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<p>TRANSFORMADORES</p><p>Cap. 1) Transformadores.</p><p>Dispositivo, sem parte necessariamente em movimento, que por meio de indução eletromagnética, transfere energia elétrica de um circuito (primário) para outro circuito ou outros circuitos (secundário / terciário), mantendo a mesma frequência e geralmente alternando as tensões e correntes.</p><p>1.1) Vantagens no uso de Transformadores.</p><p>Seja o diagrama unifilar do circuito monofásico abaixo.</p><p>· Perda de potência ativa na linha de transmissão: PP = RLT . I2</p><p>· Potência ativa fornecida pela fonte: Pfonte = Vf . I . cos ; considerando o fator de potência visto pela fonte como unitário, ou seja, desprezando o efeito da reatância da linha temos: Pfonte = Vf . I e I = Pfonte / Vf</p><p>Substituindo na fórmula acima os valores do circuito dado, temos;</p><p>Consideremos agora que a transmissão seja feita com tensão dez vezes maior com o emprego de transformadores;</p><p>Mesmo considerando as perdas dos transformadores (linha + trafos), ainda assim seria bem menor do que a transmitida em baixas tensões.</p><p>19</p><p>1.2) Partes Construtivas.</p><p>1.2.1) Núcleo.</p><p>O núcleo tem a função de servir de caminho para o fluxo magnético atravessar o enrolamento secundário, induzindo tensão no mesmo de</p><p>forma eficiente. Para reduzir as perdas provocadas pelas correntes parasitas ou correntes de Foucault, o</p><p>núcleo não pode ser maciço, por isso é constituído por um pacote de finas lâminas (variam entre 0,1 a 0.5mm de espessura), isoladas entre si através de verniz ou do próprio óxido de ferro das laminas. Há dois formatos de núcleos dos transformadores, todos compostos de material ferro magnético, são eles:</p><p>a) Núcleo Envolvido. b) Núcleo Envolvente.</p><p>1.2.2) Enrolamentos.</p><p>Independente do tipo de construção do transformador, os dois enrolamentos, o de alta tensão (A.T) e o de baixa tensão (B.T) são, em geral, colocados na mesma coluna com a intenção de reduzir a dispersão de fluxo magnético.</p><p>Há varias maneira de dispor os enrolamentos, e para os</p><p>transformadores industriais, os tipos de enrolamentos usados são o cilíndrico e em disco.</p><p>a) Enrolamentos Cilíndricos ou concêntricos</p><p>Nesta construção os dois enrolamentos são dispostos um dentro do outro. Quando o transformador é de alta e baixa tensão, são separados por um material isolante.</p><p>A figura nos mostra o corte de um transformador de enrolamentos cilíndrico, nesta mesma figura é possível observar também que o enrolamento de baixa tensão está próximo do núcleo, isso não é por acaso, essa medida é tomada por motivos de segurança. O enrolamento de alta é dividido em varias bobinas</p><p>sobrepostas e devidamente distanciadas em razão do maior número de espiras nos transformadores abaixadores. Às vezes o enrolamento de B.T é subdividido em duas bobinas, a primeira próxima ao núcleo e o outro externamente ao enrolamento de A.T, como pode ser visto ao lado. Este arranjo das bobinas diminui consideravelmente a dispersão de fluxo.</p><p>b) Enrolamentos bobinas em disco ou intercaladas</p><p>Nesta construção as bobinas são subdivididas em pequenas bobinas de comprimento axial pequeno em relação ao diâmetro (disco) ou panqueca. As bobinas de A.T e B.T se sobrepõem alternadamente como se pode ver na figura.</p><p>As bobinas extremas são de baixa tensão, estas possuem metade da espessura da bobina normal de B.T, esse tipo de disposição facilita a isolação entre o núcleo e a carcaça e diminui a dispersão de fluxo. Os enrolamentos de A.T e B.T</p><p>têm construções diferentes. No enrolamento de A.T o problema principal é a isolação e o</p><p>B.T as dificuldades se concentram no manuseio mecânico, pois elas possuem grande secção do condutor. O enrolamento de A.T tem uma grande quantidade de espiras com secção do condutor pequena, enquanto o enrolamento de B.T possui pequena quantidade de espiras com grande secção transversal do condutor. A isolação das bobinas é feita normalmente com esmalte ou algodão.</p><p>1.2.3) Tanque principal.</p><p>Trata-se do tanque de aço preenchido com óleo isolante, onde a parte ativa, conjunto formado pelas bobinas e o núcleo, é imerso. O tanque pode ser dotado de blindagens nas paredes internas, no sentido de minimizar o aumento da temperatura do aço por conta da circulação de correntes parasitas, resultantes do fluxo de dispersão gerado na parte ativa.</p><p>1.2.4) Óleo Isolante.</p><p>O óleo isolante tem dupla função:</p><p>· ser absorvido (impregnado) pelo papel isolante de forma a conferir características dielétricas especiais ao sistema isolante do transformador;</p><p>· circular através dos enrolamentos e núcleo, superficialmente e através de reentrâncias, canais feitos especialmente com</p><p>essa finalidade, de forma a permitir a remoção do calor gerado no funcionamento normal, dissipando assim as perdas nos enrolamentos e no núcleo. São usados óleos minerais de base naftênica (tipo A), em equipamentos para tensões superiores a 145 kV e o de base parafínica (tipo B), em equipamentos com tensão igual ou inferior a 145 kV. Também são usados óleos de silicone e óleos vegetais (Rtemp, Envirotemp e Biovolt).</p><p>1.2.5) Tanque de expansão de óleo.</p><p>Permite a expansão do volume de óleo do transformador por conta das variações de temperatura a que o equipamento é submetido. Normalmente o tanque é provido de uma bolsa de borracha que auxilia no sistema de selagem do transformador.</p><p>1.2.6) Buchas.</p><p>um capacitor.</p><p>1.2.7) Comutador sob Carga.</p><p>São dispositivos de porcelana que têm a finalidade de isolar os terminais das bobinas do tanque do transformador. Normalmente as buchas com classe de tensão superior a 13,8 kV são do tipo condensivas, onde, no interior do corpo de porcelana, há uma envoltória de papel e filme metálico imersos em óleo isolante, formando</p><p>Dispositivo eletromecânico que propicia a variação dos níveis de tensão através da mudança dos terminais dos enrolamentos de regulação, sem que o transformador seja desligado.</p><p>1.2.8) Radiadores/Trocadores de calor.</p><p>Instalado na parte externa do tanque, fazem a circulação do óleo isolante através de aletas que, em contato com o ar ambiente,</p><p>diminuem a temperatura do óleo. A circulação pode ser do</p><p>tipo natural (ONAN – óleo natural, ar natural), com ar forçado através de moto ventiladores nos radiadores (ONAF – óleo natural, ar forçado), com moto bombas para aumentar o fluxo de óleo (OFAF – óleo forçado, ar forçado), com sistema de óleo dirigido nas bobinas (ODAF – óleo dirigido, ar forçado) ou mesmo com trocadores de calor que utilizam água como meio refrigerante ao invés do ar ambiente (OFWF – óleo forçado, água forçada).</p><p>1.2.9) Painel de controle.</p><p>É o local onde estão instalados os dispositivos de interface que permitem o controle e a monitoração do funcionamento do transformador ao centro de operação da subestação, como temperatura, corrente, monitoração de gases, descargas parciais, etc.</p><p>1.2.10) Secador de ar.</p><p>Faz a retirada de umidade do interior do transformador utilizando sílica-gel contida num reservatório ligado ao tanque de expansão para possibilitar a respiração do transformador.</p><p>1.2.11) Termômetros.</p><p>Medem a temperatura dos enrolamentos e do óleo do transformador. O termômetro de óleo também é responsável pelo acionamento da ventilação forçada caso esta exista no transformador. Como orientação, a ventilação forçada liga com 65°C e desliga com 55°C. O termômetro de óleo desliga o transformador a aproximadamente 90°C. O termômetro de enrolamento é similar ao termômetro de óleo. O alarme de temperatura do enrolamento atua aproximadamente aos 95°C e desliga o transformador aos 105°C aproximadamente.</p><p>Cap. 2) Transformador Monofásico.</p><p>2.1) Transformador Monofásico Ideal.</p><p>Para o entendimento do funcionamento de um transformador consideraremos este como ideal, ou seja, com as seguintes características:</p><p>· Não há perdas ôhmicas: resistência dos enrolamentos nula;</p><p>· Não há perdas no núcleo: não há histerese e nem correntes parasitas;</p><p>· Não há dispersão do fluxo magnético: todo o fluxo está confinado no núcleo e é concatenado com ambas as bobinas;</p><p>- Permeabilidade magnética</p><p>do núcleo infinita: a corrente necessária para criar o fluxo magnético no núcleo, ou seja, a força magnetomotriz para magnetizar o núcleo, é desprezível.</p><p>O seu funcionamento apresenta ainda duas condições distintas: Em vazio e em</p><p>carga.</p><p>2.1.1) A Vazio: Quando apenas o circuito primário está ligado a uma fonte de energia elétrica.</p><p>H1, H2: terminais de AT; X1, X2: terminais de BT;</p><p>N1: no de espiras do primário; N2: no de espiras do secundário;</p><p>V1: tensão primária (fonte); V2: tensão secundária;</p><p>E1: f.e.m auto induzida no primário; E2: f.e.m auto induzida no secundário; e: f.e.m auto induzida por espira; I0: corrente de vazio, ou corrente de magnetização;</p><p>0: fluxo de vazio, ou fluxo de magnetização;</p><p>Circuito Elétrico Equivalente.</p><p>Ao se aplicar uma tensão alternada V1 aos terminais do trafo (H1, H2), circulará no enrolamento primário uma corrente chamada corrente de vazio (I0). Esta corrente estabelecerá no núcleo uma força magnetomotriz (Fmm0 = I0 . N1) que dará origem a um fluxo magnético (0 =Fmm0/), de tal maneira que este fluxo induza no próprio enrolamento (fenômeno da auto indução) uma tensão (E1 = e . N1) de valor igual a V1, ou</p><p>seja E1 = V1.</p><p>Como o enrolamento secundário possui N2 espiras sujeitas ao mesmo fluxo 0, então neste enrolamento teremos induzida uma tensão E2 = e . N2</p><p>Analisando as equações; E1 = e . N1</p><p>E2 = e . N2</p><p>Do circuito elétrico primário temos que V1 = E1 e do circuito elétrico secundário temos que V2 = E2 , logo: , que é a relação de transformação ( a ) de um transformador.</p><p>Se a > 1, o transformador é abaixador; Se a < 1, ele é elevador de tensão.</p><p>OBS: A f.e.m induzida máxima em cada espira é dado por eMáx = . Máx . 10-8, sendo</p><p> = 2f , podemos reescrever a equação eMáx = 2f . Máx . 10-8 , e o seu valor eficaz éeef = 4,44 . f . Máx . 10-8</p><p>dado por eef = eMáx / , linhas (ou maxwell).2</p><p>, sendo o fluxo dado em números de</p><p>2.1.2) Em carga: Quando o enrolamento primário está ligado a uma fonte de energia elétrica e o enrolamento secundário está ligado a um consumidor (carga).</p><p>Circuito Elétrico Equivalente.</p><p>Quando a carga (Z2) é ligada no secundário do trafo, aparece nesse circuito uma corrente (I2 = V2 / Z2) que estabelecerá no circuito uma força magnetomotriz (Fmm2 = I2 . N2) e consequentemente um fluxo (2 =Fmm2 / ). No mesmo instante aparecerá no circuito primário uma nova corrente (I´1) de tal maneira que estabelecerá no núcleo uma força magnetomotriz (Fmm1 = I`1 . N1)</p><p>necessária a gerar no núcleo um fluxo (1 =Fmm1 /) de valor igual e contrário ao fluxo gerado pela corrente secundária de carga (2 ).</p><p>Como a relutância do núcleo é a mesma podemos concluir que:</p><p>Fmm1 = Fmm2 I`1 . N1 = I2 . N2</p><p>A corrente primária I1 = I0 + I`1 , mas para o trafo ideal I0 é muito pequeno (I0 0) , então podemos escrever que I1 = I`1 , e a razão entre as correntes é dado por:</p><p>No trafo ideal não temos perdas, logo, podemos dizer que toda potência entregue ao primário é transferida ao secundário, ou seja; S1 = S2</p><p>V1 . I1 = V2. I2</p><p>2.1.3) Impedância Refletida. Transformação de Impedâncias: é um valor equivalente de impedância vista pelo circuito primário, daquela ligada no circuito secundário.</p><p>V1 = a .V2</p><p>Exercício 01: O lado de alta tensão de um transformador tem 500 espiras, enquanto o de baixa tensão tem 100 espiras. Quando ligado como abaixador, a corrente de carga é de 12 A. Calcule:</p><p>a) Relação de transformação “a”;</p><p>b) Corrente primária.</p><p>Exercício 02: Um transformador de 4,6 KVA, 2300/115v foi projetado para ter uma f.e.m induzida de 2,5V/espira. Imaginando-o um transformador ideal, calcule:</p><p>a) Número de espiras do lado de AT;</p><p>b) Número de espiras do lado de BT;</p><p>c) Corrente nominal do lado de AT e BT.</p><p>Exercício 03: O lado de AT de um transformador abaixador tem 800 espiras e o de BT tem 100 espiras. Uma tensão de 240 V é aplicada ao lado de alta e uma impedância de carga de 3Ω é ligado ao lado de baixa. Calcule:</p><p>a) Corrente e tensão secundária;</p><p>b) Corrente primária;</p><p>c) A impedância de entrada do primário a partir da relação entre tensão e corrente primária;</p><p>d) A impedância de entrada a partir da equação de impedância refletida.</p><p>Exercício 04: Um transformador ideal monofásico, 69 / 11,5 KV, 20 MVA apresenta 1200 espiras no enrolamento primário. Supondo o trafo alimentando uma carga ZL = 2000 80º Ω, com tensão secundária de 12 KV. Determine:</p><p>a) NO de espiras do secundário;</p><p>b) Corrente de carga secundária;</p><p>c) Corrente de carga primária;</p><p>d) Potência total, ativa e reativa fornecida pelo trafo;</p><p>e) Tensão aplicada ao primário;</p><p>f) Corrente nominal primária e secundária.</p><p>2.2) Transformador Monofásico Real. 2.2.1) Circuito Elétrico.</p><p>resistência ôhmica dos enrolamentos primário e secundário;</p><p>reatância de dispersão primária e secundária, produzida pelos fluxos dispersos de Ф1 e Ф2;</p><p>resistência equivalente das perdas no núcleo, representativas dos fenômenos de histerese e correntes parasitas;</p><p>reatância de magnetização do núcleo;</p><p>componente ativa da corrente de vazio, responsável pelas perdas no núcleo;</p><p>componente reativa da corrente de vazio, responsável pela magnetização do núcleo.</p><p>As resistências e reatâncias dos enrolamentos do primário e secundário, respectivamente, produzem quedas de tensão no interior do transformador, como resultado das correntes primárias e secundárias. Embora estas quedas sejam internas, é conveniente representá-las externamente como parâmetros puros em série com um transformador ideal, como na figura acima.</p><p>Determinamos então:</p><p>a) Equações do Primário.</p><p>V1 = (r1 + jx1) . I1 + E1</p><p>z1 = r1 + jx1 , impedância interna primária; V1 = z1. I1 + E1E1 = V1 - z1. I1</p><p>b) Equações do Secundário.</p><p>E2 = (r2 + jx2) . I2 + V2</p><p>z2 = r2 + jx2 , impedância interna secundária;E2 = V2 + z2 . I2</p><p>c) Relação de Transformação</p><p>Podemos escrever que V1 > E1 e V2 < E2 para um transformador real carregado, ou seja, com passagem de corrente pelos enrolamentos, assim</p><p>d) Perdas no Cobre.Pcobre = r1 . I1 2 2</p><p>2 + r . I 2</p><p>São as perdas ocorridas nos enrolamentos.</p><p>e) Perdas no ferro.</p><p>São as perdas ocorridas no núcleo.Pferro = rf . If 2</p><p>Exercício 05: Um transformador abaixador de 500 KVA, 60 Hz, 2300/230 V, têm os seguintes parâmetros: r1 = 0,1Ω , x1 = 0,3Ω , r2 = 0,001Ω , x2 = 0,003Ω. Quando este é usado como abaixador e em carga nominal, calcule:</p><p>a) As correntes, primária e secundária;</p><p>b) As impedâncias internas, primária e secundária;</p><p>c) As quedas de tensões internas;</p><p>d) As f.e.m induzidas primária e secundária;</p><p>e) A relação entre as f.e.m induzidas primária e secundária, e entre as respectivas tensões terminais.</p><p>2.2.2) Circuito Primário Equivalente.</p><p>Um circuito primário equivalente é aquele em que todos os parâmetros secundários do trafo são refletidos ao primário para simplificação dos cálculos e interpretação dos fenômenos.</p><p>Onde:</p><p>r’1 – resistência do enrolamento secundário refletida ao primário; x’1 – reatância de dispersão secundária refletida ao primário;</p><p>Z’L – impedância de carga refletida ao primário;</p><p>V’2 – tensão terminal secundária refletida ao primário; Sendo estes parâmetros calculados;</p><p>r’1 = a2 . r2 x’1 = a2 . x2 Z’L = a2 . ZL V’2 = a . V2</p><p>A corrente primária “I1”, é a soma da componente primária de excitação “I0” e da componente correspondente à corrente de carga “I’1”, ou seja I1 = I0 + I’1 . Para os transformadores de grandes potências, a corrente de excitação “I0” é bem menor que “I’1” , podendo ser desprezada (I0 ≈ 0) e I1 = I’1. Assim os parâmetros shunt do circuito acima também podem ser desprezados, e o circuito redesenhado como abaixo.</p><p>R1 = r1 + r’1 resistência interna equivalente referida ao primário; X1 = x1 + x’1 reatância interna equivalente referida ao primário; Z1 = R1 + j X1 impedância interna equivalente referida ao primário.</p><p>2.2.3) Circuito Secundário Equivalente.</p><p>Idem ao circuito primário equivalente, sendo agora todos os parâmetros refletidos ao secundário.</p><p>Onde:</p><p>r’2 – resistência do enrolamento primário refletida</p><p>ao secundário; x’2 – reatância de dispersão primária refletida ao secundário;</p><p>ZL – impedância de carga;</p><p>V2 – tensão terminal secundária;</p><p>E´2 – tensão terminal primária refletida ao secundário; Sendo estes parâmetros calculados;</p><p>r’2 = r1 / a2 x’2 = x1 / a2 E’2 = V1 / a</p><p>R2 = r2 + r’2 resistência interna equivalente referida ao secundário; X2 = x2 + x’2 reatância interna equivalente referida ao secundário; Z2 = R2 + j X2 impedância interna equivalente referida ao secundário.</p><p>2.3) Perdas nos Transformadores.</p><p>É a potência absorvida pelo transformador, é dissipada, em forma de calor, pelos enrolamentos primário e secundário e pelo núcleo de ferro, geralmente são menores que 1% da potência nominal do trafo.</p><p>Dois ensaios são utilizados para determinação das perdas e dos parâmetros dos transformadores: ensaio em curto circuito e ensaio a vazio.</p><p>PP = Pcobre + Pferro</p><p>PP - potência de perdas totais do trafo.</p><p>2.3.1) Ensaio de Curto-Circuito.</p><p>Este ensaio serve para determinar as perdas em carga ocorrida nos enrolamentos, primário e secundário, do transformador (Pcobre), e é realizado no lado de AT com a BT em curto-circuito.</p><p>Consiste em aplicar um valor de tensão (VCC) na AT até fazer circular neste enrolamento a corrente nominal (ICC) do trafo, e com auxílio de wattímetro, voltímetro e amperímetro instalados neste circuito determina-se a potência de perda (PCC) nos enrolamentos, a resistência, a reatância e a impedância interna equivalente do</p><p>transformador vista pelo lado de AT.</p><p>VCC – tensão de curto-circuito, é da ordem de 2 a12% da tensão nominal da AT; ICC – corrente de curto-circuito, corresponde a corrente nominal da AT, ICC = IAT; PCC – potência de perdas nos enrolamentos primário e secundário, PCC = Pcobre;</p><p>ZCC – impedância de curto-circuito, corresponde a impedância equivalente referida ao lado</p><p>de AT;</p><p>RCC – resistência de curto-circuito, corresponde a resistência equivalente referida ao lado de AT;</p><p>XCC – reatância de curto-circuito, corresponde a reatância equivalente referida ao lado de AT; ,</p><p>Ze – impedância equivalente percentual do transformador,</p><p>VAT – tensão nominal deste enrolamento.</p><p>2.3.2) Ensaio de Circuito Aberto ou a Vazio.</p><p>Este ensaio serve para determinar as perdas ocorridas no núcleo do transformador, e é realizado no lado de BT com a AT em circuito aberto. Consiste em aplicar a tensão nominal (V0) na BT, originando a corrente de excitação (I0) neste enrolamento, e com auxílio de wattímetro, voltímetro e amperímetro instalados neste circuito determina-se a potência de perda no núcleo (P0). Como a corrente de excitação é muito pequena, assim como a resistência e a reatância deste enrolamento, podemos considerar que toda potência drenada da fonte neste ensaio, corresponde a perda no núcleo;</p><p>P0 – potência fornecida pela fonte, em circuito aberto, corresponde a perda no núcleo, P0 = Pferro;</p><p>I0 – corrente de excitação, absorvida da rede para magnetizar o núcleo e suprir as perdas por histerese e correntes parasitas, é cerca de 2 a 6% da corrente de carga nominal;</p><p>V0 – tensão nominal do enrolamento de BT, V0 = VBT.</p><p>2.4) Rendimento.</p><p>O rendimento é a razão entre a potência ativa de saída (PS) e a potência ativa de entrada (PE), é determinado através dos dados dos ensaios a vazio e de curto-circuito.</p><p>; onde PE = PS + PP</p><p>2.5) Regulação de Tensão.</p><p>Regulação de tensão de um transformador, é a variação na tensão terminal do secundário entre a condição a vazio e carga nominal (carga máxima), usualmente é expressa em porcentagem do valor da tensão a plena carga.</p><p>VSC – tensão sem carga, corresponde a f.e.m secundária E2;</p><p>VCM – tensão com carga máxima, corresponde a tensão nominal V2.</p><p>E2 = (V2.cos θ2 + Re2.I2) + j (V2 . sen θ2 + Xe2.I2)</p><p>A regulação também estabelece qual a percentagem que se deve aumentar (ou reduzir) a tensão de AT para se conseguir a tensão nominal secundária, pois, nos trafos, é nesse enrolamento que se encontram os taps.</p><p>V1 = (aV2.cos θ2 + aRe2.I2/a) + j (aV2 . sen θ2 + aXe2. I2/a) ou seja, V1 = (aV2.cos θ2 + Re1.I1) + j (aV2 . sen θ2 + Xe1. I1)</p><p>Exercício 07: Com os instrumentos colocados no lado de AT e o lado de BT em curto-circuito, as leituras de curto-circuito para um transformador de 50 KVA, 2400/240 V são: 48 V; 20,8 A e 617</p><p>W. De um ensaio de circuito aberto, em que foi alimentado o lado de BT, resultam leituras nos instrumentos neste lado de 240 V; 5,14 A e 186 W. Determine:</p><p>a) As perdas no cobre, no ferro e total do trafo;</p><p>b) A resistência interna equivalente referida ao lado de AT e BT;</p><p>c) O seu rendimento e a sua regulação com carga nominal e fator de potência 0,8 indutivo;</p><p>d) A sua impedância percentual;</p><p>e) A corrente máxima de curto-circuito do lado de BT.</p><p>2.6) Polaridade e Identificação dos Terminais do Trafo.</p><p>A marcação da polaridade dos terminais dos enrolamentos de um transformador monofásico indica quais são os terminais positivos e negativos em um determinado instante, isto é, a relação entre os sentidos momentâneos das forças eletromotrizes nos enrolamentos primário e secundário. A polaridade depende de como são enroladas as espiras do primário e do secundário que podem ter sentidos concordantes oudiscordantes.</p><p>A Norma Internacional de Identificação de Polaridade de Transformadores Monofásicos estabelece procedimentos para a marcação dos seus terminais:</p><p>a. Observador de frente para o lado de AT;</p><p>b. Marca-se com H1 a bucha da direita e H2 a bucha da esquerda,</p><p>c. As buchas de BT serão marcadas com X1 e X2, obedecendo ao teste de polaridade.</p><p>2.6.1) Teste de Polaridade.</p><p>a) Comparação com trafo padrão;</p><p>b) Golpe indutivo de corrente contínua;</p><p>c) Emprego de corrente alternada;</p><p>d) Uso de TTR.</p><p>2.6.2) Teste de Polaridade com Emprego de corrente alternada.</p><p>· aplica-se uma tensão alternada (V1) conveniente entre os terminais de AT (H1 e H2);</p><p>· mede-se a tensão nos terminais de BT (V2);</p><p>· interliga um terminal de AT (H2) com um de BT adjacente;</p><p>· efetua-se a leitura de tensão entre os dois terminais livres, H1 e o outro de BT:</p><p>Se VT = V1 + V2 polaridade aditiva;</p><p>Se VT = V1 – V2 polaridade subtrativa.</p><p>2.7) Comutador de Derivação (Tap). Pode-se variar a relação entre as espiras de um transformador quando se deseja controlar a tensão em um dos terminais, o termo utilizado é “tap” do</p><p>transformador.</p><p>O tap pode ser variado manual ou automaticamente, no caso de variação</p><p>automática a tensão em um dos terminais é comparada a uma referência e o erro é utilizado para gerar um sinal que corrige a posição do tap.</p><p>Exercício 08: Um transformador de distribuição está ligado no seu tap 2, 13.200/220 V e a tensão de saída é de 212V. Qual será a nova tensão secundária para o tap 1 e para o tap 3?</p><p>2.8) Ligação dos Enrolamentos dos Transformadores.</p><p>Os enrolamentos dos transformadores podem ser ligados em série ou paralelo</p><p>2.9) Paralelismo de Transformadores Monofásicos.</p><p>Para que dois transformadores operem em paralelo é necessário que tenham:</p><p>· mesma relação de transformação;</p><p>· mesma polaridade; E para otimização:</p><p>· mesma impedância percentual;</p><p>· mesma regulação.</p><p>2.10) Distribuição de Carga em Transformadores em Paralelo.</p><p>Caso se ligue dois ou mais transformadores em paralelo com impedâncias percentuais diferentes, a carga se redistribuirá diferentemente em cada unidade.</p><p>Onde:</p><p>PC – potência da carga;</p><p>P1, P2, P3 – potência de carregamento em cada unidade; PN1, PN2, PN3 – potências nominais dos transformadores; Z1, Z2, Z3 – impedâncias percentuais dos transformadores; Zm – impedância mútua.</p><p>Exercício 09: Numa planta industrial com demanda de 3800 KVA, são utilizados três transformadores em paralelo, determine a distribuição de carga pelos os mesmos.</p><p>Dados dos trafos: T1 – 1000 KVA, 4,5% de impedância;</p><p>T2 – 1250 KVA, 5% de impedância; T3 – 1500 KVA, 5,5% de impedância.</p><p>image4.png</p><p>image5.png</p><p>image6.png</p><p>image7.png</p><p>image8.png</p><p>image9.png</p><p>image10.png</p><p>image11.png</p><p>image12.png</p><p>image13.png</p><p>image14.png</p><p>image15.jpeg</p><p>image16.jpeg</p><p>image17.png</p><p>image18.png</p><p>image19.jpeg</p><p>image20.jpeg</p><p>image21.jpeg</p><p>image22.jpeg</p><p>image23.jpeg</p><p>image24.jpeg</p><p>image25.jpeg</p><p>image26.jpeg</p><p>image27.jpeg</p><p>image28.jpeg</p><p>image29.jpeg</p><p>image30.png</p><p>image31.png</p><p>image32.png</p><p>image33.png</p><p>image34.png</p><p>image35.png</p><p>image36.jpeg</p><p>image37.png</p><p>image38.png</p><p>image39.png</p><p>image40.png</p><p>image41.png</p><p>image42.png</p><p>image43.png</p><p>image44.png</p><p>image45.png</p><p>image46.png</p><p>image47.png</p><p>image48.png</p><p>image49.png</p><p>image50.png</p><p>image51.png</p><p>image52.jpeg</p><p>image53.png</p><p>image54.png</p><p>image55.png</p><p>image56.png</p><p>image57.png</p><p>image58.png</p><p>image59.png</p><p>image60.jpeg</p><p>image61.jpeg</p><p>image62.jpeg</p><p>image1.jpeg</p><p>image63.png</p><p>image64.png</p><p>image65.png</p><p>image66.png</p><p>image67.png</p><p>image68.png</p><p>image69.png</p><p>image70.png</p><p>image71.png</p><p>image72.png</p><p>image2.jpeg</p><p>image73.png</p><p>image74.png</p><p>image75.png</p><p>image76.png</p><p>image77.png</p><p>image78.png</p><p>image79.jpeg</p><p>image80.png</p><p>image81.png</p><p>image82.jpeg</p><p>image3.png</p><p>image83.png</p><p>image84.png</p><p>image85.png</p><p>image86.png</p>