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<p>SENAI Iniciativa da CNI - Confederação Nacional da Indústria SÉRIE CONSTRUÇÃO CIVIL SISTEMAS E PROCESSOS CONSTRUTIVOS VOLUME 1</p><p>CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA - CNI Robson Braga de Andrade Presidente DIRETORIA DE EDUCAÇÃO E TECNOLOGIA - DIRET Rafael Esmeraldo Lucchesi Ramacciotti Diretor de Educação e Tecnologia SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL - SENAI Conselho Nacional Robson Braga de Andrade Presidente SENAI - Departamento Nacional Rafael Esmeraldo Lucchesi Ramacciotti Diretor Geral Gustavo Leal Sales Filho Diretor de Operações</p><p>SENAI Iniciativa da CNI - Confederação Nacional da Indústria SÉRIE CONSTRUÇÃO CIVIL SISTEMAS E PROCESSOS CONSTRUTIVOS VOLUME 1</p><p>2014. SENAI - Departamento Nacional 2014. SENAI - Departamento Regional da Bahia A reprodução total ou parcial desta publicação por quaisquer meios, seja eletrônico, me- cânico, fotocópia, de gravação ou outros, somente será permitida com prévia autorização, por escrito, do SENAI. Esta publicação foi elaborada pela equipe do Núcleo de Educação a Distância do SENAI de Bahia, com a coordenação do SENAI Departamento Nacional, para ser utilizada por todos os Departamentos Regionais do SENAI nos cursos presenciais e a distância. SENAI Departamento Nacional Unidade de Educação Profissional e Tecnológica - UNIEP SENAI Departamento Regional da Bahia Núcleo de Educação a Distância - NEAD FICHA CATALOGRÁFICA S491s Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. Departamento Nacional. Sistemas e Processos Construtivos/ Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. Departamento Nacional, Departamento Regional da - Brasília: SENAI/DN, 2014. 3v 142 p.: il. (Série Construção Civil) ISBN 1. Processos construtivos. 2. Construção em edificações. I. Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. II. Departamento Nacional. III. Departamento Regional da Bahia. IV. Sistemas e Processos Construtivos. V. Série Construção Civil, v.1. CDU 504 SENAI Sede Serviço Nacional de Setor Bancário Norte Quadra 1 Bloco C . Edifício Roberto Aprendizagem Industrial Simonsen . 70040-903 Brasília - DF Tel.: Departamento Nacional Fax: (0xx61) 3317-9190 . http://www.senai.br</p><p>Lista de Ilustrações Figura 1 - Etapas genéricas do processo construtivo 15 Figura 2 - Vínculos do atual processo construtivo 17 Figura 3 - Comparativo de racionalização 19 Figura 4 - União das equipes (execução e projeto) 20 Figura 5 - Sistema elétrico em obras 26 Figura 6 - Demolição do machadinho 26 Figura 7 - Construção sustentável 27 Figura 8 - Gestão de resíduos da construção civil 28 Figura 9 - Teodolito, nível e MED, respectivamente 29 Figura 10 - Sondagem à percussão 31 Figura 11 - Ensaio de penetração de cone estático com medidas de pressão neutra 31 Figura 12 - Ensaio de palheta "Vane - test." 32 Figura 13 - de menard "PMT" 32 Figura 14 - Desmatamento 39 Figura 15 - Destocamento 39 Figura 16 - Desentulhar 39 Figura 17 - Poda de árvores de grande porte 41 Figura 18 - Movimento de terra 43 Figura 19 - Representação de corte e aterro 44 Figura 20 - Execução de corte do terreno 44 Figura 21 - Execução de aterro 45 Figura 22 - Mapa de risco 48 Figura 23 - Segurança do trabalho 50 Figura 24 - Ligação de água 51 Figura 25 - Ligação elétrica 51 Figura 26 - Cisterna em obra 52 Figura 27 - Rede elétrica aérea 54 Figura 28 - Rede elétrica subterrânea 55 Figura 29 - Cartilha NR 18 60 Figura 30 - Barração 61 Figura 31 - Tapume 61 Figura 32 - Galeria 62 Figura 33 - Acesso à obra 63 Figura 34 - Locação de projetos no escritório 64 Figura 35 - Refeitório 65 Figura 36 - Cozinha de obra 65 Figura 37 - Vestiário 66 Figura 38 - Instalações sanitárias 67 Figura 39 - Almoxarifado 69 Figura 40 - Layout de canteiro de obras 69</p><p>Figura 41 - Canteiro de obras restrito 71 Figura 42 - Canteiros amplos 71 Figura 43 - Canteiro longo e estreito 72 Figura 44 - Ilustração do projeto de implantação de uma unidade habitacional 78 Figura 45 - Locação por cavaletes 79 Figura 46 - Croqui de locação por tábuas corridas ou tabeiras 81 Figura 47 - Superestrutura de uma edificação 85 Figura 48 - Foto de sapata isolada e esquema de sapata contínua armada 87 Figura 49 - Radier 87 Figura 50 - Vigas baldrame (fundação direta) 88 Figura 51 - Cravação de estacas de concreto pré-moldadas 89 Figura 52 - Estacas metálicas de trilho 91 Figura 53 - Estaca Strauss 92 Figura 54 - Esquema de tubulão a céu aberto 93 Figura 55 - ABNT NBR 6122 94 Figura 56 - Ferramentas rudimentares 95 Figura 57 - Ferramentas de metal antigas 94 Figura 58 - Compactador mecânico (sapinho) 97 Figura 59 - Retroescavadeira 98 Figura 60 - Saúde: uma premissa indispensável a qualquer trabalhador 100 Figura 61 - Execução de fôrmas e armaduras de radier 103 Figura 62 - Cravação de estaca de concreto 105 Figura 63 - Estaca Franki 106 Figura 64 - Etapas de execução de um tubulão 107 Figura 65 - Superestrutura de um edifício 110 Figura 66 - Pilares de concreto armado 112 Figura 67 - Viga de concreto armado 113 Figura 68 - Laje cogumelo 114 Figura 69 - Treliças metálicas 115 Figura 70 - Concreto sendo vibrado por vibrador mecânico 117 Figura 71 - Caminhão betoneira 117 Figura 72 - Ensaio de compressão em corpos de prova de concreto 119 Figura 73 - Trama de telhado de madeira 120 Figura 74 - Pilar metálico ancorado em laje de concreto armado 121 Figura 75 - Concretagem de laje em concreto armado 123 Quadro 1 - Princípios da construtibilidade 20 Quadro 2 - Fases da coordenação de projetos 21 Quadro 3 - Tipos de canteiros 47 Quadro 4 - Tipos de poço 53 Quadro 5 - Layout de canteiro 73</p><p>Sumário 1 Introdução 11 2 Processo de construção de edificações 15 2.1 Planejamento 16 2.2 Controle 16 2.3 Execução 16 2.4 Entrega de obras 17 2.5 Racionalização 18 2.6 Construtibilidade 19 2.7 Coordenação de projetos 21 3 Serviços preliminares 25 3.1 Disponibilidade de instalação do canteiro 26 3.2 Gerenciamento das demolições, quando ocorrem 26 3.3 Gestão de resíduos 28 3.4 Levantamento topográfico 28 3.5 Processo executivo 29 3.6 Ensaios geotécnicos 30 4 Instalação da obra 37 4.1 Limpeza do terreno 38 4.2 Movimentação de terra 42 4.3 Implantação do canteiro de obras 47 4.4 Ligações provisórias 51 4.5 Ligação de água 53 4.6 Ligação elétrica 54 4.6.1 Ligação aérea 54 4.6.2 Ligação subterrânea 55 5 Instalações provisórias 59 5.1 Tipologia das instalações 60 5.2 Tapumes e galerias 61 5.3 Acessos 62 5.4 Escritório 63 5.5 Refeitório 64 5.6 Cozinha 65 5.7 Vestiários 66 5.8 Banheiro 67 5.9 Almoxarifado 68 5.10 Layout de canteiro 69</p><p>6 Locação da obra 77 6.1 Iniciando o processo de locação 78 6.2 Processos de locação 78 6.3 Locação por cavaletes 79 6.4 Locação por tábua corrida ou tabeira 80 6.5 Principais equipamentos e ferramentas 81 7 Estrutura 85 7.1 Infraestrutura 86 7.1.1 Funções, tipos e propriedades 86 7.1.2 Normas técnicas aplicáveis 94 7.1.3 Equipamentos e ferramentas 95 7.1.4 Controle tecnológico 100 7.1.5 Procedimentos de execução de fundações diretas 101 7.1.6 Verificação e aceitação dos serviços 108 7.2 Superestrutura 110 7.2.1 Tipos, funções e características das superestruturas 111 7.2.2 Normas técnicas aplicáveis 115 7.2.3 Equipamentos e ferramentas 116 7.2.4 Riscos inerentes ao serviço e medidas preventivas 117 7.2.5 Controle tecnológico 118 7.2.6 Procedimentos de execução 119 7.2.7 Aceitação dos serviços 123 Referências Minicurrículo do autor Índice</p><p>Introdução 1 É com muito prazer que Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) apresenta o livro didático de Sistemas e Processos Construtivos, do Curso Técnico em Edificações. Nosso livro é dividido em três volumes e, neste primeiro, abordaremos os assuntos vincu- lados aos processos de construção, cujo objetivo principal é desenvolver competências para avaliação e supervisão técnica dos processos construtivos de uma edificação, atendendo aos critérios estabelecidos conforme normas em vigência. Você vai se deparar com temas como: serviços preliminares necessários para construção de um edifício, os diversos tipos de instalações que compõem uma obra, a limpeza do terreno, a movimentação de terra, os procedimentos para implementação de um canteiro de obras, os principais tipos de instalações previstos na NR -18 e, por fim, focaremos na locação da obra, na sua infraestrutura e na sua superestrutura, concluindo, desta forma, este volume. Nós já estamos bastante avançados em nosso curso. Vamos buscar o conhecimento de ma- neira clara para que possamos nos tornar bons profissionais e alcançar os objetivos particu- lares no que tange ao crescimento profissional. Aproveite cada capítulo para aprimorar seus conhecimentos e desenvolver seguintes competências: CAPACIDADES SOCIAIS, ORGANIZATIVAS E METODOLÓGICAS: a) planejar e organizar o próprio trabalho; b) atuar de forma ética; c) aplicar princípios de qualidade, saúde, segurança do trabalho e ambiental; d) avaliar o trabalho realizado na perspectiva de melhoria contínua; e) aplicar técnicas de comunicação oral e escrita.</p><p>12 SISTEMAS E PROCESSOS CONSTRUTIVOS CAPACIDADES TÉCNICAS: a) aplicar normas, especificações e procedimentos técnicos; b) aplicar as normas técnicas, ambientais e de segurança e higiene no traba- c) interpretar projetos de edificações; d) demonstrar tecnicamente a execução de serviços; e) identificar as características dos materiais, máquinas, ferramentas e equipa- mentos adequados a cada processo; f) interpretar manuais técnicos, de uso e manutenção de máquinas, ferramen- tas e equipamentos; g) verificar e conferir a execução do serviço; h) aplicar princípios de inovação tecnológica e construção sustentável; i) identificar as máquinas e equipamentos adequados a cada processo cons- trutivo; j) identificar sistemas construtivos especiais. Lembre-se de que você é o principal responsável por sua formação e isso inclui ações proativas, como: a) consultar seu professor/tutor sempre que tiver dúvida; b) não deixar as dúvidas para depois; c) estabelecer e cumprir um cronograma de estudo que você cumpra real- mente; d) reservar um intervalo para quando estudo se prolongar um pouco mais. Bons estudos!</p><p>1 INTRODUÇÃO 13 Anotações:</p><p>Processo de construção de edificações 2 A construção de um edifício segue alguns processos básicos adaptados a cada tipo de obra. De forma bastante generalizada, porém estudaremos as etapas indicadas na Figura 1. Planeja- mento Processo Entrega Controle de de Obra Contrução Execução Figura 1 - Etapas genéricas do processo construtivo Fonte: SENAI, 2013.</p><p>16 SISTEMAS E PROCESSOS CONSTRUTIVOS 2.1 PLANEJAMENTO Momento em que se define o que, quando, como e onde fazer, sem perder Objetiva muita coisa de forma simples. orçamento de foco. Para que um empreendimento possa alcançar seus objetivos, faz-se necessário o planejamento prévio. Nesta etapa, recolhem-se dados sobre a obra, definem-se as principais diretrizes de execução, verificam-se as normas, documentos e especificações para iniciar, executar e concluir a obra, analisa-se a viabilidade técnica e econômica do empreendimento, entre outros. Tudo isso Execução com agilidade e vinculado às questões ambientais e princípios de sustentabilidade. 2.2 CONTROLE Seria o complemento do planejamento. Aqui o lema é fazer acontecer. Tudo Vem do verbo bisar, que significa repetir. que foi planejado deve ser controlado para que se possa visualizar de forma mais clara os erros cometidos em tempo de corrigi-los, evitando, desta forma, possíveis atrasos na obra. Além de auxiliar planejamento, controle tem a função de firmar algumas experiências em certos processos, ou seja, ao se identificar o erro, apresentam-se Tem o mesmo sentido da dois âmbitos de conduta: palavra concorrência. a) evitar que o erro cometido b) caso seja impossível impedir a ocorrência do erro, saber como proceder diante deste. Este parâmetro nos remete a alguns pontos característicos do processo execu- tivo, importantes para enquadrar a construtora no mercado competitivo: a) evitar retrabalho; b) evitar desperdício de mão de obra, material e maquinas; c) acréscimo de horas 2.3 EXECUÇÃO Para que se inicie a execução, a parte de planejamento deve ter sido concluída, por meio das diversas etapas construtivas que seguem um roteiro previsto pelo setor de planejamento, bem como em conformidade com as orientações descri- tas em projeto, devidamente dimensionadas e Nesta unidade curricular, abordaremos cada uma destas etapas, para que você, caro aluno, possa se aproximar cada vez mais da sua realidade profissional.</p><p>2 PROCESSO DE CONSTRUÇÃO DE EDIFICAÇÕES 17 2.4 ENTREGA DE OBRAS Após a construção do empreendimento, dá-se inicio ao processo de entrega, eta- pa que engloba a limpeza geral dos diversos ambientes e a obtenção do Habite-se é o documento que comprova que a edificação em SAIBA questão está em conformidade com as exigências previstas MAIS pela prefeitura local. Leia mais no Art. 1°, item I, da Portaria 100-R, de 31 de outubro de 2006, do CBMES. Além deste documento, junto à prefeitura, a construtora elabora um Termo de Entrega de Obras para o cliente. Este termo contém todos os dados em referência à obra, tais como: a) endereço da obra; b) número do contrato; c) data de entrega; d) data da vistoria; e) responsáveis pela vistoria; f) empresa executora; g) modalidade do empreendimento; h) descrição da obra; i) parecer técnico; j) assinatura dos envolvidos etc. Devido à grande afluência4 das construtoras, a corrida por desenvolvimento e busca pelo diferencial é nítida perante o mercado. Nos últimos anos, os processos executivos das obras ganharam caracterizações e, hoje, as construtoras de ponta vincularam-se aos itens da pirâmide abaixo. Racionalização Construtibilidade Coordenação de Projetos Figura 2 Vínculos do atual processo construtivo Fonte: SENAI, 2013.</p><p>18 SISTEMAS E PROCESSOS CONSTRUTIVOS Construtibilidade refere-se à utilização correta da ex- Detalhar ou dimensionar ? VOCÊ periência técnica na execução das etapas de uma obra algum processo. SABIA? com base na racionalização dos processos. Esse termo é bem novo no mercado, mas sua teoria é aplicada há bastante tempo. 2.5 RACIONALIZAÇÃO o termo racionalização é uma soma de duas outras palavras: racional + ação. Com base nestas palavras podemos definir racionalização como sendo o uso da inteligência para agir de forma simples e eficaz, sem gerar perdas. No setor de construção, é um tema bastante abrangente, já que as empresas têm percebido que parte do lucro está presa ao desperdício de obra, seja este de mão de obra, máquinas ou materiais. o principal objetivo do planejamento de obras é manter a qualidade dimi- nuindo os custos e os prazos de entrega. Para alcançar este tão sonhado objetivo, faz-se necessária a prática de racionalização. Na prática, a implantação de um sistema racionalizado depende das mudan- ças organizacionais e dos processos tradicionais na construção civil, tais como alvenaria de bloco ou assentamento cerâmico. Primeiramente, identificam-se os itens em desperdício, avalia-se o impacto gerado, promovem-se as devidas solu- ções e, novamente, avaliam-se os impactos das soluções geradas, para posterior comparação. Desta forma, fica clara a importância da racionalização implantada. A implantação do sistema racionalizado não pode ser as- ! FIQUE sociada apenas à produção. A utilização destes processos ALERTA racionalizados deve partir do projeto, pois este irá prever os possíveis desperdícios e falhas de execução que geram custos, atrasos e problemas ao meio ambiente. A teoria de racionalização se encaixa em todas as obras, porém cada uma adapta seu sistema produtivo à teoria. Leia algumas características marcantes da racionalização construtiva: a) padronização de projetos e processos; b) racionalização de tempo, material e recursos humanos; c) absorção de novas tecnologias. Veja o exemplo de um projeto de modulação de alvenaria, no qual as quanti- dades e os cortes de blocos são de forma exata, visualizando as pró-</p><p>2 PROCESSO DE CONSTRUÇÃO DE EDIFICAÇÕES 19 ximas etapas construtivas. Assim, a quantidade de blocos e o corte são solicitados de forma exata pelo engenheiro responsável pelo setor de compras. Os contratos também são criados contemplando a quantidade real utilizada. Em seguida, é locada a quantidade necessária de colaboradores no momento da execução, de forma ideal, ressaltando neste sistema que o colaborador já sabe que existe disponível para ele a quantidade certa de blocos; automaticamente, em- pregado responsável irá se preocupar em não desperdiçar material. Antes pensa- mento era que o material seria reposto, logo, não havia nenhum tipo de cuidado. Na Figura 3, é apresentado um exemplo de obra sem uso dos princípios de racionalização. OCTOGONAL TELEFONIA NO PISO NA Figura 3 Comparativo de racionalização Fonte: 2013. 2.6 CONSTRUTIBILIDADE termo é descrito como habilidade em Antes este conceito vincu- lava-se apenas à etapa de elaboração de projetos; a ideia era a de que tal habi- lidade deveria ser desenvolvida pelo setor que projeta a construção e não pela equipe que atua na execução. Atualmente, os parâmetros têm se desenvolvido e foram acrescentados novos conhecimentos e experiências construtivas nas fases de concepção, projeto, execução e entrega de obra. A falta de troca de experiências entre a equipe operacional e a equipe estraté- gica gerava a repetição de falhas detectadas no momento de se executar que foi projetado meses antes.</p><p>20 SISTEMAS E PROCESSOS CONSTRUTIVOS Figura 4 - União das equipes (execução e projeto) Fonte: Shutterstock, 2013. Para que o entendimento do conceito da construtibilidade fosse padrão e universal, foram instituídos alguns princípios na Austrália e nos Estados Unidos, mostrados no quadro abaixo, lembrando que tais princípios devem se adaptar à realidade de cada obra. PRINCÍPIOS DA CONSTRUTIBILIDADE PRINCÍPIO SIGNIFICADO A construtibilidade deve ser parte integral do planejamento do empreen- Integração dimento Conhecimento de planejamento do projeto deve envolver ativamente o conhecimento e construção experiência de construção A experiência, habilidade e composição da equipe do empreendimento Habilidade da equipe devem ser apropriadas para o mesmo Construtibilidade é aumentada quando a equipe do empreendimento em Objetivos corporativos o entendimento dos objetivos do cliente e do empreendimento A tecnologia da solução de projeto deve ser compatível com a habilidade e Recursos disponíveis recursos disponíveis Fatores externos Fatores externos podem afetar o custo e/ou programa do empreendimento A totalidade do programa do empreendimento deve ser realista e adequado Programa à construção, devendo ter a concordância da equipe do empreendimento Metodologia construtiva o projeto deve considerar a metodologia construtiva Construtibilidade será aumentada se a acessibilidade da construção é con- Acessibilidade siderada no projeto e nos estágios de construção do empreendimento A construtibilidade do empreendimento será aumentada quando a efici- Especificações ência construtiva é considerada na elaboração das especificações emprego de técnicas inovadoras durante a construção vai aumentar a Inovação na construção construtibilidade Construtibilidade pode ser aumentada em futuros empreendimentos Retroalimentação similares se uma análise pós-construção é realizada pela equipe do empre- endimento. Quadro 1 - Princípios da construtibilidade Fonte: SILVA; GUIMAR, 2006.</p><p>2 PROCESSO DE CONSTRUÇÃO DE EDIFICAÇÕES 21 2.7 COORDENAÇÃO DE PROJETOS Abrange a elaboração, organização e acompanhamento das etapas de proje- to, além da compatibilização das soluções Perceba que o conceito de construtibilidade está inserido no contexto da coordenação de projetos. Rela- cionamos abaixo os envolvidos diretamente na coordenação de projetos: a) coordenador de projetos; b) engenheiros e técnicos de edificações; c) arquitetos. A coordenação de projetos apresenta algumas diretrizes importantes para o desenvolvimento da empresa. No intuito de atender a todos os processos de projetos, de maneira eficaz, foram instituídas pela coordenação suas seis fases, conforme quadro abaixo, todas elas desenvolvidas em três principais categorias: a) serviços essenciais; b) serviços específicos; c) serviços opcionais. FASE A CONCEPÇÃO DO PRODUTO Apoio ao levantamento e definição do conjunto de dados. FASE DEFINIÇÃO DO PRODUTO Coordenar os serviços necessários à consolidação do produto. FASE C INDENTIFICAÇÃO E SOLUÇÃO DE INTERFACES Coordenar os elementos do projeto, bem como sua conceituação. FASE D DETALHAMENTO DAS ESPECIALIDADES Organizar os detalhamentos de todos os elementos do projeto. FASE E PÓS ENTREGA DE PROJETOS Facilitar o entendimento e utilização das informações de projeto. FASE F PÓS ENTREGA DE OBRAS Coordenar a retroalimentação do processo de projeto. Quadro 2 - Fases da coordenação de projetos Fonte: SENAI, 2013.</p><p>22 SISTEMAS E PROCESSOS CONSTRUTIVOS Assunto sobre o qual se CASOS E RELATOS discute. Maturidade e tecnologia de mãos dadas. Santiago é técnico de edificações mais antigo na construtora em que trabalha e, por isso, todos acatam suas decisões com muita confiança. Os serviços mais complicados da obra eram sempre acompanhados por ele devido a sua grande experiência no cargo. Já Lucian era um técnico novo com ideias inovadoras sempre buscando tecnologia para melhorar as prá- ticas construtivas da construtora. Avaliando levante de alvenaria da obra em que trabalhava, Lucian pediu autorização ao engenheiro para solicitar projetos de paginação para os es- tagiários, pensando numa forma de racionalizar o serviço de levante, mas ele não informou a Santiago. No decorrer dos dias, sempre que Santiago recrutava um estagiário para acompanhar qualquer serviço, o estudante estava fazendo o projeto de paginação solicitado por Lucian, que gerou uma revolta por Santiago, pois não conseguia visualizar a importância deste serviço para a obra. San- tiago foi conversar com Lucian, que lhe explicou objetivo do trabalho, e a solução com a alvenaria paginada. Ele informou ainda que a ocupação dos estagiários seria por pouco tempo. Santiago gostou tanto do projeto que ainda deu ideias para melhorar resultado final. Assim, a maturidade de Santiago apoiou o avanço tecnológico promovido por Lucian, e a obra ganhou a junção de experiência e tecnologia.</p><p>2 PROCESSO DE CONSTRUÇÃO DE EDIFICAÇÕES 23 RECAPITULANDO Neste capitulo, aprendemos sobre processos de construção de edificações e suas principais Vimos que, para que um empreendimento possa alcançar seus objetivos, faz-se necessário o planejamento prévio. Em seguida, aprendemos que tudo que foi planejado deve ser controlado para que se possa visualizar de forma mais clara os erros cometidos em tempo hábil de corrigi-los, evitando, desta forma, possíveis atrasos na obra. Para que se inicie a execução, a parte de planejamento deve ter sido concluída, por meio das diversas etapas construtivas que segue um roteiro previsto pelo setor de planejamento. Estudamos, ainda, a entrega de obra, a racio- nalização e a construtibilidade, fechando nosso processo de aprendizagem com a coordenação de projetos e sua importância.</p><p>Serviços preliminares 3 Para se determinar os serviços preliminares ou que antecedem o início de uma obra, preci- samos definir qual o tipo de obra a ser executada. Cada obra apresenta serviços preliminares adaptados a sua realização, assim sendo, podemos classificar as construções quanto ao uso da seguinte forma: a) obras residenciais; b) obras rodoviárias; c) obras industriais; d) obras comerciais; e) obras portuárias; f) obras rurais; g) bras temporárias; h) obra mista. o primeiro item a ser estudado para o início de uma obra é a implantação do canteiro capaz de locar toda a equipe administrativa, bem como seus departamentos de materiais, transporte e re- cursos humanos. Selecionamos alguns principais itens para elaboração dos serviços preliminares: a) disponibilidade de instalação do canteiro; b) gerenciamento das demolições quando ocorrem; c) gestão de resíduos; d) levantamento topográfico; e) processo executivo; f) ensaios geotécnicos.</p><p>3.1 DISPONIBILIDADE DE INSTALAÇÃO DO CANTEIRO Nesta etapa, verifica-se a necessidade das instalações elétricas de força e de luz, além das instalações hidrossanitárias, sem as quais o canteiro fica impossibi- litado de funcionar. Figura 5 - Sistema elétrico em obras Fonte: Shutterstock, 2013. 3.2 GERENCIAMENTO DAS DEMOLIÇÕES, QUANDO OCORREM Quando existe alguma estrutura construída no local da obra, pode existir a possibilidade de demolição parcial ou total para dar início às atividades da obra. Assim sendo, a empresa responsável deve se preocupar com diversas etapas, das quais destacamos quatro: a) estudo de implantação de canteiro; b) estudo e verificação das condições de vizinhança; c) estudo do procedimento de demolição; d) segurança dos operários. Figura 6 - Demolição do machadinho Fonte: Shutterstock, 2013.</p><p>3 SERVIÇOS PRELIMINARES 27 A NR 18 menciona no item 5 as informações sobre demoli- SAIBA ção. As informações abrangem dês do preparo inicial das ati- vidades, a sequencia do processo de demolição, até o cuida- MAIS do em relação as construções em seu entorno. É importante realizar essa leitura. atento! Outra vertente vinculada à liberação de espaços para construção é desmatamento de algumas áreas para dar lugar a grandes obras. Em pleno século XXI, estamos ligados às questões ambientais para manter uma parte do meio ambiente vivo. Hoje não po- demos desvincular o avanço de uma civilização sem gerar impactos ambientais, que as autoridades primam e fiscalizam é a forma como esse impacto pode ser minimizado. o nome apresentado para a sociedade, que define muito bem essa modalida- de de modificar sem desmatar ou desmatando mínimo, é desenvolvimento sus- tentável. As grandes construtoras que buscam sustentabilidade sempre trazem programas Por ser um setor que modifica bastante meio ambiente, está submetido ao licenciamento ambiental, que a) estudo dos impactos gerados; b) determinação das medidas corretivas; c) elaboração de um monitoramento de impactos. me Figura 7 Construção sustentável Fonte: 2013. Agenda 21 é um instrumento de planejamento da cons- ? VOCÊ trução sustentável que abrange o compromisso de to- dos os países envolvidos em refletir sobre os problemas SABIA? socioambientais, assim como os impactos gerados pela construção civil, descrito em 40 capítulos.</p><p>28 SISTEMAS E PROCESSOS CONSTRUTIVOS 3.3 GESTÃO DE RESÍDUOS Cobertura aerofotográfica Aqui daremos prioridade ao tema gestão de resíduos, pois abordaremos a dos terrenos com objetivo de mapear a área. questão de movimentação de terra uma pouco mais adiante, quando falarmos sobre as instalações da obra. A implantação de uma gestão de resíduos em uma obra ainda é um assunto muito discutido, pois alguns construtores se excluem das responsabilidades e pou- cos se importam com todo ciclo desta gestão. Você deve estar se perguntando Ponto de encontro de dois segmentos de reta. que ciclo é esse? Para implantar uma gestão de resíduos não basta ter apenas boa vontade, não se trata de uma etapa rápida. A implantação da gestão de resíduos num canteiro de obras é de caráter simples, porém exige envolvimento por parte de toda a equipe para que o objetivo seja alcançado com sucesso. As etapas são: a) apresentação do plano de gestão à diretoria para posterior aprovação e dis- seminação; b) planejamento de como será feita essa implantação de um sistema novo conforme as condições da obra; c) implantação do sistema, ou seja, disseminação da ideia entre todos os fun- cionários através de palestras e treinamentos; d) monitoramento para analisar se o sistema foi implantado de maneira satis- fatória, o que precisa melhorar ou corrigir; e) direcionamento consciente dos resíduos gerados, pois não adianta ter um excelente sistema dentro da obra e fechar o ciclo de maneira errônea. Figura 8 Gestão de resíduos da construção civil Fonte: 2014. 3.4 LEVANTAMENTO TOPOGRÁFICO É levantamento apresentado com os níveis e as distâncias de execução, a fim de representar as coordenadas em um plano, em um desenho ou em uma planta com escalas compatíveis com as do terreno.</p><p>3 SERVIÇOS PRELIMINARES 29 A norma que rege essa atividade é a NBR -13133:1996 - Levantamento Topo- gráfico; esta, além de descrever as formas de execução dos tipos de levantamento topográfico, que veremos em seguida, aborda também os instrumentos básicos para execução do serviço, a saber: a) teodolito; b) nível; c) medidores eletrônicos de distância (MED). Figura 9 - Teodolito, nível e MED, respectivamente Fonte: 2013. 3.5 PROCESSO EXECUTIVO No primeiro momento, define-se a locação da área a ser construída, além da identificação das coordenadas e a referência de nível a ser adotada, feito num levantamento topográfico. No segundo momento, faz-se necessária a pesquisa junto aos órgãos oficiais de dados e/ou levantamento pertinente à área da obra, tais como: a) restrições do terreno; b) c) recobrimento aerofotográfico; d) de coordenadas;</p><p>30 SISTEMAS E PROCESSOS CONSTRUTIVOS e) referências de nível de mapeamento; f) pontos do terreno para definição da escala utilizada. Além destes dados, é importante levantar todos os serviços necessários para o bom andamento do projeto. 3.6 ENSAIOS GEOTÉCNICOS Para assegurar que a obra esteja sendo feita sobre um terreno de natureza geológica satisfatória, são necessários ensaios geotécnicos. Esses ensaios fornecem informações indispensáveis à previsão dos custos fi- XOS associados à obra, bem como as possíveis soluções para os problemas iden- tificados. Assim sendo, estudos geotécnicos representam a análise feita antes da construção do comportamento dos elementos do solo. Os ensaios são responsáveis por caracterizar solo estudado quanto às pro- priedades físicas, mecânicas e hidráulicas. Você deve estar se perguntando, com tantas informações, existem normas para os ensaios? Sim, vamos conhecer algu- mas delas: a) NBR 6457 Preparação de amostras de solo para ensaio de compactação e ensaios de caracterização, Rio de Janeiro, 1980; b) NBR 6508 Determinação da massa específica, grãos de solo que pas- sam na peneira de 4,8 mm, Rio de Janeiro, 1984; c) NBR 6459 - Determinação do limite de liquidez dos solos, Rio de Janeiro, 1984; d) NBR 7180 Determinação do limite de plasticidade, Rio de Janeiro, 1984; e) NBR 7181 - Análise granulométrica de solos, Rio de Janeiro, 1984; f) NBR 7182 Ensaio de compactação, Rio de Janeiro, 1986; g) NBR 9895 Índice de suporte Califórnia, Rio de Janeiro, 1987. Em resumo, vamos conhecer os principais ensaios e seus elementos de aná- lise: a) Sondagem à Percussão "SPT" - reconhecimento inicial, camadas, amostras, consistência e nível de agua;</p><p>3 SERVIÇOS PRELIMINARES 31 Figura 10 Sondagem à percussão Fonte: SENAI, 2013. Durante o ensaio de CPT - ensaio de penetração de cone ! FIQUE ou qualquer outro, faz-se necessário uso dos seguintes ALERTA EPI's: Capacete, Luva de raspa, Botas de borracha ou boti- nas de couro e Uniforme. b) Ensaio de Penetração de Cone Estático com Medidas de Pressão Neutra "CPTU" - camadas, resistência, deformabilidade, tempo de adensamento; Figura 11 - de penetração de cone estático com medidas de pressão neutra Fonte: 2013.</p><p>32 SISTEMAS E PROCESSOS CONSTRUTIVOS c) Ensaio de Palheta "Vane-test." - "VST" - resistência e sensibilidade; Figura 12 - de palheta "Vane test" Fonte: 2013. d) de Menard "PMT" - resistência e deformabilidade. Figura 13 - de menard "PMT" Fonte: SENAL 2013.</p><p>3 SERVIÇOS PRELIMINARES 33 CASOS E RELATOS Planejamento em primeiro lugar! Luciano é responsável técnico por uma obra que terá início em 5 meses. Sempre presente nas reuniões de orçamento, ele sabe que para um traba- lho com qualidade é necessário um planejamento dos serviços prelimina- res da obra. Para auxiliá-lo nesse planejamento, Luciano convocou um engenheiro de planejamento para definir quais são os serviços e orçá-los. Juntos, eles des- creveram os seguintes serviços: disponibilidade de instalação do canteiro, gerenciamento das demolições quando ocorrerem, gestão de resíduos, le- vantamento topográfico, processo executivo e ensaios geotécnicos. Após este levantamento, ambos decidiram orçar cada item para apresentar à di- retoria e, assim que a diretoria aprovasse o orçamento, eles poderiam con- tratar as empresas responsáveis por cada serviço e dar início à obra. Luciano orçou uma empresa responsável por demolir e recolher os resí- duos gerados, seguindo normas, um escritório responsável pelo layout do canteiro, além de elaborar projeto executivo, e, por fim, mais uma empre- sa responsável pelo levantamento topográfico. Ao fim do processo licita- tório, Luciano reuniu-se com a diretoria para apresentar o orçamento, que foi aprovado em seguida, e pôde dar inicio à sua obra conforme planejado.</p><p>34 SISTEMAS E PROCESSOS CONSTRUTIVOS RECAPITULANDO Nesta unidade, aprendemos sobre os serviços preliminares para execução de uma obra. Estudamos que a definição do tipo de canteiro é em refe- rência ao tipo de obra, e por isso classificamos os principais tipos de obras para facilitar nosso entendimento. Em seguida, analisamos cada item que compõe os serviços preliminares, que são: disponibilidade de instalações do canteiro - que nada mais é que verificação da necessidade de instalação elétrica e hidráulica; gerenciamento de demolições gerenciar as etapas de demolição, que são estudo dos impactos gerados para vizinhança da obra, segurança dos operários e os procedimentos de demolição conforme normas; gestão de resíduos abordamos sobre a implantação do sistema na obra e sobre a preocupação com direcionamento destes resíduos; le- vantamento topográfico - levantamento das coordenadas da obra, os de- senhos e croquis de representação da mesma; projeto executivo - refere-se ao estudo de viabilidade da obra, com temas como restrições do terreno, aerofotogramétrica, recobrimento aerofotográfico, vértices de coordena- das, referências de nível de mapeamento e pontos do terreno para defini- ção da escala utilizada; ensaios geotécnicos ensaios responsáveis por de- finir as características do terreno e base para definição do tipo de fundação mais apropriada.</p><p>3 SERVIÇOS PRELIMINARES 35 Anotações:</p><p>Instalação da obra 4 Após os estudos preliminares de uma obra com base nos tópicos que acabamos de ver (Dis- ponibilidade de Instalação do Canteiro, Gerenciamento das Demolições, Gestão de Resíduos, Levantamento Topográfico, Processo Executivo e Ensaios Geotécnicos), vamos aprender sobre as primeiras instalações de uma obra. Apesar de ser um serviço muito importante, a grande maioria das construtoras não se inte- ressa em estudar ou aplicar novas tecnologias para os primeiros serviços de instalação. Muitos autores atribuem este descaso ao fato destes serviços corresponderem a cerca de 2% do custo representativo em relação ao custo total da construção. Por mais simples que seja um canteiro de obras, é necessária uma adaptação de todas as instalações, pois neste ambiente serão executados todos os trabalhos referentes à obra, ao armazenamento e transporte de materiais e equipamentos. Perceba que, para se desenvolver a obra, é importante ter um terreno apropriado, um cantei- ro com suas instalações bem definidas, por isso o planejamento deve atuar também nesta etapa. o planejamento neste momento irá abranger todos os aspectos da obra para adaptar as insta- lações. Outra vertente importante é prever as documentações, tais como, liberação dos serviços e alvará da obra, por exemplo, para o inicio das atividades, junto ao Ministério do Trabalho. Esses documentos devem conter prazo da obra, endereço, dados da empresa responsável, descrição sucinta dos serviços executados, quantidade de trabalhadores, entre outras informações. A fiscalização realizada pela prefeitura deve receber uma cópia destes documentos e uma via do PCMAT da obra. Você já ouviu falar em PCMAT? É o Programa de condições e meio ? VOCÊ ambiente de trabalho. Nele estão contidos os principais procedi- SABIA? mentos para implantação de sistema preventivo de segurança e meio ambiente na construção. Este PCMAT deve contemplar as exigências previstas nas NR's 07,09 e 18. Deverá também existir uma via impressa na obra disponível para fiscalização e para possíveis consultas. Estude- mos algumas premissas do PCMAT:</p><p>38 SISTEMAS E PROCESSOS CONSTRUTIVOS a) é obrigatória sua elaboração quando a obra possuir 20 trabalhadores ou mais; b) apresentar memorial das condições de trabalho e meio ambiente; c) projeto de execução de proteção coletiva conforme número de trabalhado- res e condições físicas da obra; d) especificações de EPI's e EPC's; e) cronograma do PCMAT; f) programa de prevenção de acidentes, saúde do trabalhador e meio ambiente; g) layout do canteiro. Os EPI's - equipamentos de proteção individual garantem a segurança do trabalhador, e os EPC's - equipamentos de ! FIQUE proteção coletiva garantem a proteção dos colaborado- ALERTA res e outros que tenha acesso ao ambiente de trabalho. É obrigação da empresa o fornecimento gratuito destes equipamentos. Neste momento, vamos estudar sobre as três atividades preliminares mais im- portantes: a) limpeza do terreno; b) movimentação de terra; c) implantação do canteiro. 4.1 LIMPEZA DO TERRENO terreno onde será executada a edificação deve-se apresentar limpo e com a etapa de terraplanagem concluída. Como já estudamos sobre os ensaios geotéc- nicos, daremos seguimento ao nosso processo de aprendizagem. Quando nos referimos à limpeza de terreno, devemos nos atentar aos itens que devem sair e os que devem ficar para serem reaproveitados:</p><p>4 INSTALAÇÃO DA OBRA 39 a) desmatamento: remoção de toda ou parte da vegetação presente no terreno; Figura 14 - Desmatamento Fonte: Shutterstock, 2013. b) destocamento: remoção de tocos, raízes; Figura 15 - Destocamento Fonte: Shutterstock, 2013. c) desentulhar: retirar entulho. Figura 16 - Desentulhar Fonte: Shutterstock, 2013.</p><p>40 SISTEMAS E PROCESSOS CONSTRUTIVOS Vale salientar, neste momento, que nenhum movimento de terra pode ser fei- to enquanto não se concluírem os serviços de desmatamento, destocamento e Equipamento utilizado para quebrar a compactação desentulho. do solo, diminuindo a possibilidade de erosão. Quanto aos materiais oriundos destes serviços, devem ter um direcionamen- to conscientizado, ou seja, devem ser despejados em locais apropriados. Vamos aprender quais os principais equipamentos para execução dos serviços de limpeza: a) serra mecânica portátil; b) c) tratores (esteira e pneus); d) e) enxadas; f) caminhões basculantes; g) pá carregadeira. Estes equipamentos são os mais comuns, porém cabe aos responsáveis pelo serviço utilizar equipamentos apropriados conforme o tipo e a densidade da ve- getação a ser removida. Para execução da limpeza do terreno é necessário atentar-se às questões am- bientais de modo que o serviço não atinja os elementos de proteção ambiental. Neste sentido, os órgãos governamentais fiscalizam este processo para evitar que os terrenos de preservação ambiental sejam atingidos pelo desmatamento, além dos controles das toras aproveitáveis destinadas a locais indicados, dos quais ava- liaremos os principais critérios mais a frente. A limpeza do terreno deve proceder primeiramente com o destocamento das árvores de maior porte, sempre se preocupando com a demarcação do terreno, para que as árvores não atinjam terrenos vizinhos ou não gerem acidentes. Caso seja identificado que a árvore de grande porte possa adentrar outro terreno ou atingir al- guma edificação muito próxima, este processo se dá pelo corte de pequenos galhos da parte mais alta da árvore, que deve estar amarrada e seu perímetro protegido.</p><p>4 INSTALAÇÃO DA OBRA 41 Figura 17 Poda de árvores de grande porte Fonte: 2013. Segundo o Departamento de Infraestrutura de Transporte da SAIBA Bahia (DERBA), é proibido o uso de explosivos para remoção da vegetação para os serviços de terraplanagem. Leia mais MAIS na "apostila de especificação de serviços do DERBA Serviços Procure-a nos sites de busca na Você deve estar se perguntando: e os solos férteis, o que é feito com eles caso estejam numa área que precise executar limpeza? solo quando classificado como fértil é removido durante a limpeza, estocado para que possa ser utilizado posteriormente nas áreas de exploração de materiais. Os serviços de limpeza não se aplicam em terrenos de solos moles, se identificado no projeto, com base nos ensaios geotécnicos. Voltando a falar das questões ambientais, vamos destacar alguns cuidados ex- tremamente relevantes para nosso estudo: a) o desmatamento ou destocamento deve estar em conformidade com o pro- jeto, aprovado pelo órgão ambiental competente de maneira a não expor o solo e taludes à erosão; b) é proibida a queima do material removido; c) é preciso evitar abertura de caminhos e acessos desnecessários para o trans- porte de materiais, a fim de não desmatar áreas não definidas em projeto; d) área de desmatamento ou destocamento deve ser limitada por fitas ou re- des sinalizadoras, a fim de orientar os responsáveis pelo serviço; e) a empresa responsável deve dispor de equipamentos adequados para cada atividade, como a de triturar os restos de vegetais de pequeno porte. Por ser um serviço com características particulares, onde cada terreno exige uma limpeza apropriada, conforme sua necessidade física, fica claro que a medi-</p><p>42 SISTEMAS E PROCESSOS CONSTRUTIVOS ção deste serviço também atende a características específicas. Para facilitar nosso processo de aprendizagem definimos medição como a planilha de acompanha- É o nome dado ao processo de rebaixamento do solo a mento de pagamento por serviço, ou seja, pagar o que foi executado. Vamos en- partir da redução de índice tender melhor! Para cada serviço exige-se uma consideração escrita: de vazios, o que pode causar ruptura e trincas na edificação. a) para a limpeza simples, ou seja, vegetação rasteira, a limpeza é medida em metro quadrado e, normalmente, esta área é descrita no projeto; b) para área onde será necessário destocar árvores com diâmetros de até 0,40 metros, a limpeza é medida em hectares, também prevista em projeto; c) para a limpeza realizada em terrenos cujas árvores apresentem diâmetro maior que 0,40 metros, a medição passa a ser por unidade de árvore destocada. 4.2 MOVIMENTAÇÃO DE TERRA Entre os serviços preliminares de uma obra, ganha destaque a etapa de Movi- mentação de Terra. É nesse momento que iremos preparar o solo para receber a estrutura de uma edificação. Todo serviço ligado à movimentação de terra tem que ser bem feito, bem acompanhado e bem controlado. Devemos lembrar que esta etapa dos processos construtivos irá determinar terreno de base de uma estrutura. Ou seja, os servi- executados aqui determinarão as características do terreno em que pisamos. Já pensou se construirmos uma edificação sobre um solo fofo, sem tratamento prévio? Nada bom, não é mesmo? É na certa! Por isso, é necessário que as movimentações de terra sejam bem executadas. Cada solo tem uma composição baseada em minerais ? VOCÊ e elementos específicos, como argila, areia e silte. De- SABIA? vemos estudar o solo antes da realização de qualquer movimentação no terreno. Devem-se seguir as normas técnicas delimitadas pela NR-18 para execução das movimentações de terra. Os processos envolvidos devem ser delimitados por realizações de sondagem e levantamentos planialtimétricos.</p><p>4 INSTALAÇÃO DA OBRA 43 Figura 18 Movimento de terra Fonte: Shutterstock 2013. movimento de terra se caracteriza em obras de edificações basicamente pela en- trada e retirada de terra do interior do canteiro. Os equipamentos mais utilizados são a retroescavadeira, pá carregadeira e caminhões basculantes. Além desses, podem ser vistos em obras os seguintes equipamentos na execução de movimentos de terra: a) rolo compactador; b) caminhões pipas; c) trator de lâmina; d) trator de esteiras; e) motoniveladora. SAIBA Leia a NR-11 Transporte, Movimentação, Armazenagem e MAIS de Materiais sobre os tipos de equipamento utili- zados na movimentação de terra. Essa etapa tem por objetivo a regularização do terreno, obedecendo-se às co- tas estipuladas por projeto. A partir da posição da cota de projeto em relação às cotas encontradas no terreno, teremos operações de corte ou de aterro ou, ainda, ambas as situações. Mas o que seriam cortes? E o que seriam aterros? Na construção civil, utilizamos a palavra Corte para designar o local onde são retiradas porções de terra para alcançar melhorias nas características do solo. Por outro lado, utilizamos a palavra Aterro para designar o local que recebe porções de terras para alcançar melhorias nas características do solo.</p><p>44 SISTEMAS E PROCESSOS CONSTRUTIVOS Se as movimentações de terra forem realizadas com o objetivo de suportar uma estrutura, ou forem realizados aterros com alturas acima de um metro ou, São pedras, geralmente roladas (sem ainda, com volumes ultrapassando 1.000 é recomendado o uso de procedi- pontiaguda), encontradas mentos técnicos e contratação de profissionais qualificados com registros nos próximas a lagos ou rios. órgão competentes. Corte São solos ricos em ou seja, materiais orgânicos provenientes de deterioração e decomposição de seres Aterro Figura 19 Representação de corte e aterro Fonte: 2013. Quando realizamos movimentações de escavação para execução de cortes nos solos, os materiais retirados são classificados e denominados a partir dos se- guintes termos: a) material de primeira categoria: trata-se de materiais de baixa resistência, como solos de rochas decompostas ou argilas e de até 15 cm de diâmetro; b) material de segunda categoria: trata-se de materiais de resistência consi- derável, com grau de penetração mecânica menor que o de granitos; c) material de terceira categoria: trata-se de materiais de resistência elevada, com grau de penetração mecânica maior ou igual que a do granito. Figura 20 Execução de corte do terreno Fonte: 2013.</p><p>4 INSTALAÇÃO DA OBRA 45 Já no caso de movimentações realizadas para execução de aterros, devem ser feitos testes de sondagem e ensaios específicos para evitar uso de solos inade- quados com baixa qualidade em relação ao solicitado por projetos. Não podem ser utilizados solos como argilas orgânicas ou turfas4. solo para aterros deve ser compactado por etapas. Em um primeiro momen- to é sugerido que haja compactação manual em camadas inferiores a 20 cm. No segundo momento deve ser realizada compactação mecânica do solo em cama- das variando entre 20 a 40 cm. o grau dessas compactações só pode variar entre 100 a 95% do normal. Figura 21 Execução de aterro Fonte: 2013. Antes de efetuar a etapa de movimentação de terra em ! FIQUE um local, devemos verificar a existência de fundações e ALERTA muros vizinhos, pois as vibrações no terreno podem gerar a queda de muros e problemas em fundações preexisten- tes causando acidentes graves. Em alguns momentos, é necessária a explosão do terreno para eliminar rochas com alta resistência à penetração. Para tanto, há necessidade de contratação de um profissional qualificado, cuja nomenclatura é blaster. Ele é especializado na utilização de explosivos. Esse tipo de operação é executado em três etapas: uma refere-se ao rompi- mento inicial da rocha, a segunda refere-se à realização da explosão, e a terceira refere-se ao rompimento da rocha. Antes de iniciar essa operação, é necessário desmobilizar todos os operários do local para evitar acidentes e alertar com sirenes antes do explosivo ser acio- nado. Depois que a operação é realizada, não se deve liberar a volta imediata ao local, pois a fumaça e gases tóxicos podem causar problemas a quem os inala.</p><p>46 SISTEMAS E PROCESSOS CONSTRUTIVOS SENLEIVAMENTO: Devem ser tomados cuidados para evitar erosão do solo após os processos de movimentação de terra. Uma alternativa é a realização de que É o processo de plantio de gramas em placas sob não permite o deslize do solo no local em que é realizado. Esse processo é muito taludes para que as importante, principalmente em épocas de chuvas fortes. sustentem o solo, não permitindo a erosão ou Outra alternativa é a utilização de muros de ou para conter possíveis movimentações de terra. Os gabiões são mais utilizados em terrenos alagados, e muros de arrimo são mais utilizados em pés de taludes. Como todo trabalho deve ser bem planejado, algumas considerações e verifi- DE ARRIMO: cações devem ser feitas antes de iniciarmos a execução da numa são elementos de contenção obra, dentre elas, as seguintes: utilizados para evitar movimentações de terra. a) em terrenos com elevada presença de umidade, deve ser feito o rebaixamen- to do freático ou drenagem superficial antes da movimentação de terra; b) em terrenos com necessidade de escavações verticais, as ribanceiras ou bar- rancos devem ser protegidos de acordo com normas de segurança; São elementos de contenção c) em terrenos inclinados, os aterros devem ser precedidos de uma etapa de no formato de gaiolas com pedras no seu interior, elaboração de patamares na horizontal; utilizados em local com muita presença de água. d) em terrenos com presença de nascentes d'água, devem ser executados dre- nos ou desvios no curso da água. Com base na NR 18, devemos tomar alguns cuidados quanto à segurança para execução de movimentações de terra. Alguns deles são os seguintes: TERRAPLENAGEM: a) o local onde será realizada a terraplenagem deve ser destocado e desmata- É o mesmo que movimentação de terra. do, ou seja, deve estar isento de camada vegetal; b) se houver risco de instabilidade no local, deve ser realizado escoramento de árvores que não tenham sido destocadas, e retirado qualquer elemento, material ou rochas previamente à execução; c) qualquer construção já existente no local, se sob risco de ser afetada pela movimentação de terra, deve ser escorada previamente; d) se existirem fiações elétricas passando por debaixo do terreno, a terraplena- gem só pode ser realizada após o órgão responsável cessar a transmissão de eletricidade para essas fiações; e) devem ser atendidas as exigências da NR 18 item Escavações, funda- ções e desmonte de rochas, caso seja realizado esse tipo de escavação; f) se forem realizadas escavações superiores a 1,25m, devem ser dispostas esca- das ou rampas para os trabalhadores em caso da necessidade de emergências; g) a área da escavação deve ser sinalizada e só é permitido o acesso de pessoal autorizado ao local. Tomados todos esses cuidados e realizadas todas essas ações supracitadas, as movimentações de terra serão efetuadas sem problemas para o executor.</p><p>4 INSTALAÇÃO DA OBRA 47 4.3 IMPLANTAÇÃO DO CANTEIRO DE OBRAS canteiro é o local onde será feita a administração da obra, portanto, deve-se alocar muito bem a equipe administrativa, o setor de recursos humanos e os traba- da obra, além de fornecer um ambiente de trabalho propício para execu- ção de serviço com qualidade. Neste capitulo, vamos aprender como funciona o processo de implantação do canteiro, de informações prévias de segurança, responsabilidades, planejamento e, por fim, execução. Imagine que o setor que projeta a obra tem um grande tra- balho: definir o espaço adequado para receber uma equipe de profissionais. Para que o canteiro atenda às necessidade de trabalho e, principalmente, as normas regulamentadoras, faz-se necessário um planejamento prévio para estu- dar o orçamento, tipo de canteiro e sua disposição física. planejamento deve abordar itens como tapume, equipamentos e outros. Veja no quadro abaixo os três principais tipos de canteiro e suas respectivas aplicabilidades. TIPO DESCRIÇÃO A construção ocupa o terreno completo ou uma alta percentagem deste. 1. Restritos Acessos Exemplos Construções em áreas centrais das cidades, ampliações e A construção ocupa somente uma parcela relativamente pequena do terreno. 2. Amplos Há disponibilidade de acessos para veículos e de espaço para as áreas de armazenamento e acomodação de pessoal. Construção de plantas conjuntos habitacionais horizontais e outras Exemplos grandes obras como barragens ou usinas São restritos em apenas uma das dimensões, com possibilidade de acesso em 3. Longos e estreitos poucos pontos do canteiro. Trabalhos em estradas de ferro e rodagem, redes de gás e petróleo, e alguns Exemplos casos de obras de edificações em zonas urbanas. Quadro 3 Tipos de canteiros Fonte: SENAI, 2013. POLÍTICA DE SEGURANÇA A segurança do trabalho deve estar inserida em qualquer empresa, preservan- do seu maior patrimônio, o ser humano, bem como seus materiais, equipamentos e produtos. Portanto, para atender à legislação brasileira, é importante estudar a melhor forma de evitar acidentes, e como o canteiro será a primeira parte da obra a ser executada, é necessária a promoção da saúde e proteção da vida. Para isso, destacam-se quatro aspectos importantes:</p><p>48 SISTEMAS E PROCESSOS CONSTRUTIVOS a) qualificação da mão de obra: quando absorvemos mão de obra especia- lizada significa que o profissional irá realizar seu trabalho com qualidade e eficiência, aplicando as normas de segurança; b) Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Tra- balho (SESMT): Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Me- dicina do Trabalho é o órgão que centraliza o planejamento da segurança e dissemina as principais medidas possíveis para atender às normas; c) Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA): formada por traba- da própria obra. Responsáveis pela divulgação da norma de segu- rança, elaboração dos mapas de risco e convocação de reuniões extraordi- nárias quando necessário; d) Ordem de Serviço sobre Segurança e Medicina do Trabalho: é o instru- mento descrito em lei desde 1978, que universaliza os processos de execu- ção de serviço, segurança e saúde do trabalho. Mapa de Riscos - Administração Escritório Banheiro Risco Leve CIPA Risco Médio 5 Risco Elevado Figura 22 Mapa de risco Fonte: 2013. A legenda gráfica descrita na figura mostra os riscos existentes num escritório administrativo. A intensidade deste risco pode ser classificada em: a) risco leve; b) risco médio; c) risco elevado.</p><p>4 INSTALAÇÃO DA OBRA 49 Este risco é descrito pelo tamanho do círculo. No caso do escritório, o banheiro possui um risco leve e o escritório possui dois riscos, um médio e um grande. Ao lado do mapa, verificamos a legenda. Cada con destes círculos define um tipo de risco: d) vermelho risco químico; e) verde risco físico; f) marrom risco biológico; g) amarelo ergonômico; h) azul mecânico. ! FIQUE mapa de risco deve estar em locais de fácil acesso a to- ALERTA dos que adentrem ambiente de trabalho, num tamanho adequado e autoexplicativo. RESPONSABILIDADES E ATRIBUIÇÕES Para implantação do canteiro, a equipe de trabalho é bem pequena. Vamos estudar cada atribuição: a) gerente de contrato; b) engenheiro; c) mestre; d) SESMT; e) CIPA; f) trabalhadores da obra. gerente, além de se responsabilizar pelos contratos, define junto com os engenheiros os padrões mínimos de segurança e saúde do trabalho, e os enge- nheiros garantem a execução das normas conforme PCMAT. Já os mestres são orientadores das medidas de segurança, participando de forma ativa. o SESMT Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho executa PCMAT, e a CIPA divulga normas aos empregados que, por sua vez, devem colaborar com as medidas de segurança previstas na obra. Para planejar a implantação do canteiro de obras, temos que considerar os itens descritos acima; neste contexto, conforme a NR18, é obrigatória a comu- nicação com a Delegacia Regional do Trabalho. Esse comunicado deve conter informações pertinentes à obra, tais como: endereço da obra, tipo de obra, data de início e término, número máximo de trabalhadores, entre outras informações.</p><p>50 SISTEMAS E PROCESSOS CONSTRUTIVOS É importante para a Delegacia Regional do Trabalho que seja Improviso. SAIBA informado o pico de número de trabalhadores para avaliar MAIS se a obra cumpre todos os requisitos das normas vigentes. Procure mais informações no site do instituto brasileiro de auditoria de obras publicas (IBRAOP). Além do PCMAT, a obra deve elaborar e implementar o Programa de Preven- ção de Riscos Ambientais (PPRA) por meio de antecipação, avaliação, reconheci- mento e controle da ocorrência de o PPRA deve ser elaborado pelo SESMT ou por uma equipe de trabalho. Por fim, para concluir a parte burocrática da implantação do canteiro, é neces- sária a elaboração do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCM- SO). Este programa tem como objetivo a promoção da preservação da saúde dos trabalhadores, dessa forma, é de responsabilidade da terceirizada informar à con- tratante quais os riscos e auxiliar na elaboração do PCMSO. PCMAT PPRA SESMT PCMSO Figura 23 Segurança do trabalho Fonte: 2013. Toda obra deve estar equipada com material necessário para prestação dos primeiros socorros, em conformidade as normas e as características dos serviços desenvolvidos. Daremos início à parte prática da implantação do canteiro, que pode ser di- vidido em três grandes grupos: as ligações provisórias, as instalações mínimas, conforme NR18, e o Layout de canteiro.</p><p>4 INSTALAÇÃO DA OBRA 51 4.4 LIGAÇÕES PROVISÓRIAS No intuito de fornecer um ambiente de trabalho favorável para execução de diversos serviços e manter a higiene, é imprescindível a instalação elétrica e hi- dráulica de um canteiro. o principal desafio de um canteiro de obras é atender às necessidades elétri- cas, assim sendo, evitar as famosas para fornecimento de energia em locais com difíceis acessos e possíveis vazamentos de água. Para definição das ligações provisórias, é necessário considerar as dimensões do canteiro para o fornecimento de energia e abastecimento de água, conforme quantidade de funcionários e, por conseguinte, cuidar do esgoto gerado. Mes- mo lendo esta breve introdução, você conseguiria definir instalações provisórias, caro aluno? É o fornecimento de energia e água para uma determinada obra por tempo determinado. Vamos estudar os três tipos de ligações provisórias: a) ligação de água - é imprescindível a construção de abrigo e cavalete, asso- ciado ao registro e localizado próximo ao reservatório; Figura 24 Ligação de água Fonte: SENAI, 2013. b) ligação elétrica - solicitação junto á concessionária com as definições de potência, potência máxima e equipamento a ser utilizado; Figura 25 Ligação elétrica Fonte: Shutterstock, 2013.</p><p>52 SISTEMAS E PROCESSOS CONSTRUTIVOS c) ligação de esgoto solicitação junto à concessionária, bem como o forneci- mento do dimensionamento das caixas-d'água e cisternas. e Figura 26 Cisterna em obra Fonte: 2013. Quando o canteiro de obra, por algum motivo, não possuir rede de água no local, deve ser feita uma fossa séptica, que posteriormente pode ser a definitiva. Antes de aprofundar nossos estudos nos tipos de ligações provisórias de um canteiro, é importante entendermos as principais exigências para este serviço: a) aplicar as normas vigentes, exigências da concessionária, bem como boas práticas construtivas para todas as ligações; b) planejar os serviços com demanda de água e energia de forma a não inter- romper seu fornecimento e também informar com antecedência a vizinhan- ça sobre possíveis interrupções no fornecimento; c) quando possível, instalar as ligações definitivas da edificação, evitando os resíduos das instalações provisórias; d) realizar inspeções periódicas para detectar possíveis vazamentos e evitar maiores transtornos posteriores; e) recuperar de imediato ou o mais breve possível os danos causados ao bem comum, devido à execução das ligações. Um bom exemplo de boa prática construtiva na ligação elétrica é corrê-los dentro de tubos ou manilhas de proteção quando enterrados. Para tubulações de diferentes serviços (esgoto, água, drenagem) e materiais, executar cobertura mínima de solo e camadas de proteção.</p><p>4 INSTALAÇÃO DA OBRA 53 4.5 LIGAÇÃO DE ÁGUA Partindo do pressuposto que exista rede de fornecimento de água pública, é obrigatória a construção do abrigo, cavalete com respectivo registro. Esta prote- ção também apresenta algumas exigências: a) distância do lote máximo de 1,5 metros; b) boa acessibilidade para possíveis inspeções da concessionária; c) percurso simples do cavalete ao reservatório; d) distância do portão de entrada máximo de 7,0 metros. Outra solicitação muito importante é a ligação de água para consumo e para higiene pessoal dos trabalhadores. POÇO poço apresenta-se em três tipologias: Poço Artesiano Quando a água está localizada abaixo da camada impermeável sem precisar bombear para retirada de água. Poço Semiartesiano Quando a água está localizada abaixo da camada impermeável e necessita de bomba para surgir na superfície. Freático Quando a água está localizada acima da camada Quadro 4 Tipos de poço 2013. De forma geral, poço é locado no fundo da obra e distante da fundação e das construções vizinhas. A água é direcionada por meio de tubulações provisórias até o canteiro. Salientamos que este serviço é feito por uma empresa especiali- zada e, portanto, o poceiro não compõe o quadro de trabalhadores do canteiro.</p><p>54 SISTEMAS E PROCESSOS CONSTRUTIVOS 4.6 LIGAÇÃO ELÉTRICA Primeiramente, definem-se os equipamentos e máquinas elétricas para verifi- car as respectivas potências, com cuidado de destacar os equipamentos de maior potência e consumo. Não podemos nos esquecer de definir também as distribui- ções de tomadas e interruptores no canteiro conforme layout. A ligação elétrica apresenta duas possibilidades de instalação: a) ligação aérea; b) ligação subterrânea. 4.6.1 LIGAÇÃO AÉREA As ligações de redes aéreas são as interligadas por postes de energia. Apresen- ta como principal vantagem a facilidade para manutenção e o baixo custo de ins- talação. Porém apresenta também inúmeras desvantagens, como o cuidado com árvores próximas aos postes, tendo uma manutenção de poda periodicamente. Esta instalação terá: a) postes de ferro fundido ou concreto; b) 6,0 metros de altura do chão e 1 metro enterrado; c) Cabo AWG n° 02, conforme potência; d) conduíte de diâmetro 1 1/2"; e) caixa de chapa de aço tipo padronizada. Figura 27 Rede elétrica aérea Fonte: 2013.</p><p>4 INSTALAÇÃO DA OBRA 55 4.6.2 LIGAÇÃO SUBTERRÂNEA As instalações, neste caso, são feitas por baixo da terra. Esta opção hoje é a mais indicada devido ao seu leque de vantagens tais como: preservação do meio ambiente, qualidade na rede, baixa vulnerabilidade em relação aos riscos climáti- cos, circuito realimentado mais rapidamente, entre outros. Por outro lado, o custo deste tipo de instalação assume uma proporção de 10 vezes o valor da instalação aérea. Entendeu o real motivo para não termos este tipo de instalação em todo o Brasil? A instalação subterrânea será: a) cano de ferro galvanizado com diâmetro de 3 1/2"; b) caixa de chapa de aço tipo "M" padronizado; c) localização da caixa: acima do piso 1,5 a 2,0 metros a contar da face superior da referida caixa. Figura 28 Rede elétrica Fonte: SENAI, 2013. LIGAÇÃO DE ESGOTO Após as verificações da ligação hidráulica, a próxima etapa é definir destino do esgoto gerado pela obra. Caso não haja rede pública, lembramos que é de responsabilidade da obra a construção de fossas sépticas e sumidouros, quando necessário. Mesmo que provisório, o cuidado com o esgoto deve existir, visto que os re- cursos hídricos locais também precisam ser preservados.</p>

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