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<p>Direito Civil II - Teoria Geral</p><p>Módulo - A</p><p>TEORIA GERAL DOS FATOS E</p><p>DOS ATOS JURÍDICOS</p><p>MÓDULO A</p><p>SUMÁRIO DO MÓDULO A</p><p>1.1 Fato jurídico</p><p>1.2 Ato jurídico</p><p>1.3 Negócio jurídico</p><p>1.4 Diferenças entre negócio e ato jurídico</p><p>1.1 FATO JURÍDICO</p><p>Conceitos</p><p>Fato jurídico lato sensu: acontecimento natural ou humano capaz de criar, modificar e extinguir as relações jurídicas.</p><p>Fato Jurídico stritu sensu: são fatos relevantes para o direito que decorrem da simples manifestação na natureza, podendo ser ordinário ou extraordinário.</p><p>Fato Jurídico = Fato + Direito</p><p>Classificação do Fato Jurídico</p><p>Natural: fato que produz efeitos jurídicos, oriundo de um acontecimento sem a intervenção da vontade do homem. Pode ser:</p><p>Ordinário: nascimento, a morte natural, etc;</p><p>Extraordinário: caso fortuito, força maior.</p><p>Humano: acontecimento provocado pela ação (ou omissão) do homem. Pode ser:</p><p>Lícito.</p><p>Ilícito.</p><p>Voluntário: ato jurídico.</p><p>Involuntário.</p><p>1.2 ATO JURÍDICO</p><p>Trata-se de um fato jurídico com elemento volitivo e conteúdo lícito.</p><p>Ato jurídico = Fato + Direito + Vontade + Licitude</p><p>Ato jurídico stricto sensu</p><p>Conceito</p><p>“Ato jurídico em sentido estrito é o que gera consequências jurídicas previstas em lei e não pelas partes interessadas, não havendo regulamentação da autonomia privada.” (Maria Helena Diniz, p. 362).</p><p>“Os atos-fatos jurídicos são atos ou comportamentos humanos em que não houve vontade, ou, se houve, o direito não as considerou. Nos atos-fatos jurídicos a vontade não integra o suporte fático. É a lei que os faz jurídico se atribui consequências ou efeitos, independentemente de estes terem sido queridos ou não. O ato ou a vontade é esvaziada e é apenas levada para juridicização como fato; o ato dissolve-se no fato”. (Paulo Lôbo)</p><p>1.3 NEGÓCIO JURÍDICO</p><p>Ato jurídico em que há uma composição de interesses das partes com uma finalidade específica. (Flávio Tartuce)</p><p>É um fato produtor do direito. Norma jurídica negocialmente criada pela vontade humana, estabelecendo condutas entre as pessoas envolvidas.</p><p>1.4 DIFERENÇAS:</p><p>negócio jurídico x ato jurídico</p><p>Haverá negócio jurídico sempre em que prevalecer a autonomia da vontade, que não é identificada no ato jurídico stricto sensu.</p><p>No ato jurídico stricto sensu o interesse objetivado não pode ser regulado pelo particular e a sua satisfação se concretiza no modo determinado na lei.</p><p>FATO</p><p>(qualquer ocorrência)</p><p>Fato Jurídico lato sensu ou em sentido amplo</p><p>Fato natural ou Fato jurídico stricto sensu (em sentido estrito)</p><p>Ordinário Ex.: prescrição</p><p>Extraordinário. Ex. catástrofe natural</p><p>Fato Humano</p><p>Ato Lícito: ato jurídico lato sensu ou em sentido amplo</p><p>Composição de interesses = NEGÓCIO JURÍDICO</p><p>Efeitos Legais = ATO JURÍDICO STRICTO SENSU (sentido estrito)</p><p>Ato Ilícito: Penal, Civil, Administrativo.</p><p>Fato não jurídico</p><p>12</p><p>Módulo - B</p><p>TEORIA GERAL DO NEGÓCIO JURÍDICO</p><p>MÓDULO B</p><p>SUMÁRIO DO MÓDULO B</p><p>2.1 Teoria geral do negócio jurídico</p><p>2.2 Regras de interpretação</p><p>2.3 Classificações do negócio jurídico</p><p>2.4 Elementos estruturais do negócio jurídico</p><p>2.5 Elementos acidentais do negócio jurídico</p><p>2.1 TEORIA GERAL DO</p><p>NEGÓCIO JURÍDICO</p><p>Conceito</p><p>“É o poder de auto-regulamentação dos interesses que contém a enunciação de um preceito, independentemente do querer interno” (Maria Helena Diniz).</p><p>2.2 Regras de interpretação</p><p>Art. 112, CC. "Nas declarações de vontade se atenderá mais à intenção nelas consubstanciada do que ao sentido literal da linguagem".</p><p>Art. 113, CC. "Os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-fé e os usos do lugar de sua celebração".</p><p>Art. 114, CC. "Os negócios jurídicos benéficos e a renúncia interpretam-se estritamente".</p><p>2.3 Classificações do Negócio Jurídico</p><p>Quanto às manifestações de vontade dos envolvidos:</p><p>Negócios jurídicos unilaterais: atos e negócios em que a declaração de vontade emana de apenas uma pessoa;</p><p>Negócios jurídicos bilaterais: há duas manifestações de vontade coincidentes no plano jurídico tutelado.</p><p>Negócios jurídicos plurilaterais: mais de duas partes com interesses coincidentes no plano jurídico.</p><p>Classificação do Negócio Jurídico</p><p>Quanto às vantagens patrimoniais para os envolvidos:</p><p>Negócios jurídicos gratuitos: outorgam vantagens sem impor uma contraprestação;</p><p>Negócios jurídicos onerosos: envolvem sacrifícios e vantagens patrimoniais para todas as partes do negócio (prestação + contraprestação);</p><p>Classificação do Negócio Jurídico</p><p>Quanto aos efeitos, no aspecto temporal:</p><p>Negócios jurídicos inter vivos: destinados a produzir efeitos desde logo, isto é, durante a vida dos negociantes ou interessados. Exemplo: contratos em geral.</p><p>Negócios jurídicos mortis causa: aqueles cujos efeitos só ocorrem após a morte de determinada pessoa. Exemplos: testamento e legado.</p><p>Classificação do Negócio Jurídico</p><p>Quanto à necessidade ou não de solenidades e formalidades:</p><p>Negócios jurídicos formais ou solenes: obedecem a uma forma ou solenidade prevista em lei para a sua validade e aperfeiçoamento;</p><p>Negócios jurídicos informais ou não solenes: admitem forma livre, constituindo regra geral, pelo que prevê o art. 107, CC.</p><p>Classificação do Negócio Jurídico</p><p>Quanto à independência ou autonomia:</p><p>Negócios jurídicos principais ou independentes: negócios que tem vida própria e não dependem de qualquer outro negócio jurídico para terem existência e validade.</p><p>Negócios jurídicos acessórios ou dependentes: aqueles cuja existência está subordinada a um outro negócio jurídico, denominado principal.</p><p>Classificação do Negócio Jurídico</p><p>Quanto à sua causa determinante:</p><p>Negócios jurídicos causais ou materiais: o motivo consta expressamente do seu conteúdo como ocorre, por exemplo em um termo de divórcio.</p><p>Negócios jurídicos abstratos ou formais: aqueles cuja razão não se encontra inserida no conteúdo, decorrendo dele naturalmente.</p><p>Classificação do Negócio Jurídico</p><p>Quanto ao momento de aperfeiçoamento:</p><p>Negócios jurídicos consensuais: geram efeitos a partir do momento em que há o acordo de vontades entre as partes, como ocorre na compra e venda pura (art. 482, CC).</p><p>Negócios jurídicos reais: são aqueles que geram efeitos a partir da entrega do objeto, do bem jurídico tutelado.</p><p>Classificação do Negócio Jurídico</p><p>Quanto à extensão dos efeitos:</p><p>Negócios jurídicos constitutivos: geram efeitos ex nunc, a partir da sua conclusão, pois constituem positiva ou negativamente.</p><p>Negócios jurídicos declarativos: geram efeitos ex tunc, a partir do momento do fato que constituiu o seu objeto.</p><p>2.4 ELEMENTOS ESTRUTURAIS DO NEGÓCIO JURÍDICO. A ESCADA PONTEANA.</p><p>PLANO DA EXISTÊNCIA</p><p>Agente;</p><p>Vontade;</p><p>Objeto;</p><p>Forma</p><p>(Pressupostos de existência)</p><p>PLANO DA VALIDADE</p><p>Capacidade (do agente);</p><p>Liberdade (da vontade ou consentimento);</p><p>Licitude, possibilidade, determinabilidade (do objeto);</p><p>Adequação (das formas)</p><p>(Requisitos de validade)</p><p>PLANO DA EFICÁCIA</p><p>Condição;</p><p>Termo;</p><p>Consequências do inadimplemento negocial (juros, multas, perdas e danos);</p><p>Outros elementos</p><p>(Efeitos do Negócio)</p><p>Capacidade dos agentes</p><p>Capacidade</p><p>Os arts. 3º e 4º, CC apresentam as relações das pessoas absoluta ou relativamente incapazes.</p><p>Incapacidade relativa</p><p>Art. 105, CC. "A incapacidade relativa de uma das partes não pode ser invocada pela outra em benefício próprio, nem aproveita aos cointeressados capazes, salvo se, neste caso, for indivisível o objeto do direito ou da obrigação comum".</p><p>Art. 171, CC. "Além dos casos expressamente declarados na lei, é anulável o negócio jurídico: I - por incapacidade relativa do agente".</p><p>Incapacidade absoluta</p><p>Art. 166, CC. "É nulo o negócio jurídico quando: I - celebrado por pessoa absolutamente incapaz".</p><p>Capacidade dos agentes.</p><p>Da Representação</p><p>Art. 115, CC. "Os poderes de representação conferem-se por lei ou pelo interessado".</p><p>Art. 116, CC. "A manifestação de vontade pelo representante, nos limites de seus poderes, produz efeitos em relação ao representado".</p><p>Art. 117, CC. "Salvo se o permitir a lei ou o representado, é anulável o negócio jurídico</p><p>que o representante, no seu interesse ou por conta de outrem, celebrar consigo mesmo.</p><p>Parágrafo único. Para esse efeito, tem-se como celebrado pelo representante o negócio realizado por aquele em quem os poderes houverem sido substabelecidos".</p><p>Capacidade dos agentes.</p><p>Da Representação</p><p>Art. 118, CC. "O representante é obrigado a provar às pessoas, com quem tratar em nome do representado, a sua qualidade e a extensão de seus poderes, sob pena de, não o fazendo, responder pelos atos que a estes excederem".</p><p>Art. 119, CC. "É anulável o negócio concluído pelo representante em conflito de interesses com o representado, se tal fato era ou devia ser do conhecimento de quem com aquele tratou.</p><p>Parágrafo único. É de cento e oitenta dias, a contar da conclusão do negócio ou da cessação da incapacidade, o prazo de decadência para pleitear-se a anulação prevista neste artigo".</p><p>Art. 120, CC. "Os requisitos e os efeitos da representação legal são os estabelecidos nas normas respectivas; os da representação voluntária são os da Parte Especial deste Código".</p><p>Vontade ou consentimento livre</p><p>A manifestação de vontade é que diferencia o negócio, é livre e consciente.</p><p>O consentimento pode ser:</p><p>Expresso: escrito ou verbal, de forma pública ou particular;</p><p>Tácito: quando resulta de um comportamento implico do negociante, que importe em concordância ou anuência (art. 111, CC).</p><p>Vontade ou consentimento livre</p><p>Na ausência de manifestação de vontade livre e consciente, fala-se em vícios do consentimento:</p><p>Erro;</p><p>Dolo;</p><p>Coação;</p><p>Lesão e estado de perigo;</p><p>Vícios sociais: simulação e fraudes contra credores.</p><p>Art. 171, CC. "Além dos casos expressamente declarados na lei, é anulável o negócio jurídico: II - por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude contra credores".</p><p>Objeto lícito, possível, determinado ou determinável</p><p>Objeto lícito: que não seja contrário à lei, aos bons costumes, à ordem pública, à boa-fé e à sua função social ou econômica.</p><p>Objeto possível: que pode ser concretizado, tanto no aspecto fático como jurídico.</p><p>Art. 166, CC. "É nulo o negócio jurídico quando:</p><p>II - for ilícito, impossível ou indeterminável o seu objeto;</p><p>III - o motivo determinante, comum a ambas as partes, for ilícito".</p><p>Art. 106, CC. "A impossibilidade inicial do objeto não invalida o negócio jurídico se for relativa, ou se cessar antes de realizada a condição a que ele estiver subordinado".</p><p>Forma lícita ou não defesa em lei</p><p>Conceito de Forma segundo Clóvis Beviláqua:</p><p>“O conjunto de solenidades, que devem observar, para que a declaração da vontade tenha eficácia jurídica”.</p><p>Em regra, a validade da declaração de vontade não depende de forma especial, senão quando a lei expressamente exigir.</p><p>Princípio da liberdade das formas:</p><p>Art. 107, CC. "A validade da declaração de vontade não dependerá de forma especial, senão quando a lei expressamente a exigir".</p><p>Art. 166, CC. "É nulo o negócio jurídico quando:</p><p>IV - não revestir a forma prescrita em lei;</p><p>V - for preterida alguma solenidade que a lei considere essencial para a sua validade".</p><p>Plano de eficácia</p><p>No plano de eficácia estão os elementos relacionados com a suspensão e resolução de direito e deveres das partes envolvidas, sendo esses:</p><p>Condição (evento futuro e incerto);</p><p>Termo (evento futuro e certo);</p><p>Encargo ou Modo (ônus introduzido em ato de liberalidade);</p><p>Regras relativas ao inadimplemento do negócio jurídico (resolução);</p><p>Direito à extinção do negócio jurídico (resilição);</p><p>Regime de bens do negócio jurídico (casamento);</p><p>Regime imobiliário;</p><p>O direito intertemporal nos negócios jurídicos</p><p>O direito intertemporal é o ramo da ciência jurídica que visa resolver os conflitos da lei no tempo, e resolve problemas relativos ao negócio jurídico. Previsão legal:</p><p>Assim:</p><p>Deve ser aplicada a norma do momento da constituição do negócio jurídico;</p><p>Deve ser aplicada a norma incidente no momento da produção de seus efeitos;</p><p>Art. 2.035, CC. "A validade dos negócios e demais atos jurídicos, constituídos antes da entrada em vigor deste Código, obedece ao disposto nas leis anteriores, referidas no art. 2.045, mas os seus efeitos, produzidos após a vigência deste Código, aos preceitos dele se subordinam, salvo se houver sido prevista pelas partes determinada forma de execução”.</p><p>2.5 ELEMENTOS ACIDENTAIS</p><p>DO NEGÓCIO JURÍDICO</p><p>Conceito segundo Maria Helena Diniz:</p><p>Os elementos acidentais do negócio jurídico são aqueles “que as partes podem adicionais em seus negócios para modificar uma ou algumas de suas consequências naturais”.</p><p>Estão no plano de eficácia do negócio jurídico.</p><p>São cláusulas que modificam algumas das consequências previstas no negócio:</p><p>Condição;</p><p>Termo;</p><p>Encargo ou modo.</p><p>Condição (I)</p><p>“ A modalidade voluntária dos atos jurídicos que lhes subordina o começo ou o fim dos respectivos efeitos à verificação, ou não verificação, de um evento futuro e incerto”. (Vicente Raó).</p><p>A condição deriva exclusivamente da vontade das partes.</p><p>Trata-se de cláusula que subordina o efeito do negócio jurídico a um evento futuro (possível física e juridicamente) e incerto.</p><p>Condição (II)</p><p>Classificação da Condição quanto à sua licitude:</p><p>Condições lícitas: são aquelas que estão de acordo com o ordenamento jurídico, nos temos do art. 122, CC.</p><p>Condições ilícitas: são aquelas que contrariam a lei, a ordem pública e os bons costumes; gerando a nulidade do negócio jurídico.</p><p>Condição (III)</p><p>Classificação da Condição quanto à possibilidade:</p><p>Condições possíveis: são aquelas que podem ser cumpridas, física e juridicamente, não influindo na validade do negócio.</p><p>Condições impossíveis: são aquelas que não podem ser cumpridas por uma razão natural ou jurídica, gerando a nulidade absoluta do negócio jurídico (art. 123, I, CC).</p><p>Condição (IV)</p><p>Classificação da Condição quanto à origem da condição:</p><p>Condições causais: são aquelas que têm origem em eventos naturais, em fatos jurídicos stricto sensu (força maior ou caso fortuito, alheio à vontade das partes);</p><p>Condições mistas: são aquelas que dependem, ao mesmo tempo, de ato volitivo, somado a um evento natural.</p><p>Condições potestativas: são aquelas que dependem do elemento volitivo, da vontade humana, sendo pertinente a seguinte sub-classificação:</p><p>Condições simplesmente ou meramente potestativas: depende das vontades intercaladas de duas pessoas;</p><p>Condições puramente potestativas: dependem de uma vontade unilateral, sujeitando-se ao puro arbítrio de uma das partes (art. 122, CC);</p><p>Condição (V)</p><p>Classificação da Condição quanto aos efeitos da condição:</p><p>Condições suspensivas: são aquelas que, enquanto não se verificarem, impedem que o negócio jurídico gere efeitos, pois as partes protelam, temporariamente, a eficácia do negócio (art. 125, CC);</p><p>Condições resolutivas: são aquelas que ficam subordinadas a um evento futuro e incerto, e enquanto não se verificarem, não trazem qualquer consequência para o negócio jurídico, vigorando o mesmo, cabendo inclusive, o exercício de direitos dele decorrentes (art. 127, do CC).</p><p>Termo</p><p>Termo é “o evento futuro e certo cuja verificação se subordina o começo ou o fim dos efeitos dos atos jurídicos”</p><p>É o dia que começa ou termina a eficácia de um negócio jurídico. Pode ser: inicial: dies a quo; final – dies ad quem; certo ou incerto.</p><p>Termo inicial Termo final</p><p>(dies a quo)                                                                     (dies ad quem)</p><p>Prazo</p><p>Termo (I)</p><p>Classificação quanto à origem, tanto do termo inicial quanto o final:</p><p>Termo legal: é o fixado pela norma jurídica.</p><p>Termo convencional: é o fixado pelas partes, como o termo inicial e final de um contrato de locação.</p><p>Termo (II)</p><p>Classificação quanto à origem, tanto do termo inicial quanto o final:</p><p>Termo certo ou determinado: sabe-se que o evento ocorrerá e quando o evento ocorrerá. Exemplo: fim de um contrato de locação celebrado por tempo determinado.</p><p>Termo incerto ou indeterminado: sabe-se que o evento ocorrerá, mas não se sabe quando.</p><p>Prazo</p><p>O Prazo é o lapso temporal que se tem entre o termo inicial e o termo final.</p><p>Regra de contagem dos prazos (art. 132, CC):</p><p>Salvo disposição legal ou convencional em contrário, computam-se os prazos, excluído o dia do começo, e incluído o do vencimento.</p><p>Se o dia do vencimento cair em feriado, considerar-se-á prorrogado o prazo até o seguinte dia útil.</p><p>Meado considera-se, em qualquer mês, ou seu décimo quinto.</p><p>Os prazos de meses e anos expiram no dia de igual número do de início, ou no imediato, se faltar exata correspondência</p><p>Os prazos fixados por hora contar-se-ão de minuto a minuto.</p><p>TERMO versus PRAZO</p><p>Regras:</p><p>Se o vencimento cair em um dia “não útil”, prorroga-se para o próximo dia útil.</p><p>Se o termo for em meados de qualquer mês, vence no dia 15.</p><p>Se o prazo for em anos ou meses, expira-se no dia de igual número de início.</p><p>Se o prazo for fixado em horas, conta-se minuto a minuto.</p><p>Encargo ou Modo</p><p>“Modo ou encargo é uma determinação que, imposta pelo autor do ato de liberalidade, a esta adere, restringindo-a” (Vicente Raó).</p><p>Normalmente usado em ato de liberalidade inter vivos, como a doação ou mortis causa (testamento).</p><p>Pode constituir em uma prestação em favor de quem o instituiu, ou terceiros.</p><p>Encargo ou Modo</p><p>Art. 136, CC. "O encargo não suspende a aquisição nem o exercício do direito, salvo quando expressamente imposto no negócio jurídico, pelo disponente, como condição suspensiva".</p><p>Art. 137, CC. "Considera-se não escrito o encargo ilícito ou impossível, salvo se constituir o motivo determinante da liberalidade, caso em que se invalida o negócio jurídico".</p><p>CONDIÇÃO	TERMO	ENCARGO OU MODO</p><p>Negócio dependente de evento futuro + incerto	Negócio dependente de evento futuro + certo.	Liberalidade + ônus</p><p>Identificado pelas conjunções “se” ou “enquanto”	Identificado pela conjunção “quando”	Identificado pelas conjunções “para que” ou “com o fim de”</p><p>Suspende (condição suspensiva) ou resolve (condição resolutiva) os efeitos do negócio jurídico	Suspende (termo inicial) ou resolve (termo final) os efeitos do negócio jurídico	Não suspende nem resolve a eficácia do negócio. Não cumprido o encargo, cabe revogação de liberalidade.</p><p>Quadro comparativo</p><p>Módulo - C</p><p>MÓDULO C</p><p>VÍCIOS E DEFEITOS DO NEGÓCIO JURÍDICO</p><p>51</p><p>SUMÁRIO DO MÓDULO C</p><p>3.1 Vícios de consentimento do negócio jurídico</p><p>3.2 Vícios sociais do negócio jurídicoios da Vontad</p><p>3.3 Teoria das nulidades do negócio jurídico</p><p>52</p><p>VÍCIOS E DEFEITOS DO</p><p>NEGÓCIO JURÍDICO</p><p>Os vícios do negócio jurídico atingem a manifestação da vontade ou a órbita social, tornado o negócio passível de ação anulatória ou declaratória de nulidade pelo prejudicado ou interessado.</p><p>Os vícios do negócio jurídico estão no plano da validade.</p><p>Vícios ou Defeitos do Negócio Jurídico</p><p>Vícios da Vontade ou do consentimento:</p><p>- Erro (arts. 138 a 144,CC);</p><p>- Dolo (arts. 145 a 150,  CC);</p><p>- Coação (arts. 151 a 155,  CC);</p><p>- Estado de perigo (art. 156,  CC)</p><p>- Lesão (art. 157, CC)</p><p>Vícios Sociais:</p><p>- Simulação (art. 167,  CC) -  existe debate doutrinário se ainda constitui vício social.</p><p>- Fraude contra credores (arts. 158 a 165, CC).</p><p>2.1 VÍCIOS DE CONSENTIMENTO</p><p>Do Erro e da Ignorância</p><p>Erro: noção não exata e verdadeira sobre algo. Quando influir na vontade do agente, impede a formação do livre consentimento.</p><p>Ignorância: enquanto o erro é a noção não exata, a ignorância é o desconhecimento total quanto ao objeto do negócio.</p><p>Estão equiparados pelo Legislador.</p><p>Do Erro</p><p>O erro, para viciar o negócio, deve ser:</p><p>Substancial, escusável e real (segundo a doutrina de Maria Helena Diniz, Sílvio Rodrigues, J. M. Leoni Lopes de Oliveira, Carlos Roberto Gonçalves, Álvaro Villaça e Francisco Amaral);</p><p>Substancial e cognoscível (segundo a doutrina de José Fernando Simão, Sílvio Salvo Venosa, Inácio de Carvalho Neto, Gustavo Tepedino, Heloísa Helena Barboza e Maria Celina Bodin de Moraes e o corpo de juristas da I Jornada de Direito Civil). “Na sistemática do art. 138, é irrelevante ser ou não escusável o erro, porque o dispositivo adota o princípio da confiança” (Enunciado nº 12, CFJ,  da I Jornada do Direito Civil)</p><p>Art. 138, CC. "São anuláveis os negócios jurídicos, quando as declarações de vontade emanarem de erro substancial que poderia ser percebido por pessoa de diligência normal, em face das circunstâncias do negócio".</p><p>Do Erro Substancial</p><p>É anulável o negócio jurídico quando o erro ou a ignorância é substancial ou essencial, nos termos do art. 139, CC:</p><p>Erro in negotia: refere-se à natureza do negócio:</p><p>Error in corpore: refere-se ao objeto principal da declaração;</p><p>Error in substancia: refere-se à alguma das qualidades a ele essenciais;</p><p>Error in persona: diz respeito à identidade ou à qualidade essencial da pessoa a quem se refira a declaração de vontade;</p><p>Error iuris (erro de direito): constitui erro de direito e não implica em recursa à aplicação da lei, sendo o motivo único ou a causa principal do negócio jurídico.</p><p>Do Erro quanto ao fim colimado</p><p>“Os motivos do ato são do domínio da psicologia e da moral” (Clóvis Beviláqua).</p><p>Assim, o falso motivo, em regra, não pode gerar a anulabilidade do negócio, salvo se estiver expresso como razão determinante do negócio.</p><p>Art. 140, CC. "O falso motivo só vicia a declaração de vontade quando expresso como razão determinante".</p><p>Do Erro quanto à transmissão</p><p>Meios interpostos de transmissão: meios de comunicação, escrita e audiovisual;</p><p>O dispositivo aplica-se aos contratos eletrônicos (contratos atípicos – art. 425, CC)</p><p>Art. 141, CC. "A transmissão errônea da vontade por meios interpostos é anulável nos mesmos casos em que o é a declaração direta".</p><p>Do Erro Acidental</p><p>O erro acidental diz respeito aos elementos secundários, e não essenciais do negócio jurídico;</p><p>Não gera a anulabilidade do negócio jurídico;</p><p>O contrato é celebrado mesmo sendo o erro conhecido pelos contratantes;</p><p>Art. 142, CC. "O erro de indicação da pessoa ou da coisa, a que se referir a declaração de vontade, não viciará o negócio quando, por seu contexto e pelas circunstâncias, se puder identificar a coisa ou pessoa cogitada".</p><p>Do Erro de cálculo</p><p>Trata-se de um erro material retificável;</p><p>Não anula o negócio jurídico;</p><p>Autoriza a possibilidade de retificação da declaração de vontade, hipótese de convalidação prévia;</p><p>Cabe apenas a correção do cálculo mal elaborado;</p><p>Art. 143, CC. "O erro de cálculo apenas autoriza a retificação da declaração de vontade".</p><p>Do Erro e da vontade</p><p>A lei buscou preservar a manifestação de vontade constante no negócio jurídico, valorizando a ética e a operabilidade, no sentido de efetividade, desde que respeitada a intenção real dos negociantes.</p><p>Art. 144, CC. "O erro não prejudica a validade do negócio jurídico quando a pessoa, a quem a manifestação de vontade se dirige, se oferecer para executá-la na conformidade da vontade real do manifestante".</p><p>Do Erro Obstativo</p><p>“O erro obstativo ou impróprio é o de relevância exacerbada, que apresenta uma profunda divergência entre as partes, impedindo que o negócio venha a se formar. É, portanto, o que obsta a sua formação e, destarte, inviabiliza a sua existência”. (Carlos Roberto Gonçalvez)</p><p>Tal erro não recebeu tratamento específico no Código de 2002, por isso sua incidência produzirá somente a anulabilidade do negócio jurídico, caso acabe sendo celebrado (art. 171, II, CC).</p><p>Da anulação do Erro</p><p>O prazo para anular o negócio jurídico eivado de erro é decadencial de quatro anos, contados da celebração do negócio jurídico (art. 178, II, CC).</p><p>Do Dolo</p><p>“Emprego de um artifício ou expediente astucioso para induzir alguém à prática de um ato que o prejudica e aproveita o autor do dolo ou a terceiro.” (Maria Helena Diniz).</p><p>Art. 145, CC. São os negócios jurídicos anuláveis por dolo, quando este for a sua causa.</p><p>Do Dolo</p><p>Classificação do dolo quanto ao conteúdo:</p><p>Dolus bonus: é o comportamento lícito</p><p>e tolerado que não conduz à anulabilidade do negócio.</p><p>Dolus malus: é emprego de manobras ardilosas.</p><p>Dolus causum: é aquele que dá causa ao negócio, sem o qual não teria se realizado.</p><p>Dolo acidental: atinge elementos secundários. Não impede que o agente realize o negócio, nem provoca a sua anulação.</p><p>Do Dolo</p><p>Classificação quanto à conduta das partes:</p><p>Dolo positivo (ou comissivo): é o dolo praticado por ação (conduta positiva);</p><p>Dolo negativo (ou omissivo): é o dolo praticado por omissão (conduta negativa), situação em que um dos negociantes ou contratantes é prejudicado;</p><p>Dolo recíproco ou bilateral: é a situação em que ambas as partes agem dolosamente, um tentando prejudicar o outro mediante o emprego de artifícios ardilosos.</p><p>Dolo de terceiro: para gerar a anulabilidade do negócio, exige-se o conhecimento por uma das partes.</p><p>Dolo do representante legal: não se trata de “terceiro”. Age em nome de alguém.</p><p>Da Coação</p><p>A coação é qualquer espécie de pressão, física (vis absoluta) ou moral (vis compulsiva), exercida sobre pessoa, bens ou a honra de um dos contratantes, com o propósito de obrigá-lo a realizar negócio.</p><p>Previsão legal: arts. 151 a 155, CC.</p><p>Art. 151, CC. "A coação, para viciar a declaração da vontade, há de ser tal que incuta ao paciente fundado temor de dano iminente e considerável à sua pessoa, à sua família, ou aos seus bens.</p><p>Coação</p><p>Classificação:</p><p>Coação física (vis absoluta): constrangimento corporal que venha a retirar toda a capacidade de querer de uma das partes, implicando ausência total de consentimento, o que acarretará nulidade absoluta do negócio.</p><p>Coação moral ou psicológica (vis compulsiva): coação efetiva e presente, causa fundado temor de dano iminente e considerável à pessoa do negociante, à sua família, à pessoa próxima ou aos seus bens, gerando a anulabilidade do ato (art. 151, CC).</p><p>Coação</p><p>Para que acarrete a nulidade do negócio jurídico, a coação deve ser:</p><p>A causa determinante do negócio jurídico;</p><p>Incutir à vítima um temor justificado;</p><p>O temor deve dizer respeito a um dano iminente, suscetível de atingir pessoa da vítima, sua família ou bens;</p><p>O dano deve ser considerável ou grave;</p><p>Coação</p><p>Excluem a coação:</p><p>A ameaça do exercício normal de um direito;</p><p>Simples temor reverencial.</p><p>Do estado de perigo</p><p>É Representado pelo temor de grave dano (inclusive moral) ao agente que compele o outro a concluir o negócio, mediante prestação excessiva.</p><p>ESTADO DE PERIGO = Situação de perigo conhecido da outra parte (elemento subjetivo) + onerosidade excessiva (elemento objetivo)</p><p>Art. 156, CC. "Configura-se o estado de perigo quando alguém, premido da necessidade de salvar-se, ou a pessoa de sua família, de grave dano conhecido pela outra parte, assume obrigação excessivamente onerosa.</p><p>Parágrafo único. Tratando-se de pessoa não pertencente à família do declarante, o juiz decidirá segundo as circunstâncias".</p><p>Do estado de perigo</p><p>A sanção aplicada ao ato eivado de estado de perigo é a anulação (art. 171, II, e 178, II, CC);</p><p>Entretanto, buscando a manutenção do negócio jurídico, o princípio da conservação contratual, que mantém relação com a função social dos contratos, há posicionamento da doutrina e da jurisprudência no sentido de se fazer a revisão do contrato, dependendo do caso, e não a anulação:</p><p>“Ao estado de perigo (art. 156, C) aplica-se, por analogia, o disposto no parágrafo 2º do art. 157 do Código Civil” (Enunciado nº 148, CFJ).</p><p>“A função social do contrato, prevista no art. 421, CC, constitui cláusula geral que reforça o princípio de conservação do contrato, assegurando trocas úteis e justas” (Enunciado nº 22, CFJ).</p><p>Da Lesão</p><p>“Decorre do abuso praticado em situação de desigualdade volitiva para contratar, punindo cláusula leonina e o aproveitamento indevido na realização do ato negocial.” (Maria Helena Diniz).</p><p>LESÃO= Premente necessidade ou inexperiência (elemento subjetivo) + onerosidade excessiva (elemento objetivo.</p><p>Art. 157, CC. Ocorre a lesão quando uma pessoa, sob premente necessidade, ou por inexperiência, se obriga a prestação manifestamente desproporcional ao valor da prestação oposta.</p><p>Da Lesão</p><p>O parágrafo 1º, do art. 157, CC recomenda que havendo desequilíbrio negocial seja aplicada a revisão contratual por imprevisibilidade e onerosidade excessiva (aplicação do princípio da conservação contratual e da função social do contrato).</p><p>Na previsão do parágrafo 2º, do art. 157, CC, o oferecimento feito pelo réu se dá por meio de pedido contraposto na contestação.</p><p>Da Lesão</p><p>“Em atenção ao princípio da conservação dos contratos, a verificação da lesão deverá conduzir, sempre que possível, à revisão judicial do negócio jurídico e não à sua anulação, sendo dever do magistrado incitar os contratantes a seguir as regras do art. 157, § 2º, do Código Civil de 2002” (Enunciado nº 149, CFJ).</p><p>“Nas hipóteses de lesão previstas no art. 157 do Código Civil, pode o lesionado optar por não pleitear a anulação do negócio jurídico, deduzindo, desde logo, pretensão com vista à revisão judicial do negócio por meio da redução do proveito do lesionador ou do complemento do preço” (Enunciado nº 291, CFJ).</p><p>Conclui-se por estes enunciados que na lesão, a regra é a revisão do contrato e não a sua anulação.</p><p>LESÃO</p><p>(art. 157 do Código Civil)	ESTADO DE PERIGO</p><p>(art. 156 do Código Civil)</p><p>Elemento subjetivo: premente necessidade ou inexperiência	Elemento subjetivo: perigo que acomete o próprio negociante, pessoa de sua família ou amigo íntimo, sendo esse perigo de conhecimento do outro negociante.</p><p>Elemento objetivo: prestação manifestamente desproporcional (lesão objetiva)	Elemento objetivo: obrigação excessivamente onerosa (lesão objetiva)</p><p>Aplica-se a revisão negocial pela regra expressa do art. 157, § 2º, CC, hipótese de subsunção	Há entendimento doutrinário de aplicação analógica do art. 157, § 2º, CC, visando a conservação negocial. Adotada essa tese, há hipótese de integração, não de subsunção.</p><p>3.2 VÍCIOS SOCIAIS</p><p>Da Simulação</p><p>É a declaração enganosa da vontade, visando produzir efeito diverso àquele indicado no negócio.</p><p>“Há um desacordo entre a vontade declarada ou manifestada e a vontade interna” (discrepância entre a essência e a aparência).</p><p>Previsão legal: art. 167, CC.</p><p>Da Simulação</p><p>Divergência doutrinária à natureza jurídica:</p><p>Constitui um vício social do negócio jurídico (Maria Helena Diniz, Silvio de Salvo Venosa e Pablo Stolze Gagliano e Rodolfo Pamplona Filho);</p><p>A simulação atinge a causa negocial, pois “resulta da incompatibilidade entre esta e a finalidade desejada concretamente pelas partes, que desejariam, na verdade, atingir o objetivo diverso da função típica do negócio”. (Francisco do Amaral, Inácia de Carvalho Neto, Paulo Lôbo).</p><p>Da Simulação</p><p>Características:</p><p>É uma falsa declaração bilateral de vontade;</p><p>A vontade externada é divergente com a real;</p><p>É sempre combinada com o outro agente;</p><p>Visa prejudicar terceiro;</p><p>Da Simulação</p><p>Classificação</p><p>Simulação Absoluta: situação em que na aparência se tem determinado negócio, mas na essência a parte não deseja negócio algum;</p><p>Simulação Relativa: situação em que o negociante celebra um negócio na aparência, mas na essência almeja um outro ato jurídico.</p><p>Simulação relativa subjetiva: a parte celebra o negócio com uma parte na aparência, mas com outra na essência;</p><p>Simulação relativa objetiva: celebra-se um negócio jurídico, mas na verdade a uma outra figura obrigacional, sendo mascarados os seus elementos verdadeiros.</p><p>Da Reserva Mental Ilícita</p><p>Previsão legal: art. 110, CC.</p><p>Segundo Maria Helena Diniz é “emissão de uma intencional declaração não querida em seu conteúdo, tampouco em seu resultado, pois o declarante tem por único objetivo enganar o declaratário”. (Maria Helena Diniz).</p><p>Segundo Sílvio Salvo Venosa “quando a reserva mental é de conhecimento do declaratório, a situação em muito se aproxima da simulação, do acordo simulatório, tanto que, nessa hipóteses, parte da doutrina equipara ambos os institutos. No entanto, o que</p><p>caracteriza primordialmente a reserva mental é a convicção do declarante de que o declaratório ignora a mentira. Todavia, se o declaratório efetivamente sabe da reserva e com ele compactua, os efeitos inelutavelmente serão de simulação, com aplicação do art. 167”.</p><p>Da Reserva Mental</p><p>A reserva mental opera da seguinte forma:</p><p>Se a outra parte dela não tem conhecimento, o negócio é válido;</p><p>Se a outra parte conhece a reserva mental, o negócio é nulo, pois o instituto é similar à simulação.</p><p>Da Reserva Mental</p><p>Difere-se da simulação, pois na reserva mental, o agente quer algo e declara, conscientemente, coisa diferente para, eventualmente, poder alegar o erro em seu proveito, enganando o outro contratante, sendo ineficaz, por não atingir a validade do negócio jurídico.</p><p>DA Reserva Mental</p><p>EXEMPLOS</p><p>(Segundo Nelson Nery e Rosa Maria de Andrade)</p><p>Declaração do autor de uma obra literária que anuncia que o produto da venda de seus livros será destinado a uma instituição de caridade. Entretanto, o único objetivo é aumentar a venda das obras. Se os compradores têm conhecimento da reserva, a venda pode ser nulificada.</p><p>Declaração do testador que, com o objetivo de prejudicar herdeiro, faz disposição em benefício de quem se diz devedor, o que não é verdade.</p><p>Um homem visando exclusivamente ter relação sexual com uma mulher diz que a tomará como esposa.</p><p>Uma pessoa declara verbalmente a outra vender-lhe certo bem móvel para enganá-lo, julgando erradamente que a lei sujeita essa venda a escritura pública, pelo qual será nulo o contrato por vício de forma.</p><p>Estrangeiro em situação irregular no país casa-se com mulher brasileira para não ser expulso pelo serviço de imigração. Se a mulher sabe dessa omissão feita, o casamento será nulo. Se não sabe, o casamento permanece válido.</p><p>Promessa de mútuo feita a um moribundo insolvente como motivo de consolo.</p><p>Da fraude contra credores</p><p>Conceito</p><p>Constitui fraude contra credores o negócio jurídico realizado maliciosamente pelo devedor em estado de insolvência ou na iminência de tornar-se, que desfalca o seu patrimônio com o propósito de afastar a possibilidade de responder com os seus bens por obrigações assumidas em momento anterior à transmissão.</p><p>Previsão legal: art. 158 a 165, CC.</p><p>FRAUDE CONTRA CREDORES = intenção de prejudicar credores (elemento subjetivo) + atuação em prejuízo aos credores (elemento objetivo)</p><p>Da fraude contra credores</p><p>Características</p><p>Vício social;</p><p>Exige-se a presença dos elementos:</p><p>Objetivo (eventus damni).</p><p>Subjetivo (consilium fraudis).</p><p>Da fraude contra credores</p><p>Modalidades</p><p>Transferência a título gratuito;</p><p>Transferência a título oneroso;</p><p>Outorga de garantias reais (art. 1419, CC);</p><p>Pagamento antecipado de débito.</p><p>Da fraude contra credores</p><p>Ação revocatória ou pauliana:</p><p>Cabível por parte dos credores quirografários eventualmente prejudicados;</p><p>Cabível por parte do credor com garantia real (art. 158, § 1º, CC), desde que haja reconhecimento judicial da insuficiência da garantia;</p><p>Prazo decadencial de 4 anos, contados da celebração do negócio fraudulento (art. 178, II, CC)</p><p>Da fraude contra credores</p><p>Anulação do negócio jurídico:</p><p>Na disposição onerosa de bens, em regra, é necessária a presença da colusão (consilium fraudis - conluio fraudulento entre aquele que dispõe o bem e aquele que o adquire), e o prejuízo ao credor (eventos damni)</p><p>Na disposição gratuita de bens ou na remissão de dívida, basta o evento danoso ao credor (eventos damni)</p><p>FRAUDE CONTRA CREDORES	FRAUDE À EXECUÇÃO</p><p>Instituto de Direito Civil	Instituto de Direito Processual Civil</p><p>O devedor tem várias obrigações assumidas perante credores e aliena de forma gratuita ou onerosa os seus bens, visando prejudicar tais credores.	O executado já citado em ação de execução ou condenatória aliena bem constrito, com o registro da demanda ou da hipoteca judiciária na matrícula do imóvel (art. 792, I, II, III, CPC)</p><p>Necessária a presença de dois elementos, em regra: conluio fraudulento entre devedor e adquirente do bem + prejuízo ao credor.	Seu reconhecimento depende do registro de penhora do bem alienado ou da prova de má-fé do terceiro adquirente (art. 792, CPC).</p><p>Necessidade de propositura de ação pauliana ou revocatória. 	Não há necessidade de propositura da ação pauliana, podendo ser a fraude reconhecida mediante simples requerimento da parte.</p><p>A sentença da ação anulatória tem natureza constitutiva negativa, gerando a anulabilidade do negócio jurídico celebrado (plano de validade).	O reconhecimento da fraude à execução tem natureza declaratória, gerando a ineficácia do ato celebrado (plano de eficácia).</p><p>Quadro comparativo</p><p>3.3 TEORIA DAS NULIDADES</p><p>DO NEGÓCIO JURÍDICO</p><p>Nulidade é “sanção, imposta pela norma jurídica, que determina a privação dos efeitos jurídicos do negócio praticado em desobediência ao que prescreve.” (Maria Helena Diniz).</p><p>“A nulidade é a consequência prevista em lei, nas hipóteses em que não estão preenchidos os requisites básicos para a existência válida do ato negocial”(Flávio Tartuce).</p><p>Da invalidade do negócio jurídico</p><p>A invalidade corresponde à ineficácia do negócio jurídico, e segundo a doutrina clássica do Direito Civil abrangem:</p><p>A invalidade do negócio jurídico abrange	A inexistência do negócio jurídico.</p><p>A nulidade absoluta – negócio nulo.</p><p>A nulidade relativa ou anulabilidade – negócio anulável.</p><p>Da inexistência do negócio jurídico</p><p>São inexistentes os negócios jurídicos que não apresentam os elementos que formam o suporte fático: partes, vontade, objeto e forma.</p><p>Da nulidade absoluta</p><p>Características:</p><p>O negócio não produz efeitos jurídicos pela ausência dos requisitos para os eu plano de validade (ex tunc – como se nunca tivesse existido).</p><p>Ofende princípios de ordem pública;</p><p>Cabível ação declaratória de nulidade do negócio jurídico</p><p>(é imprescritível – art. 169, CC – há controvérsia doutrinária)</p><p>Da nulidade absoluta</p><p>Hipóteses de nulidade absoluta (art. 166, CC)</p><p>Quando celebrado por pessoa absolutamente incapaz;</p><p>For ilícito, impossível ou indeterminável o seu objeto;</p><p>O motivo determinante, comum a ambas as partes, for ilícito;</p><p>Não revestir a forma prescrita em lei;</p><p>For preterida alguma solenidade que a lei considere essencial para a sua validade;</p><p>Tiver por objetivo fraudar lei imperativa;</p><p>A lei taxativamente o declarar nulo, ou proibir-lhe a prática, sem cominar sanção.</p><p>Da nulidade absoluta</p><p>É nulo o negócio jurídico simulado, mas subsistirá o que se dissimulou, se válido for na substância e na forma. (art. 167, CC);</p><p>O negócio jurídico eivado de coação física (vis absoluta) é nulo de pleno direito, pela ausência de vontade (alguns doutrinadores entendem que essa hipóteses é de negócio inexiste).</p><p>Da nulidade relativa</p><p>Anulabilidade: são vícios que podem determinar a ineficácia do negócio, mas que permitem que seus efeitos possam ser produzidos, quando não reconhecidos judicialmente.</p><p>A declaração da anulabilidade produz efeitos ex nunc.</p><p>Da nulidade relativa</p><p>Hipóteses de nulidade relativa (art. 171, CC).</p><p>Quando o negócio for celebrado por relativamente incapaz sem a devida assistência, conforme rol do art. 4º, CC;</p><p>Por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude contra credores;</p><p>Nos casos especificados de anulabilidade. Exemplo: arts. 1.647 e 1.649, CC.</p><p>Da nulidade relativa</p><p>O reconhecimento deve ser pleiteado por meio da ação anulatória.</p><p>O Prazo decadencial para pleitear a anulação do negócio jurídico é de 4 anos, contado (art. 178, CC):</p><p>no caso de coação, do dia em que ela cessar;</p><p>no de erro, dolo, fraude contra credores, estado de perigo ou lesão, do dia em que se realizou o negócio jurídico;</p><p>no de atos de incapazes, do dia em que cessar a incapacidade.</p><p>Art. 179, CC. "Quando a lei dispuser que determinado ato é anulável, sem estabelecer prazo para pleitear-se a anulação, será este de dois anos, a contar da data da conclusão do ato".</p><p>Quadro Comparativo</p><p>NEGÓCIO NULO (Ordem Pública)	NEGÓCIO ANULÁVEL (Ordem Privada)</p><p>HIPÓTESES</p><p>HIPÓTESES</p><p>Negócio celebrado por absolutamente incapaz (art. 3º, CC), sem a devida representação .	Negócio celebrado por relativamente incapaz (art. 4º, CC), sem a devida assistência.</p><p>Objeto lícito, impossível, indeterminado ou indeterminável.	Quando houver vício acometendo o negócio jurídico: erro, dolo, coação moral / psicológica, estado de perigo, lesão e fraude contra credores.</p><p>Lei prevê a nulidade absoluta (nulidade textual) ou proíbe o ato sem cominar sanção (nulidade virtual)	Lei prevê a anulabilidade</p><p>Motivo a ambas as partes for ilícito</p><p>Desrespeito à forma ou preterida alguma solenidade.</p><p>Objetivo do negócio de fraude à lei imperativa</p><p>Negócio simulado, incluída a reserva mental.</p><p>Presença de coação física (vis absoluta)</p><p>Quadro comparativo</p><p>NEGÓCIO NULO (Ordem Pública)	NEGÓCIO ANULÁVEL (Ordem Privada)</p><p>EFEITOS E PROCEDIMENTOS	EFEITOS E PROCEDIMENTOS</p><p>Nulidade absoluta (nulidade)	Nulidade relativa (anulabilidade)</p><p>Ação declaratória de nulidade, imprescritível	Ação anulatória, com previsão de prazos decadenciais</p><p>Não pode ser suprida nem sanada, inclusive pelo juiz. Exceção: conversão do negócio jurídico (art. 170, CC)	Pode ser suprida, sanada, inclusive pelas partes (convalidação livre)</p><p>O Ministério Público pode intervir na ação de nulidade absoluta, inclusive promovendo a demanda.	O Ministério Público não pode intervir ou propor ação anulatória, somente os interessados.</p><p>Cabe decretação de ofício pelo juiz.	Não cabe decretação de ofício pelo juiz.</p><p>Sentença da ação declaratória tem efeitos erga omnes (contra todos) e ex tunc (retroativos)	Sentença da ação anulatória tem efeitos inter partes (entre as partes) e ex nunc (não retroativos) – segundo a maioria da doutrina.</p><p>Módulo - D</p><p>ATO ILÍCITO</p><p>MÓDULO D</p><p>SUMÁRIO DO MÓDULO D</p><p>4.1 Conceito de ato ilícito</p><p>4.2 Elementos do ato ilícito</p><p>4.3 Consequências do ato ilícito</p><p>4.4 Atos lesivos não ilícitos</p><p>4.1 CONCEITO DE ATO ILÍCITO</p><p>Aquele praticado em desacordo com a ordem legal, violando direito alheio, criando o dever de indenizar.</p><p>Ato ilícito criminal X Ato ilícito cível.</p><p>Art. 186, CC. "Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito".</p><p>Art. 187, CC. "Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes".</p><p>4.2 ELEMENTOS DO ATO ILÍCITO</p><p>Fato lesivo voluntário;</p><p>Ocorrência de um dano; e</p><p>Nexo de causalidade.</p><p>Fato lesivo voluntário (I).</p><p>Ação ou omissão voluntária do agente, causando violação de direito subjetivo.</p><p>Modalidades:</p><p>Dolo – violação intencional; e</p><p>Culpa – causada por imperícia, negligência ou imprudência.</p><p>Fato lesivo voluntário (II)</p><p>A culpa pode ser:</p><p>Em função do dever violado,</p><p>contratual;</p><p>extracontratual (aquiliana).</p><p>Quanto à sua graduação, poderá ser:</p><p>Grave;</p><p>Leve;</p><p>levíssima.</p><p>Quanto ao conteúdo, a culpa pode ser:</p><p>in committendo;</p><p>in eligendo;</p><p>in vigilando;</p><p>in custodiendo.</p><p>Fato lesivo voluntário (III)</p><p>Negligência</p><p>X</p><p>Imprudência</p><p>X</p><p>Imperícia</p><p>Ocorrência de um dano</p><p>Existência de dano patrimonial e/ou moral:</p><p>Dano moral: recai sobre elementos não-patrimoniais do ofendido, como sua personalidade.</p><p>Dano patrimonial: implica na diminuição do patrimônio do ofendido. Pode ser:</p><p>dano emergente;</p><p>lucro cessante.</p><p>Nexo de causalidade</p><p>Nexo causal entre o dano e o comportamento do agente causador.</p><p>4.3 CONSEQUÊNCIAS DO ATO ILÍCITO</p><p>DEVER DE INDENIZAR.</p><p>Responsabilidade objetiva; e</p><p>Responsabilidade subjetiva.</p><p>4.4. ATOS LESIVOS NÃO ILÍCITOS</p><p>Legítima defesa: excludente de responsabilidade, quando usada de forma moderada e dentro dos meios necessários para afastar a injusta agressão.</p><p>Exercício regular ou normal de um direito: não se trata de ato prejudicial a direito alheio, mas o exercício regular do titular do direito.</p><p>Estado de necessidade: ofensa do direito alheio para remover perigo iminente, quando as circunstâncias o tornem absolutamente necessário.</p><p>Dispositivo do Código Civil</p><p>Art. 188, CC. "Não constituem atos ilícitos:</p><p>os praticados em legítima defesa ou no exercício regular de um direito reconhecido;</p><p>a deterioração ou destruição da coisa alheia, ou a lesão a pessoa, a fim de remover perigo iminente.</p><p>Parágrafo único. No caso do inciso II, o ato será legítimo somente quando as circunstâncias o tornarem absolutamente necessário, não excedendo os limites do indispensável para a remoção do perigo".</p><p>Módulo - E</p><p>A PROVA DO ATO NEGOCIAL</p><p>MÓDULO E</p><p>SUMÁRIO DO MÓDULO E</p><p>5.1 Conceito de provas;</p><p>5.2 Espécies de provas no sistema legal brasileiro;</p><p>5.3 Meios de prova no processo;</p><p>5.4 Presunção da prova.</p><p>5.1 CONCEITO DE PROVA</p><p>“Conjunto de meios empregados para demonstrar, legalmente, a existência de negócios jurídicos.”(Maria Helena Diniz).</p><p>“Instrumento por meio do qual se forma a convicção do juiz a respeito da ocorrência ou inocorrência dos fatos controvertidos no processo.” (Ada Pellegrini Grinover).</p><p>“(...) a prova é o farol que deve guiar o juiz nas suas decisões” (Ordenações Filipinas, Livro III, Título 63).</p><p>Aspectos históricos</p><p>Ordálias (ou julgamentos de deus): métodos cruéis para obter a verdade, como a “prova das serpentes”, na qual o acusado era lançado no meio de cobras e considerado culpado se fosse mordido, posto que acreditavam que se inocente fosse, estaria protegido pela divindade e não seria atacado</p><p>Inquéritos: Usando principalmente na Inquisição. A confissão – independente da forma que fosse obtida – era considerada a prova derradeira e representava o objetivo primordial do processo inquisitório.</p><p>Prova legal: a própria lei determinava objetivamente os fatos e o modo pelo qual deveriam ser provados, cerceando a liberdade do juiz para julgá-los. P.ex., tetis unus, tetis nullus.</p><p>Livre convencimento motivado: sistema atual.</p><p>5.2 DIREITO E ÔNUS DA PROVA</p><p>NO PROCESSO JUDUCIAL</p><p>Princípio do devido processo legal;</p><p>Princípio da ampla defesa;</p><p>Princípio da proibição das provas ilícitas;</p><p>A justa valoração das provas como garantia da efetividade do direito à prova.</p><p>Na forma do artigo 373, CPC, o encargo de provar os fatos constitutivos de seu direito cabe ao autor da demanda, enquanto que ao réu cabe o encargo de demonstrar e provar a ocorrência de fatos impeditivos, modificativos ou extintivos do direito alegado pelo autor.</p><p>5.3 MEIOS DE PROVA</p><p>NO PROCESSO JUDICIAL</p><p>O Código de Processo Civil enumera os seguintes meios de prova:</p><p>Depoimento pessoal (arts. 385 a 388);</p><p>Confissão (arts. 389 a 395);</p><p>Exibição de documento ou coisa (arts. 396 a 404);</p><p>Documental (arts. 405 a 429);</p><p>Arguição de falsidade (arts. 430 a 433);</p><p>Documentos eletrônicos (arts. 439 a 441);</p><p>Testemunhal (arts. 442 a 463);</p><p>Pericial (arts. 464 a 480);</p><p>Inspeção judicial (arts. 481 a 484).</p><p>Meios de prova no Processo (II).</p><p>Depoimento pessoal: meio de prova pelo qual a parte é ouvida, diretamente, em juízo.</p><p>Confissão: ato (declaração) voluntário pelo qual a parte admite como verdadeiro fato que lhe é prejudicial, alegado pelo adversário.</p><p>Exibição de documento ou coisa: meio de prova pelo qual a produção não se dá por quem a prova aproveita, mas pela parte contrária ou por terceiro, ou ainda por iniciativa do juiz.</p><p>Meios de prova no Processo (III).</p><p>Testemunhal: produzida mediante inquirição de pessoas estranhas ao processo, que têm conhecimento de fatos ou atos cuja demonstração interessa à solução da causa.</p><p>Pericial: quando o objeto da prova envolve questões de ordem técnicas, cujo limitado conhecimento das partes e do magistrado impedem de analisá-lo de maneira eficiente, tomam conhecimento desses fatos através da prova pericial, uma prova técnica.</p><p>Inspeção judicial: meio de prova em que o magistrado, sem o intermédio de estranhos, conhece diretamente dos fatos.</p><p>Meios de prova no Processo (IV).</p><p>Prova documental.</p><p>Documento: todo objeto do qual se extraem fatos em virtude da existência de símbolos, ou sinais gráficos, mecânicos, eletromagnéticos,</p><p>etc. “É a coisa representativa de um fato e destinada a fixá-lo de modo permanente e idôneo, reproduzindo-o em juízo.” (Moacyr Amaral dos Santos);</p><p>Documento (instrumento) público: dotado de fé pública.</p><p>Documento (instrumento) particular: elaborados pela própria pessoa, seja com o objetivo específico de servir no futuro prova de (instrumento) ou meramente para registrar um fato.</p><p>5.4 PRESUNÇÃO DA PROVA</p><p>Absoluta (juris et de jure): quando a norma estabelecer a verdade legal, não admitindo prova contrária ao fato presumido (p. ex., art. 163, CC).</p><p>Relativa (juris tantum): quando a lei estabelecer um fato como verdadeiro, até prova em contrário (p. ex., art. 133, CC).</p><p>Módulo - F</p><p>PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA</p><p>MÓDULO F</p><p>SUMÁRIO DO MÓDULO F</p><p>6.1 Prescrição</p><p>6.2 Contagem do prazo prescricional</p><p>6.3 Decadência</p><p>6.4 Diferenças entre prescrição e decadência</p><p>PRESCRIÇÃO</p><p>Conceito</p><p>Modalidade de extinção de direitos, pelo seu não exercício dentro de um determinado espaço de tempo, fulminando a pretensão do exercício do direito de ação.</p><p>Art. 189, CC. "Violado o direito, nasce para o titular a pretensão, a qual se extingue, pela prescrição, nos prazos a que aludem os arts. 205 e 206".</p><p>Características da prescrição</p><p>Proporciona estabilidade das relações jurídicas.</p><p>É uma pena para o agente negligente, que deixa de exercer seus direitos no prazo estipulado.</p><p>Ocorrendo a prescrição, o “devedor” fica desonerado.</p><p>Renúncia à prescrição</p><p>Somente depois de consumada a prescrição, desde que não haja prejuízo de terceiro, é que pode haver renúncia expressa ou tácita por parte do interessado.</p><p>Art. 191, CC. "A renúncia da prescrição pode ser expressa ou tácita, e só valerá, sendo feita, sem prejuízo de terceiro, depois que a prescrição se consumar; tácita é a renúncia quando se presume de fatos do interessado, incompatíveis com a prescrição".</p><p>Alegação da prescrição</p><p>Normas gerais</p><p>A prescrição pode ser reconhecida de ofício pelo juiz e alegada em qualquer grau de jurisdição.</p><p>Art. 332. § 1o, CPC. "O juiz também poderá julgar liminarmente improcedente o pedido se verificar, desde logo, a ocorrência de decadência ou de prescrição".</p><p>Art. 487. Parágrafo único, CPC.  "Ressalvada a hipótese do §1º do art. 332, a prescrição e a decadência não serão reconhecidas sem que antes seja dada às partes oportunidade de manifestar-se".</p><p>Art. 921.  § 5o, CPC. "O juiz, depois de ouvidas as partes, no prazo de 15 (quinze) dias, poderá, de ofício, reconhecer a prescrição de que trata o § 4o e extinguir o processo".</p><p>Art. 193, CC. "A prescrição pode ser alegada em qualquer grau de jurisdição, pela parte a quem aproveita".</p><p>Direito de ação àqueles que não alegaram</p><p>Há o direito de ação do incapaz contra os representantes legais, que não alegaram a prescrição.</p><p>Art. 195, CC. "Os relativamente incapazes e as pessoas jurídicas têm ação contra os seus assistentes ou representantes legais, que derem causa à prescrição, ou não a alegarem oportunamente".</p><p>Sucessão da prescrição</p><p>A prescrição iniciada contra um pessoa é aproveitada contra seu sucessor.</p><p>Art. 195, CC. "A prescrição iniciada contra uma pessoa continua a correr contra o seu sucessor".</p><p>Com o principal prescrevem os acessórios</p><p>Art. 190, CC. "A exceção prescreve no mesmo prazo em que a pretensão".</p><p>Art. 191, CC. "A renúncia da prescrição pode ser expressa ou tácita, e só valerá, sendo feita, sem prejuízo de terceiro, depois que a prescrição se consumar; tácita é a renúncia quando se presume de fatos do interessado, incompatíveis com a prescrição.</p><p>Art. 192, CC. "Os prazos de prescrição não podem ser alterados por acordo das partes".</p><p>Contagem do prazo prescricional</p><p>Doutrina majoritária: ocorre com o surgimento da pretensão, que decorre da exigibilidade do direito subjetivo. O art. 189 diz respeito aos casos em que a pretensão nasce imediatamente após a violação do direito absoluto ou da obrigação de não fazer. Enunciado n. 14 do CJF/STJ, I Jornada de Direito Civil).</p><p>Jurisprudência recente do STJ: adoção da teoria da actio nata, pela qual deve ter início a partir do conhecimento da violação ou lesão ao direito subjetivo.</p><p>Prazos prescricionais (I)</p><p>Art. 205, CC. "A prescrição ocorre em dez anos, quando a lei não lhe haja fixado prazo menor".</p><p>Prazos prescricionais (II)</p><p>Art. 206, CC. Prescreve:</p><p>§ 1º Em um ano:</p><p>I - a pretensão dos hospedeiros ou fornecedores de víveres destinados a consumo no próprio estabelecimento, para o pagamento da hospedagem ou dos alimentos;</p><p>II - a pretensão do segurado contra o segurador, ou a deste contra aquele, contado o prazo:</p><p>a) para o segurado, no caso de seguro de responsabilidade civil, da data em que é citado para responder à ação de indenização proposta pelo terceiro prejudicado, ou da data que a este indeniza, com a anuência do segurador;</p><p>b) quanto aos demais seguros, da ciência do fato gerador da pretensão;</p><p>III - a pretensão dos tabeliães, auxiliares da justiça, serventuários judiciais, árbitros e peritos, pela percepção de emolumentos, custas e honorários;</p><p>IV - a pretensão contra os peritos, pela avaliação dos bens que entraram para a formação do capital de sociedade anônima, contado da publicação da ata da assembléia que aprovar o laudo;</p><p>V - a pretensão dos credores não pagos contra os sócios ou acionistas e os liquidantes, contado o prazo da publicação da ata de encerramento da liquidação da sociedade</p><p>Prazos prescricionais (III)</p><p>§ 3º Em três anos:</p><p>I - a pretensão relativa a aluguéis de prédios urbanos ou rústicos;</p><p>II - a pretensão para receber prestações vencidas de rendas temporárias ou vitalícias;</p><p>III - a pretensão para haver juros, dividendos ou quaisquer prestações acessórias, pagáveis, em períodos não maiores de um ano, com capitalização ou sem ela;</p><p>IV - a pretensão de ressarcimento de enriquecimento sem causa;</p><p>V - a pretensão de reparação civil;</p><p>VI - a pretensão de restituição dos lucros ou dividendos recebidos de má-fé, correndo o prazo da data em que foi deliberada a distribuição;</p><p>VII - a pretensão contra as pessoas em seguida indicadas por violação da lei ou do estatuto, contado o prazo:</p><p>a) para os fundadores, da publicação dos atos constitutivos da sociedade anônima;</p><p>b) para os administradores, ou fiscais, da apresentação, aos sócios, do balanço referente ao exercício em que a violação tenha sido praticada, ou da reunião ou assembléia geral que dela deva tomar conhecimento;</p><p>c) para os liquidantes, da primeira assembléia semestral posterior à violação;</p><p>VIII - a pretensão para haver o pagamento de título de crédito, a contar do vencimento, ressalvadas as disposições de lei especial;</p><p>IX - a pretensão do beneficiário contra o segurador, e a do terceiro prejudicado, no caso de seguro de responsabilidade civil obrigatório.</p><p>Prazos prescricionais (IV)</p><p>§ 4o Em quatro anos, a pretensão relativa à tutela, a contar da data da aprovação das contas.</p><p>§ 5º Em cinco anos:</p><p>I - a pretensão de cobrança de dívidas líquidas constantes de instrumento público ou particular;</p><p>II - a pretensão dos profissionais liberais em geral, procuradores judiciais, curadores e professores pelos seus honorários, contado o prazo da conclusão dos serviços, da cessação dos respectivos contratos ou mandato;</p><p>III - a pretensão do vencedor para haver do vencido o que despendeu em juízo.</p><p>Causas interruptivas do prazo prescricional</p><p>Interrupção: provoca o reinicio da contagem do prazo prescricional, ignorando-se o tempo já transcorrido antes da causa interruptiva (art. 202 a 204, CC).</p><p>Causas:</p><p>citação do devedor em processo judicial;</p><p>protesto judicial e cambial;</p><p>apresentação do título de crédito em juízo de inventário ou em concurso de credores;</p><p>atos judiciais que constituam em mora o devedor.</p><p>Causas impeditivas e suspensivas do prazo prescricional</p><p>Causas Impeditivas: circunstâncias que impedem o início da contagem do prazo prescricional.</p><p>Causas Suspensivas: circunstâncias que, depois de iniciado a contagem, paralisam temporariamente o decurso de prazo; superado o fato suspensivo, a contagem</p><p>é reiniciada, aproveitando-se o período anterior.</p><p>Arts. 197 a 201, CC.</p><p>DECADÊNCIA</p><p>“É a extinção do direito pela inação de seu titular que deixa escoar o prazo legal ou voluntariamente fixado para o seu exercício.” (Maria Helena Diniz).</p><p>Previsão legal: Art. 207 a 211, CC.</p><p>Prazos decadenciais</p><p>Alguns prazos decadenciais na lei:</p><p>Artigo 445, CC.</p><p>Artigo 516, CC.</p><p>Artigo 1122, CC.</p><p>Artigo 26, CDC.</p><p>Fórmula para identificar se o prazo é prescricional ou decadencial</p><p>PREMISSA 1 – Procure identificar a contagem dos prazos. Se a contagem for em dias, meses ou ano e dia, o prazo é decadencial. Se o prazo for em anos, poderá ser o prazo de prescrição ou de decadência.</p><p>PREMISSA 2 – Aplicável quando se tem prazo em anos. Procure identificar a localização do prazo do Código Civil. Se o prazo em ano estiver previsto no art. 206 será de prescrição, se estiver fora do art. 206 será de decadência.</p><p>PREMISSÃO 3 – Aplicável quando se tem prazo em anos e a questão não mencionou em qual artigo o mesmo está localizado. Utilizar os critérios apontados por Agnelo Amorim Filho: se a ação correspondente for condenatória, o prazo é prescricional. Se a ação for constitutiva positiva ou negativa, o prazo é decadencial.</p><p>DIFERENÇAS ENTRE A PRESCRIÇÃO E A DECADÊNCIA</p><p>PRESCRIÇÃO	DECADÊNCIA</p><p>Extingue a pretensão	Extingue o direito</p><p>Prazos somente estabelecidos pela lei	Prazos estabelecidos pela lei (decadência legal) ou por convenção das partes (decadência convencional)</p><p>Deve ser conhecida de ofício pelo juiz	A decadência legal deve ser reconhecida de ofício pelo magistrado, o que não ocorre com a decadência convencional</p><p>A parte pode não alega-lo. Pode ser renunciada pelo devedor após a consumação	A decadência legal não pode ser renunciada, em qualquer hipótese. A decadência convencional pode ser renunciada após a consumação, também pelo devedor (mesmo tratamento da prescrição)</p><p>Não corre contra determinadas pessoas	Corre contra todas, com exceção dos absolutamente incapazes (art. 3º, CC)</p><p>Previsão de casos de impedimento, suspensão e ou interrupção.	Não pode ser impedida, suspensa ou interrompida, regra geral, com exceção de regras específicas.</p><p>Relacionada com direitos subjetivos, atinge ações condenatórias (principalmente cobrança e reparação de danos)	Relacionada com direitos potestativos, atinge ações constitutivas positivas e negativas (principalmente ações anulatórias)</p><p>Prazo geral de 10 anos (art. 205, CC)	Não há, para a maioria da doutrina, prazo geral de decadência. Há um prazo geral para anular negócio jurídico, de dois anos contados de sua celebração, conforme art. 179, CC.</p><p>Prazos especiais de 1, 2, 3, 4 e 5 anos, previstos no art. 206, CC.	Prazos especiais em dias, meses, ano e dia e anos (1 a 5 anos), todos previstos em outros dispositivos, fora dos arts. 205 e 206 , CC.</p><p>image1.jpg</p><p>image2.png</p>

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