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FUNDAMENTOS DE 
FARMACOTÉCNICA
Keline Lang 
Alcoometria
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Definir o grau alcoólico das misturas de água e álcool etílico.
  Distinguir os teores alcoólicos volumétrico e ponderal.
  Descrever a técnica de preparo de álcool a 70% (p/p) e a 77% (V/V), se-
gundo o Formulário Nacional da Farmacopeia Brasileira (BRASIL, 2012).
Introdução
Neste capítulo, você verificará que a mistura de água e álcool etílico pode 
resultar em diferentes graus alcoólicos, uma vez que são destinados a 
produtos com funções/objetivos distintos, muitas vezes, utilizados em 
nosso dia a dia. Você também será capaz de definir o grau alcoólico da 
mistura de água e álcool etílico, assim como diferenciar o teor alcoólico 
volumétrico do ponderal, além de aprender como produzir álcool etílico 
a 77% (V/V) e álcool etílico a 70% (p/p), conforme descrito no Formulário 
Nacional da Farmacopeia Brasileira (BRASIL, 2012). 
Grau alcoólico das misturas de água e álcool 
etílico
O álcool etílico, também chamado de etanol, é uma substância orgânica em 
forma líquida a 25°C que pode estar em forma anidra ou hidratada. A forma 
anidra é quando há o etanol e, no máximo, 1% de água, e somente a baixas 
temperaturas (geralmente, sob resfriamento) podemos encontrar o álcool 
absoluto (100%). A forma hidratada é uma mistura hidroalcoólica, ou seja, 
água e álcool. É a forma hidratada que nos interessa nesse momento. 
O álcool hidratado é utilizado na indústria farmacêutica, alcoolquímica e 
de bebidas, além de ser matéria-prima para combustível automotivo e produtos 
de limpeza. Porém, para cada utilidade dessa solução hidroalcoólica, há um 
grau alcoólico específico, de acordo com a função de cada produto, ou seja, 
para cada solução, há uma concentração diferente de álcool etílico em água, 
o que vai determinar o grau alcoólico de cada produto, em geral, conhecido 
como °GL.
Para você ter uma ideia, o álcool etílico líquido para desinfecção deve estar 
na concentração de 77°GL (70%) — ele é produzido a partir do álcool etílico 
a 96°GL —, mas a função antisséptica já surge em soluções hidroalcoólicas 
em concentrações a partir de 40%. Aquele álcool líquido que compramos no 
mercado ou na farmácia está na concentração de 46 °INPM. O álcool gel possui 
álcool etílico mínimo de 70% (p/p), quando tem a função de saneante e, quando 
tem a função antisséptica degermante, a concentração é de 70% (V/V). O álcool 
etílico (anidro), utilizado como combustível, deve ter concentração entre 95,1° 
e 96 ºINPM. Já em uma cerveja industrializada, ao observar o rótulo, estará 
em torno de 5% em volume. A Figura 1 mostra fotos de rótulos de produtos 
comercializados que apresentam maneiras diferentes de representar o grau 
alcoólico do seu conteúdo. 
Figura 1. Rótulos de: (a) álcool gel para uso doméstico; (b) álcool líquido para uso doméstico; 
(c) vinho do Porto.
a) b) c)
Você percebeu as diferentes formas de escrever o grau alcoólico menciona-
das anteriormente? É possível ter álcool nas concentrações: 70% (V/V), 70% 
Vol., 70% (p/p), 70% P, 70°GL e 70 °INPM. O grau alcoólico é a quantidade 
de álcool etílico em uma solução de água e etanol. Segundo a Farmacopeia 
Brasileira (BRASIL, 2010), alcoometria é a determinação do grau alcoólico 
ou título etanólico das misturas de água e álcool etílico. 
O V significa volume, ou seja, a proporção é volume/volume entre a água 
e o álcool etílico. O °GL significa Gay-Lussac e também determina a propor-
ção V/V entre a água e o álcool etílico. Essa unidade de medida surgiu em 
homenagem a Louis Joseph Gay-Lussac, que foi um químico e físico francês 
nascido em 1778. Ele ficou conhecido pela formulação da Lei dos gases e por 
Alcoometria2
ter desenvolvido a Lei volumétrica, que envolve a reação entre oxigênio e 
hidrogênio. Com essa experiência, seu nome passou a ser usado como unidade 
de medida de volume de álcool, expressa em graus Gay-Lussac. A proporção 
peso/peso ou massa/massa entre a água e o álcool etílico é expressa por p/p 
ou m/m. O Grau INPM também está relacionado com a proporção peso/peso 
entre a água e o álcool. A sigla INPM significa Instituto Nacional de Pesos 
e Medidas, que determina a quantidade em gramas de álcool etílico contida 
em 100 g de uma mistura hidroalcoólica.
Veja que você poderá determinar o teor alcoólico de uma mesma solução 
ou mistura em percentual de álcool em peso e em percentual de álcool em 
volume. Consequentemente, os teores terão valores numéricos diferentes, 
porém, significando o mesmo teor alcoólico. Isso é chamado de teor alcoólico 
volumétrico e ponderal, que você verá a seguir.
Antes, você precisa saber como medir o grau alcoólico de uma solução. O 
instrumento que determina o grau alcoólico é um densímetro denominado al-
coômetro centesimal. Ele indica o volume de álcool etílico contido em 100 
volumes de uma mistura feita de álcool etílico e água (BRASIL, 2012). É 
composto por um tubo de vidro com certa quantidade de chumbo no fundo. 
Possui duas partes, o tubo e o bulbo. O tubo possui uma escala calibrada 
que permite a leitura da densidade, em °GL. O instrumento precisa flutuar 
na solução cuja densidade quer medir. Assim, grau alcoólico nada mais é 
do que uma densidade (relação entre massa e volume de uma substância). O 
deslocamento do volume do fluido em que o peso iguala-se ao alcoômetro 
determina a densidade da solução, que está indicada na superfície do líquido 
em interface ao ponto da escala do alcoômetro. Confira a Figura 2.
Figura 2. Alcoômetro centesimal composto por uma graduação (escala em Gay-Lussac), 
indicando a composição da solução em porcentagem por volume de álcool, medida a 20ºC.
Fonte: VAV/Shutterstock.com.
3Alcoometria
O alcoômetro é calibrado para medir o grau alcoólico (°GL) quando a 
solução estiver a 20°C, ou seja, somente à temperatura de 20°C é que o valor 
encontrado no alcoômetro corresponderá ao valor real.
A temperatura pode alterar o grau alcoólico de uma solução hidroalcoólica. 
Isso ocorre porque a temperatura interfere na densidade dos líquidos, e o 
grau alcoólico nada mais é do que a determinação da densidade da mistura 
hidroalcoólica. Essa influência ocorre porque, quando o líquido é aquecido, as 
moléculas ou os átomos agitam-se, e isso altera o espaço em que se encontram, 
ou seja, o seu volume. Como a densidade é uma relação entre volume e massa 
(d = m/v) em que o volume é variável, mas a massa é fixa, quanto maior a 
temperatura, maior o volume e, portanto, menor a densidade. 
No caso de a temperatura da solução água e etanol estar diferente de 20°C, 
será necessário fazer uma correção (BRASIL, 2012), o que você verá neste 
capítulo.
Teor alcoólico volumétrico e ponderal
Você já pôde notar que o grau alcoólico é representado de várias maneiras. Isso 
está relacionado com o fato de o teor alcoólico de uma solução hidroalcoólica 
ser volumétrico ou ponderal. A seguir, veja as diferenças entre eles, conforme 
o Formulário Nacional da Farmacopeia Brasileira (BRASIL, 2012).
Teor alcoólico volumétrico
O título alcoométrico volumétrico ou teor alcoólico volumétrico de uma 
mistura de água e álcool é expresso pelo número de volumes de etanol a 
20ºC contido em 100 volumes dessa mistura nessa mesma temperatura. Ele é 
expresso em % (V/V) ou % Volume. A graduação alcoólica °GL, denominada 
Gay-Lussac, possui a mesma função do teor alcoólico volumétrico, ou seja, 
determina o grau alcoólico somente da concentração do álcool, em volume, 
também chamada de força real das misturas de água e álcool.
 O Formulário Nacional da Farmacopeia Brasileira (BRASIL, 2012) deter-
mina que a força real de um álcool é o grau indicado pelo alcoômetro centesimal 
à temperatura de 15°C. A força é dita aparente quando a temperatura está 
acima ou abaixo de 15°C. 
Alcoometria4
Perceba que as determinações do alcoômetro são exatas somente para uma 
mistura à temperatura de 20°C, na qual o instrumento foigraduado. Porém, a 
força real é determinada em 15°C, ou seja, para fazer uma solução hidroalcoólica 
de teor alcoólico conhecido, é necessário saber a temperatura do álcool que 
vai ser utilizado e corrigir o grau alcoólico encontrado utilizando o quadro 
da força real dos líquidos espirituosos, descrita a seguir. Pela Farmacopeia 
Brasileira (BRASIL, 2010), espírito é a forma farmacêutica líquida alcoólica 
ou hidroalcoólica que contém princípios aromáticos ou medicamentosos, 
geralmente, na proporção de 5% (p/V).
O Quadro 1 apresenta a força real dos líquidos espirituosos (BRASIL, 
2012, p. 215). 
Você sabe como utilizar os dados do quadro? Faça a leitura da temperatura do álcool 
etílico e do ambiente que irá utilizá-lo e saiba exatamente o grau alcoólico, em °GL, 
do álcool que tem em mãos. Se o líquido estiver em determinada temperatura (no 
momento da medida) e for avaliado posteriormente (ou em outro ambiente/sala/
laboratório), a temperatura do ambiente pode modificar os resultados da avaliação 
(BRASIL, 2012).
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Alcoometria10
Com isso, siga os passos a seguir.
1. A primeira linha horizontal do quadro indica a força aparente, ou 
seja, o volume centesimal aparente de álcool (grau alcoólico aparente), 
marcado pelo alcoômetro em °GL. Nesse caso, o quadro apresenta 
números como, por exemplo, 56c, que é o mesmo que 56°GL. Esse 
valor é o que está descrito no rótulo do álcool etílico que você tem em 
mãos e que confirmou o grau alcoólico no alcoômetro.
2. A primeira linha vertical da esquerda indica a temperatura aparente, 
compreendida entre 10 e 30°C, ou seja, essa é a temperatura que você 
encontrou no álcool etílico, utilizando um termômetro, antes de fazer 
a preparação.
Ao cruzar as linhas vertical (temperatura aparente) e horizontal (grau 
alcoólico aparente) do Quadro 1, você encontrará a Força Real ou o volume 
centesimal real do álcool em análise à temperatura de 15°C em °GL. 
Se você possui em mãos um álcool etílico a uma temperatura de 19°C (temperatura 
aparente) e grau alcoólico de 96°GL (grau alcoólico aparente: 96c), ao realizar o cruza-
mento desses dados no Quadro 1, encontrará o grau alcoólico real de 95,2°GL.
Você precisará desse valor real do grau alcoólico para produzir o álcool 
na graduação que desejar. Neste capítulo, você aprenderá como produzir um 
álcool a 77°GL (V/V).
Teor alcoólico ponderal
O título alcoométrico ponderal é expresso pela relação entre a massa de etanol 
contida em uma mistura de água e etanol e sua massa total. Ele é expresso 
em % (m/m) ou % (p/p). Esse teor alcoólico também é conhecido por grau 
INPM. Portanto, o grau alcoólico é representado pela quantidade em gramas 
de álcool etílico em 100 gramas de uma mistura hidroalcoólica. 
11Alcoometria
Como produzir um álcool utilizando a relação entre a massa do álcool e a 
massa da mistura água-álcool?
  Primeiramente, consulte o Quadro 1 sobre a força real dos líquidos 
espirituosos para determinar o grau alcoólico real do álcool etílico a 
partir das informações que já possui em mãos, ou seja, você sabe o 
grau alcoólico aparente, que é o descrito no rótulo do álcool etílico, e 
a temperatura aparente, que é a temperatura desse álcool medida com 
um termômetro.
  Para determinar o grau alcoólico ponderal do álcool etílico, será 
necessário utilizar o Quadro 2 com os valores do grau do alcoômetro 
centesimal. Para isso, talvez seja necessário aproximar o valor que 
encontrou no Quadro 1 para um correspondente no Quadro 2 como, 
por exemplo: encontrou 94,7°GL (Quadro 1), porém será necessário 
utilizar o valor de 95°GL. Cruze as colunas 1 e 3 do Quadro 2, descritas 
a seguir, considerando 95°GL como 95c. O Quadro 2 indicará o título 
ponderal do álcool em g. 
Você precisará desse valor de título ponderal do álcool, encontrado no 
Quadro 2, para produzir o álcool na graduação que desejar. 
Técnica de preparo de álcool a 70% (p/p) e a 77% 
(V/V)
O primeiro Formulário Nacional foi criado em 2005 pela Comissão da 
Farmacopeia Brasileira, composta por profi ssionais da área. Trata-se de um 
documento direcionado às farmácias magistrais e aos centros universitários. 
O objetivo desse formulário é apresentar formulações de uso conhecido 
importantes à saúde pública, portanto, largamente prescritas. Essas formulações 
apresentadas passaram por um processo de revisão de literatura para evitar 
qualquer tipo de incompatibilidade entre seus componentes e, para isso, todas 
foram manipuladas e testadas em laboratórios, para que pudessem proporcionar 
produtos de qualidade, desde que seguidas as determinações contidas nas 
respectivas monografi as (BRASIL, 2012).
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Alcoometria16
Acesse o link a seguir, do Portal da Anvisa, para ter acesso ao 
Formulário Nacional da Farmacopeia Brasileira (BRASIL, 2012).
https://goo.gl/gqEFMj
As monografias descrevem diversos itens necessários para o desenvolvimento 
da formulação, como sinonímia, forma farmacêutica, formulação, orientações 
para o preparo, embalagem e armazenamento, advertências, indicações, modo 
de usar e até exemplos. Nesse formulário nacional, há monografias sobre o 
álcool etílico a 77% (V/V) e o álcool etílico a 70% (p/p), ambos com função 
antisséptica/desinfetante. Vamos aprender como produzir essas duas misturas 
hidroalcoólicas a seguir.
Álcool etílico a 77% (V/V)
Vamos supor que você queira produzir 1 L (1000 mL) de álcool etílico a 
77% (V/V) para utilizar no laboratório de microbiologia em que está fazendo 
estágio. Lembre-se de que é necessário ter um alcoômetro em mãos, além de 
água purifi cada e álcool etílico. Abrindo o armário, o álcool etílico disponível 
possui grau alcoólico de 96°GL (é o álcool que, obrigatoriamente, deve ser 
utilizado para essa produção). É necessário medir a temperatura desse álcool 
para que se consiga passar para os próximos passos. Com isso, e utilizando 
um termômetro, você verifi cou que o álcool está à temperatura de 21°C. Como 
você leu anteriormente, as determinações do alcoômetro são exatas somente 
para uma mistura a 20°C, e você encontrou 21°C. Além disso, o Formulário 
Nacional da Farmacopeia Brasileira (BRASIL, 2012) indica os títulos etanólicos 
a 15°C, ou seja, você precisará fazer a correção dessa temperatura. Para isso, 
será necessária uma consulta ao Quadro 1.
17Alcoometria
Dados:
Grau alcoólico aparente: 96°GL – 96c
Temperatura aparente: 21°C
Cruze a linha horizontal e a linha vertical do Quadro 1 com os dados que 
possui (96c e 21°C). O valor encontrado é de 94,7°GL, que corresponde 
ao grau alcoólico real a 15°C.
Agora, você precisa saber qual é a proporção de álcool etílico e água 
para resultar em 1000 mL (1 L que você pretende produzir) de uma solução 
hidroalcoólica a 77% (V/V).
Para obter o volume de álcool etílico que será utilizado, siga a equação 
a seguir.
X = v
a
b�
Onde:
X = quantidade de álcool etílico a ser medido (mL)
v = volume de álcool desinfetante que se deseja preparar
b = grau alcoólico que se deseja obter
a = grau alcoólico real do álcool etílico (corrigido no Quadro 1)
Agora, vamos colocar os valores na equação.
94,7 g
X = 1.000 mL � 77 g = 813,09 mL de álcool etílico
94,7 g
Isso significa que você deve medir 813,09 mL, ou arredondar para 815 mL 
de álcool etílico, e colocar 185 mL de água, já que o objetivo é produzir 1.000 
mL de solução. Agite. Deixe a solução em repouso até a completa eliminação 
das bolhas, e confirme o grau alcoólico (título etanólico) da solução utilizando 
um alcoômetro. 
Contudo, se você fizer essa solução hidroalcoólica exatamente nas 
quantidades descritas, verá que o volume final não será 1000 mL como 
desejado, mas em torno de 970 mL. Isso ocorre porque a mistura de água e 
Alcoometria18
álcool etílico sofre contração, o que gera uma redução de, no máximo, 3% do 
volume (ALLEN JÚNIOR, 2016). Essa contração é ocasionada pelas pontes de 
hidrogênio que são formadas entre as moléculas de água e álcool. As moléculas 
de água formam pontes de hidrogênio entre si, mas há espaços vazios entre 
elas. Com as moléculas do álcool adicionadas, esses espaços são ocupados e, 
como as pontes de hidrogênio são ligações muito fortes, há redução do volume 
final da mistura (CHANG; GOLDSBY, 2013). 
Observe que as densidades isoladas da água são de 1,0 g/cm3, e do álcool 
etílico, 96°GL, de 0,8 g/cm3. Após fazer a mistura hidroalcoólica de volumes 
iguais de água e álcool a 96°GL, a densidade final passa a ser de 0,94 g/cm3, 
e não 0,9 g/cm3, como o esperado, ou seja, na equação da densidade (d = m/v), 
em que a massa permanece constante (você não está alterando a quantidade 
de água e álcool), temos que relacionar a densidade com o volume, que são 
inversamente proporcionais entre si. Com isso, se a densidade aumentou, o 
volume diminuiu. 
Portanto, sempre que precisar produzir uma quantidade fixa de álcool em 
% (V/V), faça oscálculos que aprendeu acrescentando 3% do volume total, 
ou seja, se você quer produzir 1.000 mL de solução hidroalcoólica a 77% 
(V/V), e 3% de contração corresponde a 30 mL a menos do volume total, 
você precisará de um volume final teórico de 1.030 mL para, na prática, obter 
1.000 mL. Após esse raciocínio, faça o cálculo a seguir (o mesmo descrito 
anteriormente, porém, alterando 1.000 mL por 1.030 mL):
94,7 g
X = 1.030 mL � 77 g = 837,5 mL de álcool etílico + 192,5 mL de água
94,7 g
Como alterou a quantidade necessária de álcool, alterará também a 
quantidade de água e, nesse caso, terá que calcular considerando o volume 
final de 1030 mL.
Álcool etílico a 70% (p/p)
Agora, você precisa fazer 1000 mL de uma solução hidroalcoólica, álcool etílico 
e água, a 70% (p/p), ou seja, você terá que pesar os componentes para produzir 
um álcool desinfetante a 70%. O que se tem disponível é o álcool etílico a 
96°GL, à temperatura de 21°C, uma vez que você conferiu essa temperatura 
com um termômetro. Então, vamos produzir esse álcool etílico a 70% (p/p). 
Considerando que a temperatura do álcool etílico a 96°GL é diferente de 20°C, 
19Alcoometria
consulte o Quadro 1 (força real dos líquidos espirituosos) para determinar 
o grau alcoólico real do álcool etílico. Utilize os dados que possui, ou seja, 
96°GL (96c) a 21°C. Cruzando esses dados, o valor correspondente encontrado 
foi o grau alcoólico real de 94,7°GL a 15°C.
Você deve pesar esses componentes (água e álcool), então, precisará 
determinar o grau alcoólico ponderal do álcool etílico a 94,7°GL. Para isso, 
utilize o Quadro 2 (valores do grau do alcoômetro centesimal de 100 a 2, em 
volume °GL, a respectiva densidade da mistura alcoólica a 15°C e o título 
ponderal). Observe que será necessário aproximar esse valor para 95°GL, pois 
não há 94,7°GL na tabela. Cruze as colunas 1 e 3 do Quadro 2, considerando 
95c. O Quadro 2 indica que o título ponderal do álcool a 95°GL é de 92,43 g. 
Agora, com todas as informações que possui, você precisa saber a quantidade 
de álcool etílico a ser pesado. Para isso, utilize a expressão a seguir.
Y = P
a
b�
Onde:
Y = quantidade de álcool etílico a ser pesado
P = quantidade, em peso, de álcool desinfetante que deseja preparar
b = título ponderal que deseja obter
a = título ponderal do álcool etílico (corrigido no Quadro 2)
Agora, coloque os dados.
Y = 1.000 g � 70 g = 757,30 g de álcool etílico
92,43 g
Isso significa que você deve pesar 757,30 g de álcool etílico e completar 
para 1000 g com água. Misture. Deixe a solução em repouso até a completa 
eliminação das bolhas e confirme o grau alcoólico (título etanólico) da solução 
utilizando um alcoômetro. 
Alcoometria20
 O Formulário Nacional (BRASIL, 2012) determina que o álcool etílico, utilizado no preparo 
de uma solução hidroalcoólica, deve ter, no mínimo, 94,7°GL ou 94,7%(V/V) a 15°C.
Acesse o link a seguir, do Portal da Anvisa, para ter acesso à 
“Tabela Alcoométrica” da Farmacopeia Brasileira (BRASIL, 2010, 
p. 525-545). 
https://goo.gl/o7QCfM
ALLEN JÚNIOR, L. V. Introdução à farmácia de Remington. Porto Alegre: Artmed, 2016.
BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Farmacopeia brasileira. 5. ed. v. 1. 
Brasília: ANVISA, 2010. Disponível em: <http://portal.anvisa.gov.br/documents/33832
/260079/5%C2%AA+edi%C3%A7%C3%A3o+-+Volume+1/4c530f86-fe83-4c4a-b907-
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BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Formulário 
nacional da farmacopeia brasileira. 2. ed. Brasília: ANVISA, 2012. Disponível em: <http://
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CHANG, R.; GOLDSBY, K. Química. 11. ed. Porto Alegre: AMGH, 2013.
Leituras recomendadas
ANSEL, H. C.; PRINCE, S. J. Manual de cálculos farmacêuticos. Porto Alegre: Artmed, 2005.
FERREIRA, A. O.; BRANDÃO, M. Guia prático da farmácia magistral. 4. ed. v. 2. São Paulo: 
Pharmabooks, 2011.
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