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<p>1) João Gostoso era carregador de feira livre e morava no morro da Babilônia num barracão sem</p><p>número.</p><p>Uma noite ele chegou no bar Vinte de Novembro</p><p>Bebeu</p><p>Cantou</p><p>Dançou</p><p>Depois se atirou na lagoa Rodrigo de Freitas e morreu afogado.</p><p>BANDEIRA, M. Estrela da vida inteira: poesias reunidas. Rio de Janeiro: José Olympio, 1980.</p><p>No poema de Manuel Bandeira, há uma ressignificação de elementos da função referencial da</p><p>linguagem pela:</p><p>a) atribuição de título ao texto com base em uma notícia veiculada em jornal.</p><p>b) utilização de frases curtas, características de textos do gênero jornalístico.</p><p>c) indicação de nomes de lugares como garantia da veracidade da cena narrada.</p><p>d) enumeração de ações, com foco nos eventos acontecidos à personagem do texto.</p><p>e) apresentação de elementos próprios da notícia, tais como quem, onde, quando e o quê.</p><p>2- (Questão criada para o Curso Enem Gratuito)</p><p>Leia o texto extraído do site Mapa do Brincar</p><p>Jeito de brincar</p><p>Uma criança tem que esconder o rosto e contar até 30 enquanto as outras se escondem. Depois, ela</p><p>tem que encontrar todos os outros para ganhar a brincadeira. Sempre que achar alguém, tem que</p><p>correr e bater no pique, dizendo: “Chicotinho queimado, 1,2,3,4, (nome da criança encontrada) atrás</p><p>da árvore”.</p><p>Se a pessoa que foi encontrada conseguir chegar primeiro até o pique, ela ganha. Quem estava</p><p>procurando continua a procurar.</p><p>Pode-se afirmar sobre o texto que</p><p>a) trata-se de um texto narrativo, pois conta a história de uma criança que precisa encontrar seus</p><p>amigos, logo temos um texto literário.</p><p>b) tem como objetivo ensinar uma brincadeira popular de forma artística, sendo assim, a função da</p><p>linguagem que predomina é a poética.</p><p>c) trata-se de um manual com regras de uma brincadeira popular, por tanto, se enquadra como texto</p><p>não literário.</p><p>d) a função da linguagem que predomina é a referencial, pois uma das etapas é encontrar as crianças</p><p>que participam da brincadeira.</p><p>e) a presença da metáfora “Chicotinho queimado” é suficiente para classificar o texto “Jeito de</p><p>Brincar” como texto literário.</p><p>3- (Questão criada para o Curso Enem Gratuito)</p><p>Leia o fragmento da música de Chico Buarque, O Meu Guri</p><p>[…]</p><p>Chega suado e veloz do batente</p><p>E traz sempre um presente pra me encabular</p><p>Tanta corrente de ouro, seu moço</p><p>Que haja pescoço pra enfiar</p><p>Me trouxe uma bolsa já com tudo dentro</p><p>Chave, caderneta, terço e patuá</p><p>Um lenço e uma penca de documentos</p><p>Pra finalmente eu me identificar, olha aí</p><p>[…]</p><p>Com base no fragmento lido, podemos afirmar que</p><p>a) A assonância é uma figura de linguagem de linguagem que consiste na repetição proposital do som</p><p>de vogais. Podemos percebê-la em ouro, moço e pescoço.</p><p>b) Trata-se de um texto predominantemente descritivo, pois sabemos quais são os objetos que</p><p>existem dentro da bolsa trazida pelo personagem.</p><p>c) Por se tratar de um texto literário, há a presença de rimas, o que dificulta o entendimento das</p><p>ações da personagem.</p><p>d) Com base neste fragmento, percebemos que o eu-lírico faz um relato sobre alguém que traz uma</p><p>bolsa com vários objetos, sendo assim, podemos classificar este excerto como não literário.</p><p>e) A linguagem informal é característica marcante no texto informativo, como podemos ver em seu</p><p>moço. Por isso, trata-se de um texto não literário.</p><p>1- (ENEM 2010 – Segunda Aplicação)</p><p>Açúcar</p><p>O branco açúcar que adoçará meu café</p><p>Nesta manhã de Ipanema</p><p>Não foi produzido por mim</p><p>Nem surgiu dentro do açucareiro por milagre.</p><p>[…]</p><p>Em lugares distantes,</p><p>Onde não há hospital,</p><p>Nem escola, homens que não sabem ler e morrem de fome</p><p>Aos 27 anos</p><p>Plantaram e colheram a cana</p><p>Que viraria açúcar.</p><p>Em usinas escuras, homens de vida amarga</p><p>E dura</p><p>Produziram este açúcar</p><p>Branco e puro</p><p>Com que adoço meu café esta manhã</p><p>Em Ipanema.</p><p>GULLAR, F. Toda Poesia. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira,1980 (fragmento)</p><p>A Literatura Brasileira desempenha papel importante ao suscitar a reflexão sobre desigualdades</p><p>sociais. No fragmento, essa reflexão ocorre porque o eu lírico.</p><p>a) descreve as propriedades do açúcar</p><p>b) se revela mero consumidor de açúcar.</p><p>c) destaca o modo de produção do açúcar.</p><p>d) exalta o trabalho dos cortadores de cana.</p><p>e) explicita a exploração dos trabalhadores.</p><p>2- (Enem 2019)</p><p>Menina</p><p>A máquina de costura avançava decidida sobre o pano. Que bonita que a mãe era, com os alfinetes na</p><p>boca. Gostava de olhá-la calada, estudando seus gestos, enquanto recortava retalhos de pano com a</p><p>tesoura. Interrompia às vezes seu trabalho, era quando a mãe precisava da tesoura. Admirava o jeito</p><p>decidido da mãe ao cortar pano, não hesitava nunca, nem errava. A mãe sabia tanto! Tita chamava-a</p><p>de ( ) como quem diz ( ).</p><p>Tentava não pensar as palavras, mas sabia que na mesma hora da tentativa tinha-as pensado. Oh,</p><p>tudo era tão difícil. A mãe saberia o que ela queria perguntar-lhe intensamente agora quase com</p><p>fome depressa depressa antes de morrer, tanto que não se conteve e – Mamãe, o que é desquitada?</p><p>– atirou rápida com uma voz sem timbre. Tudo ficou suspenso, se alguém gritasse o mundo acabava</p><p>ou Deus aparecia – sentia Ana Lúcia.</p><p>Era muito forte aquele instante, forte demais para uma menina, a mãe parada com a tesoura no ar,</p><p>tudo sem solução podendo desabar a qualquer pensamento, a máquina avançando desgovernada</p><p>sobre o vestido de seda brilhante espalhando luz luz luz.</p><p>ÂNGELO. I. Menina. In: A face horrível. São Paulo: Lazuli, 2017.</p><p>Escrita na década de 1960, a narrativa põe em evidência uma dramaticidade centrada na</p><p>a)insinuação da lacuna familiar gerada pela ausência da figura paterna.</p><p>b)associação entre a angústia da menina e a reação intempestiva da mãe.</p><p>c)relação conflituosa entre o trabalho doméstico e a emancipação feminina.</p><p>d)representação de estigmas sociais modulados pela perspectiva da criança.</p><p>e)expressão de dúvidas existenciais intensificadas pela percepção do abandono.</p><p>3- (Enem 2019)</p><p>Ed Mort só vai</p><p>Mort. Ed Mort. Detetive particular. Está na plaqueta. Tenho um escritório numa galeria de</p><p>Copacabana entre um fliperama e uma loja de carimbos. Dá só para o essencial, um telefone mudo e</p><p>um cinzeiro. Mas insisto numa mesa e numa cadeira. Apesar do protesto das baratas. Elas não</p><p>vencerão. Comprei um jogo de máscaras. No meu trabalho o disfarce é essencial. Para escapar dos</p><p>credores. Outro dia entrei na sala e vi a cara do King Kong andando pelo chão. As baratas estavam</p><p>roubando as máscaras. Espisoteei meia dúzia. As outras atacaram a mesa. Consegui salvar a minha Bic</p><p>e o jornal. O jornal era novo, tinha só uma semana. Mas elas levaram a agenda. Saí ganhando. A</p><p>agenda estava em branco. Meu último caso fora com a funcionária do Erótica, a primeira ótica da</p><p>cidade com balconista topless. Acabara mal. Mort. Ed Mort. Está na plaqueta.</p><p>VERISSIMO, L. F. Ed Mort: todas as histórias. Porto Alegre: L&PM, 1997 (adaptado).</p><p>Nessa crônica, o efeito de humor é basicamente construído por uma</p><p>a)segmentação de enunciados baseada na descrição dos hábitos do personagem.</p><p>b)ordenação dos constituintes oracionais na qual se destaca o núcleo verbal.</p><p>c)estrutura composicional caracterizada pelo arranjo singular dos períodos.</p><p>d)sequenciação narrativa na qual se articulam eventos absurdos.</p><p>e)seleção lexical na qual predominam informações redundantes.</p>