Prévia do material em texto
<p>CRIMES CONTRA A PAZ PÚBLICA</p><p>ASSOCIAÇÃO CRIMINOSA – ART. 288 CP:</p><p>“Associarem-se 3(três) ou mais pessoas, para o fim de cometer crimes:</p><p>Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos. Parágrafo único – A pena aumenta-se até a metade</p><p>se a associação é armada ou se houver a participação de criança ou adolescente.”</p><p>DA ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA - (Lei 12.850/13 – 2/8/13).</p><p>Art. 1o Esta Lei define organização criminosa e dispõe sobre a investigação criminal, os meios de</p><p>obtenção da prova, infrações penais correlatas e o procedimento criminal a ser aplicado.</p><p>§ 1o Considera-se organização criminosa a associação de 4 (quatro) ou mais pessoas</p><p>estruturalmente ordenada e caracterizada pela divisão de tarefas, ainda que informalmente,</p><p>com objetivo de obter, direta ou indiretamente, vantagem de qualquer natureza, mediante a prática</p><p>de infrações penais cujas penas máximas sejam superiores a 4 (quatro) anos, ou que sejam de</p><p>caráter transnacional.</p><p>1) OBJETIVIDADE JURÍDICA: A paz pública - é uma forma de proteger a incolumidade pública.</p><p>Crime de perigo abstrato, presumido ou concreto???.</p><p>2) SUJEITO ATIVO (crime de concurso necessário) Quaisquer pessoas – 3 ou mais. É crime de</p><p>concurso necessário</p><p>- Menor – inimputável (menor - ato infracional ECA). Art. 288 – pelo menos um dos integrantes tem</p><p>de ser imputável.</p><p>- Indentificação dos membros: Pode haver associação, ainda que não se identifiquem todos os seus</p><p>membros?</p><p>- Absolvição de um dos membros/todos???. Depende!!!!</p><p>3) SUJEITO PASSIVO: Sujeito passivo é a coletividade.</p><p>4) ELEMENTOS OBJETIVO DO TIPO:</p><p>a) ASSOCIAÇÃO: reunião (vínculo associativo), intenção de permanência e estabilidade – diferença</p><p>com o concursos de pessoas.</p><p>b) ESTABILIDADE E PERMANÊNCIA: (intenção de manter a associação):</p><p>- União / prática de um crime - concurso de pessoas ou associação???</p><p>c) FINALIDADE (crimes indeterminadamente): nem a própria associação sabe qual crime cometerá</p><p>a seguir.</p><p>Diferença concurso de pessoas: determinado ou indeterminado??? Inclusive no concurso pode ser</p><p>mais de um delito.</p><p>Associação/ contravenção penal??? Pratica do jogo do bicho???</p><p>Associação / crime culposo???? (exige o dolo – intenção de praticar crimes):</p><p>5) ELEMENTO SUBJETIVO - dolo + fim especial de praticar crimes</p><p>6) CONSUMAÇÃO / TENTATIVA (com a associação) – crime formal??? Com a associação - desde que exista a</p><p>finalidade de praticar crimes. Tentativa não é admitida.</p><p>7) FIGURARA QUALIFICADA (par. único – arma – participação de criança ou adolescente pena em dobro):</p><p>armado.</p><p>- Uma arma apenas basta para configurar o aumento da pena, ou todos os integrantes devem estar</p><p>armados???? Poder de intimidação.</p><p>8) OBSERVAÇÕES:</p><p>a) É possível a tipificação no art. 288 do Código Penal se a associação criminosa ainda não praticou crime?</p><p>b) Todos os integrantes da associação precisam praticar o crime ajustado??? autores diretos – mandandes ou</p><p>partícipes.</p><p>c) O crime de associação criminosa é um delito permanente????</p><p>d) A Lei dos Crimes Hediondos trouxe um tipo penal autônomo (art. 8o da Lei 8072/90)??? (apenas altera o</p><p>limite das penas – forma qualificada de associação).</p><p>e) Lei de Drogas (Lei nº 11.343/2006): duas ou mais pessoas – tipo penal autonomo.</p><p>f) Delação premiada (par. único art. 8 da Lei nº 8072/90): apenas incide sobre o crime de associação previsto</p><p>no art. 8.º da Lei n. 8.072/90 – delito de associação - não sobre as infrações por ela cometidas.</p><p>g) Delação premiada - Lei de Proteção às Vítimas e Testemunhas (Lei n. 9.807/99) - é utilizada para qualquer</p><p>crime - presentes seus requisitos - eficaz extingue a punibilidade do acusado.</p><p>h) Associação criminosa (“Quadrilha ou bando”) que pratica roubo com uso de arma de fogo: STF e STJ – art.</p><p>288, CP com causa de aumento de pena e 157, CP aumentanda com empregado da arma – delitos autonomos</p><p>(tutela paz pública – patrimônio). Minoritária: configura bis in idem.</p><p>Art. 288-A. Constituir, organizar, integrar, manter ou custear organização paramilitar, milícia</p><p>particular, grupo ou esquadrão com a finalidade de praticar qualquer dos crimes previstos</p><p>neste Código:</p><p>Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos.”</p><p>a) Carandirú, 1992 – SP (Massacre de presos); b) Candelária, 1993 – RJ (Chacina de meninos</p><p>de rua); c) Eldorado dos Carajás – PA, 1996 (Massacre dos trabalhadores sem terra).</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del2848.htm#art288a</p><p>A tuitera Mayara Petruso foi condenada pela Justiça Federal de São Paulo a 1 ano, 5 meses e 15</p><p>dias de reclusão. A condenação se deve ao fato de Mayara ter postado no Twitter mensagens</p><p>ofensivas aos nordestinos no dia da eleição de Dilma em 2010.</p><p>Ela postou a seguinte frase: “nordestino não é gente. Faça um favor a SP: mate um nordestino</p><p>afogado!” A sentença foi divulgada nesta quarta-feira pela Justiça Federal e a pena da tuitera foi</p><p>substituída por serviços comunitários, mais multa de R$ 500.</p><p>- INCITAÇÃO AO CRIME</p><p>Art. 286. Incitar, publicamente, a prática de crime:</p><p>“Caracteriza o delito de incitação ao crime, previsto no art. 286 do CP, a conduta do agente que,</p><p>publicamente, incita moradores a desobedecerem ordem legal de desocupação de imóvel objeto de</p><p>invasão, incentivando-os a agredirem os policiais, mediante o uso de paus e pedras, de molde a impedir</p><p>que os agentes públicos executassem o ato” (TJDF – Ap. 19.778/99 – Rel. Joazil M. Gardés – j. 02.03.2000</p><p>– RT 779/621).</p><p>Na incitação o crime ainda não ocorreu e o estímulo é direto, com clara instigação. Exemplo: em uma</p><p>manifestação o indivíduo sobe no carro e grita para as pessoas destruírem patrimônio público.</p><p>Na prática de apologia o crime já foi praticado e o estímulo é indireto, seja exaltando o delito ou seu</p><p>autor. Exemplo: o patrimônio público foi destruído e um indivíduo se</p><p>pronuncia publicamente parabenizando o ato de destruição do patrimônio público.</p><p>- APOLOGIA DE CRIME OU CRIMINOSO</p><p>Art. 287. Fazer, publicamente, apologia de fato criminoso ou de autor de crime:</p><p>- Vereador que, em discurso proferido da tribuna da Câmara prega o extermínio de menores infratores.</p><p>Inexistência de proteção pela imunidade parlamentar material. Configuração do crime previsto no art. 287 do</p><p>CP (STJ – 6.ª T. – RHC 3.891-8 – Voto vencido: Rel. Pedro Acioli – j. 15.12.94 – RSTJ 75/109).</p>