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<p>DESENHO</p><p>DE MODA</p><p>PROFESSORA</p><p>Dra. Paula Piva Linke</p><p>DESENHO DE MODA</p><p>2</p><p>DIREÇÃO UNICESUMAR</p><p>Reitor Wilson de Matos Silva, Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho, Pró-Reitor de Administração</p><p>Wilson de Matos Silva Filho, Pró-Reitor de EAD Willian Victor Kendrick de Matos Silva, Presidente</p><p>da Mantenedora Cláudio Ferdinandi.</p><p>NEAD - NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA</p><p>Diretoria Executiva de Ensino Janes Fidélis Tomelin Diretoria Operacional de Ensino Kátia Coelho,</p><p>Diretoria de Planejamento de Ensino Fabrício Lazilha, Direção de Operações Chrystiano Mincoff,</p><p>Direção de Polos Próprios James Prestes, Direção de Desenvolvimento Dayane Almeida, Direção</p><p>de Relacionamento Alessandra Baron, Head de Produção de Conteúdos Celso L. Filho, Gerência de</p><p>Produção de Conteúdo Diogo R. Garcia, Gerência de Projetos Especiais Daniel F. Hey, Supervisão</p><p>do Núcleo de Produção de Materiais Nádila de Almeida Toledo, Supervisão Operacional de Ensino</p><p>Luiz Arthur Sanglard, Coordenador(a) de Conteúdo Sandra Franchini Projeto Gráfico José Jhonny</p><p>Coelho, Editoração Melina Belusse Ramos, Designer Educacional Agnaldo Ventura,Yasminn T.</p><p>Tavares Zagonel, Qualidade Textual Hellyery Agda, Revisão Textual Alessandra Sardeto, Helen</p><p>Braga do Prado Ilustração Bruno Pardinho, Fotos Shutterstock.</p><p>C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a Distância;</p><p>LINKE, Paula Piva.</p><p>Desenho de Moda. Paula Piva Linke.</p><p>Maringá - PR.:UniCesumar, 2016. Reimpresso em 2024.</p><p>220 p.</p><p>“Graduação em Design - EaD”.</p><p>1.Desenho. 2.Moda. 3.EaD. I. Título.</p><p>ISBN 978-85-459-0730-5</p><p>CDD - 22ª Ed. 741</p><p>CIP - NBR 12899 - AACR/2</p><p>NEAD</p><p>Núcleo de Educação a Distância</p><p>Av. Guedner, 1610, Bloco 4</p><p>Jd. Aclimação - Cep 87050-900 Maringá - Paraná</p><p>www.unicesumar.edu.br | 0800 600 6360</p><p>Impresso por:</p><p>Wilson Matos da Silva</p><p>Reitor da Unicesumar</p><p>Em um mundo global e dinâmico, nós trabalhamos</p><p>com princípios éticos e profissionalismo, não</p><p>somente para oferecer uma educação de qualidade,</p><p>mas, acima de tudo, para gerar uma conversão</p><p>integral das pessoas ao conhecimento. Baseamo-</p><p>nos em 4 pilares: intelectual, profissional,</p><p>emocional e espiritual.</p><p>Iniciamos a Unicesumar em 1990, com dois cursos de</p><p>graduação e 180 alunos. Hoje, temos mais de 100 mil</p><p>estudantes espalhados em todo o Brasil: nos quatro</p><p>campi presenciais (Maringá, Curitiba, Ponta Grossa</p><p>e Londrina) e em mais de 300 polos EAD no país,</p><p>com dezenas de cursos de graduação e pós-graduação.</p><p>Produzimos e revisamos 500 livros e distribuímos mais</p><p>de 500 mil exemplares por ano. Somos reconhecidos</p><p>pelo MEC como uma instituição de excelência, com</p><p>IGC 4 em 7 anos consecutivos. Estamos entre os 10</p><p>maiores grupos educacionais do Brasil.</p><p>A rapidez do mundo moderno exige dos educadores</p><p>soluções inteligentes para as necessidades de todos.</p><p>Para continuar relevante, a instituição de educação</p><p>precisa ter pelo menos três virtudes: inovação,</p><p>coragem e compromisso com a qualidade. Por</p><p>isso, desenvolvemos, para os cursos de Engenharia,</p><p>metodologias ativas, as quais visam reunir o melhor</p><p>do ensino presencial e a distância.</p><p>Tudo isso para honrarmos a nossa missão que é</p><p>promover a educação de qualidade nas diferentes áreas</p><p>do conhecimento, formando profissionais cidadãos</p><p>que contribuam para o desenvolvimento de uma</p><p>sociedade justa e solidária.</p><p>Vamos juntos!</p><p>boas-vindas</p><p>Willian V. K. de Matos Silva</p><p>Pró-Reitor da Unicesumar EaD</p><p>Prezado(a) Acadêmico(a), bem-vindo(a) à</p><p>Comunidade do Conhecimento.</p><p>Essa é a característica principal pela qual a Unicesumar</p><p>tem sido conhecida pelos nossos alunos, professores</p><p>e pela nossa sociedade. Porém, é importante</p><p>destacar aqui que não estamos falando mais daquele</p><p>conhecimento estático, repetitivo, local e elitizado, mas</p><p>de um conhecimento dinâmico, renovável em minutos,</p><p>atemporal, global, democratizado, transformado pelas</p><p>tecnologias digitais e virtuais.</p><p>De fato, as tecnologias de informação e comunicação</p><p>têm nos aproximado cada vez mais de pessoas, lugares,</p><p>informações, da educação por meio da conectividade</p><p>via internet, do acesso wireless em diferentes lugares</p><p>e da mobilidade dos celulares.</p><p>As redes sociais, os sites, blogs e os tablets aceleraram</p><p>a informação e a produção do conhecimento, que</p><p>não reconhece mais fuso horário e atravessa oceanos</p><p>em segundos.</p><p>A apropriação dessa nova forma de conhecer</p><p>transformou-se hoje em um dos principais fatores de</p><p>agregação de valor, de superação das desigualdades,</p><p>propagação de trabalho qualificado e de bem-estar.</p><p>Logo, como agente social, convido você a saber cada</p><p>vez mais, a conhecer, entender, selecionar e usar a</p><p>tecnologia que temos e que está disponível.</p><p>Da mesma forma que a imprensa de Gutenberg</p><p>modificou toda uma cultura e forma de conhecer,</p><p>as tecnologias atuais e suas novas ferramentas,</p><p>equipamentos e aplicações estão mudando a nossa</p><p>cultura e transformando a todos nós. Então, priorizar o</p><p>conhecimento hoje, por meio da Educação a Distância</p><p>(EAD), significa possibilitar o contato com ambientes</p><p>cativantes, ricos em informações e interatividade. É</p><p>um processo desafiador, que ao mesmo tempo abrirá</p><p>as portas para melhores oportunidades. Como já disse</p><p>Sócrates, “a vida sem desafios não vale a pena ser vivida”.</p><p>É isso que a EAD da Unicesumar se propõe a fazer.</p><p>boas-vindas</p><p>Seja bem-vindo(a), caro(a) acadêmico(a)! Você está</p><p>iniciando um processo de transformação, pois quando</p><p>investimos em nossa formação, seja ela pessoal ou</p><p>profissional, nos transformamos e, consequentemente,</p><p>transformamos também a sociedade na qual estamos</p><p>inseridos. De que forma o fazemos? Criando</p><p>oportunidades e/ou estabelecendo mudanças capazes</p><p>de alcançar um nível de desenvolvimento compatível</p><p>com os desafios que surgem no mundo contemporâneo.</p><p>O Centro Universitário Cesumar mediante o Núcleo de</p><p>Educação a Distância, o(a) acompanhará durante todo</p><p>este processo, pois conforme Freire (1996): “Os homens</p><p>se educam juntos, na transformação do mundo”.</p><p>Os materiais produzidos oferecem linguagem</p><p>dialógica e encontram-se integrados à proposta</p><p>pedagógica, contribuindo no processo educacional,</p><p>complementando sua formação profissional,</p><p>desenvolvendo competências e habilidades, e</p><p>aplicando conceitos teóricos em situação de realidade,</p><p>de maneira a inseri-lo no mercado de trabalho. Ou seja,</p><p>estes materiais têm como principal objetivo “provocar</p><p>uma aproximação entre você e o conteúdo”, desta</p><p>forma possibilita o desenvolvimento da autonomia</p><p>em busca dos conhecimentos necessários para a sua</p><p>formação pessoal e profissional.</p><p>Portanto, nossa distância nesse processo de</p><p>crescimento e construção do conhecimento deve</p><p>ser apenas geográfica. Utilize os diversos recursos</p><p>pedagógicos que o Centro Universitário Cesumar lhe</p><p>possibilita. Ou seja, acesse regularmente o Studeo,</p><p>que é o seu Ambiente Virtual de Aprendizagem,</p><p>interaja nos fóruns e enquetes, assista às aulas ao</p><p>vivo e participe das discussões. Além disso, lembre-</p><p>se que existe uma equipe de professores e tutores</p><p>que se encontra disponível para sanar suas dúvidas</p><p>e auxiliá-lo(a) em seu processo de aprendizagem,</p><p>possibilitando-lhe trilhar com tranquilidade e</p><p>segurança sua trajetória acadêmica.</p><p>Janes Fidélis Tomelin</p><p>Diretoria Executiva de Ensino</p><p>Kátia Solange Coelho</p><p>Diretoria Operacional de Ensino</p><p>apresentação do material</p><p>Desenho de Moda</p><p>Paula Piva Linke</p><p>Olá caro(a) aluno(a), seja bem vindo(a) à disciplina de Desenho de Moda, na qual</p><p>lhe serão apresentados conteúdos voltados à ilustração de Moda, ou seja, como</p><p>desenhar roupas, acessórios, processos de cromatização e estampas. O objetivo</p><p>deste livro é oferecer a você o conhecimento básico necessário para o desenvolvi-</p><p>mento do Desenho de Moda.</p><p>Este livro está dividido em cinco unidades, são elas: Representando detalhes;</p><p>Princípios Básicos do Desenho de moda; Acessórios de moda; Técnicas de Cro-</p><p>matização Aplicadas ao Desenho de moda e Estamparia. Em cada uma dessas</p><p>unidades são apresentados os princípios básicos do desenho e dicas para ajudá-lo</p><p>a desenvolver a ilustração.</p><p>Na Unidade</p><p>visualizar como se dá a constru-</p><p>ção do desenho de uma blusa. Na Figura 2, é possível</p><p>observar o início do processo de construção da peça.</p><p>Figura 2 - Desenhando a blusa parte 1</p><p>Fonte: Abling (2011).</p><p>DESENHO DE MODA</p><p>62</p><p>Na Figura 2 vemos como se dá o início da constru-</p><p>ção de uma blusa, observe que a leitura da imagem</p><p>inicia-se da esquerda para a direita. Na primeira</p><p>imagem da esquerda, o manequim possui um tra-</p><p>çado com as linhas básicas como a linha central do</p><p>corpo na vertical e na diagonal, o busto e a cintura.</p><p>Abling (2011) destaca que essas linhas auxi-</p><p>liam a manter as proporções do desenho e estru-</p><p>turam a roupa. Ainda na Figura 2, é possível visu-</p><p>alizar que a ilustração se iniciou pela gola e, em</p><p>seguida, foi para o decote, para então construir o</p><p>ombro e o corpo da blusa.</p><p>O que você deve ter em mente ao observar essa</p><p>figura é a estrutura do corpo, bem como as propor-</p><p>ções e detalhes que você deseja colocar na peça. Ini-</p><p>cie o desenho com um traço leve, demarcando as li-</p><p>nhas básicas, pois caso queira mudar algum detalhe,</p><p>é possível apagar sem danificar ou sujar o desenho.</p><p>Para esse processo, o lápis 2B, que tem o grafite ma-</p><p>cio, mostra-se uma ferramenta excelente, pois per-</p><p>mite um traço leve e fácil caso o produtor erre.</p><p>Você deve iniciar o traçado com a linha de om-</p><p>bro e a gola para, em seguida, determinar o decote</p><p>e a estrutura do tronco. Posteriormente, continue o</p><p>processo delimitando a manga, seu comprimento e</p><p>volume, finalizando com o punho, acrescentando</p><p>os detalhes finais. Vamos verificar esse processo na</p><p>próxima figura.</p><p>Figura 3 - Desenhando a blusa parte 2</p><p>Fonte: Abling (2011, p. 213).</p><p>DESIGN</p><p>63</p><p>A figura 3 permite observar a finalização do</p><p>desenho. Nesse caso, resta finalizar a manga e os</p><p>detalhes, como punhos e botões da blusa. Para</p><p>esse desenho a manga escolhida é mais fofa, com</p><p>sobra de tecido, assim você deve estipular o vo-</p><p>lume da manga e seguir o movimento do braço,</p><p>finalizando com o punho.</p><p>Com os volumes estabelecidos, dê continuida-</p><p>de à ilustração colocando os detalhes. O primeiro</p><p>passo é inserir movimento ao tecido, ou seja, onde</p><p>ficam as dobras do tecido e, em seguida, finalizar</p><p>com botões e abotoaduras, assim como costuras</p><p>caso seja necessário.</p><p>Referente ao movimento dos tecidos, é necessá-</p><p>rio observar desenhos de moda ou roupas vestidas</p><p>no corpo para ampliar seu referencial de movimento</p><p>das peças. Isso ajuda no momento da ilustração.</p><p>A sequência de ilustração da blusa pode ser se-</p><p>guida para ilustração de qualquer peça, seja jaqueta,</p><p>camisa ou blusa. A seguir veja alguns exemplos de</p><p>decotes, golas e mangas que podem auxiliar na cons-</p><p>trução de seu desenho.</p><p>Figura 4 - Modelos de decotes</p><p>Fonte: Shutterstock.</p><p>DESENHO DE MODA</p><p>64</p><p>Caro(a) aluno(a), esses são apenas alguns exem-</p><p>plos de decotes que podem ser utilizados no mo-</p><p>mento da construção de seu desenho, você pode e</p><p>deve criar outros modelos. Vejamos a seguir alguns</p><p>exemplos de mangas.</p><p>Figura 5 - Modelos de manga</p><p>Fonte: Leite e Velloso (2011, p 72, 73).</p><p>Esses são alguns modelos básicos que podem</p><p>ser encontrados com facilidade, embora existam</p><p>muitos outros. Outro elemento que também apre-</p><p>senta diversos modelos é a gola, vejamos alguns</p><p>deles na Figura 6.</p><p>Figura 6 - Modelos de gola</p><p>Fonte: Leite e Velloso (2011, p. 61)</p><p>Além desses detalhes, você deve conhecer alguns</p><p>modelos de blusas que são comuns no vestuário fe-</p><p>minino, como a camisa esporte, a frente única e a</p><p>camisa. Nunnelly e Longarço (2012) afirmam que é</p><p>fundamental conhecer alguns modelos básicos e de-</p><p>talhes dos trajes para que seja possível modificá-los</p><p>e, com isso, criar algo novo.</p><p>DESIGN</p><p>65</p><p>Para Nunnelly e Longarço (2012, p. 114) a blusa es-</p><p>porte justa acompanha o contorno do corpo, com for-</p><p>mato justo, duas aberturas laterais e o pesponto duplo</p><p>para dar aspecto esportivo, como mostra a Figura 9.</p><p>A blusa frente única se refere a uma peça com</p><p>“a parte superior justa que combina com o franzido</p><p>solto da parte de baixo” (NUNNELLY; LONGAR-</p><p>ÇO 2012, p. 114). A seguir vamos apresentar um</p><p>exemplo desse modelo de blusa.</p><p>Por fim, tem-se a camisa tradicional feminina,</p><p>que se trata de uma peça ajustada ao corpo, com</p><p>barra arredondada, desenvolvida com tecidos</p><p>leves ou mais encorpados. Além disso, a camisa</p><p>tradicional feminina apresenta pregas na parte da</p><p>frente (NUNNELLY e LONGARÇO 2012), como</p><p>mostra a Figura 7.</p><p>Figura 7 - Blusa esporte justa</p><p>Fonte: Nunnelly e Longarço (2012, p. 114).</p><p>Figura 8 - Blusa esporte justa</p><p>Fonte: Nunnelly e Longarço (2012, p. 114).</p><p>Figura 9 - Camisa feminina</p><p>Fonte: Nunnelly e Longarço (2012, p. 115).</p><p>DESENHO DE MODA</p><p>66</p><p>Além dos tops, temos os Bottons, que se referem a</p><p>parte de baixo do corpo, como saias, calças, bermu-</p><p>das e shorts. Veremos, inicialmente, como são cons-</p><p>truídas as saias.</p><p>Nunnelly e Longarço (2012) ressaltam que a</p><p>ilustração das saias é de fácil construção e se rela-</p><p>cionam com os tecidos usados. Saias com tecidos</p><p>Figura 10 - Desenhando saias</p><p>Fonte: Abling (2011, p. 200).</p><p>O processo de ilustração é o mesmo da blusa, con-</p><p>siste em vestir o corpo. Nesse caso, algumas questões</p><p>devem ser observadas no desenho, como as propor-</p><p>ções referentes à altura do cós da saia, do compri-</p><p>mento e do volume de tecido.</p><p>Para fazer a ilustração, você deve prestar atenção</p><p>nessas características. Na Figura 10 o cós da saia lo-</p><p>caliza-se na altura da cintura e o comprimento fica</p><p>logo acima do joelho. O volume de tecido é deter-</p><p>minado pela quantidade de volume expresso no de-</p><p>senho, por meio da distância das pernas e a barra</p><p>da saia, bem como os efeitos de tecido, com pregas,</p><p>plissado e franzido.</p><p>Observe agora algumas variedades de saia que</p><p>podem auxiliá-lo no processo de ilustração.</p><p>mais leves devem ter traços fluídos e soltos, expres-</p><p>sando o movimento do tecido. Já as saias feitas com</p><p>tecidos mais pesados devem ser ilustradas com tra-</p><p>ços mais firmes, rígidos com o intuito de expressar</p><p>a falta de movimento do tecido por conta de sua</p><p>espessura. Vejamos um exemplo do passo a passo</p><p>da ilustração da saia.</p><p>DESIGN</p><p>67</p><p>Figura 11 - Modelos de saia</p><p>Fonte: Shutterstock.</p><p>Observe com atenção os modelos apresentados aci-</p><p>ma, caro(a) aluno(a), pois há uma infinita variedade</p><p>de detalhes que você pode ilustrar. As saias podem</p><p>ser confeccionadas em vários tecidos, quando ilus-</p><p>trar uma saia jeans não se esqueça de marcar pes-</p><p>pontos e costuras que fazem parte do modelo.</p><p>O desenho de calças segue a mesma ideia da saia,</p><p>exceto pelo fato de que a calça acompanha o contor-</p><p>no das pernas, podendo ser ajustada ao contorno das</p><p>pernas, reta ou mesmo com volumes maiores na barra.</p><p>As calças como a conhecemos hoje surgiram</p><p>somente no início do século XIX e estavam</p><p>atreladas ao vestuário masculino, sendo ex-</p><p>clusividade do homem o uso de calças.</p><p>As mulheres aderiram as calças mais de 100</p><p>anos depois, após a 2º Guerra Mundial, por</p><p>volta de 1960, mas a mesma passou a ser</p><p>mais aceita no vestuário feminino após os</p><p>anos de 1970.</p><p>Fonte: Laver e Carvalho (2001).</p><p>SAIBA MAIS</p><p>DESENHO DE MODA</p><p>68</p><p>Laver e Carvalho (2001) destacam que os modelos</p><p>de calça, assim como as demais peças do vestuário,</p><p>seguem tendência, em muitos casos, os estilistas de-</p><p>senvolvem criações inéditas ou em outros apenas</p><p>reelaboram os modelos já existentes, podendo exibir</p><p>diversos modelos e lavagens diferenciadas.</p><p>Ao ilustrar a calça, você deve estar atento ao te-</p><p>cido e volumes que deseja colocar no modelo. Veja</p><p>o processo de construção do desenho na figura a se-</p><p>guir. A Figura 12 apresenta o processo de constru-</p><p>ção de calças, desde a sua base.</p><p>Figura 12 - Desenhando a calça</p><p>Fonte: Abling (2011, p. 206).</p><p>A Figura 12 expressa o processo de construção</p><p>da calça, observe que você deve seguir as linhas e</p><p>a estrutura do corpo, principalmente em relação</p><p>à estrutura básica, que consiste em montar a par-</p><p>te superior da calça, a qual contorna a cintura e o</p><p>quadril.</p><p>DESIGN</p><p>69</p><p>É necessário dar especial atenção a</p><p>essa parte</p><p>da calça, pois é nela que se localizam os bolsos e</p><p>a maioria dos detalhes, assim como gancho, bo-</p><p>tões, elásticos ou outras formas de fechar essa peça</p><p>(BRYANT; Canêdo, 2012).</p><p>Stipelman (2015) destaca que a calça deve apre-</p><p>sentar a maior quantidade de detalhes possíveis,</p><p>principalmente nos bolsos e no cós, pois muitas ve-</p><p>zes esse será o diferencial do modelo, em especial</p><p>quando se trata de jeans.</p><p>Os comprimentos das calças variam muito,</p><p>podendo ir até a panturrilha ou até o pé. O dese-</p><p>nho do Shorts ou bermuda segue a mesma estru-</p><p>tura de uma calça, porém há algumas alterações</p><p>que se dão no comprimento da perna. Em outras</p><p>palavras, com a base do quadril elaborada o esti-</p><p>lista pode abusar dos comprimentos e volumes da</p><p>perna da calça ou shorts, criando novos modelos</p><p>(ABLING, 2011).</p><p>Além do jeans, as calças podem ser feitas com</p><p>uma grande variedade de tecido, o que lhes con-</p><p>fere diferentes caimentos e vestibilidade (LEITE;</p><p>VELLOSO, 2011). Alguns modelos podem ser vi-</p><p>sualizados a seguir.</p><p>Figura 13 - Modelos de calça</p><p>Fonte: Leite e Velloso (2011, p. 100-101).</p><p>DESENHO DE MODA</p><p>70</p><p>Caro(a) aluno(a), os exemplos da Figura 13 apre-</p><p>sentam diferentes detalhes e tecidos que compõem</p><p>a calça, desde o elástico até os botões. Para conhecer</p><p>uma variedade de detalhes e modelos, busque fazer</p><p>visitas à bibliotecas e analisar livros de ilustração de</p><p>moda, ou então, se preferir, observe as peças con-</p><p>feccionadas e a infinidade de detalhes que elas apre-</p><p>sentam. A Figura 14 a seguir traz alguns modelos</p><p>juntamente com sua descrição.</p><p>Figura 14 - Modelos de calça</p><p>Fonte: Nunnelly e Longarço (2012, p. 118).</p><p>Os três exemplos apresentados na figura 15 diferem-</p><p>-se quanto aos estilos. É possível notar que a calça</p><p>pantalona apresenta uma grande quantidade de te-</p><p>cido, já a boca de sino é mais comum e se aproxima</p><p>da calça flare; e a calça (da direita) se refere a um</p><p>modelo mais esportivo, próximo ao estilo skatista.</p><p>No momento da construção de sua coleção, é de</p><p>extrema importância escolher o estilo que irá orien-</p><p>tar sua coleção, o que, também, é válido para a ilus-</p><p>tração de moda.</p><p>DESIGN</p><p>71</p><p>Outra peça de roupa que está muito presente no</p><p>vestuário feminino é o vestido, pertencente a cate-</p><p>goria dresses. Essa peça apresenta algumas particu-</p><p>Figura 15 - Desenhando vestidos</p><p>Fonte: Abling (2011, p. 229).</p><p>laridades em seu processo de ilustração, visto que</p><p>se deve trabalhar com o corpo em sua totalidade</p><p>(ABLING; MAGGIO, 2014).</p><p>DESENHO DE MODA</p><p>72</p><p>Ao desenhar o vestido você deve ter em mente a pro-</p><p>porção e as linhas do corpo todo. Normalmente a</p><p>melhor pose para essa peça se refere a braços mais</p><p>abertos para apresentar com mais clareza os detalhes</p><p>do tronco e da saia. As pernas também podem ser</p><p>alongadas, de forma a melhorar o caimento do teci-</p><p>do, proporcionando melhor visibilidade da estrutu-</p><p>ra da mesma (ABLING; MAGGIO, 2014).</p><p>Para o desenho de saias longas deve-se treinar</p><p>o traço, para que ele seja contínuo e uniforme, evi-</p><p>tando rompimentos ou mudanças na tonalidade,</p><p>o que compromete a qualidade final do desenho.</p><p>Uma opção é esboçar levemente os traços básicos,</p><p>como contornos e volumes. Com esse esboço fina-</p><p>lizado acrescente alguns detalhes e então comece o</p><p>processo de finalização, reforçando os traços per-</p><p>manentes e apagando os desnecessários, para lim-</p><p>par o desenho. Observe na figura a seguir alguns</p><p>modelos de vestido</p><p>Observe nas imagens que há uma infinidade de</p><p>modelos com comprimentos, decotes e detalhes va-</p><p>riados, cada um para uma determinada ocasião.</p><p>Caro(a) aluno(a), a variedade de peças para o</p><p>vestuário feminino é bastante ampla. A intenção,</p><p>aqui, é de apresentar algumas das bases que possam</p><p>lhe auxiliar na ilustração. Cabe a você desenvolver</p><p>a habilidade de observação para ilustrar os detalhes</p><p>das roupas. Espero que você tenha gostado da leitu-</p><p>ra; até o nosso próximo encontro, no qual veremos os</p><p>trajes masculinos e como eles podem ser ilustrados.</p><p>Figura 16 - Vestidos de noiva</p><p>Fonte: Shutterstock.</p><p>DESIGN</p><p>73</p><p>Vestidos Casuais</p><p>DESENHO DE MODA</p><p>74</p><p>Trajes Masculinos</p><p>Olá, caro(a) aluno(a), seja bem-vindo a mais uma</p><p>unidade. Neste encontro, você verá como se dá a</p><p>construção de algumas peças masculinas. O ves-</p><p>tuário masculino possui duas vertentes distintas, a</p><p>casual e a alfaiataria. Iniciamos nossa jornada com</p><p>o desenho dos trajes de alfaiataria e prosseguimos</p><p>com o vestuário casual.</p><p>O vestuário masculino apresenta algumas di-</p><p>ferenciações em relação ao feminino. Primeira-</p><p>mente, há menos detalhes nas roupas como baba-</p><p>dos e bordados com pedrarias ou mesmo rendas</p><p>(TREPTOW, 2013).</p><p>Stipelman (2015), chama a atenção para a cons-</p><p>trução do traço, afirmando que o mesmo deve ser</p><p>mais firme, reto e estruturado, visto que as roupas</p><p>masculinas apresentam essa característica, que ao</p><p>contrário das femininas, como é o caso dos vestidos</p><p>que exibem tecidos leves em modelos fluidos,.</p><p>De acordo com o Dicionário da Língua Portu-</p><p>guesa ([2017], on-line)1 o termo alfaiataria se refere a</p><p>DESIGN</p><p>75</p><p>uma arte surgida no final da Idade Média entre</p><p>os séculos XII e XIV, que atravessou séculos e</p><p>vem se transformando e evoluindo, ganhando</p><p>bastante destaque nas mãos de renomados al-</p><p>faiates como Giorgio Armani e Ermenegildo</p><p>Zegna. Nos últimos cem anos houve grandes</p><p>inovações na alfaiataria masculina e femini-</p><p>na, com os aprimoramentos nas máquinas de</p><p>costura e dos teares, foi possível gerar tecidos</p><p>cada vez melhores e mais confortáveis, o que</p><p>possibilitou a produção de peças com modela-</p><p>gens impecáveis as quais se adaptam ao estilo</p><p>de vida moderna, sendo ideal para homens e</p><p>mulheres que buscam conforto e requinte. Um</p><p>traço marcante da alfaiataria é a busca contínua</p><p>do alfaiate pela perfeição, respeitando sempre</p><p>as particularidades e medidas de cada cliente,</p><p>em que cada peça é confeccionada exclusiva-</p><p>mente de acordo com as preferências de cada</p><p>um, assim, a qualidade fica em primeiro lugar</p><p>para satisfazer as exigências de clientes, que fa-</p><p>zem questão de peças sob medida.</p><p>A alfaiataria se desenvolveu de forma intensa</p><p>na Inglaterra, e no século XVIII se tornou a</p><p>responsável por ditar as tendências da moda</p><p>masculina. Desde então os trajes ingleses de</p><p>alfaiataria se tornaram obrigatórios em todos</p><p>os cantos do mundo e, ainda, atualmente,</p><p>inspiram a moda devido à longa tradição</p><p>nessa arte.</p><p>Fonte: Laver e Carvalho (2001).</p><p>SAIBA MAIS</p><p>O desenho dos trajes de alfaiataria apresenta alguns</p><p>elementos diferenciados. Primeiramente, deve-se le-</p><p>var em consideração a estrutura, visto que, em sua</p><p>maioria, os trajes são mais rígidos e estruturados,</p><p>pois são feitos com tecidos planos. Esses trajes exi-</p><p>gem recortes, pregas e pences para ajustar o tecido</p><p>ao corpo, bem como forro para auxiliar no acaba-</p><p>mento e sustentação da peça (FRINGS, 2012).</p><p>A simetria de detalhes como bolsos, lapelas e</p><p>golas, também, é de extrema importância, pois ga-</p><p>rante um visual elegante da alfaiataria. A assimetria</p><p>também está presente nessas peças, mas aparece de</p><p>forma mais intensa nos trajes femininos, como afir-</p><p>ma Bryant e Canêdo (2012).</p><p>Quanto aos traços do desenho, espera-se que se-</p><p>jam firmes e precisos, e tenham detalhes bem traba-</p><p>lhados e visíveis. O desenho deve ser limpo e claro,</p><p>portanto, sem poluição (STIPELMAN, 2015).</p><p>Stipelman (2015) chama a atenção para as carac-</p><p>terísticas do traço, pois ao usar traços muito leves</p><p>e fluídos ou com muitas curvas, o desenho assume</p><p>características femininas ao invés de masculinas.</p><p>Assim, busque utilizar traços mais firmes e que prio-</p><p>rizem ângulos retos e agudos.</p><p>A Figura 18 mostra a estrutura de um paletó, ob-</p><p>serve com detalhes a composição dessa peça.</p><p>DESENHO DE MODA</p><p>76</p><p>Figura 18 - Estrutura do paletó</p><p>Fonte: Stipelman (2015, p. 280).</p><p>O paletó possui uma grande variedade de modelos,</p><p>no entanto, as informações que identificam as partes</p><p>do mesmo são comuns a qualquer modelo. As can-</p><p>celas, bolsos, lapelas, golas e demais detalhes podem</p><p>mudar com o modelo, ficando a seu critério reinven-</p><p>tar esses elementos em seus desenhos.</p><p>O que você deve ter em mente, no momento da</p><p>construção do seu desenho, é a clareza dos detalhes.</p><p>Observe que o traço utilizado para a ilustração é</p><p>equilibrado, apresentando uma peça estruturada e</p><p>limpa. Veja na Figura 19 como se dá, passo a passo,</p><p>a construção do desenho.</p><p>DESIGN</p><p>77</p><p>Figura 19 - Desenhando o paletó</p><p>Fonte: Bryant e Canêdo (2012, p. 273) .</p><p>DESENHO DE MODA</p><p>78</p><p>Caro(a) aluno(a), você pode começar a construção</p><p>do paletó por meio da linha central do corpo, como</p><p>mostra a imagem da esquerda. Inicialmente, você</p><p>deve determinar o comprimento e o tamanho da</p><p>abertura frontal, assim como o tamanho da lapela.</p><p>Em seguida, continue a estrutura, contornando</p><p>o tronco, determinando os volumes e a estrutura</p><p>da gola e, por fim, finalize com as mangas. Este é</p><p>um modelo básico, mas você pode inserir bolsos e</p><p>outros formatos de lapela e de estrutura, podendo o</p><p>paletó ser mais justo ou solto.</p><p>No momento de traçar as linhas, busque um</p><p>grafite macio e que não marque o papel, esboce as</p><p>linhas básicas e, em seguida, faça o traço defini-</p><p>tivo. Outro fato a ser observado é a relação entre</p><p>roupa e corpo: não se esqueça que a roupa não é</p><p>colada ao corpo, assim, você deve colocar uma pe-</p><p>quena folga em relação à gola e o pescoço, à man-</p><p>ga e ao punho, por exemplo.</p><p>Na Figura 20 observa-se outro modelo de paletó</p><p>e sua estrutura com frente e costas.</p><p>Figura 20 - Variação de design de paletó</p><p>Fonte: Bryant e Canêdo (2012, p. 273).</p><p>Na Figura 20 vemos elementos que fazem parte do</p><p>paletó, mas observe a diferença do modelo, nesse</p><p>caso há um bolso externo com abas e um pense para</p><p>permitir maior ajuste ao corpo. Já na parte de trás há</p><p>uma pequena fenda para possibilitar o movimento.</p><p>Existem diversas possibilidades de modelo que</p><p>podem ser exploradas por meio do design. Conhe-</p><p>cendo a estrutura de construção do paletó, você</p><p>pode fazer uma ampla variação de casacos, como o</p><p>sobretudo. Cabe destacar, ainda, que essa estrutura</p><p>que você utilizou para desenhar a paletó, também</p><p>pode ser empregada para desenhar a camisa.</p><p>A única diferença está no formato da gola e</p><p>dos botões da camisa, que formam uma fileira</p><p>central até o colarinho (STIPELMAN, 2015). Ob-</p><p>serve nas imagens a seguir algumas variações de</p><p>modelos de paletós e camisas (desde os mais for-</p><p>mais aos informais).</p><p>DESIGN</p><p>79</p><p>Modelos de paletós e camisas</p><p>DESENHO DE MODA</p><p>80</p><p>Bryant e Canêdo (2012) afirmam que ao desenhar</p><p>camisas e paletós você deve estar atento à simetria</p><p>dos detalhes e inovar por meio do design. Os mo-</p><p>delos apresentados na página anterior lhe serve de</p><p>base para compreender a variedade de modelos</p><p>passíveis de ser desenhados.</p><p>Outro elemento que faz parte do vestuário mas-</p><p>culino é a calça social, diferente das demais, ela apre-</p><p>senta-se de forma mais limpa, com poucos detalhes.</p><p>Veja o próximo exemplo:</p><p>Figura 21 - Calça social masculina</p><p>Fonte: Shutterstock.</p><p>A ilustração da calça masculina segue as mesmas</p><p>orientações da calça feminina. Inicie o desenho es-</p><p>colhendo a altura do cós, em seguida faça a estrutura</p><p>do quadril e desça para as pernas. Por fim, finalize</p><p>colocando detalhes como bolsos, botões e braguilha</p><p>(BRYANT; CANÊDO, 2012).</p><p>A calça social apresenta algumas diferenças em</p><p>relação a outras, primeiramente, quanto ao formato</p><p>dos bolsos. Em sua maioria, os bolsos traseiros são</p><p>chamados de bolso faca, ou bolso embutido, e pode</p><p>ser colocado na parte da frente ou na parte de trás</p><p>da calça (ABLING; MAGGIO, 2014). Veja agora a</p><p>composição completa com paletó, camisa e calça.</p><p>Figura 22 - Terno</p><p>Fonte: Shutterstock.</p><p>DESIGN</p><p>81</p><p>A figura 22, apresenta um terno completo, com</p><p>o paletó e a calça. Referente à ilustração, obser-</p><p>ve que os ombros são levemente quadrados, pois</p><p>os paletós apresentam ombreiras, o que permite</p><p>que o ombro fique mais estruturado ao invés de</p><p>arredondado.</p><p>A camisa fica aparente somente nos punhos e</p><p>próxima à gola devido à presença da abertura do</p><p>paletó. A gravata é um acessório de composição</p><p>para o terno e caso deseje mostrá-la com mais de-</p><p>talhes, desenhe-a à parte, ao lado do terno, em ta-</p><p>manho maior.</p><p>Observe que a calça apresenta um friso, pequena</p><p>dobra no sentido vertical da peça, no centro da per-</p><p>na. Esse detalhe é muito comum em calças sociais,</p><p>sejam elas femininas ou masculinas. A ilustração e</p><p>descrição apresentadas mostram a estrutura básica</p><p>Figura 23 - Calças masculinas</p><p>Fonte: Shutterstock</p><p>do terno, mas você pode acrescentar detalhes e ino-</p><p>var de acordo com as tendências.</p><p>Além das roupas sociais, existe, ainda, uma va-</p><p>riedade de peças de vestuário presentes no guar-</p><p>da-roupa masculino (calças, camisetas, bermudas,</p><p>jaquetas e regatas). A seguir podemos ver alguns</p><p>exemplos de calças.</p><p>Para Abling e Maggio (2014), a construção da</p><p>calça masculina segue as mesmas diretrizes da calça</p><p>feminina, desenha-se inicialmente o quadril e de-</p><p>pois o restante da peça, acompanhando as pernas,</p><p>que podem ser mais solta, ou ajustada, ao corpo.</p><p>Ao contrário do vestuário das mulheres, o dos</p><p>homens apresenta um número um pouco menor de</p><p>peças do vestuário e de detalhes que se apresentam</p><p>nessas peças. Observe na figura a seguir alguns deta-</p><p>lhes de camisetas e jaquetas.</p><p>DESENHO DE MODA</p><p>82</p><p>DESIGN</p><p>83</p><p>A figura 24 traz alguns modelos de camisetas, blu-</p><p>sas, jaquetas e gola polo com diferentes detalhes.</p><p>Dessa forma, vejamos como ilustrar cada uma delas.</p><p>Observa-se alguns modelos de camisetas, peças con-</p><p>Figura 24 - Tops masculinos</p><p>Fonte: Shutterstock.</p><p>feccionadas com tecidos de malha, o que possibilita</p><p>boa vestibilidade, sem a presença de botões ou zíper.</p><p>Veja na figura 25 (a).</p><p>DESENHO DE MODA</p><p>84</p><p>A diferença nos modelos da figura refere-se aos</p><p>detalhes: a primeira camiseta apresenta um decote</p><p>arredondado e mangas com cavas normais. Em se-</p><p>guida, observa-se a regata com o decote mais aberto</p><p>e sem mangas.</p><p>A manga raglán “apresenta ombros em ângu-</p><p>lo entre a parte da frente e detrás da ombreira, de</p><p>modo que a sua superfície em forma de cunha subs-</p><p>titui parte da superfície das ombreiras.” (TEXSITE</p><p>[2017], on-line)2. Essa manga se forma por meio de</p><p>uma costura que parte da gola e segue para o fim</p><p>da cava, formando uma linha na diagonal da peça e</p><p>pode ser usada em jaquetas e casacos.</p><p>Ao ilustrar peças confeccionadas com malhas,</p><p>como essas presentes na figura 26(c), é necessário</p><p>prestar atenção ao movimento do tecido. Primei-</p><p>ramente, referente ao ombro, observe que como o</p><p>tecido é mais maleável, o ombro é levemente mais</p><p>arredondado, pois não há ombreiras.</p><p>Em segundo lugar, é necessário colocar o mo-</p><p>vimento do tecido, pois ele é mais fluido, assim as</p><p>dobras e curvas devem ser marcadas com sombras</p><p>leves e pequenas dobras de tecido. Na figura 26(d)</p><p>os desenhos apresentam dobras de tecido acompa-</p><p>nhados pelo sombreado. Os decotes podem ser va-</p><p>riados, assim como a presença de bolsos.</p><p>25 (a)</p><p>25 (a) 25 (b)</p><p>25 (c)</p><p>DESIGN</p><p>85</p><p>As dobras de tecido dependem da posição</p><p>do croqui que você está usando, portanto,</p><p>é necessário observar o corpo, vesti-lo e de-</p><p>pois colocar as sombras e dobras onde for</p><p>necessário.</p><p>REFLITA</p><p>Na sequência, figura 25(e), observa-se a presença</p><p>de algumas blusas, normalmente confeccionadas</p><p>com tecidos como moletom. Elas seguem a mes-</p><p>ma estrutura de corpo das camisetas, mas possuem</p><p>mangas mais longas e com punhos. Os modelos de</p><p>blusas de moletom com abertura frontal, bolsos na</p><p>diagonal e capuz, são detalhes muito comuns para</p><p>peças esportivas.</p><p>Observamos também, na figura 25(f) outro for-</p><p>mato de blusa, mais próximo da jaqueta. A jaqueta é</p><p>uma peça com abertura frontal, usada por homens e</p><p>mulheres, ela exibe uma estrutura ampla em relação</p><p>ao tronco, cujo comprimento se estende até o qua-</p><p>dril, podendo ser feita de tecidos de algodão como</p><p>jeans ou couro (TEXSITE, [2017], on-line)2.</p><p>Temos, ainda, a famosa gola polo, que se refere</p><p>a uma camiseta com gola</p><p>que imita uma peça social</p><p>com a presença de três botões, formando uma pe-</p><p>quena abertura frontal (ABLING; MAGGIO, 2014).</p><p>Essa peça pode apresentar mangas longas e curtas,</p><p>assim como bolsos, como mostra a figura 25(g).</p><p>25 (d)</p><p>25 (e)</p><p>25 (f)</p><p>25 (g)</p><p>DESENHO DE MODA</p><p>86</p><p>Veja a composição de um look completo em um</p><p>croqui na figura 26:</p><p>Ao observar detalhadamente a figura 26, nota-se</p><p>que as peças de roupa apresentam pequenas dobras</p><p>para se ajustarem ao corpo. As proporções também</p><p>Figura 26 - Trajes masculinos</p><p>Fonte: Shutterstock.</p><p>são importantes, nesse caso, a jaqueta segue com</p><p>comprimento até o quadril, a calça apresenta pouco</p><p>volume, pois é mais ajustada ao corpo.</p><p>É de extrema importância que você saiba colocar</p><p>os volumes de forma que expressem aquilo que você</p><p>DESIGN</p><p>87</p><p>deseja. Em relação à posse do seu croqui, sempre</p><p>busque uma posição que valorize o tipo de peça que</p><p>deseja desenhar. Observe a figura 27, pois ela traz</p><p>alguns exemplos de estilos de croqui.</p><p>A figura 27 traz mais alguns exemplos de poses</p><p>e composições de looks e estilos que podem auxi-</p><p>liar você no momento da ilustração. Observe que</p><p>nas quatro imagens o tecido é trabalhado de for-</p><p>ma a demonstrar movimento e caimento sobre o</p><p>corpo. Esses são apenas alguns exemplos de roupas</p><p>masculinas que podem ajudá-lo no momento da</p><p>ilustração.</p><p>Figura 27 - Croquis masculinos</p><p>Fonte: Shutterstock.</p><p>DESENHO DE MODA</p><p>88</p><p>Aqui veremos como fazer a ilustração de trajes in-</p><p>fantis, bem como a nomenclatura de alguns deles,</p><p>mais especificamente aqueles voltados para bebês. O</p><p>desenho de roupas infantis exige uma série de cui-</p><p>dados, especificamente porque há algumas diferen-</p><p>ças na anatomia corporal das crianças em relação</p><p>aos adultos (ABLING, 2011).</p><p>Algumas questões devem ser observadas nes-</p><p>se tipo de desenho, primeiramente, a relação entre</p><p>a proporção do tamanho da cabeça ao corpo, vis-</p><p>to que a cabeça é bem maior nos primeiros anos de</p><p>vida da criança (STIPELMAN, 2015).</p><p>Trajes Infantis</p><p>Em segundo lugar, há que se considerar o con-</p><p>forto e a ergonomia da peça. As crianças se movi-</p><p>mentam muito, brincam, engatinham, correm e por</p><p>essas razões as roupas devem permitir conforto e se</p><p>adaptarem às diferenças anatômicas do corpo infan-</p><p>til (BRYANT; CANÊDO, 2012).</p><p>Cada idade tem suas peculiaridades no momen-</p><p>to da ilustração, assim, serão apresentadas algumas</p><p>recomendações para cada idade das crianças, por</p><p>exemplo, bebês, um ano de idade, de dois e três, de</p><p>quatro a seis, de sete a dez anos, pré-adolescente e</p><p>adolescente (STIPELMAN, 2015).</p><p>DESIGN</p><p>89</p><p>Iniciemos com os bebês. A cabeça do bebê cor-</p><p>responde a ¼ do tamanho total do corpo, suas for-</p><p>mas são arredondadas e eles têm joelhos salientes.</p><p>Sua estrutura corporal ainda não lhe permite andar,</p><p>assim ele passa a maior parte do tempo deitado ou</p><p>sentado (STIPELMAN, 2015).</p><p>Ao considerar que a criança passa muito tempo</p><p>sentado ou deitado e que suas proporções corporais</p><p>apresentam grande distinção em relação ao adulto,</p><p>as roupas devem ser desenhadas para atender essas</p><p>necessidades. A seguir, é possível elencar algumas</p><p>recomendações.</p><p>• As golas e aberturas para colocar a cabeça de-</p><p>vem ser maiores que nas peças para adulto.</p><p>• As peças não devem apresentar fechamentos</p><p>ou botões na parte de trás, pois o bebê pode</p><p>machucar as costas ao deitar.</p><p>• A criança ainda usa fraldas então o gancho</p><p>das calças e macaquinhos deve ser maior para</p><p>acomodar a fralda.</p><p>• As peças feitas para os recém-nascidos devem</p><p>ser maleáveis, pois a criança ainda não tem</p><p>firmeza para auxiliar no processo de vestir.</p><p>As roupas mais indicadas para o bebês recém-nascidos</p><p>são os tipo tops e bodys, como as peças da imagem a seguir.</p><p>Figura 28 - Roupas para recém nascidos</p><p>Fonte: Shutterstock.</p><p>DESENHO DE MODA</p><p>90</p><p>O tip top é um macacão inteiriço que pode apre-</p><p>sentar pezinho, enquanto que o body não cobre</p><p>as pernas do bebê. Nesse tipo de peça, normal-</p><p>mente, são usados botões para o fechamento. Os</p><p>botões usualmente se localizam próximo à gola,</p><p>no decote da peça em direção ao ombro ou ao</p><p>centro do tronco e entre as pernas. Observe esses</p><p>detalhes na Figura 28.</p><p>Para Bryant e Canêdo (2012) e Abling (2011),</p><p>outro elemento que influencia no vestuário do bebê</p><p>é o sexo, visto que para as meninas a cor rosa e os la-</p><p>ços, babados e franzidos são muito comuns. Para os</p><p>meninos, as cores mais escuras e fortes como azul,</p><p>verde, preto e marrom são as mais utilizadas. Veja</p><p>mais alguns exemplos de roupas para crianças com</p><p>até 1 ano de idade.</p><p>Figura 29 - Roupas para bebês</p><p>Fonte: Shutterstock.</p><p>DESIGN</p><p>91</p><p>O conforto nas roupas infantis é algo muito</p><p>recente, que começou a ser pensado a partir</p><p>da segunda metade do século XIX, pois até</p><p>então as crianças vestiam-se como os adultos.</p><p>Foi a Rainha Vitória da Inglaterra que revo-</p><p>lucionou o vestuário infantil adotando peças</p><p>mais confortáveis para seus filhos e desen-</p><p>volvendo a moda infantil. Portanto, pode-se</p><p>dizer que o vestuário infantil tem aproxima-</p><p>damente 150 anos.</p><p>Fonte: Laver e Carvalho (2001).</p><p>SAIBA MAIS</p><p>Para as crianças de 1 ano há algumas mudanças no</p><p>vestuário, visto que a criança já começou a caminhar</p><p>e apresenta um corpo mais rígido, embora ainda</p><p>muito arredondado (BRYANT; CANÊDO, 2012).</p><p>Nessa idade a cabeça ainda é grande e devido à</p><p>mudança no formato do corpo, as roupas começam a</p><p>ganhar a forma de roupas mais adultas, assim como a</p><p>criança que vai perdendo as feições de bebê próximo</p><p>aos dois anos de idade (STIPELMAN, 2015). Veja a</p><p>seguir algumas recomendações para a ilustração.</p><p>• As peças confeccionadas com tecidos de ma-</p><p>lha ainda são as mais utilizadas, pois são fá-</p><p>ceis de vestir.</p><p>• As aberturas no decote continuam a ser</p><p>maiores, pois a cabeça ainda é grande em re-</p><p>lação ao corpo.</p><p>• Não existem mais aberturas com botão nas</p><p>pernas e sim calças e bermudas com elástico</p><p>no cós.</p><p>• As crianças ainda usam fraldas, assim, é ne-</p><p>cessário ter um gancho maior para acomodar</p><p>a fralda.</p><p>Vamos ver alguns exemplos na próxima figura.</p><p>DESENHO DE MODA</p><p>92</p><p>Figura 30 - Roupas para bebês de 1 ano</p><p>Fonte: Shutterstock.</p><p>Observe na imagem a variedade de trajes, veja que</p><p>eles são mais amplos para permitir movimento e</p><p>conforto para a criança. Nessa idade as roupas co-</p><p>meçam a ficar mais estruturadas e aos poucos vão</p><p>incorporando feições de roupa adulta, como calça</p><p>jeans, camisas, e outras peças do vestuário adulto</p><p>vão se tornando mais comuns com o passar da idade.</p><p>Stipelman (2015) destaca que as maiores mu-</p><p>danças no corpo infantil começam a ocorrer após os</p><p>dois anos de idade. Entre os dois e três anos a pro-</p><p>porção do corpo da criança muda, os braços pernas</p><p>são mais alongados e fortes, a fisionomia de bebê</p><p>desaparece. Nessa fase as roupas mudam bastante:</p><p>• As fraldas são pouco usadas e o gancho vai</p><p>diminuindo de tamanho após os dois anos.</p><p>• As calças e mangas são mais longas, pois as</p><p>proporções do corpo mudaram.</p><p>• O decote continua grande, pois a cabeça ain-</p><p>da é relativamente grande.</p><p>Veja alguns exemplos de trajes na Figura 31.</p><p>DESIGN</p><p>93</p><p>Figura 31 - Roupas para bebês de 2 a 3 anos</p><p>Fonte: Shutterstock.</p><p>Como você pode observar na Figura 31, não há</p><p>grandes mudanças na estética das roupas de crian-</p><p>ça, pois embora as modificações comecem a ocorrer</p><p>elas ainda marcam a primeira infância da criança, o</p><p>que leva à confecção de roupas caracterizadas com</p><p>bichos, babados, bordados e elementos que lem-</p><p>bram esse período.</p><p>Bryant e Canêdo (2012) salientam que as mu-</p><p>danças mais significativas ocorrem a partir dos qua-</p><p>tro anos, período em que as características de bebê</p><p>desaparecem e as proporções do corpo mudam. Dos</p><p>4 aos 6 anos de idade, as pernas da criança tornam-</p><p>-se mais alongadas e a cabeça começa, aos poucos, a</p><p>diminuir de tamanho.</p><p>Assim sendo, veremos as seguintes característi-</p><p>cas no corpo infantil e no vestuário:</p><p>• Pernas mais longas.</p><p>• Decotes um pouco menores pois a cabeça di-</p><p>minui um pouco.</p><p>• Gancho normal, pois não se usa mais</p><p>fralda.</p><p>DESENHO DE MODA</p><p>94</p><p>Nessa fase as roupas infantis, em sua maioria, imi-</p><p>tam as de adulto, mudando apenas as cores e deta-</p><p>lhes. As camisas, camisetas, regatas, vestidos e o je-</p><p>ans farão parte do vestuário dessa criança. Observe</p><p>alguns exemplos nas imagens a seguir.</p><p>Figura 32 - Roupas para crianças de 4 a 6 anos de idade</p><p>Fonte: Shutterstock.</p><p>DESIGN</p><p>95</p><p>Nessa idade as roupas começam a ficar estruturadas</p><p>quase como as adultas, perdendo os excessos das</p><p>roupas de bebê. Os modelos variam de acordo com</p><p>as tendências e o sexo da criança. Observe na figura</p><p>que os modelos são variados e mais próximos aos</p><p>modelos de adultos, mas apresentam temas infantis</p><p>nas estampas.</p><p>De modo geral, as formas das roupas ainda são</p><p>bem arredondadas, pois seguem a estrutura do cor-</p><p>po infantil. Para Stipelman (2015) dos 7 aos 10 anos</p><p>de idade as proporções do corpo mudam novamen-</p><p>te, principalmente nos braços e pernas que alon-</p><p>gam-se e se tornam mais magros. Quanto à estética</p><p>das roupas, elas ainda carregam elementos infantis,</p><p>porém mais diluídos, perdendo as formas arredon-</p><p>dadas. Veja o exemplo a seguir.</p><p>Figura 33 - Roupas para meninas de 7 a 10 anos</p><p>Fonte: Shutterstock.</p><p>DESENHO DE MODA</p><p>96</p><p>Figura 34 - Roupas para meninos de 7 a 10 anos</p><p>Fonte: Shutterstock.</p><p>Nessa fase, a variedade de peças é bem maior e</p><p>as transformações no vestuário são mais marcan-</p><p>tes, pois aos sete anos a criança ainda traz roupas</p><p>bem infantis, mas aos dez anos ela se aproxima</p><p>da pré-adolescência. Assim, as roupas começam</p><p>a mudar, se tornando mais adultas, visto que a</p><p>criança começa a procurar peças com mais estilo</p><p>e irreverência.</p><p>DESIGN</p><p>97</p><p>Figura 35 - Roupas para pré-adolescentes</p><p>Fonte: Shutterstock.</p><p>As roupas apresentam um aspecto mais adulto em</p><p>relação ao formato, mas ainda refletem um ar des-</p><p>Na pré-adolescência iniciam-se as mudanças</p><p>mais drásticas do corpo, primeiramente, o corpo fe-</p><p>minino começa a ganhar curvas, como cintura e qua-</p><p>dril e o masculino alguns músculos, principalmente</p><p>nos braços e ombros (STIPELMAN, 2015). Nesse</p><p>período da vida, as roupas já incorporam elementos</p><p>mais adultos ou relacionados aos gostos pessoais do</p><p>pré-adolescente. Veja o exemplo na figura a seguir:</p><p>pojado e irreverente. Observe mais alguns detalhes</p><p>na figura a seguir.</p><p>DESENHO DE MODA</p><p>98</p><p>Figura 36 - Roupas para jovens</p><p>Fonte: Shutterstock.</p><p>Já na adolescência as mudanças corporais são bem</p><p>maiores, pois se referem à passagem do corpo para a fase</p><p>adulta. O estilo da roupa também muda e ganha ar mais</p><p>adulto e sensual para as meninas e casual ou radical para</p><p>os meninos (BRYANT; MAGGIO, 2012; STIPELMAN,</p><p>2015, ABLING, 2011). Veja os exemplos a seguir.</p><p>DESIGN</p><p>99</p><p>Figura 37 - Roupas femininas para adolescentes</p><p>Fonte: Shutterstock.</p><p>Figura 38 - Roupas masculinas para adolescente</p><p>Fonte: Shutterstock.</p><p>DESENHO DE MODA</p><p>100</p><p>É importante adaptar o estilo do traço ao de-</p><p>senho. Ao desenhar roupas infantis, traços</p><p>mais suaves; Ao desenhar uma roupa para</p><p>adolescente com mais sensualidade, utilize</p><p>traços mais marcantes e definidos, isso dá</p><p>ênfase as linhas do desenho.</p><p>REFLITA</p><p>Para as meninas o foco encontra-se na feminilidade</p><p>e os rapazes são despojados e práticos. Quanto aos</p><p>traços para a ilustração das roupas que se estendem</p><p>dos bebês aos adolescentes, há alguns apontamentos</p><p>que precisam ser ressaltadas, por exemplo, os bebês</p><p>apresentam formas mais arredondadas, assim, suas</p><p>roupas apresentarão maior quantidade de linhas</p><p>curvas e volumes.</p><p>A partir dos quatro anos de idade, as roupas vão</p><p>mudando de formato e se tornando mais enxutas,</p><p>com linhas mais retas e básicas até chegar na ado-</p><p>lescência que as linhas acompanham o formato do</p><p>corpo, sem os volumes exagerados da peças de bebê,</p><p>por exemplo.</p><p>As sombras e as dobras, assim como volumes,</p><p>babados, drapeados, franzidos e demais efeitos são</p><p>representados da mesma forma em todas as idades,</p><p>assim você deve atentar-se à forma correta de repre-</p><p>sentá-los. Ao desenhar o vestuário infantil busque</p><p>sempre uma referência para a idade da criança e</p><p>caso não saiba como representar algo, procure uma</p><p>referência visual.</p><p>101</p><p>considerações finais</p><p>N</p><p>esta unidade você teve a oportunidade de entender mais sobre o de-</p><p>senho de moda, especificamente sobre o processo de construção das</p><p>peças, sejam elas femininas, masculinas ou infantis.</p><p>A primeiro tópico contemplou o vestuário feminino com o in-</p><p>tuito de lhe mostrar como se dá a composição de blusas, calças e vestidos, assim</p><p>como alguns modelos de decotes e vestidos que podem auxiliar no momento da</p><p>ilustração.</p><p>O mesmo foi feito com os trajes masculinos, no entanto o tópico que aborda</p><p>o vestuário masculino, foi dividido em roupas de alfaiataria, enfatizando o paletó</p><p>e a calça social, finalizando com os trajes casuais e alguns modelos que fazem</p><p>parte do guarda-roupa desse homem.</p><p>Por fim, foram apresentadas as roupas infantis, separando-as por idade, as-</p><p>sim como algumas informações relevantes sobre as ilustrações em cada idade,</p><p>desde o recém-nascido até o adolescente.</p><p>O que você deve ter em mente é que independente do desenho, feminino,</p><p>masculino ou infantil, você deve escolher um croqui com uma pose que valorize</p><p>aquilo que você deseja desenhar e que tenha o mesmo estilo. Se você deseja</p><p>ilustrar uma criança de seis anos de idade, com roupas para festa, busque um</p><p>croqui com crianças dessa idade e que apresentem poses mais condizentes com o</p><p>estilo da roupa.</p><p>As sombras, dobras e movimentos de tecido são elementos que sempre de-</p><p>vem estar presentes em seu desenho, pois expressam as características da roupa e</p><p>esta torna-se mais refinada e completa. O desenho de roupas masculinas, femini-</p><p>nas ou infantis possuem características próprias, as quais você deve estar atento,</p><p>especialmente, aos detalhes que compõem cada faixa etária e estilo.</p><p>Caro(a) aluno(a), espero que o conteúdo apresentado lhe auxilie no processo</p><p>de ilustração e sirva de base para suas criações. Até o próximo encontro.</p><p>102</p><p>atividades de estudo</p><p>1. O desenho de roupas segue uma estrutura,</p><p>seja ela feminina, masculina ou infantil. Refe-</p><p>rente à construção da blusa feminina, descre-</p><p>va o processo de ilustração?</p><p>2. O vestuário feminino apresenta uma grande</p><p>variedade de modelos, dentre eles blusas, cal-</p><p>ças e vestidos. Referente ao vestuário femini-</p><p>no, assinale a alternativa incorreta.</p><p>a. Os tops se referem às peças que cobrem a</p><p>parte de cima do corpo, o tronco.</p><p>b. Os bottons representam as peças voltadas</p><p>para a parte inferior das penas, ou seja, saias,</p><p>calças e shorts.</p><p>c. Dresses estão relacionados aos vestidos se-</p><p>jam eles sociais, casuais ou de festa.</p><p>d. Não existe alfaiataria no vestuário feminino.</p><p>e. Nenhuma das alternativas está correta.</p><p>3. O vestuário masculino apresenta algumas di-</p><p>ferenciações em relação ao feminino. Leia as</p><p>assertivas a seguir e, em seguida, assinale a</p><p>alternativa correta.</p><p>I. Há menos detalhes nas roupas como babados</p><p>e bordados com pedrarias ou mesmo rendas.</p><p>II. A construção do traço deve ser mais firme,</p><p>reto e estruturado, visto que as roupas mas-</p><p>culinas apresentam essa característica.</p><p>III. O vestuário masculino é composto apenas</p><p>por roupas de alfaiataria.</p><p>a. I e III estão corretas.</p><p>b. II e III estão corretas.</p><p>c. I e II estão corretas.</p><p>d. Todas as alternativas estão corretas.</p><p>e. Nenhuma das alternativas está correta.</p><p>4. O desenho dos trajes de alfaiataria apresenta</p><p>alguns elementos diferenciados, sendo assim,</p><p>descreva-os.</p><p>5. O desenho de roupas infantis tem uma série de</p><p>peculiaridades, especialmente para crianças de</p><p>0 a 1 ano de idade. Leia as alternativas e assi-</p><p>nale (V) para verdadeiro e (F) para falso.</p><p>( ) As golas e aberturas para colocar a cabe-</p><p>ça devem ser maiores que nas peças para</p><p>adulto.</p><p>( ) As peças não devem apresentar fechamentos</p><p>ou botões na parte de trás, pois o bebê pode</p><p>machucar as costas ao deitar.</p><p>( ) A criança ainda usa fraldas, então, o gancho</p><p>das calças e macaquinhos devem ser maiores</p><p>para acomodar a fralda.</p><p>( ) As peças feitas para os recém-nascidos</p><p>devem ser maleáveis, pois a criança ainda</p><p>não tem firmeza para auxiliar no processo</p><p>de vestir.</p><p>a. F, V, V , V.</p><p>b. V, V, V, F.</p><p>c. V, F, F, V.</p><p>d. V, V, V, V.</p><p>e. Nenhuma das alternativas está correta.</p><p>6. Para as crianças de um ano há algumas mu-</p><p>danças no vestuário, visto que a criança já co-</p><p>meçou a caminhar e apresenta um corpo um</p><p>pouco mais rígido. Aponte algumas recomen-</p><p>dações para a ilustração.</p><p>103</p><p>LEITURA</p><p>COMPLEMENTAR</p><p>Design e a comunicação na moda</p><p>A palavra design deriva do latim designo, que significa idear, designar e que está associada</p><p>ao conceito de produto, ao projeto e planejamento. Segundo Moura apud Pires (2008, p.</p><p>69), o design refere-se à concepção e desenvolvimento de um projeto que tem como finali-</p><p>dade a realização de produto. Desenhar é parte do processo de criação e o design de moda</p><p>assume os mesmos atributos e princípios do design.</p><p>Mozota (2011, p. 15) ressalta ainda que o design</p><p>deriva do termo latino designare, traduzido como “designar” e “desenhar”. Em inglês, o</p><p>substantivo “design” manteve os dois significados. Dependendo do contexto, a palavra</p><p>significa: “plano, projeto, intenção, processo” ou “esboço, modelo, decoração, compo-</p><p>sição visual, estilo”. No sentido de intenção, “design” implica a realização de um plano</p><p>por meio de um esboço, padrão ou composição visual.</p><p>O uso da palavra design abrange várias qualidades, que vão desde a elaboração de proje-</p><p>tos até a busca de soluções bem sucedidas para a idealização do produto desejado. Dessa</p><p>forma, o desenho está incluído no processo do design, desde a criação, e está extrema-</p><p>mente ligado ao desenvolvimento do pensamento inicial, proporcionando a possibilidade</p><p>de afirma-lo ou corrigi-lo, antecipadamente. A finalização da ideia por meio do desenho é o</p><p>que interessa ao processo e a expressão desse desenho será transformada em um produto</p><p>que agrade ao consumidor.</p><p>Para Moura (2008),</p><p>o design é um campo de conhecimento constituído por um pensamento, pela concep-</p><p>ção e por uma produção, sendo estes orientados ao cenário futuro a partir de uma in-</p><p>tenção destinada a ser real. Fazer design significa trabalhar com o futuro, executando</p><p>a concepção e o planejamento daquilo que virá a existir, anunciando novos caminhos</p><p>e possibilidades. (MOURA apud PIRES, 2008, p. 69) Na moda, as evoluções do desenho</p><p>e da ilustração tem seu principal aspecto desenvolvido pela necessidade de comunicar</p><p>ideias até chegar ao seu público-alvo, através da beleza proporcionada pela represen-</p><p>tação do desenho do produto idealizado. Portanto, o design incide nos traços estéticos</p><p>ou físicos do produto, ao criar inovações, que são oferecidas ao cliente. Fernandes</p><p>(2012, p. 103) afirma que, “Estilo e design são em si, diferenciais no desenvolvimento</p><p>do produto. O design transforma o banal em desejável”.</p><p>104</p><p>LEITURA</p><p>COMPLEMENTAR</p><p>Conhecer o público-alvo e o mercado de moda é compreender possibilidades de planejar</p><p>novos cenários orientados pelo design. O mercado de moda é dividido em setores que</p><p>visam facilitar não somente a confecção, mas também a criação. O segmento de moda fe-</p><p>minina é o que mais exige do profissional criador, uma vez que neste segmento específico,</p><p>a moda se apresenta mais cíclica e competitiva. Para Jones (2005, p.59) neste setor, o ciclo</p><p>da moda pressiona mais, por processos de respostas rápidas.</p><p>Morris (2010) complementa o pensamento de Jones,</p><p>O desafio para o designer de hoje, no entanto, é a absoluta complexidade de nosso</p><p>mundo; o ritmo das mudanças que atingem nossas experiências em sociedade e o</p><p>alcance e a profundidade das informações disponíveis e exigidas. Os designers preci-</p><p>sam reunir, processar e incorporar essas informações de modo eficaz, mesmo quando</p><p>a tarefa parecer confusa e complexa. Nosso mundo competitivo coloca ainda mais</p><p>pressões sobre o designer com exigência de velocidade e precisão: os produtos preci-</p><p>sam ser criados rapidamente com a expectativa de que estejam “certos de primeira”.</p><p>(MORRIS, 2010, p. 6).</p><p>Definitivamente, o designer de moda não é simplesmente, um profissional que faz dese-</p><p>nhos bonitos e coloridos. O desenho é parte do resultado de uma série de pesquisas, de</p><p>mercado, de público alvo, de tendências, tecnológicas e de materiais, como cores, tecidos</p><p>e silhuetas. O criador de moda vê além do seu tempo. Enquanto, a visão geral está concen-</p><p>trada na estação vigente, o estilista já está imerso nas estações que virão e o desenho faz</p><p>parte de seu processo criativo.</p><p>Fonte: MASTELINE; ALMEIDA (2016).</p><p>DESIGN</p><p>105</p><p>Ilustración de moda: plantillas = Ilustração de moda</p><p>Eyerabend, F. V.; Ghosh, F.; Herrero, B.; Azevedo, I. B.</p><p>Editora: Moldes</p><p>Ano: 2009</p><p>Sinopse: o livro apresenta uma grande variedade de ilustra-</p><p>ções e peças do vestuário pertencentes ao universo feminino,</p><p>masculino e infantil, além da nomenclatura de algumas peças, auxiliando a visualizar deta-</p><p>lhes e acabamentos.</p><p>É possível ver o desenho de um croqui feminino adulto e juvenil completo e com acabamento,</p><p>por meio do link disponível em: <http://https://www.youtube.com/watch?v=GZzd-wFtHQo>.</p><p>O desenho de croquis masculinos com look completo encontra-se disponível em: <http://</p><p>https://www.youtube.com/watch?v=1GydEDYb_fY>.</p><p>106</p><p>referências</p><p>ABLING, B. Desenho de moda: 5. Ed. Norte-Americana. São Paulo: Blücher,</p><p>2011, v.1.</p><p>ABLING, B.; MAGGIO, K. Moulage, modelagem e desenho: prática integrada.</p><p>Tradução: BUCHWEITZ, C.; MARTINS, L. Porto Alegre: Bookman, 2014.</p><p>BRYANT, M. W.; CANÊDO, J. Desenho de moda: técnicas de ilustração para</p><p>estilistas. São Paulo: Senac São Paulo, 2012.</p><p>FRINGS. G. Moda: do conceito ao consumidor. 9 ed. Porto Alegre: Bookman,</p><p>2012.</p><p>GRAGNATO, L. O desenho no design de moda. 2008. 86 f. Dissertação (Mestra-</p><p>do) - Universidade Anhembi Morumbi, São Paulo, 2008. Disponível em:</p><p><http://ppgdesign.anhembi.br/wp-content/uploads/dissertacoes/09.pdf>.</p><p>Acesso em: 22 mar 2017.</p><p>JONES, S. J. Fashion design. 2. ed. São Paulo: Cosac Naify, 2005.</p><p>LAVER, J; CARVALHO, G. M. M. A roupa e a moda: uma história concisa. São</p><p>Paulo: Companhia das Letras, 2001.</p><p>LEITE, A. S; VELLOSO, M. D. Desenho técnico de roupa feminina. 3. ed. Rio de</p><p>Janeiro: Senac Nacional, 2011.</p><p>MASTELINE, F; ALMEIDA, R. B. Os diversos desenhos no design de moda: a</p><p>comunicação no processo criativo. IARA – Revista de Moda, Cultura e Arte São</p><p>Paulo - v. 8, n. 2, Janeiro, 2016.</p><p>NUNNELLY, C. A.; LONGARÇO, M. Enciclopédia das técnicas de ilustração de</p><p>moda. São Paulo: Gustavo Gili, 2012.</p><p>STIPELMAN, S. Ilustração de moda: do conceito à criação. 3 ed. Porto Alegre:</p><p>Bookman, 2015.</p><p>TREPTOW, D. Inventando moda: planejamento de coleção. 5. ed. São Paulo:</p><p>Autora, 2013.</p><p>REFERÊNCIAS ON-LINE</p><p>1Em: <http://dicionarioportugues.org/pt/alfaiataria>. Acesso em: 28 mar. 2017.</p><p>2Em: <http://pt.texsite.info/Raglan>. Acesso em: 28 mar. 2017.</p><p>107</p><p>gabarito</p><p>1. Você deve iniciar o traçado com a linha de ombro e a gola, para em seguida de-</p><p>terminar o decote e a estrutura do tronco. Posteriormente, continue o processo</p><p>delimitando a manga, seu comprimento e volume. Finalize com o punho, acrescen-</p><p>tando os detalhes finais.</p><p>2. D.</p><p>3. C.</p><p>4. Primeiramente deve-se levar em consideração a estrutura, visto que em sua maio-</p><p>ria os trajes são mais rígidos e estruturados, pois são feitos com tecidos planos, o</p><p>que exige recortes, pregas e pences para ajustar o tecido ao corpo, bem como forro</p><p>para auxiliar no acabamento e estrutura da peça (FRINGS, 2012).</p><p>A simetria de detalhes como bolsos, lapelas, golas também é de extrema</p><p>importância, pois garante um visual elegante a peça. A assimetria também está</p><p>presente na alfaiataria, mas aparece de forma mais intensa nos trajes femininos,</p><p>como afirma Bryant e Maggio (2012).</p><p>Quanto aos traços do desenho, espera-se traços firmes, precisos e detalhes bem</p><p>trabalhados e visíveis. o desenho deve ser limpo e claro, sem poluição (STIPELMAN,</p><p>2015).</p><p>5. D.</p><p>6. Nessa idade a cabeça ainda é grande e o corpo mito</p><p>arredondado, as roupas co-</p><p>meçam a ganhar a forma de roupas mais adultas, assim como a criança que vai</p><p>perdendo as feições de bebê próximo aos dois anos de idade (STIPELMAN, 2015).</p><p>Veja abaixo algumas recomendações para a ilustração:</p><p>• As peças confeccionadas com tecidos de malha ainda são as mais utilizadas pois</p><p>são fáceis de vestir.</p><p>• As aberturas no decote continuam a ser maior, pois a cabeça ainda é grande em</p><p>relação ao corpo.</p><p>• Não existem mais aberturas com botão nas pernas e sim calças e bermudas com</p><p>elástico no cós.</p><p>• As crianças ainda usam fraldas assim é necessário ter um gancho maior para</p><p>acomodar a fralda.</p><p>Professora Dra. Paula Piva linke</p><p>Plano de Estudo</p><p>A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta</p><p>unidade:</p><p>• Representação de brincos, colares, pulseiras e anéis.</p><p>• Representação de bolsas e demais acessórios</p><p>• Representação de sapatos</p><p>Objetivos de Aprendizagem</p><p>• Explicar a composição de brincos, colares, pulseiras e</p><p>anéis, bem como sua representação.</p><p>• Descrever alguns modelos de bolsas e como representá-</p><p>los.</p><p>• Apresentar alguns modelos básicos de sapatos e orientar</p><p>como representá-los.</p><p>ACESSÓRIOS DE MODA</p><p>III</p><p>unidade</p><p>INTRODUÇÃO</p><p>Olá, caro(a) aluno(a), seja bem vindo(a) a mais um encontro. Nesta uni-</p><p>dade você verá como são desenhados os acessórios de moda, de jóia até</p><p>sapato você conhecerá um pouco mais sobre os objetos que compõem</p><p>o vestuário. Presentes desde os tempos antigos, os acessórios têm um</p><p>papel fundamental no vestuário, o de adornar o indivíduo.</p><p>Iniciaremos nossa jornada falando sobre a joalheria: brincos, co-</p><p>lares, pulseiras e anéis, objetos que permeiam o vestuário feminino e</p><p>complementam muitos looks. Tais objetos exigem atenção especial no</p><p>momento da ilustração, principalmente devido às proporções e formas.</p><p>Em seguida, você será apresentado à temática de bolsas, cintos e cha-</p><p>péus. Especial atenção será dada às bolsas, acessório largamente utilizado</p><p>no vestuário feminino, com diversos formatos e tamanhos. Por apresen-</p><p>tar grande variedade de modelos, ora estruturados, ora desestruturados,</p><p>serão apresentados dicas específicas para esse acessório, assim como ilus-</p><p>trações que o ajudarão a entender como desenhar as bolsas.</p><p>Por fim, serão apresentados os sapatos, assim como as bolsas, um</p><p>dos acessórios mais desejados e cobiçados pelas mulheres. Inicialmente</p><p>serão apresentadas as técnicas de ilustração e, em seguida, a descrição</p><p>de alguns modelos básicos.</p><p>A ilustração de joalheira, bolsas, cintos, chapéus e sapatos apresenta</p><p>particularidades, principalmente em seus detalhes, que em muitos ca-</p><p>sos precisam ser ampliados para se ter clareza no desenho. Em cada um</p><p>dos tópicos é apresentado o passo a passo da ilustração para auxiliá-lo</p><p>no processo de construção do desenho.</p><p>A intenção dessa unidade, caro(a) aluno(a), é a de lhe apresentar</p><p>subsídios mínimos para a elaboração da ilustração de acessórios, bem</p><p>como o entendimento sobre alguns modelos básicos de bolsas e sapatos.</p><p>DESENHO DE MODA</p><p>112</p><p>Representação de Brincos,</p><p>Colares, Pulseiras e Anéis</p><p>Assim como a própria história do vestuário, os aces-</p><p>sórios permeiam o imaginário do vestir e estão pre-</p><p>sentes em nossa história desde os tempos pré-histó-</p><p>ricos. Inicialmente fabricados com ossos e peles eles</p><p>tinham o papel de demonstrar poder e opulência.</p><p>Com o passar do tempo se transformaram em jóias,</p><p>sendo fabricados com metais preciosos e pedras</p><p>raras, transformando-os em verdadeiras alegorias.</p><p>(LAVER; CARVALHO, 2001).</p><p>No vestuário feminino adquiriram especial im-</p><p>portância, especialmente os brincos, colares, anéis,</p><p>pulseiras e diademas. As jóias tornaram-se símbo-</p><p>lo de poder e riqueza e desde o império egípcio aos</p><p>dias atuais, elas representam elegância e sofisticação</p><p>(COSGRAVE, 2000).</p><p>A joalheria esteve presente desde os tempos mais</p><p>antigos ao início do século XX por volta dos anos de</p><p>1920, quando foram lançadas as bijuterias. O lança-</p><p>mento destas provocou uma verdadeira revolução,</p><p>já que, em muitos casos, os colares de pérolas ver-</p><p>dadeiros eram idênticos aos de imitações (LAVER;</p><p>CARVALHO, 2001).</p><p>DESIGN</p><p>113</p><p>Contudo, com o passar do tempo as bijuterias</p><p>se tornaram comuns e hoje, no século XXI, existe a</p><p>imensa variedade de opções entre joias e bijuterias.</p><p>Vejamos então, como se dá o processo de ilustração</p><p>desses acessórios.</p><p>Antes de começar a desenhar jóias, você deve</p><p>atentar-se a algumas questões. Inicialmente é neces-</p><p>sário pensar em proporções. Lembre-se que para de-</p><p>senhar brincos e colares você deve fazê-lo por meio</p><p>de um suporte, que seria um rosto. Assim, antes de</p><p>começar a desenhar desordenadamente, vejamos as</p><p>proporções do rosto e sua divisão.</p><p>Figura 1 - Proporções da cabeça</p><p>Fonte: Abling (2011, p. 242)</p><p>Observe com cuidado as duas figuras, a primeira</p><p>delas, a esquerda, apresenta a estrutura marcando a</p><p>linha do maxilar na horizontal e na vertical o eixo</p><p>central do corpo.</p><p>Abling (2011) destaca que é de suma importân-</p><p>cia marcar os eixos que dão suporte e simetria ao</p><p>desenho da jóia. Já na imagem da direita observa-se</p><p>o restante das marcações do rosto, com as linhas dos</p><p>olhos, orelha e nariz, linha da boca, linha do queixo</p><p>e do decote, nesse caso arredondada.</p><p>Como você pode observar, todas essas linhas da</p><p>figura da direita estão na horizontal, pois marcam as</p><p>partes da face como nariz, boca, olhos. Eles servem</p><p>para orientá-lo no momento da construção de peças</p><p>como brincos, que se inicia na altura da orelha e se-</p><p>gue com comprimento determinado pelo designer.</p><p>Stipelman (2015) ressalta que essas proporções</p><p>garantem equilíbrio ao desenho e servem como base</p><p>para a confecção das peças, uma vez que indicam o</p><p>comprimento dos brincos, por exemplo, que pode se</p><p>estender até o maxilar.</p><p>Ao compreender a função dessas linhas, que po-</p><p>dem estar presentes no desenho ou ser apenas ima-</p><p>ginárias, desde que você se lembre delas, é neces-</p><p>DESENHO DE MODA</p><p>114</p><p>sário escolher um modelo de cabeça que favoreça a</p><p>lustração de bijuterias.</p><p>É possível utilizar faces frontais, de perfil ou</p><p>semi perfil. Bryant e Canêdo (2012) destacam que</p><p>é necessário escolher a pose que melhor valoriza a</p><p>peça a ser desenhada. A Figura 2 traz um exemplo.</p><p>Observe que a Figura 2 traz um exemplo de rosto</p><p>bastante simples, tanto a imagem frontal quanto a</p><p>de perfil apresentam traços básicos sem muitos de-</p><p>talhes. Os cabelos presos possibilitam visualizar a</p><p>orelha e o pescoço alongado, que facilita o desenho</p><p>de gargantilhas.</p><p>Figura 2 - Modelo de rosto</p><p>Fonte: Shutterstock.</p><p>O que deve chamar a atenção em um desenho</p><p>de joalheria são as peças e não o rosto, por</p><p>isso, escolha formas simples para representar</p><p>a face.</p><p>REFLITA</p><p>O desenho de brincos deve seguir alguns cuida-</p><p>dos. O primeiro deles se refere ao peso, lembre-se que</p><p>brincos pesados são desconfortáveis e podem causar</p><p>deformações na orelha ao prendê-la para baixo. Dessa</p><p>forma, é interessante que você conheça o material que</p><p>irá usar antes de desenhar, para evitar inconvenientes.</p><p>Outro elemento a ser considerado é o compri-</p><p>mento, que pode se estender da orelha à altura da</p><p>boca, do queixo ou, ainda, alongar-se mais abaixo</p><p>deste. Durante a construção da ilustração você deve</p><p>estar atento à simetria. Se a peça for simétrica você</p><p>deve ilustrá-la de modo igual, tanto do lado direito</p><p>quanto do esquerdo. Caso deseje trabalhar com a as-</p><p>simetria, essa regra deve ser desconsiderada.</p><p>Observe o exemplo na figura a seguir.</p><p>DESIGN</p><p>115</p><p>Figura 3 - Croqui de brinco de pêndulo</p><p>Fonte: Shutterstock.</p><p>Observe que o modelo de rosto escolhido para ilus-</p><p>trar o brinco da imagem propicia a inteira visibili-</p><p>dade do brinco, que se mostra simétrico. Compos-</p><p>to por uma base presa à orelha e um pêndulo que</p><p>lhe garante movimento por meio de duas pequenas</p><p>argolas. Os modelos de brinco são variáveis, assim,</p><p>ilustrá-los está ligado a sua criatividade.</p><p>Assim como os brincos, os colares apresen-</p><p>tam algumas particularidades. Catellani e Pearson</p><p>(2003)</p><p>definem o colar como uma peça que adorna</p><p>o pescoço e pode ser feito de pedras preciosas e as-</p><p>sumir diferentes formatos. À exemplo disso, temos</p><p>as gargantilhas, que acompanham o contorno do</p><p>pescoço, do colar, que se estende a altura da clavícu-</p><p>la, e dos cordões, que são mais amplos, e descem até</p><p>a altura do busto.</p><p>Observe um exemplo na figura a seguir.</p><p>DESENHO DE MODA</p><p>116</p><p>É possível observar que essa ilustração traz o co-</p><p>lar em primeiro plano e essa deve ser a sua pre-</p><p>ocupação, pois o destaque deve ser dado a ele.</p><p>Abling (2011) destaca que o desenho dos colares</p><p>devem levar em consideração a lincental do cor-</p><p>po, pois é onde o centro do colar deve se dirigir,</p><p>ou seja, os pingentes.</p><p>Figura 4 - Croqui colar de colar de pedras</p><p>Fonte: Shutterstock</p><p>Assim como os brincos, os colares podem apre-</p><p>sentar um estrutura simétrica ou assimétrica. Cabe</p><p>destacar que não há problemas com o peso, assim, é</p><p>possível abusar das formas e proporções dos colares,</p><p>cordões e gargantilhas.</p><p>Observe na figura 5 alguns exemplos de compo-</p><p>sição com colares e brincos.</p><p>DESIGN</p><p>117</p><p>Figura 5 - Croqui de brincos e colares com pedras</p><p>Fonte: Shutterstock.</p><p>A figura apresenta composições de conjunto</p><p>entre colar e brinco, com modelos bem dife-</p><p>renciados entre elas. Portanto, caro(a) alu-</p><p>no(a), fica a seu critério ilustrar novos modelos</p><p>de colares e brincos.</p><p>A ilustração de pulseiras e anéis segue as mes-</p><p>mas bases, primeiro você deve escolher uma posição</p><p>adequada para mãos e punho, de forma que seja pos-</p><p>sível visualizar os dedos e o punho com facilidade.</p><p>Em relação ao anel, ele pode ser desenhado em</p><p>diferentes ângulos, um deles se refere ao anel sobre</p><p>o dedo, onde a parte superior recebe maior atenção</p><p>(STIPELMAN, 2015).</p><p>No entanto, para expor os detalhes da pedra</p><p>ou mesmo do aro, é possível desenhá-lo de lado ou</p><p>perspectiva, de forma que todos os detalhes sejam</p><p>expostos (ABLING, 2011). Observe os exemplos na</p><p>sequência de figuras.</p><p>DESENHO DE MODA</p><p>118</p><p>Figura 6 - Anel com vista frontal</p><p>Fonte: Shutterstock</p><p>A vista frontal do anel permite ver os detalhes da</p><p>parte superior, nesse caso, da pedra que o compõem.</p><p>Esta vista é utilizada para evidenciar detalhes e ele-</p><p>mentos frontais.</p><p>DESIGN</p><p>119</p><p>Figura 7 - Anel com vista lateral</p><p>Fonte: Shutterstock</p><p>Na vista lateral observa-se a estrutura de composi-</p><p>ção do aro e os detalhes que sustentam a pedra do</p><p>anel. Essa vista é muito utilizada para evidenciar de-</p><p>talhes estruturais, enquanto que a vista frontal res-</p><p>salta a estética da peça.</p><p>Para ilustrar essa vista você deve desenhar um</p><p>círculo e determinar onde será o ápice do anel, ou</p><p>seja, em que lugar ficará a pedra ou adereço do mes-</p><p>mo e, a partir desse ponto, estruturar as hastes se</p><p>necessário, assim como os demais detalhes.</p><p>Ao desenhar o anel em perspectiva, como na Figura</p><p>8, é possível contemplar os detalhes estéticos e estrutu-</p><p>rais. Essa vista é muito utilizada para evidenciar traba-</p><p>lhos no aro, como cravejado com pedras, ou os relevos.</p><p>Para desenhar essa vista você deve seguir os se-</p><p>guintes passos: desenhe um quadrado, em seguida,</p><p>trace uma linha na diagonal a qual indicará em que</p><p>direção ficará a perspectiva do anel. Na Figura 8</p><p>a inclinação encontra-se para a esquerda, assim,</p><p>você deve traçar uma linha que siga do canto infe-</p><p>rior direito ao superior esquerdo, como a ilustração</p><p>a seguir.</p><p>Após determinar a linha na vertical, desenhe</p><p>uma elipse que servirá de base para o aro do anel.</p><p>Posteriormente, faça o contorno para obter o aro</p><p>completo, a partir daí você deve determinar onde</p><p>será o detalhe do anel e acrescentar os detalhes.</p><p>Figura 8 - Anel com vista em perspectiva</p><p>Fonte: Shutterstock</p><p>DESENHO DE MODA</p><p>120</p><p>Figura 9 - Composição do anel</p><p>Fonte: a autora.</p><p>Bryant e Canêdo (2012) ressaltam que o ideal é de-</p><p>senhar o anel em todas estas posições: frontal, late-</p><p>ral e perspectiva, assim, o observador consegue con-</p><p>templar todos os detalhes da peça.</p><p>Além do anel, há a pulseira, a qual apresenta maior</p><p>facilidade no momento do desenho. Ao observar as</p><p>imagens a seguir, é possível observar que a pulseira</p><p>pode ser desenhada sobre um pulso, pode ser dese-</p><p>nhada sozinha, aberta ou seguindo o mesmo proce-</p><p>dimento do anel (como foi explicado anteriormente)</p><p>quando a mesma possuir a estrutura de um bracelete.</p><p>No século XVIII foram criados os anéis Mori,</p><p>um anel com o intuito de lembrar os falecidos</p><p>membros da família. Neste caso, o nome do</p><p>falecido era colocado no aro do anel e na par-</p><p>te de cima havia caveiras e mesmo o retrato</p><p>do falecido. Os anéis Mori eram um acessório</p><p>comum da joalheria masculina</p><p>Fonte: Cosgrave (2000).</p><p>SAIBA MAIS</p><p>DESIGN</p><p>121</p><p>Desenhar a pulseira sobre o pulso pode ser difícil,</p><p>em alguns momentos, pois exige conhecimento so-</p><p>bre como a peça se comporta por cima do braço. O</p><p>ideal é fazer duas elipses para orientar o posiciona-</p><p>mento da peça sobre o braço ou desenhá-la aberta.</p><p>A pulseira no estilo de um bracelete não só é</p><p>mais fácil de ser desenhada como também possibili-</p><p>ta que o observador entenda a composição da peça.</p><p>Também, pode ser ilustrada da mesma forma do</p><p>anel (como foi descrito anteriormente). Observe a</p><p>Figura 12.</p><p>Cada uma dessas técnicas permitem um resulta-</p><p>do diferente, o importante é que você compreenda</p><p>como elas são elaboradas e aplicadas.</p><p>Figura 10 - Pulseira sobre o pulso</p><p>Fonte: Shutterstock.</p><p>Figura 11- Pulseira aberta</p><p>Fonte: Shutterstock.</p><p>Figura 12 - Bracelete</p><p>Fonte: Shutterstock.</p><p>DESENHO DE MODA</p><p>122</p><p>Representação de Bolsas e</p><p>Demais Acessórios</p><p>Aluno(a), neste tópico veremos inicialmente como</p><p>desenhar bolsas e, em seguida, cintos.</p><p>DESIGN</p><p>123</p><p>Para Nunnelly e Longarço (2012), as bolsas de-</p><p>sempenham um papel importante como acessórios</p><p>de moda. Ela são peças fundamentais para comple-</p><p>tar o estilo e, em muitos casos, são acessórios de luxo</p><p>e não apenas um objeto funcional.</p><p>De acordo com a autora, existe uma grande</p><p>variedade de formatos e tamanhos que variam de</p><p>acordo com a ocasião e o estilo. No que diz respeito</p><p>ao desenho de bolsas, Nunnelly e Longarço (2012)</p><p>ressaltam a necessidade de trabalhar a simetria e a</p><p>estrutura do desenho.</p><p>Antes de dar início ao desenho da bolsa é im-</p><p>portante dizer que a mesma não é definida apenas</p><p>pela forma, mas sim pelos detalhes que a compõem,</p><p>o que inclui alças, fivelas, zíper, costuras, fechos, col-</p><p>chetes e demais elementos que podem ser agregados</p><p>à bolsa (ABLING, 2011).</p><p>A primeira bolsa a surgir no vestuário femini-</p><p>no foi inventada por volta de 1790 na França,</p><p>no final do século XVIII. Essa bolsa ficou co-</p><p>nhecida como retícula (ou ridícula) e tinha o</p><p>formato de um saquinho com babados, lem-</p><p>brando o formato de uma ameba.</p><p>Fonte: Laver e Carvalho (2001).</p><p>SAIBA MAIS</p><p>Ao conhecer alguns desses acessórios você terá</p><p>a possibilidade de desenhar a bolsa de forma mais</p><p>completa. Observe na Figura 13, alguns exemplos de</p><p>detalhes que podem compor uma bolsa.</p><p>DESENHO DE MODA</p><p>124</p><p>Figura 13: Acessórios para bolsa</p><p>Fonte: Abling (2011, p. 254).</p><p>DESIGN</p><p>125</p><p>Como você pode observar na Figura 13, há uma in-</p><p>finidade de elementos que estarão presentes em uma</p><p>bolsa. Cada um desses detalhes, fivelas, fechos e al-</p><p>ças devem ser bem desenhados, para que o observa-</p><p>dor entenda do que se trata.</p><p>Outra opção para que você conheça mais al-</p><p>guns acessórios para bolsas é visitar uma loja de</p><p>bolsas e observar os diversos modelos ali presentes</p><p>e quais detalhes eles possuem. Abling (2011), assim</p><p>como Bryant e Canêdo (2012), ressaltam que a ob-</p><p>servação é de extrema importância para o desenho</p><p>de qualquer natureza.</p><p>O desenho de bolsas deve seguir alguns padrões,</p><p>lembre-se que os formatos variados evitam que exis-</p><p>ta uma única técnica. Acerca da bolsa, apresento al-</p><p>gumas dicas que Stipelmam (2015) destaca:</p><p>• Observar a proporção da bolsa em relação ao</p><p>corpo para determinar o tamanho dela.</p><p>• Desenhe os detalhes com clareza.</p><p>• As costuras também devem ser representadas</p><p>quando aparentes.</p><p>• Se a bolsa</p><p>for estruturada, mantenha a forma</p><p>bem definida.</p><p>• Caso a bolsa seja desestruturada desenhe-a</p><p>de forma suave.</p><p>Essas são apenas algumas dicas que vão auxiliá-lo</p><p>no desenho. As bolsas, assim como qualquer objeto,</p><p>são tridimensionais, ou seja, apresentam três dimen-</p><p>sões: altura, comprimento e largura, assim como</p><p>uma vista frontal, lateral e de costas.</p><p>Portanto, sabendo desse fato, você deve dese-</p><p>nhar a bolsa com vista frontal e de costas, para que</p><p>os detalhes presentes nessas partes da bolsa apare-</p><p>çam com clareza. Para apresentar os pormenores da</p><p>lateral, você pode desenhar a bolsa com uma vista</p><p>em perspectiva ou apenas lateral.</p><p>Observe a seguir, na Figura 14, um exemplo de</p><p>bolsa.</p><p>Figura 14 - Bolsa com vista em perspectiva</p><p>Fonte: Shutterstock.</p><p>DESENHO DE MODA</p><p>126</p><p>A</p><p>Figura 14 apresenta a bolsa em perspecti-</p><p>va, o que possibilita a observação da par-</p><p>te frontal e também lateral da peça. Para</p><p>o desenho de bolsas sugiro utilizar formas</p><p>geométricas para auxiliar na estruturação do desenho.</p><p>O quadrado e o retângulo auxiliam a desenhar a</p><p>vista frontal das bolsas, pois você desenhará a bolsa</p><p>dentro deles, marcando uma linha vertical no centro</p><p>do quadrado que será o centro da bolsa.</p><p>Se deseja uma bolsa em perspectiva utilize um</p><p>cubo, pois ele lhe dará altura, largura e comprimen-</p><p>to. Todas as dimensões necessárias para esse tipo de</p><p>desenho. Em outras palavras, é o mesmo processo</p><p>do desenho do anel em perspectiva.</p><p>Figura 15 - Formas geométricas para orientar o desenho da bolsa</p><p>Fonte: a autora.</p><p>Após determinar o tamanho e que vista irá desenhar, co-</p><p>mece acrescentando os detalhes como as alças e, em se-</p><p>guida, o tipo de fechamento da bolsa e seus detalhes. Fi-</p><p>nalize o desenho colocando as costuras e dobras presentes</p><p>nas alças ou demais elementos, quando necessário.</p><p>O desenho da bolsa deve ser simétrico, apresen-</p><p>tando os elementos de forma clara e bem desenha-</p><p>dos. Caso tenha problemas em trabalhar a simetria</p><p>ou alguns detalhes, sugiro utilizar o papel milime-</p><p>trado para auxiliá-lo e depois passar o desenho a</p><p>limpo em outro papel.</p><p>Inicialmente, você deve treinar a vista frontal e</p><p>as cotas da peça. Depois que tiver segurança no tra-</p><p>ço e facilidade em desenhar os detalhes comece com</p><p>a vista em perspectiva.</p><p>Observe a seguir mais alguns modelos de bolsa.</p><p>DESIGN</p><p>127</p><p>Figura 16 - Bolsas com vista frontal</p><p>Fonte: Shutterstock.</p><p>DESENHO DE MODA</p><p>128</p><p>Figura 17 - Bolsas com vista frontal em perspectiva</p><p>Fonte: Shutterstock.</p><p>Nas Figuras 16 e 17 você pode observar alguns mo-</p><p>delos de bolsa e a forma como seus desenhos foram</p><p>trabalhados. Observe que em todos os modelos as</p><p>fivelas, alças e demais detalhes foram desenhados</p><p>com cuidado e de forma clara.</p><p>Se o seu desenho apresenta muitos borrões</p><p>ou manchas, antes de finalizá-lo, passe-o a</p><p>limpo em outra folha de papel para então</p><p>terminar os acabamentos.</p><p>REFLITA</p><p>DESIGN</p><p>129</p><p>Lembre-se que assim como uma roupa apresenta do-</p><p>bras, alguns modelos de bolsas possuem franzidos e</p><p>dobras, principalmente aquelas feitas com materiais</p><p>mais flexíveis, portanto, é de suma importância que</p><p>você faça a representação desses elementos também.</p><p>Assim como as bolsas, os cintos são importantes</p><p>acessórios, tanto masculinos quanto femininos. Ao</p><p>contrário da bolsa que apresenta uma série de deta-</p><p>lhes, o cinto possui uma representação gráfica mais</p><p>simples (ABLING, 2011).</p><p>O cinto pode ser desenhado de diferentes for-</p><p>mas, na cintura, sobre o corpo, aberto esticado, ou</p><p>simplesmente formando um círculo, fechado, como</p><p>mostra a Figura 18.</p><p>Figura 18 - Cinto com vista frontal e em perspectiva</p><p>Fonte: Shutterstock.</p><p>Considero essa uma das formas mais adequadas de</p><p>se desenhar o cinto, pois é possível observar com</p><p>detalhes a fivela e a estrutura que lhe dá forma, se a</p><p>mesma é lisa ou trabalhada.</p><p>Para realizar esse desenho você pode utilizar</p><p>uma forma geométrica, uma elipse, que lhe dará a</p><p>forma básica para a construção do desenho. Obser-</p><p>ve o exemplo a seguir.</p><p>Figura 19 - Forma base para o desenho do cinto</p><p>Fonte: a autora.</p><p>DESENHO DE MODA</p><p>130</p><p>Um dos elementos que deve ser muito bem traba-</p><p>lhado é a fivela, pois ela é o grande diferencial da</p><p>peça. Caso seja necessário, você pode desenhá-la no</p><p>cinto e, depois a parte, em tamanho maior.</p><p>A seguir observe alguns exemplos.</p><p>Figura 20 - Fivelas</p><p>Fonte: Shutterstock.</p><p>DESIGN</p><p>131</p><p>Observe que é possível desenvolver uma grande va-</p><p>riedade de fivelas, mas, além disso, cada uma delas</p><p>pode apresentar composições diferentes com pedras</p><p>e outros materiais.</p><p>Também, observe que cada um dos cintos da</p><p>imagem apresentam uma estrutura diferente para o</p><p>cinto mesmo, a parte feita de couro ou outro mate-</p><p>rial que irá circundar o corpo.</p><p>Abling (2011) apresenta algumas dicas para au-</p><p>xiliar no desenho, são elas:</p><p>• Escolha o tipo de acabamento que deseja fa-</p><p>zer no cinto.</p><p>• Estime o comprimento, largura e altura.</p><p>• Escolha os detalhes do cinto, como trançados</p><p>ou formas impressas no material e as desenhe</p><p>separadamente para treinar o traço.</p><p>• Meça os desenhos que serão colocados no</p><p>cinto e os distribua de forma que fiquem si-</p><p>métricos e iguais.</p><p>• Escolha a estrutura da fivela e depois acres-</p><p>cente os detalhes.</p><p>Essas dicas irão ajudá-lo a estruturar o desenho e</p><p>mantê-lo proporcional e equilibrado. Observe a se-</p><p>guir mais alguns modelos.</p><p>Figura 21 - Modelos para Cintos</p><p>Fonte: Shutterstock.</p><p>DESENHO DE MODA</p><p>132</p><p>Representação de Sapatos</p><p>DESIGN</p><p>133</p><p>O</p><p>sapato é um acessório de moda funda-</p><p>mental no vestuário, seja ele feminino,</p><p>masculino ou infantil. Além de proteger</p><p>o pé, ele é um acessório importante na</p><p>hora de complementar o estilo do look (STIPEL-</p><p>MAN, 2015).</p><p>Existe no mercado uma grande variedade de</p><p>modelos com formas, cores e usos variados. Cada</p><p>um deles possui suas particularidades, no entanto,</p><p>a estrutura para a sua ilustração é comum, o pé</p><p>que irá calçá-lo.</p><p>O sapato, assim como a bolsa, é um objeto tridi-</p><p>mensional e como tal, todos lados devem ser explo-</p><p>rados: frente, laterais e a parte de trás. Uso a palavra</p><p>lateral no plural, pois caso haja detalhes diferencia-</p><p>dos do sapato do lado esquerdo em relação ao direi-</p><p>to do sapato você deve desenhá-lo (ABLING, 2011).</p><p>Até os anos de 1960 o sapato era considerado</p><p>artefato de luxo para muitas famílias. Seu alto</p><p>custo de produção fazia com que os indiví-</p><p>duos pertencentes às classes mais pobres</p><p>tivessem um ou dois pares de sapatos ou,</p><p>em muitos casos, apenas o chinelo.</p><p>Da antiguidade até o início do século XX o</p><p>sapato era privilégio daqueles que podiam</p><p>comprá-lo. No antigo Egito apenas o Faraó</p><p>e os membros de sua corte usavam sapatos</p><p>visto que era um objeto de difícil produção.</p><p>Fonte: Laver e Carvalho (2001).</p><p>SAIBA MAIS</p><p>Outra vista de extrema importância é a perspec-</p><p>tiva, onde a lateral do sapato e a parte da frente fi-</p><p>cam em evidência. Vamos começar com o processo</p><p>de ilustração.</p><p>DESENHO DE MODA</p><p>134</p><p>Observe que na Figura 22 existe uma grande varie-</p><p>dade de pés em diferentes posições, cada uma delas</p><p>favorece um ângulo, o que possibilita explorar os di-</p><p>versos detalhes que compõem o sapato.</p><p>Outro pormenor a ser observado nessa ima-</p><p>gem, é que nela não estão apenas os pés, mas</p><p>também as pernas. Lembre-se de que existe uma</p><p>grande variedade de modelos de calçados, o que</p><p>inclui botas com cano alto, assim, se você deseja</p><p>desenhar apenas o sapato, aproveite apenas o pé,</p><p>mas se precisar da perna completa para o desenho</p><p>da bota você a terá.</p><p>Figura 22 - Pés</p><p>Fonte: Shutterstock.</p><p>Entre as diversas poses apresentadas na imagem,</p><p>você deve escolher ao menos duas que possibilitem</p><p>ver claramente a frente e a lateral do sapato, bem</p><p>como os detalhes do salto.</p><p>Antes de iniciar o desenho do sapato, um dos</p><p>elementos que você deve conhecer é o salto. Para</p><p>evitar de repetir sempre o mesmo modelo é interes-</p><p>sante que você saiba quais são os saltos básico para</p><p>então começar a desenhar.</p><p>Cada um dos modelos de salto tem um nome e</p><p>são adequados</p><p>para determinados modelos de sa-</p><p>pato devido a sua estética ou conforto. Observe na</p><p>Figura 23 alguns modelos e sua nomenclatura.</p><p>DESIGN</p><p>135</p><p>Figura 23 - Saltos</p><p>Fonte: Cá entre nós (2017, on-line)1.</p><p>Tipos de Sapato</p><p>DESENHO DE MODA</p><p>136</p><p>O conforto é de suma importância, assim</p><p>você deve pensar com cautela no salto que</p><p>escolhe para cada modelo de sapato.</p><p>REFLITA</p><p>Observe que os modelos apresentados são apenas</p><p>alguns modelos de salto que você pode usar, é im-</p><p>portante que você crie novas opções.</p><p>Ainda sobre o desenho de sapato, para ilustrar</p><p>esse acessório você deve seguir alguns cuidados.</p><p>Leia com atenção as sugestões a seguir.</p><p>• Antes de escolher a pose em que vai desenhar</p><p>o calçado escolha o modelo: tênis, sapatilha,</p><p>sandália, bota, entre outros.</p><p>• Após escolher o modelo observe se o mesmo</p><p>terá salto e se houver determine a altura do</p><p>salto.</p><p>• Com o salto definido e o modelo também,</p><p>escolha as poses que vão valorizar os detalhes</p><p>do que você deseja desenhar.</p><p>• Inicie a ilustração com a sola e o salto.</p><p>• Em seguida, defina o formato do calçado, ou</p><p>seja, a parte da frente e as laterais.</p><p>• Com o formato básico definido comece acres-</p><p>centando os detalhes funcionais, se houver,</p><p>tais como: fivelas, fechos, zíper e amarração.</p><p>• Para finalizar a ilustração acrescente os de-</p><p>talhes estéticos como laços, pedras, vazados,</p><p>estampas, entre outros.</p><p>Na Figura 24 é possível observar um exemplo de</p><p>como fica o sapato finalizado.</p><p>Figura 24 - Sapato</p><p>Fonte: Shutterstock.</p><p>Observe com cuidado essa imagem, pois nela po-</p><p>demos ver todas as faces do sapato: frente, a parte</p><p>de trás e as duas laterais. Dessa forma, o observador</p><p>consegue ter em mente qual é a composição com-</p><p>pleta da peça.</p><p>Esses são os passos básico para a ilustração,</p><p>eles podem ser utilizados para desenhar qualquer</p><p>calçado, seja ele feminino ou masculino, desde tê-</p><p>nis, sandálias, botas, coturnos à sapatilhas, entre</p><p>outros.</p><p>DESIGN</p><p>137</p><p>Nunnelly e Longarço (2012) ressaltam que exis-</p><p>tem outras formas de ilustração do sapato, na qual</p><p>observa-se apenas o calçado, sem a existência do pé</p><p>ou da perna.</p><p>Para esse tipo de ilustração há duas possibilida-</p><p>des. A primeira delas consiste em desenhar o sapato</p><p>sobre o suporte do pé e depois fazer o contorno com</p><p>caneta e apagar o pé finalizando a ilustração com a</p><p>parte interna da peça.</p><p>Outra possibilidade se refere à utilização de figu-</p><p>ras geométricas para a composição da ilustração. Da</p><p>mesma forma que na ilustração de anéis e bolsas em</p><p>quem se utilizou um cubo como suporte, você deve</p><p>fazer o mesmo com o sapato.</p><p>Figura 25 - Sapato em perspectiva</p><p>Fonte: Shutterstock.</p><p>Essa técnica não muda o desenho em si, mas</p><p>é apenas outras forma de representação, na qual o</p><p>foco está unicamente no calçado em si. Observe um</p><p>exemplo na Figura 25.</p><p>O diferencial para esse tipo de desenho é que</p><p>conseguimos observar a parte interna da peça, que</p><p>não aparece quando utilizados o pé como suporte.</p><p>Como você está começando a ilustrar sapatos</p><p>agora, sugiro que você utilize o pé como suporte, até</p><p>porque ele permite visualizar as proporções do sapa-</p><p>to em relação ao corpo. Com o tempo, quando você</p><p>já tiver facilidade no desenho dessa peça, você pode</p><p>utilizar essa outra forma de representação.</p><p>A seguir, observe os modelos de calçado e sua</p><p>nomenclatura.</p><p>DESENHO DE MODA</p><p>138</p><p>Figura 26 - Modelos de calçados</p><p>Fonte: Shutterstock.</p><p>Como você pode observar na Figura 26, existe uma</p><p>ampla variedade de formas e cores que podem ser</p><p>utilizadas nos calçados e também nos demais aces-</p><p>sórios. A forma de utilização depende da sua criati-</p><p>vidade e do seu objetivo ao desenhar uma peça de</p><p>roupa ou acessório.</p><p>Espero que o conteúdo apresentado o ajude a</p><p>entender como ilustrar acessórios. Nossa jornada</p><p>sobre acessórios chegou ao fim, caro(a) aluno(a), até</p><p>a próxima.</p><p>139</p><p>considerações finais</p><p>V</p><p>ocê deve estar pensando em como a moda apresenta uma grande va-</p><p>riedade de objetos. Muitas pessoas pensam que quando falamos de</p><p>moda nos referimos apenas as modelos, passarelas e roupas, esque-</p><p>cendo-se de todo o processo criativo, do desenho e dos diversos obje-</p><p>tos que compõem um look, como os acessórios.</p><p>As jóias, bolsas, cintos e calçados são fundamentais para qualquer look e fa-</p><p>zem parte do nosso dia a dia. Como futuro designer de moda, você deve saber</p><p>como representá-los para compor um look ou para criar novos modelos.</p><p>Em se tratando das jóias, colares, pulseiras, anéis e brincos há uma grande</p><p>variedade de possibilidades, principalmente devido aos materiais presentes no</p><p>mercado, que variam de jóias com pedras naturais, bijuterias confeccionadas com</p><p>pedras falsas até o plástico. Conhecendo os materiais e as técnicas de desenho</p><p>você pode utilizar dos traços de desenho para criar novos modelos.</p><p>As bolsas, assim como os sapatos, são peças que exigem maior estudo no</p><p>momento de sua ilustração, principalmente porque são peças mais estruturadas,</p><p>o que exige maiores cuidados com proporção, formato, detalhes e conforto prin-</p><p>cipalmente em relação aos calçados.</p><p>O cinto já permite maior liberdade de criação no desenho, pois é uma peça</p><p>mais básica e permite que você abuse de referências diversas, principalmente em</p><p>se tratando das fivelas, que devem ser bem desenhadas.</p><p>Quanto aos sapatos, além do conforto, é necessário prestar atenção na es-</p><p>trutura, pois ele é composto por uma sola e um salto, assim como materiais que</p><p>contornam o pé. O desenho deve ser detalhado e levar em consideração a altura</p><p>do salto e formato da sola para que fique confortável.</p><p>A intenção dessa unidade é a de apresentar a você as bases para o desenho de</p><p>acessórios. Espero que as dicas o ajudem em sua ilustração.</p><p>140</p><p>atividades de estudo</p><p>1. O desenho de joias ou bijuterias deve levar em</p><p>consideração uma série de questões. Referen-</p><p>tes ao desenho de brincos, assinale a alterna-</p><p>tiva correta sobre os cuidados que devem</p><p>ser tomados.</p><p>a. O primeiro deles se refere ao peso, lembre-</p><p>-se que brincos pesados são desconfortáveis</p><p>e podem causar deformações na orelha ao</p><p>prendê-la para baixo.</p><p>b. O comprimento deve se estender no máximo</p><p>até a altura do queixo.</p><p>c. A simetria deve ser desconsiderada na cons-</p><p>trução da ilustração.</p><p>d. Os materiais não influenciam sobre o peso do</p><p>brinco.</p><p>e. Nenhuma das alternativas está correta.</p><p>2. Os anéis apresentam particularidade no mo-</p><p>mento da ilustração. Descreva de que forma</p><p>podem ser ilustrados e, em seguida, assinale a</p><p>alternativa correta.</p><p>3. O desenho de bolsas assume algumas parti-</p><p>cularidades, já que ela é um objeto que possui</p><p>estrutura diferenciada. Leia as alternativas a</p><p>seguir e assinale V para verdadeiro e F para</p><p>falso.</p><p>( ) Observar a proporção da bolsa em relação ao</p><p>corpo para determinar o tamanho.</p><p>( ) Desenhe os detalhes com clareza.</p><p>( ) As costuras também devem ser representa-</p><p>das quando aparentes.</p><p>( ) Se a bolsa for estruturada, mantenha a forma</p><p>bem definida.</p><p>( ) Se a bolsa é desestruturada desenhe-a de for-</p><p>ma suave.</p><p>a. V, V, V, F, V.</p><p>b. F, V, V, V, V.</p><p>c. V, V, V, V, V.</p><p>d. V, V, F, V, V.</p><p>e. Nenhuma das alternativas está correta.</p><p>4. O cinto também é um acessório que faz parte</p><p>de muitos looks. Leia as alternativas a seguir</p><p>e assinale a alternativa correta.</p><p>I. O cinto pode ser desenhado de diferentes</p><p>formas, na cintura, sobre o corpo, aberto, es-</p><p>ticado ou simplesmente formando um círculo</p><p>fechado.</p><p>II. Um dos elementos que deve ser muito bem</p><p>trabalhado é a fivela, pois ela é o grande dife-</p><p>rencial da peça.</p><p>III. Observe que é possível desenvolver uma</p><p>grande variedade de fivelas, compostas ape-</p><p>nas por metal.</p><p>IV. O cinto em si é composto apenas por uma tira</p><p>de couro lisa.</p><p>a. I, II e III estão corretas.</p><p>b. I e II estão corretas.</p><p>c. I, II e IV estão corretas.</p><p>d. II e IV estão corretas.</p><p>e. Nenhuma das alternativas está correta.</p><p>141</p><p>atividades de estudo</p><p>5. Referente ao processo de ilustração do sapato,</p><p>leia as afirmativas e assinale a alternativa</p><p>correta.</p><p>I. Após escolher o salto,</p><p>I intitulada, "Representando detalhes", serão apresentados conteúdos</p><p>aos detalhes de uma roupa, como prega, drapeados e franzidos, golas, lapelas, bor-</p><p>dados e rendas, bem como aviamentos, pespontos e bolsos. Saber como ilustrar</p><p>esses detalhes proporciona, ao seu desenho, um melhor acabamento final.</p><p>Em seguida, na Unidade 2, "Princípios básicos do desenho de moda", são apre-</p><p>sentados a você alguns modelos de roupas femininas, masculinas e infantis, assim</p><p>como dicas e ilustrações que lhe ajudam a entender o passo a passo para o desenho</p><p>de moda. Também, são apresentadas figuras com diversas peças do vestuário, para</p><p>enriquecer seu referencial visual e de modelos, possibilitando, assim, um referencial</p><p>de observação para ilustração de moda.</p><p>Dando continuidade, temos a Unidade III, intitulada Acessórios de Moda, na</p><p>qual serão apresentados alguns acessórios de moda que são comuns em nosso</p><p>dia a dia. Podemos citar aqui a joalheria com brincos, pulseiras, anéis e colares,</p><p>bolsas, cintos e sapatos, uns dos acessórios mais cobiçados pelas mulheres. Nas</p><p>demais unidades são apresentadas algumas dicas de ilustração e modelos para</p><p>auxiliá-lo no aprendizado.</p><p>Na unidade chamada "Técnicas de cromatização aplicadas ao desenho de moda"</p><p>você conhecerá alguns materiais utilizados no desenho, como a caneta nanquim,</p><p>grafite e o lápis de cor. Em seguida, você verá a representação de tecidos e suas tex-</p><p>turas assim como a aplicação de sombra. Por fim, são apresentados os processo de</p><p>cromatização com cor, com combinação de cores, para produzir texturas, variadas.</p><p>Na Unidade V você aprenderá a desenhar estampas, lembrando que existe uma</p><p>grande variedade delas devido aos temas, assim como especificidades para o de-</p><p>senho da estampa corrida, barrada e localizada. Nesta unidade você aprenderá a</p><p>ilustrar esses três tipos de estampa e aplicá-las ao vestuário.</p><p>Caro(a) aluno(a), ao percorrer as cinco unidades, espero que aprecie a leitura e</p><p>desenvolva as habilidades necessárias para a ilustração de moda.</p><p>sumário</p><p>UNIDADE I</p><p>REPRESENTANDO</p><p>DETALHES</p><p>14 Pregas, Drapeados e Franzidos</p><p>26 Golas, Lapelas, Bolsos e Rendas</p><p>38 Aviamentos (Pesponto, Botões, Bolsos,</p><p>Lapelas e Zíper)</p><p>UNIDADE II</p><p>PRINCÍPIOS BÁSICOS DO</p><p>DESENHO DE MODA</p><p>58 Trajes Femininos</p><p>74 Trajes Masculinos</p><p>88 Trajes Infantis</p><p>UNIDADE III</p><p>ACESSÓRIOS DE</p><p>MODA</p><p>112 Representação de Brincos, Colares,</p><p>Pulseiras e Anéis</p><p>122 Representação de Bolsas e Demais</p><p>Acessórios</p><p>132 Representação de Sapatos</p><p>UNIDADE IV</p><p>TÉCNICAS DE CROMATIZAÇÃO</p><p>APLICADAS AO DESENHO DE MODA</p><p>150 Grafite, Lápis de Cor, Nanquim, e Canetas</p><p>Hidrocor</p><p>156 Representação de Tecidos e Sombras</p><p>163 Representação com Cor</p><p>UNIDADE V</p><p>ESTAMPARIA</p><p>188 Tipos de Estampas</p><p>196 Técnicas de Criação de Estampas: Rapport</p><p>204 Aplicação e Ilustração de Estampas em Peças</p><p>de Moda</p><p>220 Conclusão geral</p><p>Professora Dra. Paula Piva Linke</p><p>Plano de Estudo</p><p>A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta</p><p>unidade:</p><p>• Pregas, drapeados e franzidos</p><p>• Golas, lapelas, bolsos, rendas</p><p>• Aviamentos (pesponto, botões, bolsos, lapelas, zíper)</p><p>Objetivos de Aprendizagem</p><p>• Desenvolver a percepção sobre os detalhes que compõem</p><p>o movimento dos tecidos.</p><p>• Explicar quais são os elementos fundamentais do vestuário</p><p>para auxiliar no desenho do mesmo.</p><p>• Expor as formas possíveis de desenhar detalhes como</p><p>aviamentos, golas e tecidos.</p><p>REPRESENTANDO DETALHES</p><p>I</p><p>unidade</p><p>INTRODUÇÃO</p><p>O</p><p>lá caro(a) aluno(a), você deve estar se perguntando se será capaz de</p><p>aprender a desenhar, visto que ainda não possui essa habilidade. As di-</p><p>ficuldades que envolvem a disciplina de desenho são técnicas, em sua</p><p>maioria. Dessa forma, você receberá todas as instruções sobre as técni-</p><p>cas e a forma adequada de representar graficamente cada elemento do vestuário.</p><p>Você deve lembrar que ao aprender a desenhar o corpo humano, já exercitou</p><p>algumas técnicas de desenho, que serão aprimoradas a partir de agora, referentes</p><p>à representação dos detalhes e das diversas peças de roupa.</p><p>Nesta unidade você verá como desenhar pregas, drapeados e franzidos, isto</p><p>é, os elementos que dão movimento e especificam como a roupa deverá ser cons-</p><p>truída. Em seguida, verá a respeito das golas, lapelas, bolsos e rendas e, por fim,</p><p>os aviamentos como zíper, botões e bolsos.</p><p>Esses são detalhes fundamentais no vestuário e devem ser bem ilustrados.</p><p>Não se esqueça que seu desenho orientará a confecção de uma roupa, assim, ele</p><p>deve ser bem feito e você deve ter conhecimento sobre os elementos que o com-</p><p>põem, assim como dos efeitos do tecido, tipos de golas, mangas e aviamentos.</p><p>Após entender como se dá a construção desses elementos gráficos, você esta-</p><p>rá pronto para iniciar o desenho de qualquer peça de roupa, conteúdo este a ser</p><p>trabalhado na próxima unidade. A partir de agora serão apresentados uma série</p><p>de conceitos e instruções para que você seja capaz de desenvolver suas habilida-</p><p>des no desenho de moda.</p><p>O tema aqui abordado pode parecer irrelevante neste momento, pois tenho</p><p>certeza que você gostaria de desenhar as peças de roupa, no entanto, antes de</p><p>iniciar o desenho do vestuário, é importante saber como representar alguns deta-</p><p>lhes. Isso irá ajudá-lo na qualidade de seu desenho final, assim como aumentará</p><p>seu referencial de conhecimento sobre os detalhes das roupas e de como devem</p><p>ser ilustradas. Bons estudos!</p><p>DESENHO DE MODA</p><p>14</p><p>Pregas, Drapeados</p><p>e Franzidos</p><p>Olá caro(a) aluno(a), neste tópico veremos como os</p><p>tecidos apresentam movimento por meios das pre-</p><p>gas, drapeados e franzidos. Cada um desses detalhes</p><p>tem um efeito sobre o tecido e você deve entender a</p><p>diferença entre eles para então ilustrá-los.</p><p>Antes de darmos início às técnicas de represen-</p><p>tação de pregas, drapeados e franzidos, é preciso</p><p>que você, aluno(a), entenda como é possível repre-</p><p>sentar o vestuário por meio de uma variedade de</p><p>técnicas de desenho.</p><p>Stipelman (2015) ressalta que o vestuário pode</p><p>ser representado por meio do desenho de esboço, de</p><p>estilo ou mesmo o desenho técnico do vestuário. Por</p><p>sua vez, Hatadani acrescenta o desenho artístico e o</p><p>técnico como fundamentais aos cursos de Design de</p><p>Moda. A autora os define como:</p><p>“desenho artístico, que se caracteriza por uma</p><p>maior liberdade de criação e subjetividade; e o</p><p>desenho técnico, que objetiva a comunicação</p><p>de ideias para posterior materialização de um</p><p>objeto, artefato ou construção” (HATADANI,</p><p>2011, p. 36).</p><p>Já o desenho de esboço se refere à</p><p>primeira das linguagens de representação gráfi-</p><p>ca a aparecer no processo de desenvolvimento</p><p>de produtos de Moda, na fase de “Geração de</p><p>Alternativas”. Isto porque este tipo de desenho</p><p>possibilita a rapidez de expressão das ideias</p><p>(HATADANI, 2011, p. 46).</p><p>DESIGN</p><p>15</p><p>E</p><p>m outras palavras, quando você deseja ape-</p><p>nas representar, rapidamente, uma ideia e</p><p>não tem, ao seu alcance, muitos recursos</p><p>ou tempo, o esboço de uma ideia inicial em</p><p>um rascunho, com traços mais soltos e pouca pre-</p><p>ocupação estética é fundamental. A intenção desse</p><p>tipo de desenho é registrar ideias para que elas não</p><p>sejam esquecidas.</p><p>Para Gragnato (2008) o desenho de estilo se</p><p>refere aos desenhos de moda, também conhecidos</p><p>como desenhos de croqui. Hatadani (2011, p. 50)</p><p>acrescenta que</p><p>são também representações rápidas, mais fre-</p><p>quentemente realizadas com técnicas manuais,</p><p>cuja função é possibilitar a junção do fazer e</p><p>do pensar o produto em termos projetuais. Por</p><p>meio dele, o designer registra idéias, estuda a</p><p>coerência e a viabilidade do produto. Mas, dife-</p><p>rentemente do esboço, é por meio do desenho</p><p>de estilo que o designer comunica sua intenção</p><p>a terceiros, apresentando suas ideias às pessoas</p><p>com poder de decisão sobre a fabricação dos</p><p>produtos.</p><p>Para os cursos de Moda ou Design de Moda, ou</p><p>aqueles que envolvem elementos ligados ao vestuá-</p><p>rio, os desenhos de estilo são muito comuns e utili-</p><p>zados pelos estilistas e profissionais do setor.</p><p>Treptow (2013) afirma que o desenho de moda</p><p>ou de estilo é composto por alguns</p><p>o segundo passo na</p><p>ilustração de calçados é escolher a pose em</p><p>que vai desenhar o calçado escolha o modelo:</p><p>tênis, sapatilha, sandália, bote etc.</p><p>II. Você deve iniciar a ilustração com a sola e o</p><p>salto.</p><p>III. Com o formato básico definido comece acres-</p><p>centando os detalhes estéticos.</p><p>IV. Para finalizar a ilustração acrescente os deta-</p><p>lhes funcionais.</p><p>a. I, II e III estão corretas.</p><p>b. II está correta.</p><p>c. IV está correta.</p><p>d. II e IV estão corretas.</p><p>e. Nenhuma das alternativas está correta.</p><p>6. Descreva o processo de ilustração do calçado</p><p>sem a presença dos pés.</p><p>142</p><p>LEITURA</p><p>COMPLEMENTAR</p><p>A questão do conforto em calçados</p><p>Conforto tem sido o principal tema em destaque nas feiras internacionais de calçados atu-</p><p>almente, com vários estandes devotados a ele. Os calçados confortáveis têm sido a prefe-</p><p>rência dos consumidores jovens, principalmente, influindo nos modelos e design atuais. O</p><p>conforto tem sido visto mais sob o aspecto do subjetivo e considerado como difícil de se</p><p>medir. De forma simplista, costumamos dizer que tudo que contribui para o bem estar do</p><p>pé se chama conforto.</p><p>Frequentemente, compara-se conforto com comodidade.Também, encontramos defini-</p><p>ções que argumentam que o calçado oferece conforto quando o mesmo não expõe os pés</p><p>às enfermidades ou deformações. As interpretações são as mais variadas possíveis. Ou-</p><p>tra importante constatação é o uso da palavra “conforto” para a valorização dos calçados.</p><p>Embora usado indiscriminadamente, muito pouco tem sido divulgado ao mercado sobre</p><p>suas características, por isso experimentaremos colocar aqui o conceito de conforto sob o</p><p>aspecto da biomecânica.</p><p>Pesquisamos, hoje, a ação do calçado, desde a sensação de bem-estar das pessoas até as</p><p>suas relações com as funções vitais do organismo. Partindo- se da compreensão dos con-</p><p>ceitos entre calçado, bem-estar do indivíduo, manutenção da saúde e da segurança, é que</p><p>são trabalhados os fundamentos para a fabricação do calçado em condições de trabalho,</p><p>de lazer, de esporte e de atividades em geral. A nossa obrigação, como biomecânicos, é a</p><p>de informar aos fabricantes as especificações do conforto e suas possibilidades de realiza-</p><p>ção, bem como prover o desenvolvimento de aplicações mensuráveis e confiáveis.</p><p>Para formatar o calçado confortável, tem-se que partir do conceito de que todo o calçado</p><p>deve atender às necessidades do indivíduo. Um calçado confortável possui características</p><p>como bom calce; não prejudicar os pés e manter a integridade dos mesmos; dar uma boa</p><p>proteção aos pés; oferecer segurança ao andar; preservar a saúde do usuário; ser ade-</p><p>quado à atividade que se destina; não alterar os parâmetros da marcha; promover uma</p><p>adaptação amigável aos ambientes; e permitir aos seus usuários atenderem aos princípios</p><p>psíquicos relativos à aparência de sua personalidade.</p><p>Fonte: Guia de Design do Calçado Brasileiro (2003, on-line)3.</p><p>143</p><p>referências</p><p>ABLING, B. Desenho de moda. volume - 2. 5. ed. Norte - Americana. São Paulo: Blü-</p><p>cher, 2011. v.2.</p><p>BRYANT, M. W; CANÊDO, J. Desenho de moda: técnicas de ilustração para estilistas.</p><p>São Paulo: Senac São Paulo, 2012.</p><p>CATELLANI, R. M; PEARSON, L. H. F. Moda ilustrada de A a Z. Barueri: Manole,</p><p>2003</p><p>COSGRAVE, B. História da indumentária e da moda: da antiguidade aos dias atuais.</p><p>Barcelona: Gustavo Gili, 2000.</p><p>LAVER, J.; CARVALHO, G. M. M. A roupa e a moda: uma história concisa. São Paulo:</p><p>Companhia das Letras, 2001.</p><p>NUNNELLY, C. A.; LONGARÇO, M. Enciclopédia das técnicas de ilustração de moda.</p><p>São Paulo: Gustavo Gili, 2012.</p><p>STIPELMAN, S. Ilustração de moda: do conceito à criação. 3 ed. Porto Alegre:</p><p>Bookman, 2015.</p><p>REFERÊNCIAS ON-LINE</p><p>1Em:<http://dicasde-maquiagem.blogspot.com.br/2015/04/salto-alto.html>. Acesso</p><p>em: 22 de mar 2017.</p><p>2Em: <https://www.google.com.br/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&sour-</p><p>ce=web&cd=20&ved=0ahUKEwjsg7zXsMHQAhWMFpAKHaQS-</p><p>C4MQFghWMBM&url=http%3A%2F%2Fwww.bibliotecas.sebrae.com.</p><p>br%2Fchronus%2FARQUIVOS_CHRONUS%2Fbds%2Fbds.nsf%2FD-</p><p>43953DB87577A4B8325726C004D8DEE%2F%24File%2FNT00034FE2.pdf&usg=A-</p><p>FQjCNFhVhxlA_aYA2uRAKyYOB5p79N0qw&sig2=SQHoj-SxFYhodktGNvNR6Q>.</p><p>Acesso em: 22 mar 2017.</p><p>144</p><p>gabarito</p><p>1. A.</p><p>2. Em relação ao anel, ele pode ser desenhado em diferentes ângulos, um deles se</p><p>refere ao anel sobre o dedo, onde a parte superior do objeto recebe maior atenção</p><p>(STIPELMAN, 2015).</p><p>No entanto, para expor os detalhes da pedra ou mesmo do aro, é possível desenhá-</p><p>lo de lado ou em perspectiva, de forma que todos os detalhes sejam expostos.</p><p>A vista frontal do anel permite ver os detalhes da parte de cima, nesse caso, os</p><p>detalhes da pedra que o compõem. Esta vista é utilizada para evidenciar detalhes</p><p>e elementos frontais.</p><p>Na vista lateral, observa-se a estrutura de composição do aro e os detalhes que</p><p>sustentam a pedra do anel. Essa vista é muito utilizada para evidenciar pormenores</p><p>estruturais, enquanto que a vista frontal ressalta a estética da peça.</p><p>Ao desenhar o anel em perspectiva é possível contemplar os detalhes estéticos</p><p>e estruturais. Essa vista é muito utilizada para evidenciar trabalhos no aro, como</p><p>cravejado com pedras ou relevos.</p><p>3. C.</p><p>4. B.</p><p>5. B.</p><p>6. Para esse tipo de ilustração, há duas possibilidades: a primeira delas consiste em</p><p>desenhar o sapato sobre o suporte do pé e depois fazer o contorno com caneta e</p><p>apagar o pé, finalizando a ilustração com a parte interna da peça.</p><p>A outra possibilidade se refere à utilização de figuras geométricas para a composição</p><p>da ilustração. Da mesma forma que foi realizada na ilustração de anéis e bolsas em</p><p>que se utilizou um cubo como suporte, você deve fazer com o sapato.</p><p>UNIDADEIV</p><p>Professora Dra. Paula Piva Linke</p><p>Plano de Estudo</p><p>A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta</p><p>unidade:</p><p>• Grafite, lápis de cor, nanquim e canetas hidrocor.</p><p>• Representação de tecidos e sombras</p><p>• Representação com cor</p><p>Objetivos de Aprendizagem</p><p>• Conceituar o que é o Grafite, lápis de cor, nanquim e</p><p>canetas hidrocor, bem como orientar sua aplicação ao</p><p>desenho de moda.</p><p>• Explicar o que é Representação de tecidos e sombras e, em</p><p>seguida, orientar quanto à aplicação ao desenho de moda.</p><p>• Discorrer sobre o que é Representação com cor e orientar</p><p>quanto a sua aplicação ao desenho de moda.</p><p>TÉCNICAS DE CROMATIZAÇÃO</p><p>APLICADAS AO DESENHO DE MODA</p><p>IV</p><p>unidade</p><p>INTRODUÇÃO</p><p>Olá, caro(a) aluno(a), seja bem vindo(a) a mais uma unidade do</p><p>livro de Desenho de Moda. Nesta unidade você aprenderá sobre o</p><p>processo de cromatização na moda.</p><p>O desenho de moda pode ser realizado com grafite, canetas pre-</p><p>tas, coloridas ou lápis de cor. Essa variedade de materiais propicia</p><p>o desenvolvimento de diferentes acabamentos no desenho. Cabe</p><p>lembrar que você pode usar uma única técnica ou combiná-las para</p><p>obter resultados diversos.</p><p>O objetivo desta unidade é apresentar algumas técnicas e ensi-</p><p>nar como representar alguns tecidos, volumes, movimentos e efei-</p><p>tos do vestuário. Esse processo será feito levando em consideração</p><p>os diferentes tipos de materiais disponíveis.</p><p>Esta unidade está dividida em três partes. A primeira delas consis-</p><p>te em apresentar os materiais básicos utilizados para a cromatização,</p><p>são eles: grafite, lápis de cor, nanquim e canetas hidrocor. A intenção</p><p>é que você se familiarize com esses materiais para então usá-los na</p><p>prática. Existem, ainda, outras possibilidades como giz ou aquarela,</p><p>por exemplo, contudo, vamos nos ater aos materiais secos.</p><p>Em seguida, você verá a representação de alguns tecidos, como</p><p>tecidos leves e pesados, bem como aprenderá a manejar as sombras.</p><p>Lembre-se que cada tecido possui texturas e acabamentos que tam-</p><p>bém podem (e devem) estar presentes no desenho de moda.</p><p>Por fim, há a representação com cor, em que será possível visu-</p><p>alizar algumas técnicas com a utilização da cor, sombras, transpa-</p><p>rência, entre outros elementos que devem ser trabalhados. É de ex-</p><p>trema importância nesse momento que você tenha um traço firme</p><p>e definido para que possa aplicar a cor ao seu</p><p>desenho ou mesmo</p><p>outras técnicas. Seja bem vindo(a) a essa unidade e boa leitura.</p><p>DESENHO DE MODA</p><p>150</p><p>Grafite, Lápis de Cor, Nanquim</p><p>e Canetas Hidrocor</p><p>Iniciaremos nossa jornada falando um pouco so-</p><p>bre os materiais que você pode utilizar nos dese-</p><p>nhos para dar acabamento - eles vão desde o gra-</p><p>fite ao colorido.</p><p>A ideia aqui é apresentar esses materiais e expli-</p><p>car como usá-los para então aplicá-los ao desenho</p><p>de moda. Você precisa saber que existe uma grande</p><p>variedade de materiais que podem ser utilizados no</p><p>desenho: aquarela, giz de cera, colagem, entre outras</p><p>possibilidades. No entanto, nesse momento, vamos</p><p>focar em alguns materiais básicos, tais como: Grafi-</p><p>te, lápis de cor, nanquim e canetas hidrocor.</p><p>Vamos iniciar nossa jornada com o grafite. O</p><p>grafite é o material com o qual você tem maior afi-</p><p>nidade, pois o usa a muito tempo, não somente no</p><p>desenho, mas em outros momentos também.</p><p>Como se trata do desenho de moda que vai re-</p><p>ceber uma finalização, antes de iniciar a arte final ou</p><p>mesmo começar o projeto, você precisa escolher o</p><p>papel. Lembre-se que a folha sulfite é muito fina e</p><p>DESIGN</p><p>151</p><p>pode amassar ou desgastar com facilidade, assim,</p><p>quando for entregar um projeto final ou portfólio</p><p>busque um papel um pouco mais rígido - pode ser</p><p>o papel A4 com uma gramatura superior à folha co-</p><p>mum (ABLING, 2011).</p><p>Um bom papel irá ajudá-lo na finalização e na</p><p>qualidade do desenho, aumentando a dura-</p><p>bilidade do projeto.</p><p>(Bina Abling)</p><p>REFLITA</p><p>Com o papel já definido, faça, inicialmente, o</p><p>esboço, procure um lápis macio como o HB ou 2B,</p><p>lembre-se que um grafite macio auxilia no desenho,</p><p>evitando que o papel fique muito marcado caso haja</p><p>erros.</p><p>Com o esboço já pronto, vamos finalizar com o</p><p>grafite. O lápis mais utilizado para esse processo é o</p><p>lápis 6 B. Sua cor é relativamente escura e seu grafite</p><p>relativamente macio para a finalização.</p><p>Você irá iniciar a finalização do desenho com o</p><p>contorno, para isso, deixe a ponta do lápis 6B bem</p><p>fina e pontiaguda, assim o traço será fino e preciso.</p><p>Sempre que necessário aponte o lápis.</p><p>Outro cuidado a ser tomado é que esse grafite</p><p>suja as mãos, assim, você deve tomar cuidado para</p><p>não manchar seu desenho. Uma dica importante:</p><p>coloque uma folha de papel embaixo da sua mão,</p><p>assim sua mão desliza sobre a folha e não sobre o</p><p>desenho, evitando manchas. Mova o papel quando</p><p>necessário e finalize o contorno.</p><p>Com o contorno finalizado, você precisa, agora,</p><p>acrescentar as dobras e vincos da roupa, marque-as</p><p>com traços finos. Bryant e Canêdo (2012) ressaltam</p><p>que a clareza do desenho é fundamental, os detalhes</p><p>precisam ser nítidos.</p><p>Após o contorno, você deverá acrescentar as so-</p><p>bras. Para esse processo utilize o 6 B com a ponta</p><p>mais grossa, como se estivesse pintando o desenho.</p><p>Para finalizar, utilize o esfuminho, um lápis a base</p><p>de papel que serve para diluir o grafite do lápis e dar</p><p>acabamento.</p><p>Observe na figura a seguir, um exemplo de dese-</p><p>nho de moda com grafite.</p><p>Figura 1- Desenho em grafite</p><p>Fonte: Cleverson desenhos de moda ([2017], on-line)1.</p><p>DESENHO DE MODA</p><p>152</p><p>Observe que na figura existem traços mais finos</p><p>e marcantes como no cabelo, e sombras leves como a</p><p>pele. Para traços marcantes, use o lápis com a ponta</p><p>bem fina e, para sombras leves, o esfuminho.</p><p>Além do grafite, há também a possibilidade de</p><p>cromatização por meio do lápis de cor (STIPEL-</p><p>MAN, 2015). Antes de sair e comprar seu material,</p><p>você deve ter em mente que não se trata da quantida-</p><p>de de cores de uma caixa de lápis, mas sim de traba-</p><p>lhar a mistura dessas cores para obter composições.</p><p>Fazer a cromatização não é difícil, mas é necessá-</p><p>rio tomar alguns cuidados. Inicie os contornos com</p><p>o lápis da cor que desejar, sempre com a ponta fina e</p><p>com a ponta mais grossa faça o preenchimento. Você</p><p>deve tomar alguns cuidados com o lápis de cor:</p><p>Figura 2 - Desenho com lápis de cor</p><p>Fonte: Agenda caprichada ([2017], on-line)2.</p><p>• O contorno do desenho pode ser com lápis</p><p>de cor, grafite ou caneta nanquim.</p><p>• Use sempre a mesma marca para os lápis de</p><p>cor.</p><p>• Pinte somente em um sentido, acompanhan-</p><p>do o movimento do desenho.</p><p>• Pressionar demais o lápis pode deixar o dese-</p><p>nho manchado com riscos.</p><p>• Cores escuras são mais difíceis de pintar,</p><p>aplique a cor aos poucos para evitar manchar</p><p>o desenho.</p><p>• As sombras podem ser feitas com um tom</p><p>mais escuro ou acrescentando um pouco de</p><p>preto para as cores frias e marrom para as co-</p><p>res quentes.</p><p>Observe o exemplo da figura a seguir.</p><p>DESIGN</p><p>153</p><p>As cores podem ser classificadas de acordo</p><p>com suas características. Cabe aqui especi-</p><p>ficar quais são as cores quentes e frias. As</p><p>primeiras são: amarelo, laranja e vermelho,</p><p>enquanto as segundas são: azul, verde e vio-</p><p>leta.</p><p>Fonte: Bryant e Canêdo (2012).</p><p>SAIBA MAIS</p><p>Observe que o vestido azul teve a sombra trabalhada</p><p>em preto e quando a luz dá o movimento é possível</p><p>notar que a sombra ficou um pouco mais clara, qua-</p><p>se que sem cor. No vestido branco a luz foi aplicada</p><p>Figura 3 - Contorno com caneta nanquim</p><p>Fonte: Diana desenho de moda (2012, on-line)3.</p><p>por meio de sombras em tons de cinza. O vestido em</p><p>tom laranja avermelhado trabalha a luz e movimen-</p><p>to em tons mais claros e a sombra com preto.</p><p>A cromatização com lápis de cor dá algumas</p><p>possibilidades. A primeira delas é misturar lápis</p><p>aquarela com o normal. Algumas cores do lápis</p><p>aquarelável são mais bonitas e adequadas para aca-</p><p>bamentos, principalmente as escuras. Esse tipo de</p><p>lápis também permite expressar com mais facilida-</p><p>des as texturas do tecido.</p><p>Outra forma de dar acabamento ao desenho é</p><p>por meio da caneta, mais especificamente a nan-</p><p>quim. Essa caneta possui uma ponta extremamente</p><p>fina o que permite fazer um bom contorno ou mes-</p><p>mo trabalhar o desenho apenas em preto e branco.</p><p>Observe um exemplo na figura a seguir.</p><p>DESENHO DE MODA</p><p>154</p><p>Nessa imagem o contorno é trabalhado com a ca-</p><p>neta em preto, o que oferece algumas facilidades,</p><p>pois após finalizar o contorno do desenho você</p><p>pode apagar qualquer resquício de grafite, deixan-</p><p>do o desenho limpo e então aplicar a cor ou deixá-</p><p>-lo no preto e branco.</p><p>Outra ferramenta bastante interessante é a cane-</p><p>ta hidrocor ou a canetinha. Existe uma série de mar-</p><p>cas profissionais e aquelas mais comuns voltadas ao</p><p>público infantil. A utilização de canetas exige alguns</p><p>cuidados, tais como:</p><p>• A tinta é molhada e pode manchar o papel.</p><p>• Ao sobrepor duas cores elas se misturam.</p><p>• Ao sobrepor uma única cor de forma inade-</p><p>quada pode aparecer manchas.</p><p>• Deve-se usar a caneta para criar um traço em</p><p>único sentido, evitando manchas ou borrões.</p><p>Veja um exemplo de desenho com esse tipo de material.</p><p>Figura 4 - Desenho com canetinhas</p><p>Fonte: Mendes (2014, on-line)4.</p><p>DESIGN</p><p>155</p><p>A caneta hidrocor é uma das técnicas mais difíceis</p><p>de cromatização ou arte final, pois exige maior con-</p><p>trole sobre o movimento da mão, experiência e co-</p><p>nhecimento sobre cores e paciência para fazer vários</p><p>testes com o material.</p><p>Caro(a) aluno(a), a intenção aqui é de apresentar</p><p>a você, apenas, alguns exemplos de acabamento fi-</p><p>nal. Você deve experimentar cada um deles e encon-</p><p>trar aquele que melhor se adapta a sua habilidade</p><p>ou gosto.</p><p>DESENHO DE MODA</p><p>156</p><p>Representação de Tecidos</p><p>e Sombras</p><p>Olá, caro(a) aluno(a), agora que você já se familia-</p><p>rizou um pouco mais com os materiais que podem</p><p>ser utilizados para a finalização do seu desenho, va-</p><p>mos nos aprofundar um pouco na representação de</p><p>tecidos e sombras.</p><p>A intenção aqui é apresentar, a você, as informa-</p><p>ções básicas sobre como representar certas texturas</p><p>para que você possa aplicá-las e colocar cor se desejar.</p><p>Treptow (2013) ressalta que trabalhar a sombra,</p><p>texturas e detalhes é de suma importância em um</p><p>croqui de moda. Para a autora, esses detalhes expres-</p><p>sam o conhecimento do designer sobre o material</p><p>que irá utilizar e como ele se comporta sobre o corpo.</p><p>Vamos iniciar com algumas dicas sobre sombre-</p><p>amento</p><p>e então partiremos aos tecidos. De acordo</p><p>com Abling (2011), o sombreamento tem um papel</p><p>muito importante no desenho de moda, pois ele au-</p><p>xilia a dar movimento e volume ao desenho.</p><p>DESIGN</p><p>157</p><p>As sombras podem ser trabalhadas não somente</p><p>na roupa, mas no próprio croqui, especialmente na</p><p>pele e no cabelo, com o intuito de ressaltar alguns</p><p>traços do corpo ou do rosto.</p><p>Em se tratando da pele, o sombreamento, ge-</p><p>ralmente, é feito nas articulações do corpo, joelhos,</p><p>cotovelos e punho. No entanto, elas podem aparecer</p><p>também no rosto, pescoço, seios e demais locais com</p><p>curvas mais acentuadas (GRAGNATO, 2008). Veja-</p><p>mos um exemplo na figura que segue.</p><p>Figura 5 - Sombreamento de pele</p><p>Fonte: Shutterstock.</p><p>Na Figura 5 vemos um sombreamento de pele, com</p><p>um pouco de cor aplicada de forma a valorizar o ros-</p><p>to e o pescoço, em especial a testa e uma das boche-</p><p>chas, que recebe a sombra do cabelo, o queixo que</p><p>recebe a da boca e o pescoço que recebe a sombra do</p><p>queixo e do cabelo.</p><p>Sempre que estiver desenhando observe quais</p><p>elementos podem fazer sombra sobre o objeto.</p><p>Essa é a sombra básica, depois temos aquela que</p><p>vem de uma fonte de luz, ou seja, que se refere</p><p>como a luz incide sobre o desenho. Veja o exem-</p><p>plo na Figura 6.</p><p>DESENHO DE MODA</p><p>158</p><p>Figura 6 - Sombreamento</p><p>Fonte: Abling (2011, p. 290).</p><p>Na figura apresentada observa-se o sombreamen-</p><p>to em calças. Ele expressa a presença de luz sobre</p><p>a peça, bem como demonstra o movimento e o</p><p>comportamento do tecido. Observe que a calça da</p><p>esquerda possui um tecido mais fluído, leve e male-</p><p>ável, assim como um volume maior do mesmo em</p><p>relação às outras três calças que apresentam um teci-</p><p>do mais grosso e estruturado e com menos volume.</p><p>Abling (2011) destaca alguns elementos impor-</p><p>tantes sobre o sombreamento:</p><p>• As sombras também podem ser aplicadas na</p><p>dobras do tecido.</p><p>• O formato da sombra deve variar (longo,</p><p>grosso, arredondado), deixando o desenho</p><p>mais expressivo.</p><p>O sombreado deve orientar-se pela estrutura</p><p>da roupa, acompanhando a posição do croqui</p><p>e da roupa, incluindo as dobras e volume do</p><p>tecido.</p><p>REFLITA</p><p>• A sombra auxilia a expressar volume e mo-</p><p>vimento.</p><p>• Tecidos mais estruturados apresentam som-</p><p>breamento mais regulares.</p><p>• Tecidos fluídos apresentam sombreamentos</p><p>mais irregulares.</p><p>DESIGN</p><p>159</p><p>Leite e Velloso (2011) destaca que o sombrea-</p><p>mento além de finalizar o desenho auxilia na ex-</p><p>pressão do tecido, demonstrando texturas e cai-</p><p>mentos. Vejamos agora como representar alguns</p><p>tecidos e texturas.</p><p>Abling (2011) destaca que a representação de um</p><p>tecido deve levar em consideração quatro aspectos:</p><p>camadas de tecido, superfície, textura e plano/mate.</p><p>As camadas de tecido se refere à sobreposição</p><p>de um tecido sobre o outro, normalmente, se trata</p><p>de um tecido transparente que se sobrepõem a um</p><p>tecido mais grosso (Stipelman, 2015).</p><p>Para esse tipo de ilustração você deve, inicialmen-</p><p>te, desenhar a parte de baixo e posteriormente, o tecido</p><p>transparente por cima, deixando aparecer os traços do</p><p>tecido de baixo, assim como a cor. Veja o exemplo a seguir.</p><p>Figura 7- Camadas de tecido</p><p>Fonte: Abling (2011, p. 281).</p><p>Em seguida, temos a superfície, que se refere a aos</p><p>aspectos de luz e sombra, para criar tecidos com bri-</p><p>lho. Nesse caso a luz pode ser representada pela cor</p><p>branca ou ausência de cor enquanto que a sombra</p><p>aparece em tons mais escuros (ABLING, 2011). Ob-</p><p>serve o exemplo a seguir:</p><p>DESENHO DE MODA</p><p>160</p><p>No desenho, a luz pode ser trabalhada de diferentes</p><p>formas, seja em tecidos opacos ou com brilho. Você</p><p>deve atentar-se para sempre representar a luz de for-</p><p>ma mais clara em relação à cor da peça, e a sombra</p><p>deve ser representada em um tom mais escuro. Ob-</p><p>serve um exemplo cromatizado.</p><p>Outro elemento importante é a textura, que diz</p><p>respeito ao aspecto do tecido, que pode ter brilho,</p><p>ser fosco, tipo lã ou veludo. Para representar esses</p><p>materiais deve-se utilizar recursos de cromatização</p><p>ou grafite, fazendo com que a superfície do tecido</p><p>expresse sua textura (o aspecto fofo da lã, áspero ou</p><p>liso). Para texturas como lã ou veludo os lápis aqua-</p><p>rela são excelentes (NUNNELLY; LONGARÇO,</p><p>2012).</p><p>Figura 9 - Vestido com brilho</p><p>Fonte: Shutterstock.</p><p>Figura 8 - Superfície</p><p>Fonte: Abling (2011, p. 281).</p><p>DESIGN</p><p>161</p><p>Figura 10 - Textura</p><p>Fonte: Abling (2011, p. 280).</p><p>Na Figura 11 observa-se que foi trabalhada uma tex-</p><p>tura com aspecto de tecido mais grosso, como um</p><p>tweed, por exemplo. Para esse efeito, o lápis de cor é</p><p>Figura 11 - Plano/mate</p><p>Fonte: Abling (2011, p. 281).</p><p>bem útil ou então é possível trabalhar a pintura em</p><p>camadas até chegar ao efeito desejado.</p><p>DESENHO DE MODA</p><p>162</p><p>Existe uma grande variedade de texturas nos</p><p>tecidos, cada qual possui suas características</p><p>de acordo com o material com o qual são</p><p>feitos. A lã possui uma textura macia, fofa e</p><p>circular em cada fio; a seda apresenta brilho</p><p>intenso assim como o cetim; o jeans apresen-</p><p>ta textura levemente granulada e pode apre-</p><p>sentar diferentes acabamentos em lavagens.</p><p>Além dos tecidos básicos como os citados</p><p>acima, existem aqueles que já vêm com apli-</p><p>cações de fábrica como paetês, flores e bor-</p><p>dados, relevos e outros acabamentos.</p><p>Fonte: Chataignier (2006).</p><p>SAIBA MAIS</p><p>Essas são as bases da ilustração de tecidos, ve-</p><p>jamos agora algumas dicas para representar deter-</p><p>minados tecidos, segundo as instruções de Abling</p><p>(2011, p. 282-287).</p><p>Tafetá: é um tecido rígido, liso e brilhante que</p><p>captura a luz e as frações da cor. O desenho deve re-</p><p>presentar uma estrutura lisa com luz branca e sombra.</p><p>Veludo: é um tecido denso com grão leve ou</p><p>pelo. A aparência dessa superfície requer mesclas de</p><p>texturas macias ao colorir.</p><p>Chiffon: é um tecido transparente, a menos que</p><p>seja disposto em camadas. Esse tecido também tem</p><p>textura granulada o que requer trabalho com lápis</p><p>mais duro.</p><p>Tule: comece com um quadriculado fechado</p><p>para criar uma rede fina como um tecido. Quebre</p><p>suas linhas se o tecido estiver plissado ou em babado.</p><p>Brocado: esse tecido precisa de leve ênfase na es-</p><p>tampa e na representação na base de cores.</p><p>Esses são apenas alguns exemplos de tecido que</p><p>você deve conhecer. Uma visita a uma boa loja de</p><p>tecidos irá ajudá-lo a se familiarizar com as demais</p><p>texturas. Vejamos a seguir como ilustrar alguns de-</p><p>talhes com cor.</p><p>DESIGN</p><p>163</p><p>Vamos dar continuidade ao processo de finaliza-</p><p>ção dos desenhos de moda. Você verá agora al-</p><p>gumas instruções de como finalizar seu desenho</p><p>por meio da cor.</p><p>Representação</p><p>com Cor</p><p>DESENHO DE MODA</p><p>164</p><p>Nesta seção em específico você receberá algu-</p><p>mas instruções sobre cuidados com o material a</p><p>usar, bem como algumas dicas de cromatização e,</p><p>por fim, aprenderá a representar jeans, tricô, peles</p><p>e paetês.</p><p>O material é fundamental, recomendo utilizar</p><p>um papel com maior gramatura que a folha A4 nor-</p><p>mal, pois ele lhe permitirá maiores possibilidades.</p><p>Quando for comprar seus lápis de cor, compre sem-</p><p>pre da mesma marca, assim você evita diferenças na</p><p>pigmentação. A mistura de lápis aquarelável com o</p><p>lápis normal possibilita bons acabamentos em tex-</p><p>turas, além disso, é muito bom para fazer tons escu-</p><p>ros, sombras e mesmo representar a pele, pois é mais</p><p>cremoso que o lápis comum.</p><p>Uma boa dica para trabalhar texturas é usar ma-</p><p>teriais com texturas embaixo da folha em que estiver</p><p>pintando, assim a textura do material será transpor-</p><p>tada para o papel. Você pode comprar o papel textu-</p><p>rizado e utilizá-lo para dar efeitos em seus desenhos</p><p>ou outros materiais, como as próprias pastas plásti-</p><p>cas onde você possa guardá-los.</p><p>Coloque uma pasta com textura e pinte</p><p>alguma coisa com lápis por cima, você verá</p><p>que o que você pintou apresentará a mesma</p><p>textura do material que estava embaixo da</p><p>sua folha de papel.</p><p>Outra opção bastante interessante é</p><p>utilizar a borracha plástica, pois ela possibi-</p><p>lita alguns acabamentos interessantes para imitar</p><p>tecidos com brilho, ou mesmo o couro.</p><p>Quanto ao lápis</p><p>de cor você pode trabalhar o de-</p><p>senho sem contorno com caneta e utilizar mais de</p><p>uma cor para proporcionar sombreados e contras-</p><p>tes. Veja um exemplo na Figura 12. Figura 12 - Pintura a lápis de cor</p><p>Fonte: Shutterstock.</p><p>DESIGN</p><p>165</p><p>Observe que a imagem apresenta um feixe de</p><p>luz central representado pela pouca cor ou pelo</p><p>branco. A luz se estende do corpo da manequim</p><p>para o vestido.</p><p>Outro elemento a ser destacado, é a utilização</p><p>de cores, ou seja, não se utiliza uma única cor para</p><p>trabalhar o movimento do tecido e as sombras, há</p><p>mistura de cores como creme, laranja, violeta e tom</p><p>de ocre. Essas misturas valorizam o desenho e de-</p><p>vem ser feitas com cuidado, evitando desconstruir</p><p>sua ideia.</p><p>Outra opção interessante no desenho colorido é</p><p>trabalhar com contorno em preto, e a cor com ca-</p><p>netas hidrocor, lápis de cor ou mesmo lápis aqua-</p><p>relável, no qual é possível aplicar um pouco de água</p><p>para melhorar e fazer acabamentos diferenciados.</p><p>A cromatização exige experiência, fazer testes</p><p>com cores, texturas e papéis com diferentes grama-</p><p>turas até encontrar o resultado que deseja e desen-</p><p>volver seu próprio estilo (STIPELMAN, 2015).</p><p>Veja na imagem que segue um exemplo de cro-</p><p>matização com canetas.</p><p>Figura 13: Pintura à caneta</p><p>Fonte: Shutterstock.</p><p>DESENHO DE MODA</p><p>166</p><p>Observe que todos os desenhos apresentam contor-</p><p>nos em preto, o que possibilita um bom acabamento</p><p>evitando borrões e manchas de grafite durante o es-</p><p>boço do desenho.</p><p>Outro ponto a ser destacado é que o movimento</p><p>do tecido é ressaltado devido ao uso de caneta preta.</p><p>A luz aparece em um tom mais claro do que a cor</p><p>base da peça, sem a presença do branco.</p><p>A intenção aqui aluno(a), é de apresentar dife-</p><p>rentes possibilidades de acabamento e estilo. Veja-</p><p>mos agora como cromatizar o jeans, a pele, o tricô</p><p>e o paetê.</p><p>Ao se tratar do jeans, há uma série de considera-</p><p>ções que devem ser levantadas no momento da ilus-</p><p>tração, tais como: espessura do tecido, cor e lavagens</p><p>(NUNNELLY; LONGARÇO, 2012).</p><p>O jeans é um tecido feito de algodão e possui</p><p>diferentes gramaturas, desde o mais leve ao mais</p><p>grosso. Cada uma dessas gramaturas apresenta um</p><p>caimento sobre o corpo, as mais finas com maior</p><p>movimento e maleabilidade até as mais grossas, que</p><p>são estruturadas (CHATAIGNIER, 2006).</p><p>Devido a essa variedade de gramaturas esse teci-</p><p>do pode ser utilizado na confecção de várias peças,</p><p>camisas, jaquetas, calças, shorts e bermudas. As co-</p><p>res podem ser bem variadas, desde azul, preto, até</p><p>mesmo os coloridos, como verde. Assim, você pode</p><p>aplicar uma grande gama de cores.</p><p>Outro ponto a ser considerado é a lavagem que o</p><p>tecido recebe, ou seja, o acabamento com a tinturaria</p><p>para dar o efeito de desbotado, envelhecido ou em-</p><p>papelado. Assim você tem uma grande variedade de</p><p>possibilidades durante o processo de ilustração. Para</p><p>fazer a ilustração desse material, siga as instruções:.</p><p>O tecido de algodão tramado no formado de</p><p>sarja, também conhecido como jeans, existe</p><p>desde o século XVI, embora não fosse utiliza-</p><p>do na confecção de roupas.</p><p>Foi somente no século XIX que o jeans foi</p><p>utilizado na confecção de calças, usadas es-</p><p>pecificamente pelos mineiros devido à resis-</p><p>tência do tecido. Contudo, é no século XX que</p><p>esse tecido ganha notoriedade, especialmente</p><p>nos anos de 1950 quando foi adotado pelos</p><p>jovens rebeldes dessa época, como James</p><p>Dean e Marlon Brando, entre outros astros</p><p>da música e do cinema.</p><p>Fonte: Chataignier (2006).</p><p>SAIBA MAIS</p><p>• Defina o caimento do tecido, se o mesmo é</p><p>grosso ou fino.</p><p>• Defina que tipo de peça deseja desenhar: cal-</p><p>ça, jaqueta etc.</p><p>• Desenhe o movimento ou a peça estruturada</p><p>de acordo com o caimento do tecido.</p><p>• Inicie o processo de coloração com os con-</p><p>tornos.</p><p>• Faça os pespontos e costuras.</p><p>• Aplique uma primeira camada de cor mais</p><p>uniforme.</p><p>• Trabalhe as sombras e a luz, assim como o</p><p>movimento dos tecido.</p><p>• Aplique uma segunda camada de cor com o</p><p>intuito de colocar a textura.</p><p>• Trabalhe a lavagem da calça, diferenças na</p><p>coloração ou outros detalhes.</p><p>• Finalize reforçando as costuras pespontos.</p><p>DESIGN</p><p>167</p><p>Essas são apenas algumas considerações sobre o</p><p>desenho do jeans, você certamente encontrará dife-</p><p>rentes indicações de com cromatiza-lo e certamente</p><p>criará o seu próprio método. Veja um exemplo na</p><p>figura que segue.</p><p>Figura 14 - Jeans</p><p>Fonte: Nunnelly e Longarço (2012, p. 138).</p><p>A Figura 14 traz um exemplo de cromatização com</p><p>o seu próprio roteiro de como fazer esse processo.</p><p>Observe que a textura no desenho é trabalhada aos</p><p>poucos em camadas.</p><p>É de suma importância que você tenha um fun-</p><p>do liso e vá aos poucos aplicando as texturas, tes-</p><p>tando cores e materiais que podem auxiliá-lo. Cabe</p><p>destacar que os detalhes como costuras, passadores</p><p>e bolsos precisam estar bem visíveis, pois em muitos</p><p>casos são o diferencial da peça.</p><p>Assim como o jeans, as peles também possuem</p><p>suas particularidades no momentos da ilustração,</p><p>principalmente porque representar pelos não é uma</p><p>tarefa fácil.</p><p>De acordo com Stipelman (2015), as peles apre-</p><p>sentam maciez e em sua maioria são tecidos pesados</p><p>com dobras grossas. Devido a essas características</p><p>exigem atenção e, em alguns casos, a utilização da</p><p>aquarela.</p><p>DESENHO DE MODA</p><p>168</p><p>Veja a seguir o passo a passo para a ilustração</p><p>de peles.</p><p>• Desenhe inicialmente a base da peça, um ca-</p><p>saco, por exemplo.</p><p>• Escolha a cor e cromatize a base sem contornos.</p><p>• Com um lápis mais forte de ponta fina e gra-</p><p>fite mais cremoso, como o lápis aquarelável,</p><p>comece a desenhar o contorno com traços</p><p>que imite pelos.</p><p>• Com outra cor um tom mais escuro acres-</p><p>cente mais pelos ao contorno.</p><p>• Com a cor que você coloriu a base vá acres-</p><p>centando traços de pelos no sentido de fora</p><p>para dentro, partindo do contorno em dire-</p><p>ção ao interior da peça.</p><p>• Use um lápis mais escuro para desenhar os</p><p>pelos onde houver sombras ou dobras.</p><p>• Finalize o desenho com alguns pelos irregu-</p><p>lares, mais fortes no decorrer do desenho.</p><p>O objetivo dessas dicas é apresentar a você uma das</p><p>diversas possibilidades de ilustração de peles. A mis-</p><p>tura de lápis aquarelável com lápis normal mostra-</p><p>-se interessante e proporciona bons acabamentos.</p><p>Se você se sentir confiante pode utilizar um pincel</p><p>úmido para trabalhar o desenho por meio de uma</p><p>aquarela.</p><p>Veja na imagem a seguir um exemplo de croma-</p><p>tização de peles.</p><p>Figura 15 - Casaco de pele</p><p>Fonte: Nunnelly e Longarço (2012, p. 134).</p><p>DESIGN</p><p>169</p><p>A</p><p>luno(a), observe que a Figura 15 traz a</p><p>cromatização a partir de uma base de cor</p><p>lisa com apenas os pelos da borda tra-</p><p>balhados, para então dar continuidade a</p><p>cromatização por meio de camadas de cor.</p><p>O que proporciona o efeito dos pelos, a maciez e</p><p>a textura é, justamente a sobreposição de camadas,</p><p>que quando aplicada a qualquer tipo de ilustração</p><p>proporciona bons acabamentos, seja no jeans ou nas</p><p>peles.</p><p>A utilização de camadas é fundamental na</p><p>cromatização, no entanto, você deve fazer</p><p>isso utilizando o lápis suavemente, para evitar</p><p>manchas no desenho.</p><p>REFLITA</p><p>Vamos agora ao desenho do tricô, que, por sinal,</p><p>é um verdadeiro desafio. O tricô é feito a base de</p><p>lã, tecido macio, volumoso e também com textura</p><p>afofada. Representar essa textura não é um proble-</p><p>ma segundo Abling (2011), mas sim os pontos que</p><p>compõem a peça de tricô, já que existe uma grande</p><p>variedade deles.</p><p>Nesse aspecto Abling (2011), destaca, ainda, que</p><p>o tricô não só apresenta uma série de pontos, mas</p><p>padronagens que se repetem ao longo da peça. As-</p><p>sim, para desenhar esses pontos é necessário uma</p><p>caneta ponta fina ou mesmo lapiseira. O seu traço</p><p>precisa ser preciso e seguir o movimento que acom-</p><p>panha o caimento do tecido sobre o corpo (NUN-</p><p>NELLY; LONGARÇO, 2012).</p><p>Antes de apresentar o passo a passo da ilustra-</p><p>ção, cabe aqui trazer alguns modelos de ponto para</p><p>você visualizá-los. Observe, com cautela a figura 16,</p><p>pois, além da variedade de pontos, ela também apre-</p><p>senta o processo de ilustração de cada um deles.</p><p>DESENHO DE MODA</p><p>170</p><p>Figura 16 - Pontos de tricô</p><p>Fonte: Abling (2011, p. 343).</p><p>DESIGN</p><p>171</p><p>Como você pode observar, na Figura 16 existem 10</p><p>tipos de pontos de tricô e, certamente, existem mui-</p><p>tos outros que não estão presentes aqui. Cada um</p><p>dos pontos em questão apresenta sua própria estru-</p><p>tura, trabalhando com curvas e linhas angulosas,</p><p>por isso a necessidade de um traço mais preciso.</p><p>Esses pontos podem estar presentes em uma</p><p>peça de roupa de várias maneiras, entre elas:</p><p>• Ponto único: peça feita com um único ponto</p><p>de tricô.</p><p>• Pontos mistos: diferentes pontos compõem</p><p>uma única peça, criando relevos e figuras.</p><p>O ponto misto e único são representados de forma</p><p>diferenciada. Vejamos primeiro o ponto misto. Para</p><p>ilustrar peça compostas por pontos mistos você deve</p><p>acompanhar as instruções a seguir.</p><p>• Definir o conjunto de pontos a ser utilizado e</p><p>onde cada um deles será aplicado.</p><p>• Desenhar a estrutura da peça, os contornos.</p><p>• Comece pelos pontos que tem maior des-</p><p>taque.</p><p>• Preencha o restante da peça com o ponto</p><p>base.</p><p>• Finalize o desenho com punhos e golas.</p><p>• Use uma caneta para fazer o contorno e apa-</p><p>gue o grafite.</p><p>• Utilize uma primeira camada de cor em todo</p><p>o desenho.</p><p>• Faça uma segunda camada de cor para real-</p><p>çar os pontos em destaque, luz e sombra.</p><p>Veja na Figura 17 um exemplo de desenho de blusa</p><p>de tricô.</p><p>Figura 17 - Blusa de tricô.</p><p>Fonte: Abling (2011, p. 340).</p><p>DESENHO DE MODA</p><p>172</p><p>Na figura 17 se vê o processo de construção do pon-</p><p>to do tricô, a corda e como ele é ilustrado na blusa.</p><p>Antes de aplicar um ponto desses em seu desenho,</p><p>pratique-o algumas vezes até que tenha domínio so-</p><p>bre o processo de ilustração.</p><p>O que você deve ter em mente é a localização do</p><p>ponto e a simetria, procure desenhar de forma mais</p><p>equilibrada possível os dois lados da peça. Esse tam-</p><p>bém é um fator importante.</p><p>Referente ao desenho de blusas de tricô de ponto</p><p>único, o processo é bem simples e está relacionado</p><p>a cromatização, como afirma Nunnelly e Longarço</p><p>(2012).</p><p>Veja, a seguir, as instruções.</p><p>• Desenhe a blusa.</p><p>• Faça a cromatização com uma primeira ca-</p><p>mada de cor.</p><p>• Acrescente sombra e luz no desenho.</p><p>• Com uma segunda camada de cor procure</p><p>deixar a textura de pintura com aspecto ma-</p><p>cio, pintado em círculos pequenos.</p><p>• Finalize acrescentando apenas alguns pontos</p><p>de tricô com o lápis de modo que se mesclem</p><p>ao desenho.</p><p>Esse processo pode ser observado na figura 18.</p><p>Figura 18 - Blusa de tricô com ponto único</p><p>Fonte: Nunnelly e Longarço (2012, p. 137).</p><p>DESIGN</p><p>173</p><p>Como você pode observar, na Figura 18, a ilus-</p><p>tração de blusa de tricô com ponto único é bem</p><p>mais simples e rápido, contudo, cada uma das</p><p>técnicas tem um objetivo em específico relacio-</p><p>nado à complexidade do modelo que você dese-</p><p>ja desenhar.</p><p>Por fim, vamos à ilustração dos paetês, que são</p><p>pequenos discos lisos com brilho que são aplicados</p><p>sobre o tecido. O processo de ilustração de uma rou-</p><p>pa com paetê é, praticamente, o mesmo que o tricô</p><p>de ponto único, mas, ao invés de pontos de tricô,</p><p>você deve acrescentar o brilho do paetê. Veja as ins-</p><p>truções a seguir.</p><p>• Desenhe a peça (blusa, vestido etc).</p><p>• Faça a cromatização com uma primeira ca-</p><p>mada de cor.</p><p>• Acrescente sombra e luz no desenho.</p><p>• Escolha um ponto para aplicar o brilho com</p><p>maior intensidade.</p><p>• Finalize acrescentando, apenas, alguns pon-</p><p>tos em tons escuros e outros mais claros para</p><p>dar o efeito de brilho do paetê.</p><p>Para Nunnelly (2012) uma das dificuldades da ilus-</p><p>tração do paetê é, justamente, o brilho, que deve ser</p><p>aplicado de maneira coerente para dar o efeito de-</p><p>sejado. Observe na figura a seguir um exemplo de</p><p>ilustração com paetê.</p><p>Figura 19 - Vestido de paetê</p><p>Fonte: Stipelman (2015, p. 384).</p><p>DESENHO DE MODA</p><p>174</p><p>Observe com cuidado a figura 19 ao que diz respeito</p><p>à colocação dos pontos pretos e dourados que simbo-</p><p>lizam o paetê. A disposição foi feita de modo a seguir</p><p>o movimento do tecido, e não de forma aleatória.</p><p>Outro ponto a ser considerado é que a fonte de</p><p>luz incide sobre o lado direito da modelo, em que</p><p>há maior quantidade de pontos luminosos para dar</p><p>brilho a peça. É importante que você se lembre disso</p><p>ao ilustrar paetês.</p><p>Lembre-se que o desenho não precisa estar com-</p><p>pletamente preenchido pelo brilho, mas sim por</p><p>pontos que valorizam o movimento do tecido. O</p><p>paetê é delicado e deve ser trabalhado por meio de</p><p>pequenos pontos claros e escuros em oposição e dis-</p><p>tribuídos de forma a ressaltar a silhueta.</p><p>Existe, ainda, uma grande variedade de texturas</p><p>e técnicas de cromatização que podem ser utilizadas</p><p>no desenho de moda. A intenção aqui é a de apre-</p><p>sentar algumas que lhes sejam úteis. Espero que te-</p><p>nha apreciado a leitura e até o próximo encontro.</p><p>175</p><p>considerações finais</p><p>E</p><p>spero que tenha apreciado a leitura desta unidade. A intenção aqui</p><p>é de familiarizá-lo com os processo de cromatização, assim como</p><p>alguns efeitos de luz e sombra, bem como os de texturas. Os efeitos</p><p>apresentados nesta unidade são básicos, existem outras possibilidade</p><p>de ilustração que envolvem outros materiais ou mesmo a combinação de uma</p><p>ou mais técnicas.</p><p>Quando se trata de materiais para o acabamento final, existe grande varie-</p><p>dade de grafites e mesmo de lápis coloridos, assim como as canetas marcadores</p><p>ou hidrocor. A aplicação desses materiais proporciona uma grande variedade de</p><p>técnicas, então, cabe a você, caro(a) aluno(a), desenvolver a sua ou se apropriar</p><p>de alguma já existente.</p><p>Lembre-se que para a ilustração de um tecido você deve levar em consi-</p><p>deração a textura, as camadas de tecido, a superfície e o plano mate, pois são</p><p>elementos que auxiliam você a representar materiais têxteis por meio da ilus-</p><p>tração. Observar a textura em uma foto ou ao vivo pode ajudá-lo a entender</p><p>como reproduzi-la.</p><p>A finalização com cor ou com grafite exige especial atenção ao movimen-</p><p>to do tecido, à sombra e à luz, pois são esses elementos que possibilitam um</p><p>bom acabamento final, assim como maior fluidez ao desenho, evitando que</p><p>ele fique estático.</p><p>A ilustração com cor tem suas particularidades, pois em muitos casos você</p><p>deve trabalhar com camadas de cor, principalmente quando se trata de texturas,</p><p>pois é a sobreposição de camadas, juntamente com a combinação de cores e o</p><p>jogo de luz e sombra, que proporciona a representação da textura e um bom</p><p>acabamento gráfico.</p><p>Uma boa maneira de melhorar o processo de cromatização é o treino, ao</p><p>invés de começar com traços pesados e firmes, inicie a cromatização com traços</p><p>leves, uniformes e, aos poucos, vá intensificando a cor para que o acabamento</p><p>final seja satisfatório.</p><p>Espero que essa unidade possa ajudá-lo em seu processo de aprendizado so-</p><p>bre cromatização. Lembre-se que testar as cores e acabamentos em um rascunho</p><p>é uma boa oportunidade para visualizar como ficaria o desenho pronto.</p><p>176</p><p>atividades de estudo</p><p>1. Referente aos materiais utilizados para ilustra-</p><p>ção de moda, assinale a alternativa correta.</p><p>a. Qualquer papel pode ser utilizado em dese-</p><p>nhos, já que ele não é importante.</p><p>b. O lápis 4B é o mais utilizado para a finalização</p><p>de desenhos.</p><p>c. O grafite suja as mãos, assim, você deve tomar</p><p>cuidado para não manchar seu desenho.</p><p>d. O esfuminho deve ser utilizado para limpar o</p><p>desenho.</p><p>e. Nenhuma das alternativas está correta.</p><p>2. Sobre a cromatização com lápis de cor, assina-</p><p>le a alternativa incorreta.</p><p>a. O contorno do desenho pode ser com lápis de</p><p>cor, grafite ou caneta nanquim.</p><p>b. Use sempre a mesma marca para os lápis de</p><p>cor.</p><p>c. Cores escuras são mais difíceis de pintar.</p><p>d. Pinte em sentidos variados, não é necessário</p><p>acompanhar o movimento do desenho.</p><p>e. Nenhuma das alternativas está correta.</p><p>3. Assinale a alternativa que corresponde aos ma-</p><p>teriais que podem ser utilizados na finalização</p><p>dos desenhos.</p><p>a. Grafite, lápis de cor (simples ou aquarelável),</p><p>nanquim, canetas hidrocor e esfuminho.</p><p>b. Grafite, lápis de cor e esfuminho.</p><p>c. Grafite, lápis de cor,</p><p>caneta esferográfica e ca-</p><p>netas hidrocor.</p><p>d. Caneta esferográfica e canetas hidrocor.</p><p>e. Nenhuma das alternativas está correta.</p><p>4. Sobre o sombreamento e à luz em um croqui,</p><p>leia as assertivas a seguir e, em seguida, as-</p><p>sinale a alternativa correta.</p><p>I. A sombra básica é aquela que vem de uma</p><p>fonte de luz.</p><p>II. As sombras podem ser trabalhadas não so-</p><p>mente na roupa, mas no próprio croqui, es-</p><p>pecialmente na pele e no cabelo.</p><p>III. O formato da sombra deve variar (longo, gros-</p><p>so, arredondado), deixando o desenho mais</p><p>expressivo.</p><p>IV. Tecidos mais estruturados apresentam som-</p><p>breamento mais irregular.</p><p>a. I, II e III estão corretas.</p><p>b. II e III estão correta.</p><p>c. IV está correta.</p><p>d. II e IV estão corretas.</p><p>e. Nenhuma das alternativas está correta.</p><p>5. Explique o que é a textura e como representá-</p><p>-la.</p><p>6. Sobre a ilustração dos tecidos, marque V para</p><p>verdadeiro e F para falso e, em seguida, as-</p><p>sinale a alternativa correta.</p><p>( ) Veludo: um tecido denso com grão leve ou</p><p>pelo. A aparência dessa superfície requer</p><p>mesclas de texturas macias ao colorir.</p><p>( ) Tafetá: um tecido rígido, liso e brilhante que</p><p>captura a luz e as frações da cor. O desenho</p><p>deve representar uma estrutura lisa com luz</p><p>branca e sombra.</p><p>177</p><p>atividades de estudo</p><p>( ) Brocado: esse tecido não requer estampa,</p><p>mas sim uma boa representação na base de</p><p>cores.</p><p>( ) Tule: comece com um quadriculado fecha-</p><p>do para criar uma rede fina como um tecido.</p><p>Quebre suas linhas se o tecido estiver plissa-</p><p>do ou em babado.</p><p>a. V, V, V, F .</p><p>b. F, V, V, V.</p><p>c. V, V, V, V.</p><p>d. V, V, F, V.</p><p>e. Nenhuma das alternativas está correta.</p><p>7. Descreva o processo de ilustração do jeans.</p><p>8. Referente ao processo de ilustração do tricô,</p><p>assinale a alternativa incorreta.</p><p>a. Ponto único: peça feita com um único ponto</p><p>de tricô.</p><p>b. Pontos mistos: diferentes pontos compõem</p><p>uma única peça, criando relevos e figuras.</p><p>c. Desenhar a estrutura da peça, os contornos.</p><p>d. Não é necessário usar uma camada de cor</p><p>em todo o desenho.</p><p>e. Nenhuma das alternativas está correta.</p><p>178</p><p>LEITURA</p><p>COMPLEMENTAR</p><p>A história do desenho (ou “pré-história”) começa quase que ao mesmo tempo em que a do</p><p>homem. Nas cavernas ficaram gravados, por meio de desenhos, os hábitos e experiências</p><p>dos primitivos “homens das cavernas” que usavam as pinturas rupestres como forma de se</p><p>expressar e comunicar antes mesmo que se consolidasse uma linguagem verbal.</p><p>Ao longo dos séculos o desenho passou a ser utilizado cada vez de formas mais diferentes.</p><p>Sendo até mesmo, um precursor da linguagem escrita, da fotografia e, assim, do cinema, e</p><p>até mesmo das representações cartográficas.</p><p>Ora ilustrando templos sagrados e tumbas, como dos egípcios onde se vê relatada, pra-</p><p>ticamente, todas as histórias da vida cotidiana e mesmo da vida após a morte, ora re-</p><p>presentando os deuses mitológicos gregos, ou ainda, conduzindo navegantes por mares</p><p>desconhecidos como durante os séculos XV e XVI e nos séculos posteriores, a arte de de-</p><p>senhar acompanhou o homem durante todo seu desenvolvimento fazendo parte de sua</p><p>história e, ainda hoje, é capaz de surpreender e encantar a qualquer um que se permita</p><p>uma breve contemplação.</p><p>Na pré-história o desenho surgiu como forma de as pessoas se comunicarem facilitando o</p><p>desenvolvimento de uma linguagem falada e escrita. Não que o homem tenha aprendido</p><p>a desenhar antes de falar, porque isso é praticamente impossível de determinar uma vez</p><p>que a linguagem falada não deixa marcas em paredes como as pinturas rupestres. Mas é</p><p>inegável que a expressão por meio de pinturas facilitou a comunicação para aqueles povos.</p><p>Na antigüidade o desenho ganha status sagrado, principalmente no Egito, onde é usado</p><p>para decorar tumbas e templos. Tanto o é que, para os antigos egípcios uma grave con-</p><p>denação para alguém após a morte é ter raspados todos os desenhos e inscrições de sua</p><p>tumba. Mesopotâmicos, Chineses e povos do continente Americano desenvolveram cada</p><p>qual um sistema diferente de desenhar, com significados próprios e que caracterizaram</p><p>cada população. Da mesma forma ocorreu na antigüidade clássica, quando gregos e roma-</p><p>nos utilizaram o desenho para representar seus deuses.</p><p>Já na mesopotâmia o desenho foi utilizado para criar representações da terra e de rotas de</p><p>forma bastante primitiva. O nascimento da representação cartográfica de rotas comerciais</p><p>e domínios ganha fôlego com a expansão do Império Romano e a popularização de suas</p><p>cartas.</p><p>Mas um acontecimento realmente importante para todas as formas de desenho foi a in-</p><p>venção do papel pelos chineses há mais de três mil anos. Até então eram usados diferentes</p><p>179</p><p>LEITURA</p><p>COMPLEMENTAR</p><p>materiais para as representações como blocos de barro ou argila, couro, tecidos, folhas de</p><p>palmeira, pedras, ossos de baleia, papiro (uma espécie de papel mais fibroso muito usado</p><p>pelos egípcios) e até mesmo bambu. Estima-se que por volta do ano VI a.C. os chineses</p><p>já utilizassem um papel de seda branco próprio para desenho e escrita. Mas, o papel da</p><p>forma que conhecemos hoje surgiu em 105 d.C., tendo sido mantido em segredo pelos chi-</p><p>neses durante quase 600 anos. A técnica, embora tenha evoluído, ainda mantém o mesmo</p><p>princípio de extração de fibras vegetais, prensagem e secagem.</p><p>Os apetrechos utilizados para fazer o desenho também foram bem diferentes até que se</p><p>inventasse a tão comum caneta em esferográfica, em 1938. O primeiro “utensílio” usado</p><p>para desenhar foram os dedos com os quais os homens da caverna fizeram suas pinturas</p><p>rupestres, depois foram usados pelos babilônicos pedaços de madeira ou osso em formato</p><p>de cunha para desenhar em tábuas de argila (daí o nome da escrita “cuneiforme”). Com a</p><p>invenção do papiro pelos egípcios foi necessário desenvolver outros materiais para escrita</p><p>e o desenho. Passaram então a ser utilizados madeira e ossos molhados em tinta vegetal e,</p><p>depois, as famosas penas ou ainda o carvão que já era utilizado pelo homem das cavernas.</p><p>As penas, no século XVIII, passaram a ser de metal e em 1884, Lewis E. Watterman paten-</p><p>teou a caneta tinteiro, precursora das esferográficas.</p><p>Da mesma forma que os instrumentos utilizados para o desenho evoluíam, o próprio dese-</p><p>nho evoluiu junto. No Japão, a época mais próspera dos samurais (1192 a 1600) o desenho</p><p>experimenta um grande crescimento. Os samurais além de guerreiros se dedicavam às</p><p>artes. É no Japão que foi divulgada a tinta nanquim criada pelos chineses, ao contrário do</p><p>que se costuma pensar. Uma tinta preta bastante usada para desenhar e que era feita de</p><p>um pigmento negro extraído de compostos de carbono queimados (como o carvão).</p><p>Assim como praticamente todas as formas tradicionais de arte, o desenho foi bastante</p><p>difundido por religiosos seja no oriente ou no ocidente. Assim, a arte mantém ainda uma</p><p>ligação com o religioso, embora no Japão tenha se popularizado a representação da natu-</p><p>reza e na antigüidade já se fizessem desenhos sobre a vida e as pessoas.</p><p>É no Renascimento que o desenho ganha perspectivas e passa a retratar mais fielmente a</p><p>realidade ao contrário do que ocorria, por exemplo, nas ilustrações da Idade Média, quan-</p><p>do a falta de perspectiva criava cenários completamente impossíveis. Com o Renascimento</p><p>surge também um conhecimento mais aprofundado da anatomia humana e os desenhos</p><p>ganham em realidade. Mestres da pintura na época eram também exímios desenhistas</p><p>180</p><p>LEITURA</p><p>COMPLEMENTAR</p><p>que usavam os conhecimentos da anatomia para dar mais realidade as imagens através do</p><p>uso de sombras, proporções, luz e cores.</p><p>Devido a Revolução Industrial surge uma nova modalidade de desenho voltado para a pro-</p><p>jeção de máquinas e equipamentos: o desenho industrial.</p><p>Em 1890, outro marco para o desenho: surge a primeira revista em quadrinhos semanal</p><p>da história. No dia 17 de maio de 1890 foi lançada a Comic Cuts pelo magnata londrino</p><p>Alfred Harmsworth, mais tarde Lord Northcliffe. Mas, outras fontes atribuem o feito</p><p>a</p><p>obras anteriores: uma destas obras seria o desenho chamado “Yellow Kid” publicada</p><p>em 1897 por Richard Outcault. No Brasil, as precursoras foram as tiras do ítalo-brasilei-</p><p>ro Ângelo Agostini, publicadas em 1869, no jornal “Vida Fluminense” com o título de “As</p><p>Aventuras de Nhô Quim”.</p><p>Após a Primeira Guerra Mundial (1914-1918) as caricaturas e charges se popularizam e sua</p><p>utilização passa a ser cada vez mais freqüente. Com a Segunda Guerra Mundial (1939-1945)</p><p>não só as caricaturas em periódicos de grande circulação, mas também as animações pas-</p><p>sam a ser utilizadas por ambos os lados numa verdadeira “guerra visual”, seja para fazer</p><p>propaganda ou para fazer críticas a um e outro sistema.</p><p>Da década de 90 para cá as evoluções foram enormes. Centenas de periódicos no mundo</p><p>todo tratam exclusivamente do assunto “desenho” em suas mais diversas modalidades:</p><p>cartuns, charges, desenhos técnicos, desenho artístico, caricatura, animes, mangás, grafite</p><p>e outros.</p><p>Fonte: Faria ([2017], on-line)5.</p><p>DESIGN</p><p>181</p><p>Desenho de moda: técnicas de ilustração</p><p>para estilistas.</p><p>BRYANT, Michele Wesen; CANÊDO, Joana.</p><p>Editora: Senacl</p><p>Ano: 2012</p><p>Sinopse: o Desenho de Moda é a etapa inicial de cria-</p><p>ção de roupas. Mais que esboço ou especificação téc-</p><p>nica de um projeto, é a expressão rápida e efetiva do</p><p>conceito que seu criador está imaginando para sua</p><p>coleção. Este livro percorre as etapas Técnicas da re-</p><p>presentação da figura humana, mostrando o passo a</p><p>passo de como fazer Desenho de Moda, ao mesmo tempo em que aguça o olhar do ilustra-</p><p>dor e o liberta de julgamentos e noções preconcebidos que podem inibir sua imaginação.</p><p>Sinopse: o vídeo apresentado no vídeo a seguir ensina a fazer o efeito de paetês com caneta</p><p>marcador ou hidrocor, lembrando que nada te impede de fazer o efeito com lápis de cor.</p><p>Acesse o link disponível em: <http:/https://www.youtube.com/watch?v=Apte8EXRsoU>.</p><p>182</p><p>referências</p><p>ABLING, B. Desenho de moda. 5. ed. São Paulo: Blücher, 2011. v.2.</p><p>BRYANT, M. W; CANÊDO, J. Desenho de moda: técnicas de ilustração para</p><p>estilistas. São Paulo: Senac São Paulo, 2012.</p><p>CHATAIGNIER, G. Fio a fio: tecidos, moda e linguagem. São Paulo: Estação das</p><p>Letras, 2006.</p><p>GRAGNATO, L. O desenho no design de moda. 2008. 86 f. Dissertação de Mes-</p><p>trado - Universidade Anhembi Morumbi, São Paulo, 2008. Disponível em:</p><p><http://ppgdesign.anhembi.br/wp-content/uploads/dissertacoes/09.pdf>. Aces-</p><p>so em: 23 mar. 2017.</p><p>LEITE, A. S; VELLOSO, M. D. Desenho técnico de roupa feminina. 3. ed. Rio de</p><p>Janeiro: Senac Nacional, 2011.</p><p>NUNNELLY, C. A.; LONGARÇO, M. Enciclopédia das técnicas de ilustração de</p><p>moda. São Paulo: Gustavo Gili, 2012.</p><p>TREPTOW, D. Inventando moda: planejamento de coleção. 5. ed. São Paulo:</p><p>Autora, 2013.</p><p>STIPELMAN, S. Ilustração de moda: do conceito à criação. 3 ed. Porto Alegre:</p><p>Bookman, 2015.</p><p>REFERÊNCIAS ON-LINE</p><p>1Em: <http://cleversondesenhosdemoda.blogspot.com.br/>. Acesso em: 23 de</p><p>mar. 2017.</p><p>2Em:<http://bloggeragendacaprichada.blogspot.com.br/2015/05/desenhos-de-</p><p>-moda.html>. Acesso em: 23 de mar. 2017.</p><p>3Em:<http://dianadesenhodemoda.blogspot.com.br/2012/10/detalhe-em-tule.</p><p>html>. Acesso em: 23 mar. 2017.</p><p>4Em: <http://crispimentta.blogspot.com.br/2014_01_01_archive.html>. Ac e s s o</p><p>em: 23 mar. 2017.</p><p>5Em: <http://www.infoescola.com/artes/historia-do-desenho/>. Acesso em: 27</p><p>mar. 2017.</p><p>183</p><p>gabarito</p><p>1. C.</p><p>2. D.</p><p>3. A.</p><p>4. B.</p><p>5. A textura se refere ao aspecto do tecido, com brilho, ou fosco tipo lã ou veludo.</p><p>para representar esses materiais deve-se utilizar recursos de cromatização ou gra-</p><p>fite, fazendo com que a superfície do tecido expresse o aspecto fofo da lã ou áspe-</p><p>ro, liso. para texturas como lã ou veludo os lápis aquarela são excelentes</p><p>6. D.</p><p>7.</p><p>• Defina o caimento do tecido, se o mesmo é grosso ou fino.</p><p>• Defina que tipo de peça deseja desenhar: calça, jaqueta etc.</p><p>• Desenhe o movimento ou a peça estruturada de acordo com o caimento do</p><p>tecido.</p><p>• Inicie o processo de coloração com os contornos.</p><p>• Faça os pespontos e costuras.</p><p>• Aplique uma primeira camada de cor mais uniforme.</p><p>• Trabalhe as sombras e a luz, assim como o movimento dos tecido.</p><p>• Aplique uma segunda camada de cor com o intuito de colocar a textura.</p><p>• Trabalhe a lavagem da calça, diferenças na coloração ou outros detalhes.</p><p>• Finalize reforçando as costuras pespontos.</p><p>8. d.</p><p>Professora Dr. Paula Pive Linke</p><p>Plano de Estudo</p><p>A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta</p><p>unidade:</p><p>• Tipos de estampas</p><p>• Técnicas de criação de estampas: Rapport</p><p>• Aplicação e ilustração de estampas em peças de moda</p><p>Objetivos de Aprendizagem</p><p>• Explicar o que é cada uma das técnicas de estamparia e</p><p>orientar como devem ser aplicadas ao desenho de moda.</p><p>• Esclarecer o que é um Rapport e orientar como devem ser</p><p>aplicados ao desenho de moda.</p><p>• Mostrar como as estampas devem ser aplicadas ao</p><p>desenho de moda.</p><p>ESTAMPARIA</p><p>V</p><p>unidade</p><p>INTRODUÇÃO</p><p>Olá caro(a) aluno(a), seja bem vindo(a) a mais uma unidade do livro</p><p>de Desenho de Moda. Nesta unidade intitulada "Estamparia", você verá</p><p>o que são as estampas, quais as possibilidades e como aplicá-las ao de-</p><p>senho de moda.</p><p>Além das texturas, transparências e peles, no setor de moda utiliza-se</p><p>as estampas para ornamentar as peças do vestuário. Existe uma grande</p><p>variedade de opções desde tecidos estampados até a aplicação de estam-</p><p>pas localizadas.</p><p>O que você precisa saber sobre as estampas é que o seu processo de</p><p>ilustração exige atenção nos detalhes, pois o desenho deve ficar bem re-</p><p>presentado e adaptado aos movimento da roupa e do próprio croqui que</p><p>você utiliza, assim como a luz e sombra também devem ser trabalhadas</p><p>sobre o vestuário.</p><p>Esta unidade está dividida em três partes: Tipos de estampas, Técni-</p><p>cas de criação de estampas e Rapport e Aplicação e Ilustração de estam-</p><p>pas em peças de moda. Na primeira parte apresento a você o que é uma</p><p>estampa e quais os tipos existentes, assim você pode pensar nas diversas</p><p>possibilidades de aplicação das mesmas no desenho de moda.</p><p>Em seguida, na segunda Unidade, apresento as técnicas de ilustração</p><p>de estampa, ou seja, a estampa localizada e o Rapport, que se refere ao</p><p>processo de repetição de estampas ao longo do tecido ou superfície têx-</p><p>til. Você certamente já viu e conhece as duas técnicas, mas aqui você vai</p><p>aprender a ilustrá-las.</p><p>Na terceira parte, intitulada “Aplicação e ilustração de estampas em</p><p>peças de moda”, você verá como colocar os desenhos em croquis, aplican-</p><p>do luz, sombra e movimento na peça que apresenta a estampa.</p><p>A intenção desta unidade é fazer com que você entenda o que são as</p><p>estampas, como desenvolvê-las e, por fim, como aplicá-las a uma peça de</p><p>vestuário. Vamos dar início à leitura.</p><p>DESENHO DE MODA</p><p>188</p><p>Tipos de Estampas</p><p>Olá caro(a) aluno(a), vamos entender, primeira-</p><p>mente, o que é a estamparia e, depois, veremos</p><p>cada um dos tipos existentes (estampa, corrida,</p><p>barrado e localizada).</p><p>Estamparia está relacionada ao design de super-</p><p>fície, pois ela se refere à aplicação de desenhos sobre</p><p>uma superfície específica, o tecido. Existem diver-</p><p>sas possibilidades de se trabalhar a estampa, como</p><p>afirma Stipelman (2015), principalmente quanto à</p><p>variedade de cores e formas.</p><p>Inicialmente, pode-se dizer que a estamparia</p><p>consiste em</p><p>DESIGN</p><p>189</p><p>estampar ou imprimir designa de maneira ge-</p><p>nérica diferentes procedimentos que têm como</p><p>finalidade produzir desenhos coloridos – e</p><p>também brancos ou monocromáticos – na su-</p><p>perfície de um tecido, como se fosse uma pin-</p><p>tura localizada que se repete ao longo da metra-</p><p>gem da peça e aplicada no seu lado conhecido</p><p>como lado direito. Essas figuras podem ou não</p><p>possuir contornos, variantes que estão intima-</p><p>mente ligadas aos modismos e tendências de</p><p>cada época (CHATAIGNIER, 2006, p. 82).</p><p>A definição de Chataignier (2006) diz respeito</p><p>à aplicação de desenhos em um tecido, contu-</p><p>do a autora ressalta que esses desenhos não são</p><p>aleatórios, mas estão voltados à estética de cada</p><p>período,</p><p>ou seja, seguem tendências.</p><p>A estamparia que utilizava quadros de madei-</p><p>ra para realizar os desenhos sobre o tecido</p><p>surgiu por volta do século XVII, mas foi a partir</p><p>do século XVIII que essa técnica se ampliou</p><p>melhorando a qualidade e a variedade das</p><p>estampas.</p><p>Fonte: Laver e Carvalho (2001).</p><p>SAIBA MAIS</p><p>A autora afirma ainda que</p><p>a palavra é inglesa, mais exatamente printwork,</p><p>ou seja, trabalho pintado. A arte de decorar um</p><p>tecido, qualquer que seja a sua natureza ou qua-</p><p>lidade, por meio de um motivo único ou dese-</p><p>nhos variados, que podem ou não ser repetidos</p><p>chegando mesmo à possibilidade de criar telas</p><p>grandes como um quadro, nas quais exista uma</p><p>espécie de cena com enredo. Consta que essa</p><p>arte foi anterior à pintura realizada em outros</p><p>materiais e é antiquíssima (CHATAIGNIER,</p><p>2006, p. 82).</p><p>De fato, como afirma a autora citada, há uma grande</p><p>variedade de possibilidades, tais como construção</p><p>de cenas ou desenhos que se repetem, listras, flores e</p><p>demais elementos decorativos.</p><p>Bryant e Canêdo (2012) destacam que a estam-</p><p>pa é composta por temas, que são a estrutura básica,</p><p>ou seja, o tipo de desenho reproduzido ou o fundo</p><p>que dará nome a estampa. A autora destaca vários</p><p>temas, como por exemplo: motivos geométricos, flo-</p><p>rais, imitação de peles animais, cobras, abstratos.</p><p>Os temas são escolhidos levando em considera-</p><p>ção as tendências de moda do momento e a identi-</p><p>dade da marca, assim a estampa é um elemento que</p><p>auxilia na construção da linguagem visual de uma</p><p>coleção, complementado o modelo desenhado pelo</p><p>estilista (UDALE, 2015).</p><p>DESENHO DE MODA</p><p>190</p><p>Figura 1 - Estampas florais, com animais e geométricas</p><p>Fonte: Shutterstock.</p><p>A Figura 1 permite observar alguns exemplos de te-</p><p>mas para estampas, florais, que podem se desdobrar</p><p>para qualquer tipo de flor, desde as abstratas às flores</p><p>bem definidas e detalhadas. Também, nas estampas</p><p>vê-se animais, que são inspiradas na fauna, ou seja,</p><p>em qualquer animal, nesse caso, em específico, ve-</p><p>mos uma estampa composta por desenhos, de gatos.</p><p>Há, também, as estampas geométricas, inspira-</p><p>das em diversas formas, que ao se combinarem pro-</p><p>porcionam a construção de diversos desenhos, que</p><p>podem inclusive formar figuras com ilusão de ótica,</p><p>perspectiva e profundidade. Estes estão relacionados</p><p>à maneira como as figuras e as cores são trabalhadas</p><p>para causar diferentes efeitos.</p><p>Além desses exemplos existem muitos outros,</p><p>que podem, inclusive, haver a combinação de um ou</p><p>mais temas em uma única estampa. Observe a figura</p><p>2 e veja como as flores e as figuras geométricas se</p><p>combinam para formar uma estampa.</p><p>DESIGN</p><p>191</p><p>Figura 2 - Estampa floral e geométrica</p><p>Fonte: Shutterstock.</p><p>DESENHO DE MODA</p><p>192</p><p>A variedade de temas e combinações é praticamente</p><p>infinita, e como afirma Udale (2015) e Portela (2015)</p><p>a variedade de estampas vai depender da criativida-</p><p>de do desenhista ou designer, pois é possível criar</p><p>uma variedade de temas a cada estação.</p><p>Devido à grande variedade de estampas, elas são</p><p>classificadas em três grupos, são eles: estampas corridas,</p><p>barradas e localizadas (BRYANT; CANÊDO, 2012).</p><p>A estampa corrida se refere àquela que se estende</p><p>em toda a superfície do tecido, ou seja, ela é obtida</p><p>durante o processo de beneficiamento do tecido, sen-</p><p>do realizada por meio de rolos que aplicam a estampa</p><p>no tecido. Assim, um rolo de tecido terá uma mesma</p><p>estampa em toda a sua extensão (SUONO, 2013).</p><p>Udale (2015) considera que essa técnica de es-</p><p>tamparia é mais eficiente do que a estamparia loca-</p><p>lizada, que trabalha com pequenos quadros, visto</p><p>que a estampa corrida aplica desenhos em grandes</p><p>metragens de tecido.</p><p>Figura 3 - Rolos de tecido com estampas diversas</p><p>Fonte: Shutterstock.</p><p>Na Figura 3 você verá que existem alguns rolos de te-</p><p>cido e que cada um deles apresenta uma estampa. Essa</p><p>estampa está presente em toda a extensão do rolo de te-</p><p>cido, sempre se repetindo para preencher todo o tecido.</p><p>DESIGN</p><p>193</p><p>Além da estampa corrida, há também a estampa</p><p>barrada que é aquela aplicada à barra das peças ,como:</p><p>vestidos, blusas, calças e saias. Nessas peças é comum</p><p>que sejam formadas barras com estampas enquanto o</p><p>fundo do tecido é liso ou com estampas mais diluídas,</p><p>assim, você tem uma faixa de tecido liso e, em segui-</p><p>da, estampa e esse padrão vai se repetindo ao longo de</p><p>todo o rolo (BRYANT; CANÊDO, 2015).</p><p>A Figura 4 traz um exemplo de estampa barra-</p><p>da. Existem várias possibilidades, aqui nesse caso se</p><p>vê um tecido com fundo preto, localizado na parte</p><p>superior da imagem e em seguida a estampa apli-</p><p>cada sobre o fundo preto do tecido. Cabe lembrar</p><p>que esse tipo de estampa se repete em determinados</p><p>intervalos, existindo assim uma parte composto por</p><p>um fundo e em seguida o barrado.</p><p>Veja outros exemplos na Figura 5.</p><p>Figura 4 - Estampa barrada</p><p>Fonte: Shutterstock.</p><p>Figura 5: Modelos de estampa barrada</p><p>Fonte: Shutterstock.</p><p>DESENHO DE MODA</p><p>194</p><p>Além dos modelos existentes na Figura 5, é possí-</p><p>vel encontrar uma grande variedade de estampas</p><p>bordadas com temas variados, desde florais, ani-</p><p>mais e geométricos.</p><p>Esse tipo de estampa também é muito utilizado</p><p>na confecção de artigos para o lar, como toalhas de</p><p>mesa e cortinas, assim como peças do vestuário.</p><p>Outra estampa bastante comum no vestuário é</p><p>a estampa localizada, que se refere à criação de um</p><p>desenho específico que será aplicado a um deter-</p><p>minado lugar de uma peça de roupa; a técnica mais</p><p>comum é a serigrafia (BRYANT; CANÊDO, 2012).</p><p>Abling (2011) ressalta que essas estampas são,</p><p>normalmente, exclusivas e aplicadas apenas em al-</p><p>A estampa localizada é definida pela criati-</p><p>vidade do desenhista, que pode abusar de</p><p>formas e cores, pois seu desenho será feito</p><p>pela estamparia, enquanto que a estampa</p><p>corrida já vem pronta no tecido.</p><p>REFLITA</p><p>Figura 6 - Modelo de estampa localizada</p><p>Fonte: Shutterstock.</p><p>gumas partes da peça de roupa, podendo ser aplica-</p><p>das também em toda a peça, mas diferente do tecido</p><p>estampado que é estampado durante o acabamento</p><p>do tecido, a estampa localizada é pensada para um</p><p>determinado modelo.</p><p>DESIGN</p><p>195</p><p>N</p><p>esse aspecto Udale (2015) ressalta que o</p><p>desenho estampado pode variar muito,</p><p>pois depende da estação, da tendência,</p><p>da identidade da marca e de outros fato-</p><p>res como estilo do designer.</p><p>Desde roupa infantil à adulta é possível verificar</p><p>a grande variedade de estampas e estilos, dependen-</p><p>do do público alvo e das tendências. Agora que você</p><p>já sabe quais são os três tipos de estampas, vamos ao</p><p>processo de ilustração das mesmas.</p><p>O que observa na Figura 6 são apenas algumas</p><p>possibilidades de estampas que podem ser apli-</p><p>cadas a camisetas, baby looks, vestidos e demais</p><p>peças do vestuário feminino, masculino e infantil.</p><p>Observe alguns exemplos na Figura 7.</p><p>Figura 7 - Modelos de peças com estampas localizadas</p><p>Fonte: Shutterstock.</p><p>Essas duas peças que aparecem na Figura 7 mos-</p><p>tram um pequeno exemplo da variedade de possi-</p><p>bilidades presentes no mercado em termos de es-</p><p>tampa localizada.</p><p>DESENHO DE MODA</p><p>196</p><p>Técnicas de Criação de</p><p>Estampas: Rapport</p><p>Vamos, agora, entender como se dá o desenho de es-</p><p>tampas. Em primeiro lugar cabe destacar que a maioria</p><p>delas são desenhadas por meio de programas computa-</p><p>dorizados como Corel Draw. No entanto, é necessário</p><p>que você saiba como expressar ideias por meio do lápis</p><p>e do papel. Assim sendo, a intenção aqui é de apresentar</p><p>algumas dicas sobre a estrutura do desenho de estampas</p><p>para então dar continuidade e aplicá-las à roupa.</p><p>Existem duas formas de desenhar estampas,</p><p>como ressalta Bryant e Canêdo (2012). A primeira</p><p>delas se refere às estampas localizadas, as quais você</p><p>deve desenhar usando a criatividade para expor suas</p><p>ideias. A segunda é a utilização do rapport.</p><p>Para a ilustração localizada não há segredos,</p><p>basta você escolher o que deseja desenhar e ilustrar</p><p>o que deseja, como uma borboleta por exemplo.</p><p>DESIGN</p><p>197</p><p>Figura 8 - Borboleta</p><p>Fonte: Shutterstock.</p><p>Portanto,</p><p>é possível fazer uma estampa com uma</p><p>borboleta como mostra a Figura 8. O tema e a com-</p><p>plexidade do desenho dependem de sua criatividade</p><p>e habilidade em ilustrar suas ideias.</p><p>No entanto, para desenhar estampa barrada ou cor-</p><p>rida usa-se outra técnica, visto que esses modelos de</p><p>estampa se estendem a todo o tecido, assim seria muito</p><p>difícil repetir os desenhos ao longo de toda a extensão do</p><p>tecido. Para solucionar o problema foi desenvolvido um</p><p>sistema que utiliza o rapport para duplicar a estampa.</p><p>“Uma técnica utilizada nas indústrias brasi-</p><p>leiras é aquela que trabalha a composição de</p><p>estampas corridas como um desenho em repe-</p><p>tição modular, também conhecido como “ra-</p><p>pport” (SUONO, 2013, p. 4).</p><p>O rapport é uma pequena parte da estampa que</p><p>se repete várias vezes até formar todo o desenho</p><p>apresentado no tecido. Em outras palavras:</p><p>[...] o processo de “encaixe dos motivos entre</p><p>módulos” como uma técnica justapostos de</p><p>maneira predeterminada pelo sistema de repe-</p><p>tição definido ou escolhido pelo designer, for-</p><p>ma o desenho (SUONO, 2013, p. 4).</p><p>O rapport consiste em um desenho base que será</p><p>duplicado quantas vezes for necessário, no sentido</p><p>da largura e do comprimento até preencher todo o</p><p>tecido, formando os tecidos estampados. Para que</p><p>isso aconteça deve haver um encaixe perfeito em to-</p><p>das as laterais do rapport que dará continuidade ao</p><p>desenho (SUONO, 2013).</p><p>DESENHO DE MODA</p><p>198</p><p>No caso do setor de moda e têxtil, é comum</p><p>verificar o uso constante de tecidos estam-</p><p>pados em peças de vestuário criadas pelos</p><p>designers para as suas coleções.</p><p>Chataignier (2006) define os tecidos estampa-</p><p>dos como sendo aqueles que após a tecela-</p><p>gem, recebem no acabamento a aplicação de</p><p>desenhos variados e decorativos, com uma</p><p>ou mais cores e que são percebidos apenas</p><p>do lado direito do tecido</p><p>Fonte: Suono (2013, p. 1).</p><p>SAIBA MAIS</p><p>Vejamos um exemplo a seguir com a estampa de</p><p>borboleta; primeiramente, apresento o rapport, o</p><p>desenho que será replicado e, em seguida, como fica</p><p>a estampa depois de replicada aproximadamente 3</p><p>vezes no sentido vertical e horizontal.</p><p>A figura 9 é o rapport, ou seja a base do desenho</p><p>que se repetirá para formar a estampa corrida. Ob-</p><p>serve a figura 10 com a repetição da figura formando</p><p>a estampa.</p><p>Figura 9 - Representação de rapport em estampa corrida</p><p>Fonte: Shutterstock.</p><p>DESIGN</p><p>199</p><p>A Figura 10 mostra estampa corrida, o que se deve</p><p>lembrar é que os lados da figura devem apresentar</p><p>encaixe para que a estampa se forme. O desenho</p><p>pode ser complexo como o rapport dessa borboleta</p><p>ou simplificado como o exemplo da Figura 11.</p><p>Figura 10- Rapport e encaixe de rapport</p><p>Fonte: Shutterstock.</p><p>Na figura 10 temos um rapport de corações, é im-</p><p>portante que você saiba que a figura deve proporcio-</p><p>nar encaixe. As laterais esquerda e direita devem dar</p><p>continuidade ao desenho assim como parte superior</p><p>e inferior. Veja como fica um exemplo de encaixe.</p><p>Observe, com cautela, a Figura 10 e você verá que</p><p>a parte inferior encaixa-se com a parte superior da fi-</p><p>gura e a esquerda com a direita, dando continuidade</p><p>ao desenho.</p><p>DESENHO DE MODA</p><p>200</p><p>Esse exemplo de rapport cujos desenhos alcançam</p><p>as bordas exige pensar no encaixe, agora se você</p><p>não deseja pensar nisso, você pode desenhar seu</p><p>rapport dentro da margem, assim não há preocu-</p><p>pação com o encaixe. Veja o exemplo na Figura 11.</p><p>Figura 11 - Rapport de coração e encaixe</p><p>Fonte: Shutterstock.</p><p>Devido a esse formato cujas bordas são lisas, sem</p><p>desenho, estampa apresenta-se de forma estática,</p><p>sem movimento, como o exemplo da Figura 13,</p><p>onde os corações ficaram alinhados tanto na hori-</p><p>zontal como na vertical.</p><p>Existem diversas possibilidades de desenhar ra-</p><p>pport. Eles podem ser desenhados em uma única</p><p>direção, em duas direções, intercalado nos sentido</p><p>vertical, intercalado no sentido horizontal e irregu-</p><p>lar (BRYANT; CANÊDO, 2012).</p><p>A forma como o rapport é desenhado determina</p><p>a complexidade da estampa, assim como a sensação</p><p>de movimento.</p><p>Vejamos como é cada um dos rapports descritos</p><p>por Bryant e Canêdo (2012).</p><p>DESIGN</p><p>201</p><p>Figura 12 - Modelo de rapport em um direção e em duas direções</p><p>Fonte: Bryant (2012, p. 367).</p><p>Na Figura 12 temos dois modelos de rapport, o pri-</p><p>meiro deles (da esquerda) se refere ao rapport feito</p><p>em apenas uma direção, onde os gatinhos estão ali-</p><p>nhados e com as cabeças voltadas para cima, ou seja,</p><p>para uma mesma direção.</p><p>Em seguida, na imagem da direita, temos o ra-</p><p>pport em duas direções, a qual vemos três colunas</p><p>de gatinho. Na primeira e na terceira coluna, na</p><p>primeira, terceira e quinta linha, a cabeça dos gati-</p><p>nhos está voltada para baixo enquanto que na co-</p><p>luna central, na primeira, terceira e quinta linha, a</p><p>cabeça deles está voltada para cima. Esse rapport se</p><p>caracteriza por apresentar desenhos alinhados, mas</p><p>em direções diversas.</p><p>Além desses dois modelos, podemos citar mais</p><p>três exemplos: rapport alternado na vertical e hori-</p><p>zontal e irregular. Vejamos a seguir na figura 13 a</p><p>ilustração desses modelos.</p><p>DESENHO DE MODA</p><p>202</p><p>Na Figura 15 vemos três exemplos de rapport. Uma</p><p>das imagens em que traz o rapport com desloca-</p><p>mento na vertical, onde a primeira e a terceira colu-</p><p>na encontram-se alinhadas e a coluna central foi re-</p><p>alinhada na vertical, de forma que os gatinhos dessa</p><p>coluna fiquem intercalados e não alinhados com as</p><p>demais colunas.</p><p>Neste modelo de rapport o encaixe deve ocorrer</p><p>entre a parte superior e inferior, pois os gatinhos da</p><p>coluna central estão desenhados na borda do rapport.</p><p>No rapport com deslocamento horizontal o</p><p>princípio é o mesmo que no vertical. No entanto, o</p><p>deslocamento ocorre no sentido horizontal e o en-</p><p>caixe ocorre entre os lados direito e esquerdo.</p><p>Figura 13 - Modelo de rapport com deslocamento na vertical, horizontal</p><p>e irregular</p><p>Fonte: Bryant e Canêdo (2012, p. 367).</p><p>DESIGN</p><p>203</p><p>Já o rapport irregular é aquele em que os de-</p><p>senhos são dispostos de forma mais irregular</p><p>e proporcionam maior movimento à estam-</p><p>pa. Nesse tipo de rapport os desenhos nor-</p><p>malmente se sobrepõem as bordas e o encaixe deve</p><p>ocorrer nas quatro bordas: superior com inferior e</p><p>lateral direita com esquerda.</p><p>Essas são as formas básicas de desenhar estam-</p><p>pa corrida. Contudo, existem, ainda, alguns cálculos</p><p>que precisam ser feitos. A estampa corrida é a repe-</p><p>tição do rapport ao longo do tecido; sendo assim,</p><p>antes de desenhar um rapport, você deve decidir o</p><p>tamanho da estampa, se vai ser pequena ou grande.</p><p>Você pode fazer um rapport pequeno com 10</p><p>cm quadrados, médio entre 15 cm ou grande com 25</p><p>por 25 cm, isso cabe a você decidir. A melhor opção</p><p>é trabalhar com números pares, 10, 20, 30 cm, pois</p><p>isso ajuda e se pensar na distribuição do rapport no</p><p>tecido.</p><p>Se você tem um tecido com 2m de comprimen-</p><p>to, o que equivale a 200 cm de comprimento e 1,6 m</p><p>de largura, que equivale a 160 cm, você deve pensar</p><p>quantas vezes precisará duplicar seu rapport no sen-</p><p>tido do comprimento e largura do tecido.</p><p>Para obter a quantidade de repetições basta</p><p>dividir a largura ou comprimento do tecido</p><p>pelo tamanho do seu rapport, mas lembre-</p><p>-se que os valores devem estar na mesma</p><p>unidade de medida, metros ou centímetros.</p><p>REFLITA</p><p>Caro(a) aluno(a), essas informações obre a disposi-</p><p>ção do rapport são importantes, mas, mais do que</p><p>isso, você precisa entender como desenha-lo para</p><p>criar suas estampas. Vejamos a seguir como aplicar</p><p>estampas ao vestuário.</p><p>Vamos supor que você desenhou uma rapport</p><p>de 20cm, para conseguir chegar aos 200 cm você</p><p>precisará repetir seu rapport no sentido do compri-</p><p>mento por 10 vezes: 20 cm x 10 = 200 cm ou 2 m,</p><p>que é o comprimento do tecido.</p><p>No que se refere a largura o tecido tem 160 cm, as-</p><p>sim você precisa repetir seu rapport 8 vezes na largura:</p><p>20 cm x 8 = 160 cm ou 1,6 m que é a largura do tecido.</p><p>DESENHO DE MODA</p><p>204</p><p>Aplicação e Ilustração de</p><p>Estampas em Peças de Moda</p><p>Dando continuidade ao estudo de estampas, vamos ver</p><p>agora como</p><p>podemos representá-las sobre o corpo hu-</p><p>mano. Primeiramente, devemos pensar na variedade</p><p>de estampas que vimos: corrida, barrada e localizada.</p><p>Cada uma destas estampas exige alguns cuidados</p><p>e atenção. Observe, na figura a seguir, os três modelos.</p><p>DESIGN</p><p>205</p><p>Observe, com cuidado, a Figura 14, os três modelos</p><p>de estampa. A corrida, onde a estampa se estende</p><p>por todo o tecido. A barrada que apresenta deta-</p><p>lhes estampados seguida por estampas mais diluídas</p><p>ou fundo colorido e, por fim, a estampa localizada,</p><p>aplicada a uma peça de roupa.</p><p>Cada uma dessas estampas exige cuidado es-</p><p>pecial na distribuição do desenho na peça. Vamos</p><p>começar com a estampa corrida. Como esta estam-</p><p>pa ocupa toda a superfície do desenho, você deve</p><p>estar atento em como esse desenho se aplica à peça,</p><p>principalmente, se a estampa apresenta um formato</p><p>definido. Vejamos o exemplo na Figura 15.</p><p>Figura 14 - Estampa corrida, barrada e localizada</p><p>Fonte: Shutterstock.</p><p>DESENHO DE MODA</p><p>206</p><p>No vestuário, masculino ou feminino, a es-</p><p>tamparia se tornou muito comum a partir</p><p>da segunda metade do século XIX, a partir</p><p>de 1850, momento em que a industrialização</p><p>possibilitou a produção de tecidos estam-</p><p>pados em grandes quantidades, com várias</p><p>cores e temas, assim como boa qualidade.</p><p>Fonte: Laver e Carvalho (2001).</p><p>SAIBA MAIS</p><p>Figura 15: Estampa corrida aplicada ao vestido</p><p>Fonte: Shutterstock.</p><p>Observe com cautela a Figura 15, pois nela existe</p><p>alguns detalhes que precisam ser bem trabalhados</p><p>no momento da ilustração. O primeiro deles é o ta-</p><p>manho da estampa, nesse caso a estampa que apare-</p><p>ce no rapport é bastante grande, sendo assim, você</p><p>deve escolher como localizar a estampa em sua peça</p><p>de roupa e, então, aplicar o desenho.</p><p>DESIGN</p><p>207</p><p>Veja algumas dicas que podem auxiliá-lo.</p><p>• Escolha a estampa que deseja aplicar a sua</p><p>peça.</p><p>• Defina o modelo da peça.</p><p>• Acrescente movimento ao tecido.</p><p>• Observe o tamanho da estampa e os desenhos</p><p>que a compõem, definindo onde e como serão</p><p>aplicadas as formas mais salientes da estampa.</p><p>• Aplique-a sobre o modelo desenhado fazen-</p><p>do pequenas linhas curvas que interrompem</p><p>a estampa levemente onde houver movimen-</p><p>to de tecido.</p><p>Na figura 15 temos esse exemplo, em que as flores</p><p>foram aplicadas ao decote e à barra do vestido. Con-</p><p>tudo, se a estampa for repetitiva com formas como</p><p>corações que se distribuem ao longo do tecido, sem</p><p>formas definidas ou com estampas muito pequena,</p><p>o resultado obtido pode ser outro. Observe outro</p><p>exemplo na Figura 16.</p><p>Figura 16 - Estampa corrida sem formas muito definidas</p><p>Fonte: Shutterstock.</p><p>DESENHO DE MODA</p><p>208</p><p>Na figura 16 vemos que a estampa tem formas e co-</p><p>res, mas como ela tem um tamanho menor em rela-</p><p>ção àquela da Figura 16 vemos que ela se distribui</p><p>de forma mais uniforme no vestido e que mudar a</p><p>posição ou a distribuição na mesma não afeta dras-</p><p>ticamente o resultado final como na figura 15.</p><p>Assim sendo, é de extrema importância que você</p><p>preste atenção na estrutura da estampa antes de apli-</p><p>cá-la ao seu desenho. Uma boa opção para evitar pro-</p><p>blemas é que você a desenhe à parte, em uma folha de</p><p>papel, e depois aplique ao desenho (ABLING, 2011).</p><p>Além disso, você pode seguir o exemplo das Fi-</p><p>guras 15 e 16 e colocar um desenho ou uma estam-</p><p>pa digitalizada ao lado da peça que desenhou, o que</p><p>permite, ao observador, ver os detalhes da estampa e</p><p>como ela foi aplicada à peça.</p><p>Além da estampa corrida, temos também a bar-</p><p>rada. Essa estampa pode ser usada de diferentes for-</p><p>Para a ilustração com estampa barrada, você</p><p>deve ter em mente a distância entre os barra-</p><p>dos e onde os mesmos devem ser repetidos.</p><p>REFLITA</p><p>Na Figura 17 pode-se observar um exemplo de gor-</p><p>ro e cachecol com estampa barrada.</p><p>mas, pois trabalha com elementos mais carregados</p><p>formando uma barra e diluídos (BRYANT; CANÊ-</p><p>DO, 2012). Um exemplo muito comum de uso para</p><p>essa estampa são as toalhas de mesa, contudo, existe</p><p>uma grande variedade de usos.</p><p>Figura 17 - Estampa barrada</p><p>Fonte: Shutterstock.</p><p>DESIGN</p><p>209</p><p>Observe que, nesse exemplo, temos a estampa na</p><p>ponta do cachecol enquanto o restante da peça é</p><p>preta, assim, o corte da peça foi feito de forma que a</p><p>estampa ficasse nas pontas. Esse mesmo efeito pode</p><p>ser trabalhado em vestidos, camisas e demais peças</p><p>do vestuário. A forma de aplicação e utilização des-</p><p>ses efeitos está ligado a criatividade do desenhista.</p><p>Por fim, temos a estampa localizada, que é aque-</p><p>la aplicada a uma determinada peça de roupa. Nesse</p><p>caso você deve criar o seu desenho e depois aplicá-</p><p>-lo. Seguem algumas dicas:</p><p>• Antes de começar o desenho defina o tema</p><p>da estampa.</p><p>• Faça um esboço com as formas básicas.</p><p>• Após finalizado o esboço pense na combina-</p><p>ção de cores, use um rascunho e teste quais as</p><p>melhores opções.</p><p>• Depois de definidas as cores faça os contor-</p><p>nos com caneta ou lápis de cor.</p><p>• Retire os borrões ou retoque detalhes finali-</p><p>zando o desenho com a cromatização.</p><p>• Com a estampa pronta desenhe uma peça de</p><p>roupa.</p><p>• Acrescente o movimento do tecido.</p><p>• Aplique a estampa que você desenhou rede-</p><p>senhando-a sobre a peça.</p><p>Essas dicas servem para o desenho de qualquer es-</p><p>tampa seja ela localizada, rapport ou barrada. O im-</p><p>portante é que você tenha clareza de como utilizá-la</p><p>em seu desenho.</p><p>A variedade de estampas é absolutamente gran-</p><p>de e cabe a você pesquisar ou criar seus seus dese-</p><p>nhos. Observe dois exemplos na Figura 18.</p><p>Figura 18 - Estampa localizada aplicada a vestidos</p><p>Fonte: Shutterstock.</p><p>DESENHO DE MODA</p><p>210</p><p>Na Figura 17 temos dois exemplos de estampas que</p><p>foram aplicadas a vestidos curtos. Elas podem ser</p><p>aplicadas a qualquer lugar da peça, como podemos</p><p>ver na imagem da esquerda em que a estampa foi</p><p>aplicada no sentido vertical na frente do vestido e</p><p>na figura da direita foi aplicada na barra, decote e</p><p>mangas e com detalhe no busto.</p><p>A variedade de aplicações é muito grande, assim</p><p>como a variedade de estilos. Observe na Figura 19</p><p>como uma estampa é aplicada a uma blusa masculina.</p><p>Quando se trata do vestuário masculino, os núme-</p><p>ros e as palavras, assim como símbolos, são muito</p><p>comuns e normalmente estampados no peito ou na</p><p>manga, como mostra o exemplo da Figura 19.</p><p>As estampas localizadas oferecem muitas possibili-</p><p>dades, mas podem ser combinadas com outros efeitos,</p><p>como os tecidos estampados ou estampas barradas.</p><p>O resultado pode variar em cada coleção, obser-</p><p>ve a combinação de tecido estampado com uma es-</p><p>tampa localizada na Figura 20.</p><p>Figura 19 - Estampa localizada aplicada em blusa masculina</p><p>Fonte: Shutterstock.</p><p>DESIGN</p><p>211</p><p>Na Figura 20 vemos uma jaqueta masculina com</p><p>estampa no tecido que imita as fardas militares e</p><p>,ainda, a aplicação de estampa localizada no peito</p><p>e nas mangas da jaqueta. Essa é apenas uma das</p><p>muitas possibilidades.</p><p>Em termos de ilustração, vemos também na fi-</p><p>gura a jaqueta sem a estampa, com todas as dobras e</p><p>sombras provenientes do movimento do tecido.</p><p>Trabalhar a estamparia exige muito cuidado</p><p>com os detalhes e a distribuição da estampa no dese-</p><p>nho da figura. Caro(a) aluno(a), espero que tenham</p><p>Elementos como sombra e movimento do</p><p>tecido também devem ser trabalhados no</p><p>desenho com estampas.</p><p>REFLITA</p><p>apreciado a leitura sobre o desenvolvimento de de-</p><p>senho de estampa.</p><p>Figura 20 - Tecido estampado com estampa localizada</p><p>Fonte: Shutterstock.</p><p>212</p><p>considerações finais</p><p>A</p><p>estamparia necessita de várias técnicas para que possa ser desenvol-</p><p>vida, principalmente devido aos tipos de estampa, corrida, barrada e</p><p>localizada. Além das especificações de cada modelo de estampa, há</p><p>também, o tema que deve ser desenvolvido para cada estampa. Todos</p><p>esses elementos influenciam o seu desenho.</p><p>Em termos de estampa corrida, que é aquela que preenche todo o tecido, é</p><p>necessário desenvolver o rapport, que é a base da estampa que irá se repetir ao</p><p>longo de todo o tecido, seja na largura ou no comprimento. O Rapport pode ser</p><p>desenvolvido de diversas formas e deve ser feito</p><p>processos, pri-</p><p>meiramente desenhar o corpo, depois vesti-lo e por</p><p>fim aplicar a arte final, seja por meio da cromatiza-</p><p>ção ou grafite.</p><p>Outra técnica muito utilizada é o desenho téc-</p><p>nico, que consiste em uma “linguagem gráfica utili-</p><p>zada na indústria, que tem como principal objetivo</p><p>orientar a fabricação de um produto. Nele, a repre-</p><p>sentação de formas, dimensões e detalhamentos</p><p>ocorre por meio de linhas, números, símbolos e es-</p><p>pecificações escritas e organizadas de forma precisa”</p><p>(HATADANI, 2011, p. 46).</p><p>O desenho técnico, normalmente, é realizado no</p><p>computador e apresenta uma série de informações</p><p>técnicas da peça de roupa, como costuras, quantidade</p><p>de botões, cores, entre outras informações relevantes.</p><p>Caro(a) aluno(a), você será instruído para apren-</p><p>der o desenho de moda ou de estilo. Essa técnica será</p><p>sua ferramenta básica para transpor as ideias para o</p><p>papel, ou seja, desenvolver suas coleções.</p><p>Antes de começar a desenhar as peças como um</p><p>todo, você deve compreender algumas informações</p><p>básicas sobre o vestuário, tais como: pregas, drapea-</p><p>dos e franzidos. A prega é formada</p><p>“por meio de uma costura na parte de cima do</p><p>tecido e abertas embaixo. O que proporciona</p><p>pequenas ondulações em diversos formatos,</p><p>dependendo como é costurada” (CATELLANI,</p><p>PEARSON, 2003, p. 602).</p><p>DESENHO DE MODA</p><p>16</p><p>As pregas são muito utilizadas para dar volu-</p><p>me ao tecido, pode ser empregada em blusas, cal-</p><p>ças, saias e vestidos, em qualquer peça do vestuário.</p><p>Além disso, elas também podem ser usadas em teci-</p><p>Figura 1 - Pregas</p><p>Fonte: Leite e Velloso (2011, p. 115).</p><p>dos finos e leves ou grossos e pesados, em cada teci-</p><p>do ela se comporta de uma forma.</p><p>A figura a seguir mostra como elas podem ser</p><p>representadas.</p><p>DESIGN</p><p>17</p><p>Figura 2 - Plissado</p><p>Fonte: Leite e Velloso (2011, p. 115).</p><p>E</p><p>ssa figura apresenta diferentes tipos de pre-</p><p>gas que podem ser empregadas no vestuá-</p><p>rio. Leite e Velloso (2011) afirma que cada</p><p>uma delas tem um efeito. A prega simples é</p><p>composta pela dobra do tecido de forma contínua, já</p><p>a prega macho é maior e o movimento produzido é</p><p>mais leve, quase formando camadas de tecido.</p><p>Você deve estar atento à ilustração desses</p><p>detalhes, pois a forma como o representa indi-</p><p>ca o tipo da prega. A melhor maneira de fazer a</p><p>ilustração é ter ao seu lado alguns exemplos de</p><p>prega, assim você deve observar o que mais lhe</p><p>agrada e ilustrar.</p><p>Aluno(a), você deve tomar muito cuidado para</p><p>não confundir pregas e plissado. As pregas são pro-</p><p>duzidas pela costura e o plissado “são pregas cujas</p><p>dobras são feitas mecanicamente, produzindo efei-</p><p>to uniforme e permanente.” (CATELLANI, PEAR-</p><p>SON, 2003, p. 602). O plissado é produzido por</p><p>meio do calor, dessa maneira, as pregas tornam-se</p><p>permanentes, sem o auxílio da costura. A figura a</p><p>seguir traz uma ilustração de plissados.</p><p>DESENHO DE MODA</p><p>18</p><p>Observe que para ilustrar o plissado você precisa es-</p><p>boçar as linhas verticais próximas uma das outras,</p><p>enquanto que as pregas são mais afastadas.</p><p>Ao comparar as Figuras 1 e 2 veremos que as</p><p>diferenças são mínimas, portanto quando fizer um</p><p>desenho, em muitos casos, é comum especificar se o</p><p>mesmo se trata de pregas ou plissados.</p><p>Caro(a) aluno(a), observe que nessa figura a re-</p><p>presentação das pregas, presente na saia do vestido</p><p>1, são largas. Já na saia do vestido 2, observamos a</p><p>sobreposição de tecidos ondulados, nesse caso, o</p><p>plissado está bem fino (ou poderia ser mais largo).</p><p>Assim, como já fora dito anteriormente, você deve</p><p>especificar os detalhes ao elaborar suas criações.</p><p>Figura 3 - Pregas e plissado</p><p>Fonte: Primeiro Dia na Casa do criador (2009, on-line)1.</p><p>1 2</p><p>DESIGN</p><p>19</p><p>Nos tecidos, o plissé (fala-se: plissê) repre-</p><p>senta pregueados finos, estreitos e regulares,</p><p>geralmente feitos à máquina térmica ou por</p><p>processo químico, que não se desmancham.</p><p>A técnica se destacou entre os anos de 1920</p><p>e 1950, principalmente em vestidos de festa;</p><p>agora ele é usado na confecção de peças de</p><p>diferentes estilos.</p><p>Há um vestido plissado que entrou para a his-</p><p>tória quando, da década de 1950, foi o usado</p><p>pela atriz Marilyn Monroe.</p><p>Fonte: Santos (2012, on-line)2.</p><p>SAIBA MAIS</p><p>Figura 4 - Franzido</p><p>Fonte: Leite e Velloso (2011, p. 117).</p><p>Outro elemento de fundamental importância para</p><p>dar volume às peças é o franzido. Em muitos ca-</p><p>sos ele é confundido com as pregas, no entanto,</p><p>conforme Leite (2011), o franzido é formado por</p><p>meio de um fio que perpassa o tecido e quando</p><p>puxado faz com o tecido que aglomere, como</p><p>mostra a figura a seguir.</p><p>DESENHO DE MODA</p><p>20</p><p>Ao contrário da prega e do plissado, que podem ser</p><p>uniformes, o franzido é irregular e pode ser distri-</p><p>buído de forma regular ou irregular na peça. É mui-</p><p>to utilizado em saias e vestidos, mas pode aparecer</p><p>em mangas, por exemplo.</p><p>O franzido é muito comum em roupas femini-</p><p>nas ou infantis. Ao utilizar esse recurso o estilista</p><p>busca transmitir um ar de romantismo e feminilida-</p><p>de, produzindo volume nas peças.</p><p>Para ilustrar o franzido, os traços devem ser soltos</p><p>e arredondados, a fim de dar movimento ao vestido.</p><p>Lembre-se de colocar elementos que mostram o movi-</p><p>mento do tecido, como as linhas verticais que esboçam</p><p>as pequenas dobras deste. Essas linhas encontram-se</p><p>próximas ao fio condutor que forma o franzido.</p><p>Essa técnica é muito similar ao babado que</p><p>consiste em:</p><p>uma tira de tecido de largura variável, lisa,</p><p>godê ou pregueada que se costura nas rou-</p><p>pas com o objetivo de enfeitar. Os babados</p><p>podem ser aplicados em camadas ou em dia-</p><p>gonal, dando o efeito cascata (CATELLANI,</p><p>PEARSON, 2003, p. 602).</p><p>A figura a seguir permite observar como se dá a</p><p>construção do babado, seja no efeito cascata ou reto.</p><p>DESIGN</p><p>21</p><p>Figura 5 - Babado reto e no efeito cascata</p><p>Fonte: Leite e Velloso(2011, p. 116 e 118).</p><p>DESENHO DE MODA</p><p>22</p><p>Caro(a) aluno(a), é de suma importância que</p><p>você perceba a diferença entre o franzido e o</p><p>babado. O franzido pode ser feito em uma peça</p><p>inteira, enquanto o babado é uma aplicação co-</p><p>locada na peça.</p><p>A Figura 5 exemplifica, satisfatoriamente, os</p><p>dois tipos de babado: o reto e em cascata. O babado</p><p>em cascata é obtido por meio do corte do tecido, que</p><p>nesse caso não é reto, mas sim cortado no viés. O</p><p>Figura 6 - Vestido com saia em cascata.</p><p>Fonte: Cleverson Desenhos de Moda ([2017], on-line)3.</p><p>corte no viés é referente ao corte em um ângulo de</p><p>45º graus no tecido, ou seja, na diagonal (ABLING,</p><p>MAGGIO, 2014).</p><p>O efeito do babado de cascata pode ser utiliza-</p><p>do em outros elementos e não somente no babado.</p><p>Observe o movimento do tecido, ele pode ser re-</p><p>presentado em saias, golas, vestidos e mostrar qual</p><p>é o caimento que você deseja que o tecido tenha,</p><p>isto é, o movimento que o mesmo faça quando a</p><p>roupa estiver pronta.</p><p>Na Figura 6 é possível visualizar um vestido</p><p>que mostra o movimento da saia imitando o ba-</p><p>bado em cascata.</p><p>A saia do vestido apresentado, além de mostrar o</p><p>movimento do tecido, também apresenta que o mes-</p><p>mo deve ser leve e fino para proporcionar o efeito</p><p>desejado, que está mostrado no desenho.</p><p>Ao representar o babado em cascata, abuse das</p><p>linhas curvas. Se você não consegue executar seu</p><p>traço com facilidade para representar esse detalhe,</p><p>desenhe uma linha reta em que deseja colocar o</p><p>babado e, em seguida, faça um zigue-zague nessa</p><p>linha. Faça esse zigue-zague com linhas retas e de-</p><p>pois as arredonde, de forma que as mesmas repre-</p><p>sentem o caimento do tecido. Ao finalizar o dese-</p><p>nho, passe a caneta e apague as linhas que sobram,</p><p>deixando o desenho limpo.</p><p>Ainda há outro elemento muito utilizado no ves-</p><p>tuário, o drapeado. Ele consiste em “dispor de certa</p><p>maneira as dobras do tecido da roupa para formar um</p><p>drapê ou drapeado, isto é, uma série de pregas ou on-</p><p>dulações” (CATELLANI, PEARSON, 2003, p. 573).</p><p>Esse efeito é muito utilizado no vestuário fe-</p><p>minino, mais especificamente em vestidos ou blu-</p><p>sas. A Figura 7 permite observar como o mesmo</p><p>deve ser ilustrado.</p><p>DESIGN</p><p>23</p><p>Figura 7 - Drapeado</p><p>para a estampa corrida e, tam-</p><p>bém, para a barrada, pois no tecido com estampa barrada, a estampa também se</p><p>repete.</p><p>Também, vale destacar que no rapport há alguns cuidados que devem ser</p><p>seguidos; quando houver desenhos nas bordas, deve-se ter o cuidado de propor-</p><p>cionar o encaixe desses desenhos para que haja continuidade na estampa.</p><p>Outro cuidado a ser tomado se refere à composição da estampa, isto é, para</p><p>que ela não se torne monótona é preciso dar movimento, assim você pode usar o</p><p>rapport com variações ou deslocamentos, como figuras invertidas ou irregulares.</p><p>Já o desenho da estampa localizada requer apenas um bom traço e estudo do</p><p>tema para então desenhar a forma e composição que desejar para aplicar em uma</p><p>roupa.</p><p>O processo de aplicação da estampa, seja ela corrida, barrada ou localizada</p><p>deve seguir alguns cuidados. Inicialmente, você deve pensar na proporção da es-</p><p>tampa em relação a roupa e em como distribuí-la. Em seguida, deve estar atento</p><p>ao movimento do tecido e às sombras e aplicar esses efeitos à estampa também,</p><p>pois ela faz parte do tecido e como tal, também, apresenta movimento e sombra</p><p>quando representada sobre o corpo.</p><p>A variedade de desenhos que você pode construir é bastante grande, desde o</p><p>floral, étnico, geométrico aos números e letras. Use sua criatividade para desen-</p><p>volver seus desenhos. Espero que tenham gostado da leitura e das dicas referentes</p><p>ao desenho de estampa.</p><p>213</p><p>atividades de estudo</p><p>1. Assinale a alternativa correta referente aos ti-</p><p>pos de estampa existentes.</p><p>a. Corrida, barrada, localizada e temática.</p><p>b. Corrida e localizada.</p><p>c. Localizada e temática.</p><p>d. Corrida, barrada, localizada.</p><p>e. Nenhuma das alternativas está correta.</p><p>2. Referente ao conceito de estamparia, leia aten-</p><p>tamente as assertivas a seguir e assinale a al-</p><p>ternativa correta.</p><p>I. Estampar ou imprimir designa, de maneira</p><p>genérica, diferentes procedimentos que têm</p><p>como finalidade produzir desenhos coloridos</p><p>– e também brancos ou monocromáticos.</p><p>II. Essas figuras podem ou não possuir contor-</p><p>nos, variantes inovadoras que vão além dos</p><p>modismos e tendências de cada época.</p><p>III. A palavra é inglesa, mais exatamente pat-</p><p>chwork, ou seja, trabalho pintado.</p><p>IV. Estampar é a arte de decorar um tecido, qual-</p><p>quer que seja a sua natureza ou qualidade,</p><p>por meio de um motivo único ou desenhos</p><p>variados.</p><p>a. I, II e III estão corretas.</p><p>b. II e III estão corretas.</p><p>c. I e IV estão corretas.</p><p>d. II e IV estão corretas.</p><p>e. Nenhuma das alternativas está correta.</p><p>3. Quais são as duas formas de desenhar estam-</p><p>pas? Explique cada uma delas.</p><p>4. Quais são os tipos de rapport que podem ser</p><p>desenhados? Assinale a alternativa correta.</p><p>a. Em uma única direção, em duas direções, in-</p><p>tercalado nos sentido vertical, intercalado no</p><p>sentido horizontal e irregular.</p><p>b. Intercalado nos sentido vertical, intercalado</p><p>no sentido horizontal, irregular e salteado.</p><p>c. Em uma única direção, em duas direções, in-</p><p>tercalado nos sentido vertical, intercalado no</p><p>sentido horizontal e irregular e salteado.</p><p>d. Em uma única direção, em duas direções, in-</p><p>tercalado nos sentido vertical, intercalado no</p><p>sentido horizontal.</p><p>e. Nenhuma das alternativas está correta.</p><p>5. Cite algumas dicas que podem auxiliá-lo a de-</p><p>senhar peças com tecidos estampados.</p><p>214</p><p>LEITURA</p><p>COMPLEMENTAR</p><p>Design de superfície e estamparia</p><p>O design de superfície é uma especialidade na área do design reconhecida no Brasil, em</p><p>2005, pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Os pri-</p><p>meiros registros acadêmicos, científicos e como atividade profissional ocorrerem no Estado</p><p>do Rio Grande do Sul. A nomenclatura do termo design de superfície é a tradução da ex-</p><p>pressão surface design, a qual teve origem em 1977, nos Estados Unidos da América, com</p><p>a fundação da Surface Design Association – SDA5 (RUTHSCHILLING, 2008).</p><p>Essa associação, afirma o site da SDA (2008), se estruturou a partir da necessidade de se</p><p>organizar, comunicar a artistas, designers, cientistas, estudantes, professores, visando à</p><p>compreensão do pensamento crítico nessa área a partir de atividades desenvolvidas so-</p><p>mente no âmbito têxtil.</p><p>O vocabulário design de superfície foi empregado em cenário nacional a partir da tradução</p><p>literal do termo pela designer carioca, Renata Rubim, após seu retorno ao Brasil dos estu-</p><p>dos que realizou na Rhode Island School (RISD), nos Estados Unidos, no Departamento de</p><p>Design Têxtil, década de 1980 (RUTHSCHILLING, 2008).</p><p>Logo, design de superfície para Rubim (2005, p. 21) “é todo projeto elaborado por um de-</p><p>signer, no que diz respeito ao tratamento e cor utilizados em uma superfície, industrial ou</p><p>não”. Freitas (2011, p. 16) apresenta outro conceito ao afirmar que design de superfície “é</p><p>um design de interfaces, existe na pele dos produtos (seja este da natureza que for)”.</p><p>Sobre essa reflexão Barachini (2002, p. 2) afirma que o</p><p>Conceito e matéria em um único corpo. As superfícies, aparentemente podem ser</p><p>reduzidas a configurações geométricas de apenas duas grandezas – bidimensionali-</p><p>zando-as. Ou, podem ser entendidas como extensão de uma área limitada, ou ainda,</p><p>como a parte externa dos corpos e dos objetos, a aparência. Todavia as superfícies,</p><p>se inserem no espaço e não apenas o representam. Tridimensionais por excelência,</p><p>abertas e interativas. Revestem, e, por vezes são o próprio objeto.</p><p>Com esta noção, pode ser verificado que a autora reforça a ideia acerca das possibilidades</p><p>aplicativas da superfície dentro do design, gerando discussões cujos significados apresen-</p><p>tam desdobramentos dos conhecimentos científicos já produzidos, desenvolvidos, com-</p><p>provados e os que estão em processo de construção.</p><p>Complementando esta definição Ruthschilling (2008, p.23) afirma que</p><p>215</p><p>LEITURA</p><p>COMPLEMENTAR</p><p>Design de Superfície é uma atividade criativa e técnica que se ocupa com a criação e</p><p>desenvolvimento de qualidades estéticas, funcionais e estruturais, improjetadas espe-</p><p>cificamente para constituição e/ou tratamentos de superfícies, adequadas ao contexto</p><p>sócio-cultural e às diferentes necessidades e processos produtivos.</p><p>O conceito que a autora nos apresenta sobre o design de superfície consiste na construção</p><p>de projetos direcionados que promovem não apenas qualidade de cunho estético, funcio-</p><p>nal, estrutural, como também, a importância em inserir conteúdos culturais que agregam</p><p>valor social. Dessa forma, o referencial do dendê simboliza a fonte principal que atenderá</p><p>as aspirações compositivas, projetuais, criativas, técnicas, culturais, na presente pesquisa.</p><p>O design de superfície caracteriza-se não somente pela constituição de estampas e pa-</p><p>drões, que têm por função cobrir, revestir, ornamentar tecidos e superfícies. Abrange tam-</p><p>bém, a todo e qualquer tipo de objeto, material ou imaterial, capaz de ser ressignificado,</p><p>modificado, configurado a partir de sua própria estrutura física, interagindo, agregando</p><p>outros elementos, gerando, assim, novas linguagens imagéticas, formais, compositivas, es-</p><p>téticas, funcionais e estruturais.</p><p>Esses desenhos impressos em tecidos estampados classificam-se por motivos ou padrões</p><p>clássicos. Entende-se por motivo, o foco escolhido em um referencial no qual o desenho es-</p><p>tará inserido. Chataignier (2006, p. 86-91) o nomeia como “famílias e/ou motivos de estam-</p><p>pados, e são eles: florais, geométricos, históricos e/ou comemorativos, étnicos, artísticos,</p><p>listrados”. Desse modo, complementa Pezzolo (2007, p. 201-204) ao reunir desenhos em</p><p>temas básicos como “florais, geométricos, animais, abstratos e figurativos”.</p><p>Sobre padrão clássico, Pezzolo (2007) afirma que é todo o padrão que tem uma história e</p><p>foi criado há séculos, que possui vida e ainda é usado no universo da moda.</p><p>São eles: listras, cashemere, xadrez (que inclui as madras, o príncipe-de-gales, piedde-pou-</p><p>le, vichy e tartans), tweeds, olho-de-perdiz, risca-de-giz, espinha-de-peixe, poás. Percebe-se</p><p>que esses motivos e padrões</p><p>citados pelas autoras apresentam uma sucessão de elemen-</p><p>tos que são explorados no design têxtil e aumentam as possibilidades compositivas com o</p><p>recurso de cores, texturas, relações entre figura-fundo, de itens gráficos do desenho.</p><p>Portanto, o objeto tecido como o conhecemos, enquanto estrutura formada na tecelagam</p><p>pelo entrelaçamento do urdume (fio vertical) e da trama (fio horizontal), é um objeto que</p><p>acompanha, envolve constantemente a vida das pessoas. Funciona, principalmente, como</p><p>216</p><p>LEITURA</p><p>COMPLEMENTAR</p><p>uma “embalagem” que protege, interage o corpo de um indivíduo, e, além disso, apresenta</p><p>uma rica fonte documental para investigar diferentes registros históricos, memórias, dese-</p><p>nhos, culturas.</p><p>Quanto ao propósito da estamparia têxtil assevera Chataignier (2006) é proporcionar mais</p><p>atração para o tecido aproximando cada vez mais a atenção do usuário, é apresentar novi-</p><p>dades na área da moda e adquirir novos espaços no âmbito mercadológico. A necessidade</p><p>do homem em se comunicar uns com os outros.</p><p>Fonte: Portela. (2015).</p><p>DESIGN</p><p>217</p><p>Design de Estamparia Têxtil</p><p>Amanda Briggs-Goode</p><p>Editora: Bookman</p><p>Ano: 2014</p><p>Sinopse: o Design de Estamparia Têxtil é uma área cria-</p><p>tiva, prática e dinâmica, que abrange moda, design de</p><p>interiores e design gráfico, arte têxtil e artesanato. Este</p><p>livro apresenta os fundamentos do design de estampa-</p><p>ria têxtil, desde o briefing até a coleção final, e introduz</p><p>os princípios básicos de cor, desenho, composição e padronagem por repetição. Repleto de</p><p>exemplos, estudos de caso e exercícios passo a passo, também ajuda a desmistificar o pro-</p><p>cesso de design, sendo um valioso guia de estudos e de prática do design têxtil.</p><p>TUTORIAL - Como Desenhar Estampa floral!</p><p>O vídeo apresenta alguns exemplos de como desenhar estampas em peças de roupa.</p><p>Para conferir o tutorial, acesse o link disponível em: <https://www.youtube.com/watch?-</p><p>v=LU46k5BjvMo>.</p><p>218</p><p>referências</p><p>ABLING, B. Desenho de moda. 5 ed. Norte-Americana. São Paulo: Blücher,</p><p>2011. v.2.</p><p>BRYANT, M. W; CANÊDO, J. Desenho de moda: técnicas de ilustração para</p><p>estilistas. São Paulo: Senac São Paulo, 2012.</p><p>CHATAIGNIER, G. Fio a fio: tecidos, moda e linguagem. São Paulo: Estação das</p><p>Letras, 2006.</p><p>LAVER, J; CARVALHO, G. M. M. A roupa e a moda: uma história concisa. São</p><p>Paulo: Companhia das Letras, 2001.</p><p>PORTELA, P. L. S. Design de superfície e estamparia na materialidade têxtil. In:</p><p>XI Seminário do Programa de Pós-Graduação em Desenho, Cultura e Interati-</p><p>vidade: Traços do Desenho, 2015, Feira de Santana, 2015.</p><p>SUONO, C. T. A construção de parâmetros para o ensino do desenho de es-</p><p>tamparia corrida. In: Graphica 2013 - XXI Simpósio Nacional de Geometria</p><p>Descritiva e Desenho Técnico e X International Conference on Graphics Engi-</p><p>neering for Arts and Design, Florianópolis. Anais do Graphica 2013.</p><p>STIPELMAN, St. Ilustração de moda: do conceito à criação. 3 ed. Porto Alegre:</p><p>Bookman, 2015.</p><p>UDALE. J. Tecidos e moda: explorando a integração entre o design têxtil e o</p><p>design de moda. 2 ed. Porto Alegre. Bookman, 2015.</p><p>219</p><p>gabarito</p><p>1. D.</p><p>2. C.</p><p>3. Existem duas formas de desenhar estampas, como ressalta Bryant e Canêdo (2012).</p><p>A primeira delas se refere às estampas localizadas, as quais você deve desenhar</p><p>usando a criatividade para expor suas ideias. A segunda é a utilização do rapport.</p><p>Para a ilustração localizada não há segredos, basta você escolher o que quer dese-</p><p>nhar e ilustrar o que deseja, como uma borboleta, por exemplo. No entanto, para</p><p>desenhar estampa barrada ou corrida usa-se outra técnica, visto que esses mode-</p><p>los de estampa se estendem a todo o tecido, assim, seria muito difícil repetir os</p><p>desenhos ao longo de toda a extensão do tecido.</p><p>Para solucionar o problema foi desenvolvido um sistema que utiliza o rapport para</p><p>duplicar a estampa.“Uma técnica utilizada nas indústrias brasileiras é aquela que</p><p>trabalha a composição de estampas corridas como um desenho em repetição mo-</p><p>dular, também conhecido como “rapport” (SUONO, 2013, p. 14).</p><p>4. A.</p><p>5. Escolha a estampa que deseja aplicar à sua peça; defina o modelo da peça; acres-</p><p>cente movimento ao tecido; observe o tamanho da estampa e os desenhos que a</p><p>compõem definindo onde e como será aplicada as formas mais salientes da es-</p><p>tampa. Aplique-a sobre o modelo desenhado fazendo pequenas linhas curvas que</p><p>interrompem a estampa levemente onde houver movimento de tecido.</p><p>6. B.</p><p>DESENHO DE MODA</p><p>220</p><p>conclusão geral</p><p>Para ajudá-lo a conhecer e apreender um pouco mais</p><p>sobre o desenho de moda, esse livro foi dividido em</p><p>cinco unidades, são elas: Representando detalhes;</p><p>Princípios básicos do desenho de moda; Acessórios</p><p>de moda; Técnicas de cromatização aplicadas ao de-</p><p>senho de moda e Estamparia.</p><p>Em cada uma dessas unidades são apresentados</p><p>os princípios básicos do desenho e dicas para ajudá-</p><p>-lo a desenvolver a ilustração. Na primeira unidade</p><p>referente à representação de detalhes a preocupa-</p><p>ção é que você saiba como ilustrar alguns elementos</p><p>como pregas e babados, por exemplo, dando maior</p><p>fluidez ao desenho.</p><p>Na segunda unidade a intenção é que você co-</p><p>nheça as particularidades do vestuário feminino,</p><p>masculino e infantil e saiba como ilustrar de forma</p><p>a explorar as características dos croquis desenvolvi-</p><p>dos e também do estilo que cada um desses públicos</p><p>usa.</p><p>Quanto aos acessórios de moda, conteúdo pre-</p><p>sente na unidade três, você precisa entender que eles</p><p>são muito presentes no universo da moda e desenhá-</p><p>-los de forma correta é fundamental, especialmente</p><p>a joalheria, bolsas e sapatos. Ao falar em “acessórios”</p><p>é necessário estar atento ao conforto e às proporções</p><p>do mesmo, especialmente na joalheria e em sapatos.</p><p>Além dos acessórios de moda temos ainda o pro-</p><p>cesso de finalização do desenho por meio do traba-</p><p>lho com grafite ou cromatização. Cabe destacar aqui,</p><p>que mais do que conhecer uma grande variedade de</p><p>materiais e técnicas, o objetivo é que você aprenda</p><p>a ilustrar texturas como peles e brilho, luz e sombra,</p><p>melhorando o acabamento gráfico do desenho.</p><p>Por fim, a unidade cinco traz ferramentas para</p><p>que você possa trabalhar com estampas. Agora que</p><p>você já sabe desenhar as peças de vestuário com seus</p><p>detalhes variados, assim como acessórios, inclusive</p><p>com cromatização, resta aplicar as estampas em seus</p><p>variados formatos, modelos e finalidades.</p><p>Após conhecer todos esses elementos ligados ao</p><p>desenho de moda, tenho certeza que você será ca-</p><p>paz de executar com maestria muitas ilustrações de</p><p>moda. Espero que a leitura desse livro tenha sido</p><p>agradável e proveitosa.</p><p>unidade I</p><p>DOS PRIMÓRDIOS à</p><p>CONQUISTA DA REALIDADE</p><p>A ORIGEM DA ARTE:</p><p>PRIMEIRAS MANIFESTAÇÕES</p><p>Fonte: Leite e Velloso (2011, p. 119).</p><p>DESENHO DE MODA</p><p>24</p><p>Na Figura 7 o drapeado aparece como uma gola,</p><p>mas ele pode ser empregado em outros lugares, e</p><p>pode aparecer de forma ordenada, com pregas regu-</p><p>lares ou desordenada, de forma não uniforme, com</p><p>pregas maiores ou menores.</p><p>A maneira como o mesmo aparece no vestuário</p><p>vai depender da criatividade do estilista. A Figura 8</p><p>apresenta como o drapeado foi incorporado a parte</p><p>de baixo do vestido de noiva, na saia, para dar volu-</p><p>me e completar o vestido.</p><p>Figura 8 - Vestido de noiva com drapeado</p><p>Fonte: Cleverson desenhos de moda ([2017], on-line)3.</p><p>A ilustração dos drapeados, franzidos e pre-</p><p>gas podem ser muito semelhantes em alguns</p><p>momentos. Por isso, ao desenhar, sempre es-</p><p>pecifique do que se trata, qual é o detalhe que</p><p>você desenhou. Essas especificações evitam</p><p>enganos e auxiliam as pessoas a entenderem</p><p>o seu desenho, bem como o que você deseja</p><p>transmitir com ele.</p><p>REFLITA</p><p>Além das pregas, babados, franzidos, drapeados e</p><p>plissados, há, ainda, dois elementos que merecem</p><p>atenção especial e que devem ser empregados de</p><p>forma correta, os recortes e as pences.</p><p>Você deve pensar que esse conteúdo se refere à</p><p>modelagem, mas quando você desenha uma roupa</p><p>feita com tecido plano, que não tem elasticidade, é</p><p>necessário acrescentar pences e recortes para que</p><p>se possa vestir as peças. Como desenhista e estilista</p><p>você deve colocar todos os detalhes possíveis no seu</p><p>desenho - eles são fundamentais.</p><p>As pences são “identificadas nos moldes por li-</p><p>nhas ou pontos, a pence é um recorte ou dobra de</p><p>forma triangular, que serve para ajustar a roupa ao</p><p>corpo” (CATELLANI, PEARSON, 2003, p. 602). Já o</p><p>recorte é “usado para dar melhor caimento e/ou be-</p><p>leza a peça” (CATELLANI, PEARSON, 2003, p. 605).</p><p>Esses dois elementos são muito comuns no mo-</p><p>mento da modelagem e costura, mas devem ser co-</p><p>locados no desenho. Eles aparecem com muita fre-</p><p>quência em casacos, camisas, vestidos, blazers, entre</p><p>outras peças que compõem os vestuários masculi-</p><p>nos, femininos e infantis. Essa figura permite obser-</p><p>var esses dois elementos.</p><p>DESIGN</p><p>25</p><p>Figura 9 - Recorte e pence</p><p>Fonte: Abling e Maggio (2014, p. 86 e 90).</p><p>Bryant e Canêdo (2012), assim como Jones</p><p>(2005), destacam a importância de se marcar com</p><p>clareza os detalhes da peça no desenho, incluindo</p><p>frente, costas e lateral, quando necessário.</p><p>A Figura 9 já apresenta todos os detalhes do</p><p>desenho, incluindo os recortes que aparecem na</p><p>imagem da esquerda e as pences (vistas na imagem</p><p>à direita). O recorte, como pode ser observado na</p><p>figura, representa um corte na peça, em que haverá</p><p>uma costura para que haja um bom ajuste da peça</p><p>ao corpo. Já a pence, mostra onde a peça deve ser</p><p>ajustada para acompanhar o formato do corpo.</p><p>Abling (2011) destaca que sempre que for dese-</p><p>nhada uma camisa, blazer, calça social ou qualquer</p><p>peça do vestuário que utilize tecido plano é necessá-</p><p>rio fazer as marcações de recortes e pences.</p><p>Caro(a) aluno (a), existe a diferença entre o te-</p><p>cido plano e a malha, a qual interfere na forma de</p><p>desenhar. Chataignier (2006) destaca que os teci-</p><p>dos planos não possuem elasticidade, seriam eles</p><p>o jeans e o cetim por exemplo. Ao contrário, os te-</p><p>cidos de malha (neoprene, elanca e ribana), apre-</p><p>sentam elasticidade, pois se assemelham ao tricô na</p><p>forma de tecimento.</p><p>Podemos citar dois exemplos bem simples</p><p>para diferenciar tecidos planos e malha: a calça</p><p>jeans é feita de tecido plano, enquanto a camiseta</p><p>é constituída de malha. Assim, quando você de-</p><p>senhar algo deve pensar no tecido que vai utilizar</p><p>e nos detalhes que colocará no desenho para que</p><p>ele fique completo.</p><p>Espero que o conteúdo apresentado até então lhe</p><p>ajude a entender como ilustrar certos detalhes nas</p><p>roupas. Nos vemos em breve.</p><p>DESENHO DE MODA</p><p>26</p><p>Golas, Lapelas,</p><p>Bolsos e Rendas</p><p>DESIGN</p><p>27</p><p>O</p><p>lá aluno(a), nesse tópico você irá apren-</p><p>der a ilustrar alguns detalhes específi-</p><p>cos do vestuário, seja ele feminino ou</p><p>masculino. O objetivo deste estudo é</p><p>aprender sobre as golas, lapelas, bordados e ren-</p><p>das. Cada um desses elementos deve ser repre-</p><p>sentado de uma maneira, lembrando que existem</p><p>muitas variações dos mesmos.</p><p>Vamos começar com as golas. As golas são “par-</p><p>tes do vestuário que se montam no decote e se situa</p><p>junto ao pescoço ou em volta dele. Também conhe-</p><p>cida como colarinho, apresenta-se em tamanhos e</p><p>disposições variadas” (CATELLANI, PEARSON,</p><p>2003, p. 576). A autora prossegue afirmando que ao</p><p>longo da história da moda foram surgindo diferen-</p><p>tes tipos de gola, em diferentes proporções e forma-</p><p>tos para as mulheres, homens, crianças e bebês (LA-</p><p>VER, CARVALHO, 2001).</p><p>Para se desenhar golas é preciso ter em men-</p><p>te que elas são compostas por três camadas, isto</p><p>é: a parte superior, a entretela e a parte inferior.</p><p>A parte superior se refere à parte de cima, a qual</p><p>podemos ver a gola. A entretela é uma camada de</p><p>tecido que proporciona rigidez a gola; a terceira</p><p>camada, a inferior, se refere à parte de baixo que</p><p>se une ao decote da roupa, normalmente ela fica</p><p>oculta (STIPELMAN, 2015).</p><p>Compreender a composição da gola irá ajudá-lo</p><p>a ilustrá-la. A Figura 10 permite observar como a</p><p>gola se constrói. A partir dela, você será capaz de</p><p>ilustrar golas, sem problemas.</p><p>Figura 10 - Estrutura da gola</p><p>Fonte: Stipelman (2015, p. 176).</p><p>O que a Figura 10 nos mostra é a estrutura da gola</p><p>e como ela é ilustrada sem o corpo. Com essa base</p><p>como amostra e entendendo como a gola é compos-</p><p>ta, você será capaz de ilustrá-la.</p><p>DESENHO DE MODA</p><p>28</p><p>Mais importante do que saber quais são os tipos</p><p>de gola, é preciso compreender como representá-</p><p>-las. Uma das coisas a que você deve estar atento,</p><p>aluno(a), diz respeito às roupas do dia a dia. A ob-</p><p>servação é de extrema importância, sendo assim, é</p><p>necessário observar as vitrines, as roupas das pes-</p><p>soas que transitam na rua ou mesmo as suas rou-</p><p>pas, configurando, assim, uma boa oportunidade de</p><p>compreender quais são os detalhes que as compõem</p><p>(STIPELMAM, 2015).</p><p>Também, ao observar a roupa sobre o corpo, é</p><p>possível identificar como a mesma deve ser ilustra-</p><p>da. As peças de roupa e as golas não devem ficar co-</p><p>ladas ao corpo. Observe a Figura 11.</p><p>Figura 11 - Modelos de gola</p><p>Fonte: Shutterstock.</p><p>10</p><p>1 2 3 4 5</p><p>6 7 8 9</p><p>DESIGN</p><p>29</p><p>A</p><p>Figura 10 apresentada mostra sete golas</p><p>diferenciadas, cada qual com caracterís-</p><p>ticas e proporções diferentes. Assim, se</p><p>você deseja que a gola fique mais afastada</p><p>do pescoço como a gola 1, você deve colocar essa</p><p>proporção no desenho.</p><p>Agora se você deseja que ela seja mais justa e pe-</p><p>quena como na gola 7, você deve tomar cuidado no</p><p>momento da ilustração e colocar as proporções que</p><p>deseja para cada elemento do desenho.</p><p>Algumas questões importantes devem ser res-</p><p>saltadas. As formas da gola estão relacionadas aos</p><p>tecidos que proporcionam à gola um formato dife-</p><p>renciado. Stipelman (2015) afirma que a gramatura</p><p>dos tecidos influência nos formatos das golas. Para o</p><p>autor, as golas confeccionadas com tecidos finos tem</p><p>uma forma muito pequena e redonda, já as confec-</p><p>cionadas com tecidos médios são um pouco maior e</p><p>mais firmes. As golas de gramatura mais pesada pro-</p><p>porcionam uma gola mais estruturada, com maior</p><p>arredondamento em volta do pescoço, e dotada de</p><p>altivez e firmeza.</p><p>A figura 12 permite observar essa diferença na</p><p>ilustração das golas.</p><p>Vimos, então, que as características do tecido</p><p>influenciam na estrutura da gola, assim, quando es-</p><p>tiver desenhando pense em que tecido irá utilizar</p><p>para ilustrar o modelo de forma adequada.</p><p>Além das golas, também temos a lapela, defini-</p><p>da como “uma parte que se apresenta dobrada para</p><p>gola e dobrada junto a golanos quartos dianteiros e</p><p>superiores dos paletós e casacos.” (CATELLANI; PE-</p><p>ARSON, 2003, p. 587). Em outras palavras, a lapela</p><p>é a continuação da gola, utilizada principalmente em</p><p>casacos femininos e masculinos. A imagem a seguir</p><p>apresenta um exemplo de composição de uma lapela.</p><p>Figura 12 - Estrutura da gola em relação ao tecido</p><p>Fonte: Stipelman (2015, p. 177).</p><p>DESENHO DE MODA</p><p>30</p><p>Figura 13 - Lapela</p><p>Fonte: Leite e Velloso (2011, p. 67).</p><p>Essa figura apresenta toda a estrutura da gola junta-</p><p>mente com a lapela. Observe bem que a lapela é um</p><p>acompanhamento da gola, ela não faz parte da gola,</p><p>mas sim é uma peça de tecido que dá continuidade</p><p>à peça. Assim, sempre que desenhá-la, lembre de co-</p><p>locar uma linha entre a lapela e a gola para marcar a</p><p>costura que une as duas partes.</p><p>Aluno(a), observe que perto da gola do blazer há</p><p>uma continuação que acompanha a abertura na par-</p><p>te da frente. Essa continuação é chamada de lapela</p><p>e pode apresentar diferentes tamanhos e formatos,</p><p>podendo ser mais arredondada, maior ou menor,</p><p>dependendo do modelo.</p><p>A gola, assim como a lapela são elementos que</p><p>acompanham o decote da peça e podem ser funcio-</p><p>nais ou apenas um adereço. Portanto, ao elaborar</p><p>seu desenho ou sua coleção, use e abuse das formas</p><p>para inovar na criação de novas golas e lapelas.</p><p>Outro detalhe bastante comum em nosso ves-</p><p>tuário são os bolsos, que se tratam de “um pedaço</p><p>de tecido que preso a qualquer parte do vestuário,</p><p>forma um compartimento para guardar objetos”</p><p>(CATELLANI; PEARSON, 2003, p. 551). A autora</p><p>afirma, ainda, que existe uma grande variedade deles</p><p>como: bolso chapado, com lapela, com pregas, bolso</p><p>de colete, de calça, enfim, uma infinidade de mode-</p><p>los que faz parte das roupas que utilizamos.</p><p>Ao desenhar um bolso, todos os detalhes devem</p><p>ser observados, principalmente em relação à posi-</p><p>ção, tamanho e formato dele em uma peça de roupa.</p><p>Apresentarei alguns exemplos de bolso que</p><p>você, certamente, já conhece, mas as ilustrações</p><p>tem por objetivo auxiliá-lo no momento em que</p><p>for desenhar. Não se esqueça disso, as imagens</p><p>apresentadas neste livro são apenas uma base para</p><p>o seu aprendizado.</p><p>Primeiramente, apresento alguns modelos de</p><p>bolsos chapados. Esses bolsos se caracterizam por</p><p>apresentar formato quadrado ou retangular e estar</p><p>costurados sobre a peça de roupa, como se fosse uma</p><p>aplicação (CATELLANI; PEARSON, 2003). Um dos</p><p>exemplos mais comuns se refere ao bolso dianteiro da</p><p>calça jeans.</p><p>Observe os modelos na Figura 14.</p><p>Para a ilustração de Moda, assim como os</p><p>detalhes de qualquer peça do vestuário, é de</p><p>suma importância que você seja um bom ob-</p><p>servador. Observe como as peças se compor-</p><p>tam no corpo das pessoas, como elas vestem</p><p>e quais são suas proporções em relação ao</p><p>corpo, comprimento e largura, por exemplo.</p><p>REFLITA</p><p>DESIGN</p><p>31</p><p>Figura 14 - Bolsos chapados</p><p>Fonte: Leite; Velloso (2011, p. 127).</p><p>DESENHO DE MODA</p><p>32</p><p>Há apresentação na Figura 14 de doze modelos</p><p>de bolso, cada um com sua devida nomenclatura,</p><p>que identifica o formato deles. Observe o bolso</p><p>básico, o primeiro a aparecer, ele não apresenta</p><p>costura ou detalhes, é muito utilizado em cami-</p><p>sas masculinas.</p><p>Agora, se você observar o restante dos modelos</p><p>verá que todos eles apresentam costuras aparentes,</p><p>assim como uma infinidade de detalhes. Todos os</p><p>detalhes dos bolsos devem ser marcados, inclusive</p><p>as costuras, quando elas são aparentes.</p><p>Observe o bolso de trás de uma calça jeans, por</p><p>mais simples que ele seja, as costuras são aparentes,</p><p>assim como outros detalhes. Quando estiver ilus-</p><p>trando um bolso lembre-se de desenhar as costuras,</p><p>que são fundamentais para o momento da constru-</p><p>ção de uma peça (STIPELMAN, 2015).</p><p>Em uma confecção seu desenho será a base para</p><p>a construção da roupa, portanto ilustre todos os de-</p><p>talhes, pois os profissionais que dão continuidade ao</p><p>processo de produção irão produzir apenas aquilo</p><p>que está no desenho (LEITE; VELLOSO 2011).</p><p>Além dos bolsos chapados temos, também,</p><p>aqueles utilizados na lateral, além de modelos mais</p><p>volumosos, especialmente na calça jeans. Vejamos</p><p>os exemplos na Figura 15.</p><p>DESIGN</p><p>33</p><p>Figura 15 - Bolsos laterais e bolsos com volume</p><p>Fonte: Leite e Velloso (2011, p. 129).</p><p>DESENHO DE MODA</p><p>34</p><p>Observe na parte superior da Figura 15 a presença</p><p>de bolsos laterais, muito utilizados em calças jeans</p><p>ou sociais. Já na parte de baixo, vemos alguns exem-</p><p>plos de bolsos abaulados, mais comuns para o vestu-</p><p>ário feminino e/ou infantil. Esses são apenas alguns</p><p>entre os modelos existentes, você pode criar novos,</p><p>não se esqueça disso.</p><p>Além desses detalhes, vamos ver como são de-</p><p>senhadas as rendas e os bordados. Diferente de bol-</p><p>sos, lapelas e golas, as rendas e bordados podem ser</p><p>aplicadas à peça com o intuito de ornamentá-las.</p><p>Esses elementos são muito comuns no vestuário fe-</p><p>minino e infantil.</p><p>Vamos iniciar com as rendas que são considera-</p><p>das “tecidos leves e transparentes de malha aberta,</p><p>fina e delicada, formando desenhos variados pelo</p><p>entrelaçamento de fios de algodão, seda, ouro e pra-</p><p>ta” (CATELLANI; PEARSON, 2003, p. 681). As ren-</p><p>das podem ser feitas à mão ou mecanizadas.</p><p>Primeiramente, você deve ter em mente que</p><p>a renda é formada por uma tela, ou seja, um tule</p><p>e por cima desse tule são elaborados os desenhos</p><p>da renda, normalmente motivos florais (STIPEL-</p><p>MAN, 2015).</p><p>Então, para ilustrar a renda, inicialmente, você</p><p>fará o desenho do croqui, a base do desenho. Se você</p><p>deseja fazer um vestido com renda na parte de cima,</p><p>desenha a estrutura da peça, as mangas e o corpete.</p><p>Feito o desenho básico você deve desenhar uma tela,</p><p>com linhas suaves na diagonal da peça formando</p><p>um pequeno quadriculado.</p><p>Com o quadriculado em toda a parte em que vai</p><p>a renda, você deve acrescentar os detalhes, as flores</p><p>ou ornamentos que deseja colocar na renda. Obser-</p><p>ve a Figura 16 que traz um exemplo de renda.</p><p>Inicialmente a renda era limitada ao figurino</p><p>utilizado na corte e entre os membros do cle-</p><p>ro, normalmente em tecidos de fio de prata,</p><p>de ouro ou de seda. Nos séculos XVII e XVIII</p><p>ela já se estendia aos detalhes de acessórios</p><p>criados para enfeitar os cabelos, a babados,</p><p>aventais e adornos de vestidos.</p><p>No princípio do século XIX a renda já era algo</p><p>usualmente presente em vestidos, casacos,</p><p>luvas, enfeites de guarda-sóis, lenços, xales,</p><p>mimos, mantilhas lançadas sobre os ombros,</p><p>entre outras peças do vestuário. Como hoje,</p><p>em pleno século XXI, quando ela é encontrada</p><p>nos pormenores do figurino feminino.</p><p>Fonte: Santana ([2017], on-line)2.</p><p>SAIBA MAIS</p><p>Figura 16 - Estrutura da renda</p><p>Fonte: Shutterstock.</p><p>DESIGN</p><p>35</p><p>Caro(a) aluno(a), preste muita atenção, observe que</p><p>a base da renda é feita de tela. Essa mesma tela você</p><p>deve desenhar no seu croqui em todo o espaço que</p><p>será coberto pela renda. Com a tela, já desenhada,</p><p>você deve acrescentar os detalhes, flores, folhas, ra-</p><p>mos, enfim, o que lhe agradar.</p><p>Na figura 17, identificamos o desenho de um</p><p>croqui com o trabalhado em renda.</p><p>Figura 17 - Vestido com renda</p><p>Fonte: Stipelman (2015, p. 354).</p><p>Ainda na figura 17, observa-se claramente o pre-</p><p>enchimento de fundo da renda em forma de tela fei-</p><p>ta a lápis com traços leves e com traços mais firmes</p><p>os desenhos da renda.</p><p>Cabe, ainda, destacar que existem as aplicações</p><p>de renda, em que ela é recortada e aplicada apenas</p><p>em alguns lugares do vestido, imitando um bordado,</p><p>como apresentamos na próxima figura.</p><p>Figura 18 - Vestido com aplicação de renda</p><p>Fonte: Cleverson desenhos de moda (2017, on-line)3.</p><p>DESENHO DE MODA</p><p>36</p><p>Na figura 18 vemos que o vestido tem apenas aplica-</p><p>ções de renda, ao invés de apresentar grandes partes</p><p>com ela. Essa é uma característica bem comum, frente</p><p>a grande variedade de rendas disponíveis no mercado.</p><p>Observa-se que na Figura 18, o desenhista não</p><p>detalhou a renda, mas fez um trabalhado em curvas</p><p>e pontas com a caneta para marcar o local em que a</p><p>mesma estará presente. Essa técnica é bastante co-</p><p>mum, pois ao lado do croqui você pode colocar uma</p><p>imagem da renda que será aplicada naquele local.</p><p>Outro cuidado que você deve ter é pesquisar a</p><p>renda que quer desenhar. Você pode criar a sua, mas</p><p>no momento da confecção de um vestido você deve-</p><p>rá utilizar a renda que encontrar nas lojas de tecido,</p><p>pois dificilmente confeccionará uma.</p><p>Para melhorar suas habilidades de desenho de</p><p>renda e para ampliar seu conhecimento sobre ela, é</p><p>de suma importância que você visite uma loja de te-</p><p>cido e compre alguns pedaços ou, então, busque ima-</p><p>gens de renda na internet e crie um acervo digital.</p><p>Com um acervo em mãos, no momento de de-</p><p>senhar seu croqui, fica muito mais fácil se você já</p><p>tem uma ideia da renda que quer usar. Catellani e</p><p>Pearson (2003) destaca que há várias rendas diferen-</p><p>tes, algumas delas são trabalhadas apenas com fios,</p><p>já outras possuem pedrarias e lantejoulas.</p><p>Além das rendas, temos os bordados como ade-</p><p>reço. Do mesmo modo que as rendas, os bordados</p><p>são uma aplicação específica à peça de vestuário,</p><p>e pode ser feito com linha ou com pedraria (CA-</p><p>TELLANI; PEARSON, 2003). Ao contrário da ren-</p><p>da que já vem pronta, o bordado pode ser criado,</p><p>você pode desenhar o que desejar e enviar a uma</p><p>bordadeira que fará o trabalho, e/ou procurar uma</p><p>empresa que realize bordados mecanizados.</p><p>Os bordados com linha são feitos à máquina, as-</p><p>sim você deve desenhar o que deseja, desde flores,</p><p>figuras, palavras e levá-los até uma empresa que os</p><p>bordará. Observe a Figura 19.</p><p>Figura 19 - Bordado com linha</p><p>Fonte: Shutterstock.</p><p>Os desenhos apresentados na Figura 19 são exem-</p><p>plos de bordados que podem ser utilizados em vesti-</p><p>dos de noiva. Observe que a composição do bordado</p><p>é bastante simples, composta por formas geométri-</p><p>cas e curvas que se repetem. Aliás essa é a ideia, você</p><p>pode desenhar apenas uma das partes do bordado e</p><p>reproduzi-la para que ela dê a sequência do mesmo,</p><p>veremos esse assunto quando falarmos de estampas.</p><p>Além do bordado com fios existe, também,</p><p>aquele realizado com pedrarias, muito comum para</p><p>vestidos de noiva ou de festas em geral. Para ilustrar</p><p>esse tipo de bordado você deve especificar as pedras</p><p>que deseja utilizar e, em seguida, dar forma ao que</p><p>deseja aplicar ao tecido, como mostra a Figura 20.</p><p>DESIGN</p><p>37</p><p>Figura 20 - Bordado com pedraria</p><p>Fonte: Shutterstock</p><p>Essa figura traz o bordado de uma coroa, observe</p><p>que as proporções e as cores das pedras são em for-</p><p>matos diferentes, de forma a compor um mosaico</p><p>que se transforma em uma coroa. Esse é o grande</p><p>desafio de um bordado com pedrarias, ilustrar as</p><p>pedras de forma correta para que as mesmas for-</p><p>mem o desenho desejado.</p><p>Antes de começar a desenhar as pedras, faça a</p><p>estrutura do desenho, a forma que ele deve ter e os</p><p>detalhes que o compõem. Após finalizar o desenho,</p><p>com todos os detalhes, pense nas cores e então esco-</p><p>lha as pedras que quer usar, tais como: pérolas, mi-</p><p>çangas e canutilhos.</p><p>Com as cores e pedras em mente duplique o de-</p><p>senho que você fez, com um traço leve, e comece a</p><p>trabalhar a distribuição das pedras até obter o resul-</p><p>tado desejado. Em muitos casos você o fará mais de</p><p>uma vez até conseguir o resultado esperado.</p><p>Figura 21 - Bordado com pedras e fios</p><p>Fonte: Shutterstock</p><p>Cabe destacar, ainda, que o bordado com pedras e</p><p>fios pode ser trabalhado junto, como ocorre em mui-</p><p>tos casos. Observe essa composição mista na figura 21.</p><p>Como você observou, a intenção é combinar a</p><p>presença de fios e pedras em um único trabalho. A</p><p>flor será bordada com fios, observe no desenho que</p><p>há contraste de cores, alguns dos detalhes da flor</p><p>estão pintadas com cor mais escura, ou seja, essas</p><p>pétalas serão bordadas por inteiro, enquanto outras</p><p>serão trabalhadas em diferentes cores.</p><p>Já os ramos pontilhados serão feitos com pe-</p><p>draria de forma a dar continuidade ao desenho</p><p>central, a flor. Quando você obter o resultado de-</p><p>sejado combine o desenho em tamanhos e posições</p><p>diversas para que ele preencha o espaço desejado</p><p>da peça que você desenhou.</p><p>Caro(a) aluno(a), espero que o conteúdo apresen-</p><p>tado te ajude a entender como ilustrar as golas, lape-</p><p>las, bolsos, rendas e bordados. Nos vemos em breve.</p><p>DESENHO DE MODA</p><p>38</p><p>Aviamentos</p><p>(Pesponto, Botões,</p><p>Bolsos, Lapelas e</p><p>Zíper)</p><p>Olá aluno(a), neste tópico vamos trabalhar com os</p><p>aviamentos. Veremos como ilustrar pespontos, bo-</p><p>tões e zíper.</p><p>Existem muitos outros aviamentos e acabamen-</p><p>tos além desses três, no entanto, eles são fundamen-</p><p>tais na ilustração de moda, pois estão presentes em</p><p>muitas peças. “Os aviamentos são os materiais usa-</p><p>dos tanto para fazer o acabamento como para enfei-</p><p>tar roupas e acessórios. A imensa gama de aviamen-</p><p>tos decorativos inclui botões fivelas, cintos tranças,</p><p>etc.” (FRINGS, 2012, p. 160).</p><p>Em termos de ilustração, é de suma importância</p><p>que você saiba as regras básicas de ilustração desses</p><p>três elementos, os botões, pespontos e zíper. Pode</p><p>parecer simplista, mas ao desenhar uma roupa você</p><p>deve especificar como a mesma é fechada, se utiliza</p><p>zíper, ou botão e em alguns detalhes como no jeans,</p><p>se ela possui pesponto ou não.</p><p>DESIGN</p><p>39</p><p>Os botões surgiram há muito tempo, apro-</p><p>ximadamente 3.000 A. C, na civilização do</p><p>Vale do Indo, contudo, também se mostraram</p><p>presentes na Grécia e também em Roma.</p><p>No final da Idade Média e até o Século XVIII</p><p>os botões eram peças decorativas das rou-</p><p>pas masculinas e femininas. Em muitos casos</p><p>eram feitos de ouro, prata e pedras preciosas.</p><p>Fonte: Laver e Carvalho (2001).</p><p>SAIBA MAIS</p><p>Aluno(a), na verdade não há segredo para a ilus-</p><p>tração dos botões, o que você precisa ter em mente</p><p>é a variedade de botões existentes e a função que ele</p><p>exerce em sua peça de roupa. Quanto à variedade,</p><p>fazer uma visita a qualquer loja de aviamentos e</p><p>montar uma cartela de botões é uma boa opção. As-</p><p>sim, ao ilustrar sua peça de roupa você pode colocar</p><p>do lado a descrição do botão que deseja colocar.</p><p>Referente à função, os botões podem ser funcio-</p><p>nais, quando desempenham papel voltado ao fecha-</p><p>mento da peça. Além disso, podem ser também de-</p><p>corativos, colocados com o intuito de decorar, sem</p><p>apresentar qualquer aspecto funcional.</p><p>Independentemente da função, deve-se ter o</p><p>cuidado ao desenhar os botões quando necessários,</p><p>colocando a quantidade que deseja e o espaçamento</p><p>entre eles da forma que lhe convier.</p><p>Os botões estão muito presentes em peças de al-</p><p>faiataria como camisas, calça social, blazer, casacos,</p><p>bem como calças jeans, vestidos, saias e gola polo</p><p>masculina e feminina. Eles podem ser feitos de plás-</p><p>tico, metal ou materiais naturais como a madeira.</p><p>A Figura 22 traz um exemplo de ilustração</p><p>com botões.</p><p>Iniciemos nossa jornada com os botões. Para</p><p>Frings “os botões são um aspecto muito importan-</p><p>te da roupa, tanto por motivos funcionais como</p><p>de moda. [...] A maioria dos produtores de botões</p><p>acompanham as tendências da moda em cores e es-</p><p>tilos” (2012, p. 167).</p><p>Essa informação é de extrema importância para</p><p>você aluno(a), pois conhecer as tendências e os mo-</p><p>delos de botões disponíveis é fundamental para fa-</p><p>zer uma boa ilustração de moda.</p><p>DESENHO DE MODA</p><p>40</p><p>Figura 22 - Gola polo com botões</p><p>Fonte: Shutterstock.</p><p>Essa figura chama a atenção em dois aspectos:</p><p>os botões e o pesponto. Vamos falar dos botões, ini-</p><p>cialmente. Um dos detalhes a ser visto quando está</p><p>desenhando é como vestir a roupa. No caso da Figu-</p><p>ra 22 os botões são colocados para possibilitar uma</p><p>abertura maior no momento de vestir. Neste caso, os</p><p>botões são decorativos e também funcionais.</p><p>Nessa ilustração foram utilizados três botões do</p><p>mesmo tamanho e com espaçamento idêntico entre</p><p>eles. Você deve sempre prestar atenção a esse deta-</p><p>lhe, a quantidade de botões que vai usar e o espaça-</p><p>mento dos mesmos.</p><p>Outro aspecto a ser destacado, aqui, se refere ao</p><p>pesponto, que consiste em um “elemento decorativo</p><p>ou funcional aplicado a medida que a peça é mon-</p><p>tada. É geralmente aplicado em volta das golas, nas</p><p>partes de cima dos bolsos e nas costuras laterais, em</p><p>fios de tons diferentes para contrastar” (CATELLA-</p><p>NI; PEARSON, 2003, p. 603).</p><p>Encontramos o pesponto da imagem nos om-</p><p>bros e nas cavas, nos quais o corpo e a manga se</p><p>unem. Você deve tomar cuidado para não confundir</p><p>o pesponto com uma costura, pois são coisas dife-</p><p>rentes.</p><p>Observe que na manga e na barra da camisa</p><p>aparece duas costuras paralelas, elas são feitas para</p><p>dar acabamento à peça.</p><p>Os pespontos são muito utilizados em peças</p><p>confeccionadas com jeans, desde camisas, calças,</p><p>saias e shorts. Observe esse detalhe na calça que será</p><p>apresentada a seguir.</p><p>DESIGN</p><p>41</p><p>Figura 23 - Pesponto</p><p>Fonte: Shutterstock.</p><p>Caro(a) aluno(a), observe que a calça jeans apresen-</p><p>ta costuras decorativas em outra cor e é traçada com</p><p>o fio mais grosso. Esse detalhe é chamado de pes-</p><p>ponto e se encontra presente no cós, na lateral da</p><p>calça e nos bolsos.</p><p>No recorte, à direita, onde o bolso da frente e o</p><p>de trás estão em evidência pode-se observar o pes-</p><p>ponto em detalhes. O pesponto colocado no bolso</p><p>de trás, normalmente, é trabalhado como elemento</p><p>decorativo de mais visibilidade, apresentando dese-</p><p>nhos diferenciados, assim como será apresentado na</p><p>próxima imagem.</p><p>DESENHO DE MODA</p><p>42</p><p>Na Figura 24 temos a calça jeans completa, no lado</p><p>direito a presença de bolsos variados com diferentes</p><p>tipos de pesponto. No entanto, esse não é o único deta-</p><p>lhe a aparecer, observe que os bolsos possuem rebites,</p><p>pequenas tachas de metal colocadas como decoração.</p><p>Observe que nessa figura, também, foi desenha-</p><p>do como será a estrutura do zíper, com a braguilha e</p><p>o botão de fechamento. Em calças jeans é muito co-</p><p>Figura 24 - Calças e bolsos</p><p>fonte: Shutterstock.</p><p>mum utilizar os botões como decoração, colocando</p><p>mais de um botão ou fileiras de botões na parte da</p><p>frente para fechar e decorar a peça.</p><p>Outro elemento muito comum para fechar as</p><p>peças é o zíper, que se refere a uma peça de metal</p><p>composta por duas “correntes” dentadas com um fe-</p><p>cho que as conecta, permitindo que, a mesma, abra</p><p>e feche. A Figura 25 traz a ilustração.</p><p>DESIGN</p><p>43</p><p>Figura 25 - Zíper</p><p>Fonte: Shutterstock.</p><p>Esse aviamento é muito utilizado em peças femini-</p><p>nas, masculinas e infantis, no fechamento de jaque-</p><p>tas e calças, que são peças mais esportivas. Ele pode</p><p>ser visível, como em jaquetas ou invisível como em</p><p>calças sociais e vestidos.</p><p>O modelo que foi apresentado é básico, mas o</p><p>zíper existe em diferentes cores, comprimentos e</p><p>espessuras, com fechos variados em formatos e ta-</p><p>manhos - basta uma visita a uma loja de aviamentos</p><p>para conhecer a variedade existente.</p><p>A seguir podemos conferir como o zíper é empregado.</p><p>DESENHO DE MODA</p><p>44</p><p>Figura 26 - Casaco com zíper</p><p>Fonte: Shutterstock.</p><p>Nessa imagem o zíper é utilizado na abertura do ca-</p><p>saco, observe que a jaqueta possui a abertura com zí-</p><p>per em tamanho grande (lembrando que a corrente</p><p>do zíper possui diversos tamanhos).</p><p>Caro(a) aluno(a), esses são apenas alguns deta-</p><p>lhes de composição de aviamentos, existem muitos</p><p>outros. No entanto, esses são elementos básicos aos</p><p>quais você deve estar atento. Espero que o conteúdo,</p><p>aqui, apresentado seja capaz de ajudá-lo na ilustra-</p><p>ção de moda. Até breve.</p><p>Caso você deseje especificar melhor algum</p><p>detalhe de uma peça que não ficou muito</p><p>visível, basta desenhá-lo em tamanho maior</p><p>ao lado do croqui e especificar do que se trata,</p><p>como foi feito na figura 26.</p><p>REFLITA</p><p>45</p><p>considerações finais</p><p>P</p><p>rezado(a) aluno(a), o objetivo desta unidade consiste em expor algu-</p><p>mas das formas de representar elementos básicos do desenho de moda,</p><p>mais especificamente aqueles relacionados aos detalhes do vestuário.</p><p>Ao apresentar os conteúdos voltados ao desenho de pregas drape-</p><p>ados e franzidos, na primeira parte desta unidade, assim como golas, lapelas,</p><p>bolsos, rendas e bordados na segunda parte, e, por fim, a ilustração de alguns</p><p>elementos ligados aos aviamentos, procuro oferecer, a você, a oportunidade de</p><p>ampliar seus conhecimentos sobre ilustração e aprimorar sua técnica de repre-</p><p>sentação de detalhes.</p><p>Acima de tudo, você deve aprender a ser um bom observador. O ato de de-</p><p>senhar está ligado à capacidade de transpor as ideias para o papel, o que exige,</p><p>não somente habilidade, mas o conhecimento sobre alguns detalhes do vestuário.</p><p>Ao observar as peças sobre o corpo, as proporções e os formatos dos ele-</p><p>mentos que compõem uma peça, você dará um grande passo para se tornar um</p><p>desenhista de moda. Outro aspecto importante é saber como esses elementos se</p><p>constroem, que é justamente o que foi apresentado aqui.</p><p>Entre todos os elementos apresentados nesta unidade, os mais complexos re-</p><p>ferem-se às rendas e bordados, pois exigem maior atenção no momento do dese-</p><p>nho. Contudo, a prática constante e a observação farão com que você aprenda a</p><p>trabalhar com esses elementos.</p><p>Outros dois elementos aos quais você deve estar atento são os botões e o zíper,</p><p>pois eles demonstram como a peça será fechada e como podem funcionar como</p><p>ornamentação também. O importante é que você coloque todos os detalhes pos-</p><p>síveis em seus desenhos, de modo a orientar o observador.</p><p>Acredito que o que lhe foi apresentado seja capaz de ajudá-lo. Até breve!</p><p>46</p><p>LEITURA</p><p>COMPLEMENTAR</p><p>Para Riegelman (2006a, p. 9), são dois os motivos pelos quais os desenhos de moda são</p><p>realizados: “Primeiro, para ilustrar de que maneiras as roupas que já existem podem ser</p><p>modificadas pela posição, luz, estilo de cabelo, tom de pele, acessórios e outras variáveis</p><p>[…]”. Neste propósito, o desenho funcionaria no sentido de comunicar informações sub-</p><p>jetivas sobre o produto, por exemplo, a que público se destina, em que ocasião pode ser</p><p>usado, qual a sensação que o produto provoca, entre outros. Em segundo lugar, “para pro-</p><p>jetar novas vestimentas e acessórios” - neste sentido, o desenho é visto como ferramenta</p><p>de concepção de produtos, com o objetivo de comunicar formas, texturas, acabamentos,</p><p>entre outros detalhamentos, para algo que ainda não foi concretizado.</p><p>Outros autores, tais como Jones (2005), Gragnato (2007), Morris (2006), Blackman (2007),</p><p>Suono (2007) e Duarte (2010), entre outros, aprofundam ainda mais estas questões, ex-</p><p>plicitando com outros detalhes cada um dos objetivos do Desenho de Moda. Apesar de</p><p>nem sempre utilizarem a mesma nomenclatura para os tipos de desenho ou mesmo que</p><p>às vezes os conceitos se misturem, pode-se dizer que concordam e se complementam</p><p>em diversos pontos.</p><p>Neste trabalho serão esclarecidas todas as linguagens de desenho citadas pelos autores</p><p>acima, algumas vezes alterando a nomenclatura utilizada por eles, na tentativa de traduzir</p><p>e agrupar as colocações de todas as publicações. Tais linguagens são listadas a seguir:</p><p>1. Desenhos de esboço: registros gráficos que possuem o objetivo de expressar</p><p>ideias que ainda não estão totalmente formuladas, orientando os processos de</p><p>criação e busca por soluções.</p><p>2. Desenhos de estilo: são executados para apresentar um projeto de consideração</p><p>para possível fabricação.</p><p>3. Desenhos técnicos: desenhos que têm por finalidade a orientação da fabricação</p><p>de uma peça.</p><p>4. Ilustrações promocionais: têm a função de promover uma marca ou um produto</p><p>de moda por meio da mídia impressa ou eletrônica, transmitindo principalmente</p><p>conceitos, idealismos e comportamentos.</p><p>47</p><p>LEITURA</p><p>COMPLEMENTAR</p><p>Suono (2007) afirma ainda que sendo o corpo o suporte do produto de vestuário, tornam-</p><p>-se essenciais os estudos da anatomia humana e antropometria para o designer de moda</p><p>gerar suas criações. Da mesma forma, estes estudos são também importantes para o dese-</p><p>nho de moda, pois o que se representa no papel deve ter coerência com o que será produ-</p><p>zido. Nesse mesmo sentido, igualmente importante é o conhecimento sobre os diferentes</p><p>tipos de caimentos de tecidos, também conhecido como planejamento.</p><p>Porém, cabe aqui ressaltar que no caso da ilustração de moda promocional, o compromis-</p><p>so com as proporções reais do corpo não existe, já que seu objetivo é a comunicação de</p><p>valores subjetivos, como conceito de marca e estilo de vida, antes mesmo da promoção do</p><p>produto em si. Conforme afirma Gragnato (2007, p.6):</p><p>Diferentemente do desenho técnico e do croqui […], a ilustração permite uma am-</p><p>pliação dos significados subjetivos.</p><p>Entendida aqui como linguagem de representação</p><p>visual, a ilustração de moda traz elementos próprios deste universo e vai mais além,</p><p>incorporando e interpretando elementos culturais e sociais […]. Isto significa dizer que</p><p>a ilustração de moda traz consigo o “pulsar do tempo”, pois carrega traços desse tem-</p><p>po, valores e comportamentos, mudanças e oscilações, que influenciam a percepção</p><p>e a concepção de novas estéticas. Ou seja, a ilustração de moda como análise e inter-</p><p>pretação do espírito do tempo, da época.</p><p>Fonte: Hatadani (2011, on-line).</p><p>48</p><p>atividades de estudo</p><p>1. O desenho de vestuário exige o aprendizado</p><p>do desenho de certos detalhes da roupa. Em</p><p>relação às pregas, plissados, franzidos, baba-</p><p>dos e drapeados, marque V para Verdadeiro e</p><p>F para Falso. Em seguida, assinale a alternati-</p><p>va com a sequência correta.</p><p>( ) O drapeado é utilizado para dar caimento le-</p><p>ves, em formato de cascata.</p><p>( ) Babados podem ser elaborados em formato</p><p>de cascata, em que o tecido cai no sentido</p><p>vertical dando maior movimento à peça.</p><p>( ) Os plissados são pequenas dobras perma-</p><p>nentes no tecido.</p><p>( ) O franzido é formado por meio de um fio que</p><p>perpassa o tecido e quando puxado faz com</p><p>que o tecido se aglomere.</p><p>( ) As pregas são muito empregadas para dar</p><p>volume ao tecido e podem ser utilizadas em</p><p>blusas, calças, saias e vestidos, em qualquer</p><p>peça do vestuário.</p><p>a. F, F, V, V, F.</p><p>b. V, F, V,V, F.</p><p>c. F, V, V, V, V.</p><p>d. F, V, F, V, V.</p><p>e. Nenhuma das alternativas está correta.</p><p>2. As golas são elementos que fazem parte das</p><p>peças de vestuário, sejam elas femininas, mas-</p><p>culinas ou infantis. Referente às golas, assinale</p><p>a alternativa correta.</p><p>a. A gola é composta por duas partes, a inferior</p><p>e a superior.</p><p>b. A gola pode ser complementada com a pre-</p><p>sença da lapela, como em casacos e blazers</p><p>femininos e masculinos.</p><p>c. A gramatura do tecido não interfere no forma-</p><p>to da gola.</p><p>d. A gola, assim como a lapela, são elementos</p><p>que acompanham o decote da peça e são</p><p>apenas adereços.</p><p>e. Nenhuma das alternativas está correta.</p><p>3. No vestuário feminino as rendas e bordados</p><p>são extremamente comuns. Descreva o pro-</p><p>cesso de ilustração da renda.</p><p>4. Descreve o processo de ilustração de um bor-</p><p>dado com pedrarias.</p><p>5. Referente ao processo de ilustração de avia-</p><p>mentos, leia as assertivas a seguir e assinale</p><p>a alternativa correta.</p><p>I. Os botões são um aspecto muito importante</p><p>da roupa, tanto por motivos funcionais como</p><p>de moda. [...] A maioria dos produtores de bo-</p><p>tões acompanha as tendências da moda em</p><p>cores e estilo.</p><p>II. O pesponto consiste em um elemento deco-</p><p>rativo ou funcional aplicado a medida que a</p><p>peça é montada. É geralmente aplicado em</p><p>volta das golas, nas partes de cima dos bolsos</p><p>e nas costuras laterais, em fios de tons dife-</p><p>rentes para contrastar.</p><p>III. O zíper, que se refere a uma peça de metal</p><p>composta por duas “correntes” dentadas com</p><p>um fecho que as conecta, permitindo que a</p><p>mesma abra e feche.</p><p>IV. Os pespontos são muito utilizados em peças</p><p>confeccionadas com jeans, desde camisas,</p><p>calças, saias, e shorts.</p><p>a. I, II e III estão corretas.</p><p>b. I, II, e IV estão corretas.</p><p>c. II, III e IV estão corretas.</p><p>d. Todas as afirmativas estão corretas.</p><p>e. Nenhuma das alternativas está correta.</p><p>DESIGN</p><p>49</p><p>Moda ilustrada de A a Z.</p><p>Regina Maria Catellani</p><p>Editora: Manole</p><p>Sinopse: Moda Ilustrada de A a Z´ é dividido em dez</p><p>capítulos temáticos, cada qual com verbetes em ordem</p><p>alfabética, uma referência imediata para consulta. Pro-</p><p>fusamente ilustrado, o trabalho exemplifica os mais di-</p><p>versos estilos da indumentária ao longo dos tempos, os</p><p>variados ligamentos têxteis, os utensílio e as técnicas de</p><p>costura, as múltiplas peças que constituem o vestuário,</p><p>os acessórios e complementos da moda. A obra certa-</p><p>mente contribuirá para ampliar o conhecimento no con-</p><p>texto da “anatomia da roupa”, e facilitará o entendimen-</p><p>to do leitor ou de quem se dedica ao estudo da moda.</p><p>Sinopse: Desenho de rendas: nesse vídeo você verá outras técnicas de desenho de renda, o</p><p>que inclui os materiais utilizados. A metodologia utilizada é simples e possibilita um bom aca-</p><p>bamento para iniciantes. Você pode saber mais sobre o assunto, por meio do linkdisponível</p><p>em: <https://www.youtube.com/watch?v=Wc6pQkwRzAs>.</p><p>Sinopse: Desenho de babados e franzidos: neste vídeo são apresentados os detalhes da</p><p>ilustração de babados e franzidos, bem como os contornos e cromatização para ampliar a</p><p>sensação de movimento. Você pode saber mais sobre o assunto, por meio do link disponível</p><p>em: <https://www.youtube.com/watch?v=iVCbbZRoE5o></p><p>50</p><p>referências</p><p>ABLING, B. Desenho de moda. 5. ed. Norte - Americana. São Paulo: Blücher,</p><p>2011. V. 2.</p><p>ABLING, B.; MAGGIO, K. Moulage, modelagem e desenho: prática integrada.</p><p>Tradução: BUCHWEITZ, C.; MARTINS, L. Porto Alegre: Bookman, 2014.</p><p>BRYANT, M; CANÊDO, J. Desenho de moda: técnicas de ilustração para estilis-</p><p>tas. São Paulo: Senac São Paulo, 2012.</p><p>CATELLANI, R. M.; PEARSON, L. H. F. Moda ilustrada de A a Z. Barueri: Ma-</p><p>nole, 2003.</p><p>CHATAIGNIER, G. Fio a fio: tecidos, moda e linguagem. São Paulo: Estação das</p><p>Letras, 2006.</p><p>FRINGS. G. Moda: do conceito ao consumidor. 9. ed. Porto Alegre: Bookman,</p><p>2012.</p><p>GRAGNATO, L. O desenho no design de moda. 2008. 86F. Dissertação (Mestra-</p><p>do) - Universidade Anhembi Morumbi, São Paulo, 2008. Disponível em:</p><p><http://ppgdesign.anhembi.br/wp-content/uploads/dissertacoes/09.pdf>.</p><p>Acesso em: 22 mar 2017.</p><p>HATADANI, P. S. Diretrizes para o ensino do desenho de moda: um estudo</p><p>de caso na cidade de Londrina e Região. 2011. 135 p. Dissertação (Mestrado)</p><p>– Universidade Estadual Paulista. Faculdade de Arquitetura, Artes e Comu-</p><p>nicação, Bauru, 2011. Disponível em: <https://www.google.com.br/url?sa=-</p><p>t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=19&ved=0ahUKEwjny_b_66DPAh-</p><p>VDF5AKHb_nAW0QFghbMBI&url=https%3A%2F%2Fwww.faac.unesp.</p><p>br%2FHome%2FPos-Graduacao%2FMestradoeDoutorado%2FDesign%2F-</p><p>Dissertacoes%2Fpaula-da-silva-hatadani.pdf&usg=AFQjCNG2mTYP_-avb_</p><p>xLf68BxTn4YWwEig&sig2=3gpeVPfef1FaONC9qXBowQ.>. Acesso em: 17</p><p>mar. 2017.</p><p>51</p><p>referências</p><p>JONES, S. J. Fashion design. 2. ed. São Paulo: Cosac Naify, 2005.</p><p>LAVER, J; CARVALHO, G. M. M. A roupa e a moda: uma história concisa. São</p><p>Paulo: Companhia das Letras, 2001.</p><p>LEITE, A. S; VELLOSO, M. D. Desenho técnico de roupa feminina. 3. ed. Rio de</p><p>Janeiro: Senac Nacional, 2011.</p><p>MORRIS, B; BIDERMAN, I. Fashion illustrator: manual do ilustrador de moda.</p><p>São Paulo: Cosac Naify, 2007.</p><p>STIPELMAN, S. Ilustração de moda: do conceito à criação. 3. ed. Porto Alegre:</p><p>Bookman, 2015.</p><p>TREPTOW, D. Inventando moda: planejamento de coleção. 5. ed. São Paulo:</p><p>Autora, 2013.</p><p>REFERÊNCIAS ON-LINE</p><p>1Em: <https://notinhasonline01.wordpress.com/category/moda/page/66/>.</p><p>Acesso em: 17 mar. 2017.</p><p>2Em: <http://www.maggnificas.com.br/2012/07/glossario-de-moda-plissado.</p><p>html>. Acesso em: 17 mar. 2017.</p><p>3Em:<http://cleversondesenhosdemoda.blogspot.com.br/2011/01/um-vestido-</p><p>-de-noiva-estilo-princesa.html>. Acesso em: 17 mar. 2017.</p><p>52</p><p>gabarito</p><p>1. C</p><p>2. B</p><p>3. A base da renda é feita de tela. Essa mesma tela você deve desenhar no</p><p>seu croqui em toda o espaço que será ocupado pela renda. Com a tela já</p><p>desenhada você deve acrescentar os detalhes, flores, folhas, ramos, enfim,</p><p>o que lhe agradar.</p><p>4. Antes de começar a desenhar as pedras, faça a estrutura do desenho, a forma</p><p>que ele deve ter, os detalhes que o compõem. Após finalizar o desenho com</p><p>todos os detalhes pense nas cores e, então, escolha as pedras que quer usar,</p><p>tais como: pérolas, miçangas, canutilhos. Com as cores e pedras em mente</p><p>duplique o desenho que você fez com um traço leve e comece a trabalhar a</p><p>distribuição das pedras até obter o resultado desejado. Em muitos casos você</p><p>o fará mais de uma vez até conseguir o que deseja.</p><p>5. D</p><p>UNIDADE II</p><p>Professora Dra. Paula Piva Linke</p><p>Plano de Estudo</p><p>A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta</p><p>unidade:</p><p>• Trajes Femininos</p><p>• Trajes Masculinos</p><p>• Trajes Infantis</p><p>Objetivos de Aprendizagem</p><p>• Aprimorar as habilidades referentes ao traçados de roupas</p><p>femininas, masculinas e infantis.</p><p>• Promover o entendimento das diversas peças de roupa</p><p>que compõem o vestuário.</p><p>• Apresentar peças básicas do vestuário feminino e seu</p><p>processo de ilustração.</p><p>• Apresentar os trajes masculinos e como se dá a ilustração</p><p>da alfaiataria.</p><p>• Expor como devem ser ilustradas as roupas infantis.</p><p>PRINCÍPIOS BÁSICOS DO</p><p>DESENHO DE MODA</p><p>II</p><p>unidade</p><p>INTRODUÇÃO</p><p>Olá caro(a) aluno(a), nesta unidade você, finalmente, colocará a mão na</p><p>massa, irá executar o que aprendeu e desenhará peças do vestuário. Lem-</p><p>bre-se que todo o conhecimento apreendido, até o momento, deve ser</p><p>colocado em prática a partir deste momento.</p><p>O que você irá aprender aqui é o planejamento, a capacidade de dar</p><p>volume e tridimensionalidade ao tecido, de forma que o desenho expres-</p><p>se como se a roupa estivesse realmente vestida em um corpo. Todas as</p><p>dobras e volumes devem ser representados de forma a tornar o desenho</p><p>o mais próximo da realidade.</p><p>Nesta unidade você verá como ilustrar peças do vestuário feminino,</p><p>masculino e infantil. Mais do que simplesmente apresentar ilustrações,</p><p>esta unidade explica quais as principais peças do vestuário, sua nomen-</p><p>clatura, descrição e algumas instruções para sua correta ilustração.</p><p>Apresentaremos o vestuário feminino com saias, vestidos, calças, blu-</p><p>sas e outras peças que o compõem. Referente ao vestuário masculino, o</p><p>tópico será dividido em duas partes, com roupas casuais e alfaiataria.</p><p>Os trajes de alfaiataria exigem atenção especial no momento da ilus-</p><p>tração, pois essas peças não apresentam elasticidade, assim, os recortes</p><p>e pences devem ser representados, da mesma maneira que os botões e o</p><p>zíper que permitem ao usuário vestir a peça.</p><p>O mesmo será feito com o vestuário infantil, principalmente em rou-</p><p>pas para bebês, visto que as proporções do corpo infantil são diferentes</p><p>daquelas do corpo adulto.</p><p>Todas essas instruções têm por objetivo conduzir você a compreender</p><p>a composição das peças de roupa para que seja capaz de ilustrá-las de for-</p><p>ma mais adequada possível, além de aprender a identificar cada uma delas.</p><p>DESENHO DE MODA</p><p>58</p><p>Trajes Femininos</p><p>Olá aluno(a), nesta unidade você verá como ilustrar</p><p>trajes femininos. Serão apresentadas algumas peças</p><p>básicas, a nomenclatura e a descrição dessas peças,</p><p>bem como dicas para auxiliá-lo na ilustração.</p><p>Antes de começar com o desenho em si, há uma</p><p>divisão do vestuário que você deve conhecer. Primei-</p><p>ramente referente às especificidades do tecido, visto</p><p>que existe malha e o tecido plano, além do vestuário</p><p>de malha, como as camisetas, a alfaiataria e peças</p><p>de roupa elaboradas com tecidos sem elasticidade,</p><p>o que exige maior atenção no momento do desenho.</p><p>Você deve estar atento ao processo de vestir a</p><p>peça de roupa, desse modo, seu desenho deve ex-</p><p>pressar de que maneira essa peça se adapta ao corpo</p><p>(ABLING; MAGGIO, 2014).</p><p>Quando se fala em alfaiataria as primeiras peças</p><p>a serem lembradas são os ternos, sejam eles femini-</p><p>nos ou masculinos, ou seja, a alfaiataria está ligada</p><p>às roupas sociais, sejam elas masculinas, femininas</p><p>ou infantis (LEITE; VELLOSO, 2011).</p><p>Em relação aos trajes femininos, temos os bla-</p><p>zers, terninhos, camisas, calças e saias sociais. To-</p><p>DESIGN</p><p>59</p><p>das as peças do vestuário, sejam elas de tecidos de</p><p>malha ou plano, são divididas em tops, bottons e</p><p>dresses (TREPETOW, 2013). Para Frings (2012),</p><p>essa divisão expressa a que parte do corpo a peça</p><p>se refere. Os tops representam superior do corpo, o</p><p>tronco, assim, todos tipos de blusas, jaquetas e de-</p><p>mais peças que cubram a parte superior do corpo</p><p>estão nessa categoria.</p><p>Frings (2012), ainda descreve os bottons, que se</p><p>referem a parte de baixo do corpo, que são as pernas.</p><p>Assim, todos os modelos de saias, calças, bermudas,</p><p>shorts e demais peças do vestuário atreladas a essa</p><p>parte do corpo estão incluídas nessa categoria.</p><p>Os tops e bottons estão presentes no vestu-</p><p>ário masculino, feminino e infantil, no entanto,</p><p>o mesmo não ocorre com os vestidos ou dresses.</p><p>Jones (2005), salienta que a categoria dresses diz</p><p>respeito aos vestidos, portanto, é uma categoria</p><p>exclusivamente feminina.</p><p>Em muitas coleções ou ilustrações você verá es-</p><p>sas três palavras para indicar as categorias já apre-</p><p>sentadas. Treptow (2013), salienta que essas catego-</p><p>rias auxiliam na distribuição da quantidade de peças</p><p>em uma coleção, com isso, serão parte do seu voca-</p><p>bulário de moda.</p><p>Em relação aos tops, Leite e Velloso afirmam</p><p>que “as roupas que cobrem a parte superior do cor-</p><p>po podem ser desenhadas em vários comprimentos</p><p>e recursos de costura, como pences e recortes que</p><p>se ajustam à silhueta sinuosa do corpo feminino”</p><p>(2011, p. 111).</p><p>Leite e Velloso (2011) chamam a atenção para</p><p>os detalhes da roupa ao citar as costuras, recortes e</p><p>pences, pois eles fazem parte do vestuário, no entan-</p><p>to, o autor destaca a sinuosidade do corpo feminino.</p><p>Bryant e Maggio(2012), assim como Stipelman</p><p>(2015), dentre outros autores, ao descrever o corpo</p><p>feminino destacam as saliências do mesmo, bem</p><p>como suas curvas, ou seja, na parte do tronco, o bus-</p><p>to e a cintura.</p><p>Nesse aspecto Abling (2011) salienta que os trajes</p><p>femininos devem acomodar o volume do busto e se ade-</p><p>quar à curvatura da cintura, lembrando que o corpo mas-</p><p>culino não possui tantas curvas ou volumes. A Figura 1</p><p>apresenta uma ilustração de modo que permite observar</p><p>como a roupa se comporta no corpo feminino.</p><p>DESENHO DE MODA</p><p>60</p><p>Figura 1 - O corpo e a roupa</p><p>Fonte: Shutterstock.</p><p>A princípio, podemos verificar na Figura 1 os volu-</p><p>mes do busto e as curvas da cintura. Nesse caso as</p><p>ilustrações apresentam regatas, feitas com tecidos de</p><p>malha, assim não há presença de recortes ou pences</p><p>para que a peça se ajuste ao corpo.</p><p>Caro(a) aluno(a), como as peças não apresentam</p><p>abotoaduras, observe que os decotes são grandes o</p><p>suficiente para permitir a vestibilidade. Caso as mes-</p><p>mas fossem mais fechadas, poderiam apresentar bo-</p><p>tões para facilitar o vestir.</p><p>Outro fato a ser levado em consideração é o mo-</p><p>vimento do tecido sobre o corpo. Vejamos, primei-</p><p>ramente, a imagem da esquerda, nessa figura a rega-</p><p>ta é ajustada ao busto e apresenta maior volume na</p><p>parte de baixo, exibindo ondulações do tecido pelo</p><p>contraste de cores, branco da regata e o cinza que</p><p>representa a sombra. A linha curva na barra da rega-</p><p>ta reforça essa ideia de movimento, mostrando que</p><p>existe uma folga entre o corpo e o tecido.</p><p>Já na imagem central, nota-se que a regata possui</p><p>detalhes em verde, no sentido da vertical. Esses de-</p><p>talhes feitos com tecidos de outra cor permitem um</p><p>ajuste da peça ao corpo, pois são recortes, observe que</p><p>a peça está colada ao corpo e é usada dentro da calça,</p><p>assim não há sobras de tecido ou nervuras que expres-</p><p>sam movimento, mas sim o contorno da silhueta.</p><p>Na imagem da direita observa-se o meio termo</p><p>entre uma regata solta como a da esquerda e uma to-</p><p>talmente justa como a do centro. Analise o desenho</p><p>e veja que a regata retrata pequenas sombras, em um</p><p>DESIGN</p><p>61</p><p>tom levemente mais escuro, apontando o movimen-</p><p>to do tecido sobre o corpo. Isso indica que a peça</p><p>apresenta leve movimento, deixando uma pequena</p><p>folga de tecido.</p><p>Além das diferentes proporções de tecido, a figu-</p><p>ra também permite observar os comprimentos. Na</p><p>imagem da direita a blusa vai até o comprimento do</p><p>quadril, enquanto que a imagem central está dentro</p><p>da calça, podendo ser levemente mais curta.</p><p>Gragnato (2008) salienta que é de extrema im-</p><p>portância estar atento às proporções do corpo no</p><p>momento do desenho, marcando os comprimentos</p><p>e os volumes das peças de roupa.</p><p>O corpo é a base do desenho, assim você deve</p><p>tomar cuidado ao colocar os comprimentos e</p><p>volumes, pois seu desenho será interpretado</p><p>para confecção. Uma boa opção é colocar</p><p>notas explicativas no desenho referente a</p><p>essas informações.</p><p>REFLITA</p><p>Agora que você já tem uma noção dessas informa-</p><p>ções básicas, vamos</p>