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<p>1</p><p>DESENVOLVIMENTO INFANTIL</p><p>1</p><p>Sumário</p><p>NOSSA HISTÓRIA .......................................................................................... 2</p><p>1. Introdução ............................................................................................... 3</p><p>2. Fases do Desenvolvimento Infantil (segundo Jean Piaget) .................... 5</p><p>Sensório-motor: de 0 a 2 anos ..................................................................... 6</p><p>Pré-operatório: de 2 a 7 anos ....................................................................... 7</p><p>Operatório concreto: de 8 a 12 anos ............................................................. 8</p><p>Operatório formal: a partir de 12 anos ........................................................... 9</p><p>3. Tipos de Desenvolvimento infantil .......................................................... 9</p><p>4. Desenvolvimento da Criança (0 a 6 anos) ............................................ 10</p><p>5. Psicologia do desenvolvimento infantil ................................................. 23</p><p>6. A importância do brincar no desenvolvimento infantil ........................... 24</p><p>7. Teoria de Piaget versus teoria de Vygotsky ......................................... 25</p><p>8. Fatores importantes para o bom desenvolvimento infantil.................... 26</p><p>9. Marcos do desenvolvimento infantil ...................................................... 27</p><p>Marcos importantes até os 12 meses ......................................................... 27</p><p>10. Desenvolvimento da linguagem ................................................................. 32</p><p>11. Quando a Criança não Apresenta o Desenvolvimento Típico ................. 34</p><p>12. Conclusão ................................................................................................ 36</p><p>13. Referências.............................................................................................. 37</p><p>2</p><p>NOSSA HISTÓRIA</p><p>A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários,</p><p>em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós-</p><p>Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como entidade oferecendo</p><p>serviços educacionais em nível superior.</p><p>A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de</p><p>conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação</p><p>no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua.</p><p>Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que</p><p>constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de</p><p>publicação ou outras normas de comunicação.</p><p>A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma</p><p>confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base</p><p>profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições</p><p>modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica,</p><p>excelência no atendimento e valor do serviço oferecido.</p><p>3</p><p>1. Introdução</p><p>O desenvolvimento infantil é um processo pelo qual todas as crianças passam</p><p>desde o nascimento até mais ou menos 6 anos de idade. Está relacionado ao</p><p>desenvolvimento de habilidades específicas que garantem a autossuficiência da</p><p>criança.</p><p>Ao conquistar determinadas capacidades, a criança passa a apresentar certos</p><p>comportamentos e ações (como, por exemplo, dizer a primeira palavra, dar os</p><p>primeiros passos, etc.) que são esperados a partir de determinada idade. Dessa</p><p>forma, o desenvolvimento infantil acaba por ser um conjunto de aprendizados que,</p><p>pouco a pouco, vai tornando a criança cada vez mais independente e autônoma.</p><p>Segundo Marcondes (1980), desenvolvimento é o aumento da capacidade do</p><p>indivíduo em realizar funções cada vez mais complexas. Desenvolvimento infantil é</p><p>um processo que se inicia na vida intrauterina e envolve o crescimento físico, a</p><p>maturação neurológica e a construção de habilidades relacionadas ao</p><p>comportamento, visando tornar a criança competente para resolver às suas</p><p>necessidades a às do seu meio.</p><p>O desenvolvimento humano é dinâmico, com mudanças biológicas e</p><p>psicológicas que permitem que a criança adquira novos comportamentos e também</p><p>modifique os antigos. Com isso o desenvolvimento neuropsicomotor corresponde à</p><p>aquisição progressiva de capacidades motoras e psicocognitiva de modo ordenado e</p><p>sequencial (PIAGET,1980).</p><p>A linguagem sofre influência contínua de fatores externos genéticos,</p><p>ambientais que apresentam variações de um indivíduo para o outro e que tornam</p><p>único o curso do desenvolvimento de cada criança. Alguns fatores são de boa</p><p>relevância quanto os achados para o desenvolvimento da linguagem, especialmente</p><p>nos períodos perinatal e neonatal, são prematuridade, gestação de alto risco, relação</p><p>negativa entre mãe e feto, idade materna, assistência pré-natal precária, baixo peso</p><p>ao nascer, comprimento menor que 45cm, asfixia perinatal, hemorragia intracraniana</p><p>infecções congênitas, período de aleitamento materno menor que seis meses e baixa</p><p>escolaridade materna (SOUZA 2002).</p><p>4</p><p>Os primeiros anos de vida são muito importantes devido á intensa atividade</p><p>cerebral, fruto da interação entre as características biológicas e as oportunidades de</p><p>experiência dos indivíduos. A intensa neuroplasticidade nesse período é também</p><p>responsável por melhores prognósticos, se a intervenção ocorrer precocemente.</p><p>Observa-se no Brasil que estudos mostram as influências da condição social, do fator</p><p>desnutrição e da relação familiar como fatores de risco para o atraso do</p><p>desenvolvimento neuropsicomotor da criança (GUTTON 2005).</p><p>A supervisão do crescimento e do desenvolvimento da criança é uma</p><p>importante tarefa que faz parte do rol de atividades do dia-a-dia do pediatra. O maior</p><p>objetivo da identificação e do diagnóstico precoce do atraso do desenvolvimento de</p><p>uma criança, e da consequente intervenção precoce, geralmente multiprofissional, ela</p><p>contribui para que cada criança adquira seu máximo potencial individual, com</p><p>finalidade da Pediatria (MÉIER 2013).</p><p>O acompanhamento de crianças e do processo de desenvolvimento reúne</p><p>diferentes modalidades de avaliação, que incluem os pais, os professores os</p><p>pediatras e os demais profissionais.</p><p>O acompanhamento de crianças e do processo de desenvolvimento reúne</p><p>diferentes modalidades de avaliação. Reunindo ambos profissionais de saúde. Este</p><p>acompanhamento é utilizado a anamnese, observação da criança em seu ambiente,</p><p>a prática de atividade ou, ainda, a aplicação de instrumentos de triagem (LEMOS</p><p>1986). Não existe um instrumento padronizado, isto dificulta a avaliação do</p><p>desenvolvimento, o que tem contribuído para que as alterações passem</p><p>despercebidas, isto se torna evidente muito anos mais tarde. Possivelmente quando</p><p>a criança está no ensino fundamental.</p><p>A aquisição da linguagem é uma das realizações mais notáveis dos primeiros</p><p>anos de vida. Aos cinco anos de idade, as crianças têm o domínio essencial do</p><p>sistema de sons e da gramática de seu idioma e adquiriram um vocabulário de</p><p>milhares de palavras. Este trabalho descreve os principais marcos do</p><p>desenvolvimento da linguagem presentes nos cinco primeiros anos de vida, em</p><p>crianças monolíngues com desenvolvimento típico, e os mecanismos que têm sido</p><p>propostos para explicar essas aquisições (HAGE 2004).</p><p>5</p><p>As habilidades de linguagem de crianças pequenas são importantes para seu</p><p>sucesso interpessoal acadêmico. É essencial, portanto, dispor de descrições do</p><p>desenvolvimento normativo que permitam identificação de crianças com</p><p>comprometimento de linguagem e compreender os mecanismos de aquisição da</p><p>linguagem que podem fornecer a base para a otimização do desenvolvimento de</p><p>todas as crianças.</p><p>2. Fases do</p><p>Desenvolvimento Infantil (segundo Jean Piaget)</p><p>As etapas do desenvolvimento infantil foram o principal tema de estudo do</p><p>psicólogo suíço Jean Piaget.</p><p>Jean William Fritz Piaget (9 de agosto de 1896 - 16 de setembro de 1980)</p><p>Durante o tempo em que trabalhava em uma escola, Piaget se interessou por</p><p>observar o raciocínio utilizado pelas crianças para responder as perguntas de seus</p><p>6</p><p>professores. Posteriormente, passou a observar também os seus filhos e desta forma,</p><p>acabou por subdividir as fases da infância.</p><p>A teoria de Piaget considera que o desenvolvimento infantil consiste em quatro</p><p>fases no que diz respeito à cognição: sensório-motor, pré-operatório, operatório</p><p>concreto e operatório formal.</p><p>As fases do desenvolvimento infantil são:</p><p>Sensório-motor: de 0 a 2 anos</p><p>Nesta fase, a criança se concentra nas sensações e nos movimentos. Ela começa a</p><p>entender o que as sensações significam e como os movimentos dela podem levar a</p><p>alterações no mundo exterior.</p><p>Nos primeiros meses, o bebê ainda não tem controle consciente de suas ações</p><p>motoras. No entanto, com o passar do tempo, ele vai gradualmente ganhando</p><p>consciência de seus movimentos, e é aí que começa a festa: ele percebe que, se</p><p>esticar o bracinho, consegue puxar o móbile em cima do berço. A partir daí, passa a</p><p>testar as possibilidades de movimentação para ver aonde aquilo vai chegar.</p><p>Vale lembrar que, nessa fase, a criança ainda tem dificuldades com tudo aquilo que</p><p>ela não pode ver, tocar ou sentir. A chamada permanência do objeto ainda não</p><p>existe, pois a criança não admite sua existência fora do seu campo sensorial. Sendo</p><p>assim, se os pais escondem um brinquedo, por exemplo, ela não vai procurar. Pra ela,</p><p>o brinquedo deixou de existir.</p><p>O mesmo acontece com as pessoas: se o bebê não vê a mãe, ela automaticamente</p><p>deixa de existir e começa a choradeira. A medida em que a criança vai recebendo</p><p>estímulos, ela passa a ter uma vaga noção de que objetos fora de sua vista não</p><p>necessariamente deixam de existir. É por isso que a brincadeira do “cadê o bebê?” é</p><p>tão divertida e saudável!</p><p>7</p><p>Pré-operatório: de 2 a 7 anos</p><p>Esse estágio se inicia com a capacidade do pensamento representativo, ou seja, a</p><p>criança começa a gerar representações da realidade no próprio pensamento. É isso</p><p>que possibilita a aprendizagem da fala (que começa bem mais cedo, mas se</p><p>desenvolve mais rapidamente aqui) e as brincadeiras de “faz de conta”.</p><p>Vale lembrar que essa fase é marcada por um egocentrismo evidente, mas isso não</p><p>significa falha de caráter, fazendo parte do desenvolvimento cognitivo típico de</p><p>qualquer criança. Ao falar, ela fala sozinha e poucas vezes considera aquilo que foi</p><p>dito para ela.</p><p>Com isso, há também uma necessidade de “dar vida” às coisas: para as crianças</p><p>nesse estágio, uma bola rolando faz isso porque tem vontade, não porque está em</p><p>uma superfície íngreme ou porque uma força foi aplicada, tirando-a da inércia. Ela</p><p>também acredita que as coisas acontecem para si mesma. Na mente das crianças</p><p>dessa idade, o sol se põe para que elas vão dormir, não porque o dia acaba</p><p>naturalmente.</p><p>Voltando ao pensamento representativo, é justamente ele que permite o</p><p>desenvolvimento do pensamento lógico posteriormente. Nessa fase, a criança pode</p><p>se confundir com números e quantidades.</p><p>Um exemplo é quando colocamos a mesma quantidade de suco em copos de formatos</p><p>diferentes: um fino e longo, outro largo e curto. Por mais que seja a mesma quantidade,</p><p>o nível do suco no copo fino fica acima do nível no copo curto. Para as crianças nesse</p><p>estágio, isso quer dizer que tem mais suco no copo fino, mesmo que antes elas tenham</p><p>visto que se trata da mesma quantidade!</p><p>Outro exemplo: se eu pegar dois biscoitos para mim e der apenas um biscoito para</p><p>ela, a criança ficará chateada achando que tem menos. De fato, nesse caso, ela está</p><p>certa. No entanto, se eu dividir o biscoito dela ao meio ao invés de dar um novo</p><p>biscoito, ela achará isso justo. Isso acontece pois, para ela, parece que nós dois temos</p><p>dois biscoitos, mesmo que as metades do biscoito dela sejam consideravelmente</p><p>menores que os meus.</p><p>8</p><p>Por isso, se o seu filho pequeno dá respostas erradas em exercícios que medem</p><p>quantidades, volumes e tamanhos, não se preocupe: ele está se desenvolvendo</p><p>normalmente, apenas passando pelo período pré-operatório no qual a lógica ainda</p><p>está sendo formada!</p><p>É também nesse estágio que as crianças começam a entender o que é certo e o que</p><p>é errado, o que podem e o que não podem fazer. No entanto, ao serem apresentadas</p><p>a uma nova situação inusitada, elas ainda não são capazes de julgar moralmente o</p><p>problema, fazendo aquilo que têm vontade (independentemente de ser certo ou</p><p>errado).</p><p>Por isso, pais e mães devem ter paciência com as crianças nessa fase. Ela ainda tem</p><p>muito a aprender e não adianta brigar quando ela faz algo de errado: ela simplesmente</p><p>não é capaz de perceber sozinha que não pode.</p><p>Operatório concreto: de 8 a 12 anos</p><p>Marcado pelo início do pensamento lógico concreto, as crianças passando por esse</p><p>estágio começam a manipular mentalmente as representações das coisas que</p><p>internalizou durante os estágios passados. O problema é que essa manipulação só</p><p>pode ocorrer com coisas concretas, dispostas no mundo real. Conceitos abstratos</p><p>ainda não são compreensíveis.</p><p>Lembrando do exemplo dos copos de suco, a criança nessa fase já compreende que</p><p>os dois copos têm a mesma quantidade de suco, ou seja, ela tem a noção</p><p>de conservação. Quanto ao biscoito, ela também entende que duas metades de um</p><p>biscoito não equivalem a dois biscoitos. Prepare-se para ter que dividir mais biscoitos</p><p>com seu filho, porque essa desculpa não vai mais colar!</p><p>Aqui, já há uma maior compreensão do que é moral. As regras da sociedade começam</p><p>a fazer sentido e, em situações simples, a criança já é capaz de, por si só, julgar o que</p><p>seria correto fazer.</p><p>9</p><p>Operatório formal: a partir de 12 anos</p><p>O último estágio postulado por Piaget tem seu início já na pré-adolescência, quando a</p><p>criança é capaz de manipular, também, representações abstratas, fazendo operações</p><p>com conceitos que não possuem formas físicas, como certos conceitos matemáticos.</p><p>Nesse estágio, as crianças começam a entender o mundo pelos olhos de outras</p><p>pessoas: elas passam a compreender experiências que elas mesmas não vivenciaram</p><p>em primeira pessoa. Na verdade, esse processo já começa durante o período</p><p>operatório concreto mas, como o nome já diz, só serve para objetos concretos. Já</p><p>nesse novo estágio, a criança passa a entender o ponto de vista dos outros a respeito</p><p>de conceitos abstratos.</p><p>3. Tipos de Desenvolvimento infantil</p><p>Durante o processo de desenvolvimento, a criança evolui em diferentes</p><p>aspectos de sua formação. A evolução não se dá somente no crescimento físico da</p><p>criança, mas também na sua parte cognitiva e social, dentre outras.</p><p>Desenvolvimento emocional</p><p>O desenvolvimento emocional está relacionado aos sentimentos e às emoções e é</p><p>perceptível por parte da criança desde a fase de bebê.</p><p>Um bebê é capaz de compreender a recepção de carinho e de amor, e também de</p><p>amar e de criar laços afetivos com os pais e com outras pessoas próximas,</p><p>principalmente com aquelas com as quais tem mais convívio.</p><p>O estabelecimento dessas relações é fundamental para que a criança desenvolva sua</p><p>inteligência emocional e não tenha, no futuro, problemas afetivos.</p><p>10</p><p>Desenvolvimento cognitivo</p><p>O desenvolvimento cognitivo refere-se à parte mais intelectual do ser humano. Diz</p><p>respeito à atenção, ao raciocínio, à memória e à capacidade de resolver problemas.</p><p>A cognição do ser humano é desenvolvida com o tempo. Enquanto bebê, uma pessoa</p><p>não tem uma capacidade de memória muito aguçada. Em geral, as pessoas não têm,</p><p>por exemplo, recordações de acontecimentos que tenham tido lugar antes dos seus</p><p>dois anos de idade.</p><p>O desenvolvimento cognitivo infantil permite que a criança</p><p>interprete, assimile e se</p><p>relacione com os estímulos do ambiente que a cerca e com a sua própria essência.</p><p>Desenvolvimento físico</p><p>O desenvolvimento físico é aquele através do qual as crianças desenvolvem</p><p>habilidades e capacidades motoras como sentar, andar, ficar em pé, pular, correr, etc.</p><p>Em atividades que requerem mais precisão, como por exemplo, escrever, o</p><p>desenvolvimento físico fica também dependente do desenvolvimento cognitivo.</p><p>Desenvolvimento social</p><p>Com o desenvolvimento social, a criança aprende a interagir em sociedade.</p><p>É com base nesse tipo de desenvolvimento que a criança estabelece com outras</p><p>pessoas uma espécie de intercâmbio de informações, que permite adquirir cultura,</p><p>tradições e normas sociais.</p><p>A importância de brincar no desenvolvimento infantil está diretamente relacionada</p><p>com esse tipo de desenvolvimento, pois através da socialização com outras crianças,</p><p>são desenvolvidas certas capacidades de interação e noções de limites.</p><p>O que pode influenciar o desenvolvimento infantil?</p><p>Apesar da definição do conceito de fases do desenvolvimento piagetiano, o próprio</p><p>Piaget defende que esse desenvolvimento poder ser beneficiado por certos estímulos</p><p>e por um ambiente apropriado para crianças.</p><p>4. Desenvolvimento da Criança (0 a 6 anos)</p><p>Berçário, Pré-Maternal, Maternal I, Maternal II, Jardim A e Jardim B</p><p>11</p><p>Faixa etária: 0 aos 6 anos</p><p>"A trajetória que uma criança percorre desde que começa a deixar de ser bebê</p><p>(dependência total), até começar a se transformar em um ser mais independente e</p><p>autônomo está relacionado tanto às condições biológicas, como aquelas</p><p>proporcionadas pelo espaço familiar e social (escola), com o qual interage."</p><p>É preciso saber que:</p><p>O desenvolvimento de uma criança não acontece de forma linear.</p><p> As mudanças que vão se produzindo ocorrem de forma gradual, são períodos</p><p>contínuos que vão se sucedendo e se superpondo.</p><p> Durante a evolução a criança experimenta avanços e retrocessos, vivendo seu</p><p>desenvolvimento de modo particular.</p><p> Acompanhamos a construção de sua personalidade respeitando que em cada</p><p>idade há um jeito próprio de se manifestar.</p><p> Tanto antecipar etapas, como não estimular a criança, podem ser geradores</p><p>de futuros conflitos.</p><p> Cabe a família e a ESCOLA conhecer e respeitar os passos do</p><p>desenvolvimento infantil.</p><p>Característica da faixa etária dos 0 aos 6 meses</p><p>Desenvolvimento Físico</p><p> Processo de fortalecimento gradual dos músculos e do sistema nervoso: os</p><p>movimentos bruscos e descontrolados iniciais vão dando lugar a um controle</p><p>progressivo da cabeça, dos membros e do tronco;</p><p> Por volta das 8 semanas é capaz de levantar a cabeça sozinho durante</p><p>poucos segundos, deitado de barriga para baixo;</p><p> Controle completo da cabeça por volta dos 4 meses: deitado de costas, levanta</p><p>a cabeça durante vários segundos; deitado de barriga para baixo começa a</p><p>elevar-se com apoio das mãos e dos braços e virando a cabeça;</p><p> Por volta dos 4 meses o controle das mãos é mais fino, sendo capaz de segurar</p><p>num brinquedo;</p><p>12</p><p> Entre os 4 e os 6 meses utiliza os membros para se movimentar, rolando para</p><p>trás e para frente; apresenta também maior eficácia em alcançar e agarrar o</p><p>que quer ou a posicionar-se no chão para brincar;</p><p> Desenvolve o seu próprio ritmo de alimentação, sono e eliminação;</p><p> Desenvolvimento progressivo da visão;</p><p> Com 1 mês, é capaz de focar objetos a 90 cm de distância;</p><p> Progressivamente será capaz de utilizar os dois olhos para focar um objeto</p><p>próximo ou afastado, bem como de seguir a deslocação dos objetos ou</p><p>pessoas;</p><p> Entre os 4 e os 6 meses a visão e a coordenação olho-mão encontram-se</p><p>próximas da do adulto;</p><p> Desenvolvimento da função auditiva;</p><p> Entre os 2 e os 4 meses, o bebê reage aos sons e às alterações do tom de voz</p><p>das pessoas que o rodeiam;</p><p> Por volta dos 4-6 meses, possui já uma grande sensibilidade às modulações</p><p>nos tons de voz que ouve;</p><p>Desenvolvimento Cognitivo</p><p> A aprendizagem faz-se sobre tudo através dos sentidos;</p><p> Vocaliza espontaneamente, sobretudo quando está em relação;</p><p> A partir dos 4 meses, começa a imitar alguns sons que ouve à sua volta;</p><p> Por volta do 6º mês, compreende algumas palavras familiares (o nome dele,</p><p>"mamã", "papá"...), virando a cabeça quando o chamam;</p><p>Desenvolvimento Social</p><p> Distingue a figura cuidadora das restantes pessoas com quem se relaciona,</p><p>estabelecendo com ela uma relação privilegiada;</p><p> Fixa o rosto e sorri (aparecimento do 1º sorriso social por volta das 6 semanas);</p><p> Aprecia situações sociais com outras crianças ou adultos;</p><p> Por volta dos 4 meses: capacidade de reconhecimento das pessoas mais</p><p>próximas, o que influencia a forma como se relaciona com elas, tendo reações</p><p>diferenciadas consoante a pessoa com quem interage. É também capaz de</p><p>13</p><p>distinguir pessoas conhecidas de estranhos, revelando preferência por rostos</p><p>familiares;</p><p>Desenvolvimento Emocional</p><p> Manifesta a sua excitação através dos movimentos do corpo, mostrando prazer</p><p>ao antecipar a alimentação ou o colo;</p><p> O choro é a sua principal forma de comunicação, podendo significar estados</p><p>distintos (sono, fome, desconforto...);</p><p> Apresenta medo perante barulhos altos ou inesperados, objetos, situações ou</p><p>pessoas estranhas, movimentos súbitos e sensação de dor;</p><p>Característica da faixa etária dos 6 aos 12 meses</p><p>Desenvolvimento Físico</p><p> Desenvolvimento da motricidade: os músculos, o equilíbrio e o controlo motor</p><p>estão mais desenvolvidos, sendo capaz de se sentar direito sem apoio e de</p><p>fazer as primeiras tentativas de se pôr de pé, agarrando-se a superfícies de</p><p>apoio;</p><p> A partir dos 8 meses, consegue arrastar-se ou gatinhar;</p><p> A partir dos 9 meses poderá começar a dar os primeiros passos, apoiando-se</p><p>nos móveis;</p><p> Desenvolvimento da preensão: entre os 6 e os 8 meses, é capaz de segurar</p><p>os objetos de forma mais firme e estável e de manipulá-los na mão; por volta</p><p>dos 10 meses, é já capaz de meter pequenos pedaços de comida na boca sem</p><p>ajuda, é capaz de bater com dois objetos um no outro, utilizando as duas mãos,</p><p>bem como adquire o controle do dedo indicador (aprende a apontar);</p><p>Desenvolvimento Cognitivo</p><p> A aprendizagem faz-se sobre tudo através dos sentidos, principalmente</p><p>através da boca;</p><p> Desenvolvimento da noção de permanência do objeto, ou seja, a noção de que</p><p>uma coisa continua a existir mesmo que não a consiga ver;</p><p> Vocalizações;</p><p>14</p><p> Os gestos acompanham as suas primeiras "conversas", exprimindo com o</p><p>corpo aquilo que quer ou sente (por ex., abre e fecha as mãos quando quer</p><p>uma coisa);</p><p> Alguns dos seus sons parecem-se progressivamente com palavras, tais como</p><p>"mamã" ou "papá" e ao longo dos próximos meses o bebê vai tentar imitar os</p><p>sons familiares, embora inicialmente sem significado;</p><p> A partir dos 8 meses: desenvolvimento do, acrescentando novos sons ao seu</p><p>vocabulário. Os sons das suas vocalizações começam a acompanhar as</p><p>modulações da conversa dos adultos - utiliza "mamã" e "papá" com significado;</p><p> Nesta fase, o bebê gosta que os objetos sejam nomeados e começa a</p><p>reconhecer palavras familiares como "papa", "mamã", "adeus", sendo</p><p>progressivamente capaz de associar ações a determinadas palavras (por ex:</p><p>tchau-tchau" - acenar);</p><p> A partir dos 10 meses, a noção de causa-efeito encontra-se já bem</p><p>desenvolvida: o bebê sabe exatamente o que vai acontecer quando bate num</p><p>determinado objeto (produz som) ou quando deixa cair um brinquedo (o pai ou</p><p>a mãe apanha-o). Começa também a relacionar os objetos com o seu fim (por</p><p>ex., coloca o telefone junto ao ouvido);</p><p> Progressiva melhoria da capacidade de atenção e concentração: consegue</p><p>manter-se concentrado durante períodos de tempo cada vez mais longos;</p><p> A primeira palavra poderá surgir por volta dos 10 meses;</p><p>Desenvolvimento Social</p><p> O bebê está mais sociável, procurando ativamente a interação com quem</p><p>o</p><p>rodeia (através das vocalizações, dos gestos e das expressões faciais);</p><p> Manifesta comportamentos de imitação, relativamente a pequenas ações que</p><p>vê os adultos fazer (por ex., lavar a cara, escovar o cabelo, etc.);</p><p> A partir dos 10 meses, maior interesse pela interação com outros bebês;</p><p>Desenvolvimento Emocional</p><p> Formação de um forte laço afetivo com a figura materna (cuidadora) -</p><p>Vinculação;</p><p>15</p><p> Presença de ansiedade de separação, que se manifesta quando é separado</p><p>da mãe, mesmo que por breves instantes - trata-se de uma ansiedade normal</p><p>no desenvolvimento emocional do bebê;</p><p> Presença de ansiedade perante estranhos: sendo igualmente uma etapa</p><p>normal do desenvolvimento emocional do bebê, manifesta-se quando pessoas</p><p>desconhecidas o abordam diretamente;</p><p> A partir dos 8 meses, maior consciência de si próprio;</p><p> Nesta fase é comum os bebês mostrarem preferência por um determinado</p><p>objeto (um cobertor ou uma pelúcia, por ex.), o qual terá um papel muito</p><p>importante na vida do bebê - ajuda a adormecer, é objeto de reconforto quando</p><p>está triste, etc.;</p><p>Característica da faixa etária de 01 aos 02 anos</p><p>Desenvolvimento Físico</p><p> Começa a andar, sobe e desce escadas, sobe os móveis, etc. - o equilíbrio é</p><p>inicialmente bastante instável, uma vez que os músculos das pernas não estão</p><p>ainda bem fortalecidos. Contudo, a partir dos 16 meses, o bebê já é capaz de</p><p>caminhar e de se manter de pé em segurança, com movimentos muito mais</p><p>controlados;</p><p> Melhoria da motricidade fina devido à prática - capacidade de segurar um</p><p>objeto, o manipula, passa de uma mão para a outra e o larga deliberadamente.</p><p>Por volta dos 20 meses, será capaz de transportar objetos na mão enquanto</p><p>caminha;</p><p>Desenvolvimento Cognitivo</p><p> Maior desenvolvimento da memória, através da repetição das atividades -</p><p>permite-lhe antecipar os acontecimentos e retomar uma atividade</p><p>momentaneamente interrompida, à qual dedica um maior tempo de</p><p>concentração. Da mesma forma, através da sua rotina diária, o bebê</p><p>desenvolve um entendimento das sequências de acontecimentos que</p><p>constituem os seus dias e dos seus pais;</p><p> Exibe maior curiosidade: gosta de explorar o que o rodeia;</p><p>16</p><p> Compreende ordens simples, inicialmente acompanhadas de gestos e, a partir</p><p>dos 15 meses, sem necessidade de recorrer aos gestos;</p><p> Embora possa estar ainda limitada a uma palavra de cada vez, a linguagem do</p><p>bebê começa a adquirir tons de voz diferentes para transmitir significados</p><p>diferentes. Progressivamente, irá sendo capaz de combinar palavras soltas em</p><p>frases de 2 palavras;</p><p> É capaz de acompanhar pedidos simples, como por ex. "dá-me a caneca";</p><p> As experiências físicas que vai fazendo ajudam a desenvolver as capacidades</p><p>cognitivas. Por exemplo, por volta dos 20 meses;</p><p> Sabe que um martelo de brincar serve para bater e já o deve utilizar;</p><p> Consegue estabelecer a relação entre um carrinho de brincar e o carro da</p><p>família;</p><p> Entre os 20 e os 24 meses é também capaz de brincar ao faz-de-conta (por</p><p>ex., finge que deita chá de um bule para uma xícara, põe açúcar e bebe -</p><p>recorda uma sequência de acontecimentos e faz de conta que os realiza como</p><p>parte de um jogo). A capacidade de fazer este tipo de jogos indica que está a</p><p>começar a compreender a diferença entre o que é real e o que não é;</p><p>Desenvolvimento Social</p><p> Aprecia a interação com adultos que lhe sejam familiares, imitando e copiando</p><p>os comportamentos que observa;</p><p> Maior autonomia: sente satisfação por estar independente dos pais quando</p><p>inserida num grupo de crianças, necessitando apenas de confirmar</p><p>ocasionalmente a sua presença e disponibilidade - esta necessidade aumenta</p><p>em situações novas, surgindo uma maior dependência quando é necessária</p><p>uma nova adaptação;</p><p> As suas interações com outras crianças são ainda limitadas: as suas</p><p>brincadeiras decorrem sobre tudo em paralelo e não em interação com elas;</p><p> A partir dos 20-24 meses, e à medida que começa a ter maior consciência de</p><p>si própria, física e psicologicamente, começa a alargar os seus sentimentos</p><p>sobre si próprio e sobre os outros - desenvolvimento da empatia (começa a ser</p><p>capaz de pensar sobre o que os outros sentem);</p><p>Desenvolvimento Emocional</p><p>17</p><p> Grande reatividade ao ambiente emocional em que vive: mesmo que não o</p><p>compreenda, apercebe-se dos estados emocionais de quem está próximo</p><p>dele, sobre tudo os pais;</p><p> Está a aprender a confiar, pelo que necessita de saber que alguém cuida dela</p><p>e vai de encontro às suas necessidades;</p><p> Desenvolve o sentimento de posse relativamente às suas coisas, sendo difícil</p><p>partilhá-las;</p><p> Embora esteja normalmente bem disposta, exibe por vezes alterações de</p><p>humor ("birras");</p><p> É bastante sensível à aprovação/desaprovação dos adultos;</p><p>Característica da faixa etária dos 2 aos 3 anos</p><p>Desenvolvimento Físico</p><p> À medida que o seu equilíbrio e coordenação aumentam, a criança é capaz de</p><p>saltar ou saltar de um pé para o outro quando está a correr ou a andar;</p><p> É mais fácil manipular e utilizar objetos com as mãos, como um lápis de cor</p><p>para desenhar ou uma colher para comer sozinha;</p><p> Começa gradualmente a controlar os esfíncteres (primeiro os intestinos e</p><p>depois a bexiga);</p><p>Desenvolvimento Cognitivo</p><p> Fase de grande curiosidade, sendo muito frequente a pergunta "Por quê?";</p><p> À medida que se desenvolvem as suas competências linguísticas, a criança</p><p>começa a exprimir-se de outras formas, que não apenas a exploração física -</p><p>trata-se de juntar as competências físicas e de linguagem (por ex., quando faço</p><p>isto, acontece aquilo), o que ajuda ao seu desenvolvimento cognitivo;</p><p> É capaz de produzir regularmente frases de 3 e 4 palavras. A partir dos 32</p><p>meses, já capaz de conversar com um adulto usando frases curtas e de</p><p>continuar a falar sobre um assunto por um breve período;</p><p> Desenvolvimento da consciência de si: a criança pode referir-se a si própria</p><p>como "eu" e pode conseguir descrever-se por frases simples, como "tenho</p><p>fome";</p><p>18</p><p> A memória e a capacidade de concentração aumentaram (a criança é capaz</p><p>de voltar a uma atividade que tinha interrompido, mantendo-se concentrada</p><p>nela por períodos de tempo mais longos);</p><p> A criança está a começar a formar imagens mentais das coisas, o que a leva</p><p>à compreensão dos conceitos - progressivamente, e com a ajuda dos pais, vai</p><p>sendo capaz de compreender conceitos como dentro e fora, cima e baixo;</p><p> Por volta dos 32 meses, começa a apreender o conceito de sequências</p><p>numéricas simples e de diferentes categorias (por ex., é capaz de contar até</p><p>10 e de formar grupos de objetos - 10 animais de plástico podem ser 3 vacas,</p><p>5 porcos e 3 cavalos);</p><p>Desenvolvimento Social</p><p> A mãe é ainda uma figura muito importante para a segurança da criança, não</p><p>gostando de estranhos. A partir dos 32 meses, a criança já deve reagir melhor</p><p>quando é separada da mãe, para ficar à guarda de outra pessoa, embora</p><p>algumas crianças consigam este progresso com menos ansiedade do que</p><p>outras;</p><p> Imita e tenta participar nos comportamentos dos adultos: por ex., lavar a louça,</p><p>maquiar-se, etc.;</p><p> É capaz de participar em atividades com outras crianças, como por exemplo,</p><p>ouvir histórias;</p><p>Desenvolvimento Emocional</p><p> Inicialmente o leque de emoções é vasto, desde o puro prazer até a raiva</p><p>frustrada. Embora a capacidade de exprimir livremente as emoções seja</p><p>considerada saudável, a criança necessitará de aprender a lidar com as suas</p><p>emoções e de saber que sentimentos são adequados, o que requer prática e</p><p>ajuda dos pais;</p><p> Nesta fase, as birras são uma das formas mais comuns da criança chamar a</p><p>atenção – geralmente deve-se a mudanças ou a acontecimentos, ou ainda a</p><p>uma resposta aprendida (as birras costumam estar relacionadas com a</p><p>frustração da criança e com a sua incapacidade de comunicar de forma eficaz);</p><p>Características da faixa etária dos 03 aos 04 anos</p><p>19</p><p>Desenvolvimento Físico</p><p> Grande atividade motora: corre, salta, começa a subir escadas, pode começar</p><p>a andar de triciclo; grande desejo de experimentar tudo;</p><p> Embora ainda não seja capaz de amarrar sapatos, veste-se sozinha</p><p>razoavelmente bem;</p><p> É capaz de comer sozinha com uma colher ou um garfo;</p><p> Copia figuras geométricas simples;</p><p> É cada vez mais independente ao nível da sua higiene; é já capaz de controlar</p><p>os esfíncteres (sobretudo durante o dia);</p><p>Desenvolvimento Cognitivo</p><p> Compreende a maior parte do que ouve e o seu discurso é compreensível para</p><p>os adultos;</p><p> Utiliza bastante a imaginação: início dos jogos de faz-de-conta e dos jogos de</p><p>papéis;</p><p> Compreende o conceito de "dois";</p><p> Sabe o nome, o sexo e a idade;</p><p> Repete sequências de 3 algarismos;</p><p> Começa a ter noção das relações de causa e efeito;</p><p> É bastante curiosa e investigadora;</p><p>Desenvolvimento Social</p><p> É bastante sensível aos sentimentos dos que a rodeiam relativamente a si</p><p>própria;</p><p> Tem dificuldade em cooperar e partilhar;</p><p> Preocupa-se em agradar os adultos que lhe são significativos, sendo</p><p>dependente da sua aprovação e afeto;</p><p> Começa a aperceber-se das diferenças no comportamento dos homens e das</p><p>mulheres;</p><p> Começa a interessar-se mais pelos outros e a integrar-se em atividades de</p><p>grupo com outras crianças;</p><p>Desenvolvimento Emocional</p><p>20</p><p> É capaz de se separar da mãe durante curtos períodos de tempo;</p><p> Começa a desenvolver alguma independência e autoconfiança;</p><p> Pode manifestar medo de estranhos, de animais ou do escuro;</p><p> Começa a reconhecer os seus próprios limites, pedindo ajuda;</p><p> Imita os adultos;</p><p>Desenvolvimento Moral</p><p> Começa a distinguir o certo do errado;</p><p> As opiniões dos outros, acerca de si própria assumem grande importância para</p><p>a criança;</p><p> Consegue controlar-se de forma mais eficaz e é menos agressiva;</p><p> Utiliza ameaças verbais extremas, como por exemplo: "eu te mato!", sem ter</p><p>noção das suas implicações;</p><p>Característica da faixa etária dos 04 aos 05 anos</p><p>Desenvolvimento Físico</p><p> Rápido desenvolvimento muscular;</p><p> Grande atividade motora, com maior controle dos movimentos;</p><p> Consegue escovar os dentes, pentear-se e vestir-se com pouca ajuda;</p><p>Desenvolvimento Cognitivo</p><p> Adquiriu já um vocabulário alargado, constituído por 1500 a 2000 palavras;</p><p>manifesta um grande interesse pela linguagem, falando incessantemente;</p><p> Compreende ordens com frases na negativa;</p><p> Articula bem consoantes e vogais e constrói frases bem estruturadas;</p><p> Exibe uma curiosidade insaciável, fazendo inúmeras perguntas;</p><p> Compreende as diferenças entre a fantasia e a realidade;</p><p> Compreende conceitos de número e de espaço: "mais", "menos", "maior",</p><p>"dentro", "debaixo", "atrás";</p><p> Começa a compreender que os desenhos e símbolos podem representar</p><p>objetos reais;</p><p> Começa a reconhecer padrões entre os objetos: objetos redondos, objetos</p><p>macios, animais...</p><p>21</p><p>Desenvolvimento Social</p><p> Gosta de brincar com outras crianças; quando está em grupo, poderá ser</p><p>seletiva acerca dos seus companheiros;</p><p> Gosta de imitar as atividades dos adultos;</p><p> Está a aprender a partilhar, a aceitar as regras e a respeitar a vez do outro;</p><p>Desenvolvimento Emocional</p><p> Os pesadelos são comuns nesta fase;</p><p> Tem amigos imaginários e uma grande capacidade de fantasiar;</p><p> Procura frequentemente testar o poder e os limites dos outros;</p><p> Exibe muitos comportamentos desafiantes e opositores;</p><p> Os seus estados emocionais alcançam os extremos: por ex., é desafiante e</p><p>depois bastante envergonhada;</p><p> Tem uma confiança crescente em si própria e no mundo;</p><p>Desenvolvimento Moral</p><p> Tem maior consciência do certo e errado, preocupando-se geralmente em</p><p>fazer o que está certo; pode culpar os outros pelos seus erros (dificuldade em</p><p>assumir a culpa pelos seus comportamentos);</p><p>Características da faixa etária dos 5 aos 6 anos</p><p>Desenvolvimento Físico</p><p> A preferência manual está estabelecida;</p><p> É capaz de se vestir e despir sozinha;</p><p> Assegura sua higiene com autonomia;</p><p> Pode manifestar dores de estômago ou vômitos quando obrigada a comer</p><p>comidas de que não gosta; tem preferência por comida pouco elaborada,</p><p>embora aceite uma maior variedade de alimentos;</p><p>Desenvolvimento Cognitivo</p><p> Fala fluentemente, utilizando corretamente o plural, os pronomes e os tempos</p><p>verbais;</p><p> Grande interesse pelas palavras e a linguagem;</p><p>22</p><p> Pode gaguejar se estiver muito cansada ou nervosa;</p><p> Segue instruções e aceita supervisão;</p><p> Conhece as cores, os números, etc.</p><p> Capacidade para memorizar histórias e repeti-las;</p><p> É capaz de agrupar e ordenar objetos tendo em conta o tamanho (do menor</p><p>ao maior);</p><p> Começa a entender os conceitos de "antes" e "depois", "em cima" e "em baixo",</p><p>etc., bem como conceitos de tempo: "ontem", "hoje", "amanhã";</p><p>Desenvolvimento Social</p><p> A mãe é ainda o centro do mundo da criança, pelo que poderá recear a não</p><p>voltar a vê-la após uma separação;</p><p> Copia os adultos;</p><p> Brinca com meninos e meninas;</p><p> Está mais calma, não sendo tão exigente nas suas relações com os outros; é</p><p>capaz de brincar apenas com outra criança ou com um grupo de crianças,</p><p>manifestando preferência pelas crianças do mesmo sexo;</p><p> Brinca de forma independente, sem necessitar de uma constante supervisão;</p><p> Começa a ser capaz de esperar pela sua vez e de partilhar;</p><p> Conhece as diferenças de sexo;</p><p> Aprecia conversar durante as refeições;</p><p> Começa a interessar-se por saber de onde vêm os bebês;</p><p> Está numa fase de maior conformismo, sendo crítica relativamente aqueles</p><p>que não apresentam o mesmo comportamento;</p><p>Desenvolvimento Emocional</p><p> Pode apresentar alguns medos: do escuro, de cair, de cães ou de dano</p><p>corporal, embora esta não seja uma fase de grandes medos;</p><p> Se estiver cansada, nervosa ou chateada, poderá apresentar alguns dos</p><p>seguintes comportamentos: roer as unhas, piscar repetidamente os olhos,</p><p>fungar, etc.;</p><p> Preocupa-se em agradar aos adultos;</p><p> Maior sensibilidade relativamente às necessidades e sentimentos dos outros;</p><p>23</p><p> Envergonha-se facilmente;</p><p>Desenvolvimento Moral</p><p> Devido à sua grande preocupação em fazer as coisas bem e em agradar,</p><p>poderá por vezes mentir ou culpar os outros de comportamentos reprováveis.</p><p>"Aprendemos sobre o jeito de ser de cada criança através da forma como se relaciona</p><p>com seus amigos, seus brinquedos, como manifesta suas vontades e afetos; tolera</p><p>suas frustrações, através das primeiras expressões gráficas e da linguagem".</p><p>Os principais fatores que podem impactar o desenvolvimento infantil são:</p><p>Ambiente onde a criança vive.</p><p>Hereditariedade (os seus pais, avós e demais ancestrais).</p><p>Alimentação.</p><p>Problemas físicos.</p><p>5. Psicologia do desenvolvimento infantil</p><p>A psicologia do desenvolvimento infantil é responsável por estudar as</p><p>alterações que ocorrem no comportamento do ser humano durante a infância e</p><p>defende que ele precisa passar por algumas etapas de aprendizado para finalmente</p><p>adquirir determinada capacidade.</p><p>Esse estudo engloba não só o desenvolvimento emocional/afetivo (emoções e</p><p>sentimentos), mas também o cognitivo (conhecimento/razão), o social (relações</p><p>sociais) e o psicomotor (funções motoras e psíquicas). A psicologia do</p><p>desenvolvimento busca estudar também os fatores que promovem as mudanças de</p><p>comportamento que levam a determinado fim.</p><p>O psicólogo suíço Jean Piaget, fez uma analogia entre o desenvolvimento</p><p>infantil e o desenvolvimento de um embrião: ele considerou que o percurso do</p><p>desenvolvimento infantil consistia em fases e que a conclusão de uma determinada</p><p>fase era condição necessária para passar à fase seguinte, ou seja, defendia que o</p><p>desenvolvimento ocorria de forma sequencial, sem pular etapas. Piaget definiu o</p><p>desenvolvimento cognitivo como uma espécie de embriologia mental.</p><p>24</p><p>A construção da criança enquanto indivíduo está diretamente</p><p>relacionada com</p><p>o ambiente que a cerca. A demanda do ambiente pode influenciar diretamente o</p><p>alcance de determinadas capacidades. Essa condição estabelece algumas relações</p><p>do desenvolvimento infantil com a aprendizagem: uma criança que não sofre</p><p>estímulos, pode, por exemplo, desenvolver certas capacidades mais tarde ou até</p><p>mesmo vir a não desenvolvê-las. Em outras palavras, se o ambiente não demanda, a</p><p>criança pode não “reagir” e não “construir”. Em suma, a psicologia do</p><p>desenvolvimento infantil defende que a construção acontece através da interação</p><p>com o meio.</p><p>6. A importância do brincar no desenvolvimento infantil</p><p>As brincadeiras e jogos constituem uma parte fundamental do processo de</p><p>desenvolvimento infantil. Através das brincadeiras, as crianças têm a possibilidade de</p><p>explorar seus sentimentos e emoções e também seus medos e angústias.</p><p>O lúdico também permite que as crianças criem situações hipotéticas que</p><p>auxiliam no desenvolvimento das capacidades de reflexão, análise, raciocínio,</p><p>imaginação e criatividade. A brincadeira com outras crianças, por exemplo, ensina a</p><p>criança a partilhar seja um brinquedo ou mesmo um espaço. Desta forma, a</p><p>socialização ajuda a criança a ultrapassar a fase do egocentrismo.</p><p>Por intermédio da brincadeira, a criança explora e reflete sobre a realidade e a</p><p>cultura na qual está inserida, interiorizando-a. A experimentação de diferentes papéis</p><p>sociais (o papel de mãe, pai, bombeiro, super-homem) através do faz-de-conta,</p><p>permite à criança compreender o papel do adulto e aprender a comportar-se e a sentir</p><p>25</p><p>como ele, constituindo-se como uma preparação para a entrada no mundo dos</p><p>adultos. A criança procura assim conhecer o mundo e conhecer-se a si mesma.</p><p>Outro aspeto importante do brincar é o desenvolvimento do raciocínio, da</p><p>atenção, da imaginação e da criatividade, na medida em que as brincadeiras trazem</p><p>novas linguagem e ajudam a criança a pensar, se quisermos, a pensar a realidade de</p><p>forma criativa. Os benefícios do brincar são inesgotáveis e como tal é muito</p><p>importante que os pais não se esqueçam de definir na agenda da criança um espaço</p><p>diário para não fazer nada – é aí que surge o espaço para brincar.</p><p>O adulto pode e deve participar na brincadeira, uma vez que o seu</p><p>envolvimento não só estreita os laços afetivos com a criança como também aumenta</p><p>o seu nível de interesse e motivação. Na interação, o adulto tem oportunidade de</p><p>conter e ajudar a criança na elaboração das inquietações que surgirem durante a</p><p>brincadeira, bem como enriquecer e estimular a imaginação da criança, despertando-</p><p>lhe ideias e questionando-a para a descoberta de soluções.</p><p>7. Teoria de Piaget versus teoria de Vygotsky</p><p>Lev Semyonovich Vygotsky (17 de</p><p>novembro de 1896 - 11 de junho de 1934)</p><p>No domínio da psicologia, Jean Piaget e Lev Vygotsky foram grandes</p><p>estudiosos do desenvolvimento infantil. Ambos são considerados construcionistas e</p><p>interacionistas, pois defendem que nada acontece sem uma interação e que tudo</p><p>precisa passar por um processo de construção até alcançar determinado fim. A</p><p>diferença entre a teoria de Piaget e a teoria de Vygotsky são as mediações utilizadas</p><p>para abordar a interação.</p><p>26</p><p>Piaget considera que a interação se dê por meio da ação da criança. Desta</p><p>forma ocorre uma troca com o meio; a criança age e aprende por experiência própria,</p><p>não há uma pessoa ensinando.</p><p>Para Vygotsky, a mediação ocorre por meio de ferramentas culturais, ou seja,</p><p>o aprendizado ocorre quando a criança interage ou coopera com pessoas que fazem</p><p>parte do seu ambiente. Posteriormente, esses processos de aprendizados são</p><p>internalizados e passam a fazer parte do desenvolvimento independente da criança.</p><p>Em outras palavras, para Vygotsky o desenvolvimento infantil é resultado do</p><p>convívio social.</p><p>8. Fatores importantes para o bom desenvolvimento infantil</p><p>A base para um bom desenvolvimento é o vínculo afetivo com a mãe, o pai, os</p><p>familiares e demais cuidadores. Quando há um ambiente acolhedor, a criança tem a</p><p>oportunidade de crescer saudavelmente, desenvolvendo suas habilidades ao</p><p>máximo.</p><p>Ambientes perturbados como casas em que moram muitas pessoas, presença</p><p>de muitas brigas, violência, abuso psicológico e físico, entre outros, são fatores de</p><p>risco para que as crianças tenham dificuldade em desenvolver suas habilidades</p><p>plenamente. Não raramente, esses pequenos passam a sofrer de transtornos mentais</p><p>mais tarde na vida e podem ter dificuldades no social, na carreira, nos estudos, entre</p><p>outros.</p><p>Fatores que podem influenciar no desenvolvimento são:</p><p>Hereditariedade: Se os pais começaram a falar mais tarde do que maior parte dos</p><p>bebês, é provável que o filho também demore um pouco para aprender a falar;</p><p>Nutrição: A alimentação é importante não apenas para o desenvolvimento do corpo,</p><p>como também para a cognição, visto que o cérebro é um órgão como todos os outros</p><p>e precisa estar nutrido para funcionar adequadamente;</p><p>Ambiente: Quando há falta de estimulação no ambiente em que a criança vive, pode</p><p>haver um retardo no desenvolvimento intelectual. Já ambientes com estímulos o</p><p>suficiente, facilmente aceleram esse processo;</p><p>27</p><p>Problemas Físicos: Se a criança sofre de alguma condição médica, o</p><p>desenvolvimento pode ser dificultado. Crianças surdas, por exemplo, podem demorar</p><p>para desenvolver a linguagem.</p><p>9. Marcos do desenvolvimento infantil</p><p>Muitas mamães e papais sabem que seu filho está se desenvolvendo bem porque</p><p>conhecem os marcos do desenvolvimento. Esses marcos são eventos nos quais a</p><p>criança começa a demonstrar certos comportamentos e têm momentos certos para</p><p>acontecerem.</p><p>Vale lembrar que as idades podem variar bastante, mas em geral é aconselhável</p><p>procurar um pediatra ao desconfiar que seu filho não está se desenvolvendo</p><p>tipicamente.</p><p>Marcos importantes até os 12 meses</p><p>No nascimento, o bebê:</p><p> Dorme a maior parte do tempo;</p><p> Suga com a boca com frequência;</p><p> Chora quando é perturbado ou sente desconfortos.</p><p>4 semanas</p><p> Leva as mãos aos olhos e à boca;</p><p> Move a cabeça de um lado para o outro quando deitado;</p><p> Segue um objeto em movimento em frente ao rosto com o olhar;</p><p> Responde aos sons do ambiente (levando sustos, chorando etc.);</p><p>28</p><p> Pode se virar na direção de vozes e sons familiares;</p><p> É capaz de focar em um rosto.</p><p>6 semanas</p><p> Observa objetos dentro do seu campo de visão;</p><p> Passa a sorrir quando falam com ele;</p><p> Fica deitado sobre a barriguinha.</p><p>3 meses</p><p> Consegue manter a cabeça firme quando está sentado;</p><p> Eleva a cabeça a 45º quando deitado de bruços;</p><p> Abre e fecha as mãozinhas;</p><p> Faz força com os pés quando é colocado sob uma superfície plana;</p><p> Movimenta-se para alcançar brinquedos suspensos, como o móbile do berço;</p><p> Segue, com o olhar, um objeto na frente do seu rosto, balançando a cabeça de um</p><p>lado para o outro;</p><p> Observa rostos atentamente;</p><p> Sorri ao ouvir a voz do cuidador (mãe, pai, babá etc.);</p><p> Começa a balbuciar, emitindo sons semelhantes à fala.</p><p>5-6 meses</p><p> Mantém a cabeça firme quando está de pé;</p><p> Consegue se sentar com apoio;</p><p> Rola o corpo em um sentido, geralmente da posição deitado de bruços para deitado</p><p>de costas;</p><p> Tenta alcançar objetos;</p><p> Reconhece pessoas à distância;</p><p> Presta bastante atenção às vozes humanas;</p><p> Sorri espontaneamente;</p><p> Ao sentir prazer, expressa por meio de gritinhos;</p><p> Balbucia para brinquedos.</p><p>29</p><p>7 meses</p><p> Consegue se sentar sem apoio;</p><p> Sustenta parte do seu peso corporal quando mantido de pé;</p><p> Passa objetos de uma mão para a outra;</p><p> Segura a própria mamadeira;</p><p> Procura objetos que caíram;</p><p> Responde ao próprio nome;</p><p> Balbucia combinando vogais e consoantes;</p><p> Responde à brincadeira do “cadê o bebê? ”.</p><p>9 meses</p><p> Consegue se sentar bem;</p><p> Tenta pegar brinquedos que estão longe do seu alcance;</p><p></p><p>Responde quando os brinquedos são tirados dele;</p><p> Engatinha ou se mantém sobre os pés e as mãos;</p><p> Consegue se colocar de pé;</p><p> A partir da posição de bruços, consegue se sentar;</p><p> Consegue ficar de pé se apoiando em algo ou alguém;</p><p> Diz “mama” e “papa”.</p><p>12 meses</p><p> Consegue andar se apoiando em móveis ou segurando a mão de pessoas;</p><p> Pode dar um ou dois passos sem apoio;</p><p> Fica em pé por poucos momentos de cada vez;</p><p> Diz “mama” e “papa” para as pessoas corretas;</p><p> Aprende a beber em copo;</p><p> Bate palminhas e dá tchau;</p><p> Consegue falar algumas palavras.</p><p>30</p><p>Marcos do desenvolvimento dos 18 meses aos 6 anos</p><p>Aos 18 meses</p><p> Anda bem;</p><p> Consegue subir escadas se apoiando.</p><p> Desenha uma linha vertical;</p><p> Faz uma torre com 4 cubos;</p><p> Vira várias páginas de um livro ao mesmo tempo;</p><p> Fala cerca de 10 palavras;</p><p> Puxa brinquedos em cordas;</p><p> Consegue comer algumas coisas sozinho.</p><p>Aos 2 anos</p><p> Tem coordenação motora o suficiente para correr bem;</p><p> Sobe em móveis.</p><p> Manuseia bem talheres;</p><p> Vira páginas individuais dos livros;</p><p> Faz uma torre com 7 cubos;</p><p> Forma frases com 2 ou 3 palavras.</p><p>Aos 2,5 anos:</p><p> Salta;</p><p> Sobre e desce escadas sem ajuda.</p><p> Faz rabiscos em padrão circular;</p><p> Abre portas;</p><p> Consegue vestir roupas simples sozinho;</p><p> Fala quando precisa ir ao banheiro.</p><p>Aos 3 anos</p><p> Possui boa coordenação motora para andar bem (marcha madura);</p><p> Anda de velocípede.</p><p> Prefere usar uma mão à outra;</p><p> Copia um círculo;</p><p>31</p><p> Consegue se vestir sozinho, mas ainda não sabe fechar os botões ou amarrar</p><p>cadarços;</p><p> Conta até 10 e usa plurais;</p><p> Reconhece pelo menos 3 cores;</p><p> Faz perguntas constantemente;</p><p> Consegue comer sozinho;</p><p> Grande parte das crianças nessa idade já conseguem usar o banheiro sozinhas.</p><p>Aos 4 anos</p><p> Sobe e desce as escadas alternando os pés;</p><p> Salta sobre um pé;</p><p> Consegue lançar bolas.</p><p> Copia uma cruz;</p><p> Consegue se vestir;</p><p> Lava as mãos e o rosto.</p><p>Aos 5 anos</p><p> Pula;</p><p> Pega uma bola arremessada.</p><p> Copia um triângulo;</p><p> Desenha uma pessoa em 6 partes;</p><p> Conhece 4 cores;</p><p> Consegue se vestir e se despir sem ajuda.</p><p>Aos 6 anos</p><p> Anda em linha reta usando toda a superfície do pé.</p><p> Escreve seu próprio nome.</p><p>32</p><p>10. Desenvolvimento da linguagem</p><p>Crianças não nascem sabendo falar, e isso não é surpresa para ninguém. A</p><p>fala, assim como a cognição, não surge da noite para o dia: ela também vai chegando</p><p>por meio de estágios.</p><p>Entretanto, não conseguir falar é diferente de não conseguir se comunicar. A</p><p>comunicação entre cuidador e bebê é, na maioria das vezes, muito bem estabelecida.</p><p>Quantas vezes você não viu uma mãe reconhecer a necessidade do pequeno só pelo</p><p>choro? Pois bem, desde o começo ele já vai criando uma espécie de linguagem</p><p>própria, ainda que não use as palavras.</p><p>O problema é que nem todo mundo entende essa linguagem do bebê e, a</p><p>medida em que cresce, ele precisa aprender a se adaptar ao mundo à sua volta. Com</p><p>isso, ele passa a aprender a língua do lugar em que vive ao longo de dois estágios: o</p><p>pré-linguístico e o linguístico.</p><p>Estágio pré-linguístico</p><p>Este estágio ocorre antes da criança conseguir falar as primeiras palavras.</p><p>Durante esse tempo, ela costuma usar muito o choro para se comunicar. Muitas</p><p>vezes, nem o bebê sabe muito bem porque está chorando.</p><p>Para ele, a fome é apenas uma sensação desconfortável, não sendo muito</p><p>diferente da dor da cólica. Com a ajuda da mãe, ele mesmo vai aprendendo o que é</p><p>o que: se a sensação ruim passa depois de se alimentar, então é fome. Assim, ele</p><p>33</p><p>cria um choro específico para essa sensação, a medida em que vai aprendendo a</p><p>diferenciar o que sente.</p><p>Com o tempo, ele começa a produzir sons chamados “arrulhos”, sons guturais</p><p>(saem diretamente da garganta) que dão a base para que ele aprenda a usar as</p><p>cordas vocais. Por volta dos 6-10 meses, o bebê passa a balbuciar e repetir sons de</p><p>consoantes e vogais.</p><p>É nessa fase que ele começa a falar “mama”, “papa” e “dada”. Não raramente,</p><p>os pais confundem isso com suas primeiras palavras, quando na verdade o próprio</p><p>bebê não faz muita ideia do que aquilo significa. Ou seja, nem sempre que a criança</p><p>fala “mama”, ela está chamando a mãe. Muitas vezes, está só experimentando suas</p><p>cordas vocais.</p><p>No final do primeiro ano de idade, a criança já tem uma noção básica dos sons</p><p>usados na linguagem, o que dá a base para que ela possa efetivamente aprender a</p><p>falar. É nessa hora que ela realmente começa a aprender suas primeiras palavras.</p><p>Estágio linguístico</p><p>Lá pela metade do segundo ano de vida (18 meses), a criança já consegue</p><p>usar combinações de sons para se referir a pessoas, objetos, animais e até mesmo</p><p>acontecimentos. Nessa época, estima-se que ela tenha um vocabulário de cerca de</p><p>50 palavras, mesmo que elas estejam erradas.</p><p>O curioso é que, nessa fase, uma única palavra tem o valor de uma frase</p><p>inteira. Um exemplo é quando ela aponta para fora de casa dizendo “ua”. Os pais</p><p>entendem que essas duas letrinhas significam “eu quero ir para a rua”, ou “quero ir</p><p>passear”. A esse fenômeno dá-se o nome de “holófrases”.</p><p>Ainda nessa idade, são frequentes trocas e omissões de letras, como no</p><p>exemplo citado da “rua sem r”.</p><p>Ao final dos 2 anos de idade, espera-se que a criança tenha um vocabulário de</p><p>mais de 100 palavras e, entre os 2 e 3 anos, ela começa a aprender as regras</p><p>gramaticais e a trocar menos as letras. Aos 6 anos, já consegue falar frases longas e</p><p>busca sempre empregar as regras gramaticais corretamente.</p><p>Gênese da linguagem: como a criança aprende?</p><p>34</p><p>Apesar de sabermos que a linguagem está sendo desenvolvida pelo que a</p><p>criança demonstra externamente, não sabemos muito bem como esse aprendizado</p><p>se dá. No entanto, diversos teóricos tentaram explicar isso.</p><p>Um linguista chamado Chomsky acredita que parte do aprendizado é</p><p>biologicamente determinado, ou seja, ocorre de maneira nativa. A criança vai</p><p>aprendendo a falar porque seu organismo se desenvolve, possibilitando a fala.</p><p>Já Skinner, um grande psicólogo comportamental, defendia que a linguagem</p><p>era obtida pela experiência. A medida em que a criança experimentava a linguagem</p><p>com seus pais e com outros adultos, ela ia aprendendo.</p><p>Piaget, já citado, traz uma terceira visão que reflete melhor o que vemos na</p><p>prática: o aprendizado da linguagem ocorre por meio das interações entre a criança</p><p>e o mundo. Ele se dá juntamente com o desenvolvimento cognitivo, e é baseado tanto</p><p>em pressupostos biológicos quanto interacionistas.</p><p>Com isso, fica mais claro que a criança precisa do estímulo dos pais para</p><p>aprender a falar. Suas primeiras sílabas são, de fato, imitações dos sons que os pais</p><p>emitem perto dela. Isso deixa claro como é preciso que haja alguém a estimulando</p><p>para que a criança possa aprender a falar de fato.</p><p>11. Quando a Criança não Apresenta o Desenvolvimento</p><p>Típico</p><p>Para começar, devemos manter em mente que as idades, tanto do</p><p>desenvolvimento cognitivo quanto motor, são aproximadas, com referência em uma</p><p>média. Ou seja, a capacidade de pensamento representativo, característica marcante</p><p>do estágio pré-operatório, pode não aparecer logo que a criança faz 2 anos de idade.</p><p>Outra coisa importante é perceber que, muitas vezes, os estágios se</p><p>sobrepõem: entrar no estágio pré-operatório não necessariamente quer dizer que a</p><p>criança aprendeu tudo que tinha para aprender no estágio sensório-motor.</p><p>Nesses casos, não há porque se preocupar, pois a passagem de um estágio</p><p>para o outro não significa que ela não será capaz de desenvolver essas habilidades</p><p>posteriormente. Pelo contrário, as habilidades já adquiridas continuam evoluindo</p><p>sempre, independente do estágio. Vale lembrar que crianças diferentes se</p><p>35</p><p>desenvolvem de maneiras diferentes, mas, em linhas gerais, existe um tempo certo</p><p>para que algumas habilidades apareçam.</p><p>Se, por acaso, uma criança de 3 anos ainda não consegue falar uma palavra,</p><p>é sinal de que ela apresenta alguma disfunção no desenvolvimento e isso deve ser</p><p>investigado. Por outro lado, bebês que não saem da fase do balbucio podem ser</p><p>surdos, sendo esta apenas outra condição que precisa de atenção.</p><p>Na dúvida, consulte sempre um pediatra de confiança. Se necessário, ele</p><p>poderá encaminhar o pequeno para um fonoaudiólogo, psicopedagogo, neurologista,</p><p>entre outras especialidades que podem ajudar a trabalhar essas habilidades.</p><p>É importante compreender os estágios do desenvolvimento cognitivo infantil</p><p>porque é justamente nessa fase que aparecem os primeiros sintomas de vários</p><p>transtornos diagnosticados na infância, como é o caso do autismo e do transtorno de</p><p>déficit de atenção e hiperatividade (TDAH).</p><p>Além disso, dificuldades no aprendizado de uma criança podem ser um convite</p><p>para a reflexão: o que está acontecendo no ambiente social e familiar dessa criança</p><p>que pode estar atrapalhando seu desenvolvimento?</p><p>Como dito anteriormente, os vínculos afetivos são indispensáveis para um</p><p>desenvolvimento pleno e de qualidade. Pais que brigam frequentemente ou que são</p><p>ausentes, a presença de algum irmão com quem a criança é sempre comparada,</p><p>situações nas quais ela é inferiorizada, entre outros, são todos fatores que prejudicam</p><p>o desenvolvimento.</p><p>Por isso, às vezes o problema pode não estar na criança em si, mas na</p><p>dinâmica familiar. Nesses casos, é importante prestar atenção nas atitudes que</p><p>podem prejudicá-la, assim como buscar ajuda quando necessário.</p><p>36</p><p>12. Conclusão</p><p>Considera-se que o desenvolvimento da criança é um fator relevante em todos</p><p>os aspectos, pois é preciso que se tenha um desenvolvimento na integra, ou seja,</p><p>social, psicológico, por isso é fundamental que se possa oferecer condições a criança</p><p>de ter um desenvolvimento sócioafetivo adequado e desenvolver também a sua</p><p>capacidade de aprendizagem respeitando os limites de cada idade. A criança desde</p><p>que nasce desenvolve-se de forma relevante e dinâmica, o desenvolvimento físico</p><p>corresponde a sua maneira de crescer com fatores genéticos e biológicos interferindo</p><p>nesse processo. Já o desenvolvimento social e afetivo é outro fator relevante que</p><p>deve ser levado em consideração em especial no processo de aprendizagem.</p><p>É verídico que a personalidade da criança é única e sua construção se dá nos</p><p>primeiros anos de vida. A base deste desenvolvimento dará estruturação à infância,</p><p>adolescência, juventude e vida adulta. Por este motivo, é tão importante o cuidado</p><p>das crianças em seu desenvolvimento emocional saudável. Conhecer o mundo e</p><p>sentir-se seguro é fundamental para o indivíduo que acabou de sofrer o trauma do</p><p>nascimento e entrou no mundo real. Nesta fase, o mais importante é o</p><p>estabelecimento do vínculo mãe-filho para que o bebê se sinta seguro e parta para a</p><p>sua aventura de descobrir o mundo.</p><p>As crianças com capacidades normais precisam apenas vivenciar interações</p><p>conversacionais para adquirir a linguagem. No entanto, muitas crianças talvez não</p><p>tenham experiências suficientes com esse tipo de interação para maximizar seu</p><p>desenvolvimento de linguagem. Os pais devem ser encorajados a tratar seus filhos</p><p>pequenos como parceiros de conversa desde os primeiros meses de vida.</p><p>Educadores e formuladores de políticas devem reconhecer que as habilidades</p><p>linguísticas das crianças não refletem apenas suas capacidades cognitivas, mas</p><p>também as oportunidades de ouvir e usar a linguagem que seus ambientes lhes</p><p>proporcionaram.</p><p>37</p><p>13. Referências</p><p>ARIES, P. História Social da Criança e da Família. 2. ed. Rio de Janeiro: LTC, 1981.</p><p>BARBEIRO, L. (2000). Com a linguagem: do lado dos sons. Leiria: Legenda. (pp. 116</p><p>a 124) BRUNER, J. Acción. Pensamiento e lenguaje. Madrid. Alianza, 1989.</p><p>CARVALHO, A.M; PEREIRA, A.S. Qualidade em ambientes de um Programa de</p><p>CHOMSKY, Noam. Linguagem e mente. Brasília: Universidade de Brasília 1998</p><p>FERREIRA, Carolina; MISSE, Cristina; BONADIO, Sueli. Brincar na educação infantil</p><p>é coisa séria. Akrópolis, Umuarama, v. 12, n. 4, p. 222-223, out./dez. 2004.</p><p>LEMOS, C.T.G. Interacionismo e aquisição de linguagem. D.E.L.T.A., 2 (2): 231-48,</p><p>São Paulo;1986.</p><p>GOULART, B. N. G., & CHIARI, B. M. (2007). Prevalência de desordens de fala em</p><p>escolares e fatores associados. Revista de Saúde Pública, 41(5), 726-731.</p><p>HAGE S. Avaliando a linguagem na ausência de oralidade. Editora da Universidade</p><p>do Sagrado Coração;2004.</p><p>OLIVEIRA, Marta Kohl de. Vygotsky: aprendizado e desenvolvimento um processo</p><p>sócio-histórico. 3. ed. São Paulo: Scipione, 1995.</p><p>PIRES, Creuza; MENDES, Nelci; BONADIO, Sueli. Brincar: recreação ou</p><p>aprendizagem? Akrópolis, Umuarama, v. 12, n. 4, p. 223-225, out./dez. 2004.</p><p>PIAGET, J. A Construção do Real. Rio de Janeiro: Zahar, 1967.</p><p>PIAGET, J. A formação do símbolo na criança, imitação, jogo, sonho, imagem e</p><p>representação de jogo. São Paulo: Zahar, 1971.</p><p>RIBEIRO, Aparecida et al. Jogos, brinquedos e brincadeira no processo ensino</p><p>aprendizagem. Akrópolis, Umuarama, v. 12, n. 4, p. 216-219, out./dez. 2004.</p><p>SCIAR-CABRAL Leonor. Introdução a psicolinguística. ED. ATICA, 1991.</p><p>VYGOTSKY, L. S. A Formação Social da Mente. RIO DE JANEIRO: MARTINS</p><p>FONTES, 1996. WALLON, H. As Etapas da Socialização da Criança. Lisboa, 1953.</p><p>38</p><p>VYGOTSKY, Lev Semenovich. A formação social da mente. 6. ed. São Paulo: Martins</p><p>Fontes, 1998.</p>