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<p>A escola contemporânea e a desertificação institucional</p><p>1. A escola pública brasileira contemporânea, situada a partir de 2008, como</p><p>aquela que se circunscreve sócio-historicamente a partir de certas consistências</p><p>de práticas sociais difundidas e assimiladas, com maior vigor também a partir de</p><p>2008.</p><p>A partir da análise a escola pública brasileira contemporânea, destaca-se pelas</p><p>transformações sócio-históricas e pelas práticas sociais que ganharam forças nesse período,</p><p>marcado por uma precariedade produzida pelo capitalismo, com impacto em vários campos</p><p>incluindo a educação. Onde a escola é retratada como parte de um processo de desertificação</p><p>de seus valores simbólico e real, com fabricação de respostas ao desmerecimento da coisa</p><p>pública com aprofundamento em três dimensões principais: os reflexos da herança doutrinária</p><p>do capitalismo, as estratégias de consolidação de uma ordem individual e o desprezo pela coisa</p><p>pública. Essas dimensões são vistas como componentes da degradação institucional sofrida pela</p><p>escola pública, resultando em um contexto complexo.</p><p>Os debates que permeia as articulações políticas dos estudantes secundaristas, são</p><p>apresentadas como atos de resistência à máquina neoliberal, com apostas em estratégias</p><p>afirmativas da escola e saberes vinculados a serviços da dimensão pública, sugerindo a</p><p>necessidade de resistência e revalorização da escola enquanto espaço público e democrático. O</p><p>texto traz a relevância da influência do neoliberalismo, que institui a governança empresarial</p><p>como nova forma de poder, dando origem a novas formas subjetividades e orientadas pelos</p><p>dispositivos da competição, eficiência e lucratividade.</p><p>Outro ponto que merece ganhar destaque é o reflexo sobre o efeito do governo da vida, que</p><p>é orientada e ordenada pelo modelo da empresa sobre o tempo escolar, essa biopolítica que</p><p>amplifica o controle não apenas do tempo, mas também da vitalidade, acaba sendo apontada</p><p>como um desafio para os processos formativos na escola. Esses pontos definem como a escola</p><p>pública brasileira enfrenta desafios devido às influencias neoliberais, mas também possui</p><p>potencial de resistência e revalorização enquanto espaço público e democrático.</p><p>2. Os efeitos da desertificação institucional sofrida pela escola contemporânea</p><p>decorridos a partir de três dimensões: a herança autoritária do capitalismo</p><p>neoliberal; as estratégias de consolidação de uma “ordem subjetiva” causada</p><p>pelo próprio capitalismo neoliberal; a aceitação do demérito da questão pública</p><p>da escola, como lugar de possibilidade de primazia doa valores republicanos –</p><p>liberdade de pensamento e expressão, justiça social, isonomia de direito,</p><p>consciência social, direito à saúde, à segurança, à educação, ao trabalho digno,</p><p>ao bem-estar social, etc.</p><p>Os efeitos da desertificação institucional sofrida pela escola contemporânea a partir de três</p><p>dimensões principais:</p><p>• A primeira dimensão, herança autoritária do capitalismo neoliberal é abordada como uma</p><p>influência que se estende e se fortalece ao longo do tempo, impactando negativamente o valor</p><p>simbólico e real da escola pública. Essa herança autoritária resulta em um processo de</p><p>precariedade, onde a escola é desvalorizada e perde sua significância como instituição</p><p>essencial na formação de cidadãos conscientes e críticos.</p><p>• Na segunda dimensão, as estratégias de consolidação de uma "ordem subjetiva", descreve</p><p>como o capitalismo neoliberal molda a tendência dos indivíduos, criado através de dispositivos</p><p>de controle que promovem a competição, a eficiência e a lucratividade, moldando a</p><p>mentalidade e o comportamento dos estudantes. Dando um resultado e uma conformidade</p><p>forçada às exigências do mercado, onde a escola passa a funcionar como uma extensão das</p><p>práticas empresariais, priorizando a formação de indivíduos competitivos e eficientes, mas não</p><p>necessariamente críticos e conscientes de seu papel na sociedade.</p><p>• A terceira dimensão trata da aceitação do demérito da questão pública da escola, onde o</p><p>abandono dos valores republicanos como a liberdade de pensamento e expressão, justiça</p><p>social, isonomia de direito, consciência social, direito à saúde, à segurança, à educação, ao</p><p>trabalho digno e ao bem-estar social. O desprezo pela coisa pública, fomentado pelo</p><p>neoliberalismo, resulta em uma escola que não é mais vista como um espaço democrático e</p><p>inclusivo, mas sim como um ambiente subordinado às demandas do mercado.</p>