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<p>trabalhadores. Consequentemente, ao assumir a responsabilidade pela aos produtividade e pelos seus ganhos, haverá uma jornada de trabalho prolongada intensificada, o que denuncia a autoexploração que gera mais-valia e maior produção e (Antunes, 2018). A meta é definida pelo trabalhador, correspondente quanto ele acredita ser preciso trabalhar para sobreviver até final do mês, ao culmina em jornadas laborais cada vez maiores: motoristas por aplicativo 0 que mais emblemático do trabalho uberizado executam jornadas diárias acima de 12 horas e admitem rodar 24 horas seguidas em finais de semana, resultando em dores no corpo, estresse e sensação de exaustão (Santos, 2021). desemprego é considerado o principal motivo para a adesão aos trabalhos flexibilizados. Motoristas por aplicativos alertam que não com medo, diariamente, expondo-se aos riscos de vida no trânsito e sem resguardo de legislação trabalhista, não fosse a percepção de "estarem sem saída, num país sem oferta de empregos" (Santos, 2021, p. 28). Há outro grupo de motoristas a justificar que, além de estarem desempregados, sentiram-se atraídos pela ideia de que este tipo de trabalho oportunizaria mais horas livres, pois teriam autonomia para determinar o tempo de trabalho (Moraes, Oliveira, & Accorsi, 2019). Entretanto, a rotina demonstrou uma realidade oposta: jornada extensa e redução de tempo livre fora do trabalho, implicando consequências socioafetivas (Moraes, Oliveira, & Accorsi, 2019; Santos, 2021). Além da "uberização", outro tipo de trabalho baseado em tem no desemprego a razão para a adesão dos trabalhadores: contrato de trabalho intermitente (Kerber, 2021). Nesse caso, trata-se de uma modalidade de trabalho, bilateral e celetista, incluída pela reforma trabalhista brasileira, cuja prestação de serviços é estabelecida sob demanda e o trabalhador é remunerado somente pelas horas em que efetivamente realizar a atividade. Ao que consta na legis- lação, no trabalho intermitente, o contratante poderá convocar o contratado para a prestação de seus serviços com pelo menos três dias de antecedência. 0 contratado poderá recusar o chamado. Como remuneração, será pago pelas horas efetivamente trabalhadas: férias proporcionais + 1/3, descanso semanal remunerado e adicionais legais, bem como valor da hora de trabalho não poderá ser inferior ao valor horário do salário-mínimo" (Brasil, 2017, art. 452-A). Entretanto, embora classificado como atividade formal, o contrato de tra- balho intermitente representa a antessala sala do desemprego (Antunes, 2018). Segundo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE, 2019), 11% dos vínculos intermitentes não geraram atividades em 2018 e 40% dos vínculos que estavam ativos em dezembro de 2018 não registraram ne- nhuma atividade no mês. Ademais, pesquisa realizada por Mattei e Heinen (2019) 47</p>