Prévia do material em texto
<p>Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● HISTOLOGIA</p><p>1</p><p>www.medresumos.com.br</p><p>TECIDO ÓSSEO</p><p>Os ossos formam o esqueleto, estrutura essencial de sustentação do corpo humano. Ele também protege órgãos</p><p>vitais como o encéfalo, medula espinhal, coração e pulmão além de servir de local para inserção de músculos,</p><p>participando do sistema locomotor e participar do armazenamento de minerais, principalmente o cálcio. Os ossos contêm</p><p>uma cavidade interna que abriga a medula óssea, órgão hematopoiético responsável pela produção das células do</p><p>sangue.</p><p>Todos os ossos são recobertos, tanto na superfície interna como na externa, por camadas de tecido contendo</p><p>células osteogênicas. Internamente, tem-se o endósteo (tecido conjuntivo frouxo), que contém uma camada de células</p><p>osteogênicas e osteoblastos. Externamente, o osso é revestido pelo periósteo (tecido conjuntivo denso), que nele é</p><p>composto por fibras externas de colágeno tipo I e substância fundamental rica em proteoglicanos e glicoproteínas.</p><p>MATRIZ ÓSSEA</p><p>A matriz óssea, considerada como material extracelular calcificado, é constituída por componentes orgânicos e</p><p>inorgânicos. Como não existe a difusão de substancias através da matriz calcificada do osso, a nutrição dos osteócitos</p><p>depende de canalículos que perfuram esta matriz. Esses canalículos possibilitam as trocas de moléculas e íons entre os</p><p>capilares sanguíneos e os osteócitos.</p><p>COMPONENTE INORGÂNICO</p><p>A parte inorgânica dos ossos constitui cerca de 65% de seu peso seco. Os principais constituintes são: cálcio,</p><p>fósforo, magnésio, citratos e bicarbonato. O cálcio e fósforo estão presentes na forma de cristais de hidroxiapatita que</p><p>esta ordenada entre as fibras de colágeno tipo I dando ao osso força e dureza. Os cristais atraem água formando a capa</p><p>de hidratação, permitindo trocas de íons com o fluido extracelular.</p><p>COMPONENTE ORGÂNICO</p><p>O componente orgânico do osso é composto principalmente por fibras de colágeno tipo I, mas também é</p><p>possível identificar outras estruturas como glicosaminoglicanos sulfatados (condroitino-sulfato e queratan-sulfato). Estes</p><p>glicosaminoglicanos se ligam covalentemente formando os proteoglicanos curtos. Estes por sua vez se ligam ao ácido</p><p>hialurônico formando os compostos de agrecanos. É possível também identificar a presença de glicoproteínas</p><p>(osteocalcina, osteopontina e sealoproteína).</p><p>CÉLULAS DO TECIDO ÓSSEO</p><p>CÉLULAS OSTEOPROGENITORAS</p><p>As células osteoprogenitoras são originárias das mesenquimatosas embrionárias, elas têm a capacidade de</p><p>realizar mitose e se diferenciar em osteoblastos. Em condições de baixa de oxigênio, essas células podem diferenciar-se</p><p>em células condroblásticas. As células osteoprogenitoras são mais abundantes no período de crescimento ósseo</p><p>intenso.</p><p>OSTEOBLASTOS</p><p>Os osteoblastos são produzidos a partir da</p><p>diferenciação das células osteoprogenitoras, sua principal</p><p>função é a secreção de matriz óssea orgânica (fibras</p><p>colágeno tipo I, proteoglicanos, glicosaminoglicanos).</p><p>Estão localizados na superfície dos ossos como células</p><p>colunares ou cuboides (semelhante a um arranjo de</p><p>epitélio simples). Além disso, os osteoblastos lançam</p><p>prolongamentos curtos que entram em contato para</p><p>formar as junções comunicantes.</p><p>Ao fazer a exocitose da matriz óssea, os</p><p>osteoblastos vão se envolvendo por essa matriz, ficando</p><p>situados em regiões denominadas lacunas, para formar os</p><p>osteócitos.</p><p>A maior parte da medula óssea vai ser calcificada</p><p>entre a matriz e os osteoblastos formando-se uma</p><p>camada delgada que os separam: o osteoide.</p><p>Arlindo Ugulino Netto.</p><p>HISTOLOGIA 2016</p><p>Highlight</p><p>Highlight</p><p>Highlight</p><p>Highlight</p><p>Highlight</p><p>Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● HISTOLOGIA</p><p>2</p><p>www.medresumos.com.br</p><p>Essas células possuem receptores ainda para hormônios paratireoidianos. Quando esse hormônio se liga aos</p><p>receptores, as células secretam ligante osteoprotegerina (OPGL), um fator indutor da diferenciação dos</p><p>préosteoclastos em osteoclastos, como o fator osteoclastoestimulante, que ativa os osteoclastos a reabsorverem ossos.</p><p>OSTEÓCITOS</p><p>Os osteócitos são células ósseas maduras derivadas dos osteoblastos que ficaram aprisionados dentro das</p><p>lacunas (um osteócito apenas por lacuna) da matriz extracelular calcificada. Das lacunas, irradiam canalículos que</p><p>abrigam os prolongamentos citoplasmáticos dos osteócitos. Esses prolongamentos entram em contato entre si,</p><p>formando junções comunicantes, permitindo a comunicação de íons e pequenas moléculas.</p><p>Os osteócitos são essenciais para a produção da matriz óssea, e sua morte é seguida por reabsorção da matriz.</p><p>OSTEOCLASTOS</p><p>São células gigantes e multinucleadas derivadas de um precursor na</p><p>medula óssea comum com os monócitos: a célula progenitora granulócita</p><p>macrófago. Os osteoclastos desempenham papel na reabsorção óssea</p><p>(participam dos processos de remodelação dos ossos) e estão localizadas</p><p>nas lacunas de Howship. Um osteoclasto está dividido em 4 regiões:</p><p> Zona Basal: maior concentração de organelas. Está mais distante</p><p>das lacunas de Howship.</p><p> Borda Ondulada: é a parte da célula responsável pela reabsorção</p><p>óssea. Ela possui projeções digitiformes, fazendo-a mudar</p><p>continuamente de forma ao se projetarem, formando o</p><p>compartimento subosteoclástico.</p><p> Zona Clara: está localizada na periferia da borda ondulada. Possui</p><p>muitos filamentos de actina que formam o anel de actina,</p><p>contribuindo para as integrinas da plasmalema da zona clara manter</p><p>contato com a periferia óssea da lacuna de Howship.</p><p> Zona Vesicular: está localizada entre a zona basal e a borda ondulada. É rica em vesículas endocíticas e</p><p>exocíticas que transportam enzimas lisossômicas para o compartimento subosteoclástico.</p><p>MECANISMO DE REABSORÇÃO ÓSSEA</p><p>Dentro dos osteoclastos, a enzima anidrase carbônica catalisa a informação de acido carbônico a partir de água</p><p>e CO2. Na célula, o acido carbônico dissocia-se em H</p><p>+</p><p>e HCO</p><p>-</p><p>3. Os íons bicarbonato, juntamente com o Na</p><p>+</p><p>cruzam o</p><p>plasmalema da borda ondulada e penetram nos capilares próximos. As bombas de H</p><p>+</p><p>presentes na borda ondulada</p><p>transportam ativamente o íon H</p><p>+</p><p>para o compartimento subosteoclasto, reduzindo o pH do microambiente. Com isso, a</p><p>matriz é dissolvida devido à acidez e os minerais vão para os osteoclastos, e destes para a corrente sanguínea.</p><p>Hidrolases, metaloproteinases lisossômicas como a colagenase e a gelatinase, secretadas pelo osteoclastos,</p><p>degradam os componentes da matriz óssea, facilitando a sua absorção.</p><p>CONTROLE HORMONAL DA REABSORÇÃO ÓSSEA</p><p>A atividade de reabsorção óssea dos osteoclastos é regulado por dois hormônios: o paratormônio (estimula os</p><p>osteoblastos a liberar OPGL, estimulando, assim, a ação dos osteoclastos) e a calcitonina, produzidos respectivamente</p><p>pela paratireoide e tireoide. Além disso, participam desse controle: o estrógeno, o GH/IGF, 1,25-diidroxivitamina D, etc.</p><p>ESTRUTURA DO OSSO</p><p>Os ossos são classificados de acordo com sua forma anatômica</p><p> Ossos Longos: Corpo situado entre duas cabeças. Ex: Tíbia</p><p> Ossos Curtos: Possuem aproximadamente mesma largura e comprimento. Ex: Ossos do Carpo</p><p> Ossos Chatos: São achatados delgados semelhantes a placas. Ex: Ossos da caixa Craniana</p><p> Ossos Irregulares: Tem forma irregular. Ex: Esfenoide e Etmoide</p><p> Ossos Sesamoides: Formam-se dentro de tendões. Ex: Patela</p><p>OBSERVAÇÃO MACROSCÓPICA DO OSSO</p><p>Em uma observação mais atenta aos ossos é possível classificar os ossos em compactos e esponjosos. Além</p><p>disso, é possível identificar nos ossos esponjosos as trabéculas e espículas. Estas se projetam da a superfície interna do</p><p>osso compacto para a cavidade da medula.</p><p>A medula óssea é composta por dois tipos: medula óssea vermelha, produtora de células do sangue e a medula</p><p>amarela constituída principalmente por gordura. O corpo de um osso longo é composto por duas epífises separadas pela</p><p>diáfise. Em pessoas em crescimento é possível identificar a placa epifisária,</p><p>que separa a diáfise da epífise.</p><p>Highlight</p><p>Highlight</p><p>Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● HISTOLOGIA</p><p>3</p><p>www.medresumos.com.br</p><p>A superfície articular dos ossos é revestida por cartilagem hialina, altamente polida, que reduz a fricção dos</p><p>ossos que se articulam. A placa epifisária e a metáfise são responsáveis pelo crescimento do osso em comprimento.</p><p>A diáfise é coberta pelo periósteo exceto nos tendões e onde os músculos se inserem no osso e na superfície</p><p>articular dos ossos. O periósteo é formado por tecido conjuntivo denso não-modelado, rico em fibras colágenas e são</p><p>fixas nos ossos pelas fibras de Sharpey. A camada externa ajuda a distribuir o suprimento sanguíneo enquanto a</p><p>camada celular interna possui células osteoprogenitoras e osteoblastos.</p><p>OBSERVAÇÕES MICROSCÓPICAS</p><p>Na observação microscópica é possível identificar dois tipos de ossos: Primário e secundário.</p><p> Primário (Imaturo / não lamelar): é o primeiro osso a se formar durante o desenvolvimento fetal e durante a</p><p>reparação óssea. Ele é rico em osteócitos e em feixes de colágeno não modelado, que, mais tarde serão</p><p>substituídos por osso secundário.</p><p> Secundário (maduro / lamelar): é osso maduro composto por lamelas paralelas ou concêntricas. Nesses ossos</p><p>apresentam trabéculas que se ligam com lacunas vizinhas formando uma rede de canais intercomunicantes, que</p><p>facilitam o fluxo de nutrientes hormônios, íons e produtos do catabolismo dos e para os osteócitos.</p><p>SISTEMAS LAMELARES DO OSSO COMPACTO SECUNDÁRIO</p><p>Nesse tipo de osso, existem quatro tipos de sistema de lamelas: Lamelas Circunferenciais externas e</p><p>internas, Sistema do Canal de Havers (osteon) e Lamelas intersticiais.</p><p>1. Lamelas Circunferenciais externas: estão situadas logo</p><p>abaixo do periósteo. Formam a região mais externa da diáfise</p><p>e contém fibras de Sharpey que ancoram o periósteo ao osso.</p><p>2. Lamelas Circunferênciais internas: envolvem</p><p>completamente a cavidade da medula óssea. Delas projetam-</p><p>se trabéculas para a cavidade da medula.</p><p>3. Sistema de Canal de Havers: cada sistema é composto por</p><p>cilindros de lamelas dispostas concentricamente em torno de</p><p>um espaço vascular denominado Canal de Havers. Dentro de</p><p>cada lamela, os feixes de colágeno são paralelos, mas com</p><p>orientação perpendicular ao das lamelas adjacentes. Cada</p><p>canal de Havers é forrado por uma camada de osteoblastos e</p><p>células osteoprogenitoras, que abrigam um feixe</p><p>neurovascular com tecido conjuntivo associado – são os</p><p>canais de Volkmann (unem os canais de Havers de osteons</p><p>adjacentes).</p><p>4. Lamelas Intersticiais (intermediárias): estão localizadas entre os osteons e estão envolvidas por linhas</p><p>cimentantes (uma delgada camada que envolve tanto os osteons quanto as lamelas intersticiais), compostas</p><p>principalmente por fibras de colágeno e substancia fundamental calcificada.</p><p>Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● HISTOLOGIA</p><p>4</p><p>www.medresumos.com.br</p><p>HISTOGÊNESE DO OSSO</p><p>Durante o desenvolvimento embrionário, a formação do osso pode ocorrer de duas maneiras: intramembranosa</p><p>ou endocondral.</p><p>O primeiro osso a se formar é o osso primário, que mais tarde será reabsorvido e substituído pelo secundário,</p><p>que permanece por toda vida e é reabsorvido lentamente.</p><p>FORMAÇÃO OSSEA INTRAMEMBRANOSA</p><p>É o processo que ocorre na maioria dos ossos chatos (ossos frontal, parietal, partes do occipital e do temporal),</p><p>maxilares, além de contribuir para o crescimento dos ossos curtos e para o crescimento em espessura dos ossos longos.</p><p>Esse processo ocorre dentro do tecido mesenquimatoso, que é ricamente vascularizado. As células</p><p>mesenquimatosas se diferenciam em osteoblastos e estes passam a secretar a matriz óssea formando uma malha de</p><p>espículas entreabertas. Esta região de osteogênese é denominada centro primário de ossificação.</p><p>A calcificação segue-se rapidamente após a formação do osteoide. Os osteoblastos presos em sua matriz</p><p>tornam-se osteócitos.</p><p>Tecido mesenquimal diferenciado células osteoprogenitoras osteoblastos espículas, trabéculas osteócito</p><p>A continuidade da atividade mitótica das células mesenquimatosas dá origem às células osteoprogenitoras</p><p>indiferenciadas que dão origem aos osteoblastos.</p><p>Com o estabelecimento da rede de trabéculas, o tecido conjuntivo vascularizado situado nos interstícios</p><p>transforma-se em medula óssea.</p><p>A parte da membrana conjuntiva que não sofre ossificação passa a constituir o endósteo e o periósteo.</p><p>FORMAÇÃO OSSEA ENDOCONRAL</p><p>A maioria dos ossos longos e curtos forma-se por este tipo de ossificação, que ocorre em duas etapas:</p><p> Forma-se um molde de cartilagem hialina em miniatura: a cartilagem hialina sofre modificações, havendo</p><p>hipertrofia dos condrócitos, redução da matriz cartilaginosa a finos tabiques, sua mineralização e a morte dos</p><p>condróctios por apoptose.</p><p> O molde de cartilagem cresce e serve de esqueleto estrutural para desenvolvimento do osso, sendo reabsorvida</p><p>e substituída por este osso: as cavidades previamente ocupadas pelos condrócitos são invadidas por capilares</p><p>sanguíneos e células osteogênicas vindas do conjuntivo adjacente. Essas células diferenciam-se em</p><p>osteoblastos, que depositarão matriz óssea sobre os tabiques de cartilagem calcificada. Desse modo, aparece</p><p>tecido ósseo onde antes havia tecido cartilaginoso sem que ocorra transformação deste tecido naquele; os</p><p>tabiques de matriz calcificada da cartilagem servem apenas de ponto de apoio à ossificação.</p><p>ACONTECIMENTOS NA FORMAÇÃO ÓSSEA ENDOCONDRAL</p><p>1) Na região em que haverá formação óssea no embrião, desenvolve-se a cartilagem hialina, podendo esta</p><p>desenvolver-se pelo crescimento intersticial ou pelo crescimento por aposição. Os condrócitos da cartilagem</p><p>se hipertrofiam, acumulam glicogênio em seu citoplasma, dilatando suas colunas.</p><p>2) Concomitantemente, a região média da diáfise da cartilagem torna-se vascularizada. Quando isto ocorre, o</p><p>pericôndrio transforma-se em periósteo e as células condrogenicas em osteoprogenitoras.</p><p>3) Sobre a superfície do molde cartilaginoso, osteoblastos secretam matriz óssea formando um colar ósseo</p><p>subperiósteo por ossificação intramembranosa.</p><p>4) Esse colar ósseo impede a difusão de nutrientes para os condrócitos hipertrofiados, causando sua morte.</p><p>Este processo é responsável pela presença de lacunas, formando várias cavidades (como a futura cavidade</p><p>da medula óssea).</p><p>5) Os osteoblastos escavam furos no colar ósseo, permitindo que um botão periósteo, composto por células</p><p>osteoprogenitoras, células hematopoiéticas e vasos sanguíneos penetrem nas cavidades dentro do molde da</p><p>cartilagem.</p><p>6) As células osteoprogenitoras diferenciam-se em osteoblastos, que passam a secretar matriz óssea formando</p><p>um complexo cartilagem calcificada/osso calcificado.</p><p>7) Os osteoclastos começam a reabsorver o complexo dilatando a cavidade da medula. Com a continuação</p><p>desse processo, a diáfise da cartilagem é substituída por osso, exceto nas placas epifisárias.</p><p>ACONTECIMENTOS QUE OCORREM NO CENTRO SECUNDÁRIO DE OSSIFICAÇÃO</p><p>Os centros secundários de ossificação começam a formarem-se nas epífises em ambas as extremidades do</p><p>osso. Células osteoprogenitoras invadem a cartilagem da epífise, diferenciam-se em osteoblastos e começam a secretar</p><p>matriz óssea sobre o esqueleto cartilaginoso. Estes acontecimentos ocorrem, e a cartilagem é substituída por osso,</p><p>exceto na cartilagem articular e na placa epifisária.</p><p>Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● HISTOLOGIA</p><p>5</p><p>www.medresumos.com.br</p><p>CRESCIMENTO DO OSSO EM COMPRIMENTO</p><p>Os condrócitos da placa epifisária proliferam e participam do processo de formação óssea endocondral. Essa</p><p>proliferação ocorre no lado epifisário e a substituição por osso se dá do lado diafisário da placa.</p><p>A placa epifisária (que fica entre a epífise e a diáfise) é dividida em cinco zonas:</p><p> Zona de Repouso (Cartilagem de Reserva): Onde existe cartilagem hialina sem qualquer alteração</p><p>morfológica. Os condrócitos na matriz</p><p>possuem alto potencial em atividade mitótica.</p><p> Zona de Proliferação: condrócitos em proliferação rápida formando grupos isogênicos em fileiras ou colunas</p><p>paralelas no sentido longitudinal do osso.</p><p> Zona de Maturação e Hipertrofia: os condrócitos amadurecem, hipertrofiam e acumulam glicogênio e lipídios</p><p>no citoplasma. Os condrócitos entram em apoptose.</p><p> Zona de Calcificação: ocorre a mineralização dos delgados tabiques de matriz cartilaginosa e termina a</p><p>apoptose dos condrócitos.</p><p> Zona de Ossificação: esta é a zona em que aparece tecido ósseo. Capilares sanguíneos e células</p><p>osteoprogenitoras originadas do periósteo invadem as cavidades deixadas pelos condrócitos mortos. As células</p><p>osteoprogenitoras se diferenciam em osteoblastos, que formam uma camada contínua sobre os restos da matriz</p><p>cartilaginosa calcificada. Sobre esses restos de matriz cartilaginosa, os osteoblastos depositam a matriz óssea.</p><p>A matriz óssea calcifica-se e aprisiona os osteoblastos, que se transformam em osteócitos. Desse modo,</p><p>formam-se as espículas ósseas, com uma parte central de cartilagem calcificada e uma parte superficial de</p><p>tecido ósseo primário.</p><p>CRESCIMENTO DO OSSO EM LARGURA</p><p>O crescimento da diáfise em circunferência se dá por crescimento por aposição. As células osteoprogenitoras</p><p>da camada osteogênica do periósteo proliferam e se diferenciam em osteoblastos, que começam a depositar matriz</p><p>óssea sobre a superfície subperiosteal do osso.</p><p>CALCIFICAÇÃO ÓSSEA</p><p>A calcificação começa quando há deposição de fosfato de cálcio sobre a fibrila de colágeno. Esta calcificação é</p><p>estimulada por alguns proteoglicanos e pela osteonectina.</p><p>Os osteoblastos liberam vesículas contendo íons Ca</p><p>2+</p><p>e PO</p><p>3-</p><p>4, cAMP, ATP, pirofosfatase, proteínas ligantes de</p><p>cálcio e fosfosserina. A membrana da vesícula da matriz possui numerosas bombas de cálcio, que transportam íons Ca</p><p>2+</p><p>para dentro da vesícula. Com o aumento da concentração desse íon, ocorre cristalização e o cristal de hidroxiapatita em</p><p>crescimento rompe a membrana estourando a vesícula da matriz, liberando seu conteúdo.</p><p>A alta concentração de hidroxiapatita de cálcio, liberada pelas vesículas, agem como ninhos de calcificação, e</p><p>juntamente com a presença de fatores de calcificação e proteínas ligantes de cálcio, promove a calcificação da matriz.</p><p>REMODELAÇÃO ÓSSEA</p><p>No adulto, a formação e a reabsorção de osso permanecem em equilíbrio, enquanto o osso é remodelado para</p><p>atender às forças aplicadas sobre ele. Entretanto, o osso cortical e o osso esponjoso não são remodelados da mesma</p><p>maneira, pois os osteoblastos e as células osteoprogenitoras do osso esponjoso estão contidos dentro dos limites da</p><p>medula óssea, e por isso, estão sob influencia direta das células da medula.</p><p>A estrutura interna do osso adulto é remodelada continuamente com novo osso sendo formado e o osso morto</p><p>ou o que está morrendo, sendo absorvidos. Este processo está relacionado aos seguintes fatos:</p><p> Os sistemas de Havers são substituídos continuamente.</p><p> O osso precisa ser reabsorvido em uma área e ser adicionado em outra para adequar-se às mudanças das</p><p>tensões exercidas sobre ele (peso, postura, fraturas, etc.).</p><p>OBS: as lamelas intersticiais observadas no osso adulto são restos de sistemas de Havers remodelados.</p><p>FRATURAS</p><p>Após uma lesão, osso sofre uma séria de processos de reparo (formação óssea intramembranosa e endocondral)</p><p>responsável pela volta de sua integridade.</p><p>A) Vasos sanguíneos são rompidos perto da fratura e a hemorragia causada é a responsável pela formação de</p><p>um coágulo de fibrina, interrompendo o suprimento vascular.</p><p>B) O coágulo sanguíneo que preenche o local da fratura é invadido por pequenos capilares e por fibroblastos</p><p>provenientes do tecido conjuntivo circundante, havendo a formação de tecido de granulação e a migração de</p><p>células inflamatórias é intensa. Além disso, há a liberação de mediadores químicos e fatores de crescimento.</p><p>C) O coágulo é invadido por células osteoprogenitoras provenientes do endosteo, formando um calo de osso</p><p>trabecular. A camada mais profunda das células osteoprogenitoras em proliferação se diferenciam em</p><p>osteoblastos e começam a produzir um colar ósseo, aderindo-se ao osso morto. Outras células</p><p>Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● HISTOLOGIA</p><p>6</p><p>www.medresumos.com.br</p><p>osteoprogenitoras (com pouca oxigenação) se diferenciam em condroblastos, gerando uma camada</p><p>intermediária de cartilagem.</p><p>D) Toda a cartilagem recém-formada passa a ser substituída por osso primário formado por ossificação</p><p>endocondral, unindo os fragmentos de ossos por pontes de osso esponjoso, sendo necessário remodelar o local</p><p>da lesão. Com isso, há substituição do osso primário por secundário e o desaparecimento do calo. Todo o osso</p><p>morto acaba sendo reabsorvido por osteoclastos e substituído por osteoblastos que invadiram a região.</p><p>FATORES QUE DETERMINANTES DO PICO DE MASSA ÓSSEA</p><p> Tipo de receptor herdado para vitamina D</p><p> Estado nutricional</p><p> Intensidade de atividades físicas</p><p> Estado hormonal</p><p>CLASSIFICAÇÃO DAS ARTICULAÇÕES</p><p> Diartroses ou Articulações Sinoviais: são articulações móveis que permitem movimentos amplos. Sua</p><p>estrutura é complexa e devemos identificar: Cavidade articular: onde encontramos a sinóvia (membrana</p><p>sinovial que forra internamente a cavidade articular), superfícies ósseas articulares, cartilagem articular (que</p><p>reveste a superfície óssea articular e a cápsula articular). Nas diartroses devemos identificar formações</p><p>fibrocartilaginosas que são: Lábios (orlas ou rodetes) comumente encontrados na articulação escápulo-umeral</p><p>como é o caso do lábio glenoidal; discos, encontrados nas articulações clavículo-esternal e têmporo-mandibular,</p><p>e meniscos, encontrados nas articulações dos joelhos, descrevem a forma de meia lua.</p><p> Sinartroses ou Articulações Fibrosas: As articulações fibrosas incluem todas as articulações nas quais os</p><p>ossos são mantidos por tecido conjuntivo fibroso também conhecido como ligamento sutural.</p><p> Sincondroses: cartilagem do tipo hialina que, com o passar do tempo (fim do crescimento), ossificam,</p><p>passando a se chamar sinostoses.</p><p> Sindesmoses: articulações fibrosas localizadas entre os ossos longos do esqueleto apendicular do</p><p>antebraço e da perna.</p><p>Nanismo: retardo do crescimento em crianças com deficiência de vitamina D, sem a qual, a mucosa intestinal não</p><p>absorve cálcio.</p><p>Gigantismo: crescimento exagerado dos ossos em crianças.</p><p>Acromegalia: ocorre nos adultos com excesso de secreção de somatotrofina, causando um espessamento</p><p>anormal dos ossos.</p><p>Osteoporose: diminuição da massa óssea devido à queda dos níveis de estrógeno, diminuindo a atividade de</p><p>osteoblastos. Com isso, a reabsorção óssea por meio dos osteoclastos passa a ser maior.</p><p>Raquitismo: ocorre em crianças com deficiência em vitamina D. Distúrbios na calcificação das cartilagens, ossos</p><p>deformados.</p><p>Osteomalácia: deficiência de vitamina D em adultos.</p><p>Tumores ósseos:</p><p> Condromas (benigno)</p><p> Condrossarcomas (maligno)</p><p> Osteomas (benigno)</p><p> Osteossarcomas (maligno)</p><p>Highlight</p>