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<p>11</p><p>Beatriz Oliveira Leão Carneiro</p><p>Nathália da Costa Sousa</p><p>PEDIATRIA III</p><p>PARASITOSES NA INFÂNCIA</p><p>2</p><p>SUMÁRIO</p><p>PARASITOSES NA INFÂNCIA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3</p><p>1. Síndrome de Loeffler . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4</p><p>1.1. Necator americanus e Ancylostoma duodenale . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5</p><p>1.2. Strongyloides . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5</p><p>1.3. Ascaris lumbricoides . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5</p><p>2. Enterobíase . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6</p><p>3. Giardíase . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7</p><p>4. Amebíase. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7</p><p>5. Toxocaríase . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8</p><p>6. Trichuris trichiura . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8</p><p>7. Prevenção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9</p><p>Mapa mental . Parasitoses . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10</p><p>Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11</p><p>Bibliografia consultada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11</p><p>Questões comentadas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12</p><p>3</p><p>PARASITOSES NA INFÂNCIA</p><p>O QUE VOCÊ PRECISA SABER?</p><p>u As parasitoses intestinais constituem um importante problema de saúde pública.</p><p>u As helmintíases e as protozooses intestinais estão entre as infecções mais comuns em todo o mundo.</p><p>u O que é a Síndrome de Loeffler e os principais agentes.</p><p>u Saber correlacionar os agentes às principais alterações clínicas.</p><p>As parasitoses intestinais constituem um impor-</p><p>tante problema de saúde pública, pois contribuem</p><p>para as taxas de morbidade e mortalidade de pes-</p><p>soas em todo o mundo, especialmente em países</p><p>em desenvolvimento. A transmissão dos parasitas</p><p>está ligada a condições de vida, hábitos alimen-</p><p>tares, condições de moradia, comportamentos</p><p>culturais e educacionais, sendo mais prevalentes</p><p>em populações de baixo nível socioeconômico, não</p><p>se relacionando diretamente à predisposição racial,</p><p>genética ou suscetibilidades específicas.</p><p>As enfermidades causadas por parasitas são apon-</p><p>tadas como fortes indicadores de desenvolvimento</p><p>socioeconômico de um país. Entre os agravos que</p><p>as enteroparasitoses podem causar, destacam-se</p><p>a obstrução intestinal (Ascaris lumbricoides), des-</p><p>nutrição (Ascaris lumbricoides e Trichuris trichiura),</p><p>anemia ferropriva (ancilostomídeos), diarreia e má</p><p>absorção (Entamoeba histolytica e Giardia lamblia).</p><p>A carga parasitária tende a ser proporcional às</p><p>manifestações clínicas. Para que haja intervenções é</p><p>necessário conhecer não apenas o agente etiológico,</p><p>os fatores biológicos e ambientais, mas também o</p><p>hospedeiro humano. O desconhecimento a respeito</p><p>das medidas preventivas, principalmente entre as</p><p>populações menos favorecidas, é condicionante</p><p>para a disseminação das enteroparasitoses.</p><p>BASES DA MEDICINA</p><p>Os helmintos que parasitam o homem incluem os nemató-</p><p>deos (Ascaris lumbricoides, Trichuris trichiura, Ancylostoma</p><p>duodenale, Necator americanus, Strongyloides stercoralis</p><p>e Enterobius vermiculares), os platelmintos cestódeos</p><p>(Taenia solium, Taenia saginata e Hymenolepis nana)</p><p>e os platelmintos trematódeos (Schistosoma masoni,</p><p>S. haematobium, S. japonium e S. mekongi). Entre os</p><p>protozoários intestinais, encontram-se principalmente</p><p>Entamoeba histolytica, Giardia lamblia e Cryptosporidium.</p><p>O Quadro 1 mostra a classificação das principais para-</p><p>sitoses intestinais.</p><p>DIA A DIA MÉDICO</p><p>Os sinais e sintomas das parasitoses muitas vezes são</p><p>inespecíficos, como anorexia, irritabilidade, alterações</p><p>do hábito intestinal e dor abdominal recorrente, o que</p><p>dificulta o diagnóstico clínico. Lembrando que temos</p><p>algumas exceções, como prurido anal na enterobíase e a</p><p>eliminação de vermes na ascaridíase, que são manifesta-</p><p>ções clínicas mais específicas e auxiliam no diagnóstico.</p><p>importância/prevalência</p><p>Parasitoses na infância Gastroenterologia Pediátrica</p><p>4</p><p>Quadro 1. Classificação das principais</p><p>parasitoses intestinais.</p><p>1. Protozoários</p><p>1.1. Acometimento exclusivamente digestivo</p><p>Giardíase: Giardia lamblia</p><p>1.2. Acometimento digestivo e potencialmente extrain-</p><p>testinal</p><p>Amebíase: Entamoeba histolytica</p><p>2. Helmintos</p><p>2.1. Nematódeos</p><p>2.1.1. Acometimento exclusivamente digestivo</p><p>Oxiuríase: Enterobius vermiculares</p><p>Tricuríase: Trichuris trichiura</p><p>2.1.2. Acometimento digestivo e pulmonar</p><p>Ascaridíase: Ascaris lumbricoides</p><p>Ancilostomíase: Ancylostoma duodenale</p><p>2.1.3. Acometimento cutâneo, digestivo e pulmonar</p><p>Estrongiloidíase: Strongyloides stercoralis</p><p>2.2. Platelmintos cestódeos</p><p>2.2.1. Acometimento exclusivamente digestivo</p><p>Himenolepíase: Hymenolepis nana</p><p>Teníase: Taenia solium e T. saginata</p><p>2.2.2. Acometimento digestivo e potencialmente</p><p>extraintestinal</p><p>Cisticercose: Taenia solium</p><p>2.3. Platelmintos trematódeos</p><p>2.3.1. Acometimento digestivo e potencialmente</p><p>extraintestinal</p><p>Esquistossomose mansônica: Schistosoma</p><p>mansoni</p><p>Fonte: Ministério da Saúde1.</p><p>1. SÍNDROME DE LOEFFLER</p><p>A Síndrome de Loeffler é uma pneumonite eosino-</p><p>fílica transitória, por reação de hipersensibilidade</p><p>imediata, que ocorre devido à migração pulmonar</p><p>das larvas de parasitas que realizam o ciclo ente-</p><p>ropulmonar em cerca de 2 semanas. As lesões</p><p>pulmonares são transitórias, e na radiografia de</p><p>tórax há imagens opacas que variam de tamanho</p><p>e forma e que podem surgir em qualquer um dos</p><p>lobos pulmonares. A evolução clínica é benigna, e</p><p>os principais agentes etiológicos são os helmintos,</p><p>como o Ascaris lumbricoides, Necator americanus,</p><p>Ancylostoma duodenale e Strongyloides stercoralis.</p><p>Para fácil memorização, é só se lembrar do mne-</p><p>mônico “NASA”. Veja a seguir:</p><p>DIA A DIA MÉDICO</p><p>Lembre-se: NASA, principais agentes da Síndrome de</p><p>Loeffler</p><p>N: Necator americanus</p><p>A: Ancylostoma duodenale</p><p>S: Strongyloides</p><p>A: Ascaris lumbricoides</p><p>A Síndrome de Loeffler se limita a cerca de 1 a 2 semanas,</p><p>sendo a tosse seca o sintoma mais comum, podendo</p><p>estar presentes também febre baixa, dispneia, mialgia,</p><p>anorexia e urticária. O tempo de surgimento dos sintomas</p><p>coincide com a migração da larva pelo pulmão e, por isso,</p><p>é entre 10 e 16 dias após a aquisição do verme. O ciclo</p><p>pulmonar causado pelos parasitas do mnemônico “NASA”</p><p>também é conhecido como Ciclo de Loss. Algumas provas</p><p>de residência e concursos costumam perguntar qual a</p><p>tríade da Síndrome de Loeffler e a resposta é: 1 – Tosse</p><p>seca; 2 – Sibilos migratórios; 3 – Mudança no padrão do</p><p>raio X de tórax.</p><p>Manifestações extrapulmonares como hepatome-</p><p>galia, reações meníngeas ou erupções cutâneas</p><p>pruriginosas também podem estar presentes. No</p><p>hemograma há eosinofilia sanguínea que, inclusive,</p><p>pode ser acentuada. Eosinofilia</p><p>pulmonar também</p><p>está presente na síndrome; entretanto, a avaliação</p><p>histológica do tecido pulmonar não é obrigatória para</p><p>que se feche o diagnóstico. O exame parasitológico</p><p>das fezes é importante; entretanto, na maioria dos</p><p>casos, ele é inicialmente negativo, permanecendo</p><p>desta forma até cerca de 8 semanas após o início</p><p>dos sintomas pulmonares. O resultado negativo</p><p>ocorre porque, na fase pulmonar do ciclo parasitário,</p><p>os vermes ainda estão na fase larvária e, portanto,</p><p>não colocam os ovos, que seriam percebidos pelo</p><p>exame.</p><p>A radiografia de tórax evidencia infiltrado alvéo-</p><p>lo-intersticial não segmentar, transitório, de cará-</p><p>ter migratório, localizado preferencialmente na</p><p>periferia, mas que pode ter qualquer localização</p><p>e ser unilateral ou bilateral. Além disso, pode ter</p><p>forma pequena e arredondada ou grande e irregular.</p><p>Parasitoses na infância</p><p>5</p><p>Quando há confirmação laboratorial da infecção</p><p>parasitária, deve-se utilizar drogas anti-helmínticas</p><p>como base do tratamento, até mesmo para evitar</p><p>manifestações tardias da parasitose, como diarreia,</p><p>desnutrição, dor abdominal e oclusão intestinal. Cor-</p><p>ticoides sistêmicos também podem ser utilizados e</p><p>são bastante efetivos na diminuição da inflamação</p><p>celular e da eosinofilia. Neste caso, a droga mais</p><p>usada é a prednisona. O tratamento deve ser sempre</p><p>repetido 2 semanas após a 1ª dose, para combater</p><p>os agentes que podem fazer um novo ciclo pulmo-</p><p>nar. Vamos agora falar especificamente sobre os</p><p>principais agentes parasitários.</p><p>1 .1 . NECATOR AMERICANUS E</p><p>ANCYLOSTOMA DUODENALE</p><p>São responsáveis pela ancilostomíase. Os ovos</p><p>lançados no solo liberam larvas que penetram ativa-</p><p>mente na pele do hospedeiro, migram para o pulmão</p><p>e chegam ao intestino, onde se tornam adultos e</p><p>iniciam nova postura. As larvas liberadas no solo</p><p>podem penetrar de forma passiva pela boca, entrar</p><p>na mucosa intestinal e passar para o intestino, onde</p><p>terminam seu desenvolvimento.</p><p>A fase de invasão larvária provoca desde lesões</p><p>cutâneas irritativas leves até lesões eritemato-</p><p>papulares mais importantes. Durante a migração</p><p>pulmonar, podem ocorrer pequenas hemorragias</p><p>por ruptura de capilares pulmonares. No intestino,</p><p>os vermes se fixam por meio de dentes ou placas</p><p>cortantes, gerando a manifestação clínica mais</p><p>importante dessa parasitose: a ANEMIA. O trata-</p><p>mento é principalmente com albendazol.</p><p>1 .2 . STRONGYLOIDES</p><p>A partir do contato do homem com as larvas fila-</p><p>rioides pela pele, mucosa oral ou esofágica, há a</p><p>liberação de uma enzima que ajuda na penetração</p><p>e na migração das larvas pelos tecidos. Chegam</p><p>aos pequenos vasos, sendo levadas pela circula-</p><p>ção venosa até o lado direito do coração por meio</p><p>das artérias pulmonares. Conseguem chegar aos</p><p>capilares penetrando nos alvéolos e sobem até a</p><p>traqueia pelos cílios do epitélio respiratório até a</p><p>nasofaringe, onde são ingeridas. Por fim, chegam</p><p>ao duodeno para se transformar em fêmeas parte-</p><p>nogênicas e dar início à ovoposição, originando as</p><p>larvas rabditoides. No desenvolvimento do ciclo de</p><p>vida livre, as larvas rabditoides são eliminadas por</p><p>meio das fezes em ambiente favorável, em tempe-</p><p>ratura média de 29°C. Evoluem entre o período de</p><p>1 a 2 dias em larvas filarioides contaminadas, com</p><p>capacidade de atingir outro indivíduo e começar um</p><p>novo ciclo parasitário.</p><p>A estrongiloidíase humana pode aparecer de forma</p><p>aguda ou crônica. A forma aguda origina uma reação</p><p>inflamatória na região onde acontece a penetração</p><p>da larva, ocorrendo tosse, irritação traqueal, bron-</p><p>quite, diarreia, anorexia e dores abdominais. As</p><p>larvas são encontradas nas fezes, em média, de</p><p>21 a 28 dias após a infecção. A forma crônica é a</p><p>mais encontrada, na maioria das vezes, nas crian-</p><p>ças, mostrando-se sem sintomas. O tratamento é</p><p>principalmente com albendazol por 3 dias e, como</p><p>alternativa, o tiabendazol.</p><p>1 .3 . ASCARIS LUMBRICOIDES</p><p>Ascaridíase é a parasitose de maior prevalência.</p><p>Uma única fêmea pode eliminar 200 mil ovos por</p><p>dia. No solo eles se tornam infectantes e, depois de</p><p>ingeridos, os ovos eclodem no intestino delgado. As</p><p>larvas migram para o fígado ou vão diretamente para</p><p>o coração direito, chegando aos pulmões. Rompem</p><p>os capilares pulmonares, chegam à faringe e, se</p><p>deglutidas, voltam ao intestino, onde se completa</p><p>seu desenvolvimento e iniciam novo ciclo. Os áscaris</p><p>não são hematófagos, eles causam danos ao homem</p><p>por lesão tecidual direta, pela resposta imunológica</p><p>do hospedeiro e por fenômenos obstrutivos. Uma</p><p>grave complicação da ascaridíase é a obstrução</p><p>intestinal, tendo como sinal característico a obs-</p><p>trução de miolo de pão (peritonite). O tratamento</p><p>é principalmente com albendazol.</p><p>DIA A DIA MÉDICO</p><p>A obstrução intestinal por novelo de Ascaris lumbricoides</p><p>afeta muitas crianças, principalmente aquelas com níveis</p><p>socioeconômicos baixos e as desnutridas. Normalmente,</p><p>Parasitoses na infância Gastroenterologia Pediátrica</p><p>6</p><p>há a história prévia de eliminação do verme. A obstrução</p><p>em si ocorre quando há acúmulo do parasita no intestino,</p><p>pela excreção de neurotoxinas que provocam contração</p><p>do intestino delgado (espasticidade) ou como causa de</p><p>volvo. Em alguns casos, pode-se palpar o novelo de áscaris;</p><p>entretanto, exames de imagem, como a radiografia simples</p><p>de abdome e a ultrassonografia de abdome, auxiliam na</p><p>identificação do enovelado. O tratamento inicial é CLÍNICO,</p><p>a partir do jejum, sondagem nasogástrica de alívio, hidra-</p><p>tação parenteral e administração de antiespasmódico.</p><p>A partir da sonda, deve ser administrada a piperazina (75</p><p>a 100 mg/kg), associada ao óleo mineral (15 a 30 mL),</p><p>com o objetivo de eliminação dos vermes. Se não houver</p><p>melhora clínica após 24 a 48 horas do tratamento clínico,</p><p>ou se houver a suspeita de complicações intestinais, deve</p><p>ser indicada a cirurgia.</p><p>Chama-se de “áscaris errático” o verme que se</p><p>localiza em “hábitats anormais”, como o apêndice</p><p>cecal (causando apendicite aguda), canal colédoco</p><p>(com sintomas hepatobiliares), boca, narinas, rins,</p><p>uretra, cérebro e ducto nasolacrimal, como é mos-</p><p>trado na Figura 1.</p><p>Figura 1. Ascaris lumbricoides em localização não habitual: ducto nasolacrimal de</p><p>uma criança; Imagem da direita: aspecto do parasita após a sua retirada.</p><p>Fonte: Araujo et al.2</p><p>2. ENTEROBÍASE</p><p>A Enterobíase ou oxiuríase pode ser assintomática</p><p>ou apresentar, como característica principal, o</p><p>prurido retal, frequentemente noturno, que causa</p><p>irritabilidade, desassossego, desconforto e altera-</p><p>ções no ciclo sono-vigília da criança. As escoria-</p><p>ções provocadas pelo ato de coçar podem resultar</p><p>em infecções secundárias em torno do ânus, com</p><p>congestão na região anal. Pode haver inflamação</p><p>com pontos hemorrágicos onde se encontram fre-</p><p>quentemente as fêmeas adultas e os ovos. Sintomas</p><p>inespecíficos do aparelho digestivo são registrados,</p><p>como: vômitos, dores abdominais, tenesmo e fezes</p><p>sanguinolentas. Outras manifestações, como vulvo-</p><p>vaginite, salpingite, ooforite e granulomas pélvicos</p><p>ou hepáticos, são registradas esporadicamente.</p><p>São diversos os modos de transmissão:</p><p>1) Autoinfecção externa ou direta: do ânus para a</p><p>cavidade oral, por meio dos dedos.</p><p>2) Indireta: ovos presentes na poeira ou alimentos</p><p>atingem o mesmo hospedeiro que os eliminou.</p><p>3) Heteroinfecção: ovos presentes na poeira ou</p><p>alimentos atingem um novo hospedeiro.</p><p>4) Retroinfestação: migração das larvas da região</p><p>anal para as regiões superiores do intestino</p><p>grosso, chegando até o ceco, onde se tornam</p><p>adultas.</p><p>5) Autoinfecção interna: processo raro no qual as</p><p>larvas eclodem ainda dentro do reto e depois</p><p>migram até o ceco, transformando-se em vermes</p><p>adultos.</p><p>Parasitoses na infância</p><p>7</p><p>O ciclo de vida do parasita dura de 2 a 6 semanas.</p><p>A sintomatologia aparece quando existe um grande</p><p>número de vermes resultantes de infestações suces-</p><p>sivas, que ocorrem alguns meses depois da infes-</p><p>tação inicial. O período de transmissibilidade dura</p><p>enquanto as fêmeas grávidas expulsam os ovos que</p><p>permanecem infectantes</p><p>por 1 ou 2 semanas fora</p><p>do hospedeiro. As complicações: são salpingites,</p><p>vulvovaginites e granulomas pélvicos.</p><p>O diagnóstico, em geral, é clínico devido ao prurido</p><p>retal característico. O diagnóstico laboratorial reside</p><p>no encontro do parasita e de seus ovos. Como dificil-</p><p>mente é conseguido nos exames parasitológicos de</p><p>fezes de rotina (achado casual quando o parasitismo</p><p>é muito intenso), deve-se pesquisar diretamente na</p><p>região perianal, o que deve ser feito pelo Método</p><p>de Hall (swab anal) ou pelo Método de Graham</p><p>(fita gomada), cuja coleta é feita na região anal e é</p><p>seguida de leitura em microscópio. Também podem</p><p>ser pesquisados em material retirado de unhas de</p><p>crianças infectadas, que oferecem alto índice de</p><p>positividade. O tratamento pode ser com pamoato</p><p>de pirvínio, mebendazol ou albendazol.</p><p>3. GIARDÍASE</p><p>A giardíase é uma protozoose causada pelo verme</p><p>Giardia lamblia, que é um protozoário flagelado,</p><p>monoxênico (ciclo de vida em hospedeiro único),</p><p>com formato de trofozoíto e de cisto. É uma infecção</p><p>amplamente distribuída e pode ser avaliada como a</p><p>causadora de diarreia tanto aguda quanto crônica,</p><p>colaborando assim para deficiência e má absorção</p><p>de nutrientes. A disseminação da giardíase está</p><p>integrada a vários fatores, tais como: contamina-</p><p>ção por meio da água, legumes, frutas e vegetais</p><p>infectados pelos cistos e por meio do contato direto</p><p>inter-humano (fecal-bucal).</p><p>Com a ingestão do cisto, o desencistamento é</p><p>iniciado no meio ácido do estômago, chegando ao</p><p>duodeno e jejuno, onde há a conversão para a forma</p><p>de trofozoíto, a qual pode viver livre na luz intestinal</p><p>ou fixar-se na parede duodenal através de seu disco</p><p>ventral. O trofozoíto multiplica-se por um processo</p><p>de divisão binária longitudinal, surgindo grande</p><p>número de novos elementos em pouco tempo. A sua</p><p>eliminação não é contínua no individuo parasitado,</p><p>ocorrendo em períodos intermediários de 7 a 10</p><p>dias (surtos), podendo ser vistos em pequenas</p><p>quantidades. Dependendo da situação, devem ser</p><p>repetidos os exames coprológicos, para não haver</p><p>falso-negativos. Não há migração extraintestinal e</p><p>nem ocorrem infecções transplacentárias e trans-</p><p>mamárias. Uma vez feita a ingestão, os cistos de</p><p>Giardia podem ser suprimidos nas fezes cerca de 5</p><p>a 16 dias mais tarde e podem permanecer vigentes</p><p>nas águas de rios ou de lagoas por até 84 dias.</p><p>DIA A DIA MÉDICO</p><p>O aparecimento da giardíase é amplo, desde infecções</p><p>assintomáticas até infecções com diarreia crônica asso-</p><p>ciada à esteatorreia, perda de peso e má absorção intes-</p><p>tinal. Pode se relacionar com a má absorção de açúcares,</p><p>gorduras e vitaminas A, D, E, K (lipossolúveis), B12, ácido</p><p>fólico, ferro e zinco. Em sua forma aguda, se caracteriza</p><p>por diarreia do tipo explosiva, seguida de distensão e</p><p>dor abdominal. Outros sintomas inespecíficos também</p><p>podem estar presentes, como: constipação, anorexia,</p><p>náuseas, vômitos e desconforto abdominal variável. Pode</p><p>aparecer na infância, por deficiência de lactose, devido</p><p>à perda da atividade enzimática na mucosa do intestino</p><p>delgado. O diagnóstico laboratorial é feito a partir de</p><p>exame coprológico e o tratamento somente nos pacientes</p><p>sintomáticos ou assintomáticos imunodeprimidos com</p><p>metronidazol ou albendazol.</p><p>4. AMEBÍASE</p><p>A amebíase é uma infecção determinada pelo pro-</p><p>tozoário Entamoeba histolytica. Os protozoários</p><p>deste grupo são organismos que se movimentam</p><p>e incorporam alimentos por meio de pseudópodes.</p><p>O ciclo biológico da E. histolytica é relativamente</p><p>simples, começando pela ingestão de cistos em</p><p>água ou alimentos contaminados que desencistam</p><p>no lúmen do intestino delgado, gerando o metacisto</p><p>(ameba com quatro núcleos). O metacisto sofre</p><p>consecutivas divisões binárias, formando os trofo-</p><p>zoítos, que migram para o intestino grosso. Nessa</p><p>parte, os trofozoítos se aderem ao muco e às células</p><p>epiteliais, podendo se reencistar no lúmen do colón</p><p>Parasitoses na infância Gastroenterologia Pediátrica</p><p>8</p><p>e ser eliminados juntamente com as fezes, dando</p><p>seguimento ao seu ciclo biológico.</p><p>DIA A DIA MÉDICO</p><p>O sintoma clínico mais comum é a dor abdominal, com</p><p>ou sem alteração no padrão das fezes. Complicações</p><p>podem estar presentes e acometer regiões extraintes-</p><p>tinais, como no caso da necrose amebiana do fígado,</p><p>úlceras e colites inflamatórias. O exame laboratorial para</p><p>diagnóstico da amebíase intestinal é a partir da análise</p><p>da presença do parasita nas fezes. O tratamento é para</p><p>os pacientes sintomáticos e assintomáticos pelo risco</p><p>de invasão da corrente sanguínea. A etofamida é usada</p><p>nos casos de doenças não invasivas, e o metronidazol</p><p>para doenças invasivas.</p><p>5. TOXOCARÍASE</p><p>Os ovos de Toxocara canis amadurecem no solo e</p><p>infectam cães, gatos e outros animais. Seres huma-</p><p>nos podem acidentalmente ingerir ovos a partir do</p><p>solo contaminado com fezes de animais infectados</p><p>ou podem ingerir hospedeiros infectados malcozi-</p><p>dos. Os ovos eclodem no intestino humano, e as</p><p>larvas penetram na parede do intestino, podendo</p><p>migrar para o fígado, os pulmões, o sistema ner-</p><p>voso central, os olhos e outros tecidos. A lesão</p><p>tecidual é causada por reações granulomatosas</p><p>eosinofílicas focais às larvas migrantes. As larvas</p><p>normalmente não completam o desenvolvimento</p><p>no corpo humano, mas podem permanecer vivas</p><p>durante muitos meses.</p><p>DIA A DIA MÉDICO</p><p>O Toxocara canis causa a Larva migrans visceral. Clini-</p><p>camente, pode haver a presença de febre, anorexia, hepa-</p><p>tosplenomegalia, rash cutâneo, pneumonite e sintomas</p><p>respiratórios. Ocorre principalmente em crianças de 2 a</p><p>5 anos com histórico de geofagia. A síndrome é autoli-</p><p>mitada em 6 a 18 meses, se não houver nova ingestão</p><p>de ovos. O diagnóstico baseia-se em achados clínicos,</p><p>epidemiológicos e sorológicos. Os exames coprológicos</p><p>normalmente não são úteis para o diagnóstico. Reco-</p><p>menda-se a realização de imunoensaio enzimático para</p><p>antígenos de Toxocara, a fim de confirmar o diagnóstico.</p><p>Títulos séricos de anticorpos podem ser baixos ou inde-</p><p>tectáveis. É comum haver hiperglobulinemia, leucocitose</p><p>e eosinofilia acentuadas. A tomografia computadorizada</p><p>ou ressonância magnética pode revelar múltiplas lesões</p><p>ovais distribuídas no fígado ou em nódulos subpleurais</p><p>no tórax. Biópsias de fígado ou outros órgãos afetados</p><p>podem mostrar reações granulomatosas eosinofílicas,</p><p>mas as larvas são de difícil detecção em cortes de teci-</p><p>dos; portanto, as biópsias podem não ser elucidativas.</p><p>O tratamento consiste principalmente no uso do</p><p>albendazol ou mebendazol para os pacientes sin-</p><p>tomáticos. Para aqueles assintomáticos ou com</p><p>sintomas leves, a conduta pode ser expectante, não</p><p>exigindo terapia anti-helmíntica, porque a infecção</p><p>costuma ser autolimitada. Anti-histamínicos podem</p><p>ser suficientes para sintomas leves, e corticoides</p><p>podem ser associados para os pacientes com</p><p>sintomas intensos. Pacientes com Larva migrans</p><p>ocular podem se beneficiar do uso oral ou tópico</p><p>de corticoides, assim como de fotocoagulação a</p><p>laser, para reduzir a inflamação ocular e erradicar</p><p>as larvas na retina.</p><p>6. TRICHURIS TRICHIURA</p><p>O Trichuris trichiura está relacionado com a tricu-</p><p>ríase. A forma de contágio se dá a partir da elimi-</p><p>nação dos ovos nas fezes com a ingestão pelo</p><p>hospedeiro. No intestino delgado do hospedeiro, os</p><p>ovos eclodem em larvas que migram para o ceco</p><p>e para o cólon ascendente, transformando-se em</p><p>vermes adultos. Pode haver a presença de reação</p><p>inflamatória do ceco e do cólon ascendente, além</p><p>de necrose por liquefação da mucosa intestinal.</p><p>A maior parte dos pacientes tende a ser assintomá-</p><p>tica; entretanto, pode haver a presença de sintomas</p><p>inespecíficos, como perda ponderal e anorexia, e</p><p>o PROLAPSO RETAL como sintoma característico</p><p>dessa parasitose. O albendazol e o mebendazol</p><p>são as drogas mais utilizadas para o tratamento.</p><p>Parasitoses na infância</p><p>9</p><p>7. PREVENÇÃO</p><p>Para o adequado controle das parasitoses intestinais</p><p>em crianças que frequentam creches e escolas ou</p><p>que residem em moradias com saneamento</p><p>básico</p><p>precário, algumas medidas de educação em saúde</p><p>e de profilaxia devem ser tomadas. Orientações de</p><p>higiene pessoal e comunitária, além de cuidados</p><p>com os alimentos ingeridos, são essenciais, e é</p><p>papel da equipe de saúde realizar esse aconselha-</p><p>mento. O uso periódico de antiparasitários para as</p><p>enteroparasitoses mais prevalentes é um tema que</p><p>causa divergências na literatura médica, porque o</p><p>tratamento profilático ideal seria um fármaco de</p><p>amplo espectro, tendo em vista a necessidade de</p><p>comodidade posológica.</p><p>Quando não se conhece o perfil parasitário da comu-</p><p>nidade, a profilaxia fica ainda mais difícil, pois não</p><p>há medicamento único que seja eficaz para todas</p><p>as enteroparasitoses na infância. Uma alternativa</p><p>passa a ser o uso do albendazol, em intervalos</p><p>de cerca de 4 a 6 meses, visando ao controle da</p><p>ascaridíase, enterobíase, ancilostomíase, estron-</p><p>giloidíase e giardíase. Essa medicação é a mais</p><p>abrangente, como droga única, visando ao controle</p><p>das parasitoses mais prevalentes de uma forma</p><p>geral. Se houver a informação sobre alta prevalência</p><p>de giardíase, deve-se associar o metronidazol ou o</p><p>tinidazol. Essas medidas de controle, mesmo não</p><p>sendo consenso na literatura, podem ser importan-</p><p>tes para o tratamento individual das parasitoses,</p><p>bem como para a diminuição de sua prevalência</p><p>na comunidade a longo prazo.</p><p>A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) orienta</p><p>que o tratamento preventivo seja realizado para</p><p>todos os pacientes susceptíveis em áreas endê-</p><p>micas a partir de 1 ano de idade, a cada 6 meses</p><p>até 5 anos e 1 vez por ano até os 12 anos de idade.</p><p>A Organização Pan-americana da Saúde (OPAS)</p><p>indica a profilaxia regular em idade escolar devido ao</p><p>risco de morbidade associada à contaminação com</p><p>os helmintos intestinais. As doses das principais</p><p>medicações antiparasitárias usadas na Pediatria</p><p>estão listadas na Tabela 1, e o Mapa Mental mostra</p><p>o fluxograma com as formas de prevenção primária,</p><p>secundária, terciária e quaternária das parasitoses.</p><p>Seguem abaixo algumas orientações de higiene e</p><p>saúde que podem ser dadas para todas as famílias:</p><p>u Consumo de água potável.</p><p>u Higiene dos alimentos: lavagem em água corren-</p><p>te de frutas e verduras antes do seu armazena-</p><p>mento e consumo.</p><p>u Combate às moscas e às baratas.</p><p>u Não ingerir carne crua ou malcozida.</p><p>u Higiene das mãos antes das refeições e após as</p><p>evacuações.</p><p>u Evitar andar descalço.</p><p>Tabela 1. Principais antiparasitários usados</p><p>na Pediatria e suas respectivas doses.</p><p>Medicação Dose</p><p>Mebendazol</p><p>(a partir de 1 ano)</p><p>(100 mg/5 mL)</p><p>100 mg, via oral, 2 vezes</p><p>ao dia por 3 dias. Repetir</p><p>após 3 semanas.</p><p>Albendazol</p><p>(a partir de 2 anos)</p><p>(400 mg/10 mL)</p><p>400 mg, via oral, dose única.</p><p>Repetir após 3 semanas.</p><p>Metronidazol</p><p>(a partir de 1 ano)</p><p>20 a 40 mg/kg/dia, fracionado</p><p>em 2 ou 3 vezes, por 10 dias</p><p>Tiabendazol</p><p>(250 mg/5 mL)</p><p>50 mg/kg/dia, 2 vezes ao dia,</p><p>por 2 dias. Repetir após 15 dias.</p><p>Pamoato de</p><p>Pirvínio</p><p>(400 mg/40 mL)</p><p>10 mg/kg em dose única, pela</p><p>manhã em jejum. Repetir após</p><p>15 dias. Dose máxima: 800 mg.</p><p>Fonte: Adaptada de Sociedade Brasileira de Pediatria3.</p><p>Parasitoses na infância Gastroenterologia Pediátrica</p><p>10</p><p>Mapa mental. Parasitoses</p><p>Parasitoses</p><p>Anemia e lesões cutâneas</p><p>Diarreia, esteatorreia,</p><p>dor abdominal Dor abdominal, diarreia</p><p>Quadro respiratório e</p><p>gastrointestinal: diarreia</p><p>e dores abdominais</p><p>Obstruções e lesões</p><p>teciduais diretas</p><p>Febre, rash,</p><p>hepatoesplenomegalia</p><p>Prurido retal</p><p>Prolapso retal</p><p>Albendazol</p><p>Albendazol ou metronidazol</p><p>Albendazol ou tiabendazol</p><p>Metronidazol ou etofamida</p><p>Albendazol</p><p>Albendazol ou mebendazol</p><p>Albendazol, mebendazol</p><p>ou pamoato de pirvínio</p><p>Albendazol ou mebendazol</p><p>Necator americanus e</p><p>Ancylostoma duodenale</p><p>Necator americanus</p><p>Ancylostoma duodenale</p><p>Síndrome</p><p>de Löeffler</p><p>Transmissão</p><p>Pneumonite</p><p>eosinofílica com</p><p>tosse e sibilos</p><p>migratórios</p><p>Strongyloides</p><p>Ascaris lumbricoides</p><p>N</p><p>A</p><p>S</p><p>A</p><p>Giardia lamblia</p><p>Strongyloides</p><p>Entamoeba histolytica</p><p>Ascaris lumbricoides</p><p>Toxocara canis</p><p>Enterobius vermiculares</p><p>ou oxiúrus</p><p>Trichuris trichiura</p><p>Hábitos alimentares</p><p>Baixo nível socioeconômico</p><p>Comportamentos de</p><p>higiene inadequados</p><p>Principais</p><p>parasitas</p><p>Importante problema</p><p>de saúde pública</p><p>Parasitoses na infância</p><p>11</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>1. Araujo EH, Guimarães SS. Obstrução nasolacrimal em</p><p>criança: Ascaris lumbricoides como uma causa incomum.</p><p>Arq. Bras. Oftalmol. 2000; 63(5): 391-3.</p><p>2. Ministério da Saúde (BR). Doenças Infecciosas e parasi-</p><p>tárias. 4. ed. Brasília: Ministério da Saúde; 2014.</p><p>3. Sociedade Brasileira de Pediatria. Manual prático de</p><p>atendimento em consultório e ambulatório de pediatria.</p><p>Rio de Janeiro: SBP; 2006.</p><p>BIBLIOGRAFIA CONSULTADA</p><p>Araujo EH, Guimarães SS. Obstrução nasolacrimal em criança:</p><p>Ascaris lumbricoides como uma causa incomum. Arq. Bras.</p><p>Oftalmol. 2000; 63(5): 391-3.</p><p>Associação Brasileira de Cirurgia Pediátrica, Colégio Brasi-</p><p>leiro de Radiologia, Colégio Brasileiro de Cirurgiões. Obstru-</p><p>ção intestinal no lactente e na criança maior: diagnóstico e</p><p>tratamento. Projeto Diretrizes. São Paulo: AMB/CFM; 2005.</p><p>Campos LEM, Pereira LFF. Eosinofilia pulmonar. J bras.</p><p>pneumol. 2009; 35(6): 561-73.</p><p>Ferreira MU, Ferreira CS, Monteiro CA. Tendência secular das</p><p>parasitoses intestinais na infância na cidade de São Paulo</p><p>(1984-1996). Rev. Saúde Pública. 2000; 34(6): 73-82.</p><p>Lopes AJ, Rocha JL, Kirk KM, Jansen JM. Síndrome de Löffler.</p><p>Pulmão. 2005; 14(4): 325-7.</p><p>Ministério da Saúde (BR). Doenças Infecciosas e parasitárias.</p><p>4. ed. Brasília: Ministério da Saúde; 2014.</p><p>Sociedade Brasileira de Pediatria. Manual Prático de Aten-</p><p>dimento em Consultório e Ambulatório de Pediatria. Rio de</p><p>Janeiro: SBP; 2006</p><p>Parasitoses na infância Gastroenterologia Pediátrica</p><p>12</p><p>QUESTÕES COMENTADAS</p><p>Questão 1</p><p>(CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIRG – TO – 2021) Em um paciente</p><p>que apresente esteatorreia, perda ponderal, prejuí-</p><p>zo na absorção de nutrientes, fezes explosivas e</p><p>ácidas com dor periumbilical, qual seria o provável</p><p>diagnóstico de parasitose e o respectivo tratamen-</p><p>to a ser aplicado?</p><p>⮦ Infecção por Taenia Solium – Praziquantel.</p><p>⮧ Giardíase – metronidazol.</p><p>⮨ Infecção por larva migrans visceral – Tiaben-</p><p>dazol.</p><p>⮩ Ascaridíase – Albendazol.</p><p>Questão 2</p><p>(INSTITUTO FERNANDES FIGUEIRAS – RJ – 2021) As parasito-</p><p>ses intestinais determinam várias consequências;</p><p>sua maior importância relaciona-se ao efeito nocivo</p><p>sobre a nutrição das crianças, seu crescimento e o</p><p>desenvolvimento cognitivo. Sobre o quadro clínico</p><p>das parasitoses intestinais na infância assinale a</p><p>afirmativa INCORRETA:</p><p>⮦ A Giardia lamblia pode causar esteatorreia, per-</p><p>da ponderal, prejuízo na absorção de nutrientes,</p><p>déficit de vitaminas lipossolúveis (A, D, E e K,</p><p>vitamina B12, ferro e lactase.</p><p>⮧ Ascaris lumbricoides é uma causa comum de</p><p>semi-oclusão ou oclusão intestinal.</p><p>⮨ Ancylostoma duodenale ou Necator america-</p><p>nos é a principal causa de anemia ferropriva na</p><p>infância por hematofagismo.</p><p>⮩ Enterobius vermicularis causa a migração dos</p><p>parasitas para a genitália feminina e consequen-</p><p>te vaginite, cervicite e/ou salpingite.</p><p>⮪ Taenia solium pode causar uma hiperinfestação</p><p>em imunodeficientes e pessoas HIV+; risco de</p><p>infecções secundárias por enterobactérias e</p><p>fungos.</p><p>Questão 3</p><p>(HOSPITAL OFTALMOLÓGICO DE SOROCABA – SP – 2021) Se-</p><p>guindo as recomendações da Organização Mundial</p><p>da Saúde para o controle das geo-helmintíases,</p><p>o Ministério da Saúde recomenda a utilização de</p><p>antiparasitário:</p><p>⮦ Para todas as crianças a partir de 2 anos de</p><p>idade, independentemente da situação de risco</p><p>epidemiológico, uma vez ao ano.</p><p>⮧ Apenas para as crianças com sintomatologia,</p><p>independentemente do resultado do protopara-</p><p>sitológico de fezes.</p><p>⮨ Apenas para as crianças com 3 amostras de pro-</p><p>toparasitológico positivos, independentemente</p><p>da presença de sintomatologia.</p><p>⮩ Apenas para as crianças que apresentam sin-</p><p>tomatologia e com exame protoparasitológico</p><p>positivo, independentemente da idade e da si-</p><p>tuação de risco epidemiológico</p><p>local.</p><p>⮪ Para todas as crianças em idade escolar, mora-</p><p>doras de regiões com alto risco epidemiológi-</p><p>co, duas vezes ao ano, independentemente da</p><p>presença de sintomatologia ou do resultado do</p><p>protoparasitológico de fezes.</p><p>Questão 4</p><p>(SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE DE FLORIANÓPOLIS – SC –</p><p>2021) Beatriz acompanha sua filha Julia na consulta</p><p>Parasitoses na infância</p><p>13</p><p>com sua médica de família, queixando-se que a</p><p>criança vem apresentando episódios de dores de</p><p>barriga recorrentes, há cerca de três meses, pelo</p><p>menos uma vez na semana, sem relação com ali-</p><p>mentação. Demonstra preocupação porque isso já</p><p>fez com que a criança tivesse que faltar à escola em</p><p>algumas ocasiões, dada a intensidade da dor. Nega</p><p>diarreia ou perda de peso no período. Ao examinar o</p><p>abdome de Júlia, que não apresenta achados signi-</p><p>ficativos, a médica questiona sobre onde costuma</p><p>sentir a dor e a criança aponta a região periumbili-</p><p>cal, o que é confirmado pela mãe. Pergunta ainda</p><p>sobre mudanças recentes significativas na vida da</p><p>criança e Beatriz conta sobre processo de divórcio</p><p>um pouco conturbado que está vivenciando com o</p><p>marido. Considerando o quadro clínico da pacien-</p><p>te, o diagnóstico mais provável e a conduta mais</p><p>indicada para o caso são:</p><p>⮦ Úlcera péptica, realizando teste terapêutico com</p><p>inibidor de bomba de prótons.</p><p>⮧ Parasitose intestinal, que deve ser confirmada</p><p>com exame parasitológico de fezes.</p><p>⮨ Dor abdominal recorrente, com tranquilização</p><p>sobre a evolução benigna do quadro.</p><p>⮩ Intolerância à lactose, devendo ser solicitado um</p><p>teste de tolerância à lactose.</p><p>Questão 5</p><p>(UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE – RN – 2021)</p><p>Criança comparece a UBS com queixa de prurido</p><p>em pé direito, ao exame físico você evidencia qua-</p><p>dro de larva migrans. Você indica como tratamento:</p><p>⮦ Remoção cirúrgica.</p><p>⮧ Ivermectina.</p><p>⮨ Albendazol.</p><p>⮩ Alternativas B e C podem ser utilizadas para o</p><p>quadro.</p><p>Questão 6</p><p>(UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ – PI – 2021) Em relação à</p><p>parasitose intestinal, assinale a alternativa correta:</p><p>⮦ Giardíase é a principal enteroparasitose que leva</p><p>à má absorção intestinal.</p><p>⮧ O abscesso hepático amebiano costuma ser múl-</p><p>tiplo, loculado, provoca com frequência diarreia,</p><p>febre e icterícia.</p><p>⮨ Ascaridíase tem como habitat o duodeno e jeju-</p><p>no e, em adultos, muitas vezes provoca dor epi-</p><p>gástrica simulando um quadro ulceroso péptico.</p><p>⮩ Na Síndrome de Loeffler, a imagem radiológi-</p><p>ca característica são as condensações pulmo-</p><p>nares semelhantes às vistas nas pneumonias</p><p>bacterianas.</p><p>⮪ O método Kato-Katz é indicado na investigação</p><p>de Estrongiloidíase.</p><p>Questão 7</p><p>(AUTARQUIA MUNICIPAL DE SAÚDE DE APUCARANA – PR - 2021)</p><p>Dois irmãos, um com oito anos e o outro com seis</p><p>anos de idade são levados à UBS (Unidade Básica</p><p>de Saúde) com a queixa de que há uma semana,</p><p>estão apresentando prurido anal no período da noi-</p><p>te, levando-os a perder o sono. Ambos apresentam</p><p>exame físico sem alterações. Os medicamentos</p><p>que podem ser utilizados no tratamento desta pa-</p><p>tologia são:</p><p>⮦ Albendazol e pamoato de pirvínio.</p><p>⮧ Levamizol e ivermectina.</p><p>⮨ Tiabendazol e mebendazol.</p><p>⮩ Pamoato de pirantel e secnidazol.</p><p>Questão 8</p><p>(CENTRO UNIVERSITÁRIO ATENAS – MG – 2020) Parasitoses</p><p>intestinais ainda são um grande problema de saúde</p><p>pública, principalmente nos países em desenvolvi-</p><p>mento. Segundo dados da Organização Mundial da</p><p>Saúde, permanecem, atualmente, entre as doenças</p><p>mais comuns do globo terrestre. Acerca das situa-</p><p>ções clínicas envolvendo este tema na faixa etária</p><p>pediátrica, assinale a opção correta.</p><p>⮦ Para uma pré-escolar que apresenta prurido anal</p><p>e vulvar, predominantemente à noite, o diagnós-</p><p>tico clínico é trichuríase.</p><p>Parasitoses na infância Gastroenterologia Pediátrica</p><p>14</p><p>⮧ Se um escolar, até então sem queixas, passar a</p><p>apresentar subitamente dificuldade respiratória</p><p>e sibilos, como se estivesse um broncoespasmo</p><p>e sua radiografia de tórax mostrar infiltrados no-</p><p>dulosos em ambos os hemitóraces, o diagnóstico</p><p>da infestação por A. Lumbricoides, por A. duode-</p><p>nale ou o S. stercoralis deverá ser considerado.</p><p>⮨ Se o exame de fezes em um escolar assintomá-</p><p>tico for positivo para Entamoeba hystolitica, será</p><p>desnecessário tratamento específico.</p><p>⮩ A maioria dos casos de infestação por T. solium</p><p>são assintomáticos e nunca levam a complica-</p><p>ções ou sequelas.</p><p>⮪ Na pediatria as parasitoses intestinais são pato-</p><p>logias incomuns, devendo ser diagnósticos mais</p><p>pesquisados em adultos.</p><p>Questão 9</p><p>(COMISSÃO ESTADUAL DE RESIDÊNCIA MÉDICA DO AMAZONAS,</p><p>AM, 2020) Menino de 4 anos, proveniente de uma co-</p><p>munidade rural, há 7 dias iniciou quadro de febre,</p><p>que durou 4 dias, tosse com expectoração hialina</p><p>e diarreia, com fezes líquidas de cor amarelo-es-</p><p>verdeada, odor fétido, 5 vezes ao dia, sem muco ou</p><p>sangue. Apresenta-se com adinamia e recusa ali-</p><p>mentar. Ao exame: regular estado geral, acianótico,</p><p>anictérico, afebril, hidratado, hipocorado (1+/4+), aus-</p><p>culta cardíaca sem alterações, ausculta pulmonar</p><p>com roncos e sibilos difusos. Abdome normotenso,</p><p>globoso, hipertimpânico, indolor, fígado palpável a 3</p><p>cm do RCD, parenquimatoso. Exames laboratoriais:</p><p>hemograma com Hb: 8,5 g/dl; Leucócitos: 12.000</p><p>(25% de eosinófilo), RX tórax com infiltrado peri-hilar</p><p>e hilar difuso. Qual o provável agente responsável</p><p>pela associação deste quadro intestinal com mani-</p><p>festação pulmonar e a opção terapêutica?</p><p>⮦ Strongyloides stercolaris, tiabendazol.</p><p>⮧ Enterobius vermicularis, pamoato de pirantel.</p><p>⮨ Trichuris trichiura, albendazol.</p><p>⮩ Entamoeba hystolitica, metronidazol.</p><p>Questão 10</p><p>(COMISSÃO ESTADUAL DE RESIDÊNCIA MÉDICA DO AMAZONAS</p><p>– AM – 2020) Um profissional de saúde está trabalhan-</p><p>do numa unidade básica de saúde, como médico</p><p>pediatra do Programa Saúde da Família. O agente</p><p>comunitário de saúde solicita que ele faça uma</p><p>palestra sobre parasitose intestinal numa escola</p><p>da comunidade, onde há vários casos de Ancilos-</p><p>tomíase. Pede que fale sobre suas complicações</p><p>para sensibilizar a adesão ao tratamento da parasi-</p><p>tose. Durante a palestra deve-se ressaltar que uma</p><p>complicação importante deste parasita é:</p><p>⮦ Abcesso hepático.</p><p>⮧ Pancreatite aguda.</p><p>⮨ Colecistite crônica.</p><p>⮩ Anemia e desnutrição.</p><p>Parasitoses na infância</p><p>15</p><p>GABARITO E COMENTÁRIOS</p><p>Questão 1 dificuldade: </p><p>Y Dica do professor: As parasitoses são doenças</p><p>muito comuns no mundo, atingindo cerca de 25%</p><p>da população mundial (1 em cada 4 pessoas), e a</p><p>maioria delas estão diretamente relacionadas a</p><p>populações vulneráveis pela precariedade sanitá-</p><p>ria e a pobreza.</p><p>Alternativa A: INCORRETA. A maioria dos pacientes</p><p>com teníase não apresenta sintomas relevantes.</p><p>Quando eles surgem, são mais comuns nos casos</p><p>de Taenia saginata. Dor abdominal, náuseas, diar-</p><p>reia, perda de peso ou constipação são os sintomas</p><p>de teníase mais frequentes. As crianças costumam</p><p>ser mais sintomáticas que os adultos. Logo, os</p><p>sintomas não correspondem aos supracitados na</p><p>questão. Uma das opções terapêuticas da teníase</p><p>realmente é o Praziquantel, dose única, 5 a 10 mg/</p><p>kg de peso corporal, por via oral.</p><p>Alternativa B: CORRETA. A maioria das pessoas con-</p><p>taminadas pela Giardia lamblia não apresentarão</p><p>sintomas. Naqueles que terão sintomas, os mais</p><p>comuns são: diarreia, normalmente bem líquida,</p><p>mas por vezes gordurosa, chamada de esteatorreia;</p><p>cólicas abdominais; mal-estar; flatulência; náuseas</p><p>e vômitos; emagrecimento. Após uma fase aguda,</p><p>cerca de 2/3 dos pacientes que tiveram sintomas</p><p>apresentam melhora espontânea; 1/3, porém, desen-</p><p>volvem a infecção crônica pela giardia, mantendo-se</p><p>infectados e sintomáticos por longos períodos. Na</p><p>giardíase crônica, os sintomas mais comuns são:</p><p>fezes pastosas; esteatorreia (fezes gordurosas e</p><p>com forte odor); perda de peso importante; can-</p><p>saço; depressão. Um dos principais problemas da</p><p>infecção pela giárdia é a síndrome de má absorção,</p><p>caracterizada clinicamente pela perda de peso e</p><p>esteatorreia. O paciente com giardíase apresen-</p><p>ta dificuldade em digerir</p><p>gorduras, carboidratos</p><p>e vitaminas. Até 40% dos pacientes desenvolvem</p><p>intolerância à lactose. O metronidazol é uma das</p><p>opções terapêuticas (metronidazol (Flagyl) 500 mg</p><p>– 2 vezes por dia por 5 dias).</p><p>Alternativa C: INCORRETA. Larva migrans visceral</p><p>consiste em febre, anorexia, hepatosplenomega-</p><p>lia, exantema, pneumonite e sintomas asmáticos,</p><p>dependendo dos órgãos afetados. Para pacientes</p><p>com sintomas leves a graves, albendazol, 400 mg</p><p>VO 2 vezes ao dia durante 5 dias, ou mebendazol,</p><p>100 a 200 mg VO 2 vezes ao dia durante 5 dias, são</p><p>frequentemente usados, mas a duração ideal da</p><p>terapia não foi determinada.</p><p>Alternativa D: INCORRETA. Larvas de áscaris que mi-</p><p>gram para os pulmões podem causar tosse, sibilos</p><p>e, ocasionalmente, hemoptise ou outros sintomas</p><p>respiratórios nas pessoas sem exposição prévia ao</p><p>áscaris. Vermes adultos em pequeno número ge-</p><p>ralmente não produzem sintomas gastrointestinais,</p><p>embora a passagem de um verme adulto pela boca</p><p>ou pelo reto possa levar um paciente assintomático</p><p>a procurar um serviço de saúde. Obstrução intesti-</p><p>nal ou biliar causa cólicas abdominais, náuseas e</p><p>vômitos. Icterícia é incomum. Deve-se tratar todas</p><p>as infecções intestinais. Albendazol, 400 mg VO</p><p>em dose única, mebendazol, 100 mg VO 2 vezes</p><p>por dia durante 3 dias, ou 500 mg VO dose única,</p><p>ou ivermectina 150 a 200 mcg/kg, por via oral, em</p><p>dose única é eficaz.</p><p>✔ resposta: ⮧</p><p>Questão 2 dificuldade:  </p><p>Y Dica do professor: A síndrome da hiperinfesta-</p><p>ção em pacientes imunossuprimidos foi descrita</p><p>em associação com a infecção por Strongyloides</p><p>Parasitoses na infância Gastroenterologia Pediátrica</p><p>16</p><p>stercoralis, o agente etiológico da estrongiloidíase.</p><p>Usualmente, as infecções causadas por esse parasi-</p><p>ta são crônicas e assintomáticas, podendo persistir</p><p>por décadas sem ser diagnosticada. Porém, em in-</p><p>divíduos imunodeprimidos, essa infecção pode se</p><p>desenvolver para quadros mais graves como hipe-</p><p>rinfecção e/ou disseminação, considerados como</p><p>as formas que causam maior índice de mortalidade.</p><p>✔ resposta: ⮪</p><p>Questão 3 dificuldade:  </p><p>Y Dica do professor: De acordo com o guia práti-</p><p>co de controle de geo-helmintoses, o tratamento</p><p>preventivo das parasitoses deve ser feito para as</p><p>crianças em idade escolar (5 a 14 anos) e, ainda</p><p>a depender da situação epidemiológica do local,</p><p>para as crianças a partir de 1 ano; as crianças em</p><p>idade pré-escolar (24 a 59 meses); as mulheres em</p><p>idade fértil (15 a 49 anos) e gestantes (depois do</p><p>primeiro trimestre de gravidez). A periodicidade da</p><p>intervenção depende de dados estatísticos reali-</p><p>zados previamente com a população em questão</p><p>por meio da realização de parasitológico de fezes,</p><p>que permitem classificar os locais em alto, médio</p><p>e baixo risco. Os locais de alto risco, onde mais de</p><p>50% dos estudados tiveram o parasitológico posi-</p><p>tivo, deve ser feita a profilaxia 2 vezes ao ano. Nos</p><p>casos de risco moderado (entre 20 e 50%), faz-se 1</p><p>vez ao ano e, para os casos de baixo risco, trata-se</p><p>apenas as crianças com o parasitológico positivo.</p><p>✔ resposta: ⮪</p><p>Questão 4 dificuldade:  </p><p>Y Dica do professor: Este quadro clínico é bastante</p><p>sugestivo de Dor Abdominal Recorrente (DAR). Esta</p><p>que é definida como a ocorrência de 3 ou mais ata-</p><p>ques de dor no abdome, em período não inferior a</p><p>3 meses, graves o suficiente para interromper as</p><p>atividades cotidianas, sendo que entre episódios</p><p>dolorosos a criança mantém-se assintomática.</p><p>Alternativa A: INCORRETA. Em crianças em idade esco-</p><p>lar e adolescentes, a úlcera péptica costuma causar</p><p>náuseas e dor na região do estômago ou ao redor</p><p>do umbigo. Podem estar associadas a náuseas e</p><p>vômitos. Já em crianças menores, os sintomas são</p><p>pouco específicos; geralmente, ocorre dificuldade</p><p>na alimentação, choro e até vômitos com sangue.</p><p>Alternativa B: INCORRETA. São diversas as parasito-</p><p>ses intestinais que podem acometer crianças, tendo</p><p>cada qual uma sintomatologia específica que facilita</p><p>sua diferenciação. Mas, em geral, os sintomas mais</p><p>comuns das verminoses são a diarreia, fezes san-</p><p>guinolentas, anemia, dor abdominal, náuseas com</p><p>ou sem vômitos, emagrecimento e perda do apetite.</p><p>Alternativa C: CORRETA. A DAR é a causa mais co-</p><p>mum de dor recorrente em escolares, merecendo</p><p>destaque nas suspeitas diagnósticas de crianças</p><p>com dor abdominal assintomática entre as crises.</p><p>Dentre suas causas pode ser de origem orgânica</p><p>ou funcional (DARF).</p><p>Alternativa D: INCORRETA. A mãe salienta que não</p><p>há relação com a alimentação, o que afasta a sus-</p><p>peita devido a sintomatologia acentuada de dores</p><p>e desconfortos abdominais nos pacientes intole-</p><p>rantes à lactose logo após consumo de alimentos</p><p>que contenham a substância. Os sintomas incluem</p><p>cólicas abdominais, distensão abdominal e diarreia.</p><p>✔ resposta: ⮨</p><p>Questão 5 dificuldade: </p><p>Y Dica do professor: A larva migrans, também conhe-</p><p>cida como Helminthiasis migrans, dermatite linear</p><p>serpiginosa, bicho geográfico e bicho de praia é</p><p>causada mais comumente pelo Ancylostoma bra-</p><p>siliensis, parasita intestinal do cachorro e do gato,</p><p>sendo seus ovos eliminados com as fezes destes</p><p>animais. Pode afetar adultos e crianças, sendo mais</p><p>comum nas crianças, que adquirem a infestação em</p><p>areia de praia, construção, parques ou jardins, onde</p><p>os animais infestados depositam suas fezes com</p><p>os ovos. O quadro cutâneo inicia-se com o apare-</p><p>cimento de pápula encimada por pequena vesícula</p><p>que assim permanece durante alguns dias. Deste</p><p>ponto surge o elemento característico desta para-</p><p>sitose, representado por lesão linear serpiginosa,</p><p>progressiva, de tamanho variado, que muda frequen-</p><p>temente de direção, apresentando pequena eleva-</p><p>ção na sua parte final. O tratamento de escolha é</p><p>feito com ivermectina oral para adultos e crianças</p><p>com mais de 15 kg (a dose única de 200 mcg/kg é</p><p>Parasitoses na infância</p><p>17</p><p>bastante efetiva). Em caso de indisponibilidade da</p><p>ivermectina, o tratamento alternativo é feito com</p><p>albendazol. Em crianças acima de 2 anos, a dose</p><p>do albendazol é de 10 a 15 mg/kg/dia (dose máxi-</p><p>ma de 800 mg/dia) por 3 dias. Não há indicação</p><p>de remoção cirúrgica na larva migrans. A parasito-</p><p>se que tem como indicação remoção cirúrgica é a</p><p>tungíase (bicho de pé), causada pela pulga tunga</p><p>penetrans que habita o solo de zonas arenosas,</p><p>quentes e secas.</p><p>✔ resposta: ⮩</p><p>Questão 6 dificuldade: </p><p>Y Dica do professor: Questão direta sobre parasito-</p><p>ses. Vamos analisar as afirmativas isoladamente.</p><p>Alternativa A: CORRETA. A giardia é um protozoário</p><p>que acarreta atapetamento do intestino delgado,</p><p>acarretando má absorção.</p><p>Alternativa B: INCORRETA. O abscesso hepático ame-</p><p>biano costuma ser ÚNICO, localizar-se em lobo di-</p><p>reito do fígado e apresentar sinais e sintomas tais</p><p>como febre, dor em hipocôndrio direito, sudorese</p><p>noturna e Sinal de Torres -homem positivo (percus-</p><p>são dolorosa sobre gradil costal direito).</p><p>Alternativa C: INCORRETA. A dor epigástrica simu-</p><p>lando úlcera péptica é compatível estrongiloidíase.</p><p>Alternativa D: INCORRETA. A Síndrome de Löeffler</p><p>caracteriza-se por tosse seca, infiltrado pulmonar</p><p>migratório e eosinofilia, sem semelhança com qua-</p><p>dros de pneumonia bacteriana. Pode estar presente</p><p>na helmintíase por: Strongyloides stercoralis, Ancy-</p><p>lostoma duodenale, Necator americanos, Toxocara</p><p>canis e Ascaris lumbricoides.</p><p>Alternativa E: INCORRETA. O Método Kato-Katz é in-</p><p>dicado na investigação de esquistossome, objeti-</p><p>vando a busca de ovos nas fezes.</p><p>✔ resposta: ⮦</p><p>Questão 7 dificuldade: </p><p>Y Dica do professor: A oxiuríase é uma parasitose</p><p>intestinal provocada pelo nematódeo Enterobius</p><p>vermicularis. Sua manifestação clínica mais comum</p><p>consiste na sensação de prurido anal noturno, que</p><p>causa irritabilidade, desassossego, desconforto e</p><p>sono intranquilo, causada pelas fêmeas do parasito,</p><p>que são expulsas para a região perianal repletas de</p><p>ovos. Os medicamentos que podem ser utilizados</p><p>no tratamento dessa patologia são: mebendazol</p><p>(100 mg, 2 vezes ao dia, durante 3 dias consecuti-</p><p>vos), albendazol (10 mg/kg,</p><p>VO, dose única, até no</p><p>máximo de 400 mg), pamoato de pirvínio (10 mg/</p><p>kg, VO, dose única), pamoato de pirantel (11 mg/kg,</p><p>dose única, max 1 g, repetir em 2 semanas).</p><p>✔ resposta: ⮦</p><p>Questão 8 dificuldade: </p><p>Y Dica do professor: As parasitoses intestinais são</p><p>infecções intestinais causadas principalmente por</p><p>protozoários ou helmintos, sendo um problema se</p><p>saúde pública frequente em nosso meio. As princi-</p><p>pais manifestações clínicas no geral, incluem dor</p><p>abdominal, podendo cursar também com anorexia,</p><p>irritabilidade, distúrbios do sono, vômitos, náuseas e</p><p>quadros diarreicos. O conhecimento da sintomatolo-</p><p>gia envolvendo cada tipo de parasitoses intestinais</p><p>é essencial para tanto para as provas de residência,</p><p>quanto para a prática médica diária.</p><p>Alternativa A: INCORRETA. O prurido anal é queixa</p><p>frequente na oxiuríase, também chamado de en-</p><p>terobíase. Essa doença é causada pelo Enterobius</p><p>vermicularis, um parasita da classe Nematoda. A</p><p>tricuriase, geralmente é marcada pelo prolapso re-</p><p>tal, resultante de infecções graves pelo Trichuris</p><p>trichiura, um parasita comum do intestino grosso.</p><p>Alternativa B: CORRETA. Quando uma criança apre-</p><p>senta dificuldade respiratória, sibilos e infiltrados</p><p>nodulosos torácicos, devemos suspeitar da Síndro-</p><p>me de Loeffler. Essa síndrome refere-se a um quadro</p><p>de manifestações respiratórias decorrentes de uma</p><p>resposta a infecção parasitária. Ocorre nas situa-</p><p>ções de parasitas que realizam o Ciclo Pulmonar</p><p>de Looss. Os principais parasitas causadores dessa</p><p>síndrome são Ascaris lumbricoides, Strongyloides</p><p>stercoralis, Necator americanus, Ancylostoma duo-</p><p>denale e Toxocara canis.</p><p>Alternativa C: INCORRETA. A amebíase é uma infecção</p><p>causada pelo protozoário Entamoeba histolytica que</p><p>acomete o cólon e se transmite pela via oral-fecal.</p><p>Vale lembrar que nesses casos, o paciente deve</p><p>Parasitoses na infância Gastroenterologia Pediátrica</p><p>18</p><p>ser tratado preferencialmente com o metronidazol</p><p>e nitazoxanida.</p><p>Alternativa D: INCORRETA. Apesar da maioria dos ca-</p><p>sos de infestação por T. solium serem assintomáti-</p><p>cos. No entanto, em alguns casos levam a compli-</p><p>cações como a neurocisticercose, com convulsões</p><p>frequentes como sequela.</p><p>Alternativa E: INCORRETA. As parasitoses são ex-</p><p>tremamente frequentes na pediatria, devendo ser</p><p>sempre pesquisada.</p><p>✔ resposta: ⮧</p><p>Questão 9 dificuldade: </p><p>Y Dica do professor: Questão que aborda as parasi-</p><p>toses intestinais, tema muito recorrente na prova</p><p>de Pediatria e de extrema importância para nossa</p><p>vida prática. O paciente apresenta sintomas pulmo-</p><p>nares associados à eliminação de parasitas visíveis</p><p>e cilíndricos nas fezes. Lembra do ciclo pulmonar</p><p>que algumas parasitoses apresentam? Chama-se</p><p>Ciclo de Loss e origina a Síndrome de Löeffler, que</p><p>se caracteriza pela migração de larvas, após seus</p><p>ovos eclodirem no intestino, para regiões bem oxi-</p><p>genadas (pulmões), através da corrente sanguínea.</p><p>São capazes de migrar através da árvore brônquica</p><p>em sentido proximal, até serem engolidas e voltarem</p><p>ao intestino, onde há a transformação em vermes</p><p>adultos. Vamos relembrar quais são os parasitas</p><p>capazes de realizar esse ciclo: Strongyloides ster-</p><p>coralis; Ascaris lumbricoides; Necator americanos;</p><p>Toxocara canis e Ancylostoma duodenale. Dessa</p><p>forma, podemos eliminar, na questão, as letras B, C e</p><p>D, visto que trazem patógenos que não apresentam</p><p>esse ciclo. Logo, temos como resposta a alternativa</p><p>A: temos um quadro de estrongiloidíase, que pode</p><p>ser tratado com ivermectina ou benzimidazólicos</p><p>(albendazol, tiabendazol).</p><p>✔ resposta: ⮦</p><p>Questão 10 dificuldade: </p><p>Y Dica do professor: A ancilostomose é um parasi-</p><p>tose com quadro clínico predominantemente gas-</p><p>trointestinal. Antes do verme chagar ao intestino,</p><p>os sintomas são discretos. No local de penetração</p><p>do verme na pele forma-se uma pequena reação</p><p>inflamatória, que provoca coceira. Durante a passa-</p><p>gem pelos pulmões, o paciente costuma apresentar</p><p>tosse seca. Os sintomas típicos da ancilostomose</p><p>surgem mesmo quando o parasita migra para o in-</p><p>testino delgado. Neste momento, o paciente pode</p><p>apresentar náuseas, vômitos, diarreia, cansaço,</p><p>aumento do gases e dor abdominal. A primeira in-</p><p>fecção é, habitualmente, a mais sintomática. Con-</p><p>forme o indivíduo se reinfecta repetidamente, a ten-</p><p>dência é ele apresentar cada vez menos sintomas.</p><p>O principal problema da ancilostomose é a anemia</p><p>e a desnutrição, pois o parasito consome sangue e</p><p>proteínas. Em crianças, pode haver desaceleração</p><p>do crescimento e alterações no desenvolvimento</p><p>neurológico. Nas grávidas, a desnutrição e a anemia</p><p>são ainda mais comuns, e o bebê costuma nascer</p><p>com baixo peso. A anemia nutricional apresenta</p><p>mecanismo fisiopatológico diverso do da anemia</p><p>ancilostomótica. Na ancilostomose, a anemia de-</p><p>corre essencialmente da espoliação de ferro, e con-</p><p>funde-se com qualquer outra anemia ferropênica.</p><p>Esta anemia depende quase que exclusivamente da</p><p>carência de ferro ocasionada pelas perdas sanguí-</p><p>neas, o que não ocorre na anemia nutricional. Na</p><p>desnutrição proteico-energética, os sintomas clíni-</p><p>cos devem-se à carência alimentar. Esta deficiência</p><p>proteica afeta o crescimento e, consequentemente,</p><p>influi no funcionamento do sistema nervoso, o que</p><p>prejudica o desenvolvimento psíquico.</p><p>✔ resposta: ⮩</p><p>Parasitoses na infância</p><p>1. �Síndrome de Loeffler</p><p>1.1. �Necator americanus e Ancylostoma duodenale</p><p>1.2. �Strongyloides</p><p>1.3. �Ascaris lumbricoides</p><p>2. �Enterobíase</p><p>3. �Giardíase</p><p>4. �Amebíase</p><p>5. �Toxocaríase</p><p>6. �Trichuris trichiura</p><p>7. �Prevenção</p><p>Mapa mental. Parasitoses</p><p>Referências</p><p>Bibliografia consultada</p><p>Questões comentadas</p>

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