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<p>ORIENTAÇÕES PARA O ALUNO</p><p>Os textos a seguir apresentam dois exemplos de crônicas cujos</p><p>temas são objetos específicos que, por razões distintas, atraíram a</p><p>atenção dos autores e ganharam nova dimensão. Como é próprio</p><p>do gênero, parte-se de um aspecto corriqueiro, supostamente ba-</p><p>nal, para que, por meio da escrita, seja-lhe conferido um sentido</p><p>mais amplo. O terceiro texto traz uma matéria sobre a influência</p><p>dos objetos em nossas individualidades, reforçando representações</p><p>sociais nem sempre democráticas. Leia-os com atenção, buscando</p><p>associar as ideias principais ao seu repertório prévio para desenvol-</p><p>ver a proposta de redação.</p><p>TEXTO 1</p><p>O rádio</p><p>Sei que o homem desembarcar na Lua foi o fato mais impor-</p><p>tante do século – e quem sabe até da história do mundo. Mas a di-</p><p>vulgação do rádio transitor teve um alcance muito maior em sentido</p><p>imediato.</p><p>Não conheço outra criação do progresso que possuísse tal ca-</p><p>pacidade de penetração nem que fosse tão rapidamente aceita pelas</p><p>populações mais atrasadas. Máquina de costura, luz elétrica, agulha</p><p>de injeção, tudo isso espalhou-se depressa e profundamente – mas</p><p>não chegou aos pés do rádio de pilha. Até do motor a explosão o rá-</p><p>dio ganha por causa da sua acessibilidade. Todo mundo pode sonhar</p><p>com um carro – até índio – mas adquiri-lo já é outra coisa. Enquanto</p><p>o rádio está praticamente ao alcance de todos – até do índio também.</p><p>No sertão mais escondido, em barrancas secretas do rio por</p><p>Amazonas e Goiás, em serranias perdidas, em campinas longe do</p><p>mundo, se a gente avista uma casa de caboclo, de colono, de pio-</p><p>neiro emigrante, nove casas em cada dez verá, por cima do telhado</p><p>rústico de cumeeira a cumeeira, o fio de cobre da antena do rádio.</p><p>Dentro da casa haverá um tamborete, um pote, um fogão de barro,</p><p>nada mais. Porém, em cima de um caixote improvisado em mesa,</p><p>trepado num caritó na parede da sala, quase infalivelmente você</p><p>verá um rádio. Tocando o dia inteiro as suas musiquinhas de dois</p><p>vinténs (e por isso matando a velha e preciosa música folclórica),</p><p>espalhando notícias e – essa, sim, é a sua contribuição mais im-</p><p>portante – servindo de ligação entre populações distantes que não</p><p>têm entre si outro veículo de comunicação, dando recados, pedindo</p><p>notícias, acusando cartas, servindo de correio gracioso aos que não</p><p>têm outro correio ou, tendo-o, não sabem como usá-lo.</p><p>Rara é a estação interior – rara não, acho que não há mesmo</p><p>nenhuma – que deixe de ter a sua “hora sertaneja” ou “alô, ser-</p><p>tão”, ou “mande o seu recado”, ou outro programa equivalente. E</p><p>comove a gente ouvir o trançado das informações e avisos – “Dona</p><p>Maria de Tal, fazenda Carnaúba, sua filha manda dizer que o me-</p><p>nino operou-se e vai se salvar”; “Seu Raimundinho Nonato, do sítio</p><p>A VIDA SECRETA DOS OBJETOS</p><p>Pacavira, avisa à família que perdeu o trem ontem e agora só pode</p><p>ir na semana que vem”; “Rosália do Putiú, Baturité, avisa aos irmãos</p><p>Ribamar e Vicente, na barra do Ceará, que a mãe faleceu repentina-</p><p>mente; o enterro será hoje mesmo”.</p><p>A princípio se estranha como é que chegam ao destino aquelas</p><p>comunicações perdidas, sem horário certo. Depois se entende – os</p><p>rádios estão sempre ligados, sempre tem em casa uma pessoa que</p><p>escuta as mensagens. Ao ouvir um nome conhecido, arrebita a ore-</p><p>lha, presta atenção e passa adiante o recado a quem interessa. É ra-</p><p>ríssimo perder-se um comunicado ou chegar ele com atraso. Sempre</p><p>alguém por perto o escutou.</p><p>E pode faltar na casa o dinheiro para o fumo ou o café, para a</p><p>rede nova, para o corte de pano da mulher, mas não faltará para o</p><p>carrego do rádio – ou seja, carga de pilhas do aparelho. E também,</p><p>sendo o rádio objeto de tão indispensável presença em todos os</p><p>lares, e sendo quase sempre escasso o dinheiro em moeda corrente,</p><p>os rádios são negociados nas barganhas mais singulares: um rádio</p><p>novo por dois bacorinhos, um saco de milho e meia arroba de al-</p><p>godão; um rádio velho, já passado por muitas mãos, por um amar-</p><p>rado de frangos e um relógio de pulso com corda quebrada; um</p><p>rádio ainda mais ou menos por tantos dias de serviço, uma lanterna</p><p>de pilha sem carrego e uma ninhada de ovos de galinha indiana...</p><p>Qualquer negócio vale, contanto que o rádio venha; pois é da nossa</p><p>natureza, mesmo entre os mais esquecidos e abandonados dos seres,</p><p>esse desejo e esse orgulho de pertencer (nem que seja através de uma</p><p>voz distante dentro de uma caixa de plástico), de fazer parte, de se</p><p>integrar na comunhão dos homens.</p><p>[22 de maio de 1974]</p><p>QUEIROZ, Rachel de. “O rádio”. O melhor da crônica brasileira.</p><p>Rio de Janeiro: José Olympio, 2013. p. 82-84.</p><p>Glossário:</p><p>Barrancas: barrancos.</p><p>Cumeeira: cume; ponto mais elevado de um terreno.</p><p>Caritó: prateleira rústica nas paredes das casas sertanejas.</p><p>Bacorinho: criança pequena; neném.</p><p>TEXTO 2</p><p>Na maciota</p><p>No meio da adolescência, tendo em vista uma maior valoriza-</p><p>ção de minha pessoa pelo sexo oposto, resolvi implementar algumas</p><p>melhorias no layout e abri mão do conforto em nome da estética.</p><p>Troquei os moletons pelos jeans, aposentei o relógio com joguinho</p><p>e, mais difícil, abandonei os deliciosos tênis esportivos, passando a</p><p>usar calçados com proposta: All Stars, Adidas vintage, Pumas invo-</p><p>cados, sapatênis e outros modelos cheios de conceito e sem nenhu-</p><p>ma tecnologia de entressola. Foram 20 anos castigando as juntas</p><p>BALCÃO DE</p><p>REDAÇÃO</p><p>www.poliedroeducacao.com.br</p><p>PVPRÉ-VESTIBULAR</p><p>1</p><p>TEMA 3 – 2021 | Período de 8 a 14 de fevereiro</p><p>BALCÃO DE REDAÇÃO – TEMA 3 – 2021</p><p>2www.poliedroeducacao.com.br</p><p>em nome do coração, batendo os calcanhares contra a rígida crosta</p><p>terrestre só para tentar me mostrar um pouquinho mais atraente às</p><p>mulheres – o que a gente não faz por amor?</p><p>Não sei se foi o aprimoramento de minha “identidade visual” –</p><p>como dizem os publicitários –, o amadurecimento interior, o curso</p><p>natural da vida ou tudo isso junto, só sei que funcionou. Longe de</p><p>ter me tornado um Don Juan das Perdizes, mas consegui perder</p><p>a virgindade (para nunca mais encontrá-la – pelo menos não em</p><p>mim), tive algumas namoradas, depois me casei. E foi uma sensação</p><p>de comezinha plenitude, uma cotidiana paz interior que me levou,</p><p>semana passada, de volta aos tênis esportivos. Depois de duas</p><p>décadas sem moleza – literalmente –, passei os últimos sete dias</p><p>calçando um Nike Air de corrida, cinza e amarelo, tão aprazível às</p><p>juntas quão desagradável à visão – segundo minha mulher.</p><p>Ela está preocupada: não só com a feiura desses tênis, de cores</p><p>berrantes e cheios de faixas refletoras – desenhados mais para im-</p><p>pedir um atropelamento na beira da estrada do que, digamos, para</p><p>serem exibidos no Spot –, mas com o que virá depois. Moletom? Rou-</p><p>pão aos domingos? Bigode? Pijama na padaria? Rider, Deus do céu?!</p><p>Ontem, minha irmã me ligou. Sempre defensora da elegância</p><p>e solidária à minha mulher, queria saber dos detalhes. “É dos colori-</p><p>dos?”, “Não, não, branco é pior ainda!”, “Cê usa como, com jeans?</p><p>Sei... E a meia, de que cor? Nossa...”, “E se você usasse só dentro</p><p>de casa?”, “Eu tô falando é pelo seu bem!”, “Tá, pela Julia, então!</p><p>Pensa na Julia! Cê acha que é legal ela se arrumar toda e sair por aí</p><p>com um marido de tênis de corrida?!”.</p><p>Estou vivendo dias contraditórios. Sinto-me feliz e culpado,</p><p>como um fumante que retoma o cigarro após anos de abstinência.</p><p>Sinto-me reconfortado e aflito, como o divorciado que, fraquejan-</p><p>do, volta ao casamento problemático. Estarei eu me libertando dos</p><p>grilhões da moda ou me atolando na areia movediça da preguiça?</p><p>Seria esse um movimento de independência ou apenas mais um</p><p>passo em direção ao Homer Simpson que aguarda a todos os mari-</p><p>dos depois de alguns anos de casado?</p><p>Não sei, mas acho que vale a pena insistir e ver no que dá. A</p><p>cada dia, caminhando pela calçada, dando aquela corridinha para</p><p>atravessar a rua ou mesmo parado, numa fila, passando o peso de</p><p>uma perna para outra, tenho mais certeza de minha opção. Do pó</p><p>viemos e ao pó voltaremos: que possamos ao menos, entre o corpo</p><p>e a terra, colocar os anteparos necessários</p><p>para amaciar a jornada.</p><p>A vida já é curta, meus amigos, não precisa ser dura também. E que</p><p>venha o moletom! (Brincadeira, amor, brincadeira...).</p><p>PRATA, Antonio. “Na maciota”. Folha de S.Paulo, 29 ago. 2012.</p><p>Disponível em: <www1.folha.uol.com.br/colunas/antonioprata/1144838-</p><p>na-maciota.shtml>. Acesso em: 6 jan. 2021.</p><p>TEXTO 3</p><p>Trecos, troços e coisas: como os objetos</p><p>materiais definem nossa identidade</p><p>Observe os objetos, trecos e coisas à sua volta. Perceba como</p><p>eles têm o poder de nos distinguir e de nos afetar – seja oprimindo</p><p>ou evidenciando quem somos: a catraca do ônibus que limita a pas-</p><p>sagem de pessoas obesas; a tornozeleira eletrônica que “denuncia”</p><p>o status do detento, dificultando a ressocialização; a roupa que você</p><p>usa e que reflete sua identidade.</p><p>Quantas sandálias você já evitou usar por causa da cor da sua</p><p>pele? “Muitas vezes”, respondeu o professor de língua portuguesa</p><p>Fabrício Gama, de Belém (PA). Negro, ele não costuma usar determi-</p><p>nadas vestimentas em espaços públicos para não ser discriminado –</p><p>como percebeu na fila do banco, quando duas pessoas esconderam o</p><p>celular na bolsa quando o avistaram. “Baixei a cabeça e sorri para mim</p><p>mesmo. Fiquei na fila, saquei meu dinheiro e fui para a academia. Daí</p><p>você pergunta, ‘você sorri por quê?’. Porque comecei a me acostumar</p><p>a viver em um país preconceituoso, não seria a primeira vez que eu</p><p>sofria isso”, lamenta.</p><p>No livro Trecos, Troços e Coisas, o antropólogo britânico</p><p>Daniel Miller aborda a cultura material dos objetos – não só</p><p>como extensões do próprio ser humano, a exemplo dos óculos,</p><p>que corrigem a visão, mas também como registros da comple-</p><p>xidade social. “Um ‘treco’ é a materialização das relações que</p><p>produzimos, e muitas vezes pode se virar contra nós mesmos e</p><p>tornar-se opressivo”. [...].</p><p>“Objetos não gritam para você como os professores, nem jo-</p><p>gam um pedaço de giz em você, como o meu jogou, mas eles lhe</p><p>ajudam docilmente a aprender como agir da forma apropriada. Essa</p><p>teoria também dá contorno e forma à ideia de que os objetos ‘fazem’</p><p>as pessoas. Porém, a lição da cultura material é que, quanto mais</p><p>deixamos de notá-la, mais poderosa e determinante ela se mostra”,</p><p>afirma Miller, que se dedica ao estudo das relações humanas com as</p><p>coisas e as consequências de seu consumo.</p><p>[...]</p><p>Objetos como marcadores de gênero</p><p>[...] Professora do Museu Paulista da Universidade de São Paulo</p><p>(USP), Vânia Carneiro estuda como os objetos constituem as diferen-</p><p>ças sociais e de gênero dentro do espaço doméstico. No século 19,</p><p>artefatos masculinos remetiam ao universo do trabalho intelectual,</p><p>como livros, jornais, cigarros, poltronas de couro, mesas de madeira</p><p>etc. Já os objetos relacionados às mulheres eram as de atividades</p><p>do lar – toalhas, capas, bolsos, cestos, sacolas, caixas, máquina de</p><p>costura.</p><p>“Com isso, os suportes materiais puderam atingir estratos so-</p><p>ciais menos abastados, e creio que isso acontece porque, ainda</p><p>hoje, esses marcadores são relevantes para muitas famílias” [...].</p><p>Outra marca do feminino na casa é a associação do corpo da</p><p>mulher aos objetos do lar. Por exemplo, flores presentes na estam-</p><p>pa da roupa da dona de casa estão presentes em almofadas. “No</p><p>seriado ‘A Grande Família’, da TV Globo, a protagonista Nenê se</p><p>apresentava, por vezes, com um vestido de estampa igual à cortina”,</p><p>lembra a pesquisadora.</p><p>Preste atenção nas propagandas do Dia das Mães, ou do Dia</p><p>dos Pais. Em geral, mostram imagens de filhos comprando eletrodo-</p><p>mésticos e utensílios do lar para mães. Para eles, os pais, disposi-</p><p>tivos tecnológicos, livros. “É preciso que tomemos consciência dos</p><p>objetos e de sua importância para o que fazemos de nós mesmos. É</p><p>preciso uma tomada de consciência – não para amarmos ou odiar-</p><p>mos incondicionalmente os artefatos que nos rondam e nos consti-</p><p>BALCÃO DE REDAÇÃO – TEMA 3 – 2021</p><p>3www.poliedroeducacao.com.br</p><p>tuem, mas para entendermos sua relevância, sua não neutralidade e</p><p>o que eles ajudam a ocultar ou revelar”.</p><p>[...]</p><p>Ressignificação dos objetos</p><p>As coisas ao nosso redor falam muito sobre quem somos. A todo</p><p>instante, damos novo sentido a artefatos que, no passado, foram</p><p>motivos de opressão. [...] Se parássemos para observar a densidade</p><p>de significados que cada um dos artefatos com os quais nos re-</p><p>lacionamos diariamente carrega, nossa vida paralisaria, acredita o</p><p>antropólogo Marcos Carvalho. “Mas também acredito que exista um</p><p>jogo complexo entre regimes de visibilidade e invisibilidade. O que</p><p>é visível para alguns não é para outros. E, às vezes, muito esforço é</p><p>empreendido para produzir processos de visibilização – ou invisibili-</p><p>zação – por grupos e contextos particulares”. [...].</p><p>Mais recentemente, em 2019, foi a imagem de uma cadeira</p><p>de vime com encosto circular alto na foto de uma festa de aniver-</p><p>sário badalada em Salvador (BA) que expôs o racismo naturalizado</p><p>no Brasil. A aniversariante, a socialite e ex-editora da revista Vogue</p><p>Brasil, Donata Meirelles, postou numa rede social uma foto em que</p><p>aparecia sentada na tal cadeira, ladeada por duas mulheres negras</p><p>em trajes típicos usados pelas baianas em festas de candomblé. A</p><p>cadeira, do modelo conhecido como Emanuelle ou cadeira-pavão,</p><p>repercutiu como representação racista de uma sinhá rodeada por</p><p>suas mucamas escravas, típica cena do Brasil colonial.</p><p>Em outra fotografia, captada em 1968, a cadeira-pavão tem re-</p><p>presentação exatamente oposta. Numa imagem icônica, o fundador</p><p>do partido Black Panthers e líder do movimento negro nos Estados</p><p>Unidos, Huey Newton, posa sentado numa cadeira-pavão segurando</p><p>um rifle em uma das mãos e uma lança na outra, retratando o poder</p><p>e a realeza negra. Em 2018, a cantora Beyoncé resgatou essa sim-</p><p>bologia ao incluir uma cadeira-pavão no show da turnê “Formation”,</p><p>replicando a imagem de Newton no palco.</p><p>Não, não é só uma cadeira.</p><p>RÔMANY, Ítalo. “Trecos, troços e coisas: como os objetos materiais</p><p>definem nossa identidade”. TAB-UOL, 10 jun. 2020. Disponível em:</p><p><https://tab.uol.com.br/noticias/redacao/2020/06/10/como-chinelos-</p><p>cadeiras-e-mamadeira-de-piroca-explicam-nossa-sociedade.htm>.</p><p>Acesso em: 6 jan. 2021.</p><p>PROPOSTA DE REDAÇÃO</p><p>Com base na leitura e análise da coletânea e em suas experiên-</p><p>cias pessoais, redija uma crônica cujo tema seja um objeto ainda</p><p>usual que carregue consigo alguma representação social signifi-</p><p>cativa da qual nem você se dava conta. Nela, você deve: deixar</p><p>claro desde o início o objeto que será trabalhado; evidenciar a as-</p><p>sociação entre o uso desse objeto e a representação social a ele</p><p>correspondente; narrar como foi a tomada de consciência sobre a</p><p>significância desse objeto; concluir de maneira a reforçar a reflexão</p><p>sugerida ao longo da crônica.</p><p>Lembre-se de cumprir os seguintes critérios:</p><p>• atribuir um título à crônica;</p><p>• utilizar a norma-padrão da língua portuguesa, recorrendo à</p><p>informalidade quando necessário;</p><p>• adequar a interlocução à situação e ao gênero propostos;</p><p>• respeitar a estrutura do gênero textual solicitado;</p><p>• utilizar o mínimo de 18 e o máximo de 25 linhas.</p><p>Boa produção!</p><p>Professora Andressa Tiossi</p><p>Orientações para o professor</p><p>Crônicas tratam de assuntos que, apesar de recorrentes em nosso</p><p>cotidiano, tendem a ser imperceptíveis aos olhares menos atentos.</p><p>Por isso, estudar esse gênero é uma ótima maneira de exercitar a</p><p>observação de sutilezas, detalhes ao nosso redor que possam ren-</p><p>der boas análises. Observar o mundo é fundamental para a boa</p><p>interpretação e para a escrita. Além disso, crônicas são bons retra-</p><p>tos de contextos sociais e históricos, por isso a coletânea explora</p><p>exemplos de diferentes períodos – em concordância com o texto 3,</p><p>que trata justamente dos valores simbólicos de determinados ob-</p><p>jetos nos mais variados contextos. Após a discussão e análise do</p><p>tema em aula, é fundamental reforçar o viés literário predominante</p><p>no gênero, ainda que apareça de formas sutis e mesmo que seja</p><p>recorrente no universo jornalístico. Crônicas são feitas de histórias</p><p>bem-contadas, por isso, por mais</p><p>que a proposta temática envolva</p><p>uma discussão sobre eventuais questões sociais, esse conteúdo pre-</p><p>cisa aparecer de forma leve na produção textual.</p>