Prévia do material em texto
<p>Implantação e início de obra</p><p>Introdução</p><p>Seja bem-vindo a mais um módulo da nossa disciplina. Aqui continuaremos com os assuntos ligados ao nosso primeiro módulo, estudando os conceitos de mobilização antes do início da obra. Neste aspecto serão abordados o laudo de confrontação e o Estudo de Impacto da Vizinhança-EIV, algo importantíssimo hoje!</p><p>Iremos abordar também, de forma mais resumida, a primeira fase da execução de uma obra, recordando conceitos sobre serviços preliminares, instalações provisórias, locação, movimentação de terra, demolição, contenção e drenagem.</p><p>Boa leitura!</p><p>Objetivos da aula</p><p>· Discutir a importância do Laudo de confrontação e o EIV;</p><p>· Recordar os conceitos fundamentais sobre os serviços preliminares;</p><p>· Apresentar as primeiras etapas de início de obra;</p><p>· Discutir a importância do empolamento e da contração do solo;</p><p>· Conhecer os principais cuidados a serem tomados em uma demolição;</p><p>· Discutir as formas de demolição;</p><p>· Apresentar exemplos de contenção e drenagem em obras civis;</p><p>· Desenvolver novas habilidades com o uso de novas ferramentas online.</p><p>Resumo</p><p>É importante que o gestor da obra visite com antecedência o local do empreendimento, que sejam verificadas as condições ambientais locais, os fatores sociais e operacionais (ligação de água, luz e esgoto, turnos de trabalho, mobilização de operários e equipamentos), e, as principais dificuldades do ambiente (áreas de servidão e de acesso, regiões controladas pelo poder paralelo ou com alta taxa de furtos e roubos).</p><p>Também deve ser realizado por meio de um croqui, uma proposta de configuração dos principais elementos do canteiro de obras (discutido a partir do módulo 5).</p><p>Junto com a visita, torna-se necessária a realização de dois tipos de vistorias prévias, principalmente em obras de médio a grande porte, são elas: Impacto de Vizinhança e Laudo de Confrontação.</p><p>· Estudo de Impacto da Vizinhança (EIV): instrumento de política urbana previsto no Estatuto das Cidades (Lei Federal n° 10.257/2001). As etapas para sua elaboração são apresentadas em seu PPT.</p><p>· Laudo de confrontação: documento que registra por fotografias as condições do entorno antes da execução do empreendimento. Descreve também as benfeitorias que serão realizadas durante e após a conclusão da obra. Este documento deve indicar os proprietários e os usuários das edificações e das benfeitorias situadas em todos os limites do canteiro/terreno (apresentado por meio de croquis), além do profissional responsável da execução do laudo (arquiteto ou engenheiro) especificando a data de registro e o número da ART ou RRT gerada.</p><p>O laudo de confrontação, também chamado de Ad Perpetua Rex Memoria não possui valor algum se não for impresso e registrado em cartório.</p><p>Etapas da obra</p><p>Independente da classificação da construção proposta no módulo 1, todas as obras podem ser divididas em três grandes fases, sendo a primeira retratada na aula de hoje.</p><p>A primeira fase, denominada de "inicial", contempla os estudos preliminares (a viabilidade da construção), limpeza do terreno, serviços de topografia e sondagem e a implantação do canteiro de obras.</p><p>Locação de obra:</p><p>A locação é a primeira etapa do processo de transferência entre o projeto e o terreno, onde serão marcados os principais elementos construtivos da obra, seus afastamentos e diferenças de níveis em uma escala natural de 1:1.</p><p>Os principais equipamentos usados são: trena, teodolito, estação total, gps, nível de mão, prumo, esquadro, fio de náilon, guias de madeira (tábua), mangueira de nível, nível a laser, pontaletes, prego, martelo, serrote, etc.</p><p>As obras devem ser locadas por meio de eixos alinhados, e, de acordo com o tipo e o tamanho da obra, podem ser usados os seguintes processos de locação: por piquetes, por cavaletes e, um dos mais executados, a tábua corrida (ou gabarito ou tabeira).</p><p>Serviços de demolição</p><p>Consiste na ação de aniquilar, destruir, retirar de uma forma projetada uma construção, tendo como propósito gerar outro destino a área ocupada por ela. Toda demolição deve ser programada e dirigida por um profissional legalmente habilitado e, antes da sua execução, de acordo com a NR-18, deve-se:</p><p>· Desligar, retirar, proteger e/ou isolar as diversas linhas de fornecimento local (energia, água, esgoto, inflamáveis e substâncias tóxicas);</p><p>· Examinar, de forma prévia e periódica os edifícios vizinhos e todo o entorno da obra;</p><p>· Isolar e proteger a infraestrutura do entorno, a zona de trabalho e implementar os sistemas de sinalização (visual e sonoro) e proteção.</p><p>O engenheiro deve escolher o tipo de demolição (manual, mecânica ou o uso de explosivos) em função do que será desconstruído, sua localização, complexidade, controle e a precisão a ser adotada nesta etapa de serviço.</p><p>Movimentação de terra, escoramentos</p><p>A terraplanagem é uma técnica construtiva que visa preparar o terreno para ser executada a obra, ou seja, ela faz a adequação nos níveis do terreno por meio da movimentação de terra. A quantidade de solo/rocha a ser retirada é chamada de corte e a porção de material a ser depositada para preencher uma área chama-se aterro.</p><p>A maioria das obras de terraplenagem engloba as etapas a seguir:</p><p>· desmonte (ou corte) – manual, mecânico, hidráulico e a fogo;</p><p>· transporte;</p><p>· aterro e compactação em camadas de 20cm a 30cm. Veja as dicas na figura 1.</p><p>Figura 1: Dicas sobre a etapa de movimentação de terra</p><p>Fonte: Adaptado de Salgado (2014) e Cunha et al. (2017)</p><p>Como aplicar na prática o que aprendeu</p><p>Você profissional deve desenvolver a capacidade para absorver e desenvolver novas tecnologias, estimulando a sua atuação crítica e criativa na identificação e resolução de problemas”.</p><p>Além disso, você deve visar à qualidade e produtividade dos processos construtivos e de segurança dos trabalhadores, evitando que aconteçam casos como os apresentados abaixo.</p><p>Conteúdo bônus – casos práticos</p><p>Caso 1: Problema na contenção de encosta (Fotos apresentadas no vídeo 5)</p><p>Este foi um caso ocorrido no interior do Rio de Janeiro. O que você acha que causou o deslocamento do muro?</p><p>Verificando em loco, foram constatadas algumas falhas, tais como:</p><p>· Aterro não compactado com concretagem da superfície superior usando concreto simples (sem malha de aço);</p><p>· Mudança na drenagem do terreno superior ao muro, concentrando toda água a montante da região na lateral direita superior da contenção, culminando em um subdimensionamento. O dreno superior instalado pelos moradores não foi suficiente.</p><p>· Número de barbacãs insuficientes para aliviar o empuxo;</p><p>· Amarração do muro;</p><p>Caso 2: Demolição de platibanda</p><p>Figura 2: Demolição manual sem segurança</p><p>Fonte: próprio autor</p><p>A demolição de platibanda ocorreu em uma segunda-feira com uso de ferramentas simples (marreta e talhadeira) onde os entulhos eram retirados por gravidade sem o uso de calhas, fazendo com que os resíduos não fossem jogados diretamente na caçamba.</p><p>Verificando a imagem você perceberá que a sinalização instalada foi precária. Não interrupção do trânsito (as vias do entorno da edificação tinham movimentos constantes de veículos e pessoas) e não foi utilizado nenhum dispositivo de segurança para contenção dos destroços.</p><p>Com base no que você estudou, quais seriam os procedimentos corretos para tornar essa etapa da reforma mais segura?</p><p>Referência Bibliográfica</p><p>AMBROZEWICZ, P. H. L. Construção de edifícios – do início ao fim da obra. 1. ed. São Paulo: Ed. PINI, 2015.</p><p>CUNHA, A. M.; ABITANTE, A. L.; LUCIO, C. S.; ESPARTEL, L.; STEIN, R. T.; SIMIONATO, V. Construção Civil. Porto Alegre: SAGAH, 2017.</p><p>GONÇALVES, G. P. Edificações. Itaperuna/RJ: Instituto Begni Ltda, 2018.</p><p>SALGADO, J. C. P. Técnicas e práticas construtivas: da implantação ao acabamento. 1. ed. São Paulo: Érica, 2014.</p><p>image1.png</p><p>image2.png</p>