento da 
escolha e decretação de medidas cautelares. 
O juiz, ao receber o requerimento de medida cautelar, determinará a intimação da parte contrária, para se 
manifestar no prazo de 5 (cinco) dias, acompanhada de cópia do requerimento e das peças necessárias, 
permanecendo os autos em juízo, 
Para os casos de urgência ou de perigo de ineficácia da medida, o juiz poderá decretar cautelares sem ouvir 
previamente a parte atingida por sua decisão, desde que justifique e fundamente em sua decisão elementos 
do caso concreto que justifiquem essa medida excepcional. 
No caso de descumprimento de qualquer das obrigações impostas, o juiz, mediante requerimento do 
Ministério Público, de seu assistente ou do querelante, poderá substituir a medida, impor outra em 
cumulação, ou, em último caso, decretar a prisão preventiva, nos termos do parágrafo único do art. 312 do 
CPP. 
O juiz poderá, de ofício ou a pedido das partes, revogar a medida cautelar ou substituí-la quando verificar a 
falta de motivo para que subsista, bem como voltar a decretá-la, se sobrevierem razões que a justifiquem. 
A prisão preventiva somente será determinada quando não for cabível a sua substituição por outra medida 
cautelar, observado o art. 319 do CPP, e o não cabimento da substituição por outra medida cautelar deverá 
ser justificado de forma fundamentada nos elementos presentes do caso concreto, de forma individualizada. 
Importante: As medidas cautelares previstas neste Título não se aplicam à infração a que não for isolada, 
cumulativa ou alternativamente cominada pena privativa de liberdade. 
Trata-se, por exemplo, do delito de porte de droga para uso próprio, que não possui, entre as suas penas 
previstas no art. 28 da Lei de Droga, a pena privativa de liberdade, sequer será possível prender pelo 
descumprimento da outras penas: 
Art. 28. Quem adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer consigo, para 
consumo pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou 
regulamentar será submetido às seguintes penas: 
I - advertência sobre os efeitos das drogas; 
II - prestação de serviços à comunidade; 
III - medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo. 
2 - Rol das Medidas Cautelares diversas da Prisão 
Além da prisão preventiva, que é uma medida cautelar, a liberdade provisória, a depender da necessidade 
de proteger o processo, pode vir acompanhada de uma ou mais cautelares expressas nos artigos 319 e 320 
do CPP. 
 
 
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Ausentes os requisitos que autorizam a decretação da prisão preventiva, o juiz deverá conceder liberdade 
provisória, impondo, se for o caso, as medidas cautelares previstas nos artigos 319 e 320 do CPP, os critérios 
da adequação, necessidade, proporcionalidade e subsidiariedade. 
Iremos estudá-las a partir de agora. 
1 - Comparecimento periódico em juízo, no prazo e nas condições fixadas pelo juiz, para informar e 
justificar atividades 
2 - Proibição de acesso ou frequência a determinados lugares quando, por circunstâncias relacionadas ao 
fato, deva o indiciado ou acusado permanecer distante desses locais para evitar o risco de novas infrações 
3 - Proibição de manter contato com pessoa determinada quando, por circunstâncias relacionadas ao fato, 
deva o indiciado ou acusado dela permanecer distante 
4 - Proibição deausentar-se da Comarca quando a permanência seja conveniente ou necessária para a 
investigação ou instrução 
5 - Recolhimento domiciliar no período noturno e nos dias de folga quando o investigado ou acusado tenha 
residência e trabalho fixos 
6 - Suspensão do exercício de função pública ou de atividade de natureza econômica ou financeira quando 
houver justo receio de sua utilização para a prática de infrações penais 
7 - Internação provisória do acusado nas hipóteses de crimes praticados com violência ou grave ameaça, 
quando os peritos concluírem ser inimputável ou semi-imputável (art. 26 do Código Penal) e houver risco 
de reiteração 
8 - Fiança, nas infrações que a admitem, para assegurar o comparecimento a atos do processo, evitar a 
obstrução do seu andamento ou em caso de resistência injustificada à ordem judicial 
 
Se a infração for inafiançável, a falta de exibição do mandado não obstará a prisão, e o 
preso, em tal caso, será imediatamente apresentado ao juiz que tiver expedido o mandado, 
para a realização de audiência de custódia. 
 
 
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São crimes INAFIANÇÁVEIS: 
I - os crimes de racismo; 
II - os crimes de tortura, tráfico de drogas, terrorismo e os crimes hediondos. 
III - os crimes cometidos por grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado 
Democrático. 
Os crimes AFIANCÁVEIS não admitem fiança nessas hipóteses: 
a) aos que, no mesmo processo, tiverem quebrado fiança anteriormente concedida ou infringido, sem 
motivo justo, qualquer das obrigações a que se referem os arts. 327 e 328 deste Código. 
b) em caso de prisão civil ou militar, como, por exemplo, a prisão civil por alimentos. 
IV - quando presentes os motivos que autorizam a decretação da prisão preventiva (art. 312). 
9 - Monitoração eletrônica 
10 - A proibição de ausentar-se do País será comunicada pelo juiz às autoridades encarregadas de fiscalizar 
as saídas do território nacional, intimando-se o indiciado ou acusado para entregar o passaporte, no prazo 
de 24 (vinte e quatro) horas. 
LEGISLAÇÃO PERTINENTE AO TEMA 
Destaco para vocês, a partir de agora, a legislação pertinente ao tema prisão cautelar e liberdade provisória 
no Código de Processo Penal. 
A leitura da letra da lei é fundamental para aumentar seu índice de acertos em questões objetivas. É daqui 
que o examinador retira quase todas as questões. O examinador não inventa temas e conteúdo, ele retira 
da letra da lei a maior parte das questões de processo penal. 
Logo, leia com atenção, grife, revise a letra da lei, fale sem olhar, dê aula para a família até saber o conteúdo 
de cor. Assim que conseguir falar esse conteúdo sem olhar, está pronto para seguir adiante. 
 
 
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Bom estudo, pessoal! 
TÍTULO IX 
DA PRISÃO, DAS MEDIDAS CAUTELARES E DA LIBERDADE PROVISÓRIA 
(Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). 
CAPÍTULO I 
DISPOSIÇÕES GERAIS 
Art. 282. As medidas cautelares previstas neste Título deverão ser aplicadas observando-
se a: (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). 
I - necessidade para aplicação da lei penal, para a investigação ou a instrução criminal e, 
nos casos expressamente previstos, para evitar a prática de infrações penais; (Incluído pela 
Lei nº 12.403, de 2011). 
II - adequação da medida à gravidade do crime, circunstâncias do fato e condições pessoais 
do indiciado ou acusado. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). 
§ 1º As medidas cautelares poderão ser aplicadas isolada ou cumulativamente. (Incluído 
pela Lei nº 12.403, de 2011). 
§ 2º As medidas cautelares serão decretadas pelo juiz a requerimento das partes ou, 
quando no curso da investigação criminal, por representação da autoridade policial ou 
mediante requerimento do Ministério Público. (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019) 
§ 3º Ressalvados os casos de urgência ou de perigo de ineficácia da medida, o juiz, ao 
receber o pedido de medida cautelar, determinará a intimação da parte contrária, para se 
manifestar no prazo de 5 (cinco) dias, acompanhada de cópia do requerimento e das peças 
necessárias, permanecendo os autos em juízo, e os casos de urgência ou de perigo deverão 
ser justificados e fundamentados em decisão que contenha elementos do caso concreto 
que justifiquem essa medida excepcional. (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019) 
§ 4º No caso de descumprimento de qualquer das obrigações impostas, o juiz, mediante 
requerimento do Ministério Público, de seu assistente ou do querelante, poderá substituir 
a medida, impor outra em cumulação, ou, em último caso, decretar a prisão preventiva, 
nos termos do parágrafo único do art. 312 deste Código. (Redação dada pela Lei nº 
13.964, de 2019) 
§ 5º O juiz poderá, de ofício ou a pedido das partes, revogar a medida cautelar ou substituí-
la quando verificar a falta de motivo para que subsista, bem como voltar a decretá-la, se 
sobrevierem razões que a justifiquem. (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019) 
§ 6º A prisão preventiva somente será determinada quando não for cabível a sua 
substituição por outra medida cautelar, observado o art. 319 deste Código, e o não 
cabimento da substituição por outra medida cautelar deverá ser justificado de forma 
fundamentada nos elementos presentes do caso concreto, de forma individualizada. 
(Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019) 
 
 
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Art. 283. Ninguém poderá ser preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e 
fundamentada da autoridade judiciária competente, em decorrência de prisão cautelar ou 
em virtude de condenação criminal transitada em julgado. (Redação dada pela Lei nº 
13.964, de 2019) 
§ 1º As medidas cautelares previstas neste Título não se aplicam à infração a que não for 
isolada, cumulativa ou alternativamente cominada pena privativa de liberdade. (Incluído 
pela Lei nº 12.403, de 2011). 
§ 2º A prisão poderá ser efetuada em qualquer dia e a qualquer hora, respeitadas as 
restrições relativas à inviolabilidade do domicílio. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). 
Art. 284. Não será permitido o emprego de força, salvo a indispensável no caso de 
resistência ou de tentativa de fuga do preso. 
Art. 285. A autoridade que ordenar a prisão fará expedir o respectivo mandado. 
Parágrafo único. O mandado de prisão: 
a) será lavrado pelo escrivão e assinado pela autoridade; 
b) designará a pessoa, que tiver de ser presa, por seu nome, alcunha ou sinais 
característicos; 
c) mencionará a infração penal que motivar a prisão; 
d) declarará o valor da fiança arbitrada, quando afiançável a infração; 
e) será dirigido a quem tiver qualidade para dar-lhe execução. 
Art. 286. O mandado será passado em duplicata, e o executor entregará ao preso, logo 
depois da prisão, um dos exemplares com declaração do dia, hora e lugar da diligência. Da 
entrega deverá o preso passar recibo no outro exemplar; se recusar, não souber ou não 
puder escrever, o fato será mencionado em declaração, assinada por duas testemunhas. 
Art. 287. Se a infração for inafiançável, a falta de exibição do mandado não obstará a prisão, 
e o preso, em tal caso, será imediatamente apresentado ao juiz que tiver expedido o 
mandado, para a realização de audiência de custódia. (Redação dada pela Lei nº 13.964, 
de 2019) 
Art. 288. Ninguém será recolhido à prisão, sem que seja exibido o mandado ao respectivo 
diretor ou carcereiro, a quem será entregue cópia assinada pelo executor ou apresentada 
a guia expedida pela autoridade competente, devendo ser passado recibo da entrega do 
preso, com declaração de dia e hora. 
Parágrafo único. O recibo poderá ser passado no próprio exemplar do mandado, se este 
for o documento exibido. 
Art. 289. Quando o acusado estiverno território nacional, fora da jurisdição do juiz 
processante, será deprecada a sua prisão, devendo constar da precatória o inteiro teor do 
mandado. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). 
 
 
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§ 1º Havendo urgência, o juiz poderá requisitar a prisão por qualquer meio de 
comunicação, do qual deverá constar o motivo da prisão, bem como o valor da fiança se 
arbitrada. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). 
§ 2º A autoridade a quem se fizer a requisição tomará as precauções necessárias para 
averiguar a autenticidade da comunicação. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). 
§ 3º O juiz processante deverá providenciar a remoção do preso no prazo máximo de 30 
(trinta) dias, contados da efetivação da medida. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). 
Art. 289-A. O juiz competente providenciará o imediato registro do mandado de prisão em 
banco de dados mantido pelo Conselho Nacional de Justiça para essa finalidade. (Incluído 
pela Lei nº 12.403, de 2011). 
§ 1º Qualquer agente policial poderá efetuar a prisão determinada no mandado de prisão 
registrado no Conselho Nacional de Justiça, ainda que fora da competência territorial do 
juiz que o expediu. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). 
§ 2º Qualquer agente policial poderá efetuar a prisão decretada, ainda que sem registro 
no Conselho Nacional de Justiça, adotando as precauções necessárias para averiguar a 
autenticidade do mandado e comunicando ao juiz que a decretou, devendo este 
providenciar, em seguida, o registro do mandado na forma do caput deste artigo. (Incluído 
pela Lei nº 12.403, de 2011). 
§ 3º A prisão será imediatamente comunicada ao juiz do local de cumprimento da medida 
o qual providenciará a certidão extraída do registro do Conselho Nacional de Justiça e 
informará ao juízo que a decretou. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). 
§ 4º O preso será informado de seus direitos, nos termos do inciso LXIII do art. 5º da 
Constituição Federal e, caso o autuado não informe o nome de seu advogado, será 
comunicado à Defensoria Pública. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). 
§ 5º Havendo dúvidas das autoridades locais sobre a legitimidade da pessoa do executor 
ou sobre a identidade do preso, aplica-se o disposto no § 2º do art. 290 deste Código. 
(Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). 
§ 6º O Conselho Nacional de Justiça regulamentará o registro do mandado de prisão a que 
se refere o caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). 
Art. 290. Se o réu, sendo perseguido, passar ao território de outro município ou comarca, 
o executor poderá efetuar-lhe a prisão no lugar onde o alcançar, apresentando-o 
imediatamente à autoridade local, que, depois de lavrado, se for o caso, o auto de 
flagrante, providenciará para a remoção do preso. 
§ 1º Entender-se-á que o executor vai em perseguição do réu, quando: 
a) tendo-o avistado, for perseguindo-o sem interrupção, embora depois o tenha perdido 
de vista; 
b) sabendo, por indícios ou informações fidedignas, que o réu tenha passado, há pouco 
tempo, em tal ou qual direção, pelo lugar em que o procure, for no seu encalço. 
 
 
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§ 2º Quando as autoridades locais tiverem fundadas razões para duvidar da legitimidade 
da pessoa do executor ou da legalidade do mandado que apresentar, poderão pôr em 
custódia o réu, até que fique esclarecida a dúvida. 
Art. 291. A prisão em virtude de mandado entender-se-á feita desde que o executor, 
fazendo-se conhecer do réu, Ihe apresente o mandado e o intime a acompanhá-lo. 
Art. 292. Se houver, ainda que por parte de terceiros, resistência à prisão em flagrante ou 
à determinada por autoridade competente, o executor e as pessoas que o auxiliarem 
poderão usar dos meios necessários para defender-se ou para vencer a resistência, do que 
tudo se lavrará auto subscrito também por duas testemunhas. 
Parágrafo único. É vedado o uso de algemas em mulheres grávidas durante os atos 
médico-hospitalares preparatórios para a realização do parto e durante o trabalho de 
parto, bem como em mulheres durante o período de puerpério imediato. (Redação 
dada pela Lei nº 13.434, de 2017) 
Art. 293. Se o executor do mandado verificar, com segurança, que o réu entrou ou se 
encontra em alguma casa, o morador será intimado a entregá-lo, à vista da ordem de 
prisão. Se não for obedecido imediatamente, o executor convocará duas testemunhas e, 
sendo dia, entrará à força na casa, arrombando as portas, se preciso; sendo noite, o 
executor, depois da intimação ao morador, se não for atendido, fará guardar todas as 
saídas, tornando a casa incomunicável, e, logo que amanheça, arrombará as portas e 
efetuará a prisão. 
Parágrafo único. O morador que se recusar a entregar o réu oculto em sua casa será levado 
à presença da autoridade, para que se proceda contra ele como for de direito. 
Art. 294. No caso de prisão em flagrante, observar-se-á o disposto no artigo anterior, no 
que for aplicável. 
Art. 295. Serão recolhidos a quartéis ou a prisão especial, à disposição da autoridade 
competente, quando sujeitos a prisão antes de condenação definitiva: 
I - os ministros de Estado; 
II - os governadores ou interventores de Estados ou Territórios, o prefeito do Distrito 
Federal, seus respectivos secretários, os prefeitos municipais, os vereadores e os chefes de 
Polícia; (Redação dada pela Lei nº 3.181, de 11.6.1957) 
III - os membros do Parlamento Nacional, do Conselho de Economia Nacional e das 
Assembléias Legislativas dos Estados; 
IV - os cidadãos inscritos no "Livro de Mérito"; 
V – os oficiais das Forças Armadas e os militares dos Estados, do Distrito Federal e dos 
Territórios; (Redação dada pela Lei nº 10.258, de 11.7.2001) 
VI - os magistrados; 
VII - os diplomados por qualquer das faculdades superiores da República; 
VIII - os ministros de confissão religiosa; 
 
 
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IX - os ministros do Tribunal de Contas; 
X - os cidadãos que já tiverem exercido efetivamente a função de jurado, salvo quando 
excluídos da lista por motivo de incapacidade para o exercício daquela função; 
XI - os delegados de polícia e os guardas-civis dos Estados e Territórios, ativos e inativos. 
(Redação dada pela Lei nº 5.126, de 20.9.1966) 
§ 1º A prisão especial, prevista neste Código ou em outras leis, consiste exclusivamente no 
recolhimento em local distinto da prisão comum. (Incluído pela Lei nº 10.258, de 
11.7.2001) 
§ 2º Não havendo estabelecimento específico para o preso especial, este será recolhido 
em cela distinta do mesmo estabelecimento. (Incluído pela Lei nº 10.258, de 11.7.2001) 
§ 3º A cela especial poderá consistir em alojamento coletivo, atendidos os requisitos de 
salubridade do ambiente, pela concorrência dos fatores de aeração, insolação e 
condicionamento térmico adequados à existência humana. (Incluído pela Lei nº 10.258, de 
11.7.2001) 
§ 4º O preso especial não será transportado juntamente com o preso comum. (Incluído 
pela Lei nº 10.258, de 11.7.2001) 
§ 5º Os demais direitos e deveres do preso especial serão os mesmos do preso comum. 
(Incluído pela Lei nº 10.258, de 11.7.2001) 
Art. 296. Os inferiores e praças de pré, onde for possível, serão recolhidos à prisão, em 
estabelecimentos militares, de acordo com os respectivos regulamentos. 
Art. 297. Para o cumprimento de mandado expedido pela autoridade judiciária, a 
autoridade policial poderá expedir tantos outros quantos necessários às diligências, 
devendo neles ser fielmente reproduzido o teor do mandado original. 
Art. 298. (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011). 
Art. 299. A captura poderá ser requisitada, à vista de mandado judicial, por qualquer meio 
de comunicação, tomadas pela autoridade, a quem se fizer a requisição, as precauções

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