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<p> Atualizado em 18/08/2023</p><p>B</p><p>u</p><p>scad</p><p>o</p><p>r D</p><p>izer o</p><p>D</p><p>ireito</p><p>- w</p><p>w</p><p>w</p><p>.b</p><p>u</p><p>scad</p><p>o</p><p>rd</p><p>izero</p><p>d</p><p>ireito</p><p>.co</p><p>m</p><p>.b</p><p>r</p><p>D</p><p>isponibilizado para: E</p><p>D</p><p>N</p><p>A</p><p>R</p><p>D</p><p>O</p><p>S</p><p>ILV</p><p>A</p><p>C</p><p>O</p><p>S</p><p>T</p><p>A</p><p>| ednardo.costa262@</p><p>gm</p><p>ail.com</p><p>| C</p><p>P</p><p>F</p><p>: 095.575.497-69</p><p>Pág. 1 de 16</p><p>www.proleges.com.br</p><p>PACTO NACIONAL DE PREVENÇÃO AOS FEMINICÍDIOS – DEC. 11.640/2023</p><p>(SUMÁRIO)</p><p>PACTO NACIONAL DE PREVENÇÃO AOS FEMINICÍDIOS (DECRETO 11.640/2023) ....................................... 2</p><p>CAPÍTULO I DO PACTO NACIONAL DE PREVENÇÃO AOS FEMINICÍDIOS ........................................................................................................... 2</p><p>CAPÍTULO II DOS EIXOS ESTRUTURANTES ......................................................................................................................................................... 4</p><p>CAPÍTULO III DO COMITÊ GESTOR .................................................................................................................................................................... 7</p><p>CAPÍTULO IV DISPOSIÇÕES FINAIS .................................................................................................................................................................... 9</p><p>OUTRAS LEIS ...................................................................................................................................................................... 10</p><p>INFORMATIVOS ................................................................................................................................................................. 14</p><p>Dúvidas, sugestões e críticas:</p><p> Favor enviar para: marcoavtorrano@gmail.com</p><p> Instagram: @marcoavtorrano / @proleges</p><p>B</p><p>u</p><p>scad</p><p>o</p><p>r D</p><p>izer o</p><p>D</p><p>ireito</p><p>- w</p><p>w</p><p>w</p><p>.b</p><p>u</p><p>scad</p><p>o</p><p>rd</p><p>izero</p><p>d</p><p>ireito</p><p>.co</p><p>m</p><p>.b</p><p>r</p><p>D</p><p>isponibilizado para: E</p><p>D</p><p>N</p><p>A</p><p>R</p><p>D</p><p>O</p><p>S</p><p>ILV</p><p>A</p><p>C</p><p>O</p><p>S</p><p>T</p><p>A</p><p>| ednardo.costa262@</p><p>gm</p><p>ail.com</p><p>| C</p><p>P</p><p>F</p><p>: 095.575.497-69</p><p>proleges.com.br pág. 2 de 16</p><p>DIREITOS HUMANOS</p><p>E DIREITO PENAL</p><p>PACTO NACIONAL DE PREVENÇÃO AOS FEMINICÍDIOS</p><p>(DECRETO 11.640/2023)</p><p>CAPÍTULO I</p><p>DO PACTO NACIONAL DE PREVENÇÃO AOS FEMINICÍDIOS</p><p>Art. 1º Fica instituído o Pacto Nacional de Prevenção aos Feminicídios, com o objetivo de prevenir todas</p><p>as formas de discriminação, misoginia e violência de gênero contra as mulheres por meio da implementação</p><p>de ações governamentais intersetoriais, da perspectiva de gênero e de suas interseccionalidades.</p><p>Pacto Nacional de Prevenção aos Feminicídios</p><p>(Dec. 11.640/2023)</p><p>Objetivo Objetivos específicos</p><p>Art. 1º Fica instituído o Pacto Nacional de Prevenção</p><p>aos Feminicídios, com o objetivo de prevenir todas</p><p>as formas de discriminação, misoginia e violência de</p><p>gênero contra as mulheres por meio da implementa-</p><p>ção de ações governamentais intersetoriais, da pers-</p><p>pectiva de gênero e de suas interseccionalidades.</p><p>Art. 3º São objetivos específicos do Pacto Nacional</p><p>de Prevenção aos Feminicídios:</p><p>I - fomentar o desenvolvimento de ações governa-</p><p>mentais de prevenção primária, secundária e terciá-</p><p>ria a todas as formas de discriminação, misoginia e</p><p>violência de gênero contra as mulheres, em sua di-</p><p>versidade, de forma articulada, intersetorial, multi-</p><p>disciplinar, interministerial e interfederativa, envol-</p><p>vidos os órgãos da administração pública federal, os</p><p>governos estaduais, municipais e distrital; e</p><p>II - envolver a sociedade civil nos processos de parti-</p><p>cipação e controle social das ações de prevenção pri-</p><p>mária, secundária e terciária a todas as formas de</p><p>discriminação, misoginia e violência de gênero con-</p><p>tra as mulheres, em sua diversidade.</p><p>Parágrafo único. As ações governamentais do Pacto Nacional de Prevenção aos Feminicídios serão</p><p>implementadas com vistas a prevenir as mortes violentas de mulheres em razão da desigualdade de gênero</p><p>e garantir os direitos e o acesso à justiça às mulheres em situação de violência e aos seus familiares.</p><p>Art. 2º O Pacto Nacional de Prevenção aos Feminicídios é um instrumento de articulação e</p><p>operacionalização dos objetivos, das diretrizes e dos princípios descritos na Política Nacional de</p><p>Enfrentamento à Violência contra as Mulheres.</p><p>Princípios da Política Nacional de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres</p><p>A Política Nacional para as Mulheres orienta-se pelos princípios propostos no Plano Nacional de Políticas</p><p>para as Mulheres (2004) nos seguintes pontos fundamentais:</p><p>1. Igualdade e respeito à diversidade</p><p>Mulheres e homens são iguais em seus direitos. A promoção da</p><p>igualdade implica no respeito à diversidade cultural, étnica, ra-</p><p>cial, inserção social, situação econômica e regional, assim como</p><p>os diferentes momentos da vida das mulheres.</p><p>AUTOR: MARCO TORRANO</p><p>INSTAGRAM: @MARCOAVTORRANO/@PROLEGES</p><p>E-MAIL: MARCOAVTORRANO@GMAIL.COM</p><p>B</p><p>u</p><p>scad</p><p>o</p><p>r D</p><p>izer o</p><p>D</p><p>ireito</p><p>- w</p><p>w</p><p>w</p><p>.b</p><p>u</p><p>scad</p><p>o</p><p>rd</p><p>izero</p><p>d</p><p>ireito</p><p>.co</p><p>m</p><p>.b</p><p>r</p><p>D</p><p>isponibilizado para: E</p><p>D</p><p>N</p><p>A</p><p>R</p><p>D</p><p>O</p><p>S</p><p>ILV</p><p>A</p><p>C</p><p>O</p><p>S</p><p>T</p><p>A</p><p>| ednardo.costa262@</p><p>gm</p><p>ail.com</p><p>| C</p><p>P</p><p>F</p><p>: 095.575.497-69</p><p>proleges.com.br pág. 3 de 16</p><p>2. Equidade</p><p>A todas as pessoas deve ser garantida a igualdade de oportuni-</p><p>dades, observando-se os direitos universais e as questões espe-</p><p>cíficas das mulheres.</p><p>3. Autonomia das mulheres</p><p>O poder de decisão sobre suas vidas e corpos deve ser assegu-</p><p>rado às mulheres, assim como as condições de influenciar os</p><p>acontecimentos em sua comunidade e seu país.</p><p>4. Laicidade do Estado</p><p>As políticas públicas voltadas para as mulheres devem ser for-</p><p>muladas e implementadas independentemente de princípios re-</p><p>ligiosos, de forma a assegurar os direitos consagrados na Cons-</p><p>tituição Federal e nos instrumentos e acordos internacionais as-</p><p>sinados pelo Brasil.</p><p>5. Universalidade das políticas</p><p>As políticas públicas devem garantir, em sua implementação, o</p><p>acesso aos direitos sociais, políticos, econômicos, culturais e am-</p><p>bientais para todas as mulheres.</p><p>6. Justiça social</p><p>A redistribuição dos recursos e riquezas produzidas pela socie-</p><p>dade e a busca de superação da desigualdade social, que atinge</p><p>de maneira significativa às mulheres, devem ser assegurados.</p><p>7. Transparência dos atos públicos</p><p>O respeito aos princípios da administração pública, tais como le-</p><p>galidade, impessoalidade, moralidade e eficiência, com transpa-</p><p>rência nos atos públicos e controle social, deve ser garantido.</p><p>8. Participação e controle social</p><p>O debate e a participação das mulheres na formulação, imple-</p><p>mentação, avaliação e controle social das políticas públicas de-</p><p>vem ser garantidos e ratificados pelo Estado brasileiro, como</p><p>medida de proteção aos direitos humanos das mulheres e me-</p><p>ninas.</p><p>POLÍTICA NACIONAL DE ENFRENTAMENTO</p><p>À VIOLÊNCIA CONTRA AS MULHERES</p><p>Material disponível</p><p>na pasta de</p><p>Direitos Humanos</p><p>https://www.proleges.com.br/</p><p> Está disponível na pasta de Direitos Humanos.</p><p>Também é possível conferir o material pelo link a</p><p>seguir: clique aqui.</p><p>Art. 3º São objetivos específicos do Pacto Nacional de Prevenção aos Feminicídios:</p><p>I - fomentar o desenvolvimento de ações governamentais de prevenção primária, secundária e terciária</p><p>a todas as formas de discriminação, misoginia e violência de gênero contra as mulheres, em sua diversidade,</p><p>de forma articulada, intersetorial, multidisciplinar, interministerial e interfederativa, envolvidos os órgãos</p><p>da administração pública federal, os governos estaduais, municipais e distrital; e</p><p>II - envolver a sociedade civil nos processos de participação e controle social das ações de prevenção</p><p>primária, secundária e terciária a todas as formas de discriminação, misoginia e violência de gênero contra</p><p>as mulheres, em sua diversidade.</p><p>B</p><p>u</p><p>scad</p><p>o</p><p>r D</p><p>izer o</p><p>D</p><p>ireito</p><p>- w</p><p>w</p><p>w</p><p>.b</p><p>u</p><p>scad</p><p>o</p><p>rd</p><p>izero</p><p>d</p><p>ireito</p><p>.co</p><p>m</p><p>.b</p><p>r</p><p>D</p><p>isponibilizado para: E</p><p>D</p><p>N</p><p>A</p><p>R</p><p>D</p><p>O</p><p>S</p><p>ILV</p><p>A</p><p>C</p><p>O</p><p>S</p><p>T</p><p>A</p><p>| ednardo.costa262@</p><p>gm</p><p>ail.com</p><p>| C</p><p>P</p><p>F</p><p>: 095.575.497-69</p><p>proleges.com.br pág. 4 de 16</p><p>CAPÍTULO II</p><p>DOS EIXOS ESTRUTURANTES</p><p>Art. 4º São eixos estruturantes do Pacto Nacional de Prevenção aos Feminicídios:</p><p>I - prevenção primária - ações planejadas para evitar que a violência aconteça e que visem a mudança</p><p>de atitudes, crenças e comportamentos para eliminar os estereótipos de gênero, promover a cultura de</p><p>respeito e não tolerância à discriminação, à misoginia e à violência com base no gênero e em suas</p><p>interseccionalidades, e para construir relações de igualdade de gênero, envolvidas as ações de educação,</p><p>formal e informal, com a participação de setores da educação, da cultura, do esporte, da comunicação, da</p><p>saúde, da justiça, da segurança pública, da assistência social, do trabalho e do emprego, dentre outros (na</p><p>prevenção primária, o crime não ocorreu; por isso, aqui, busca-se evitar que a violência aconteça na</p><p>sociedade);</p><p>II - prevenção secundária - ações planejadas para a intervenção precoce e qualificada que visem a evitar</p><p>a repetição e o agravamento da discriminação, da misoginia e da violência com base no gênero e em suas</p><p>interseccionalidades, desenvolvidas por meio das redes de serviços especializados e não especializados nos</p><p>setores da segurança pública, saúde, assistência social e justiça, dentre outros, e apoiadas com o uso de</p><p>novas ferramentas para identificação, avaliação e gestão das situações de risco, da proteção das mulheres</p><p>e da responsabilização das pessoas autoras da violência (na prevenção secundária, busca-se neutralizar a</p><p>situação de risco, usualmente associada aos serviços de saúde e assistência social); e</p><p>III - prevenção terciária - ações planejadas para mitigar os efeitos da discriminação, da misoginia e da</p><p>violência com base no gênero e em suas interseccionalidades e para promover a garantia de direitos e o</p><p>acesso à justiça por meio de medidas de reparação, compreendidos programas e políticas que abordem a</p><p>integralidade dos direitos humanos e garantam o acesso à saúde, à educação, à segurança, à justiça, ao</p><p>trabalho, à habitação, dentre outros (na prevenção terciária, aqui o crime/violência ocorreu, de modo que</p><p>se busca mitigar os efeitos e garantir medidas de reparação).</p><p>Parágrafo único. As medidas de reparação de que trata o inciso III do caput incluem o direito à memória,</p><p>à verdade e à justa responsabilização de pessoas agressoras e reparações financeiras às vítimas</p><p>sobreviventes e às vítimas indiretas.</p><p>1.</p><p>Eixos estruturantes da</p><p>Política Nacional de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres</p><p>2.</p><p>Eixos estruturantes do</p><p>Pacto Nacional de Prevenção aos Feminicídios</p><p> Conferir o art. 4º deste Decreto.</p><p>B</p><p>u</p><p>scad</p><p>o</p><p>r D</p><p>izer o</p><p>D</p><p>ireito</p><p>- w</p><p>w</p><p>w</p><p>.b</p><p>u</p><p>scad</p><p>o</p><p>rd</p><p>izero</p><p>d</p><p>ireito</p><p>.co</p><p>m</p><p>.b</p><p>r</p><p>D</p><p>isponibilizado para: E</p><p>D</p><p>N</p><p>A</p><p>R</p><p>D</p><p>O</p><p>S</p><p>ILV</p><p>A</p><p>C</p><p>O</p><p>S</p><p>T</p><p>A</p><p>| ednardo.costa262@</p><p>gm</p><p>ail.com</p><p>| C</p><p>P</p><p>F</p><p>: 095.575.497-69</p><p>proleges.com.br pág. 5 de 16</p><p>O que se entende por INTERSECCIONALIDADE ou FEMINISMO INTERSECCIONAL</p><p>(Intersectionality)?</p><p>A expressão “interseccionalidade” (Intersectionality), conceito so-</p><p>ciológico, foi criada por Kimberlé Crenshaw, teórica feminista e pro-</p><p>fessora estadunidente especializada em questões de raça e gênero,</p><p>para retratar a soma/combinação de fatores de discriminação.</p><p>Nessa linha, o feminismo interseccional, para análise e combate da</p><p>discriminação de gênero, leva em conta, necessariamente, questões</p><p>de raça/etnia e classe social (socioeconômica), pois se inter-relacio-</p><p>nam. Exemplo: mulher negra, pobre e homossexual. Nas palavras da autora:</p><p>[A interseccionalidade] trata especificamente da forma pela qual o racismo, o patriarcalismo, a</p><p>opressão de classe e outros sistemas discriminatórios criam desigualdades básicas que estruturam</p><p>as posições relativas de mulheres, raças, etnias, classes e outras. (...) Como um aporte tóerico me-</p><p>todológico para se pensar múltiplas exclusões e como de fato construir estratégias para o enfren-</p><p>tamento desse paradigma.</p><p>O Caso Alyne Pimentel é um exemplo de reconhecimento do fenômeno da interseccionalidade (múltiplos fatores de discrimina-</p><p>ção: mulher, negra e pobre).</p><p> Artigo: https://bit.ly/3A9qfuF. Caso “Alyne Pimentel”: Violência de Gênero e Interseccionalidades.</p><p>CASO ALYNE PIMENTEL:</p><p>DIREITO À SAÚDE MATERNA DA MULHER</p><p>(SISTEMA GLOBAL / ONUSIANO)</p><p>O caso de Alyne Pimentel foi o primeiro e único caso em que o Brasil foi condenado</p><p>no sistema global/onusiano por não garantir o direito à maternidade segura e não</p><p>ter assegurado indenização à família. É também um caso emblemático de violência</p><p>obstétrica e discriminação contra a mulher.</p><p>“O primeiro caso brasileiro nesse Comitê [CEDAW] foi referente à morte da Sra.</p><p>Alyne da Silva Pimentel [mulher negra e pobre]. Alyne foi vítima da precariedade da</p><p>assistência médica do Estado do Rio de Janeiro: em 2002, grávida de 27 semanas,</p><p>sua morte e a de seu feto foi fruto de negligência e imperícia nos cinco dias que se</p><p>passaram desde o início de seu mal-estar até seu falecimento. Sua família ingressou</p><p>com ação cível na Justiça Estadual e a delonga do Poder Judiciário estadual gerou a</p><p>dispensa do esgotamento dos recursos internos, viabilizando a análise da petição</p><p>pelo Comitê. Em 2011, o Comitê decidiu que o Brasil falhou no monitoramento e controle dos serviços</p><p>privados de saúde que são remunerados pelo Poder Público (caso das instituições privadas que atende-</p><p>ram Alyne, sob o regime do SUS – Sistema Único de Saúde). Também decidiu</p><p>que a falta de serviços de saúde materna violou o direito da mulher à saúde</p><p>e que houve discriminação pela sua condição de mulher afrodescendente e</p><p>oriunda de grupo socioeconômico não privilegiado. Finalmente, considerou</p><p>que o Brasil violou o direito de acesso à justiça, pela delonga no trâmite da</p><p>ação indenizatória. Apesar de o Protocolo estabelecer que a deliberação do</p><p>Comitê é uma “recomendação”, o Estado deve apresentar informações sobre</p><p>suas ações após a recomendação. No caso, o Brasil pagou indenização à mãe</p><p>da vítima (cerca de 130 mil reais), tendo ainda realizado satisfação (uma uni-</p><p>dade de terapia intensiva foi denominada “Alyne Pimentel”) e ainda adotou</p><p>determinados programas de treinamento e fornecimento de remédios envol-</p><p>vendo o direito à saúde reprodutiva das mulheres. Contudo, quanto às san-</p><p>ções aos responsáveis médicos recomendadas pelo Comitê, o Conselho Regio-</p><p>nal de Medicina arquivou os procedimentos disciplinares contra os médicos</p><p>envolvidos.” (RAMOS, André de Carvalho. Curso de direitos humanos..., Sa-</p><p>raiva, 2021). Portanto, segundo o Comitê, a assistência à saúde uterina e ao</p><p>ciclo reprodutivo é um DIREITO BÁSICO DA MULHER e a falta dessa assistência consiste em</p><p>B</p><p>u</p><p>scad</p><p>o</p><p>r D</p><p>izer o</p><p>D</p><p>ireito</p><p>- w</p><p>w</p><p>w</p><p>.b</p><p>u</p><p>scad</p><p>o</p><p>rd</p><p>izero</p><p>d</p><p>ireito</p><p>.co</p><p>m</p><p>.b</p><p>r</p><p>D</p><p>isponibilizado para: E</p><p>D</p><p>N</p><p>A</p><p>R</p><p>D</p><p>O</p><p>S</p><p>ILV</p><p>A</p><p>C</p><p>O</p><p>S</p><p>T</p><p>A</p><p>| ednardo.costa262@</p><p>gm</p><p>ail.com</p><p>| C</p><p>P</p><p>F</p><p>: 095.575.497-69</p><p>proleges.com.br pág. 6 de 16</p><p>DISCRIMINAÇÃO, por tratar-se de questão exclusiva da saúde e da integridade física feminina. A decisão</p><p>do O Comitê também destacou o caso pela violência obstétrica e por discriminações de gênero, raça, etnia</p><p>e condição social.</p><p>PONTOS IMPORTANTES</p><p>DA DECISÃO DO COMITÊ CEDAW</p><p>1) Primeiro caso e único caso em que o Brasil foi responsabilizado no sistema global de proteção dos</p><p>direitos humanos.</p><p>2) Primeira denúncia sobre mortalidade materna acolhida pelo Comitê CEDAW.</p><p>3) Os Estados são responsáveis pelo monitoramento e controle de instituições privadas que fornecem</p><p>serviços de saúde concessionados (que atendem sob o regime do SUS).</p><p>4) Os Estados devem fornecer acesso oportuno à assistência de saúde materna de qualidade para todas as</p><p>mulheres, independentemente de sua raça/etnia ou renda.</p><p>5) Os Estados devem garantir ação, tutela e recurso judiciais efetivos e responsabilizar os profisionais da</p><p>saúde por sua ações e omissões em relação aos diretos reprodutivos das mulheres: O Brasil falhou em</p><p>garantir a tutela judicial efetiva e recursos judiciais adequados,</p><p>pois (i) não foi iniciado procedimento para</p><p>estabelecer a responsabilidade dos profissionais da saúde que atenderam a Alyne Pimentel, (ii) a ação civil</p><p>ajuizada no ano de 2003 pela família da Alyne ainda não tinha sido apreciada quando houve a decisão do</p><p>Comitê CEDAW; e (iii) dois pedidos de tutela anteciapada foram negados.</p><p> Artigo: https://bit.ly/3FHub79. Entenda o caso Alyne.</p><p> Vídeo: https://youtu.be/G1jYXVfs7Wc. Família de Alyne Pimentel recebe indenização do governo.</p><p> Decisão (CEDAW): https://juris.ohchr.org/Search/Details/1701. Caso Alyne da Silva Pimentel Teixeira vs. Brasil.</p><p>Questões</p><p> (Agente IBGE 2014 Cesgranrio correta) Em 2011, quando foi instituído o Dia da Consciência Negra, o</p><p>Brasil foi condenado pela Organização das Nações Unidas (ONU) por violar os direitos humanos das grávi-</p><p>das. O fato que gerou a decisão foi a morte de Alyne Silva Pimentel, de 28 anos, negra, moradora da Baixada</p><p>Fluminense, que faleceu em 2002, no sexto mês de gestação, por falta de atendimento apropriado na rede</p><p>pública. BAHIA, L. A cor do SUS. O Globo, 25 nov. 2013. A decisão da ONU mencionada no artigo critica o</p><p>fato ocorrido no âmbito direto do seguinte setor das políticas públicas: saúde.</p><p> Não precisa mais adquirir um por um!!!</p><p>ASSINATURA ANUAL - PRO LEGES</p><p>Confira a nossa proposta no nosso site.</p><p>*ACESSO COMPLETO À ÁREA DO ALUNO +</p><p>ATUALIZAÇÃO sem custo adicional por 12 meses</p><p>+ NOVIDADES*</p><p>Disponível</p><p></p><p>https://www.proleges.com.br/</p><p>B</p><p>u</p><p>scad</p><p>o</p><p>r D</p><p>izer o</p><p>D</p><p>ireito</p><p>- w</p><p>w</p><p>w</p><p>.b</p><p>u</p><p>scad</p><p>o</p><p>rd</p><p>izero</p><p>d</p><p>ireito</p><p>.co</p><p>m</p><p>.b</p><p>r</p><p>D</p><p>isponibilizado para: E</p><p>D</p><p>N</p><p>A</p><p>R</p><p>D</p><p>O</p><p>S</p><p>ILV</p><p>A</p><p>C</p><p>O</p><p>S</p><p>T</p><p>A</p><p>| ednardo.costa262@</p><p>gm</p><p>ail.com</p><p>| C</p><p>P</p><p>F</p><p>: 095.575.497-69</p><p>proleges.com.br pág. 7 de 16</p><p>CEDAW E SEU PROTOCOLO FACULTATIVO</p><p>Material disponível</p><p>na pasta de</p><p>Direitos Humanos</p><p>https://www.proleges.com.br/</p><p> Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas</p><p>de Discriminação contra a Mulher (CEDAW) e seu</p><p>Protocolo Facultativo: estão disponíveis na pasta de</p><p>Direitos Humanos.</p><p>Lei Maria da Penha</p><p>(Lei 11.340/2006)</p><p>Material disponível</p><p>na pasta de</p><p>Leis Penais Especiais</p><p>https://www.proleges.com.br/</p><p> Comentamos artigo por artigo a Lei Maria da Pe-</p><p>nha e está disponível na pasta de Leis Penais Espe-</p><p>ciais.</p><p>CAPÍTULO III</p><p>DO COMITÊ GESTOR</p><p>Art. 5º Fica instituído o Comitê Gestor do Pacto Nacional de Prevenção aos Feminicídios, no âmbito do</p><p>Ministério das Mulheres.</p><p>Parágrafo único. O Comitê Gestor, órgão colegiado de caráter deliberativo, tem por objetivo articular,</p><p>formular, implementar, monitorar e avaliar as ações governamentais que integram o Pacto Nacional de</p><p>Prevenção aos Feminicídios.</p><p>Art. 6º Compete ao Comitê Gestor:</p><p>I - elaborar e aprovar o plano de ações do Pacto Nacional de Prevenção aos Feminicídios;</p><p>II - estabelecer as metas, os indicadores e as estratégias de acompanhamento da execução do plano de</p><p>ações do Pacto Nacional de Prevenção aos Feminicídios;</p><p>III - articular e monitorar os planos de ação estaduais, distrital e municipais dos entes federativos que</p><p>aderirem ao Pacto Nacional de Prevenção aos Feminicídios;</p><p>IV - avaliar e propor a complementação, a alteração ou a exclusão de ações do Pacto Nacional de</p><p>Prevenção aos Feminicídios;</p><p>V - buscar estratégias comuns de implementação das políticas públicas de prevenção aos feminicídios,</p><p>em regime de colaboração com os Estados, o Distrito Federal e os Municípios;</p><p>VI - gerenciar riscos em conjunto com os entes participantes e em todas as etapas do Pacto Nacional de</p><p>Prevenção aos Feminicídios;</p><p>VII - aprovar, anualmente, o calendário de reuniões ordinárias;</p><p>VIII - aprovar, anualmente, o relatório de suas atividades;</p><p>IX - aprovar o relatório final do plano de ações do Pacto Nacional de Prevenção aos Feminicídios;</p><p>X - aprovar a matriz de comunicação relacionada às ações governamentais e às ações do Pacto Nacional</p><p>de Prevenção aos Feminicídios; e</p><p>XI - elaborar o seu regimento interno.</p><p>Parágrafo único. O regimento interno do Comitê Gestor será aprovado por meio de ato da Ministra de</p><p>Estado das Mulheres.</p><p>Art. 7º O Comitê Gestor é composto por representantes dos seguintes órgãos:</p><p>I - um do Ministério das Mulheres, que o coordenará;</p><p>B</p><p>u</p><p>scad</p><p>o</p><p>r D</p><p>izer o</p><p>D</p><p>ireito</p><p>- w</p><p>w</p><p>w</p><p>.b</p><p>u</p><p>scad</p><p>o</p><p>rd</p><p>izero</p><p>d</p><p>ireito</p><p>.co</p><p>m</p><p>.b</p><p>r</p><p>D</p><p>isponibilizado para: E</p><p>D</p><p>N</p><p>A</p><p>R</p><p>D</p><p>O</p><p>S</p><p>ILV</p><p>A</p><p>C</p><p>O</p><p>S</p><p>T</p><p>A</p><p>| ednardo.costa262@</p><p>gm</p><p>ail.com</p><p>| C</p><p>P</p><p>F</p><p>: 095.575.497-69</p><p>proleges.com.br pág. 8 de 16</p><p>II - um da Casa Civil da Presidência da República;</p><p>III - um do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome;</p><p>IV - um do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania;</p><p>V - um do Ministério da Educação;</p><p>VI - um do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos;</p><p>VII - um do Ministério da Igualdade Racial;</p><p>VIII - um do Ministério da Justiça e Segurança Pública;</p><p>IX - um do Ministério do Planejamento e Orçamento;</p><p>X - um do Ministério dos Povos Indígenas; e</p><p>XI - um do Ministério da Saúde.</p><p>§ 1º Cada membro do Comitê Gestor terá um suplente, que o substituirá em suas ausências e seus</p><p>impedimentos.</p><p>§ 2º Os membros do Comitê Gestor e os respectivos suplentes serão indicados pelos titulares dos órgãos</p><p>que representam e designados em ato da Ministra de Estado das Mulheres.</p><p>§ 3º A composição do Comitê Gestor terá por princípio a diversidade e observará a paridade de gênero</p><p>e étnico-racial, e cada órgão participante indicará, no mínimo, uma mulher autodeclarada preta, parda,</p><p>indígena, idosa, LBTQIA+ ou com deficiência, entre os membros titular e suplente, exceto em casos</p><p>devidamente justificados.</p><p>§ 4º Os membros do Comitê Gestor serão ocupantes de Cargo Comissionado Executivo - CCE ou Função</p><p>Comissionada Executiva - FCE equivalente ou superior ao nível 15 e deverão preferencialmente exercer as</p><p>funções de Secretário-Executivo, Assessor Especial ou Secretário Nacional, em área de atuação relacionada</p><p>à temática das ações constantes do Pacto Nacional de Prevenção aos Feminicídios.</p><p>Art. 8º O Comitê Gestor se reunirá, em caráter ordinário, bimestralmente e, em caráter extraordinário,</p><p>mediante convocação de seu Coordenador.</p><p>§ 1º O quórum de reunião do Comitê Gestor é de maioria absoluta e o quórum de aprovação é de</p><p>maioria simples.</p><p>§ 2º Na hipótese de empate, além do voto ordinário, o Coordenador do Comitê Gestor terá o voto de</p><p>qualidade.</p><p>Art. 9º A Secretaria-Executiva do Comitê Gestor será exercida pela Secretaria Nacional de Enfrentamento</p><p>à Violência contra Mulheres do Ministério das Mulheres.</p><p>Art. 10. É vedada a divulgação das discussões em curso no âmbito do Comitê Gestor sem a prévia</p><p>anuência de seu Coordenador.</p><p>Art. 11. Os membros do Comitê Gestor que se encontrarem no Distrito Federal se reunirão</p><p>presencialmente ou por videoconferência, nos termos do disposto no Decreto nº 10.416, de 7 de julho de</p><p>2020, e os membros que se encontrarem em outros entes federativos participarão da reunião por meio de</p><p>videoconferência.</p><p>Art. 12. O Coordenador do Comitê Gestor poderá convidar especialistas e representantes de outros</p><p>órgãos e entidades, públicos e privados, para participar de suas reuniões, sem direito a voto.</p><p>Art. 13. A participação no Comitê Gestor será considerada prestação de serviço público relevante,</p><p>não remunerada.</p><p>Art. 14. O Pacto Nacional de Prevenção aos Feminicídios será implementado em articulação com os</p><p>seguintes órgãos, entidades e Poderes, dentre outros:</p><p>I - Conselho Nacional dos Direitos da Mulher;</p><p>II - Conselho Nacional de Justiça;</p><p>III - Conselho Nacional do Ministério Público;</p><p>IV - Conselho Nacional das Defensoras e Defensores Públicos Gerais;</p><p>V - Defensoria Pública da União;</p><p>B</p><p>u</p><p>scad</p><p>o</p><p>r D</p><p>izer o</p><p>D</p><p>ireito</p><p>- w</p><p>w</p><p>w</p><p>.b</p><p>u</p><p>scad</p><p>o</p><p>rd</p><p>izero</p><p>d</p><p>ireito</p><p>.co</p><p>m</p><p>.b</p><p>r</p><p>D</p><p>isponibilizado para: E</p><p>D</p><p>N</p><p>A</p><p>R</p><p>D</p><p>O</p><p>S</p><p>ILV</p><p>A</p><p>C</p><p>O</p><p>S</p><p>T</p><p>A</p><p>| ednardo.costa262@</p><p>gm</p><p>ail.com</p><p>| C</p><p>P</p><p>F</p><p>: 095.575.497-69</p><p>proleges.com.br pág. 9 de 16</p><p>VI</p><p>- Ordem dos Advogados do Brasil;</p><p>VII - Câmara dos Deputados;</p><p>VIII - Senado Federal;</p><p>IX - secretarias ou organismos responsáveis pelas políticas para mulheres dos Estados, do Distrito Federal</p><p>e dos Municípios que aderirem ao Pacto Nacional de Prevenção aos Feminicídios;</p><p>X - colegiados de secretarias estaduais de segurança pública, de saúde, de assistência social, de educação</p><p>e congêneres;</p><p>XI - organismos internacionais;</p><p>XII - instituições acadêmicas; e</p><p>XIII - organizações da sociedade civil.</p><p>CAPÍTULO IV</p><p>DISPOSIÇÕES FINAIS</p><p>Art. 15. Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão aderir ao Pacto Nacional de Prevenção</p><p>aos Feminicídios por meio de instrumentos específicos a serem firmados com o Ministério das Mulheres,</p><p>com os respectivos planos de ação, em consonância com as diretrizes, os objetivos e os princípios da Política</p><p>Nacional de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres e os eixos estruturantes do Pacto Nacional de</p><p>Prevenção aos Feminicídios previstos neste Decreto.</p><p>§ 1º As secretarias estaduais, distrital ou municipais, ou o organismo responsável pelas políticas para as</p><p>mulheres, serão os órgãos responsáveis pela coordenação do plano de ação em sua respectiva esfera de</p><p>Governo, em diálogo e articulação com a Secretaria Nacional de Enfrentamento à Violência contra Mulheres</p><p>do Ministério das Mulheres.</p><p>§ 2º As secretarias estaduais, distrital ou municipais, ou o organismo responsável pelas políticas para as</p><p>mulheres, enviarão relatório semestral à Coordenação do Comitê Gestor para fins de monitoramento das</p><p>ações do Pacto Nacional de Prevenção aos Feminicídios.</p><p>Art. 16. As despesas decorrentes da implementação do Pacto Nacional de Prevenção aos Feminicídios</p><p>correrão à conta das dotações consignadas aos Ministérios responsáveis pelas ações previstas neste</p><p>Decreto, respeitada a disponibilidade financeira e orçamentária.</p><p>Art. 17. O plano de ações do Pacto Nacional de Prevenção aos Feminicídios será elaborado no prazo de</p><p>cento e vinte dias, contado da data de publicação deste Decreto, prorrogável por igual período.</p><p>Art. 18. O Pacto Nacional de Prevenção aos Feminicídios vigerá até 31 de dezembro de 2027.</p><p>Parágrafo único. O relatório final das atividades do Pacto Nacional de Prevenção aos Feminicídios será</p><p>submetido pela Coordenação do Comitê Gestor à Ministra de Estado das Mulheres.</p><p>Art. 19. Fica revogado o Decreto nº 10.906, de 20 de dezembro de 2021.</p><p>Art. 20. Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.</p><p>DIREITO ANTIDISCRIMINATÓRIO</p><p>Material disponível</p><p>na pasta de</p><p>Direito Antidiscriminatório</p><p>https://www.proleges.com.br/</p><p> Mais conteúdo sobre Direitos das Mulheres, co-</p><p>mentamos no material de Direito Antidiscriminató-</p><p>rio.</p><p>Clique aqui para voltar ao SUMÁRIO</p><p>B</p><p>u</p><p>scad</p><p>o</p><p>r D</p><p>izer o</p><p>D</p><p>ireito</p><p>- w</p><p>w</p><p>w</p><p>.b</p><p>u</p><p>scad</p><p>o</p><p>rd</p><p>izero</p><p>d</p><p>ireito</p><p>.co</p><p>m</p><p>.b</p><p>r</p><p>D</p><p>isponibilizado para: E</p><p>D</p><p>N</p><p>A</p><p>R</p><p>D</p><p>O</p><p>S</p><p>ILV</p><p>A</p><p>C</p><p>O</p><p>S</p><p>T</p><p>A</p><p>| ednardo.costa262@</p><p>gm</p><p>ail.com</p><p>| C</p><p>P</p><p>F</p><p>: 095.575.497-69</p><p>proleges.com.br pág. 10 de 16</p><p>OUTRAS LEIS</p><p> Direito Penal</p><p>Feminicídio</p><p>(é uma qualificadora do crime de homicídio – art. 121, § 2º, VI, do Código Penal)</p><p>Feminicídio</p><p>Art. 121. Matar alguém:</p><p>§ 2° Se o homicídio é cometido:</p><p>VI - contra a mulher por razões da condição de sexo feminino:</p><p>Pena - reclusão, de doze a trinta anos.</p><p>Aumento de pena</p><p>§ 7º A pena do feminicídio é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime for praticado:</p><p>I - durante a gestação ou nos 3 (três) meses posteriores ao parto;</p><p>II - contra pessoa maior de 60 (sessenta) anos, com deficiência ou com doenças degenerativas que acarre-</p><p>tem condição limitante ou de vulnerabilidade física ou mental;</p><p>III - na presença física ou virtual de descendente ou de ascendente da vítima;</p><p>IV - em descumprimento das medidas protetivas de urgência previstas nos incisos I, II e III do caput do art.</p><p>22 da Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006.</p><p>Feminicídio é uma qualificadora de natureza objetiva</p><p>A jurisprudência desta Corte de Justiça firmou o entendimento segundo o qual o feminicídio possui natu-</p><p>reza objetiva, pois incide nos crimes praticados contra a mulher por razão do seu gênero feminino e/ou</p><p>sempre que o crime estiver atrelado à violência doméstica e familiar propriamente dita, assim o animus do</p><p>agente não é objeto de análise.</p><p>STJ. 5ª Turma. AgRg no REsp n. 1.741.418/SP, Reynaldo Soares da Fonseca, DJe 15/6/2018.</p><p>STJ. 6ª Turma. AgRg no AREsp n. 1.454.781/SP, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 17/12/2019.</p><p>STJ. 6ª Turma. AgRg no AREsp n. 2.019.202/SP, Rel. Min. Jesuíno Rissato (Desembargador Convocado do</p><p>TJDFT), julgado em 18/4/2023.</p><p>Pode figurar como vítima do feminicídio pessoa transexual?</p><p>Doutrina: polêmico.[1]</p><p>O STJ está inclinado a admitir.</p><p>Embora não exista ainda julgado específico sobre, há uma tendência pela possibilidade de a vítima do fe-</p><p>minicídio figurar como pessoa transexual.</p><p>Nos termos do art. 121, § 2º-A, II, do CP, é devida a incidência da qualificadora do feminicídio nos casos em que o</p><p>delito é praticado contra mulher em situação de violência doméstica e familiar, possuindo, portanto, natureza de</p><p>ordem objetiva, o que dispensa a análise do animus do agente. Assim, não há se falar em ocorrência de bis in idem</p><p>no reconhecimento das qualificadoras do motivo torpe e do feminicídio, porquanto, a primeira tem natureza subje-</p><p>tiva e a segunda objetiva.</p><p>STJ. 6ª Turma. HC n. 433.898/RS, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 24/4/2018 (Info 625).</p><p>A Lei n. 11.340/2006 (Maria da Penha) é aplicável às mulheres trans em situação de violência doméstica.</p><p>STJ. 6ª Turma. REsp 1977124/SP, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 05/04/2022 (Info 732).</p><p> Conteúdo retirado do acórdão: Assim, lésbicas, transexuais, travestis e transgêneros, que tenham identidade social com o sexo feminino estão</p><p>sob a égide da Lei Maria da Penha. A agressão contra elas no âmbito familiar constitui violência doméstica'" (TANNURI, Claudia Aoun; HUDLER, Daniel</p><p>Jacomelli. A possibilidade de aplicação da Lei Maria da Penha às transexuais femininas vítimas de violência doméstica. São Paulo, 2015. Disponível</p><p>em: https://www.conjur.com.br/2015-out-02/lei-maria-penha-tambem-aplicavel-transexuais-femininas. Acesso em: fev. 2022).</p><p>Como se nota pelo STJ, a justiça comum já está se deparando com casos concretos sobre o tema acima:</p><p>HABEAS CORPUS SUBSTITUTIVO DE RECURSO PRÓPRIO. DIREITO PENAL. TRIBUNAL DO JÚRI. FEMINICÍDIO TENTADO.</p><p>VÍTIMA TRANSEXUAL. PEDIDO DE EXCLUSÃO DA QUALIFICADORA. TESE A SER APRECIADA PELO CONSELHO DE SEN-</p><p>TENÇA. PRINCÍPIO IN DUBIO PRO SOCIETATE. EXCLUSÃO DA QUALIFICADORA. IMPROCEDENTE. HABEAS CORPUS NÃO</p><p>CONHECIDO.</p><p>B</p><p>u</p><p>scad</p><p>o</p><p>r D</p><p>izer o</p><p>D</p><p>ireito</p><p>- w</p><p>w</p><p>w</p><p>.b</p><p>u</p><p>scad</p><p>o</p><p>rd</p><p>izero</p><p>d</p><p>ireito</p><p>.co</p><p>m</p><p>.b</p><p>r</p><p>D</p><p>isponibilizado para: E</p><p>D</p><p>N</p><p>A</p><p>R</p><p>D</p><p>O</p><p>S</p><p>ILV</p><p>A</p><p>C</p><p>O</p><p>S</p><p>T</p><p>A</p><p>| ednardo.costa262@</p><p>gm</p><p>ail.com</p><p>| C</p><p>P</p><p>F</p><p>: 095.575.497-69</p><p>proleges.com.br pág. 11 de 16</p><p>1. Diante da hipótese de habeas corpus substitutivo de recurso próprio, a impetração sequer deveria ser conhecida.</p><p>Porém, considerando as alegações expostas na inicial, razoável o processamento do feito para verificar a existência de</p><p>eventual constrangimento ilegal.</p><p>2. A sentença de pronuncia deve se ater aos limites estritos da acusação, na justa medida em que serão os jurados os</p><p>verdadeiros juízes da causa, razão pela qual as qualificadoras somente devem ser afastadas quando evidentemente</p><p>desalinhadas das provas carreadas e produzidas no processo.</p><p>3. No caso, havendo indicativo de prova e concatenada demonstração de possível ocorrência da qualificadora do femi-</p><p>nicídio, o debate acerca da sua efetiva aplicação ao caso concreto é tarefa que incumbirá aos jurados na vindoura</p><p>Sessão de Julgamento do Tribunal do Júri.</p><p>4. Habeas Corpus não conhecido.</p><p>(HC n. 541.237/DF, relator Ministro Joel Ilan Paciornik, Quinta Turma, julgado em 15/12/2020, DJe de 18/12/2020.)</p><p>Vale conferir o inteiro teor do acórdão, pois</p><p>há fundamentação favorável à corrente que admite a pessoa</p><p>transexual como vítima de feminicídio. No acórdão, ficou assentado que “a inclusão da qualificadora do</p><p>feminicídio decorreu do fato de o crime ter sido praticado (fl. 2B), 'por ódio à condição de transexual de</p><p>Jéssica', uma vez que, enquanto os acusados agrediam fisicamente a vítima, também diziam a ela que 'era</p><p>para virar homem’“. Aguardemos julgado específico sobre.</p><p> Acompanhar</p><p>[1] “Há, basicamente, duas orientações: a primeira, conservadora, entende que a transexual, genetica-</p><p>mente, não é mulher (apenas, em certos casos, passa a ter órgão genital de conformidade feminina), o que,</p><p>portanto, impede a proteção especial; já para uma corrente mais moderna, desde que a pessoa transexual</p><p>transmute suas características sexuais (por cirurgia de modo irreversível), deve ser encarada de acordo com</p><p>sua nova realidade morfológica, eis que a jurisprudência admite, inclusive, a retificação de registro civil.”</p><p>(CUNHA, Rogério Sanches. Manual de direito penal – parte especial. Juspodivm, 2023, p. 72).</p><p>Em que pese a segunda corrente, a polêmica sobre registro civil e cirurgia de transgenitalização restou su-</p><p>perada. Veja estes julgados, comentados no Buscador Dizer o Direito:</p><p>Transgênero pode alterar seu prenome e gênero no registro civil mesmo sem fazer cirurgia de transgenitalização e</p><p>mesmo sem autorização judicial</p><p>O transgênero tem direito fundamental subjetivo à alteração de seu prenome e de sua classificação de gênero no registro</p><p>civil, não se exigindo, para tanto, nada além da manifestação de vontade do indivíduo, o qual poderá exercer tal facul-</p><p>dade tanto pela via judicial como diretamente pela via administrativa.</p><p>Essa alteração deve ser averbada à margem do assento de nascimento, vedada a inclusão do termo “transgênero”.</p><p>Nas certidões do registro não constará nenhuma observação sobre a origem do ato, vedada a expedição de certidão de</p><p>inteiro teor, salvo a requerimento do próprio interessado ou por determinação judicial.</p><p>Efetuando-se o procedimento pela via judicial, caberá ao magistrado determinar de ofício ou a requerimento do interes-</p><p>sado a expedição de mandados específicos para a alteração dos demais registros nos órgãos públicos ou privados perti-</p><p>nentes, os quais deverão preservar o sigilo sobre a origem dos atos.</p><p>STF. Plenário. RE 670422/RS, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 15/8/2018 (repercussão geral) (Info 911).</p><p>Os transgêneros, que assim o desejarem, independentemente da cirurgia de transgenitalização, ou da realização de tra-</p><p>tamentos hormonais ou patologizantes, possuem o direito à alteração do prenome e do gênero (sexo) diretamente no</p><p>registro civil.</p><p>O direito à igualdade sem discriminações abrange a identidade ou expressão de gênero.</p><p>A identidade de gênero é manifestação da própria personalidade da pessoa humana e, como tal, cabe ao Estado apenas</p><p>o papel de reconhecê-la, nunca de constituí-la.</p><p>A pessoa transgênero que comprove sua identidade de gênero dissonante daquela que lhe foi designada ao nascer por</p><p>autoidentificação firmada em declaração escrita desta sua vontade dispõe do direito fundamental subjetivo à alteração</p><p>do prenome e da classificação de gênero no registro civil pela via administrativa ou judicial, independentemente de pro-</p><p>cedimento cirúrgico e laudos de terceiros, por se tratar de tema relativo ao direito fundamental ao livre desenvolvimento</p><p>da personalidade.</p><p>STF. Plenário. ADI 4275/DF, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o acórdão Min. Edson Fachin, julgado em 28/2 e</p><p>1º/3/2018 (Info 892).</p><p>Para mais informações de como isso se efetua na prática, consulte o Provimento n. 73/2018, do CNJ, que dispõe sobre a</p><p>averbação da alteração do prenome e do gênero nos assentos de nascimento e casamento de pessoa transgênero no</p><p>Registro Civil das Pessoas Naturais (RCPN).</p><p>https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/8ae1da0fe37c98412768453f82490da2?palavra-</p><p>chave=4275&criterio-pesquisa=e&forma-exibicao=apenas-com-informativo&ordenacao=data-julgado</p><p>B</p><p>u</p><p>scad</p><p>o</p><p>r D</p><p>izer o</p><p>D</p><p>ireito</p><p>- w</p><p>w</p><p>w</p><p>.b</p><p>u</p><p>scad</p><p>o</p><p>rd</p><p>izero</p><p>d</p><p>ireito</p><p>.co</p><p>m</p><p>.b</p><p>r</p><p>D</p><p>isponibilizado para: E</p><p>D</p><p>N</p><p>A</p><p>R</p><p>D</p><p>O</p><p>S</p><p>ILV</p><p>A</p><p>C</p><p>O</p><p>S</p><p>T</p><p>A</p><p>| ednardo.costa262@</p><p>gm</p><p>ail.com</p><p>| C</p><p>P</p><p>F</p><p>: 095.575.497-69</p><p>proleges.com.br pág. 12 de 16</p><p>Acredito que seja necessário olhar o tema pela via de uma terceira corrente, de modo a admitir a pessoa</p><p>transexual como vítima do feminicídio (sem “obstáculos” à identidade de gênero – pois o tema não se re-</p><p>sume a questão meramente biológica). Assim, defende-se que é possível figurar como vítima do feminicídio</p><p>a pessoa transexual: (i) independentemente de alteração registral do nome, bem como (ii) independente-</p><p>mente de cirurgia de redesignação sexual, a fim de obstar a violência de gênero.</p><p> Acompanhar</p><p> Criminologia</p><p>Heteronormatividade e teorias queer</p><p>[As teorias queer] procuram desestabilizar zonas de conforto culturais criadas pelo heterossexismo, que se</p><p>estabelecem historicamente como dispositivos de regulação e de controle social, como (a) a polarização</p><p>entre homens e mulheres e (b) a institucionalização da heteronormatividade compulsória. Segundo Wel-</p><p>zer-Lang, o "heterossexismo é a discriminação e a opressão baseada em uma distinção feita a propósito da</p><p>orientação sexual. O heterossexismo é a promoção incessante, pelas instituições e/ou indivíduos, da supe-</p><p>rioridade da heterossexualidade e da subordinação simulada homossexualidade." (Sobre as possibilidades</p><p>de uma criminologia queer. In CARVALHO, Salo; DUARTE, Evandro Piza. Criminologia do Preconceito, ra-</p><p>cismo e homofobia nas Ciências Criminais. São Paulo: Saraiva, 2017, p. 204).</p><p>A naturalização da norma heterossexual, ao aprisionar as subjetividades no binarismo hétero/homosse-</p><p>xual, cria automaticamente mecanismos de saber e de poder nos quais a diferença é exposta como um</p><p>desvio ou como uma anomalia. Definido o comportamento ou o modo de ser desviante a partir da regra</p><p>heterossexual, o controle social formal é instrumentalizado nos processos de criminalização (direito penal)</p><p>e de patologização (psiquiatria) da diferença. Outrossim, para além destas respostas sancionadoras produ-</p><p>zidas nas e pelas agências de punitividade (violência institucional), a lógica heteronormativa potencializa</p><p>inúmeras outras formas de violências (simbólicas e interindividuais) nas quais a diversidade sexual é viti-</p><p>mizada (homofobia) (op. cit., 2017, p. 204-205).</p><p>A teoria queer, ao dialogar com o feminismo, direcionará sua crítica, à inferiorização das diversas identida-</p><p>des de gênero e de orientação sexual estabelecidas no processo histórico de naturalização do ideal hete-</p><p>rossexual. Não se trata, portanto, apenas da denúncia da desigualdade derivada dos papéis atribuídos aos</p><p>gêneros (masculino e feminino). As teorias queer procuram, em primeiro lugar, desconstruir a hierarquia</p><p>estabelecida entre hétero e homossexualidade, independentemente do gênero; e, em segundo, romper</p><p>com a fixidez dos conceitos e superar a lógica binária que cinde e rotula as pessoas como hétero ou ho-</p><p>mossexuais. Hierarquização, fixidez e binarismo o que instituem e legitimam no cotidiano formas específi-</p><p>cas de violência homofóbica (CARVALHO, Salo; DUARTE, Evandro Piza. Criminologia do Preconceito, ra-</p><p>cismo e homofobia nas Ciências Criminais. São Paulo: Saraiva, 2017, p. 207).</p><p> Conteúdo retirado do acórdão: STJ. 6ª Turma. REsp 1977124/SP, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 05/04/2022 (Info</p><p>732).</p><p>CRIMINOLOGIA</p><p>Material disponível</p><p>na pasta de</p><p>Criminologia</p><p>https://www.proleges.com.br/</p><p> Comentamos os tópicos de Criminologia mais co-</p><p>brados em concursos públicos.</p><p>B</p><p>u</p><p>scad</p><p>o</p><p>r D</p><p>izer o</p><p>D</p><p>ireito</p><p>- w</p><p>w</p><p>w</p><p>.b</p><p>u</p><p>scad</p><p>o</p><p>rd</p><p>izero</p><p>d</p><p>ireito</p><p>.co</p><p>m</p><p>.b</p><p>r</p><p>D</p><p>isponibilizado para: E</p><p>D</p><p>N</p><p>A</p><p>R</p><p>D</p><p>O</p><p>S</p><p>ILV</p><p>A</p><p>C</p><p>O</p><p>S</p><p>T</p><p>A</p><p>| ednardo.costa262@</p><p>gm</p><p>ail.com</p><p>| C</p><p>P</p><p>F</p><p>: 095.575.497-69</p><p>proleges.com.br pág. 13 de 16</p><p> Conceitos de sexo, gênero, identidade</p><p>de gênero e sexualidade</p><p>Sexo</p><p>Referente a características biológicas (órgãos sexuais e reprodutivos, hormô-</p><p>nios, cromossomos) dos seres humanos utilizadas para categorização (ma-</p><p>cho/fêmea).</p><p>Gênero</p><p>Referente a características socialmente construídas – muitas vezes negativas e</p><p>subordinatórias – atribuídas artificialmente aos diferentes sexos, a depender das</p><p>diversas posições sociais ocupadas por membros de um grupo.</p><p>Identidade de gênero</p><p>Identificação com características socialmente atribuídas a determinado gênero</p><p>– mesmo que de forma não alinhada com o sexo biológico de um indivíduo (pes-</p><p>soas cujo sexo e gênero se alinham, são chamadas cisgênero; pessoas cujo sexo</p><p>e gênero divergem, são chamadas transgênero; existem também pessoas que</p><p>não se identificam com nenhum gênero).</p><p>Sexualidade</p><p>Referente à atração sexual e afetiva de um determinado indivíduo (pessoas que</p><p>se atraem pelo gênero oposto são heterossexuais; e pessoas que se atraem por</p><p>ambos os gêneros são bissexuais).</p><p> Conteúdo retirado do acórdão: STJ. 6ª Turma. REsp 1977124/SP, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 05/04/2022 (Info</p><p>732).</p><p> Direito Civil</p><p>Suspensão e extinção do poder familiar</p><p>(arts. 1.635 a 1.638 do Código Civil)</p><p>Art. 1.638. Perderá por ato judicial o poder familiar o pai ou a mãe que:</p><p>I - castigar imoderadamente o filho;</p><p>II - deixar o filho em abandono;</p><p>III - praticar atos contrários à moral e aos bons costumes;</p><p>IV - incidir, reiteradamente, nas faltas previstas no artigo antecedente.</p><p>Parágrafo único. Perderá também por ato judicial o poder familiar aquele que:</p><p>I – praticar contra outrem igualmente titular do mesmo poder familiar:</p><p>a) homicídio, feminicídio ou lesão corporal de natureza grave ou seguida de morte, quando se tratar de</p><p>crime doloso envolvendo violência doméstica e familiar ou menosprezo ou discriminação à condição de</p><p>mulher;</p><p>b) estupro ou outro crime contra a dignidade sexual sujeito à pena de reclusão;</p><p>II – praticar contra filho, filha ou outro descendente:</p><p>a) homicídio, feminicídio ou lesão corporal de natureza grave ou seguida de morte, quando se tratar de</p><p>crime doloso envolvendo violência doméstica e familiar ou menosprezo ou discriminação à condição de</p><p>mulher;</p><p>b) estupro, estupro de vulnerável ou outro crime contra a dignidade sexual sujeito à pena de reclusão.</p><p>Clique aqui para voltar ao SUMÁRIO</p><p>B</p><p>u</p><p>scad</p><p>o</p><p>r D</p><p>izer o</p><p>D</p><p>ireito</p><p>- w</p><p>w</p><p>w</p><p>.b</p><p>u</p><p>scad</p><p>o</p><p>rd</p><p>izero</p><p>d</p><p>ireito</p><p>.co</p><p>m</p><p>.b</p><p>r</p><p>D</p><p>isponibilizado para: E</p><p>D</p><p>N</p><p>A</p><p>R</p><p>D</p><p>O</p><p>S</p><p>ILV</p><p>A</p><p>C</p><p>O</p><p>S</p><p>T</p><p>A</p><p>| ednardo.costa262@</p><p>gm</p><p>ail.com</p><p>| C</p><p>P</p><p>F</p><p>: 095.575.497-69</p><p>proleges.com.br pág. 14 de 16</p><p>INFORMATIVOS</p><p>Info 625/STJ</p><p>Não caracteriza bis in idem o reconhecimento das qualificadoras de motivo torpe e de feminicídio no</p><p>crime de homicídio praticado contra mulher em situação de violência doméstica e familiar.</p><p>STJ. 6ª Turma. HC 433.898-RS, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 24/04/2018 (Info 625).</p><p>Info 1009/STF</p><p>Ao apreciar medida cautelar em ADPF, o STF decidiu que:</p><p>a) a tese da legítima defesa da honra é inconstitucional, por contrariar os princípios constitucionais da</p><p>dignidade da pessoa humana (art. 1º, III, da CF/88), da proteção à vida e da igualdade de gênero (art. 5º,</p><p>da CF/88);</p><p>b) deve ser conferida interpretação conforme à Constituição ao art. 23, II e art. 25, do CP e ao art. 65 do</p><p>CPP, de modo a excluir a legítima defesa da honra do âmbito do instituto da legítima defesa; e</p><p>c) a defesa, a acusação, a autoridade policial e o juízo são proibidos de utilizar, direta ou indiretamente,</p><p>a tese de legítima defesa da honra (ou qualquer argumento que induza à tese) nas fases pré-processual</p><p>ou processual penais, bem como durante julgamento perante o tribunal do júri, sob pena de nulidade</p><p>do ato e do julgamento.</p><p>STF. Plenário. ADPF 779 MC-Ref/DF, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 13/3/2021 (Info 1009).</p><p>Atualizando o julgado acima</p><p>No dia 1º/8/2023, o Plenário do STF: por unanimidade, julgou integralmente procedente o pedido formu-</p><p>lado na ADPF 779 para:</p><p>(i) firmar o entendimento de que a tese da legítima defesa da honra é inconstitucional, por contrariar os</p><p>princípios constitucionais da dignidade da pessoa humana (art. 1º, III, da CF), da proteção à vida e da igual-</p><p>dade de gênero (art. 5º, caput, da CF);</p><p>(ii) conferir interpretação conforme à Constituição aos arts. 23, inciso II, e 25, caput e parágrafo único, do</p><p>Código Penal e ao art. 65 do Código de Processo Penal, de modo a excluir a legítima defesa da honra do</p><p>âmbito do instituto da legítima defesa e, por consequência,</p><p>(iii) obstar à defesa, à acusação, à autoridade policial e ao juízo que utilizem, direta ou indiretamente, a</p><p>tese de legítima defesa da honra (ou qualquer argumento que induza à tese) nas fases pré-processual ou</p><p>processual penais, bem como durante o julgamento perante o tribunal do júri, sob pena de nulidade do</p><p>ato e do julgamento;</p><p>(iv) diante da impossibilidade de o acusado beneficiar-se da própria torpeza, fica vedado o reconhecimento</p><p>da nulidade, na hipótese de a defesa ter-se utilizado da tese com esta finalidade. Por fim, julgou procedente</p><p>também o pedido sucessivo apresentado pelo requerente, de forma a conferir interpretação conforme à</p><p>Constituição ao art. 483, III, § 2º, do Código de Processo Penal, para entender que não fere a soberania</p><p>dos vereditos do Tribunal do Júri o provimento de apelação que anule a absolvição fundada em quesito</p><p>genérico, quando, de algum modo, possa implicar a repristinação da odiosa tese da legítima defesa da</p><p>honra.</p><p>O Supremo Tribunal Federal, no julgamento da ADPF n. 779/DF, considerou inconstitucional a tese da</p><p>legítima defesa da honra, ainda que utilizada no Tribunal de Júri, não sendo possível dar guarida à refe-</p><p>rida tese em sede de habeas corpus.</p><p>STJ. 5ª Turma. RHC 136.911-MT, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, julgado em 09/03/2021 (Info 4 – Edição Ex-</p><p>traordinária).</p><p>Info 1102/STF</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL – DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS; DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA;</p><p>DIREITO À VIDA; SEGURANÇA PÚBLICA; PRINCÍPIO DA PROIBIÇÃO DE RETROCESSO SOCIAL;</p><p>B</p><p>u</p><p>scad</p><p>o</p><p>r D</p><p>izer o</p><p>D</p><p>ireito</p><p>- w</p><p>w</p><p>w</p><p>.b</p><p>u</p><p>scad</p><p>o</p><p>rd</p><p>izero</p><p>d</p><p>ireito</p><p>.co</p><p>m</p><p>.b</p><p>r</p><p>D</p><p>isponibilizado para: E</p><p>D</p><p>N</p><p>A</p><p>R</p><p>D</p><p>O</p><p>S</p><p>ILV</p><p>A</p><p>C</p><p>O</p><p>S</p><p>T</p><p>A</p><p>| ednardo.costa262@</p><p>gm</p><p>ail.com</p><p>| C</p><p>P</p><p>F</p><p>: 095.575.497-69</p><p>proleges.com.br pág. 15 de 16</p><p>PROPORCIONALIDADE; PROIBIÇÃO DA PROTEÇÃO DEFICIENTE; PLANO NACIONAL DE SEGURANÇA PÚBLICA</p><p>E DEFESA SOCIAL. SUPRESSÃO DE INDICADORES DE FEMINICÍDIOS E LETALIDADE POLICIAL DO PLANO NA-</p><p>CIONAL DE SEGURANÇA PÚBLICA E DEFESA SOCIAL.</p><p>A ausência de disciplina objetiva e expressa dos objetivos, metas, programas e indicadores para acom-</p><p>panhamento de feminicídios e mortes decorrentes da intervenção de agentes de segurança pública no</p><p>Plano Nacional de Segurança Pública e Defesa Social II (PNSP II - Decreto 10.822/2021) configura retro-</p><p>cesso social em matéria de direitos fundamentais e proteção deficiente dos direitos à vida e à segurança</p><p>pública (CF/1988, arts. 5º, “caput”; e 144).</p><p>STF. Plenário. ADI 7.013/DF, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 30.6.2023 (Info 1102).</p><p>Resumo:</p><p>O PNSP II (2021-2030) retrocede em relação ao PNSP I (2018-2028), instituído pelo Decreto 9.630/2018,</p><p>no sentido da necessária e especial atenção aos temas relativos à violência de gênero e desproporcionali-</p><p>dade/ilicitude frequente na atuação de agentes de segurança pública.</p><p>Na espécie, os feminicídios passaram a ser incluídos no grupo “mortes violentas”, inviabilizando-se a</p><p>classificação específica dos casos para atendimento eficiente da atuação estatal. Ademais, não há meta ou</p><p>objetivo estabelecido para redução de mortes por intervenção de agentes de segurança pública no pri-</p><p>meiro ciclo do PNSP II.</p><p>O retrocesso social decorrente da substituição do PNSP de 2018 pelo de 2021 e a proteção insuficiente</p><p>em face da omissão do Poder Executivo na inclusão de indicadores exatos de feminicídios e letalidade</p><p>policial</p><p>impõem a necessidade de restabelecimento do modelo anterior de definição das ações estratégicas</p><p>relacionadas ao tema, a fim de dar cumprimento aos objetivos fundamentais da República (CF/1988, art.</p><p>3º, I, III e IV).</p><p>Com base nesse entendimento, o Plenário, por maioria, recebeu a ADI como ADO, (i) converteu o exame</p><p>da medida cautelar em julgamento de mérito; e (ii) julgou procedente a ação para que seja suprida a omis-</p><p>são reconhecida, determinando-se o restabelecimento do cuidado antes adotado e ao qual se retrocedeu,</p><p>com a inclusão, no Plano Nacional de Segurança Pública e Defesa Social, de disciplina objetiva e expressa</p><p>dos objetivos, metas, programas e indicadores para acompanhamento de feminicídios e mortes decorren-</p><p>tes da intervenção de agentes de segurança pública, prevista no Decreto presidencial 9.630/2018, a ser</p><p>cumprido no prazo máximo de 120 dias.</p><p> Julgado recente</p><p>Quais são as subespécies do</p><p>princípio da proibição do retrocesso?</p><p>Material disponível</p><p>na pasta de</p><p>Direitos Humanos</p><p>https://www.proleges.com.br/</p><p> Confira o tópico “justiciabilidade dos direitos soci-</p><p>ais” no material “Direitos Humanos – Noções Ge-</p><p>rais”.</p><p>Clique aqui para voltar ao SUMÁRIO</p><p>B</p><p>u</p><p>scad</p><p>o</p><p>r D</p><p>izer o</p><p>D</p><p>ireito</p><p>- w</p><p>w</p><p>w</p><p>.b</p><p>u</p><p>scad</p><p>o</p><p>rd</p><p>izero</p><p>d</p><p>ireito</p><p>.co</p><p>m</p><p>.b</p><p>r</p><p>D</p><p>isponibilizado para: E</p><p>D</p><p>N</p><p>A</p><p>R</p><p>D</p><p>O</p><p>S</p><p>ILV</p><p>A</p><p>C</p><p>O</p><p>S</p><p>T</p><p>A</p><p>| ednardo.costa262@</p><p>gm</p><p>ail.com</p><p>| C</p><p>P</p><p>F</p><p>: 095.575.497-69</p>