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<p>TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARANÁ</p><p>3ª TURMA RECURSAL DOS JUIZADOS ESPECIAIS</p><p>Autos nº. 0019185-39.2023.8.16.0182</p><p>RECURSO INOMINADO Nº 0019185-39.2023.8.16.0182, DA 1º JUIZADO</p><p>ESPECIAL CÍVEL DE CURITIBA</p><p>RECORRENTE 01: MERCADOLIVRE.COM  ATIVIDADES DE</p><p>INTERNET LTDA; MERCADO PAGO INSTITUICAO DE PAGAMENTO</p><p>LTDA</p><p>RECORRENTE 02: LUCELIA ALVES DE PAULA</p><p>RECORRENTE 03: HIGOR AGOSTINHO DE CASTRO LEITE</p><p>RECORRIDOS: OS MESMOS</p><p>RELATORA: JUÍZA TITULAR DA 3ª TURMA RECURSAL DENISE</p><p>HAMMERSCHMIDT</p><p>RECURSO INOMINADO. RESIDUAL. PROCEDIMENTO DE</p><p>CHARGEBACK REALIZADO PELA PARTE RÉ, SEM</p><p>REEMBOLSAR A PARTE AUTORA. PEDIDOS AUTORAIS DE</p><p>INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS C/C MATERIAIS.</p><p>SENTENÇA PARCIALMENTE PROCEDENTE QUE CONDENA A</p><p>PARTE RÉ AO PAGAMENTO DE DANOS MATERIAIS NO</p><p>VALOR DE R$ 4.380,44, PORÉM INDEFERE A</p><p>INDENIZAÇÃO PELOS DANOS MORAIS.</p><p>RECURSO INOMINADO 01, DA PARTE RÉ, PARA AFASTAR</p><p>A CONDENAÇÃO. ALEGAÇÕES DE INEXISTÊNCIA DO</p><p>DEVER DE INDENIZAR PELA QUEBRA DE NEXO CAUSAL.</p><p>ART. 6º DO CDC PREVÊ A POSSIBILIDADE DE INVERSÃO</p><p>DO ÔNUS DA PROVA, MAS ESTABELECE COMO CRITÉRIOS</p><p>A VEROSSIMILHANÇA E A HIPOSSUFICIÊNCIA. DO</p><p>MESMO MODO, A JURISPRUDÊNCIA E DOUTRINA</p><p>APONTAM A NECESSIDADE DE PROVA MÍNIMA. NO CASO</p><p>CONCRETO, A RECORRENTE, PARA COMPROVAR O</p><p>ALEGADO, ACOSTOU AOS AUTOS OS COMPROVANTES DAS</p><p>VENDAS ENCERRADAS A FAVOR DOS COMPRADORES. A</p><p>PARTE RÉ, NO ENTANTO, ALEGA IRREGULARIDADE DO</p><p>AUTOR E CULPA DA ADMINISTRADORA DO CARTÃO.</p><p>FALHA NA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. A PARTE</p><p>RECORRENTE PERMITIU QUE FOSSE REALIZADO O</p><p>PROCEDIMENTO DE CHARGEBACK, SEM, NO ENTANTO,</p><p>EFETUAR A DEVOLUÇÃO DOS VALORES. SENTENÇA</p><p>MANTIDA NO PONTO POR SEUS PRÓPRIOS</p><p>FUNDAMENTOS, NOS TERMOS DO ART. 46 DA LEI Nº 9.099</p><p>/95.  RECORRENTE CONDENADA AO PAGAMENTO DE</p><p>CUSTAS PROCESSUAIS E HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS</p><p>FIXADOS EM 10% (DEZ POR CENTO) SOBRE O VALOR DA</p><p>CONDENAÇÃO.</p><p>RECURSO INOMINADO 01 CONHECIDO E DESPROVIDO.</p><p>RECURSOS INOMINADOS 02 E 03, DAS PARTES AUTORAS,</p><p>PARA A CONDENAÇÃO DA PARTE RECORRIDA AO</p><p>PAGAMENTO DE DANOS MORAIS. ALEGA EM INICIAL QUE</p><p>OS DANOS MORAIS SÃO , OU SEJA, IN RE IPSA</p><p>PRESUMÍVEIS DA PRÓPRIA COMPROVAÇÃO DA PRÁTICA</p><p>DE CONDUTA ILÍCITA. SENTENÇA DE JUÍZO DE ORIGEM</p><p>QUE NÃO ACOLHEU AS ALEGAÇÕES. VERIFICADA A FALHA</p><p>NA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS POR PARTE DA RÉ,</p><p>CARACTERIZANDO IMPRUDÊNCIA, IMPERÍCIA E</p><p>NEGLIGÊNCIA. RESPONSABILIDADE OBJETIVA, ANTE O</p><p>DISPOSTO NO ART. 14, CAPUT, DO CDC: “ART. 14. O</p><p>FORNECEDOR DE SERVIÇOS RESPONDE,</p><p>INDEPENDENTEMENTE DA EXISTÊNCIA DE CULPA, PELA</p><p>REPARAÇÃO DOS DANOS CAUSADOS AOS CONSUMIDORES</p><p>POR DEFEITOS RELATIVOS À PRESTAÇÃO DOS SERVIÇOS,</p><p>BEM COMO POR INFORMAÇÕES INSUFICIENTES OU</p><p>INADEQUADAS SOBRE SUA FRUIÇÃO E RISCOS”. DANOS</p><p>MORAIS DEVIDOS. CONSIDERANDO AS ESPECIFICIDADES</p><p>DO CASO CONCRETO, ASSIM COMO OS PRINCÍPIOS DA</p><p>PROPORCIONALIDADE E RAZOABILIDADE, CONDENO A</p><p>RECORRIDA, AO PAGAMENTO DE DANOS MORAIS,</p><p>ARBITRADOS EM R$ 2.000,00 PARA CADA AUTOR.</p><p>SENTENÇA REFORMADA NO PONTO. SEM CUSTAS E</p><p>HONORÁRIOS, POIS LOGRARAM ÊXITO NOS RECURSOS.</p><p>RECURSOS INOMINADOS 02 E 03 CONHECIDOS E</p><p>PROVIDOS.</p><p>RECURSO INOMINADO 01 CONHECIDO E DESPROVIDO E</p><p>RECURSOS INOMINADOS 02 E 03 CONHECIDOS E</p><p>PROVIDOS.</p><p>Dispensado o relatório, nos termos do enunciado 92 do FONAJE.</p><p>I – VOTO</p><p>Mantenho os benefícios da Gratuidade de Justiçadeferidos na origem, nos termos do art. 98 do</p><p>Código de Processo Civil.</p><p>Presentes os pressupostos recursais de cabimento, conheço dos recursos.</p><p>Trata-se de Ação de Indenização por Danos Materiais e Morais.</p><p>Em síntese, alega a parte autora que realizava vendas na plataforma da parte ré. Havia contratado os</p><p>serviços de compra de anúncios, gestão de venda e mercado pago, de forma que eram responsáveis pela</p><p>garantia e segurança das transações.</p><p>Nesse sistema, os autores realizaram a venda, receberam os valores referentes aos produtos adquiridos</p><p>pelos clientes. Entanto, após isso, os clientes solicitaram estorno da compra, e a parte ré realizou o</p><p>procedimento de devolução do valor, apesar de indevido.</p><p>Tendo em vista as alegações supra, o autor requereu a condenação da ré ao pagamento de: a) indenização</p><p>por danos materiais, no importe de R$ 4.380,44; b) indenização por danos morais.</p><p>Em sede de Sentença, o d. magistrado de origem julgou parcialmente procedente a ação, para o fim de</p><p>condenar a parte ré ao pagamento de indenização por danos materiais, no importe de R$ 4.380,44. No</p><p>entanto, negou o pedido de indenização a título de danos morais.</p><p>Em Recurso Inominado 01, da parte ré alega inexistência do dever de indenizar, sob a justificativa de que</p><p>a responsabilidade do ocorrido seria integralmente dos autores e da administradora do cartão de crédito.</p><p>Inicialmente, necessário consignar que as partes se enquadram nos conceitos de consumidor e fornecedor</p><p>(art. 2º e 3º do Código de Defesa do Consumidor), assim como a legislação consumerista prevê o</p><p>instituto da Inversão do Ônus da Prova, no art. 6º, VIII, do referido Código. Todavia, o narrado não</p><p>isenta o consumidor de apresentar prova mínima quanto aos fatos alegados, assim como não torna</p><p>prescindível a verossimilhança das alegações.</p><p>Segue o art. 6º, VIII, do CDC:</p><p>Art. 6º São direitos básicos do consumidor:</p><p>[...]</p><p>VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da prova, a seu</p><p>favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele</p><p>hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de experiências;</p><p>Assim, imperioso analisar se no caso concreto pode-se encontrar a verossimilhança entre o alegado e as</p><p>provas, para que ocorra a inversão o ônus da prova.</p><p>Pois bem.</p><p>No caso concreto, o recorrido colaciona comprovantes de cancelamento da compra, a pedido do</p><p>comprador.</p><p>Assim, concedo a inversão do ônus da prova.</p><p>Em contestação, a recorrente se limita a alegar possível erro dos próprios autores e da administradora do</p><p>cartão, porém, não apresenta quaisquer provas que neguem o alegado pelo autor. Desse modo, não</p><p>comprova que o cancelamento do contrato ocorreu por outros motivos que não o alegado em inicial.</p><p>Desse modo, verifica-se que as empresas não obtém sucesso em comprovar a ausência de</p><p>responsabilidade acerca do procedimento de realizado sem devolução, ao vendedor, do valor chargeback</p><p>devido.</p><p>Ante a ausência de provas, portanto, considero que a recorrente não se desincumbiu do seu ônus</p><p>probatório, de modo que devida a devolução do valor a título de danos materiais.</p><p>Desta forma, correta a declaração de inexigibilidade dos débitos e condenação à restituição em simples</p><p>do indébito.</p><p>Diante disso, tendo o juízo de origem considerado os princípios da proporcionalidade e razoabilidade,</p><p>bem como as peculiaridades do caso concreto, mantenho a sentença no ponto por seus próprios</p><p>fundamentos, nos termos do art. 46 da Lei nº 9.099/95.</p><p>Pelo exposto, voto por conhecer e negar provimento ao Recurso Inominado 01.</p><p>Recursos Inominados 02 e 03</p><p>Os Recursos Inominados 02 e 03, dos autores, para que sejam arbitrados danos morais em seu favor.</p><p>Inicialmente alega que no presente caso os danos morais seriam do tipo , ou seja, presumíveis in re ipsa</p><p>pelos próprios fatos do ato lesivo.</p><p>A sentença, no entanto, não acolheu o pedido ante a ausência de provas que demonstrassem as</p><p>consequências personalíssimas do ato lesivo verificado.</p><p>Em Recursos Inominados, os autores alegam prejuízo consequente da não devolução do valor</p><p>relacionado ao procedimento de autorizado pelas empresas recorridas.chargeback</p><p>Desta forma, vislumbro razão nas alegações da parte recorrente, na medida em que restou comprovado</p><p>nos autos a falha na prestação de serviço, com cobranças indevidas.</p><p>A falha na prestação de serviço acarreta o dever de indenizar, por se tratar de uma relação de consumo,</p><p>em razão da responsabilidade, que no caso em tela é objetiva, nos termos do art. 14 do CDC.</p><p>O notório desgaste pelo qual passam os clientes da prestadora de serviços para a solução dos mais</p><p>infortúnios problemas transborda</p><p>o mero aborrecimento, caracterizando o transtorno que justifica a</p><p>indenização por danos morais.</p><p>O arbitramento da indenização pelo dano moral deve sempre ter o cuidado de não proporcionar, por um</p><p>lado, o enriquecimento ilícito do autor em detrimento do réu, nem por outro, a banalização da violação</p><p>aos direitos do consumidor.</p><p>Diante disso, e considerando os princípios da proporcionalidade e razoabilidade, bem como pelas</p><p>peculiaridades do caso concreto, reformo a sentença para o fim de arbitrar indenização por danos morais</p><p>em R$ 2.000,00 (dois mil reais) para cada autor.</p><p>Conclui-se que o Recorrente 01 não se desincumbiu de seu ônus probatório, pelo que a condenação em</p><p>.danos morais e materiais são devidas</p><p>Reforma da sentença para , no valor condenar a ré ao pagamento de indenização por danos morais</p><p>de R$ 2.000,00 para cada autor, com correção monetária pelo IPCA desde a data do presente julgamento,</p><p>mais juros de mora pela SELIC, descontado o IPCA, a contar mensalmente desde a data da citação, pois,</p><p>a responsabilidade é contratual. Atente-se que os consectários legais adotados para atualização da dívida</p><p>obedecem ao disposto nos artigos 389, parágrafo único e 406, § 1º, ambos do Código Civil, com a</p><p>redação dada pela Lei n. 14905/2024..</p><p>Ante o não provimento do Recurso Inominado 01, , por força do art. 55 da Lei nº 9.099/95, condeno a</p><p>, que fixo em 10% (dez por cento) do recorrente 01 ao pagamento de custas e honorários processuais</p><p>valor da condenação.</p><p>Deixo de condenar os recorrentes 02 e 03 ao pagamento de honorários advocatícios, pois lograram êxito</p><p>em seus recursos.</p><p>Tendo em vista o art. 4º da Lei Estadual 18.413/14, não haverá devolução de custas recursais</p><p>eventualmente pagas.</p><p>Pelo exposto, voto por conhecer e negar provimento ao Recurso Inominado 01 e conhecer e dar</p><p>provimento aos Recursos Inominados 02 e 03.</p><p>É como voto.</p><p>isd</p><p>Ante o exposto, esta 3ª Turma Recursal dos Juizados Especiais resolve,</p><p>por unanimidade dos votos, em relação ao recurso de Higor Agostinho de Castro Leite, julgar pelo(a)</p><p>Com Resolução do Mérito - Provimento, em relação ao recurso de MERCADO PAGO INSTITUICAO</p><p>DE PAGAMENTO LTDA, julgar pelo(a) Com Resolução do Mérito - Não-Provimento, em relação ao</p><p>recurso de MERCADOLIVRE.COM ATIVIDADES DE INTERNET LTDA, julgar pelo(a) Com</p><p>Resolução do Mérito - Não-Provimento, em relação ao recurso de Lucelia Alves de Paula, julgar pelo(a)</p><p>Com Resolução do Mérito - Provimento nos exatos termos do voto.</p><p>O julgamento foi presidido pelo (a) Juiz(a) Adriana De Lourdes Simette,</p><p>com voto, e dele participaram os Juízes Desembargadora Substituta Denise Hammerschmidt (relator) e</p><p>Helênika Valente De Souza Pinto.</p><p>30 de agosto de 2024</p><p>Denise Hammerschmidt</p><p>Juiz (a) relator (a)</p>

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