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<p>1 de 7faculdade.grancursosonline.com.br</p><p>PROFESSOR(A): ALANO NOGUEIRA</p><p>Relação Dado-informação</p><p>Definição e Análise de Dados: Construção da</p><p>Informação</p><p>Objetivo da Aula</p><p>Compreender os termos sociedade da informação e sociedade do conhecimento;</p><p>entender o contexto histórico em que surgiu a informação; e entender a definição de dado,</p><p>informação e conhecimento.</p><p>Apresentação</p><p>Na aula de hoje, veremos sobre a análise de dados e a construção da informação. Na</p><p>sociedade contemporânea, a informação e o conhecimento desempenham um papel</p><p>central e crucial. A informação é um dos pilares fundamentais da sociedade. No passado,</p><p>a principal fonte de riqueza era a agricultura, até que a Revolução Industrial reconfigurou a</p><p>produção e a riqueza. No entanto, o verdadeiro ponto de virada aconteceu com a Revolução</p><p>da Informação, que trouxe um aumento sem precedentes no uso da informação, graças à</p><p>tecnologia. A gestão eficaz da informação tornou-se essencial para o sucesso de qualquer</p><p>organização. Estudaremos também três aspectos cruciais que definem a Sociedade da</p><p>Informação, bem como os exemplos necessários para a melhor compreensão.</p><p>1. A Construção da Informação</p><p>Na nossa sociedade atual, a informação e o conhecimento são fundamentais. De acordo</p><p>com Castells (2015), vivemos em uma “sociedade em rede”, onde a informação é fundamental.</p><p>No passado, o dinheiro vinha principalmente da agricultura, e isso durou até a Revolução</p><p>Industrial. Hobsbawm (2011) diz que a Revolução Industrial mudou tudo, concentrando a</p><p>produção de coisas e dinheiro, o que afetou muito a sociedade e como as empresas eram</p><p>gerenciadas naquela época.</p><p>Livro Eletrônico</p><p>2 de 7faculdade.grancursosonline.com.br</p><p>Professor(a): Alano Nogueira</p><p>Depois veio a Revolução da Informação, que trouxe um aumento gigante no uso da</p><p>informação, graças à tecnologia. Autores como Bell (1973) e Toffler (1980) exploraram</p><p>essa mudança e disseram que ela nos trouxe a “Sociedade da Informação” que temos hoje.</p><p>Figura 1: Ondas de Alvin Toffler e mudanças de paradigmas.</p><p>.</p><p>Fonte: Pereira (2002).</p><p>Um recurso fundamental que todos na organização precisam entender e gerenciar é a</p><p>informação, como afirmou Drucker (1999). Existem três coisas importantes que definem</p><p>a Sociedade da Informação:</p><p>• A informação é como dinheiro. As organizações a usam para se tornarem melhores, mais compe-</p><p>titivas e inovadoras, buscando obter resultados ainda melhores, como Machlup (1962) explicou.</p><p>• As pessoas usam a informação cada vez mais em suas vidas cotidianas. Eles usam informações</p><p>para decidir o que comprar, lutar por seus direitos, acessar serviços públicos e melhorar suas</p><p>vidas. Por exemplo, quando olhamos para o rótulo de um alimento, há muitas informações</p><p>que nos ajudam a entender o que estamos comprando, como Dervin (1992) observou.</p><p>• Há uma demanda crescente por formas de obter informações que atendam às neces-</p><p>sidades das organizações e das pessoas. Para satisfazer essa demanda, é necessário ter</p><p>infraestruturas técnicas e serviços que permitam a distribuição de informações. Um</p><p>exemplo disso é a Internet, que requer uma infraestrutura complexa para funcionar,</p><p>como Porat (1977) explicou.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ANDRE - 07756716736, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição,</p><p>sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>3 de 7faculdade.grancursosonline.com.br</p><p>Professor(a): Alano Nogueira</p><p>A Revolução da Informação causou mudanças profundas na maneira como vivemos e</p><p>trabalhamos, assim como a Revolução Industrial fez, como Wester (2014) observou. Uma</p><p>das principais mudanças é que muitos processos se tornaram mais eficientes e comuns em</p><p>diversas áreas, como mencionado por Friedman (2005). Por exemplo, tarefas cotidianas,</p><p>como afinar pianos, administrar negócios e planejar edifícios, agora podem ser feitas muito</p><p>mais rapidamente graças à tecnologia.</p><p>Essa revolução não criou coisas novas, mas tornou muitos processos mais fáceis e</p><p>rápidos, economizando tempo e, às vezes, dinheiro, como Parker (2019) apontou. O impacto</p><p>psicológico da Revolução da Informação é tão poderoso quanto o da Revolução Industrial,</p><p>conforme explicado por Castells (1996).</p><p>Um exemplo notável dessa mudança é a forma como as crianças estão aprendendo.</p><p>Hoje, crianças de até quatro anos podem usar computadores e aprender a usá-los mais</p><p>rápido do que adultos. Os computadores são usados como brinquedos e ferramentas de</p><p>aprendizado, como Prendsky (2001) destacou.</p><p>Daqui a cinquenta anos, podemos perceber que a crise na educação não foi tanto sobre</p><p>as escolas, mas sobre como ensinavam e como as crianças aprendiam. Algo semelhante</p><p>aconteceu com as universidades no século XVI, mais de 100 anos após a invenção da imprensa</p><p>e dos tipos móveis, como Newell (2002) comparou.</p><p>No entanto, o verdadeiro impacto da Revolução da Informação ainda está por vir, como</p><p>Zuboff (1988) argumentou. Não é tanto a informação em si, a inteligência artificial ou o</p><p>uso de computadores em decisões e estratégias que estão causando essa mudança. O que</p><p>ninguém previu há 10 ou 15 anos foi o comércio eletrônico, ou seja, a explosão da Internet</p><p>como um canal global importante, não apenas para bens e serviços, mas também para</p><p>trabalho administrativo e gerencial.</p><p>Essa mudança está transformando profundamente a economia, os mercados e as</p><p>indústrias, afetando produtos, serviços, consumidores e mercados de trabalho. No entanto,</p><p>seu impacto vai além disso, afetando também a sociedade, a política e nossa visão do</p><p>mundo e de nós mesmos, como Castells (2010) explicou.</p><p>2. A Informação e as Organizações</p><p>As organizações desejam sistematizar todo o processo de geração e processamento</p><p>de informação para melhorar a qualidade da tomada de decisão (Turban; Leidner; Mclean,</p><p>2018). As organizações estão repletas de dados que podem ser inestimáveis para os usuários</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ANDRE - 07756716736, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição,</p><p>sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>4 de 7faculdade.grancursosonline.com.br</p><p>Professor(a): Alano Nogueira</p><p>que enfrentam desafios na tomada de decisões (Davenport, 2006). No entanto, esta</p><p>informação muitas vezes não é utilizada porque não está disponível ou não é apresentada</p><p>da forma mais adequada (Marchand; Kettinger; Rollins, 2001). Então, para compreender</p><p>a relação da informação com as organizações, devemos compreender as diferenças entre</p><p>dado, informação e conhecimento:</p><p>Figura 2: Diferença entre dado, informação e conhecimento.</p><p>Fonte: Elaboração própria (2023).</p><p>Não basta que a informação esteja ao nosso redor. Muita informação desorganizada não</p><p>vale nada, assim como os diamantes enterrados sob nossos pés não valem nada, conforme</p><p>Drucker (1995). As informações de uma organização são apresentadas de forma clara e</p><p>abundante, além de sutil (Hansen; Nohria; Tierney, 1999). Ao mesmo tempo, as empresas</p><p>são lotadas com informações que carecem de qualidade (Deming, 1982).</p><p>3. Aplicação da Análise de Dados e Construção da Informação na Prática</p><p>Onde vemos a aplicação da análise de dados no cotidiano de uma organização? A análise</p><p>de dados e a construção de informações desempenham um papel crítico em muitos aspectos</p><p>das operações empresariais, pois eles podem promover a melhoria de Experiência do Cliente</p><p>em uma Empresa de Telecomunicações, por exemplo.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ANDRE - 07756716736, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição,</p><p>sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>5 de 7faculdade.grancursosonline.com.br</p><p>Professor(a): Alano Nogueira</p><p>• Definição do Problema: uma empresa de telecomunicações está enfrentando um</p><p>aumento nas reclamações dos clientes</p><p>sobre a qualidade de seus serviços, incluindo</p><p>chamadas de voz interrompidas e conexões de internet lentas. Eles percebem que</p><p>é crucial melhorar a experiência do cliente para reduzir a rotatividade e manter sua</p><p>competitividade no mercado.</p><p>• Coleta de Dados: a empresa começa a coletar uma grande quantidade de dados rela-</p><p>cionados ao desempenho da rede, incluindo informações sobre chamadas, largura de</p><p>banda, localização geográfica dos clientes e mais. Eles também coletam feedback dos</p><p>clientes por meio de pesquisas de satisfação.</p><p>• Análise de Dados: a equipe de análise de dados da empresa utiliza ferramentas de análise</p><p>avançada para examinar os dados. Eles realizam análises estatísticas para identificar</p><p>tendências e padrões nos dados, como áreas geográficas com problemas de qualidade</p><p>de serviço e horários de pico de uso.</p><p>• Construção da Informação: com base nas análises, a empresa cria informações signi-</p><p>ficativas para orientar as decisões. Eles desenvolvem painéis de controle (dashboards)</p><p>que mostram em tempo real o desempenho da rede e os indicadores-chave de desem-</p><p>penho (KPIs). Esses painéis são compartilhados com equipes de suporte técnico para</p><p>monitorar e tomar medidas imediatas quando ocorrem problemas.</p><p>• Ações Tomadas: com base nas informações construídas a partir dos dados, a empresa</p><p>toma várias ações para melhorar a experiência do cliente. Isso pode incluir:</p><p>− Manutenção Proativa: identificar antecipadamente áreas propensas a problemas e</p><p>realizar manutenção preventiva.</p><p>− Alocação de Recursos: direcionar recursos para áreas com maior demanda, com base</p><p>nas análises de dados de uso.</p><p>− Melhorias na Infraestrutura: investir em atualizações de rede onde o desempenho</p><p>é consistentemente insatisfatório.</p><p>− Resultados: como resultado dessas ações baseadas em dados, a empresa observa</p><p>uma melhoria significativa na qualidade de seus serviços, uma redução nas recla-</p><p>mações dos clientes e um aumento na satisfação do cliente. Além disso, eles podem</p><p>identificar oportunidades para expandir seus serviços em áreas onde a demanda</p><p>está crescendo.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ANDRE - 07756716736, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição,</p><p>sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>6 de 7faculdade.grancursosonline.com.br</p><p>Professor(a): Alano Nogueira</p><p>Considerações Finais da Aula</p><p>Em meio à nossa “sociedade em rede”, onde a informação se tornou o fio condutor do</p><p>progresso, é essencial compreender o impacto e o potencial desse recurso. A Revolução da</p><p>Informação trouxe mudanças profundas, assim como a Revolução Industrial fez em seu tempo,</p><p>afetando a forma como vivemos, trabalhamos e até mesmo como aprendemos. A informação,</p><p>agora considerada um ativo econômico valioso, não apenas é abundante, mas também é a</p><p>chave para a competitividade e a inovação nas organizações. Ela é a moeda de troca em uma</p><p>economia cada vez mais orientada pela informação. Além disso, a informação está incorporada</p><p>ao nosso cotidiano, orientando nossas escolhas, ajudando-nos a reivindicar nossos direitos e</p><p>aprimorando nossas vidas. É como um farol que nos guia em um mar de opções. Para atender</p><p>à crescente demanda por informações, são fundamentais infraestruturas técnicas complexas,</p><p>como a Internet. Estas estruturas formam a espinha dorsal que sustenta nossa Sociedade da</p><p>Informação. No entanto, o verdadeiro impacto revolucionário da Revolução da Informação</p><p>ainda está por vir. A ascensão do comércio eletrônico, com a Internet como sua ferramenta</p><p>central, está transformando radicalmente nossa economia, mercados e até nossa percepção</p><p>do mundo. Essa mudança vai muito além de bens e serviços, afetando o trabalho, a política</p><p>e a sociedade. Para lidar efetivamente com essa maré de mudanças, as organizações devem</p><p>dominar a gestão da informação, transformando dados em insights acionáveis.</p><p>Material Complementar</p><p>Fundamentos de tecnologia da informação e análise de sistemas para não analistas</p><p>MUNHOZ, Antonio Siemsen, Intersaberes, 2017.</p><p>No contexto em que vivemos, saber operar sistemas de informação tem se tornado cada</p><p>vez mais essencial. Pensando nisso, o conteúdo desta obra foi desenvolvido para ajudar</p><p>a compreender os elementos de base da ciência informática e perceber os impactos</p><p>causados pelos constantes avanços tecnológicos na vida profissional contemporânea.</p><p>Disponível em: https://plataforma.bvirtual.com.br/Acervo/Publicacao/149586 (acesso</p><p>em: 18 dez. 2023).</p><p>Referências</p><p>BELL, Daniel. The Coming of Post-Industrial Society: A Venture in Social Forecasting. New</p><p>York: Basic Books, 1973.</p><p>CASTELLS, Manuel. A sociedade em rede. 8. ed. São Paulo: Paz e Terra, 2015.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ANDRE - 07756716736, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição,</p><p>sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://plataforma.bvirtual.com.br/Acervo/Publicacao/149586</p><p>7 de 7faculdade.grancursosonline.com.br</p><p>Professor(a): Alano Nogueira</p><p>CASTELLS, Manuel. The rise of the network society. Wiley-Blackwell, 2010.</p><p>DAVENPORT, T. H. Competing on analytics: The new science of winning. Harvard Business</p><p>Press, 2006.</p><p>DEMING, W. E. Out of the crisis. MIT press, 1982.</p><p>DERVIN, B. From the mind’s eye of the user: The sense-making qualitative-quantitative</p><p>methodology. In J. D. Glazier & R. R. Powell (Eds.), Qualitative research in information ma-</p><p>nagement (pp. 61-84). Englewood, CO: Libraries Unlimited, 1992.</p><p>DRUCKER, P. F. Managing in a time of great change. Truman Talley Books, 1995.</p><p>DRUCKER, P. F. The knowledge society. The Atlantic Monthly, v. 284, n. 5, p. 53-80, 1999.</p><p>FRIEDMAN, Thomas L. O mundo é plano: uma breve história do século XXI. Objetiva, 2005.</p><p>HANSEN, M. T.; NOHRIA, N.; TIERNEY, T. What’s your strategy for managing knowledge?.</p><p>Harvard Business Review, v. 77, n. 2, p. 106-116, 1999.</p><p>HOBSBAWM, Eric J. A era das revoluções: 1789-1848. 27. ed. São Paulo: Paz e Terra, 2011.</p><p>MACHLUP, F. The production and distribution of knowledge in the United States. Prince-</p><p>ton University Press, 1962.</p><p>MARCHAND, D. A.; KETTINGER, W. J.; ROLLINS, J. D. Information orientation: People, te-</p><p>chnology and the bottom line. Sloan Management Review, v. 41, n. 4, p. 69-80, 2001.</p><p>PEREIRA, H. J. Bases Conceituais de um Modelo de Gestão para Organizações Baseadas</p><p>no Conhecimento. Anais do XXII Simpósio de Gestão da Inovação Tecnológica. Salvador:</p><p>NPGCT/USP, 2002.</p><p>PORAT, M. U. The information economy: Definition and measurement. United States De-</p><p>partment of Commerce, Office of Telecommunications, 1977.</p><p>PREENSKY, Marc. Digital natives, digital immigrants. On the Horizon, v. 9, n. 5, p. 1-6, 2001.</p><p>TOFFLER, Alvin. A Terceira Onda. Rio de Janeiro: Record, 1980.</p><p>TURBAN, E.; LEIDNER, D.; MCLEAN, E. Information Technology for Management: On-De-</p><p>mand Strategies for Performance, Growth, and Sustainability. John Wiley & Sons, 2018.</p><p>WEBSTER, F. Theories of the information society. Routledge, 2014.</p><p>ZUBOFF, S. In the age of the smart machine: The future of work and power. Basic Books, 1988.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ANDRE - 07756716736, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição,</p><p>sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>Definição e Análise de Dados: Construção da Informação</p><p>Definição de Sistema e Sistema Gerencial</p><p>Organização de Dados Tradicionais</p><p>Abordagem de Banco de Dados</p><p>Sistemas de Informação e de Gestão Integrada (ERP)</p>