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<p>DESCRIÇÃO</p><p>A construção do conhecimento sobre o diagnóstico sorológico e controle de qualidade na</p><p>imunologia clínica.</p><p>PROPÓSITO</p><p>Compreender a importância dos testes sorológicos realizados com padrões definidos de</p><p>qualidade auxilia na investigação diagnóstica, no acompanhamento do prognóstico de uma</p><p>doença e na verificação da eficácia terapêutica garantindo assim resultados confiáveis.</p><p>OBJETIVOS</p><p>MÓDULO 1</p><p>Identificar a importância do diagnóstico sorológico</p><p>MÓDULO 2</p><p>Descrever os métodos de controle de qualidade</p><p>INTRODUÇÃO</p><p>Neste tema, exploraremos a importância do diagnóstico sorológico. Inicialmente, vamos</p><p>entender por que os métodos de diagnóstico sorológicos são classificados em qualitativos e</p><p>quantitativos. Você sabe a diferença entre esses dois tipos de análises? Vamos juntos observar</p><p>a importância da sorologia para definir um diagnóstico, a fase clínica e o prognóstico da</p><p>doença, a eficiência terapêutica, a seleção de doadores e receptores de sangue e órgãos e</p><p>entender mais sobre o conceito de soroconversão. Também será possível entendermos sobre o</p><p>diagnóstico coletivo. Você já ouviu falar sobre soroepidemiologia e soroprevalência?</p><p>Para que um método diagnóstico sorológico atenda a todos esses aspectos, é necessário</p><p>verificar parâmetros diretamente relacionados à eficiência e qualidade dos testes de fornecer</p><p>resultados fidedignos. Todos esses parâmetros fazem parte do controle da qualidade em</p><p>imunologia.</p><p>Você já ouviu falar em sensibilidade, acurácia e especificidade, valor de predileção negativo e</p><p>positivo? Sabe o que é um teste com alta sensibilidade e especificidade e sua importância? Já</p><p>recebeu um resultado positivo sem estar doente, os famosos “falso positivos”? Sabe o que</p><p>significa isso e por que acontece?</p><p>Vamos juntos nos próximos módulos conhecer mais acerca desses assuntos!</p><p>MÓDULO 1</p><p> Identificar a importância do diagnóstico sorológico</p><p>DIAGNÓSTICO SOROLÓGICO</p><p>Os métodos sorológicos são desenvolvidos a partir do reconhecimento antígeno-anticorpo. Os</p><p>antígenos são qualquer molécula estranha ao organismo, como fungos, bactérias, vírus e</p><p>protozoários, que estimulam a produção de imunoglobulinas.</p><p>A ligação do anticorpo ao antígeno é altamente específica e ocorre em um sítio denominado</p><p>epítopo. Assim, os testes sorológicos utilizados para detectar a presença de um anticorpo</p><p>(anti-X) são desenvolvidos apresentando em sua composição o epítopo do antígeno específico</p><p>(X), isso garante que a reação ocorra apenas quando o soro testado apresentar o anticorpo</p><p>(anti-X) em investigação. Além de verificar a presença ou a ausência de um determinado</p><p>anticorpo, esses testes foram adaptados para detectar um antígeno, a presença de enzimas e</p><p>os hormônios.</p><p>Os testes sorológicos são uma ferramenta auxiliar para:</p><p>IMUNOGLOBULINAS</p><p>Popularmente conhecidas como anticorpos, moléculas do sistema imunológico capazes</p><p>de eliminar esses antígenos.</p><p>Diagnosticar infecções</p><p>Avaliar a compatibilidade entre doadores de sangue e de órgãos</p><p>Verificar a evolução de uma doença e a soroconversão durante uma imunização ativa</p><p>(vacina) ou infecção</p><p>Detectar antígenos tumorais</p><p>Além disso, contribuem para o diagnóstico de infecções causadas por patógenos difíceis de</p><p>visualizar a partir de fluidos biológicos ou alojados em uma estrutura tecidual do hospedeiro.</p><p>javascript:void(0)</p><p>Assim, não há necessidade de realizar exames mais invasivos, como biopsias, ou utilizar</p><p>métodos que necessitem de uma estrutura e profissionais especializados, como os métodos</p><p>moleculares. Esses testes são altamente empregados, pois são de fácil execução, apresentam</p><p>baixo custo, em alguns casos, há possibilidade de automação e conferem resultados e</p><p>diagnóstico rápidos, possibilitando um tratamento imediato.</p><p> SAIBA MAIS</p><p>Para a aplicação correta e a interpretação eficiente dos resultados, é necessário que a técnica</p><p>seja executada por um profissional bem treinado, a fim de evitar equívocos e intercorrências</p><p>nos resultados.</p><p>Pode haver uma demora no diagnóstico de algumas doenças, pois é necessário aguardar que</p><p>a produção dos anticorpos seja detectável. Em alguns casos, há reações cruzadas, gerando</p><p>resultados falso positivos.</p><p>REAÇÃO CRUZADA</p><p>Alguns anticorpos podem ter habilidade de interagir com mais de um antígeno que</p><p>apresentem propriedades químicas similares.</p><p>CLASSIFICAÇÃO DOS TESTES</p><p>SOROLÓGICOS</p><p>Durante a realização dos exames laboratoriais de rotina, é comum encontrar resultados de</p><p>sorologia, como a avaliação da presença de anticorpos contra um antígeno apenas como</p><p>positivo ou negativo, e outros que, além de classificá-los, vêm com um valor atribuído.</p><p>MAS POR QUE ESSA DIFERENÇA?</p><p>javascript:void(0)</p><p>QUALITATIVO</p><p>QUANTITATIVO</p><p>VAMOS ENTENDER UM POUCO MAIS ESSAS DIFERENÇAS:</p><p>O método qualitativo indica a presença ou ausência de uma resposta, ou seja, apenas</p><p>classifica aquela análise como positiva ou negativa, reagente ou não reagente.</p><p></p><p>Um paciente vai a um consultório médico com suspeita de dengue.</p><p>O médico solicita a sorologia e, após a realização do exame, em alguns minutos, o paciente</p><p>recebe o seguinte:</p><p>Resultado: Teste rápido para a detecção de anticorpos da dengue do tipo IgM: Positivo.</p><p></p><p></p><p>O médico, então, informa ao paciente que ele está com dengue, pois seu resultado detectou,</p><p>de modo qualitativo, a presença de anticorpos contra o vírus causador dessa doença. Os</p><p>anticorpos da classe IgM são os primeiros a serem produzidos durante uma infecção, e indicam</p><p>que o paciente está com a infecção ativa, ou seja, com a doença.</p><p>Alguns tipos de testes sorológicos qualitativos são muito utilizados no ambiente laboratorial,</p><p>como os testes rápidos para HIV, coronavírus, sífilis, zika, H. pylori, rotavírus, dentre outros.</p><p>Esses testes apresentam um resultado rápido e contribuem com um diagnóstico em poucos</p><p>minutos (Figura 1).</p><p>Fonte: Shutterstock.</p><p> Teste rápido para detecção de anticorpos contra o coronavírus.</p><p> ATENÇÃO</p><p>É importante destacar que, nessa metodologia, conseguimos verificar se houve ou não a</p><p>positividade do teste, mas não podemos identificar valores mensuráveis.</p><p>Quando desejamos que um resultado seja medido, ou seja, tenha um valor quantificado,</p><p>devemos utilizar o método quantitativo. Nesse tipo de método, a quantidade de antígenos, ou</p><p>anticorpos, pode ser expressa das seguintes maneiras:</p><p>• No formato de cruzes (positivo +/++++; ++/++++; +++/++++; ++++/++++, onde 4 “+” indicam o</p><p>máximo de positividade do método)</p><p>• Titulações (1:2, 1:4, 1:8; 1:16, dentre outros)</p><p>• Densidades ópticas de reações colorimétricas</p><p>• Unidades de medidas (UI/mL, % e mg/ mL) que apresentem o valor absoluto do analito</p><p>javascript:void(0)</p><p>ANALITO</p><p>Substância em uma amostra que está sendo investigada.</p><p>Voltando ao exemplo anterior:</p><p></p><p>Se o mesmo paciente fosse realizar o exame para a dengue, mas agora com um teste</p><p>quantitativo para detecção de anticorpos, ele receberia o seguinte resultado:</p><p>Teste de sorologia para detecção de anticorpos da dengue do tipo IgM igual a 63 UI/mL,</p><p>reagente. Valores de referência: IgM > 30: reagente, IgM > 30: Não reagente.</p><p></p><p></p><p>Agora, além de saber que o exame foi positivo (reagente), o médico tem a concentração de</p><p>anticorpo (63 UI/mL).</p><p>As metodologias quantitativas para o diagnóstico sorológico também possibilitam a</p><p>identificação da quantidade de antígenos (Carga viral) presentes ou o título de anticorpos.</p><p>Para a determinação da titulação de anticorpos, podemos citar o teste sorológico</p><p>VDRL (Veneral Desease Laboratory) , amplamente utilizado nas rotinas laboratoriais para a</p><p>detecção da sífilis, doença causada pela bactéria Treponema pallidum.</p><p> ATENÇÃO</p><p>Alguns autores classificam a detecção de títulos dos anticorpos pela diluição da amostra como</p><p>uma metodologia semiquantitativa. Também é classificado como semiquantitativo o resultado</p><p>em cruzes. Nesses métodos, não é possível obter os valores absolutos (reais) de anticorpos.</p><p>Nesse teste sorológico VDRL, é detectada a presença de anticorpos não treponêmicos, ou</p><p>seja, que não</p><p>são específicos da bactéria, mas estão presentes durante a doença. O teste de</p><p>VDRL nas rotinas laboratoriais é realizado de maneira qualitativa (detecta a presença ou</p><p>ausência da doença, como uma triagem) ou quantitativa, que determina o título do anticorpo,</p><p>uma ferramenta essencial para acompanhar a eficiência do tratamento. No VDRL quantitativo,</p><p>a presença de floculação a partir da diluição 1:4 indica que a doença está ativa.</p><p> SAIBA MAIS</p><p>A titulação é mensurada através de diluição seriada, ou seja, o soro do paciente em análise é</p><p>diluído diversas vezes (1:2, 1:4, 1:8, 1:16, 1:32, 1:64....) e é verificado até que na diluição</p><p>ocorre a reação. O título do anticorpo é dado pela última diluição que apresentou reação, no</p><p>caso específico do VDRL onde teve a floculação. Quanto maior for a diluição em que</p><p>observamos reação (soros mais diluídos), maior a quantidade de anticorpos, ou seja, o título.</p><p>Como exemplo de testes diagnósticos quantitativos, destaca-se o VDRL quantitativo, os</p><p>ensaios imunocromatográficos, a imunofluorescência e o ELISA (Ensaio de imunoabsorção</p><p>enzimática) para detecção de anticorpos IgM e IgG de diferentes tipos de vírus e detecção de</p><p>antígenos (Figura 2).</p><p>A determinação do tipo de método qualitativo ou quantitativo deve estar alinhado com a clínica</p><p>do paciente, pois, dependendo do interesse médico, é necessário apenas descobrir a presença</p><p>de um anticorpo para o diagnóstico e tratamento rápido. Nesses casos, é utilizada uma</p><p>metodologia qualitativa.</p><p>Em outras situações, é importante acompanhar o título (quantidade) de anticorpos ou a carga</p><p>viral para verificar se o tratamento está sendo eficaz, para isso, é utilizada uma metodologia</p><p>quantitativa. Por essa razão, é fundamental conhecer os diferentes tipos de métodos para</p><p>definir o melhor teste a ser utilizado em cada caso.</p><p>Fonte: Shutterstock.</p><p> Figura 2: ELISA.</p><p>IMPORTÂNCIA DO DIAGNÓSTICO</p><p>INDIVIDUAL</p><p>Como mencionado anteriormente, os métodos sorológicos na pesquisa de anticorpos, ou</p><p>antígenos, são amplamente empregados para tentar conhecer o agente causador de uma</p><p>infecção, auxiliando no diagnóstico de uma suspeita clínica principal. Assim, durante uma</p><p>avaliação, a sintomatologia apresentada pelo paciente indica algumas suspeitas diagnósticas,</p><p>a partir desse resultado, o médico pode chegar a uma conclusão e iniciar o tratamento. É</p><p>importante ressaltar que os indivíduos podem ter respostas diferentes frente ao mesmo invasor,</p><p>variando a sintomatologia, o perfil e a quantidade de anticorpos produzidos. Um exemplo dessa</p><p>situação é a infecção pelo novo coronavírus, que apresenta pacientes sintomáticos (Com</p><p>sintomas) leves, graves, com perfis e quantidade de produção de anticorpos diferentes. Além</p><p>disso, esses exames ajudam a entender os processos patológicos com sinais e sintomas</p><p>clínicos confundíveis.</p><p>Fonte: Shutterstock.</p><p> EXEMPLO</p><p>A partir de um exame sorológico de um paciente com quadro de arbovirose, podemos</p><p>identificar se ele tem dengue, Zika ou Chikungunya. A identificação dessa doença não muda o</p><p>tipo de tratamento, no entanto, sua notificação compulsória ajuda a traçar o perfil</p><p>epidemiológico e contribui para ações de controle do vetor, buscando diminuir o número de</p><p>casos.</p><p>ARBOVIROSE</p><p>Doenças causadas pelos arbovírus que são transmitidos por artrópodes (mosquitos) que</p><p>causam febre, dor de cabeça, mal estar, dor nas articulações, manchas vermelhas e</p><p>erupção na pele, náuseas e vômitos.</p><p>Esses exames também contribuem:</p><p>• Na diferenciação da fase de uma doença</p><p>• Na avaliação de prognóstico e eficácia terapêutica</p><p>• Na definição e seleção de doadores de órgãos e sangue</p><p>• Na investigação da imunidade contra um antígeno específico após o contato ou uma</p><p>campanha de vacinação</p><p>Assim, conseguimos perceber como um exame sorológico é capaz de auxiliar coletivamente,</p><p>gerando dados epidemiológicos e, individualmente, contribuindo no diagnóstico e tratamento de</p><p>um paciente. Vamos agora detalhar alguns pontos importantes dos testes sorológicos quando</p><p>estudamos o indivíduo e o coletivo.</p><p>PROCESSO DE SOROCONVERSÃO</p><p>javascript:void(0)</p><p>A soroconversão é o termo dado para indicar que um organismo produziu anticorpos após o</p><p>contato com um antígeno. Durante uma resposta imunológica, o contato com um antígeno</p><p>geralmente induz a produção de anticorpos, mas a detecção destes pelos métodos sorológicos</p><p>disponíveis pode demorar semanas ou até meses. O período entre a produção e a detecção</p><p>dos anticorpos pelos métodos é chamado de janela imunológica, janela sorológica ou</p><p>janela de soroconversão. Nesse intervalo, mesmo que um paciente esteja infectado, a</p><p>pesquisa de anticorpos será negativa.</p><p>Vamos a um exemplo?</p><p>Na infecção pelo novo coronavírus, causado pelo vírus SARS-COV2, a produção de anticorpos</p><p>do tipo IgM, pelos testes sorológicos de ELISA ou testes rápidos, normalmente, é detectada a</p><p>partir de 7 dias do início dos sintomas. Um paciente com sintomas ao realizar o exame</p><p>sorológico antes desse período terá um resultado negativo, ou seja, falso negativo.</p><p>Durante a investigação diagnóstica, um paciente sintomático ou assintomático para</p><p>determinada doença, pode apresentar níveis de anticorpos detectáveis (Soropositividade) , ou</p><p>não detectáveis (Soronegatividade) . Dizemos que houve um processo de soroconversão</p><p>quando o resultado de um primeiro teste sorológico para a detecção de anticorpos contra um</p><p>antígeno hipotético X for negativo e o de um segundo exame, feito algum tempo depois, for</p><p>positivo.</p><p>A soroconversão nos pacientes com HIV é um exemplo clássico. Durante muito tempo, a</p><p>enorme janela imunológica e o tempo para o aparecimento dos sintomas contribuíram</p><p>diretamente para o aumento da disseminação do vírus no mundo, contaminando pessoas que</p><p>recebiam transplantes e transfusões sanguíneas. Havia ainda um atraso no início do</p><p>tratamento dos contaminados, os quais não sabiam que estavam doentes. Nessa época, a</p><p>janela imunológica era de 6 meses.</p><p>Vamos agora entender por que isso acontece:</p><p></p><p>Após a infecção pelo HIV, ocorre intensa replicação viral. Nas primeiras 3 semanas, fase em</p><p>que ocorre a disseminação do vírus pelo corpo com contaminação dos órgãos linfoides, podem</p><p>aparecer sintomas relacionados a uma síndrome retroviral aguda, como: febre, adenopatia,</p><p>faringite, mialgia, exantema, náuseas, vômitos, sudorese, dentre outros, sintomas caraterísticos</p><p>de uma gripe.</p><p>Em seguida, ocorre a fase de latência, que pode durar semanas, meses ou anos. Nessa fase, o</p><p>exame clínico e laboratorial passa a ser normal e a pessoa não tem mais sintomas.</p><p></p><p></p><p>Com o passar dos anos, à medida que a infecção progride e os sintomas passam a ser mais</p><p>frequentes, começam a surgir as infecções oportunistas. É apenas nessa fase que o paciente</p><p>percebe que está infectado.</p><p>Entenda melhor esse processo no gráfico:</p><p>Fonte: Wikipedia.</p><p>O organismo começa a produzir anticorpos anti-HIV entre 30-60 dias após a infecção. Os</p><p>primeiros testes sorológicos desenvolvidos para confirmação sorológica do HIV (primeira</p><p>geração) apenas conseguiam detectar a presença dos anticorpos anti-HIV após 6 meses da</p><p>infecção. Nos dias atuais, a confirmação sorológica depende do tipo de imunoensaio utilizado.</p><p>Os ensaios de ELISA (de quarta geração) mais modernos são capazes de detectar a</p><p>presença de antígenos e anticorpos ao mesmo tempo, a janela imunológica é de</p><p>aproximadamente 15 dias. Na figura a seguir, podemos perceber a evolução na concentração</p><p>plasmática dos marcadores da infecção pelo HIV. O anticorpo IgM apresenta um pico após 4</p><p>semanas da infecção (30 dias), diferente do RNA viral, que é visto nas primeiras semanas e</p><p>pode ser detectado através de técnicas moleculares.</p><p>QUARTA GERAÇÃO</p><p>Ensaios que detectam anticorpos contra o antígeno p24 e antígenos (proteínas) do HIV-1</p><p>(como as proteínas gp160, gp120 e gp41), antígenos do grupo O e antígenos de HIV-2.</p><p>javascript:void(0)</p><p>Fonte: CONICTEC, 2017.</p><p> Figura 4: Marcadores sanguíneos da infecção do HIV.</p><p>FASE CLÍNICA E PROGNÓSTICO</p><p>DA DOENÇA</p><p>A doença pode apresentar diferentes fases e graus de acometimento, desde manifestações</p><p>leves ou até mesmo graves, e pode evoluir para cura ou cronicidade (Figura 5).</p><p>Fonte: O autor.</p><p> Figura 5: Fases da doença.</p><p>VOCÊ IMAGINA COMO O DIAGNÓSTICO</p><p>SOROLÓGICO É IMPORTANTE PARA A</p><p>COMPREENSÃO DA FASE CLÍNICA DA</p><p>DOENÇA?</p><p>Como já apreendemos, a detecção de um anticorpo durante uma análise imunológica indica</p><p>que o indivíduo está ou esteve exposto anteriormente a um antígeno. Em nosso organismo,</p><p>ocorre a produção de diferentes tipos de imunoglobulinas (IgG, IgE, IgA, IgM e IgD), ou</p><p>“anticorpos”, e cada uma delas está envolvida em um tipo de resposta imunológica (Figura 6).</p><p>Fonte: Shutterstock.</p><p> Figura 6: Tipos de imunoglobulinas produzidas pelo organismo.</p><p>Na maioria das infecções, a imunoglobulina IgM é a primeira a ser produzida após um estímulo</p><p>imunogênico, aumentando significativamente seus níveis plasmáticos durante a fase aguda da</p><p>doença. Normalmente, a detecção de IgM na corrente sanguínea é um indicativo de infecção</p><p>recente, mas essa imunoglobulina pode permanecer de 3-6 meses no organismo. Ao longo da</p><p>infecção e do prognóstico da doença (sua evolução), temos a diminuição da concentração</p><p>plasmática de IgM e o aumento da produção e detecção da imunoglobulina do tipo IgG. A IgG</p><p>é, normalmente, encontrada no final de um processo agudo, permanecendo com níveis</p><p>plasmáticos elevados durante longos períodos na fase denominada crônica e após a cura da</p><p>doença. Essa imunoglobulina é associada à memória imunológica e pode permanecer elevada</p><p>durante a vida toda (Figura 7).</p><p>Fonte: O autor.</p><p> Figura 7: Esquema do aparecimento das imunoglobulinas e do tipo de infecção.</p><p>A dosagem dessas imunoglobulinas (IgM e IgG) é de suma importância para identificar a fase</p><p>da doença. Se um paciente apresenta um IgM positivo para o coronavírus com IgG negativo,</p><p>então, encontra-se na fase aguda da doença, ou seja, a fase altamente transmissível,</p><p>necessitando ficar em isolamento social.</p><p>Um termo amplamente utilizado no diagnóstico laboratorial é marcador sorológico. Nos exames</p><p>sorológicos, os anticorpos ou antígenos detectados que possibilitam o diagnóstico de uma</p><p>patologia ou infecção são chamados de marcadores sorológicos. Na sorologia para dengue,</p><p>são utilizados alguns marcadores sorológicos: os anticorpos IgM e IgG e a identificação</p><p>precoce de um antígeno NS1, que corresponde a uma proteína não estrutural do vírus e está</p><p>presente nos 4 sorotipos diferentes do vírus (Figura 8).</p><p>Fonte: Shutterstock.</p><p> Figura 8: Teste rápido negativo para a detecção de IgM e IgG e da proteína não estrutural</p><p>NS1 da dengue. Não vemos a reação (aparecimento de linhas vermelhas) na região G, M</p><p>(cassete da direita) e T (cassete da esquerda).</p><p>NOS PEDIDOS DE EXAMES LABORATORIAIS, É</p><p>COMUM ENCONTRARMOS A PESQUISA DE</p><p>ANTICORPOS DO TIPO IGM E IGG. PORÉM, EM</p><p>ALGUNS CASOS, ELES PODEM NÃO SER</p><p>DETECTADOS, SENDO NECESSÁRIA A PESQUISA DE</p><p>OUTRAS IMUNOGLOBULINAS (IG) COMO É O CASO</p><p>DE IGA E IGE. ESSAS IMUNOGLOBULINAS POSSUEM</p><p>VIDA MÉDIA NA CIRCULAÇÃO MENOR DO QUE O IGM</p><p>E MELHOR DETECÇÃO EM INFECÇÕES POR</p><p>PROTOZOÁRIOS E HELMINTOS. NO DIAGNÓSTICO DE</p><p>TOXOPLASMOSE, DOENÇA CAUSADA PELO</p><p>TOXOPLASMA GONDII (UM PROTOZOÁRIO), QUE É</p><p>REALIZADO POR MÉTODOS SOROLÓGICOS. UM</p><p>RESULTADO DE IGM POSITIVO OU NEGATIVO NÃO</p><p>AFASTA A POSSIBILIDADE DE A DOENÇA ESTAR NA</p><p>FASE AGUDA, UMA VEZ QUE OS ANTICORPOS DO</p><p>TIPO IGM APARECEM NAS 2 PRIMEIRAS SEMANAS</p><p>APÓS A INFECÇÃO, E PODEM MANTER-SE ELEVADO</p><p>DURANTE ANOS. MAS ATENÇÃO. EM GESTANTES, UM</p><p>TESTE DE IGM POSITIVO DEVE SER CONFIRMADO. O</p><p>IGG DEMORA DE 1 A 2 MESES PARA SER DETECTADO</p><p>APÓS A INFECÇÃO, MAS PERMANECE ALTO E</p><p>ESTÁVEL DURANTE ANOS. PARA CONFIRMAR PODE-</p><p>SE REALIZADO O TESTE DE AVIDEZ DE ANTICORPOS</p><p>DO TIPO IGG. ESSE TESTE MEDE A CAPACIDADE DE</p><p>INTERAÇÃO ENTRE O ANTICORPO COM O ANTÍGENO</p><p>E POSSIBILITA INFERIR SOBRE AS RESPOSTAS</p><p>AGUDAS E CRÔNICAS, POIS UMA RESPOSTA</p><p>IMUNOLÓGICA PRIMÁRIA É CARACTERIZADA POR</p><p>UMA BAIXA AVIDEZ E NA RESPOSTA CRÔNICA A</p><p>AVIDEZ ENCONTRA-SE MAIS ALTA.</p><p>O estudo do prognóstico de uma doença e avaliação dos marcadores sorológicos permite</p><p>conhecer algumas variáveis que são fundamentais para entender a ação de um agente</p><p>infeccioso sobre uma população. Vamos conhecê-las? (Quadro 1):</p><p>Sobrevida Quantidade de pacientes que sobrevivem à doença</p><p>Letalidade Quantidade de pacientes que vêm a óbito em uma população</p><p>Mortalidade/doença</p><p>específica</p><p>É a análise dos marcadores sorológicos de uma doença e o</p><p>percentual de óbitos causados por ela</p><p>Remissão</p><p>Fase da doença em que não são encontrados sintomas</p><p>clínicos, porém não é possível afirmar a cura do paciente, pois</p><p>ainda são detectados marcadores sorológicos</p><p>Recorrência</p><p>Doença que, a princípio, estava curada, mas depois de um</p><p>tempo, os sinais e sintomas clínicos e os marcadores</p><p>sorológicos reaparecem</p><p>Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal</p><p> Quadro 1: Prognóstico da doença e avaliação de marcadores. Fonte: O autor.</p><p>A análise do prognóstico de cada doença também possibilita realizar estudos populacionais</p><p>para verificar o desenvolvimento e o tempo de aparecimento dos sintomas de uma determinada</p><p>doença. Para isso, os pacientes são analisados por um mesmo período, iniciado a partir de um</p><p>ponto chamado de tempo zero.</p><p>EFICÁCIA TERAPÊUTICA</p><p>Os marcadores sorológicos possibilitam avaliar a eficácia terapêutica. Do ponto de vista</p><p>imunológico, a eficácia terapêutica é a eficiência na produção de anticorpos protetores após</p><p>uma infecção ou vacinação (imunização ativa, quando é oferecido ao organismo um vírus</p><p>morto, ou atenuado, para estimular a produção de anticorpos do tipo IgG de memória) (Figura</p><p>9).</p><p>Fonte: OMS.</p><p> Figura 9: Gráfico demonstrando a eficiência da vacinação com a diminuindo os casos de</p><p>tétano entre 1980-2020.</p><p>Podemos analisar se um paciente está curado pela ausência dos sintomas e pela presença de</p><p>níveis séricos de IgG e níveis não detectáveis de IgM.</p><p>Também podemos avaliar se o tratamento empregado no combate da infecção é eficaz, como é</p><p>realizado no exame quantitativo de VDRL, no qual a queda do título de anticorpos produzidos</p><p>em contato com a bactéria indica que o tratamento está funcionando.</p><p>Além disso, podemos verificar se uma vacina foi eficaz pela dosagem de anticorpos IgG depois</p><p>de pelo menos 1 mês da vacinação ou após anos, avaliando a necessidade de uma segunda</p><p>dose.</p><p>Os estudos clínicos para a liberação da vacina, normalmente, refazem a sorologia dos</p><p>participantes de pesquisa após 10 anos do primeiro esquema de vacinação para verificar se os</p><p>indivíduos permanecem protegidos ao longo desses anos e se é necessária uma nova dose.</p><p> ATENÇÃO</p><p>Durante o pré-natal, as mulheres são submetidas a diferentes exames sorológicos, realizando</p><p>a dosagem de IgM e IgG para a rubéola, toxoplasmose, hepatite B, sífilis e tétano. A partir</p><p>desses exames, é possível avaliar se a gestante está protegida, pois apresenta a memória</p><p>imunológica (detecta IgG), ou se contraiu alguma doença durante a gestação, pela detecção do</p><p>IgM.</p><p>É importante lembrar que doenças como rubéola, toxoplasmose e sífilis podem ainda causar</p><p>doenças congênitas e problemas graves aos recém-natos, além de levarem a malformações e</p><p>ao óbito da criança, principalmente, quando contraídas no primeiro trimestre da gestação.</p><p>DIAGNÓSTICO SOROLÓGICO NA SELEÇÃO DE</p><p>DOADORES E RECEPTORES DE SANGUE E</p><p>ÓRGÃOS</p><p>Os diagnósticos sorológicos são bastante utilizados para estabelecer a seleção entre doadores</p><p>e receptores de sangue e órgãos. O transplante é a substituição de um órgão ou tecido com</p><p>alterações irreversíveis que são comprometedoras para a vida. A transfusão de sangue</p><p>consiste na administração de componentes sanguíneos de um doador (hemácia, plasma,</p><p>plaquetas, crioprecipitados) em um paciente. Para saber se uma pessoa pode ser</p><p>transplantada ou transfundida, são realizados exames sorológicos para detecção de doenças</p><p>infectocontagiosas e a prova de compatibilidade, que pesquisa da presença</p><p>de antígenos do</p><p>doador que interagem com anticorpos do receptor. Os doadores e receptores de órgãos</p><p>precisam apresentar características biológicas similares, buscando a diminuição ou</p><p>neutralização da rejeição do órgão/tecido transplantado. Os antígenos responsáveis pela</p><p>rejeição dos transplantes são denominados aloantígenos, que são conhecidos como antígenos</p><p>de histocompatibilidade e se dividem em:</p><p>javascript:void(0)</p><p>Fonte: Shutterstock.</p><p>DOENÇAS INFECTOCONTAGIOSAS</p><p>São preconizadas pelo Ministério da Saúde as triagens clínica, epidemiológica e</p><p>sorológica, que incluem doenças como: Chagas, sífilis, hepatites virais, AIDS, HTLV, e</p><p>malária em regiões endêmicas. São incluídas também avaliação laboratorial para sepse</p><p>bacteriana ou fúngica.</p><p>Fonte: O autor.</p><p> Figura 10: Complexo de Histocompatibilidade principal (MHC), responsável pela</p><p>apresentação de antígenos as células T. Os genes do sistema de antígenos leucocitários</p><p>humanos (HLA, human leukocyte antigen) codificam as principais moléculas encarregadas da</p><p>apresentação do antígeno na superfície celular que se encontra em uma região genômica</p><p>chamada de MHC. Embora esses genes sejam conhecidos como HLA, muitos autores usam</p><p>MHC para designar as moléculas resultantes da expressão desses genes. Fonte: O autor.</p><p>Vamos conhecer os principais tipos de rejeição a enxertos?</p><p>REJEIÇÃO HIPERAGUDA</p><p>REJEIÇÃO AGUDA</p><p>REJEIÇÃO CRÔNICA</p><p>REJEIÇÃO HIPERAGUDA</p><p>Ocorre minutos ou dias após o transplante, é causada pela ação de anticorpos IgM contra</p><p>antígenos do sistema ABO, HLA ou antígenos expressos no endotélio vascular.</p><p>REJEIÇÃO AGUDA</p><p>Ocorre poucos dias ou semanas após o transplante, é mediada pelas células T e pelos</p><p>anticorpos que respondem especialmente ao MHC.</p><p>REJEIÇÃO CRÔNICA</p><p>Ocorre seis meses a um ano após o transplante através da imunidade celular e humoral</p><p>adquirida, que cria respostas contra o enxerto.</p><p>Agora vamos conhecer a aplicabilidade dos testes imunológicos realizados na seleção de</p><p>doadores e receptores de sangue e órgãos (Quadro 2)?</p><p>Tipagem</p><p>sanguínea</p><p>(ABO)</p><p>Teste utilizado para identificar tipo sanguíneo e fator Rh</p><p>Reatividade</p><p>contra painel</p><p>(PRA)</p><p>Método utilizado para avaliar status imunológico do paciente,</p><p>detecção de moléculas HLA reconhecida pelo paciente</p><p>Prova cruzada</p><p>Teste que verifica se o sangue do doador apresenta</p><p>incompatibilidade com o receptor</p><p>Tipagem de</p><p>tecidos</p><p>Detecta compatibilidade entre o HLA do doador e do receptor</p><p>Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal</p><p> Quadro 2: Aplicabilidade dos testes imunológicos na seleção de doadores e receptores de</p><p>sangue e órgãos. Fonte: O autor.</p><p>DIAGNÓSTICO COLETIVO</p><p>Os exames sorológicos, quando aplicados ao coletivo, permitem analisar a situação</p><p>imunológica em uma população e geram dados epidemiológicos importantes, pois avaliam a</p><p>população em meio a infecções endêmicas, como dengue, zika, HIV, sífilis, dentre outros. A</p><p>avaliação coletiva é importante em grandes surtos, pois possibilita uma fotografia do panorama</p><p>da infecção na população e auxilia no acompanhamento, desenvolvimento de medidas de</p><p>saúde pública, políticas e socioeconômica de combate ao surto.</p><p>Em 11 de março de 2020, a organização mundial da saúde (OMS) declarou a infecção pelo</p><p>novo coronavírus como uma pandemia após milhares de pessoas serem infectadas por esse</p><p>vírus no mundo. A partir de então, alguns países realizaram testagem sorológica em massa,</p><p>conseguindo triar os pacientes sintomáticos e assintomáticos, isolando os casos positivos para</p><p>evitar novas contaminações. Nesses países, verificou-se uma diminuição no número de óbitos</p><p>por covid-19.</p><p>Fonte: Shutterstock.</p><p>Existem dois importantes termos relacionados ao diagnóstico coletivo: soroprevalência e</p><p>soroepidemiologia. Vamos conhecer mais sobre eles?</p><p>SOROPREVALÊNCIA</p><p>Refere-se ao número de pessoas que apresentam anticorpos detectáveis contra um agente</p><p>infeccioso, ou seja, a reação de soropositividade desenvolvida a partir da soroconversão.</p><p>SOROEPIDEMIOLOGIA</p><p>Acompanha os pacientes, através dos exames de diagnóstico, que apresentaram marcadores</p><p>sorológicos (anticorpos) contra algum microrganismo, associando esses dados aos fatores</p><p>sociais, ambientais e econômicos; assim, é possível estudar as melhores estratégias para a</p><p>saúde pública da população.</p><p>javascript:void(0)</p><p>javascript:void(0)</p><p>IMPORTÂNCIA DO DIAGNÓSTICO DE IGM E</p><p>IGG NA INFECÇÃO POR COVID-19</p><p>VERIFICANDO O APRENDIZADO</p><p>1. ESTUDAMOS QUE UMA DAS APLICABILIDADES DO DIAGNÓSTICO</p><p>SOROLÓGICO É DETECTAR A PRESENÇA DE ANTÍGENO OU</p><p>ANTICORPOS DURANTE UM PROCESSO INFECCIOSO DE MANEIRA</p><p>QUALITATIVA E QUANTITATIVA. COM RELAÇÃO A ESSAS ANÁLISES,</p><p>ASSINALE A ALTERNATIVA CORRETA:</p><p>A) A análise qualitativa é utilizada para verificar a concentração de um antígeno.</p><p>B) A análise quantitativa detecta apenas presença ou ausência de antígenos.</p><p>C) A análise quantitativa é capaz de verificar a concentração de um antígeno.</p><p>D) As análises quantitativas e qualitativas de antígenos são a mesma coisa, visto que ambas</p><p>definem um teste sorológico.</p><p>2. APRENDEMOS A IMPORTÂNCIA DO DIAGNÓSTICO SOROLÓGICO</p><p>COLETIVO NA AVALIAÇÃO DO PANORAMA DE UMA POPULAÇÃO</p><p>DURANTE O SURTO DE UM VÍRUS. COM RELAÇÃO AO DIAGNÓSTICO</p><p>COLETIVO, ASSINALE A ALTERNATIVA CORRETA:</p><p>A) A soroprevalência indica a incidência de pessoas que apresentam antígenos detectáveis</p><p>contra um antígeno infeccioso.</p><p>B) A soroprevalência indica a prevalência de pessoas que apresentam antígenos detectáveis</p><p>contra um agente infeccioso.</p><p>C) A soroepidemiologia indica a indica a prevalência de pessoas que apresentam um marcador</p><p>sorológico naquela população.</p><p>D) A soroconversão indica a prevalência de pessoas que apresentam um marcador sorológico</p><p>naquela população.</p><p>GABARITO</p><p>1. Estudamos que uma das aplicabilidades do diagnóstico sorológico é detectar a</p><p>presença de antígeno ou anticorpos durante um processo infeccioso de maneira</p><p>qualitativa e quantitativa. Com relação a essas análises, assinale a alternativa correta:</p><p>A alternativa "C " está correta.</p><p>Somente a análise quantitativa é capaz de mensurar valores, podendo ser obtidos resultados</p><p>em percentuais e concentrações plasmáticas. Na análise qualitativa, teremos os resultados</p><p>classificados como positivo e negativo, ou seja, presente ou ausente.</p><p>2. Aprendemos a importância do diagnóstico sorológico coletivo na avaliação do</p><p>panorama de uma população durante o surto de um vírus. Com relação ao diagnóstico</p><p>coletivo, assinale a alternativa correta:</p><p>A alternativa "B " está correta.</p><p>Soroprevalência - refere-se ao número de pessoas que apresentam anticorpos detectáveis</p><p>contra um agente infeccioso, ou seja, a reação de soropositividade desenvolvida a partir da</p><p>soroconversão. Soroepidemiologia - acompanha os pacientes, através dos exames de</p><p>diagnóstico, que apresentaram marcadores sorológicos (anticorpos) contra algum</p><p>microrganismo, associando esses dados aos fatores sociais, ambientais e econômicos; assim,</p><p>é possível estudar as melhores estratégias para a saúde pública da população.</p><p>MÓDULO 2</p><p> Descrever os métodos de controle de qualidade</p><p>Como aprendemos, os métodos imunológicos são essenciais para auxiliar no diagnóstico de</p><p>doenças infecciosas, acompanhar sua evolução e a eficiência terapêutica. Durante a rotina</p><p>laboratorial, é essencial que os soros dos pacientes sejam armazenados, para garantir que, em</p><p>casos de resultados duvidosos, seja realizada uma nova testagem. Além disso, para realização</p><p>desses testes, faz-se necessário avaliar uma série de parâmetros e controles para garantir que</p><p>o resultado encontrado seja verdadeiro, seja de qualidade e expresse a realidade do indivíduo,</p><p>diminuindo as chances de resultados e diagnósticos falhos. Para isso, durante a padronização</p><p>de um teste sorológico, são analisados diferentes parâmetros (reprodutibilidade, acurácia,</p><p>sensibilidade, especificidade, eficiência, valor preditivo positivo, valor preditivo negativo e razão</p><p>de verossimilhança) que controlam a qualidade do resultado que</p><p>é fornecido pelo teste. Agora,</p><p>conheceremos os principais aspectos em laboratório de imunologia que garantam um controle</p><p>da qualidade das análises e uma padronização dos métodos. Vamos lá?</p><p>Fonte: Shutterstock.</p><p>BANCO DE SOROS</p><p>Fonte: Shutterstock.</p><p>Nos laboratórios de imunologia, recebemos diversas amostras de soros de pacientes para</p><p>testagem sorológica. Buscando melhores maneiras de organizar e armazenar esses soros, seja</p><p>para uma possível retestagem, seja devido ao seu potencial terapêutico (medicamento), eles</p><p>são guardados em um banco, uma espécie de biblioteca, também conhecida como sorotecas.</p><p>Essa organização também facilita o rápido levantamento dos soros testados em uma rotina</p><p>laboratorial. Esses bancos são importantes porque garantem a rastreabilidade dos resultados</p><p>encontrados, ou seja, possibilitam que uma análise seja repetida para a confirmação do</p><p>resultado encontrado.</p><p> ATENÇÃO</p><p>As bibliotecas (coleção catalogada de soros) também são utilizadas para armazenar amostras</p><p>representativas de uma população e assim preservar as características imunológicas. Quando</p><p>os soros são armazenados com essa finalidade, é necessário a permissão do comitê de ética.</p><p>Normalmente, esses soros são separados pelo tipo de análise, ou seja, pelo tipo de agente</p><p>infeccioso que se deseja investigar. Os tubos armazenados apresentam a identificação do</p><p>paciente (nome completo ou iniciais e/ou o número do exame laboratorial), data da coleta da</p><p>amostra e tipo de microrganismos investigados. Essas amostras então são acondicionadas em</p><p>tubos por um período de 5 a 10 anos e mantidas em congelamento (-20 °C) até serem</p><p>utilizadas e/ou descartadas futuramente.</p><p>No caso de um laboratório de pesquisa, esses soros ficam separados de acordo com suas</p><p>similaridades e podem ser importantes para estudos futuros, devendo ficar armazenados a</p><p>uma temperatura de -80 °C.</p><p>Segundo a Resolução da diretoria colegiada (RDC N°34/ 2014), os bancos de sangue devem</p><p>armazenar a plasmateca, ou soroteca, dos doadores por pelo menos 6 meses na temperatura</p><p>de -20 °C. No entanto, em alguns banco de sangues, esse armazenamento é feito por mais de</p><p>5 anos. Esse armazenamento é muito importante, pois, caso um paciente receba um</p><p>componente sanguíneo negativo para todas as doenças infectocontagiosas e, depois de alguns</p><p>meses da transfusão, apresente exame sorológico positivo para HIV, por exemplo, o doador</p><p>deverá ser encontrado e novos exames deverão ser realizados com o soro armazenado na</p><p>plasmateca e com a amostra atual, a fim de verificar se a contaminação foi através da</p><p>transfusão. Além disso, durante o processamento do sangue após a doação, caso haja</p><p>qualquer dúvida nos resultados sorológicos, podem ser utilizadas amostras de soro</p><p>armazenadas para novas testagens.</p><p>Fonte: Shutterstock.</p><p>AVALIAÇÃO DOS MÉTODOS</p><p>SOROLÓGICOS</p><p>A avaliação do desempenho dos testes sorológicos depende da ausência de desvios na</p><p>análise (validade ou acurácia do método) e da precisão dos resultados. Desse modo, os</p><p>métodos de diagnósticos têm que ser avaliados quanto à reprodutibilidade e à acurácia.</p><p>REPRODUTIBILIDADE</p><p>A reprodutibilidade representa a capacidade dos métodos de produzir resultados iguais,</p><p>mesmo em condições distintas de análises, sendo precisos e confiáveis. Um teste sorológico é</p><p>de alta reprodutibilidade quando, após análises repetidas em uma mesma amostra ou</p><p>amostras provenientes de um mesmo paciente, são encontrados resultados similares.</p><p>De modo diferente, durante a avaliação de um método, se este não apresentar</p><p>reprodutibilidade de resultados, que pode ser devido a um erro aleatório (ao acaso), seu</p><p>valor e sua utilidade para implementação como teste de diagnóstico são mínimos. Os</p><p>erros aleatórios são inerentes ao observador e às variações entre os sujeitos. Vamos</p><p>agora conhecer melhor os erros aleatórios (ao acaso):</p><p>• Variação entre os sujeitos individualmente: A verificação de uma determinada análise</p><p>em um mesmo indivíduo pode variar ao longo dia, dependendo da condição em que é</p><p>medida, resultando em resultados distintos. Exemplo: Depois de uma atividade física, a</p><p>pressão arterial será diferente da medida quando o paciente está em repouso.</p><p>• Variação na interpretação de um mesmo exame realizado em momentos diferentes.</p><p>Exemplo: Ao realizar a leitura de uma lâmina em dois momentos diferentes, podemos</p><p>encontrar resultados diversos.</p><p>• Variação na interpretação entre dois técnicos, ou seja, dois observadores podem</p><p>interpretar um resultado de modo diferente.</p><p>ACURÁCIA</p><p>A acurácia (Validade ou exatidão) de um método é a sua capacidade de fornecer resultados</p><p>verdadeiros, ou seja, quanto aquele método é útil para predizer ou diagnosticar um evento que</p><p>se propôs de maneira qualitativa ou quantitativa. Para determinar a acurácia de um método,</p><p>devemos comparar o resultado do teste com os resultados de um padrão, que pode ser a</p><p>clínica do paciente, exames disponíveis ou um ensaio que possa servir como referência</p><p>(considerado padrão-ouro).</p><p>NÃO PODEMOS CONFUNDIR ACURÁCIA (EXATIDÃO)</p><p>DE UM TESTE COM</p><p>REPRODUTIBILIDADE (PRECISÃO) . A PRECISÃO</p><p>INDICA A REPRODUTIBILIDADE DE UM MÉTODO; JÁ A</p><p>EXATIDÃO APONTA O QUANTO ESSE MÉTODO</p><p>APRESENTA RESULTADOS VERDADEIROS (FIGURA</p><p>12).</p><p>Fonte: http://calibraend.blogspot.com/2013/02/voce-conhece-diferenca-entre-precisao-e.html</p><p> Figura 12: Resultados de um método esperado relacionado à exatidão e à precisão.</p><p>Durante a validação de um teste rápido novo para a detecção de anticorpos para a dengue do</p><p>tipo IgM e IgG, devemos, além de realizar o teste sorológico, compará-lo com o padrão-ouro</p><p>preconizado, que seria a detecção de antígenos virais (NS1) observados logo no início da</p><p>infecção, ou então compará-lo com o resultado de um exame sorológico já validado, verificando</p><p>a acurácia e a reprodutibilidade do teste novo com o padrão. No caso da dengue, um teste</p><p>rápido para identificar o antígeno NS1 pode ser comparado com a detecção molecular da</p><p>partícula viral.</p><p>Você sabe como funciona um teste rápido? Vamos entender?</p><p>O teste rápido é um ensaio imunocromático qualitativo que detecta anticorpos.</p><p>Uma amostra é depositada em uma área pré-determinada, que está impregnada com um</p><p>anticorpo (A) complexado ao ouro coloidal. A presença do antígeno na amostra possibilita a</p><p>ligação com o anticorpo complexado ao ouro (A) e posterior migração por capilaridade pela fita</p><p>teste de nitrocelulose.</p><p></p><p>Ao migrar, o anticorpo A vai se complexar, tanto com o anticorpo B (reconhece o antígeno),</p><p>quanto com o anticorpo C (reconhece o anticorpo A), gerando uma cor e formando assim 2</p><p>bandas coloridas (teste positivo).</p><p></p><p>Caso não haja o antígeno na amostra, não teremos a ligação de nenhum antígeno com os</p><p>anticorpos A e B, mas teremos a ligação do anticorpo A com o anticorpo C, resultando em</p><p>apenas 1 banda (resultado negativo).</p><p>Fonte: Wikimedia.</p><p> Figura 13: Desenho esquematizando um teste rápido para a detecção de anticorpos do tipo</p><p>IgG.</p><p>AGORA, COMO VAMOS ESCOLHER O TESTE</p><p>SOROLÓGICO CONSIDERADO IDEAL PARA UMA</p><p>ANÁLISE?</p><p>O teste sorológico ideal deve fornecer a resposta correta, ser rápido, seguro, simples, inócuo,</p><p>confiável e de baixo custo. Os resultados possíveis encontrados durante uma validação de um</p><p>novo teste são:</p><p>RESULTADOS VERDADEIRAMENTE POSITIVO</p><p>RESULTADOS FALSO POSITIVO</p><p>RESULTADOS VERDADEIRAMENTE NEGATIVO</p><p>RESULTADOS FALSO NEGATIVO</p><p>Quando não há dúvida da positividade do teste</p><p>Quando o teste é positivo, mas o paciente não apresenta a infecção</p><p>Quando não há dúvida da negatividade do teste</p><p>Quando, apesar de o teste ser negativo, o paciente apresenta infecção</p><p>Assim, durante a validação de um novo teste sorológico, podemos relacioná-lo ao teste</p><p>considerado padrão-ouro (Quadro 3).</p><p>Fonte: UFG.</p><p> Quadro 3: Resultados esperados durante a validação de testes sorológicos novos em</p><p>comparação a um teste de referência (padrão-ouro).</p><p>A partir dos resultados encontrados para a determinação da acurácia, podemos calcular alguns</p><p>parâmetros para avaliar o desempenho</p><p>do método. Vamos conhecê-los?</p><p>EFICIÊNCIA DO TESTE</p><p>Capacidade do teste detectar os pacientes que apresentam ou não a doença, ou seja, quantos</p><p>indivíduos são verdadeiramente positivos e negativos dentro de uma população total. Mede</p><p>quanto o teste apresenta resultados fidedignos.</p><p>SENSIBILIDADE</p><p>Indica quanto um teste consegue determinar em um grupo de indivíduos aqueles que</p><p>realmente se encontram verdadeiramente positivos.</p><p>OS CASOS COM RESULTADO FALSO NEGATIVO SÃO</p><p>INTERPRETADOS COMO UMA FALHA NA</p><p>SENSIBILIDADE DO ENSAIO. UM TESTE ALTAMENTE</p><p>SENSÍVEL, DIFICILMENTE, DEIXA DE ENCONTRAR</p><p>PESSOAS DOENTES E, POR ISSO, É USADO PARA A</p><p>TRIAGEM DE UMA DOENÇA NAS ROTINAS</p><p>LABORATORIAIS.</p><p>ESPECIFICIDADE</p><p>Indica quanto o teste consegue determinar em um grupo de indivíduos aqueles que não estão</p><p>doentes, os verdadeiramente negativos.</p><p>QUANTO MAIOR A ESPECIFICIDADE, MENOR A TAXA</p><p>DE FALSO POSITIVO, E MENOS PESSOAS ESTARÃO</p><p>EXPOSTAS A TRATAMENTOS INDEVIDOS. UM TESTE</p><p>ALTAMENTE ESPECÍFICO, DIFICILMENTE,</p><p>CLASSIFICARÁ INDIVÍDUOS SADIOS COMO DOENTES,</p><p>POR ISSO, É USADO NOS TESTES CONFIRMATÓRIOS</p><p>DE UMA DOENÇA.</p><p>Vamos entender melhor com um exemplo:</p><p> EXEMPLO</p><p>Na rotina de um laboratório, a triagem sorológica para HIV é realizada a partir de exames com</p><p>alta sensibilidade (ELISA) . Todos os exames positivos são confirmados com testes altamente</p><p>específicos, como o Western blot.</p><p>WESTERN BLOT</p><p>Técnica que detecta proteínas em amostras após a eletroforese, transferência para uma</p><p>membrana de nitrocelulose, e o reconhecimento do antígeno e do anticorpo.</p><p>Outro exemplo que podemos citar:</p><p>Um exame sorológico para verificar a presença de anticorpos IgM contra o COVID-19 foi</p><p>realizado em 1000 indivíduos, onde foram detectados 100 testes positivos e 900 negativos.</p><p>POSSIBILIDADE 1</p><p>Digamos que um teste apresente sensibilidade de 80% e foram encontradas 100 pessoas</p><p>positivas. Concluímos dos 100 pacientes positivos, 80 são de fato positivos e 20 são falso</p><p>negativos, ou seja, estão doentes e não são detectados no exame.</p><p></p><p>POSSIBILIDADE 2</p><p>Digamos que um teste apresente 80% de especificidade e encontre 900 pacientes não</p><p>infectados. Concluímos que, dos 900 pacientes, 720 são negativos e 180 são falso positivos,</p><p>ou seja, são positivos no teste, mas não estão infectados.</p><p>Um teste de diagnóstico ideal deve ter alta sensibilidade (evitar falso negativo) e alta</p><p>especificidade (evitar resultados falso positivo). Os problemas encontrados durante a avaliação</p><p>da sensibilidade ou especificidade de um teste estão relacionados a erros sistemáticos</p><p>inerentes aos métodos. Os erros sistemáticos podem ser:</p><p>PRÉ-ANALÍTICOS</p><p>javascript:void(0)</p><p>Correspondem a toda fase anterior à análise e à chegada ao laboratório. Exemplos: problemas</p><p>na coleta, no transporte, no armazenamento, na conservação e nas características da amostra</p><p>(hemólise, lipídico, contaminado).</p><p>ANALÍTICOS</p><p>Correspondem à análise em si, a erros de pipetagem, nos equipamentos (manutenção e</p><p>calibração), nos reagentes disponíveis (validade, contaminação, diluição).</p><p>PÓS-ANALÍTICOS</p><p>Correspondem a erros na interpretação dos resultados. Exemplo: erros de cálculos,</p><p>interpretação e transcrição.</p><p>Agora que já conhecemos a sensibilidade e a especificidade de um teste e vimos que esses</p><p>parâmetros estão relacionados apenas com o teste, vamos pensar em uma outra situação:</p><p>Após receber um exame com um diagnóstico que mostre um determinado marcador sorológico</p><p>positivo ou negativo, como saber se o paciente está doente ou sadio? Esse parâmetro é</p><p>avaliado pelos valores de predição (VP), que indicam a probabilidade de um determinado</p><p>paciente que apresentar diagnóstico positivo ou negativo esteja verdadeiramente doente ou</p><p>sadio. O VP é dividido em valor preditivo positivo (VPP) e valor preditivo negativo (VPN) .</p><p>Fonte: Shutterstock.</p><p>Valor preditivo positivo (VPP)</p><p>javascript:void(0)</p><p>É a probabilidade de um paciente com uma testagem positiva ter efetivamente a doença. Esse</p><p>parâmetro é baseado na prevalência (número de casos totais existentes em uma população</p><p>por um determinado espaço de tempo) da doença na amostra estudada e na especificidade do</p><p>teste. Quantificará a proporção de positivos que efetivamente tem a doença.</p><p>Exemplo: um método que apresenta VPP de 80% indica que, a cada 10 testes positivos, 8 são</p><p>de pacientes infectados.</p><p>Fonte: Shutterstock.</p><p>Valor preditivo negativo (VPN)</p><p>Quantifica a probabilidade de um resultado “verdadeiro negativo”. Esse parâmetro é baseado</p><p>na prevalência da doença na amostra estudada, verificando a quantidade de sadios com um</p><p>teste negativo.</p><p>Exemplo: um método com VPN de 80% indica que, a cada 10 testes negativos, 8 são de</p><p>pacientes sadios.</p><p>Vamos agora a um exemplo prático para a determinação</p><p>do valor preditivo negativo e positivo:</p><p>Um teste foi realizado em 500 pessoas. O resultado foi negativo para 225 indivíduos, dentre os</p><p>quais, 200 estavam de fato saudáveis e 25 doentes.</p><p>javascript:void(0)</p><p>O resultado foi positivo para 275 pessoas, dentre elas, 210 estavam realmente doentes e</p><p>outras 55 estavam saudáveis. Qual o valor preditivo positivo (VPP) e negativo (VPN) desse</p><p>teste?</p><p>VPP</p><p>Indica a probabilidade de um doente ter efetivamente a doença. Das 275 pessoas positivas,</p><p>210 estavam realmente doentes, assim, temos que: VPP = 210/275 = 0,76</p><p>VPN</p><p>Indica a probabilidade de uma pessoa sadia não ter a doença, das 225 pessoas com resultado</p><p>negativo, apenas 200 estavam sem a doença: então 200/225 =0,89</p><p>QUANTO MAIOR O VALOR DO PREDITIVO POSITIVO,</p><p>MAIOR É A PREVALÊNCIA DA DOENÇA EM UMA</p><p>DETERMINADA POPULAÇÃO.</p><p>Para verificar o desempenho de um teste, podemos calcular a razão de verossimilhança.</p><p>Esse parâmetro indica quantas vezes é possível a detecção de um teste positivo ou negativo e</p><p>é muito utilizado nas análises de pré-testes, quando queremos estabelecer um novo método de</p><p>diagnóstico. Essa medida pode ser positiva ou negativa. Quando os dados são avaliados em</p><p>sensibilidade (e especificidade) , essa medida pode ser calculada a partir desses dois</p><p>parâmetros.</p><p>RAZÃO DE VEROSSIMILHANÇA</p><p>Divisão entre a probabilidade do resultado positivo em pacientes doentes e a</p><p>probabilidade do mesmo resultado em pessoas sadias.</p><p>RAZÃO DE VEROSSIMILHANÇA POSITIVA (RV +)</p><p>javascript:void(0)</p><p>javascript:void(0)</p><p>javascript:void(0)</p><p>Verifica quantas vezes é mais provável encontrar um resultado positivo em pessoas doentes</p><p>quando comparadas com não doentes. Quanto maior a RV +, melhor é o teste. Calculado</p><p>como:</p><p></p><p>RAZÃO DE VEROSSIMILHANÇA NEGATIVA (RV -)</p><p>Verifica quantas vezes é mais provável encontrar um resultado negativo em pessoas doentes,</p><p>quando comparadas com não doentes.</p><p>Assista ao vídeo para entender mais sobre esses cálculos.</p><p>COMO CALCULAR OS VALORES</p><p>PREDITIVO, SENSIBILIDADE E</p><p>ESPECIFICIDADE EM TESTES</p><p>SOROLÓGICOS</p><p>VERIFICANDO O APRENDIZADO</p><p>1. APRENDEMOS QUE A SENSIBILIDADE É UMA MEDIDA QUE PODE SER</p><p>OBTIDA DURANTE A AVALIAÇÃO DA VALIDADE DE UM TESTE. COM</p><p>RELAÇÃO À SENSIBILIDADE DOS TESTES, ASSINALE A ALTERNATIVA</p><p>CORRETA:</p><p>A) Indica quanto um teste consegue determinar, em um grupo de indivíduos, aqueles que</p><p>realmente se encontram doentes.</p><p>B) Mede a capacidade do teste de obter resultados reprodutíveis, ou seja, em dosagens</p><p>repetidas da mesma amostra temos a obtenção do mesmo resultado.</p><p>C) É a habilidade de o teste obter resultados similares ao teste padrão (padrão-ouro).</p><p>D) Verifica quantas vezes é mais provável encontrar um resultado negativo em pessoas</p><p>doentes quando comparadas com não doentes.</p><p>2. VERIFICAMOS QUE, DURANTE A REALIZAÇÃO DE EXAMES DE</p><p>SOROLOGIA, FAZ-SE NECESSÁRIO O ARMAZENAMENTO DOS SOROS</p><p>EM BANCOS DE SOROS. SOBRE ESSE ARMAZENAMENTO, ANALISE AS</p><p>AFIRMATIVAS A SEGUIR:</p><p>I. OS BANCOS DE SOROS PERMITEM A RASTREABILIDADE DOS</p><p>RESULTADOS SOROLÓGICOS, PODENDO REPETIR O TESTE NO CASO</p><p>DE RESULTADOS DUVIDOSOS.</p><p>II. DURANTE ROTINA LABORATORIAL DE DOADORES DE SANGUE, É</p><p>PRECONIZADO PELA ANVISA O ARMAZENAMENTO DO SORO POR 3</p><p>MESES.</p><p>III. OS TUBOS QUE SERÃO ARMAZENADOS DEVEM SER ORGANIZADOS</p><p>DE ACORDO COM O TIPO DE MICRORGANISMOS</p><p>QUE SÃO</p><p>INVESTIGADOS.</p><p>ASSINALE A SEGUIR A ALTERNATIVA QUE APRESENTA A(S)</p><p>AFIRMATIVA(S) CORRETA(S):</p><p>A) I e III</p><p>B) I e II</p><p>C) II e III</p><p>D) Apenas a III</p><p>GABARITO</p><p>1. Aprendemos que a sensibilidade é uma medida que pode ser obtida durante a</p><p>avaliação da validade de um teste. Com relação à sensibilidade dos testes, assinale a</p><p>alternativa correta:</p><p>A alternativa "A " está correta.</p><p>A sensibilidade é o parâmetro que indica quanto um teste consegue determinar, em um grupo</p><p>de indivíduos, aqueles que realmente estão doentes. A reprodutibilidade indica a precisão</p><p>(obtenção de resultados reprodutíveis) dessa medida, a acurácia é a habilidade de o teste</p><p>obter resultados similares ao teste padrão (padrão-ouro). A razão de verossimilhança positiva</p><p>verifica quantas vezes é mais provável encontrar um resultado negativo em pessoas doentes,</p><p>quando comparadas com não doentes.</p><p>2. Verificamos que, durante a realização de exames de sorologia, faz-se necessário o</p><p>armazenamento dos soros em bancos de soros. Sobre esse armazenamento, analise as</p><p>afirmativas a seguir:</p><p>I. Os bancos de soros permitem a rastreabilidade dos resultados sorológicos, podendo</p><p>repetir o teste no caso de resultados duvidosos.</p><p>II. Durante rotina laboratorial de doadores de sangue, é preconizado pela ANVISA o</p><p>armazenamento do soro por 3 meses.</p><p>III. Os tubos que serão armazenados devem ser organizados de acordo com o tipo de</p><p>microrganismos que são investigados.</p><p>Assinale a seguir a alternativa que apresenta a(s) afirmativa(s) correta(s):</p><p>A alternativa "B " está correta.</p><p>Os bancos de soros permitem o armazenamento, a organização e a rastreabilidade nos</p><p>laboratórios de imunologia. Nos bancos de sangue, de acordo com a RDC Nª 34/2014, as</p><p>amostras de soros de doadores devem ser armazenadas por, no mínimo, 6 meses a -20 °C.</p><p>CONCLUSÃO</p><p>CONSIDERAÇÕES FINAIS</p><p>O diagnóstico sorológico é de suma importância, pois auxilia na identificação de agentes</p><p>etiológicos e pode determinar as fases de uma doença, garantindo ao paciente um diagnóstico</p><p>confiável e um tratamento seguro. Além disso, a evolução desses métodos ao longo dos anos</p><p>tornou a doação de sangue e órgãos mais segura, diminuindo a contaminação por doenças</p><p>infectocontagiosas e mimetizando o número de reações de incompatibilidades. Vimos que</p><p>esses métodos podem ser qualitativos (conferem resultados que definem uma qualidade) ou</p><p>quantitativos (quando os resultados apresentam um valor mensurável).</p><p>Visitamos ainda os principais conceitos ligados ao controle de qualidade dos testes sorológicos</p><p>para que se tenha um resultado reprodutível e exato. Além disso, conseguimos compreender, a</p><p>partir da análise da acurácia de um teste, como podemos medir a sensibilidade, a eficiência, a</p><p>especificidade, os valores de predição e a razão de verossimilhança de um teste, e</p><p>entendemos o que cada um deles representa.</p><p>AVALIAÇÃO DO TEMA:</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>ABBAS, A. K., LICTMAN, A. H. Imunologia Celular e Molecular, 5 ed. Rio de Janeiro:</p><p>Elsevier, 2005.</p><p>ANVISA. RDC N°24de 11 de junho de 2014. In: Hemocentro. Consultado em meio eletrônico</p><p>em: 9 set. 2020.</p><p>BRASIL. Protocolo clínico e diretrizes terapêuticas para manejo da infecção pelo HIV em</p><p>adultos. In: Conitec. Consultado em meio eletrônico em: 7 set. 2020.</p><p>BRASIL. Diagnóstico da infecção pelo HIV - aula 2. In: Telab. Consultado em meio eletrônico</p><p>em: 7 set. 2020.</p><p>FERREIRA, J. C.; PARTINO, C. M. Entendendo os testes de diagnóstico - parte 3. In: Jornal</p><p>Brasileiro de patologia. v. 44 (1), 2018.</p><p>MOLINARO, E. M.; CAPUTO, L. F. G.; AMENDOREIRA, M. R. R. Conceitos e métodos para</p><p>a formação de profissionais em laboratórios de saúde. Rio de Janeiro: EPSJV/ IOC, 2013.</p><p>SIQUEIRA, C. O.; RIBEIRO, F. C.; VIZZONI, A. G. Conceitos básicos e aplicados em imuno-</p><p>hematologia. Organização de Maria Beatriz. Rio de Janeiro: EPSJV, 2013.</p><p>UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIAS (s/d). Avaliação dos testes de diagnóstico. In: UFGV.</p><p>Consultado em meio eletrônico em: 7 set. 2020.</p><p>EXPLORE+</p><p>Para aprofundar os seus conhecimentos a respeito do assunto deste tema, leia:</p><p>CARMINATI, R. et al. Determinação da sensibilidade e especificidade de um teste de</p><p>ELISA indireto para o diagnóstico da linfadenite caseosa em caprinos. Indicamos este</p><p>artigo para que você conheça como um teste sorológico é desenvolvido e padronizado,</p><p>avaliando sua sensibilidade. Conforme aprendemos, exames com alta sensibilidade são</p><p>amplamente utilizados durante uma triagem sorológica e o exame de especificidade para</p><p>confirmação diagnóstica.</p><p>TEIXIERA, R. I. A.; VEXENAT, A. C. Real significado de exames sorológicos no</p><p>diagnóstico das doenças endêmicas. Leia este artigo para aprender mais sobre a</p><p>importância do diagnóstico sorológico coletivo no diagnóstico dos surtos.</p><p>Acurácia dos testes de diagnósticos registrados na ANVISA para o COVID-19. Este</p><p>documento, encontrado no site do Ministério da Saúde, avalia os resultados da acurácia</p><p>dos testes diagnósticos disponíveis no Brasil.</p><p>Para aprofundar os seus conhecimentos a respeito do assunto deste tema, leia:</p><p>GOLDBERG, A. C.; RIZZO, L. V.Estrutura do MHC e função – apresentação de</p><p>antígenos. Parte 1.</p><p>CONTEUDISTA</p><p>Gabrielly Sbano Teixeira</p><p> CURRÍCULO LATTES</p><p>javascript:void(0);</p>

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