Captulo 11 Reengenharia

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<p>141</p><p>CAPÍTULO XI - REENGENHARIA OU READMINISTRAÇÃO</p><p>1. INTRODUÇÃO</p><p>A Reengenharia, também chamada de Readministração, é tida por alguns autores</p><p>como não sendo um modelo para a qualidade. Outros, como o professor João Carlos da</p><p>Cunha, que participa na obra organizada por Sérgio Bulgacov no livro já referido na</p><p>bibliografia, afirma ser ela um modelo para a qualidade, justificando sua posição mediante</p><p>os seguintes argumentos:</p><p>"1º. Estes modelos sempre visam à maior competitividade das empresas</p><p>traduzida em ganhos e melhor atendimento a seus clientes.</p><p>2º. São processos de mudanças que estabelecem uma nova organização e os</p><p>sistemas para sua manutenção e aperfeiçoamento.</p><p>3º. Visam a qualidade, entendida aqui como eficácia da organização no alcance</p><p>de seus objetivos."</p><p>" A reengenharia é uma proposta de mudança de parte ou de toda uma organização</p><p>onde se parte da base zero, isto é, " esquece-se " de como a empresa funciona atualmente e</p><p>projeta-se uma organização inteiramente nova, a partir da definição dos clientes que ela</p><p>quer atender. A empresa então passa por um período turbulento de transformação da</p><p>empresa antiga para a nova."</p><p>" A inovação ou mudança organizacional pode ser, teoricamente, conduzida de</p><p>forma lenta e gradual ou de forma rápida e radical. A mudança lenta e gradual é</p><p>preconizada pela chamada escola da qualidade japonesa e leva o nome de Kaisen. Mais</p><p>precisamente, "Kaisen é a mudança gradual sem gasto e com um mínimo de investimento".</p><p>A mudança radical é aquela que busca em tempo mínimo dar saltos em eficácia da empresa</p><p>por meio da alteração rápida (de uma só vez) e radical no "sistema empresa."</p><p>Segundo Hammer e Champy na obra, HAMMER, Michael, CHAMPY, James.</p><p>Reengenharia: revolucionando a empresa. Rio de Janeiro, Campus, 1994, a reengenharia ou</p><p>readministração preconiza a mudança rápida e radical das organizações conforme o</p><p>seguinte:</p><p>" reengenharia é o repensar fundamental e a reestruturação radical dos</p><p>processos empresariais que visam alcançar drásticas melhorias em indicadores</p><p>críticos e contemporâneos de desempenho, tais como custos, qualidade, atendimento e</p><p>velocidade."</p><p>2. PRINCÍPIOS BÁSICOS</p><p>Neste sistema, a implementação do processo baseia-se nos seguintes princípios</p><p>básicos:</p><p>• Redução da segmentação do trabalho e aumento da polivalência dos empregados;</p><p>• Descentralização;</p><p>• Organização dos processos em rede ao invés de organizá-los linearmente;</p><p>• Flexibilização do processo para produzir maior variedade de saídas;</p><p>• Redução de controle indireto e de pontos de controle;</p><p>• Introdução da figura do "gerente de processo", com mais informações e poder de</p><p>decisão sobre o mesmo.</p><p>142</p><p>3. APLICAÇÃO</p><p>Sua aplicação pode atingir três principais níveis na empresa que são os seguintes:</p><p>• No nível da empresa como um todo (institucional);</p><p>• No nível de uma função gerencial como finanças, compras, produção, vendas etc.</p><p>(intermediário) ;</p><p>• No nível dos processos (operacional).</p><p>4. CARACTERÍSTICAS BÁSICAS</p><p>As características básicas deste modelo, que o distingue dos demais modelos de</p><p>mudança que já analisamos são as seguintes:</p><p>• Ele tem início e fim, diferente da Qualidade Total que é um processo de mudança</p><p>aberto, que nunca está concluído;</p><p>• É decidida e implementada top-down na empresa;</p><p>• É rápida para planejar a mudança e lenta em sua implementação;</p><p>• Não é participativa;</p><p>• Recebe uma grande resistência do pessoal em função do radicalismo das mudanças.</p><p>5. ASPECTOS POSITIVOS</p><p>Segundo alguns especialistas, a reengenharia apresenta os seguintes aspectos positivos:</p><p>• A empresa ou o processo é reconcebido integralmente, recriada como um todo, o que</p><p>produz um sistema totalmente integrado e compatibilizado, evitando os remendos em</p><p>processos atuais;</p><p>• Os resultados alcançados são mais significativos e mais rápidos;</p><p>• A resistência é mais bem controlada pois é gerenciada em curto período de tempo;</p><p>• São incorporados de uma só vez aos processos, os avanços mais significativos da</p><p>tecnologia gerencial e de produção/serviços;</p><p>• A forma de concepção e implementação da reengenharia torna o processo mais</p><p>protegido de ameaças e pressões internas à empresa.</p><p>Vejamos a opinião de João Carlos da Cunha, na obra organizada por Sérgio</p><p>Bulgacov, ao comentar sobre reengenharia e qualidade total:</p><p>" Apesar da reengenharia ser uma violência, uma agressão, um exercício de</p><p>autoritarismo, uma desconsideração com os públicos não beneficiados e até</p><p>prejudicados com as medidas tomadas, muitas vezes não existe outra saída para</p><p>salvar emergencialmente uma empresa. Independentemente das causas que levaram a</p><p>esta situação, quando a crise está instalada há que se tomar medidas emergenciais. Se</p><p>a empresa tem muito tempo para tomar as medidas cautelares e preventivas à crise,</p><p>pode ser conveniente utilizar medidas radicais? Alguns executivos certamente dirão</p><p>que sim. Muitos que não. Certamente o caminho da Qualidade Total neste caso é mais</p><p>eficaz."</p>