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<p>ACESSE AQUI ESTE</p><p>MATERIAL DIGITAL!</p><p>FERNANDA DE LIMA TANA</p><p>AVALIAÇÃO E</p><p>DIAGNÓSTICO</p><p>CLÍNICO</p><p>Coordenador(a) de Conteúdo</p><p>Gislaine Cardoso de Sousa Fiaes</p><p>Projeto Gráfico e Capa</p><p>Arthur Cantareli Silva</p><p>Editoração</p><p>Alan Diego Hordina e Nivaldo Villela</p><p>Design Educacional</p><p>Aguinaldo Ventura</p><p>Revisão Textual</p><p>Tatiane Schmitt Costa, Elaine Machado</p><p>e Meyre Barbosa da Silva</p><p>Ilustração</p><p>Bruno Pardinho, Eduardo Aparecido</p><p>Alves e Geison Odlevati Ferreira</p><p>Fotos</p><p>Shutterstock e Envato</p><p>Impresso por:</p><p>Bibliotecária: Leila Regina do Nascimento - CRB- 9/1722.</p><p>Ficha catalográfica elaborada de acordo com os dados fornecidos pelo(a) autor(a).</p><p>Núcleo de Educação a Distância. TANA, Fernanda de Lima.</p><p>Avaliação e Diagnóstico Clínico / Fernanda de Lima Tana. -</p><p>Florianópolis, SC: Arqué, 2024.</p><p>220 p.</p><p>ISBN papel 978-65-6137-641-9</p><p>ISBN digital 978-65-6137-642-6</p><p>1. Avaliação 2. Diagnóstico 3. Clínico 4. EaD. I. Título.</p><p>CDD - 616.0754</p><p>EXPEDIENTE</p><p>FICHA CATALOGRÁFICA</p><p>N964</p><p>02511642</p><p>https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/17299</p><p>RECURSOS DE IMERSÃO</p><p>Utilizado para temas, assuntos ou con-</p><p>ceitos avançados, levando ao aprofun-</p><p>damento do que está sendo trabalhado</p><p>naquele momento do texto.</p><p>APROFUNDANDO</p><p>Uma dose extra de</p><p>conhecimento é sempre</p><p>bem-vinda. Aqui você</p><p>terá indicações de filmes</p><p>que se conectam com o</p><p>tema do conteúdo.</p><p>INDICAÇÃO DE FILME</p><p>Uma dose extra de</p><p>conhecimento é sempre</p><p>bem-vinda. Aqui você terá</p><p>indicações de livros que</p><p>agregarão muito na sua</p><p>vida profissional.</p><p>INDICAÇÃO DE LIVRO</p><p>Utilizado para desmistificar pontos</p><p>que possam gerar confusão sobre o</p><p>tema. Após o texto trazer a explicação,</p><p>essa interlocução pode trazer pontos</p><p>adicionais que contribuam para que</p><p>o estudante não fique com dúvidas</p><p>sobre o tema.</p><p>ZOOM NO CONHECIMENTO</p><p>Este item corresponde a uma proposta</p><p>de reflexão que pode ser apresentada por</p><p>meio de uma frase, um trecho breve ou</p><p>uma pergunta.</p><p>PENSANDO JUNTOS</p><p>Utilizado para aprofundar o</p><p>conhecimento em conteúdos</p><p>relevantes utilizando uma lingua-</p><p>gem audiovisual.</p><p>EM FOCO</p><p>Utilizado para agregar um conteúdo</p><p>externo.</p><p>EU INDICO</p><p>Professores especialistas e con-</p><p>vidados, ampliando as discus-</p><p>sões sobre os temas por meio de</p><p>fantásticos podcasts.</p><p>PLAY NO CONHECIMENTO</p><p>PRODUTOS AUDIOVISUAIS</p><p>Os elementos abaixo possuem recursos</p><p>audiovisuais. Recursos de mídia dispo-</p><p>níveis no conteúdo digital do ambiente</p><p>virtual de aprendizagem.</p><p>4</p><p>U N I D A D E 1</p><p>FUNDAMENTOS PARA ESTUDOS DE CASO VOLTADOS À FASE PRÉ-ANALÍTICA,</p><p>ANALÍTICA E PÓS-ANALÍTICA 8</p><p>U N I D A D E 2</p><p>FUNDAMENTOS PARA ESTUDOS DE CASO VOLTADOS À EXAMES BIOQUÍMICOS 30</p><p>U N I D A D E 3</p><p>FUNDAMENTOS PARA ESTUDOS DE CASO VOLTADOS À EXAMES IMUNOLÓGICOS 54</p><p>U N I D A D E 4</p><p>FUNDAMENTOS PARA ESTUDO DE CASO VOLTADOS A EXAMES HEMATOLÓGICOS 78</p><p>U N I D A D E 5</p><p>FUNDAMENTOS PARA ESTUDOS DE CASO VOLTADOS À EXAMES</p><p>MICROBIOLÓGICOS 104</p><p>U N I D A D E 6</p><p>FUNDAMENTOS PARA ESTUDOS DE CASO VOLTADOS A EXAMES DE IMAGEM 126</p><p>U N I D A D E 7</p><p>FUNDAMENTOS PARA ESTUDOS DE CASO VOLTADOS A EXAMES DE URINA 148</p><p>U N I D A D E 8</p><p>FUNDAMENTOS PARA ESTUDOS DE CASO VOLTADOS À EXAMES</p><p>CITOPATOLÓGICOS 172</p><p>U N I D A D E 9</p><p>FUNDAMENTOS PARA ESTUDOS DE CASO VOLTADOS À EXAMES</p><p>PARASITOLÓGICOS 196</p><p>5</p><p>CAMINHOS DE APRENDIZAGEM</p><p>UNIDADE 1</p><p>MINHAS METAS</p><p>FUNDAMENTOS PARA ESTUDOS</p><p>DE CASO VOLTADOS À FASE</p><p>PRÉ-ANALÍTICA, ANALÍTICA</p><p>E PÓS-ANALÍTICA</p><p>Descobrir as fases dos exames laboratoriais.</p><p>Diferenciar as fases pré-analítica, analítica e pós-analítica.</p><p>Compreender a importância das fases dos exames laboratoriais.</p><p>Conhecer alguns parâmetros de desempenho da fase analítica.</p><p>Reconhecer inadequações durante as fases pré-analítica, analítica e pós-analítica.</p><p>Refletir sobre o controle de qualidade em um laboratório clínico.</p><p>Entender a fundamentação teórica necessária para a futura execução das fases</p><p>pré-analítica, analítica e pós-analítica.</p><p>T E M A D E A P R E N D I Z A G E M 1</p><p>8</p><p>INICIE SUA JORNADA</p><p>Olá, estudante! Você conhece as etapas dos exames laboratoriais? Os exames</p><p>laboratoriais são essenciais para a prestação de cuidados médicos e diagnósticos</p><p>de forma decisiva. Os exames iniciam-se com a solicitação médica e encerram-se</p><p>quando o profissional que o solicitou, recebe e interpreta os resultados. Dessa</p><p>forma, o exame laboratorial contém três fases, sendo elas, a fase pré-analítica,</p><p>analítica e pós-analítica.</p><p>A fase pré-analítica envolve as atividades que antecedem o exame laborato-</p><p>rial. Por outro lado, a fase analítica corresponde ao procedimento de realização</p><p>do exame propriamente dito, e a fase pós-analítica inclui os procedimentos rea-</p><p>lizados após a execução do exame.</p><p>Vamos pensar sobre a rotina de um laboratório clínico? Imagine o quão com-</p><p>plexo é a rotina nesse ambiente devido a grande quantidade de exames diferentes</p><p>e inter-relacionados que são realizados. Por exemplo, amostras de sangue, urina,</p><p>líquor, entre outras, serão solicitadas, coletadas, analisadas e os resultados obtidos</p><p>serão liberados. Imagine que você irá executar, na prática, um exame clínico. Se</p><p>durante a fase pré-analítica houver uma não conformidade ou erro, o que acon-</p><p>teceria com as fases seguintes do exame? Isso mesmo, estudante! Todo o restante</p><p>das análises seriam prejudicadas! Assim como erros na fase analítica e na fase</p><p>pós-analítica comprometeriam a credibilidade dos resultados.</p><p>UNICESUMAR</p><p>9</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 1</p><p>Seguindo nessa perspectiva, é importante refletir sobre como as boas práticas</p><p>laboratoriais desde a fase pré-analítica até a fase pós-analítica são de extrema im-</p><p>portância e devem ser rigorosamente aplicadas durante toda a rotina laboratorial.</p><p>Erros cometidos durante as fases analíticas do exame podem ocasionar resultados</p><p>incorretos e, consequentemente, condutas médicas equivocadas.</p><p>Estudante, você sabia que os erros pré-analíticos são os mais comuns durante</p><p>a rotina laboratorial? Um estudo realizado na cidade de Sulaimani, no Iraque,</p><p>mostrou que erros pré-analíticos são a principal fonte de erros e ocorrem em</p><p>uma frequência de 46 a 68%. Nesse Podcast você será guiado a iniciar a reflexão</p><p>sobre as fases analíticas dos exames. Recursos de mídia disponíveis no conteú-</p><p>do digital no ambiente virtual de aprendizagem.</p><p>PLAY NO CONHECIMENTO</p><p>VAMOS RECORDAR?</p><p>Estudante, todas as amostras passam pelas três fases analíticas dentro dos exames</p><p>laboratoriais. Para o melhor entendimento e continuação dos estudos, vamos</p><p>recordar no vídeo a seguir quais são os setores e quais são os principais exames e</p><p>amostras analisadas em um laboratório de análises clínicas. Quando estiver pronto,</p><p>veja o vídeo a seguir:</p><p>https://www.youtube.com/watch?v=3ANSUNU4n10&t=262s.</p><p>DESENVOLVA SEU POTENCIAL</p><p>Os laboratórios clínicos atuam de forma essencial na oferta de assistência à saúde</p><p>e na prestação de cuidados médicos perante a sociedade. Numerosas escolhas</p><p>clínicas que são efetuadas ao longo do atendimento médico, são baseadas em</p><p>resultados obtidos a partir de exames e análises laboratoriais. Segundo Misbah</p><p>(2013, s.p.), os objetivos primordiais dos exames consistem em confirmar, es-</p><p>tabelecer ou reforçar o diagnóstico clínico.</p><p>1</p><p>1</p><p>https://www.youtube.com/watch?v=3ANSUNU4n10&t=262s</p><p>“ De acordo com o Diário Oficial da União, o Ministério da saúde e a</p><p>RDC 786 de 5 de maio de 2023, a corrida analítica, ou seja, a análise</p><p>de um exame laboratorial, é considerada: um conjunto de medições</p><p>efetuadas em um grupo de amostras em intervalo de tempo pré-de-</p><p>terminado, sob as mesmas condições de repetibilidade, tais como</p><p>método, analista, instrumentação, local e condições de utilização.</p><p>Os resultados dos testes laboratoriais têm a capacidade de oferecer</p><p>A alternativa B é incorreta, pois, na realidade, a espessura da amostra é um fator fundamental</p><p>que influencia diretamente a absorbância. Se a espessura da amostra aumenta, a absorção</p><p>também aumenta.</p><p>A alternativa C é incorreta, porque os métodos fotométricos referem-se a técnicas analíticas</p><p>que utilizam a medida da intensidade da luz e não do som.</p><p>A alternativa D é incorreta, pois a transmitância refere-se à capacidade de uma substância</p><p>permitir a passagem de luz através dela.</p><p>A alternativa E é correta, pois as grandezas absorbância e transmitância são inversa-</p><p>mente proporcionais.</p><p>CONFIRA SUAS RESPOSTAS</p><p>5</p><p>1</p><p>MEU ESPAÇO</p><p>5</p><p>1</p><p>UNIDADE 3</p><p>MINHAS METAS</p><p>FUNDAMENTOS PARA ESTUDOS</p><p>DE CASO VOLTADOS À EXAMES</p><p>IMUNOLÓGICOS</p><p>Revisar quais são os principais componentes do sistema imunológico.</p><p>Assimilar a dinâmica da interação antígeno-anticorpo.</p><p>Perceber o papel e aplicabilidade dos exames imunológicos.</p><p>Explorar a técnica de ELISA e citometria de fluxo como ferramenta na identificação</p><p>de proteínas específicas.</p><p>Entender a técnica de imunofluorescência e seu papel na visualização e localização</p><p>de antígenos.</p><p>Conhecer técnicas de aglutinação e seu papel na identificação de antígenos.</p><p>Refletir sobre tendências e inovações na área de exames imunológicos.</p><p>T E M A D E A P R E N D I Z A G E M 3</p><p>5</p><p>4</p><p>INICIE SUA JORNADA</p><p>Estudante, vamos juntos a uma jornada fascinante pelo universo da imunologia</p><p>e dos diagnósticos baseados nessa disciplina? Para iniciarmos, você sabe o que</p><p>significa “imunidade”? Historicamente, o termo “imunidade” quer dizer prote-</p><p>ção contra doenças, inicialmente, relacionadas a doenças infecciosas. Estudante,</p><p>durante o conteúdo, veremos que além de doenças infecciosas, essa proteção</p><p>também ocorre contra substâncias estranhas não infecciosas, tudo bem? O siste-</p><p>ma imune é constituído pelas células e moléculas que fazem parte e apresentam</p><p>mecanismos efetores para garantir a imunidade, e, as respostas conjuntas e</p><p>coordenadas à entrada de substâncias estranhas é denominada resposta imune.</p><p>Imagine, por um momento, um mundo sem ferramentas eficazes para identi-</p><p>ficar e entender doenças. A imunologia surge como peça-chave que desbloqueia</p><p>esse conhecimento. Através de técnicas de diagnósticos avançadas, nos tornamos</p><p>capazes de decifrar os sinais de que nosso corpo nos oferece, revelando a presença</p><p>de patógenos, células anormais ou desregulações no sistema imunológico.</p><p>Atualmente, vivenciamos uma época de avanços consideráveis, como a apli-</p><p>cação de técnicas imunológicas e a integração de técnicas de sequenciamento,</p><p>por exemplo. Essa convergência de disciplinas amplifica nossa capacidade de</p><p>diagnosticar de forma rápida, precisa e personalizada. Assim, o avanço contínuo</p><p>da pesquisa e das técnicas imunológicas revoluciona a prática clínica.</p><p>Ao revisitar as páginas da história da imunologia, testemunhamos uma tra-</p><p>jetória de descobertas notáveis. Você sabia que as imunoterapias e a vacinação</p><p>representam opções inovadoras para o tratamento de doenças, especialmente no</p><p>contexto de câncer e também na prevenção de infecções?</p><p>Dada a importância das imunoterapias e das vacinas, estudante, preparamos um</p><p>podcast para você explorar a história da vacinação. Você já ouviu falar em Edward</p><p>Jenner? Então, prepare-se para descobrir como Jenner, há mais de dois séculos,</p><p>desencadeou uma revolução médica que moldou o curso da saúde global. Esse</p><p>é um episódio que nos levará a um passado de desafios, descobertas e, é claro, a</p><p>primeira vacina que mudou o mundo! Venha comigo entender como Janner, com</p><p>seus passos pioneiros, mudou nossa realidade! Aperte o play. Recursos de mídia</p><p>disponíveis no conteúdo digital no ambiente virtual de aprendizagem.</p><p>PLAY NO CONHECIMENTO</p><p>UNICESUMAR</p><p>5</p><p>5</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 3</p><p>DESENVOLVA SEU POTENCIAL</p><p>Estudante, os testes imunológicos são amplamente utilizados e apresentam di-</p><p>versas aplicações. O diagnóstico e o tratamento de doenças que afetam nosso</p><p>organismo podem ser facilitados através de resultados provenientes desses testes.</p><p>Com a aplicação destes, podemos detectar doenças infecciosas, alergias, rastreio</p><p>de marcadores de câncer, imunodeficiências, entre outras anormalidades. Entre-</p><p>tanto, ao utilizar exames imunológicos para auxiliar no diagnóstico, os resultados</p><p>laboratoriais devem ser considerados como suporte ou confirmação da apre-</p><p>sentação clínica com base em uma história e exame físico precisos e completos</p><p>do paciente (WALKER et al., 1990). Assim como em todas as áreas, é essencial</p><p>interpretar os resultados considerando o contexto clínico e as particularidades</p><p>do paciente de maneira conjunta.</p><p>Com o avanço das pesquisas, a biotecnologia segue utilizando fundamentos</p><p>teóricos baseados na interação antígeno-anticorpo para o desenvolvimento de</p><p>testes rápidos capazes de detectar substâncias como hormônios e antígenos virais</p><p>em diferentes amostras clínicas, como por exemplo, urina, swab nasal e fezes. As-</p><p>sim, os testes rápidos baseados na interação antígeno-anticorpo desempenham</p><p>um papel crucial ao fornecer respostas rápidas e acessíveis, contribuindo para a</p><p>eficácia dos cuidados de saúde, especialmente em contextos em que a velocidade</p><p>e a simplicidade são essenciais.</p><p>Ao longo dessa jornada, iremos entender um pouco de cada um dos testes</p><p>e suas aplicações relacionando-as com possíveis casos clínicos. Vamos juntos?</p><p>VAMOS RECORDAR?</p><p>Estudante, antes de entrarmos a fundo no conteúdo, vamos juntos rever os principais</p><p>componentes do sistema imunológico, características gerais das respostas imunes</p><p>e relembrar mecanismos de defesa iniciais da imunidade inata e respostas tardias</p><p>da imunidade adaptativa. Feito isso, siga em frente no conteúdo a seguir:</p><p>https://www.youtube.com/watch?v=5HqHC7V4CqA.</p><p>5</p><p>1</p><p>https://www.youtube.com/watch?v=5HqHC7V4CqA</p><p>APLICABILIDADE DOS EXAMES IMUNOLÓGICOS</p><p>EM DIAGNÓSTICOS</p><p>Estudante, você deve estar se perguntando em quais situações a utilização dos</p><p>exames laboratoriais voltados a imunologia são aplicados. A utilização dos testes</p><p>imunológicos representa uma ferramenta essencial na prática clínica, desem-</p><p>penhando um efeito determinante no diagnóstico precoce, monitoramento de</p><p>doenças, avaliação de respostas terapêuticas, além do emprego dessas metodolo-</p><p>gias na ciência, pesquisa e desenvolvimento. Observe a seguir algumas aplicações</p><p>dos testes imunológicos.</p><p>1) DIAGNÓSTICO DE DOENÇAS INFECCIOSAS</p><p>Um diagnóstico preciso representa um passo fundamental no combate aos patógenos,</p><p>e são utilizados para identificar a presença de agentes infecciosos como vírus, bacté-</p><p>rias, parasitas e fungos no organismo. Os testes imunológicos são usados em diferentes</p><p>tipos de amostras clínicas para detecção.</p><p>2) PESQUISA DE MARCADORES TUMORAIS</p><p>O sistema imune é capaz de reconhecer células transformadas que se desenvolvem</p><p>em tumores, o que chamamos de vigilância imunológica. Essas transformações que</p><p>ocorrem estão muitas vezes relacionadas com a expressão de macromoléculas anti-</p><p>gênicas que podem ser identificadas através de exames imunológicos. A utilização dos</p><p>testes imunológicos para a pesquisa de marcadores tumorais é fundamental para o</p><p>diagnóstico precoce e monitoramento de tumores.</p><p>3) AVALIAÇÃO DE ALERGIAS</p><p>Alguns testes imunológicos são utilizados para a detecção de alérgenos específicos</p><p>que desencadeiam hipersensibilidades em alguns indivíduos. Nesse caso, os exames</p><p>imunológicos são utilizados para o desenvolvimento de planos de tratamento.</p><p>UNICESUMAR</p><p>5</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 3</p><p>Estudante, a aplicação dos exames de diagnóstico voltados à técnica imunológicas</p><p>destaca a contribuição inestimável dos mesmos na compreensão da saúde e na</p><p>promoção de abordagens terapêuticas mais precisas e eficazes. Visto as diversas</p><p>aplicações do ramo da imunologia no diagnóstico clínico, vamos abordar alguns</p><p>conceitos importantes para o melhor entendimento das técnicas em geral. Vamos</p><p>juntos entender sobre a relação e a interação entre os antígenos e os anticorpos.</p><p>4) MONITORAMENTO DE DOENÇAS</p><p>AUTOIMUNES</p><p>A autoimunidade representa a falha dos mecanismos normais de auto tolerância e resul-</p><p>ta em reações rápidas contra as próprias células e tecidos. O diagnóstico baseado em</p><p>testes imunológicos é utilizado para a detecção de autoantígenos que são capazes de</p><p>desencadear respostas autoimunes, como no caso do lúpus eritematoso, artrite reuma-</p><p>toide, entre outras doenças relacionada à falha de tolerância imunológica (ABBAS, 2018).</p><p>5) AVALIAÇÃO DE TRANSPLANTES</p><p>A realização de um transplante é um processo complexo onde a avaliação entre o doa-</p><p>dor e o receptor é fundamental. Exames de prova cruzada e de reatividade feitos atra-</p><p>vés de técnicas como citometria de fluxo permitem a pesquisa de anticorpos anti-HLA</p><p>no soro do receptor. Assim, os testes imunes podem contribuir para a diminuição do</p><p>risco de rejeição do transplante.</p><p>6) DETECÇÃO DE TOXINAS</p><p>Os testes imunológicos podem ser utilizados para identificar a presença de toxinas,</p><p>drogas e substâncias químicas no organismo, auxiliando na avaliação da exposição e</p><p>de seus efeitos.</p><p>7) INVESTIGAÇÃO DE INFECÇÕES EMERGENTES E PESQUISA CLÍNICA</p><p>Os testes imunológicos nos proporcionam correlatos imunes frente à uma infecção por</p><p>patógenos ou agentes infecciosos emergentes, a testes de eficácia vacinal e auxiliam no</p><p>avanço biotecnológico. Dessa forma, os exames imunológicos desempenham um papel</p><p>crucial na vigilância epidemiológica e na resposta rápida a ameaças à saúde pública.</p><p>5</p><p>8</p><p>INTERAÇÕES ANTÍGENO-ANTICORPO</p><p>Estudante, agora que você já relembrou os principais conceitos de imunologia,</p><p>através do “Vamos recordar”, iremos entender como acontece as interações an-</p><p>tígeno-anticorpo. Como veremos ao longo desse conteúdo, a maioria dos tes-</p><p>tes imunológicos são baseados a partir dessa interação com associação de uma</p><p>enzima para geração de um sinal específico para visualização. Muitas vezes, os</p><p>conceitos de antígeno e anticorpo podem causar dúvida, então para esclarecer-</p><p>mos esses conceitos, observe a seguir:</p><p>Os anticorpos representam proteínas circulantes geradas nos vertebrados como</p><p>resposta à exposição a elementos estranhos. Demonstram uma notável diversi-</p><p>dade e especificidade em sua capacidade de identificar estruturas moleculares.</p><p>Embora compartilhem características estruturais comuns, os anticorpos exibem</p><p>uma notável variabilidade nas regiões onde se ligam aos antígenos (ABBAS, 2018).</p><p>Um antígeno é qualquer substância que pode ser especificamente ligada por</p><p>uma molécula de anticorpo ou receptor de célula T. As interações dos antígenos</p><p>com anticorpos são conhecidas como reações antígeno-anticorpo (PARIJA, 2023).</p><p>ZOOM NO CONHECIMENTO</p><p>Estudante, é importante ressaltar algumas características das interações antíge-</p><p>no-anticorpo. Uma das principais funções biológicas dos anticorpos é ligar-se a</p><p>patógenos e seus produtos e facilitar sua remoção do hospedeiro. Os anticorpos</p><p>podem se ligar a antígenos que incluem uma grande variedade de moléculas</p><p>biológicas, entre elas açúcares, lipídios, carboidratos, proteínas e ácidos nucleicos.</p><p>Entretanto, um anticorpo geralmente reconhece apenas uma pequena região na</p><p>superfície dessas moléculas biológicas (JANEWAY et al., 2001). Qualquer forma</p><p>ou superfície disponível nessas moléculas e que possa ser reconhecida por um</p><p>anticorpo constitui o que chamamos de determinante antigênico ou epítopo.</p><p>A formação dos complexos antígeno-anticorpo, também chamados de imu-</p><p>nocomplexos, sofre influência da relação entre as concentrações de antígenos</p><p>e anticorpos presentes. Na zona de equivalência, a concentração de antígenos</p><p>e anticorpos se apresenta de tal forma que, a maioria ou todas as moléculas de</p><p>UNICESUMAR</p><p>5</p><p>9</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 3</p><p>antígenos e anticorpos estão complexadas em grandes massas. Na zona de equi-</p><p>valência, a quantidade de antígenos e anticorpos está balanceada de maneira</p><p>ideal. Essa zona representa o ponto ideal para detectar a presença de antígenos</p><p>específicos em um teste imunológico. Entretanto, os imunocomplexos podem</p><p>ser dissociados em agregados menores. Quando há um excesso de antígenos em</p><p>relação aos anticorpos disponíveis, muitos antígenos não são ligados aos anti-</p><p>corpos correspondentes, de modo que moléculas de antígeno livre irão deslocar</p><p>o antígeno ligado ao anticorpo (zona de excesso de antígeno). Da mesma forma,</p><p>o aumento da concentração de anticorpos em relação aos antígenos disponíveis</p><p>resulta no deslocamento dos anticorpos ligados aos determinantes antigênicos</p><p>(zona de excesso de anticorpo). A zona de excesso de antígenos ou anticorpos é</p><p>caracterizada por uma resposta relativamente fraca. Essa compreensão é essencial</p><p>em técnicas imunológicas, como precipitação em gel ou imunodifusão, em que a</p><p>observação dessas zonas auxilia na interpretação dos resultados e na detecção de</p><p>antígenos específicos. Para facilitar sua compreensão, observe a figura a seguir:</p><p>Zona de excesso</p><p>de anticorpo</p><p>(pequenos complexos)</p><p>Zona</p><p>de equivalência</p><p>(grandes complexos)</p><p>Zona de excess</p><p>de antígeno</p><p>(pequenos complexos)</p><p>Figura 1 - Complexos antígeno-anticorpo / Fonte: adaptada de ABBAS (2018).</p><p>Descrição da Imagem: a figura está dividida em três colunas. Da esquerda para a direita, primeiramente ob-</p><p>servamos a zona de excesso de anticorpos. Na primeira coluna observamos anticorpos em cor rosa em maior</p><p>quantidade que os antígenos que são ilustrados didaticamente como circunferências menores e amarelas. Na</p><p>coluna do meio, da esquerda para a direita vemos a zona de equivalência entre antígenos e anticorpos formando</p><p>grandes complexos. Nesta coluna, há a formação de uma “rede” demonstrando uma concentração equilibrada</p><p>tanto de antígenos quanto de anticorpos. Na última coluna, observamos a zona de excesso de antígenos, onde</p><p>há maior quantidade de antígenos em relação aos anticorpos. Em todas as colunas, os anticorpos estão em cor</p><p>rosa e os antígenos em cor amarela. Fim da descrição.</p><p>1</p><p>1</p><p>Estudante, é importante lembrar que, se uma zona de equivalência é alcançada</p><p>in vivo, grandes imunocomplexos podem se formar na circulação. Os imuno-</p><p>complexos que são presos ou formados nos tecidos podem iniciar uma reação</p><p>inflamatória, resultando em doenças de imunocomplexos (ABBAS, 2018).</p><p>VOCÊ SABE RESPONDER?</p><p>Entender a relação entre antígeno-anticorpo é crucial para a interpretação precisa</p><p>dos exames imunológicos, garantindo resultados confiáveis e evitando falhas</p><p>relacionadas ao efeito prozona. Estudante, você sabe o que significa efeito prozona?</p><p>O efeito prozona trata-se de ausência de reatividade em uma amostra que,</p><p>mesmo contendo anticorpos apresenta resultado não reagente. Esse fenômeno</p><p>surge devido à desproporção entre as quantidades de antígenos e anticorpos</p><p>na reação e esse desequilíbrio pode resultar em uma resposta que não reflete</p><p>adequadamente a presença do antígeno levando à produção de resultados fal-</p><p>so-negativos. Ou seja, no caso do efeito prozona, a amostra em questão não se</p><p>encontra na zona de equivalência onde a concentração de antígenos e anticor-</p><p>pos se encontra balanceada.</p><p>Estudante, uma das alternativas para prevenir o efeito prozona é justamente</p><p>a diluição da amostra. O processo de diluição da amostra é uma estratégia que</p><p>permite a redução da concentração de antígeno, facilitando que os anticorpos se</p><p>liguem eficientemente, evitando a saturação! Entender essa relação é fundamen-</p><p>tal para a interpretação correta dos testes imunológicos, garantindo resultados</p><p>confiáveis e evitando resultados falso-negativos.</p><p>UNICESUMAR</p><p>1</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 3</p><p>TÉCNICAS LABORATORIAIS COMUMENTE UTILIZADAS EM</p><p>IMUNOLOGIA: QUANTIFICAÇÃO DE ANTÍGENOS</p><p>POR IMUNOENSAIOS</p><p>Estudante, os exames imunológicos que se baseiam na quantificação da con-</p><p>centração de antígenos fornecem grande especificidade e sensibilidade, e</p><p>assim, se tornaram técnicas-padrão tanto para a pesquisa quanto para aplicações</p><p>clínicas (ABBAS, 2018). Todos os métodos imunoquímicos de quantificação</p><p>fundamentam-se na presença de um antígeno ou anticorpo, cujas quantidades</p><p>podem ser mensuradas por meio de uma molécula indicadora, também conhe-</p><p>cida como marcador. Essa abordagem essencial utiliza a interação antígeno-anti-</p><p>corpo para não apenas detectar a presença da substância desejada, mas também</p><p>permitir a avaliação quantitativa precisa por meio da resposta da molécula indi-</p><p>cadora/ marcador. Vamos juntos conhecer a técnica de ELISA?</p><p>Ensaio de imunoabsorção ligado à enzima - ELISA</p><p>Do inglês, enzyme-linked immunosorbent assay, o ELISA é um teste imunológi-</p><p>co comumente utilizado em análises clínicas e utiliza as propriedades catalíticas</p><p>das enzimas para detectar e quantificar reações imunológicas. Originalmente</p><p>descrito por Engvall e Perlmann em 1971, o ELISA têm sido a base da detecção</p><p>de uma ampla variedade de proteínas, incluindo citocinas, fosfoproteínas e mo-</p><p>léculas recombinantes (ALHAJJ et al., 2023).</p><p>Estudante, nesse tipo de ensaio, um dos componentes da reação é adsorvido</p><p>de forma inespecífica ou ligado covalentemente à superfície de uma fase sólida,</p><p>como um poço de microtitulação, uma partícula magnética ou uma esfera de plás-</p><p>tico. Essa ligação facilita a separação de reagentes ligados e livres (AYDIN, 2015).</p><p>Estudante, a seguir, veremos que existem diferentes variações no ELISA.</p><p>Abordaremos quais são as variações e as principais características de cada uma</p><p>das técnicas. Por hora, entenda que, dependendo do tipo de ELISA, o teste re-</p><p>quer um anticorpo de detecção primário, chamado de anticorpo de captura,</p><p>analito/antígeno, anticorpo de detecção, tampão de lavagem e substrato/</p><p>cromógeno. O anticorpo de detecção é covalentemente ligado a uma enzima,</p><p>como a peroxidase, capaz de gerar um produto colorido ou fluorescente quando</p><p>exposto a um substrato específico. O produto resultante é então quantificado</p><p>1</p><p>1</p><p>por meio de um leitor de placas adequado e comparado aos dados obtidos a</p><p>partir de uma curva padrão para análise e interpretação dos dados obtidos</p><p>(COLIGAN et al., 2001).</p><p>1) ELISA DIRETO</p><p>Microplaca revestida com o antígeno. No ELISA direto, o anticorpo de detecção primário</p><p>liga-se diretamente ao antígeno de interesse. Em seguida, a placa é lavada novamente</p><p>para remover quaisquer anticorpos não ligados. Um substrato/cromóforo, como a pe-</p><p>roxidase, é adicionado à placa, o que resulta em uma mudança de cor.</p><p>2) ELISA INDIRETO</p><p>A microplaca é previamente revestida com o antígeno de interesse. Nesta variação do</p><p>ELISA, são necessários dois anticorpos distintos: um anticorpo de detecção primário</p><p>que se une ao antígeno específico, e um anticorpo secundário que está conjugado a</p><p>uma enzima compatível com o anticorpo primário. A sequência da técnica se inicia com</p><p>a adição do anticorpo de detecção primário, seguido por uma fase de lavagem para</p><p>remoção de excessos. Posteriormente, introduz-se o anticorpo secundário, agora asso-</p><p>ciado a uma enzima, como por exemplo a peroxidase, completando assim o processo.</p><p>3) ELISA SANDUÍCHE</p><p>A microplaca é previamente revestida com um anticorpo de captura. Essa variação da</p><p>técnica é denominada “sanduíche” porque os antígenos ficam imprensados entre duas</p><p>camadas de anticorpos (anticorpos de captura e detecção). Após a adição do anticorpo</p><p>de detecção, o substrato é adicionado para produzir uma mudança de cor. O ELISA</p><p>sanduíche tem a maior sensibilidade entre todos os tipos de ELISA.</p><p>UNICESUMAR</p><p>1</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 3</p><p>Observe na figura a seguir as variações principais da técnica de ELISA:</p><p>"(a) ELISA DIRETO"</p><p>"Poço revestido com antígeno"; abaixo da seta: "Lavagem"; "Adição de anticorpo conjugado à enzima"; abaixo da seta: "lavagem" ; "Adição de substrato e medida de cor"</p><p>"(b) ELISA INDIRETO"�</p><p>"Poço revestido com antígeno"; abaixo da seta: "Lavagem"; "Adição de anticorpo"; abaixo da seta: "lavagem"; Adição de anticorpo secundário anti-anticorpo conjugado à enzima"; abaixo da seta: "lavagem" ; "Adição de substrato e medida de cor".</p><p>"(c) ELISA sanduíche"�</p><p>"Poço revestido com anticorpo"; abaixo da seta: "Lavagem"; "Adição do antígeno alvo";� abaixo da seta: "lavagem" ; "Adição de anticorpo secundário de detecção conjugado à enzima";�abaixo da seta: "lavagem" ;�Adição de substrato e medida de cor".</p><p>(a) ELISA DIRETO</p><p>Poço revestido</p><p>com antígeno</p><p>Lavagem</p><p>Lavagem</p><p>Lavagem Lavagem Lavagem</p><p>Lavagem Lavagem</p><p>Lavagem</p><p>Adição de anticorpo</p><p>conjugado à enzima</p><p>Adição de substrato</p><p>e medida de cor</p><p>(b) ELISA INDIRETO</p><p>Poço revestido</p><p>com antígeno</p><p>Adição de</p><p>anticorpo</p><p>Adição de anticorpo</p><p>secundário</p><p>anti-anticorpo</p><p>conjugado à enzima</p><p>Adição de substrato</p><p>e medida de cor</p><p>(c) ELISA sanduíche</p><p>Poço revestido</p><p>com anticorpo</p><p>Adição do</p><p>antígeno alvo</p><p>Adição de anticorpo</p><p>secundário de detecção</p><p>conjugado à enzima</p><p>Adição de substrato</p><p>e medida de cor</p><p>E</p><p>E</p><p>E</p><p>E S</p><p>E S</p><p>E S</p><p>Figura 2 - Variações da técnica de ELISA / Fonte: adaptada de Alhajj et al. (2023).</p><p>Descrição da Imagem: a figura está dividida em três linhas. De cima para baixo, na linha (a), temos a representação de um ELISA direto,</p><p>com três poços, representando as três etapas do teste. Na etapa 1, temos uma solução contendo apenas os antígenos adsorvidos ao</p><p>fundo da placa. Entre a etapa 1 e 2, temos a indicação de um processo de lavagem com tampão para seguir a etapa 2, onde um anticorpo</p><p>conjugado a uma enzima (representada pela letra E) é adicionado à solução. Entre a etapa 2 e 3, temos a indicação de um processo</p><p>de lavagem. Na etapa 3, observamos a adição do substrato correspondente à enzima e a mudança da coloração de azul para amarelo.</p><p>Na linha (b), observamos a representação de um ELISA indireto com quatro poços, representando as quatro etapas do teste. Na</p><p>etapa 1, temos uma solução contendo apenas os antígenos adsorvidos ao fundo da placa. Entre a etapa 1 e 2, temos a indicação</p><p>de um processo de lavagem com tampão para seguir a etapa 2, onde uma amostra desconhecida pode conter ou não anticorpos</p><p>específicos para o antígeno que está adsorvido à placa. Os anticorpos presentes na amostra se ligam ao antígeno na etapa 2. Entre</p><p>a etapa 2 e 3, temos a indicação de um processo de lavagem e após a lavagem, na etapa 3, um anticorpo anti-anticorpo conjugado</p><p>a uma enzima (representada pela letra E) é adicionado à solução. Novamente uma seta indica um processo de lavagem, e na etapa</p><p>quatro, observamos a adição do substrato correspondente à enzima e a mudança da coloração de azul para amarelo. Na linha (c)</p><p>observamos a representação de um ELISA sanduíche. Na etapa 1, temos uma solução contendo anticorpos de captura adsorvidos</p><p>ao fundo da placa. Entre a etapa 1 e 2, temos a indicação de um processo de lavagem com tampão para seguir a etapa 2, onde uma</p><p>amostra desconhecida pode conter ou não antígenos específicos para os anticorpos que estão adsorvidos à placa. Entre a etapa</p><p>2 e 3, temos a indicação de um processo de lavagem. Na etapa 3, observamos a adição de anticorpos de detecção conjugados à</p><p>enzima que se ligam ao antígeno. Entre a etapa 3 e 4, temos a indicação de um processo de lavagem com tampão e na etapa 4,</p><p>observamos a adição do substrato correspondente à enzima e a mudança da coloração de azul para amarelo. Fim da descrição.</p><p>1</p><p>4</p><p>Estudante, como observamos até aqui, a técnica de ELISA é uma ferramenta</p><p>versátil que tem passado por diversas variações ao longo do tempo para atender</p><p>a diferentes necessidades de pesquisa e diagnóstico. Essas variações oferecem</p><p>flexibilidade na escolha da estratégia mais adequada para diferentes aplicações,</p><p>proporcionando sensibilidade, especificidade e adaptabilidade aos objetivos</p><p>específicos de cada ensaio.</p><p>Os ensaios de ELISA são utilizados em diferentes testes diagnósticos, veja a seguir:</p><p>1) DETECÇÃO DA PRESENÇA DE ANTICORPOS NO SANGUE</p><p>• Anticorpos contra doenças infecciosas.</p><p>• Autoanticorpos.</p><p>2) DETECÇÃO DE MARCADORES TUMORAIS</p><p>• Antígeno Carcinoembrionário (CEA).</p><p>• Antígeno específico da próstata (PSA).</p><p>3) DETECÇÃO E MEDIDA DE NÍVEIS HORMONAIS</p><p>• Hormônio luteinizante.</p><p>• Prolactina,</p><p>• Testosterona.</p><p>• Gonadotrofina coriônica humana (hCG).</p><p>4) RASTREAMENTO DE SURTOS</p><p>DE DOENÇAS</p><p>• COVID-19.</p><p>• HIV.</p><p>• H1N1.</p><p>5) DETECÇÃO DE USO DE DROGAS</p><p>• Anfetamina.</p><p>• Metanfetamina.</p><p>• Cocaína.</p><p>UNICESUMAR</p><p>1</p><p>5</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 3</p><p>Estudante, esses são apenas alguns exemplos da grande aplicabilidade dos testes</p><p>de ELISA. A variabilidade que o teste proporciona ocorre devido às técnicas</p><p>de biotecnologia que nos permitem sintetizar anticorpos específicos para cada</p><p>antígeno e molécula de interesse médico ou de pesquisa.</p><p>Estudante, até aqui, tudo bem? Não se preocupe, preparamos um vídeo para você</p><p>compreender melhor as técnicas de ELISA e suas variações, além de conhecer a</p><p>técnica de Western Blotting. Quando estiver pronto, acesse o material e fique por</p><p>dentro de todo esse tema que contribuirá ao seu desenvolvimento. Recursos de</p><p>mídia disponíveis no conteúdo digital no ambiente virtual de aprendizagem.</p><p>EM FOCO</p><p>Imunofluorescência</p><p>Os anticorpos podem ser utilizados para identificar a distribuição anatômica</p><p>de um antígeno dentro de um tecido ou de compartimentos celulares. Essa</p><p>abordagem combina a especificidade dos anticorpos com a capacidade de</p><p>emissão de luz por fluoróforos, resultando em imagens fluorescentes que re-</p><p>velam a localização e distribuição de moléculas de interesse (ABBAS, 2018).</p><p>A imunofluorescência possibilita a identificação visual através de microscópio</p><p>de fluorescência, da presença de proteínas específicas, substâncias, microrga-</p><p>nismos e ácidos nucléicos. Assim como no ELISA, anticorpos são sintetizados</p><p>para reconhecerem os antígenos de interesse.</p><p>VOCÊ SABE RESPONDER?</p><p>Estudante, você sabe o que é o teste de FAN?</p><p>O teste de FAN ou Fator Antinuclear é um exame laboratorial utilizado para</p><p>detectar a presença de anticorpos contra estruturas nucleares na corrente san-</p><p>guínea. O teste de FAN é baseado na técnica de imunofluorescência e muitas ve-</p><p>1</p><p>1</p><p>zes é empregado para auxiliar no diagnóstico de doenças de caráter autoimune,</p><p>como por exemplo, o lúpus eritematoso sistêmico e a artrite reumatóide. Nesse</p><p>teste, uma amostra de sangue do paciente é incubada em uma lâmina contendo</p><p>células específicas. Se o paciente possui anticorpos antinucleares, eles se liga-</p><p>rão às estruturas celulares presentes na lâmina. Após a incubação do sangue</p><p>do paciente, é adicionado ao ensaio um anticorpo secundário anti-anticorpo</p><p>humano associado a um fluoróforo. No caso de interação entre o anticorpo do</p><p>paciente com o anticorpo secundário que apresenta o fluoróforo, a fluorescência</p><p>é observada sob um microscópio de fluorescência. Devemos lembrar que, um</p><p>resultado positivo no teste de FAN não é utilizado isoladamente para o diag-</p><p>nóstico de doença autoimune e o resultado preciso requer a avaliação clínica</p><p>adicional e o histórico do paciente.</p><p>Reações de aglutinação</p><p>Estudante, as reações de aglutinação são baseadas na capacidade dos anticorpos</p><p>de “aglomerar” através de sua ligação a antígenos multivalentes presentes em</p><p>uma partícula insolúvel, formando imunocomplexos. A partícula insolúvel pode</p><p>ser constituída por um antígeno insolúvel nativo, antígenos expressos em célu-</p><p>las (como antígenos eritrocitários) ou partículas revestidas com antígenos, por</p><p>exemplo, partículas de látex (BENDER; VON MÜHLEN, 2001). A aglutinação</p><p>ocorre quando os anticorpos se ligam a antígenos em partículas, como células ou</p><p>partículas de látex, formando aglomerados visíveis a olho nu ou sob um micros-</p><p>cópio. Esses testes são frequentemente utilizados para detecção e quantificação</p><p>de antígenos específicos ou anticorpos em uma amostra. Os testes de aglutinação</p><p>são vantajosos por sua simplicidade e facilidade de interpretação, tornando-os</p><p>úteis para triagem inicial de sintomas. A aglutinação visível fornece resultados</p><p>rápidos e pode ser detectada sem a necessidade de equipamentos complexos,</p><p>sendo uma abordagem prática em várias aplicações diagnósticas.</p><p>Estudante, um exemplo importante de teste baseado em reação de agluti-</p><p>nação é chamado de VDRL. O exame de VDRL (Venereal Disease Research</p><p>Laboratory), é um teste de aglutinação empregado na identificação da presença</p><p>de anticorpos direcionados contra o Treponema pallidum, bactéria responsá-</p><p>vel pela sífilis. Nesse exame, uma pequena quantidade de sangue do paciente</p><p>é coletada e o soro é separado do sangue total por centrifugação. Após a sepa-</p><p>UNICESUMAR</p><p>1</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 3</p><p>ração do soro, este é adicionado à uma suspensão de antígenos cardiolipinícos</p><p>(extraídos de corações de bovinos) e partículas de colesterol. A cardiolipina</p><p>é um componente crucial do teste de VDRL, porque é reconhecida como um</p><p>antígeno pelo sistema imunológico humano em pessoas com sífilis. Em casos</p><p>de amostras onde o paciente apresentar anticorpos contra a bactéria causadora</p><p>da sífilis, ocorrerá aglutinação visível, formando uma textura granular, indi-</p><p>cando o teste de VDRL positivo.</p><p>Estudante, é importante sabermos que o VDRL é um teste inespecífico e</p><p>assim, podem ocorrer resultados falso-positivos em casos específicos como doen-</p><p>ças autoimunes, gravidez e outras condições infecciosas. Dessa forma, resultados</p><p>de VDRL positivos exigem confirmação por testes padrão-ouro para o diagnós-</p><p>tico confirmatório, como por exemplo o exame de FTA-ABS (Fluorescent Trepo-</p><p>nemal Antibody Absorption) que confirma a presença de anticorpos específicos</p><p>contra o Treponema pallidum através de imunofluorescência.</p><p>1</p><p>8</p><p>Citometria de fluxo</p><p>A identificação de uma linhagem celular, maturação ou estado de ativação de</p><p>uma célula é frequentemente determinada por meio da análise de moléculas</p><p>expressas em sua superfície ou intracelularmente.</p><p>Estudante, na técnica de citometria de fluxo, células são isoladas e prepa-</p><p>radas em uma suspensão. Geralmente, as células são marcadas com anticorpos</p><p>contendo fluoróforos e que são específicos para cada componentes celulares</p><p>como proteínas e ácidos nucleicos. Em um aparelho chamado citômetro, a sus-</p><p>pensão celular é alimentada através de um sistema de capilares, permitindo que</p><p>as células passem em uma única fileira perante um feixe de laser. À medida que</p><p>as células passam pelo feixe de laser, a luz é dispersa em ângulos diferentes e as</p><p>células marcadas com anticorpos associados a fluoróforos emitem fluorescência</p><p>ao serem excitadas. Com isso, detectores registram a intensidade da luz dispersa</p><p>e fluorescente, fornecendo informações sobre o tamanho, forma, complexidade</p><p>e marcadores específicos das células (ABBAS, 2018). Dessa forma, a citometria</p><p>de fluxo emergiu como uma ferramenta fundamental no diagnóstico clínico,</p><p>podendo ser utilizada em diferentes situações como por exemplo, no diagnósti-</p><p>co de doenças hematológicas, avaliação da expressão de marcadores tumorais,</p><p>avaliação da viabilidade de células, entre outros.</p><p>NOVOS DESAFIOS</p><p>Estudante, no decorrer do tema de aprendizagem, pudemos explorar a impor-</p><p>tância do diagnóstico imunológico frente a diferentes situações. Aqui, estamos</p><p>construindo uma base sólida para você enfrentar os desafios e situações que</p><p>encontrará em sua carreira. Compreender as técnicas imunológicas nos per-</p><p>mite interpretar diagnósticos complexos e também auxiliar no crescimento da</p><p>pesquisa e desenvolvimento de terapias inovadoras. A compreensão dos meca-</p><p>nismos e diagnósticos imunológicos permitirá que você transite em segurança</p><p>por um ambiente profissional que está em constante evolução. Além disso, você</p><p>estará preparado para zelar pela segurança e proporcionar atendimento de</p><p>excelência à toda sociedade, contribuindo não apenas para a saúde individual,</p><p>mas para o bem-estar coletivo.</p><p>UNICESUMAR</p><p>1</p><p>9</p><p>1. O teste de ELISA utiliza a interação específica entre antígenos e anticorpos para detectar</p><p>a presença de substâncias em amostras biológicas. A técnica representa uma ferramenta</p><p>versátil que evoluiu ao longo do tempo, adaptando-se para atender a distintas exigências</p><p>de pesquisa biotecnológica e diagnóstico clínico. Essas modificações conferem flexibili-</p><p>dade na seleção da abordagem mais apropriada para diferentes aplicações, garantindo</p><p>sensibilidade, especificidade</p><p>e ajuste aos objetivos específicos de cada ensaio. Sobre as</p><p>aplicações do teste de ELISA, assinale a alternativa incorreta.</p><p>a) O ELISA pode ser utilizado para detectar a presença de anticorpos específicos durante</p><p>um processo infeccioso.</p><p>b) O ELISA pode ser adaptado para detectar diferentes moléculas, como por exemplo o</p><p>hormônio β-HCG.</p><p>c) O teste de ELISA é uma ferramenta importante no ramo da toxicologia auxiliando na</p><p>detecção de substâncias tóxicas como por exemplo, drogas ilícitas.</p><p>d) A sensibilidade do ELISA é prejudicada quando utilizado para detectar antígenos espe-</p><p>cíficos em amostras de saliva.</p><p>e) A aplicação do teste de ELISA em larga escala facilita o monitoramento epidemiológico,</p><p>fornecendo dados cruciais sobre a propagação e rastreamento de surtos de doenças.</p><p>2. Métodos imunológicos de quantificação da concentração de antígeno fornecem sensibili-</p><p>dade e especificidade extraordinárias e se tornaram técnicas-padrão tanto para pesquisas</p><p>quanto para aplicações clínicas. Todos os métodos imunoquímicos de quantificação são</p><p>baseados em ter um antígeno ou anticorpo puro cujas quantidades podem ser medidas por</p><p>uma molécula indicadora (ou um marcador). Os métodos imunoquímicos abrangem uma</p><p>variedade de ensaios, incluindo imunofluorescência, radioimunoensaio e ensaios enzimá-</p><p>ticos como por exemplo, o ELISA. De acordo os princípios dos métodos imunoquímicos,</p><p>assinale a alternativa incorreta.</p><p>a) O ELISA é um teste imunológico comumente utilizado em análises clínicas e utiliza as</p><p>propriedades catalíticas das enzimas para detectar e quantificar reações imunológicas.</p><p>b) O radioimunoensaio utiliza anticorpos marcados com radioisótopos para permitir a visualiza-</p><p>ção direta dos complexos antígeno-anticorpo, sendo um método seguro e isento de radiação.</p><p>c) Os testes rápidos baseados em imunoensaios são frequentemente empregados para</p><p>diagnóstico clínico, oferecendo resultados precisos em curtos períodos de tempo.</p><p>d) Nas técnicas de ELISA, o anticorpo de detecção é covalentemente ligado a uma enzima,</p><p>como a peroxidase, capaz de gerar um produto colorido ou fluorescente quando exposto</p><p>a um substrato específico.</p><p>e) Anticorpos monoclonais são amplamente utilizados em imunoensaios, oferecendo es-</p><p>pecificidade para diferentes antígenos de interesse médico.</p><p>VAMOS PRATICAR</p><p>1</p><p>1</p><p>3. Os testes imunológicos são amplamente utilizados e apresentam diversas aplicações. O</p><p>diagnóstico e o tratamento de doenças que afetam o organismo podem ser facilitados</p><p>através de resultados provenientes de exames imunológicos. Entretanto, ao utilizar técnicas</p><p>imunológicas para auxiliar no diagnóstico, os resultados laboratoriais devem ser conside-</p><p>rados como suporte ou confirmação da apresentação clínica com base em uma história e</p><p>exame físico precisos e completos do paciente. Em relação às aplicações e fundamentos</p><p>dos testes imunológicos, assinale a alternativa correta:</p><p>a) Os testes imunológicos são exclusivamente utilizados durante processos infecciosos,</p><p>para diagnóstico de doenças ocasionadas por patógenos.</p><p>b) As técnicas imunológicas têm um papel secundário no diagnóstico clínico, sendo mais</p><p>relevantes para pesquisas laboratoriais.</p><p>c) A autoimunidade representa a falha dos mecanismos normais de autotolerância e os</p><p>exames imunológicos neste caso, são restritos a situações em que o diagnóstico clínico</p><p>convencional é inconclusivo.</p><p>d) Os testes imunológicos podem ser utilizados para identificar a presença de toxinas, dro-</p><p>gas e substâncias químicas no organismo.</p><p>e) As técnicas imunológicas são menos sensíveis em comparação com outros métodos</p><p>de diagnóstico laboratorial.</p><p>VAMOS PRATICAR</p><p>1</p><p>1</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>ABBAS, A. K.; LICHTMAN, A. H.; PILAI, S. Imunologia Celular e Molecular. 8. ed. USA: Saun-</p><p>ders, 2015. 536p.</p><p>ALHAJJ, M.; ZUBAIR, M.; FARHANA, A. Enzyme Linked Immunosorbent Assay StatPearls Trea-</p><p>sure Island (FL): StatPearls Publishing, 2023, p. 4-15.</p><p>AYDIN, S. A short history, principles, and types of ELISA, and our laboratory experience with pep-</p><p>tide/protein analyses using ELISA. Peptides, v. 7, n. 2, p. 4-15, 2015.</p><p>COLIGAN, J. E. et al. Enzyme-Linked Immunosorbent Assays. Current Protocols in Immunology,</p><p>p. 211–223, 200.</p><p>JANEWAY, C. A. J. R. et al. Immunobiology: The Immune System in Health and Disease. 5th edi-</p><p>tion. New York: Garland Science, 2001.</p><p>PARIJA, S.C. Antigen–Antibody Reactions. Textbook of Microbiology and Immunology, Singa-</p><p>pore, Springer, p. 189-209, 2023.</p><p>WALKER, H. K.; HALL, W. D.; HURST, J. W. Clinical Methods: The History, Physical, and Laboratory</p><p>Examinations. 3rd edition. Boston: Butterworths; 1990.</p><p>1</p><p>1</p><p>1. Opção D.</p><p>A alternativa A está correta, pois o ELISA é utilizado frequentemente para a detecção de an-</p><p>ticorpos produzidos pelas células B diferenciadas em plasmócitos secretores de anticorpos</p><p>durante a resposta imune adaptativa frente a um processo infeccioso gerado por diferentes</p><p>classes de microorganismos.</p><p>A alternativa B está correta. O exame para β-HCG é comumente realizado para confirmar a</p><p>gravidez. Esse hormônio pode ser detectado em amostras de urina ou sangue e no teste de</p><p>ELISA, anticorpos específicos para o β-HCG são fixados em uma placa. Se o β-HCG estiver</p><p>presente na amostra, ele se ligará aos anticorpos na placa. Em seguida, um anticorpo secun-</p><p>dário marcado com uma enzima é adicionado. A presença da enzima é detectada através</p><p>de um substrato que produz um sinal, como a mudança de cor.</p><p>A alternativa C está correta, pois, através da produção de anticorpos monoclonais, o ELISA</p><p>pode ser adaptado para identificar a presença de substâncias específicas, como opiáceos,</p><p>anfetaminas, cocaína, entre outras substâncias.</p><p>A alternativa D está incorreta, pois, geralmente, a sensibilidade dos testes é capaz de detec-</p><p>tar antígenos provenientes de patógenos em amostras como saliva e urina. Dessa forma, a</p><p>sensibilidade do ELISA não é prejudicada ao ser aplicada em amostras de saliva, desde que</p><p>seja devidamente otimizada para o antígeno-alvo e as condições específicas do experimento.</p><p>A alternativa E está correta. O teste de ELISA é uma ferramenta eficaz para o controle e a</p><p>vigilância epidemiológica visto que o teste permite o rastreamento contínuo da propagação</p><p>de doenças, fornecendo dados cruciais para a formulação de políticas de saúde pública. O</p><p>teste permite identificar áreas geográficas afetadas e avaliar a prevalência das infecções.</p><p>2. Opção B.</p><p>A alternativa A está correta, pois a técnica de ELISA se baseia justamente em antígenos ou</p><p>anticorpos acoplados covalentemente a uma enzima. Esse teste pode ser quantificado pela</p><p>determinação, com um espectrofotômetro, da taxa na qual tal enzima converte um substrato</p><p>límpido em um produto colorido.</p><p>A alternativa B está incorreta, pois, apesar do teste de radioimunoensaio utilizar anticorpos</p><p>marcados com radioisótopos, existe exposição à radiação emitida pelo radioisótopo.</p><p>A alternativa C está correta, pois os testes rápidos baseados em imunoensaios utilizam a</p><p>interação específica entre antígenos e anticorpos para detectar a presença de substâncias</p><p>específicas em amostras biológicas. Estes testes são projetados para fornecer resultados em</p><p>um curto espaço de tempo. Essa rapidez é fundamental em ambientes clínicos, facilitando</p><p>uma resposta rápida e otimizando a tomada de decisões imediatas.</p><p>CONFIRA SUAS RESPOSTAS</p><p>1</p><p>1</p><p>A alternativa D está correta. A peroxidase atua como uma enzima indicadora. Sua função é</p><p>catalisar uma reação, o que gera um produto colorido, permitindo a detecção e quantificação</p><p>dos resultados do teste.</p><p>A alternativa E está correta. Os anticorpos monoclonais são anticorpos produzidos em labo-</p><p>ratório para serem altamente específicos, visando um único tipo de antígeno.</p><p>3. Opção D.</p><p>A alternativa A está incorreta, pois os testes imunológicos são aplicados em diversas con-</p><p>dições além de diagnóstico de doenças infecciosas, como por exemplo, são utilizados para</p><p>avaliação de transplantes, monitoramento de doenças autoimunes, avaliação de alergias,</p><p>entre outros.</p><p>A alternativa B está incorreta, pois as técnicas imunológicas desempenham um papel am-</p><p>plo no diagnóstico clínico, desde a identificação de doenças infecciosas até a detecção de</p><p>marcadores específicos associados a condições como autoimunidade, alergias e câncer.</p><p>A alternativa C está incorreta, pois os exames imunológicos oferecem uma abordagem</p><p>específica e sensível para detecção de autoanticorpos e marcadores relacionados à au-</p><p>toimunidade e a falhas na tolerância imunológica.</p><p>A alternativa D está correta, pois os testes imunológicos podem ser adaptados por meio</p><p>da utilização de anticorpos monoclonais específicos que se ligam a drogas, substâncias</p><p>químicas e toxinas representando uma ferramenta valiosa em contextos como a toxicologia.</p><p>A alternativa E está incorreta, pois as técnicas imunológicas são reconhecidas por sua alta</p><p>sensibilidade e especificidade.</p><p>CONFIRA SUAS RESPOSTAS</p><p>1</p><p>4</p><p>MEU ESPAÇO</p><p>1</p><p>5</p><p>UNIDADE 4</p><p>MINHAS METAS</p><p>FUNDAMENTOS PARA ESTUDO</p><p>DE CASO VOLTADOS A EXAMES</p><p>HEMATOLÓGICOS</p><p>Revisar os diferentes componentes do sangue, incluindo células sanguíneas, plasma e</p><p>plaquetas.</p><p>Diferenciar exames hematológicos específicos e seus objetivos.</p><p>Interpretar valores de referência correlacionando com a interpretação clínica.</p><p>Conhecer os índices hematimétricos.</p><p>Reconhecer distúrbios hematológicos comuns.</p><p>Correlacionar resultados hematológicos com quadros clínicos específicos.</p><p>Conhecer colorações utilizadas em esfregaços sanguíneos.</p><p>T E M A D E A P R E N D I Z A G E M 4</p><p>1</p><p>8</p><p>INICIE SUA JORNADA</p><p>Olá, estudante! Chegou o momento de conhecermos a fundo os conceitos e funda-</p><p>mentos para estudos de casos voltados a exames hematológicos. A hematologia</p><p>é a ciência responsável pelo estudo do sangue e de seus componentes, e, sem dú-</p><p>vidas, é uma das ciências mais estudadas por pesquisadores ao longo da história.</p><p>Você sabia que as hemácias foram observadas inicialmente pelo italiano</p><p>Marcello Malpighi, em 1665? Entretanto, somente em 1674 as hemácias foram</p><p>claramente descritas. Marcello foi um médico, anatomista e biólogo, além disso</p><p>um dos pioneiros na utilização do microscópio! Estudante, você já observou</p><p>células sanguíneas através do microscópio?</p><p>Estudante, para conhecer e desbravar um pouco mais da história da hematologia</p><p>ao longo do tempo, preparamos um Podcast para que você possa viajar por essa</p><p>história e refletir sobre a importância dos estudos e exames voltados à área hema-</p><p>tológica. Quando estiver pronto, aperte o Play! Recursos de mídia disponíveis no</p><p>conteúdo digital do ambiente virtual de aprendizagem</p><p>PLAY NO CONHECIMENTO</p><p>Agora que você já conheceu um pouco da história dessa fascinante área de estudo,</p><p>devemos nos lembrar que o sangue é um fluido complexo que percorre o sis-</p><p>tema circulatório humano, desempenhando um papel essencial na manutenção</p><p>da homeostase e no funcionamento adequado do organismo. E, em algum mo-</p><p>mento, você já ouviu falar em um exame chamado Hemograma, não é mesmo?</p><p>Através desse exame, é possível a investigação de alterações e possíveis falhas na</p><p>produção de células sanguíneas. Veremos que o sangue é composto por células</p><p>sanguíneas e plasma, cada qual exercendo funções importantes, e, alterações</p><p>nesses componentes podem indicar algum processo patológico.</p><p>UNICESUMAR</p><p>1</p><p>9</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 4</p><p>DESENVOLVA SEU POTENCIAL</p><p>Estudante, o termo Hematologia deriva do grego</p><p>“haima”, que significa sangue, e “logos”, que significa</p><p>estudo. Dessa forma, a hematologia compreende o</p><p>estudo do sangue e seus componentes. Além do estu-</p><p>do do sangue, a hematologia explora adicionalmente</p><p>os locais anatômicos de produção dos componentes</p><p>sanguíneos, ou seja, os órgãos hematopoiéticos, que</p><p>englobam a medula óssea, baço e os linfonodos. Por</p><p>outro lado, a hematologia, além de estudar o estado</p><p>saudável dos componentes sanguíneos e dos órgãos</p><p>responsáveis pela hematopoiese, também investiga as</p><p>doenças associadas a eles.</p><p>O sangue é um tipo de tecido conjuntivo fluido,</p><p>caracterizado por uma ampla composição de matriz</p><p>extracelular, que percorre todo o corpo por meio dos</p><p>vasos sanguíneos. O meio intercelular do sangue é cha-</p><p>mado de plasma e as hemácias, leucócitos e plaquetas</p><p>constituem os componentes celulares do sangue. De-</p><p>vemos lembrar que, na verdade, as plaquetas são frag-</p><p>mentos celulares provenientes de células denominadas</p><p>megacariócitos e estes fragmentos exercem papel no</p><p>processo de coagulação sanguínea.</p><p>VAMOS RECORDAR?</p><p>Estudante, para darmos continuidade aos nossos estudos e facilitar o conteúdo</p><p>que virá a seguir, vamos recordar quais são as células presentes no sangue e suas</p><p>principais funções? Veja o vídeo a seguir:</p><p>https://www.youtube.com/watch?v=4F_Jc5bxr7Y&ab_</p><p>channel=HematologianaBancada-Tha%C3%ADsMedeiros</p><p>8</p><p>1</p><p>https://www.youtube.com/watch?v=4F_Jc5bxr7Y&ab_channel=HematologianaBancada-Tha%C3%ADsMedeiros</p><p>https://www.youtube.com/watch?v=4F_Jc5bxr7Y&ab_channel=HematologianaBancada-Tha%C3%ADsMedeiros</p><p>Após um processo de centrifugação, é possível observar separadamente os</p><p>componentes do sangue. Observe a Figura 1 a seguir:</p><p>Figura 1 - Processo de centrifugação e componentes do sangue</p><p>Descrição da Imagem: a figura apresenta, da esquerda para a direita, um tubo de coleta com sangue e um zoom</p><p>destacando em um círculo os elementos que compõem o sangue de forma homogênea, como as hemácias, glóbulos</p><p>brancos e plaquetas. Dando sequência a figura, ao meio, observamos uma centrífuga com dois tubos de sangue</p><p>e uma seta indicando o processo de rotação em alta velocidade. Na parte direita da figura, observamos a forma</p><p>como o sangue sai do processo de centrifugação, dividido em 3 partes diferentes; sendo o plasma a parte superior</p><p>do tubo e em amarelo, os leucócitos a parte mediana do tubo em uma pequena porção branca e finalmente as</p><p>hemácias que correspondem a parte inferior do tubo em vermelho. Fim da descrição.</p><p>Como podemos observar na Figura 1, o sangue é constituído em sua maior parte</p><p>pelo plasma, chegando a cerca de 55% do volume total de sangue. O plasma é</p><p>composto por 90% de água, além de uma variedade de substâncias essenciais para</p><p>a homeostase do organismo. Veja, a seguir, algumas moléculas e substâncias que</p><p>podem ser encontradas no plasma.</p><p>1) PROTEÍNAS</p><p>No plasma, existem uma série de proteínas com diferentes funções, como imunoglo-</p><p>bulinas, albumina, fibrinogênio, protrombina, entre outras.</p><p>2) NUTRIENTES</p><p>O plasma contém nutrientes importantes para a manutenção das células do organis-</p><p>mo, como por exemplo, glicose, aminoácidos, lipídios e vitaminas.</p><p>UNICESUMAR</p><p>8</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 4</p><p>Além do plasma, dentro da composição do sangue também encontramos os</p><p>leucócitos e plaquetas, que representam 4% do volume total de sangue, e são as</p><p>células do sistema imunológico.</p><p>Os leucócitos, também conhecidos como glóbulos brancos, desempenham</p><p>um papel essencial no sistema imunológico, atuando na proteção contra infec-</p><p>ções e doenças. Sua função primordial é detectar, neutralizar e combater agen-</p><p>tes invasores, tais como bactérias, vírus, fungos e células tumorais. A produção</p><p>dessas células ocorre na medula óssea ou em tecidos linfóides, em que diferentes</p><p>subtipos de glóbulos brancos são formados, cada qual com funções específicas</p><p>para o organismo. Entre os principais tipos, destacam-se os neutrófilos, linfócitos,</p><p>monócitos, eosinófilos e basófilos (ABBAS; LICHTMAN; PILAI, 2015).</p><p>As plaquetas são originadas na medula óssea, a partir de fragmentos do</p><p>citoplasma de células chamadas megacariócitos, e, uma das principais funções</p><p>das plaquetas está relacionada com a manutenção da hemostasia, que representa</p><p>o equilíbrio entre a coagulação e anticoagulação.</p><p>As hemácias, também chamadas de eritrócitos, representam aproximada-</p><p>mente 41% do volume total do sangue e são as células responsáveis pelo trans-</p><p>porte de gases como oxigênio e dióxido de carbono. O transporte de gases ocorre</p><p>através de uma proteína importante presente nas hemácias denominada hemo-</p><p>globina. Ao longo de nossos estudos,</p><p>abordaremos cada um desses componentes</p><p>do sangue e conheceremos os principais exames hematológicos que os avaliam.</p><p>3) ELETRÓLITOS</p><p>No plasma, encontramos diversos íons como o cálcio, o magnésio, o potássio, o</p><p>sódio, o cloro, entre outros. Os eletrólitos participam na regulação do equilíbrio ele-</p><p>trolítico do organismo.</p><p>VOCÊ SABE RESPONDER?</p><p>Estudante, você sabe qual o local de geração da maioria das células sanguíneas?</p><p>8</p><p>1</p><p>A medula óssea é o local de produção das células sanguíneas maduras circulan-</p><p>tes, incluindo hemácias, granulócitos, monócitos e compreende o local inicial</p><p>de maturação dos linfócitos B. Esse processo de geração das células do sangue é</p><p>denominado de hematopoese.</p><p>“ Inicialmente, a hematopoese começa durante o desenvolvimento fetal</p><p>nas ilhotas sanguíneas do saco vitelino e no mesênquima para-aórti-</p><p>co; então, elas se deslocam para o fígado entre o terceiro e quarto mês</p><p>de gestação e, finalmente, localizam-se na medula óssea. No nasci-</p><p>mento, a hematopoese ocorre principalmente nos ossos do esquele-</p><p>to, mas se torna grandemente restrita à medula dos ossos chatos, de</p><p>modo que, na puberdade, ela se dá principalmente no esterno, nas</p><p>vértebras e nas costelas (ABBAS; LICHTMAN; PILAI, 2015, p. 24).</p><p>UNICESUMAR</p><p>8</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 4</p><p>As hemácias, granulócitos, monócitos, células dendríticas, plaquetas, linfócitos B e T</p><p>e células NK têm sua origem em uma única célula-tronco hematopoética (HSC) na</p><p>medula óssea. As HSCs são pluripotentes, o que significa que cada uma delas é capaz</p><p>de gerar todos os diferentes tipos de células sanguíneas maduras (SILVA et al., 2016).</p><p>A hematologia proporciona o estudo dos elementos constituintes do sangue</p><p>através de diferentes técnicas e exames específicos. A partir desses exames, é pos-</p><p>sível avaliar estados fisiológicos ou reconhecer distúrbios hematológicos comuns.</p><p>Observe a seguir alguns dos exames mais comuns aplicados na hematologia e</p><p>quais as informações principais que eles podem nos gerar.</p><p>HEMOGRAMA</p><p>Estudante, a partir de agora vamos conhecer o hemograma, um exame essencial</p><p>na hematologia, que avalia os três elementos figurados presentes no sangue, ou</p><p>seja, as hemácias, leucócitos e plaquetas.</p><p>O hemograma pode ser dividido em três partes, sendo elas, o eritrograma, leu-</p><p>cograma e plaquetograma, sendo que o conjunto das três etapas do hemograma</p><p>são fundamentais para a avaliação do paciente e podem nos fornecer informações</p><p>importantes sobre patologias como anemias, leucemias e disfunções plaquetárias.</p><p>8</p><p>4</p><p>Eritrograma</p><p>O eritrograma é a porção do hemograma responsável pela avaliação específica</p><p>dos eritrócitos através de diferentes parâmetros, como por exemplo, número de</p><p>hemácias, concentração de hemoglobina, hematócrito e índices hematimétricos.</p><p>Veja, a seguir, a importância de cada um desses parâmetros:</p><p>1. Hemoglobina</p><p>A hemácia é uma célula anucleada de formato bicôncavo que contém em seu</p><p>interior uma proteína chamada hemoglobina. A hemoglobina é uma proteína</p><p>encontrada exclusivamente nos eritrócitos e em suas células precursoras. Sua</p><p>estrutura é composta por quatro subunidades, cada uma contendo um grupo</p><p>heme. Essa característica permite o transporte bidirecional dos gases oxigênio</p><p>e dióxido de carbono. A avaliação da hemoglobina é feita através da análise da</p><p>concentração de hemoglobina dentro das hemácias e é expressa em gramas por</p><p>decilitro (g/dL).</p><p>2. Hematócrito</p><p>O hematócrito representa a razão entre hemácias e o plasma sanguíneo. O valor</p><p>do hematócrito no hemograma é expresso como uma porcentagem. A determi-</p><p>nação do hematócrito é realizada através da centrifugação de uma amostra de</p><p>sangue, que separa os componentes sanguíneos com base em sua densidade. O</p><p>volume ocupado pelos glóbulos vermelhos é então medido em relação ao volume</p><p>total da amostra. Por exemplo, um valor de hematócrito de 40% significa que, a</p><p>cada 100 mL de sangue, existem 40% de hemácias.</p><p>3. Hemácias</p><p>A avaliação das hemácias é uma medida quantitativa dos glóbulos vermelhos</p><p>presentes em uma determinada quantidade de sangue. Essa contagem é expressa</p><p>em milhões de células por microlitro (ou micrômetro cúbico) de sangue.</p><p>UNICESUMAR</p><p>8</p><p>5</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 4</p><p>Tanto os valores de hemoglobina, hematócrito e hemácias podem variar de acor-</p><p>do com fatores como idade, sexo e condições de saúde do indivíduo. Assim,</p><p>os dados obtidos através do eritrograma nos permitem realizar o diagnóstico e</p><p>acompanhamento de anemias e poliglobulias.</p><p>A anemia é uma condição médica na qual a concentração de hemoglobina</p><p>sanguínea é menor do que o limite inferior de referência para a idade e sexo do</p><p>paciente. Em geral, considera-se como anemia níveis de hemoglobina abaixo de</p><p>13,5g/dL em homens e de 11,5g/dL em mulheres adultas. Entretanto, devemos</p><p>lembrar que os valores de referência podem variar de laboratório para laborató-</p><p>rio, de acordo com a metodologia que é utilizada durante a realização do exame.</p><p>A policitemia é uma condição caracterizada pelo aumento anormal na con-</p><p>centração de glóbulos vermelhos no sangue. Isso pode ocorrer devido a diversos</p><p>fatores, como a produção excessiva de glóbulos vermelhos pela medula óssea,</p><p>diminuição do volume plasmático ou falta de oxigênio nos tecidos do corpo. Em</p><p>geral, considera-se como policitemia valores acima de 18 g/dl e de 16 g/dl para</p><p>homens e para mulheres adultos, respectivamente.</p><p>Outros parâmetros que podemos destacar no eritrograma são os índices</p><p>hematimétricos. Esses parâmetros são aplicados para avaliar as características</p><p>e a morfologia dos eritrócitos. Entre os principais índices hematimétricos estão</p><p>o volume corpuscular médio (VCM), a hemoglobina corpuscular média</p><p>(HCM) e a concentração de hemoglobina corpuscular média (CHCM) e o</p><p>Red Cell Distribution Width (RDW). Observe a seguir:</p><p>1. VCM</p><p>O VCM indica o tamanho médio das hemácias. Diferentes condições ou patolo-</p><p>gias podem influenciar no tamanho médio das hemácias e dessa forma alterar os</p><p>valores de referência do VCM. Hemácias com valores elevados de VCM, acima</p><p>de 95 fentolitros (fL), indicam macrocitose. Por outro lado, hemácias com valores</p><p>reduzidos de VCM abaixo de 80 fentolitros (fL), são consideradas microcíticas.</p><p>Quando o valor do VCM é considerado dentro da faixa de linearidade, as hemá-</p><p>cias são descritas como normocíticas.</p><p>8</p><p>1</p><p>2. HCM e CHCM</p><p>O HCM e CHCM representam índices de cor e reflete a quantidade média de he-</p><p>moglobina presente em cada hemácia. Hemácias com valores elevados de HCM e</p><p>CHCM são denominadas hipercrômicas e, por outro lado, hemácias com valores</p><p>diminuídos são chamadas de hipocrômicas.</p><p>3. RDW</p><p>O RDW representa um índice hematimétrico que mede a variação no tamanho</p><p>das hemácias. Ele indica a heterogeneidade no tamanho dessas células. O RDW</p><p>é expresso em porcentagem e é útil na avaliação da anisocitose, que é entendida</p><p>como a variação no tamanho dos glóbulos vermelhos.</p><p>Os índices hematimétricos são úteis na classificação e no diagnóstico de diferentes</p><p>tipos de anemia, permitindo uma melhor compreensão das características dos</p><p>glóbulos vermelhos e auxiliando os profissionais de saúde na identificação e no</p><p>tratamento de distúrbios hematológicos. Assim, a classificação hematimétrica</p><p>das anemias relaciona parâmetros de cor e tamanho de acordo com os resultados</p><p>obtidos dos parâmetros do eritrograma.</p><p>Anemias</p><p>A anemia é uma condição na qual a concentração de hemoglobina ou o número de</p><p>eritrócitos estão abaixo dos valores normais, resultando em uma inadequação para</p><p>atender às necessidades fisiológicas do indivíduo. Essa condição afeta aproxima-</p><p>damente um terço da população mundial e está associada a um aumento na mor-</p><p>bidade e mortalidade em mulheres e crianças, além de resultar em complicações</p><p>durante o parto e impactar negativamente a produtividade no ambiente de trabalho</p><p>em adultos e causar sintomas como fadiga e palidez (TURNER et al., 2023).</p><p>Dentre os principais mecanismos envolvidos na fisiopatologia da anemia, po-</p><p>demos citar o aumento da destruição</p><p>de hemácias, como no caso da anemia he-</p><p>molítica, que pode ocorrer tanto de forma adquirida quanto de forma hereditária.</p><p>UNICESUMAR</p><p>8</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 4</p><p>Um processo de eritropoiese deficiente também pode ser uma causa</p><p>de processos anêmicos. A eritropoiese é o processo de produção das</p><p>hemácias, na medula óssea e envolve uma série de eventos que come-</p><p>ça com a diferenciação das células progenitoras hematopoiéticas em</p><p>eritroblastos, que por sua vez se diferenciam em eritrócitos maduros.</p><p>Durante esse processo, os eritrócitos adquirem a proteína hemoglo-</p><p>bina. Esse processo é regulado principalmente pela eritropoietina,</p><p>um hormônio produzido pelos rins. A eritropoietina estimula a pro-</p><p>liferação e diferenciação das células progenitoras na medula óssea,</p><p>aumentando assim a produção de hemácias (TURNER et al., 2023).</p><p>A classificação hematimétrica das anemias relaciona índices</p><p>de cor e tamanho:</p><p>■ As anemias hipocrômicas frequentemente apresentam ca-</p><p>racterísticas microcíticas, sendo um exemplo comum a ane-</p><p>mia ferropriva, uma vez que o ferro desempenha um papel</p><p>crucial no processo normal de hemoglobinização das hemá-</p><p>cias.</p><p>■ As anemias macrocíticas são caracterizadas por um Volume</p><p>Corpuscular Médio (VCM) que ultrapassa o limite superior</p><p>de referência. Um exemplo comum é a deficiência de vitamina</p><p>B ou folato, pois esses nutrientes são cofatores essenciais para</p><p>a maturação nuclear adequada dos precursores das hemácias.</p><p>■ As anemias normocrômicas e normocíticas são caracteriza-</p><p>das por índices de cor e tamanho dentro dos limites normais.</p><p>No entanto, a concentração de hemoglobina e o número de</p><p>glóbulos vermelhos são anormais, como é o caso das anemias</p><p>decorrentes de doença crônica ou de sangramento agudo.</p><p>A transfusão de bolsas de sangue representa um procedimento que pode</p><p>ser utilizado para aumentar os níveis de hemácias com hemoglobina</p><p>viável em pacientes com anemia grave ou perda significativa de sangue.</p><p>Observe, na imagem a seguir, a diferença entre hemácias normo-</p><p>crômicas e hipocrômicas.</p><p>8</p><p>8</p><p>Morfologia dos eritrócitos</p><p>Estudante, a morfologia típica dos eritrócitos, quando examinada por microscopia</p><p>óptica em um esfregaço corado, é uniformemente discóide. Durante a análise mi-</p><p>croscópica “in vivo”, em uma gota fina sob lamínula ou na câmara de contagem, em</p><p>aumento de 400x, é possível observar claramente sua forma bicôncava. Alguns fenô-</p><p>menos naturais podem ser observados nos eritrócitos, entre os quais, destacam-se:</p><p>Figura 2 - Hemácias normocrômicas e hipocrômicas /Fonte: https://3.bp.blogspot.com/-h1vvqjOiG6E/Vru-</p><p>ZHQNWDKI/AAAAAAAAACE/Aam8kSZseyU/s1600/9.jpg. Acesso em: 6 maio 2024.</p><p>Descrição da Imagem: na imagem podemos observar duas lâminas de esfregaços sanguíneos coradas com Pa-</p><p>nótico. Da esquerda para a direita, inicialmente vemos uma lâmina com hemácias normocrômicas e a na imagem</p><p>da direita observamos hemácias normocíticas. Fim da descrição.</p><p>1) ROLEAUX</p><p>Consistem em formações de eritrócitos dispostos como pilhas de moedas, resultantes</p><p>do aumento significativo de imunoglobulinas, comumente observado em processos</p><p>infecciosos e doenças neoplásicas, especialmente em condições de hiperparaprotei-</p><p>nemias, como no mieloma múltiplo.</p><p>UNICESUMAR</p><p>8</p><p>9</p><p>https://3.bp.blogspot.com/-h1vvqjOiG6E/VruZHQNWDKI/AAAAAAAAACE/Aam8kSZseyU/s1600/9.jpg</p><p>https://3.bp.blogspot.com/-h1vvqjOiG6E/VruZHQNWDKI/AAAAAAAAACE/Aam8kSZseyU/s1600/9.jpg</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 4</p><p>Plaquetograma</p><p>O plaquetograma é a porção do hemograma responsável pela avaliação das pla-</p><p>quetas. As plaquetas se originam da fragmentação citoplasmática de uma célula</p><p>denominada megacariócito. A trombopoietina é uma proteína sinalizadora que</p><p>estimula a proliferação e a diferenciação dos megacariócitos. Essa proteína atua</p><p>ligando-se aos receptores de trombopoietina nas células progenitoras e megaca-</p><p>riócitos, ativando vias de sinalização intracelular que promovem a maturação e</p><p>fragmentação dos megacariócitos, dando origem às plaquetas.</p><p>Apesar de sua ausência de núcleo, as plaquetas desempenham um papel vital na</p><p>hemostasia e no processo de coagulação do sangue. Elas são essenciais na formação</p><p>de coágulos sanguíneos para interromper o sangramento em caso de lesão vascular.</p><p>Um dos principais componentes liberados pelas plaquetas durante a coagulação é</p><p>o fator de von Willebrand, essencial para a adesão plaquetária ao endotélio vas-</p><p>cular. Além disso, as plaquetas liberam vários fatores de coagulação que ajudam a</p><p>modular a resposta inflamatória e o reparo tecidual. Alterações no número e função</p><p>das plaquetas podem ser diagnosticadas através do plaquetograma.</p><p>As variações no número ou na atividade das plaquetas podem causar disfun-</p><p>ções na coagulação sanguínea. Por exemplo, uma quantidade reduzida de plaque-</p><p>tas, geralmente abaixo de 150.000/mm³, denominada trombocitopenia ou pla-</p><p>quetopenia, pode aumentar a susceptibilidade a hemorragias excessivas, ao passo</p><p>que uma quantidade elevada de plaquetas, geralmente acima de 500.000/mm³,</p><p>chamada de trombocitose, pode elevar o risco de formação de coágulos sanguíneos.</p><p>2) AGLUTINAÇÃO</p><p>Ocorre em situações de altos títulos de anticorpos antieritrocitários, como em casos</p><p>de transfusão incompatível do sistema ABO.</p><p>3) DEFORMABILIDADE</p><p>Situação típica observada durante a análise “in vivo” sob microscópio, seja na câmara</p><p>de Neubauer ou em uma gota fina sob lamínula.</p><p>9</p><p>1</p><p>Condições infecciosas, como no caso da infecção pelo vírus da Dengue, po-</p><p>dem levar a processos de plaquetopenia. Na dengue, a diminuição das plaquetas</p><p>ocorre devido à interação do sistema imunológico com o vírus, resultando na</p><p>produção de anticorpos que se ligam às plaquetas, e desencadeiam sua destruição</p><p>prematura. As alterações trombocitopênicas requerem monitoramento regular e</p><p>acompanhamento adequado do paciente para evitar um agravamento de quadro.</p><p>Leucograma</p><p>O leucograma é a porção do hemograma responsável pela avaliação dos gló-</p><p>bulos brancos, também chamados de leucócitos. Esse exame visa a avaliação</p><p>completa dos leucócitos, que inclui a contagem total dos leucócitos, a contagem</p><p>diferencial e a análise da morfologia dessas células. A contagem diferencial ab-</p><p>soluta fornece o número de leucócitos totais por volume específico de sangue,</p><p>geralmente expresso em microlitros ou litros. Já a contagem diferencial relativa</p><p>dos leucócitos destaca as porcentagens de diferentes tipos de leucocitos, como</p><p>neutrófilos segmentados, neutrófilos imaturos, linfócitos, monócitos, eosinófilos</p><p>e basófilos. Além disso, o exame da morfologia dos leucócitos em esfregaços de</p><p>sangue corados é empregado para identificar diferenças relativas entre as células</p><p>e detectar possíveis anormalidades (TVEDTEN et al., 2012).</p><p>A contagem total de leucócitos corresponde à primeira etapa do leucograma</p><p>e é obtida através de um contador hematológico automático. Essa contagem é</p><p>fundamental para identificar condições como leucocitose que corresponde ao</p><p>aumento no número total de leucócitos, e leucopenia que, por sua vez, re-</p><p>presenta uma condição onde há diminuição no número total de leucócitos.</p><p>As alterações presentes na contagem global de leucócitos podem indicar uma</p><p>variedade de distúrbios hematológicos, infecciosos, inflamatórios ou malignos,</p><p>como as leucemias que são cânceres que afetam as células precursoras do san-</p><p>gue na medula óssea, levando à produção descontrolada de glóbulos brancos</p><p>anormais e que caem na circulação antes de concluir seu processo de maturação.</p><p>Em seguida, é feita a contagem diferencial de leucócitos, na qual os dife-</p><p>rentes tipos de leucócitos, como por exemplo, neutrófilos, linfócitos, monócitos,</p><p>eosinófilos e basófilos são identificados e contados. Dessa forma, a contagem</p><p>diferencial fornece a porcentagem de cada tipo de glóbulo branco em relação ao</p><p>número total de leucócitos. Além da contagem diferencial de leucócitos, a morfo-</p><p>UNICESUMAR</p><p>9</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 4</p><p>logia celular é avaliada através da confecção do esfregaço sanguíneo. Dentro das</p><p>análises morfológicas,</p><p>características como tamanho, forma, cor dos leucócitos,</p><p>bem como a presença de quaisquer anormalidades, como células imaturas ou</p><p>células com alterações são descritas no laudo.</p><p>Morfologia das células sanguíneas</p><p>As células hematológicas, incluindo os eritrócitos, leucócitos e plaquetas, apre-</p><p>sentam uma variedade de formas e estruturas que desempenham papéis distintos</p><p>no funcionamento do organismo. O estudo da morfologia dessas células fornece</p><p>informações valiosas para o diagnóstico e tratamento de uma ampla gama de</p><p>doenças hematológicas e sistêmicas.</p><p>Coloração de esfregaços sanguíneos</p><p>O esfregaço sanguíneo, também conhecido como distensão sanguínea, é uma</p><p>técnica laboratorial utilizada para preparar uma fina camada de células sanguí-</p><p>neas em uma lâmina de vidro e posterior avaliação microscópica das células. Esse</p><p>procedimento permite a visualização e análise das células do sangue, incluindo</p><p>os glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e as plaquetas. Além da morfologia das</p><p>células, o esfregaço proporciona informações importantes sobre a estimativa do</p><p>número de leucócitos e plaquetas, além de ser uma ferramenta importante para</p><p>a investigação de distúrbios hematológicos como anemias, presença de células</p><p>imaturas e alterações plaquetárias.</p><p>Resumidamente, para o preparo de um esfregaço, é importante seguir um</p><p>procedimento padronizado. Para isso, utiliza-se uma pequena amostra de</p><p>sangue que é obtida por meio de punção venosa e, posteriormente, uma gota</p><p>desse sangue fresco é depositada na extremidade de uma lâmina de vidro de-</p><p>signada como lâmina para o esfregaço. Utilizando outra lâmina, o sangue é uni-</p><p>formemente distribuído sobre a superfície da lâmina de esfregaço, formando</p><p>uma camada fina e uniforme de células sanguíneas. Esse processo de esfregaço</p><p>possibilita a observação adequada das células em um único plano, facilitando a</p><p>análise microscópica.</p><p>9</p><p>1</p><p>O procedimento de preparação do esfregaço sanguíneo pode ser realizado utilizando</p><p>sangue venoso sem anticoagulante ou sangue coletado com anticoagulante EDTA.</p><p>A presença ou ausência de anticoagulante durante a coleta afeta a distribuição das</p><p>plaquetas no sangue. A preparação do esfregaço sanguíneo envolve a coloração das</p><p>células com corantes específicos, por exemplo, o azul de metileno e a eosina</p><p>Para garantir a qualidade do esfregaço, as lâminas de vidro devem estar limpas</p><p>e sem gordura, e é utilizado um distensor ligeiramente mais estreito do que a lâmi-</p><p>na. A distensão do sangue na lâmina permite a avaliação qualitativa e quantitativa</p><p>de leucócitos, plaquetas e morfologia eritrocitária. Para confecção do esfregaço,</p><p>o distensor da gota de sangue é inclinado em um ângulo entre 25 e 30 graus em</p><p>relação à lâmina. Através desse método de preparação, visualmente, o esfregaço</p><p>sanguíneo revela três áreas distintas: fina, média e espessa. Na região fina, a dis-</p><p>posição dos eritrócitos e leucócitos é alterada, apresentando células deformadas</p><p>artificialmente. Na região média, as células estão distribuídas de forma homogê-</p><p>nea, sendo ideal para análise. Após a confecção do esfregaço sanguíneo, o próximo</p><p>passo essencial é a coloração da lâmina, um processo que destaca as distintas</p><p>células do sangue e simplifica sua identificação e contagem através do microscó-</p><p>pio. Na hematologia, diversas técnicas de coloração são empregadas, cada uma</p><p>fornecendo dados específicos sobre as células sanguíneas. Observe a seguir:</p><p>UNICESUMAR</p><p>9</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 4</p><p>1) COLORAÇÃO DE WRIGHT-GIEMSA</p><p>Essa é uma técnica de coloração difusa que utiliza uma mistura de corantes azul e ver-</p><p>melho para corar as células sanguíneas. O método de Wright-Giemsa é amplamente</p><p>utilizado devido à sua capacidade de destacar as diferentes células sanguíneas com</p><p>precisão e fornecer informações detalhadas sobre sua morfologia e características.</p><p>2) COLORAÇÃO DE LEISHMAN</p><p>Similar à coloração de Wright-Giemsa, a coloração de Leishman também utiliza uma</p><p>combinação de corantes azul e vermelho para corar as células sanguíneas. Esta téc-</p><p>nica é frequentemente utilizada para avaliar o número e a morfologia dos leucócitos,</p><p>bem como para identificar parasitas sanguíneos, como os da malária.</p><p>3) COLORAÇÃO DE ROMANOWSKY</p><p>Essa é uma técnica de coloração de uso comum que utiliza uma mistura de corantes</p><p>azul e violeta para corar as células sanguíneas. A coloração de Romanowsky é espe-</p><p>cialmente útil para diferenciar as diferentes células sanguíneas e identificar anormali-</p><p>dades morfológicas.</p><p>4) COLORAÇÃO DE PAPPENHEIM</p><p>Essa coloração é particularmente útil para identificar anormalidades cromossômicas</p><p>em leucócitos, como aquelas associadas a distúrbios hematológicos.</p><p>Estudante, o esfregaço sanguíneo é uma das etapas cruciais que ocorrem em um</p><p>exame denominado hemograma. Você já ouviu falar, ou até mesmo já realizou</p><p>esse exame em algum check-up? Para entender as etapas do hemograma, eu</p><p>indico a vocês um vídeo que explora as etapas deste:</p><p>https://www.youtube.com/watch?v=HvBHTg7p1TI&ab_channel=Dr.CristianMo-</p><p>rato-M%C3%A9dicoExplica</p><p>EU INDICO</p><p>9</p><p>4</p><p>https://www.youtube.com/watch?v=HvBHTg7p1TI&ab_channel=Dr.CristianMorato-M%C3%A9dicoExplica</p><p>https://www.youtube.com/watch?v=HvBHTg7p1TI&ab_channel=Dr.CristianMorato-M%C3%A9dicoExplica</p><p>NOVOS DESAFIOS</p><p>Estudante, a hematologia desempenha um papel crucial na saúde humana, sendo</p><p>fundamental para o diagnóstico e tratamento de uma ampla gama de condições</p><p>médicas. Esta ciência estuda o sangue e seus componentes, como glóbulos ver-</p><p>melhos, glóbulos brancos e plaquetas, além de investigar distúrbios relaciona-</p><p>dos a coagulação, anemias e doenças do sistema imunológico. Compreender a</p><p>hematologia é essencial para identificar e tratar eficazmente condições como</p><p>leucemia, anemia falciforme e hemofilia, contribuindo assim para melhorar a</p><p>qualidade de vida dos pacientes.</p><p>No entanto, a prática da hematologia também apresenta desafios signifi-</p><p>cativos para os profissionais da área. Um dos principais desafios é lidar com a</p><p>complexidade das análises laboratoriais e interpretação dos resultados, que exi-</p><p>gem precisão e atenção aos detalhes. Além disso, o campo da hematologia está</p><p>em constante evolução, com novas tecnologias e técnicas diagnósticas sendo</p><p>desenvolvidas regularmente. Portanto, os profissionais da área devem se manter</p><p>atualizados com os avanços científicos e tecnológicos, buscando educação con-</p><p>tinuada e aprimoramento constante de suas habilidades.</p><p>Outro desafio enfrentado pelos profissionais é lidar com a natureza muitas</p><p>vezes delicada e emocional das condições que tratam. Pacientes com doenças he-</p><p>matológicas graves podem enfrentar prognósticos desafiadores e tratamentos</p><p>intensivos, o que requer dos profissionais não apenas competência clínica, mas</p><p>também empatia e habilidades de comunicação sensíveis. Assim, além de domi-</p><p>nar o conhecimento técnico, os profissionais precisam desenvolver habilidades</p><p>interpessoais para oferecer suporte abrangente aos pacientes e suas famílias ao</p><p>longo do processo de diagnóstico e tratamento.</p><p>Estudante, após entender sobre os elementos do sangue e como é feita as colo-</p><p>rações específicas para avaliação e diagnóstico, preparamos uma aula para dis-</p><p>cutirmos apropriadamente algumas patologias que afetam o sistema hematoló-</p><p>gico, como por exemplo, anemias e leucemias. Quando estiver pronto, aperte o</p><p>play! Recursos de mídia disponíveis no conteúdo digital do ambiente virtual de</p><p>aprendizagem</p><p>EM FOCO</p><p>UNICESUMAR</p><p>9</p><p>5</p><p>1. O esfregaço ou distensão sanguínea é uma técnica laboratorial utilizada na hematologia</p><p>para a avaliação morfológica das células sanguíneas. Consiste na extensão de uma fina</p><p>camada de sangue sobre uma lâmina de vidro, seguida pela coloração e análise microscó-</p><p>pica das células presentes. Esse procedimento permite identificar e quantificar diferentes</p><p>tipos de células sanguíneas, como eritrócitos, leucócitos e também as plaquetas, além de</p><p>avaliar características específicas das células.</p><p>Com relação ao esfregaço sanguíneo e sua importância na prática hematológica,</p><p>assinale</p><p>a alternativa correta:</p><p>a) O esfregaço sanguíneo é um exame invasivo que requer anestesia local para sua rea-</p><p>lização.</p><p>b) A preparação do esfregaço sanguíneo envolve a coloração das células com corantes</p><p>específicos, como por exemplo, o azul de metileno e a eosina.</p><p>c) O esfregaço sanguíneo é uma técnica que permite apenas a visualização das hemácias</p><p>através da coloração com eosina.</p><p>d) A avaliação morfológica das células sanguíneas por meio do esfregaço é importante para</p><p>a pesquisa científica e não apresenta relevância na prática clínica devido aos aparelhos</p><p>automatizados utilizados atualmente pelos laboratórios.</p><p>e) O esfregaço sanguíneo é uma técnica laboratorial utilizada somente em laboratórios que</p><p>não apresentam automação no setor de hematologia.</p><p>2. O hemograma é um exame laboratorial amplamente utilizado na prática médica para avaliar</p><p>diversos aspectos do sangue. Consiste na análise quantitativa e qualitativa dos elementos</p><p>celulares do sangue, fornecendo informações valiosas sobre a saúde e funcionamento</p><p>do organismo. O exame é realizado a partir de uma amostra de sangue periférico obtida</p><p>por punção venosa e pode ser solicitado em uma variedade de contextos clínicos, desde</p><p>check-ups de rotina até o diagnóstico e acompanhamento de doenças hematológicas e</p><p>não hematológicas. Sobre a série vermelha avaliada no hemograma, assinale a alternativa</p><p>correta:</p><p>I - A eritropoiese é o processo de produção e maturação dos leucócitos.</p><p>II - A hemoglobina é uma proteína presente nas plaquetas, responsável por transportar</p><p>oxigênio dos pulmões para os tecidos do corpo.</p><p>III - A anemia pode ser classificada como normocítica quando o tamanho e a concentração</p><p>de hemoglobina nos eritrócitos estão dentro dos valores normais.</p><p>IV - A eritropoietina é um hormônio produzido pelo fígado em resposta à hipóxia, estimulando</p><p>a produção de eritrócitos na medula óssea.</p><p>VAMOS PRATICAR</p><p>9</p><p>1</p><p>É correto o que se afirma em:</p><p>a) I e IV, apenas.</p><p>b) II e III, apenas.</p><p>c) III e IV, apenas.</p><p>d) I, II e III, apenas.</p><p>e) II, III e IV, apenas.</p><p>3. As plaquetas são originadas na medula óssea, a partir de fragmentos do citoplasma de</p><p>células chamadas megacariócitos, e, uma das principais funções das plaquetas está rela-</p><p>cionada com a manutenção da hemostasia, que representa o equilíbrio entre a coagulação</p><p>e anticoagulação. As plaquetas, componentes fundamentais do sistema hemostático, de-</p><p>sempenham um papel crucial na coagulação sanguínea. Sobre suas funções e caracterís-</p><p>ticas, assinale a alternativa correta:</p><p>I - As plaquetas são fragmentos de células nucleadas que se originam na medula óssea e</p><p>são responsáveis pela produção de citocinas inflamatórias.</p><p>II - Um dos principais componentes liberados pelas plaquetas durante a coagulação é</p><p>o fator de von Willebrand, essencial para a adesão plaquetária ao endotélio vascular.</p><p>III - Apesar de sua ausência de núcleo, as plaquetas desempenham um papel vital na he-</p><p>mostasia e no processo de coagulação do sangue</p><p>IV - Condições infecciosas, como no caso da infecção pelo vírus da Dengue não alteram a</p><p>produção plaquetária.</p><p>É correto o que se afirma em:</p><p>a) I e IV, apenas.</p><p>b) II e III, apenas.</p><p>c) III e IV, apenas.</p><p>d) I, II e III, apenas.</p><p>e) II, III e IV, apenas.</p><p>VAMOS PRATICAR</p><p>9</p><p>1</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>ABBAS, A. K.; LICHTMAN, A. H.; PILAI, S. Imunologia Celular e Molecular 8. ed. USA: Saunders,</p><p>2015.536p.</p><p>ADEWOYIN, A.; NWOGOH B. Peripheral blood film – a review. Annals of Ibadan Postgraduate</p><p>Medicine, v. 12, n. 2, p. 71-79, 2014.</p><p>MARTY, E.; MARTY, R. M. Hematologia laboratorial. São Paulo: Érica, 2015.</p><p>SILVA, H. et al. Hematologia laboratorial: teoria e procedimentos Porto Alegre: Artmed, 2016.</p><p>9</p><p>8</p><p>1. Opção B. A alternativa A está incorreta, pois o esfregaço sanguíneo não é um exame invasivo.</p><p>Consiste em um procedimento simples que envolve a aplicação de uma gota de sangue em</p><p>uma lâmina de vidro e sua posterior coloração para análise microscópica. A alternativa B é</p><p>verdadeira, pois, de fato, a preparação do esfregaço sanguíneo inclui a coloração das células</p><p>com corantes específicos, como o azul de metileno e a eosina, e corante como o panótico</p><p>para facilitar a identificação e análise morfológica das células sanguíneas. A alternativa C</p><p>é falsa, pois o esfregaço sanguíneo permite a visualização de todas as células sanguíneas,</p><p>incluindo hemácias, leucócitos e plaquetas, através da coloração com diferentes corantes, não</p><p>se restringindo apenas à visualização das hemácias. A alternativa D é falsa, pois a avaliação</p><p>morfológica das células sanguíneas é de extrema importância na prática clínica, pois fornece</p><p>informações detalhadas sobre a forma, tamanho e características das células, auxiliando no</p><p>diagnóstico e monitoramento de várias condições médicas, incluindo anemias, infecções e</p><p>distúrbios hematológicos. A alternativa E é falsa, pois o esfregaço sanguíneo é uma técnica</p><p>utilizada em todos os laboratórios de hematologia, independentemente de apresentarem</p><p>automação no setor. Mesmo em laboratórios automatizados, o esfregaço sanguíneo ainda é</p><p>realizado para análise morfológica das células sanguíneas, complementando os resultados</p><p>obtidos por métodos automatizados principalmente quando o aparelho gera resultados</p><p>com valores de referência alterados. O conteúdo da questão pode ser respondido através</p><p>do tópico “Coloração de esfregaços sanguíneos”.</p><p>2. Opção C.</p><p>A alternativa I está incorreta, porque a eritropoiese é o processo de produção e maturação</p><p>das hemácias, não dos leucócitos, e ocorre principalmente na medula óssea.</p><p>A alternativa II está incorreta, porque a hemoglobina é uma proteína presente nos eritrócitos,</p><p>não nas plaquetas, e é responsável por transportar oxigênio dos pulmões para os tecidos</p><p>do corpo</p><p>A alternativa III está correta, pois a anemia pode ser classificada como normocítica quando o</p><p>tamanho e a concentração de hemoglobina nos eritrócitos estão dentro dos valores normais.</p><p>A alternativa IV está correta. A eritropoietina é um hormônio produzido pelo fígado em res-</p><p>posta à hipóxia, estimulando a produção de eritrócitos na medula óssea.</p><p>CONFIRA SUAS RESPOSTAS</p><p>9</p><p>9</p><p>3. Opção B.</p><p>A alternativa I está incorreta, pois as plaquetas não produzem citocinas inflamatórias.</p><p>A alternativa II está correta. O fator de von Willebrand é essencial para a adesão plaquetária</p><p>ao subendotélio vascular, promovendo a estabilidade do coágulo.</p><p>A alternativa III está correta, as plaquetas são essenciais para formar o tampão plaquetário,</p><p>que é o primeiro passo na resposta à hemorragia. Quando ocorre uma lesão em um vaso</p><p>sanguíneo, as plaquetas são recrutadas para o local da lesão, onde se aderem à parede do</p><p>vaso danificado e entre si para formar um tampão. Isso ajuda a interromper o sangramento e</p><p>a manter a integridade do vaso sanguíneo até que a coagulação sanguínea completa ocorra.</p><p>A alternativa IV está incorreta. Na dengue, ocorre plaquetopenia devido à interação do sistema</p><p>imunológico com o vírus, resultando na produção de anticorpos que se ligam às plaquetas,</p><p>e desencadeiam sua destruição prematura.</p><p>CONFIRA SUAS RESPOSTAS</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>MEU ESPAÇO</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>UNIDADE 5</p><p>MINHAS METAS</p><p>FUNDAMENTOS PARA ESTUDOS</p><p>DE CASO VOLTADOS À EXAMES</p><p>MICROBIOLÓGICOS</p><p>Compreender a estrutura celular dos micro-organismos e suas funções biológicas</p><p>básicas.</p><p>Identificar os principais grupos de micro-organismos e entender suas características</p><p>distintivas.</p><p>Reconhecer os mecanismos de patogenicidade dos micro-organismos e suas interações</p><p>com o hospedeiro humano.</p><p>Explorar o isolamento, cultivo e identificação de micro-organismos em laboratório, utili-</p><p>zando técnicas microbiológicas apropriadas.</p><p>Apreender as etapas da coloração de Gram.</p><p>T E M A D E A P R E N D I Z A G E M 5</p><p>1</p><p>1</p><p>4</p><p>INICIE SUA JORNADA</p><p>Estudante, você já teve oportunidade de explorar o fascinante mundo dos mi-</p><p>croorganismos através de observações microscópicas? A microbiologia, derivada</p><p>do grego mikros (“pequeno”), bios (“vida”) e logos (“ciência”), constitui o campo</p><p>de estudo dedicado</p><p>informa-</p><p>ções relevantes para prever a evolução de certas doenças, bem como estabele-</p><p>cer padrões de normalidade e identificar fatores de risco em desenvolvimento</p><p>(MISBAH, 2013).</p><p>Considerando a influência das análises laboratoriais nas condutas médicas,</p><p>nós devemos sempre priorizar o controle de qualidade e confiabilidade dos re-</p><p>sultados, uma vez que a segurança do paciente é diretamente influenciada pelos</p><p>resultados dos exames.</p><p>Estudante, agora que você já sabe o que é, e a importância dos exames</p><p>clínicos, vamos compreender como eles são executados? Como discutimos</p><p>anteriormente, os exames laboratoriais são executados em três fases, vamos</p><p>observar quais são elas?</p><p>1) FASE PRÉ-ANALÍTICA</p><p>Procedimentos que antecedem a análise da amostra. Essa fase contempla a solicita-</p><p>ção médica, pedido do exame, preparo do paciente e a obtenção da amostra.</p><p>2) FASE ANALÍTICA</p><p>Procedimento de realização do exame propriamente dito por meio de instrumentos</p><p>e reagentes.</p><p>3) FASE PÓS-ANALÍTICA</p><p>Procedimentos que ocorrem após a realização do exame. Essa fase contempla a ava-</p><p>liação dos resultados, laudo médico e a conduta com o paciente.</p><p>UNICESUMAR</p><p>1</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 1</p><p>Um sistema analítico abrange, de acordo com o International Vocabulary of</p><p>Basic and General Terms in Metrology, a soma de procedimentos de trabalho,</p><p>equipamentos, reagentes e suprimentos fundamentais para a execução do exame</p><p>laboratorial e a liberação do seu resultado (MENDES; OLIVEIRA, 2010).</p><p>Você percebeu que o sistema analítico é formado por um conjunto de di-</p><p>ferentes fatores? Podemos incluir os procedimentos para coleta do material,</p><p>equipamentos e reagentes utilizados, profissional que manipula a amostra e</p><p>executa o exame, entre várias outras. Cada um desses procedimentos e fatores,</p><p>vão acontecer em diferentes momentos/fases do exame laboratorial, observe</p><p>comigo na imagem a seguir:</p><p>Ação</p><p>Hipótese</p><p>diagnóstica</p><p>Definição da necessidade</p><p>de exames complementares</p><p>Solicitação de</p><p>exames</p><p>Identificação</p><p>Coleta/ Recolha</p><p>Transporte</p><p>Preparação</p><p>Análise</p><p>Notificação</p><p>Interpretação</p><p>PROFISSIONAL DE SAÚDE</p><p>FASE PÓS-ANALÍTICA</p><p>FASE ANALÍTICA</p><p>FASE PRÉ-ANALÍTICA</p><p>PACIENTE E FAMÍLIA</p><p>PROFISSIONAL DE SAÚDE</p><p>Figura 1 - Fases do processo analítico / Fonte: adaptada de Boone (2004).</p><p>Descrição da Imagem: a figura ilustra um fluxograma representados por setas de uma conexão em loop. O loop</p><p>contempla as três fases: pré-analítica, analítica e pós analítica, além de especificar se a ação apresentada é do</p><p>paciente e família ou do profissional de saúde. As setas estão apontando em loop no sentido horário.</p><p>Após o início da rotina iniciado por PACIENTE E FAMÍLIA em ação, as seguintes setas são ligadas sequencialmente:</p><p>hipótese diagnóstica, (Aqui entra no fluxograma o trabalho do profissional de saúde), definição da necessidade</p><p>de exames complementares (nesse ponto a figura apresenta que são setas da fase pré-analítica), identificação,</p><p>coleta/recoleta, transporte, preparação. A próxima seta vem acompanhada da fase analítica em um retângulo</p><p>apresentando a fase análise na seta. Após, temos a notificação e interpretação (Aqui entra no fluxograma o tra-</p><p>balho do profissional de saúde) que são apresentadas pela fase pós analítica em um triângulo. Fim da descrição.</p><p>Como discutimos anteriormente, o sistema analítico é gerado a partir da soma</p><p>de vários processos. Observando a figura anterior, você consegue perceber que</p><p>os vários processos das etapas analíticas são interligados entre si?</p><p>1</p><p>1</p><p>FASE PRÉ-ANALÍTICA</p><p>Todo o processo de análise laboratorial se inicia com a ação do paciente ao bus-</p><p>car atendimento à saúde. A partir de uma hipótese diagnóstica definida por</p><p>um profissional de saúde, os exames são estipulados e solicitados. Com base na</p><p>solicitação de exame, a primeira instrução ao paciente, sobre as condições</p><p>necessárias para a realização deste, deve ser conduzida pelo profissional. Por</p><p>exemplo, eles devem informar ao paciente sobre a possibilidade de precisar se</p><p>preparar, como fazer jejum, interromper o uso de algum medicamento, seguir</p><p>uma dieta específica ou evitar atividade física antes da coleta dos exames.</p><p>Após todo o processo de orientação e identificação do paciente, é feita a co-</p><p>leta do material de acordo com as normas de biossegurança. Em algumas</p><p>situações, pode haver necessidade de transporte da amostra para o laboratório,</p><p>nesse caso, para garantir a integridade e estabilidade da amostra, é indispensável</p><p>a padronização das instruções de transporte, determinando as condições ideais</p><p>de armazenamento e temperatura da amostra (MARTINS, 2016).</p><p>Quantas etapas, não é mesmo? E até aqui, estamos conversando somente</p><p>sobre a fase pré-analítica dos exames laboratoriais!</p><p>VOCÊ SABE RESPONDER?</p><p>Você já pensou em quantos profissionais estão envolvidos na fase pré-analítica dos</p><p>exames laboratoriais? E em quanto cada um desses profissionais estão diretamente</p><p>envolvidos com a garantia do resultado final dos exames?</p><p>O último processo da fase pré-analítica, é o preparo da amostra para a análise, e</p><p>esse processo será dependente dos exames solicitados e tipo de amostra coletada</p><p>(por exemplo, sangue, urina, fezes), metodologia analítica que será empregada,</p><p>entre outros fatores. Até aqui, muitos profissionais já orientaram o paciente e</p><p>manipularam a amostra para posteriormente encaminhá-la à próxima fase, que</p><p>veremos a seguir.</p><p>UNICESUMAR</p><p>1</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 1</p><p>FASE ANALÍTICA</p><p>A fase analítica corresponde ao procedimento de realização do exame propria-</p><p>mente dito. Você sabia, acadêmico, que antigamente, os exames laboratoriais</p><p>eram feitos de maneira artesanal? Como assim, professora? As técnicas de aná-</p><p>lise eram em sua grande maioria, realizadas de forma manual, o que permitia</p><p>grandes variações dentro das análises.</p><p>Além do mais, os métodos não eram acompanhados de padrões que garan-</p><p>tissem sua precisão, tornando complexa a comparação de resultados obtidos em</p><p>laboratórios diferentes (MARKIN, 2000). A evolução da robótica e da informá-</p><p>tica trouxe uma revolução imensurável ao laboratório clínico. A automação dos</p><p>laboratórios permitiu uma melhoria significativa na qualidade dos resultados,</p><p>um aumento na produtividade, redução substancial dos custos operacionais e</p><p>uma diminuição considerável no tempo total de atendimento, desde a coleta até</p><p>a liberação do resultado (MENDES et al., 2007).</p><p>Estudante, a fim de conferir utilidade clínica a um método analítico, é es-</p><p>sencial que ele satisfaça certos requisitos fundamentais que assegurem a con-</p><p>fiabilidade dos resultados obtidos a partir das amostras. Você sabia que existem</p><p>propriedades e parâmetros relacionados ao desempenho de uma análise ou de</p><p>um equipamento que as executam? Agora, apresento a você, os parâmetros de</p><p>desempenho da fase analítica. Venha conferir!</p><p>1) EXATIDÃO</p><p>Refere-se à habilidade do método em fornecer resultados que se aproximam do valor</p><p>real. A exatidão envolve a correspondência entre o valor mensurado de um analito e o</p><p>seu valor real.</p><p>2) PRECISÃO</p><p>Demonstra a habilidade do método de análise em produzir resultados próximos entre</p><p>si em análises repetidas da mesma amostra. Para avaliar a precisão, um mesmo mate-</p><p>rial ou amostra é analisado várias vezes em um experimento de replicação (OLIVEIRA;</p><p>MENDES, 2010).</p><p>1</p><p>4</p><p>3) ROBUSTEZ</p><p>Indica um desempenho confiável e constante quando as análises são conduzidas</p><p>por profissionais distintos, utilizando lotes diversos de reagentes, ao longo de um</p><p>período prolongado.</p><p>4) MEDIDA DO BRANCO DA REAÇÃO</p><p>Determinado experimentalmente ao mensurar uma solução de reagentes sem a in-</p><p>clusão de uma amostra. O branco avalia a reação instrumental de um procedimento</p><p>analítico em relação a impurezas ou espécies que causam interferência nos reagentes.</p><p>5) SENSIBILIDADE E LIMITE DE DETECÇÃO</p><p>Sensibilidade: habilidade do método analítico em quantificar o analito alvo mesmo</p><p>quando interferentes estão presentes. Determinada pela capacidade de discernir entre</p><p>mínimas discrepâncias nas concentrações</p><p>aos organismos microscópicos e suas atividades. Essa área in-</p><p>vestiga a forma, estrutura, reprodução, fisiologia, metabolismo e identificação dos</p><p>micro-organismos, abrangendo tanto organismos procarióticos (como bactérias</p><p>e archaeas) quanto eucariotos inferiores (incluindo algas, protozoários e fungos).</p><p>O surgimento da microbiologia remonta ao período em que lentes foram</p><p>polidas a partir de peças de vidro, combinadas de maneira a possibilitar amplia-</p><p>ções significativas capazes de viabilizar a observação dos micro-organismos. Os</p><p>relatos pioneiros de Robert Hooke e Antony van Leeuwenhoek representam</p><p>marcos importantes nesse contexto, permitindo as primeiras observações de</p><p>bactérias e outros micro-organismos.</p><p>Embora Antony van Leeuwenhoek (1632-1723) não tenha sido necessaria-</p><p>mente o primeiro a visualizar bactérias e protozoários, ele se destaca por suas</p><p>observações meticulosas, documentando-as com descrições precisas e ilustra-</p><p>ções detalhadas. Van Leeuwenhoek é frequentemente reconhecido como o “pai”</p><p>da microbiologia. No entanto, os relatos de Hooke sobre a estrutura de mofo,</p><p>foram publicados anteriormente aos de Leeuwenhoek, estabelecendo ambos os</p><p>pesquisadores como pioneiros nesse campo da ciência.</p><p>Diante da importância do tema, o que apresentaremos ajudará você a com-</p><p>preender melhor que a célula é a unidade básica da vida. Além disso, você</p><p>também entenderá as diferenças entre uma célula procarionte e uma célula euca-</p><p>rionte, que é de fundamental importância para o estudo dos micro-organismos.</p><p>Para você se familiarizar com conceitos relacionados à microbiologia, preparamos</p><p>um Podcast destacando alguns conceitos e o histórico da microbiologia! Vamos</p><p>juntos conhecer um pouco mais dessa ciência importante não apenas no âmbito</p><p>médico, mas também na área da biotecnologia. Recursos de mídia disponíveis no</p><p>conteúdo digital do ambiente virtual de aprendizagem.</p><p>PLAY NO CONHECIMENTO</p><p>UNICESUMAR</p><p>1</p><p>1</p><p>5</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 5</p><p>DESENVOLVA SEU POTENCIAL</p><p>A célula representa a unidade estrutural e funcional básica de todos os orga-</p><p>nismos vivos. Em outras palavras, todos os seres vivos são compostos por cé-</p><p>lulas, desde os microscópicos, que são formados por uma única célula, até os</p><p>macroscópicos, compostos por bilhões delas. O reconhecimento de que todos</p><p>os seres vivos são constituídos por células é considerado um dos avanços mais</p><p>significativos na história da ciência.</p><p>A palavra “célula” no contexto biológico foi intro-</p><p>duzida pelo cientista inglês Robert Hooke no século</p><p>XVII, e elas surgem a partir de outras células preexis-</p><p>tentes, seguindo o princípio da geração espontânea.</p><p>Os organismos mais simples consistem em células iso-</p><p>ladas, conhecidos como organismos unicelulares, enquanto formas de vida mais</p><p>complexas podem ser compostas por associações de células, formando colônias</p><p>de organismos unicelulares ou organismos pluricelulares. Vale destacar que as</p><p>células podem exibir uma ampla variedade de estruturas e formas, adaptando-se</p><p>às funções específicas que desempenham dentro do organismo (BLACK, 2002).</p><p>Todas as células compartilham dois componentes fundamentais. O primeiro</p><p>é uma membrana externa conhecida como membrana plasmática. O segundo</p><p>é o material genético que contém a informação hereditária responsável por re-</p><p>gular as atividades celulares, permitindo a reprodução da célula e a transmissão</p><p>de suas características para a descendência.</p><p>VAMOS RECORDAR?</p><p>Estudante, para facilitar a aprendizagem do conteúdo que veremos a seguir,</p><p>assista ao vídeo a seguir e relembre alguns pontos importantes da biologia celular</p><p>e do mundo microscópico das células. https://www.youtube.com/watch?v=I_</p><p>KaAQV8hZw&ab_channel=TodaMat%C3%A9ria.</p><p>Que as células</p><p>podem exibir uma</p><p>ampla variedade de</p><p>estruturas e formas</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>A organização do material genético é uma das características que diferencia as</p><p>células procariontes das eucariontes. Nas células procariontes, o DNA é encontrado</p><p>na forma de uma única molécula circular, conhecida como cromossomo. Por outro</p><p>lado, nas células eucariontes, o DNA é linear e está intimamente associado a proteí-</p><p>nas especiais chamadas histonas, formando uma série de cromossomos complexos.</p><p>Nos micro-organismos, as células podem ser classificadas em duas categorias</p><p>principais: células eucariontes e células procariontes. Nas células eucariontes, o</p><p>núcleo é separado do citoplasma por uma membrana nuclear chamada carioteca.</p><p>Observe na Figura 1 as células eucariontes e procariontes.</p><p>Figura 1 – Diferença entre as células eucarionte e procarionte / Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/</p><p>image-illustration/lllustration-eukaryotic-prokaryotic-cell-text-1386698525. Acesso em: 6 maio 2024.</p><p>Descrição da Imagem: se trata de uma ilustração das células procariontes e eucariontes, lado a lado com uma</p><p>divisão entre elas para realizar um comparativo. Do lado esquerdo, temos a célula eucarionte, em que se observa</p><p>a presença de diversas organelas, como ribossomos, complexo de golgi, retículo endoplasmático, mitocôndria</p><p>e lisossomos. Além disso, há também membrana plasmática, citoplasma e núcleo. Do lado esquerdo, temos a</p><p>célula procarionte, e observa-se que ela apresenta um número menor de componentes quando comparado com</p><p>a célula eucarionte. Na célula procarionte, nota-se a presença do citoplasma, membrana celular, parede celular,</p><p>DNA, ribossomos e cápsula. Fim da descrição.</p><p>UNICESUMAR</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 5</p><p>Você sabia que as bactérias são exemplos de micro-organismos procariontes?</p><p>Vamos juntos conhecer essa classe de micro-organismos e explorar algumas de</p><p>suas características principais, a seguir!</p><p>BACTÉRIAS</p><p>Os micro-organismos são compostos por uma única célula, caracterizando-se</p><p>como organismos unicelulares que podem ser encontrados tanto de forma iso-</p><p>lada quanto em colônias. Eles não possuem um núcleo celular definido, sendo</p><p>classificados como procariontes. Além disso, esses micro-organismos não pos-</p><p>suem organelas membranosas em seu interior.</p><p>Morfologia das bactérias: formas e arranjos bacterianos</p><p>As espécies bacterianas podem ser agrupadas em três tipos morfológicos gerais:</p><p>cocos, bacilos e espiralados. A categoria cocos (esféricos) engloba um grupo</p><p>de bactérias com tamanhos bastante homogêneos. Os cocos recebem diferentes</p><p>denominações de acordo com o arranjo que adotam:</p><p>1</p><p>1</p><p>8</p><p>Além das bactérias em forma de cocos, também podemos encontrar bactérias</p><p>em formato de bastonetes, sendo assim, são cilíndricas e apresentam grande</p><p>variação na forma e no tamanho entre gêneros e espécies. As células bacterianas</p><p>cilíndricas, também conhecidas como bacilos, não seguem a mesma disposição</p><p>dos cocos. Podem ser encontradas de forma isolada, em pares (diplobacilos) ou</p><p>em cadeias (estreptobacilos). No entanto, em alguns casos, esses arranjos não</p><p>representam padrões morfológicos distintos.</p><p>MICROCOCOS</p><p>Cocos.</p><p>DIPLOCOCOS</p><p>Cocos agrupados aos pares.</p><p>TÉTRADES</p><p>Agrupamentos de quatro cocos.</p><p>SARCINA</p><p>Agrupamentos de oito cocos em forma cúbica.</p><p>ESTREPTOCOCOS</p><p>Cocos agrupados em cadeias.</p><p>ESTAFILOCOCOS</p><p>Cocos agrupados em grupos irregulares, lembrando cachos de uva.</p><p>UNICESUMAR</p><p>1</p><p>1</p><p>9</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 5</p><p>As enterobactérias compreendem uma família diversa de bactérias gram-ne-</p><p>gativas, encontradas principalmente no trato gastrointestinal de animais e hu-</p><p>manos, assim como em ambientes aquáticos e terrestres. Esse grupo bacteriano</p><p>apresenta a capacidade de fermentar a glicose e inclui importantes patógenos,</p><p>como Escherichia coli, Salmonella spp., e Klebsiella pneumoniae, conhecidos</p><p>por sua capacidade de causar uma variedade de infecções em hospedeiros sus-</p><p>cetíveis. Além disso, algumas enterobactérias são também agentes comumente</p><p>visto em infecções hospitalares, como a Pseudomonas aeruginosa, apresentando</p><p>resistência a múltiplos antibióticos.</p><p>Entre as bactérias, também podemos destacar as espiroquetas. Esses microor-</p><p>ganismos são flexíveis e geralmente se locomovem por meio de contrações do</p><p>citoplasma, sendo capazes</p><p>de dar várias voltas completas em torno do próprio</p><p>eixo. Um exemplo desse tipo de movimentação é observado no gênero Treponema.</p><p>A bactéria Treponema pallidum é o agente cau-</p><p>sador da sífilis, uma doença sexualmente transmis-</p><p>sível que afeta tanto homens quanto mulheres. Essa</p><p>bactéria possui uma estrutura espiralada e é alta-</p><p>mente móvel, sendo capaz de penetrar facilmente</p><p>nas membranas mucosas e na pele durante o contato</p><p>sexual. Após a infecção, a Treponema pallidum</p><p>pode permanecer no organismo por lon-</p><p>gos períodos sem causar sintomas, o</p><p>que contribui para a disseminação</p><p>da doença.</p><p>Quando os sintomas apare-</p><p>cem, podem variar em gravi-</p><p>dade e incluem lesões genitais,</p><p>erupções cutâneas, dores mus-</p><p>culares e febre. Se não tratada,</p><p>a sífilis pode progredir para es-</p><p>tágios mais avançados, afetando</p><p>órgãos internos, sistema nervoso e</p><p>causando complicações graves, como</p><p>Essa bactéria possui</p><p>uma estrutura</p><p>espiralada e é</p><p>altamente móvel</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>problemas cardíacos, neurológicos e até mesmo a morte. O tratamento precoce</p><p>com antibióticos é fundamental para controlar a infecção e prevenir complica-</p><p>ções associadas à sífilis (MADIGAN; MATINCO; PARKER, 2003).</p><p>IMPORTÂNCIA DA COLORAÇÃO DE GRAM NA IDENTIFICAÇÃO</p><p>DE BACTÉRIAS</p><p>A coloração de Gram é uma técnica fundamental na microbiologia, ampla-</p><p>mente utilizada para diferenciar e classificar as bactérias com base em suas ca-</p><p>racterísticas de parede celular. Desenvolvida pelo bacteriologista dinamarquês</p><p>Hans Christian Gram em 1884, essa técnica proporciona uma maneira rápida e</p><p>eficaz de distinguir entre dois principais grupos de bactérias: as Gram-positivas</p><p>e as Gram-negativas (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2005).</p><p>A distinção entre bactérias Gram-positivas e Gram-negativas é de suma im-</p><p>portância na identificação bacteriana, pois esses grupos apresentam diferenças</p><p>significativas em termos de estrutura celular, comportamento frente a antibióticos</p><p>e patogenicidade. Bactérias Gram-positivas possuem uma parede celular mais</p><p>espessa, composta principalmente por uma camada de peptidoglicano, enquanto</p><p>bactérias Gram-negativas têm uma parede celular mais complexa, contendo uma</p><p>fina camada de peptidoglicano revestida por uma membrana externa lipídica.</p><p>Procedimento da coloração de Gram</p><p>O processo de coloração de Gram é usado para classifi-</p><p>car as bactérias em Gram-positivas ou Gram-negativas,</p><p>conforme fixam ou não o corante. Essa classificação é</p><p>importante, pois as bactérias Gram-positivas são mais</p><p>sensíveis à penicilina e à sulfa. Esse processo de coloração</p><p>é um dos mais importantes métodos realizados em laboratório de microbiologia.</p><p>O procedimento da coloração de Gram envolve várias etapas, cada uma</p><p>contribuindo para a distinção entre dois grupos de bactérias. Primeiramente,</p><p>uma amostra bacteriana é coletada e espalhada uniformemente em uma lâmina</p><p>de vidro, formando um esfregaço bacteriano. Após esse procedimento, as pró-</p><p>ximas etapas são:</p><p>As bactérias Gram-</p><p>positivas são mais</p><p>sensíveis à penicilina</p><p>e à sulfa</p><p>UNICESUMAR</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 5</p><p>FIXAÇÃO</p><p>O esfregaço é fixado por meio da passagem da lâmina por uma chama, garantindo</p><p>que as bactérias permaneçam aderidas à superfície da lâmina.</p><p>COLORAÇÃO PRIMÁRIA</p><p>O esfregaço é então coberto com cristal violeta, um corante violeta que permeia a</p><p>parede celular de todas as bactérias presentes.</p><p>IODINE</p><p>Em seguida, o esfregaço é tratado com solução de iodo, que forma complexos insolú-</p><p>veis com o corante cristal violeta, fixando-o nas células bacterianas.</p><p>DECOLORAÇÃO</p><p>O esfregaço é brevemente lavado com álcool ou acetona para remover o excesso de</p><p>corante das células. Esse passo é crucial, pois as bactérias Gram-positivas retêm o</p><p>corante, enquanto as Gram-negativas são descoradas.</p><p>CONTRA-COLORAÇÃO</p><p>O esfregaço é coberto com um corante de contracoloração, geralmente safranina ou</p><p>fucsina básica, que cora as bactérias Gram-negativas de cor vermelha ou rosa.</p><p>Estudante, para você visualizar, na prática, como são as etapas do processo de</p><p>coloração de Gram, assista ao vídeo a seguir:</p><p>https://www.youtube.com/watch?v=PP1sCEx8UCY&ab_channel=Profa.Jacque-</p><p>lineAlmeida.</p><p>EU INDICO</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>Interpretação da coloração de Gram</p><p>Após a conclusão da coloração, o esfregaço é examinado ao microscópio. As</p><p>bactérias Gram-positivas aparecerão com uma coloração violeta ou azul-escura,</p><p>enquanto as Gram-negativas aparecerão vermelhas ou rosas. Essa diferenciação é</p><p>essencial na identificação bacteriana e no planejamento do tratamento, uma vez</p><p>que as bactérias de cada grupo respondem de maneira diferente aos antibióticos.</p><p>Em resumo, a coloração de Gram é uma técnica poderosa na identificação</p><p>bacteriana, permitindo uma rápida diferenciação entre bactérias Gram-po-</p><p>sitivas e Gram-negativas com base em suas características de parede celular. A</p><p>compreensão desse procedimento é essencial, pois fornece uma base sólida para</p><p>o estudo e compreensão da diversidade bacteriana e sua relevância clínica (JA-</p><p>WETZ; MELNICK; ADELBERG, 2000).</p><p>A diferenciação bacteriana a partir de testes como a coloração de Gram é de</p><p>extrema importância no ponto de vista médico. As provas de identificação bacte-</p><p>riana são técnicas laboratoriais essenciais utilizadas para determinar a identidade</p><p>de organismos bacterianos. Essas provas envolvem uma variedade de métodos,</p><p>desde testes bioquímicos até técnicas moleculares, que permitem aos microbio-</p><p>logistas caracterizar diferentes aspectos das bactérias, como suas propriedades</p><p>metabólicas, a presença de enzimas específicas, a capacidade de fermentação de</p><p>açúcares e a sensibilidade a certos antibióticos.</p><p>Essas informações são fundamentais para o diagnóstico preciso de infec-</p><p>ções bacterianas, a seleção do tratamento mais adequado e a compreensão da</p><p>epidemiologia das doenças infecciosas. As provas de identificação bacteriana</p><p>desempenham um papel crucial na prática clínica, na pesquisa científica e no</p><p>monitoramento da segurança alimentar e ambiental.</p><p>Estudante, o processo de identificação bacteriana pode se tornar complexo devi-</p><p>do à quantidade de bactérias e as diferentes provas que podem ser utilizadas em</p><p>conjunto para a identificação delas. Para facilitar a rotina dos microbiologistas, o</p><p>ministério da saúde lançou um manual on-line para detecção e identificação de</p><p>bactérias de importância médica. Não deixe de acessar o link! https://bvsms.sau-</p><p>de.gov.br/bvs/publicacoes/manual_microbiologia_mod5.pdf.</p><p>EU INDICO</p><p>UNICESUMAR</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 5</p><p>Uma das provas de identificação bacteriana utilizada na microbiologia clínica é</p><p>denominada prova da catalase. Esse teste é utilizado classicamente para a dife-</p><p>renciação entre estafilococos que produzem a enzima catalase e estreptococos</p><p>que não as produzem. O teste da catalase é baseado na detecção dessa atividade</p><p>enzimática. Ao adicionar peróxido de hidrogênio a uma cultura bacteriana, se a</p><p>catalase estiver presente, ela irá decompor o peróxido de hidrogênio em água e</p><p>oxigênio, resultando na formação de bolhas de gás oxigênio. As bolhas produzi-</p><p>das são observadas como efervescência ou liberação de gás.</p><p>Além do Gram, uma técnica importante para a diferenciação bacteriana</p><p>consiste no teste da coagulase, técnica importante utilizada na microbiologia</p><p>para distinguir entre duas principais espécies de bactérias: Staphylococcus au-</p><p>reus e Staphylococcus epidermidis. O Staphylococcus aureus é uma bactéria</p><p>patogênica comum, frequentemente associada a infecções graves, enquanto o</p><p>Staphylococcus epidermidis é uma bactéria oportunista, geralmente presente na</p><p>microbiota normal da pele e das mucosas.</p><p>O teste de coagulase é baseado na capacidade da enzima coagulase produzida</p><p>pelo Staphylococcus aureus de converter o fibrinogênio presente no plasma san-</p><p>guíneo em fibrina, levando à formação de coágulos. Já a bactéria Staphylococcus</p><p>epidermidis, por outro lado, não produz coagulase e, portanto, não é capaz de</p><p>induzir a coagulação do plasma.</p><p>O teste de coagulase pode ser realizado de duas maneiras: o teste</p><p>de coagulase</p><p>livre e o teste de coagulase ligada ao plasma. Após uma bateria de técnicas e testes</p><p>para identificação dos diferentes tipos de bactérias, é necessário a realização do</p><p>antibiograma, que é um teste laboratorial utilizado para determinar a sensibili-</p><p>dade de uma determinada bactéria a diferentes antibióticos. Esse teste é essencial</p><p>para orientar o tratamento antimicrobiano, ajudando os médicos a escolherem</p><p>o antibiótico mais eficaz para combater uma infecção bacteriana.</p><p>O procedimento para realização do antibiograma inicia-se com a prepara-</p><p>ção da cultura bacteriana. Primeiramente, uma cultura bacteriana é obtida a</p><p>partir da amostra clínica do paciente, como sangue, urina, secreções ou tecidos</p><p>infectados. A amostra é inoculada em meio de cultura apropriado e incubada</p><p>para permitir o crescimento das bactérias. Para a realização do antibiograma,</p><p>são utilizados equipamentos como o Bico de Bunsen, utilizado para esterilizar</p><p>materiais como a pinça e a alça bacteriológica.</p><p>1</p><p>1</p><p>4</p><p>Em seguida, procede-se à preparação dos discos de antibióticos. Nessa eta-</p><p>pa, uma pinça é previamente esterilizada com bico de Bunsen e após o resfriamento,</p><p>é utilizada para dispor os pequenos discos de papel impregnados com diferentes</p><p>antibióticos na superfície do meio de cultura, geralmente em uma placa de Petri.</p><p>Cada disco contém uma concentração conhecida do antibiótico correspondente.</p><p>A etapa seguinte consiste na incubação da placa contendo os discos de an-</p><p>tibióticos em condições adequadas, geralmente a uma temperatura de 37°C, em</p><p>estufa bacteriológica para permitir o crescimento das bactérias.</p><p>Após a incubação é realizada a avaliação da sensibilidade, ou seja, a placa é</p><p>examinada para determinar a sensibilidade das bactérias aos diferentes antibió-</p><p>ticos. A interpretação do antibiograma é feita mediante a observação do cresci-</p><p>mento bacteriano em torno dos discos de antibióticos. Isso é feito observando-se</p><p>a presença ou ausência de zonas de inibição ao redor de cada disco de antibiótico.</p><p>Uma zona de inibição clara indica que a bactéria é sensível ao antibiótico, en-</p><p>quanto a ausência de zona de inibição sugere resistência.</p><p>Por fim, é realizada a interpretação dos resultados de acordo com os critérios</p><p>estabelecidos pelos órgãos de saúde e padrões internacionais. Com base nos resul-</p><p>tados, os antibióticos são classificados em sensíveis, intermediários ou resistentes</p><p>para cada bactéria testada. Os resultados do antibiograma são fundamentais para</p><p>orientar a escolha do tratamento antimicrobiano mais eficaz, contribuindo para</p><p>o controle das infecções e redução do desenvolvimento de resistência bacteriana.</p><p>O antibiograma desempenha um papel crucial na prática médica, auxiliando os</p><p>médicos na escolha do tratamento antimicrobiano mais adequado para cada</p><p>paciente. A seleção de um antibiótico sensível à bactéria causadora da infecção é</p><p>fundamental para garantir o sucesso do tratamento, prevenir complicações e reduzir</p><p>o desenvolvimento de resistência bacteriana.</p><p>Estudante, preparamos um vídeo para você compreender melhor alguns testes</p><p>e passos para a identificação bacteriana. Acesse o material e fique por dentro de</p><p>todo o tema que contribuirá para o seu desenvolvimento! Recursos de mídia dis-</p><p>poníveis no conteúdo digital do ambiente virtual de aprendizagem</p><p>EM FOCO</p><p>UNICESUMAR</p><p>1</p><p>1</p><p>5</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 5</p><p>Além das bactérias outros grupos de micro-organismos são importantes e me-</p><p>recem destaque no ambiente médico. Vamos conhecê-los?</p><p>Vírus</p><p>Os vírus são agentes infecciosos microscópicos que podem causar uma variedade</p><p>de doenças em humanos, animais, plantas e até mesmo em outros micro-orga-</p><p>nismos. Eles são compostos por material genético (DNA ou RNA) envolvido por</p><p>uma cápsula proteica, conhecida como capsídeo. Os vírus podem ser classificados</p><p>de diferentes maneiras, incluindo sua estrutura, ciclo de vida e características</p><p>genéticas. Observe, a seguir, algumas classes principais de vírus:</p><p>VÍRUS DE DNA</p><p>Esses vírus possuem material genético composto por DNA. Exemplos incluem os</p><p>herpesvírus, adenovírus e papilomavírus. Os vírus de DNA podem ser subdivididos</p><p>em vírus de DNA de cadeia dupla e vírus de DNA de cadeia simples, dependendo da</p><p>estrutura do seu genoma.</p><p>VÍRUS DE RNA</p><p>Esses vírus possuem material genético composto por RNA. Exemplos incluem os vírus</p><p>da gripe (influenza), HIV (vírus da imunodeficiência humana) e coronavírus. Os vírus</p><p>de RNA podem ser subdivididos em vírus de RNA de sentido positivo, que têm RNA</p><p>mensageiro direto para a tradução de proteínas, e vírus de RNA de sentido negativo,</p><p>que requerem a síntese de RNA complementar antes da tradução.</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>Fungos</p><p>Os fungos são organismos eucarióticos que desempenham papéis importantes</p><p>em diversos ecossistemas, desempenhando funções como decomposição de</p><p>matéria orgânica, simbiose com plantas e animais, e como agentes de doenças</p><p>em humanos e outros organismos. Eles são classificados em várias categorias</p><p>com base em características morfológicas, reprodutivas e fisiológicas. Além dis-</p><p>so, muitas vezes, os fungos são conhecidos por causar infecções em indivíduos</p><p>imunocomprometidos e, por isso, dizemos que os fungos são micro-organismos</p><p>capazes de realizar infecções oportunistas.</p><p>Os ascomicetos são o maior grupo de fungos, caracterizados pela produção de</p><p>esporos. Podemos citar, por exemplo, leveduras como Saccharomyces cerevisiae,</p><p>fungos filamentosos como Aspergillus spp. e fungos patogênicos como Candida spp.</p><p>Protozoários</p><p>Os protozoários são organismos unicelulares e eucarióticos que pertencem ao</p><p>reino Protista. Eles são amplamente distribuídos em ambientes aquáticos e ter-</p><p>restres e podem ser classificados em várias categorias com base em características</p><p>morfológicas, ciclo de vida e habitat. Nessa classe de micro-organismos podemos</p><p>citar como exemplo o Trypanosoma cruzi.</p><p>VÍRUS DE RETROTRANSCRIÇÃO</p><p>Esses vírus possuem RNA como seu material genético, mas utilizam uma enzima</p><p>chamada transcriptase reversa para transcrever seu RNA em DNA. Exemplos incluem</p><p>os retrovírus, como o HIV.</p><p>VÍRUS ENVELOPADOS E NÃO ENVELOPADOS</p><p>Alguns vírus possuem uma membrana lipídica, conhecida como envelope, que os</p><p>envolve. Esses são chamados de vírus envelopados e incluem vírus como o vírus da</p><p>gripe e o vírus herpes. Os vírus não envelopados, por outro lado, não possuem enve-</p><p>lope lipídico e são constituídos apenas pelo capsídeo proteico. Exemplos incluem o</p><p>adenovírus e o rotavírus.</p><p>UNICESUMAR</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 5</p><p>NOVOS DESAFIOS</p><p>No campo da microbiologia, os profissionais enfrentam uma série de desafios</p><p>que demandam conhecimento multidisciplinar e habilidades adaptativas. Um</p><p>dos principais desafios é lidar com a rápida evolução dos micro-organismos pa-</p><p>togênicos e a emergência de novas doenças infecciosas, requerendo constantes</p><p>atualizações e pesquisas para desenvolver estratégias eficazes de prevenção, diag-</p><p>nóstico e tratamento.</p><p>Além disso, a crescente resistência antimicrobiana representa uma ameaça</p><p>global, exigindo abordagens inovadoras e colaborativas para enfrentar esse pro-</p><p>blema complexo. No ambiente profissional, há desafios éticos e sociais, como a</p><p>comunicação eficaz dos resultados de pesquisas científicas para o público em</p><p>geral e a promoção de práticas sustentáveis na agricultura e na indústria para</p><p>minimizar o impacto ambiental dos micro-organismos.</p><p>Em meio a esses desafios, você, estudante, precisará estar preparado para se</p><p>tornar um profissional versátil e resiliente, capaz de contribuir significativa-</p><p>mente para a saúde pública, a segurança alimentar e o desenvolvimento susten-</p><p>tável em um mundo em constante mudança.</p><p>Estudante, preparamos um vídeo para você compreender melhor alguns testes</p><p>e passos para a identificação bacteriana. Acesse o material e fique por dentro de</p><p>todo o tema que contribuirá para o seu desenvolvimento! Recursos de mídia dis-</p><p>poníveis no conteúdo digital do ambiente virtual de aprendizagem</p><p>EM FOCO</p><p>1</p><p>1</p><p>8</p><p>1. Os resultados demonstrados pelos</p><p>antibiogramas são fundamentais para orientar a escolha</p><p>do tratamento antimicrobiano mais eficaz e fornecem informações sobre a sensibilidade</p><p>dos micro-organismos aos diferentes tipos de antibióticos existentes. Esses resultados</p><p>auxiliam os médicos na seleção do antibiótico mais apropriado para tratar uma infecção</p><p>bacteriana específica, ajudando, assim, a controlar a disseminação de infecções e a reduzir</p><p>o desenvolvimento de resistência bacteriana.</p><p>A partir dos estudos de Jawetz, Melnick e Adelberg sobre as etapas de realização do anti-</p><p>biograma, Analise as afirmativas a seguir:</p><p>I - O primeiro passo para a realização do antibiograma é isolar a bactéria a partir do material</p><p>clínico coletado. Isso pode ser feito por meio de culturas.</p><p>II - Após o isolamento, as bactérias são cultivadas até atingirem uma concentração ade-</p><p>quada. Uma suspensão bacteriana padronizada é então preparada a partir desse cultivo.</p><p>III - A suspensão bacteriana é espalhada em placas de Petri contendo meios de cultura</p><p>comumente utilizados para testes de sensibilidade a antibióticos.</p><p>IV - A interpretação dos resultados do antibiograma é feita apenas com base na presença</p><p>ou ausência de crescimento bacteriano, sem levar em consideração zonas de inibição</p><p>que podem ocorrer ao redor dos discos de antibióticos.</p><p>É correto o que se afirma em:</p><p>a) I e IV, apenas.</p><p>b) II e III, apenas.</p><p>c) III e IV, apenas.</p><p>d) I, II e III, apenas.</p><p>e) II, III e IV, apenas.</p><p>2. A distinção entre bactérias Gram-positivas e Gram-negativas é de suma importância na</p><p>identificação bacteriana. Bactérias Gram-positivas, possuem uma parede celular mais es-</p><p>pessa, composta principalmente por uma camada de peptidoglicano, enquanto bactérias</p><p>Gram-negativas têm uma parede celular mais complexa, contendo uma fina camada de</p><p>peptidoglicano revestida por uma membrana externa lipídica (JUNKEIRA, 2005; LAFFENEUR</p><p>et al., 2004).</p><p>Com base nas informações apresentadas, avalie as asserções a seguir e a relação proposta</p><p>entre elas:</p><p>VAMOS PRATICAR</p><p>1</p><p>1</p><p>9</p><p>I - A coloração de Gram é um procedimento fundamental na microbiologia utilizado para</p><p>diferenciar e classificar bactérias com base em suas características de estrutura e pa-</p><p>rede celular.</p><p>PORQUE</p><p>II - A aplicação da safranina é usada para corar as bactérias que perderam o corante pri-</p><p>mário durante o processo de coloração, permitindo que as bactérias Gram-negativas</p><p>sejam visualizadas.</p><p>Assinale a alternativa correta:</p><p>a) As asserções I e II são verdadeiras, e a II é uma justificativa correta da I.</p><p>b) As asserções I e II são verdadeiras, mas a II não é uma justificativa correta da I.</p><p>c) A asserção I é uma proposição verdadeira e a II é uma proposição falsa.</p><p>d) A asserção I é uma proposição falsa e a II é uma proposição verdadeira.</p><p>e) As asserções I e II são falsas.</p><p>3. As enterobactérias compreendem uma família diversa de bactérias, encontradas principal-</p><p>mente no trato gastrointestinal de animais e humanos, assim como em ambientes aquáticos</p><p>e terrestres. Esse grupo bacteriano inclui importantes patógenos, como Escherichia coli,</p><p>Salmonella spp., e Klebsiella pneumoniae, conhecidos por sua capacidade de causar uma</p><p>variedade de infecções em hospedeiros suscetíveis. Além disso, algumas enterobacté-</p><p>rias são também agentes comuns de infecções hospitalares, apresentando resistência a</p><p>múltiplos antibióticos (BRASIL, [200-?]; JAWETZ; MELNICK; ADELBERG, 2000; MADIGAN;</p><p>MATINCO; PARKER, 2003).</p><p>Quanto ao que corresponde a uma das características comuns entre o grupo das entero-</p><p>bactérias, assinale a alternativa correta:</p><p>a) Capacidade de fermentação de glicose e serem gram-negativas.</p><p>b) Capacidade de formar esporos.</p><p>c) Serem obrigatoriamente anaeróbias.</p><p>d) Produzirem catalase.</p><p>e) Possuírem morfologia espiralada.</p><p>VAMOS PRATICAR</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Ministério da Saúde. Microbiologia</p><p>Clínica para o Controle de Infecção Relacionada à assistência à Saúde. Módulo V: Detecção e</p><p>Identificação e Bactérias de Importância Médica. Brasília: ANVISA. [200-?]. Disponível em: ht-</p><p>tps://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_microbiologia_mod5.pdf. Acesso em: 6</p><p>maio 2024.</p><p>BLACK, J. G. Microbiologia: fundamentos e perspectivas. 4. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koo-</p><p>gan, 2002.</p><p>JAWETZ, E.; MELNICK, J. L.; ADELBERG, E. A. Microbiologia Médica. 21. ed. Rio de Janeiro: Gua-</p><p>nabara Koogan, 2000.</p><p>JUNQUEIRA, L. C.; CARNEIRO, J. Biologia Celular e Molecular. Rio de Janeiro: Guanabara Koo-</p><p>gan, 2005.</p><p>LAFFENEUR, K. et al. Biochemical and susceptibility tests useful for identification of nonfermen-</p><p>ting Gram-negative rods. J Clin Microbiol, [s. l.], v. 40, n. 3, p. 1085-1087, 2002.</p><p>MADIGAN, M. T.; MATINCO, J. N.; PARKER, J. Brock Biology of Microorganisms. Upper Saddle</p><p>River, New Jersey: Prentice Hall, 2003.</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_microbiologia_mod5.pdf</p><p>https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_microbiologia_mod5.pdf</p><p>1. Opção D. As alternativas I, II e III são corretas e representam os passos iniciais da realização do</p><p>antibiograma. Após o recebimento da amostra em laboratório de microbiologia, inicialmente,</p><p>os seguintes procedimentos são adotados: os primeiros passos do antibiograma envolvem o</p><p>isolamento bacteriano a partir da amostra clínica, seguido pelo cultivo em meio líquido para</p><p>obter uma suspensão bacteriana padronizada. Em seguida, essa suspensão é espalhada</p><p>sobre placas de Petri com meios de cultura específicos. Esses passos são fundamentais para</p><p>garantir resultados precisos no teste de sensibilidade a antibióticos, fornecendo informações</p><p>cruciais para o tratamento antimicrobiano adequado. A alternativa IV é incorreta porque a</p><p>interpretação dos resultados do antibiograma não se baseia apenas na presença ou ausência</p><p>de crescimento bacteriano. Na verdade, a formação de zonas de inibição ao redor dos discos</p><p>de antibióticos é fundamental para determinar a sensibilidade ou resistência das bactérias</p><p>aos antibióticos testados. Essas zonas de inibição são medidas e comparadas com padrões</p><p>de referência para determinar se uma determinada bactéria é suscetível, intermediária ou</p><p>resistente a um antibiótico específico.</p><p>2. Opção B.</p><p>As asserções I e II estão corretas, porém a asserção II não é uma justificativa da I.</p><p>A coloração de Gram é realmente fundamental para o passo inicial da identificação bacteriana,</p><p>porém a aplicação da safranina é um passo crucial, mas não é o único ponto importante para</p><p>corar as bactérias. Outros passos também desempenham papéis essenciais na diferenciação</p><p>das bactérias Gram-positivas das Gram-negativas.</p><p>3. Opção A.</p><p>A alternativa a) apresenta as características comuns das enterobactérias. A capacidade de</p><p>fermentar glicose e sua característica de possuir parede celular do tipo Gram-negativa. Essas</p><p>são características distintivas do grupo das enterobactérias e são amplamente utilizadas na</p><p>sua identificação.</p><p>A alternativa B não representa as enterobactérias. Essa característica não é comum entre</p><p>as enterobactérias. A formação de esporos é uma característica típica de certos gêneros</p><p>fúngicos, como Bacillus e Clostridium, mas não está presente nas enterobactérias.</p><p>As enterobactérias são capazes de crescer tanto em ambientes aeróbios quanto anaeróbios.</p><p>Portanto, a alternativa C está incorreta.</p><p>A alternativa D é incorreta. A produção de catalase é uma característica comum de algumas</p><p>bactérias, como Staphylococcus spp., mas não das enterobactérias.</p><p>A alternativa E é incorreta. As enterobactérias, geralmente, possuem morfologia bacilar, ou</p><p>seja, são em forma de bastonetes.</p><p>CONFIRA SUAS RESPOSTAS</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>MEU ESPAÇO</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>UNIDADE 6</p><p>MINHAS METAS</p><p>FUNDAMENTOS PARA ESTUDOS DE</p><p>CASO VOLTADOS A EXAMES</p><p>DE IMAGEM</p><p>Compreender os princípios básicos da imagem médica.</p><p>Analisar diferentes tipos de imagens, como radiografias, ultrassonografias, tomografias</p><p>computadorizadas e ressonâncias magnéticas.</p><p>Identificar e interpretar as estruturas relevantes para o diagnóstico</p><p>clínico.</p><p>Explorar estruturas anatômicas nos exames de imagem.</p><p>Apreender as alterações patológicas nas imagens.</p><p>Conhecer protocolos de exames.</p><p>Entender como é feito o preparo do paciente.</p><p>T E M A D E A P R E N D I Z A G E M 6</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>INICIE SUA JORNADA</p><p>Estudante, você, certamente, já percebeu que os exames de diagnóstico por imagem são</p><p>uma parte fundamental da prática clínica em diversas áreas da saúde, não é mesmo?</p><p>Desde a detecção precoce de patologias até o acompanhamento do tratamento, esses</p><p>exames desempenham um papel crucial no cuidado e atenção ao paciente.</p><p>Antes de nos aprofundarmos nos detalhes técnicos, é importante entender-</p><p>mos a relevância e o impacto que essa área tem em nosso cotidiano profissional.</p><p>Quando falamos em diagnóstico por imagem, estamos nos referindo a uma</p><p>“janela para o corpo”, por meio de uma forma não invasiva de visualizar estrutu-</p><p>ras anatômicas e identificar possíveis patologias.</p><p>Estudante, você já se perguntou quem são os personagens por trás das grandes</p><p>descobertas científicas que revolucionaram nossa compreensão do mundo? Con-</p><p>vido você, agora, a conhecer uma das mentes mais brilhantes da ciência: Marie</p><p>Curie. Aperte o play no conhecimento! Recursos de mídia disponíveis no conteú-</p><p>do digital do ambiente virtual de aprendizagem</p><p>PLAY NO CONHECIMENTO</p><p>Um ponto importante é que, o diagnóstico por imagem promove uma colabo-</p><p>ração multidisciplinar entre diversos profissionais da saúde, que trabalham em</p><p>conjunto, interpretando e utilizando as informações fornecidas pelos exames de</p><p>imagem para oferecer um cuidado integrado e personalizado aos pacientes. A</p><p>contribuição do diagnóstico por imagem é muito importante e auxilia na tomada</p><p>de decisões terapêuticas, monitoramento da evolução de doenças e melhoria da</p><p>qualidade de vida dos pacientes.</p><p>Aqui neste tema de aprendizagem, vamos explorar mais a fundo os princípios,</p><p>técnicas e aplicações dos exames por imagem, preparando você para enfrentar os</p><p>desafios e oportunidades que surgirão em sua prática profissional.</p><p>UNICESUMAR</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 6</p><p>DESENVOLVA SEU POTENCIAL</p><p>Estudante, o conceito de radiação abrange diversas formas de energia emitidas</p><p>por uma fonte e propagadas de um ponto a outro, seja na forma de onda eletro-</p><p>magnética ou de partículas carregadas ou neutras. A radiação eletromagnética,</p><p>por exemplo, pode ser entendida como um feixe de fótons ou “pacotes” de ener-</p><p>gia. Essa variedade de radiações compõem o espectro eletromagnético, que vai</p><p>desde as ondas de rádio até os raios gama.</p><p>Toda radiação eletromagnética transporta energia</p><p>através do espaço, combinando campos elétricos e mag-</p><p>néticos. Sua produção requer o fornecimento de ener-</p><p>gia, frequentemente ocorrendo durante processos de</p><p>aceleração de cargas. Quando a radiação possui energia</p><p>suficiente para remover um elétron de átomos neutros em órbita, ela é considerada</p><p>ionizante. Essa denominação se aplica tanto a feixes de partículas carregadas ou neu-</p><p>tras quanto a feixes de onda (BUSHONG, 2010).</p><p>Dessa forma, a propagação de energia por meio de ondas eletromagnéticas</p><p>é conhecida como radiação. O comprimento de onda (λ) é a distância entre os</p><p>picos da propagação de uma onda eletromagnética, enquanto a frequência é a</p><p>quantidade de oscilações por unidade de tempo, medida em ciclos por segundo</p><p>(Hertz). A frequência é inversamente proporcional ao comprimento de onda,</p><p>portanto, quanto menor o comprimento de onda, maior a frequência e, conse-</p><p>quentemente, maior a energia de propagação (BUSHONG, 2010).</p><p>A radiação eletromagnética abrange uma vasta faixa de frequências, varian-</p><p>do de, aproximadamente, 10 a 10²⁴ Hertz, e os comprimentos de onda associados</p><p>a essas radiações podem variar de 10⁷ a 10-¹⁶ metros. As radiações de menor</p><p>VAMOS RECORDAR?</p><p>Antes de nos aprofundarmos nas técnicas e aplicações dos exames por imagem,</p><p>vamos recordar a anatomia humana. Para isso, segue o link de acesso a um atlas</p><p>de anatomia para que você o explore: https://atlasanatomia.uneb.br/.</p><p>Quanto menor</p><p>o comprimento</p><p>de onda, maior a</p><p>frequência</p><p>1</p><p>1</p><p>8</p><p>frequência, como luz, micro-ondas e laser, são consideradas não ionizantes ou</p><p>excitantes, enquanto aquelas de maior energia, como raios X e raios gama, são</p><p>classificadas como radiações ionizantes.</p><p>Observe na Figura 1 as possibilidades de percepções dos diferentes espectros,</p><p>inclusive dos raios X.</p><p>Figura 1 – Possibilidades de percepções dos diferentes espectros</p><p>Fonte: adaptado de https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/vector-visible-light-wave-length-dif-</p><p>ference-514067857. Acesso em: 6 maio 2024.</p><p>Descrição da Imagem: é um desenho de um olho humano e suas possibilidades de percepções dos diferentes</p><p>espectros. Da direita para a esquerda, o olho não percebe acima na imagem o espectro infravermelho, assim não</p><p>percebe as ondas de rádio e nem ondas do micro-ondas. Seguido do espectro infravermelho, observamos de cima</p><p>para baixo, em ordem decrescente os comprimentos de onda 700, 600, 580, 550, 475, 450 e 400 nanômetros</p><p>que são perceptíveis pelo olho humano. Após os espectros percebidos pelo olho humano, observamos da direita</p><p>para a esquerda e abaixo, o espectro ultravioleta imperceptível ao olhar humano, bem como as ondas do raio x</p><p>e raios gama. Fim da descrição.</p><p>A história da radiologia convencional começa com a descoberta dos raios-X</p><p>em 1895, por meio do trabalho pioneiro do físico alemão Wilhelm Roentgen. Es-</p><p>tudante, logo nos primeiros anos, tornou-se evidente a relevância da radiologia.</p><p>Com uma rapidez surpreendente, essa nova técnica se disseminou globalmente</p><p>e se destacou como método de diagnóstico por imagem por mais de 70 anos. A</p><p>descoberta do raio X revolucionou o campo dos exames de diagnóstico e teve</p><p>um impacto significativo no desenvolvimento das tecnologias modernas que</p><p>utilizamos atualmente.</p><p>UNICESUMAR</p><p>1</p><p>1</p><p>9</p><p>https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/vector-visible-light-wave-length-difference-514067857</p><p>https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/vector-visible-light-wave-length-difference-514067857</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 6</p><p>As radiografias</p><p>oferecem uma visão</p><p>do interior do corpo</p><p>humano</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>As radiografias oferecem uma visão do interior do corpo humano, permitin-</p><p>do aos profissionais de saúde visualizarem estruturas ósseas e detectar lesões</p><p>internas. Isso representou um avanço extraordinário na prática médica, pro-</p><p>porcionando uma ferramenta valiosa para o diagnóstico de fraturas, doenças</p><p>pulmonares e outras condições médicas (CURRY, 1990).</p><p>Com o passar do tempo, os avanços tecnológicos aprimoraram ainda mais a</p><p>técnica de raio-X, permitindo não apenas imagens bidimensionais, mas também</p><p>imagens tridimensionais e detalhadas de órgãos internos e tecidos moles. Além</p><p>disso, a técnica de raio-X serviu como base para o desenvolvimento de outras mo-</p><p>dalidades de imagem, como a tomografia computadorizada e a angiografia por</p><p>tomografia computadorizada, que utilizam raios-X em múltiplos ângulos para</p><p>produzir imagens detalhadas e tridimensionais de estruturas internas do corpo.</p><p>A radiografia, a ultrassonografia, a tomografia computadorizada e a resso-</p><p>nância magnética são técnicas de diagnóstico por imagem amplamente utilizadas</p><p>na medicina moderna, cada uma com suas características distintas e aplicações</p><p>específicas. A seguir, vamos conhecer algumas das características das técnicas.</p><p>TÉCNICAS DE DIAGNÓSTICO POR IMAGEM</p><p>Ultrassonografias</p><p>O exame de ultrassonografia, também conhecido como ultrassom, é uma técnica</p><p>de imagem médica que utiliza ondas sonoras de alta frequência para criar imagens</p><p>em tempo real das estruturas internas do corpo. É um método seguro e não invasivo</p><p>e, diante disso, entrou rapidamente no campo da medicina para dor aguda, anes-</p><p>tesia regional e medicina intervencionista para dor (IHNATSENKA et al., 2010).</p><p>O ultrassom médico costuma ser a modalidade de imagem clínica de primeiro</p><p>recurso, devido ao seu custo-benefício e à falta de radiação ionizante, o que torna essa</p><p>técnica uma ferramenta</p><p>fundamental no cuidado pré-natal de mulheres grávidas.</p><p>UNICESUMAR</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 6</p><p>A ultrassonografia é especialmente útil para visualizar estruturas moles, como órgãos</p><p>abdominais, vasos sanguíneos, músculos, tendões e tecidos do sistema reprodutivo,</p><p>sendo utilizado em casos de exames abdominais, cardíacos, maternos, ginecológicos,</p><p>urológicos e cerebrovasculares, exames de mamas e pequenos pedaços de tecido,</p><p>bem como em revisão pediátrica . Assim, a ultrassonografia representa uma ótima</p><p>ferramenta diagnóstica.</p><p>O dispositivo de ultrassom consiste essencialmente em um transdutor, um</p><p>transmissor gerador de pulsos, amplificadores compensadores, uma uni-</p><p>dade de controle para foco, processadores digitais e sistemas para exibição.</p><p>O transdutor é o componente crucial do sistema de ultrassom e converte a</p><p>energia elétrica em ondas sonoras de alta frequência. Esse componente emite os</p><p>pulsos ultrassônicos e também recebe os ecos refletidos dos tecidos examinados.</p><p>Durante a ultrassonografia, o gel acústico é utilizado para melhorar o con-</p><p>tato entre o transdutor e a pele do paciente, garantindo a transmissão eficiente</p><p>das ondas ultrassônicas e minimizando a perda de sinal devido ao ar entre o</p><p>transdutor e a pele (IHNATSENKA et al., 2010).</p><p>Radiografias</p><p>Os raios X pertencem ao grupo dos raios eletromagnéticos. A radiação eletro-</p><p>magnética transporta energia, também chamada de energia radiante, através do</p><p>espaço por meio de ondas e fótons, assim como as ondas de rádio, a luz visível</p><p>ou as micro-ondas. A radiografia descreve o processo de criação de imagens de</p><p>projeções bidimensionais, expondo uma área anatômica de interesse aos raios X</p><p>e medindo a atenuação que eles sofrem ao passar pelo objeto.</p><p>O princípio fundamental da radiografia consiste na irradiação de raios-X</p><p>pelo corpo humano. Quando os raios-X atingem tecidos como ossos, músculos</p><p>ou órgãos, sua absorção varia conforme a densidade e composição dos tecidos</p><p>e estruturas anatômicas. Durante a radiografia, tecidos mais densos, como por</p><p>exemplo, os ossos, tendem a absorver uma maior quantidade de raios-X, ao passo</p><p>que tecidos menos densos, como os pulmões, permitem uma maior passagem</p><p>dos raios-X através deles (SEERAM, 2019).</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>As radiografias são frequentemente utilizadas como ferramenta inicial de triagem</p><p>para uma variedade de condições médicas. Na avaliação dos ossos, as radiografias</p><p>têm a capacidade de identificar fraturas, tumores, anomalias no crescimento e na</p><p>postura, assim como osteoporose, entre outras condições. No caso dos pulmões,</p><p>podem detectar desde pneumonia até câncer, abrangendo diversas outras patologias.</p><p>Adicionalmente, as radiografias podem ser úteis para localizar corpos estranhos ou</p><p>outros objetos que tenham penetrado nos pulmões, como lâminas ou projéteis.</p><p>Ressonância Magnética</p><p>O desenvolvimento da ressonância magnética (MR), para utilização no clínica</p><p>médica, proporcionou um enorme avanço no campo do diagnóstico por imagem,</p><p>particularmente ao evitar a exposição a radiações ionizantes potencialmente</p><p>perigosas. Os princípios básicos da RMN são a composição estrutural e química</p><p>de diferentes substâncias que podem ser determinadas pelos seus núcleos, que</p><p>possuem campos magnéticos distintos (GROVER et al., 2015).</p><p>Assim, a ressonância magnética utiliza campos magnéticos para gerar imagens</p><p>de alta resolução das estruturas internas do corpo e são particularmente eficazes</p><p>na visualização de tecidos moles, como músculos, ligamentos e órgãos internos.</p><p>Por meio das imagens obtidas pelo exame, é possível fazer uma análise de</p><p>doenças neurológicas, ortopédicas, abdominais, cervicais e cardíacas. A resso-</p><p>nância magnética pode ser indicada para o diagnóstico de tumores, doenças de-</p><p>generativas, coágulos e traumas, além de ser altamente eficiente para diagnosticar</p><p>esclerose múltipla, infecções no cérebro e na glândula pituitária, nas articulações,</p><p>infecções na medula espinhal, lesões nos ombros, tendinite, derrame em estágio</p><p>inicial, ligamentos rompidos no pulso, joelho e tornozelo.</p><p>Em alguns casos, para realçar certas estruturas ou detectar anormalidades</p><p>de forma mais eficaz, é administrado um agente de contraste durante o procedi-</p><p>mento de ressonância magnética. Esses agentes de contraste, geralmente com-</p><p>postos por gadolínio, ajudam a realçar áreas específicas do corpo, como vasos</p><p>sanguíneos, tumores ou áreas de inflamação, proporcionando maior clareza nas</p><p>imagens obtidas (FURQUIM, 2009).</p><p>UNICESUMAR</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 6</p><p>Tomografias Computadorizadas</p><p>O termo Tomografia Computadorizada (também conhecido como TC) descreve</p><p>um procedimento de imagem por raios-X computadorizado no qual um feixe</p><p>estreito de raios-X é projetado em um paciente e movimenta-se rapidamente em</p><p>torno do corpo do paciente, produzindo sinais que são processados pelo compu-</p><p>tador da máquina para gerar imagens transversais, como ‘fatias’.</p><p>Diferentemente de um exame de raio-X convencional, que emprega um tubo</p><p>de raios X estático, um tomógrafo computadorizado utiliza uma fonte motoriza-</p><p>da de raios X que gira em torno da abertura circular de uma estrutura em forma</p><p>de rosca conhecida como pórtico. As imagens tomográficas geradas oferecem</p><p>informações mais detalhadas quando comparadas a radiografias tradicionais.</p><p>Após a coleta de um número sequencial de fatias pelo computador da máquina,</p><p>elas podem ser digitalmente sobrepostas para formar uma imagem tridimensional,</p><p>3D, do paciente, facilitando a identificação de estruturas básicas, assim como possíveis</p><p>tumores ou anomalias. Durante o procedimento de tomografia computadorizada,</p><p>o paciente repousa em uma mesa que se desloca gradualmente através do pórtico,</p><p>enquanto o tubo de raios X realiza a rotação em torno do paciente (NEW et al., 2010).</p><p>A TC é uma ferramenta importante e amplamente utilizada pelos profissionais da saúde</p><p>devido à sua rapidez e precisão na obtenção de imagens de alta resolução. Permite a</p><p>visualização de estruturas complexas, como o cérebro, o abdômen e o tórax, em grandes</p><p>detalhes para diagnosticar uma variedade de condições médicas, incluindo lesões</p><p>traumáticas, doenças cardíacas, cânceres e condições pulmonares (FURQUIM, 2009).</p><p>Além disso, a TC pode ser realizada com ou sem contraste, dependendo da necessi-</p><p>dade de visualizar determinadas estruturas ou órgãos com mais clareza. Por exemplo,</p><p>os tecidos moles apresentam variações em sua capacidade de absorver os raios X, o</p><p>que pode resultar em imagens fracas ou de difícil visualização. Por esse motivo, foram</p><p>desenvolvidos agentes de contraste que são altamente visíveis em radiografias ou</p><p>tomografias computadorizadas e seguros para administração nos pacientes.</p><p>Esses agentes de contraste contêm substâncias capazes de bloquear os raios</p><p>X, tornando-os mais evidentes nas imagens radiográficas. Como podemos ob-</p><p>servar, as técnicas de imagem oferecem aos profissionais de saúde uma gama de</p><p>ferramentas poderosas para diagnosticar uma variedade de condições médicas.</p><p>1</p><p>1</p><p>4</p><p>O contraste é uma substância aplicada no organismo para melhorar a visualização</p><p>de estruturas internas e vasos sanguíneos durante exames médicos. Essa técnica</p><p>é amplamente utilizada em tomografias, radiografias e ressonâncias magnéticas.</p><p>Durante um exame, a imagem é captada com base na densidade dos tecidos. Por</p><p>exemplo, os ossos, que são mais densos, aparecem com maior nitidez, enquanto</p><p>órgãos e tecidos moles têm uma visualização mais limitada. O uso do contraste</p><p>aumenta a densidade dos tecidos, tornando possível analisar estruturas que, de</p><p>outra forma, não seriam claramente visíveis.</p><p>A aplicação do contraste, geralmente, é oral ou por injeção intravenosa. Exis-</p><p>tem três tipos muito comuns de contrastes aplicados. São eles:</p><p>VOCÊ SABE RESPONDER?</p><p>Estudante, você sabe qual o papel do contraste nos exames de imagem?</p><p>UNICESUMAR</p><p>1</p><p>1</p><p>5</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 6</p><p>Apesar de o contraste auxiliar na obtenção das imagens e serem geralmente se-</p><p>guros, seu uso pode estar associado</p><p>a alguns efeitos colaterais em uma pequena</p><p>parcela dos pacientes. O contraste pode gerar reações alérgicas, como coceira,</p><p>urticária, vermelhidão na pele, falta de ar e inchaço facial. Em casos raros, podem</p><p>ocorrer reações alérgicas mais graves, como anafilaxia.</p><p>Além de reações alérgicas, reações de citotoxicidade também podem ocorrer.</p><p>Nesses casos, o contraste pode causar toxicidade nos rins, especialmente em pacientes</p><p>com disfunção renal pré-existente. Isso pode levar a uma condição conhecida como</p><p>nefrotoxicidade do contraste, caracterizada pela diminuição da função renal.</p><p>Além disso, alguns dos pacientes podem apresentar efeitos colaterais no</p><p>sistema nervoso central, como dor de cabeça, tontura, náusea e confusão após a</p><p>administração do contraste. Esses sintomas, geralmente, são leves e temporários,</p><p>mas em casos raros podem persistir.</p><p>Visto que, geralmente, o contraste é aplicado por meio de injeção, o local da apli-</p><p>cação pode ficar dolorido, avermelhado ou inchado após o exame. Além disso, alguns</p><p>pacientes podem experimentar náuseas, vômitos ou desconforto abdominal após a</p><p>administração do contraste, especialmente quando administrado por via oral ou retal.</p><p>IODO</p><p>Contraste mais comumente utilizado, destinado à avaliação do tubo digestivo, estrutu-</p><p>ras vasculares, rins e útero. É empregado em exames de tomografia computadorizada</p><p>e radiografia.</p><p>SULFATO DE BÁRIO</p><p>Utilizado para analisar órgãos do sistema digestivo, como esôfago, duodeno e intestino.</p><p>É empregado em exames de radiografia e também na tomografia computadorizada.</p><p>GADOLÍNIO</p><p>Auxilia na identificação de tumores, processos infecciosos e no estudo de estruturas</p><p>vasculares. É utilizado em exames de ressonância magnética.</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>É importante ressaltar que os efeitos colaterais do uso de contraste são raros e</p><p>geralmente leves e transitórios. Nós, enquanto profissionais de saúde, devemos</p><p>estar preparados para lidar com qualquer reação adversa que possa ocorrer durante</p><p>ou após o exame e tomar as medidas necessárias para garantir o bem-estar do</p><p>paciente. Entretanto, é fundamental que os pacientes informem sobre qualquer</p><p>alergia conhecida a medicamentos ou substâncias, bem como algum problema de</p><p>saúde pré-existente, antes de realizar o exame com contraste.</p><p>Em casos de reações adversas, é de extrema importância observar atentamente</p><p>os sintomas apresentados pelo paciente. Eles podem variar de uma reação leve,</p><p>como urticária ou náusea, a uma reação mais grave, como dificuldade respiratória</p><p>ou choque anafilático. É importante manter a calma e transmitir tranquilidade</p><p>ao paciente, orientando-o sobre a reação adversa e sobre as medidas que serão</p><p>tomadas para ajudá-lo.</p><p>É importante, dependendo da gravidade da reação adversa, a administração de</p><p>medicamentos para aliviar sintomas específicos, como por exemplo, anti-histamínicos</p><p>para urticária, corticoides para inflamação ou epinefrina para choque anafilático.</p><p>Além disso, é essencial um registro detalhado da reação adversa, incluindo os sinto-</p><p>mas apresentados pelo paciente, medicamentos administrados e a resposta ao trata-</p><p>mento, garantindo que o histórico do paciente contenha as informações necessárias</p><p>para a segurança dos próximos exames, caso o paciente precise realizar novamente</p><p>o uso de contraste durante as técnicas de diagnóstico por imagem.</p><p>Estudante, preparamos uma aula para você entender melhor como é feita a apli-</p><p>cação de contraste, preparo do paciente e possíveis efeitos colaterais. Acesse seu</p><p>ambiente virtual de aprendizagem e confira! Recursos de mídia disponíveis no</p><p>conteúdo digital do ambiente virtual de aprendizagem</p><p>EM FOCO</p><p>O preparo do paciente para um exame de imagem varia, dependendo do exame</p><p>e das características individuais dos pacientes. No entanto, existem algumas di-</p><p>retrizes gerais que podem ser seguidas para garantir que o procedimento seja</p><p>realizado com segurança e eficácia.</p><p>UNICESUMAR</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 6</p><p>Por exemplo, antes de realizar exames de ressonância magnética, é essencial</p><p>retirar objetos metálicos que possam interferir no funcionamento da máquina, tais</p><p>como joias e relógios. Além disso, é importante destacar que pacientes que possuem</p><p>marcapassos cardíacos, próteses dentárias ou qualquer outro fragmento metálico</p><p>no corpo devem passar por uma avaliação médica antes do procedimento.</p><p>Os procedimentos preparatórios para os exames de ressonância variam</p><p>conforme a região do corpo a ser avaliada. Exames ortopédicos (braço, coluna,</p><p>joelho etc.) e de crânio não requerem preparo prévio. Entretanto, para exames</p><p>do intestino, é necessário um jejum total de pelo menos 4 horas antes do proce-</p><p>dimento. Para exames cardíacos, é importante o paciente passar por um jejum</p><p>de 6 horas, além da abstenção de alimentos contendo corantes, estimulantes ou</p><p>cafeína. Assim como nos exames de ressonância magnética, a necessidade ou não</p><p>de preparo para exames de tomografia computadorizada vai depender da área</p><p>do paciente a ser investigada.</p><p>Como sabemos, o diagnóstico por imagem desempenha um papel fundamental na</p><p>detecção e caracterização de uma ampla variedade de alterações patológicas no</p><p>corpo humano. Essas alterações podem ser identificadas em diferentes modalidades</p><p>de imagem e de exames especializados. Uma das alterações mais comuns</p><p>identificadas por meio do diagnóstico por imagem é a fratura óssea. As radiografias são</p><p>frequentemente utilizadas para avaliar a extensão e localização das fraturas, fornecendo</p><p>informações cruciais para o planejamento do tratamento. Além disso, outras lesões</p><p>musculoesqueléticas, como tendinites, rupturas ligamentares e tumores ósseos,</p><p>também podem ser identificadas por meio de exames de imagem (FURQUIM , 2009).</p><p>Doenças pulmonares, como pneumonias, nódulos pulmonares e embolias</p><p>pulmonares, são frequentemente diagnosticadas por meio de radiografias e to-</p><p>mografias computadorizadas. Esses exames permitem uma avaliação detalhada</p><p>das estruturas pulmonares como os alvéolos e exercem um importante papel no</p><p>diagnóstico e monitoramento das condições respiratórias.</p><p>No âmbito cardiovascular, a angiografia por tomografia computadorizada e a</p><p>ressonância magnética cardíaca são utilizadas para diagnosticar doenças arteriais co-</p><p>ronarianas, aneurismas e estenoses. Esses exames fornecem informações detalhadas</p><p>sobre o sistema cardiovascular, permitindo um planejamento eficaz do tratamento.</p><p>1</p><p>1</p><p>8</p><p>As doenças gastrointestinais, como apendicite e câncer colorretal, podem ser</p><p>diagnosticadas por meio de ultrassonografias abdominais, tomografias computa-</p><p>dorizadas e ressonâncias magnéticas abdominais. Esses exames permitem avaliar a</p><p>morfologia e a função dos órgãos, identificando qualquer anormalidade presente.</p><p>Dessa forma, os exames de imagem permitem aos profissionais de saúde</p><p>oferecer um cuidado personalizado e eficaz aos pacientes, contribuindo para</p><p>melhores resultados clínicos e qualidade de vida.</p><p>Identificação de estruturas anatômicas pelos exames</p><p>de imagem</p><p>Nos exames de imagem, a identificação de estruturas anatômicas é um processo</p><p>fundamental para a interpretação precisa dos resultados e o diagnóstico correto</p><p>das condições médicas apresentadas pelos pacientes. A capacidade de identificar</p><p>e reconhecer diferentes estruturas anatômicas é crucial para os profissionais de</p><p>saúde que interpretam esses exames.</p><p>Para realizar a identificação, os profissionais devem ter um conhecimento</p><p>detalhado da anatomia humana e compreender como as estruturas se apresentam</p><p>nas diferentes modalidades de imagem, como radiografias, ultrassonografias,</p><p>tomografias computadorizadas, ressonâncias magnéticas entre outros exames.</p><p>A interpretação começa com a análise da imagem em sua totalidade, identi-</p><p>ficando as características gerais e os padrões de contraste. Em seguida, os profis-</p><p>sionais examinam cada estrutura anatômica individualmente, comparando-as</p><p>com referências anatômicas conhecidas e padrões normais de aparência.</p><p>Em radiografias, por exemplo, as estruturas ósseas são facilmente identifi-</p><p>cadas devido à sua densidade e aparência característica. Já em ultrassonogra-</p><p>fias, as estruturas são visualizadas com base na propagação e reflexão das ondas</p><p>sonoras. Enquanto em ressonâncias magnéticas, as estruturas são visualizadas</p><p>com base na distribuição de sinais de radiofrequência.</p><p>Com o avanço da engenharia biomédica, softwares de processamento de</p><p>imagem podem ser utilizados para realçar e destacar áreas de interesse, facili-</p><p>tando a identificação e interpretação das estruturas. Combinando conhecimento</p><p>anatômico, experiência prática e tecnologia avançada, os profissionais de saúde</p><p>podem fornecer uma avaliação precisa e eficaz dos resultados dos exames de</p><p>imagem, garantindo o melhor cuidado possível aos pacientes!</p><p>UNICESUMAR</p><p>1</p><p>1</p><p>9</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 6</p><p>NOVOS DESAFIOS</p><p>Estudante, é importante estar ciente das tendências e perspectivas do mer-</p><p>cado de trabalho no âmbito do diagnóstico por imagem. Com os avanços tec-</p><p>nológicos contínuos, novas modalidades de imagem e técnicas de análise estão</p><p>constantemente sendo desenvolvidas, criando oportunidades para os profissio-</p><p>nais se manterem atualizados e expandirem seus conhecimentos.</p><p>Portanto, ao combinarmos o conhecimento teórico adquirido até o momento</p><p>com suas futuras experiências práticas de estágio e mercado de trabalho, você</p><p>poderá se tornar um profissional de referência e qualificado para contribuir de</p><p>forma significativa para a saúde e o bem-estar da população.</p><p>1</p><p>4</p><p>1</p><p>1. O contraste é uma substância aplicada no organismo para melhorar a visualização de es-</p><p>truturas internas e vasos sanguíneos durante exames médicos. Essa técnica é amplamente</p><p>utilizada em tomografias, radiografias e ressonâncias magnéticas. Durante um exame, a</p><p>imagem é captada com base na densidade dos tecidos. Por exemplo, os ossos, que são</p><p>mais densos, aparecem com maior nitidez, enquanto órgãos e tecidos moles têm uma</p><p>visualização mais limitada (BUSHONG, 2010; SEERAM, 2019).</p><p>Sobre o uso de contraste nos exames de imagem, analise as afirmativas a seguir:</p><p>I - O uso de contraste em exames de imagem é sempre seguro para todos os pacientes,</p><p>independentemente de suas condições médicas ou histórico de alergias, visto que o</p><p>contraste é aplicado na clínica e o paciente é acompanhado por profissionais.</p><p>II - O Iodo é o contraste mais comumente utilizado, destinado à avaliação do tubo digestivo,</p><p>estruturas vasculares, rins e útero. É empregado em exames de tomografia computa-</p><p>dorizada e radiografia.</p><p>III - O Gadolínio auxilia na identificação de tumores, processos infecciosos e no estudo de</p><p>estruturas vasculares. É utilizado em exames de ressonância magnética.</p><p>IV - O sulfato de bário é utilizado para analisar órgãos do sistema digestivo, como esôfago,</p><p>duodeno e intestino. É empregado em exames de radiografia e ultrassonografia.</p><p>É correto o que se afirma em:</p><p>a) I e IV, apenas.</p><p>b) II e III, apenas.</p><p>c) III e IV, apenas.</p><p>d) I, II e III, apenas.</p><p>e) II, III e IV, apenas.</p><p>2. A ultrassonografia emprega ondas sonoras de alta frequência, conhecidas como ultrassom,</p><p>para criar imagens detalhadas dos órgãos internos e tecidos do corpo. Um componen-</p><p>te essencial, chamado transdutor, converte corrente elétrica em ondas sonoras, as quais</p><p>são direcionadas aos tecidos corporais. Essas ondas sonoras interagem com as estruturas</p><p>do corpo e retornam ao transdutor, onde são convertidas novamente em sinais elétricos</p><p>(BUSHONG, 2010; SEERAM, 2019).</p><p>Com base nas informações apresentadas, avalie as asserções a seguir e a relação proposta</p><p>entre elas:</p><p>VAMOS PRATICAR</p><p>1</p><p>4</p><p>1</p><p>I - A ultrassonografia é uma ferramenta fundamental no cuidado pré-natal de mulheres</p><p>grávidas, se destacando como o exame de imagem mais seguro durante esse período.</p><p>PORQUE</p><p>II - Utilizam ondas sonoras de alta frequência para criar imagens e não envolvem a exposição</p><p>à radiação ionizante.</p><p>Assinale a alternativa correta:</p><p>a) As asserções I e II são verdadeiras, e a II é uma justificativa correta da I.</p><p>b) As asserções I e II são verdadeiras, mas a II não é uma justificativa correta da I.</p><p>c) A asserção I é uma proposição verdadeira e a II é uma proposição falsa.</p><p>d) A asserção I é uma proposição falsa e a II é uma proposição verdadeira.</p><p>e) As asserções I e II são falsas.</p><p>3. A ultrassonografia, também conhecida como ultrassom, é uma técnica de imagem mé-</p><p>dica que utiliza ondas sonoras de alta frequência para criar imagens em tempo real das</p><p>estruturas internas do corpo. É um método seguro e não invasivo, amplamente utilizado</p><p>em diferentes especialidades médicas para diagnóstico, monitoramento e intervenção</p><p>terapêutica. Durante o exame de ultrassonografia, um transdutor é colocado sobre a pele</p><p>na área a ser examinada, e emite ondas sonoras que penetram nos tecidos do corpo e</p><p>são refletidas de volta para o transdutor. Esses sinais de retorno são então convertidos em</p><p>imagens que podem ser visualizadas em um monitor (BUSHONG, 2010; SEERAM, 2019).</p><p>Analise as afirmações a seguir sobre a ultrassonografia:</p><p>I - A ultrassonografia utiliza ondas sonoras de alta frequência para criar imagens em tempo</p><p>real das estruturas internas do corpo.</p><p>II - A ultrassonografia não envolve exposição à radiação ionizante, tornando-as seguras para</p><p>uso durante a gravidez.</p><p>III - A ultrassonografia é especialmente útil para visualizar estruturas moles, como órgãos</p><p>abdominais, vasos sanguíneos, músculos, tendões e tecidos do sistema reprodutivo</p><p>É correto o que se afirma em:</p><p>a) I, apenas.</p><p>b) III, apenas.</p><p>c) I e II, apenas.</p><p>d) II e III, apenas.</p><p>e) I, II e III.</p><p>VAMOS PRATICAR</p><p>1</p><p>4</p><p>1</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>BUSHONG, S. C. Ciência, radiológica para tecnólogos: física, biologia e proteção. Trad. da 9. ed.</p><p>São Paulo: Elsevier Ltda., 2010.</p><p>CURRY T. Christensen’s Physics of Diagnostic Radiology. 4. ed. [s. l.]: LWW, 1990.</p><p>FURQUIM, T. A. C.; COSTA, P. R. Garantia de Qualidade em Radiologia Diagnóstica. Revista Bra-</p><p>sileira de Física Médica, [s. l.], v. 3, n. 1, p. 91-99, 2009.</p><p>GROVER V. P. et al. Magnetic Resonance Imaging: Principles and Techniques: Lessons for Clini-</p><p>cians. J Clin Exp Hepatol., [s. l.], v. 5, n. 3, p. 246-255, 2015.</p><p>IHNATSENKA, B.; BOEZAART, A. P. Ultrasound: Basic understanding and learning the language.</p><p>Int J Shoulder Surg., [s. l.], v. 4, n. 3, p. 55-62, jul. 2010.</p><p>NEW P. F. et al. Computerized axial tomography with the EMI scanner. Radiology, [s. l.], v. 110, n.</p><p>1, p. 109-123. 2010.</p><p>SEERAM E. Digital Radiography: Physical Principles and Quality Control. 2. ed. São Paulo:</p><p>Springer 2019.</p><p>1</p><p>4</p><p>1</p><p>1. Opção D. A afirmativa I está incorreta. O uso de contraste em exames de imagem não é sem-</p><p>pre seguro para todos os pacientes, pois pode causar reações adversas, incluindo alergias</p><p>graves e problemas renais, especialmente em pacientes com sensibilidade a certas subs-</p><p>tâncias ou com condições pré-existentes. Portanto, a segurança do contraste depende da</p><p>avaliação cuidadosa do histórico médico do paciente e da consideração dos riscos potenciais.</p><p>A afirmativa II está correta. O iodo é de fato um dos contrastes mais comumente utilizados</p><p>em exames de tomografia computadorizada e radiografia, sendo destinado à avaliação de</p><p>diversas estruturas, como o tubo digestivo, estruturas vasculares, rins e útero. A afirmativa</p><p>III está correta. O Gadolínio auxilia na identificação de tumores, processos infecciosos e no</p><p>estudo de estruturas vasculares. É utilizado em exames de ressonância magnética. A afirma-</p><p>tiva IV está incorreta. O sulfato de bário é utilizado para analisar órgãos do sistema digestivo,</p><p>como esôfago, duodeno e intestino. É empregado em exames de radiografia e também na</p><p>tomografia computadorizada, porém na ultrassonografia não há aplicação de contraste.</p><p>2. Opção A. As duas alternativas estão corretas e a II é realmente a justificativa da afirmação I.</p><p>A ultrassonografia é uma ferramenta fundamental no cuidado pré-natal de mulheres grávi-</p><p>das, oferecendo uma visão clara e detalhada do desenvolvimento do feto dentro do útero.</p><p>Esse exame não invasivo utiliza ondas sonoras de alta frequência</p><p>para criar imagens em</p><p>tempo real do feto, do útero e dos órgãos reprodutivos da mulher. Sua importância reside</p><p>em diversos aspectos.</p><p>3. Opção E. A alternativa I está correta, pois a ultrassonografia é baseada no princípio da emissão</p><p>de ondas sonoras pelo transdutor, que penetram nos tecidos do corpo e são refletidas de</p><p>volta para o transdutor, sendo convertidas em imagens que podem ser visualizadas em tempo</p><p>real. A alternativa II está correta porque a ultrassonografia utiliza apenas ondas sonoras de</p><p>alta frequência, sem qualquer tipo de radiação ionizante, o que elimina o risco de exposição</p><p>prejudicial ao feto durante a gravidez. A alternativa III está correta. As ondas sonoras têm a</p><p>capacidade de penetrar em tecidos moles e gerar imagens detalhadas dessas estruturas,</p><p>tornando a ultrassonografia uma ferramenta valiosa em diversas áreas da medicina, espe-</p><p>cialmente na avaliação de órgãos internos e no acompanhamento gestacional.</p><p>CONFIRA SUAS RESPOSTAS</p><p>1</p><p>4</p><p>4</p><p>MEU ESPAÇO</p><p>1</p><p>4</p><p>5</p><p>UNIDADE 7</p><p>MINHAS METAS</p><p>FUNDAMENTOS PARA ESTUDOS</p><p>DE CASO VOLTADOS A EXAMES DE</p><p>URINA</p><p>Compreender os fundamentos da análise físico-química da urina.</p><p>Identificar os principais constituintes da urina.</p><p>Interpretar os fundamentos da sedimentoscopia da urina.</p><p>Desenvolver habilidades técnicas para realizar o preparo da amostra de urina para a</p><p>realização do exame.</p><p>Reconhecer a importância clínica dos resultados da urinálise para o diagnóstico e moni-</p><p>toramento de doenças.</p><p>Conhecer os parâmetros analisados no exame de urina.</p><p>Reconhecer parâmetros avaliados na fita reativa para análise química da urina.</p><p>T E M A D E A P R E N D I Z A G E M 7</p><p>1</p><p>4</p><p>8</p><p>INICIE SUA JORNADA</p><p>Estudante, quando ingressamos na área da saúde, somos apresentados a uma</p><p>gama diversificada de conhecimentos e habilidades que são essenciais para o</p><p>nosso desenvolvimento profissional. Entre eles, a urinálise se destaca como uma</p><p>ferramenta fundamental na avaliação da saúde do paciente. Os exames de urina</p><p>têm uma longa história que remonta aos tempos antigos, quando civilizações,</p><p>como os egípcios e os babilônios já reconheciam a importância da urina como</p><p>indicador da saúde do corpo.</p><p>Os primeiros registros datam de cerca de 4.000 a.C., em que a urina era exa-</p><p>minada visualmente e até mesmo saboreada para diagnóstico de doenças. Foi na</p><p>Grécia Antiga que os estudos sobre a urina se tornaram mais sistemáticos, com</p><p>a participação de filósofos descrevendo as características da urina em diferentes</p><p>condições de saúde ou patologias. Durante a Idade Média, os cientistas desen-</p><p>volveram métodos mais avançados de análise da urina, utilizando técnicas como</p><p>a destilação para identificar substâncias presentes nela.</p><p>Com o avanço da ciência e da medicina, os exames de urina evoluíram sig-</p><p>nificativamente, culminando na urinálise moderna, uma prática essencial na</p><p>avaliação da função renal, detecção de doenças metabólicas e diagnóstico de</p><p>infecções do trato urinário, entre outras condições clínicas.</p><p>Hoje, os exames de urina continuam a desempenhar um papel vital na me-</p><p>dicina, fornecendo informações valiosas para o diagnóstico e monitoramento de</p><p>uma ampla gama de doenças e condições de saúde.</p><p>Vamos juntos adquirir os conhecimentos necessários para compreender e domi-</p><p>nar os princípios da urinálise, preparando-o para enfrentar os desafios profissionais?</p><p>Compreenderemos os métodos adequados de coleta de amostras, uma</p><p>etapa crucial para garantir a confiabilidade dos resultados. Os testes de diag-</p><p>nóstico rápido em urinálise representam uma prática ágil e eficaz no ambiente</p><p>laboratorial, permitindo uma rápida tomada de decisão clínica. Ao aplicarmos</p><p>esses testes, desenvolvemos habilidades técnicas essenciais para nossa futura</p><p>atuação profissional.</p><p>UNICESUMAR</p><p>1</p><p>4</p><p>9</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 7</p><p>Estudante, você sabia que em laboratórios de análises clínicas é fundamental a</p><p>aplicação de controle de qualidade interno e externo nos setores de diagnóstico?</p><p>O controle de qualidade é uma etapa essencial em qualquer laboratório clínico, e</p><p>os exames de urina não são exceção. Garantir a precisão e a confiabilidade dos re-</p><p>sultados é fundamental para o diagnóstico e o tratamento adequado dos pacien-</p><p>tes. Ouça o Podcast que preparamos para ajudá-lo a refletir sobre a importância</p><p>da qualidade nesses exames. Recursos de mídia disponíveis no conteúdo digital</p><p>do ambiente virtual de aprendizagem</p><p>PLAY NO CONHECIMENTO</p><p>VAMOS RECORDAR?</p><p>Estudante, antes de nos aprofundarmos nos fundamentos dos exames de urina,</p><p>vamos relembrar o processo de formação dela? Assista ao vídeo a seguir.</p><p>https://www.youtube.com/watch?v=WbwTMOmW--k.</p><p>1</p><p>5</p><p>1</p><p>DESENVOLVA SEU POTENCIAL</p><p>Os rins são órgãos em formato de feijão, com cerca de 11 centímetros de compri-</p><p>mento, 5 cm de largura e 3 cm de espessura, localizados de cada lado da coluna</p><p>vertebral e envoltos pelo peritônio (STRASINGER, 2000). Esse órgão é consti-</p><p>tuído por duas regiões distintas: o córtex, que é a parte externa, e a medula, que</p><p>constitui a porção mais interna. As pirâmides renais são formadas pelo agrupa-</p><p>mento das porções medulares. Cada pirâmide renal é composta por uma rede in-</p><p>trincada de túbulos microscópicos denominados néfrons, os quais representam</p><p>as unidades funcionais fundamentais dos rins (GUYTON, 2008).</p><p>As funções renais são essenciais para manter a estabilidade interna do corpo,</p><p>conhecida como homeostase. Entre suas principais responsabilidades estão a</p><p>filtragem do sangue e a eliminação de resíduos metabólicos, tais como ureia,</p><p>creatinina, ácido úrico, bilirrubina, substâncias farmacológicas e toxinas. Além disso,</p><p>os rins desempenham um papel crucial na síntese de hormônios como a eritropoetina</p><p>e na degradação de outros hormônios, como a insulina. Após os processos de</p><p>filtração, reabsorção e secreção realizados pelos rins, ocorre a produção da urina,</p><p>que segue pelos ureteres em direção à bexiga, onde será armazenada até ser</p><p>eliminada durante a micção (STRASINGER, 2000).</p><p>A urina é um líquido biológico resultante do processo de filtração do sangue pelos</p><p>rins, no qual são removidos resíduos metabólicos e substâncias indesejadas do</p><p>organismo. Composta principalmente por água, a urina também contém diversos</p><p>solutos, como ureia, creatinina, ácido úrico, sais e outras substâncias.</p><p>O controle dos processos envolvidos na formação da urina é regulado pela pres-</p><p>são osmótica e hidrostática, pelo adequado suprimento sanguíneo aos rins e pela ação</p><p>hormonal. Os processos de formação da urina são controlados pelas pressões osmó-</p><p>tica e hidrostática, pelo suprimento de sangue renal e pela secreção de hormônios.</p><p>A formação da urina nos rins é um processo complexo que envolve várias eta-</p><p>pas intrincadas. Primeiramente, ocorre a filtração glomerular, na qual o sangue</p><p>é filtrado nos glomérulos renais, separando substâncias como água, eletrólitos e</p><p>produtos de excreção para formar o filtrado glomerular.</p><p>UNICESUMAR</p><p>1</p><p>5</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 7</p><p>Em seguida, durante a reabsorção tubular, esse filtrado</p><p>passa pelos túbulos renais, onde ocorre a reabsorção seletiva de</p><p>substâncias úteis de volta para a corrente sanguínea, incluindo</p><p>glicose, aminoácidos e água, essencial para manter o equilíbrio</p><p>hídrico e eletrolítico do corpo (STRASINGER, 2000).</p><p>Paralelamente, ocorre a secreção tubular, na qual substâncias</p><p>adicionais, como íons hidrogênio, potássio e algumas drogas,</p><p>são secretadas dos capilares peritubulares para os túbulos renais,</p><p>aumentando sua concentração no filtrado e facilitando sua ex-</p><p>creção na urina.</p><p>Após essas etapas, o líquido resultante é conhecido como uri-</p><p>na final, composta principalmente por água, produtos de excreção</p><p>como ureia e creatinina, eletrólitos e outras substâncias dissolvi-</p><p>das. Por fim, a urina é conduzida dos rins para os ureteres e arma-</p><p>zenada na bexiga até ser eliminada do corpo (GUYTON, 2008).</p><p>PERFIL DA FUNÇÃO RENAL</p><p>A análise da função renal é conduzida de forma abrangente e pre-</p><p>cisa, utilizando uma variedade de métodos e técnicas.</p><p>Além dos</p><p>exames convencionais, como a avaliação dos níveis séricos de ureia</p><p>e creatinina, a depuração de creatinina e o exame qualitativo de</p><p>urina, novas abordagens têm sido desenvolvidas para fornecer</p><p>uma avaliação mais detalhada e personalizada da função renal.</p><p>Isso inclui o uso de biomarcadores específicos, como a cistati-</p><p>na C e a albumina urinária, que oferecem informações adicionais</p><p>sobre a filtração glomerular e a lesão renal. Além disso, avanços</p><p>na imagem médica, como a ressonância magnética renal, permi-</p><p>tem uma visualização mais precisa da anatomia e função dos rins.</p><p>A integração dessas técnicas multidisciplinares tem proporcio-</p><p>nado uma compreensão completa e individualizada da função</p><p>renal, permitindo a melhor detecção precoce de doenças renais</p><p>e uma gestão mais eficaz dos pacientes com disfunção renal.</p><p>1</p><p>5</p><p>1</p><p>Exame de urina</p><p>O exame de urina é um procedimento diagnóstico</p><p>comum e fundamental realizado para avaliar a saúde</p><p>do trato urinário e detectar possíveis problemas mé-</p><p>dicos, sendo utilizado para determinar os caracteres</p><p>físicos e químicos e para a verificação de estruturas</p><p>celulares e de substâncias específicas, como proteí-</p><p>nas, açúcares, sais e micro-organismos.</p><p>Durante esse exame, a primeira urina da manhã,</p><p>por ser mais concentrada, é recomendada para a rea-</p><p>lização do teste, o que garante a detecção de subs-</p><p>tâncias e elementos que podem estar ausentes em</p><p>amostras mais diluídas da urina. Geralmente, essa</p><p>amostra da primeira urina da manhã é coletada e</p><p>utilizada para o exame de urina tipo I.</p><p>UNICESUMAR</p><p>1</p><p>5</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 7</p><p>O exame de urina do tipo I, também conhecido como exame de urina rotina</p><p>ou exame sumário de urina, é uma das análises mais comuns e importantes rea-</p><p>lizadas no laboratório clínico. As orientações para a coleta de amostras de urina</p><p>são essenciais para garantir a precisão e confiabilidade dos resultados do exame.</p><p>Antes da coleta, é importante seguir algumas recomendações básicas, como</p><p>lavar cuidadosamente as mãos com água e sabão para evitar a contaminação da</p><p>amostra. Em seguida, é fundamental utilizar um recipiente limpo e estéril for-</p><p>necido pelo laboratório ou seguir as instruções específicas para a coleta em casa.</p><p>Para a coleta de urina de jato médio, é importante descartar o primeiro jato</p><p>de urina e coletar o restante no recipiente fornecido, garantindo uma amostra</p><p>mais representativa. O uso de recipiente de plástico transparente é preferível</p><p>para coleta das amostras, pois permite a visualização da cor e aspecto da urina.</p><p>Após a coleta, o recipiente deve ser tampado e identificado corretamente, in-</p><p>cluindo informações como nome, data e hora da coleta. É importante entregar a</p><p>amostra ao laboratório o mais rápido possível ou armazená-la corretamente a 4º C</p><p>antes da realização do exame, de acordo com as instruções fornecidas, inclusive</p><p>durante o transporte da amostra para o laboratório.</p><p>ZOOM NO CONHECIMENTO</p><p>É necessário destacar que a análise do exame de urina deve ser realizada em, no</p><p>máximo, 2 horas após a coleta do material. Caso esse tempo não possa ser cum-</p><p>prido, a amostra deve ser refrigerada. Antes da realização do exame, as amostras</p><p>de urina devem estar em temperatura de 15 a 25 ºC.</p><p>FUNDAMENTOS DA ANÁLISE FÍSICO-QUÍMICA DA URINA.</p><p>A análise físico-química da urina é uma parte fundamental da avaliação laborato-</p><p>rial da saúde humana. Esse processo envolve a avaliação das propriedades físicas</p><p>e químicas da urina, fornecendo informações valiosas sobre o funcionamento</p><p>dos órgãos do sistema urinário e o estado geral do organismo (HENRY, 1999).</p><p>1</p><p>5</p><p>4</p><p>As propriedades físicas da urina, como cor, odor, volume e densidade, forne-</p><p>cem pistas importantes sobre o equilíbrio hídrico do corpo, bem como a presença</p><p>de substâncias anormais.</p><p>Alterações na cor ou no odor da urina podem ser indicativas de certas con-</p><p>dições médicas e, dessa forma, descartar amostras de urina com cor ou odor</p><p>anormal após a coleta pode resultar na eliminação de amostras potencialmente</p><p>importantes para o diagnóstico. Por exemplo, a cor da urina emitida por indiví-</p><p>duos saudáveis varia de amarelo-citrino a amarelo-âmbar fraco, de acordo com</p><p>a concentração dos pigmentos presentes na urina.</p><p>Entretanto, diversos fatores e constituintes podem alterar a cor da urina, den-</p><p>tre eles, substâncias ingeridas e atividade física, além de situações patológicas,</p><p>como por exemplo, infecções do trato urinário por micro-organismos (DRAB-</p><p>KIN, 1997). Observe, a seguir, as cores comumente encontradas em amostras de</p><p>urina e suas causas principais:</p><p>AMARELO PÁLIDO A AMARELO ESCURO</p><p>A cor normal da urina saudável é devida à presença do pigmento urocromo, produto</p><p>resultante da decomposição da hemoglobina.</p><p>VERDE OU AZUL</p><p>Cores incomuns que podem ser causadas pela ingestão de certos alimentos, corantes</p><p>alimentares ou medicamentos, como a fenazopiridina. Em alguns casos, pode indicar a</p><p>presença de infecção ocasionada por bactérias do gênero Pseudomonas spp.</p><p>UNICESUMAR</p><p>1</p><p>5</p><p>5</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 7</p><p>É importante observar que a cor da urina pode variar naturalmente ao longo do</p><p>dia e pode ser alterada por fatores como hidratação, dieta e medicamentos. No</p><p>entanto, se houver uma mudança significativa na cor da urina, especialmente</p><p>acompanhada de outros sintomas como dor ou ardência ao urinar, é fundamental</p><p>a realização de uma avaliação adequada.</p><p>Aspecto e densidade da urina</p><p>O aspecto da urina e a presença de cristais, fosfatos e uratos podem fornecer</p><p>informações importantes sobre a saúde do trato urinário. O aspecto da urina</p><p>deve ser observado após homogeneização dela.</p><p>A urina normal e coletada recentemente, geralmente é límpida. Entretanto,</p><p>nas urinas alcalinas, podemos observar certo grau de opacidade devido à precipita-</p><p>ção de fosfatos amorfos. Da mesma forma, a urina ácida fisiológica pode se mostrar</p><p>opaca devido à precipitação de uratos amorfos e cristais de oxalato de cálcio.</p><p>VERMELHA OU ROSA</p><p>A urina vermelha ou rosa pode ocorrer na urina devido à presença de sangue na urina,</p><p>conhecida como hematúria. As causas podem variar desde infecções do trato urinário</p><p>até condições como cálculos renais e lesões na bexiga. Além disso, certos alimentos,</p><p>como beterraba, podem causar uma coloração avermelhada na urina.</p><p>LARANJA</p><p>A presença de pigmentos como a bilirrubina e urobilinogênio podem causar uma</p><p>coloração laranja na urina. Isso pode ser indicativo de problemas hepáticos ou biliares,</p><p>além de poder ser ocasionado pela ingestão de alimentos ou medicamentos específi-</p><p>cos como a rifampicina.</p><p>VOCÊ SABE RESPONDER?</p><p>Estudante, a turbidez da urina pode estar relacionada a que aspectos?</p><p>1</p><p>5</p><p>1</p><p>O aspecto turvo da urina pode ocorrer em amostras em que há acúmulo de</p><p>leucócitos, hemácias, células epiteliais ou a presença de infecções bacterianas.</p><p>Além disso, a urina pode apresentar aspecto turvo devido à existência de coágulos</p><p>sanguíneos, pequenos cálculos, lipídios, leveduras, dentre outros.</p><p>A densidade da urina, também conhecida como gravidade específica, é uma</p><p>medida da concentração de solutos na urina em relação à concentração de água.</p><p>Essa medida é influenciada pela quantidade de água e solutos presentes e pode</p><p>variar de acordo com diversos fatores, oferecendo informações (HENRY, 1999).</p><p>Em condições normais, a densidade da urina varia de aproximadamente</p><p>1,010 a 1,025 g/L, com valores mais baixos indicando uma urina mais diluída</p><p>e valores mais altos indicando uma urina mais concentrada. Variações na den-</p><p>sidade da urina podem ser causadas por diversos fatores, incluindo hidratação,</p><p>função renal, dieta e ingestão de nutrientes, entre outros.</p><p>Durante a glomerulonefrite, por exemplo, ocorre uma redução na gravidade</p><p>específica da urina devido à diminuição na capacidade de concentração dos rins.</p><p>Portanto, a urina tende a ter uma gravidade específica mais baixa.</p><p>Tiras reagentes</p><p>A análise química da urina envolve a identificação e quantificação de diversos</p><p>constituintes químicos, incluindo compostos orgânicos</p><p>do analito e da interferência.</p><p>Limite de detecção: segundo a International Union of Pure and Applied Chemistry, é a</p><p>concentração ou quantidade mínima que um método pode detectar com absoluta cer-</p><p>teza através de um procedimento analítico específico (OLIVEIRA; MENDES, 2010).</p><p>6) INTERFERENTES</p><p>Compostos, de proveniência endógena ou exógena, que têm a capacidade de possivel-</p><p>mente interferir na análise.</p><p>7) VALORES DE REFERÊNCIA</p><p>São estabelecidos através da análise de um grupo de controle composto por indiví-</p><p>duos clinicamente "normais". Após passar por análises estatísticas, os valores centrais</p><p>representam aqueles que melhor se enquadram nos critérios de "normalidade" para um</p><p>determinado parâmetro laboratorial. A interpretação dos resultados dos exames labo-</p><p>ratoriais é realizada ao comparar o valor observado na amostra do paciente com o valor</p><p>de referência indicado no exame (LOPES, 2003).</p><p>UNICESUMAR</p><p>1</p><p>5</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 1</p><p>Frequentemente, encontramos as palavras “precisão” e “exatidão” sendo em-</p><p>pregadas cotidianamente como se tivessem o mesmo sentido. De maneira geral,</p><p>isso não é incorreto, entretanto, ao transportarmos esses conceitos para a fase</p><p>analítica laboratorial, os dois termos têm significados distintos. Vamos entender</p><p>essa diferença na prática?</p><p>Estudante, você já jogou ou conhece as regras de um jogo de dardos? Bre-</p><p>vemente, o tabuleiro de dardo é dividido em regiões e, cada uma delas, confere</p><p>uma pontuação diferente ao jogador que acertar o dardo no alvo. Quanto menos</p><p>espaço tem a área, maior a pontuação! Assim, a região mais difícil e também a</p><p>que garante mais pontos, é a região interna e central do tabuleiro, geralmente</p><p>chamada de “touro interno”. Para acertar essa região, o jogador precisa mirar no</p><p>centro do tabuleiro de forma EXATA. Você conseguiria?</p><p>Durante o jogo, os participantes buscam acertar a área interna e central, pois</p><p>ela confere maior pontuação. Entretanto, as outras áreas do tabuleiro também</p><p>conferem pontos! Se o jogador não acerta necessariamente a área central, mas</p><p>acertar áreas bem próximas do tabuleiro, todas as vezes que joga, podemos dizer</p><p>que o jogador tem uma mira PRECISA.</p><p>1</p><p>1</p><p>Estudante, você deve estar se perguntando como relacionar o jogo de dardos</p><p>com a exatidão e precisão da fase analítica. É fácil, vamos lá! Como nós vimos</p><p>anteriormente, a precisão representa a concordância entre os valores experi-</p><p>mentais obtidos a partir da análise de uma amostra em triplicata, por exemplo.</p><p>Ao transportar essa situação para o jogo de dardos, os resultados obtidos a partir</p><p>da análise estariam próximos entre si. A exatidão representa a habilidade do</p><p>método analítico em fornecer resultados individuais da amostra, próximos a um</p><p>valor de referência. Transpondo para o jogo de dardos, o valor de referência seria</p><p>a região interna e central do tabuleiro!</p><p>Para visualizar a comparação, observe a figura a seguir:</p><p>Exatidão e precisão: exemplo do atirador e o alvo</p><p>(1) (2)</p><p>(3) (4)</p><p>alta exatidão e</p><p>alta precisão</p><p>baixa exatidão e</p><p>alta precisão</p><p>baixa exatidão e</p><p>baixa precisão</p><p>grau de exatidão e precisão depende</p><p>dos critérios de aceitabilidade</p><p>Figura 2 - Exatidão e precisão / Fonte: adaptada de Oliveira e Mendes (2010).</p><p>Descrição da Imagem: na imagem, vemos 4 alvos representando o jogo de dardos. Seguindo a ordem de esquerda</p><p>para direita: o alvo 1 acima apresenta os pontos todos localizados em sua área central. O alvo 2 acima apresenta</p><p>seus pontos, todos localizados em uma região mais externa do alvo. O alvo 3, localizado abaixo na esquerda</p><p>apresenta seus pontos em regiões aleatórias e distantes da região central do alvo. Alguns pontos estão fora do</p><p>alvo. O alvo 4 apresenta seus pontos espalhados, porém todos dentro do alvo e um pouco mais próximos entre</p><p>si. Fim da descrição.</p><p>UNICESUMAR</p><p>1</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 1</p><p>Agora que conhecemos os parâmetros de desempenho da fase analítica, vamos</p><p>refletir… Como seria um sistema analítico ideal?</p><p>O sistema analítico ideal seria aquele que contemplasse os parâmetros citados</p><p>anteriormente, por exemplo, um sistema que apresentasse elevado grau de exa-</p><p>tidão e precisão, (alvo 1 da figura anterior), para gerar maior confiabilidade.</p><p>De acordo com a figura anterior, o alvo 4 mostra um grau de exatidão e pre-</p><p>cisão dependente dos critérios de aceitabilidade provenientes do laboratório. Os</p><p>pontos não atingiram diretamente o centro do alvo, mas estão girando ao seu</p><p>redor. Quando aplicamos essa situação ao contexto do laboratório clínico, os</p><p>graus de exatidão e precisão são influenciados pelos critérios de aceitabilidade</p><p>ou pela porcentagem de variação ou desvio considerados como aceitáveis pela</p><p>instituição laboratorial. Nesse caso, o laboratório realiza diariamente um proce-</p><p>dimento de controle, com valores conhecidos dos métodos analíticos a fim de</p><p>aceitar ou recusar os resultados provenientes das amostras.</p><p>Após a realização da análise, o exame passará pela sua etapa final antes da</p><p>emissão do resultado. Vamos juntos discorrer sobre a fase pós analítica?</p><p>FASE PÓS-ANALÍTICA</p><p>Estudante, após todos os passos do processo pré-analítico e analítico que viemos</p><p>conversando até o momento, incluindo preparo da amostra, calibração dos apa-</p><p>relhos, passagem de controles e análise das amostras, o exame laboratorial está</p><p>prestes a ser finalizado e liberado para o profissional da saúde que o solicitou. A</p><p>última fase do exame laboratorial é composta pelas etapas pós-analitica, e con-</p><p>templa ações que vão ser realizadas após a análise da amostra. Você deve estar</p><p>se perguntando, quais são esses processos, não é mesmo? A etapa pós-analítica</p><p>abrange a geração e transmissão/comunicação dos resultados dos exames, além</p><p>da interpretação realizada pelo profissional responsável pela solicitação e assis-</p><p>tência ao paciente (SHCOLNIK, 2019).</p><p>Possuir habilidade no controle da etapa pós-analítica no contexto do la-</p><p>boratório clínico é essencial para supervisionar a eficácia e a segurança dos</p><p>procedimentos, bem como otimizar a velocidade do atendimento e a disponi-</p><p>bilização dos resultados.</p><p>1</p><p>8</p><p>A segurança dos pacientes e o diagnóstico médico são grandemente moldados</p><p>pelos desfechos dos testes laboratoriais. Análises de literatura demonstraram que</p><p>entre 60% e 70% das escolhas relacionadas ao diagnóstico médico são fundamen-</p><p>tadas em resultados laboratoriais precisos (KARLA, 2016).</p><p>A etapa de interpretação dos resultados é extremamente importante e</p><p>resultados críticos dos testes requisitados necessitam ser emergencialmente co-</p><p>municados ao profissional solicitante do exame, para que o atendimento seja</p><p>realizado o mais rápido possível. Dessa forma, é interessante que os laboratórios</p><p>tenham especialistas em diferentes setores, responsáveis por relacionar resultados</p><p>anormais e detectar eventuais emergências.</p><p>A etapa pós-analítica não se limita apenas à análise dos resultados, abrangen-</p><p>do também toda a comunicação com pacientes e profissionais da saúde, e dessa</p><p>forma, é crucial que os laboratórios direcionem investimentos para otimizar todo</p><p>o processo pós-analítico.</p><p>VOCÊ SABE RESPONDER?</p><p>Estudante, apesar da análise em si já ter sido realizada, você já pensou em como</p><p>o uso de boas práticas laboratoriais e a eficiência e agilidade na fase pós-</p><p>analítica é importante?</p><p>Estudante, até aqui, tudo bem? Preparamos um vídeo para você compreender</p><p>melhor as etapas dos métodos analíticos, controle de variáveis dos métodos e</p><p>os parâmetros de desempenho! Quando estiver pronto, acesse o material e fique</p><p>por dentro de todo esse tema que contribuirá ao seu desenvolvimento. Recursos</p><p>de mídia disponíveis no conteúdo digital do ambiente virtual de aprendizagem.</p><p>EM FOCO</p><p>Erros relacionados às fases dos exames laboratoriais</p><p>Como resultado do notável progresso científico e tecnológico das últimas</p><p>décadas, a complexidade dos exames laboratoriais também aumentou. Isso</p><p>se dá em um cenário em que se encontram e se relacionam procedimentos,</p><p>UNICESUMAR</p><p>1</p><p>9</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 1</p><p>equipamentos,</p><p>e inorgânicos. Entre os</p><p>parâmetros químicos comumente avaliados estão a presença de glicose, proteí-</p><p>nas, cetona, bilirrubina, urobilinogênio, nitritos e pH.</p><p>Alterações nos níveis desses componentes podem indicar diferentes condições</p><p>de saúde, como diabetes, doenças renais, infecções do trato urinário, entre outras.</p><p>Além disso, a análise físico-química da urina também pode incluir a pesquisa</p><p>de sedimentos urinários, que consiste na observação microscópica dos elemen-</p><p>tos celulares, cristais, células sanguíneas e outros elementos presentes na urina.</p><p>Essa análise microscópica pode fornecer informações adicionais sobre possíveis</p><p>patologias, como infecções, cálculos renais e doenças renais.</p><p>Ao fornecer uma visão abrangente da saúde do sistema urinário e do or-</p><p>ganismo como um todo, essa análise contribui para a promoção da saúde e o</p><p>tratamento adequado de doenças relacionadas ao sistema urinário e além dele.</p><p>UNICESUMAR</p><p>1</p><p>5</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 7</p><p>Para análise físico-química, são utilizadas fitas reativas. As tiras reativas são</p><p>uma ferramenta essencial e amplamente utilizada no teste físico-químico da</p><p>urina. Elas consistem em tiras de papel ou plástico impregnadas com diferentes</p><p>reagentes químicos sensíveis a diversos componentes presentes na urina.</p><p>Esses reagentes reagem com os constituintes da urina, causando mudança</p><p>de cor na tira, que pode ser comparada a uma escala de cores para determinar a</p><p>concentração ou presença de determinadas substâncias. As tiras para teste pos-</p><p>sibilitam a realização de 10 ou mais análises bioquímicas de parâmetros clini-</p><p>camente relevantes e significativos, incluindo pH, proteínas, glicose, cetonas,</p><p>hemoglobina, bilirrubina, urobilinogênio, nitrito, densidade e leucócitos.</p><p>Para efetuar a análise, é necessário mergulhar completamente a tira de teste</p><p>na amostra de urina. Para que a reação química entre a tira e a urina ocorra</p><p>adequadamente, é importante remover o excesso de urina da fita, raspando cui-</p><p>dadosamente a borda da tira no recipiente.</p><p>Veja, a seguir, algumas das substâncias que podem ser identificadas por essa</p><p>etapa do exame de urina.</p><p>PH</p><p>O pH urinário é uma medida da acidez ou alcalinidade da urina e pode variar em res-</p><p>posta a fatores dietéticos, metabólicos e patológicos. O pH normal da urina varia entre</p><p>4,6 e 8,0, com variações ao longo do dia devido à ingestão de alimentos e líquidos.</p><p>GLICOSE</p><p>A presença de glicose na urina pode indicar hiperglicemia, sendo um sinal importante para</p><p>o diagnóstico e monitoramento do diabetes mellitus ou outras condições em que os níveis</p><p>de glicose no sangue estão elevados. As tiras reativas para glicose utilizam uma enzima</p><p>específica que reage com a glicose na urina, produzindo uma mudança de cor na tira.</p><p>PROTEÍNA</p><p>A concentração de proteína na urina pode indicar problemas renais, como glomeru-</p><p>lonefrite, doença renal crônica e síndrome nefrótica. As tiras reativas para proteína</p><p>utilizam reagentes que reagem com proteínas na urina, causando uma mudança de</p><p>coloração na tira.</p><p>1</p><p>5</p><p>8</p><p>Estudante, além desses parâmetros, algumas tiras reativas também podem in-</p><p>cluir áreas para a detecção de nitritos, bilirrubina, urobilinogênio e leucócitos na</p><p>urina, fornecendo informações adicionais sobre o estado de saúde do paciente.</p><p>A presença de nitritos na urina pode indicar a presença de bactérias comuns em</p><p>infecções do trato urinário, auxiliando no diagnóstico e tratamento das infecções.</p><p>As tiras reativas são fáceis de usar e fornecem resultados rápidos, tornando-as</p><p>uma ferramenta valiosa para triagem inicial, monitoramento de condições mé-</p><p>dicas e acompanhamento do tratamento. No entanto, é importante ressaltar que</p><p>as tiras reativas podem fornecer resultados semiquantitativos e que resultados</p><p>anormais devem ser confirmados por testes laboratoriais mais específicos.</p><p>FUNDAMENTOS DE SEDIMENTOSCOPIA</p><p>O exame do sedimento urinário (EAS) representa um parâmetro do exame de</p><p>urina que fornece uma variedade de dados, proporcionando uma visão geral</p><p>do que ocorre nos néfrons que a formaram. Essa etapa complementa a análise</p><p>físico-química da urina e fornece informações valiosas sobre a saúde do trato</p><p>urinário e da função renal.</p><p>Para a obtenção do sedimento urinário, é necessário transferir uma alíquota</p><p>de 10 ml de urina para um tubo de centrifugação cônico e centrifugar a amostra</p><p>a 1500 ou 2000 rotações por minuto durante aproximadamente 5 a 10 minutos.</p><p>CETONAS</p><p>Essa substância na urina pode ser um sinal de cetose, que ocorre quando o corpo</p><p>queima gordura para obter energia em vez de glicose. Isso pode ocorrer em pessoas</p><p>com diabetes não controlada ou durante dietas com baixo teor de carboidratos.</p><p>SANGUE</p><p>A presença de sangue na urina pode indicar várias condições, como infecção do trato</p><p>urinário e cálculos renais. As tiras reativas para sangue utilizam reagentes que reagem</p><p>com a hemoglobina presente no sangue.</p><p>UNICESUMAR</p><p>1</p><p>5</p><p>9</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 7</p><p>A necessidade de centrifugar a amostra, inicialmente, se deve ao fato de que</p><p>muitos dos componentes sólidos presentes na urina são mais densos do que o líqui-</p><p>do em si, assim, sem a centrifugação, esses componentes permaneceriam suspensos</p><p>na urina, dificultando sua identificação e contagem durante a sedimentoscopia.</p><p>Após a centrifugação, é necessário descartar todo o sobrenadante, deixando</p><p>apenas o sedimento no interior do tubo de centrifugação. Posteriormente, é ne-</p><p>cessário homogeneizar o sedimento urinário com leves batidas no tubo cônico.</p><p>Finalmente, uma alíquota do sedimento urinário é colocado em uma lâmina,</p><p>cobrindo-o com uma lamínula e levado para o microscópio para análise da urina</p><p>e contagem dos elementos figurados presentes nela.</p><p>A lâmina é, então, examinada ao microscópio em diferentes aumentos, geralmente</p><p>começando com um aumento menor, por exemplo, 100x, e aumentando conforme</p><p>necessário uma visualização mais detalhada dos elementos, por exemplo, 400x.</p><p>Para a realização da contagem dos elementos figura-</p><p>dos, o profissional deve contar os elementos em uma</p><p>faixa de 10 campos de visualização do microscópio,</p><p>com aumento de 100 vezes, expressando a média dos</p><p>resultados. Durante o exame microscópico do sedi-</p><p>mento urinário, várias estruturas podem ser obser-</p><p>vadas, incluindo células epiteliais, leucócitos, cristais,</p><p>cilindros e micro-organismos.</p><p>Por exemplo, após contar o número de elementos</p><p>em um campo, o profissional passa para o próximo</p><p>campo e repete o processo até examinar uma quan-</p><p>tidade adequada de campos, geralmente entre 5 e 10,</p><p>dependendo do protocolo laboratorial.</p><p>Ao finalizar a contagem por campo, o número</p><p>total de elementos é registrado em critérios como</p><p>ausentes, presentes, raras, algumas, numerosas e ma-</p><p>ciças, dependendo da quantidade de cada elemento</p><p>figurado que foi visualizado durante o exame micros-</p><p>cópico e o protocolo padrão de cada laboratório.</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>Células epiteliais</p><p>Durante a sedimentoscopia, algumas células epiteliais encontradas no sedimento</p><p>resultam da descamação normal do epitélio. Entretanto, a presença de algumas</p><p>células em grande quantidade podem estar relacionadas à lesão epitelial por pro-</p><p>cessos inflamatórios ou doenças renais.</p><p>Na realização do exame, as células epiteliais são identificadas pelo seu aspecto</p><p>morfológico característico, e podem ser classificadas em três tipos principais,</p><p>com base na origem e características.</p><p>As células epiteliais escamosas são comuns na urina, derivadas do epitélio que</p><p>reveste a uretra, e sua presença geralmente é considerada normal, porém uma</p><p>quantidade excessiva de células epiteliais pode indicar contaminação da amostra.</p><p>As células epiteliais transicionais ou caudadas são encontradas no cálice e</p><p>pélvis renal, ureter e bexiga. Em pacientes saudáveis, poucas células transicionais</p><p>são encontradas na urina. Por outro lado, sua presença aumentada pode sugerir</p><p>inflamação ou lesão desses órgãos.</p><p>As células dos túbulos renais se apresentam em pouca quantidade em pacien-</p><p>tes saudáveis e sua presença em grandes quantidades</p><p>durante a sedimentoscopia</p><p>podem indicar lesão ou disfunção renal, por exemplo, doença tubular renal tóxica.</p><p>Dessa forma, a presença e quantidade de células epiteliais na urina podem</p><p>variar de acordo com vários fatores, incluindo a idade, sexo, estado de hidrata-</p><p>ção, atividade física e presença de condições médicas subjacentes. Em geral, uma</p><p>pequena quantidade de células epiteliais na urina é considerada normal.</p><p>No entanto, uma quantidade aumentada ou a presença de células atípicas pode indicar</p><p>problemas de saúde que requerem investigação adicional, como infecções do trato</p><p>urinário, inflamação, trauma, obstrução ou condições mais graves, como câncer. Assim,</p><p>a identificação e a interpretação adequada das células durante a sedimentoscopia são</p><p>fundamentais para o diagnóstico e tratamento adequados dos pacientes.</p><p>Leucócitos</p><p>Os leucócitos, ou seja, as células do sistema imunológico, podem adentrar na</p><p>urina através de qualquer local ao longo do trato urinário ou de secreções geni-</p><p>tais. Quando ocorre uma presença elevada no número de leucócitos por campo</p><p>UNICESUMAR</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 7</p><p>durante o exame de urina, denominamos o fenômeno de piúria. A presença de</p><p>piúria pode indicar a presença de um processo inflamatório ou infeccioso no</p><p>trato urinário ou em outros órgãos adjacentes.</p><p>As causas mais comuns incluem infecções do trato urinário (ITU), como</p><p>cistite ou pielonefrite, em que os leucócitos são recrutados para combater a in-</p><p>fecção bacteriana, resultando em um aumento significativo de sua presença na</p><p>urina. Além de processos infecciosos, outros processos inflamatórios, como a</p><p>presença de cálculos renais, tumores ou lesões, podem causar piúria. Além disso,</p><p>a inflamação induzida por substâncias químicas irritantes também pode levar ao</p><p>aumento do número de leucócitos na urina.</p><p>Algumas infecções sistêmicas, como a sepse, podem causar leucocitúria devido à</p><p>resposta imunológica do organismo, e condições como a glomerulonefrite, doença</p><p>renal policística e doença inflamatória pélvica podem estar associadas à piúria</p><p>devido à inflamação crônica dos tecidos. Durante traumatismos, lesões nos rins</p><p>ou trato urinário o aumento da resposta inflamatória pode resultar no aumento de</p><p>leucócitos na urina.</p><p>Hematúria</p><p>Fisiologicamente, os eritrócitos podem ser encontrados na urina de indivíduos</p><p>saudáveis em pequenas quantidades. O aumento na concentração de eritrócitos</p><p>na urina pode indicar o rompimento da integridade da barreira vascular por lesão</p><p>ou patologia no trato geniturinário. É importante ressaltar que a hematúria nem</p><p>sempre é visível a olho nu e pode ser identificada apenas por meio de exames</p><p>laboratoriais, como a sedimentoscopia da urina.</p><p>As situações que resultam em hematúria incluem infecções do trato urinário,</p><p>em que a inflamação associada a infecções pode causar danos aos vasos sanguí-</p><p>neos, resultando na liberação de hemácias na urina; presença de cálculos renais,</p><p>pois o movimento dos cálculos através do trato urinário pode causar danos aos</p><p>vasos sanguíneos; traumatismos devido a acidentes, atividades esportivas inten-</p><p>sas ou procedimentos médicos invasivos; glomerulonefrite e cânceres.</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>Cilindros</p><p>Outro componente importante do sedimento urinário são os cilindros. Os cilin-</p><p>dros são formações cilíndricas de proteínas que se formam nos túbulos renais</p><p>e são liberadas na urina.</p><p>Existem vários tipos diferentes de cilindros, incluindo cilindros hialinos, gra-</p><p>nulares, celulares e de cera. Sua presença pode indicar várias condições médicas,</p><p>como doença renal, hipertensão ou glomerulonefrite.</p><p>Observe, a seguir, alguns exemplos de cilindros que podem ser encontrados</p><p>durante a sedimentoscopia em amostras de urina:</p><p>CILINDROS HIALINOS</p><p>São os mais comuns e consistem principalmente de proteína sérica (principalmente</p><p>albumina). Eles têm uma aparência transparente ou levemente granular e podem ser</p><p>encontrados em indivíduos saudáveis após esforço físico intenso. No entanto, sua</p><p>presença em grande quantidade pode ser um sinal de proteinúria (presença anormal</p><p>de proteína na urina), que pode indicar problemas renais.</p><p>CILINDROS GRANULARES</p><p>São cilindros formados por grânulos finos, compostos principalmente de proteínas de</p><p>origem tubular. Eles podem indicar dano tubular renal agudo ou crônico, glomerulone-</p><p>frite entre outras condições.</p><p>CILINDROS CELULARES</p><p>São cilindros que contêm células renais, como células epiteliais renais, leucócitos (gló-</p><p>bulos brancos) ou hemácias (glóbulos vermelhos). A presença desses cilindros pode</p><p>indicar inflamação e lesão renal.</p><p>CILINDROS EPITELIAIS</p><p>São cilindros formados principalmente por células epiteliais tubulares. Sua presença</p><p>pode indicar lesão tubular aguda ou crônica.</p><p>UNICESUMAR</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 7</p><p>Cristais</p><p>Os cristais presentes na urina podem ser</p><p>classificados de acordo com o pH dela. Des-</p><p>sa forma, urinas que apresentam pH ácido</p><p>podem apresentar na sedimentoscopia cristais de oxalato de cálcio, ácido úrico e</p><p>urato amorfo. Enquanto urinas com pH neutro podem apresentar cristais como</p><p>biurato de amônio, carbonato de cálcio, oxalato de cálcio e fosfato triplo.</p><p>As amostras de urina que apresentam pH alcalino podem apresentar em sua</p><p>sedimentoscopia biurato de amônio, carbonato de cálcio, fosfato triplo, fosfato</p><p>amorfo, entre outros cristais. Cristais de leucina, por exemplo, são incolores e</p><p>costumam ter uma forma esférica ou em forma de esfera com aparência granular.</p><p>Eles são compostos de aminoácidos e são frequentemente observados em amos-</p><p>tras de urina de pacientes com doenças metabólicas, como a acidose metabólica.</p><p>Figura 1 – Cilindros Hialinos / Fonte: https://atlasdeurinali-</p><p>se.blogspot.com/p/cilindros.html. Acesso em: 1 maio 2024.</p><p>Descrição da Imagem: a imagem representa cilindros hia-</p><p>linos em duas lâminas de microscopia em um aumento</p><p>gerado pela objetiva de 400x. Na imagem observamos</p><p>estruturas semelhantes ao contorno dos túbulos contor-</p><p>nado distal e coletor, compostas principalmente por pro-</p><p>teínas de Tamm-Horsfall, que são secretadas localmente</p><p>pelas células epiteliais que revestem as alças de Henle,</p><p>os túbulos distais e os ductos coletores. Fim da descrição.</p><p>Estudante, para você compreender melhor como é feita a sedimentoscopia do</p><p>exame de urina e reconhecer os elementos que podem estar presentes no se-</p><p>dimento urinário, acesse seu ambiente virtual de aprendizagem e confira a aula</p><p>referente a este tema. Recursos de mídia disponíveis no conteúdo digital do am-</p><p>biente virtual de aprendizagem</p><p>EM FOCO</p><p>Em conjunto, a sedimentoscopia e o exame químico da urina desempenham</p><p>papéis fundamentais na avaliação do estado de saúde do paciente e na detecção</p><p>de diferentes condições médicas.</p><p>1</p><p>1</p><p>4</p><p>https://atlasdeurinalise.blogspot.com/p/cilindros.html</p><p>https://atlasdeurinalise.blogspot.com/p/cilindros.html</p><p>A integração desses métodos em um exame de urina de rotina fornece uma</p><p>avaliação abrangente e detalhada do trato urinário, auxiliando os profissionais de</p><p>saúde na tomada de decisões clínicas e no planejamento do tratamento adequado</p><p>para cada paciente.</p><p>É importante interpretarmos os resultados da sedimentoscopia da urina em</p><p>conjunto com outros testes clínicos e sintomas do paciente para um diagnóstico</p><p>preciso e seguro.</p><p>NOVOS DESAFIOS</p><p>Estudante, como toda a teoria que você está aprendendo se relaciona com o</p><p>mundo real do trabalho? Você manipulará equipamentos, preparará amostras,</p><p>realizará testes e analisará os resultados. Tudo isso vai exigir não só conhecimen-</p><p>tos teóricos, mas também habilidades práticas. Diante isso, a conexão entre teoria</p><p>e prática se torna crucial.</p><p>Quando você estiver fazendo um teste de urinálise, por exemplo, vai precisar</p><p>se lembrar dos princípios físicos, químicos e biológicos que aprendeu até aqui,</p><p>para garantir que está realizando o procedimento corretamente. E quando estiver</p><p>interpretando os resultados, vai ser necessário aplicar todo o conhecimento para</p><p>fazer diagnósticos precisos e tomar decisões clínicas</p><p>embasadas.</p><p>Essa experiência vai ajudar você a ganhar confiança, desenvolver habilidades</p><p>técnicas e, assim, estará pronto para enfrentar os desafios do mercado de traba-</p><p>lho. Então, continue estudando, praticando e se preparando para o futuro. Com</p><p>uma sólida conexão entre teoria e prática, você está no caminho certo para uma</p><p>carreira de sucesso em análises clínicas! Siga em frente e boa sorte!</p><p>UNICESUMAR</p><p>1</p><p>1</p><p>5</p><p>1. O exame do sedimento urinário (EAS) é uma das técnicas empregadas na identificação de</p><p>doenças renais ou do trato urinário. Esse procedimento envolve a observação microscópica</p><p>dos elementos presentes na urina após a centrifugação da amostra. Durante o exame, o</p><p>sedimento urinário é examinado em uma lâmina de microscópio, possibilitando a identifi-</p><p>cação de células, cristais, cilindros, bactérias e outros componentes (STRASINGER, 2000;</p><p>STRASINGER, 2001).</p><p>Em um sedimento urinário considerado normal, especialmente em uma urinas ácidas, é</p><p>possível observar a presença de cristais como:</p><p>a) Cistinas.</p><p>b) Uratos amorfos.</p><p>c) Fosfatos de cálcio.</p><p>d) Fosfatos amorfos.</p><p>e) Fosfatos triplos.</p><p>2. A análise da urina, conhecida como urinálise, é um procedimento que compreende uma</p><p>série de testes analíticos realizados em uma amostra de urina. Esse processo envolve três</p><p>etapas distintas: análise física, análise química e sedimentoscopia. O uso de tiras reagentes</p><p>tornou os testes químicos mais acessíveis, já que essas tiras vêm impregnadas com rea-</p><p>gentes, proporcionando uma forma simples, rápida e eficaz de realizar a análise urinária</p><p>(STRASINGER, 2000).</p><p>Com relação às tiras de teste para análise de urina, analise as afirmações a seguir:</p><p>I - Para efetuar a análise, é necessário mergulhar completamente a tira de teste na amos-</p><p>tra de urina. Para que a reação química entre a tira e a urina ocorra adequadamente, é</p><p>importante remover o excesso de urina da fita, raspando cuidadosamente a borda da</p><p>tira no recipiente.</p><p>II - As tiras para teste possibilitam a realização de 10 ou mais análises bioquímicas de parâ-</p><p>metros clinicamente relevantes e significativos, incluindo pH, proteínas, glicose, cetonas,</p><p>hemoglobina, bilirrubina, urobilinogênio, nitrito, densidade e leucócitos.</p><p>III - Recomenda-se o uso exclusivo de amostras de urina recentes e centrifugadas, pois os</p><p>elementos como os glóbulos vermelhos se sedimentam na parte inferior, facilitando,</p><p>assim, sua identificação.</p><p>VAMOS PRATICAR</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>É correto o que se afirma em:</p><p>a) I, apenas.</p><p>b) III, apenas.</p><p>c) I e II, apenas.</p><p>d) II e III, apenas.</p><p>e) I, II e III.</p><p>3. A análise da urina desempenha um papel crucial na triagem e diagnóstico de doenças</p><p>renais e urológicas, sendo um dos indicadores mais significativos de saúde e doença. Por-</p><p>tanto, a adequada conservação da amostra de urina é um aspecto que demanda atenção</p><p>especial (TIETZ; BURTIS; BRUNS, 2016).</p><p>Com relação à conservação da amostra da urina, assinale a alternativa correta:</p><p>a) O armazenamento das amostras em temperatura ambiente por longos períodos garante</p><p>a estabilidade dos constituintes urinários.</p><p>b) Não é necessário desprezar o primeiro jato da urina da manhã para realização do exame.</p><p>c) A amostra de urina deve ser mantida em temperatura ambiente durante o transporte para</p><p>o laboratório, independentemente do tempo decorrido desde a coleta.</p><p>d) Durante a coleta, é importante descartar amostras que apresentem cor ou odor anormal,</p><p>uma vez que podem indicar contaminação ou deterioração.</p><p>e) O uso de recipientes de plástico transparente é preferível para coleta das amostras, pois</p><p>permite a visualização da cor e aspecto da urina.</p><p>VAMOS PRATICAR</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>DRABKIN, D. L. The normal pigment of urine: the relationship of urinary pigment output to diet</p><p>and metabolism. J Biol Chem , [s. l.], v. 75, p. 443-479, 1997.</p><p>GUYTON, A. C. Fisiologia humana. 10. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008.</p><p>HENRY, J. B. Diagnósticos clínicos e tratamento por métodos laboratoriais. 2. ed. Rio de Janei-</p><p>ro: Manoel Ltda., 1999.</p><p>STRASINGER, S. K. Uroanálise & Fluidos Biológicos. 3. ed. São Paulo: Editorial Premier, 2000.</p><p>STRASINGER, S. K. et al. Urinalysis and Body Fluids. [s. l.]: Davis Company, 5th ed. 2001.</p><p>TIETZ, N. W.; BURTIS, C. A.; BRUNS, D. E. Tietz. Fundamentos de química clínica e diagnóstico</p><p>molecular. 7. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2016.</p><p>1</p><p>1</p><p>8</p><p>1. Opção B.</p><p>A alternativa a) está incorreta. As cistinas são cristais que podem ser observados em casos</p><p>de cistinúria, uma condição genética caracterizada pela excreção excessiva de cistina na</p><p>urina. Não são comuns em uma urina considerada normal. A alternativa b) está correta. Os</p><p>uratos amorfos são cristais que se formam a partir da precipitação de sais de ácido úrico</p><p>quando o pH da urina é ácido. A alternativa c), d) e e) estão incorretas, pois, assim como os</p><p>fosfatos de cálcio, os fosfatos amorfos e fosfatos triplos são mais comumente observados</p><p>em urinas alcalinas, não em urinas ácidas.</p><p>2. Opção C.</p><p>A alternativa I está correta, pois é importante remover o excesso de urina da tira de teste</p><p>após a imersão, raspando cuidadosamente a borda da tira no recipiente. Isso ajuda a evitar</p><p>interferências nos resultados da análise.</p><p>A alternativa II está correta, porque as tiras para teste de urina possibilitam a realização de</p><p>múltiplas análises bioquímicas de parâmetros clinicamente relevantes e significativos. Cada</p><p>tira contém reagentes específicos que reagem com os componentes da urina, permitindo</p><p>uma avaliação abrangente dela.</p><p>A alternativa III é incorreta, pois o exame físico-químico realizado com as tiras de teste, ge-</p><p>ralmente, é feito antes da centrifugação da amostra de urina. O processo de centrifugação</p><p>é mais comumente utilizado para o exame microscópico do sedimento urinário.</p><p>3. Opção E.</p><p>A alternativa a) está incorreta, pois o armazenamento de amostras de urina em temperatura</p><p>ambiente por longos períodos de tempo pode levar à degradação dos constituintes urinários</p><p>devido à proliferação bacteriana e à atividade enzimática. Portanto, não garante a estabili-</p><p>dade dos constituintes urinários. A alternativa b) está incorreta pois na realidade, o ideal é</p><p>coletar o jato médio de urina, desprezando o primeiro jato. A alternativa c) está incorreta,</p><p>para garantir a integridade das amostras de urina durante o transporte para o laboratório, é</p><p>essencial mantê-las refrigeradas ou congeladas, especialmente se o tempo decorrido desde</p><p>a coleta for prolongado. A alternativa d) está incorreta, descartar amostras de urina com</p><p>cor ou odor anormal após a coleta pode resultar na eliminação de amostras potencialmente</p><p>importantes para o diagnóstico. Alterações na cor ou no odor da urina podem ser indicativas</p><p>de certas condições médicas. A alternativa e) está correta, pois os frascos transparentes</p><p>facilitam as fases pré-analiticas do exame de urina.</p><p>CONFIRA SUAS RESPOSTAS</p><p>1</p><p>1</p><p>9</p><p>UNIDADE 8</p><p>MINHAS METAS</p><p>FUNDAMENTOS PARA ESTUDOS</p><p>DE CASO VOLTADOS À EXAMES</p><p>CITOPATOLÓGICOS</p><p>Compreender os princípios fundamentais da Citopatologia.</p><p>Identificar e classificar as alterações celulares observadas em amostras citológicas.</p><p>Conhecer os corantes utilizados durante a técnica de Papanicolau.</p><p>Compreender os diferentes métodos de coleta e preparação de amostras citológicas.</p><p>Conhecer as classes de Neoplasias.</p><p>Entender as principais aplicações clínicas da Citopatologia em diferentes áreas.</p><p>Reconhecer como é realizada a liberação do laudo citopatológico.</p><p>T E M A D E A P R E N D I Z A G E M 8</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>INICIE SUA JORNADA</p><p>Neste tema de aprendizagem, falaremos de um tema muito importante no campo</p><p>da saúde: Citopatologia. Você já ouviu falar desse campo da medicina e saúde?</p><p>Basicamente, a Citopatologia estuda as células do nosso corpo para identificar</p><p>possíveis doenças, especialmente o câncer. Imagine: por meio da análise de cé-</p><p>lulas coletadas de diferentes tecidos e fluidos do nosso corpo, como o colo do</p><p>útero, a mama, ou até mesmo o escarro, é possível detectar alterações que podem</p><p>indicar a presença de</p><p>doenças, como tumores malignos.</p><p>VAMOS RECORDAR?</p><p>Antes de iniciarmos nossa imersão, assista ao vídeo a seguir para relembrar a</p><p>célula eucarionte e suas principais estruturas.</p><p>Existem profissionais especializados responsáveis por coletar as amostras, pro-</p><p>cessá-las e as analisar. Eles desempenham um papel crucial na detecção do câncer</p><p>e em muitas outras patologias. Aqui, abordarei temas importantes que prepararão</p><p>você para se tornar um desses profissionais. É fundamental entender a importân-</p><p>cia da Citopatologia, das técnicas e dos procedimentos utilizados neste campo.</p><p>Isso não só nos abre portas no mercado de trabalho, como também nos permite</p><p>contribuir para a saúde e o bem-estar da sociedade.</p><p>Um exame importante e de destaque na Citopatologia consiste no exame gi-</p><p>necológico de citologia cervical, também conhecido como Teste de Papanicolau.</p><p>Você conhece o exame de Papanicolau? Ele é extremamente importante para o</p><p>diagnóstico de câncer de colo uterino e leva este nome, devido ao seu ideali-</p><p>zador, o médico George Papanicolau. Venha conhecer a história desse médico e</p><p>pesquisador que contribuiu fortemente para a medicina. Aperte o play em nosso</p><p>PodCast. Recursos de mídia disponíveis no conteúdo digital do ambiente virtual</p><p>de aprendizagem</p><p>PLAY NO CONHECIMENTO</p><p>UNICESUMAR</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 8</p><p>DESENVOLVA SEU POTENCIAL</p><p>A Citopatologia é uma disciplina da medicina diagnóstica que se dedica</p><p>ao estudo das células, especificamente, às alterações celulares e às suas rela-</p><p>ções com doenças. Resumidamente, trata-se de uma disciplina dedicada à</p><p>investigação das células do organismo, buscando identificar quaisquer irre-</p><p>gularidades que possam ser indicativas de doenças, incluindo, por exemplo,</p><p>neoplasias malignas e doenças infecciosas. Seu desenvolvimento ocorreu</p><p>por meio do acúmulo de conhecimento científico e da introdução de novas</p><p>tecnologias, desde a criação do microscópio óptico convencional até a evo-</p><p>lução das técnicas de processamento e coloração de espécimes, permitindo</p><p>uma análise mais detalhada das estruturas celulares.</p><p>Atualmente, métodos de análise celular automatizada, técnicas de biolo-</p><p>gia molecular e sistemas computacionais são integradas ao exame citológi-</p><p>co tradicional, ampliando suas aplicações e aumentando sua confiabilidade</p><p>diagnóstica. Esta abordagem multidisciplinar permite uma compreensão</p><p>mais abrangente das doenças em nível celular, auxiliando no diagnóstico,</p><p>no prognóstico e no monitoramento de pacientes (BIBBO,1991).</p><p>Nos exames citopatológicos, são estudadas as células em nível</p><p>microscópico, visando identificar e compreender as alterações morfológicas</p><p>e estruturais que ocorrem em diversos tipos de células, observando</p><p>características específicas, como o tamanho das células, sua forma e seu</p><p>arranjo bem como a aparência do núcleo e do citoplasma. Ao examinar a</p><p>morfologia celular, os profissionais em Citopatologia identificam possíveis</p><p>anormalidades, como a presença de células com dimensões e conforma-</p><p>ções irregulares, variações na coloração e consistência do citoplasma, além</p><p>de possíveis mudanças na morfologia e na proporção do núcleo.</p><p>Neste contexto, a Citopatologia, enquanto área da medicina diagnósti-</p><p>ca, direciona seus esforços para a detecção e a identificação de uma ampla</p><p>gama de patologias, incluindo, câncer, infecções virais, bacterianas e fúngi-</p><p>cas bem como distúrbios inflamatórios. Por meio da realização de exames</p><p>citopatológicos, os profissionais têm como objetivo fornecer diagnósticos</p><p>precisos, contribuindo para a implementação de tratamentos eficazes e</p><p>individualizados para os pacientes.</p><p>1</p><p>1</p><p>4</p><p>TÉCNICAS DE COLETA DE AMOSTRAS CITOPATOLÓGICAS</p><p>A obtenção de amostras citopatológicas é um processo crucial para a Citopatologia,</p><p>fornecendo material biológico para análise microscópica e diagnóstico de diversas</p><p>condições patológicas. Existem diferentes métodos de coleta de amostras citopa-</p><p>tológicas, cada uma adequada para diferentes tecidos e órgãos do corpo humano.</p><p>PUNÇÃO ASPIRATIVA POR AGULHA FINA (PAAF)</p><p>A técnica de punção aspirativa por agulha fina (PAAF) é um método fundamental</p><p>na obtenção de amostras para exames citopatológicos, utilizado, especialmente, na</p><p>investigação de lesões palpáveis em diversos tecidos e órgãos do corpo humano,</p><p>ou seja, é um exame realizado em pacientes para investigar possíveis massas.</p><p>No procedimento de aspiração por agulha fina, uma agulha de diâmetro reduzido</p><p>é introduzida na área da lesão em questão, com o propósito de extrair uma amostra</p><p>representativa de células e tecidos, por meio de um processo de sucção. Tal interven-</p><p>ção é conduzida sob a orientação de profissionais clínicos e por métodos de imagem,</p><p>tais como ultrassonografia, tomografia computadorizada ou ecografia, visando dire-</p><p>cionar precisamente a agulha até o ponto específico da lesão a ser investigada.</p><p>Nos exames associados à citopatologia respiratória, as amostras citológicas são</p><p>adquiridas, por meio de esfregaços de escarro, lavagens brônquicas ou biópsias</p><p>por agulha fina do tecido pulmonar. Com relação às amostras relacionadas ao sis-</p><p>tema e à função renal, a coleta e a análise de amostras de urina são realizadas</p><p>para a identificação de células anormais que possam sugerir a presença de câncer</p><p>de bexiga, rins ou do trato urinário superior, além de infecções urinárias e outras</p><p>condições inflamatórias. Além disso, merece destaque a prática da citopatologia</p><p>líquida, que consiste na análise de células presentes em fluidos corporais, como</p><p>o líquido cefalorraquidiano, líquido pleural, líquido peritoneal e líquido ascítico. É</p><p>importante ressaltar que, nas análises citopatológicas de diferentes regiões ana-</p><p>tômicas do corpo, diferentes padrões celulares e características morfológicas po-</p><p>dem ser observados.</p><p>ZOOM NO CONHECIMENTO</p><p>UNICESUMAR</p><p>1</p><p>1</p><p>5</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 8</p><p>A PAAF é, primariamente, indicada para o diagnóstico de nódulos, visando</p><p>determinar a natureza da lesão e confirmar, ou descartar sua malignidade, e, dessa</p><p>forma, apresenta excelente indicação na diferenciação de nódulos sólidos dos</p><p>cistos de mama. Além disso, a PAAF possibilita a identificação de infecções de</p><p>diversas etiologias, incluindo fungos, bactérias, protozoários e vírus, assim como</p><p>inflamações. Adicionalmente, a coleta de amostras por punção aspirativa permite</p><p>a realização de culturas microbiológicas para identificação de agentes infecciosos</p><p>específicos bem como a realização de testes de reação em cadeia da polimerase.</p><p>Após a coleta, o material aspirado é transferido para lâminas de vidro e fixado,</p><p>sendo, posteriormente, corado e processado para a realização das análises cito-</p><p>patológicas. Neste processo, as células são observadas ao microscópio por um</p><p>citopatologista, que avalia sua morfologia e suas características celulares para de-</p><p>terminar possíveis anormalidades.</p><p>ZOOM NO CONHECIMENTO</p><p>A aspiração por agulha fina é amplamente utilizada em diversas áreas da me-</p><p>dicina, incluindo oncologia, gastroenterologia, pneumologia, endocrinologia</p><p>e ginecologia, sendo uma das principais vantagens da técnica, a obtenção de</p><p>amostras, de forma minimamente invasiva e rápida, permitindo um diagnóstico</p><p>precoce e preciso de uma variedade de condições patológicas.</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>BIÓPSIA POR ESCOVAÇÃO</p><p>A biópsia representa um procedimento de extrema importância no contexto</p><p>diagnóstico de diversas patologias. Por meio desta intervenção, torna-se possível</p><p>a análise citológica do material obtido, permitindo a identificação de alterações</p><p>morfológicas que possam indicar a presença de condições patológicas.</p><p>Por meio dessa técnica, torna-se possível a caracterização detalhada das cé-</p><p>lulas presentes no tecido, assim como a avaliação de sua morfologia e suas carac-</p><p>terísticas. Adicionalmente, a análise molecular possibilita a detecção de possíveis</p><p>mutações genéticas, contribuindo para uma compreensão mais abrangente da</p><p>fisiopatologia subjacente à doença em questão. Tais informações desempenham</p><p>um papel fundamental no estabelecimento</p><p>de estratégias terapêuticas individua-</p><p>lizadas e eficazes para cada paciente.</p><p>As biópsias por escovação são procedimentos utilizados na obtenção de amostras</p><p>celulares, especialmente, em lesões do trato respiratório, gastrointestinal e urinário.</p><p>Esta técnica, minimamente invasiva, envolve a coleta de células, por meio de uma</p><p>escova flexível, que é inserida no órgão alvo por meio de um dispositivo apropriado.</p><p>Durante o procedimento, a escova é cuidadosamente posicionada na região da</p><p>lesão e, mediante movimentos de rotação e fricção, as células são coletadas da</p><p>superfície da mucosa ou da parede interna do órgão. Essas células obtidas são,</p><p>então, transferidas para lâminas de vidro ou suporte apropriado para posterior</p><p>fixação e processamento laboratorial.</p><p>As biópsias por escovação são frequentemente utili-</p><p>zadas no diagnóstico de condições, como lesões pre-</p><p>cancerígenas, cânceres incipientes, infecções virais,</p><p>bacterianas ou fúngicas e outras alterações celulares.</p><p>Após a coleta, as amostras são encaminhadas ao la-</p><p>boratório de Citopatologia, onde são analisadas para</p><p>posterior liberação do laudo.</p><p>UNICESUMAR</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 8</p><p>ESFREGAÇOS CITOLÓGICOS</p><p>Os esfregaços citológicos representam uma técnica essencial da Citopatologia,</p><p>permitindo a análise microscópica de células obtidas de diferentes tecidos e flui-</p><p>dos do corpo humano. Este método envolve a coleta de células por meio da</p><p>fricção de uma espátula ou uma escova na superfície do tecido ou da mucosa,</p><p>seguida pela transferência das células para a lâmina de vidro.</p><p>Uma vez preparado o esfregaço citológico, as células são fixadas e coradas</p><p>para facilitar a observação ao microscópio, permitindo a visualização das ca-</p><p>racterísticas morfológicas das células. Diversas áreas da medicina utilizam as</p><p>técnicas de esfregaços citológicos para avaliação e diagnóstico clínico, como a</p><p>dermatologia para diagnóstico de lesões cutâneas suspeitas, pneumologia na</p><p>avaliação de lesões pulmonares, gastroenterologia no diagnóstico de lesões no</p><p>trato gastrointestinal e a ginecologia, para a avaliação e a detecção precoce de</p><p>câncer de colo do útero pelo exame citopatológico do colo uterino.</p><p>Observe, a seguir, como é feito o exame de Papanicolau e qual sua importân-</p><p>cia na detecção precoce do câncer de colo uterino.</p><p>Papanicolau</p><p>O exame de Papanicolau é realizado com o objetivo de identificar possíveis altera-</p><p>ções nas células localizadas no colo do útero. Também conhecido como esfregaço</p><p>cervicovaginal, ou colpocitologia oncótica cervical, o exame recebe o nome de</p><p>“Papanicolau” em honra ao médico patologista Georges Papanicolau, que criou o</p><p>método e a coloração específica. Esta técnica citopatológica representa a principal</p><p>estratégia para detectar, de forma precoce, lesões cervicais e pode ser realizada em</p><p>unidades ou postos de saúde por profissionais devidamente habilitados e qualifi-</p><p>cados. Atualmente, a técnica de Papanicolau representa um método essencial para</p><p>o diagnóstico de alterações precancerosas e cancerígenas no colo uterino, visto que</p><p>com a técnica, houve uma diminuição de casos de câncer de colo uterino, por meio</p><p>da detecção de lesões precursoras tratáveis (KITCHEN; COX, 2022).</p><p>1</p><p>1</p><p>8</p><p>O câncer de colo do útero representa um significativo desafio de Saúde Pública</p><p>tanto no Brasil quanto no contexto global. As taxas mais elevadas de incidência</p><p>deste tipo de câncer são observadas em nações menos desenvolvidas, o que sugere</p><p>uma forte correlação com condições socioeconômicas precárias, baixos índices de</p><p>desenvolvimento humano e deficiências nas estratégias de educação comunitária</p><p>em saúde bem como dificuldades de acesso aos serviços de saúde públicos para</p><p>diagnóstico precoce e tratamento de lesões precursoras. Diante desta realidade, torna-</p><p>se imprescindível o estabelecimento de políticas de saúde pública bem articuladas e</p><p>estruturadas para enfrentar esta problemática, de forma eficaz (BRASIL, 2006).</p><p>A realização do exame de Papanicolau é um procedimento de rastreio simples,</p><p>rápido e barato para o câncer do colo do útero, além de, também, fornecer in-</p><p>formações sobre possíveis doenças sexualmente transmissíveis, tornando-se um</p><p>exame preventivo e de rotina para a saúde da mulher. O teste de Papanicolau é</p><p>capaz de identificar alterações celulares antes mesmo dos sintomas clínicos se ma-</p><p>nifestarem. Dessa forma, o diagnóstico precoce pode ser realizado, permitindo</p><p>que medidas preventivas ou terapêuticas sejam implementadas imediatamente,</p><p>reduzindo, assim, o risco de complicações e aumentando as chances de cura.</p><p>Além dos exames de Papanicolau, a Citopatologia ginecológica inclui a análise</p><p>de outras amostras ginecológicas, como fluidos vaginais e biópsias endometriais.</p><p>A periodicidade do teste é crucial, devido à possibilidade de mudanças ao</p><p>longo do tempo no estado de saúde da mulher e nos fatores de risco associados</p><p>ao câncer cervical, como a infecção pelo papilomavírus humano (HPV), início</p><p>da atividade sexual, número de parceiros sexuais, tabagismo, entre outros fatores.</p><p>Procedimento e indicações para a realização do exame de</p><p>Papanicolau</p><p>Durante o exame de Papanicolau, a paciente deve ser posicionada em uma mesa</p><p>ginecológica, e um espéculo vaginal é inserido para visualização do colo do</p><p>útero. Em seguida, o profissional de saúde utiliza uma espátula ou uma escova</p><p>especial para coletar células do colo do útero e da área circundante.</p><p>UNICESUMAR</p><p>1</p><p>1</p><p>9</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 8</p><p>Após a coleta de amostra cérvico-vaginal, o material é espalha-</p><p>do, uniformemente, sobre a superfície da lâmina de vidro, utilizan-</p><p>do técnicas específicas para garantir uma distribuição homogênea</p><p>das células. Isso pode ser feito, por meio de movimentos circulares,</p><p>lineares ou em zigue-zague. Após o espalhamento, a lâmina com</p><p>a amostra é fixada imediatamente em álcool absoluto para evitar a</p><p>perda celular durante o processamento.</p><p>Para garantir a qualidade das lâminas de Papanicolau, o pre-</p><p>paro adequado do esfregaço citológico é fundamental para garan-</p><p>tir uma amostra representativa das células cervicais visto que um</p><p>esfregaço de má qualidade pode resultar em células sobrepostas,</p><p>fragmentação celular ou áreas sem material, dificultando a iden-</p><p>tificação de alterações morfológicas e comprometendo a precisão</p><p>do diagnóstico.</p><p>Em seguida, a amostra presente na lâmina deve ser corada para</p><p>otimizar a visualização celular durante a microscopia. A técnica</p><p>de coloração de Papanicolau utiliza corantes tanto ácidos quanto</p><p>básicos. O corante ácido tem afinidade pelos componentes básicos</p><p>da célula, enquanto o corante básico tem afinidade pelos compo-</p><p>nentes ácidos da célula. A eficácia da coloração citológica está in-</p><p>trinsecamente ligada às propriedades dos corantes utilizados, ao</p><p>método de processamento da amostra (incluindo a espessura dos</p><p>esfregaços) e à etapa de fixação.</p><p>A coloração de Papanicolau emprega uma sequência de álcoois,</p><p>água e corantes (hematoxilina, EA e Orange G). Esta abordagem</p><p>de coloração, conhecida como policromática, visa gerar coloração</p><p>tanto ao núcleo quanto o citoplasma da célula, promovendo uma</p><p>definição aprimorada, o aumento do contraste e maior transparên-</p><p>cia do citoplasma. Além disso, esta metodologia de coloração pro-</p><p>porciona uma diferenciação eficaz entre os diversos tipos celulares</p><p>presentes nas amostras citopatológicas (GAMBONI et al., 2013).</p><p>Observe, a seguir, os corantes utilizados durante a técnica:</p><p>1</p><p>8</p><p>1</p><p>1) HEMATOXILINA</p><p>Corante nuclear natural que se destaca por sua capacidade de tingir os núcleos</p><p>celulares em tons de azul. Sua afinidade pela cromatina se manifesta pela ligação aos</p><p>grupos sulfato, presentes nas moléculas de DNA. Entre as variantes da hematoxilina,</p><p>a hematoxilina de Harris é amplamente utilizada em contextos citológicos, embora as</p><p>hematoxilinas de Gills e S também sejam alternativas viáveis para este propósito.</p><p>2) ORANGE GREEN 6</p><p>Este composto representa o primeiro contracorante ácido, utilizado para a coloração</p><p>citoplasmática, que tende a tingir</p><p>células maduras e queratinizadas. As estruturas</p><p>celulares-alvo são impregnadas por este corante em tonalidades variadas de laranja,</p><p>demonstrando diferentes intensidades de coloração.</p><p>3) EOSINA</p><p>Representa o segundo contracorante, composto por uma mistura policromática de</p><p>eosina Y, SF verde claro e marrom Bismarck. A eosina Y confere uma coloração rosa ao</p><p>citoplasma das células escamosas maduras, nucléolos, cílios e glóbulos vermelhos. As</p><p>soluções de coloração frequentemente utilizadas em citologia incluem EA 31 e EA 50,</p><p>além da EA 65.</p><p>4) LIGHT GREEN SF</p><p>Este corante é capaz de tingir o citoplasma de azul, especialmente em células me-</p><p>tabolicamente ativas, tais como células escamosas parabasais, células escamosas</p><p>intermediárias e células colunares.</p><p>Após a coloração do esfregaço, segue-se a etapa conhecida como clareamento,</p><p>que promove a transparência celular. O xilol, um solvente orgânico, é utilizado</p><p>para este fim (BARROS et al., 2012).</p><p>Posteriormente ao processo de coloração, as lâminas são analisadas por um</p><p>profissional responsável que examina as células sob um microscópio óptico.</p><p>Durante a análise microscópica, o profissional deve observar a morfologia das</p><p>células, atentando-se para qualquer anormalidade que possa indicar a presença</p><p>de doenças, como lesões precancerígenas ou câncer.</p><p>UNICESUMAR</p><p>1</p><p>8</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 8</p><p>Para você conhecer e entender ainda mais a técnica de Papanicolau, preparamos</p><p>uma aula para auxiliar o seu entendimento sobre as etapas do exame e como é</p><p>feita a coloração das lâminas. Quando estiver pronto, aperte o play. Recursos de</p><p>mídia disponíveis no conteúdo digital do ambiente virtual de aprendizagem</p><p>EM FOCO</p><p>1</p><p>8</p><p>1</p><p>Para garantir melhor compreensão e abordagem adequada das alterações celu-</p><p>lares observadas em amostras citológicas de Papanicolau, é importante entender</p><p>que as alterações podem ser classificadas em várias categorias, dependendo de</p><p>sua natureza e sua gravidade. Observe, a seguir, as principais alterações celulares</p><p>encontradas em amostras citológicas de Papanicolau, destacando sua relevância</p><p>clínica e implicações diagnósticas.</p><p>Alterações benignas</p><p>As alterações celulares benignas são comuns em amostras citológicas de Papa-</p><p>nicolau e, geralmente, não representam um risco significativo para a saúde da</p><p>paciente. Veja, a seguir, alguns exemplos de alterações benignas.</p><p>■ Metaplasia Escamosa</p><p>A metaplasia escamosa é uma alteração benigna na qual as células glandulares do</p><p>colo do útero se transformam em células escamosas. Esta mudança é frequente-</p><p>mente observada em resposta a irritações crônicas, como infecções ou inflamação.</p><p>■ Inflamação</p><p>A presença de células inflamatórias, como neutrófilos e linfócitos, pode indicar</p><p>uma resposta do sistema imunológico a uma infecção bacteriana, fúngica ou</p><p>viral no trato genital.</p><p>■ Atrofia</p><p>A atrofia é uma alteração relacionada à diminuição da produção de estrogênio,</p><p>comum em mulheres na pós-menopausa. Ela se manifesta como uma redução</p><p>no tamanho e na quantidade de células epiteliais no colo do útero.</p><p>Alterações precancerígenas</p><p>Alterações precancerígenas são aquelas que podem evoluir para câncer, se não</p><p>forem tratadas, de forma rápida e adequadamente. Elas incluem:</p><p>UNICESUMAR</p><p>1</p><p>8</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 8</p><p>■ Neoplasia Intraepitelial Cervical</p><p>A Neoplasia Intraepitelial Cervical, também conhecida como NIC, é uma con-</p><p>dição na qual as células do colo do útero sofrem alterações anormais, mas ainda</p><p>estão confinadas à camada superficial do epitélio.</p><p>A Neoplasia Intraepitelial Cervical é classificada em três graus de gravidade: NIC I (dis-</p><p>plasia leve), NIC II (displasia moderada) e NIC III (displasia grave ou carcinoma in situ).</p><p>Recursos de mídia disponíveis no conteúdo digital do ambiente virtual de apren-</p><p>dizagem</p><p>ZOOM NO CONHECIMENTO</p><p>■ Lesões de Baixo Grau</p><p>As lesões de baixo grau, também conhecidas como displasias leves ou NIC I, são</p><p>caracterizadas pela presença de células anormais com alterações mínimas na es-</p><p>trutura e no padrão de crescimento. Elas têm um baixo potencial de progressão</p><p>para câncer invasivo.</p><p>■ Lesões de Alto Grau</p><p>As lesões de alto grau, como displasias moderadas (NIC II) e graves (NIC III),</p><p>apresentam alterações mais marcantes nas células do colo do útero e têm um maior</p><p>potencial de evolução para câncer invasivo, se não forem tratadas precocemente.</p><p>Alterações malignas</p><p>As alterações malignas são aquelas que indicam a presença de câncer invasivo</p><p>no colo do útero. Entre as alterações malignas, podemos citar:</p><p>1</p><p>8</p><p>4</p><p>■ Carcinoma in situ</p><p>O carcinoma in situ é uma forma precoce de câncer invasivo em que as células cance-</p><p>rígenas estão presentes apenas na camada superficial do epitélio cervical, sem invadir</p><p>os tecidos adjacentes. Se não tratado, pode evoluir para um carcinoma invasivo.</p><p>■ Carcinoma Invasivo</p><p>O carcinoma invasivo é uma condição na qual as células anormais se proliferam</p><p>e invadem os tecidos circundantes do colo do útero. Ele pode se espalhar para</p><p>outras partes do corpo através do sistema linfático ou sanguíneo, resultando em</p><p>metástase e agravamento do quadro.</p><p>Figura 1 – Lâminas de Papanicolau demonstrando os estágios normal, NIC 1, 2 e 3 / Fonte: https://kasvi.</p><p>com.br/papanicolau-citopatologia/. Acesso em: 6 maio 2024.</p><p>Descrição da Imagem: a figura demonstra os quatro estágios de uma lâmina de citologia uterina. Da esquerda</p><p>para a direita, temos os estágios normais, NIC 1, 2 e 3, onde é possível observar alterações morfológicas, nas</p><p>células epiteliais presentes no colo do útero.</p><p>UNICESUMAR</p><p>1</p><p>8</p><p>5</p><p>https://kasvi.com.br/papanicolau-citopatologia/</p><p>https://kasvi.com.br/papanicolau-citopatologia/</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 8</p><p>Papiloma vírus humano e câncer de colo do útero</p><p>O HPV é um dos vírus mais comuns transmitidos, sexualmente, em todo o</p><p>mundo, e é amplamente reconhecido como um importante agente causador de</p><p>doenças, incluindo verrugas genitais e câncer. Com mais de 100 tipos identifica-</p><p>dos, o HPV é altamente contagioso e pode ser transmitido, por meio do contato</p><p>direto com a pele ou as membranas mucosas infectadas, geralmente, durante a</p><p>atividade sexual.</p><p>Embora a maioria das infecções por HPV seja assintomática e se resolva,</p><p>espontaneamente, alguns tipos de HPV podem causar verrugas visíveis na área</p><p>genital, anal e oral. Além disso, certos tipos de HPV estão associados a um risco</p><p>aumentado do desenvolvimento de câncer, incluindo câncer de colo do útero,</p><p>vulva, vagina, ânus, pênis, boca e garganta. O câncer de colo do útero, em par-</p><p>ticular, está fortemente ligado à infecção persistente por certos tipos de HPV,</p><p>especialmente os tipos de alto risco, entre eles, o HPV 16 e 18. Esses tipos de HPV</p><p>podem causar alterações celulares precancerosas no colo do útero, conhecidas</p><p>como neoplasia intraepitelial cervical (NIC), que podem progredir para cân-</p><p>cer invasivo, se não forem detectadas e tratadas precocemente.</p><p>Dessa forma, a conscientização pública sobre o HPV e sua relação com o</p><p>câncer é crucial para promover a prevenção, o diagnóstico precoce e o tratamento</p><p>eficaz das condições associadas à infecção.</p><p>Liberação do laudo citopatológico</p><p>A responsabilidade pela emissão dos diagnósticos citopatológicos recai sobre o</p><p>médico citopatologista. Entretanto outros profissionais da saúde podem ser en-</p><p>carregados da avaliação preliminar de todos os esfregaços, registrando quaisquer</p><p>anormalidades identificadas. No contexto da rotina de um serviço de citopato-</p><p>logia, o médico é encarregado de revisar todos os esfregaços provenientes de</p><p>mulheres consideradas em risco para câncer de colo uterino, abrangendo aquelas</p><p>com histórico prévio de lesões precancerosas ou malignas, resultados anormais</p><p>em exames macroscópicos do colo ou colposcopia bem como histórico de san-</p><p>gramento, especialmente na pós-menopausa (SCHLEDERMANN et al., 2004).</p><p>1</p><p>8</p><p>1</p><p>Existem debates sobre a eficácia deste sistema de seleção aleatória para re-</p><p>visão dos esfregaços negativos, com algumas recomendações para que todos os</p><p>esfregaços,</p><p>presentes</p><p>no citoplasma celular, facilitando sua visualização e sua análise ao microscópio.</p><p>2. Opção E. A alternativa A está correta, pois, na citopatologia respiratória, as amostras citoló-</p><p>gicas podem ser obtidas de diversas maneiras, incluindo esfregaços de escarro (utilizados</p><p>para detectar células e microorganismos presentes no escarro), lavados brônquicos (obtidos</p><p>por broncoscopia para análise de células brônquicas) e biópsias por agulha fina do pulmão</p><p>(utilizadas para análise histológica e citológica de lesões pulmonares). A alternativa B está</p><p>correta. A citopatologia urinária envolve a análise de células presentes na urina para identificar</p><p>células anormais que podem indicar câncer de bexiga, rins ou trato urinário superior, além</p><p>de infecções urinárias e outras condições inflamatórias do trato urinário. A alternativa C está</p><p>correta. A citopatologia líquida abrange a análise de células presentes em diversos fluidos</p><p>corporais, incluindo o líquido cefalorraquidiano (obtido por punção lombar para análise do</p><p>sistema nervoso central), líquido pleural (obtido por toracocentese para análise de doenças</p><p>pulmonares), líquido peritoneal (obtido por paracentese para análise de doenças abdominais)</p><p>e líquido ascítico (também obtido por paracentese para análise de doenças abdominais). A</p><p>alternativa D está correta. Na citopatologia ginecológica, além dos exames de Papanicolau</p><p>(utilizados para detecção precoce de câncer cervical), outras amostras ginecológicas podem</p><p>ser analisadas, como fluidos vaginais (para detecção de infecções e outras alterações) e</p><p>biópsias endometriais (para análise histológica e citológica do endométrio). A alternativa E</p><p>está incorreta, pois as análises citopatológicas de diferentes regiões anatômicas do corpo</p><p>podem apresentar padrões celulares e características morfológicas específicas de acordo</p><p>com a localização. Por exemplo, as células presentes em amostras de esfregaços de escarro</p><p>podem diferir das células encontradas em amostras de urina ou líquido cefalorraquidiano,</p><p>devido às características únicas de cada tecido ou fluido.</p><p>CONFIRA SUAS RESPOSTAS</p><p>1</p><p>9</p><p>1</p><p>3. Opção A. A alternativa A está incorreta. Na confecção de esfregaços citológicos, não é recomen-</p><p>dado pressionar firmemente o swab, ou espátula contra a superfície da lâmina, pois isso pode</p><p>resultar em uma distribuição desigual das células e comprometer a qualidade do esfregaço. Em</p><p>vez disso, é preferível realizar movimentos suaves e uniformes para garantir uma distribuição</p><p>homogênea das células. A alternativa B está correta. O uso de uma escova ou uma espátula</p><p>permite a coleta de células da superfície do colo do útero, que são, então, transferidas para</p><p>uma lâmina de vidro para análise citológica. A alternativa C está correta. Após a obtenção da</p><p>amostra, é crucial espalhar as células de forma uniforme sobre a lâmina de vidro para garantir</p><p>que a análise microscópica seja precisa e representativa da amostra original. A alternativa D</p><p>está correta, pois destaca a importância da fixação das amostras citológicas para preservar a</p><p>morfologia celular. A fixação ajuda a evitar alterações nas células que podem ocorrer devido</p><p>ao tempo decorrido, desde a coleta até a análise laboratorial. A alternativa E está correta. Os</p><p>corantes, como a hematoxilina e eosina, são aplicados para realçar diferentes componentes</p><p>celulares e facilitar a identificação e análise das células ao microscópio.</p><p>CONFIRA SUAS RESPOSTAS</p><p>1</p><p>9</p><p>1</p><p>UNIDADE 9</p><p>MINHAS METAS</p><p>FUNDAMENTOS PARA ESTUDOS</p><p>DE CASO VOLTADOS À EXAMES</p><p>PARASITOLÓGICOS</p><p>Compreender os princípios básicos da parasitologia.</p><p>Dominar as técnicas de preparação de amostras biológicas.</p><p>Identificar os principais métodos de diagnóstico parasitológico.</p><p>Interpretar resultados de exames parasitológicos.</p><p>Reconhecer e identificar diferentes tipos de parasitas.</p><p>Aplicar medidas de prevenção e controle de infecções parasitárias.</p><p>Descrever, corretamente, técnicas de exames parasitológicos.</p><p>T E M A D E A P R E N D I Z A G E M 9</p><p>1</p><p>9</p><p>1</p><p>INICIE SUA JORNADA</p><p>Estudante, bem-vindo à sua jornada no mundo da parasitologia. Neste tema de</p><p>aprendizagem, explorarei os fundamentos para estudos de caso voltados aos exa-</p><p>mes parasitológicos, uma área essencial no campo da saúde humana e veterinária.</p><p>À medida que avançamos em nossos estudos, é importante reconhecer a</p><p>relevância prática e clínica dos conceitos que abordaremos. Você, estudante de-</p><p>dicado(a) e futuro profissional da saúde, está prestes a mergulhar em um uni-</p><p>verso onde minúsculos organismos podem desencadear grandes desafios para o</p><p>bem-estar humano e animal. Em suas futuras práticas profissionais, vocês serão</p><p>desafiados com casos clínicos interessantes, nos quais a identificação precisa de</p><p>parasitas será crucial para determinar diagnósticos e tratamentos adequados.</p><p>Desde a sala de aula até o consultório médico ou laboratório veterinário, a ha-</p><p>bilidade de interpretar exames parasitológicos será uma ferramenta indispensável</p><p>em sua vida profissional. Estou aqui para guiá-lo em cada passo desta jornada.</p><p>Você entenderá os conceitos, desenvolverá habilidades práticas e, acima de tudo,</p><p>cultivará uma compreensão profunda da importância dos estudos parasitológi-</p><p>cos em nossa prática clínica diária.</p><p>Você conhece a história do médico Carlos Chagas? Sua contribuição notável para</p><p>a ciência médica não apenas trouxe luz a uma doença antes desconhecida, mas</p><p>também mudou para sempre o curso da saúde pública e da parasitologia. Vamos</p><p>entender essa história? Aperte o play! Recursos de mídia disponíveis no conteú-</p><p>do digital do ambiente virtual de aprendizagem.</p><p>PLAY NO CONHECIMENTO</p><p>VAMOS RECORDAR?</p><p>Antes de nos aprofundarmos nos exames parasitológicos, assista a este vídeo que</p><p>lhe ajudará a recordar as diferenças básicas entre alguns tipos de microrganismos.</p><p>INTRODUÇÃO À MICROBIOLOGIA | Biologia com Samuel Cunha</p><p>UNICESUMAR</p><p>1</p><p>9</p><p>1</p><p>https://www.youtube.com/watch?v=4-xzdCHok2o&ab_channel=BiologiacomSamuelCunha</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 9</p><p>DESENVOLVA SEU POTENCIAL</p><p>A parasitologia é uma ciência que estuda a relação ecológica entre indivíduos de</p><p>espécies diferentes, ou seja, baseia-se no estudo dos parasitas e suas relações com</p><p>o hospedeiro (NEVES, 2000).</p><p>A presença das doenças parasitárias tem sido uma constante ao longo da</p><p>trajetória evolutiva da espécie humana. Com o progresso do conhecimento e as</p><p>transformações no paradigma da saúde e da doença em nível global, tem-se ob-</p><p>servado uma transição epidemiológica significativa. Esta transição se caracteriza</p><p>pela alteração no perfil de mortalidade, marcada pela redução da incidência de</p><p>doenças infecto-parasitárias, ao passo que se verifica um aumento concomitante</p><p>na prevalência de doenças crônico-degenerativas. No entanto a implementação</p><p>deste processo não ocorreu de maneira adequada em países subdesenvolvidos e</p><p>em desenvolvimento. Consequentemente, as doenças parasitárias mantêm uma</p><p>prevalência significativamente maior nestas regiões emergentes, atribuída às con-</p><p>dições precárias de higiene, saneamento, habitação e nutrição.</p><p>Muitas vezes, as parasitoses são consideradas doenças negligenciadas porque</p><p>recebem pouca atenção por parte da comunidade científica, dos governos e da</p><p>indústria farmacêutica em termos de pesquisa, desenvolvimento de novos tra-</p><p>tamentos e prevenção. Isso ocorre, devido ao fato de afetarem, principalmente,</p><p>populações pobres e marginalizadas, não sendo consideradas prioridades de</p><p>saúde pública em muitos países.</p><p>A parasitologia, em geral, envolve o estudo dos organismos incluídos na relação</p><p>biológica de parasitismo. Entretanto, para fins didáticos, o estudo da parasitologia</p><p>médica concentra-se nas implicações destes parasitas na saúde humana e animal,</p><p>incluindo sua epidemiologia, sua patogenia, seu diagnóstico, seu tratamento e sua</p><p>prevenção de doenças parasitárias.</p><p>Ao longo do processo evolutivo, os parasitas passaram por um processo ca-</p><p>racterizado por adaptações morfológicas, fisiológicas e biológicas, que visam</p><p>fortalecer sua</p><p>relação simbiótica com os hospedeiros. É essencial compreender</p><p>que o parasitismo requer uma relação próxima e de longa duração. A interação</p><p>1</p><p>9</p><p>8</p><p>entre os organismos envolvidos visa, principalmente, à obtenção de alimento e</p><p>à proteção. Portanto, essa relação deve, fundamentalmente, envolver um grau de</p><p>dependência metabólica, em que o hospedeiro fornece nutrientes e condições</p><p>fisiológicas para a sobrevivência do parasita (CHIEFFI, 2001).</p><p>Com relação à dependência metabólica, podemos classificar os parasitas em en-</p><p>doparasitas, que são aqueles que apresentam dependência metabólica total de seu hos-</p><p>pedeiro, e os ectoparasitas, que apresentam dependência parcial de seus hospedeiros.</p><p>Existem diversos tipos de parasitas que podem infectar humanos, animais e</p><p>plantas, cada um com características únicas e estratégias de sobrevivência adapta-</p><p>das ao seu hospedeiro. Alguns parasitas são inofensivos ou até mesmo benéficos</p><p>para seus hospedeiros, enquanto outros causam doenças graves e podem levar</p><p>à morbidade e à mortalidade. A compreensão dos parasitas e de seus ciclos de</p><p>vida é essencial para o diagnóstico, o tratamento e a prevenção de doenças pa-</p><p>rasitárias, e o controle eficaz destes organismos é crucial para garantir a saúde e</p><p>o bem-estar humano e animal.</p><p>Ciclos Parasitários</p><p>O ciclo de vida de um parasita pode acontecer por meio de um ou mais hospedeiros.</p><p>Nas circunstâncias em que há mais de um parasita, o hospedeiro definitivo é carac-</p><p>terizado como aquele que aloja o estágio adulto ou sexuado do parasita, enquanto o</p><p>hospedeiro intermediário abriga o estágio larval ou assexuado do parasita. Tipicamen-</p><p>te, consideramos o ser humano como o hospedeiro definitivo, enquanto outros orga-</p><p>nismos são designados como hospedeiros intermediários, transmissores ou vetores.</p><p>Os parasitas podem completar seu ciclo exigindo somente um hospedeiro,</p><p>o que denominamos parasitas monoxenos. Nesta forma de vida, os parasitas</p><p>completam seu ciclo biológico em somente um hospedeiro, entretanto, podem</p><p>permanecer no meio ambiente em forma encistada, de ovo ou em estado larvário</p><p>livre. Já os parasitas heteroxenos necessitam de mais de um hospedeiro para</p><p>completar seu ciclo biológico (REY, 2008).</p><p>Os parasitas podem ser transmitidos entre os seres humanos, de diferentes</p><p>formas, dependendo do tipo de parasita envolvido e de suas características bioló-</p><p>gicas. Algumas das principais vias de transmissão incluem: transmissão direta de</p><p>pessoa para pessoa; transmissão indireta por meio de objetos contaminados; por</p><p>meio de alimentos e água contaminados; transmissão por vetores e por via aérea.</p><p>UNICESUMAR</p><p>1</p><p>9</p><p>9</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 9</p><p>Dessa forma, é importante adotar medidas preventivas, como boa higiene pes-</p><p>soal, saneamento adequado, lavagem das mãos, preparação segura de alimentos</p><p>e controle de vetores para reduzir o risco de infecção parasitária.</p><p>Os seres que parasitam o homem podem ser divididos em cinco filos. Ob-</p><p>serve a seguir:</p><p>PROTOZOA:</p><p>composto por seres unicelulares e microscópicos (exemplos: giárdia, trichomonas).</p><p>PLATYHELMINTHES:</p><p>vermes de forma achatada (exemplos: taenia solium e saginata)</p><p>NEMATODA:</p><p>vermes de forma arredondada (exemplos: ascaris lumbricoides, causador da ascaridíase).</p><p>ACANTOCEPHALA:</p><p>vermes de forma arredondada com pseudo-segmentação.</p><p>ARTHROPODA:</p><p>formado por insetos, ácaros em geral (exemplos: aracnídeos, insetos).</p><p>Protozoários</p><p>Os protozoários são organismos unicelulares que podem causar uma variedade</p><p>de doenças em humanos e animais. Devido à sua condição de eucariontes, os</p><p>protozoários possuem um núcleo celular individualizado, e uma única célula é</p><p>responsável por desempenhar todas as funções essenciais, normalmente, distri-</p><p>buídas entre várias células em organismos multicelulares, incluindo respiração,</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>excreção e reprodução. Os protozoários obtêm alimento por meio do processo</p><p>de fagocitose, onde capturam partículas de alimentos para formar fagossomos.</p><p>Estes fagossomos, então, se fundem com lisossomos, resultando na formação de</p><p>vacúolos digestivos. Após a digestão ocorrer dentro desses vacúolos, os resíduos</p><p>resultantes são eliminados, por meio de clasmocitose</p><p>TRYPANOSOMA CRUZI</p><p>A transmissão do Trypanosoma cruzi, o parasita responsável pela doença de</p><p>Chagas, ao ser humano pode ocorrer de diferentes maneiras. A forma mais co-</p><p>mum de transmissão é pela picada de triatomíneos infectados, também conhe-</p><p>cidos como barbeiros. Estes insetos são vetores do parasita e podem transmitir</p><p>o T. cruzi quando picam uma pessoa e defecam próximo ao local da picada,</p><p>depositando fezes contaminadas com o parasita. A pessoa infectada pode coçar</p><p>o local e esfregar as fezes do barbeiro nos olhos, na boca, nas mucosas ou em</p><p>feridas abertas, permitindo a entrada do parasita.</p><p>Além da transmissão vetorial, uma mulher infectada pelo Trypanosoma</p><p>cruzi pode transmitir o parasita ao feto, durante a gravidez, resultando em uma</p><p>infecção congênita. Outra forma importante de transmissão ocorre por ingestão</p><p>de alimentos ou bebidas contaminadas com fezes de triatomíneos infectados. Isso</p><p>pode acontecer quando alimentos, como frutas, açúcar,</p><p>sucos ou água são contaminados pelas fezes do inseto</p><p>vetor contendo o parasita.</p><p>A infecção pelo Trypanosoma cruzi leva à doença</p><p>conhecida como Doença de Chagas. Tanto o agente</p><p>etiológico quanto a doença de Chagas foram des-</p><p>critos pelo médico sanitarista Carlos Chagas, que</p><p>apresenta uma fase aguda que pode ser sintomáti-</p><p>ca ou assintomática, diretamente influenciada pelo</p><p>sistema imunológico do hospedeiro.</p><p>Na forma sintomática, os sintomas incluem fe-</p><p>bre, edema localizado e generalizado, aumento dos</p><p>gânglios linfáticos, aumento do fígado (hepatomega-</p><p>lia), aumento do baço (esplenomegalia), insuficiência</p><p>UNICESUMAR</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 9</p><p>cardíaca (cardiomiopatia chagásica) e distúrbios neurológicos. Na fase crônica</p><p>da doença, pode ocorrer comprometimento cardíaco (forma cardíaca), forma</p><p>digestiva, ou ambas. Geralmente, o coração aumentado de tamanho, conhecido</p><p>como cardiomegalia, ou coração chagásico, assim como a presença de megacó-</p><p>lon e megaesôfago nos pacientes, resulta na degeneração da fibra muscular e sua</p><p>substituição por tecido cicatricial fibroso. Isso leva ao aumento do órgão afetado</p><p>e ao comprometimento de suas funções (princípios de parasitologia).</p><p>Helmintos</p><p>Os helmintos, também conhecidos como vermes parasitas, são organismos</p><p>multicelulares que pertencem ao filo dos Nematoda (helmintos cilíndricos) e</p><p>Platyhelminthes (helmintos planos). Estes são organismos multicelulares e in-</p><p>cluem os nematoides (vermes cilíndricos) e os platelmintos (vermes planos).</p><p>Os nematoides incluem vermes, como o Ascaris lumbricoides, que causa a as-</p><p>caridíase. Já os platelmintos incluem a Taenia solium, causador da teníase, e o</p><p>Schistosoma mansoni, responsável pela esquistossomose.</p><p>Como podemos observar, estes parasitas podem causar uma variedade de</p><p>doenças em seres humanos e outros animais. A infecção por helmintos, geral-</p><p>mente, ocorre pela ingestão de água ou alimentos contaminados com ovos ou</p><p>larvas dos parasitas, ou pelo contato direto com solo contaminado. Os helmin-</p><p>tos podem afetar diferentes sistemas do corpo humano, causando sintomas que</p><p>variam de leves a graves. O controle e a prevenção das infecções por helmintos</p><p>incluem medidas de higiene pessoal, saneamento básico, tratamento medica-</p><p>mentoso e educação em saúde pública.</p><p>TENÍASES</p><p>As teníases são infecções causadas por parasitas do gênero Taenia, em particular</p><p>Taenia solium (preferência por parasitar suínos) e Taenia saginata (preferência</p><p>por parasitar bovinos), que afetam milhões de pessoas. Estas espécies são res-</p><p>ponsáveis pelo complexo teníase-cisticercose, definido como um conjunto de</p><p>alterações patológicas, causadas pelas formas adultas e larvárias, respectivamente</p><p>(NEVES; MELO; LINARDI, 2005).</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>Em termos de morfologia, tanto Taenia solium quanto Taenia saginata exi-</p><p>bem um corpo achatado em forma de fita com coloração</p><p>branca leitosa, apresen-</p><p>tando um escólex, um colo e um estróbilo. Esses parasitas são conhecidos pela</p><p>ausência de um aparelho digestivo, pela segmentação do corpo em proglotes, pela</p><p>condição hermafrodita e pela presença de quatro ventosas no escólex.</p><p>Figura 1 – Taenia spp</p><p>Descrição da Imagem: a figura, observamos um verme adulto de Taenia spp, observada em microscópio em um</p><p>aumento de 400x. É possível observar os proglotes do verme. Fim da descrição.</p><p>A teníase é de uma patologia provocada pela presença de exemplares adultos</p><p>nos hospedeiros definitivos. Podem ocorrer sintomas que incluem a presença</p><p>de segmentos do parasita, conhecidos como proglotes, nas fezes do paciente.</p><p>Esses segmentos são pequenos, brancos e se assemelham a grãos de arroz. Além</p><p>disso, alguns pacientes podem experimentar desconforto abdominal leve, náu-</p><p>seas, vômitos ou perda de peso não intencional. Devido à presença de ventosas</p><p>no helminto adulto e, no caso específico da Taenia solium, dos ganchos, pode</p><p>ocorrer hemorragia na mucosa intestinal (NEVES; MELO; LINARDI, 2005).</p><p>UNICESUMAR</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 9</p><p>Além das teníases, a cisticercose é resultado da ingestão de ovos parasitários,</p><p>especialmente os de Taenia solium, por diferentes portas de entrada, os quais se</p><p>desenvolvem em cisticercos e se alojam nos tecidos do corpo humano.</p><p>SCHISTOSOMA</p><p>O gênero Schistosoma caracteriza-se como parasitas</p><p>pertencentes ao filo dos platelmintos, especificamen-</p><p>te do grupo dos trematódeos. Frente ao homem, que</p><p>atua como hospedeiro definitivo, três espécies mere-</p><p>cem destaque: Schistosoma haematobium, Schisto-</p><p>soma japonicum e Schistosoma mansoni.</p><p>O verme adulto do S. mansoni é alongado e tem</p><p>um corpo cilíndrico, com extremidades pontiagudas.</p><p>Ele é revestido por uma membrana tegumentar com-</p><p>plexa que lhe confere proteção e permite trocas de</p><p>nutrientes e metabólitos com o hospedeiro. A fêmea</p><p>é, geralmente, maior que o macho, podendo atingir</p><p>até 1,5 centímetros de comprimento. Já as fases larvais</p><p>de Schistosoma mansoni, denominadas de cercárias,</p><p>são liberadas pelos caramujos do gênero Biomphala-</p><p>ria e penetram, ativamente, na pele humana quando</p><p>uma pessoa entra em contato com água contaminada.</p><p>As cercárias são altamente especializadas, possuindo</p><p>uma cauda bifurcada e uma série de estruturas senso-</p><p>riais que lhes permitem nadar e localizar rapidamente</p><p>um hospedeiro. Uma vez na pele humana, as cercárias</p><p>penetram na epiderme por meio de enzimas e proteí-</p><p>nas presentes na sua superfície.</p><p>A esquistossomose pode seguir assintomática,</p><p>sendo observada no momento agudo da doença a</p><p>dermatite cercariana, que ocorre, devido ao esfor-</p><p>ço mecânico e à ação química para a penetração</p><p>das cercárias na pele. Em um primeiro momento, o</p><p>hospedeiro pode sentir um desconforto seguido de</p><p>1</p><p>1</p><p>4</p><p>edema e dor. Os casos crônicos se manifestam pela presença de hepatomegalia e</p><p>esplenomegalia bem como pelo desenvolvimento de varizes esofágicas, que têm o</p><p>potencial de se romperem, resultando em hemorragias, além de ascite, conhecida</p><p>como “barriga d’água” (princípios de parasitologia).</p><p>Nematoides</p><p>Os nematoides, conhecidos também como nematelmintos, constituem um grupo</p><p>de animais invertebrados pertencentes ao filo Nematoda. Caracterizam-se por</p><p>corpos não segmentados, cilíndricos e alongados, com extremidades pontiagu-</p><p>das. Enquanto algumas espécies são microscópicas, outras podem alcançar vários</p><p>centímetros de comprimento. A estrutura corporal desses animais inclui uma</p><p>cutícula externa complexa e uma camada de músculos longitudinais internos.</p><p>Muitas espécies são de importância médica e veterinária, causando uma varie-</p><p>dade de doenças em humanos, animais domésticos e selvagens.</p><p>ASCARIS LUMBRICOIDES</p><p>Figura 2 – Ovos de Ascaris lumbricoides</p><p>Descrição da Imagem: na imagem, podemos observar alguns ovos de Ascaris lumbricoides em microscópio, em</p><p>um aumento gerado pela objetiva de 400x. Fim da descrição.</p><p>UNICESUMAR</p><p>1</p><p>1</p><p>5</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 9</p><p>A espécie Ascaris lumbricoides atua como parasita exclusivo do ser humano e de</p><p>alguns macacos, como gorilas e chimpanzés. Esta espécie é também conhecida</p><p>como “lombriga”, e seu verme adulto é caracterizado por serem longos cilindros</p><p>com extremidades afiladas, sendo que a boca se destaca, devido aos três lábios</p><p>proeminentes. As fêmeas podem atingir até 40 cm de comprimento, enquanto</p><p>os machos alcançam até 25 cm.</p><p>A ascaridíase, patologia ocasionada pelo Ascaris lumbricoides, pode ser assinto-</p><p>mática ou apresentar sintomas leves e não específicos, especialmente em infec-</p><p>ções de baixa intensidade. Entretanto, dependendo da gravidade da infecção e</p><p>do número de vermes presentes no intestino, há sintomas, como dor abdominal,</p><p>que pode variar de leve a intensa, acompanhada, por vezes, de náuseas e vômitos.</p><p>Alterações nos hábitos intestinais, como diarreia ou constipação, também po-</p><p>dem ser observadas. Em casos graves, a presença de muitos vermes pode causar</p><p>distensão abdominal e até mesmo obstrução intestinal, levando a sintomas mais</p><p>severos, como dor abdominal intensa, vômitos persistentes e incapacidade de</p><p>passagem de fezes ou gases.</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>O termo “áscaris errático”, geralmente, refere-se a uma condição na qual o</p><p>verme Ascaris lumbricoides, comumente conhecido como lombriga, migra para</p><p>fora do intestino e pode ser encontrado em órgãos ou tecidos diferentes do siste-</p><p>ma gastrointestinal. Esta migração anormal dos vermes pode ocorrer em casos</p><p>raros e é considerada uma complicação grave da infecção por Ascaris. Quando</p><p>os vermes se deslocam para fora do intestino, eles podem migrar para órgãos,</p><p>como o fígado, o apêndice, o pâncreas, as vias biliares, os dutos pancreáticos ou</p><p>até mesmo os pulmões.</p><p>Preparamos um vídeo para você compreender melhor as principais classes de</p><p>parasitas e alguns pontos de ciclo de vida deles. Quando estiver pronto, acesse</p><p>o material e fique por dentro de todo este tema que contribuirá com o seu de-</p><p>senvolvimento. Recursos de mídia disponíveis no conteúdo digital do ambiente</p><p>virtual de aprendizagem</p><p>EM FOCO</p><p>Os exemplos citados representam apenas alguns dos principais tipos de parasitas</p><p>que encontramos na natureza. Cada um deles tem características específicas e pode</p><p>causar uma variedade de doenças, por isso, é importante entender suas caracterís-</p><p>ticas e como os combater para garantir a saúde e o bem-estar humano e animal.</p><p>As medidas de prevenção e controle de infecções parasitárias são fundamen-</p><p>tais para reduzir a incidência e a disseminação destas doenças. Uma abordagem</p><p>integrada que combina intervenções em diferentes níveis é necessária para en-</p><p>frentar estes desafios de saúde pública. Medidas de prevenção primária incluem</p><p>a melhoria das condições sanitárias e de higiene, como acesso à água potável,</p><p>saneamento básico adequado e práticas de higiene pessoal, como lavagem das</p><p>mãos. Além disso, o controle de vetores e a gestão ambiental são essenciais para</p><p>interromper o ciclo de transmissão de parasitas. Além disso, a educação em saúde</p><p>também desempenha um papel crucial, aumentando a conscientização sobre os</p><p>riscos de infecções parasitárias e promovendo comportamentos saudáveis.</p><p>No nível secundário, a detecção precoce e o tratamento adequado de infec-</p><p>ções parasitárias são fundamentais para prevenir complicações e interromper a</p><p>transmissão. Programas de rastreamento, diagnóstico precoce e tratamento em</p><p>UNICESUMAR</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 9</p><p>massa são estratégias eficazes, especialmente em áreas endêmicas. Além disso, o</p><p>desenvolvimento e a distribuição de vacinas para algumas infecções parasitárias</p><p>são áreas de pesquisa promissoras para a prevenção da infecção por parasitas.</p><p>Técnicas de diagnóstico parasitológico</p><p>No campo da medicina e da biologia, as técnicas de diagnóstico parasitológi-</p><p>co desempenham um papel crucial na identificação e no controle de doenças</p><p>causadas por parasitas. Essas técnicas fornecem uma ferramenta poderosa para</p><p>os profissionais de saúde e pesquisadores, permitindo a detecção</p><p>tecnologia e conhecimento humano, criando a possibilidade</p><p>de ocorrerem erros laboratoriais. Dados laboratoriais incorretos, juntamente</p><p>com inconformidades, têm o potencial de impactar diretamente nos desfechos</p><p>dos cuidados de saúde (SHCOLNIK, 2012).</p><p>A ISO do inglês International Organization of Standardization 22367:2008,</p><p>é uma norma internacional que tem como objetivo padronizar os processos ado-</p><p>tados na execução de exames laboratoriais. De acordo com essa norma, um erro</p><p>laboratorial pode ser determinado como:</p><p>“ Falha na realização de ação, de acordo com o planejado ou a inten-</p><p>ção, ou uso de um plano errado para atingir um objetivo, podendo</p><p>ocorrer em qualquer etapa do processo laboratorial, desde a requi-</p><p>sição do exame até o reporte do resultado, incluindo a sua inter-</p><p>pretação ou reação diante do seu recebimento (ISO 22367, 2008).</p><p>Estudante, erros laboratoriais são observados de forma constante apesar da</p><p>grande padronização advinda dos processos automatizados. É muito impor-</p><p>tante para nós, profissionais, compreender e estar ciente das fontes de erros</p><p>para abordarmos resultados laboratoriais inesperados e que não se alinham</p><p>com a clínica do paciente.</p><p>Erros podem ocorrer nas etapas pré-analítica, analítica e pós-analítica dos</p><p>exames laboratoriais. Vamos observar alguns exemplos?</p><p>1) ERROS PRÉ-ANALITICOS</p><p>• Erro na identificação do paciente.</p><p>• Tubo de coleta com material insuficiente.</p><p>• Tudo de coleta impróprio ou com identificação errada.</p><p>• Armazenamento e transporte incorreto da amostra.</p><p>• Erro no procedimento de solicitação de exames;</p><p>• Extravio de amostra.</p><p>• Incompreensão da requisição médica.</p><p>• Preparo inadequado do paciente.</p><p>1</p><p>1</p><p>Estudante, dentre as três fases da corrida analítica, a que mais pode apresentar</p><p>intercorrências ou erros é a fase pré-analítica, isso ocorre tanto pela quantidade</p><p>de etapas que o processo pré-analítico apresenta, quanto pela participação de</p><p>inúmeros profissionais que participam da solicitação do exame, instruções aos</p><p>pacientes, coleta, transporte, armazenamento e preparo da amostra. Assim, é</p><p>importante o monitoramento contínuo de todas as etapas da fase pré-analítica.</p><p>Com o intuito de reduzir erros, os laboratórios implementam programas</p><p>de boas práticas laboratoriais, os quais recomendam a utilização combinada de</p><p>controles interno e externo de qualidade para um acompanhamento mais eficaz</p><p>das possíveis origens de erros.</p><p>Pode-se definir controle de qualidade como o procedimento estatístico que</p><p>supervisiona e avalia os procedimentos analíticos por meio da análise de infor-</p><p>mações obtidas a partir de testes envolvendo amostras de</p><p>produtos destinados ao controle de qualidade.</p><p>Essas amostras, que podem ser substân-</p><p>cias líquidas ou liofilizadas de origem</p><p>humana, animal ou química, têm</p><p>a finalidade de monitorar tanto</p><p>a qualidade quanto a uniformi-</p><p>dade dos processos analíticos.</p><p>2) ERROS ANALÍTICOS</p><p>• Erros referentes ao sistema analítico ou causados por problemas nos aparelhos</p><p>automatizados utilizados para realização do exame.</p><p>• Inexatidão do sistema analítico.</p><p>3) ERROS PÓS-ANALÍTICOS</p><p>• Atraso na liberação dos resultados.</p><p>• Erros nos laudos emitidos.</p><p>• Erros na comunicação com o profissional solicitante do exame.</p><p>• Erros de digitação.</p><p>• Exames indefinidos ou de difícil compreensão.</p><p>UNICESUMAR</p><p>1</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 1</p><p>NOVOS DESAFIOS</p><p>Estudante, ao concluir este tema de aprendizagem, tivemos a oportunidade de</p><p>visitarmos elementos que, sem dúvida, contribuirão em sua jornada em busca do</p><p>conhecimento profissional e acadêmico. Refletimos e aprendemos sobre todos os</p><p>lados do ciclo da corrida analítica. Tivemos a oportunidade de observar que as</p><p>fases dos exames laboratoriais estão interligadas e que a trajetória até a emissão</p><p>do laudo diagnóstico é dependente de diferentes profissionais e condutas.</p><p>Erros e inconformidades em qualquer ponto dessa trajetória trazem conse-</p><p>quências graves e podem potencialmente comprometer o diagnóstico e mane-</p><p>jo correto dos pacientes. Portanto, cabe a nós, como estudantes e profissionais,</p><p>assumir a responsabilidade de estarmos sempre nos atualizando e priorizando</p><p>princípios éticos e de boas práticas laboratoriais.</p><p>Estudante, para entender e conhecer melhor os programas de controle de qua-</p><p>lidade, obter informações técnicas, ter acesso a livros digitais pertinentes a esse</p><p>tema, segue o link do site do Programa Nacional de Controle de Qualidade. Convi-</p><p>do você a acessar o site e expandir ainda mais seus conhecimentos!</p><p>https://pncq.org.br/grupo_biblioteca/livros/.</p><p>EU INDICO</p><p>1</p><p>1</p><p>https://pncq.org.br/grupo_biblioteca/livros/</p><p>1. O erro laboratorial é definido como “falha na realização de ação, de acordo com o</p><p>planejado ou a intenção, ou uso de um plano errado para atingir um objetivo, podendo</p><p>ocorrer em qualquer etapa do processo laboratorial, desde a requisição do exame até o</p><p>reporte do resultado, incluindo a sua interpretação ou reação diante do seu recebimen-</p><p>to” (ISO 22367:2008). Os laboratórios aderem a normas e/ou diretrizes com o intuito de</p><p>reduzir ou prevenir erros. Essas normas e diretrizes são estabelecidas por programas de</p><p>controle de qualidade que abrangem técnicas desde a preparação do paciente para a</p><p>coleta, até a liberação dos resultados dos exames. De acordo com o enunciado, analise</p><p>as sentenças a seguir:</p><p>I - É crucial que os profissionais que atuam nos laboratórios clínicos estejam familiarizados</p><p>com todas as regulamentações, a fim de prevenir falhas e evitar falhas que influenciem</p><p>nos diagnósticos por meio de resultados imprecisos.</p><p>II - Durante um teste laboratorial, diversos fatores, como procedimentos, instrumentos,</p><p>tecnologia e profissionais, se relacionam, gerando a potencialidade de ocorrer erros</p><p>laboratoriais, devido às inúmeras etapas que são feitas durante o teste.</p><p>III - Erros laboratoriais são observados de forma constante apesar da grande padronização</p><p>advinda dos processos automatizados.</p><p>IV - Dados laboratoriais incorretos, juntamente com inconformidades, têm o potencial leve</p><p>de impactar diretamente nos desfechos dos cuidados de saúde visto que o diagnóstico</p><p>final não é dado somente pelo laudo do exame e sim pelo conjunto exame laboratorial</p><p>e exame clínico.</p><p>É correto o que se afirma em:</p><p>a) I e IV, apenas.</p><p>b) II e III, apenas.</p><p>c) III e IV, apenas.</p><p>d) I, II e III, apenas.</p><p>e) II, III e IV, apenas.</p><p>VAMOS PRATICAR</p><p>1</p><p>1</p><p>2. Os laboratórios clínicos atuam de forma essencial na oferta de assistência à saúde e na</p><p>prestação de cuidados médicos perante a sociedade. Numerosas escolhas clínicas que</p><p>são efetuadas ao longo do atendimento médico, são baseadas em resultados obtidos a</p><p>partir de exames e análises laboratoriais. Tradicionalmente, os exames laboratoriais passam</p><p>por três fases, sendo elas a fase pré-analítica, analítica e pós analítica. De acordo com o</p><p>enunciado, analise as sentenças a seguir:</p><p>I - Os resultados dos testes laboratoriais têm a capacidade de oferecer informações rele-</p><p>vantes para prever a evolução de certas doenças, bem como estabelecer padrões de</p><p>normalidade e identificar fatores de risco em desenvolvimento.</p><p>II - Na fase pré-analítica, os erros podem estar relacionados à quantidade de profissionais</p><p>envolvidos nessa etapa da corrida analítica</p><p>III - O limite de detecção é a concentração ou quantidade mínima que um método pode</p><p>detectar com absoluta certeza através de um procedimento analítico específico</p><p>IV - A precisão se refere à habilidade do método em fornecer resultados que se aproximam</p><p>do valor real conhecido como valor de referência</p><p>É correto o que se afirma em:</p><p>a) I e IV, apenas.</p><p>b) II e III, apenas.</p><p>c) III e IV, apenas.</p><p>d) I, II e III, apenas.</p><p>e) II, III e IV, apenas.</p><p>VAMOS PRATICAR</p><p>1</p><p>4</p><p>3. Os parâmetros de desempenho representam propriedades associadas à performance do</p><p>método ou do equipamento utilizado e envolvem algumas características como a precisão</p><p>e exatidão. A avaliação desses parâmetros demanda investigações experimentais com o</p><p>intuito de determinar se os resultados obtidos</p><p>precisa dos</p><p>parasitas e a implementação de medidas adequadas de prevenção e tratamento.</p><p>Uma das técnicas mais comuns e acessíveis é a microscopia direta, que envolve</p><p>a análise direta de amostras biológicas, como fezes, sangue ou tecidos, sob o</p><p>microscópio. Esta técnica permite a visualização dos parasitas e de seus estágios</p><p>de vida, como ovos, larvas e adultos, proporcionando informações valiosas para o</p><p>diagnóstico e o manejo clínico das doenças parasitárias.</p><p>Outra técnica amplamente utilizada é a sedimentação, que envolve a concen-</p><p>tração dos parasitas presentes em amostras líquidas, como fezes ou urina, por</p><p>meio de centrifugação. Isso permite a separação dos parasitas do material não</p><p>parasitário, facilitando sua detecção e sua identificação microscópica.</p><p>A técnica de flutuação é especialmente útil para a identificação de parasitas</p><p>presentes em amostras fecais, como ovos de helmintos. Nesta técnica, as amostras</p><p>são misturadas com soluções de densidade específica, permitindo que os ovos</p><p>dos parasitas flutuem até a superfície, onde podem ser coletados e analisados sob</p><p>o microscópio (NEVES et al., 2005).</p><p>Além das técnicas tradicionais, avanços recentes na tecnologia têm possibilitado</p><p>o desenvolvimento de métodos mais sensíveis e específicos para o diagnóstico</p><p>parasitológico, como testes moleculares baseados em PCR (reação em cadeia da</p><p>polimerase) e técnicas de imunodiagnóstico, que detectam antígenos ou anticorpos</p><p>específicos dos parasitas.</p><p>1</p><p>1</p><p>8</p><p>É importante ressaltar que a escolha da técnica de diagnóstico adequada depende</p><p>do tipo de parasita, da natureza da amostra e das condições disponíveis no labo-</p><p>ratório. Portanto, os profissionais de saúde devem estar familiarizados com uma</p><p>variedade de técnicas e serem capazes de selecionar a abordagem mais apropriada</p><p>para cada situação clínica.</p><p>Em geral, as técnicas de diagnóstico parasitológico desempenham um papel</p><p>fundamental na detecção e no controle de doenças parasitárias, permitindo uma</p><p>abordagem precisa e eficaz para o diagnóstico e tratamento destas condições.</p><p>Com o desenvolvimento contínuo de novas tecnologias e métodos, a capacidade</p><p>de combater as doenças parasitárias continuará a evoluir, oferecendo esperança</p><p>para milhões de pessoas em todo o mundo.</p><p>Estudante, no exame macroscópico das fezes, é importante observar algumas</p><p>características. Fezes moles ou líquidas podem sugerir a presença de protozoários</p><p>intestinais, enquanto fezes formadas são mais propensas a conter cistos de proto-</p><p>zoários e ovos/larvas de helmintos. Além disso, é essencial examinar a superfície</p><p>das fezes em busca de proglotes de tênias, ancilostomídeos ou oxiúros adultos. O</p><p>uso de um palito pode facilitar a detecção de outros helmintos adultos. É crucial,</p><p>também, verificar se há presença de sangue e/ou muco nas fezes, pois sangue ver-</p><p>melho vivo pode indicar hemorragia aguda no trato intestinal, enquanto muco</p><p>sanguinolento pode sugerir ulcerações.</p><p>Nestes casos, é importante examinar ao microscópio para procurar trofozoí-</p><p>tos. Quando vermes adultos são encontrados, devem ser imediatamente exami-</p><p>nados e identificados. As tênias, por exemplo, podem ser identificadas por meio</p><p>do exame das proglotes grávidas, que devem ser fixadas em formol a 10% e depois</p><p>clarificadas em glicerina ou solução de lactofenol.</p><p>Já o exame microscópico permite a visualização de trofozoítos, cistos e</p><p>oocistos de protozoários, bem como ovos e larvas de helmintos. Para garantir</p><p>uma avaliação completa, recomenda-se o uso de três procedimentos distintos:</p><p>• Exame direto a fresco, que permite observar os movimentos do trofozoíto.</p><p>• Técnicas de concentração de parasitas.</p><p>• Esfregaço de fezes com coloração permanente.</p><p>UNICESUMAR</p><p>1</p><p>1</p><p>9</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 9</p><p>O exame pode ser realizado de forma quantitativa ou qualitativa. Os métodos</p><p>quantitativos envolvem a contagem de ovos para avaliar a carga parasitária. Em-</p><p>bora o método de Stoll seja amplamente conhecido, o mais utilizado, atualmente,</p><p>é o de Kato-Katz. Já os métodos qualitativos são mais comuns para demonstrar</p><p>a presença das formas parasitárias. No entanto, como o número dessas formas</p><p>pode ser pequeno, é, muitas vezes, necessário recorrer a processos de enriqueci-</p><p>mento para as concentrar (DE CARLI, 2011).</p><p>Estudante, foram desenvolvidos diversos métodos para concentrar parasitas</p><p>encontrados em fezes, com o objetivo de facilitar sua detecção ao microscópio,</p><p>como a técnica de Ritchie. Esses métodos reduzem a quantidade de matéria fecal</p><p>na preparação, concentrando os parasitas com base em diferenças de densidade</p><p>entre as formas parasitárias e o material fecal, ou induzindo a migração de certas</p><p>larvas para o material fecal e sua concentração no fundo de um funil. Recursos</p><p>de mídia disponíveis no conteúdo digital do ambiente virtual de aprendizagem</p><p>ZOOM NO CONHECIMENTO</p><p>Estudante, a sedimentação espontânea, também conhecida como método de</p><p>Hoffmann, Pons e Janer, ou método de Lutz, é uma técnica que possibilita a detec-</p><p>ção de ovos e larvas de helmintos bem como cistos de protozoários. Já o método</p><p>de flutuação, conhecido como Método de Willis, é recomendado para a pesquisa</p><p>de ovos leves, como os de ancilostomídeos. O Método de Baermann é baseado</p><p>no hidro-termo-tropismo positivo das larvas pela água aquecida. Este método é</p><p>seletivo para a pesquisa de larvas, embora não seja específico, pois pode detectar</p><p>também cistos e ovos de outros parasitas. É recomendado para a detecção de</p><p>larvas de Strongyloides stercorales e de ancilostomídeos (NEVES et al., 2005).</p><p>O Método de Rugai consiste em uma otimização do Método de Baermann,</p><p>no qual o próprio frasco onde a amostra chegou ao laboratório é utilizado como</p><p>receptáculo para as fezes, e um cálice de sedimentação substitui o funil. Também in-</p><p>dicado para a pesquisa de larvas de Strongyloides stercorales e de ancilostomídeos.</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>A escolha do método de concentração de fezes desempenha um papel crucial na</p><p>precisão do diagnóstico, visto que, ao concentrar os parasitas presentes na amos-</p><p>tra fecal, a sensibilidade do teste é otimizada, e, dessa maneira, facilita a detecção</p><p>do parasita. Ao selecionar o método de concentração apropriado, é essencial</p><p>considerar a natureza do parasita a ser detectado, sua densidade e seu tamanho</p><p>bem como a disponibilidade de recursos laboratoriais. Além disso, a escolha do</p><p>método pode ser influenciada pela experiência do profissional responsável pela</p><p>realização do exame e pela disponibilidade de equipamentos específicos.</p><p>Figura 3 – Métodos de concentração das fezes / Fonte: adaptada de Chieffi (2001).</p><p>Descrição da Imagem: na imagem, podemos observar três métodos utilizados para a concentração das fezes e</p><p>posterior análise em microscópio para a busca de parasitas. Fim da descrição.</p><p>UNICESUMAR</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 9</p><p>NOVOS DESAFIOS</p><p>Estudante, as doenças parasitárias ainda representam uma importante causa de</p><p>morbidade e mortalidade em todo o mundo, especialmente, em países subdesen-</p><p>volvidos nas regiões tropicais e subtropicais. A alta incidência de parasitoses em</p><p>seres humanos e animais continua sendo um desafio significativo para a saúde</p><p>pública nos países em desenvolvimento. Por isso, compreender as causas, sin-</p><p>tomas, formas de transmissão e, especialmente, os métodos de diagnóstico das</p><p>parasitoses é de extrema importância para seu futuro profissional.</p><p>Os estudantes que adquirem conhecimentos sólidos nesta área estão prepara-</p><p>dos para desempenhar uma variedade de funções em diferentes contextos. Além</p><p>disso, o mercado de trabalho para profissionais de parasitologia está em destaque,</p><p>devido à crescente preocupação com doenças emergentes e reemergentes, au-</p><p>mento das viagens internacionais e migração, mudanças climáticas e resistência</p><p>a medicamentos. Portanto, investir em uma sólida formação em parasitologia</p><p>é fundamental para contribuir para a saúde global e o bem-estar da sociedade.</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>1. A doença de Chagas é uma doença parasitária negligenciada que impacta aproximada-</p><p>mente</p><p>8 milhões de pessoas e resulta em mais de 12.500 mortes por ano. Transmitida prin-</p><p>cipalmente por insetos vetores conhecidos como triatomíneos, popularmente chamados</p><p>de “barbeiros”, a doença afeta milhões de pessoas, principalmente na América Latina. Ela</p><p>pode ser transmitida também por transfusão de sangue, transplante de órgãos, ingestão</p><p>de alimentos contaminados e de mãe para filho durante a gestação (CHIEFFI, 2001; NEVES,</p><p>2000; DE CARLI, 2011; NEVES; MELO; LINARDI, 2005).</p><p>Identifique a opção que indica qual parasita é responsável pela doença humana conhecida</p><p>como doença de Chagas.</p><p>a) Schistosoma mansoni.</p><p>b) Taenia solium.</p><p>c) Leishmania brasiliensis.</p><p>d) Plasmodium vivax.</p><p>e) Trypanosoma cruzi.</p><p>2. Existem diversos tipos de parasitas que podem infectar humanos, animais e plantas, cada</p><p>um com características únicas e estratégias de sobrevivência adaptadas ao seu hospedeiro.</p><p>Alguns parasitas são inofensivos ou até mesmo benéficos para seus hospedeiros, enquanto</p><p>outros causam doenças graves e podem levar à morbidade e à mortalidade. A compreen-</p><p>são dos parasitas e de seus ciclos de vida é essencial para o diagnóstico, o tratamento e</p><p>a prevenção de doenças parasitárias, e o controle eficaz destes organismos é crucial para</p><p>garantir a saúde e o bem-estar humano e animal (CHIEFFI, 2001; NEVES, 2000; DE CARLI,</p><p>2011; NEVES; MELO; LINARDI, 2005).</p><p>Sobre as classes de parasitas, leia as afirmativas a seguir:</p><p>I - Os protozoários são organismos unicelulares que podem causar uma variedade de doen-</p><p>ças, como malária, doença de Chagas e giardíase. Eles podem ser transmitidos pela água</p><p>contaminada, pelos alimentos ou por vetores, como insetos.</p><p>II - Os helmintos são divididos em nematódeos e platelmintos, e são exemplos o Ascaris</p><p>lumbricoides e Taenia solium, respectivamente.</p><p>III - Os coccídeos são parasitas intracelulares obrigatórios que infectam o trato gastrointes-</p><p>tinal de mamíferos e aves. Exemplos incluem o Cryptosporidium parvum.</p><p>VAMOS PRATICAR</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>É correto o que se afirma em:</p><p>a) I, apenas.</p><p>b) III, apenas.</p><p>c) I e II, apenas.</p><p>d) II e III, apenas.</p><p>e) I, II e III.</p><p>3. O exame parasitológico de fezes é realizado com o objetivo de diagnosticar parasitos intes-</p><p>tinais, identificando as diversas formas parasitárias presentes nas fezes. Os métodos quan-</p><p>titativos envolvem a contagem dos ovos parasitários, o que permite avaliar a intensidade</p><p>da infestação (CHIEFFI, 2001; NEVES, 2000; DE CARLI, 2011; NEVES; MELO; LINARDI, 2005).</p><p>Um exemplo desses métodos é:</p><p>a) Ritchie.</p><p>b) Faust.</p><p>c) Willis.</p><p>d) Kato-Katz.</p><p>e) Hoffmann.</p><p>VAMOS PRATICAR</p><p>1</p><p>1</p><p>4</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>CHIEFFI, P. P. Parasitoses intestinais: diagnóstico e tratamento. São Paulo: Lemos Editorial, 2001.</p><p>DE CARLI, G. A. Parasitologia clínica: seleção de métodos e técnicas de laboratório para</p><p>diagnóstico das parasitoses humanas. 2. ed. São Paulo: Atheneu, 2011.</p><p>NEVES, D. P.; MELO, A. L.; LINARDI, P. M. Parasitologia Humana. 11. ed. São Paulo: Atheneu, 2005.</p><p>NEVES, D. P. Parasitologia Humana. 10. ed. São Paulo: Atheneu, 2000.</p><p>REY, L. Parasitologia – parasitos e doenças parasitárias do homem nos trópicos ocidentais.</p><p>4. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008. 883 p.</p><p>1</p><p>1</p><p>5</p><p>1. Opção E.</p><p>A preposição A está errada pois o S. mansoni é responsável pela esquistossomose.</p><p>A proposição B é incorreta, pois T. solium é responsável pela teníase.</p><p>A proposição C está incorreta, porque Leishmania brasiliensis leva a uma doença chamada</p><p>leishmaniose.</p><p>A proposição D está errada, pois o P. vivax é o agente causador da malária.</p><p>A proposição E está correta, visto que a doença de Chagas, também conhecida como tripa-</p><p>nossomíase americana, é uma doença parasitária, causada pelo protozoário Trypanosoma</p><p>cruzi.</p><p>2. Opção E.</p><p>A alternativa I é correta, pois os protozoários são organismos unicelulares e eucarióticos, o</p><p>que significa que possuem uma única célula com um núcleo verdadeiro. Eles são classifi-</p><p>cados com base em suas características morfológicas, ciclo de vida e modo de locomoção.</p><p>A alternativa II é correta. Os helmintos são vermes parasitas multicelulares que podem ser</p><p>divididos em duas classes principais: nematódeos (vermes redondos) e platelmintos (vermes</p><p>chatos). Os nematódeos incluem parasitas como o Ascaris lumbricoides (lombriga), Entero-</p><p>bius vermicularis (oxiúros) e Trichuris trichiura (tricuríase). Os platelmintos incluem a Taenia</p><p>solium (tênia) e a Schistosoma mansoni (esquistossomose). Esses vermes são classificados</p><p>com base em sua morfologia externa, estrutura do sistema digestivo e características re-</p><p>produtivas.</p><p>A alternativa III é correta, pois os coccídeos são um grupo de protozoários parasitas intrace-</p><p>lulares obrigatórios que infectam o trato gastrointestinal de mamíferos e aves. O Cryptospo-</p><p>ridium parvum, que pode causar diarreia em humanos e animais é um exemplo desta classe.</p><p>CONFIRA SUAS RESPOSTAS</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>3. Opção D. A alternativa A é incorreta. O método de Ritchie não é um método quantitativo de</p><p>contagem de ovos parasitários, mas, sim, um método de concentração de parasitas nas fezes.</p><p>A alternativa B é incorreta, o método de Faust também é usado para a concentração de</p><p>parasitas, e não para a contagem quantitativa de ovos parasitários.</p><p>A alternativa C está incorreta. O método de Willis é utilizado para flutuação de ovos parasi-</p><p>tários, mas não é considerado um método quantitativo.</p><p>A alternativa D é correta. Os métodos quantitativos envolvem a contagem dos ovos para-</p><p>sitários, o que permite avaliar a intensidade da infestação. Um exemplo desses métodos é</p><p>o Kato-Katz.</p><p>A alternativa E é incorreta. O método de Hoffmann é utilizado para a sedimentação de larvas</p><p>de parasitas e não é um método quantitativo.</p><p>CONFIRA SUAS RESPOSTAS</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>MEU ESPAÇO</p><p>1</p><p>1</p><p>8</p><p>MEU ESPAÇO</p><p>1</p><p>1</p><p>9</p><p>MEU ESPAÇO</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>unidade 1</p><p>FUNDAMENTOS PARA ESTUDOS</p><p>DE CASO VOLTADOS À FASE</p><p>PRÉ-ANALÍTICA, ANALÍTICA</p><p>E PÓS-ANALÍTICA</p><p>unidade 2</p><p>FUNDAMENTOS PARA ESTUDOS DE CASO VOLTADOS À EXAMES BIOQUÍMICOS</p><p>unidade 3</p><p>FUNDAMENTOS PARA ESTUDOS DE CASO VOLTADOS À EXAMES IMUNOLÓGICOS</p><p>unidade 4</p><p>FUNDAMENTOS PARA ESTUDO DE CASO VOLTADOS A EXAMES HEMATOLÓGICOS</p><p>unidade 5</p><p>FUNDAMENTOS PARA ESTUDOS DE CASO VOLTADOS À EXAMES MICROBIOLÓGICOS</p><p>unidade 6</p><p>FUNDAMENTOS PARA ESTUDOS DE CASO VOLTADOS A EXAMES</p><p>DE IMAGEM</p><p>unidade 7</p><p>FUNDAMENTOS PARA ESTUDOS DE CASO VOLTADOS A EXAMES DE URINA</p><p>unidade 8</p><p>Fundamentos para estudos de caso voltados à exames citopatológicos</p><p>unidade 9</p><p>Fundamentos para estudos de caso voltados à exames parasitológicos</p><p>Button 28:</p><p>Forms - Unicesumatr:</p><p>nos exames são capazes de embasar a to-</p><p>mada de decisão. Isso envolve avaliar se o desempenho está alinhado com as exigências</p><p>médicas associadas à utilização do sistema analítico específico em consideração. Com base</p><p>nas informações apresentadas, avalie as asserções a seguir e a relação proposta entre elas:</p><p>I - O sistema analítico ideal, seria aquele que contemplasse os parâmetros de desempenho,</p><p>como por exemplo, um sistema que apresentasse elevado grau de exatidão e precisão.</p><p>PORQUE</p><p>II - Graus de exatidão e precisão são influenciados pelos critérios de aceitabilidade ou pela</p><p>porcentagem de variação ou desvio considerados como aceitáveis pela instituição la-</p><p>boratorial. Os critérios de aceitabilidade são determinados utilizando-se amostras de</p><p>controle com valores pré-estabelecidos.</p><p>A respeito dessas asserções, assinale a alternativa correta:</p><p>a) As asserções I e II são verdadeiras, e a II é uma justificativa correta da I.</p><p>b) As asserções I e II são verdadeiras, mas a II não é uma justificativa correta da I.</p><p>c) A asserção I é uma proposição verdadeira e a II é uma proposição falsa.</p><p>d) A asserção I é uma proposição falsa e a II é uma proposição verdadeira.</p><p>e) As asserções I e II são falsas.</p><p>VAMOS PRATICAR</p><p>1</p><p>5</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>BOONE, D. J. Is it safe to have a laboratory test? Accred Qual Assur, [s. l.], v. 10, p. 5–9, 2004.</p><p>DIÁRIO OFICIAL DA UNIÃO Publicado em: 10/05/2023 | Edição: 88 | Seção: 1 | Página: 161</p><p>Órgão: Ministério da Saúde/Agência Nacional de Vigilância Sanitária/Diretoria Colegiada</p><p>Disponível em: https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/resolucao-rdc-n-786-de-5-de-maio-</p><p>de-2023-482394228. Acesso em: 3 maio 2024.</p><p>International Standard Organization. ISO/TS 22367:2008: medical laboratories: reducing</p><p>error through risk management and continual improvement: complementary element.</p><p>Geneva: ISSO, 2008.</p><p>KARLA, J.; KOPARGAONKAR. Quality improvement in clinical laboratories: a six sigma con-</p><p>cept. Pathol Lab Med Open J. [s. l.], v. 1, p.11-20, 2016.</p><p>LOPES, H. J. J. Garantia e controle de qualidade no laboratório clínico. Analisa, Belo Horizonte,</p><p>v. 2, n. 2, p. 220-250, 2003.</p><p>MARKIN, R. S. WHALEN, S. A. Laboratory automation: trajectory, technology and tactics. Clin</p><p>Chem, [s. l], v. 46, p. 764-71, 2000.</p><p>MENDES, M. E. et al. Gestão por processos no Laboratório Clínico: uma Abordagem Prática.</p><p>NewsLab, São Paulo, v. 14, n. 85, 2007.</p><p>MENDES, E. M.; OLIVEIRA, C. A. Seleção e Qualificação de Sistema Analítico. Gestão da fase</p><p>analítica do laboratório I: como assegurar a qualidade na prática. Rio de Janeiro: ControlLab, 2010.</p><p>OLIVEIRA, C. A.; MENDES, E. M. Gestão da fase analítica do laboratório: como assegurar a qua-</p><p>lidade na prática. 1. ed. Rio de Janeiro: ControlLab, 2010.</p><p>SHCOLNIK, W. Erros relacionados ao laboratório, Segurança do paciente: conhecendo os</p><p>riscos nas organizações de saúde. 2nd ed. rev.update. Rio de Janeiro: Editora FIOCRUZ, 2019,</p><p>p. 237-262.</p><p>1</p><p>1</p><p>https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/resolucao-rdc-n-786-de-5-de-maio-de-2023-482394228</p><p>https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/resolucao-rdc-n-786-de-5-de-maio-de-2023-482394228</p><p>1. Opção D. A alternativa I está correta. É fundamental que os profissionais sejam devidamente</p><p>treinados e cumprir as normas de biossegurança e boas práticas laboratoriais; A alternativa</p><p>II está correta. Como resultado do notável progresso científico e tecnológico das últimas</p><p>décadas, a complexidade dos exames laboratoriais também aumentou. Isso se dá em um</p><p>cenário onde se encontram e se relacionam procedimentos, equipamentos, tecnologia e</p><p>conhecimento humano, criando a possibilidade de ocorrerem erros laboratoriais; A alterna-</p><p>tiva III está correta: apesar do processo de automação, os erros laboratoriais podem ocorrer</p><p>em outras fases que não dependem do processo automatizado, como por exemplo, erro</p><p>de coleta do material, erro de tempo de jejum. Além disso, o uso inadequado de aparelhos</p><p>automatizados também pode gerar erros de análise; A alternativa IV está incorreta. Dados</p><p>laboratoriais incorretos têm o potencial elevado de impactar diretamente nos desfechos</p><p>dos cuidados de saúde.</p><p>2. Opção D. A afirmativa I está correta, a área da medicina laboratorial, também conhecida como</p><p>patologia clínica, é uma especialidade médica focada na utilização criteriosa do laboratório</p><p>clínico para oferecer suporte abrangente aos cuidados de saúde; A afirmativa II está correta,</p><p>dentre as três fases da corrida analítica, a que mais pode apresentar intercorrências ou erros é</p><p>a fase pré-analítica, isso ocorre tanto pela quantidade de etapas que o processo pré-analítico</p><p>apresenta, quanto pela participação de inúmeros profissionais que participam da solicitação</p><p>do exame, instruções aos pacientes, coleta, transporte, armazenamento e preparo da amostra;</p><p>A afirmativa III está correta, Segundo a International Union of Pure and Applied Chemistry, o</p><p>limite de detecção é a concentração ou quantidade mínima que um método pode detectar</p><p>com absoluta certeza através de um procedimento analítico específico; A alternativa IV está</p><p>incorreta, a habilidade do método em fornecer resultados que se aproximam do valor real</p><p>está relacionada com a exatidão</p><p>3. Opção B. Tanto a afirmativa I quanto a II estão corretas. Porém, a II não justifica a I. O sistema</p><p>analítico ideal seria realmente aquele que contemplasse os parâmetros de forma uniforme,</p><p>porém na rotina laboratorial, as variações ocorrem. Assim, a afirmativa II não representa</p><p>uma justificativa e SIM uma solução para monitorar as variabilidades analíticas através do</p><p>uso de controles pré-estabelecidos. O controle avalia os procedimentos analíticos por meio</p><p>da análise de informações obtidas a partir de testes envolvendo amostras de produtos</p><p>destinados ao controle de qualidade. Essas amostras, que podem ser substâncias líquidas</p><p>ou liofilizadas de origem humana, animal ou química, têm a finalidade de monitorar tanto a</p><p>qualidade quanto a uniformidade dos processos analíticos.</p><p>CONFIRA SUAS RESPOSTAS</p><p>1</p><p>1</p><p>UNIDADE 2</p><p>MINHAS METAS</p><p>FUNDAMENTOS PARA ESTUDOS</p><p>DE CASO VOLTADOS À EXAMES</p><p>BIOQUÍMICOS</p><p>Explorar o conceito e a importância da bioquímica.</p><p>Compreender a aplicação direta do conhecimento em bioquímica na prática laboratorial.</p><p>Descobrir os componentes básicos de espectrofotômetros utilizados em análises bioquímicas.</p><p>Entender os princípios da lei de Lambert-Beer.</p><p>Reconhecer técnicas bioquímicas voltadas ao diagnóstico laboratorial.</p><p>Conhecer os principais biomarcadores bioquímicos.</p><p>Refletir sobre a liberação dos resultados e suas possíveis consequências.</p><p>T E M A D E A P R E N D I Z A G E M 2</p><p>1</p><p>1</p><p>INICIE SUA JORNADA</p><p>Olá, estudante! Vamos juntos conhecer e explorar um pouco da bioquímica e dos</p><p>exames laboratoriais relacionados à essa área? Em algum momento, você já rea-</p><p>lizou algum tipo de exame laboratorial? Seja durante um exame de rotina anual,</p><p>ou ao investigar a causa de sintomas específicos para fornecer um diagnóstico</p><p>médico preciso. Saiba que, certamente, algum desses exames foi realizado através</p><p>de princípios e técnicas voltadas à bioquímica!</p><p>A bioquímica clínica é o campo da ciência e tecnologia dedicado à inves-</p><p>tigação dos processos metabólicos que ocorrem nos organismos vivos através</p><p>da análise de amostras de urina, fezes, sangue, entre outros materiais biológicos.</p><p>Esse ramo de avaliação e diagnóstico clínico está relacionado à pesquisa de</p><p>alterações metabólicas e moleculares que podem ocorrer em organismos e,</p><p>consequentemente, levar ao desenvolvimento de doenças.</p><p>O ser humano sempre buscou entender sobre as transformações que ocorrem</p><p>nos organismos vivos, desde sua origem até seu crescimento. Assim, as primeiras</p><p>observações relatadas por diferentes químicos, pesquisadores e filósofos esta-</p><p>beleceram os fundamentos da bioquímica conforme é reconhecida e aplicada</p><p>atualmente. É claro, estudante, que as técnicas e metodologias empregadas nos</p><p>testes bioquímicos evoluíram consideravelmente ao longo dos anos. Com o pro-</p><p>gresso dessas técnicas, os laboratórios, incluindo</p><p>a área de bioquímica, estão</p><p>introduzindo automação e tecnologia à sua rotina.</p><p>Sem dúvida, toda a automação é fundamental para a otimização da roti-</p><p>na laboratorial e para minimizar erros analíticos. Entretanto, é importante ao</p><p>profissional, o conhecimento dos princípios básicos empregados nas diferentes</p><p>técnicas e os seus respectivos métodos de controle, para garantir a interpretação</p><p>dos resultados na fase pós-analítica de maneira confiável, garantindo a credibi-</p><p>lidade do laudo liberado.</p><p>UNICESUMAR</p><p>1</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 2</p><p>DESENVOLVA SEU POTENCIAL</p><p>Estudante, como iniciamos nossa conversa, a bioquímica utiliza de prin-</p><p>cípios e técnicas específicas para examinar diferentes materiais orgânicos</p><p>e detectar alterações moleculares e metabólicas que impactam a fisiologia,</p><p>desencadeando doenças.</p><p>No contexto da saúde humana e animal, a bioquímica clínica desempe-</p><p>nha um papel crucial nos diagnósticos, analisando marcadores bioquímicos</p><p>para identificar distúrbios e monitorar tratamentos (BLITZER et al., 2008).</p><p>Podemos dizer que o setor de bioquímica clínica compreende um dos seto-</p><p>res de grande destaque em laboratórios de análises clínicas e vários tipos de</p><p>exames são realizados nesse departamento, a partir de diferentes analitos,</p><p>equipamentos e metodologias.</p><p>Estudante, você sabia que tanto os exames bioquímicos quanto exames de di-</p><p>ferentes setores do laboratório passam por dois tipos diferentes de controle de</p><p>qualidade? Esses controles visam garantir o desempenho e confiança dos exames</p><p>a partir de ensaios de proficiência e comparações interlaboratoriais. Vamos juntos,</p><p>neste Podcast, conhecer o controle interno e externo de qualidade? Quando esti-</p><p>ver pronto, aperte o play! Recursos de mídia disponíveis no conteúdo digital no</p><p>ambiente virtual de aprendizagem.</p><p>PLAY NO CONHECIMENTO</p><p>VAMOS RECORDAR?</p><p>Estudante, os exames bioquímicos, assim como todos os testes laboratoriais,</p><p>são executados em três fases, sendo elas as fases pré-analítica, analítica e pós</p><p>analítica. Para o entendimento cronológico dos testes e continuação dos estudos,</p><p>vamos recordar essas três fases? Para isso, veja o vídeo a seguir:</p><p>https://www.youtube.com/watch?v=8oqQcm0hF0c.</p><p>1</p><p>1</p><p>https://www.youtube.com/watch?v=8oqQcm0hF0c</p><p>Vamos discorrer sobre os métodos de detecção e quantificação de diferentes perfis</p><p>de biomarcadores. Para isso, inicialmente, vamos contextualizar o significado de</p><p>Biomarcadores bioquímicos e, posteriormente, explorar alguns desses perfis.</p><p>De acordo com Naylor (2003, p.525-529):</p><p>“ Marcadores biológicos são definidos como características que</p><p>podem ser medidas de forma objetiva e avaliadas como um indi-</p><p>cador de processos biológicos normais, patogênicos ou respostas</p><p>farmacológicas a uma intervenção terapêutica.</p><p>Estudante, você já se perguntou quais os princípios e metodologias que nos per-</p><p>mitem avaliar diferentes biomarcadores? Dentre as técnicas fundamentais em-</p><p>pregadas nos laboratórios de bioquímica clínica, merecem destaque os métodos</p><p>fotométricos que utilizam a medida da intensidade de luz para gerar os resulta-</p><p>dos. Entre elas, podemos citar a espectrofotometria, colorimetria, entre outras.</p><p>Realizaremos uma breve abordagem e, posteriormente, conheceremos algumas</p><p>aplicações específicas dessas técnicas. Vamos juntos conhecê-las?</p><p>PRINCÍPIOS DA FOTOMETRIA</p><p>Os métodos fotométricos referem-se a técnicas analíticas que utilizam a medida</p><p>da intensidade de luz para determinar a concentração de uma substância em</p><p>uma amostra. Essas técnicas se baseiam na interação da luz com a amostra e na</p><p>resposta resultante dessa interação relacionados a parâmetros como emissão,</p><p>dispersão, absorção, transmissão e reflexão de luz (BLITZER et al., 2008).</p><p>Estudante, quando queremos quantificar ou qualificar a presença de diferen-</p><p>tes substâncias em uma solução, uma das maneiras mais comuns é utilizarmos</p><p>a luz! Para isso, muitas vezes nos baseamos em princípios da fotometria. Isso</p><p>significa olhar como a luz interage com um soluto presente em determinada</p><p>solução, para determinar a presença ou não de determinada substância.</p><p>Resumindo, a luz é uma manifestação de radiação eletromagnética e ao inci-</p><p>dir sobre uma amostra, ocorrem excitações em diferentes comprimentos de onda.</p><p>UNICESUMAR</p><p>1</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 2</p><p>Para facilitar o seu entendimento, estudante, vamos pensar nessa técnica como</p><p>uma receita? Imagine que temos um ingrediente secreto (o soluto ou composto</p><p>cromóforo que estamos analisando e procurando em determinada amostra) e</p><p>também um reagente especial (chamado de cromogênico). Quando homogenei-</p><p>zamos o composto cromóforo com o cromogênico dessa receita, damos origem</p><p>a um produto colorido e a cor que se forma dessa mistura, nos diz exatamente</p><p>qual composto/“ingrediente secreto” está presente nessa receita.</p><p>Os métodos fundamentados nestes princípios são designados como métodos</p><p>colorimétricos, caracterizando-se comumente por sua sensibilidade e elevado</p><p>grau de especificidade.</p><p>VOCÊ SABE RESPONDER?</p><p>Pensando nessa maneira de identificar substâncias desconhecidas presentes em</p><p>diferentes soluções, você sabe como essa identificação é feita?</p><p>Através da espectrofotometria e colorimetria, torna-se possível identificar com-</p><p>ponentes desconhecidos em uma solução por meio da análise de seus espectros</p><p>nas faixas ultravioleta, visível ou infravermelha. Dessa forma, a espectrofoto-</p><p>1</p><p>4</p><p>metria refere-se à medição da intensidade de luz em comprimentos de onda</p><p>específicos (MAYERHOFER et al., 2020).</p><p>Estudante, é importante saber que diferentes compostos absorvem energia</p><p>em comprimentos de ondas diferentes e, dessa forma, exibem cores distintas.</p><p>Contudo, apenas as radiações eletromagnéticas com comprimento de onda (λ)</p><p>situadas entre 380 e 750 nanômetros são percebidas pelo olho humano. Dessa</p><p>forma, a luz visível representa uma pequena fração no espectro eletromagnético</p><p>(BLITZER et al., 2008).</p><p>Observe, a seguir, as cores dos espectros ultravioleta, visível ou infravermelha:</p><p>Comprimento de onda da luz (nm)</p><p>700</p><p>600</p><p>580</p><p>550</p><p>475</p><p>450</p><p>400</p><p>Luz</p><p>visível</p><p>Infravermelho</p><p>Ultravioleta</p><p>Figura 1 - Cores dos espectros ultravioleta, visível e infravermelha / Fonte: adaptada de Blitzer et al. (2008).</p><p>Descrição da Imagem: na imagem, observamos um olho humano e suas possibilidades de percepções dos di-</p><p>ferentes espectros. Da direita para a esquerda, o olho não percebe acima na imagem o espectro infravermelho.</p><p>Seguido do espectro infravermelho, observamos de cima para baixo, em ordem decrescente os comprimentos</p><p>de onda 700, 600, 580, 550, 475, 450 e 400 nanômetros que são perceptíveis pelo olho humano. Após os</p><p>espectros percebidos pelo olho humano, observamos da direita para a esquerda e abaixo, o espectro ultravioleta</p><p>imperceptível ao olhar humano. Fim da descrição.</p><p>LEI DE LAMBERT-BEER</p><p>Estudante, agora que você já conheceu alguns dos fundamentos da fotometria e</p><p>entendeu que cada composto absorve energia em comprimentos de onda dife-</p><p>rentes, vamos compreender a relação entre luz e a concentração de compostos</p><p>com a Lei de Lambert-Beer. Para isso, nesse primeiro momento, leia e observe</p><p>na imagem a seguir dois conceitos importantes:</p><p>UNICESUMAR</p><p>1</p><p>5</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 2</p><p>A absorbância representa a capacidade de uma substância em absorver luz em</p><p>uma determinada faixa de comprimento de onda, seja no espectro infravermelho,</p><p>visível ou ultravioleta.</p><p>A transmitância refere-se à capacidade de uma substância permitir a passagem de</p><p>luz através dela. Assim, a transmitância fornece uma medida da quantidade de luz</p><p>que é capaz de atravessar a substância.</p><p>Absorbância</p><p>Transmitância</p><p>Figura 2 - Absorbância e transmitância de luz</p><p>Descrição da Imagem: na imagem observamos um feixe de luz incidindo sobre uma cubeta. Da esquerda para</p><p>direita, observamos o feixe com intensidade de luz maior que, ao passar por uma cubeta, transmite o feixe de</p><p>luz que inicial, porém agora com uma menor intensidade luminosa. Fim da descrição.</p><p>Esses conceitos estão relacionados com</p><p>a lei de Lambert-Beer. Estudante, você</p><p>já ouviu falar nesse princípio?</p><p>A lei de Lambert-Beer é inquestionavelmente uma das leis mais importan-</p><p>tes em espectrofotometria óptica sendo indispensável para determinar uma</p><p>concentração desconhecida de qualquer substância em uma solução, usando</p><p>uma relação linear. Essa lei descreve um processo em que a quantidade de luz</p><p>absorvida ou transmitida por uma solução específica é influenciada tanto pela</p><p>1</p><p>1</p><p>concentração do soluto quanto pela espessura da solução (MAYERHOFER et</p><p>al., 2020; DATAMED, 2022).</p><p>Para entendermos, na prática, como funciona a lei de Lambert-Beer, vamos</p><p>imaginar dois sucos diferentes. O suco 1 se encontra altamente concentrado, e a</p><p>quantidade de fruta é alta em relação à água. Aplicando a lei de Lambert-Beer,</p><p>uma alta concentração de substâncias no suco 1 (a concentração da fruta, seguin-</p><p>do o raciocínio do exemplo), resultará em uma absorção de luz significativa.</p><p>Devido à alta concentração de substâncias no suco 1, este absorverá muita luz e</p><p>pouca luminosidade será transmitida, pois uma certa quantidade é absorvida pela</p><p>alta concentração de componentes no suco. Agora, vamos imaginar que o suco 2 é</p><p>mais diluído e assim apresenta maior quantidade de água em comparação com a</p><p>bebida 1. Dessa forma, a concentração de frutas presente no suco é menor no se-</p><p>gundo caso, e assim, a absorção de luz diminuirá, seguindo os fundamentos da Lei</p><p>de Lambert-Beer. No suco 2, a concentração de substâncias capazes de absorver a</p><p>luz é menor e assim, mais luminosidade será transmitida através do suco 2 diluído.</p><p>Resumindo, estudante, em um suco ou solução mais concentrada teremos</p><p>uma alta absorção e pouca transmissão de luz. Por outro lado, em um suco ou</p><p>solução diluída ou menos concentrada, haverá baixa absorção, porém mais</p><p>transmissão de luz. Essa comparação ilustra como a Lei de Lambert-Beer pode</p><p>ser usada para entender a relação entre a concentração de substâncias absorven-</p><p>tes e a absorção, afetando a emissão de luz através de uma solução.</p><p>MÉTODOS FOTOMÉTRICOS</p><p>Estudante, preparamos um vídeo para você compreender como os princípios e</p><p>conceitos relacionados aos métodos fotométricos e a Lei de Lambert-Beer, estão</p><p>envolvidos e aplicados nas dosagens e diagnósticos na bioquímica clínica. Quan-</p><p>do estiver pronto, acesse o material e fique por dentro desse tema que contribuirá</p><p>e facilitará o seu entendimento das próximas discussões. Recursos de mídia dis-</p><p>poníveis no conteúdo digital no ambiente virtual de aprendizagem.</p><p>EM FOCO</p><p>UNICESUMAR</p><p>1</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 2</p><p>Espectrofotômetro</p><p>Segundo Dias et al. (2016), o espectrofotômetro é um aparelho capaz de quan-</p><p>tificar a absorção de luz por uma substância bioquímica ou química. Através</p><p>dele, é possível mensurar a intensidade luminosa à medida que um feixe de luz</p><p>atravessa a solução da amostra. Observe, na imagem a seguir, os componentes</p><p>típicos de um espectrofotômetro:</p><p>Fonte Luminosa Colimador (lente) Prisma Solução Detector</p><p>Luz</p><p>Figura 3 - Componentes de um espectrofotômetro</p><p>Descrição da Imagem: podemos observar na imagem componentes que formam o espectrofotômetro. Da es-</p><p>querda para a direita, podemos ver uma fonte de luz, que em geral, é uma lâmpada de tungstênio. Seguido por</p><p>uma seta amarela, vemos o próximo componente do aparelho chamado colimador juntamente com um prisma que</p><p>permite selecionar comprimentos de onda específicos. Após o prisma, observamos diferentes comprimentos de</p><p>onda. Seguindo a sequência da imagem, observamos a amostra ou cubeta onde a solução é colocada. Por último,</p><p>temos um detector que mede a intensidade da luz após passagem pela amostra. Fim da descrição.</p><p>Estudante, o espectrofotômetro é uma ferramenta crucial no campo de análise</p><p>laboratorial, especialmente na quantificação de substâncias em solução. Quando</p><p>a luz passa por uma amostra, as moléculas presentes absorvem especificidades</p><p>de energia em diferentes comprimentos de onda, dependendo de suas proprie-</p><p>dades únicas (BLITZER et al., 2008). Dessa forma, o espectrofotômetro mede</p><p>a quantidade de luz captada pela amostra em relação a uma luz de referência,</p><p>gerando um espectro de absorção. Esse espectro fornece informações valiosas</p><p>sobre a concentração da substância presente na amostra. Com sua capacidade de</p><p>fornecer leituras precisas e rápidas, o espectrofotômetro desempenha um papel</p><p>importante nas análises quantitativas, contribuindo para a pesquisa e diagnóstico</p><p>em diversos campos, inclusive em diagnósticos bioquímicos.</p><p>1</p><p>8</p><p>Estudante, agora que você entende os princípios que nos permitem analisar mar-</p><p>cadores bioquímicos em diferentes amostras, vamos ver como essas técnicas são</p><p>usadas na prática? Nos laboratórios de bioquímica clínica, a maioria dos exa-</p><p>mes feitos se baseiam nas técnicas que discutimos até aqui e são frequentemente</p><p>usados para diagnosticar, monitorar e avaliar condições de saúde. Os resultados</p><p>obtidos podem ter características qualitativas ou quantitativas e, geralmente, os</p><p>valores finais da concentração do composto analisado são expressos em mmol/L,</p><p>mg/dL, U/L, entre outras escalas.</p><p>Os biomarcadores bioquímicos podem ser divididos em diferentes grupos</p><p>ou perfis que se associam tanto a fisiologia quanto a lesões e alterações meta-</p><p>bólicas em diferentes órgãos e sistemas. Assim, muitos parâmetros laboratoriais</p><p>permitem avaliar a gravidade da doença e prever o risco de evolução para formas</p><p>mais graves (HULKA, 1990).</p><p>Estudante, antes de analisarmos diferentes indicadores bioquímicos, precisa-</p><p>mos entender como os resultados obtidos são interpretados e consequentemente</p><p>nos dão o caminho para um diagnóstico. Você já ouviu falar em valores ou in-</p><p>tervalos de referência?</p><p>Intervalos de referência são faixas de valores que são normais para uma</p><p>determinada população. Essas faixas são condicionais com base em estudos</p><p>populacionais de amostras saudáveis, e representam a variação considerada normal</p><p>para um parâmetro específico analisado (FERREIRA; ANDRIOLO, 2008).</p><p>Ou seja, estudante, quando um paciente realiza exames bioquímicos para deter-</p><p>minado biomarcador, os resultados obtidos são comparados com os inter-</p><p>valos de referência para avaliar se os valores estão dentro dos limites conside-</p><p>rados normais. Se os resultados ocorrerem dentro desses intervalos, geralmente</p><p>Estudante, você sabia que a espectrofotometria não consiste no único método</p><p>fotométrico? Além dele, podemos citar a turbidimetria e a nefelometria. Ficou</p><p>curioso? Para conhecer mais técnicas fotométricas, acesse o link e veja diferentes</p><p>princípios fotométricos que são empregados na rotina de um setor de bioquímica</p><p>clínica: https://www.youtube.com/watch?v=TL0GUfRJUX8.</p><p>EU INDICO</p><p>UNICESUMAR</p><p>1</p><p>9</p><p>https://www.youtube.com/watch?v=TL0GUfRJUX8</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 2</p><p>indica que o paciente apresenta os padrões esperados para uma pessoa saudável!</p><p>Assim, os valores de referência representam um dos elementos cruciais para a</p><p>interpretação de um exame laboratorial, auxiliando os profissionais a interpretar</p><p>os resultados obtidos.</p><p>No entanto, segundo Almeida et al. (2008), é importante notar que os interva-</p><p>los de referência podem variar entre laboratórios e regiões, e podem ser ajustados</p><p>com base em diferentes características demográficas, como idade, sexo e condi-</p><p>ções específicas de saúde. Portanto, é sempre crucial interpretar os resultados em</p><p>conjunto com o contexto clínico e as características individuais do paciente.</p><p>Vejamos alguns exemplos de marcadores bioquímicos comumente usados:</p><p>BIOMARCADORES DE FUNÇÃO HEPÁTICA</p><p>Estudante, o fígado desempenha um papel crucial no armazenamento de subs-</p><p>tâncias (como das vitaminas A, D, B12, para o ferro) e hormônios. Esse órgão</p><p>está envolvido na síntese e liberação de sais biliares contribuindo para o meta-</p><p>bolismo de carboidratos, proteínas e lipídeos. Os hepatócitos representam as</p><p>principais células funcionais do órgão e são responsáveis pela maior parte das</p><p>funções metabólicas e de síntese.</p><p>A síntese da bílis é uma das</p><p>funções mais importantes desempenhadas pelo</p><p>fígado. No âmbito da digestão, os sais biliares promovem a emulsificação de</p><p>partículas lipídicas, simplificando assim sua digestão por ação enzimática. Além</p><p>disso, a bílis representa a via primária para a excreção de produtos metabólicos e</p><p>substâncias lipossolúveis por meio das fezes (SEELEY et al., 2003).</p><p>4</p><p>1</p><p>O acompanhamento da função hepática é importante para detectar a presença</p><p>de patologia ou disfunção de uma forma não invasiva. Estudante, geralmente,</p><p>os testes são feitos a partir de amostras de plasma sanguíneo. Os biomarcadores</p><p>de função hepática permitem detectar inflamação ou lesão tecidual, monitorar</p><p>a progressão de uma patologia e resposta à uma intervenção terapêutica, além</p><p>de especificar um diagnóstico.</p><p>Observe a seguir, alguns dos indicadores laboratoriais de função hepática</p><p>mais comumente solicitados em laboratórios de bioquímica clínica:</p><p>1) ALANINA AMINOTRANSFERASE (ALT)</p><p>E ASPARTATO AMINOTRANSFERASE (AST)</p><p>Possuem papel importante no metabolismo de aminoácidos. A elevação das enzimas</p><p>ALT e AST no plasma sanguíneo podem ser indicativas de lesão hepática causadas</p><p>por hepatites virais, hipóxia grave, excesso de medicamentos ou álcool, doença he-</p><p>pática gordurosa não alcoólica, entre outras. É importante destacar que não são es-</p><p>pecíficas de doenças hepáticas, visto que essas enzimas podem estar presentes em</p><p>outros órgãos. Assim, o diagnóstico precisa ser feito em conjunto com outros parâme-</p><p>tros laboratoriais e clínicos.</p><p>2) GAMAGLUTAMILTRANSFERASE (GGT)</p><p>Produzida em vários tecidos, no fígado, sua síntese ocorre de maneira difundida por</p><p>todo o órgão. O aumento nos níveis sanguíneos funciona como um indicador sensível de</p><p>doença hepática, embora não seja específico. Sua atividade pode ser elevada pelo con-</p><p>sumo de álcool e algumas drogas, mesmo na ausência de doença hepática associada.</p><p>3) FOSFATASE ALCALINA (FA)</p><p>A fosfatase alcalina é uma enzima presente em diversos tecidos, incluindo fígado, os-</p><p>sos, rins e intestino. No fígado, ela está associada principalmente aos canalículos bilia-</p><p>res. Alterações na fosfatase alcalina com alterações na GGT, quando observadas em</p><p>exames de sangue, podem indicar condições hepáticas, como hepatite, distúrbio biliar,</p><p>cirrose ou outras doenças que afetam os ductos biliares.</p><p>UNICESUMAR</p><p>4</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 2</p><p>BIOMARCADORES DE FUNÇÃO RENAL</p><p>Estudante, os rins são órgãos pertencentes ao sistema excretor humano e desem-</p><p>penham várias funções essenciais para manter o equilíbrio interno do corpo,</p><p>dentre elas a filtragem do sangue, absorção e excreção de água, regulação da</p><p>pressão sanguínea entre outras.</p><p>A avaliação precisa da função renal é extremamente importante para a prática</p><p>clínica, seja para fins diagnósticos e tratamento de doenças, dosagem adequa-</p><p>da de medicamentos, interpretação de sintomas e tomada de decisões médicas</p><p>(BOSTOM et al., 2002). Nesse contexto, de acordo com Dusse et al. (2017), a</p><p>participação do laboratório de bioquímica clínica é de grande importância, uma</p><p>vez que a maior parte das doenças renais só se manifesta clinicamente quando</p><p>mais de 50% a 75% da função renal está comprometida.</p><p>Diversos biomarcadores são propostos para diagnosticar/monitorar a função</p><p>renal e diferentes tipos de amostras, como por exemplo, plasma sanguíneo e urina</p><p>são utilizados para as análises bioquímicas. Estudante, veja a seguir alguns dos</p><p>biomarcadores utilizados na rotina laboratorial para diagnóstico e acompanha-</p><p>mento da função renal.</p><p>1) UREIA</p><p>Constitui o principal metabólito nitrogenado derivado da degradação de proteínas.</p><p>Ela é produzida no fígado e excretada pelos rins na forma de urina. Condições como</p><p>insuficiência renal, obstrução do trato urinário ou desidratação grave podem levar ao</p><p>acúmulo de ureia no sangue. Entretanto, variações na uréia podem ser causadas por</p><p>fatores além da função renal, como desidratação. Isso destaca a importância de uma</p><p>análise cuidadosa.</p><p>2) CREATININA</p><p>Corresponde a um resíduo metabólico resultante da creatina proveniente do metabo-</p><p>lismo muscular e da ingestão de carne. Níveis elevados na corrente sanguínea podem</p><p>indicar redução na função renal visto que os rins têm dificuldade em filtrar e excretar</p><p>essa substância. Níveis plasmáticos de creatinina podem estar presentes na insuficiên-</p><p>cia renal aguda ou crônica e obstrução do trato urinário.</p><p>4</p><p>1</p><p>BIOMARCADORES LIPÍDICOS</p><p>Estudante, falando dos compostos envolvidos no metabolismo de lipídios, os</p><p>fosfolipídios, colesterol e triglicerídeos representam lipídios de importância</p><p>clínica e fisiológica significativa, sendo essenciais para os processos metabó-</p><p>licos no organismo.</p><p>Os fosfolipídios desempenham um papel fundamental na formação da estru-</p><p>tura da bicamada das membranas celulares. O colesterol, por sua vez, atua como</p><p>precursor dos hormônios esteróides e da vitamina D, além de contribuir para a</p><p>composição das membranas celulares, onde desempenha um papel crucial na</p><p>modulação da fluidez e ativação de enzimas. Quanto aos triglicerídeos, estão</p><p>diretamente envolvidos no armazenamento de energia, sendo depositados em</p><p>tecidos adiposos e musculares (FALUDI et al., 2017).</p><p>Alterações nos intervalos de referência dos lipídeos podem ser encontradas</p><p>em pacientes e frequentemente são chamadas de dislipidemias. Dessa forma, as</p><p>dislipidemias referem-se a alterações nos níveis plasmáticos de lipídios, que in-</p><p>cluem principalmente o colesterol total, lipoproteínas de baixa densidade (LDL),</p><p>lipoproteínas de muito baixa densidade (VLDL), lipoproteínas de alta densidade</p><p>(HDL) e triglicerídeos. Essas alterações são frequentemente associadas a distúr-</p><p>bios metabólicos e podem ser causadas por fatores genéticos, estilo de vida, dieta</p><p>excessiva, obesidade, sedentarismo, diabetes mellitus e outras condições médicas,</p><p>aumentando o risco de complicações cardiovasculares.</p><p>Veja, a seguir, os principais biomarcadores lipídicos:</p><p>3) ÁCIDO ÚRICO</p><p>Produto natural do metabolismo das purinas, presente em alimentos e também produ-</p><p>zido de forma endógena. O controle das concentrações de ácido úrico ocorre predomi-</p><p>nantemente por meio da excreção renal, assim, problemas nos rins podem resultar em</p><p>diminuição da capacidade de filtrar e excretar o ácido úrico, levando ao seu acúmulo no</p><p>plasma sanguíneo. Condições como cálculos renais (pedras nos rins) e, em casos mais</p><p>graves, à formação de depósitos de urato nos rins, chamados de nefropatia por ácido</p><p>úrico podem estar associados ao excesso de ácido úrico.</p><p>UNICESUMAR</p><p>4</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 2</p><p>1) COLESTEROL TOTAL</p><p>Reflete a soma completa do colesterol no sangue, incluindo o LDL, HDL e o VLDL.</p><p>2) TRIGLICERÍDEOS</p><p>Forma mais comum de gordura corporal. Funcionam como fonte de energia e níveis</p><p>elevados estão associados a riscos cardiovasculares.</p><p>3) LIPOPROTEÍNAS DE ALTA DENSIDADE (HDL)</p><p>Responsável por transportar o colesterol sanguíneo para o fígado no qual o mesmo é</p><p>catabolizado reduzindo riscos cardiovasculares. Por esse motivo, muitas vezes o HDL é</p><p>conhecido como “bom” colesterol. Seus níveis mais elevados estão associados com um</p><p>bom prognóstico.</p><p>4) LIPOPROTEÍNAS DE BAIXA DENSIDADE (LDL)</p><p>Conhecido como “mau” colesterol, em excesso no sangue, o LDL pode se acumular nas</p><p>paredes das artérias formando placas ateroscleróticas. Essas placas são compostas prin-</p><p>cipalmente de colesterol, células inflamatórias e outros resíduos celulares. Com o tem-</p><p>po, as placas podem crescer, estreitando as artérias e comprometendo o fluxo sanguí-</p><p>neo. O equilíbrio adequado entre o HDL e LDL é essencial para a saúde cardiovascular.</p><p>Exames Bioquímicos</p><p>Estudante, o livro Exames Bioquímicos é uma leitura importante</p><p>para profissionais e estudantes que desejam ter sucesso na roti-</p><p>na laboratorial. Explore as aplicações práticas desses marcado-</p><p>res e aprofunde seu entendimento sobre o diagnóstico clínico.</p><p>Nesse livro, você irá encontrar os principais marcadores bioquími-</p><p>cos separados por perfis, o que facilitará seu entendimento e,</p><p>até</p><p>mesmo quando estiver no mercado de trabalho, relembrar algum</p><p>marcador importante e auxiliar no atendimento ao paciente. Uma</p><p>jornada única pelo universo dos biomarcadores aguarda você!</p><p>INDICAÇÃO DE LIVRO</p><p>4</p><p>4</p><p>NOVOS DESAFIOS</p><p>Estudante, ao longo dessa conversa, exploramos a importância da espectrofo-</p><p>tometria na quantificação de substâncias, bem como a relevância dos biomar-</p><p>cadores bioquímicos na avaliação do estado de saúde de um indivíduo. Aqui,</p><p>você percebeu a aplicação direta da bioquímica no ambiente profissional e,</p><p>em futuras práticas laboratoriais, esses princípios o guiarão na execução de</p><p>análises precisas e seguras, contribuindo para diagnósticos assertivos e um</p><p>acompanhamento clínico eficaz.</p><p>No cenário profissional, a atualização contínua e a integração de novas</p><p>tecnologias nos processos de bioquímica clínica são imperativas. Cabe a nós,</p><p>profissionais, estarmos atentos às atualizações para a liberação de um laudo</p><p>preciso e seguro. Ao consolidar esses conhecimentos, você não apenas fortale-</p><p>ceu sua base educacional, mas também está se preparando para desempenhar</p><p>um papel significativo na promoção da saúde, contribuindo para um ambiente</p><p>profissional dinâmico, constante evolução e principalmente, zelando pela se-</p><p>gurança e bom atendimento à sociedade.</p><p>UNICESUMAR</p><p>4</p><p>5</p><p>1. De acordo com os fundamentos da fotometria, a absorbância representa a capacidade de</p><p>uma substância em absorver luz proveniente de uma solução, enquanto a transmitância se</p><p>refere à capacidade de uma solução permitir a passagem de luz através dela, princípio fun-</p><p>damentado pela Lei de Lambert-Beer. A partir do enunciado, analise as sentenças a seguir:</p><p>a) A transmitância é uma medida direta da quantidade de luz, enquanto a absorção repre-</p><p>senta a quantidade de luz transmitida.</p><p>b) A absorbância e a transmitância são independentes entre si; mudanças em um parâmetro</p><p>não afetam o outro.</p><p>c) Absorção e transmissão são termos equivalentes e descrevem uma fase do comporta-</p><p>mento da luz em uma substância na espectroscopia.</p><p>d) A absorção é uma medida da quantidade de luz que passa por uma solução através de</p><p>um feixe de luz e não tem influência na quantificação de analitos.</p><p>e) A absorbância e a transmitância são inversamente proporcionais; quando a absorbância</p><p>aumenta, a transmitância diminui.</p><p>2. A lei de Lambert-Beer é inquestionavelmente uma das leis mais importantes em espectro-</p><p>fotometria óptica sendo indispensável para determinar uma concentração desconhecida</p><p>de qualquer substância em uma solução, usando uma relação linear. Durante um experi-</p><p>mento, um pesquisador analisou uma solução contendo uma substância de interesse. Ele</p><p>observou que, ao dobrar a concentração da substância na solução, a absorbância também</p><p>dobrou. De acordo com os fundamentos da Lei de Lambert-Beer e da fotometria, analise</p><p>as sentenças a seguir:</p><p>I - Quando a concentração da substância em uma solução é duplicada, a absorbância tam-</p><p>bém é duplicada, mantendo constante o caminho óptico.</p><p>II - Após duplicar a concentração da substância, a transmitância será diminuída.</p><p>III - A Lei de Lambert-Beer é válida apenas para soluções diluídas, onde a interação entre</p><p>as moléculas é mínima.</p><p>É correto o que se afirma em:</p><p>a) I, apenas.</p><p>b) III, apenas.</p><p>c) I e II, apenas.</p><p>d) II e III, apenas.</p><p>e) I, II e III.</p><p>VAMOS PRATICAR</p><p>4</p><p>1</p><p>3. Os métodos fotométricos referem-se a técnicas analíticas que utilizam a medida da in-</p><p>tensidade de luz para determinar a concentração de uma substância em uma amostra.</p><p>A Lei de Lambert-Beer descreve a relação entre a concentração de uma solução de uma</p><p>substância absorvente e a absorbância da luz que ela absorve. Essa lei é frequentemente</p><p>utilizada em espectrofotometria para quantificar a concentração de solutos em soluções.</p><p>A partir do enunciado, assinale a alternativa correta.</p><p>a) A Lei de Lambert-Beer é válida apenas para soluções diluídas, onde a interação entre</p><p>as moléculas é mínima.</p><p>b) A espessura da amostra através da qual a luz passa, é um fator que não influencia dire-</p><p>tamente na absorbância.</p><p>c) Os métodos fotométricos referem-se a técnicas analíticas que utilizam a medida da</p><p>intensidade do som.</p><p>d) A transmitância está relacionada à quantidade de luz que é absorvida por determinada</p><p>substância, sendo frequentemente expressa em porcentagem.</p><p>e) Quanto mais luz passa através de uma solução, a absorbância é baixa e a transmi-</p><p>tância é alta, e quanto mais luz é absorvida pela solução, a absorbância é alta e a</p><p>transmitância é baixa.</p><p>VAMOS PRATICAR</p><p>4</p><p>1</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>ALMEIDA, A. S. et al. Valores de referência de parâmetros bioquímicos no sangue de duas linha-</p><p>gens de camundongos. J Bras Patol Med Lab, v. 44, n. 6, p. 429-432, 2008.</p><p>BOSTOM, A. G. et al. Predictive Performance of Renal Function Equations for Patients with Chro-</p><p>nic Kidney Disease and Normal Serum Creatinine Levels. Journal of the American Society of</p><p>Nephrology, v. 13, n. 8, p. 2140-2144, 2002.</p><p>DIAS, S. L. P. et al. Química Analítica: Teoria e Prática Essenciais. Porto Alegre: Bookman, 2016.</p><p>DUSSE, L. M. S. Biomarcadores da função renal: do que dispomos atualmente? Rev Bras Anal</p><p>Clin., v. 49, n.1, p. 41-51, 2017.</p><p>FALUDI, A. A. et al. Atualização da diretriz brasileira de dislipidemias e prevenção da ateroscle-</p><p>rose. Arq Bras Cardiol., v. 109. n. 2, Supl 1, p. 1-76, 2017.</p><p>FERREIRA, C. E. S.; ANDRIOLO, A. Intervalos de referência no laboratório clínico. J Bras Patol Med</p><p>Lab., v. 44, n. 1, p. 11-16. 2008.</p><p>NAYLOR S. Biomarkers: current perspectives and future prospects. Expert Rev Mol Diagn., v. 3,</p><p>p. 525–529, 2003.</p><p>SEELEY, R. R.; STEPHENS, T. D.; TATE, P. Anatomia e Fisiologia Tradução Loures: Lusociência, 2003.</p><p>TIETZ, N. W.; BURTIS, C. A.; BRUNS, D. E. Tietz fundamentos de química clínica e diagnóstico</p><p>molecular. 7. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2016.</p><p>4</p><p>8</p><p>1. Opção E.</p><p>A preposição A está errada, pois inverte a relação entre transmissão e absorção na espec-</p><p>trofotometria. A transmissão é uma medida da quantidade de luz que passa através de</p><p>uma substância sem ser absorvida. Em contrapartida, a absorção é uma medida direta da</p><p>quantidade de luz absorvida pela substância.</p><p>A proposição B é incorreta, pois, de acordo com a Lei de Lambert-Beer, existe uma relação</p><p>logarítmica inversa entre a absorbância e a transmitância de uma substância em uma de-</p><p>terminada faixa de comprimento de onda</p><p>A proposição C está incorreta, porque a captação e a transmissão não são termos equivalentes</p><p>na espectroscopia. Na verdade, eles descrevem características opostas no comportamento</p><p>da luz ao interagir com uma substância.</p><p>A proposição D está errada, pois a absorbância não é a medida da quantidade de luz que</p><p>passa por uma solução. Ao contrário, é uma medida da quantidade de luz que é absorvida</p><p>pela solução. A absorção ocorre quando a luz incidente é absorvida por componentes da</p><p>solução, como moléculas ou íons.</p><p>A proposição E está correta visto que, em uma solução mais concentrada, teremos alta</p><p>absorção e pouca transmissão de luz. Por outro lado, em uma solução diluída ou menos</p><p>concentrada, haverá baixa absorção, porém mais transmissão de luz. Ou seja, os dois parâ-</p><p>metros são inversos.</p><p>2. Opção C.</p><p>A alternativa I é correta, pois, segundo a lei de Lambert-Beer, a concentração de substâncias</p><p>absorventes e a absorção, afetam a emissão de luz através de uma solução. Em uma solução</p><p>mais concentrada teremos uma alta absorção e pouca transmissão de luz e ao dobrar a</p><p>quantidade de substância presente na solução, dobraremos a absorção de luminosidade</p><p>A alternativa II é correta, pois a relação entre absorbância e transmitância é inversamente</p><p>proporcional. Se tivermos uma maior absorbância, consequentemente, teremos uma</p><p>menor transmitância.</p><p>A alternativa III é incorreta, pois a Lei de Lambert-Beer é válida para soluções tanto brutas</p><p>quanto soluções diluídas.</p><p>CONFIRA SUAS RESPOSTAS</p><p>4</p><p>9</p><p>3. Opção E.</p><p>A alternativa A é incorreta, pois a Lei de Lambert-Beer é válida para soluções tanto brutas</p><p>quanto soluções diluídas.</p>8 milhões de pessoas e resulta em mais de 12.500 mortes por ano. Transmitida prin- cipalmente por insetos vetores conhecidos como triatomíneos, popularmente chamados de “barbeiros”, a doença afeta milhões de pessoas, principalmente na América Latina. Ela pode ser transmitida também por transfusão de sangue, transplante de órgãos, ingestão de alimentos contaminados e de mãe para filho durante a gestação (CHIEFFI, 2001; NEVES, 2000; DE CARLI, 2011; NEVES; MELO; LINARDI, 2005). Identifique a opção que indica qual parasita é responsável pela doença humana conhecida como doença de Chagas. a) Schistosoma mansoni. b) Taenia solium. c) Leishmania brasiliensis. d) Plasmodium vivax. e) Trypanosoma cruzi. 2. Existem diversos tipos de parasitas que podem infectar humanos, animais e plantas, cada um com características únicas e estratégias de sobrevivência adaptadas ao seu hospedeiro. Alguns parasitas são inofensivos ou até mesmo benéficos para seus hospedeiros, enquanto outros causam doenças graves e podem levar à morbidade e à mortalidade. A compreen- são dos parasitas e de seus ciclos de vida é essencial para o diagnóstico, o tratamento e a prevenção de doenças parasitárias, e o controle eficaz destes organismos é crucial para garantir a saúde e o bem-estar humano e animal (CHIEFFI, 2001; NEVES, 2000; DE CARLI, 2011; NEVES; MELO; LINARDI, 2005). Sobre as classes de parasitas, leia as afirmativas a seguir: I - Os protozoários são organismos unicelulares que podem causar uma variedade de doen- ças, como malária, doença de Chagas e giardíase. Eles podem ser transmitidos pela água contaminada, pelos alimentos ou por vetores, como insetos. II - Os helmintos são divididos em nematódeos e platelmintos, e são exemplos o Ascaris lumbricoides e Taenia solium, respectivamente. III - Os coccídeos são parasitas intracelulares obrigatórios que infectam o trato gastrointes- tinal de mamíferos e aves. Exemplos incluem o Cryptosporidium parvum. VAMOS PRATICAR 1 1 1 É correto o que se afirma em: a) I, apenas. b) III, apenas. c) I e II, apenas. d) II e III, apenas. e) I, II e III. 3. O exame parasitológico de fezes é realizado com o objetivo de diagnosticar parasitos intes- tinais, identificando as diversas formas parasitárias presentes nas fezes. Os métodos quan- titativos envolvem a contagem dos ovos parasitários, o que permite avaliar a intensidade da infestação (CHIEFFI, 2001; NEVES, 2000; DE CARLI, 2011; NEVES; MELO; LINARDI, 2005). Um exemplo desses métodos é: a) Ritchie. b) Faust. c) Willis. d) Kato-Katz. e) Hoffmann. VAMOS PRATICAR 1 1 4 REFERÊNCIAS CHIEFFI, P. P. Parasitoses intestinais: diagnóstico e tratamento. São Paulo: Lemos Editorial, 2001. DE CARLI, G. A. Parasitologia clínica: seleção de métodos e técnicas de laboratório para diagnóstico das parasitoses humanas. 2. ed. São Paulo: Atheneu, 2011. NEVES, D. P.; MELO, A. L.; LINARDI, P. M. Parasitologia Humana. 11. ed. São Paulo: Atheneu, 2005. NEVES, D. P. Parasitologia Humana. 10. ed. São Paulo: Atheneu, 2000. REY, L. Parasitologia – parasitos e doenças parasitárias do homem nos trópicos ocidentais. 4. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008. 883 p. 1 1 5 1. Opção E. A preposição A está errada pois o S. mansoni é responsável pela esquistossomose. A proposição B é incorreta, pois T. solium é responsável pela teníase. A proposição C está incorreta, porque Leishmania brasiliensis leva a uma doença chamada leishmaniose. A proposição D está errada, pois o P. vivax é o agente causador da malária. A proposição E está correta, visto que a doença de Chagas, também conhecida como tripa- nossomíase americana, é uma doença parasitária, causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi. 2. Opção E. A alternativa I é correta, pois os protozoários são organismos unicelulares e eucarióticos, o que significa que possuem uma única célula com um núcleo verdadeiro. Eles são classifi- cados com base em suas características morfológicas, ciclo de vida e modo de locomoção. A alternativa II é correta. Os helmintos são vermes parasitas multicelulares que podem ser divididos em duas classes principais: nematódeos (vermes redondos) e platelmintos (vermes chatos). Os nematódeos incluem parasitas como o Ascaris lumbricoides (lombriga), Entero- bius vermicularis (oxiúros) e Trichuris trichiura (tricuríase). Os platelmintos incluem a Taenia solium (tênia) e a Schistosoma mansoni (esquistossomose). Esses vermes são classificados com base em sua morfologia externa, estrutura do sistema digestivo e características re- produtivas. A alternativa III é correta, pois os coccídeos são um grupo de protozoários parasitas intrace- lulares obrigatórios que infectam o trato gastrointestinal de mamíferos e aves. O Cryptospo- ridium parvum, que pode causar diarreia em humanos e animais é um exemplo desta classe. CONFIRA SUAS RESPOSTAS 1 1 1 3. Opção D. A alternativa A é incorreta. O método de Ritchie não é um método quantitativo de contagem de ovos parasitários, mas, sim, um método de concentração de parasitas nas fezes. A alternativa B é incorreta, o método de Faust também é usado para a concentração de parasitas, e não para a contagem quantitativa de ovos parasitários. A alternativa C está incorreta. O método de Willis é utilizado para flutuação de ovos parasi- tários, mas não é considerado um método quantitativo. A alternativa D é correta. Os métodos quantitativos envolvem a contagem dos ovos para- sitários, o que permite avaliar a intensidade da infestação. Um exemplo desses métodos é o Kato-Katz. A alternativa E é incorreta. O método de Hoffmann é utilizado para a sedimentação de larvas de parasitas e não é um método quantitativo. CONFIRA SUAS RESPOSTAS 1 1 1 MEU ESPAÇO 1 1 8 MEU ESPAÇO 1 1 9 MEU ESPAÇO 1 1 1 unidade 1 FUNDAMENTOS PARA ESTUDOS DE CASO VOLTADOS À FASE PRÉ-ANALÍTICA, ANALÍTICA E PÓS-ANALÍTICA unidade 2 FUNDAMENTOS PARA ESTUDOS DE CASO VOLTADOS À EXAMES BIOQUÍMICOS unidade 3 FUNDAMENTOS PARA ESTUDOS DE CASO VOLTADOS À EXAMES IMUNOLÓGICOS unidade 4 FUNDAMENTOS PARA ESTUDO DE CASO VOLTADOS A EXAMES HEMATOLÓGICOS unidade 5 FUNDAMENTOS PARA ESTUDOS DE CASO VOLTADOS À EXAMES MICROBIOLÓGICOS unidade 6 FUNDAMENTOS PARA ESTUDOS DE CASO VOLTADOS A EXAMES DE IMAGEM unidade 7 FUNDAMENTOS PARA ESTUDOS DE CASO VOLTADOS A EXAMES DE URINA unidade 8 Fundamentos para estudos de caso voltados à exames citopatológicos unidade 9 Fundamentos para estudos de caso voltados à exames parasitológicos Button 28: Forms - Unicesumatr: