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Resumo sobre a Lei n. 8.987/1995 e o Regime de Concessão de Serviços Públicos A Lei n. 8.987, sancionada em fevereiro de 1995, estabelece o regime de concessão e permissão para a prestação de serviços públicos no Brasil, conforme previsto no artigo 175 da Constituição Federal. O objetivo principal da lei é regular a delegação da prestação de serviços públicos, garantindo que essa delegação ocorra de forma transparente e eficiente, por meio de licitação. A lei define os papéis do poder concedente, que pode ser a União, Estados, Municípios ou o Distrito Federal, e estabelece as condições para a concessão e permissão de serviços públicos, incluindo a necessidade de contratos que respeitem as normas legais pertinentes. Disposições Preliminares e Definições O primeiro capítulo da lei apresenta disposições preliminares que definem os termos e conceitos fundamentais. Entre as definições, destaca-se a figura do poder concedente , que é a entidade responsável pela delegação do serviço, e a concessão de serviço público , que é a delegação feita por meio de licitação a uma pessoa jurídica ou consórcio de empresas. A lei também menciona a permissão de serviço público , que é uma delegação mais precária, podendo ser concedida a pessoas físicas ou jurídicas. Além disso, a lei estabelece que as concessões e permissões devem ser fiscalizadas pelo poder concedente, com a colaboração dos usuários, assegurando que os serviços prestados atendam às necessidades da população. Direitos e Deveres dos Usuários e Política Tarifária O capítulo que trata dos direitos e obrigações dos usuários é fundamental para garantir que os cidadãos tenham acesso a serviços adequados. Os usuários têm o direito de receber informações sobre os serviços prestados, comunicar irregularidades e escolher entre diferentes prestadores, quando aplicável. A lei também aborda a política tarifária, estabelecendo que as tarifas devem ser fixadas com base na proposta vencedora da licitação e que devem ser mantidas em equilíbrio econômico-financeiro. A transparência na cobrança das tarifas é enfatizada, com a exigência de que as concessionárias divulguem informações claras sobre os valores praticados e as revisões realizadas. Licitação e Contrato de Concessão A lei determina que toda concessão deve ser precedida de uma licitação, que deve seguir princípios de legalidade, moralidade e publicidade. Os critérios de julgamento das propostas podem variar, incluindo o menor valor da tarifa ou a melhor proposta técnica. O contrato de concessão deve conter cláusulas essenciais que definem o objeto, a área, o prazo da concessão, os direitos e deveres das partes, e as condições de fiscalização. A lei também prevê a possibilidade de intervenção do poder concedente na concessão, caso seja necessário assegurar a adequação na prestação do serviço. Extinção da Concessão e Responsabilidades A extinção da concessão pode ocorrer por diversos motivos, como o advento do termo contratual, encampação, caducidade ou rescisão. Quando a concessão é extinta, todos os bens reversíveis e direitos transferidos ao concessionário retornam ao poder concedente. A lei estabelece que a concessionária é responsável por todos os prejuízos causados durante a execução do serviço, mesmo que haja fiscalização por parte do poder concedente. Além disso, a lei permite a subconcessão, desde que expressamente autorizada e precedida de concorrência. Conclusão A Lei n. 8.987/1995 é um marco importante na regulamentação da concessão de serviços públicos no Brasil, buscando garantir a eficiência, transparência e adequação na prestação desses serviços. Através de suas disposições, a lei estabelece um equilíbrio entre os direitos dos usuários, as responsabilidades das concessionárias e o papel do poder concedente, promovendo um ambiente que favorece a qualidade dos serviços públicos e a proteção dos interesses da sociedade. Destaques A Lei n. 8.987/1995 regula a concessão e permissão de serviços públicos no Brasil. Define o papel do poder concedente e estabelece a necessidade de licitação para a delegação de serviços. Garante direitos aos usuários, como acesso a informações e escolha entre prestadores de serviços. Estabelece uma política tarifária que busca manter o equilíbrio econômico-financeiro das concessões. Prevê a possibilidade de intervenção do poder concedente e define as condições para a extinção da concessão.