Aspectos históricos, sociais e a política para o esporte e lazer

Prévia do material em texto

<p>Aspectos históricos, sociais e a política</p><p>para o esporte e lazer</p><p>Apresentação</p><p>O esporte é de fundamental importância para uma nação, uma vez que provoca melhorias em</p><p>diversos aspectos da sociedade, resultando assim em promoção da qualidade de vida e longevidade</p><p>saudável. A política pública representa um artifício importante para qualquer país, visto que por</p><p>meio dela realizam-se ações buscando o bem comum de um povo, e o esporte deve ser tratado</p><p>como tal.</p><p>Nesta Unidade de Aprendizagem, você irá compreender o esporte a partir de sua visão social, como</p><p>um exercício físico promotor de saúde e bem-estar. Além disso, irá conhecer as políticas públicas</p><p>do esporte e as forças econômicas que ele envolve.</p><p>Bons estudos.</p><p>Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:</p><p>Contextualizar a visão social do esporte.•</p><p>Reconhecer as forças econômica e política do esporte.•</p><p>Identificar o esporte como promotor da saúde e do bem-estar.•</p><p>Infográfico</p><p>O esporte pode ser considerado uma forma elementar de socialização. Ele surge como importante</p><p>meio de formação e desenvolvimento de valores morais, psicológicos e sociais. O esporte como</p><p>agente socializador é capaz de introduzir hábitos e regras sociais que serão úteis para a vida dos</p><p>seus praticantes. Por meio dele se aprende a ter espírito coletivo, companheirismo, solidariedade,</p><p>conhecimento, respeito mútuo e educação.</p><p>No Infográfico, conheça os marcos fundamentais na história para o surgimentos dos projetos</p><p>sociais.</p><p>Aponte a câmera para o</p><p>código e acesse o link do</p><p>conteúdo ou clique no</p><p>código para acessar.</p><p>https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/7857a14d-563b-4ed8-91e5-2c181e957467/c3152566-5cb2-4cf5-a205-660087386f36.png</p><p>Conteúdo do livro</p><p>No Brasil, o esporte se tornou um direito de todo o cidadão a partir da Constituição de 1988. Em</p><p>2003, criou-se o Ministério do Esporte. Com esses marcos históricos, a prática do esporte foi cada</p><p>vez mais incentivada. É possível observar que o Brasil direciona uma boa atenção às políticas</p><p>públicas esportivas, havendo leis no país que criam oportunidades e fomentam o esporte.</p><p>O esporte possibilita autoconhecimento e relações de amizade, e também serve como fonte de</p><p>saúde. Além disso, o esporte proporciona desafios físicos e mentais e contribui para o bem-estar.</p><p>No capítulo Aspectos históricos, sociais e a política para o esporte e lazer, base teórica desta</p><p>Unidade de Aprendizagem, conheça o lado social do esporte, bem como os benefícios na promoção</p><p>da saúde e do bem-estar dos seus praticantes. Por fim, conheça o lado econômico e político que</p><p>envolve o esporte.</p><p>Boa leitura.</p><p>POLÍTICAS</p><p>PÚBLICAS DE</p><p>ESPORTE E LAZER</p><p>OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM</p><p>> Contextualizar a visão social do esporte.</p><p>> Reconhecer as forças econômica e política do esporte.</p><p>> Identificar o esporte como promotor da saúde e do bem-estar.</p><p>Introdução</p><p>O esporte é um fenômeno social praticado por pessoas de diferentes idades e</p><p>sexos. Nos últimos anos, seu conceito mudou e não é mais visto como simples</p><p>lazer ou competição; é, também, considerado uma atividade econômica que pode</p><p>ser utilizada em diferentes partes da vida, nos aspectos biológicos, psicológicos</p><p>e sociais da saúde.</p><p>O esporte como meio de interação social introduzirá hábitos e regras sociais,</p><p>será útil para a vida dos atletas e vital para o desenvolvimento da saúde física,</p><p>mental e emocional de seus praticantes. Por meio do trabalho em equipe, podem</p><p>ser desenvolvidos valores como respeito, confiança, cooperação, responsabilidade,</p><p>etc.</p><p>Aspectos históricos,</p><p>sociais e a política</p><p>para o esporte</p><p>e o lazer</p><p>Vanessa Dias Possamai</p><p>Neste capítulo, você vai conhecer o esporte por meio da sua visão social,</p><p>econômica e política. Além disso, você vai reconhecer a importância do esporte</p><p>como uma alternativa para a promoção da saúde e do bem-estar.</p><p>A visão social do esporte</p><p>A história do esporte vem acompanhada da história da sociedade e, no que</p><p>diz respeito ao Brasil, também sofre forte influência do Estado. Além das</p><p>questões jurídicas ocorridas no século XX, o processo de urbanização vivido</p><p>pela sociedade brasileira no mesmo período gerou demandas e a defesa de</p><p>políticas públicas de esporte e lazer (GRANJA, 2017).</p><p>De acordo com a Constituição de 1988, esporte e lazer tornaram-se direitos</p><p>sociais e devem ser garantidos à sociedade brasileira por meio de políticas</p><p>públicas, pois são mercadorias produzidas pela sociedade humana. No en-</p><p>tanto, com o ajuste da estrutura produtiva e as mudanças nos protagonistas da</p><p>implementação das políticas públicas, as organizações não governamentais,</p><p>fundações e associações beneficentes (o chamado terceiro setor) assumem</p><p>o papel do Estado na garantia da responsabilidade social (BRASIL, 1988).</p><p>Organizações internacionais como a Organização das Nações Unidas,</p><p>a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura</p><p>(Unesco), o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional ministraram</p><p>palestras sobre esportes, incentivadas e dirigidas a governos de vários países</p><p>a fim de promoverem políticas de lazer desportivo para jovens em situação</p><p>de fragilidade social e de dedicarem o desporto a um papel que pode evitar</p><p>a trágica realidade de exclusão e isolamento (HÚNGARO, 2008).</p><p>Em nosso país, os programas de recompensas esportivas para crianças e</p><p>jovens estão se tornando cada vez mais comuns, buscando acesso às expe-</p><p>riências esportivas com expectativas e objetivos diferentes. Para Thomassin</p><p>e Stigger (2009, p. 8), “[...] a crença estabelecida na sociedade é que valores,</p><p>hábitos e doutrinas morais vão ajudar a mudar as relações sociais na condu-</p><p>ção de projetos sociais”. O desporto é um dos principais fenômenos sociais</p><p>contemporâneos, não só nos aspectos específicos da sua prática (técnica),</p><p>mas também na perspectiva da educação e da cultura social, constituindo-se</p><p>em uma área privilegiada de intervenção.</p><p>Além de promover a inclusão social, as atividades esportivas também</p><p>regulam a interação entre os jogadores, permitindo aos participantes enfrentar</p><p>diferentes situações. A participação das crianças em jogos envolve processos</p><p>cognitivos complexos, pois requer a habilidade de explicar e compreender</p><p>as regras. Quanto mais jovem a criança, mais difícil é esse entendimento,</p><p>Aspectos históricos, sociais e a política para o esporte e o lazer 2</p><p>pois é necessário um desenvolvimento cognitivo avançado para que ela</p><p>entenda os motivos de tantas normas (TANI, 2002). Portanto, por exemplo,</p><p>em um ambiente de jogo que viola as regras, devemos considerar as seguintes</p><p>possibilidades: o mecanismo intelectual do indivíduo ainda é insuficiente,</p><p>o entendimento das regras não é claro ou o indivíduo tenta utilizá-lo nesta</p><p>situação. A compreensão das regras está relacionada ao desenvolvimento</p><p>da moralidade, que se desenvolve gradualmente.</p><p>Projetos sociais do Governo Federal</p><p>Para conhecer mais sobre ações e programas que o governo federal</p><p>apoia, entre eles os programas Vila do Esporte, Atleta na Escola, Esporte na</p><p>Escola, Vida Saudável, Segundo Tempo, Esporte e Lazer na Cidade, Forças no</p><p>Esporte, Bolsa Atleta e programas vinculados diretamente ao Plano Brasil</p><p>Medalhas (BRASIL, [2021]), acesse o site do Ministério da Cidadania.</p><p>Segundo Garcia e Zaremba (2017), a importância social e pedagógica do</p><p>esporte está em encarar a prática esportiva como um espaço de aprendi-</p><p>zagem de cursos e valores. Indivíduos e cidadãos utilizam as ferramentas</p><p>disponíveis no ambiente esportivo para promover o desenvolvimento de</p><p>habilidades cognitivas e psicossociais, afinal, o esporte pode trazer mais do</p><p>que benefícios físicos ou resultados competitivos.</p><p>Os projetos sociais constituem-se como uma solução vantajosa para o</p><p>desenvolvimento das competências de convivência humana, inclusão social e</p><p>respeito pela diversidade, podendo também ser dirigidos a outros fins, sem ter</p><p>como foco principal o desporto. Cada secretaria deve contemplar as diferenças</p><p>de cada nicho social. Ações para diferentes projetos podem ser direcionadas</p><p>a diferentes faixas etárias, administradas por órgãos governamentais ou</p><p>não. No âmbito desses projetos sociais, a prática de exercícios físicos pode</p><p>não só melhorar a qualidade de vida dessas crianças, mas construir adultos</p><p>mais ativos física e emocionalmente e saudáveis. (CARVALHO; SEDA; ESPÍRITO</p><p>SANTO, 2013).</p><p>A Constituição Federal de 1988 garante a importância do esporte para os</p><p>cidadãos brasileiros e expressa a obrigação do Estado de promover a prática</p><p>esportiva formal ou informal. Os projetos sociais têm se tornado a porta de</p><p>entrada para atender a essas necessidades, independentemente de o esporte</p><p>ser atrativo ou não. Além disso, um projeto social é um comportamento cívico,</p><p>Aspectos históricos, sociais e a política para o esporte e o lazer 3</p><p>que se baseia em ações organizadas com objetivos claros e visa encontrar</p><p>soluções ou alternativas para os problemas sociais. Ao focar no esporte como</p><p>ferramenta de promoção da educação e da cidadania, os projetos buscam</p><p>o desenvolvimento do espírito de equipe, o respeito às limitações pessoais</p><p>e interpessoais, a disciplina, a união, entre outros valores. Eles podem se</p><p>adaptar a diferentes faixas etárias e quaisquer esportes (CARVALHO; SEDA;</p><p>ESPÍRITO SANTO, 2013).</p><p>Além disso, mesmo diante de fracassos e vitórias, superação de limites</p><p>e retrocessos, na elaboração cuidadosa das emoções, se o esporte for bem</p><p>orientado, pode não só melhorar o desenvolvimento físico, mas também</p><p>melhorar a capacidade emocional na interação com grupos heterogêneos,</p><p>bem como desenvolver o controle emocional em face do medo, da timidez,</p><p>da ansiedade, da raiva, da dor, da euforia.</p><p>O Estatuto da Infância e da Juventude também afirma, em seu artigo 4º,</p><p>que é dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do governo</p><p>garantir, com prioridade absoluta, a realização dos direitos relacionados a</p><p>vida, saúde, alimentação, educação, esporte, lazer, profissionalização, cultura,</p><p>dignidade, respeito, liberdade e convivência familiar e comunitária (BRASIL,</p><p>1990). No entanto, não é incomum que projetos sociais desse tipo se desviem</p><p>e passem a atender às necessidades do mercado econômico e do sistema</p><p>capitalista gerado pelo universo esportivo. São exemplos os projetos em</p><p>que o futebol é o principal objeto de atividade, ou as escolas de iniciação</p><p>desportiva dessa modalidade, que visam à profissionalização precoce da</p><p>carreira de um jogador de futebol. Geralmente, os projetos voltados para</p><p>a profissionalização dos jovens não oferecem nenhuma estratégia para a</p><p>construção de novas alternativas de vida além do futebol (AQUINO, 2010).</p><p>Portanto, levando em consideração esses fatores, o esporte pode ser um</p><p>importante recurso voltado para a melhoria da convivência humana, pois</p><p>propõe uma postura coletiva e, assim, desenvolve uma educação inclusiva</p><p>que possa formar pessoas que cooperem e mantenham o mundo e as rela-</p><p>ções. No entanto, é necessário examinar o papel que o esporte pode ter na</p><p>manutenção de habilidades de convivência e cultura. Seja na educação, nos</p><p>esportes sociais ou naqueles de alto rendimento, a prática da psicologia do</p><p>esporte deve ser reconsiderada para que a psicologia seja sempre benéfica</p><p>para o ser humano e cuide das condições existentes de relacionamento.</p><p>Pensando nesse sentido, é possível visualizar a possibilidade de desenvolver</p><p>comportamentos coletivos na prática esportiva, o que ajuda a construir o</p><p>sentido de estar com os outros e de pertencer rapidamente, o que pode</p><p>diminuir a dor causada pelo isolamento social (AQUINO, 2010).</p><p>Aspectos históricos, sociais e a política para o esporte e o lazer 4</p><p>As forças econômicas e políticas do esporte</p><p>Entender a lógica de financiamento e gasto da política esportiva é uma chave</p><p>explicativa importante para compreender a trajetória e as prioridades da</p><p>política esportiva em nível federal, pois, para que as ações da política espor-</p><p>tiva sejam substantivas, recursos financeiros devem estar disponíveis para</p><p>implementação. Esse processo se dá por meio da discussão sobre o que será</p><p>colocado no primeiro plano da agenda esportiva, ou seja, pela formulação</p><p>do que será um item da política esportiva (REIS et al., 2020).</p><p>A política pública de esportes está baseada na manutenção, e o Estado se</p><p>constitui como uma forma de financiamento que propõe o desenvolvimento</p><p>do esporte no país, (CASTELLANI FILHO, 2013). Nas últimas décadas, o esporte</p><p>ganhou novos significados; talvez seja o fenômeno mais influente nesse pe-</p><p>ríodo em escala global, passando a fazer parte da vida das pessoas e tornar-se</p><p>parte indispensável da estrutura social. Contribuiu para a restauração e o</p><p>fortalecimento da identidade nacional, e com sua ascensão na mídia, tem</p><p>desempenhado um papel de extrema importância na economia internacional</p><p>(ANDREWS; RITZER, 2007) e como meio de alcançar o sucesso em termos de</p><p>negócio dentro do mercado econômico (SHEREMET, 2015).</p><p>No contexto da globalização, é necessário manter os valores humanos re-</p><p>conhecidos e admirados pelas pessoas na transição entre o desporto moderno</p><p>(tradicional) e o contemporâneo (multifacetado). O esporte contemporâneo</p><p>é fascinante para espectadores e praticantes e deve ser entendido como</p><p>um sistema aberto e interdependente de outros sistemas, como econômico,</p><p>midiático, político e educacional. Assim, as relações internas do sistema</p><p>desportivo em contato com as relações externas existentes com outros</p><p>sistemas são fatores que se somam ao fenômeno de complexidade crescente</p><p>(PUIG; HEINEMANN, 1991; GOELLNER, 2005)</p><p>Hoje, a exemplo de Goellner (2005) nos Jogos Olímpicos, o esporte tem</p><p>registros de grave nacionalismo, exploração comercial e econômica, corrupção,</p><p>especialização precoce, doping, violência sexual e discriminação, além de</p><p>solidariedade, consagração, celebração, convivência, fraternidade e inclusão:</p><p>é um espaço de paradoxos que convivem e às vezes interagem. O esporte tem</p><p>uma dimensão ampla e multifacetada e, como tal, não pode ser visto apenas</p><p>na abordagem competitiva (GOELLNER, 2005).</p><p>O esporte está se globalizando, motivando alguns dos maiores eventos</p><p>internacionais, sendo responsável por grande parte do movimento financeiro</p><p>mundial, pelo cenário político e de demonstração de poder. Ao mesmo tempo,</p><p>é também um evento local onde grupos específicos se reúnem para se exercitar</p><p>Aspectos históricos, sociais e a política para o esporte e o lazer 5</p><p>com diferentes finalidades. Portanto, hoje pode ser denominado um fenô-</p><p>meno sociocultural com muitas manifestações, cada vez mais integrado às</p><p>necessidades das pessoas que o praticam e/ou assistem (GALATI et al., 2018).</p><p>Ministério responsável pelo esporte no Brasil</p><p>Em 1º de janeiro de 2003, foi institucionalizado o Ministério do Esporte</p><p>pela Medida Provisória nº. 103, a fim de buscar a democratização e a garantia de</p><p>direito ao esporte. Caberia a esse órgão federal administrar, exclusivamente, o</p><p>esporte brasileiro, conferindo a ele status de ministério exclusivo e permanente,</p><p>pela primeira vez no país, indicando que o governo dedicava suposta importância</p><p>a esse campo. Conforme texto da lei que criou o Ministério do Esporte em 2003,</p><p>as competências que constituem o recente Ministério são: a) política nacional</p><p>de desenvolvimento da prática dos esportes; b) intercâmbio com organismos</p><p>públicos e privados, nacionais, internacionais e estrangeiros, voltados à pro-</p><p>moção do esporte; c) estímulo às iniciativas públicas e privadas de incentivo às</p><p>atividades esportivas; d) planejamento, coordenação, supervisão e avaliação</p><p>dos planos e programas de incentivo aos esportes e de ações de democratização</p><p>da prática esportiva e inclusão social por intermédio do esporte (BRASIL, 2003).</p><p>Por meio do Decreto nº 9.674/2019, de 2 de janeiro, e do Decreto nº 10.357/2020,</p><p>de 20 de maio, foi criado o Ministério da Cidadania, órgão da administração</p><p>federal direta, composto pela unificação dos Ministérios do Esporte e do</p><p>De-</p><p>senvolvimento Social.</p><p>Fazem parte da estrutura básica do Ministério da Cidadania a Secretaria</p><p>Especial do Desenvolvimento Social e a Secretaria Especial do Esporte, entre</p><p>outras (BRASIL, 2003; 2019).</p><p>A Constituição Federal de 1988 debateu, de forma concisa e universal,</p><p>alguns conceitos básicos que foram traçados pelo Estado brasileiro como</p><p>as prioridades e os princípios do esporte no país. De acordo com as leis de</p><p>eventos esportivos, é essencial fazer um equilíbrio dinâmico de investimento</p><p>entre os gestores públicos de esportes para atender às necessidades relacio-</p><p>nadas aos três eventos esportivos (esportes de rendimento, de participação e</p><p>educacionais) (BRASIL, 1988). Nesse sentido, para que a administração pública</p><p>(municipal, estadual e federal) promova o desenvolvimento social adequado</p><p>e integre as atividades esportivas, é necessária a inclusão do governo nas</p><p>áreas de educação, esporte, lazer, saúde, cultura e ação social (GALINDO, 2010).</p><p>A sociedade capitalista vem transformando o esporte, desde o século XX,</p><p>tal qual grande parte de seus bens culturais, em um setor economicamente</p><p>dinâmico e altamente rentável. É nessas circunstâncias que começa a sur-</p><p>Aspectos históricos, sociais e a política para o esporte e o lazer 6</p><p>gir a comercialização e o espetáculo dos fenômenos esportivos. A atuação</p><p>do mercado publicitário e da mídia profissional sobre o tema se baseou,</p><p>em última instância, no novo modelo de relacionamento entre óculos espor-</p><p>tivos, televisão e marketing esportivo, que revolucionou o campo esportivo</p><p>(REIS et al., 2020). Para Ouriques (2014), o esporte moderno entrou no circuito</p><p>mundial de produção e reprodução do capital; como em qualquer indústria,</p><p>o esporte passou, enquanto mecanismo catalisador, a interagir com vários</p><p>setores produtivos do mundo capitalista que, não obstante, dele precisam</p><p>para gerar lucros e potencializar acúmulos. Portanto, seu processo produtivo</p><p>(sua matriz de atuação é baseada na lógica empresarial) busca expandir a</p><p>produção e diversificar o consumo esportivo (REIS et al., 2020). O processo do</p><p>consumo, segundo Proni (1998), estaria a associado a três esferas interdepen-</p><p>dentes: consumo de bens (mercados de artigos e equipamentos esportivos),</p><p>de serviços (iniciação e supervisão esportiva) e de espetáculos (cobertura</p><p>de eventos esportivos).</p><p>O desenvolvimento e a popularização do esporte fazem parte da cultura</p><p>popular, sendo produzidos e utilizados por meio da mídia. Para Athayde (2014),</p><p>o surgimento de um paradigma de negócios se tornou uma característica do</p><p>setor. Por sua vez, esse paradigma produziu um movimento especial que não</p><p>é indiscutivelmente baseado na lógica de mercado que foca na comerciali-</p><p>zação desse fenômeno, mas também no uso do espaço para explorar novas</p><p>paredes do consumidor.</p><p>Hoje em dia, o esporte tem a função de gerar renda, negócios e empre-</p><p>endimentos, por isso é necessário manter o maior número possível de pes-</p><p>soas participando desse fenômeno, para que surjam diferentes expressões</p><p>esportivas com diferentes significados. Com isso, a divulgação do esporte na</p><p>mídia tem aumentado, levando ao incremento do número de espectadores</p><p>e à expectativa de que o número de praticantes também aumente (GALATTI</p><p>et al., 2018). Portanto, o esporte contemporâneo está se configurando por</p><p>meio de diferentes formas de expressão, confirmando seu status de fenômeno</p><p>multissocial e cultural. Hoje, o esporte ultrapassou a versão moderna, o que</p><p>torna as ideias dos clássicos do esporte confinadas à burocracia federal.</p><p>Apesar de ser impulsionado pelo esporte profissional, pelos lucros e pela</p><p>expansão dos negócios, o esporte passou a agregar mais espectadores e</p><p>novos praticantes, que reconstruíram o ambiente para a vivência esportiva</p><p>e passaram a ampliar o significado do fenômeno (GALATTI et al., 2018).</p><p>Além de treinar atletas e gerar dividendos, o esporte também ganha</p><p>espaço como oportunidade de lazer, e seu significado educacional é mais</p><p>uma vez reconhecido, agora não só para a elite socioeconômica ou para</p><p>Aspectos históricos, sociais e a política para o esporte e o lazer 7</p><p>poucas pessoas que já atingiram o nível do esporte, mas também para quem</p><p>o pratica ou assiste ao movimento esportivo (GALATTI, 2010). Isso prova a</p><p>complexidade do esporte: um mesmo fenômeno pode gerar lucros em um</p><p>forte mercado internacional, mas também pode aproximar pessoas de todas</p><p>as regiões onde o esporte é praticado. Este é o desporto contemporâneo,</p><p>diverso, com dimensão global e especificidade regional, é um espaço em que</p><p>pessoas de todo o mundo oscilam entre a economia e a racionalidade e o</p><p>relacionamento interpessoal mais profundo e sensível (GALATTI et al., 2018).</p><p>Nesse sentido, como um produto especial, os programas esportivos em</p><p>larga escala exigem não apenas uma gestão empresarial eficaz, mas também</p><p>planos altamente organizados e complexos, e outros produtos começam a</p><p>ser reconhecidos, divulgados e promovidos. Portanto, pode ser utilizado</p><p>como meio de transporte de outros produtos, e até mesmo como vagão de</p><p>propaganda privilegiado. Por fim, a integração do esporte com a economia de</p><p>mercado levou a uma ampla gama de processos de expansão e diversificação</p><p>da produção e do consumo com base no marketing e na comercialização de</p><p>desempenho esportivo.</p><p>O esporte como promotor da saúde</p><p>e do bem-estar</p><p>No Brasil, nas últimas décadas, o Estado se mostrou presente no setor espor-</p><p>tivo por meio de ações políticas incentivando o esporte de alto rendimento e</p><p>a ideia de que o esporte pode promover a saúde das pessoas e uma melhor</p><p>qualidade de vida, compensando, assim, os problemas da vida urbana cada vez</p><p>mais modernizada, ou seja, o estado de bem-estar (BRACHT; ALMEIDA, 2003).</p><p>O crescente aumento de diferentes patologias tem apontado o seden-</p><p>tarismo como um fator de risco para diversas doenças crônicas, levando</p><p>os sistemas de saúde pública a buscarem novas estratégias de promoção</p><p>e prevenção da saúde, com foco na melhora da qualidade e dos hábitos</p><p>de vida, o que inclui boa alimentação e prática de exercícios (ZAMAI, 2009),</p><p>uma vez que a inatividade física, a falta de exercício ou os baixos níveis de</p><p>exercício estão fortemente ligados às principais doenças crônicas que afetam</p><p>a população mundial, como doenças cardiopulmonares (doença cardíaca</p><p>coronária, doença cardiovascular, acidente vascular cerebral, hipertensão), do</p><p>metabolismo (diabetes e obesidade), câncer (câncer de mama, câncer de cólon),</p><p>musculoesqueléticas (osteoporose) e depressão (ORGANIZACIÓN MUNDIAL DE</p><p>Aspectos históricos, sociais e a política para o esporte e o lazer 8</p><p>LA SALUD, 2010). O estilo de vida sedentário é o principal causador de mais</p><p>de 50% dos casos de óbito no Brasil (ZAMAI; BANKOFF, 2016).</p><p>A importância da prática regular de atividade física ou exercícios físicos</p><p>inclui aspectos relacionados à promoção da saúde e à capacidade de proteger</p><p>as funções, ou seja, além de reduzir o risco de doenças, também pode melhorar</p><p>a aptidão física. O esporte melhora a saúde cardiorrespiratória, a força e a</p><p>resistência muscular, reduz a pressão arterial e as dores musculares, previne</p><p>e controla o peso, aumenta a densidade óssea, a flexibilidade, a mobilidade</p><p>e a capacidade de exercício aeróbio, todos os quais podem predizer saúde.</p><p>Além disso, os benefícios relacionados aos aspectos psicológicos e sociais</p><p>incluem melhorar a autoimagem, a autoestima, a autoconfiança e a felicidade,</p><p>e reduzir os sintomas de estresse e depressão (MATSUDO et al., 2002; ALLSEN;</p><p>HARRISON; VANCE, 2001).</p><p>Outros benefícios estão relacionados a aspectos psicobiológicos, como</p><p>a qualidade do sono e a redução de distúrbios do sono (insônia, distúrbios</p><p>do ritmo circadiano, distúrbio respiratórios e do movimento relacionados ao</p><p>sono); a adequação de funções cognitivas (processos psicológicos básicos:</p><p>organização perceptual, velocidade do processamento mental, o tempo de</p><p>reação para escolhas simples e ou complexas; habilidades superiores: memória</p><p>e funções</p><p>executivas); benefícios e redução de sintomas de transtornos de</p><p>humor e psiquiátricos (principalmente, depressão e ansiedade) e modificação</p><p>e adequação do comportamento alimentar (relacionados a ingestão alimentar</p><p>influenciada por aspectos fisiológicos, genéticos, sociais, rítmicos e psicoló-</p><p>gicos), entre outros (ESTEVES et al., 2013; MELLO, 2013; RZEZAK; MELLO, 2013;</p><p>RZEZAK; ANTUNES; MELLO, 2013; ZIMBERG, et al., 2013).</p><p>Enumerando alguns dos benefícios da prática de exercícios físicos,</p><p>é necessário determinar quais parâmetros são essenciais para considerar</p><p>essa situação uma prioridade no dia a dia das pessoas (MOLANOROUZI; KHOO;</p><p>MORRIS, 2014) a fim de promover a saúde e diminuir o desenvolvimento de</p><p>doenças crônicas, diabetes, hipertensão e outras. Essas características têm</p><p>desempenhado um papel na mudança de estilo das pessoas, sejam elas</p><p>profissionais ou simplesmente consumidoras sedentárias ou não do esporte.</p><p>Incontáveis formas de desempenho fornecem um amplo leque de oportuni-</p><p>dades práticas e de comunicação, influenciando o estilo de vida das pessoas</p><p>e, consequentemente, sua qualidade de vida (MARQUES, 2007).</p><p>O progresso almejado é que a prática de atividades esportivas possa cola-</p><p>borar com inúmeros outros fatores para alcançar um bom nível de percepção</p><p>da qualidade de vida, desde que esteja relacionada às condições, objetivos,</p><p>expectativas e necessidades dos participantes. A qualidade de vida é um</p><p>Aspectos históricos, sociais e a política para o esporte e o lazer 9</p><p>fator complexo, que depende da percepção objetiva e subjetiva do indivíduo,</p><p>confirmando assim que o impacto dos eventos esportivos e seus valores na</p><p>vida possuem certa relatividade. Portanto, existe um falso reducionismo que</p><p>afirma que certas formas de desempenho esportivo são sempre positivas ou</p><p>negativas para o bem-estar das pessoas envolvidas (LOTTI; OLIVEIRA, 2016).</p><p>Algumas pessoas praticam esportes com o objetivo de superar constante-</p><p>mente resultados e limites, embora nem todos com essa visão tenham como</p><p>objetivo principal a competição com os demais participantes. As disputas</p><p>geralmente são internas e objetivam a autossuperação. Outros usam exercí-</p><p>cios para diversão, felicidade e autossatisfação. Outros buscam a estética e</p><p>a melhoria da autoimagem. Para muitas pessoas, o exercício físico significa</p><p>a possibilidade de interação social e convivência humana (TANI, 2002).</p><p>Para que o exercício físico seja um fator de melhoria da qualidade de vida,</p><p>o conceito ideal da sociedade contemporânea é considerá-lo como um dos</p><p>muitos hábitos cotidianos do estilo de vida dos sujeitos, não apenas como fator</p><p>de consumo sedentário, mas também como meio de vida. Almeje a atividade</p><p>física, desde que atenda às necessidades, expectativas, possibilidades e limites</p><p>individuais. No entanto, é necessário promover a aquisição desse fenômeno de</p><p>acordo com as possibilidades socioeconômicas de cada sujeito. O problema não</p><p>é apenas oferecer diferentes modalidades esportivas, mas também proporcionar</p><p>condições para a prática de exercícios (NÓBREGA et al., 2020).</p><p>O esporte se coloca como uma das possibilidades de prática de atividade</p><p>física e convívio social pertencentes à ideia de estilo de vida ativo, ou seja, um</p><p>dos hábitos tidos como saudáveis atualmente, para maiores possibilidades</p><p>de boa percepção de qualidade de vida. No entanto, para que essa prática</p><p>seja incorporada no cotidiano dos sujeitos, é necessário que a condição de</p><p>vida, ou seja, sua possibilidade de acesso a bens de consumo e a serviços de</p><p>subsistência, permita a escolha e a prática corrente de atividades esportivas.</p><p>Depois dessa garantia, é necessário que o sujeito se encontre em estado de</p><p>prontidão para a inserção desse universo em sua vida (LOTTI; OLIVEIRA, 2016).</p><p>A ideia de um estilo de vida ativo significa exercícios físicos diários. Nor-</p><p>malmente, esse hábito nada mais é do que um dos inúmeros fatores que</p><p>levam as pessoas a ter uma vida mais saudável. Portanto, as pessoas têm</p><p>mais chances de ter uma boa compreensão da qualidade de vida.</p><p>O esporte também é praticado como forma de lazer para as pessoas,</p><p>acarretando, por consequência, a promoção da saúde. O esporte e o lazer</p><p>compreendidos como fenômenos socioculturais são dotados de um aspecto</p><p>comum, o caráter pedagógico que os permeia (MARCELLINO et al., 2007; PIZANI</p><p>et al. 2020). A saúde, como categoria associada à atividade física de lazer,</p><p>Aspectos históricos, sociais e a política para o esporte e o lazer 10</p><p>pode indicar a questão do direito dos sujeitos à vivência de atividades de</p><p>livre escolha, com interesse único e exclusivo na atividade em si (SILVA et al.,</p><p>2017). As atividades físicas manifestadas pelo esporte, ao serem consideradas</p><p>do ponto de vista do lazer, devem ter para os seus participantes um sentido</p><p>de satisfação pela própria atividade, além de lhes proporcionarem, a partir</p><p>da mediação do profissional de educação física e do lazer, a construção de</p><p>valores a partir de um modo de vida melhor.</p><p>Diante dessas considerações, é importante que seja incentivada a prática</p><p>de esportes para a busca de um estilo de vida mais ativo. Os praticantes</p><p>devem ser incentivados a se movimentar sempre e conhecer o motivo da</p><p>necessidade dessa prática, bem como a se conscientizarem da importância</p><p>de uma orientação de um profissional de educação física, pois a falta de</p><p>supervisão pode tornar o exercício físico prejudicial à saúde, tendo em vista</p><p>que movimentos errados podem ocasionar lesões (LOTTI; OLIVEIRA, 2016).</p><p>Portanto, pode-se concluir que o esporte é um fenômeno humano, que tem</p><p>trazido muitos benefícios para a sociedade e promove saúde e socialização,</p><p>prolonga a vida de forma saudável e melhora a qualidade de vida. A política</p><p>pública que incentive o esporte é fundamental para reduzir e solucionar os</p><p>problemas comuns da sociedade.</p><p>Como as políticas públicas devem ser implementadas, executadas e mo-</p><p>nitoradas após sua formulação para a plena realização de seus resultados,</p><p>é necessário diagnosticar a implementação das ações relacionadas a esse</p><p>tema no Brasil, e novas pesquisas são necessárias.</p><p>Referências</p><p>ALLSEN, P. E.; HARRISON, J. M.; VANCE, B. Exercício e qualidade de vida: uma abordagem</p><p>personalizada. Barueri: Manole, 2001.</p><p>ANDREWS, D. L.; RITZER, G. The grobal in the sporting glocal. Global networks, v. 7,</p><p>nº 2, p. 135-153, 2007.</p><p>AQUINO, G. B. de. O esporte como elemento socializador e formador de crianças e</p><p>jovens. Revista Científica da Faminas, v. 6, nº 2, p. 125-140, 2010.</p><p>ATHAYDE, P. F. A. O ornitorrinco de chuteiras: determinantes econômicos da política de</p><p>esporte e lazer do Governo Lula e suas implicações sociais. 2014. 415 f. Tese (Douto-</p><p>rado em Política Social) — Departamento de Serviço Social, Universidade de Brasília,</p><p>Brasília, 2014.</p><p>BRACHT, V.; ALMEIDA, F. Q. A política de esporte escolar no Brasil: a pseudovalorização</p><p>da educação física. Revista brasileira de ciências do esporte, v. 24, n. 3, 2003.</p><p>BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Diário Oficial da União,</p><p>Brasília, 5 out. 1988. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/</p><p>constituicao.htm. Acesso em: 19 abr. 2021.</p><p>Aspectos históricos, sociais e a política para o esporte e o lazer 11</p><p>BRASIL. Decreto nº 9.674, de 2 de janeiro de 2019. Aprova a Estrutura Regimental e</p><p>o Quadro Demonstrativo dos Cargos em Comissão e das Funções de Confiança do</p><p>Ministério da Cidadania, remaneja cargos em comissão e funções de confiança, trans-</p><p>forma cargos em comissão do Grupo-Direção e Assessoramento Superiores - DAS e</p><p>Funções Comissionadas do Poder Executivo - FCPE e substitui cargos em comissão</p><p>do Grupo-Direção e Assessoramento Superiores - DAS por Funções Comissionadas</p><p>do Poder Executivo - FCPE. Diário Oficial da União, Brasília, 2 jan. 2019. Disponível em:</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2019/decreto/D9674impressao.</p><p>htm. Acesso em: 20 abr. 2021.</p><p>BRASIL. Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990. Dispõe sobre o estatuto</p><p>da criança e do</p><p>adolescente, e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, 16 jul. 1990.</p><p>Disponível em: https://www2.camara.leg.br/legin/fed/lei/1990/lei-8069-13-julho-1990-</p><p>-372211-publicacaooriginal-1-pl.html. Acesso em: 19 abr. 2021.</p><p>BRASIL. Medida Provisória nº 103, de 1º de janeiro de 2003. Dispõe sobre a organização</p><p>da Presidência da República e dos Ministérios, e dá outras providências. Diário Oficial</p><p>da União, Brasília, 1 jan. 2003. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/</p><p>Exm/2003/1-CCV-MJ-03.htm. Acesso em: 20 abr. 2021.</p><p>CARVALHO, C. A.; SEDA, D. M.; ESPÍRITO SANTO, A. A. Garimpando talentos no futebol:</p><p>uma pratica de inclusão ou exclusão social? In: CARVALHO, I. S.; FERREIRA, R. F. (org.).</p><p>Processos de exclusão na sociedade contemporânea. São Luís: Edufma, 2013. p. 233-258</p><p>CASTELLANI FILHO, L. As concepções de educação física no Brasil. Revista Horizontes,</p><p>v. 1, nº 2, p. 11-31, 2013.</p><p>ESTEVES, A. M. et al. Sono, distúrbios do sono e exercício físico. In: MELLO, M. T. de.</p><p>(org.). Psicobiologia do exercício. São Paulo: Atheneu, 2013. p. 9-30.</p><p>GALATTI, L. R. et al. Esporte contemporâneo: perspectivas para a compreensão do</p><p>fenômeno. Corpoconsciência, v. 22, nº 3, p. 115-127, 2018.</p><p>GALATTI, Larissa Rafaela; PAES, Roberto Rodrigues; DARIDO, Suraya Cristina. Pedagogia</p><p>do Esporte: livro didático aplicado aos Jogos Esportivos Coletivos. Motriz: Revista de</p><p>Educação Física, v. 16, n. 3, p. 751-761, 2010.</p><p>GALINDO, A. G. Administração de políticas públicas de esporte: um ensaio sobre os</p><p>fundamentos da ação do gestor. EfDesportes, v. 5, nº 144, 2010.</p><p>GARCIA, R. P.; ZAREMBA, R. Esporte e cuidado: a prática esportiva como ferramenta de</p><p>transformação pessoal e transformação social. In: MEDEIROS, C.; LACERDA, A. (org.).</p><p>Psicologia do esporte na atualidade: reflexões necessárias. São Paulo: Passavento, 2017.</p><p>GRANJA, D. M. L. A teoria das representações sociais e o fenômeno esportivo: uma</p><p>leitura possível. In: MEDEIROS, C.; LACERDA, A. Psicologia e esporte na atualidade:</p><p>reflexões necessárias. São Paulo: Pasavento, p. 47-68, 2017.</p><p>HÚNGARO, E. M.; DAMASCENO, L. G.; GARCIA, C. C. (org.). Estado, política e emancipa-</p><p>ção humana: lazer, educação, esporte e saúde como direitos sociais. Santo André:</p><p>Alpharrabio, 2008.</p><p>LOTTI, A. D.; OLIVEIRA, R. C. de. Pedagogia do esporte, promoção da saúde e educação</p><p>física: revisão da literatura entre 1990 e 2012. Revista Salusvita, v. 35, nº 2, p. 279-298,</p><p>2016.</p><p>MARCELLINO, N. C. et al. Políticas públicas de lazer – formação e desenvolvimento de</p><p>pessoal: os casos de Campinas e Piracicaba-SP. Curitiba: OPUS, 2007. (E-book).</p><p>Aspectos históricos, sociais e a política para o esporte e o lazer 12</p><p>MARQUES, R. F. R. Esporte e qualidade de vida: reflexão sociologica. 2007. 160 f. Disser-</p><p>tação (Mestrado em Educação Física) — Faculdade de Educação Fisica, Universidade</p><p>Estadual de Campinas, Campinas, 2007.</p><p>MATSUDO, S. M. et al. Nível de atividade física da população do Estado de São Paulo:</p><p>análise de acordo com o gênero, idade, nível sócio-econômico, distribuição geográfica</p><p>e de conhecimento. Revista Brasileira de Ciência e Movimento, v. 10, nº 4, p. 41-50, 2002.</p><p>MOLANOROUZI, K.; KHOO, S.; MORRIS, T. Validating the physical activity and leisure</p><p>motivation scale (PALMS). BMC public health, v. 14, nº 1, p. 1-12, 2014.</p><p>NÓBREGA, K. B. G. da. et al. Esporte e lazer na promoção da saúde mental de adoles-</p><p>centes em situação de vulnerabilidade social. Brazilian Journal of Health Review, v. 3,</p><p>nº 5, p. 13228-13241, 2020.</p><p>ORGANIZACIÓN MUNDIAL DE LA SALUD. Recomendaciones mundiales sobre actividad</p><p>física para la salud. Ginebra: OMS, 2010 (E-book).</p><p>OURIQUES, N. Megaeventos no Brasil, ou desenvolvimento do subdesenvolvimento</p><p>do assalto do Estado. In: CAPELA, P.; TAVARES, E. (org.). Megaeventos esportivos: suas</p><p>conseqüências, impactos e legados para a América Latina. Florianópolis: Insular,</p><p>2014. p. 13-44.</p><p>PIZANI, J. et al. Acompanhamento e assessoria pedagógica do programa segundo tempo</p><p>do ministério do esporte. Journal of Physical Education, v. 31, 2020.</p><p>PRONI, M. W. Marketing e organização esportiva: elementos para uma história recente</p><p>do esporte-espetáculo. Conexões, v. 1, nº 1, p. 73-73, 1998.</p><p>PUIG, N.; HEINEMANN, K. El deporte en la perspectiva del año 2000. Papers: Revista de</p><p>Sociologia, nº 38, p. 123-141, 1991.</p><p>REIS, N. S. et al. O esporte no capitalismo tardio: imbricações entre cultura esportiva,</p><p>economia e mercado. Educación Física y Ciencia, v. 22, nº 3, 2020.</p><p>RZEZAK, P.; ANTUNES, H. K. M.; MELLO, M. T. de. Transtornos de humos e exercício físico.</p><p>In: MELLO, M. T. de. (org.). Psicobiologia do exercício. São Paulo: Atheneu, 2013. p. 31-36.</p><p>RZEZAK, P.; MELLO, M. T. de. Funções cognitivas e o exercício físico. In: MELLO, M. T. de.</p><p>(org.). Psicobiologia do exercício. São Paulo: Atheneu, 2013. p. 53-66.</p><p>SHEREMET, L. Humanist values of sport and the problems of social globalization. Studia</p><p>Universitatis, v. 90, nº 10, p. 143-148, 2015.</p><p>SILVA, C. L. da. et al. Atividade física de lazer e saúde: uma revisão sistemática.</p><p>Mudanças-Psicologia da Saúde, v. 25, nº 1, p. 57-65, 2017.</p><p>TANI, G. Aprendizagem motora e esporte de rendimento: um caso de divórcio sem</p><p>casamento. Esporte e atividade física. In: BARBANTI, V. et al. (ed.). Esporte e atividade</p><p>física: interação entre rendimento e saúde. São Paulo: Manole, 200. p. 145-162.</p><p>THOMASSIM, L. E. C.; STIGGER, M. P. Super-oferta de projetos sociais esportivos: supe-</p><p>rando as imagens públicas idealizadas sobre essas ações. In: SEMINÁRIO NACIONAL</p><p>SOCIOLOGIA E POLÍTICA, 2009, Curitiba. Anais [...]. Curitiba: UFPR, 2009.</p><p>ZAMAI, C. A. Impacto das atividades físicas nos indicadores de saúde de sujeitos adultos:</p><p>Programa Mexa-se. 2009. 154 f. Tese (Doutorado em Educação Física) — Faculdade de</p><p>Educação Física, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2009.</p><p>Aspectos históricos, sociais e a política para o esporte e o lazer 13</p><p>ZAMAI, C.A.; BANKOFF, A. D. P. A ciência e a pesquisa em ação: atividades físicas, saúde</p><p>e qualidade de vida: pesquisas e relatos de experiências. Jundiaí: Paco Editorial, 2016.</p><p>ZIMBERG, I. Z. et al. Comportamento alimentar. In: MELLO, M. T. de. (org.). Psicobiologia</p><p>do exercício. São Paulo: Atheneu, 2013. p. 67-92.</p><p>Leituras recomendadas</p><p>BRASIL. Decreto nº 10.357, de 20 de maio de 2020. Aprova a Estrutura Regimental e</p><p>o Quadro Demonstrativo dos Cargos em Comissão e das Funções de Confiança do</p><p>Ministério da Cidadania e remaneja cargos em comissão e funções de confiança. Di-</p><p>ário Oficial da União, Brasília, 2 jan. 2019. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/</p><p>ccivil_03/_ato2019-2022/2019/decreto/D9674impressao.htm. Acesso em: 20 abr. 2021.</p><p>BRASIL. Lei nº 10.891, de 9 de julho de 2004. Institui a Bolsa-Atleta. Diário Oficial da</p><p>União, Brasília, 12 jul. 2004. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_</p><p>ato2004-2006/2004/lei/l10.891.htm. Acesso em: 19 abr. 2021.</p><p>BRASIL. Lei nº 11.438, de 29 de dezembro de 2006. Dispõe sobre incentivos e benefícios</p><p>para fomentar as atividades de caráter desportivo e dá outras providências. Diário</p><p>Oficial da União, Brasília, 29 dez. 2006. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/</p><p>ccivil_03/_ato2004-2006/2006/lei/l11438.htm. Acesso em: 19 abr. 2021.</p><p>CARVALHO, C. A.; EPIPHANIO, E. H.; VIANA-MEIRELES, L. G. Esporte, cooperação e soli-</p><p>dariedade. In: RUBIO, K.; CAMILO, J. A. O. (org.). Psicologia social do esporte. São Paulo:</p><p>Képos, 2019. p. 153-168.</p><p>CARVALHO, S. I.; FERREIRA, R. F. (org.). Processos de exclusão social na sociedade con-</p><p>temporânea. São Luís: EDUFMA, 2013.</p><p>CORTÊS NETO, E. D.; DANTAS, M. M. C.; MAIA, E. M. C. Benefícios dos projetos sociais</p><p>esportivos em crianças e adolescentes. Saúde & Transformação Social, v. 6, nº 3,</p><p>p. 109-117, 2015.</p><p>MELLO, M. T. de. Psicobiologia do exercício. São Paulo: Atheneu, 2013.</p><p>PIZANI, R. S.; AMARAL, S. C. F.; PAES, R. R. Esporte e lazer: diálogos possíveis à luz da</p><p>pedagogia do esporte. Licere, v. 15, nº 3, p. 1-18, 2012.</p><p>SILVA,</p><p>F. S. Projetos sociais em discussão na psicologia do esporte. Revista Brasileira</p><p>de Psicologia do Esporte, v. 1, nº 1, p. 1-12, 2007.</p><p>Os links para sites da web fornecidos neste capítulo foram todos</p><p>testados, e seu funcionamento foi comprovado no momento da</p><p>publicação do material. No entanto, a rede é extremamente dinâmica; suas</p><p>páginas estão constantemente mudando de local e conteúdo. Assim, os edito-</p><p>res declaram não ter qualquer responsabilidade sobre qualidade, precisão ou</p><p>integralidade das informações referidas em tais links.</p><p>Aspectos históricos, sociais e a política para o esporte e o lazer 14</p><p>Dica do professor</p><p>A sociedade capitalista vem transformando o esporte, desde o século XX, tal qual grande parte dos</p><p>bens culturais, em um setor economicamente dinâmico e altamente rentável. As práticas esportivas,</p><p>além de serem promotoras de saúde, de bem-estar e de socialização, se aproximam de uma lógica</p><p>mercantil que tende para a valorização do espetáculo, a veiculação com a indústria de</p><p>entretenimento e a popularização da atividade esportiva. Foi, então, nesse contexto, que a</p><p>mercantilização e a espetacularização do fenômeno esportivo foram colocadas em pauta.</p><p>Na Dica do Professor, conheça os megaeventos esportivos e o que está envolvido em torno deles.</p><p>Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.</p><p>https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/0d15bb766c3f03392c691e61717987b0</p><p>Na prática</p><p>O papel do esporte e da atividade física nos projetos sociais é valorizado na sociedade, seja os</p><p>elementos constituintes ou os elementos de socialização e promoção da saúde de adolescentes e</p><p>crianças. De um lado, as possibilidades de acesso a essas atividades vêm sendo garantidas por</p><p>agências públicas e privadas, de outro lado, a implementação de novos modos de intervenção é um</p><p>desafio que se coloca na agenda dos projetos sociais.</p><p>Na Prática, conheça a transformação realizada por Júlio, professor de educação física e ex-atleta de</p><p>basquete, em uma comunidade com alto índice de pobreza, consumo de drogas e violência.</p><p>Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para</p><p>acessar.</p><p>https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/e109eb3d-046f-43be-911a-d861f126403a/d636e966-fa74-454c-b6bf-dd0d7ca271ee.png</p><p>Saiba +</p><p>Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja a seguir as sugestões do professor:</p><p>Esporte e lazer na promoção da saúde mental de adolescentes</p><p>em situação de vulnerabilidade social</p><p>Este artigo descreve as ações realizadas com adolescentes por meio do projeto “Esporte e Lazer na</p><p>Promoção da Saúde Mental”.</p><p>Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.</p><p>Dimensão olímpica – Legados dos megaeventos esportivos</p><p>Este vídeo apresenta uma entrevista com um professor de antropologia explicando sobre a</p><p>importância dos megaeventos e as possíveis contribuições deixadas por eles.</p><p>Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.</p><p>Conheça o projeto social que leva esporte e esperança à</p><p>Cracolândia</p><p>Este vídeo conta a historia do um menino chamado Éverton, de apenas 11 anos, que encontrou no</p><p>Jiu-jitsu a esperança para seguir adiante. Ele participa de um projeto social em uma área no centro</p><p>de São Paulo, denominada Cracolândia.</p><p>https://www.brazilianjournals.com/index.php/BJHR/article/download/17241/14016</p><p>https://www.youtube.com/embed/3olWJD_fUUk</p><p>Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.</p><p>https://www.youtube.com/embed/ZYCSiJOfB_0</p>