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<p>21</p><p>DEYVERSON ALMEIDA DE AZEVEDO</p><p>UNIVERSIDADE NORTE DO PARANÁ</p><p>SISTEMA DE ENSINO A DISTÂNCIA</p><p>EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO</p><p>A CONTRIBUIÇÃO DO TREINAMENTO DE FORÇA PARA ATLETAS COM DEFICIÊNCIA FÍSICA NA NATAÇÃO</p><p>Campos dos Goytacazes - RJ</p><p>2023</p><p>DEYVERSON ALMEIDA DE AZEVEDO</p><p>Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito parcial para a obtenção do título de curso de Educação Física Bacharelado.</p><p>Docente supervisor: Prof. Ms. Bruno José Frederico Pimenta</p><p>A CONTRIBUIÇÃO DO TREINAMENTO DE FORÇA PARA ATLETAS COM DEFICIÊNCIA FÍSICA NA NATAÇÃO</p><p>Campos dos Goytacazes - RJ</p><p>2023</p><p>Sumário</p><p>INTRODUÇÃO	4</p><p>PROBLEMA	5</p><p>JUSTIFICATIVA	7</p><p>OBJETIVOS	9</p><p>3.1	GERAL	9</p><p>3.2 ESPECÍFICOS	9</p><p>FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA	10</p><p>METODOLOGIA DA PESQUISA	18</p><p>CRONOGRAMA	20</p><p>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS	21</p><p>INTRODUÇÃO</p><p>Segundo os Autores SHEPARD e PITETI, a busca pela melhora na qualidade de vida nos últimos anos tem levado um número crescente de pessoas com deficiência física, a procurar a prática de diferentes esportes visando o seu bem-estar físico.</p><p>Baseado nas pesquisas de CLIMSTEIN e BARROS, a partir da década de 70, mostra que surgiram vários efeitos benéficos da atividade física nas diversas patologias.</p><p>Meier (1981) acredita que a natação assume um lugar privilegiado entre os exercícios físicos na medida em que o aluno vivencia a liberdade de movimentos, que podem ser executados em todos os sentidos contra a resistência da água, assim toda a musculatura é requisitada durante a natação.</p><p>Baseado nas informações do Diagnóstico Nacional do Esporte, a natação é o quinto esporte mais praticado no país, e a sétima no ranking de atividades físicas mais praticadas.  Levando em consideração ao nível competitivo internacional, para se ter uma ideia da grandeza da natação e maratonas aquáticas, na última Olimpíada realizada no Rio de Janeiro em 2016, participaram 955 atletas de 174 países.</p><p>Com isso, o esporte de alto rendimento atua como um disseminador potente da prática esportiva ao redor do mundo. O esporte de alto rendimento é compreendido por atividades esportivas estabelecida por competições sob regras gerais. Sua finalidade é buscar superação, recordes e vitória, exigindo assim, um alto grau de dedicação, o que acaba resultando a busca do profissionalismo (BUENO, 2008).</p><p>A natação é uma das modalidades esportivas com mais tradição para pessoas com deficiência física, pois a atividade na água, ou o movimento de nadar, significa um momento de liberdade e independência, momento este em que consegue movimentar-se livremente, sem auxílios de pernas mecânicas, cadeiras de rodas, andador ou outros apoios.</p><p>O presente trabalho tem como eixo principal investigar se a pratica do treinamento de força contribui para o desempenho dos atletas, de natação, com deficiência física. O surgimento desse tema se deriva ao fato do autor ter adquirido um certo conhecimento durante o seu período de estágio e há uma grande dificuldade em encontrar trabalhos científicos sobre o tema, criando uma necessidade de pesquisar a teoria sobre a contribuição do treinamento de força para a natação.</p><p>O desempenho na natação se dá pela capacidade de gerar força propulsora e diminuir o arrasto ao avançar em meio líquido. Isto acontece quando a técnica, a força, a potência muscular e condição física do nadador melhora. Sendo assim, a utilização do treinamento de força na natação tem como objetivo melhorar as capacidades físicas dos nadadores e melhorar da técnica do mesmo.</p><p>O treinamento de força pode ser realizado dentro e fora da água; dentro da piscina se dá de forma específica, com a utilização de materiais que ajudam a promover arrasto e resistência no meio líquido. Já o treinamento fora da água é realizado com equipamento de treinamento resistido, que reproduzem o gesto realizado nas piscinas.</p><p>Desta forma, a grande importância desta pesquisa é fazer uma análise sobre o treinamento de força para atletas com deficiência física, descrito na leitura desse estudo.</p><p>PROBLEMA</p><p>De qual forma o treinamento de força contribui para o desempenho dos atletas com deficiência física na natação?</p><p>JUSTIFICATIVA</p><p>Este estudo contribui para o conhecimento acerca da importância do treinamento de força para atletas na natação com deficiência física. Pois, a natação é considerada uma atividade física benéfica ao corpo humano por trabalhar diversos grupos musculares e articulações do corpo e desenvolver o sistema cardíaco e respiratório.</p><p>Por volta da década de 50, o esporte adaptado chegou ao Brasil, para promover a igualdade em oportunidades e respeito às diferenças, a Educação Física Inclusiva surge no país e a partir disso os professores, funcionários e demais estudantes, antes de tudo, precisariam ser instruídos de melhor forma para acolherem todos os tipos de alunos.</p><p>A natação é uma das atividades mais indicadas para a estimulação das Pessoas com Deficiência, quer seja pela liberdade de ação corporal para aquelas que possuem limitação motora, como também, pela necessidade de descoberta, adaptação corporal no meio aquático. A natação é um dos esportes mais completos e proporciona uma variedade de benefícios tanto para indivíduos em geral como para pessoas com deficiência física.</p><p>A intervenção do treinamento de força em atletas de natação tem uma significativa importância em relação ao treino paraolímpico. Baseado nos estudos de Dingley et al. em 2015, foi avaliado a eficácia do treinamento de força em nadadores paraolímpicos para aumento da potência na natação e como essas mudanças afetam o desempenho desses atletas. Com isso, o treinamento da natação junto com o treinamento de força, demonstra ser relevante para melhorar a força da parte superior do corpo e o desempenho da natação de 50 e 100 metros, adaptado à especificidade da natação (LOPES et al., 2020).</p><p>Pensando nos membros inferiores, estudos relatam um desempenho em nadadores praticantes de treinamento de força, o autor Ramos et al. em 2015, examinou a correlação de diferentes testes de força e potência em terra firme com o desempenho da saída na natação.</p><p>Nesse estudo, nadadores internacionais executaram saídas do estilo livre e também realizaram agachamentos, saltos e saltos com agachamento com aumento de intensidade progressiva, contrações voluntarias isométricas de flexão e extensão de joelhos e quadris, tendo assim um resultado significantes.</p><p>A análise da contribuição do treinamento de força para os atletas de natação, poderá propiciar o entendimento sobre o assunto para profissionais que atuam como treinadores de natação para as pessoas com deficiência.</p><p>OBJETIVOS</p><p>GERAL</p><p>Analisar se o treinamento de força contribui para o desempenho de atletas, com deficiência física, e sua performance na natação.</p><p>3.2 ESPECÍFICOS</p><p>· Investigar a importância do treinamento de força para nadadores.</p><p>· Refletir sobre a melhora das capacidades e as técnicas dos atletas.</p><p>· Analisar como o treinamento de força pode ajudar no desempenho de nadadores.</p><p>FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA</p><p>1.1 PRÁTICA DA ATIVIDADE FISÍCA PARA PESSOAS COM DEFICIÊNCIA FÍSICA</p><p>Os gregos acreditavam que a prática da atividade física era essencial somente para a manutenção da saúde. Fato que ignorava e muitas vezes excluía as pessoas com deficiência física. Segundo ROSADAS em 1991, com a evolução científica, iniciou a preocupação com a reabilitação e com a integração social dessa população.</p><p>Com isso, a pratica de atividade física é indicada para quem busca melhorias de saúde e mais qualidade de vida, já para pessoas com deficiência física, praticar essas atividades físicas e obter esses benefícios também é possível, respeitando as diferenças dos indivíduos e realizando algumas adaptações necessárias para a realização dos exercícios/treinos.</p><p>Segundo o guia de atividade física para a população brasileira reforça que, apesar das limitações, é preciso</p><p>encontrar formas de ser mais ativo em seu dia a dia, seja realizando atividades individualizadas, que consideram as especificidades de cada pessoa, ou realizando atividades em grupo, que proporcionam socialização e interação. O importante é que a prática da atividade física seja confortável e segura.</p><p>Já na natação, antes de chegar ao nível de alto rendimento, as pessoas com deficiência devem primeiro se familiarizar com o meio líquido, desenvolver domínio do equilíbrio, da flutuação, da respiração correta e da propulsão, criando assim sua autonomia. Com o passar do tempo e de forma lúdica, os fundamentos da natação vão sendo inseridos e durante os treinos vão se aprimorando e aperfeiçoando os movimentos corretos.</p><p>1.2 NATAÇÃO COMO ATIVIDADE FÍSICA</p><p>Dentre os vários tipos de atividades físicas, merece destaque a natação, que vem sendo muito utilizada para ajudar pessoas com deficiência, a ganhar mais saúde e qualidade de vida. Além da sensação de liberdade sentida com os movimentos na água, o deficiente físico tem condições de se desenvolver mais facilmente, sua autoestima fica elevada e todo o seu quadro clínico apresenta uma significativa melhora (MARTINS, RABELO, 2008).</p><p>Meier (1981) acredita que a natação assume um lugar privilegiado entre os exercícios físicos na medida em que o aluno vivencia a liberdade de movimentos, que podem ser executados em todos os sentidos contra a resistência da água, assim toda a musculatura é requisitada durante a natação.</p><p>O aprendizado de habilidades aquáticas mais complexas e específicas, como a dinâmica dos estilos da natação, depende da prévia aquisição e domínio de habilidades mais simples que são à base da adaptação ao meio líquido (PALMER, 1990). Pode ser realizada com o intuito competitivo ou mesmo como forma de relaxamento e melhora do condicionamento físico.</p><p>Segundo GALLAHUE e OZMUN, em 2015 ao realizar a prática da natação como prática corporal, ao invés de objetivar rendimento e competição, traz benefícios através do desenvolvimento motor das pessoas com deficiência, observado no processo maturacional, nas relações afetivas e sociais, na adesão à prática de um exercício físico e da qualidade de vida de seus praticantes.</p><p>Segundo a Associação Brasil Halliwink (2010), Quando os alunos com</p><p>deficiência são avaliados pré e pós as intervenções, demonstram a evolução</p><p>em relação ao nível de autonomia no meio líquido quando aplicado a sequência</p><p>metodológica dos critérios de apoio. Gomide Neto (2013), salienta que é um dos pontos positivos do método, quanto à segurança e a otimização do processo de aprendizado.</p><p>Para Baggini, em 2008, o Método Tradicional adaptado é utilizado na iniciação da natação para as pessoas deficientes com o objetivo de maximizar a</p><p>performance. Para o autor o ensino das técnicas dos nados ocorre de forma</p><p>sistemática, fragmentada, utilizando os exercícios educativos e corretivos que</p><p>são repetidos exaustivamente até alcançar o máximo da perfeição do gesto</p><p>motor dos nados crawl, peito, costas e borboletas e pode ser utilizada uma</p><p>sequência pedagógica. Já na etapa da ambientação, os exercícios ao meio</p><p>líquido são fundamentais e servem de base para o aprendizado dos estilos</p><p>atuais da natação, que pode ser dividida em familiarização e ambientação; e</p><p>deve ser realizada através das entradas e saídas da piscina; dos</p><p>deslocamentos na posição vertical em diferentes direções e profundidades,</p><p>mantendo a posição de equilíbrio estável; das imersões e do controle da</p><p>respiração; do equilíbrio na posição ventral e dorsal passando de uma posição</p><p>para a outra; dos deslocamentos em flutuação; dos deslizes, dos mergulhos,</p><p>dos saltos; da execução de um nado utilitário, sem seguir o modelo dos estilos</p><p>dos nados existentes. No entanto, salienta o autor que a ambientação ao meio</p><p>líquido deve ser adequada, respeitando a classe e o diagnóstico do indivíduo com</p><p>deficiência; conforme o grau e a deficiência do aluno se fazem necessárias as</p><p>estratégias pertinentes para atingir o objetivo” .</p><p>Na etapa que ensina os estilos dos nados crawl, peito, costas, e borboleta,</p><p>segundo Associação Brasil Halliwink (2010), deve ter atenção para a escolha e</p><p>a sequência de ensino, respeitando o princípio da especificidade do indivíduo.</p><p>Gomide Neto (2013) sugere iniciar primeiro pelo nado peito, por ser considerado um nado seguro, que permite visualizar a direção do deslocamento, exceto aos deficientes visuais. Para o autor pode iniciar com o nado de costas, devido à facilidade da respiração; em seguida o nado crawl, que permite uma menor resistência com a água, devido à posição hidrodinâmica, indicada e bem apreciada pelas pessoas com deficiências de membros inferiores. No entanto afirma o autor que o nado borboleta é o mais complexo e deve ser evitado o ensino para o indivíduo com lesão medular”.</p><p>Na etapa de treinamento é esperada a melhora do condicionamento físico;</p><p>segundo os autores, essas etapas são fundamentais para as pessoas com</p><p>deficiências que pretendem participar de competições, para alcançar bons</p><p>resultados</p><p>1.3 BENEFÍCIOS DA NATAÇÃO PARA DEFICIENTES FÍSICOS</p><p>A natação é um dos esportes mais completos e apropriados para indivíduos com deficiências, principalmente física, devido aos vários benefícios e às facilidades proporcionadas pela execução de movimentos com o corpo imerso na água.</p><p>Seguem alguns benefícios:</p><p>· Cognitivos: Os aspectos motivacionais e as propriedades terapêuticas da água estimulam o praticante a compreender o movimento do seu próprio corpo explorando as várias formas de se movimentar, adaptando as suas limitações às propriedades da água.</p><p>· Psicossociais: Efeito significativo na melhora do humor e na motivação, além da possibilidade de descarregar as tensões através do poder relaxante da água e satisfação na realização de movimentos.</p><p>· Fisiológicos: As propriedades da água contribuem para a realização de exercícios de educação e reeducação motora, proporcionando as pessoas com deficiência física maior segurança.</p><p>· Terapêuticos: A água facilita a locomoção sem grande esforço, alivia o estresse sobre as articulações que sustentam o peso do corpo, auxilia no equilíbrio estático e dinâmico, facilita a execução de movimentos que em terra seriam muito difíceis ou impossíveis de serem realizados.</p><p>Outros benefícios terapêuticos alcançados são os seguintes:</p><p>- Diminuição de espasmos musculares e relaxamento da musculatura esquelética;</p><p>- Alívio da dor muscular e articular;</p><p>- Manutenção ou aumento da amplitude de movimento;</p><p>- Fortalecimento e aumento da resistência muscular localizada;</p><p>- Melhora da respiratória e condição cardiovascular;</p><p>- Melhora no equilíbrio estático e dinâmico;</p><p>- Relaxamento da coluna vertebral;</p><p>- Melhora da postura e da propriocepção.</p><p>Segundo Tsutsumi et al. (2004), a natação é um dos esportes mais apropriados para indivíduos com deficiência física, devido aos benefícios e às facilidades proporcionados pela execução de movimentos com o corpo imerso na água. A natação desenvolve coordenação, condicionamento aeróbio, reduz a espasticidade, e resulta em menos fadiga que outras atividades. Para pessoas com deficiência, a natação tem valor terapêutico, recreativo e social. Além disso, traz grandes contribuições para o processo de reabilitação e pode reduzir o grau de fraqueza e de complicações.</p><p>A busca por autonomia tem levado muitas pessoas com deficiência a buscar atividades aquáticas por promover um melhor condicionamento físico. Dentre as diversas atividades aquáticas, a natação tem sido bastante procurada. Pois a natação, por ser uma atividade realizada em ambiente agradável e ofertar facilidade de movimento devido a flutuabilidade e as leis da física relacionadas ao ambiente aquático, tem sido procurada por este referido grupo. A prática da natação promove uma melhora na qualidade de vida das pessoas com deficiência física, desenvolvendo capacidade, habilidade e recursos pessoais para a independência e integração social dessas pessoas. (PINA et al, 2015. p. 1)</p><p>A melhoria na qualidade de vida se deve às diversas contribuições</p><p>de sua prática. Tendo em vista que a natação para as pessoas com deficiência física traz inúmeros benefícios como mostram alguns dos resultados da pesquisa apresentada por Pina et al,</p><p>[...] diminuição de dores e espasmos musculares, fortalecimento dos músculos enfraquecidos e aumento da tolerância ao exercício, reeducação do músculo paralisado, melhoria da circulação sanguínea, do equilíbrio, da coordenação, da postura e da força. A natação estimula o desenvolvimento do potencial do organismo como um todo, contribuindo para a melhora da autoimagem e para a inserção social deste grupo de pessoas [...]. (2015. p. 1).</p><p>2.1 TREINAMENTO DE FORÇA PARA PESSOAS COM DEFICIÊNCIAS.</p><p>Segundo Bruno, em 2021, O Treinamento de Força tem sido bastante utilizado como protocolo de treino voltado a melhora do desempenho dos atletas e para a manutenção da saúde de grupos especiais.</p><p>Baseado nas pesquisas realizadas por PAULA, et. al.em 2016, o treinamento de força, segundo a literatura, tem como o principal protocolo o condicionamento físico e reabilitação para pessoas com deficiência. Pois, induz respostas fisiológicas agudas que influenciam ganhos de força e hipertrofia muscular, atuando sobre processos metabólicos e celulares que geram efeitos positivos. Exemplos disso, ocorrem a diminuição de peso corporal, aumento a sensibilidade de insulina, aumento da tolerância à glicose e melhora do perfil lipídico e prevenção de fatores de riscos de síndrome metabólica (GORGULHO, 2013).</p><p>Atualmente, tem-se atribuído grande importância ao Treinamento de Força tanto para a manutenção da saúde, na população em geral, quanto para as pessoas com deficiência física, quanto no aprimoramento do desempenho, em atletas (BARROSO, et. al., 2005). A força é uma qualidade física que permite a contração muscular de um músculo ou grupos de músculos, durante a ação de empurrar, puxar ou elevar. Todo e qualquer movimento do corpo humano resulta da ação de uma força (CAMPOS E POPOV, 1998)</p><p>Por outro lado, no estudo realizado por Nunes, et. al., (2003), concluiu-se que a força gerada pelo músculo ocorre a partir de uma série de reações fisiológicas, sendo que a contração muscular acontece quando os filamentos de actina são projetados sobre os filamentos de miosina, produzindo assim tensão e encurtamento do músculo. O treinamento de força recebe ainda outra nomenclatura, Treinamento Resistido (NUNES et. al., 2003; GORGULHO, 2013). Por este motivo, em alguns momentos é usado treinamento resistido para referir-se ao treinamento de força.</p><p>Para estes autores, o treinamento resistido é principal protocolo de condicionamento físico e reabilitação, o qual é realizado com pesos (cargas) divididos em séries e repetições que visam estimular grupos musculares no intuito de promover aumento de força e volume de massa muscular. Deste modo, entende-se que a sobrecarga da atividade muscular é que determina as melhoras nos níveis de força e resistência 14 muscular (PAULA, et. al., 2016).</p><p>2.2 TREINAMENTO DE FORÇA NA NATAÇÃO</p><p>O desempenho na natação se dá pela capacidade de gerar força propulsora e diminuir o arrasto ao avançar em meio líquido. Isto acontece quando a técnica, a força, a potência muscular e condição física do nadador melhora. Sendo assim, a utilização do treinamento de força na natação tem como objetivo melhorar as capacidades físicas dos nadadores e melhora da técnica do mesmo. O treinamento de força pode ser realizado dentro e fora da água; dentro da piscina se dá de forma específica, com a utilização de materiais que ajudam a promover arrasto e resistência no meio líquido. O treinamento de força fora da água é realizado com equipamento de treinamento resistido, que reproduzem o gesto realizado nas piscinas.</p><p>O treinamento de força no auxílio da melhora da performance na natação tem sido amplamente estudado, pois acreditam que com essa complementação esteja ligado diretamente com a melhora da velocidade (BADILLO et al,2001). Na natação alguns estudos foram direcionados ao treinamento de força fora e dentro da água, e a maioria deles mostrou a importância da força para adquirir braçadas mais velozes.</p><p>Com isso, o treinamento de força torna-se importante para alcançar melhores níveis de desempenho (MARINHO, 2002). Um programa de treinamento direcionado para nadadores deve ser altamente orientado de acordo com a especificidade do esporte (WELLS et al, 2006). Na natação, utiliza-se muito o treinamento de força para sobrecarregar os músculos recrutados nos nados, visando melhorar a potência muscular específica. Assim sendo, o treino de força pode ser aplicado de duas formas: dentro (específico) e fora da água (não específico) (TANAKA et al, 1993).</p><p>Alguns estudos testaram o efeito do treino de força não específico, e eles mostraram que não ouve desempenho satisfatório melhorado dentro da água. Foi verificado que o treino de força de 12 semanas fora da água não gerou alterações significativas no desempenho em 25 e 50 metros (BARBOSA et al, 2006).</p><p>É de extrema importância ter conhecimento do grau necessário para atingir bons resultados e melhoras de desempenho. Isso resulta em um constante controle do nível de desempenho, nos variados níveis de possibilidades, analisando a modalidade, a individualidade de cada nadador e o objetivo que é desejado. Até porque é do conhecimento de todos que a natação e outro desporto qualquer a boa performance não depende de um único fator (SILVA et al, 2006).</p><p>Sabe-se, hoje, que não é possível predizer um treinamento para nadadores levando em consideração somente os aspectos metabólicos, deve-se lembrar da independência e integração da técnica e de outros componentes (GUBLIELM et al, 2001). Alguns pontos importantes como a interação que o corpo deve ter com a água, para que com isso possa ocorrer um deslocamento mais eficaz e mais eficiente, de acordo com as necessidades de cada competição, fatores como resistência da água, a flutuabilidade e o posicionamento corporal (HUE et al, 2005).</p><p>Para que ocorra qualquer deslocamento do nadador na água, é necessário que a força propulsiva gerada deverá ser pelo menos igual ao arrasto hidrodinâmico, que nada mais é a força que a água opõe o deslocamento (VILAS-BOAS et al, 2000).</p><p>A capacidade propulsiva é um dos fatores que possuem maior importância para os nadadores, e é dependente diretamente do desenvolvimento das capacidades técnicas e das qualidades físicas que sustentam a expressão mecânica da força. Com isso, a capacidade propulsiva é dependente da potência mecânica propulsiva, que é dada pela junção da força do arrasto hidrodinâmico e a velocidade com que o nadador pode gerar para seu deslocamento (BARBOSA et al, 2002).</p><p>A potência ela é diretamente relacionada com a distância e a força. Seu desenvolvimento é muito importante para o esporte, onde cada movimento deve ser executado com maior força e o mais rápido possível. Portanto, quanto maior a força e velocidade que o nadador impor, ele também irá aumentar o arrasto hidrodinâmico do seu deslocamento (ELLIOT et al, 2007).</p><p>METODOLOGIA DA PESQUISA</p><p>1.1 DELINEAMENTOS DO ESTUDO</p><p>O delineamento do estudo efetua-se por meio de uma revisão de literatura sistemática, para analisar se treinamento de força para atletas com deficiência física contribui para a natação de alto rendimento.</p><p>Taylor e Procter, 2001 definem revisão de literatura como uma tomada de contas sobre o que foi publicado acerca de um tópico específico.</p><p>1.2 FONTES DE INFORMAÇÃO</p><p>Os artigos escolhidos foram minunciosamente estudados e verificados de quatro bases de dados, sendo elas, google acadêmico, scielo, pubmed e BVS, porém apenas foram extraídos das bases de dados do Google acadêmico e Scielo, pois foram onde encontrei artigos que fossem compatíveis com a minha pesquisa, e que se encaixasse no meu critério de inclusão e exclusão.</p><p>1.3 PESQUISA</p><p>Neste capítulo serão descritas as formas como foram feitas as buscas nas fontes de informação, por meio, de vocabulários como “treinamento de força + natação”; “ natação de alto rendimento”; “ treinamento</p><p>de força para natação”; “ natação + deficiente físico”; “benéficos da natação para pessoas com deficiência”.</p><p>1.4 SELEÇÃO DE ESTUDOS</p><p>1.4.1 Critérios de inclusão</p><p>Para a inclusão foram abordados os seguintes aspectos, considerou-se: publicações entre os anos de 2019 e 2023, com idioma em português, e como principal desfecho artigos que abordem as contribuições do treinamento de força para natação para pessoas com deficiência.</p><p>1.4.2 Critérios de exclusão</p><p>Foi excluído teses, artigos repetidos, estudos conduzidos com animais e pesquisas que não tenha relação com o tema proposto.</p><p>RESUTADOS</p><p>Para a realização do presente estudo em revisão de literatura, foram realizadas pesquisas na seguinte base de dados: Google Acadêmico e Sciello.</p><p>Identificação</p><p>Registros identificados através de pesquisa de banco de dado: Google Acadêmico: 29</p><p>Registros excluídos por duplicidade (n = 0 )</p><p>Rastreio</p><p>Registros selecionados (n=29)</p><p>Total de registro excluídos (n=17)</p><p>- Pela análise do título = 14</p><p>- Pela análise do Resumo = 3</p><p>Elegibilidade</p><p>Artigos disponível na íntegra avaliados para elegibilidade (n=12)</p><p>Registros excluídos após análise do artigo completo (n=9)</p><p>Incluídos</p><p>Estudos incluídos na síntese qualitativa</p><p>(n=3)</p><p>Figura 1 - Diagrama de fluxo dos estudos selecionados.</p><p>Fonte – Elaboração própria</p><p>Para chegar a essa conclusão, e ter atingido apenas 3 resultados, utilizei critérios de inclusão tais como: ser praticante da Natação com mais de 2 anos; fazer treinamento de força para auxiliar no treino da natação; ser deficiente físico; ano da publicação; idioma em português e artigos. Todas as pesquisas encontradas que não se adequam a esse padrão de critérios de inclusão foram excluídas desta presente pesquisa.</p><p>Autor/Ano</p><p>Objetivo</p><p>N</p><p>Desing</p><p>Principais resultados</p><p>Ferreira, Eudes Feijó de Lima (2019)</p><p>levantar dados capazes de descrever as contribuições da natação adaptada para as pessoas com deficiência física assistidas na Adefal – Associação de Deficientes Físicos de Alagoas.</p><p>25</p><p>pesquisa de campo</p><p>a natação adaptada é capaz de tornar a vida mais fácil com realizações possível em meio a contribuições na esfera física, psicológica e social. Contribui no combate a preconceitos em torno da pessoa com deficiência e que há a necessidade de maior atenção na formação dos futuros profissionais para que possam ofertar um serviço de qualidade que atente não às dificuldades, mas sim as inúmeras possibilidades de superação por meio da natação adaptada.</p><p>ARÊDES, Sandro Gonzaga. (2018)</p><p>melhorar o condicionamento físico,</p><p>através do treinamento de força, dando suporte aos atletas especiais.</p><p>Dinamizar a pratica</p><p>do treinamento de força (musculação) para pessoas portadoras de necessidades especiais.</p><p>BARBOSA, Augusto Carvalho; JÚNIOR, Orival Andries. (2006</p><p>verificar se a utilização do treinamento de força fora da água influenciou</p><p>o desempenho de nadadores.</p><p>10</p><p>Pesquisa de campo</p><p>Apesar do aumento da</p><p>força avaliada fora da água no GE, o desempenho foi melhor no GC. Conclui-se que, a metodologia</p><p>aplicada ao</p><p>treinamento de força não influenciou positivamente o desempenho dentro da água.</p><p>FERREIRA, Eudes Feijó de Lima. Contribuições da prática de natação para pessoas com deficiência física. 2019.</p><p>ARÊDES, Sandro Gonzaga. TREINAMENTO DE FORÇA PARA PESSOAS COM DEFICIÊNCIA. In: Simpósio. 2018.</p><p>BARBOSA, Augusto Carvalho; JÚNIOR, Orival Andries. Efeito do treinamento de força no desempenho da natação. Revista Brasileira de Educação Física e Esporte, v. 20, n. 2, p. 141-150, 2006.</p><p>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS</p><p>PELIÇÃO, Taís. Educação física escolar: motivações e conflitos na atuação profissional no atendimento às pessoas com deficiência. 2018. 60 f. Trabalho de conclusão de curso (licenciatura - Educação Física) - Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Faculdade de Ciências, 2018. Disponível em: http://hdl.handle.net/11449/203151 Acesso em: 15 Abril 2023.</p><p>LUIZ, André. Os métodos de natação para pessoas com deficiências:</p><p>Uma revisão de literatura. 2018. Monografia (Bacharelado em Educação Física) – Universidade Federal de Ouro Preto – UFOP.</p><p>FERREIRA, Natalia. Natação Adaptada: Análise da Função Pulmonar de Pessoas com Deficiência. 2011, (Faculdade de Ciências Departamento de Educação Física) UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA – UNESP.</p><p>EFDESPORTES, a percepção das mães em relação à influência da natação no</p><p>Desenvolvimento motor de bebês de 5 a 15 meses de idade, Revista Digital Año 19, Buenos Aires, outubro de 2014. Disponível em: https://www.efdeportes.com/efd197/influencia-da-natacao-de-bebes-de-5-a-15-meses.htm , acesso em: 18 abril 2023.</p><p>BORGES, Raphaella Khareniny Fernandes de Melo; MACIEL, Rosana Mendes. A influência da natação no desenvolvimento dos aspectos psicomotores em crianças da educação infantil. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 1. Vol. 9. pp. 292-313, outubro / novembro de 2016. ISSN. 2448 0959, Disponível em: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/educacao/influencia-da-natacao , Acesso em: 17 Abril 2023.</p><p>UNIEVANGELICA, Centro Esportivo e Excelência para pessoas com Deficiência em Brasília –DF, Disponível em: https://issuu.com/cadernostc/docs/ana_paula-revista_web-2018-2, Acesso em: 15 Abril 2023.</p><p>EFDESPORTES, Natação para portadores de necessidades especiais, Revista Digital Año 14, Buenos Aires, outubro de 2009. Disponível em: https://www.efdeportes.com/efd137/natacao-para-portadores-de-necessidades-especiais.htm , Acesso em: 29 Abril 2023.</p><p>Tsutsumi, O. et al. (2004). Os Benefícios da natação adaptada em indivíduos com lesões neurológicas. 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