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<p>1</p><p>165</p><p>AULA 10:</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>AULA 10</p><p>ENEM</p><p>Exasiu</p><p>Exasiu</p><p>EXTENSIVO</p><p>estretegiavestibulares.com.br</p><p>História Contemporânea II</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 10 – História Contemporânea II</p><p>2</p><p>165</p><p>AULA 10: História Contemporânea II</p><p>Sumário</p><p>1. A Era napoleônica (1799 – 1815) ......................................................................... 3</p><p>1.1 - Consulado (1799 -1804) ............................................................................................ 7</p><p>1.2 - Império (1804-1814) ................................................................................................. 9</p><p>1.3 – Governo dos 100 dias ............................................................................................ 16</p><p>2. Congresso de Viena: Restauração Conservadora ......................................... 18</p><p>3. A Europa em Restauração ................................................................................... 21</p><p>4. A Europa em transformação ............................................................................... 23</p><p>4.1 – Ondas de Revoltas Liberais e Nacionalistas 1830-1848 ......................................... 23</p><p>4.2 – República Francesa, de 1848 ................................................................................. 30</p><p>4.3 – Teorias críticas ao capitalismo ............................................................................... 33</p><p>4.4 - 1871: a Comuna de Paris ........................................................................................ 44</p><p>5. Lista de Questões .................................................................................................. 52</p><p>6. Gabarito ................................................................................................................... 86</p><p>7. Lista de Questões com Comentários ............................................................... 87</p><p>8. Considerações Finais .......................................................................................... 165</p><p>Queridas e Queridos Alunos,</p><p>Sejam bem-vindos e bem-vindas a mais uma aula. É sempre um grande prazer compartilhar</p><p>com vocês nosso trabalho e participar dessa batalha dura e constante na luta pela conquista da</p><p>sua vaga na Universidade.</p><p>Esta é a terceira aula que trata sobre um longo processo que transformou a Europa,</p><p>colocou fim ao Absolutismo e ao Mercantilismo e plantou os germes do mundo capitalista. Assim,</p><p>continuaremos a estudar a formação do Mundo Capitalista.</p><p>Quero lhes dizer que esse assunto tem pouca incidência nas provas. Mas cuidado: não deixe</p><p>de estudar porque você bem sabe que o Vestibular sempre nos presenteia com surpresas.</p><p>Nas aulas anteriores, tratamos sobre as experiências políticas, filosóficas e econômicas de</p><p>crítica ao Mundo do Antigo Regime. Nesse sentido, já estudamos o Movimento iluminista e a</p><p>teoria liberal, as Revoluções Liberais inglesas do século XVII e a Independência dos Estados Unidos</p><p>da América, a Revolução Francesa e a Inglesa.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 10 – História Contemporânea II</p><p>3</p><p>165</p><p>AULA 10: História Contemporânea II</p><p>Nesta aula, vamos adentrar o século XIX e compreender os desdobramentos da Revolução</p><p>Francesa na França e na Europa. Isso inclui:</p><p> a chamada Era Napoleônica;</p><p> o processo de tentativa de restauração do Absolutismo por meio dos acordos do</p><p>Congresso de Viena;</p><p> a retomada revolucionária que levou ao Movimento da Primavera dos Povos e a</p><p>Proclamação da República na França.</p><p>Enfim, mais história, né? . Não me canso de afirmar, para você toda questão de história</p><p>é imperdível! Você precisa estar preparado para TUDO! Não esquece: “o segrego do sucesso é a</p><p>constância no objetivo”. Vamos seguir juntos!</p><p>Se você tiver dúvidas, utilize o Fórum de Dúvidas! Eu vou te responder bem rapidinho. Ah,</p><p>não tem pergunta boba, Ok? Vamos começar? Já sabe: pega seu café e sua ampulheta. Bora!!</p><p>1. A ERA NAPOLEÔNICA (1799 – 1815)</p><p>O processo que deu origem à Era Napoleônica pode ser explicado pelos desdobramentos</p><p>e disputas entre as forças políticas na França em um cenário cuja economia não podia deslanchar.</p><p>Isso fazia com que a luta pelas transformações na vida social não tivesse o resultado que a maioria</p><p>da população que participou das batalhas daquela década almejava.</p><p>Além disso, era fato que as monarquias absolutistas europeias não desistiam de invadir a</p><p>França e derrotar a revolução liberal no seu berço. Existiam pressões internas e externas que</p><p>obrigavam os líderes no poder a buscar uma solução para a continuidade mais estável das</p><p>transformações liberais em curso. Devemos lembrar que era o Diretório que estava exercendo o</p><p>poder executivo, como vimos na última aula.</p><p>A conjuntura era tão extrema, e a revolta social tão grande, somada à crise econômica e à</p><p>fome, que a saída encontrada por um setor dos girondinos foi articular um golpe contra seu</p><p>próprio governo. Nesse sentido, em novembro de 1799, é consumado o Golpe do 18 Brumário</p><p>liderado por Napoleão Bonaparte. Naquele contexto o General popular e carismático era o único</p><p>que aparentemente tinha legitimidade política para governar.</p><p>Na verdade, ele era o único que poderia “zerar o rolê”</p><p>XVIII XIX</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 10 – História Contemporânea II</p><p>4</p><p>165</p><p>AULA 10: História Contemporânea II</p><p>Forma-se, então, um novo Governo a partir do exército e dos girondinos. O</p><p>Diretório foi substituído por um Consulado o qual era conduzido por 3 Cônsules, o</p><p>Primeiro e principal Cônsul era Napoleão Bonaparte.</p><p>Assim, em 1799, o primeiro objetivo desse novo governo, que marcou o início</p><p>da Era Napoleônica, foi pacificar a França e dar novo impulso econômico para o</p><p>país.</p><p>A Era Napoleônica, compreendida entre 1799 e 1815, é caracterizada por consolidar as</p><p>conquistas liberais da Revolução Francesa e por expandir seus ideais pela Europa. Nesse sentido,</p><p>não podemos dizer que 1799 é o fim da revolução contra o antigo regime e em defesa do Novo</p><p>Mundo. Ao contrário, visto da perspectiva dos avanços e retrocessos do liberalismo, o significado</p><p>desse período em que Napoleão Bonaparte governou a França pode ser compreendido como a</p><p>continuidade histórica na construção do ideário liberal capitalista.</p><p>Mas, profe, ele não foi um ditador que acabou concentrando os poderes novamente?</p><p>Bem, caro Bixo, eu sei que algumas vezes se ensina que Napoleão virou um Imperador e,</p><p>por isso, teria colocado os avanços da Revolução em jogo, ou traído a Revolução. Tanto é assim,</p><p>que, em geral, os livros didáticos de história desvinculam tanto a Revolução Francesa da Era</p><p>Napoleônica que nem parece que ninguém diria que Napoleão é, em sentido histórico, a</p><p>continuidade da Revolução iniciada em 1799. Mas isso é uma visão factual da história, que não</p><p>aprofunda plenamente os conceitos e os processos históricos. Napoleão é um produto direto da</p><p>Revolução Francesa iniciada em 1789, porém, como chegou a afirmar Victor Hugo “Napoleão era</p><p>involuntariamente revolucionário”1.</p><p>Vejamos como foi a implantação do Governo Napoleônico e seus significados para</p><p>desmistificarmos essas “histórias da carochinha” com uma boa análise social do processo histórico,</p><p>ok?!</p><p>Sabemos que em 1799, a França vivia uma paralisia do Governo do Diretório enquanto o</p><p>exército francês resolvia os problemas das tentativas de invasão de outros Estados Europeus.</p><p>Diante de tal paralisia, Napoleão Bonaparte e diversos aliados políticos e militares dominaram o</p><p>Diretório e, a partir de um Golpe articulado com a burguesia, tomaram o poder.</p><p>E agora sou eu que te pergunto, querida e querido aluno: diante de um Golpe de Estado,</p><p>por que o povo não se levantou contra um possível usurpador do poder? Não era de se esperar</p><p>isso de um povo tão consciente da liberdade e da igualdade como os franceses, já habituado a</p><p>reivindicar seus</p><p>aí? Calma, antes de chegarmos no fim do império de Napoleão</p><p>III, vamos dar uma conferida nos pensamentos, nas ideias que ganharam força naquele século XIX.</p><p>4.3 – TEORIAS CRÍTICAS AO CAPITALISMO</p><p>O desenvolvimento do capitalismo e as lutas políticas do ano de 1848 na Europa marcaram</p><p>a ruptura entre os projetos políticos da burguesia e dos trabalhadores, como estudamos acima.</p><p>Barricada na rua</p><p>Soufflot. Horace</p><p>Vernet, 1848.</p><p>Trabalhadores se</p><p>enfrentam com a</p><p>Guarda Nacional.</p><p>https://pt.wikipedia.org/wiki/Horace_Vernet</p><p>https://pt.wikipedia.org/wiki/Horace_Vernet</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 10 – História Contemporânea II</p><p>34</p><p>165</p><p>AULA 10: História Contemporânea II</p><p>Nesse processo histórico, muitas reflexões surgiram e deram origem a novas formas de</p><p>pensar a organização da sociedade e as necessidades do gênero humano. De certa forma, essas</p><p>novas reflexões, teorias e sistematizações políticas influenciaram a organização dos trabalhadores</p><p>pelo mundo, quer seja na forma de sindicatos, quer seja na forma de partidos políticos. Essas</p><p>organizações do mundo do trabalho expandiam-se proporcionalmente à expansão do capitalismo.</p><p>De certa forma, essas reflexões foram o desdobramento dos limites do liberalismo colocado</p><p>em prática. Nesse sentido, podemos inferir que se tratou de pensar a terceira dimensão do projeto</p><p>iluminista: a fraternidade. Disso decorreram importantes contribuições para a noção de</p><p>solidariedade e justiça social.</p><p>Ao longo das nossas próximas aulas veremos os desdobramentos dessas teorias na prática.</p><p>Por hora, veja alguns pontos relevantes das mais relevantes para seu vestibular. Só mais um aviso:</p><p>todas as teorias apresentadas são formuladas por inúmeros grupos de pensadores. Seria algo</p><p>profundamente anticientífico acreditar que seríamos capazes de resumir tudo aqui. Assim, os</p><p>pontos apresentados são uma simplificação que visa abarcar o conteúdo cobrado no vestibular!</p><p>Socialismo utópico</p><p>Os chamados socialistas utópicos eram liberais que tinham uma visão romântica</p><p>do capitalismo como um sistema que poderia levar progresso e desenvolvimento a</p><p>todos (burgueses, operários, camponeses etc.). Contudo, no início da industrialização,</p><p>como já estudamos, as condições de trabalho eram precárias: muitas horas de trabalho, salários</p><p>insuficientes à manutenção da vida familiar a ponto de todos os membros da família, inclusive as</p><p>crianças terem que trabalhar em condições bastante ruins para a saúde e para o desenvolvimento</p><p>do intelecto.</p><p>Diante das circunstâncias reais do desenvolvimento capitalista, os socialistas utópicos</p><p>conclamavam acordo entre as classes sociais para que todos pudessem usufruir em situação de</p><p>igualdade com os benefícios das descobertas científicas e da produção de riqueza gerada.</p><p>Defendiam a ideia de que a riqueza produzida coletivamente fosse mais bem distribuída. Nesse</p><p>sentido contribuíram para a noção de “justiça social”.</p><p>Mas como atingir tal modelo de sociedade, Profe?</p><p>Para os utópicos, como Charles Fourrier (1772-1837), deveria existir propriedades</p><p>comunais; o campo e a cidade deveriam ser um todo orgânico. A essa organização ele deu o nome</p><p>de “falanstérios” - algo como uma vila agroindustrial.</p><p>Ainda no campo da política e da organização da sociedade, Saint-Simon (1760-1837)</p><p>defendia que a sociedade deveria ser dividida em 3 grupos:</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 10 – História Contemporânea II</p><p>35</p><p>165</p><p>AULA 10: História Contemporânea II</p><p>O governo deveria ficar sempre na</p><p>mão dos sábios, pois, estes seriam isentos</p><p>de interesses e poderiam, então, mediar</p><p>os conflitos de interesses entre os grupos</p><p>de proprietários e não-proprietários. Com</p><p>isso a sociedade seria justa!</p><p>Perceba que são teorias.</p><p>Assim como os iluministas do final</p><p>do século XVII e começo do XVIII</p><p>desenvolveram filosoficamente as ideias</p><p>liberais, os chamados socialistas utópicos</p><p>estavam elaborando as primeiras críticas</p><p>aos problemas e efeitos indesejáveis que o</p><p>capitalismo começava a produzir.</p><p>Quero ressaltar que a maioria</p><p>desses teóricos e políticos eram parte da burguesia, em geral, da alta burguesia ou mesmo da</p><p>aristocracia. Assim, alguns deles usavam suas fortunas para tentar colocar em prática algumas de</p><p>suas ideias.</p><p>Foi o caso de Robert Owen (1771-1858).</p><p>Owen foi um grande industrial escocês. Ele comoveu-se com</p><p>a situação de seus empregados e usou parte de sua fortuna</p><p>para criar um bairro operário chamado New Lanark, lugar</p><p>onde instalou sua fábrica, a maior de fiação do Reino Unido.</p><p>O bairro de alto padrão oferecia assistência aos empregados</p><p>da sua fábrica. Casas, assistência média, escolas, creches.</p><p>Crianças até 10 anos não trabalhavam e os salários eram</p><p>muito acima da média.</p><p>Essa situação não só melhorou as condições de trabalho em</p><p>sua fábrica, como também introduziu o que chamamos hoje de “avaliação de desempenho”. Ou</p><p>seja, mais felizes, mais saudáveis e mais produtivos.</p><p>Naquele contexto da primeira metade do século XIX, ele foi boicotado por outros industriais uma</p><p>vez que outros empregados começaram a exigir as mesmas condições de trabalho e vida a que</p><p>os trabalhadores das indústrias Owen. Os demais industriais usaram práticas de truste e cartel para</p><p>fechar o mercado aos produtos das fábricas de Owen. Assim, ele foi obrigado a fechar suas portas.</p><p>Milhares ficaram desempregados.</p><p>Robert Owen, então, começou buscar uma terra de maior liberdade para investir seu capital</p><p>conforme os valores que acreditava. Foi para os Estados Unidos da América. Lá ele montou suas</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 10 – História Contemporânea II</p><p>36</p><p>165</p><p>AULA 10: História Contemporânea II</p><p>fábricas, ganhou mercado e inaugurou o mesmo modelo de tratamento para seus funcionários, na</p><p>comunidade chamada New Harmony. Contudo, seu modelo morreu com ele e não foi replicável,</p><p>a não ser pela boa vontade de alguns outros empresários - que não conseguiram sobreviver à</p><p>concorrência dos monopólios formados no século XIX (como veremos na aula sobre imperialismo).</p><p>Hoje em dia, nos estudos sobre administração e economia, afirma-se que Owen foi um precursor</p><p>do tema sobre a responsabilidade social do setor privado da economia, afinal, Robert Owen nunca</p><p>delegou ao Estado a responsabilidade sobre seus próprios funcionários.</p><p>Hoje em dia, nos estudos sobre Ciência Política, afirma-se que os socialistas utópicos, ao</p><p>desenvolverem as teses sobre justiça social foram precursores da elaboração sobre Estado social</p><p>ou democracia social nos quais os direitos civis e políticos são indissociáveis em relação aos</p><p>direitos sociais, formando o que alguns autores chamam de cidadania plena.</p><p>Socialismo científico</p><p>Socialismo científico foi uma teoria surgida do liberalismo, mas que rompeu com ele ao</p><p>estabelecer a crítica ao capitalismo com o objetivo de superá-lo por outro sistema baseado na</p><p>inexistência de classes sociais e na igualdade social. Dialogou com os teóricos do socialismo</p><p>utópico demonstrando os limites de suas elaborações</p><p>Trata-se de um conjunto de ideias destinadas a explicar os mecanismos de exploração do</p><p>sistema capitalista e descobrir, portanto, a origem dessa exploração para, assim superar as</p><p>desigualdades entre as classes sociais.</p><p>Nessa teoria, a propriedade privada dos meios de produção é considerada a origem das</p><p>desigualdades e, portanto, da capacidade de dominação de um homem sobre o outro. Ou melhor,</p><p>de uma classe sobre a outra, já que, a teoria se desprende do individualismo marcante do</p><p>liberalismo e estabelece suas análises a partir da ideia de classes sociais.</p><p>Perceba que o antagonismo entre as classes sociais não é explicado como elemento moral</p><p>ou ético, no sentido dos bons contra os maus. O que antagoniza as classes sociais é o fato de uns</p><p>serem proprietários dos</p><p>meios de produção e os</p><p>outros terem apenas o</p><p>controle sobre sua</p><p>força de trabalho. Isso</p><p>geraria interesses</p><p>distintos e</p><p>inconciliáveis, pesar de</p><p>serem,</p><p>contraditoriamente,</p><p>dependentes.</p><p>Os principais</p><p>precursor dessa teoria</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 10 – História Contemporânea II</p><p>37</p><p>165</p><p>AULA 10: História Contemporânea II</p><p>foram Karl Marx e seu amigo, o industrial Frederich Engels. Essa teoria foi ampliada e reformulada</p><p>ao longo do século XIX e XX por outros pensadores. Durante o século XIX, no contexto da situação</p><p>conflituosa na França, Marx e Engels cunharam o nome de comunismo a essa teoria. Assim,</p><p>comunismo seria a sociedade organizada sem propriedade privada, sem classes sociais e,</p><p>portanto, sem Estado.</p><p>Falaremos mais dessa teoria no momento histórico em que ela se torna relevante para os</p><p>rumos da vida humana, no começo do século XX, com a Revolução Russa.</p><p>Anarquismo</p><p>O anarquismo também compreende que o problema do capitalismo é a exploração dos</p><p>trabalhadores e a existência da</p><p>propriedade privada. Contudo, o</p><p>centro do problema para os</p><p>anarquistas é o do poder. O</p><p>poder gera a autoridade ou o</p><p>autoritarismo. Assim todo o</p><p>sistema é gerador de pequenas</p><p>autoridades que se reproduzem</p><p>como se fosse um ciclo de</p><p>violência e autoritarismo.</p><p>Assim o sistema de</p><p>competição do mercado é</p><p>violento com os proprietários que</p><p>são violentos com os gerentes</p><p>que são violentos com os</p><p>funcionários que ´são violentos</p><p>com suas esposas que são</p><p>violentas com seus filhos que são</p><p>violentos com seus pets.</p><p>Nesse sentido, o</p><p>anarquismo desenvolve uma</p><p>teoria contra todo tipo de</p><p>hierarquia e autoridade, qualquer que seja ela. Segundo esta teoria o Estado é a instituição que</p><p>legitima e organiza todo o sistema de autoridade ao proteger a propriedade privada. Logo, o</p><p>Estado seria derrubado quando as propriedades privadas fossem substituídas por propriedades</p><p>coletivas autogestionadas, ou seja, administradas por quem trabalha na propriedade, seja uma</p><p>fábrica ou terra. Palavras chaves dessa forma de compreender a organização da sociedade é</p><p>mutualismo, cooperativismo e coletivismo.</p><p>Diferentemente dos socialistas e comunistas, rechaçam a participação no Parlamento, por</p><p>isso, em regra, não existem partidos anarquistas. Os principais pensadores anarquistas foram</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 10 – História Contemporânea II</p><p>38</p><p>165</p><p>AULA 10: História Contemporânea II</p><p>Proudon – com quem Karl Marx mantinha constante debate de ideias –, Bakunin e Kropotkin. Este</p><p>último desenvolveu a ideia de que a educação é a única capaz de realmente transformar o mundo.</p><p>(UNESP 2016)</p><p>A condição essencial da existência e da supremacia da classe burguesa é</p><p>a acumulação da riqueza nas mãos dos particulares, a formação e o</p><p>crescimento do capital; a condição de existência do capital é o trabalho</p><p>assalariado. [...] O desenvolvimento da grande indústria socava o terreno</p><p>em que a burguesia assentou o seu regime de produção e de apropriação dos produtos. A</p><p>burguesia produz, sobretudo, seus próprios coveiros. Sua queda e a vitória do proletariado</p><p>são igualmente inevitáveis.</p><p>(Karl Marx e Friedrich Engels. “Manifesto Comunista”. Obras escolhidas, vol. 1, s/d.)</p><p>Entre as características do pensamento marxista, é correto citar</p><p>a) o temor perante a ascensão da burguesia e o apoio à internacionalização do modelo</p><p>soviético.</p><p>b) o princípio de que a história é movida pela luta de classes e a defesa da revolução</p><p>proletária.</p><p>c) a caracterização da sociedade capitalista como jurídica e socialmente igualitária.</p><p>d) o reconhecimento da importância do trabalho da burguesia na construção de uma ordem</p><p>socialmente justa.</p><p>e) a celebração do triunfo da revolução proletária europeia e o desconsolo perante o avanço</p><p>imperialista.</p><p>Comentário</p><p>Marx considerava que a luta de classes era o que movia a sociedade no caminho da evolução.</p><p>Para Marx, um operário consciente de sua situação social era capaz de modificar o meio em</p><p>que vivia. Por isso, ao longo do século XIX e XX, o movimento operário será muito</p><p>influenciado por essa teoria.</p><p>Gabarito: B</p><p>Teoria Social da Igreja Católica</p><p>A doutrina social da Igreja se desenvolveu no contexto do final do século XIX, ou seja, no</p><p>auge do desenvolvimento capitalista, bem como no auge dos conflitos com a classe operária.</p><p>Diante a “questão operária”, como eram conhecidas as demandas exigidas pelos trabalhadores –</p><p>como a diminuição da jornada de trabalho, abolição do trabalho infantil e feminino noturno, férias,</p><p>entre outros – a Igreja Católica procurou intervir afirmando seu papel importante para a tentativa</p><p>de solução desses conflitos.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 10 – História Contemporânea II</p><p>39</p><p>165</p><p>AULA 10: História Contemporânea II</p><p>Portanto, em um cenário com tantos projetos, propostas e debates, ela precisava</p><p>posicionar-se teoricamente, demonstrando como via o mundo.</p><p>O principal documento da teoria social da Igreja católica é a Encíclica Rerum Novarum, do</p><p>Papa Leão, de 1891. O Papa defende que fora dos valores da religião não há solução para a</p><p>questão operária. Como menciona Claudio Fonteles4, já na introdução do documento, o Papa</p><p>demonstra suas preocupações com “a soberania política, a liberdade humana, a constituição cristã</p><p>dos estados”. Seu objetivo é buscar uma solução conforme a justiça e a equidade. E, assim,</p><p>“aproximar os ricos e os pobres”</p><p>Veja, que a teoria social da Igreja é antiliberal e antissocialista, uma vez que defende a</p><p>propriedade privada, mas compreende que ela deva se comprometer com a dimensão social dos</p><p>envolvidos no processo produtivo. Com isso podemos afirmar que ela nega a chamada “luta de</p><p>classes” e propõe a colaboração entre patrões e empregados. Afirma a o item 28 da Encíclica:</p><p>“Não e das leis humanas, mas da natureza, que emana o direito de propriedade</p><p>individual; a autoridade pública não pode, pois, aboli-lo; o que ela pode é regular seu</p><p>uso e conciliá-lo com o bem comum.”</p><p>Para o processo histórico isso importou muito na defesa da regulamentação das leis</p><p>trabalhistas que geraram proteção social ao trabalhador, limitando o nível de exploração e uso</p><p>das forças produtivas da classe operária.</p><p>Além disso, ressalto algo fundamental nessa teoria que é o papel que a Igreja atribui aos</p><p>governantes e ao Estado. Em nome da equidade social, a Igreja atribui ao Estado um papel de</p><p>responsabilidade com os pobres. Ou seja, na teoria liberal clássica o Estado deve ter um papel</p><p>negativo, não intervir na vida particular das pessoas, bem como na economia. Mas, para a teoria</p><p>social católica, o Estado deve ter também um papel positivo atuando na proteção dos</p><p>“desafortunados”.</p><p>Por isso, as palavras chaves para entender esse pensamento são: justiça social, caridade,</p><p>associativismo e assistência social.No século XX, a Igreja Católica fará novas Encíclicas no mesmo sentido</p><p>da Rerum Novarum, conhecidas como Populorium Progressio (1967) e Caritas in Veritate (2009).</p><p>(FUVEST 2010)</p><p>No Ocidente, o período entre 1848 e 1875 “é primariamente o do maciço avanço da</p><p>economia do capitalismo industrial, em escala mundial, da ordem social que o representa,</p><p>das ideias e credos que pareciam legitimá-lo e ratificá-lo”.</p><p>E. J. Hobsbawm. A era do capital 1848-1875.</p><p>A “ordem social” e as “ideias e credos” a que se refere o autor caracterizam-se,</p><p>respectivamente, como</p><p>a) aristocrática e conservadoras.</p><p>4 FONTELES, Claudio. Três momentos da doutrina Social da Igreja. Brasília: Editora Qualytá, 2016, p.</p><p>17-18.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 10 – História Contemporânea II</p><p>40</p><p>165</p><p>AULA 10: História Contemporânea II</p><p>b) socialista e anarquistas.</p><p>c) popular e democráticas.</p><p>d) tradicional e positivistas.</p><p>e) burguesa e liberais.</p><p>Comentário</p><p>O texto remonta à segunda metade do século XIX, quando ocorreu a II Revolução Industrial,</p><p>refletindo a ascensão da burguesia ao poder em diversas nações, com um projeto político e</p><p>econômico apoiado</p><p>nas ideias liberais, de origem iluminista; portanto um liberalismo que</p><p>reduzia a intervenção do Estado na economia e que se baseava no critério censitário para</p><p>definição de cidadania.</p><p>Gabarito: E</p><p>(IFSC 2016)</p><p>“A história de todas as sociedades que existiram até nossos dias atuais tem sido a história da</p><p>luta de classes. (...) A sociedade burguesa moderna, que brotou das ruínas da sociedade</p><p>feudal, não aboliu os antagonismos de classe. Não fez senão substituir velhas classes, velhas</p><p>condições de opressão, velhas formas de luta por outras novas (...) A sociedade divide-se</p><p>cada vez mais em duas grandes classes opostas: a burguesia e o proletariado. (...) Todos os</p><p>movimentos históricos têm sido, até hoje, movimentos de minorias ou em proveito de</p><p>minorias. O movimento proletário é o movimento espontâneo da imensa maioria, em</p><p>proveito da imensa maioria. Proletários de todos os países, uni-vos!”</p><p>(MARX, Karl; ENGELS, Friedrich. Manifesto Comunista. São Paulo: Ched, 1980. p. 8-55)</p><p>Dentre as diversas consequências da Revolução Industrial, tais como as precárias condições</p><p>de vida, trabalho e salário da classe operária, configurou a “Questão Social”, contexto que</p><p>fez emergir as ideias socialistas no século XIX. Sobre as principais ideias dos pensadores</p><p>socialistas ainda presentes na sociedade contemporânea, marque no cartão-resposta a soma</p><p>da(s) proposição(ões) historicamente CORRETA(S).</p><p>01. Karl Marx e Friedrich Engels, em obras como O Manifesto Comunista e O Capital,</p><p>propuseram as ideias estruturantes do que se convencionou denominar de Socialismo</p><p>Científico ou Socialismo Marxista.</p><p>02. Os principais representantes do designado “Socialismo Utópico” foram Voltaire,</p><p>Montesquieu e Rousseau. Foram assim denominados pelos “socialistas científicos” porque,</p><p>apesar de criticarem o capitalismo e o subsequente liberalismo econômico, propuseram uma</p><p>sociedade futura ideal, sem indicar os meios para torná-la real e factível.</p><p>04. Karl Marx, autor da obra Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade</p><p>entre os homens, criticou a propriedade privada como sendo a origem das desigualdades</p><p>sociais: “o verdadeiro fundador da sociedade civil foi o primeiro que, tendo cercado um</p><p>terreno, disse isto é meu e encontrou pessoas suficientemente simples para respeitá-lo. (...)</p><p>Não escutem este impostor, pois os frutos são de todos e a terra é de ninguém”.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 10 – História Contemporânea II</p><p>41</p><p>165</p><p>AULA 10: História Contemporânea II</p><p>08. Os comunistas defendiam uma revolução armada que derrubasse a burguesia do poder</p><p>e implantasse uma ditadura do proletariado que estatizasse a propriedade privada dos meios</p><p>de produção, como uma etapa necessária de transição para a sociedade comunista.</p><p>16. Para os anarquistas, os meios de produção deveriam ser transferidos à sociedade e não</p><p>ao Estado, discordando e divergindo dos marxistas. Os anarquistas eram contra toda e</p><p>qualquer forma de Estado. Bakunin defendia a luta armada, a greve e os atentados contra</p><p>governantes. Kropotkin defendia a desobediência civil através do não pagamento de</p><p>impostos, recusa ao serviço militar e não reconhecimento aos tribunais de justiça.</p><p>Comentários</p><p>Vamos de T.E.T.? Tempo: século XIX, mais especificamente 1848. Espaço: Europa. Tema:</p><p>teorias críticas ao capitalismo. Durante a primeira metade do século XIX, a Europa foi tomada</p><p>por vários movimentos revolucionário de caráter liberal e nacionalista. Eles combatiam o</p><p>absolutismo praticado pelas diversas monarquias europeias da época. Contudo, em muitos</p><p>lugares onde a revolução vencia e novos governos eram instaurados, algumas vezes era</p><p>possível que determinado grupo que participou do movimento, assumisse a liderança e</p><p>desempenhasse um governo autoritário com muitas heranças do absolutismo, apesar de</p><p>implantar determinadas reformas liberais no funcionamento do Estado. Exemplo disso é a</p><p>França. Desde a primeira revolução francesa, de 1789, o país experimentou uma série de</p><p>governos que se sucederam em meio a disputas entre a alta burguesia e o resto da</p><p>sociedade. Sobretudo durante o governo de Napoleão, a postura autoritária diante de</p><p>opositores enquanto se operava a implementação de reformas liberais, mas elitistas, foi a</p><p>regra. Com o fim da Era Napoleônica, o Congresso de Viena buscou restaurar as monarquias</p><p>destituída, inclusive na França. Contudo, em 15 anos os franceses voltariam a se revoltar</p><p>contra os Bourbon devido às ambições absolutistas de Carlos X. A alta burguesia, mais uma</p><p>vez, conseguiu se colocar à frente do movimento, em 1830, e assumir a liderança do novo</p><p>governo do rei burguês, Luís Filipe de Orleans. Daí em diante, os conflitos entre os interesses</p><p>da alta burguesia e do restante dos grupos que participaram do movimento se intensificaram.</p><p>Trabalhadores assalariados, camponeses e desempregados cada vez mais percebiam que</p><p>foram apenas usados como massa de manobra em 1830. É a partir dessa percepção que os</p><p>limites do pensamento liberal começam a ser expostos e discutidos. Novas filosofias políticas</p><p>ganham forma, entre elas: o socialismo, o anarquismo e o nacionalismo. Entretanto, os dois</p><p>primeiros acabaram assumindo a maior oposição ao liberalismo vigente.</p><p>A Revolução Industrial foi o que contribuiu para os diferentes setores dos movimentos</p><p>antiabsolutistas entrassem em conflito após derrotarem seu inimigo comum. No novo modo</p><p>de produção industrial as disputas entre burgueses e proletários, entre proprietários e</p><p>despossuídos, eram latentes e frequentemente escalonavam até episódios violentos. O</p><p>interesse dos primeiros era sempre lucrar o máximo com o menor custo possível, enquanto</p><p>os segundos eram obrigados a trabalhar em condições precárias durante horas a fio em troca</p><p>de baixos salários para não morrerem de fome. Diante do contexto revolucionário que</p><p>derrubou as monarquias absolutistas europeias, muitos trabalhadores perceberam</p><p>rapidamente que os limites do liberalismo e da liderança política da burguesia e começaram</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 10 – História Contemporânea II</p><p>42</p><p>165</p><p>AULA 10: História Contemporânea II</p><p>a elaborar novas propostas para o funcionamento da sociedade e da economia, entre elas o</p><p>socialismo. Contudo, na época, socialismo era um termo amplo e genérico, podendo</p><p>significar muitas coisas. Havia diferente propostas que se autointitulavam socialistas. Em</p><p>geral, eram marcadas pelo objetivo de melhorar as condições de vida e trabalho para os</p><p>trabalhadores, mas nem todas rompiam definitivamente com a participação da burguesia no</p><p>papel de liderança política e econômica da sociedade. O socialismo utópico é um exemplo</p><p>disso. Por outro lado, o socialismo científico, proposto por Marx e Engels se mostra mais</p><p>radical e defende a tomada do poder pela classe trabalhadora. Sendo assim, vejamos:</p><p>01. Verdadeira! Podemos dizer que essas são obras fundadoras dessa vertente do</p><p>pensamento socialista.</p><p>02. Falsa. Esses autores são iluministas e liberais, anteriores à formulação do socialismo como</p><p>filosofia, seja utópico, seja científico. Apesar desse erro, a descrição está correta ao atribuir</p><p>as demais características do socialismo utópico. Complementando, seus principais</p><p>representantes foram Charles Fourier (1772-1837), Saint-Simon (1760-1837) e Robert Owen</p><p>(1771-1858).</p><p>04. Falsa. Essa obra e o trecho ressaltado são de autoria de Jean-Jacques Rousseau e foram</p><p>publicados em 1755, muito antes de Karl Marx (1818-1883) nascer.</p><p>08. Verdadeira! Os comunistas, adeptos do socialismo científico, acreditavam que os</p><p>interesses da burguesia e do proletariado eram inconciliáveis, pois os primeiros só queriam</p><p>lucrar com o menor custo possível, mesmo que isso exigisse o sacrifício da saúde e vida dos</p><p>segundos. Assim, defendiam que a única forma de superar o capitalismo era organizar a</p><p>classe trabalhadora para executar a revolução armada e instaurar a ditadura do proletariado.</p><p>Nesse momento, seria necessário</p><p>passar por um período de transição no qual o Estado teria</p><p>um papel importante nacionalizando e socializando os meios de produção, num longo</p><p>processo para extinguir as desigualdades, portanto, as classes sociais. Só então, o Estado</p><p>poderia ser desmantelado uma sociedade propriamente comunista (sem classes e sem</p><p>Estado) poderia se tornar plena.</p><p>16. Verdadeira! Anarquismo e marxismo (socialismo científico) não são a mesma ideologia,</p><p>apesar de terem uma origem comum na crítica ao capitalismo. Ambos concordam que o</p><p>problema deste sistema econômico é a exploração dos trabalhadores e a existência da</p><p>propriedade privada. Contudo, o centro do problema para os anarquistas é o poder, que</p><p>gera autoridade ou autoritarismo. Todo o sistema é gerador de pequenas autoridades que</p><p>se reproduzem como se fosse um ciclo de violência. Nesse sentido, o anarquismo desenvolve</p><p>uma teoria contra todo tipo de hierarquia e autoridade, qualquer que seja ela. Essa filosofia</p><p>vê o Estado com indispensável para a organização da propriedade privada e da autoridade,</p><p>portanto deve ser extinto como elas. Em seus lugares, deveriam ser instauradas propriedades</p><p>coletivas autogestionadas, ou seja, administradas por quem trabalha na propriedade, seja</p><p>uma fábrica ou terra. Diferentemente dos socialistas e comunistas, os anarquistas rechaçam</p><p>completamente a participação no Parlamento. Por usa vez, o marxismo defende a</p><p>participação nas instituições de modo a abrir oportunidades para a organização da classe</p><p>trabalhadora tornando possível a ela a execução da revolução e da instauração da Ditadura</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 10 – História Contemporânea II</p><p>43</p><p>165</p><p>AULA 10: História Contemporânea II</p><p>do Proletariado. Segundo a teoria marxista, o Estado seria necessário durante um</p><p>determinado período de transição, para socializar os meios de produção e extinguir as</p><p>desigualdades. Uma vez, reorganizada a sociedade e extintas as classes sociais, o Estado</p><p>poderia ser desmontado dando início a uma sociedade propriamente comunista.</p><p>Gabarito: 01 + 08 = 16 = 25</p><p>(IFBA 2019)</p><p>O Manifesto Comunista de 1848, elaborado por Karl Marx e F. Engels é um documento</p><p>fundamental para compreender a crítica social ao capitalismo no século XIX.</p><p>“Seguraram com firmeza as visões originais de seus mestres, em oposição ao</p><p>desenvolvimento histórico progressivo do proletariado. Eles, portanto, empenharam-se, de</p><p>modo consistente, para enfraquecer a luta de classe e para reconciliar os antagonismos de</p><p>classe. Ainda sonham com a realização experimental de suas utopias sociais, de fundar</p><p>phalanstères isolados, de fundar ‘colônias residenciais’, e de erigir uma Pequena Içaria –</p><p>décima segunda edição da Nova Jerusalém, e para realizar todos estes castelos no ar, são</p><p>compelidos a apelar para os sentimentos e bolsas dos burgueses.”</p><p>MARX, Karl. O Manifesto Comunista. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1998. p. 62.</p><p>Na passagem acima os autores daquele documento criticavam:</p><p>a) A burguesia que fazia filantropia para eliminar a desigualdade social.</p><p>b) Os socialistas utópicos.</p><p>c) Os capitalistas na sua utopia de uma sociedade igualitária.</p><p>d) Os cartistas que defenderam a igualdade social.</p><p>e) Os liberais que pensavam em auxiliar os trabalhadores.</p><p>Comentários</p><p>Primeiro de tudo, vamos definir três coisas: Tempo: século XIX, mais especificamente 1848;</p><p>Espaço: Europa; Tema: teorias críticas ao capitalismo. O socialismo é uma vertente da</p><p>filosofia que surgiu como crítica ao liberalismo, em decorrência da intensificação do conflito</p><p>de interesses entre a burguesia e outros setores da sociedade que participaram das diversas</p><p>revoluções liberais e nacionalistas que varreram a Europa durante o século XIX. Contudo,</p><p>nesse contexto, o socialismo ainda era um termo amplo que podia significar muitas coisas.</p><p>Em geral, era associado a tradições e organizações sociais comunitárias. É em meio à</p><p>efervescência política do século XIX que trabalhadores e pensadores definem com mais</p><p>exatidão o que queriam dizer quando defendiam o socialismo, o que deu origem a várias</p><p>sub-vertentes. Karl Marx, autor do Manifesto Comunista, considerava-se um socialista</p><p>científico, por fazer uma análise materialista da história da humanidade e constatar que só</p><p>seria possível por fim à opressão capitalista por meio da organização da classe trabalhadora</p><p>para que fizesse uma revolução armada. Assim, tomaria o controle do Estado e dos meios</p><p>de produção para extinguir as desigualdades, as classes sociais e o próprio Estado no fim da</p><p>transição para uma sociedade comunista. Por outro lado, havia também os socialistas</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 10 – História Contemporânea II</p><p>44</p><p>165</p><p>AULA 10: História Contemporânea II</p><p>utópicos, muito criticados pelos que concordavam com Marx e são eles o alvo das críticas do</p><p>texto destacado.</p><p>Os socialistas utópicos eram liberais que tinham uma visão romântica do capitalismo</p><p>como um sistema que poderia levar progresso e desenvolvimento a todos (burgueses,</p><p>operários, camponeses, etc.). Porém, no início da industrialização, como já estudamos, as</p><p>condições de trabalho eram precárias. Diante das circunstâncias reais do desenvolvimento</p><p>capitalista, os socialistas utópicos conclamavam acordo entre as classes sociais para que</p><p>todos pudessem usufruir em situação de igualdade com os benefícios das descobertas</p><p>científicas e da produção de riqueza gerada. Defendiam a ideia de que a riqueza produzida</p><p>coletivamente fosse mais bem distribuída. Nesse sentido, contribuíram par a noção de</p><p>“justiça social”. Apesar disso, eles não propunham a extinção das classes sociais, nem do</p><p>capitalismo, principal ponto criticado pelos marxistas. Com isso em mente, vejamos:</p><p>a) Incorreta. A crítica expressa nesse trecho específico não é direcionada à burguesia, mas</p><p>sim aos socialistas utópicos.</p><p>b) Correta! Está de acordo com o comentário.</p><p>c) Incorreta. Pela mesma razão que a letra “a”.</p><p>d) Incorreta. Não há nenhuma menção ao movimento cartista.</p><p>e) Incorreta. Pela mesma razão que as letras “a” e “c”.</p><p>Gabarito: B</p><p>4.4 - 1871: A COMUNA DE PARIS</p><p>A queda de Napoleão III não se deu por levantes populares, gente, mas porque a França</p><p>foi derrotada pela Prússia na guerra conhecida como “Guerra Franco-Prussiana”, ocorrida entre</p><p>1870-1871. No caso, o chanceler Otto von Bismark, da Alemanha, queria unificar os estados</p><p>germânicos do norte e do sul (vermos este assunto na próxima aula de História Geral, sobre</p><p>unificação da Alemanha). Em resumo, a disputa territorial levou à guerra e os franceses perderam.</p><p>Na batalha de Sedan, o próprio Napoleão III foi a campo liderar os franceses, mas foi</p><p>capturado pelos prussianos. Resultado imediato em solo francês, abriu-se um vazio de poder, pois</p><p>o exército estava desarticulado, reduzido e sem estruturas, não havia governo central e o povo</p><p>francês já vinha acumulando diversas insatisfações políticas e socioeconômicas.</p><p>Apesar desse cenário um tanto quanto caótico, os franceses conseguiram organizar um</p><p>novo governo, mas agora sob o lema da República, a Terceira República dos franceses. O novo</p><p>governo, liderado pelo presidente Louis Adolphe Thiers, era conservador e estava negociando</p><p>termos de rendição com a Prússia. Contudo, os parisienses não reconheciam nem o novo governo,</p><p>nem os termos de rendição.</p><p>Dessa forma, sem espaço para apresentar suas demandas e negociar, diante da fome, da</p><p>miséria, do desfecho imprevisível da Guerra Franco-Prussiana, uma rebelião tomou as ruas de</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 10 – História Contemporânea II</p><p>45</p><p>165</p><p>AULA 10: História Contemporânea II</p><p>Paris, em março de 1871. Fala-se em desfecho imprevisível dessa guerra porque as negociações</p><p>de rendição ainda estavam em curso.</p><p>Na capital, então, foi instaurado um Governo Popular autônomo que ficou conhecido como</p><p>a Comuna de Paris. Este governo, formado por trabalhadores-urbanos e classe-média, era</p><p>composto</p><p>por partidários do socialismo, do anarquismo e das diversas ideias que surgiam em</p><p>oposição ao capitalismo e à burguesia, tal como vimos logo acima.</p><p>A primeira iniciativa do Conselho da Comuna (o órgão governante) foi dissolver o Exército</p><p>regular, substituindo-o pela Guarda Nacional democrática, ou seja, pelo povo armado. Os acessos</p><p>às posições de direção e de comando, a exemplo de todos os outros cargos da administração</p><p>pública que estava se construindo, passaram a ser ocupados por meio de eleições e não por</p><p>indicação5.</p><p>A Magistratura é reconstituída através de eleições para os cargos nos tribunais civis. Organizam-</p><p>se as Cortes de Justiça e são designados os Juízes de Paz e de Instrução. A assistência jurídica é</p><p>assegurada gratuitamente para os casos considerados urgentes. A manutenção da ordem pública</p><p>é garantida pela população em armas. É instituído o Estado laico e a Igreja, enquanto instituição,</p><p>é desvinculada do Estado. Várias igrejas e conventos são transformados em clubes populares. A</p><p>Comuna respeita a propriedade privada e confisca só as daqueles que haviam abandonado Paris.</p><p>Diversas residências abandonadas são utilizadas, provisoriamente, por vítimas dos bombardeios.</p><p>A todos aqueles que haviam permanecido na cidade, é garantido o controle de todas suas</p><p>propriedades e é concedida a moratória das dívidas. 6</p><p>Repare que as inovações de gestão de uma cidade foram pensadas a partir tanto do</p><p>acumulo de problemas que já havia sido vivenciado pela população naquele século XIX (os</p><p>problemas sociais da modernização industrial) como da busca por limitar a força arbitrária e</p><p>coercitiva do Estado. Não por menos, no que diz respeito ao Direito – especificamente ao Direito</p><p>Penal-, foi decretado que toda detenção deveria ser precedida de uma ordem judicial e ser</p><p>comunicada imediatamente ao Delegado da Justiça. Isso porque, o povo já havia passo por vastas</p><p>experiências de execuções sumárias, prisões arbitrárias, etc.</p><p>Com efeito, de Paris, o governo da Comuna começou a divulgar a necessidade de a França</p><p>inteira se transformar em uma federação de Comunas, caracterizada pela descentralização do</p><p>poder, pela ampla participação popular nas decisões políticas a partir da “democracia direta”, e</p><p>pela igualdade social. Vale destacar que é neste momento, por exemplo, que aparece com força</p><p>reivindicação de salário igual entre homens e mulheres.</p><p>Assim, do ponto de vista político e social, as propostas divulgadas pelos revolucionários da</p><p>Comuna de Paris para todos os franceses eram:</p><p>• Eleger, pelo voto dos trabalhadores, os funcionários do Estado, os quais poderiam</p><p>perder os cargos em caso de corrupção, mau desempenho, etc.</p><p>5 COSTA, Silvio. Importância e atualidade da Comuna de Paris de 1871. Revista Espaço Acadêmica. No.</p><p>118. Mar/2011. P.16-</p><p>6 Idem, ibidem.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 10 – História Contemporânea II</p><p>46</p><p>165</p><p>AULA 10: História Contemporânea II</p><p>• O exército seria substituído por “milícias” populares. Entenda “milícias” como</p><p>destacamentos menores comandados a partir das comunidades locais, tal como</p><p>estavam fazendo em Paris.</p><p>• Congelamentos dos preços de alimentos e alugueis.</p><p>• Ampla criação de creches e escolas.</p><p>O governo instaurado em Paris e a administração da cidade desenvolvida pelos</p><p>revolucionários foram, de fato, uma nova gestão ainda não vivenciada pelos europeus, nem na</p><p>modernidade, nem na recém contemporaneidade. Por exemplo, diferentemente dos processos</p><p>revolucionários anteriores, aqui as mulheres foram incorporadas, tiveram protagonismos e</p><p>elaboraram as primeiras políticas públicas focadas na condição da mulher, como o</p><p>estabelecimento de creches e cursos profissionalizantes para mulheres.</p><p>Diante disso, reparem, se a Primavera dos Povos (1830) e as jornadas de 1848 eram uma</p><p>ameaça aos interesses dos capitalistas, você imagine o pânico que representava um Governo</p><p>Popular com bases socialistas em pleno vigor em Paris e com ambições de se irradiar para o resto</p><p>da França. A memória das classes dominantes estava muito fresca com o que havia ocorrida na</p><p>Primavera dos Povos.</p><p>O Presidente Thiers, que ainda estava no cargo, e estava despachando do Palácio de</p><p>Versalhes (próximo a Paris), precisou se mexer. Thiers assina, em 10 de maio de 1871, o Tratado</p><p>de paz com Bismarck, por meio do qual a França entregou à Prússia as províncias de Alsácia e</p><p>Lorena e compromete-se a pagar cinco bilhões de francos em ouro, na qualidade de "contribuição</p><p>de guerra" (Atenção, atenção: aqui temos um ponto de partida para as disputas seguintes e</p><p>formação do clima para a 1ª Guerra Mundial, guarde isso!!!).</p><p>Em contrapartida, os prussianos libertaram 60 mil soldados franceses, permitindo a</p><p>organização de um efetivo militar de mais de 100 mil soldados prontos para atacar Paris.</p><p>Paris foi cercada e, dois meses após a instauração da Comuna, o massacre orquestrado por</p><p>Thiers, com apoio estrangeiro, inclusive dos prussianos, falou por si.</p><p>Um jornal da época, ao expressar a visão das classes dominantes assim divulgava:</p><p>“Que (Versalhes) transforme Paris num monte de ruínas, que as ruas se transformem em rios de</p><p>sangue, que toda sua população pereça, que o governo mantenha sua autoridade e demonstre seu</p><p>poder, que Versalhes esmague totalmente – seja qual for o custo – qualquer sinal de oposição a</p><p>fim de dar a Paris e a toda França uma lição que possa ser lembrada e aproveitada pelos séculos</p><p>que virão”.</p><p>(Editorial de The New York Herald, maio 1871)</p><p>Assim, após dois meses da primeira experiência em que os operários, trabalhadores</p><p>urbanos, enfim, “os de baixo”, de fato, tomaram o poder em algum lugar do mundo e instauraram</p><p>um governo praticamente socialista, as batalhas da reação e restauração da ordem burguesa</p><p>capitalista foram mais fortes.</p><p>A ordem burguesa foi restabelecida em Paris e, mais uma vez, a ameaça das ideais</p><p>anticapitalistas foram neutralizadas. Thiers teria dito: “ O socialismo está acabado por muito</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 10 – História Contemporânea II</p><p>47</p><p>165</p><p>AULA 10: História Contemporânea II</p><p>tempo”7. Pode-se dizer que, mais uma vez, apesar das rusgas, as diferentes frações da burguesia,</p><p>mesmo em nações que estavam em guerra (burguesia francesa e burguesia prussiana) se uniram</p><p>para suprimir o levante do proletariado. Por isso, a dinâmica história do século XIX, concebido</p><p>pelo historiador Eric Hobsbawm como a era das revoluções, foi marcada por revoluções e</p><p>contrarrevoluções, ou ações e reações. Tal é, queridos e queridas, a dinâmica da história.</p><p>A importância da Comuna de Paris para a História pode ser resumida por seu fim</p><p>representar o fechamento das ondas de protestos que se abriram com a Revolução Francesa e</p><p>adentraram o século XIX. Esse fecho deu início a tão sonhada estabilidade para os governantes</p><p>das nações europeias, por um lado, expandirem a economia capitalista e a política imperialista</p><p>(Imperialismo, assunto das próximas aulas), por outro, aprimorarem a indústria armamentista.</p><p>Atenção a esse ponto, pois ,após a Guerra Franco-Prussiana, veremos um clima de militarização</p><p>das economias (indústria bélica), a crescente disputa territorial imperialista e formação do “clima”</p><p>para a 1ª Guerra Mundial. Nesse sentido, veja como a Comuna foi um marco importante e ponto</p><p>de inflexão para o curso dos acontecimentos do século XIX com desdobramentos no século XX.</p><p>Já para as ideias comunistas e socialistas a Comuna de Paris se transformou na grande</p><p>referência por demonstrar a possibilidade da construção de governos socialistas pelos próprios</p><p>trabalhadores. É uma ideia importante porque, cerca de 30 anos depois, começarão os</p><p>movimentos revolucionários na Rússia (primeiro 1905, depois 1917), e os revolucionários russos se</p><p>voltaram à experiencia da Comuna para buscar o que deu certo e o que deu errado.</p><p>Vejamos um trecho do que Marx e Engels escreveram sobre a Comuna de Paris de 1871:</p><p>Na alvorada</p><p>de 18 de março (1871), Paris foi despertada por este grito de trovão: VIVE LA</p><p>COMMUNE! O que é, pois, a Comuna, essa esfinge que põe tão duramente à prova o entendimento</p><p>burguês?</p><p>“Os proletários da capital – dizia o Comité Central no seu manifesto de 18 de março – no meio das</p><p>fraquezas e das traições das classes governantes, compreenderam que chegara para eles a hora</p><p>de salvar a situação assumindo a direção dos assuntos públicos… O proletariado… compreendeu</p><p>que era seu dever imperioso e seu direito absoluto tomar nas suas mãos o seu próprio destino e</p><p>assegurar o triunfo apoderando-se do poder.”</p><p>Mas a classe operária não se pode contentar com tomar o aparelho de Estado tal como ele é e de</p><p>o pôr a funcionar por sua própria conta.</p><p>O poder centralizado do Estado, com os seus órgãos presentes por toda a parte: exército</p><p>permanente, polícia, burocracia, clero e magistratura, órgãos moldados segundo um plano de</p><p>divisão sistemática e hierárquica do trabalho, data da época da monarquia absoluta, em que servia</p><p>à sociedade burguesa nascente de arma poderosa nas suas lutas contra o feudalismo.”</p><p>Ou seja, Marx e Engels indicam que, sob uma perspectiva histórica da formação do Estado</p><p>moderno, não seria a estrutura estatal-administrativa vigente que resolveria os problemas do</p><p>proletariado, por isso, tantas foram as inovações propostas e uma parte delas postas em prática.</p><p>Mas isso é assunto mais para uma aula de Sociologia Política. OK?</p><p>7 Idem, ibidem.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 10 – História Contemporânea II</p><p>48</p><p>165</p><p>AULA 10: História Contemporânea II</p><p>(Estratégia Vestibulares/2021/Professora Ale Lopes)</p><p>A guerra tinha dado início à revolução. O governo de defesa nacional era encabeçado pelo</p><p>general Trochu e formado, principalmente, por deputados eleitos por Paris ao Corpo</p><p>Legislativo do II Império, por monarquistas (que controlavam a polícia e as forças armadas) e</p><p>por republicanos burgueses. Na noite do próprio dia 4 de setembro, uma reunião conjunta</p><p>da seção parisiense da AIT e da Câmara Federal das Sociedades Operárias definia, como</p><p>linha política, que "o governo provisório não será atacado, devido à existência da guerra e,</p><p>também, devido ao pequeno grau de preparo das forças populares, ainda desorganizadas",</p><p>e também impulsionar a constituição de um Comitê Municipal formado por delegados de</p><p>cada uma das vinte regiões administrativas de Paris. No dia seguinte, para viabilizar esta</p><p>última decisão, numa reunião na qual compareceram quinhentas pessoas, decidiu-se a</p><p>constituição de um Comitê Republicano para cada região administrativa; cada Comitê</p><p>delegaria quatro de seus membros para a formação de um Comitê Municipal. Estas decisões</p><p>incidirão sobre o curso dos acontecimentos, ainda mais a partir do dia 11 de setembro,</p><p>quando o Comitê Municipal ficaria constituído sob o nome de Comitê Central Republicano</p><p>de Defesa Nacional das Vinte Regiões de Paris.</p><p>(COGGIOLA, Osvaldo.130 anos da Comuna de Paris: a Comuna de Paris na história. USP)</p><p>A partir dos elementos trazidos pelo texto, no que diz respeito à Comuna de Paris, ocorrida</p><p>na segunda metade do século XIX, marque a alternativa correta:</p><p>a) a guerra a que o autor faz referência é a promovida por Napoleão Bonaparte contra as</p><p>nações que não aderiram ao bloqueio continental, fato que desencadeou uma reação</p><p>popular nas principais capitais europeias, como a Comuna de Paris.</p><p>b) o sentido da sociabilidade municipal indicada pelo estabelecimento de órgãos</p><p>representativos de gestão da administração da cidade, liderados por operários, expressava</p><p>o ineditismo de uma experiência socialista de governo, baseada na descentralização do</p><p>poder.</p><p>c) a experiência da Comuna demonstrou a força das ideias socialistas, comunistas e</p><p>anarquistas, porém, a unidade com monarquistas e com setores da burguesia levou o</p><p>movimento à derrota no plebiscito sobre a forma e o sistema de governo que se</p><p>estabeleceria.</p><p>d) apesar de ter criado diferentes órgãos para gerir o espaço social público os communards</p><p>não conseguiram inovar na forma de acesso aos cargos públicos.</p><p>e) assim como na Revolução Francesa, apesar do papel das mulheres na defesa das</p><p>barricadas e nos destacamentos militares, a Comuna não chegou a elaborar políticas</p><p>específicas que mudassem qualitativamente a condição da mulher.</p><p>Comentários</p><p>Questões sobre a Comuna de Paris são raras, mas quando caem, derrubam bons alunos, pois</p><p>há muita confusão em torno dos processos revolucionários do século XIX, suas características</p><p>e causas. Vamos aos erros das alternativas e à correta.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 10 – História Contemporânea II</p><p>49</p><p>165</p><p>AULA 10: História Contemporânea II</p><p>a) falso, pois a guerra em questão é a Franco-Prussiana, uma disputa de territórios. O</p><p>armistício da guerra foi assinado em 1871, mas já em 1870, os franceses sabiam que estavam</p><p>perdendo. Tanto foi que o então Imperador Napoleão III chegou a ser preso pelos prussianos</p><p>em campo de batalha.</p><p>b) perfeito, é o nosso gabarito. A Comuna de Paris é considerada a primeira experiência de</p><p>governo socialista na contemporaneidade. No processo de “arquitetura” da Comuna, os</p><p>revolucionários criaram uma estrutura de governo – um Estado – alternativo ao que existia.</p><p>Esse estabelecimento de novos órgãos de gestão da cidade foram se desdobrando a partir</p><p>do que os operários já tinham como organizações estabelecidas, tal como o texto do</p><p>enunciado lembra.</p><p>c) errado, pois não houve essa unidade com a burguesia, na verdade, houve uma unificação</p><p>de monarquistas, burguesia francesa e estrangeira para cercar Paris e, após 2 meses do</p><p>estabelecimento do governo da Comuna, “massacrar” os communards.</p><p>d) falso, pois os revolucionários montaram uma estrutura administrativa que contatava com</p><p>eleições para os cargos de direção e chefia, reforçando a prática da democracia direta e</p><p>participativa. No exército popular os postos de comando eram ocupados por eleições, da</p><p>mesma forma juízes e representantes em cargos de gestão do que seria o “poder executivo”,</p><p>também eram eleitos. E, o mais interessante, em caso de mau desempenho, havia a</p><p>revogação de determinada pessoa do cargo.</p><p>e) errado, pois o governo da Comuna de Paris, que contou com mulheres na liderança,</p><p>estabeleceu políticas como a construção de creches, cursos profissionalizantes específicos</p><p>para as mulheres e chegaram a indicar a necessidade da igualdade salarial entre homens e</p><p>mulheres.</p><p>Gabarito: B</p><p>(PISM 2018)</p><p>Observe o documento abaixo:</p><p>Fonte: https://goo.gl/v2BpLx</p><p>Com relação à Comuna de Paris assinale a alternativa</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 10 – História Contemporânea II</p><p>50</p><p>165</p><p>AULA 10: História Contemporânea II</p><p>a) Fortaleceu a posição dos militares diante da sociedade francesa.</p><p>b) Baseou-se no ideal centralizador do absolutismo.</p><p>c) Estimulou os privilégios e a hierarquização da sociedade.</p><p>d) Instituiu o ensino religioso em toda França.</p><p>e) Foi uma fonte de inspiração para o movimento operário.</p><p>Comentários</p><p>Bom, o tempo que trata a questão é nítido: 1871. O espaço também: Paris, França. O tema</p><p>é a Comuna de Paris. Até esse ano, a França vivenciou uma série de revoluções marcadas</p><p>pelos embates entre restauradores do absolutismo, burgueses e trabalhadores. Em 1830, a</p><p>burguesia havia liderado a população em favor da derrubada da monarquia da dinastia</p><p>Bourbon, devido a suas ambições absolutistas. O novo governo foi instaurado, de caráter</p><p>liberal e burguês, mas ainda uma monarquia. Em 1848, esse governo foi derrubado por uma</p><p>nova onda revolucionária, desta vez liderada por trabalhadores e pequeno-burgueses</p><p>descontentes com os rumos da onda liberal de 1830. Agora, era instalada a Segunda</p><p>República francesa. No entanto, em 1851, Luís Napoleão Bonaparte foi eleito presidente e,</p><p>no ano seguinte se proclamou imperador sob o nome de Napoleão III. Eles eram apoiados</p><p>pelo setor mais</p><p>reacionário e autoritário da burguesia, também chamado de partido</p><p>bonapartista. Seu governo durou até 1870 quando foi derrubado após a derrota francesa na</p><p>Guerra-Franco Prussiana e a captura do imperador pelo exército inimigo.</p><p>Com a derrota, a população francesa não aceitava ter perdido e era contrária aos acordos</p><p>de paz celebrados pelo governo provisório que havia substituído Napoleão III. Havia uma</p><p>disputa entre republicanos e conservadores sobre os rumos do país após a derrota.</p><p>Republicanos pretendiam dar continuidade à guerra, embora o exército estivesse fragilizado.</p><p>Os conservadores queriam celebrar a paz e restaurar o regime monárquico. Havia também</p><p>os socialistas, que defendiam a instalação de uma república socialista. Em fevereiro de 1871,</p><p>foi eleita uma Assembleia Nacional com liderança conservadora. O armistício foi negociado,</p><p>mas impunha multas pesadas à França e a diminuição de seu território. A população revoltou-</p><p>se contra o governo provisório. Em Paris, nas eleições locais, de março de 1871, o poder</p><p>passou a ser exercido pelos socialistas. Eles estabeleceram a liberdade de imprensa, a</p><p>consagração de reivindicações de trabalhadores, como autogestão, diminuição da jornada</p><p>de trabalho e desapropriação de imóveis desocupados, o fim da subvenção estatal à Igreja,</p><p>garantia de ensino laico e gratuito, dentre outras. Esse novo governo ficou conhecido como</p><p>Comuna de Paris e era compostos por socialistas e anarquistas. Após dois meses, o governo</p><p>central, liderado pelos conservadores, começou uma violenta repressão aos communards (os</p><p>integrantes da Comuna), enviando tropas para atacar Paris, com a ajuda de Bismarck,</p><p>chanceler prussiano. Mais de 40 mil pessoas foram presas, cerca de 15 mil foram executadas</p><p>sem julgamento e milhares foram deportadas. Nas eleições seguintes, dois monarquistas</p><p>assumiram a presidência e lideraram a reconstrução da República francesa, com políticas</p><p>conservadoras e uma nova Constituição estabelecida em 1875.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 10 – História Contemporânea II</p><p>51</p><p>165</p><p>AULA 10: História Contemporânea II</p><p>Considerando isso, vejamos qual alternativa condiz com as atitudes da Comuna de Paris:</p><p>Errada. Para saber que isso é uma afirmação incorreta não era preciso nem conhecer o</p><p>contexto da Comuna de Paris, apenas ler a imagem destacada pela questão. As três medidas</p><p>aplicadas e divulgadas nesse anúncio de jornal tratam especificamente da questão militar. O</p><p>alistamento foi abolido, não será permitida a entrada ou criação de outras forças militares</p><p>em Paris que não a Guarda Nacional e todos os cidadãos passavam a integrá-la. Ou seja, a</p><p>distinção de ser militar foi completamente extinta, pois agora todos eram cidadão-soldados.</p><p>Isso fazia parte de uma estratégia para envolver todo o povo na luta revolucionária.</p><p>Errada. Os socialistas e anarquistas que participaram da Comuna eram completamente</p><p>contra o absolutismo, até mesmo criticavam o liberalismo. Eles propunham um governo mais</p><p>democrático que atendesse a demanda dos trabalhadores e da maioria da população.</p><p>Errada. As teorias que inspiravam a Comuna defendiam o fim das hierarquias e das classes</p><p>sociais. Isso fica evidente na imagem que publica medidas contra a hierarquia militar.</p><p>Errada. Socialistas e anarquistas eram ateus e contra qualquer influência da Igreja seja na</p><p>educação ou no Estado. Inclusive, mencionei no comentário que eles extinguiram a</p><p>subvenção estatal ao clero. Isso era um salário pago pelo governo aos eclesiásticos franceses</p><p>instituído por Napoleão como forma de fazer as pazes com a Igreja após a ruptura durante a</p><p>Revolução Francesa.</p><p>Certa! A experiência da Comuna de Paris influenciou diversos movimentos operários por</p><p>toda Europa e em outros continentes, principalmente aqueles de orientação socialista e</p><p>anarquista.</p><p>Gabarito: E</p><p>Bem, queridas e queridos alunos chegamos ao final da nossa aula sobre os aspectos</p><p>políticos dos embates entre o Antigo Regime e o Liberalismo/ Capitalismo, por um lado, e, por</p><p>outro, as tentativas das forças anticapitalistas se apresentarem diante desse novo mundo</p><p>moderno-industrializado.</p><p>Assim, mergulhamos em experiências ocorridas entre o final do século XVIII até meados do</p><p>século XIX, ou naquele momento que Eric Hobsbawm chama de “A Era das Revoluções”. Com</p><p>certeza, pelo menos na França, o absolutismo está defenestrado, mas outros embates começam</p><p>a aparecer, agora entre a burguesia e o proletariado e entre as nações. História cheia de nuances</p><p>que ainda tem muuuito pela frente.</p><p>Faça seu controle de temporalidade. Vai montando sua linha do tempo pois ela será</p><p>fundamental na hora da revisão final</p><p>É isso, fico por aqui. Você segue até a última questão. Aproveita TODOS os comentários,</p><p>pois foram desenvolvidos em cada detalhe para fazer você mentalizar, aprender a responder uma</p><p>questão, não escorregar nos caprichos do examinador.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 10 – História Contemporânea II</p><p>52</p><p>165</p><p>AULA 10: História Contemporânea II</p><p>Gabaritar história não é privilégio, é obrigação. Será seu diferencial. E não basta saber o</p><p>conteúdo é preciso ser safo para adotar as melhores estratégias!</p><p>Espero por você no Fórum de Dúvidas, se elas aparecerem!</p><p>Um beijo, um abraço apertado e um suspiro dobrado de amor sem fim! Alê</p><p>5. LISTA DE QUESTÕES</p><p>(ENEM DIGITAL 2020) 4000092043</p><p>O gesto representado no quadro simboliza uma diferença entre o império napoleônico e a</p><p>monarquia absolutista, por</p><p>a) reduzir a autoridade do clero.</p><p>b) instaurar a censura da imprensa.</p><p>c) controlar a organização judiciária.</p><p>d) suspender as pensões da nobreza.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 10 – História Contemporânea II</p><p>53</p><p>165</p><p>AULA 10: História Contemporânea II</p><p>e) desrespeitar a propriedade privada.</p><p>(ENEM 2017)</p><p>O dicionário da Real Academia Espanhola não usa a terminologia de Estado, nação e língua</p><p>no sentido moderno. Antes de sua edição de 1884, a palavra nación significava simplesmente</p><p>“o agregado de habitantes de uma província, de um país ou de um reino” e também “um</p><p>estrangeiro”. Mas agora era dada como “um Estado ou corpo político que reconhece um</p><p>centro supremo de governo comum”.</p><p>HOBSBAWM, E. J. Nações e nacionalismo (desde 1870). Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1990</p><p>(adaptado).</p><p>A ideia de nação como lugar de pertencimento, ao qual os indivíduos têm ligação por</p><p>nascimento, constitui-se na Europa do final do século XIX. Sua difusão resultou</p><p>a) na rápida ascensão de governos com maior participação popular, dado que a unidade</p><p>nacional anulava as diferenças sociais.</p><p>b) na construção de uma cultura que incorporava todas as parcialidades equilibradamente</p><p>dentro de uma identidade comum.</p><p>c) na imposição de uma única língua, cultura e tradição às diferentes comunidades agregadas</p><p>ao Estado nacional.</p><p>d) na anulação pacífica das diferenças étnicas existentes entre as comunidades que passaram</p><p>a compor a nacionalidade.</p><p>e) em um intenso processo cultural marcado pelo protagonismo das populações autóctones.</p><p>(ENEM PPL – 2016)</p><p>O mercado tende a gerir e regulamentar todas as atividades humanas. Até há pouco, certos</p><p>campos – cultura, esporte, religião – ficavam fora do seu alcance. Agora, são absorvidos pela</p><p>esfera do mercado. Os governos confiam cada vez mais nele (abandono dos setores de</p><p>Estado, privatizações).</p><p>RAMONET, I. Guerras do século XXI: novos temores e novas ameaças. Petrópolis: Vozes.</p><p>2003.</p><p>No texto é apresentada uma lógica que constitui uma característica central do seguinte</p><p>sistema socioeconômico:</p><p>a) Socialismo.</p><p>b) Feudalismo.</p><p>c) Capitalismo.</p><p>d) Anarquismo.</p><p>e) Comunitarismo.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 10 – História Contemporânea II</p><p>54</p><p>165</p><p>AULA 10: História Contemporânea II</p><p>(ENEM PPL – 2013)</p><p>Sou um partidário da Comuna de Paris, que, por ter sido massacrada, sufocada no sangue</p><p>pelos</p><p>carrascos da reação monárquica e clerical, tornou-se ainda mais viva, mais poderosa na</p><p>imaginação e no coração do proletariado da Europa; sou seu partidário sobretudo porque</p><p>ela foi uma negação audaciosa, bem pronunciada, do Estado.</p><p>BAKUNIN, M. apud SAMIS, A. Negras tormentas: o federalismo e o internacionalismo na</p><p>Comuna de Paris. São Paulo: Hedra, 2011.</p><p>A Comuna de Paris despertou a reação dos setores sociais mencionados no texto, porque</p><p>a) instituiu a participação política direta do povo.</p><p>b) consagrou o princípio do sufrágio universal.</p><p>c) encerrou o período de estabilidade política europeia.</p><p>d) simbolizou a vitória do ideário marxista.</p><p>e) representou a retomada dos valores do liberalismo.</p><p>(ENEM 2ª APLICAÇÃO – 2012)</p><p>De acordo com algumas teorias políticas, a formação do Estado é explicada pela renúncia</p><p>que os indivíduos fazem de sua liberdade natural quando, em troca da garantia de direitos</p><p>individuais, transferem a um terceiro o monopólio do exercício da força. O conjunto dessas</p><p>teorias é denominado de</p><p>a) liberalismo.</p><p>b) despotismo.</p><p>c) socialismo.</p><p>d) anarquismo.</p><p>e) contratualismo.</p><p>(ENEM – 2011)</p><p>É uma mudança profunda na estrutura social, isto é, uma transformação que atinge todos os</p><p>níveis da realidade social: o econômico, o político, o social e o ideológico. Uma revolução é</p><p>uma luta entre forças de transformação e forças de conservação de uma sociedade. Quando</p><p>ocorre uma revolução, a vida das pessoas sofre uma mudança radical no próprio dia a dia.</p><p>AQUINO, R. S.L. et al. História das Sociedades: das sociedades modernas às sociedades</p><p>atuais. Rio de Janeiro: Record, 1999 (fragmento).</p><p>Na França, em 1871, após a derrota de Napoleão III na guerra contra a Rússia e a presidência</p><p>de Louis Adolphe Thiers, os trabalhadores franceses organizaram uma rebelião que levou à</p><p>tomada de Paris e à organização de um governo popular, denominado de Comuna de Paris.</p><p>Este processo é considerado como uma importante experiência política, porque</p><p>a) extinguiu definitivamente o voto censitário e instituiu o voto por categoria profissional.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 10 – História Contemporânea II</p><p>55</p><p>165</p><p>AULA 10: História Contemporânea II</p><p>b) foi a mais duradoura experiência de governo popular na História contemporânea.</p><p>c) criou um Estado dos trabalhadores formado por comunas livres e autônomas.</p><p>d) definiu um Estado voltado para atender os interesses de todas as classes sociais.</p><p>e) substituiu o exército por milícias comandadas pelos antigos generais, mas subordinadas</p><p>ao poder das comunas</p><p>(ENEM 2ª APLICAÇÃO – 2010)</p><p>O movimento operário ofereceu uma nova resposta ao grito do homem miserável no</p><p>princípio do século XIX. A resposta foi a consciência de classe e a ambição de classe. Os</p><p>pobres então se organizavam em uma classe específica, a classe operária, diferente da classe</p><p>dos patrões (ou capitalistas). A Revolução Francesa lhes deu confiança: a Revolução Industrial</p><p>trouxe a necessidade da mobilização permanente.</p><p>(HOBSBAWN, E. J. A era das revoluções. São Paulo: Paz e Terra, 1977.)</p><p>No texto, analisa-se o impacto das Revoluções Francesa e Industrial para a organização da</p><p>classe operária. Enquanto a “confiança” dada pela Revolução Francesa era originária do</p><p>significado da vitória revolucionária sobre as classes dominantes, a “necessidade da</p><p>mobilização permanente”, trazida pela Revolução Industrial, decorria da compreensão de</p><p>que:</p><p>a) a competitividade do trabalho industrial exigia um permanente esforço de qualificação</p><p>para o enfrentamento do desemprego.</p><p>b) a completa transformação da economia capitalista seria fundamental para a emancipação</p><p>dos operários.</p><p>c) a introdução das máquinas no processo produtivo diminuía as possibilidades de ganho</p><p>material para os operários.</p><p>d) o progresso tecnológico geraria a distribuição de riquezas para aqueles que estivessem</p><p>adaptados aos novos tempos industriais.</p><p>e) a melhoria das condições de vida dos operários seria conquistada com as manifestações</p><p>coletivas em favor dos direitos trabalhistas.</p><p>(UNAERP 2019)</p><p>Em 1815, Napoleão Bonaparte foi finalmente contido pelos principais adversários da França</p><p>revolucionária, e a monarquia dos Bourbon foi restaurada nesse país pela imposição dos</p><p>países absolutistas que formavam a Santa Aliança. Assim, nesse mesmo ano, o Congresso de</p><p>Viena determinou que as cinco maiores potências europeias passariam a gerir as disputas</p><p>territoriais na Europa visando impedir conflitos de grande porte entre elas mesmas,</p><p>compondo assim o que ficou conhecido como “pentarquia europeia”, da qual não participou</p><p>a</p><p>a) Áustria.</p><p>b) França.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 10 – História Contemporânea II</p><p>56</p><p>165</p><p>AULA 10: História Contemporânea II</p><p>c) Prússia.</p><p>d) Espanha.</p><p>e) Inglaterra.</p><p>(UNAERP 2019)</p><p>“Tem havido um bom número de grandes revoluções na história do mundo moderno, e</p><p>certamente muitas delas foram bem-sucedidas. Mas nunca houve uma que se tivesse</p><p>espalhado tão rápida e amplamente, alastrando-se como fogo na palha por sobre as</p><p>fronteiras, países e mesmo oceanos. Na França, o centro natural e detonador das revoluções</p><p>europeias, a república foi proclamada em 24 de fevereiro. Em março, a revolução havia</p><p>ganhado o sudoeste alemão; em 6 de março, a Bavária; em 11 de março, Berlim; em 13 de</p><p>março, Viena e, quase imediatamente, a Hungria; em 18 de março, Milão e, portanto, a Itália.</p><p>Em poucas semanas, nenhum governo ficou de pé em uma área da Europa que hoje é</p><p>ocupada completa ou parcialmente por dez Estados, sem contar as repercussões menores</p><p>em um bom número de outros”.</p><p>HOBSBAWM, E. J. A Era do Capital, 1848-1857. São Paulo: Paz e Terra, 2012, p. 32 e 33.</p><p>Adaptado.</p><p>A revolução de 1848 descrita ficou conhecida como</p><p>a) Revoluções de Veludo e teve como ponto alto a experiência de implantação de um</p><p>governo liberal comunista na Checoslováquia.</p><p>b) Restauração Bourboniana e atingiu os países que se sentiam lesados com o Congresso de</p><p>Viena, que fragilizou a dinastia Bourbon.</p><p>c) Revoluções Liberais que, inspiradas pelo Manifesto do Partido Comunista de Marx e</p><p>Engels, se opunham à manutenção do absolutismo decretada pelo Tratado de Paris de 1814.</p><p>d) Primavera dos Povos e refletiam a influência das ideias de liberdade e busca de direitos</p><p>bem como o descontentamento do povo e das classes médias ante a permanência de</p><p>governos absolutistas europeus.</p><p>(UNITAU 2016)</p><p>“Tornou-se primeiro cônsul, depois cônsul vitalício e Imperador. E, com sua chegada, como</p><p>que por milagre os insolúveis problemas do Diretório tornaram-se solúveis. Em poucos anos,</p><p>a França tinha um Código Civil, um Tratado com a Igreja e até mesmo [...] um Banco</p><p>Nacional”.</p><p>HOBSBAWM, Eric. A era das revoluções, 1789-1848. São Paulo: Paz e Terra, 1993, p. 93.</p><p>A situação de Napoleão Bonaparte como imperador pode ser considerada ambígua, porque</p><p>a) as instituições republicanas foram mantidas como superiores à autoridade do imperador.</p><p>b) o governo da República foi definido pela Constituição como confiado a um imperador.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 10 – História Contemporânea II</p><p>57</p><p>165</p><p>AULA 10: História Contemporânea II</p><p>c) apesar da instituição da figura do imperador, não houve a reconstituição da antiga</p><p>nobreza.</p><p>d) como representante do sistema republicano, o imperador deveria submeter suas decisões</p><p>aos códigos legais constituídos pela República, no entanto, ele os dissolveu.</p><p>e) ele se sagrou como cônsul vitalício no regime republicano, após ter garantido seu poder</p><p>a partir de sua atuação como imperador.</p><p>(UNITAU 2015)</p><p>Sobre o fim do período napoleônico, leia o texto e aponte a alternativa que apresenta uma</p><p>afirmativa CORRETA.</p><p>“No mar, os franceses estavam completamente derrotados. Qualquer chance de invadir a</p><p>Grã-Bretanha pelo canal da Mancha ou de manter contatos ultramarinos desapareceu. O</p><p>único modo para</p><p>derrotar a Grã-Bretanha era a pressão econômica, e isso Napoleão tentou</p><p>através do Bloqueio Continental (1806). As dificuldades em impor este Bloqueio levaram ao</p><p>rompimento com a Rússia. A Rússia foi invadida e ocupada, então, por Napoleão. Porém</p><p>Napoleão foi derrotado – não só pelo inverno russo, mas por seu fracasso em manter seu</p><p>exército com suprimento adequado.”</p><p>HOBSBAWM, E. A era das revoluções. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1981, p.105.</p><p>a) O texto sugere que a pressão econômica exercida pelos britânicos incomodava os</p><p>franceses e, portanto, era necessário iniciar batalhas em várias frentes, pois, no continente,</p><p>impunha-se uma disputa com a Rússia.</p><p>b) O Bloqueio Continental foi uma estratégia francesa para fechar o comércio e enfraquecer</p><p>a Grã-Bretanha, em vista de sua supremacia marítima consolidada no período.</p><p>c) O inverno russo destruiu as tropas britânicas que auxiliavam Napoleão e ele fracassou no</p><p>suprimento adequado de seu contingente.</p><p>d) O texto ilustra a derrota francesa nos mares europeus e no canal da Mancha, bem como</p><p>a força de Napoleão em território russo.</p><p>e) O Bloqueio Continental enfraqueceu os franceses de modo que não conseguiram avançar</p><p>sobre o domínio marítimo britânico e continental russo.</p><p>(UNIRV 2019)</p><p>O século XIX foi marcado do início ao fim pelo surgimento de ideologias e por conflitos na</p><p>aplicação delas à realidade política e econômica das nações. Ideologias do século XVIII, como</p><p>o liberalismo e a escola clássica de economia, opunham-se ao conservadorismo absolutista e</p><p>fisiocrático vigentes, para darem lugar à disputa entre liberalismo e socialismo ao fim do</p><p>século XIX. A respeito das ideologias vigentes no século XIX, assinale V (verdadeiro) ou F</p><p>(falso) para as alternativas.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 10 – História Contemporânea II</p><p>58</p><p>165</p><p>AULA 10: História Contemporânea II</p><p>a) ( ) O socialismo estrutura-se após a Revolução Industrial, propondo-se a solucionar a</p><p>extrema polarização social resultante das novas estruturas do capitalismo. Nesse contexto,</p><p>surgiram diversas ideologias socialistas, muitas delas antagônicas entre si.</p><p>b) ( ) Karl Marx criticava o trabalhismo de Thomas Owen, classificando-o como Socialismo</p><p>Utópico, por duvidar de que a luta dos trabalhadores por direitos seria capaz de produzir a</p><p>igualdade social. Em oposição, o Socialismo Científico de Marx propunha a Revolução como</p><p>único caminho para a igualdade.</p><p>c) ( ) O Socialismo Utópico era essencialmente revolucionário, acreditando que a queda do</p><p>capitalismo por meio da revolta dos trabalhadores era o caminho ideal para a instauração da</p><p>igualdade social. A forma final do Socialismo Utópico é definida como a Ditadura do</p><p>Proletariado.</p><p>d) ( ) Anarquismo e marxismo são essencialmente a mesma ideologia, ambas almejam destruir</p><p>o capitalismo minando-o por dentro, porém, enquanto o anarquismo usa da resistência civil,</p><p>o marxismo pretende implantar uma ideologia nova, alienando a sociedade para tomar o</p><p>controle sutilmente.</p><p>(UECE 2019)</p><p>Sobre a transferência da Corte portuguesa para o Brasil em 1808, é correto afirmar que</p><p>a) ocorreu sem nenhum transtorno para a população do Rio de Janeiro, que recepcionou os</p><p>nobres portugueses de forma planejada, sem que fossem necessárias grandes mudanças na</p><p>cidade.</p><p>b) foi provocada pela ameaça inglesa de invasão ao Brasil, caso Portugal aderisse ao Bloqueio</p><p>Continental ao comércio britânico, imposto por Napoleão Bonaparte no decreto de Berlim,</p><p>emitido em 1806.</p><p>c) teve como causa direta a invasão das tropas francesas ao território português como forma</p><p>de forçar a adesão do país luso ao bloqueio continental.</p><p>d) somente foi realizada como forma de garantir o cumprimento do tratado de</p><p>Fontainebleau, assinado com a França, que garantia a mudança para o Brasil no caso de</p><p>ameaça espanhola a Portugal.</p><p>(UERJ 2019)</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 10 – História Contemporânea II</p><p>59</p><p>165</p><p>AULA 10: História Contemporânea II</p><p>A derrota de Napoleão Bonaparte, em 1814-1815, foi registrada de diversas formas nas</p><p>sociedades europeias. Na imagem, o imperador francês tenta devorar o globo terrestre,</p><p>sendo atacado por uma águia, um dos símbolos do Império Russo.</p><p>Dois impactos que as guerras napoleônicas exerceram sobre as relações internacionais na</p><p>Europa da época foram:</p><p>a) crise agrária e consolidação dos Estados republicanos.</p><p>b) concorrência industrial e retomada de domínios coloniais.</p><p>c) integração comercial e declínio de monarquias absolutistas.</p><p>d) expansionismo territorial e reorganização das fronteiras políticas.</p><p>(UFU 2007)</p><p>A chamada "Era Napoleônica" (1799-1814) foi uma época marcada por grandes conflitos</p><p>bélicos na Europa. Sobre esse momento e suas repercussões na história do continente</p><p>americano, assinale a alternativa INCORRETA.</p><p>a) A necessidade financeira decorrente dos custos militares levou Napoleão Bonaparte a</p><p>vender territórios coloniais franceses na América do Norte. Nesse contexto, o vasto território</p><p>da Louisiana foi incorporado aos EUA.</p><p>b) O envolvimento da França em conflitos bélicos contra quase toda Europa favoreceu a</p><p>perda de colônias francesas na América. A independência do Haiti e a ocupação da Guiana</p><p>Francesa pelos portugueses são exemplos disso.</p><p>c) Durante o apogeu do Império Napoleônico, a Espanha tornou-se politicamente</p><p>dependente da França. Essa situação favoreceu anseios autonomistas na América espanhola</p><p>e levou a Inglaterra a apoiar movimentos de independência.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 10 – História Contemporânea II</p><p>60</p><p>165</p><p>AULA 10: História Contemporânea II</p><p>d) Com o "bloqueio continental", a Inglaterra teve seus interesses comerciais na América</p><p>seriamente prejudicados. Nesse contexto, os britânicos invadiram a Argentina em 1806 e a</p><p>controlaram até 1815, quando o Congresso de Viena decretou sua independência.</p><p>(UFU 2004)</p><p>"No início de 1848, o eminente pensador político francês Alexis de Tocqueville tomou a</p><p>tribuna da Câmara dos Deputados para expressar sentimentos que muitos europeus</p><p>partilhavam: ' Nós dormimos sobre um vulcão... Os senhores não perceberam que a terra</p><p>treme mais uma vez? Sopra o vento das revoluções, a tempestade está no horizonte.' 1848</p><p>foi a primeira revolução potencialmente global (...) foi a única a afetar tanto as partes</p><p>desenvolvidas quanto as atrasadas do continente. Foi ao mesmo tempo a mais ampla e a</p><p>menos sucedida desse tipo de revolução."</p><p>HOBSBAWN, Eric. "A Era do capital: 1848 - 1875". Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1988.</p><p>A respeito deste contexto histórico, marcado pela chamada "Primavera dos Povos",</p><p>podemos afirmar que</p><p>I - na França, as barricadas foram empreendidas pelos camponeses, influenciados pelos ideais</p><p>nacionalistas, e estas promoveram, após a tomada do poder pelos rebeldes e a restauração</p><p>da monarquia, o enfraquecimento do liberalismo burguês e a democracia representativa em</p><p>nome da democracia direta.</p><p>II - a crise econômica que assolava a Europa, agravada por pragas e pela seca, prejudicou os</p><p>camponeses, levando-os às ruas em apoio às novas ideologias baseadas nas idéias socialistas,</p><p>divulgadas com a publicação do Manifesto Comunista de Karl Marx e Friedrich Engels em</p><p>1848.</p><p>III - as revoltas de 1848, embora tivessem se alastrado pela Europa, não tiveram repercussão</p><p>no Brasil. Em função do seu caráter fragmentado e das disputas internas entre nacionalistas</p><p>e liberais, dificultaram os processos de Unificações da Itália e Alemanha.</p><p>IV - as diferentes ondas revolucionárias da Primavera dos Povos tiveram em comum o espírito</p><p>romântico, a construção de barricadas, as bandeiras coloridas e o ideal de liberdade, pondo</p><p>em xeque o poder e a tradição aristocrática européia.</p><p>Assinale a alternativa correta.</p><p>a) Apenas I e II são corretas.</p><p>b) Apenas II e IV são corretas.</p><p>c) Apenas III e IV são corretas.</p><p>d) Apenas I e III são corretas.</p><p>(FUVEST 2007)</p><p>No final do século XIX, a Europa Ocidental torna-se "teatro de atentados contra as pessoas</p><p>e contra os bens. Sem poupar os países do Norte... esta agitação afeta mais a França, a</p><p>Bélgica e os Estados do Sul... Na Itália e na Espanha, provoca ou sustenta revoltas</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 10 – História Contemporânea II</p><p>61</p><p>165</p><p>AULA 10: História Contemporânea II</p><p>camponesas. Numerosos e espetaculares atentados são cometidos contra soberanos e</p><p>chefes de governo".</p><p>R. Schnerb, "O Século XIX", 1969.</p><p>O texto trata das ações empreendidas, em geral, por</p><p>a) anarquistas.</p><p>b) fascistas.</p><p>c) comunistas.</p><p>d) militaristas.</p><p>e) fundamentalistas.</p><p>(FUVEST 1998)</p><p>O Tratado de Viena, assinado em 1815 tinha por principal objetivo</p><p>a) estabelecer uma paz duradoura na Europa, que impedisse as guerras e revoluções,</p><p>consolidando o princípio da legitimidade monárquica.</p><p>b) ratificar a supremacia da Prússia, no contexto político da Europa ocidental, para garantir</p><p>triunfo de uma onda contra-revolucionária.</p><p>c) assegurar ao Império Austro-Húngaro o controle da Europa continental, assim como da</p><p>Inglaterra, a fim de impedir a expansão da Rússia.</p><p>d) impedir a ascensão da classe média ao poder, que iniciara uma série de revoluções em</p><p>vários países da Europa Ocidental.</p><p>e) criar um sistema repressivo capaz de conter as primeiras vagas do movimento socialista na</p><p>Europa, através da exclusão da influência da França.</p><p>(FUVEST 1997)</p><p>Qual dos países a seguir, não passou por nenhuma das várias revoluções políticas que</p><p>marcaram a Europa no século XIX?</p><p>a) Itália</p><p>b) Espanha</p><p>c) Inglaterra</p><p>d) Alemanha</p><p>e) França</p><p>(FUVEST 1995)</p><p>Quase toda a Europa Ocidental e Central foi sacudida, em 1848, por uma onda de</p><p>revoluções que se caracterizaram por misturar motivos e projetos políticos diferenciados -</p><p>liberalismo, democracia e socialismo. Elas também foram marcadas por uma atmosfera</p><p>intelectual e um sentimento ideológico comuns. Trata-se, no caso destes últimos, do:</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 10 – História Contemporânea II</p><p>62</p><p>165</p><p>AULA 10: História Contemporânea II</p><p>a) realismo e internacionalismo.</p><p>b) liberalismo e nacionalismo.</p><p>c) romantismo e corporativismo.</p><p>d) realismo e nacionalismo.</p><p>e) modernismo e internacionalismo.</p><p>(FUVEST 1985)</p><p>As revoluções de 1848 na Europa:</p><p>a) tentaram impor o retorno do Absolutismo, anulando as conquistas da Revolução Francesa.</p><p>b) foram marcadas pelo caráter nacionalista e liberal, incluindo propostas socialistas.</p><p>c) provocaram a união das tropas de Bismarck e Napoleão III para destruir o governo</p><p>revolucionário.</p><p>d) conduziram Luís Felipe ao trono da França e deram origem à Bélgica como estado</p><p>independente.</p><p>e) foram vitoriosas e completaram as unificações nacionais na Itália e Alemanha.</p><p>(FGV 2018)</p><p>“(...) os homens que naquele momento estavam encarregados de pôr termo à Revolução de</p><p>1848 eram precisamente os mesmos que fizeram a de 30. (...) O que a distinguia ainda, entre</p><p>todos os acontecimentos que se sucederam nos últimos sessenta anos na França, foi que ela</p><p>não teve por objetivo mudar a forma, mas alterar a ordem da sociedade. Não foi, para dizer</p><p>a verdade, uma luta política (...), mas um embate de classe (...). Havia se assegurado às</p><p>pessoas pobres que o bem dos ricos era de alguma maneira o produto de um roubo cujas</p><p>vítimas eram elas (...). É preciso assinalar ainda que essa insurreição terrível não foi fruto da</p><p>ação de certo número de conspiradores, mas a sublevação de toda uma população contra</p><p>outra (...).”</p><p>(Alexis de Tocqueville, Lembranças de 1848. 1991)</p><p>A partir do texto, é correto afirmar que:</p><p>a) a revolução limitou-se, em 1848, a apelos políticos, no sentido de a classe burguesa, líder</p><p>do movimento, atrair as classes populares para a luta, contra o absolutismo de Carlos X,</p><p>usando as ideias liberais como combustível para a implantação do Estado liberal.</p><p>b) a revolução de 1848, liderada pelos homens de 1830, isto é, a classe burguesa, tinha como</p><p>maiores objetivos a queda de Luís Bonaparte e a vitória das ideias socialistas, pregadas nos</p><p>banquetes e nas barricadas contra o rei e contra a nobreza.</p><p>c) a revolução de 1848, influenciada pelo socialismo utópico, significou a luta entre a classe</p><p>burguesa, líder da revolução de 1830, e as classes populares que, cada vez mais organizadas</p><p>na campanha dos banquetes e nas barricadas, forçaram a queda do rei Luís Felipe.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 10 – História Contemporânea II</p><p>63</p><p>165</p><p>AULA 10: História Contemporânea II</p><p>d) os líderes revolucionários de 1848, os mesmos da revolução de 1830, sob forte</p><p>propaganda das ideias liberais e influenciados pela luta política, convocaram e obtiveram o</p><p>apoio das classes populares, no Parlamento, contra o rei Luís Felipe.</p><p>e) o rei Luís Felipe, no trono francês entre 1830 e 1848, foi derrubado por uma bem</p><p>orquestrada luta política no Parlamento, que uniu liberais e socialistas, vitoriosa para essa</p><p>aliança, que formou o governo provisório e elegeu o presidente Luís Bonaparte.</p><p>(FGV 2016)</p><p>“(...) os homens que naquele momento estavam encarregados de pôr termo à Revolução de</p><p>1848 eram precisamente os mesmos que fizeram a de 30. (...)</p><p>O que a distinguia ainda, entre todos os acontecimentos que se sucederam nos últimos</p><p>sessenta anos na França, foi que ela não teve por objetivo mudar a forma, mas alterar a</p><p>ordem da sociedade. Não foi, para dizer a verdade, uma luta política (...), mas um embate de</p><p>classe (...).</p><p>Havia se assegurado às pessoas pobres que o bem dos ricos era de alguma maneira o</p><p>produto de um roubo cujas vítimas eram elas (...).</p><p>É preciso assinalar ainda que essa insurreição terrível não foi fruto da ação de certo número</p><p>de conspiradores, mas a sublevação de toda uma população contra outra (...).” (Alexis de</p><p>Tocqueville, Lembranças de 1848. 1991)</p><p>A partir do texto, é correto afirmar que</p><p>a) a revolução limitou-se, em 1848, a apelos políticos, no sentido de a classe burguesa, líder</p><p>do movimento, atrair as classes populares para a luta, contra o absolutismo de Carlos X,</p><p>usando as ideias liberais como combustível para a implantação do Estado liberal.</p><p>b) a revolução de 1848, liderada pelos homens de 1830, isto é, a classe burguesa, tinha como</p><p>maiores objetivos a queda de Luís Bonaparte e a vitória das ideias socialistas, pregadas nos</p><p>banquetes e nas barricadas contra o rei e contra a nobreza.</p><p>c) a revolução de 1848, influenciada pelo socialismo utópico, significou a luta entre a classe</p><p>burguesa, líder da revolução de 1830, e as classes populares que, cada vez mais organizadas</p><p>na campanha dos banquetes e nas barricadas, forçaram a queda do rei Luís Felipe.</p><p>d) os líderes revolucionários de 1848, os mesmos da revolução de 1830, sob forte</p><p>propaganda das ideias liberais e influenciados pela luta política, convocaram e obtiveram o</p><p>apoio das classes populares, no Parlamento, contra o rei Luís Felipe.</p><p>e) o rei Luís Felipe, no trono francês entre 1830 e 1848, foi derrubado por uma bem</p><p>orquestrada luta política no Parlamento, que uniu liberais e socialistas, vitoriosa para essa</p><p>aliança, que formou o governo provisório e elegeu o presidente Luís Bonaparte.</p><p>(FGV 2009)</p><p>"A nova onda se propagou rapidamente por toda a Europa. Uma semana depois da queda</p><p>de Luís Filipe I, o movimento revolucionário tomou conta de uma parte da Alemanha e, em</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 10 – História Contemporânea II</p><p>64</p><p>165</p><p>AULA 10: História Contemporânea II</p><p>menos de um mês, já estava na Hungria, passando pela Itália e pela Áustria. Em poucas</p><p>semanas, os governos dessa vasta região foram derrubados, e supostamente se inaugurava</p><p>uma nova etapa da História europeia, a Primavera dos Povos".</p><p>(Luiz Koshiba, "História - origens, estruturas e processos")</p><p>O texto</p><p>direitos fazendo revoluções? E agora, Bixo, como ficaria essa resposta?</p><p>Para responder a isso, precisamos fazer uma reflexão sobre o papel do exército francês.</p><p>Primeiro, não era o exército francês, mas sim o Exército Revolucionário Francês. Soldados-</p><p>1 HUGO, Victor. Os Miseráveis. Livro I. Rio de Janeiro: Ed. Casa da Palavra. 2002, p. 322.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 10 – História Contemporânea II</p><p>5</p><p>165</p><p>AULA 10: História Contemporânea II</p><p>cidadãos, lembra-se? Ou seja, ele era o filho mais velho da revolução de 1789, pois é fruto de um</p><p>levante de massas de cidadãos revolucionários que se transformou em uma força de combatentes</p><p>profissionais que lutava pela Liberdade, Igualdade e Fraternidade. É dessa convicção que vem a</p><p>força de um exército que ganhou grande superioridade em relação a todas as outras forças</p><p>militares europeias.</p><p>Veja o que diz Eric Hobsbawm sobre o exército:</p><p>Ele [o exército] sempre permaneceu uma espécie de leva improvisada de soldados, no</p><p>qual recrutas mal treinados adquiriam treinamento e moral através de velhos e</p><p>cansativos exercícios, em que era desprezível a disciplina formal de caserna, em que</p><p>soldados eram tratados como homens e a regra absoluta de promoção por mérito (que</p><p>significava distinção na batalha) produziu uma hierarquia simples de coragem. (grifos</p><p>nossos)</p><p>Assim, querido e querida, Napoleão foi a expressão dessa ideia e, tendo ele começado</p><p>como um “pequeno cabo”, com sua coragem e mérito chegou ao generalato. E é interessante</p><p>lembrar que boa parte das guerras travadas pela França ocorriam no campo, vistas de longe por</p><p>camponeses. Muitos camponeses, de boca em boca, espalharam que os campos de combate</p><p>contavam com um jovem oficial francês que, diferentemente do padrão, tomava a linha de frente</p><p>do batalhão. Por isso, Napoleão foi identificado como um herói da França e do seu povo. Agora,</p><p>o próprio Napoleão cuidou de auto afirmar-se, pois incentivou as notícias de guerra, direto do</p><p>fronte, via jornais e, claro, a grande figura dessas notícias era ele próprio.</p><p>Além disso, como militar, ele era mais moderado do que os jacobinos quando à frente das</p><p>armas, por exemplo. Assim, agradava aos membros da alta burguesia que temiam rebeliões</p><p>radicais dos mais pobres.</p><p>No contexto da virada do século XVIII para o XIX, Napoleão só poderia ser a salvação</p><p>política e militar da Revolução – e não o seu oposto. Era o mais corajoso dos revolucionários! Essa</p><p>é a visão popular que se construiu de Napoleão ao longo do seu governo – e que é muito útil para</p><p>apaziguar a França mergulhada em conflitos e rebeliões internas. A verdade é que ele era uma</p><p>figura política que aglutinava os diferentes setores e seus interesses específicos.</p><p>Assim, a chegada ao poder de Napoleão foi acompanhada de</p><p>dois objetivos prioritários:</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 10 – História Contemporânea II</p><p>6</p><p>165</p><p>AULA 10: História Contemporânea II</p><p>Havia expectativa e esperança entre os diversos grupos sociais. Todas as políticas</p><p>napoleônicas não foram criação da genialidade de Bonaparte. Elas tinham origem no projeto</p><p>liberal de sociedade. Contudo, Napoleão foi um político da real politics, ou seja, sabia que a</p><p>política era um jogo que demanda aliados, consensos e apoio popular – nesse jogo se encontrava</p><p>sua verdadeira genialidade e ele sabia que a governabilidade precisava de articulações.</p><p>Os feitos napoleônicos tiveram um peso enorme na estrutura social daquela sociedade e</p><p>foram realizados, de certa maneira, em grande velocidade. Algumas dessas realizações têm</p><p>impacto até hoje na sociedade Ocidental. Podemos listar algumas delas, já instituídas na primeira</p><p>fase do seu Governo (a do Consulado):</p><p>Código Civil Napoleônico</p><p>Administração pública racionalizada e hierarquizada</p><p>Concurso Público por mérito para acessar o serviço público</p><p>Carreira militar, judiciária e escolar</p><p>Escolas politécnicas</p><p>Educação Pública laica e baseada no conhecimento universal da humanidade, a exemplo,</p><p>das Enciclopédias.</p><p>Criação do Banco da França</p><p>Medidas protecionistas para proteger a Indústria francesa da concorrência com os produtos</p><p>ingleses</p><p>Dessa forma, as ideologias em torno do General, somadas às realizações do</p><p>Governante, fizeram da figura de Napoleão Bonaparte um Mito de sua época, tanto</p><p>é assim que a forma como ele governou a maior parte do tempo gerou um conceito</p><p>usado em Ciência Política, qual seja: o bonapartismo!</p><p>Esse conceito expressa a conciliação entre diferentes interesses tentando agradar</p><p>a todos os setores da sociedade. Contudo, usa-se o autoritarismo para impor</p><p>alguma medida que, em tese, deveria ser bom para todos, segundo os critérios desse governante.</p><p>Este aparece como uma figura acima dos interesses de qualquer classe social.</p><p>Impulsionar a Industrialização francesa.</p><p>Alcançar um período de estabilidade política - que lhe permitiu</p><p>iniciar uma série de transformações na vida social francesa.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 10 – História Contemporânea II</p><p>7</p><p>165</p><p>AULA 10: História Contemporânea II</p><p>Nesse sentido, busca-se uma adesão dos diferentes grupos e sua aceitação nas políticas</p><p>implementadas pelo governante. Não há muito espaço para divergências, desavenças e debates.</p><p>A decisão é do governante!</p><p>Feitas essas considerações iniciais sobre o significado histórico da Era Napoleônica,</p><p>vejamos agora, o desenvolvimento do Governo de Napoleão. A historiografia divide esse</p><p>momento histórico em 3 fases:</p><p>1.1 - CONSULADO (1799 -1804)</p><p>O consulado foi um governo republicano formado por 3 pessoas, sendo Napoleão um</p><p>deles.</p><p>O poder político estava dividido em algumas instituições como Senado, Tribunal, Conselho</p><p>de Estado.</p><p>Ao longo do tempo, Napoleão conseguiu concentrar poderes e se tornou o Primeiro-</p><p>Consul da França, incumbido do Poder Executivo.</p><p>Nos cargos da burocracia estatal foram nomeados membros pertencentes,</p><p>majoritariamente, à alta burguesia – grupo que fornecia sustentação política a Napoleão na</p><p>implementação da política de reorganização do Estado Francês.</p><p>Apesar de haver certa expectativa e esperança em torno da figura napoleônica, havia</p><p>aqueles que se opunham ao elitismo do governo napoleônico. Há historiadores que pesquisam a</p><p>perspectiva autoritária e racista do governo napoleônico e, a partir da análise do Código</p><p>1799 -</p><p>1804:</p><p>Consulado</p><p>• Combate às oposições</p><p>• Reorganização do</p><p>Estado</p><p>1804 -</p><p>1814:</p><p>Império</p><p>• Política expansionista</p><p>• Bloqueio Continental</p><p>• Reação das</p><p>monarquias</p><p>absolutistas</p><p>1815:</p><p>Governo</p><p>dos 100</p><p>dias</p><p>• Tentativa de retomar o</p><p>Governo Francês</p><p>• Derrota de Waterloo</p><p>• Prisão definitiva de</p><p>Bonaparte</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 10 – História Contemporânea II</p><p>8</p><p>165</p><p>AULA 10: História Contemporânea II</p><p>Napoleônico e das medidas da França para suas colônias, demonstram o tratamento desigual e</p><p>desumano para com aqueles que não eram franceses.</p><p>Fato marcante foi a reinserção da escravidão negra nas colônias francesas – algo contrário</p><p>ao artigo 1º da Declaração do Homem e do Cidadão, documento que inaugurou o sentido da</p><p>Revolução Francesa: liberdade, igualdade e fraternidade. Assim, Napoleão foi visto por um setor</p><p>mais adepto aos ideais fundantes da revolução como um traidor.</p><p>Além disso, os pobres continuavam em condições sociais difíceis, uma vez que a igualdade</p><p>era uma figura jurídica e não se traduzia em melhores condições sociais de vida.</p><p>Alguns grupos políticos, defensores da democracia social e dos valores liberais,</p><p>denunciavam os limites das transformações geradas pelas políticas napoleônicas.</p><p>Para calar essa oposição, foi imposto uma severa censura aos meios de comunicação,</p><p>cerceando a liberdade de expressão. Também foi restituída a polícia política e a perseguição aos</p><p>grupos considerados “radicais”.</p><p>Com o controle desses grupos políticos por meio da violência e da repressão, um</p><p>observador</p><p>faz referência:</p><p>a) à Belle Epoque.</p><p>b) às Revoluções de 1848.</p><p>c) à Restauração de 1815.</p><p>d) à Guerra Franco-Prussiana.</p><p>e) às Revoluções liberais de 1820.</p><p>(UDESC 2015)</p><p>“Um espectro ronda a Europa – o espectro do comunismo. Todas as potências da velha</p><p>Europa unem-se numa Santa Aliança para conjurá-lo: o papa e o czar, Metternich e Guizot,</p><p>os radicais da França e os policiais da Alemanha. Que partido de oposição não foi acusado</p><p>de comunista por seus adversários no poder? Que partido de oposição, por sua vez, não</p><p>lançou a seus adversários de direita ou de esquerda a pecha infamante de comunista: Duas</p><p>conclusões decorrente desses fatos: 1. O comunismo já é reconhecido como força por todas</p><p>as potências da Europa; 2. É tempo de os comunistas exporem, abertamente, ao mundo</p><p>inteiro, seu modo de ver, seus objetivos e suas tendências, opondo um manifesto do próprio</p><p>partido à lenda do espectro do comunismo.”</p><p>(Edição completa: Manifesto Comunista de Marx e Engels)</p><p>Com base no Manifesto Comunista de 1848, analise as proposições.</p><p>I. Existem ao menos dois tipos de comunismo, um defendido pelos trabalhadores como</p><p>ideologia com projeto político alternativo, e outro o comunismo como espectro inventado</p><p>por instituições religiosas, políticas e militares para desqualificar a luta dos trabalhadores.</p><p>II. O espectro do comunismo conseguiu unificar as forças mais conservadoras – “o papa e o</p><p>czar, Metternich e Guizot, os radicais da França e os policiais da Alemanha” – em prol da</p><p>democracia e do liberalismo.</p><p>III. A multiplicação das fábricas nacionais e dos instrumentos de produção, o arroteamento</p><p>das terras incultas e o melhoramento das terras cultivadas são partes do programa original</p><p>do Manifesto Comunista.</p><p>IV. O Manifesto Comunista inclui em seu programa – a centralização de todos os meios de</p><p>comunicação e de transporte sob a responsabilidade do Estado.</p><p>V. Consta, no programa do Manifesto Comunista, a supressão da família burguesa</p><p>centralizada na figura autoritária do pai.</p><p>Assinale a alternativa correta.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 10 – História Contemporânea II</p><p>65</p><p>165</p><p>AULA 10: História Contemporânea II</p><p>a) Somente as afirmativas II, IV e V são verdadeiras.</p><p>b) Somente as afirmativas I, II e III são verdadeiras.</p><p>c) Somente a afirmativa V é verdadeira.</p><p>d) Somente as afirmativas I, III e IV são verdadeiras.</p><p>e) Todas as afirmativas são verdadeiras</p><p>(UDESC 2009)</p><p>Assinale a alternativa CORRETA, em relação à chamada "Primavera dos Povos".</p><p>a) A "Primavera dos Povos" não influenciou a formação dos movimentos sociais do Século</p><p>XIX.</p><p>b) Foi uma revolução brasileira, mas que atingiu também outros países do Cone Sul.</p><p>c) Houve influência da "Primavera dos Povos" no Brasil através do movimento dos</p><p>"Seringueiros".</p><p>d) Atribuição colocada ao movimento revolucionário francês em 1848, que derrubou a</p><p>monarquia de Luis Felipe e trouxe a discussão a exploração burguesa e a dominação política.</p><p>e) A influência da "Primavera dos Povos" se restringiu às preocupações francesas do período.</p><p>(UNESP 2014)</p><p>O Congresso de Viena, entre 1814 e 1815, reuniu representantes de diversos Estados</p><p>europeus e resultou</p><p>a) na afirmação do caráter laico dos regimes políticos e da importância da separação entre</p><p>Estado e Igreja.</p><p>b) na criação da Santa Aliança e no esforço de reafirmar valores do Antigo Regime.</p><p>c) na validação da nova divisão política da Europa, definida pelas conquistas napoleônicas.</p><p>d) na derrubada dos regimes republicanos e na restauração monárquica na França e na</p><p>Inglaterra.</p><p>e) na defesa dos princípios do livre comércio e da emancipação das colônias na América.</p><p>(UNESP 2011)</p><p>Artigo 5.º — O comércio de mercadorias inglesas é proibido, e qualquer mercadoria</p><p>pertencente à Inglaterra, ou proveniente de suas fábricas e de suas colônias é declarada boa</p><p>presa. (...)</p><p>Artigo 7.º — Nenhuma embarcação vinda diretamente da Inglaterra ou das colônias inglesas,</p><p>ou lá tendo estado, desde a publicação do presente decreto, será recebida em porto algum.</p><p>Artigo 8.º — Qualquer embarcação que, por meio de uma declaração, transgredir a</p><p>disposição acima, será apresada e o navio e sua carga serão confiscados como se fossem</p><p>propriedade inglesa.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 10 – História Contemporânea II</p><p>66</p><p>165</p><p>AULA 10: História Contemporânea II</p><p>(Excerto do Bloqueio Continental, Napoleão Bonaparte. Citado por Kátia M. de Queirós</p><p>Mattoso. Textos e documentos para o estudo da história contemporânea (1789-1963), 1977.)</p><p>Esses artigos do Bloqueio Continental, decretado pelo Imperador da França em 1806,</p><p>permitem notar a disposição francesa de</p><p>a) estimular a autonomia das colônias inglesas na América, que passariam a depender mais</p><p>de seu comércio interno.</p><p>b) impedir a Inglaterra de negociar com a França uma nova legislação para o comércio na</p><p>Europa e nas áreas coloniais.</p><p>c) provocar a transferência da Corte portuguesa para o Brasil, por meio da ocupação militar</p><p>da Península Ibérica.</p><p>d) ampliar a ação de corsários ingleses no norte do Oceano Atlântico e ampliar a hegemonia</p><p>francesa nos mares europeus.</p><p>e) debilitar economicamente a Inglaterra, então em processo de industrialização, limitando</p><p>seu comércio com o restante da Europa.</p><p>(UNIFESP 2007)</p><p>Do papa Leão XIII na encíclica "Diuturnum", de 1881: "se queremos determinar a fonte do</p><p>poder no Estado, a Igreja ensina, com razão, que é preciso procurá-la em Deus. Ao torná-la</p><p>dependente da vontade do povo, cometemos primeiramente um erro de princípio e, além</p><p>disso, damos à autoridade apenas um fundamento frágil e inconsistente". Nessa encíclica, a</p><p>Igreja defendia uma posição política</p><p>a) populista.</p><p>b) liberal.</p><p>c) conservadora.</p><p>d) democrática.</p><p>e) progressista.</p><p>(UNIFESP 2006)</p><p>Signos infalíveis anunciam que, dentro de poucos anos, as questões das nacionalidades,</p><p>combinadas com as questões sociais, dominarão sobre todas as demais no continente</p><p>europeu.</p><p>(Henri Martin, 1847.)</p><p>Tendo em vista o que ocorreu século e meio depois dessa declaração, pode-se afirmar que</p><p>o autor</p><p>a) estava desinformado, pois naquele momento tais questões já apareciam como</p><p>parcialmente resolvidas em grande parte da Europa.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 10 – História Contemporânea II</p><p>67</p><p>165</p><p>AULA 10: História Contemporânea II</p><p>b) soube identificar, nas linhas de força da história europeia, a articulação entre intelectuais</p><p>e nacionalismo.</p><p>c) foi incapaz de perceber que as forças do antigo regime eram suficientemente flexíveis para</p><p>incorporar e anular tais questões.</p><p>d) demonstrou sensibilidade ao perceber que aquelas duas questões estavam na ordem do</p><p>dia e como tal iriam por muito tempo ficar.</p><p>e) exemplificou a impossibilidade de se preverem as tendências da história, tendo em vista</p><p>que uma das questões foi logo resolvida.</p><p>(UNIFESP 2004)</p><p>O movimento revolucionário de 1848, que abalou, mas não destruiu, a ordem social vigente</p><p>na Europa, pode ser caracterizado como um conflito no qual</p><p>a) a burguesia, ou frações desta classe, face ao perigo representado pelo proletariado, tomou</p><p>o poder.</p><p>b) o campesinato, em luta encarniçada contra a nobreza, abriu espaço para a burguesia tomar</p><p>o poder.</p><p>c) a nobreza, diante da ameaça representada pela burguesia, fez concessões ao proletariado</p><p>para se manter no poder.</p><p>d) o proletariado, embora fosse uma classe já madura e com experiência, ficou a reboque</p><p>dos acontecimentos.</p><p>e) não houve luta de classes, e sim disputas derivadas das tensões e contradições existentes</p><p>entre ricos e pobres.</p><p>(UPE 2018)</p><p>Um dos primeiros movimentos artísticos, que surge em reação ao Neoclassicismo do século</p><p>XVIII, é o Romantismo, historicamente situado entre 1820 e 1850. Os artistas românticos</p><p>procuraram se libertar das convenções acadêmicas em favor da livre expressão</p><p>da</p><p>personalidade do artista.</p><p>Fonte: https://www.historiadasartes.com/nomundo/arte-seculo-19/romantismo/Adaptado.</p><p>Assinale a obra que corresponde ao movimento artístico descrito no texto.</p><p>a) b)</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 10 – História Contemporânea II</p><p>68</p><p>165</p><p>AULA 10: História Contemporânea II</p><p>c) d)</p><p>e)</p><p>(UEMG 2016)</p><p>"Há duzentos anos, em 9 de junho de 1815, encerrava-se o Congresso de Viena, conferência</p><p>de países europeus que, após nove meses de deliberações, estabeleceu um plano de paz de</p><p>longo prazo para o continente, que vivia um contexto político conturbado(...). Para alcançar</p><p>esse objetivo, os diplomatas presentes ao Congresso de Viena criaram um mecanismo de</p><p>pesos e contrapesos conhecido como "Concerto Europeu"(...). O Concerto Europeu</p><p>procurou substituir um arranjo unipolar por um sistema inovador de consultas plurilaterais.</p><p>Esse esforço visava a garantir a estabilidade europeia no pós-guerra".</p><p>http://blog.itamaraty.gov.br/63-historia/146-200-anos-docongresso-de-viena.Acesso em:</p><p>20/7/2015</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 10 – História Contemporânea II</p><p>69</p><p>165</p><p>AULA 10: História Contemporânea II</p><p>O contexto conturbado vivido pela Europa antes do Congresso de Viena e os resultados</p><p>deste foram, respectivamente:</p><p>a) A guerra dos sete anos que colocaram em confronto Inglaterra e França em função de</p><p>disputas territoriais na América. – A expulsão da França da Liga das nações por ter</p><p>desrespeitado regras internacionais preestabelecidas.</p><p>b) A disputa imperialista protagonizada pelas nações europeias em função da crise</p><p>econômica vivida no século XIX. – Evitou-se provisoriamente um conflito de proporções</p><p>mundiais já que, por meio de concessões, garantiu-se um equilíbrio político.</p><p>c) A expansão napoleônica que destronou reis e promoveu a invasão e ocupação militar sobre</p><p>diversas regiões. – Restauração das monarquias depostas por Napoleão, legitimação das</p><p>existentes à época e a criação da Santa Aliança.</p><p>d) A primeira grande guerra, que foi consequência de um momento marcado pelo</p><p>nacionalismo exacerbado e por rivalidades econômicas e territoriais. – A imposição de uma</p><p>paz despreocupada com o equilíbrio mundial pois humilhava os derrotados.</p><p>(UEMA 2015)</p><p>O mapa abaixo representa a divisão geopolítica europeia no início do século XIX, destacando</p><p>a estratégia militar napoleônica conhecida como Bloqueio Continental.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 10 – História Contemporânea II</p><p>70</p><p>165</p><p>AULA 10: História Contemporânea II</p><p>A linha de Bloqueio Continental que se estende de Portugal até a Noruega, representada no</p><p>mapa, revela a intenção francesa de</p><p>a) integrar a economia europeia, com a isenção das tarifas alfandegárias.</p><p>b) fortalecer a França, garantindo-lhe a livre circulação pelos portos britânicos.</p><p>c) desenvolver a economia espanhola, consolidando seu monopólio comercial na Península</p><p>Ibérica.</p><p>d) isolar a Grã-Bretanha, impedindo-lhe o acesso a importantes mercados da Europa</p><p>continental.</p><p>e) inibir o comércio de escravos oriundos de portos africanos, situados ao norte da Linha do</p><p>Equador.</p><p>(UFRGS 2016)</p><p>A Santa Aliança, coalizão entre Rússia, Prússia e Áustria, criada em setembro de 1815, após</p><p>a derrota de Napoleão Bonaparte, tinha por objetivo político</p><p>a) promover e proteger os ideais republicanos e revolucionários franceses em toda a Europa.</p><p>b) impedir as intenções recolonizadoras dos países ibéricos e apoiar as independências dos</p><p>países latino-americanos.</p><p>c) lutar contra a expansão do absolutismo monárquico e a influência do papado em todos os</p><p>países europeus.</p><p>d) combater e prevenir a expansão dos ideais republicanos e revolucionários franceses em</p><p>toda a Europa.</p><p>e) apoiar o retorno de Napoleão ao governo francês e garantir o equilíbrio entre as potências</p><p>europeias.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 10 – História Contemporânea II</p><p>71</p><p>165</p><p>AULA 10: História Contemporânea II</p><p>(UEL – 2020)</p><p>Analise a imagem a seguir.</p><p>DELACROIX, E.</p><p>Liberdade Guiando o Povo. 1830.</p><p>Óleo sobre tela, 260 x 325 cm.</p><p>Museu do Louvre (Paris,França).</p><p>Exposta no Museu do Louvre, a obra “Liberdade Guiando o Povo”, remete à existência de</p><p>questão social ainda hoje debatida. Com base na imagem e nos conhecimentos sobre</p><p>modernidade e vida social, é correto afirmar que a obra representa</p><p>a) a luta de estratos sociais em defesa da igualdade jurídica e pela conquista dos direitos de</p><p>cidadania.</p><p>b) a primeira tentativa de revolução social do proletariado moderno contra a burguesia.</p><p>c) a participação popular na luta pelo direito de voto pelas mulheres e contra o trabalho</p><p>infantil.</p><p>d) o repúdio ao caráter sangrento das revoluções populares, produtoras de regimes</p><p>ditatoriais.</p><p>e) a democracia, que atinge a plenitude quando homens, mulheres e jovens pegam em</p><p>armas.</p><p>(UEL – 2001)</p><p>A respeito da revolução de 1848 na Europa, é correto afirmar:</p><p>a) Restringiu-se a Paris e às pequenas cidades periféricas.</p><p>b) Contou com uma reduzida participação do proletariado.</p><p>c) Caracterizou-se pela disputa entre liberais, nacionalistas e socialistas.</p><p>d) Foi marcada pelo radicalismo dos camponeses republicanos.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 10 – História Contemporânea II</p><p>72</p><p>165</p><p>AULA 10: História Contemporânea II</p><p>e) Nela, os revolucionários defendiam a continuidade da monarquia e de Luiz Filipe à frente</p><p>do Governo.</p><p>(UNCISAL – 2008)</p><p>A Europa do século XIX assistiu a um cenário marcado por grandes embates políticos e</p><p>ideológicos de movimentos que almejavam a transformação da realidade social. Analise as</p><p>idéias a seguir, procurando identificar as correntes que as defendiam.</p><p>I. Lutavam por uma sociedade sem Estado e descartavam a idéia da formação de um</p><p>partido político operário para organizar a sociedade igualitária que idealizavam.</p><p>II. Defendiam uma ação política do movimento operário com vistas à conquista do poder</p><p>político, como estratégia para a construção de uma sociedade igualitária.</p><p>III. Acreditavam numa evolução lenta e gradual da sociedade capitalista em direção à</p><p>socialista, por meio da participação política dos operários nos parlamentos.</p><p>IV. Assumiam um posicionamento nacionalista e reiteravam a necessidade de os</p><p>trabalhadores buscarem métodos de ação visando reformar o sistema capitalista.</p><p>Os anarquistas e os comunistas lutaram em defesa dos ideais presentes, respectivamente,</p><p>nos itens</p><p>a) I e II.</p><p>b) I e III.</p><p>c) II e III.</p><p>d) II e IV.</p><p>e) III e IV.</p><p>(UNCISAL 2016)</p><p>O trabalhador se torna tão mais pobre quanto mais riqueza produz, quanto mais a sua</p><p>produção aumenta em poder e extensão. O trabalhador se torna uma mercadoria tão mais</p><p>barata quanto mais mercadorias cria. Com a valorização do mundo das coisas aumenta em</p><p>proporção direta a desvalorização do mundo dos homens.</p><p>MARX, K. A Consciência revolucionária da História. 3. ed. São Paulo: Ática, 1989, p. 148.</p><p>Segundo Marx, as mudanças nas relações descritas no texto, devido ao sistema capitalista,</p><p>levaram à</p><p>A) alienação da perda do objeto e do produto.</p><p>B) apropriação das propriedades comunitárias.</p><p>C) exploração ampla e injusta da mão de obra.</p><p>D) superação da divisão social do proletariado.</p><p>E) contestação dos ganhos erários da burguesia.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 10 – História Contemporânea II</p><p>73</p><p>165</p><p>AULA 10: História Contemporânea II</p><p>(UNCISAL 2017)</p><p>A história de todas as sociedades até hoje existentes é a história das lutas de classes. Homem livre</p><p>e escravo, patrício e plebeu, senhor feudal e servo, mestre de corporação e companheiro, em</p><p>resumo, opressores e oprimidos, em constante oposição, têm vivido numa guerra ininterrupta, ora</p><p>franca, ora disfarçada; uma guerra que terminou sempre ou por uma transformação revolucionária</p><p>da sociedade inteira, ou</p><p>pela destruição das duas classes em conflito. Nas mais remotas épocas</p><p>da história, verificamos, quase por toda parte, uma completa estruturação da sociedade em classes</p><p>distintas, uma múltipla gradação das posições sociais. [...] Entretanto, a nossa época [...]</p><p>caracteriza-se por ter simplificado os antagonismos de classe. A sociedade divide-se, cada vez</p><p>mais, em dois campos opostos, em duas grandes classes em confronto direto [...].</p><p>MARX, Karl; ENGELS, Friedrich. Manifesto comunista. São Paulo: Boitempo, 1998. p. 40-41.</p><p>As classes sociais de nossa época a que Marx e Engels referem-se são</p><p>A) os ricos e os pobres.</p><p>B) os políticos e o povo.</p><p>C) a burguesia e o proletariado.</p><p>D) a classe alta e a classe baixa.</p><p>E) os industriais e os dirigentes sindicais.</p><p>(Ufsc 2020)</p><p>Texto 1</p><p>“Nesse contexto, entendo que ‘barbárie’ signifique duas coisas. Primeiro, ruptura de regras</p><p>e comportamento moral pelos quais todas as sociedades controlam as relações entre seus</p><p>membros e, em menor extensão, entre seus membros e os de outras sociedades. Em</p><p>segundo lugar, ou seja, mais especificamente, a reversão do que poderíamos chamar de</p><p>projeto do Iluminismo do século XVIII, a saber, o estabelecimento de um sistema universal</p><p>de tais regras e normas de comportamento moral, corporificado nas instituições dos Estados</p><p>e dedicado ao progresso racional da humanidade: à Vida, Liberdade e Busca da Felicidade,</p><p>à Igualdade, Liberdade e Fraternidade ou seja lá o que for. [...] Entretanto, o que torna as</p><p>coisas piores, o que sem dúvida as tornará piores no futuro, é o constante desmantelamento</p><p>das defesas que a civilização do Iluminismo havia erigido contra a barbárie, e que tentei</p><p>esboçar nesta palestra. O pior é que passamos a nos habituar ao desumano. Aprendemos a</p><p>tolerar o intolerável”.</p><p>HOBSBAWM, Eric. Barbárie: manual do usuário. In: HOBSBAWM, Eric. Sobre história. São</p><p>Paulo: Companhia das Letras, 1998. p. 268, 269, 279.</p><p>Texto 2</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 10 – História Contemporânea II</p><p>74</p><p>165</p><p>AULA 10: História Contemporânea II</p><p>“[...] desenvolvemos um conjunto de quatro sinais de alerta que podem nos ajudar a</p><p>reconhecer um autoritário. Nós devemos nos preocupar quando políticos: 1) rejeitam, em</p><p>palavras ou em ações, as regras democráticas do jogo; 2) negam a legitimidade de</p><p>oponentes; 3) toleram e encorajam a violência; e 4) dão indicações de disposição para</p><p>restringir liberdades civis de oponentes, inclusive a mídia”.</p><p>LEVITSKY, Steven; ZIBLATT, Daniel. Como as democracias morrem. Rio de Janeiro: Jorge</p><p>Zahar, 2018. p. 32.</p><p>Com base nos textos acima e nos conhecimentos de História, é correto afirmar que:</p><p>01. de acordo com o Texto 1, os filósofos iluministas padeciam de contradições; criticavam</p><p>aqueles que se opunham às monarquias absolutistas e defendiam restrições às liberdades</p><p>individuais, entretanto alardeavam que suas ideias eram inéditas e iluminadas.</p><p>02. os Textos 1 e 2 concordam ao afirmar que os conceitos de igualdade e de democracia</p><p>fortaleceram-se progressivamente até estarem plenamente consolidados nos dias atuais.</p><p>04. o uso do Estado para perseguir opositores e censurar opiniões divergentes é</p><p>característico da França pré-revolucionária; após a Revolução Francesa, os políticos dos</p><p>países ocidentais não mais adotaram comportamentos como os descritos no Texto 2.</p><p>08. tanto o autor do Texto 1 quanto os autores do Texto 2 demonstram preocupação com o</p><p>avanço de práticas autoritárias nas democracias modernas, colocando em risco alguns</p><p>postulados da democracia.</p><p>16. inspirada por ideais iluministas, a Revolução Francesa teve fases e projetos políticos</p><p>distintos: durante a República Jacobina, houve ações voltadas aos interesses das classes</p><p>populares, como facilitar a aquisição de terras para o pequeno produtor e tabelar gêneros</p><p>de primeira necessidade, já a “Reação Termidoriana” foi marcada pela aliança entre a alta</p><p>burguesia francesa e o exército de modo a impedir tanto o retorno dos jacobinos quanto o</p><p>do Antigo Regime.</p><p>32. o Congresso de Viena, de 1815, buscava restaurar o poder das dinastias após a derrota</p><p>de Napoleão e suplantar as ideias liberais engendradas pela Revolução Francesa.</p><p>64. os autores do Texto 2, ao descreverem as características de um político autoritário,</p><p>referem-se a Napoleão Bonaparte, conhecido como o primeiro imperador populista da</p><p>Europa.</p><p>(Ufsc 2018)</p><p>As revoluções liberais do século XIX</p><p>“No começo do século XIX, a burguesia europeia adotava uma posição política mais</p><p>reformista do que revolucionária. A população pobre, por sua vez, ansiava por</p><p>transformações mais radicais.</p><p>Para manter sua hegemonia política, a burguesia buscou influenciar os movimentos sociais</p><p>da época, procurando impor valores liberais, como a igualdade perante a lei, o direto à</p><p>propriedade e a liberdade individual. Desse modo, as revoluções da primeira metade do</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 10 – História Contemporânea II</p><p>75</p><p>165</p><p>AULA 10: História Contemporânea II</p><p>século XIX ficaram conhecidas como revoluções liberais, por terem sido conduzidas pela</p><p>burguesia com base na ideologia liberal”.</p><p>PELLEGRINI, Marco César; DIAS, Adriana Machado; GRINBERG, Keila. #Contato História. 2º</p><p>ano. 1. ed. São Paulo: Quinteto Editorial, 2016, p. 221.</p><p>A respeito das revoluções liberais e dos cenários político, social e econômico da Europa ao</p><p>longo do século XIX, é correto afirmar que:</p><p>01. liderado por Napoleão Bonaparte, o Congresso de Viena, ocorrido em 1815, reuniu</p><p>lideranças das potências europeias com o objetivo de fortalecer os princípios liberais</p><p>burgueses.</p><p>02. em um período conhecido como Primavera dos Povos (1848), intensos movimentos</p><p>revolucionários eclodiram em várias cidades da Europa, com grande participação das massas</p><p>populares, gerando mudanças no perfil político do continente.</p><p>04. o nacionalismo foi um dos elementos aglutinadores de forças durante o século XIX,</p><p>contribuindo decisivamente para as unificações nacionais e o surgimento de novos Estados.</p><p>08. a intensa participação política da burguesia, com o apoio das camadas mais populares, e</p><p>a adoção de ideias liberais foram decisivas para a consolidação do processo de</p><p>industrialização da Rússia ainda no início do século XIX.</p><p>16. na França, as revoluções liberais do século XIX proporcionaram o acirramento das</p><p>rivalidades entre diversos setores da sociedade e resultaram na proclamação da segunda e</p><p>da terceira repúblicas.</p><p>32. no início do século XIX, a expansão do processo de industrialização em diversos países</p><p>europeus resultou na criação de uma organização de defesa das ideias liberais burguesas, a</p><p>Santa Aliança.</p><p>64. ao mesmo tempo que as ideias liberais burguesas consolidavam-se junto ao crescente</p><p>processo de industrialização, a causa operária tornava-se tema de estudo de diversos</p><p>intelectuais, dedicados à defesa do anarquismo e do socialismo.</p><p>(UFSC – 1997)</p><p>Após a Revolução, Napoleão Bonaparte tornou-se a figura mais importante da vida política</p><p>da França.</p><p>Sobre sua atuação no governo, é CORRETO assinalar:</p><p>01. Promoveu uma série de guerras, expandindo os domínios da França.</p><p>02. Impôs o idioma francês a todos os países conquistados.</p><p>04. Decidiu invadir Portugal, o que levou à fuga da Corte Portuguesa para o Brasil.</p><p>08. Conduziu suas tropas até a Rússia, culminando com a derrota da França.</p><p>16. Decretou o Bloqueio Continental, determinando que os países europeus fechassem seus</p><p>portos ao comércio inglês.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 10 – História Contemporânea II</p><p>76</p><p>165</p><p>AULA 10: História Contemporânea II</p><p>(Estratégia Vestibulares/2020/profe. Alê Lopes)</p><p>Ludwing Van Beethoven (1770-1827) é um dos maiores nomes da música mundial. Este ano,</p><p>completam-se 250 anos de seu nascimento. O compositor é contemporâneo de muitos</p><p>acontecimentos que sacudiram a Europa, como a Revolução Francesa, sendo influenciado</p><p>pelas ideias ali propagadas.</p><p>Não por menos ele teria cunhado: Não há nada de mais belo do</p><p>que distribuir a felicidade por muitas pessoas. Algo muito próximo aos lemas da igualdade</p><p>e da fraternidade. Talvez, com a música, Beethoven tenha sido mais revolucionário do que</p><p>muitas lideranças de seu tempo. Apesar de seu entusiasmo com as transformações liberais,</p><p>ele decepcionou-se com Napoleão Bonaparte (1769-1821), para quem chegou a dedicar sua</p><p>Sinfonia n.º 3, quando o general ainda era admirado por Beethoven. Após sua decepção com</p><p>o líder francês ele teria dito: “Se soubesse tanto de estratégia como de música, causaria</p><p>sérios dissabores a Napoleão”.</p><p>Diante dessa breve trajetória das ideias esperançosas de Beethoven com a ascensão do</p><p>liberalismo, pode-se afirmar que o fato que o fez romper com Napoleão Bonaparte foi:</p><p>a) o processo de centralização do poder, culminado na auto coroação de Napoleão como</p><p>Imperador, tomando a coroa das mãos do Papa Pio VII em Notre Dame.</p><p>b) a proximidade de Napoleão com a reação conservadora durante a fase do Termidor da</p><p>Revolução Francesa.</p><p>c) Napoleão ter implantado o Código Napoleônico, em 1804, proibindo o ensino de música</p><p>clássica.</p><p>d) Napoleão ter se aproximado das bandeiras do nascente socialismo francês.</p><p>e) a preferência do Imperador pelas músicas de Wilhelm Richard Wagner, compositor inglês</p><p>que, mais adiante, será venerado pelo ditador Adolf Hitler.</p><p>(Estratégia Vestibulares/2020/profe. Alê Lopes)</p><p>As unificações da Itália e da Alemanha demonstram a concepção de nacionalidade capaz de</p><p>elaborar programas políticos que fundamentaram a ação de diferentes grupos com objetivos</p><p>de unificar territórios. Esses programas podem ser definidos como: “a necessidade para cada</p><p>povo de um Estado totalmente independente, homogêneo territorial e linguisticamente,</p><p>laico, provavelmente, parlamentar”. (HOBSBAWN, Eric. A Era do Capital. São Paulo: Ed. Paz</p><p>e Terra, 2013, p 147).</p><p>A passagem acima marca diferenças entre a formação da Itália e da Alemanha, por um lado,</p><p>e demais países europeus, por outro. Um dos pontos que sintetiza uma diferença presente</p><p>na Itália e na Alemanha pode ser sintetizado na seguinte elaboração:</p><p>a) sobreposição de práticas feudais.</p><p>b) atraso na formação do Estado-nação.</p><p>c) baixa capacidade de racionalização da administração do território.</p><p>d) atraso cultural.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 10 – História Contemporânea II</p><p>77</p><p>165</p><p>AULA 10: História Contemporânea II</p><p>e) capitalismo tardio.</p><p>(Estratégia Vestibulares/2020/professora Alê Lopes)</p><p>É sabido que o século XIX contou com o surgimento de diversas teorias críticas ao</p><p>capitalismo, como a seguinte declaração: “Não e das leis humanas, mas da natureza, que</p><p>emana o direito de propriedade individual; a autoridade pública não pode, pois, aboli-lo; o</p><p>que ela pode é regular seu uso e conciliá-lo com o bem comum.” Este pensamento é</p><p>vinculado a qual das correntes:</p><p>a) comunismo.</p><p>b) anarquismo.</p><p>c) doutrina social da Igreja católica.</p><p>d) doutrina cooperativista liberal.</p><p>e) ética protestante.</p><p>(Estratégia Vestibulares/2020Profe. Alê Lopes)</p><p>Dentre as alterações político, social e cultural promovidas pelo processo do pensamento</p><p>iluminista, aprofundado pela Revolução Francesa, houve a separação entre poder político e</p><p>poder religioso. Faz parte dos desdobramentos dessa separação:</p><p>a) a concretização da teoria da separação dos poderes entre Executivo, Legislativo e Militar.</p><p>b) a criação de uma ciência fundamentada no direito divino do rei.</p><p>c) a secularização da sociedade, que tornou possível a distinção entre crime e pecado.</p><p>d) a instauração de monarquias presidencialistas esclarecidas.</p><p>(UNICENTRO 2012)</p><p>Dentre os princípios políticos que compunham a onda revolucionária de 1848, que atingiu o</p><p>território da atual Alemanha, destaca-se</p><p>a) o republicanismo, defendido pela liga comercial Zollverein.</p><p>b) o monarquismo, fortalecido pelo Império Austríaco, que dominava a Confederação</p><p>Germânica.</p><p>c) o nacionalismo, construído em torno da ação da Prússia, maior unidade política da então</p><p>Confederação Germânica.</p><p>d) a restauração, que previa a retomada dos antigos territórios germânicos pelo poder da</p><p>aliança entre Áustria e Itália.</p><p>e) a legitimidade, que determinava o retorno de antigas famílias reinantes no controle da</p><p>Confederação Germânica.</p><p>(UNICENTRO 2011)</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 10 – História Contemporânea II</p><p>78</p><p>165</p><p>AULA 10: História Contemporânea II</p><p>“O pano de fundo foi comum: propagação do Liberalismo e do Nacionalismo como</p><p>ideologias; a subprodução agrícola (acarretando alta de preços de gêneros alimentícios) e o</p><p>subconsumo industrial (provocando a falência de fábricas e o desemprego do proletariado);</p><p>descontentamento do proletariado urbano, devido ao desemprego, aos salários baixos e à</p><p>alta do custo de vida; descontentamento da burguesia, excluída do poder político e atingida</p><p>pela crise econômica”.</p><p>(AQUINO et al. 1993, p. 158-159).</p><p>As ondas revolucionárias de 1830 e 1848 na Europa, embora tenham o fundo comum descrito</p><p>no texto, apresentavam como fator de diferenciação, na onda revolucionária de 1848,</p><p>a) a luta das mulheres sufragistas.</p><p>b) a presença das ideias socialistas.</p><p>c) o início da campanha abolicionista.</p><p>d) o movimento cartista, originário na Rússia.</p><p>e) a propaganda emigratória, na Itália, financiada pelo Brasil.</p><p>(PUC-CAMP 2015) 4000152961</p><p>“Teoricamente, o nacionalismo independe do Romantismo, embora tenha encontrado nele</p><p>o aliado decisivo. Há na literatura do período uma aspiração nacional, definida claramente a</p><p>partir da Independência e precedendo o movimento romântico. (...) Nem é de espantar que</p><p>assim fosse, pois além da busca das tradições nacionais e o culto da história, o que se chamou</p><p>em toda a Europa “despertar das nacionalidades”, em seguida ao empuxe napoleônico,</p><p>encontrou expressão no Romantismo. Sobretudo nos países novos como o nosso o</p><p>nacionalismo foi manifestação de vida, exaltação afetiva, tomada de consciência, afirmação</p><p>do próprio contra o imposto”.</p><p>(Adaptado de: CANDIDO, Antonio. Formação da Literatura Brasileira. São Paulo: Martins,</p><p>1971. 2 v. pp. 14-15)</p><p>“Nacionalismo é o sentimento que une as pessoas de uma nação em busca de objetivos</p><p>comuns. Esses elementos ganharam muita importância a partir do século XIX, com as</p><p>revoluções liberais e a consolidação da burguesia no poder, pois representavam uma forma</p><p>de organização diferente daquela do Antigo Regime”.</p><p>(In: Divalte. História. São Paulo: Ática, 2003. p. 248)</p><p>Entre as revoluções a que o texto se refere é correto afirmar que, nas de 1848, a grande</p><p>novidade das revoluções ficou por conta</p><p>a) da organização do cartismo, movimento de massa voltado para a democratização e</p><p>conquista da igualdade de direitos para os trabalhadores.</p><p>b) do Congresso de Viena que procurou imprimir um novo rumo nos destinos dos</p><p>trabalhadores, ao adotar os princípios pré-revolucionários.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 10 – História Contemporânea II</p><p>79</p><p>165</p><p>AULA 10: História Contemporânea II</p><p>c) da entrada em cena do socialismo, conjunto de ideias defendidas por instituições e pessoas</p><p>que agiam como representantes dos trabalhadores.</p><p>d) dos movimentos em defesa das reivindicações dos trabalhadores que queriam o fim dos</p><p>laços de servidão e o acesso à terra aos camponeses.</p><p>e) da capacidade de mobilização dos trabalhadores na defesa de seus direitos e da vitória</p><p>dos partidos comunistas nas eleições europeias.</p><p>(PUC-CAMP 2017) 4000155447</p><p>“Brás Cubas busca articular a política de domínio paternalista, sob fogo cerrado nos anos</p><p>1870, com aspectos da onda de ideias cientificistas europeias do tempo – especialmente no</p><p>que tange ao darwinismo social como forma de explicar a origem e a reprodução das</p><p>desigualdades sociais”.</p><p>(CHALHOUB, Sidney. Machado de Assis Historiador. São Paulo: Companhia das Letras, 2003,</p><p>p.</p><p>96)</p><p>Os altos índices de pobreza, o aumento das desigualdades sociais e a precária condição de</p><p>trabalho nas fábricas, entre outros fatores, contribuíram para o crescimento do movimento</p><p>operário na Europa, no século XIX. Diversas organizações operárias sofreram influência do</p><p>socialismo e do anarquismo, ideologias que postulavam, respectivamente</p><p>a) a ação armada para intensificar a luta de classes; e a proposta de que a sociedade se</p><p>organizasse em comunidades operárias, denominadas falanstérios.</p><p>b) a aliança entre trabalhadores e burguesia para a destruição do sistema capitalista; e a</p><p>ditadura do proletariado, organizado em sindicatos.</p><p>c) a construção de um Estado forte, proletário, clerical; e a crença na existência de uma</p><p>fraternidade natural entre os homens.</p><p>d) o avanço revolucionário rumo ao desenvolvimento de uma sociedade sem classes; e o</p><p>autogoverno dos trabalhadores.</p><p>e) a supressão da propriedade privada e das fronteiras nacionais; e a destruição do Estado</p><p>burguês para a livre organização da sociedade em comunas.</p><p>(Uem 2018)</p><p>Durante o século XIX surgiram diversos movimentos políticos, científicos e sociais pelos quais</p><p>seus idealizadores asseguravam ser possível alcançar o bem-estar material e aperfeiçoar a</p><p>evolução social. Sobre esses movimentos, assinale o que for correto.</p><p>01) Robert Owen, um dos principais fundadores do movimento cooperativista, defendia uma</p><p>reforma geral na sociedade, na qual o conflito e a concorrência seriam substituídos pela</p><p>cooperação e pela harmonia entre os homens.</p><p>02) O anarquismo defendia a substituição de toda configuração institucional de autoridade,</p><p>de modo que o Estado deveria ser substituído pela associação livre entre os indivíduos.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 10 – História Contemporânea II</p><p>80</p><p>165</p><p>AULA 10: História Contemporânea II</p><p>04) Friedrich Engels, defensor do socialismo utópico, acreditava ser possível construir uma</p><p>sociedade perfeita por meio do diálogo e do entendimento entre os homens, o que</p><p>dispensava a luta revolucionária.</p><p>08) Thomas More, defensor do liberalismo utópico renascentista, acreditava que somente</p><p>por meio da livre concorrência entre os homens seria possível alcançar a igualdade</p><p>econômica, a paz social e o socialismo.</p><p>16) Assegurando que era o ambiente que condicionava a vida das pessoas, Charles Fourier</p><p>idealizou os falanstérios, comunidades que reuniriam pessoas trabalhando para o bem</p><p>comum e dividindo o que fosse produzido, sem a necessidade de dinheiro.</p><p>(Uem 2019)</p><p>“A condição essencial para a existência e supremacia da classe burguesa é a acumulação da</p><p>riqueza nas mãos de particulares, a formação e o crescimento do capital...”</p><p>(MARX, K.; ENGELS, F. Manifesto comunista. São Paulo: Boitempo, 2005, p. 51).</p><p>Seguindo as premissas da crítica à sociedade capitalista, presente em Karl Marx e Friedrich</p><p>Engels, assinale o que for correto.</p><p>01) A condição de existência do capital é o trabalho assalariado.</p><p>02) A burguesia é, por definição, para os autores, conservadora e reacionária.</p><p>04) O desenvolvimento do proletariado ocorre independentemente do desenvolvimento da</p><p>burguesia.</p><p>08) O trabalho é, para o capitalismo, considerado uma mercadoria, contudo é a única</p><p>mercadoria que cria valor.</p><p>16) A burguesia garante sua existência ao revolucionar constantemente os instrumentos de</p><p>produção e, consequentemente, as relações sociais.</p><p>(URCA 2011)</p><p>O século XIX foi pródigo na produção de ideias políticas, muitas das quais seguidas na</p><p>atualidade. Estabeleça a associação entre as ideias do século XIX e suas</p><p>denominações:</p><p>I Liberalismo</p><p>II– Socialismo Utópico</p><p>III– Socialismo científico</p><p>IV– Anarquismo</p><p>V– Socialdemocracia</p><p>( ) É a favor da liberdade, sem restrições. Propõe o fim de um poder e domínio</p><p>superior sobre o homem: poderes ideológicos, políticos, sociais e até jurídicos.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 10 – História Contemporânea II</p><p>81</p><p>165</p><p>AULA 10: História Contemporânea II</p><p>( ) Teve origem e inspiração marxista. Todavia propõe uma alternativa de esquerda que</p><p>respeite os princípios da democracia liberal e do jogo eleitoral para a esquerda.</p><p>Critica o sistema capitalista, mas renegam a via revolucionária para as transformações</p><p>sociais.</p><p>( ) Representou as primeiras formulações de crítica ao sistema capitalista e a favor de uma</p><p>sociedade igualitária. Essa viria da ação dos homens bons. No entanto, seus</p><p>teóricos não indicaram formas concretas para alcançar essa sociedade.</p><p>( ) Representou a continuidade do Iluminismo. Sua premissa básica é a defesa da</p><p>liberdade (política, econômica, etc). Defende a não intervenção do estado na economia,</p><p>a qual seria regulada pela lei natural da oferta e da procura.</p><p>( ) Seus princípios básicos – materialismo dialético e materialismo histórico foram</p><p>formulados por Karl Marx e Friedrich Engels. Produziu bases científicas de análise,</p><p>indicando os meios para realizar a revolução proletária e a implantação do socialismo, etapa</p><p>para o retorno ao comunismo. A revolução viria das contradições do capitalismo e</p><p>da exploração exercida pela burguesia.</p><p>Agora assinale a relação na sequência correta:</p><p>a) IV – V – III – I – II</p><p>b) I – II – III – IV – V</p><p>c) IV – V – II – I – III</p><p>d) V – IV – III – II – I</p><p>e) III – V – IV – I II</p><p>(URCA 2015)</p><p>No início do ano de 1848, o pensador Alexis de Tocqueville, falou da Tribuna da Câmara dos</p><p>Deputados da França, expressando: “Nós dormimos sobre um vulcão... Os senhores não</p><p>percebem que a terra treme mais uma vez? Sopra o vento das revoluções, a tempestade está</p><p>no horizonte”.</p><p>Sobre o contexto histórico no qual se inserem as palavras de Tocqueville,</p><p>assinale CORRETAMENTE:</p><p>A) Na mesma época, Karl Marx e Friedrick Engels publicaram, em Londres, o</p><p>Manifesto do Partido Comunista;</p><p>B) No mesmo ano, a República Francesa, fundada após a deposição de Napoleão Bonaparte,</p><p>foi derrubada, dando lugar à volta da Monarquia;</p><p>C) Semelhante ao que ocorria na Europa, no Brasil, tivemos a Confederação do Equador,</p><p>com características bastante semelhantes ao que vinha ocorrendo no Velho Continente;</p><p>D) As palavras de Tocqueville foram completamente extemporâneas, tendo em vista que</p><p>entre os anos de 1830 e 1870, a Europa vivenciou um dos períodos de tranquilidade social e</p><p>política mais longos de sua história;</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 10 – História Contemporânea II</p><p>82</p><p>165</p><p>AULA 10: História Contemporânea II</p><p>E) Os movimentos de 1848 que transformaram a Europa num verdadeiro “vulcão</p><p>revolucionário” acabaram levando o continente a um retrocesso, inclusive com a volta às</p><p>relações servis de produção que só tiveram fim com a 1ª. Guerra Mundial.</p><p>(UNITINS 2020)</p><p>A autoridade não é necessária à organização social; ao contrário, acreditamos que ela é sua</p><p>parasita, que impede sua evolução e utiliza seu poder em proveito próprio de uma certa</p><p>classe que explora e oprime os outros. Enquanto houver harmonia de interesses em uma</p><p>coletividade, enquanto ninguém quiser ou puder explorar os outros, não haverá marcas de</p><p>autoridade. Mas quando surgirem lutas internas e a coletividade se dividir em vencedores e</p><p>vencidos, então a autoridade aparecerá. A autoridade que, naturalmente, estará a serviço</p><p>dos interesses dos mais fortes e servirá para confirmar, perpetuar e reforçar sua vitória.</p><p>MALATESTA, Enrico. Textos escolhidos. Porto Alegre: L&M, 1994. (Adaptado).</p><p>De acordo com o texto, observa-se a defesa de uma postura:</p><p>A) anarquista: rejeita a necessidade de autoridade e a vê como instrumento de poder e</p><p>dominação.</p><p>B) humanista: baseia-se na harmonia entre os homens e opõe-se a qualquer tipo de conflito.</p><p>C) autoritária:</p><p>entende a autoridade como natural e exclui qualquer tentativa de utilizá-la na</p><p>vida em comunidade.</p><p>D) socialista: é contra a autoridade exercida pela classe dominante e defende o poder nas</p><p>mãos dos trabalhadores.</p><p>E) liberal: acredita no valor universal da liberdade e recusa a imposição da vontade de uns</p><p>sobre outros.</p><p>(UNITINS 2016)</p><p>Observe as figuras e analise o texto a seguir.</p><p>Karl Marx (1818-1884) é considerado um dos principais teóricos e críticos do capitalismo. Sua</p><p>obra traz abordagens filosófica, sociológica e econômica, e analisa a sociedade capitalista</p><p>sob a ótica do conflito e das contradições no sistema. Alguns conceitos como mais-valia,</p><p>ideologia, mercadoria, classes sociais foram muito utilizados por Marx e destacados em sua</p><p>obra. A respeito desses conceitos, segundo o pensamento de Marx, é correto afirmar:</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 10 – História Contemporânea II</p><p>83</p><p>165</p><p>AULA 10: História Contemporânea II</p><p>I – ideologia é uma visão de mundo, disseminada pela educação, pelos meios de</p><p>comunicação, pela religião, que serve para o controle social de um grupo sobre outros;</p><p>II – o trabalho humano se torna uma mercadoria no sistema capitalista;</p><p>III – classes sociais são camadas harmônicas da sociedade, em busca do mesmo objetivo;</p><p>IV – mais-valia é o resultado do tempo de trabalho utilizado pelo trabalhador cujo valor não</p><p>é pago devidamente pelo capitalista.</p><p>Estão corretas as afirmativas</p><p>a) I, II, III e IV.</p><p>b) apenas I, III e IV.</p><p>c) apenas II e IV.</p><p>d) apenas II, III e IV.</p><p>e) apenas I, II e IV.</p><p>(UESB 2017)</p><p>O mapa europeu retrata uma situação política que se insere no contexto</p><p>01) das invasões germânicas, que contribuíram para a fragmentação territorial em toda</p><p>extensão do império romano, estabelecendo a ruralização econômica e o cessar das</p><p>atividades comerciais na Europa e no Oriente Próximo.</p><p>02) da formação dos Estados Modernos Nacionais, situação que levou a Igreja Católica a</p><p>apoiar o processo de unificação política, buscando assegurar a posse de uma vasta extensão</p><p>de terras, através do Tratado de Latrão.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 10 – História Contemporânea II</p><p>84</p><p>165</p><p>AULA 10: História Contemporânea II</p><p>03) do Bloqueio Continental, estabelecido por Napoleão Bonaparte, momento em que a</p><p>Confederação Germânica rompeu com a França napoleônica, contribuindo para o declínio</p><p>do império francês.</p><p>04) do Congresso de Viena, quando os países absolutistas europeus buscaram reestabelecer</p><p>as fronteiras anteriores à Revolução Francesa, baseados nos princípios da restauração e da</p><p>legitimidade.</p><p>05) da Primeira Guerra Mundial, momento em que a Alemanha foi desmembrada em vários</p><p>pequenos Estados pelos vencedores, no Tratado de Versalhes, buscando enfraquecer seu</p><p>poderio econômico.</p><p>Comentários:</p><p>A questão pede para associarmos o mapa com o contexto político europeu retratado nele. Então</p><p>vejamos as afirmações:</p><p>01. Incorreto. As invasões germânicas na Antiguidade não podem ser, pois, nesse período ainda</p><p>não havia reinos unificados como o retratado no mapa.</p><p>02. Incorreto. Durante a formação dos Estados Nacionais no começo da Modernidade não havia</p><p>uma Confederação Germânica (ela só seria criada no começo do século XIX). Além disso, o Tratado</p><p>de Latrão foi um acordo político datado do período entreguerras no século XX, firmado entre o</p><p>Papado e o Estado Italiano. Porém, percebemos no mapa, que os territórios italianos ainda não</p><p>estavam unificados, portanto, aquele mapa era anterior a unificação italiana de 1870.</p><p>03. Incorreto. O Bloqueio Continental imposto por Napoleão Bonaparte, em um primeiro</p><p>momento, não enfraqueceu o império francês e ele foi usado de pretexto para que os exércitos</p><p>franceses dominassem a região da Confederação Germânica no início do século XIX.</p><p>04. Correto. Após a Era Napoleônica (1799-1815), os países europeus sofreram inúmeras</p><p>redefinições quanto seus territórios. Porém, a partir do Congresso de Viena forças conservadoras</p><p>tentavam retomar suas monarquias absolutistas anteriores a Revolução Francesa e suas fronteiras.</p><p>Para isso, seus defensores se basearam em princípios de legitimidade e equilíbrio de poder.</p><p>05. Incorreto. Durante a Primeira Guerra Mundial os Estados Germânicos e Italianos já eram</p><p>unificados, diferentemente de como está no mapa. Além disso, com a derrota alemã no conflito</p><p>bélico, seu Estado não foi desmembrado em territórios menores.</p><p>Gabarito: 04</p><p>(UESB 2019)</p><p>O sistema capitalista foi responsável por uma série de conflitos que reordenaram as forças</p><p>políticas e econômicas internacionais, em vários períodos históricos. Como um dos marcos</p><p>da consolidação do sistema capitalista, identifica-se</p><p>01) o Iluminismo, que, baseando-se no pensamento de Rousseau, estabeleceu uma</p><p>sociedade democrática, com ampla participação política do operariado, no contexto da</p><p>Revolução Gloriosa.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 10 – História Contemporânea II</p><p>85</p><p>165</p><p>AULA 10: História Contemporânea II</p><p>02) a Primeira Revolução Industrial, que expandiu o imperialismo sobre o continente africano</p><p>e o controle monopolista da Inglaterra sobre as rotas de tráfico negreiro.</p><p>03) a Revolução Francesa, cujos ideais jacobinos se espalharam pela Europa, abolindo o</p><p>Antigo Regime e estabelecendo, na economia, a limitação do lucro e o controle sobre a</p><p>especulação financeira.</p><p>04) a imposição dos princípios do Congresso de Viena, após a derrota napoleônica, que</p><p>consolidou os ideais liberais e conteve a expansão das concepções políticas dos socialistas</p><p>utópicos.</p><p>05) as ondas revolucionárias do século XIX, que abalaram as estruturas absolutistas e</p><p>mercantilistas, fortalecendo os ideais burgueses e questionando as bases da sociedade</p><p>estamental.</p><p>Comentários:</p><p>O texto aborda o período de consolidação do sistema capitalista. Portanto a questão se insere na</p><p>Europa do século XIX, berço da sociedade capitalista atual. Nesse período, com os adventos das</p><p>revoluções burguesas, as estruturas que moldavam o Antigo Sistema dos Estados Nacionais se</p><p>modificaram para atender princípios liberais e igualitários.</p><p>Um dos marcos da consolidação do capitalismo se identifica-se ao:</p><p>01. Incorreto. A consolidação do sistema capitalista não identificasse com o Iluminismo e com o</p><p>pensamento de Rousseau diretamente. Ele foi um dos maiores críticos do Absolutismo</p><p>Monárquico, porém, seus ideais iam de oposição a um dos fundamentos da sociedade capitalista,</p><p>que é o direto a propriedade (algo abominado pelo pensador).</p><p>02. Incorreto. A expansão imperialista sobre a África só iria ocorrer na segunda metade do século</p><p>XIX, com a Segunda Revolução Industrial. O controle monopolista exercido pela Inglaterra sobre</p><p>as rotas de tráfico negreiro também.</p><p>03. Incorreto. Os ideais da Revolução Francesa se espalharam pela Europa, porém não</p><p>conseguiram abolir por completo o Antigo Regime. Durante o período de 1815 e 1830 houve uma</p><p>contrarrevolução por parte das monarquias europeias com o objetivo de desarticular todas as</p><p>conquistadas obtidas durante os períodos revolucionários entre 1789 e 1815.</p><p>04. Incorreto. O Congresso de Viena e a Santa Aliança foram formalizados para combater os ideais</p><p>liberais empregados na Revolução Francesa e não o contrário. Além disso, não conteve a expansão</p><p>das concepções políticas dos socialistas utópicos. Ocorreu o oposto, as fortaleceu.</p><p>05. Correto. As ondas revolucionarias liberais ocorridas primeiro em 1830 e depois em 1848,</p><p>tinham como plano de fundos preceitos liberais e nacionalistas, questionando a retomada do</p><p>Absolutismo e das estruturas estamentais do período anterior. Nesse momento, com a expansão</p><p>da Revolução Industrial, o capitalismo se consolidava e precisava que a Burguesia se fortalecesse</p><p>como principal classe social dentro dos Estados Europeus.</p><p>Gabarito: 05</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 10 – História</p><p>Contemporânea II</p><p>86</p><p>165</p><p>AULA 10: História Contemporânea II</p><p>6. GABARITO</p><p>1. A</p><p>2. C</p><p>3. C</p><p>4. A</p><p>5. E</p><p>6. C</p><p>7. B</p><p>8. D</p><p>9. D</p><p>10. B</p><p>11. B</p><p>12. V-V-F-F</p><p>13. C</p><p>14. D</p><p>15. D</p><p>16. B</p><p>17. A</p><p>18. A</p><p>19. C</p><p>20. B</p><p>21. A</p><p>22. C</p><p>23. C</p><p>24. B</p><p>25. E</p><p>26. D</p><p>27. B</p><p>28. E</p><p>29. C</p><p>30. D</p><p>31. A</p><p>32. A</p><p>33. C</p><p>34. D</p><p>35. D</p><p>36. A</p><p>37. C</p><p>38. A</p><p>39. A</p><p>40. C</p><p>41. 56</p><p>42. 86</p><p>43. 29</p><p>44. A</p><p>45. B</p><p>46. C</p><p>47. C</p><p>48. C</p><p>49. B</p><p>50. E</p><p>51. D</p><p>52. 19</p><p>53. 25</p><p>54. C</p><p>55. A</p><p>56. A</p><p>57. C</p><p>58. 04</p><p>59. 05</p><p>87</p><p>165</p><p>AULA 10:</p><p>7. LISTA DE QUESTÕES COM COMENTÁRIOS</p><p>(ENEM DIGITAL 2020) 4000092043</p><p>O gesto representado no quadro simboliza uma diferença entre o império napoleônico e a</p><p>monarquia absolutista, por</p><p>a) reduzir a autoridade do clero.</p><p>b) instaurar a censura da imprensa.</p><p>c) controlar a organização judiciária.</p><p>d) suspender as pensões da nobreza.</p><p>e) desrespeitar a propriedade privada.</p><p>Comentários</p><p>O absolutismo era um regime político caracterizado pela concentração de poder nas mãos de uma</p><p>só pessoa: o rei. Não havia a divisão tripartite dos poderes em Legislativo, Executivo e Judiciário.</p><p>Os monarcas não estavam obrigatoriamente sujeitos a um conjunto prévio de leis escritas, sem</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 10 – História Contemporânea II</p><p>88</p><p>165</p><p>AULA 10: História Contemporânea II</p><p>algo que limitasse ou regulamentasse de forma prática e positiva os poderes reais. Essa</p><p>concentração de poder pelos monarcas teve início na Baixa Idade Média (s. XIV-XV), mas se</p><p>consolidou mesmo durante a Idade Moderna (s. XV-XVIII). Ao longo desse tempo, diversos</p><p>movimentos sociais, políticos, intelectuais e artísticos questionaram a tirania de monarcas</p><p>absolutistas, mas até o final do século XVIII apenas a Inglaterra havia vencido o absolutismo no</p><p>século XVII, instaurando uma monarquia constitucional. Entretanto, em 1789 eclodiu a Revolução</p><p>Francesa que derrubou a Dinastia Bourbon e instalou um governo revolucionário durante dez anos.</p><p>Seu impacto foi tão grande de influenciou a eclosão de movimentos similares no resto da Europa</p><p>e mesmo nas colônias ultramarinas. Napoleão Bonaparte foi um dos soldados do exército</p><p>revolucionário, que começou a ganhar desta nas lutas contra as tropas das demais monarquias</p><p>aliadas da família real francesa que tentavam tomar o país de volta. Todavia, ele se aliou à alta</p><p>burguesia francesa para dar um golpe de Estado em 1799, que marca o início do Consulado na</p><p>França. Daí em diante, Bonaparte concentrou cada vez mais poderes até que, em 1804,</p><p>proclamou-se imperador francês. A imagem exposta pelo enunciado é um detalhe de uma pintura</p><p>que retrata o momento da coroação de Napoleão. Apesar de ainda se dizer um promotor da</p><p>revolução e do liberalismo, seu governo se assemelhava em muitos aspectos à uma monarquia</p><p>absolutista. Contudo, havia diferenças importantes e é disso que a questão trata. Vejamos:</p><p>a) Correta! Lembre-se que a Igreja tinha um papel fundamental na lógica do Antigo Regime e do</p><p>absolutismo: legitimar o poder absoluto do monarca (direito divino dos reis) e a ordem social</p><p>vigente. No entanto, em vários momentos monarcas tiveram atritos com o clero por questões de</p><p>jurisdição: muitos deles queriam mais poderes na administração da Igreja e da religião dentro de</p><p>seus territórios, o que nem sempre era bem aceito pelo Papa e o resto do clero. Mesmo assim,</p><p>continuava sendo importante manter esse vínculo com a Igreja, pois o poder do rei vinha de Deus</p><p>e o maior representante do Todo Poderoso entre os homens era o Papa. Isso era simbolicamente</p><p>marcado pelos rituais de coroação, nos quais o pontífice colocava a coroa na cabeça do soberano.</p><p>Não à toa, quando a Revolução Francesa eclodiu, os governos revolucionários entraram em</p><p>choque com o clero, que teve vários de seus privilégios extintos, sobretudo durante o período da</p><p>República Jacobina. Todavia Napoleão se reaproximou de antigos oponentes da Revolução</p><p>durante seu mandato de cônsul, entre 1799 e 1804. Ele permitiu o retorno dos nobres exilados e</p><p>buscou apoio da Igreja Católica, que estava em atrito com o Estado francês desde a Constituição</p><p>Civil do Clero. Em 1901, Bonaparte acordou com o Papa o restabelecimento da paz religiosa e o</p><p>reconhecimento do catolicismo como religião da maioria dos franceses (o que era diferente de</p><p>declará-lo como religião oficial). Porém, na prática, transformava o catolicismo em um “órgão</p><p>estatal”, uma vez que padres passaram a receber salário do Estado francês, como compensação</p><p>pelos bens confiscados a partir de 1789. Este era um ponto importante, tendo em vista que parte</p><p>das terras distribuídas no período jacobino pertenciam à Igreja. A educação foi mantida como</p><p>laica, assim como Estado. Além disso, quando se proclamou imperador, Napoleão retirou a coroa</p><p>imperial das mãos do papa quando este ia coroa-lo, coroando a si mesmo e em segui a sua esposa.</p><p>Esse momento foi retratado na pintura da qual a imagem faz parte. Com esse gesto Napoleão</p><p>quis manifestar claramente que seu poder não era concedido pela Igreja, mas por ele próprio. Era</p><p>uma ruptura com a tradição medieval do poder que emanava da Igreja.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 10 – História Contemporânea II</p><p>89</p><p>165</p><p>AULA 10: História Contemporânea II</p><p>b) Incorreta. Na verdade, essa era uma semelhança entre o império napoleônico e as monarquias</p><p>absolutistas. Ambos tinham um caráter autoritário e praticavam a censura contra seus opositores.</p><p>c) Incorreta. Napoleão foi responsável por criar um código de leis liberal, ao contrário do</p><p>absolutismo. No entanto, não é disso que a imagem trata, mas sim da relação entre o imperador</p><p>e a Igreja.</p><p>d) Incorreta. Apesar de se dizer um promotor do liberalismo, Bonaparte também praticou a</p><p>cooptação da nobreza e da alta burguesia por meio de venda de títulos e distribuição de</p><p>privilégios para garantir apoio político entre as elites, o que também era praticado pelos monarcas</p><p>absolutistas franceses antes dele.</p><p>e) Incorreta. Tanto nas monarquias absolutistas quanto no império napoleônico havia o respeito a</p><p>propriedade privada. No entanto, no primeiro caso era possível que esta fosse violada se o</p><p>monarca assim quisesse, principalmente contra seus opositores. No caso do período napoleônico,</p><p>sua orientação liberal alçava a propriedade privada como direito natural e inviolável.</p><p>Gabarito: A</p><p>(ENEM 2017)</p><p>O dicionário da Real Academia Espanhola não usa a terminologia de Estado, nação e língua</p><p>no sentido moderno. Antes de sua edição de 1884, a palavra nación significava simplesmente</p><p>“o agregado de habitantes de uma província, de um país ou de um reino” e também “um</p><p>estrangeiro”. Mas agora era dada como “um Estado ou corpo político que reconhece um</p><p>centro supremo de governo comum”.</p><p>HOBSBAWM, E. J. Nações e nacionalismo (desde 1870). Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1990</p><p>(adaptado).</p><p>A ideia de nação como lugar de pertencimento, ao qual os indivíduos têm ligação por</p><p>nascimento, constitui-se na Europa do final do século XIX. Sua difusão resultou</p><p>a) na rápida ascensão de governos com maior participação popular, dado que a unidade</p><p>nacional anulava as diferenças sociais.</p><p>b) na construção de uma cultura que incorporava todas as parcialidades equilibradamente</p><p>dentro de uma identidade comum.</p><p>c) na imposição de uma única língua, cultura e tradição às diferentes comunidades agregadas</p><p>ao Estado nacional.</p><p>d) na anulação pacífica das diferenças étnicas existentes entre as comunidades que passaram</p><p>a compor a nacionalidade.</p><p>e) em um intenso processo cultural marcado pelo protagonismo das populações autóctones.</p><p>Comentários</p><p>a) incorreto, pois não é possível falar em anulação das diferenças sociais já que a sociedade</p><p>burguesa é profundamente desigual.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 10 – História Contemporânea II</p><p>90</p><p>165</p><p>AULA 10: História Contemporânea II</p><p>b) incorreto, porque as classes populares</p><p>não participam do Estado nacional ao “pé de</p><p>igualdade” com as classes dominantes.</p><p>c) correto. Veja que aqui a alternativa já começa com um elemento de desigualdade</p><p>importante: a imposição de uma língua. Sim, veja no caso do Brasil. A rigor, sempre houve</p><p>inúmeras línguas indígenas, depois africanas, depois europeias. Ao final, o português é a</p><p>língua oficial. Em países europeus, como na Espanha, a mesma situação, e até mais</p><p>conflituosa, quanto pensamos na região da Cataluña. Além disso, o Estado nacional é</p><p>marcado pela construção de uma identidade juridicamente arquitetada, para que o povo</p><p>residente em determinado território possua um sentido único. Há muito peso ideológico</p><p>nesse processo e há muito peso cultural, mas da cultura dominante.</p><p>d) falso, os processos de construção de Estados nação não foram pacíficos.</p><p>e) falso, as populações originárias (autóctones) são marginalizadas quando não tenham sido</p><p>dizimadas.</p><p>Gabarito: C</p><p>(ENEM PPL – 2016)</p><p>O mercado tende a gerir e regulamentar todas as atividades humanas. Até há pouco, certos</p><p>campos – cultura, esporte, religião – ficavam fora do seu alcance. Agora, são absorvidos pela</p><p>esfera do mercado. Os governos confiam cada vez mais nele (abandono dos setores de</p><p>Estado, privatizações).</p><p>RAMONET, I. Guerras do século XXI: novos temores e novas ameaças. Petrópolis: Vozes.</p><p>2003.</p><p>No texto é apresentada uma lógica que constitui uma característica central do seguinte</p><p>sistema socioeconômico:</p><p>a) Socialismo.</p><p>b) Feudalismo.</p><p>c) Capitalismo.</p><p>d) Anarquismo.</p><p>e) Comunitarismo.</p><p>Comentários:</p><p>O texto mostra que a lógica do mercado de um certo sistema se tornou mais intensa nos</p><p>últimos tempos. Por se tratar de um texto de 2003, estamos falando do fim do século XX e</p><p>início do XXI. Bem, em 1991, ocorre o fim da Guerra Fria, tendo o capitalismo saído vencedor.</p><p>Nesse sentido, há também o início da globalização econômica, evidenciando cada vez mais</p><p>a hegemonia capitalista. Portanto, alternativa correta é letra c). Vamos olhar porque as</p><p>demais estão incorretas:</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 10 – História Contemporânea II</p><p>91</p><p>165</p><p>AULA 10: História Contemporânea II</p><p>a) O Socialismo pressupõe uma forte intervenção estatal em diversos campos sociais e</p><p>econômicos, não se encaixando, portanto, na descrição do texto.</p><p>b) O Feudalismo é um sistema típico da Idade Média.</p><p>d) O Anarquismo é uma ideologia, não um sistema socioeconômico.</p><p>e) Comunitarismo é um conceito, não exatamente um sistema.</p><p>Gabarito: C</p><p>(ENEM PPL – 2013)</p><p>Sou um partidário da Comuna de Paris, que, por ter sido massacrada, sufocada no sangue</p><p>pelos carrascos da reação monárquica e clerical, tornou-se ainda mais viva, mais poderosa na</p><p>imaginação e no coração do proletariado da Europa; sou seu partidário sobretudo porque</p><p>ela foi uma negação audaciosa, bem pronunciada, do Estado.</p><p>BAKUNIN, M. apud SAMIS, A. Negras tormentas: o federalismo e o internacionalismo na</p><p>Comuna de Paris. São Paulo: Hedra, 2011.</p><p>A Comuna de Paris despertou a reação dos setores sociais mencionados no texto, porque</p><p>a) instituiu a participação política direta do povo.</p><p>b) consagrou o princípio do sufrágio universal.</p><p>c) encerrou o período de estabilidade política europeia.</p><p>d) simbolizou a vitória do ideário marxista.</p><p>e) representou a retomada dos valores do liberalismo.</p><p>Comentários:</p><p>A Comuna de Paris foi o primeiro governo operário da história. Ela foi fundada em março de</p><p>1871 na capital francesa por ocasião da resistência popular ante a invasão por parte do Reino</p><p>da Prússia. Importante lembrar que entre 1870 e 1871 ocorria a Guerra Franco-Prussiana.</p><p>Voltando à Comuna, ela era composta por noventa pessoas eleitas pelo voto universal</p><p>masculino. Seus integrantes representavam diferentes vertentes socialistas, dentre elas o</p><p>marxismo. O movimento revolucionário, organizado pelos revoltosos durante o governo da</p><p>Comuna de Paris, promoveu a separação entre o Estado e a Igreja (Estado laico). Além disso,</p><p>a cidade de Paris foi administrada pelos funcionários, isto é, trabalhadores eram eleitos para</p><p>o cargo e a organização das fábricas ficou sob responsabilidade dos operários. Portanto, a</p><p>Comuna se caracterizou pela autogestão, ou seja, as administrações e as organizações eram</p><p>realizadas pelos próprios trabalhadores, escolhidos por votação direta. Apenas 2 meses após</p><p>seu início, a Comuna foi duramente reprimida pelas forças da III República Francesa. Vejamos</p><p>as alternativas:</p><p>a) Correta. A Comuna de Paris de 1871 foi uma reação ao abandono dos governantes da</p><p>França frente a um enorme cerco prussiano, dentro da pequena duração da Comuna a</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 10 – História Contemporânea II</p><p>92</p><p>165</p><p>AULA 10: História Contemporânea II</p><p>administração municipal que resistia à invasão e ao sistema capitalista tinha um sistema</p><p>político de participação direta dos trabalhadores.</p><p>b) Incorreta. O sufrágio era universal apenas para os homens.</p><p>c) Incorreta. A Europa não vivia um momento de completa estabilidade política no século</p><p>XIX.</p><p>d) Incorreta. Bem, essa poderia ter sido marcado pois, de certa forma, a comuna foi um</p><p>movimento com influência marxista. No entanto, levando em consideração o conteúdo do</p><p>texto, a alternativa a) está “mais certa”.</p><p>e) Incorreta. A Comuna não resgatou princípios liberais.</p><p>Gabarito: A</p><p>(ENEM 2ª APLICAÇÃO – 2012)</p><p>De acordo com algumas teorias políticas, a formação do Estado é explicada pela renúncia</p><p>que os indivíduos fazem de sua liberdade natural quando, em troca da garantia de direitos</p><p>individuais, transferem a um terceiro o monopólio do exercício da força. O conjunto dessas</p><p>teorias é denominado de</p><p>a) liberalismo.</p><p>b) despotismo.</p><p>c) socialismo.</p><p>d) anarquismo.</p><p>e) contratualismo.</p><p>Comentários:</p><p>A questão faz referência ao contratualismo, uma teoria criada para explicar o surgimento da</p><p>sociedade. Esta teoria é baseada na ideia de que os seres humanos viviam em um estado</p><p>pré-social, chamado de estado de natureza e abandonaram-no para firmar um pacto, o</p><p>contrato social. Os pensadores que desenvolveram essa escola de pensamento são</p><p>conhecidos como filósofos contratualistas. Eles afirmam que antes do contrato social, todos</p><p>os seres humanos eram livres e iguais, vivendo de acordo com as leis da natureza. Entretanto,</p><p>vão firmar um pacto social e abandonar a sua liberdade natural para a construção de uma</p><p>sociedade que lhes garantam o direito à propriedade. Assim, o contratualismo vai</p><p>representar o abandono da liberdade natural o surgimento da liberdade civil submetida às</p><p>leis. O Estado nasce com a função de formular leis às quais todos os indivíduos devem seguir.</p><p>Portanto, nosso gabarito é letra e).</p><p>Gabarito: E</p><p>(ENEM – 2011)</p><p>É uma mudança profunda na estrutura social, isto é, uma transformação que atinge todos os</p><p>níveis da realidade social: o econômico, o político, o social e o ideológico. Uma revolução é</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 10 – História Contemporânea II</p><p>93</p><p>165</p><p>AULA 10: História Contemporânea II</p><p>uma luta entre forças de transformação e forças de conservação de uma sociedade. Quando</p><p>ocorre uma revolução, a vida das pessoas sofre uma mudança radical no próprio dia a dia.</p><p>AQUINO, R. S.L. et al. História das Sociedades: das sociedades modernas às sociedades</p><p>atuais. Rio de Janeiro: Record, 1999 (fragmento).</p><p>Na França, em 1871, após a derrota de Napoleão III na guerra contra a Rússia e a presidência</p><p>de Louis Adolphe Thiers, os trabalhadores franceses organizaram uma rebelião que levou à</p><p>tomada de Paris e à organização de um governo popular, denominado de Comuna de Paris.</p><p>Este processo é considerado como uma importante experiência política, porque</p><p>a) extinguiu definitivamente o voto censitário e instituiu o voto por categoria profissional.</p><p>b) foi a mais duradoura experiência de governo popular na História contemporânea.</p><p>c) criou um Estado dos</p><p>trabalhadores formado por comunas livres e autônomas.</p><p>d) definiu um Estado voltado para atender os interesses de todas as classes sociais.</p><p>e) substituiu o exército por milícias comandadas pelos antigos generais, mas subordinadas</p><p>ao poder das comunas</p><p>Comentários:</p><p>A Comuna de Paris foi uma experiência inédita na Europa, onde guiados pelas ideias</p><p>socialistas em alta no proletariado desde a metade do século os operários de Paris formaram</p><p>um governo autônomo e de representação direta. Vejamos as alternativas?</p><p>a) Incorreta. Ela instituiu o voto universal masculino.</p><p>b) Incorreta. A Comuna durou apenas 2 meses.</p><p>c) Correta, conforme discutimos.</p><p>d) Incorreta. O Estado atendia aos interesses do proletariado.</p><p>e) Incorreta. O exército não foi substituído por milícias.</p><p>Gabarito: C</p><p>(ENEM 2ª APLICAÇÃO – 2010)</p><p>O movimento operário ofereceu uma nova resposta ao grito do homem miserável no</p><p>princípio do século XIX. A resposta foi a consciência de classe e a ambição de classe. Os</p><p>pobres então se organizavam em uma classe específica, a classe operária, diferente da classe</p><p>dos patrões (ou capitalistas). A Revolução Francesa lhes deu confiança: a Revolução Industrial</p><p>trouxe a necessidade da mobilização permanente.</p><p>(HOBSBAWN, E. J. A era das revoluções. São Paulo: Paz e Terra, 1977.)</p><p>No texto, analisa-se o impacto das Revoluções Francesa e Industrial para a organização da</p><p>classe operária. Enquanto a “confiança” dada pela Revolução Francesa era originária do</p><p>significado da vitória revolucionária sobre as classes dominantes, a “necessidade da</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 10 – História Contemporânea II</p><p>94</p><p>165</p><p>AULA 10: História Contemporânea II</p><p>mobilização permanente”, trazida pela Revolução Industrial, decorria da compreensão de</p><p>que:</p><p>a) a competitividade do trabalho industrial exigia um permanente esforço de qualificação</p><p>para o enfrentamento do desemprego.</p><p>b) a completa transformação da economia capitalista seria fundamental para a emancipação</p><p>dos operários.</p><p>c) a introdução das máquinas no processo produtivo diminuía as possibilidades de ganho</p><p>material para os operários.</p><p>d) o progresso tecnológico geraria a distribuição de riquezas para aqueles que estivessem</p><p>adaptados aos novos tempos industriais.</p><p>e) a melhoria das condições de vida dos operários seria conquistada com as manifestações</p><p>coletivas em favor dos direitos trabalhistas.</p><p>Comentários:</p><p>O crescimento do movimento operário e de ideologias alternativas ao capitalismo fomentado</p><p>pela Revolução Industrial está vinculado a um contexto marcado pelo crescimento da</p><p>produtividade industrial e da desigualdade social, cenário típico de meados do século XIX.</p><p>Assim, apenas uma completa transformação da economia capitalista daria conta de</p><p>emancipar os operários. Tendo isso em mente, vamos olhas as alternativas:</p><p>a) Incorreta. O trabalho industrial, em um primeiro momento, não era qualificado e sim</p><p>especializado.</p><p>b) Correta, conforme exposto no comentário.</p><p>c) Incorreta. De fato, isso é uma verdade. No entanto, o foco aqui está na compreensão da</p><p>necessidade de mobilização permanente.</p><p>d) Incorreta. O processo industrial não distribuiu riquezas.</p><p>e) Incorreta. As manifestações são importantes para assegurar direitos ao trabalhador, no</p><p>entanto, apenas uma mudança na estrutura econômica garantiria a emancipação desse</p><p>grupo.</p><p>Gabarito: B</p><p>(UNAERP 2019)</p><p>Em 1815, Napoleão Bonaparte foi finalmente contido pelos principais adversários da França</p><p>revolucionária, e a monarquia dos Bourbon foi restaurada nesse país pela imposição dos</p><p>países absolutistas que formavam a Santa Aliança. Assim, nesse mesmo ano, o Congresso de</p><p>Viena determinou que as cinco maiores potências europeias passariam a gerir as disputas</p><p>territoriais na Europa visando impedir conflitos de grande porte entre elas mesmas,</p><p>compondo assim o que ficou conhecido como “pentarquia europeia”, da qual não participou</p><p>a</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 10 – História Contemporânea II</p><p>95</p><p>165</p><p>AULA 10: História Contemporânea II</p><p>a) Áustria.</p><p>b) França.</p><p>c) Prússia.</p><p>d) Espanha.</p><p>e) Inglaterra.</p><p>Comentários</p><p>Aqui temos uma questão bem objetiva. O enunciado só requisita que se aponte qual dos países</p><p>europeus listados não participou do Congresso de Viena e, consequentemente, a “pentarquia</p><p>europeia”. Parece muito específico e é o tipo de detalhe que a gente esquece facilmente. Mas</p><p>calma! Lembra o método T.E.T.? Tempo, espaço e tema! O tema é o fim da Era Napoleônica,</p><p>evidente na primeira linha, quando o enunciado informa que Napoleão Bonaparte foi finalmente</p><p>contido pelos principais adversários da França revolucionária. O tempo é informado logo na</p><p>primeira linha do enunciado: 1815. Lembra-se o que estava acontecendo na Europa, o espaço,</p><p>nesse momento? Em primeiro lugar, a França tinha se tornado inimiga público número uma das</p><p>monarquias absolutistas europeias desde 1789, quando a Revolução Francesa foi deflagrada.</p><p>Desde então, essas monarquias fizeram diversas coalizões, impondo embargos econômicos e</p><p>organizando exércitos conjuntos, com o intuito de interromper a revolução e restaurar a</p><p>monarquia francesa, antes que sua ideologia atravessasse as fronteiras e inspirasse novos</p><p>movimentos em outros países. Na França, vários governos revolucionários se sucederam entre</p><p>1789 e 1799, marcados pelos conflitos internos entre os participantes do movimento, sobretudo</p><p>entre girondinos e jacobinos. Tudo isso enquanto tinha que enfrentar os obstáculos impostos pelas</p><p>monarquias absolutistas, por isso o exército ganhou grande estima com o povo francês, inclusive</p><p>o soldado Napoleão Bonaparte, que nesse período chegou à patente de general. No último</p><p>governo revolucionário, o do Diretório, a insatisfação popular crescia, pois quem liderava o Estado</p><p>eram os girondinos, a alta burguesia. Suas reformas liberais eram limitadas e não atendiam amplos</p><p>setores da sociedade, os pequenos burgueses, trabalhadores assalariados e camponeses. A</p><p>solução encontrada por um setor dos girondinos foi se aliar à Napoleão – que gozava de grande</p><p>popularidade entre todos as classes sociais por seu papel no exército. Eles deram um golpe de</p><p>estado, conhecido como 18 Brumário, e instauram o Consulado. Neste novo governo haveria três</p><p>cônsules liderando o Executivo, sendo um deles Napoleão. Contudo, em pouco tempo o general</p><p>se declarou cônsul vitalício e, em seguida, imperador.</p><p>Durante seu governo, Napoleão empreendeu uma série de reformas liberais no funcionamento do</p><p>Estado, apesar de manter uma postura autoritária diante de seus opositores. Externamente, os</p><p>exércitos franceses continuaram enfrentando coalizões absolutistas, mas agora com o objetivo de</p><p>expandir seu território e impor um monopólio seu na venda de produtos industrializados. Isto</p><p>colocava a França em disputa direta com a Inglaterra, uma monarquia constitucionalista que já</p><p>apoiava as coalizões absolutistas contra os franceses desde 1792, quando Luís XVI foi decapitado.</p><p>Desde aquela época, os ingleses já temiam o potencial francês em se tornar um concorrente na</p><p>exportação de produtos industrializados.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 10 – História Contemporânea II</p><p>96</p><p>165</p><p>AULA 10: História Contemporânea II</p><p>Portanto, durante os primeiros quinze anos do século XIX, Napoleão investiu muito esforço</p><p>basicamente três coisas: estabilizar a situação política e econômica da França; realizar reformas</p><p>liberais internamente; e expandir os territórios franceses propagando os ideais liberais em outros</p><p>países. Neste último esforço, os franceses enfrentaram todos os países listas pelas alternativas da</p><p>questão, inclusive assumindo controle de parte de seus territórios ou propiciando a deflagração</p><p>de outras revoluções. Durante esse processo, em 1806, Napoleão tentou impor um bloqueio</p><p>continental contra a Inglaterra, uma vez que não conseguia vencê-la em batalhas navais para</p><p>chegar ao seu território e conquista-lo. Sua intenção era tornar os produtos manufaturados e</p><p>industrializados da França os únicos comercializados no continente. Em 1808, a Espanha já tinha</p><p>cedido à pressão para aderir ao bloqueio, mas Portugal postergava a decisão. Isto fez com que o</p><p>exército francês fosse até o território português, por meio de acordo entre Napoleão o rei</p><p>espanhol para atravessar a Espanha. A monarquia portuguesa conseguiu fugir, deixando Portugal</p><p>à mercê dos franceses. Contudo, ao retornar as tropas tomaram a coroa espanhola, deixando o</p><p>irmão de Napoleão como rei na Espanha.</p><p>Portanto, já podemos intuir que a Espanha não estaria entre as monarquias absolutistas que</p><p>lideravam o Congresso de Viena e a “pentarquia europeia”, pois estava destituída até esse</p><p>momento. Por seu turno, esse congresso se deu entre setembro de 1814 e 1815, logo após a</p><p>primeira derrota de Napoleão para as forças absolutistas. O objetivo era restaurar o Antigo</p><p>Regime, restaurando as monarquias que foram destituídas desde o início da Revolução Francesa</p><p>e durante o período napoleônico.</p><p>Portanto, a alternativa correta é a letra “d”.</p><p>Gabarito: D</p><p>(UNAERP 2019)</p><p>“Tem havido um bom número de grandes revoluções na história do mundo moderno, e</p><p>certamente muitas delas foram bem-sucedidas. Mas nunca houve uma que se tivesse</p><p>espalhado tão rápida e amplamente, alastrando-se como fogo na palha por sobre as</p><p>fronteiras, países e mesmo oceanos. Na França, o centro natural e detonador das revoluções</p><p>europeias, a república foi proclamada em 24 de fevereiro. Em março, a revolução havia</p><p>ganhado o sudoeste alemão; em 6 de março, a Bavária; em 11 de março, Berlim; em 13 de</p><p>março, Viena e, quase imediatamente, a Hungria; em 18 de março, Milão e, portanto, a Itália.</p><p>Em poucas semanas, nenhum governo ficou de pé em uma área da Europa que hoje é</p><p>ocupada completa ou parcialmente por dez Estados, sem contar as repercussões menores</p><p>em um bom número de outros”.</p><p>HOBSBAWM, E. J. A Era do Capital, 1848-1857. São Paulo: Paz e Terra, 2012, p. 32 e 33.</p><p>Adaptado.</p><p>A revolução de 1848 descrita ficou conhecida como</p><p>a) Revoluções de Veludo e teve como ponto alto a experiência de implantação de um</p><p>governo liberal comunista na Checoslováquia.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 10 – História Contemporânea II</p><p>97</p><p>165</p><p>AULA 10: História Contemporânea II</p><p>b) Restauração Bourboniana e atingiu os países que se sentiam lesados com o Congresso de</p><p>Viena, que fragilizou a dinastia Bourbon.</p><p>c) Revoluções Liberais que, inspiradas pelo Manifesto do Partido Comunista de Marx e</p><p>Engels, se opunham à manutenção do absolutismo decretada pelo Tratado de Paris de 1814.</p><p>d) Primavera dos Povos e refletiam a influência das ideias de liberdade e busca de direitos</p><p>bem como o descontentamento do povo e das classes médias ante a permanência de</p><p>governos absolutistas europeus.</p><p>Comentários</p><p>Vamos de T.E.T.? Tempo: 1848. Espaço: Europa. Tema: revoluções de 1848. Com isso você já</p><p>deve estar pensando que a alternativa correta é a letra “c”, né? Mas não é! E o motivo é bem</p><p>simples, ela contradiz o tempo indicado pela questão, ou seja, cai em um anacronismo.</p><p>Costumamos chamar de revoluções liberais tanto o movimento da Onda Liberal, na França, em</p><p>1830, coordenado pelos girondinos, quanto a série de revoluções que se alastraram pela Europa</p><p>a partir de 1848, como descreve o historiador Hobsbawm. Contudo, o Manifesto do Partido</p><p>Comunista foi publicado em fevereiro de 1848, no mesmo mês que os eventos descritos pelo</p><p>autor começaram. Portanto, sua publicação foi inspirada pelos movimentos, não o contrário. Além</p><p>disso, não poderia ter influenciado a primeira Onda Liberal, de 1830. Logo, a alternativa “c” é</p><p>incorreta. “Revoluções liberais” seria um tema mais amplo, no qual se enquadra todo esse período</p><p>de 18 anos e até mais. Lembre-se que o tema específico é revoluções de 1848.</p><p>Pois bem, esses movimentos tiveram início na França, pois novamente se destacaram os conflitos</p><p>de interesse entre os girondinos e os demais setores da sociedade (pequena-burguesia,</p><p>assalariados e camponeses). Em 1830, a alta burguesia francesa havia derrubado novamente a</p><p>dinastia Bourbon, devido à guinada absolutista de Carlos X. Colocaram em seu lugar um rei</p><p>burguês, Luís Filipe de Orleans. Contudo, apesar de ter contato com o apoio massivo do povo, o</p><p>novo governo não contemplou os interesses da maioria. Assim, vemos que a letra “b” é incorreta,</p><p>uma vez que nenhum desses movimentos, na França, teve a intenção de restaurar a dinastia</p><p>Bourbon, mas sim derruba-la assim como qualquer outra que tivesse a intenção de assumir seu</p><p>lugar.</p><p>Dezoito anos mais tarde, essa insatisfação chegou a um ponto de tensão e, em fevereiro de 1848,</p><p>uma nova revolta se deflagrou na França e, em pouco tempo, espalhou-se pela Europa central e</p><p>oriental, onde diversos movimentos de caráter nacionalista e liberal se levantaram contra</p><p>monarquias absolutistas. Devido à rápida expansão da revolução e a grande adesão popular, esses</p><p>movimentos ficaram conhecidos como Primavera dos Povos. Portanto, a alternativa “d” é a</p><p>correta.</p><p>Por último, a letra “a” é incorreta, pois se trata de um evento que ocorreu mais de cem anos</p><p>depois dos episódios da Primavera dos Povos. Na verdade, A Revolução de Veludo refere-se à</p><p>revolução não agressiva na antiga Checoslováquia que testemunhou a deposição do governo</p><p>comunista daquele país.</p><p>Gabarito: D</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 10 – História Contemporânea II</p><p>98</p><p>165</p><p>AULA 10: História Contemporânea II</p><p>(UNITAU 2016)</p><p>“Tornou-se primeiro cônsul, depois cônsul vitalício e Imperador. E, com sua chegada, como</p><p>que por milagre os insolúveis problemas do Diretório tornaram-se solúveis. Em poucos anos,</p><p>a França tinha um Código Civil, um Tratado com a Igreja e até mesmo [...] um Banco</p><p>Nacional”.</p><p>HOBSBAWM, Eric. A era das revoluções, 1789-1848. São Paulo: Paz e Terra, 1993, p. 93.</p><p>A situação de Napoleão Bonaparte como imperador pode ser considerada ambígua, porque</p><p>a) as instituições republicanas foram mantidas como superiores à autoridade do imperador.</p><p>b) o governo da República foi definido pela Constituição como confiado a um imperador.</p><p>c) apesar da instituição da figura do imperador, não houve a reconstituição da antiga</p><p>nobreza.</p><p>d) como representante do sistema republicano, o imperador deveria submeter suas decisões</p><p>aos códigos legais constituídos pela República, no entanto, ele os dissolveu.</p><p>e) ele se sagrou como cônsul vitalício no regime republicano, após ter garantido seu poder</p><p>a partir de sua atuação como imperador.</p><p>Comentários</p><p>Gostaria de chamar sua atenção para a palavra “ambígua”, adjetivo escolhido pelo enunciado</p><p>para caracterizar a situação de Napoleão Bonaparte como imperador. A ambiguidade está no fato</p><p>de que Napoleão angariou sua popularidade graças a seus feitos como parte do exército</p><p>revolucionário francês ao longo da década de 1790. Ele não tinha origem nobre, começou apenas</p><p>como cabo e subiu até a patente de general por seus feitos de coragem nas batalhas contras as</p><p>tropas das monarquias absolutistas europeias, principais adversárias da França revolucionária. Até</p><p>os últimos anos dessa década Napoleão participou muito pouco das disputas internas dos</p><p>sucessivos governos revolucionários, entre jacobinos e girondinos. Sua carreira política começou</p><p>sob o Diretório, governo girondino, entre 1795 e 1799. O Diretório revogou muitas das medidas</p><p>aplicadas pela República Jacobina, consequentemente revogando direitos políticos. Por exemplo,</p><p>na nova Constituição promulgada em 22 de agosto de 1795, o voto universal foi suprimido e o</p><p>voto censitário restaurado. Além disso, o voto para o poder executivo passou a ser indireto. Em</p><p>meio a essa supressão de direitos políticos, o processo revolucionário degringolava: a crise</p><p>econômica aumentava; muitos atos de corrupção tomaram conta do novo governo; a oposição</p><p>aos girondinos tomou as</p><p>estrangeiro diria que, na França do Consulado governado por Napoleão, o país</p><p>alcançava certa estabilidade e recuperação econômica. Nos meandros da vida política, porém,</p><p>começava a ocorrer uma centralização do poder, especialmente por meio da indicação de pessoas</p><p>ligadas a Napoleão para cargos centrais na estrutura de poder.</p><p>Publicamente começava uma campanha para que a França retornasse para o regime</p><p>monárquico com Napoleão como seu rei. Com isso, Napoleão se aproximava de antigos setores</p><p>monarquistas mais conservadores. Mas ninguém iria impor nada ao povo. Imagina fazer isso a um</p><p>povo habituado a fazer revolução. Tá loco?!</p><p>Assim, em 1804, realizou-se um plebiscito nacional perguntando se as pessoas</p><p>concordavam com a volta da monarquia hereditária e com Napoleão como rei. Quase 60%</p><p>disseram SIM!!</p><p>Nesse momento, o voto era censitário. Lembra o que era isso?</p><p>Voto censitário é aquele que tem como critério a renda. Ou seja, para exercer o voto a pessoa</p><p>deve estar dentro de uma faixa de renda determinada. Essa faixa pode alterar. O voto censitário</p><p>se opõe ao voto universal. O voto universal tem como característica ser exercido por todos? Claro</p><p>que não! Nem todos podem votar. Então o que o caracteriza é o fato de que o critério de renda</p><p>NÃO é aplicado. Pode existir outros critérios: como a idade, o sexo, a idade, a condição civil (se</p><p>está preso, se é militar, entre outros).</p><p>Pois bem, os 60% eram formado por “proprietários eleitores”, como diria Victor Hugo.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 10 – História Contemporânea II</p><p>9</p><p>165</p><p>AULA 10: História Contemporânea II</p><p>Adivinha onde foi a coroação de Napoleão Bonaparte como rei da França? Nela, na</p><p>queridíssima Catedral de Notre-Dame!!!!!</p><p>A coroação de Napoleão.</p><p>Óleo sobre tela, 1806.</p><p>Jacques-Louis David.</p><p>Museu do Louvre, França.</p><p>A festa solene</p><p>da posse, ops, da</p><p>coroação contou com</p><p>uma cena improvável</p><p>em outras épocas</p><p>monárquicas da</p><p>França. Napoleão teria</p><p>tirado a coroa da mão</p><p>do Papa Pio VII e</p><p>colocou-a ele mesmo</p><p>na própria cabeça. Foi um recado de que a Igreja não estava acima do governo francês.</p><p>O Papa, que veio lá de Roma só para colocar a joia na cabeça do novo rei, deve ter ficado</p><p>meio sem graça, concorda? Mas era o sinal dos novos tempos! Além disso, como registrou</p><p>Jacques-Louis David – pintor oficial de Napoleão – o Imperador ainda coroou sua esposa Josefina,</p><p>como podemos ver no quadro abaixo.</p><p>Apesar de ser curiosa a cena, ela tem um significado histórico e político importante. Veja</p><p>que, embora estejamos diante de uma nova monarquia, esse gesto de Napoleão deixa claro que</p><p>não se tratou de uma simples restauração monárquica ao modelo do Antigo Regime. O Estado</p><p>Liberal Francês continuava sendo laico e acima do cargo de imperador NÃO havia ninguém, nem</p><p>sequer a Igreja.</p><p>1.2 - IMPÉRIO (1804-1814)</p><p>Com a transformação da forma de governo de República para Império, Napoleão instituiu</p><p>uma nova Corte formada pela elite militar, a alta burguesia financeira e alguns membros da antiga</p><p>nobreza que se aproximaram dos girondinos durante a revolução. Além disso, em um ato</p><p>antiliberal distribuiu títulos de nobreza para seus familiares e os nomeou para altos cargos do</p><p>governo.</p><p>Mas profe, por que nomear parentes é um ato antiliberal?</p><p>Querido e querida, é um ato antiliberal porque o princípio para o acesso aos cargos</p><p>públicos é o do Mérito! Ou seja, aquele que é o melhor para exercer uma atividade e função, que</p><p>estudou, tem talento, experiência, é o que deve ocupar um cargo para garantir a eficiência da</p><p>administração pública. Para ser justo no mérito, segundo os liberais, é preciso dar oportunidades</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 10 – História Contemporânea II</p><p>10</p><p>165</p><p>AULA 10: História Contemporânea II</p><p>para que todos que queiram demonstrem suas habilidades. Vale a máxima popular: que vença o</p><p>melhor!! É por isso que temos concurso público e é por isso que você está estudando com o</p><p>melhor material para passar no vestibular.</p><p>Assim, são os interesses desses grupos mais elitistas e conservadores que estão</p><p>representados no governo. Portanto, há um limite importante no que se refere à ideia de</p><p>representatividade proposta pelos teóricos do liberalismo, como estudamos na aula passada.</p><p>Essa fase da Era Napoleônica ficou caracterizada pela Política Expansionista por 2 objetivos:</p><p>expandir os domínios da França;</p><p>espalhar os ideais políticos do liberalismo.</p><p>A política expansionista foi efetivada por meio de guerra, de atos políticos e de medidas</p><p>econômicas.</p><p>➢ A Guerra:</p><p>Napoleão criou um exército muito forte em armas e soldados. Profissionalizou o quanto</p><p>pôde aquele exército revolucionário, criando salários, plano de carreira e outros benefícios. O</p><p>discurso revolucionário que ressaltava o papel do exército francês como um exército capaz de</p><p>mudar o mundo e derrubar os reis absolutistas do seu trono, bem como levar a liberdade</p><p>alcançada pelos franceses pelas próprias mãos, foi um combustível fundamental para garantir a</p><p>coragem e o alistamento militar.</p><p>Além desse apoio interno, o discurso da liberdade, igualdade e fraternidade garantia algum</p><p>apoio e iniciativas locais contra os reis absolutistas, afinal, como vimos no começo desta aula, nos</p><p>principais reinos absolutistas a maioria da sociedade formada por camponeses vivia sob o regime</p><p>de servidão. As classes médias, a pequena e média burguesia desses estados absolutos invadidos</p><p>por Napoleão também proporcionavam algum apoio, visto que pretendiam ampliar negócios com</p><p>a França. É claro que nem sempre foi assim e nem em todos os lugares, mas o suficiente para</p><p>permitir que a França dominasse ao menos 1/3 do território europeu.</p><p>Por isso, houve uma reação ao expansionismo francês. A Inglaterra impulsionou a formação</p><p>de Coligações Internacionais contra a França, pois compreendia que o fortalecimento militar da</p><p>França tinha o sentido de torná-la uma potência econômica – o que ameaçava diretamente os</p><p>negócios ingleses. Além disso, a monarquia britânica sabia que os países absolutistas da Europa</p><p>temiam profundamente o sentido revolucionário e político da revolução francesa contido na</p><p>expansão militar napoleônica. Dessa forma, das Coligações Internacionais participaram a</p><p>Inglaterra, por motivos econômicos, Rússia e Prússia por motivos políticos. Foram 7 coligações até</p><p>1815.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 10 – História Contemporânea II</p><p>11</p><p>165</p><p>AULA 10: História Contemporânea II</p><p>Houve, contudo, um revés militar importante nessa história: em 1805, a França tentou</p><p>invadir a Inglaterra pelo mar na conhecida Batalha de Trafalgar. Pelo que já conhecemos da</p><p>história da Inglaterra sabemos que ela</p><p>era invencível no mar! Napoleão perdeu</p><p>a Batalha, ficou muito irritado, já que a</p><p>Inglaterra era a “fábrica do mundo” e</p><p>quase ninguém conseguia concorrer</p><p>com ela em mercado aberto.</p><p>Mas, se a França não conseguia</p><p>vencer a Inglaterra por mar, em terra a</p><p>França tornou-se invencível!! Assim,</p><p>Napoleão invadiu regiões importantes</p><p>no Leste Europeu, Veja:</p><p>Por sua vez, a Monarquia inglesa não ousou adentrar o continente com suas tropas porque</p><p>sabia que seria esmagada por Napoleão.</p><p>Como consequência, as conquistas napoleônicas modificaram a organização política e</p><p>territorial da Europa. Observe bem os mapas abaixo. Estude-os. Perceba os elementos de cada</p><p>um.</p><p>Em geral, as Coligações eram lideradas pela Inglaterra. Assim, era necessário isolá-la. Por</p><p>isso, Napoleão decretou o Bloqueio Continental ou Decreto de Berlim! Vejamos o que é.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 10 – História Contemporânea II</p><p>12</p><p>165</p><p>AULA 10: História Contemporânea II</p><p>➢ A Economia:</p><p>Em 1806, Napoleão decreta o Bloqueio Continental pelo qual os países aliados e sob</p><p>pressão da França deveriam fechar seus portos ao comércio com a Inglaterra. Assim, os diplomatas</p><p>franceses começam uma ofensiva para fazer com que mais</p><p>ruas; a população passou a pedir pão e a volta da Constituição de 1793;</p><p>os movimentos dos sans-culottes foram reprimidos pela Guarda Nacional e, com isso, uma força</p><p>social importante foi eliminada do espaço público. Assim, uma nova onda de perseguições e</p><p>assassinatos políticos, desta vez pelo governo do Diretório, instaurou-se. Diante dessa crise geral</p><p>e a eminência de uma nova revolução popular, a saída encontrada por um setor dos girondinos</p><p>foi articular um golpe contra seu próprio governo. Nesse sentido, em novembro de 1799 é</p><p>consumado o Golpe do 18 Brumário liderado por Napoleão Bonaparte. Neste momento, ele</p><p>despontava como líder popular e reconhecido por diferentes camadas da sociedade. Era, na visão</p><p>política dos articuladores do Golpe, a figura que continha algo fundamental para o momento:</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 10 – História Contemporânea II</p><p>99</p><p>165</p><p>AULA 10: História Contemporânea II</p><p>legitimidade política para governar. O General Napoleão Bonaparte era uma figura de consenso</p><p>entre os militares e agradava a burguesia porque defendia a industrialização da França. Para o</p><p>povo, Napoleão era um herói que defendeu a França de inimigos externos.</p><p>Dado o golpe, o novo governo ganhou o nome de Consulado e seria dirigido por três cônsules,</p><p>dos quais o primeiro seria Napoleão Bonaparte. No entanto, ele monopolizou o poder e, em 1802,</p><p>tornou-se cônsul vitalício. Durante o período que se manteve esse regime, a alta burguesia</p><p>assumiu a os cargos da burocracia estatal, a escravidão foi reinserida nas colônias francesas, os</p><p>pobres continuavam em condições sociais difíceis e foi imposta uma severa censura nos meios de</p><p>comunicação para calar grupos políticos, defensores da democracia social e dos valores liberais,</p><p>que denunciavam os limites das transformações geradas pelas políticas napoleônicas.</p><p>Economicamente, o Consulado alcançava certa estabilidade e recuperação econômica, apesar da</p><p>violência e repressão que reforçavam a centralização política ao lado da indicação de pessoas</p><p>ligadas a Napoleão para cargos centrais na estrutura de poder. De fato, havia uma inspiração</p><p>liberal no projeto napoleônico, observáveis em algumas das medidas tomadas pelo Consulado,</p><p>tais como: a criação do Código Civil Napoleônico; a administração pública racionalizada e</p><p>hierarquizada; concurso público por mérito para acessar o serviço público; carreira militar judiciária</p><p>e escolar; fundação de escolas politécnicas; educação pública laica e baseada no conhecimento</p><p>universal da humanidade, a exemplo, das Enciclopédias. É aqui que reside a ambiguidade</p><p>apontada pelo enunciado. Napoleão fez sua carreira como um defensor da França revolucionária,</p><p>acima de tudo, um combatente contra as forças do absolutismo. Mesmo assim, ao chegar ao poder</p><p>e dar início a uma série de reformas liberais, seu governo estava mais próximo de um despotismo</p><p>esclarecido do que de uma república liberal.</p><p>A ambiguidade fica ainda mais intensa, quando ele se declara Imperador em 1804. Nessa nova</p><p>fase da era napoleônica, sua principal política foi expandir os domínios da França e espalhar os</p><p>ideais políticos do liberalismo. Contudo, a perseguição política interna e a imposição da volta do</p><p>pacto colonial com as colônias francesas ressaltavam o lado autoritário da política imperial de</p><p>Napoleão. Inclusive, o imperador estava acima das instituições republicanas. Com isso em mente,</p><p>vejamos:</p><p>a) Incorreta. Como acabei de dizer, as instituições republicanas não estavam acima do</p><p>imperador;</p><p>b) Correta! Esse seria o ápice dessa ambiguidade latente às ações de Napoleão.</p><p>c) Incorreta. Napoleão não extinguiu a nobreza. Eles perseguiu, executou e exilou muitos</p><p>nobres que se opuseram a ele, mas, ao mesmo tempo, distribuiu títulos de nobrezas a</p><p>familiares e aliados políticos da alta burguesia.</p><p>d) Incorreta. Napoleão não dissolveu os códigos legais constituídos pela República. Fez</p><p>reformas e criou um novo código civil. Contudo, ele estava acima das instituições e não</p><p>precisava submeter suas decisões à nenhuma delas.</p><p>e) Incorreta. Ele primeiro foi cônsul, depois imperador.</p><p>Gabarito: B</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 10 – História Contemporânea II</p><p>100</p><p>165</p><p>AULA 10: História Contemporânea II</p><p>(UNITAU 2015)</p><p>Sobre o fim do período napoleônico, leia o texto e aponte a alternativa que apresenta uma</p><p>afirmativa CORRETA.</p><p>“No mar, os franceses estavam completamente derrotados. Qualquer chance de invadir a</p><p>Grã-Bretanha pelo canal da Mancha ou de manter contatos ultramarinos desapareceu. O</p><p>único modo para derrotar a Grã-Bretanha era a pressão econômica, e isso Napoleão tentou</p><p>através do Bloqueio Continental (1806). As dificuldades em impor este Bloqueio levaram ao</p><p>rompimento com a Rússia. A Rússia foi invadida e ocupada, então, por Napoleão. Porém</p><p>Napoleão foi derrotado – não só pelo inverno russo, mas por seu fracasso em manter seu</p><p>exército com suprimento adequado.”</p><p>HOBSBAWM, E. A era das revoluções. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1981, p.105.</p><p>a) O texto sugere que a pressão econômica exercida pelos britânicos incomodava os</p><p>franceses e, portanto, era necessário iniciar batalhas em várias frentes, pois, no continente,</p><p>impunha-se uma disputa com a Rússia.</p><p>b) O Bloqueio Continental foi uma estratégia francesa para fechar o comércio e enfraquecer</p><p>a Grã-Bretanha, em vista de sua supremacia marítima consolidada no período.</p><p>c) O inverno russo destruiu as tropas britânicas que auxiliavam Napoleão e ele fracassou no</p><p>suprimento adequado de seu contingente.</p><p>d) O texto ilustra a derrota francesa nos mares europeus e no canal da Mancha, bem como</p><p>a força de Napoleão em território russo.</p><p>e) O Bloqueio Continental enfraqueceu os franceses de modo que não conseguiram avançar</p><p>sobre o domínio marítimo britânico e continental russo.</p><p>Comentários</p><p>Esta é uma questão interpretativa, então leia bem o texto, mais de uma vez se tiver tempo. O</p><p>texto fala do Bloqueio Continental imposto na Europa por Napoleão, em 1806, quando ele era</p><p>imperador da França. O bloqueio era contra a Inglaterra e tinha o objetivo de impedir que os</p><p>produtos ingleses fossem vendidos no continente e, consequentemente, favorecer a venda dos</p><p>produtos franceses. Um dos maiores objetivos de Napoleão ao assumir o governo, desde o</p><p>Consulado, era acelerar a industrialização da França, por isso desde o início a Inglaterra foi uma</p><p>adversária econômica que devia ser superada, por ser pioneira da Revolução Industrial. O</p><p>imperador francês optou por essa estratégia diante da impossibilidade de vencer a poderosa</p><p>marinha inglesa, algo necessário para cruzar o Canal da Mancha e chegar à ilha britânica.</p><p>Entretanto, as coisas não foram exatamente como se esperava. A França não tinha tantas indústrias</p><p>ou mesmo manufaturas como a Inglaterra e não podia fornecer a mesma quantidade de produtos</p><p>industrializados tão imediatamente como os ingleses. Além disso, por ser um país predominante</p><p>rural, a França produzia a maior parte dos gêneros agrícolas necessários para abastecer o mercado</p><p>interno, logo não precisava comprar os cereais russos como os ingleses. Com isso, a Rússia decidiu</p><p>furar o bloqueio para vender seus produtos agrícolas para a Inglaterra. Em consequência,</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 10 – História Contemporânea II</p><p>101</p><p>165</p><p>AULA 10: História Contemporânea II</p><p>Napoleão ordenou a invasão do território russo, expedição que falhou devido o despreparo das</p><p>tropas franceses diante das condições climáticas da Rússia e as estratégia de terra arrasada</p><p>executada por ela. Considerando isso, vejamos:</p><p>a) Incorreta. Na verdade, é a França que tentou fazer pressão econômica sobre a Inglaterra,</p><p>isso fica bem evidente no texto.</p><p>b) Correta! Está de acordo com o comentário.</p><p>c) Incorreta. Os britânicos eram adversários dos franceses, portanto não estavam os ajudando</p><p>a invadir Rússia, que, inclusive, estava furando o bloqueio para comercializar</p><p>com a</p><p>Inglaterra.</p><p>d) Incorreta. O texto ilustra a derrota francesa tanto nos mares quanto no território russo.</p><p>e) Incorreta. O bloqueio fortaleceu a França, enquanto prejudicava todos os demais países</p><p>europeus. Contudo, os franceses não tiveram força ou recursos para manter o bloqueio por</p><p>muito tempo.</p><p>Gabarito: B</p><p>(UNIRV 2019)</p><p>O século XIX foi marcado do início ao fim pelo surgimento de ideologias e por conflitos na</p><p>aplicação delas à realidade política e econômica das nações. Ideologias do século XVIII, como</p><p>o liberalismo e a escola clássica de economia, opunham-se ao conservadorismo absolutista e</p><p>fisiocrático vigentes, para darem lugar à disputa entre liberalismo e socialismo ao fim do</p><p>século XIX. A respeito das ideologias vigentes no século XIX, assinale V (verdadeiro) ou F</p><p>(falso) para as alternativas.</p><p>a) ( ) O socialismo estrutura-se após a Revolução Industrial, propondo-se a solucionar a</p><p>extrema polarização social resultante das novas estruturas do capitalismo. Nesse contexto,</p><p>surgiram diversas ideologias socialistas, muitas delas antagônicas entre si.</p><p>b) ( ) Karl Marx criticava o trabalhismo de Thomas Owen, classificando-o como Socialismo</p><p>Utópico, por duvidar de que a luta dos trabalhadores por direitos seria capaz de produzir a</p><p>igualdade social. Em oposição, o Socialismo Científico de Marx propunha a Revolução como</p><p>único caminho para a igualdade.</p><p>c) ( ) O Socialismo Utópico era essencialmente revolucionário, acreditando que a queda do</p><p>capitalismo por meio da revolta dos trabalhadores era o caminho ideal para a instauração da</p><p>igualdade social. A forma final do Socialismo Utópico é definida como a Ditadura do</p><p>Proletariado.</p><p>d) ( ) Anarquismo e marxismo são essencialmente a mesma ideologia, ambas almejam destruir</p><p>o capitalismo minando-o por dentro, porém, enquanto o anarquismo usa da resistência civil,</p><p>o marxismo pretende implantar uma ideologia nova, alienando a sociedade para tomar o</p><p>controle sutilmente.</p><p>Comentários</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 10 – História Contemporânea II</p><p>102</p><p>165</p><p>AULA 10: História Contemporânea II</p><p>Durante a primeira metade do século XIX, a Europa foi tomada por vários movimentos</p><p>revolucionário de caráter liberal e nacionalista. Eles combatiam o absolutismo praticado pelas</p><p>diversas monarquias europeias da época. Contudo, em muitos lugares onde a revolução vencia e</p><p>novos governos eram instaurados, algumas vezes era possível que determinado grupo que</p><p>participou do movimento, assumisse a liderança e desempenhasse um governo autoritário com</p><p>muitas heranças do absolutismo, apesar de implantar determinadas reformas liberais no</p><p>funcionamento do Estado. Exemplo disso é a França. Desde a primeira revolução francesa, de</p><p>1789, o país experimentou uma série de governos que se sucederam em meio a disputas entre a</p><p>alta burguesia e o resto da sociedade. Sobretudo durante o governo de Napoleão, a postura</p><p>autoritária diante de opositores enquanto se operava a implementação de reformas liberais, mas</p><p>elitistas, foi a regra. Com o fim da Era Napoleônica, o Congresso de Viena buscou restaurar as</p><p>monarquias destituída, inclusive na França. Contudo, em 15 anos os franceses voltariam a se</p><p>revoltar contra os Bourbon devido às ambições absolutistas de Carlos X. A alta burguesia, mais</p><p>uma vez, conseguiu se colocar à frente do movimento, em 1830, e assumir a liderança do novo</p><p>governo do rei burguês, Luís Filipe de Orleans. Daí em diante, os conflitos entre os interesses da</p><p>alta burguesia e do restante dos grupos que participaram do movimento se intensificaram.</p><p>Trabalhadores assalariados, camponeses e desempregados cada vez mais percebiam que foram</p><p>apenas usados como massa de manobra em 1830. É a partir dessa percepção que os limites do</p><p>pensamento liberal começam a ser expostos e discutidos. Novas filosofias políticas ganham forma,</p><p>entre elas: o socialismo, o anarquismo e o nacionalismo. Entretanto, os dois primeiros acabaram</p><p>assumindo a maior oposição ao liberalismo vigente. Com isso em mente, vejamos as alternativas:</p><p>a) Verdadeira! Justamente, a Revolução Industrial foi o que contribuiu para os diferentes</p><p>setores dos movimentos antiabsolutistas entrassem em conflito após derrotarem seu</p><p>inimigo comum. No novo modo de produção industrial as disputas entre burgueses e</p><p>proletários, entre proprietários e despossuídos, eram latentes e frequentemente</p><p>escalonavam até episódios violentos. O interesse dos primeiros era sempre lucrar o máximo</p><p>com o menor custo possível, enquanto os segundos eram obrigados a trabalhar em</p><p>condições precárias durante horas a fio em troca de baixos salários para não morrerem de</p><p>fome. Diante do contexto revolucionário que derrubou as monarquias absolutistas</p><p>europeias, muitos trabalhadores perceberam rapidamente que os limites do liberalismo e</p><p>da liderança política da burguesia e começaram a elaborar novas propostas para o</p><p>funcionamento da sociedade e da economia, entre elas o socialismo. Contudo, na época,</p><p>socialismo era um termo amplo e genérico, podendo significar muitas coisas. Havia</p><p>diferente propostas que se autointitulavam socialistas. Em geral, eram marcadas pelo</p><p>objetivo de melhorar as condições de vida e trabalho para os trabalhadores, mas nem todas</p><p>rompiam definitivamente com a participação da burguesia no papel de liderança política e</p><p>econômica da sociedade. O socialismo utópico é um exemplo disso. Por outro lado, o</p><p>socialismo científico, proposto por Marx e Engels se mostra mais radical e defende a</p><p>tomada do poder pela classe trabalhadora.</p><p>b) Verdadeira! É como falei na alternativa anterior. Havia várias propostas socialistas. O</p><p>socialismo utópico se contentava em conceder mais direitos e melhores condições de vida</p><p>e trabalho para os operários. Contudo, o socialismo científico acreditava que apenas a</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 10 – História Contemporânea II</p><p>103</p><p>165</p><p>AULA 10: História Contemporânea II</p><p>revolução e a instauração de uma ditadura do proletariado seriam capazes de realmente</p><p>transformar a sociedade e deixar o capitalismo e o Antigo Regime no passado.</p><p>c) Falsa. Isso contradiz tudo que disse nas alternativas anteriores. Na verdade, essas</p><p>características cabem ao socialismo científico, não utópico.</p><p>d) Falsa. Anarquismo e marxismo (socialismo científico) não são a mesma ideologia, apesar de</p><p>terem uma origem comum na crítica ao capitalismo. Ambos concordam que o problema</p><p>deste sistema econômico é a exploração dos trabalhadores e a existência da propriedade</p><p>privada. Contudo, o centro do problema para os anarquistas é o poder, que gera</p><p>autoridade ou autoritarismo. Todo o sistema é gerador de pequenas autoridades que se</p><p>reproduzem como se fosse um ciclo de violência. Nesse sentido, o anarquismo desenvolve</p><p>uma teoria contra todo tipo de hierarquia e autoridade, qualquer que seja ela. Essa filosofia</p><p>vê o Estado com indispensável para a organização da propriedade privada e da autoridade,</p><p>portanto deve ser extinto como elas. Em seus lugares, deveriam ser instauradas</p><p>propriedades coletivas autogestionadas, ou seja, administradas por quem trabalha na</p><p>propriedade, seja uma fábrica ou terra. Diferentemente dos socialistas e comunistas, os</p><p>anarquistas rechaçam completamente a participação no Parlamento. Por usa vez, o</p><p>marxismo defende a participação nas instituições de modo a abrir oportunidades para a</p><p>organização da classe trabalhadora tornando possível a ela a execução da revolução e da</p><p>instauração da Ditadura do Proletariado. Segundo a teoria marxista, o Estado seria</p><p>necessário durante um determinado período de transição, para socializar os meios de</p><p>produção e extinguir as desigualdades. Uma vez, reorganizada a sociedade e extintas as</p><p>classes sociais, o Estado poderia ser desmontado dando início a uma sociedade</p><p>propriamente comunista.</p><p>Gabarito: V – V – F – F</p><p>(UECE 2019)</p><p>Sobre a transferência da Corte portuguesa para o Brasil em 1808, é correto afirmar que</p><p>a) ocorreu</p><p>sem nenhum transtorno para a população do Rio de Janeiro, que recepcionou os</p><p>nobres portugueses de forma planejada, sem que fossem necessárias grandes mudanças na</p><p>cidade.</p><p>b) foi provocada pela ameaça inglesa de invasão ao Brasil, caso Portugal aderisse ao Bloqueio</p><p>Continental ao comércio britânico, imposto por Napoleão Bonaparte no decreto de Berlim,</p><p>emitido em 1806.</p><p>c) teve como causa direta a invasão das tropas francesas ao território português como forma</p><p>de forçar a adesão do país luso ao bloqueio continental.</p><p>d) somente foi realizada como forma de garantir o cumprimento do tratado de</p><p>Fontainebleau, assinado com a França, que garantia a mudança para o Brasil no caso de</p><p>ameaça espanhola a Portugal.</p><p>Comentários</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 10 – História Contemporânea II</p><p>104</p><p>165</p><p>AULA 10: História Contemporânea II</p><p>Difícil imaginar que a transferência de uma Corte, de uma Monarquia, para o Brasil não levaria a</p><p>conflitos. Na aula de Brasil veremos as mudanças que a cidade do Rio de Janeiro, por exemplo,</p><p>sofreu. A A está errada.</p><p>A B também está erra porque a Inglaterra não ameaçou invadir o Brasil. Na verdade, a fuga da</p><p>Família Real Portuguesa foi arquitetada por D. João VI juntamente com a Inglaterra. Os ingleses</p><p>financiaram a viagem e isso reforçou a tutela Britânica sobre o Brasil. Os ingleses não queriam</p><p>que Portugal aderisse ao Boqueio Continental imposto por Napoleão. Nesse sentido, também</p><p>podemos considerar a D errada.</p><p>A alternativa C é o nosso gabarito.</p><p>Gabarito: C</p><p>(UERJ 2019)</p><p>A derrota de Napoleão Bonaparte, em 1814-1815, foi registrada de diversas formas nas</p><p>sociedades europeias. Na imagem, o imperador francês tenta devorar o globo terrestre,</p><p>sendo atacado por uma águia, um dos símbolos do Império Russo.</p><p>Dois impactos que as guerras napoleônicas exerceram sobre as relações internacionais na</p><p>Europa da época foram:</p><p>e) crise agrária e consolidação dos Estados republicanos.</p><p>f) concorrência industrial e retomada de domínios coloniais.</p><p>g) integração comercial e declínio de monarquias absolutistas.</p><p>h) expansionismo territorial e reorganização das fronteiras políticas.</p><p>Comentários</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 10 – História Contemporânea II</p><p>105</p><p>165</p><p>AULA 10: História Contemporânea II</p><p>Vimos que uma das principais características do Império de Napoleão Bonaparte foi o</p><p>expansionismo territorial. Por meio de guerras contra outros países e monarquias, a França</p><p>foi conquistando territórios e remodelando as fronteiras da Europa. Além disso, o Congresso</p><p>de Viena, feito pelas nações que se aliaram contra Bonaparte, refez o mapa europeu e</p><p>restaurou bom a parte das monarquias da velha ordem do Antigo Regime. Para tanto,</p><p>lançaram mão do princípio do Equilíbrio de forças.</p><p>Diante disso, nosso gabarito é a alternativa D.</p><p>As demais alternativas, dá para eliminar com os trechos errados. Olha só:</p><p>A – a consolidação dos Estado Republicanos passou a ocorrer somente após a Primavera dos</p><p>Povos.</p><p>B – as guerras Napoleônicas estão diretamente relacionadas às guerras de independência na</p><p>América Espanhola, por exemplo. Por isso, não dá para falar em retomada...</p><p>C – as monarquias absolutistas foram restauradas.</p><p>Gabarito: D</p><p>(UFU 2007)</p><p>A chamada "Era Napoleônica" (1799-1814) foi uma época marcada por grandes conflitos</p><p>bélicos na Europa. Sobre esse momento e suas repercussões na história do continente</p><p>americano, assinale a alternativa INCORRETA.</p><p>a) A necessidade financeira decorrente dos custos militares levou Napoleão Bonaparte a</p><p>vender territórios coloniais franceses na América do Norte. Nesse contexto, o vasto território</p><p>da Louisiana foi incorporado aos EUA.</p><p>b) O envolvimento da França em conflitos bélicos contra quase toda Europa favoreceu a</p><p>perda de colônias francesas na América. A independência do Haiti e a ocupação da Guiana</p><p>Francesa pelos portugueses são exemplos disso.</p><p>c) Durante o apogeu do Império Napoleônico, a Espanha tornou-se politicamente</p><p>dependente da França. Essa situação favoreceu anseios autonomistas na América espanhola</p><p>e levou a Inglaterra a apoiar movimentos de independência.</p><p>d) Com o "bloqueio continental", a Inglaterra teve seus interesses comerciais na América</p><p>seriamente prejudicados. Nesse contexto, os britânicos invadiram a Argentina em 1806 e a</p><p>controlaram até 1815, quando o Congresso de Viena decretou sua independência.</p><p>Comentários</p><p>Veja que o comando da questão cobra a alternativa errada. Dessa forma, após ler todas as</p><p>alternativas, claramente dá para perceber que a D destoa das demais, pois os interesses</p><p>britânicos na América não foram prejudicados, pelo contrário. Basta pensarmos no acordo entre</p><p>Portugal e Inglaterra para abrir os portos brasileiros aos ingleses. Outra coisa, o Congresso de</p><p>Viena teve como foco a partilha da Europa e não dos países da América.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 10 – História Contemporânea II</p><p>106</p><p>165</p><p>AULA 10: História Contemporânea II</p><p>Gabarito: D</p><p>(UFU 2004)</p><p>"No início de 1848, o eminente pensador político francês Alexis de Tocqueville tomou a</p><p>tribuna da Câmara dos Deputados para expressar sentimentos que muitos europeus</p><p>partilhavam: ' Nós dormimos sobre um vulcão... Os senhores não perceberam que a terra</p><p>treme mais uma vez? Sopra o vento das revoluções, a tempestade está no horizonte.' 1848</p><p>foi a primeira revolução potencialmente global (...) foi a única a afetar tanto as partes</p><p>desenvolvidas quanto as atrasadas do continente. Foi ao mesmo tempo a mais ampla e a</p><p>menos sucedida desse tipo de revolução."</p><p>HOBSBAWN, Eric. "A Era do capital: 1848 - 1875". Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1988.</p><p>A respeito deste contexto histórico, marcado pela chamada "Primavera dos Povos",</p><p>podemos afirmar que</p><p>I - na França, as barricadas foram empreendidas pelos camponeses, influenciados pelos ideais</p><p>nacionalistas, e estas promoveram, após a tomada do poder pelos rebeldes e a restauração</p><p>da monarquia, o enfraquecimento do liberalismo burguês e a democracia representativa em</p><p>nome da democracia direta.</p><p>II - a crise econômica que assolava a Europa, agravada por pragas e pela seca, prejudicou os</p><p>camponeses, levando-os às ruas em apoio às novas ideologias baseadas nas idéias socialistas,</p><p>divulgadas com a publicação do Manifesto Comunista de Karl Marx e Friedrich Engels em</p><p>1848.</p><p>III - as revoltas de 1848, embora tivessem se alastrado pela Europa, não tiveram repercussão</p><p>no Brasil. Em função do seu caráter fragmentado e das disputas internas entre nacionalistas</p><p>e liberais, dificultaram os processos de Unificações da Itália e Alemanha.</p><p>IV - as diferentes ondas revolucionárias da Primavera dos Povos tiveram em comum o espírito</p><p>romântico, a construção de barricadas, as bandeiras coloridas e o ideal de liberdade, pondo</p><p>em xeque o poder e a tradição aristocrática européia.</p><p>Assinale a alternativa correta.</p><p>a) Apenas I e II são corretas.</p><p>b) Apenas II e IV são corretas.</p><p>c) Apenas III e IV são corretas.</p><p>d) Apenas I e III são corretas.</p><p>Comentários</p><p>A alternativa I tem dois erros evidente: o primeiro é que foram os trabalhadores urbanos que</p><p>fizeram as barricadas, principalmente em Paris; o segundo é que, diferentemente do afirmado</p><p>neste item, a monarquia não foi restaurada. O governo provisório assumiu após a fuga de Luís</p><p>Felipe.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 10 – História Contemporânea II</p><p>107</p><p>165</p><p>AULA 10: História Contemporânea II</p><p>A II está certa.</p><p>A III está errada, pois as revoluções de 1848 na Europa chegaram até o Brasil sim. As ideias da</p><p>Primavera estimularam a Revolução Praieira, em Pernambuco, também ocorrida em 1848.</p><p>A IV está correta.</p><p>Gabarito: B</p><p>(FUVEST 2007)</p><p>No final do século XIX, a Europa Ocidental torna-se "teatro de atentados contra as pessoas</p><p>e contra os bens. Sem poupar os países do Norte... esta agitação afeta mais a França, a</p><p>Bélgica e os Estados do</p><p>Sul... Na Itália e na Espanha, provoca ou sustenta revoltas</p><p>camponesas. Numerosos e espetaculares atentados são cometidos contra soberanos e</p><p>chefes de governo".</p><p>R. Schnerb, "O Século XIX", 1969.</p><p>O texto trata das ações empreendidas, em geral, por</p><p>a) anarquistas.</p><p>b) fascistas.</p><p>c) comunistas.</p><p>d) militaristas.</p><p>e) fundamentalistas.</p><p>Comentário</p><p>Olha o texto fala de conflito! No final do século XIX! Contra pessoas, bens e governos. Ainda</p><p>falaremos mais disso em outras aulas, mas quero adiantar que foram os anarquistas que, no final</p><p>do século XIX, adotaram como estratégia de contestação os atentados. Houve uma grande</p><p>discussão entre socialistas e anarquista acerca das melhores estratégias políticas para combater o</p><p>capitalismo. Enquanto socialistas defendiam uma estratégia política no sentido de formar partidos</p><p>e organizar greves, os anarquistas defendiam estratégias violentas contra órgãos, empresas e</p><p>personalidades. Nesse sentido, entre as alternativas da questão, a que melhor se relaciona com</p><p>o texto é o item A.</p><p>Gabarito: A</p><p>(FUVEST 1998)</p><p>O Tratado de Viena, assinado em 1815 tinha por principal objetivo</p><p>a) estabelecer uma paz duradoura na Europa, que impedisse as guerras e revoluções,</p><p>consolidando o princípio da legitimidade monárquica.</p><p>b) ratificar a supremacia da Prússia, no contexto político da Europa ocidental, para garantir</p><p>triunfo de uma onda contra-revolucionária.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 10 – História Contemporânea II</p><p>108</p><p>165</p><p>AULA 10: História Contemporânea II</p><p>c) assegurar ao Império Austro-Húngaro o controle da Europa continental, assim como da</p><p>Inglaterra, a fim de impedir a expansão da Rússia.</p><p>d) impedir a ascensão da classe média ao poder, que iniciara uma série de revoluções em</p><p>vários países da Europa Ocidental.</p><p>e) criar um sistema repressivo capaz de conter as primeiras vagas do movimento socialista na</p><p>Europa, através da exclusão da influência da França.</p><p>Comentário</p><p>Tratado de Viena é o mesmo que Congresso de Viena. Foi uma espécie de Conferência entre os</p><p>países vencedores representados pelas monarquias que haviam sido atacadas, teve a preocupação</p><p>de reorganizar o Continente Europeu conforme os critérios do Antigo Regime. Acreditavam que,</p><p>com a restauração monárquica, por meio de um equilíbrio de poder entre as potências seria</p><p>possível promover a paz na Europa.</p><p>A Restauração do Antigo Regime proposto pelo Congresso de Viena tinha 2 objetivos e 2</p><p>princípios. Relembre abaixo:</p><p>Gabarito: A</p><p>(FUVEST 1997)</p><p>Objetivos C.V.</p><p>Restaurar as</p><p>fronteiras</p><p>Restaurar as</p><p>Monarquias</p><p>Princípios do C.V</p><p>Devolver as coroas às</p><p>dinastias que reinavam</p><p>antes das revoluções. Eram</p><p>as legítimas.</p><p>Legitimidade</p><p>Impedir a formação de</p><p>potencias continentais que</p><p>poderia ameçar o poder de</p><p>alguma monarquia.</p><p>Equilíbrio de Poder</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 10 – História Contemporânea II</p><p>109</p><p>165</p><p>AULA 10: História Contemporânea II</p><p>Qual dos países a seguir, não passou por nenhuma das várias revoluções políticas que</p><p>marcaram a Europa no século XIX?</p><p>a) Itália</p><p>b) Espanha</p><p>c) Inglaterra</p><p>d) Alemanha</p><p>e) França</p><p>Comentário</p><p>Oi??? Sério que um dia a FUVEST cobrou essa questão? Então. Coloquei aí só para você dar um</p><p>giro na sua memória geográfica e política.</p><p>No século XIX, a França fez a Revolução Francesa; A Espanha sofreu com as independências das</p><p>colônias e com movimentos separatistas nos anos 1820, após a derrota Napoleônica; a Itália e</p><p>Alemanha se unificaram (veremos esse assunto na próxima aula de História Geral) nas décadas de</p><p>1860 e1870.</p><p>Já a Inglaterra viveu o auge das suas revoluções no século XVII, a Ver. Puritana e Gloriosa,</p><p>conforme estudamos na aula anterior.</p><p>Gabarito: C</p><p>(FUVEST 1995)</p><p>Quase toda a Europa Ocidental e Central foi sacudida, em 1848, por uma onda de</p><p>revoluções que se caracterizaram por misturar motivos e projetos políticos diferenciados -</p><p>liberalismo, democracia e socialismo. Elas também foram marcadas por uma atmosfera</p><p>intelectual e um sentimento ideológico comuns. Trata-se, no caso destes últimos, do:</p><p>a) realismo e internacionalismo.</p><p>b) liberalismo e nacionalismo.</p><p>c) romantismo e corporativismo.</p><p>d) realismo e nacionalismo.</p><p>e) modernismo e internacionalismo.</p><p>Comentário</p><p>Questão de contexto. Quer saber as ideologias que constituíram a motivação das rebeliões da</p><p>Primavera dos Povos, de 1848. Fácil: tanto a 1ª. Onda Liberal de 1830 quanto a 2ª. Onda liberal</p><p>de 1848 tiveram o caráter liberal e nacionalista e, na França, recuperaram todo o ideal da</p><p>Revolução Francesa de liberdade, igualdade e fraternidade. Assim como naquele processo, nas</p><p>Jornadas Gloriosas diversas classes sociais se uniram para derrubar o Antigo Regime.</p><p>Gabarito: B</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 10 – História Contemporânea II</p><p>110</p><p>165</p><p>AULA 10: História Contemporânea II</p><p>(FUVEST 1985)</p><p>As revoluções de 1848 na Europa:</p><p>a) tentaram impor o retorno do Absolutismo, anulando as conquistas da Revolução Francesa.</p><p>b) foram marcadas pelo caráter nacionalista e liberal, incluindo propostas socialistas.</p><p>c) provocaram a união das tropas de Bismarck e Napoleão III para destruir o governo</p><p>revolucionário.</p><p>d) conduziram Luís Felipe ao trono da França e deram origem à Bélgica como estado</p><p>independente.</p><p>e) foram vitoriosas e completaram as unificações nacionais na Itália e Alemanha.</p><p>Comentário</p><p>As revoluções de 1848, ou a Primavera dos Povos, tiveram caráter nacionalista e liberal. Além</p><p>disso, na segunda metade do século XIX o socialismo ganha algum espaço na sociedade,</p><p>especialmente por meio da organização do movimento de trabalhadores. De um modo geral, o</p><p>contexto político europeu estava marcado por propostas liberais frutos da revolução Francesa e</p><p>das demais experiências nesse país, mas também contou com a ascensão das tendências</p><p>nacionalistas e socialistas.</p><p>Assim é o gabarito A. Vejamos os erros nas demais alternativas:</p><p>a- Não se tratava de impor o absolutismo.</p><p>b- Correto.</p><p>c- Bismark, o chanceler alemão, nunca se aliou a Napoleão III para destruir nada. Muito pelo</p><p>contrário, eles estiverem em guerra em 1870-1871.</p><p>d- Luís Felipe, o rei dos banqueiros, foi conduzido ao trono em 1830 durante a 1ª. Onda</p><p>Liberal, Jornadas Gloriosas.</p><p>e- Nem todas as experiências revolucionárias de 1848 foram vitoriosas, embora tenham</p><p>germinado as sementes das ideias liberais e nacionalistas que, anos depois, geraram as</p><p>unificações da Itália e Alemanha.</p><p>Gabarito: A</p><p>(FGV 2018)</p><p>“(...) os homens que naquele momento estavam encarregados de pôr termo à Revolução de</p><p>1848 eram precisamente os mesmos que fizeram a de 30. (...) O que a distinguia ainda, entre</p><p>todos os acontecimentos que se sucederam nos últimos sessenta anos na França, foi que ela</p><p>não teve por objetivo mudar a forma, mas alterar a ordem da sociedade. Não foi, para dizer</p><p>a verdade, uma luta política (...), mas um embate de classe (...). Havia se assegurado às</p><p>pessoas pobres que o bem dos ricos era de alguma maneira o produto de um roubo cujas</p><p>vítimas eram elas (...). É preciso assinalar ainda que essa insurreição terrível não foi fruto da</p><p>ação de certo número de conspiradores, mas a sublevação de toda uma população contra</p><p>outra (...).”</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 10 – História Contemporânea II</p><p>111</p><p>165</p><p>AULA 10: História Contemporânea II</p><p>(Alexis de Tocqueville, Lembranças de 1848. 1991)</p><p>A partir do texto, é correto afirmar que:</p><p>a) a revolução limitou-se, em 1848, a apelos políticos, no sentido de a classe burguesa, líder</p><p>do movimento, atrair as classes populares para a luta, contra o absolutismo de Carlos X,</p><p>usando as ideias liberais como combustível para a implantação do Estado liberal.</p><p>b) a revolução de 1848, liderada pelos homens de 1830, isto é, a classe burguesa, tinha como</p><p>maiores objetivos a</p><p>queda de Luís Bonaparte e a vitória das ideias socialistas, pregadas nos</p><p>banquetes e nas barricadas contra o rei e contra a nobreza.</p><p>c) a revolução de 1848, influenciada pelo socialismo utópico, significou a luta entre a classe</p><p>burguesa, líder da revolução de 1830, e as classes populares que, cada vez mais organizadas</p><p>na campanha dos banquetes e nas barricadas, forçaram a queda do rei Luís Felipe.</p><p>d) os líderes revolucionários de 1848, os mesmos da revolução de 1830, sob forte</p><p>propaganda das ideias liberais e influenciados pela luta política, convocaram e obtiveram o</p><p>apoio das classes populares, no Parlamento, contra o rei Luís Felipe.</p><p>e) o rei Luís Felipe, no trono francês entre 1830 e 1848, foi derrubado por uma bem</p><p>orquestrada luta política no Parlamento, que uniu liberais e socialistas, vitoriosa para essa</p><p>aliança, que formou o governo provisório e elegeu o presidente Luís Bonaparte.</p><p>Comentários</p><p>Na aula eu explique que, em julho de 1830, eclodiram novas rebeliões populares lideradas pela alta</p><p>burguesia. Foram as chamadas Jornadas Gloriosas ou 1ª Onda Liberal. Nessas revoltas que</p><p>agitaram a França e influenciaram movimentos em diversas partes do mundo Ocidental, como</p><p>Portugal, Espanha, Holanda, Prússia, Itália, Polônia, até mesmo, Brasil, os ideiais do Projeto</p><p>Iluminista voltaram à cena. Essas rebeliões tiveram caráter liberal e nacionalista. Nesse sentido, a</p><p>burguesia lideou o movimento de 1830.</p><p>Já em 1848, havia uma divisão, pois a classe trabalhadora, os populares em geral, acabaram</p><p>percebendo que a experiência do governo burguês não havia resolvidos seus problemas. Por isso,</p><p>abriu-se uma luta entre burguesia e proletariado, em meio a derrubada do rei Luís Felipe nas ruas</p><p>e barricadas (os banquetes). Por isso, as alterantivas D e E não podem estar certas, pois</p><p>desconsideram a mobilização inssurencional nas ruas.</p><p>Nesse contexto, também podemos descartar a alterantiva A, pois erra ao afirmar que o rei do</p><p>momento era Carlos X. Na verdade era Luis Felipe de Orleans.</p><p>Já a B está erra porque os burgueses não queriam a vitória das ideias socialistas.</p><p>Por fim, o gabarito é a letra C, mas quero fazer uma ressalva. A rigor, não somente os socialistas</p><p>utópicos influenciaram o movimento. Outras correntes de pensamento contribuiram para</p><p>estimular a mobilização popular.</p><p>Gabarito: C</p><p>(FGV 2016)</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 10 – História Contemporânea II</p><p>112</p><p>165</p><p>AULA 10: História Contemporânea II</p><p>“(...) os homens que naquele momento estavam encarregados de pôr termo à Revolução de</p><p>1848 eram precisamente os mesmos que fizeram a de 30. (...)</p><p>O que a distinguia ainda, entre todos os acontecimentos que se sucederam nos últimos</p><p>sessenta anos na França, foi que ela não teve por objetivo mudar a forma, mas alterar a</p><p>ordem da sociedade. Não foi, para dizer a verdade, uma luta política (...), mas um embate de</p><p>classe (...).</p><p>Havia se assegurado às pessoas pobres que o bem dos ricos era de alguma maneira o</p><p>produto de um roubo cujas vítimas eram elas (...).</p><p>É preciso assinalar ainda que essa insurreição terrível não foi fruto da ação de certo número</p><p>de conspiradores, mas a sublevação de toda uma população contra outra (...).” (Alexis de</p><p>Tocqueville, Lembranças de 1848. 1991)</p><p>A partir do texto, é correto afirmar que</p><p>a) a revolução limitou-se, em 1848, a apelos políticos, no sentido de a classe burguesa, líder</p><p>do movimento, atrair as classes populares para a luta, contra o absolutismo de Carlos X,</p><p>usando as ideias liberais como combustível para a implantação do Estado liberal.</p><p>b) a revolução de 1848, liderada pelos homens de 1830, isto é, a classe burguesa, tinha como</p><p>maiores objetivos a queda de Luís Bonaparte e a vitória das ideias socialistas, pregadas nos</p><p>banquetes e nas barricadas contra o rei e contra a nobreza.</p><p>c) a revolução de 1848, influenciada pelo socialismo utópico, significou a luta entre a classe</p><p>burguesa, líder da revolução de 1830, e as classes populares que, cada vez mais organizadas</p><p>na campanha dos banquetes e nas barricadas, forçaram a queda do rei Luís Felipe.</p><p>d) os líderes revolucionários de 1848, os mesmos da revolução de 1830, sob forte</p><p>propaganda das ideias liberais e influenciados pela luta política, convocaram e obtiveram o</p><p>apoio das classes populares, no Parlamento, contra o rei Luís Felipe.</p><p>e) o rei Luís Felipe, no trono francês entre 1830 e 1848, foi derrubado por uma bem</p><p>orquestrada luta política no Parlamento, que uniu liberais e socialistas, vitoriosa para essa</p><p>aliança, que formou o governo provisório e elegeu o presidente Luís Bonaparte.</p><p>Comentário</p><p>Essa é uma questão interpretativa. Mas você responde com muito mais facilidade se souber o</p><p>contexto, os acontecimentos e os seus significados históricos de 1848, na França.</p><p>O texto de Alexis de Tocqueville aponta para o movimento de 1848 na França, que foi</p><p>denominado de “Primavera dos Povos”.</p><p>Vamos relembrar alguns pontos que demonstramos na aula:</p><p>Depois que pequenos e médios burgueses em aliança com trabalhadores urbanos e rurais realizam</p><p>grandes rebeliões em fevereiro de 1848, derrubam o rei Luís Filipe de Orleans e instalam um</p><p>governo provisório para organizar a República Francesa.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 10 – História Contemporânea II</p><p>113</p><p>165</p><p>AULA 10: História Contemporânea II</p><p>O governo provisório era composto por setores populares representando os interesses dos</p><p>trabalhadores e das classes desfavorecidas, por setores da média e pequena burguesia e pelos</p><p>bonapartistas (liberais, contudo mais elitistas). Esses grupos não conseguiam chegar a acordos</p><p>políticos sobre quais medidas deveriam ser implantadas na França. Os interesses divergentes</p><p>começam a ficar mais claros entre eles. Veja um pouquinho da posição de cada grupo:</p><p>Começamos a perceber que estas classes sociais, antes unidas contra um inimigo comum e em</p><p>defesa da mesma bandeira republicana, começam a divergir nos rumos mais estruturais da</p><p>sociedade. Assim, estudiosos dos sistemas políticos afirmam que estava em jogo a disputa entre</p><p>dois modelos de República:</p><p>Em 23 de abril de 1848 foram realizadas eleições para a formação da Assembleia Constituinte.</p><p>O resultado eleitoral deu maioria aos bonapartistas reunidos em um partido chamado “Partido da</p><p>Ordem”. Depois foram os burgueses e, por último, os socialistas utópicos que só ganharam em</p><p>Paris, onde estava a maioria dos trabalhadores operários. Assim, a Assembleia constituinte não</p><p>deu sequência às leis de proteção do trabalho tal como queriam os socialistas e as lideranças dos</p><p>trabalhadores. Uma série de medidas foram revogadas, como, por exemplo, o controle dos preços</p><p>dos alimentos.</p><p>Entre maio e Junho de 1848 várias rebeliões operárias eclodiram em Paris e em cidades mais</p><p>industrializadas. O movimento operário crescia na França e, crescia junto, a ideia do socialismo.</p><p>Em junho daquele ano de 1848, uma verdadeira revolução popular tomou conta de Paris. A</p><p>rebelião foi organizada e liderada por setores das classes populares e de trabalhadores. As</p><p>mesmas velhas técnicas de barricadas usadas antes pela burguesia contra reis absolutistas, agora,</p><p>eram usadas pelos trabalhadores contra a burguesia no poder.</p><p>Os populares se sentiam traídos pelas lideranças burguesas da Revolução de Fevereiro, pois juntos</p><p>derrubaram o rei Luis Filipe. Todos haviam participado da Revolução, mas, agora, na hora de fazer</p><p>as leis, sentiam que, na prática, para eles nada mudara.</p><p>A resposta do governo foi pôr fim às rebeliões e impor a ordem por meio da violência. Os dados</p><p>são incompletos, mas historiadores estimam a morte de 10 mil trabalhadores e cerca de 40 mil</p><p>prisões.</p><p>Esse massacre contra os trabalhadores sob um governo formado majoritariamente por burgueses</p><p>marca a história desses dois grupos. Aqui ocorre a ruptura definitiva da unidade entre essas duas</p><p>classes que até fevereiro de 1848 havia lutado junto contra o antigo regime.</p><p>Como afirmou Alexis de Tocqueville, esse foi o primeiro embate de classes. Assim, esse fato</p><p>histórico marca o rompimento entre os projetos políticos da burguesia e dos socialistas.</p><p>Depois desse resumo, a [única alternativa possível é a letra C.</p><p>Gabarito: C</p><p>(FGV 2009)</p><p>"A nova onda se propagou rapidamente por toda a Europa. Uma semana depois da queda</p><p>de Luís Filipe I, o movimento revolucionário tomou conta de uma parte da Alemanha e, em</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 10 – História Contemporânea II</p><p>114</p><p>165</p><p>AULA 10: História Contemporânea II</p><p>menos de um mês, já estava na Hungria, passando pela Itália e pela Áustria. Em poucas</p><p>semanas, os governos dessa vasta região foram derrubados, e supostamente se inaugurava</p><p>uma nova etapa da História europeia, a Primavera dos Povos".</p><p>(Luiz Koshiba, "História - origens, estruturas e processos")</p><p>O texto faz referência:</p><p>a) à Belle Epoque.</p><p>b) às Revoluções de 1848.</p><p>c) à Restauração de 1815.</p><p>d) à Guerra Franco-Prussiana.</p><p>e) às Revoluções liberais de 1820.</p><p>Comentários</p><p>Repare que o final do texto já nos apresenta o gabarito da questão. Ele fala claramente da</p><p>Primavera dos Povos e este acontecimento histórico está associado ao ano de 1848. Viu só</p><p>como é importante relacionar data e fato histórico!!! Por sinal, aproveito esta questão para</p><p>lembrar você da minha dica lá no meu canal no Youtube. Se ainda não viu, confere lá. Segue o</p><p>link: https://www.youtube.com/watch?v=CGWFFx8x2m0.</p><p>Gabarito: B</p><p>(UDESC 2015)</p><p>“Um espectro ronda a Europa – o espectro do comunismo. Todas as potências da velha</p><p>Europa unem-se numa Santa Aliança para conjurá-lo: o papa e o czar, Metternich e Guizot,</p><p>os radicais da França e os policiais da Alemanha. Que partido de oposição não foi acusado</p><p>de comunista por seus adversários no poder? Que partido de oposição, por sua vez, não</p><p>lançou a seus adversários de direita ou de esquerda a pecha infamante de comunista: Duas</p><p>conclusões decorrente desses fatos: 1. O comunismo já é reconhecido como força por todas</p><p>as potências da Europa; 2. É tempo de os comunistas exporem, abertamente, ao mundo</p><p>inteiro, seu modo de ver, seus objetivos e suas tendências, opondo um manifesto do próprio</p><p>partido à lenda do espectro do comunismo.”</p><p>(Edição completa: Manifesto Comunista de Marx e Engels)</p><p>Com base no Manifesto Comunista de 1848, analise as proposições.</p><p>I. Existem ao menos dois tipos de comunismo, um defendido pelos trabalhadores como</p><p>ideologia com projeto político alternativo, e outro o comunismo como espectro inventado</p><p>por instituições religiosas, políticas e militares para desqualificar a luta dos trabalhadores.</p><p>II. O espectro do comunismo conseguiu unificar as forças mais conservadoras – “o papa e o</p><p>czar, Metternich e Guizot, os radicais da França e os policiais da Alemanha” – em prol da</p><p>democracia e do liberalismo.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 10 – História Contemporânea II</p><p>115</p><p>165</p><p>AULA 10: História Contemporânea II</p><p>III. A multiplicação das fábricas nacionais e dos instrumentos de produção, o arroteamento</p><p>das terras incultas e o melhoramento das terras cultivadas são partes do programa original</p><p>do Manifesto Comunista.</p><p>IV. O Manifesto Comunista inclui em seu programa – a centralização de todos os meios de</p><p>comunicação e de transporte sob a responsabilidade do Estado.</p><p>V. Consta, no programa do Manifesto Comunista, a supressão da família burguesa</p><p>centralizada na figura autoritária do pai.</p><p>Assinale a alternativa correta.</p><p>a) Somente as afirmativas II, IV e V são verdadeiras.</p><p>b) Somente as afirmativas I, II e III são verdadeiras.</p><p>c) Somente a afirmativa V é verdadeira.</p><p>d) Somente as afirmativas I, III e IV são verdadeiras.</p><p>e) Todas as afirmativas são verdadeiras</p><p>Comentários</p><p>A questão envolve tanto as ideias comunistas em si, quanto os adversários dessas ideias. Em</p><p>muitos momentos, os defensores do liberalismo se unificaram contra o comunismo e criaram</p><p>representações do que seria a ideia comunista. Tratou-se de um artifício, o qual é utilizado</p><p>até os dias atuais, para desmoralizar politicamente a corrente ideológica que defende os</p><p>trabalhadores.</p><p>Além disso, de fato, o programa comunista contido no Manifesto do Partido Comunista</p><p>defende o programa de estatização dos meios de produção. Da mesma forma, ao criticar a</p><p>ideologia burguesa, as ideias comunistas combatem a família patriarcal.</p><p>Gabarito: E</p><p>(UDESC 2009)</p><p>Assinale a alternativa CORRETA, em relação à chamada "Primavera dos Povos".</p><p>a) A "Primavera dos Povos" não influenciou a formação dos movimentos sociais do Século</p><p>XIX.</p><p>b) Foi uma revolução brasileira, mas que atingiu também outros países do Cone Sul.</p><p>c) Houve influência da "Primavera dos Povos" no Brasil através do movimento dos</p><p>"Seringueiros".</p><p>d) Atribuição colocada ao movimento revolucionário francês em 1848, que derrubou a</p><p>monarquia de Luis Felipe e trouxe a discussão a exploração burguesa e a dominação política.</p><p>e) A influência da "Primavera dos Povos" se restringiu às preocupações francesas do período.</p><p>Comentários</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 10 – História Contemporânea II</p><p>116</p><p>165</p><p>AULA 10: História Contemporânea II</p><p>Alternativas A e E errada, pois a Primavera dos Povos causou um impacto para além da França,</p><p>atingiu outras monarquias da Europa e chegou a influenciar movimentos na América Espanhola.</p><p>A alternativa B é para pegar desavisados e quem não tem noção alguma sobre o processo</p><p>histórico. Você que é coruja já ia eliminar essa alternativa aí... Agora, sobre o movimento dos</p><p>Seringueiros, ele, de fato existiu no Brasil, porém no Século XX. Não se pode afirmar que este</p><p>movimento foi influenciado pela Primavera dos Povos do Século XIX. Errada a alternativa C.</p><p>Gabarito: D</p><p>(UNESP 2014)</p><p>O Congresso de Viena, entre 1814 e 1815, reuniu representantes de diversos Estados</p><p>europeus e resultou</p><p>a) na afirmação do caráter laico dos regimes políticos e da importância da separação entre</p><p>Estado e Igreja.</p><p>b) na criação da Santa Aliança e no esforço de reafirmar valores do Antigo Regime.</p><p>c) na validação da nova divisão política da Europa, definida pelas conquistas napoleônicas.</p><p>d) na derrubada dos regimes republicanos e na restauração monárquica na França e na</p><p>Inglaterra.</p><p>e) na defesa dos princípios do livre comércio e da emancipação das colônias na América.</p><p>Comentário</p><p>Em 1815, Napoleão foi derrotado de forma definitiva na famosa batalha de Waterloo. Foi</p><p>necessário fazer um grande congresso continental para refazer o mapa da Europa (uma vez que</p><p>Napoleão conquistou um grande império na Europa) e retornar as monarquias, ou seja, deixar a</p><p>Europa como estava até o contexto da Revolução Francesa.</p><p>Legitimidade, restauração e equilíbrio foram as palavras chaves deste congresso. Inglaterra,</p><p>Rússia, Prússia e Áustria foram bem-sucedidas, pois conquistaram territórios.</p><p>Mas como restaurar o Antigo regime se as ideias liberais que sustentam os valores do Novo Mundo</p><p>continuavam vivas na experiência e na memória de milhares de europeus? Devido a esse</p><p>fenômeno social, ao qual as antigas monarquias não poderiam fugir, alguns historiadores falam</p><p>que existiu um terceiro princípio: o da solidariedade entre as monarquias absolutistas, melhor</p><p>dizendo, entre as dinastias monárquicas que voltavam ao poder.</p><p>Por meio desse princípio a Rússia propôs a formação de um exército unificado entre essas</p><p>monarquias que serviria para protegê-las de qualquer novo levante liberal e, ao mesmo tempo, se</p><p>os povos resistissem às ordenanças do Congresso de Viena esse exército poderia agir com a</p><p>violência necessária para colocar a restauração em prática. Esse exército recebeu o nome de Santa</p><p>Aliança.</p><p>Gabarito: B</p><p>(UNESP 2011)</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 10 – História Contemporânea II</p><p>117</p><p>165</p><p>AULA 10: História Contemporânea II</p><p>Artigo 5.º — O comércio de mercadorias</p><p>inglesas é proibido, e qualquer mercadoria</p><p>pertencente à Inglaterra, ou proveniente de suas fábricas e de suas colônias é declarada boa</p><p>presa. (...)</p><p>Artigo 7.º — Nenhuma embarcação vinda diretamente da Inglaterra ou das colônias inglesas,</p><p>ou lá tendo estado, desde a publicação do presente decreto, será recebida em porto algum.</p><p>Artigo 8.º — Qualquer embarcação que, por meio de uma declaração, transgredir a</p><p>disposição acima, será apresada e o navio e sua carga serão confiscados como se fossem</p><p>propriedade inglesa.</p><p>(Excerto do Bloqueio Continental, Napoleão Bonaparte. Citado por Kátia M. de Queirós</p><p>Mattoso. Textos e documentos para o estudo da história contemporânea (1789-1963), 1977.)</p><p>Esses artigos do Bloqueio Continental, decretado pelo Imperador da França em 1806,</p><p>permitem notar a disposição francesa de</p><p>a) estimular a autonomia das colônias inglesas na América, que passariam a depender mais</p><p>de seu comércio interno.</p><p>b) impedir a Inglaterra de negociar com a França uma nova legislação para o comércio na</p><p>Europa e nas áreas coloniais.</p><p>c) provocar a transferência da Corte portuguesa para o Brasil, por meio da ocupação militar</p><p>da Península Ibérica.</p><p>d) ampliar a ação de corsários ingleses no norte do Oceano Atlântico e ampliar a hegemonia</p><p>francesa nos mares europeus.</p><p>e) debilitar economicamente a Inglaterra, então em processo de industrialização, limitando</p><p>seu comércio com o restante da Europa.</p><p>Comentário</p><p>A política expansionista francesa tinha como grande objetivo ampliar seus mercados na Europa,</p><p>como uma das bases para sua industrialização e, nesse sentido, após a derrota na tentativa de</p><p>invadir a Inglaterra, a política de Napoleão Bonaparte pretendeu isolar a Inglaterra e estrangular</p><p>sua economia.</p><p>Gabarito: E</p><p>(UNIFESP 2007)</p><p>Do papa Leão XIII na encíclica "Diuturnum", de 1881: "se queremos determinar a fonte do</p><p>poder no Estado, a Igreja ensina, com razão, que é preciso procurá-la em Deus. Ao torná-la</p><p>dependente da vontade do povo, cometemos primeiramente um erro de princípio e, além</p><p>disso, damos à autoridade apenas um fundamento frágil e inconsistente". Nessa encíclica, a</p><p>Igreja defendia uma posição política</p><p>a) populista.</p><p>b) liberal.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 10 – História Contemporânea II</p><p>118</p><p>165</p><p>AULA 10: História Contemporânea II</p><p>c) conservadora.</p><p>d) democrática.</p><p>e) progressista.</p><p>Comentário</p><p>Olha só que interessante essa questão. Veja que essa encíclica é anterior a de Rerum Novarum.</p><p>Esta foi de 1891 e falava sobre a “questão do operário”.</p><p>Assim, em 1881 a encíclica Diuturnum defende a razão de estado em Deus, ou seja, contraria o</p><p>liberalismo e a noção de que o Estado é a forma jurídica da soberania popular.</p><p>Dessa forma, a posição política da Igreja é conservadora. Se fosse democrática, progressista e</p><p>liberal aceitaria as novas teses do liberalismo. Populista seria manipuladora das massas. E não é o</p><p>caso.</p><p>Gabarito: C</p><p>(UNIFESP 2006)</p><p>Signos infalíveis anunciam que, dentro de poucos anos, as questões das nacionalidades,</p><p>combinadas com as questões sociais, dominarão sobre todas as demais no continente</p><p>europeu.</p><p>(Henri Martin, 1847.)</p><p>Tendo em vista o que ocorreu século e meio depois dessa declaração, pode-se afirmar que</p><p>o autor</p><p>a) estava desinformado, pois naquele momento tais questões já apareciam como</p><p>parcialmente resolvidas em grande parte da Europa.</p><p>b) soube identificar, nas linhas de força da história europeia, a articulação entre intelectuais</p><p>e nacionalismo.</p><p>c) foi incapaz de perceber que as forças do antigo regime eram suficientemente flexíveis para</p><p>incorporar e anular tais questões.</p><p>d) demonstrou sensibilidade ao perceber que aquelas duas questões estavam na ordem do</p><p>dia e como tal iriam por muito tempo ficar.</p><p>e) exemplificou a impossibilidade de se preverem as tendências da história, tendo em vista</p><p>que uma das questões foi logo resolvida.</p><p>Comentário</p><p>Questão de interpretação de texto. O autor desse texto fala que dois temas dominarão o cenário</p><p>europeu daquele momento em diante: o nacionalismo e a questão social. Se lembrarmos de 1848</p><p>esses dois temas estiveram presentes. O Nacionalismo foi o combustível que fez a Primavera dos</p><p>Povos se alastrar pela Europa. A unificação da Itália e Alemanha são resultado desse processo. Os</p><p>problemas sociais iam se integrar por muito muito tempo, talvez até os dias atuais.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 10 – História Contemporânea II</p><p>119</p><p>165</p><p>AULA 10: História Contemporânea II</p><p>Dito isso, o item que melhor se encaixa nessa reflexão é o D “demonstrou sensibilidade ao</p><p>perceber que aquelas duas questões estavam na ordem do dia e como tal iriam por muito tempo</p><p>ficar.”</p><p>Assim o autor não estava desinformado, como sugere o item A; no item B ele não fala de relações,</p><p>mas de elementos (questões sociais e nacionalismo); o item C está historicamente errado porque</p><p>o Antigo Regime não era flexível a ponto de incorporar as demandas sociais e nacionalistas; por</p><p>fim, ele previu uma tendência histórica e além do mais, os dois elementos que ele aponta não</p><p>foram resolvidas rápida e facilmente.</p><p>Gabarito: D</p><p>(UNIFESP 2004)</p><p>O movimento revolucionário de 1848, que abalou, mas não destruiu, a ordem social vigente</p><p>na Europa, pode ser caracterizado como um conflito no qual</p><p>a) a burguesia, ou frações desta classe, face ao perigo representado pelo proletariado, tomou</p><p>o poder.</p><p>b) o campesinato, em luta encarniçada contra a nobreza, abriu espaço para a burguesia tomar</p><p>o poder.</p><p>c) a nobreza, diante da ameaça representada pela burguesia, fez concessões ao proletariado</p><p>para se manter no poder.</p><p>d) o proletariado, embora fosse uma classe já madura e com experiência, ficou a reboque</p><p>dos acontecimentos.</p><p>e) não houve luta de classes, e sim disputas derivadas das tensões e contradições existentes</p><p>entre ricos e pobres.</p><p>Comentário</p><p>Essa é uma questão conteudista, “no alvo”. Você tem que saber quais classes sociais entram em</p><p>conflito em 1848. A questão é que são dois momentos na França:</p><p>• Em Fevereiro unificou-se a pequena e média burguesia com o proletariado e campesinato</p><p>para lutar contra a alta burguesia e um setor da nobreza que havia se aliado aos ricos</p><p>banqueiros. Derrotaram o Governo da Monarquia Constitucional do “rei burguês”.</p><p>• Em Junho, o proletariado urbano se rebelou contra as medidas regressivas da Assembleia</p><p>Nacional. Houve um massacre. Nesse processo, conforme diversos historiadores</p><p>comentam, houve a ruptura do projeto político da burguesia e do proletariado.</p><p>Nesse sentido, a burguesia tomou o poder e os conflitos se deslocaram a ponto de colocar</p><p>antigos aliados em campos políticos opostos. Gabarito só pode ser “a burguesia, ou frações desta</p><p>classe, face ao perigo representado pelo proletariado, tomou o poder.”. Aqui frações se referem</p><p>à pequena e média burguesia, porque a alta foi derrotada em Fevereiro.</p><p>Gabarito: A</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 10 – História Contemporânea II</p><p>120</p><p>165</p><p>AULA 10: História Contemporânea II</p><p>(UPE 2018)</p><p>Um dos primeiros movimentos artísticos, que surge em reação ao Neoclassicismo do século</p><p>XVIII, é o Romantismo, historicamente situado entre 1820 e 1850. Os artistas românticos</p><p>procuraram se libertar das convenções acadêmicas em favor da livre expressão da</p><p>personalidade do artista.</p><p>Fonte: https://www.historiadasartes.com/nomundo/arte-seculo-19/romantismo/Adaptado.</p><p>Assinale a obra que corresponde ao movimento artístico descrito no texto.</p><p>a) b)</p><p>c) d)</p><p>e)</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 10 – História Contemporânea II</p><p>121</p><p>165</p><p>AULA 10: História Contemporânea II</p><p>Comentário</p><p>A-A obra “A Liberdade Guiando o Povo”, de Eugène Delacroix (1798-1863) foi elaborada no</p><p>contexto da Revolução Francesa de 1830 que culminou na deposição de Carlos X e na</p><p>ascensão</p><p>de Luís Felipe ao poder. Apesar de simpatizar com as ideias liberais, Delacroix não participou</p><p>efetivamente do levante.</p><p>B - Diego Velázquez (1599-1660), pintor renascentista enquadrado no Barroco. Essa obra retrata</p><p>a infanta Margarida Teresa, filhas do rei Filipe IV da Espanha. Foi realizada em 1656 e está no</p><p>Museu do Prado. Velázquez foi o principal pintor da Corte do Rei Espanhol.</p><p>C- Caravaggio (1571-1610), também um pintor renascentista. Fez Medusa em óleo sobre madeira,</p><p>em 196-1597.</p><p>D- A Dama dourada é obra de Gustav Klimt (1862-1918) em 1907. Faz parte da fase dourada desse</p><p>artista. É pintada a ouro e óleo sobre tela. Klimt foi um pintor simbolista austríaco e destacou-se</p><p>dentro do movimento art-nouveau dessa época.</p><p>E-Duchamp (1887- 1968) foi um artista precursor da chamada arte conceitual. Antes ele teve</p><p>experiências dadaístas, expressionistas e cubistas. Jovem triste num comboio, de 1911, é da sua</p><p>fase dadaísta.</p><p>Gabarito: A</p><p>(UEMG 2016)</p><p>"Há duzentos anos, em 9 de junho de 1815, encerrava-se o Congresso de Viena, conferência</p><p>de países europeus que, após nove meses de deliberações, estabeleceu um plano de paz de</p><p>longo prazo para o continente, que vivia um contexto político conturbado(...). Para alcançar</p><p>esse objetivo, os diplomatas presentes ao Congresso de Viena criaram um mecanismo de</p><p>pesos e contrapesos conhecido como "Concerto Europeu"(...). O Concerto Europeu</p><p>procurou substituir um arranjo unipolar por um sistema inovador de consultas plurilaterais.</p><p>Esse esforço visava a garantir a estabilidade europeia no pós-guerra".</p><p>http://blog.itamaraty.gov.br/63-historia/146-200-anos-docongresso-de-viena.Acesso em:</p><p>20/7/2015</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 10 – História Contemporânea II</p><p>122</p><p>165</p><p>AULA 10: História Contemporânea II</p><p>O contexto conturbado vivido pela Europa antes do Congresso de Viena e os resultados</p><p>deste foram, respectivamente:</p><p>a) A guerra dos sete anos que colocaram em confronto Inglaterra e França em função de</p><p>disputas territoriais na América. – A expulsão da França da Liga das nações por ter</p><p>desrespeitado regras internacionais preestabelecidas.</p><p>b) A disputa imperialista protagonizada pelas nações europeias em função da crise</p><p>econômica vivida no século XIX. – Evitou-se provisoriamente um conflito de proporções</p><p>mundiais já que, por meio de concessões, garantiu-se um equilíbrio político.</p><p>c) A expansão napoleônica que destronou reis e promoveu a invasão e ocupação militar sobre</p><p>diversas regiões. – Restauração das monarquias depostas por Napoleão, legitimação das</p><p>existentes à época e a criação da Santa Aliança.</p><p>d) A primeira grande guerra, que foi consequência de um momento marcado pelo</p><p>nacionalismo exacerbado e por rivalidades econômicas e territoriais. – A imposição de uma</p><p>paz despreocupada com o equilíbrio mundial pois humilhava os derrotados.</p><p>Comentários</p><p>A questão aborda o período da expansão Napoleônica, ao Congresso de Viena e à Santa Aliança.</p><p>Entre 1799 e 1815, Napoleão montou um grande império na Europa implantando princípios</p><p>liberais-iluministas e rompendo com privilégios ligados ao Antigo Regime. Reis foram</p><p>desalojados do poder em nome de uma nova ordem. Com sua derrota definitiva em 1815 na</p><p>batalha de Waterloo, tornou-se necessário fazer um grande encontro entre autoridades do velho</p><p>continente. Trata-se do Congresso de Viena que visava refazer o mapa europeu bem como</p><p>reempossar os monarcas europeus apoiados em princípios como: legitimidade, restauração,</p><p>equilíbrio e compensações. Foi criado por sugestão do czar russo Alexandre I, a Santa Aliança,</p><p>um braço armado do Congresso de Viena, que sob o rótulo de proposta de paz, justiça e religião,</p><p>objetivava, de fato, lutar contra manifestações liberais e nacionalistas.</p><p>Gabarito: C</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 10 – História Contemporânea II</p><p>123</p><p>165</p><p>AULA 10: História Contemporânea II</p><p>(UEMA 2015)</p><p>O mapa abaixo representa a divisão geopolítica europeia no início do século XIX, destacando</p><p>a estratégia militar napoleônica conhecida como Bloqueio Continental.</p><p>A linha de Bloqueio Continental que se estende de Portugal até a Noruega, representada no</p><p>mapa, revela a intenção francesa de</p><p>a) integrar a economia europeia, com a isenção das tarifas alfandegárias.</p><p>b) fortalecer a França, garantindo-lhe a livre circulação pelos portos britânicos.</p><p>c) desenvolver a economia espanhola, consolidando seu monopólio comercial na Península</p><p>Ibérica.</p><p>d) isolar a Grã-Bretanha, impedindo-lhe o acesso a importantes mercados da Europa</p><p>continental.</p><p>e) inibir o comércio de escravos oriundos de portos africanos, situados ao norte da Linha do</p><p>Equador.</p><p>Comentários</p><p>A questão remete ao Bloqueio Continental que aconteceu na Era Napoleônica, 1799-1815.</p><p>Depois da derrota francesa na Batalha (marítima) de Trafalgar, Napoleão decretou o Bloqueio</p><p>Continental em 1806, objetivando isolar economicamente a Inglaterra.</p><p>Gabarito: D</p><p>(UFRGS 2016)</p><p>A Santa Aliança, coalizão entre Rússia, Prússia e Áustria, criada em setembro de 1815, após</p><p>a derrota de Napoleão Bonaparte, tinha por objetivo político</p><p>a) promover e proteger os ideais republicanos e revolucionários franceses em toda a Europa.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 10 – História Contemporânea II</p><p>124</p><p>165</p><p>AULA 10: História Contemporânea II</p><p>b) impedir as intenções recolonizadoras dos países ibéricos e apoiar as independências dos</p><p>países latino-americanos.</p><p>c) lutar contra a expansão do absolutismo monárquico e a influência do papado em todos os</p><p>países europeus.</p><p>d) combater e prevenir a expansão dos ideais republicanos e revolucionários franceses em</p><p>toda a Europa.</p><p>e) apoiar o retorno de Napoleão ao governo francês e garantir o equilíbrio entre as potências</p><p>europeias.</p><p>Comentário</p><p>No contexto do Congresso de Viena, a Rússia propôs a formação de um exército unificado</p><p>entre essas monarquias que serviria para protegê-las de qualquer novo levante liberal e, ao mesmo</p><p>tempo, se os povos resistissem às ordenanças do Congresso de Viena esse exército poderia agir</p><p>com a violência necessária para colocar a restauração em prática. Esse exército recebeu o nome</p><p>de Santa Aliança. É importante ressaltar que a Inglaterra foi contra porque se opunha a</p><p>recolonização dos países que já eram independentes.</p><p>Assim, a alternativa correta só pode ser D.</p><p>Leia um trecho do documento que formalizou esse exército conservador:</p><p>Gabarito: D</p><p>(UEL – 2020)</p><p>Analise a imagem a seguir.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 10 – História Contemporânea II</p><p>125</p><p>165</p><p>AULA 10: História Contemporânea II</p><p>DELACROIX, E.</p><p>Liberdade Guiando o Povo. 1830.</p><p>Óleo sobre tela, 260 x 325 cm.</p><p>Museu do Louvre (Paris,França).</p><p>Exposta no Museu do Louvre, a obra “Liberdade Guiando o Povo”, remete à existência de</p><p>questão social ainda hoje debatida. Com base na imagem e nos conhecimentos sobre</p><p>modernidade e vida social, é correto afirmar que a obra representa</p><p>a) a luta de estratos sociais em defesa da igualdade jurídica e pela conquista dos direitos de</p><p>cidadania.</p><p>b) a primeira tentativa de revolução social do proletariado moderno contra a burguesia.</p><p>c) a participação popular na luta pelo direito de voto pelas mulheres e contra o trabalho</p><p>infantil.</p><p>d) o repúdio ao caráter sangrento das revoluções populares, produtoras de regimes</p><p>ditatoriais.</p><p>e) a democracia, que atinge a plenitude quando homens, mulheres e jovens pegam em</p><p>armas.</p><p>Comentários:</p><p>Vimos essa obra na aula, lembram? Ela nos remete a 1ª onda liberal, movimentos que agitaram a</p><p>França e parte do mundo Ocidental com a retomada dos ideais da Revolução Francesa. A seguir,</p><p>relembro o trecho em que estudamos os elementos que compõe “Liberdade Guiando o Povo”:</p><p>“Rapidamente vamos analisar alguns elementos:</p><p>Vejam os corpos mortos/caídos ao chão. Pelas vestes podemos dizer que representam</p><p>os</p><p>membros das forças reais, que foram vencidas.</p><p>No primeiro plano a Mulher que representa, como o nome da obra sugere, a Liberdade.</p><p>Ela guia o povo.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 10 – História Contemporânea II</p><p>126</p><p>165</p><p>AULA 10: História Contemporânea II</p><p>Em segundo plano está O Povo formado por classes e grupos sociais diversos. Vejamos:</p><p>• o menino mais novo com duas armas pode representar os estudantes, membros da média</p><p>burguesia – grupo muito atuante na Revolução (como descreve Victor Hugo em Os Miseráveis);</p><p>• o homem de cartola e uma arma maior representa a alta burguesia. Ele está à frente do</p><p>resto do povo;</p><p>• Atrás do homem de cartola está um homem de macacão e boina e com uma facão na mão</p><p>e um revólver na cintura. Ele pode representar a classe trabalhadora;</p><p>• Figura intrigante á aquela que está ajoelhada aos pés da liberdade com um lenço na cabeça,</p><p>trajes muito simples e sem qualquer arma na mão. Pode representar as classes mais pobres da</p><p>sociedade francesa, sem trabalho, completamente vulnerável</p><p>Com isso, vamos para as alternativas:</p><p>a) Correta. Os ideais de liberdade, igualdade e fraternidade, dos quais resultou a Revolução</p><p>Francesa, possuíram uma força ideológica capaz de mobilizar os estratos sociais populares, as</p><p>“classes subalternas”, no sentido de lutarem por direitos e igualdade jurídica.</p><p>b) Incorreta. Foi uma luta contra a monarquia.</p><p>c) Incorreta. A luta pelo direito de voto das mulheres e o combate ao trabalho infantil foram</p><p>essencialmente travados com o desenvolvimento da sociedade industrial capitalista.</p><p>d) Incorreta. A Revolução Francesa foi burguesa. Além disso, é uma obra de representação, não</p><p>de crítica.</p><p>e) Incorreta. O espírito da tela não é a exaltação das armas e da violência, mas sim da necessidade</p><p>de se lutar conjuntamente (homens, mulheres e jovens) para ampliarem seus espaços de liberdade.</p><p>Gabarito: A</p><p>(UEL – 2001)</p><p>A respeito da revolução de 1848 na Europa, é correto afirmar:</p><p>a) Restringiu-se a Paris e às pequenas cidades periféricas.</p><p>b) Contou com uma reduzida participação do proletariado.</p><p>c) Caracterizou-se pela disputa entre liberais, nacionalistas e socialistas.</p><p>d) Foi marcada pelo radicalismo dos camponeses republicanos.</p><p>e) Nela, os revolucionários defendiam a continuidade da monarquia e de Luiz Filipe à frente</p><p>do Governo.</p><p>Comentários:</p><p>Em 1848, uma série de revoluções ocorreram na Europa. Esse movimento ficou conhecido como</p><p>“Primavera dos Povos”.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 10 – História Contemporânea II</p><p>127</p><p>165</p><p>AULA 10: História Contemporânea II</p><p>Com o fim da era napoleônica, as monarquias europeias se reuniram com o objetivo de conter as</p><p>propostas de transformação disseminadas pela Revolução Francesa. Assim, organizaram o</p><p>Congresso de Viena em 1814; nesse encontro foi formada a Santa Aliança. Segundo tal acordo,</p><p>diversos monarcas se comprometiam a auxiliar militarmente toda monarquia que tivesse sua</p><p>autoridade ameaçada. Mas isso não foi suficiente, após uma crise econômica suscitadas pelas más</p><p>condições de vida em consequência das colheitas precárias, do aumento dos preços e fechamento</p><p>de fábricas, as várias novas correntes políticas que surgiam em toda a Europa se mostraram</p><p>decididas a dar fim ao regime monárquico. Devemos lembrar que o contexto político europeu,</p><p>nesse momento, se via tomado não só pelas propostas liberais com origem na experiência</p><p>francesa, mas também contou com a ascensão das tendências nacionalistas e socialistas (1848 é o</p><p>ano em Marx e Engels lançam o Manifesto Comunista). Nesse sentido, os revoltosos tinham</p><p>projetos políticos divergentes entre si, o que causou uma disputa entre liberais, nacionalistas e</p><p>socialistas. Assim, a alternativa correta é letra c).</p><p>A a) está errada pois as revoluções ocorreram por toda a Europa. Como vimos, os</p><p>proletários tiveram participação ativa nesses movimentos, de maneira que a b) está incorreta. O</p><p>problema da c) é que a Primavera dos Povos foi marcada pela disputa entre diferentes projetos</p><p>políticos. Por fim, vimos que os revoltosos queriam justamente o fim da monarquia, assim, a d)</p><p>não está certa.</p><p>Gabarito: C</p><p>(UNCISAL – 2008)</p><p>A Europa do século XIX assistiu a um cenário marcado por grandes embates políticos e</p><p>ideológicos de movimentos que almejavam a transformação da realidade social. Analise as</p><p>idéias a seguir, procurando identificar as correntes que as defendiam.</p><p>I. Lutavam por uma sociedade sem Estado e descartavam a idéia da formação de um</p><p>partido político operário para organizar a sociedade igualitária que idealizavam.</p><p>II. Defendiam uma ação política do movimento operário com vistas à conquista do poder</p><p>político, como estratégia para a construção de uma sociedade igualitária.</p><p>III. Acreditavam numa evolução lenta e gradual da sociedade capitalista em direção à</p><p>socialista, por meio da participação política dos operários nos parlamentos.</p><p>IV. Assumiam um posicionamento nacionalista e reiteravam a necessidade de os</p><p>trabalhadores buscarem métodos de ação visando reformar o sistema capitalista.</p><p>Os anarquistas e os comunistas lutaram em defesa dos ideais presentes, respectivamente,</p><p>nos itens</p><p>a) I e II.</p><p>b) I e III.</p><p>c) II e III.</p><p>d) II e IV.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 10 – História Contemporânea II</p><p>128</p><p>165</p><p>AULA 10: História Contemporânea II</p><p>e) III e IV.</p><p>Comentários:</p><p>Conforme vimos na aula, o desenvolvimento do capitalismo e as lutas políticas do ano de</p><p>1848 na Europa marcaram a ruptura entre os projetos políticos da burguesia e dos trabalhadores.</p><p>Nesse processo histórico, surgiram novas ideias e novas formas de pensar a organização da</p><p>sociedade. Muitas delas eram, inclusive, críticas ao capitalismo. A questão nos pede para</p><p>identificar quais ideias se associam ao anarquismo e ao comunismo. Vamos relembrar o que</p><p>defende cada uma dessas ideologias:</p><p>• Anarquismo: compreende que o problema do capitalismo é a exploração dos</p><p>trabalhadores e a existência da propriedade privada. Contudo, o centro do problema para os</p><p>anarquistas é o do poder. O poder gera a autoridade ou o autoritarismo. Assim todo o sistema é</p><p>gerador de pequenas autoridades que se reproduzem como se fosse um ciclo de violência e</p><p>autoritarismo. Nesse sentido, o anarquismo desenvolve uma teoria contra todo tipo de hierarquia</p><p>e autoridade, qualquer que seja ela, inclusive o próprio Estado.</p><p>• Comunismo: Trata-se de um conjunto de ideias destinadas a explicar os mecanismos</p><p>de exploração do sistema capitalista e descobrir, portanto, a origem dessa exploração para, assim</p><p>superar as desigualdades entre as classes sociais. Nessa teoria, a propriedade privada dos meios</p><p>de produção é considerada a origem das desigualdades e, portanto, da capacidade de dominação</p><p>de um homem sobre o outro. Os principais precursor dessa teoria foram Karl Marx e seu amigo,</p><p>o industrial Frederich Engels. Segundo o pensamento marxista, as desigualdades seriam</p><p>suprimidas no momento em que as classes subordinadas tomassem o controle do Estado.</p><p>Assim, sabemos que a proposição I faz referência ao anarquismo e a II ao comunismo. Portanto,</p><p>alternativa a) é a correta.</p><p>Gabarito: A</p><p>(UNCISAL 2016)</p><p>O trabalhador se torna tão mais pobre quanto mais riqueza produz, quanto mais a sua</p><p>produção aumenta em poder e extensão. O trabalhador se torna uma mercadoria tão mais</p><p>barata quanto mais mercadorias cria. Com a valorização do mundo das coisas aumenta em</p><p>proporção direta a desvalorização do mundo dos homens.</p><p>MARX, K. A Consciência revolucionária da História. 3. ed. São Paulo: Ática, 1989, p. 148.</p><p>Segundo Marx, as mudanças nas relações descritas no texto, devido ao sistema capitalista,</p><p>levaram à</p><p>A) alienação da perda do objeto e do produto.</p><p>B) apropriação das propriedades comunitárias.</p><p>C) exploração ampla e injusta da mão de obra.</p><p>D) superação da divisão social do proletariado.</p><p>E) contestação dos ganhos</p><p>erários da burguesia.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 10 – História Contemporânea II</p><p>129</p><p>165</p><p>AULA 10: História Contemporânea II</p><p>Comentários:</p><p>A concepção descrita por Marx, faz parte de uma série de preceitos que abrangem a corrente de</p><p>pensamento chamada comunismo. Ela tem como princípio a crítica ao capitalismo, à propriedade</p><p>privada e à desigualdade entre classes sociais distintas. As mudanças nas relações de produção</p><p>descritas no texto estão ligadas à Revolução Industrial e à especificação das funções produtivas,</p><p>criadas pelos patrões para que seus trabalhadores produzam mais, ao passo que perdem o</p><p>controle do processo completo na constituição dos produtos.</p><p>a) Correto. O trabalhador não tem mais conhecimento sobre toda a cadeia produtiva para a</p><p>constituição do produto. Com as especificações das funções, ele só sabe desempenhar as</p><p>operações nos quais seu patrão o colocou, provocando uma alienação do trabalho desenvolvido</p><p>e provocando uma desvalorização do serviço prestado.</p><p>b) Incorreto. Na sociedade capitalistas as propriedades são de particulares e não comunitárias.</p><p>c) Incorreto. A exploração não é ampla, e sim somente dos trabalhadores industriais.</p><p>d) Incorreto. A consolidação do capitalismo promoveu uma maior oposição e divisão do</p><p>proletariado em relação às classes dominantes.</p><p>e) Incorreto. Isso não tem relação com o texto acima.</p><p>Gabarito: A</p><p>(UNCISAL 2017)</p><p>A história de todas as sociedades até hoje existentes é a história das lutas de classes. Homem livre</p><p>e escravo, patrício e plebeu, senhor feudal e servo, mestre de corporação e companheiro, em</p><p>resumo, opressores e oprimidos, em constante oposição, têm vivido numa guerra ininterrupta, ora</p><p>franca, ora disfarçada; uma guerra que terminou sempre ou por uma transformação revolucionária</p><p>da sociedade inteira, ou pela destruição das duas classes em conflito. Nas mais remotas épocas</p><p>da história, verificamos, quase por toda parte, uma completa estruturação da sociedade em classes</p><p>distintas, uma múltipla gradação das posições sociais. [...] Entretanto, a nossa época [...]</p><p>caracteriza-se por ter simplificado os antagonismos de classe. A sociedade divide-se, cada vez</p><p>mais, em dois campos opostos, em duas grandes classes em confronto direto [...].</p><p>MARX, Karl; ENGELS, Friedrich. Manifesto comunista. São Paulo: Boitempo, 1998. p. 40-41.</p><p>As classes sociais de nossa época a que Marx e Engels referem-se são</p><p>A) os ricos e os pobres.</p><p>B) os políticos e o povo.</p><p>C) a burguesia e o proletariado.</p><p>D) a classe alta e a classe baixa.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 10 – História Contemporânea II</p><p>130</p><p>165</p><p>AULA 10: História Contemporânea II</p><p>E) os industriais e os dirigentes sindicais.</p><p>Comentários:</p><p>O texto faz parte de um escrito de dois pensadores europeus do século XIX chamados Karl Marx</p><p>e Frederich Engels. Os dois intelectuais fundamentaram o que conhecemos por socialismo</p><p>científico, ou comunismo. Entre suas principais ideias estão a crítica ao capitalismo com o objetivo</p><p>de superá-lo com base em um sistema em que não existem classes sociais e há uma igualdade</p><p>social. Essa teoria dialogou com os teóricos do socialismo utópico demonstrando os limites de</p><p>suas elaborações. Vale lembrar que o Comunismo é um conjunto de ideias destinadas a explicar</p><p>e alterar os mecanismos de exploração do sistema capitalista, desvendando, portanto, a origem</p><p>dessa exploração para, assim, superar as desigualdades entre as classes sociais. Nessa teoria, a</p><p>propriedade privada dos meios de produção é considerada a origem das desigualdades e,</p><p>portanto, da dominação de um homem sobre o outro. Ou melhor, de uma classe sobre a outra, já</p><p>que, a teoria se desprende do individualismo marcante do liberalismo e estabelece suas análises</p><p>a partir da ideia de classes sociais. Percebe-se pelo texto que o antagonismo entre as classes</p><p>sociais não é explicado como elemento moral ou ético, no sentido dos bons contra os maus. O</p><p>que diferencia as classes sociais é o fato de uns serem proprietários dos meios de produção e os</p><p>outros terem apenas o controle sobre sua força de trabalho. Isso geraria interesses distintos e</p><p>inconciliáveis, apesar de serem, contraditoriamente, dependentes.</p><p>Desse jeito as classes sociais, as quais Engels e Marx se referem, são:</p><p>a) Incorreto. As classes sociais marxistas não são separadas entre quem possuem dinheiro ou não,</p><p>e sim quem detêm os meios de produção e a força de trabalho na sociedade do século XIX.</p><p>b) Incorreto. O significado de “povo” surgiu durante as ondas nacionalistas que penetraram a</p><p>Europa durante o século XIX, porém ele não se designava como uma classe social. Ele está ligado</p><p>a uma ideia de nação e uma identidade local dos que se identificavam com seus territórios.</p><p>c) Correto. Em meio à consolidação do sistema capitalista e à expansão da Revolução Industrial</p><p>no Velho Continente, as massas trabalhadoras e operarias passaram a ser chamadas de</p><p>Proletariado. Enquanto isso, seus patrões eram formados pela Burguesia. Vale ressaltar que</p><p>diferentemente das Revoluções dos séculos anteriores, no século XIX, as camadas burguesas</p><p>passam a ser tornar conservadoras à medida que assumiam o poder. Assim, eles passam a entrar</p><p>em choque com os interesses dos trabalhadores, formando a luta de classes em que Marx afirma</p><p>existir no Manifesto Comunista lido acima.</p><p>d) Incorreto. Essa divisão entre Alta e Baixa no período retratado no enunciado pertencia a mesma</p><p>classe, a Burguesia. Não a duas classes antagônicas como falado no excerto.</p><p>e) Incorreto. Industriais e dirigentes sindicais não eram classes, e muitas vezes seus representantes</p><p>não tinham posicionamento antagônico uma vez que os dirigentes sindicais surgem a partir de</p><p>trabalhadores industriais.</p><p>Gabarito: C</p><p>(Ufsc 2020)</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 10 – História Contemporânea II</p><p>131</p><p>165</p><p>AULA 10: História Contemporânea II</p><p>Texto 1</p><p>“Nesse contexto, entendo que ‘barbárie’ signifique duas coisas. Primeiro, ruptura de regras</p><p>e comportamento moral pelos quais todas as sociedades controlam as relações entre seus</p><p>membros e, em menor extensão, entre seus membros e os de outras sociedades. Em</p><p>segundo lugar, ou seja, mais especificamente, a reversão do que poderíamos chamar de</p><p>projeto do Iluminismo do século XVIII, a saber, o estabelecimento de um sistema universal</p><p>de tais regras e normas de comportamento moral, corporificado nas instituições dos Estados</p><p>e dedicado ao progresso racional da humanidade: à Vida, Liberdade e Busca da Felicidade,</p><p>à Igualdade, Liberdade e Fraternidade ou seja lá o que for. [...] Entretanto, o que torna as</p><p>coisas piores, o que sem dúvida as tornará piores no futuro, é o constante desmantelamento</p><p>das defesas que a civilização do Iluminismo havia erigido contra a barbárie, e que tentei</p><p>esboçar nesta palestra. O pior é que passamos a nos habituar ao desumano. Aprendemos a</p><p>tolerar o intolerável”.</p><p>HOBSBAWM, Eric. Barbárie: manual do usuário. In: HOBSBAWM, Eric. Sobre história. São</p><p>Paulo: Companhia das Letras, 1998. p. 268, 269, 279.</p><p>Texto 2</p><p>“[...] desenvolvemos um conjunto de quatro sinais de alerta que podem nos ajudar a</p><p>reconhecer um autoritário. Nós devemos nos preocupar quando políticos: 1) rejeitam, em</p><p>palavras ou em ações, as regras democráticas do jogo; 2) negam a legitimidade de</p><p>oponentes; 3) toleram e encorajam a violência; e 4) dão indicações de disposição para</p><p>restringir liberdades civis de oponentes, inclusive a mídia”.</p><p>LEVITSKY, Steven; ZIBLATT, Daniel. Como as democracias morrem. Rio de Janeiro: Jorge</p><p>Zahar, 2018. p. 32.</p><p>Com base nos textos acima e nos conhecimentos de História, é correto afirmar que:</p><p>01. de acordo com o Texto 1, os filósofos iluministas padeciam de contradições; criticavam</p><p>aqueles que se opunham às monarquias absolutistas e defendiam restrições às liberdades</p><p>individuais, entretanto alardeavam que suas ideias eram inéditas e iluminadas.</p><p>e mais países assinassem o Decreto de</p><p>Berlim para isolar completamente a Inglaterra.</p><p>Como a França já havia dominado boa parte do Continente, não encontrou muita</p><p>resistência para conseguir adeptos. Mas Portugal e Rússia ainda estavam resistentes. Rússia entrou</p><p>depois de perder militarmente a Guerra, em 1807.</p><p>Em relação a Portugal é muito interessante a história. O Rei Dom João VI tentou estabelecer</p><p>uma política de postergação. Seu corpo diplomático tentou negociar uma data para a assinatura</p><p>do acordo e sua adesão ao Bloqueio Continental. E sucessivamente foi postergando isso. Até que</p><p>a França deu um ultimato em Portugal.</p><p>Em 1808, a França</p><p>negociou com a Espanha</p><p>entrar nos seu território para</p><p>chegar a Portugal e invadi-lo.</p><p>Enquanto isso, Portugal</p><p>negociava com a Inglaterra</p><p>uma forma de sair do país e</p><p>embarcar com a corte e com</p><p>tudo o que pudesse em</p><p>direção à sua colônia na</p><p>América, o Brasil. Era um</p><p>jogo de gato e rato. E a Corte</p><p>Portuguesa conseguiu sair</p><p>escoltada pela Inglaterra</p><p>minutos antes da França</p><p>chegar no Porto. Dizem que</p><p>os franceses ainda conseguiram avistar a esquadra de Dom João VI no horizonte.</p><p>Depois dessa situação, a França ainda quebrou o acordo que tinha com a Espanha e acabou</p><p>por invadir seu território, depôs o rei e nomeou como governante o irmão de Napoleão, José</p><p>Bonaparte. Isso gerou um clima de insatisfação e revolta na população espanhola. Um sentimento</p><p>nacionalista tomou conta da sociedade e gerou grandes revoltas, financiadas pela Inglaterra,</p><p>inclusive.</p><p>Veja que o caso da Espanha é um exemplo do que ocorreu em vários lugares, pois se no</p><p>início da expansão francesa houve a disseminação dos ideais liberais que foram capazes de</p><p>Embarque da Família Real Portuguesa. Óleo sobre tela, autor desconhecido.</p><p>Museu Histórico e Diplomático do Itamaraty.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 10 – História Contemporânea II</p><p>13</p><p>165</p><p>AULA 10: História Contemporânea II</p><p>derrubar estruturas políticas absolutistas, em um dado momento, essa situação transformou-se em</p><p>exploração do povo para satisfazer a continuidade das guerras.</p><p>A situação de vida na Europa começou a piorar muito, sobretudo, porque o Bloqueio</p><p>Continental gerou um desequilíbrio na economia do Continente.</p><p>Articula comigo:</p><p>A Inglaterra exportava produtos industriais e manufaturas para diversos países da Europa. Estes</p><p>países acabavam vendendo aos ingleses seus produtos primários, afinal, a maioria dos países ainda</p><p>tinha economia majoritariamente rural. Mesmo que isso fosse mais benéfico para Inglaterra, ainda</p><p>assim, era um fator de equilíbrio.</p><p>Nesse esquema, quando substituímos a Inglaterra pela França, como era o objetivo desse</p><p>país, o sistema entra em completo desequilíbrio, pois a economia francesa ainda não tinha</p><p>capacidade de abastecer o mercado consumidor europeu de manufaturados. A indústria francesa</p><p>não era tão forte como a inglesa. E, ainda por cima, não importava muitos produtos primários</p><p>porque ela era uma forte produtora deles. Você consegue imaginar as consequências? De fato, o</p><p>Bloqueio só teria dado certo se a França estivesse no mesmo nível da Inglaterra, mas sabemos</p><p>que não foi assim...</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 10 – História Contemporânea II</p><p>14</p><p>165</p><p>AULA 10: História Contemporânea II</p><p>➢ A Guerra novamente</p><p>Para enfrentar a situação, alguns governos optaram por romper o Bloqueio como, por</p><p>exemplo, a Rússia o fez em dezembro de 1810. Para Rússia era muito complicado o Bloqueio</p><p>porque a Inglaterra era sua principal compradora de cereais. A situação no país eslavo ficou</p><p>insustentável e romper o bloqueio era a única saída. Mas a Rússia sabia que o imperador francês</p><p>não aceitaria tal desfeita sem uma retaliação à Napoleão! Por isso, preparou-se!</p><p>Em represaria a essa atitude, em 1812, Napoleão preparou um exército com 600 mil</p><p>homens e 180 mil cavalos. Essa é a famosíssima batalha em que os russos usaram a técnica da</p><p>terra arrasada. Essa técnica consistia em destruir tudo, até envenenar poços de água, antes da</p><p>chegada dos franceses. E por que deu tão certo? Já se perguntou? Afinal, isso não é novidade nas</p><p>guerras europeias!</p><p>O historiador Eric Hobsbawm nos explica que o exército francês não tinha um bom sistema</p><p>de abastecimento, por isso, precisava passar pelos campos das regiões invadidas. Assim, em</p><p>regiões ricas as vitórias eram fáceis. Nas empobrecidas ou arrasadas, como na Rússia, o exército</p><p>napoleônico ruiu!! Essa fraqueza levou à deserção, à morte por doenças básicas ou por fome,</p><p>exaustão e frio. O inverno russo também foi um aliado do Império czarista. Da Campanha da Rússia</p><p>voltaram cerca de 40 mil soldados.</p><p>O fracasso dessa Batalha gerou uma insatisfação interna enorme. O povo francês não queria</p><p>mais a expansão. Mas não significava que não queriam Napoleão, cuidado! Mas que a volta dos</p><p>40 mil esfarrapados pegou mal, isso sim pegou.</p><p>Nesse cenário, ocorreu a 6ª Coalisão contra França formada por Ingleses, Russos, Prussianos</p><p>e Austríacos, ou seja, as grandes Monarquias. Em 06 de abril de 1814 essa aliança invade Paris,</p><p>depõe Napoleão e o manda para a Ilha de Elba, no mar Mediterrâneo.</p><p>Nesse momento, se instala na Europa o chamado Congresso de Viena. Vamos nos</p><p>aprofundar nele na próxima seção da aula. Por hora, saiba que essa Conferência reuniu</p><p>representantes de diversas monarquias europeias que haviam sido derrotadas e</p><p>prejudicadas por Bonaparte, como a Rússia, a Áustria, a Prússia e a Inglaterra. Sua</p><p>primeira medida foi restaurar a monarquia da família Bourbon ao trono francês. Isso era</p><p>o sinal de que queriam a volta do Velho Mundo, do Antigo Regime tal como ele era antes de 1789.</p><p>Assim, o herdeiro do trono da França, irmão do rei Luís XVI, Luís XVIII assumiu o trono e foi</p><p>(re)coroado Rei da França! Mais um exemplo das idas e vindas que mencionei no início da aula.</p><p>Isso é História, caro e cara aluna.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 10 – História Contemporânea II</p><p>15</p><p>165</p><p>AULA 10: História Contemporânea II</p><p>(FUVEST 2011)</p><p>A cena retratada no quadro simboliza a</p><p>a) estupefação diante da destruição e da mortalidade causadas por um tipo de guerra que</p><p>começava a ser feita em escala até então inédita.</p><p>b) Razão, propalada por filósofos europeus do século XVIII, e seu triunfo universal sobre o</p><p>autoritarismo do Antigo Regime.</p><p>c) perseverança da fé católica em momentos de adversidade, como os trazidos pelo advento</p><p>das revoluções burguesas.</p><p>d) força do Estado nacional nascente, a impor sua disciplina civilizatória sobre populações</p><p>rústicas e despolitizadas.</p><p>e) defesa da indústria bélica, considerada força motriz do desenvolvimento econômico dos</p><p>Estados nacionais do século XIX.</p><p>Comentário</p><p>A famosa obra de Goya retrata o fuzilamento de populares em Madri, que resistiram à</p><p>ocupação francesa promovida por tropas napoleônicas. A invasão francesa foi responsável</p><p>por derrubar o absolutismo na Espanha, mesmo assim encontrou forte resistência popular</p><p>que se organizou e lutou pela libertação do país.</p><p>Gabarito: A</p><p>(UNESP 2011)</p><p>Artigo 5.º — O comércio de mercadorias inglesas é proibido, e qualquer</p><p>mercadoria pertencente à Inglaterra, ou proveniente de suas fábricas e de suas</p><p>colônias é declarada boa presa. (...)</p><p>Artigo 7.º — Nenhuma embarcação vinda diretamente da Inglaterra ou das</p><p>colônias inglesas, ou lá tendo estado, desde a publicação do presente decreto, será recebida</p><p>em porto algum.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 10 – História Contemporânea II</p><p>16</p><p>165</p><p>AULA 10: História Contemporânea II</p><p>Artigo 8.º — Qualquer embarcação que, por meio de uma declaração, transgredir a</p><p>disposição acima, será apresada e o navio e sua carga serão confiscados como se fossem</p><p>propriedade inglesa.</p><p>(Excerto do Bloqueio Continental, Napoleão Bonaparte. Citado por Kátia M. de Queirós</p><p>Mattoso. Textos e documentos para o estudo</p><p>02. os Textos 1 e 2 concordam ao afirmar que os conceitos de igualdade e de democracia</p><p>fortaleceram-se progressivamente até estarem plenamente consolidados nos dias atuais.</p><p>04. o uso do Estado para perseguir opositores e censurar opiniões divergentes é</p><p>característico da França pré-revolucionária; após a Revolução Francesa, os políticos dos</p><p>países ocidentais não mais adotaram comportamentos como os descritos no Texto 2.</p><p>08. tanto o autor do Texto 1 quanto os autores do Texto 2 demonstram preocupação com o</p><p>avanço de práticas autoritárias nas democracias modernas, colocando em risco alguns</p><p>postulados da democracia.</p><p>16. inspirada por ideais iluministas, a Revolução Francesa teve fases e projetos políticos</p><p>distintos: durante a República Jacobina, houve ações voltadas aos interesses das classes</p><p>populares, como facilitar a aquisição de terras para o pequeno produtor e tabelar gêneros</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 10 – História Contemporânea II</p><p>132</p><p>165</p><p>AULA 10: História Contemporânea II</p><p>de primeira necessidade, já a “Reação Termidoriana” foi marcada pela aliança entre a alta</p><p>burguesia francesa e o exército de modo a impedir tanto o retorno dos jacobinos quanto o</p><p>do Antigo Regime.</p><p>32. o Congresso de Viena, de 1815, buscava restaurar o poder das dinastias após a derrota</p><p>de Napoleão e suplantar as ideias liberais engendradas pela Revolução Francesa.</p><p>64. os autores do Texto 2, ao descreverem as características de um político autoritário,</p><p>referem-se a Napoleão Bonaparte, conhecido como o primeiro imperador populista da</p><p>Europa.</p><p>Comentários</p><p>Essa é uma boa questão para revisarmos os conteúdos das aulas 08, 09 e 10. Mas vamos por</p><p>partes. Em primeiro lugar, vamos identificar os elementos que podem nos ajudar a interpretar a</p><p>questão. O tempo não está muito bem definido no enunciado. Apenas um dos textos cita o século</p><p>XVIII, momento de propagação das ideias iluministas e consolidação de novos pactos sociais que</p><p>criaram uma nova concepção de civilização em contraposição a uma ideia de barbárie. Mas ao ver</p><p>as alternativas, vemos que são abordados acontecimentos desde o século XVIII até 1815,</p><p>aproximadamente. Portanto, podemos considerar que este é o espaço de tempo que temos que</p><p>considerar aqui. O espaço seria a Europa. Em um tempo e espaço tão amplos, podemos definir o</p><p>tema como as tensões entre o liberalismo e o absolutismo.</p><p>Apesar do iluminismo ter dado espaço par a elaboração do liberalismo como crítica ao absolutismo</p><p>essas duas coisas não eram inconciliáveis. Lembre-se que em alguns países, tivemos o despotismo</p><p>esclarecido, sob o qual reis absolutistas se apropriavam de ideias iluministas e liberais para</p><p>aprimorar o funcionamento do Estado e/ou diminuir a influência da Igreja no governo. Além disso,</p><p>o pensamento iluminista gerou transformações nos hábitos mais cotidianos, sobretudo da vida da</p><p>burguesia e da nobreza. As leituras de debates públicos se popularizaram, as normas de ética, as</p><p>artes e a ciência eram cada vez mais valorizadas. Outro exemplo é a crescente legitimidade da</p><p>justiça institucional para a resolução dos conflitos entre súditos ou cidadãos. Além disso,</p><p>gradativamente a execução das penas deixava de ser realizada em espaços públicos para ter lugar</p><p>nas cadeias muradas. O filósofo e historiador Michel Foucault, em seu livro Vigiar e Punir, descreve</p><p>esse processo ocorrido durante o século XVIII na França e sua relação com a propagação dos</p><p>ideais iluministas e liberais. Tudo isso contribuiu para a definição de certas características de</p><p>conferiam o status de civilização a determinadas pessoas, povos e países. É a ruptura com essas</p><p>características, ou valores, propagados pelo iluminismo, que o autor do Texto I chama de</p><p>“barbárie”. O Texto II, por sua vez, é mais genérico e ressalta elementos no comportamento de</p><p>certos políticos que denunciam seu caráter autoritário. Quando interpretado em relação ao Texto</p><p>I, podemos intuir que tais elementos se enquadram no que foi definido como “barbárie”, pois</p><p>seriam sinais da ruptura com a democracia liberal proposta pelos iluministas.</p><p>Esses dois textos foram escritos no século XX e estão tentando compreender o surgimento e</p><p>popularização do fascismo como filosofia política, a qual ganhou espaço em muitos governos ao</p><p>longo desse século, como na Itália, Alemanha e mesmo no Brasil, nos anos 1930. Basicamente, o</p><p>fascismo é uma ruptura com o ideal iluminista e liberal ao mesmo tempo que combate as ideias</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 10 – História Contemporânea II</p><p>133</p><p>165</p><p>AULA 10: História Contemporânea II</p><p>socialistas e anarquistas. Veremos mais sobre isso nas próximas aulas. O que interessa para nós</p><p>agora é que essa ruptura também ocorreu ao longo do século XIX, período no qual muitas</p><p>revoluções liberais, socialistas e anarquistas ocorreram pela Europa e foram combatidas por</p><p>aqueles que tentavam restaurar o Antigo Regime. Durante esse século, liberais também acabaram</p><p>rivalizando com socialistas e anarquistas ao passo que duas divergências ficavam mais explícitas</p><p>quando os restauracionistas eram derrotados. Com esse contexto em mente, vamos analisar as</p><p>alternativas para identificar aquelas que são corretas:</p><p>01. Incorreto. Essa afirmação contradiz completamente o Texto I e o que expliquei no</p><p>comentário. De fato, os iluministas tinham muitas contradições. Alguns defendiam o</p><p>republicanismo, outros a monarquia parlamentarista. Havia aqueles que criticavam a propriedade</p><p>privada, outros que a defendiam. Porém, eles concordavam na crítica ao absolutismo e à Igreja,</p><p>assim como na defesa das liberdades individuais.</p><p>02. Incorreto. Nenhum dos textos afirma isso. Na verdade, ambos expressam a preocupação e</p><p>a tentativa de entender como a igualdade e a democracia sofreram vários abalos mesmo depois</p><p>de tantos movimentos intelectuais e revolucionários pelos quais passou o continente europeu.</p><p>04. Incorreto. A censura e a perseguição a opositores continuou sendo uma prática comum na</p><p>Europa, inclusive entre os governos revolucionários na França. A República Jacobina, por exemplo,</p><p>promoveu o “Terror Vermelho”, uma grande perseguição e execução de seus adversários</p><p>políticos. O Diretório, o Consulado e o Império napoleônico, governos liderados pela alta</p><p>burguesia em aliança com o exército, também praticaram tais comportamentos. Em outros</p><p>lugares, como na Prússia, Áustria e Rússia onde o absolutismo ainda tinha muita força, censura,</p><p>perseguições e assassinatos políticos também era práticas corriqueiras do Estado ao longo de</p><p>todo o século XIX.</p><p>08. Correto! Como disse no comentário, esses textos foram escritos após as experiências</p><p>nazifascistas do século XX. Nesse momento, percebeu-se a fragilidade das democracias ocidentais</p><p>e se iniciou um esforço entre os intelectuais para compreender como isso era possível após todas</p><p>as transformações causadas pelo iluminismo e pelas revoluções que ocorriam desde o fim do</p><p>século XVIII.</p><p>16. Correto! De fato, a Revolução Francesa foi muito influenciada pelos ideais iluministas.</p><p>Contudo, o primeiro governo revolucionário decidiu por instaurar uma monarquia constitucional,</p><p>aos moldes ingleses. Porém, isso não agradou muita gente para além da alta burguesia e em 1792</p><p>os setores mais populares dos revolucionários tomaram o poder e deram início a primeira</p><p>república francesa (1792-1795). A República Jacobina teve lugar entre 1793 e 1794, quando o</p><p>governo foi liderado por Maximilien Robespierre e pelo Clube Jacobino. Esse grupo era composto</p><p>por pequenos comerciantes, profissionais liberais e trabalhadores. Eles reivindicavam uma</p><p>democracia mais ampla e maior justiça social. Contudo, foram extremamente autoritários com seus</p><p>opositores políticos e promoveram o “Terror Vermelho”, momento em que perseguiram e</p><p>executaram muitas pessoas que faziam qualquer crítica à revolução. Esse governo foi derrubado</p><p>em 1795 e os girondinos voltaram a assumir a liderança política da nação, episódio que</p><p>ficou</p><p>conhecido como Reação Termidoriana. Eles instauraram o Diretório que durou até 1799. O novo</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 10 – História Contemporânea II</p><p>134</p><p>165</p><p>AULA 10: História Contemporânea II</p><p>governo revogou várias medidas aplicadas pelos jacobinos, como a restauração do voto censitário.</p><p>Consequentemente, a participação política nas instituições ficou mais restrita novamente.</p><p>32. Correto! O governo do Diretório não conseguiu estabilizar a situação política e econômica</p><p>da França. Por isso, o descontentamento popular tomou as ruas. O governo girondino, então,</p><p>aplicou a velha estratégia da censura e da perseguição política, regada de execuções públicas,</p><p>momento que ficou conhecido como “Terror Branco”. Contudo, isso não intimidou a população</p><p>que cobrava o retorno da Constituição de 1793, promulgada pela primeira república francesa. A</p><p>saída encontrada por um setor dos girondinos foi se aliar ao exército para dar um golpe em seu</p><p>próprio governo, que ficou conhecido como Golpe do 18 Brumário. A aliança com o exército era</p><p>estratégica, pois a corporação gozava de grande prestígio popular devido a sua atuação nas</p><p>batalhas para defender a França revolucionária dos ataques das monarquias absolutistas vizinhas</p><p>que temiam que a revolução se expandisse para seus territórios. Naquele momento, a figura mais</p><p>prestigiada em todas as classes sociais era o general Napoleão Bonaparte que se destacou</p><p>naquelas batalhas por sua coragem e liderança. Foi justamente ele que foi escolhido para compor</p><p>o novo governo chamado de Consulado. Este seria composto por três cônsules, cujo o primeiro</p><p>era Napoleão. Os objetivos não eram muito diferentes do Diretório: impedir o retorno do Antigo</p><p>Regime e dos jacobinos, mas também tinha a intenção estabilizar a situação política e econômica</p><p>da França e promover sua industrialização. Apesar de implantar várias reformas de caráter liberal,</p><p>Napoleão não extinguiu a nobreza, distribuiu títulos e cargos para seus familiares e aliados,</p><p>buscando concentrar cada vez mais poder em suas mãos. Assim, em 1804, proclamou-se</p><p>imperador e deu início a uma expansão territorial por meio da guerra, com o intuito de propagar</p><p>as ideias liberais e impor o monopólio francês sobre o comércio em todo o continente. Nesse</p><p>processo, vários países foram invadidos e diversas monarquias foram derrubadas. Napoleão só foi</p><p>derrotado em 1814 pelas forças conjuntas de Inglaterra, Rússia, Prússia e Áustria. Após a vitória,</p><p>essas nações e a antiga dinastia real francesa realizaram o Congresso de Viena, cujo objetivo era</p><p>restaurar todas as monarquias desde a Revolução Francesa e restaurar o Antigo Regime no</p><p>continente tal como era antes de 1789. Todavia, Napoleão ainda retornaria e conseguiria governar</p><p>a França por mais cem dias, quando as tropas das nações adversárias o derrotaram novamente e</p><p>puderam dar continuidade ao plano de restauração.</p><p>64. Incorreto. A descrição do Texto II poderia se encaixar à Napoleão. No entanto, ele não foi</p><p>populista, pois o populismo é uma tradição política que surgiu apenas no século XX, mais</p><p>especificamente em países da América Latina, como no governo de Getúlio Vargas (Brasil), Juan</p><p>Domingo Péron (Argentina), Lázaro Cárdenas (México) e Salvador Allende (Chile). Portanto, seria</p><p>um anacronismo classificar Napoleão como um imperador populista.</p><p>Gabarito: 08 + 16 + 32 = 56.</p><p>(Ufsc 2018)</p><p>As revoluções liberais do século XIX</p><p>“No começo do século XIX, a burguesia europeia adotava uma posição política mais</p><p>reformista do que revolucionária. A população pobre, por sua vez, ansiava por</p><p>transformações mais radicais.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 10 – História Contemporânea II</p><p>135</p><p>165</p><p>AULA 10: História Contemporânea II</p><p>Para manter sua hegemonia política, a burguesia buscou influenciar os movimentos sociais</p><p>da época, procurando impor valores liberais, como a igualdade perante a lei, o direto à</p><p>propriedade e a liberdade individual. Desse modo, as revoluções da primeira metade do</p><p>século XIX ficaram conhecidas como revoluções liberais, por terem sido conduzidas pela</p><p>burguesia com base na ideologia liberal”.</p><p>PELLEGRINI, Marco César; DIAS, Adriana Machado; GRINBERG, Keila. #Contato História. 2º</p><p>ano. 1. ed. São Paulo: Quinteto Editorial, 2016, p. 221.</p><p>A respeito das revoluções liberais e dos cenários político, social e econômico da Europa ao</p><p>longo do século XIX, é correto afirmar que:</p><p>01. liderado por Napoleão Bonaparte, o Congresso de Viena, ocorrido em 1815, reuniu</p><p>lideranças das potências europeias com o objetivo de fortalecer os princípios liberais</p><p>burgueses.</p><p>02. em um período conhecido como Primavera dos Povos (1848), intensos movimentos</p><p>revolucionários eclodiram em várias cidades da Europa, com grande participação das massas</p><p>populares, gerando mudanças no perfil político do continente.</p><p>04. o nacionalismo foi um dos elementos aglutinadores de forças durante o século XIX,</p><p>contribuindo decisivamente para as unificações nacionais e o surgimento de novos Estados.</p><p>08. a intensa participação política da burguesia, com o apoio das camadas mais populares, e</p><p>a adoção de ideias liberais foram decisivas para a consolidação do processo de</p><p>industrialização da Rússia ainda no início do século XIX.</p><p>16. na França, as revoluções liberais do século XIX proporcionaram o acirramento das</p><p>rivalidades entre diversos setores da sociedade e resultaram na proclamação da segunda e</p><p>da terceira repúblicas.</p><p>32. no início do século XIX, a expansão do processo de industrialização em diversos países</p><p>europeus resultou na criação de uma organização de defesa das ideias liberais burguesas, a</p><p>Santa Aliança.</p><p>64. ao mesmo tempo que as ideias liberais burguesas consolidavam-se junto ao crescente</p><p>processo de industrialização, a causa operária tornava-se tema de estudo de diversos</p><p>intelectuais, dedicados à defesa do anarquismo e do socialismo.</p><p>Comentários</p><p>Antes de tudo, vamos identificar os três elementos básicos que podem ajudar na interpretação da</p><p>questão! O tempo é a primeira metade do século XIX. O espaço é a Europa. O tema são as</p><p>revoluções liberais entre 1830 e 1848. Lembre-se que estudamos que nesse período o continente</p><p>europeu passava por muitas turbulências. Desde a Revolução Francesa, na última década do</p><p>século XVIII, diversos levantes se espalharam pelos países europeus com o objetivo de combater</p><p>o absolutismo reinante no continente. Com a coroação de Napoleão Bonaparte como imperador</p><p>da França um novo ciclo de guerras e conflitos armados se iniciou. O Império francês iniciou um</p><p>movimento de expansão por meio da guerra, com dois objetivos: propagar as ideias liberais e</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 10 – História Contemporânea II</p><p>136</p><p>165</p><p>AULA 10: História Contemporânea II</p><p>estabelecer o monopólio francês sobre o comércio europeu. Em 1814, as tropas da coalização</p><p>formada por Inglaterra, Prússia, Rússia, Áustria e pela família real francesa (os Bourbon) e seus</p><p>apoiadores derrotaram o exército napoleônico e restauraram a monarquia na França. Napoleão</p><p>ainda conseguiria retornar e governar a França por mais 100 dias, mas novamente foi derrotado</p><p>em 1815. Nesse meio tempo, as nações em coalizão realizaram o Congresso de Viena cujo objetivo</p><p>era firmarem acordos para restaurar todas as monarquias que caíram desde o início da Revolução</p><p>Francesa, ou seja, restaurar o Antigo Regime tal como era antes de 1789. Inicialmente, o plano</p><p>deu certo. Na França, Luís XVIII foi coroado rei. Contudo, seu sucessor, Carlos X intensificou a</p><p>implementação de políticas absolutistas e despertou novamente o descontentamento popular,</p><p>inclusive da alta burguesia. Assim, uma nova revolução ocorreu na França em 1830, que repercutiu</p><p>em outros países e por isso ficou conhecida como primeira Onda Liberal. Nesse episódio, a</p><p>dinastia Bourbon foi novamente destituída e foi colocado em seu lugar um rei burguês, Luís Filipe</p><p>de Orleans. Ele conseguiu</p><p>governar até 1848, porém ao longo desses dezoito anos ficou evidente</p><p>para os demais setores da sociedade francesa que ajudaram a derrubar novamente os Bourbon</p><p>que aquele governo não contemplava seus interesses, apenas os da alta burguesia. Então, naquele</p><p>ano mais uma revolução teve lugar para derrubar a monarquia burguesa.</p><p>Todavia, a descrição do texto exposto na questão enfoca mais a situação dos movimentos liberais</p><p>de 1830, nos quais a alta burguesia teve um papel liderança maior. O caráter reformista da</p><p>burguesia fica evidente quando, ao derrubar pela segunda vez a dinastia Bourbon, é coroado um</p><p>rei burguês ao invés de substituir a monarquia como regime político. Agora, repare que temos</p><p>que assinalar a alternativa correta com base nesse contexto. Então, vejamos:</p><p>01. Incorreto. Na verdade, o Congresso de Viena foi criado justamente para combater os</p><p>valores liberais burgueses e reverter a situação criada pela Revolução Francesa e mais tarde por</p><p>Napoleão. Ou seja, o objetivo principal era restaurar as monarquias derrubadas ao longo desde</p><p>1789 e restaurar o Antigo Regime na Europa. Participaram do congresso Inglaterra, Rússia, Prússia,</p><p>Áustria e monarquistas franceses, especialmente a antiga família real, os Bourbon.</p><p>02. Correto! Como falei no comentário, os dezoito anos do reinado de Orleans explicitaram</p><p>que a burguesia francesa não atenderia os interesses da maioria da população que ajudou a</p><p>derrubar os Bourbon. A população queria mudanças que radicalizassem a democracia. A situação</p><p>precária das condições de vida e trabalho dos operários e camponeses proporcionada pelas</p><p>transformações da Revolução Industrial se somaram às insatisfações populares. Assim, ficava nítido</p><p>que os interesses dos trabalhadores não poderiam ser conciliados com os da burguesia. Os limites</p><p>do liberalismo chamavam mais atenção à medida que os novos governos liberais não solucionavam</p><p>as crises sociais e políticas, abrindo oportunidade para que novas teorias sociais fossem elaboradas</p><p>como o socialismo e o anarquismo.</p><p>04. Correta! Aos ideais liberais se conjugaram os nacionalistas, ideologia que crescia e dava outros</p><p>contornos ao movimento político liberal contra o absolutismo. O nacionalismo é um movimento</p><p>baseado, de modo geral, na noção de povo. Um povo que pertence a uma territorialidade.</p><p>Nacionalidade e identidade se relacionam, pois, a identidade se dá por meio dos aspectos étnicos,</p><p>linguísticos, culturais e históricos. Com as invasões napoleônicas, as áreas ocupadas, como partes</p><p>da atual Itália e Alemanha, tiveram movimentos locais que reagiam contra a invasão estrangeira.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 10 – História Contemporânea II</p><p>137</p><p>165</p><p>AULA 10: História Contemporânea II</p><p>Com isso, surgiu uma outra forma de exaltação da nação: a resistência contra os invasores. Em</p><p>outras palavras, a identidade nacional também criava oposições mais visíveis. Mas atenção!</p><p>Nacionalismo não se confunde com patriotismo. O nacionalismo compreende a noção liberal de</p><p>autodeterminação do povo, ou seja, o direito de os povos escolherem quem irá governar a nação.</p><p>O indivíduo é o centro e a nação é a expressão coletiva, territorial e jurídica dos direitos civis e</p><p>políticos. Já o patriotismo é expressão cunhada por grupos conservadores, sobretudo no século</p><p>XX, para uma nova forma de sobreposição do Estado ao indivíduo. Mussolini e o fascismo italiano</p><p>foram expressão desse patriotismo clássico, por isso a frase dele: “Nada sem o estado, nada contra</p><p>o estado e nada fora do Estado”. Assim, no século XIX, o nacionalismo foi expresso pelos seguintes</p><p>ideais: 1) Independência Nacional, isto é, o direito de todos os povos de lutar por sua</p><p>independência como nação; 2) Autodeterminação, ou seja, o direito dos povos de escolher por si</p><p>mesmos os sistemas políticos, forma de governo dentro de um território unificado. Ou seja, é onde</p><p>se concretizam os direitos civis e políticos de cada cidadão.</p><p>08. Incorreto. A Rússia não se industrializou durante o século XIX. Lá, a burguesia não era tão</p><p>numerosa, nem desenvolvida. Era um dos poucos lugres onde o Antigo Regime ainda estava</p><p>praticamente intacto sob o absolutismo czarista apoiado pela nobreza feudal. Portanto, a Rússia</p><p>continuou sendo um país predominantemente agrário e as relações de trabalho se davam por</p><p>meio da servidão até o final desse século.</p><p>16. Correto! Está de acordo com o que falei no comentário e na explicação da alternativa “02”.</p><p>Conforme os burgueses assumiram o governo francês, após 1830, ficou cada vez mais evidente</p><p>que eles não pretendiam atender as reivindicações dos demais setores que auxiliaram na</p><p>derrubada da dinastia Bourbon naquele ano. Assim, começava a se consolidar a luta de classes</p><p>entre burguesia e trabalhadores na França, que gerou uma nova revolução em 1848 que deu início</p><p>à Segunda República. Esta foi derrubada por meio de um golpe de Luís Napoleão Bonaparte, em</p><p>1851. No ano seguinte, ele se proclamou imperador sob o nome de Napoleão III. Seu governo</p><p>novamente favoreceu a alta burguesia, além de ser bastante autoritário contra os opositores</p><p>políticos. Contudo, em 1870, com a derrota francesa na Guerra Franco-Prussiana e a captura do</p><p>imperador pela Prússia, criou a necessidade de um governo provisório. Este negociou o armistício,</p><p>mas os termos não agradaram a maioria da população. A repercussão disso foi a instalação da</p><p>Comuna de Paris, um governo municipal composto por socialistas e anarquistas, em 1871. Com a</p><p>eleição desse ano, a terceira república foi consolidada, mas era liderada pelos conservadores e</p><p>em dois o governo central deu início a perseguição dos integrantes da Comuna, botando dando</p><p>fim a essa experiência socialista. No entanto, a república continuou sendo o regime de governo.</p><p>32. Incorreto. A Santa Aliança era o nome dado às tropas organizadas pelas nações</p><p>participantes do Congresso de Viena, ocorrido entre 1814 e 1815. Seu principal objetivo era</p><p>derrotar Napoleão Bonaparte e restaurar o Antigo Regime na Europa, tal qual era antes de 1789.</p><p>64. Correto! É como disse no comentário e nas explicações das alternativas “02” e “16”. À</p><p>medida que ficava nítido que os interesses burgueses baseados na ideologia liberal não atendiam</p><p>às demandas das demais classes sociais, principalmente dos trabalhadores, novas teorias sociais e</p><p>políticas começaram a tomar corpo. Entre elas, o socialismo e o anarquismo, os quais defendiam</p><p>a melhoria nas condições de vida e trabalho dos trabalhadores. Algumas correntes do socialismo,</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 10 – História Contemporânea II</p><p>138</p><p>165</p><p>AULA 10: História Contemporânea II</p><p>como o socialismo científico, e o anarquismo chegavam a defender o fim do capitalismo e da</p><p>propriedade privada.</p><p>Gabarito: 02 + 04 + 16 + 64 = 86.</p><p>(UFSC – 1997)</p><p>Após a Revolução, Napoleão Bonaparte tornou-se a figura mais importante da vida política</p><p>da França.</p><p>Sobre sua atuação no governo, é CORRETO assinalar:</p><p>01. Promoveu uma série de guerras, expandindo os domínios da França.</p><p>02. Impôs o idioma francês a todos os países conquistados.</p><p>04. Decidiu invadir Portugal, o que levou à fuga da Corte Portuguesa para o Brasil.</p><p>08. Conduziu suas tropas até a Rússia, culminando com a derrota da França.</p><p>16. Decretou o Bloqueio Continental, determinando que os países europeus fechassem seus</p><p>portos ao comércio inglês.</p><p>Comentários:</p><p>Em termos gerais, a Era Napoleônica é caracterizada por consolidar as conquistas liberais da</p><p>Revolução Francesa e por expandir seus ideais.</p><p>Como vimos na aula, na fase do Império, Napoleão travou uma série de guerras afim de expandir</p><p>o domínio francês na Europa. Após dominar cerca de 1/3 do território europeu, começaram as</p><p>reações ao expansionismo francês, lideradas pela Inglaterra. Isso porque os ingleses se sentiam</p><p>ameaçados (militarmente e economicamente) com a ideia da França se tornar uma potência.</p><p>Assim, a Inglaterra impulsionou a formação de Coligações Internacionais</p><p>contra a França. Diante</p><p>da impossibilidade de concorrer economicamente com a Inglaterra, visto que ela era a “fábrica do</p><p>mundo”, Napoleão decidiu que a melhor estratégia seria isolá-la. No seguinte trecho da aula</p><p>vemos o desenrolar dessa história:</p><p>“Em 1806, Napoleão decreta o Bloqueio Continental pelo qual os países aliados e sob pressão</p><p>da França deveriam fechar seus portos ao comércio com a Inglaterra. Assim, os diplomatas</p><p>franceses começam uma ofensiva para fazer com que mais e mais países assinassem o Decreto de</p><p>Berlim para isolar completamente a Inglaterra. ”</p><p>A lógica era simples: quem não respeitasse o bloqueio, seria invadido por tropas napoleônicas.</p><p>Tal medida gerou uma série de consequências, inclusive afetando a política brasileira. O Rei Dom</p><p>João VI de Portugal tentou estabelecer uma política de postergação. Seu corpo diplomático</p><p>tentou negociar uma data para a assinatura do acordo e sua adesão ao Bloqueio Continental. E</p><p>sucessivamente foi postergando isso. Até que a França deu um ultimato em Portugal. Nesse</p><p>momento, para não ser morto ou deposto, o Rei fugiu para o Brasil com sua corte, contando com</p><p>o apoio inglês.</p><p>Napoleão perdeu foça após sofrer derrotas consecutivas em território Russo. Nesse cenário,</p><p>ocorreu a 6ª Coalisão contra França formada por Ingleses, Russos, Prussianos e Austríacos, ou seja,</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 10 – História Contemporânea II</p><p>139</p><p>165</p><p>AULA 10: História Contemporânea II</p><p>as grandes Monarquias. Em 06 de abril de 1814 essa aliança invade Paris, depõe Napoleão e o</p><p>manda para a Ilha de Elba, no mar Mediterrâneo</p><p>Tendo tudo isso em mente, sabemos que as proposições 1, 4, 8 e 16 estão corretas. Apesar de</p><p>invadir os países, Napoleão não impôs o francês como língua oficial, portanto a 2 está errada.</p><p>Gabarito: 29</p><p>(Estratégia Vestibulares/2020/profe. Alê Lopes)</p><p>Ludwing Van Beethoven (1770-1827) é um dos maiores nomes da música mundial. Este ano,</p><p>completam-se 250 anos de seu nascimento. O compositor é contemporâneo de muitos</p><p>acontecimentos que sacudiram a Europa, como a Revolução Francesa, sendo influenciado</p><p>pelas ideias ali propagadas. Não por menos ele teria cunhado: Não há nada de mais belo do</p><p>que distribuir a felicidade por muitas pessoas. Algo muito próximo aos lemas da igualdade</p><p>e da fraternidade. Talvez, com a música, Beethoven tenha sido mais revolucionário do que</p><p>muitas lideranças de seu tempo. Apesar de seu entusiasmo com as transformações liberais,</p><p>ele decepcionou-se com Napoleão Bonaparte (1769-1821), para quem chegou a dedicar sua</p><p>Sinfonia n.º 3, quando o general ainda era admirado por Beethoven. Após sua decepção com</p><p>o líder francês ele teria dito: “Se soubesse tanto de estratégia como de música, causaria</p><p>sérios dissabores a Napoleão”.</p><p>Diante dessa breve trajetória das ideias esperançosas de Beethoven com a ascensão do</p><p>liberalismo, pode-se afirmar que o fato que o fez romper com Napoleão Bonaparte foi:</p><p>a) o processo de centralização do poder, culminado na auto coroação de Napoleão como</p><p>Imperador, tomando a coroa das mãos do Papa Pio VII em Notre Dame.</p><p>b) a proximidade de Napoleão com a reação conservadora durante a fase do Termidor da</p><p>Revolução Francesa.</p><p>c) Napoleão ter implantado o Código Napoleônico, em 1804, proibindo o ensino de música</p><p>clássica.</p><p>d) Napoleão ter se aproximado das bandeiras do nascente socialismo francês.</p><p>e) a preferência do Imperador pelas músicas de Wilhelm Richard Wagner, compositor inglês</p><p>que, mais adiante, será venerado pelo ditador Adolf Hitler.</p><p>Comentários</p><p>a) correto. Veja que, dentre as alternativas, é a única que contraria o espírito liberal dos</p><p>processos de transformações que sacudiram a Europa na virada do século XVIII para o XIX. A</p><p>cerimônia de sua coroação, no final de 1804, rompeu padrões. O gesto da autocoroação</p><p>demonstrou que nem mesmo a religião estava acima de seu poder imperial, ou seja, ele passou a</p><p>expressar o oposto do sentido liberal do curso dos acontecimentos até então.</p><p>b) falso, pois, nesta época, Napoleão liderava o exército francês, na condição de</p><p>Comandante, em campanhas no exterior. Ele se tornou Comandante em 1796 e ainda não tinha</p><p>reconhecimento para além das fronteiras. Além disso, neste momento, Napoleão não se</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 10 – História Contemporânea II</p><p>140</p><p>165</p><p>AULA 10: História Contemporânea II</p><p>aproximou da reação conservadora contra revolucionária. Lembre-se que, logo em seguida, em</p><p>1799, Napoleão se torna o primeiro-cônsul do governo do Consulado.</p><p>c) falso, porque o Código estabeleceu muitos elementos de igualdade: a igualdade dos</p><p>franceses perante a lei e o direito à propriedade o Estado laico. Isto é, são demandas no sentido</p><p>do movimento político liberal, condizente com o espírito de Beethoven. Não havia dispositivo</p><p>sobre música clássica no Código Napoleônico.</p><p>d) errado, porque Napoleão não se aproximou das ideias socialistas, o programa de</p><p>governo napoleônico transitou entre o liberal e o estatal conservador, quando se tornou</p><p>Imperador.</p><p>e) errado. Wilhelm Richard Wagner (1813-1883), maestro e compositor alemão, não poderia</p><p>ter caído no gosto de Napoleão, por uma questão temporal. Mas nem seria possível saber o</p><p>período da vida de Wagner, Alê!!! Compreendo queridos, mas a parte mais importante dessa</p><p>afirmação é que Hitler fez uso das óperas de Wagner a favor do nazismo, e isso é um conhecimento</p><p>que é passado quando estudamos nazismo. Agora, para considerar a alternativa incorreta mesmo,</p><p>bastava se questionar se seria possível Hitler venerar alguém que não fosse alemão.</p><p>Gabarito: A</p><p>(Estratégia Vestibulares/2020/profe. Alê Lopes)</p><p>As unificações da Itália e da Alemanha demonstram a concepção de nacionalidade capaz de</p><p>elaborar programas políticos que fundamentaram a ação de diferentes grupos com objetivos</p><p>de unificar territórios. Esses programas podem ser definidos como: “a necessidade para cada</p><p>povo de um Estado totalmente independente, homogêneo territorial e linguisticamente,</p><p>laico, provavelmente, parlamentar”. (HOBSBAWN, Eric. A Era do Capital. São Paulo: Ed. Paz</p><p>e Terra, 2013, p 147).</p><p>A passagem acima marca diferenças entre a formação da Itália e da Alemanha, por um lado,</p><p>e demais países europeus, por outro. Um dos pontos que sintetiza uma diferença presente</p><p>na Itália e na Alemanha pode ser sintetizado na seguinte elaboração:</p><p>a) sobreposição de práticas feudais.</p><p>b) atraso na formação do Estado-nação.</p><p>c) baixa capacidade de racionalização da administração do território.</p><p>d) atraso cultural.</p><p>e) capitalismo tardio.</p><p>Comentários</p><p>a) falso, pois a unificação desses países ocorreu no século XIX, ou seja, em um momento em</p><p>que as relações feudais já tinham sido superadas.</p><p>b) correto. Nessas duas regiões, embora os povos se considerassem culturalmente uma</p><p>nação, não ocorria um processo que lhes fizesse estabelecer um “estado-nação”. Por isso,</p><p>na primeira metade do século XIX, as regiões onde viviam povos italianos e germânicos não</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 10 – História Contemporânea II</p><p>141</p><p>165</p><p>AULA 10: História Contemporânea II</p><p>se constituíram como Estados-Nacionais. Por exemplo, o primeiro ministro do Império</p><p>Austríaco, Metternich, afirmava que a Itália não passava de uma “mera expressão</p><p>geográfica”. Isso justificou a dominação de grande parte do norte da Itália pelos austríacos.</p><p>c) errado, porque no caso da Alemanha, o Chanceler Otto von Bismark promoveu a ideia de</p><p>criar um espírito e sentimento de exaltação nacionalista por meio da industrialização e de</p><p>guerras com supostos inimigos estrangeiros. Para tanto, precisou aprimorar a racionalização</p><p>estatal. Não por menos, esse período da história alemã será fonte de inspiração do sociólogo</p><p>Max Weber.</p><p>d) errado, pois o texto do enunciado exalta características culturais dos povos regionais.</p><p>e) falso, pois na Alemanha Bismark tentou puxar o desenvolvimento capitalista.</p><p>Além disso,</p><p>essa é uma tese que não existe para esses países.</p><p>Gabarito: B</p><p>(Estratégia Vestibulares/2020/professora Alê Lopes)</p><p>É sabido que o século XIX contou com o surgimento de diversas teorias críticas ao</p><p>capitalismo, como a seguinte declaração: “Não e das leis humanas, mas da natureza, que</p><p>emana o direito de propriedade individual; a autoridade pública não pode, pois, aboli-lo; o</p><p>que ela pode é regular seu uso e conciliá-lo com o bem comum.” Este pensamento é</p><p>vinculado a qual das correntes:</p><p>a) comunismo.</p><p>b) anarquismo.</p><p>c) doutrina social da Igreja católica.</p><p>d) doutrina cooperativista liberal.</p><p>e) ética protestante.</p><p>Comentários</p><p>Para responder à questão, segue um trecho da aula da profe:</p><p>A doutrina social da Igreja se desenvolveu no contexto do final do século XIX, ou seja, no auge do</p><p>desenvolvimento capitalista, bem como no auge dos conflitos com a classe operária. Diante a</p><p>“questão operária”, como eram conhecidas as demandas exigidas pelos trabalhadores – como a</p><p>diminuição da jornada de trabalho, abolição do trabalho infantil e feminino noturno, férias, entre</p><p>outros – a Igreja Católica procurou intervir afirmando seu papel importante para a tentativa de</p><p>solução desses conflitos.</p><p>Portanto, em um cenário com tantos projetos, propostas e debates, ela precisava posicionar-se</p><p>teoricamente, demonstrando como via o mundo.</p><p>O principal documento da teoria social da Igreja católica é a Encíclica Rerum Novarum, do Papa</p><p>Leão, de 1891. O Papa defende que fora dos valores da religião não há solução para a questão</p><p>operária. Como menciona Claudio Fonteles , já na introdução do documento, o Papa demonstra</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 10 – História Contemporânea II</p><p>142</p><p>165</p><p>AULA 10: História Contemporânea II</p><p>suas preocupações com “a soberania política, a liberdade humana, a constituição cristã dos</p><p>estados”. Seu objetivo é buscar uma solução conforme a justiça e a equidade. E, assim, “aproximar</p><p>os ricos e os pobres”</p><p>Veja, que a teoria social da Igreja é antiliberal e antissocialista, uma vez que defende a propriedade</p><p>privada, mas compreende que ela deva se comprometer com a dimensão social dos envolvidos</p><p>no processo produtivo. Com isso podemos afirmar que ela nega a chamada “luta de classes” e</p><p>propõe a colaboração entre patrões e empregados. Afirma a o item 28 da Encíclica:</p><p>“Não e das leis humanas, mas da natureza, que emana o direito de propriedade individual; a</p><p>autoridade pública não pode, pois, aboli-lo; o que ela pode é regular seu uso e conciliá-lo com o</p><p>bem comum.”</p><p>Para o processo histórico isso importou muito na defesa da regulamentação das leis trabalhistas</p><p>que geraram proteção social ao trabalhador, limitando o nível de exploração e uso das forças</p><p>produtivas da classe operária.</p><p>Além disso, ressalto algo fundamental nessa teoria que é o papel que a Igreja atribui aos</p><p>governantes e ao Estado. Em nome da equidade social, a Igreja atribui ao Estado um papel de</p><p>responsabilidade com os pobres. Ou seja, na teoria liberal clássica o Estado deve ter um papel</p><p>negativo, não intervir na vida particular das pessoas, bem como na economia. Mas, para a teoria</p><p>social católica, o Estado deve ter também um papel positivo atuando na proteção dos</p><p>“desafortunados”.</p><p>Por isso, as palavras chaves para entender esse pensamento são: justiça social, caridade,</p><p>associativismo e assistência social. No século XX, a Igreja Católica fará novas Encíclicas no mesmo</p><p>sentido da Rerum Novarum, conhecidas como Populorium Progressio (1967) e Caritas in Veritate</p><p>(2009).</p><p>O assunto é pertinente em vista do ano pandêmico e da posição da Igreja Católica, na figura do</p><p>Papa Francisco.</p><p>a) e b) não poderiam ser o gabarito porque são correntes ideológicas que pregam o fim da</p><p>propriedade privada.</p><p>d) falso, pois, a rigor, essa denominação não existe, por mais que muitas cooperados acabem</p><p>sendo, na prática, liberais no propósito econômico. Entenda, não no sentido teórico, mas sim, no</p><p>desejo de construir um negócio com possibilidade de justiça social. Ahhh, profe, mas temos</p><p>liberais assim? Sim, claro, dos clássicos, como Tocqueville e Stuart Mill, aos mais contemporâneos,</p><p>como John Rawls.</p><p>e) falso, porque foi Weber quem analisou a capacidade de a conduto de vida dos protestantes em</p><p>condizer com as melhores práticas para o desenvolvimento da empresa capitalista. Então, não há</p><p>que se falar do protestantismo como uma doutrina crítica ao capitalismo, por mais que, em relação</p><p>à pontos do catolicismo existiam semelhanças.</p><p>Gabarito: C</p><p>(Estratégia Vestibulares/2020Profe. Alê Lopes)</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 10 – História Contemporânea II</p><p>143</p><p>165</p><p>AULA 10: História Contemporânea II</p><p>Dentre as alterações político, social e cultural promovidas pelo processo do pensamento</p><p>iluminista, aprofundado pela Revolução Francesa, houve a separação entre poder político e</p><p>poder religioso. Faz parte dos desdobramentos dessa separação:</p><p>a) a concretização da teoria da separação dos poderes entre Executivo, Legislativo e Militar.</p><p>b) a criação de uma ciência fundamentada no direito divino do rei.</p><p>c) a secularização da sociedade, que tornou possível a distinção entre crime e pecado.</p><p>d) a instauração de monarquias presidencialistas esclarecidas.</p><p>Comentários</p><p>a) falso, pois o correto é Executivo, Legislativo e Judiciário, a teria da separação dos poderes</p><p>de Montesquieu.</p><p>b) falso, pois o direito divino do rei é oposto às explicações racionais sobre separação entre</p><p>religião e Estado. A teoria do direito divino do rei, utilizada para fundamentar o poder</p><p>absolutistas do monarca, apregoa que o rei é um legitimo representante de Deus na terra</p><p>e a soberania do Estado está fundada em suas vontades.</p><p>c) É o nosso gabarito. A secularização é a separação entre religião e política, de modo que</p><p>a justiça e a percepção sobre “direito” foram descoladas das vontades religiosas. Veja,</p><p>até antes do Iluminismo, a ideia de crime estava vinculada ao que a Igreja determinava</p><p>como certo ou errado. Os pecadores seriam, por essência religiosa, criminosos. Com a</p><p>secularização e, por conseguinte, com a racionalização da que viria a ser considerado</p><p>como crime, passou-se a conceber o crime por meio de uma noção desvinculada do</p><p>pecado. Não por menos, no século XIX, começam a surgir os estudos da criminologia.</p><p>d) Falso. Cuidado, o correto é despotismo esclarecido, um conceito que se refere às</p><p>monarquias que, influenciadas por ideias iluminista, passaram a considerar novas</p><p>explicações e políticas para governar.</p><p>Gabarito: C</p><p>(UNICENTRO 2012)</p><p>Dentre os princípios políticos que compunham a onda revolucionária de 1848, que atingiu o</p><p>território da atual Alemanha, destaca-se</p><p>a) o republicanismo, defendido pela liga comercial Zollverein.</p><p>b) o monarquismo, fortalecido pelo Império Austríaco, que dominava a Confederação</p><p>Germânica.</p><p>c) o nacionalismo, construído em torno da ação da Prússia, maior unidade política da então</p><p>Confederação Germânica.</p><p>d) a restauração, que previa a retomada dos antigos territórios germânicos pelo poder da</p><p>aliança entre Áustria e Itália.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 10 – História Contemporânea II</p><p>144</p><p>165</p><p>AULA 10: História Contemporânea II</p><p>e) a legitimidade, que determinava o retorno de antigas famílias reinantes no controle da</p><p>Confederação Germânica.</p><p>Comentários</p><p>Atenção para o T.E.T.: 1848; Alemanha; revoluções liberais do século XIX. Desde a Revolução</p><p>Francesa, em 1789, diversas revoltas e levantes pipocavam pela Europa, questionando o</p><p>absolutismo e o Antigo Regime em geral. Contudo, em 1814 foi criado o Congresso de Viena,</p><p>no qual se reuniram as principais monarquias europeias da época, com o objetivo de restaurar</p><p>as coroas que foram derrubadas pelos movimentos revolucionários ao longo desses anos.</p><p>Também a havia a intenção de criar um clima de cooperação entre as monarquias para prevenir</p><p>e combater novas ondas</p><p>revolucionárias. Contudo, não foi suficiente, pois novos movimentos</p><p>surgiram. Indo direto ao ponto, as revoluções de 1848 tiveram início da França em decorrência</p><p>da insatisfação popular com o governo do rei burguês Luís Filipe de Orleans, no qual a alta</p><p>burguesia francesa ditava os rumos da nação. Rapidamente, o movimento se espalhou por</p><p>outras partes da Europa central e oriental inspirados por ideias liberais e nacionalistas. Na</p><p>Alemanha, área em plena fase de industrialização, as revoltas operárias e camponesas</p><p>proliferaram-se. No entanto, a situação terminou com poucos progressos em relação à</p><p>realidade anterior.</p><p>Por outro lado, o sentimento nacionalista se propagou entre os alemães. Desde as invasões</p><p>napoleônicas, as áreas ocupadas, como partes da Itália e Alemanha, tiveram movimentos locais</p><p>que reagiam contra a invasão estrangeira. Surgiu uma outra forma de exaltação da nação: a</p><p>resistência contra os invasores. Ou seja, a identidade nacional também criava oposições mais</p><p>visíveis. Entretanto, é importante lembrar que nessa época não existia uma Alemanha, mas sim</p><p>vários estados germânicos autônomos. Depois do Congresso de Viena em 1815, foi criada a</p><p>Confederação Germânica que abrigava 39 estados independentes. Em 1834, eles consolidaram</p><p>uma unidade econômica, liderada pela Prússia, com a criação da União Aduaneira (Zollverein).</p><p>Esta abolia tarifas e barreiras internas, padronizava taxas e estimulava o comércio entre as</p><p>regiões da Confederação, além de integrar áreas que tinham diferentes graus de</p><p>desenvolvimento econômico. Assim, surgiram movimentos que manifestavam o interesse de</p><p>ampliação da unidade. No entanto, a Áustria, que pertencia à Confederação, mas não integrava</p><p>a União Aduaneira, era um obstáculo neste processo. Foi em meio a esse processo que a</p><p>Primavera dos Povos chegou ao território alemão. Chegou-se a elaborar uma nova constituição,</p><p>mas que foi rejeitada pelo rei da Prússia, que liderava a confederação. Com isso em mente,</p><p>vejamos:</p><p>a) Incorreta. A Zollverein não defendia o republicanismo, mas sim a ampliação da unidade</p><p>alemã sob a liderança da Prússia.</p><p>b) Incorreta. O monarquismo austríaco tinha pouco espaço na Confederação, onde a</p><p>influência prussiana era bem maior.</p><p>c) Correta! Como foi dito no comentário e na explicação sobre as alternativas anteriores, a</p><p>Prússia buscava manipular o sentimento nacionalista entre os alemães para empreender a</p><p>unificação dos estados germânicos sob a liderança da monarquia prussiana. Isso se concretizou</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 10 – História Contemporânea II</p><p>145</p><p>165</p><p>AULA 10: História Contemporânea II</p><p>quando conseguiram o apoio dos alemães do sul em razão da Guerra Franco-Prussiana de 1871.</p><p>Neste conflito, França e Prussiana se enfrentaram por discordarem sobre a sucessão do trono</p><p>espanhol. O imperador francês, Napoleão III, era contrário à unificação alemã, porque temia a</p><p>formação de um grande estado em suas fronteiras. Por outro lado, quando o rei espanhol</p><p>morreu, o próximo na linha de sucessão era parente de Guilherme I, rei da Prússia. Por isso,</p><p>Napoleão III estava preocupado que a França ficasse cercada pelos países liderados pela</p><p>dinastia prussiana, uma potencial inimiga. Em meio às negociações, o chanceler prussiano Otto</p><p>Von Bismarck divulgou um documento secreto no qual supostamente teria havido troca de</p><p>insultos entre o representante da França e o rei da Prússia. A reação foi a união dos alemães do</p><p>norte e do sul pelo sentimento nacionalista na luta contra os franceses. Veremos com mais</p><p>detalhes a repercussão disso, na Aula 14, quando estudaremos a Unificação da Alemanha.</p><p>d) Incorreta. Não houve aliança entre Itália e Áustria contra a Prússia. Na verdade, prussianos</p><p>e italianos que se aliaram em uma guerra contra os austríacos, pois estes colocavam obstáculos</p><p>aos planos de unificação da Itália e da Alemanha.</p><p>e) Incorreta. Isso se destacou no contexto do Congresso de Viena e na criação da</p><p>Confederação Germânica, em 1815. Em 1848, o que contagiou os alemães foi o nacionalismo,</p><p>como já disse anteriormente.</p><p>Gabarito: C</p><p>(UNICENTRO 2011)</p><p>“O pano de fundo foi comum: propagação do Liberalismo e do Nacionalismo como</p><p>ideologias; a subprodução agrícola (acarretando alta de preços de gêneros alimentícios) e o</p><p>subconsumo industrial (provocando a falência de fábricas e o desemprego do proletariado);</p><p>descontentamento do proletariado urbano, devido ao desemprego, aos salários baixos e à</p><p>alta do custo de vida; descontentamento da burguesia, excluída do poder político e atingida</p><p>pela crise econômica”.</p><p>(AQUINO et al. 1993, p. 158-159).</p><p>As ondas revolucionárias de 1830 e 1848 na Europa, embora tenham o fundo comum descrito</p><p>no texto, apresentavam como fator de diferenciação, na onda revolucionária de 1848,</p><p>a) a luta das mulheres sufragistas.</p><p>b) a presença das ideias socialistas.</p><p>c) o início da campanha abolicionista.</p><p>d) o movimento cartista, originário na Rússia.</p><p>e) a propaganda emigratória, na Itália, financiada pelo Brasil.</p><p>Comentários</p><p>Em primeiro lugar, vamos identificar os três elementos básicos que podem ajudar na</p><p>interpretação da questão! O tempo é a primeira metade do século XIX. O espaço é a Europa. O</p><p>tema são as revoluções liberais entre 1830 e 1848. Lembre-se que estudamos que nesse período</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 10 – História Contemporânea II</p><p>146</p><p>165</p><p>AULA 10: História Contemporânea II</p><p>o continente europeu passava por muitas turbulências. Desde a Revolução Francesa, na última</p><p>década do século XVIII, diversos levantes se espalharam pelos países europeus com o objetivo</p><p>de combater o absolutismo reinante no continente. Com a coroação de Napoleão Bonaparte</p><p>como imperador da França um novo ciclo de guerras e conflitos armados se iniciou. O Império</p><p>francês iniciou um movimento de expansão por meio da guerra, com dois objetivos: propagar as</p><p>ideias liberais e estabelecer o monopólio francês sobre o comércio europeu. Em 1814, as tropas</p><p>da coalização formada por Inglaterra, Prússia, Rússia, Áustria e pela família real francesa (os</p><p>Bourbon) e seus apoiadores derrotaram o exército napoleônico e restauraram a monarquia na</p><p>França. Napoleão ainda conseguiria retornar e governar a França por mais 100 dias, mas</p><p>novamente foi derrotado em 1815. Nesse meio tempo, as nações em coalizão realizaram o</p><p>Congresso de Viena cujo objetivo era firmarem acordos para restaurar todas as monarquias que</p><p>caíram desde o início da Revolução Francesa, ou seja, restaurar o Antigo Regime tal como era</p><p>antes de 1789. Inicialmente, o plano deu certo. Na França, Luís XVIII foi coroado rei. Contudo,</p><p>seu sucessor, Carlos X intensificou a implementação de políticas absolutistas e despertou</p><p>novamente o descontentamento popular, inclusive da alta burguesia. Assim, uma nova revolução</p><p>ocorreu na França em 1830, que repercutiu em outros países e por isso ficou conhecida como</p><p>primeira Onda Liberal. Nesse episódio, a dinastia Bourbon foi novamente destituída e foi</p><p>colocado em seu lugar um rei burguês, Luís Filipe de Orleans. Ele conseguiu governar até 1848,</p><p>porém ao longo desses dezoito anos ficou evidente para os demais setores da sociedade</p><p>francesa que ajudaram a derrubar novamente os Bourbon que aquele governo não contemplava</p><p>seus interesses, apenas os da alta burguesia. Então, naquele ano mais uma revolução teve lugar</p><p>para derrubar a monarquia burguesa.</p><p>Esse evento teve uma repercussão tão grande, ou até maior que a primeira Onda Liberal e</p><p>se disseminou por várias partes da Europa central e oriental. Nesses movimentos o liberalismo e</p><p>o nacionalismo se combinavam de várias formas e ficaram conhecidos como Primavera dos</p><p>Povos. Eles compartilhavam das características e do fundo histórico descrito pelo texto da</p><p>questão. As guerras napoleônicas e os diversos levantes que varreram o continente europeu</p><p>prejudicaram a produção agrícola de vários países. Até o mesmo a produção industrial, em meio</p><p>à</p><p>expansão da Revolução Industrial, ficou comprometida, pois quando as guerras não</p><p>dificultavam, alguma das nações tentava impor seu monopólio sobre o comércio de produtos</p><p>agrícolas e industriais, como foi o caso do Bloqueio Continental imposto por Napoleão, em 1806.</p><p>Em meio à essa crise, evidentemente que a corda arrebentava para o lado mais fraco: os</p><p>trabalhadores. Eles já recebiam baixos salários e com a inovações tecnológicas muitos perdiam</p><p>seus empregos. Uma vez que a produção e o comércio eram prejudicados pelas crises, o corte</p><p>de gastos era feito justamente na contratação de trabalhadores e mais deles ficavam</p><p>desempregados. Os burgueses também não ficaram felizes em meio as idas e vindas do</p><p>absolutismo, pois seus interesses não eram atendidos muitas vezes, como ressaltei acima no caso</p><p>francês.</p><p>Com isso em mente, repare que a questão pede assinalar o elemento que distinguia os</p><p>movimentos de 1848 daqueles que tiveram lugar em 1830. Vejamos as alternativas:</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 10 – História Contemporânea II</p><p>147</p><p>165</p><p>AULA 10: História Contemporânea II</p><p>a) Incorreta. O movimento sufragista feminino ainda não estava organizado nesse momento.</p><p>Apenas mais tarde no século XIX é que as mulheres inglesas seriam pioneiras na organização de</p><p>um movimento desse tipo.</p><p>b) Correta! O que realmente mudou entre esses dois momentos revolucionários foi a</p><p>elaboração das ideias socialistas. Entre 1830 e 1848, pelo menos na França, ficou evidente que</p><p>os interesses da burguesia e dos trabalhadores eram inconciliáveis. O liberalismo burguês não</p><p>dava conta de atender todas as demandas sociais e por isso novas teorias ganharam espaço</p><p>como o socialismo e o anarquismo. Não à toa, o Manifesto do Partido Comunista, de Karl Marx</p><p>e Friedrich Engels, foi publicado em fevereiro de 1848, no mesmo mês em que a nova onda</p><p>revolucionária foi iniciada na França e se espalhou para o resto do continente.</p><p>c) Incorreta. A campanha abolicionista começou em diferentes momentos nos diversos países.</p><p>Na Inglaterra, por exemplo, já havia um movimento do gênero desde o final do século XVIII. A</p><p>França extinguiu a escravidão em suas colônias em 1793, durante a primeira República francesa,</p><p>chamada também de República Jacobina. Contudo, Napoleão legalizou novamente a instituição</p><p>nas colônias durante seu governo. Porém, continuou havendo uma campanha pela abolição entre</p><p>os franceses.</p><p>d) Incorreta. Na verdade, o movimento cartista ocorreu na Inglaterra e foi organizado pelos</p><p>trabalhadores com o principal objetivo de conquistar o sufrágio masculino universal. Ocorreu em</p><p>1838, portanto, dez anos antes dos eventos de 1848.</p><p>e) Incorreta. Essa propaganda só aconteceu no final do século XIX, bem depois dos eventos</p><p>de 1848.</p><p>Gabarito: B</p><p>(PUC-CAMP 2015) 4000152961</p><p>“Teoricamente, o nacionalismo independe do Romantismo, embora tenha encontrado nele</p><p>o aliado decisivo. Há na literatura do período uma aspiração nacional, definida claramente a</p><p>partir da Independência e precedendo o movimento romântico. (...) Nem é de espantar que</p><p>assim fosse, pois além da busca das tradições nacionais e o culto da história, o que se chamou</p><p>em toda a Europa “despertar das nacionalidades”, em seguida ao empuxe napoleônico,</p><p>encontrou expressão no Romantismo. Sobretudo nos países novos como o nosso o</p><p>nacionalismo foi manifestação de vida, exaltação afetiva, tomada de consciência, afirmação</p><p>do próprio contra o imposto”.</p><p>(Adaptado de: CANDIDO, Antonio. Formação da Literatura Brasileira. São Paulo: Martins,</p><p>1971. 2 v. pp. 14-15)</p><p>“Nacionalismo é o sentimento que une as pessoas de uma nação em busca de objetivos</p><p>comuns. Esses elementos ganharam muita importância a partir do século XIX, com as</p><p>revoluções liberais e a consolidação da burguesia no poder, pois representavam uma forma</p><p>de organização diferente daquela do Antigo Regime”.</p><p>(In: Divalte. História. São Paulo: Ática, 2003. p. 248)</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 10 – História Contemporânea II</p><p>148</p><p>165</p><p>AULA 10: História Contemporânea II</p><p>Entre as revoluções a que o texto se refere é correto afirmar que, nas de 1848, a grande</p><p>novidade das revoluções ficou por conta</p><p>a) da organização do cartismo, movimento de massa voltado para a democratização e</p><p>conquista da igualdade de direitos para os trabalhadores.</p><p>b) do Congresso de Viena que procurou imprimir um novo rumo nos destinos dos</p><p>trabalhadores, ao adotar os princípios pré-revolucionários.</p><p>c) da entrada em cena do socialismo, conjunto de ideias defendidas por instituições e pessoas</p><p>que agiam como representantes dos trabalhadores.</p><p>d) dos movimentos em defesa das reivindicações dos trabalhadores que queriam o fim dos</p><p>laços de servidão e o acesso à terra aos camponeses.</p><p>e) da capacidade de mobilização dos trabalhadores na defesa de seus direitos e da vitória</p><p>dos partidos comunistas nas eleições europeias.</p><p>Comentários</p><p>Essa questão é um pouco confusa, pois começa falando de uma coisa, mas na hora de nos dar o</p><p>comando pede outra. O texto fala do nacionalismo que marcou as revoluções liberais do século</p><p>XIX, mas o enuncia questiona sobre a peculiaridade dos movimentos do ano de 1848, que se</p><p>subtende que não seria o nacionalismo. Vamos lá, antes de tudo vamos identificar os elementos</p><p>que vão nos ajudar a interpretar a questão. No primeiro texto, o autor de refere ao momento</p><p>posterior à Era Napoleônica. O segundo, mencionam as revoluções liberas que ocorreram no</p><p>século XIX. Portanto, trata-se do período entre 1830 e 1848. Ambos têm como espaço a Europa.</p><p>O tema são justamente essas revoluções. Inicialmente, as revoluções começaram em combate ao</p><p>Antigo Regime e as tentativas de restaurá-lo impetradas pelo Congresso de Viena desde 1815.</p><p>Assim, esses movimentos contavam com muitos setores da sociedade com interesses distintos,</p><p>mas que acreditavam que derrubar as monarquias absolutistas era a solução para seus problemas.</p><p>Em 1830, a burguesia teve um papel de liderança e usou das ideias liberais para inflar a população</p><p>contra os monarcas absolutistas. Em lugares como a França o movimento foi bem sucedido e um</p><p>governo burguês liberal foi instaurado. Contudo, nos anos seguintes os demais setores das</p><p>sociedades que havia participado da revolução perceberam que não seriam contemplados pelo</p><p>novo governo. O que se deu foi a instauração de uma monarquia parlamentarista, com um rei</p><p>burguês, e a participação política nas instituições continuaram restritas. Ao mesmo tempo a</p><p>Revolução Industrial se expandia e piorava a situação de muitos trabalhadores e camponeses, até</p><p>mesmo para a parte mais humilde da burguesia que era prejudicada pelos monopólios e privilégios</p><p>dos mais ricos e próximos do rei. Assim, em 1848 uma nova onda revolucionária teve início da</p><p>França e se espalhou pela Europa, marcada pela tomada de consciência dos trabalhadores em</p><p>muitos lugares. Em outros o nacionalismo e liberalismo continuaram tendo influência, sobretudo</p><p>naqueles onde monarquias absolutistas continuavam reinando ou em locais afetados pelas guerras</p><p>napoleônicas e outros conflitos.</p><p>Os textos enfocam mais especificamente o desenvolvimento do nacionalismo como</p><p>ideologia em conjunto com a propagação dos ideais liberais que inspiraram esses movimentos. O</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 10 – História Contemporânea II</p><p>149</p><p>165</p><p>AULA 10: História Contemporânea II</p><p>nacionalismo é um movimento baseado, de modo geral, na noção de povo. Um povo que pertence</p><p>a uma territorialidade. Nacionalidade e identidade se relacionam, pois, a identidade se dá por</p><p>meio dos aspectos étnicos, linguísticos, culturais e históricos. Com as invasões napoleônicas, as</p><p>áreas ocupadas, como partes da atual Itália e Alemanha, tiveram movimentos locais que reagiam</p><p>contra a invasão estrangeira. Com isso, surgiu uma outra forma de exaltação da nação: a</p><p>resistência contra os invasores. Em outras palavras, a identidade nacional também criava</p><p>oposições</p><p>mais visíveis. O nacionalismo compreende a noção liberal de autodeterminação do povo, ou seja,</p><p>o direito de os povos escolherem quem irá governar a nação. O indivíduo é o centro e a nação é</p><p>a expressão coletiva, territorial e jurídica dos direitos civis e políticos. Ou seja, é onde se</p><p>concretizam os direitos civis e políticos de cada cidadão.</p><p>“Tá, profe, se o nacionalismo já era comum antes de 1848, qual foi a novidade dos</p><p>movimentos desse ano?” Queridas corujinhas, fixe bem o que eu falei nesse comentário e vamos</p><p>analisar cada alternativa para encontrar a resposta:</p><p>a) Errado. O cartismo foi um movimento da classe trabalhadora inglesa, em 1838, para</p><p>conquistar principalmente o voto universal masculino, entre outras demandas. A</p><p>descrição do movimento pela alternativa não está incorreta, mas ele aconteceu 10 anos</p><p>antes de 1848.</p><p>b) Errado. Novamente, a descrição do Congresso de Viena pela alternativa está certa, mas</p><p>ele se deu entre 1814 e 1815. O principal objetivo era restaurar as monarquias</p><p>derrubadas desde a Revolução Francesa, ou seja, restaurar o Antigo Regime tal qual era</p><p>antes de 1789. Isso gerou a primeira onda revolucionária de 1830, já marcada pela</p><p>junção de ideias liberais e nacionalistas. Ou seja, não era novidade em 1848. Além disso,</p><p>neste ano as alianças do Congresso não eram mais as mesmas, o tabuleiro geopolítico</p><p>da Europa havia se transformado.</p><p>c) Errado. De fato, o advento do socialismo é uma novidade nessa segunda onda</p><p>revolucionária. Contudo, ele não era o conjunto de ideias defendidas por instituições e</p><p>pessoas que agiam como representantes dos trabalhadores, mas sim pelos próprios</p><p>trabalhadores. Foi na classe trabalhadora que tais ideias tiveram mais adesão e</p><p>elaboração, apesar de encontrar expoentes em indivíduos burgueses e profissionais</p><p>liberais que simpatizavam com os operários.</p><p>d) Errado. Os movimentos de 1848 tiveram mais expressão entre os trabalhadores urbanos.</p><p>O que motivou os levantes era justamente a desvantagem os operários nas relações de</p><p>trabalho com os patrões (burgueses).</p><p>e) Certo! Essa era a grande novidade. Como já enfatizei antes, ao longo dos 18 anos que</p><p>separam 1830 e 1848, muitos lugares tiveram governos liberais liderados pelas</p><p>burguesias locais. Algumas reformas de fato foram feitas como a instituição da igualdade</p><p>jurídica, a laicidade do Estado, a universalização da educação, a separação dos poderes,</p><p>etc. Contudo, isso não refletiu necessariamente uma melhoria na vida da classe</p><p>trabalhadora ou nas suas condições de trabalho. Paralelamente a expansão da</p><p>Revolução Industrial piorava essas condições intensamente e favorecia o antagonismo</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 10 – História Contemporânea II</p><p>150</p><p>165</p><p>AULA 10: História Contemporânea II</p><p>entre os interesses dos patrões (burgueses) e dos empregados (proletariado). Foi nesse</p><p>contexto que o socialismo tomou forma e se difundiu pelo continente, criticando os</p><p>limites do liberalismo e a exploração capitalista. Trata-se de um novo projeto de</p><p>sociedade. Portanto, a mobilização da classe trabalhadora foi o que possibilitou as</p><p>revoluções de 1848 e garantiu a vitória de comunistas em algumas eleições. O</p><p>comunismo é uma entre várias vertentes do socialismo e se enquadra no socialismo</p><p>científico, cujos maiores representantes são Karl Marx e Friedrich Engels. Para eles,</p><p>somente a mobilização dos trabalhadores em prol de seus próprios interesses daria</p><p>conta de derrubar o capitalismo. Para tanto, era necessárias uma revolução armada e a</p><p>instalação de uma ditadura do proletariado. A sociedade passaria por uma fase de</p><p>transição marcada por uma economia estatal e pela extinção das classes sociais. Só</p><p>quando as desigualdades sociais estivessem abolidas é que o Estado seria</p><p>definitivamente desmontado e uma sociedade comunista estaria concretizada.</p><p>Gabarito: E</p><p>(PUC-CAMP 2017) 4000155447</p><p>“Brás Cubas busca articular a política de domínio paternalista, sob fogo cerrado nos anos</p><p>1870, com aspectos da onda de ideias cientificistas europeias do tempo – especialmente no</p><p>que tange ao darwinismo social como forma de explicar a origem e a reprodução das</p><p>desigualdades sociais”.</p><p>(CHALHOUB, Sidney. Machado de Assis Historiador. São Paulo: Companhia das Letras, 2003,</p><p>p. 96)</p><p>Os altos índices de pobreza, o aumento das desigualdades sociais e a precária condição de</p><p>trabalho nas fábricas, entre outros fatores, contribuíram para o crescimento do movimento</p><p>operário na Europa, no século XIX. Diversas organizações operárias sofreram influência do</p><p>socialismo e do anarquismo, ideologias que postulavam, respectivamente</p><p>a) a ação armada para intensificar a luta de classes; e a proposta de que a sociedade se</p><p>organizasse em comunidades operárias, denominadas falanstérios.</p><p>b) a aliança entre trabalhadores e burguesia para a destruição do sistema capitalista; e a</p><p>ditadura do proletariado, organizado em sindicatos.</p><p>c) a construção de um Estado forte, proletário, clerical; e a crença na existência de uma</p><p>fraternidade natural entre os homens.</p><p>d) o avanço revolucionário rumo ao desenvolvimento de uma sociedade sem classes; e o</p><p>autogoverno dos trabalhadores.</p><p>e) a supressão da propriedade privada e das fronteiras nacionais; e a destruição do Estado</p><p>burguês para a livre organização da sociedade em comunas.</p><p>Comentários</p><p>Aqui temos uma questão muito mal formulada. O texto é de um historiador que analisa a influência</p><p>ideológica da Europa no Brasil dos anos 1870. Porém, o enunciado nos pergunta sobre duas</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 10 – História Contemporânea II</p><p>151</p><p>165</p><p>AULA 10: História Contemporânea II</p><p>ideologias formuladas em decorrência dos efeitos da Revolução Industrial, que teve início no</p><p>século XVIII e se expandia no XIX. Pode ser que seja proposital do elaborador para confundir os</p><p>candidatos e testar sua capacidade de interpretar a questão. De qualquer forma, vamos focar no</p><p>que o enunciado pede, pois as alternativas tratam só sobre o contexto europeu, no século XIX,</p><p>não sobre o Brasil que foi cenário do romance de Machado de Assis.</p><p>Bom, já sabemos então que o tempo é século XIX, o espaço é a Europa e o tema são teorias</p><p>críticas ao capitalismo, mais especificamente o socialismo e o anarquismo. Como mencionei, a</p><p>Revolução Industrial se expandia e se intensificava em diferentes partes da Europa durante o</p><p>século XIX. Com isso, as condições de vida e trabalho dos trabalhadores piorava</p><p>consideravelmente. Inicialmente, eles aderiram aos movimentos revolucionários de caráter liberal</p><p>e contra as monarquias absolutistas acreditando que seus interesses seriam contemplados nos</p><p>novos governos estabelecidos. Contudo, quem desempenhou o papel de liderança nesses</p><p>movimentos e assumiu os novos governos foi a burguesia, especialmente a parte mais rica dela.</p><p>Acontece que os burgueses a maioria dos proprietários das fábricas e empresas que empregavam</p><p>a população. Em outras palavras, eram os responsáveis diretos pela piora das condições de</p><p>trabalho para aumentar seus lucros. Assim, principalmente depois de 1830, o liberalismo passou</p><p>a ser criticado e novas teorias que defendiam não apenas reformas, mas o fim do capitalismo,</p><p>começaram a ser elaboradas. Entre elas o socialismo e o anarquismo, que tiveram maior adesão</p><p>entre a classe trabalhadora. Repare que a questão quer saber o cada uma dessas teorias postulava.</p><p>Então vejamos:</p><p>a) Incorreta. Tanto o socialismo quanto o anarquismo defendiam a ação armada para</p><p>intensificar a luta de classes. Entretanto, o socialismo pode ser dividido em várias vertentes</p><p>que defendem projetos distintos. O socialismo científico é aquele que concorda com a ação</p><p>armada. Por outro lado, os falanstérios não são simplesmente comunidades operárias. Eles</p><p>fazem parte da proposta do socialista utópico Charles Fourier. Tratava-se de conceber o</p><p>campo e a cidade como um todo orgânico por meio da construção de vilas agroindustriais</p><p>nas quais viveram</p><p>tanto patrões quanto empregados de forma cooperativa. Os socialistas</p><p>científicos não concordavam que isso seria o suficiente para por fim ao sofrimento dos</p><p>trabalhadores e às desigualdades.</p><p>b) Incorreta. Apenas algumas vertentes do socialismo defendiam a cooperação entre</p><p>burgueses e trabalhadores, como os socialistas utópicos. Os socialistas científicos, assim</p><p>como os anarquistas, acreditavam que a classe trabalhadora devia se organizar</p><p>autonomamente. Além disso, apenas os socialistas científicos defendiam que era necessário</p><p>instalar uma ditadura do proletariado na qual o Estado seria dirigido pelos trabalhadores.</p><p>O anarquismo discordava e propunha o imediato fim do Estado e da propriedade privada,</p><p>para serem substituídos pela organização dos trabalhadores em propriedades coletivas</p><p>autogestionadas, como federações sindicais.</p><p>c) Incorreta. Apenas o socialismo científico argumentava em favor de um Estado forte e</p><p>proletário, mas não clerical. Na verdade, nenhuma dessas teorias defendia a continuação</p><p>do clero, pois eram ateias. Ademais, tanto o socialismo quanto o anarquismo eram</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 10 – História Contemporânea II</p><p>152</p><p>165</p><p>AULA 10: História Contemporânea II</p><p>elaborados a partir do princípio da fraternidade, que denunciavam ter sido apagado pelos</p><p>governos liberais e burgueses.</p><p>d) Correta! O socialismo científico postulava que a revolução deveria ter como objetivo a</p><p>implantação de uma sociedade sem classes e sem Estado. Contudo, no processo para isso</p><p>era preciso uma transição na qual o Estado seria controlado pelos trabalhadores e</p><p>coordenaria a economia para extinguir as desigualdades. O anarquismo considera que o</p><p>centro do problema é o poder, que gera autoridade ou autoritarismo. Todo o sistema é</p><p>gerador de pequenas autoridades que se reproduzem como se fosse um ciclo de violência.</p><p>Nesse sentido, o anarquismo desenvolve uma teoria contra todo tipo de hierarquia e</p><p>autoridade, qualquer que seja ela. Essa filosofia vê o Estado como indispensável para a</p><p>organização da propriedade privada e da autoridade, portanto deve ser extinto como elas.</p><p>Em seus lugares, deveriam ser instauradas propriedades coletivas autogestionadas, ou seja,</p><p>administradas por quem trabalha na propriedade, seja uma fábrica ou terra. Diferentemente</p><p>dos socialistas e comunistas, os anarquistas rechaçam completamente a participação no</p><p>Parlamento.</p><p>e) Incorreta. De fato, o socialismo defendia o fim da propriedade privada e das fronteiras</p><p>nacionais. Também está correto que os anarquistas querem o fim do Estado burguês.</p><p>Porém, a alternativa é imprecisa ao dizer que eles defendem a livre organização da</p><p>sociedade em comunas. O anarquismo tem como objetivos o fim da propriedade privada,</p><p>de qualquer forma de Estado, a livre organização dos trabalhadores em propriedades</p><p>coletivas. “Comuna” é um termo específico para descrever governos revolucionários,</p><p>alguns entre os quais tiveram inspiração socialista e anarquista, na França. Portanto, isso</p><p>torna a afirmação reducionista.</p><p>Gabarito: D</p><p>(Uem 2018)</p><p>Durante o século XIX surgiram diversos movimentos políticos, científicos e sociais pelos quais</p><p>seus idealizadores asseguravam ser possível alcançar o bem-estar material e aperfeiçoar a</p><p>evolução social. Sobre esses movimentos, assinale o que for correto.</p><p>01) Robert Owen, um dos principais fundadores do movimento cooperativista, defendia uma</p><p>reforma geral na sociedade, na qual o conflito e a concorrência seriam substituídos pela</p><p>cooperação e pela harmonia entre os homens.</p><p>02) O anarquismo defendia a substituição de toda configuração institucional de autoridade,</p><p>de modo que o Estado deveria ser substituído pela associação livre entre os indivíduos.</p><p>04) Friedrich Engels, defensor do socialismo utópico, acreditava ser possível construir uma</p><p>sociedade perfeita por meio do diálogo e do entendimento entre os homens, o que</p><p>dispensava a luta revolucionária.</p><p>08) Thomas More, defensor do liberalismo utópico renascentista, acreditava que somente</p><p>por meio da livre concorrência entre os homens seria possível alcançar a igualdade</p><p>econômica, a paz social e o socialismo.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 10 – História Contemporânea II</p><p>153</p><p>165</p><p>AULA 10: História Contemporânea II</p><p>16) Assegurando que era o ambiente que condicionava a vida das pessoas, Charles Fourier</p><p>idealizou os falanstérios, comunidades que reuniriam pessoas trabalhando para o bem</p><p>comum e dividindo o que fosse produzido, sem a necessidade de dinheiro.</p><p>Comentários</p><p>Vamos começar pelo mais básico! O tempo é século XIX. O espaço é Europa. O tema é teorias</p><p>críticas ao capitalismo. Essas teorias e movimentos contrários ao capitalismo ou que propunham</p><p>reformas surgiram em decorrência das transformações desencadeadas pela Revolução Industrial.</p><p>A exploração dos trabalhadores ficou muito mais intensa, com eles tendo que trabalhar muitas</p><p>horas seguidas em condições extremamente precárias e recebendo baixos salários. Ainda tinham</p><p>que competir com as novas máquinas que podiam produzir muito mais rápido a um custo bem</p><p>menor. Durante o século XIX, em meio as várias revoluções contra o Antigo Regime vai se</p><p>delineando novas classes sociais e novas disputas de interesse entre elas. Ficou evidente que agora</p><p>o mundo podia ser divido entre proprietários (burgueses) e não-proprietários (trabalhadores), os</p><p>quais tinham interesses inconciliáveis. Isso ficou evidente nas revoluções que se sucederam na</p><p>França, durante esse período. Cada vez mais ficava nítido que a burguesia não queria um governo</p><p>de todos para todos, mas atualizar formas de governo autoritárias que diferiam muito pouco do</p><p>Antigo Regime. Entre as novas vertentes filosóficas e movimentos sociais que surgiram como</p><p>críticas ao capitalismo e destacavam os limites do liberalismo burguês estavam o socialismo e o</p><p>anarquismo. Com isso em mente, vejamos as alternativas:</p><p>01) Correta! Esse cooperativismo também era chamado de socialismo utópico. Este era</p><p>composto por liberais que tinham uma visão romântica do capitalismo como um sistema que</p><p>poderia levar progresso e desenvolvimento a todos (burgueses, operários, camponeses, etc.).</p><p>Porém, no início da industrialização, como já estudamos, as condições de trabalho eram precárias.</p><p>Diante das circunstâncias reais do desenvolvimento capitalista, os socialistas utópicos</p><p>conclamavam acordo entre as classes sociais para que todos pudessem usufruir em situação de</p><p>igualdade com os benefícios das descobertas científicas e da produção de riqueza gerada.</p><p>Defendiam a ideia de que a riqueza produzida coletivamente fosse mais bem distribuída. Nesse</p><p>sentido, contribuíram par a noção de “justiça social”. Apesar disso, eles não propunham a extinção</p><p>das classes sociais, nem do capitalismo, por isso eram muito criticados pelos socialistas científicos</p><p>cujos principais representantes eram Karl Marx (1818-1883) e Friedrich Engels (1820-1895). Robert</p><p>Owen (1771-1858) era um dos socialistas utópicos e foi um grande industrial escocês. Ele criou um</p><p>modelo industrial no qual ele construiu um bairro operário nos arredores da fábrica. Nele, era</p><p>oferecido assistência aos empregados, como casas, assistência médica, escolas, creches, etc.</p><p>Contudo, ele foi boicotado por outros industriais que temiam que seus operários fossem exigir</p><p>condições semelhantes. Owen acabou mudando para os EUA, onde reconstruiu seu modelo</p><p>cooperativista. Lá, ele conseguiu prosperar, mas após a morte de Owen ninguém mais reproduziu</p><p>seu experimento.</p><p>02) Correta! O centro do problema para os anarquistas é o poder, que gera autoridade</p><p>ou autoritarismo. Todo o sistema é gerador de pequenas autoridades que se reproduzem como</p><p>se fosse um ciclo de violência. Nesse sentido, o anarquismo desenvolve uma teoria contra todo</p><p>tipo de hierarquia e autoridade, qualquer que seja ela. Essa filosofia vê o Estado com indispensável</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 10 – História</p><p>Contemporânea II</p><p>154</p><p>165</p><p>AULA 10: História Contemporânea II</p><p>para a organização da propriedade privada e da autoridade, portanto deve ser extinto como elas.</p><p>Em seus lugares, deveriam ser instauradas propriedades coletivas autogestionadas, ou seja,</p><p>administradas por quem trabalha na propriedade, seja uma fábrica ou terra. Diferentemente dos</p><p>socialistas e comunistas, os anarquistas rechaçam completamente a participação no Parlamento.</p><p>Porém, concordam que o capitalismo deve ser desmantelado junto da propriedade privada.</p><p>04) Incorreta. Engels não era um socialista utópico, mas sim um dos idealizadores do</p><p>socialismo científico. Portanto, defendia que os interesses da burguesia e do proletariado eram</p><p>inconciliáveis, pois os primeiros só queriam lucrar com o menor custo possível, mesmo que isso</p><p>exigisse o sacrifício da saúde e vida dos segundos. Assim, defendiam que a única forma de superar</p><p>o capitalismo era organizar a classe trabalhadora para executar a revolução armada e instaurar a</p><p>ditadura do proletariado. Nesse momento, seria necessário passar por um período de transição</p><p>no qual o Estado teria um papel importante nacionalizando e socializando os meios de produção,</p><p>num longo processo para extinguir as desigualdades, portanto, as classes sociais. Só então, o</p><p>Estado poderia ser desmantelado uma sociedade propriamente comunista (sem classes e sem</p><p>Estado) poderia se tornar plena.</p><p>08) Incorreto. Thomas More viveu muito antes do século XIX, mais especificamente entre</p><p>1478 e 1535. Ou seja, não tinha como ele ser socialista, nem mesmo liberal. O socialismo só foi</p><p>formulado durante o século XIX e o liberalismo a partir do século XVII. Contudo, realmente More</p><p>argumentava contra o absolutismo e em favor de uma sociedade mais humanista e justa</p><p>socialmente.</p><p>16) Correto! Fourier, assim como Owen, era um socialista utópico. Ele defendia a criação</p><p>de propriedades comunais. Para ele, o campo e a cidade deveriam ser um todo orgânico. À essa</p><p>organização ele deu o nome de falanstérios, algo como uma vila agroindustrial.</p><p>Gabarito: 01 + 02 + 16 = 19</p><p>(Uem 2019)</p><p>“A condição essencial para a existência e supremacia da classe burguesa é a acumulação da</p><p>riqueza nas mãos de particulares, a formação e o crescimento do capital...”</p><p>(MARX, K.; ENGELS, F. Manifesto comunista. São Paulo: Boitempo, 2005, p. 51).</p><p>Seguindo as premissas da crítica à sociedade capitalista, presente em Karl Marx e Friedrich</p><p>Engels, assinale o que for correto.</p><p>01) A condição de existência do capital é o trabalho assalariado.</p><p>02) A burguesia é, por definição, para os autores, conservadora e reacionária.</p><p>04) O desenvolvimento do proletariado ocorre independentemente do desenvolvimento da</p><p>burguesia.</p><p>08) O trabalho é, para o capitalismo, considerado uma mercadoria, contudo é a única</p><p>mercadoria que cria valor.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 10 – História Contemporânea II</p><p>155</p><p>165</p><p>AULA 10: História Contemporânea II</p><p>16) A burguesia garante sua existência ao revolucionar constantemente os instrumentos de</p><p>produção e, consequentemente, as relações sociais.</p><p>Comentários</p><p>O Manifesto Comunista foi publicado em 1848 em meio aos eventos que chamamos de Primavera</p><p>dos Povos, na Europa. Com isso, já sabemos o tempo, o espaço e o tema da questão. Durante a</p><p>primeira metade do século XIX, a Europa foi tomada por vários movimentos revolucionário de</p><p>caráter liberal e nacionalista. Eles combatiam o absolutismo praticado pelas diversas monarquias</p><p>europeias da época. Contudo, em muitos lugares onde a revolução vencia e novos governos eram</p><p>instaurados, algumas vezes era possível que determinado grupo que participou do movimento,</p><p>assumisse a liderança e desempenhasse um governo autoritário com muitas heranças do</p><p>absolutismo, apesar de implantar determinadas reformas liberais no funcionamento do Estado.</p><p>Exemplo disso é a França. Desde a primeira revolução francesa, de 1789, o país experimentou</p><p>uma série de governos que se sucederam em meio a disputas entre a alta burguesia e o resto da</p><p>sociedade. Sobretudo durante o governo de Napoleão, a postura autoritária diante de opositores</p><p>enquanto se operava a implementação de reformas liberais, mas elitistas, foi a regra. Com o fim</p><p>da Era Napoleônica, o Congresso de Viena buscou restaurar as monarquias destituída, inclusive</p><p>na França. Contudo, em 15 anos os franceses voltariam a se revoltar contra os Bourbon devido às</p><p>ambições absolutistas de Carlos X. A alta burguesia, mais uma vez, conseguiu se colocar à frente</p><p>do movimento, em 1830, e assumir a liderança do novo governo do rei burguês, Luís Filipe de</p><p>Orleans. Daí em diante, os conflitos entre os interesses da alta burguesia e do restante dos grupos</p><p>que participaram do movimento se intensificaram. Trabalhadores assalariados, camponeses e</p><p>desempregados cada vez mais percebiam que foram apenas usados como massa de manobra em</p><p>1830. É a partir dessa percepção que os limites do pensamento liberal começam a ser expostos e</p><p>discutidos. Novas filosofias políticas ganham forma, entre elas: o socialismo, o anarquismo e o</p><p>nacionalismo. Entretanto, os dois primeiros acabaram assumindo a maior oposição ao liberalismo</p><p>vigente.</p><p>Contudo, na época, socialismo era um termo amplo e genérico, podendo significar muitas coisas.</p><p>Havia diferentes propostas que se autointitulavam socialistas. Em geral, eram marcadas pelo</p><p>objetivo de melhorar as condições de vida e trabalho para os trabalhadores, mas nem todas</p><p>rompiam definitivamente com a participação da burguesia no papel de liderança política e</p><p>econômica da sociedade. O socialismo utópico é um exemplo disso. Por outro lado, o socialismo</p><p>científico, proposto por Marx e Engels se mostra mais radical e defende a tomada do poder pela</p><p>classe trabalhadora. Então, vejamos:</p><p>01) Correta! O socialismo científico descrevia uma ordem capitalista cujo principal fundamento</p><p>era a diferença e a interdependência entre capital e trabalho assalariado. Nessa relação, quem</p><p>detém o capital tem a propriedade dos meios de produção e o trabalho (ou o tempo de trabalho)</p><p>é reduzido a uma mera mercadoria que pode ser comprada e vendida por um preço (salário),</p><p>estipulado segundo a lei da oferta e da procura, isto é, segundo as condições do mercado no</p><p>momento.</p><p>02) Incorreta. Marx e Engels definiam a burguesia essencialmente como uma classe</p><p>revolucionária com base nas experiências das revoluções que ocorriam na Europa e no mundo</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 10 – História Contemporânea II</p><p>156</p><p>165</p><p>AULA 10: História Contemporânea II</p><p>desde o final do século XVIII e ao longo do XIX. Nessas experiências, a burguesia participava</p><p>ativamente e ajudou a derrubar o Antigo Regime em muitos lugares. Contudo, segundo os</p><p>autores, com o advento da Revolução Industrial e a transformação das relações econômicas e</p><p>produtivas uma nova divisão social se instalou. Gradativamente, o mundo passava a ser dividido</p><p>entre proprietários (burgueses) e não proprietários (trabalhadores), cujos os interesses eram</p><p>inconciliáveis. Nessa nova ordem, a burguesia perde seu caráter revolucionário e passa a ser</p><p>conservadora e reacionária para preservar sua liderança econômica e política da sociedade. Agora,</p><p>é o proletariado (trabalhadores) que se torna uma classe revolucionária da qual a real mudança</p><p>social pode advir.</p><p>04) Incorreta. O “pulo do gato” da teoria de Marx e Engels era a dialética, um conceito usado</p><p>para descrever como dois elementos influenciam no desenvolvimento e reprodução um do outro,</p><p>mesmo no caso de serem contraditórios. Assim, se a nova ordem capitalista estava baseada na</p><p>diferença e oposição entre burgueses e proletariado (trabalhadores), estas duas classes dependem</p><p>uma da outra para existir dentro desse sistema. Uma classe social só se define em relação à outra,</p><p>a partir do momento que seus integrantes percebem que possuem interesses distintos.</p><p>08) Correta! Está de acordo com o que falei na alternativa</p><p>da história contemporânea (1789-1963), 1977.)</p><p>Esses artigos do Bloqueio Continental, decretado pelo Imperador da França em 1806,</p><p>permitem notar a disposição francesa de</p><p>a) estimular a autonomia das colônias inglesas na América, que passariam a depender mais</p><p>de seu comércio interno.</p><p>b) impedir a Inglaterra de negociar com a França uma nova legislação para o comércio na</p><p>Europa e nas áreas coloniais.</p><p>c) provocar a transferência da Corte portuguesa para o Brasil, por meio da ocupação militar</p><p>da Península Ibérica.</p><p>d) ampliar a ação de corsários ingleses no norte do Oceano Atlântico e ampliar a hegemonia</p><p>francesa nos mares europeus.</p><p>e) debilitar economicamente a Inglaterra, então em processo de industrialização, limitando</p><p>seu comércio com o restante da Europa.</p><p>Comentário</p><p>A política expansionista francesa tinha como grande objetivo ampliar seus mercados na</p><p>Europa, como uma das bases para sua industrialização e, nesse sentido, após a derrota na</p><p>tentativa de invadir a Inglaterra, a política de Napoleão Bonaparte pretendeu isolar a</p><p>Inglaterra e estrangular sua economia.</p><p>Gabarito: E</p><p>1.3 – GOVERNO DOS 100 DIAS</p><p>Napoleão ficou na ilha de Elba com 1200 soldados franceses que deveriam mantê-lo preso.</p><p>E não foi que Bonaparte conseguiu fugir com todos eles e voltar para França, em março de 1815?</p><p>Reorganizou seu exército, marchou por muitos lugares, foi reconquistando apoio popular e</p><p>chegou a Paris. Nenhuma bala foi usada, nenhuma gota de sangue foi derramada. Ao contrário,</p><p>Napoleão foi recebido pela população aos gritos de “Viva o Imperador!!!”</p><p>“Naaaapoooo, Naaaapooo, Naaaapoooo”!!!! (este é brincadeirinha ).</p><p>Uma multidão feliz com a volta do carismático Imperador! Isso já é verdade! Luís XVIII e sua</p><p>família fugiram, pois eram impopulares e temiam perder as cabeças ou serem linchados pela</p><p>população.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 10 – História Contemporânea II</p><p>17</p><p>165</p><p>AULA 10: História Contemporânea II</p><p>Napoleão organizando seus exércitos na Ilha de</p><p>Elba para voltarem para França.</p><p>Mas o Governo de Napoleão</p><p>durou pouco. Em junho de 1815, formou-</p><p>se a 7ª Coalisão Internacional contra</p><p>Napoleão. Em 18 de junho, Napoleão</p><p>perdeu sua última Batalha – a de</p><p>Waterloo. Erro estratégico, conspiração,</p><p>traição... muitas coisas explicam essa</p><p>derrota, como um pedido de informação</p><p>das tropas da Coligação a um camponês.</p><p>Há uma passagem fantástica no</p><p>Livro 1 de Os Miseráveis sobre a batalha de Waterloo, recomendo a leitura. Pelo sumário você a</p><p>identifica fácil, fácil. O certo é que Napoleão foi preso na Ilha de Santa Helena, no Mediterrâneo</p><p>onde permaneceu até sua morte, em 1821. Novamente, Luís XVIII foi reconduzido ao poder e a</p><p>França voltou a ser uma Monarquia governada pela dinastia dos Bourbon. Daqui a pouco veremos</p><p>mais sobre o que rolou na França com esse rei e seu irmão. Por esse motivo que Victor Hugo</p><p>entende a batalha de Waterloo como um ato contrarrevolucionário.</p><p>(URCA 2021)</p><p>Napoleão conseguiu dar à França um conjunto de códigos, que constituem um dos mais</p><p>notáveis esforços de sistematização de regras jurídicas de toda a história: de 1804 a 1810</p><p>foram sucessivamente promulgados um Código Civil, um Código de Processo Civil, um</p><p>Código Penal e um Código de Instrução Criminal. A maior parte deles manteve-se em vigor</p><p>até os nossos dias, tanto na França como na Bélgica. Além disso, influenciaram a codificação</p><p>em numerosos países da Europa e da América Latina durante o século XIX.</p><p>(In: GILLISEN, John. Introdução histórica ao Direito. Lisboa: C. G. 1995, p. 448)</p><p>O Código Civil dos Franceses (1804), também conhecido com Código Napoleônico, foi</p><p>responsável por institucionalizar a ordem burguesa e garantiu:</p><p>I – A abolição da distinção entre as pessoas baseada no nascimento e no sangue: implantou</p><p>a igualdade jurídica.</p><p>II – O direito à propriedade privada, das pessoas poderem comprar e vender bens, sem</p><p>qualquer obstáculo feudal.</p><p>IIII – Direitos Sociais para a classe trabalhadora francesa, tais como à greve, direito à</p><p>sindicalização e à aposentadoria.</p><p>Marque a alternativa correta:</p><p>a) Todas as afirmações estão corretas: I, II e III</p><p>b) Estão corretas as afirmações I e II.</p><p>c) Estão corretas as afirmações II e III.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 10 – História Contemporânea II</p><p>18</p><p>165</p><p>AULA 10: História Contemporânea II</p><p>d) Apenas a afirmação III está correta.</p><p>e) Nenhuma das afirmações e verdadeira.</p><p>Comentários</p><p>Questão clássica, um pouco trabalhosa, sobre o que previa o Código Civil Napoleônico. Guardem uma</p><p>coisa elementar: se é um código civil trata sobre DIREITOS CIVIS, não sobre direitos políticos ou sociais.</p><p>Tendo isso em mente, vamos analisar cada item para, então, chegar ao gabarito correto.</p><p>I. Correto. O Código Civil de Napoleão era baseado nos princípios liberais, logo, estabelecia a igualdade</p><p>jurídica entre os cidadãos (homens).</p><p>II. Correto. O direito à propriedade é um direito individual elementar para o liberalismo – anote isso!!!</p><p>III. Erradíssimo. Os direitos sociais só foram reconhecidos a partir do século XX. Guarde isso. Um código</p><p>civil não vai reconhecer direito social, né gente!</p><p>Itens corretos I e II, então gabarito é alternativa B.</p><p>Gabarito: B</p><p>2. CONGRESSO DE VIENA: RESTAURAÇÃO CONSERVADORA</p><p>As Guerras empreendidas contra a expansão Napoleônica deixaram os países da Europa</p><p>em condições econômicas muito complicadas. A economia francesa ficou quebrada e a da</p><p>Inglaterra também – uma vez que ela precisou gastar com seu exército e com o de seus aliados.</p><p>Além disso, as conquistas napoleônicas na Europa geraram modificações substanciais na</p><p>organização político-territorial do continente. Fronteiras foram redefinidas e monarquias foram</p><p>derrubadas. Estruturas liberais ocuparam esse novo cenário. Napoleão desenhou um protótipo de</p><p>“novo mundo liberal” (em partes, sabemos!)</p><p>Assim, o Congresso de Viena, uma espécie de Conferência entre os países vencedores</p><p>representados pelas monarquias que haviam sido atacadas, teve a preocupação de reorganizar o</p><p>Continente Europeu conforme os critérios do Antigo Regime.</p><p>Oi, oi... Profe, então, é como se eles quisessem voltar no tempo, apagando as mudanças ocorridas</p><p>desde a Revolução Francesa?</p><p>Exatamente, caro Bixo!! Desde 1789, os ideais iluministas se espalharam pela Europa – e</p><p>até mesmo para além da Europa, como veremos na aula sobre a Independência da América Latina.</p><p>A estrutura política, econômica e ideológica que sustentava o Antigo Regime foi profundamente</p><p>abalada nesses 26 anos de processo revolucionário (entre 1789 e 1815).</p><p>Assim, restaurar o Antigo Regime significava, na prática, uma medida conservadora das</p><p>antigas dinastias que comandaram o Congresso de Viena.</p><p>A Restauração do Antigo Regime proposto pelo Congresso de Viena tinha 2 objetivos</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 10 – História Contemporânea II</p><p>19</p><p>165</p><p>AULA 10: História Contemporânea II</p><p>Para executar esses objetivos os membros do Congresso de Viena se basearam em 2</p><p>princípios:</p><p>Pelo princípio</p><p>da legitimidade a</p><p>dinastia Bourbon</p><p>voltou para a o</p><p>poder na França.</p><p>Pelo princípio do</p><p>equilíbrio de poder</p><p>foi impedido que os</p><p>Estados germânicos</p><p>se unificassem em</p><p>um único reino</p><p>chamado Alemanha</p><p>– algo almejado pela</p><p>Prússia.</p><p>E por que foi impedido, você poderia me perguntar? Porque a Inglaterra, a Áustria e a Rússia já</p><p>visualizavam que a unificação desses estados germânicos poderia fazer nascer uma nova potência.</p><p>E vou te dizer: elas estavam certas, porque a unificação desses estados, lá em 1870, vai gerar a</p><p>Alemanha. Alguém aí tem dúvida de que era uma potência ? Sem pensar no 7x1, hein....</p><p>Mas como restaurar o Antigo Regime se as ideias liberais que sustentam os valores do Novo</p><p>Mundo continuavam vivas na experiência e na memória de milhares de europeus? Devido a esse</p><p>fenômeno social, ao qual as antigas monarquias</p><p>“01”.</p><p>16) Correta! O controle da burguesia reside justamente na propriedade dos meios de</p><p>produção, portanto, continuar aprimorando-os para fortalecer seu próprio poder econômico e</p><p>político é algo indispensável. Contudo, nessas aprimorações, as relações sociais também são</p><p>modificadas, uma vez que a produção em si acaba sendo alterada. A partir daí, novas contradições</p><p>podem surgir e criar oportunidades para crises e até para o fim do capitalismo. Marx e Engels</p><p>acreditavam que o capitalismo criaria as condições para o próprio fim, uma vez que perseguia</p><p>apenas o lucro aos menores custos, consequentemente sacrificando as vidas dos trabalhadores.</p><p>Estes eventualmente compreenderiam sua condição com base na experiência da exploração e</p><p>organizariam a revolução para tomar o poder e instaurar uma sociedade mais justa, sem classes</p><p>sociais.</p><p>Gabarito: 01 + 08 + 16 = 25</p><p>(URCA 2011)</p><p>O século XIX foi pródigo na produção de ideias políticas, muitas das quais seguidas na</p><p>atualidade. Estabeleça a associação entre as ideias do século XIX e suas</p><p>denominações:</p><p>I Liberalismo</p><p>II– Socialismo Utópico</p><p>III– Socialismo científico</p><p>IV– Anarquismo</p><p>V– Socialdemocracia</p><p>( ) É a favor da liberdade, sem restrições. Propõe o fim de um poder e domínio</p><p>superior sobre o homem: poderes ideológicos, políticos, sociais e até jurídicos.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 10 – História Contemporânea II</p><p>157</p><p>165</p><p>AULA 10: História Contemporânea II</p><p>( ) Teve origem e inspiração marxista. Todavia propõe uma alternativa de esquerda que</p><p>respeite os princípios da democracia liberal e do jogo eleitoral para a esquerda.</p><p>Critica o sistema capitalista, mas renegam a via revolucionária para as transformações</p><p>sociais.</p><p>( ) Representou as primeiras formulações de crítica ao sistema capitalista e a favor de uma</p><p>sociedade igualitária. Essa viria da ação dos homens bons. No entanto, seus</p><p>teóricos não indicaram formas concretas para alcançar essa sociedade.</p><p>( ) Representou a continuidade do Iluminismo. Sua premissa básica é a defesa da</p><p>liberdade (política, econômica, etc). Defende a não intervenção do estado na economia,</p><p>a qual seria regulada pela lei natural da oferta e da procura.</p><p>( ) Seus princípios básicos – materialismo dialético e materialismo histórico foram</p><p>formulados por Karl Marx e Friedrich Engels. Produziu bases científicas de análise,</p><p>indicando os meios para realizar a revolução proletária e a implantação do socialismo, etapa</p><p>para o retorno ao comunismo. A revolução viria das contradições do capitalismo e</p><p>da exploração exercida pela burguesia.</p><p>Agora assinale a relação na sequência correta:</p><p>a) IV – V – III – I – II</p><p>b) I – II – III – IV – V</p><p>c) IV – V – II – I – III</p><p>d) V – IV – III – II – I</p><p>e) III – V – IV – I II</p><p>Comentários:</p><p>Durante o século XIX, muitas correntes de pensamento se formaram, questionando ordens</p><p>sociais, econômicas, políticas e filosóficas na Europa. Os movimentos de contestação ao Antigo</p><p>Regime surgiram ao final do século XVII e início do século XVIII com o Iluminismo. Este formou</p><p>importantes bases para as teorias políticas que se desenvolveram no século posterior e que até</p><p>hoje fazem parte da nossa sociedade. Entre elas estão o socialismo, o liberalismo, o anarquismo</p><p>e a social-democracia. A questão pede para que associemos cada uma dessas ideias com a</p><p>corrente política a qual ela pertence.</p><p>Então vejamos:</p><p>I Liberalismo</p><p>II– Socialismo Utópico</p><p>III– Socialismo científico</p><p>IV– Anarquismo</p><p>V– Socialdemocracia</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 10 – História Contemporânea II</p><p>158</p><p>165</p><p>AULA 10: História Contemporânea II</p><p>( IV ) É a favor da liberdade, sem restrições. Propõe o fim de um poder e domínio</p><p>superior sobre o homem: poderes ideológicos, políticos, sociais e até jurídicos.</p><p>( V ) Teve origem e inspiração marxista. Todavia propõe uma alternativa de esquerda que</p><p>respeite os princípios da democracia liberal e do jogo eleitoral para a esquerda.</p><p>Critica o sistema capitalista, mas renegam a via revolucionária para as transformações</p><p>sociais.</p><p>( II ) Representou as primeiras formulações de crítica ao sistema capitalista e a favor de uma</p><p>sociedade igualitária. Essa viria da ação dos homens bons. No entanto, seus teóricos</p><p>não indicaram formas concretas para alcançar essa sociedade.</p><p>( I ) Representou a continuidade do Iluminismo. Sua premissa básica é a defesa da</p><p>liberdade (política, econômica, etc). Defende a não intervenção do estado na economia, a</p><p>qual seria regulada pela lei natural da oferta e da procura.</p><p>( III ) Seus princípios básicos – materialismo dialético e materialismo histórico foram</p><p>formulados por Karl Marx e Friedrich Engels. Produziu bases científicas de análise,</p><p>indicando os meios para realizar a revolução proletária e a implantação do socialismo, etapa para</p><p>o retorno ao comunismo. A revolução viria das contradições do capitalismo e da</p><p>exploração exercida pela burguesia.</p><p>Portanto, a alternativa correta é a letra C.</p><p>Gabarito: C</p><p>(URCA 2015)</p><p>No início do ano de 1848, o pensador Alexis de Tocqueville, falou da Tribuna da Câmara dos</p><p>Deputados da França, expressando: “Nós dormimos sobre um vulcão... Os senhores não</p><p>percebem que a terra treme mais uma vez? Sopra o vento das revoluções, a tempestade está</p><p>no horizonte”.</p><p>Sobre o contexto histórico no qual se inserem as palavras de Tocqueville,</p><p>assinale CORRETAMENTE:</p><p>A) Na mesma época, Karl Marx e Friedrick Engels publicaram, em Londres, o</p><p>Manifesto do Partido Comunista;</p><p>B) No mesmo ano, a República Francesa, fundada após a deposição de Napoleão Bonaparte,</p><p>foi derrubada, dando lugar à volta da Monarquia;</p><p>C) Semelhante ao que ocorria na Europa, no Brasil, tivemos a Confederação do Equador,</p><p>com características bastante semelhantes ao que vinha ocorrendo no Velho Continente;</p><p>D) As palavras de Tocqueville foram completamente extemporâneas, tendo em vista que</p><p>entre os anos de 1830 e 1870, a Europa vivenciou um dos períodos de tranquilidade social e</p><p>política mais longos de sua história;</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 10 – História Contemporânea II</p><p>159</p><p>165</p><p>AULA 10: História Contemporânea II</p><p>E) Os movimentos de 1848 que transformaram a Europa num verdadeiro “vulcão</p><p>revolucionário” acabaram levando o continente a um retrocesso, inclusive com a volta às</p><p>relações servis de produção que só tiveram fim com a 1ª. Guerra Mundial.</p><p>Comentários:</p><p>O pensador Alexis de Tocqueville foi um dos principais deputados do parlamento francês</p><p>a defender a República na França da década de 1840. Inserido no contexto histórico das</p><p>ondas revolucionárias que ganharam proporção na França a partir do Congresso de Viena</p><p>(1815), Tocqueville defendeu a participação dos indivíduos na política e no sistema político</p><p>por meio de uma democracia republicana. Para Tocqueville, somente ela garantiria uma</p><p>igualdade (civil e material) entre os cidadãos do país. Nesse momento surgiam algumas</p><p>correntes teóricas que influenciaram o período retratado pelo autor.</p><p>Com base nisso, vejamos as alternativas:</p><p>a) Correto. Karl Marx e Frederich Engels publicaram um panfleto analisando o papel político</p><p>da burguesia nas transformações do mundo. Os autores argumentaram que os burgueses</p><p>tiveram um papel revolucionário até assumirem o poder do Estado. Depois disso, tornaram-</p><p>se uma classe conservadora. Portanto, se os operários quisessem novas conquistas em</p><p>direção à igualdade, liberdade e fraternidade precisariam caminhar sozinhos até tomarem</p><p>eles mesmos o poder do Estado. Esse panfleto</p><p>não poderiam fugir, alguns historiadores falam</p><p>que existiu um terceiro princípio: o da solidariedade entre as Monarquias Absolutistas, melhor</p><p>dizendo, entre as dinastias monárquicas que voltavam ao poder.</p><p>Por meio desse princípio a Rússia propôs a formação de um exército unificado entre essas</p><p>monarquias, que serviria para protegê-las de qualquer novo levante liberal e, ao mesmo tempo,</p><p>se os povos resistissem às ordenanças do Congresso de Viena esse exército poderia agir com a</p><p>violência necessária para colocar a restauração em prática. Esse exército recebeu o nome de Santa</p><p>Aliança. É importante ressaltar que a Inglaterra foi contra porque se opunha a recolonização dos</p><p>países que já eram independentes.</p><p>Leia um trecho do documento que formalizou esse exército conservador:</p><p>Objetivos C.V.</p><p>Restaurar as</p><p>fronteiras</p><p>Restaurar as</p><p>Monarquias</p><p>Princípios do</p><p>C.V</p><p>Devolver as coroas às</p><p>dinastias que reinavam antes</p><p>das revoluções. Eram as</p><p>legítimas.</p><p>Legitimidade</p><p>Impedir a formação de</p><p>potencias continentais</p><p>capazes de ameçar o poder</p><p>de alguma monarquia.</p><p>Equilíbrio de Poder</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 10 – História Contemporânea II</p><p>20</p><p>165</p><p>AULA 10: História Contemporânea II</p><p>Dá uma olhada como ficou a organização político-territorial da Europa com as</p><p>determinações do congresso de Viena:</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 10 – História Contemporânea II</p><p>21</p><p>165</p><p>AULA 10: História Contemporânea II</p><p>3. A EUROPA EM RESTAURAÇÃO</p><p>A derrota de Napoleão Bonaparte na 7ª Coalisão Internacional contra a França fez com que</p><p>o movimento revolucionário entrasse em declínio. Não significou que as ideias liberais morressem,</p><p>em hipótese alguma. Como eu falei antes, as ideias liberais que sustentavam os valores do Novo</p><p>Mundo continuavam vivas na memória de milhares de europeus. Afinal, seria difícil alguém se</p><p>submeter à condição de servo lá do feudalismo.</p><p>O projeto iluminista para a sociedade havia ganhado mentes e corações, porém, diante da</p><p>força da tradição amparada por estratégias e alianças militares, as forças sociais foram sufocadas,</p><p>retraíram-se como se preparassem para um momento mais propício para reacender o fogo da</p><p>revolução. Sacaram?</p><p>Portanto, o período entre 1815 e 1830 pode ser entendido como contrarrevolucionário, ou</p><p>seja, as iniciativas impulsionadas pelas monarquias tiveram o sentido de impedir novas mudanças</p><p>e desarticular as conquistas do período revolucionário. A tendência conservadora do Congresso</p><p>de Viena prevaleceu sobre o continente nesses 15 anos.</p><p>De um modo geral, as Monarquias Absolutistas se fortaleceram momentaneamente em</p><p>toda a Europa. Contudo, faremos um estudo de caso com o exemplo francês para entendermos</p><p>o período.</p><p>Como falamos, ficou acertado que os Bourbon voltariam ao poder. Entre 1815 e 1830 foram</p><p>2 reis: Luís XVIII e seu irmão Carlos X. Vejamos os pontos principais desses governos:</p><p>➢ Luís XVIII, 1815-1824</p><p>Luís XVIII foi um rei prudente. Apesar de ter sua legitimidade imposta pelo Congresso de</p><p>Viena, tentou manter uma monarquia com cara de constitucional: havia um parlamento bicameral</p><p>com deputados escolhidos pelo próprio rei e outros escolhidos por voto censitário.</p><p>Nesse cenário havia 3 grupos:</p><p>Ultrarrealistas: defensores da volta do absolutismo puro. Composto por nobres;</p><p>Bonapartistas: defensores da volta de Bonaparte e de uma República aristocrática. Composto pela</p><p>alta burguesia;</p><p>Radicais: defensores dos ideais liberais mais democráticos. Composto pelas pequena e média</p><p>burguesias.</p><p>Com o aumento da tensão entre os grupos, houve muita violência e repressão às oposições</p><p>organizadas nos grupos 2 e 3. Os ultrarrealistas pressionavam o rei para aprofundar a restauração</p><p>absolutista, mas o rei sabia que sua cabeça, literalmente, estava em jogo! Restaurar o Antigo</p><p>Regime era algo muito difícil de ocorrer.</p><p>Em 1824, Luís morre e assume seu irmão Carlos X.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 10 – História Contemporânea II</p><p>22</p><p>165</p><p>AULA 10: História Contemporânea II</p><p>➢ Carlos X, 1824-1830</p><p>Se Luís XVIII foi moderado e prudente, tentando conter a explosão das tensões entre os</p><p>grupos, Carlos X se ligou aos ultrarrealistas desconsiderando o contexto conflituoso vivido na</p><p>França.</p><p>Suas medidas foram de aprofundamento da restauração absolutista. Para tanto, ele</p><p>decretou leis que devolveram o privilégio da isenção de impostos à nobreza e à Igreja. Além disso,</p><p>transferiru a administração da educação à Igreja Católica. Por fim, restituiu terras que alguns</p><p>nobres tinham perdido durante a Revolução Francesa ou os indenizou com valores muito</p><p>superiores ao de mercado. De novo, tudo sem que pagassem 1 centavo de imposto.</p><p>Evidentemente que tais medidas ampliaram o descontentamento dos grupos da alta, média</p><p>e baixa burguesia. Trabalhadores liberais e das fábricas também entraram no descontentamento</p><p>incentivado pelos grupos burgueses.</p><p>Esse descontentamento começou a burbulhar nos meios de comunicação, nos grupos de</p><p>discussão nas escolas e universidades, nos grupos de leitura e poesia da juventude, enfim, em</p><p>muitos lugares onde burgueses e trabalhadores se reuniam. A essa altura, a França já possuia</p><p>indústrias mais consolidas e, nesse sentido, uma classe trabalhadora mais madura.</p><p>Os ideais liberais e a memória da revolução ajudavam esses grupos a se recordarem das</p><p>aventuras, das vitórias e das conquistas bem sucedidas da Revolução Francesa. A força das ideias</p><p>dos 25 anos revolucionários voltava: os homens nascem livres e iguais e tem o direito à rebelião</p><p>contra governos tirânicos! A coragem do povo e do seu exército popular revolucionário continuava</p><p>latente nas pessoas! A busca por igualdade social seria retomada!!!</p><p>Aos ideais liberais se conjungaram os nacionalista, ideologia que crescia e dava outros</p><p>contornos ao movimento político liberal contra o absolutismo.</p><p>O nacionalismo é um movimento baseado, de modo geral, na noção de povo. Um povo que</p><p>pertence a uma territorialidade. Nacionalidade e identidade se relacionam pois, a identidade que</p><p>se dá por meio dos aspectos etnicos, linguísticos, culturais, históricos. Nacionalismo não se</p><p>confunde com patriotismo.</p><p>O nacionalismo compreende a noção liberal de autodeterminação do povo, ou seja, o direito de</p><p>os povos escolher quem irá governar a nação. O indivíduo é o centro e a nação é a expressão</p><p>coletiva, territorial e jurídica dos direitos civis e políticos.</p><p>Já o patriotismo é expressão cunhada por grupos conservadores, sobretudo no século XX, para</p><p>uma nova forma de sobreposição do Estado ao indivíduo. Mussolini e o fascismo italiano foram</p><p>expressão desse patriotismo clássico, por isso a frase dele: “Nada sem o estado, nada contra o</p><p>estado e nada fora do Estado”.</p><p>Assim, no século XIX, o nacionalismo foi expresso pelos seguintes ideais:</p><p>- Independência Nacional: direito de todos os povos de lutar por sua independência como</p><p>nação.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 10 – História Contemporânea II</p><p>23</p><p>165</p><p>AULA 10: História Contemporânea II</p><p>- Autodeterminação: direito dos povos de escolher por si mesmos o sistema políticos, forma</p><p>de governo dentro de um território unificado. Ou seja, é onde se concretizam os direitos civis e</p><p>políticos de cada cidadão.</p><p>A resposta do governo de Carlos X à radicalização da oposição foi repressão, censura e</p><p>fechamento da imprensa. As prinsições política foram reativadas. Uma nova Bastilha seria</p><p>reconstruída? Será profe? Não, não há registros de um “Nova Bastilha”, mas a ideia era a</p><p>semelhante, concorda?.</p><p>Para piorar a situação política as péssimas colheitas aumentaram o descontentamento da</p><p>população da cidade e do campo. O custo de vida aumentara muito desde 1827.</p><p>4. A EUROPA EM TRANSFORMAÇÃO</p><p>Entre 1830 e 1848 ocorreu uma série de revoltas na Europa. Elas tiveram como características</p><p>comuns serem contra a política de restauração do antigo regime.</p><p>Também expressaram os</p><p>primeiros descontentamentos com os limites das políticas liberais implementadas por governos</p><p>moderados que chegavam ao poder. Nesse momento, muitas ideias políticas e sociais surgiram e</p><p>tornaram as disputas políticas mais intensas. O liberalismo se multiplicava em inúmeras</p><p>interpretações que acabavam originando novos pensamentos, palavras, conceitos, ideologias. A</p><p>organização política espacial da Alemanha e da Itália começava a mudar a partir dos processos de</p><p>questionamento à ordem até então estabelecida.</p><p>O capitalismo, agora enquanto um sistema mais amplo, se tornou mais complexo, pois se</p><p>desenvolveu e se fortaleceu como um modo de produção hegemônico e com tendência a se</p><p>espalhar pelo mundo. Isso também promoveu alterações nas relações entre as classes sociais,</p><p>deslocando o conflito social para o embate entre burguesia e operariado.</p><p>4.1 – ONDAS DE REVOLTAS LIBERAIS E NACIONALISTAS 1830-1848</p><p>Diante daquele contexto explosivo, em julho de 1830, eclodiram novas rebeliões populares</p><p>lideradas pela alta burguesia. Foram as chamadas Jornadas Gloriosas ou 1ª Onda Liberal.</p><p>Nessas revoltas, que agitaram a França e influenciaram movimentos em diversas partes do</p><p>mundo Ocidental, como Portugal, Espanha, Holanda, Prússia, Itália, Polônia, até mesmo, Brasil, os</p><p>ideiais do Projeto Iluminista voltaram à cena.</p><p>Essas rebeliões tiveram caráter liberal e nacionalista e, na França, recuperaram todo o ideal</p><p>da Revolução Francesa de liberdade, igualdade e fraternidade. Assim como naquele processo, nas</p><p>Jornadas Gloriosas dos anos de 1830 diversas classes sociais se uniram para derrubar o Antigo</p><p>Regime.</p><p>A alta burguesia, mais preparada oral e politicamente, liderou o processo convencendo os</p><p>demais grupos de que era necessário um equilíbrio entre as forças políticas para que, assim, o</p><p>absolutismo fosse derrotado definitivamente.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 10 – História Contemporânea II</p><p>24</p><p>165</p><p>AULA 10: História Contemporânea II</p><p>Essa Onda Liberal inspirou muitos artistas, expressões do Romantismo – como Eugene</p><p>Delacroix e Victor Hugo, com as respsctivas obras: A Liberdade Guiando o Povo e Os Miseráveis.</p><p>A liberdade guiando o povo, Eugene Delacroix,</p><p>1830. Museu do Louvre, França.</p><p>Rapidamente vamos analisar</p><p>alguns elementos do quadro ao lado:</p><p>➢ Vejam os corpos mortos/caídos ao</p><p>chão. Pelas vestes podemos dizer que</p><p>representam os membros das forças</p><p>reais, que foram vencidas.</p><p>➢ No primeiro plano a Mulher que</p><p>representa, como o nome da obra</p><p>sugere, a Liberdade. Ela guia o povo.</p><p>➢ Em segundo plano está O Povo</p><p>formado por classes e grupos sociais</p><p>diversos. Vejamos:</p><p>• o menino mais novo com duas armas pode representar os estudantes, membros da</p><p>média burguesia – grupo muito atuante na Revolução (como descreve Victor Hugo</p><p>em Os Miseráveis);</p><p>• o homem de cartola e uma arma maior representa a alta burguesia. Ele está à frente</p><p>do resto do povo;</p><p>• Atrás do homem de cartola está um homem de macacão e boina e com um facão na</p><p>mão e um revólver na cintura. Ele pode representar a classe trabalhadora;</p><p>• Figura intrigante á aquela que está ajoelhada aos pés da liberdade com um lenço na</p><p>cabeça, trajes muito simples e sem qualquer arma na mão. Pode representar as</p><p>classes mais pobres da sociedade francesa, sem trabalho, completamente vulnerável</p><p>A atualidade da Revolução Francesa e os coletes amarelos: uma comparação</p><p>possível de cair na sua prova, se liga!</p><p>2</p><p>2http://br.rfi.fr/franca/20190108-quadro-de-delacroix-vira-grafite-com-coletes-amarelos-em-paris.</p><p>Acesso em 30-04-2019.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 10 – História Contemporânea II</p><p>25</p><p>165</p><p>AULA 10: História Contemporânea II</p><p>• Governo de Luís Filipe de Orleans 1830-1848</p><p>O desfecho das Jornadas Gloriosas foi a ascensão de um novo rei, Luís Filipe de Orleans,</p><p>apelidado de “rei-burguês” ou “o rei dos banqueiros”. Isso porque, com medo do novo processo</p><p>revolucionário, o rei Carlos X abdicou do trono e buscou exílio na Inglaterra.</p><p>Mas Profe, rei? Toda essa briga para colocarem um novo rei?</p><p>Sim, querida e querido aluno, lembra de que o movimento foi liderado pela alta burguesia?</p><p>Pois bem, essa experiência das Jornadas Gloriosas começa a nos mostrar que a alta burguesia</p><p>começava a se descolar politicamente dos interesses da média e da pequena burguesia, e muito</p><p>mais dos trabalhadores do campo e da cidade.</p><p>Na França, a alta burguesia era composta especialmente pelo setor financeiro que tinha</p><p>interesse em manter altas taxas de juros. Contudo, como a média e pequena burguesia precisavam</p><p>de empréstimos constantes para financiar a expansão econômica, principalmente os envolvidos</p><p>no processo de industrialização, as altas taxas de juros eram inviáveis.</p><p>Além disso, a alta burguesia temia o que eles chamavam de radicalismo político das outras</p><p>frações da burguesia.</p><p>E o que vem a ser esse radicalismo, Profe?</p><p>Radicalismo político, nesse momento histórico era a defesa da ideia de REPÚBLICA e a</p><p>ampliação do poder aos trabalhadores. Essa forma de governo era entendida como mais</p><p>democrática do que a Monarquia Constitucional, uma vez que aumentava o grau de</p><p>representatividade política dos grupos sociais. O sistema eleitoral deveria ser operacionalizado</p><p>pelo voto universal e não o censitário para que, assim, todos os grupos sociais, inclusive os menos</p><p>abastados, pudessem participar da vida política da nação.</p><p>Alexis de Tocqueville foi um dos principais deputados do parlamento francês a</p><p>defender a República. Para ele, a liberdade se realizaria na democracia de forma que</p><p>igualdade (civil e material) e liberdade andariam juntas. Porém, a democracia defendida</p><p>por Tocqueville não fazia oposição somente ao absolutismo, mas também à</p><p>possibilidade de a massa descontrolada se tornar tirânica, a exemplo do que vimos no</p><p>Terror da Revolução Francesa. Assim, esse importante pensador francês alertou para o</p><p>perigo da “Tirania da Maioria”. Ou seja, mesmo uma democracia poderia levar à ditadura. De toda</p><p>forma, apenas a participação dos indivíduos na política e no sistema político, de forma ativa (com</p><p>debates, críticas, elaborações), poderia construir uma República mais igualitária. Tocqueville,</p><p>dentre outros, escreveu A democracia na América e O Antigo Regime e a Revolução.</p><p>Apesar de tudo isso, o Governo do Rei Burguês foi marcado pelo retorno de várias medidas</p><p>liberais que tinham sido revogadas pelos irmãos Luís e Carlos. Seu principal objetivo era alcançar</p><p>uma ordem social interna estável, sem conflitos, rebeliões, revoltas ou qualquer outra contestação</p><p>que pudesse ameaçar os interesses da alta burguesia.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 10 – História Contemporânea II</p><p>26</p><p>165</p><p>AULA 10: História Contemporânea II</p><p>Dentre as figuras de destaque do governo de Luís Filipe, o Ministro François Guizot é</p><p>sempre lembrado em questões de prova.</p><p>Vejamos algumas inciativas:</p><p>✓ Reformulação da Constituição acentuando aspectos liberais</p><p>✓ Laicização da educação</p><p>✓ Sistema legislativo representativo apenas por voto censitário (o rei não indicava mais</p><p>nenhum deputado)</p><p>✓ Liberdade de Imprensa</p><p>✓ Proibição dos sindicatos</p><p>Pretendia-se, com esse controle social interno, promover o desenvolvimento do capitalismo</p><p>francês, baseado na liberdade para o grande capital. Não esqueçam que, na França, a</p><p>industrialização ainda precisava ser alavancada já que os conflitos políticos, desde o final do século</p><p>XVIII retardaram a industrialização francesa.</p><p>De fato, a França cresceu durante os 18 anos do governo do Rei Luís Filipe. Mas, tal como</p><p>ocorrido em qualquer país de capitalismo recente, as condições de trabalho e salário eram muito</p><p>complicadas. Os setores médios da burguesia também não conseguiram concorrer com os ricos</p><p>burgueses favorecidos por políticas de concentração de renda via políticas</p><p>tarifárias de alta</p><p>taxação. Houve um acelerado empobrecimento da população.</p><p>Além disso, estamos falando da França, não é mesmo, Bixo. Assim, diante de tantas</p><p>dificuldades enfrentadas pelos setores menos abastados e, também, pelos setores médios da</p><p>burguesia, a falta de representatividade política tornava-se um fardo grande demais para ser</p><p>suportado por aquela sociedade que tem revoluções populares vitoriosas inscritas na sua cultura</p><p>política. O que vocês acham que “os de baixo” pensavam em fazer? Isso mesmo, ir para cima,</p><p>mais uma vez.</p><p>Quando chegamos na segunda metade dos anos de 1840, uma série de problemas</p><p>econômicos começa a se desenvolver.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 10 – História Contemporânea II</p><p>27</p><p>165</p><p>AULA 10: História Contemporânea II</p><p>Percebe como a situação social complicava o quadro político? Vimos isso no prelúdio da</p><p>Revolução Francesa e estamos vendo isso no prelúdio das mobilizações que, novamente, irão</p><p>chacoalhar a Europa. Assim, mais uma vez as tensões políticas se ampliavam.</p><p>Nesse cenário surgiu a Política dos Banquetes. Foram manifestações populares contrárias</p><p>ao governo. Começaram pequenas, como um “piquenique”. Cresceram e se transformaram em</p><p>banquetes. Reuniam trabalhadores, pequena e média burguesia e diversas organizações políticas.</p><p>Com o tempo os banquetes elaboraram um “programa de reivindicações comuns”, comuns</p><p>entre operários e pequena-burguesia. Esses setores exigiam do governo o fim do voto censitário.</p><p>Alguns grupos começavam a exigir o fim da Monarquia e a instalação da República. Esta demanda</p><p>ficou cada vez mais forte até se massificar completamente.</p><p>O Governo respondeu às exigências com autoritarismo e violência. Decretou a censura,</p><p>fechou jornais, prendeu opositores. Nada disso parou os “banqueiros opositores”.</p><p>Assim, marcou-se um grande Banquete para fevereiro de 1848. O Ministro Guizot, braço</p><p>direito do rei, comandante da Guarda Nacional, proibiu qualquer tipo de manifestação pública em</p><p>Paris. Autorizou que a Guarda Nacional atirasse nos manifestantes.</p><p>Chegou o dia do “Grande Banquete”. O povo armou as barricadas e aguardou a Guarda</p><p>Nacional. Estas foram para o lugar onde é a atual Praça da República. Adivinha o que houve???</p><p>Uma parte significativa da Guarda Nacional juntou-se ao povo e realizaram um dos maiores</p><p>levantes da história da França. O rei fugiu e, no seu lugar, assumiu um Governo Provisório. Dá um</p><p>bizu no registro:</p><p>Aumento do desemprego</p><p>O campo tem péssimas colheitas entre 1845 e 1848- o que aumenta o custo de vida-, pois aumenta o</p><p>custo do trigo que é a base da alimentação da população pobre francesa.</p><p>Demissões em massa e diminuição dos salários</p><p>No mercado externo é difícil competir com a Inglaterra.</p><p>Estagnação da produção.</p><p>A produção chega a uma situação de falta de circulação de mercadorias, uma vez que o mercado interno não é</p><p>muito amplo devido aos baixíssimos salários.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 10 – História Contemporânea II</p><p>28</p><p>165</p><p>AULA 10: História Contemporânea II</p><p>O fenômeno foi tão marcante na História do Século XIX, e recuperou tanto a narrativa da</p><p>Revolução Francesa e dos ideais iluministas, que muitos pensadores analisaram a experiência do</p><p>Banquete. Um deles, testemunha ocular da história da França desse momento, Alexis de</p><p>Tocqueville escreve em “Lembranças de 1848”:</p><p>“os homens da primeira revolução estavam vivos em todos os espíritos, seus atos e suas</p><p>palavras presentes em todas as memórias. Tudo o que presenciei nesse dia trazia a</p><p>marca visível de tais lembranças; sempre tive a impressão de que houve mais esforços</p><p>para representar a revolução Francesa que para continuá-la.”3 (grifos nossos)</p><p>Com isso, na França, foi proclamada a Segunda República, que duraria até 1852.</p><p>Vejamos como essa onda revolucionária repercutiu nos demais países:</p><p>3 TOCQUEVILLE, Alexis de. Lembranças de 1848. São Paulo: Cia das Letras, 1991, p. 75.</p><p>Lamartine, em frente à Câmara Municipal de Paris, rejeita a bandeira vermelha em 25 de fevereiro de 1848 Henri</p><p>Félix Emmanuel Philippoteaux</p><p>https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Henri_F%C3%A9lix_Emmanuel_Philippoteaux&action=edit&redlink=1</p><p>https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Henri_F%C3%A9lix_Emmanuel_Philippoteaux&action=edit&redlink=1</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 10 – História Contemporânea II</p><p>29</p><p>165</p><p>AULA 10: História Contemporânea II</p><p>Jornadas Revolucionárias de 1848 - Primavera dos Povos</p><p>Além de o movimento ter se espalhado por toda a França, um dos aspectos mais</p><p>impressionantes dessa revolução foi sua imediata expansão para muitos outros países.</p><p>Movimentos nacionalistas se formaram e fizeram centenas de levantes pela Europa, derrubando</p><p>reis ou impondo medidas e constituições liberais. Assim, essa 2ª Grande Onda Liberal ficou</p><p>conhecida como Primavera dos Povos.</p><p>(UFU 2015)</p><p>Tem havido um bom número de grandes revoluções na história do</p><p>mundo moderno, e certamente a maioria bem-sucedida. Mas</p><p>nunca houve uma que tivesse se espalhado tão rápida e amplamente, se alastrando como</p><p>fogo na palha por sobre fronteiras, países e mesmo oceanos. 1848 foi a primeira revolução</p><p>potencialmente global, cuja influência direta pode ser detectada na insurreição de 1848 em</p><p>Pernambuco (Brasil) e poucos anos depois na remota Colômbia</p><p>HOBSBAWM, Eric. A era do capital: 1848-1875. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1982, p. 30.</p><p>(Adaptado)</p><p>A onda revolucionária de 1848 estava ligada, inicialmente, à delicada conjuntura sociopolítica</p><p>da França que, entre outros aspectos, caracterizava-se</p><p>a) pela consolidação, durante o reinado de Luís Felipe, das conquistas burguesas, o que</p><p>gerou a revolta do proletariado.</p><p>b) pela instabilidade institucional, resultante das promessas não cumpridas do</p><p>republicanismo francês e da ascensão das camadas populares.</p><p>c) pelo protagonismo político do movimento operário que, apesar de sua importância, ainda</p><p>se mostrava desorganizado e sem lideranças expressivas.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 10 – História Contemporânea II</p><p>30</p><p>165</p><p>AULA 10: História Contemporânea II</p><p>d) pela aliança política entre os setores conservadores e a Igreja Protestante, principal força</p><p>religiosa da França, para conter o crescimento do proletariado.</p><p>Comentário</p><p>Questão de análise de contexto. Veja que, diferentemente da questão anterior, aqui a</p><p>pergunta não é sobre os efeitos ou desdobramentos de 1848, mas questiona o contexto</p><p>geral desse final da primeira metade do século XIX.</p><p>Na França do século XIX, uma série de instabilidades políticas possibilitou algumas</p><p>revoluções, como as de 1830 e 1848. A de 1848 foi caracterizada por grande participação</p><p>popular e instaurou uma República na França, após um período de restauração monárquica</p><p>no país. Essa revolução ficou conhecida como Primavera dos Povos.</p><p>Contudo, como falamos antes, a instalação da República não significou exatamente ganhos</p><p>imediatos para as camadas mais pobres e, em especial, para os trabalhadores operários. Por</p><p>isso novas rebeliões surgiram e marcaram a ruptura política entre o projeto da burguesia e</p><p>do proletariado, como apontaram Alexis de Tocqueville e Karl Marx.</p><p>Apesar disso, cuidado com o item C, pois apesar dessa ruptura, o movimento operário não</p><p>foi protagonista nessa etapa histórica, apenas conquistando esse papel no final do século</p><p>XIX e começo do XX.</p><p>Portanto, o item correto é B.</p><p>Gabarito: B</p><p>4.2 – REPÚBLICA FRANCESA, DE 1848</p><p>Logo após a fuga do rei, estabeleceu-se um governo provisório formado por representantes</p><p>dos diferentes grupos políticos. As primeiras medidas foram:</p><p>1. Proclamação da República, chamada de 2ª República, pois a 1ª teria sido a Jacobina</p><p>entre 1791 e 1795.</p><p>2. Liberdade de imprensa.</p><p>3. Sufrágio universal masculino (as mulheres não tiveram acesso a esse direito –</p><p>conquistado apenas após a II Guerra</p><p>Mundial. Lamentável, novamente).</p><p>4. Abolição da escravidão nas colônias francesas.</p><p>5. Organização das Oficinas Nacionais: órgãos sob o controle dos trabalhadores que</p><p>serviam para organizar a distribuição dos empregos entre os trabalhadores, bem</p><p>como oferecer formação profissional para quem não tivesse. Também serviu como</p><p>oficinas produtivas estatais. O Palácio de Luxemburgo foi escolhido como a sede</p><p>administrativa e organizativa das oficinas ou Fábricas Nacionais.</p><p>6. Eleição para Assembleia Constituinte (órgão responsável por redigir a nova</p><p>constituição republicana) que ocorreu em 23 de abril de 1848.</p><p>O governo provisório era composto por setores populares representando os interesses dos</p><p>trabalhadores e das classes desfavorecidas, por setores da média e pequena burguesia e pelos</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 10 – História Contemporânea II</p><p>31</p><p>165</p><p>AULA 10: História Contemporânea II</p><p>bonapartistas (liberais, contudo mais elitistas). Esses grupos não conseguiam chegar a acordos</p><p>políticos sobre quais medidas deveriam ser implantadas na França. Os interesses divergentes</p><p>começaram a ficar mais claros entre eles. Veja um pouquinho da posição de cada grupo:</p><p>Preste atenção, Bixo!! Começamos a perceber que estas classes sociais, antes unidas contra</p><p>um inimigo comum e em defesa da mesma bandeira republicana, divergiam nos rumos mais</p><p>estruturais da sociedade. Assim, estudiosos dos sistemas políticos afirmam que estava em jogo a</p><p>disputa entre dois modelos de República:</p><p>Socialistas Utópicos</p><p>•Os setores populares exigiam</p><p>mudanças mais profundas</p><p>como leis trabalhistas com</p><p>regulamentação da jornada de</p><p>trabalho para diminuir a</p><p>quantidade de horas</p><p>trabalhadas e o</p><p>estabelecimento de um salário</p><p>mínimo a ser pago pelos</p><p>empregadores, regulação de</p><p>preços de alimentos, entre</p><p>outros. Também defendiam</p><p>que a educação do povo fosse</p><p>responsabilidade dos</p><p>governantes e dos patrões. Por</p><p>isso, ficaram conhecidos</p><p>como socialistas utópicos –</p><p>por defenderem demandas</p><p>sociais.</p><p>•Nesse grupo se encontravam</p><p>trabalhadores, intelectuais e</p><p>uma parte da pequena</p><p>burguesia</p><p>Liberais</p><p>•Os pequenos e médios</p><p>burgueses eram favoráveis aos</p><p>direitos políticos e civis, mas</p><p>não aceitavam as demandas</p><p>sociais mais profundas</p><p>utilizando o argumento de que</p><p>isso encarecia o custo da</p><p>produção e poderia colocar em</p><p>risco a capacidade de</p><p>concorrência da nascente</p><p>indústria francesa.</p><p>Bonapartistas</p><p>•Diferente dos dois outros</p><p>grupos, os bonapartistas eram</p><p>elitistas, não afeitos aos</p><p>debates políticos. Mas eram</p><p>demagógicos porque diante da</p><p>população faziam discursos</p><p>defendendo medidas</p><p>populares, mas, agiam</p><p>pragmaticamente segundo os</p><p>interesses dos grupos</p><p>econômicos mais fortes. Na</p><p>disputa entre os socialistas</p><p>utópicos e os burgueses</p><p>liberais, nas votações os</p><p>bonapartistas tendiam a ficar</p><p>ao lado dos últimos.</p><p>•Geralmente participavam</p><p>desse grupo os políticos mais</p><p>tradicionais da alta burguesia</p><p>e uma parte da média</p><p>burguesia</p><p>•Tinham um grupo chamado</p><p>Partido da Ordem.</p><p>•Sua base social de apoio era</p><p>majoritariamente os</p><p>campesinos.</p><p>República de</p><p>democracia</p><p>liberal.</p><p>República de</p><p>democracia</p><p>social</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 10 – História Contemporânea II</p><p>32</p><p>165</p><p>AULA 10: História Contemporânea II</p><p>Voltando a nossa história da carochinha, em 23 de abril de 1848 foram realizadas eleições</p><p>para a formação da Assembleia Constituinte. Uma eleição para a escolha de deputados cuja</p><p>missão seria escrever a constituição do país. Nesse sentido foi uma forma democrática de fazer as</p><p>leis, pois ela seria escrita pelos representantes do povo. Ademais, nesse caso o voto foi universal,</p><p>ou seja, independentemente da renda. Todavia, o homem eleitor precisava ser alfabetizado.</p><p>O resultado eleitoral deu maioria aos bonapartistas reunidos em um partido chamado</p><p>“Partido da Ordem”. Depois foram os burgueses e, por último, os socialistas utópicos, que só</p><p>ganharam em Paris, onde estava a maioria dos trabalhadores operários. Assim, a Assembleia</p><p>constituinte não deu sequência às leis de proteção do trabalho, tal como queriam os socialistas e</p><p>as lideranças dos trabalhadores. Uma série de medidas foram revogadas, como, por exemplo, o</p><p>controle dos preços dos alimentos.</p><p>Entre Maio e Junho de 1848 várias rebeliões operárias eclodiram em Paris e em cidades</p><p>mais industrializadas. O movimento operário crescia na França e, crescia junto com ele, a ideia do</p><p>socialismo.</p><p>Em junho daquele ano de 1848, uma verdadeira revolução popular tomou conta de Paris,</p><p>pois a Assembleia votou o fechamento das Oficinas Nacionais e a destituição dos operários que</p><p>administravam o Palácio de Luxemburgo.</p><p>A rebelião foi organizada e liderada por setores das classes populares e de trabalhadores.</p><p>As mesmas velhas técnicas de barricadas usadas antes pela burguesia contra reis absolutistas,</p><p>agora, eram usadas pelos trabalhadores contra a burguesia no poder. Os populares se sentiram</p><p>traídos pelas lideranças burguesas da Revolução de Fevereiro, pois, juntos, derrubaram o rei Luís</p><p>Filipe. Todos haviam participado da Revolução, mas, agora, na hora de fazer e aplicar as leis, os</p><p>trabalhadores sentiam que, na prática, para eles nada havia mudado.</p><p>A resposta do governo foi pôr fim às rebeliões e impor a ordem por meio da violência. A</p><p>Assembleia destituiu o governo provisório e delegou amplos poderes para o General Eugène</p><p>Cavaignac. Comandando as forças de segurança, ele promoveu um massacre! Os dados são</p><p>incompletos, mas historiadores estimam a morte de 10 mil trabalhadores e cerca de 40 mil prisões.</p><p>Esse massacre contra os trabalhadores comandando por um general sob um governo</p><p>formado majoritariamente por burgueses marcou a história desses dois grupos. Aqui ocorreu a</p><p>ruptura definitiva da unidade entre essas duas classes que até fevereiro de 1848 haviam lutado</p><p>junto contra o Antigo Regime. É como se a burguesia tivesse se aproveitado da força social dos</p><p>trabalhadores para, em seguida, descartá-los.</p><p>Como afirmou Alexis de Tocqueville, em seu livro Memórias de 1848: esse foi o primeiro</p><p>embate de classes. Assim, esse fato histórico marcou o rompimento entre os projetos políticos da</p><p>burguesia e dos socialistas.</p><p>Não foi uma coincidência que, em 1848, tenha sido publicado um panfleto escrito por Karl</p><p>Marx e Frederich Engels analisando o papel político da burguesia nas transformações do mundo.</p><p>Naquele texto os autores argumentam que a burguesia teve um papel revolucionário até então,</p><p>mas que perdeu esse papel ao assumir o poder do Estado e tornou-se uma classe conservadora.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 10 – História Contemporânea II</p><p>33</p><p>165</p><p>AULA 10: História Contemporânea II</p><p>Portanto, se os operários quisessem novas conquistas em direção à igualdade, liberdade e</p><p>fraternidade precisariam caminhar sozinhos até tomarem, eles mesmos, o poder do Estado. Esse</p><p>panfleto político publicado em 1848 foi o que ficou conhecido como Manifesto Comunista.</p><p>Diante de mais um processo revolucionário, agora marcado pelo embate direto entre</p><p>operários, socialistas, anarquistas e comunistas, de um lado, e, do outro, a burguesia (grande,</p><p>pequena, média), após os massacres dos populares, em novembro de 1848 foi promulgada uma</p><p>nova Constituição e, logo em seguida, as eleições derem vitória para Luís Napoleão Bonaparte</p><p>para a presidência. Isso mesmo o sobrinho de Napoleão.</p><p>A partir desse momento, a República começa a se enfraquecer porque, em boa medida</p><p>porque Luís Bonaparte iniciou um projeto de centralização do poder até promover um Golpe de</p><p>Estado, em dezembro de 1851. Em seguida, por meio de um plebiscito, ele consegue apoio para</p><p>acabar com a República e reestabelecer o Império na França. Mais ou menos um ano depois, em</p><p>dezembro de 1852, o sobrinho de Napoleão é proclamado imperador dos franceses sob a</p><p>denominação de Napoleão III, império que durará até 1870.</p><p>Eitâ, profe, vem mais revolução</p>