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<p>História completa das Assembleias de Deus</p><p>I – AS CHAMADAS DE GUNNAR VINGREN E DE DANIEL BERG</p><p>- Neste dia 5 de junho de 2011, seguindo programação da Convenção Geral das Assembléias</p><p>de Deus no Brasil (CGADB), é momento de as Escolas Bíblicas Dominicais de todo o país</p><p>celebrarem o centenário das Assembléias de Deus no Brasil que, no dia 18 de junho de 2011,</p><p>completarão cem anos de igreja organizada em território nacional.</p><p>- Esta celebração se faz mediante esta lição especial, em que toda a membresia das</p><p>Assembléias de Deus será levada a relembrar como Deus trouxe o evangelho completo para a</p><p>nossa Pátria, de uma forma completamente surpreendente, a fim de mostrar que foi da Sua</p><p>vontade a chegada do movimento pentecostal a este país.</p><p>- A história é, para os servos de Deus, uma das demonstrações de que o plano de Deus para a</p><p>salvação do homem segue sua marcha sem que ninguém possa impedir o cumprimento do</p><p>propósito divinamente estabelecido. Conhecer a história, portanto, é importantíssimo para que</p><p>todos tenham a sua fé acrescida e sua esperança renovada n’Aquele que cumpre pela Sua</p><p>Palavra para a cumprir (Jr.1:12).</p><p>Gunnar Vingren (1879-1933), um dos missionários pioneiros das Assembléias de Deus e</p><p>primeiro pastor da igreja em Belém do Pará</p><p>- Gunnar Vingren nasceu na cidade sueca de Östra Husby no dia 8 de agosto de 1879. Seu pai</p><p>era um jardineiro, mas também dirigente da Escola Dominical da igreja batista onde</p><p>congregava. Assim, desde cedo, ensinou ao seu filho tanto o ofício de jardineiro, que Gunnar</p><p>exerceu até os 19 anos de idade, como a Palavra de Deus.</p><p>- Aos 9 anos de idade apenas, Gunnar sentiu a chamada de Deus na sua vida. Sentia-se</p><p>atraído por Deus de uma forma especial e costumava orar muito, sendo comum reunir outras</p><p>crianças para orar com ele.</p><p>Aos 12 anos de idade, porém, desviou-se dos caminhos do Senhor. Aos 17 anos, porém, em</p><p>1896, entregou-se novamente ao Senhor no culto de vigília do Ano Novo. Em março ou abril de</p><p>1897, foi batizado nas águas e passou a ser o dirigente da Escola Dominical, sucedendo a seu</p><p>pai, o que, segundo seu relato, “…aumentou muito a sua necessidade de Deus e de Sua</p><p>graça”. Temos nos sentido assim, professores de Escola Bíblica Dominical?</p><p>- Em 14 de julho de 1897, ao ler uma revista sobre as grandes necessidades e sofrimentos de</p><p>tribos nativas no Exterior, Gunnar derramou muitas lágrimas e subiu ao seu quarto e ali</p><p>prometeu a Deus pertencer-lhe e se pôs à disposição do Senhor para honra e glória do Seu</p><p>nome, entregando-se, assim, à obra missionária. Em outubro daquele ano, ao entregar tudo</p><p>quanto tinha no seu bolso como oferta para ajudar um irmão a ir ao campo missionário, ao</p><p>voltar para casa, o Espírito Santo lhe falou que ele também seria missionário.</p><p>- Dirigiu a Escola Dominical da igreja de sua cidade até o fim de outubro de 1898, quando,</p><p>então, foi para a escola bíblica em Götabro, Närke, escola que teve duração de apenas um</p><p>mês. Ao término daquela escola, Gunnar Vingren, na companhia de um colega, Soderlund,</p><p>foram à província de Skane como evangelistas, ocasião em que Gunnar foi vitimado de</p><p>papeira, mas, após orações dos irmãos, foi curado por Jesus.</p><p>- Depois dessa experiência, Gunnar foi trabalhar como jardineiro no palácio real de</p><p>Drottningholm. Em outubro de 1899, Gunnar participou de outra viagem evangelística, na</p><p>província de Ostergötland. Em fevereiro de 1900, Gunnar Vingren foi convocado ao serviço</p><p>militar, que durou 68 dias, ocasião em que testificou do Evangelho para os demais soldados.</p><p>- Em junho de 1903, Gunnar Vingren foi atingido pela “febre dos Estados Unidos”, que fazia</p><p>com que muitos suecos emigrassem para o promissor país. Gunnar chegou aos Estados</p><p>Unidos, em Kansas City, no dia 19 de novembro de 1903, onde foi morar com seu tio Carl</p><p>Vingren, que emigrara antes, passando a trabalhar como foguista, tendo depois ido trabalhar</p><p>como porteiro em uma grande casa comercial, voltando a trabalhar como jardineiro</p><p>posteriormente, conseguindo emprego no Jardim Botânico de St. Louis, onde passou a</p><p>congregar numa igreja sueca que ali havia.</p><p>- No fim de setembro de 1904, Gunnar mudou-se para Chicago, a fim de começar um curso de</p><p>quatro anos no seminário teológico sueco dos batistas (sim, amados irmãos, Gunnar Vingren</p><p>estudou teologia, prova de que teologia não é e nunca foi “coisa do diabo”, como,</p><p>inadvertidamente, muitos assembleianos, negando a sua própria origem, pregaram por</p><p>décadas…).</p><p>Durante o curso, Gunnar pregou em várias igrejas, tendo, no final do curso, estagiado como</p><p>pastor em Mountain, no estado norte-americano de Michigan. Gunnar concluiu seus estudos e</p><p>foi diplomado em maio de 1909. Nesse tempo, Gunnar, sentindo a chamada missionária, havia</p><p>entregado uma solicitação para ser enviado como missionário. Após os estudos, assumiu o</p><p>pastor da Primeira Igreja Batista em Menominee, também em Michigan, onde foi pastor de</p><p>junho de 1909 a fevereiro de 1910.</p><p>- A Convenção Geral dos Batistas americanos decidiu que Gunnar seria enviado como</p><p>missionário a Assam, na Índia, juntamente com sua noiva, mas, no meio da convenção,</p><p>Gunnar sentiu que não era esta a vontade de Deus para a sua vida. Gunnar, então, enviou</p><p>uma carta à Convenção, após uma semana de luta interior intensa, desistindo de ir para a Índia</p><p>e, por causa desta decisão, ocorreu o rompimento de seu noivado. Após a tomada desta</p><p>decisão, diz Gunnar que voltou a sentir o poder e a paz de Deus em seu interior, sentimentos</p><p>que haviam desaparecido quando participara daquela convenção.</p><p>- No verão de 1909 (correspondente ao nosso inverno), Gunnar Vingren sentiu grande sede de</p><p>receber o batismo com o Espírito Santo e com fogo, tendo ido, com este propósito, a uma</p><p>conferência batista que seria realizada na Primeira Igreja Batista Sueca em Chicago. Depois de</p><p>cinco dias de busca, Gunnar foi batizado com o Espírito Santo.</p><p>- Retornando para a igreja que dirigia, Gunnar passou a pregar a verdade que Jesus batiza</p><p>com o Espírito Santo e com fogo e, como resultado desta pregação, foi obrigado a deixar a</p><p>igreja, que ficou dividida com a doutrina do batismo com o Espírito Santo. Gunnar, então, foi</p><p>dirigir uma igreja na cidade de South Benda, no estado norte-americano de Indiana. Na</p><p>primeira semana em que começou a pastorear a igreja, dez pessoas foram batizadas com o</p><p>Espírito Santo e a igreja se tornou pentecostal. Gunnar Vingren dirigiu a igreja até o dia 12 de</p><p>outubro de 1910.</p><p>- Nesta igreja, Gunnar Vingren começou a realizar culto de oração na casa de um irmão que</p><p>havia sido batizado com o Espírito Santo, cultos que se realizaram todos os sábados à noite.</p><p>Foi num destes cultos que o Senhor usou o irmão Adolfo Ulldin, que tinha o dom de profecia,</p><p>dizendo que Gunnar deveria ir para o “Pará”, local onde deveria testificar de Jesus, um povo</p><p>que era de nível social muito simples, a quem Gunnar deveria ensinar-lhe os primeiros</p><p>rudimentos da doutrina do Senhor. Naquela ocasião, inclusive, o Senhor fez com que o irmão</p><p>que profetizava falasse a língua daquele povo, tendo sido a primeira vez que Gunnar ouviu o</p><p>idioma português. O Senhor também disse a Gunnar que ele comeria uma comida muito</p><p>simples, mas que o Senhor daria tudo o que fosse necessário.</p><p>Também foi dito que Gunnar casaria com uma moça chamada Strandberg, o que aconteceu</p><p>muitos anos depois, pois Gunnar Vingren se casaria com Frida Strandberg, que passaria a se</p><p>chamar Frida Vingren.</p><p>- Diante desta palavra profética, Gunnar Vingren foi, na companhia do irmão Adolfo Ulldin à</p><p>biblioteca de South Benda, onde descobriram que “Pará” era uma região situada no norte do</p><p>Brasil. Juntamente com os dois, também estava um outro irmão, que Gunnar havia conhecido</p><p>na conferência batista de Chicago, chamado Daniel Hogberg.</p><p>Daniel Berg (1884-1963), um dos missionários pioneiros das Assembleias de Deus no Brasil.</p><p>- Daniel Hogberg, conhecido como Daniel Berg, nasceu na cidade sueca de Vargon em 19 de</p><p>abril de 1884, filho dos batistas Gustav</p><p>Verner Högberg e Fredrika Högberg. Criado na igreja,</p><p>Daniel, aos 17 anos de idade, resolveu emigrar para os Estados Unidos, diante da depressão</p><p>financeira que sofria a Suécia. Daniel partiu para os Estados Unidos em 5 de março de 1902,</p><p>tendo assumido consigo mesmo o propósito de sempre seguir os passos do seu Salvador</p><p>Jesus Cristo e, com o seu auxílio, resistir às tentações. Daniel também decidira servir a Deus</p><p>em amor e respeito que sentia a seus pais.</p><p>- Em 25 de março de 1902, Daniel chegou aos Estados Unidos, indo para Providence, no</p><p>estado norte-americano de Rhode Island, onde, através de amigos da Suécia, conseguiu</p><p>emprego em uma fazenda, onde pasou a tomar conta dos cavalos e das carroças.</p><p>Transferiu-se, depois, para a cidade de Glasport, no estado norte-americano da Pensilvânia,</p><p>onde trabalhou em uma fundição de aço e conseguiu seu diploma de fundidor especializado.</p><p>Obrigado a se filiar a um sindicato após um ano de exercício da profissão, como não se</p><p>interessava por política, Daniel preferiu sair do emprego e arranjou outro, trabalhando por oito</p><p>anos, quando, então, desejou retornar à Suécia para rever seus pais, pretendendo retornar um</p><p>ano após, pois lhe fora prometido um emprego vantajoso numa empresa que vendia frutas por</p><p>atacado.</p><p>- Daniel voltou à Suécia para rever seus pais. Ali descobriu que seu melhor amigo de infância,</p><p>Lewi Pethrus, não mais morava em Vargon, vivendo numa cidade próxima onde pregava o</p><p>Evangelho, inclusive pregando que o batismo com o Espírito Santo. Instigado pela mãe de</p><p>Lewi, Daniel, então, resolveu visitar seu amigo, mas, antes, já interessado na doutrina do</p><p>Espírito Santo, leu a Bíblia com muita atenção sobre o assunto.</p><p>- Daniel foi visitar Lewi Pethrus e, ao chegar à igreja que dirigia, sentou-se e prestou atenção</p><p>para melhor entender o assunto. Após o culto, conversaram longamente acerca da doutrina do</p><p>Espírito Santo e, a partir de então, desejou receber o batismo com o Espírito Santo e passou a</p><p>orar que Deus lhe batizasse, o que aconteceu.</p><p>- Daniel, então, voltou para os Estados Unidos e, na viagem, sentiu do Senhor de entregar sua</p><p>vida totalmente a ele e de pregar o Evangelho. Aguardando que Deus iniciasse essa obra em</p><p>sua vida, começou a trabalhar na casa atacadista de frutas, conforme sua promessa. Daniel foi</p><p>participar da conferência batista em Chicago, a mesma a que tinha ido Gunnar Vingren,</p><p>quando, então, conheceu Gunnar, recém-formado em teologia e desejoso de ir para a obra</p><p>missionária. Nessa ocasião, Gunnar relatou a Daniel que havia recebido o batismo com o</p><p>Espírito Santo e que, com o batismo, adquirira a certeza de que, no futuro, seria missionário</p><p>aonde quer que o Senhor o mandasse.</p><p>- Neste diálogo com Gunnar, Daniel ficou convicto de que estava ali o seu companheiro para a</p><p>obra missionária. Em 1910, diante desta convicção, Daniel mudou-se para South Benda e</p><p>passou a congregar na igreja dirigida por Gunnar Vingren.</p><p>Daniel revelou esta convicção a Gunnar e passaram, então, a orar juntos diariamente e esperar</p><p>que Deus mostrasse o caminho que deveriam seguir. Daniel estava no culto de oração onde o</p><p>irmão Adolfo Ulldin disse que Gunnar deveria ir para o “Pará”. - Num dos cultos de oração, o</p><p>Senhor, então, mandou que Daniel Berg e Gunnar Vingren fossem para Nova Iorque e lá</p><p>tomasse um navio com direção ao “Pará”, navio que sairia no dia 5 de novembro de 1910.</p><p>Obedientemente, Gunnar Vingren deixou a igreja em South Benda e, juntamente com Daniel,</p><p>resolvera, ir para Nova Iorque a fim de iniciar sua viagem ao “Pará”.</p><p>- Ao darem notícia de sua resolução, a igreja não foi receptiva.</p><p>Os irmãos disseram que o clima no Brasil era adverso e que, certamente, ambos os</p><p>missionários não demorariam em retornar. Não prometeram qualquer ajuda financeira e se</p><p>limitaram a dizer que os separariam como missionários, não dando qualquer garantia de</p><p>sustento nem tampouco a aquisição de Bíblias e Novos Testamentos.</p><p>Mesmo diante desta “ducha de água fria”, os dois missionários resolveram obedecer à voz do</p><p>Senhor e foram acrescidos na fé depois que o Espírito Santo falou a Gunnar que se fossem</p><p>nada lhes faltaria.</p><p>- Decididos a partir, após serem devidamente separados para a missão pela sua igreja, tendo</p><p>apenas 90 dólares no bolso, exatamente o necessário para a viagem até o Brasil, foram para</p><p>Chicago, aonde haviam sido recomendados e enviados a uma igreja pentecostal dirigida pelo</p><p>irmão Durham. Durante a visita àquela igreja, o Senhor tocou no coração de Gunnar Vingren</p><p>para que desse todo o seu dinheiro a uma revista pentecostal mantida pelo irmão Durham.</p><p>Após intensa luta com Deus durante a noite, Gunnar resolveu entregar aquele dinheiro para a</p><p>revista. Estavam, pois, sem recurso algum para ir para o Brasil.</p><p>- No dia da despedida de sua igreja, Gunnar Vingren recebeu alguns dólares, mas o dinheiro</p><p>não era suficiente para pagar a passagem até Nova Iorque, sendo suficiente apenas para irem</p><p>até a divisa do Estado de Indiana. Foram, então, a uma igreja em Chicago, onde haviam sido</p><p>convidados antes de partirem de South Benda, convite do pastor B.M. Johnson.</p><p>Foram até a igreja que ele dirigia para se despedirem dos irmãos. O pastor nada lhes deu mas</p><p>pediu aos irmãos que sentissem que dessem uma oferta aos missionários. Os irmãos ofertaram</p><p>diretamente aos missionários e, então, tinham o dinheiro suficiente para a viagem até Nova</p><p>Iorque, pois receberam mais de quatro vezes o que havia sido doado ao irmão Durham.</p><p>-Gunnar e Daniel, então, partiram para Nova Iorque e, numa baldeação da viagem de trem até</p><p>a grande metrópole, Gunnar encontrou-se com um irmão que o conhecia há anos e que</p><p>recebera de Deus ordem para mandar 90 dólares para Gunnar e estava procurando saber o</p><p>endereço de Vingren.</p><p>Ao encontrá-lo na estação de trem, deu graças a Deus e lhe entregou a oferta de 90 dólares</p><p>que o Senhor lhe havia mandado dar.</p><p>Estava, pois, garantida a passagem para a ida até o Brasil! O Senhor fazia cumprir a Palavra</p><p>que dera a Gunnar quando andava um dia pelas ruas de South Benda de que o Senhor nada</p><p>deixaria faltar se ele se dispusesse a ir para o “Pará”!</p><p>- Chegando a Nova Iorque, os dois missionários, conforme a profecia que lhes havia sido dada,</p><p>foram procurar um navio que fosse para o Brasil e zarpasse no dia 5 de novembro. Ali</p><p>chegando, descobriram que navio algum partiria para o Brasil naquela data, não tendo eles</p><p>conseguido lugar em qualquer outro navio. Após alguma espera, porém, descobriram que o</p><p>navio “Clement”, que se atrasara no porto de Nova Iorque para alguns reparos, partiria no dia 5</p><p>de novembro de 1910 para o Brasil, embora não estivesse nas listas de partidas do porto,</p><p>confirmando-se, pois, a profecia, havendo apenas dois lugares no navio.</p><p>Partiram, então, para o Brasil apenas com as maletas de mão, pois, em virtude de uma greve</p><p>no porto, as malas dos missionários ficaram retidas.</p><p>- O navio estava fora do porto e uma pequena embarcação os levou até o navio. Naquela</p><p>embarcação, Gunnar e Daniel ouviram aquele mesmo idioma que haviam ouvido naquele culto</p><p>de oração em que lhes fora revelado que deveriam ir para o “Pará”. Era a língua portuguesa, o</p><p>que lhes fez sentir, uma vez mais, que estavam na direção de Deus.</p><p>- Gunnar e Daniel compraram passagens de terceira classe, pois precisavam economizar</p><p>alguns dólares quando desembarcassem no Pará. A terceira classe era um grande salão com</p><p>divisões e, em cada divisão, havia quatro camas.</p><p>Os passageiros, na hora da refeição, formavam fila para receber os talheres e pratos e depois,</p><p>recebiam como alimento uma sopa de péssima qualidade, tendo, depois, de lavar a louça e</p><p>guardar os talheres para a próxima refeição.</p><p>- Gunnar e Daniel eram os únicos passageiros brancos do navio e somente alguns falavam</p><p>inglês. Um deles, que falava inglês e era companheiro de beliche dos missionários, foi</p><p>evangelizado por Daniel e creu em Jesus como seu Salvador.</p><p>Aproveitava o tempo da viagem para orar, o</p><p>que chegou a incomodar um passageiro que os</p><p>repreendeu, mas, por fim, acabou abrandando seu furor contra os missionários, embora não</p><p>tenha aceitado a Cristo como seu Salvador. Ainda durante a viagem, Daniel foi usado em</p><p>profecia para reafirmar a ambos os missionários que o Senhor estava com eles.</p><p>II – O INÍCIO DA EVANGELIZAÇÃO PENTECOSTAL EM BELÉM DO PARÁ</p><p>- Gunnar e Daniel chegaram a Belém do Pará em 19 de novembro de 1910, sem conhecer</p><p>pessoa alguma, nem sequer sabendo falar a língua portuguesa. Após desembarcarem do</p><p>navio, Gunnar perguntou a Daniel para onde iriam, tendo Daniel respondido que deveriam subir</p><p>uma rua, onde, então, num restaurante, pela primeira vez comeram a autêntica comida</p><p>brasileira.</p><p>- Foram, então, a um parque e ali sentaram num banco de jardim, orando a Deus e buscando</p><p>orientação. Encontraram uma família que havia viajado com eles e que falava inglês e que</p><p>indicaram o hotel onde estavam hospedados. Naquela oportunidade, os missionários tinham no</p><p>bolso a quantia de 4 dólares, equivalente a 16 mil-réis, além de alguns trocados, exatamente o</p><p>valor da diária do hotel. Foram para o hotel e lá encontraram outras pessoas que falavam</p><p>inglês, tendo perguntado se conheciam algum pastor protestante na cidade, sendo que</p><p>ninguém sabia a residência de algum pastor.</p><p>- No dia seguinte, em conversa com um hóspede, este lhes forneceu uma revista em português</p><p>editada por um pastor metodista, tendo então procurado o seu endereço, mas sem êxito. Sem</p><p>saber para onde iam, foram orientados por um homem onde havia um bonde e o tomaram.</p><p>Pouco depois, esse mesmo homem, que tomara outro bonde e chegara primeiro que os</p><p>missionários, começou a acenar para Gunnar e Daniel que, então, desceram do bonde. O</p><p>homem, então, os levou até a casa do pastor metodista, o americano Justus Henry Nelson</p><p>(1850-1937), que viera como missionário para o Pará em 19 de junho de 1880 (Nelson é autor</p><p>de alguns hinos que fazem parte da Harpa Cristã).</p><p>- Ao ser inteirado da situação, Nelson os conduziu até o pastor batista de Belém, Erik Nilsson,</p><p>que também era sueco e tinha vindo como missionário para Belém. Nilsson, no início, buscou o</p><p>batismo com o Espírito Santo durante quatorze dias, mas, quando começou a sentir o poder de</p><p>Deus, como a sua mulher ficara com medo e insistisse em que ele deixasse de buscar o</p><p>revestimento de poder, ele desistiu de buscar o batismo com o Espírito Santo e se tornou</p><p>contrário àquelas manifestações.</p><p>- Nillson disse que precisava de auxiliares para o trabalho e convidou ambos os missionários a</p><p>morarem no porão de sua casa, por 2 dólares diários, tendo eles aceitado a oferta e passado a</p><p>morar ali.</p><p>Logo a notícia da chegada dos missionários ecoou nas quatro igrejas protestantes de Belém e</p><p>os missionários passaram, então, a ser convidados para pregar naquelas igrejas, jamais</p><p>escondendo a mensagem pentecostal.</p><p>- Os missionários foram bem recebidos na igreja batista, pois os diáconos oravam já há algum</p><p>tempo pedindo a Deus que enviassem missionários para Belém e havia a convicção de que</p><p>Gunnar e Daniel eram as pessoas enviadas por Deus em resposta àquelas orações.</p><p>- Um mês após a chegada dos missionários, um irmão presbiteriano chamado Adriano Nobre,</p><p>convidou os missionários para acompanhá-lo numa viagem a casa de seus pais, situado três</p><p>dias de viagem de Belém. Os missionários, então, nesta viagem de rio, tiveram seu primeiro</p><p>contato com a Floresta Amazônica.</p><p>Ficaram um mês e meio ali, onde realizaram pequenas reuniões de oração. Quando</p><p>retornaram para Belém, souberam que, neste período, ocorrera uma revolução em Belém do</p><p>Pará e os missionários entenderam que haviam sido poupados de envolvimento naquele</p><p>conflito.</p><p>- As pessoas começaram a se interessar pela doutrina do Espírito Santo que era pregada pelos</p><p>missionários e os cultos começaram a encher de gente. Como o dinheiro havia acabado e os</p><p>missionários precisavam aprender o português, Daniel foi trabalhar como fundidor, ganhando</p><p>12 mil-réis por dia, dinheiro suficiente para que Gunnar pagasse as suas aulas de português e</p><p>ainda sobrasse dinheiro para que comprassem Bíblias e Novos Testamentos dos Estados</p><p>Unidos, pois não havia quem produzisse a impressão de Bíblias em português no Brasil. À</p><p>noite, quando Daniel voltava do trabalho, Gunnar lhe ensinava a lição de português que havia</p><p>aprendido durante o dia.</p><p>- Havia uma confiança da parte dos batistas de Belém que, quando Gunnar aprendesse o</p><p>português, se tornasse pastor deles. A pregação da doutrina do Espírito Santo, porém, passou</p><p>a incomodar Erik Nillson que, certa feita, disse que parassem os missionários de pregar a</p><p>mensagem do batismo com o Espírito Santo, pois era uma doutrina que “propagava divisões”.</p><p>- Gunnar Vingren, em maio de 1911, dirigiu um culto de oração na igreja batista, a convite dos</p><p>diáconos da Igreja.</p><p>Naquela oportunidade, Gunnar pregou sobre o batismo com o Espírito Santo e, após mostrar</p><p>versículos que confirmavam esta doutrina, percebeu que havia sido bem recebida esta</p><p>mensagem.</p><p>Naquela semana, Gunnar passou a realizar cultos de oração todas as noites na casa de uma</p><p>irmã que tinha uma enfermidade incurável nos lábios e, por isso, não podia assistir ao culto na</p><p>igreja.</p><p>Neste culto, Gunnar perguntou à irmã se cria que Jesus podia curá-la, orou por ela e ela foi</p><p>curada.</p><p>- Na continuidade dos cultos na casa daquela irmã, cujo nome era Celina Martins Albuquerque</p><p>(1874-1969), ela começou a buscar o batismo com o Espírito Santo. Numa quinta-feira, no dia</p><p>8 de junho de 1911, depois do culto, Celina Albuquerque continuou orando em sua casa,</p><p>juntamente com outra irmã, cujo nome era Maria de Nazaré Cordeiro de Araújo.</p><p>A uma hora da madrugada, a irmã Celina começou a falar em novas línguas, o que fez durante</p><p>duas horas, sendo a primeira pessoa batizada com o Espírito Santo em terras brasileiras.</p><p>Irmã Celina Albuquerque, a primeira pessoa a ser batizada com o Espírito Santo em terras</p><p>brasileiras.</p><p>- A irmã Nazaré, no dia seguinte, foi contar aos membros da igreja batista o que havia</p><p>acontecido. Ela e outras irmãs vieram para o culto de oração e, naquela mesma noite, 9 de</p><p>junho de 1911, uma sexta-feira, a irmã Nazaré também foi batizada com o Espírito Santo e</p><p>ainda cantou um hino espiritual.</p><p>Naquele culto, os que ali estavam creram que aquilo era obra de Deus, menos um evangelista</p><p>e a mulher de um diácono. Este evangelista, inclusive, passou a ter um comportamento</p><p>estranho e, no domingo, na igreja, percebeu-se que ele estava diferente. Tratava-se de</p><p>Raimundo Nobre, tio de Adriano Nobre.</p><p>- No dia 13 de junho de 1911, uma terça-feira, ocorreu um culto extraordinário, convocado por</p><p>Raimundo Nobre que, ilegitimamente, passou a comandar a reunião, não deixando sequer o</p><p>pastor Erik Nillson falasse.</p><p>Nesta reunião, foi dito que não se poderia permitir a pregação da mensagem do batismo com o</p><p>Espírito Santo. Entretanto, dezoito irmãos disseram que criam no batismo com o Espírito Santo</p><p>e que, ao contrário do que era ali pregado, não se tratava de algo reservado apenas para os</p><p>dias apostólicos, pois os irmãos estavam experimentando a realidade da cura divina e do</p><p>revestimento de poder.</p><p>Diante do impasse criado, o pastor disse que os missionários não mais poderiam morar em sua</p><p>casa e que os que quisessem segui-los deveriam abandonar a igreja.</p><p>- Os dezoito crentes, então, resolveram deixar a igreja batista e os missionários,</p><p>então,deixaram aquela casa e passaram a realizar cultos nas casas dos irmãos, passando a</p><p>realizar cultos na casa da irmã Celina Albuquerque, onde passaram a morar, na rua Siqueira</p><p>Mendes, 67.</p><p>Eis os nomes dos primeiros crentes pentecostais do Brasil (na reunião, havia 18 crentes, mas</p><p>dois que não estavam na reunião resolveram acompanhar os demais): José Plácido da Costa e</p><p>sua esposa Maria Piedade da Costa, Alberta Mendes Garcia (esposa de Adriano P. Nobre);</p><p>Antônio Mendes Garcia; Joaquim da Silva e Benvinda Saraiva da Silva (esposa);</p><p>Henrique</p><p>Albuquerque e Celina Albuquerque (esposa); Emilia Dias Rodrigues; Manoel Maria Rodrigues e</p><p>Jezusa Dias Rodrigues (esposa); Joana Dias Dominguez; João Dias Dominguez e Raimunda</p><p>Dominguez (esposa); José Batista de Carvalho e Maria José Pinto de Carvalho (esposa);</p><p>Josina Galvão Batista; Manoel Dias Rodrigues; Maria Joana Soares e Maria de Nazaré</p><p>Cordeiro de Araújo. Gunnar Vingren foi aclamado pastor da novel igreja e Daniel Berg seu</p><p>auxiliar, com a responsabilidade pela colportagem, mister que tanto o apaixonava.</p><p>Os filhos menores que acompanharam esses crentes foram: Anna Victória da Silva e Izabel</p><p>Leonísia da Silva (filhas de Benvinda); João Dominguez Filho (filho João Dias Dominguez);</p><p>Prazeres da Costa (filha de Maria Piedade da Costa) e Tereza Silva de Jesus (filha de Joaquim</p><p>da Silva).</p><p>- Em 18 de junho de 1911, Gunnar Vingren e Daniel Berg organizaram juridicamente a nova</p><p>igreja, dando-lhe o nome de “Missão da Fé Apostólica”, o mesmo nome da igreja que havia</p><p>sido fundada por William Seymour, em 1906, na rua Azusa, em Los Angeles. Nasciam, assim,</p><p>as Assembleias de Deus no Brasil.</p><p>- Logo naqueles dias, Jesus batizou o primeiro homem com o Espírito Santo em terras</p><p>brasileiras, o irmão Manoel Francisco Dubu, que era paraibano. Ele foi a quarta pessoa</p><p>batizada com o Espírito Santo, pois, antes dele, também foi batizada a irmã Isabel L. da Silva.</p><p>Foi batizado nas águas e continuou em Belém até 17 de dezembro de 1914, quando, então,</p><p>retornou para a Paraíba, onde foi o primeiro evangelista a divulgar a mensagem pentecostal</p><p>naquele Estado.</p><p>Somente em 1935, Manoel foi levado ao presbitério pelo pastor Cícero Canuto de Lima,</p><p>servindo muitos anos na Assembleia de Deus em Campina Grande/PB.</p><p>Manoel Francisco Dubu, a quarta pessoa e o primeiro homem a ser batizado com o Espírito</p><p>Santo em terras brasileiras.</p><p>- O trabalho começou árduo. O pastor batista, ao saber da criação da nova igreja, espalhou um</p><p>folheto acusando os missionários de traição e falsidade e aconselhando os crentes a não se</p><p>aproximarem deles, espalhando-o por toda Belém, inclusive com várias citações bíblicas</p><p>mencionadas pelos missionários.</p><p>O folheto teve efeito inverso: ao invés de afugentarem os crentes, contribuiu para que se</p><p>despertasse o interesse pela pregação de Gunnar e de Daniel e, como conseqüência, os cultos</p><p>estavam sempre repletos de pessoas. Jesus começou a curar enfermos e muitos se rendiam</p><p>aos pés do Senhor, além de continuar a batizar os crentes com o Espírito Santo. Algum tempo</p><p>depois, realizou-se o primeiro batismo nas águas, no lamacento rio Guamá.</p><p>- Em 13 de novembro 1911, quando resolveram fazer um batismo, os novos crentes passaram</p><p>por momentos de grande perigo.</p><p>Nesta ocasião, uma multidão de inimigos do Evangelho dirigiu-se até o local do batismo</p><p>armados de facas e laços para impedir o batismo. O líder deles carregava uma cruz. Vingren</p><p>procurou ler a Bíblia, mas foi impedido.</p><p>Tentou ler outra vez, mas o líder empunhou uma faca e se preparou para lançar-se contra</p><p>Vingren. Porém, neste momento, a irmã Celina, a primeira a ter sido batizada com o Espírito</p><p>Santo, interpôs-se entre aquele homem e o missionário.</p><p>Outro homem do grupo, então, gritou e disse que deixassem que os crentes realizassem a sua</p><p>cerimônia e, apesar de toda aquela oposição, pois o líder do grupo persistiu no intento de</p><p>impedir o ato, o batismo foi realizado e ninguém conseguiu impedir que os três novos</p><p>convertidos descessem às águas, ainda que sobre os gritos da multidão que clamavam</p><p>“miseráveis, comida de tigres, matem o missionário!”.</p><p>- Após o batismo, dirigidos pelo Espírito Santo, em vez de trocarem de roupa, os batizados e o</p><p>missionário, com as roupas molhadas, passaram pelo meio da multidão que, boquiaberta e</p><p>apanhada de surpresa, deixaram-nos ir, juntamente com os crentes, de volta para a cidade.</p><p>- Com a chegada do primeiro pacote de Bíblias e Novos Testamentos vindos dos Estados</p><p>Unidos, Daniel deixou seu emprego na fundição e passou a se dedicar à colportagem, ou seja,</p><p>à atividade de ir de porta em porta apresentando literatura religiosa (no caso, Bíblias e Novos</p><p>Testamentos), ao mesmo tempo em que se prega a Palavra de Deus.</p><p>A expressão vem do francês “colportor”, que significa “levar no pescoço”, pois eram assim que</p><p>os pregadores valdenses, na Idade Média, levavam os escritos sagrados, debaixo da roupa ou</p><p>numa bolsa que pendia do pescoço.</p><p>OBS: Os valdenses, como vimos na lição anterior, foram crentes surgidos num avivamento na</p><p>França, a partir de 1173, que creram na Bíblia como única regra de fé e prática, como também</p><p>apenas no batismo nas águas e na ceia do Senhor como ordenanças válidas, abandonando os</p><p>“sacramentos” da Igreja Romana, havendo notícia de que houve, neste movimento, a</p><p>manifestação do batismo com o Espírito Santo. A Igreja Evangélica Valdense existe até hoje,</p><p>tendo, principalmente, fiéis no norte da Itália, onde se refugiaram em virtude das perseguições.</p><p>- Daniel começou o trabalho de colportagem em Belém e o Senhor foi confirmando este</p><p>trabalho com novas conversões. Ao mesmo tempo, Gunnar, que dirigia a igreja, prosseguia</p><p>pregando a Palavra, fazendo cultos domiciliares e no salão na casa dos irmãos Henrique e</p><p>Celina Albuquerque, e Jesus continuava a salvar, curar e a batizar com o Espírito Santo. Em 22</p><p>de outubro de 1911, Gunnar Vingren foi até Soure, na ilha de Marajó, onde realizou alguns</p><p>cultos e muitos se renderam aos pés do Senhor, sendo que, em 1º de novembro, uma irmã foi</p><p>batizada com o Espírito Santo, abrindo-lhe ali um novo campo de trabalho.</p><p>- Impulsionado pelo Espírito Santo, Daniel, então, após orar ao Senhor, com a aquiescência de</p><p>Gunnar, passou a evangelizar às margens da estrada de ferro Belém-Bragança, ampliando o</p><p>trabalho evangelístico pelo estado do Pará, percorrendo a pé um caminho de 400 km.</p><p>Gunnar Vingren também não ficava apenas em Belém, realizando freqüentemente viagens</p><p>para localidades no Pará, onde também o Senhor operava grandemente. Em Tajapuru, local</p><p>onde os missionários haviam feito aquela viagem com Adriano Nobre e onde quarenta crentes</p><p>haviam ali ficado, Jesus também começou a batizar com o Espírito Santo.</p><p>- Durante estas viagens, ambos os missionários foram acometidos de enfermidades tropicais.</p><p>Vingren, por exemplo, foi acometido de beribéri, indo se tratar numa localidade chamada</p><p>Mosqueiro, onde, além da doença, teve de enfrentar cruel perseguição, inclusive apedrejando a</p><p>casa onde estava hospedado.</p><p>Não contentes, os inimigos do Evangelho resolveram queimar a casa onde Vingren estava e</p><p>ele teve de sair dali e se escondido na selva, engatinhando, tão fraco estava por causa da</p><p>doença. No mato, encontrou uma casa onde foi dormir. Apesar de os inimigos do Evangelho</p><p>estarem com cães de caça para seguirem o missionário a fim de matá-lo, não conseguiram</p><p>encontrá-lo. Vingren, então, voltou para Belém e foi para a cama com uma febre altíssima.</p><p>Depois de quatro dias, os irmãos foram orar pelo seu pastor e ele foi completamente curado,</p><p>sem precisar tomar qualquer remédio ou ter ido a qualquer médico.</p><p>OBS: “O beribéri é uma doença provocada pela falta de vitamina B1 no organismo, o que</p><p>provoca fraqueza muscular e dificuldades respiratórias.</p><p>Uma de suas causas: o fungo Penicillium citreonigrum, que através da liberação da toxina</p><p>citreoviridina inibe sua absorção. Outras enzimas, encontradas em peixes de rio, também</p><p>podem causar deficiência de B1.</p><p>A doença pode afetar o coração, dando origem a uma cardiomiopatia por deficiência nutricional</p><p>chamada de beribéri cardíaco. A cura da doença se dá pela administração da vitamina B1,</p><p>corrigindo assim a sua carência. São alimentos ricos em tiamina: cereais em grão, leite,</p><p>legumes, ovos, peixes e plantas e na redução da ingestão do álcool, já que este dificulta a</p><p>absorção da vitamina. O beribéri é um tipo específico de polineurite.</p><p>No tratamento desta doença, vemos a importância de uma intervenção fisioterapêutica</p><p>cardiorrespiratória,</p><p>já que o paciente apresenta dificuldades respiratórias devido a alterações</p><p>musculares, levando o indivíduo a um grande encurtamento muscular que ainda acarreta</p><p>grandes dificuldades de deambulação e realização das atividades da vida diária.</p><p>- Daniel Berg, por sua vez, em uma de suas incursões pela selva, apanhou malária e teve de</p><p>comunicar seu estado a Gunnar Vingren, que se encontrava em Belém, mas foi até Bragança</p><p>onde recebeu o companheiro na estrada de ferro e, durante toda a viagem de trem, amparou-o.</p><p>Daniel foi, então, levado a Belém para a casa de Vingren, onde os irmãos iam visitá-lo e</p><p>pediam que o Senhor o curasse, mas, apesar das orações, a enfermidade não era curada.</p><p>Depois de alguns dias, o Senhor ordenou que Daniel fosse ao culto à noite e, apesar de</p><p>enfermo e fraco, o missionário obedeceu à ordem do Senhor.</p><p>Os irmãos se admiraram que Daniel estivesse no culto e, nesse culto, Daniel orou por</p><p>enfermos, que foram curados, mas ele, não. Retornando para casa, o missionário passou a</p><p>noite em oração pedindo que o Senhor o curasse, o que ocorreu, tendo, então, Daniel</p><p>retornado às suas viagens.</p><p>- O trabalho prosseguiu, sendo levantados outros evangelistas além dos missionários, tanto</p><p>brasileiros quanto suecos. Entre os brasileiros, destacaram-se Crispiniano Fernando de Melo e</p><p>Clímaco Bueno Aza. Entre os suecos, o primeiro a chegar foi Otto Nelson (1881-1982) que,</p><p>também tendo emigrado para os Estados Unidos, sentiu a chamada para o Brasil em 1914,</p><p>vindo com sua esposa, Adina Peterson.</p><p>Em 1916, Samuel Nyström (1891-1960), ao ouvir a pregação de Daniel Berg na igreja Filadélfia</p><p>em Estocolmo, para onde Daniel fora contar do trabalho no Brasil, sentiu forte chamada divina</p><p>para a missão, tendo sido separado com sua mulher Lina, para a missão em 5 de junho de</p><p>1916, mesma data em que ambos se casaram, chegando ao Brasil em 18 de agosto de 1916.</p><p>Viktor Jansson foi outro que veio para o Brasil, em 1921, tendo morrido de uma febre terrível</p><p>enquanto evangelizava nas ilhas do Pará em 1923.</p><p>OBS: Daniel Berg voltou à Suécia em 1920 e lá se casou com Sara Julho, retornando logo</p><p>depois para o Brasil.</p><p>- Em Guatipurá, lugar evangelizado por Daniel Berg, houve um dos mais impressionantes</p><p>episódios de perseguição.</p><p>Os crentes foram espancados até correr sangue e depois foram levados para a prisão. Na</p><p>prisão, os crentes passaram a orar e a louvar a Deus e o povo se reuniu na frente da cadeia</p><p>para escutá-los.</p><p>Um dos crentes foi batizado com o Espírito Santo e um dos soldados trouxe alimento para eles.</p><p>As autoridades, então, concluíram que não valia a pena manter os crentes presos e os</p><p>soltaram dizendo que “eles tinham uma religião que eles não tinham nem entendiam”.</p><p>- Também em Guatipurá, o Senhor livrou Daniel Berg de uma cilada que os inimigos do</p><p>Evangelho lhe armaram no caminho.</p><p>Daniel, sem saber de nada, tomou outro caminho e, desta maneira, recebeu livramento da</p><p>parte do Senhor. Enfurecidos, os inimigos do Evangelho atacaram os crentes do lugar,</p><p>arrombaram as portas das casas e agrediram os membros da igreja.</p><p>Daniel levou os feridos até as autoridades em Bragança, mas elas se limitaram a dizer que</p><p>todos tiveram sorte em não terem morrido, percebendo, então, o missionário que estavam do</p><p>lado dos perseguidores, mas, a partir daquele dia, as autoridades não mais importunaram os</p><p>crentes.</p><p>- Entretanto, dois rapazes começaram a perturbar diariamente os cultos que ali se realizavam,</p><p>a ponto de se ter de interromper um dos cultos para que falassem com eles, mas eles se</p><p>mantiveram irredutíveis e, numa destas vezes, quando tomaram um barco, fingindo sair com o</p><p>desejo de depois retornar para perturbar ainda mais o culto. Entretanto, quando entraram no</p><p>barco, acabaram caindo na água e foram devorados por jacarés e piranhas e isto gerou temor</p><p>na localidade, cessando a perseguição.</p><p>III – A EXPANSÃO DO EVANGELHO PENTECOSTAL PELO BRASIL</p><p>- A irmã Maria de Nazaré, a segunda pessoa batizada com o Espírito Santo na igreja em</p><p>Belém, sentiu a direção de Deus de viajar para o estado do Ceará em 1914. Após quatro dias</p><p>de viagem de navio, chegou à casa de seus parentes e testificou de Jesus para eles, mas não</p><p>foi bem recebida.</p><p>Entretanto, alguns crentes presbiterianos ouviram suas palavras e aceitaram o seu testemunho</p><p>sobre o batismo com o Espírito Santo e, mais tarde, o Senhor enviou para lá o irmão Adriano</p><p>Nobre (aquele mesmo que convidara os missionários para a viagem em dezembro de 1911),</p><p>ocasião em que muitos foram ali batizados nas águas e com o Espírito Santo.</p><p>Nesse mesmo ano, quando Gunnar Vingren foi até lá, encontrou duas igrejas, uma com 70</p><p>membros e outra, com 40, frutos da semente que a irmã Maria de Nazaré plantara.</p><p>- Um lavrador no Pará, também membro da Igreja, chamado Joaquim Batista de Macedo,</p><p>também recebeu revelação de Deus para ir ao Nordeste, para os estados da Paraíba e do Rio</p><p>Grande do Norte, testificando de Jesus por todos estes lugares. Quando retornou da viagem,</p><p>contou seu testemunho de como Jesus começou a salvar, curar e a batizar com o Espírito</p><p>Santo.</p><p>- Em 1912, Gunnar Vingren consagrou o primeiro pastor brasileiro, o irmão Isidoro Filho, que foi</p><p>colocado na direção da igreja em Soure e, no início de 1913, o irmão Absalão Piano também</p><p>foi separado para o pastorado e passou a dirigir a igreja em Tajapuru. Como Paulo e Barnabé,</p><p>Gunnar e Daniel não tinham qualquer preocupação em criar “impérios eclesiásticos”,</p><p>separando obreiros para cuidarem das igrejas que iam se formando.</p><p>- Entre 1911 e 1914, segundo estatística do diário de Gunnar Vingren, no Pará, foram</p><p>batizadas nas águas 384 pessoas e, destas, 276 receberam a promessa do Espírito Santo,</p><p>num trabalho crescente (em 1911, foram 13 batizados nas águas e 4, com o Espírito Santo; em</p><p>1912, 41 batizados nas águas e 15, com o Espírito Santo; e 1913, 140 batizados nas águas e</p><p>121, com o Espírito Santo e em 1914, 190 batizados nas águas e 136, com o Espírito Santo).</p><p>- Um século depois, por que as Assembléias de Deus não tem, como naqueles quatro</p><p>primeiros anos, 71,875% dos crentes batizados com o Espírito Santo? A resposta é simples: o</p><p>diário de Gunnar e o livro de Daniel mostram que, naquele tempo, os crentes não cessavam de</p><p>cultuar a Deus.</p><p>Quando acabavam os cultos nos templos, os crentes se reuniam em casas para realizar cultos</p><p>de oração e, também, não cessavam de testificar de Jesus. O resultado de uma vida de</p><p>consagração e de evangelização trazia muitas curas, batismos com o Espírito Santo e diversas</p><p>manifestações dos dons espirituais. É este, por acaso, o quadro que vemos em nossas igrejas</p><p>atualmente? Jesus não mudou, mas, infelizmente, a mudança está nos crentes. Voltemos aos</p><p>primórdios da nossa história!</p><p>- É importante observar que, no ano de 1914, em vários cultos, no início do ano, o Senhor usou</p><p>irmãos que profetizaram sobre o período difícil que viria sobre a humanidade e, realmente, foi o</p><p>ano que se iniciou a Primeira Guerra Mundial, que somente terminaria em 1918.</p><p>- Em 1915, Gunnar Vingren viajou novamente para o Nordeste do Brasil, tendo ido até Alagoas,</p><p>em Maceió, que não havia ainda recebido a pregação do evangelho pentecostal. Gunnar</p><p>chegou ali em 1º de maio, indo a um culto na casa do irmão Simplício, onde estavam presentes</p><p>nove crentes, no local conhecido como Trapiche da Barra. À tarde, Gunnar orou por uma irmã</p><p>que estava enferma e ela foi curada imediatamente.</p><p>Os cultos continuaram, mas o irmão Simplício, que era adventista, não quis abandonar a</p><p>doutrina dos adventistas e, por isso, os cultos passaram a ser realizados na casa do irmão</p><p>Candinho, que foi batizado com o Espírito Santo no dia 28 de maio de 1915.</p><p>- Formou-se, assim, um núcleo de crentes pentecostais, anteriormente batistas e adventistas,</p><p>tendo Gunnar Vingren deixado Maceió em 13 de julho de 1915. Alguns meses depois, chegou</p><p>a Maceió o missionário Otto Nelson, que passou a cuidar da obra de Deus em Alagoas.</p><p>- Gunnar Vingren, então, após</p><p>cinco anos de intenso trabalho missionário, resolveu descansar</p><p>e foi para a Suécia, partindo primeiramente para os Estados Unidos, onde chegou em 8 de</p><p>agosto de 1915, ali permanecendo até dezembro de 1915, não cessando de pregar e testificar</p><p>da obra de Deus no Brasil em vários lugares.</p><p>- De partida para a Suécia, seu navio foi preso pelos ingleses, pois se estava em plena</p><p>Primeira Guerra Mundial e levados todos para a Escócia, onde ficaram três dias e depois foram</p><p>liberados. Chegando a sua casa, onde passou o Natal, recebeu a visita dos pastores Lewi</p><p>Pethrus (o amigo de infância de Daniel Berg) e Alfred Gustavsson, tendo passado o ano novo</p><p>na igreja Filadélfia, em Estocolmo.</p><p>- Após pregar em diversas igrejas na Suécia, onde Jesus curou e batizou com o Espírito Santo.</p><p>Antes de voltar para o Brasil, Gunnar Vingren conheceu a enfermeira Frida Strandberg, a</p><p>mesma que havia sido revelada em profecia mais de seis anos antes, membro da igreja</p><p>Filadélfia que sentira forte chamada missionária para o Brasil. Frida foi batizada nas águas no</p><p>dia 24 de janeiro de 1917 na igreja Filadélfia e, pouco depois, foi batizada com o Espírito Santo</p><p>e acabou acompanhando Gunnar Vingren quando este voltou para o Brasil em 12 de março de</p><p>1917, via Estados Unidos.</p><p>- Nos Estados Unidos, Vingren visitou diversas igrejas e pregou em vários lugares. Em 12 de</p><p>junho de 1917, Frida Strandberg viajou para Belém, sozinha, pois Gunnar não tinha conseguido</p><p>arrumar sua documentação, o que fez somente em 21 de julho de 1917, chegando a Belém em</p><p>6 de agosto de 1917. Algum tempo depois, foi consagrado o irmão Adriano Nobre.</p><p>- Em 11 de janeiro de 1918, a igreja mudou de nome, passando-se a se chamar “Sociedade</p><p>Assembleia de Deus”, a mesma denominação que os pentecostais haviam adotado nos</p><p>Estados Unidos desde 1914. Algum tempo depois, passou a ser chamada de Igreja Evangélica</p><p>Assembleia de Deus.</p><p>- Em 17 de setembro de 1917, a igreja concordou em comprar um local próprio, onde havia</p><p>uma casa, onde foram morar os missionários. Em 6 de outubro de 1917, foi imprimido o</p><p>primeiro hinário da igreja, com 194 hinos. Em 16 de outubro de 1917, Gunnar e Frida se</p><p>casaram e, dois dias depois, Samuel Nyström e sua esposa Lina se mudaram para Manaus, no</p><p>estado do Amazonas, onde foram pastorear a igreja formada pelo trabalho do irmão Severino</p><p>Moreno de Araújo, membro da igreja de Belém que retornara a sua terra natal naquele mesmo</p><p>ano de 1917.</p><p>- Este fenômeno de irmãos que deixavam Belém e retornavam a suas terras natais, levando a</p><p>mensagem pentecostal era outra manifestação da Providência Divina. Os missionários Gunnar</p><p>Vingren e Daniel Berg haviam chegado a Belém, em 1910, no final do chamado “ciclo da</p><p>borracha”, que viveu seu auge entre 1879 a 1912 e que foi a grande responsável pelo</p><p>desenvolvimento da região amazônica. Com o declínio da produção de borracha, muitos</p><p>resolveram voltar a suas terras natais e os crentes que haviam sido alcançados pelo evangelho</p><p>pentecostal, ao retornarem para seus locais de nascimento, levavam a mensagem que Jesus</p><p>salva, cura e batiza com o Espírito Santo.</p><p>- Vemos, assim, repetir-se no Brasil o que já acontecera com os crentes anônimos cíprios e</p><p>cirenenses que, deixando suas terras natais e indo para Antioquia, foram os primeiros a pregar</p><p>o Evangelho para os gentios naquela que era a capital da província da Síria, gerando, então, a</p><p>primeira igreja totalmente gentílica entre os cristãos, para onde foi mandado Barnabé (At.11:19-</p><p>24).</p><p>Vemos, pois, claramente que Deus não muda (Ml.3:6) e que, como descrito está nas</p><p>Escrituras, também promoveu o crescimento da obra de Deus em nosso país. Hoje em dia, em</p><p>que muitos se preocupam com “métodos de crescimento de igrejas”, que tal voltarmos para a</p><p>realidade bíblica, que foi da evangelização pessoal, mediante uma vida de consagração e de</p><p>busca a Deus, para voltarmos a ter conversões, curas divinas, batismos com o Espírito Santo e</p><p>manifestação dos dons espirituais?</p><p>OBS: Por isso, muito oportunos dois tópicos da feliz campanha para mudar a Igreja, defendida</p><p>pelo pastor Geremias do Couto, que aqui transcrevemos: “9. Pare de promover eventos</p><p>evangelísticos, mas faça com que a igreja encarne a paixão pelas almas e passe a empregar o</p><p>velho (mas sempre novo) evangelismo pessoal como meio de alcançar os perdidos para Cristo.</p><p>Uma boa maneira é estimular a cada um para que se comprometa a orar, fazer amizade e</p><p>convidar os seus parentes, amigos e vizinhos com regularidade para que assistam os cultos e</p><p>ouçam a Palavra de Deus, Não é preciso ir longe. O campo está perto de cada crente. Saiba</p><p>que 99% das pessoas que frequentam a igreja, hoje, foram trazidas por alguém e não por um</p><p>“programa”. 10. Valorize os cultos nos lares, de maneira sistemática, sem se preocupar com</p><p>nomenclatura. A igreja primitiva se reunia no templo e nas casas e a maioria absoluta das</p><p>igrejas existentes tiveram início em reuniões familiares.…” (COUTO, Geremias do.</p><p>- Outro destes irmãos que deixaram Belém e foram porta-vozes do evangelho pentecostal foi o</p><p>cearense Cordulino Teixeira Bastos que, deixando o Pará em 1915, foi morar na ilha de</p><p>Maracá, próximo ao rio na fazenda Altamira de propriedade do Sr. Antonio Pinheiro Galvão,</p><p>local onde muitos aceitaram Jesus como seu Salvador, lugar que hoje faz parte do estado de</p><p>Roraima. Cordulino morreu em 1925 e, durante 21 anos, os irmãos continuaram a se reunir nas</p><p>casas, até que, em 1946, a igreja de Belém do Pará mandou para lá o pastor Quirino Pereira</p><p>Peres, que organizou a igreja juridicamente em 28 de agosto de 1948.</p><p>- Foi também o caso da igreja em Rondônia. O trabalho evangelístico em “Porto do Velho”,</p><p>então pertencente ao estado do Amazonas, em 1922, quando o irmão José Marcelino da Silva</p><p>saiu de Belém para lá.</p><p>Ali, a pregação de José Marcelino rendeu preciosos frutos. Ainda em 1922, o missionário norte-</p><p>americano Paul John Aenis, depois de conviver alguns dias com Daniel Berg e Gunnar Vingren</p><p>em Belém, foi dirigido pelo Espírito Santo para Porto Velho, onde, juntamente com José</p><p>Marcelino, organizou a primeira igreja naquele pedaço do Amazonas que, depois, se tornaria o</p><p>território federal e, posteriormente, o estado de Rondônia.</p><p>- Em 1916, Adriano Nobre, ainda um evangelista, foi enviado pela igreja de Belém para Recife,</p><p>no estado de Pernambuco, onde, após realizar cultos em casas, acabou por fazer reuniões na</p><p>casa dos irmãos João e Felipa Ribeiro, na rua Velha, 27, no bairro de Boa Vista. No início de</p><p>1917, batizou dois crentes nas águas em Caipeberibe/PE, um dos quais, a irmã Luli Ramos foi</p><p>a primeira pernambucana a ser batizada com o Espírito Santo. Adriano Nobre ficou em Recife</p><p>até 20 de outubro de 1918, quando entregou a igreja ao missionário sueco Joel Carlson, que</p><p>tinha vindo da Suécia especificamente para trabalhar em Pernambuco.</p><p>- Ainda em 1916, o irmão Clímaco Bueno Aza, que era colombiano de nascimento e se</p><p>destacara na evangelização no Pará juntamente com Daniel Berg, foi o pioneiro da</p><p>evangelização em Macapá, local então ainda pertencente ao Pará e que veio a se tornar</p><p>território federal e, depois, estado do Amapá. Era, então, apenas um evangelista, tendo sido</p><p>consagrado ao pastorado em 10 de março de 1918.</p><p>- Clímaco Bueno Aza, ainda, seria o responsável pelo início da pregação do evangelho</p><p>pentecostal no estado do Maranhão, para onde foi em 1921, quando iniciou o trabalho em São</p><p>Luís. Em 15 de janeiro de 1922, foi oficialmente implantada a igreja no Maranhão e, pouco</p><p>depois, Clímaco, a exemplo do que fizeram tanto os apóstolos quanto os missionários,</p><p>entregou a igreja aos cuidados do pastor Manoel de Jesus da Penha e prosseguiu o seu</p><p>exitoso ministério evangelístico.</p><p>- Em 1927, depois de ter se mudado para o Rio de Janeiro para auxiliar Gunnar Vingren em</p><p>1925, após ter realizado evangelismo no estado do Rio de Janeiro, mudou-se para Belo</p><p>Horizonte, onde, também, deu início à pregação do evangelho pentecostal em Minas Gerais,</p><p>inaugurando a primeira</p><p>igreja na capital mineira em 15 de janeiro de 1929, igreja que pastoreou</p><p>até 2 de agosto de 1931, quando entregou a igreja ao missionário sueco Nils Katsberg,</p><p>transferindo-se para Juiz de Fora/MG, onde abriu mais uma igreja.</p><p>Em 1934, chegou a pastorear a igreja em Santos/SP e, de 1937 a 1939, pastoreou a igreja em</p><p>Natal/RN, tendo, então, ido dirigir a igreja em Curitiba/PR, onde ficou até fins de 1942.</p><p>Recebido pela igreja em Petrópolis/RJ, ainda pastoreou as igrejas de Belford Roxo/RJ e Ponta</p><p>Grossa/PR, tendo partido para o Senhor em 20 de setembro de 1950.</p><p>- Por falar nas regiões Sul e Sudeste, é importante observar que Gunnar Vingren viajou, pela</p><p>primeira vez, em 1920, chegando a então capital do Brasil em 7 de julho, dirigindo-se a casa de</p><p>um irmão chamado Jaime Roberto, com o qual mantivera contato por carta e que dirigia um</p><p>abrigo infantil no bairro de São Cristóvão, onde realizou um culto. Dali partiu para o Estado de</p><p>Santa Catarina, tendo passado por Santos, no estado de São Paulo, onde não encontrou</p><p>nenhum crente pentecostal.</p><p>- Em Santa Catarina, pregou em alguns lugares e encontrou um grupo de lituanos em</p><p>Criciúma, onde fez parte de dois cultos, quando verificou que os crentes cantavam e dançavam</p><p>por mais ou menos meia hora. Gunnar lhes disse que deveriam deixar aquela história de</p><p>dança, pois isto não estava em o Novo Testamento, mas eles não aceitaram a repreensão,</p><p>dizendo que eram dirigidos pelo Espírito Santo e um deles era considerado profeta e isto</p><p>depois que haviam prometido que não mais fariam aquilo, motivo pelo qual foi Gunnar Vingren</p><p>mandado embora no meio da reunião. Como, pois, há gente, atualmente, nas Assembleias de</p><p>Deus que insistem em inventar um “ministério de dança” e tem coreografias em suas reuniões?</p><p>Voltemos aos primórdios de nossa história!</p><p>- De volta para o Pará, Bingren visitou Itajaí/SC, São Paulo/SP, São Bernardo do Campo/SP e,</p><p>de novo, o Rio de Janeiro. Em São Paulo, visitou uma igreja pentecostal italiana, dirigida por</p><p>Luis Francescon (era a Congregação Cristã no Brasil), onde o irmão Luiz relatou quantos</p><p>milagres o Senhor estava operando entre eles. Como se vê, não havia qualquer sectarismo</p><p>entre estes dois líderes das maiores denominações pentecostais do país, algo que hoje é</p><p>raríssimo de se ver. Voltemos aos primórdios do evangelho pentecostal!</p><p>- Em 1921 e 1922, Gunnar Vingren voltou para a Suécia, ante o agravamento de seu estado de</p><p>saúde. Restabelecido, pregou em vários lugares em sua terra natal e, em 13 de agosto de</p><p>1922, foi para os Estados Unidos, depois que foi reafirmado pelo Senhor que deveria voltar</p><p>para o Brasil.</p><p>Nos Estados Unidos, Vingren permaneceu até 20 de janeiro de 1923, chegando a Belém em 1º</p><p>de fevereiro de 1923, mas, apesar de continuar trabalhando no Pará, sentiu de Deus que</p><p>deveria iniciar o trabalho no Sudeste e, em 1924, Vingren transferiu-se para o Rio de Janeiro,</p><p>onde chegou em 3 de junho, sendo substituído na igreja em Belém pelo missionário Samuel</p><p>Nyström.</p><p>- No Rio de Janeiro, como não havia mais interesse do irmão Jaime Roberto em receber</p><p>Gunnar Vingren, este fez contato com uma família de nome Brito, que morava na rua Senador</p><p>Alencar, 17, no bairro de São Cristóvão e ali se iniciou a evangelização pentecostal, tendo</p><p>Jesus batizado duas irmãs com o Espírito Santo. Os cultos continuaram e Jesus continuou não</p><p>só batizando com o Espírito Santo, mas dando dons espirituais aos irmãos, sem falar nos</p><p>cânticos espirituais e nas curas divinas.</p><p>- Antes, em 1922, a obra de Deus também chegara ao estado do Espírito Santo, através dos</p><p>irmãos Francisco Galdino Sobrinho e sua esposa que, deixando Belém, vieram morar em</p><p>Vitória/ES.</p><p>Dois anos depois, Daniel Berg veio para o estado, a fim de iniciar um trabalho de</p><p>evangelização, partindo logo após. Daniel, preocupado com este trabalho, pediu e foi mandado</p><p>para Vitória o irmão José Vicente Ferreira em 1925, e, ante o crescimento do trabalho, este</p><p>pediu a Daniel Berg que fosse mandado um pastor para o estado, o que ocorreu em 9 de maio</p><p>de 1930, quando chegou o pastor João Pedro da Silva, organizando o trabalho.</p><p>- O trabalho em São Paulo também começou com migrantes. Um grupo de crentes</p><p>pentecostais pernambucanos chegaram a São Paulo em 1923, dando início ao trabalho</p><p>pentecostal, na cidade de Santos que, visitada três anos antes por Gunnar Vingren, não tinha,</p><p>então, nenhum crente pentecostal.</p><p>Em 5 de maio de 1924, foi fundada a primeira igreja Assembleia de Deus em terras paulistas</p><p>pelos irmãos Vicente Lameira e sua esposa Hermínia Lameira e Manoel Garcês e sua esposa,</p><p>com trabalho de evangelização no bairro Ponta da Praia. Dias depois, ali compareceram os</p><p>missionários Daniel Berg e Gunnar Vingren, que estruturaram o trabalho, que somente adquiriu</p><p>personalidade jurídica, porém, em 1934, quando a igreja era pastoreada pelo irmão Clímaco</p><p>Bueno Aza. Eis a origem da Assembleia de Deus – Ministério de Santos.</p><p>- Além deste trabalho em Santos/SP, Daniel Berg também subiu a Serra do Mar e, no Planalto</p><p>de Piratininga, onde estava a capital do Estado, São Paulo, em 15 de novembro de 1927,</p><p>realizou-se o primeiro culto numa casa alugada no bairro da Vila Carrão, na zona leste da</p><p>cidade, culto do qual fizeram parte além de Daniel Berg e sua mulher, Sara, os missionários</p><p>suecos Simon Lundgren e Linnea Lundgren, data que é considerada a fundação da igreja em</p><p>São Paulo/SP.</p><p>- A estes irmãos se uniram outros que, assim, foram os primeiros da igreja em São Paulo.</p><p>Acabaram alugando um salão no bairro do Tatuapé, na rua Vilela e, depois, se transferiram</p><p>para a Rua Cruz Branca, no bairro do Brás, vindo, finalmente, a construir um templo no bairro</p><p>do Belenzinho, na rua Alcântara Machado. Foi assim que surgiu a Assembleia de Deus –</p><p>Ministério do Belém, que hoje é presidido pelo pastor José Wellington Bezerra da Costa, atual</p><p>presidente da CGADB.</p><p>- Em 1930, o missionário Samuel Nyström, que tomara o lugar de Daniel Berg em São Paujlo,</p><p>mandou que o evangelista Vitalino Piro iniciasse um trabalho no bairro do Ipiranga, o mesmo</p><p>bairro onde D. Pedro I proclamara a independência do Brasil em 1822, trabalho este que se</p><p>deu mediante cultos ao ar livre que se realizavam nos jardins do Parque da Independência.</p><p>Logo passaram a se reunir numa casa na rua Arcipreste Ezequias, 7, na vila São José e, em</p><p>29 de junho de 1931, foi realizado um batismo no riacho Ipiranga.</p><p>- Em 1934, o pastor Buno Sklimovski designa o pastor Alfredo Reikdal para dirigir o trabalho no</p><p>Ipiranga e, dez anos depois, a igreja se organiza juridicamente, tendo como pastor o próprio</p><p>Alfredo Reikdal, que faleceu em 2010. Nascia, então, a Assembleia de Deus – Ministério do</p><p>Ipiranga, que, desde 2010, é presidida pelo pastor Alcides Favaro.</p><p>- Em 1924, o evangelho pentecostal chegou ao Rio Grande do Sul, por intermédio do</p><p>missionário sueco Gustav Nordlund e sua esposa Elisabeth, bem como seu filho Herbert, outro</p><p>casal de missionários que vieram da Suécia para o Brasil com destino especificado pelo</p><p>Espírito Santo. No primeiro culto que realizaram ao Senhor em terras gaúchas, havia apenas</p><p>uma pessoa que, ao término da reunião, entregou-se para Jesus.- O trabalho no estado do</p><p>Paraná iniciou-se em 1928, por intermédio do já mencionado pastor Bruno Skolimovski (1884-</p><p>1961). Bruno, polonês de nascimento, nasceu em 1884, chegando ao Brasil em 1909 em busca</p><p>de trabalho, casando-se em 1911 com a brasileira Maria Barbosa. O casal se converteria a</p><p>Jesus em 1919, tendo sido enviado, em 1923, para Fortaleza/CE, a fim de substituir o pastor</p><p>Antonio Rego. Em 1924, foi para Natal/RN, onde substituiu o pastor Manoel Higino na direção</p><p>daquela igreja, tendo ido para o Rio de janeiro em 1926 e, depois, para Petrópolis/RJ.</p><p>- Em 1928, por revelação divina, foi para Curitiba, capital do Paraná, onde abriu o trabalho</p><p>pentecostal naquele Estado, entregando a igreja para Clímaco Bueno Aza em 1939, quando,</p><p>então, foi pastorear a igreja em São Paulo até 1945, quando, então, entregou</p><p>a igreja do</p><p>Belenzinho ao pastor Cícero Canuto de Lima (em 19044, como sabemos, havia ocorrido a</p><p>emancipação da igreja do Ipiranga), passando, então, a pastorear a igreja em Santos/SP até</p><p>1953, quando volta a pastorear a igreja em Curitiba/PR, retornando a Santos/SP em 1957,</p><p>onde pastoreia a igreja até a sua morte, ocorrida em 20 de dezembro de 1961.</p><p>- Apesar das incursões de Gunnar Vingren na década de 1920 em Santa Catarina, o evangelho</p><p>pentecostal só vai chegar de forma organizada e contínua este estado em 1931, por intermédio</p><p>do irmão André Bernardino da Silva, um catarinense de Itajaí/SC que fora para o Rio de</p><p>Janeiro para “estudar para padre”.</p><p>Entretanto, logo o jovem deixou-se envolver pela boemia carioca e o resultado é que contraiu</p><p>tuberculose e acabou sendo expulso do seminário católico, passando a ir morar num barco que</p><p>estava em reparos e que tornara residência para os “sem-teto”.</p><p>- Comovido com seu estado de saúde extremamente precário e cada vez pior, um amigo seu</p><p>foi até a Assembleia de Deus, que tinha a fama de ser uma igreja que “curava” e o jovem</p><p>moribundo recebeu a visita de Daniel Berg, Gunnar Vingren e do irmão Paulo Leivas Macalão.</p><p>Oraram pelo jovem, que foi curado imediatamente e o jovem, então, durante sete meses,</p><p>morou na Assembleia de Deus em São Cristóvão.</p><p>- Treinado por Gunnar Vingren, André retornou para Itajaí/SC para pregar o Evangelho e o</p><p>primeiro culto se realizou em 15 de março de 1931, quando duas pessoas se converteram a</p><p>Cristo, iniciando-se, assim, a história das Assembleias de Deus em Santa Catarina.</p><p>- Voltando ao Nordeste, o evangelho pentecostal se iniciou na Bahia em 1926, pela irmã</p><p>Joaquina de Souza Carvalho, crente batista que, moradora de Canavieiras, na Bahia, havia,</p><p>juntamente com seu marido, José Clodoaldo, sofrido terríveis perseguições numa região</p><p>chamada “Os Correia”, onde, em 1924, o irmão Clodoaldo chegou a ser amarrado em um</p><p>mourão e ateado fogo para que morresse queimado.</p><p>Aos clamores ao Senhor de socorro, um grupo de pessoas que por ali passava livrou o irmão</p><p>que, desgostoso, mudou-se com a esposa para Belém do Pará, onde, ao ouvirem a mensagem</p><p>pentecostal, aceitaram a doutrina do Espírito Santo.</p><p>- Em 1926, a irmã Joaquina, que fora batizada com o Espírito Santo, dirigida pelo Espírito</p><p>Santo, retornou para Canavieiras, aproveitando que o missionário Otto Nelson empreenderia</p><p>uma viagem para lá e, assim, chegou à Bahia a mensagem pentecostal.</p><p>O resultado deste pregação, que se espalhou pelo município de Belmonte, foi que 20 crentes já</p><p>eram batizados com o Espírito Santo e Otto Nelson enviou para lá o pastor João Pedro da</p><p>Silva. Começavam, assim, as Assembleias de Deus em território baiano.</p><p>- Em 1914, na cidade piauiense de Piripiri, o irmão João Canuto de Melo foi o primeiro a levar o</p><p>evangelho pentecostal para o Piauí, quando, ao ter adquirido uma Bíblia em Coivaras/PI,</p><p>passou a pregar o Evangelho, mas seria somente em 1927, quando o irmão Raimundo</p><p>Prudente de Almeida visitou a cidade e começou a pregar o Evangelho que o trabalho se</p><p>sedimentou, que só foi se organizar em 1933, quando Alfredo Carneiro, militar do Exército,</p><p>sentindo a chamada divina, abandonou a carreira militar e passou a evangelizar no Estado,</p><p>onde, desde 1932, os crentes pediam um pastor para a igreja em São Luís/MA.</p><p>- O trabalho em Sergipe se iniciou em 1927, por intermédio do Sargento Ormínio, membro do</p><p>Exército que, tendo sido transferido de Belém para Aracaju, levou também, além de sua</p><p>condição de dedicado soldado, a mensagem pentecostal. Ali pregou o Evangelho e houve</p><p>muitas conversões e, como não era ministro, não podendo batizar nas águas, comunicou o fato</p><p>à igreja de Maceió que para lá mandou o pastor João Pedro da Silva que, em 1928, batizou os</p><p>primeiros novos convertidos. A igreja só seria, porém, organizada em 18 de fevereiro de 1932,</p><p>depois uma importante visita do missionário Otto Nelson.</p><p>- Na região Norte, resta-nos apenas relatar o início do trabalho no então Território e hoje</p><p>Estado do Acre (estado natal da ex-senadora e primeira assembleiana a se candidatar à</p><p>Presidência da República, Marina Silva), que teve início através do irmão Manoel Pirabas, em</p><p>1932. Vindo de Rondônia, Manoel se instalou no Acre e ali iniciou a pregação do evangelho</p><p>pentecostal. A igreja somente se organizaria em 24 de janeiro de 1944, quando foi dada a</p><p>personalidade jurídica pelo pastor Francisco Vaz Neto.</p><p>- A última região que nos falta mencionar é a região Centro-Oeste, que, nos primórdios das</p><p>Assembleias de Deus, era formada por Goiás e Mato Grosso, sendo que, atualmente, ambos</p><p>os estados encontram-se divididos em dois cada um (Goiás e Tocantins, que faz parte da</p><p>região Norte e Mato Grosso e Mato Grosso do Sul), além do Distrito Federal, que surgiu em</p><p>1960 com a fundação de Brasília.</p><p>- O trabalho em Goiás começou em 1936, quando vieram morar no estado alguns crentes que</p><p>vinham da igreja Assembleia de Deus do bairro de Madureira, no Rio de Janeiro/RJ, igreja</p><p>pastoreada por Paulo Leivas Macalão (1903-1982), que, um dos primeiros crentes que havia se</p><p>convertido no Rio de Janeiro, após a vinda de Gunnar Vingren, fora consagrado ao ministério</p><p>em 1930, pouco antes da partida do missionário de volta para a Suécia em 1932.</p><p>- Macalão, que começara a evangelizar o bairro de Madureira ainda na década de 1920 e</p><p>passou a evangelizar os subúrbios da Estrada de Ferro Central do Brasil, que ligava o Rio de</p><p>Janeiro a São Paulo, fez o trabalho prosperar, tanto que já estava num salão maior em 1929 e</p><p>acabou por dar personalidade jurídica à congregação que dirigia no bairro de Madureira, o que</p><p>ocorreu em 21 de outubro de 1941, gerando, assim, a igreja que seria o início do Ministério de</p><p>Madureira que, desde 1958, organizou-se em convenção própria, vinculada à CGADB. Em</p><p>1988, porém, em virtude de conflitos com a expansão do ministério de Madureira para o Norte</p><p>e o Nordeste, como não houve aceitação da proposta da CGADB de que a convenção e</p><p>Madureira deveria se diluir, houve o rompimento entre a CGADB e a CONAMAD (Convenção</p><p>Nacional das Assembleias de Deus – Ministério de Madureira), a primeira grande ruptura das</p><p>Assembleias de Deus no Brasil. A CONAMAD é presidida atualmente pelo “bispo” Manoel</p><p>Ferreira.</p><p>- Pois bem, alguns crentes de Madureira foram para Goiás em 1936, dando início ali ao</p><p>trabalho pentecostal. Eram crentes que tinham ido para Goiânia, onde havia grandes</p><p>oportunidades de trabalho, notadamente na construção civil.</p><p>Diante do início da pregação destes irmãos que, assim como em outros lugares, não só vieram</p><p>trazer seus conhecimentos profissionais, mas também a mensagem pentecostal, pediram ao</p><p>pastor Paulo Leivas Macalão que lhes indicasse um líder, tendo, então, sido designado o irmão</p><p>Antonio Moreira.</p><p>- Este trabalho em Goiás foi, posteriormente, o responsável pelo início do trabalho na nova</p><p>Capital da República.</p><p>Em 1956, quando se iniciou a construção de Brasília, a mensagem pentecostal já começou a</p><p>ser pregada por pastores do Ministério de Madureira em Goiás que, em 19 de novembro de</p><p>1956, fundaram a Assembleia de Deus Ministério de Madureira na Cidade Livre (hoje o Núcleo</p><p>Bandeirante), sob a presidência do pastor Paulo Leivas Macalão e, assim, o evangelho chegou</p><p>à Brasília.</p><p>- Em 1957, chegaram à Brasília, para trabalhar na construção da nova capital, alguns irmãos</p><p>de São Paulo os irmãos Virgílio José dos Santos, Carlos Messias, Alfredo da Silva e João</p><p>Carolino dos Santos, bem como o irmão Salomão Castro de Sousa, que começaram a pregar o</p><p>evangelho no acampamento da construtora onde trabalhavam no Granja do Torto (hoje uma</p><p>das residências da Presidência da República).</p><p>Nesse mesmo ano, compraram um salão onde começaram a realizar cultos e que foi o início</p><p>da igreja vinculada à missão (ou seja, que não era de Madureira) que foi organizada em maio</p><p>de 1959, quando o pastor Túlio Barros, do Rio de Janeiro/RJ, mandou para lá o evangelista</p><p>João Ferreira.</p><p>- De igual forma,</p><p>foi este trabalho de Goiás o responsável pelo início da evangelização no norte</p><p>do Estado, hoje Estado de Tocantins.</p><p>O trabalho se iniciou na cidade de Gurupi/TO, em 1956, quando, sabendo do início da</p><p>povoação do lugar, o pastor Lázaro Manoel de Oliveira Souza, da Assembleia de Deus de</p><p>Ceres/GO, mandou para lá o diácono Euclides Mello de Albuquerque e sua família, que, lá</p><p>chegando, realizaram o primeiro culto pentecostal naquela cidade, então um simples povoado,</p><p>em 6 de fevereiro de 1956.</p><p>- No Mato Grosso, o evangelho pentecostal penetrou através das fronteiras com o estado do</p><p>Amazonas. A primeira notícia de trabalhos no estado se deu em 1924 quando Elói Bispo de</p><p>Sena visitou, pela segunda vez, a localidade de Generoso Ponce, onde se estabeleceu a</p><p>primeira Assembleia de Deus. Em 1923, quando ali esteve Elói Bispo pela primeira vez, já se</p><p>encontraram alguns crentes pentecostais. Em Cuiabá, o trabalho começou apenas em 1943,</p><p>embora lá já morassem os crentes Rodrigues Alves e sua esposa que, sendo presbiterianos e</p><p>tendo crido no batismo com o Espírito Santo, mantiveram-se pentecostais e filiados à igreja de</p><p>Ribeirão Preto/SP, embora estivessem isolados na capital mato-grossense. Rodrigues seria</p><p>batizado nas águas em abril de 1943 pelo pastor J.H. Tostes e, em 7 de maio de 1944,</p><p>organizou-se juridicamente a igreja.</p><p>- Em Mato Grosso do Sul, a evangelização começou por crentes de Cuiabá que se mudaram</p><p>para Campo Grande e a igreja foi organizada apenas alguns meses depois da capital do</p><p>Estado (Mato Grosso era um só Estado então), o que se deu em 22 de outubro de 1944.</p><p>- Assim iniciaram as Assembleias de Deus em nosso país. Atualmente, estima-se que 27</p><p>milhões de brasileiros pertençam às Assembleias de Deus, em seus diferentes ministérios e</p><p>convenções. Um trabalho feito, basicamente, de evangelização pessoal e de uma vida de amor</p><p>pelas almas perdidas de pessoas anônimas que não cessaram de orar, buscar a Deus e de</p><p>meditar nas Escrituras Sagradas.</p><p>- Apesar de ainda hoje ser a maior denominação pentecostal do Brasil, é visível a perda de</p><p>ritmo de crescimento das Assembleias de Deus um século depois de sua organização no país.</p><p>Por que isto? Exatamente porque os crentes assembleia nos já não mais evangelizam como</p><p>fizeram os seus pais na fé, nem tampouco buscam a oração, o batismo com o Espírito Santo,</p><p>os dons espirituais nem tampouco a cura divina.</p><p>A perda da vitalidade espiritual traduz esta perda de ritmo, mas ainda é tempo de acordarmos e</p><p>voltarmos aos primórdios.</p><p>Depende de cada um de nós. Que história estamos a construir neste segundo século das</p><p>Assembleias de Deus no Brasil?</p><p>IV – ALGUMAS LIÇÕES QUE NOS DEIXARAM A HISTÓRIA DOS PRIMÓRDIOS DA</p><p>EVANGELIZAÇÃO PENTECOSTAL DO BRASIL</p><p>- Depois de vermos, ainda que sucintamente, o início do trabalho das Assembléias de Deus em</p><p>cada unidade da Federação, resta-nos, tão somente, para encerrarmos esta histórica lição,</p><p>tentarmos aprender algumas lições, pois a história tem, entre seus objetivos, o de nos fazer</p><p>aprender com o passado para que não só entendamos o presente, mas procuremos construir</p><p>um futuro isento dos mesmos erros de ontem e com os acertos que lá se fizeram.</p><p>- Ao contemplarmos a história das Assembléias de Deus no Brasil, verificamos, de pronto, que</p><p>o seu crescimento muito se assemelha ao que lemos no livro de Atos dos Apóstolos, a nos</p><p>indicar, assim, que o único modelo real de crescimento da obra de Deus é o que se encontra</p><p>prescrito na Bíblia Sagrada, única regra de fé e prática.</p>