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<p>Brazilian Journal of Development</p><p>ISSN: 2525-8761</p><p>115825</p><p>Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.7, n.12, p. 115825-115848 dec. 2021</p><p>Análise dos parâmetros de coliformes totais e fecais em areia de</p><p>praias urbanas de Maceió, Alagoas, Brasil</p><p>Analysis of total and fecal coliform parameters in sand on urban</p><p>beaches in Maceió, Alagoas, Brazil</p><p>DOI:10.34117/bjdv7n12-375</p><p>Recebimento dos originais: 12/11/2021</p><p>Aceitação para publicação: 11/12/2021</p><p>Raphael Ferreira Carnaúba</p><p>Mestrado</p><p>Instituição de atuação atual: CENTRO UNIVERSITÁRIO CESMAC</p><p>Endereço: AV. Gal. Luiz de França Albuquerque, 10300, ap 1406, Torre A, Guaxuma -</p><p>Maceió/AL - CEP: 57038-800</p><p>E-mail: raphacarnauba@hotmail.com</p><p>José Vicente Ferreira Neto</p><p>Doutorado</p><p>Instituição de atuação atual: Universidade Federal de Alagoas</p><p>Endereço: Rua Mariontina Moraes Cavalcanti, 16, Poço - Maceió/AL - CEP: 57025-455</p><p>E-mail: jvferreiraneto@gmail.com</p><p>Luiz Carlos Sarmento Fernandez</p><p>Bacharel em Biomedicina</p><p>Instituição de atuação atual: Centro Universitário CESMAC</p><p>Endereço: Rua Cônego Machado, 918, Farol - MACEIÓ/AL - CEP: 57051-160</p><p>E-mail: luizcsarmentof@gmail.com</p><p>Renata Kiara Lins Valença Carnaúba</p><p>Bacharel em Odontologia</p><p>Instituição de atuação atual: Centro Universitário CESMAC</p><p>Endereço completo: AV. Gal. Luiz de França Albuquerque, 10300, ap 1406, Torre A,</p><p>Guaxuma - Maceió/AL - CEP: 57038-800</p><p>E-mail: renataklvalenca@hotmail.com</p><p>Thiago José Matos Rocha</p><p>Doutorado</p><p>Instituição de atuação atual: Universidade Estadual de Ciencias da Saúde do Estado de</p><p>Alagoas - UNCISAL</p><p>Endereço: Rua Doutor Jorge de Lima, 113, Trapiche da Barra - Maceió/AL - CEP:</p><p>57010-300</p><p>E-mail: thiago.matos@gmail.com</p><p>Brazilian Journal of Development</p><p>ISSN: 2525-8761</p><p>115826</p><p>Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.7, n.12, p. 115825-115848 dec. 2021</p><p>Velber Nascimento Xavier</p><p>Doutorado</p><p>Instituição de atuação atual: CENTRO UNIVERSITÁRIO CESMAC</p><p>Endereço: Rua Cônego Machado, 918, Farol - MACEIÓ/AL - CEP: 57051-160</p><p>E-mail: velberxavier@gmail.com</p><p>RESUMO</p><p>A poluição costeira é uma problemática dos grandes centros urbanos e inúmeros fatores</p><p>estão associados a essa poluição, porém, a falta de esgotamento sanitário e tratamento de</p><p>águas residuais são os principais. Assim sendo, este trabalho teve como objetivo</p><p>identificar os níveis de coliformes da areia de praias da região Metropolitana de Maceió,</p><p>Alagoas, Brasil. Os pontos de coleta foram determinados pelo maior fluxo de pessoas e</p><p>compreendeu 7 pontos classificados de P1 a P7, cada amostra de areia foi recolhida pela</p><p>composição de 10 sub-amostras de 25g cada, para se obter um volume total de 250g.</p><p>Dentre os pontos estudados, foi detectada ausência de coliformes totais e termotolerantes</p><p>em 24 amostras (57,15%), enquanto foi observada a presença dos microrganismos</p><p>estudados em 18 amostras (42,85%) porém, mesmo os resultados estando abaixo do que</p><p>foi preconizado pela literatura, o fato da presença de coliformes termotolerantes em</p><p>qualquer amostra sugere que houve contato com material fecal, ainda, foi feito um teste</p><p>estatístico comparando os resultados da pesquisa. Conclui-se, por meio do estudo</p><p>realizado, que à areia de praia pode apresentar características bacteriológicas distintas em</p><p>razão do modo de uso e do lançamento de esgoto, bem como por agentes humanos e</p><p>animais.</p><p>Palavras-chave: Impacto Ambiental. Coliformes. Poluição.</p><p>ABSTRACT</p><p>Coastal pollution is a problem of large urban centers and numerous factors are associated</p><p>with this pollution, however, the lack of sewage and wastewater treatment are the main.</p><p>Therefore, this work had as objective to identify the sand coliform levels of beaches in</p><p>the Maceió Metropolitan Region, Alagoas, Brazil. The collection points were determined</p><p>by the largest flow of people and comprised 7 points classified from P1 to P7, each sand</p><p>sample was collected by the composition of 10 sub-samples of 25g each, to obtain a total</p><p>volume of 250g. Among the points studied , the absence of total and thermotolerant</p><p>coliforms was detected in 24 samples (57.15%), while the presence of the microorganisms</p><p>studied was observed in 18 samples (42.85%), although the results were lower than what</p><p>was recommended in the literature. The presence of thermotolerant coliforms in any</p><p>sample suggests that there was contact with fecal material, in addition, a statistical test</p><p>was performed comparing the survey results. It can be concluded from the study that</p><p>beach sand may present different bacteriological characteristics due to the way of use and</p><p>the discharge of sewage, as well as by human and animal agents.</p><p>Keywords: Environmental impact. Coliforms. Pollution.</p><p>1 INTRODUÇÃO</p><p>Esgotos clandestinos, depósitos de lixo a céu aberto e falta de saneamento são os</p><p>principais fatores que tornaram as praias da capital alagoana objeto de estudo deste artigo.</p><p>Brazilian Journal of Development</p><p>ISSN: 2525-8761</p><p>115827</p><p>Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.7, n.12, p. 115825-115848 dec. 2021</p><p>Com cerca de 40 km de extensão, o litoral maceioense é um dos mais belos entre as</p><p>capitais do Nordeste (CORREIA & SOVIERZOSKI, 2005). Sempre citada como uma</p><p>das cidades mais bonitas do Brasil, Maceió ainda sofre com a falta de preservação dos</p><p>seus ambientes costeiros. E é justamente nas praias, cartão-postal da cidade e área de lazer</p><p>para a população e turistas, que a situação se torna preocupante.</p><p>É neste contexto que um estudo que monitore a presença de patógenos na faixa</p><p>litorânea da cidade de Maceió, é de extrema relevância, pois existem poucos trabalhos</p><p>relacionados à temática. Dados do Ministério do Turismo revelam que em 2016, Alagoas</p><p>recebeu mais de 37 mil visitantes estrangeiros, crescendo 34% em relação ao ano anterior,</p><p>e o fluxo de passageiros que passaram pelo Aeroporto Internacional Zumbi dos Palmares,</p><p>em Maceió foi de 990.020 apenas no período de Janeiro a Junho de 2016, evidenciando</p><p>que o estudo é ainda mais relevante, pois com o aumento do fluxo de pessoas em Maceió,</p><p>faz-se necessário um maior aprofundamento acerca do tema, visto que estamos tratando</p><p>de uma questão de saúde pública (MTUR, 2018).</p><p>A geografia litorânea é especialmente particular tanto pela presença do mar e de</p><p>ecossistemas singulares (estuários, praias, manguezais, restingas, etc.), quanto pelas</p><p>atividades econômicas de grande importância (MORAES, 2007). A poluição costeira é</p><p>uma problemática dos grandes centros urbanos e inúmeros fatores estão associados a essa</p><p>poluição, sendo a falta de esgotamento sanitário e tratamento de águas residuais os</p><p>principais (SIVANANDHAM, 2016).</p><p>Diversos fatores como fenômenos de maré, presença e localização de esgoto,</p><p>sazonalidade, presença de animais e um número cada vez maior de pessoas frequentando</p><p>as praias estão promovendo a sobrevivência e dispersão de microrganismos e patógenos</p><p>fecais nas zonas costeiras, causando um grande impacto ambiental (NAGVENKAR e</p><p>RAMAIAH, 2009).</p><p>Nos últimos anos tem havido uma preocupação com a contaminação das areias</p><p>das praias, devido ao crescente descarte inadequado de lixo, dejetos de animais trazidos</p><p>pelas águas de chuvas, que trazem poluição à areia, e que podem transportar</p><p>microrganismos patogênicos, colocando em risco a saúde da população.</p><p>Tal preocupação é evidenciada na Resolução CONAMA 274/00, que classifica as</p><p>praias para fins de balneabilidade, em que recomenda em seu artigo 8º aos órgãos</p><p>ambientais a avaliação das condições microbiológicas e parasitológicas da areia para</p><p>futura padronização.</p><p>Brazilian Journal of Development</p><p>ISSN: 2525-8761</p><p>115828</p><p>Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.7, n.12, p. 115825-115848 dec. 2021</p><p>Os elevados níveis de contaminação de praias em centros urbanos, tem como</p><p>causa, descargas acidentais ou voluntárias de poluentes no solo,</p><p>tais como resíduos</p><p>industriais e principalmente, esgoto doméstico (FRANCO, 2015). Em praias, rios e</p><p>ambientes estuarinos é possível perceber esses despejos que formam as conhecidas</p><p>“línguas negras”. Esse termo remete as águas residuais sem tratamento e/ou qualquer tipo</p><p>de esgoto que deságue em rios, mares, valas, canais, lagos e lagunas sem qualquer tipo de</p><p>tratamento prévio.</p><p>Vários estudos apresentam evidências de que bactérias patogênicas sobrevivem</p><p>em areias, pois estas recebem poluentes de diferentes fontes. Além disso, fatores abióticos</p><p>favoráveis, tais como temperatura, umidade, pH, matéria orgânica, entre outros, tornam</p><p>favoráveis a proliferação destes microrganismos (ABDALLA et al., 2005; ELMANAMA</p><p>et al., 2005). A qualidade da água de praias é avaliada pela presença de bactérias</p><p>cultiváveis indicadoras de contaminação fecal, ainda, esta avaliação qualitativa pode ser</p><p>estendida as areias das praias. As águas podem ser influenciadas por populações</p><p>persistentes destas bactérias em areias ou esgotos locais, além de entradas variadas de</p><p>origem fecal humana ou animal (HALLIDAY et al., 2014).</p><p>Bioindicadores tem sido utilizados para monitoramento de alterações ambientais</p><p>decorrentes da poluição de corpos d'água, sendo adotados comumente dois níveis de</p><p>organização biológica – o organismo e a população (ou comunidade), sendo o primeiro</p><p>nível utilizado para avaliar os efeitos rápidos de exposição à contaminação e o segundo,</p><p>os efeitos decorrentes de tempo mais longo de exposição (Arias et al., 2007). Nessa via,</p><p>quanto melhor for conhecida a relação entre o organismo (ou a população, ou a</p><p>comunidade) e o ambiente, melhor o bioindicador será (Wilson, 1994). As “alterações</p><p>biológicas a nível molecular, celular ou fisiológico” são especificamente também</p><p>definidas como biomarcadores (WALKER et al., 1996 apud ALMEIDA, 2003).</p><p>A quantificação de indicadores em areias de praias é de grande importância para</p><p>avaliar o risco da presença de micro-organismos patogênicos nestes ambientes. As</p><p>agências reguladoras encarregadas de monitorar águas recreacionais utilizam como base</p><p>bactérias indicadoras de contaminação fecal (FIB), tais como Escherichia coli e</p><p>Enterococos. Um litro de água de esgoto pode conter até 20 bilhões de bactérias, muitas</p><p>delas patogênicas, podendo ser ingeridas pelo homem.</p><p>A avaliação de variáveis microbiológicas tem sido usada como medida de</p><p>proteção à saúde humana em águas consideradas impactadas pela poluição fecal (JUNG</p><p>et al., 2014). A presença de patógenos, tanto na areia como na água, consiste em uma</p><p>Brazilian Journal of Development</p><p>ISSN: 2525-8761</p><p>115829</p><p>Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.7, n.12, p. 115825-115848 dec. 2021</p><p>ameaça à saúde dos banhistas, que podem estar sujeitos a doenças como doenças</p><p>respiratórias, infecções de pele, otite, entre outras (SALIBA; HELMER, 1990;</p><p>PICKERING et al., 2011).</p><p>Os coliformes termotolerantes são os microrganismos de primeira escolha para</p><p>avaliação da poluição de origem fecal no ambiente, uma vez que são constituídos</p><p>predominantemente pela bactéria E. coli, considerada atualmente o indicador mais</p><p>adequado (CETESB, 2015).</p><p>Assim sendo, pretende-se com esta pesquisa contribuir para que gestores públicos</p><p>e órgãos de infraestrutura possam traçar estratégias de planejamento e gerenciamento das</p><p>águas residuais que são despejadas na orla de Maceió, principalmente no que se refere à</p><p>melhoria e manutenção da qualidade das areias das praias.</p><p>2 REFERENCIAL TEÓRICO</p><p>2.1 POLUIÇÃO DE AMBIENTES COSTEIROS NO BRASIL E NO MUNDO</p><p>Vários estudos têm sido desenvolvidos com a finalidade de expor a necessidade</p><p>de redução dos impactos na saúde causados por níveis de poluição próximos aos</p><p>recomendados pela Resolução nº 03/1990 do Conselho Nacional do Meio Ambiente.</p><p>Sendo o Brasil, um país que possui cerca de oito mil quilômetros de costa e</p><p>aproximadamente 22% da população brasileira vive em municípios litorâneos</p><p>(MORAES, 2007), pode-se afirmar que a questão da poluição na zona costeira é de</p><p>extrema relevância.</p><p>Em Maceió/AL, durante a última década, tem havido um número significativo de</p><p>banhistas que frequentam suas praias, isso é resultado da grande concentração de</p><p>habitações (incluindo hotéis e edifícios residenciais) e restaurantes ao longo de toda a</p><p>costa.</p><p>Os resíduos sólidos produzidos nos centros urbanos são parte da poluição</p><p>costeira gerada, representando uma grande complicação ambiental. Resíduos sólidos</p><p>são representam todo material desprezado resultante de atividades humanas em que</p><p>seu propósito final apresente particularidades, e que são devolvidas na rede pública de</p><p>esgotos ou em corpos d’água, ou cuja destinação seja impraticável técnica e/ou</p><p>economicamente (DOU, 2010). Os resíduos sólidos, cuja destinação não é adequada são</p><p>responsáveis por contaminação de substratos por bactérias, fungos, vírus e parasitas.</p><p>Consequentemente, no caso do descarte inadequado nas praias, os indivíduos que fazem</p><p>Brazilian Journal of Development</p><p>ISSN: 2525-8761</p><p>115830</p><p>Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.7, n.12, p. 115825-115848 dec. 2021</p><p>contato com a areia infectada podem contrair doenças intestinais (PINTO, 2011),</p><p>micoses na pele e nas mucosas (VIEIRA et al.,2001).</p><p>FIGURA 1 – Poluição das praias pelo despejo de esgoto</p><p>Fonte:https://noticias.uol.com.br/album/2015/06/05/despejo-de-esgoto-polui-praias-em-maceio.htm</p><p>Por se tratar de um caso de bem-estar público, a presença de resquícios sólidos</p><p>altera o meio e pode alterar também a forma como este é alcançado pelas pessoas.</p><p>Segundo Tuan (1980), os seres humanos instituem uma relação de semelhança com seus</p><p>espaços e suas posições ambientais.</p><p>Há pouco consenso acerca de qual microrganismo utilizar como índice para o</p><p>acompanhamento dos perigos a saúde humana relacionados à areia de praias. Esta falta</p><p>de senso comum é resultado da falta de estudos envolvendo o monitoramento deste</p><p>ambiente. Alguns estudos epidemiológicos partiram do princípio em avaliar os riscos de</p><p>doenças associadas ao contato com areia de praia, com estudos que encaminham a uma</p><p>ligação entre a qualidade da areia e as consequências a saúde humana (Bonilla et al.,</p><p>2007; Stone et al., 2008; Waide et al., 2008; Heany et al., 2009; Whitman et al., 2009;</p><p>Heaney et al., 2012).</p><p>2.2 DOENÇAS CAUSADAS POR EXPOSIÇÃO À AREIA E ÁGUA DE PRAIAS</p><p>Com base em estudos epidemiológicos, Alm (2003) e Bonilla (2007)</p><p>correlacionam as doenças intestinais com a exposição à água e areia de recreação ou</p><p>ambas. Sendo a gastroenterite a mácula mais comum, que, correlacionada à água poluída</p><p>por esgotos, ocorre numa grande diversidade de formas e pode apresentar um ou mais dos</p><p>seguintes sintomas: enjôo, vômitos, diarréia, cefaléia e febre, podendo acontecer outras</p><p>manifestações menos frequentes como infecções dos olhos, ouvidos, nariz e garganta.</p><p>De acordo com a investigação realizada pela Companhia Estadual de Tecnologia</p><p>e desinfeção Básico (CETESB) de São Paulo, SP, Brasil, existe robusta correlação entre</p><p>o surgimento dos patógenos E. coli e Enterococos associada à gastroenterite em</p><p>Brazilian Journal of Development</p><p>ISSN: 2525-8761</p><p>115831</p><p>Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.7, n.12, p. 115825-115848 dec. 2021</p><p>nadadores; os gêneros Staphylococcus aureus e Pseudomonas aeruginosa foram</p><p>também associados como responsáveis por doenças em banhistas, principalmente os</p><p>que apresentam baixa imunidade (SATO, 2005).</p><p>Contudo, deve-se salientar que o fato de a praia estar imprópria não constitui-se</p><p>que todas as pessoas, que se banharem na localidade vão contrair algumas dessas</p><p>doenças; isso depende das condições imunológicas de cada um e do tipo de preleção</p><p>como, por exemplo, se permaneceu por muito tempo na água, se mergulhou a cabeça</p><p>ou se engoliu água. A impropriedade significa que ocorre o risco de fazer com que</p><p>reapareça tais doenças.</p><p>Em meio aos 59 surtos de doenças ocorridos nos EUA durante 1999 e 2000, 61%</p><p>são de gastroenterite associados à exposição as águas de recreação (ALM, 2003). Estudo</p><p>realizado na Espanha em 2001 relaciona, por meio de formulários, a exposição à areia</p><p>contaminada com risco à saúde e doenças gastrointestinais, e foi identificada uma</p><p>correlação dos sintomas com a exacerbação de coliforme total (PRIETO, 2001).</p><p>Segundo Lee et al. (1999), existe, na literatura, inúmeros estudos epidemiológicos</p><p>associados à água de praia no Brasil e no exterior do que os identificados com a</p><p>associação de patógenos presentes em areia, sobretudo os que associam doenças</p><p>intestinais à exposição de água e ou areia de recreação (BONILLA, 2007).</p><p>Os técnicos do Setor de águas Litorâneas da CETESB expuseram, durante o</p><p>Seminário sobre balneabilidade em Santos, uma pesquisa que comparou a ocorrência</p><p>de doenças gastrointestinais com a balneabilidade das praias e chegaram à conclusão</p><p>que existe uma correlação evidente entre doença e exposição à água de praias</p><p>contaminadas, como também o maior risco em crianças (CETESB, 2015).</p><p>Os EUA, por meio da EPA em 1986, concluíram que, com classes de 200</p><p>coliformes termotolerantes por 100 mL, há o risco de se contrair doenças</p><p>gastrintestinais em 15 casos por 1.000 pessoas, que frequentam águas marinhas e em</p><p>6 casos por 1.000 pessoas, que frequentam águas doces. Após apreciação da água doce</p><p>em praias da região dos grandes Lagos, nos verões de 2003 e 2005, e águas salinas na</p><p>mesma estação, em 2005 e 2007, e análises posteriores em 2009, os EUA realizaram</p><p>este estudo com a finalidade de conquistar novos critérios de qualidade de água</p><p>recreacional. Por esta razão, os EUA vêm conduzindo a investigação e avaliação de</p><p>informações relevantes para oferecer a base científica para regulação de novos critérios</p><p>para o controle de qualidade de águas em 2012 (EPA: Washington, DC; 2012).</p><p>Brazilian Journal of Development</p><p>ISSN: 2525-8761</p><p>115832</p><p>Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.7, n.12, p. 115825-115848 dec. 2021</p><p>2.3 COLIFORMES TOTAIS E TERMOTOLERANTES</p><p>O grupo de bactérias específico como coliformes totais vivem no intestino de</p><p>animais mamíferos inclusive o ser humano. As bactérias do grupo coliforme são</p><p>consideradas os mais importantes indicadores de contaminação fecal. O grupo coliforme</p><p>é constituído por um número de microrganismos que inclui vários gêneros</p><p>denominadas, que compõe a família de Enterobactérias. Todas as bactérias coliformes</p><p>são gram-negativas, bacilares, não esporuladas e estão associadas com os dejetos de</p><p>animais de sangue quente e com o solo (MENEZES; SLVA; NEUFELD, 2006).</p><p>As bactérias coliformes fecais reproduzem-se ativamente a 44,5°C e conseguem</p><p>fermentar o açúcar. O uso da bactéria coliforme fecal para indicar poluição sanitária</p><p>mostra-se mais vultoso que o uso da bactéria coliforme "total", porque os</p><p>microrganismos considerados fecais estão limitados ao trato intestinal de animais e de</p><p>sangue quente. A determinação da concentração dos coliformes assume relevância</p><p>como parâmetro indicador da probabilidade da existência de microrganismos</p><p>patogênicos, responsáveis pela transmissão de doenças de difusão hídrica, tais como</p><p>febres tifóide, febre paratifóide, disenteria bacilar e cólera (TORTORA et al., 2012).</p><p>Os coliformes termotolerantes, incluem a categoria E. coli e Klebsiella (MAIER</p><p>et al., 2000), é um grupo formado por bacilos gram –negativos, aeróbios ou anaeróbios</p><p>facultativos, não formadores de esporos, oxidase - negativos, preparados para crescer</p><p>na presença de sais biliares e que contem a enzima β- galactosidade. Fermentam a</p><p>lactose com produção de ácido e gás a temperatura 44°- 45°C em 24 horas e, a E. Coli</p><p>é soberana neste grupo.</p><p>A espécie bacteriana E. coli pertencente a família Enterobaceriacea, pode ser</p><p>apontada e enumerada rapidamente em placas de isolamento ou em caldo, por diversas</p><p>técnicas baseadas em substratos enzimáticos cromogênicos e fluorogênicos</p><p>(TORTORA, FUNKE, CASE; 2012).</p><p>Essa espécie prospera em meio complexo produzindo indol a partir do</p><p>aminoácido triptofano. São abundantes em fezes humanas e de bichos, sendo somente</p><p>encontradas em esgotos, efluentes, águas naturais e solos que tenham recebido amostra</p><p>fecal recente, CONAMA (2000).</p><p>São anaeróbicas facultativas e cumprem inúmeros papéis benéficos ao</p><p>organismo, mas essa bactéria é capaz de provocar um pleno espectro de infecção,</p><p>mudando de meningite a infecções entéricas e as amostras patogênicas são</p><p>determinadas de acordo com seus mecanismos de virulência. (FOCACCIA, 2005;</p><p>Brazilian Journal of Development</p><p>ISSN: 2525-8761</p><p>115833</p><p>Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.7, n.12, p. 115825-115848 dec. 2021</p><p>JAWETZ, 2005; TRABULSI, ALTERTHUM, 2008 TORTORA, FUNKE, CASE,</p><p>2012)</p><p>A Salmonella sp é um microrganismo gram-negativo que pode ser visto nos</p><p>vegetais, água, areia, solo, fezes, entre outros, porém essa bactéria é confirmadamente</p><p>patogênica e persiste por período inferior nesses substratos, sempre que comparada aos</p><p>componentes dos coliformes totais (GUPTA et al., 2011).</p><p>As bactérias do gênero Salmonella apresentam a forma de reduzidos bastonetes</p><p>gram-negativos, que não formam esporos. Esses micro-organismos são indistinguíveis</p><p>das E. coli sob o microscópio ou mesmo em ágar nutriente. Doenças alimentares e de</p><p>difusão hídrica que têm a Salmonella como seu agente etiológico, resultam da ingestão</p><p>de alimentos ou água contendo uma proporção significativa de determinadas linhagens</p><p>do gênero (JAY, 2005; Silva et al, 2011).</p><p>A P. aeruginosa é uma bactéria ubíqua, que compõe a microbiota humana, sendo raras</p><p>as infecções causadas por essa bactéria em pessoas saudáveis. No entanto, essa bactéria</p><p>torna-se um agente infeccioso considerável, quando são consideradas as infecções</p><p>hospitalares, sobretudo em indivíduos com baixa resistência ou imunodeprimidos</p><p>(FOXMAN, 2002; SOUZA et al., 2006). Devido às mutações e seleções naturais</p><p>relacionadas ao uso excessivo de antibióticos, algumas cepas de P. aeruginosa tornaram-</p><p>se resistentes a estes, convertendo-se em grande ameaça aos pacientes hospitalizados</p><p>(SANTOS; XAVIER, 2002; TORTORA et al., 2012).</p><p>3 MÉTODO DA PESQUISA</p><p>3.1 LOCAL DA COLETA</p><p>As amostras foram realizadas em 7 praias urbanas na costa de Maceió (Figura 1).</p><p>As praias foram escolhidas de acordo com a presença de “línguas negras”, levando-se em</p><p>consideração a extensão da orla de Maceió. Os pontos de coleta foram determinados pelo</p><p>maior fluxo de pessoas e compreendeu 7 pontos classificados de P1 a P7, abaixo</p><p>elencados no Quadro 1.</p><p>Brazilian Journal of Development</p><p>ISSN: 2525-8761</p><p>115834</p><p>Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.7, n.12, p. 115825-115848 dec. 2021</p><p>FIGURA 2 - Geolocalização dos sete pontos de coletas no litoral de Maceió, Alagoas.</p><p>Fonte: Google Maps</p><p>QUADRO 1 – Coordenadas geográficas das praias da orla marítima de Maceió-AL.</p><p>Nº</p><p>Ponto</p><p>Praia Latitude Sul</p><p>Longitude</p><p>Oeste</p><p>1 Jacarecica 9º38’06.4” 35º41’51.4”</p><p>2</p><p>Cruz das</p><p>Almas</p><p>9º39’31.8” 35º41’52.4”</p><p>3 Jatiúca 9º39’50.1” 35º42’15.3”</p><p>4</p><p>Ponta</p><p>Verde</p><p>9º40’07.0” 35º42’45.5”</p><p>5 Pajuçara 9º40’24.7” 35º43’28.1”</p><p>6 Jaraguá 9º40’12.0” 35º43’50.6”</p><p>7 Sobral 9º40’24.2” 35º45’52.4”</p><p>Fonte da pesquisa</p><p>3.2 COLETA DAS AMOSTRAS DE SOLO</p><p>Devido a falta de padronização de parâmetros e índices estabelecidos pelos órgãos</p><p>ambientais para o controle microbiológico de areias e de normatizações sobre a análise</p><p>dessas areias de praias, no Brasil</p><p>e principalmente em Alagoas, optou-se por parâmetros</p><p>utilizados pela Técnica do Número Mais Provável (NMP), método empregado pela</p><p>Associação Americana de Saúde Pública – American Public Health Association (APHA).</p><p>Foram realizadas três coletas em períodos diferentes (Agosto/2018,</p><p>Novembro/2018 e Março/2019), por se tratar de períodos em que as precipitações de</p><p>marés e condições climáticas eram distintas, pois tratava-se de diferentes estações do ano</p><p>(Inverno, Primavera e Verão, respectivamente). As coletas das amostras de solo seguiram</p><p>a metodologia desenvolvida por YAMAHARA et al. 2012. Em cada praia, duas amostras</p><p>de areia seca e exposta, foram recolhidas a 1 metro acima do nível de maré alta, estes</p><p>locais foram selecionados como suscetíveis de contaminação (locais de grande fluxo de</p><p>pessoas e/ou próximos a “línguas negras”) e classificados como coleta A e B, que se</p><p>distanciavam em até 10 metros um do outro. Cada amostra de areia foi recolhida pela</p><p>composição de 10 sub-amostras de 25g cada.</p><p>Brazilian Journal of Development</p><p>ISSN: 2525-8761</p><p>115835</p><p>Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.7, n.12, p. 115825-115848 dec. 2021</p><p>As amostras foram acondicionadas em sacos herméticos com fecho duplo,</p><p>armazenadas em uma caixa térmica com gelo, levadas ao laboratório e processadas dentro</p><p>de 24 horas após a coleta. Como parâmetros bacteriológicos indicadores de qualidade das</p><p>areias, foram escolhidos: Contagem de Coliformes totais e termotolerantes, usados na</p><p>classificação da qualidade de águas de balneabilidade, assumindo a interação entre a água</p><p>do mar e a areia e a forte associação ao homem e animais (CONAMA, 2000).</p><p>3.3 ANÁLISE DO GRUPO COLIFORMES</p><p>De cada amostra foi retirada 25g em capela de fluxo laminar e adicionados a 225</p><p>mL de solução de Nacl a 0,85%, obtendo uma diluição inicial de 10-1 e a partir desta,</p><p>foram preparadas diluições decimais até 10-3 (CONAMA,2005).</p><p>Para a realização da etapa presuntiva foi inoculado 1 mL de cada diluição em três</p><p>tubos de ensaio contendo 9 mL de Caldo Lauril Sulfato Triptose (LST) com tubo de</p><p>Durhan invertido, e em seguida foram incubados em temperatura de 35°±0,5C/24-48±2h.</p><p>De cada tubo de LST considerado positivo (turvação do meio de cultura com produção</p><p>de gás no interior dos tubos de Durhan), foi realizada a etapa confirmativa para a presença</p><p>de coliformes totais e termotolerantes. Foi transferido alíquotas de LST através de alça</p><p>de platina estéril para tubos contendo Caldo Verde Brilhante Lactose Bile 2% (Caldo VB)</p><p>e Caldo Escherichia coli (Caldo EC), e em seguida, incubados em estufa 35º±0,5C/48±2h</p><p>e 45,5±0,2°C/48±2h, respectivamente, conforme os padrões estabelecidos pela Portaria</p><p>Nº 518 do Ministério da Saúde (CONAMA,2005).</p><p>Foram considerados positivos aqueles que apresentarem turvação do caldo e</p><p>produção de gás dentro do tubo de Durhan, sendo utilizado a tabela de NMP para</p><p>expressão final do resultado em NMP/mL. Esta análise foi desenvolvida de acordo com</p><p>a RDC nº 357 de 17 de março 2005, do Conselho Nacional do Meio Ambiente</p><p>(CONAMA,2005).</p><p>3.4 ANÁLISE ESTATÍSTICA</p><p>O teste χ2 (Distribuição Qui-Quadrado) foi utilizado para comparar dados</p><p>nominais e, portanto, sem distribuição normal. Constitiu uma medida da discrepância</p><p>entre as frequências observadas e as esperadas (CRUZ, 2013; 2016).</p><p>Brazilian Journal of Development</p><p>ISSN: 2525-8761</p><p>115836</p><p>Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.7, n.12, p. 115825-115848 dec. 2021</p><p>4 RESULTADOS DA PESQUISA</p><p>Dentre os pontos estudados durante os 3 períodos, foi detectada ausência de</p><p>coliformes totais e termotolerantes em 24 amostras (57,15%), enquanto foi observada a</p><p>presença dos microrganismos estudados em 18 amostras (42,85%) (Quadro 2). Ainda que</p><p>as coletas tenham sido feitas em três períodos distintos, com marés diferentes (segundo</p><p>dados do IMA – Instituto de Meio Ambiente de Alagoas) e situações climáticas diferentes</p><p>(1º coleta no inverno, 2º coleta na primavera e 3º coleta verão), todas as amostras estavam</p><p>dentro dos parâmetros de referência aceitáveis para a legislação e abaixo dos valores</p><p>encontrados por Monteiro et al. (2015) e Lescreck et al. (2016) em estudos semelhantes.</p><p>QUADRO 2 – Perfil microbiológico das amostras estudadas</p><p>Amostras</p><p>Coliformes Totais</p><p>(NMP/g)</p><p>Coliformes Termotolerantes (NMP/g)</p><p>1º coleta 2° coleta 3º coleta 1º coleta 2° coleta 3º coleta</p><p>P1A <> <> 3 <> <> 3</p><p>P1B 3 3 <> 3 3 <></p><p>P2A <> <> <> <> <> <></p><p>P2B <> <> <> <> <> <></p><p>P3A <> <> <> <> <> <></p><p>P3B <> <> <> <> <> <></p><p>P4A <> <> 3 <> <> 3</p><p>P4B <> <> <> <> <> <></p><p>P5A 3 3 3 3 3 3</p><p>P5B <> <> <> <> <> <></p><p>P6A 11 11 11 15 15 15</p><p>P6B 9,4 9,4 9,4 6,2 6,2 6,2</p><p>P7A 3,6 3,6 3,6 7,4 7,4 7,4</p><p>P7B <> 11 3,6 <> 15 7,4</p><p>Fonte da pesquisa</p><p>Ao verificar a quantidade de coliformes totais e termotolerantes na areia coletada</p><p>nos pontos P2A, P2B, P3A, P3B, P4B e P5B, não foi encontrado um valor significativo</p><p><> NMP/g, ou que está abaixo do limite estabelecido pela legislação. Nessas praias, a</p><p>percepção é que o fluxo de animais é reduzido, entretanto existe uma quantidade</p><p>significativa de pessoas residindo próximo aos locais, além de muitos restaurantes que</p><p>são frequentados quase que diariamente. É possível afirmar que os frequentadores da</p><p>praia contribuem diretamente na contaminação da areia da praia, quando deixam os</p><p>resíduos decorrentes de sua estadia na areia da praia (LOPES, 2017), ou mesmo por</p><p>transportar, mesmo que de forma involuntária, fezes de animais. Ainda, dados de algumas</p><p>pesquisas demonstram que praias recreacionais têm 50% mais resíduos que praias</p><p>isoladas (NASCIMENTO, 2012).</p><p>Brazilian Journal of Development</p><p>ISSN: 2525-8761</p><p>115837</p><p>Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.7, n.12, p. 115825-115848 dec. 2021</p><p>Quatro praias apresentaram contaminação por ambos os Coliformes e em todas as</p><p>coletas, uma praia apresentou contaminação por ambos os Coliformes, mas apenas na 2º</p><p>e 3º coletas, outra apresentou contaminação por ambos os Coliformes na 1º e 2º coletas,</p><p>e por fim, outra praia apresentou contaminação por ambos os Coliformes apenas na 3º</p><p>coleta. Foi verificado no ato das coletas no ponto P7B que havia um fluxo muito intenso</p><p>de animais e pessoas na praia, fato este que pode justificar a presença de 15NMP/g de</p><p>coliformes termotolerantes e 11NPM/g de coliformes totais. Já nos pontos P1A e P1B,</p><p>observou-se que havia presença de lixo próximo aos locais de coleta, o que poderia vir a</p><p>justificar a presença de coliformes nas amostras, outra possibilidade para tal variação seria</p><p>o simples fato de as coletas terem sido feitas em condições climáticas diferentes.</p><p>Em uma pesquisa semelhante realizada nas cidades de Caiobá e Guaratuba/PR,</p><p>onde foram avaliados os aspectos microbiológicos na água da praia de Matinhos,</p><p>demonstrou-se uma alta taxa de positividade (83,3%) para E. coli em um dos pontos de</p><p>amostragem e ausência de contaminação em outros pontos (ANDRAUS, 2006).</p><p>Outra pesquisa desenvolvida no Brasil, mais especificamente na Baixada Santista,</p><p>aponta a existência de altas densidades de bactérias de origem fecal como os</p><p>Enterococcus sp e E. coli, e de leveduras de origem humana como as espécies de Candida,</p><p>nas areias de praias recreacionais (PINTO, OLIVEIRA, 2011).</p><p>Na mesma linha, outra pesquisa desenvolvida no litoral Santista conclui que as</p><p>concentrações de coliformes fecais e Enterorocos nas amostras de areia analisadas</p><p>apresentaram-se, em média, acima dos padrões propostos mundialmente e nacionalmente</p><p>(LESCRECK, 2016).</p><p>As praias do Sobral (P7), Jaraguá (P6) e Pajuçara (P5) foram pontos de coleta que</p><p>em todos os períodos sempre estiveram positivas para esses microrganismos, indicando</p><p>exclusiva contaminação fecal (Imagens 1 e 2). Nos outros pontos de coleta observou-se</p><p>ausência de contaminação, isso mostra que são locais com uma variabilidade maior, que</p><p>não há constante intervenções</p><p>de efluentes ou humanas.</p><p>Brazilian Journal of Development</p><p>ISSN: 2525-8761</p><p>115838</p><p>Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.7, n.12, p. 115825-115848 dec. 2021</p><p>FIGURA 3 – Comparação entre as coletas, baseada na metodologia número Mais Provável/g de</p><p>coliformes totais.</p><p>FIGURA 4 – Comparação entre as coletas, baseada na metodologia número Mais Provável/g de</p><p>coliformes termotolerantes.</p><p>De todas as quarenta e duas amostras, dezoito apresentaram algum tipo de</p><p>contaminação por coliformes, número este que preocupa, ainda que os resultados estejam</p><p>abaixo do que foi preconizado pela literatura, o fato da presença de coliformes</p><p>termotolerantes em qualquer amostra sugere que houve contato com material fecal,</p><p>consequentemente havendo a necessidade de um estudo epidemiológico a respeito da</p><p>origem desta contaminação ambiental (FRANCO; LANDGRAF, 2008).</p><p>A relativa concentração de bactérias indicadoras de contaminação fecal nos</p><p>interstícios de areia, levanta a questão de saber se a exposição a areia da praia representa</p><p>0</p><p>2</p><p>4</p><p>6</p><p>8</p><p>10</p><p>12</p><p>NMP (1° Coleta) NMP (2º Coleta) NMP (3º Coleta)</p><p>Coliformes Totais</p><p>P1A P1B P2A P2B P3A P3B P4A</p><p>P4B P5A P5B P6A P6B P7A P7B</p><p>0</p><p>2</p><p>4</p><p>6</p><p>8</p><p>10</p><p>12</p><p>14</p><p>16</p><p>NMP (1° Coleta) NMP (2º Coleta) NMP (3º Coleta)</p><p>Coliformes Termotolerantes</p><p>P1A P1B P2A P2B P3A P3B P4A</p><p>P4B P5A P5B P6A P6B P7A P7B</p><p>Brazilian Journal of Development</p><p>ISSN: 2525-8761</p><p>115839</p><p>Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.7, n.12, p. 115825-115848 dec. 2021</p><p>um perigo para a saúde humana, desenvolvendo doenças. Vários fatores podem</p><p>influenciar nos níveis de concentração bacteriana, como o impacto das populações de</p><p>aves sobre a qualidade microbiológica das águas balneares (MURCHAR, 2005). O</p><p>movimento de pessoas na praia também pode contribuir para a abundância de bactérias</p><p>indicadoras e sua distribuição na areia.</p><p>Neste estudo foram quantificados os coliformes totais e termotolerantes em três</p><p>períodos distintos, bem como foram utilizados os resultados de balneabilidades das águas</p><p>das praias, obtidos pelo Instituto de Meio Ambiente de Alagoas nos mesmos períodos.</p><p>Em seu relatório periódico, o IMA tem como critério a Resolução do CONAMA</p><p>274/2000, onde as praias são consideradas próprias para banho, quando em 80% ou mais</p><p>de um conjunto de amostras obtidas em uma das cinco semanas anteriores, colhidas no</p><p>mesmo local, não exceder o limite de 800 NMP de E. Coli por 100mL da amostra de</p><p>água, já as praias são consideradas impróprias, quando não obdecem ao critério anterior</p><p>ou quando venha apresentar na última semana um valor superior a 2.000 NMP de E. Coli</p><p>por 100mL. Portanto percebemos, por exemplo, tais divergências no estudo, quando</p><p>verificamos que em todas as amostras de areia da praia de Pajuçara (P5) apontam</p><p>contaminação para ambos Coliformes, mas em todos os relatórios de Balneabilidade</p><p>produzidos pelo IMA (nos 3 períodos de coleta) esta mesma praia encontra-se própria</p><p>para banho.</p><p>QUADRO 3 – Quadro comparativos entre dados da pesquisa e relatórios do IMA</p><p>LOCAL</p><p>IMA PESQUISA</p><p>(07/08/2018) (06/11/2018) (12/03/2019)</p><p>1º coleta</p><p>(Ago/18)</p><p>2° coleta</p><p>(Nov/18)</p><p>3º coleta</p><p>(Mar/19)</p><p>Jacarecica PRÓPRIA PRÓPRIA PRÓPRIA IMPRÓPRIA IMPRÓPRIA IMPRÓPRIA</p><p>Cruz das</p><p>Almas</p><p>PRÓPRIA PRÓPRIA PRÓPRIA PRÓPRIA PRÓPRIA PRÓPRIA</p><p>Jatiúca IMPRÓPRIA PRÓPRIA PRÓPRIA PRÓPRIA PRÓPRIA PRÓPRIA</p><p>Brazilian Journal of Development</p><p>ISSN: 2525-8761</p><p>115840</p><p>Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.7, n.12, p. 115825-115848 dec. 2021</p><p>Ponta</p><p>Verde</p><p>PRÓPRIA PRÓPRIA PRÓPRIA PRÓPRIA PRÓPRIA IMPRÓPRIA</p><p>Pajuçara PRÓPRIA PRÓPRIA PRÓPRIA IMPRÓPRIA IMPRÓPRIA IMPRÓPRIA</p><p>Jaraguá IMPRÓPRIA PRÓPRIA IMPRÓPRIA IMPRÓPRIA IMPRÓPRIA IMPRÓPRIA</p><p>Sobral PRÓPRIA PRÓPRIA PRÓPRIA IMPRÓPRIA IMPRÓPRIA IMPRÓPRIA</p><p>Fonte da pesquisa</p><p>Considerando os resultados obtidos pelo IMA como valores a serem esperados na</p><p>pesquisa, foram computados os três possíveis resultados comparativos entre as análises</p><p>realizadas pelo IMA e as da pesquisa, considerando as coincidências nos resultados</p><p>(ambas PRÓPRIA; ambas IMPRÓPRIA; e DIFERENTES) obtidos em todas as coletas.</p><p>Trata-se de um teste de aderência, onde se verifica se os resultados obtidos pela</p><p>pesquisa diferem dos obtidos pelo IMA (resultados estes considerados como</p><p>ESPERADOS). A Hipótese nula é, portanto: “os resultados obtidos na pesquisa são iguais</p><p>àqueles obtidos pelo IMA”.</p><p>Obtivemos um χ2 = 127,2157 (p-valor = 2,37 x 10-28 ≈ 0,00 <<<< 0,05). O valor</p><p>crítico do teste é 5,9915 (NC = 95% e GL = 2). Assim, rejeita-se a hipótese nula,</p><p>concluindo-se que “para os dados disponíveis, os resultados obtidos na Pesquisa</p><p>DIFEREM significativamente dos resultados obtidos pelo IMA”.</p><p>Para corroborar com o que foi percebido nas praias de Maceió, em um estudo</p><p>realizado por Pinto, Pereira e Oliveira (2012), no município de São Vicente, São Paulo,</p><p>mostrou que houve diferença entre as densidades de bactérias encontradas na água e na</p><p>areia, sendo que altas densidades foram determinadas tanto em areia seca quanto em areia</p><p>úmida.</p><p>De acordo com os dados de relatórios periódicos (Anexos 1, 2 e 3) emitidos pelo</p><p>IMA, não houve concordância entre os resultados dos ensaios de balneabilidade das praias</p><p>de Maceió e os dados aqui obtidos. No primeiro relatório encontravam-se impróprias para</p><p>banho as praias do Sobral (P7), Jatiúca (P3) e Cruz das almas (P2), e no mesmo período</p><p>(1º coleta) observou-se a presença de coliformes nas praias do Sobral (P7), Jaraguá (P6),</p><p>Brazilian Journal of Development</p><p>ISSN: 2525-8761</p><p>115841</p><p>Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.7, n.12, p. 115825-115848 dec. 2021</p><p>Pajuçara (P5) e Jacarecica (P1). No segundo relatório todas as praiais encontravam-se</p><p>próprias para banho, enquanto que novamente foi identificada a presença de coliformes</p><p>nas praias do Sobral (P7), Jaraguá (P6), Pajuçara (P5) e Jacarecica (P1). Por fim, no</p><p>terceiro relatório, mais uma vez as praias do Sobral (P7) e Jaraguá (P6) são apontadas</p><p>como impróprias para banho, e na 3º coleta foi identificada a presença de coliformes nas</p><p>praias do Sobral (P7), Jaraguá (P6), Pajuçara (P5), Ponta Verde (P4) e Jacarecica (P1).</p><p>Segundo Vieira, 2017, a influência do fluxo e refluxo da maré sobre a areia é a</p><p>causa mais provável da contaminação da areia úmida, valores significativos de NMP em</p><p>amostras de areia seca, podem estar relacionados a frequente presença de agentes</p><p>humanos, influenciando diretamente na quantidade de resíduos jogados na areia, o que</p><p>servirá de substrato para as bactérias.</p><p>Um dos motivos para esses resultados pode ser devido ao grande fluxo de animais</p><p>nas praias, agentes humanos e elevação da maré. Já o número de coletas por local não</p><p>deve ter influenciado esses resultados, pois se utilizou amostras de areia de dois pontos</p><p>diferentes de cada praia de uma amostra composta (Ex: P1A e P1B) com quatorze</p><p>amostras simples por coleta, número esse suficiente para encontrar coliformes na areia, e</p><p>é um procedimento utilizado por vários autores. Em trabalho passado, Vieira et al. (2000)</p><p>também observaram que areias secas detinham uma maior contaminação bacteriológica</p><p>que as úmidas devido a diluição da quantidade de bactérias pela água.</p><p>Portanto, todos os estudos realizados apontam para a necessidade de</p><p>monitoramento da qualidade sanitária da areia das praias, no intuito de gerar dados e</p><p>subsídios mais robustos, que possam servir de alicerce para futuras padronizações, com a</p><p>finalidade de proteger a saúde pública e preservar o meio ambiente.</p><p>5 CONCLUSÃO/CONSIDERAÇÕES</p><p>Conclui-se, por meio do estudo realizado, que a areia de praia pode apresentar</p><p>características bacteriológicas distintas em razão do modo de uso e do lançamento de</p><p>esgoto, bem como por agentes humanos.</p><p>É possível sugerir o comprometimento da qualidade sanitária aos banhistas devido</p><p>a presença de coliformes fecais</p><p>na areia de algumas praias objeto desse estudo, mesmo</p><p>que a princípio estejam dentro dos padrões estabelecidos mundialmente e nacionalmente.</p><p>Diante da lacuna existente na legislação, é de fundamental importância a</p><p>realização de mais estudos que possibilitem o estabelecimento de parâmetros legais. Uma</p><p>vez determinada a contaminação microbiológica da areia das praias de Maceió, existe a</p><p>Brazilian Journal of Development</p><p>ISSN: 2525-8761</p><p>115842</p><p>Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.7, n.12, p. 115825-115848 dec. 2021</p><p>necessidade de estudos baseados em evidências epidemiológicas de exposição e análises</p><p>de risco microbiológico, a fim de se estabelecer padrões de qualidade e políticas públicas</p><p>para monitoramento e controle da qualidade sanitária da areia das praias do litoral de</p><p>Alagoas.</p><p>Brazilian Journal of Development</p><p>ISSN: 2525-8761</p><p>115843</p><p>Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.7, n.12, p. 115825-115848 dec. 2021</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>ABDALLAH, S. A.; ELMANAMA, A. A.; FAHD, M. I.; AFIFI, S. Microbiological</p><p>Beach Sand Quality in the Gaza Strip in Comparison to Seawater. Polish Journal of</p><p>Environmental Studies, v.14, n.6, p.841-850, 2005.</p><p>ALM EW, Burke J, Spain A. 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