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<p>UNIDADE 3</p><p>MOTIVAÇÃO PARA ADOÇÃO</p><p>E TEMPO DE ESPERA</p><p>Anyellem Pereira Rosa</p><p>Nesta unidade iremos estudar os seguintes temas:</p><p>• As expectativas e as motivações dos pretendentes à adoção</p><p>• Motivações equivocadas</p><p>• Motivação x Desistência</p><p>• Medos na adoção – o que te faria desistir</p><p>• Finalidade da Adoção</p><p>• Lidando com as possíveis dificuldades após a chegada da criança/adolescente</p><p>• A elaboração do luto e o nascimento do filho por adoção</p><p>• Contratos psicológicos no casamento</p><p>• A decisão de amar, o novo “Sim”.</p><p>• Tempo de espera: preparação e amadurecimento</p><p>A utilização e impressão dos materiais do curso somente serão permitidas para</p><p>uso pessoal do estudante, visando facilitar o aprendizado dos temas tratados,</p><p>sendo proibida sua reprodução e distribuição sem prévia autorização da EJEF.</p><p>Refletindo sobre suas motivações</p><p>O processo de adoção envolve uma caminhada com etapas definidas que geram</p><p>sentimentos contraditórios, como medos, inseguranças, raiva, ansiedade, expectativa,</p><p>sonhos, amor, esperança... Se você chegou aqui neste curso, você está em alguma</p><p>parte dessa caminhada, e eu te convido a refletirmos juntos sobre os motivos pelos</p><p>quais você escolheu estar aqui e como viver esse tempo de espera de forma a se</p><p>preparar melhor para a vivência familiar adotiva.</p><p>Por que é importante refletir sobre motivação?</p><p>A adoção confere a todo indivíduo o direito de viver</p><p>em família. Entretanto, todo o seu contexto envolve</p><p>questões específicas relacionadas à história da criança e</p><p>dos pretendentes, SUA HISTÓRIA, influenciando</p><p>diretamente na qualidade da construção e da vivência dos</p><p>vínculos formados.</p><p>Observar sua história, seus sentimentos e os</p><p>motivos que o levaram à adoção é como direcionar um</p><p>farol para que você compreenda o que está buscando</p><p>para sua vida.</p><p>É fundamental que você saiba o que realmente</p><p>quer para o seu futuro. Pensar nas motivações significa</p><p>tomar consciência dos seus limites e possibilidades, dos</p><p>outros e do mundo.</p><p>É compreender a você mesmo, com todos os momentos de ansiedade e</p><p>angústia, satisfação e alegria, dúvidas e benefícios, que estão muitas vezes implícitos</p><p>no desejo de adotar. É entrar em contato com os sentimentos que o acompanham no</p><p>desejo da adoção para melhor decidir por esse caminho de filiação.</p><p>Fonte: Pexels -</p><p>www.pexels.com/pt-br</p><p>Farias e Maia dizem:</p><p>[...] a motivação é dos fatores mais relevantes na avaliação psicológica,</p><p>pois é a partir desse esclarecimento que se pretende evitar que</p><p>requerentes acreditem ter o direito de “devolver” a criança/adolescente</p><p>ao Poder Judiciário (FARIAS; MAIA, 2009, p.131 apud SOUSA;</p><p>CASANOVA, 2014, p. 32).</p><p>No caso de casal ou par, será necessário que vocês conversem no sentido de</p><p>perceber se a motivação para serem pais é de ambos ou apenas de um. Cada um tem</p><p>uma percepção pessoal, um jeito particular de viver essa decisão. É necessária uma</p><p>grande sintonia. O que se espera nesse processo de autoquestionamento é que cada</p><p>um seja responsável pelo papel que está almejando desempenhar na vida do filho</p><p>esperado.</p><p>Na adoção, você deve ter plena consciência de sua decisão. É um processo que</p><p>não pode ser fruto de sua escolha impulsiva. Portanto, reflita:</p><p>Qual sua história até chegar neste curso? Quais as suas motivações para estar</p><p>aqui? Que lugar um filho vai preencher em sua vida? Que mudança em sua vida você</p><p>está buscando?</p><p>Tem a ver com o casamento em crise? É para ajudar crianças pobres? Você</p><p>busca uma companhia? Tem a ver com um luto não elaborado? Uma infertilidade não</p><p>compreendida? Ou pela morte de um filho ou alguém que ama? Existe solidão? Falta</p><p>de perspectiva para o futuro?</p><p>Muitas vezes, a adoção tem seu início marcado por uma história de perdas ou</p><p>medos que geram dores, raiva, tristeza e frustrações. Sentimentos que precisam ser</p><p>elaborados antes de a adoção acontecer para que a vida reencontre novos sentidos e</p><p>As razões envolvidas nessa decisão podem acarretar</p><p>grandes prejuízos ao desenvolvimento do seu papel</p><p>como mãe, como pai. Isso quer dizer que a qualidade</p><p>com que você vai desempenhar sua parentalidade é</p><p>influenciada pelo que você espera da adoção. Se isso</p><p>não estiver claro, pode inclusive levá-lo a desistir da</p><p>adoção, quando os desafios aparecerem.</p><p>a adoção aconteça realmente. Isso não é feio, não é errado. Está tudo bem se você</p><p>decidiu adotar porque não pode gerar um filho biológico. A diferença é a forma como</p><p>você lida com isso... Entende?</p><p>Há diversos motivos que levam pessoas a desejarem a adoção, por isso a</p><p>motivação é particular para cada um e é essencial para entendermos se há motivações</p><p>equivocadas para a adoção. Então, vamos considerar os seguintes casos:</p><p>Alexandre e Roberta estavam casados há 10 anos e tinham dois filhos. Eram</p><p>figuras ativas dentro de sua igreja, muito envolvidos em ações de caridade. Sempre</p><p>que levavam arrecadações para os abrigos de sua cidade ficavam compadecidos</p><p>com a história das crianças que lá viviam e sentiam a obrigação de fazer algo por</p><p>pelo menos uma delas, livrando-a de um futuro incerto e precário. Decidiram fazer</p><p>uma boa ação e deram entrada no processo de adoção.</p><p>Caso 1- Sobre a adoção para caridade:</p><p>Ana dedicava 100% do tempo ao seu emprego e por isso dizia que não havia</p><p>espaço para um filho em sua vida. Não suportava a ideia de ter que se afastar do</p><p>trabalho e sair de sua rotina para cuidar de uma criança. Mariana, sua esposa,</p><p>aceitou sua decisão mesmo tendo o sonho de ser mãe. Com o passar do tempo, o</p><p>casamento foi ficando desgastado, e Mariana parecia cada vez mais distante. Ana,</p><p>que desconfiava que a companheira sentia a falta de ter filhos, propõe que elas</p><p>adotem uma criança, mesmo não sendo sua vontade.</p><p>.</p><p>Caso 2 - Sobre adoção para salvar casamento/relação:</p><p>Lúcia tinha 55 anos e nunca desejou se casar. Sempre que encontrava com suas</p><p>amigas, ouvia suas histórias de família e como os filhos eram muito cuidadosos e</p><p>preocupados com elas. Uma de suas amigas conta que seu filho construiu um</p><p>quarto em sua casa nova para ela, e que ela poderia se mudar quando quisesse.</p><p>Lúcia, que tem uma doença nos ossos, começou a pensar que quando chegar na</p><p>velhice não poderá contar com ninguém para cuidar dela. Pensa que a adoção</p><p>seria uma boa alternativa para sua condição, já que conseguiria alguém para lhe</p><p>fazer companhia e fornecer cuidados caso fosse necessário.</p><p>.</p><p>Caso 3 - Sobre a adoção para ter companhia:</p><p>Depois de três anos de casamento, Paula e André começam suas tentativas de</p><p>engravidar. Tinham muita curiosidade para saber como seria um bebê que</p><p>misturasse as características dos dois. Após algumas frustrações, consultam um</p><p>especialista e recebem a notícia de que André era estéril. O casal conversa e chega</p><p>à conclusão de que só poderiam ser pais por adoção e, assim, iniciam o processo.</p><p>Entretanto, no fundo do seu coração, André sentia-se inferiorizado por não ser fértil,</p><p>e Paula o culpava, secretamente, por lhe privar da experiência de gerar um bebê</p><p>em seu ventre.</p><p>.</p><p>Caso 4 - Sobre a adoção para substituir a infertilidade:</p><p>Qual sua percepção para cada um desses casos?</p><p>O que essas histórias o fazem pensar? Como elas tocam na sua história?</p><p>Quais impactos essas motivações teriam em cada adoção?</p><p>É importante destacar que as diferentes motivações não podem ser julgadas</p><p>como motivos positivos ou negativos ou até mesmo vistas como boas ou más. Devem-</p><p>se observar com cuidado as motivações, pois elas poderão sinalizar como será a sua</p><p>relação com o filho que deseja.</p><p>Através desses exemplos baseados em pesquisas e na minha experiência</p><p>profissional, é possível retratar que a maioria dos pretendentes possui</p><p>seus anseios e</p><p>desejos, pautados em suas histórias de vida e suas experiências.</p><p>Para Vargas:</p><p>A motivação para adoção aparece, na maioria desses casos, como</p><p>uma substituição, ou seja, o filho adotivo é buscado para ocupar o lugar</p><p>do biológico, ou reparação da culpa da esterilidade, e espera-se que</p><p>tenha as características do casal (VARGAS, 1998, p. 29 apud SOUSA;</p><p>CASANOVA, 2014, p. 33).</p><p>Maria e Fabiano estavam casados há 20 anos e tinham dois filhos: Laura, que havia</p><p>se mudado para outro país, e Marcos, que fazia faculdade em outra cidade.</p><p>Fabiano ficava o dia inteiro trabalhando e, quando chegava em casa, à noite,</p><p>gostava de assistir à televisão e dormir cedo. Maria vendia roupas em sua própria</p><p>residência; sentia-se muito sozinha e se arrependia de não ter feito faculdade,</p><p>porque seu sonho era ser advogada. Recentemente, sua sogra, que estava muito</p><p>doente, mudou-se para sua casa, colocando fim ao seu sonho de viajar e conhecer</p><p>o mundo com seu marido. Maria reclama que suas vendas caíram muito e que seus</p><p>filhos nunca lhe visitam. Está cansada de cuidar da casa e de ser enfermeira de</p><p>sua sogra. Começa a pensar que adotar uma criança seria uma boa ideia, porque</p><p>movimentaria a casa e alegraria seus dias. Comunica sua ideia a Fabiano, que</p><p>aceita, pensando que isso faria a esposa mais feliz.</p><p>.</p><p>Caso 5 - Sobre a adoção para carências emocionais:</p><p>Ressalto a nova cultura da adoção, que torna a criança prioridade absoluta nos</p><p>processos de filiação, o que quer dizer que não se buscam crianças para famílias, mas</p><p>sim famílias para crianças.</p><p>Quando a adoção acontece, o</p><p>filho por adoção torna-se simplesmente</p><p>filho, mesmo considerando todas as</p><p>especificidades que envolvem a adoção.</p><p>Estas são respeitadas, manejadas,</p><p>reconstruídas e ressignificadas ao longo</p><p>da convivência. E um lindo encontro de</p><p>amor acontece!</p><p>A mensagem que quero deixar clara para você nesta</p><p>aula é: ENTENDA QUE SUAS EXPECTATIVAS EM</p><p>RELAÇÃO AO FILHO QUE VAI CHEGAR</p><p>INFLUENCIARÃO SUA FORMA DE SE RELACIONAR</p><p>COM ELE. Portanto, é importante que você se</p><p>responsabilize pelos seus sentimentos e dores de sua</p><p>história. Uma criança não tem o compromisso de</p><p>resolver os seus problemas nem deve estar aprisionada</p><p>ao seu desejo. Essa consciência será libertadora para</p><p>você também.</p><p>Assim, a decisão pela adoção vem pelo desejo</p><p>voluntário e consciente de uma pessoa dedicar-se a</p><p>outra como pai ou mãe com todos os deveres que</p><p>isso implica: amar, cuidar, educar, proteger. E isso</p><p>implica exercer tarefas e atividades que dão</p><p>trabalho, são cansativas, exigem dedicação e</p><p>esforço. Para sustentar tudo isso e todos os</p><p>desafios dessa relação, você precisa estar</p><p>amadurecido emocionalmente para se doar e não</p><p>esperar nada em troca.</p><p>Fonte: Pexels - https://www.pexels.com/</p><p>Sobre a infertilidade:</p><p>É importante destacarmos aqui alguns pontos de reflexão sobre a infertilidade</p><p>que acompanha a maioria dos pretendentes.</p><p>Quando a infertilidade ou esterilidade de um membro do casal atinge o</p><p>relacionamento conjugal, em geral, pode haver culpa, acusações veladas,</p><p>ressentimentos. E isso precisa estar muito bem conversado e elaborado antes da</p><p>adoção. É necessário que um deles renuncie à sua fertilidade e o outro elabore a sua</p><p>infertilidade para que um novo projeto aconteça: a adoção.</p><p>Por isso, sugiro que você faça uma criteriosa análise sobre a solução do luto da</p><p>esterilidade ou infertilidade em sua vida. Observe se existe alguma dificuldade de aceitar</p><p>a infertilidade, pois os lutos não elaborados antes da decisão de adotar dificultam</p><p>ou impossibilitam uma motivação adequada.</p><p>Fonte: Pexels - www.pexels.com/pt-br</p><p>A descoberta da infertilidade ou esterilidade em geral é</p><p>um choque e traz uma decepção enorme. Existe</p><p>negação, raiva, protesto, depressão, retraimento. Se a</p><p>adoção acontece em meio a todos esses</p><p>sentimentos, é algo desastroso. A criança tenderá a</p><p>não ser vista como ela mesma, mas sim como uma</p><p>lembrança da decepção e da frustração.</p><p>Reconheça as perdas que estão nesse processo: luto da continuidade genética,</p><p>da gravidez, da barriga crescendo, náuseas não sentidas. Será uma gravidez sem sinais</p><p>físicos. Será uma filiação sem traços genéticos. Entender que não terão descendentes</p><p>consanguíneos, dentre tantos outros sonhos e expectativas que você tenha tido sobre</p><p>gerar um filho biológico.</p><p>Para ser mãe, não é suficiente gestar biologicamente o filho, mas provê-lo de</p><p>cuidados e afeto, materná-lo. É ser capaz de ter uma gestação emocional para a</p><p>chegada de um filho.</p><p>Para ser pai, não é suficiente dar ao filho sua herança genética, mas sua herança</p><p>de valores, de amor, paterná-lo.</p><p>A importância de se investigar a motivação para adoção tem relação direta com</p><p>os motivos de desistência ou devolução na adoção. Vamos falar um pouco sobre eles.</p><p>E, finalmente, com a aceitação e reorganização dessas</p><p>perdas e a elaboração do luto, abre-se espaço para a</p><p>gestação emocional, para a fertilidade afetiva. Você se</p><p>conecta com sua capacidade e potência de amar.</p><p>Você é fértil emocionalmente! E isso é fundamental</p><p>para se ter filhos!</p><p>- Realidade diferente do planejado: Muitos fatos podem interferir no planejamento</p><p>familiar e isso se tornar um impeditivo para a adoção: perda de emprego, separação</p><p>conjugal, falecimento na família, gravidez repentina, entre outros, são motivos que</p><p>desestabilizam algumas pessoas que não conseguem lidar com as mudanças e acabam</p><p>colocando o peso unicamente na adoção.</p><p>- Quando somente um cônjuge quer: Alguns casais entram no processo por desejo</p><p>ou insistência de apenas um do par, e, quando a adoção acontece, isso se reflete na</p><p>dificuldade da construção do vínculo deste com o filho que chegou. Normalmente,</p><p>haverá menos contato e menos participação e/ou mais conflitos e brigas. Isso pode</p><p>gerar conflitos também no casal, fazendo com que a adoção seja vista como um</p><p>problema na relação, gerando a devolução.</p><p>- Imaturidade conjugal: Há casais que vivem uma relação de dependência emocional</p><p>entre si, e a chegada do filho gera ciúmes, disputas, sentimento de rejeição, raiva, por</p><p>perder a exclusividade na relação e atenção do(a) parceiro(a). Muitos desses casos não</p><p>se sustentam, o vínculo não acontece e a desistência acaba acontecendo.</p><p>Motivos de desistência na adoção:</p><p>Impossibilidade do filho</p><p>biológico</p><p>Realidade</p><p>diferente do</p><p>planejado</p><p>Dificuldade</p><p>de aceitar a</p><p>diferença</p><p>Dificuldade</p><p>em lidar com</p><p>a regressão</p><p>psicológica</p><p>Quando somente um</p><p>cônjuge quer</p><p>Imaturidade</p><p>pessoal</p><p>Imaturidade</p><p>conjugal</p><p>- Imaturidade pessoal: Atuar como pai e mãe exige autoconhecimento e maturidade</p><p>emocional para lidar com os conflitos cotidianos com o filho. O alto nível de investimento</p><p>emocional somado ao trabalho diário de cuidar e educar podem se tornar insustentáveis</p><p>para pessoas que não têm estrutura emocional para enfrentar certos problemas. Na</p><p>adoção, muitos desafios são vivenciados, gerando mais desgaste emocional, e, se a</p><p>pessoa não está preparada emocionalmente, acaba não aguentando e desiste.</p><p>- Dificuldade de aceitar a diferença: O filho que chega não é igual ao filho esperado,</p><p>ou seja, as suas expectativas sobre o filho esperado — características físicas,</p><p>emocionais, formas de se comportar, de conversar, se relacionar, jeito de aprender,</p><p>religião, gostos — serão diferentes da forma como ele realmente é. Quando as</p><p>diferenças não são aceitas, há mais conflitos, sentimentos de inadequação, cobrança,</p><p>intolerância e arrependimento. O amor só acontece na aceitação da diferença, caso</p><p>contrário, há só sofrimento.</p><p>- Impossibilidade do filho biológico: Nos casos em que a infertilidade ou esterilidade</p><p>não foi elaborada, conversada e aceita, a fantasia do filho ideal que teria a carga</p><p>genética e carregaria as mesmas qualidades do pai e da mãe fica sempre no imaginário</p><p>desses pais. O filho que chega será comparado ao filho que não existiu. Isso assombra</p><p>a chegada do filho real e traz consequências severas na construção do vínculo, levando</p><p>a questionamentos dos pais sobre sua capacidade de amar e educar esse filho e, às</p><p>vezes, a devolvê-lo.</p><p>- Dificuldade em lidar com a regressão psicológica: O filho, quando chega, poderá</p><p>ter comportamentos desafiadores diante da nova família, na tentativa de se adaptar ou</p><p>testar os novos pais. (Esse tema será melhor detalhado na aula “Novas configurações</p><p>familiares e os desafios da adoção”). Para muitos pais, esses comportamentos são</p><p>vivenciados com decepção, medo, raiva e arrependimento.</p><p>Podemos perceber que, para todos esses motivos de desistência, faltou, por</p><p>parte dos pretendentes, preparo, reflexão profunda sobre as motivações, clareza dos</p><p>papéis a desempenhar e dos desafios a enfrentar.</p><p>Segundo Souza (2012), muitas vezes, o fracasso da adoção é responsabilidade</p><p>do adulto, mas quem sofre é o ex-filho. De fato, construir a paternidade/maternidade vai</p><p>depender dos pais.</p><p>O SUCESSO ADOTIVO ACONTECE SE EXISTE O FIRME PROPÓSITO DE</p><p>PATERNAR/MATERNAR E ACEITAR A CRIANÇA/ADOLESCENTE COMO UM</p><p>FILHO REAL E POSSÍVEL.</p><p>Fonte: Pexels - www.pexels.com/pt-br</p><p>Tempo de espera</p><p>O tempo de espera, no contexto da adoção, é tempo de angústia, tempo de</p><p>expectativa, tempo de idealizações, de encontro, insegurança, desencontros, medo,</p><p>tempo de disponibilidade, de resgate de memória, de elaboração de luto, de perdas,</p><p>mas, também, tempo de amor, de fé: a esperança presente das coisas futuras.</p><p>No nascimento biológico, a espera é um processo progressivo mensurado por</p><p>mudanças físicas e psicológicas da mãe e por transformações mais sutis do pai. Na</p><p>adoção, o mistério e a surpresa da procriação natural são substituídos pelo desejo de</p><p>reparação, a espera é de como conseguir preencher um vazio, vivido muitas vezes com</p><p>muita dor, com uma plenitude tanto imaginada como temida por um longo tempo e que</p><p>se transforma em realidade em um segundo, sem o auxílio do tempo biológico. De</p><p>repente, se torna mãe, pai.</p><p>O tempo de espera deve ser produtivo porque é uma passagem. É um tempo</p><p>que terá fim, mas que, enquanto dura, parece uma eternidade. Então, que tal você usar</p><p>esse tempo a seu favor? Enquanto você espera para adotar, coloque-se em</p><p>aprendizado, em desenvolvimento, lidando com a sua própria história, seus medos e</p><p>limitações, entrando numa fase de reflexão, preparação e amadurecimento.</p><p>Tempo de reflexão</p><p>Sei que todas as perguntas e reflexões até aqui exigem muita sinceridade</p><p>e coragem para respondê-las. E esse é o momento. Reflita! Enquanto você está</p><p>neste curso, enquanto você está no processo, é o tempo de se permitir refletir de</p><p>verdade sobre seus motivos, seus medos, suas dificuldades, para que, sabendo delas,</p><p>possa se preparar melhor. Ou quem sabe até você possa entender, ao final deste curso,</p><p>que a adoção não é um caminho para você. Sei que pode parecer um absurdo o que</p><p>estou dizendo, mas, acredite, esse momento de reflexão é fundamental para que você</p><p>tome decisões conscientes e acertadas.</p><p>Se você entender que não deseja de fato a adoção, o momento de desistir é</p><p>agora. Você não será julgado por isso, pelo contrário, estará sendo responsável em não</p><p>levar adiante algo que não é do seu desejo, pois, fatalmente, dará errado. Então,</p><p>dedique-se a essas perguntas.</p><p>E, se você percebe que a adoção é sua escolha, mas que ainda precisa cuidar</p><p>de alguns aspectos, como seus sentimentos, suas expectativas, seus relacionamentos</p><p>familiares, seu relacionamento conjugal ou algo na sua história, use o tempo para se</p><p>preparar.</p><p>Tempo de preparo</p><p>O que se espera, nesse processo de autoquestionamento, é que cada um seja</p><p>responsável pelo papel que almeja desempenhar na vida do filho esperado. Para isso,</p><p>leia conteúdos sobre adoção, aprofunde-se em estudos sobre educação de filhos,</p><p>participe de grupos de apoio e reflexão, veja filmes, ouça histórias e depoimentos de</p><p>famílias adotivas.</p><p>E, se a motivação não estiver clara ou estiver carregada de alguma angústia ou</p><p>dúvida, sugiro que, além dos grupos de apoio e reflexão, você procure ajuda</p><p>profissional, uma psicoterapia, para que possa curar e elaborar melhor os sentimentos</p><p>que permeiam sua decisão de adotar. A adoção deve ser realizada quando houver</p><p>segurança do desejo de ser pai ou mãe.</p><p>Tempo de amadurecimento</p><p>A adoção é a expressão de um desejo e, como tal, envolve aspectos muito</p><p>subjetivos e profundos do pretendente. É se disponibilizar para amar, cuidar, dedicar-se</p><p>ao outro. Isso implica a necessidade do autoconhecimento e da maturidade emocional.</p><p>O tempo de espera pode ser um tempo para você se conhecer mais, para</p><p>entender seu jeito de se relacionar com as pessoas e com o mundo, para investigar</p><p>suas qualidades e limitações diante do papel parental a ser assumido.</p><p>O casal, nesse tempo de espera, deve construir a confiança de que ainda são</p><p>um casal, mesmo após terem sido quebrados vários pactos sobre ter seus filhos</p><p>biológicos. Por isso, é a relação de confiança do casal que precisa ser reconstruída.</p><p>Enfrente seus próprios fantasmas, lide com seus medos e dores. Algumas</p><p>histórias precisam ser reconstruídas e, principalmente, entre em contato com sua força</p><p>e capacidade de amar e construir uma família de verdade.</p><p>Esse é o SEU tempo!</p><p>Tudo o que refletimos até aqui é uma oportunidade para você se preparar e</p><p>amadurecer também. Retomando as primeiras perguntas que fiz em nossa videoaula,</p><p>pegue o papel em que você anotou suas respostas, busque um momento individual de</p><p>reflexão sobre os verdadeiros motivos que te levam a adotar um(a) filho(a) e responda</p><p>novamente:</p><p>Por que eu quero adotar? Qual o sentido de ser pai/mãe por adoção?</p><p>Qual o sentido de ter um(a) filho(a) por adoção?</p><p>_____________________________________________________________________</p><p>_____________________________________________________________________</p><p>_____________________________________________________________________</p><p>_____________________________________________________________________</p><p>_____________________________________________________________________</p><p>_____________________________________________________________________</p><p>Aproveite o seu tempo de espera como o seu tempo de crescimento!</p><p>Adoção: presente recíproco</p><p>Etimologicamente, o termo adoção deriva da palavra latina adoptione, que</p><p>significa considerar, olhar para, escolher.</p><p>Você está escolhendo amar uma criança ou um adolescente como um filho, e</p><p>uma criança ou um adolescente irá escolher te amar como um pai ou uma mãe. Este é</p><p>o presente mútuo!</p><p>Acolher uma criança em família e torná-la filha, tirá-la da condição de “abrigada”,</p><p>de “abandonada”, é olhar para ela, escolher oferecer a ela os seus direitos, é considerá-</p><p>la alguém digna de atenção e afeto. Nesse sentido, todos os filhos precisam ser</p><p>adotados!</p><p>A adoção é a paternidade/maternidade fundada nos laços de afeto, que emanam</p><p>da dedicação de uma pessoa para com a outra, através do amor e do cumprimento dos</p><p>deveres de pai/mãe voluntariamente. Isso é muito potente!</p><p>Fonte: Unsplash - unsplash.com</p><p>Na adoção, não existe a genética, existe o DNA da Alma, fruto da convivência</p><p>familiar, dos encontros e desencontros, das histórias vividas e construídas juntas!</p><p>Que você possa se aprofundar em você mesmo, se conectar com seu desejo</p><p>mais autêntico e possa viver o presente da adoção na sua vida.</p><p>Referências:</p><p>D’ANDREA, Antonio. Tempo de espera: como vivem as crianças, o casal e os</p><p>trabalhadores sociais à espera da adoção. São Paulo: Instituto de Terapia Familiar de</p><p>São Paulo, 2012.</p><p>ENCONTROS sobre adoção: Transformando o tempo de espera em tempo de</p><p>preparação. Cartilha para pretendentes à adoção. Cartilha produzida para o Projeto</p><p>Novos Vínculos Afetivos para crianças e adolescentes – Preparação, um trabalho do</p><p>aconchego com o apoio do Fundo</p><p>dos Direitos da Criança e do Adolescente - FDCA/DF,</p><p>2016/2017.</p><p>SOUSA, H. P. de; CASANOVA, R. P. de S. Adoção e a preparação dos pretendentes:</p><p>roteiro para o trabalho nos grupos preparatórios. Curitiba: Juruá, 2014.</p><p>SOUZA, H. P. de. Adoção tardia: devolução ou desistência de um filho? A necessária</p><p>preparação para adoção. Curitiba: Juruá, 2012.</p>

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