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<p>1</p><p>119</p><p>AULA 00: ANTIGUIDADE</p><p>América Latina II</p><p>Profe Alê</p><p>Lopes</p><p>AULA 11</p><p>ENEM</p><p>Exasiu</p><p>Exasiu</p><p>EXTENSIVO</p><p>estretegiavestibulares.com.br</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 11 – América Latina II – Independência</p><p>2</p><p>119</p><p>AULA 11: América Latina II – Independência</p><p>Sumário</p><p>1. Introdução ................................................................................................................. 3</p><p>2. Independência da América Espanhola............................................................... 5</p><p>2.1 - Fatores motivadores da Independência ....................................................................... 6</p><p>2.1.1- Fatores do contexto internacional ...................................................................................... 7</p><p>2.1.2 – Fatores do contexto local ................................................................................................ 8</p><p>2.2 – México ........................................................................................................................ 12</p><p>2.3 – América Central ......................................................................................................... 15</p><p>2.3.1 – Independência do Haiti ................................................................................................. 17</p><p>2.4 – América do Sul ........................................................................................................... 19</p><p>2.5 – À Guisa de uma conclusão ......................................................................................... 23</p><p>3. Lista de Questões .................................................................................................. 25</p><p>4. Gabarito ................................................................................................................... 50</p><p>5. Questões comentadas ......................................................................................... 51</p><p>6. Considerações Finais das Aula ......................................................................... 118</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 11 – América Latina II – Independência</p><p>3</p><p>119</p><p>AULA 11: América Latina II – Independência</p><p>Queridas e Queridos Alunos,</p><p>Estou feliz que você esteja comigo nesta aula. É sempre um grande prazer compartilhar</p><p>com vocês nosso trabalho e participar dessa caminhada até sua aprovação. É bom saber que você</p><p>está dominando cada dia mais nossa disciplina!</p><p>Nesta aula voltamos ao bloco da História do Brasil e História da América Latina com o tema</p><p>Independência. É uma oportunidade de você perceber as relações entre os processos na Europa</p><p>e na América. Veremos os conflitos, acordos e desfecho de um longo processo local que foi</p><p>profundamente influenciado pelo contexto internacional e todos os acontecimentos que vimos</p><p>nas duas últimas aulas. Atente-se a estas relações entre contexto local e internacional. Fica ligado</p><p>e ligada!</p><p>Vamos começar? Já sabe: pega seu café e sua ampulheta. Bora!! Não esquece: “o segrego</p><p>do sucesso é a constância no objetivo”. Vamos seguir juntos!</p><p>1. INTRODUÇÃO</p><p>Queridas e queridos alunos, nesta aula e na próxima estudaremos o processo de</p><p>independência das colônias localizadas na América Latina e que tinham como metrópoles</p><p>Portugal, Espanha e França.</p><p>Esse processo é daqueles que não se explica simplesmente pelas condições locais, embora</p><p>elas sejam fundamentais. Na verdade, os elementos locais se combinam, e muitas vezes se</p><p>potencializam, com o contexto internacional.</p><p>Por isso, quero que você se recorde que a combinação entre a disseminação dos ideais</p><p>iluministas com a Revolução Francesa, a Revolução Industrial e a Independência dos Estados</p><p>Unidos da América contribuíram para a eliminação dos obstáculos que o antigo regime (velho</p><p>mundo) impunha ao desenvolvimento do capitalismo (novo mundo).</p><p>Assim, a chamada Era das Revoluções, afetou diretamente a América Latina. A partir do</p><p>começo do século XIX, essa conjuntura internacional forneceu condições para que as questões</p><p>internas ganhassem dimensão de revoltas e movimentos pro-independência em relação às</p><p>metrópoles europeias.</p><p>Do ponto de vista histórico, o fato que desencadeou os processos de independência nas</p><p>Américas espanhola e portuguesa foi a invasão Napoleônica na Península Ibérica, em 1807. Por</p><p>isso, a Inglaterra apoiava o processo de independência das colônias. De certa forma, isso a</p><p>colocava em uma posição contraditória já que ela participava nas coalisões que combatiam a</p><p>expansão napoleônica, como vimos na aula passada. Lembra?</p><p>XVIII XIX</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 11 – América Latina II – Independência</p><p>4</p><p>119</p><p>AULA 11: América Latina II – Independência</p><p>Portanto, essa situação internacional fez com que diversos elementos dos arranjos político</p><p>e econômico que ainda prevaleciam nas colônias entrassem em conflito e colocassem toda a</p><p>estrutura colonial em decadência, sobretudo, porque o colonialismo era um dos elementos</p><p>centrais do mercantilismo.</p><p>Por isso, o processo de independência da América Latina foi parte do processo de</p><p>derrubada dos fatores que impediam a transformação econômica e social. Ou seja, a proclamação</p><p>das independências significou historicamente uma derrota sem precedentes para o sistema</p><p>mercantilista e para as monarquias absolutistas europeias, enfim, para o Antigo Regime.</p><p>Essa dimensão antiabsolutista que predominou na expansão do iluminismo e nos fatos históricos</p><p>posteriores que colocaram essas ideias em prática, nas colônias, traduziu-se em um sentimento e</p><p>ação anticolonialista! Guarde essa característica dos processos de independência das colônias</p><p>americanas.</p><p>Por uma questão</p><p>pedagógica, vamos dividir as</p><p>independências em América</p><p>Latina e Brasil. Nessa aula</p><p>veremos América Latina. Isso</p><p>inclui as colônias espanholas e</p><p>o Haiti, que era uma colônia</p><p>francesa.</p><p>Na próxima aula</p><p>estudaremos Brasil.</p><p>Apesar de Brasil e outros</p><p>territórios coloniais da América</p><p>estarem em aulas distintas é</p><p>preciso que você entenda os</p><p>processos concomitantemente</p><p>para, assim, perceber os</p><p>elementos comuns,</p><p>divergentes e específicos de</p><p>cada região.</p><p>Veja o mapa com as</p><p>localizações coloniais e as datas</p><p>das Independências de cada</p><p>país. Estude esse mapa como</p><p>um texto não escrito, ok?</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 11 – América Latina II – Independência</p><p>5</p><p>119</p><p>AULA 11: América Latina II – Independência</p><p>2. INDEPENDÊNCIA DA AMÉRICA ESPANHOLA</p><p>O processo de independência da América Espanhola se desenvolveu nas três primeiras</p><p>décadas do século XIX, mais especificamente entre 1817 e 1825, e não foi um movimento</p><p>unificado. Tratou-se, na verdade, de vários processos emancipatórios com características ligadas</p><p>à realidade de cada região. Assim, guarde o esquema abaixo:</p><p>Característica do processo de Independência da América Espanhola:</p><p>FRAGMENTAÇÃO!!</p><p>Um processo fragmentado do ponto de vista político e territorial. Se liga, Coruja!!</p><p>Vamos relembrar os aspectos gerais da organização social do sistema de colonização da</p><p>Espanha na América:</p><p>Perceba que, diante desse quadro, podemos inferir que existia conflito de interesses entre</p><p>chapetones e criollos, uma vez que a elite criolla só poderia obter a liberdade econômica caso se</p><p>rompesse o pacto colonial. Por outro lado, os povos originários também não queriam mais a</p><p>exploração colonial que era exercida por chapetones e criollos.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 11 – América Latina II – Independência</p><p>6</p><p>119</p><p>AULA 11: América Latina II – Independência</p><p>Além disso, a estimativa é de que 22 milhões de pessoas habitavam a América espanhola</p><p>no início do século XIX e destes 22 milhões:</p><p>De toda forma, essa rígida estrutura social não comportava mais as diferentes demandas</p><p>que surgiam no final</p><p>de mudança da ordem existente, de uma inversão da realidade”.</p><p>PRADO, Maria L. C. Esperança radical e desencanto conservador na Independência da</p><p>América Espanhola. História, São Paulo, 22(2), p.15- 34, 2003.</p><p>“Sabe que governei durante vinte anos e deles tirei apenas pouco resultados certos: 1º) a</p><p>América é ingovernável para nós; 2º) aquele que serve a uma revolução ara no mar.</p><p>Bolívar, Simón. Obras completas. Vol. III, p. 501-2.</p><p>Sobre a influência dos ideais iluministas da Revolução Francesa nos processos de</p><p>independência da América, é CORRETO afirmar:</p><p>a) Chegam à América com os criollos (descendentes de espanhóis nascidos na América) que</p><p>estudaram na Europa, como Bolívar, e promovem o surgimento de uma consciência</p><p>nacionalista e a fundação dos primeiros estados-nações na América.</p><p>b) Não encontram eco na América hispânica, pois o desejo dos criollos era ter maior</p><p>participação na política colonial e nos principais cargos administrativos, preservando a</p><p>monarquia sem romper com a metrópole.</p><p>c) Apenas o ideal de livre-comércio e a possibilidade de negociar com todos tiveram</p><p>influência sobre os criollos da América, pois esses recusavam a ideia de uma sociedade com</p><p>direitos para os escravos africanos.</p><p>d) Não encontram eco na América hispânica, pois os peninsulares não aceitavam a ideia de</p><p>igualdade, devido à maciça presença de africanos escravizados nas sociedades hispânicas.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 11 – América Latina II – Independência</p><p>35</p><p>119</p><p>AULA 11: América Latina II – Independência</p><p>e) Inspiraram os revolucionários na América hispânica, por divulgar a liberdade e a igualdade,</p><p>porém, após as independências, seus ideais democráticos se frustraram devido à</p><p>manutenção de antigas estruturas de poder, como o caudilhismo.</p><p>(UNITAU 2019)</p><p>“A figura de Toussaint Louverture, o Espártaco Negro, domina os anos revolucionários do</p><p>final do século XVIII na América, retratados pelo escritor cubano Alejo Carpentier, em seu</p><p>romance ‘O Século das Luzes’. Formidável estrategista, que soube jogar habilmente com as</p><p>rivalidades entre as grandes potências – Espanha, Inglaterra e França –, Louverture</p><p>consolidou seu poder e desafiou Napoleão. Capturado à traição, morre numa cela glacial nos</p><p>Alpes do Jura, mas seus tenentes resistem. Os 43 mil soldados franceses, sob ordens de um</p><p>cunhado de Napoleão, são dizimados pela guerrilha de ex-escravos”.</p><p>CAROIT, J. M. País marcado por golpes se rebelou contra escravidão. Folha de S. Paulo, 01</p><p>de março de 2004. Adaptado.</p><p>O texto acima faz referência a um célebre episódio do processo de independência das</p><p>colônias na América, que marcou o imaginário dos senhores de escravos, criando o que a</p><p>historiadora Celia Maria Marinho de Azevedo denominou de “medo branco”. Trata-se da</p><p>a) Revolução de São Domingos, primeiro processo de independência na América após os</p><p>EUA, em que Toussaint Louverture criou a única monarquia negra do continente.</p><p>b) Revolução de São Domingos, primeira revolução de escravos vitoriosa na América, em que</p><p>foi proclamada a independência da colônia francesa, que recebeu o nome indígena de Haiti.</p><p>c) Revolução do Haiti, em que, após mais de 10 anos de guerra civil, pequenos proprietários</p><p>de terras, apoiados pelos escravos, proclamam a independência em relação à Espanha.</p><p>d) Revolução de Cuba, de 1768, em que proprietários de terras, escravos e negros livres</p><p>lutaram pelo fim do domínio colonial espanhol e pela abolição da escravidão.</p><p>e) Revolução de Cuba, de 1788, guerra civil que opunha, de um lado os que defendiam a</p><p>independência da colônia e o fim da escravidão e, de outro, aqueles que defendiam apenas</p><p>a emancipação política.</p><p>(UNAERP 2018)</p><p>Em agosto de 1791, passados dois anos da Revolução Francesa e dos seus reflexos em São</p><p>Domingos, os escravos se revoltaram. Em uma luta que se estendeu por doze anos, eles</p><p>derrotaram, por sua vez, os brancos locais e soldados da monarquia francesa. Debelaram</p><p>também uma invasão espanhola, uma expedição britânica com algo em torno de sessenta</p><p>mil homens e uma expedição francesa de semelhantes dimensões comandadas pelo cunhado</p><p>de Bonaparte, o que gerou, em 1803, um novo Estado independente.</p><p>JAMES, C.L.R. Os jacobinos negros. São Paulo: Boitempo, 2000, p. 15. Adaptado.</p><p>O texto refere-se à independência</p><p>a) de Cuba.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 11 – América Latina II – Independência</p><p>36</p><p>119</p><p>AULA 11: América Latina II – Independência</p><p>b) do Haiti.</p><p>c) do Níger.</p><p>d) da Jamaica.</p><p>e) da Martinica.</p><p>(UNAERP 2016)</p><p>“Os americanos ou defendem seus direitos ou sofrerão repressão nas mãos da Espanha, que,</p><p>embora tenha sido um grande império mundial, agora está muito fraca com o pouco que lhe</p><p>restou para controlar o novo hemisfério ou até mesmo se manter no antigo. E deverá a</p><p>Europa, a civilizada, comerciante, a amante da liberdade, permitir que uma antiga serpente,</p><p>que só se preocupa com sua raiva venenosa, devore a parte mais honrada de nosso globo?...</p><p>[se] ela [Espanha] se fixar em seus próprios domínios, poderá crescer em prosperidade e</p><p>poder sobre bases mais sólidas do que conquistas dúbias, comércio precário e impostos</p><p>forçados de povos distantes e poderosos”.</p><p>ANDREA, Alfred J. e OVERFIELD, James H. in: GOUCHER, Candice. História Mundial:</p><p>jornadas do passado ao presente. Porto Alegre: Penso, 2011, p. 215. Adaptado.</p><p>O trecho citado é de uma carta escrita pelo líder revolucionário chamado</p><p>a) Bernardo O’Higgins, responsável pela independência do Haiti e do Chile.</p><p>b) Tupac Amaru, responsável pela independência da Argentina e da Colômbia.</p><p>c) Simon Bolívar, responsável pela independência da Bolívia e da Venezuela.</p><p>d) José de San Martín, responsável pela independência de Granada e do México.</p><p>e) Toussaint Louverture, responsável pela independência da Jamaica e da Guiana Francesa.</p><p>(UNIRV 2018)</p><p>Em 1804, Napoleão fundou o Império Francês, impondo medidas imperialistas e liberais. Em</p><p>1807, como retaliação à desobediência espanhola ao Bloqueio Continental (1806), o Império</p><p>Francês invadiu a Espanha iniciando os processos de independência da América Espanhola.</p><p>A respeito dessas transformações no século XIX, assinale (V) para as afirmativas verdadeiras</p><p>e (F) para as falsas.</p><p>a) ( ) Simon Bolívar foi um líder popular venezuelano, que iniciou os movimentos pela</p><p>independência da América através da doutrina do bolivarianismo, um ideal de cunho</p><p>socialista que almejava a distribuição de renda através de programas sociais, custeados por</p><p>monopólios estatais.</p><p>b) ( ) O caudilhismo foi um fenômeno político latino americano decorrente dos processos de</p><p>independência, no qual a elite criolla assume um papel de protagonismo político, econômico</p><p>e militar como uma força política descentralizadora.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 11 – América Latina II – Independência</p><p>37</p><p>119</p><p>AULA 11: América Latina II – Independência</p><p>c) ( ) O bolivarianismo era o ideal compartilhado por Bolívar e San Martín, segundo o qual os</p><p>países sul-americanos deveriam manter-se unidos, formando grandes nações</p><p>economicamente autônomas.</p><p>d) ( ) Os processos de independência latino americanos resultam de revoltas populares que</p><p>destituíram do poder as elites colonial e metropolitana, construindo repúblicas</p><p>presidencialistas que representam através da representatividade os desejos do povo.</p><p>(UNIRV 2019)</p><p>A América Colonial não foi dócil e pacífica, muitos conflitos deflagraram-se no continente</p><p>contra a dominação europeia. Sobre as revoltas coloniais na América, assinale V (verdadeiro)</p><p>ou F (falso) para as alternativas.</p><p>a) ( ) Em 1780, Tupac Amaru II, liderou uma revolta de nativos no Peru, lutando contra a</p><p>exploração do trabalho indígena e mestiço. A revolta também almejava autonomia,</p><p>retomando a mitologia do Império Inca, inclusive enaltecendo a origem inca de seu líder.</p><p>b) ( ) A Inconfidência Mineira, de 1789, foi um movimento popular</p><p>de luta por independência</p><p>no Brasil, liderado por Tiradentes, um oficial de baixa patente, e procurava aplicar os ideais</p><p>desenvolvidos pela Revolução Francesa de igualdade, liberdade e fraternidade.</p><p>c) ( ) A Guerra Guaranítica foi um movimento indígena no sul do Brasil, contra a ofensiva de</p><p>bandeirantes paulistas. O objetivo dos índios era ampliar a civilização missioneira para além</p><p>do Rio Grande do Sul, ameaçando a autonomia da cultura portuguesa representada por São</p><p>Paulo.</p><p>d) ( ) O haitianismo é o movimento de independência do Haiti, em 1798. Nesse conflito, os</p><p>escravos haitianos mataram seus senhores e tomaram o poder sob líderes libertos como</p><p>Toussaint Louverture, formando uma nação independente governada por negros e que</p><p>intimidou as elites escravocratas de outras colônias.</p><p>(IFRS 2018)</p><p>Entre 1791 e 1804, uma das colônias francesas no Novo Mundo, Saint Domingue (Haiti),</p><p>passou por um processo marcado pela reação contra a dominação de uma elite branca que</p><p>resultou na sua independência e na abolição da escravidão.</p><p>Sobre este fato, é correto afirmar.</p><p>I - A chegada de Napoleão Bonaparte ao poder foi um grande estímulo aos revoltosos, pois</p><p>o novo governo da França aboliu definitivamente a escravidão em todos os domínios</p><p>franceses nas Américas (1802).</p><p>II - A eliminação dos dominadores brancos e o protagonismo de escravos, libertos e</p><p>quilombolas foi motivo de grande preocupação entre as sociedades escravistas das</p><p>Américas. Temia-se a “haitinização”, ou seja, que a revolta se espalhasse e colocasse em</p><p>xeque a manutenção da instituição escravista em toda a região.</p><p>III - A Revolução do Haiti foi um dos inúmeros casos nas Américas em que o rompimento do</p><p>domínio colonial esteve associado à abolição da escravidão.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 11 – América Latina II – Independência</p><p>38</p><p>119</p><p>AULA 11: América Latina II – Independência</p><p>IV - Após unir-se aos revolucionários, entre 1794 e 1802, o liberto François Dominique</p><p>Toussaint (“Toussaint L’Ouverture”) foi a principal autoridade da ilha. Depois da sua captura</p><p>e deportação para a França, o ex-escravo Jean-Jacques Dessalines assumiu a liderança dos</p><p>revoltosos que proclamaram a Independência do Haiti em 1804.</p><p>Quais estão corretas?</p><p>a) I e II.</p><p>b) I e III.</p><p>c) II e III.</p><p>d) II e IV.</p><p>e) I, II, III e IV.</p><p>(IFRS 2017)</p><p>Assinale a alternativa que melhor caracteriza as causas da independência das colônias latino-</p><p>americanas.</p><p>a) A independência das colônias latinoamericanas insere-se no processo de</p><p>enfraquecimento das metrópoles ibéricas face ao crescimento industrial da Inglaterra e</p><p>França e o crescimento, por parte das elites latino-americanas, da insatisfação com o modelo</p><p>de exploração colonial.</p><p>b) A independência das colônias latinoamericanas insere-se no processo de</p><p>enfraquecimento das metrópoles ibéricas face ao crescimento industrial da Inglaterra e</p><p>Holanda e o crescimento, por parte das elites latino-americanas, da insatisfação com o</p><p>modelo de industrialização imposto pelos ibéricos.</p><p>c) A independência das colônias latinoamericanas teve como exclusiva causa a insatisfação</p><p>desta região com o modelo de industrialização imposto pelos ibéricos.</p><p>d) A independência das colônias latinoamericanas teve como única causa o</p><p>enfraquecimento das metrópoles ibéricas face ao crescimento industrial da Inglaterra e</p><p>França.</p><p>e) A independência das colônias latinoamericanas insere-se no contexto do Renascimento</p><p>Cultural, onde a valorização do antropocentrismo proporcionou à sociedade uma concepção</p><p>descentralizada da política, levando à perda de poder por parte das metrópoles ibéricas e,</p><p>consequente, consolidação do poder na América nas mãos das elites industriais.</p><p>(UECE 2018)</p><p>Há vários líderes cujos nomes estão associados à emancipação de diferentes países da</p><p>América Latina, como por exemplo, José de San Martín, na Argentina; Bernardo O’Higgins,</p><p>no Chile, assim como Francisco José de Paula Santander, na Colômbia, mas nenhum deles</p><p>tem o prestígio incontestável de principal líder expresso na figura de</p><p>A) Che Guevara.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 11 – América Latina II – Independência</p><p>39</p><p>119</p><p>AULA 11: América Latina II – Independência</p><p>B) Fidel Castro.</p><p>C) Simón Bolívar.</p><p>D) Pedro de Valdivia</p><p>(UECE 2016)</p><p>O Congresso Nacional de Lima, a capital do Peru, situa-se na Praça Bolívar. A principal praça</p><p>de Bogotá, capital da Colômbia, tem o mesmo nome: Praça Bolívar. A Bolívia recebeu este</p><p>nome para homenagear Simon Bolívar. Sobre Simón Bolívar, pode-se afirmar corretamente</p><p>que</p><p>a) liderou um movimento a favor da independência da América do Sul e idealizou uma</p><p>unidade continental chamada Gran Colômbia que se desfez em repúblicas.</p><p>b) lutou ao lado de José de San Martín, na Argentina, e Bernardo O’Higgins, no Chile, pela</p><p>libertação desses países do domínio espanhol.</p><p>c) foi um revolucionário criador do nacionalismo venezuelano e liderou a Revolução</p><p>Bolivariana.</p><p>d) era um monarquista convicto; por isso, defendeu a centralização do poder, para uma</p><p>América emancipada.</p><p>(UVA 2019)</p><p>No século XVIII as ideias iluministas inspiraram os movimentos de independência na América</p><p>espanhola, liderados pelas elites criollas. O movimento recebeu o apoio tanto dos Estados Unidos</p><p>quanto da Inglaterra. Assinale a alternativa que melhor caracteriza o interesse dos aliados:</p><p>a) À Inglaterra interessava a ampliação do comércio com a América, aos Estados Unidos, o controle</p><p>político e econômico.</p><p>b) Ambos desejavam ser solidários para com os povos latino-americanos.</p><p>c) Tanto a Inglaterra quanto os Estados Unidos eram críticos dos ideais da Revolução Francesa.</p><p>d) Ambos defendiam a “América para os americanos”.</p><p>(UVA 2018)</p><p>No início do século XIX, a independência da América Espanhola ocorreu num contexto político</p><p>internacional marcado por fatos. Dentre os fatos que favoreceram a independência da América</p><p>Espanhola, podemos mencionar:</p><p>a) A Revolução Industrial Espanhola.</p><p>b) O Despotismo Esclarecido.</p><p>c) As Guerras Napoleônicas.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 11 – América Latina II – Independência</p><p>40</p><p>119</p><p>AULA 11: América Latina II – Independência</p><p>d) A derrota dos americanos na guerra de independência dos Estados Unidos.</p><p>(UFSC – 2018)</p><p>Os dilemas do Haiti</p><p>Até o início de 2010, podia-se dizer que o Haiti era um país marcado pela pobreza e</p><p>instabilidade política. Afinal, desde 2004, em meio a um clima de guerra civil, lá estavam</p><p>tropas de paz da ONU, comandadas pelo governo brasileiro, interessado em ampliar a sua</p><p>influência no continente – eram mais de sete mil homens!</p><p>SANTIAGO, Pedro. Por dentro da História, 2. 3. ed. São Paulo: Escala Educacional, 2013, p.</p><p>113.</p><p>Sobre o Haiti e a trajetória do seu povo, é correto afirmar que:</p><p>01. considerado um caso singular, o movimento de independência do Haiti foi resultado de</p><p>um levante popular comandado pela população negra contrária à dominação francesa.</p><p>02. em 2010, um forte terremoto atingiu o país, deixando o cenário de pobreza e</p><p>instabilidade política ainda mais grave.</p><p>04. localizado no noroeste da África, o Haiti possui uma economia baseada na monocultura</p><p>de cana-de-açúcar e no comércio clandestino de marfim e diamante.</p><p>08. no final do século XVIII, durante a rebelião escrava que iniciou o processo de</p><p>independência, o líder François-Dominique Toussaint Louverture determinou a abolição da</p><p>escravidão no Haiti.</p><p>16. em função do caráter violento do processo de emancipação, a independência do Haiti</p><p>ainda não foi reconhecida pela ONU (Organização das Nações Unidas) e, por essa razão, o</p><p>país está sob o controle das tropas internacionais.</p><p>32. a Primavera Árabe e o contexto de guerra civil das últimas décadas estão entre as</p><p>principais razões para o crescimento da imigração de refugiados haitianos para o Brasil nos</p><p>últimos anos.</p><p>(UFSC 2015)</p><p>Os criollos: uma elite contra os espanhóis</p><p>“Instalados</p><p>há várias gerações [...] numa terra que consideram sua, os criollos têm nas mãos</p><p>as rédeas econômicas da América hispânica. Possuem imensas estâncias e rebanhos e</p><p>escravos, detêm e desempenham cargos da advocacia e constituem, de modo compacto, o</p><p>povo dos letrados, particularmente aberto às ideias do século. Ora, por uma contradição</p><p>interna, essa elite econômica e de inteligência, numa sociedade em que a presença do índio</p><p>e do escravo negro confere a todo homem branco ‘um complexo de superioridade’, sofre</p><p>com a exclusão da administração real e com a desconfiança que esta lhe manifesta”.</p><p>CHAUNU. História da América Latina. 4. ed. São Paulo: Difel, 1979. p. 59</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 11 – América Latina II – Independência</p><p>41</p><p>119</p><p>AULA 11: América Latina II – Independência</p><p>A respeito do texto e dos movimentos de resistência e de independência na América</p><p>hispânica, é CORRETO afirmar que:</p><p>01. apesar do seu poder econômico, os criollos não podiam participar das atividades</p><p>administrativas coloniais e eram desprezados pelos espanhóis por sua origem africana.</p><p>02. as ideias iluministas foram, em parte, responsáveis pela formação intelectual da elite</p><p>criolla em fins do século XVIII e princípio do século XIX.</p><p>04. Simón Bolívar, conhecido como “o Libertador”, defendia a ideia de uma América</p><p>fragmentada em pequenos estados independentes e controlados pelos trabalhadores rurais</p><p>e urbanos.</p><p>08. as contradições dos movimentos de independência ficaram evidentes após sua</p><p>concretização e a implantação de regimes monárquicos na maior parte dos novos países.</p><p>16. o atual Uruguai foi incorporado oficialmente por Portugal ao Brasil em 1821 e tornou-se</p><p>uma província brasileira. A independência da banda oriental do rio da Prata foi conquistada</p><p>somente após a Guerra Cisplatina (1825-1828).</p><p>32. Tupac Amaru II, líder de origem inca, comandou um dos maiores levantes indígenas</p><p>desde a conquista espanhola. Um dos objetivos do movimento era acabar com a cobrança</p><p>da mita.</p><p>(UFMS – 2019)</p><p>Sobre o processo de conquista da independência das antigas colônias portuguesa e</p><p>espanhola na América, assinale a alternativa correta.</p><p>a) O Brasil se tornou independente de Portugal assim que a família real portuguesa aportou</p><p>no território americano, em 1808, com a mudança da capital para o Rio de Janeiro, quando</p><p>o Brasil se tornou sede do império português.</p><p>b) A independência do Peru ocorreu em 1821 liderada pelo general argentino José de San</p><p>Martín, que também foi decisivo no processo de independência de Argentina e Chile.</p><p>c) O Paraguai se tornou independente da Espanha somente com a chegada da família</p><p>Lopez ao poder, quando o Marechal Solano Lopez decretou guerra contra a Espanha e os</p><p>demais países que não reconheciam sua independência.</p><p>d) A Argentina se tornou independente após uma longa negociação diplomática entre o</p><p>revolucionário criollo Simón Bolivar e a corte espanhola, quando em 1813 a então província</p><p>conquistou sua autonomia.</p><p>e) A independência da Venezuela ocorre somente em 1821, após intensas negociações</p><p>entre a elite criolla e o governo espanhol, por intermédio do líder político Simón Bolivar.</p><p>(UFMS 2018-2020)</p><p>Leia o texto a seguir.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 11 – América Latina II – Independência</p><p>42</p><p>119</p><p>AULA 11: América Latina II – Independência</p><p>“Com tanta atividade acontecendo em seu próprio quintal, teria sido fácil para as grandes</p><p>nações europeias esquecer que ainda precisavam cuidar de um grupo de colônias esforçadas</p><p>nas Américas Central e do Sul. Para sorte das colônias esforçadas, foi exatamente isso que</p><p>aconteceu. O Haiti obteve a sua independência da França em 1804, e dezoito anos depois o</p><p>Brasil conseguiu se libertar do nocivo controle de Portugal. O único país que ainda realmente</p><p>se importava com as suas colônias latino-americanas era a Espanha. Infelizmente, no início</p><p>do século XIX, essa nação ibérica um dia poderosa havia se tornado tão perigosa, do ponto</p><p>de vista puramente militar quanto um estilingue. Isso proporcionou às suas colônias a chance</p><p>de se empenhar em conquistar a liberdade.”</p><p>(Fonte: REAR, Dave. História do mundo sem as partes chatas. São Paulo: Cultrix, 2013. p.</p><p>208-209. Adaptado).</p><p>De acordo com o autor, a Espanha do século XIX apresentava uma resistência militar tão</p><p>potente quanto um estilingue, fato que permitiu que boa parte de suas colônias se tornassem</p><p>independentes sem grandes esforços. Assinale a alternativa correta que explica este</p><p>contexto.</p><p>a) Após o período de colonização, a Espanha manteve-se inclinada à exploração de ouro e</p><p>prata nas colônias onde atualmente estão México, Bolívia, Peru e Colômbia, não se</p><p>preocupando em guarnecer militarmente os governos do sul e do norte da América, que</p><p>acabaram se rebelando e colocando fim à exploração espanhola.</p><p>b) Após sua independência, os Estados Unidos promoveram um grande assédio a todos os</p><p>territórios coloniais da América administrados por portugueses, espanhóis, franceses e</p><p>holandeses e permitiram que as elites criollas tomassem fôlego suficiente para proclamar</p><p>suas independências frente às metrópoles europeias.</p><p>c) De acordo com o texto, a Espanha passou por um longo processo de sucateamento de</p><p>sua frota e de engessamento dos setores produtivos, o que ocasionou, ainda no início do</p><p>século XIX, a emancipação política e econômica de suas colônias.</p><p>d) O cenário apresentado sugere o enfraquecimento do poder de resistência espanhola tanto</p><p>pela falta de investimentos quanto pela questão política, visto que a Espanha, ainda no início</p><p>do século XIX, foi invadida por Napoleão e não dispunha de poder político para impedir a</p><p>independência de suas posses coloniais.</p><p>e) A independência das colônias espanholas no início do século XIX está diretamente ligada</p><p>às investidas inglesas contra o pacto colonial da América, visto que, impulsionada pela</p><p>Revolução Industrial, a potência bretã incentivava o fim da escravidão e toda forma de</p><p>exploração que não permitisse a prática capitalista industrial.</p><p>(UFMS 2007) 4000067682</p><p>Patrocinada pelo governo venezuelano, por meio da companhia petrolífera estatal PDVSA, a</p><p>escola de samba Unidos de Vila Isabel ganhou o carnaval do Rio de Janeiro de 2006 com o</p><p>samba-enredo intitulado “Soy Loco por Ti, America”, no qual destacava a figura de Simon</p><p>Bolívar, general vitorioso na guerra pela independência da América do Sul e político de</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 11 – América Latina II – Independência</p><p>43</p><p>119</p><p>AULA 11: América Latina II – Independência</p><p>formação liberal. A respeito do papel representado por Simon Bolívar no contexto político</p><p>sul-americano dos séculos XIX e XX, assinale a alternativa correta.</p><p>a) Ao contrário de outros líderes da independência da América espanhola, como Jose de San</p><p>Martin e Bernardo O'Higgins, Simon Bolívar liderou o movimento de oposição à idéia de</p><p>unidade latino-americana, o qual viria a ser conhecido por Bolivarismo.</p><p>b) Foi autor de escritos sobre diversos temas políticos, entre os quais a famosa Carta da</p><p>Jamaica, de 1815, na qual expressou sua total simpatia pela democracia nos moldes norte-</p><p>americanos, caracterizada pela ampla participação popular nos processos decisórios da vida</p><p>republicana.</p><p>c) Inspirou a união entre Bolívia, Colômbia e Equador que formaram, por mais de uma</p><p>década, uma única nação, fragmentada, em 1839, por problemas políticos.</p><p>d) Sua defesa da unidade das ex-colônias, através da criação de uma federação de repúblicas,</p><p>foi amplamente aceita pelas elites criollas que lideraram os movimentos pela independência,</p><p>tornando-se elemento fundamental para a estabilidade da unidade centro-americana.</p><p>e) Defendeu, de forma pioneira, a possibilidade da construção de uma unidade das ex-</p><p>colônias espanholas, ideal posteriormente retomado, sob novas roupagens, por muitos</p><p>intelectuais e políticos latino-americanos, a exemplo do próprio presidente</p><p>venezuelano</p><p>Hugo Chávez.</p><p>(UNEB 2015)</p><p>A luta contra a situação denunciada no princípio de que “nascemos todos com os mesmos direitos</p><p>fundamentais que, quando violados, nos arrancam dessa condição e nos transformam em coisas,</p><p>instrumentos descartáveis de trabalho”, pode ser identificada</p><p>01) no processo de independência do Haiti, quando a ruptura com os laços coloniais ocorreu</p><p>paralelamente à extinção do trabalho compulsório.</p><p>02) no Congresso de Viena, evento que, buscando anular a opressão estabelecida pelo império</p><p>napoleônico, reafirmou o direito de autodeterminação dos povos.</p><p>03) nas ondas revolucionárias de 1820, momento em que as concepções socialistas se</p><p>consolidaram, a partir do estabelecimento da Comuna de Paris.</p><p>04) no Plano Marshall, que, buscando arruinar o expansionismo soviético na Europa Oriental,</p><p>proibiu o trabalho compulsório nos países satélites.</p><p>05) na Declaração Universal dos Direitos Humanos, momento em que a ONU convocou os Estados</p><p>Unidos para intervir militarmente no processo de independência das colônias africanas, visando</p><p>ao fim da escravidão.</p><p>(UEM 2017)</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 11 – América Latina II – Independência</p><p>44</p><p>119</p><p>AULA 11: América Latina II – Independência</p><p>Sobre o processo de independência das antigas colônias europeias nas Américas, assinale</p><p>a(s) alternativa(s) correta(s).</p><p>01) A independência das colônias inglesas da América do Norte foi influenciada pelas</p><p>práticas comerciais mercantilistas, que visavam ao acúmulo de metais preciosos nos Estados</p><p>Unidos da América em vez da Inglaterra.</p><p>02) A ocupação da Espanha pelas tropas de Napoleão Bonaparte enfraqueceu o controle da</p><p>metrópole sobre as colônias americanas e favoreceu o desenvolvimento de movimentos</p><p>separatistas.</p><p>04) Na década de 1820, os Estados Unidos, já independentes da Inglaterra, formularam a</p><p>Doutrina Monroe, que declarava a “América para os americanos” e reconhecia a</p><p>independência das antigas colônias ibéricas.</p><p>08) O lema American first (América em primeiro lugar) foi o suporte teórico que legitimou a</p><p>luta dos moradores das treze colônias inglesas da América pela independência.</p><p>16) O primeiro movimento de independência vitorioso na América Latina ocorreu na ilha de</p><p>São Domingos, colônia francesa nas Antilhas, atual Haiti. Distintamente do que ocorreria em</p><p>outras regiões das Américas, nessa ilha a revolta assumiu a forma de rebelião de escravos.</p><p>(UEM 2016)</p><p>No século XIX, a maioria dos países da América Latina conseguiu a independência dos</p><p>impérios coloniais europeus. Sobre esse processo, é correto afirmar que:</p><p>01) A primeira colônia a se tornar independente na América, depois das colônias inglesas, foi</p><p>o Haiti, o que se constituiu em um caso raro, já que o movimento de independência foi</p><p>conduzido por descendentes de escravos africanos.</p><p>02) Simon Bolívar (venezuelano) e José de San Martín (argentino) desempenharam</p><p>importante papel na luta pela independência das colônias espanholas sul-americanas. 04) A</p><p>Argentina teve a sua independência declarada em 1816, no congresso de Tucumã, e passou</p><p>a se chamar República das Províncias Unidas do Rio da Prata, nome posteriormente</p><p>modificado para República Argentina.</p><p>08) O Paraguai, por estar em guerra contra o Brasil, a Argentina e o Uruguai, só conseguiu a</p><p>sua independência no início do século XX, quando o general Alfredo Stroessner deu um</p><p>golpe de Estado, em 1902.</p><p>16) Na maioria dos países latino-americanos, a independência teve caráter meramente</p><p>político, pois permaneceu a antiga estrutura colonial baseada na produção agrícola para</p><p>exportação, na monocultura e na importação de produtos manufaturados.</p><p>(PISM 2018)</p><p>No processo de Independência e ao longo do século XIX muitas nações latino-americanas</p><p>foram marcadas pelo fenômeno político conhecido como Caudilhismo.</p><p>Documento 1</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 11 – América Latina II – Independência</p><p>45</p><p>119</p><p>AULA 11: América Latina II – Independência</p><p>Cartaz com a imagem do argentino Juan Manuel de Rosas, considerado um dos grandes</p><p>caudilhos do século XIX. Fonte: https://goo.gl/1xWbZP</p><p>Documento 2</p><p>"Na América Latina o termo caudilho ainda continua a ser usado, como o de cacique, para</p><p>designar chefes de partido local ou de aldeia, com características demagógicas.</p><p>Presentemente, parte dos estudiosos da ciência política creem que o Caudilhismo é</p><p>particularmente significativo para a compreensão da gênese do militarismo na América</p><p>Latina."</p><p>Adaptado de BOBBIO, Norberto. Dicionário de Política, Brasília: Editora UnB, 2000.</p><p>Com base nestas informações e em seus conhecimentos, assinale a alternativa CORRETA:</p><p>a) O caudilhismo foi um fenômeno político típico dos países europeus, e que foi exportado</p><p>para o Brasil e demais países americanos.</p><p>b) Os caudilhos se opunham ao poder do Exército e da Igreja e defendiam a centralização</p><p>em oposição ao federalismo.</p><p>c) Pode-se afirmar que o caudilhismo foi um fenômeno tipicamente urbano, ligado ao</p><p>processo de expansão da industrialização.</p><p>d) Os caudilhos foram fundamentais para o estabelecimento das democracias que</p><p>caracterizaram os países americanos desde o século XIX.</p><p>e) O caudilhismo tem vinculação com as elites locais, e é um poder baseado no carisma do</p><p>líder (o caudilho), no uso da força e no apoio dos proprietários de terra.</p><p>(PUC-SP 2018)</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 11 – América Latina II – Independência</p><p>46</p><p>119</p><p>AULA 11: América Latina II – Independência</p><p>O Haiti tornou-se independente da França em 1804, e o Brasil emancipou-se de Portugal em</p><p>1822. Comparando os dois processos de independência, é CORRETO afirmar que:</p><p>a) os dois movimentos foram inspirados por ideias iluministas e liderados pelas camadas</p><p>médias urbanas, resultando na libertação dos escravos.</p><p>b) no Haiti, os líderes do movimento foram os latifundiários criollos que mantiveram a</p><p>escravidão, enquanto, no Brasil, a independência foi proclamada pela elite escravocrata e</p><p>cafeeira.</p><p>c) no Brasil, a independência foi proclamada pelo príncipe regente apoiado pela elite</p><p>escravista e, no Haiti, uma revolta de escravos e afrodescendentes livres provocou a abolição</p><p>da escravatura.</p><p>d) foram movimentos apoiados militarmente pelos EUA e terminaram por implementar</p><p>monarquias que mantiveram a estrutura fundiária e a escravidão.</p><p>(PUC SP 2018)</p><p>Em 1822, a América espanhola, de independência conquistada em oposição a uma</p><p>metrópole e suas Cortes em muitos aspectos tidas por opressoras, agora plenamente</p><p>reconhecida por uma potência de primeira grandeza como eram os Estados Unidos,</p><p>ofereceria um modelo para a independência do Brasil.”</p><p>João Paulo Pimenta. A independência do Brasil e a experiência hispano-americana (1808-</p><p>1822). São Paulo: Hucitec, 2015, p. 448.</p><p>O caráter exemplar que a independência da América espanhola representou, segundo o</p><p>texto, para aqueles que lutavam pela independência do Brasil pode ser identificado, por</p><p>exemplo, na:</p><p>a) capacidade de manter a coesão territorial da antiga colônia, que acabou por gerar uma</p><p>única e poderosa nação.</p><p>b) subserviência imediata aos interesses comerciais e políticos norte-americanos, que</p><p>rapidamente se impuseram sobre toda a América.</p><p>c) disposição de defender princípios emancipacionistas e enfrentar militar e politicamente</p><p>as forças da metrópole.</p><p>d) possibilidade de estabelecer laços comerciais imediatos e lucrativos com as</p><p>antigas colônias portuguesas do litoral africano.</p><p>(PUC RJ 2017)</p><p>Sobre a revolução de independência do Haiti, em 1804, e suas repercussões, assinale a</p><p>alternativa incorreta:</p><p>a) O movimento vitorioso em 1804 resultou na única revolta de escravos bem-sucedida da</p><p>História − até então uma inédita conquista nas Américas − e no estabelecimento de um</p><p>Estado independente no Haiti.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 11 – América Latina II – Independência</p><p>47</p><p>119</p><p>AULA 11: América Latina II – Independência</p><p>b) Apesar de o Haiti ser a mais importante colônia francesa da época, a França manteve-se</p><p>afastada do processo de independência, iniciado em 1791, por estar mergulhada no</p><p>movimento revolucionário em seu território com repercussões na Europa.</p><p>c) A base da economia haitiana era o açúcar, mas também eram produzidos café, algodão e</p><p>índigo; e essa estrutura econômica era sustentada pelo trabalho de escravos que</p><p>movimentavam um dos maiores mercados para o tráfico negreiro europeu.</p><p>d) O movimento, que começou como uma revolta de escravos, se converteu em uma guerra</p><p>civil – de mulatos contra brancos e de plantadores contra as autoridades metropolitanas – e</p><p>em uma guerra internacional com a participação de Espanha, Inglaterra e França.</p><p>e) Os proprietários de escravos de todo o mundo atlântico − dos Estados Unidos, do Caribe,</p><p>da América espanhola e do Brasil − sentiram-se profundamente ameaçados e amedrontados,</p><p>receosos de que o exemplo haitiano fosse seguido.</p><p>(PUC-SP 2015) 4000112784</p><p>O caudilhismo foi um fenômeno político presente em parte da América Hispânica, no</p><p>decorrer do século XIX. É possível relacioná-lo com</p><p>a) os projetos federalistas, atuantes nas lutas de formação e consolidação dos Estados</p><p>nacionais.</p><p>b) a defesa das tradições indígenas locais, contra a dominação cultural europeia e norte-</p><p>americana.</p><p>c) a proposta de unidade americana, formulada durante as lutas de independência.</p><p>d) a expansão dos interesses imperialistas norte-americanos nas áreas de colonização ibérica</p><p>do continente.</p><p>e) os anseios de democratização dos Estados nacionais, a partir da adoção de política</p><p>econômica liberal.</p><p>(PUC SP 2010)</p><p>“A independência se fez em nome dos ideais liberais, justificando os interesses dos setores</p><p>dominantes criollos que mantiveram a direção política do processo na América Espanhola.</p><p>Caíam os monopólios reais, abriam-se as linhas de comércio, a economia devia se reger sem</p><p>a intervenção da antiga metrópole.”</p><p>PRADO, Maria Lígia. A formação das nações latino-americanas. São Paulo: Atual, 1985. p.</p><p>16.</p><p>O texto menciona os resultados mais notáveis dos processos de independência política na</p><p>América Hispânica. Sobre eles, é possível dizer que, no pós-independência,</p><p>a) o predomínio das elites urbanas ligadas ao comércio restringiu a expansão da agricultura,</p><p>provocando declínio rápido da produção rural.</p><p>b) a falta de regimes fortes nos novos Estados facilitou, sobretudo na América do Sul, a</p><p>penetração imediata de capital norte-americano.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 11 – América Latina II – Independência</p><p>48</p><p>119</p><p>AULA 11: América Latina II – Independência</p><p>c) o fim do trabalho escravo e a abolição de quaisquer tributos sobre comunidades</p><p>indígenas provocaram queda abrupta na extração de minérios.</p><p>d) a hegemonia política e econômica das elites comerciais e agrárias sobre os novos Estados</p><p>impediu a realização de transformações sociais profundas.</p><p>e) o interesse inglês na abertura dos mercados hispano-americanos gerou rápida unificação</p><p>política e implantação do regime monárquico.</p><p>(FGV-SP 2021)</p><p>As independências das colônias da América Ibérica tiveram aspectos semelhantes e</p><p>particularidades locais.</p><p>Entre as semelhanças mais relevantes, pode-se citar</p><p>a) a ruptura política sem uma revolução comparável nas estruturas sociais do período</p><p>colonial.</p><p>b) a oposição manifesta dos libertadores aos princípios revolucionários da filosofia iluminista.</p><p>c) a ausência de participação de significativos movimentos populares nos processos</p><p>independentistas.</p><p>d) a manutenção dos laços comerciais privilegiados com a economia das antigas metrópoles.</p><p>e) a importância ideológica do projeto futuro de unificação política dos povos americanos.</p><p>(FGV-RJ 2017)</p><p>Sobre o México e o seu processo de emancipação política é correto afirmar:</p><p>a) Foi iniciado em 1810, com forte caráter popular, e concluído em 1821, como um</p><p>movimento de elite.</p><p>b) Foi o único movimento de independência política comandado por escravos, libertos e</p><p>mestiços.</p><p>c) Foi inspirado no princípio de unidade latino-americana defendido por Símon Bolívar.</p><p>d) Serviu de referência para os demais movimentos emancipatórios americanos pelo seu</p><p>republicanismo.</p><p>e) Foi marcado pela ausência de conflitos armados, ao contrário dos demais movimentos</p><p>americanos.</p><p>FGV 2015)</p><p>É a América Latina, as regiões das veias abertas. Desde o descobrimento até nossos dias,</p><p>tudo se transformou em capital estrangeiro e como tal acumula-se até hoje. A causa nacional</p><p>latino-americana é, antes de tudo, uma causa social.</p><p>(Eduardo Galeano, As veias abertas da América Latina, 1978, p. 14 e 281. Adaptado)</p><p>A partir do texto, é correto afirmar que</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 11 – América Latina II – Independência</p><p>49</p><p>119</p><p>AULA 11: América Latina II – Independência</p><p>a) a luta na América pela ruptura do domínio espanhol manteve o poder econômico dos</p><p>crioIIos, somado ao poder político que preservou a estrutura colonial, inclusive a escravidão,</p><p>e garantiu o livre comércio aos britânicos, enquanto a maioria desapropriada, que lutou pela</p><p>terra, continuou pobre e excluída, submetida à elite, dominante internamente e dominada</p><p>externamente.</p><p>b) o processo de independência da América Latina transformou a estrutura colonial, na</p><p>medida em que a elite crioIIa aboliu a escravidão e promoveu a reforma agrária, diminuindo</p><p>as distâncias sociais, ou seja, elaborou um projeto social próprio, o que afastou os interesses</p><p>britânicos, estimulou os investimentos nacionais e fez o Estado assumir sua própria</p><p>identidade latino-americana.</p><p>c) o movimento de emancipação latino-americano restringiu-se aos aspectos culturais, ou</p><p>seja, não ocorreu a descolonização, pois a estrutura colonial permaneceu, exceção à</p><p>escravidão, obstáculo ao avanço do liberalismo, abolida pelos crioIIos para garantir o</p><p>consumo dos produtos franceses, já que o projeto político dos proprietários estava em</p><p>sintonia com os interesses externos capitalistas.</p><p>d) a ruptura latino-americana com a metrópole espanhola foi revolucionária, na medida em</p><p>que as classes dominantes locais, os crioIIos, perderam o poder que tinham na estrutura</p><p>colonial, graças à luta social dos não-proprietários que promoveram a descolonização e</p><p>implantaram um projeto político identificado com os interesses populares, como o fim da</p><p>escravidão, a reforma agrária e o voto universal.</p><p>e) o movimento de quebra dos laços coloniais ocorreu de forma violenta, no qual a maioria</p><p>não proprietária teve papel decisivo, transformando a luta em uma causa social, destruindo</p><p>a estrutura colonial e construindo um projeto político que atendeu tanto aos interesses dos</p><p>crioIIos como aos dos ingleses, isto é, fornecer produtos para o mercado externo e consumir</p><p>os produtos industrializados.</p><p>(Unicamp 2016)</p><p>As revoluções de independência na América hispânica foram, ao mesmo tempo, um conflito</p><p>militar, um processo de mudança política e uma rebelião popular.</p><p>(Rafael Rojas, Las repúblicas de aire. Buenos Aires: Taurus, 2010, p. 11.)</p><p>São características dos processos de independência nas ex-colônias espanholas na América:</p><p>a) o descontentamento com o domínio colonial e a agregação de grupos que expressavam</p><p>a heterogeneidade étnica, regional, econômica e cultural do continente.</p><p>b) o caudilhismo, sob a liderança política criolla, e o discurso revolucionário de uma nova</p><p>ordem política, que assegurou profundas transformações econômicas na América.</p><p>c) o uso dos princípios liberais de organização política republicana e a criação imediata de</p><p>exércitos nacionais que lutaram contra as forças espanholas.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 11 – América Latina II – Independência</p><p>50</p><p>119</p><p>AULA 11: América Latina II – Independência</p><p>d) a participação de indígenas e camponeses, determinante para a consolidação do processo</p><p>de</p><p>independência em regiões como o México, e sua ausência nas ações comandadas por</p><p>Bolívar.</p><p>(UFSCAR 2004)</p><p>Bolívar, durante os anos de luta pela independência, deixara escritos cantos de louvor à</p><p>liberdade e prognosticava um porvir que faria da América um exemplo para o mundo. Quinze</p><p>anos depois, morria doente, desiludido e só. Poucos dias antes de sua morte, escreveu uma</p><p>carta (...) em que afirmava que nem mesmo os espanhóis desejariam reconquistar a América,</p><p>tal o caos instalado (...). Nosso destino, dizia ele, era ser governado por pequenos tiranos.</p><p>(Maria Lígia Coelho Prado, América Latina no século XIX.)</p><p>As afirmações de Bolívar</p><p>a) expressam opiniões pessoais de um líder político favorável ao estabelecimento de</p><p>governos anti-imperialistas.</p><p>b) revelam que o peso da herança do colonialismo era maior do que supunham os heróis da</p><p>independência.</p><p>c) foram negadas pela experiência histórica concreta da América Latina ao longo do século</p><p>XIX.</p><p>d) indicam o descontentamento da elite agrária, prejudicada pela adoção de princípios</p><p>liberais.</p><p>e) aplicam-se somente aos países do Caribe, que não conseguiram atingir estabilidade após</p><p>a independência.</p><p>4. GABARITO</p><p>1. A</p><p>2. B</p><p>3. E</p><p>4. E</p><p>5. A</p><p>6. A</p><p>7. C</p><p>8. E</p><p>9. D</p><p>10. E</p><p>11. E</p><p>12. B</p><p>13. A</p><p>14. E</p><p>15. A</p><p>16. D</p><p>17. C</p><p>18. E</p><p>19. B</p><p>20. B</p><p>21. C</p><p>22. F – V – V – F</p><p>23. V – F – F – V</p><p>24. D</p><p>25. A</p><p>26. C</p><p>27. A</p><p>28. A</p><p>29. C</p><p>30. 11</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 11 – América Latina II – Independência</p><p>51</p><p>119</p><p>AULA 11: América Latina II – Independência</p><p>31. 50</p><p>32. B</p><p>33. D</p><p>34. E</p><p>35. 01</p><p>36. 22</p><p>37. 19</p><p>38. E</p><p>39. C</p><p>40. C</p><p>41. B</p><p>42. A</p><p>43. D</p><p>44. A</p><p>45. A</p><p>46. A</p><p>47. A</p><p>48. B</p><p>5. QUESTÕES COMENTADAS</p><p>(Enem PPL 2009)</p><p>A liderança política do processo de independência das colônias foi decisiva para os rumos</p><p>que as novas nações tomaram, pois as elites evitaram que as reivindicações mais radicais</p><p>fossem atendidas, marginalizando, assim, política e socialmente, a maioria. A ruptura dos</p><p>laços coloniais não significou o surgimento de uma sociedade democrática e autônoma.</p><p>A respeito da formação do Estado Nacional na América Latina, é correto associar ao texto</p><p>acima</p><p>a) o governo de D. Pedro I no Brasil, que provocou adesões daqueles que queriam mais</p><p>garantias constitucionais, o que conferiu ao imperador reconhecimento e apoio da elite</p><p>latifundiária.</p><p>b) a unidade administrativa do império português, por haver características comuns entre as</p><p>regiões colonizadas e homogeneidade na ocupação.</p><p>c) a falta de líderes para os movimentos nacionalistas contra o domínio português, em</p><p>oposição à América Espanhola.</p><p>d) os partidos políticos que se formaram no final do século XVIII e assumiram os controles</p><p>político e administrativo dos Estados se ergueram contra os grandes proprietários de terra e</p><p>rebanhos.</p><p>e) o ordenamento jurídico-político e as diretrizes econômicas no início do século XIX</p><p>beneficiaram os segmentos sociais não proprietários, devido ao incremento na produção</p><p>manufatureira.</p><p>Comentários</p><p>Perceba que o texto explica que os processo de independência, em certo sentido, contiveram os</p><p>mais exaltados, leia-se os programas mais revolucionários que poderiam colocar em risco os</p><p>interesses econômicos da elite. Apesar de sugerir comparações entre os processos da América</p><p>espanhola e da portuguesa, é mais uma questão sobre Brasil. De toda forma, como o assunto não</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 11 – América Latina II – Independência</p><p>52</p><p>119</p><p>AULA 11: América Latina II – Independência</p><p>tem questões específicas do ENEM, vale a pena mostrar para vocês como é possível um eventual</p><p>cobrança na prova.</p><p>a) correto. Veja que é uma alternativa clara em torno da ideia de conter os mais exaltados, pois</p><p>argumenta em torno das adesões à iniciativa de independência.</p><p>b) errado, pois não dá para falar em homogeneidade na ocupação, cada região ocupada reagia e</p><p>interagia com dinâmica própria diante de aspectos gerais comuns.</p><p>c) errado, pois houve líderes.</p><p>d) errado, pois a maior parte desses partidos era liderada ou diretamente por latifundiários ou por</p><p>seus representantes.</p><p>e) falso, pense por exemplo, na lei de terras no Brasil, de 1850. Vale lembrar que D. Pedro I</p><p>recebeu apoio dos grandes proprietários de terra brasileiros para romper os laços com Portugal.</p><p>Gabarito: A</p><p>(UDESC 2013)</p><p>Analise as proposições em relação à Independência dos países latino-americanos, e assinale</p><p>(V) para verdadeira e (F) para falsa.</p><p>( ) As guerras da independência dos países da América, de colonização espanhola,</p><p>ocorreram principalmente na primeira metade do século XIX e estão vinculadas à ocupação</p><p>da Espanha pelo exército francês de Napoleão Bonaparte.</p><p>( ) Ao se tornarem independentes de suas metrópoles, na primeira metade do século XIX,</p><p>a maioria dos novos países latino-americanos também proclamaram a libertação dos escravos</p><p>e o fim da escravidão.</p><p>( ) Muitos países latino-americanos independentes tinham uma população majoritariamente</p><p>descendente de grupos indígenas. Um exemplo é o México que em 1821, ano da</p><p>independência, tinha 40% da população indígena, 40% da população mestiça e 20% da</p><p>população europeia ou de seus descendentes.</p><p>( ) Um dos países mais pobres da América Central, na atualidade, é o Haiti, que teve sua</p><p>capital, Porto Príncipe, arrasada por um terremoto em 12 de janeiro de 2010. Este país foi</p><p>colônia francesa e sua economia era baseada em grandes propriedades para a exportação</p><p>com a utilização do trabalho escravo. Foi o último país da América Latina a se tornar</p><p>independente e a abolir a escravidão.</p><p>Assinale a alternativa que contém a sequência correta, de cima para baixo.</p><p>a) F – F – V – F</p><p>b) V – F – V – F</p><p>c) V – F – F – V</p><p>d) V – F – V – V</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 11 – América Latina II – Independência</p><p>53</p><p>119</p><p>AULA 11: América Latina II – Independência</p><p>e) F – V – F – F</p><p>Comentários:</p><p>A questão aborda diversos aspectos dos processos de independência da América Latina. Assim,</p><p>para responder, vamos olhar cada proposição individualmente:</p><p>1. Verdadeira. As guerras que levaram a emancipação das colônias espanholas se concentraram</p><p>na primeira metade do século XIX. Sobre a invasão napoleônica, relembro o trecho da aula que a</p><p>estudamos:</p><p>“O contexto da expansão napoleônica, no início do século XIX. Nesse momento, a derrubada dos</p><p>reis espanhóis – Carlos IV (1788 a 1808) e Fernando VII (19/mar a 6/maio de 1808) –, após a invasão</p><p>das tropas napoleônicas na Península Ibérica, fez com que houvesse uma espécie de “vazio” no</p><p>poder na relação entre Espanha e colônias. O governo metropolitano precisou envidar esforços</p><p>para combater a invasão napoleônica e, dessa forma, as atenções na metrópole estavam todas</p><p>voltadas para a ações de Napoleão. Assim, nas colônias, surgiu uma oportunidade para que a elite</p><p>criolla liderasse um processo de contestação ao poder monárquico espanhol e à continuidade da</p><p>exploração colonial. Depuseram, então, as autoridades espanholas e fundaram as “juntas</p><p>governativas” no lugar das câmaras municipais, ou cabildos.”</p><p>Portanto, as guerras de independência estão sim vinculadas a invasão napoleônica na Espanha.</p><p>2. Falsa. Em muitos países, inclusive no Brasil, a escravidão perdurou várias décadas após a</p><p>declaração de independência.</p><p>3. Verdadeira. A maior parte da população desses países era composta por indígenas e mestiços.</p><p>4. Falsa. O único erro dessa proposição é afirmar que o Haiti foi o último país da América Latina a</p><p>se tornar independente, tendo em vista que, na realidade, ele foi o primeiro.</p><p>Gabarito: B</p><p>(UFRR 2018)</p><p>É correto afirmar sobre o Bolivarismo e a Doutrina Monroe:</p><p>A) Defenderam, no início do século XX, a ideia de que a América deveria ser liderada pelos</p><p>Estados Unidos.</p><p>B) Ambas as políticas lutavam contra</p><p>a influência crescente dos países europeus sobre a Ásia</p><p>e a África, conhecida como imperialismo.</p><p>C) A Doutrina Monroe surge no século XIX e pregava o lema ―América para os americanos,</p><p>apoiando as independências no continente. Já o Bolivarismo é a política socialista</p><p>desenvolvida pelo presidente Hugo Chaves e seguida por seu sucessor, Maduro, no início</p><p>do século XXI.</p><p>D) São políticas que geraram grande oposição durante a guerra fria, sendo que a primeira</p><p>marcava uma postura socialista e a segunda uma postura capitalista.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 11 – América Latina II – Independência</p><p>54</p><p>119</p><p>AULA 11: América Latina II – Independência</p><p>E) São políticas desenvolvidas no século XIX pelos jovens países americanos que pretendiam,</p><p>respectivamente, promover integração entre os países sul-americanos e defender a</p><p>autonomia da América, com menor ingerência europeia sobre o continente.</p><p>Comentários:</p><p>O Bolivarismo e a Doutrina Monroe são concepções políticas criadas por dois líderes da</p><p>América no começo do século XIX para combater a influência europeia no continente. O</p><p>bolivarismo foi criado por Simon Bolivar, um líder militar criollo conhecido por libertar</p><p>diversas colônias sul-americanas. Sua principal ideia era formar uma república continental na</p><p>América do Sul. Já a Doutrina Monroe foi defendida pelo presidente norte-americano James</p><p>Monroe para explicar suas políticas expansionistas na América do Norte em territórios</p><p>pertencentes às colônias europeias. Diante disso, vejamos a resposta correta:</p><p>a) Incorreto. A Doutrina Monroe defendeu isso. Porém, o Bolivarismo defendeu que se</p><p>constituísse a Grã-Colômbia, um Estado Republicano formado por todos os países da</p><p>América do Sul.</p><p>B) Incorreto. As duas políticas lutavam pela influência crescente dos países europeus sobre a</p><p>América, e não sobre a África e a Ásia. Além disso, o imperialismo só surgiria na segunda</p><p>metade do século XIX.</p><p>c) Incorreto. A primeira afirmação está certa, porém, a segunda está errada. O bolivarismo</p><p>surge no contexto das Independências das Colônias Espanholas, no começo do século XIX,</p><p>com o líder militar Simon Bolivar. Hugo Chaves e Maduro se consideram herdeiros políticos</p><p>desse pensamento, porém eles não deram origem a ele.</p><p>d) Incorreto. São políticas, como falado, do século XIX, no contexto das Independências na</p><p>América. Não tem relação com a Guerra Fria.</p><p>e) Correto. Foram formas que os recém-formados países americanos criaram para defender</p><p>os interesses de seus povos.</p><p>Gabarito: E</p><p>(Uel 2011)</p><p>Sobre a crise colonial e os movimentos pelas independências dos territórios americanos</p><p>colonizados pelos espanhóis e portugueses, é correto afirmar:</p><p>a) No caso da América hispânica, o movimento revolucionário que culminou com as</p><p>independências latino-americanas constituiu-se num empreendimento político levado a cabo</p><p>pela coroa espanhola e também pelos camponeses e índios.</p><p>b) A relação com as respectivas metrópoles desagradava a elite crioula cafeeira, pois esta</p><p>consolidava o fortalecimento do comércio com outras nações interessadas neste produto;</p><p>assim, o vigor econômico destas relações comerciais interferiu nas taxações impostas pela</p><p>metrópole.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 11 – América Latina II – Independência</p><p>55</p><p>119</p><p>AULA 11: América Latina II – Independência</p><p>c) A colônia de Portugal, denominada Brasil, referendou seu processo de independência</p><p>adotando o Regime Republicano. A partir desse marco, a Princesa Isabel assinou a lei que</p><p>libertou os escravos, permitindo que a sociedade se constituísse a partir dos princípios</p><p>liberais.</p><p>d) Os movimentos emancipacionistas das colônias espanholas e da portuguesa refletiram na</p><p>política mundial, inaugurando uma etapa de livre comércio com as demais nações, o que</p><p>dinamizou a economia hispano e luso-americana.</p><p>e) No início do século XIX, a Espanha vivenciava um processo de decadência interna. Essa</p><p>debilidade e seus reflexos, tanto na metrópole quanto nas colônias, contribuíram para que</p><p>os movimentos independentistas ocorressem.</p><p>Comentários</p><p>De imediato, podemos ver que o tema da questão são os movimentos de independência nas</p><p>Américas espanhola e portuguesa, que constituem o espaço. Portanto, estamos falando de um</p><p>tempo que vai desde fins do século XVIII, quando diversas revoltas coloniais ocorrem, até 1898,</p><p>ano em que Cuba conquistou sua autonomia diante da Espanha e última colônia no continente a</p><p>se libertar. Esse período abriga aquelas revoltas e levantes que tinham o objetivo expresso de se</p><p>libertar das metrópoles, mas devemos lembrar que resistência sempre houve em todos os</p><p>territórios coloniais. Dito isto, a virada do século XVIII para o XIX foi um momento em que muitas</p><p>transformações econômicas, políticas, sociais e culturais aconteciam por todos os lugares, inclusive</p><p>na Europa. As ideias iluministas, a revolução industrial, a Revolução Francesa, a expansão</p><p>napoleônica e as revoltas liberais e nacionalistas causaram grande impacto no mundo todo,</p><p>influenciando até mesmo os habitantes das colônias americanas. A esses fatores se somavam as</p><p>tensões sociais próprias de cada região. Estou falando das rivalidades entre as classes sociais que</p><p>compunham cada colônia. No caso das possessões espanholas, a sociedade era dividida em</p><p>chapetones (naturais da Espanha), criollos (naturais da colônia), povos originários e escravizados.</p><p>No caso da colônia portuguesa (Brasil), havia os senhores de escravos, os cativos e uma camada</p><p>de trabalhadores livres e pequenos proprietários/comerciantes, quadro semelhante às colônias</p><p>britânicas e francesas. As regras de segregação racial e de miscigenação também variavam.</p><p>Contudo, em todas elas, era nítido que uma porção bem pequena da sociedade (grandes</p><p>proprietários escravocratas, em geral brancos europeus) ficava com todo o lucro e privilégios</p><p>oriundos desse sistema, enquanto a grande massa pobre, escravizada, negra e indígena era</p><p>obrigada a viver e trabalhar em condições extremamente precárias. Ao mesmo tempo, as elites</p><p>coloniais iam percebendo que seus interesses específicos nem sempre eram os mesmos das</p><p>autoridades metropolitanas, o que foi alimentando um sentimento separatista em muitos locais.</p><p>Podemos inferir que existia conflito de interesses entre metrópole e elite colonial, uma vez que</p><p>esta só poderia obter a liberdade econômica caso rompesse o pacto colonial. Por outro lado, os</p><p>povos originários e os africanos escravizados também não queriam mais a exploração colonial que</p><p>era exercida tanto pelos europeus quanto por seus descendentes naturais das colônias. Sabendo</p><p>desse contexto, vamos avaliar cada uma das alternativas:</p><p>a) Incorreto. A Coroa espanhola não tinha o menor interesse em conceder a independência a</p><p>nenhuma de suas colônias. A maioria delas aproveitou o enfraquecimento do poder</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 11 – América Latina II – Independência</p><p>56</p><p>119</p><p>AULA 11: América Latina II – Independência</p><p>espanhol com a invasão de Napoleão à Espanha para dar início às lutas pela libertação</p><p>nacional. Apesar disso, houve casos que o domínio colônia persistiu até o século XIX, como</p><p>no caso de Cuba que só conquistou sua independência em 1898. Isso demonstra o quanto</p><p>a coroa não queria que tais movimentos fossem bem sucedidos, fossem eles liderados pelas</p><p>elites coloniais ou pelos trabalhadores, camponeses e/ou escravizados.</p><p>b) Incorreto. De fato, um dos principais fatores que contribuíram para as elites criollas optarem</p><p>pela independência foi sua ambição de firmar relações comerciais diretamente com as</p><p>demais nações, sem o intermédio ou taxação da metrópole. Contudo, o café não era o</p><p>produto mais produzido e comercializado por essas elites no final do século XVIII e início</p><p>do XIX, período no qual a maioria das colônias espanholas e a portuguesa conquistaram</p><p>suas independências.</p><p>c) Incorreto. Como veremos com mais detalhes na Aula 12,</p><p>o Brasil não se tornou uma</p><p>República ao conquistar sua independência em 1822. Uma vez separado de Portugal,</p><p>tornou-se Império do Brasil, uma monarquia. Além disso, a escravidão não foi abolida nesse</p><p>momento, apenas em 1888. A Princesa Isabel nem sequer era nascida na década de 1820.</p><p>d) Incorreto. No caso da América portuguesa o livre-comércio com as demais nações teve</p><p>início antes mesmo da independência. Em 1808, a Corte portuguesa foi transferida para o</p><p>Brasil fugindo das tropas de Napoleão Bonaparte. Assim que chegou ao Brasil, D. João VI</p><p>assinou o Decreto de Abertura dos Portos às Nações Amigas, que permitiu aos brasileiros</p><p>comercializaram diretamente com outros países além de Portugal.</p><p>e) Correto! Os acontecimentos na Europa tiveram grande influência nos desdobramentos dos</p><p>movimentos separatistas nas colônias americanas. Como disse no comentário, as ideias</p><p>iluministas já circulavam entre os dois continentes, sobretudo na América Espanhola onde</p><p>havia universidades e imprensa atuante. Contudo, definidor mesmo foi a expansão</p><p>napoleônica iniciada em 1804 quando Napoleão Bonaparte foi coroado Imperador da</p><p>França. Eles pretendiam expandir os territórios franceses na Europa por meio de guerras e</p><p>da propagação das ideias liberais, mas também queria impor o monopólio francês sobre o</p><p>comércio no continente. Ao não conseguir derrotar a Inglaterra no mar, para invadi-la e</p><p>tirar da jogada seu principal rival na exportação de produtos industrializados, Napoleão</p><p>decretou o Bloqueio Continental, em 1806. Com isso, todos os países europeus estavam</p><p>proibidos de comercializar com os ingleses sob pena de serem invadidos e conquistados</p><p>pela França. Os que mais se opuseram foram Rússia e Portugal. Os franceses fracassaram</p><p>em invadir a Rússia. Por outro lado, entre 1807 e 1808, Bonaparte decidiu invadir Portugal</p><p>e conseguiu permissão da Espanha para cruzar seu território por terra para lá chegar. A</p><p>Corte portuguesa conseguiu fugir e as tropas francesas conquistaram Portugal, mas não</p><p>suas colônias. Quando voltavam para França, ao passar pelo território espanhol novamente,</p><p>os franceses derrubaram o rei da Espanha e o irmão de Napoleão assumiu seu lugar. Com</p><p>isso, o domínio colonial se enfraqueceu dando a oportunidade que os separatistas das</p><p>colônias precisavam e uma série de movimentos por independência teve início. No caso</p><p>brasileiro, quando a Corte foi transferida para cá, D. João VI tomou uma série de medidas</p><p>que dava mais autonomia política e economia para o Brasil, elevando-o a categoria de Reino</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 11 – América Latina II – Independência</p><p>57</p><p>119</p><p>AULA 11: América Latina II – Independência</p><p>Unido. Todavia, os portugueses não ficaram felizes com isso e tentaram arduamente</p><p>restaurar o status de colônia junto de todas as restrições que isso acarretava. Esse foi o</p><p>estopim para as lutas de independência pelo Brasil. Veremos esse processo com mais</p><p>detalhes na Aula 12.</p><p>Gabarito: E</p><p>(UEL – 2010)</p><p>Sobre a América Latina Colonial, considere as afirmativas:</p><p>I. A organização do trabalho colonial na América Espanhola baseou-se na exploração da</p><p>mão de obra indígena, em formas variadas de servidão (como a encomienda e a mita), e no</p><p>uso, em algumas regiões, do trabalho escravo africano.</p><p>II. Na organização social das colônias espanholas na América, os brancos nascidos na</p><p>América constituíram os criollos, grupo que concentrou a propriedade de terra e que tinha</p><p>acesso restrito às mais altas funções dirigentes nos sistemas administrativo, judiciário e</p><p>militar, privativos dos brancos nascidos na Espanha.</p><p>III. No processo de independência das colônias espanholas na América, prevaleceu a</p><p>proposta de Simon Bolívar (Bolivarismo), na qual os interesses particulares das novas nações</p><p>eram mais importantes que uma unificação artificial baseada no passado comum da</p><p>colonização ibérica.</p><p>IV. Na colônia francesa do Haiti, a aliança entre os escravos e a elite branca local, a favor da</p><p>independência, foi vitoriosa contra o Estado francês, o que permitiu a dominação da minoria</p><p>branca na ilha, depois da emancipação política.</p><p>Assinale a alternativa correta.</p><p>a) Somente as afirmativas I e II são corretas.</p><p>b) Somente as afirmativas II e IV são corretas.</p><p>c) Somente as afirmativas III e IV são corretas.</p><p>d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas.</p><p>e) Somente as afirmativas I, III e IV são corretas.</p><p>Comentários:</p><p>Como a questão aborda diversos aspectos da América Latina Colonial, vamos analisar cada</p><p>afirmativa individualmente:</p><p>I. Correta. Como vimos anteriormente nas aulas, o trabalho nas colônias espanholas na</p><p>América era baseado, principalmente, na mita e na encomienda, duas formas de servidão.</p><p>Nesse regime, era utilizada mão de obra indígena. No entanto, também houve a presença</p><p>de mão de obra escrava africana.</p><p>II. Correta. No seguinte esquema visto em aula, temos a estrutura social da América</p><p>Espanhola, repare na caracterização dos criollos:</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 11 – América Latina II – Independência</p><p>58</p><p>119</p><p>AULA 11: América Latina II – Independência</p><p>III. Incorreta. De fato, Simón Bolívar foi uma das figuras mais importantes do processo de</p><p>independência da América Espanhola. No entanto, ele defendeu um Projeto</p><p>Panamericanista, ou seja, a união de todas as províncias e a Proclamação de uma República</p><p>Confederada ou uma única república. O que ocorreu, na realidade, foi uma grande</p><p>fragmentação do território. Assim, sua proposta não prevaleceu.</p><p>IV. Incorreta. Não houve aliança entre escravos e elite branca.</p><p>I e II estão corretas, portanto, alternativa a) é o gabarito.</p><p>Gabarito: A</p><p>(UEL – 2008)</p><p>A emancipação das colônias hispano-americanas, liderada pelos grandes senhores de terras</p><p>e pela burguesia criolla, encontrou apoio nos setores médios e populares, os quais, em</p><p>alguns momentos, chegaram a ameaçar a estrutura de dominação de classe imposta pelo</p><p>regime colonial. Entretanto, com exceção dos Estados Unidos, que implantaram um regime</p><p>liberal burguês, no restante da América a independência revelou-se um fato político.</p><p>Realizada a autonomia, rompidos os vínculos com as metrópoles, as classes dominantes das</p><p>antigas colônias tomaram o poder e constituíram Estados Nacionais que mantiveram afastada</p><p>das decisões políticas a massa da população trabalhadora (majoritariamente indígena,</p><p>camponesa ou não). A estrutura colonial não sofreu qualquer alteração de peso. A Inglaterra</p><p>abriu mais ainda a sua porta no continente, assegurando-se de mercados consumidores e de</p><p>matérias-primas; a propriedade territorial continuou nas mesmas mãos, a despeito de</p><p>algumas tentativas de líderes liberais das Guerras de Independência; a população camponesa</p><p>permaneceu sob a exploração e o domínio dos seus antigos senhores.</p><p>(AQUINO, R. S. L. de; LEMOS, N. J. F.; LOPES, O. G. P. C. História</p><p>das sociedades americanas. Rio de Janeiro: Record, 2000. p.165-166.)</p><p>De acordo com o texto, é correto afirmar:</p><p>a) A América hispânica estava vivenciando, já há algum tempo, um maior grau de liberdade</p><p>comercial em função da crise econômica metropolitana, bem como a crise política</p><p>desencadeada pelo domínio francês, entre os anos de 1808 a 1813.</p><p>b) O fenômeno da emancipação política na Nova Espanha foi peculiar na América. A</p><p>Revolução Mexicana foi o movimento mais representativo do descontentamento da parcela</p><p>camponesa da população contra o autoritarismo e dominação da Espanha, culminando na</p><p>emancipação do território do México.</p><p>c) Em toda a América hispânica e também na portuguesa, o processo de lutas pela</p><p>emancipação dos diversos espaços geográficos que futuramente se constituiram em espaços</p><p>nacionais, foi conduzido pela Igreja, que lucraria com as emancipações, agregando mais</p><p>terras ao seu já rico patrimônio.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 11 – América Latina II – Independência</p><p>59</p><p>119</p><p>AULA 11: América Latina II – Independência</p><p>d) A participação dos Estados Unidos nos processos de independência das Américas foi de</p><p>crucial importância para a adoção do Regime Republicano pelos espaços recém-</p><p>independentes.</p><p>e) Após sua independência, a América portuguesa rompeu os laços com a metrópole –</p><p>Portugal – e aliou-se às forças de Napoleão Bonaparte, adotando para esse espaço recém-</p><p>independente os princípios da Revolução Francesa.</p><p>Comentários:</p><p>A questão aborda as independências americanas do ponto de vista político. Conforme estudamos,</p><p>os processos de emancipação das colônias espanholas foram arquitetados pela elite criolla e</p><p>ocorreram entre 1817 e 1825. O seguinte esquema visto em aula elucida sobre as motivações que</p><p>levaram a independência.</p><p>Com isso, vamos para as alternativas:</p><p>a) Correta. Segundo o texto, a Inglaterra “abriu mais ainda a sua porta no continente” depois que</p><p>as colônias se tornaram independentes. Isso significa que já havia um certo grau de abertura</p><p>econômica anterior. De fato, com a invasão napoleônica na Espanha, as colônias hispano-</p><p>americanas conseguiram certa autonomia e liberdade comercial, tendo em vista que as atenções</p><p>na metrópole estavam todas voltadas para a ações de Napoleão.</p><p>b) Incorreta. Apesar da presença camponesa e indígena em algumas revoltas desse período, a</p><p>emancipação mexicana ocorreu por meio de um golpe feito por um general.</p><p>c) Incorreta. A Igreja não teve participação ativa em todos os movimentos de emancipação.</p><p>d) Incorreta. Os Estados Unidos mal participaram dos processos de independência.</p><p>e) Incorreta. Após a independência o Brasil continuou sendo uma monarquia, regime que a</p><p>Revolução Francesa se opunha.</p><p>Gabarito: A</p><p>(UEL – 2007)</p><p>Jean Jaques Dessalines, um dos líderes da revolução do Haiti, declara: “Salvei a minha pátria.</p><p>Vinguei a América... Nunca mais um colono europeu porá o pé neste território com o título</p><p>de amo ou de proprietário.”</p><p>Fonte: DOZER, D. M. América Latina: uma perspectiva histórica.</p><p>Tradução de Leonel Zallandro. Porto Alegre; Editora Globo; São</p><p>Paulo; Edusp, 1996. P.191, 192.</p><p>Baseado nesta declaração e nos conhecimentos sobre o tema, é correto afirmar que:</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 11 – América Latina II – Independência</p><p>60</p><p>119</p><p>AULA 11: América Latina II – Independência</p><p>a) Após a independência, as rebeliões feitas pela população negra e mulata contra a</p><p>exploração colonialista e os exércitos franceses deixaram de fazer parte do cotidiano da</p><p>população haitiana.</p><p>b) Dessalines, como líder revolucionário, conseguiu promover a unidade territorial do Haiti,</p><p>unindo a metade oriental da ilha com a parte ocidental, que continuava escravista.</p><p>c) A emancipação do Haiti deu-se em função das contradições sociais existentes nessa</p><p>colônia e configurou-se num movimento de caráter político, econômico e social, visando</p><p>estabelecer uma nova ordem sobre bases democráticas.</p><p>d) O Haiti emancipado foi dirigido por governantes democráticos, cujos princípios</p><p>assemelhavam-se aos da Revolução Francesa, como liberdade, igualdade e fraternidade.</p><p>e) Os negros e mulatos, mesmo sendo a maioria, não tiveram força suficiente para</p><p>promover a emancipação em função da superioridade estratégica e armamentícia do</p><p>exército francês.</p><p>Comentários:</p><p>Conforme estudamos, o processo de emancipação do Haiti foi diferente das outras colônias da</p><p>América. Por se tratar de uma colônia da França, sentiu diretamente os efeitos da Revolução</p><p>Francesa, no final do século XVIII. De maneira que em 1791 iniciou-se uma rebelião de escravos</p><p>sob o comando de Toussaint Louverture e, em seguida por, Jean-Jacques Dessalines. Após</p><p>invasões e reviravoltas, o Haiti conseguiu sua independência em 1804.</p><p>Essa Revolução assustou metrópoles e proprietários de escravo de toda a América pois, além de</p><p>ser liderada por escravizados, extinguiu a escravidão e procurou implantar a igualdade social.</p><p>Sabendo disso, vejamos as alternativas:</p><p>a) Incorreta. Para obter o reconhecimento de sua independência, o Haiti precisou pagar uma</p><p>indenização de 150 milhões de francos para a Inglaterra, assim, não se livrou completamente da</p><p>exploração colonialista.</p><p>b) Incorreta. Dessalines permaneceu como chefe do novo governo haitiano após a declaração de</p><p>independência. Após seu primeiro ano no cargo proclamou-se imperador do país, dando origem</p><p>ao Império do Haiti. O imperador buscou consolidar seu poder pessoal através da criação de um</p><p>Estado autocrático, semelhante ao nascer na França durante os anos. Seus métodos autoritários</p><p>e uma quantidade de combates na ilha levou a um declínio do império, o que resultou no</p><p>ocidente da ilha sendo recuperada pelos espanhóis, enquanto o oriente constitui uma</p><p>conspiração entre os generais e Christophe Petion que resultou em seu assassinato em 1806.</p><p>c) Correta. A Revolução Francesa e a exploração colonialista no Haiti eram situações conflitantes</p><p>que a França vivenciava. Além disso, cerca de 90% da população haitiana era de escravizados,</p><p>não era coerente que eles fossem os dominados.</p><p>d) Incorreta. Conforme discutimos no item b), após a independência haitiana, por um breve</p><p>período de tempo, o Haiti foi um Império.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 11 – América Latina II – Independência</p><p>61</p><p>119</p><p>AULA 11: América Latina II – Independência</p><p>e) Incorreta. Como vimos, a independência do Haiti seu deu justamente por meio da luta de</p><p>negros e mulatos.</p><p>Gabarito: C</p><p>(VUNESP 2017)</p><p>No movimento de Independência atuam duas tendências opostas: uma, de origem europeia,</p><p>liberal e utópica, que concebe a América espanhola como um todo unitário, assembleia de</p><p>nações livres; outra, tradicional, que rompe laços com a Metrópole somente para acelerar o</p><p>processo de dispersão do Império.</p><p>(Octavio Paz. O labirinto da solidão, 1999. Adaptado.)</p><p>O texto refere-se às concepções em disputa no processo de Independência da América</p><p>Latina. Tendo em vista a situação política das nações latino-americanas no século XIX, é</p><p>correto concluir que</p><p>a) os Estados independentes substituíram as rivalidades pela mútua cooperação.</p><p>b) os países libertos formaram regimes constitucionais estáveis.</p><p>c) as antigas metrópoles ibéricas continuavam governando os territórios americanos.</p><p>d) o conteúdo filosófico das independências sobrepôs-se aos interesses oligárquicos.</p><p>e) as classes dirigentes nativas foram herdeiras da antiga ordem colonial.</p><p>Comentário</p><p>Na América Espanhola ocorreu o segundo tipo de independência descrito no texto: o que</p><p>desembocou na fragmentação da Colônia e na criação de várias Repúblicas.</p><p>Analisando os novos países latino-americanos surgidos com a independência pode-se verificar</p><p>que a instabilidade política e econômica permaneceu. Além disso, registra-se uma série de</p><p>continuidades do período colonial, como as desigualdades sociais e a dependência econômica</p><p>em relação aos outros países de capitalismo mais desenvolvido, os industrializados. Dito isso</p><p>vamos analisar cada item:</p><p>a- Depois da independência continuou o conflito entre as classes, já que depois de derrotado</p><p>o inimigo comum, a Espanha, as diferenças de interesses foram para o primeiro plano da</p><p>organização das repúblicas latino americanas.</p><p>b- Como falamos no comentário geral, a instabilidade política e econômica foi a marca do pós</p><p>independência. O México é o melhor exemplo para ilustrar essa situação. Volta lá na aula para</p><p>relembrar o processo.</p><p>c- As metrópoles não governam mais, os países se tornam independentes politicamente e</p><p>dependentes economicamente de outras potências, como Inglaterra primeiro e, depois, Estados</p><p>Unidos.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 11 – América Latina II – Independência</p><p>62</p><p>119</p><p>AULA 11: América Latina II – Independência</p><p>d- Apesar de os ideais iluministas, bem como as experiências dos Estados Unidos e da França</p><p>terem influenciado sobremaneira os processos de luta pela independência da América</p><p>Espanhola,</p><p>os interesses locais determinaram a forma como as coisas aconteceram.</p><p>e- Item correto. Classes dirigentes nativas, o que você entende sobre esse termo? Difícil, né.</p><p>Mas podemos interpretar que são as classes que nasceram no território, por isso, nativas, e que</p><p>são as dominantes, nesse caso, os criollos. Estes são fruto da forma de governar do sistema</p><p>espanhol de exploração colonial.</p><p>Gabarito: E</p><p>(VUNESP 2015)</p><p>Era o fim. O general Simón José Antonio de La Santísima Trinidad Bolívar y Palacios ia</p><p>embora para sempre. Tinha arrebatado ao domínio espanhol um império cinco vezes mais</p><p>vasto que as Europas, tinha comandado vinte anos de guerras para mantê-lo livre e unido, e</p><p>o tinha governado com pulso firme até a semana anterior, mas na hora da partida não levava</p><p>sequer o consolo de acreditarem nele. O único que teve bastante lucidez para saber que na</p><p>realidade ia embora, e para onde ia, foi o diplomata inglês, que escreveu num relatório oficial</p><p>a seu governo: “O tempo que lhe resta mal dá para chegar ao túmulo.”</p><p>MÁRQUEZ, Gabriel García. O general em seu labirinto, 1989.</p><p>O perfil de Simón Bolívar, apresentado no texto, acentua alguns de seus principais feitos,</p><p>mas deve ser relativizado, uma vez que Bolívar</p><p>a) foi um importante líder político, mas jamais desempenhou atividades militares no processo</p><p>de independência da América Hispânica.</p><p>b) obteve sucesso na luta contra a presença britânica e norte-americana na América</p><p>Hispânica, mas jamais conseguiu derrotar os colonizadores espanhóis.</p><p>c) defendeu a total unidade das Américas, mas jamais obteve sucesso como comandante</p><p>militar nas lutas de independência das antigas colônias espanholas.</p><p>d) teve papel político e militar decisivo na luta de independência da América Hispânica, mas</p><p>jamais governou a totalidade das antigas colônias espanholas.</p><p>e) atuou no processo de emancipação da América Hispânica, mas jamais exerceu qualquer</p><p>cargo político nos novos Estados nacionais.</p><p>Comentário</p><p>A questão se refere ao processo de independência da América Espanhola no início do século XIX.</p><p>O texto do escritor Gabriel García Márquez aponta para o libertador da América Espanhola Simón</p><p>Bolívar. Ele representa uma figura e expressa um ideal político.</p><p>Bolívar, conhecido como “o libertador”, foi um exemplo dos ideais da elite criolla. Nasceu na</p><p>Venezuela (por isso, é uma figura particular da memória nacional desse país), republicano,</p><p>comandou a luta pela libertação da América Espanhola com apoio da Inglaterra e Estados Unidos,</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 11 – América Latina II – Independência</p><p>63</p><p>119</p><p>AULA 11: América Latina II – Independência</p><p>partindo da Venezuela e do Peru em direção ao sul, defendendo como forma de organização</p><p>política uma América do Sul livre, unida e forte. Era o ideal do americanismo ou da Pan-America.</p><p>Embora Simón Bolívar tivesse um papel político e militar fundamental no processo de</p><p>independência da América Espanhola, não chegou a governar a totalidade das antigas colônias</p><p>espanholas. Mas apenas o que ficou conhecido como a Grande Colômbia.</p><p>Morreu em 1830, aos 47 anos de idade, em ter atingido seu modelo de organização política de</p><p>unificação de toda a América do Sul. Desta forma, Gabriel García Márquez pode ter enaltecido de</p><p>forma exagerada os feitos do grande líder. Para o estilo de escrita de Marques está tudo bem,</p><p>sobretudo porque ele é parte do movimento literário do realismo mágico (que você aprenderá</p><p>nas aulas de literatura). Mas, do ponto de vista da história, é uma representação que deve ser</p><p>relativizada e atribuído o devido sentido dos fatos.</p><p>Nesse sentido, o único item possível de ser assinalado é o D.</p><p>Gabarito: D</p><p>(VUNESP 2014)</p><p>Sobre as lutas pela independência na América Hispânica, é correto afirmar que</p><p>a) contaram com participação política e militar direta dos Estados Unidos e da Alemanha,</p><p>interessados em ampliar sua presença comercial na região.</p><p>b) tiveram claro caráter popular, expresso na realização, após a emancipação, de reformas</p><p>sociais profundas.</p><p>c) impediram a modernização das economias coloniais e reduziram a participação dos países</p><p>da região no comércio internacional.</p><p>d) asseguraram a manutenção da unidade territorial e impediram a fragmentação política da</p><p>região.</p><p>e) foram controladas, na maior parte dos casos, pelas elites criollas, embora tenham contado</p><p>com participação popular.</p><p>Comentário</p><p>Questão no alvo. Vai direto ao assunto, no caso, sobre a indepndência da América espanhola.</p><p>Sendo assim, você já sabe nossa técnica: analisar item a item eliminando os erros.</p><p>Contudo, para você ficar mais safo nisso, farei um comentário geral: A sociedade na América</p><p>Espanhola no período colonial era formada:</p><p>1- pelos chapetones (espanhóis que vinham para a colônia assumir cargos políticos),</p><p>2- pelos criollos (descendentes de espanhol que nasceram na América, possuíam terras e</p><p>escravos, ou seja, tinham poder econômico)</p><p>3- pelas camadas populares constituídas por índios, negros e mestiços constituindo a grande</p><p>maioria da população.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 11 – América Latina II – Independência</p><p>64</p><p>119</p><p>AULA 11: América Latina II – Independência</p><p>Sabemos que os criollos, com apoio da Inglaterra, lideraram o processo de independência da</p><p>América Espanhola com apoio e participação direta das camadas populares.</p><p>Dito isso, passemos a análise:</p><p>a- Não teve apoio da Alemanha e EUA.</p><p>b- Com a independência não teve reformas sociais profundas.</p><p>c- Item incorreto. A economia não se modernizou especialmente porque as elites locais</p><p>ganharam muito dinheiro com a continuidade da venda de produtos primários para os países</p><p>industrializados. Além disso, com as facilidades de importação, foi quase impossível surgir</p><p>indústrias na América Latina. Contudo, não houve diminuição da participação da America Latina</p><p>no comércio mundial. Ela continuou exposratndo muito seus produtos agrícolas, de modo a</p><p>ocupar um papel dependente na economia mundial. Então cuidado, a América Laina não se</p><p>desenvolveu não foi porque não participou do comércio mundial, mas foi devido ao lugar que ela</p><p>ocupou nessa “divisão” do comércio mundial.</p><p>d- Com a independência, a América Espanhola se fragmentou em diversas Repúblicas.</p><p>e- Como falamos no comentário geral, o processo foi liderado pela Elite criolla com a</p><p>participação das camadas populares.</p><p>Gabarito: E</p><p>(VUNESP 2013)</p><p>Leia.</p><p>É uma ideia grandiosa pretender formar de todo o Novo Mundo uma única nação com um</p><p>único vínculo que ligue as partes entre si e com o todo. Já que tem uma só origem, uma só</p><p>língua, mesmos costumes e uma só religião, deveria, por conseguinte, ter um só governo</p><p>que confederasse os diferentes Estados que haverão de se formar; mas tal não é possível,</p><p>porque climas remotos, situações diversas, interesses opostos e caracteres dessemelhantes</p><p>dividem a América.</p><p>(Simón Bolívar. Carta da Jamaica [06.09.1815]. Simón Bolívar: política, 1983.)</p><p>O texto foi escrito durante as lutas de independência na América Hispânica. Podemos dizer</p><p>que,</p><p>a) ao contrário do que afirma na carta, Bolívar não aceitou a diversidade americana e, em sua</p><p>ação política e militar, reagiu à iniciativa autonomista do Brasil.</p><p>b) ao contrário do que afirma na carta, Bolívar combateu as propostas de independência e</p><p>unidade da América e se empenhou na manutenção de sua condição de colônia espanhola.</p><p>c) conforme afirma na carta, Bolívar defendeu a unidade americana e se esforçou para que a</p><p>América Hispânica se associasse ao Brasil na luta contra a hegemonia norte-americana no</p><p>continente.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 11 – América Latina II – Independência</p><p>65</p><p>119</p><p>AULA 11: América Latina II – Independência</p><p>d) conforme afirma na carta, Bolívar aceitou a diversidade geográfica e política do continente,</p><p>mas tentou submeter o Brasil à força militar</p><p>do século XVIII e começo do XIX, em particular, porque a dinamização das</p><p>relações econômicas mundiais forçava um novo tipo de relação entre as camadas sociais que</p><p>habitavam os territórios coloniais.</p><p>2.1 - FATORES MOTIVADORES DA INDEPENDÊNCIA</p><p>Observe os FATORES MOTIVADORES do processo de Independência nas</p><p>colônias da América espanhola</p><p>54%</p><p>27%</p><p>4%</p><p>14%</p><p>1%</p><p>Proporção da popoulação na América</p><p>espanhola</p><p>indígenas</p><p>mestiços</p><p>negros-escravos</p><p>criollos</p><p>chapetones</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 11 – América Latina II – Independência</p><p>7</p><p>119</p><p>AULA 11: América Latina II – Independência</p><p>Se formos resumir em um parágrafo a síntese desses elementos podemos colocar assim:</p><p>• na passagem do século XVIII para o XIX, a condição colonial da América Espanhola</p><p>dificultava o livre-comércio e a circulação de manufaturas, práticas em ascensão após</p><p>a difusão de ideias politicamente e economicamente liberais, as quais, de forma</p><p>direta ou indireta, estimularam revoluções na Europa e nas Américas.</p><p>2.1.1- Fatores do contexto internacional</p><p>Sobre o contexto internacional, você conhece muito bem. É todo o conteúdo das duas</p><p>últimas aulas.</p><p>Contudo, quero chamar sua atenção para dois pontos específicos:</p><p>1. O contexto da expansão napoleônica, no início do século XIX. Nesse momento, a</p><p>derrubada dos reis espanhóis – Carlos IV (1788 a 1808) e Fernando VII (19/mar a</p><p>6/maio de 1808) –, após a invasão das tropas napoleônicas na Península Ibérica, fez</p><p>com que houvesse uma espécie de “vazio” no poder na relação entre Espanha e</p><p>colônias. O governo metropolitano precisou envidar esforços para combater a</p><p>invasão napoleônica e, dessa forma, as atenções na metrópole estavam todas</p><p>voltadas para a ações de Napoleão. Assim, nas colônias, surgiu uma oportunidade</p><p>para que a elite criolla liderasse um processo de contestação ao poder monárquico</p><p>espanhol e à continuidade da exploração colonial. Depuseram, então, as autoridades</p><p>espanholas e fundaram as “juntas governativas” no lugar das câmaras municipais, ou</p><p>cabildos.</p><p>2. A influência da Independência dos Estados Unidos no processo de emancipação</p><p>política da América Latina. Não apenas porque tratou-se de uma experiência</p><p>Fatores Motivadores da</p><p>Independência das</p><p>Colônias</p><p>Contexto</p><p>internacional</p><p>Difusão do</p><p>iluminismo - a</p><p>partir do séc.</p><p>XVIII</p><p>Revolução</p><p>Industrial</p><p>1750</p><p>Independência</p><p>dos EUA</p><p>1776</p><p>Revolução</p><p>Francesa</p><p>1789</p><p>Expansão</p><p>Napoleônica</p><p>1799-1814</p><p>Contexto</p><p>local</p><p>Ambição das</p><p>elites criollas</p><p>Revoltas</p><p>populares</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 11 – América Latina II – Independência</p><p>8</p><p>119</p><p>AULA 11: América Latina II – Independência</p><p>ilustrada, mas, sobretudo, devido à forma das batalhas e à forma de governo gerada</p><p>a Independência dos Estados Unidos foi um exemplo. Assim, a luta civil pela</p><p>independência exclusivamente contra a monarquia inglesa e a forma de governo</p><p>republicano foram o modelo mais influente na América Latina – muito mais que a</p><p>Revolução Francesa.</p><p>“Por volta de 1810, a mera existência dos Estados Unidos exercia grande</p><p>influência, e o exemplo máximo de liberdade e republicanismo continuou sendo</p><p>uma inspiração ativa na América espanhola, um exemplo ainda não contaminado</p><p>pelas desconfianças relativas à política desse poderoso vizinho. [...] As obras de</p><p>Tom Paine, os discursos de John Adams, Jefferson e Washington circulavam no</p><p>subcontinente. Muitos dos precursores e chefes do movimento de independência</p><p>visitaram os Estados Unidos e pela primeira vez viram instituições livres. Foi em</p><p>Nova Iorque, em 1784, que Francisco Miranda concebeu a ideia de “liberdade e independência</p><p>de todo o continente hispano-americano. Bolívar nutriu um respeito permanente por Washington</p><p>e admirou, não sem reservas, o progresso dos Estados Unidos, “uma terra de liberdade e lar de</p><p>virtude cívica” [...] Depois de 1810, os hispano-americanos, em sua busca dos direitos à vida, à</p><p>liberdade e à felicidade, tentariam orientar-se pela experiência republicana de seus vizinhos do</p><p>norte. As constituições da Venezuela, do México e demais países seriam profundamente inspiradas</p><p>na dos Estados Unidos, e muitos dos novos líderes – embora não Bolívar – seriam profundamente</p><p>influenciados pelo federalismo norte-americano.”1</p><p>Esse contexto internacional é uma oportunidade política para o desenvolvimento das</p><p>independências da América espanhola. Contudo, é preciso que você conheça o contexto local,</p><p>pois dele surgem as especificidades dos processos de emancipação de cada região e é nesta parte</p><p>que sobressai a característica de processos fragmentados, tal como alertei acima.</p><p>2.1.2 – Fatores do contexto local</p><p>Podemos perceber que havia conflito entre a elite criolla local e os chapetones, bem como</p><p>destes com os setores populares.</p><p>Embora os dois primeiros fizessem parte da elite, eles não se reconheciam como iguais – e,</p><p>de fato, não eram tratados como iguais pela Metrópole. A diferença entre eles era importante</p><p>para o sistema de status social: os chapetones tinham acesso a diversos privilégios que os colocava</p><p>1 LYNCH, John. As origens da Independência da América Espanhola. In BETHELL, Leslie. Histórica da</p><p>América Latina. Da Independência a 1870. São Paulo: Editora da USP. Volume III. 2018, p.67.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 11 – América Latina II – Independência</p><p>9</p><p>119</p><p>AULA 11: América Latina II – Independência</p><p>acima dos criollos. Veja o que diz o professor John Lynch2 sobre as diferentes entre esses dois</p><p>grupos:</p><p>A consciência da diferença entre os criollos e os peninsulares foi ressaltada pelo novo</p><p>imperialismo. Como Alexander von Humboldt observou: ”O europeu mais baixo e com</p><p>menos educação e cultura acredita ser superior ao branco nascido no novo mundo”.</p><p>No Rio de la Plata, Félix de Azara relatava que a aversão mútua era tão grande que</p><p>muitas vezes ela existia até mesmo entre pai e filho, entre marido e mulher. No México,</p><p>Lucas Alamán estava convencido de que esse antagonismo, nascido da preferência</p><p>dada aos peninsulares para cargos e oportunidades, foi “a causa da revolução em favor</p><p>da independência. [...] A rivalidade entre eles era parte da tensão social da época.</p><p>Assim, podemos perceber que as funções e interesses entre criollos e chapetones (ou</p><p>peninsulares) eram diferentes. E estas diferenças estavam expressas, também, em signos sociais</p><p>com conotação racial.</p><p>Atenção: A elite criolla também não era um grupo homogêneo. Ela</p><p>era formada por:</p><p>❖ Latifundiários (cacau e açúcar)</p><p>❖ Comerciantes urbanos</p><p>❖ Proprietários de minas</p><p>Assim, eles se diferenciavam em pensamento político, em interesse ligados à sua área</p><p>de atuação econômica. Porém, TODOS queriam se livrar do domínio espanhol!</p><p>No que se refere ao processo de independência, a liberdade comercial, tão almejada pela</p><p>elite criolla, foi uma medida de política econômica que só pode ser decidida nos altos cargos</p><p>políticos e administrativos do governo colonial. E o acesso a estes postos era de exclusividade de</p><p>espanhóis chapetones (ou peninsulares). Logo, os criollos perceberam que a liberdade econômica</p><p>só se alcançaria com soberania política, pois, na prática, os criolllos estavam excluídos das decisões</p><p>políticas.</p><p>Portanto, as elites criollas locais desenvolveram a ambição em romper o pacto colonial e,</p><p>assim, garantir seu domínio pleno sobre as áreas da então América espanhola.</p><p>Mas profe, quais medidas espanholas dificultavam esse domínio pleno?</p><p>2 LYNCH, John. As origens da Independência da América Espanhola. In BETHELL, Leslie. Histórica da</p><p>América Latina. Da Independência a 1870. São Paulo: Editora da USP. Volume III. 2018, pp. 46-47.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 11 – América Latina II – Independência</p><p>10</p><p>119</p><p>AULA 11: América Latina II – Independência</p><p>Contudo, se criollos tinham um olho na posição da coroa e dos chapetones, seu outro olho</p><p>estava voltado</p><p>hispano-americana.</p><p>e) conforme afirma na carta, Bolívar declarou diversas vezes seu sonho de unidade americana,</p><p>mas, em sua ação política e militar, reconheceu que as diferenças internas eram insuperáveis.</p><p>Comentários</p><p>É uma questão de interpretação do texto. O conhecimento sobre o processo da independência</p><p>da América espanhola e o papel de Bolivar nela é fundamental para garantir uma interpretação</p><p>histórica adequada. Lembra-se que ideais de unidade latino-americana de Simon Bolívar</p><p>representam o “pan-americanismo”, que passou a ser chamado de bolivarismo.</p><p>Bolívar reconhecia que outras questões fragmentavam a América, apesar de diversas semelhanças.</p><p>As lutas contra a dominação espanhola e o reconhecimento dos interesses imperialistas da</p><p>Inglaterra – a grande potência da época – impulsionaram a visão de que a unidade seria a melhor</p><p>forma política para o desenvolvimento independente das novas nações. Nesse momento, os EUA</p><p>ainda não gozavam do poder econômico e militar para dominar os países latino-americanos,</p><p>situação que se alterou a partir da segunda metade do século XIX.</p><p>Por fim, Bolivar não se indispôs com o Brasil, tão pouco propôs que ele fizesse parte da grande</p><p>América, tão pouco que lutassem juntos contra os EUA.</p><p>Dito isso, passemos aos erros de cada item:</p><p>a- Bolivar aceitou a diversidade.</p><p>b- Bolivar lutou pela independência.</p><p>c- Não propôs nada de luta contra os EUA, afinal, os dominantes na época eram a Espanha e</p><p>a Inglaterra.</p><p>d- Não tentou submeter o Brasil à força.</p><p>e- Item correto!</p><p>Gabarito: E</p><p>(VUNESP 2012)</p><p>O caudilhismo é um fenômeno político hispano-americano do século XIX, que se associa</p><p>a) à resistência contra o intervencionismo norte-americano, sobretudo nas áreas do Caribe e</p><p>América Central.</p><p>b) às guerras civis entre unitários e federalistas durante o processo de formação dos Estados</p><p>nacionais.</p><p>c) aos pensadores liberais que lutaram pela emancipação política e econômica do continente.</p><p>d) às lideranças militares que atuaram nas guerras de independência e defenderam a</p><p>unificação do continente.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 11 – América Latina II – Independência</p><p>66</p><p>119</p><p>AULA 11: América Latina II – Independência</p><p>e) ao temor, manifesto sobretudo na região do Prata, de que o Império brasileiro avançasse</p><p>militarmente para o sul.</p><p>Comentário</p><p>O caudilhismo foi um fenômeno político tipicamente latino americano, principalmente nos países</p><p>de língua espanhola, após a independência e num primeiro momento reflete a luta pela</p><p>organização do Estado, com maior ou menor centralização política, expressa em maior ou menor</p><p>autonomia às províncias.</p><p>A luta pelo poder nas nações recém-formadas envolveu grandes proprietários, que comandaram</p><p>exércitos pessoais formados nas guerras de independência e que buscavam o controle da nação</p><p>através da força e de laços de fidelidade. A concentração de poderes nas mãos de um líder local</p><p>representava o reforço do poder pessoal e do papel de sua região na economia do país.</p><p>Gabarito: B</p><p>(VUNESP 1992)</p><p>Após a emancipação política e ao longo do Século XIX, a vida institucional, na maioria dos</p><p>países latino-americanos, foi marcada pelas seguintes características:</p><p>a) prolongada instabilidade política, predomínio das oligarquias dirigentes e submissão das</p><p>massas pauperizadas.</p><p>b) velhas oligarquias em crise e o desenvolvimento do populismo atrelado ao capital</p><p>multinacional.</p><p>c) predomínio do modo de produção capitalista que promovia a unificação política e a</p><p>integração econômica.</p><p>d) estabilidade política alicerçada em modelo republicano de governo.</p><p>e) sujeição dos políticos às exigências dos grupos oprimidos.</p><p>Comentário</p><p>Essa questão do fundo do Baú serve para martelar na sua mente que, após a independência, os</p><p>países latino americanos continuaram a ser dominados por oligarquias rurais com muito poder</p><p>econômico, político e militar em cenários de muita instabilidade e disputa pelo poder. Assim, o</p><p>gabarito é letra A.</p><p>Gabarito: A</p><p>(VUNESP 1990)</p><p>O processo de independência na América Latina deve ser compreendido no contexto da</p><p>conjuntura internacional, marcada pelo ideário liberal iluminista, a expansão industrial</p><p>inglesa, as guerras napoleônicas, além das crises inerentes ao sistema colonial. Assinale a</p><p>alternativa diretamente relacionada com o processo de independência na América</p><p>Espanhola:</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 11 – América Latina II – Independência</p><p>67</p><p>119</p><p>AULA 11: América Latina II – Independência</p><p>a) Conflito social que não teve relação com a desigualdade entre os nascidos na terra e na</p><p>metrópole.</p><p>b) Ruptura Colônia/Metrópole mais relacionada com a Guerra dos Sete Anos e sem relação</p><p>alguma com as campanhas de Napoleão na Península Ibérica.</p><p>c) Abertura dos portos à livre concorrência dos produtos manufaturados europeus para</p><p>garantir a sobrevivência interna da pequena indústria têxtil latino-americana.</p><p>d) Movimento de libertação fundamentado na identidade profunda entre a independência</p><p>política e a independência econômica.</p><p>e) Movimento emancipador conduzido principalmente pelos crioulos.</p><p>Comentário</p><p>Outra questão para sistematizar as informações de ouro sobre o processo. No próprio texto da</p><p>questão aponta os elementos internacionais que influenciaram a Independência da América</p><p>Espanhola:</p><p>1- ideário liberal iluminista</p><p>2- expansão industrial inglesa</p><p>3- guerras napoleônicas</p><p>4- além das crises inerentes ao sistema colonial</p><p>• Sabemos que foi um conflito entre criollos e chapetones, por isso não pode ser item A;</p><p>• Tem relação com a expansão napoleônica como acabamos de afirmar acima, por isso, não</p><p>pode ser item B;</p><p>• A abertura dos portos à outras nações tiveram efeito de desestimular as manufaturas</p><p>internas e não o contrário como sugere o item;</p><p>• Não houve independência econômica, vimos que a consequência da independência política</p><p>foi a dependência econômica, por isso não pode ser item D;</p><p>• Por fim, o item E está corretíssimo!</p><p>Gabarito: E</p><p>(UNCISAL – 2016)</p><p>Muitos são os fatores que tornam a Revolução do Haiti um acontecimento único; a ex-colônia</p><p>francesa foi uma das primeiras a realizar a independência diante da metrópole, utilizando-se,</p><p>inclusive, das ideias de libertação da própria França, sua colonizadora, além disso, a</p><p>Revolução foi levada a cabo por escravos, quando que na maior parte das colônias europeias</p><p>na América Latina o processo de independência fora encabeçado por membros de uma elite</p><p>crioula e, embora tenha havido participação popular, esta foi muito diminuta.</p><p>SOARES, Ana Loryn; SILVA, Elton Batista da. A revolução do Haiti:</p><p>um estudo de caso (1791-1804). Ameríndia, v.1, 2006, p.4. Disponível em:</p><p><http://200.129.29.202/index.php/2015/article/view/1380/1286>. Acesso em: 05 nov. 2015.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 11 – América Latina II – Independência</p><p>68</p><p>119</p><p>AULA 11: América Latina II – Independência</p><p>A luta pela conquista da independência política do Haiti se tornou singular, pois Liberdade,</p><p>para eles, implicava</p><p>a) acabar com a escravidão.</p><p>b) findar com a discriminação.</p><p>c) agenciar a igualdade racial.</p><p>d) lutar pela divisão das terras.</p><p>e) buscar a livre comercialização.</p><p>Comentários:</p><p>Conforme estudamos, o processo de emancipação do Haiti foi diferente das outras colônias</p><p>da América. Por se tratar de uma colônia da França, sentiu diretamente os efeitos da</p><p>Revolução Francesa, no final do século XVIII. De maneira que em 1791 iniciou-se uma rebelião</p><p>de escravos sob o comando de Toussaint Louverture e, em seguida por, Jean-Jacques</p><p>Dessalines. Dessa maneira, o ideal de Liberdade para eles implicava no fim da escravidão.</p><p>Portanto, a alternativa correta é letra a).</p><p>Gabarito: A</p><p>(URCA 2018)</p><p>No final do século XVIII e início do século XIX, a América espanhola foi palco de diversas revoltas</p><p>sociais, insurreições</p><p>escravistas e lutas pela independência. Sobre estes movimentos, é correto</p><p>afirmar:</p><p>A) A Revolta de Tupac Amaru teve a participação de milhares de pessoas, entre índios, mestiços</p><p>e negros traficados para o Vice-Reino da Venezuela.</p><p>B) Em 1791, liderados por Toussaint L’Ouverture, escravos de São Domingos, atual Haiti</p><p>promoveram um levante de grandes proporções e chegaram a ganhar a condição de libertos,</p><p>facilitada pelo governo de Napoleão Bonaparte na França.</p><p>C) A independências da atual Argentina e Chile no início do século XIX favoreciam aos interesses</p><p>ingleses pela possibilidade de abrir mercados para os produtos de suas colônias recém-</p><p>estabelecidas na África.</p><p>D) Na América Espanhola, em que pese a participação ampla de setores mais populares nas lutas</p><p>pela independência, o que acabou predominando foi o projeto das elites criollas, o que explica,</p><p>em parte, a continuidade da concentração de terras e das enormes diferenças sociais no pós-</p><p>emancipação.</p><p>E) Um dos grandes líderes dos movimentos de independência na América espanhola foi Simon</p><p>Bolívar, ardoroso defensor de uma América dividida, o que acabou dando origem aos 19 Estados</p><p>autônomos pós-independência.</p><p>Comentários:</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 11 – América Latina II – Independência</p><p>69</p><p>119</p><p>AULA 11: América Latina II – Independência</p><p>As estruturas coloniais deixaram marcas profundas na sociedade latino-americana. Entre elas uma</p><p>enorme desigualdade social, causada pela diferenciação de raças. Os criollos exploravam</p><p>intensamente “a população de cor”. Essa violência aos povos originários, negros e mestiços foi</p><p>perpetuada durante todos os séculos de colonização. A Coroa Espanhola criou estruturas raciais</p><p>para inferiorizar esses grupos. Um exemplo disso eram os decretos e leis, em que os mestiços ou</p><p>pardos eram considerados como “seres infames”. Apenas em 1795, o governo real fez uma lei em</p><p>que os pardos podiam pedir a dispensa de “seres infames” para, assim, terem direito ao</p><p>casamento com brancos e a ingressar no sacerdócio. Com isso, a coroa Espanhola tentava aliviar</p><p>a tensão racial e social mediante a diminuição de formas legais de discriminação. Porém, havia um</p><p>sentimento de raiva contida – represada- entre massas populares. Esse sentimento explodiu em</p><p>diversas rebeliões, como as de Tupac Amaru, no Peru, em 1780 e no México, em 1810. Os nativos</p><p>adentraram nas lutas pela libertação da América exigindo uma série de medidas contra a</p><p>administração colonial a fim de conquistar sua liberdade e seus direitos negados pelos</p><p>colonizadores. Entretanto, essas revoltas foram duramente reprimidas e os grupos indígenas viram</p><p>seus projetos fracassarem em meio a ascensão do projeto oligárquico dos criollos.</p><p>Dessa forma, sobre essas insurreições:</p><p>a) Incorreto. A Revolta de Tupac Amaru ocorreu no Peru e foi criado por um líder nativo que se</p><p>dizia descendente dos imperadores Incas. Ele impulsionou um movimento que acabou na</p><p>execução de um chapetone e como punição, esse líder foi executado de forma brutal e seus</p><p>seguidores forram exterminados pela coroa espanhola. O conflito foi considerado a maior</p><p>insurreição colonial, com mais de 80 mil mortes.</p><p>b) Incorreto. Em 1791 a França ainda passava pela Revolução Francesa. Napoleão só assumiria a</p><p>partir de 1799.</p><p>c) Incorreto. Os ingleses só se estabeleceriam na África na segunda metade do século XIX e não</p><p>na primeira.</p><p>d) Correto. O projeto oligárquico das elites locais se sobressaiu as insurreições populares. Por</p><p>meio de governos autoritários, os caudilhos (criollos) concentraram todo o poder em suas mãos e</p><p>não estabeleceram mudanças muito significativas na economia e nas estruturais sociais e políticas</p><p>dos novos países formados.</p><p>e) Incorreto. Simon Bolivar foi um militar criollo do Vice-reinado de Nova Granada, responsável</p><p>pela libertação de diversos países da América do Sul. Ele defendeu a união dos territórios de</p><p>Venezuela, Panamá, Colômbia e Equador em um único país chamado de Grã-Colômbia, e</p><p>posteriormente queria unificar todos os povos sul-americanos em uma única república. Seu projeto</p><p>ficou conhecido como bolivarismo ou bolivarianismo e não teve sucesso.</p><p>Gabarito: D</p><p>(URCA 2016)</p><p>Para as elites agrárias, a política era a extensão de seus negócios, o que</p><p>favoreceu o aparecimento de líderes regionais, civis ou militares, conhecidos como caudilhos,</p><p>que assumiam o poder para defender os interesses de um determinado grupo</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 11 – América Latina II – Independência</p><p>70</p><p>119</p><p>AULA 11: América Latina II – Independência</p><p>oligárquico, governando geralmente de forma autoritária. Portanto, o caudilhismo</p><p>é um fenômeno característico da América Latina após a independência, relacionado à</p><p>manutenção do latifúndio e da economia agroexportadora. Neste sentido assinale a</p><p>alternativa correta:</p><p>A) Na Argentina, Juan Domingo Perón foi o maior representante desse tipo de Estado.</p><p>Fenômeno urbano, o peronismo seduziu as massas populares com propostas nacionalistas e</p><p>modernizadoras.</p><p>B) No Brasil, o caudilhismo foi representado pelos dois Imperadores que usaram o próprio</p><p>carisma para exercerem o poder como líderes autoritários que, ao mesmo tempo,</p><p>estabeleciam estreitas relações pessoais com a população com base em apelos emocionais.</p><p>C) O surgimento de caudilhos foi favorecido pela estrutura social das ex-colônias espanholas</p><p>e portuguesas, nas quais latifundiários detinham grande poder político a exemplo do</p><p>coronelismo no Brasil.</p><p>D) O caudilhismo na América Latina ocorreu porque as estruturas políticas eram</p><p>fundamentalmente democráticas em contraposição às estruturas oligárquicas, a maioria da</p><p>população era alfabetizada e participava pelo voto das definições do poder.</p><p>E) O caudilhismo iniciou sua queda em meados do século XX, devido ao processo de</p><p>industrialização, à imigração europeia e à reforma eleitoral, somado à decadência dos</p><p>exércitos, que passaram a combater as ditadura militares, no Brasil, Argentina, Bolívia,</p><p>Uruguai, Chile, Haiti e Peru.</p><p>Comentários:</p><p>Sobre a questão, ela trata do Caudilhismo na América Espanhola. Este movimento surge no</p><p>começo do século XIX e, até hoje, ele possui resquícios na Política da América Latina. Os caudilhos</p><p>eram representados pelos criollos - descendentes de espanhóis e pertencentes às oligarquias</p><p>locais. Eles controlavam a economia de determinadas regiões, porém, eles queriam também o</p><p>poder administrativo e político da colônia, que ficava a cargo dos chapetones (espanhóis que eram</p><p>enviados à América para assegurar o domínio da Metrópole e a manutenção do Pacto Colonial).</p><p>Assim, os caudilhos foram os precursores das Independências, porém eles mantiveram as</p><p>estruturas sociais das ex-colônias para que assegurassem seus privilégios. Seus governos, em sua</p><p>maioria, eram autoritários e excludentes, devido ao receio que as revoltas populares poderiam</p><p>causar, e muito se assemelhavam ao movimento do “coronelismo” no Brasil, que vigorou no</p><p>Período da República Velha (1894-1930).</p><p>Assim, sobre esse assunto, passamos as alternativas:</p><p>a) Incorreto. O político Juan Domingo Perón foi um dos líderes sul-americanos que inaugurou os</p><p>governos populistas na América Latina. Além disso, combateu o caudilhismo na Argentina no</p><p>século XX. Ele acreditava que o país precisava passar por um processor industrializador.</p><p>b) Incorreto. Como falado, os caudilhos no Brasil eram comparados aos coronéis, que</p><p>comandavam as políticas locais brasileiras.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 11 – América Latina II – Independência</p><p>71</p><p>119</p><p>AULA 11: América Latina II – Independência</p><p>c) Correto. Os caudilhos concentraram a maior parte poder econômico, político e administrativo</p><p>das ex-colônias espanholas, semelhante à elite latifundiária brasileira composta pelos coronéis.</p><p>d) Incorreto. As estruturas das sociedades colônias espanholas eram profundamente oligárquicas.</p><p>Somente as classes sociais mais altas participavam do debate político, portanto, a ausência de</p><p>políticas democráticas fez com que se constitui-se um Estado oligárquico entre os recém</p><p>independentes países latino-americano.</p><p>e) Incorreto. A primeira afirmação está correta com relação à industrialização e à imigração</p><p>europeia em massa para a América. Todavia, o caudilhismo só iria perder força no começo do</p><p>século XX, e não em meados do século XX, como a afirmação diz. Ademais, não houve uma</p><p>decadência dos exércitos e estes não combaterem regimes ditatoriais nesse período, e sim</p><p>promoveram.</p><p>Gabarito: C</p><p>(UNITAU 2020)</p><p>“O movimento de independência das colônias espanholas da América abriu possibilidades</p><p>diversas para os que viveram naquele período. Tempos de sonhos, tempos de escolha.</p><p>Sonharam os letrados ilustrados, que expressaram suas utopias em escritos, como aquele</p><p>que leva por título: ‘Sonhava o Abade de São Pedro e eu também sei sonhar’, do</p><p>guatemalteco José Cecílio Del Valle, que, em 1822, propunha a unidade americana.</p><p>A mesma unidade idealizada por Simón Bolívar, que acreditara que a liberdade faria a</p><p>América Meridional desabrochar e florescer. Sonharam os mais pobres, que alimentaram</p><p>expectativas de mudança da ordem existente, de uma inversão da realidade”.</p><p>PRADO, Maria L. C. Esperança radical e desencanto conservador na Independência da</p><p>América Espanhola. História, São Paulo, 22(2), p.15- 34, 2003.</p><p>“Sabe que governei durante vinte anos e deles tirei apenas pouco resultados certos: 1º) a</p><p>América é ingovernável para nós; 2º) aquele que serve a uma revolução ara no mar.</p><p>Bolívar, Simón. Obras completas. Vol. III, p. 501-2.</p><p>Sobre a influência dos ideais iluministas da Revolução Francesa nos processos de</p><p>independência da América, é CORRETO afirmar:</p><p>a) Chegam à América com os criollos (descendentes de espanhóis nascidos na América) que</p><p>estudaram na Europa, como Bolívar, e promovem o surgimento de uma consciência</p><p>nacionalista e a fundação dos primeiros estados-nações na América.</p><p>b) Não encontram eco na América hispânica, pois o desejo dos criollos era ter maior</p><p>participação na política colonial e nos principais cargos administrativos, preservando a</p><p>monarquia sem romper com a metrópole.</p><p>c) Apenas o ideal de livre-comércio e a possibilidade de negociar com todos tiveram</p><p>influência sobre os criollos da América, pois esses recusavam a ideia de uma sociedade com</p><p>direitos para os escravos africanos.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 11 – América Latina II – Independência</p><p>72</p><p>119</p><p>AULA 11: América Latina II – Independência</p><p>d) Não encontram eco na América hispânica, pois os peninsulares não aceitavam a ideia de</p><p>igualdade, devido à maciça presença de africanos escravizados nas sociedades hispânicas.</p><p>e) Inspiraram os revolucionários na América hispânica, por divulgar a liberdade e a igualdade,</p><p>porém, após as independências, seus ideais democráticos se frustraram devido à</p><p>manutenção de antigas estruturas de poder, como o caudilhismo.</p><p>Comentários</p><p>O processo de independência da América Espanhola se desenvolveu nas três primeiras décadas</p><p>do século XIX, mais especificamente entre 1817 e 1825, mas é resultado de tensões e conflitos</p><p>que já se manifestavam desde fins do século XVIII. Ademais, não foi um movimento unificado.</p><p>Tratou-se, na verdade, de vários processos emancipatórios com características ligadas à realidade</p><p>de cada região. Ainda assim, devemos considerar a ordem social que valia em todas elas, a divisão</p><p>da sociedade em chapetones (naturais da Espanha), criollos (brancos naturais das colônias) e povos</p><p>originários, muitos dos quais escravizados. Diante desse quadro, podemos inferir que existia</p><p>conflito de interesses entre chapetones e criollos, uma vez que a elite criolla só poderia obter a</p><p>liberdade econômica caso se rompesse o pacto colonial. Por outro lado, os povos originários</p><p>também não queriam mais a exploração colonial que era exercida por chapetones e criollos. De</p><p>toda forma, essa rígida estrutura social não comportava mais as diferentes demandas que surgiam</p><p>no final do século XVIII e começo do XIX, em particular, porque a dinamização das relações</p><p>econômicas mundiais forçava um novo tipo de relação entre as camadas sociais que habitavam os</p><p>territórios coloniais. Com isso, podemos considerar entre os principais fatores internacionais e</p><p>nacionais que contribuíram para o estopim de uma série de movimentos de independência das</p><p>colônias espanholas na América:</p><p>Resumidamente, na passagem do século XVIII para o XIX, a condição colonial da América</p><p>Espanhola dificultava o livre-comércio e a circulação de manufaturas, práticas em ascensão após a</p><p>difusão de ideias política e economicamente liberais, as quais, de forma direta ou indireta,</p><p>estimularam revoluções na Europa e nas Américas. Entre as ideias iluministas que mais tivera</p><p>impacto nesses movimentos estão o republicanismo, a liberdade, a igualdade, o direito a</p><p>autodeterminação dos povos, autonomia política e autossuficiência econômica. Com isso em</p><p>mente, vejamos qual alternativa está correta sobre a influência dessas ideias nas independências</p><p>da América espanhola:</p><p>a) Incorreta, pois é uma afirmação reducionista. De fato, muitos dos criollos que iam estudar</p><p>na Europa, retornavam profundamente influenciados pelo iluminismo, mas não eram a única forma</p><p>pela qual tais ideias chegavam a América. Devemos lembrar que o comércio entre Europa e</p><p>América era intenso, todos os dias navios atracavam e zarpavam dos portos levando mercadorias,</p><p>pessoas e informações. Neles tanto membros das elites coloniais como marinheiros, trabalhadores</p><p>migrantes e até escravizados podiam ser os veículos pelos quais as ideias iluministas circulavam</p><p>pelos dois continentes. Além disso, no caso das colônias espanholas havia universidades no</p><p>território americano e a atividade de imprensa era permitida, diferente da América Portuguesa.</p><p>Isso facilitava a circulação de ideias.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 11 – América Latina II – Independência</p><p>73</p><p>119</p><p>AULA 11: América Latina II – Independência</p><p>b) Incorreta. Como disse no comentário e na alternativa anterior, fica inquestionável que o</p><p>iluminismo teve eco na América Hispânica. As motivações e objetivos das elites criollas variava de</p><p>região para região, mas todas elas estavam insatisfeitas com os limites impostos pelas autoridades</p><p>metropolitanas e queriam conquistar autonomia política muito mais do que simplesmente mais</p><p>espaço das instituições espanholas.</p><p>c) Incorreta. De fato, em muitos lugares a ideia de conceder direitos aos escravizados, fossem</p><p>indígenas ou africanos, não era um consenso, mas em alguns isso chegou a ser pautado. Contudo,</p><p>após a série de independências por toda a América Espanhola quase nada mudou para esse setor</p><p>da população. Os criollos foram os grandes beneficiários concentrando poder político e</p><p>econômico. Por outro lado, não só a ideia de livre-comércio teve influência nesses movimentos de</p><p>independência, mas também o republicanismo, a liberdade, a igualdade, a autodeterminação dos</p><p>povos e autonomia política.</p><p>d) Incorreta. Já disse que é inquestionável que houve eco das ideias iluministas na América</p><p>Espanha. Também comentei que incluir os escravizados (africanos e/ou indígenas) no princípio de</p><p>igualdade variava. De todo modo, assim como na Europa, apenas a igualdade jurídica foi garantida</p><p>e a desigualdade social e econômica continuou praticamente inalterada.</p><p>e) Correta! É justamente o que expliquei nas alternativas “c” e “d”.</p><p>Gabarito: E</p><p>(UNITAU 2019)</p><p>“A figura de Toussaint Louverture, o Espártaco Negro, domina os anos revolucionários do</p><p>final do século XVIII na América, retratados pelo escritor cubano Alejo Carpentier, em seu</p><p>romance ‘O Século das Luzes’. Formidável estrategista, que soube jogar habilmente com as</p><p>rivalidades entre</p><p>as grandes potências – Espanha, Inglaterra e França –, Louverture</p><p>consolidou seu poder e desafiou Napoleão. Capturado à traição, morre numa cela glacial nos</p><p>Alpes do Jura, mas seus tenentes resistem. Os 43 mil soldados franceses, sob ordens de um</p><p>cunhado de Napoleão, são dizimados pela guerrilha de ex-escravos”.</p><p>CAROIT, J. M. País marcado por golpes se rebelou contra escravidão. Folha de S. Paulo, 01</p><p>de março de 2004. Adaptado.</p><p>O texto acima faz referência a um célebre episódio do processo de independência das</p><p>colônias na América, que marcou o imaginário dos senhores de escravos, criando o que a</p><p>historiadora Celia Maria Marinho de Azevedo denominou de “medo branco”. Trata-se da</p><p>a) Revolução de São Domingos, primeiro processo de independência na América após os</p><p>EUA, em que Toussaint Louverture criou a única monarquia negra do continente.</p><p>b) Revolução de São Domingos, primeira revolução de escravos vitoriosa na América, em que</p><p>foi proclamada a independência da colônia francesa, que recebeu o nome indígena de Haiti.</p><p>c) Revolução do Haiti, em que, após mais de 10 anos de guerra civil, pequenos proprietários</p><p>de terras, apoiados pelos escravos, proclamam a independência em relação à Espanha.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 11 – América Latina II – Independência</p><p>74</p><p>119</p><p>AULA 11: América Latina II – Independência</p><p>d) Revolução de Cuba, de 1768, em que proprietários de terras, escravos e negros livres</p><p>lutaram pelo fim do domínio colonial espanhol e pela abolição da escravidão.</p><p>e) Revolução de Cuba, de 1788, guerra civil que opunha, de um lado os que defendiam a</p><p>independência da colônia e o fim da escravidão e, de outro, aqueles que defendiam apenas</p><p>a emancipação política.</p><p>Comentários</p><p>No texto, podemos identificar facilmente o tempo, espaço e tema, os quais podem nos ajudar a</p><p>interpretar a questão. O tema são os movimentos de independência da América Latina, mais</p><p>especificamente do Haiti, que seria o espaço. Portanto, estamos falando do período entre 1791 e</p><p>1804, no qual se desenrolou os eventos que marcaram a libertação nacional daquele país. Antes</p><p>de sua independência, o local era chamado de São Domingos (em francês, Saint Domingues).</p><p>O movimento de independência dessa colônia se destaca entre tantas outras naquela região, pois</p><p>sofreu diretamente a influência da Revolução Francesa. Quando esta foi deflagrada o controle</p><p>colonial enfraqueceu. Na metrópole não havia a menor condição de pensar em combater o levante</p><p>dos escravos. Além disso, em 1793, com a ascensão dos jacobinos ao poder, houve o fim oficial</p><p>da escravidão nas colônias francesas.</p><p>Quando a rebelião estava em andamento, com a libertação dos escravos, a Inglaterra e Espanha</p><p>– inimigas da França – tentaram invadir São Domingos. Foi aí que L’Ouverture liderou uma guerra</p><p>contra a invasão! Em 1801, Toussaint Louverture convocou uma Assembleia que o nomeou</p><p>governador vitalício de uma República que seria parte da França – algo como um reino unido, mas</p><p>independente. Contudo, e apesar das medidas jacobinas, os proprietários de terra e os militares</p><p>franceses mantiveram-se em luta contra os negros rebelados. Em 1802, durante o Governo de</p><p>Bonaparte – e com a escravidão restaurada – L’Ouverture foi preso e levado para França, onde foi</p><p>morto. É nesse momento que Dessalines assume a liderança da Revolução Haitiana. Foi uma fase</p><p>de guerra extremamente violenta. Porém, os haitianos conseguiram expulsar os franceses e suas</p><p>tropas recolonizadoras. Em 1804, Dessalines proclamou a Independência do Haiti – nome que a</p><p>Ilha recebeu naquele momento – significa “terra alta”. Foi a primeira nação latino-americana a</p><p>declarar a Independência. Aliás, foi a primeira revolução de escravos a ser bem-sucedida, por isso,</p><p>tem um caráter profundamente popular! Por isso também inspirou medo e terror nas mentes e</p><p>corações dos proprietários de escravizados por toda a América que passaram a se preocupar que</p><p>o evento se repetisse em suas terras. Logo eles começaram a chamar de “haitianismo” qualquer</p><p>indício de comportamentos suspeitos por parte dos cativos e dos negros em geral que lhes</p><p>parecesse sinal de que uma revolta estava sendo organizada.</p><p>Sabendo desse contexto, repare que o comando da questão é bem simples. Pede apenas para</p><p>assinalar a alternativa que melhor define que movimento foi aquele descrito pelo texto. Então,</p><p>vejamos:</p><p>a) Errada. L’Overture não criou, nem tinha a intenção de criar, uma monarquia, mas sim uma</p><p>república.</p><p>b) Certa! É como vimos no comentário acima.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 11 – América Latina II – Independência</p><p>75</p><p>119</p><p>AULA 11: América Latina II – Independência</p><p>c) Errada. Na verdade, foi o inverso: os escravizados tomaram a iniciativa e os negros livres</p><p>que eram pequenos proprietários aderiram ao movimento, pois consideravam que a continuidade</p><p>da escravidão e do domínio colonial não era interessante para eles.</p><p>d) Errada. Já vimos que não se tratava de Cuba, mas sim do Haiti, antiga São Domingos. Além</p><p>disso, a independência cubana só foi concluída em 1898.</p><p>e) Errada, pelas mesmas razões que a “d”.</p><p>Gabarito: B</p><p>(UNAERP 2018)</p><p>Em agosto de 1791, passados dois anos da Revolução Francesa e dos seus reflexos em São</p><p>Domingos, os escravos se revoltaram. Em uma luta que se estendeu por doze anos, eles</p><p>derrotaram, por sua vez, os brancos locais e soldados da monarquia francesa. Debelaram</p><p>também uma invasão espanhola, uma expedição britânica com algo em torno de sessenta</p><p>mil homens e uma expedição francesa de semelhantes dimensões comandadas pelo cunhado</p><p>de Bonaparte, o que gerou, em 1803, um novo Estado independente.</p><p>JAMES, C.L.R. Os jacobinos negros. São Paulo: Boitempo, 2000, p. 15. Adaptado.</p><p>O texto refere-se à independência</p><p>a) de Cuba.</p><p>b) do Haiti.</p><p>c) do Níger.</p><p>d) da Jamaica.</p><p>e) da Martinica.</p><p>Comentários</p><p>Esta é uma questão fácil, mas vamos por partes. Primeiro, identificaremos tempo, espaço e tema.</p><p>Já nas duas primeiras linhas podemos fazer isso. Estamos falando do ano de 1791, na ilha de São</p><p>Domingos, colônia francesa na América Central. O texto fala da revolta de escravizados liderada</p><p>por Toussaint L’Overture. Portanto, o tema é “independências na América Latina”. O movimento</p><p>de independência dessa colônia se destaca entre tantos outros naquela região, pois sofreu</p><p>diretamente influência da Revolução Francesa. Lembre-se de que, quando a Revolução Francesa</p><p>foi deflagrada, o controle colonial enfraqueceu. Na metrópole não havia a menor condição de</p><p>pensar em combater a Revolução dos escravos. Além disso, em 1793, com a ascensão dos</p><p>jacobinos ao poder houve o fim da escravidão nas colônias francesas.</p><p>Quando a rebelião estava em andamento, com a libertação dos escravos, a Inglaterra e Espanha</p><p>– inimigas da França – tentaram invadir São Domingos. Foi aí que L’Ouverture liderou uma guerra</p><p>contra a invasão! Em 1801, Toussaint Louverture convocou uma Assembleia que o nomeou</p><p>governador vitalício de uma República que seria parte da França – algo como um reino unido, mas</p><p>independente. Contudo, e apesar das medidas jacobinas, os proprietários de terra e os militares</p><p>franceses mantiveram-se em luta contra os negros rebelados. Em 1802, durante o Governo de</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 11 – América Latina II – Independência</p><p>76</p><p>119</p><p>AULA 11: América Latina II – Independência</p><p>Bonaparte – e com a escravidão restaurada – L’Ouverture foi preso e levado para França, onde foi</p><p>morto. É nesse momento que Dessalines assume a liderança da Revolução Haitiana. Foi uma fase</p><p>de guerra extremamente violenta. Porém, os haitianos conseguiram expulsar os franceses e suas</p><p>tropas recolonizadoras. Em 1804, Dessalines proclamou a Independência do Haiti – nome que a</p><p>Ilha recebeu naquele momento – significa “terra alta”. Foi a primeira nação latino-americana a</p><p>declarar a Independência. Aliás, foi a primeira revolução de escravos a ser bem-sucedida, por isso,</p><p>tem um caráter profundamente popular!</p><p>Enfim, por isso, a alternativa “b” é correta. Quanto às demais, estão erradas, pois:</p><p>a) Cuba era uma colônia Espanhola.</p><p>c) Níger foi colônia francesa, mas só se tornou parte do território francês na África a partir</p><p>de 1896.</p><p>d) A Jamaica era uma colônia britânica.</p><p>e) A Martinica também foi uma colônia francesa na América Central, mas a Revolução</p><p>Francesa não a afetou ao ponto de gerar uma guerra de independência, como no caso Haitiano.</p><p>A Martinica só se tornou independente em 1946.</p><p>Gabarito: B</p><p>(UNAERP 2016)</p><p>“Os americanos ou defendem seus direitos ou sofrerão repressão nas mãos da Espanha, que,</p><p>embora tenha sido um grande império mundial, agora está muito fraca com o pouco que lhe</p><p>restou para controlar o novo hemisfério ou até mesmo se manter no antigo. E deverá a</p><p>Europa, a civilizada, comerciante, a amante da liberdade, permitir que uma antiga serpente,</p><p>que só se preocupa com sua raiva venenosa, devore a parte mais honrada de nosso globo?...</p><p>[se] ela [Espanha] se fixar em seus próprios domínios, poderá crescer em prosperidade e</p><p>poder sobre bases mais sólidas do que conquistas dúbias, comércio precário e impostos</p><p>forçados de povos distantes e poderosos”.</p><p>ANDREA, Alfred J. e OVERFIELD, James H. in: GOUCHER, Candice. História Mundial:</p><p>jornadas do passado ao presente. Porto Alegre: Penso, 2011, p. 215. Adaptado.</p><p>O trecho citado é de uma carta escrita pelo líder revolucionário chamado</p><p>a) Bernardo O’Higgins, responsável pela independência do Haiti e do Chile.</p><p>b) Tupac Amaru, responsável pela independência da Argentina e da Colômbia.</p><p>c) Simon Bolívar, responsável pela independência da Bolívia e da Venezuela.</p><p>d) José de San Martín, responsável pela independência de Granada e do México.</p><p>e) Toussaint Louverture, responsável pela independência da Jamaica e da Guiana Francesa.</p><p>Comentários</p><p>Esta questão exige que você interprete o texto e conheça o contexto no qual ele foi produzido.</p><p>Para facilitar, vamos identificar o T.E.T. Lendo o texto, pode se ver que o autor fala contra o</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 11 – América Latina II – Independência</p><p>77</p><p>119</p><p>AULA 11: América Latina II – Independência</p><p>domínio colonial espanhol na América, portanto, o tema é “independências na América Latina”.</p><p>O tempo é um pouco vago. Esse discurso pode ter sido feito em qualquer momento do fim do</p><p>século XVIII ou do século XIX inteiro, espaço de tempo no qual a monarquia espanhola perdeu</p><p>várias colônias americanas que se libertaram. O espaço é amplo, poderia ser qualquer uma dessas</p><p>colônias. Antes de prosseguirmos, com essas informações já podemos eliminar a alternativa “e”,</p><p>pois a Jamaica era uma colônia britânica e a Guiana Francesa, como o nome já diz, pertencia a</p><p>França. Além disso, Toussaint L’Ouverture foi o líder da independência do Haiti, outra colônia</p><p>francesa, o que elimina a alternativa “a”, pois Bernardo O’Higgins não teve nada a ver com o</p><p>movimento haitiano. Ele esteve envolvido apenas na independência do Chile.</p><p>Para avaliar as demais, vamos rememorar algumas coisas básicas sobre os processos de libertação</p><p>nacional das antigas colônias espanholas. O processo de independência da América Espanhola se</p><p>desenvolveu nas três primeiras décadas do século XIX, mais especificamente entre 1817 e 1825,</p><p>mas é resultado de tensões e conflitos que já se manifestavam desde fins do século XVIII. Ademais,</p><p>não foi um movimento unificado. Tratou-se, na verdade, de vários processos emancipatórios com</p><p>características ligadas à realidade de cada região. Ainda assim, devemos considerar a ordem social</p><p>que valia em todas elas, a divisão da sociedade em chapetones (naturais da Espanha), criollos</p><p>(brancos naturais das colônias) e povos originários, muitos dos quais escravizados. Diante desse</p><p>quadro, podemos inferir que existia conflito de interesses entre chapetones e criollos, uma vez</p><p>que a elite criolla só poderia obter a liberdade econômica caso se rompesse o pacto colonial. Por</p><p>outro lado, os povos originários também não queriam mais a exploração colonial que era exercida</p><p>por chapetones e criollos. De toda forma, essa rígida estrutura social não comportava mais as</p><p>diferentes demandas que surgiam no final do século XVIII e começo do XIX, em particular, porque</p><p>a dinamização das relações econômicas mundiais forçava um novo tipo de relação entre as</p><p>camadas sociais que habitavam os territórios coloniais. Com isso, podemos considerar entre os</p><p>principais fatores internacionais e nacionais que contribuíram para o estopim de uma série de</p><p>movimentos de independência das colônias espanholas na América:</p><p>Resumidamente, na passagem do século XVIII para o XIX, a condição colonial da América</p><p>Espanhola dificultava o livre-comércio e a circulação de manufaturas, práticas em ascensão após a</p><p>difusão de ideias politicamente e economicamente liberais, as quais, de forma direta ou indireta,</p><p>estimularam revoluções na Europa e nas Américas. Você me perguntar agora: “mas, profe, se</p><p>esses são os pontos em comum, como vamos diferenciar as alternativas que restam?”</p><p>Bixo, isso foi só para contextualizar o texto e você entende-lo melhor! Assim, ao lê-lo novamente,</p><p>considerando isso, é fácil identificar a especificidade de seu autor. Repare que na primeira linha,</p><p>se fala em “americanos”, no plural. Portanto, o autor está direcionando sua fala a todos os</p><p>habitantes das colônias espanholas na América, não apenas a qual ele é nativo. Ora, entre os</p><p>líderes listados, apenas dois tinham um projeto pan-americanista, ou seja, a união de todas as</p><p>províncias após a independência: Simon Bolívar e José de San Martin. Bolívar era natural da</p><p>Venezuela, criollo e defendia a proclamação de uma República Confederada ou uma única</p><p>república continental. Ele liderou os exércitos do norte da América do Sul e é considerado o</p><p>libertador da Venezuela, Colômbia, Equador e Bolívia. San Martin nasceu na província de</p><p>Corrientes e era criollo. Ele defendia que as províncias deveriam se tornar independentes sob a</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 11 – América Latina II – Independência</p><p>78</p><p>119</p><p>AULA 11: América Latina II – Independência</p><p>forma de governo monárquico. San Martin é considerado o libertador da Argentina, Chile e Peru,</p><p>não Granada e México. Portanto, a alternativa correta é a letra “c”. Quanto a “b”, está incorreta,</p><p>pois:</p><p>b) Tupac Amaru foi líder da resistência Inca contra a conquista espanhola, no século XVI. Por outro</p><p>lado, em 1780, José Gabriel Condorcanqui Noguera, um curaca (tipo de cacique) de uma aldeia</p><p>peruana, dizia ser descente daquele líder Inca e, por isso, designava-se como Tupac Amaru II. Ele</p><p>estudou em escolas religiosas e na Universidade de São Marcos, em Lima. No meio universitário</p><p>ele foi influenciado pelas ideias iluministas. Dessa maneira, começou a levantar bandeiras liberais</p><p>contra a Metrópole, tais como fim das pesadas tributações. Conseguiu, com isso, obter simpatia</p><p>de alguns criollos. A atuação de Túpac Amaru II desencadeou um movimento cujo marco foi o</p><p>enforcamento de um chapetone. Em seguida, os camponeses começaram – de forma inédita – a</p><p>invadir as propriedades e a destruir tudo o que representasse símbolo da dominação espanhola.</p><p>Na prática, a rebelião defendia a volta do império Inca – ou o fim da dominação espanhola. O</p><p>movimento foi duramente reprimido e Condorcanqui foi executado. Assim, vemos que esta</p><p>alternativa está errada tanto não Tupac Amaru não ser o autor do texto quanto pelo fato dele não</p><p>estar ligado à independência da Argentina nem da Colômbia.</p><p>Gabarito: C</p><p>(UNIRV 2018)</p><p>Em 1804, Napoleão fundou o Império Francês, impondo medidas imperialistas e liberais. Em</p><p>1807, como retaliação à desobediência espanhola ao Bloqueio Continental (1806), o Império</p><p>Francês invadiu a Espanha iniciando os processos de independência da América Espanhola.</p><p>A respeito dessas transformações no século XIX, assinale (V) para as afirmativas verdadeiras</p><p>e (F) para as falsas.</p><p>a) ( ) Simon Bolívar foi um líder popular venezuelano, que iniciou os movimentos pela</p><p>independência da América através da doutrina do bolivarianismo, um ideal de cunho</p><p>socialista que almejava a distribuição de renda através de programas sociais, custeados por</p><p>monopólios estatais.</p><p>b) ( ) O caudilhismo foi um fenômeno político latino americano decorrente dos processos de</p><p>independência, no qual a elite criolla assume um papel de protagonismo político, econômico</p><p>e militar como uma força política descentralizadora.</p><p>c) ( ) O bolivarianismo era o ideal compartilhado por Bolívar e San Martín, segundo o qual os</p><p>países sul-americanos deveriam manter-se unidos, formando grandes nações</p><p>economicamente autônomas.</p><p>d) ( ) Os processos de independência latino americanos resultam de revoltas populares que</p><p>destituíram do poder as elites colonial e metropolitana, construindo repúblicas</p><p>presidencialistas que representam através da representatividade os desejos do povo.</p><p>Comentários</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 11 – América Latina II – Independência</p><p>79</p><p>119</p><p>AULA 11: América Latina II – Independência</p><p>O enunciado nos informa as coisas mais importantes, para podermos contextualizar e responder</p><p>à questão. Em primeiro lugar, o tempo é o século XIX, mais especificamente o início. Em segundo,</p><p>o espaço são as colônias espanholas na América. Por último, o tema são os movimentos de</p><p>independência dessas mesmas colônias. Nesse sentido, não é à toa que o enunciado cita a</p><p>expansão napoleônica como um dos fatores que contribuíram para a eclosão das revoltas</p><p>coloniais. Uma vez que as metrópoles estavam na Europa, o que acontece naquele continente</p><p>influenciava direta ou indiretamente a situação política na América. Isso estava evidente pelo</p><p>menos desde a Revolução Francesa que criou a oportunidade para os escravizados do Haiti se</p><p>levantarem contra o domínio colonial. Além disso, as ideias iluministas se espalharam rapidamente</p><p>inspirando outros movimentos em diferentes locais no Novo e no Velho Mundo.</p><p>De modo geral, em todo o território colonial espanhol a divisão da sociedade se dava em</p><p>chapetones (naturais da Espanha), criollos (brancos naturais das colônias) e povos originários,</p><p>muitos dos quais escravizados. Diante desse quadro, podemos inferir que existia conflito de</p><p>interesses entre chapetones e criollos, uma vez que a elite criolla só poderia obter a liberdade</p><p>econômica caso se rompesse o pacto colonial. Por outro lado, os povos originários também não</p><p>queriam mais a exploração colonial que era exercida por chapetones e criollos. De toda forma,</p><p>essa rígida estrutura social não comportava mais as diferentes demandas que surgiam no final do</p><p>século XVIII e começo do XIX, em particular, porque a dinamização das relações econômicas</p><p>mundiais forçava um novo tipo de relação entre as camadas sociais que habitavam os territórios</p><p>coloniais. Apesar desses fatores em comum, não foi um movimento unificado. Tratou-se, na</p><p>verdade, de vários processos emancipatórios com características ligadas à realidade de cada</p><p>região.</p><p>De qualquer maneira, quando Napoleão Bonaparte se coroou Imperador da França e decidiu</p><p>iniciar uma campanha de expansão territorial na Europa, diversas tensões internas e influências</p><p>ideológicas externas já “marinavam” nas diferentes possessões espanholas na América. Quando</p><p>o exército francês derrubou o rei espanhol para substituí-lo pelo irmão de Bonaparte, apenas se</p><p>criava a oportunidade perfeita para os insatisfeitos nas colônias darem início a seus movimentos</p><p>de libertação nacional, uma vez que o controle espanhol ficou enfraquecido. Com isso em mente,</p><p>vejamos:</p><p>a) Falsa. De fato, Bolívar foi um líder venezuelano, contudo ele não era de origem popular. Fazia</p><p>parte da elite criolla da região. Por outro lado, o bolivarianismo é o projeto pan-americanista, isto</p><p>é, a união das diversas províncias em uma única república após a independência. Porém, Bolívar</p><p>não deu esse nome a seu projeto e tampouco era socialista, haja vista que o socialismo só se</p><p>elaborou plenamente após 1830. Assim, o bolivarianismo é como veio a ser chamada uma</p><p>concepção política latino-americana que pregava a cooperação entre, ou mesmo a união dos</p><p>países da América Latina, durante o século XX. Além disso, o caráter socialista estava presente ou</p><p>não dependendo da região.</p><p>b) Verdadeira! A elite criolla não era um grupo homogêneo e se diferenciava em interesses e ideias</p><p>políticas. Por isso, preferia garantir a manutenção de seu poder local. Dessa forma, criollos</p><p>acumulavam enorme poder local, como poder político, administrativo, militar e judiciário,</p><p>especialmente porque, mantinham seus exércitos operando após a conclusão da independência</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 11 – América Latina II – Independência</p><p>80</p><p>119</p><p>AULA 11: América Latina II – Independência</p><p>política. Assim, essa é a origem do seu poder: militar e econômico! As estruturas republicanas</p><p>existiam, mas a influência desses criollos, agora chamados de caudillos, era enorme – o que lhes</p><p>permitia controlar a exploração da mão de obra local. Caudilhismo é o nome que damos a esse</p><p>fenômeno político.</p><p>c) Verdadeira! Como expliquei na alternativa “a”, tratava-se do projeto pan-americanista.</p><p>Contudo, deve-se ressaltar que Bolívar defendia que essa grande nação unificada deveria ser uma</p><p>República Confederada ou uma única república continental, enquanto San Martin era favorável a</p><p>criação de um único governo monárquico.</p><p>d) Falsa. Cada região da América Espanhola passou por processo próprio que levou a</p><p>independência, apesar dos fatores comuns que influenciavam todas elas. A intensidade da</p><p>participação popular e dos povos originários também variava. Todavia, quem realmente conseguiu</p><p>sair por cima na maioria dessas independências, senão em todas, foram as elites criollas, que</p><p>mantiveram a desigualdade social praticamente inalterada.</p><p>Gabarito: F – V – V – F</p><p>(UNIRV 2019)</p><p>A América Colonial não foi dócil e pacífica, muitos conflitos deflagraram-se no continente</p><p>contra a dominação europeia. Sobre as revoltas coloniais na América, assinale V (verdadeiro)</p><p>ou F (falso) para as alternativas.</p><p>a) ( ) Em 1780, Tupac Amaru II, liderou uma revolta de nativos no Peru, lutando contra a</p><p>exploração do trabalho indígena e mestiço. A revolta também almejava autonomia,</p><p>retomando a mitologia do Império Inca, inclusive enaltecendo a origem inca de seu líder.</p><p>b) ( ) A Inconfidência Mineira, de 1789, foi um movimento popular de luta por independência</p><p>no Brasil, liderado por Tiradentes, um oficial de baixa patente, e procurava aplicar os ideais</p><p>desenvolvidos pela Revolução Francesa de igualdade, liberdade e fraternidade.</p><p>c) ( ) A Guerra Guaranítica foi um movimento indígena no sul do Brasil, contra a ofensiva de</p><p>bandeirantes paulistas. O objetivo dos índios era ampliar a civilização missioneira para além</p><p>do Rio Grande do Sul, ameaçando a autonomia da cultura portuguesa representada por São</p><p>Paulo.</p><p>d) ( ) O haitianismo é o movimento de independência do Haiti, em 1798. Nesse conflito, os</p><p>escravos haitianos mataram seus senhores e tomaram o poder sob líderes libertos como</p><p>Toussaint Louverture, formando uma nação independente governada por negros e que</p><p>intimidou as elites escravocratas de outras colônias.</p><p>Comentários</p><p>De imediato, podemos ver que o tema da questão são os movimentos de independência na</p><p>América, continente que constituiu o espaço. Portanto, estamos falando de um tempo que vai</p><p>desde 1776, ano de início da guerra de independência dos EUA, até 1898, ano em que Cuba</p><p>conquistou sua autonomia diante da Espanha. Esse período abriga aquelas revoltas e levantes que</p><p>tinham o objetivo expresso de se libertar das metrópoles, mas devemos lembrar que resistência</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 11 – América Latina II – Independência</p><p>81</p><p>119</p><p>AULA 11: América Latina II – Independência</p><p>sempre</p><p>houve em todos os territórios coloniais. Dito isto, a virada do século XVIII para o XIX foi</p><p>um momento que em que muitas transformações econômicas, políticas, sociais e culturais</p><p>aconteciam por todos os lugares, inclusive na Europa. As ideias iluministas, a revolução industrial,</p><p>a Revolução Francesa, a expansão napoleônica e as revoltas liberais e nacionalistas causaram</p><p>grande impacto no mundo todo, influenciando até mesmo os habitantes das colônias americanas.</p><p>A esses fatores se somavam as tensões sociais próprias de cada região. Estou falando das</p><p>rivalidades entre as classes sociais que compunham cada colônia. No caso das possessões</p><p>espanholas, a sociedade era dividida em chapetones (naturais da Espanha), criollos (naturais da</p><p>colônia), povos originários e escravizados. No caso da colônia portuguesa (Brasil), havia os</p><p>senhores de escravos, os cativos e uma camada de trabalhadores livres e pequenos</p><p>proprietários/comerciantes, quadro semelhante às colônias britânicas e francesas. As regras de</p><p>segregação racial e de miscigenação também variavam. Contudo, em todas elas, era nítido que</p><p>uma porção bem pequena da sociedade (grandes proprietários escravocratas, em geral brancos</p><p>europeus) ficava com todo o lucro e privilégios oriundos desse sistema, enquanto a grande massa</p><p>pobre, escravizada, negra e indígena era obrigada a viver e trabalhar em condições extremamente</p><p>precária. Ao mesmo tempo, as elites coloniais iam percebendo que seus interesses específicos</p><p>nem sempre eram os mesmos das autoridades metropolitanas, o que foi alimentando um</p><p>sentimento separatista em muitos locais. Podemos inferir que existia conflito de interesses entre</p><p>metrópole e elite colonial, uma vez que esta só poderia obter a liberdade econômica caso</p><p>rompesse o pacto colonial. Por outro lado, os povos originários e os africanos escravizados</p><p>também não queriam mais a exploração colonial que era exercida tanto pelos europeus quanto</p><p>por seus descendentes naturais das colônias. Sabendo desse contexto, vamos avaliar cada uma</p><p>das alternativas:</p><p>a) Verdadeira! Tupac Amaru foi líder da resistência Inca contra a conquista espanhola, no</p><p>século XVI. Por outro lado, em 1780, José Gabriel Condorcanqui Noguera, um curaca (tipo de</p><p>cacique) de uma aldeia peruana, dizia ser descente daquele líder Inca e, por isso, designava-se</p><p>como Tupac Amaru II. Ele estudou em escolas religiosas e na Universidade de São Marcos, em</p><p>Lima. No meio universitário ele foi influenciado pelas ideias iluministas. Dessa maneira, começou</p><p>a levantar bandeiras liberais contra a Metrópole, tais como fim das pesadas tributações.</p><p>Conseguiu, com isso, obter simpatia de alguns criollos. A atuação de Túpac Amaru II desencadeou</p><p>um movimento cujo marco foi o enforcamento de um chapetone. Em seguida, os camponeses</p><p>começaram – de forma inédita – a invadir as propriedades e a destruir tudo o que representasse</p><p>símbolo da dominação espanhola. Na prática, a rebelião defendia a volta do império Inca – ou o</p><p>fim da dominação espanhola. O movimento foi duramente reprimido e Condorcanqui foi</p><p>executado. Assim, vemos que esta alternativa está errada tanto não Tupac Amaru não ser o autor</p><p>do texto quanto pelo fato dele não estar ligado à independência da Argentina nem da Colômbia.</p><p>b) Falsa. A Inconfidência Mineira era inspirada por valores iluministas à semelhança da</p><p>Revolução Francesa, porém aconteceu antes desta. A primeira ocorreu em fevereiro enquanto a</p><p>segunda teve lugar em maio, do mesmo ano de 1789. Logo, não teria como Tiradentes querer</p><p>aplicar os ideais que foram reivindicados pelos franceses meses depois. A maior inspiração dos</p><p>inconfidentes mineiros era a Revolução Americana que conquistou a independência dos Estados</p><p>Unidos da Americana. As ideias iluministas que realmente se deseja aplicar em Minas Gerais era a</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 11 – América Latina II – Independência</p><p>82</p><p>119</p><p>AULA 11: América Latina II – Independência</p><p>de República, autonomia política e autossuficiência econômica. Veremos mais sobre os</p><p>movimentos que reivindicavam a independência na América portuguesa na Aula 12, mas para</p><p>avaliar esta alternativa isso é suficiente.</p><p>c) Falsa. A Guerra Guaranítica ocorreu entre 1753 e 1756, portanto antes do tempo que a</p><p>questão aborda. Entretanto, complementando, esse conflito foi motivado pela oposição entre</p><p>jesuítas e indígenas, de um lado, e espanhóis e portugueses, de outro. A região em disputa se</p><p>chamava Sete Povos das Missões e foi ocupada originalmente por padres jesuítas, que levaram os</p><p>índios do litoral brasileiro para o sul da colônia no intuito de protegê-los da escravidão e iniciar a</p><p>evangelização. Portugueses e espanhóis disputavam a região para aprisionar os índios e utilizá-los</p><p>como mão de obra escrava e buscar metais preciosos. Ali também era o local de escoamento da</p><p>prata extraída de Potosí, na Bolívia. Ao longo dos séculos XVII e XVIII, as expedições bandeirantes</p><p>iniciaram a exploração do sertão brasileiro, alcançando as aldeias jesuíticas. O conflito aconteceu</p><p>porque os religiosos não entregariam os índios sem resistência. Esses conflitos próximos à</p><p>fronteira entre os domínios português e espanhol exigiram um acordo para que os limites fossem</p><p>demarcados: o Tratado de Madri, de 1750. Os portugueses cederiam a região de Sacramento</p><p>para a Espanha e, em troca, controlariam os Sete Povos das Missões. Pelo tratado, os indígenas e</p><p>jesuítas que estavam do lado brasileiro deveriam atravessar o Rio Uruguai e se mudar para o lado</p><p>espanhol. Esse tratado não agradou a índios e religiosos, porque, além do deslocamento de uma</p><p>região para outra, os espanhóis eram favoráveis à escravização dos índios. Os jesuítas resolveram,</p><p>então, armar os índios e lutar pelas suas terras contra os colonos. Eles deram o controle das</p><p>missões aos índios, mas o líder indígena Sepé Tiaraju se recusou a fazer a mudança do lado</p><p>português para o espanhol. As tropas da Espanha foram acionadas para forçar o cumprimento da</p><p>ordem, sem sucesso. O conflito se alastrou para a região de La Plata. Os espanhóis receberam</p><p>reforço dos portugueses e derrotaram os índios na Batalha de Caiboaté, em 1756. Portanto, vemos</p><p>que o objetivo dos indígenas não era ampliar a civilização missioneira, mas apenas defender seu</p><p>território.</p><p>d) Verdadeira! O Haiti era a colônia francesa conhecida como ilha de São Domingos.</p><p>Aproveitando a oportunidade aberta pela instabilidade gerada pela Revolução Francesa,</p><p>Toussaint L’Overture liderou os escravizados da colônia em uma revolta que colocou fim a</p><p>escravidão e ao domínio colonial. Na verdade, L’Overture não pretendia separar São Domingos</p><p>da França, apenas tornar o país uma república autônoma, espécie de reino unido. Tanto é que em</p><p>1801 ele foi nomeado governador vitalício pela Assembleia que convocou. No entanto, quando</p><p>Napoleão Bonaparte assumiu o poder na França deu início a uma série de tentativas para reinstituir</p><p>a escravidão e recolonizar São Domingos. Em 1802, L’Overture foi preso, levado para França e</p><p>executado. Jean-Jacques Dessalines prontamente assumiu a liderança do movimento e, em 1804,</p><p>proclamou a independência do Haiti. De fato, esse foi uma das poucas revoltas escravas bem</p><p>sucedidas e o único país fundado por negros e escravizados. Você deve estar se perguntando:</p><p>“mas, profe, onde entra 1798, ano citado na alternativa?” Bixo, provavelmente foi um erro de</p><p>digitação do elaborador, pois as demais informações apresentadas são corretas e o gabarito</p><p>informa que a alternativa é verdadeira. Caso você marcasse falsa por conta desse erro, você</p><p>poderia entrar com recurso.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 11 – América Latina II – Independência</p><p>83</p><p>119</p><p>AULA 11: América Latina II – Independência</p><p>Gabarito: V – F – F – V</p><p>(IFRS 2018)</p><p>Entre 1791 e 1804, uma das colônias francesas no Novo Mundo, Saint Domingue (Haiti),</p><p>passou por um processo marcado pela reação contra a dominação de uma elite branca que</p><p>resultou na sua</p><p>independência e na abolição da escravidão.</p><p>Sobre este fato, é correto afirmar.</p><p>I - A chegada de Napoleão Bonaparte ao poder foi um grande estímulo aos revoltosos, pois</p><p>o novo governo da França aboliu definitivamente a escravidão em todos os domínios</p><p>franceses nas Américas (1802).</p><p>II - A eliminação dos dominadores brancos e o protagonismo de escravos, libertos e</p><p>quilombolas foi motivo de grande preocupação entre as sociedades escravistas das</p><p>Américas. Temia-se a “haitinização”, ou seja, que a revolta se espalhasse e colocasse em</p><p>xeque a manutenção da instituição escravista em toda a região.</p><p>III - A Revolução do Haiti foi um dos inúmeros casos nas Américas em que o rompimento do</p><p>domínio colonial esteve associado à abolição da escravidão.</p><p>IV - Após unir-se aos revolucionários, entre 1794 e 1802, o liberto François Dominique</p><p>Toussaint (“Toussaint L’Ouverture”) foi a principal autoridade da ilha. Depois da sua captura</p><p>e deportação para a França, o ex-escravo Jean-Jacques Dessalines assumiu a liderança dos</p><p>revoltosos que proclamaram a Independência do Haiti em 1804.</p><p>Quais estão corretas?</p><p>a) I e II.</p><p>b) I e III.</p><p>c) II e III.</p><p>d) II e IV.</p><p>e) I, II, III e IV.</p><p>Comentários</p><p>No enunciado, podemos identificar facilmente o tempo, espaço e tema, os quais podem nos</p><p>ajudar a interpretar a questão. O tema são os movimentos de independência da América Latina,</p><p>mais especificamente do Haiti, que seria o espaço. Portanto, estamos falando do período entre</p><p>1791 e 1804, no qual se desenrolou os eventos que marcaram a libertação nacional daquele país.</p><p>Antes de sua independência, o local era chamado de São Domingos (em francês, Saint</p><p>Domingues).</p><p>O movimento de independência dessa colônia se destaca entre tantas outras naquela</p><p>região, pois sofreu diretamente a influência da Revolução Francesa. Quando esta foi deflagrada o</p><p>controle colonial enfraqueceu. Na metrópole não havia a menor condição de pensar em combater</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 11 – América Latina II – Independência</p><p>84</p><p>119</p><p>AULA 11: América Latina II – Independência</p><p>o levante dos escravos. Além disso, em 1793, com a ascensão dos jacobinos ao poder, houve o</p><p>fim oficial da escravidão nas colônias francesas.</p><p>Quando a rebelião estava em andamento, com a libertação dos escravos, a Inglaterra e</p><p>Espanha – inimigas da França – tentaram invadir São Domingos. Foi aí que L’Ouverture liderou</p><p>uma guerra contra a invasão! Em 1801, Toussaint Louverture convocou uma Assembleia que o</p><p>nomeou governador vitalício de uma República que seria parte da França – algo como um reino</p><p>unido, mas independente. Contudo, e apesar das medidas jacobinas, os proprietários de terra e</p><p>os militares franceses mantiveram-se em luta contra os negros rebelados. Em 1802, durante o</p><p>Governo de Bonaparte – e com a escravidão restaurada – L’Ouverture foi preso e levado para</p><p>França, onde foi morto. É nesse momento que Dessalines assume a liderança da Revolução</p><p>Haitiana. Foi uma fase de guerra extremamente violenta. Porém, os haitianos conseguiram</p><p>expulsar os franceses e suas tropas recolonizadoras. Em 1804, Dessalines proclamou a</p><p>Independência do Haiti – nome que a Ilha recebeu naquele momento – significa “terra alta”. Foi</p><p>a primeira nação latino-americana a declarar a Independência. Aliás, foi a primeira revolução de</p><p>escravos a ser bem-sucedida, por isso, tem um caráter profundamente popular! Por isso também</p><p>inspirou medo e terror nas mentes e corações dos proprietários de escravizados por toda a</p><p>América que passaram a se preocupar que o evento se repetisse em suas terras. Logo eles</p><p>começaram a chamar de “haitianismo” qualquer indício de comportamentos suspeitos por parte</p><p>dos cativos e dos negros em geral que lhes parecesse sinal de que uma revolta estava sendo</p><p>organizada.</p><p>Com isso em mente, precisamos identificar quais das afirmações estão corretas. Vejamos:</p><p>I. Falsa. Ao chegar ao poder na França, Napoleão Bonaparte tentou reinstituir a</p><p>escravidão em todas as colônias francesas, inclusive o Haiti. Neste país, ele ainda tentou</p><p>impor novamente o controle total da ilha que era uma república autônoma (apesar de</p><p>ainda ligada a França) desde 1801, quando L’Overture foi nomeado governador vitalício.</p><p>II. Verdadeira! O protagonismo negro, principalmente dos escravizados, no movimento</p><p>haitiano aterrorizou autoridades coloniais e senhores de escravos em toda a América,</p><p>mesmo a após as diversas independências, inclusive no Brasil. “Haitianização” ou</p><p>“haitianismo” é como eles começaram a chamar qualquer comportamento suspeito por</p><p>parte dos cativos e negros em geral que lhes parecesse conter algum indício de revolta.</p><p>III. Falsa. Na verdade, os casos em que independência nacional e abolição da escravidão</p><p>ocorreram juntos são exceção. A maioria das ex-colônias optou pela manutenção do</p><p>cativeiro mesmo após de libertar das metrópoles.</p><p>IV. Verdadeira! É necessário ressaltar que o elaborar da questão provavelmente cometeu</p><p>um erro de digitação, pois Toussaint aderiu às revoltas a partir de 1791, não 1794. Se</p><p>você deixasse de considerar esta afirmação como correta por conta disso, você poderia</p><p>entrar com recurso.</p><p>Portanto, a alternativa correta é a letra “d”.</p><p>Gabarito: D</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 11 – América Latina II – Independência</p><p>85</p><p>119</p><p>AULA 11: América Latina II – Independência</p><p>(IFRS 2017)</p><p>Assinale a alternativa que melhor caracteriza as causas da independência das colônias latino-</p><p>americanas.</p><p>a) A independência das colônias latinoamericanas insere-se no processo de</p><p>enfraquecimento das metrópoles ibéricas face ao crescimento industrial da Inglaterra e</p><p>França e o crescimento, por parte das elites latino-americanas, da insatisfação com o modelo</p><p>de exploração colonial.</p><p>b) A independência das colônias latinoamericanas insere-se no processo de</p><p>enfraquecimento das metrópoles ibéricas face ao crescimento industrial da Inglaterra e</p><p>Holanda e o crescimento, por parte das elites latino-americanas, da insatisfação com o</p><p>modelo de industrialização imposto pelos ibéricos.</p><p>c) A independência das colônias latinoamericanas teve como exclusiva causa a insatisfação</p><p>desta região com o modelo de industrialização imposto pelos ibéricos.</p><p>d) A independência das colônias latinoamericanas teve como única causa o</p><p>enfraquecimento das metrópoles ibéricas face ao crescimento industrial da Inglaterra e</p><p>França.</p><p>e) A independência das colônias latinoamericanas insere-se no contexto do Renascimento</p><p>Cultural, onde a valorização do antropocentrismo proporcionou à sociedade uma concepção</p><p>descentralizada da política, levando à perda de poder por parte das metrópoles ibéricas e,</p><p>consequente, consolidação do poder na América nas mãos das elites industriais.</p><p>Comentários:</p><p>A questão aborda o contexto em que se inserem os processos de independência das colônias</p><p>latino-americanas. Como estudamos, esses movimentos aconteceram nas primeiras décadas do</p><p>século XX e foram encabeçados pela elite criolla. A seguir, relembro um esquema visto em aula</p><p>que elucida sobre as motivações que levaram a emancipação:</p><p>Com isso, vejamos as alternativas:</p><p>a) Correta. Conforme apresentado, a Revolução Industrial (tanto na Inglaterra quanto na França)</p><p>e a Revolução Francesa constituem elementos que compunham o contexto internacional. Esses</p><p>dois movimentos representavam um progresso, enquanto os países ibéricos enfrentavam um</p><p>enfraquecimento. Somado a isso, a insatisfação da elite latino-americana crescia cada vez mais.</p><p>b) Incorreta. O crescimento industrial se dava na Inglaterra e França, não na Holanda.</p><p>c) Incorreta. Os ibéricos eram contrários à industrialização das colônias.</p><p>d) Incorreta. Além desse enfraquecimento, também ocorria a insatisfação da elite latino-americana</p><p>frente ao sistema colonial.</p><p>e) Incorreta. O Renascimento é um movimento que surgiu no século XIV, portanto, é</p><p>extemporâneo.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 11</p><p>– América Latina II – Independência</p><p>86</p><p>119</p><p>AULA 11: América Latina II – Independência</p><p>Gabarito: A</p><p>(UECE 2018)</p><p>Há vários líderes cujos nomes estão associados à emancipação de diferentes países da</p><p>América Latina, como por exemplo, José de San Martín, na Argentina; Bernardo O’Higgins,</p><p>no Chile, assim como Francisco José de Paula Santander, na Colômbia, mas nenhum deles</p><p>tem o prestígio incontestável de principal líder expresso na figura de</p><p>A) Che Guevara.</p><p>B) Fidel Castro.</p><p>C) Simón Bolívar.</p><p>D) Pedro de Valdivia</p><p>Comentários</p><p>Os processos de emancipação política da América Latina ocorreram entre as primeiras</p><p>décadas do século XIX. A maioria dos líderes dos movimentos de independência foi formada</p><p>pela elite criolla. Somente no Haiti, a luta foi promovida por escravos. Sobre as principais</p><p>figuras desse momento, José de San Martín tinha como projeto político a independência e</p><p>autonomia das províncias espanholas, com a formação de um governo monárquico e com</p><p>príncipes europeus. Porém, outra ideia surgiu nas ex-colônias de Nova Granada, idealizada</p><p>por Simón Bolivar, um militar criollo responsável pela libertação da Venezuela, da Colômbia,</p><p>do Equador e da Bolívia. Ela defendia a formação de um Estado único com todas as</p><p>províncias da América do Sul. Seu governo seria de caráter republicano. Portanto, a</p><p>alternativa correta é a letra C. Nas alternativas A e B, Che Guevara e Fidel Castro foram</p><p>líderes da Revolução Cubana, de 1959, um século depois do período retratado na questão.</p><p>Por isso, não se pode compará-los com os líderes das independências. Já na alternativa D,</p><p>Pedro de Valdivia foi um conquistador espanhol do século XVI, ou seja, também sem ligações</p><p>com o processo emancipatório.</p><p>Gabarito: C</p><p>(UECE 2016)</p><p>O Congresso Nacional de Lima, a capital do Peru, situa-se na Praça Bolívar. A principal praça</p><p>de Bogotá, capital da Colômbia, tem o mesmo nome: Praça Bolívar. A Bolívia recebeu este</p><p>nome para homenagear Simon Bolívar. Sobre Simón Bolívar, pode-se afirmar corretamente</p><p>que</p><p>a) liderou um movimento a favor da independência da América do Sul e idealizou uma</p><p>unidade continental chamada Gran Colômbia que se desfez em repúblicas.</p><p>b) lutou ao lado de José de San Martín, na Argentina, e Bernardo O’Higgins, no Chile, pela</p><p>libertação desses países do domínio espanhol.</p><p>c) foi um revolucionário criador do nacionalismo venezuelano e liderou a Revolução</p><p>Bolivariana.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 11 – América Latina II – Independência</p><p>87</p><p>119</p><p>AULA 11: América Latina II – Independência</p><p>d) era um monarquista convicto; por isso, defendeu a centralização do poder, para uma</p><p>América emancipada.</p><p>Comentários</p><p>Simón Bolívar foi um líder da elite criolla espanhola, conhecido como “El libertador”.</p><p>Nascido na província da Venezuela, liderou o processo de independência da região e</p><p>pretendeu unificar a América espanhola em um grande país republicano, chamado de Grã-</p><p>Colômbia. Ele acreditava que a língua, os costumes e a religião eram suficientes para unir</p><p>diversos territórios. Porém, a América espanhola tinha suas próprias identidades</p><p>particulares que impediam essa junção. Os países se definiam por questões de origens</p><p>territoriais, por suas histórias e por seus próprios interesses. Por isso, na Independência, o</p><p>Projeto Bolivariano não se firmou, e os territórios espanhóis se fragmentaram em várias</p><p>repúblicas. Dessa forma, a resposta correta é:</p><p>a) Correto. Como falado, o movimento criado por Simon Bolivar pela construção de uma</p><p>unidade continental chamada de Grã-Colômbia não deu certo.</p><p>b) Incorreto. Esses líderes lutavam pela emancipação política dos territórios espanhóis na</p><p>América, porém eles não lutaram juntos. Inclusive defendiam projetos políticos muito</p><p>diferentes para as ex-colônias. Bolivar libertou Venezuela, Colômbia, Equador e Bolívia,</p><p>enquanto Martín e O’Higgins libertaram Argentina, Chile e Peru.</p><p>C) Incorreto. Esses termos são utilizados para designar as políticas aplicadas por Hugo</p><p>Chávez, ex-presidente venezuelano e seu sucessor Nicolas Maduro na Venezuela do século</p><p>XXI.</p><p>d) Incorreto. A primeira afirmação está incorreta, Simón Bolivar não era um monarquista e</p><p>sim um republicano.</p><p>Gabarito: A</p><p>(UVA 2019)</p><p>No século XVIII as ideias iluministas inspiraram os movimentos de independência na América</p><p>espanhola, liderados pelas elites criollas. O movimento recebeu o apoio tanto dos Estados Unidos</p><p>quanto da Inglaterra. Assinale a alternativa que melhor caracteriza o interesse dos aliados:</p><p>a) À Inglaterra interessava a ampliação do comércio com a América, aos Estados Unidos, o controle</p><p>político e econômico.</p><p>b) Ambos desejavam ser solidários para com os povos latino-americanos.</p><p>c) Tanto a Inglaterra quanto os Estados Unidos eram críticos dos ideais da Revolução Francesa.</p><p>d) Ambos defendiam a “América para os americanos”.</p><p>Comentários:</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 11 – América Latina II – Independência</p><p>88</p><p>119</p><p>AULA 11: América Latina II – Independência</p><p>O texto aborda que, diplomaticamente, tanto Inglaterra quanto os Estados Unidos apoiaram os</p><p>processos de independência ocorridos na América Latina. O período retratado está entre as</p><p>décadas de 1810 e 1830. Nesse momento, no contexto internacional, os ingleses passavam pela</p><p>Revolução Industrial, então, visto que a sua produção havia aumentado consideravelmente, eles</p><p>precisavam expandir seus mercados consumidores para poder comercializar seus produtos com o</p><p>resto do mundo. Já os americanos, pioneiros dos processos emancipatórios, gostariam de</p><p>controlar política e economicamente o continente, uma vez que foram os primeiros a se rebelarem</p><p>contra os colonizadores europeus e já iniciarem o processo de industrialização.</p><p>Portanto,</p><p>a) Correto. A ampliação do mercado consumidor na América era fundamental para a expansão</p><p>industrial inglesas. Era de interesses dos Estados Unidos ter poder e influência entre os territórios</p><p>americanos, tanto política quanto economicamente.</p><p>b) Incorreto. Por trás de suas ações, esses Estados tinham muitos interesses geopolíticos e</p><p>comerciais com as independências espanholas.</p><p>c) Incorreto. Os dois países haviam passado por processos revolucionários em seus territórios, e</p><p>se tornaram inspiração para os movimentos de independência que surgiram na América Latina.</p><p>d) Incorreto. Essa política foi adotada pelo Presidente americano James Monroe, em 1823,</p><p>segundo a qual os europeus não deveriam interferir nos interesses comerciais e políticos das terras</p><p>americanas. Ela foi chamada de “Doutrina Monroe”. Porém, mesmo que fosse contra o</p><p>colonialismo no continente e a favor das independências espanholas, no fundo, essa doutrina se</p><p>preocupava mais com os interesses norte-americanos do que com o resto da América.</p><p>Gabarito: A</p><p>(UVA 2018)</p><p>No início do século XIX, a independência da América Espanhola ocorreu num contexto político</p><p>internacional marcado por fatos. Dentre os fatos que favoreceram a independência da América</p><p>Espanhola, podemos mencionar:</p><p>a) A Revolução Industrial Espanhola.</p><p>b) O Despotismo Esclarecido.</p><p>c) As Guerras Napoleônicas.</p><p>d) A derrota dos americanos na guerra de independência dos Estados Unidos.</p><p>Comentários:</p><p>Sobre o processo de independência da América Espanhola, ela se desenvolveu nas três primeiras</p><p>décadas do século XIX, mais especificamente entre 1817 e 1825, e não foi um movimento</p><p>unificado. Tratou-se, na verdade, de vários processos emancipatórios com características ligadas</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 11 – América Latina II – Independência</p><p>89</p><p>119</p><p>AULA 11: América Latina II – Independência</p><p>à realidade de cada região. Então, dentre os acontecimentos externos deste período que</p><p>motivaram a independência as colônias hispânicas estão:</p><p>- Difusão do iluminismo – a partir do século XVIII;</p><p>- Revolução Industrial (1750);</p><p>- Independência dos EUA (1776);</p><p>- Revolução Francesa</p><p>(1789-99)</p><p>- Expansão Napoleônica (1799-1814)</p><p>Passando ao comando da questão, entre os fatos internacionais citados na alternativa, o que</p><p>melhor se encaixa é:</p><p>a) Incorreto. A Revolução Industrial, nesse primeiro momento se concentrou mais profundamente</p><p>na Inglaterra. A Espanha ainda era um país atrasado industrialmente. Só a partir da segunda</p><p>metade do século XIX que a Revolução Industrial se espalharia por todo o continente europeu.</p><p>b) Incorreto. O despotismo esclarecido não vingou na Espanha, sendo a monarquia espanhola</p><p>uma das mais próximas da Igreja. Além disso, esse fenômeno político ocorreu no século XVIII,</p><p>anterior as Independências.</p><p>c) Correto. As expansões napoleônicas na Espanha, sob o pretexto de chegarem até Portugal, se</p><p>tornaram invasões ao seu território. Com isso, Napoleão depôs dois reis espanhóis, Carlos IV</p><p>(1788-1808) e Fernando VII (1808). A coroa espanhola então se concentrou em recuperar seus</p><p>domínios na Europa, enquanto na América, o vazio de poder fez com que as elites locais se</p><p>revoltassem contra o domínio da Metrópole.</p><p>d) Incorreto. Os americanos conquistaram sua independência após a guerra de emancipação, que</p><p>durou de 1775 a 1783.</p><p>Gabarito: C</p><p>(UFSC – 2018)</p><p>Os dilemas do Haiti</p><p>Até o início de 2010, podia-se dizer que o Haiti era um país marcado pela pobreza e</p><p>instabilidade política. Afinal, desde 2004, em meio a um clima de guerra civil, lá estavam</p><p>tropas de paz da ONU, comandadas pelo governo brasileiro, interessado em ampliar a sua</p><p>influência no continente – eram mais de sete mil homens!</p><p>SANTIAGO, Pedro. Por dentro da História, 2. 3. ed. São Paulo: Escala Educacional, 2013, p.</p><p>113.</p><p>Sobre o Haiti e a trajetória do seu povo, é correto afirmar que:</p><p>01. considerado um caso singular, o movimento de independência do Haiti foi resultado de</p><p>um levante popular comandado pela população negra contrária à dominação francesa.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 11 – América Latina II – Independência</p><p>90</p><p>119</p><p>AULA 11: América Latina II – Independência</p><p>02. em 2010, um forte terremoto atingiu o país, deixando o cenário de pobreza e</p><p>instabilidade política ainda mais grave.</p><p>04. localizado no noroeste da África, o Haiti possui uma economia baseada na monocultura</p><p>de cana-de-açúcar e no comércio clandestino de marfim e diamante.</p><p>08. no final do século XVIII, durante a rebelião escrava que iniciou o processo de</p><p>independência, o líder François-Dominique Toussaint Louverture determinou a abolição da</p><p>escravidão no Haiti.</p><p>16. em função do caráter violento do processo de emancipação, a independência do Haiti</p><p>ainda não foi reconhecida pela ONU (Organização das Nações Unidas) e, por essa razão, o</p><p>país está sob o controle das tropas internacionais.</p><p>32. a Primavera Árabe e o contexto de guerra civil das últimas décadas estão entre as</p><p>principais razões para o crescimento da imigração de refugiados haitianos para o Brasil nos</p><p>últimos anos.</p><p>Comentários:</p><p>Conforme estudamos, o processo de emancipação do Haiti foi diferente das outras colônias da</p><p>América. Por se tratar de uma colônia da França, sentiu diretamente os efeitos da Revolução</p><p>Francesa, no final do século XVIII. De maneira que em 1791 iniciou-se uma rebelião de escravos</p><p>sob o comando de Toussaint Louverture e, em seguida por, Jean-Jacques Dessalines. Após</p><p>invasões e reviravoltas, o Haiti conseguiu sua independência em 1804.</p><p>Essa Revolução assustou metrópoles e proprietários de escravo de toda a América pois, além de</p><p>ser liderada por escravizados, extinguiu a escravidão e procurou implantar a igualdade social.</p><p>Sabendo disso, vejamos as proposições:</p><p>1. Correta, conforme discutimos anteriormente.</p><p>2. Correta. Em 12 de Janeiro de 2010 ocorreu um terremoto catastrófico no Haiti. O abalo</p><p>alcançou a magnitude 7,0 na escala Richter. O país – que já sofria com a pobreza há tempos</p><p>– ficou em uma situação ainda mais miserável.</p><p>4. Incorreta. O Haiti está localizado na América Central.</p><p>8. Correta. Em 1801, o líder haitiano libertou os escravos da ilha.</p><p>16. Incorreta. O reconhecimento da Independência Haitiana ocorreu em 1825.</p><p>32. Incorreta. O crescimento da imigração de refugiados haitianos para o Brasil nos últimos</p><p>anos se dá em razão dos terremotos que assolaram o país em 2010.</p><p>Gabarito: 11</p><p>(UFSC 2015)</p><p>Os criollos: uma elite contra os espanhóis</p><p>“Instalados há várias gerações [...] numa terra que consideram sua, os criollos têm nas mãos</p><p>as rédeas econômicas da América hispânica. Possuem imensas estâncias e rebanhos e</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 11 – América Latina II – Independência</p><p>91</p><p>119</p><p>AULA 11: América Latina II – Independência</p><p>escravos, detêm e desempenham cargos da advocacia e constituem, de modo compacto, o</p><p>povo dos letrados, particularmente aberto às ideias do século. Ora, por uma contradição</p><p>interna, essa elite econômica e de inteligência, numa sociedade em que a presença do índio</p><p>e do escravo negro confere a todo homem branco ‘um complexo de superioridade’, sofre</p><p>com a exclusão da administração real e com a desconfiança que esta lhe manifesta”.</p><p>CHAUNU. História da América Latina. 4. ed. São Paulo: Difel, 1979. p. 59</p><p>A respeito do texto e dos movimentos de resistência e de independência na América</p><p>hispânica, é CORRETO afirmar que:</p><p>01. apesar do seu poder econômico, os criollos não podiam participar das atividades</p><p>administrativas coloniais e eram desprezados pelos espanhóis por sua origem africana.</p><p>02. as ideias iluministas foram, em parte, responsáveis pela formação intelectual da elite</p><p>criolla em fins do século XVIII e princípio do século XIX.</p><p>04. Simón Bolívar, conhecido como “o Libertador”, defendia a ideia de uma América</p><p>fragmentada em pequenos estados independentes e controlados pelos trabalhadores rurais</p><p>e urbanos.</p><p>08. as contradições dos movimentos de independência ficaram evidentes após sua</p><p>concretização e a implantação de regimes monárquicos na maior parte dos novos países.</p><p>16. o atual Uruguai foi incorporado oficialmente por Portugal ao Brasil em 1821 e tornou-se</p><p>uma província brasileira. A independência da banda oriental do rio da Prata foi conquistada</p><p>somente após a Guerra Cisplatina (1825-1828).</p><p>32. Tupac Amaru II, líder de origem inca, comandou um dos maiores levantes indígenas</p><p>desde a conquista espanhola. Um dos objetivos do movimento era acabar com a cobrança</p><p>da mita.</p><p>Comentários</p><p>Como dito no enunciado, o tema da questão são os movimentos de resistência e de</p><p>independência na América hispânica, que tiveram lugar desde o século XVIII até o fim do XIX. A</p><p>virada de um século para outro foi um momento em que muitas transformações econômicas,</p><p>políticas, sociais e culturais aconteciam por todos os lugares. As ideias iluministas, a revolução</p><p>industrial, a Revolução Francesa, a expansão napoleônica e as revoltas liberais e nacionalistas</p><p>causaram grande impacto no mundo todo, influenciando até mesmo os habitantes das colônias</p><p>americanas. A esses fatores se somavam as tensões sociais próprias de cada região. Estou falando</p><p>das rivalidades entre as classes sociais que compunham cada colônia. No caso das possessões</p><p>espanholas, a sociedade era dividida em chapetones (naturais da Espanha), criollos (naturais da</p><p>colônia), povos originários e escravizados. As elites coloniais iam percebendo que seus interesses</p><p>específicos nem sempre eram os mesmos das autoridades metropolitanas, o que foi alimentando</p><p>um sentimento separatista em muitos locais. Podemos inferir que existia conflito de interesses</p><p>entre metrópole e elite colonial, uma vez que esta só poderia obter a liberdade econômica caso</p><p>rompesse o pacto colonial. Por outro lado, os povos originários e os africanos escravizados</p><p>também não queriam mais a exploração colonial que era exercida tanto pelos europeus quanto</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 11 – América Latina II – Independência</p><p>92</p><p>119</p><p>AULA 11: América Latina II – Independência</p><p>para observar os conflitos populares que explodiram no final do século XVIII. A</p><p>relação racial entre peninsulares e criollos também se expressava, de maneira mais acentuada,</p><p>entre criollos e “a população de cor”. Evidentemente, sistemas de acesso a privilégios também se</p><p>reproduziam entre esses dois grupos. Criollos exploravam intensamente os populares.</p><p>Havia uma violência gerada pela pobreza e pela exclusão a que foram submetidos os povos</p><p>originários, negros e mestiços durante todos os séculos de colonização. A Coroa Espanhola</p><p>sempre criou estruturas raciais para inferiorizar esses povos. Por exemplo, em muitos decretos e</p><p>leis os mestiços ou pardos eram considerados como “seres infames”. Apenas em 1795, o governo</p><p>real fez uma lei em que os pardos podiam pedir a dispensa de “seres infames” para, assim, terem</p><p>o direito ao casamento com brancos e a ingressar no sacerdócio. Com isso, a coroa tentava aliviar</p><p>a tensão racial e social mediante a diminuição de formas legais de discriminação. Na verdade, uma</p><p>prova cabal da capilaridade do racismo e discriminações presentes à época.</p><p>Com efeito, segundo alguns historiadores, havia uma raiva contida – represada- nessas</p><p>massas. Esse sentimento explodiu em diversas rebeliões, como as de Tupac Amru, no Peru, em</p><p>1780 e no México, em 1810. Esses setores populares queriam algo além da independência política</p><p>e econômica:</p><p> Fim da escravidão</p><p> Igualdade de direitos</p><p> Fim dos privilégios das elites</p><p> Terras para produção familiar</p><p> Em suma, justiça social</p><p>Não acesso aos cargos públicos</p><p>Cobrança elevada de tributos, sobretudo, de exportação</p><p>Restrição ao desenvolvimento de manufaturas</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 11 – América Latina II – Independência</p><p>11</p><p>119</p><p>AULA 11: América Latina II – Independência</p><p>Percebe como havia um vulcão prestes a entrar em erupção na América? Havia uma pressão</p><p>social que vinha de baixo ao mesmo tempo em que a Coroa Espanhola impunha um aumento</p><p>fiscal e tributário sobre os negócios da colônia.</p><p>Nesse contexto, ao mesmo tempo quem se diferenciava dos chapetones, a elite criolla,</p><p>então, via a necessidade de romper com a metrópole que uma rebelião popular estourasse e</p><p>ameaçasse as estruturas da propriedade privada vigente.</p><p>Nas palavras do professor Lynch:</p><p>As revoltas revelavam tensões, conflitos e instabilidades, raciais e sociais,</p><p>profundamente enraizados, que haviam ficado abalados durante todo o século XVIII e</p><p>de repente explodiram quando a pressão dos impostos e outras insatisfações</p><p>arregimentaram alguns grupos sociais numa aliança contra a administração e deram aos</p><p>setores inferiores a oportunidade de erguer-se me protesto. (idem, p. 53)</p><p>Assim, o processo de independência teve como característica, uma aliança momentânea</p><p>de grupos sociais distintos e antagônicos contra a administração colonial. Mas, de novo, essa</p><p>aliança se deu em uma perspectiva local, já que a marca geral é a fragmentação desse processo.</p><p>Leia mais um trecho do professor Lynch sobre essa aliança e a importância dos setores</p><p>populares para combater as respostas violentas da coroa contra as tentativas de emancipação:</p><p>Ricos e pobres, nobres e plebeus, todos se queixavam. Mas nem todos reagiram da</p><p>mesma forma. A reação mais violenta foi a insurreição armada da população comum</p><p>nas províncias andinas, pequenos fazendeiros, artesãos, pequenos comerciantes,</p><p>trabalhadores da cidade e do campo, acompanhados às vezes pelos índios. Os</p><p>caudilhos do movimento provinham de um grupo social mais alto, cujos membros</p><p>acreditavam poder partilhar dos benefícios das capitulações obtidas pelos criollos da</p><p>Nova Granada.(idem, p. 57)</p><p>Guardem essa relação: os criollos lideraram o processo e os populares formaram o exército</p><p>revolucionário que lutou pela Independência.</p><p>Vejamos agora o processo dividido por região:</p><p>México (América do Norte)</p><p>América Central</p><p>América do Sul – com 2 polos de difusão: Argentina e Venezuela.</p><p>(FUVEST 1997)</p><p>Sobre o processo de independência política da América Espanhola é possível afirmar que</p><p>a) diferentemente do Brasil, a longa guerra, que teve importante participação popular, fez</p><p>emergir interesses sociais conflitantes.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 11 – América Latina II – Independência</p><p>12</p><p>119</p><p>AULA 11: América Latina II – Independência</p><p>b) a Espanha, sob domínio francês, ficou de mãos atadas, sem poder intervir no combate aos</p><p>rebeldes.</p><p>c) a participação maciça de escravos ao lado dos rebeldes contrastou com a apatia das</p><p>massas indígenas.</p><p>d) a Igreja Católica e os comerciantes abastados assumiram posições idênticas, a favor da</p><p>Coroa espanhola.</p><p>e) os acordos políticos, levados à frente pelas elites, garantiram aos menos privilegiados as</p><p>reformas sociais pelas quais tinham lutado.</p><p>Comentário</p><p>Questão no alvo, pergunta direta: o que você sabe sobre a independência da América Latina.</p><p>Vamos item por item:</p><p>a) Item correto. A independência da América Latina foi longa, demandou guerra com</p><p>participação popular. Nisso houve diferença em relação à independência brasileira, como</p><p>aprenderemos na aula de hoje. Mas em relação a interesses diversos, isso ocorreu nos dois</p><p>processos.</p><p>b) A Espanha combateu as revoltas independentistas sim, por meio dos chapetones na</p><p>colônia.</p><p>c) Os indígenas participaram também, não ficaram apáticas.</p><p>d) Nem um e nem outro. Se os comerciantes abastados eram criollos ou chapetones</p><p>assumiram lados opostos do conflito. Então é um item difícil de atribuir valor positivo.</p><p>e) Errado. As camadas populares ficaram extremamente insatisfeitas, uma vez que a estrutura</p><p>social não mudou e, além disso, a violência dos caudilhos foi intensa.</p><p>Gabarito: A</p><p>2.2 – MÉXICO</p><p>O México tem um processo de independência bastante longo. Sua posição em relação aos</p><p>Estados Unidos também dificultou a plena soberania política e econômica do país. Veja a seguir</p><p>algumas etapas desse processo:</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 11 – América Latina II – Independência</p><p>13</p><p>119</p><p>AULA 11: América Latina II – Independência</p><p>Em 1810, na região então conhecida como</p><p>Vice-Reinado da Nova Espanha, os Padres Miguel</p><p>Hidalgo (1753-1811) e José Maria Morelos (1765-</p><p>1815) lideraram uma rebelião de iniciativa popular.</p><p>O movimento, de cunho religioso, era composto e</p><p>apoiado pela maioria da sociedade mexicana</p><p>formada de indígenas, mestiços, campesinos e povo</p><p>pobre. Assim, tiveram como reivindicação, além da</p><p>emancipação política em relação à Espanha, uma</p><p>demanda social, sobretudo, relacionada à reforma</p><p>agrária e ao fim da escravidão. O movimento</p><p>invadiu o palácio do Vice-Reinado e aprisionou a</p><p>elite política criolla, a qual comandava os cabildos.</p><p>Nesse processo, muitas propriedades da elite criolla</p><p>foram invadidas. Em 1811, o líder Padre Hidalgo foi</p><p>capturado e executado pelas tropas do Vice-</p><p>Reinado. O Padre Morelos, então, assume a</p><p>liderança do movimento e estimula a mobilização a</p><p>partir da simbologia da Virgem de Guadalupe.</p><p>Morelos também passou a disciplinar o exército popular e a defender reforma agrária, além</p><p>das grandes propriedades, nas próprias terras da Igreja. Em 1813 foi Proclamada a República e</p><p>convocada uma Constituinte.</p><p>Em 1815, o movimento popular foi derrotado pelas forças reais e o Padre Morelos foi preso</p><p>e executado.</p><p>Museo Histórico de Acapulco,</p><p>Fuerte San Diego. Detalhe do</p><p>mural de Casiano y Magdalena</p><p>García, no Forte de San Diego,</p><p>em Acapulco.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 11 – América Latina II – Independência</p><p>14</p><p>119</p><p>AULA 11: América Latina II – Independência</p><p>Leia um trecho do programa levantado por Padre José Maria Morelos</p><p>1- A américa é livre e independente da Espanha e de qualquer outra nação,</p><p>governo ou monarquia, e isso deve ser proclamado, informando-se ao mundo</p><p>o porquê.</p><p>2- A religião católica deve ser a única, sem tolerância para</p><p>por seus descendentes naturais das colônias. Repare que o texto destacado pela questão enfoca</p><p>na situação específica das elites criollas. Considerando isto, vejamos quais alternativas estão</p><p>corretas:</p><p>01. Incorreta. O criollos não tinham origem africana. Havia um outro mestiço, mas a maioria</p><p>deles era simplesmente filhos de espanhóis nascidos nas colônias e seus descendentes. Não</p><p>confunda com os crioulos que, no Brasil, eram os africanos nascidos aqui. De qualquer</p><p>forma, é verdade que os criollos da América hispânica não podiam assumir cargos na</p><p>burocracia metropolitana, pois os espanhóis temiam que isso enfraqueceria o controle</p><p>colonial.</p><p>02. Correta! Essas seriam as “ideias do século” citadas pelo autor. Entre as ideias iluministas</p><p>que mais tiveram recepção nas elites criollas estavam o republicanismo, a liberdade</p><p>econômica, a igualdade jurídica, o direito à autodeterminação dos povos e a autonomia</p><p>política.</p><p>03. Incorreta. Bolívar defendia um projeto pan-americanista. Em outras palavras, ele propunha</p><p>uma República Confederada que uniria todas as ex-colônias espanholas, ou uma única</p><p>república continental.</p><p>04. Incorreta. A primeira parte da afirmação é correta, contudo, nenhuma das ex-colônias</p><p>espanholas se tornou uma monarquia. Todas acabaram virando repúblicas independentes.</p><p>Vale complementar dizendo que os criollos não eram um grupo homogêneo e se</p><p>diferenciavam em interesses e ideias políticas. Por isso, preferiam garantir a manutenção</p><p>de seu poder local. Assim, acumulavam enorme poder político, administrativo, militar e</p><p>judiciário regionalmente porque mantinham seus exércitos operando após a conclusão da</p><p>independência política. As estruturas republicas existiam, mas a influência desses criollos,</p><p>agora chamados de caudilhos, era enorme – o que lhes permitia controlar a exploração da</p><p>mão de obra local. Esse fenômeno político ficou conhecido como caudilhismo. Além disso,</p><p>as estruturas sociais, isto é, as desigualdades socioeconômicas entre as elites e a massa de</p><p>trabalhadores indígenas e negros continuaram praticamente inalteradas. A igualdade se</p><p>resumia apenas à igualdade perante a lei.</p><p>05. Correta! A história da independência do Uruguai está ligada à da Argentina e à do Brasil.</p><p>Montevidéu e Buenos Aires são a porta de entrada ao rio da Prata, que dá acesso ao interior</p><p>do continente e, principalmente, às minas de prata na Bolívia. A independência uruguaia se</p><p>confunde com as lutas argentinas, uma vez que, como Buenos Aires, a cidade de</p><p>Montevidéu foi invadida pelos ingleses em 1807. Depois disso, o território conhecido como</p><p>Banda Oriental (à direita do Rio da Prata) se dividiu. Aos poucos o grupo ligado à Espanha</p><p>venceu a disputa interna. Os derrotados, liderados por José Gervásio Artigas, apoiavam</p><p>Buenos Aires, por causa do rompimento com a Metrópole espanhola. Com isso, o Uruguai</p><p>que fazia parte do Vice-Reino do Prata optou pelo caminho que, ao mesmo tempo, negava</p><p>a unificação com a Argentina e buscava um caminho próprio. Neste contexto de divisão, os</p><p>portugueses invadiram a Província Oriental, em 1816, por temer que as ideias de</p><p>independência se espalhassem pela colônia brasileira. Em 1821, o Uruguai foi incorporado</p><p>ao Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves. Com a independência brasileira, em 1822, a</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 11 – América Latina II – Independência</p><p>93</p><p>119</p><p>AULA 11: América Latina II – Independência</p><p>Província Cisplatina, região incorporada, enfrentou novos distúrbios e, em 1825, teve início</p><p>um levante que contou com a ajuda dos argentinos. Em 1828, houve o estabelecimento do</p><p>Estado Oriental do Uruguai, livros dos domínios brasileiro e argentino.</p><p>06. Correta! Tupac Amaru foi líder da resistência Inca contra a conquista espanhola, no século</p><p>XVI. Por outro lado, em 1780, José Gabriel Condorcanqui Noguera, um curaca (tipo de</p><p>cacique) de uma aldeia peruana, dizia ser descente daquele líder Inca e, por isso, designava-</p><p>se como Tupac Amaru II. Ele estudou em escolas religiosas e na Universidade de São</p><p>Marcos, em Lima. No meio universitário ele foi influenciado pelas ideias iluministas. Dessa</p><p>maneira, começou a levantar bandeiras liberais contra a Metrópole, tais como fim das</p><p>pesadas tributações. Conseguiu, com isso, obter simpatia de alguns criollos. A atuação de</p><p>Túpac Amaru II desencadeou um movimento cujo marco foi o enforcamento de um</p><p>chapetone. Em seguida, os camponeses começaram – de forma inédita – a invadir as</p><p>propriedades e a destruir tudo o que representasse símbolo da dominação espanhola. Na</p><p>prática, o rebelião defendia a volta do império Inca – ou o fim da dominação espanhola. O</p><p>movimento foi duramente reprimido e Condorcanqui foi executado. Assim, vemos que esta</p><p>alternativa está errada tanto não Tupac Amaru não ser o autor do texto quanto pelo fato</p><p>dele não estar ligado à independência da Argentina nem da Colômbia.</p><p>Gabarito: 02 + 16 + 32 = 50.</p><p>(UFMS – 2019)</p><p>Sobre o processo de conquista da independência das antigas colônias portuguesa e</p><p>espanhola na América, assinale a alternativa correta.</p><p>a) O Brasil se tornou independente de Portugal assim que a família real portuguesa aportou</p><p>no território americano, em 1808, com a mudança da capital para o Rio de Janeiro, quando</p><p>o Brasil se tornou sede do império português.</p><p>b) A independência do Peru ocorreu em 1821 liderada pelo general argentino José de San</p><p>Martín, que também foi decisivo no processo de independência de Argentina e Chile.</p><p>c) O Paraguai se tornou independente da Espanha somente com a chegada da família</p><p>Lopez ao poder, quando o Marechal Solano Lopez decretou guerra contra a Espanha e os</p><p>demais países que não reconheciam sua independência.</p><p>d) A Argentina se tornou independente após uma longa negociação diplomática entre o</p><p>revolucionário criollo Simón Bolivar e a corte espanhola, quando em 1813 a então província</p><p>conquistou sua autonomia.</p><p>e) A independência da Venezuela ocorre somente em 1821, após intensas negociações</p><p>entre a elite criolla e o governo espanhol, por intermédio do líder político Simón Bolivar.</p><p>Comentários:</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 11 – América Latina II – Independência</p><p>94</p><p>119</p><p>AULA 11: América Latina II – Independência</p><p>A questão aborda diversos pontos do processo de independência das colônias americanas. Como</p><p>vimos, no caso da américa espanhola, a elite criolla tinha muito interesse na ruptura. O movimento</p><p>teve duas lideranças principais:</p><p>• Simon Bolívar: Nasceu na capitânia da Venezuela. Era criollo e liderou exércitos do</p><p>norte da América do Sul. É considerado libertador da Venezuela, Colômbia, Equador e</p><p>Bolívia. Defendeu um Projeto Panamericanista, ou seja, a união de todas as províncias e a</p><p>Proclamação de uma República Confederada ou uma única república continental.</p><p>• San Martín: Também criollo, nasceu na província de Corrientes. Liderou o exército</p><p>popular na América do Sul. É considerado o libertador da Argentina, Chile e Peru. Defendeu</p><p>que as províncias deveriam se tornar independentes com forma de governo Monárquico.</p><p>Mais à frente vamos estudar o que ocorreu na América Portuguesa.</p><p>Com isso, vejamos as alternativas:</p><p>a) Incorreta. A Família Real Portuguesa chegou no Brasil em 1808 e a Independência do Brasil</p><p>ocorreu apenas em 1822.</p><p>b) Correta. Conforme vimos anteriormente, San Martín foi fundamental na emancipação do Peru.</p><p>A declaração de independência desse país ocorreu em 1821.</p><p>c) Incorreta. Os paraguaios proclamaram sua independência em 14 de maio de 1811, Francisco</p><p>Solano López assumiu a presidência do Paraguai apenas em 1862.</p><p>d) Incorreta. A independência da Argentina teve como líder San Martín e não Simon Bolívar.</p><p>e) Incorreta. A independência da Venezuela foi declarada em 1811.</p><p>Gabarito: B</p><p>(UFMS 2018-2020)</p><p>Leia o texto a seguir.</p><p>“Com tanta atividade acontecendo em seu próprio quintal, teria sido fácil para as grandes</p><p>nações europeias esquecer que ainda precisavam cuidar</p><p>de um grupo de colônias esforçadas</p><p>nas Américas Central e do Sul. Para sorte das colônias esforçadas, foi exatamente isso que</p><p>aconteceu. O Haiti obteve a sua independência da França em 1804, e dezoito anos depois o</p><p>Brasil conseguiu se libertar do nocivo controle de Portugal. O único país que ainda realmente</p><p>se importava com as suas colônias latino-americanas era a Espanha. Infelizmente, no início</p><p>do século XIX, essa nação ibérica um dia poderosa havia se tornado tão perigosa, do ponto</p><p>de vista puramente militar quanto um estilingue. Isso proporcionou às suas colônias a chance</p><p>de se empenhar em conquistar a liberdade.”</p><p>(Fonte: REAR, Dave. História do mundo sem as partes chatas. São Paulo: Cultrix, 2013. p.</p><p>208-209. Adaptado).</p><p>De acordo com o autor, a Espanha do século XIX apresentava uma resistência militar tão</p><p>potente quanto um estilingue, fato que permitiu que boa parte de suas colônias se tornassem</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 11 – América Latina II – Independência</p><p>95</p><p>119</p><p>AULA 11: América Latina II – Independência</p><p>independentes sem grandes esforços. Assinale a alternativa correta que explica este</p><p>contexto.</p><p>a) Após o período de colonização, a Espanha manteve-se inclinada à exploração de ouro e</p><p>prata nas colônias onde atualmente estão México, Bolívia, Peru e Colômbia, não se</p><p>preocupando em guarnecer militarmente os governos do sul e do norte da América, que</p><p>acabaram se rebelando e colocando fim à exploração espanhola.</p><p>b) Após sua independência, os Estados Unidos promoveram um grande assédio a todos os</p><p>territórios coloniais da América administrados por portugueses, espanhóis, franceses e</p><p>holandeses e permitiram que as elites criollas tomassem fôlego suficiente para proclamar</p><p>suas independências frente às metrópoles europeias.</p><p>c) De acordo com o texto, a Espanha passou por um longo processo de sucateamento de</p><p>sua frota e de engessamento dos setores produtivos, o que ocasionou, ainda no início do</p><p>século XIX, a emancipação política e econômica de suas colônias.</p><p>d) O cenário apresentado sugere o enfraquecimento do poder de resistência espanhola tanto</p><p>pela falta de investimentos quanto pela questão política, visto que a Espanha, ainda no início</p><p>do século XIX, foi invadida por Napoleão e não dispunha de poder político para impedir a</p><p>independência de suas posses coloniais.</p><p>e) A independência das colônias espanholas no início do século XIX está diretamente ligada</p><p>às investidas inglesas contra o pacto colonial da América, visto que, impulsionada pela</p><p>Revolução Industrial, a potência bretã incentivava o fim da escravidão e toda forma de</p><p>exploração que não permitisse a prática capitalista industrial.</p><p>Comentários</p><p>Pelo enunciado, é evidente que o tema dessa questão são os movimentos de independência</p><p>das colônias espanholas. Portanto, é um período que vai desde o final do século XVIII até o final</p><p>do XIX. Ao ler o texto de Dave Read, destaca-se que o autor está enfocando os fatores ligados</p><p>às transformações que aconteciam na própria Europa, mas que repercutiram na América,</p><p>criando oportunidades para que as colônias dessem inicio a uma série de movimentos pela</p><p>libertação nacional. Entre tais fatores estão as ideias iluministas, a revolução industrial, a</p><p>Revolução Francesa, a expansão napoleônica e as revoltas liberais e nacionalistas. Considerando</p><p>este contexto, vejamos qual das alternativas é a correta:</p><p>a) Errada. A afirmação é contraditória. O México era o território espanhol no norte da</p><p>América, enquanto Bolívia, Peru e Colômbia ficavam no sul. Estes eram as regiões mais</p><p>prósperas das colônias espanholas e é onde se concentravam as forças metropolitanas.</p><p>Contudo, de fato o território espanhol na América era muito vasto e a Coroa não tinha recursos</p><p>para manter todos os lugares vigiados e sob controle o tempo todo. Para aumentar o efetivo</p><p>em uma região, era necessário diminuir o de outra e isso com certeza pesou para as dificuldades</p><p>militares da Espanha nas guerras de independência.</p><p>b) Errada. Os Estados Unidos foram extremamente cautelosos no apoio às guerras de</p><p>independência das demais colônias. Alguns políticos norte-americanos realmente se</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 11 – América Latina II – Independência</p><p>96</p><p>119</p><p>AULA 11: América Latina II – Independência</p><p>encontraram secretamente com lideranças da América Latina, contudo só davam seu apoio</p><p>explicitamente após a independência ter sido conquistada por elas. Tanto é que a Doutrina</p><p>Monroe só foi elaborada e passou a ser executada pelos norte-americanos a partir de 1823,</p><p>quando boa parte das colônias espanholas e o Brasil já estavam independentes. É nesse</p><p>momento que o “grande assédio” dos EUA sobre a América Latina se inicia.</p><p>c) Errada. De fato, a frota espanhola passava por um longo processo de sucateamento desde</p><p>sua derrota para a marinha Inglesa no século XVII. Contudo, não houve um engessamento dos</p><p>setores produtivos, que estavam concentrados na América, nos anos que precederam os</p><p>movimentos de independência.</p><p>d) Certa! No final do século XVIII e ao longo do XIX, a Espanha não tinha mais o mesmo poder</p><p>que tivera nos séculos XV e XVI. Após guerras navais com Holanda e Inglaterra sua frota foi</p><p>reduzida. Além disso, o crescimento da competitividade no mercado internacional de gêneros</p><p>agrícolas devido a criação de novas colônias agroexportadoras por outras nações europeias</p><p>comprometeu seus lucros. Consequentemente, sua capacidade de investimento na</p><p>manutenção de seu poder militar e político também ficou comprometida. Para completar, em</p><p>1808, Napoleão Bonaparte invadiu a Espanha, derrubou o rei e colocou seu irmão no lugar. Isso</p><p>causou uma grande desordem política, econômica e militar nos territórios espanhóis o que deu</p><p>oportunidade para os colonos que queriam a independência dar início a seus movimentos.</p><p>e) Certa! O gabarito informa que esta alternativa é incorreta, porém isso não se confirma.</p><p>Realmente, a Inglaterra tinha um grande interesse na ruptura do pacto colonial nas diversas</p><p>possessões europeias (que não as suas) para que houvesse novos mercadores consumidores</p><p>para seus produtos industrializados. Além disso, os ingleses também pretendiam fazer dos</p><p>novos países recém-independentes fornecedores de matérias-primas para suas indústrias a</p><p>baixo custo. Portanto, está correto que os movimentos de libertação nacional das diversas</p><p>colônias americanas estavam ligados a esse interesse inglês, de forma direta ou indireta. Com</p><p>isso, você poderia entrar com recurso para anular a questão ou mudar o gabarito.</p><p>Gabarito: D</p><p>(UFMS 2007) 4000067682</p><p>Patrocinada pelo governo venezuelano, por meio da companhia petrolífera estatal PDVSA, a</p><p>escola de samba Unidos de Vila Isabel ganhou o carnaval do Rio de Janeiro de 2006 com o</p><p>samba-enredo intitulado “Soy Loco por Ti, America”, no qual destacava a figura de Simon</p><p>Bolívar, general vitorioso na guerra pela independência da América do Sul e político de</p><p>formação liberal. A respeito do papel representado por Simon Bolívar no contexto político</p><p>sul-americano dos séculos XIX e XX, assinale a alternativa correta.</p><p>a) Ao contrário de outros líderes da independência da América espanhola, como Jose de San</p><p>Martin e Bernardo O'Higgins, Simon Bolívar liderou o movimento de oposição à idéia de</p><p>unidade latino-americana, o qual viria a ser conhecido por Bolivarismo.</p><p>b) Foi autor de escritos sobre diversos temas políticos, entre os quais a famosa Carta da</p><p>Jamaica, de 1815, na qual expressou sua total simpatia pela democracia nos moldes norte-</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 11 – América Latina II – Independência</p><p>97</p><p>119</p><p>AULA 11: América Latina II – Independência</p><p>americanos, caracterizada pela ampla participação popular nos processos decisórios da vida</p><p>republicana.</p><p>c) Inspirou a união entre Bolívia, Colômbia e Equador que formaram, por mais de uma</p><p>década, uma única nação, fragmentada, em 1839, por problemas políticos.</p><p>d) Sua defesa da unidade das ex-colônias, através da criação de uma federação de repúblicas,</p><p>foi amplamente aceita pelas elites criollas que lideraram os movimentos pela independência,</p><p>tornando-se elemento fundamental para a estabilidade da unidade centro-americana.</p><p>e) Defendeu, de forma pioneira, a possibilidade da construção de uma unidade das ex-</p><p>colônias espanholas, ideal posteriormente retomado, sob novas roupagens, por muitos</p><p>intelectuais e políticos latino-americanos, a exemplo do próprio presidente venezuelano</p><p>Hugo Chávez.</p><p>Comentários</p><p>Vamos por partes. A questão não é sobre o carnaval de 2006, sobre o samba, nem sobre a</p><p>Venezuela no século XXI. Isso foi um recurso retórico e pedagógico do enunciado para chamar</p><p>atenção ao que lhe interessa: Simon Bolívar. Portanto, o tempo que estamos lidando seria 1783 a</p><p>1830, período que ele viveu. Bolívar foi uma das principais lideranças do movimento de</p><p>independência da Venezuela, Colômbia, Equador e Bolívia. Portanto, o espaço que nos interessa</p><p>é a América do Sul. O tema, evidentemente, é a independência das colônias espanholas.</p><p>A virada do século XVIII para o XIX foi um momento em que muitas transformações econômicas,</p><p>políticas, sociais e culturais aconteciam por todos os lugares. As ideias iluministas, a revolução</p><p>industrial, a Revolução Francesa, a expansão napoleônica e as revoltas liberais e nacionalistas</p><p>causaram grande impacto no mundo todo, influenciando até mesmo os habitantes das colônias</p><p>americanas. A esses fatores se somavam as tensões sociais próprias de cada região. Estou falando</p><p>das rivalidades entre as classes sociais que compunham cada colônia. No caso das possessões</p><p>espanholas, a sociedade era dividida em chapetones (naturais da Espanha), criollos (naturais da</p><p>colônia), povos originários e escravizados. As elites coloniais iam percebendo que seus interesses</p><p>específicos nem sempre eram os mesmos das autoridades metropolitanas, o que foi alimentando</p><p>um sentimento separatista em muitos locais. Podemos inferir que existia conflito de interesses</p><p>entre metrópole e elite colonial, uma vez que esta só poderia obter a liberdade econômica caso</p><p>rompesse o pacto colonial. Por outro lado, os povos originários e os africanos escravizados</p><p>também não queriam mais a exploração colonial que era exercida tanto pelos europeus quanto</p><p>por seus descendentes naturais das colônias. Sabendo que foi nesse contexto que Bolívar nasceu,</p><p>cresceu e aderiu aos movimentos de independência, vamos avaliar cada uma das alternativas:</p><p>a) Incorreta. Na verdade, era Bolívar que defendia uma unidade latino-americana após a</p><p>consolidação das independências. Ele propunha um projeto pan-americanista, ou seja,</p><p>a união de todas as províncias e a Proclamação de uma República Confederada ou uma</p><p>única república continental.</p><p>b) Incorreta. De fato, Bolívar foi autor de muitos escritos políticos, entre eles A Carta da</p><p>Jamaica. Todavia, a democracia norte-americana não permitia ampla participação</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 11 – América Latina II – Independência</p><p>98</p><p>119</p><p>AULA 11: América Latina II – Independência</p><p>popular. Era uma democracia representativa, ou seja, sem participação direta do povo.</p><p>Este precisava eleger seus representantes que estes, sim, governariam o país.</p><p>c) Incorreta. Na verdade, a República Confederada da Grã-Colômbia reunia os territórios</p><p>da Colômbia, Venezuela, Panamá e parte do Equador. Ela existiu entre 1819 e 1831. Os</p><p>problemas que levaram ao seu fim foram os conflitos de interesses entre as diversas</p><p>elites criollas de cada região, além da pressão dos EUA e da Inglaterra para que a união</p><p>não tivesse sucesso. Esses dois países não viam com bons olhos a formação de um</p><p>grande país na América. Principalmente os norte-americanos, que seguiam a Doutrina</p><p>Monroe (“América para os americanos”). Assim como os ingleses, eles se interessavam</p><p>em manter a América Latina como um bom fornecedor de produtos primários e mercado</p><p>consumidor para os produtos industrializados.</p><p>d) Incorreta. O projeto pan-americanista não foi amplamente aceito por todas as elites</p><p>criollas. Como eu disse antes, apenas os territórios que formaram a Grã-Colômbia</p><p>aderiram ao projeto. E mesmo assim, a república confederada teve uma vida de</p><p>aproximadamente uma década devido aos conflitos de interesses entre as elites das</p><p>diferentes regiões. O criollos não eram um grupo homogêneo e se diferenciavam em</p><p>interesses e ideias políticas. Por isso, preferiam garantir a manutenção de seu poder</p><p>local. Assim, acumulavam enorme poder político, administrativo, militar e judiciário</p><p>regionalmente porque mantinham seus exércitos operando após a conclusão da</p><p>independência política. As estruturas republicas existiam, mas a influência desses</p><p>criollos, agora chamados de caudilhos, era enorme – o que lhes permitia controlar a</p><p>exploração da mão de obra local. Esse fenômeno político ficou conhecido como</p><p>caudilhismo.</p><p>e) Correta! Está de acordo com o que afirmamos nas explicações das alternativas anteriores</p><p>Gabarito: E</p><p>(UNEB 2015)</p><p>A luta contra a situação denunciada no princípio de que “nascemos todos com os mesmos direitos</p><p>fundamentais que, quando violados, nos arrancam dessa condição e nos transformam em coisas,</p><p>instrumentos descartáveis de trabalho”, pode ser identificada</p><p>01) no processo de independência do Haiti, quando a ruptura com os laços coloniais ocorreu</p><p>paralelamente à extinção do trabalho compulsório.</p><p>02) no Congresso de Viena, evento que, buscando anular a opressão estabelecida pelo império</p><p>napoleônico, reafirmou o direito de autodeterminação dos povos.</p><p>03) nas ondas revolucionárias de 1820, momento em que as concepções socialistas se</p><p>consolidaram, a partir do estabelecimento da Comuna de Paris.</p><p>04) no Plano Marshall, que, buscando arruinar o expansionismo soviético na Europa Oriental,</p><p>proibiu o trabalho compulsório nos países satélites.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 11 – América Latina II – Independência</p><p>99</p><p>119</p><p>AULA 11: América Latina II – Independência</p><p>05) na Declaração Universal dos Direitos Humanos, momento em que a ONU convocou os Estados</p><p>Unidos para intervir militarmente no processo de independência das colônias africanas, visando</p><p>ao fim da escravidão.</p><p>Comentários:</p><p>A questão aborda questões como a escravidão e a liberdade. Visto isso, a pergunta pede para</p><p>identificarmos a alternativa que melhor expressa a luta por esse direito humano. Então:</p><p>01. Está correto, porque quem fez a emancipação política da colônia do Haiti com a metrópole</p><p>francesa foi a própria população escrava. A luta dos negros (maioria na ilha) acabou com o</p><p>trabalho compulsório, diferentemente de outras ex-colônias em que a independência foi feita</p><p>pelas elites locais e que pouco modificou as estruturas sociais dos novos países. Vale ressaltar que</p><p>a Revolução no Haiti teve forte inspiração na França Revolucionária.</p><p>02. Está incorreto. O Congresso de Viena não se caracterizou por um evento que buscava anular</p><p>a opressão de Napoleão aos povos. Nem mesmo a lutar pela liberdade deles. A reunião entre as</p><p>monarquias europeias tentou restabelecer os territórios perdidos nas ex-colônias americanas.</p><p>03. Está incorreto, pois as ondas revolucionarias de 1820 não têm relação com a Comuna de Paris,</p><p>que ocorreu em 1871.</p><p>04. Está incorreto. O trabalho compulsório não era praticado pela União Soviética e o Plano</p><p>Marshall foi aplicado na Europa Ocidental e não Oriental.</p><p>05. Está incorreto. Seria contra a Declaração Universal dos Direitos Humanos os Estados Unidos</p><p>intervirem no processo de independência dos países africanos no contexto pós-2ª GM, muito</p><p>embora saibamos que os EUA desrespeitaram a própria Declaração ao longo do século XX. São</p><p>ideias conflitantes que não fazem sentido juntas e conforme o enunciado. Além disso, repare que</p><p>há uma informação incorreta sobre escravidão, pois, no século XX, a escravidão, pelo menos do</p><p>ponto de vista formal, não</p><p>era mais praticada tal como até o século XIX.</p><p>Gabarito: 01</p><p>(UEM 2017)</p><p>Sobre o processo de independência das antigas colônias europeias nas Américas, assinale</p><p>a(s) alternativa(s) correta(s).</p><p>01) A independência das colônias inglesas da América do Norte foi influenciada pelas</p><p>práticas comerciais mercantilistas, que visavam ao acúmulo de metais preciosos nos Estados</p><p>Unidos da América em vez da Inglaterra.</p><p>02) A ocupação da Espanha pelas tropas de Napoleão Bonaparte enfraqueceu o controle da</p><p>metrópole sobre as colônias americanas e favoreceu o desenvolvimento de movimentos</p><p>separatistas.</p><p>04) Na década de 1820, os Estados Unidos, já independentes da Inglaterra, formularam a</p><p>Doutrina Monroe, que declarava a “América para os americanos” e reconhecia a</p><p>independência das antigas colônias ibéricas.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 11 – América Latina II – Independência</p><p>100</p><p>119</p><p>AULA 11: América Latina II – Independência</p><p>08) O lema American first (América em primeiro lugar) foi o suporte teórico que legitimou a</p><p>luta dos moradores das treze colônias inglesas da América pela independência.</p><p>16) O primeiro movimento de independência vitorioso na América Latina ocorreu na ilha de</p><p>São Domingos, colônia francesa nas Antilhas, atual Haiti. Distintamente do que ocorreria em</p><p>outras regiões das Américas, nessa ilha a revolta assumiu a forma de rebelião de escravos.</p><p>Comentários</p><p>Essa é uma boa questão para recapitularmos as características dos movimentos de libertação</p><p>nacional das colônias espanholas, francesas e britânicas, que estudamos nas Aulas 08 e 11. De</p><p>imediato, podemos ver que o tema da questão são os movimentos de independência na América,</p><p>continente que constituiu o espaço. Portanto, estamos falando de um tempo que vai desde 1776,</p><p>ano de início da guerra de independência dos EUA, até 1898, ano em que Cuba conquistou sua</p><p>autonomia diante da Espanha. Esse período abriga aquelas revoltas e levantes que tinham o</p><p>objetivo expresso de se libertar das metrópoles, mas devemos lembrar que resistência sempre</p><p>houve em todos os territórios coloniais. Dito isto, a virada do século XVIII para o XIX foi um</p><p>momento que em que muitas transformações econômicas, políticas, sociais e culturais aconteciam</p><p>por todos os lugares, inclusive na Europa. As ideias iluministas, a revolução industrial, a Revolução</p><p>Francesa, a expansão napoleônica e as revoltas liberais e nacionalistas causaram grande impacto</p><p>no mundo todo, influenciando até mesmo os habitantes das colônias americanas. A esses fatores</p><p>se somavam as tensões sociais próprias de cada região. Estou falando das rivalidades entre as</p><p>classes sociais que compunham cada colônia. No caso das possessões espanholas, a sociedade</p><p>era dividida em chapetones (naturais da Espanha), criollos (naturais da colônia), povos originários</p><p>e escravizados. No caso da colônia portuguesa (Brasil), havia os senhores de escravos, os cativos</p><p>e uma camada de trabalhadores livres e pequenos proprietários/comerciantes, quadro semelhante</p><p>às colônias britânicas e francesas. As regras de segregação racial e de miscigenação também</p><p>variavam. Contudo, em todas elas, era nítido que uma porção bem pequena da sociedade</p><p>(grandes proprietários escravocratas, em geral brancos europeus) ficava com todo o lucro e</p><p>privilégios oriundos desse sistema, enquanto a grande massa pobre, escravizada, negra e indígena</p><p>era obrigada a viver e trabalhar em condições extremamente precária. Ao mesmo tempo, as elites</p><p>coloniais iam percebendo que seus interesses específicos nem sempre eram os mesmos das</p><p>autoridades metropolitanas, o que foi alimentando um sentimento separatista em muitos locais.</p><p>Podemos inferir que existia conflito de interesses entre metrópole e elite colonial, uma vez que</p><p>esta só poderia obter a liberdade econômica caso rompesse o pacto colonial. Por outro lado, os</p><p>povos originários e os africanos escravizados também não queriam mais a exploração colonial que</p><p>era exercida tanto pelos europeus quanto por seus descendentes naturais das colônias. Sabendo</p><p>desse contexto, vamos avaliar cada uma das alternativas:</p><p>01) Errada. O movimento de independência dos EUA foi influenciado por ideias e práticas</p><p>liberais, que eram contrárias ao mercantilismo. Além disso, a extração de metais preciosos</p><p>não fazia parte do rol de atividades econômicas na América do Norte, mas sim na América</p><p>do Sul, nas colônias espanholas e portuguesa.</p><p>02) Certa! Os acontecimentos na Europa tiveram grande influência nos desdobramentos dos</p><p>movimentos separatistas nas colônias americanas. Como disse no comentário, as ideias</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 11 – América Latina II – Independência</p><p>101</p><p>119</p><p>AULA 11: América Latina II – Independência</p><p>iluministas já circulavam entre os dois continentes, sobretudo na América Espanhola onde</p><p>havia universidades e imprensa atuante. Contudo, definidor mesmo foi a expansão</p><p>napoleônica iniciada em 1804 quando Napoleão Bonaparte foi coroado Imperador da</p><p>França. Eles pretendiam expandir os territórios franceses na Europa por meio de guerras e</p><p>da propagação das ideias liberais, mas também queria impor o monopólio francês sobre o</p><p>comércio no continente. Ao não conseguir derrotar a Inglaterra no mar, para invadi-la e</p><p>tirar da jogada seu principal rival na exportação de produtos industrializados, Napoleão</p><p>decretou o Bloqueio Continental, em 1806. Com isso, todos os países europeus estavam</p><p>proibidos de comercializar com os ingleses sob pena de serem invadidos e conquistados</p><p>pela França. Os que mais se opuseram foram Rússia e Portugal. Os franceses fracassaram</p><p>em invadir a Rússia. Por outro lado, entre 1807 e 1808, Bonaparte decidiu invadir Portugal</p><p>e conseguiu permissão da Espanha para cruzar seu território por terra para lá chegar. A</p><p>Corte portuguesa conseguiu fugir e as tropas francesas conquistaram Portugal, mas não</p><p>suas colônias. Quando voltavam para França, ao passar pelo território espanhol novamente,</p><p>os franceses derrubaram o rei da Espanha e o irmão de Napoleão assumiu seu lugar. Com</p><p>isso, o domínio colonial se enfraqueceu dando a oportunidade que os separatistas das</p><p>colônias precisavam e uma série de movimentos por independência teve início.</p><p>04) Certa! A Doutrina Monroe tinha natureza política e foi elaborada pelo Presidente James</p><p>Monroe. Ele declarava a neutralidade dos EUA em relação aos conflitos e disputas entre as</p><p>potências europeias – lembremos que este é o momento da restauração do Antigo Regime</p><p>da Europa, após a derrota de Napoleão Bonaparte. Porém, queria dizer também que os</p><p>EUA não aceitariam qualquer interferência dos europeus nos seus assuntos internos. Mais</p><p>que isso, os norte-americanos declaravam também seu apoio às independências das demais</p><p>colônias americanas e deixavam implícito que não permitiriam que os europeus</p><p>continuassem a explora-las, o que apenas eles passariam a fazer.</p><p>08) Errada. American First refere-se a uma política externa nos Estados Unidos que enfatiza o</p><p>nacionalismo americano, o nacionalismo econômico e o unilateralismo, na rejeição de</p><p>políticas internacionalistas. Na eclosão da Primeira Guerra Mundial, o presidente Woodrow</p><p>Wilson usou o lema para definir sua versão de neutralidade. Portanto, é um lema criado</p><p>muito tempo depois do movimento de independência dos EUA.</p><p>16) Certa! O movimento de independência dessa colônia se destaca entre tantas outras naquela</p><p>região, pois sofreu diretamente a influência da Revolução Francesa. Quando esta foi</p><p>deflagrada o controle colonial enfraqueceu. Na metrópole não havia a menor condição de</p><p>pensar em combater o levante dos escravos. Além disso, em 1793, com a ascensão dos</p><p>jacobinos ao poder, houve o fim oficial da escravidão nas colônias francesas. Quando a</p><p>rebelião estava em andamento, com a libertação dos escravos, a Inglaterra e Espanha –</p><p>inimigas da França – tentaram invadir São Domingos. Foi aí que L’Ouverture liderou uma</p><p>guerra contra a invasão! Em 1801, Toussaint</p><p>Louverture convocou uma Assembleia que o</p><p>nomeou governador vitalício de uma República que seria parte da França – algo como um</p><p>reino unido, mas independente. Contudo, e apesar das medidas jacobinas, os proprietários</p><p>de terra e os militares franceses mantiveram-se em luta contra os negros rebelados. Em</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 11 – América Latina II – Independência</p><p>102</p><p>119</p><p>AULA 11: América Latina II – Independência</p><p>1802, durante o Governo de Bonaparte – e com a escravidão restaurada – L’Ouverture foi</p><p>preso e levado para França, onde foi morto. É nesse momento que Dessalines assume a</p><p>liderança da Revolução Haitiana. Foi uma fase de guerra extremamente violenta. Porém, os</p><p>haitianos conseguiram expulsar os franceses e suas tropas recolonizadoras. Em 1804,</p><p>Dessalines proclamou a Independência do Haiti – nome que a Ilha recebeu naquele</p><p>momento – significa “terra alta”. Foi a primeira nação latino-americana a declarar a</p><p>Independência. Aliás, foi a primeira revolução de escravos a ser bem-sucedida, por isso,</p><p>tem um caráter profundamente popular! Por isso também inspirou medo e terror nas</p><p>mentes e corações dos proprietários de escravizados por toda a América que passaram a</p><p>se preocupar que o evento se repetisse em suas terras. Logo eles começaram a chamar de</p><p>“haitianismo” qualquer indício de comportamentos suspeitos por parte dos cativos e dos</p><p>negros em geral que lhes parecesse sinal de que uma revolta estava sendo organizada.</p><p>Gabarito: 02 +04 + 16 = 22</p><p>(UEM 2016)</p><p>No século XIX, a maioria dos países da América Latina conseguiu a independência dos</p><p>impérios coloniais europeus. Sobre esse processo, é correto afirmar que:</p><p>01) A primeira colônia a se tornar independente na América, depois das colônias inglesas, foi</p><p>o Haiti, o que se constituiu em um caso raro, já que o movimento de independência foi</p><p>conduzido por descendentes de escravos africanos.</p><p>02) Simon Bolívar (venezuelano) e José de San Martín (argentino) desempenharam</p><p>importante papel na luta pela independência das colônias espanholas sul-americanas. 04) A</p><p>Argentina teve a sua independência declarada em 1816, no congresso de Tucumã, e passou</p><p>a se chamar República das Províncias Unidas do Rio da Prata, nome posteriormente</p><p>modificado para República Argentina.</p><p>08) O Paraguai, por estar em guerra contra o Brasil, a Argentina e o Uruguai, só conseguiu a</p><p>sua independência no início do século XX, quando o general Alfredo Stroessner deu um</p><p>golpe de Estado, em 1902.</p><p>16) Na maioria dos países latino-americanos, a independência teve caráter meramente</p><p>político, pois permaneceu a antiga estrutura colonial baseada na produção agrícola para</p><p>exportação, na monocultura e na importação de produtos manufaturados.</p><p>Comentários:</p><p>A questão aborda diversos momentos dos processos de Independência da América Latina. Dessa</p><p>forma, vamos analisar cada proposição individualmente e debater os tópicos apresentados:</p><p>1. Correta. Conforme vimos na aula, o Haiti era uma colônia da França, por isso, sentiu diretamente</p><p>os efeitos da Revolução Francesa, no final do século XVIII. A população Haitiana era</p><p>majoritariamente escrava (alguns historiadores afirmam era composta de 90% de escravos e o</p><p>resto de administradores coloniais brancos).</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 11 – América Latina II – Independência</p><p>103</p><p>119</p><p>AULA 11: América Latina II – Independência</p><p>Em 1791, em meio a Revolução Francesa, iniciou-se uma rebelião de escravos sob o comando de</p><p>Toussaint Louverture e, em seguida por, Jean-Jacques Dessalines. Na metrópole não havia a</p><p>menor condição de pensar em combater a Revolução dos escravos. Além disso, em 1793, com a</p><p>ascensão dos jacobinos ao poder houve o fim da escravidão nas colônias francesas.</p><p>Quando a rebelião estava em andamento, com a libertação dos escravos, a Inglaterra e Espanha</p><p>– inimigas da França – tentaram invadir o Haiti. Foi aí que Louverture liderou uma guerra contra a</p><p>invasão.</p><p>Em 1802, durante o Governo de Bonaparte – e com a escravidão restaurada – Louverture foi preso</p><p>e levado para França, onde foi morto.</p><p>É nesse momento que Dessalines assume a liderança da Revolução Haitiana e os haitianos</p><p>conseguiram finalmente expulsar os franceses e suas tropas recolonizadoras. Em 1804, Dessalines</p><p>proclamou a Independência do Haiti – nome que a Ilha recebeu naquele momento – significa</p><p>“terra alta”. Foi a primeira nação latino-americana a declarar a Independência.</p><p>2. Correta. San Martín foi um general argentino que obteve sucesso no seu esforço para a</p><p>independência da Espanha, tendo participado ativamente dos processos de emancipação da</p><p>Argentina, do Chile e do Peru. Simon Bolívar, por sua vez, foi um militar e líder político</p><p>venezuelano que, durante seu curto tempo de vida, liderou a Bolívia, a Colômbia, Equador,</p><p>Panamá, Peru e Venezuela à independência.</p><p>4. Incorreta. O erro dessa proposição é em relação ao nome da Argentina. Apenas em 1825 que</p><p>ela passou a se chamar Províncias Unidas do Rio da Prata e não no processo de independência,</p><p>como é afirmado.</p><p>8. Os paraguaios proclamaram sua independência em 14 de maio de 1811.</p><p>16. Correta. Relembro a seguir o trecho da aula que chegamos a essa conclusão:</p><p>“No geral, os processos de independência marcaram o rompimento da América espanhola com a</p><p>Metrópole, sendo que o território ficou fragmentado em diversas repúblicas organizadas em</p><p>sistemas federativos.</p><p>A camada social que conseguiu sair por cima das lutas por independência foi a dos criollos e a</p><p>desigualdade social se manteve tal como antes das declarações de emancipação.”</p><p>Gabarito: 19</p><p>(PISM 2018)</p><p>No processo de Independência e ao longo do século XIX muitas nações latino-americanas</p><p>foram marcadas pelo fenômeno político conhecido como Caudilhismo.</p><p>Documento 1</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 11 – América Latina II – Independência</p><p>104</p><p>119</p><p>AULA 11: América Latina II – Independência</p><p>Cartaz com a imagem do argentino Juan Manuel de Rosas, considerado um dos grandes</p><p>caudilhos do século XIX. Fonte: https://goo.gl/1xWbZP</p><p>Documento 2</p><p>"Na América Latina o termo caudilho ainda continua a ser usado, como o de cacique, para</p><p>designar chefes de partido local ou de aldeia, com características demagógicas.</p><p>Presentemente, parte dos estudiosos da ciência política creem que o Caudilhismo é</p><p>particularmente significativo para a compreensão da gênese do militarismo na América</p><p>Latina."</p><p>Adaptado de BOBBIO, Norberto. Dicionário de Política, Brasília: Editora UnB, 2000.</p><p>Com base nestas informações e em seus conhecimentos, assinale a alternativa CORRETA:</p><p>a) O caudilhismo foi um fenômeno político típico dos países europeus, e que foi exportado</p><p>para o Brasil e demais países americanos.</p><p>b) Os caudilhos se opunham ao poder do Exército e da Igreja e defendiam a centralização</p><p>em oposição ao federalismo.</p><p>c) Pode-se afirmar que o caudilhismo foi um fenômeno tipicamente urbano, ligado ao</p><p>processo de expansão da industrialização.</p><p>d) Os caudilhos foram fundamentais para o estabelecimento das democracias que</p><p>caracterizaram os países americanos desde o século XIX.</p><p>e) O caudilhismo tem vinculação com as elites locais, e é um poder baseado no carisma do</p><p>líder (o caudilho), no uso da força e no apoio dos proprietários de terra.</p><p>Comentários</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 11 – América Latina II – Independência</p><p>105</p><p>119</p><p>AULA 11: América Latina II – Independência</p><p>No enunciado podemos identificar facilmente o tempo, o espaço e o tema que são abordados.</p><p>Tratam-se das consequências políticas dos movimentos de independência da América espanhola,</p><p>durante o século XIX. A virada do século XVIII para o XIX foi um momento em que muitas</p><p>transformações econômicas, políticas, sociais e culturais aconteciam por todos os lugares. As</p><p>ideias iluministas, a revolução industrial, a Revolução Francesa, a expansão napoleônica e as</p><p>revoltas liberais</p><p>e nacionalistas causaram grande impacto no mundo todo, influenciando até</p><p>mesmo os habitantes das colônias americanas. A esses fatores se somavam as tensões sociais</p><p>próprias de cada região. Estou falando das rivalidades entre as classes sociais que compunham</p><p>cada colônia. No caso das possessões espanholas, a sociedade era dividida em chapetones</p><p>(naturais da Espanha), criollos (naturais da colônia), povos originários e escravizados. As elites</p><p>coloniais iam percebendo que seus interesses específicos nem sempre eram os mesmos das</p><p>autoridades metropolitanas, o que foi alimentando um sentimento separatista em muitos locais.</p><p>Podemos inferir que existia conflito de interesses entre metrópole e elite colonial, uma vez que</p><p>esta só poderia obter a liberdade econômica caso rompesse o pacto colonial. Por outro lado, os</p><p>povos originários e os africanos escravizados também não queriam mais a exploração colonial que</p><p>era exercida tanto pelos europeus quanto por seus descendentes naturais das colônias. Assim,</p><p>houve diferentes arranjos das forças sociais e políticas em cada região, ora com mais participação</p><p>popular, ora com a liderança das elites coloniais mais marcante.</p><p>Todavia, essas elites não necessariamente concordavam entre si sobre o projeto de</p><p>sociedade que deveria ser levado adiante após a conquista da independência. Alguns, como</p><p>Simon Bolívar sonhavam com a união de todas as ex-colônias em uma República Confederada.</p><p>Porém, a elite criolla não era um grupo homogêneo e se diferenciava em interesses e ideias</p><p>políticas. Por isso, preferia garantir a manutenção de seu poder local. Dessa forma, criollos</p><p>acumulavam enorme poder local, como poder político, administrativo, militar e judiciário,</p><p>especialmente porque, mantinham seus exércitos operando após a conclusão da independência</p><p>política. As estruturas republicanas existiam, mas a influência desses criollos, agora chamados de</p><p>caudillos, era enorme – o que lhes permitia controlar a exploração da mão de obra local.</p><p>Caudilhismo é o nome que damos a esse fenômeno político, o qual gera uma situação de</p><p>descentralização do poder. Considerando esse contexto e o que foi apresentado pelos</p><p>documentos expostos no enunciado, vejamos:</p><p>a) Incorreta. Como está bem evidente, o caudilhismo é um fenômeno latino-americano,</p><p>não europeu.</p><p>b) Incorreta. Uma das bases do poder de um caudilho era sua força militar, por isso</p><p>mantinha laços estreitos com o Exército. A religião também desempenhava papel</p><p>importante na dominação cultural dos seus dependentes e subordinados. Por outro</p><p>lado, o caudilhismo era em essencial contrário a centralização do poder num governo</p><p>nacional, isso fica evidente no documento 1 do enunciado. Federalismo é um tipo de</p><p>Estado e está relacionado a autonomia das províncias, estados ou regiões que compõe</p><p>um país. Qual o poder das diversas regiões para se autogovernarem? Na prática, foi a</p><p>discussão de quanto poder cada uma delas teriam para exercer as políticas locais. Na</p><p>forma política isso é representado pelo embate entre centralização e descentralização</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 11 – América Latina II – Independência</p><p>106</p><p>119</p><p>AULA 11: América Latina II – Independência</p><p>do poder político e administrativo. Ou seja, a formação de um Estado Unitário</p><p>(centralização) ou de um Estado Federalista (descentralização). Por isso, podemos</p><p>considerar os caudilhos mais relacionáveis com esse tipo de projeto, visto sua</p><p>preferência pela autonomia local em detrimento do poder central.</p><p>c) Incorreta. O caudilhismo era um fenômeno político tanto urbano quanto rural na</p><p>América hispânica. Lembre-se a maior parte desse território era rural e dedicada à</p><p>exportação de gêneros agrícolas.</p><p>d) Incorreta. Os caudilhos do século XIX, assim como os atuais, eram muito pouco</p><p>democráticos. Como disse acima, eles preferiam fortalecer seu poder local e,</p><p>nacionalmente, aderiam a projetos federalistas e repúblicas representativas. De</p><p>preferência com voto censitário.</p><p>e) Correta! O caudilhismo é um tipo de poder personalista, ou seja, depende do contato</p><p>pessoal tanto com os subordinados para submetê-los quanto nas alianças com outros</p><p>caudilhos. Por isso, o carisma pessoal, a força de seus exércitos particulares e o apoio</p><p>dos proprietários de terra (outros caudilhos) era importante para sua dominação</p><p>funcionar.</p><p>Gabarito: E</p><p>(PUC-SP 2018)</p><p>O Haiti tornou-se independente da França em 1804, e o Brasil emancipou-se de Portugal em</p><p>1822. Comparando os dois processos de independência, é CORRETO afirmar que:</p><p>a) os dois movimentos foram inspirados por ideias iluministas e liderados pelas camadas</p><p>médias urbanas, resultando na libertação dos escravos.</p><p>b) no Haiti, os líderes do movimento foram os latifundiários criollos que mantiveram a</p><p>escravidão, enquanto, no Brasil, a independência foi proclamada pela elite escravocrata e</p><p>cafeeira.</p><p>c) no Brasil, a independência foi proclamada pelo príncipe regente apoiado pela elite</p><p>escravista e, no Haiti, uma revolta de escravos e afrodescendentes livres provocou a abolição</p><p>da escravatura.</p><p>d) foram movimentos apoiados militarmente pelos EUA e terminaram por implementar</p><p>monarquias que mantiveram a estrutura fundiária e a escravidão.</p><p>Comentários</p><p>Esta é uma boa questão para compararmos processos bem diferentes de independência colonial.</p><p>No caso do Haiti, ou a Ilha de Saint-Domingues, devemos lembrar que era uma colônia da França,</p><p>por isso, sentiu diretamente os efeitos da Revolução Francesa, no final do século XVIII. Como eu</p><p>expliquei na parte teórica, o Haiti era uma colônia produtora de café e cacau, desenvolvida em</p><p>grandes propriedades e com mão de obra escrava negra voltada para exportação. Alguns</p><p>historiadores afirmam que a população era composta de 90% de escravos e o resto de</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 11 – América Latina II – Independência</p><p>107</p><p>119</p><p>AULA 11: América Latina II – Independência</p><p>administradores coloniais brancos. Em 1791, em meio a Revolução Francesa, iniciou-se uma</p><p>rebelião de escravos sob o comando de Toussaint Louverture e, em seguida por, Jean-Jacques</p><p>Dessalines. Ou seja, no Haiti, o movimento de independência teve um caráter popular, liderado</p><p>por ex-escravos, fato que levou a abolição da escravidão na Ilha. Veja que a A, B e a D já estão</p><p>erradas.</p><p>No Brasil, por sua vez, o movimento de independência foi elitista e liderado pelo Príncipe Regente</p><p>D. Pedro I.</p><p>Gabarito: C</p><p>(PUC SP 2018)</p><p>Em 1822, a América espanhola, de independência conquistada em oposição a uma</p><p>metrópole e suas Cortes em muitos aspectos tidas por opressoras, agora plenamente</p><p>reconhecida por uma potência de primeira grandeza como eram os Estados Unidos,</p><p>ofereceria um modelo para a independência do Brasil.”</p><p>João Paulo Pimenta. A independência do Brasil e a experiência hispano-americana (1808-</p><p>1822). São Paulo: Hucitec, 2015, p. 448.</p><p>O caráter exemplar que a independência da América espanhola representou, segundo o</p><p>texto, para aqueles que lutavam pela independência do Brasil pode ser identificado, por</p><p>exemplo, na:</p><p>a) capacidade de manter a coesão territorial da antiga colônia, que acabou por gerar uma</p><p>única e poderosa nação.</p><p>b) subserviência imediata aos interesses comerciais e políticos norte-americanos, que</p><p>rapidamente se impuseram sobre toda a América.</p><p>c) disposição de defender princípios emancipacionistas e enfrentar militar e politicamente</p><p>as forças da metrópole.</p><p>d) possibilidade de estabelecer laços comerciais imediatos e lucrativos com as</p><p>antigas colônias portuguesas do litoral africano.</p><p>Comentários</p><p>A alternativa A está errada porque a afirmação de “coesão territorial” não condiz com aquilo que</p><p>expliquei sobre a característica da fragmentação da América espanhola. Basta lembrar, também,</p><p>de que dois líderes oriundos de diferentes regiões – Simón Bolivar e José de San Martín. A letra</p><p>B também está errada porque os EUA serviram como exemplo de inspiração e como influência</p><p>na</p><p>independência da América Latina.</p><p>A C é o nosso gabarito.</p><p>A D é também está errada. A luta pela independência das colônias portuguesas na África ocorreu</p><p>apenas no século XX, como a emancipação de Angola (década de 1960).</p><p>Gabarito: C</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 11 – América Latina II – Independência</p><p>108</p><p>119</p><p>AULA 11: América Latina II – Independência</p><p>(PUC RJ 2017)</p><p>Sobre a revolução de independência do Haiti, em 1804, e suas repercussões, assinale a</p><p>alternativa incorreta:</p><p>a) O movimento vitorioso em 1804 resultou na única revolta de escravos bem-sucedida da</p><p>História − até então uma inédita conquista nas Américas − e no estabelecimento de um</p><p>Estado independente no Haiti.</p><p>b) Apesar de o Haiti ser a mais importante colônia francesa da época, a França manteve-se</p><p>afastada do processo de independência, iniciado em 1791, por estar mergulhada no</p><p>movimento revolucionário em seu território com repercussões na Europa.</p><p>c) A base da economia haitiana era o açúcar, mas também eram produzidos café, algodão e</p><p>índigo; e essa estrutura econômica era sustentada pelo trabalho de escravos que</p><p>movimentavam um dos maiores mercados para o tráfico negreiro europeu.</p><p>d) O movimento, que começou como uma revolta de escravos, se converteu em uma guerra</p><p>civil – de mulatos contra brancos e de plantadores contra as autoridades metropolitanas – e</p><p>em uma guerra internacional com a participação de Espanha, Inglaterra e França.</p><p>e) Os proprietários de escravos de todo o mundo atlântico − dos Estados Unidos, do Caribe,</p><p>da América espanhola e do Brasil − sentiram-se profundamente ameaçados e amedrontados,</p><p>receosos de que o exemplo haitiano fosse seguido.</p><p>Comentários</p><p>A questão tem como tema o processo de independência do Haiti. Conforme estudamos na aula,</p><p>por se tratar de uma colônia francesa, o Haiti sentiu diretamente os efeitos da Revolução Francesa,</p><p>no final do século XVIII. A seguir, relembro o trecho da aula em que estudamos o desenrolar desse</p><p>processo:</p><p>“Era uma colônia produtora de café e cacau, desenvolvida em grandes propriedades e</p><p>com mão de obra escrava negra voltada para exportação. Alguns historiadores afirmam que a</p><p>população era composta de 90% de escravos e o resto de administradores coloniais brancos.</p><p>Em 1791, em meio a Revolução Francesa, iniciou-se uma rebelião de escravos sob o comando de</p><p>Toussaint Louverture e, em seguida por, Jean-Jacques Dessalines. Na metrópole não havia a</p><p>menor condição de pensar em combater a Revolução dos escravos. Além disso, em 1793, com a</p><p>ascensão dos jacobinos ao poder houve o fim da escravidão nas colônias francesas.</p><p>Quando a rebelião estava em andamento, com a libertação dos escravos, a Inglaterra e Espanha</p><p>– inimigas da França – tentaram invadir o Haiti. Foi aí que Louverture liderou uma guerra contra a</p><p>invasão!</p><p>Em 1801, Toussaint Louverture convocou uma Assembleia que o nomeou governador vitalício de</p><p>uma República que seria parte da França – algo como um reino unido, mas independente.</p><p>Contudo, e apesar das medidas jacobinas, os proprietários de terra e os militares franceses</p><p>mantiveram-se em luta contra os negros rebelados. Em 1802, durante o Governo de Bonaparte –</p><p>e com a escravidão restaurada – Louverture foi preso e levado para França, onde foi morto.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 11 – América Latina II – Independência</p><p>109</p><p>119</p><p>AULA 11: América Latina II – Independência</p><p>É nesse momento que Dessalines assume a liderança da Revolução Haitiana. Foi uma fase de</p><p>guerra extremamente violenta. Porém, os haitianos conseguiram expulsar os franceses e suas</p><p>tropas recolonizadoras. Em 1804, Dessalines proclamou a Independência do Haiti.”</p><p>Tendo isso em mente, vamos para as alternativas (lembrando que a questão pede a INCORRETA):</p><p>a) Correta. A emancipação do Haiti decorreu de uma rebelião de escravos, a única bem sucedida</p><p>da História até então.</p><p>b) Incorreta. A França, mesmo mergulhada no movimento revolucionário iniciado em</p><p>1789, esteve diretamente envolvida nos acontecimentos que levaram à independência do</p><p>Haiti, sua colônia antilhana mais importante na época.</p><p>c) Correta, conforme discutimos anteriormente.</p><p>d) Correta. O processo de independência do Haiti teve início com uma revolta de escravos e em</p><p>seu desenrolar acumulou uma série de conflitos e nações envolvidas.</p><p>e) Correta. Todos os proprietários de escravo no atlântico ficaram receosos com essa revolta pois</p><p>viram o poder que os escravizados tinham e viram na rebelião uma possibilidade de inspiração.</p><p>Gabarito: B</p><p>(PUC-SP 2015) 4000112784</p><p>O caudilhismo foi um fenômeno político presente em parte da América Hispânica, no</p><p>decorrer do século XIX. É possível relacioná-lo com</p><p>a) os projetos federalistas, atuantes nas lutas de formação e consolidação dos Estados</p><p>nacionais.</p><p>b) a defesa das tradições indígenas locais, contra a dominação cultural europeia e norte-</p><p>americana.</p><p>c) a proposta de unidade americana, formulada durante as lutas de independência.</p><p>d) a expansão dos interesses imperialistas norte-americanos nas áreas de colonização ibérica</p><p>do continente.</p><p>e) os anseios de democratização dos Estados nacionais, a partir da adoção de política</p><p>econômica liberal.</p><p>Comentários</p><p>Aqui temos uma questão direta e objetiva. Em seu curto enunciado podemos identificar</p><p>facilmente o tempo, o espaço e o tema que são abordados. Trata-se de consequências</p><p>políticas dos movimentos de independência da América espanhola, durante o século XIX. A</p><p>virada do século XVIII para o XIX foi um momento em que muitas transformações</p><p>econômicas, políticas, sociais e culturais aconteciam por todos os lugares. As ideias</p><p>iluministas, a revolução industrial, a Revolução Francesa, a expansão napoleônica e as</p><p>revoltas liberais e nacionalistas causaram grande impacto no mundo todo, influenciando até</p><p>mesmo os habitantes das colônias americanas. A esses fatores se somavam as tensões sociais</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 11 – América Latina II – Independência</p><p>110</p><p>119</p><p>AULA 11: América Latina II – Independência</p><p>próprias de cada região. Estou falando das rivalidades entre as classes sociais que</p><p>compunham cada colônia. No caso das possessões espanholas, a sociedade era dividida em</p><p>chapetones (naturais da Espanha), criollos (naturais da colônia), povos originários e</p><p>escravizados. As elites coloniais iam percebendo que seus interesses específicos nem sempre</p><p>eram os mesmos das autoridades metropolitanas, o que foi alimentando um sentimento</p><p>separatista em muitos locais. Podemos inferir, por um lado, que existia conflito de interesses</p><p>entre metrópole e elite colonial, uma vez que esta só poderia obter a liberdade econômica</p><p>caso rompesse o pacto colonial. Por outro lado, os povos originários e os africanos</p><p>escravizados também não queriam mais a exploração colonial que era exercida tanto pelos</p><p>europeus quanto por seus descendentes naturais das colônias. Assim, houve diferentes</p><p>arranjos das forças sociais e políticas em cada região, ora com mais participação popular, ora</p><p>com a liderança das elites coloniais mais marcante.</p><p>Todavia, essas elites não necessariamente concordavam entre si sobre o projeto de</p><p>sociedade que deveria ser levado adiante após a conquista da independência. Alguns, como</p><p>Simon Bolívar sonhavam com a união de todas as ex-colônias em uma República</p><p>Confederada. Porém, a elite criolla não era um grupo homogêneo e se diferenciava em</p><p>interesses e ideias políticas. Por isso, preferia garantir a manutenção de seu poder local.</p><p>Dessa forma, criollos acumulavam enorme poder local, como poder político, administrativo,</p><p>militar e judiciário, especialmente porque, mantinham seus exércitos operando após a</p><p>conclusão da independência política. As estruturas republicanas existiam, mas a influência</p><p>desses criollos, agora chamados de caudillos, era enorme – o que lhes permitia controlar a</p><p>exploração da mão de obra local. Caudilhismo é o</p><p>nome que damos a esse fenômeno</p><p>político, o qual gera uma situação de descentralização do poder. Com isso em mente,</p><p>vejamos com o que podemos relacionar o caudilhismo:</p><p>a) Correto! Federalismo é um sistema de organização do Estado e está relacionado à</p><p>autonomia das províncias, estados ou regiões que compõem um país. Qual o poder das</p><p>diversas regiões para se autogovernarem? Na prática, foi a discussão de quanto poder cada</p><p>uma delas teriam para exercer as políticas locais. Na forma política isso é representado pelo</p><p>embate entre centralização e descentralização do poder político e administrativo. Ou seja, a</p><p>formação de um Estado Unitário (centralização) ou de um Estado Federalista</p><p>(descentralização). Por isso, podemos considerar os caudilhos mais relacionáveis com esse</p><p>tipo de projeto, visto sua preferência pela autonomia local em detrimento do poder central.</p><p>b) Incorreto, pois era possível alguns caudilhos estivessem mais ou menos associados a</p><p>comunidades indígenas. Contudo, a maioria deles era de origem criolla, descendentes de</p><p>espanhóis e pretendiam dar continuidade a estrutura social e a imposição da cultura europeia</p><p>de forma autoritária.</p><p>c) Incorreto. Como falei no comentário, o caudilhismo foi um fenômeno político contrário à</p><p>proposta de unificação das ex-colônias, mesmo sob uma federação de repúblicas. A</p><p>preferência pelo poder local e autoritário prevaleceu, mesmo com a instalação de instituições</p><p>republicanas.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 11 – América Latina II – Independência</p><p>111</p><p>119</p><p>AULA 11: América Latina II – Independência</p><p>d) Incorreto. O desenvolvimento dos caudilhos enquanto fenômeno político estava mais</p><p>ligado aos arranjos políticos e sociais internos das colônias hispânicas do que à influência</p><p>externa.</p><p>e) Incorreto. Não havia intenção por parte dos caudilhos em democratizar o Estado nacional.</p><p>Era de seu interesse que apenas as elites tivessem acesso às instituições de poder para</p><p>facilitar sua manipulação a nível local. Além disso, a liberdade econômica tão almejada por</p><p>eles se resumia a somente seus negócios não terem mais que lidar com a burocracia</p><p>metropolitana e as taxas alfandegárias decorrentes disso. Não se trata de ampliar a liberdade</p><p>econômica de seus trabalhadores, por exemplo. Por isso, as estruturas sociais e as</p><p>desigualdades continuaram praticamente inalteradas após as independências.</p><p>Gabarito: A</p><p>(PUC SP 2010)</p><p>“A independência se fez em nome dos ideais liberais, justificando os interesses dos setores</p><p>dominantes criollos que mantiveram a direção política do processo na América Espanhola.</p><p>Caíam os monopólios reais, abriam-se as linhas de comércio, a economia devia se reger sem</p><p>a intervenção da antiga metrópole.”</p><p>PRADO, Maria Lígia. A formação das nações latino-americanas. São Paulo: Atual, 1985. p.</p><p>16.</p><p>O texto menciona os resultados mais notáveis dos processos de independência política na</p><p>América Hispânica. Sobre eles, é possível dizer que, no pós-independência,</p><p>a) o predomínio das elites urbanas ligadas ao comércio restringiu a expansão da agricultura,</p><p>provocando declínio rápido da produção rural.</p><p>b) a falta de regimes fortes nos novos Estados facilitou, sobretudo na América do Sul, a</p><p>penetração imediata de capital norte-americano.</p><p>c) o fim do trabalho escravo e a abolição de quaisquer tributos sobre comunidades</p><p>indígenas provocaram queda abrupta na extração de minérios.</p><p>d) a hegemonia política e econômica das elites comerciais e agrárias sobre os novos Estados</p><p>impediu a realização de transformações sociais profundas.</p><p>e) o interesse inglês na abertura dos mercados hispano-americanos gerou rápida unificação</p><p>política e implantação do regime monárquico.</p><p>Comentários:</p><p>A questão aborda a situação dos países da América Hispânica após o processo de independência.</p><p>Conforme estudamos, após o rompimento da América espanhola com a Metrópole, o território</p><p>ficou fragmentado em diversas repúblicas organizadas em sistemas federativos. A camada social</p><p>que conseguiu sair por cima das lutas por independência foi a dos criollos e a desigualdade social</p><p>se manteve tal como antes das declarações de emancipação.</p><p>Tendo isso em mente, sabemos que a alternativa correta é letra d)</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 11 – América Latina II – Independência</p><p>112</p><p>119</p><p>AULA 11: América Latina II – Independência</p><p>Gabarito: D</p><p>(FGV-SP 2021)</p><p>As independências das colônias da América Ibérica tiveram aspectos semelhantes e</p><p>particularidades locais.</p><p>Entre as semelhanças mais relevantes, pode-se citar</p><p>a) a ruptura política sem uma revolução comparável nas estruturas sociais do período</p><p>colonial.</p><p>b) a oposição manifesta dos libertadores aos princípios revolucionários da filosofia iluminista.</p><p>c) a ausência de participação de significativos movimentos populares nos processos</p><p>independentistas.</p><p>d) a manutenção dos laços comerciais privilegiados com a economia das antigas metrópoles.</p><p>e) a importância ideológica do projeto futuro de unificação política dos povos americanos.</p><p>Comentários</p><p>Esta questão é bem direta e objetiva. No seu breve enunciado podemos identificar facilmente o</p><p>tempo, o espaço e tema que estão sendo abordados. Trata-se do período que vai desde meados</p><p>do século XVIII até o fim do XIX, na América, quando ocorreram diversos movimentos pela</p><p>independência das colônias espanholas e portuguesa. A questão não entra muito em detalhes e</p><p>é possível identificar a alternativa correta apenas com o que aprendemos na Aula 11. Lembra-se</p><p>que na aula eu mencionei que cada região passou por um processo específico envolvendo os</p><p>arranjos sociais e políticos particulares de cada uma? No entanto, sempre devemos nos atentar</p><p>que havia também uma série de fatores internacionais que contribuíram para criar as circunstâncias</p><p>e oportunidades para que esses movimentos fossem debelados. Eles influenciavam direta ou</p><p>indiretamente todas as colônias, pois estas estavam ligadas às suas metrópoles europeias por laços</p><p>de dominação econômica, política, cultural e social. Olha de novo o quadro que mostrei na aula:</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 11 – América Latina II – Independência</p><p>113</p><p>119</p><p>AULA 11: América Latina II – Independência</p><p>Esses fatores internacionais se combinavam com outros próprios de cada contexto local. Em geral,</p><p>também havia algumas semelhanças gerais entre as colônias, sobretudo as espanholas. A</p><p>sociedade colonial era basicamente dividida em espanhóis (chapetones), criollos (brancos naturais</p><p>da colônia), povos originários (trabalhadores) e escravizados (indígenas ou africanos). Havia dois</p><p>focos de tensão social em qualquer colônia que eram: 1) o conflito de interesses entre chapetones</p><p>e criollos pelo controle das instituições e da economia; 2) o conflito de interesses entre povos</p><p>originários e escravizados, de um lado, e, de outro, a elites que exploravam seu trabalho</p><p>(chapetones e criollos). Sabendo disso, vamos avaliar as alternativas:</p><p>a) Correta! Em muitos lugares a insatisfação dos indígenas e africanos se confundia com a das</p><p>elites criollas, pois ambos encontravam nos chapetones um inimigo comum. Nesses casos,</p><p>os movimentos populares desempenhavam grande papel na luta pela independência.</p><p>Todavia, uma vez conquistada a liberdade nacional, o que se verificou de fato foi que as</p><p>estruturas sociais coloniais não foram alteradas significativamente. Após a independência,</p><p>o regime político mudou formando uma variedade de repúblicas autônomas. Porém, a</p><p>maioria da população continuou sendo pobre e trabalhando em condições precárias para</p><p>o lucro e benefício de uma elite minoritária. Os mais explorados continuaram sendo os</p><p>indígenas e africanos, enquanto os mais ricos eram majoritariamente brancos apesar de</p><p>serem minoria na população geral. A igualdade iluminista tão propagandeada se resumiu a</p><p>igualdade jurídica, isto é, todos os cidadãos eram iguais perante a lei. Contudo, para viver</p><p>bem,</p><p>trabalhar em condições dignas, participar da política institucional, para tudo isso</p><p>continuou havendo uma série de obstáculos formais, burocráticos e econômicos que</p><p>impediam a massa trabalhadora de colher os benefícios da independência.</p><p>b) Incorreta. As ideias iluministas tiveram grande respaldo nas colônias ibéricas, em quase</p><p>todas as camadas sociais. Entretanto, as elites coloniais foram os que mais aderiram a tais</p><p>ideias, sobretudo o que dizia respeito ao liberalismo, ao direito de autodeterminação dos</p><p>povos, a igualdade jurídica e a autonomia política.</p><p>c) Incorreta. Em muitos locais houve participação de movimentos populares em várias</p><p>tentativas bem e mal sucedidas de conquistar a independência. Tupac Amaru II, no Peru; o</p><p>exército de africanos que acompanhou San Martín na sua expedição contra as tropas</p><p>espanholas em Lima; a rebelião popular dos Padres Miguel Hidalgo e José Maria Morelos,</p><p>no México; entre outras.</p><p>d) Incorreta. O monopólio das antigas metrópoles foi completamente quebrado, resultando</p><p>na perda de privilégios fiscais e tributários que os produtos dessas nações fosse mantido</p><p>nas suas antigas coloniais.</p><p>e) Incorreta. Nem todos os movimentos e lideranças das independências latino americanas</p><p>desejam a união de todas as ex-colônias. Na verdade, a maioria preferiu garantir a</p><p>manutenção de seu poder local. Por exemplo, os criollos que lideraram alguns desses</p><p>movimentos acumulavam enorme poder político, administrativo, militar e judiciário,</p><p>especialmente porque mantinham seus exércitos operando após a conclusão da</p><p>independência política. Isso deu origem ao caudilhismo. Entre os poucos que defendiam</p><p>um projeto pan-americanista podemos citar Simon Bolívar, criollo venezuelano que liderou</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 11 – América Latina II – Independência</p><p>114</p><p>119</p><p>AULA 11: América Latina II – Independência</p><p>as lutas de libertação nacional na Venezuela, Colômbia, Equador e Bolívia. Ele conseguiu</p><p>materializar brevemente seu sonho por meio da criação da Grã-Colômbia, uma república</p><p>confederada composta pelos territórios do Panamá e dos países citados, com exceção da</p><p>Bolívia. Essa grande nação existiu entre 1819 e 1831.</p><p>Gabarito: A</p><p>(FGV-RJ 2017)</p><p>Sobre o México e o seu processo de emancipação política é correto afirmar:</p><p>a) Foi iniciado em 1810, com forte caráter popular, e concluído em 1821, como um</p><p>movimento de elite.</p><p>b) Foi o único movimento de independência política comandado por escravos, libertos e</p><p>mestiços.</p><p>c) Foi inspirado no princípio de unidade latino-americana defendido por Símon Bolívar.</p><p>d) Serviu de referência para os demais movimentos emancipatórios americanos pelo seu</p><p>republicanismo.</p><p>e) Foi marcado pela ausência de conflitos armados, ao contrário dos demais movimentos</p><p>americanos.</p><p>Comentários</p><p>Logo de cara já dá pra saber que o tempo é a primeira metade do século XIX, o espaço é o México</p><p>e o tema seu processo de independência. É importante lembrar algumas coisas básicas sobre esse</p><p>contexto. Entre fim do século XVIII e início do XIX, diversas transformações repercutiram tanto nas</p><p>metrópoles europeias quanto nas colônias americanas. As ideias iluministas, a revolução industrial,</p><p>a Revolução Francesa, a expansão napoleônica e as revoltas liberais e nacionalistas causaram</p><p>grande impacto no mundo todo. As colônias espanholas tinham suas próprias tensões sociais e</p><p>políticas. A sociedade era dividida em chapetones (espanhóis), criollos (brancos nascidos na</p><p>colônia), trabalhadores (povos originários) e escravizados (indígenas e africanos). Isso gerava dois</p><p>focos de tensão: 1) o conflito de interesses entre chapetones e criollos pelo controle das</p><p>instituições e da economia; 2) o conflito de interesses entre povos originários e escravizados, de</p><p>um lado, e, de outro, a elites que exploravam seu trabalho (chapetones e criollos). Entretanto, no</p><p>México temos um caso peculiar no quadro das independências das diversas colônias espanholas,</p><p>pois lá esse processo de luta foi protagonizado por movimentos populares contra as autoridades</p><p>metropolitanas (chapetones) e as elites criollas que se aliaram por teme-los. Tendo isso em mente,</p><p>vamos avaliar as alternativas:</p><p>a) Correta! Como disse, o movimento começou pela iniciativa popular liderada pelos padres</p><p>Miguel Hidalgo e José Maria Morelos. O movimento, de cunho religioso, era composto e</p><p>apoiado pela maioria da sociedade mexicana formada por indígenas, mestiços, campesinos</p><p>e povo pobre. Assim, tiveram como reinvindicação, além da emancipação política em</p><p>relação à Espanha, uma demanda social, sobretudo, relacionada à reforma agrária e ao fim</p><p>da escravidão. No entanto, a luta foi árdua. Ao longo do processo, os dois padres acabaram</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 11 – América Latina II – Independência</p><p>115</p><p>119</p><p>AULA 11: América Latina II – Independência</p><p>presos e executados, em momentos distintos. Em 1821, o Vice-Reinado da Espanha, em</p><p>aliança com setores aristocráticos de chapetones e criollos, findou, de vez, com a república</p><p>instalada pelo movimento de 1810. A ideia era recolonizar o México e instituir igualdade</p><p>entre chapetones e criollos sob a monarquia espanhola. Contudo, em 1822, o general</p><p>criollo Agostín Itúrbide deu um golpe na própria Metrópole e se autoproclamou Imperador</p><p>do México, Augostín I. Todavia, no ano seguinte, ele foi deposto por outro general,</p><p>Guadalupe Victoria, líder do movimento republicano. Assim, em 1824, foi proclamada</p><p>definitivamente a independência do México e a forma de governo foi fixada em República</p><p>Federativa.</p><p>b) Incorreta. Os movimentos liderados por escravos, libertos e mestiços eram vários, mas o</p><p>único bem sucedido a ponto de conquistar a independência e fundar um Estado</p><p>comandado por eles foi o movimento de independência do Haiti.</p><p>c) Incorreta. Os mexicanos não pretendiam fundar uma única nação continental unindo todas</p><p>as ex-colônias. Queriam a independência apenas do território do Vice-Reinado da Nova</p><p>Espanha.</p><p>d) Incorreta. Na verdade, foi a Revolução Americana e a Revolução Francesa que serviram de</p><p>exemplo para os movimentos de independência das colônias ibéricas, por seu</p><p>republicanismo.</p><p>e) Incorreta. Desde o início, a luta armada foi uma das características mais marcantes do</p><p>processo de independência do México. Começou com uma rebelião popular que tomou o</p><p>palácio do Vice-Rei. Em seguida, muitas batalhas entre as tropas libertadoras e as</p><p>metropolitanas resultaram em massacres e execuções públicas.</p><p>Gabarito: A</p><p>FGV 2015)</p><p>É a América Latina, as regiões das veias abertas. Desde o descobrimento até nossos dias,</p><p>tudo se transformou em capital estrangeiro e como tal acumula-se até hoje. A causa nacional</p><p>latino-americana é, antes de tudo, uma causa social.</p><p>(Eduardo Galeano, As veias abertas da América Latina, 1978, p. 14 e 281. Adaptado)</p><p>A partir do texto, é correto afirmar que</p><p>a) a luta na América pela ruptura do domínio espanhol manteve o poder econômico dos</p><p>crioIIos, somado ao poder político que preservou a estrutura colonial, inclusive a escravidão,</p><p>e garantiu o livre comércio aos britânicos, enquanto a maioria desapropriada, que lutou pela</p><p>terra, continuou pobre e excluída, submetida à elite, dominante internamente e dominada</p><p>externamente.</p><p>b) o processo de independência da América Latina transformou a estrutura colonial, na</p><p>medida em que a elite crioIIa aboliu a escravidão e promoveu a reforma agrária, diminuindo</p><p>as distâncias sociais, ou seja, elaborou um projeto social próprio, o que afastou os interesses</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 11 – América Latina II – Independência</p><p>116</p><p>119</p><p>AULA 11: América Latina II – Independência</p><p>britânicos, estimulou os investimentos nacionais e fez o Estado assumir sua própria</p><p>identidade latino-americana.</p><p>c) o movimento de emancipação latino-americano restringiu-se aos aspectos culturais, ou</p><p>seja, não ocorreu a descolonização, pois a estrutura colonial</p><p>permaneceu, exceção à</p><p>escravidão, obstáculo ao avanço do liberalismo, abolida pelos crioIIos para garantir o</p><p>consumo dos produtos franceses, já que o projeto político dos proprietários estava em</p><p>sintonia com os interesses externos capitalistas.</p><p>d) a ruptura latino-americana com a metrópole espanhola foi revolucionária, na medida em</p><p>que as classes dominantes locais, os crioIIos, perderam o poder que tinham na estrutura</p><p>colonial, graças à luta social dos não-proprietários que promoveram a descolonização e</p><p>implantaram um projeto político identificado com os interesses populares, como o fim da</p><p>escravidão, a reforma agrária e o voto universal.</p><p>e) o movimento de quebra dos laços coloniais ocorreu de forma violenta, no qual a maioria</p><p>não proprietária teve papel decisivo, transformando a luta em uma causa social, destruindo</p><p>a estrutura colonial e construindo um projeto político que atendeu tanto aos interesses dos</p><p>crioIIos como aos dos ingleses, isto é, fornecer produtos para o mercado externo e consumir</p><p>os produtos industrializados.</p><p>Comentários</p><p>Eduardo Galeano (1940-2015) é um escritor uruguaio cuja tese no livro As veias abertas da</p><p>América Latina está vinculada aos problemas sociais causados pelo capital internacional. Agora,</p><p>veja que as alternativas não buscam uma compreensão sobre os problemas mais</p><p>contemporâneos, mas sim aqueles de acordo com o contexto dos processos de independência</p><p>da América espanhola. No livro, Galeano faz uma abordagem desde a conquista espanhola.</p><p>Porém, você não precisa conhecer o livro, apenas tomar a frase do comando da questão como</p><p>referência e analisar as alternativas. Veja que as alternativas sugerem ou a manutenção da</p><p>estrutura colonial, ou a sua transformação (reforma agrária). Sabemos que a elite criolla que</p><p>liderou o processo emancipacionista não promoveu profundas mudanças estruturais na</p><p>sociedade, na política e na economia. Por isso, a B, a D e a E já pode ser descartada, pois</p><p>afirmam que os não-proprietários de terra conseguiram um espaço anteriormente inexistente,</p><p>fato que não confere. A C está errada porque afirma não ter havida a independência.</p><p>Nosso gabarito é mesmo a letra A.</p><p>Gabarito: A</p><p>(Unicamp 2016)</p><p>As revoluções de independência na América hispânica foram, ao mesmo tempo, um conflito</p><p>militar, um processo de mudança política e uma rebelião popular.</p><p>(Rafael Rojas, Las repúblicas de aire. Buenos Aires: Taurus, 2010, p. 11.)</p><p>São características dos processos de independência nas ex-colônias espanholas na América:</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 11 – América Latina II – Independência</p><p>117</p><p>119</p><p>AULA 11: América Latina II – Independência</p><p>a) o descontentamento com o domínio colonial e a agregação de grupos que expressavam</p><p>a heterogeneidade étnica, regional, econômica e cultural do continente.</p><p>b) o caudilhismo, sob a liderança política criolla, e o discurso revolucionário de uma nova</p><p>ordem política, que assegurou profundas transformações econômicas na América.</p><p>c) o uso dos princípios liberais de organização política republicana e a criação imediata de</p><p>exércitos nacionais que lutaram contra as forças espanholas.</p><p>d) a participação de indígenas e camponeses, determinante para a consolidação do processo</p><p>de independência em regiões como o México, e sua ausência nas ações comandadas por</p><p>Bolívar.</p><p>Comentários</p><p>Repare que o comando da questão faz referência direta a um “processo” histórico. Nesse sentido,</p><p>reforço que fatores internacionais e regionais contribuíram para a independência da América</p><p>Espanhola. O fato internacional que desencadeou os processos de independência nas Américas</p><p>espanhola e portuguesa foi a invasão Napoleônica na Península Ibérica, em 1807.</p><p>Contudo, o descontentamento dos colonos com a Metrópole já vinha se apresentando porque os</p><p>diferentes grupos instalados (criollos e povos originários) na América não se identificavam com a</p><p>dominação colonial. Lembro que os chapetones eram os representantes dos interesses da coroa.</p><p>A heterogeneidade dos movimentos de independência pode ser exemplificada com o processo</p><p>peculiar ocorrido no México em que o padre Miguel Hidalgo se uniu à indígenas e mestiços contra</p><p>o domínio dos fazendeiros abastados espanhóis.</p><p>Como essa é uma questão importante, guarde o quadrinho abaixo:</p><p>Gabarito: A</p><p>(UFSCAR 2004)</p><p>Bolívar, durante os anos de luta pela independência, deixara escritos cantos de louvor à</p><p>liberdade e prognosticava um porvir que faria da América um exemplo para o mundo. Quinze</p><p>anos depois, morria doente, desiludido e só. Poucos dias antes de sua morte, escreveu uma</p><p>carta (...) em que afirmava que nem mesmo os espanhóis desejariam reconquistar a América,</p><p>tal o caos instalado (...). Nosso destino, dizia ele, era ser governado por pequenos tiranos.</p><p>(Maria Lígia Coelho Prado, América Latina no século XIX.)</p><p>As afirmações de Bolívar</p><p>a) expressam opiniões pessoais de um líder político favorável ao estabelecimento de</p><p>governos anti-imperialistas.</p><p>b) revelam que o peso da herança do colonialismo era maior do que supunham os heróis da</p><p>independência.</p><p>c) foram negadas pela experiência histórica concreta da América Latina ao longo do século</p><p>XIX.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 11 – América Latina II – Independência</p><p>118</p><p>119</p><p>AULA 11: América Latina II – Independência</p><p>d) indicam o descontentamento da elite agrária, prejudicada pela adoção de princípios</p><p>liberais.</p><p>e) aplicam-se somente aos países do Caribe, que não conseguiram atingir estabilidade após</p><p>a independência.</p><p>Comentário</p><p>O texto fala da desilusão de Simón Bolivar com os desdobramentos internos após o processo de</p><p>independência da América Latina. Sabemos que ele tinha um ideal de ver a América Unida em</p><p>uma Confederação de Repúblicas, mas os interesses dos criollos locais, agora, caudillos, e as</p><p>disputas militares entre eles prevaleceu. Isso demonstrou o peso que a cultura colonial, seus traços</p><p>marcantes como a desigualdade, o uso abusivo da mão de obra, a concentração de terras e</p><p>riquezas eram elementos estruturais que não se alteraram. São essas observações levantadas por</p><p>Bolivar nos seus escritos do fim da vida. Por isso, não se trata de opinião pessoal anti-imperialista,</p><p>mas de análise de um líder político que viveu ativamente o processo. Como estudaremos, as</p><p>tiranias em forma de coronelismo ou caudilhismo marcaram a vida social e política da América</p><p>Latina no século XIX e XX. As ditaduras em todo o continente também demonstram isso.</p><p>Gabarito: B</p><p>6. CONSIDERAÇÕES FINAIS DAS AULA</p><p>Bem, querido e querida vestibulando chegamos ao final da nossa aula.</p><p>Não existe solução mágica. Apesar disso, existem estratégias que, se utilizadas com afinco</p><p>e dedicação, podem realizar sonhos!! Uma ótima professora, um excelente material e um acertado</p><p>planejamento individualizado, conforme sua necessidade e suas potencialidades, podem ser o</p><p>diferencial para quem vai enfrentar diferentes provas.</p><p>Lembre-se de que cada questão acertada é como um degrau até a sua sonhada aprovação.</p><p>E nessa jornada eu orientarei você, sempre!</p><p>Utilize o Fórum de Dúvidas. Eu responderei suas perguntas rapidinho! E</p><p>não se esqueça de que não existe dúvida boba. Quanto mais você pergunta, mais</p><p>conversamos e mais você sintetiza o conteúdo, certo!</p><p>Também me procure nas redes sociais. Lá tem dicas preciosas para te</p><p>ajudar na sua preparação.</p><p>Um grande abraço estratégico, Alê</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 11 – América Latina II – Independência</p><p>119</p><p>119</p><p>AULA 11: América Latina II – Independência</p><p>nenhuma outra. (...)</p><p>5- A soberania flui diretamente do povo, e ele deseja que ela resida no</p><p>Supremo Congresso Nacional Mexicano, composto por representantes das</p><p>províncias (...)</p><p>9- Os postos de governo serão ocupados apenas por americanos. (...)</p><p>12 – Como a boa lei é superior a qualquer homem, as que nosso Congresso promulgar</p><p>deverão promover constância e patriotismo, e moderar a opulência e a pobreza, de</p><p>modo que o salário do pobre se eleve, seus costumes melhorem, e a ignorância e o</p><p>roubo desapareçam.</p><p>13- Que as leis gerais se apliquem a todos (...)</p><p>15- A escravidão deverá ser eternamente proibida, assim como distinções de casta,</p><p>tornando todos iguais. Um americano deve se distinguir dos demais apenas por seus</p><p>vícios e virtudes.</p><p>17 – As propriedades de cada indivíduos devem ser protegidas (...)</p><p>Chilpancingo, 14 de setembro de 1813. 3</p><p>Adiante, em 1821, o Vice-Reinado da Espanha, em aliança com setores aristocráticos de</p><p>chapetones e criollos, findam, de vez, coma república instalada pelo movimento de 1810.</p><p>A ideia era recolonizar o México e garantir a igualdade de diretos entre chapetones e criollos, com</p><p>liberdade de comércio e implantação de uma Monarquia cujo rei seria o da Espanha. Tudo muito</p><p>fácil para Espanha, não?! Note a especificidade desse processo: aqui, a elite formada por</p><p>chapetones e criollos ainda não estava abertamente contra a Coroa, pois a preocupação maior</p><p>estava com a mobilização popular cuja paciência estourou antes que a elite fizesse qualquer ação</p><p>no sentido da independência. Ou seja, a elite não aceitava movimentos que questionassem a</p><p>hierarquia social.</p><p>3 Trecho disponível em: MILLS, Kenneth, TAYLOR (Eds). Colonial Latin America: a documentar history.</p><p>Lanham: SR Books, 2002. pp. 397-400.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 11 – América Latina II – Independência</p><p>15</p><p>119</p><p>AULA 11: América Latina II – Independência</p><p>Pois é, em 1822, o general criollo Agostín Itúrbide</p><p>(representado na figura ao lado), deu um “golpe” na própria</p><p>Metrópole e se autoproclamou Imperador do México,</p><p>Agustín I. Com isso, instalou-se no México uma Monarquia!!!</p><p>Mas, foi curta a vida da Monarquia de Itúrbide, que</p><p>foi deposto em 1823 por outro General, Guadalupe Victoria,</p><p>líder do movimento republicano.</p><p>Assim, em 1824 foi proclamada definitivamente a</p><p>Independência do México e a forma de Governo foi fixada</p><p>em República Federativa.</p><p>Nesse sentido, o país foi organizado em 19 estados</p><p>e foi estabelecida uma divisão de poder entre Executivo,</p><p>Legislativo e Judiciário. Além disso, a Igreja Católica foi</p><p>adotada como religião oficial.</p><p>O primeiro presidente eleito pós-independência foi Guadalupe Vitória.</p><p>Só para seu conhecimento, a instabilidade política continuou reinando no país entre 1846</p><p>e 1848. O México entrou em guerra contra os EUA e acabou perdendo muitos territórios. Veja o</p><p>mapa:</p><p>4</p><p>2.3 – AMÉRICA CENTRAL</p><p>Lembro você de que os maias foram os habitantes que mais povoaram a América Central</p><p>até o processo de colonização. Com a chegadas dos colonizadores, a região passou a ser</p><p>4 Adaptado de DUBY, Georges. Atlas historique mondial. Paris: Larousse, 2006. P. 243.</p><p>Fronteiras do México</p><p>na Época da</p><p>Independência</p><p>Territórios</p><p>perdidos</p><p>Atual território</p><p>do México</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 11 – América Latina II – Independência</p><p>16</p><p>119</p><p>AULA 11: América Latina II – Independência</p><p>designada como Capitania Geral da Guatemala, parte do Vice-Reinado da Nova Espanha.</p><p>Atualmente, o mapa político da</p><p>região assim está configurado.</p><p>Veja ao lado.</p><p>Historicamente, a</p><p>informação que já adiantei sobre a</p><p>composição social na América</p><p>Espanhola também vale para os</p><p>processos de independência</p><p>dessa região central, ou seja, havia</p><p>chapetones, criollo e índios,</p><p>mestiços e escravos.</p><p>Alguns eventos se</p><p>descaram no processo de luta pela</p><p>independência, como: Guatemala;</p><p>Honduras; El Salvador; Nicarágua;</p><p>Belize5. Em todos eles houve</p><p>guerras civis, lutas por liberdades</p><p>e arranjos muito específicos entre</p><p>as forças políticas, tal como no</p><p>México.</p><p>No contexto da independência do México, as províncias da América Central foram</p><p>pressionadas a se incorporarem ao México, por volta de 1822.</p><p>Porém, os territórios da América Central resistiram e, em 1823, formaram a Confederação</p><p>das Províncias Unidas da América Central que foi integrada por</p><p>Guatemala, Honduras, El Salvador, a Nicarágua e a Costa Rica. Essa União se manteve até 1838.</p><p>A Confederação possuía características elitistas, pois foi uma organização para tentar</p><p>mediar as saídas de independência a fim de que os processos não possibilitassem grandes levantes</p><p>populares.</p><p>✓ A Guatemala se tornou independente da Espanha em 15 de setembro de 1821,</p><p>momento em que foi incorporada por Agustín de Iturbide ao Império mexicano.</p><p>Em 1823, com a deposição de Iturbide no México, a Guatemala passou por um novo</p><p>processo de emancipação.</p><p>✓ Da mesma forma, em 1821, a Nicarágua proclamou-se independente da Espanha.</p><p>✓ Por sua vez, a declaração de independência de Honduras somente ocorreu em 1840</p><p>✓ De El Salvador, em 1841.</p><p>5 Independências na América Central in Artigos de apoio Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora,</p><p>2003-2019. [consult. 2019-05-09 21:03:48]. Disponível na</p><p>Internet: https://www.infopedia.pt/apoio/artigos/$independencias-na-america-central</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 11 – América Latina II – Independência</p><p>17</p><p>119</p><p>AULA 11: América Latina II – Independência</p><p>✓ Já Belize, que também fez parte da civilização maia, possui uma história a parte, pois,</p><p>além da colonização espanhola, em 1756, os ingleses invadiram a região. Assim, em 1884</p><p>Belize se declarou independente da Coroa britânica.</p><p>De todos os processos de independência da América Central, o que é mais cobrado em</p><p>provas de vestibulares é a independência do Haiti. Por isso, vamos vê-la um pouco mais de perto.</p><p>2.3.1 – Independência do Haiti</p><p>Como já sabemos, a independência não ocorreu da mesma forma em toda a América Latina,</p><p>apesar dos pontos em comum elencados no início da aula.</p><p>No caso do Haiti, ou a Ilha de Saint-Domingues, devemos lembrar que era uma colônia da</p><p>França, por isso, sentiu diretamente os efeitos da Revolução Francesa, no final do século XVIII.</p><p>Era uma colônia produtora de café e cacau, desenvolvida em grandes propriedades e com</p><p>mão de obra escrava negra voltada para exportação. Alguns historiadores afirmam que a</p><p>população era composta de 90% de escravos e o resto de administradores coloniais brancos.</p><p>Em 1791, em meio a Revolução Francesa, iniciou-se uma rebelião de escravos sob o</p><p>comando de Toussaint Louverture e, em seguida por, Jean-Jacques Dessalines. Na metrópole não</p><p>havia a menor condição de pensar em combater a Revolução dos escravos. Além disso, em 1793,</p><p>com a ascensão dos jacobinos ao poder houve o fim da escravidão nas colônias francesas.</p><p>Então, profe, foi fácil para os Haitianos!!!! #SQN!!!!!</p><p>Quando a rebelião estava em andamento, com a libertação dos escravos, a Inglaterra e</p><p>Espanha – inimigas da França – tentaram invadir o Haiti. Foi aí que Louverture liderou uma guerra</p><p>contra a invasão!</p><p>Em 1801, Toussaint Louverture convocou uma Assembleia que o nomeou governador</p><p>vitalício de uma República que seria parte da França – algo como um reino unido, mas</p><p>independente.</p><p>Contudo, e apesar das medidas jacobinas, os proprietários de terra e os militares franceses</p><p>mantiveram-se em luta contra os negros rebelados. Em 1802, durante o Governo de Bonaparte –</p><p>e com a escravidão restaurada – Louverture foi preso e levado para França, onde foi morto.</p><p>É nesse momento que Dessalines assume a liderança da Revolução Haitiana. Foi uma fase</p><p>de guerra extremamente violenta. Porém, os haitianos conseguiram expulsar os franceses e suas</p><p>tropas recolonizadoras. Em 1804, Dessalines proclamou a Independência do Haiti – nome que a</p><p>Ilha recebeu naquele</p><p>momento – significa “terra alta”. Foi a primeira nação latino-americana a</p><p>declarar a Independência. Aliás, foi a primeira revolução de escravos a ser bem-sucedida, por isso,</p><p>tem um caráter profundamente popular!</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 11 – América Latina II – Independência</p><p>18</p><p>119</p><p>AULA 11: América Latina II – Independência</p><p>Contudo, o desfecho econômico da</p><p>emancipação política foi um desastre. Durante as</p><p>guerras de independência muitos engenhos,</p><p>canaviais, plantações de café foram devastados.</p><p>Além disso, em uma sociedade escravista, o</p><p>trabalho era visto como algo deplorável da</p><p>condição humana, atividade de pessoas inferiores.</p><p>Assim, por muito tempo, os homens livres do Haiti</p><p>não trabalharam como forma de ostentar sua</p><p>condição de livres – uma liberdade social. A</p><p>economia haitiana regrediu a uma condição de</p><p>subsistência.</p><p>(2002 FUVEST) "Neste território não poderá haver escravos. A servidão foi abolida para</p><p>sempre. Todos os homens nascem, vivem e morrem livres..."; "Todo homem, qualquer que</p><p>seja sua cor, pode ser admitido em qualquer emprego". Artigos 3 e 4 da Constituição do</p><p>Haiti, assinada por Toussaint L’Ouverture, 1801.</p><p>Lendo o texto acima e associando-o ao processo de independência das Américas espanhola</p><p>e francesa, é possível concluir que:</p><p>a- como no Haiti, em todos os demais movimentos houve uma preocupação dominante com</p><p>as aspirações populares.</p><p>b- a independência do Haiti foi um caso especial nas Américas, pois foi liderada por negros</p><p>e mulatos.</p><p>c- na mesma década da independência do Haiti, as demais colônias do Caribe alcançaram a</p><p>libertação.</p><p>d- o movimento de independência do Haiti foi inspirado pelo modelo dos Estados Unidos.</p><p>e- a independência do Haiti foi concedida por Napoleão Bonaparte, com base nos princípios</p><p>liberais.</p><p>Comentário</p><p>A independência do Haiti foi influenciada pela Revolução Francesa. Durante a revolução, os</p><p>jacobinos aboliram a escravidão, alguns anos depois restaurada pela alta burguesia, como</p><p>estudamos em aula anterior. A Independência do Haiti é considerada um movimento singular</p><p>no processo de independência da América Latina, pois além de ser liderada por ex-escravos</p><p>extinguiu a escravidão e procurou implantar a igualdade social.</p><p>Batalha de São Domingos, 1845. January</p><p>Suchodolski.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 11 – América Latina II – Independência</p><p>19</p><p>119</p><p>AULA 11: América Latina II – Independência</p><p>2.4 – AMÉRICA DO SUL</p><p>Na América do Sul, as lutas pela Independência tiveram dois locais, dois projetos e dois</p><p>líderes estratégicos:</p><p>José de San Martín entendia que uma das estratégias para libertar a América do Sul dos</p><p>espanhóis seria vencer as forças militares monárquicas concentradas no Peru. Lembre-se de que a</p><p>colonização do Peru foi importante para o acúmulo de metais preciosos pela Cora espanhola, por</p><p>isso, no Vice-Reinado do Peru havia uma forte presença espanhola.</p><p>Simon Bolivar -</p><p>Venezuela (1783-1830)</p><p>Jose San Martin -</p><p>Argentina (1778-1850)</p><p>Nasceu na capitânia da</p><p>Venezuela. Era criollo</p><p>Liderou exércitos do norte</p><p>da América do Sul.</p><p>É considerado libertador da</p><p>Venezuela, Colômbia, Equador e</p><p>Bolívia.</p><p>Defendeu um Projeto</p><p>Panamericanista, ou seja, a união</p><p>de todas as províncias e a</p><p>Proclamação de uma República</p><p>Confederada ou uma ÚNICA</p><p>república continental.</p><p>Nasceu na província de</p><p>Corrientes. Era criollo.</p><p>Liderou o exército</p><p>popular na América do Sul.</p><p>É considerado o</p><p>libertador da Argentina, Chile e</p><p>Peru.</p><p>Defendeu que as</p><p>províncias deveriam se tornar</p><p>independentes com forma de</p><p>governo Monárquico – e com</p><p>príncipes europeus.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 11 – América Latina II – Independência</p><p>20</p><p>119</p><p>AULA 11: América Latina II – Independência</p><p>Em 1817, o exército de San Martín, formado por escravos negros de oriundos da Argentina,</p><p>derrotou as tropas monárquicas na Batalha de Chacabuco. Sobre a presença de escravos nas</p><p>fileiras militares de San Martín, interessante frisar que a promessa do libertador era de que ao final</p><p>da luta de libertação os negros seriam alforriados. Em seguida, em 1820, San Martín seguiu para</p><p>Lima, no Peru. Em 1821 foi proclamada a independência do Peru e os espanhóis começaram a ser</p><p>expulsos da região.</p><p>Ainda sobre a história do Peru, a elite peruana temia que os indígenas retomassem um</p><p>processo insurrecional como o do século XVIII, com a liderança do quéchua Juan Atahualpa o qual</p><p>objetivou reconstruir o Império Inca, entre 1742 e 1756. Já estudamos esse processo. A elite criolla</p><p>também temia que a luta de independência reacendesse uma outra insurreição popular, a rebelião</p><p>liderada por José Gabriel Condorcanqui, ou Túpac Amaru II, em 1780. Como essa nós ainda não</p><p>vimos, veja o box abaixo.</p><p>A insurreição dos Túpac Amaru, em 1780</p><p>A resistência indígena já foi tema de nossas aulas e, de fato, ela marcou a ocupação</p><p>espanhola. José Gabriel Condorcanqui Noguera era um curaca, um tipo de cacique, que</p><p>comandava uma das aldeias (ayllu) no Peru. Ele dizia ser descendente direto de Túpac Amaru, líder</p><p>da resistência Inca do século XVI. Por isso, a designação Túpac Amaru II.</p><p>Condorcanqui estudou em escolas religiosas e na Universidade de São Marcos, em Lima.</p><p>No meio universitário ele foi influenciado pelas ideias iluministas.</p><p>Dessa maneira, começou a levantar bandeiras liberais contra a Metrópole, tais como fim</p><p>das pesadas tributações. Conseguiu, com isso, obter simpatia de alguns criollos.</p><p>A atuação de Túpac Amaru II desencadeou um movimento cujo marco foi o enforcamento</p><p>de um chapetone. Em seguida, os camponeses começaram – de forma inédita – a invadir as</p><p>propriedades e a destruir tudo o que representasse símbolo da dominação espanhola. Na prática,</p><p>a rebelião defendia a volta do império Inca – ou o fim da dominação espanhola.</p><p>Ocorreu que o movimento foi duramente reprimido e Túpac Amaru II foi executado com</p><p>violência ímpar: teve os pés e mãos amarrados em quatro cavalos para que seus membros fossem</p><p>destroçados. Porém, o vigor físico dessa liderança resistiu e, então, ele foi esquartejado e os</p><p>pedaços do corpo foram enviados a diversas regiões do Peru para que servisse de exemplo.</p><p>Apesar do movimento ter durando mais 2 anos, após a morte da grande liderança, o saldo</p><p>de perdas para a população miserável, formada majoritariamente por índios, foi marcado pela</p><p>proibição de qualquer tipo de manifestação alusiva às tradições incas. Até mesmo nomes de</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 11 – América Latina II – Independência</p><p>21</p><p>119</p><p>AULA 11: América Latina II – Independência</p><p>origem incas foram proibidos. No geral, na assim considerada maior insurreição colonial da</p><p>américa, 80 mil rebeldes foram mortos, quase todos índios.</p><p>Símon Bolivar, por sua vez, ficou conhecido com o “Libertador” e representou os ideais</p><p>mais próximos da elite criolla que almejava se separar da Metrópole.</p><p>6</p><p>200 ANOS DA FORMAÇÃO DA GRÃ-COLÔMBIA</p><p>Criada em 17 de dezembro de 1819, por Simon Bolívar, a República Confederada reunia os</p><p>territórios da Colômbia, Venezuela, Panamá e parte do Equador e existiu até 1831.</p><p>6 Adaptado de MELLO, Leonel Itaussu. Construindo consciência: História. São Paulo: Editora Scipione,</p><p>2006, p. 88.</p><p>Observe no mapa ao</p><p>lado a rota seguida por</p><p>Bolívar e San Martin. O</p><p>círculo roxo aponta para</p><p>Guayaquil, região</p><p>pertencente ao atual</p><p>Equador. Nesse local os</p><p>dois líderes se</p><p>encontraram, em 1822.</p><p>Esse momento marca o</p><p>início do desfecho das</p><p>Guerras de</p><p>Independência. Contudo,</p><p>San Martin não quis se</p><p>opor a Bolívar e seu</p><p>projeto pan-americanista.</p><p>Por isso, voltou à</p><p>Argentina, enquanto o</p><p>líder venezuelano foi para</p><p>Bolívia. Lá completou a</p><p>libertação da América,</p><p>em 1824 na Batalha de</p><p>Ayacucho, quando</p><p>libertou definitivamente o</p><p>Peru.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares</p><p>– Aula 11 – América Latina II – Independência</p><p>22</p><p>119</p><p>AULA 11: América Latina II – Independência</p><p>O sonho de Bolívar era que as demais regiões o acompanhassem e se incorporassem à</p><p>jovem República até alcançar a República Continental formada por todas as regiões.</p><p>Esse projeto acabou por constituir a concepção política latino-americana de bolivarianismo</p><p>ou bolivarismo. Essas ideias ficaram sistematizadas na Carta da Jamaica, de 1815. Leia um</p><p>trechinho e se atente aos argumentos bolivarianos:</p><p>“É uma ideia grandiosa pretender formar de todo o Novo Mundo uma única nação com</p><p>um único vínculo que ligue as partes entre si e com o todo. Já que tem uma só origem,</p><p>uma só língua, mesmos costumes e uma só religião, deveria, por conseguinte, ter um</p><p>só governo que confederasse os diferentes Estados que haverão de se formar; mas tal</p><p>não é possível, porque climas remotos, situações diversas, interesses opostos e</p><p>caracteres dessemelhantes dividem a América.”</p><p>Contudo, essa visão bolivariana de que havia uma identidade “nacional” e étnica que</p><p>justificava a formação de uma única república com um único governo é, hoje em dia, contestada</p><p>por alguns historiadores. Veja o que diz John Lynch</p><p>Ao mesmo tempo em que começavam a recusar a nacionalidade espanhola, os</p><p>americanos também estavam conscientes das diferenças entre si próprios, pois mesmo</p><p>no Estado pré-nacional as várias colônias rivalizavam-se entre si nos recursos e</p><p>pretensões. A América era um continente vasto demais e um conceito vago demais para</p><p>atrair lealdade individual. Seus habitantes eram antes de tudo mexicanos, venezuelanos,</p><p>peruanos, chilenos, e encontravam seu lar nacional em seu próprio país, e não na</p><p>América. Esses países se definiam por sua história, por fronteiras administrativas, por</p><p>ambiente físico, que os distinguiam não apenas da Espanha, mas também entre si; eram</p><p>as pátrias de sociedade, cada uma delas única, e de economias, todas elas com</p><p>interesses diferentes. (idem, p. 62)</p><p>Além desses fatores podemos enumerar outros pelos quais o projeto da Grã-Colômbia</p><p>fracassou:</p><p>➢ Muitas divergências entre as elites locais e formação do caudilhismo.</p><p>Como falamos, a elite criolla não era um grupo homogêneo e se diferenciava em interesses e</p><p>ideias políticas. Por isso, preferia garantir a manutenção de seu poder local. Assim criollos</p><p>acumulavam enorme poder local, como poder político, administrativo, militar e judiciário,</p><p>especialmente porque, mantinham seus exércitos operando após a conclusão da independência</p><p>política. Assim, essa é a origem do seu poder: militar e econômico!</p><p>As estruturas republicanas existiam, mas a influência desses criollos, agora chamados de</p><p>caudillos, era enorme – o que lhes permitia controlar a exploração da mão de obra local. Esse</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 11 – América Latina II – Independência</p><p>23</p><p>119</p><p>AULA 11: América Latina II – Independência</p><p>fenômeno político conhecido como CAUDILHISMO caracteriza a cultura política na América</p><p>Latina. Por sinal, esse fenômeno somando à extrema desigualdade social daquele contexto diz</p><p>muito sobre a América Latina de hoje.</p><p>➢ Oposição dos Estados Unidos e da Inglaterra</p><p>Esses dois países não viam com bons olhos a formação de uma grande país na América,</p><p>sobretudo, os EUA que queriam uma “américa para os americanos”. Estes países se interessavam</p><p>em manter a América Latina como um bom fornecedor de produtos primários e mercado</p><p>consumidor para os produtos industrializados.</p><p>(FUVEST 1989)</p><p>O caudilhismo como fenômeno característico das sociedades latino-americanas</p><p>após a independência foi a expressão</p><p>a) das mudanças radicais pelas quais a estrutura fundiária e a economia dessa região</p><p>passaram com a independência.</p><p>b) do aumento da importância política das camadas médias urbanas com a industrialização.</p><p>c) do surgimento de um proletariado politicamente forte, decorrente do desenvolvimento</p><p>industrial.</p><p>d) da aliança da burguesia nacional emergente politicamente com os interesses do</p><p>capitalismo internacional.</p><p>e) da manutenção da estrutura fundiária concentrada e de uma economia voltada para o</p><p>exterior.</p><p>Comentário</p><p>Aluno, o caudilhismo, como fenômeno político pode ser identificado como uma forma de</p><p>governo personalista, na qual o líder é paternalista e ao mesmo tempo violento. Concentra</p><p>poderes econômico, político e militar. Segundo alguns historiadores é um embrião do</p><p>“ditador hipano-americano”. A questão do nacionalismo vem depois, ao final do século XIX</p><p>e começo do XX. Para que ele se consolidar foi necessário a manutenção da estrutura</p><p>fundiária concentrada e desigual.</p><p>Gabarito: E</p><p>2.5 – À GUISA DE UMA CONCLUSÃO</p><p>No geral, os processos de independência marcaram o rompimento da América espanhola</p><p>com a Metrópole, sendo que o território ficou fragmentado em diversas repúblicas organizadas</p><p>em sistemas federativos.</p><p>A camada social que conseguiu sair por cima das lutas por independência foi a dos criollos</p><p>e a desigualdade social se manteve tal como antes das declarações de emancipação.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 11 – América Latina II – Independência</p><p>24</p><p>119</p><p>AULA 11: América Latina II – Independência</p><p>• as colônias espanholas se fragmentaram em vários países após a Conferência do Panamá.</p><p>• A elite criolla passou a governar os Estados soberanos emancipados.</p><p>• A economia continuou a se basear na exportação de matérias-primas e ser dependente</p><p>da produção industrializada das nações europeias.</p><p>• a estrutura social colonial em que brancos eram a elite e índios e mestiços eram</p><p>considerados inferiores se perpetuou.</p><p>(FUVEST 2007)</p><p>Nas reivindicações dos movimentos políticos que levaram à independência dos países da</p><p>América Espanhola, encontram-se alguns traços comuns. Entre eles, a</p><p>a) proposta de igualdade social e étnica.</p><p>b) proposição de aliança com a França revolucionária.</p><p>c) defesa da liberdade de comércio.</p><p>d) adoção do voto universal masculino.</p><p>e) decisão de separar o Estado da Igreja.</p><p>Comentário</p><p>Vimos que o movimento de independência da América Latina foi fragmentado, de modo que</p><p>os elementos locais foram decisivos para o modo e a forma como se desdobrou cada caso.</p><p>Apesar disso, há traços comuns entre eles. Essa é uma das muitas formas de abordar o</p><p>processo. Vamos analisar cada item:</p><p>a- igualdade social e étnica não era um traço comum, até mesmo porque é complicado falar</p><p>em igualdade étnica, né, já que não há como homogeneizar a cultura sem destruir algumas</p><p>delas.</p><p>b- A França não incentivou, especialmente após 1815, com a instalação do Congresso de</p><p>Viena e seu ideal de restauração e recolonização.</p><p>c- Item correto. Todos os movimentos queriam quebrar o exclusivo metropolitano e</p><p>conquistar a liberdade econômica.</p><p>d- Voto universal, como vimos, independe de renda. Contudo, em vários locais houve a</p><p>manutenção do critério censitário para a participação política.</p><p>e- Olha, isso parece uma pauta liberal, como ocorreu na França, mas, na América Latina,</p><p>devido à ampla relação política de diversos setores da igreja, muitos deles, inclusive se</p><p>envolveram nos processos. De qualquer maneira, não foi uma questão comum a todos os</p><p>casos.</p><p>Gabarito: C</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 11 – América Latina II – Independência</p><p>25</p><p>119</p><p>AULA 11: América Latina II – Independência</p><p>Diante desses processos históricos, querido aluno/aluna, chegamos ao final da primeira</p><p>parte da aula sobre Independência da América da América Latina, como foco nas colônias</p><p>espanholas. Na próxima parte da aula estudaremos a Independência do Brasil.</p><p>Agora, faça seu controle de temporalidade e complete sua linha do tempo. Faça os</p><p>exercícios da aula e, já sabe: estou no Fórum de Dúvidas, ok!</p><p>Um abraço apertado e um suspiro dobrado de amor sem fim,</p><p>Alê</p><p>3. LISTA DE QUESTÕES</p><p>(Enem PPL 2009)</p><p>A liderança política do processo</p><p>de independência das colônias foi decisiva para os rumos</p><p>que as novas nações tomaram, pois as elites evitaram que as reivindicações mais radicais</p><p>fossem atendidas, marginalizando, assim, política e socialmente, a maioria. A ruptura dos</p><p>laços coloniais não significou o surgimento de uma sociedade democrática e autônoma.</p><p>A respeito da formação do Estado Nacional na América Latina, é correto associar ao texto</p><p>acima</p><p>a) o governo de D. Pedro I no Brasil, que provocou adesões daqueles que queriam mais</p><p>garantias constitucionais, o que conferiu ao imperador reconhecimento e apoio da elite</p><p>latifundiária.</p><p>b) a unidade administrativa do império português, por haver características comuns entre as</p><p>regiões colonizadas e homogeneidade na ocupação.</p><p>c) a falta de líderes para os movimentos nacionalistas contra o domínio português, em</p><p>oposição à América Espanhola.</p><p>d) os partidos políticos que se formaram no final do século XVIII e assumiram os controles</p><p>político e administrativo dos Estados se ergueram contra os grandes proprietários de terra e</p><p>rebanhos.</p><p>e) o ordenamento jurídico-político e as diretrizes econômicas no início do século XIX</p><p>beneficiaram os segmentos sociais não proprietários, devido ao incremento na produção</p><p>manufatureira.</p><p>(UDESC 2013)</p><p>Analise as proposições em relação à Independência dos países latino-americanos, e assinale</p><p>(V) para verdadeira e (F) para falsa.</p><p>( ) As guerras da independência dos países da América, de colonização espanhola,</p><p>ocorreram principalmente na primeira metade do século XIX e estão vinculadas à ocupação</p><p>da Espanha pelo exército francês de Napoleão Bonaparte.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 11 – América Latina II – Independência</p><p>26</p><p>119</p><p>AULA 11: América Latina II – Independência</p><p>( ) Ao se tornarem independentes de suas metrópoles, na primeira metade do século XIX,</p><p>a maioria dos novos países latino-americanos também proclamaram a libertação dos escravos</p><p>e o fim da escravidão.</p><p>( ) Muitos países latino-americanos independentes tinham uma população majoritariamente</p><p>descendente de grupos indígenas. Um exemplo é o México que em 1821, ano da</p><p>independência, tinha 40% da população indígena, 40% da população mestiça e 20% da</p><p>população europeia ou de seus descendentes.</p><p>( ) Um dos países mais pobres da América Central, na atualidade, é o Haiti, que teve sua</p><p>capital, Porto Príncipe, arrasada por um terremoto em 12 de janeiro de 2010. Este país foi</p><p>colônia francesa e sua economia era baseada em grandes propriedades para a exportação</p><p>com a utilização do trabalho escravo. Foi o último país da América Latina a se tornar</p><p>independente e a abolir a escravidão.</p><p>Assinale a alternativa que contém a sequência correta, de cima para baixo.</p><p>a) F – F – V – F</p><p>b) V – F – V – F</p><p>c) V – F – F – V</p><p>d) V – F – V – V</p><p>e) F – V – F – F</p><p>(UFRR 2018)</p><p>É correto afirmar sobre o Bolivarismo e a Doutrina Monroe:</p><p>A) Defenderam, no início do século XX, a ideia de que a América deveria ser liderada pelos</p><p>Estados Unidos.</p><p>B) Ambas as políticas lutavam contra a influência crescente dos países europeus sobre a Ásia</p><p>e a África, conhecida como imperialismo.</p><p>C) A Doutrina Monroe surge no século XIX e pregava o lema ―América para os americanos,</p><p>apoiando as independências no continente. Já o Bolivarismo é a política socialista</p><p>desenvolvida pelo presidente Hugo Chaves e seguida por seu sucessor, Maduro, no início</p><p>do século XXI.</p><p>D) São políticas que geraram grande oposição durante a guerra fria, sendo que a primeira</p><p>marcava uma postura socialista e a segunda uma postura capitalista.</p><p>E) São políticas desenvolvidas no século XIX pelos jovens países americanos que pretendiam,</p><p>respectivamente, promover integração entre os países sul-americanos e defender a</p><p>autonomia da América, com menor ingerência europeia sobre o continente.</p><p>(Uel 2011)</p><p>Sobre a crise colonial e os movimentos pelas independências dos territórios americanos</p><p>colonizados pelos espanhóis e portugueses, é correto afirmar:</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 11 – América Latina II – Independência</p><p>27</p><p>119</p><p>AULA 11: América Latina II – Independência</p><p>a) No caso da América hispânica, o movimento revolucionário que culminou com as</p><p>independências latino-americanas constituiu-se num empreendimento político levado a cabo</p><p>pela coroa espanhola e também pelos camponeses e índios.</p><p>b) A relação com as respectivas metrópoles desagradava a elite crioula cafeeira, pois esta</p><p>consolidava o fortalecimento do comércio com outras nações interessadas neste produto;</p><p>assim, o vigor econômico destas relações comerciais interferiu nas taxações impostas pela</p><p>metrópole.</p><p>c) A colônia de Portugal, denominada Brasil, referendou seu processo de independência</p><p>adotando o Regime Republicano. A partir desse marco, a Princesa Isabel assinou a lei que</p><p>libertou os escravos, permitindo que a sociedade se constituísse a partir dos princípios</p><p>liberais.</p><p>d) Os movimentos emancipacionistas das colônias espanholas e da portuguesa refletiram na</p><p>política mundial, inaugurando uma etapa de livre comércio com as demais nações, o que</p><p>dinamizou a economia hispano e luso-americana.</p><p>e) No início do século XIX, a Espanha vivenciava um processo de decadência interna. Essa</p><p>debilidade e seus reflexos, tanto na metrópole quanto nas colônias, contribuíram para que</p><p>os movimentos independentistas ocorressem.</p><p>(UEL – 2010)</p><p>Sobre a América Latina Colonial, considere as afirmativas:</p><p>I. A organização do trabalho colonial na América Espanhola baseou-se na exploração da</p><p>mão de obra indígena, em formas variadas de servidão (como a encomienda e a mita), e no</p><p>uso, em algumas regiões, do trabalho escravo africano.</p><p>II. Na organização social das colônias espanholas na América, os brancos nascidos na</p><p>América constituíram os criollos, grupo que concentrou a propriedade de terra e que tinha</p><p>acesso restrito às mais altas funções dirigentes nos sistemas administrativo, judiciário e</p><p>militar, privativos dos brancos nascidos na Espanha.</p><p>III. No processo de independência das colônias espanholas na América, prevaleceu a</p><p>proposta de Simon Bolívar (Bolivarismo), na qual os interesses particulares das novas nações</p><p>eram mais importantes que uma unificação artificial baseada no passado comum da</p><p>colonização ibérica.</p><p>IV. Na colônia francesa do Haiti, a aliança entre os escravos e a elite branca local, a favor da</p><p>independência, foi vitoriosa contra o Estado francês, o que permitiu a dominação da minoria</p><p>branca na ilha, depois da emancipação política.</p><p>Assinale a alternativa correta.</p><p>a) Somente as afirmativas I e II são corretas.</p><p>b) Somente as afirmativas II e IV são corretas.</p><p>c) Somente as afirmativas III e IV são corretas.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 11 – América Latina II – Independência</p><p>28</p><p>119</p><p>AULA 11: América Latina II – Independência</p><p>d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas.</p><p>e) Somente as afirmativas I, III e IV são corretas.</p><p>(UEL – 2008)</p><p>A emancipação das colônias hispano-americanas, liderada pelos grandes senhores de terras</p><p>e pela burguesia criolla, encontrou apoio nos setores médios e populares, os quais, em</p><p>alguns momentos, chegaram a ameaçar a estrutura de dominação de classe imposta pelo</p><p>regime colonial. Entretanto, com exceção dos Estados Unidos, que implantaram um regime</p><p>liberal burguês, no restante da América a independência revelou-se um fato político.</p><p>Realizada a autonomia, rompidos os vínculos com as metrópoles, as classes dominantes das</p><p>antigas colônias tomaram o poder e constituíram Estados Nacionais que mantiveram afastada</p><p>das decisões políticas a massa da população trabalhadora (majoritariamente indígena,</p><p>camponesa ou não). A estrutura colonial não sofreu qualquer alteração de peso. A Inglaterra</p><p>abriu mais ainda a sua porta no continente, assegurando-se de mercados consumidores e de</p><p>matérias-primas; a propriedade territorial continuou nas</p><p>mesmas mãos, a despeito de</p><p>algumas tentativas de líderes liberais das Guerras de Independência; a população camponesa</p><p>permaneceu sob a exploração e o domínio dos seus antigos senhores.</p><p>(AQUINO, R. S. L. de; LEMOS, N. J. F.; LOPES, O. G. P. C. História</p><p>das sociedades americanas. Rio de Janeiro: Record, 2000. p.165-166.)</p><p>De acordo com o texto, é correto afirmar:</p><p>a) A América hispânica estava vivenciando, já há algum tempo, um maior grau de liberdade</p><p>comercial em função da crise econômica metropolitana, bem como a crise política</p><p>desencadeada pelo domínio francês, entre os anos de 1808 a 1813.</p><p>b) O fenômeno da emancipação política na Nova Espanha foi peculiar na América. A</p><p>Revolução Mexicana foi o movimento mais representativo do descontentamento da parcela</p><p>camponesa da população contra o autoritarismo e dominação da Espanha, culminando na</p><p>emancipação do território do México.</p><p>c) Em toda a América hispânica e também na portuguesa, o processo de lutas pela</p><p>emancipação dos diversos espaços geográficos que futuramente se constituiram em espaços</p><p>nacionais, foi conduzido pela Igreja, que lucraria com as emancipações, agregando mais</p><p>terras ao seu já rico patrimônio.</p><p>d) A participação dos Estados Unidos nos processos de independência das Américas foi de</p><p>crucial importância para a adoção do Regime Republicano pelos espaços recém-</p><p>independentes.</p><p>e) Após sua independência, a América portuguesa rompeu os laços com a metrópole –</p><p>Portugal – e aliou-se às forças de Napoleão Bonaparte, adotando para esse espaço recém-</p><p>independente os princípios da Revolução Francesa.</p><p>(UEL – 2007)</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 11 – América Latina II – Independência</p><p>29</p><p>119</p><p>AULA 11: América Latina II – Independência</p><p>Jean Jaques Dessalines, um dos líderes da revolução do Haiti, declara: “Salvei a minha pátria.</p><p>Vinguei a América... Nunca mais um colono europeu porá o pé neste território com o título</p><p>de amo ou de proprietário.”</p><p>Fonte: DOZER, D. M. América Latina: uma perspectiva histórica.</p><p>Tradução de Leonel Zallandro. Porto Alegre; Editora Globo; São</p><p>Paulo; Edusp, 1996. P.191, 192.</p><p>Baseado nesta declaração e nos conhecimentos sobre o tema, é correto afirmar que:</p><p>a) Após a independência, as rebeliões feitas pela população negra e mulata contra a</p><p>exploração colonialista e os exércitos franceses deixaram de fazer parte do cotidiano da</p><p>população haitiana.</p><p>b) Dessalines, como líder revolucionário, conseguiu promover a unidade territorial do Haiti,</p><p>unindo a metade oriental da ilha com a parte ocidental, que continuava escravista.</p><p>c) A emancipação do Haiti deu-se em função das contradições sociais existentes nessa</p><p>colônia e configurou-se num movimento de caráter político, econômico e social, visando</p><p>estabelecer uma nova ordem sobre bases democráticas.</p><p>d) O Haiti emancipado foi dirigido por governantes democráticos, cujos princípios</p><p>assemelhavam-se aos da Revolução Francesa, como liberdade, igualdade e fraternidade.</p><p>e) Os negros e mulatos, mesmo sendo a maioria, não tiveram força suficiente para</p><p>promover a emancipação em função da superioridade estratégica e armamentícia do</p><p>exército francês.</p><p>(VUNESP 2017)</p><p>No movimento de Independência atuam duas tendências opostas: uma, de origem europeia,</p><p>liberal e utópica, que concebe a América espanhola como um todo unitário, assembleia de</p><p>nações livres; outra, tradicional, que rompe laços com a Metrópole somente para acelerar o</p><p>processo de dispersão do Império.</p><p>(Octavio Paz. O labirinto da solidão, 1999. Adaptado.)</p><p>O texto refere-se às concepções em disputa no processo de Independência da América</p><p>Latina. Tendo em vista a situação política das nações latino-americanas no século XIX, é</p><p>correto concluir que</p><p>a) os Estados independentes substituíram as rivalidades pela mútua cooperação.</p><p>b) os países libertos formaram regimes constitucionais estáveis.</p><p>c) as antigas metrópoles ibéricas continuavam governando os territórios americanos.</p><p>d) o conteúdo filosófico das independências sobrepôs-se aos interesses oligárquicos.</p><p>e) as classes dirigentes nativas foram herdeiras da antiga ordem colonial.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 11 – América Latina II – Independência</p><p>30</p><p>119</p><p>AULA 11: América Latina II – Independência</p><p>(VUNESP 2015)</p><p>Era o fim. O general Simón José Antonio de La Santísima Trinidad Bolívar y Palacios ia</p><p>embora para sempre. Tinha arrebatado ao domínio espanhol um império cinco vezes mais</p><p>vasto que as Europas, tinha comandado vinte anos de guerras para mantê-lo livre e unido, e</p><p>o tinha governado com pulso firme até a semana anterior, mas na hora da partida não levava</p><p>sequer o consolo de acreditarem nele. O único que teve bastante lucidez para saber que na</p><p>realidade ia embora, e para onde ia, foi o diplomata inglês, que escreveu num relatório oficial</p><p>a seu governo: “O tempo que lhe resta mal dá para chegar ao túmulo.”</p><p>MÁRQUEZ, Gabriel García. O general em seu labirinto, 1989.</p><p>O perfil de Simón Bolívar, apresentado no texto, acentua alguns de seus principais feitos,</p><p>mas deve ser relativizado, uma vez que Bolívar</p><p>a) foi um importante líder político, mas jamais desempenhou atividades militares no processo</p><p>de independência da América Hispânica.</p><p>b) obteve sucesso na luta contra a presença britânica e norte-americana na América</p><p>Hispânica, mas jamais conseguiu derrotar os colonizadores espanhóis.</p><p>c) defendeu a total unidade das Américas, mas jamais obteve sucesso como comandante</p><p>militar nas lutas de independência das antigas colônias espanholas.</p><p>d) teve papel político e militar decisivo na luta de independência da América Hispânica, mas</p><p>jamais governou a totalidade das antigas colônias espanholas.</p><p>e) atuou no processo de emancipação da América Hispânica, mas jamais exerceu qualquer</p><p>cargo político nos novos Estados nacionais.</p><p>(VUNESP 2014)</p><p>Sobre as lutas pela independência na América Hispânica, é correto afirmar que</p><p>a) contaram com participação política e militar direta dos Estados Unidos e da Alemanha,</p><p>interessados em ampliar sua presença comercial na região.</p><p>b) tiveram claro caráter popular, expresso na realização, após a emancipação, de reformas</p><p>sociais profundas.</p><p>c) impediram a modernização das economias coloniais e reduziram a participação dos países</p><p>da região no comércio internacional.</p><p>d) asseguraram a manutenção da unidade territorial e impediram a fragmentação política da</p><p>região.</p><p>e) foram controladas, na maior parte dos casos, pelas elites criollas, embora tenham contado</p><p>com participação popular.</p><p>(VUNESP 2013)</p><p>Leia.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 11 – América Latina II – Independência</p><p>31</p><p>119</p><p>AULA 11: América Latina II – Independência</p><p>É uma ideia grandiosa pretender formar de todo o Novo Mundo uma única nação com um</p><p>único vínculo que ligue as partes entre si e com o todo. Já que tem uma só origem, uma só</p><p>língua, mesmos costumes e uma só religião, deveria, por conseguinte, ter um só governo</p><p>que confederasse os diferentes Estados que haverão de se formar; mas tal não é possível,</p><p>porque climas remotos, situações diversas, interesses opostos e caracteres dessemelhantes</p><p>dividem a América.</p><p>(Simón Bolívar. Carta da Jamaica [06.09.1815]. Simón Bolívar: política, 1983.)</p><p>O texto foi escrito durante as lutas de independência na América Hispânica. Podemos dizer</p><p>que,</p><p>a) ao contrário do que afirma na carta, Bolívar não aceitou a diversidade americana e, em sua</p><p>ação política e militar, reagiu à iniciativa autonomista do Brasil.</p><p>b) ao contrário do que afirma na carta, Bolívar combateu as propostas de independência e</p><p>unidade da América e se empenhou na manutenção de sua condição de colônia espanhola.</p><p>c) conforme afirma na carta, Bolívar defendeu a unidade americana e se esforçou para que a</p><p>América Hispânica se associasse ao Brasil na luta contra a hegemonia norte-americana no</p><p>continente.</p><p>d) conforme afirma na carta, Bolívar aceitou a diversidade geográfica e política do continente,</p><p>mas tentou submeter o Brasil à força militar hispano-americana.</p><p>e) conforme afirma na carta, Bolívar declarou diversas vezes seu sonho de unidade americana,</p><p>mas, em sua ação política e militar, reconheceu que as diferenças internas eram insuperáveis.</p><p>(VUNESP 2012)</p><p>O caudilhismo é um fenômeno político hispano-americano do século XIX, que se associa</p><p>a) à resistência contra o intervencionismo norte-americano, sobretudo nas áreas do Caribe e</p><p>América Central.</p><p>b) às guerras civis entre unitários e federalistas durante o processo de formação dos Estados</p><p>nacionais.</p><p>c) aos pensadores liberais que lutaram pela emancipação política e econômica do continente.</p><p>d) às lideranças militares que atuaram nas guerras de independência e defenderam a</p><p>unificação do continente.</p><p>e) ao temor, manifesto sobretudo na região do Prata, de que o Império brasileiro avançasse</p><p>militarmente para o sul.</p><p>(VUNESP 1992)</p><p>Após a emancipação política e ao longo do Século XIX, a vida institucional, na maioria dos</p><p>países latino-americanos, foi marcada pelas seguintes características:</p><p>a) prolongada instabilidade política, predomínio das oligarquias dirigentes e submissão das</p><p>massas pauperizadas.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 11 – América Latina II – Independência</p><p>32</p><p>119</p><p>AULA 11: América Latina II – Independência</p><p>b) velhas oligarquias em crise e o desenvolvimento do populismo atrelado ao capital</p><p>multinacional.</p><p>c) predomínio do modo de produção capitalista que promovia a unificação política e a</p><p>integração econômica.</p><p>d) estabilidade política alicerçada em modelo republicano de governo.</p><p>e) sujeição dos políticos às exigências dos grupos oprimidos.</p><p>(VUNESP 1990)</p><p>O processo de independência na América Latina deve ser compreendido no contexto da</p><p>conjuntura internacional, marcada pelo ideário liberal iluminista, a expansão industrial</p><p>inglesa, as guerras napoleônicas, além das crises inerentes ao sistema colonial. Assinale a</p><p>alternativa diretamente relacionada com o processo de independência na América</p><p>Espanhola:</p><p>a) Conflito social que não teve relação com a desigualdade entre os nascidos na terra e na</p><p>metrópole.</p><p>b) Ruptura Colônia/Metrópole mais relacionada com a Guerra dos Sete Anos e sem relação</p><p>alguma com as campanhas de Napoleão na Península Ibérica.</p><p>c) Abertura dos portos à livre concorrência dos produtos manufaturados europeus para</p><p>garantir a sobrevivência interna da pequena indústria têxtil latino-americana.</p><p>d) Movimento de libertação fundamentado na identidade profunda entre a independência</p><p>política e a independência econômica.</p><p>e) Movimento emancipador conduzido principalmente pelos crioulos.</p><p>(UNCISAL – 2016)</p><p>Muitos são os fatores que tornam a Revolução do Haiti um acontecimento único; a ex-colônia</p><p>francesa foi uma das primeiras a realizar a independência diante da metrópole, utilizando-se,</p><p>inclusive, das ideias de libertação da própria França, sua colonizadora, além disso, a</p><p>Revolução foi levada a cabo por escravos, quando que na maior parte das colônias europeias</p><p>na América Latina o processo de independência fora encabeçado por membros de uma elite</p><p>crioula e, embora tenha havido participação popular, esta foi muito diminuta.</p><p>SOARES, Ana Loryn; SILVA, Elton Batista da. A revolução do Haiti:</p><p>um estudo de caso (1791-1804). Ameríndia, v.1, 2006, p.4. Disponível em:</p><p><http://200.129.29.202/index.php/2015/article/view/1380/1286>. Acesso em: 05 nov. 2015.</p><p>A luta pela conquista da independência política do Haiti se tornou singular, pois Liberdade,</p><p>para eles, implicava</p><p>a) acabar com a escravidão.</p><p>b) findar com a discriminação.</p><p>c) agenciar a igualdade racial.</p><p>d) lutar pela divisão das terras.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 11 – América Latina II – Independência</p><p>33</p><p>119</p><p>AULA 11: América Latina II – Independência</p><p>e) buscar a livre comercialização.</p><p>(URCA 2018)</p><p>No final do século XVIII e início do século XIX, a América espanhola foi palco de diversas revoltas</p><p>sociais, insurreições escravistas e lutas pela independência. Sobre estes movimentos, é correto</p><p>afirmar:</p><p>A) A Revolta de Tupac Amaru teve a participação de milhares de pessoas, entre índios, mestiços</p><p>e negros traficados para o Vice-Reino da Venezuela.</p><p>B) Em 1791, liderados por Toussaint L’Ouverture, escravos de São Domingos, atual Haiti</p><p>promoveram um levante de grandes proporções e chegaram a ganhar a condição de libertos,</p><p>facilitada pelo governo de Napoleão Bonaparte na França.</p><p>C) A independências da atual Argentina e Chile no início do século XIX favoreciam aos interesses</p><p>ingleses pela possibilidade de abrir mercados para os produtos de suas colônias recém-</p><p>estabelecidas na África.</p><p>D) Na América Espanhola, em que pese a participação ampla de setores mais populares nas lutas</p><p>pela independência, o que acabou predominando foi o projeto das elites criollas, o que explica,</p><p>em parte, a continuidade da concentração de terras e das enormes diferenças sociais no pós-</p><p>emancipação.</p><p>E) Um dos grandes líderes dos movimentos de independência na América espanhola foi Simon</p><p>Bolívar, ardoroso defensor de uma América dividida, o que acabou dando origem aos 19 Estados</p><p>autônomos pós-independência.</p><p>(URCA 2016)</p><p>Para as elites agrárias, a política era a extensão de seus negócios, o que</p><p>favoreceu o aparecimento de líderes regionais, civis ou militares, conhecidos como caudilhos,</p><p>que assumiam o poder para defender os interesses de um determinado grupo</p><p>oligárquico, governando geralmente de forma autoritária. Portanto, o caudilhismo</p><p>é um fenômeno característico da América Latina após a independência, relacionado à</p><p>manutenção do latifúndio e da economia agroexportadora. Neste sentido assinale a</p><p>alternativa correta:</p><p>A) Na Argentina, Juan Domingo Perón foi o maior representante desse tipo de Estado.</p><p>Fenômeno urbano, o peronismo seduziu as massas populares com propostas nacionalistas e</p><p>modernizadoras.</p><p>B) No Brasil, o caudilhismo foi representado pelos dois Imperadores que usaram o próprio</p><p>carisma para exercerem o poder como líderes autoritários que, ao mesmo tempo,</p><p>estabeleciam estreitas relações pessoais com a população com base em apelos emocionais.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 11 – América Latina II – Independência</p><p>34</p><p>119</p><p>AULA 11: América Latina II – Independência</p><p>C) O surgimento de caudilhos foi favorecido pela estrutura social das ex-colônias espanholas</p><p>e portuguesas, nas quais latifundiários detinham grande poder político a exemplo do</p><p>coronelismo no Brasil.</p><p>D) O caudilhismo na América Latina ocorreu porque as estruturas políticas eram</p><p>fundamentalmente democráticas em contraposição às estruturas oligárquicas, a maioria da</p><p>população era alfabetizada e participava pelo voto das definições do poder.</p><p>E) O caudilhismo iniciou sua queda em meados do século XX, devido ao processo de</p><p>industrialização, à imigração europeia e à reforma eleitoral, somado à decadência dos</p><p>exércitos, que passaram a combater as ditadura militares, no Brasil, Argentina, Bolívia,</p><p>Uruguai, Chile, Haiti e Peru.</p><p>(UNITAU 2020)</p><p>“O movimento de independência das colônias espanholas da América abriu possibilidades</p><p>diversas para os que viveram naquele período. Tempos de sonhos, tempos de escolha.</p><p>Sonharam os letrados ilustrados, que expressaram suas utopias em escritos, como aquele</p><p>que leva por título: ‘Sonhava o Abade de São Pedro e eu também sei sonhar’, do</p><p>guatemalteco José Cecílio Del Valle, que, em 1822, propunha a unidade americana.</p><p>A mesma unidade idealizada por Simón Bolívar, que acreditara que a liberdade faria a</p><p>América Meridional desabrochar e florescer. Sonharam os mais pobres, que alimentaram</p><p>expectativas</p>