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<p>RESIDUOS SÓLIDOS</p><p>Prof. Drª Natália Soares da Silva</p><p>Chapadinha, 17 de outubro de 2023</p><p>INTRODUÇÃO</p><p>O crescimento acelerado e desordenado da população é responsável pelo elevado uso de recursos naturais e energéticos, que, consequentemente, tem ocasionado um considerável e contínuo incremento na geração de resíduos; o que pode levar à contaminação dos mais diversos compartimentos ambientais, comprometendo sua qualidade</p><p>KOZAK et al., 2008</p><p>Atividades potencialmente poluidoras</p><p>Industriais e agrícolas</p><p>Fontes pontuais e difusas de poluição</p><p>Afetando diretamente a qualidade dos ecossistemas</p><p>INTRODUÇÃO</p><p>A problemática dos resíduos sólidos é realidade tanto nos centros urbanos como em áreas rurais. Sendo que este último enfrenta maiores dificuldades de gerenciamento em decorrência das dificuldades logísticas de acesso à coleta, tratamento e destinação pública/coletiva. O manejo dos resíduos agropecuários exige sistemas individuais adequados a realidade de cada propriedade ou comunidade rural.</p><p>PALMA et al.,2021</p><p>LEGISLAÇÃO</p><p>A Política Nacional de Resíduos Sólidos Brasileira (PNRS), Lei 12305/2010, classifica resíduos agrossilvopastoris como os gerados nas atividades agropecuárias e silviculturais, incluídos os relacionados a insumos utilizados nessas atividades (BRASIL, 2010).</p><p>O que são resíduos sólidos?</p><p>Material, substância, objeto ou bem descartado resultante de atividades humanas em sociedade, a cuja destinação final se procede, se propõe proceder ou se está obrigado a proceder, nos estados sólido ou semissólido, bem como gases contidos em recipientes e líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou em corpos d’água, ou exijam para isso soluções técnica ou economicamente inviáveis em face da melhor tecnologia disponível (BRASIL, 2010).</p><p>Classificação quanto a origem</p><p>Em relação à origem, os resíduos sólidos podem ser: domiciliares, de limpeza urbana, sólidos urbanos, comerciais, de saneamento básico, industriais, de serviços de saúde, da construção civil, agrossilvopastoris, de serviços de transporte e de mineração. Quanto à periculosidade, os resíduos são divididos em perigosos e não perigosos (ROVERSI, 2013, p.22).</p><p>Classificação quanto a periculosidade</p><p>Conforme NBR n. 10.004/2004: são classificados em Classe I e Classe II.</p><p>Resíduos Classe I – Perigosos - são os resíduos sólidos ou misturas de resíduos que tem “características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade e patogenicidade, podem apresentar riscos à saúde pública”.</p><p>Classificação quanto a periculosidade</p><p>Conforme NBR n. 10.004/2004: são classificados em Classe I e Classe II.</p><p>Resíduos Classe II –</p><p>Resíduos Classe II B – Inertes - quaisquer resíduos que, quando amostrados de uma forma representativa, segundo a ABNT NBR 10007, e submetidos a um contato dinâmico e estático com água destilada ou desionizada, à temperatura ambiente, conforme ABNT NBR 10006, não tiverem nenhum de seus constituintes solubilizados a concentrações superiores aos padrões de potabilidade de água, excetuando-se aspecto, cor, turbidez, dureza e sabor.</p><p>(LIMA, 2016, p. 21,22)</p><p>Classificação quanto a periculosidade</p><p>Conforme NBR n. 10.004/2004: são classificados em Classe I e Classe II.</p><p>Resíduos Classe II – Não Perigosos - são classificados em: - Resíduos Classe II A – Não Inertes - são os resíduos sólidos ou mistura de resíduos sólidos que não se enquadram na Classe I (perigosos) ou na Classe II B (inertes). Estes resíduos podem ter características como combustibilidade, biodegradabilidade ou solubilidade em água;</p><p>Resíduos agropecuários</p><p>São aqueles originados exclusivamente da produção agropecuária, compostos por resíduos de lavouras, como as palhas e da atividade zootécnica, como dejetos orgânicos passíveis de tratamento para posterior utilização como estercos e considerados, ambos, como portadores de baixa concentração de contaminantes (PIRES e MATTIAZZO, 2008 apud ROSSOL, 2012, p.35).</p><p>Resíduos agropecuários</p><p>Darolt (2008), além dos resíduos domiciliares (matéria orgânica e material reciclado) resultantes das atividades domésticas nas propriedades rurais, deve-se manejar adequadamente os resíduos que são oriundos diretamente das atividades agrícolas e pecuária, como adubos químicos, matéria orgânica resultante de poda e capina, embalagens de agrotóxicos, produtos veterinários e dejetos de animais.</p><p>Resíduos agropecuários</p><p>Lei 9.974/2020 em seu art. 2º obriga os usuários de agrotóxicos e similares, a devolverem as embalagens vazias a seus fabricantes a fim de evitar o descarte indevido no meio ambiente.</p><p>Política Nacional de Resíduos Sólidos</p><p>A respeito do gerenciamento de resíduos sólidos, a Lei 12.305, art. 3º e inciso X, descreve: Conjunto de ações exercidas, direta ou indiretamente, nas etapas de coleta, transporte, transbordo, tratamento e destinação final ambientalmente adequada dos resíduos sólidos e disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos, de acordo com plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos ou com plano de gerenciamento de resíduos sólidos, exigidos na forma desta Lei (BRASIL, 2010)</p><p>DEFINIÇÕES IMPORTANTES</p><p>Os resíduos perigosos são aqueles que oferecem periculosidade a população, ou seja, que em função de suas propriedades físicas, químicas ou infectocontagiosas, podem caracterizar risco à saúde pública ou riscos ao meio ambiente, quando gerenciados de forma inadequada (ABNT, 2004).</p><p>DEFINIÇÕES IMPORTANTES</p><p>Os resíduos orgânicos são aqueles que possuem origem orgânica, seja vegetal ou animal (WANGEN; FREITAS, 2010).</p><p>Os recicláveis são aqueles que podem ser transformados em novos produtos por meio de alterações em suas propriedades físicas, químicas ou biológicas.</p><p>Os rejeitos são os resíduos que não podem ser tratados ou recuperados por processos tecnológicos disponíveis, sendo a disposição final ambientalmente adequada a única possibilidade de destinação (BRASIL, 2010).</p><p>DEFINIÇÕES IMPORTANTES</p><p>Descarte é definido como ato ou efeito de se livrar de alguma coisa que não tem mais serventia ou não se deseja mais ou, ainda, descarte é qualquer coisa que se encontre à parte, por ter sido rejeitada ou posta de lado.</p><p>Disposição é definida como colocação metódica, arranjo, posição ocupada por vários elementos, forma de emprego, uso.</p><p>descarte é realizado de maneira aleatória, sem maiores cuidados, sendo que o maior interesse é se livrar do resíduo e na disposição, a ação é realizada de maneira ordenada e o objetivo é utilizar o resíduo e não apenas eliminá-lo.</p><p>Pires e Mattiazzo, 2008</p><p>Resíduos da Agricultura</p><p>Embalagens de defensivos agrícolas e seus resíduos</p><p>Pilhas, baterias e lâmpadas</p><p>Óleos lubrificantes usados e contaminados</p><p>Considerados perigosos</p><p>ABNT,2004</p><p>pneus (classificados</p><p>como não perigosos)</p><p>abrangidos no Artigo 33 da Lei 12.305/10, que obriga os fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes a estruturar e implementar a logística reversa, mediante retorno dos produtos após o uso pelo consumidor, visando o reaproveitamento e a destinação ou disposição final ambientalmente adequada.</p><p>Resíduos Recicláveis</p><p>Embalagens de produtos, insumos, peças, ferramentas, alimentos e outros; além de possíveis peças estragadas que possam ser recicladas por se constituírem de plásticos, papéis, metais e vidros,</p><p>Resíduos Orgânicos</p><p>São aqueles relacionados às atividades agrossilviculturais, são gerados em atividades agrícolas e silviculturais, pecuárias e domésticas. Podem também ser incluídos aqueles gerados em atividades agroindustriais, como nas unidades de recebimento de grãos, indústrias de processamento de grãos e outros produtos da agricultura, laticínios, frigoríficos e outras indústrias de transformação de matérias primas provenientes das atividades agrossilvopastoris (BRASIL, 2012).</p><p>Tratamento e Destinação Final</p><p>A Resolução do Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA) nº 401 de 2008 (BRASIL, 2008), estipula que a destinação ambientalmente adequada de pilhas e baterias deve adotar os seguintes procedimentos: coleta,</p><p>recebimento, reutilização, reciclagem, tratamento ou disposição final.</p><p>Óleos Lubrificantes</p><p>Resolução CONAMA nº 362 de 2005 apresenta como alternativa mais segura e adequada a utilização do rerrefino, que corresponde à reciclagem do resíduo, entretanto, há necessidade de maior contribuição por parte das empresas geradoras</p><p>Pilhas e Baterias</p><p>Possibilidade de recuperação de metais de pilhas e baterias, e sugerem que a reciclagem pode ser feita visando utilizar estes resíduos como fontes secundárias de metais.</p><p>PNEUS</p><p>A reciclagem transforma estes resíduos em matéria-prima secundária, combustível alternativo para a indústria de cimento e co-processamento e queima em caldeiras da indústria de papel; além da utilização em asfaltos modificados economicamente mais viáveis e de melhor qualidade</p><p>https://www.infoescola.com/ecologia/reciclagem-de-pneus/</p><p>Embalagens de Defensivos Agrícolas</p><p>Agrotóxicos</p><p>Em função do elevado consumo e contaminações por agrotóxicos, foi criado no Brasil, o Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias, que visa a correta destinação das embalagens vazias de defensivos agrícolas, que são destinadas à reciclagem (92%), e são produzidos, por exemplo, tubo para esgoto, caixa para descarga, embalagem de óleo lubrificante, tampas para embalagens de defensivos agrícolas, entre outros, ou incineração (8%) (INPEV, 2013).</p><p>Agrotóxicos</p><p>Agrotóxicos</p><p>Agricultura de Precisão</p><p>Adição de gases na Atmosfera</p><p>https://www.3tres3.com.pt/artigos/como-s%C3%A3o-geradas-as-emiss%C3%B5es-de-gases-com-efeito-de-estufa_16148/</p><p>Resíduos Orgânicos</p><p>Compostagem</p><p>Pesquisas</p><p>compostagem é uma alternativa viável para o tratamento de resíduos sólidos originários de atividades agropecuárias</p><p>Costa et al. (2008)</p><p>Loureiro et al. (2007)</p><p>Orrico Júnior et al. (2009)</p><p>COMPOSTAGEM</p><p>resíduos sólidos de frigorífico;</p><p>resíduos sólidos domiciliares com esterco bovino;</p><p>lodos oriundos da atividade suinícola.</p><p>Reuso de água</p><p>Considerando que o uso de águas residuárias na forma in natura pode ocasionar sérios impactos ao ambiente e a saúde humana, surge a necessidade de</p><p>tratamento. Esta prática visa reduzir principalmente, os parâmetros sólidos totais, suspensos e dissolvidos, a demanda química de oxigênio (DQO) e a demanda bioquímica de oxigênio (DBO), além de metais pesados e tóxicos (BERTONCINI, 2008; GONÇALVES JUNIOR et al., 2014).</p><p>Dejetos suínos geram energia, fertilizante e água</p><p>Leia mais em: https://www.comprerural.com/dejetos-suinos-geram-energia-fertilizante-e-agua/</p><p>Tecnologia combina processos biológicos e químicos para tratar dejetos suínos; água no fim do processo é tão boa que pode ser reutilizada na granja</p><p>Reuso de água</p><p>Fertilizante</p><p>Aplicação de vinhaça via irrigação</p><p>Resíduos da Cana</p><p>Esses podem ser utilizados de diversas formas: o bagaço pode ser incrementado na alimentação animal e na geração de energia; as cinzas podem ser utilizadas na construção civil, na composição de argamassa e cimento; enquanto que a vinhaça e a torta de filtro têm potencial como fertilizantes (SCHNEIDER et al., 2012).</p><p>Resíduos do Processamento da Mandioca</p><p>Bagaço e Farelo: como possíveis matérias primas para produção de etanol de segunda geração (bioetanol)</p><p>Avaliação da Viabilidade do Uso de Resíduos na Agricultura</p><p>Ponto de vista agrícola, a principal vantagem do uso de resíduos relaciona-se com o fornecimento de nutrientes neles contidos e/ou com benefícios ligados ao seu conteúdo orgânico, que pode manter, ou mesmo elevar, o teor de matéria orgânica do solo.</p><p>Avaliação da Viabilidade do Uso de Resíduos na Agricultura</p><p>Fatores a serem observados:</p><p>os nutrientes presentes nos resíduos estão em proporções desbalanceadas para a nutrição vegetal;</p><p>não se conhece a eficiência do resíduo no fornecimento desses nutrientes;</p><p>não se conhece qual a composição e quais as características do material orgânico contido no resíduo;</p><p>possibilidade de elementos e/ou substâncias potencialmente tóxicas, orgânicas ou inorgânicas, estarem presentes nos resíduos.</p><p>Fluxograma da avaliação da viabilidade de disposição de um resíduo em solo agrícola</p><p>(Adaptado de Glória, 1992 e Pires; Mattiazzo, 2005)</p><p>Origem do Resíduo</p><p>Plano de Amostragem</p><p>Caracterização do Resíduo</p><p>Legislação</p><p>Testes Agronômicos</p><p>Possibilidade de Uso Agrícola</p><p>SIM</p><p>NÃO</p><p>Avaliar outras alternativas de Disposição</p><p>SIM</p><p>Viabilidade Econômica</p><p>Demanda de Mercado</p><p>NÃO</p><p>Avaliar outras alternativas de Disposição</p><p>Possibilidade de Uso Agrícola</p><p>SIM</p><p>Planejamento da Aplicação</p><p>NÃO</p><p>Avaliar outras alternativas de Disposição</p><p>Possibilidade de Uso Agrícola</p><p>image1.png</p><p>image2.png</p><p>image3.png</p><p>image4.png</p><p>image5.png</p><p>image6.png</p><p>image7.png</p><p>image8.png</p><p>image9.png</p><p>image10.png</p><p>image11.png</p><p>image12.png</p><p>image13.png</p><p>image14.png</p><p>image15.png</p><p>image16.png</p><p>image17.png</p><p>image18.png</p><p>image19.png</p><p>image20.png</p><p>image21.png</p><p>image22.png</p><p>image23.png</p><p>image24.png</p><p>image25.png</p><p>image26.png</p><p>image27.png</p><p>image28.png</p><p>image29.png</p><p>image30.png</p><p>image31.png</p><p>image32.png</p><p>image33.png</p><p>image34.png</p><p>image35.png</p><p>image36.png</p><p>image37.png</p><p>image38.png</p><p>image39.png</p><p>image40.png</p><p>image41.png</p><p>image42.png</p><p>image43.png</p>