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<p>EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DA 62ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE SERRAVILLE – ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL.</p><p>Processo: 00008987-98.2023.4.5.0031.</p><p>FLÁVIO DUTRA, já qualificado nos autos da Ação de Responsabilidade Civil por Danos Materiais e Morais que move em face de JOANA BRADIBURGO DUMONT, também qualificada, vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência, por intermédio de seu advogado que está subscreve, não se conformando com a r. sentença proferida, interpor RECURSO DE APELAÇÃO nos termos do art. 1.009 e seguintes do Código de Processo Civil, pelas razões que seguem acostadas.</p><p>Requer sejam as inclusas razões recebidas para a devida apreciação pelo Egrégio Tribunal de Justiça, na forma da lei.</p><p>Outrossim, informa que não possui condições de arcar com os custos do preparo sem prejuízo de seu próprio sustento, conforme extratos anexos, razão pela qual requer a concessão da gratuidade de justiça nos moldes do art. 98, VIII, e seguintes do Código de Processo Civil.</p><p>Termos em que,</p><p>Pede deferimento.</p><p>Serraville/RS, data, nome, assinatura, advogado e OAB.</p><p>RAZÕES DE APELAÇÃO</p><p>APELANTE: FLÁVIO DUTRA</p><p>APELADO(A): JOANA BRADIBURGO DUMONT</p><p>ORIGEM: 62ª Vara Cível da Comarca de Serraville/RS</p><p>EGRÉGIO TRIBUNAL,</p><p>ILUSTRES DESEMBARGADORES.</p><p>Não se conformando com a r. sentença proferida pelo juízo a quo, data maxima vênia, requer o Apelante que se dignem os Nobres Desembargadores a acolher o presente recurso, para, no mérito, junto aos seus pares, provê-lo em todos os seus termos pelos motivos que serão expostos, tendo a certeza de que, desta forma, evitarão que decisões como aquela perdurem no tempo, de forma contrária ao real/verdadeiro espírito da Lei.</p><p>I – SÍNTESE DOS FATOS</p><p>Flávio Dutra, alegou que, em 15 de março de 2023, enquanto dirigia seu veículo particular por uma rua movimentada da cidade, foi vítima de um acidente de trânsito causado por Joana Bradiburgo Dumont. Flávio descreveu que Joana estava dirigindo seu carro de forma negligente e, como resultado, colidiu violentamente com seu veículo, causando-lhe lesões físicas e graves danos morais.</p><p>Em sede de contestação Joana apontou que, ao contrário do alegado, em momento algum foi negligente, negando veementemente tal imposição, ao passo que o acidente ocorreu em circunstâncias imprevisíveis e incontroláveis (forte chuva e baixa visibilidade), não sendo possível imputar a ela responsabilidade exclusiva pelos danos alegados. Frisou, ainda, a contribuição do Sr. Flávio para o acidente, pontuando que a manobra repentina realizada pelo autor, ao cortar sua trajetória, dificultou qualquer reação adequada de sua parte, entendendo que Flávio também deve arcar com parte da responsabilidade pelo acidente.</p><p>Flávio ressalta que no dia do acidente, não houve qualquer chuva, sendo um dia ensolarado, na qual resta claro que a Sra. Joana, neste dia de sol, fez uma manobra brusca em alta velocidade que contribuiu sobremaneira para o acidente.</p><p>II – DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA</p><p>Inicialmente, o apelante informa que não possui condições de arcar com os custos do preparo sem prejuízo de seu próprio sustento, conforme extratos e declaração de hipossuficiência anexos, razão pela qual requer a concessão da gratuidade de justiça, com fundamento no art. 5º, LXXIV, da Constituição Federal de 1988, e art. 98, VIII, e seguintes do Código de Processo Civil.</p><p>III – DO PRINCÍPIO DO LIVRE CONVENCIMENTO MOTIVADO</p><p>Em que pese o costumeiro acerto do judiciário, a sentença prolatada deixou de considerar elementos probatórios cruciais para a justa resolução da controvérsia.</p><p>No curso do processo, foram juntadas aos autos às fls. 729 a gravação de vídeo que apresenta de forma clara e incontestável a manobra brusca realizada pela recorrida, a qual contribuiu diretamente para a ocorrência do acidente objeto da lide. Essas gravações demonstram, de maneira inequívoca, a responsabilidade da parte adversa no evento danoso, fato este que não recebeu a devida análise por parte do magistrado singular.</p><p>Com fundamentação legal no Art. 371 do CPC: ‘’O juiz apreciará a prova constante dos autos, independentemente do sujeito que a tiver promovido, e indicará na decisão as razões da formação de seu convencimento. ”</p><p>Diante do exposto, requer-se à Vossa Excelência que este Egrégio Tribunal reconsidere a sentença proferida, oportunizando a análise das provas em questão, a fim de que a justiça seja efetivamente realizada e a verdade dos fatos seja restabelecida.</p><p>IV – DO DEVER DE INDENIZAR</p><p>O fundamento principal para a presente ação é a responsabilidade civil. Conforme dispõe o Código Civil brasileiro, em seu art. 186, "aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito" (Brasil, 2002, [s. p.]). Isso significa que qualquer indivíduo que, de forma culposa ou dolosa, cause dano a outrem é obrigado a reparar esse dano.</p><p>No caso em questão, a conduta da parte ré Joana ao agir de forma negligente no trânsito pode ser enquadrada como um ato ilícito. A negligência é caracterizada pela omissão de cuidados e precauções que uma pessoa razoável adotaria em circunstâncias semelhantes.</p><p>Com fundamento legal no Art. 927 do CC: “ Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.</p><p>Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem. “</p><p>Assim, fulcro na normativa vigente, busca-se a condenação da ré ao pagamento da justa indenização por danos materiais e morais devidos ao autor.</p><p>V – DOS PEDIDOS</p><p>Crédulo no aguçado discernimento e senso de justiça desta Egrégia Corte, requer:</p><p>1) Inicialmente, a concessão em favor do apelante dos benefícios da gratuidade da justiça, com fundamento no art. 5º, LXXIV, da Constituição Federal de 1988, e art. 98, VIII, do CPC.</p><p>2) O conhecimento do recurso e, quando de seu julgamento, o integral provimento do apelo para reforma da sentença, condenando a parte recorrida ao pagamento da indenização pleiteada, na forma do art. 927 do Código Civil.</p><p>Termos em que,</p><p>Pede acolhimento.</p><p>Local, data, nome, assinatura, advogado e OAB</p>