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<p>1</p><p>152</p><p>AULA 00: ANTIGUIDADE</p><p>ENEM</p><p>Exasiu</p><p>Exasiu</p><p>EXTENSIVO</p><p>HB: Brasil Republicano I</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>AULA 18</p><p>estretegiavestibulares.com.br</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 18 – HB: Brasil Republicano I</p><p>2</p><p>152</p><p>AULA 18: HB: Brasil Republicano I</p><p>Sumário</p><p>Introdução .......................................................................................................................... 4</p><p>1. Primeira República: periodização ........................................................................ 7</p><p>2. A República da Espada (1889-1894)................................................................... 8</p><p>2.1. O governo Deodoro da Fonseca (1889-1891) ............................................................. 12</p><p>2.2. O governo Floriano Peixoto (1891-1894) .................................................................... 13</p><p>2.2.1 - A Revolução Federalista e a Revolta da Armada ................................................................ 13</p><p>3. A República Oligárquica ...................................................................................... 15</p><p>3.1 - Arquitetura de Poder na República Oligárquica......................................................... 16</p><p>3.1.1 - Limites da cidadania na Primeira República ...................................................................... 20</p><p>4. Aspectos econômicos do período .................................................................... 23</p><p>4.1 - Café ............................................................................................................................ 24</p><p>4.2 - O surto industrial ........................................................................................................ 25</p><p>4.3 - A borracha na região amazônica ................................................................................ 25</p><p>4.3.1 - A questão do Acre (1903) .............................................................................................. 26</p><p>5. Modernização urbana e conflitos sociais ......................................................... 28</p><p>A Revolta da Vacina ................................................................................................................ 30</p><p>5.1 - Raça e mestiçagem na Primeira República ................................................................. 32</p><p>A Revolta da Chibata .............................................................................................................. 34</p><p>5.2 - O outro Brasil: Fé e movimentos populares no interior do país ................................. 35</p><p>A Guerra de Canudos.............................................................................................................. 36</p><p>A Guerra do Contestado ......................................................................................................... 38</p><p>Cangaço ................................................................................................................................ 39</p><p>A Sedição de Juazeiro ............................................................................................................. 40</p><p>5.3 - A invenção do operário na primeira república ........................................................... 42</p><p>A greve de 1917 ..................................................................................................................... 42</p><p>6. As transformações da década de 1920 ........................................................... 43</p><p>6.1 - Tenentismo ................................................................................................................. 43</p><p>6.2 - A Semana de Arte Moderna ....................................................................................... 45</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 18 – HB: Brasil Republicano I</p><p>3</p><p>152</p><p>AULA 18: HB: Brasil Republicano I</p><p>7. O fim da primeira República: a Revolução de 1930 ..................................... 48</p><p>8. Lista de Questões .................................................................................................. 53</p><p>9. Gabarito ................................................................................................................... 82</p><p>10. Questões comentadas ......................................................................................... 83</p><p>11. Considerações Finais .......................................................................................... 152</p><p>Queridas e Queridos Alunos,</p><p>Sejam bem-vindos e bem-vindas a mais uma aula. É sempre um grande prazer compartilhar</p><p>com vocês nosso trabalho e participar dessa batalha dura e constante na luta pela conquista da</p><p>sua vaga na Universidade.</p><p>Esta é a primeira aula sobre a República Brasileira. Quero lhes dizer que esse assunto tem</p><p>grande importância para seu Vestibular porque é muito recorrente, todo ano cai história do Brasil</p><p>República!</p><p>No caso dessa aula, em especial, a chamada Primeira República é um período de formação</p><p>do Brasil, marcado por inovações republicanas, mas muitas permanências estruturais também. Isso</p><p>gera novas tensões, sobretudo, na relação entre governantes e governados. Nesse sentido, os</p><p>temas que relacionam as questões sociais e a construção da nacionalidade brasileira tem</p><p>preferência pelas bancas.</p><p>Há outra coisa que quero ressaltar sobre essa aula, bem como as próximas sobre o Brasil:</p><p>as nomenclaturas que subdividem a história republicana podem ser diferentes de autor para autor</p><p>e, portanto, de Universidade para Universidade. Por isso fique mais ligado do que nunca na</p><p>periodicidade. Eu vou utilizar a abordagem mais consensual, mas trarei outras para que você saiba</p><p>dos diferentes nomes que são dados aos mesmos períodos.</p><p>Sem mais delongas, pegue seu café e sua ampulheta porque agora começamos a ver a fase</p><p>republicana da história brasileira e aqui vamos encontrar várias sementes do nosso processo de</p><p>formação como nação.</p><p>1889</p><p>1894</p><p>1930</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 18 – HB: Brasil Republicano I</p><p>4</p><p>152</p><p>AULA 18: HB: Brasil Republicano I</p><p>INTRODUÇÃO</p><p>O fim da monarquia e a instalação da República foi fruto de um arco de alianças entre as</p><p>elites políticas, econômicas e militares do país. Feita por uma perspectiva elitista, essa mudança</p><p>não contou com o sentido de transformação das estruturas da sociedade, sobretudo no que diz</p><p>respeito às questões econômicas e sociais. O 15 de Novembro de 1889 dá início a uma longa</p><p>trajetória republicana cheia de idas e vindas, contradições e profundas tensões. Afinal, no Brasil,</p><p>o que significaria república e republicanismo? Teriam os brasileiros a mesma noção dos franceses</p><p>ou dos norte-americanos?</p><p>Relembre: quando falamos de organização política de um país há 4 conceitos importantes</p><p>a serem ressaltados:</p><p>As possíveis combinações entre esses elementos caracterizam que tipo de país teremos.</p><p>Por exemplo: uma república presidencialista unitária ditatorial (período do Estado Novo de</p><p>Vargas) ou uma república federalista parlamentarista democrática (Governo João Goulart). Assim,</p><p>o que vemos na história republicana do Brasil é que esses 4 elementos da organização política se</p><p>alteraram conforme o contexto internacional e as relações políticas, econômicas, bem como pelas</p><p>pressões sociais internas.</p><p>A forma de governo republicana estava consolidada em 1889, tanto que nunca mais o Brasil</p><p>voltou a ser uma monarquia. Já as demais características foram se consolidando ao longo do</p><p>desenrolar das experiências brasileiras. Assim, a consolidação não foi um processo evolutivo e</p><p>sempre progressivo de avanços. Por exemplo, em 1891 a República nasceu federada, durante o</p><p>Governo Vargas tornou-se unitária e ditatorial. Depois disso, o federalismo voltou e parece ter se</p><p>consolidado. Mas o parlamentarismo sempre esteve à espreita e, por 2 vezes, em 1963 e 1993, o</p><p>povo foi consultado se preferia presidencialismo</p><p>combinados que atuaram como</p><p>constrangedores de integração social e política dos grupos sociais negros e mestiços. A igualdade</p><p>jurídica da Constituição de 1891 ficou esvaziada de sentido. Essa ideologia, ao se impregnar nas</p><p>relações sociais e no modo como o Estado se organizou, nessas primeiras décadas, acabou por</p><p>gerar uma cultura racista. Evidentemente, o racismo também se constituiu como mais um ponto</p><p>de tensão e conflito durante a República Oligárquica.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 18 – HB: Brasil Republicano I</p><p>34</p><p>152</p><p>AULA 18: HB: Brasil Republicano I</p><p>A Revolta da Chibata</p><p>Embora a Lei Áurea sepultasse formalmente a escravidão em 1888, a aplicação de castigos</p><p>corporais sobreviveu na Marinha até o início do período republicano. Vale destacar que boa parte</p><p>dos marinheiros era composta por homens negros e pobres, enquanto os oficiais eram muitas</p><p>vezes descendentes de famílias ligadas à nobreza do Segundo Reinado. O</p><p>passado escravocrata, que a República fizera tanto esforço para esquecer, ainda</p><p>assombrava o país.</p><p>Após um marinheiro ser penalizado com 250 chibatadas, seus colegas</p><p>tomaram o navio de guerra Minas Gerais em 1910, tendo como líder o</p><p>marinheiro João Cândido – homem de baixa posição na hierarquia militar, mas</p><p>que se torna conhecido como Almirante Negro. Antes da revolta, em 1910,</p><p>João Cândido foi enviado à Inglaterra, para conduzir o encouraçado Minas</p><p>Gerais ao Brasil. Durante essa viagem, o “almirante negro” e outros</p><p>companheiros ficaram sabendo do movimento em prol da melhoria das</p><p>condições de trabalho que exerciam os marinheiros britânicos entre 1903 e</p><p>1906. Tomaram conhecimento, também, da insurreição dos russos embarcados</p><p>no encouraçado Potemkin, em 1905.</p><p>Então, à noite, em 22 de novembro de 1910, eclodiu, no Rio de Janeiro,</p><p>a “Revolta da Chibata”, após o marujo Marcelino Menezes ter recebido, como</p><p>castigo, 250 chibatadas, no encouraçado Minas Gerais. Nesse momento, os</p><p>marujos, 90% de negros pobres, rebelaram-se. Os revoltosos exigiam o fim dos</p><p>castigos corporais e melhores condições de trabalho e soldo. Os revoltosos</p><p>tomaram mais navios Bahia, São Paulo, Deodoro, Timbira e Tamoio, hasteando</p><p>um pavilhão escrito: “Ordem e Liberdade”. Mais de 200 marujos apontaram 80</p><p>canhões para o Palácio do Catete. Essa revolta foi considerada altamente</p><p>perigosa porque desafiou a Marinha e o Governo.</p><p>Hermes da Fonseca, então presidente da República, aprovou a anistia dos revoltosos e</p><p>sinalizou acatar suas reivindicações, levando João Cândido e seus companheiros a devolverem os</p><p>navios.</p><p>Contudo, o presidente não cumpriu sua promessa, e, 3 dias depois da anistia e depois de</p><p>devolverem os navios, 17 marujos – entre eles, João Cândido – foram encarcerados na Ilha das</p><p>Cobras onde foram mantidos sem alimento ou água por três dias. Apenas João Cândido e um</p><p>colega não morreram de asfixia no local, e ambos foram expulsos da Marinha. A partir daí, o</p><p>“Almirante Negro” passou a viver como pescador, em condições extremamente miseráveis, até</p><p>falecer em 1969, aos 89 anos.</p><p>Em 1970, João Cândido recebeu uma música, O Mestre-Sala dos Mares como homenagem.</p><p>Composta por Aldir Blanc e João Bosco, nos anos 1970 e imortalizada nas vozes de Elis Regina e</p><p>do próprio João Bosco.</p><p>Há muito tempo nas águas da Guanabara</p><p>O dragão do mar reapareceu</p><p>João Candido</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 18 – HB: Brasil Republicano I</p><p>35</p><p>152</p><p>AULA 18: HB: Brasil Republicano I</p><p>Na figura de um bravo feiticeiro</p><p>A quem a história não esqueceu</p><p>Conhecido como navegante negro</p><p>Tinha a dignidade de um mestre-sala</p><p>E ao acenar pelo mar, na alegria das regatas</p><p>Foi saudado no porto</p><p>Pelas mocinhas francesas</p><p>Jovens polacas e por batalhões de mulatas</p><p>Rubras cascatas</p><p>Jorravam nas costas dos santos</p><p>Entre cantos e chibatas</p><p>Inundando o coração</p><p>Do pessoal do porão</p><p>Que a exemplo do feiticeiro gritava, então!</p><p>Glória aos piratas, às mulatas, às sereias!</p><p>Glória à farofa, à cachaça, às baleias!</p><p>Glória a todas as lutas inglórias</p><p>Que através da nossa história</p><p>Não esquecemos jamais</p><p>Salve o navegante negro</p><p>Que tem por monumento</p><p>As pedras pisadas do cais</p><p>(Mas, salve ...)</p><p>Mas faz muito tempo...</p><p>5.2 - O OUTRO BRASIL: FÉ E MOVIMENTOS POPULARES NO INTERIOR DO PAÍS</p><p>A separação entre Estado e Igreja promovida pela República trouxe mudanças significativas</p><p>para o catolicismo no Brasil. A instituição ganhava maior liberdade de atuação, mas sua esfera de</p><p>influência era limitada pela instituição do casamento civil, a secularização dos cemitérios e a</p><p>laicização do ensino básico. Apesar disso, a Constituição de 1891 poupou os bens da Igreja e não</p><p>interferiu em sua organização.</p><p>A partir daí, a instituição volta para si mesma, a fim de reforçar a hierarquia existente em</p><p>seu interior. Esse processo foi denominado romanização da Igreja, o que significa dizer que</p><p>queriam fazer valer as determinações da sede da Igreja mesmo em territórios distantes,</p><p>diminuindo o poder local das irmandades.</p><p>No entanto, essa tentativa de adequação aos novos tempos não ocorreu sem enfrentar</p><p>fortes contestações populares em relação à diminuição do poder das autoridades eclesiásticas.</p><p>Uma das mais conhecidas vozes deste período foi Antônio Conselheiro que, como vimos, era um</p><p>forte crítico da separação entre Igreja e Estado. Canudos foi o primeiro dos chamados</p><p>“movimentos messiânicos”, seguida pela Revolta do Contestado (1912-1916) e a Sedição (ou</p><p>Revolta) de Juazeiro (1914).</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 18 – HB: Brasil Republicano I</p><p>36</p><p>152</p><p>AULA 18: HB: Brasil Republicano I</p><p>Antes de abordarmos os dois últimos, vejamos alguns pontos comuns entre esses três</p><p>episódios:</p><p>→ eram movimentos compostos por um expressivo contingente de setores marginalizados da</p><p>sociedade e da ideia de “civilização” defendida pelo novo regime;</p><p>→ foram mobilizados por conselheiros, monges ou beatos que surgem no interior, chamados de</p><p>lideranças messiânicas;</p><p>→ manifestam um catolicismo popular, repleto de superstições e elementos místicos, sendo por</p><p>isso chamados de “fanáticos” pelos seus críticos;</p><p>→eram reações à situação de desigualdade e exclusão a que se encontravam submetidos.</p><p>A Guerra de Canudos</p><p>As revoltas que eclodiram durante a República da Espada (1889-1894) podem ser</p><p>consideradas conflitos travados entre elites, fossem eles entre militares e civis, entre governo</p><p>central e grupos marginalizados, ou mesmo entre facções regionais. E, embora o povo chegasse</p><p>a se posicionar diante desses confrontos, sua participação era enquadrada pelos interesses das</p><p>lideranças egressas das altas camadas da sociedade.</p><p>A partir do governo Prudente de Morais, muitos movimentos foram organizados pelas</p><p>camadas populares da sociedade, muitas vezes sem a participação das elites.</p><p>Na segunda metade do século XIX, ainda durante o Segundo Reinado, a figura de Antônio</p><p>Mendes Maciel – conhecido como Antônio Conselheiro – ganhou notoriedade no sertão da Bahia</p><p>pela sua resistência ao sistema métrico decimal nas relações comerciais. Como você deve se</p><p>lembrar, na década de 1870, a tentativa do governo monárquico de padronizar o sistema de pesos</p><p>e medidas gerou fortes reações populares em diversas províncias do Nordeste, chamadas de</p><p>Quebra-Quilos.</p><p>Instaurado o regime republicano, Conselheiro foi crítico ferrenho da separação da Igreja e</p><p>o Estado, do sistema de coleta de impostos e das mudanças da moeda. Aos poucos, foi se</p><p>consolidando como uma liderança messiânica, ou seja, uma figura carismática e de pregação</p><p>religiosa, capaz de atrair multidões de seguidores. Segundo ele, Deus o havia enviado para</p><p>amenizar as penúrias sofridas pelos sertanejos pobres, e para pôr fim à laicidade promovida pela</p><p>República.</p><p>Em 1896, Antônio Conselheiro e seus seguidores se fixaram na fazenda Canudos, situada</p><p>às margens do rio Vaza-Barris, no sertão baiano. Ali organizaram Belo Monte, um pequeno arraial</p><p>formado por casas</p><p>simples de pau a pique, uma igreja e uma prisão.</p><p>Embora miserável, Belo Monte se tornou uma alternativa à exploração sofrida pelos</p><p>sertanejos por poderosos locais, conhecidos como “coronéis”, e Conselheiro um conhecido nome</p><p>entre aqueles que buscavam conforto espiritual. Caravanas de pessoas se dirigiram para o</p><p>povoado, que chegou a abrigar 25 mil pessoas! Canudos passou a ser vista como uma ameaça</p><p>pelas elites políticas locais e pela Igreja, sendo o governo federal acionado para lidar com o</p><p>problema.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 18 – HB: Brasil Republicano I</p><p>37</p><p>152</p><p>AULA 18: HB: Brasil Republicano I</p><p>Em 1896, o então presidente Manuel Vitorino</p><p>enviou para Canudos uma expedição militar para</p><p>render seus habitantes e destruir o arraial. Um</p><p>conflito foi travado entre sertanejos e militares, com</p><p>baixas para ambos os lados. Belo Monte, no entanto,</p><p>resistiu, e as tropas federais bateram em retirada. Em</p><p>janeiro de 1897, uma nova expedição foi organizada,</p><p>dessa vez reunindo oficiais federais e da força</p><p>estadual. Apesar da superioridade bélica, os</p><p>militares foram novamente vencidos pelos</p><p>conselheiristas.</p><p>Uma terceira expedição ocorreu março de</p><p>1897, dessa vez liderada por Moreira César, nome</p><p>associado ao florianismo por ter sido o comandante</p><p>que promoveu a rendição dos últimos rebeldes da</p><p>Revolução Federalista. A essa altura, os confrontos</p><p>em Canudos eram acompanhados pelos jornais da</p><p>capital federal, que tacharam Conselheiro e seus</p><p>seguidores de monarquistas e fanáticos. Jornalistas –</p><p>muitos deles florianistas e apoiadores de Vitorino –</p><p>passaram a ver na continuidade do arraial um risco à própria República e a ideia de civilização.</p><p>Após nova derrota, a imagem do governo federal se desgastava na opinião pública. Os</p><p>florianistas faziam grande barulho na imprensa, acumulavam cargos na gestão de Vitorino e</p><p>confrontavam monarquistas pelas ruas, tidos como responsáveis por Canudos. Temendo perder</p><p>sua influência na República, os cafeicultores pressionaram pelo retorno de Prudente à presidência,</p><p>o que acaba acontecendo em março de 1897.</p><p>A quarta expedição para Canudos foi organizada – e novamente derrotada –, após a volta</p><p>do Presidente, o que serviu como pretexto para que ele fosse amplamente criticado pelos</p><p>florianistas. Finalmente, ao final de 1897 Prudente de Morais concedeu amplos poderes ao</p><p>marechal Carlos Bittencourt, que partiu para Canudos com pesado armamento e munição</p><p>recolhida por todo o país.</p><p>Segundo Euclides da Cunha, enviado para o local como correspondente jornalístico, muitos</p><p>militares traziam ao peito medalhinhas de bronze com a imagem de Floriano Peixoto. Isso deixava</p><p>clara a ideia de que somente a destruição de Canudos poderia salvar a República.</p><p>Após dias de combate, Antônio Conselheiro foi morto, mas a violência do conflito estava</p><p>longe de terminar. Em apenas três dias, plantações foram destruídas, casas queimadas com seus</p><p>habitantes dentro, cadáveres deixados apodrecendo pelas ruas do arraial. A guerra de Canudos</p><p>acabava, com o saldo final de 20 mil mortos.</p><p>"A República contempla o heroísmo de seus defensores</p><p>de 4, nos sertões da Bahia, em luta homérica contra os</p><p>inimigos da Pátria e oferta-lhes uma coroa de louros".</p><p>CCharge de Ângelo Agostini, Revista Ilustrada, 1897. Fonte:</p><p>Biblioteca Nacional.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 18 – HB: Brasil Republicano I</p><p>38</p><p>152</p><p>AULA 18: HB: Brasil Republicano I</p><p>Canudos, por Euclides da Cunha</p><p>Enviado como correspondente do Estado de São Paulo para</p><p>realizar a cobertura da guerra de Canudos, o jornalista Euclides</p><p>da Cunha se deparou com uma parte do Brasil desconhecida</p><p>pelos habitantes do Rio de Janeiro. Era o choque de dois brasis:</p><p>o do litoral, portador de um projeto republicano e orientado</p><p>pela ideia de civilização. O outro era o do sertão, onde</p><p>predominavam o misticismo, a miséria e a mestiçagem.</p><p>Diante da violência empregada para a destruição de Canudos,</p><p>Euclides questiona se a população do litoral era tão civilizada</p><p>quanto se acreditava ser. Em seu discurso, as elites diziam salvar</p><p>a República e a unidade do território, mas excluíam parcelas da</p><p>população de sua ideia de Brasil. Mas os habitantes dos sertões, apesar de esquecidos pelo “Brasil</p><p>oficial” e castigados pela seca e miséria, sobreviviam, resistindo bravamente a todas as expedições</p><p>enviadas pela capital federal. Em suas próprias palavras: "o sertanejo é, antes de tudo, um forte.”</p><p>Com o término do conflito, Euclides retornou para o Rio de Janeiro, onde em 1902 publicou Os</p><p>sertões, com suas impressões científicas, geográficas e humanas sobre o que encontrou em</p><p>Canudos. A obra foi o primeiro livro-reportagem publicado no Brasil, sendo também um dos</p><p>marcos da literatura pré-modernista.</p><p>A Guerra do Contestado</p><p>Logo no início da Primeira República o</p><p>monge João Maria, que na verdade se chamava</p><p>Anastás Marcaf, começou a fazer pregações na</p><p>fronteira entre Santa Catarina e o Paraná. Como a</p><p>região era disputada pelos dois estados, ela ficou</p><p>conhecida como Contestado – ou seja, seu</p><p>domínio era tema controverso naquele período.</p><p>Por volta de 1908, uma empresa norte-</p><p>americana foi encarregada pelo governo federal</p><p>de construir uma ferrovia que cortasse a região, o</p><p>que gerou várias desapropriações de pequenos</p><p>proprietários. Com o fim das obras, aqueles que</p><p>trabalharam nas ferrovias também se juntaram a</p><p>essa população de miseráveis, confortada apenas</p><p>pelas palavras de João Maria.</p><p>Os fiéis do beato criaram uma comunidade</p><p>sem impostos e sem a concepção de propriedade</p><p>sobre a terra, e sua liderança em algum momento</p><p>foi transferida para o monge José Maria, que se</p><p>ARRUDA, José Jobson A. Atlas histórico básico. 17ª ed. São</p><p>Paulo: 2008. p. 45.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 18 – HB: Brasil Republicano I</p><p>39</p><p>152</p><p>AULA 18: HB: Brasil Republicano I</p><p>dizia irmão de João Maria. Diante de pressões de coronéis estaduais, a comunidade se deslocou</p><p>para Irani (PR), o que foi interpretado pelo Estado do Paraná como uma invasão dos catarinenses.</p><p>Apesar de José Maria não ter qualquer relação na disputa territorial entre os dois estados, o</p><p>governo paranaense iniciou um ataque aos sertanejos, que resultou na morte do religioso.</p><p>No ano seguinte, um novo agrupamento se formou na fazenda de um rico fazendeiro do</p><p>Taquaruçu, no qual algumas “virgens inspiradoras” faziam a mediação do falecido monge e seus</p><p>seguidores no plano terreno. Algumas pessoas de classes mais abastadas se uniram ao “exército</p><p>de caboclos” neste momento, desempenhando funções militares.</p><p>Entre 1913 e 1914 o Exército, a força policial de Santa Catarina e civis locais se uniram</p><p>contra o acampamento, dando início a uma verdadeira guerra civil. Os sobreviventes foram</p><p>dizimados nos meses seguintes, alguns decapitados. Essa revolta também guarda uma</p><p>particularidade em relação a que vimos até agora: foi a primeira combatida com bombardeios</p><p>aéreos, algo que se repetiria na década seguinte.</p><p>Cangaço</p><p>Para aqueles sertanejos que não se</p><p>deixassem dominar ao poder dos coronéis ou</p><p>passassem a seguir lideranças messiânicas havia</p><p>uma terceira alternativa: o crime. Desde a</p><p>segunda metade do século XIX, bandos</p><p>armados compostos por homens pobres</p><p>passaram a praticar assaltos em fazendas,</p><p>saquearem estabelecimentos comerciais e</p><p>sequestrarem homens ricos em troca de</p><p>resgate.</p><p>Como alguns desses foras da lei</p><p>carregavam seu rifle sobre os ombros, muito</p><p>similares a canga de madeira que prendia o</p><p>pescoço dos bois, esses bandos passaram a ser</p><p>conhecidos como cangaceiros. A maioria das</p><p>ondas de banditismo do nordeste ocorria em</p><p>períodos de grandes secas, com a maioria dos</p><p>bandos não ultrapassando mais do que 10</p><p>homens.</p><p>No entanto, o mais famoso bando de</p><p>cangaceiros atuante no sertão nordestino era liderado por Virgulino Ferreira da Silva, vulgo</p><p>Lampião. Ao longo de vinte anos, assassinatos, assaltos a fazendas</p><p>e povoados foram promovidos</p><p>pelo bando daquele que ficou conhecido como “Governador do Sertão”.</p><p>Apesar da extrema violência de seus atos, Lampião gerava medo e admiração por onde</p><p>passava, alimentando o imaginário popular com seus feitos extraordinários. Ele e seu bando</p><p>ARRUDA, José Jobson A. Atlas histórico básico. 17ª ed. São</p><p>Paulo: 2008. p. 45.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 18 – HB: Brasil Republicano I</p><p>40</p><p>152</p><p>AULA 18: HB: Brasil Republicano I</p><p>demonstravam grande preocupação em se destacarem por meio de adereços extravagantes –</p><p>enfeites bordados em chapéus de couro, medalhas, anéis e outras joias.</p><p>O cangaceiro foi o primeiro a ser entrevistado, além de posar junto com o seu bando para</p><p>uma série de fotografias e permitir que um filme fosse feito com imagens suas. Com isso, buscava</p><p>reforçar ainda mais a lenda criada em torno dele, provocando coronéis e autoridades policiais e</p><p>estaduais ao ter suas fotografias publicadas nos jornais. Para muitos, o cangaceiro era imortal.</p><p>A longa vida de crimes de Lampião se deveu principalmente à proteção de poderosos</p><p>locais, que em troca eram favorecidos com “serviços” prestados pelos cangaceiros. Seu bando</p><p>continuou a aterrorizar a região nordeste até a segunda metade dos anos 1930, quando o governo</p><p>Vargas incluiu seu nome na lista de extremistas.</p><p>Em 1938, Lampião e alguns membros de seu bando foram surpreendidos por uma volante</p><p>de policiais, e somente alguns homens conseguiram escapar dos ataques. Onze cangaceiros –</p><p>incluindo o próprio Virgulino – foram executados a tiros, e suas cabeças cortadas e expostas como</p><p>troféus em várias vilas e cidades. Fogos de artifício e bandas de música embalaram os cortejos</p><p>macabros promovidos pelos adversários de Lampião, que tinham o objetivo de desencorajar o</p><p>surgimento de novas hordas de cangaceiros. O “Rei do Cangaço”, que muitos consideravam</p><p>invencível, era afinal de carne e osso, mas sua lenda se mostraria mais extensa que sua vida.</p><p>A Sedição de Juazeiro</p><p>Em 1910, o marechal Hermes da Fonseca –</p><p>sobrinho de Deodoro da Fonseca – foi eleito presidente</p><p>da República após uma ruidosa campanha travada contra</p><p>o candidato da oposição, o advogado baiano Rui</p><p>Barbosa. Uma vez no poder, deu início à implantação do</p><p>que ficou conhecido como “política das salvações”, que</p><p>consistia em intervir militarmente nos estados</p><p>governados por adversários, que eram substituídos por</p><p>aliados.</p><p>Neste período, a figura de Cícero Romão Batista,</p><p>o padre Cícero, dispunha de grande prestígio não</p><p>somente no cenário religioso, mas também no político da</p><p>região Nordeste. Para entender melhor como isso</p><p>aconteceu, é preciso voltar um pouquinho no tempo,</p><p>mais especificamente para o ano de 1872, quando o</p><p>religioso se fixou em Juazeiro. A localidade pertencia à</p><p>cidade do Crato, interior do Ceará, e segundo o padre</p><p>Cícero, ela havia aparecido em sonho, com Deus</p><p>sugerindo que seu povo fosse cuidado por ele.</p><p>No ano de 1889, algo extraordinário</p><p>aconteceu. Após comungar com o padre na capela</p><p>do Sagrado Coração de Jesus, uma jovem lavadeira teve a hóstia tingida de sangue em sua boca,</p><p>Estátua de padre Cícero em Juazeiro do Norte, no Ceará.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 18 – HB: Brasil Republicano I</p><p>41</p><p>152</p><p>AULA 18: HB: Brasil Republicano I</p><p>fenômeno que tornou a se repetir por vários dias. A notícia de que Padre Cícero operara um</p><p>“milagre em Juazeiro” se espalhou rapidamente, levando multidões de devotos a peregrinarem</p><p>para a região.</p><p>O bispo da diocese do Ceará, D. Joaquim José Vieira, mandou instaurar uma comissão para</p><p>que investigasse os acontecimentos milagrosos ocorridos em Juazeiro, e em 1891 chegou à</p><p>conclusão de que a hóstia não havia transubstanciado em sangue. Cabe relembrar que desde a</p><p>proclamação da República, que pôs fim ao padroado, a Igreja passava por um processo de</p><p>institucionalização, que também implicava em combater tanto o surgimento de seitas em seu</p><p>interior quanto às superstições que coexistiam com o catolicismo popular.</p><p>O desabono da Igreja de nada serviu para desacreditar os fiéis da região do vale do Cariri</p><p>acerca dos milagres operados por padre Cícero, que se tornou conhecido como “o Patriarca do</p><p>Nordeste”. Milhares de pessoas passaram a se dirigir para a “cidade santa” de Juazeiro, em busca</p><p>de conforto espiritual e material. Padre Cícero dava conselhos de higiene, alimentava os famintos,</p><p>acolhia os criminosos e mediava conflitos familiares. Dispostos a pressionar a Igreja pelo</p><p>reconhecimento de seus feitos “milagreiros”, diversas irmandades foram organizadas pelos fiéis</p><p>de padre Cícero. A maior delas, a Legião da Cruz, chegou a contar com 10 mil adeptos!</p><p>O prestígio alcançado pelo religioso era tão grande, que em 1911 Juazeiro conseguiu sua</p><p>autonomia política da cidade do Crato, e padre Cícero foi nomeado prefeito. Com a ajuda do</p><p>médico e jornalista Floro Bartolomeu, foi organizada uma aliança entre os grandes coronéis do</p><p>vale do Cariri, que pode ser resumida em dois pontos: que nenhuma tentativa de deposição de</p><p>políticos fosse apoiada pelos demais, e que deveriam prestar apoio irrestrito a Antônio Acióli,</p><p>Presidente do estado do Ceará.</p><p>Os termos do “pacto dos coronéis” não duraram muito. O presidente Hermes da Fonseca,</p><p>disposto a nomear aliados por todo o país por meio de sua “política das salvações”, apoiou a</p><p>deposição de Acióli do poder, assumindo em seu lugar o coronel Marcos Rabelo. O novo governo</p><p>passou a prender jagunços ligados aos políticos da região, sob pretexto de que eram cangaceiros.</p><p>Isso foi a gota d’água para que Floro Bartolomeu viajasse até o Rio de Janeiro, onde conseguiu</p><p>apoio do senador Pinheiro Machado em seu plano para a deposição de Rabelo.</p><p>Em dezembro de 1913, uma assembleia de políticos da oposição considerou ilegal o</p><p>governo do coronel Rabelo, nomeando Floro Bartolomeu Presidente provisório do Ceará. Em</p><p>resposta, tropas do estado do Ceará foram enviadas até a região do Crato para promover uma</p><p>invasão em Juazeiro, mas foram expulsos por cangaceiros reunidos por Floro Bartolomeu e fiéis</p><p>de padre Cícero. Em seguida, os sediciosos tomaram diversas outras cidades, até alcançarem</p><p>Fortaleza, em março de 1914. Ali se encontraram com uma tropa federal enviada por Pinheiro</p><p>Machado para apoiá-los, que nomeou um novo interventor para o estado do Ceará.</p><p>Ainda em 1914, “Nova Jerusalém” (Juazeiro) foi elevada à categoria de cidade, e padre</p><p>Cícero se manteve como uma das mais importantes lideranças políticas da região. Apesar de</p><p>excomungado pela Igreja em 1916, isso jamais abalou sua reputação de “padre milagreiro”.</p><p>Morreu em 1934, aos 91 anos de idade.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 18 – HB: Brasil Republicano I</p><p>42</p><p>152</p><p>AULA 18: HB: Brasil Republicano I</p><p>5.3 - A INVENÇÃO DO OPERÁRIO NA PRIMEIRA REPÚBLICA</p><p>Na passagem do século XIX para o XX, uma classe operária foi se formando nas regiões</p><p>cafeeiras que passaram por um processo de industrialização, em especial nas cidades do Rio de</p><p>Janeiro e São Paulo. Eram trabalhadores brasileiros e imigrantes, negros e brancos, empregados</p><p>em grandes, médias e pequenas empresas.</p><p>Padeiros, sapateiros, alfaiates e pedreiros eram algumas categorias que tiveram maior</p><p>capacidade de organização no período, sobretudo por serem ofícios especializados e</p><p>relativamente difíceis de serem encontrados, o que lhes concedia certo poder de negociação com</p><p>seus patrões por melhores condições salariais e de trabalho. São esses trabalhadores qualificados</p><p>que exercem a liderança de sindicatos e outras organizações trabalhistas na Primeira República.</p><p>Imigrantes e a difusão do anarquismo no Brasil</p><p>Embora a maioria dos imigrantes que integrava os postos de trabalho das fábricas de São Paulo</p><p>tivesse origem camponesa, alguns deles possuíam experiência sindical em seus países antes de</p><p>migrarem para o Brasil. Aos italianos atribui-se a difusão do anarquismo entre os operários da</p><p>Primeira República, teoria social que defendia a organização de uma sociedade sem Estado ou</p><p>qualquer tipo de instituição que promovesse a dominação entre os homens.</p><p>Muitos operários adeptos dessas ideias lançaram mão de greves, tendo em vista a obtenção de</p><p>melhores condições de trabalho e salário. Paralisações em fábricas no Rio de Janeiro e São Paulo</p><p>ocorreram em 1902, 1903, 1904, 1906, 1907 e 1917. A seguir, falaremos dessa última.</p><p>A greve de 1917</p><p>Em 1917, uma greve foi iniciada por trabalhadores de fábricas têxteis dos bairros da Mooca</p><p>e Ipiranga, no estado de São Paulo. Estimulados por lideranças anarquistas, trabalhadores de</p><p>outros setores também aderiram ao movimento, reivindicando aumento salarial, a diminuição da</p><p>jornada de trabalho de 12 para 8 horas, e a diminuição do custo de vida.</p><p>A repressão policial imposta aos manifestantes fez com que o movimento ganhasse a</p><p>adesão de ainda mais trabalhadores, se transformando em uma Greve Geral. Em um dos</p><p>confrontos travados entre a polícia e os trabalhadores, o sapateiro espanhol José Martinez foi</p><p>mortalmente ferido, o que motivou a formação de um imenso cortejo até a Praça da Sé.</p><p>Após dias de paralisação, o governo cedeu a certas reivindicações dos trabalhadores, como</p><p>o aumento de 20% do salário, além de prometer que fiscalizaria as condições de trabalho de</p><p>homens, mulheres e crianças nas fábricas da cidade de São Paulo. Apesar disso, o movimento</p><p>grevista foi severamente combatido pelas autoridades policiais, que promoveram o fechamento</p><p>de sindicatos e a prisão de lideranças. A repressão se estenderia durante a década de 1920, o que</p><p>enfraqueceu as organizações trabalhistas.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 18 – HB: Brasil Republicano I</p><p>43</p><p>152</p><p>AULA 18: HB: Brasil Republicano I</p><p>A respeito das greves e paralisações dos trabalhadores urbanos nas décadas de 1910, 1920</p><p>e início dos anos 1930, é importante ressaltar que esses movimentos foram muito importantes</p><p>para pressionar pela elaboração das leis trabalhistas. Em 1932, por exemplo, foi regulamenta</p><p>(transformada em lei) a jornada de 8 horas.</p><p>6. AS TRANSFORMAÇÕES DA DÉCADA DE 1920</p><p>A década de 1920 é um período de grandes transformações no Brasil. O país continuava o</p><p>processo de industrialização promovida pelos lucros do café, que ganhavam novo impulso com a</p><p>eclosão da Primeira Guerra Mundial (1914-1918). Como o conflito fez com que as economias</p><p>europeias voltassem sua produção para a indústria bélica, o Brasil se viu privado de vários produtos</p><p>exportados do continente. Com isso, novos ramos na indústria surgem para suprimir a demanda</p><p>interna por esses produtos, processo chamado por muitos historiadores de substituição de</p><p>importações.</p><p>Apesar disso, o café continuava a ser o eixo das políticas econômicas conduzidas pelo</p><p>governo federal, o que não deixou de gerar certos atritos entre a oligarquia cafeeira e a burguesia</p><p>industrial. Isso se explica devido aos interesses distintos mantidos por esses grupos: enquanto</p><p>para o primeiro a desvalorização da moeda era algo interessante, afinal tornava as sacas de café</p><p>mais acessíveis no mercado internacional, para os industriais isso encarecia o maquinário</p><p>importado para suas indústrias no Brasil.</p><p>O ano de 1922 costuma ser lembrado como importantíssimo para se atentar às</p><p>modificações políticas, culturais, econômicas sociais. Vejamos quais são os principais</p><p>acontecimentos do ano:</p><p>❖ A fundação do Partido Comunista do Brasil (PCB), na cidade fluminense de Niterói,</p><p>em 25 de março de 1922. Por meio de jornais e manifestos, a nova agremiação</p><p>buscou se basear no Partido Comunista Soviético para engajar os trabalhadores no</p><p>debate político nacional.</p><p>❖ O início do tenentismo, conjunto de revoltas protagonizadas por oficiais de baixa</p><p>patente do Exército que criticavam os fundamentos República Oligárquica e</p><p>cobravam por melhorias nas atividades militares (condições mais dignas para o</p><p>oficialato).</p><p>❖ A Semana da Arte Moderna, evento organizado por intelectuais que propunham</p><p>transformações nas técnicas e preocupações da arte produzidas no país.</p><p>6.1 - TENENTISMO</p><p>Ao final do governo Epitácio Pessoa (1919-1922), quando eleições foram convocadas para</p><p>a escolha do novo mandatário do país, o poder federal lançou como candidato o mineiro Artur</p><p>Bernardes, representante das oligarquias cafeeiras do país.</p><p>O Rio de Janeiro, a Bahia e o Rio Grande do Sul, Estados não contemplados pelo governo Epitácio</p><p>Pessoa, lançaram a candidatura do fluminense Nilo Peçanha para a presidência, formando uma</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 18 – HB: Brasil Republicano I</p><p>44</p><p>152</p><p>AULA 18: HB: Brasil Republicano I</p><p>aliança que ficou conhecida como Reação Republicana. Diferentemente de boa parte das</p><p>campanhas vistas em eleições anteriores, Nilo Peçanha e seus apoiadores organizaram comícios</p><p>por todo o país, conquistando o apoio de grupos urbanos de várias cidades. Isso demonstrava</p><p>uma insatisfação generalizada com as oligarquias no poder.</p><p>Ao longo da campanha, jornais da capital divulgaram cartas supostamente escritas por</p><p>Bernardes, que criticavam os militares. Isso era uma tentativa de criar conflitos entre o candidato</p><p>e as Forças Armadas, afinal muitos membros da caserna haviam declarado apoio ao nome da</p><p>Reação Republicana.</p><p>Como os processos eleitorais eram manipulados pelos acordos firmados entre as</p><p>oligarquias, o resultado não trouxe surpresas: com uma diferença de 129 mil votos, Artur</p><p>Bernardes foi eleito o novo Presidente da República. Contudo, a Reação Republicana não</p><p>reconheceu a derrota, e buscou mobilizar a população e militares a fim de pressionar o governo</p><p>para que fosse criado um tribunal que acompanhasse os processos eleitorais.</p><p>Para piorar a situação, os militares não estavam nem um pouco satisfeitos com o governo</p><p>Epitácio Pessoa, que havia nomeado um civil para comandar o Ministério da Guerra. A escassez</p><p>de armamentos e medicamentos nas Forças Armadas, a má remuneração e a demora para que</p><p>pudessem ascender na hierarquia levou jovens oficiais a tramarem a derrubada do governo, dando</p><p>início a um movimento conhecido como tenentismo.</p><p>Mas quais eram os planos políticos desses “tenentes”? Quem nos conta são as professoras</p><p>Heloísa Starling e Lilia Schwarcz:</p><p>Os tenentes, como ficaram conhecidos, acreditavam que o Brasil precisava de um</p><p>governo central forte capaz de intervir na economia para desenvolver os recursos</p><p>naturais, promover a industrialização e proteger o país da exploração estrangeira.</p><p>Também enxergavam no regionalismo e na corrupção a origem e os motivos do que</p><p>havia de errado no Brasil. Eram liberais em temas sociais e autoritários em política. E</p><p>agiam na cena pública como militares: estavam dispostos a proteger o país e a destruir</p><p>o poder das oligarquias regionais, reduzir o quadro das profundas desigualdades</p><p>sociais, acabar com o analfabetismo – mas não sabiam o modo de atingir seus</p><p>propósitos nem como construir o país com que sonhavam.</p><p>SCHWARCZ, Lilia Moritz; STARLING, Heloísa Maria Murgel. Brasil: uma biografia. São Paulo:</p><p>Companhia das Letras, 2015. p. 34.</p><p>A primeira tentativa de tomarem o poder se deu por meio da Revolta dos 18 do Forte de</p><p>Copacabana, em julho de 1922. Neste episódio, 28 oficiais resistiram às tropas do governo federal,</p><p>até finalmente saírem em marcha pela Avenida Atlântica, no Rio de Janeiro. Dez deles desistiram</p><p>no meio do caminho, enquanto os outros 18 prosseguiram pela orla, mesmo recebendo tiros das</p><p>tropas federais. Ao final, sobreviveram somente dois tenentes: Siqueira Campos e Eduardo</p><p>Gomes.</p><p>Em 1924, durante o governo Artur Bernardes, foi a vez de São Paulo ser o palco de um</p><p>novo levante tenentista, que ficou conhecido como Revolução de 1924. Com o objetivo de depor</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 18 – HB: Brasil Republicano I</p><p>45</p><p>152</p><p>AULA 18: HB: Brasil Republicano I</p><p>o presidente, mais de mil militares se posicionaram em locais</p><p>estratégicos da cidade para lutar</p><p>contra as tropas do governo federal, mas foram derrotados. Muitos militares rebeldes se</p><p>refugiaram no interior, onde organizaram o terceiro ato do movimento, juntamente com militares</p><p>gaúchos: a Coluna Prestes/Miguel Costa.</p><p>Entre 1925 e 1927, os rebeldes percorreram o Brasil sob a liderança de Luís Carlos Prestes</p><p>e Miguel Costa, defendendo a “moralização da República” – ou seja, uma série de reformas</p><p>voltadas para a transformação do país, como a reforma do ensino público e a instituição do voto</p><p>secreto. Nos 25 mil quilômetros percorridos, por vezes foram recebidos com euforia pela</p><p>população local, em outras, davam de cara com jagunços de coronéis, enviados para combatê-</p><p>los.</p><p>Em 1927, os membros da coluna se refugiam na Bolívia, fugindo da repressão exercida</p><p>pelas tropas do governo federal, forças estaduais e capangas das oligarquias locais. O grande</p><p>saldo do movimento parece ter sido o prestígio político e militar conquistado por Luís Carlos</p><p>Prestes, que se tornou conhecido como “O Cavaleiro da Esperança”.</p><p>Embora não tenha conseguido adesão popular, senão o apoio de extratos das classes</p><p>médias urbanas, a ideia de moralização da política defendida pelos tenentes continuaria a</p><p>repercutir na sociedade até os anos finais da Primeira República.</p><p>6.2 - A SEMANA DE ARTE MODERNA</p><p>Se em 1922 ficava clara a insatisfação de alguns setores da sociedade em relação aos rumos</p><p>da República no Brasil, para muitos artistas o momento era o de transformar os padrões vigentes</p><p>na cultura brasileira, voltados para a mera reprodução de tendências externas, com o objetivo de</p><p>alcançar produções que formassem uma arte genuinamente nacional. O grande marco desse</p><p>projeto se daria na comemoração do Centenário da Independência na cidade de São Paulo,</p><p>através da organização de uma Semana de Arte Moderna.</p><p>Entre os dias 11 e 18 de fevereiro de 1922, o Teatro Municipal foi cenário do evento que</p><p>contou com a participação dos escritores Mário de Andrade e Oswald de Andrade, as pintoras</p><p>Tarsila do Amaral e Anita Malfatti, e os pintores Di Cavalcanti e Victor Brecheret. O encerramento</p><p>ficou a cargo do maestro Heitor Villa-Lobos.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 18 – HB: Brasil Republicano I</p><p>46</p><p>152</p><p>AULA 18: HB: Brasil Republicano I</p><p>A Semana da Arte Moderna foi o marco inaugural</p><p>do modernismo no Brasil, movimento inspirado nas</p><p>vanguardas artísticas europeias (futurismo, cubismo e o</p><p>expressionismo), mas que se propunha a aproveitar</p><p>somente as influências que convinham à arte nacional. Essa</p><p>concepção está contida no chamado “Manifesto</p><p>Antropofágico”, produzido por Oswald de Andrade, após a</p><p>realização do evento. Repleto de ironia e bom-humor, o</p><p>autor indaga neste documento: Tupi or not tupi, that is the</p><p>question.</p><p>Ao recorrerem à figura do indígena, romantizada no</p><p>século XIX devido às influências externas na arte brasileira,</p><p>o texto indaga se seria possível assimilar somente aquilo</p><p>que contribuísse para gerar algo inteiramente novo no</p><p>campo das artes. Para isso, elementos das culturas</p><p>indígenas e africanas são valorizados por esses artistas.</p><p>O Abaporu, quadro de Tarsila do Amaral, é certamente a obra mais conhecida do</p><p>modernismo brasileiro. Para muitos críticos da pintura, os pés e mãos gigantescos provavelmente</p><p>representavam o trabalho braçal exercido pela maioria dos brasileiros, enquanto a minúscula</p><p>cabeça representaria nossa ausência de senso crítico. Já as fortes cores utilizadas na obra – o</p><p>verde, o amarelo e o azul – parecem fazer referência à cultura brasileira, aqui representada pela</p><p>paisagem seca da região nordeste do país.</p><p>O quadro foi um presente de Tarsila para o marido, Oswald de Andrade, que observou ser</p><p>um “homem plantado na terra”. O nome da obra é a síntese do movimento antropofágico, afinal</p><p>Abaporu significa em tupi “aquele que come”.</p><p>(Unesp 2017)</p><p>O quadro não se presta a uma leitura convencional, no sentido de esmiuçar os detalhes da</p><p>composição em busca de nuances visuais. Na tela, há apenas formas brutas, essenciais, as</p><p>quais remetem ao estado natural, primitivo. Os contornos inchados das plantas, os pés</p><p>agigantados das figuras, o seio que atende ao inexorável apelo da gravidade: tudo é raiz. O</p><p>embasamento que vem do fundo, do passado, daquilo que vegeta no substrato do ser. As</p><p>cabecinhas, sem faces, servem apenas de contraponto. Estes não são seres pensantes,</p><p>produtos da cultura e do refinamento. Tampouco são construídos; antes nascem, brotam</p><p>como plantas, sorvendo a energia vital do sol de limão. À palheta nacionalista de verde</p><p>planta, amarelo sol e azul e branco céu, a pintora acrescenta o ocre avermelhado de uma</p><p>Figura 17 - O Abaporu, de Tarsila do Amaral, 1928.</p><p>Foto tirada por Marco Túlio Gomes</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 18 – HB: Brasil Republicano I</p><p>47</p><p>152</p><p>AULA 18: HB: Brasil Republicano I</p><p>pele que mais parece argila. A mensagem é clara: essa é nossa essência brasileira – sol, terra,</p><p>vegetação. É isto que somos, em cores vivas e sem a intervenção erudita das fórmulas</p><p>pictóricas tradicionais.</p><p>(Rafael Cardoso. A arte brasileira em 25 quadros, 2008. Adaptado.)</p><p>Tal comentário aplica-se à seguinte obra de Tarsila do Amaral (1886-1973):</p><p>a) Antropofagia, 1929</p><p>b) Abaporu, 1928</p><p>c) A negra, 1923</p><p>d) Sol poente, 1929</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 18 – HB: Brasil Republicano I</p><p>48</p><p>152</p><p>AULA 18: HB: Brasil Republicano I</p><p>e) São Paulo, 1924</p><p>Comentários</p><p>Essa é uma questão sobre modernismo no Brasil, que demanda do candidato a interpretação</p><p>das obras a partir do texto do enunciado. Procuramos uma tela que inclua todos os</p><p>elementos listados: “pés agigantados”, “seio que atende ao [...] apelo da gravidade”,</p><p>“cabecinha sem face”, “plantas”, “sol de limão”. Embora as duas primeiras telas de Tarsila</p><p>do Amaral possuem as características descritas no texto, somente uma delas, Antropofagia,</p><p>mostra o seio do personagem voltado para o chão. Assim sendo, a alternativa B é a resposta.</p><p>Gabarito: B.</p><p>7. O FIM DA PRIMEIRA REPÚBLICA: A REVOLUÇÃO DE 1930</p><p>Vejam que, ao final da década de 1920, a oligarquia já não respondia mais às novas</p><p>exigências de um país que se transformava rapidamente. A economia cafeeira estava em</p><p>decadência fruto da diminuição dos preços internacionais do café. As inovações de ideias e de</p><p>tecnologias que existiam em outros países influenciavam os grupos no Brasil que, aos poucos, se</p><p>opunham aos governos oligárquicos.</p><p>Com a aproximação da eleição presidencial de 1930, o presidente Washington Luís,</p><p>membro das oligarquias cafeeiras de São Paulo, indicou como seu sucessor o paulista Júlio Prestes.</p><p>Isso provocou grande desgaste de sua figura, afinal o presidente do estado de Minas Gerais,</p><p>Antônio Carlos Ribeiro de Andrada, era a indicação esperada pelos apoiadores de seu governo</p><p>vindo daquele estado.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 18 – HB: Brasil Republicano I</p><p>49</p><p>152</p><p>AULA 18: HB: Brasil Republicano I</p><p>Membro de uma das mais antigas dinastias políticas do país, Antônio Carlos sentia que</p><p>alguns aspectos da Primeira República deveriam sofrer modificações para que o poder político</p><p>das forças tradicionais não fosse ameaçado. O tenentismo e sua pauta de “moralizar a República”,</p><p>assim como as greves operárias sinalizavam que reformas eram necessárias, o que o levou a</p><p>implantar o voto secreto em Minas Gerais. A ele é atribuída a frase “façamos a Revolução antes</p><p>que o povo a faça”.</p><p>A recusa de Washington Luís à candidatura de Antônio Carlos gerou a ruptura da aliança</p><p>histórica entre São Paulo e Minas Gerais. O presidente de Minas aliou-se ao Rio Grande do Sul, o</p><p>terceiro estado mais expressivo eleitoralmente. Após inúmeras negociações, chegaram ao</p><p>consenso de que o candidato seria Getúlio Dornelles Vargas, presidente do estado gaúcho, tendo</p><p>como vice João Pessoa, da Paraíba. A chapa que unia os</p><p>estados de Minas Gerais, Rio Grande do</p><p>Sul e Paraíba ficou conhecida como Aliança Liberal.</p><p>Nesse cenário, em 1930, ocorreram eleições presidenciais e se formou a ALIANÇA LIBERAL,</p><p>tendo Getúlio Vargas como liderança e candidato por um partido chamado Partido Democrático.</p><p>O programa político dos aliancistas previa:</p><p>➢ reforma política do país</p><p>➢ voto secreto</p><p>➢ Justiça Eleitoral</p><p>➢ independência do Judiciário</p><p>➢ medidas econômicas protecionistas para produtos de exportação além do café.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 18 – HB: Brasil Republicano I</p><p>50</p><p>152</p><p>AULA 18: HB: Brasil Republicano I</p><p>➢ medidas de proteção aos trabalhadores, como a extensão do direito à</p><p>aposentadoria, a aplicação da lei de férias e a regulamentação do trabalho do menor</p><p>e da mulher.</p><p>Apoiados pelos ex-tenentes e setores das classes urbanas, a campanha oposicionista</p><p>ganhou as ruas, organizando comícios que reuniam grandes multidões. Mas, nas eleições ocorridas</p><p>em março de 1930, Vargas perdeu para o candidato adversário, Júlio Prestes – candidato do</p><p>Partido Republicano Paulista. Muitos historiadores afirmam que houve fraude eleitoral porque não</p><p>havia fiscalização, o voto era aberto (todo mundo poderia ver quem votava em quem) e, assim, o</p><p>governo sempre conseguia manipular os resultados. Ainda operava o coronelismo nas localidades</p><p>eleitorais.</p><p>Além disso, é bom lembrar que, até então, a população que ficou ao lado de Vargas, nessa época,</p><p>nem votava. Apesar do voto ser chamado de UNIVERSAL – ou seja, não depender da renda -</p><p>pouca gente tinha o direito de exercer o voto. As mulheres e os analfabetos, por exemplo, ainda</p><p>não tinham direito ao voto, lembra-se?</p><p>O candidato derrotado reconheceu o resultado e voltou-se para o governo do estado do</p><p>Rio Grande do Sul, mas alguns de seus apoiadores não estavam dispostos a fazer o mesmo. Em</p><p>Minas, jovens lideranças políticas passaram a conspirar com tenentes pela deposição do</p><p>presidente Washington Luís.</p><p>Com o país dividido, o estopim da Revolução foi o assassinato do político paraibano João Pessoa,</p><p>candidato a vice-Presidente na chapa de Getúlio Vargas, em julho de 1930.</p><p>Com esse fato, a aliança em torno de Vargas não pensou duas vezes: mobilizou tropas</p><p>militares e assumiu o comando do país na então capital brasileira, o Rio de Janeiro. Por esse</p><p>motivo, caro e cara alunos, alguns chamam de Revolução de 1930 e, outros, de Golpe de 1930.</p><p>As duas formas podem aparecer na prova, fique atento!!!</p><p>O fato é que a derrota eleitoral de Vargas não impediu que ocorresse a Revolução,</p><p>sobretudo depois do assassinato do seu vice. Isso porque a população apoiou Vargas e todo</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 18 – HB: Brasil Republicano I</p><p>51</p><p>152</p><p>AULA 18: HB: Brasil Republicano I</p><p>mundo queria algum tipo de mudança. O sistema político e econômico em vigor desde 1889 já</p><p>estava esgotado.</p><p>Em poucas palavras, conforme o Dicionário Histórico-Biográfico Brasileiro:</p><p>A revolução de 1930 foi o movimento armado iniciado no dia 3 de outubro de 1930, sob a</p><p>liderança civil de Getúlio Vargas e sob a chefia militar do tenente-coronel Pedro Aurélio de Góis</p><p>Monteiro, com o objetivo imediato de derrubar o governo de Washington Luís e impedir a posse</p><p>de Júlio Prestes, eleito presidente da República em 1º de março anterior. O movimento tornou-se</p><p>vitorioso em 24 de outubro e Vargas assumiu o cargo de presidente provisório a 3 de novembro</p><p>do mesmo ano</p><p>Quatro pontos podem resumir os elementos decisivos que contribuíram para a</p><p>derrubada do então Presidente Washington Luís e o fortalecimento da aliança que</p><p>conduziu Vargas ao poder após a Revolução de 1930:</p><p>1- Crise econômica. Em 1929, houve uma crise na bolsa de valores de Nova York,</p><p>nos Estados Unidos. Essa crise afetou o mundo todo e foi responsável por afetar as</p><p>exportações de café do Brasil e, portanto, abalar a economia nacional. O preço do</p><p>café despencou e a oligarquia cafeeira teve grandes prejuízos. Como a economia</p><p>brasileira era sustenta pelos cafeicultores, a crise econômica abalou o restante do</p><p>país. A pouca economia industrial também foi afetada, fato que deixou os industriais</p><p>bastante descontentes e os estimulou a cobrar soluções por parte do governo. A</p><p>crise econômica de 1929 também ficou conhecida como a Grande Depressão.</p><p>2- Fragmentação da elite. A oligarquia brasileira se fragmentou, principalmente</p><p>porque não achava saídas econômicas para a situação. Assim, surgiu a oligarquia</p><p>dissidente, isto é, setores da elite nacional que estavam descontentes com a o</p><p>sistema político do “café com leite”. A oligarquia dissidente contava com políticos</p><p>do Rio Grande do Sul, Pernambuco, Paraíba, Bahia, Rio de Janeiro e, também, de</p><p>Minas Gerais.</p><p>3- Eleições presidenciais de 1930. Diante dos impasses político-econômicos, as</p><p>eleições para Presidente da República do ano de 1930 ocorreram em um clima tenso</p><p>e incerto: de um lado, o candidato paulista Júlio Prestes, representando o setor</p><p>agroexportador e defensor da continuidade do modelo econômico anterior; do</p><p>outro, Getúlio Vargas com uma plataforma político de modernização do país e</p><p>apoiado por uma aliança com diversos setores da sociedade brasileira;</p><p>4- Aliança em torno de Vargas. Formou-se uma aliança política de elites (os</p><p>dissidentes), partidos e militares descontentes (os “tenentes”) com os</p><p>representantes da “política do café com leite”. Essa aliança, que recebeu o nome de</p><p>Aliança Liberal, apoiou a candidatura de Vargas para a Presidente da República.</p><p>Também foi importante a entrada de setores urbanos na Aliança Liberal, como uma</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 18 – HB: Brasil Republicano I</p><p>52</p><p>152</p><p>AULA 18: HB: Brasil Republicano I</p><p>parcela expressiva da burguesia industrial. Assim, aqueles que queriam um modelo</p><p>de país apoiado na industrialização, e não apenas na agricultura, estavam com</p><p>Vargas.</p><p>Veja algumas fotos da marcha de Getúlio apoiado pela população.</p><p>5</p><p>E, assim, em outubro de 1930, temos o início da Era Vargas. Por sinal, chamamos de “Era”</p><p>por 3 motivos:</p><p>Vargas ficou muito tempo no poder, até 1945;</p><p>Vargas tinha uma grande personalidade, capacidade de liderança e uma relação com o</p><p>povo diferente dos governantes anteriores, a ponto de ficar conhecido como MITO e como</p><p>o “pai dos pobres”.</p><p>O governo de Vargas fez grandes transformações políticas, econômicas e sociais no país.</p><p>Bem, queridas e queridos alunos chegamos ao final da nossa primeira aula sobre Republica</p><p>Brasileira. Mergulhamos em experiências ocorridas entre o final do século XIX e as duas primeiras</p><p>décadas do Século XX.</p><p>Faça seu controle de temporalidade. Vai montando sua linha do tempo pois ela será</p><p>fundamental na hora da revisão final</p><p>5 FGV-CPDOC. Disponível em: https://cpdoc.fgv.br/revolucao1930/acervo. Acesso em: 21/06/2019.</p><p>Rumo ao Rio de Janeiro: entrada de</p><p>Getúlio Vargas em Ponta Grossa, tendo à</p><p>sua direita o tenente-coronel Galdino Luís</p><p>Esteves e, à esquerda, Aristides Krauser do</p><p>Canto. Outubro de 1930.</p><p>Getúlio</p><p>Vargas no Palácio</p><p>do Catete em 31 de</p><p>outubro de 1930,</p><p>no dia que</p><p>chegou ao Rio de</p><p>Janeiro, após</p><p>vitoriosa a</p><p>Revolução de</p><p>1930</p><p>https://pt.wikipedia.org/wiki/Pal%C3%A1cio_do_Catete</p><p>https://pt.wikipedia.org/wiki/Pal%C3%A1cio_do_Catete</p><p>https://pt.wikipedia.org/wiki/31_de_outubro</p><p>https://pt.wikipedia.org/wiki/31_de_outubro</p><p>https://pt.wikipedia.org/wiki/1930</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 18 – HB: Brasil Republicano I</p><p>53</p><p>152</p><p>AULA 18: HB: Brasil Republicano I</p><p>É isso, fico por aqui. Você segue até a última questão. Aproveita TODOS os comentários,</p><p>pois foram desenvolvidos em cada detalhe para fazer você mentalizar, aprender a responder uma</p><p>questão, não escorregar nos caprichos do examinador.</p><p>Gabaritar história não é privilégio, é obrigação. Será seu diferencial. E não basta saber</p><p>o</p><p>conteúdo é preciso ser safo para adotar as melhores estratégias!</p><p>Espero por você no Fórum de Dúvidas, se elas aparecerem!</p><p>Um beijo, um abraço apertado e um suspiro dobrado de amor sem fim! Alê</p><p>8. LISTA DE QUESTÕES</p><p>(ENEM 2021)</p><p>Com direitos civis, mas sem direitos políticos, além das mulheres, milhões de camponeses</p><p>iletrados, em sua maioria não brancos, num contexto altamente racista e racializado, milhares de</p><p>imigrantes estrangeiros recém-chegados e de ex-escravos recém-libertos não deixaram, apesar</p><p>disso, de agir politicamente e de influir decisivamente no devir da república em formação.</p><p>MATTOS, H. A. A vida política. In: SCHWARCZ, L. M. (Org.) A abertura para o mundo: 1889-</p><p>1930. Rio de Janeiro: Objetiva 2012.</p><p>Um meio pelo qual esses grupos exerceram a cidadania, nas primeiras décadas do regime</p><p>político mencionado, foi o(a)</p><p>a) prática do sufrágio livre e universal.</p><p>b) programa de democratização do ensino.</p><p>c) aliança de oligarquias partidárias estaduais.</p><p>d) irrupção de levantes populares espontâneos.</p><p>e) discurso de inspiração social-darwinista e eugenista</p><p>(UDESC 2019)</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 18 – HB: Brasil Republicano I</p><p>54</p><p>152</p><p>AULA 18: HB: Brasil Republicano I</p><p>Apesar de o processo de abolição ter culminado, em 1888, com a libertação dos</p><p>escravizados, o racismo permaneceu com presença constante na história do Brasil, conforme</p><p>pode-se observar neste texto de 1894, escrito por Nina Rodrigues:</p><p>“A civilização ariana está representada no Brasil por uma fraca minoria da raça branca a quem</p><p>ficou o encargo de defendê-la, não só contra os atos antissociais – os crimes – de seus</p><p>próprios representantes, como ainda contra os atos antissociais das raças inferiores.”</p><p>Analise as proposições pelas quais, pode ser constatada a presença do racismo nos anos</p><p>iniciais da República Brasileira.</p><p>I. No combate a tradições culturais, como a capoeira e várias formas de religiosidades</p><p>africanas, que foram criminalizadas pelo código penal de 1890.</p><p>II. Nos processos de reurbanização que desalojavam famílias – na maioria negras – dos</p><p>centros das cidades, onde habitavam, muitas vezes, nos cortiços.</p><p>III. Na organização de agremiações, exclusivamente, brancas, como a Escola de Samba</p><p>Estação Primeira de Mangueira.</p><p>Assinale a alternativa correta.</p><p>a) Somente as afirmativas I e III são verdadeiras.</p><p>b) Somente as afirmativas I e II são verdadeiras.</p><p>c) Somente a afirmativa I é verdadeira.</p><p>d) Somente a afirmativa II é verdadeira.</p><p>e) Todas as afirmativas são verdadeiras.</p><p>(UECE 2020)</p><p>A Revolta da Vacina, que foi uma importante manifestação social,</p><p>A) ocorreu entre marinheiros oriundos das classes sociais baixas que se negavam a ser</p><p>vacinados contra a febre amarela, já que os oficiais não eram obrigados.</p><p>B) aconteceu nos sertões do Cariri cearense devido à decisão do governo de impor aos</p><p>seguidores do Padre Cícero a vacinação contra a peste bubônica.</p><p>C) foi motivada pelo apoio da Igreja Católica aos seguidores de Antônio Conselheiro, que se</p><p>opunham à República e à vacinação obrigatória por ela estabelecida.</p><p>D) ocorreu no Rio de Janeiro devido à obrigatoriedade da vacina contra a varíola e às</p><p>reformas urbanas e sanitárias iniciadas pelo presidente Rodrigues Alves.</p><p>(UECE 2019)</p><p>Sobre o episódio conhecido como A Sedição de Juazeiro, é correto afirmar que</p><p>a) apesar de a motivação política ter-se originado na capital do estado, Fortaleza, os eventos</p><p>da Sedição de Juazeiro ocorreram apenas na região do Cariri cearense, principalmente nas</p><p>cidades de Juazeiro do Norte, Crato e Barbalha.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 18 – HB: Brasil Republicano I</p><p>55</p><p>152</p><p>AULA 18: HB: Brasil Republicano I</p><p>b) a luta dos Sediciosos contra os Rabelistas ultrapassou os limites do Cariri, os revoltosos</p><p>marcharam sobre Fortaleza, derrubaram o governo de Franco Rabelo e reestabeleceram os</p><p>interesses das oligarquias cearenses.</p><p>c) a participação de Pe. Cícero Romão Batista neste episódio foi bastante limitada, pois Floro</p><p>Bartolomeu, político amigo do padre, apoiava Franco Rabelo e se opôs à participação do</p><p>líder religioso no conflito contra o governo.</p><p>d) mesmo tendo uma importância simbólica, a Sedição de Juazeiro não influiu na política</p><p>local, uma vez que a imposição de um governo ligado à Política das Salvações não a alteraria.</p><p>(UECE 2019)</p><p>Relacione, corretamente, os movimentos sociais da Primeira República com suas respectivas</p><p>descrições, numerando os parênteses abaixo de acordo com a seguinte indicação:</p><p>1. Cangaço</p><p>2. Canudos</p><p>3. Contestado</p><p>4. Revolta da Chibata</p><p>( ) Ocorrido no sertão da Bahia, sob liderança de um beato cearense, a comunidade por</p><p>ele organizada foi destruída após ser atacada pela quarta expedição militar que contava com</p><p>cerca de 7 mil soldados.</p><p>( ) Iniciado no século XIX, esse movimento que durou até a década de 1940 era formado</p><p>por homens armados que agiam principalmente no nordeste brasileiro; alguns grupos</p><p>atuavam sob mando dos poderosos e outros eram independentes.</p><p>( ) Rebelião dos marinheiros, em sua maioria negros e mestiços, contra os castigos corporais</p><p>a que eram submetidos pelos oficiais, também reivindicavam melhores salários e folgas</p><p>semanais.</p><p>( ) Movimento liderado por beatos, ocorrido na região Sul do Brasil, e que teve como pano</p><p>de fundo a disputa por território entre dois estados, o interesse de grandes companhias e o</p><p>fanatismo religioso.</p><p>A sequência correta, de cima para baixo, é:</p><p>a) 3, 1, 2, 4.</p><p>b) 1, 3, 4, 2.</p><p>c) 2, 1, 4, 3.</p><p>d) 4, 3, 1, 2.</p><p>(UECE – 2019)</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 18 – HB: Brasil Republicano I</p><p>56</p><p>152</p><p>AULA 18: HB: Brasil Republicano I</p><p>Durante o período da República Velha no Brasil (1889-1930), uma prática que garantia os</p><p>resultados eleitorais favoráveis aos candidatos que contavam com o apoio dos governantes</p><p>era conhecida como</p><p>a) Comissão de Verificação de Poderes, que garantia a eleição dos candidatos apoiados</p><p>pela política dos governadores, através da ‘degola’ dos políticos opositores.</p><p>b) Embargo de Candidatura, processo movido nos Tribunais Regionais Eleitorais que</p><p>impedia a inscrição de chapas formadas por adversários políticos do governo.</p><p>c) Voto de Cabresto, que era o domínio do voto dos operários e trabalhadores urbanos em</p><p>geral através do controle das forças sindicais pelo Estado.</p><p>d) Bipartidarismo, sistema que admitia apenas a existência de dois partidos políticos, um</p><p>representante do governo, a ARENA e outro a oposição permitida, o MDB.</p><p>(UECE 2018)</p><p>Atente ao seguinte enunciado: “Há 120 anos, em 5 de outubro de 1897, a quarta expedição</p><p>militar enviada por órgãos do Estado conseguiu, enfim, destruir a comunidade. Ao final de</p><p>tudo, apenas quatro pessoas a defendiam. Quando foi incendiada pelo exército, este</p><p>registrou que a comunidade contava com 5.200 casebres. Aqueles que, depois da morte de</p><p>seu líder, dias antes, haviam se rendido após receber promessas de garantia de vida foram</p><p>também degolados pelas tropas, inclusive mulheres e crianças”.</p><p>O enunciado acima diz respeito ao evento denominado</p><p>A) Guerra do Contestado, ocorrida numa região fronteiriça do Paraná com Santa Catarina, e</p><p>que teve líderes religiosos que se antepuseram à dominação da região por empresas</p><p>madeireiras estrangeiras que receberam aquelas terras do governo brasileiro.</p><p>B) Massacre do Caldeirão, evento transcorrido no município do Crato, Ceará, e que teve</p><p>como líder José Lourenço Gomes da Silva, o Beato José Lourenço, que conduziu os</p><p>desvalidos enviados por Pe. Cícero durante vários anos em uma próspera comunidade.</p><p>C) Revolta da Vacina, ocorrida no Rio de Janeiro, quando agentes públicos invadiam à força</p><p>as comunidades pobres da cidade para impor a vacinação obrigatória contra a febre amarela</p><p>e a varíola a todos os moradores.</p><p>D) Guerra de Canudos,</p><p>ocorrida no sertão da Bahia e que teve no cearense Antônio Vicente</p><p>Mendes Maciel, o Antônio Conselheiro, o principal líder daquela comunidade rural, formada</p><p>por sertanejos miseráveis que fugiam da fome e buscavam a salvação eterna.</p><p>(UECE – 2015)</p><p>Analise as afirmações abaixo acerca do chamado CORONELISMO enquanto mecanismo de</p><p>poder e prática política bastante utilizada até pouco tempo no Brasil.</p><p>I. O Coronelismo constituiu-se de uma prática política que fez uso do patrimônio público</p><p>para fins pessoais, como no caso da concessão de empregos públicos aos afilhados e</p><p>correligionários políticos em troca de votos.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 18 – HB: Brasil Republicano I</p><p>57</p><p>152</p><p>AULA 18: HB: Brasil Republicano I</p><p>II. O Coronelismo, enquanto estratégia de poder, poderia fazer uso do patrimônio privado</p><p>para garantir, se necessário, o desempenho das funções públicas.</p><p>III. Tal exercício político ancorava-se no assistencialismo em que todo o sistema eleitoral era</p><p>oficialmente financiado pelos chamados coronéis.</p><p>São verdadeiras as afirmações</p><p>a) I, II e III.</p><p>b) I e II apenas.</p><p>c) I e III apenas.</p><p>d) II e III apenas.</p><p>(UECE – 2016)</p><p>No contexto da Primeira República, emergiu o movimento tenentista. No que diz respeito a</p><p>esse movimento, pode-se afirmar corretamente que</p><p>a) foi um movimento político-militar que ganhou apoio dos setores de alta patente do</p><p>exército e eclodiu apenas na capital federal.</p><p>b) foi um movimento basicamente integrado por oficiais de baixa patente, que trouxe à</p><p>superfície a revolta da corporação contra os baixos salários e precárias condições de</p><p>trabalho.</p><p>c) assumiu uma conotação social explicitamente favorável à democracia liberal e bem</p><p>condizente com ações democráticas no âmbito da corporação militar.</p><p>d) apesar de não ter ocorrido qualquer levante ou ação radical, os tenentes passaram a</p><p>defender a instalação de um governo forte e centralizado, capaz de promover a salvação</p><p>nacional.</p><p>(UEM – 2020)</p><p>No Brasil, o período compreendido entre os anos de 1894 e 1930 ficou conhecido como o</p><p>período da República Oligárquica. Sobre esse período, assinale o que for correto.</p><p>01. Tanto o presidente Marechal Hermes da Fonseca quanto os demais presidentes civis do</p><p>período receberam apoio majoritário das oligarquias dos estados que tinham poder</p><p>econômico no País.</p><p>02. O encilhamento, nome conferido à política de valorização da economia agropecuária,</p><p>passou por intenso desenvolvimento nos estados de Pernambuco e de Alagoas.</p><p>04. A Ação Integralista Brasileira atuou como defensora dos estados que não participavam</p><p>do poder nesse período e propôs a integração nacional a partir do estado do Rio Grande do</p><p>Sul.</p><p>08. A denominação “política do café com leite” foi atribuída ao período em função da aliança</p><p>formada entre as elites políticas de São Paulo (grandes produtores de café) e Minas Gerais</p><p>(grandes produtores de leite) que representavam os dois maiores colégios eleitorais do País.</p><p>16. As alianças estabelecidas entre o presidente e os políticos locais, geralmente grandes</p><p>proprietários de terras, manipularam e controlaram os votos daqueles que viviam em suas</p><p>áreas, processo conhecido como voto de cabresto.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 18 – HB: Brasil Republicano I</p><p>58</p><p>152</p><p>AULA 18: HB: Brasil Republicano I</p><p>(UEM – 2019)</p><p>Sobre o Movimento Modernista no Brasil, assinale o que for correto.</p><p>01. Anita Malfatti surge com uma pintura de caráter tradicionalmente acadêmico. Seu</p><p>trabalho Torso é baseado na harmonia, na proporção e no equilíbrio das formas.</p><p>02. Monteiro Lobato foi um dos principais apoiadores do Modernismo e contribuiu com</p><p>críticas favoráveis à estética proposta pelo movimento.</p><p>04. Lasar Segall trouxe ao Brasil uma das primeiras amostras da arte inovadora feita na</p><p>Europa no início do século XX. Na exposição realizada em 1913, sua pintura apresentava</p><p>nítidas características expressionistas.</p><p>08. Um dos principais incentivadores da Semana de Arte Moderna de 1922 foi Di Cavalcanti,</p><p>cuja obra está associada a temas nacionais, principalmente à mulher brasileira.</p><p>16. A teoria antropofágica de Oswald de Andrade era baseada na proposta de que, embora</p><p>devesse conhecer os movimentos estéticos modernos europeus, cabia ao artista brasileiro</p><p>criar uma arte arraigada na cultura nacional.</p><p>(UEM – 2019)</p><p>A Revolta da Vacina ocorrida em 1904, na cidade do Rio de Janeiro, é considerada a principal</p><p>revolta popular urbana da Primeira República. Sobre os motivos que desencadearam esse</p><p>movimento, assinale o que for correto.</p><p>01. Na cidade do Rio de Janeiro, então capital federal, o intenso crescimento populacional</p><p>favoreceu a ocupação de áreas insalubres, com os denominados “cortiços”, entre outras</p><p>formas de ocupação.</p><p>02. A reforma urbana demoliu os velhos casarões ocupados pela população mais pobre da</p><p>cidade, para alargar ruas e avenidas, tendo cidades europeias como modelo.</p><p>04. A reforma sanitária foi instituída devido aos altos índices de mortalidade causados por</p><p>doenças epidêmicas, como a varíola.</p><p>08. A vacinação obrigatória foi estabelecida na Presidência de Rodrigues Alves, o qual</p><p>regulamentou, por decreto, lei aprovada pelo parlamento.</p><p>16. A Revolta da Vacina teve início na Marinha brasileira, que aplicava castigos físicos contra</p><p>a maioria dos marinheiros, recrutados entre os mais pobres.</p><p>(UDESC – 2016)</p><p>Sobre a Revolta da Chibata, assinale a alternativa correta.</p><p>a) Embora os marinheiros revoltosos, homens negros em sua maioria, tenham assumido o</p><p>controle de grandes embarcações de guerra, não souberam como manejá-las, visto que</p><p>somente oficiais de alta patente possuíam conhecimento e domínio da tecnologia necessária</p><p>para conduzir as embarcações de guerra.</p><p>b) O governo não cedeu à pressão dos marinheiros revoltados e conseguiu dominar e</p><p>prender todos os envolvidos. As principais lideranças foram fuziladas por formação de motim,</p><p>e os demais participantes foram encaminhados a campos de trabalho no extremo norte do</p><p>país.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 18 – HB: Brasil Republicano I</p><p>59</p><p>152</p><p>AULA 18: HB: Brasil Republicano I</p><p>c) O movimento foi liderado por um marinheiro negro, João Cândido, único líder que</p><p>conseguiu anistia do governo e foi imediatamente liberado, uma vez que foi quem</p><p>intermediou as negociações de rendição dos marinheiros.</p><p>d) O movimento foi composto exclusivamente por marinheiros negros que exigiam o fim</p><p>dos castigos corporais e a criação de uma lei que penalizasse a discriminação racial nas forças</p><p>armadas.</p><p>e) Além do fim do castigo corporal, o movimento exigia melhoria na alimentação, criação</p><p>de uma nova tabela de serviços, que diminuísse o excesso de trabalho dos marinheiros, e</p><p>anistia para todos os envolvidos na revolta.</p><p>(FGV 2018)</p><p>O ano de 2016 completa o centenário da canção Pelo telefone, de Ernesto dos Santos, o</p><p>Donga (1889/1974-RJ) e Maurício de Almeida (mais conhecido como Peru dos Pés Frios).</p><p>Parece que a motivação central da composição foi uma crítica bem-humorada ao chefe da</p><p>polícia carioca que combatia os jogos de azar na cidade: por isso a letra original dizia</p><p>O chefe da polícia/Pelo telefone/ Mandou avisar/ Que na Carioca/ Tem uma roleta/ Para se</p><p>jogar.</p><p>Porém, ao registrar a letra, Donga subtraiu a crítica à polícia e mudou para O chefe da folia.</p><p>Esse autêntico quebra-cabeça melódico e poético teria sido organizado e recomposto pelo</p><p>jornalista e carnavalesco Maurício de Almeida, o Peru dos Pés Frios, que ganhou coautoria</p><p>da composição. Além disso, o refrão da canção também foi tomado de conhecida canção</p><p>folclórica (Olha a rolinha/Sinhô, sinhô/Se embaraçou/Sinhô, sinhô …).</p><p>(José Geraldo Vinci de Moraes. O centenário de Pelo telefone. Em:</p><p>http://jornal.usp.br/artigos/o-centenario-de-pelo-telefone/. 27.08.2016. Acessado em</p><p>08.09.2017. Adaptado)</p><p>É correto inferir que a canção Pelo telefone</p><p>a) marca a origem do samba, a autêntica canção popular</p><p>brasileira, com referências urbanas,</p><p>caso do telefone, com letras que mostram, até a Era Vargas, a temática da harmonia étnica</p><p>do Brasil e da arte em geral como um meio de inserção dos ex-escravos à sociedade nacional.</p><p>b) destaca o papel central exercido pelos artistas populares, que por meio das canções</p><p>denunciam os malefícios dos novos costumes urbanos, apontando o espaço rural como o</p><p>único capaz de oferecer condições dignas para os que tinham sido escravizados.</p><p>c) representa a transição da cultura rural e urbana porque aborda uma temática</p><p>essencialmente moderna que é a presença do telefone e, ao mesmo tempo, em que trata do</p><p>universo rural, pois há versos na canção originários de uma produção folclórica.</p><p>d) revela uma faceta pouco reconhecida da classe popular carioca, que era capaz de</p><p>importantes trocas culturais com escritores e jornalistas, além de a mesma classe modificar a</p><p>trajetória da indústria fonográfica do país, pois o samba se tornou o único produto desse</p><p>ramo.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 18 – HB: Brasil Republicano I</p><p>60</p><p>152</p><p>AULA 18: HB: Brasil Republicano I</p><p>e) manifesta um olhar pouco crítico sobre as condições do Rio de Janeiro, em especial dos</p><p>trabalhadores mais humildes, porque faz apologia às inovações tecnológicas, como o</p><p>telefone, que serviam às elites cariocas, mas prejudicavam os mais pobres.</p><p>(UECE 2017)</p><p>Atente ao seguinte enunciado:</p><p>“Episódios mais notórios, como a Revolta dos 18 do Forte de Copacabana, em 1922, e a</p><p>Revolução Paulista de 1924, ou um evento pouco citado nos livros de História, como a</p><p>Comuna de Manaus, também ocorrido em 1924, são partes do mesmo movimento a que</p><p>pertence a Coluna Prestes, que, de 1925 a 1927, percorreu cerca de pelo interior do</p><p>território brasileiro combatendo as forças oligárquicas e espalhando sua ideologia”.</p><p>O enunciado acima se refere ao movimento pertencente à História republicana do Brasil</p><p>conhecido como</p><p>a) Tenentismo, que marcava o descontentamento de parte da jovem oficialidade do exército</p><p>com as características políticas da República Velha.</p><p>b) Restauracionismo, que uniu militares e religiosos em lutas com o objetivo de depor a</p><p>República e restaurar a monarquia no Brasil.</p><p>c) Messianismo, movimento por meio do qual os líderes religiosos faziam uso de sua</p><p>influência para eleger os grupos políticos que apoiavam o fim das mudanças promovidas pela</p><p>República.</p><p>d) Coronelismo, no qual senhores de terra e líderes políticos locais tentaram impedir avanços</p><p>socialistas propostos pelo Presidente da República Artur Bernardes.</p><p>(UEL 2016)</p><p>O Positivismo desenvolveu-se no Brasil durante o II Império e foi defendido por políticos</p><p>ilustres como Benjamin Constant, Júlio de Castilho, Teixeira Mendes, marcando fortemente</p><p>os ideais republicanos que culminaram com a Proclamação da República, em 1889.</p><p>Com base nos conhecimentos sobre as influências positivistas no processo de transição do</p><p>regime imperial para o republicano, considere as afirmativas a seguir.</p><p>I. Como expressão mais forte dessas mudanças, o pavilhão imperial adotou o lema positivista.</p><p>II. A ideia de uma democracia representativa levou à adoção do sistema do voto universal, o</p><p>que permitia a acomodação das classes sociais.</p><p>III. A presença do ideário positivista destacou-se no setor militar, sobretudo entre os oficiais</p><p>de alta patente.</p><p>IV. A formação de um governo de cunho autoritário caracterizou-se pela imposição da ordem</p><p>através da força militar, na chamada República de Espadas.</p><p>Assinale a alternativa correta.</p><p>a) Somente as afirmativas I e II são corretas.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 18 – HB: Brasil Republicano I</p><p>61</p><p>152</p><p>AULA 18: HB: Brasil Republicano I</p><p>b) Somente as afirmativas I e IV são corretas.</p><p>c) Somente as afirmativas III e IV são corretas.</p><p>d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas.</p><p>e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.</p><p>(2019 UFRGS)</p><p>Leia o trecho abaixo, que faz referência a uma matéria intitulada "Como uma Mulher Deve</p><p>Ajudar o Marido", publicada no jornal A Federação, em 1919.</p><p>Dorothy Diz escreveu para o jornal A Federação, dando conselhos às donas de casa 'de como</p><p>tratar o marido. Tais como de não sobrecarregá-lo com as queixas do dia a dia, alimentá-lo,</p><p>incentivá-lo no trabalho e estar sempre pronta para atendê-lo e ouvi-lo. Ou seja, não poderia</p><p>nunca esquecer os seus deveres de rainha do lar e anjo tutelar, e somente assim poderia ser</p><p>uma musa inspiradora. Mesmo que para isso tenha que se sacrificar e anular-se.</p><p>ISMÉRIO, Clarisse. o discurso moralista e as mulheres. Estudos Ibero-Americanos, n. 2, dez. 1995. p. 117-138.</p><p>Com a Proclamação da República em 1889, o Rio Grande do Sul passou a ser governado</p><p>pelo Partido Republicano Rio-grandense (PRR), cujos ideais políticos, sociais e morais eram</p><p>veiculados pelo jornal A Federação. Sobre tais ideais, é correto afirmar que</p><p>a) valorizavam a autonomia econômica e profissional das mulheres.</p><p>b) defendiam a participação ativa das mulheres na vida política.</p><p>c) consideravam o trabalho das mulheres superior ao dos homens.</p><p>d) incentivavam o protagonismo das mulheres na sociedade.</p><p>e) privilegiavam a atuação privada e doméstica das mulheres.</p><p>(Unesp 2019)</p><p>Leia o poema “Pobre alimária”, de Oswald de Andrade, publicado originalmente em 1925.</p><p>O cavalo e a carroça</p><p>Estavam atravancados no trilho</p><p>E como o motorneiro se impacientasse</p><p>Porque levava os advogados para os escritórios</p><p>Desatravancaram o veículo</p><p>E o animal disparou</p><p>Mas o lesto carroceiro</p><p>Trepou na boleia</p><p>E castigou o fugitivo atrelado</p><p>Com um grandioso chicote.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 18 – HB: Brasil Republicano I</p><p>62</p><p>152</p><p>AULA 18: HB: Brasil Republicano I</p><p>(Pau-Brasil, 1990.)</p><p>Considerando o momento de sua produção, o poema</p><p>a) celebra a persistência das tradições rurais brasileiras, que inviabilizaram o avanço do</p><p>processo de industrialização de São Paulo.</p><p>b) valoriza a variedade e a eficácia dos meios de transporte, que contribuíam para impulsionar</p><p>a economia brasileira.</p><p>c) critica a recorrência das práticas de exploração e maus tratos aos animais nos principais</p><p>centros urbanos brasileiros.</p><p>d) registra uma rápida cena urbana, que expõe tensões e ambiguidades no processo de</p><p>modernização da cidade de São Paulo.</p><p>e) exemplifica o choque social constante entre as elites enriquecidas e a população pobre da</p><p>cidade de São Paulo.</p><p>(Unesp 2018)</p><p>Entre as manifestações místicas presentes no Nordeste brasileiro no final do Império e nas</p><p>primeiras décadas da República, identificam-se</p><p>a) as pregações do Padre Ibiapina, relacionadas à defesa do protestantismo calvinista, e a</p><p>literatura de cordel, que cantava os mitos e as lendas da região.</p><p>b) o cangaço, que realizava saques a armazéns para roubar alimentos e distribuí-los aos</p><p>famintos, e o coronelismo, com suas práticas assistencialistas.</p><p>c) a liderança do Padre Cícero, vinculada à dinâmica política tradicional da região, e o</p><p>movimento de Canudos, com características de contestação social.</p><p>d) a peregrinação de multidões a Juazeiro do Norte, para pedir graças aos padres</p><p>milagreiros, e a liderança messiânica do fazendeiro pernambucano Delmiro Gouveia.</p><p>e) a ação catequizadora de padres e bispos ligados à Igreja católica e a atuação do líder José</p><p>Maria, que comandou a resistência na região do Contestado.</p><p>(Unesp 2017)</p><p>Na passagem dos anos 1920 para a década seguinte, a política de valorização do café no</p><p>Brasil</p><p>a) impediu o avanço da produção de cacau, algodão e borracha, devido à concentração de</p><p>recursos econômicos no Nordeste.</p><p>b) facilitou o deslocamento de capitais do setor industrial para o agrário, que aproveitava a</p><p>estabilidade dos mercados externos para se desenvolver.</p><p>c) agravou a crise econômica, devido ao alto volume de café estocado e à redução</p><p>significativa dos</p><p>mercados estrangeiros para a mercadoria.</p><p>d) sustentou a hegemonia financeira da região Nordeste, que prolongou sua liderança e</p><p>comando político por mais duas décadas.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 18 – HB: Brasil Republicano I</p><p>63</p><p>152</p><p>AULA 18: HB: Brasil Republicano I</p><p>e) foi compensada pela estratégia governamental de supervalorização do câmbio, o que</p><p>permitiu o aumento significativo das exportações de café.</p><p>(UNIVESP 2021)</p><p>Observe a charge de K. Lixto, publicada na Revista D. Quixote em 1918.</p><p>A Verdade Eleitoral</p><p>A moralidade política não permitirá que a Verdade saia nua das urnas.</p><p>(In: Maria de Lourdes Monaco Janotti. Sociedade e política na Primeira República, 1999.)</p><p>A situação exposta na charge pode ser corretamente explicada pelo fato de que</p><p>a) o eleitorado urbano era numericamente superior ao rural, o que favorecia as fraudes.</p><p>b) a exigência de riqueza limitava o direito ao voto, o que consagrava a hegemonia das elites.</p><p>c) a justiça eleitoral era formada pelos velhos oligarcas, o que consolidava a corrupção.</p><p>d) o resultado da eleição dependia do partido governista, o que gerava alternância no poder.</p><p>e) o voto era aberto, o que permitia sua manipulação pelos coronéis nas áreas rurais.</p><p>(UNITAU 2018)</p><p>Observe a charge.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 18 – HB: Brasil Republicano I</p><p>64</p><p>152</p><p>AULA 18: HB: Brasil Republicano I</p><p>A charge faz referência ao período chamado de Primeira República, mais especificamente,</p><p>a) à remodelação urbana das ruas estreitas do centro do Rio de Janeiro, liderada pelo</p><p>prefeito da então Capital Federal, o engenheiro Francisco Pereira Passos, e apoiada por</p><p>Rodrigues Alves e Oswaldo Cruz.</p><p>b) à abolição dos escravos, à migração para os grandes centros urbanos e ao crescimento</p><p>das “favelas” nos morros, como locais de habitação precária para essa população</p><p>empobrecida.</p><p>c) à Revolta da Vacina, em que a população se rebelou contra a obrigatoriedade da vacinação</p><p>contra a varíola, a peste bubônica e a febre amarela.</p><p>d) à Revolta das Mulheres, que considerava imorais as medidas sanitárias da Capital Federal,</p><p>já que tinham que expor partes do corpo, como o braço, para que fossem aplicadas as</p><p>vacinas.</p><p>e) à Revolta popular contra o alto índice de desemprego, a pobreza e a falta de saneamento</p><p>na cidade. Os protestos chegaram às ruas e foram reprimidos, com prisão e morte de</p><p>manifestantes.</p><p>(UNAERP 2021)</p><p>Sobre a fase de transição da monarquia para a república no Brasil, comenta o historiador</p><p>Boris Fausto:</p><p>“Outro setor da República nascente foram os militares. O marechal Deodoro da Fonseca</p><p>tornou-se chefe do governo provisório e algumas dezenas de oficiais foram eleitos para o</p><p>Congresso Constituinte. Mas eles não constituíam um grupo homogêneo. Havia rivalidades entre</p><p>o Exército e a Marinha; enquanto o Exército tinha sido o artificie do novo regime, a Marinha era</p><p>vista como ligada à monarquia.”</p><p>BORIS, Fausto. História do Brasil. São Paulo: Edusp, 2015, p. 211.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 18 – HB: Brasil Republicano I</p><p>65</p><p>152</p><p>AULA 18: HB: Brasil Republicano I</p><p>Dois conflitos, relacionados entre si, fazem parte do contexto de tensão descrito pelo</p><p>historiador:</p><p>a) a Revolta da Chibata e a Revolta da Armada.</p><p>b) a Revolução de 1923 e a Revolta da Chibata.</p><p>c) a Revolução Federalista e a Revolta da Armada.</p><p>d) a Revolução Federalista e a Revolta da Chibata.</p><p>e) a Revolução Federalista e a Revolução de 1923.</p><p>(UNIRV 2019)</p><p>A Revolução Russa de 1917 foi um dos fatos históricos que provocou transformações na</p><p>organização e na condução do movimento da classe operária brasileira. Um dos impactos</p><p>dessa Revolução sobre a luta operária no Brasil foi:</p><p>Assinale V (verdadeiro) ou F (falso) para as alternativas.</p><p>a) ( ) O fortalecimento das confederações de tendência liberal, devido à ampliação de</p><p>adeptos da ideologia dos que afirmavam que os operários não precisavam do poder da</p><p>burguesia.</p><p>b) ( ) O reconhecimento imediato das organizações operárias pelo governo brasileiro que</p><p>passou a fazer concessões políticas e trabalhistas, pois estavam temerosos da propagação</p><p>da revolução.</p><p>c) ( ) O surgimento dos primeiros sindicatos no Brasil que, inicialmente, praticavam apenas</p><p>ajuda mútua entre os operários, mas foram progressivamente se estruturando em defesa das</p><p>leis trabalhistas.</p><p>d) ( ) O aumento da influência dos comunistas que defendiam a ideia de que o operariado</p><p>deveria ir além da luta econômico-profissional, dando um caráter político a suas ações</p><p>revolucionárias.</p><p>(UDESC 2018)</p><p>“Na Bruzundanga, como no Brasil, todos os representantes do povo, desde o vereador até</p><p>o Presidente da República, eram eleitos por sufrágio universal, e, lá, como aqui, de há muito</p><p>que os políticos práticos tinham conseguido quase totalmente eliminar do aparelho eleitoral</p><p>esse elemento perturbador – o voto”.</p><p>(Lima Barreto, Os bruzundangas.)</p><p>Escrito em 1917, o livro Os bruzundangas corresponde a uma forte sátira da sociedade</p><p>brasileira. Em relação ao trecho citado, é correto afirmar que Lima Barreto, por meio da</p><p>ficção, refere-se:</p><p>a) às lutas populares pelo direito ao voto.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 18 – HB: Brasil Republicano I</p><p>66</p><p>152</p><p>AULA 18: HB: Brasil Republicano I</p><p>b) aos processos políticos que levaram ao fim do Império.</p><p>c) à participação das mulheres nos processos políticos nacionais.</p><p>d) às práticas políticas da Primeira República.</p><p>e) à suspensão das eleições diretas para presidente da República durante o governo militar.</p><p>(UNICENTRO 2018)</p><p>Conflito armado, envolvendo os Estados do Paraná e Santa Catarina, motivado pela disputa</p><p>de territórios, cujas repercussões tiveram âmbito nacional, ocorrido entre os anos de 1912 e</p><p>1916, ficou conhecido como:</p><p>a) Guerra da Cisplatina</p><p>b) Guerra dos Farrapos</p><p>c) Guerra do Contestado</p><p>d) Revolta da Farroupilha</p><p>e) Guerra de Canudos</p><p>(IFSudMinas 2017)</p><p>Leia o texto:</p><p>“O outro exemplo é tirado do Jornal de Notícias (Bahia), de 23 de fevereiro de 1903, e</p><p>mostra que a intolerância contra a cultura negra atingia até o carnaval: ‘O carnaval deste ano,</p><p>não obstante o pedido patriótico e civilizador que fez o mesmo, foi ainda a exibição pública</p><p>do candomblé, salvo raríssimas exceções. Se alguém de fora julgar a Bahia pelo seu carnaval,</p><p>não pode deixar de colocá-la a par da África e note-se, para nossa vergonha, que aqui se</p><p>acha hospedada uma comissão de sábios austríacos que, naturalmente, de pena engatilhada,</p><p>vai registrando estes fatos para divulgar nos jornais da culta Europa, em suas impressões de</p><p>viagem. [...]”.</p><p>HAUCK, J. et. AL. A história da Igreja no Brasil. T. II, v. 2. p. 278-287.</p><p>Observe a imagem:</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 18 – HB: Brasil Republicano I</p><p>67</p><p>152</p><p>AULA 18: HB: Brasil Republicano I</p><p>No cotejamento entre texto e imagem, nota-se a existência de uma batalha pelo espaço</p><p>público, uma luta social no Brasil Republicano. As principais características desta luta estão</p><p>expostas CORRETAMENTE em:</p><p>a) A batalha pelo espaço público era uma simples luta de confetes e serpentinas, uma forma</p><p>bem comportada de projeção social e busca da igualdade.</p><p>b) Os desfiles de foliões em carros abertos representavam os anseios da população</p><p>subalterna que descia os morros e eram acolhidos com hospitalidade pelos setores das</p><p>camadas dominantes.</p><p>c) O espaço público era disputado no Carnaval porque as autoridades procuravam</p><p>transformar a população subalterna em espectadora.</p><p>d) A transformação do espaço público ocorre em função dos festejos do Carnaval, que</p><p>associava a população subalterna e os dominantes em uma grande confraternização</p><p>humanista.</p><p>(UFSC 2019)</p><p>No Brasil contemporâneo, anualmente, verificam-se campanhas que advertem e chamam a</p><p>população para se vacinar, especialmente contra gripe H1N1, chikungunya e dengue.</p><p>ou parlamentarismo e respondeu:</p><p>Presidencialismo!</p><p>Já sobre nosso regime político, essa é outra marca de tensões e conflitos: Ditadura ou</p><p>Democracia? E a história brasileira registra dois regimes autoritários e ditatoriais: de 1937 a 1945</p><p>e, depois, de 1964 a 1985. Há historiadores que afirmam que a sociedade brasileira tem uma</p><p>sociabilidade violenta, um tanto fruto de 388 anos de escravidão.</p><p>Forma de</p><p>Governo</p><p>República</p><p>Monarquia</p><p>Forma de</p><p>Estado</p><p>Federado</p><p>(poder</p><p>descentralizado)</p><p>Unitário</p><p>(poder</p><p>centralizado)</p><p>Sistema de</p><p>Governo</p><p>Presidencialista</p><p>Parlamentarista</p><p>Regime</p><p>Político</p><p>Democracia</p><p>Ditadura</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 18 – HB: Brasil Republicano I</p><p>5</p><p>152</p><p>AULA 18: HB: Brasil Republicano I</p><p>Um dos exemplos dessas tensões, que marcam a história republicana, é o fato de o Brasil</p><p>ter vivido sob as regras de 6 Constituições, veja:</p><p>Enfim..., como diria o poeta: o Brasil não é para iniciantes. Dá um certo trabalho entender, e</p><p>explicar, essa história. Então, sejamos focados em como esses assuntos são cobrados nas provas.</p><p>Isso acaba criando um enquadramento da forma como devemos articular as várias informações</p><p>que temos.</p><p>Vejamos a periodização de toda a República:</p><p>Vejamos os Presidentes da república e as datas de seus mandatos:</p><p>• 1a.</p><p>República ou</p><p>República</p><p>Velha</p><p>1889- 1930</p><p>• Era Vargas</p><p>1930-1945</p><p>•República</p><p>Democrática</p><p>ou República</p><p>Populista</p><p>1946-1964</p><p>• Regime</p><p>Militar</p><p>1964-1985</p><p>• Nova</p><p>República</p><p>1985 até hoje</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 18 – HB: Brasil Republicano I</p><p>6</p><p>152</p><p>AULA 18: HB: Brasil Republicano I</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 18 – HB: Brasil Republicano I</p><p>7</p><p>152</p><p>AULA 18: HB: Brasil Republicano I</p><p>1. PRIMEIRA REPÚBLICA: PERIODIZAÇÃO</p><p>Nesta aula veremos a Primeira República, ou República Velha, como foi chamada por alguns</p><p>historiadores. É um período que se estende de 1889 até 1930.</p><p>O papel que os militares assumiram na política não se encerrou com o golpe que implantou</p><p>a forma de governo republicana no Brasil. O marechal Deodoro da Fonseca, líder do movimento</p><p>de 15 de novembro, foi nomeado Presidente em caráter provisório, tendo como vice o marechal</p><p>Floriano Peixoto.</p><p>O fato de dois marechais ocuparem a presidência nos anos iniciais da República fez com</p><p>que muitos historiadores denominassem esse período de República da Espada (1889-1894). A</p><p>eleição do primeiro civil para a presidência da República, Prudente de Morais, encerra essa</p><p>sucessão de governos militares, dando início a um período chamado de República Oligárquica</p><p>(1894-1930).</p><p>Dadas as disputas em torno do modelo de República a ser instalada, os primeiros anos após</p><p>a implantação da República foram de incerteza. Assim, pensando na implantação dessa incipiente</p><p>forma de governo, podemos abordar o período da seguinte maneira:</p><p>❖ A consolidação (1889-1898) → Ao longo dos governos Deodoro da Fonseca, Floriano</p><p>Peixoto e Prudente de Morais, a sobrevivência da forma de governo republicana era ainda</p><p>dada como incerta, nem estava claro qual projeto de República iria prevalecer. Assim sendo,</p><p>podemos considerar os primeiros anos do pós-1889 como um período de consolidação da</p><p>Forma de Governo Republicana.</p><p>❖ Estabilidade (1898-1930) → A partir da afirmação da política dos governadores, arranjo</p><p>organizado pelo governo Campos Sales, a forma de governo republicana adquire maior</p><p>1889- Gov. Provisório</p><p>1891- Constituição</p><p>Eleição Indireta de Marechal</p><p>Deodoro da Fonseca</p><p>1891: Renúncia de</p><p>Deodoro</p><p>Floriano Peixoto</p><p>assume</p><p>1894: Eleição Direta de</p><p>Prudente de Morais</p><p>1930: Deposição de Washington</p><p>Luís</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 18 – HB: Brasil Republicano I</p><p>8</p><p>152</p><p>AULA 18: HB: Brasil Republicano I</p><p>solidez. Isso não significa dizer que os governos desse momento não sofressem</p><p>contestações; mas a República já era algo dado como uma forma de governo sem volta.</p><p>2. A REPÚBLICA DA ESPADA (1889-1894)</p><p>Entre 1889 e 1898, pelo menos três correntes republicanas disputavam a implantação de</p><p>seu projeto político no Brasil: o liberalismo, o jacobinismo e o positivismo. Vejamos cada uma</p><p>delas:</p><p>❖ Liberais → Inspirado na experiência norte-</p><p>americana, boa parte desse grupo era</p><p>composta por cafeicultores vinculados ao</p><p>Partido Republicano (PR), fundado em Itu</p><p>(SP) no ano de 1873, além de classes</p><p>proprietárias do Rio Grande do Sul e</p><p>Minas Gerais. Sem almejar a participação</p><p>popular, esse projeto tinha como mote a</p><p>implantação de uma República</p><p>federalista, com o sistema bicameral (ou</p><p>seja, duas Casas legislativas, Câmara e</p><p>Senado). Vale destacar que essa ala foi a</p><p>vitoriosa na Constituição de 1891.</p><p>❖ Positivistas → Corrente política composta principalmente por militares e setores do Partido</p><p>Republicano do Rio Grande do Sul. Adotando as ideias de Auguste Comte, propunham a</p><p>superação da Monarquia (fase teológico-militar) por uma república centralizada (fase</p><p>positiva), com um governo centralizado e forte. O projeto positivista foi sintetizado no lema</p><p>Ordem e Progresso, e mesmo não sendo o modelo republicano prevalecente no país, teve</p><p>força suficiente para se impor na bandeira oficial, bem como uma série de valores e</p><p>concepções de como organizar a sociedade, sobretudo no que se refere às questões</p><p>sociais. Outro ponto reforçado pelos positivistas, e comum com os liberais, era a separação</p><p>da Igreja e Estado, afinal a Monarquia se mostrara extremamente vinculada ao catolicismo</p><p>1889- Gov. Provisório</p><p>1891- Constituição</p><p>Eleição Indireta de Marechal</p><p>Deodoro da Fonseca</p><p>1891: Renúncia de</p><p>Deodoro</p><p>Floriano Peixoto</p><p>assume</p><p>A bandeira provisória da República Brasileira. Para muitos</p><p>republicanos, o modelo norte-americano era o mais apropriado</p><p>para o país.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 18 – HB: Brasil Republicano I</p><p>9</p><p>152</p><p>AULA 18: HB: Brasil Republicano I</p><p>por meio do padroado. A laicidade do Estado foi uma demanda vitoriosa na Constituição</p><p>de 1891.</p><p>As cores verde e amarelo,</p><p>que na bandeira imperial</p><p>representavam as cores da</p><p>Família Real, foram mantidas.</p><p>O lema Ordem e progresso é</p><p>derivado da frase “O amor</p><p>por princípio e a Ordem por</p><p>base, o Progresso por fim”,</p><p>de Auguste Comte.</p><p>As estrelas, representando os</p><p>estados brasileiros, foram</p><p>posicionadas de acordo com</p><p>o céu do Rio de Janeiro no dia</p><p>15 de novembro de 1889.</p><p>❖ A corrente republicana minoritária era tida pelas demais como radical, e por isso</p><p>denominada de “jacobina”, em referência aos revolucionários mais enérgicos da Revolução</p><p>Francesa. De fato, os “jacobinos” do Brasil tomavam a República de Robespierre como</p><p>inspiração, e por isso consideravam o Segundo Reinado equivalente ao Antigo Regime</p><p>pelos seus “vícios” e “corrupção”. Eram a favor de uma República Popular com ampla</p><p>participação do povo. Contudo, o jacobinismo não chegou a formar um projeto político</p><p>consolidado, sendo pouco clara a ideia de “povo” para esses indivíduos. Para compensar</p><p>sua inferioridade numérica no movimento republicano, os pequenos proprietários,</p><p>advogados, jornalistas e estudantes do jacobinismo faziam grande barulho nas ruas e nos</p><p>jornais da capital, se utilizando de diversos símbolos franceses da Revolução. Possuíam</p><p>muitos jornais por meio dos quais divulgavam suas ideias e denunciavam os limites da</p><p>república e a permanência de elementos aristocráticos e injustos do período anterior.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 18 – HB: Brasil Republicano I</p><p>10</p><p>152</p><p>AULA 18: HB: Brasil Republicano I</p><p>LIBERAIS</p><p>POSITIVISTAS</p><p>“JACOBINOS”</p><p>Modelo de inspiração</p><p>Estados Unidos</p><p>2ª República</p><p>Francesa</p><p>1ª República Francesa</p><p>Composição social</p><p>Grandes</p><p>proprietários de</p><p>São Paulo, Rio</p><p>Grande do Sul e</p><p>Minas Gerais.</p><p>Militares e</p><p>parcelas dos</p><p>republicanos do</p><p>Rio Grande do</p><p>Sul.</p><p>No início do século XX, o governo de Rodrigues Alves investiu em uma campanha de</p><p>urbanização e saneamento da cidade do Rio de Janeiro. Como capital federal, a cidade ainda</p><p>apresentava muitos traços do período colonial e do Império, razão pela qual se tomou a</p><p>decisão de adotar mudanças saneadoras da cidade.</p><p>Charge publicada no Jornal O Estado de São Paulo em 18 de setembro de 1904. Disponível</p><p>em: https://acervo.estadao.com.br/noticias/acervo,estadao-mostrou-disputaspoliticas-que-</p><p>insuflaram-a-revolta-da-vacina,1269 0,0.htm. Acesso em: 9 maio 2019.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 18 – HB: Brasil Republicano I</p><p>68</p><p>152</p><p>AULA 18: HB: Brasil Republicano I</p><p>Sobre o contexto mencionado acima e a história da saúde no Brasil, é correto afirmar que:</p><p>01. doenças como varíola, dengue, H1N1 e sífilis foram os principais problemas de saúde</p><p>pública que desencadearam a primeira campanha de vacinação no Brasil.</p><p>02. Oswaldo Cruz, médico sanitarista, assumiu a Diretoria Geral de Saúde Pública no governo</p><p>de Rodrigues Alves e tornou-se figura central nas ações governamentais relacionadas ao</p><p>projeto de “regeneração” da capital nacional.</p><p>04. nos anos iniciais do século XX, a população que sofria com as doenças infectocontagiosas</p><p>atendeu ao chamado do governo e submeteu-se em massa à vacinação.</p><p>08. a vacinação pública estava articulada às diversas reformas urbanas na capital nacional,</p><p>onde o poder público demonstrava claro interesse em amparar os mais pobres por meio da</p><p>construção e da distribuição de casas em conjuntos habitacionais planejados.</p><p>16. visando erradicar doenças como febre amarela e varíola, o governo de Rodrigues Alves,</p><p>em 1904, submeteu uma proposta de lei que obrigava a população do Rio de Janeiro a se</p><p>vacinar.</p><p>32. a população do Rio de Janeiro se revoltou, exigindo que a vacina fosse gratuita para</p><p>todos, e esse motim ficou conhecido como a “Revolta da Vacina”.</p><p>64. na atualidade, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) destaca-se como referência no</p><p>desenvolvimento de pesquisas relacionadas à saúde pública, visando o controle de doenças</p><p>como AIDS, malária, doença de Chagas, tuberculose, hanseníase e sarampo.</p><p>(Uem 2019)</p><p>Sobre revoltas que ocorreram no período compreendido como Primeira República no Brasil,</p><p>assinale o que for correto.</p><p>01) A Revolta de 1929 ocorreu porque o presidente Plínio Salgado se recusou a atender as</p><p>reivindicações dos operários da indústria automobilística.</p><p>02) A Revolta da Vacina foi motivada pela expulsão dos moradores de suas casas em função</p><p>da campanha de vacinação forçada empreendida pelo presidente Rodrigues Alves.</p><p>04) A Revolta Antropofágica, em Minas Gerais, ocorrida no governo de Getúlio Vargas, foi</p><p>liderada pelos grandes proprietários rurais que reivindicavam a redução dos impostos sobre</p><p>a carne.</p><p>08) A Revolta dos 18 do Forte foi uma reação à prisão do Marechal Hermes da Fonseca e ao</p><p>fechamento do Clube Militar pelo presidente Artur Bernardes.</p><p>16) A Revolta da Chibata ocorreu durante o governo de Hermes da Fonseca; foi</p><p>protagonizada por marinheiros que reivindicavam o fim dos castigos corporais, dentre outras</p><p>demandas.</p><p>(UFRR 2018)</p><p>―[...] política e a ação devem ser privilégio de uma minoria: as grandes deliberações nascidas</p><p>de liberdades democráticas levam necessariamente o país a agitações e ao aproveitamento</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 18 – HB: Brasil Republicano I</p><p>69</p><p>152</p><p>AULA 18: HB: Brasil Republicano I</p><p>da situação por um grupo muitas vezes o menos capaz. À minoria deliberativa no plano</p><p>federal deve corresponder outra minoria deliberativa dos Estados. Esta representação</p><p>aristocrática é o cerne de seu pensamento. Consequentemente, o problema apresenta-se</p><p>como a garantia de estabilização das atuais oligarquias no poder‖. (Carone, E. A Primeira</p><p>República – 1889-1930. Rio de Janeiro, Difel. 1976, p. 103)</p><p>O fragmento acima descreve uma das características mais marcantes da Primeira República,</p><p>que é</p><p>A) o Populismo.</p><p>B) o Avanço dos Direitos Sociais.</p><p>C) o Sindicalismo.</p><p>D) o Pacto Oligárquico.</p><p>E) o Messianismo expresso na Política do Café com Leite.</p><p>(UFRR 2019)</p><p>Só por exploração eleitoral se poderia dizer que o Dr. Getúlio Vargas, na presidência da</p><p>República, se desinteressará da política defensora dos preços do café. Com sinceridade que</p><p>o caracteriza e a convicção de quem não sabe faltar a compromissos, ele já afirmou de modo</p><p>inequívoco e público que, na execução dessa política, sua atitude coincidirá inteiramente</p><p>com as diretrizes e com a atuação que a mentalidade paulista, com inteiro acerto, tem ditado</p><p>aos seus dirigentes.</p><p>Fonte: Antônio Carlos Ribeiro de Andrada, Diário Nacional, 22-8-1929 apud FAUSTO, Boris.</p><p>A Revolução de 1930 – Historiografia e História, São Paulo: Companhia das Letras, 16. Ed.,</p><p>p. 128.</p><p>Com base no texto e em seus conhecimentos, assinale a alternativa que apresenta o evento</p><p>internacional que gerou graves consequências no Brasil, como o fim da política do café com</p><p>leite e a Revolução de 1930.</p><p>A) O fim da Primeira Guerra Mundial.</p><p>B) A ascensão do Nazismo na Alemanha.</p><p>C) A quebra da Bolsa de Nova Iorque.</p><p>D) O fracasso da Liga das Nações.</p><p>E) A Revolução Bolchevique</p><p>(UEA – 2010)</p><p>Um dos procedimentos políticos fundamentais para o funcionamento da Primeira República no</p><p>Brasil foi a Política dos Governadores, que consistia</p><p>(A) na alternância entre os candidatos das regiões Norte e Sul, em prejuízo de outras áreas do</p><p>país.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 18 – HB: Brasil Republicano I</p><p>70</p><p>152</p><p>AULA 18: HB: Brasil Republicano I</p><p>(B) na defesa dos interesses econômicos e políticos dos industriais no Congresso Nacional.</p><p>(C) na lisura do processo eleitoral, capitaneado pelos coronéis e baseado no sufrágio universal.</p><p>(D) na escolha do candidato à presidência da República, a partir de consultas populares e</p><p>eleições regionais.</p><p>(E) no acordo entre o poder executivo federal e as oligarquias que dominavam a política</p><p>estadual.</p><p>(UEA – 2004)</p><p>História Regional – 1ª. República</p><p>Desde as suas origens, pode-se distinguir no tenentismo duas correntes distintas, do ponto de</p><p>vista ideológico: a política e a social. No Amazonas, os rebeldes criaram o Tributo de Redenção</p><p>e sustentaram-se no poder por 30 dias. Assinale a alternativa correta sobre a Comuna de</p><p>Manaus.</p><p>(A) A liderança comunista de Luís Carlos Prestes é marcante no movimento tenentista do</p><p>Amazonas, pelo radicalismo socializante e anti-imperialista da Comuna de Manaus.</p><p>(B) Do Amazonas ao Rio Grande do Sul, o tenentismo não apresentou o esperado reformismo</p><p>social e político, mas a dominância do pensamento romântico e pequeno-burguês,</p><p>identificando ação individual e situação histórica.</p><p>(C) Em São Paulo, sobressaía o reformismo político; no Sul, o social; mas, no Norte, a criação</p><p>do Tributo de Redenção restaura a tradição católica nas lutas sociais iniciada, na década de</p><p>1830, pelo Cônego Batista de Campos.</p><p>(D) A Comuna de Manaus buscou realizar, na prática, medidas sociais de socorro aos pobres,</p><p>combate a especuladores de alimentos, disciplina dos interesses estrangeiros e promoção de</p><p>justiça social.</p><p>(E) A ausência de reformismo político e de dissensões, como as que dividiam o exército no</p><p>Sudeste, fez surgir o radicalismo socialista no tenentismo amazonense em 1924.</p><p>(UEA – 2008)</p><p>Diversos movimentos, ao longo da História do Brasil, questionaram, na prática, a noção de</p><p>ordem ou tentaram impor a da sua própria conveniência.</p><p>A respeito dos movimentos de contestação na República Velha, assinale a afirmativa incorreta.</p><p>(A) O “monge” José Maria, misturando um igualitarismo rudimentar com religiosidade, liderava</p><p>os camponeses que construíam a “Monarquia Celeste”, na Guerra do Contestado.</p><p>(B) Antônio Conselheiro, anunciando o Reino de Deus e criticando a República, foi tido como</p><p>ameaçador por padres e coronéis, ao reunir assolados</p><p>pela pobreza, na Bahia.</p><p>(C) Os flagelados pela seca, que acorreram ao Cariri buscando os milagres do Padre Cícero,</p><p>foram envolvidos nas disputas entre oligarquias afetadas pela “política das salvações”.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 18 – HB: Brasil Republicano I</p><p>71</p><p>152</p><p>AULA 18: HB: Brasil Republicano I</p><p>(D) A Comuna de Manaus, buscando justiça social para os camponeses, ultrapassou o</p><p>reformismo político e a crítica às oligarquias rejeitando qualquer vinculação com os outros</p><p>movimentos tenentistas.</p><p>(E) Lampião, o “bandido social”, atacou fazendas e ocupou cidades, mas não deve ser</p><p>caracterizado como revolucionário ou reformador, no sentido histórico e político.</p><p>(UEA – 2008)</p><p>As alternativas a seguir analisam corretamente os movimentos brasileiros de rebelião</p><p>predominantemente urbanos, à exceção de uma. Assinale-a.</p><p>(A) A Revolta Praieira, influenciada pela Revolução de 1848, em Paris, fracassou devido à</p><p>radicalização socialista de seu programa.</p><p>(B) A Revolta dos Marinheiros, ou Revolta da Chibata, dirigiu-se contra os castigos corporais</p><p>e não contra a República, pois não pretendia o poder político.</p><p>(C) Os grupos armados, que se opunham ao regime militar desde 1967, eram integrados</p><p>principalmente por jovens de classe média.</p><p>(D) A Revolta da Vacina expressou o inconformismo da massa urbana do Rio com a</p><p>arbitrariedade nas demolições e com a falta de emprego e proteção social aos trabalhadores.</p><p>(E) A Intentona Comunista de 1935 seguia a orientação do Partido Comunista e reagia à Lei</p><p>de Segurança Nacional, que proibira a Aliança Nacional Libertadora.</p><p>(UEA – 2005)</p><p>Embora aprovado por unanimidade na Câmara de Deputados, em 1912, o Plano de Defesa da</p><p>Borracha não foi executado: foi combatido pelo senador paulista Francisco Glicério, que</p><p>alegava despesas muito altas, enquanto o deputado amazonense Luciano Pereira protestava,</p><p>denunciando que a União “tem sido mãe para o Sul, mas madrasta para o Norte”.</p><p>Assinale a alternativa que explica as circunstâncias do abandono do Plano de Defesa da</p><p>Borracha, em 1912.</p><p>(A) As circunstâncias políticas daquele período comprometiam as finanças nacionais com o</p><p>combate à Revolta dos Marinheiros, conhecida como Revolta da Chibata, em 1910, e à Guerra</p><p>do Contestado, desde 1912.</p><p>(B) O predomínio de São Paulo e Minas na Política dos Governadores e a noção de que a</p><p>economia cafeeira era a base da economia brasileira, enquanto a economia da borracha era um</p><p>aspecto regional, concorreram para o abandono do Plano de Defesa da Borracha.</p><p>(C) Francisco Glicério, paulista, mais do que preterir o interesse do Norte, defendia o sucesso</p><p>do saneamento financeiro, iniciado com o funding loan, no governo Campos Sales.</p><p>(D) O abandono do plano da borracha deveu-se às despesas com a remodelação e o</p><p>saneamento urbanos do Rio de Janeiro, indispensáveis à integração do Brasil nas novas</p><p>condições do capitalismo financeiro internacional.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 18 – HB: Brasil Republicano I</p><p>72</p><p>152</p><p>AULA 18: HB: Brasil Republicano I</p><p>(E) O experiente e informado Francisco Glicério sabia que a intervenção financeira para salvar</p><p>a borracha seria desnecessária, diante da iminência da eclosão da Primeira Guerra Mundial, que</p><p>aumentaria muito a demanda internacional do produto.</p><p>(UEA – 2008)</p><p>“O aviador, também, não raro, sofre prejuízos avultados a tal ponto que, pode-se afirmar, só o</p><p>exportar logra bons lucros.” (Edgar Carone, A Primeira República.)</p><p>Assinale a alternativa incorreta a respeito da economia da borracha amazônica.</p><p>(A) Os exportadores estrangeiros controlavam financeiramente a economia da borracha, da</p><p>qual os outros envolvidos dependiam.</p><p>(B) As firmas exportadoras estrangeiras eram a ponta final da economia da borracha e ficavam</p><p>com os maiores lucros.</p><p>(C) O aviador é o transportador do látex extraído da selva até os portos de Manaus ou Belém</p><p>e o principal beneficiário da economia da borracha.</p><p>(D) O imediatismo dos “coronéis” da borracha não lhes permitiu ver que a elevação dos preços</p><p>nas últimas décadas do século XIX era transitória.</p><p>(E) A elevação contínua dos preços da borracha estimulou o seu cultivo racional, de modo a</p><p>independer das incertezas da extração na selva e dos preços crescentes.</p><p>(UEA – 2009)</p><p>Observe a tabela.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 18 – HB: Brasil Republicano I</p><p>73</p><p>152</p><p>AULA 18: HB: Brasil Republicano I</p><p>(Roberto Santos. História econômica da Amazônia.)</p><p>A partir dos dados, pode-se concluir que</p><p>(A) apesar da variação entre as regiões produtoras, o total disponível manteve-se inalterado.</p><p>(B) a produção da África e da América Central apresentou crescimento constante ao longo do</p><p>período.</p><p>(C) a Ásia, apesar do crescimento, não ameaçou a predominância das áreas tradicionais de</p><p>produção.</p><p>(D) em termos percentuais, a posição do Brasil manteve-se inalterada no período.</p><p>(E) a partir de 1913, alterou-se a posição relativa das principais regiões produtoras.</p><p>(UEA – 2009 / Segunda Fase)</p><p>Em 12 de janeiro de 1905, Euclides da Cunha escreveu, de Manaus, uma carta na qual observava</p><p>a existência de um “cosmopolitismo excessivo de Manaus – onde em cada esquina range um</p><p>português, rosna um inglês ou canta um italiano”. Essa feição cosmopolita da cidade decorria</p><p>da</p><p>(A) presença de grande número de especialistas estrangeiros em estudos florestais.</p><p>(B) intenção dos países estrangeiros de anexar áreas desocupadas da Amazônia.</p><p>(C) dificuldade do governo em controlar a entrada de contrabandistas na Amazônia.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 18 – HB: Brasil Republicano I</p><p>74</p><p>152</p><p>AULA 18: HB: Brasil Republicano I</p><p>(D) facilidade de acesso à região pelas populações de países fronteiriços.</p><p>(E) inserção da economia local nos mercados capitalistas internacionais.</p><p>(UEA – 2009 / Segunda Fase)</p><p>As gentes do Ceará e do Maranhão, que trocam sua terra pela Amazônia, não são menos</p><p>desgraçadas que os nossos camponeses, que trocam Portugal pelo Brasil. (Ferreira de Castro.</p><p>A Selva, 1930.)</p><p>O autor português refere-se</p><p>(A) à imigração portuguesa para o Brasil e à migração de nordestinos para a Amazônia.</p><p>(B) às dificuldades derivadas da crise de 1929, que afetou todos os países ocidentais.</p><p>(C) às dificuldades de adaptação dos europeus ao clima, costumes e hábitos brasileiros.</p><p>(D) ao problema da fome, que atinge indistintamente os países ricos e os pobres.</p><p>(E) ao enriquecimento gerado pelo processo de imigração para regiões de fronteira.</p><p>(UEA – 2010 / Segunda Fase)</p><p>Veja o quadro pintado pelo artista acreano Hélio Melo (1926-2001).</p><p>(www.almaacreana.blogspot.com)</p><p>A pintura exprime uma situação irreal, mas que representa</p><p>(A) o assistencialismo do Estado brasileiro, que procura atender as populações carentes do</p><p>interior do país.</p><p>(B) a religiosidade do homem amazônico, oriunda do sincretismo entre o cristianismo e a</p><p>herança africana.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 18 – HB: Brasil Republicano I</p><p>75</p><p>152</p><p>AULA 18: HB: Brasil Republicano I</p><p>(C) as condições de vida das famílias de seringueiros que vivem apenas da extração de recursos</p><p>florestais.</p><p>(D) a expansão da pecuária na Amazônia e a expulsão dos antigos trabalhadores e ocupantes</p><p>da floresta.</p><p>(E) a utopia social do habitante da floresta, que desejaria viver em casas confortáveis em meio</p><p>a uma natureza aprazível.</p><p>(UEA – 2004)</p><p>Assinale a alternativa correta a respeito da industrialização brasileira.</p><p>(A) A economia brasileira, antes da Primeira Guerra Mundial, era totalmente agrícola e foi</p><p>contida, sobretudo, pela predominância dos interesses dos cafeicultores, que acompanhavam</p><p>os usineiros ao proclamar a “vocação agrária” do Brasil, “celeiro do mundo”.</p><p>(B) A industrialização brasileira só veio a ocorrer na década de 1920, após a Primeira Guerra</p><p>Mundial, como</p><p>alternativa para uma economia agrária dependente das exportações.</p><p>(C) A dependência externa gerada pela agro exportação impedia o mínimo de autonomia para</p><p>que a economia brasileira se orientasse para a industrialização.</p><p>(D) Todos os recursos de capital, mão-de-obra, transporte e energia eram monopolizados pela</p><p>agro exportação, retardando para as imediações da Segunda Guerra Mundial o início do</p><p>crescimento industrial do Brasil.</p><p>(E) O crescimento industrial inicial deveu-se, em grande parte, ao capital acumulado pela</p><p>expansão cafeeira e sua mão-de-obra livre, e à infraestrutura para servir à cafeicultura, como as</p><p>ferrovias e as usinas elétricas.</p><p>(UEA – 2010 / Segunda Fase)</p><p>(...) a ‘civilização de palha’ erguida na Amazônia – resultado da experiência milenar e coletiva</p><p>dos povos indígenas – faz parte de um passado que a ideologia teima em considerar ‘atrasado’,</p><p>‘bárbaro’, e ‘não-histórico’, embora ele tenha contribuído com soluções inteligentes e criativas</p><p>nas várias formas de se aprimorar e habitar o espaço amazônico.</p><p>(José Ribamar Bessa Freire. Barés, Manáos e Tarumãs. Amazônia em cadernos, n.º 2 e 3, 1993-</p><p>1994.)</p><p>A partir do texto, pode-se inferir que o autor</p><p>(A) condena as formas tradicionais de habitação, ainda vigentes na região.</p><p>(B) descreve hábitos antigos, abandonados frente à tecnologia atual.</p><p>(C) valoriza vivências e práticas acumuladas por gerações.</p><p>(D) nega a capacidade inventiva às sociedades tribais.</p><p>(E) defende o processo de modernização e superação do atraso.</p><p>(UESB 2017)</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 18 – HB: Brasil Republicano I</p><p>76</p><p>152</p><p>AULA 18: HB: Brasil Republicano I</p><p>Assim, o resumo da história dos monopólios é o seguinte: 1) Décadas de 1860 e 1870, o grau</p><p>superior, culminante, de desenvolvimento da livre concorrência. Os monopólios não</p><p>constituem mais do que germes quase imperceptíveis. 2) Depois da crise de 1873, longo</p><p>período de desenvolvimento dos cartéis, os quais constituem ainda apenas uma exceção,</p><p>não são ainda sólidos, representando ainda um fenômeno passageiro. 3) Ascensão nos fins</p><p>do século XIX e crise de 1900 a 1903: os cartéis passam a ser uma das bases de toda a vida</p><p>econômica. O capitalismo transformou-se em imperialismo. (ASSIM, o resumo... 2016).</p><p>A atuação da política imperialista sobre as áreas periféricas pode ser corretamente</p><p>identificada na</p><p>01) renegociação da dívida externa brasileira, através do Funding Loan, durante a Primeira</p><p>República, que agravou a dependência do país ao capital financeiro internacional.</p><p>02) pressão estadunidense contra a Lei de Remessa de Lucros, defendida no segundo</p><p>Governo Vargas, que proibia novos investimentos estrangeiros no país e a nacionalização das</p><p>empresas estrangeiras.</p><p>03) ajuda dos Estados Unidos à política industrialista de Getúlio Vargas, concretizado com a</p><p>construção da Usina de Volta Redonda e a Companhia Siderúrgica Nacional, objetivando</p><p>substituir o capital europeu no Brasil.</p><p>04) guerra hispano-americana, entre os Estados Unidos e a Espanha, que garantiu a</p><p>independência econômica e política de Cuba e das Antilhas, consolidando os ideais da</p><p>Doutrina Monroe.</p><p>05) Guerra de Secessão, nos Estados Unidos, que contrapôs os interesses nortistas,</p><p>capitalistas e imperialistas, defensores da expansão para o oeste, dos sulistas, de caráter</p><p>mercantilista e escravista, que advogavam a manutenção dos laços coloniais.</p><p>(UESB 2020)</p><p>Com ideais diametralmente opostos ao Parnasianismo, que prezava a objetividade temática,</p><p>o culto à forma, a impessoalidade e a “arte pela arte”, os modernistas recusavam a arte</p><p>tradicional e propunham alinhamento com toda produção artística moderna, sobretudo um</p><p>alinhamento com as vanguardas europeias. Esses agentes, de forma conivente, tímida ou</p><p>como manifestos intelectuais do conservadorismo, procuram dar forma a um projeto mais</p><p>amplo de poder e sociedade na qual um suposto “padrão” de normalidade” e “expressão</p><p>cultural” deve ser aceito em detrimento das demandas das minorias, sejam elas institucionais,</p><p>econômicas, sociais ou culturais. Para isso, é preciso calar o pensamento crítico, democrático</p><p>e plural em todos os espaços, como vemos atualmente nos ataques às universidades públicas</p><p>no país e à figura de Paulo Freire, patrono da educação e importante intelectual brasileiro</p><p>reconhecido mundialmente por sua proposta de pedagogia para liberdade. (COM IDEIAS,</p><p>2020).</p><p>Considerando os diferentes contextos históricos que abrigaram a Semana de Arte Moderna</p><p>(1922) e a atual política cultural do governo federal (2019), é possível encontrar,</p><p>respectivamente, como contraste marcante entre os dois fatos</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 18 – HB: Brasil Republicano I</p><p>77</p><p>152</p><p>AULA 18: HB: Brasil Republicano I</p><p>01) recusa da arte tradicional e inovação das temáticas x expressões de conservadorismo e</p><p>obscurantismo dissimuladas em restrições administrativas e financeiras.</p><p>02) grande repercussão e apoio pela imprensa da época x desconhecimento do público pelo</p><p>pouco espaço alcançado na mídia.</p><p>03) produção rapidamente apagada no registro da História do Brasil x atitude passiva e</p><p>indiferente da classe artística nacional.</p><p>04) temas nacionais restritos a assuntos urbanos x espaço considerável concedido ao</p><p>pensamento crítico e democrático.</p><p>05) inovações restritas às artes plásticas e visuais x censura dirigida especialmente às</p><p>expressões culturais das elites religiosas conservadoras.</p><p>(UNITINS 2017)</p><p>- A Monarquia caiu. Nasceu a República. O Brasil mudava a forma de governo sem</p><p>revolucionar a sociedade. Diante do novo regime político e forma de governo instaurado no</p><p>Brasil, motivados pela crise da Monarquia, pode-se afirmar que:</p><p>I. o Brasil adotou como forma de governo a República, e seus agentes políticos (presidente,</p><p>governador, prefeitos, deputados, senadores, vereadores) exerciam mandatos por tempo</p><p>limitados e seriam eleitos pelos cidadãos;</p><p>II. o Brasil adotou como forma de Estado o federalismo. Os estados teriam autonomia para</p><p>eleger governador e deputados. Cada Estado teria sua Constituição própria que, entretanto,</p><p>não poderia contrariar as normas superiores da Constituição Federal;</p><p>III. o Brasil adotou como sistema de governo o presidencialismo. Ou seja, o presidente da</p><p>república era o chefe do governo e o chefe do Estado, exercendo seu cargo com o auxílio</p><p>de ministros;</p><p>IV. com relação à divisão dos poderes, o sistema de governo instituiu os poderes executivo,</p><p>legislativo e judiciário.</p><p>V. com relação à divisão dos poderes, o sistema de governo instituiu a monarquia</p><p>constitucionalista.</p><p>Está correta APENAS a alternativa:</p><p>a) I, II e IV b) I, III, e V c) I, II, III e IV d) II, III e V e) I, II, III e V</p><p>(UNITINS 2017)</p><p>No início da década de 1920, crescia o descontentamento social contra o tradicional sistema que</p><p>determinava a política brasileira. Com relação aos movimentos ocorridos relacionados à crise da</p><p>década de 1920, preencha os parênteses com C para as afirmativas corretas e E para as afirmativas</p><p>erradas.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 18 – HB: Brasil Republicano I</p><p>78</p><p>152</p><p>AULA 18: HB: Brasil Republicano I</p><p>( ) A revolta do Forte de Copacabana em 1922 foi a primeira revolta tenentista. Foi liderada por</p><p>18 tenentes que, reunindo uma tropa de aproximadamente 300 homens, decidiram agir contra o</p><p>governo e impedir a posse do presidente Artur Bernardes.</p><p>( ) A Coluna Prestes foi liderada pelo jovem capitão do exército, Luís Carlos Prestes, que ficou</p><p>conhecido como o cavaleiro da esperança.</p><p>( ) A Semana de Arte Moderna de 1922 foi um movimento realizado na cidade de São Paulo, entre</p><p>os dias 11 e 18 de fevereiro.</p><p>( ) As Revoltas Messiânicas têm como dois principais exemplos de messianismo os movimentos de</p><p>Canudos e do Contestado.</p><p>A sequência correta quantos os movimentos da década de 1920</p><p>é:</p><p>a) C, C, E, C b) C, E, C, C c) E, C, C, E d) C, E, C, E e) C, C, C, E</p><p>(UNCISAL 2018)</p><p>No Brasil pós-abolição, na virada do século XIX para o século XX, um conjunto de teorias</p><p>raciais foi elaborado pelos intelectuais da época com o intuito de explicar a formação</p><p>nacional brasileira. Dentre as teorias elaboradas, a que mais ganhou destaque nesse</p><p>momento foi a do médico Raymundo Nina Rodrigues (1862-1906), que afirmava a</p><p>determinação da hereditariedade biológica sobre as instituições sociais da nação brasileira.</p><p>É correto afirmar que uma das consequências desse tipo de pensamento se manifestou</p><p>(A) na política do branqueamento da população brasileira e na adoção de mão de obra de</p><p>origem imigrante europeia na lavoura brasileira no início do século XX.</p><p>(B) no estabelecimento de ações afirmativas e na criação de cotas para a população negra</p><p>no serviço público, durante toda a vigência da Primeira República.</p><p>(C) na defesa do africanismo como sistema cultural brasileiro, amplamente difundido no</p><p>sistema escolar da época.</p><p>(D) no desenvolvimento das chamadas epistemologias do sul no pensamento filosófico</p><p>produzido no Brasil no final do Segundo Império.</p><p>(E) na produção de um código civil segregacionista, instaurando oficialmente o apartheid em</p><p>todo o Brasil a partir da Proclamação da República.</p><p>(UNCISAL 2018)</p><p>Sobre a imigração para o Brasil, assinale a alternativa correta.</p><p>(A) É um fenômeno típico do final do século XX e início do século XXI com a chegada de</p><p>contingente populacional vindo da África e da América central para o Brasil.</p><p>(B) A imigração Síria para o Brasil tem um fluxo expressivo desde o final do século XIX.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 18 – HB: Brasil Republicano I</p><p>79</p><p>152</p><p>AULA 18: HB: Brasil Republicano I</p><p>(C) O governo incentivou a imigração japonesa para o Brasil no final do século XIX, porém,</p><p>posteriormente, o governo japonês proibiu a vinda de japoneses para o Brasil devido à situação</p><p>de maus tratos que eles sofriam, por conta da mentalidade escravocrata dos senhores de café</p><p>brasileiro.</p><p>(D) No final do século XIX e início do século XX, o governo brasileiro incentivou a entrada de</p><p>imigrantes europeus, devido à necessidade de mão de obra qualificada para substituir o trabalho</p><p>da mão de obra negra escravizada, o que fez com que milhares de italianos e alemães viessem</p><p>para o Brasil.</p><p>(E) Os imigrantes que chegam em território brasileiro são bem-vindos devido à cordialidade</p><p>nacional, independentemente desses estrangeiros terem origem em países pobres ou ricos. Isso</p><p>faz com que o Brasil não tenha casos de xenofobia.</p><p>(UNEB 2018)</p><p>As palavras que ficam no centro da bandeira do Brasil são conhecidas de todos. Mas nem</p><p>sempre se sabe de onde elas vêm. “Ordem e Progresso” é o lema do positivismo, escola</p><p>sociológica fundada por Auguste Comte (1798–1857), no século XIX, na França. O</p><p>positivismo teve seus adeptos entre os republicanos brasileiros, sobretudo militares, que</p><p>conseguiram deixar seu lema bordado de verde, amarelo, azul e branco. Desde então,</p><p>algumas ideias positivistas tornaram-se dominantes no Brasil, presentes não apenas nos</p><p>cérebros e nas ações dos donos do poder, mas também aceitas e praticadas</p><p>inconscientemente pela maioria da população, a ponto de integrarem o senso comum –</p><p>entendido como ideias gerais incorporadas por quase todos, de modo que quem diverge</p><p>aparece como exceção, destoa do conjunto. (RIDENTE. 2011. p. 9).</p><p>O positivismo influenciou diversos eventos históricos, tanto na Europa do século XIX quanto</p><p>no Brasil, como se pode inferir</p><p>01) nos ideais políticos dos jacobinos, durante o processo da Revolução Francesa, defensores</p><p>de manutenção da ordem aristocrática como elemento para a garantia do progresso francês,</p><p>fundamental para a democratização da sociedade e o progresso econômico da nação.</p><p>02) no processo de colonização africana que, sustentada pelo princípio do multiculturalismo,</p><p>buscava a integração cultural entre os povos europeus e os africanos como elemento de</p><p>estabelecimento da dominação política harmoniosa e pacífica.</p><p>03) na imposição do modelo civilizatório branco, europeu e cristão, considerado superior,</p><p>associado à perseguição às manifestações dos grupos afro-indígenas, vistos como</p><p>culturalmente atrasados, e que também contribuiu para a eclosão da Revolta da Vacina no</p><p>Brasil.</p><p>04) nas concepções marxistas e leninistas, presentes no Partido Bolchevista russo, durante o</p><p>processo revolucionário de 1917, defensoras de uma aliança de classe entre o proletariado</p><p>e a burguesia para a derrubada do regime czarista e a transição pacífica ao socialismo.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 18 – HB: Brasil Republicano I</p><p>80</p><p>152</p><p>AULA 18: HB: Brasil Republicano I</p><p>05) no desenvolvimento do espírito nacionalista e republicano defendido por Getúlio Vargas,</p><p>durante o Estado Novo, que o via como elemento fundamental para o progresso da</p><p>sociedade e o estabelecimento de uma ordem que impedisse totalmente a influência</p><p>estrangeira no país, cultural ou econômica.</p><p>(UNEB 2019)</p><p>A questão racial e a luta contra a discriminação estiveram presentes em diversos movimentos</p><p>sociais, no decorrer da história brasileira, como se verificou no âmbito da</p><p>01) Revolta da Chibata.</p><p>02) Revolta Farroupilha.</p><p>03) Inconfidência Mineira.</p><p>04) Sabinada.</p><p>05) Revolta de Vila Rica.</p><p>(URCA 2020)</p><p>“A década de 1890 foi, no Brasil, convulsionada pelo fim da escravidão, a chegada de</p><p>milhares de imigrantes sem imunidade, as turbulências econômicas e políticas subsequentes</p><p>à Proclamação da República. A febre amarela alastrou-se por diversas cidades do interior,</p><p>reforçando o partido dos que julgavam contagiosa, capaz de viajar longas distâncias em</p><p>navios e trens. O caso exemplar desse modo de ver foi o do presidente da província do</p><p>Ceará, Antonio Caio da Silva Prado, que teria sido fulminado pela febre amarela em 25 de</p><p>maio de 1889, depois de abrir cartas e jornais vindo de Campinas, onde grassava uma</p><p>epidemia” (FRANCO, Sebastião Pimentel; NASCIMENTO, Dilene Raimundo do; SILVEIRA,</p><p>Anny Jackeline Torres. Uma História Brasileira das Doenças. Belo Horizonte, MG: Fino Traço,</p><p>2018, p. 15).</p><p>Sobre os acontecimentos destacados no texto acima, assinale a única alternativa correta:</p><p>A) A abolição da escravidão e, consequentemente, a migração dos “novos livres”, mas</p><p>infectados, ampliou o alastramento da febre amarela, uma vez que é transmitida de pessoa</p><p>para pessoa, de forma direta;</p><p>B) Os imigrantes europeus vindos, principalmente de regiões ricas, industrializadas,</p><p>desenvolvidas e com amplo emprego, se tornaram presa fácil da febre amarela, uma vez que</p><p>os mosquitos transmissores da doença tinham sido plenamente eliminados no velho</p><p>continente desde o fim da epidemia do início do século XIX;</p><p>C) Os antigos escravos e seus descentes e os imigrantes pobres das grandes cidades,</p><p>principalmente Rio de Janeiro, no final do século XIX, dificilmente eram acometidos pela</p><p>febre amarela uma vez que a República, com as reformas urbanas, melhorou suas condições</p><p>de vida, principalmente de moradia;</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 18 – HB: Brasil Republicano I</p><p>81</p><p>152</p><p>AULA 18: HB: Brasil Republicano I</p><p>D) Na mesma época dos acontecimentos narrados, estava em curso a partilha da África e a</p><p>formação dos modernos impérios europeus onde a malária, doença do sono e outras</p><p>patologias ameaçavam a sobrevivência dos colonizadores e nativos;</p><p>E) A narrativa da morte do presidente da província do Ceará não condiz com a verdade, uma</p><p>vez que o Ceará não sofreu as agruras de febre amarela, no final do século XIX, uma vez ser</p><p>a doença típica das grandes florestas, como a da Tijuca, no Rio de Janeiro, de Mata Atlântica;</p><p>(URCA 2020)</p><p>“Rodrigues Alves assumiu o governo vendo o seu antecessor sair do Rio sob imensa vaia</p><p>popular que</p><p>ecoava ao longo das estações suburbanas da Central” (CARVALHO, José Murilo</p><p>de. Os Bestializados: o Rio de Janeiro e a República que não foi. São Paulo: Companhia das</p><p>Letras, 1987, p. 92.)</p><p>Sobre o período dos dois governos destacados, assinale a única alternativa correta:</p><p>A) O governo de Campos Sales foi de investimentos públicos e crescimento econômico, com</p><p>baixa inflação e ampliação do meio circulantes e baixa nos impostos, principalmente sobre</p><p>os produtos de exportação;</p><p>B) Rodrigues Alves, um darwinista social, elevou o câmbio e produziu superávit orçamentário</p><p>sob forte resistência e insatisfação que ia dos cafeicultores aos operários urbanos, banqueiros</p><p>e comerciantes;</p><p>C) Campos Sales se destacou pelo intenso programa de construção de obras públicas com</p><p>capital estrangeiro o que garantiu a estabilidade econômica, mas a Política dos</p><p>Governadores lhe gerou muita insatisfação por parte da população;</p><p>D) O governo de Rodrigues Alves foi marcado, dentre outros aspectos, pelas reformas</p><p>urbanas no Rio de Janeiro, tendo como parceiro o engenheiro Pereira Passos, nomeado</p><p>prefeito com amplos poderes;</p><p>E) Oswaldo Cruz, diretor do Serviço de Saúde durante o governo de Campos Sales, enfrentou</p><p>a febre amarela por meio da extinção dos mosquitos e pelo isolamento dos doentes em</p><p>hospitais.</p><p>(UVA 2018)</p><p>O fenômeno que se convencionou chamar de Encilhamento resultou:</p><p>a) de um movimento revolucionário eclodido no Rio Grande do Sul durante o Governo</p><p>Provisório.</p><p>b) da introdução de imigrantes europeus em São Paulo.</p><p>c) da política econômica do novo regime republicano, formulada por Rui Barbosa.</p><p>d) da primeira crise de superprodução do café.</p><p>(UVA 2020)</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 18 – HB: Brasil Republicano I</p><p>82</p><p>152</p><p>AULA 18: HB: Brasil Republicano I</p><p>As pandemias são parte da história da humanidade. No Brasil, o presidente Rodrigues Alves</p><p>foi uma das vítimas da Gripe Espanhola, a maior pandemia do século XX, que matou mais</p><p>gente do que a guerra que ocorria.</p><p>A guerra de que se fala era:</p><p>a) Primeira Guerra Mundial.</p><p>b) Guerra Fria</p><p>c) Segunda Guerra Mundial.</p><p>d) Guerra do Golfo.</p><p>9. GABARITO</p><p>1. D</p><p>2. B</p><p>3. D</p><p>4. B</p><p>5. C</p><p>6. A</p><p>7. D</p><p>8. B</p><p>9. B</p><p>10. 25</p><p>11. 28</p><p>12. 15</p><p>13. E</p><p>14. C</p><p>15. A</p><p>16. C</p><p>17. E</p><p>18. D</p><p>19. C</p><p>20. C</p><p>21. E</p><p>22. C</p><p>23. C</p><p>24. F-F-F-V</p><p>25. D</p><p>26. C</p><p>27. C</p><p>28. 02+16+64=82</p><p>29. 02+08+16=26</p><p>30. D</p><p>31. A</p><p>32. E</p><p>33. D</p><p>34. D</p><p>35. A</p><p>36. B</p><p>37. C</p><p>38. E</p><p>39. E</p><p>40. A</p><p>41. D</p><p>42. C</p><p>43. C</p><p>44. 01</p><p>45. 01</p><p>46. C</p><p>47. E</p><p>48. A</p><p>49. D</p><p>50. 03</p><p>51. 01</p><p>52. D</p><p>53. D</p><p>54. C</p><p>55. A</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 18 – HB: Brasil Republicano I</p><p>83</p><p>152</p><p>AULA 18: HB: Brasil Republicano I</p><p>10. QUESTÕES COMENTADAS</p><p>(ENEM 2021)</p><p>Com direitos civis, mas sem direitos políticos, além das mulheres, milhões de camponeses</p><p>iletrados, em sua maioria não brancos, num contexto altamente racista e racializado, milhares de</p><p>imigrantes estrangeiros recém-chegados e de ex-escravos recém-libertos não deixaram, apesar</p><p>disso, de agir politicamente e de influir decisivamente no devir da república em formação.</p><p>MATTOS, H. A. A vida política. In: SCHWARCZ, L. M. (Org.) A abertura para o mundo: 1889-</p><p>1930. Rio de Janeiro: Objetiva 2012.</p><p>Um meio pelo qual esses grupos exerceram a cidadania, nas primeiras décadas do regime</p><p>político mencionado, foi o(a)</p><p>a) prática do sufrágio livre e universal.</p><p>b) programa de democratização do ensino.</p><p>c) aliança de oligarquias partidárias estaduais.</p><p>d) irrupção de levantes populares espontâneos.</p><p>e) discurso de inspiração social-darwinista e eugenista</p><p>Comentários</p><p>Antes de tudo, note que a questão se refere ao período da Primeira República (1889-1930),</p><p>no Brasil. O tema é a agência política dos trabalhadores, negros, imigrantes pobres e demais</p><p>grupos sociais subalternizados. O texto destaca que o direito ao voto era algo bem restrito.</p><p>Lembre-se que apenas os homens, maiores de 21 anos e alfabetizados podiam votar. Isso excluía</p><p>quase toda a população brasileira. Porém, o texto ressalta que os grupos destituídos de direitos</p><p>políticos encontraram outras formas de desempenhar um papel político no mundo em que viviam.</p><p>Vejamos qual alternativa aponta corretamente uma dessas formas:</p><p>a) Incorreta. Como destaquei, mulheres, criança e analfabetos não podiam votar. Portanto,</p><p>o sufrágio não era livre e universal.</p><p>b) Incorreta. Naquela época não havia um projeto de democratização do ensino, que era</p><p>elitizado.</p><p>c) Incorreta. Em geral, as oligarquias estaduais não tinham os mesmos interesses dos</p><p>trabalhadores, negros e imigrantes. Pelo contrário, elas estavam justamente interessadas em</p><p>explorar economicamente esses grupos.</p><p>d) Correta! O período da Primeira República é marcado por vários movimentos populares</p><p>e de trabalhadores, tanto no campo quanto nas cidades. Muitas vezes, esses movimentos e à</p><p>reação das classes dominantes e do governo a eles desencadeavam levantes violentos. Por</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 18 – HB: Brasil Republicano I</p><p>84</p><p>152</p><p>AULA 18: HB: Brasil Republicano I</p><p>exemplo: a Guerra de Canudos, na Bahia (1896-1897); a Guerra do Contestado, na fronteira entre</p><p>Santa Catarina e Paraná (1912-1916); a Revolta da Vacina, no Rio de Janeiro (1904); a Revolta da</p><p>Chibata, também na capital federal (1910); a greve geral de 1917, em São Paulo; entre outros</p><p>casos.</p><p>e) Incorreta. Esse tipo de discurso apelava para explicações genéticas e essencialistas para</p><p>justificar as desigualdades sociais, o comportamento dos criminosos e a superioridade das classes</p><p>dominantes. Portanto, era um tipo de discurso que não favorecia os grupos destacados pelo texto.</p><p>Gabarito: D</p><p>(UDESC 2019)</p><p>Apesar de o processo de abolição ter culminado, em 1888, com a libertação dos</p><p>escravizados, o racismo permaneceu com presença constante na história do Brasil, conforme</p><p>pode-se observar neste texto de 1894, escrito por Nina Rodrigues:</p><p>“A civilização ariana está representada no Brasil por uma fraca minoria da raça branca a quem</p><p>ficou o encargo de defendê-la, não só contra os atos antissociais – os crimes – de seus</p><p>próprios representantes, como ainda contra os atos antissociais das raças inferiores.”</p><p>Analise as proposições pelas quais, pode ser constatada a presença do racismo nos anos</p><p>iniciais da República Brasileira.</p><p>I. No combate a tradições culturais, como a capoeira e várias formas de religiosidades</p><p>africanas, que foram criminalizadas pelo código penal de 1890.</p><p>II. Nos processos de reurbanização que desalojavam famílias – na maioria negras – dos</p><p>centros das cidades, onde habitavam, muitas vezes, nos cortiços.</p><p>III. Na organização de agremiações, exclusivamente, brancas, como a Escola de Samba</p><p>Estação Primeira de Mangueira.</p><p>Assinale a alternativa correta.</p><p>a) Somente as afirmativas I e III são verdadeiras.</p><p>b) Somente as afirmativas I e II são verdadeiras.</p><p>c) Somente a afirmativa I é verdadeira.</p><p>d) Somente a afirmativa II é verdadeira.</p><p>e) Todas as afirmativas são verdadeiras.</p><p>Comentários</p><p>Ao longo da aula, demostrei que, nos versos do Hino da República, de 1889, foi possível</p><p>perceber o racismo os primeiros anos da República. Nesse momento, Rui Barbosa, então</p><p>ministro da Fazenda do governo Deodoro da Fonseca, mandou queimar documentos da</p><p>escravidão, a fim de impedir que fazendeiros pleiteassem por indenização diante das</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 18 – HB: Brasil Republicano I</p><p>85</p><p>152</p><p>AULA 18: HB: Brasil Republicano I</p><p>“mercadorias” perdidas no Segundo Reinado. Contudo, essa atitude também estimulou o</p><p>esquecimento da história brasileira em relação ao seu passado escravocrata.</p><p>Dessa maneira, a então República buscava esquecer seu passado escravocrata, ainda que</p><p>os efeitos do racismo escravocrata continuassem a impactar a sociedade brasileira nas</p><p>décadas seguintes. Foi assim, principalmente em torno da condição</p><p>incerta dos ex-escravos</p><p>nos momentos iniciais da República, mesmo após a igualdade jurídica assegurada pela</p><p>Constituição de 1891. Essa igualdade era apenas artificial, afinal as populações negras</p><p>tinham suas manifestações culturais e memória histórica limitadas pelo Estado. A capoeira,</p><p>misto de dança e luta, e uma das mais importantes manifestações da cultura afro-brasileira,</p><p>era considerada prática de vadios e de desocupados, sendo por isso proibida pelo Código</p><p>Penal de 1890. A legislação também considerava crimes contra a saúde pública “o</p><p>espiritismo, a magia e seus sortilégios”, o que enquadrava as religiões de matriz africana.</p><p>Além disso, a Primeira República, 1889-1930, foi caracterizada pela modernização da cidade</p><p>do Rio de Janeiro, expulsando as pessoas que moravam nos cortiços (quase sempre negras)</p><p>para as periferias e, ao mesmo, tempo ampliando as casas populares carentes de qualquer</p><p>tipo de estrutura habitacional básica.</p><p>O pensador brasileiro Nina Rodrigues foi um grande representante e defensor dessa teoria</p><p>racista.</p><p>Diante disso, os itens I e II estão certos, mas o III não. Na verdade, o samba fazia parte das</p><p>expressões das culturas majoritariamente afrodescendentes, longe de uma cultura branca.</p><p>É claro que, com os sincretismos culturais, os brancos, como Noel Rosa, da escola de samba</p><p>Santa Isabel, passarão a ressignificar a cultura popular dessa vertente musical. De toda</p><p>forma, a origem do samba é negra.</p><p>Gabarito: B</p><p>(UECE 2020)</p><p>A Revolta da Vacina, que foi uma importante manifestação social,</p><p>A) ocorreu entre marinheiros oriundos das classes sociais baixas que se negavam a ser</p><p>vacinados contra a febre amarela, já que os oficiais não eram obrigados.</p><p>B) aconteceu nos sertões do Cariri cearense devido à decisão do governo de impor aos</p><p>seguidores do Padre Cícero a vacinação contra a peste bubônica.</p><p>C) foi motivada pelo apoio da Igreja Católica aos seguidores de Antônio Conselheiro, que se</p><p>opunham à República e à vacinação obrigatória por ela estabelecida.</p><p>D) ocorreu no Rio de Janeiro devido à obrigatoriedade da vacina contra a varíola e às</p><p>reformas urbanas e sanitárias iniciadas pelo presidente Rodrigues Alves.</p><p>Comentários:</p><p>A Revolta da Vacina eclodiu durante o governo de Rodrigues Alves. Eleito presidente do</p><p>Brasil em 1902, ele tinha como sua grande missão promover as reformas urbanas e sanitárias</p><p>essenciais para o Brasil. Elas eram necessárias pois a população brasileiro havia aumentado</p><p>significativamente desde o final do Império, porém a capital brasileira não refletia o avanço</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 18 – HB: Brasil Republicano I</p><p>86</p><p>152</p><p>AULA 18: HB: Brasil Republicano I</p><p>estrutural que necessitava para se enquadrar nos padrões das capitais europeias. O Rio de</p><p>Janeiro passava por uma situação caótica com uma parcela significativa de pessoas vivendo de</p><p>maneira insalubre no centro da cidade, nos famosos cortiços. Lá estavam famílias que iam desde</p><p>brasileiros, imigrantes pobres a ex-escravos. Tumultuados em pequenos espaços, era um</p><p>ambiente propício para a proliferação de doenças. Então, a partir de 1904, o Governo Federal</p><p>promoveu, por mediação do médico sanitarista Oswaldo Cruz, um plano de vacinação</p><p>obrigatório contra a varíola no centro da cidade. Porém, pouco divulgado, a vacinação causou</p><p>espanto, estranheza e revolta da população que vivia nos cortiços, pela forma autoritária como</p><p>ela foi empregada. Isso culminou na revolta acima.</p><p>a) Incorreto. A Revolta de marinheiros aconteceu nos primeiros anos da República, em 1910. Seu</p><p>motivo principal foi a insatisfação dos marinheiros, em sua maioria negros, com os castigos com</p><p>chibatas, heranças ainda dos tempos do Império, porém que não havia sido extinto mesmo após</p><p>a abolição da escravatura.</p><p>b) Incorreto. O conflito no Cariri envolvendo Padre Cícero foi a Sedição de Juazeiro, porém não</p><p>ela não teve relação com nenhum tipo de vacinação.</p><p>c) Incorreto. Não houve um conflito entre Antônio Conselheiro e sua comunidade em Canudos</p><p>envolvendo a vacinação dos sertanejos da região. A guerra promovida em Canudos foi por</p><p>motivos políticos.</p><p>d) Correto. O plano de vacinação fazia parte das políticas de modernização do Brasil. Esse</p><p>período ficou conhecido como Regeneração.</p><p>Gabarito: D</p><p>(UECE 2019)</p><p>Sobre o episódio conhecido como A Sedição de Juazeiro, é correto afirmar que</p><p>a) apesar de a motivação política ter-se originado na capital do estado, Fortaleza, os eventos</p><p>da Sedição de Juazeiro ocorreram apenas na região do Cariri cearense, principalmente nas</p><p>cidades de Juazeiro do Norte, Crato e Barbalha.</p><p>b) a luta dos Sediciosos contra os Rabelistas ultrapassou os limites do Cariri, os revoltosos</p><p>marcharam sobre Fortaleza, derrubaram o governo de Franco Rabelo e reestabeleceram os</p><p>interesses das oligarquias cearenses.</p><p>c) a participação de Pe. Cícero Romão Batista neste episódio foi bastante limitada, pois Floro</p><p>Bartolomeu, político amigo do padre, apoiava Franco Rabelo e se opôs à participação do</p><p>líder religioso no conflito contra o governo.</p><p>d) mesmo tendo uma importância simbólica, a Sedição de Juazeiro não influiu na política</p><p>local, uma vez que a imposição de um governo ligado à Política das Salvações não a alteraria.</p><p>Comentários</p><p>Esse movimento misturou crenças religiosas com disputas políticas. Conforme expliquei na</p><p>aula, em 1910, o marechal Hermes da Fonseca – sobrinho de Deodoro da Fonseca – foi eleito</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 18 – HB: Brasil Republicano I</p><p>87</p><p>152</p><p>AULA 18: HB: Brasil Republicano I</p><p>Presidente da República após uma ruidosa campanha travada contra o candidato da</p><p>oposição, o advogado baiano Rui Barbosa. Uma vez no poder, Hermes da Fonseca deu início</p><p>à implantação do que ficou conhecido como “política das salvações”, que consistia em</p><p>intervir militarmente nos estados governados por adversários, os quais eram substituídos por</p><p>aliados. Neste contexto de perseguição política, a família Acioli que tinha muito poder no</p><p>estado do Ceará foi afastada do poder local e o governo federal colocou o Coronel Franco</p><p>Rabelo como interventor.</p><p>Com apoio do religioso padre Cícero, líderes políticos locais e das camadas populares, a</p><p>família Acioli retomou a força política anterior. Em dezembro de 1913, uma assembleia de</p><p>políticos da oposição considerou ilegal o governo do coronel Rabelo, nomeando Floro</p><p>Bartolomeu Presidente provisório do Ceará. Em resposta, tropas do estado do Ceará foram</p><p>enviadas até a região do Crato para promover uma invasão em Juazeiro, mas foram expulsos</p><p>por cangaceiros reunidos por Floro Bartolomeu e fiéis de padre Cícero. Vitória dos</p><p>sediciosos. Em seguida, os sediciosos tomaram diversas outras cidades, até alcançarem</p><p>Fortaleza, em março de 1914.</p><p>Esta Sedição em Juazeiro do Norte ocorrida em 1914 acirrou as lutas políticas locais entre os</p><p>revoltosos contra os Rabelistas. O conflito atingiu boa parte do Ceará, inclusive a capital da</p><p>província, Fortaleza. No final das contas, as oligarquias regionais do Ceará foram</p><p>reestabelecidas no poder.</p><p>Gabarito: B</p><p>(UECE 2019)</p><p>Relacione, corretamente, os movimentos sociais da Primeira República com suas respectivas</p><p>descrições, numerando os parênteses abaixo de acordo com a seguinte indicação:</p><p>1. Cangaço</p><p>2. Canudos</p><p>3. Contestado</p><p>4. Revolta da Chibata</p><p>( ) Ocorrido no sertão da Bahia, sob liderança de um beato cearense, a comunidade por</p><p>ele organizada foi destruída após ser atacada pela quarta expedição militar que contava com</p><p>cerca de 7 mil soldados.</p><p>( ) Iniciado no século XIX, esse movimento que durou até a década de 1940 era formado</p><p>por homens armados que agiam principalmente no nordeste brasileiro; alguns grupos</p><p>atuavam sob mando dos poderosos e outros eram independentes.</p><p>( ) Rebelião dos marinheiros, em sua maioria negros e mestiços, contra os castigos corporais</p><p>a que eram submetidos pelos oficiais, também reivindicavam melhores</p><p>salários e folgas</p><p>semanais.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 18 – HB: Brasil Republicano I</p><p>88</p><p>152</p><p>AULA 18: HB: Brasil Republicano I</p><p>( ) Movimento liderado por beatos, ocorrido na região Sul do Brasil, e que teve como pano</p><p>de fundo a disputa por território entre dois estados, o interesse de grandes companhias e o</p><p>fanatismo religioso.</p><p>A sequência correta, de cima para baixo, é:</p><p>a) 3, 1, 2, 4.</p><p>b) 1, 3, 4, 2.</p><p>c) 2, 1, 4, 3.</p><p>d) 4, 3, 1, 2.</p><p>Comentários</p><p>Canudos foi um arraial formado a partir do incentivo do beato Antônio Conselheiro no interior</p><p>da Bahia. Ele aglutinou pessoas e famílias pobres que sofriam com miséria, com a fome e todas</p><p>as mazelas do sertão. Em função do aspecto religioso, Canudos significou um sinal de esperança</p><p>para o povo pobre. Ao mesmo tempo, Canudos representou um movimento de contestação às</p><p>estruturas sociais e políticas da República Oligárquica, tornando-se uma ameaça ao governo.</p><p>O arraial de Canudos foi destruído pelo Exército Brasileiro. Dessa forma, a primeira frase deve</p><p>ser associada ao item 2 (Canudos).</p><p>Cangaço foi um movimento baseado no banditismo e no mercenarismo que existiu no Nordeste</p><p>brasileiro até o século XX. Um de seus principais nomes foi Lampião. A segunda frase, portanto,</p><p>deve ser associada ao número 1.</p><p>Revolta da Chibata: essa ficou fácil, pois está associada a um movimento de marinheiros sob a</p><p>liderança de João Cândido. A partir da contrariedade ao código disciplinar da Marinha, que</p><p>previa castigos físicos, bem como das péssimas condições para o exercício da carreira militar,</p><p>os marinheiros se rebelaram. A terceira frase deve ser associada ao número 3.</p><p>Por fim, o Contestado: foi um movimento messiânico a partir de disputas territoriais ocorrido</p><p>no Sul do país e que teve como um dos líderes o beato José Maria. Deve ser associado à</p><p>descrição do número 4.</p><p>Gabarito: C</p><p>(UECE – 2019)</p><p>Durante o período da República Velha no Brasil (1889-1930), uma prática que garantia os</p><p>resultados eleitorais favoráveis aos candidatos que contavam com o apoio dos governantes</p><p>era conhecida como</p><p>a) Comissão de Verificação de Poderes, que garantia a eleição dos candidatos apoiados</p><p>pela política dos governadores, através da ‘degola’ dos políticos opositores.</p><p>b) Embargo de Candidatura, processo movido nos Tribunais Regionais Eleitorais que</p><p>impedia a inscrição de chapas formadas por adversários políticos do governo.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 18 – HB: Brasil Republicano I</p><p>89</p><p>152</p><p>AULA 18: HB: Brasil Republicano I</p><p>c) Voto de Cabresto, que era o domínio do voto dos operários e trabalhadores urbanos em</p><p>geral através do controle das forças sindicais pelo Estado.</p><p>d) Bipartidarismo, sistema que admitia apenas a existência de dois partidos políticos, um</p><p>representante do governo, a ARENA e outro a oposição permitida, o MDB.</p><p>Comentários:</p><p>Com a finalidade de garantir os resultados eleitorais favoráveis, a oligarquia brasileira,</p><p>implantou-se a chamada Política dos Governadores, arranjo feito entre o governo federal e</p><p>os governos estaduais. A ideia era simples: o Presidente contava com os Presidentes dos</p><p>estados para garantir a eleição de deputados e senadores alinhados com o seu governo, o</p><p>que restringia a possibilidade de opositores alcançarem o poder. Em troca, ele garantiria</p><p>recursos e favores aos estados, além de não se envolver nos assuntos de cada estado. Como</p><p>o voto era aberto, abria margem para que as preferências dos eleitores fossem manipuladas</p><p>pelas elites políticas. Tendo em vista que o governo estadual não tinha a possibilidade de</p><p>garantir pessoalmente a eleição dos seus candidatos em todo o seu estado, ele contava com</p><p>o apoio dos “coronéis”, forma como eram denominados os chefes políticos dos municípios.</p><p>Dizia-se que o coronel mantinha seus eleitores “no cabresto”, o que torna o sufrágio</p><p>conhecido neste período como voto de cabresto. Como não havia justiça eleitoral para</p><p>fiscalizar as eleições, as fraudes ocorriam a todo momento. Se ainda assim um político</p><p>desalinhado com o governo conseguisse vencer as eleições, ainda restava outro instrumento</p><p>de falsificação: a degola. Durante a Primeira República, a Câmara dos Deputados dispunha</p><p>de uma Comissão Verificadora dos Poderes, órgão responsável pelo reconhecimento da</p><p>vitória dos eleitos. Quando um parlamentar da oposição vencia, era bastante comum que lhe</p><p>fosse negada a diplomação, o que o impedia de tomar posse.</p><p>Tendo isso em mente, sabemos que a alternativa correta é letra a).</p><p>A alternativa c) poderia causar confusão pois o voto de cabresto fazia parte desse esquema,</p><p>no entanto, ele não está relacionado a sindicatos ou trabalhadores.</p><p>Gabarito: A</p><p>(UECE 2018)</p><p>Atente ao seguinte enunciado: “Há 120 anos, em 5 de outubro de 1897, a quarta expedição</p><p>militar enviada por órgãos do Estado conseguiu, enfim, destruir a comunidade. Ao final de</p><p>tudo, apenas quatro pessoas a defendiam. Quando foi incendiada pelo exército, este</p><p>registrou que a comunidade contava com 5.200 casebres. Aqueles que, depois da morte de</p><p>seu líder, dias antes, haviam se rendido após receber promessas de garantia de vida foram</p><p>também degolados pelas tropas, inclusive mulheres e crianças”.</p><p>O enunciado acima diz respeito ao evento denominado</p><p>A) Guerra do Contestado, ocorrida numa região fronteiriça do Paraná com Santa Catarina, e</p><p>que teve líderes religiosos que se antepuseram à dominação da região por empresas</p><p>madeireiras estrangeiras que receberam aquelas terras do governo brasileiro.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 18 – HB: Brasil Republicano I</p><p>90</p><p>152</p><p>AULA 18: HB: Brasil Republicano I</p><p>B) Massacre do Caldeirão, evento transcorrido no município do Crato, Ceará, e que teve</p><p>como líder José Lourenço Gomes da Silva, o Beato José Lourenço, que conduziu os</p><p>desvalidos enviados por Pe. Cícero durante vários anos em uma próspera comunidade.</p><p>C) Revolta da Vacina, ocorrida no Rio de Janeiro, quando agentes públicos invadiam à força</p><p>as comunidades pobres da cidade para impor a vacinação obrigatória contra a febre amarela</p><p>e a varíola a todos os moradores.</p><p>D) Guerra de Canudos, ocorrida no sertão da Bahia e que teve no cearense Antônio Vicente</p><p>Mendes Maciel, o Antônio Conselheiro, o principal líder daquela comunidade rural, formada</p><p>por sertanejos miseráveis que fugiam da fome e buscavam a salvação eterna.</p><p>Comentários:</p><p>A separação entre Estado e Igreja promovida no início da República trouxe mudanças</p><p>significativas para o catolicismo no Brasil. A instituição ganhava maior liberdade de atuação, mas</p><p>sua esfera de influência era limitada pela instituição do casamento civil, a secularização dos</p><p>cemitérios e a laicização do ensino básico. Apesar disso, a Constituição de 1891 poupou os bens</p><p>da Igreja e não interferiu em sua organização. A partir daí, a instituição volta para si mesma, a</p><p>fim de reforçar a hierarquia existente em seu interior. Esse processo foi denominado romanização</p><p>da Igreja, o que significa dizer que queriam fazer valer as determinações da sede da Igreja mesmo</p><p>em territórios distantes, diminuindo o poder local das irmandades.</p><p>No entanto, essa tentativa de adequação aos novos tempos não ocorreu sem enfrentar</p><p>fortes contestações populares em relação à diminuição do poder das autoridades eclesiásticas.</p><p>Uma das mais conhecidas vozes deste período foi Antônio Conselheiro que, como vimos, era um</p><p>forte crítico da separação entre Igreja e Estado. Tiveram diversos “movimentos messiânicos”,</p><p>ocorridos durantes o final do século XIX e começo do século XX. É sobre o primeiro deles que</p><p>o enunciado trata, que é:</p><p>a) Incorreto. A Guerra do Contestando teve início em 1912 e a empresa estrangeira enviadas</p><p>pelo governo brasileiro era ferroviária, não madeireira.</p><p>b) Incorreto. O Massacre do Caldeirão ocorreu três décadas após o conflito narrado acima.</p><p>c) Incorreto. A Revolta da Vacina ocorreu em 1904, não na data mencionada</p><p>no enunciado.</p><p>d) Correto. Antônio Conselheiro foi um líder messiânico e carismático do interior da Bahia, que</p><p>organizou uma comunidade religiosa de sertanejos pobres e miseráveis na região de Canudos.</p><p>Lá era um ambiente de fraternidade, porém seu crescimento chamou a atenção e provocou medo</p><p>pela elite local. Em 1896, chegaram a morar na comunidade, mais de 25 mil pessoas. Os coronéis</p><p>locais preocupados com a influência de Antônio Conselheiro o acusaram de monarquista e</p><p>instauraram uma série de ataques a região em parceria com o governo Federal entre 1896 e</p><p>1897, só tendo fim após quatro expedições militares. Milhares de pessoas foram assassinadas</p><p>nessa guerra.</p><p>Gabarito: D</p><p>(UECE – 2015)</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 18 – HB: Brasil Republicano I</p><p>91</p><p>152</p><p>AULA 18: HB: Brasil Republicano I</p><p>Analise as afirmações abaixo acerca do chamado CORONELISMO enquanto mecanismo de</p><p>poder e prática política bastante utilizada até pouco tempo no Brasil.</p><p>I. O Coronelismo constituiu-se de uma prática política que fez uso do patrimônio público</p><p>para fins pessoais, como no caso da concessão de empregos públicos aos afilhados e</p><p>correligionários políticos em troca de votos.</p><p>II. O Coronelismo, enquanto estratégia de poder, poderia fazer uso do patrimônio privado</p><p>para garantir, se necessário, o desempenho das funções públicas.</p><p>III. Tal exercício político ancorava-se no assistencialismo em que todo o sistema eleitoral era</p><p>oficialmente financiado pelos chamados coronéis.</p><p>São verdadeiras as afirmações</p><p>a) I, II e III.</p><p>b) I e II apenas.</p><p>c) I e III apenas.</p><p>d) II e III apenas.</p><p>Comentários:</p><p>O coronelismo é uma prática sociopolítica brasileira típica do período chamado de República</p><p>Velha (1889-1930), quando os chamados “coronéis” (elites locais) exerciam o poder local</p><p>sobre as camadas inferiores da sociedade a fim de garantir votos em troca de favores das</p><p>esferas políticas locais, estaduais e federais. Com isso, sabemos que as proposições I e II</p><p>estão corretas. A III está errada pois não se trata de um assistencialismo tendo em vista que</p><p>essa troca favorecia os próprios coronéis. Assim, alternativa b) é nosso gabarito.</p><p>Gabarito: B</p><p>(UECE – 2016)</p><p>No contexto da Primeira República, emergiu o movimento tenentista. No que diz respeito a</p><p>esse movimento, pode-se afirmar corretamente que</p><p>a) foi um movimento político-militar que ganhou apoio dos setores de alta patente do</p><p>exército e eclodiu apenas na capital federal.</p><p>b) foi um movimento basicamente integrado por oficiais de baixa patente, que trouxe à</p><p>superfície a revolta da corporação contra os baixos salários e precárias condições de</p><p>trabalho.</p><p>c) assumiu uma conotação social explicitamente favorável à democracia liberal e bem</p><p>condizente com ações democráticas no âmbito da corporação militar.</p><p>d) apesar de não ter ocorrido qualquer levante ou ação radical, os tenentes passaram a</p><p>defender a instalação de um governo forte e centralizado, capaz de promover a salvação</p><p>nacional.</p><p>Comentários:</p><p>Em um contexto político turbulento, a escassez de armamentos e medicamentos nas Forças</p><p>Armadas, a má remuneração e a demora para que pudessem ascender na hierarquia levou</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 18 – HB: Brasil Republicano I</p><p>92</p><p>152</p><p>AULA 18: HB: Brasil Republicano I</p><p>jovens oficiais a tramarem a derrubada do governo, dando início a um movimento conhecido</p><p>como tenentismo. Segundo as professoras Heloísa Starling e Lilia Schwarcz:</p><p>Os tenentes, como ficaram conhecidos, acreditavam que o Brasil precisava de um</p><p>governo central forte capaz de intervir na economia para desenvolver os recursos</p><p>naturais, promover a industrialização e proteger o país da exploração estrangeira.</p><p>Também enxergavam no regionalismo e na corrupção a origem e os motivos do que</p><p>havia de errado no Brasil. Eram liberais em temas sociais e autoritários em política. E</p><p>agiam na cena pública como militares: estavam dispostos a proteger o país e a destruir</p><p>o poder das oligarquias regionais, reduzir o quadro das profundas desigualdades</p><p>sociais, acabar com o analfabetismo – mas não sabiam o modo de atingir seus</p><p>propósitos nem como construir o país com que sonhavam.</p><p>SCHWARCZ, Lilia Moritz; STARLING, Heloísa Maria Murgel. Brasil: uma biografia. São Paulo:</p><p>Companhia das Letras, 2015. p. 34.</p><p>Vejamos as alternativas:</p><p>a) Incorreta. O movimento foi tramado por jovens oficiais, ou seja, de baixa patente.</p><p>b) Correta, conforme discutido.</p><p>c) Incorreta. O movimento se opunha à hierarquia presente no exército.</p><p>d) Incorreta. O erro aqui está em afirmar que não houve qualquer levante ou ação radical</p><p>tendo em vista que a Coluna Prestes e o 18 do Forte de Copacabana foram movimentos</p><p>tenentistas.</p><p>Gabarito: B</p><p>(UEM – 2020)</p><p>No Brasil, o período compreendido entre os anos de 1894 e 1930 ficou conhecido como o</p><p>período da República Oligárquica. Sobre esse período, assinale o que for correto.</p><p>01. Tanto o presidente Marechal Hermes da Fonseca quanto os demais presidentes civis do</p><p>período receberam apoio majoritário das oligarquias dos estados que tinham poder</p><p>econômico no País.</p><p>02. O encilhamento, nome conferido à política de valorização da economia agropecuária,</p><p>passou por intenso desenvolvimento nos estados de Pernambuco e de Alagoas.</p><p>04. A Ação Integralista Brasileira atuou como defensora dos estados que não participavam</p><p>do poder nesse período e propôs a integração nacional a partir do estado do Rio Grande do</p><p>Sul.</p><p>08. A denominação “política do café com leite” foi atribuída ao período em função da aliança</p><p>formada entre as elites políticas de São Paulo (grandes produtores de café) e Minas Gerais</p><p>(grandes produtores de leite) que representavam os dois maiores colégios eleitorais do País.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 18 – HB: Brasil Republicano I</p><p>93</p><p>152</p><p>AULA 18: HB: Brasil Republicano I</p><p>16. As alianças estabelecidas entre o presidente e os políticos locais, geralmente grandes</p><p>proprietários de terras, manipularam e controlaram os votos daqueles que viviam em suas</p><p>áreas, processo conhecido como voto de cabresto.</p><p>Comentários:</p><p>A questão aborda diversos aspectos da República Oligárquica Brasileira, sendo assim, vamos</p><p>analisar individualmente cada proposição:</p><p>1. Correta. Em 1910, o marechal Hermes da Fonseca – sobrinho de Deodoro da Fonseca –</p><p>foi eleito presidente da República com o apoio das oligarquias após uma ruidosa campanha</p><p>travada contra o candidato da oposição, o advogado baiano Rui Barbosa.</p><p>2. Incorreta. No contexto da República, ficou conhecido como encilhamento a crise</p><p>inflacionária de 1891.</p><p>4. Incorreta. A Ação Integralista Brasileira data de 1932, portanto, não é contemporânea à</p><p>República Oligárquica.</p><p>8. Correta. Com a eleição de Prudente de Moraes, inicia-se a fase da 1ª República chamada</p><p>de “República Oligárquica” cujo apelido é República do café com leite. Esse apelido vem da</p><p>marca central desse momento que é uma hegemonia dos Partidos Republicanos de São</p><p>Paulo e Minas Gerais na presidência da república.</p><p>16. Correta. O voto de cabresto representou uma forma eleitoral impositiva e arbitrária</p><p>imposta pelos coronéis.</p><p>Gabarito: 25</p><p>(UEM – 2019)</p><p>Sobre o Movimento Modernista no Brasil, assinale o que for correto.</p><p>01. Anita Malfatti surge com uma pintura de caráter tradicionalmente acadêmico. Seu</p><p>trabalho Torso é baseado na harmonia, na proporção e no equilíbrio das formas.</p><p>02. Monteiro Lobato foi um dos principais apoiadores do Modernismo e contribuiu com</p><p>críticas favoráveis à estética proposta pelo movimento.</p><p>04. Lasar Segall trouxe ao Brasil uma das primeiras amostras da arte inovadora feita na</p><p>Europa no início do século XX. Na exposição realizada em 1913, sua pintura apresentava</p><p>nítidas características expressionistas.</p><p>08. Um dos principais incentivadores da Semana de Arte Moderna de 1922 foi Di Cavalcanti,</p><p>cuja obra está associada a temas nacionais, principalmente à mulher brasileira.</p><p>16. A teoria</p><p>antropofágica de Oswald de Andrade era baseada na proposta de que, embora</p><p>devesse conhecer os movimentos estéticos modernos europeus, cabia ao artista brasileiro</p><p>criar uma arte arraigada na cultura nacional.</p><p>Comentários:</p><p>A questão aborda o Modernismo no Brasil, vamos relembrar o que vimos na aula sobre esse</p><p>movimento:</p><p>“A Semana da Arte Moderna foi o marco inaugural do modernismo no Brasil, movimento</p><p>inspirado nas vanguardas artísticas europeias (futurismo, cubismo e o expressionismo), mas</p><p>que se propunha a aproveitar somente as influências que convinham à arte nacional. Essa</p><p>concepção está contida no chamado “Manifesto Antropofágico”, produzido por Oswald de</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 18 – HB: Brasil Republicano I</p><p>94</p><p>152</p><p>AULA 18: HB: Brasil Republicano I</p><p>Andrade, após a realização do evento. Repleto de ironia e bom-humor, o autor indaga neste</p><p>documento: Tupi or not tupi, that is the question.</p><p>Ao recorrerem à figura do indígena, romantizada no século XIX devido às influências</p><p>externas na arte brasileira, o texto indaga se seria possível assimilar somente aquilo que</p><p>contribuísse para gerar algo inteiramente novo no campo das artes. Para isso, elementos das</p><p>culturas indígenas e africanas são valorizados por esses artistas.</p><p>O Abaporu, quadro de Tarsila do Amaral, é certamente a obra mais conhecida do</p><p>modernismo brasileiro. Para muitos críticos da pintura, os pés e mãos gigantescos</p><p>provavelmente representavam o trabalho braçal exercido pela maioria dos brasileiros,</p><p>enquanto a minúscula cabeça representaria nossa ausência de senso crítico. Já as fortes cores</p><p>utilizadas na obra – o verde, o amarelo e o azul – parecem fazer referência à cultura brasileira,</p><p>aqui representada pela paisagem seca da região nordeste do país.</p><p>O quadro foi um presente de Tarsila para o marido, Oswald de Andrade, que observou ser</p><p>um “homem plantado na terra”. O nome da obra é a síntese do movimento antropofágico,</p><p>afinal Abaporu significa em tupi “aquele que come”.</p><p>Com isso, vamos para as proposições:</p><p>1. Incorreta. A obra de Anita Malfatti é marcada pela desproporcionalidade.</p><p>2. Incorreta. Monteiro Lobato foi um dos principais críticos do Modernismo.</p><p>4. Correta. Em março de 1913, o jovem russo Lasar Segall (1891-1957) desembarcou no Brasil</p><p>com 21 anos de idade e um sonho na bagagem: realizar em São Paulo uma exposição só sua.</p><p>8. Correta. Di Cavalcanti foi um dos maiores ícones do movimento modernista da década de</p><p>1920.</p><p>16. Correta, conforme discutimos no comentário.</p><p>Gabarito: 28</p><p>(UEM – 2019)</p><p>A Revolta da Vacina ocorrida em 1904, na cidade do Rio de Janeiro, é considerada a principal</p><p>revolta popular urbana da Primeira República. Sobre os motivos que desencadearam esse</p><p>movimento, assinale o que for correto.</p><p>01. Na cidade do Rio de Janeiro, então capital federal, o intenso crescimento populacional</p><p>favoreceu a ocupação de áreas insalubres, com os denominados “cortiços”, entre outras</p><p>formas de ocupação.</p><p>02. A reforma urbana demoliu os velhos casarões ocupados pela população mais pobre da</p><p>cidade, para alargar ruas e avenidas, tendo cidades europeias como modelo.</p><p>04. A reforma sanitária foi instituída devido aos altos índices de mortalidade causados por</p><p>doenças epidêmicas, como a varíola.</p><p>08. A vacinação obrigatória foi estabelecida na Presidência de Rodrigues Alves, o qual</p><p>regulamentou, por decreto, lei aprovada pelo parlamento.</p><p>16. A Revolta da Vacina teve início na Marinha brasileira, que aplicava castigos físicos contra</p><p>a maioria dos marinheiros, recrutados entre os mais pobres.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 18 – HB: Brasil Republicano I</p><p>95</p><p>152</p><p>AULA 18: HB: Brasil Republicano I</p><p>Comentários:</p><p>Em outubro de 1904, o Congresso aprovou um projeto que tornava obrigatória a vacinação</p><p>contra a varíola. Panfletos e jornais passaram a denunciar a medida como autoritária, e a</p><p>insatisfação contra o governo de Rodrigues Alvesfoi alimentada por monarquistas e</p><p>florianistas. Para as camadas baixas da população, o projeto era uma medida que violava os</p><p>direitos da população, afinal ele permitia que agentes de saúde entrassem nas residências</p><p>para vacinar compulsoriamente seus habitantes – inclusive mulheres desacompanhadas de</p><p>seus maridos, o que para época poderia ser um atentado à moral da mulher e da família.</p><p>Entre os dias 11 e 16, populares foram para as ruas acompanhados de comerciantes,</p><p>operários, estudantes e militares para protestar contra o governo, enfrentando a polícia com</p><p>barricadas e incendiando bondes. Para conter os revoltosos, batalhões de Minas e São Paulo</p><p>foram enviados para a capital.</p><p>O governo suspendeu a obrigatoriedade da vacina, mas também promoveu uma dura</p><p>repressão aos rebeldes. Quinhentos participantes da Revolta da Vacina foram deportados,</p><p>outros mil presos, e trinta foram mortos. Vejamos as alternativas:</p><p>1. Correta. O fim do século XIX e o começo do século XX foram marcados pelo surgimento</p><p>de cortiços, que possuíam péssimas condições de higiene.</p><p>2. Correta. Essa reforma fez parte da política do governo de Rodrigues Alves.</p><p>4. Correta. Em razão das condições insalubres, havia uma enorme disseminação de doenças</p><p>na cidade do Rio de Janeiro. Na tentativa de sanar esse problema de saúde pública foi feita</p><p>a reforma sanitária.</p><p>8. Correta, conforme discutimos anteriormente.</p><p>16. Incorreta. Ela teve início nas camadas populares.</p><p>Gabarito: 15</p><p>(UDESC – 2016)</p><p>Sobre a Revolta da Chibata, assinale a alternativa correta.</p><p>a) Embora os marinheiros revoltosos, homens negros em sua maioria, tenham assumido o</p><p>controle de grandes embarcações de guerra, não souberam como manejá-las, visto que</p><p>somente oficiais de alta patente possuíam conhecimento e domínio da tecnologia necessária</p><p>para conduzir as embarcações de guerra.</p><p>b) O governo não cedeu à pressão dos marinheiros revoltados e conseguiu dominar e</p><p>prender todos os envolvidos. As principais lideranças foram fuziladas por formação de motim,</p><p>e os demais participantes foram encaminhados a campos de trabalho no extremo norte do</p><p>país.</p><p>c) O movimento foi liderado por um marinheiro negro, João Cândido, único líder que</p><p>conseguiu anistia do governo e foi imediatamente liberado, uma vez que foi quem</p><p>intermediou as negociações de rendição dos marinheiros.</p><p>d) O movimento foi composto exclusivamente por marinheiros negros que exigiam o fim</p><p>dos castigos corporais e a criação de uma lei que penalizasse a discriminação racial nas forças</p><p>armadas.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 18 – HB: Brasil Republicano I</p><p>96</p><p>152</p><p>AULA 18: HB: Brasil Republicano I</p><p>e) Além do fim do castigo corporal, o movimento exigia melhoria na alimentação, criação</p><p>de uma nova tabela de serviços, que diminuísse o excesso de trabalho dos marinheiros, e</p><p>anistia para todos os envolvidos na revolta.</p><p>Comentários:</p><p>Para responder essa questão, vamos relembrar o que vimos na aula sobre essa Revolta:</p><p>Embora a Lei Áurea sepultasse formalmente a escravidão em 1888, a aplicação de castigos</p><p>corporais sobreviveu na Marinha até o início do período republicano. Vale destacar que boa parte</p><p>dos marinheiros era composta por homens negros e pobres, enquanto os oficiais eram muitas</p><p>vezes descendentes de famílias ligadas à nobreza do Segundo Reinado.</p><p>Após um marinheiro ser penalizado com 250 chibatadas, seus colegas tomaram o navio de</p><p>guerra Minas Gerais em 1910, tendo como líder o marinheiro João Cândido – homem de baixa</p><p>posição na hierarquia militar, mas que se torna conhecido como Almirante Negro.</p><p>Então, à noite, em 22 de novembro de 1910, eclodiu, no Rio de Janeiro, a “Revolta da</p><p>Chibata”, após o marujo Marcelino Menezes ter recebido, como castigo, 250 chibatadas, no</p><p>encouraçado Minas Gerais. Nesse momento, os marujos, 90% de negros pobres, rebelaram-se.</p><p>Os revoltosos exigiam o fim dos castigos corporais e melhores condições de trabalho e soldo. Os</p><p>revoltosos tomaram mais navios Bahia, São Paulo, Deodoro,</p><p>Timbira e Tamoio, hasteando um</p><p>pavilhão escrito: “Ordem e Liberdade”. Mais de 200 marujos apontaram 80 canhões para o Palácio</p><p>do Catete. Essa revolta foi considerada altamente perigosa porque desafiou a Marinha e o</p><p>Governo.</p><p>Com isso, vamos para as alternativas:</p><p>a) Incorreta. Os marinheiros da Revolta sabiam conduzir as embarcações de guerra.</p><p>b) Incorreta. Hermes da Fonseca, então presidente da República, aprovou a anistia dos revoltosos</p><p>e sinalizou acatar suas reivindicações, levando João Cândido e seus companheiros a devolverem</p><p>os navios. Contudo, o presidente não cumpriu sua promessa, e, 3 dias depois da anistia e depois</p><p>de devolverem os navios, 17 marujos – entre eles, João Cândido – foram encarcerados na Ilha das</p><p>Cobras.</p><p>c) Incorreta. Conforme discutimos na alternativa anterior, João Cândido foi encarcerado na Ilha</p><p>das Cobras.</p><p>d) Incorreta. Apesar de poucos, alguns homens brancos participaram do movimento.</p><p>e) Correta, conforme discutimos anteriormente.</p><p>Gabarito: E</p><p>(FGV 2018)</p><p>O ano de 2016 completa o centenário da canção Pelo telefone, de Ernesto dos Santos, o</p><p>Donga (1889/1974-RJ) e Maurício de Almeida (mais conhecido como Peru dos Pés Frios).</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 18 – HB: Brasil Republicano I</p><p>97</p><p>152</p><p>AULA 18: HB: Brasil Republicano I</p><p>Parece que a motivação central da composição foi uma crítica bem-humorada ao chefe da</p><p>polícia carioca que combatia os jogos de azar na cidade: por isso a letra original dizia</p><p>O chefe da polícia/Pelo telefone/ Mandou avisar/ Que na Carioca/ Tem uma roleta/ Para se</p><p>jogar.</p><p>Porém, ao registrar a letra, Donga subtraiu a crítica à polícia e mudou para O chefe da folia.</p><p>Esse autêntico quebra-cabeça melódico e poético teria sido organizado e recomposto pelo</p><p>jornalista e carnavalesco Maurício de Almeida, o Peru dos Pés Frios, que ganhou coautoria</p><p>da composição. Além disso, o refrão da canção também foi tomado de conhecida canção</p><p>folclórica (Olha a rolinha/Sinhô, sinhô/Se embaraçou/Sinhô, sinhô …).</p><p>(José Geraldo Vinci de Moraes. O centenário de Pelo telefone. Em:</p><p>http://jornal.usp.br/artigos/o-centenario-de-pelo-telefone/. 27.08.2016. Acessado em</p><p>08.09.2017. Adaptado)</p><p>É correto inferir que a canção Pelo telefone</p><p>a) marca a origem do samba, a autêntica canção popular brasileira, com referências urbanas,</p><p>caso do telefone, com letras que mostram, até a Era Vargas, a temática da harmonia étnica</p><p>do Brasil e da arte em geral como um meio de inserção dos ex-escravos à sociedade nacional.</p><p>b) destaca o papel central exercido pelos artistas populares, que por meio das canções</p><p>denunciam os malefícios dos novos costumes urbanos, apontando o espaço rural como o</p><p>único capaz de oferecer condições dignas para os que tinham sido escravizados.</p><p>c) representa a transição da cultura rural e urbana porque aborda uma temática</p><p>essencialmente moderna que é a presença do telefone e, ao mesmo tempo, em que trata do</p><p>universo rural, pois há versos na canção originários de uma produção folclórica.</p><p>d) revela uma faceta pouco reconhecida da classe popular carioca, que era capaz de</p><p>importantes trocas culturais com escritores e jornalistas, além de a mesma classe modificar a</p><p>trajetória da indústria fonográfica do país, pois o samba se tornou o único produto desse</p><p>ramo.</p><p>e) manifesta um olhar pouco crítico sobre as condições do Rio de Janeiro, em especial dos</p><p>trabalhadores mais humildes, porque faz apologia às inovações tecnológicas, como o</p><p>telefone, que serviam às elites cariocas, mas prejudicavam os mais pobres.</p><p>Comentários</p><p>A canção reflete a cultura do Brasil do início do século XX: uma mistura entre a tradição rural e</p><p>algumas inovações tecnológicas urbanas, como a chegada do telefone. A alternativa C refletem</p><p>bem essa percepção. Repare que nas demais há alguns exageros:</p><p>A – “harmonia étnica” foi uma construção ideológica a partir dos debates em torno da</p><p>democracia racial. Contudo, no início do século XX, poucos anos após a abolição da escravatura</p><p>não dava para falar em harmonia racial. Ademais, o racismo é algo estrutural no país, um</p><p>problema social ainda não resolvido.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 18 – HB: Brasil Republicano I</p><p>98</p><p>152</p><p>AULA 18: HB: Brasil Republicano I</p><p>B – “espaço rural como único”, esse trecho generaliza muito qualquer análise. Além disso,</p><p>contraria a tendência histórica do êxodo rural e do processo de urbanização. Embora naquela</p><p>época a população rural ainda fosse majoritária, havia uma tendência rumo ao processo de</p><p>urbanização. Por isso, não é possível tornar uma hipótese como absoluta.</p><p>C – gabarito.</p><p>D – novamente, o final da frase faz uma generalização que desconsidera outras manifestações</p><p>culturais e musicais. Menciona apenas uma, o choro, estilo musical anterior ao samba é que</p><p>permaneceu na cultura popular brasileira.</p><p>E – o debate em torno da palavra “polícia” evidencia a percepção crítica em torno da canção e</p><p>da análise do autor. Falsa a afirmação.</p><p>Gabarito: C</p><p>(UECE 2017)</p><p>Atente ao seguinte enunciado:</p><p>“Episódios mais notórios, como a Revolta dos 18 do Forte de Copacabana, em 1922, e a</p><p>Revolução Paulista de 1924, ou um evento pouco citado nos livros de História, como a</p><p>Comuna de Manaus, também ocorrido em 1924, são partes do mesmo movimento a que</p><p>pertence a Coluna Prestes, que, de 1925 a 1927, percorreu cerca de pelo interior do</p><p>território brasileiro combatendo as forças oligárquicas e espalhando sua ideologia”.</p><p>O enunciado acima se refere ao movimento pertencente à História republicana do Brasil</p><p>conhecido como</p><p>a) Tenentismo, que marcava o descontentamento de parte da jovem oficialidade do exército</p><p>com as características políticas da República Velha.</p><p>b) Restauracionismo, que uniu militares e religiosos em lutas com o objetivo de depor a</p><p>República e restaurar a monarquia no Brasil.</p><p>c) Messianismo, movimento por meio do qual os líderes religiosos faziam uso de sua</p><p>influência para eleger os grupos políticos que apoiavam o fim das mudanças promovidas pela</p><p>República.</p><p>d) Coronelismo, no qual senhores de terra e líderes políticos locais tentaram impedir avanços</p><p>socialistas propostos pelo Presidente da República Artur Bernardes.</p><p>Comentários</p><p>Falou em Coluna Prestes, falou em tenentismo. Em um contexto político turbulento, a escassez</p><p>de armamentos e medicamentos nas Forças Armadas, a má remuneração e a demora para que</p><p>pudessem ascender na hierarquia levou jovens oficiais a tramarem a derrubada do governo, dando</p><p>início a um movimento conhecido como tenentismo. Segundo as professoras Heloísa Starling e</p><p>Lilia Schwarcz:</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 18 – HB: Brasil Republicano I</p><p>99</p><p>152</p><p>AULA 18: HB: Brasil Republicano I</p><p>Os tenentes, como ficaram conhecidos, acreditavam que o Brasil precisava de um</p><p>governo central forte capaz de intervir na economia para desenvolver os recursos</p><p>naturais, promover a industrialização e proteger o país da exploração estrangeira.</p><p>Também enxergavam no regionalismo e na corrupção a origem e os motivos do que</p><p>havia de errado no Brasil. Eram liberais em temas sociais e autoritários em política. E</p><p>agiam na cena pública como militares: estavam dispostos a proteger o país e a destruir</p><p>o poder das oligarquias regionais, reduzir o quadro das profundas desigualdades</p><p>sociais, acabar com o analfabetismo – mas não sabiam o modo de atingir seus</p><p>propósitos nem como construir o país com que sonhavam.</p><p>SCHWARCZ, Lilia Moritz; STARLING, Heloísa Maria Murgel. Brasil: uma biografia. São Paulo:</p><p>Companhia das Letras, 2015. p. 34.</p><p>Gabarito: A</p><p>(UEL 2016)</p><p>O Positivismo desenvolveu-se no Brasil durante o II Império e foi defendido por políticos</p><p>ilustres como Benjamin Constant, Júlio de Castilho, Teixeira Mendes, marcando fortemente</p><p>os ideais republicanos que culminaram com a Proclamação da República, em 1889.</p><p>Com base nos conhecimentos sobre as influências positivistas</p><p>Pequenos proprietários,</p><p>profissionais liberais,</p><p>jornalistas, professores e</p><p>estudantes.</p><p>Ideia de República República</p><p>Federativa</p><p>Ditadura</p><p>republicana</p><p>República com participação</p><p>direta do povo</p><p>Principais nomes Alberto Sales Miguel Lemos</p><p>e Teixeira</p><p>Mendes</p><p>Silva Jardim</p><p>As três correntes se limitavam a discutir suas concepções de república entre si, sem suscitar a</p><p>participação popular sobre os rumos do país. Apesar disso, não faltaram tentativas de imposição</p><p>e de legitimação da República perante o corpo de cidadãos por meio de imagens, símbolos e</p><p>outras representações.</p><p> Um destes elementos foi a bandeira nacional, que como vimos, foi fortemente</p><p>influenciada pelos ideais positivistas.</p><p> Outra preocupação dos republicanos foi a busca por um herói republicano que</p><p>representasse o novo regime, e com isso, conseguisse certo engajamento popular.</p><p>Deodoro da Fonseca, Floriano Peixoto e Benjamin Constant, três dos principais</p><p>nomes por trás do 15 de novembro, eram sérios candidatos para encarnarem a ideia</p><p>de herói da República, mas encontravam resistências dentro do próprio movimento</p><p>republicano. A solução foi buscar uma figura do passado, mais especificamente do</p><p>período colonial: Tiradentes.</p><p>A Inconfidência Mineira, como você deve se lembrar, foi um movimento que propunha a</p><p>ruptura com a monarquia portuguesa em favor de uma República Confederada, aos moldes da</p><p>experiência norte-americana. O episódio, e as duras penas impostas aos envolvidos na</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 18 – HB: Brasil Republicano I</p><p>11</p><p>152</p><p>AULA 18: HB: Brasil Republicano I</p><p>conspiração, sobreviveram no imaginário dos brasileiros até o</p><p>final do século XIX, o que tornava Tiradentes figura conhecida</p><p>entre as classes populares.</p><p>Dessa maneira, os republicanos iniciaram um culto cívico</p><p>ao “mártir da Inconfidência”, decretando a data de sua</p><p>condenação, o 21 de abril, feriado nacional do novo regime. E</p><p>apesar de seu verdadeiro rosto não ser conhecido, isso não</p><p>impediu que surgissem uma série de pinturas, quadros e</p><p>caricaturas representando esse personagem, boa parte</p><p>associando-o à figura de Jesus Cristo.</p><p>Assim como o filho de Deus, Tiradentes também havia</p><p>sido traído e duramente condenado pelas suas convicções, mas</p><p>encarou serenamente a morte perante uma multidão que</p><p>aguardava o seu suplício. E em um país marcado pela</p><p>religiosidade cristã, esse paralelo conquistou o seu lugar no</p><p>imaginário popular. Tiradentes se tornou símbolo da República,</p><p>do ideal de liberdade, e de toda a Nação.</p><p>Apesar de bem-sucedidos na difusão da imagem de</p><p>Tiradentes, os republicanos não tiveram o mesmo resultado</p><p>ao associarem a nova forma de governo a uma jovem mulher.</p><p>Desde Roma, figuras de mulheres foram utilizadas para</p><p>representar a República, afinal trata-se de uma palavra de</p><p>gênero feminino. Na França, ela se popularizou a partir da II</p><p>República (1848-1852), quando essa imagem recebeu o</p><p>nome de Marianne. Ela esteve presente em várias obras</p><p>daquele país, quase sempre representada com um gorro</p><p>vermelho, conhecido como barrete frígio.</p><p>Como muitos republicanos brasileiros se inspiravam nos</p><p>símbolos franceses, não demorou muito para que essa</p><p>imagem ganhasse alguns quadros, charges e bustos de artistas identificados com a nova</p><p>configuração política do país.</p><p>Embora quase sempre representada como na imagem ao lado, os positivistas associaram a</p><p>República à maternidade, a fim de ressaltar o papel da família na construção da Nação. A mulher</p><p>também poderia simbolizar simultaneamente múltiplas ideias distintas: República, Pátria,</p><p>Liberdade, Revolução – todas palavras femininas.</p><p>Tiradentes esquartejado, de Pedro Américo, 1892.</p><p>Fonte: Museu Mariano Procópio.</p><p>O crucifixo posto junto ao corpo desmembrado</p><p>buscava associar o sacrifício do inconfidente aos valores</p><p>cristãos.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 18 – HB: Brasil Republicano I</p><p>12</p><p>152</p><p>AULA 18: HB: Brasil Republicano I</p><p>Quando a nova forma de governo se revelou não ser exatamente o que muitos de seus</p><p>entusiastas esperavam, diversas caricaturas passaram a se utilizar da Marianne para satirizar as</p><p>contradições da República. Por vezes ela era representada como uma mulher idosa, a fim de</p><p>evidenciar sua prematura decadência, enquanto em outras ela é identificada como moribunda.</p><p>Mais comum foi associá-la a uma prostituta, simbolizando a imoralidade da política brasileira a</p><p>partir de 1889.</p><p>2.1. O GOVERNO DEODORO DA FONSECA (1889-1891)</p><p>Entre 1889 e 1891, Deodoro da Fonseca se manteve na</p><p>presidência da República sem uma Constituição, o que fez esse</p><p>período ser conhecido como Governo Provisório. Em fevereiro de</p><p>1891, uma nova Carta Constitucional foi aprovada pelo Congresso,</p><p>da qual podemos destacar os seguintes elementos:</p><p>A extinção do Poder Moderador e a manutenção dos Poderes</p><p>Executivo, Legislativo e Judiciário;</p><p>Mandato presidencial fixado em quatro anos, bem como dos</p><p>Presidentes dos estados;</p><p>Separação entre Igreja Estado, o que instituiu o casamento civil</p><p>e a certidão de nascimento;</p><p>Adoção do federalismo como sistema político, no qual os</p><p>estados dispõem de ampla autonomia diante da União. Com isso, Minas Gerais, São</p><p>Paulo e os demais entes da Federação passaram a redigir suas próprias constituições,</p><p>decretarem impostos, elegerem seus governadores (à época chamados de</p><p>Presidentes de Estados) e fizeram empréstimos no exterior.</p><p>Voto universal masculino aos maiores de 21 anos, excetuando analfabetos,</p><p>mendigos, os praças (recrutas, soldados, cabos e sargentos) e clérigos submetidos</p><p>ao voto de obediência. Além disso, o voto era aberto, ou seja, não-secreto.</p><p>Além da aprovação da Constituição de 1891, Deodoro da Fonseca foi eleito indiretamente</p><p>Presidente da República pelo Congresso Nacional.</p><p>O governo Deodoro enfrentou grande turbulência em função da política econômica</p><p>conduzida pelo ministro da Fazenda, Rui Barbosa. A fim de estimular a industrialização do país, o</p><p>governo permitiu a emissão desenfreada de papel moeda e facilitou crédito para investidores,</p><p>mas obteve os resultados contrários ao esperado. Para terem acesso aos recursos disponibilizados,</p><p>muitos criaram empresas-fantasmas, ou seja, que só existiam mesmo no papel!</p><p>Mesmo sem produzir absolutamente nada, essas empresas tinham suas ações compradas</p><p>na Bolsa de Valores, contribuindo para que uma grave crise inflacionária assolasse o país. Como a</p><p>especulação no mercado financeiro se tornou febre no período, muitos compararam os acionistas</p><p>a apostadores em corridas de cavalos, o que tornou a política econômica conhecida como</p><p>Encilhamento – nome dado ao arreamento dos cavalos.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 18 – HB: Brasil Republicano I</p><p>13</p><p>152</p><p>AULA 18: HB: Brasil Republicano I</p><p>Embora eleito indiretamente Presidente constitucional – ou seja, pelo Congresso –,</p><p>Deodoro sofreu forte oposição dos cafeicultores de São Paulo, que dispunham de boa parte das</p><p>cadeiras da Câmara e do Senado. Não demorou muito para que o militar se irritasse com a</p><p>situação, dissolvesse o Legislativo e prendesse diversos adversários políticos.</p><p>A manobra golpista gerou reações no Rio de Janeiro: ferroviários da Estrada de Ferro</p><p>Central do Brasil organizaram uma greve, enquanto setores da Marinha, liderados pelo almirante</p><p>Custódio José de Melo, ameaçaram bombardear a capital caso o Presidente não renunciasse.</p><p>Diante da pressão, Deodoro da Fonseca renunciou à presidência em 23 de novembro de 1891.</p><p>2.2. O GOVERNO FLORIANO PEIXOTO (1891-1894)</p><p>De acordo com o artigo 42 da Constituição de 1891, em caso</p><p>de vacância da Presidência, o vice-presidente só poderia sucedê-lo</p><p>caso isso ocorresse após dois anos de mandato. Caso contrário,</p><p>novas eleições deveriam ser convocadas. Como o governo</p><p>constitucional de Deodoro se iniciara em novembro de 1891, pela lei,</p><p>era esperado que fosse dado aos cidadãos o direito de escolha do</p><p>novo mandatário</p><p>no processo de transição do</p><p>regime imperial para o republicano, considere as afirmativas a seguir.</p><p>I. Como expressão mais forte dessas mudanças, o pavilhão imperial adotou o lema positivista.</p><p>II. A ideia de uma democracia representativa levou à adoção do sistema do voto universal, o</p><p>que permitia a acomodação das classes sociais.</p><p>III. A presença do ideário positivista destacou-se no setor militar, sobretudo entre os oficiais</p><p>de alta patente.</p><p>IV. A formação de um governo de cunho autoritário caracterizou-se pela imposição da ordem</p><p>através da força militar, na chamada República de Espadas.</p><p>Assinale a alternativa correta.</p><p>a) Somente as afirmativas I e II são corretas.</p><p>b) Somente as afirmativas I e IV são corretas.</p><p>c) Somente as afirmativas III e IV são corretas.</p><p>d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas.</p><p>e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.</p><p>Comentários</p><p>O Positivismo foi criado por Auguste Comte na França, em meados do século XIX. Esta corrente</p><p>de pensamento defende a harmonia entre ordem e progresso, a coesão social, a linearidade</p><p>histórica que caminha para progresso dentro da ordem. Após a Guerra do Paraguai, 1865-1870,</p><p>os militares brasileiros adotaram ideais positivistas criticando a monarquia e defendendo a</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 18 – HB: Brasil Republicano I</p><p>100</p><p>152</p><p>AULA 18: HB: Brasil Republicano I</p><p>modernização do Brasil dentro do império da lei e da ordem. Estudiosos como Benjamim</p><p>Constant, Teixeira Mendes, Miguel Lemos, entre outros, adotaram e divulgaram o arcabouço</p><p>teórico Positivista. O exército, ancorado no Positivismo, proclamou a República em 15 de</p><p>novembro de 1889. Surgiu a República da Espada, 1889-1894, Deodoro, 1889-1891, e Floriano,</p><p>1891-1894. Estes governantes utilizaram o autoritarismo e a força para fazer a transição da</p><p>Monarquia para a República. Diante disso, vejamos os itens:</p><p>I - Incorreta. O lema positivista foi adotado pela bandeira do Brasil republicano.</p><p>II - Incorreta. A adoção do modelo republicano não implicou na extensão do voto a todos os</p><p>setores da sociedade, uma vez que o modelo adotado foi o censitário.</p><p>III - Correta. O setor militar foi fortemente impactado pelo ideário positivista de molde francês,</p><p>uma vez que a alta cúpula da corporação nacional tinha estreitos contatos com os filósofos</p><p>positivistas.</p><p>IV. Correta. Os primeiros governos republicanos, dirigidos pelo setor militar, tinham</p><p>características autoritárias, herança da Caserna. Esse período é chamado de República de</p><p>Espadas.</p><p>Gabarito: C</p><p>(2019 UFRGS)</p><p>Leia o trecho abaixo, que faz referência a uma matéria intitulada "Como uma Mulher Deve</p><p>Ajudar o Marido", publicada no jornal A Federação, em 1919.</p><p>Dorothy Diz escreveu para o jornal A Federação, dando conselhos às donas de casa 'de como</p><p>tratar o marido. Tais como de não sobrecarregá-lo com as queixas do dia a dia, alimentá-lo,</p><p>incentivá-lo no trabalho e estar sempre pronta para atendê-lo e ouvi-lo. Ou seja, não poderia</p><p>nunca esquecer os seus deveres de rainha do lar e anjo tutelar, e somente assim poderia ser</p><p>uma musa inspiradora. Mesmo que para isso tenha que se sacrificar e anular-se.</p><p>ISMÉRIO, Clarisse. o discurso moralista e as mulheres. Estudos Ibero-Americanos, n. 2, dez. 1995. p. 117-138.</p><p>Com a Proclamação da República em 1889, o Rio Grande do Sul passou a ser governado</p><p>pelo Partido Republicano Rio-grandense (PRR), cujos ideais políticos, sociais e morais eram</p><p>veiculados pelo jornal A Federação. Sobre tais ideais, é correto afirmar que</p><p>a) valorizavam a autonomia econômica e profissional das mulheres.</p><p>b) defendiam a participação ativa das mulheres na vida política.</p><p>c) consideravam o trabalho das mulheres superior ao dos homens.</p><p>d) incentivavam o protagonismo das mulheres na sociedade.</p><p>e) privilegiavam a atuação privada e doméstica das mulheres.</p><p>Comentários</p><p>Uma questão que pode ser resolvida com interpretação de texto. Vejamos as alternativas:</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 18 – HB: Brasil Republicano I</p><p>101</p><p>152</p><p>AULA 18: HB: Brasil Republicano I</p><p>- A alternativa A está incorreta, afinal na visão do jornal A Federação, as donas de casa não</p><p>deveriam se esquecer de seus afazeres no seio dos lares, e por isso não era incentivada o ingresso</p><p>das mulheres no mercado de trabalho.</p><p>- A alternativa B está incorreta, pois os afazeres femininos eram reduzidos ao agrado de seus</p><p>maridos. Com isso, A Federação não defende direitos políticos, mas dita deveres às mulheres.</p><p>- A alternativa D está incorreta, pois o jornal defende que a mulher se sacrifique ou se anule</p><p>quando julgarem necessário.</p><p>- A alternativa E é a resposta. De acordo com o texto, à mulher caberia “deveres de rainha do lar”,</p><p>tais como garantir a alimentação do marido, ouvi-lo e incentivá-lo no dia a dia. Tais tarefas</p><p>restringiam à mulher ao espaço doméstico, enquanto aos homens cabia a vida pública.</p><p>Gabarito: E</p><p>(Unesp 2019)</p><p>Leia o poema “Pobre alimária”, de Oswald de Andrade, publicado originalmente em 1925.</p><p>O cavalo e a carroça</p><p>Estavam atravancados no trilho</p><p>E como o motorneiro se impacientasse</p><p>Porque levava os advogados para os escritórios</p><p>Desatravancaram o veículo</p><p>E o animal disparou</p><p>Mas o lesto carroceiro</p><p>Trepou na boleia</p><p>E castigou o fugitivo atrelado</p><p>Com um grandioso chicote.</p><p>(Pau-Brasil, 1990.)</p><p>Considerando o momento de sua produção, o poema</p><p>a) celebra a persistência das tradições rurais brasileiras, que inviabilizaram o avanço do</p><p>processo de industrialização de São Paulo.</p><p>b) valoriza a variedade e a eficácia dos meios de transporte, que contribuíam para impulsionar</p><p>a economia brasileira.</p><p>c) critica a recorrência das práticas de exploração e maus tratos aos animais nos principais</p><p>centros urbanos brasileiros.</p><p>d) registra uma rápida cena urbana, que expõe tensões e ambiguidades no processo de</p><p>modernização da cidade de São Paulo.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 18 – HB: Brasil Republicano I</p><p>102</p><p>152</p><p>AULA 18: HB: Brasil Republicano I</p><p>e) exemplifica o choque social constante entre as elites enriquecidas e a população pobre da</p><p>cidade de São Paulo.</p><p>Comentários</p><p>Essa é uma questão envolvendo interpretação de texto. Repare que os versos de Oswald</p><p>de Andrade trazem ofícios urbanos, como o motorneiro – nome dado ao condutor dos bondes –</p><p>e os advogados, ao mesmo tempo em que faz menção a permanências de elementos típicos do</p><p>meio rural, como o cavalo e a carroça. Isso sugere as transformações da paisagem da cidade de</p><p>São Paulo, que ao longo do século XX passa por um processo de urbanização e industrialização.</p><p>Assim sendo, a alternativa D é a correta.</p><p>Vamos agora analisar as demais questões, sem deixar de considerar o conteúdo do texto:</p><p>- A alternativa A sugere que Oswald de Andrade celebra os elementos rurais da cidade de São</p><p>Paulo, o que não é possível aferir apenas pelo fragmento do enunciado. Desse modo, a alternativa</p><p>está incorreta.</p><p>- O texto de Oswald de Andrade relata a paralisação de um bonde na cidade devido a uma carroça</p><p>que se prendeu no trilho, o que não poderíamos considerar como uma valorização dos meios de</p><p>transporte da época. Ao contrário, sugere complicações no fluxo de pessoas devido a coexistência</p><p>de meios de deslocamento rurais e urbanos. Com isso, podemos considerar incorreta a alternativa</p><p>B.</p><p>- A alternativa C é uma pegadinha! Embora relate o uso do chicote</p><p>pelo carroceiro na cena, repare que o enunciado pede para que</p><p>seja considerado o contexto de produção, ou seja, a São Paulo da</p><p>década de 1920. Sabemos que neste período a cidade se</p><p>urbanizava devido ao boom industrial, o que fica claro quando constatada a coexistência de</p><p>elementos rurais e urbanos. Assim sendo, a alternativa C está incorreta.</p><p>- A alternativa E está incorreta, afinal os desentendimentos no texto se dão entre um motorneiro</p><p>e o carroceiro, o que não poderia sugerir choques sociais.</p><p>Gabarito: D</p><p>(Unesp 2018)</p><p>Entre as manifestações místicas presentes no Nordeste brasileiro no final do Império e nas</p><p>primeiras décadas da República, identificam-se</p><p>a) as pregações do Padre Ibiapina, relacionadas à defesa do protestantismo calvinista, e a</p><p>literatura de cordel, que cantava os mitos e as lendas da região.</p><p>b) o cangaço, que realizava saques a armazéns para roubar alimentos e distribuí-los aos</p><p>famintos, e o coronelismo, com suas práticas assistencialistas.</p><p>c) a liderança do Padre Cícero, vinculada à dinâmica política tradicional da região, e o</p><p>movimento de Canudos, com características de contestação social.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 18 – HB: Brasil Republicano I</p><p>103</p><p>152</p><p>AULA 18: HB: Brasil Republicano I</p><p>d) a peregrinação de multidões a Juazeiro do Norte, para pedir graças aos padres</p><p>milagreiros, e a liderança messiânica do fazendeiro pernambucano Delmiro Gouveia.</p><p>e) a ação catequizadora de padres e bispos ligados à Igreja católica e a atuação do líder José</p><p>Maria, que comandou a resistência na região do Contestado.</p><p>Comentários</p><p>Uma questão que vai direto ao ponto. Vejamos as alternativas:</p><p>- José Antônio Ibiapina, conhecido como padre Ibiapina, nasceu em 05 de agosto de 1806, na Vila</p><p>de Sobral, Ceará. Embora tenha sido seminarista durante sua juventude, ele só foi ordenado em</p><p>1853, aos 47 anos de idade. A partir daí, peregrinou por cinco estados da região Nordeste, onde</p><p>construiu Casas de Caridade, igrejas, açudes, cemitérios e cacimbas. Sua ação evangelizadora,</p><p>que adquire contornos místicos no imaginário popular, tinha como enfoque amenizar as aflições</p><p>das camadas sociais subalternas, sem contestar os dogmas da Igreja. Assim sendo, a alternativa A</p><p>está incorreta.</p><p>- Os saques promovidos pelos bandos de cangaceiros ao longo de cidades do Nordeste não</p><p>objetivavam a promoção de justiça social, mas a manutenção do próprio bando. Assim sendo,</p><p>embora não se possa negar o misticismo construído em torno de figuras como Lampião, a</p><p>alternativa B está incorreta. Quanto ao coronelismo, ainda que por vezes se mostrasse</p><p>assistencialista durante a Primeira República, não pode ser caracterizado como um fenômeno</p><p>dotado de misticismo.</p><p>- Cícero Romão Batista, o padre Cícero, foi um clérigo que desfrutou de grande popularidade a</p><p>partir de 1889, quando um milagre envolvendo uma hóstia consagrada por ele teria virado sangue</p><p>durante a comunhão de uma de suas paroquianas. A partir daí, sua figura passou a arrebanhar fiéis</p><p>que peregrinavam até Juazeiro, mesmo após seu banimento pela Igreja. Padre Cícero se torna</p><p>uma liderança messiânica na região, o que também o possibilita acumular poder político entre</p><p>coronéis.</p><p>O messianismo também permeou o Arraial de Canudos, organizado por Antônio</p><p>Conselheiro no final do século XIX nos arredores da fazenda de Canudos, às margens do rio Vaza-</p><p>Barris. Suas peregrinações pelo sertão baiano atraíram milhares de fiéis, que se fixam no vilarejo</p><p>com o beato. Apesar de miserável, Canudos se torna uma alternativa à exploração dos coronéis</p><p>para muitos sertanejos, o que o torna perigoso para os mandatários locais.</p><p>Canudos e Juazeiro, portanto, são exemplos de duas localidades no sertão nordestino onde</p><p>milhares de sertanejos castigados pela seca e subjugados por poderosos locais buscaram conforto</p><p>espiritual junto a figuras misticistas que incomodavam as forças políticas e religiosas locais. Feitas</p><p>essas considerações, a alternativa C é a correta.</p><p>- Delmiro Augusto da Cruz Gouveia (1863-1917), ou somente Delmiro Gouveia, foi o industrial</p><p>responsável pela construção da primeira hidrelétrica do Nordeste, a Usina de Angiquinho, atuando</p><p>também na indústria têxtil. Apesar de admirado por muitos de seus contemporâneos pela sua veia</p><p>empreendedora, ela não suscitou manifestações messiânicas, o que torna incorreta a alternativa</p><p>D.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 18 – HB: Brasil Republicano I</p><p>104</p><p>152</p><p>AULA 18: HB: Brasil Republicano I</p><p>- Embora o monge José Maria, um dos protagonistas da Revolta do Contestado, possa ser</p><p>considerado uma liderança messiânica, este episódio transcorreu na região de mesmo nome</p><p>situada ao sul do país, nos limites dos estados do Paraná e Santa Catarina. Dessa maneira, a</p><p>alternativa E está incorreta.</p><p>Gabarito: C</p><p>(Unesp 2017)</p><p>Na passagem dos anos 1920 para a década seguinte, a política de valorização do café no</p><p>Brasil</p><p>a) impediu o avanço da produção de cacau, algodão e borracha, devido à concentração de</p><p>recursos econômicos no Nordeste.</p><p>b) facilitou o deslocamento de capitais do setor industrial para o agrário, que aproveitava a</p><p>estabilidade dos mercados externos para se desenvolver.</p><p>c) agravou a crise econômica, devido ao alto volume de café estocado e à redução</p><p>significativa dos mercados estrangeiros para a mercadoria.</p><p>d) sustentou a hegemonia financeira da região Nordeste, que prolongou sua liderança e</p><p>comando político por mais duas décadas.</p><p>e) foi compensada pela estratégia governamental de supervalorização do câmbio, o que</p><p>permitiu o aumento significativo das exportações de café.</p><p>Comentários</p><p>- A alternativa A está incorreta, afinal os recursos econômicos da Primeira República</p><p>permaneceram concentrados na região sudeste, principal produtora de café.</p><p>- A alternativa B está incorreta, uma vez que os lucros do café beneficiaram o processo de</p><p>industrialização do país, e não o contrário.</p><p>- A alternativa C está correta. A política de manutenção dos preços artificiais do café, voltada para</p><p>satisfazer os interesses econômicos dos grandes produtores, demandava vultuosos recursos</p><p>públicos para a compra e a queima do produto.</p><p>- Desde a crise no comércio açucareiro no período colonial, a região nordeste entrou em um</p><p>processo de decadência econômica, o que também interferiu em sua expressividade política. Dito</p><p>isso, a alternativa D está incorreta.</p><p>- A alternativa E está incorreta, afinal os governos da Primeira República buscaram manter a moeda</p><p>nacional desvalorizada, a fim de promover maior aceitação do café brasileiro no mercado exterior.</p><p>Gabarito: C</p><p>(UNIVESP 2021)</p><p>Observe a charge de K. Lixto, publicada na Revista D. Quixote em 1918.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 18 – HB: Brasil Republicano I</p><p>105</p><p>152</p><p>AULA 18: HB: Brasil Republicano I</p><p>A Verdade Eleitoral</p><p>A moralidade política não permitirá que a Verdade saia nua das urnas.</p><p>(In: Maria de Lourdes Monaco Janotti. Sociedade e política na Primeira República, 1999.)</p><p>A situação exposta na charge pode ser corretamente explicada pelo fato de que</p><p>a) o eleitorado urbano era numericamente superior ao rural, o que favorecia as fraudes.</p><p>b) a exigência de riqueza limitava o direito ao voto, o que consagrava a hegemonia das elites.</p><p>c) a justiça eleitoral era formada pelos velhos oligarcas, o que consolidava a corrupção.</p><p>d) o resultado da eleição dependia do partido governista, o que gerava alternância no poder.</p><p>e) o voto era aberto, o que permitia sua manipulação pelos coronéis nas áreas rurais.</p><p>Comentários</p><p>Antes de tudo, note que a charge foi publicada em 1918, em uma revista brasileira. Portanto,</p><p>estamos abordando o período da Primeira República (1889-1918). Dito isto, é fácil perceber que</p><p>a charge trata do processo eleitoral. Lembremos o que vimos na Aula 18 sobre as disposições da</p><p>Constituição de 1891 sobre as eleições: voto masculino, aberto, para maiores de 21 anos, mas</p><p>vetado aos analfabetos e soldados; não existia Justiça Eleitoral. Além disso, diante das frequentes</p><p>denúncias de fraudes, com o tempo foi criada uma Comissão Verificadora dos Poderes no</p><p>Congresso, para aprovar ou vetar a posse dos deputados eleitos. No entanto, ela acabava</p><p>reforçando a Política dos Governadores, excluindo os deputados que faziam parte da oposição.</p><p>Também não podemos esquecer da prática de coronelismo, que consistia na concentração de</p><p>poder político, econômico e militar nas</p><p>mãos de grandes proprietários de terras, dos quais boa</p><p>parte da população rural era dependente. Assim, chamados alegoricamente de coronéis, eles</p><p>intimidavam seus dependentes para votar em seus candidatos, o que era facilitado por conta de</p><p>o voto ser aberto. Com esse contexto em mente, vejamos:</p><p>a) Incorreta. Na charge não há nenhum elemento que diferencie os eleitorados rural e urbano.</p><p>Vemos apenas uma mulher nua (a verdade) saindo da urna, enquanto outra, vestida (política), tenta</p><p>colocar algo (fraude) sobre a primeira.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 18 – HB: Brasil Republicano I</p><p>106</p><p>152</p><p>AULA 18: HB: Brasil Republicano I</p><p>b) Incorreta. O voto censitário, que definia um mínimo de renda para se tornar eleitor, foi abolido</p><p>com o fim da monarquia. O que impedia a participação da maioria da população, consagrando a</p><p>hegemonia das elites, era a obrigatoriedade de alfabetização para exercer o direito de voto. Ainda</p><p>assim, há nenhuma referência a nenhuma dessas coisas na charge.</p><p>c) incorreta. Não existia Justiça Eleitoral durante a Primeira República.</p><p>d) Incorreta. A afirmação é contraditória, pois, se o resultado da eleição dependia do partido</p><p>governista (daquele estava no poder), não haveria alternância de poder, já que a tendência seria</p><p>escolher sempre os próprios herdeiros políticos. Era justamente esse o grande problema do</p><p>processo eleitoral da Primeira República. As oligarquias cafeeiras matinha a si ou a seus aliados no</p><p>poder por meio de processo eleitoral elitista e pouco transparente, criando mecanismos como a</p><p>Comissão Verificadora para garantir que a oposição não teria muito espaço.</p><p>e) Correta! A pratica do coronelismo facilitada pelo voto aberto era a peça-chave que garantia a</p><p>permanência das oligarquias na direção do Estado. Quando a intimidação do eleitorado não era</p><p>o suficiente, era fácil recorrer à fraudes para garantir os resultados esperados.</p><p>Gabarito: E</p><p>(UNITAU 2018)</p><p>Observe a charge.</p><p>A charge faz referência ao período chamado de Primeira República, mais especificamente,</p><p>a) à remodelação urbana das ruas estreitas do centro do Rio de Janeiro, liderada pelo</p><p>prefeito da então Capital Federal, o engenheiro Francisco Pereira Passos, e apoiada por</p><p>Rodrigues Alves e Oswaldo Cruz.</p><p>b) à abolição dos escravos, à migração para os grandes centros urbanos e ao crescimento</p><p>das “favelas” nos morros, como locais de habitação precária para essa população</p><p>empobrecida.</p><p>c) à Revolta da Vacina, em que a população se rebelou contra a obrigatoriedade da vacinação</p><p>contra a varíola, a peste bubônica e a febre amarela.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 18 – HB: Brasil Republicano I</p><p>107</p><p>152</p><p>AULA 18: HB: Brasil Republicano I</p><p>d) à Revolta das Mulheres, que considerava imorais as medidas sanitárias da Capital Federal,</p><p>já que tinham que expor partes do corpo, como o braço, para que fossem aplicadas as</p><p>vacinas.</p><p>e) à Revolta popular contra o alto índice de desemprego, a pobreza e a falta de saneamento</p><p>na cidade. Os protestos chegaram às ruas e foram reprimidos, com prisão e morte de</p><p>manifestantes.</p><p>Comentários</p><p>O tema da questão são as revoltas populares durante a Primeira República (1889-1930), no Brasil.</p><p>É importante lembrar que esse período é marcado pela hegemonia das oligarquias cafeeiras. O</p><p>centro político e econômico do país era o Sudeste, mais especificamente São Paulo. A</p><p>industrialização avançava nos grandes centros urbanos do país, mas seu crescimento era</p><p>dependente dos investimentos e interesses dos cafeicultores. Além disso, o crescimento da</p><p>população, as péssimas condições sanitárias das cidades e os baixos salários da maioria dos</p><p>trabalhadores contribuíram para um cenário urbano profundamente desigual e insalubre. O final</p><p>do século XIX e início do XX é caracterizado por grandes epidemias agravadas por esses fatores</p><p>estruturais. Como uma forma de solucionar a questão de saúde e os problemas sociais, a grande</p><p>sacada das elites brasileiras foi promover reformas urbanas que visavam higienizar o espaço da</p><p>cidade ao mesmo tempo que enxotava a população pobre para as periferias. Evidentemente,</p><p>diante tantas injustiças, os mais pobres e trabalhadores não aceitaram tudo isso de bom grado. O</p><p>movimento operário cresceu cada vez mais, organizando sindicatos e promovendo greves, além</p><p>das revoltas populares mais ou menos espontâneas. Considerando esse contexto, vejamos a qual</p><p>evento a charge faz referência:</p><p>a) Incorreta. Essa informação por si só é correta. Como disse, de fato, naquele momento, estava</p><p>ocorrendo uma série de reformas urbanas nas principais cidades do país, inclusive o Rio de Janeiro,</p><p>que era capital federal na época. A ideia das reformas era tanto higienizar o espaço urbano para</p><p>prevenir epidemias quanto confinar a população pobre e “perigosa” em periferias, reorganizando</p><p>a divisão espacial da cidade. No entanto, repare com mais calma na charge. Não tem nenhuma</p><p>referência às reformas urbanas nela, não é mesmo? Na verdade, o que vemos é, do lado direito,</p><p>a população e, do esquerdo, vários homens uniformizados montados vacinas, o que nos sugere</p><p>que podem ser agentes de saúde. Guarde essa informação!</p><p>b) Incorreta. De novo, esses eram processos que realmente estava ocorrendo. No entanto, não há</p><p>referência a eles na charge. Não vemos escravizados sendo libertos; nem favelas; nem morros;</p><p>nem habitações precárias.</p><p>c) Correta! No início do período republicano, foram criadas diversas instituições de saúde pública</p><p>no Brasil. Em 1892, foi fundado o Instituto Bacteriológico de São Paulo, onde, sob a direção de</p><p>Adolfo Lutz, organizou-se o Instituto de Vacinação (atual Instituto Adolfo Lutz). Emílio Ribas e Vital</p><p>Brazil, dois médicos epidemiologistas que trabalharam com Lutz, criaram o Instituto Soroterápico</p><p>do Butantã, ainda hoje o principal centro de produção de vacinas no Brasil. No Rio de Janeiro, o</p><p>Instituto Soroterápico Federal (atual Fundação Oswaldo Cruz), fundado pelo médico sanitarista</p><p>Oswaldo Cruz, tornou-se uma das mais importantes instituições científicas do Brasil. Os debates e</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 18 – HB: Brasil Republicano I</p><p>108</p><p>152</p><p>AULA 18: HB: Brasil Republicano I</p><p>discussões que surgiram em virtude dos esforços desses profissionais conduziram à criação do</p><p>Departamento Nacional de Saúde Pública. Em 1903, em razão do sucesso de sua política de</p><p>combate à peste bubônica, em Santos, e da febre amarela, na capital, Oswaldo Cruz assumiu o</p><p>cargo de diretor-geral da Saúde Pública. A principal tarefa assumida por ele foi combater a varíola.</p><p>Comprometido com essa missão, ele convenceu o Congresso a aprovar, em outubro de 1904, o</p><p>projeto que estabelecia a vacinação obrigatória contra a doença. Ao mesmo tempo, decidiu criar</p><p>batalhões encarregados de visitar as casas, visitar os moradores e demolir as residências caso se</p><p>constatasse algum risco sanitário. A população, mal orientada sobre os benefícios da vacina e</p><p>descontente com invasões domiciliares, reagiu violentamente às novas medidas. A charge</p><p>representa justamente essa situação. Inclusive, se você olhar para a legenda, notará que ela foi</p><p>publicada no mesmo ano da Revolta da Vacina: 1904!</p><p>d) Incorreta. Isso fez parte da Revolta da Vacina e não constituiu um levante das mulheres à parte.</p><p>e) Incorreta. Novamente, nenhum desses elementos se encontra representado na charge.</p><p>Gabarito: C</p><p>(UNAERP 2021)</p><p>Sobre a fase de transição da monarquia para a república no Brasil, comenta o historiador</p><p>Boris Fausto:</p><p>“Outro setor da República nascente foram os militares. O marechal Deodoro da Fonseca</p><p>tornou-se chefe do governo provisório e algumas dezenas de oficiais foram eleitos para o</p><p>Congresso Constituinte. Mas eles não constituíam um grupo homogêneo. Havia rivalidades entre</p><p>o Exército e a Marinha; enquanto o Exército tinha sido o artificie do novo regime, a Marinha era</p><p>vista como ligada à monarquia.”</p><p>BORIS, Fausto. História do</p><p>Brasil. São Paulo: Edusp, 2015, p. 211.</p><p>Dois conflitos, relacionados entre si, fazem parte do contexto de tensão descrito pelo</p><p>historiador:</p><p>a) a Revolta da Chibata e a Revolta da Armada.</p><p>b) a Revolução de 1923 e a Revolta da Chibata.</p><p>c) a Revolução Federalista e a Revolta da Armada.</p><p>d) a Revolução Federalista e a Revolta da Chibata.</p><p>e) a Revolução Federalista e a Revolução de 1923.</p><p>Comentários</p><p>A questão trata do período da Primeira República (1889-1930), mais especificamente a situação</p><p>dos militares. Nos últimos anos da monarquia, os militares ganharam grande importância simbólica</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 18 – HB: Brasil Republicano I</p><p>109</p><p>152</p><p>AULA 18: HB: Brasil Republicano I</p><p>para a identidade da nação, devido à sua participação na Guerra do Paraguai (1864-1870). Em</p><p>decorrência disso, lutas por mais direitos e participação política entre esses setores se</p><p>intensificaram. Muitos deles aderiram ao movimento republicano e acabaram compondo os</p><p>primeiros governos da república, entre 1889 e 1894. No entanto, como o texto aborda, os militares</p><p>não eram um setor coeso e homogêneo ideologicamente. Além da divisão entre Exército</p><p>republicano e Marinha monarquista, também havia interesses distintos entre os oficiais de alta e</p><p>baixa patentes. Tenentes, capitães e jovens egressos das escolas formaram o movimento</p><p>tenentista, o qual criticava a corrupção e as fraudes na nova república. Eles costumavam reivindicar</p><p>uma reforma eleitoral, cujo principal destaque era a instituição do voto secreto, além de uma</p><p>modernização econômica coordenada por Estado centralizado e forte para industrializar o país.</p><p>Esse movimento também não era coeso ideologicamente, com setores se aliando aos movimentos</p><p>operário e camponeses ou às oligarquias estaduais dissidentes. Vale mencionar que a vida dos</p><p>soldados e oficiais de baixa patente não era fácil durante a Primeira República. Os salários eram</p><p>baixos, as condições de trabalho eram precárias, eles não podiam votar e a hierarquia militar era</p><p>extremamente opressiva. Com base nesse contexto, vejamos quais são as revoltas que se</p><p>enquadram nele. Mas lembre-se: as duas devem estar relacionadas entre si!</p><p>a) Incorreta. A Revolta da Armada (1893) e a Revolta da Chibata (1910) realmente se passaram</p><p>durante a Primeira República e foram protagonizadas por membros das forças armadas</p><p>descontentes com o governo republicano. No entanto, elas não estavam relacionadas entre si. A</p><p>primeira ocorreu no Rio de Janeiro, quando um grupo sob a liderança do Almirante Custódio José</p><p>de Melo exigiu a renúncia de Floriano Peixoto e posicionaram seus navios de modo a fechar a Baía</p><p>da Guanabara, bombardeando a capital federal. A segunda, muitos anos depois e também no Rio</p><p>de Janeiro, tratou-se de uma revolta de marinheiros contra os castigos físicos ainda praticados na</p><p>marinha brasileira, mesmo após o fim da escravidão. Nesse período o alistamento obrigatório nas</p><p>Forças Armadas fazia com que a maioria dos marinheiros fosse recrutada entre os mais pobres,</p><p>havendo um grande número de negros entre eles. Já a oficialidade era composta por membros</p><p>de famílias mais abastadas e brancas. A rebelião se desencadeou após um marinheiro ser</p><p>castigados com 250 chibatadas diante dos colegas. Os demais se rebelaram, mataram quatro</p><p>oficiais e atiraram com os canhões contra a cidade, no dia da posse do presidente Hermes da</p><p>Fonseca.</p><p>b) Incorreta, pelas mesmas razões que a anterior. Essas duas revoltas não estavam relacionadas</p><p>entre si. Já vimos do que se tratou a Revolta da Chibata acima. Quanto à Revolução de 1923, foi</p><p>um movimento armado ocorrido no estado brasileiro do Rio Grande do Sul, em que lutaram, de</p><p>um lado, os partidários do presidente do estado (governador) Borges Medeiros, conhecidos como</p><p>Borgistas ou Ximangos, e, de outro, os revolucionários aliados de Joaquim Francisco de Assis</p><p>Brasil, chamados Assisistas ou Maragatos.</p><p>c) Correta! A Revolução Federalista, liderada pelo fazendeiro Gaspar da Silveira Martins, do</p><p>Partido Federalista (chamados também de maragatos), iniciou-se em fevereiro de 1893 no Rio</p><p>Grande do Sul. Os revoltosos exigiam o afastamento de Júlio de Castilhos, presidente do estado</p><p>e membro do Partido Republicano (os pica-paus), além de uma república liberal. Por isso, Castilhos</p><p>recebeu o apoio do governo federal contra a revolta. Mais tarde naquele ano, eclodia a Revolta</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 18 – HB: Brasil Republicano I</p><p>110</p><p>152</p><p>AULA 18: HB: Brasil Republicano I</p><p>da Armada, liderada pelo Almirante Custódio José de Melo, no Rio de Janeiro. Após o</p><p>bombardeio à capital, o presidente Floriano Peixoto declarou estado de sítio e muitos integrantes</p><p>do movimento fugiram para Santa Catarina, onde se aliaram aos federalistas gaúchos, na tentativa</p><p>de formar uma frente única. Esta aproximação entre os dois movimentos levou Floriano a acusa-</p><p>los de conspirarem contra a República. A repressão foi enérgica e, por isso, ele passou a ser</p><p>conhecido como “Marechal de Ferro”. Ainda assim, os federalistas resistiram até 1895.</p><p>d) Incorreta. Como já vimos, não havia relação entre as duas.</p><p>e) Incorreta. As duas revoltas até tem relação entre si. O presidente do RS, Borges Medeiros, era</p><p>um herdeiro político de José de Castilhos e aplicava as mesmas medidas centralizadoras. Nesse</p><p>sentido, os maragatos revolucionários de 1923 são também herdeiros políticos dos maragatos</p><p>federalistas de 1893-1895. No entanto, a Revolução de 1923 se limitou a um conflito entre os</p><p>próprios gaúchos, sem questionar o governo federal, que também já não eram mais presido por</p><p>militares.</p><p>Gabarito: C</p><p>(UNIRV 2019)</p><p>A Revolução Russa de 1917 foi um dos fatos históricos que provocou transformações na</p><p>organização e na condução do movimento da classe operária brasileira. Um dos impactos</p><p>dessa Revolução sobre a luta operária no Brasil foi:</p><p>Assinale V (verdadeiro) ou F (falso) para as alternativas.</p><p>a) ( ) O fortalecimento das confederações de tendência liberal, devido à ampliação de</p><p>adeptos da ideologia dos que afirmavam que os operários não precisavam do poder da</p><p>burguesia.</p><p>b) ( ) O reconhecimento imediato das organizações operárias pelo governo brasileiro que</p><p>passou a fazer concessões políticas e trabalhistas, pois estavam temerosos da propagação</p><p>da revolução.</p><p>c) ( ) O surgimento dos primeiros sindicatos no Brasil que, inicialmente, praticavam apenas</p><p>ajuda mútua entre os operários, mas foram progressivamente se estruturando em defesa das</p><p>leis trabalhistas.</p><p>d) ( ) O aumento da influência dos comunistas que defendiam a ideia de que o operariado</p><p>deveria ir além da luta econômico-profissional, dando um caráter político a suas ações</p><p>revolucionárias.</p><p>Comentários</p><p>O movimento operário brasileiro viveu anos de fortalecimento entre 1917 e 1920, quando as</p><p>principais cidades brasileiras foram sacudidas por greves. Uma das mais importantes foi a greve</p><p>de 1917 em São Paulo, em que 70 mil trabalhadores exigiram melhores condições de trabalho e</p><p>aumentos salariais. As principais influências da Revolução Russa, ocorrida em 1917, diz respeito,</p><p>sobretudo, à questões sociais. A partir da luta dos operários, organizando greves, protestos e</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 18 – HB: Brasil Republicano I</p><p>111</p><p>152</p><p>AULA 18: HB: Brasil Republicano I</p><p>fundando sindicatos, a classe trabalhadora pôde se mobilizar em prol de organizar uma legislação</p><p>que a protegesse.</p><p>a) Falso. O contato com as ideologias e tendências políticas surgidas na Europa, como o</p><p>socialismo, o comunismo e o anarquismo, influenciou a forma pela qual esses imigrantes operários</p><p>iriam se organizar no Brasil. Logo, o surgimento de sindicatos e da Confederação Operária</p><p>Brasileira foi amplamente influenciado por essas tendências.</p><p>b) Falso. Apesar de alguns avanços em termos de legislação social, os anos 20 foram difíceis para</p><p>o movimento operário, que foi obrigado a enfrentar</p><p>o recrudescimento da repressão por parte do</p><p>governo. A justificativa apresentada era a de que o movimento operário era artificialmente</p><p>controlado por lideranças estrangeiras radicais que iludiam o trabalhador nacional. Por conta disso</p><p>foi aprovada no Congresso, em 1921, a Lei de Expulsão de Estrangeiros que permitia, entre outras</p><p>coisas, a deportação sumária de lideranças envolvidas em distúrbios da ordem e o fechamento de</p><p>organizações operárias. O principal alvo dessa lei eram os anarquistas.</p><p>c) Falso. Apesar de as primeiras organizações de trabalhadores atuavam para ajudar os</p><p>trabalhadores nas questões ligadas a problemas de saúde gerados pela insalubridade, acidentes</p><p>de trabalho e questões ligadas a moradias precárias e irregulares que por vezes eram oferecidas</p><p>aos trabalhadores, o surgimento dos primeiros sindicatos remonta à época da República Velha e</p><p>não à Revolução Russa. No final do século XIX, com o crescente processo de industrialização do</p><p>país, operários imigrantes que trabalhavam em diversas fábricas estavam insatisfeitos com suas</p><p>condições de trabalho e então começaram a se unir para questionar e lutar pelos seus direitos,</p><p>formando os primeiros sindicatos no país.</p><p>d) Verdadeiro! A ascensão do movimento operário no Brasil nos anos finais da década de 1910</p><p>relacionava-se diretamente à vitória dos comunistas na Revolução Russa. Vários grupos operários</p><p>no Brasil e no mundo acreditavam que havia chegado o momento de colocar um fim à exploração</p><p>capitalista e construir uma nova sociedade. Esse entusiasmo não foi suficiente, no entanto, para</p><p>que a revolução se disseminasse.</p><p>Gabarito: F – F – F – V</p><p>(UDESC 2018)</p><p>“Na Bruzundanga, como no Brasil, todos os representantes do povo, desde o vereador até</p><p>o Presidente da República, eram eleitos por sufrágio universal, e, lá, como aqui, de há muito</p><p>que os políticos práticos tinham conseguido quase totalmente eliminar do aparelho eleitoral</p><p>esse elemento perturbador – o voto”.</p><p>(Lima Barreto, Os bruzundangas.)</p><p>Escrito em 1917, o livro Os bruzundangas corresponde a uma forte sátira da sociedade</p><p>brasileira. Em relação ao trecho citado, é correto afirmar que Lima Barreto, por meio da</p><p>ficção, refere-se:</p><p>a) às lutas populares pelo direito ao voto.</p><p>b) aos processos políticos que levaram ao fim do Império.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 18 – HB: Brasil Republicano I</p><p>112</p><p>152</p><p>AULA 18: HB: Brasil Republicano I</p><p>c) à participação das mulheres nos processos políticos nacionais.</p><p>d) às práticas políticas da Primeira República.</p><p>e) à suspensão das eleições diretas para presidente da República durante o governo militar.</p><p>Comentários</p><p>Lima Barreto (1881-1922) é um escritor brasileiro pré-modernista. Descendente de escravizados,</p><p>sentiu na pele a exclusão social devido à sua origem, inclusive nos meios acadêmicos. Além do</p><p>alcoolismo, enfrentou diversos problemas de saúde em sua vida e foi internado em hospício por</p><p>mais de uma vez. Recordações do escrivão Isaías Caminha foi seu primeiro livro publicado, em</p><p>1909. Entretanto, Triste fim de Policarpo Quaresma (1915) é o preferido pela crítica literária. Suas</p><p>obras são realistas e trazem uma visão crítica da sociedade brasileira. O escritor trabalha, com</p><p>ironia, não só a temática nacionalista, como também discute as diferenças sociais e a questão do</p><p>preconceito racial. Em Os bruzundangas, Lima tece uma crítica ácida da sociedade e política</p><p>brasileiras. No enredo, Bruzundanga era um país onde a nobreza se dividia de duas formas. Uma</p><p>constituída pelos chamados doutores, que tinham feito medicina, direito, engenharia, etc. A outra</p><p>era formada por novos ricos que de forma incomum adquiriam títulos. A política nesse país era</p><p>cômica. Políticos eram nomeados pelo voto, mas quem votava não tinha a mínima ideia do que</p><p>estava fazendo. O presidente tratado por Mandachuva e engajado na política atrás do sogro,</p><p>chegou ao cargo graças à sua ignorância e logo que se viu empossado se cercou de sua</p><p>“clientela”. É interessante lembrar que a Primeira República (1889-1930) no Brasil é um contexto</p><p>marcado pela hegemonia das oligarquias cafeeiras, forte industrialização e urbanização da região</p><p>Sudeste, imigração, mobilizações do movimento operário, revoltas populares e de oligarquias</p><p>dissidentes, além do movimento tenentista. Desigualdade social, miséria, racismo, péssimas</p><p>condições de trabalho, autoritarismo e corrupção eleitoral era elementos integrantes daquele</p><p>contexto. Sabendo disso, vejamos ao que o autor se refere no trecho citado:</p><p>a) Incorreta. No trecho não é mencionada nenhuma mobilização popular. É dito apenas que os</p><p>representantes políticos são escolhidos por voto universal. No entanto, o voto está quase extinto,</p><p>sem mencionar se há ou não resistência a isso.</p><p>b) Incorreta. Também não se fala sobre o período imperial, apenas do processo eleitoral</p><p>republicano.</p><p>c) Incorreta. Igualmente, não há alusões às mulheres nem ao seu direito ou não ao voto.</p><p>d) Correta! O trecho aborda especificamente as práticas políticas do processo eleitoral. Como</p><p>mencionei no comentário acima, a corrupção eleitoral era um dos traços mais marcantes da</p><p>Primeira República. O voto era aberto, o que facilitava a manipulação e a intimidação do</p><p>eleitorado, sobretudo nas zonas rurais onde a maior parte da população costumava depender</p><p>economicamente dos grandes proprietários locais (os coronéis). Assim, estes conseguiam</p><p>pressionar o eleitorado a votar em seus candidatos. Além disso, não existia um órgão específico</p><p>para organizar e fiscalizar o processo eleitoral. Com o tempo, foi apenas criada uma Comissão</p><p>Verificadora dos Poderes, no Congresso. Composta pelos parlamentares já empossados, ela</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 18 – HB: Brasil Republicano I</p><p>113</p><p>152</p><p>AULA 18: HB: Brasil Republicano I</p><p>avaliava se a eleição dos novos deputados era legitima. O que se dava na prática era que os</p><p>partidos governistas impediam a posse dos candidatos da oposição.</p><p>e) Incorreta. Por “governo militar” poderiamos entender o período da Ditadura Militar (1964-</p><p>1985). Porém, como ele é posterior à própria vida de Lima Barreto, não teria como autor fazer</p><p>uma crítica a esse governo. Por outro lado, poderíamos entender como a República da Espada</p><p>(1889-1894), período da Primeira República no qual os presidentes foram militares. De fato, nesse</p><p>período não houve eleições diretas, mas não porque foram suspensas. O primeiro governo</p><p>republicano, presidido pelo Marechal Deodoro da Fonseca, foi um governo provisório, instalado</p><p>para organizar a transição da monarquia para a república. Além disso, pretendia convocar uma</p><p>Assembleia Constituinte, para elaboração da Constituição, e organizar as próximas eleições. A</p><p>nova Constituição foi promulgada em 1891, estabelecendo o presidencialismo como sistema de</p><p>governo e a divisão entre os três poderes. O voto deixou de ser censitário, mas continuou</p><p>masculino, restrito aos maiores de 21 anos e aos alfabetizados. Deodoro continuaria sendo</p><p>presidente até 1894, quando seriam realizadas novas eleições. No entanto, devido a intensificação</p><p>das disputas políticas, Deodoro renunciou em 1891. Os embates entre a postura centralizadora</p><p>do presidente e a orientação federalista do Congresso levaram-no a ordenar o fechamento da</p><p>instituição. Em resposta, a marinha rebelou-se, fato que desgastou ainda mais o governo de</p><p>Deodoro. Em seu lugar, assumiu o vice-presidente marechal Floriano Peixoto. Ele enfrentou com</p><p>truculência os demais movimentos que questionaram o poder central. Conforme previsto, as</p><p>primeiras eleições ocorreram em 1894. Com isso, o primeiro presidente civil do Brasil foi eleito,</p><p>Prudente de Morais, um representante da oligarquia cafeeira paulista.</p><p>Gabarito: D</p><p>(UNICENTRO 2018)</p><p>Conflito armado, envolvendo os Estados do Paraná e Santa Catarina, motivado pela disputa</p><p>de territórios, cujas repercussões tiveram âmbito nacional, ocorrido entre os anos de 1912 e</p><p>1916, ficou conhecido</p><p>como:</p><p>a) Guerra da Cisplatina</p><p>b) Guerra dos Farrapos</p><p>c) Guerra do Contestado</p><p>d) Revolta da Farroupilha</p><p>e) Guerra de Canudos</p><p>Comentários</p><p>Em primeiro lugar, note o tempo e o espaço citados: período entre 1912 e 1916, nos Estados do</p><p>Paraná e de Santa Catarina. O tema é um conflito armado envolvendo disputa de terras e que</p><p>ganhou repercussão nacional. Com base nisso, vejamos:</p><p>a) Incorreta. A partir de 1810, antes mesmo da independência, as preocupações com as fronteiras</p><p>do Brasil aumentaram, graças aos movimentos de independência das colônias espanholas e à</p><p>adoção de regimes republicanos nesses novos países. No entanto, de todas as regiões vizinhas, a</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 18 – HB: Brasil Republicano I</p><p>114</p><p>152</p><p>AULA 18: HB: Brasil Republicano I</p><p>que mais preocupava as autoridades do Rio de Janeiro era a do sul do Brasil, pois o Vice-Reinado</p><p>do Rio da Prata havia deixado de existir, com a criação de um governo revolucionário com sede</p><p>em Buenos Aires, em maio de 1810. Quando o governo realista de Montevidéu permaneceu fiel</p><p>à Espanha e entrou em guerra com Buenos Aires, o Brasil viu uma boa oportunidade para estender</p><p>seu domínio sobre a região. Somente em 1816, D. João VI conseguiu estabelecer um domínio</p><p>estável sobre a região, sendo que em 1821 ela foi incorporada oficialmente com o nome de</p><p>Província Cisplatina. Com a independência do Brasil, em 1822, houve novos conflitos por lá: uma</p><p>parte das lideranças permaneceu leal à Lisboa, enquanto outra aderiu a D. Pedro I e seu império.</p><p>Ainda, o governo de Buenos Aires continuava incorfomado com a anexação luso-brasileira e</p><p>tentava insuflar insurreições com o apoio de grupos favoráveis à incorporação da região às</p><p>Províncias Unidas do Rio da Prata. Com as dificuldades do Império brasileiro para consolidar seu</p><p>poder na província, em dezembro de 1825, o país declarou guerra contra Buenos Aires, que ficou</p><p>conhecida como a Guerra da Cisplatina. O conflito durou até 1828, encerrado com a mediação da</p><p>Inglaterra e resultou na criação da República Oriental do Uruguai, sediada em Montevidéu.</p><p>b) Incorreta. A Farroupilha, como também ficou conhecida, ocorreu no Rio Grande do Sul e em</p><p>Santa Catarina, entre 1835 e 1845. O movimento foi liderado por uma oligarquia formada por</p><p>pecuaristas. Essa elite questionava a centralização do poder no Rio de Janeiro e as imposições da</p><p>Coroa quanto ao comércio de charque. Os assim chamados estancieiros queriam condições mais</p><p>favoráveis para o comércio de gado e para o fortalecimento do charque no mercado brasileiro.</p><p>Dessa forma, a insurreição começou com a deposição do presidente da província do Rio Grande</p><p>do Sul, que fora nomeado pelo governo regencial. O líder Bento Gonçalves da Silva (1788-1847),</p><p>filho de um rico proprietário de terra, invadiu a cidade de Porto Alegre. Em setembro de 1836 o</p><p>movimento proclamou a República de Piratini e Bento Gonçalves sagrou-se presidente. Em 1839</p><p>o movimento atingiu a região de Santa Catarina sob a liderança de Davi Canabarro (1796-1867) e</p><p>de Giuseppe Garibaldi (1807-1882). Com isso, foi proclamada a República Catarinense ou Juliana.</p><p>Importante frisar que o caráter elitista do movimento fez com que a repressão fosse mais amena.</p><p>A Coroa não foi para cima desses revoltosos com a mesma mão pesada com que reprimiu as</p><p>revoltas regenciais mais populares. Por isso, o movimento durou anos e o desfecho foi por meio</p><p>de uma saída negociada, um acordo ao estilo de um armistício (uma trégua). Nas cláusulas do</p><p>armistício, celebrado em 1845, o governo do Rio de Janeiro concordou em sobretaxar o charque</p><p>importado em 25%, como forma de estimular o charque gaúcho, e os farrapos foram anistiados.</p><p>c) Correta! Nos primeiros anos do século XX, a questão sobre a delimitação das fronteiras entre</p><p>Paraná e Santa Catarina foi parar nas mãos da justiça, que deu ganho de causa aos catarinenses,</p><p>mas por recursos jurídicos, os paranaenses impediram a delimitação territorial. Essa região em</p><p>litígio ficou conhecida como Contestado. Uma das causas sociais desse processo ocorreu após o</p><p>término da construção de uma estrada de ferro que ligaria São Paulo ao Rio Grande do Sul. Em</p><p>1908, o governo federal encarregou a empresa norte-americana Brazil Railway Company de</p><p>construir a ferrovia. O governo também cedeu terras para a exploração de madeira ao longo da</p><p>estrada de ferro. Essa situação desagradou aos pequenos proprietários estabelecidos na área, por</p><p>terem sido obrigados a abandonar suas propriedades. A situação se agravou em 1910, com o final</p><p>da construção da ferrovia, deixando sem trabalho mais de oito mil pessoas. Em um ambiente de</p><p>exclusão e miséria, parte da população foi fortemente influenciada pelo monge João Maria, em</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 18 – HB: Brasil Republicano I</p><p>115</p><p>152</p><p>AULA 18: HB: Brasil Republicano I</p><p>1912. Tido como conselheiro e com fama de curar doentes, João Maria era desertor do exército</p><p>e monarquista. Ele profetizava uma “Monarquia Celeste”, dirigida por um Messias redentor dos</p><p>pobres e que traria a felicidade. Era crescente o apoio popular às suas pregações. O monge e</p><p>seus seguidores estabeleceram-se em Taquaraçu. Em sua comunidade, João Maria não permitia a</p><p>propriedade de terras nem a cobrança de impostos. Preocupados com o alastramento das ideias</p><p>do monge, os fazendeiros locais fomentaram uma repressão policial que terminou com a ida de</p><p>João Maria e seus adeptos para a área paranaense da região do Contestado. As autoridades do</p><p>Paraná consideraram esse deslocamento como uma forma de ocupação da região em litígio pelos</p><p>catarinenses. Tropas do Paraná foram enviadas para desalojar o monge e seus adeptos. Travou-</p><p>se uma batalha sangrenta na qual João Maria foi morto, mas as tropas estaduais foram derrotadas.</p><p>Novos conflitos surgiram entre as tropas e o grupo místico, que desencadeou uma “Guerra Santa”,</p><p>com saques e invasões a fazendas, acusando a República de ser um elemento crucial de pobreza</p><p>e miséria da população. Epidemias de tifo e fome foram dizimando os rebeldes, sendo que a</p><p>região foi finalmente tomada em 1916, acabando de vez com os redutos “monarquistas” do sul</p><p>do país.</p><p>d) Incorreta. Trata-se da mesma revolta que abordamos na letra “b”.</p><p>e) Incorreta. A Guerra de Canudos se deu entre 1896 e 1897. Canudos era um arraial na Bahia que</p><p>se formou sob a liderança de Antônio Conselheiro, um beato messiânico e monarquista. Por volta</p><p>de 1893, Conselheiro e seus discípulos se fixaram na fazenda Canudos, às margens do rio Vaza-</p><p>barris, no interior da Bahia. O arraial se organizou de forma comunitária, onde os habitantes</p><p>trabalhavam coletivamente para sua sobrevivência, chegando a contar com uma população de 25</p><p>mil pessoas. Canudos era uma região autônoma, com suas próprias regras e sobrevivência, não se</p><p>submetendo aos poderosos “coronéis”, aos governos estadual e federal e nem à Igreja. Com isso,</p><p>incomodava tanto as elites regionais, quanto as autoridades eclesiásticas e seculares. Em 1896,</p><p>Conselheiro decidiu construir uma igreja no arraial e encomendou material de construção em</p><p>Juazeiro. Com o atraso na entrega do material, surgiu o boato que o messias e seus seguidores</p><p>invadiriam a cidade. Foi a desculpa que as autoridades precisavam para combater e acabar com</p><p>Canudos. Conseguiram após o envio de quatro expedições militares contra o arraial.</p><p>Gabarito: C</p><p>(IFSudMinas 2017)</p><p>Leia o texto:</p><p>“O outro exemplo é tirado do Jornal de Notícias (Bahia), de 23 de fevereiro de 1903, e</p><p>mostra que a intolerância contra a cultura negra atingia até o carnaval: ‘O carnaval deste ano,</p><p>não obstante o pedido patriótico e civilizador que fez o mesmo, foi ainda a exibição pública</p><p>do candomblé, salvo raríssimas exceções. Se alguém de fora julgar a Bahia pelo seu carnaval,</p><p>não pode deixar de colocá-la a par da África e note-se, para nossa vergonha, que aqui se</p><p>acha hospedada uma comissão de sábios austríacos que, naturalmente, de pena engatilhada,</p><p>vai registrando estes fatos para divulgar nos jornais da culta Europa, em suas impressões de</p><p>viagem. [...]”.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 18 – HB: Brasil Republicano I</p><p>116</p><p>152</p><p>AULA 18: HB: Brasil Republicano I</p><p>HAUCK, J. et. AL. A história da Igreja no Brasil. T. II, v. 2. p. 278-287.</p><p>Observe a imagem:</p><p>No cotejamento entre texto e imagem, nota-se a existência de uma batalha pelo espaço</p><p>público, uma luta social no Brasil Republicano. As principais características desta luta estão</p><p>expostas CORRETAMENTE em:</p><p>a) A batalha pelo espaço público era uma simples luta de confetes e serpentinas, uma forma</p><p>bem comportada de projeção social e busca da igualdade.</p><p>b) Os desfiles de foliões em carros abertos representavam os anseios da população</p><p>subalterna que descia os morros e eram acolhidos com hospitalidade pelos setores das</p><p>camadas dominantes.</p><p>c) O espaço público era disputado no Carnaval porque as autoridades procuravam</p><p>transformar a população subalterna em espectadora.</p><p>d) A transformação do espaço público ocorre em função dos festejos do Carnaval, que</p><p>associava a população subalterna e os dominantes em uma grande confraternização</p><p>humanista.</p><p>Comentários</p><p>Em primeiro lugar, repare nas informações sobre tempo e espaço. O texto fala de uma matéria</p><p>publicada no Jornal de Notícias, da Bahia, em 1903. A imagem é uma fotografia tirada no Rio de</p><p>Janeiro, em 1920. Portanto, estamos abordando o período da Primeira República (1889-1930), no</p><p>Brasil. Esse contexto é marcado pela hegemonia das oligarquias cafeeiras, forte industrialização e</p><p>urbanização da região Sudeste, imigração, mobilizações do movimento operário, revoltas</p><p>populares e de oligarquias dissidentes, além do movimento tenentista. Entretanto, a questão</p><p>aborda especificamente o carnaval durante esse período.</p><p>O carnaval é um período de festas populares realizadas durante o dia e à noite. As</p><p>comemorações ocorrem todos os anos, nos meses de fevereiro ou março, começando no sábado</p><p>e estendendo-se até terça-feira seguinte. As celebrações carnavalescas terminam na Quarta-feira</p><p>de Cinzas, dia que marca o início da Quaresma, período de 40 dias que segue até Sexta-feira</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 18 – HB: Brasil Republicano I</p><p>117</p><p>152</p><p>AULA 18: HB: Brasil Republicano I</p><p>Santa, dois dias antes da Páscoa. As festas de Carnaval são adaptadas de acordo com a história e</p><p>a cultura local. Em geral, as pessoas dançam, comem e bebem alegremente em festas, bailes de</p><p>máscaras, bailes de fantasias, desfiles de rua, etc. Seu significado tem relação com a Quaresma,</p><p>na qual os católicos abrem mão de algumas comidas e bebidas e de parte de prazeres tidos como</p><p>mundanos. Desse modo, segundo pesquisas, um dia antes da Quarta-feira de Cinzas, alguns</p><p>católicos realizavam festas para satisfazer seus desejos antes de encarar a abstinência de quarenta</p><p>dias. Todavia essa celebração pode estar relacionada a algumas festas de origem pagã.</p><p>No Brasil, o Carnaval chegou durante o período colonial, pelo Rio de Janeiro, com o</p><p>entrudo, uma festa de origem portuguesa na qual os escravizados saíam às ruas com rostos</p><p>pintados jogando farinha e bolinhas de água de cheiro nas pessoas. Em meados do século XIX, na</p><p>capital imperial, enquanto o entrudo era reprimido nas ruas, as elites começaram a realizar bailes.</p><p>Depois, foi criada a primeira sociedade carnavalesca, o Congresso das Sumidades Carnavalescas,</p><p>que passou a desfilar nas ruas da cidade. As manifestações de Carnaval de rua surgiram no século</p><p>XIX, buscando adaptar-se às tentativas de disciplinamento policial. No final daquele século, foram</p><p>criadas as marchinhas de Carnaval. Entre as classes populares, as escolas de samba surgiram na</p><p>década de 1920, também no Rio de Janeiro. No Nordeste, o Carnaval surgiu no final do século</p><p>XIX, na Bahia, com o objetivo de relembrar tradições culturais africanas. Nesse mesmo período,</p><p>em Pernambuco, a dança frevo foi popularizada em Recife e o maracatu, em Olinda.</p><p>Então, veja, historicamente, o Carnaval é um momento de subversão da ordem, mesmo que</p><p>de forma festiva e simbólica. Especialmente, porque são celebrações que tomam as ruas. Por isso,</p><p>mesmo que não envolva violência, inspira medo e preocupação no coração das elites da época,</p><p>por mais que parte delas busquem se apropriar dos festejos ao seu modo, como no caso do</p><p>Congresso das Sumidades Carnavalescas. Indo mais além, é notória a tensão racial que esses</p><p>festejos populares carregam. No texto da questão, o jornalista se queixa de um grupo de</p><p>candomblé, religião de matriz-africana, ter desfilado nas ruas de Salvador, durante o Carnaval. Ele</p><p>temia que os repórteres estrangeiros vissem aquele e associassem a Bahia à África, considerado</p><p>um continente primitivo e atrasado naquela época. Lembre-se que o século XIX e a primeira</p><p>metade do XX são período de ascensão das teorias raciais, da eugenia e do darwinismo social.</p><p>Essas teorias argumentavam que o homem branco de ascendência europeia era mais evoluído que</p><p>os demais grupos humanos e por isso tinha o direito de governar o mundo. Com essas</p><p>considerações em mente, vejamos a alternativa que apresenta as características da luta pelo</p><p>espaço público que esses festejos representam:</p><p>a) Incorreta. Isso é o que a fotografia esperava que pensemos. É a imagem de um Carnaval bem</p><p>comportado que o governo e as elites esperavam vender ao exterior, como elemento de uma</p><p>identidade brasileira civilizada. No entanto, com o texto do jornal, vemos que essa disputa pelo</p><p>espaço pública é mais intensa e violenta. O jornalista é abertamente racista e preconceituoso,</p><p>insinuando que as manifestações culturais de origem africana devem ser reprimidas para zelar pela</p><p>imagem civilizada do Brasil.</p><p>b) Incorreta. O texto do jornal deixa evidente que esses setores da sociedade não eram bem</p><p>aceitos no carnaval “oficial”.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 18 – HB: Brasil Republicano I</p><p>118</p><p>152</p><p>AULA 18: HB: Brasil Republicano I</p><p>c) Correta! As autoridades e as elites não queriam que a população negra, pobre e trabalhadora</p><p>se exaltasse e tomasse o controle das ruas durante os festejos. Eles viam esses grupos como</p><p>elementos perigosos que deviam ser contidos e controlados. Por isso, o Carnaval ideal seria aquele</p><p>que a fotografia busca expressar. Alguns jovens bem vestidos, possivelmente de classe média ou</p><p>alta, desfilando seu carro customizado, com o povo assistindo passivamente.</p><p>d) Incorreta. Não havia associação entre subalternos e dominantes, salvo raras exceções. Como</p><p>fica evidente no texto, e com a própria história do carnaval, elites e autoridades procuravam limitar</p><p>a participação popular para que os festejos acontecessem conforme seus padrões de lazer e</p><p>entretenimento.</p><p>Gabarito: C</p><p>(UFSC 2019)</p><p>No Brasil contemporâneo, anualmente, verificam-se campanhas que advertem e chamam a</p><p>população para se vacinar, especialmente contra gripe H1N1, chikungunya e dengue.</p><p>No início do século XX, o governo de Rodrigues Alves investiu em uma campanha de</p><p>urbanização e saneamento da cidade do Rio de Janeiro. Como capital federal, a cidade ainda</p><p>apresentava muitos traços do período colonial e do Império, razão pela qual se tomou a</p><p>decisão de adotar mudanças saneadoras da cidade.</p><p>Charge publicada no Jornal O Estado de São Paulo em 18 de setembro de 1904. Disponível</p><p>em: https://acervo.estadao.com.br/noticias/acervo,estadao-mostrou-disputaspoliticas-que-</p><p>insuflaram-a-revolta-da-vacina,1269 0,0.htm. Acesso em: 9 maio 2019.</p><p>Sobre o contexto mencionado acima e a história da saúde no Brasil, é correto afirmar que:</p><p>01. doenças como varíola, dengue, H1N1 e sífilis foram os principais problemas de saúde</p><p>pública que desencadearam a primeira campanha de vacinação no Brasil.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 18 – HB: Brasil Republicano I</p><p>119</p><p>152</p><p>AULA 18: HB: Brasil Republicano I</p><p>02. Oswaldo Cruz, médico sanitarista,</p><p>assumiu a Diretoria Geral de Saúde Pública no governo</p><p>de Rodrigues Alves e tornou-se figura central nas ações governamentais relacionadas ao</p><p>projeto de “regeneração” da capital nacional.</p><p>04. nos anos iniciais do século XX, a população que sofria com as doenças infectocontagiosas</p><p>atendeu ao chamado do governo e submeteu-se em massa à vacinação.</p><p>08. a vacinação pública estava articulada às diversas reformas urbanas na capital nacional,</p><p>onde o poder público demonstrava claro interesse em amparar os mais pobres por meio da</p><p>construção e da distribuição de casas em conjuntos habitacionais planejados.</p><p>16. visando erradicar doenças como febre amarela e varíola, o governo de Rodrigues Alves,</p><p>em 1904, submeteu uma proposta de lei que obrigava a população do Rio de Janeiro a se</p><p>vacinar.</p><p>32. a população do Rio de Janeiro se revoltou, exigindo que a vacina fosse gratuita para</p><p>todos, e esse motim ficou conhecido como a “Revolta da Vacina”.</p><p>64. na atualidade, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) destaca-se como referência no</p><p>desenvolvimento de pesquisas relacionadas à saúde pública, visando o controle de doenças</p><p>como AIDS, malária, doença de Chagas, tuberculose, hanseníase e sarampo.</p><p>Comentários</p><p>O tema da questão é a Revolta da Vacina, ocorrida em 1904, no Rio de Janeiro, durante a Primeira</p><p>República (1889-1930). É importante lembrar que esse período é marcado pela hegemonia das</p><p>oligarquias cafeeiras. O centro político e econômico do país era o Sudeste, mais especificamente</p><p>São Paulo. A industrialização avançava nos grandes centros urbanos do país, mas seu crescimento</p><p>era dependente dos investimentos e interesses dos cafeicultores. Além disso, o crescimento da</p><p>população, as péssimas condições sanitárias das cidades e os baixos salários da maioria dos</p><p>trabalhadores contribuíram para um cenário urbano profundamente desigual e insalubre. O final</p><p>do século XIX e início do XX é caracterizado por grandes epidemias agravadas por esses fatores</p><p>estruturais. Como uma forma de solucionar a questão de saúde e os problemas sociais, a grande</p><p>sacada das elites brasileiras foi promover reformas urbanas que visavam higienizar o espaço da</p><p>cidade ao mesmo tempo que enxotava a população pobre para as periferias. Por outro lado, no</p><p>início do período republicano, foram criadas diversas instituições de saúde pública no Brasil. Em</p><p>1892, foi fundado o Instituto Bacteriológico de São Paulo, onde, sob a direção de Adolfo Lutz,</p><p>organizou-se o Instituto de Vacinação (atual Instituto Adolfo Lutz). Emílio Ribas e Vital Brazil, dois</p><p>médicos epidemiologistas que trabalharam com Lutz, criaram o Instituto Soroterápico do Butantã,</p><p>ainda hoje o principal centro de produção de vacinas no Brasil. No Rio de Janeiro, o Instituto</p><p>Soroterápico Federal (atual Fundação Oswaldo Cruz), fundado pelo médico sanitarista Oswaldo</p><p>Cruz, tornou-se uma das mais importantes instituições científicas do Brasil. Os debates e</p><p>discussões que surgiram em virtude dos esforços desses profissionais conduziram à criação do</p><p>Departamento Nacional de Saúde Pública. Comprometido com essa missão, Oswaldo Cruz</p><p>convenceu o Congresso a aprovar, em outubro de 1904, o projeto que estabelecia a vacinação</p><p>obrigatória contra a doença. Ao mesmo tempo, decidiu criar batalhões encarregados de visitar as</p><p>casas, visitar os moradores e demolir as residências caso se constatasse algum risco sanitário. A</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 18 – HB: Brasil Republicano I</p><p>120</p><p>152</p><p>AULA 18: HB: Brasil Republicano I</p><p>população, mal orientada sobre os benefícios da vacina e descontente com invasões domiciliares,</p><p>reagiu violentamente às novas medidas. Com esse contexto em mente, vejamos as alternativas:</p><p>01. Incorreta. A primeira epidemia de dengue no Brasil foi em 1982. Por sua vez, a H1N1 só se</p><p>tornou uma pandemia em 2009. Os principais problemas de saúde pública do Brasil no final do</p><p>século XIX e início do XX eram a varíola, o cólera, a febre amarela, a tuberculose e doenças</p><p>relacionadas ao aparelho digestivo, como diarreia e infecção por vermes.</p><p>02. Correta! Em 1903, em razão do sucesso de sua política de combate à peste bubônica, em</p><p>Santos, e da febre amarela, na capital, Oswaldo Cruz assumiu o cargo de diretor-geral da Saúde</p><p>Pública. A principal tarefa assumida por ele foi combater a varíola.</p><p>04. Incorreta. A população reagiu violentamente à vacinação obrigatória, devido à orientação</p><p>deficiente do governo, às invasões domiciliares por agentes de saúde e a todo o contexto das</p><p>reformas urbanas que já vinha acarretando em grande repressão.</p><p>08. Incorreta. De fato, a vacinação pública estava articulada às diversas reformas urbanas na capital</p><p>nacional. Porém, o poder público não demonstrava interesse em amparar os mais pobres por meio</p><p>da construção e da distribuição de casas em conjuntos habitacionais planejados. Tratava-se</p><p>exatamente do contrário. O projeto das reformas executadas pelo prefeito Pereira Passos se</p><p>inspirava em Paris, buscando higienizar o espaço urbano, dividindo-o e enxotando as classes</p><p>populares para zonas periféricas. Assim, almejava-se “modernizar” a capital brasileira.</p><p>16. Correta! Em 1904 houve um surto de varíola no Rio de Janeiro, por isso, além de toda a reforma</p><p>urbana e sanitária empreendida, o presidente decretou a vacinação obrigatória contra a doença.</p><p>32. Incorreta. A vacina era gratuita. A população carioca se revoltou por conta da sua</p><p>obrigatoriedade e a truculência com que a vacinação foi executada.</p><p>64. Correta! Já centenária, a Fiocruz desenha uma história robusta nos primeiros anos do século</p><p>21. Ampliou suas instalações e, em 2003, teve seu estatuto enfim publicado. Foi uma década</p><p>também de grandes avanços científicos, com feitos como o deciframento do genoma do BCG,</p><p>bactéria usada na vacina contra a tuberculose. Uma trajetória de expansão, que ganhou novos</p><p>passos nesta segunda década, com a criação de escritórios como o de Mato Grosso do Sul e o de</p><p>Moçambique, na África.</p><p>Gabarito: 02 + 16 + 64 = 82</p><p>(Uem 2019)</p><p>Sobre revoltas que ocorreram no período compreendido como Primeira República no Brasil,</p><p>assinale o que for correto.</p><p>01) A Revolta de 1929 ocorreu porque o presidente Plínio Salgado se recusou a atender as</p><p>reivindicações dos operários da indústria automobilística.</p><p>02) A Revolta da Vacina foi motivada pela expulsão dos moradores de suas casas em função</p><p>da campanha de vacinação forçada empreendida pelo presidente Rodrigues Alves.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 18 – HB: Brasil Republicano I</p><p>121</p><p>152</p><p>AULA 18: HB: Brasil Republicano I</p><p>04) A Revolta Antropofágica, em Minas Gerais, ocorrida no governo de Getúlio Vargas, foi</p><p>liderada pelos grandes proprietários rurais que reivindicavam a redução dos impostos sobre</p><p>a carne.</p><p>08) A Revolta dos 18 do Forte foi uma reação à prisão do Marechal Hermes da Fonseca e ao</p><p>fechamento do Clube Militar pelo presidente Artur Bernardes.</p><p>16) A Revolta da Chibata ocorreu durante o governo de Hermes da Fonseca; foi</p><p>protagonizada por marinheiros que reivindicavam o fim dos castigos corporais, dentre outras</p><p>demandas.</p><p>Comentários</p><p>Veja bem, a Primeira República se deu entre 1889 e 1930. Lembre-se que este é um contexto</p><p>marcado pela hegemonia das oligarquias cafeeiras, forte industrialização e urbanização da região</p><p>Sudeste, imigração, mobilizações do movimento operário, revoltas populares e de oligarquias</p><p>dissidentes, além do movimento tenentista. Desigualdade social, miséria, racismo, péssimas</p><p>condições de trabalho, autoritarismo e corrupção eleitoral era elementos integrantes daquele</p><p>contexto. Com isso em mente, vejamos as alternativas:</p><p>01) Incorreta. Não houve uma revolta com esse nome e Plínio Salgado, fundador da Ação</p><p>Integralista Brasileira (AIB), nunca foi presidente do Brasil, apesar de ter se candidatado em 1955,</p><p>anos depois do fim da Primeira República.</p><p>02) Correta! No início do período republicano, foram criadas diversas instituições de saúde</p><p>pública</p><p>no Brasil. Em 1892, foi fundado o Instituto Bacteriológico de São Paulo, onde, sob a direção de</p><p>Adolfo Lutz, organizou-se o Instituto de Vacinação (atual Instituto Adolfo Lutz). Emílio Ribas e Vital</p><p>Brazil, dois médicos epidemiologistas que trabalharam com Lutz, criaram o Instituto Soroterápico</p><p>do Butantã, ainda hoje o principal centro de produção de vacinas no Brasil. No Rio de Janeiro, o</p><p>Instituto Soroterápico Federal (atual Fundação Oswaldo Cruz), fundado pelo médico sanitarista</p><p>Oswaldo Cruz, tornou-se uma das mais importantes instituições científicas do Brasil. Os debates e</p><p>discussões que surgiram em virtude dos esforços desses profissionais conduziram à criação do</p><p>Departamento Nacional de Saúde Pública. Em 1903, em razão do sucesso de sua política de</p><p>combate à peste bubônica, em Santos, e da febre amarela, na capital, Oswaldo Cruz assumiu o</p><p>cargo de diretor-geral da Saúde Pública. A principal tarefa assumida por ele foi combater a varíola.</p><p>Comprometido com essa missão, ele convenceu o Congresso a aprovar, em outubro de 1904, o</p><p>projeto que estabelecia a vacinação obrigatória contra a doença. Ao mesmo tempo, decidiu criar</p><p>batalhões encarregados de visitar as casas, visitar os moradores e demolir as residências caso se</p><p>constatasse algum risco sanitário. A população, mal orientada sobre os benefícios da vacina e</p><p>descontente com invasões domiciliares, reagiu violentamente às novas medidas.</p><p>04) Incorreta. Nunca existiu uma revolta com esse nome.</p><p>08) Correta! Em 5 de julho de 1922, ocorreu o levante que ficou conhecido como a Revolta dos</p><p>18 do Forte, a primeira insurreição do movimento tenentista. O estopim foi a prisão do marechal</p><p>Hermes da Fonseca e o fechamento do Clube Militar pelo presidente Artur Bernardes, fatos que</p><p>foram sentidos como um ataque à honra e aos direitos dos militares. A adesão à revolta, contudo,</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 18 – HB: Brasil Republicano I</p><p>122</p><p>152</p><p>AULA 18: HB: Brasil Republicano I</p><p>foi baixa e envolveu apenas os jovens tenentes da Escola Militar e do Forte de Copacabana, além</p><p>da guarnição local do Mato Grosso. As tropas do governo bombardearam o forte, obrigando a</p><p>maior parte dos tenentes entrincheirados no forte a se entregar. Dezoito deles, porém,</p><p>continuaram resistindo, dezessete dos quais morreram nos confrontos com as forças federais.</p><p>16) Correta! Mesmo com o fim da escravidão, castigos físicos continuavam sendo usados em</p><p>diversas ocasiões. A marinha brasileira valia-se ainda em 1910 desse terrível modo de punir os</p><p>marinheiros insubordinados. Nesse período, o alistamento obrigatório nas Forças Armadas fazia</p><p>com que a maioria dos marinheiros fosse recrutada entre os mais pobres, havendo um grande</p><p>número de negros entre eles. Já a oficialidade era composta por membros de famílias mais</p><p>abastadas e brancas. Enquanto isso, logo depois de assumir a presidência, o marechal Hermes da</p><p>Fonseca organizou uma festa no Palácio do Catete. Durante a festa, ouviram-se tiros de canhão.</p><p>Logo descobriu-se que os navios da Marinha brasileira ancorados na baía da Guanabara tinham</p><p>voltado suas armas de guerra para a cidade, ameaçando bombardeá-la. Tratava-se de uma revolta</p><p>de marujos que exigiam o fim dos castigos corporais que lhes eram infligidos, muitas vezes</p><p>centenas de chibatadas nas costas nuas. A rebelião se desencadeou porque um marinheiro,</p><p>Marcelino Rodrigues, foi castigado com 250 chibatadas diante dos colegas enfileirados.</p><p>Revoltados, os marujos tomaram conta das embarcações, liderados pelo marujo João Cândido, o</p><p>“Almirante Negro”, confronto no qual morreram quatro oficiais. Depois de quatro dias de</p><p>rebelião, o presidente Hermes da Fonseca decretou o fim dos castigos físicos e prometeu não</p><p>punir os revoltosos, que devolveram as embarcações de forma pacífica aos seus superiores.</p><p>Porém, a promessa não foi cumprida e 17 marujos foram presos e levados ao presídio da Ilha das</p><p>Cobras, ficando por três dias sem comer nem beber. Destes, apenas dois sobreviveram, incluindo</p><p>João Cândido. Outros amotinados foram jogados em um navio que seguia para a Amazônia.</p><p>Gabarito: 02 + 08 + 16 = 26</p><p>(UFRR 2018)</p><p>―[...] política e a ação devem ser privilégio de uma minoria: as grandes deliberações nascidas</p><p>de liberdades democráticas levam necessariamente o país a agitações e ao aproveitamento</p><p>da situação por um grupo muitas vezes o menos capaz. À minoria deliberativa no plano</p><p>federal deve corresponder outra minoria deliberativa dos Estados. Esta representação</p><p>aristocrática é o cerne de seu pensamento. Consequentemente, o problema apresenta-se</p><p>como a garantia de estabilização das atuais oligarquias no poder‖. (Carone, E. A Primeira</p><p>República – 1889-1930. Rio de Janeiro, Difel. 1976, p. 103)</p><p>O fragmento acima descreve uma das características mais marcantes da Primeira República,</p><p>que é</p><p>A) o Populismo.</p><p>B) o Avanço dos Direitos Sociais.</p><p>C) o Sindicalismo.</p><p>D) o Pacto Oligárquico.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 18 – HB: Brasil Republicano I</p><p>123</p><p>152</p><p>AULA 18: HB: Brasil Republicano I</p><p>E) o Messianismo expresso na Política do Café com Leite.</p><p>Comentários:</p><p>A temática tratada acima é sobre as políticas dos Governadores e o Coronelismo</p><p>praticado pelas elites brasileiras nos primeiros anos da República. Essas alianças ajudaram a</p><p>perpetuar um classe política no poder brasileiro, em troca de autonomia para os Estados e as</p><p>cidades. Isso engloba o:</p><p>a) Incorreto. O populismo é uma característica do período conhecido como República</p><p>Democrática ou Populista, que durou de 1946 a 1964.</p><p>b) Incorreto. Os avanços dos direitos sociais só iniciariam a partir da Era Vargas (1930-1945).</p><p>c) Incorreto. O sindicalismo está ligado mais ao período Vargas.</p><p>d) Correto. O Pacto Oligárquico era a base da Primeira República. Ele garantia que uma</p><p>pequena parcela de políticos comandassem o poder do Estado brasileiro, por meio de uma</p><p>série de mecanismos de alianças políticas e um sistema eleitoral excludentes, elitista e</p><p>fraudulento.</p><p>e) Incorreto. O messianismo muitos vezes se opôs as representações aristocráticas mencionadas</p><p>no texto, estando presente fortemente nas camadas populares.</p><p>Gabarito: D</p><p>(UFRR 2019)</p><p>Só por exploração eleitoral se poderia dizer que o Dr. Getúlio Vargas, na presidência da</p><p>República, se desinteressará da política defensora dos preços do café. Com sinceridade que</p><p>o caracteriza e a convicção de quem não sabe faltar a compromissos, ele já afirmou de modo</p><p>inequívoco e público que, na execução dessa política, sua atitude coincidirá inteiramente</p><p>com as diretrizes e com a atuação que a mentalidade paulista, com inteiro acerto, tem ditado</p><p>aos seus dirigentes.</p><p>Fonte: Antônio Carlos Ribeiro de Andrada, Diário Nacional, 22-8-1929 apud FAUSTO, Boris.</p><p>A Revolução de 1930 – Historiografia e História, São Paulo: Companhia das Letras, 16. Ed.,</p><p>p. 128.</p><p>Com base no texto e em seus conhecimentos, assinale a alternativa que apresenta o evento</p><p>internacional que gerou graves consequências no Brasil, como o fim da política do café com</p><p>leite e a Revolução de 1930.</p><p>A) O fim da Primeira Guerra Mundial.</p><p>B) A ascensão do Nazismo na Alemanha.</p><p>C) A quebra da Bolsa de Nova Iorque.</p><p>D) O fracasso da Liga das Nações.</p><p>E) A Revolução Bolchevique</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 18 – HB: Brasil Republicano I</p><p>124</p><p>152</p><p>AULA 18: HB: Brasil Republicano I</p><p>Comentários:</p><p>Em 1929, houve uma crise na bolsa de valores de Nova York, nos Estados Unidos. Essa crise</p><p>afetou o mundo todo e foi responsável por afetar as exportações de café do Brasil e, portanto,</p><p>abalar a economia nacional. O preço do café despencou e a oligarquia cafeeira teve grandes</p><p>prejuízos. Como a economia brasileira era sustentada pelos cafeicultores, a crise econômica</p><p>abalou o restante do país. A pouca economia industrial também foi afetada, fato que deixou os</p><p>industriais bastante descontentes e os estimulou a cobrar soluç��es</p><p>por parte do governo. A crise</p><p>econômica de 1929 também ficou conhecida como a Grande Depressão. Então a resposta</p><p>correta é:</p><p>a) Incorreto. A Primeira Guerra Mundial trouxe reflexos para eventos ocorridos no Brasil, a partir</p><p>de 1914, porém esse conflito não foi responsável por gerar o fim da política do café com leite e</p><p>a Revolução de 1930.</p><p>b) Incorreto. O nazismo na Alemanha não influenciou os eventos citados no enunciado.</p><p>c) Correto. A Grande Crise de 1929 causou a maior recessão econômica que o mundo capitalista</p><p>já viu. Esse evento ajudou a explodir no Brasil a Revolução de 30 e a ruptura com o sistema</p><p>político empregado desde a Proclamação da República. Era o fim da República Oligárquica.</p><p>d) Incorreto. A Liga das Nações foi um órgão criado pelos Estados Unidos depois da Primeira</p><p>Guerra Mundial, para zelar pela paz mundial. Porém, os europeus pouco ligaram para o órgão</p><p>criado pelos americanos.</p><p>e) Incorreto. A Revolução Bolchevique ocorreu em 1917 e não se relaciona com os eventos</p><p>ocorridos no Brasil de 1930.</p><p>Gabarito: C</p><p>(UEA – 2010)</p><p>Um dos procedimentos políticos fundamentais para o funcionamento da Primeira República no</p><p>Brasil foi a Política dos Governadores, que consistia</p><p>(A) na alternância entre os candidatos das regiões Norte e Sul, em prejuízo de outras áreas do</p><p>país.</p><p>(B) na defesa dos interesses econômicos e políticos dos industriais no Congresso Nacional.</p><p>(C) na lisura do processo eleitoral, capitaneado pelos coronéis e baseado no sufrágio universal.</p><p>(D) na escolha do candidato à presidência da República, a partir de consultas populares e</p><p>eleições regionais.</p><p>(E) no acordo entre o poder executivo federal e as oligarquias que dominavam a política</p><p>estadual.</p><p>Comentários:</p><p>Essa questão é sobre a República Velha (1889-1930). Esse tempo foi marcado por um</p><p>predomínio dos paulistas e mineiros no cargo de presidente da República, em razão de as duas</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 18 – HB: Brasil Republicano I</p><p>125</p><p>152</p><p>AULA 18: HB: Brasil Republicano I</p><p>regiões serem as mais importantes economicamente naquele momento. Porém, para se</p><p>elegerem, os políticos precisavam do apoio dos Governadores. Estes, eram formados pelas</p><p>oligarquias estaduais, que representavam as coronéis locais de seus respectivos Estados. Então,</p><p>os governos federais estabeleceram um pacto com esses líderes, intitulado “Política dos</p><p>Governadores” ou “Coronelismo”.</p><p>Basicamente esse acordo significava a não interferência e total autonomia para os</p><p>governadores, gerirem seus territórios com liberdade. Mas em compensação, a oligarquia que</p><p>estivesse inserida nessa política faria a população local votar nos mesmos líderes que já se</p><p>perpetuavam no poder central, por meio do voto de cabresto (voto aberto), que viabilizou a</p><p>corrupção, desde fraudes eleitorais até a compra de votos. Ademais, o aumento da violência</p><p>por meio da dominação dos coronéis era feito nos chamados “currais eleitorais”.</p><p>Com isso, passamos as alternativas:</p><p>A) Incorreto. O poder foi dividido entre políticos somente da região Sudeste.</p><p>B) Incorreto. A indústria no Brasil ainda era incipiente, visto que o país se baseava em uma</p><p>economia agrícola e exportadora.</p><p>C) Incorreto. Não era toda a população que votava, e os processos eleitorais eram marcados</p><p>por fraudes e corrupção.</p><p>D) Incorreto. Não havia consultas populares, e as eleições eram nacionais, não estadual.</p><p>E) Correto. Como falado nos comentários, era uma união do governo federal com os</p><p>Governadores, que eram os que realmente mandavam em seus respectivos Estados.</p><p>Gabarito: E</p><p>(UEA – 2004)</p><p>História Regional – 1ª. República</p><p>Desde as suas origens, pode-se distinguir no tenentismo duas correntes distintas, do ponto de</p><p>vista ideológico: a política e a social. No Amazonas, os rebeldes criaram o Tributo de Redenção</p><p>e sustentaram-se no poder por 30 dias. Assinale a alternativa correta sobre a Comuna de</p><p>Manaus.</p><p>(A) A liderança comunista de Luís Carlos Prestes é marcante no movimento tenentista do</p><p>Amazonas, pelo radicalismo socializante e anti-imperialista da Comuna de Manaus.</p><p>(B) Do Amazonas ao Rio Grande do Sul, o tenentismo não apresentou o esperado reformismo</p><p>social e político, mas a dominância do pensamento romântico e pequeno-burguês,</p><p>identificando ação individual e situação histórica.</p><p>(C) Em São Paulo, sobressaía o reformismo político; no Sul, o social; mas, no Norte, a criação</p><p>do Tributo de Redenção restaura a tradição católica nas lutas sociais iniciada, na década de</p><p>1830, pelo Cônego Batista de Campos.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 18 – HB: Brasil Republicano I</p><p>126</p><p>152</p><p>AULA 18: HB: Brasil Republicano I</p><p>(D) A Comuna de Manaus buscou realizar, na prática, medidas sociais de socorro aos pobres,</p><p>combate a especuladores de alimentos, disciplina dos interesses estrangeiros e promoção de</p><p>justiça social.</p><p>(E) A ausência de reformismo político e de dissensões, como as que dividiam o exército no</p><p>Sudeste, fez surgir o radicalismo socialista no tenentismo amazonense em 1924.</p><p>Comentários:</p><p>Essa questão é regional, se tratando da Comuna de Manaus. Esse evento foi uma revolta</p><p>inserida no contexto do Tenentismo brasileiro. Este foi um movimento movido por militares de</p><p>baixa patente no exército brasileiro que tinha como intuito derrubar a oligarquia ruralista</p><p>paulista e mineira que dominava o poder do Governo Federal, em um período que ficou</p><p>conhecido como República Velha.</p><p>Visto isso, a rebelião no Norte, foi a terceira desse grupo em um mesmo ano (1924). As</p><p>outras duas foram a “Revolução Paulista de 1924” e a “Revolta dos 18 do Forte de</p><p>Copacabana”. Eles tomaram o poder estadual do atual governador do Estado e deixaram a</p><p>cidade isolada por um pouco mais de um mês, devido ao controle das estações de telégrafos</p><p>e telefones. Durante esse período a população mais pobre passava fome e se encontra em</p><p>extrema pobreza, devido ao fim do Ciclo da Borracha (que fez a região crescer muito durante</p><p>1879 a 1912). Então, os militares movidos por melhores condições sociais para a populações</p><p>tiveram o aval do povo. Porém logo a revolta foi reprimida pelo exército nacional. Com os</p><p>tenentistas cercados e a ameaçados de bombardeamento da cidade. Mediante a isso, os</p><p>revoltosos se rendem e o Governo Federal impõe penas mais brandas a esse grupo.</p><p>Com isso, passamos a analisar as alternativas:</p><p>A) Incorreto. A revolta não teve participação direta de Luís Carlos Prestes. Também não era um</p><p>movimento anti-imperialista, nem socialista.</p><p>B) Incorreto. O movimento tenentista não tem a ver com o pensamento burguês e romântico.</p><p>Pelo contrário foi muito influenciado pelos preceitos Comunistas e socialistas que se</p><p>espalhavam pelo mundo, naquele momento.</p><p>C) Incorreto. O tributo de redenção busca dinheiro do Tesouro Nacional e realiza confiscos</p><p>bancários, imobiliários e de impostos atrasados por empresas inglesas na região.</p><p>D) Correto. Como o exposto nos comentários, a população local passava por profundos</p><p>problemas sociais, como a miséria e falta de comida, devido a decadência da produção e venda</p><p>da borracha na região. Então o movimento tenentista na região tinha como intuito buscar uma</p><p>melhoria da condição da sua população.</p><p>E) Incorreto. Não houve um radicalismo socialista na Comuna de Manaus.</p><p>Gabarito: D</p><p>(UEA – 2008)</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 18 – HB: Brasil Republicano I</p><p>127</p><p>152</p><p>AULA 18: HB: Brasil Republicano I</p><p>Diversos movimentos, ao longo da História do Brasil, questionaram, na prática, a noção de</p><p>ordem ou tentaram impor a da sua própria conveniência.</p><p>A respeito dos movimentos de contestação na República Velha, assinale a afirmativa incorreta.</p><p>(A) O “monge” José Maria, misturando um igualitarismo rudimentar com religiosidade, liderava</p><p>os camponeses que construíam a “Monarquia Celeste”, na Guerra do Contestado.</p><p>(B) Antônio Conselheiro, anunciando o Reino de Deus e criticando</p><p>da República.</p><p>Contudo, não foi isso que aconteceu. Apoiado por militares</p><p>adversários do ex-presidente e por outros políticos de São Paulo,</p><p>Floriano Peixoto ascendeu à Presidência em 1891. Logo, o marechal</p><p>substituiu deodoristas do governo federal e dos governos estaduais</p><p>por aliados, o que lhe permitiu dar início a um governo forte e</p><p>centralizado.</p><p>Na economia, Floriano buscou reverter os prejuízos da</p><p>política de Encilhamento, proibindo as instituições bancárias de</p><p>emitirem dinheiro. Essa atribuição passaria a ser uma tarefa do governo central. Também foram</p><p>adotadas medidas industrializantes, facilitando o crédito para empresários e para a importação de</p><p>maquinário. Isso criou atritos com os cafeicultores, defensores de uma política econômica voltada</p><p>para a exportação de seu principal produto.</p><p>Para os grupos urbanos situados na capital, o marechal baixou o preço da carne e de outros</p><p>produtos básicos, além de reduzir o valor dos aluguéis e de incentivar a construção de moradias</p><p>populares. Isso permitiu ao presidente desfrutar de grande prestígio no Rio de Janeiro, sendo a</p><p>primeira liderança republicana a dar origem a um fenômeno político, o florianismo. Grande parte</p><p>de seus apoiadores eram membros da corrente jacobina, que manifestavam sua admiração ao</p><p>presidente nos jornais e nas ruas. Para eles, Floriano era o “Salvador da República”, ou mesmo o</p><p>“Robespierre brasileiro” – em referência a Revolução Francesa.</p><p>2.2.1 - A Revolução Federalista e a Revolta da Armada</p><p>Ao mesmo tempo em que gozava de grande prestígio entre as classes urbanas da capital</p><p>federal, Floriano Peixoto era considerado autoritário devido tratamento aos seus inimigos. Em</p><p>Foto oficial de Floriano Peixoto.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 18 – HB: Brasil Republicano I</p><p>14</p><p>152</p><p>AULA 18: HB: Brasil Republicano I</p><p>1892, quando militares se organizaram para exigir o retorno de Deodoro na cidade de Niterói, o</p><p>movimento não chegou a durar 24 horas, sendo 13 revoltosos executados.</p><p>Outro a sofrer a cólera de Floriano foi José do Patrocínio, antigo abolicionista e forte crítico</p><p>do governo. Acusado de conspiração devido aos seus posicionamentos, o “Tigre de Abolição” foi</p><p>preso e condenado ao desterro1 em Cucuí, no Amazonas.</p><p>No Rio Grande do Sul, uma disputa pelo governo estadual2 entre elites regionais acabou</p><p>ganhando grandes proporções durante o governo Floriano Peixoto. Após a posse do presidente,</p><p>em novembro de 1891, Júlio de Castilhos, que ocupava o governo do Rio Grande do Sul, foi</p><p>deposto por não se posicionar favorável ao novo chefe do poder central, sendo substituído por</p><p>republicanos de tendência liberal.</p><p>A crise política continuou, e outros dois presidentes de estado foram destituídos; o último</p><p>deles derrubado por Júlio de Castilhos, que reassume o governo do Rio Grande do Sul. Em</p><p>fevereiro de 1893, foi a vez de Gaspar Silveira Martins, chefe do Partido Federalista, se insurgir</p><p>contra o novo mandatário do estado, iniciando um movimento que ficou conhecido como</p><p>Revolução Federalista.</p><p>Para resumir o conflito travado naquele período, podemos dividir os atores políticos em</p><p>dois grupos:</p><p>→ os maragatos, apelido dado aos partidários de Gaspar Silveira Martins, defendiam o</p><p>parlamentarismo como sistema de governo, e a revogação da Constituição do Estado</p><p>pelo fato de permitir a reeleição do presidente da província por sucessivos mandatos.</p><p>Essa ala também recebeu apoio dos monarquistas gaúchos.</p><p>→ os pica-paus, nome dado aos castilhistas do Partido Republicano Rio-Grandense,</p><p>eram adeptos das ideias positivistas e do presidencialismo como sistema de governo,</p><p>e possuíam o apoio do governo de Floriano Peixoto.</p><p>Cabe destacar que os dois grupos eram liderados por políticos favoráveis à República como</p><p>forma de governo, mas divergiam quanto ao melhor sistema de governo para o país.</p><p>A disputa pelo poder entre pica-paus e maragatos descambou para uma sangrenta guerra</p><p>civil, na qual estima-se que 10.000 combatentes foram mortos. A grande peculiaridade deste</p><p>conflito foi o largo uso da degola – chamada de “gravata-vermelha” – para a execução dos</p><p>adversários: acredita-se que pelo menos 1.000 pessoas tiveram suas carótidas rasgadas a facadas.</p><p>Enquanto o solo rio-grandense era salpicado de sangue, no Rio de Janeiro o almirante</p><p>Custódio José de Melo deu início a Revolta da Armada, na qual se exigia a renúncia de Floriano e</p><p>a convocação de novas eleições. Os revoltosos da Marinha bombardeavam o Rio de Janeiro e</p><p>1 Condenação ao exílio, no qual são perdidos os direitos políticos.</p><p>2 Neste período, os governadores dos estados da Federação eram chamados de presidentes de estado,</p><p>e o termo província para designar as divisões territoriais do país (São Paulo, Rio Grande do Sul,</p><p>Pernambuco etc.) caem em desuso.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 18 – HB: Brasil Republicano I</p><p>15</p><p>152</p><p>AULA 18: HB: Brasil Republicano I</p><p>Niterói, o que por vezes causava a morte de vários civis. Com a adesão de setores monarquistas</p><p>ao movimento, governo e jornais florianistas consideravam a Revolta da Armada uma ameaça à</p><p>República.</p><p>Diante das revoltas simultâneas, Floriano Peixoto decretou estado de sítio3, prendeu</p><p>suspeitos de conspiração contra a República, empastelou4 jornais e transferiu a capital</p><p>momentaneamente para Petrópolis, a fim de refugiar-se dos ataques dos bombardeios. O apoio</p><p>naval dos Estados Unidos permitiu a Floriano obter certa vantagem sobre os rebeldes da Marinha.</p><p>Em novembro de 1893, Custódio encaminhou embarcações para o sul, a fim de juntar-se aos</p><p>maragatos, mas foram torpedeadas.</p><p>A Revolução Federalista também alcançou Santa Catarina, decretando Desterro como a</p><p>sede dos maragatos e marinheiros contrários ao governo central. Com apoio dos militares e</p><p>políticos daquele estado, Floriano conseguiu prender e executar vários revoltosos, o que levou</p><p>suas elites regionais a alterarem seu nome para Florianópolis – uma humilhação a mais para os</p><p>maragatos. A dura repressão imposta aos revoltosos fez com que Floriano se tornasse conhecido</p><p>como o “Marechal de Ferro”.</p><p>Derrotadas as duas revoltas, as eleições presidenciais ocorreram normalmente em março</p><p>de 1894, quando o candidato dos cafeicultores paulistas, Prudente de Morais, venceu com ampla</p><p>vantagem Lauro Sodré, representante dos florianistas.</p><p>3. A REPÚBLICA OLIGÁRQUICA</p><p>Com a eleição de Prudente de Moraes, inicia-se a fase da 1ª República chamada de</p><p>“República Oligárquica” cujo apelido é República do café com leite. Esse apelido vem da marca</p><p>central desse momento que é uma hegemonia dos Partidos Republicanos de São Paulo e Minas</p><p>Gerais na presidência da república. Mas, cuidado, houve governos de outras regiões e até um</p><p>militar, por isso, o que importa é entender o arranjo de poder que garantia a governabilidade e,</p><p>sobretudo, a política de valorização do café.</p><p>Apesar de vitorioso nas urnas, o governo do paulista Prudente de Morais já se mostrava</p><p>difícil no momento da posse. Ao chegar ao Rio de Janeiro, não havia sequer um carro para</p><p>conduzi-lo até o Palácio do Catete, nova sede do governo federal. Floriano se negou a transmitir</p><p>o cargo ao sucessor, deixando o palácio presidencial aberto, sujo e sem funcionários.</p><p>Para piorar, a Constituição permitia que fossem eleitos Presidente e vice de chapas</p><p>diferentes, o que acabou acontecendo na eleição de 1894. Junto com Prudente, assumia como</p><p>vice o florianista Manuel Vitorino.</p><p>A situação do país não ia muito bem. Na economia, ainda se amargava os impactos do</p><p>encilhamento, agravados pelos custos do governo federal para conter as revoltas do período de</p><p>3 Suspensão temporária dos direitos e garantias individuais dos cidadãos pelo Poder Executivo, diante</p><p>de uma situação de grave desordem pública.</p><p>4 Fechamento da sede de um jornal ou revista, por motivações políticas ou pessoais.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 18 – HB: Brasil Republicano I</p><p>16</p><p>152</p><p>a República, foi tido como</p><p>ameaçador por padres e coronéis, ao reunir assolados pela pobreza, na Bahia.</p><p>(C) Os flagelados pela seca, que acorreram ao Cariri buscando os milagres do Padre Cícero,</p><p>foram envolvidos nas disputas entre oligarquias afetadas pela “política das salvações”.</p><p>(D) A Comuna de Manaus, buscando justiça social para os camponeses, ultrapassou o</p><p>reformismo político e a crítica às oligarquias rejeitando qualquer vinculação com os outros</p><p>movimentos tenentistas.</p><p>(E) Lampião, o “bandido social”, atacou fazendas e ocupou cidades, mas não deve ser</p><p>caracterizado como revolucionário ou reformador, no sentido histórico e político.</p><p>Comentários:</p><p>Cuidado, é para assinalar a resposta correta. Então se atente aos detalhes sobre os</p><p>movimentos revoltosos. É mais uma questão conteudista.</p><p>A) Correto. Esse foi um movimento ocorrido no Sul, na região divisa entre Santa Catarina e</p><p>Paraná. Ela surgiu de uma desapropriação de terras de pequenos proprietários de terras, em</p><p>uma região que estava sendo construída uma ferrovia por uma empresa norte-americana. O</p><p>Contestado, como era conhecido o espaço, era uma região muito pobre, e assim que as obras</p><p>terminaram os trabalhadores que ajudaram a construir a ferrovia se juntaram ao grupo dos</p><p>miseráveis e desapropriados. De consolo, o povo local se levantou contra o Estado brasileiro,</p><p>ouvindo as pregações religiosas do “monge” José Maria, que defendia uma comunidade sem</p><p>impostos e sem a concepção de propriedade sobre a terra.</p><p>B) Correto. Antônio Conselheiro foi o principal líder da Revolta que ficou conhecida como</p><p>Guerra dos Canudos, em que o líder defendia uma sociedade sem a exploração dos poderosos</p><p>grupos locais, os “coronéis” e o fim da laicidade do Estado Brasileiro.</p><p>C) Correto. Padre Cícero, um dos principais líderes da região que hoje conhecemos como a</p><p>cidade de Juazeiro, ajudava os pobres e defendia a autonomia da região, que naquele foi</p><p>envolvido em um conflito organizado pelo governo Hermes da Fonseca, em 1910. A sua</p><p>“política de salvação” baseava em nomear a cargos de todo país aliados, porém junto de outras</p><p>lideranças locais, Cícero conseguiu destituir os aliados do presidente na região e conseguir a</p><p>independência da região em relação a cidade de Crato.</p><p>D) Incorreto. A Comuna de Manaus (1924) foi um movimento movido por militares, que faziam</p><p>parte do Movimento Tenentista, junto com a Revolução Paulista de 24, a Revolta dos 18 do</p><p>Forte de Copacabana (1922) e a Coluna Prestes (1925-27).</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 18 – HB: Brasil Republicano I</p><p>128</p><p>152</p><p>AULA 18: HB: Brasil Republicano I</p><p>E) Correto. Lampião era um bandido que se opunha as domínio dos coronéis, porém este só</p><p>sobreviveu por muitos anos, devido a acordos firmados com alguns desses poderosos, que lhe</p><p>pagavam para fazer “serviços” e o encobertavam.</p><p>Gabarito: D</p><p>(UEA – 2008)</p><p>As alternativas a seguir analisam corretamente os movimentos brasileiros de rebelião</p><p>predominantemente urbanos, à exceção de uma. Assinale-a.</p><p>(A) A Revolta Praieira, influenciada pela Revolução de 1848, em Paris, fracassou devido à</p><p>radicalização socialista de seu programa.</p><p>(B) A Revolta dos Marinheiros, ou Revolta da Chibata, dirigiu-se contra os castigos corporais</p><p>e não contra a República, pois não pretendia o poder político.</p><p>(C) Os grupos armados, que se opunham ao regime militar desde 1967, eram integrados</p><p>principalmente por jovens de classe média.</p><p>(D) A Revolta da Vacina expressou o inconformismo da massa urbana do Rio com a</p><p>arbitrariedade nas demolições e com a falta de emprego e proteção social aos trabalhadores.</p><p>(E) A Intentona Comunista de 1935 seguia a orientação do Partido Comunista e reagia à Lei</p><p>de Segurança Nacional, que proibira a Aliança Nacional Libertadora.</p><p>Comentários:</p><p>Cuidado, a questão é conteudista e atente ao que se pede. Ela é uma pegadinha aos</p><p>mais distraídos. Assinale a opção INCORRETA sobre os movimentos insurgentes no Brasil.</p><p>Necessita analisar os mínimos detalhes sobre as rebeliões no Brasil, para respondê-la. Visto isso,</p><p>vamos as afirmativas:</p><p>A) Incorreta. A Revolta Praieira tinha como intuito fazer uma nova Constituinte, extinguir o</p><p>poder Moderador, obter maior liberdade de imprensa, conceder voto livre e universal, entre</p><p>outros motivos. Porém o movimento logo foi contido pelo exército brasileiro, e seus</p><p>participantes de classes dominantes foram anistiados, enquanto com seus seguidores mais</p><p>pobres, muitos foram mortos. Não havendo nenhuma relação com um programa socialista.</p><p>B) Correta. A Revolta da Chibata, tinha como uma das suas reivindicações o fim das punições</p><p>físicas violentas aos marinheiros (por isso esse nome para a rebelião). Ela também era uma luta</p><p>contra a desigualdade social e racial existente na Primeira República, visto que a maioria dos</p><p>marinheiros de baixo escalão eram pobres, negros e mestiços.</p><p>C) Correta. Muitos jovens de classe média se juntaram as fileiras das guerrilhas contra a ditadura.</p><p>D) Correta. Um dos motivos da Revolta da Vacina era a desocupação da população dos cortiços,</p><p>sem haver uma explicação do motivo para tal arbitrariedade. Além disso, foi imposto a</p><p>população que só quem tivesse vacinado contra a varíola, poderia trabalhar e ter emprego de</p><p>maneira formal. Isso porque o país atravessava um surto em massa da doença. Porém, uma</p><p>parte dos habitantes do Rio de Janeiro (onde essa rebelião ocorreu) se recusou a tomá-la e se</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 18 – HB: Brasil Republicano I</p><p>129</p><p>152</p><p>AULA 18: HB: Brasil Republicano I</p><p>levantou contra o exército local. Esse acontecimento causou uma enorme confusão na capital</p><p>do Brasil, deixando muitos presos, feridos e alguns mortos.</p><p>E) Correta. A Lei de Segurança Nacional foi criada para combater os crimes de guerra em</p><p>território nacional, muito motivado pela Intentona Comunista organizada pela Aliança Nacional</p><p>Libertadora (ANL), que tinha sido criada recentemente pelos líderes do movimento tenentista,</p><p>como Luís Carlos Prestes com alguns representantes do Partido Comunista Brasileiro (PCB), e</p><p>auxilio da URSS.</p><p>Portanto, a única resposta errada é a letra A.</p><p>Gabarito: A</p><p>(UEA – 2005)</p><p>Embora aprovado por unanimidade na Câmara de Deputados, em 1912, o Plano de Defesa da</p><p>Borracha não foi executado: foi combatido pelo senador paulista Francisco Glicério, que</p><p>alegava despesas muito altas, enquanto o deputado amazonense Luciano Pereira protestava,</p><p>denunciando que a União “tem sido mãe para o Sul, mas madrasta para o Norte”.</p><p>Assinale a alternativa que explica as circunstâncias do abandono do Plano de Defesa da</p><p>Borracha, em 1912.</p><p>(A) As circunstâncias políticas daquele período comprometiam as finanças nacionais com o</p><p>combate à Revolta dos Marinheiros, conhecida como Revolta da Chibata, em 1910, e à Guerra</p><p>do Contestado, desde 1912.</p><p>(B) O predomínio de São Paulo e Minas na Política dos Governadores e a noção de que a</p><p>economia cafeeira era a base da economia brasileira, enquanto a economia da borracha era um</p><p>aspecto regional, concorreram para o abandono do Plano de Defesa da Borracha.</p><p>(C) Francisco Glicério, paulista, mais do que preterir o interesse do Norte, defendia o sucesso</p><p>do saneamento financeiro, iniciado com o funding loan, no governo Campos Sales.</p><p>(D) O abandono do plano da borracha deveu-se às despesas com a remodelação e o</p><p>saneamento urbanos do Rio de Janeiro, indispensáveis à integração do Brasil nas novas</p><p>condições do capitalismo financeiro internacional.</p><p>(E) O experiente e informado Francisco Glicério sabia que a intervenção financeira para salvar</p><p>a borracha seria desnecessária, diante da iminência da eclosão da Primeira Guerra Mundial, que</p><p>aumentaria muito a demanda internacional do produto.</p><p>Comentários:</p><p>No começo do século XX, a produção de borracha era um dos negócios mais lucrativos</p><p>para o governo brasileiro. Ela era essencial para os países industrializados, principalmente no</p><p>que</p><p>tange a criação da indústria automobilística. A extração da seringueira chegou a ser a</p><p>segunda atividade mais executada e comercializado com o exterior. Porém, com o advento da</p><p>Primeira Guerra Mundial, os países europeus passaram a não comprar o produto, fazendo essa</p><p>economia entrar em crise, e logo perder o seu valor, com a extração desse mesmo material em</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 18 – HB: Brasil Republicano I</p><p>130</p><p>152</p><p>AULA 18: HB: Brasil Republicano I</p><p>regiões da Ásia. Assim, ao mesmo tempo que o Ciclo da Borracha causou uma enorme</p><p>prosperidade a região Norte, nos poucos anos em que se manteve ativa, ela também causou</p><p>uma crise social e econômica sem precedentes na década de 1910.</p><p>Exposto o comentário, analisemos as alternativas:</p><p>A) Incorreto. Mesmo que a borracha fosse um dos produtos mais exportados pelo Brasil durante</p><p>esse período, em 1912, ele já se encontrava em nítido declínio produtivo. Além disso, no âmbito</p><p>da política nacional, os cafeicultores paulistas e mineiros eram que exerciam controle sobre os</p><p>investimentos da União, excluindo boa parte do resto do território nacional.</p><p>B) Correto. Esse tempo, conhecido como República do Café com Leite, em alusão ao domínio</p><p>dos políticos dos estados de Minas Gerais e São Paulo na política nacional, foi marcado pelo</p><p>predomínio da exportação do café e a grande influência dessas regiões na economia do país.</p><p>Eles vinham a borracha como um aspecto regional, e que não deveria ter tanto valor quanto as</p><p>atividades cafeicultoras.</p><p>C) Incorreto. Francisco Glicério não possuía interesse no Norte, se focando em uma política</p><p>excludente, e voltada para os grandes Barões do Café.</p><p>D) Incorreto. O abandono ao Projeto da Borracha, muito se deve aos acontecimentos fora do</p><p>país, com a aparição de uma concorrência na Ásia com uma eficiente maior que a das terras</p><p>brasileiras, além de haver uma diminuição de exportação desses produtos para Europa, devido</p><p>a Grande Guerra que lá se instaurava.</p><p>E) Incorreto. Pelo contrário, diminuiria muito a demanda pelo produto, visto que a maioria dos</p><p>países europeus estava investimento em armamento bélico, para a guerra.</p><p>Gabarito: B</p><p>(UEA – 2008)</p><p>“O aviador, também, não raro, sofre prejuízos avultados a tal ponto que, pode-se afirmar, só o</p><p>exportar logra bons lucros.” (Edgar Carone, A Primeira República.)</p><p>Assinale a alternativa incorreta a respeito da economia da borracha amazônica.</p><p>(A) Os exportadores estrangeiros controlavam financeiramente a economia da borracha, da</p><p>qual os outros envolvidos dependiam.</p><p>(B) As firmas exportadoras estrangeiras eram a ponta final da economia da borracha e ficavam</p><p>com os maiores lucros.</p><p>(C) O aviador é o transportador do látex extraído da selva até os portos de Manaus ou Belém</p><p>e o principal beneficiário da economia da borracha.</p><p>(D) O imediatismo dos “coronéis” da borracha não lhes permitiu ver que a elevação dos preços</p><p>nas últimas décadas do século XIX era transitória.</p><p>(E) A elevação contínua dos preços da borracha estimulou o seu cultivo racional, de modo a</p><p>independer das incertezas da extração na selva e dos preços crescentes.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 18 – HB: Brasil Republicano I</p><p>131</p><p>152</p><p>AULA 18: HB: Brasil Republicano I</p><p>Comentários:</p><p>O Ciclo da Borracha foi um momento de enorme exploração, extração e exportação</p><p>desse produto para fora do país, entre o final da Monarquia e início da República. O látex, vindo</p><p>das seringueiras era um ótimo material para a produção industrial, principalmente na Inglaterra,</p><p>que o Brasil era parceiro econômico. Os lucros chegaram a representar até 25% de tudo que</p><p>era comercializado internacionalmente pelo governo brasileiro, ficando atrás somente do café.</p><p>Assim, o desenvolvimento econômico e a migração para o Vale Amazônico tiveram um aumento</p><p>expressivo durante esse período de aproximadamente 25 anos.</p><p>Porém, a maior parte dos lucros desse empreendimento, ficava com as empresas</p><p>estrangeiras que exportavam essa matéria-prima. Mesmo assim, muitos colonizadores e</p><p>seringueiros deslumbrados com a quantidade de riquezas durante esse tempo continuaram a</p><p>produzir e a expandir os negócios da borracha. Até comprar o estado do Acre o governo fez,</p><p>em um negócio com a Bolívia, para manter as coletas de látex da região. Todavia esses</p><p>exploradores não perceberam que a alta dos preços era transitória, e que a atividade dependia</p><p>muito mais de fatores externos do que internos para sua sobrevivência.</p><p>Assim, analisemos as alternativas. Porém, não se esqueça, a pergunta pede a resposta</p><p>incorreta sobre o assunto:</p><p>A) Correto. As empresas estrangeiras eram as encarregadas de transformar aquele material</p><p>em material industrializado, e revender aquele produto por um preço muito mais caro aos</p><p>países menos desenvolvimento industrialmente.</p><p>B) Correto. Como exposto nos comentários anteriores.</p><p>C) Incorreto. Aviador era o encarregado de contratar a mão de obra para a extração do látex</p><p>nos seringais. Esse foi um cargo importante dentro da administração local desse momento</p><p>na região.</p><p>D) Correto. As enormes quantidades de lucro adquiridas pelos coronéis da borracha os</p><p>impossibilitaram de pensar a longo prazo, o que aconteceria com aquela produção.</p><p>E) Correto. O cultivo das Seringueiras era tão lucrativo que os produtores não se importavam</p><p>com as incertezas da selva e com o risco de diminuição dos preços do produto.</p><p>Gabarito: C</p><p>(UEA – 2009)</p><p>Observe a tabela.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 18 – HB: Brasil Republicano I</p><p>132</p><p>152</p><p>AULA 18: HB: Brasil Republicano I</p><p>(Roberto Santos. História econômica da Amazônia.)</p><p>A partir dos dados, pode-se concluir que</p><p>(A) apesar da variação entre as regiões produtoras, o total disponível manteve-se inalterado.</p><p>(B) a produção da África e da América Central apresentou crescimento constante ao longo do</p><p>período.</p><p>(C) a Ásia, apesar do crescimento, não ameaçou a predominância das áreas tradicionais de</p><p>produção.</p><p>(D) em termos percentuais, a posição do Brasil manteve-se inalterada no período.</p><p>(E) a partir de 1913, alterou-se a posição relativa das principais regiões produtoras.</p><p>Comentários:</p><p>Essa questão é simples. Para ela requer interpretação dos dados. Como é verificado na</p><p>tabela, ela está relacionada a produção mundial de borracha no mundo a partir de 1900. Disso,</p><p>podemos notar que até o ano de 1912, o Brasil o principal explorador de borracha</p><p>internacionalmente. Porém, com as descobertas de seringais na Ásia, em colônias inglesas, uma</p><p>exploração melhor e mais fácil do produto passou a ser feita no continente asiático, assim,</p><p>enfraquecendo essa atividade no Brasil, na América Central e na África.</p><p>Baseado nisso, olhemos as alternativas:</p><p>A) Incorreto. O total disponível dessa matéria prima cresceu, não o contrário.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 18 – HB: Brasil Republicano I</p><p>133</p><p>152</p><p>AULA 18: HB: Brasil Republicano I</p><p>B) Incorreto. O crescimento produtivo na África e América Central diminuiu consideravelmente</p><p>com o passar dos anos.</p><p>C) Incorreto. Tanto o Brasil, quanto outras regiões exportadoras da borracha viram seus</p><p>negócios entrarem em falência, devido as enormes quantidades exportadas de regiões</p><p>asiáticas.</p><p>D) Incorreto. O Brasil passou a ser um polo secundário de exportação do produto.</p><p>E) Correto. Assim como mencionado nos comentários anteriores, o Brasil deixa de ser o</p><p>principal exportador da borracha, a partir de 1913, perdendo sua posição para a região da Ásia.</p><p>Gabarito: E</p><p>(UEA – 2009 / Segunda Fase)</p><p>Em 12 de janeiro de 1905, Euclides da Cunha escreveu, de Manaus, uma carta na qual observava</p><p>a existência de um “cosmopolitismo excessivo de Manaus – onde em cada esquina range um</p><p>português, rosna um inglês ou canta um italiano”. Essa feição cosmopolita da cidade decorria</p><p>da</p><p>(A) presença de grande número de especialistas estrangeiros em estudos florestais.</p><p>(B) intenção dos países estrangeiros de anexar áreas desocupadas da Amazônia.</p><p>(C) dificuldade do governo em controlar a entrada de contrabandistas na Amazônia.</p><p>(D) facilidade de acesso à região pelas populações de países fronteiriços.</p><p>(E) inserção da economia local nos mercados capitalistas internacionais.</p><p>Comentários:</p><p>Durante o início do século XX, a região amazônica era uma das regiões que mais</p><p>exportava para fora do país. A extração e venda chegou a ser o segundo produto mais lucrativo</p><p>para o governo brasileiro, atrás somente do café. Então, essa área se desenvolveu</p><p>economicamente, e atrelado a isso estava a vinda do capital estrangeiro e a procura pelo látex</p><p>brasileiro na floresta amazônica. O látex que vinha das seringueiras brasileiras era muito</p><p>importante para os negócios internacionais, visto que a Revolução Industrial estava no seu auge</p><p>na Europa.</p><p>Então a única alternativa que se encaixa com o comentário de Euclides da Cunha sobre</p><p>a cidade de Manaus, seria a alternativa (E), “inserção da economia local nos mercados</p><p>capitalistas internacionais.”</p><p>Gabarito: E</p><p>(UEA – 2009 / Segunda Fase)</p><p>As gentes do Ceará e do Maranhão, que trocam sua terra pela Amazônia, não são menos</p><p>desgraçadas que os nossos camponeses, que trocam Portugal pelo Brasil. (Ferreira de Castro.</p><p>A Selva, 1930.)</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 18 – HB: Brasil Republicano I</p><p>134</p><p>152</p><p>AULA 18: HB: Brasil Republicano I</p><p>O autor português refere-se</p><p>(A) à imigração portuguesa para o Brasil e à migração de nordestinos para a Amazônia.</p><p>(B) às dificuldades derivadas da crise de 1929, que afetou todos os países ocidentais.</p><p>(C) às dificuldades de adaptação dos europeus ao clima, costumes e hábitos brasileiros.</p><p>(D) ao problema da fome, que atinge indistintamente os países ricos e os pobres.</p><p>(E) ao enriquecimento gerado pelo processo de imigração para regiões de fronteira.</p><p>Comentários:</p><p>Essa é uma questão mais interpretativa. No texto o autor fala que cearenses e</p><p>maranhenses trocam suas terras pela Amazônia, assim como portugueses fazem com em</p><p>relação ao Brasil.</p><p>Com isso, passemos a analisar as opções para entender a referência:</p><p>A) Correto. Ferreira Castro, visto o exposto está se referindo as imigrações que ocorrem de</p><p>portugueses para o Brasil, assim como ocorre de nordestinos para a Amazônia, durante essa</p><p>época.</p><p>B) Incorreto. Pois não faz alusão a Crise de 1929.</p><p>C) Incorreto. Não tem relação com o comentado.</p><p>D) Incorreto. A analogia faz menção a trocas de terras do nordestino para o Norte, assim como</p><p>ocorre de Portugal para o Brasil, mas não está relacionado as dificuldades europeias de se</p><p>adaptar ao Brasil.</p><p>E) Incorreto. Não condiz com o excerto.</p><p>Gabarito: A</p><p>(UEA – 2010 / Segunda Fase)</p><p>Veja o quadro pintado pelo artista acreano Hélio Melo (1926-2001).</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 18 – HB: Brasil Republicano I</p><p>135</p><p>152</p><p>AULA 18: HB: Brasil Republicano I</p><p>(www.almaacreana.blogspot.com)</p><p>A pintura exprime uma situação irreal, mas que representa</p><p>(A) o assistencialismo do Estado brasileiro, que procura atender as populações carentes do</p><p>interior do país.</p><p>(B) a religiosidade do homem amazônico, oriunda do sincretismo entre o cristianismo e a</p><p>herança africana.</p><p>(C) as condições de vida das famílias de seringueiros que vivem apenas da extração de recursos</p><p>florestais.</p><p>(D) a expansão da pecuária na Amazônia e a expulsão dos antigos trabalhadores e ocupantes</p><p>da floresta.</p><p>(E) a utopia social do habitante da floresta, que desejaria viver em casas confortáveis em meio</p><p>a uma natureza aprazível.</p><p>Comentários:</p><p>Essa é uma questão interpretativa. Vemos uma família olhando para um suposto boi</p><p>segurando um guarda sol-chuva, ao lado de uma floresta, enquanto uma família o olha com</p><p>uma expressão cabisbaixa. Portanto, pode-se interpretar que o quadro faz alusão ao aumento</p><p>da produção de gado na região Amazônica, enquanto grupos familiares são expulsos da floresta</p><p>por causa dessa atividade econômica. Então a alternativa correta é a letra (D) “a expansão da</p><p>pecuária na Amazônia e a expulsão dos antigos trabalhadores e ocupantes da floresta.”</p><p>Gabarito: D</p><p>(UEA – 2004)</p><p>Assinale a alternativa correta a respeito da industrialização brasileira.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 18 – HB: Brasil Republicano I</p><p>136</p><p>152</p><p>AULA 18: HB: Brasil Republicano I</p><p>(A) A economia brasileira, antes da Primeira Guerra Mundial, era totalmente agrícola e foi</p><p>contida, sobretudo, pela predominância dos interesses dos cafeicultores, que acompanhavam</p><p>os usineiros ao proclamar a “vocação agrária” do Brasil, “celeiro do mundo”.</p><p>(B) A industrialização brasileira só veio a ocorrer na década de 1920, após a Primeira Guerra</p><p>Mundial, como alternativa para uma economia agrária dependente das exportações.</p><p>(C) A dependência externa gerada pela agro exportação impedia o mínimo de autonomia para</p><p>que a economia brasileira se orientasse para a industrialização.</p><p>(D) Todos os recursos de capital, mão-de-obra, transporte e energia eram monopolizados pela</p><p>agro exportação, retardando para as imediações da Segunda Guerra Mundial o início do</p><p>crescimento industrial do Brasil.</p><p>(E) O crescimento industrial inicial deveu-se, em grande parte, ao capital acumulado pela</p><p>expansão cafeeira e sua mão-de-obra livre, e à infraestrutura para servir à cafeicultura, como as</p><p>ferrovias e as usinas elétricas.</p><p>Comentários:</p><p>A economia brasileira até o início da Primeira Guerra Mundial, era baseado a exportação</p><p>de matéria prima para países europeus, na produção de monocultura, e em grandes latifúndios.</p><p>Exposto isso, na segunda metade do século XIX e início do segundo XX, o café era o principal.</p><p>Porém esses produtos comercializados no exterior, devido a Guerra ocorrida na Europa, entre</p><p>1914-1919, começaram a ser comercializados com os Estados Unidos, e a vendas e compras</p><p>brasileiras passaram a serem feitas com o vizinho americano, impossibilitando assim que o país</p><p>entrasse em um recesso econômico.</p><p>De acordo com o comentado, então,</p><p>A) Incorreto. Os cafeicultores não acompanhavam os usineiros ao proclamar a vocação agrária</p><p>do Brasil.</p><p>B) Incorreto. A industrialização no Brasil só passaria a acontecer a partir da Revolução de 1930,</p><p>com a tomada de poder pelo militar Getúlio Vargas.</p><p>C) Correto. O Brasil era um país agrário e dependente dos povos industrializados. Em um</p><p>primeiro momento da Inglaterra e da França, e em um segundo momento dos Estados Unidos.</p><p>D) Incorreto. O início da Industrialização do Brasil, ocorreu em no período entre Guerras (1919-</p><p>1939), devido a uma crise econômica passada pelos Estados Unidos, principal parceiro</p><p>comercial do país naquele tempo.</p><p>E) Incorreto. Não foram pelas mãos dos cafeicultores que se iniciou o movimento de</p><p>industrialização, e sim grupos políticos ligado a Getúlio na Revolução de 30.</p><p>Gabarito: C</p><p>(UEA – 2010 / Segunda Fase)</p><p>(...) a ‘civilização de palha’ erguida na Amazônia – resultado da experiência milenar e coletiva</p><p>dos povos indígenas – faz parte de um passado que a ideologia teima em considerar ‘atrasado’,</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 18 – HB: Brasil Republicano I</p><p>137</p><p>152</p><p>AULA 18: HB: Brasil Republicano I</p><p>‘bárbaro’, e ‘não-histórico’, embora ele tenha contribuído com soluções inteligentes e criativas</p><p>nas várias formas de se aprimorar e habitar o espaço amazônico.</p><p>(José Ribamar Bessa Freire. Barés, Manáos e Tarumãs. Amazônia em cadernos, n.º 2 e 3, 1993-</p><p>1994.)</p><p>A partir do texto, pode-se inferir que o autor</p><p>(A) condena as formas tradicionais de habitação, ainda vigentes na região.</p><p>(B) descreve hábitos antigos, abandonados frente à tecnologia atual.</p><p>(C) valoriza vivências e práticas acumuladas por gerações.</p><p>(D) nega a capacidade inventiva às sociedades tribais.</p><p>(E) defende o processo de modernização e superação do atraso.</p><p>Comentários:</p><p>Essa é uma questão reflexiva, muito discutida dentro do campo da historiografia. O autor</p><p>reflete sobre a ideia errônea, do ponto de vista dele, de considerarem os povos indígenas</p><p>grupos “atrasados, bárbaros ou não históricos” só pelo fato deles não possuírem escrita e não</p><p>viverem como os homens brancos viviam na Europa. Para contrapor essa ideologia, Freire</p><p>menciona sobre as experiências milenares que essas comunidades já vivenciaram e as formas</p><p>inteligentes e criativas que os habitantes dessa região ocuparam a floresta amazônica,</p><p>aprimorando suas técnicas de sobrevivência.</p><p>A partir disso, pode inferir que o texto:</p><p>A) Incorreto. Não condena as formas de habitação da região.</p><p>B) Incorreto. Não faz menção ao abandono dos hábitos antigos.</p><p>C) Correto. O texto exprime uma valorização das culturas indígenas, muitas vezes colocadas</p><p>como inferiores a cultura europeia.</p><p>D) Incorreto. O autor menciona a capacidade criativa dessas sociedades tribais.</p><p>E) Incorreto. O excerto vangloria a história desses povos, negando que eles sejam atrasados</p><p>devidos aos seus costumes e práticas.</p><p>Gabarito: C</p><p>(UESB 2017)</p><p>Assim, o resumo da história dos monopólios é o seguinte: 1) Décadas de 1860 e 1870, o grau</p><p>superior, culminante, de desenvolvimento da livre concorrência. Os monopólios não</p><p>constituem mais do que germes quase imperceptíveis. 2) Depois da crise de 1873, longo</p><p>período de desenvolvimento dos cartéis, os quais constituem ainda apenas uma exceção,</p><p>não são ainda sólidos, representando ainda um fenômeno passageiro. 3) Ascensão nos fins</p><p>do século XIX e crise de 1900 a 1903: os cartéis passam a ser uma das bases de toda a vida</p><p>econômica. O capitalismo transformou-se em imperialismo. (ASSIM, o resumo... 2016).</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 18 – HB: Brasil Republicano I</p><p>138</p><p>152</p><p>AULA 18: HB: Brasil Republicano I</p><p>A atuação da política imperialista sobre as áreas periféricas pode ser corretamente</p><p>identificada na</p><p>01) renegociação da dívida externa brasileira, através do Funding Loan, durante a Primeira</p><p>República, que agravou a dependência do país ao capital financeiro internacional.</p><p>02) pressão estadunidense contra a Lei de Remessa de Lucros, defendida no segundo</p><p>Governo Vargas, que proibia novos investimentos estrangeiros no país e a nacionalização das</p><p>empresas estrangeiras.</p><p>03) ajuda dos Estados Unidos à política industrialista de Getúlio Vargas, concretizado com a</p><p>construção da Usina de Volta Redonda e a Companhia Siderúrgica Nacional, objetivando</p><p>substituir o capital europeu no Brasil.</p><p>04) guerra hispano-americana, entre os Estados Unidos e a Espanha, que garantiu a</p><p>independência econômica e política de Cuba e das Antilhas, consolidando os ideais da</p><p>Doutrina Monroe.</p><p>05) Guerra de Secessão, nos Estados Unidos, que contrapôs os interesses nortistas,</p><p>capitalistas e imperialistas, defensores da expansão para o oeste, dos sulistas, de caráter</p><p>mercantilista e escravista, que advogavam a manutenção dos laços coloniais.</p><p>Comentários:</p><p>O Imperialismo surgiu durante a Segunda Revolução Industrial, na segunda metade do</p><p>século XIX e se aprofundou até a Primeira Guerra Mundial. Sobre os reflexos das políticas</p><p>imperialistas nas regiões periféricas, estão:</p><p>01) Correto. Durante o governo do presidente Campos Sales, o Brasil fez um acordo com um</p><p>banco inglês, que ofereceria um empréstimo ao Estado brasileiro, além de suspender o</p><p>pagamento da dívida externa do país, porém, em contrapartida o Brasil teria que se</p><p>comprometer em restringir os gastos públicos e combater a inflação. Isso aumentou mais ainda</p><p>a dependência brasileira do agentes internacionais do mercado financeiro.</p><p>02) Incorreto. A Lei de Remessa de Lucros foi uma forma de limitar os lucros que empresas</p><p>estrangeiras enviariam para suas matrizes no exterior (no máximo poderiam ser encaminhado</p><p>10% do capital trazido para o Brasil como investimento).</p><p>03) Incorreto. A Usina de Volta Redonda e a Companhia Siderúrgica Nacional foram</p><p>idealizadas por Getúlio Vargas, porém só foram inauguradas no Governo Dutra. Ela não</p><p>pretendia substituir o capital europeu, e sim ajudar os países Aliados na Segunda Guerra</p><p>Mundial.</p><p>04) Incorreto. A ilha de Cuba, desde a sua Independência em 1898 do Império espanhol nunca</p><p>teve uma total independência econômica e a política, pois se tornou um território sobre a</p><p>influência americana até a Revolução Cubana.</p><p>05) Incorreto. O imperialismo norte-americano surgiu após a Guerra de Secessão. Não era</p><p>uma característica exclusiva dos nortistas. Além disso, tanto os Estados do Sul quanto os do</p><p>Norte não advogavam desde a Revolução Americana em prol da sua autonomia nacional.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 18 – HB: Brasil Republicano I</p><p>139</p><p>152</p><p>AULA 18: HB: Brasil Republicano I</p><p>Gabarito: 01</p><p>(UESB 2020)</p><p>Com ideais diametralmente opostos ao Parnasianismo, que prezava a objetividade temática,</p><p>o culto à forma, a impessoalidade e a “arte pela arte”, os modernistas recusavam a arte</p><p>tradicional e propunham alinhamento com toda produção artística moderna, sobretudo um</p><p>alinhamento com as vanguardas europeias. Esses agentes, de forma conivente, tímida ou</p><p>como manifestos intelectuais do conservadorismo, procuram dar forma a um projeto mais</p><p>amplo de poder e sociedade na qual um suposto “padrão” de normalidade” e “expressão</p><p>cultural” deve ser aceito em detrimento das demandas das minorias, sejam elas institucionais,</p><p>econômicas, sociais ou culturais. Para isso, é preciso calar o pensamento crítico, democrático</p><p>e plural em todos os espaços, como vemos atualmente nos ataques às universidades públicas</p><p>no país e à figura de Paulo Freire, patrono da educação e importante intelectual brasileiro</p><p>reconhecido mundialmente por sua proposta de pedagogia para liberdade. (COM IDEIAS,</p><p>2020).</p><p>Considerando os diferentes contextos históricos que abrigaram a Semana de Arte Moderna</p><p>(1922) e a atual política cultural do governo federal (2019), é possível encontrar,</p><p>respectivamente, como contraste marcante entre os dois fatos</p><p>01) recusa da arte tradicional e inovação das temáticas x expressões de conservadorismo e</p><p>obscurantismo dissimuladas em restrições administrativas e financeiras.</p><p>02) grande repercussão e apoio pela imprensa da época x desconhecimento do público pelo</p><p>pouco espaço alcançado na mídia.</p><p>03) produção rapidamente apagada no registro da História do Brasil x atitude passiva e</p><p>indiferente da classe artística nacional.</p><p>04) temas nacionais restritos a assuntos urbanos x espaço considerável concedido ao</p><p>pensamento crítico e democrático.</p><p>05) inovações restritas às artes plásticas e visuais x censura dirigida especialmente às</p><p>expressões culturais das elites religiosas conservadoras.</p><p>Comentários:</p><p>O texto aborda a revolução causada pela realização da Semana da Arte Moderna em 1922</p><p>e faz uma comparação com os investimentos culturais feita pelo governo brasileiro quase 100</p><p>anos depois, em 2019. Sobre esses momentos:</p><p>01) Correto. A Semana da Arte Moderna de 22 revolucionou a arte brasileira na época por fazer</p><p>uma recusa da tradicionalidade da arte europeia em detrimento da brasileira. Já a política</p><p>cultural do governo Bolsonaro está baseada em um desmonte do Ministério da Cultura, que</p><p>existe desde a Redemocratização do Brasil. Ele foi extinto em 2019, se tornando uma secretaria</p><p>especial do Ministério do Turismo.</p><p>02) Incorreto. Em 1922, a imprensa mais conservadora se chocou com as tendencias</p><p>apresentadas na Semana da Arte Moderna.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 18 – HB: Brasil Republicano I</p><p>140</p><p>152</p><p>AULA 18: HB: Brasil Republicano I</p><p>03) Incorreto. O evento de 1922 transformou o pensamento artístico brasileiro se tornando um</p><p>momento marcante da história brasileira e influenciando nos fatos que ocorreriam após essa</p><p>data. Havia um descontentamento geral com a situação política do Brasil.</p><p>04) Incorreto. Os assuntos nacionais trazido</p><p>na Semana da Arte Moderna não se restringiram a</p><p>assuntos urbanos. Sobre o governo Federal de 2019, ele não concedeu um espaço democrático</p><p>e crítico para as produções artísticas nacionais. Pelo contrário censurou algumas produções e</p><p>retirou investimentos na área.</p><p>05) Incorreto. Houve uma série de inovações, não somente ligados as artes plásticas durante a</p><p>Semana da Arte Moderna.</p><p>Gabarito: 01</p><p>(UNITINS 2017)</p><p>- A Monarquia caiu. Nasceu a República. O Brasil mudava a forma de governo sem</p><p>revolucionar a sociedade. Diante do novo regime político e forma de governo instaurado no</p><p>Brasil, motivados pela crise da Monarquia, pode-se afirmar que:</p><p>I. o Brasil adotou como forma de governo a República, e seus agentes políticos (presidente,</p><p>governador, prefeitos, deputados, senadores, vereadores) exerciam mandatos por tempo</p><p>limitados e seriam eleitos pelos cidadãos;</p><p>II. o Brasil adotou como forma de Estado o federalismo. Os estados teriam autonomia para</p><p>eleger governador e deputados. Cada Estado teria sua Constituição própria que, entretanto,</p><p>não poderia contrariar as normas superiores da Constituição Federal;</p><p>III. o Brasil adotou como sistema de governo o presidencialismo. Ou seja, o presidente da</p><p>república era o chefe do governo e o chefe do Estado, exercendo seu cargo com o auxílio</p><p>de ministros;</p><p>IV. com relação à divisão dos poderes, o sistema de governo instituiu os poderes executivo,</p><p>legislativo e judiciário.</p><p>V. com relação à divisão dos poderes, o sistema de governo instituiu a monarquia</p><p>constitucionalista.</p><p>Está correta APENAS a alternativa:</p><p>a) I, II e IV b) I, III, e V c) I, II, III e IV d) II, III e V e) I, II, III e V</p><p>Comentários:</p><p>O fim da monarquia e a instalação da República foi fruto de um arco de alianças entre as</p><p>elites políticas, econômicas e militares do país. Feita por uma perspectiva elitista, essa mudança</p><p>não contou com o sentido de transformação das estruturas da sociedade, sobretudo no que diz</p><p>respeito às questões econômicas e sociais. O 15 de Novembro de 1889 dá início a uma longa</p><p>trajetória republicana cheia de idas e vindas, contradições e profundas tensões. Sobre</p><p>I. Correto. Entre as formas de governo que o país poderia adotar com o fim da Monarquia em</p><p>1889, venceu a República.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 18 – HB: Brasil Republicano I</p><p>141</p><p>152</p><p>AULA 18: HB: Brasil Republicano I</p><p>II. Correto. A forma de Estado escolhida entre os republicanos foi o Federado, com um poder</p><p>descentralizado e os Estados possuindo sua autonomia, porém seguindo uma Constituição</p><p>Nacional.</p><p>III. Correto. O sistema de governo anterior, o Parlamentarismo, foi substituído pelo</p><p>Presidencialismo em que o chefe máximo do país é o Presidente da República. Ele concentra os</p><p>poderes de líder do governo e do Estado brasileiro.</p><p>IV. Correto. A divisão dos poderes no Brasil é baseado na separação tripartite entre Legislativo,</p><p>Executivo e Judiciário de maneira independente e harmônica, como defendia Montesquieu.</p><p>V. Incorreto. A divisão de poderes dentro do sistema de governo passou a ser a República</p><p>Presidencialista, não a Monarquia Constitucionalista.</p><p>Gabarito: C</p><p>(UNITINS 2017)</p><p>No início da década de 1920, crescia o descontentamento social contra o tradicional sistema que</p><p>determinava a política brasileira. Com relação aos movimentos ocorridos relacionados à crise da</p><p>década de 1920, preencha os parênteses com C para as afirmativas corretas e E para as afirmativas</p><p>erradas.</p><p>( ) A revolta do Forte de Copacabana em 1922 foi a primeira revolta tenentista. Foi liderada por</p><p>18 tenentes que, reunindo uma tropa de aproximadamente 300 homens, decidiram agir contra o</p><p>governo e impedir a posse do presidente Artur Bernardes.</p><p>( ) A Coluna Prestes foi liderada pelo jovem capitão do exército, Luís Carlos Prestes, que ficou</p><p>conhecido como o cavaleiro da esperança.</p><p>( ) A Semana de Arte Moderna de 1922 foi um movimento realizado na cidade de São Paulo, entre</p><p>os dias 11 e 18 de fevereiro.</p><p>( ) As Revoltas Messiânicas têm como dois principais exemplos de messianismo os movimentos de</p><p>Canudos e do Contestado.</p><p>A sequência correta quantos os movimentos da década de 1920 é:</p><p>a) C, C, E, C b) C, E, C, C c) E, C, C, E d) C, E, C, E e) C, C, C, E</p><p>Comentários:</p><p>A década de 1920 é um período de grandes transformações no Brasil. O país continuava o</p><p>processo de industrialização promovida pelos lucros do café, que ganhavam novo impulso com</p><p>a eclosão da Primeira Guerra Mundial (1914-1918). Como o conflito fez com que as economias</p><p>europeias voltassem sua produção para a indústria bélica, o Brasil se viu privado de vários</p><p>produtos exportados do continente. Com isso, novos ramos na indústria surgem para suprimir a</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 18 – HB: Brasil Republicano I</p><p>142</p><p>152</p><p>AULA 18: HB: Brasil Republicano I</p><p>demanda interna por esses produtos, processo chamado por muitos historiadores de substituição</p><p>de importações.</p><p>Apesar disso, o café continuava a ser o eixo das políticas econômicas conduzidas pelo governo</p><p>federal, o que não deixou de gerar certos atritos entre a oligarquia cafeeira e a burguesia</p><p>industrial. Isso se explica devido aos interesses distintos mantidos por esses grupos: enquanto</p><p>para o primeiro a desvalorização da moeda era algo interessante, afinal tornava as sacas de café</p><p>mais acessíveis no mercado internacional, para os industriais isso encarecia o maquinário</p><p>importado para suas indústrias no Brasil. Em 1992, acontecimentos como a fundação do Partido</p><p>Comunista Brasileiro (PCB), o surgimento do Tenentismo e a organização da Semana da Arte</p><p>Moderna modificaram todo o cenário nacional. Sobre esses movimentos;</p><p>1. Correto. Ela faz parte do que ficou conhecido como Tenentismo. A primeira tentativa dos</p><p>tenentes de tomarem o poder, se deu por meio da Revolta dos 18 do Forte de Copacabana, em</p><p>julho de 1922. Neste episódio, 28 oficiais resistiram às tropas do governo federal, até finalmente</p><p>saírem em marcha pela Avenida Atlântica, no Rio de Janeiro. Dez deles desistiram no meio do</p><p>caminho, enquanto os outros 18 prosseguiram pela orla, mesmo recebendo tiros das tropas</p><p>federais. Ao final, sobreviveram somente dois tenentes: Siqueira Campos e Eduardo Gomes.</p><p>2. Correto. Entre 1925 e 1927, rebeldes tenentistas percorreram o Brasil sob a liderança de Luís</p><p>Carlos Prestes e Miguel Costa, defendendo a “moralização da República” – ou seja, uma série</p><p>de reformas voltadas para a transformação do país, como a reforma do ensino público e a</p><p>instituição do voto secreto. Nos 25 mil quilômetros percorridos pela Coluna Prestes / Miguel</p><p>Costa, por vezes foram recebidos com euforia pela população local, em outras, davam de cara</p><p>com jagunços de coronéis, enviados para combatê-los. Em 1927, os membros da coluna se</p><p>refugiam na Bolívia, fugindo da repressão exercida pelas tropas do governo federal, forças</p><p>estaduais e capangas das oligarquias locais. O grande saldo do movimento foi o prestígio político</p><p>e militar conquistado por Luís Carlos Prestes.</p><p>3. Correto. A arte brasileira anteriormente voltada para a mera reprodução de tendências</p><p>externas passava por transformações dos padrões vigentes, com o objetivo de alcançar</p><p>produções que formassem uma arte genuinamente nacional. Entre os dias 11 e 18 de fevereiro</p><p>de 1922, o Teatro Municipal foi palco da Semana da Arte Moderna, marco inaugural do</p><p>Modernismo no Brasil e que contou com a participação inúmeros intelectuais e artistas como</p><p>Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Tarsila do Amaral, Anita Malfatti, Di Cavalcanti, Victor</p><p>Brecheret e Heitor Villa-Lobos. Esse foi um movimento inspirado nas vanguardas artísticas</p><p>europeias (futurismo, cubismo e o expressionismo), mas que se propunha a aproveitar somente</p><p>as influências que convinham à arte nacional.</p><p>4. Errado. Os dois eventos foram movimentos messiânicos,</p><p>porém, nenhum deles ocorreu na</p><p>década de 1920. A Guerra de Canudos ocorreu entre 1896 e 1897 e a Guerra do Contestado</p><p>entre 1912 e 1916.</p><p>Portanto, a resposta correta é a letra E.</p><p>Gabarito: E</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 18 – HB: Brasil Republicano I</p><p>143</p><p>152</p><p>AULA 18: HB: Brasil Republicano I</p><p>(UNCISAL 2018)</p><p>No Brasil pós-abolição, na virada do século XIX para o século XX, um conjunto de teorias</p><p>raciais foi elaborado pelos intelectuais da época com o intuito de explicar a formação</p><p>nacional brasileira. Dentre as teorias elaboradas, a que mais ganhou destaque nesse</p><p>momento foi a do médico Raymundo Nina Rodrigues (1862-1906), que afirmava a</p><p>determinação da hereditariedade biológica sobre as instituições sociais da nação brasileira.</p><p>É correto afirmar que uma das consequências desse tipo de pensamento se manifestou</p><p>(A) na política do branqueamento da população brasileira e na adoção de mão de obra de</p><p>origem imigrante europeia na lavoura brasileira no início do século XX.</p><p>(B) no estabelecimento de ações afirmativas e na criação de cotas para a população negra</p><p>no serviço público, durante toda a vigência da Primeira República.</p><p>(C) na defesa do africanismo como sistema cultural brasileiro, amplamente difundido no</p><p>sistema escolar da época.</p><p>(D) no desenvolvimento das chamadas epistemologias do sul no pensamento filosófico</p><p>produzido no Brasil no final do Segundo Império.</p><p>(E) na produção de um código civil segregacionista, instaurando oficialmente o apartheid em</p><p>todo o Brasil a partir da Proclamação da República.</p><p>Comentários:</p><p>As ideias racialistas desembarcam no Brasil na segunda metade do século XIX. Findada a</p><p>escravidão, o abismo de condições existente entre negros e brancos na época não era</p><p>considerado resultante de questões sociais, mas sim de diferenças biológicas existentes entre as</p><p>“raças”. Muitos antropólogos, criminalistas, juristas e outros intelectuais, acreditavam que o</p><p>grande entrave para que o país orbitasse ao lado das demais potências civilizadas era o fato de</p><p>o Brasil ser um país de mestiço. Contudo, alguns deles acalentavam a esperança de que por essa</p><p>mistura, a raça superior – no caso, a branca – prevaleceria a longo prazo, e com isso, a população</p><p>seria embranquecida. Essa ideologia compõe a chamada Teoria do Embranquecimento. Essa</p><p>teoria é decorrente do evolucionismo e do darwinismo social trazidas da Europa. Assim sendo,</p><p>elas atribuem a ideia de hierarquia entre os povos com base no pensamento científico da época.</p><p>Sobre as consequência desse pensamento está:</p><p>a) Correto. A política de embranquecimento da população brasileira é um processo que já ocorria</p><p>desde o Segundo-Reinado, quando D. Pedro II começa a incentivar a vinda de imigrantes para o</p><p>Brasil, após a abolição do tráfico negreiro, em 1848 e, principalmente depois da abolição da</p><p>escravatura em 1888, com a Lei Aurea. O período republicano se inicia precisando resolver o</p><p>problema do trabalho no país. Esse período foi marcado pelo crescimento da teoria em que o</p><p>homem branco era colocado como o ser mais evoluído entre todas as raças. Com base nisso, os</p><p>governos brasileiros passaram a incentivar mais ainda a vinda de imigrantes de diversas partes</p><p>do mundo para substituir a mão-de-obra dos ex-escravos, que eram vistos como inferiores e</p><p>marginalizados pelos grupos políticos dominantes.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 18 – HB: Brasil Republicano I</p><p>144</p><p>152</p><p>AULA 18: HB: Brasil Republicano I</p><p>b) Incorreto. As ações afirmativas e as cotas para negros no serviço público só foram surgir já no</p><p>século XXI, durante os governos de Lula e Dilma.</p><p>c) Incorreto. Nessa época era defendido a ampliação da cultura branca, vista como superior pelos</p><p>grupos políticos da época.</p><p>d) Incorreto. As epistemologias do Sul não são pensamentos filosóficos do período mencionado</p><p>na alternativa. Ele é posterior a este momento e diferente do comentado no enunciado.</p><p>e) Incorreto. Não foi promovido um Apartheid no Brasil, porém a população negra foi colocada</p><p>à margem da sociedade brasileira.</p><p>Gabarito: A</p><p>(UNCISAL 2018)</p><p>Sobre a imigração para o Brasil, assinale a alternativa correta.</p><p>(A) É um fenômeno típico do final do século XX e início do século XXI com a chegada de</p><p>contingente populacional vindo da África e da América central para o Brasil.</p><p>(B) A imigração Síria para o Brasil tem um fluxo expressivo desde o final do século XIX.</p><p>(C) O governo incentivou a imigração japonesa para o Brasil no final do século XIX, porém,</p><p>posteriormente, o governo japonês proibiu a vinda de japoneses para o Brasil devido à situação</p><p>de maus tratos que eles sofriam, por conta da mentalidade escravocrata dos senhores de café</p><p>brasileiro.</p><p>(D) No final do século XIX e início do século XX, o governo brasileiro incentivou a entrada de</p><p>imigrantes europeus, devido à necessidade de mão de obra qualificada para substituir o trabalho</p><p>da mão de obra negra escravizada, o que fez com que milhares de italianos e alemães viessem</p><p>para o Brasil.</p><p>(E) Os imigrantes que chegam em território brasileiro são bem-vindos devido à cordialidade</p><p>nacional, independentemente desses estrangeiros terem origem em países pobres ou ricos. Isso</p><p>faz com que o Brasil não tenha casos de xenofobia.</p><p>Comentários:</p><p>A imigração para o Brasil ocorre desde os tempos de Brasil Colônia, primeiro com a vinda</p><p>dos europeus e depois com a introdução da mão-de-obra negra no trabalho escravo brasileiro.</p><p>Depois, durante a segunda metade do século XIX, com a eminência da abolição da escravatura,</p><p>os governos brasileiros passaram a incentivar a vinda de imigrantes europeus e de outras partes</p><p>do mundo para trabalharem no Brasil. Sobre esses fluxos migratórios, vejamos o correto:</p><p>a) Incorreto. É um fenômeno típico do final do século XIX e início do século XX, com a chegada</p><p>de um enorme contingente populacional vindo da Europa.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 18 – HB: Brasil Republicano I</p><p>145</p><p>152</p><p>AULA 18: HB: Brasil Republicano I</p><p>b) Incorreto. O fluxo de imigrantes sírios no Brasil é constante desde o final do século XIX, na</p><p>maioria das vezes motivadas por conflitos no Oriente Médio, porém ele não é muito expressivo.</p><p>c) Incorreto. O governo japonês não proibiu a vinda dos seus habitantes ao Brasil. Pelo contrário,</p><p>a comunidade japonesa no país só aumentou durante o século XX.</p><p>d) Correto. A população negra não foi inserida no mercado de trabalho brasileiro mesmo após o</p><p>fim da escravidão. Pelo contrário foi excluída e substituída pela força de trabalho imigrante, vinda</p><p>principalmente da Europa.</p><p>e) Incorreto. Primeiro ponto, a “cordialidade nacional” varia muito dependendo da origem dos</p><p>imigrantes e a sociedade brasileira possuiu um racismo estrutural que fez com que o país ganhasse</p><p>a falsa fama de não ter casos de xenofobia, quando na verdade ela é velada e naturalizada.</p><p>Gabarito: D</p><p>(UNEB 2018)</p><p>As palavras que ficam no centro da bandeira do Brasil são conhecidas de todos. Mas nem</p><p>sempre se sabe de onde elas vêm. “Ordem e Progresso” é o lema do positivismo, escola</p><p>sociológica fundada por Auguste Comte (1798–1857), no século XIX, na França. O</p><p>positivismo teve seus adeptos entre os republicanos brasileiros, sobretudo militares, que</p><p>conseguiram deixar seu lema bordado de verde, amarelo, azul e branco. Desde então,</p><p>algumas ideias positivistas tornaram-se dominantes no Brasil, presentes não apenas nos</p><p>cérebros e nas ações dos donos do poder, mas também aceitas e praticadas</p><p>inconscientemente pela maioria da população, a ponto de integrarem o senso comum –</p><p>entendido como ideias gerais incorporadas por quase todos, de modo que quem diverge</p><p>aparece como exceção, destoa do conjunto. (RIDENTE. 2011. p. 9).</p><p>O positivismo influenciou diversos eventos históricos, tanto na Europa do século XIX quanto</p><p>no Brasil, como se pode inferir</p><p>01) nos ideais políticos dos jacobinos, durante o processo da Revolução</p><p>Francesa, defensores</p><p>de manutenção da ordem aristocrática como elemento para a garantia do progresso francês,</p><p>fundamental para a democratização da sociedade e o progresso econômico da nação.</p><p>02) no processo de colonização africana que, sustentada pelo princípio do multiculturalismo,</p><p>buscava a integração cultural entre os povos europeus e os africanos como elemento de</p><p>estabelecimento da dominação política harmoniosa e pacífica.</p><p>03) na imposição do modelo civilizatório branco, europeu e cristão, considerado superior,</p><p>associado à perseguição às manifestações dos grupos afro-indígenas, vistos como</p><p>culturalmente atrasados, e que também contribuiu para a eclosão da Revolta da Vacina no</p><p>Brasil.</p><p>04) nas concepções marxistas e leninistas, presentes no Partido Bolchevista russo, durante o</p><p>processo revolucionário de 1917, defensoras de uma aliança de classe entre o proletariado</p><p>e a burguesia para a derrubada do regime czarista e a transição pacífica ao socialismo.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 18 – HB: Brasil Republicano I</p><p>146</p><p>152</p><p>AULA 18: HB: Brasil Republicano I</p><p>05) no desenvolvimento do espírito nacionalista e republicano defendido por Getúlio Vargas,</p><p>durante o Estado Novo, que o via como elemento fundamental para o progresso da</p><p>sociedade e o estabelecimento de uma ordem que impedisse totalmente a influência</p><p>estrangeira no país, cultural ou econômica.</p><p>Comentários:</p><p>Sobre o Positivismo, ele influenciou fortemente as sociedades europeias e americanas durante o</p><p>final do século XIX e início do século XX. Alguns reflexos desse pensamento estão presentes na</p><p>alternativa:</p><p>01) Incorreto. Os jacobinos são um dos grupos políticos que promoveram a Revolução Francesa</p><p>no final do século XVIII. Nessa época o Positivismo ainda não havia sido criado.</p><p>02) Incorreto. O processo de colonização da África não sustentado por princípios</p><p>multiculturalistas e sim princípios etnocêntricos, em que a cultura branca europeia estava acima</p><p>de todas as outras culturas mundiais.</p><p>03) Correto. A Revolta da Vacina foi um conflito ocorrido no Rio de Janeiro em 1904, ocasionado</p><p>por uma política de saúde implementada por Oswaldo Cruz, médico sanitarista, durante o</p><p>governo Rodrigues Alves. Nessa época, a capital brasileira sofria com grandes surtos de varíola,</p><p>febre amarela e peste bubônica e para combater essas doenças, o Governo Federal obrigou a</p><p>vacinação a toda a população da cidade, não informando adequadamente grupos sociais mais</p><p>pobres, que viviam em cortiços no centro da capital brasileira. Assim, a invasão dessas</p><p>propriedades, feita por médicos com o apoio das forças policiais causou medo, caos e revolta na</p><p>população. Alguns jornais criticaram a imposição da vacinação. Muitas das famílias que ali viviam,</p><p>eram formadas por ex-escravos, abandonados a margem da sociedade carioca após a abolição</p><p>da escravidão.</p><p>04) Incorreto. O Marxismo e o Positivismo são correntes sócio-históricas opostas que surgiram</p><p>durante o século XIX. O positivismo não influenciou a Revolução Russa.</p><p>05) Incorreto. O Estado Novo (1937-1945) de Vargas não possui elementos positivistas como o</p><p>visto durante a República da Espada (1889-1994).</p><p>Gabarito: 03</p><p>(UNEB 2019)</p><p>A questão racial e a luta contra a discriminação estiveram presentes em diversos movimentos</p><p>sociais, no decorrer da história brasileira, como se verificou no âmbito da</p><p>01) Revolta da Chibata.</p><p>02) Revolta Farroupilha.</p><p>03) Inconfidência Mineira.</p><p>04) Sabinada.</p><p>05) Revolta de Vila Rica.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 18 – HB: Brasil Republicano I</p><p>147</p><p>152</p><p>AULA 18: HB: Brasil Republicano I</p><p>Comentários:</p><p>A questão racial, nos primeiros ano da República era tratada como um problema biológico</p><p>e social a ser superado. A negritude era considerada elemento nocivo para a formação da</p><p>sociedade brasileira. Assim, do ponto de vista histórico e sociológico, raça e classe constituíram</p><p>dois elementos combinados que atuaram como constrangedores de integração social e política</p><p>dos grupos sociais negros e mestiços. A igualdade jurídica da Constituição de 1891 ficou</p><p>esvaziada de sentido. Essa ideologia, ao se impregnar nas relações sociais e no modo como o</p><p>Estado se organizou, nessas primeiras décadas, acabou por gerar uma cultura racista.</p><p>Evidentemente, o racismo também se constituiu como mais um ponto de tensão e conflito</p><p>durante a República Oligárquica, como o visto na:</p><p>01) Correto. Ela ocorreu devido a um descontentamento dos marinheiros com relação aos</p><p>castigos corporais na Marinha. Essa prática era comum desde os tempos do Império. A maior</p><p>parte dos marujos eram negros, porém após a abolição da escravidão, esses grupos passaram a</p><p>reivindicar melhores condições de trabalho e fim dos maus tratos. A rebelião de 1910 no Rio de</p><p>Janeiro foi duramente reprimida e seu líder, João Candido, o Almirante Negro, foi preso e</p><p>expulso da Instituição.</p><p>02) Incorreto. Foi uma revolta feita pela elite do Rio Grande do Sul, durante o período regencial.</p><p>Não envolveu a questão racial.</p><p>03) Incorreto. Foi um conflito ocorrido na região de Minas Gerais e seus motivos estavam ligados</p><p>a independência do Brasil.</p><p>04) Incorreto. A Sabinada foi um conflito separatista durante o Período Regencial na região da</p><p>Bahia. Seus líderes queriam implementar um governo republicano e se separar do restante do</p><p>país.</p><p>05) Incorreto. Essa revolta foi gerada pelo aumento de impostos da coroa Portuguesa, ao ouro</p><p>encontrado na região de Vila Rica em Minas Gerais durante o Período Colonial.</p><p>Gabarito: 01</p><p>(URCA 2020)</p><p>“A década de 1890 foi, no Brasil, convulsionada pelo fim da escravidão, a chegada de</p><p>milhares de imigrantes sem imunidade, as turbulências econômicas e políticas subsequentes</p><p>à Proclamação da República. A febre amarela alastrou-se por diversas cidades do interior,</p><p>reforçando o partido dos que julgavam contagiosa, capaz de viajar longas distâncias em</p><p>navios e trens. O caso exemplar desse modo de ver foi o do presidente da província do</p><p>Ceará, Antonio Caio da Silva Prado, que teria sido fulminado pela febre amarela em 25 de</p><p>maio de 1889, depois de abrir cartas e jornais vindo de Campinas, onde grassava uma</p><p>epidemia” (FRANCO, Sebastião Pimentel; NASCIMENTO, Dilene Raimundo do; SILVEIRA,</p><p>Anny Jackeline Torres. Uma História Brasileira das Doenças. Belo Horizonte, MG: Fino Traço,</p><p>2018, p. 15).</p><p>Sobre os acontecimentos destacados no texto acima, assinale a única alternativa correta:</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 18 – HB: Brasil Republicano I</p><p>148</p><p>152</p><p>AULA 18: HB: Brasil Republicano I</p><p>A) A abolição da escravidão e, consequentemente, a migração dos “novos livres”, mas</p><p>infectados, ampliou o alastramento da febre amarela, uma vez que é transmitida de pessoa</p><p>para pessoa, de forma direta;</p><p>B) Os imigrantes europeus vindos, principalmente de regiões ricas, industrializadas,</p><p>desenvolvidas e com amplo emprego, se tornaram presa fácil da febre amarela, uma vez que</p><p>os mosquitos transmissores da doença tinham sido plenamente eliminados no velho</p><p>continente desde o fim da epidemia do início do século XIX;</p><p>C) Os antigos escravos e seus descentes e os imigrantes pobres das grandes cidades,</p><p>principalmente Rio de Janeiro, no final do século XIX, dificilmente eram acometidos pela</p><p>febre amarela uma vez que a República, com as reformas urbanas, melhorou suas condições</p><p>de vida, principalmente de moradia;</p><p>D) Na mesma época dos acontecimentos narrados, estava em curso a partilha da África e a</p><p>formação dos modernos impérios europeus onde a malária, doença do sono e outras</p><p>patologias ameaçavam a sobrevivência dos colonizadores e nativos;</p><p>E) A narrativa da morte do presidente da província do Ceará não condiz com a verdade, uma</p><p>vez que o Ceará não sofreu as agruras de febre amarela, no final do século XIX, uma vez ser</p><p>a doença típica das grandes florestas, como a da Tijuca, no Rio de Janeiro, de Mata Atlântica;</p><p>Comentários:</p><p>O texto aborda as heranças da abolição da escravidão e a disseminação de doenças no</p><p>país. Sobre o primeiro assunto, nos primeiros anos da República, o Estado brasileiro tentou</p><p>apagar suas heranças escravocratas e excluir a população negra da sociedade brasileira. A</p><p>igualdade jurídica assegurada na Constituição de 1891 era artificial uma vez que as manifestações</p><p>culturais de origem africana eram limitadas e marginalizadas pelo Estado. Com isso, os negros</p><p>foram abandonados pelos governos brasileiros e passaram a viver de maneira miserável nos</p><p>centros das grandes cidades. Eles moravam em cortiços, em condições insalubres e as faltas de</p><p>medidas públicas sanitárias para rever essa situação culminou na proliferação de inúmeras</p><p>doenças nesse período.</p><p>Assim, a resposta que relaciona com o destacado é:</p><p>a) Incorreto. A transmissão da febre amarela acontece de maneira indireta por meio de mosquitos</p><p>em áreas de mata.</p><p>b) Incorreto. Nunca ocorreu um surto de febre amarela na Europa.</p><p>c) Incorreto. As reformas urbanas e sanitárias no Rio de Janeiro só começaram a partir de 1902,</p><p>durante o governo de Rodrigues Alves. Nessa época a capital brasileira sofria com as péssimas</p><p>condições de habitação de sua população mais humildes e com os surtos de varíola e febre</p><p>amarela.</p><p>d) Correto. A partilha da África ocorreu em 1884/1885 durante a Conferência de Berlim. Nessa</p><p>época, os grandes impérios internacionais descobriram uma doença que começava a matar</p><p>muitas pessoas em países tropicais, era a malária.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 18 – HB: Brasil Republicano I</p><p>149</p><p>152</p><p>AULA 18: HB: Brasil Republicano I</p><p>e) Incorreto. O Brasil nessa época passava por um surto de febre amarela que se alastrava tanto</p><p>em áreas urbanas quanto em áreas de mata.</p><p>Gabarito: D</p><p>(URCA 2020)</p><p>“Rodrigues Alves assumiu o governo vendo o seu antecessor sair do Rio sob imensa vaia</p><p>popular que ecoava ao longo das estações suburbanas da Central” (CARVALHO, José Murilo</p><p>de. Os Bestializados: o Rio de Janeiro e a República que não foi. São Paulo: Companhia das</p><p>Letras, 1987, p. 92.)</p><p>Sobre o período dos dois governos destacados, assinale a única alternativa correta:</p><p>A) O governo de Campos Sales foi de investimentos públicos e crescimento econômico, com</p><p>baixa inflação e ampliação do meio circulantes e baixa nos impostos, principalmente sobre</p><p>os produtos de exportação;</p><p>B) Rodrigues Alves, um darwinista social, elevou o câmbio e produziu superávit orçamentário</p><p>sob forte resistência e insatisfação que ia dos cafeicultores aos operários urbanos, banqueiros</p><p>e comerciantes;</p><p>C) Campos Sales se destacou pelo intenso programa de construção de obras públicas com</p><p>capital estrangeiro o que garantiu a estabilidade econômica, mas a Política dos</p><p>Governadores lhe gerou muita insatisfação por parte da população;</p><p>D) O governo de Rodrigues Alves foi marcado, dentre outros aspectos, pelas reformas</p><p>urbanas no Rio de Janeiro, tendo como parceiro o engenheiro Pereira Passos, nomeado</p><p>prefeito com amplos poderes;</p><p>E) Oswaldo Cruz, diretor do Serviço de Saúde durante o governo de Campos Sales, enfrentou</p><p>a febre amarela por meio da extinção dos mosquitos e pelo isolamento dos doentes em</p><p>hospitais.</p><p>Comentários:</p><p>Campos Sales e Rodrigues Alves foram um dos primeiros presidentes da República</p><p>brasileira. Foram o segundo e terceiro civis a comandar o cargo de chefe máximo de governo e</p><p>do Estado brasileiro. Seus mandatos foram marcados por:</p><p>a) Incorreto. Os reflexos da crise econômica que afligiam o país desde o Encilhamento fez com</p><p>que o Governo de Campos Sales, por meio do Ministro da Fazenda, Joaquim Murtinho fechasse</p><p>um acordo com o banco britânico London & River Plate Bank, para que este suspendesse a dívida</p><p>externa do Brasil, além de oferecer um empréstimo de 10 milhões de libras esterlinas ao país.</p><p>Em troca disso, o Governo brasileiro restringiria os gastos públicos a fim de combater a inflação</p><p>e devolveria o dinheiro após o país se recuperar.</p><p>b) Incorreto. O presidente Rodrigues Alves alcançou o posto de chefe máximo do executivo</p><p>brasileiro com o apoio das elites paulistas e mineiras (principais forças políticas desse momento).</p><p>Em seu governo implementou-se a “política de valorização do preço do café”, em que o Governo</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 18 – HB: Brasil Republicano I</p><p>150</p><p>152</p><p>AULA 18: HB: Brasil Republicano I</p><p>Federal se comprometia em “socializar as perdas” do excedente produtivo do café. Nessa época,</p><p>o principal produto comercial brasileiro sofria com uma crise de superprodução, então essa</p><p>medida fez com que o excesso fosse comprado pelo Estado brasileiro a fim de amenizar a perda</p><p>dos cafeicultores.</p><p>c) Incorreto. Campos Sales cortou os investimentos em obras públicas com o intuito de diminuir</p><p>a inflação. Além disso, a política dos governadores foi bem aceita pela elite brasileira, uma vez</p><p>que não afetava negativamente os interesses das classes dominantes.</p><p>d) Correto. Pereira Passos era um homem de confiança de Rodrigues Alves. Ele foi nomeado</p><p>prefeito do Rio de Janeiro e deu início a uma política que ficou conhecida como “bota-abaixo”,</p><p>em que cortiços eram destruídos para dar lugar a largas avenidas, com majestosos edifícios, belos</p><p>jardins e praças arborizadas.</p><p>e) Incorreto. Oswaldo Cruz foi o diretor do Serviço de Saúde durante o governo de Rodrigues</p><p>Alves. O combate à doença se deu por meio de uma ampla reforma sanitária e urbana e pela</p><p>modernização dos portos brasileiros.</p><p>Gabarito: D</p><p>(UVA 2018)</p><p>O fenômeno que se convencionou chamar de Encilhamento resultou:</p><p>a) de um movimento revolucionário eclodido no Rio Grande do Sul durante o Governo</p><p>Provisório.</p><p>b) da introdução de imigrantes europeus em São Paulo.</p><p>c) da política econômica do novo regime republicano, formulada por Rui Barbosa.</p><p>d) da primeira crise de superprodução do café.</p><p>Comentários:</p><p>O Encilhamento foi uma crise econômica dos primeiros anos da República, enfrentada</p><p>pelo governo Deodoro da Fonseca. Ela gerou uma grande turbulência em função da política</p><p>econômica conduzida pelo ministro da Fazenda, Rui Barbosa. A fim de estimular a</p><p>industrialização do país, o governo permitiu a emissão desenfreada de papel moeda e</p><p>facilitou crédito para investidores, mas obteve os resultados contrários ao esperado. Para</p><p>terem acesso aos recursos disponibilizados, muitos criaram empresas-fantasmas, ou seja,</p><p>empresas fictícias para receber dinheiro do Estado.</p><p>Mesmo sem produzir absolutamente nada, essas empresas tinham suas ações compradas na</p><p>Bolsa de Valores, contribuindo para que uma grave crise inflacionária assolasse o país. Como</p><p>a especulação no mercado financeiro se tornou febre no período, muitos compararam os</p><p>acionistas a apostadores em corridas de cavalos, o que tornou a política econômica</p><p>conhecida como Encilhamento – nome dado ao arreamento dos cavalos.</p><p>Assim, a resposta correta é a alternativa:</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 18 – HB: Brasil Republicano I</p><p>151</p><p>152</p><p>AULA 18: HB: Brasil Republicano I</p><p>a) Incorreto. O encilhamento foi uma crise atravessada pelos governos militares no início do</p><p>período republicano.</p><p>b) Incorreto. Não tem nenhuma relação com esse fenômeno.</p><p>c) Correto. O assunto tratado no enunciado ocorreu durante o Governo de Marechal</p><p>Deodoro (1889-1891), primeiro presidente republicano do Brasil. Rui Barbosa foi o seu</p><p>Ministro da Fazenda responsável pela política econômica fracassada deste período.</p><p>d) Incorreto. A primeira crise de superprodução do café ocorreu durante o governo</p><p>Rodrigues Alves, em 1906, e para reverter a situação o Estado brasileiro passou a promover</p><p>a “Política de valorização do preço do café”, para amenizar as perdas dos cafeicultores.</p><p>Gabarito: C</p><p>(UVA 2020)</p><p>As pandemias são parte da história da humanidade. No Brasil, o presidente Rodrigues Alves</p><p>foi uma das vítimas da Gripe Espanhola, a maior pandemia do século</p><p>XX, que matou mais</p><p>gente do que a guerra que ocorria.</p><p>A guerra de que se fala era:</p><p>a) Primeira Guerra Mundial.</p><p>b) Guerra Fria</p><p>c) Segunda Guerra Mundial.</p><p>d) Guerra do Golfo.</p><p>Comentários:</p><p>As pandemias sempre estiveram presente na sociedade humana. Desde os tempos mais</p><p>antigos até os modernos, a humanidade aprendeu a conviver com doenças potencialmente</p><p>mortíferas e que se tinha pouco conhecimento. Um exemplo disso foi a Peste Bubônica,</p><p>conhecida também como a “Peste Negra”, ela dizimou um terço de toda a população europeia</p><p>do período final do Medievo. Outro exemplo é a gripe espanhola, que durante os anos de 1918</p><p>e 1919 matou milhões de pessoas em todos os continentes. Ela ocorreu em meio:</p><p>a) Correto. Essa guerra ocorreu durante os anos de 1914 a 1918, justamente o período em que</p><p>a gripe espanhola se espalhou pelo mundo.</p><p>b) Incorreto. A Guerra Fria só ocorreria quase 30 anos após essa pandemia.</p><p>c) Incorreto. O segundo maior conflito bélico mundial não aconteceu na mesma época que surgiu</p><p>a gripe espanhola.</p><p>d) Incorreto. A Guerra do Golfo se desenrolou mais de 50 anos depois do surgimento do vírus</p><p>mortal mencionado no enunciado.</p><p>Gabarito: A</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 18 – HB: Brasil Republicano I</p><p>152</p><p>152</p><p>AULA 18: HB: Brasil Republicano I</p><p>11. CONSIDERAÇÕES FINAIS</p><p>Queridos, minha mãe me falava umas coisas que eu carrego para minha vida. As vezes</p><p>compartilho. Uma delas era: Ninguém pode atrasar quem veio para vencer!!! Nem sei de onde ela</p><p>tirou isso, mas eu carreguei comigo como amuleto. Compartilho com vocês, pois tenho certeza</p><p>que nesse momento vocês estão dando seu melhor!</p><p>E não esquece: cada dia, cada hora, cada minuto que você se envolve com a tarefa de</p><p>adquirir mais conhecimento, gravar mais uma informação, colar mais um post it é uma riqueza</p><p>infinita. Ninguém tira de você aquilo que está acumulado: o seu capital cultural. S2</p><p>Não esqueça do mantra: Não existe solução mágica, mas existem estratégias que, se utilizadas</p><p>com afinco e dedicação, podem realizar sonhos. Nós estamos JUNTOS nesse caminho!!! Contem</p><p>comigo, meus querida e querido alunos.</p><p>Utilize o Fórum de Dúvidas. Eu responderei suas perguntas com esmero.</p><p>E não se esqueça de que não existe dúvida boba. Quanto mais você pergunta,</p><p>mais conversamos e mais você sintetiza o conteúdo, certo!</p><p>Também me procure nas redes sociais. Lá tem dicas preciosas para te</p><p>ajudar na sua preparação.</p><p>Um grande abraço estratégico,</p><p>Alê Lopes</p><p>AULA 18: HB: Brasil Republicano I</p><p>Floriano Peixoto. Na política, militares florianistas e o seu próprio vice conspiravam pelo fracasso</p><p>do governo.</p><p>A capital viveu dias de angústia a partir da posse de Manuel Vitorino, que substituiu</p><p>Prudente após o seu afastamento. Nesse período, uma guerra começa a ser travada entre o poder</p><p>central e habitantes de Canudos, um distante arraial formado no sertão baiano, mas que a partir</p><p>do conflito passa a ser conhecido por todo o país. Veremos esse assunto ainda nesta aula, em</p><p>capítulo específico.</p><p>Após a vitória em Canudos, as</p><p>tropas federais foram recebidas por</p><p>Prudente de Morais e uma grande</p><p>comitiva no Rio de Janeiro. Em meio às</p><p>comemorações, ouviu-se do meio da</p><p>multidão vivas a Floriano Peixoto e</p><p>Manuel Vitorino. Era Marcelino Bispo de</p><p>Mello, florianista do 10º Batalhão do</p><p>Exército. Rapidamente, o praça sacou</p><p>uma pistola e apertou o gatilho várias</p><p>vezes, falhando em todas elas.</p><p>O presidente aproveitou para se</p><p>esquivar da arma com a cartola,</p><p>enquanto o atacante retirava um punhal</p><p>para deferir-lhe um golpe. Acabou por ferir mortalmente o marechal Bittencourt, líder da</p><p>campanha em Canudos, que se colocou à frente de Prudente de Morais.</p><p>Após o atentado, o Presidente decretou estado de sítio, aproveitando-se para fechar</p><p>organizações florianistas. Os adversários já não iam bem das pernas, afinal o próprio Floriano já</p><p>havia falecido em junho de 1895, o que fez com que o florianismo perdesse sua razão de existir.</p><p>Prudente de Morais passou a gozar de ampla popularidade a partir do trágico episódio, e</p><p>governou sem grandes contratempos até o final de seu mandato, em novembro de 1898. Para</p><p>muitos historiadores, seu governo representou o início da República Oligárquica, período no qual</p><p>o poder permaneceu concentrado nas mãos de um restrito grupo de mandatários, boa parte deles</p><p>pertencentes à elite cafeeira do país. Outros estudiosos tendem a considerar o final do seu</p><p>mandato como o fim do período de consolidação da República, que como vimos, esteve sob</p><p>constante disputa por vários atores políticos a partir de 1889.</p><p>3.1 - ARQUITETURA DE PODER NA REPÚBLICA OLIGÁRQUICA</p><p>Em 1898, quando o paulista Campos Sales assumiu a cadeira presidencial, dois desafios se</p><p>impunham à sua função:</p><p>solucionar a crise econômica, que ainda amargava os efeitos do encilhamento;</p><p>acalmar os ânimos políticos, evitando conflitos durante o exercício do poder.</p><p>Representação do atentado contra Prudente de Morais, por Ângelo</p><p>Agostini. Revista Dom Quixote, 1897.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 18 – HB: Brasil Republicano I</p><p>17</p><p>152</p><p>AULA 18: HB: Brasil Republicano I</p><p>Para sanar as finanças públicas, o presidente designou como Ministro da Fazenda Joaquim</p><p>Murtinho, responsável pela implantação de uma política econômica que ficou conhecida como</p><p>funding loan. Tal como foi feito na Argentina, um emissário da London & River Plate Bank (um</p><p>banco inglês) ofereceu a suspensão temporária do pagamento da dívida externa do Brasil, que</p><p>também receberia um empréstimo de 10 milhões de libras esterlinas. Em troca, o governo deveria</p><p>restringir os gastos públicos e combater a inflação, para que assim pudesse restituir o recurso</p><p>oferecido.</p><p>Caso isso não ocorresse, o governo garantia aos seus credores a possibilidade de recolher a receita</p><p>da Estrada de Ferro Central do Brasil, das alfândegas e do sistema de abastecimento de água do</p><p>Rio de Janeiro.</p><p>Para não passar pelos mesmos maus bocados que seu antecessor, Campos Sales implantou</p><p>a chamada Política dos Governadores, arranjo feito entre o governo federal e os governos</p><p>estaduais. A ideia era simples: o Presidente contava com os Presidentes dos estados para garantir</p><p>a eleição de deputados e senadores alinhados com o seu governo, o que restringia a possibilidade</p><p>de opositores alcançarem o poder. Em troca, ele garantiria recursos e favores aos estados, além</p><p>de não se envolver nos assuntos de cada estado.</p><p>Mas como o presidente de estado poderia garantir as eleições de políticos? Para entender</p><p>isso, é importante lembrar que o voto era aberto, o que abria margem para que as preferências</p><p>dos eleitores fossem manipuladas pelas elites políticas. Como o governo estadual não tinha a</p><p>possibilidade de garantir pessoalmente a eleição dos seus candidatos em todo o seu estado, ele</p><p>contava com o apoio dos “coronéis”, forma como eram denominados os chefes políticos dos</p><p>municípios.</p><p>Vale lembrar de que parte da população brasileira morava no interior do país, o que tornava</p><p>o coronel uma figura de grande prestígio político, fundamental para o funcionamento do acordo</p><p>entre o governo federal e os presidentes dos estados. Isso porque ele usava de toda a sua</p><p>influência para manipular os votos, a fim de garantir que fossem eleitos candidatos escolhidos</p><p>pelos governos federal e estaduais. Em troca, o Presidente de estado lhe concedia carta branca</p><p>para decidir todos os assuntos do município, chegando inclusive a indicar funcionários estaduais</p><p>para trabalhar em sua localidade.</p><p>Essa relação foi chamada por alguns historiadores de política de compromissos.</p><p>Tendo isso em conta, podemos dizer que o coronelismo é a base municipal que garante o</p><p>funcionamento da política dos governadores:</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 18 – HB: Brasil Republicano I</p><p>18</p><p>152</p><p>AULA 18: HB: Brasil Republicano I</p><p>Dizia-se que o coronel mantinha seus eleitores “no cabresto”, o que torna o sufrágio</p><p>conhecido neste período como voto de cabresto. Como não havia justiça eleitoral para fiscalizar</p><p>as eleições, as fraudes ocorriam a todo momento. Atas eleitorais eram adulteradas, incluindo votos</p><p>de cidadãos que não haviam comparecido, ou até mesmo que já haviam morrido. Urnas eram</p><p>roubadas a mando dos coronéis, e cédulas de votação, alteradas. Em alguns municípios, o número</p><p>de eleitores chegava a superar seu número de habitantes!</p><p>Se ainda assim um político desalinhado com o governo conseguisse vencer as eleições,</p><p>ainda restava outro instrumento de falsificação: a degola. Durante a Primeira República, a Câmara</p><p>dos Deputados dispunha de uma Comissão Verificadora dos Poderes, órgão responsável pelo</p><p>reconhecimento da vitória dos eleitos. Quando um parlamentar da oposição vencia, era bastante</p><p>comum que lhe fosse negada a diplomação, o que o impedia de tomar posse.</p><p>A combinação da política dos governadores com o coronelismo permitiu a elite cafeeira do</p><p>país consolidar-se no poder, eliminando as disputas eleitorais acirradas e a liberdade de escolha</p><p>dos cidadãos.</p><p>Mas Profe, como eram escolhidos os candidatos?</p><p>Olha querido e querida, imagina que cada estado do país como um ator político. Se</p><p>compreendermos assim, veremos que eles não se encontravam em nível de igualdade. Aqueles</p><p>que dispunham de maiores bancadas no Congresso e maior expressividade econômica tinham</p><p>maior força política que os demais, e com isso, maiores condições de lançarem candidatos de seus</p><p>estados. Nesse sentido, podemos destacar três atores: São Paulo, Minas Gerais e o Rio Grande</p><p>do Sul, os dois primeiros com maior número de ocupantes da cadeira presidencial durante a</p><p>República Oligárquica.</p><p>Apoio político em</p><p>períodos eleitorais.</p><p>Recursos</p><p>financeiros e</p><p>favores políticos</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 18 – HB: Brasil Republicano I</p><p>19</p><p>152</p><p>AULA 18: HB: Brasil Republicano I</p><p>O fato de São Paulo e Minas ocuparem tantas vezes</p><p>a presidência fez com que alguns historiadores</p><p>partissem do pressuposto de que havia um</p><p>revezamento entre ambos no poder, denominando</p><p>a relação entre eles de política do café com leite.</p><p>O “café” seria São Paulo, o maior produtor do grão</p><p>no período, enquanto o “leite” seria Minas, que</p><p>além de grande estado cafeicultor, também se</p><p>destacava na produção de laticínios.</p><p>Embora as oligarquias dos dois estados fossem compostas por cafeicultores, o que</p><p>teoricamente facilitaria</p><p>uma aliança, nem sempre chegavam a um acordo quanto ao seu candidato.</p><p>Com isso, em diversos momentos, Minas Gerais e São Paulo permaneceram em lados opostos nas</p><p>disputas presidenciais, sobretudo, nos momentos finais da República Velha.</p><p>(ENEM 2018)</p><p>E fui mostrar ao ilustre hóspede [o governador do Estado] a serraria, o descaroçador e o</p><p>estábulo. Expliquei em resumo a prensa, o dínamo, as serras e o banheiro carrapaticida. De</p><p>repente supus que a escola poderia trazer a benevolência do governador para certos favores</p><p>que eu tencionava solicitar.</p><p>— Pois sim senhor. Quando V. Exª. vier aqui outra vez, encontrará essa gente aprendendo</p><p>cartilha.</p><p>RAMOS, G. São Bernardo. Rio de Janeiro: Record, 1991.</p><p>O fragmento do romance de Graciliano Ramos dialoga com o contexto da Primeira República</p><p>no Brasil, ao focalizar o(a)</p><p>a) derrocada de práticas clientelistas.</p><p>b) declínio do antigo atraso socioeconômico.</p><p>c) liberalismo desapartado de favores do Estado.</p><p>d) fortalecimento de políticas públicas educacionais.</p><p>e) aliança entre a elite agrária e os dirigentes políticos.</p><p>Na charge, os estados de São Paulo e</p><p>Minas Gerais aparecem ao lado da cadeira</p><p>presidencial, enquanto os demais tentam alcançá-</p><p>los. Revista Careta, 29 de agosto de 1925.</p><p>Fonte: Biblioteca Nacional</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 18 – HB: Brasil Republicano I</p><p>20</p><p>152</p><p>AULA 18: HB: Brasil Republicano I</p><p>Gabarito: E</p><p>3.1.1 - Limites da cidadania na Primeira República</p><p>Apesar de abolir o critério censitário (comprovação de renda para votar), a continuidade</p><p>da exclusão dos analfabetos e das mulheres limitava drasticamente o número de indivíduos que</p><p>podiam gozar de direitos políticos. Para se ter uma ideia, tomemos como referência a população</p><p>total do Rio de Janeiro, capital federal: em 1890, 80% da população era marginalizada das</p><p>decisões políticas! O corpo de cidadãos fluminenses era composto basicamente por funcionários</p><p>públicos, que atendiam aos desígnios de seus patrões.</p><p>Mas se a exclusão do processo eleitoral era considerável, o número de abstenções – ou</p><p>seja, daqueles cidadãos que não compareciam para votar – também merece destaque. Dois</p><p>fatores contribuíam para isso: as fraudes eleitorais, que eram de conhecimento de todos, mostrava</p><p>que votar em um candidato de sua preferência era algo irrelevante se ele não caísse nas graças</p><p>das autoridades estaduais e federais. Ao mesmo tempo, votar era algo muito perigoso, afinal</p><p>capoeiras, capangas e notórios assassinos eram mantidos nos locais de votação por poderosos, a</p><p>fim de garantir a eleição do candidato de seu interesse.</p><p>Os partidos políticos também não suscitavam a participação dos cidadãos. Algumas</p><p>tentativas de formação de partidos operários e socialistas existiram, mas tiveram curta duração.</p><p>Também foram organizados “batalhões patrióticos” pelos florianistas, sepultados após a morte</p><p>de seu ídolo maior, Floriano Peixoto. Restavam apenas legendas estaduais, como o Partido</p><p>Republicano Paulista (PRP), Partido Republicano Mineiro (PRM), Partido Republicano Rio-</p><p>Grandense (PRRS), que reuniam todos os políticos de cada unidade da federação, dominados</p><p>pelos interesses das elites regionais.</p><p>Não é de se espantar que o povo encarasse o Estado como algo alheio às suas demandas,</p><p>o que o leva a ser indiferente a sua existência. Sem dispor de condições reais de interferir nos</p><p>rumos políticos do país, volta-se à vida privada. Devido a isso, são nas festas e na vida religiosa</p><p>onde se manifesta o espírito de comunidade, e não na esfera pública.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 18 – HB: Brasil Republicano I</p><p>21</p><p>152</p><p>AULA 18: HB: Brasil Republicano I</p><p>Jeca – Quanto mais andamos, mais nos</p><p>afastamos do castelo que queremos atingir.</p><p>A República – É porque nos induzem por</p><p>maus caminhos...</p><p>Na charge, o “Jeca”, que representa o</p><p>povo brasileiro, lamenta o caráter excludente da</p><p>República brasileira, cada vez mais distante do</p><p>ideal de democracia.</p><p>A cidadania, portanto, assume</p><p>sentidos distintos do que entendemos</p><p>hoje. Embora não buscassem espaço no</p><p>sistema político, os cidadãos reagiam</p><p>quando julgavam arbitrárias as decisões</p><p>do Estado. Vimos que isso existia desde o</p><p>Segundo Reinado, quando o povo se</p><p>revoltou contra a padronização dos pesos</p><p>e medidas (Revolta Quebra-Quilos) ou quando viraram bondes em protesto contra o aumento da</p><p>tarifa (Revolta do Vintém). Na Primeira República, essa “cidadania em negativo” – ou seja, essa</p><p>noção de que havia certos direitos sobre os quais o Estado não podia intervir – continua viva. Ela</p><p>está presente na Revolta da Vacina, episódio que veremos mais adiante.</p><p>Mulheres na Primeira República</p><p>Re</p><p>vi</p><p>st</p><p>a</p><p>C</p><p>ar</p><p>et</p><p>a,</p><p>18</p><p>s</p><p>et</p><p>. 1</p><p>92</p><p>6.</p><p>F</p><p>on</p><p>te</p><p>: B</p><p>ib</p><p>lio</p><p>te</p><p>ca</p><p>N</p><p>ac</p><p>io</p><p>na</p><p>l.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 18 – HB: Brasil Republicano I</p><p>22</p><p>152</p><p>AULA 18: HB: Brasil Republicano I</p><p>A transformação do regime não gerou grandes impactos na estrutura social do país, que como já</p><p>dissemos, era fundada no patriarcalismo. Em 1916, o Código Civil estabelecia que as mulheres</p><p>casadas eram relativamente incapazes, assim como menores de 21 anos e indígenas. O homem</p><p>era tido como o “chefe da família”, e por isso a mulher dependia de sua autorização para diversos</p><p>afazeres, incluindo trabalhar fora, receber herança e reivindicar direitos trabalhistas. Também era</p><p>garantido a ele o direito de fixar domicílio onde bem entendesse, e caso sua esposa se recusasse</p><p>a segui-lo, poderia ser acusada de abandono</p><p>do lar.</p><p>Apesar disso, diversas mulheres lutaram pela</p><p>expansão de seus direitos na Primeira</p><p>República, incluindo o direito de voto. Em</p><p>1910, a advogada Myrthes de Campos, a</p><p>primeira mulher a entrar na Ordem dos</p><p>Advogados do Brasil (OAB), fundou o Partido</p><p>Republicano Feminino, mas não conseguiu</p><p>ingressar na política. Anos depois, foi a vez da</p><p>professora Júlia Alves Barbosa reivindicar o</p><p>direito de voto na cidade de Natal (RN), o que lhe foi negado pelo fato de ser solteira.</p><p>Em 1927, a professora Celina Guimarães Viana</p><p>obteve o direito de voto na cidade de Mossoró</p><p>(RN), e fez um apelo ao Senado para que todas as mulheres também tivessem o mesmo direito.</p><p>No ano seguinte, Alzira Soriano se elege prefeita da cidade Lajes, e segundo o The New York</p><p>Times, foi a primeira mulher a governar um município na América Latina.</p><p>(Enem 2018)</p><p>Rodrigo havia sido indicado pela oposição para fiscal duma das mesas eleitorais. Pôs o</p><p>revólver na cintura, uma caixa de balas no bolso e encaminhou-se para seu posto. A chamada</p><p>dos eleitores começou às sete da manhã. Plantados junto da porta, os capangas do Trindade</p><p>ofereciam cédulas com o nome dos candidatos oficiais a todos os eleitores entravam. Estes,</p><p>em sua quase totalidade, tomavam docilmente dos papeluchos e depositavam-nos na urna,</p><p>depois de assinar a autêntica. Os que se recusavam a isso tinham seus nomes acintosamente</p><p>anotados.</p><p>VERÍSSIMO, E. O tempo e o vento. São Paulo: Globo, 2003 (adaptado).</p><p>Erico Veríssimo tematiza em obra ficcional o seguinte aspecto característico da vida política</p><p>durante a Primeira República:</p><p>Figura 16 - Foto da posse de Alzira Soriano, em 1929.</p><p>Fonte: Arquivo Nacional.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 18 – HB: Brasil Republicano I</p><p>23</p><p>152</p><p>AULA 18: HB: Brasil Republicano I</p><p>a) Identificação forçada de homens analfabetos.</p><p>b) Monitoramento legal dos pleitos legislativos.</p><p>c) Repressão explícita ao exercício de direito.</p><p>d) Propagação direcionada à população do campo.</p><p>e) Cerceamento policial dos operários sindicalizados.</p><p>Comentários</p><p>Uma questão que demanda interpretação de texto. No fragmento do romance O tempo e o</p><p>vento, de Érico Veríssimo, vemos ser retratada uma cena bastante comum no interior do país</p><p>nos períodos eleitorais da Primeira República. Trindade,</p><p>personagem que posiciona seus</p><p>capangas nos locais de votação, representa o poder privado exercido pelos coronéis, que</p><p>manipulavam os votos dos eleitores por meio da concessão de favores ou pelo emprego de</p><p>violência. Dessa forma, pode-se concluir que o exercício dos direitos políticos no período era</p><p>restringido pelas fraudes que marcavam os processos eleitorais, o que nos leva a concluir</p><p>que a alternativa C é a correta.</p><p>Quanto às demais opções,</p><p>- O item A está incorreto, afinal a obra de Érico Veríssimo não menciona a situação dos</p><p>analfabetos diante dos processos decisórios.</p><p>- Como na Primeira República o país não dispunha de justiça eleitoral ou de outras</p><p>instituições que pudessem promover o acompanhamento dos locais de votação, as eleições</p><p>eram marcadas por diversas modalidades de fraude. A alternativa B, portanto, está incorreta.</p><p>- A alternativa D está incorreta, afinal as práticas eleitorais descritas na obra de Érico</p><p>Veríssimo não se verificavam apenas no interior do país. Embora a capital federal não</p><p>contasse com a existência de lideranças coronelistas, não raro os locais de votação também</p><p>eram marcados por tumultos e cenas de violência.</p><p>- O trecho da obra O tempo e o vento, de Érico Veríssimo, passa-se no interior da região sul</p><p>do Brasil, onde não há a figura do operário. As fábricas, vale lembrar, são</p><p>predominantemente instaladas em ambientes urbanos, o que torna incorreta a alternativa E.</p><p>Gabarito: C</p><p>4. ASPECTOS ECONÔMICOS DO PERÍODO</p><p>A transição da monarquia para a República não alterou a posição ocupada pelo Brasil na</p><p>economia internacional. Continuávamos a ser um país agroexportador, cujo eixo econômico</p><p>estava na região Sudeste pelo fato de concentrar os maiores produtores de café: São Paulo, Minas</p><p>Gerais e Rio de Janeiro. Vimos que isso contribuiu para que paulistas e mineiros tivessem maior</p><p>importância política durante a Primeira República.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 18 – HB: Brasil Republicano I</p><p>24</p><p>152</p><p>AULA 18: HB: Brasil Republicano I</p><p>Além das oportunidades geradas pela economia cafeeira, o contexto internacional também</p><p>ajudou a estimular outros setores, como a exploração da borracha e o surto de industrialização.</p><p>Vejamos alguns aspectos importantes sobre a economia na 1ª República.</p><p>4.1 - CAFÉ</p><p>Os altos lucros gerados pela exportação do “ouro verde”, como era chamado o café,</p><p>fizeram surgir no país um problema nunca solucionado até 1930: a superprodução cafeeira. Isso</p><p>significa dizer que em diversos momentos da Primeira República, a produção do grão superou a</p><p>demanda pelo produto no mercado europeu e nos Estados Unidos, o que consequentemente</p><p>levou à queda de seu preço.</p><p>Para reverter essa situação, em vários momentos a oligarquia cafeeira pressionou o Estado</p><p>para que seus lucros fossem mantidos, ainda que artificialmente. Em 1906, durante o governo</p><p>Rodrigues Alves, produtores do grão oriundos dos estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de</p><p>Janeiro se reuniram na cidade de Taubaté, no interior paulista, para formalizar um acordo a fim de</p><p>promover uma política de valorização do preço do café.</p><p>Conhecido como Convênio de Taubaté, o encontro estabeleceu que, nos momentos em</p><p>que a produção do café superasse sua procura no mercado internacional, os governos estaduais</p><p>comprariam estoques dos produtores para serem queimados, a fim de que seu preço fosse</p><p>mantido elevado. Dessa maneira, recursos públicos eram utilizados para manter o lucro dos</p><p>cafeicultores, o que foi chamado pelos historiadores de “socialização das perdas”.</p><p>PRINCIPAIS PRODUTOS DE EXPORTAÇÃO – 1891-1928 (em %)</p><p>PERÍODO CAFÉ AÇÚCAR ALGODÃO BORRACHA COUROS E</p><p>PELES</p><p>OUTROS</p><p>1891-1900 64,5 6,0 2,7 15,0 2,4 9,4</p><p>1901-1910 52,7 1,9 2,1 25,7 4,2 13,4</p><p>1911-1913 61,7 0,3 2,1 20,0 4,2 11,7</p><p>1914-1918 47,4 3,9 1,4 12,0 7,5 27,8</p><p>1919-1923 58,8 4,7 3,4 3,0 5,3 24,8</p><p>1924-1928 72,5 0,4 1,9 2,8 4,5 17,9</p><p>Fonte: ARIAS NETO, 2014, p. 212.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 18 – HB: Brasil Republicano I</p><p>25</p><p>152</p><p>AULA 18: HB: Brasil Republicano I</p><p>4.2 - O SURTO INDUSTRIAL</p><p>Como vimos anteriormente, os lucros do café estimularam a expansão da malha ferroviária</p><p>brasileira a partir do Segundo Reinado, o que possibilitou maior dinamicidade no escoamento do</p><p>produto. Já no período republicano, novas ferrovias continuaram a ser construídas por todo o país,</p><p>mas principalmente em regiões cafeeiras.</p><p>A passagem do Império para a República também foi acompanhada de um impulso na</p><p>industrialização devido aos rendimentos no setor, sobretudo na região de São Paulo e no Rio de</p><p>Janeiro (Distrito Federal). Para se ter uma ideia, em 1920 ambos concentravam 42% de todas as</p><p>unidades fabris de todo o país, o que mostra que o desenvolvimento do parque industrial</p><p>permaneceu concentrado principalmente nas áreas de cultivo do café.</p><p>Majoritariamente, a indústria do Sudeste estava relacionada à economia cafeeira, ou seja,</p><p>indústria têxtil e alimentícia, ramos de baixa tecnologia. Também não se tratava de uma política</p><p>deliberada do Estado, pois a lógica agroexportadora mantinha a importação de produtos</p><p>industrializados. Com a 1ª Guerra Mundial (1914-1919) o cenário industrial sofre um abalo, pois os</p><p>produtos industrializados deixam de ser importados e, com isso, o Brasil é forçado a um estímulo</p><p>a projetos de “substituição de importação”. Essa prática irá ser aprimorada durante a Era Vargas.</p><p>As mudanças na economia também incidiram em um crescimento populacional, sobretudo</p><p>na cidade de São Paulo. Em 1890, a cidade era a quinta mais populosa do país, ficando atrás do</p><p>Rio de Janeiro, Salvador, Recife e Belém. Duas décadas depois, alcançava a segunda posição</p><p>desse ranking, que ainda era liderado pela capital federal.</p><p>Essa grande explosão demográfica foi estimulada pelo elevado número de imigrantes que</p><p>desembarcavam no porto de Santos e se estabeleciam na capital paulista. No início do século XX,</p><p>eles ocuparam postos de trabalho no comércio e indústria. Vinham da Itália, Portugal, Espanha,</p><p>Alemanha e, até mesmo do Japão.</p><p>Alguns prosperaram a ponto de se tornarem membros da incipiente burguesia comercial</p><p>do país, que juntamente com a elite a cafeeira, se encarregariam de expandir ainda mais a indústria</p><p>brasileira. É o caso das famílias italianas Matarazzo e Crespi, que se destacaram no ramo da</p><p>indústria têxtil do país.</p><p>4.3 - A BORRACHA NA REGIÃO AMAZÔNICA</p><p>Como é possível constatar na tabela anterior, o país permaneceu financeiramente</p><p>dependente das exportações de café durante a Primeira República. Contudo, no final do século</p><p>XIX e início do século XX o Brasil também se destacou pela exportação de outro produto: a</p><p>borracha natural, oriunda do látex extraído das seringueiras da Amazônia.</p><p>A crescente produção industrial da Europa e Estados Unidos foi o ponto de partida da</p><p>exploração do produto no Brasil. Em 1839, o norte-americano Charles Goodyear se consagrou</p><p>após desenvolver a vulcanização da borracha, procedimento que conferia ao produto grande</p><p>elasticidade e resistência. Décadas depois, a descoberta foi fundamental para o florescimento da</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 18 – HB: Brasil Republicano I</p><p>26</p><p>152</p><p>AULA 18: HB: Brasil Republicano I</p><p>indústria automobilística no hemisfério norte, sendo a borracha empregada na fabricação de</p><p>pneus. Outros produtos também derivavam da manipulação do produto, como correias, solas de</p><p>sapato e brinquedos.</p><p>A exploração da borracha no Norte do país trouxe rápida prosperidade econômica para a</p><p>região. Até a década de 1920, Manaus ganharia magníficos edifícios em estilo neoclássico, largas</p><p>avenidas, um sistema de bondes elétricos e de saneamento básico. Os “senhores da borracha”</p><p>também investiram na instalação de uma rede de energia elétrica na cidade, em um período em</p><p>que apenas Campos dos Goytacazes, no norte do Rio de Janeiro, dispunha de iluminação pública</p><p>deste tipo.</p><p>-Construído a partir</p><p>de 1884 em estilo neoclássico, o Teatro Amazonas é um dos símbolos do período de prosperidade</p><p>econômica gerada pela exploração da borracha.</p><p>4.3.1 - A questão do Acre (1903)</p><p>Enquanto a exploração do látex vivia seu auge, seringueiros começaram a se deslocar para</p><p>a região do Acre, área reconhecida pelo governo brasileiro como pertencente à Bolívia desde</p><p>1867, com a assinatura do Tratado de Ayacucho. Boa parte destes indivíduos era migrante da</p><p>região nordeste, em busca de melhores condições de sobrevivência.</p><p>A situação levou a desentendimentos diplomáticos entre os dois países, agravados quando</p><p>o espanhol Luiz Galvez Rodrigues de Arias, apoiado por setores da região, proclamou a República</p><p>Independente do Acre, em 1899. Tropas enviadas pelos dois países o depuseram, mas os conflitos</p><p>pela posse da região continuavam. A Bolívia não abria mão de seu lucrativo território, mas os</p><p>seringalistas brasileiros não estavam dispostos a ficar de fora do negócio da borracha.</p><p>Após conflitos travados em meio a selva amazônica, o barão do Rio Branco mediou uma</p><p>solução diplomática com o país vizinho, formalizada por meio do Tratado de Petrópolis (1903). No</p><p>acordo, o Brasil comprava o Acre por 2 milhões de libras, além de se responsabilizar pela</p><p>construção de uma ferrovia para o escoamento das mercadorias bolivianas até o porto de Belém</p><p>do Pará.</p><p>O extrativismo da borracha, contudo, não se mostraria tão lucrativo ao longo das primeiras</p><p>duas décadas do século XX, quando o produto entra em decadência. Quando os ingleses tiveram</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 18 – HB: Brasil Republicano I</p><p>27</p><p>152</p><p>AULA 18: HB: Brasil Republicano I</p><p>acesso a mudas de seringueiras na Amazônia, não demorou para que suas colônias na Malásia e</p><p>Ceilão passassem a cultivar a espécie, da qual se extraía o látex de maneira mais ágil e barata.</p><p>Com isso, o ciclo de exploração da borracha terminava tão rápido quanto havia iniciado, legando</p><p>para a região uma grave crise econômica.</p><p>(Enem 2017)</p><p>Em 1914, o preço da borracha despencou no mercado internacional; dois anos depois, 200</p><p>firmas foram à falência em Manaus. E assim acabou o sonho de quem acendia charutos com</p><p>notas de 1 000 réis. A cidade entrou em colapso.</p><p>National Geographic, n. 143, fev. 2012 (adaptado).</p><p>O súbito declínio da atividade econômica mencionada foi provocado pelo(a)</p><p>a) carência de meios de transporte que permitissem uma rápida integração entre as áreas</p><p>produtoras e consumidoras.</p><p>b) produção nas plantações de seringueiras do sudeste asiático, que ocasionou um excesso</p><p>da produção mundial.</p><p>c) chamado encilhamento, que resultou na desvalorização da moeda brasileira após forte</p><p>especulação na Bolsa de Valores.</p><p>d) fim da migração de nordestinos para a Amazônia, que gerou uma enorme carência de</p><p>mão de obra na região.</p><p>e) início da Primeira Guerra Mundial, que paralisou o comércio internacional e provocou o</p><p>declínio da economia brasileira.</p><p>Comentários</p><p>Como vimos em nossa aula, a decadência da exploração da borracha na região amazônica</p><p>foi decorrente do surgimento da concorrência da Malásia e Ceilão, colônias inglesas situadas</p><p>no sudoeste asiático. Ali se extraía o produto com maior eficiência e com menores custos, o</p><p>que desbancou a borracha brasileira no comércio mundial. Assim sendo, a alternativa B é a</p><p>resposta.</p><p>Vejamos as demais opções de resposta:</p><p>- A alternativa A está incorreta, afinal a borracha natural extraída da Amazônia contava com</p><p>rotas fluviais na região para o escoamento do produto.</p><p>- Embora o encilhamento tenha trazido enormes danos à economia brasileira, o comércio da</p><p>borracha amazônica só foi afetado com o surgimento da concorrência das colônias inglesas,</p><p>o que torna incorreta a alternativa C.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 18 – HB: Brasil Republicano I</p><p>28</p><p>152</p><p>AULA 18: HB: Brasil Republicano I</p><p>- O número de migrantes nordestinos na região amazônica continuou a crescer mesmo após</p><p>o início da decadência da borracha, e por isso a alternativa D está incorreta.</p><p>- Para muitos historiadores, a Grande Guerra travada entre potências europeias impactou</p><p>favoravelmente a economia brasileira, que passa a investir em uma indústria de substituição</p><p>de importações. Diante disso, podemos considerar incorreta a alternativa E, afinal o declínio</p><p>da exploração da borracha não foi resultado do conflito, mas da concorrência exercida por</p><p>colônias inglesas no sudoeste asiático.</p><p>Gabarito: B</p><p>5. MODERNIZAÇÃO URBANA E CONFLITOS SOCIAIS</p><p>O início do século XX, grandes transformações, tentativa de modernização e,</p><p>consequentemente, ampliação das contradições e tensões sociais ocorrem no Brasil.</p><p>Em 15 de novembro de 1902, o paulista Rodrigues Alves assume a presidência da</p><p>República.</p><p>Vamos articular algumas informações, preste atenção e anote aí:</p><p>Naquele contexto, o cenário da capital federal era preenchido tanto por ricos casarões</p><p>dos barões do café e da burguesia comercial quanto por velhos cortiços, casebres onde</p><p>viviam amontoadas famílias pobres de imigrantes, ex-escravos e brasileiros vindos de</p><p>várias partes do país.</p><p>O crescimento populacional era uma realidade: a população saltara de</p><p>aproximadamente 275 mil pessoas em 1872 para mais de 691 mil em 1900, o que trazia</p><p>consequências na dinâmica das relações sociais no espaço urbano.</p><p>A urbanização vinha para ficar, mas cidades como Rio de Janeiro e São Paulo nem de</p><p>longe se encaixavam no inalcançável padrão dos centros urbanos europeus.</p><p>Em meados do século XIX, o imperador francês Napoleão III encarregou o barão George-Eugène</p><p>Haussmann de promover uma grande reforma urbana em Paris, tarefa que se estendeu por 20</p><p>anos. Milhares de prédios históricos foram demolidos para dar lugar a 34 mil novas construções</p><p>em estilo neoclássico; ruas irregulares foram substituídas por amplos bulevares; sistemas de</p><p>iluminação e esgoto foram instalados. A capital francesa se tornava o modelo civilizacional do</p><p>mundo, símbolo de um período conhecido como a Belle Époque – em francês, bela época.</p><p>Tomando como base a experiência parisiense, o governo Rodrigues Alves (1902-1906)</p><p>formou uma equipe voltada para a promoção de três grandes:</p><p> modernizar a região portuária</p><p> sanear a cidade</p><p> realizar uma reforma urbana.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 18 – HB: Brasil Republicano I</p><p>29</p><p>152</p><p>AULA 18: HB: Brasil Republicano I</p><p>Com isso, o período em que esteve no poder ficou conhecido como Regeneração. Para a</p><p>aplicação de seu projeto de modernização, o presidente delegou os engenheiros Laura Muller e</p><p>Pereira Passos, e o médico sanitarista Oswaldo Cruz.</p><p>Pereira Passos Lauro Muller Oswaldo Cruz</p><p>Nomeado prefeito do Rio de Janeiro, Pereira Passos deu início a uma política que ficou conhecida</p><p>como “bota-abaixo”: cortiços foram destruídos para dar lugar a largas avenidas, com majestosos</p><p>edifícios, belos jardins e praças arborizadas.</p><p>Nesse processo de “embelezamento da cidade”, a população empobrecida que habitava</p><p>o centro foi expulsa de suas casas, sendo obrigada a se instalar nos morros das periferias da</p><p>cidade. Com isso, as favelas ganhavam a paisagem nos entornos do Rio de Janeiro, onde os</p><p>trabalhadores viviam em péssimas condições de vida.</p><p>Enquanto o prefeito Pereira Passos se</p><p>encarregava da modernização da região central,</p><p>uma reforma sanitária também foi aplicada na</p><p>cidade pelo médico sanitarista Oswaldo Cruz. A</p><p>medida se fazia extremamente necessária, afinal</p><p>a população carioca era alvo de constantes</p><p>surtos de doenças epidêmicas, em especial a</p><p>febre amarela, a varíola (apelidada na época de</p><p>“bexiga”) e a peste bubônica. Para se ter uma</p><p>ideia, somente no ano de 1904 mais de 4 mil</p><p>pessoas morreram em decorrência da varíola!</p><p>Contrariando a tese vigente de que a</p><p>febre amarela era transmitida através do contato</p><p>com secreções de doentes, Oswaldo Cruz</p><p>defendeu</p><p>a ideia de que o transmissor da</p><p>Governo</p><p>Rodrigues</p><p>Alves</p><p>Reforma</p><p>urbana</p><p>Modernização</p><p>do porto</p><p>Reforma</p><p>sanitária</p><p>Na charge “Conferência Sinistra”, publicada em 1904 pela</p><p>Revista Tagarela, vê-se as três principais moléstias do Rio</p><p>representadas como a morte. Fonte: Biblioteca Nacional.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 18 – HB: Brasil Republicano I</p><p>30</p><p>152</p><p>AULA 18: HB: Brasil Republicano I</p><p>moléstia era na verdade um mosquito. Com isso deu início ao combate do vetor da doença pelas</p><p>casas, jardins e ruas do Rio de Janeiro, buscando exterminar os focos de insetos por meio de suas</p><p>brigadas sanitárias. Também incentivou a população a matar os ratos que encontrassem, afinal era</p><p>sabido que estavam relacionados com a disseminação da peste bubônica. A cidade era</p><p>higienizada, mas os métodos empregados não eram lá muito amigáveis, afinal essas brigadas</p><p>“mata-mosquito” costumavam ser acompanhadas de forças policiais, que não raro forçavam os</p><p>agentes de saúde pública a serem recebidos.</p><p>O prefeito Pereira Passos, em sua ânsia para modernizar a capital, implantou outras</p><p>medidas que afetaram drasticamente o cotidiano das populações mais pobres. Foram proibidas a</p><p>existência de vacas leiteiras ou cães vadios nas ruas, a mendicância, o cultivo de hortas, a criação</p><p>de porcos e a venda de bilhetes de loteria por ambulantes.</p><p>Evidentemente, sem contrapartidas sociais, formou-se uma situação de tensão e de conflito</p><p>que criou um cenário de guerra na cidade do Rio de Janeiro. Esse é o contexto da explosão da</p><p>Revolta da Vacina.</p><p>A Revolta da Vacina</p><p>Em outubro de 1904, o Congresso aprovou um projeto que tornava obrigatória a vacinação</p><p>contra a varíola. Panfletos e jornais passaram a denunciar a medida como autoritária, e a</p><p>insatisfação contra o governo foi alimentada por monarquistas e florianistas. Para as camadas</p><p>baixas da população, o projeto era uma medida que violava os direitos da população, afinal ele</p><p>permitia que agentes de saúde entrassem nas residências para vacinar compulsoriamente seus</p><p>habitantes – inclusive mulheres desacompanhadas de seus maridos, o que para época poderia ser</p><p>um atentado à moral da mulher e da família.</p><p>Entre os dias 11 e 16, populares foram para as ruas acompanhados de comerciantes,</p><p>operários, estudantes e militares para protestar contra o governo, enfrentando a polícia com</p><p>barricadas e incendiando bondes. Para conter os revoltosos, batalhões de Minas e São Paulo foram</p><p>enviados para a capital.</p><p>O governo suspendeu a obrigatoriedade da vacina, mas também promoveu uma dura</p><p>repressão aos rebeldes. Quinhentos participantes da Revolta da Vacina foram deportados, outros</p><p>mil presos, e trinta foram mortos.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 18 – HB: Brasil Republicano I</p><p>31</p><p>152</p><p>AULA 18: HB: Brasil Republicano I</p><p>(ENEM 2019)</p><p>A Revolta da Vacina (1904) mostrou claramente o aspecto defensivo, desorganizado,</p><p>fragmentado da ação popular. Não se negava o Estado, não se reivindicava participação nas</p><p>decisões políticas; defendiam-se valores e direitos considerados acima da intervenção do</p><p>Estado.</p><p>CARVALHO, J. M. Os bestializados: o Rio de Janeiro e a República que não foi. São Paulo:</p><p>Cia. das Letras, 1987 (adaptado).</p><p>A mobilização analisada representou um alerta, na medida em que a ação popular</p><p>questionava</p><p>a) a alta de preços.</p><p>b) a política clientelista.</p><p>c) as reformas urbanas.</p><p>d) o arbítrio governamental.</p><p>e) as práticas eleitorais.</p><p>Gabarito: D</p><p>Figura 13- Em diversas charges do período,</p><p>Oswaldo Cruz era representado como maluco ou</p><p>tirano. O Malho, 29 out. 1904.</p><p>Fonte: Biblioteca Nacional.</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 18 – HB: Brasil Republicano I</p><p>32</p><p>152</p><p>AULA 18: HB: Brasil Republicano I</p><p>5.1 - RAÇA E MESTIÇAGEM NA PRIMEIRA REPÚBLICA</p><p>Nos versos acima, retirados do Hino da República, afirma-se que era difícil acreditar que já</p><p>havia existido a escravidão no país, mas vale lembrar que a letra foi produzida em 1889, apenas</p><p>um ano depois da aprovação da Lei Áurea. Pouco tempo depois, Rui Barbosa, então ministro da</p><p>Fazenda do governo Deodoro da Fonseca, mandaria queimar documentos da escravidão, a fim</p><p>de impedir que fazendeiros pleiteassem por indenização diante das “mercadorias” perdidas no</p><p>Segundo Reinado.</p><p>Esses dois elementos nos revelam duas</p><p>coisas acerca das populações negras do pós-</p><p>1888.</p><p>A primeira delas é que o novo regime</p><p>buscava esquecer seu passado escravocrata,</p><p>ainda que seus efeitos continuassem a</p><p>impactar a sociedade brasileira nas décadas</p><p>seguintes.</p><p>A segunda diz respeito a condição</p><p>incerta dos ex-escravos nos momentos iniciais</p><p>da República, amenizada com a igualdade</p><p>jurídica assegurada pela Constituição de 1891.</p><p>A igualdade, no entanto, era apenas</p><p>artificial, afinal as populações negras tinham</p><p>suas manifestações culturais limitadas pelo</p><p>Estado. A capoeira, misto de dança e luta, e</p><p>uma das mais importantes manifestações da</p><p>cultura afro-brasileira, era considerada prática</p><p>de vadios e de desocupados, sendo por isso Figura 14- A redenção de Cam, de Modesto Brocos, 1894. Museu</p><p>Nacional de Belas Artes.</p><p>Liberdade! Liberdade!</p><p>Abre as asas sobre nós</p><p>Das lutas na tempestade</p><p>Dá que ouçamos tua voz</p><p>Nós nem cremos que escravos outrora</p><p>Tenha havido em tão nobre País</p><p>Hoje o rubro lampejo da aurora</p><p>Acha irmãos, não tiranos hostis</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Estratégia Vestibulares – Aula 18 – HB: Brasil Republicano I</p><p>33</p><p>152</p><p>AULA 18: HB: Brasil Republicano I</p><p>proibida pelo Código Penal de 1890. A legislação também consideravam crimes contra a saúde</p><p>pública “o espiritismo, a magia e seus sortilégios”, o que enquadrava as religiões de matriz</p><p>africana.</p><p>Ademais, como a alfabetização era critério para o exercício dos direitos políticos no país a</p><p>partir de 1891, as populações negras, privadas do ensino formal durante o Segundo Reinado em</p><p>decorrência de sua condição escrava, não tinham condições de serem cidadãos no novo regime.</p><p>Dessa maneira, é legado aos negros a condição de “subcidadãos”.</p><p>Outro ponto a se destacar deste período são as ideias racialistas vindas da Europa, que</p><p>como vimos, desembarcam no Brasil na segunda metade do século XIX. Findada a escravidão, o</p><p>abismo de condições existente entre negros e brancos na época não era considerado resultante</p><p>de questões sociais, mas sim de diferenças biológicas existentes entre as “raças”.</p><p>Em 1911, o Brasil foi o único país da América Latinha a enviar representantes para o</p><p>primeiro Congresso Internacional de Raças, ocorrido em Londres.</p><p>Foi lá que João Batista de Lacerda, diretor do Museu Nacional, apresentou sua tese sobre a</p><p>questão racial do país: “É lógico supor que na entrada do novo século os mestiços terão</p><p>desaparecido no Brasil, fato que coincidirá com a extinção paralela da raça negra entre nós.”</p><p>Para resumir, podemos dizer que para muitos antropólogos, criminalistas, juristas e outros</p><p>intelectuais, o grande entrave para que o país orbitasse ao lado das demais potências civilizadas</p><p>era o fato de o Brasil ser um país de mestiço. Contudo, alguns deles acalentavam a esperança de</p><p>que por essa mistura, a raça superior – no caso, a branca – prevaleceria a longo prazo, e com isso,</p><p>a população seria embranquecida. Essa ideologia compõe a chamada Teoria do</p><p>Embranquecimento.</p><p>Vale relembrar que as teorias raciais no Brasil são decorrentes do evolucionismo e do</p><p>darwinismo social trazidas da Europa. Assim sendo, elas atribuem a ideia de hierarquia entre os</p><p>povos com base no pensamento científico da época.</p><p>Nesse sentido, se a questão social foi tratada como caso de polícia, a questão racial também,</p><p>também foi tratada como um problema biológico e social a ser superado. A negritude era</p><p>considerada elemento nocivo para a formação da sociedade brasileira. Assim, do ponto de vista</p><p>histórico e sociológico, raça e classe constituíram dois elementos</p>

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