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<p>DIREITO CONSTITUCIONAL - CP01 - 03 - CPIV - 2º PERÍODO 2023 1</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL</p><p>CPIV</p><p>2º PERÍODO 2023</p><p>TEMAS</p><p>01 Conceitos Gerais. Ações constitucionais e as Constituições que as instituíram. O caráter sumário dos</p><p>remédios constitucionais. Distinção entre recurso e ação autônoma de impugnação. Legitimidade</p><p>ordinária e extraordinária. Efeitos da sentença. Legitimidade recursal. O MP como agente e</p><p>interveniente.</p><p>02 Mandado de segurança I. Natureza jurídica. Os pressupostos constitucionais. Requisitos</p><p>constitucionais específicos. Direito líquido e certo. Ato comissivo ou omissivo inquinado de</p><p>ilegalidade ou de abuso de poder.</p><p>03 Mandado de segurança II. As condições da ação mandamental. A legitimação ativa e passiva no</p><p>mandado de segurança individual e no coletivo. A autoridade coatora. As informações. Litisconsórcio</p><p>e assistência no mandado de segurança.</p><p>04 Mandado de segurança III. O ato impugnado. O prazo para propositura da ação. A liminar. O</p><p>Ministério Público no mandado de segurança. A sentença: natureza jurídica. Encargos da</p><p>sucumbência. Coisa julgada. Recursos. Reexame necessário. Recurso ordinário. Execução. Suspensão</p><p>da liminar e dos efeitos da sentença concessiva da segurança. O MS como ação autônoma de</p><p>impugnação.</p><p>05 Mandado de injunção. Habeas Data. Histórico, legitimidade, procedimento, sentença.</p><p>06 Ações coletivas I. Bens tutelados. Competência do foro e do juízo. Objeto da ação. Tutela preventiva.</p><p>Inquérito Civil Público. Termo de Ajustamento de Conduta.</p><p>07 Ações coletivas II. Condições da ação. Procedimento. Liminar. Atuação do Ministério Público.</p><p>Litisconsórcio. Desistência ou abandono da ação. Recursos. Execução. Coisa Julgada.</p><p>08 Ação popular constitucional e os meios de controle da atividade estatal.</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL - CP01 - 03 - CPIV - 2º PERÍODO 2023 2</p><p>09 A Corte Interamericana de Direitos Humanos. A Comissão de Direitos da OEA. Procedimentos.</p><p>Efeitos das decisões.</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL - CP01 - 03 - CPIV - 2º PERÍODO 2023 3</p><p>Tema 01:</p><p>Conceitos Gerais. Ações constitucionais e as Constituições que as instituíram. O caráter</p><p>sumário dos remédios constitucionais. Distinção entre recurso e ação autônoma de</p><p>impugnação. Legitimidade ordinária e extraordinária. Efeitos da sentença. Legitimidade</p><p>recursal. O MP como agente e interveniente.</p><p>1ª QUESTÃO:</p><p>A União propõe a devida ação civil pública por ato de improbidade administrativa, em que não</p><p>obteve sucesso, restando a demandante a sucumbência que não ultrapassa o valor de 60 (sessenta)</p><p>salários mínimos.</p><p>Não havendo recurso interposto por qualquer das partes, o juiz arquiva o processo na forma do</p><p>NCPC.</p><p>Responda, fundamentadamente, em no máximo 15 (quinze) linhas, se o juiz agiu corretamente.</p><p>RESPOSTA:</p><p>AgInt no REsp 1379659 / DF, Relator(a) Ministro HERMAN BENJAMIN</p><p>Órgão Julgador T2 - SEGUNDA TURMA</p><p>Data do Julgamento 28/03/2017; Data da Publicação/Fonte DJe 18/04/2017</p><p>Ementa</p><p>PROCESSO CIVIL. IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. CAUSAS COM SUCUMBÊNCIA</p><p>DA UNIÃO INFERIOR A 60 SALÁRIOS MÍNIMOS. MICROSSISTEMA DE DIREITOS</p><p>COLETIVOS. PREVISÃO DE REMESSA OFICIAL NA LEI DE AÇÃO POPULAR.</p><p>APLICAÇÃO ANALÓGICA. CABIMENTO.</p><p>1. Trata-se de Ação de Improbidade Administrativa julgada improcedente, cuja sucumbência para</p><p>União não ultrapassa o valor de 60 (sessenta salários mínimos).</p><p>2. É patente a possibilidade de utilização da lei de regência da Ação Popular (Lei 4.717/1965) como</p><p>fonte do microssistema processual de tutela coletiva, prevalecendo, inclusive, sobre disposições</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL - CP01 - 03 - CPIV - 2º PERÍODO 2023 4</p><p>gerais do Código de Processo Civil. A existência dos microssistemas processuais em nosso</p><p>Ordenamento Jurídico é reconhecida em diversas searas de direitos coletivos, de forma que os seus</p><p>instrumentos podem ser utilizados com o escopo de propiciar sua adequada e efetiva tutela.</p><p>2. Por aplicação analógica da primeira parte do art. 19 da Lei 4.717/1965, as sentenças de</p><p>improcedência de Ação Civil Pública sujeitam-se indistintamente ao reexame necessário (RESP</p><p>1.108.542/SC, Rel. Ministro Castro Meira, Segunda Turma, Dje 29/5/2009).</p><p>3. Julgada improcedente Ação de Improbidade Administrativa, há necessidade de remessa oficial,</p><p>independente do valor da sucumbência.</p><p>4. Agravo Interno a que se nega provimento.</p><p>2ª QUESTÃO:</p><p>Virgílio, Promotor de Justiça recém-empossado, é lotado em comarca do interior do Estado, onde</p><p>se depara com inúmeras questões que afligem a população local, dentre elas: ausência de legislação</p><p>municipal própria sobre o fornecimento gratuito de medicamentos aos munícipes; violação ao</p><p>patrimônio histórico e cultural da cidade; ausência de resposta, por parte do município, ao</p><p>requerimento administrativo formulado pelo servidor público Manuel, que desejava obter</p><p>informações pessoais sobre seus dados cadastrais.</p><p>Diante disso, o Promotor de Justiça ingressou, respectivamente, com mandado de injunção, ação</p><p>popular e habeas data, por entender serem tais as medidas cabíveis para solucionar as questões que</p><p>lhe foram apresentadas.</p><p>É o Ministério Público legitimado ativo para o ajuizamento de cada uma das referidas ações</p><p>constitucionais, nas situações acima descritas? Justifique.</p><p>RESPOSTA:</p><p>Art. 12, I da Lei 13300/2016.</p><p>NOVELINO, Marcelo. "Direito Constitucional". 7ª. edição. Editora Método, páginas 604 a 619.</p><p>Mandado de Injunção:</p><p>"(...) O mandado de injunção pode ser impetrado por qualquer pessoa, física ou jurídica, titular de</p><p>um direito constitucionalmente assegurado, cujo exercício esteja inviabilizado pela ausência de</p><p>norma regulamentadora. Não obstante, partindo do pressuposto de que o mandado de injunção é um</p><p>instrumento de tutela de direitos fundamentais, não vislumbramos a possibilidade de impetração por</p><p>entes federativos, pessoas jurídicas de direito público, ou órgãos públicos, ao contrário do que ocorre</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL - CP01 - 03 - CPIV - 2º PERÍODO 2023 5</p><p>com o mandado de segurança. (...) O Ministério Público, a nosso ver, tem legitimidade para a</p><p>impetração deste mandamus em defesa de direitos difusos, coletivos e até individuais indisponíveis</p><p>(Cf, art. 129, II e III). Conforme observa por Robson Renault GODINHO, não se pode negar a esta</p><p>instituição "a possibilidade de valer-se de todos os meios possíveis para restaurar a integral proteção</p><p>devida a direitos indisponíveis, a fim de que não se frustrem pretensões democráticas decorrentes</p><p>de situações jurídicas individuais violadas e sem a devida tutela. Essa foi a opção constitucional de</p><p>um regime democrático preocupado com a tutela de direitos e negar a legitimidade do Ministério</p><p>Púbilco é negar a própria Constituição".</p><p>Ação Popular:</p><p>"(...) O Ministério Público, apesar de não ter legitimidade para propor a ação, deverá acompanhá-</p><p>la, "cabendo-lhe apressar a produção da prova e promover a responsabilidade, civil ou criminal, dos</p><p>que nela incidirem, sendo-lhe vedado, em qualquer hipótese, assumir a defesa do ato impugnado ou</p><p>dos seus autores". (Lei nº 4.717/1965, art. 6º, § 4º).</p><p>Habeas data:</p><p>"(...) A impossibilidade de legitimação extraordinária em habeas data afasta a possibilidade de</p><p>impetração pelo Ministério Público para a defesa de interesses de terceiros. Este órgão somente terá</p><p>legitimidade se as informações pretendidas forem relacionadas ao próprio Ministério Público".</p><p>Tema 02:</p><p>Mandado de segurança I. Natureza jurídica. Os pressupostos constitucionais. Requisitos</p><p>constitucionais específicos. Direito líquido e certo. Ato comissivo ou omissivo inquinado de</p><p>ilegalidade ou de abuso de poder.</p><p>1ª QUESTÃO:</p><p>FULANO impetra Mandado de Segurança contra ato do Secretário de Educação do Estado, em que</p><p>visa ao fornecimento do seu certificado de conclusão de ensino médio junto ao Instituto Educacional</p><p>Flores do Amanhã.</p><p>O impetrante</p><p>em que cumprida pena no IPPSC.</p><p>alega que concluiu o ensino médio na mencionada instituição, na modalidade de curso</p><p>a distância, em 2018, e que requereu a expedição do diploma/certificado de conclusão do ensino</p><p>médio, não obtendo sucesso em seu pleito, devido à inatividade da instituição de ensino. Defende</p><p>que tem direito líquido e certo de receber o documento, indispensável à prova da sua escolaridade,</p><p>sendo a responsabilidade de expedição é da autoridade impetrada, por se tratar de instituição de</p><p>ensino autorizada e extinta.</p><p>A autoridade impetrada alega que o Conselho Estadual de Educação decidiu, em agosto de 2018,</p><p>determinar o encerramento das atividades da referida instituição, em razão de irregularidades, sendo</p><p>certo que a referida instituição foi alvo de investigação criminal, através de operação policial</p><p>deflagrada por Delegacia de Polícia. No caso, o histórico escolar da impetrante, bem como os demais</p><p>documentos escolares acostados, foram assinados por Sônia , diretora pedagógica da instituição de</p><p>ensino, e por Andréa, secretária escolar, que figuram como rés em ação penal, que tramita em juízo</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL - CP01 - 03 - CPIV - 2º PERÍODO 2023 6</p><p>criminal, em decorrência, dentre outros, de suposto crime de Falsidade Ideológica (art. 299 do</p><p>Código Penal). Nesse contexto, concluiu que "não é admissível a concessão da ordem se a existência</p><p>do direito restar duvidosa, ou se seu exercício depender de situações e fatos não esclarecidos, que</p><p>demandem maiores averiguações".</p><p>Responda, fundamentadamente, se o processo merece trânsito.</p><p>RESPOSTA:</p><p>RMS 64076 / Rio de Janeiro, Relator(a) Ministra ASSUSETE MAGALHÃES</p><p>Órgão Julgador T2 - SEGUNDA TURMA</p><p>Data do Julgamento 15/09/2020; Data da Publicação/Fonte DJe 23/09/2020</p><p>Ementa</p><p>ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. RECURSO EM MANDADO DE SEGURANÇA.</p><p>EXPEDIÇÃO DE CERTIFICADO DE CONCLUSÃO DO ENSINO MÉDIO. ENSINO À</p><p>DISTÂNCIA. ENCERRAMENTO DA INSTITUIÇÃO DE ENSINO. SUSPEITA DE FRAUDE</p><p>NA ANTERIOR EMISSÃO DE HISTÓRICO ESCOLAR E DE DECLARAÇÃO DE</p><p>CONCLUSÃO DE CURSO. PROVA PRÉ-CONSTITUÍDA DO DIREITO LÍQUIDO E CERTO.</p><p>INEXISTÊNCIA. NECESSIDADE DE DILAÇÃO PROBATÓRIA. RECURSO EM MANDADO</p><p>DE SEGURANÇA IMPROVIDO.</p><p>I. Recurso em Mandado de Segurança interposto contra acórdão publicado na vigência do</p><p>CPC/2015.</p><p>II. Na origem, trata-se de Mandado de Segurança, impetrado contra ato do Secretário de Educação</p><p>do Estado do Rio de Janeiro, no qual objetiva o fornecimento do certificado de conclusão de ensino</p><p>médio da impetrante junto ao Instituto Educacional Luminis. Alega a impetrante que concluiu o</p><p>ensino médio na mencionada instituição, na modalidade de curso à distância, em 2018, e que</p><p>requereu a expedição do diploma/certificado de conclusão do ensino médio, não obtendo sucesso</p><p>em seu pleito, devido à inatividade da instituição de ensino. Defende que tem direito líquido e certo</p><p>de receber o documento indispensável à prova da sua escolaridade, cuja responsabilidade de</p><p>expedição é da autoridade impetrada, por se tratar de instituição de ensino autorizada e extinta. O</p><p>Tribunal de origem denegou a ordem, ante a ausência da prova pré-constituída dos fatos, o que</p><p>ensejou a interposição do presente recurso.</p><p>III. Na forma da jurisprudência do STJ, "o Mandado de Segurança visa resguardar direito líquido e</p><p>certo de lesão ou ameaça de lesão, assim considerado o que pode ser demonstrado de plano, por</p><p>meio de prova pré-constituída, inexistindo espaço para dilação probatória" (STJ, RMS 61.744/RO,</p><p>Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, DJe de 18/05/2020).</p><p>IV. No caso, concluiu o Tribunal de origem pela ausência de prova pré-constituída dos fatos</p><p>alegados pela parte impetrante, ressaltando que "o Conselho Estadual de Educação decidiu, em</p><p>agosto de 2018, determinar o encerramento das atividades da referida instituição, em razão de</p><p>irregularidades, sendo certo que a referida instituição foi alvo de investigação criminal, através da</p><p>operação 'Nota Zero', deflagrada pela Delegacia de Defraudações da Polícia Civil do Estado do Rio</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL - CP01 - 03 - CPIV - 2º PERÍODO 2023 7</p><p>de Janeiro. No caso, o histórico escolar da Impetrante, bem como os demais documentos escolares</p><p>acostados, foram assinados por Sueli Bragança dos Santos, diretora pedagógica da instituição de</p><p>ensino, e por Fabiana B. de M. Albuquerque, secretária escolar, index 000019 (...). Ressalte-se que</p><p>ambas figuram como rés na Ação Criminal nº 0193068-77.2018.8.19.0001, que tramita pelo juízo</p><p>da 26ª Vara Criminal da Capital, em decorrência, dentre outros, de suposto crime de Falsidade</p><p>Ideológica (art. 299 do Código Penal)". Nesse contexto, concluiu que "não é admissível a concessão</p><p>da ordem se a existência do direito restar duvidosa, ou se seu exercício depender de situações e fatos</p><p>não esclarecidos, que demandem maioresaveriguações".</p><p>V. Trata-se, pois, de matéria que demanda, indubitavelmente, dilação probatória, que é insuscetível</p><p>de ser feita na via estreita do Mandado de Segurança, que exige prova pré-constituída das alegações</p><p>do impetrante. Esta Corte, em casos análogos - envolvendo instituições de ensino suspeitas de fraude</p><p>na emissão de documentos escolares, no Estado do Rio de Janeiro, e que foram objeto de operação</p><p>policial e de posterior denúncia ao Juízo Criminal -, já se pronunciou, negando provimento aos</p><p>recursos ordinários, confirmando o acórdão do Tribunal de origem, que entendera pela inadequação</p><p>da via eleita, por depender a solução da controvérsia de dilação probatória. Precedentes: STJ, RMS</p><p>63.623/RJ, Rel. Ministra ASSUSETE MAGALHÃES, SEGUNDA TURMA, DJe de 11/09/2020;</p><p>RMS 62.117/RJ, Rel. Ministra REGINA HELENA COSTA, DJe de 18/11/2019; RMS 63.504/RJ,</p><p>Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, DJe de 12/06/2020; RMS 62.693/RJ, Rel.</p><p>Ministro FRANCISCO FALCÃO, DJe de 01/06/2020; RMS 62.877/RJ, Rel. Ministro SÉRGIO</p><p>KUKINA, DJe de 26/03/2020; RMS 63.073/RJ, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES,</p><p>DJe de 14/04/2020; RMS 58.037/RJ, Rel. Ministro OG FERNANDES, DJe de 17/09/2019,</p><p>envolvendo os cinco primeiros julgados a mesma instituição de ensino dos presentes autos.</p><p>VI. Recurso em Mandado de Segurança improvido.</p><p>2ª QUESTÃO:</p><p>Em sede de processo de conhecimento, uma das partes impetra Mandado de Segurança contra</p><p>determinada decisão do juiz.</p><p>O tempo passa, o processo de conhecimento é julgado e a decisão transita em julgado sem que o</p><p>Mandado de Segurança seja apreciado.</p><p>Dessa forma, a parte contrária peticiona no Mandado de Segurança para informar acerca do trânsito</p><p>em julgado da decisão e requer a extinção do feito pela perda do objeto.</p><p>Responda, fundamentadamente, em no máximo 15 (quinze) linhas, como deve ser julgado o pedido</p><p>da perda de objeto do Mandado de Segurança.</p><p>RESPOSTA:</p><p>RESPOSTA:</p><p>EDcl no MS 22.157-DF, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, Corte Especial, por maioria, julgado em</p><p>14/03/2019, DJe 11/06/2019</p><p>TEMA</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL - CP01 - 03 - CPIV - 2º PERÍODO 2023 8</p><p>Mandado de segurança. Decisão questionada. Trânsito em julgado. Anterior impetração do writ.</p><p>Conhecimento.</p><p>DESTAQUE</p><p>O mandado de segurança deverá ter seu mérito apreciado independentemente de superveniente</p><p>trânsito em julgado da decisão questionada pelo mandamus.</p><p>INFORMAÇÕES DO INTEIRO TEOR</p><p>É de conhecimento desta Corte de Justiça a impossibilidade de impetração da ação mandamental</p><p>em face de decisão judicial quando esta já transitou em julgado, sendo inúmeros os precedentes</p><p>desta Casa nesse exato sentido. Contudo, a Jurisprudência firmada tomou como parâmetro de sua</p><p>orientação a legislação ordinária sobre o tema, consubstanciada pelo art. 5º, III, da Lei n.</p><p>12.016/2009, assim como o teor da Súmula n. 268/STF. Na trilha dessas ideias, o que se percebe é</p><p>que a legislação traçou como regra de conduta a impossibilidade de impetração quando já transitada</p><p>em julgado a decisão impetrada. No entanto, não se extrai da legislação regulamentadora nenhuma</p><p>intenção de aplicar a mesma regra de não cabimento do mandamus, quando, no curso de seu</p><p>processamento, ocorre o trânsito em julgado. Nessa exata linha de compreensão é que o Supremo</p><p>Tribunal Federal já decidiu, no âmbito das reclamações, pela inaplicabilidade da Súmula n. 734 da</p><p>Corte Suprema - que trata da matéria - quando o trânsito em julgado se operar no curso do processo.</p><p>Saliente-se, inclusive, que o novo CPC vem em auxílio a essa interpretação ao dispor, no § 6º do</p><p>art. 988, que até mesmo "a inadmissibilidade ou o julgamento do recurso interposto contra a decisão</p><p>proferida pelo órgão reclamado não prejudica a reclamação". Colhe-se a razão jurídica pela qual a</p><p>reclamação subsiste, mesmo diante do trânsito em julgado da decisão reclamada. É que, em sendo</p><p>acolhida a impugnação, o ato reclamado será desconstituído, assim como, por conseguinte, todos os</p><p>que lhe são posteriores. Portanto, deixará de subsistir o próprio trânsito em julgado da decisão</p><p>reclamada. Nesses termos, deve ser aplicado o mesmo raciocínio para o mandado de segurança.</p><p>Tema 03:</p><p>Mandado de segurança II. As condições da ação mandamental. A legitimação ativa e passiva</p><p>no mandado de segurança individual e no coletivo. A autoridade coatora. As informações.</p><p>Litisconsórcio e assistência no mandado de segurança.</p><p>1ª QUESTÃO:</p><p>Responda, fundamentadamente, em no máximo 15 (quinze) linhas, se é cabível a impetração de</p><p>mandado de segurança contra ato do 3º vice-presidente do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de</p><p>Janeiro, que não conheceu de determinado agravo interno e, consequentemente, impediu a</p><p>apreciação da matéria pelo Órgão Especial.</p><p>RESPOSTA:</p><p>0002031-22.2022.8.19.0000 - MANDADO DE SEGURANÇA</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL - CP01 - 03 - CPIV - 2º PERÍODO 2023 9</p><p>Des(a). CELSO FERREIRA FILHO - Julgamento: 06/02/2023 - OE - SECRETARIA DO</p><p>TRIBUNAL PLENO E ORGAO ESPECIAL</p><p>AGRAVO INTERNO EM MANDADO DE SEGURANÇA. Impetração contra ato do Terceiro</p><p>Vice-Presidente deste Tribunal de Justiça que não conheceu do recurso de Agravo Interno,</p><p>impedindo, assim, sua apreciação pelo Órgão Especial. Hipótese não passível a ser amparada pela</p><p>via estreita do Mandado de Segurança. Com efeito, tanto a jurisprudência do E. Superior Tribunal</p><p>de Justiça, quanto a do Supremo Tribunal Federal já se orientaram no sentido do não cabimento do</p><p>Mandado de Segurança como sucedâneo recursal, uma vez que a ação mandamental visa à proteção</p><p>de direito líquido e certo contra ato abusivo ou ilegal de autoridade pública, não podendo ser</p><p>utilizada de forma substitutiva, sob pena de se desnaturar a sua essência constitucional. Mandado</p><p>de Segurança que não se presta para impugnar ato de natureza judicial passível de recurso próprio</p><p>ou correição. Direito líquido e certo não configurado, sendo inviável a via mandamental como</p><p>substitutivo do recurso cabível, impondo-se a extinção do feito, por ausência de direito líquido e</p><p>certo. Indeferimento da inicial, com fundamento no artigo 10 da Lei nº 12.016/09 e art. 124 do</p><p>Regimento Interno deste Tribunal. DESPROVIMENTO DO RECURSO.</p><p>2ª QUESTÃO:</p><p>Em sede de mandado de segurança interposto por MÉVIO, o impetrante pretende submeter ao crivo</p><p>do colegiado do Supremo Tribunal Federal decisão do CNJ. Mévio alega que a decisão exarada pelo</p><p>órgão "viola direito líquido e certo do impetrante, ao reconhecer - de maneira positiva - a vacância</p><p>de serventia não reconhecida por determinado Tribunal de Justiça e não estender os efeitos desse</p><p>reconhecimento ao direito do impetrante ao seu provimento, já que Mévio fez a escolha de seu</p><p>Ofício no momento oportuno - com a devida publicidade aos demais candidatos que não se</p><p>manifestaram - e, por estar aprovado no certame, possui direito líquido e certo ao provimento do</p><p>Ofício pelo qual optou".</p><p>Aduz que o CNJ, provocado por meio do pedido de reconsideração em recurso administrativo nos</p><p>autos de Pedido de Providência, em decisão posterior à impetração deste mandado de segurança,</p><p>"reconheceu o erro material e declarou vaga a serventia em causa, mas não deu provimento à</p><p>serventia a quem de direito.".</p><p>Responda, fundamentadamente, em no máximo 15 (quinze) linhas, se o processo merece trânsito.</p><p>RESPOSTA:</p><p>RESPOSTA:</p><p>MS 29153 AgR-terceiro / PR - Relator(a): Min. DIAS TOFFOLI</p><p>Julgamento: 19/05/2015; Publicação: 12/06/2015</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL - CP01 - 03 - CPIV - 2º PERÍODO 2023 10</p><p>EMENTA Agravo regimental em mandado de segurança. Procedimento de controle administrativo</p><p>no Conselho Nacional de Justiça. Decisão do Tribunal de Justiça do Mato Grosso. Artigo 102, inciso</p><p>I, alínea r, da Constituição Federal. Deliberação negativa. Incompetência do Supremo Tribunal</p><p>Federal. Agravo regimental não provido. 1. Interpretação restritiva da alínea r do inciso I do art. 102</p><p>da Constituição Federal, incluída pela EC nº 45/2004, a fim de que o Supremo Tribunal Federal não</p><p>atue, em mandado de segurança originário como instância ordinária revisora de toda e qualquer</p><p>decisão do Conselho Nacional de Justiça (MS nº 26.749/DF-QO, Relator o Ministro Sepúlveda</p><p>Pertence, noticiado no Informativo do STF nº 474, Brasília, 1º a 3 de agosto de 2007). 2. Não dá</p><p>ensejo à impetração de mandado de segurança originário no Supremo Tribunal Federal a decisão do</p><p>Conselho Nacional de Justiça - proferida nos estritos limites de sua competência ordinária de</p><p>"controle da atuação administrativa e financeira do Poder Judiciário e do cumprimento dos deveres</p><p>funcionais dos juízes" (art. 103-B, § 4º, da Constituição Federal) - que não consista em intervenção</p><p>na atuação dos tribunais ou que não determine qualquer providência lesiva do direito vindicado. 3.</p><p>Agravo regimental não provido.</p><p>Pet 4770 AgR / DF - Relator(a): Min. ROBERTO BARROSO</p><p>Julgamento: 18/11/2020; Publicação: 15/03/2021</p><p>Órgão julgador: Tribunal Pleno Publicação</p><p>PROCESSO ELETRÔNICO</p><p>DJe-049 DIVULG 12-03-2021 PUBLIC 15-03-2021</p><p>Ementa. Direito Constitucional e Administrativo. Agravo Interno em Petição. Art. 102, I, r, CF.</p><p>Competência do STF para o julgamento de ações de rito comum contra ato do CNJ. Precedentes. 1.</p><p>Agravo interno interposto contra decisão em que reconhecida a incompetência do STF, ao</p><p>argumento de que esta Corte não teria atribuição para julgar ações de rito comum que impugnam</p><p>atos do CNJ. 2. No caso dos autos, trata-se de ação ordinária, autuada como petição, contra decisão</p><p>proferida pelo Conselho Nacional de Justiça, por meio da qual declarada a vacância de serventia</p><p>extrajudicial – o Ofício de Registro de Imóveis da Comarca de Jaguapitã, no Estado do Paraná. 3.</p><p>A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal se consolidou no sentido de que a sua competência</p><p>para processar e julgar demandas que impugnam atos do CNJ e do CNMP (art. 102, I, r, CF) estaria</p><p>limitada às ações tipicamente constitucionais: mandados de segurança, mandados de injunção,</p><p>habeas corpus e habeas data (AO 1.706 AgR, Rel. Min. Celso de Mello, DJe 18.02.2014; AO 1.814-</p><p>QO/MG, Rel. Min. Marco Aurélio, DJe de 03.12.2014; AO 1.894 AgR, de minha relatoria, DJe</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL - CP01 - 03 - CPIV - 2º PERÍODO 2023 11</p><p>17.08.2018; AO 1.672 AgR, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJe 15.10.2015). 4. No entanto, essa</p><p>interpretação restritiva da regra de competência tem sido reiteradamente mitigada em decisões da</p><p>Segunda Turma e do Plenário desta Corte. Em tais precedentes, o Tribunal excepcionou o</p><p>entendimento anterior, para reconhecer ser de sua alçada processar e julgar ações ordinárias nas</p><p>quais questionados atos praticados pelo CNJ e pelo CNMP (NoPlenário: Pet 4.656-AgR, Rel. Min.</p><p>Cármen Lúcia, Tribunal Pleno, DJe 04.12.2017. Na Segunda Turma: RCL 16.575 AgR, Rel. Min.</p><p>Dias Toffoli, DJe 21.8.2015 e RCL 24.563 AgR, Rel. Min. Dias Toffoli, Segunda Turma, DJe</p><p>21.2.2017). Em momento recente, também a Primeira Turma modificou a sua posição na matéria,</p><p>ao examinar a Reclamação 15.564 AgR, sob a</p><p>relatoria da Min. Rosa Weber, designado como</p><p>redator do acórdão o Min. Luiz Fux. A solução proposta neste julgamento está correta e deve ser</p><p>endossada. 5. O art. 102, I, r, CF estabelece a competência do STF para julgar originariamente “as</p><p>ações contra o Conselho Nacional de Justiça e contra o Conselho Nacional do Ministério Público”.</p><p>A Constituição não discriminou as espécies de ação que seriam da alçada desta Corte, do que se</p><p>extrai que procurou fixar uma atribuição mais ampla para a análise de tais demandas. Essa leitura é</p><p>corroborada pelo fato de que, quando pretendeu restringir a competência do Tribunal apenas às</p><p>ações mandamentais, o constituinte o fez de forma expressa (art. 102, I, d, i e q, CF). 6. Isso não</p><p>significa, porém, que a Corte deva afirmar a sua competência para conhecer de toda e qualquer ação</p><p>ordinária contra atos do CNJ. A regra de competência em questão deve ser interpretada de acordo</p><p>com os fins que justificaram a sua edição. A outorga de atribuição ao STF para processar e julgar</p><p>ações contra o Conselho é um mecanismo institucional delineado pelo legislador constituinte para</p><p>proteger e mesmo viabilizar a atuação desses órgãos de controle. A percepção é a de que a realização</p><p>de sua missão constitucional restaria impossibilitada ou seriamente comprometida se os atos por</p><p>eles praticados estivessem sujeitos ao crivo de juízos de primeira instância. Em primeiro lugar,</p><p>porque a atuação do CNJ não raramente recai sobre questões locais delicadas e que mobilizam</p><p>diversos interesses, sendo o distanciamento das instâncias de controle jurisdicional um elemento</p><p>essencial para o desempenho apropriado das suas funções. Em segundo lugar, porque o órgão de</p><p>controle também atua em questões de abrangência nacional, que demandam um tratamento uniforme</p><p>e uma ação coordenada e, por essa razão, não poderiam ser adequadamente enfrentadas por juízos</p><p>difusos. Em terceiro lugar, porque a submissão de atos do CNJ à análise de órgãos jurisdicionais</p><p>diferentes da Suprema Corte representaria a subordinação da atividade da instância fiscalizadora aos</p><p>órgãos e agentes públicos por ela fiscalizados, em subversão do sistema de controle proposto na</p><p>Constituição Federal. 7. Assim sendo, como pontuado na Reclamação nº 15.564 AgR, a competência</p><p>desta Corte para o exame de ações ordinárias se justifica sempre que questionados atos do CNJ “de</p><p>cunho finalístico, concernentes aos objetivos precípuos de sua criação, a fim de que a posição e</p><p>proteção institucionais conferidas ao Conselho não sejam indevidamente desfiguradas”. A título</p><p>meramente exemplificativo, seriam da alçada deste Supremo Tribunal Federal ações de rito comum</p><p>em que</p><p>impugnados atos do CNJ “(i) de caráter normativo ou regulamentar que traçam modelos de políticas</p><p>nacionais no âmbito do Judiciário;(ii) que desconstituam ato normativo de tribunal local, (iii) que</p><p>envolvam interesse direto e exclusivo de todos os membros do Poder Judiciário, consubstanciado</p><p>em seus direitos, garantias e deveres, (iv) que versam sobre serventias judiciais e extrajudiciais,</p><p>notadamente em matéria de obrigatoriedade de realização de concurso público, regime jurídico e</p><p>conformação dessas serventias com os preceitos constitucionais insculpidos no art. 37, caput, da</p><p>Constituição Federal”. 8. Na espécie, o autor propôs ação ordinária contra decisão do CNJ que</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL - CP01 - 03 - CPIV - 2º PERÍODO 2023 12</p><p>declarou a vacância da serventia por ele titularizada, por ter considerado irregular o ato de</p><p>investidura, realizada sem prévia aprovação em concurso público. O ato impugnado foi</p><p>inequivocamente praticado pelo Conselho Nacional de Justiça no exercício de sua atividade-fim,</p><p>uma vez que consubstancia o controle de juridicidade de ato de provimento de serventia</p><p>extrajudicial. Daí a competência do Supremo Tribunal Federal para processar e julgar a demanda.</p><p>9. Agravo interno provido para reformar a decisão que declarou a incompetência desta Corte e</p><p>determinar o regular processamento da ação, com a fixação da seguinte tese: “Nos termos do artigo</p><p>102, inciso I, r, da Constituição Federal, é competência exclusiva do Supremo Tribunal Federal</p><p>processar e julgar, originariamente, todas as ações ajuizadas contra decisões do Conselho Nacional</p><p>de Justiça e do Conselho Nacional do Ministério Público proferidas no exercício de suas</p><p>competências constitucionais, respectivamente, previstas nos artigos 103-B, § 4º, e 130-A, § 2º, da</p><p>Constituição Federal”.</p><p>Tema 04:</p><p>Mandado de segurança III. O ato impugnado. O prazo para propositura da ação. A liminar.</p><p>O Ministério Público no mandado de segurança. A sentença: natureza jurídica. Encargos da</p><p>sucumbência. Coisa julgada. Recursos. Reexame necessário. Recurso ordinário. Execução.</p><p>Suspensão da liminar e dos efeitos da sentença concessiva da segurança. O MS como ação</p><p>autônoma de impugnação.</p><p>1ª QUESTÃO:</p><p>JOÃO impetra Mandado de Segurança contra suposto ato ilegal do Secretário da Administração</p><p>estadual em que quer sua reclassificação em concurso público, tendo em vista decisão judicial</p><p>proferida em ação ajuizada por terceiros e julgada procedente para anular seis questões do certame</p><p>após o encerramento do prazo de validade do certame.</p><p>A autoridade apontada requer a extinção do feito, uma vez que o concurso foi homologado há mais</p><p>de seis meses e que, até o presente, não houve qualquer outra conduta administrativa em relação ao</p><p>certame, muito menos nomeação dos aprovados, motivo pelo qual o prazo para a específica demanda</p><p>decaiu.</p><p>Responda fundamentadamente, em no máximo 15 (quinze) linhas, como deve ser julgado o pedido</p><p>de extinção do feito.</p><p>RESPOSTA:</p><p>RMS 64.025-BA, Rel. Min. Assusete Magalhães, Segunda Turma, por unanimidade, julgado em</p><p>04/10/2022, DJe 10/10/2022.</p><p>DESTAQUE</p><p>A data do último ato administrativo reputado ilegal é o termo inicial do prazo decadencial</p><p>para impetração de Mandado de Segurança com objetivo de reclassificação em concurso</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL - CP01 - 03 - CPIV - 2º PERÍODO 2023 13</p><p>público em virtude de anulação de questões por decisão judicial após o encerramento do prazo</p><p>de validade do certame.</p><p>INFORMAÇÕES DO INTEIRO TEOR</p><p>Na origem, trata-se de Mandado de Segurança impetrado contra suposto ato ilegal do Secretário da</p><p>Administração estadual objetivando a reclassificação do impetrante em concurso público, tendo em</p><p>vista decisão judicial proferida em ação ajuizada por terceiros e julgada procedente para anular seis</p><p>questões do certame após o encerramento do prazo de validade do certame.</p><p>Com efeito, a jurisprudência do STJ orienta-se no sentido de que, quanto ao prazo para interposição</p><p>do mandamus, o entendimento jurisprudencial consolidado desta Corte é o de que a contagem do</p><p>prazo decadencial para impetrar Mandado de Segurança, contra a ausência de nomeação de</p><p>candidato aprovado em concurso público, inicia-se na data de expiração da validade do certame.</p><p>No entanto, a anulação das questões do aludido concurso por decisão judicial, em ação ajuizada por</p><p>terceiros, e a apontada ilegalidade em face da não reclassificação do ora recorrente devem-se por</p><p>ato posterior ao próprio prazo de validade do concurso.</p><p>Contudo, o presente Mandado de Segurança foi impetrado após 120 (cento e vinte) dias do último</p><p>ato administrativo ilegal apontado pelo impetrante.</p><p>Em situação idêntica à presente, versando sobre o mesmo certame - sem olvidar a existência de</p><p>julgado que afastou a decadência, em circunstâncias semelhantes (STJ, RMS 58.674/BA, Rel.</p><p>Ministro Francisco Falcão, Segunda Turma, DJe de 14/12/2018) -, a Segunda Turma do STJ acolheu</p><p>Embargos de Declaração, com efeitos modificativos para reconhecer a decadência do direito à</p><p>impetração (EDcl no RMS 56.081/BA, Rel. Ministro Herman Benjamin, Segunda Turma, julgado</p><p>em 11/06/2019, DJe de 01/07/2019).</p><p>No julgamento do RMS 60.498/BA, em 25/06/2019, considerou-se que "não há</p><p>como considerar o</p><p>término do prazo de validade do concurso [...], pois nesse marco temporal nem sequer havia se</p><p>consubstanciado a ilegalidade invocada pela parte impetrante. Tendo em vista a pretensão</p><p>mandamental deduzida, a não extensão a todos os participantes do concurso público da</p><p>reclassificação atribuída a alguns, publicada no Diário Oficial [...], deve ser esta data o termo inicial</p><p>do prazo decadencial para impetração do presente Mandado de Segurança.".</p><p>2ª QUESTÃO:</p><p>A Associação dos Policiais Militares da Reserva e Reformados da Polícia Militar impetrou um</p><p>Mandado de Segurança Coletivo, em que postulava o reconhecimento judicial de determinado</p><p>adicional aos militares inativos.</p><p>O pedido foi julgado procedente e, no momento, o processo se encontra no STF, que confirmou as</p><p>decisões anteriores pela concessão da ordem, sem trânsito em julgado, uma vez que pende embargos</p><p>de declaração, sem efeitos infringentes, apenas para aclarar parte do decisum.</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL - CP01 - 03 - CPIV - 2º PERÍODO 2023 14</p><p>Desta feita, JOÃO, aproveitando-se da decisão, e na condição de oficial da reserva, propõe Ação de</p><p>Cobrança em face do Estado, em que pede o pagamento das parcelas vencidas desde o momento de</p><p>seu ingresso na polícia.</p><p>Em sua defesa, o Estado alega, preliminarmente, que o mandado de segurança a que alude o autor</p><p>não transitou em julgado, motivo pelo qual a inicial não deve ser recebida. No mérito, alega que o</p><p>direito do autor se estende apenas ao quinquênio anterior ao oferecimento da sua própria demanda.</p><p>Responda, fundamentadamente, como deve ser julgado o pedido de JOÃO.</p><p>RESPOSTA:</p><p>AgInt no REsp 1920016 / SP, Relator(a) Ministro HERMAN BENJAMIN (1132)</p><p>Órgão Julgador T2 - SEGUNDA TURMA</p><p>Data do Julgamento 19/04/2021</p><p>Data da Publicação/Fonte DJe 01/07/2021</p><p>Ementa</p><p>ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO INTERNO. AÇÃO DE COBRANÇA.</p><p>MANDADO DE SEGURANÇA COLETIVO. PRESCRIÇÃO QUINQUENAL. TERMO</p><p>INICIAL. TRÂNSITO EM JULGADO DO WRIT COLETIVO. SÚMULA 83/STJ.</p><p>1. Consta no acórdão da origem (fls. 293-294, e-STJ): "(...) Assim, as rés devem pagar aos autores</p><p>os valores devidos, nos cinco anos anteriores à impetração do mandado de segurança [coletivo], à</p><p>vista da regra do artigo 3º do Decreto Federal 20.910/32."</p><p>2. Conforme o entendimento do STJ, "o mandado de segurança coletivo interrompe a fluência do</p><p>prazo prescricional, sendo certo que, somente após o trânsito em julgado da decisão nele proferida,</p><p>voltará a fluir a prescrição da ação ordinária para cobrança das parcelas referentes ao quinquênio</p><p>que antecedeu a propositura do writ." (AgInt nos EDcl no AREsp 1572667/SP, Rel. Ministro Gurgel</p><p>de Faria, Primeira Turma, DJe 16/10/2020).</p><p>3. Ademais, o STJ possui jurisprudência consolidada que entende ser necessário aguardar o trânsito</p><p>em julgado da sentença em Mandado de Segurança Coletivo para o ajuizamento da ação de cobrança</p><p>em que se pretende o recebimento de parcelas pretéritas.</p><p>4. Não vinga, portanto, a irresignação recursal que pretenda defender que a marcha prescricional</p><p>deve ter por início a data da ação individual de cobrança, em detrimento da data de impetração do</p><p>MS coletivo. Incide, no presente caso, a Súmula 83/STJ.</p><p>5. Agravo Interno não provido.</p><p>Tema 05:</p><p>Mandado de injunção. Habeas Data. Histórico, legitimidade, procedimento, sentença.</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL - CP01 - 03 - CPIV - 2º PERÍODO 2023 15</p><p>1ª QUESTÃO:</p><p>O Sindicato dos Auxiliares e Técnicos de Enfermagem do Município do Rio de Janeiro (SATEM-</p><p>RJ) impetra mandado de injunção em face do Exmº. Sr. Governador do ERJ e da Assembléia</p><p>Legislativa - ALERJ, narrando como causa de pedir: a falta de regulamentação do art. 83, V, da</p><p>Constituição do Estado do Rio de Janeiro, já que os funcionários civis estaduais, em geral, e os</p><p>auxiliares e técnicos de enfermagem, em especial, que trabalham em sistema de plantões, que</p><p>incluem parte da jornada em diurno e parte em período noturno, não vêm sendo remunerados</p><p>corretamente.</p><p>Assim, através do presente visa-se a obter o reconhecimento da omissão apontada e, bem assim, a</p><p>mora legislativa quanto à regulamentação do dispositivo constitucional consubstanciado no art. 83,</p><p>V, da referida Carta Estadual, concedendo-se prazo ao Poder Público para promover os atos</p><p>indispensáveis à regulamentação já mencionada, de modo a permitir a aplicação efetiva do direito</p><p>ao adicional noturno aos servidores civis estaduais que exerçam cargo de auxiliar técnico de</p><p>enfermagem.</p><p>Estudada a hipótese, responda de forma fundamentada:</p><p>a) O impetrante tem legitimidade ativa para ajuizar o mandado de injunção?</p><p>b) O Sindicato necessita de autorização expressa para a representação judicial dos seus</p><p>sindicalizados?</p><p>c) É admissível a tutela coletiva na via do mandado de injunção?</p><p>RESPOSTA:</p><p>TJRJ: Mandado de Injunção 03/2001, relator Des. Gama Malcher; Órgão Especial, em 04/02/2001;</p><p>Mandados de Injunção números 20, 689 e 708, do Supremo Tribunal Federal.</p><p>Mandado de Injunção 708</p><p>Mandado de Injunção e Direito de Greve - 1</p><p>O Tribunal iniciou julgamento de mandado de injunção impetrado pelo Sindicato dos Trabalhadores</p><p>em Educação do Município de João Pessoa - SINTEM em face do Congresso Nacional, com o</p><p>objetivo de dar efetividade à norma inscrita no art. 37, VII, da CF (Art. 37. ... VII - o direito de greve</p><p>será exercido nos termos e nos limites definidos em lei específica;). O Min. Gilmar Mendes, relator,</p><p>conheceu do mandado de injunção e acolheu a pretensão nele deduzida para que, enquanto não</p><p>suprida a lacuna legislativa, seja aplicada a Lei 7.783/89, e, ainda, em razão dos imperativos da</p><p>continuidade dos serviços públicos, de acordo com as peculiaridades de cada caso concreto, e</p><p>mediante solicitação de órgão competente, seja facultado ao juízo competente impor a observância</p><p>a regime de greve mais severo, haja vista se tratar de serviços ou atividades essenciais, nos termos</p><p>dos artigos 9 a 11 da Lei 7.783/89. Inicialmente, teceu considerações a respeito da questão da</p><p>conformação constitucional do mandado de injunção no Direito Brasileiro e da evolução da</p><p>interpretação que o Supremo lhe tem conferido. Ressaltou que a Corte, afastando-se da orientação</p><p>inicialmente perfilhada no sentido de estar limitada à declaração da existência da mora legislativa</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL - CP01 - 03 - CPIV - 2º PERÍODO 2023 16</p><p>para a edição de norma regulamentadora específica, passou, sem assumir compromisso com o</p><p>exercício de uma típica função legislativa, a aceitar a possibilidade de uma regulação provisória pelo</p><p>próprio Judiciário. Registrou, ademais, o quadro de omissão que se desenhou, não obstante as</p><p>sucessivas decisões proferidas nos mandados de injunção.</p><p>MI 708/DF, rel. Min. Gilmar Mendes, 24.5.2007. (MI-708)</p><p>Mandado de Injunção e Direito de Greve - 2</p><p>O Min. Gilmar Mendes entendeu que, diante disso, talvez se devesse refletir sobre a adoção, como</p><p>alternativa provisória, para esse impasse, de uma moderada sentença de perfil aditivo. Aduziu, no</p><p>ponto, no que concerne à aceitação das sentenças aditivas ou modificativas, que elas são em geral</p><p>aceitas quando integram ou completam um regime previamente adotado pelo legislador ou, ainda,</p><p>quando a solução adotada pelo Tribunal incorpora solução constitucionalmente obrigatória.</p><p>Salientou que a disciplina do direito de greve para os trabalhadores em geral, no que tange às</p><p>denominadas atividades essenciais, é especificamente delineada nos artigos 9 a 11 da Lei 7.783/89</p><p>e que, no caso de aplicação dessa legislação à hipótese do direito de greve dos servidores públicos,</p><p>afigurar-se-ia inegável o conflito existente entre as necessidades mínimas de legislação para o</p><p>exercício do direito de greve dos servidores públicos, de um lado, com o direito a serviços públicos</p><p>adequados e prestados de forma contínua, de outro. Assim, tendo em conta que ao legislador não</p><p>seria dado escolher se concede</p><p>ou não o direito de greve, podendo tão-somente dispor sobre a</p><p>adequada configuração da sua disciplina, reconheceu a necessidade de uma solução obrigatória da</p><p>perspectivaconstitucional.</p><p>MI 708/DF, rel. Min. Gilmar Mendes, 24.5.2007. (MI-708)</p><p>Mandado de Injunção e Direito de Greve - 3</p><p>Por fim, depois de esclarecer a necessidade da complementação na parte dispositiva de seu voto,</p><p>porquanto não se poderia deixar de cogitar dos riscos decorrentes das possibilidades de que a</p><p>regulação dos serviços públicos que tenham características afins aos serviços ou atividades</p><p>essenciais seja menos severa que a disciplina dispensada aos serviços privados ditos essenciais,</p><p>concluiu que, sob pena de injustificada e inadmissível negativa de prestação jurisdicional nos</p><p>âmbitos federal, estadual e municipal, seria mister que, na decisão do writ, fossem fixados, também,</p><p>os parâmetros institucionais e constitucionais de definição de competência, provisória e ampliativa,</p><p>para apreciação de dissídios de greve instaurados entre o Poder Público e os servidores com vínculo</p><p>estatutário. Dessa forma, no plano procedimental, vislumbrou a possibilidade de aplicação da Lei</p><p>7.701/88, que cuida da especialização das turmas dos Tribunais do Trabalho em processos coletivos.</p><p>Após, o julgamento foi suspenso em virtude do pedido de vista do Min. Ricardo Lewandowski.</p><p>MI 708/DF, rel. Min. Gilmar Mendes, 24.5.2007. (MI-708)</p><p>19/05/94</p><p>Tribunal Pleno; Mandado de Injunção nº20-4 Distrito Federal</p><p>Relator: Ministro Celso de Mello</p><p>Requerente: Confederação dos Servidores Públicos do Brasil</p><p>Requerido: Congresso Nacional</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL - CP01 - 03 - CPIV - 2º PERÍODO 2023 17</p><p>EMENTA: MANDADO DE INJUNÇÃO COLETIVO - DIREITO DE GREVE DO SERVIDOR</p><p>PÚBLICO CIVIL - EVOLUÇÃO DESSE DIREITO NO CONSTITUCIONALISMO</p><p>BRASILEIRO - MODELOS NORMATIVOS NO DIREITO COMPARADO - PRERROGATIVA</p><p>JURÍDICA ASSEGURADA PELA CONSTITUIÇÃO (art.37, VII) - IMPOSSIBILADE DE SEU</p><p>EXERCÍCIO ANTES DA EDIÇÃO DA LEI COMPLEMENTAR - OMISSÃO LEGISLATIVA -</p><p>HIPÓTESE DE SUA CONFIGURAÇÃO - RECONHECIMENTO DO ESTADO DE MORA DO</p><p>CONGRESSO NACIONAL - IMPETRAÇÃO POR ENTIDADE DE CLASSE -</p><p>ADMISSIBILIDADE - WRIT CONCEDIDO.</p><p>DIREITO DE GREVE NO SERVIÇO PÚBLICO: O preceito constitucional que reconheceu o</p><p>direito de greve ao servidor público civil constitui norma de eficácia meramente limitada,</p><p>desprovida, em conseqüência, de auto-aplicabilidade, razão pela qual, para atuar plenamente,</p><p>depende da edição da lei complementar exigida pelo próprio texto da Constituição.</p><p>A mera outorga constitucional do direito de greve ao servidor público civil não basta - ante a</p><p>ausência da auto-aplicabilidade da norma constante do art.37, VII, da Constituição - para justificar</p><p>o seu imediato exercício.</p><p>O exercício do direito público subjetivo de greve outorgado aos servidores civis só se revelará</p><p>possível depois da edição da lei complementar reclamada pela Carta Política. A lei complementar</p><p>referida - que vai definir os termos e os limites do exercício do direito de greve no serviço público</p><p>- constitui requisito de aplicabilidade e de operatividade da norma inscrita no art.37, VII, do texto</p><p>constitucional. Essa situação de lacuna técnica, precisamente por inviabilizar o exercício do direito</p><p>de greve, justifica a utilização e o deferimento do mandado de injunção.</p><p>A inércia estatal configura-se, objetivamente, quando o excessivo e irrazoável retardamento na</p><p>efetivação da prestação - não obstante a ausência, naConstituição, de prazo pré-fixado para a edição</p><p>da necessária norma regulamentadora - vem a comprometer e a nulificar a situação subjetiva de</p><p>vantagem criada pelo texto constitucional em favor dos seus beneficiários.</p><p>MANDADO DE INJUNÇÃO COLETIVO: A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal firmou-</p><p>se no sentido de admitir a utilização por organismos sindicais e pelas entidades de classe do mandado</p><p>de injunção coletivo, com a finalidade de viabilizar, em favor dos membros ou associados dessas</p><p>instituições, o exercício de direitos assegurados pela Constituição. Precedentes e doutrina.</p><p>TJRS</p><p>1. Núm.:70084421015</p><p>Tipo de processo: Apelação Cível</p><p>Tribunal: Tribunal de Justiça do RS</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL - CP01 - 03 - CPIV - 2º PERÍODO 2023 18</p><p>Classe CNJ: Apelação</p><p>Relator: Alexandre Mussoi Moreira</p><p>Órgão Julgador: Quarta Câmara Cível</p><p>Comarca de Origem: PORTO ALEGRE</p><p>Seção: CIVEL</p><p>Assunto CNJ: Descontos Indevidos</p><p>Decisão: Acordao</p><p>Ementa: APELAÇÃO CÍVEL. MANDADO DE SEGURANÇA. SINDICATO DOS</p><p>MUNICIPÁRIOS DE PORTO ALEGRE – SIMPA. LEGITIMIDADE. ADESÃO À GREVE</p><p>CONSIDERADA LEGAL, DEVIDO AO ATRASO E PARCELAMENTO DE SALÁRIOS DOS</p><p>SERVIDORES E NÃO REPOSIÇÃO DAS PERDAS INFLACIONÁRIAS. ART. 37, VII DA</p><p>CF/88. DIREITO DE GREVE GARANTIDO CONSTITUCIONALMENTE AOS</p><p>TRABALHADORES E ESTENDIDO AOS SERVIDORES PÚBLICOS PELO SUPREMO</p><p>TRIBUNAL FEDERAL POR MEIO DOS MANDADOS DE INJUNÇÃO NÚMEROS 670, 708 E</p><p>712, OS QUAIS DETERMINARAM A APLICAÇÃO DA LEI Nº 7.783/89 AO SERVIÇO</p><p>PÚBLICO. DESCONTOS DOS DIAS PARALISADOS. POSSIBILIDADE. CASO CONCRETO</p><p>EM QUE OS SERVIDORES SE NEGARAM A ASSINAR DECLARAÇÃO DE QUE</p><p>PARTICIPARAM DO MOVIMENTO GREVISTA. AUSÊNCIA DA ALEGADA</p><p>ILEGALIDADE POR PARTE DA ADMINISTRAÇÃO. MANTIDA A DENEGAÇÃO DA</p><p>SEGURANÇA. NEGARAM PROVIMENTO AO APELO. UNÂNIME.(Apelação Cível, Nº</p><p>70084421015, Quarta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Alexandre Mussoi</p><p>Moreira, Julgado em: 27-11-2020)</p><p>Data de Julgamento: 27-11-2020Publicação: 07-12-2020</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL - CP01 - 03 - CPIV - 2º PERÍODO 2023 19</p><p>2ª QUESTÃO:</p><p>Determinado indivíduo impetra habeas data, em que ressalta que sua pretensão não é a de exibição</p><p>de documentos, mas sim informações constantes do banco de dados da ré sobre a atual situação de</p><p>determinado carneiro perpétuo, em Cemitério, administrado por uma concessionária (numa</p><p>concessão promovida pelo Município). Invoca o disposto no art. 1º da Lei nº 9.507/1997,</p><p>sustentando que a entidade ré, que detém a informação pretendida pela autora, deve prestar</p><p>informações que estão contidas em seu banco de dados, já que frustrada a via administrativa.</p><p>Ampara sua pretensão no art. 7º da mesma lei. Requer informações sobre se o carneiro "se encontra</p><p>pago, vazio, livre, desocupado e desimpedido de coisas e ônus de qualquer natureza".</p><p>Responda, fundamentadamente, se a ordem deve ser concedida.</p><p>RESPOSTA:</p><p>TJRJ - 0011931-36.2016.8.19.0001 - APELAÇÃO</p><p>Des(a). MAURÍCIO CALDAS LOPES - Julgamento: 23/05/2018 - DÉCIMA OITAVA CÂMARA</p><p>CÍVEL</p><p>Habeas data. Pleito de informações acerca do carneiro perpétuo do Cemitério João Batista que o</p><p>impetrante alega ser de sua propriedade. Sentença indeferimento da petição inicial. Apelação.</p><p>Habeas Data é remédio constitucional posto à disposição de pessoa física ou jurídica para assegurar</p><p>o conhecimento de informações relativas a essas pessoas constantes de registros ou bancos de dados</p><p>de entidades governamentais ou de caráter público, e, mesmo, eventual retificação (art. 5º, inciso</p><p>LXXII da Constituição Federal). Impetrante que pretende, em verdade, a obtenção de cópias</p><p>autenticadas de documentos nos quais figure ele como titular do carneiro perpétuo. Via inadequada</p><p>- Arts. 7º e 10 da Lei 9.507/99. Precedentes desta Corte. Litigância de má-fé. Impetrante acusado</p><p>pelo Ministério Público de lesar consumidores de boa-fé com a venda de jazigos sem autorização</p><p>do cemitério para intermediar a transferência da titularidade, fora condenado por estelionato</p><p>consumado e tentado, envolvendo a transferência de jazigos, em pelo menos quatro ações penais</p><p>públicas incondicionadas (0144424-84.2010.8.19.0001; 0264299-43.2013.8.19.0001; 0065316-</p><p>30.2015.8.19.0001; 0067556-55.2016.8.19.0001 - índice 00112/159), circunstâncias suficientes a</p><p>caracterizar o intento malsão que dá fundamento a que se lhe imponha as penas de litigância de má-</p><p>fé do art. 81 do CPC.</p><p>Recurso não provido.</p><p>Tema 06:</p><p>Ações coletivas I. Bens tutelados. Competência do foro e do juízo. Objeto da ação. Tutela</p><p>preventiva. Inquérito Civil Público. Termo de Ajustamento de Conduta.</p><p>1ª QUESTÃO:</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL - CP01 - 03 - CPIV - 2º PERÍODO 2023 20</p><p>Trata-se de ação civil pública ajuizada pelo Ministério Público em face do Município, em que se</p><p>busca a instalação, funcionamento e implementação do Fundo Municipal do Idoso.</p><p>Em sua defesa, o Município alega que já implementou o Fundo Municipal do Idoso por meio de lei,</p><p>estando, assim, cumpridas as exigências no que se refere à implementação de instrumentos de</p><p>efetivação dos direitos do idoso conferidos tanto pela Constituição da República Federativa do</p><p>Brasil, como pelo Estatuto do Idoso.</p><p>No entanto, a parte autora requer que o réu seja compelido a dar efetividade ao Fundo Municipal do</p><p>Idoso, sob a alegação de que este não se encontra em efetivo funcionamento, devendo-se exigir</p><p>então a devida estruturação administrativa e disposição de recursos, para o exercício satisfatório do</p><p>fundo.</p><p>Responda, fundamentadamente, em no máximo 15 (quinze) linhas, como deve ser julgado o pedido.</p><p>RESPOSTA:</p><p>TJERJ - SÉTIMA CÂMARA CÍVEL</p><p>APELAÇÃO nº 0005909-42.2012.8.19.0052 , Des(a). CLAUDIO BRANDÃO DE OLIVEIRA -</p><p>Julgamento: 05/07/2022</p><p>Apelação Cível. Ação civil pública. Implementação de política pública. Pedido para instalação, dar</p><p>funcionamento e implementar o Fundo Municipal do Idoso. Princípio separação dos poderes. Teoria</p><p>da Reserva do possível. Atuação excepcional do Poder Judiciário no controle da implementação de</p><p>políticas públicas. Exame do caso concreto que não justifica a intervenção judicial. Existência de lei</p><p>criando o Fundo Municipal do Idoso. Sentença Mantida. Recurso a que se nega provimento.</p><p>2ª QUESTÃO:</p><p>O Ministério Público ajuíza uma ação civil pública com objetivo de anular ato administrativo e</p><p>condenar os responsáveis a ressarcir o erário, em virtude de possível superfaturamento de compra</p><p>de merenda escolar.</p><p>A defesa alega prescrição da ação, uma vez que os fatos narrados se deram há mais de 5 (cinco)</p><p>anos.</p><p>O Ministério Público refuta o entendimento da defesa, já que a Lei nº 7347/85 não dispõe sobre</p><p>prazo prescricional; alega também que a hipótese não é de ação de improbidade para se tratar de</p><p>prescrição.</p><p>Responda, fundamentadamente, em no máximo 15 (quinze) linhas, como deve ser julgado o</p><p>pedido.</p><p>RESPOSTA:</p><p>AgInt no REsp 1701715 / CE, Relator(a) Ministro RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL - CP01 - 03 - CPIV - 2º PERÍODO 2023 21</p><p>Órgão Julgador T3 - TERCEIRA TURMA</p><p>Data do Julgamento 29/03/2021; Data da Publicação/Fonte DJe 07/04/2021</p><p>Ementa</p><p>AGRAVO INTERNO NO RECURSO ESPECIAL. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. EXPURGOS</p><p>INFLACIONÁRIOS. PRESCRIÇÃO QUINQUENAL. OCORRÊNCIA.</p><p>1. Recurso especial interposto contra acórdão publicado na vigência do Código de Processo Civil</p><p>de 2015 (Enunciados Administrativos nºs 2 e 3/STJ).</p><p>2. O Superior Tribunal de Justiça firmou o entendimento de que é de 5 (cinco) anos o prazo</p><p>prescricional para o ajuizamento de ação civil pública, na tutela de direitos individuais homogêneos,</p><p>aplicando-se, por analogia, o art. 21 da Lei nº 4.717/1965.</p><p>3. Na hipótese, operou-se a prescrição da pretensão de receber as diferenças resultantes dos expurgos</p><p>inflacionários.</p><p>4. Agravo interno não provido.</p><p>Tema 07:</p><p>Ações coletivas II. Condições da ação. Procedimento. Liminar. Atuação do Ministério Público.</p><p>Litisconsórcio. Desistência ou abandono da ação. Recursos. Execução. Coisa Julgada.</p><p>1ª QUESTÃO:</p><p>O PROCON ajuíza ação civil pública em face de determinadas operadoras de plano de saúde, em</p><p>que pretende a condenação das rés à obrigação de prestarem o serviço de internação domiciliar</p><p>(home care) a todos os beneficiários que possuam prescrição médica específica para tanto, além do</p><p>pagamento de indenização por danos materiais e morais.</p><p>Em sua defesa, as réus pugnam pela extinção do feito sem resolução do mérito: primeiro, pela falta</p><p>de legitimidade da autora; segundo, porque o objeto da demanda difere da finalidade institucional</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL - CP01 - 03 - CPIV - 2º PERÍODO 2023 22</p><p>do autor; e terceiro, pela inadequação da via eleita, já que a ação civil pública não se presta para</p><p>tutelar o direito pleiteado.</p><p>Responda, fundamentadamente, em no máximo 15 (quinze) linhas, se o processo merece trânsito.</p><p>RESPOSTA:</p><p>AGRAVO DE INSTRUMENTO. DIREITO DO CONSUMIDOR E PROCESSUAL CIVIL.</p><p>AÇÃO CIVIL PÚBLICA PROPOSTA PELO PROCON PRETENDENDO A CONDENAÇÃO</p><p>DAS OPERADORAS DE SAÚDE INTEGRANTES DO POLO PASSIVO À OBRIGAÇÃO DE</p><p>PRESTAREM O SERVIÇO DE INTERNAÇÃO DOMICILIAR (HOME CARE) A TODOS OS</p><p>BENEFICIÁRIOS QUE POSSUAM PRESCRIÇÃO MÉDICA ESPECÍFICA PARA TANTO,</p><p>ALÉM DO PAGAMENTO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS E MORAIS.</p><p>REJEIÇÃO DAS PRELIMINARES DE ILEGITIMIDADE ATIVA, INADEQUAÇÃO DA VIA</p><p>ELEITA E AUSÊNCIA DE INTERESSE SUSCITADAS EM CONTESTAÇÃO PELA UNIMED</p><p>RIO.</p><p>1. Admissibilidade recursal. O Superior Tribunal de Justiça tem entendido que as disposições do</p><p>Código de Processo Civil se aplicam de forma subsidiária às normas insertas nos diplomas que</p><p>compõem o microssistema de tutela dos interesses ou direitos coletivos (Lei da Ação Popular, Lei</p><p>da Ação Civil Pública, Lei de Improbidade Administrativa, Mandado de Segurança Coletivo,</p><p>Código de Defesa do Consumidor e Estatuto da Criança e do Adolescente) e, em algumas situações,</p><p>tem feito prevalecer a norma especial em detrimento da geral (REsp 1452660/ES, Rel. Ministro OG</p><p>FERNANDES, SEGUNDA TURMA, julgado em 19/10/2017, DJe 27/04/2018).</p><p>2.A norma específica inserida no microssistema de tutela coletiva, prevendo a impugnação de</p><p>decisões interlocutórias mediante agravo de instrumento (Lei n. 4.717/65, art. 19), não é afastada</p><p>pelo rol taxativo do art. 1.015 do CPC, notadamente porque o inciso XIII daquele preceito contempla</p><p>o cabimento daquele recurso em outros casos expressamente referidos em lei.</p><p>3. Os órgãos governamentais que objetivam a defesa do consumidor, como é o caso do PROCON,</p><p>devem ser considerados legitimados para proporem ação coletiva para defesa de interesses</p><p>individuais homogêneos, nos termos do art. 82 do CDC.</p><p>4. Ação civil pública proposta em defesa de interesse conexo com a finalidade institucional da</p><p>autarquia autora, consistente na tutela dos direitos do consumidor, de modo que configurada sua</p><p>plena legitimidade ativa ad causam.</p><p>5. Presença do interesse processual. Lide coletiva que se revela útil e necessária para evitar os</p><p>supostos danos causados à coletividade de consumidores segurados, em virtude da negativa do</p><p>serviço de internação domiciliar.</p><p>6. Ação civil pública que constitui instrumento processual adequado para garantir e proteger os</p><p>direitos coletivos dos consumidores.</p><p>7. Desprovimento do recurso. Manutenção da decisão.</p><p>(0029067-39.2022.8.19.0000 - AGRAVO DE INSTRUMENTO. Des(a). PAULO WUNDER DE</p><p>ALENCAR - Julgamento: 27/10/2022 - VIGÉSIMA PRIMEIRA CÂMARA CÍVEL)</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL - CP01 - 03 - CPIV - 2º PERÍODO 2023 23</p><p>2ª QUESTÃO:</p><p>Após o trânsito em julgado de demanda coletiva proposta por sindicato dos servidores do Poder</p><p>Judiciário, cujo pedido foi julgado procedente, JOSÉ promoveu demanda executiva para receber os</p><p>valores que entende devidos.</p><p>Em sede de embargos, o Estado alega que o título executivo limitou expressamente a sua</p><p>abrangência subjetiva diante de particularidades do direito tutelado, motivo pelo qual o pedido de</p><p>JOSÉ deve ser julgado improcedente.</p><p>JOSÉ, por sua vez, alega não caber razão ao Estado, que confunde a listagem do título executivo</p><p>com a listagem dos substituídos para propositura da ação coletiva (que é desnecessária). Ademais,</p><p>ressalta que a eventual juntada de tal relação não gera, por si só, a limitação subjetiva da abrangência</p><p>da sentença coletiva</p><p>aos substituídos nela indicados.</p><p>Responda, fundamentadamente, em no máximo 15 (quinze) linhas, como deve ser julgado o pedido</p><p>na execução proposta por JOSÉ.</p><p>RESPOSTA:</p><p>AgInt no REsp 1.956.312-RS, Rel. Ministro Manoel Erhardt (Desembargador convocado do TRF5),</p><p>Primeira Turma, por unanimidade, julgado em 29/11/22, DJe 2/12/22.</p><p>DESTAQUE</p><p>Não havendo limitação subjetiva no título executivo em razão das particularidades do direito</p><p>tutelado, é indevida a limitação de sua abrangência aos filiados relacionados na inicial da ação</p><p>coletiva proposta por sindicato.</p><p>INFORMAÇÕES DO INTEIRO TEOR</p><p>Acerca da substituição processual pelos sindicatos em relação aos integrantes da categoria que</p><p>representam, o Supremo Tribunal Federal fixou, sob o rito da repercussão geral, o entendimento</p><p>segundo o qual é ampla a legitimidade extraordinária dos sindicatos para defenderem em juízo os</p><p>direitos e interesses coletivos ou individuais dos integrantes da categoria que representam,</p><p>independentemente de autorização dos substituídos (RE 883.642- RG, Relator Ministro Presidente,</p><p>julgado em 18/6/2015, Acórdão Eletrônico Repercussão Geral - Mérito DJe-124 Divulg. 25/6/2015</p><p>Public. 26/6/2015).</p><p>Na esteira da tese cogente fixada pela Suprema Corte, a jurisprudência do STJ firmou-se na</p><p>compreensão de que a listagem dos substituídos não se faz necessária na propositura da ação coletiva</p><p>pelo sindicato, e de que a eventual juntada de tal relação não gera, por si só, a limitação subjetiva</p><p>da abrangência da sentença coletiva aos substituídos nela indicados.</p><p>Situação diversa, e excepcional, é aquela em que o título executivo limita expressamente a sua</p><p>abrangência subjetiva diante de particularidades do direito tutelado. Nessas situações, a</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL - CP01 - 03 - CPIV - 2º PERÍODO 2023 24</p><p>jurisprudência desta Corte compreende que é indevida a inclusão de servidor que não integrou a</p><p>ação coletiva, sob pena de ofensa à coisa julgada.</p><p>Na espécie, trata-se de cumprimento individual de sentença decorrente de ação coletiva em que se</p><p>reconheceu o direito à correção do enquadramento funcional dos servidores da UFRGS em</p><p>decorrência do afastamento da proibição da soma das cargas horárias para fins de enquadramento</p><p>inicial por capacitação.</p><p>Em casos idênticos, no qual se discute a legitimidade de servidores não listados na inicial da ação</p><p>coletiva para integrar o polo ativo do cumprimento de sentença baseado no título executivo ali</p><p>firmado, esta Corte Superior, com fundamento no que fora decidido no REsp 1.473.052/RS,</p><p>compreendeu que não havia limitação subjetiva no título judicial em questão, que assim alcançava</p><p>todos os integrantes da categoria substituída pelo sindicato. Nesse sentido: (AgInt no REsp</p><p>1.964.459/RS, relatora Ministra Assusete Magalhães, Segunda Turma, DJe de 15/9/2022).</p><p>Tema 08:</p><p>Ação popular constitucional e os meios de controle da atividade estatal.</p><p>1ª QUESTÃO:</p><p>FULANO propõe ação popular em face do Governador do Estado e da Fundação Departamento</p><p>Estadual de Estradas de Rodagem - DER/RJ, em que requer a condenação dos réus na obrigação de</p><p>fazer consubstanciada na realização de obras de drenagem, iluminação e reparo de buraco na</p><p>Rodovia RJ 214, no trecho entre dois municípios.</p><p>Em sua inicial, o autor alega que a cratera existente na única rodovia estadual que liga as duas</p><p>cidades - RJ 214 - já vitimou uma família em acidente automobilístico, por falta de sinalização, além</p><p>de gerar prejuízos à região.</p><p>Responda, fundamentadamente, em no máximo 15 (quinze) linhas, se o processo merece trânsito.</p><p>RESPOSTA:</p><p>TJERJ - APELAÇÃO CÍVEL 0001477-50.2020.8.19.0035</p><p>RELATORA: DES. MYRIAM MEDEIROS DA FONSECA COSTA</p><p>APELAÇÃO CÍVEL. CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO. AÇÃO POPULAR.</p><p>INDEFERIMENTO DA INICIAL E EXTINÇÃO DO PROCESSO. PLEITO DE CONDENAÇÃO</p><p>DOS APELADOS NA OBRIGAÇÃO DE REALIZAÇÃO DE OBRAS DE DRENAGEM,</p><p>ILUMINAÇÃO E REPARO DE BURACO NA RODOVIA RJ 214, NO TRECHO ENTRE OS</p><p>MUNICÍPIOS DE NATIVIDADE E VARRESAI. AUSÊNCIA DE ATO ADMINISTRATIVO</p><p>QUESTIONADO ASSIM COMO DEMONSTRAÇÃO DE LESÃO AO PATRIMÔNIO</p><p>PÚBLICO. EVENTUAL DEMORA NO RESTABELECIMENTO DA RODOVIA QUE NÃO</p><p>PODE SER DEBITADA À DESÍDIA DO PODER PÚBLICO, À MINGUA DE PROVA</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL - CP01 - 03 - CPIV - 2º PERÍODO 2023 25</p><p>CONCRETA NESSE SENTIDO. PARECER DA DOUTA PROCURADORIA DE JUSTIÇA EM</p><p>PRESTÍGIO DA SENTENÇA. DESPROVIMENTO DO APELO.</p><p>2ª QUESTÃO:</p><p>Em sede de ação popular, o juízo de 1ª instância declinou de sua competência por entender não se</p><p>tratar de causa de sua competência.</p><p>A parte interpõe agravo de instrumento dessa decisão. A parte contrária manifesta-se no sentido de</p><p>não recebimento do recurso, pois o rol do CPC/15 não abarca tal decisão.</p><p>Responda, fundamentadamente, em no máximo 15 (quinze) linhas, como deve ser julgado o caso.</p><p>RESPOSTA:</p><p>RESPOSTA:</p><p>AgInt no REsp 1733540 / DF, Relator(a) Ministro GURGEL DE FARIA (1160)</p><p>Órgão Julgador T1 - PRIMEIRA TURMA</p><p>Data do Julgamento 25/11/2019</p><p>Data da Publicação/Fonte DJe 04/12/2019</p><p>Ementa</p><p>PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO POPULAR. DECISÃO DECLINATÓRIA DA COMPETÊNCIA.</p><p>AGRAVO DE INSTRUMENTO. CABIMENTO. MICROSSISTEMA DE DIREITO COLETIVO.</p><p>PRESTÍGIO. 1. Conforme estabelecido pelo Plenário do STJ, "aos recursos interpostos com</p><p>fundamento no CPC/2015 (relativos a decisões publicadas a partir de 18 de março de 2016) serão</p><p>exigidos os requisitos de admissibilidade recursal na forma do novo CPC" (Enunciado</p><p>Administrativo n. 3).</p><p>2. A discussão travada nos presentes autos consiste em saber se é cabível agravo de instrumento, no</p><p>bojo de ação popular, contra decisão que declinou da competência.</p><p>3. O aresto distrital não conheceu do recurso por entender que o art. 1.015 do CPC/2015 elenca um</p><p>rol taxativo de hipóteses de cabimento do agravo de instrumento.</p><p>4. A despeito de inaplicável a tese fixada pela Corte Especial, sob a sistemática de recursos</p><p>representativos, acerca da taxatividade mitigada do rol do art. 1.015 do CPC/2015 (REsps n.</p><p>1.696.396/MT e 1.704.520/MT - DJe 19/12/2018), posto que a decisão agravada na origem é</p><p>anterior à publicação daquele paradigma, o caso guarda peculiaridade, porquanto o art. 19, § 1º, da</p><p>Lei da Ação Popular traz previsão expressa de que "das decisões interlocutórias cabe agravo de</p><p>instrumento."</p><p>5. O Superior Tribunal de Justiça tem entendido que as disposições do Código de Processo Civil</p><p>aplicam-se de forma subsidiária às normas insertas nos diplomas que compõem o microssistema de</p><p>tutela dos interesses ou direitos coletivos (composto pela Lei da Ação Popular, Lei da Ação Civil</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL - CP01 - 03 - CPIV - 2º PERÍODO 2023 26</p><p>Pública, Lei de Improbidade Administrativa, Mandado de Segurança Coletivo, Código de Defesa</p><p>do Consumidor e Estatuto da Criança e do Adolescente) e, em algumas situações, tem feito</p><p>prevalecer a norma especial em detrimento da geral (REsp 1452660/ES, Rel. Ministro OG</p><p>FERNANDES, SEGUNDA TURMA, julgado em 19/10/2017, DJe 27/04/2018).</p><p>6. A norma específica inserida no microssistema de tutela coletiva, prevendo a impugnação de</p><p>decisões interlocutórias mediante agravo de instrumento (art. 19 da Lei n. 4.717/65), não é afastada</p><p>pelo rol taxativo do art. 1.015 do CPC/2015, notadamente porque o inciso XIII daquele preceito</p><p>contempla o cabimento daquele recurso em "outros casos expressamente referidos em lei."</p><p>7. Agravo interno provido para anular o aresto recorrido e determinar que o Tribunal a quo examine</p><p>o agravo de instrumento ali interposto, como entender de direito.</p><p>Tema 09:</p><p>A Corte Interamericana de Direitos Humanos. A Comissão de Direitos da OEA.</p><p>Procedimentos. Efeitos das decisões.</p><p>1ª QUESTÃO:</p><p>Caso o Brasil seja condenado a prestação de indenização pecuniária pela Corte Interamericana de</p><p>Direitos Humanos:</p><p>a) essa sentença precisa ser homologada pelo STJ?</p><p>b) essa condenação precisa se submeter ao regime dos precatórios previstos</p><p>no art. 100 e parágrafos</p><p>seguintes da CRFB/88?</p><p>RESPOSTA:</p><p>André de Carvalho Ramos...</p><p>a) "... Visto isso, demonstrado está que o instituto da homologação de sentença estrangeira é</p><p>reservado às sentenças oriundas de Estado estrangeiro. In casu, verificamos que essa não é a</p><p>natureza jurídica da sentença judicial internacional, em especial a da sentença da Corte</p><p>Interamericana de Direitos Humanos.</p><p>Pelo contrário, sendo a corte Interamericana de Direitos Humanos um órgão internacional, sua</p><p>sentença tem a natureza jurídica de decisão de uma organização internacional. A decisão de uma</p><p>organização internacional não encontra identidade em uma sentença judicial oriunda de um Estado</p><p>estrangeiro. Logo, não é permitido pelo nosso ordenamento a homologação da citada sentença</p><p>internacional pelo Supremo Tribunal Federal, sob pena de violarmos a própria Constituição</p><p>brasileira que estabelece os limites da competência de nossa Suprema Corte.</p><p>Logo, a homologação de sentença estrangeira prevista no art. 102, I, f, não se aplica às sentenças da</p><p>Corte Interamericana de Direitos Humanos."</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL - CP01 - 03 - CPIV - 2º PERÍODO 2023 27</p><p>O texto se refere à norma Constitucional anterior à EC 45/04, motivo pelo qual a resposta deve sofre</p><p>adaptação: o tribunal responsável pela homologação, hoje, é o STJ.</p><p>b) No caso Damião Ximenes Lopes, o Brasil foi condenado pela Corte Interamericana de Direitos</p><p>Humanos a indenizar a sua família, e o Governo brasileiro cumpriu a sentença sem expedição de</p><p>precatórios.</p><p>No entanto, há previsão na Convenção Interamericana de Direitos Humanos, no art. 68,2, a previsão</p><p>de se adotar o Regime interno, coisa que não aconteceu até o momento (RDA 19)</p><p>2ª QUESTÃO:</p><p>A Corte Interamericana de Direitos Humanos - IDH, após inúmeras inspeções em estabelecimento</p><p>prisional brasileiro, proferiu uma Resolução em que reconheceu que o estabelecimento era</p><p>inadequado para a execução de penas, especialmente em razão de os presos se acharem em situação</p><p>degradante e desumana, e determinou que se computasse "em dobro cada dia de privação de</p><p>liberdade cumprido no estabelecimento, para todas as pessoas ali alojadas que não sejam acusadas</p><p>de crimes contra a vida ou a integridade física, ou de crimes sexuais, ou não tenham sido por eles</p><p>condenadas".</p><p>O juiz da execução penal modulou os efeitos da execução, aplicando em dobro apenas os dias em</p><p>que o encarcerado ali estava, estabelecendo como termo a quo a data em que o Estado brasileiro</p><p>tomou conhecimento da decisão da Corte, pois, do contrário, estaria alargando indevidamente o rol</p><p>de direitos da pessoa, bem como ampliando a efetividade dos direitos humanos.</p><p>Responda, fundamentadamente,</p><p>a) qual é a natureza da decisão da Corte (declaratória, constitutiva ou condenatória);</p><p>b) se essa decisão produz coisa julgada;</p><p>c) se agiu corretamente o magistrado.</p><p>RESPOSTA:</p><p>RHC 136.961-RJ, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, Quinta Turma, por unanimidade, julgado</p><p>em 15/06/2021, DJe 21/06/2021.</p><p>Tema</p><p>Instituto Penal Plácido de Sá Carvalho (IPPSC). Preso em condições degradantes. Resolução Corte</p><p>IDH 22/11/2018. Cômputo em dobro do período de privação de liberdade. Efetividade dos direitos</p><p>humanos.</p><p>DESTAQUE</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL - CP01 - 03 - CPIV - 2º PERÍODO 2023 28</p><p>A Resolução da Corte Interamericana de Direitos Humanos de 22/11/2018, que determina o</p><p>cômputo da pena em dobro, deve ser aplicada a todo o período cumprido pelo condenado no Instituto</p><p>Penal Plácido de Sá Carvalho.</p><p>INFORMAÇÕES DO INTEIRO TEOR</p><p>Trata-se do notório caso do Instituto Penal Plácido de Sá Carvalho no Rio de Janeiro (IPPSC), objeto</p><p>de inúmeras Inspeções que culminaram com a Resolução da Corte Interamericana de Direitos</p><p>Humanos - IDH de 22/11/2018, que, ao reconhecer referido Instituto inadequado para a execução</p><p>de penas, especialmente em razão de os presos se acharem em situação degradante e desumana,</p><p>determinou que se computasse "em dobro cada dia de privação de liberdade cumprido no IPPSC,</p><p>para todas as pessoas ali alojadas, que não sejam acusadas de crimes contra a vida ou a integridade</p><p>física, ou de crimes sexuais, ou não tenham sido por eles condenadas, nos termos dos Considerandos</p><p>115 a 130 da presente Resolução".</p><p>Ao sujeitar-se à jurisdição da Corte IDH, o País alarga o rol de direitos das pessoas e o espaço de</p><p>diálogo com a comunidade internacional. Com isso, a jurisdição brasileira, ao basear-se na</p><p>cooperação internacional, pode ampliar a efetividade dos direitos humanos.</p><p>A sentença da Corte IDH produz autoridade de coisa julgada internacional, com eficácia vinculante</p><p>e direta às partes. Todos os órgãos e poderes internos do país encontram-se obrigados a cumprir a</p><p>sentença. Na hipótese, as instâncias inferiores ao diferirem os efeitos da decisão para o momento</p><p>em que o Estado Brasileiro tomou ciência da decisão proferida pela Corte Interamericana, deixando</p><p>com isso de computar parte do período em que teria sido cumprida pena em situação considerada</p><p>degradante, deixaram de dar cumprimento a tal mandamento, levando em conta que as sentenças da</p><p>Corte possuem eficácia imediata para os Estados Partes e efeito meramente declaratório.</p><p>Não se mostra possível que a determinação de cômputo em dobro tenha seus efeitos modulados</p><p>como se o condenado tivesse cumprido parte da pena em condições aceitáveis até a notificação e a</p><p>partir de então tal estado de fato tivesse se modificado. Em realidade, o substrato fático que deu</p><p>origem ao reconhecimento da situação degradante já perdurara anteriormente, até para que pudesse</p><p>ser objeto de reconhecimento, devendo, por tal razão, incidir sobre todo o período de cumprimento</p><p>da pena.</p><p>Por princípio interpretativo das convenções sobre direitos humanos, o Estado-parte da CIDH pode</p><p>ampliar a proteção dos direitos humanos, por meio do princípio pro personae, interpretando a</p><p>sentença da Corte IDH da maneira mais favorável possível aquele que vê seus direitos violados.</p><p>As autoridades públicas, judiciárias inclusive, devem exercer o controle de convencionalidade,</p><p>observando os efeitos das disposições do diploma internacional e adequando sua estrutura interna</p><p>para garantir o cumprimento total de suas obrigaçõesfrente à comunidade internacional, uma vez</p><p>que os países signatários são guardiões da tutela dos direitos humanos, devendo empregar a</p><p>interpretação mais favorável ao ser humano.</p><p>Aliás, essa particular forma de parametrar a interpretação das normas jurídicas (internas ou</p><p>internacionais) é a que mais se aproxima da Constituição Federal, que faz da cidadania e da</p><p>dignidade da pessoa humana dois de seus fundamentos, bem como tem por objetivos fundamentais</p><p>erradicar a marginalização e construir uma sociedade livre, justa e solidária (incisos I, II e III do art.</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL - CP01 - 03 - CPIV - 2º PERÍODO 2023 29</p><p>3º). Tudo na perspectiva da construção do tipo ideal de sociedade que o preâmbulo da respectiva</p><p>Carta Magna caracteriza como "fraterna" (HC n. 94163, Relator Min. CARLOS BRITTO, Primeira</p><p>Turma do STF, julgado em 2/12/2008, DJe-200 DIVULG 22/10/2009 PUBLIC 23/10/2009 EMENT</p><p>VOL-02379-04 PP-00851). O horizonte da fraternidade é, na verdade, o que mais se ajusta com a</p><p>efetiva tutela dos direitos humanos fundamentais. A certeza de que o titular desses direitos é</p><p>qualquer pessoa, deve sempre influenciar a interpretação das normas e a ação dos atores do Direito</p><p>e do Sistema de Justiça.</p><p>Ademais, os juízes nacionais devem agir como juízes interamericanos e estabelecer o diálogo entre</p><p>o direito interno e o direito internacional dos direitos humanos, até mesmo para diminuir violações</p><p>e abreviar as demandas internacionais. É com tal espírito hermenêutico que se dessume que, na</p><p>hipótese, a melhor interpretação a ser dada, é pela aplicação a Resolução da Corte Interamericana</p><p>de Direitos Humanos, de 22 de novembro de 2018 a todo o período</p>

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