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<p>Direito do</p><p>Consumidor</p><p>Responsável pelo Conteúdo:</p><p>Prof.ª M.ª Christiane Cavalcante Marcellos</p><p>Revisão Textual:</p><p>Prof.ª Dr.ª Luciene Oliveira da Costa Granadeiro</p><p>Da Proteção Contratual</p><p>Da Proteção Contratual</p><p>• Conhecer as regras próprias para a celebração de um contrato de consumo.</p><p>OBJETIVO DE APRENDIZADO</p><p>• Introdução;</p><p>• Das Cláusulas Abusivas;</p><p>• Dos Contratos de Adesão.</p><p>UNIDADE Da Proteção Contratual</p><p>Introdução</p><p>O Código de Defesa do Consumidor, dos artigos 46 ao 54, trata das regras básicas</p><p>de interpretação de todo contrato de consumo. Tais regras não devem ser vistas isolada-</p><p>mente, mas sim em conformidade com várias outras já estudadas, notadamente aquelas</p><p>sobre os princípios e práticas comerciais.</p><p>Figura 1 – Consumidor assinando contrato</p><p>Fonte: Getty Images</p><p>A relação de consumo pode existir das mais variadas formas, o que reflete na existên-</p><p>cia de diversos contratos de consumo. A maioria desses contratos é de adesão, que são</p><p>aqueles previamente elaborados pelo fornecedor, sem a possiblidade de o consumidor</p><p>discutir as cláusulas contratuais.</p><p>Para uma sociedade em que o consumo só aumenta, o contrato de adesão garante</p><p>agilidade aos negócios do fornecedor, mas também deixa o consumidor em situação de</p><p>fragilidade, sem que haja igualdade nas contratações.</p><p>O presente estudo trata da proteção que se dá aos contratos de consumo, como veremos</p><p>a seguir. Inicialmente, iremos estudar os princípios específicos dos contratos de consumo.</p><p>Dos princípios específicos dos contratos de consumo</p><p>Como já estudamos, os princípios são regras que norteiam todo o ordenamento jurí-</p><p>dico. O CDC é rico em princípios!</p><p>No caso, estudaremos os princípios específicos dos contratos de consumo, são eles:</p><p>Princípio da conservação do contrato, Princípio da transparência contratual, Princípio</p><p>da interpretação da norma mais favorável e princípio da vinculação pré-contratual.</p><p>Vejamos o que diz cada um dos princípios:</p><p>8</p><p>9</p><p>Princípio da conservação do contrato</p><p>O § 2° do art. 51 do CDC determina que “A nulidade de uma cláusula contratual</p><p>abusiva não invalida o contrato, exceto quando de sua ausência, apesar dos esforços de</p><p>integração, decorrer ônus excessivo a qualquer das partes.”.</p><p>Para estudarmos o parágrafo acima, devemos nos lembrar do inciso V do art. 6º, que</p><p>dispõe como direito básico do consumidor, “a modificação das cláusulas contratuais que</p><p>estabeleçam prestações desproporcionais ou sua revisão em razão de fatos supervenien-</p><p>tes que as tornem excessivamente onerosas.”.</p><p>Fazendo uma análise conjunta, percebemos que a intenção do legislador é a preser-</p><p>vação do contrato, mesmo que para isso precise reconhecer a nulidade de uma cláusula</p><p>contratual abusiva. Afinal, em regra, “a nulidade de uma cláusula contratual abusiva não</p><p>invalida o contrato”.</p><p>Princípio da transparência contratual</p><p>Segundo o art. 46 do CDC:</p><p>Os contratos que regulam as relações de consumo não obrigarão os con-</p><p>sumidores, se não lhes for dada a oportunidade de tomar conhecimento</p><p>prévio de seu conteúdo, ou se os respectivos instrumentos forem redigi-</p><p>dos de modo a dificultar a compreensão de seu sentido e alcance.</p><p>O artigo acima consagra o princípio da transparência contratual, que deve ser enten-</p><p>dido de forma ampla, pois além de dar conhecimento prévio do contrato ao consumidor,</p><p>o fornecedor deve ser claro, de modo que o consumidor possa compreender todo o</p><p>conteúdo do contrato.</p><p>Sobre o assunto, o Tribunal de Justiça de São Paulo, em julgamento sobre um contra-</p><p>to de prestação de serviços médico-hospitalares celebrado entre hospital e consumidor,</p><p>entendeu pela inexigibilidade de débito excedente, sob o seguinte fundamento:</p><p>É dever insuperável de o fornecedor apresentar um prévio orçamento</p><p>básico, comunicando expressa e imediatamente eventuais peculiaridades</p><p>ou intercorrências do tratamento, de modo que o consumidor tenha ple-</p><p>na e integral ciência dos serviços prestados, incluindo valores cobrados,</p><p>alternativas de tratamento e possibilidade de transferência a outro noso-</p><p>cômio da rede pública ou mesmo particular. (Apelação Cível nº 1028095-</p><p>64.2016.8.26.0001; Órgão julgador: 22ª Câmara de Direito Privado;</p><p>Data do julgamento: 21/05/2018)</p><p>Princípio da interpretação da norma mais favorável</p><p>Sabemos que o Código de Defesa do Consumidor protege o consumidor, conside-</p><p>rado parte vulnerável na relação de consumo, por isso as “cláusulas contratuais serão</p><p>interpretadas de maneira mais favorável ao consumidor.” (art. 47) .</p><p>9</p><p>UNIDADE Da Proteção Contratual</p><p>Figura 2 – Julgamento</p><p>Fonte: Getty Images</p><p>Segundo o Superior Tribunal de Justiça, “Cláusulas contratuais devem ser interpretadas</p><p>de maneira mais favorável ao consumidor, mormente quando se trata de contrato de ade-</p><p>são.” (REsp 1.133.338/SP, Rel. Ministro Paulo de Tarso Sanseverino, 3ª T., DJe 9-4-2013).</p><p>Assim, por exemplo, em contrato de seguro, caso haja divergência na interpretação</p><p>de alguma cláusula, deve ser interpretada da forma mais benéfica ao consumidor.</p><p>Princípio da vinculação pré-contratual</p><p>Já estudamos que a oferta obriga o fornecedor. Agora veremos que os escritos par-</p><p>ticulares, os recibos e os pré-contratos também vinculam, conforme art. 48 do CDC,</p><p>“As declarações de vontade constantes de escritos particulares, recibos e pré-contratos</p><p>relativos às relações de consumo vinculam o fornecedor, ensejando inclusive execução</p><p>específica, nos termos do art. 84 e parágrafos.”.</p><p>Assim, o fornecedor é obrigado a cumprir aquilo que constar nos escritos particulares,</p><p>recibos e pré-contratos, pois integram o contrato, sob pena de ter que cumprir mediante</p><p>determinação judicial.</p><p>Do direito ao arrependimento</p><p>O consumidor, cada vez mais, tem efetuado compras fora do estabelecimento do</p><p>Fornecedor, em especial pela internet ou outro meio eletrônico. Segundo a revista Exa-</p><p>me, as vendas on-line cresceram 47% no primeiro semestre de 2020, maior alta em 20</p><p>anos, “Relatório da Ebit/Nielsen mostra que a pandemia de covid-19 provocou um pico</p><p>nas compras online, levando 7,3 milhões de novos consumidores ao e-commerce”, Por</p><p>Carolina Ingizza, Publicado em 27/08/2020 e alterado em 28/08/2020.</p><p>Vendas online no Brasil crescem 47% no 1º semestre, maior alta em 20 anos.</p><p>Disponível em: https://bit.ly/3tSGhEh</p><p>10</p><p>11</p><p>Figura 3 – Compra pela internet</p><p>Fonte: Getty Images</p><p>Quando o consumidor faz uma compra ou contrata um serviço fora do estabelecimento</p><p>do fornecedor, ele tem o chamado “direito de arrependimento”, previsto no art. 49 do CDC:</p><p>O consumidor pode desistir do contrato, no prazo de 7 dias a contar de</p><p>sua assinatura ou do ato de recebimento do produto ou serviço, sempre</p><p>que a contratação de fornecimento de produtos e serviços ocorrer fora</p><p>do estabelecimento comercial, especialmente por telefone ou a domicílio.</p><p>Parágrafo único. Se o consumidor exercitar o direito de arrependimento</p><p>previsto neste artigo, os valores eventualmente pagos, a qualquer título,</p><p>durante o prazo de reflexão, serão devolvidos, de imediato, monetaria-</p><p>mente atualizados.</p><p>O direito de arrependimento somente pode ser exercido nas compras realizadas fora</p><p>do estabelecimento comercial, tais como aquelas efetuadas por telefone, em domicílio</p><p>(vendedor vai até a casa do consumidor), por correspondência e pela internet. Segundo</p><p>o Tribunal de Justiça de São Paulo:</p><p>Impossibilidade de exercício do direito de arrependimento, pois a compra</p><p>foi celebrada no estabelecimento comercial da autora – Caso em que o</p><p>suposto descumprimento da promessa de conserto de pequenas avarias</p><p>no veículo não justifica o desfazimento do contrato e a inércia na retira-</p><p>da do veículo, pois não se trata de vício que impede a correta utilização</p><p>do bem. (TJSP, Agravo de Instrumento nº 2195289-75.2016.8.26.0000,</p><p>25ª Câmara de Direito Privado, j. 27/10/2016)</p><p>O prazo de 7 (sete) dias para o exercício do direito de arrependimento é considerado</p><p>como um prazo de reflexão, para que o consumidor possa analisar, por exemplo, a</p><p>utilidade ou não do negócio. Também se justifica pelo fato</p><p>de não ter sido possível para</p><p>o consumidor conhecer melhor o produto/serviço, já que não teve condições de testar,</p><p>comparar e nem esclarecer dúvidas.</p><p>11</p><p>UNIDADE Da Proteção Contratual</p><p>Veja caso julgado pelo Tribunal de Justiça do Estado de SP, reconhecendo o direito de arre-</p><p>pendimento, antes do término de fidelidade do serviço de telefonia e internet.</p><p>Ementa: *Ação declaratória de inexigibilidade de débito c.c. indenizatória por danos mo-</p><p>rais – Telefonia e internet – Arrependimento da contratação dos serviços pelo autor, por</p><p>problemas com o sinal do serviço de telefonia/internet, no prazo previsto no art. 49 do</p><p>CDC – Cobrança de multa contratual por cancelamento do contrato antes do término do</p><p>período de fidelidade e negativação do nome do autor em cadastro de inadimplentes por</p><p>tal débito – Aplicação do Código de Defesa do Consumidor – Responsabilidade objetiva</p><p>(art. 14 do CDC) – Má prestação de serviço evidenciada – Ilícita a cobrança da multa por</p><p>rescisão do contrato antes do término do período de fidelidade – Exercício pelo autor do</p><p>direito de arrependimento assegurado pelo art. 49 do CDC – Inexigibilidade do débito ne-</p><p>gativado – Danos morais evidenciados com o próprio fato ilícito da violação (negativação</p><p>ilícita) – Damnum in re ipsa – Valor da indenização arbitrado de acordo com os critérios</p><p>da razoabilidade e proporcionalidade, segundo a extensão do dano (art. 944 do CC) – Re-</p><p>curso negado.* (TJSP, Apelação cível n. 1006170-83.2020.8.26.0223, 13ª Câmara de Direito</p><p>Privado, j. 24/02/2021)</p><p>Sobre a contagem do prazo, “o consumidor pode desistir do contrato, no prazo de 7</p><p>dias a contar de sua assinatura ou do ato de recebimento do produto ou serviço” (art. 49).</p><p>Não é possível as partes convencionaram prazo menor, mas se aceita prazo maior.</p><p>Conforme parágrafo único do art. 49, “Se o consumidor exercitar o direito de arre-</p><p>pendimento previsto neste artigo, os valores eventualmente pagos, a qualquer título, du-</p><p>rante o prazo de reflexão, serão devolvidos, de imediato, monetariamente atualizados.”.</p><p>Em outras palavras, o consumidor devolve o produto e o fornecedor devolve o valor</p><p>que recebeu (atualizado). A devolução da quantia paga deve ser feita de modo imediato,</p><p>salvo a hipótese de pagamento com cartão de crédito, quando o consumidor precisa</p><p>aguardar um prazo razoável para a realização do estorno do valor, que ocorre pela ope-</p><p>radora do cartão.</p><p>Importante!</p><p>O direito de arrependimento ocorre somente nas compras realizadas fora do estabeleci-</p><p>mento comercial, tais como:</p><p>• compras por telefone;</p><p>• em domicílio (vendedor vai até a casa do consumidor);</p><p>• por correspondência;</p><p>• pela internet.</p><p>Fornecimento de Produtos ou Serviços que Envolva Outorga</p><p>de Crédito ou Concessão de Financiamento ao Consumidor</p><p>Segundo o art. 52:</p><p>No fornecimento de produtos ou serviços que envolva outorga de crédito</p><p>ou concessão de financiamento ao consumidor, o fornecedor deverá, en-</p><p>tre outros requisitos, informá-lo prévia e adequadamente sobre:</p><p>12</p><p>13</p><p>I – preço do produto ou serviço em moeda corrente nacional;</p><p>II – montante dos juros de mora e da taxa efetiva anual de juros;</p><p>III – acréscimos legalmente previstos;</p><p>IV – número e periodicidade das prestações;</p><p>V – soma total a pagar, com e sem financiamento.</p><p>O artigo trata de algo muito comum na vida das pessoas, que é o crédito ou finan-</p><p>ciamento para a compra de um produto ou serviço. O legislador obriga do fornecedor a</p><p>informar o consumidor, prévia e adequadamente, sobre preço do produto ou serviço em</p><p>moeda corrente nacional, montante dos juros de mora e da taxa efetiva anual de juros,</p><p>acréscimos legalmente previstos, número e periodicidade das prestações e soma total a</p><p>pagar, com e sem financiamento, bem como outras consideradas necessárias.</p><p>Em caso de inadimplemento das obrigações, a multa de mora não poderá ser supe-</p><p>rior a dois por cento do valor da prestação paga pelo consumidor (§ 1º do art. 52).</p><p>Por fim, caso o consumidor queira, é permitida a liquidação antecipada do débito, total ou</p><p>parcialmente, mediante redução proporcional dos juros e demais acréscimos (§ 2º do art. 52).</p><p>Contratos de Compra e Venda de Móveis ou Imóveis</p><p>Mediante Pagamento em Prestações, bem como nas</p><p>Alienações Fiduciárias em Garantia</p><p>Segundo o art. 53 do CDC:</p><p>Nos contratos de compra e venda de móveis ou imóveis mediante paga-</p><p>mento em prestações, bem como nas alienações fiduciárias em garan-</p><p>tia, consideram-se nulas de pleno direito as cláusulas que estabeleçam a</p><p>perda total das prestações pagas em benefício do credor que, em razão</p><p>do inadimplemento, pleitear a resolução do contrato e a retomada do</p><p>produto alienado.</p><p>Como percebemos, consideram-se nulas de pleno direito as cláusulas que estabele-</p><p>çam a perda total das prestações pagas em benefício do credor, nos contratos de com-</p><p>pra e venda de móveis ou imóveis mediante pagamento em prestações, bem como nas</p><p>alienações fiduciárias em garantia.</p><p>Sobre o tema em questão, temos a súmula 543 do Superior Tribunal de Justiça, que</p><p>trata da hipótese de resolução de contrato de promessa de compra e venda de imóvel</p><p>submetido ao CDC. De acordo com a súmula, se a resolução se deu culpa exclusiva do</p><p>promitente vendedor/construtor, “deve ocorrer a imediata restituição das parcelas pagas</p><p>pelo promitente comprador – integralmente”. Se a culpa do desfazimento foi do consu-</p><p>midor, a restituição é parcial.</p><p>O Superior Tribunal de Justiça prevê a possibilidade de extinção do contrato, mas</p><p>não dita qual seria o percentual de restituição possível.</p><p>A lei 4.591/64, que disciplina incorporações imobiliárias, alterada pela lei 13.786/18</p><p>(Lei do distrato), no inciso II do art. 67-A, prevê que o limite da pena convencional não</p><p>13</p><p>UNIDADE Da Proteção Contratual</p><p>deverá ser superior a 25% (vinte e cinco por cento) do valor pago. Significa dizer que</p><p>75% do valor pago pelo consumidor devem ser devolvidos.</p><p>Importante!</p><p>Súmula nº 543, do STJ: “Na hipótese de resolução de contrato de promessa de compra</p><p>e venda de imóvel submetido ao CDC, deve ocorrer a imediata restituição das parcelas</p><p>pagas pelo promitente comprador – integralmente, em caso de culpa exclusiva do pro-</p><p>mitente vendedor/construtor, ou parcialmente, caso tenha sido o comprador quem deu</p><p>causa ao desfazimento”;</p><p>Lei 4591/64, alterada pela Lei 13.786/2018:</p><p>Art. 67 – A. Art. 67-A. Em caso de desfazimento do contrato celebrado exclusiva-</p><p>mente com o incorporador, mediante distrato ou resolução por inadimplemento ab-</p><p>soluto de obrigação do adquirente, este fará jus à restituição das quantias que houver</p><p>pago diretamente ao incorporador, atualizadas com base no índice contratualmente</p><p>estabelecido para a correção monetária das parcelas do preço do imóvel, delas dedu-</p><p>zidas, cumulativamente:</p><p>[...]</p><p>I – a pena convencional, que não poderá exceder a 25% (vinte e cinco por cento) da</p><p>quantia paga.</p><p>Contratos de Consórcio</p><p>Embora exista lei específica sobre consórcio (Lei 11.795/2018), por se tratar de</p><p>relação de consumo, também se aplica do CDC, que no §2º do art. 53, dispôs sobre a</p><p>desistência nos contratos de consórcio:</p><p>Nos contratos do sistema de consórcio de produtos duráveis, a compen-</p><p>sação ou a restituição das parcelas quitadas, na forma deste artigo, terá</p><p>descontada, além da vantagem econômica auferida com a fruição, os</p><p>prejuízos que o desistente ou inadimplente causar ao grupo.</p><p>A remuneração da administradora do consórcio se dá pela chamada taxa de adminis-</p><p>tração. De acordo com a súmula 538-STJ “As administradoras de consórcio têm liberda-</p><p>de para estabelecer a respectiva taxa de administração, ainda que fixada em percentual</p><p>superior a dez por cento.”.</p><p>A prova dos prejuízos que o consumidor desistente ou inadimplente causar ao grupo</p><p>deve ser feita pela administradora do consórcio, conforme entendimento do Superior</p><p>Tribunal de Justiça, “Nos termos da jurisprudência do STJ, a possibilidade de se des-</p><p>contar dos valores devidos percentual a título de reparação pelos prejuízos causados ao</p><p>grupo depende da efetiva prova</p><p>do dano sofrido.” (AgRg no REsp 1483513/DF, Agravo</p><p>Regimental no Recurso Especial, 2014/0211034-4, Relator Ministro Paulo de Tarso de</p><p>Sanseverino, 3ª Turma, J. 19/04/2016).</p><p>14</p><p>15</p><p>Das Cláusulas Abusivas</p><p>Como vimos, em regra, o contrato de consumo é de adesão, assim o consumidor,</p><p>querendo contratar, não tem a oportunidade de alterar qualquer cláusula, resta aderir ou</p><p>não contratar.</p><p>Figura 4 – Consumidor recebendo mercadoria</p><p>Fonte: Getty Images</p><p>Sabemos do poder econômico do fornecedor e, sobretudo, da vulnerabilidade do con-</p><p>sumidor, o que permite a existência de cláusulas abusivas no contrato, muitas vezes</p><p>imperceptíveis aos olhos do consumidor.</p><p>Embora as cláusulas abusivas possam existir em qualquer contrato celebrado pelo</p><p>fornecedor, seja de adesão ou não, é evidente que estão mais presentes no contrato de</p><p>adesão. Por isso, sabiamente o legislador estabeleceu um rol exemplificativo das cláusu-</p><p>las consideradas abusivas no art. 51.</p><p>Importante!</p><p>O Rol do art. 51 é meramente exemplificativo, significa que outras cláusulas abusivas</p><p>podem ser reconhecidas pelo Poder Judiciário, segundo análise do caso concreto.</p><p>As cláusulas abusivas são nulas de pleno direito, trata-se de nulidade absoluta, po-</p><p>dendo ser alegada de ofício pelo juiz. Assim, caso o juiz verifique a existência de uma</p><p>cláusula abusiva, pode já declarar, sem aguardar a alegação da parte interessada.</p><p>Detalhe importante, não existe prazo para ingressar com ação para pleitear a nulidade da</p><p>cláusula abusiva perante o Poder Judiciário, por isso falamos que a ação é “imprescritível”.</p><p>Vamos estudar cada cláusula, seguindo a ordem do artigo 51, que em seu caput</p><p>dispõe que:</p><p>15</p><p>UNIDADE Da Proteção Contratual</p><p>Art. 51. “São nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas contratuais relativas ao</p><p>fornecimento de produtos e serviços que:”</p><p>Impossibilitem, exonerem ou atenuem a responsabilidade</p><p>do fornecedor por vícios de qualquer natureza dos produtos</p><p>e serviços ou impliquem renúncia ou disposição de direitos.</p><p>Nas relações de Consumo entre o Fornecedor e o Consumidor</p><p>PessoaJurídica, a Indenização poderá ser Limitada, em Situações</p><p>Justificáveis (inciso I)</p><p>Para melhor entendimento, temos que estudar a primeira parte dividindo em duas,</p><p>tendo em mente que ambas vedam a chamada “cláusula de não indenizar”, vejamos:</p><p>• nulidade da cláusula que impossibilitem, exonerem ou atenuem a responsabilidade</p><p>do fornecedor por vícios de qualquer natureza dos produtos e serviços:</p><p>Já estudamos que o fornecedor responde pelo vício do produto ou serviço. Agora</p><p>estamos aprendendo que o fornecedor não pode, por cláusula contratual, eximir-se</p><p>dessa responsabilidade.</p><p>Existe uma cláusula de não indenizar que é muito encontrada nos tickets de estacio-</p><p>namento, diz mais ou menos assim: “não nos responsabilizamos por objetos deixa-</p><p>dos no veículo”. Felizmente, o assunto já está pacificado pelo Superior Tribunal de</p><p>Justiça, “A empresa responde, perante o cliente, pela reparação de dano ou furto</p><p>de veículo ocorridos em seu estacionamento” (súmula 130).</p><p>Sobre os defeitos (arts. 12 a 14), também é proibida a cláusula de não indenizar, conforme</p><p>art. 25:</p><p>Art. 25. É vedada a estipulação contratual de cláusula que impossibilite, exonere ou ate-</p><p>nue a obrigação de indenizar prevista nesta e nas seções anteriores.</p><p>• Nulidade da cláusula que implique renúncia ou disposição de direitos:</p><p>Estamos diante de mais uma cláusula de não indenizar vedada, por isso é considera-</p><p>da nula. É o caso, por exemplo, de cláusula que desobriga o fornecedor a responder</p><p>pelos prejuízos causados ao consumidor, caso descumpra o contrato.</p><p>Já a segunda parte cuida de situação peculiar. Segundo o CDC, “Nas relações de</p><p>consumo entre o fornecedor e o consumidor pessoa jurídica, a indenização poderá</p><p>ser limitada, em situações justificáveis”.</p><p>Observe que há um tratamento diferenciado para o consumidor pessoa jurídica,</p><p>pois, nesse caso, é possível negociar a indenização, em situações justificáveis (en-</p><p>tenda essa possibilidade como exceção). Por exemplo, um consumidor pessoa jurí-</p><p>dica negocia a redução em 40% da indenização em caso de vício, caso o fornecedor</p><p>forneça um desconto no mesmo percentual.</p><p>16</p><p>17</p><p>Subtraiam ao consumidor a opção de reembolso da quantia já</p><p>paga, nos casos previstos neste código (inciso II)</p><p>É nula a cláusula contratual que subtraia do consumidor a opção de reembolso da</p><p>quantia já paga, nos casos previstos no CDC.</p><p>Regra de simples entendimento, pois estamos falando de uma cláusula de não inde-</p><p>nizar, só que específica.</p><p>Ora, se o legislador expressamente prevê a opção de reembolso da quantia já paga,</p><p>não pode o contrato proibir. É o caso, por exemplo, do artigo 18, §1º, inciso II, que diz</p><p>que “Não sendo o vício sanado no prazo máximo de trinta dias, pode o consumidor</p><p>exigir, alternativamente e à sua escolha: [...] II – a restituição imediata da quantia paga,</p><p>monetariamente atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos”. Portanto, não se</p><p>admite cláusula em sentido contrário.</p><p>Outros artigos também permitem a opção de reembolso, tais como art. 24, art. 25, caput,</p><p>art. 35, inc. III, art. 49, parágrafo único e art. 51, I, primeira parte.</p><p>Transfiram responsabilidades a terceiros (inciso III)</p><p>São duas relações distintas, consumidor X fornecedor e fornecedor X terceiros. Ora,</p><p>se o fornecedor, para cumprir o contrato com o consumidor contrata terceiros, não</p><p>pode transferir a responsabilidade, que é dele, ao terceiro, pois constituem cláusulas</p><p>abusivas aquelas que transfiram responsabilidades a terceiros.</p><p>É o caso, por exemplo, de agência de turismo que transfere para o Hotel a repon-</p><p>sabilidade pelo dano (hotel em condições inferiores àquelas ofertadas), sendo que ela</p><p>também tem responsabilidade, já que foi quem vendeu o pacote ao consumidor.</p><p>É possível que o fornecedor contrate um seguro de responsabilidade, sendo possível chamar</p><p>a seguradora ao processo, nos termos do art. 101, inciso II, do CDC.</p><p>II – o réu que houver contratado seguro de responsabilidade poderá chamar ao processo</p><p>o segurador, vedada a integração do contraditório pelo Instituto de Resseguros do Brasil.</p><p>Nesta hipótese, a sentença que julgar procedente o pedido condenará o réu nos termos</p><p>do art. 80 do Código de Processo Civil. Se o réu houver sido declarado falido, o síndico será</p><p>intimado a informar a existência de seguro de responsabilidade, facultando-se, em caso</p><p>afirmativo, o ajuizamento de ação de indenização diretamente contra o segurador, veda-</p><p>da a denunciação da lide ao Instituto de Resseguros do Brasil e dispensado o litisconsórcio</p><p>obrigatório com este.</p><p>17</p><p>UNIDADE Da Proteção Contratual</p><p>Estabeleçam obrigações consideradas iníquas, abusivas, que</p><p>coloquem o consumidor em desvantagem exagerada, ou sejam</p><p>incompatíveis com a boa-fé ou a equidade (inciso IV)</p><p>Constituem cláusulas abusivas aquelas que estabeleçam obrigações: iníquas (injustas),</p><p>“que coloquem o consumidor em desvantagem exagerada ou que sejam incompatíveis</p><p>com a boa-fé ou a equidade”.</p><p>Segundo o § 1º do art. 51, presume-se exagerada, entre outros casos, a vantagem que:</p><p>I – ofende os princípios fundamentais do sistema jurídico a que pertence;</p><p>II – restringe direitos ou obrigações fundamentais inerentes à natureza</p><p>do contrato, de tal modo a ameaçar seu objeto ou equilíbrio contratual;</p><p>III – se mostra excessivamente onerosa para o consumidor, consideran-</p><p>do-se a natureza e conteúdo do contrato, o interesse das partes e outras</p><p>circunstâncias peculiares ao caso.</p><p>Estabeleçam inversão do ônus da prova</p><p>em prejuízo do consumidor (inciso VI)</p><p>Constituem cláusulas abusivas aquelas que estabeleçam inversão do ônus da prova</p><p>em prejuízo do consumidor.</p><p>Quando estudamos os direitos básicos do consumidor, vimos que a inversão do ônus</p><p>da prova está prevista no art. 6º, VIII, do CDC, e que não é automática. É o juiz que,</p><p>de forma fundamentada, aprecia a presença de um dos requisitos, verossimilhança das</p><p>alegações do consumidor ou de sua hipossuficiência.</p><p>É nula, portanto, a cláusula contratual que estabeleça a inversão do ônus da prova em</p><p>prejuízo ao consumidor.</p><p>Determinem a utilização compulsória de arbitragem (inciso VII)</p><p>Pela simples leitura, podemos concluir que a cláusula que determina a utilização com-</p><p>pulsória de arbitragem é nula. Isto porque não se pode negar ao consumidor o acesso à</p><p>justiça, obrigando-o a utilizar o Juízo arbitral.</p><p>A possibilidade de recorrer ao Juízo arbitral deve ser facultativa, não obrigatória, ain-</p><p>da assim a depender do caso concreto.</p><p>Segundo a Lei nº 9.307, de 23 de setembro de 1996 (Lei da arbitragem), no art. 4º, cláusula compromissória</p><p>é “a convenção através da qual as partes em um contrato comprometem-se a submeter à arbitragem os</p><p>litígios que possam vir a surgir, relativamente a tal contrato”.</p><p>18</p><p>19</p><p>Imponham representante para concluir ou realizar outro negócio</p><p>jurídico pelo consumidor (inciso VIII)</p><p>É nula cláusula que imponha representante para concluir ou realizar outro negócio jurí-</p><p>dico pelo consumidor. Quem melhor explica essa cláusula abusiva, é o Professor Rizzato:</p><p>Esse tipo de cláusula era bastante comum antes da edição do CDC, es-</p><p>pecialmente nos contratos bancários e de administração de cartões de</p><p>crédito. Inseria-se no contrato uma cláusula, conhecida como “cláusula--</p><p>-mandato”, mediante a qual o consumidor nomeava um procurador, em</p><p>caráter irretratável e irrevogável, para que ele, em nome desse consu-</p><p>midor, emitisse nota promissória, avalizasse cambiais, aceitasse letra de</p><p>câmbio etc. Esse procurador era um representante indicado pelo forne-</p><p>cedor, normalmente a ele ligado e pertencendo — ou não; não impor-</p><p>tava — ao seu grupo financeiro. Por vezes, esse representante era mero</p><p>funcionário, gerente ou diretor do fornecedor.</p><p>Questionadas em juízo tais cláusulas-mandato após o advento da Lei n.</p><p>8.078, a jurisprudência deu plena aplicação ao inciso VIII do art. 51. Atu-</p><p>almente a Súmula 60 do Superior Tribunal de Justiça dispõe a respeito:</p><p>“É nula a obrigação cambial assumida por procurador do mutuário vincu-</p><p>lado ao mutuante, no exclusivo interesse deste”. (RIZZATO, 2019, p. 760)</p><p>Deixem ao fornecedor a opção de concluir ou não</p><p>o contrato, embora obrigando o consumidor (inciso IX)</p><p>São nulas de pleno direito as cláusulas contratuais relativas ao fornecimento de pro-</p><p>dutos e serviços que “deixem ao fornecedor a opção de concluir ou não o contrato,</p><p>embora obrigando o consumidor.” (inciso XI).</p><p>Uma cláusula que permite a fornecedor concluir ou não o contrato é de extrema abu-</p><p>sividade, dispensando maiores comentários.</p><p>Permitam ao fornecedor, direta ou indiretamente,</p><p>variação do preço de maneira unilateral (inciso X)</p><p>São nulas as cláusulas contratuais que permitam ao fornecedor, direta ou indireta-</p><p>mente, variação do preço de maneira unilateral. A regra dirige-se aos negócios já cele-</p><p>brados, já que o fornecedor não poderá aumentar o preço após ter efetuado o negócio.</p><p>Autorizem o fornecedor a cancelar o contrato unilateralmente,</p><p>sem que igual direito seja conferido ao consumidor (inciso XI)</p><p>São nulas de pleno direito as cláusulas contratuais relativas ao fornecimento de pro-</p><p>dutos e serviços que “autorizem o fornecedor a cancelar o contrato unilateralmente, sem</p><p>que igual direito seja conferido ao consumidor.” (inciso XI).</p><p>19</p><p>UNIDADE Da Proteção Contratual</p><p>Obriguem o consumidor a ressarcir os custos de cobrança</p><p>de sua obrigação, sem que igual direito lhe seja conferido</p><p>contra o fornecedor (inciso XII)</p><p>A cláusula que obrigue o consumidor a ressarcir os custos de cobrança de sua obriga-</p><p>ção, sem que igual direito lhe seja conferido contra o fornecedor é nula de pleno direito.</p><p>Autorizem o fornecedor a modificar unilateralmente o conteúdo</p><p>ou a qualidade do contrato, após sua celebração (inciso XIII)</p><p>Não é possível uma cláusula contratual que autorize o fornecedor a modificar unila-</p><p>teralmente o conteúdo ou a qualidade do contrato, após sua celebração, pois se trata de</p><p>cláusula abusiva.</p><p>O Tribunal de Justiça de São Paulo julgou caso interessante, em que o consumidor</p><p>contratou plano de telefonia móvel promocional e, posteriormente, a empresa de telefo-</p><p>nia alterou o plano, por outro mais caro. Segundo concluiu a sentença:</p><p>Logo, por não ter informado corretamente, a requerida tem o dever de</p><p>manter sua oferta anterior, revelando-se ilegal a alteração unilateral do</p><p>plano, mormente em razão da consequente majoração das mensalidades.</p><p>Neste cenário, a cláusula que permitindo extinção unilateral do plano,</p><p>com a recolocação do consumidor em outro plano escolhido pela própria</p><p>operadora, viola o artigo 51, incisos X e XIII do CDC, sendo nula de pleno</p><p>direito. (fls. 106)” (TJSP, Apelação Cível nº 1011178-28.2019.8.26.0077,</p><p>12ª Câmara de Direito Privado, j. 3/08/2020)</p><p>Infrinjam ou possibilitem a violação</p><p>de normas ambientais (inciso XIV)</p><p>A violação de normas ambientais constitui cláusula abusiva. Segundo explica Rizzato:</p><p>Cláusula que infrinja “é aquela que por si só viole as normas ambien-tais</p><p>(Constituição Federal e demais normas), e “cláusula que possibilite a vio-</p><p>lação de normas ambientais” é aquela cujo exercício possa significar as</p><p>violações tipificadas como crime nas leis ambientais, bem como nas suas</p><p>proibições, permissões e demais disposições. Cite-se como exemplo, além</p><p>das normas constitucionais, a Lei n. 6.938, de 31 de agosto de 1981, a Lei</p><p>n. 9.605, de 13 de fevereiro de 1998 etc. (RIZZATO, 2019, p. 765)</p><p>Possibilitem a renúncia do direito de indenização</p><p>por benfeitorias necessárias (inciso XVI)</p><p>Segundo o § 3º do artigo 96 do Código Civil, são necessárias as benfeitorias que têm por</p><p>fim conservar o bem ou evitar que se deteriore. Se o consumidor realizar tais benfeitorias,</p><p>deve ser indenizado pelo dono do bem, sendo vedada cláusula de renúncia à indenização.</p><p>20</p><p>21</p><p>Dos Contratos de Adesão</p><p>Segundo o art. 54 do CDC,</p><p>Contrato de adesão é aquele cujas cláusulas tenham sido aprovadas pela</p><p>autoridade competente ou estabelecidas unilateralmente pelo fornecedor</p><p>de produtos ou serviços, sem que o consumidor possa discutir ou modifi-</p><p>car substancialmente seu conteúdo.</p><p>Figura 5 – Contrato de adesão</p><p>Fonte: Getty Images</p><p>O conceito legal é de fácil compreensão, as cláusulas do contrato de adesão foram</p><p>unilateralmente estabelecidas pelo fornecedor, ou foram aprovadas pela autoridade com-</p><p>petente. Quando aprovadas pela autoridade competente, entenda como aqueles contratos</p><p>que as regras são estabelecidas pelas Agências Reguladoras, como Anatel (telefonia), Anel</p><p>(energia elétrica), Ans (saúde). Temos, ainda, o contrato de seguro, que passa pela SUSEP.</p><p>Mesmo com a “inserção de cláusula no formulário não desfigura a natureza de ade-</p><p>são do contrato.” (§ 1º do art. 54).</p><p>Ademais, nos contratos de adesão admite-se cláusula resolutória (aquela que põe fim</p><p>ao contrato) pelo fornecedor, “desde que a alternativa, cabendo a escolha ao consumi-</p><p>dor.” (§ 2º do art. 54).</p><p>O CDC, por fim, tratou das características dos contratos de adesão, estabelecendo</p><p>que “serão redigidos em termos claros e com caracteres ostensivos e legíveis, cujo tama-</p><p>nho da fonte não será inferior ao corpo doze, de modo a facilitar sua compreensão pelo</p><p>consumidor.” (§ 3º do art. 54).</p><p>Sobre as cláusulas que implicarem limitação de direito do consumidor, o CDC deter-</p><p>mina que devem ser redigidas com destaque, permitindo sua imediata e fácil compreen-</p><p>são (§ 4º do art. 54).</p><p>21</p><p>UNIDADE Da Proteção Contratual</p><p>Material Complementar</p><p>Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:</p><p>Livros</p><p>Curso de direito do consumidor</p><p>NUNES, R. Curso de direito do consumidor. 13. ed. São Paulo: Saraiva, 2019. (e-book).</p><p>Para aprofundamento teórico do tema “Cláusula abusiva” , recomendamos leitura das pá-</p><p>ginas 740 a 767.</p><p>Vídeos</p><p>Cláusulas abusivas</p><p>https://youtu.be/yVkXZIyP0mk</p><p>Leitura</p><p>Guia de Defesa do Consumidor</p><p>Elaborado pela Fundação Procon-SP, em julho/2019. O Procon/SP elaborou um um guia</p><p>simples, didático e objetivo, sobre os principais</p><p>temas do CDC, com dicas importantes e</p><p>atuais. Recomendamos leitura, tenho certeza que você vai amar. (Observação: não se ape-</p><p>gue às palavras técnicas que são próprias do direito, recomendamos que observe os fatos,</p><p>com foco no Direito do Consumidor).</p><p>https://bit.ly/33UqAlu</p><p>Lei nº 8.987, de 13 de Fevereiro de 1995</p><p>https://bit.ly/2RY8j45</p><p>22</p><p>23</p><p>Referências</p><p>NUNES, R. Curso de direito do consumidor. 13. ed. São Paulo: Saraiva, 2019. (e-book)</p><p>NUNES, R. O Código de Defesa do Consumidor e sua interpretação jurisprudencial.</p><p>5. ed. São Paulo: Saraiva, 2015. (e-book)</p><p>THEODORO JUNIOR, H. Direitos do consumidor. 9. ed. Rio de Janeiro: Forense,</p><p>2017. (e-book)</p><p>23</p>