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<p>DIREITOS DIFUSOS E COLETIVOS – 2º BIMESTRE</p><p>Matéria de prova</p><p>1) Tutela dos direitos difusos</p><p>Inquérito Civil (Discursiva)</p><p>Ação Civil (Discursiva)</p><p>Ação Popular (Objetiva)</p><p>Mandado de segurança (Objetiva)</p><p>2) Política nacional do meio ambiente</p><p>Mandado de segurança (Objetiva)</p><p>Art. 2º (Objetiva)</p><p>Art. 4º (Objetiva)</p><p>Art. 6º e ss. (Objetiva)</p><p>Art. 9º (Discursiva)</p><p>3) Dano ambiental e responsabilidade ambiental</p><p>4) Estatuto da criança e do adolescente</p><p>Princípios</p><p>Medidas protetivas e socioeducativas</p><p>Conselho tutelar</p><p>RESUMO DIREITOS DIFUSOS E COLETIVOS 2º BIMESTRE</p><p>TUTELA DOS DIREITOS DIFUSOS E COLETIVOS</p><p>· O processo coletivo nada mais é que uma demanda litigiosa onde uma das partes (sujeito ativo ou passivo) é um ente de natureza coletiva. Um sindicato, uma associação, o Ministério Público e a Defensoria Pública são exemplos de litigantes que demandam em juízo interesses coletivos, inerentes a um determinado grupo de pessoas.</p><p>· A ação coletiva é exatamente a demanda que dá origem a um determinado processo coletivo. São exemplos ou espécies de ações coletivas a ação civil pública, a ação popular e o mandado de segurança coletivo.</p><p>· O processo coletivo é então um instrumento criado pelo ordenamento jurídico para dar efetividade aos direitos materiais tanto de natureza individual quanto aos de natureza coletiva.</p><p>Porque se diz que a Lei 7.347/85 (Lei da Ação Civil Pública) e a Constituição Federal foram importantes para a defesa de direitos coletivos?</p><p>A Lei 7.437/85 surgira antes da Constituição Federal de 88 e trouxe em seu artigo 1º a possibilidade de se proteger por intermédio de Ação Civil Pública a responsabilidade por danos morais e patrimoniais causados ao meio ambiente, ao consumidor, aos bens de valor artístico, estético ou histórico, e a qualquer outro interesse difuso ou coletivo. Assim, ao ampliar o rol de legitimados para defender os interesses difusos e coletivos, referida Lei naturalmente passou a lhes dar mais efetividade</p><p>AÇÃO CIVIL PÚBLICA</p><p>· Fundamentos: LEI No 7.347, DE 24 DE JULHO DE 1985</p><p>· Súmula 643 do STF: Interesse coletivo - STF SÚMULA Nº 643: O MINISTÉRIO PÚBLICO TEM LEGITIMIDADE PARA PROMOVER AÇÃO CIVIL PÚBLICA CUJO FUNDAMENTO SEJA A ILEGALIDADE DE REAJUSTE DE MENSALIDADES ESCOLARES.</p><p>· Súmula 329 do STJ: Interesse difuso. Tinha muita gente que dizia que a defesa do patrimônio público deveria ser feita pela própria entidade lesada - STJ Súmula: 329: O Ministério Público tem legitimidade para propor ação civil pública em defesa do patrimônio público.</p><p>· Súmula 489 do STJ: refere-se à prevalência da competência federal no caso de continência - STJ Súmula 489: Reconhecida a continência, devem ser reunidas na Justiça Federal as ações civis públicas propostas nesta e na Justiça estadual.</p><p>Conceito</p><p>A ação civil pública é o instrumento processual adequado conferido ao Ministério Público para o exercício do controle popular sobre os atos dos poderes públicos, exigindo tanto a reparação do dano causado ao patrimônio público por ato de improbidade, quanto a aplicação das sanções do artigo 37, § 4°, da Constituição Federal, previstas ao agente público, em decorrência de sua conduta irregular.</p><p>OBJETO:</p><p>- Os arts. 1º, 3º e 11 da Lei de Ação Civil Pública consagram os objetos da ACP;</p><p>- Instrumento processual adequado para reprimir ou impedir danos:</p><p>· Ao meio ambiente;</p><p>· o consumidor;</p><p>· a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico e;</p><p>· por infrações de ordem econômica, protegendo, assim, interesses difusos da sociedade.</p><p>Origem:</p><p>Pela Lei 7.347/85, sendo ampliada após a Constituição Federal de 1988 que alargou-se o alcance desses institutos protegidos enumerando-se a proteção do patrimônio público geral e tornado meramente exemplificativa uma enumeração que era taxativa, quando colocou no texto constitucional a previsão de outros interesses difusos e coletivos.</p><p>TUTELAS DA AÇÃO CIVIL PÚBLICA</p><p>É entendimento pacífico que na ação civil pública há tutela preventiva e tutela reparatória.</p><p>Tutela preventiva: Visa evitar ou interromper a prática do ato ilícito, consequentemente, impede-se (ou pelo menos diminui-se) a ocorrência do dano.</p><p>Tutela ressarcitória/reparatória: O objetivo não é evitar o ilícito ou o dano, mas sim reparar o dano que já se concretizou. Por exemplo, o medicamento proibido já foi adquirido pelos consumidores.</p><p>Interesses Transindividuais - “ compartilhados por grupos, classes ou categorias de pessoas ( como condôminos, sócios de uma empresa, membros de uma equipe) São interesses que excedem o âmbito estritamente individual, mas não chegam propriamente a constituir interesse público” ( MAZZILLI, 2013, p.50)</p><p>Interesses Difusos - “ interesses transindividuais, de que sejam titulares pessoas indeterminadas e ligadas por circunstâncias de fato. Os interesses difusos compreendem grupos menos determináveis de pessoas”. (MAZZILLI, 2013, p. 51)</p><p>São exemplos de direitos difusos a proteção da comunidade indígena, da criança e do adolescente, das pessoas portadoras de deficiência.</p><p>Interesses Coletivos – “ sentido lato, ou seja mais abrangente, a expressão interesses coletivos refere-se a interesses transindividuais, de grupos, classes ou categorias de pessoas” (MAZZILLI, 2013, p 55)</p><p>São exemplos: aumento ilegal das prestações de um consórcio: o aumento não será mais ou menos ilegal para um ou outro consorciado, a ilegalidade do aumento abusivo das mensalidades escolares, relativamente aos alunos já matriculados,</p><p>Interesses individuais Homogêneos – “ para o CDC interesses individuais homogêneos são aqueles de grupo, de categoria ou classe de pessoas determinadas ou determináveis, que compartilhem prejuízos divisíveis, de origem comum, normalmente oriundos das mesmas circunstâncias de fato” .MAZZILLI, 2013, p. 56</p><p>São exemplos: os compradores de carros de um lote com o mesmo defeito de fabricação, um alimento que venha gerar a intoxicação de muitos consumidores.</p><p>PARTES</p><p>O art. 5º da LACP (mais atualizado) e o art. 82 do CDC trazem os legitimados para a propositura da ACP.</p><p>Ativo:</p><p>Os legitimados para pleitear a ação civil pública são:</p><p>· o Ministério Público (art. 5 da LACP e 129 da CF);</p><p>· as pessoas jurídicas de direito público interno (União, Estados, Distrito Federal e Municípios), bem como suas entidades paraestatais, porque tanto estas como aquelas podem infringir normas de direito material de proteção aos bens tutelados nesta ação, expondo-se ao controle judicial de suas condutas.</p><p>Passivo:</p><p>A LACP não trata da legitimidade passiva para a ACP, pois não há restrição nesse sentido. Podem ser partes passivas:</p><p>· ACP entidades da Administração Pública direta e indireta, bem como particulares, ou seja, quaisquer pessoas, físicas ou jurídicas, que ofendam os bens jurídicos tutelados pela LACP.</p><p>· Ocorrerá litisconsórcio passivo – a despeito do silêncio da lei – quando duas ou mais pessoas ou entidades forem responsáveis pelo dano ao interesse difuso ou coletivo.</p><p>Competência</p><p>O foro competente para processar a ACP e a ação cautelar o do local onde ocorrer o dano, conforme disposição do referido artigo 2°, que firma, à primeira vista, hipótese de competência territorial.</p><p>· leva em conta que o juiz do local do dano terá maior facilidade para colher as provas necessárias ao julgamento da causa.</p><p>· Embora a competência de foro seja territorial, a LACP prevê regra especial, determinando que ela será de natureza funcional, tornando-a absoluta e improrrogável.</p><p>· Ademais, a lei 8.078/90 prevê exceção à regra do local do dano, quando o dano for nacional ou regional que abranja mais de um Estado.</p><p>PROCEDIMENTO</p><p>Rito ordinário ou sumário do processo civil, cabendo provimento liminar quando estiverem presentes os pressupostos de aparência do bom direito e do perigo da demora ou ainda a tutela antecipada.</p><p>SENTENÇA</p><p>PREVISÃO LEGAL 103/104 CDC, 16 LACP e 18 LAP.</p><p>PROCEDENTE:</p><p>· O ente da administração pública será compelido a corrigir o ato anulado voltando para o estado anterior, não sendo possível responderá, então, patrimonialmente pelos danos causados,</p><p>não sendo descartada a possibilidade de ação de regresso contra terceiros responsáveis solidários do ato impugnado.</p><p>· A sentença somente terá eficácia no território de competência do juízo proferidor.</p><p>IMPROCEDENTE</p><p>· Improcedente – com provas suficientes: Faz coisa julgada material, impede somente nova propositura de ação coletiva. Não impede, entretanto, que as vítimas intentem ações individuais pelos danos individualmente sofridos (art. 103, §1º CDC).</p><p>· Improcedente por insuficiência de provas: Não faz coisa julgada material,qualquer legitimado do art. 82 CDC poderá intentar novamente a ação coletiva, bastando possuir nova prova.</p><p>RECURSOS</p><p>Como na ação popular, todos os recursos admitidos pelo diploma processual civil vigente, quando apropriados, são admitidos.</p><p>· De acordo com o art. 14 da Lei 7.347/85, o art. 85 da Lei 10.741/03 e o art. 198, VI da Lei 8.069/90, a regra geral é de que nas ações civil pública e coletiva em sentido amplo os recursos terão apenas efeito devolutivo, uma vez que fica facultado ao juiz, apenas se houver probabilidade de ocorrência de dano de difícil reparação à parte, conceder também o efeito suspensivo.</p><p>SOLUÇÃO EXTRAJUDICIAL</p><p>O ajustamento de conduta pode ser entendido como um instrumento de solução extrajudicial de conflitos, de forma negociada. É uma maneira alternativa de proteção dos direitos supra individuais, complementando a já́ tradicional via jurisdicional. Está, portanto, em consonância com o princípio de acesso à justiça, uma vez que permite a solução da controvérsia sem o dispêndio dos recursos judiciários, de uma forma célere, eficaz e econômica.</p><p>AÇÃO POPULAR</p><p>Fundamentos: Lei 4.717/65 e artigo 5º LXXIII</p><p>CONCEITO</p><p>A Ação Popular concede ao cidadão o direito de ir à juízo para tentar invalidar atos administrativos praticados por pessoas jurídicas de Direito Público enquanto Administração Direta e também pessoas jurídicas da Administração Indireta.</p><p>A ação popular serve para tutela do patrimônio público, nos termos do art. 1º da Lei 4.717/67.</p><p>Ação Popular é um remédio constitucional, que possibilita ao cidadão brasileiro que esteja em pleno gozo de seus direitos políticos, tutele em nome próprio interesse da coletividade de forma a prevenir ou reformar atos lesivos praticados por agente públicos ou a eles equiparados por lei ou delegação, na proteção do patrimônio público ou entidade custeada pelo Estado, ou ainda a moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico cultural.</p><p>OBJETO</p><p>Os artigos 2°, 3°, 4° ambos da lei 4717/65 apresentam atos nulos, cabe ressaltar que tais artigos apresentam rol exemplificativo.</p><p>a) incompetência;</p><p>b) vício de forma;</p><p>c) ilegalidade do objeto;</p><p>d) inexistência dos motivos;</p><p>e) desvio de finalidade.</p><p>NATUREZA</p><p>A ação popular pode ser de natureza preventiva, de forma a não permitir que o ato aconteça causando o dano.</p><p>Pode, ainda, ser regressiva, neste caso utilizada após o ato ter sido praticado, anulando o ato indevido.</p><p>Natureza corretiva da atividade administrativa, neste caso o ato ilegal deve estar acontecendo já há algum tempo. Não visa apenas anular tal ato, mas também corrigir os atos que estejam sendo praticados de forma ilegal.</p><p>Natureza supletiva da inatividade do poder público, quando a administração pública for omissa, não praticando os atos que estava obrigada a praticar. Ocorrendo isso, pode-se ajuizar ação popular com a finalidade de obrigar a administração pública para que pratique o ato que deveria e ainda não o fez.</p><p>PARTES</p><p>ATIVO: Qualquer cidadão - artigo 6° parágrafo 5° da lei 4717/65;</p><p>PASSIVO: Pessoa jurídica envolvida no ato administrativo, podendo ser a autoridade, o beneficiário do ato e ainda, o avaliador de uma avaliação inexata, há a possibilidade de estes figurarem em litisconsórcio passivo.</p><p>COMPETÊNCIA</p><p>Na justiça comum de primeiro grau no foro do lugar da ocorrência do dano ficando o juízo prevento.</p><p>· O artigo 5° da lei 4717/65 determina que em se tratando de Estado e Município será definida a competência pela organização judiciária do Tribunal Estadual. Se lesar bens de interesse da União a competência será definida de acordo com o artigo 109 da Carta Magna.</p><p>PROCEDIMENTO</p><p>A ação popular segue subsidiariamente ao rito ordinário do processo civil , tendo na lei especial n° 4717/65 procedimentos e prazos diferenciados, tais como:</p><p>· a citação editalícia e nominal dos beneficiados;</p><p>· a participação do Ministério Público;</p><p>· prazo comum para contestação de vinte dias prorrogáveis por igual período, conforme a apreciação do magistrado quanto à dificuldade de defesa.</p><p>Possível também o provimento liminar se presentes os requisitos do “fumus boni iuris” e o” periculum in mora”.</p><p>SENTENÇA</p><p>PROCEDENTE:</p><p>· O ente da administração pública será compelido a corrigir o ato anulado voltando para o estado anterior, ou quando não for possível responderá patrimonialmente pelos danos causados, havendo possibilidade de ação regressiva contra quem seus agentes administrativos e favorecidos que beneficiaram-se do ato ora impugnado.</p><p>IMPROCEDENTE</p><p>· Quando a ação popular receber sentença final desfavorável à pretensão dela havendo transito em julgado e não comprovada a má-fé o autor ficará isento de custas, emolumentos e honorários. Tal provimento judicial surtira efeitos “erga omnes”, devendo haver o duplo grau de jurisdição, não podendo ser intentada nova ação pelos mesmos motivos a não ser o caso do indeferimento ter ocorrido por carência probatória, neste caso não fazendo coisa julgada.</p><p>RECURSOS</p><p>Todos os recursos e ações incidentais tanto para o juízo “a quo”, quanto para juízo “ad quem” quando oportunos são permitidos.</p><p>· Recebendo o recurso da sentença apenas o efeito devolutivo.</p><p>· A sentença improcedente só produzira efeitos após o recurso ordinário, portanto se as partes não recorrerem abrirá possibilidade de recurso de ofício.</p><p>· Quanto ao Ministério Público é impossível que este interponha recurso quando a sentença for favorável ao autor.</p><p>MANDADO DE SEGURANÇA</p><p>Fundamentos: artigo 5o LXX e Lei 12.016/2009</p><p>CONCEITO: remédio constitucional o qual garante à sociedade proteção contra abusos e ilegalidades perpetradas principalmente pelo Poder Público.</p><p>Permitir maior facilidade no acesso à justiça, ao admitir que pessoas jurídicas protejam os direitos de seus membros e associados, afastando o ajuizamento de múltiplas ações junto ao Poder Judiciário.</p><p>OBJETO</p><p>Correção de ato ou omissão de autoridade, desde que ilegal e ofensivo de direito individual ou coletivo, líquido e certo, do impetrante.</p><p>PARTES:</p><p>IMPETTRANTE: o titular do direito individual ou coletivo líquido e certo;</p><p>IMPETRADO: autoridade coatora e o MP que atua como parte autônoma na correta aplicação da Lei, poderão somar-se a estas partes os litisconsortes ou assistentes.</p><p>COMPETÊNCIA:</p><p>Define-se pela categoria da autoridade coatora e pela sua sede funcional - sede da autoridade coatora e sua capacidade funcional, reconhecida nas normas de organização judiciária competentes.</p><p>PROCEDIMENTO:</p><p>Ação civil de rito sumário especial</p><p>SENTENÇA</p><p>A sentença poderá ser de carência ou de mérito, se antes não tiver sido indeferida a inicial ou não atender as exigências formais da lei. A carência ocorre quando o impetrante não satisfaz os pressupostos processuais e as condições do direito de agir, tal como previsto no art. 267, VI, do CPC. A sentença de mérito recairá sobre o direito invocado.</p><p>· O Mandado de Segurança admite prevenção e repressão.</p><p>· Não faz coisa julgada, quanto ao mérito do pedido, a decisão que apenas denega a segurança por incerto ou ilíquido o direito pleiteado; a que julga o impetrante carecedor do mandado e a que indefere desde logo a inicial por não ser caso de segurança ou por falta de requisitos processuais para a impetração.</p><p>INQUÉRITO CIVIL</p><p>Fundamentos: Lei de Ação Civil Pública: art. 8º, §1º e art. 9º, CF art. 129, III.</p><p>CONCEITO</p><p>Trata-se de procedimento preparatório para a colheita de dados que permitam a formação da convicção do representante do MP para o ajuizamento da ACP.</p><p>O inquérito civil deve ser um paralelo do</p><p>inquérito policial.</p><p>Surgimento: Lei 7347/1985 – fruto de debates de doutrinadores, influenciados por estudos italianos baseado nas dificuldades de se resolver conflitos coletivos e difuso. Já existia art 14 parágrafo 1º da Lei da Política do Meio Ambiente/1981 e outras leis – Ação limitada do MP, não havia instrumentos investigatório, para se prepararam para agir, por isso o inquérito civil.</p><p>Origem do Inquérito Civil – antes de 1980 o MP tinha pouco poder investigatório na área civil até que em 1980 em Ourinhos os promotores do Estado de Sp tinham reuniões pra discutirem assuntos diversos, nesta reunião um promotor questionou a atuação do MP sobre o procedimento investigatório na área civil, demonstrando sua importância, a ideia que não fosse o MP que realizaria a investigação, mas requisitaria a uma autoridade administrativa.</p><p>INQUÉRITO POLICIAL X INQUÉRITO CIVIL</p><p>Ambos são procedimentos apuratórios para a formação do convencimento do MP.</p><p>a) Presidência: IP - é do delegado; IC -é do membro do MP.</p><p>b) Arquivamento: No policial quem arquiva é o juiz; no civil é o próprio MP</p><p>c) IC - Apurar lesões de interesses metaindividuais X IP: Materialidade do crime e determinação da autoria.</p><p>NATUREZA JURÍDICA</p><p>· Procedimento meramente informativo: Não há sanção, pena.</p><p>· Procedimento administrativo: O judiciário não interfere.</p><p>· Não obrigatório/facultativo: O MP pode ingressar com uma ACP sem inquérito civil.</p><p>FASES DO INQUÉRITO CIVIL</p><p>Instauração: de regra, por portaria ou despacho ministerial a acolher requerimento ou representação.</p><p>Instrução: coleta de provas, oitiva de testemunhas, juntada de documentos, realização de vistorias, exames, perícias etc.</p><p>Conclusão: relatório, com promoção de arquivamento ou propositura de ação civil pública.</p><p>*Não se pode falar em vícios ou nulidades que tenham reflexo na ação judicial. As informações colhidas no inquérito podem servir em juízo, de forma subsidiária.</p><p>COMPROMISSO/TERMO DE AJUSTAMENTO DE CONDUTA (CAC/TAC)</p><p>Previsão legal: Art. 5º, §6º da LACP</p><p>Prevalece na doutrina que o TAC é uma TRANSAÇÃO.</p><p>Antes da ação civil pública pode surgir a possibilidade do causador da lesão a um dos interesses difusos propor-se a reparar o dano, ou a evitar que esse ocorra ou persista ou aceitar prazo para implantação de providências. Essa possibilidade pode ocorrer enquanto está em curso a inquérito civil.</p><p>O compromisso de ajustamento tem eficácia extrajudicial. Criada pelo Estatuto da Criança e do Adolescente, generalizada pelo Código do Consumidor, que inseriu um parágrafo – 6º ao artigo 5º da Lei n. 7347/85 a transação extrajudicial na área de interesse metaindividuais ficou denominada de compromisso de ajustamento</p><p>O compromisso é exclusivo do causador do dano.</p><p>OBS: Lei de improbidade administrativa não cabe transação em juízo e nem TAC.</p><p>POLÍTICA NACIONAL DE MEIO AMBIENTE (PNMA): LEI 6.938/81 - DIREITO AMBIENTAL</p><p>Fundamentos: Lei 6.938/81</p><p>Com a Lei 6938/1981, o Brasil passou a ter uma Política Nacional do Meio Ambiente a serem desenvolvidas por todos os entes federativos. Tal lei é resultado de lutas dos movimentos ecológicos da década de 1970 e de eventos internacionais tais como a Conferência de Estocolmo de 1972 e da Conferência de Tbilizi de 1977.</p><p>CONCEITO</p><p>É a referência mais importante na proteção ambiental. Ela dá efetividade ao artigo Constitucional 225. O Direito que está preceituado neste artigo é referente ao meio ambiente equilibrado simultaneamente ao dever de responsabilidade, quando uma atividade gerar dano ambiental. Portanto, esse dispositivo Constitucional, regulador do meio ambiente, determina o não uso indiscriminado de determinado bem, quando sua utilização colocar em risco o equilíbrio ambiental.</p><p>OBJETIVO:</p><p>Geral:</p><p>· Art. 2º: “[...] a preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, visando assegurar, no País, condições ao desenvolvimento socioeconômico, aos interesses da segurança nacional e à proteção da dignidade da vida humana”.</p><p>· Preservar: é procurar manter o estado natural dos recursos naturais impedindo a intervenção dos seres humanos.</p><p>· Melhorar: é fazer com que a qualidade ambiental se torne progressivamente melhor por meio da intervenção humana, realizando o manejo adequado das espécies animais e vegetais e dos outros recursos ambientais.</p><p>· Recuperar: é buscar o status quo ante de uma área degradada por meio da intervenção humana, a fim de fazer com que ela volte a ter as características ambientais de antes.</p><p>Específico:</p><p>Art. 4º - À compabilização;</p><p>- À denição de áreas prioritárias;</p><p>- Critérios e padrões;</p><p>- Pesquisa e tecnologia;</p><p>- Preservação e Restauração;</p><p>- Obrigação ao poluidor.</p><p>SISNAMA</p><p>Art. 6º - SISNAMA:</p><p>Órgão Superior: Conselho do governo;</p><p>Órgão Consulvo e Deliberavo: CONAMA;</p><p>Órgão Central: Ministério do Meio Ambiente;</p><p>Órgão executor: IBAMA e Instuto Chico Mendes;</p><p>Órgão Seccionais: SEMA-PR;</p><p>Obrigação ao poluidor: SEMA-MGA</p><p>INSTRUMENTOS:</p><p>Estão elencados no artigo 9º da Lei n.º 6.938/81. São mecanismos utilizados pela Administração Pública para que os objetivos da política nacional sejam alcançados. Foram estabelecidos por meio de Resoluções do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA).</p><p>· Padrões de qualidade ambiental: envolve a gestão dos componentes do meio ambiente, que são a qualidade do ar, das águas e dos padrões de ruído.</p><p>· Zoneamento ambiental: A intervenção estatal no domínio econômico procura organizar a relação espaço-produção, regulando recursos, interferindo nas atividades, incentivando condutas, para possibilitar o uso ordenado do território. O zoneamento ambiental (artigo 9º, II), é fonte vigorosa do Poder Estatal. Tem a finalidade de contribuir com a sustentabilidade dos municípios, desde que seja utilizado com eficácia, buscando a ordenação do uso do solo, evitando seu uso inadequado e impedindo a poluição e degradação das áreas de relevância para o Meio Ambiente.</p><p>· Avaliação de impactos ambientais (A. I. A.): tem caráter preventivo para assegurar que um determinado projeto, possível de causar danos ambientais seja analisado, levando-se em consideração as probabilidades de causar impactos ao meio ambiente e que o potencial dano seja levado em consideração para o processo de aprovação de licença ambiental. Os procedimentos devem garantir a adoção de medidas de proteção em caso de aprovação para implantação do empreendimento. Esta avaliação tem por escopo verificar preliminarmente por meio de estudo técnico, a probabilidade de existência de algum risco potencialmente degradante ao Meio Ambiente, o que poderá impedir ou estabelecer novas regras ao empreendimento que se pretende viabilizar.</p><p>· Estudo de impacto ambiental (EIA) e relatório de impacto ambiental (RIMA): É documento técnico, onde são avaliadas as consequências para o ambiente decorrentes de um determinado projeto. Nele encontram-se identificados e avaliados de forma imparcial e técnica os impactos que um determinado projeto poderá causar no ambiente, assim como apresentar medidas para minimizar os possíveis impactos.</p><p>· Licenciamento ambiental: A Resolução CONAMA 237/97, definiu que o órgão do SISNAMA é que verificará quando da necessidade das licenças ambientais específicas de acordo com a natureza, características e peculiaridades das atividades ou empreendimentos a serem realizados, que tenham potencial para interferir no meio ambiente.</p><p>· Auditoria ambiental: instrumento de verificação de condição financeira de determinada instituição, desta forma, auditoria ambiental pode ser vista como avaliação da gestão ambiental, ou seja, de seu comportamento em relação ao meio ambiente. Ela é uma consequência da qualidade utilizada pela empresa (pública ou privada), que busca a certificação de sua gestão. No entanto não está determinada como instrumento pelo artigo 9º da Lei de Política Nacional do Meio Ambiente.</p><p>OBS. Para que a PNMA tenha consistência, é necessário que seus instrumentos sejam peças práticas e desempenhem seus papéis específicos. Os instrumentos foram criados, acreditando-se ser o caminho a trilhar para a consecução</p><p>da finalidade da política nacional que é a sustentabilidade ambiental. Resta verificar se esses instrumentos são deveras eficazes.</p><p>DANO AMBIENTAL</p><p>CONCEITO</p><p>Consiste na lesão aos recursos ambientais: à atmosfera, às águas interiores, superficiais e subterrâneas, aos estuários, ao mar territorial, ao solo, ao subsolo, aos elementos da biosfera, à fauna e à flora -- Lei 6.938/81, art. 3º, V), com conseqüente degradação do equilíbrio ecológico.</p><p>CLASSIFICAÇÃO</p><p>· Dano ambiental coletivo;</p><p>· Dano ambiental individual;</p><p>CARACTERÍSTICAS</p><p>· Pulverização de vítimas difícil</p><p>· reparação difícil</p><p>· valoração</p><p>FORMAS DE REPARAÇÃO</p><p>· retorno ao status quo ante</p><p>· indenização em dinheiro</p><p>RESPONSABILIDADE AMBIENTAL</p><p>· RESPONSABILIDADE AMBIENTAL ADMINISTRATIVA: Em sede de tutela administrativa, destaca-se, entre os instrumentos preventivos da responsabilidade, o licenciamento ambiental, e entre os repressivos, a imposição de sanções administrativas.</p><p>Resulta de infração a normas administrativas. Capacidade que tem têm as pessoas jurídicas de direito público de impor condutas aos administrados.</p><p>· Sanções: advertência, multa, interdição de atividade, suspensão de benefícios etc.</p><p>· Fundamentos: A Lei 9.605/98, conhecida como Lei de Crimes Ambientais, dedicou um capítulo específico à matéria das infrações administrativas (arts. 70 a 76).</p><p>· RESPONSABILIDADE AMBIENTAL CIVIL: É a que impõe ao infrator a obrigação de ressarcir o prejuízo causado por sua conduta ou atividade.</p><p>· Pode ser contratual – por fundamentar-se em um contrato;</p><p>· Extracontratual - por decorrer de exigência legal (responsabilidade legal) ou mesmo de ato ilícito” (responsabilidade por risco).</p><p>· Necessário que haja o evento danoso nexo de causalidade;</p><p>· Art. 14§1 da Lei 6.938/81(Lei da Política Nacional do Meio Ambiente) adotou a teoria objetiva da responsabilidade civil: “Sem obstar a aplicação das penalidades neste artigo, é o poluidor obrigado, independentemente da existência da culpa, a indenizar ou reparar os danos causados ao meio ambiente e a terceiros, afetados por sua atividade”.</p><p>· A responsabilidade do agente é exonerada nas seguintes hipóteses:</p><p>a) quando o risco não foi criado;</p><p>b) o dano ambiental não existiu e</p><p>c) quando não se estabelece uma relação de causalidade entre o dano e o sujeito que criou o risco.</p><p>· RESPONSABILIDADE AMBIENTAL CRIMINAL: Emana do cometimento de crime ou contravenção, ficando o infrator sujeito à pena de perda da liberdade ou pena pecuniária. Há, pois, dois tipos de infração penal: o crime e contravenção.</p><p>· Sujeitos Ativos:</p><p>Responsabilidade penal individual;</p><p>Responsabilidade penal da pessoa jurídica;</p><p>Condicionantes para a responsabilização;</p><p>Abrangência: pessoas jurídicas de direito privado e público;</p><p>Desconsideração da personalidade jurídica</p><p>· PENAS APLICÁVEIS ÀS PESSOAS FÍSICAS</p><p>1. Privativa de Liberdade;</p><p>- Reclusão;</p><p>- Detenção;</p><p>- Prisão simples</p><p>2. Restritiva de direitos</p><p>- Prestação de serviços à comunidade;</p><p>- Interdição temporária de direitos suspensão parcial ou total de atividades;</p><p>- Prestação pecuniária recolhimento domiciliar</p><p>3. Multa</p><p>· PENAS APLICÁVEIS ÀS PESSOAS JURÍDICAS</p><p>a) Multa;</p><p>b) Restritiva de direitos;</p><p>-suspensão parcial ou total de atividades;</p><p>-interdição temporária de estabelecimento, obra ou atividade;</p><p>-proibição de contratar com o Poder Público, bem como dele obter subsídios, subvenções ou doações;</p><p>-prestação de serviços à comunidade;</p><p>c) Liquidação Forçada</p><p>ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE</p><p>Fundamentos: Lei nº 8.069/90</p><p>1) PRINCÍPIO DA PROTEÇÃO INTEGRAL (art. 1º da Lei 8.069/90 e 227 da CF): assegura prioritariamente, os direitos fundamentais do menor, que deve der protegido pela família e pelo Estado em cooperação, da forma mais ampla possível, bem como garantir que lhes sejam oferecidos todos os meios para seu pleno desenvolvimento.</p><p>2) PRINCÍPIO DA PRIORIDADE ABSOLUTA (artigo 4º da Lei nº 8.069/90): estabelece a primazia em favor das crianças e adolescentes, em todos os aspectos dos direitos e garantias fundamentais da pessoa humana.</p><p>3) PRINCÍPIO DO MELHOR INTERESSE: Toda e qualquer decisão relacionada ao menor seja tomada visando melhor atender aos seus interesses, não analisando-os de forma singular, mas levando em conta o quadro geral.</p><p>4) PRINCÍPIO DA MUNICIPALIZAÇÃO (arts. 204, I e 227, § 7º da CF): Esse princípio foi adotado a fim de melhor atender as necessidades das crianças e adolescentes, uma vez que cada região apresenta características específicas.</p><p>5) PRINCÍPIO DA CONVIVÊNCIA FAMILIAR (art. 19 da Lei 8.069/90): busca assegurar à criança e ao adolescente um crescimento saudável e, para que isso ocorra, é tido como essencial a convivência familiar, dado que a família é reconhecida como base fundamental para formação de indivíduos.</p><p>MEDIDAS PROTETIVAS E MEDIDAS SOCIOEDUCATIVAS</p><p>· As crianças que estão em situação de risco pessoal ou social ou cometem ato infracional estão sujeitas a um rol de medidas protetivas, previstas no artigo 101 do Estatuto, sendo elas:</p><p>a) encaminhamento aos pais ou responsável, mediante termo de responsabilidade;</p><p>b) orientação, apoio e acompanhamento temporários;</p><p>c) matrícula e frequência obrigatórias em estabelecimento oficial de ensino fundamental;</p><p>d) inclusão em programa comunitário ou oficial de auxílio à família, à criança e ao adolescente;</p><p>e) requisição de tratamento médico, psicológico ou psiquiátrico, em regime hospitalar ou ambulatorial;</p><p>f) inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, orientação e tratamento a alcoólatras e toxicômanos.</p><p>· Os adolescentes sujeitam-se, conforme prevê o artigo 112 do Estatuto, além das medidas protetivas acima arroladas previstas para as crianças, às seguintes medidas socioeducativas:</p><p>a) advertência;</p><p>b) obrigação de reparar o dano;</p><p>c) prestação de serviços à comunidade;</p><p>d) liberdade assistida;</p><p>e) inserção em regime de semiliberdade;</p><p>f) internação em estabelecimento educacional.</p><p>· As medidas específicas de proteção possuem como característica a desjudicialização, já que poderão ser aplicadas pelo Conselho Tutelar devido ao seu caráter administrativo. Só figuram como exceção a esta regra as medidas de inclusão em programa de acolhimento familiar e colocação em família substituta, pois dependem de ordem ou processo judicial.</p><p>· As medidas protetivas, como o próprio nome legitima, têm cunho educativo e se propõem “a fazer cumprir os direitos da criança e do adolescente por aqueles que os estão violando, sejam eles os pais ou responsáveis, a sociedade ou o Estado”.</p><p>CONSELHO TUTELAR</p><p>Fundamento: art. 131 da Lei nº. 8.069/1990 (ECA)</p><p>CONCEITO</p><p>Órgão autônomo, não-jurisdicional, encarregado de zelar pelo cumprimento dos direitos da criança e do adolescente. Tem como fundamento o Princípio Constitucional da Democracia Participativa, visando que a sociedade participasse ativa e diretamente da solução dos problemas envolvendo suas crianças e adolescentes.</p><p>FINALIDADE</p><p>Precípua zelar para que as crianças e os adolescentes tenham acesso efetivo aos seus direitos, ou seja, sua finalidade é zelar, é ter um encargo social para fiscalizar se a família, a comunidade, a sociedade em geral e o Poder Público estão assegurando com absoluta prioridade a efetivação dos direitos das crianças e dos adolescentes, cobrando de todos esses que cumpram com o Estatuto e com a Constituição Federal.</p><p>image1.png</p><p>image2.png</p>