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0.MA.Elemento Textual - Didática (1)

Ferramentas de estudo

Questões resolvidas

Quem é o principal teórico da Tendência Não-Diretiva, que defende que o processo educativo deve ser baseado na autonomia do aluno e na não-diretividade do professor?

a) Carl Rogers
b) Jean Piaget
c) Lev Vygotsky

Características da Tendência Libertadora e Libertária são abordadas no texto. Marque a alternativa correta:

a) A Tendência Libertadora valoriza a autogestão e a autonomia dos alunos, enquanto a Tendência Libertária busca a conscientização dos alunos para a transformação social.
b) A Tendência Libertadora propõe a criação de espaços de convivência e colaboração entre os alunos, enquanto a Tendência Libertária utiliza metodologias ativas e participativas.
c) Ambas as Tendências têm em comum a crítica ao modelo tradicional de ensino, mas se diferenciam na valorização do erro e do acerto como parte do processo de aprendizagem.

Existem duas tendências pedagógicas em relação ao ensino e aprendizagem: a Tendência Liberal Tecnicista e a Tendência Progressista Libertadora. Qual é a principal característica da Tendência Liberal Tecnicista?

A) Modelagem do comportamento humano através de técnicas específicas.
B) Ênfase no diálogo e na participação ativa dos alunos.
C) Valorização da cultura popular e das manifestações artísticas.

Para identificar como alcançar a aprendizagem, Bloom estabeleceu níveis hierárquicos que os alunos devem passar, ou seja, para atingir objetivos superiores, antes precisam compreender os inferiores. Para estabelecer o planejamento, é preciso considerar a área de aprendizagem, seus objetivos específicos, os instrumentos de avaliação e as atividades que precisam ser realizadas durante o processo no domínio cognitivo.

Quais são as práticas e estratégias que podem ser mais eficazes para atender às necessidades individuais da criança?

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Questões resolvidas

Quem é o principal teórico da Tendência Não-Diretiva, que defende que o processo educativo deve ser baseado na autonomia do aluno e na não-diretividade do professor?

a) Carl Rogers
b) Jean Piaget
c) Lev Vygotsky

Características da Tendência Libertadora e Libertária são abordadas no texto. Marque a alternativa correta:

a) A Tendência Libertadora valoriza a autogestão e a autonomia dos alunos, enquanto a Tendência Libertária busca a conscientização dos alunos para a transformação social.
b) A Tendência Libertadora propõe a criação de espaços de convivência e colaboração entre os alunos, enquanto a Tendência Libertária utiliza metodologias ativas e participativas.
c) Ambas as Tendências têm em comum a crítica ao modelo tradicional de ensino, mas se diferenciam na valorização do erro e do acerto como parte do processo de aprendizagem.

Existem duas tendências pedagógicas em relação ao ensino e aprendizagem: a Tendência Liberal Tecnicista e a Tendência Progressista Libertadora. Qual é a principal característica da Tendência Liberal Tecnicista?

A) Modelagem do comportamento humano através de técnicas específicas.
B) Ênfase no diálogo e na participação ativa dos alunos.
C) Valorização da cultura popular e das manifestações artísticas.

Para identificar como alcançar a aprendizagem, Bloom estabeleceu níveis hierárquicos que os alunos devem passar, ou seja, para atingir objetivos superiores, antes precisam compreender os inferiores. Para estabelecer o planejamento, é preciso considerar a área de aprendizagem, seus objetivos específicos, os instrumentos de avaliação e as atividades que precisam ser realizadas durante o processo no domínio cognitivo.

Quais são as práticas e estratégias que podem ser mais eficazes para atender às necessidades individuais da criança?

Prévia do material em texto

DIDÁTICA 
Priscila Lourenço Soares Santos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
, 
 
 
2 
 
 
SUMÁRIO 
 
1 A DIDÁTICA: INTRODUÇÃO, ABRANGÊNCIA E CONCEITUAÇÃO ............... 3 
2 HISTÓRICO DOS ESTUDOS SOBRE DIDÁTICA .......................................... 23 
3 TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS NO BRASIL ................................................ 49 
4 O PAPEL MEDIADOR DO PROFESSOR E SUAS RELAÇÕES COM O 
APRENDIZ ................................................................................................. 72 
5 O PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO, CURRÍCULO E PLANEJAMENTO DO 
ENSINO ..................................................................................................... 98 
6 GESTÃO DA SALA DE AULA E DA APRENDIZAGEM ............................... 127 
 
 
, 
 
 
3 
 
 
1 A DIDÁTICA: INTRODUÇÃO, ABRANGÊNCIA E CONCEITUAÇÃO 
Apresentação 
Bem-vindo ao módulo sobre "A Didática: introdução, abrangência e conceituação". 
Neste bloco, abordaremos diversos aspectos relacionados à didática, que é um tema 
fundamental para quem atua na área da educação. Assim, discutiremos a introdução, 
abrangência e conceituação da didática. Você terá a oportunidade de compreender o 
que é a didática, sua importância no contexto educacional e as diferentes abordagens 
teóricas que a envolvem. 
O módulo apresenta cinco subtemas que abordam diferentes aspectos da didática, 
como a relação entre educação escolar, pedagogia e didática, destacando a 
importância de cada conceito no processo educacional. Esse tópico é fundamental 
para uma compreensão mais ampla sobre a didática. 
O objeto de estudo da didática é discutido, com foco no processo de ensino. O 
estudante aprenderá sobre as diferentes etapas desse processo e como a didática 
pode ser aplicada para torná-lo mais eficiente e eficaz. Essa abordagem é relevante 
para que o discente compreenda a importância da didática para o processo de 
aprendizagem. Os componentes didáticos são explorados, destacando-se os elementos 
que compõem a didática, como objetivos, conteúdos, metodologias, avaliação, entre 
outros. Essa temática é relevante para que o estudante entenda como os 
componentes da didática se relacionam e como podem ser aplicados na prática. 
O estudante irá compreender como a didática pode contribuir para a formação de 
profissionais mais capacitados e preparados para lidar com os desafios da educação. 
Essa temática é importante para que o aluno entenda como a didática pode influenciar 
na formação do professor e na sua prática, testando diferentes metodologias e 
estratégias, ajustando-se para atender às necessidades e demandas dos alunos. Além 
disso, a prática didática estimula habilidades como observação, reflexão e análise 
, 
 
 
4 
 
crítica, bem como o desenvolvimento de habilidades de comunicação e 
relacionamento interpessoal. 
Os objetivos deste módulo são: 
• Compreender o conceito e abrangência da didática; 
• Entender a relação entre educação escolar, pedagogia e didática; 
• Conhecer o objeto de estudo da didática: o processo de ensino; 
• Identificar os componentes da didática; 
• Compreender a importância da didática na formação do professor. 
Ao final deste módulo, você terá adquirido os conhecimentos que poderão ser 
aplicados em sua atuação profissional. Por exemplo, se você for um professor, poderá 
utilizar os conhecimentos adquiridos para planejar aulas de forma mais eficaz, utilizar 
metodologias mais adequadas para cada situação e avaliar o desempenho dos alunos 
de forma mais precisa. Além disso, você irá compreender a importância da formação 
continuada na área da educação, buscando sempre atualizar seus conhecimentos e 
práticas pedagógicas. 
Em resumo, este módulo é fundamental para todos os profissionais que cursam a área 
da educação e desejam aprimorar suas práticas pedagógicas. Espero que você 
aproveite ao máximo os conteúdos vistos e possa aplicá-los em sua rotina profissional. 
1.1 Educação escolar, pedagogia e didática 
A educação escolar é um processo fundamental para o desenvolvimento humano e a 
formação de cidadãos conscientes e críticos. Nesse contexto, a pedagogia e a didática 
são áreas do conhecimento que se dedicam ao estudo da educação, buscando 
compreender as dinâmicas do processo educativo e propor estratégias para a melhoria 
da qualidade da educação. 
A pedagogia é a ciência que estuda a educação, abrangendo aspectos teóricos e 
práticos relacionados à formação dos indivíduos. A partir da análise de diferentes 
, 
 
 
5 
 
teorias educacionais, a pedagogia busca compreender as necessidades e 
características dos estudantes, bem como as melhores estratégias para promover a 
aprendizagem e o desenvolvimento humano. 
Já a didática é a área que se dedica ao estudo das estratégias e metodologias de 
ensino, buscando desenvolver práticas pedagógicas significativas. A partir da análise de 
diferentes técnicas e recursos didáticos, a didática busca propor novas formas de 
ensino que favoreçam a aprendizagem significativa e o desenvolvimento das 
habilidades e competências dos estudantes. 
No contexto educacional atual, a pedagogia e a didática são áreas fundamentais para a 
formação de professores a partir da compreensão das teorias e práticas educacionais. 
Por fim, é importante destacar que a educação escolar, a pedagogia e a didática são 
áreas que devem estar em constante evolução e atualização, a fim de acompanhar as 
mudanças sociais, tecnológicas e culturais que ocorrem na sociedade. 
1.2 Didática objeto de estudo: o processo de ensino 
Didática é uma ciência que se preocupa com o processo de ensino-aprendizagem, 
buscando compreender como as pessoas aprendem e como o conhecimento pode ser 
transmitido de forma eficiente. Essa área de estudo tem um papel fundamental na 
melhoria da qualidade da educação, uma vez que busca desenvolver estratégias 
pedagógicas mais eficientes e adequadas às necessidades dos estudantes. Assim, no 
contexto brasileiro, diversas escolas têm adotado práticas pedagógicas inovadoras, em 
consonância com os princípios da didática. Pontos importantes para refletir: 
• Definição de didática como objeto de estudo; 
• O processo de ensino como foco da didática; 
• Elementos envolvidos no processo de ensino: professor, aluno, conteúdo, 
metodologia; 
• Importância da compreensão do processo de ensino para o trabalho do 
professor; 
, 
 
 
6 
 
• Relação entre a didática e a prática pedagógica do professor; 
• Aspectos teóricos e práticos envolvidos na didática do processo de ensino; 
• Desafios enfrentados pelo professor ao aplicar a didática no processo de 
ensino; 
• Papel da didática na formação do professor; 
• A evolução da didática como objeto de estudo e sua conversação na 
atualidade. 
Na prática, a didática pode ser aplicada de diversas formas no contexto escolar. Por 
exemplo, uma escola pode utilizar recursos didáticos como jogos educativos, vídeos e 
simulações para tornar as aulas mais dinâmicas e interativas, estimulando a 
participação dos estudantes e favorecendo a aprendizagem. 
Outra estratégia didática bastante utilizada é a utilização de projetos interdisciplinares, 
que buscam integrar diferentes áreas do conhecimento em torno de um tema ou 
problema comum. Por meio dessa abordagem, os estudantes são desafiados a 
trabalhar em equipe, a pesquisar e a desenvolver soluções criativas e inovadoras. 
Além disso, a didática também pode ser aplicada na formação de professores, por 
meio da capacitação e atualização desses profissionais em relação às melhores práticas 
pedagógicas e aos recursos didáticos mais eficientes. Dessa forma, é possível 
desenvolver um corpo docente mais capacitado e preparado para enfrentar os 
desafios da educação atual. 
Um exemplo prático de aplicação da didática pode ser visto na Escola Waldorf, criada 
na Alemanha em 1919. Nessa escola, a didática é aplicada de forma a estimular a 
criatividade e a imaginaçãodos estudantes, buscando desenvolver a sua capacidade de 
pensar por si mesmos e de se expressar de forma livre e autêntica. Para tanto, a escola 
utiliza recursos como a arte, a música e a dança, além de privilegiar o contato dos 
estudantes com a natureza e o mundo real. 
, 
 
 
7 
 
Outro exemplo é a Escola da Ponte, localizada em Portugal, que se destaca pela sua 
abordagem inovadora e participativa, na qual os estudantes têm um papel ativo no 
processo educativo, decidindo o que estudar e como estudar. Nessa escola, a didática 
é aplicada de forma a estimular a autonomia e a responsabilidade dos estudantes, 
favorecendo o seu desenvolvimento pessoal e social. 
Em suma, a didática é uma área fundamental para a melhoria da qualidade da 
educação, pois busca desenvolver estratégias pedagógicas mais eficientes e adequadas 
às necessidades dos estudantes. Na prática, essa área pode ser aplicada de diversas 
formas no contexto escolar, como na utilização de recursos didáticos, na aplicação de 
projetos interdisciplinares e na formação de professores. Alguns exemplos práticos de 
aplicação da didática podem ser vistos em escolas como a Waldorf e a da Ponte, que 
se destacam pela sua abordagem inovadora e participativa. 
Uma dessas escolas é um Colégio, em São Paulo, que utiliza uma metodologia ativa 
baseada na resolução de problemas. Segundo o autor alemão Wolfgang Klafki, essa 
abordagem valoriza o processo de aprendizagem, permitindo que os alunos sejam 
sujeitos ativos no processo educativo. Ao trabalhar com problemas reais e desafiantes, 
os estudantes são incentivados a buscar soluções criativas e a construir o 
conhecimento de forma significativa. 
Outra escola que tem se destacado pela sua abordagem didática é um Instituto, 
também em São Paulo. A instituição utiliza uma abordagem centrada no aluno, em que 
o professor atua como um mediador do processo de aprendizagem. De acordo com 
Paulo Freire, autor brasileiro que influenciou a pedagogia em todo o mundo, essa 
abordagem favorece a construção do conhecimento pelo aluno, valorizando a sua 
autonomia e criatividade. 
Além dessas escolas, há outras iniciativas pedagógicas inovadoras que têm contribuído 
para a melhoria da qualidade do ensino no país. Essas práticas buscam tornar o 
processo de ensino mais participativo, envolvendo os alunos de forma ativa e 
valorizando a sua contribuição para a construção do conhecimento. 
, 
 
 
8 
 
Em suma, a didática é uma área fundamental para o desenvolvimento da educação no 
Brasil, pois busca tornar o processo de ensino mais eficiente e adequado às 
necessidades dos alunos. Escolas como um Colégio e um Instituto têm adotado 
práticas pedagógicas inovadoras. 
De acordo com o educador brasileiro Rubem Alves, essa abordagem permite que os 
alunos sejam protagonistas do seu próprio processo de aprendizagem, contribuindo 
para a sua autonomia e desenvolvimento pessoal. 
Também podemos citar uma escola municipal, em São Paulo, que adota uma 
abordagem baseada na pedagogia de projetos. Nessa metodologia, os alunos são 
incentivados a desenvolver projetos interdisciplinares, com temas que são relevantes 
para a sua comunidade. De acordo com a teoria do educador alemão Friedrich Froebel, 
essa abordagem contribui para a formação de cidadãos críticos e conscientes do seu 
papel na sociedade. 
Por fim, podemos mencionar a Escola Municipal de Ensino Fundamental, que adota 
uma abordagem que valoriza a diversidade cultural e o diálogo intercultural. De acordo 
com a teoria do educador alemão Herbart, essa abordagem permite que os alunos 
desenvolvam uma visão crítica e reflexiva sobre as diferenças culturais, contribuindo 
para a formação de cidadãos mais tolerantes e respeitosos. 
Em suma, as escolas públicas de São Paulo têm adotado práticas pedagógicas 
inovadoras, em consonância com os princípios da didática. Essas iniciativas visam 
tornar o processo de ensino mais participativo, valorizando a contribuição dos alunos 
para a construção do conhecimento e promovendo a formação integral dos mesmos. 
1.3 Os componentes da didática 
No contexto das redes públicas de ensino de São Paulo, também podemos observar a 
adoção de práticas pedagógicas inovadoras. O Programa Ensino Integral, por exemplo, 
busca promover a educação em tempo integral, com atividades extracurriculares que 
visam desenvolver habilidades socioemocionais, além do currículo básico. Segundo a 
teoria do educador alemão Johann Heinrich Pestalozzi, essa abordagem tem como 
, 
 
 
9 
 
objetivo a formação integral do aluno, valorizando as suas dimensões cognitiva, afetiva 
e social. 
Outra iniciativa que tem se destacado é a Escola da Ponte, localizada em Sorocaba, que 
adota uma metodologia que valoriza a participação ativa dos alunos na construção do 
conhecimento. De acordo com o educador brasileiro Rubem Alves, essa abordagem 
permite que os alunos sejam protagonistas do seu próprio processo de aprendizagem, 
contribuindo para a sua autonomia e desenvolvimento pessoal. 
Essas iniciativas visam tornar o processo de ensino mais participativo, valorizando a 
contribuição dos alunos para a construção do conhecimento e promovendo a 
formação integral dos mesmos. 
Para que esse processo seja facilitado de maneira adequada, é importante que os 
professores utilizem os componentes da didática em suas práticas pedagógicas. Esses 
componentes incluem: 
• Objetivos educacionais: os objetivos educacionais definem o que se espera que 
os estudantes aprendam ao final de uma determinada unidade de ensino. Eles 
devem ser claros, específicos, alcançáveis e relevantes para a realidade dos 
alunos; 
• Objetivos de aprendizagem: são metas protegidas para orientar o processo de 
ensino. Eles devem ser claros, específicos e mensuráveis, para que sejam 
alcançáveis pelos estudantes; 
• Conteúdo programático: É o conjunto de temas e assuntos que serão vistos 
durante o processo educacional. O conteúdo deve ser selecionado de acordo 
com os objetivos educacionais e com as características dos alunos, de modo a 
garantir a sua orientação e personalidade; 
• Metodologia: É o conjunto de técnicas e estratégias que o professor utiliza para 
promover a aprendizagem dos alunos. A escolha da metodologia deve levar em 
consideração tanto o conteúdo programático quanto às características dos 
, 
 
 
10 
 
alunos, de modo a tornar o processo de ensino-aprendizagem mais eficiente e 
eficaz; 
• Avaliação: É o processo pelo qual o professor verifica se os objetivos 
educacionais foram alcançados pelos alunos. A avaliação pode ser feita por 
meio de provas, trabalhos, atividades em sala de aula, entre outros 
instrumentos; 
• Recursos didáticos: São os materiais utilizados pelo professor para facilitar a 
compreensão dos alunos sobre o conteúdo programático. Esses recursos 
podem ser audiovisuais, textuais, tecnológicos, entre outros; 
• Estudantes: São os principais atores do processo de ensino-aprendizagem. Eles 
têm características individuais que devem ser levadas em consideração pelo 
professor para que o processo educacional seja adequado às suas necessidades 
e habilidades; 
• Professor: É o responsável por planejar, executar e avaliar o processo de 
ensino-aprendizagem. Ele deve possuir conhecimentos teóricos e práticos 
sobre Didática, além de estar preparado para lidar com as diversas situações 
que podem surgir em sala de aula. 
Em resumo, os componentes da Didática são elementos essenciais que devem ser 
considerados para garantir o sucesso do processo de ensino-aprendizagem. Eles 
devem ser utilizados de forma integrada e adequada, levando em consideração as 
características dos alunos e os objetivos educacionais a serem alcançados. 
1.4 A didática e a formação do professor 
As propostas e concretizações da formação inicial de professores têm gerado tensões 
devido a padrões culturais arraigados em conflito com novas demandas para o 
trabalhoeducacional. Essas tensões são decorrentes de contextos sociais e culturais 
diversos, além do desenvolvimento de novas abordagens em conhecimentos 
científicos, artísticos, letrados e tecnológicos. Assim abordamos a história da Didática 
em conjunto com a Educação, além disso, destacamos a importância da integração 
, 
 
 
11 
 
entre teoria e prática. Para embasar em obras de autores proeminentes, tais como 
Libâneo (1994, 2001), Moran (2015), Shulman (1987), Pimenta (1997, 1999), Mizukami 
(2002) e Freire (1996), que enfatizaram a bênção da Didática na capacitação 
profissional do professor. 
Surgem questionamentos sobre a evolução da formação de docentes em relação às 
necessidades sociais e educacionais das novas gerações, sua relação com perspectivas 
político-filosóficas e o papel da educação escolar. Surgem dilemas sobre a formação de 
professores para a educação básica, cujos cenários devem ser considerados e qual é o 
papel dos conhecimentos de Didática na formação de docentes. 
Esses questionamentos se expandem para a formação continuada, na qual as surgem 
em relação às escolhas feitas em diversos níveis de gestão educacional para esse tipo 
de formação, seus impactos reais, sua ancoragem em necessidades concretas em um 
contexto específico e a distância entre intenção e prática, considerando as 
possibilidades existentes em diferentes contextos. A importância da didática para a 
formação do professor é inegável, pois ela é uma das principais ferramentas que o 
docente tem à disposição para conduzir suas aulas e auxiliar seus estudantes a 
aprenderem de forma significativa e duradoura. 
A didática permite que o professor compreenda as características dos seus estudantes 
e das suas necessidades educativas, permitindo a adoção de metodologias e 
estratégias de ensino mais adequadas a cada contexto. Por meio do estudo da 
didática, o professor é capaz de criar um ambiente de aprendizagem mais estimulante 
e produtivo, que favorece a construção do conhecimento pelos estudantes. 
Segundo Libâneo (1994), a Didática da Escola Nova ou Didática Ativa, que fazia parte 
da Pedagogia Renovada, tinha como concepção a "direção da aprendizagem", onde o 
estudante era visto como sujeito do processo. Nessa perspectiva, o papel do professor 
seria criar um ambiente propício para que o aluno, partindo de suas próprias 
necessidades e interesses, pudesse buscar o conhecimento e as experiências por si só. 
 
, 
 
 
12 
 
A formação do professor também é fundamental para o desenvolvimento de uma 
prática docente eficaz. Segundo Shulman (1987), a formação do professor deve ser 
orientada para o desenvolvimento de um conhecimento pedagógico especializado, 
que permita ao docente identificar os conhecimentos prévios dos alunos, selecionar os 
conteúdos mais relevantes e utilizar metodologias de ensino mais adequadas ao 
contexto em que atua. 
Além disso, a formação do professor deve contemplar uma visão crítica da realidade 
social e educacional em que se insere. É necessário que o docente seja capaz de 
compreender as relações de poder que permeiam o sistema educacional e que possam 
atuar de forma crítica e transformadora. Outro aspecto importante da formação do 
professor é o desenvolvimento de habilidades e competências relacionadas à gestão 
da sala de aula. Segundo Tardif (2002), o professor deve ser capaz de criar um 
ambiente de aprendizagem que favoreça a participação ativa dos alunos, o diálogo e a 
cooperação. Ele também deve ser capaz de gerenciar conflitos e de lidar com situações 
difíceis que podem surgir no decorrer das aulas. 
Para Mizukami (2002), a formação do professor deve ser pensada de forma integrada, 
considerando tanto os aspectos teóricos quanto os práticos. É importante que o 
professor tenha uma formação que lhe permita compreender as teorias educacionais e 
aplicá-las de forma prática em sala de aula. Além disso, a formação do professor deve 
contemplar as diferentes áreas do conhecimento, para que ele possa ter uma visão 
mais ampla da realidade em que atua e de tecnologias educacionais. Com o avanço das 
tecnologias, tornou-se cada vez mais importante que o docente esteja familiarizado 
com as ferramentas digitais e seja capaz de utilizá-las de forma eficaz em suas aulas. 
Segundo Moran (2015), o uso de tecnologias educacionais pode contribuir para o 
desenvolvimento de habilidades e competências necessárias para a vida no século XXI, 
tais como a colaboração, a criatividade e a resolução de problemas. 
É importante destacar que a formação do professor deve ser contínua e reflexiva. O 
docente deve estar sempre em busca de atualização e de aprimoramento de suas 
práticas pedagógicas, por meio de cursos, formações e trocas de experiências com 
outros profissionais da área. Ele deve também ser capaz de refletir sobre sua própria 
, 
 
 
13 
 
prática e de avaliar constantemente os resultados de seu trabalho, buscando sempre 
aprimorar sua atuação e contribuir para a formação de cidadãos críticos e conscientes. 
Por fim, é importante ressaltar que a formação do professor não pode ser vista como 
um processo isolado. Como afirma Imbernón (2000), a formação do professor deve 
estar relacionada ao contexto social e educacional em que ele está inserido. É 
fundamental que a formação do professor leve em conta as demandas da sociedade e 
as necessidades dos alunos, para que ele possa cumprir seu papel de forma eficiente e 
contribuir para a melhoria da educação como um todo. 
Em síntese, a formação do professor é um tema complexo e fundamental para a 
educação. É um processo contínuo, que deve contemplar tanto a formação inicial 
quanto a formação continuada, integrando teoria e prática e levando em conta o 
contexto social e educacional em que o professor está inserido e deve ser encarada 
como um processo dinâmico e multifacetado, que exige o engajamento de todos os 
envolvidos na educação. 
Formação de professores na educação, já que a qualidade do ensino está diretamente 
relacionada à formação dos educadores. Abaixo estão apresentados alguns aspectos 
que podem ajudar a entender a formação de professores e questão da didática: 
• Importância da formação de professores na qualidade do ensino; 
• Cursos de licenciatura e pedagogia: objetivos e estrutura; 
• Formação continuada de professores: atualização de conhecimentos e 
aprimoramento da prática; 
• Políticas públicas de formação de professores: iniciativas do governo para 
melhorar a educação; 
• Desafios da formação de professores: baixos recursos, falta de recursos e 
infraestrutura precária. 
As políticas públicas atuais que tratam do trabalho e da formação dos professores 
apresentam algumas características importantes. Entre elas, destacam-se a defesa de 
, 
 
 
14 
 
um ensino essencialmente técnico e instrumental e a privatização dos modos de 
formação, tanto na etapa inicial quanto na continuada. Essas políticas, muitas vezes, 
apoiam-se em padronizações, estimativas em larga escala e brechas presentes em 
documentos legais, o que pode levar à destinação de recursos públicos para 
empresários da educação por meio de institutos e fundações. 
Outro aspecto relevante é a imposição de uma formação formatada e deixada à Base 
Nacional Comum Curricular da Educação Básica e às Bases Nacional Comum (BNC) da 
Formação Inicial (Resolução CNE/CP 02/2019) e Continuada (Resolução CNE/CP 
01/2020. A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) é um documento que estabelece 
os objetivos de aprendizagem e desenvolvimento que todos os estudantes devem 
alcançar na Educação Básica brasileira. Ela foi homologada em 2017 e aplica-se a todas 
as etapas e modalidades da Educação Básica, tanto na rede pública quanto privada. 
Além disso, em 2019, foi publicada a Resolução CNE/CP 02/2019, que instituiu as Bases 
Nacional Comum (BNC) da Formação Inicial dos professores, estabelecendo as 
diretrizes para os cursos de licenciatura epara a formação pedagógica de graduados 
não licenciados. Em conjunto com a Resolução CNE/CP 01/2020, que instituiu as Bases 
Nacional Comum (BNC) da Formação Continuada dos professores, as BNCs têm como 
objetivo garantir uma formação mais consistente e coerente com a BNCC para os 
professores de todo o país. 
As BNCs da Formação Inicial e Continuada dos professores estabelecem, por exemplo, 
as competências e habilidades que devem ser desenvolvidas pelos docentes, as 
metodologias e estratégias pedagógicas que devem ser adotadas e os conhecimentos 
específicos que devem ser aprofundados na formação dos professores. Assim, elas têm 
o papel de orientar e direcionar a formação dos professores de forma mais clara com 
as demandas e necessidades da Educação Básica brasileira. 
Os documentos da BNCC e BNCs da Formação Inicial e Continuada são fundamentais 
para a educação brasileira, pois estabelecem diretrizes e objetivos para a formação de 
professores e, consequentemente, para a qualidade do ensino oferecido aos alunos. A 
implementação desses documentos é um passo crucial para garantir uma educação 
, 
 
 
15 
 
mais sólida e de qualidade para todos. No entanto, a imposição dessas diretrizes pode 
ferir princípios democráticos, como a autonomia universitária, uma vez que ocorre 
sem diálogo consistente e interessado. Essas imposições ocorrem sem diálogo 
consistente e interessado, o que pode ferir princípios construídos democraticamente, 
como a autonomia universitária instituída pela Constituição Federal de 1988. 
Diante desse contexto, é fundamental que se discuta e reflita sobre as políticas 
públicas voltadas para a formação dos professores. É preciso garantir que a formação 
dos pais tolerantes em consonância com os princípios democráticos, em que a 
autonomia e a liberdade acadêmica sejam valorizadas. Além disso, é necessário que 
sejam oferecidos recursos adequados para a formação e valorização dos professores, 
visando à melhoria da qualidade do ensino em benefício dos estudantes e da 
sociedade. 
A didática é uma disciplina fundamental para a formação do professor, pois ela se 
preocupa em estudar os processos de ensino e aprendizagem e aprimorar a prática 
pedagógica. Dessa forma, é importante que a formação docente contemple o estudo 
da didática de forma prática e aplicada. 
Para isso, é possível adotar alguns modelos práticos que aprenderam para a formação 
do professor em didática, tais como: 
• Observação de aulas: uma forma de aprender a didática é observar as aulas de 
professores, vivenciar e analisar como eles planejam, organizam e aplicam as 
estratégias de ensino; 
• Estudo de casos: os professores podem estudar casos reais e discutir 
estratégias de ensino que poderiam ser aplicadas para resolver esses casos; 
• Simulações de aulas: é possível criar situações de ensino simuladas para que os 
professores possam aplicar na prática as estratégias de ensino aprendidas na 
teoria; 
, 
 
 
16 
 
• Prática reflexiva: é importante que os professores reflitam sobre suas próprias 
práticas de ensino, avaliando o que funciona bem e que precisa ser melhorado, 
buscando sempre o aprimoramento constante. 
Com esses modelos práticos, os professores podem aprimorar sua prática pedagógica 
e a aplicação dos conceitos da didática, garantindo uma educação mais eficaz e de 
qualidade para os estudantes. 
Não é possível falar sobre a didática e a formação do professor sem mencionado o 
renomado educador Paulo Freire, cujas ideias revolucionaram a educação ao redor do 
mundo. Freire acreditava que a educação é um processo dialógico e que a prática deve 
estar sempre aliada à teoria. Para ele, a didática é fundamental na formação do 
professor, pois é por meio dela que o docente é capaz de articular a teoria com a 
prática, a fim de promover uma educação crítica e transformadora. 
Paulo Freire defendia uma educação libertadora, que possibilitasse ao aluno pensar 
criticamente sobre a realidade em que vive e transformá-la. Para isso, o professor deve 
ser um mediador do conhecimento, que ajuda o aluno a construir seu próprio saber, 
por meio de diálogos e reflexões. E é justamente a didática que possibilita ao professor 
desenvolver as habilidades necessárias para essa mediação, tais como a capacidade de 
planejar, organizar e avaliar as atividades de ensino. 
Além disso, para Paulo Freire, a formação do professor não pode ser vista como um 
processo acabado, mas sim como uma prática permanente de reflexão e 
aperfeiçoamento. O educador acreditava que o professor deveria estar sempre em 
busca de novos conhecimentos e novas práticas, para que pudesse estar sempre 
atualizado e preparado para lidar com as demandas da educação. 
Em suma, a didática e a formação do professor são fundamentais para uma educação 
de qualidade e transformadora. E as ideias de Paulo Freire ainda hoje são referências 
nesse campo, por enfatizarem a importância do diálogo, da reflexão e da prática 
constante na formação docente. Que possamos seguir os passos desse grande 
educador e continuar buscando uma educação cada vez mais libertadora e crítica. 
, 
 
 
17 
 
1.5 A importância da prática didática nas aulas 
A prática didática é uma questão crucial para o desenvolvimento de aulas eficazes. É 
por meio da prática que os professores têm a oportunidade de testar metodologias e 
estratégias, bem como ajustá-las para atender às necessidades e demandas dos 
alunos. Embora a didática seja um caminho programado pela teoria, não é possível 
usá-la como um manual de orientação passo a passo, pois sua aplicabilidade depende 
das necessidades específicas que surgem no contexto de cada turma e de cada 
indivíduo. 
Um professor eficiente é aquele que se dedica a conhecer, ensinar e alcançar seus 
alunos, elaborando um plano de ensino que leve em consideração a realidade de seus 
alunos. No entanto, algumas escolas ainda adotam práticas tradicionais que limitam o 
uso de novas técnicas e métodos que poderiam ampliar o conhecimento dos alunos. 
Um exemplo disso é a utilização de provas quantitativas como único meio de 
avaliação, o que acaba medindo apenas o conteúdo memorizado pelos estudantes. 
Assim a didática também é importante para que o professor desenvolva habilidades 
como observação, reflexão e análise crítica. Ao observar o desempenho dos alunos em 
sala de aula, o professor pode identificar suas dificuldades e necessidades, e adaptar 
sua abordagem para atender a essas demandas. Além disso, a prática didática estimula 
a criatividade e a inovação, permitindo que o professor descubra novas formas de 
ensinar e de envolver os alunos na aprendizagem. 
Outro benefício da prática didática é que ela ajuda o professor a aprimorar suas 
habilidades de comunicação e relacionamento interpessoal. Ao interagir com os 
alunos, o professor aprende a se comunicar de forma clara e efetiva, a lidar com 
situações desafiadoras e a criar um ambiente de aprendizagem positivo e acolhedor. 
A prática didática também permite que o professor avalie seu próprio desempenho e 
faça ajustes para melhorar sua prática. Ao refletir sobre suas aulas e o desempenho 
dos alunos, o professor pode identificar pontos fortes e fracos em sua abordagem e 
implementar mudanças para garantir melhores resultados no futuro. 
, 
 
 
18 
 
A didática é uma ferramenta que pode ser utilizada de forma flexível e adaptável às 
necessidades e peculiaridades de cada contexto educacional. Conhecer a didática é 
fundamental para o professor que busca nortear sua prática pedagógica e aprimorar 
suas habilidades, considerando sempre o ensinar/aprender um processo em constante 
mudança. 
Um exemplo prático da importância da prática didática é quando um professor precisa 
adaptar sua abordagem de ensino para atender às necessidades específicas de um 
aluno com dificuldades de aprendizagem. Em vez de seguir um plano de aula pré-
estabelecido, o professor deveajustar sua metodologia de acordo com as 
necessidades e características individuais do aluno, utilizando estratégias diferenciadas 
para garantir sua participação ativa e sua compreensão dos conteúdos. Esse tipo de 
adaptação é essencial para garantir a inclusão e o sucesso de todos os alunos, 
independentemente de suas diferenças e dificuldades. A prática didática também pode 
ser aplicada para testar novas estratégias e metodologias de ensino, avaliando sua 
eficácia e adequação ao contexto e às demandas dos alunos. 
Por fim, investir tempo e esforço na prática didática é fundamental para o sucesso do 
ensino e da aprendizagem. É preciso valorizar a importância da prática didática para o 
desenvolvimento de uma aula de qualidade e buscar sempre aprimorar a abordagem e 
as estratégias de ensino, considerando as necessidades específicas de cada aluno e 
turma. Somente assim será possível garantir uma aprendizagem efetiva e significativa 
para todos os envolvidos no processo educativo. 
A prática didática é crucial para o desenvolvimento de aulas eficazes pois: 
• Através da prática, os professores podem testar metodologias e estratégias 
para atender às necessidades e demandas dos alunos; 
• A didática permite uma adaptação da abordagem para atender demandas 
específicas de cada turma e indivíduo; 
• A prática didática desenvolve habilidades como observação, reflexão e análise 
crítica; 
, 
 
 
19 
 
• Através da observação do desempenho dos alunos em sala de aula, o professor 
pode identificar suas dificuldades e necessidades, e adaptar sua abordagem 
para atender a essas demandas; 
• A prática didática estimula a criatividade e a inovação, permitindo que o 
professor descubra novas formas de ensinar e envolver os alunos na 
aprendizagem; 
• A prática didática ajuda o professor a aprimorar suas habilidades de 
comunicação e relacionamento interpessoal; 
• Ao interagir com os alunos, o professor aprende a se comunicar de forma clara 
e eficaz, a lidar com situações desafiadoras e criar um ambiente de 
aprendizagem positivo e acolhedor; 
• A prática didática permite que o professor avalie seu próprio desempenho e 
faça ajustes para melhorar sua prática; 
• Ao refletir sobre suas aulas e o desempenho dos alunos, o professor pode 
identificar pontos fortes, entender sua abordagem e implementar mudanças 
para garantir melhores resultados no futuro; 
• Conhecer a didática é fundamental para o professor que busca nortear sua 
prática pedagógica e aprimorar suas habilidades, considerando sempre o 
ensinar/aprender um processo em constante mudança; 
• Investir tempo e esforço na prática didática é fundamental para o sucesso do 
ensino e da aprendizagem. 
Conclusão 
Ao final deste bloco, você teve a oportunidade de mergulhar no mundo da didática, 
compreendendo sua introdução, abrangência e conceituação. Discutimos a relação 
entre educação escolar, pedagogia e didática, e exploramos o objeto de estudo da 
didática: o processo de ensino. Além disso, você aprendeu sobre os componentes da 
didática e sua importância na formação do professor. 
, 
 
 
20 
 
É importante ressaltar que todo esse conteúdo é de extrema importância para a 
construção do seu conhecimento pedagógico em sua disciplina de pedagogia. A 
didática é uma ferramenta fundamental para o sucesso do processo educacional, 
confiante para a formação de profissionais mais capacitados e preparados para lidar 
com os desafios da educação. 
Esperamos que este módulo tenha sido entendido e que você tenha adquirido novos 
conhecimentos que possam ser aplicados em sua atuação profissional. Lembre-se 
sempre da importância da didática na formação de bons profissionais da educação. 
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licenciatura) e para a formação continuada. Brasília, DF, 2015. 
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, 
 
 
23 
 
 
2 HISTÓRICO DOS ESTUDOS SOBRE DIDÁTICA 
Apresentação 
Neste bloco, abordaremos aspectos fundamentais sobre a evolução do ensino ao 
longo da história, a formação histórica da didática e como ela se desenvolveu no Brasil. 
Vamos explorar as diferentes formas de ensinar que vivemos ao longo dos tempos. 
Desde as civilizações antigas até os dias de hoje, o ensino passou por diversas 
transformações, e é importante entendermos como ele evoluiu para chegarmos às 
práticas pedagógicas que conhecemos hoje. Ainda iremos analisar a formação histórica 
da didática. Aqui, você terá a oportunidade de entender como a didática se consolidou 
como uma disciplina autônoma e quais foram os principais teóricos que contribuíram 
para sua evolução. 
Discutiremossobre a didática no Brasil. Você irá aprender sobre a história da educação 
brasileira, como a didática se desenvolveu em nosso país e quais foram as principais 
contribuições de teóricos brasileiros para a área. Temos ainda a construção de um 
debate sobre as vivências e práticas didáticas em sala de aula que são cruciais nesse 
processo, permitindo que os professores aprimorem suas habilidades e adaptem suas 
abordagens para atender às necessidades dos alunos. Além disso, essas vivências 
podem promover projetos interdisciplinares e soluções de problemas sociais, bem 
como produzir afetos que tornam uma experiência escolar significativa e prazerosa 
para os alunos. 
Os objetivos deste módulo são: 
• Compreender a evolução do ensino ao longo da história; 
• Entender como se comporta a disciplina da didática; 
• Conheça a história da educação brasileira e a evolução da didática no país. 
Este módulo é fundamental para todos os profissionais que cursam a área da educação 
e desejam compreender a evolução da didática e sua importância no contexto atual. 
, 
 
 
24 
 
Ao final deste módulo, você terá adquirido conhecimentos que poderão ser aplicados 
em sua atuação profissional. Por exemplo, se você for um professor, poderá utilizar os 
conhecimentos adquiridos para compreender como a didática evoluiu ao longo dos 
tempos e como ela pode ser aplicada em diferentes contextos de ensino. 
Além disso, você irá compreender a importância de se atualizar constantemente, 
buscando sempre novos conhecimentos e práticas pedagógicas que possam contribuir 
para a sua formação e para a melhoria da qualidade do ensino. 
Esperamos que você aproveite ao máximo os conteúdos abordados neste módulo e 
participe ativamente das discussões e atividades propostas. 
2.1 Formas de ensinar através dos tempos 
A escola é uma das instituições sociais mais importantes e, ao caminhar pela cidade, é 
possível trabalhá-la facilmente pelos seus prédios. É impressionante pensar que as 
pessoas passam, em média, quinze anos de suas vidas frequentando esse espaço. A 
história da escola e da educação acompanham todos os avanços da evolução humana, 
desde as formas primitivas de educação, mais informais, até o modelo de educação 
ministrado na escola atual. Como observa Machado (2003), a escola é um reflexo da 
sociedade e se transforma de acordo com as demandas e transformações sociais. 
Ao analisarmos a escola do ponto de vista histórico, surgem muitos questionamentos 
sobre a sua atuação e participação. A escola passou por diversas mudanças em sua 
história, desde a Educação Clássica grega, em que a educação era voltada para a 
formação de cidadãos, até a Educação Nova, no início do século XX, que pregou a 
importância do ensino científico e prático. Segundo Cunha (1992), a escola sempre 
esteve em constante mudança, sofrendo influências sociais e políticas. A partir daí, a 
educação e a escola se transformam em uma ferramenta de preparação para o 
mercado de trabalho, o que gera questionamentos sobre o papel da escola na 
formação cidadã para um estudante integral. 
É possível fazer inúmeras questões sobre o ensinar como: 
, 
 
 
25 
 
O ambiente escolar sempre existiu ou foi uma criação recente da sociedade? Como 
educadores, qual é a nossa verdadeira função? Quem tem direito à educação e como 
podemos garantir isso? Quem é o sujeito da educação e qual é o seu papel nesse 
processo? Será que somos formados para atender apenas às demandas do mercado ou 
devemos ter uma visão mais ampla e crítica da educação? Como podemos desenvolver 
habilidades e competências em nossos alunos que os preparam para um mundo em 
constante mudança? Durante a nossa formação, fomos levados a refletir sobre o papel 
da escola e o mundo que nos cerca? Como podemos atuar de forma ativa e 
transformadora na educação? Será que o processo educativo se dá apenas na escola 
ou existem outras formas de aprendizagem? Qual é a relação entre o ambiente escolar 
e a estruturação do pensamento? 
Antigamente, nas comunidades primitivas, a educação era considerada uma tarefa de 
todos e não havia uma instituição responsável por ela. Era um ensino informal que se 
dava na convivência em grupo e no aprender fazendo. A ênfase era nas coisas da vida 
coletiva, preocupadas com a sobrevivência e perpetuação dos padrões culturais. 
Através da educação informal, as comunidades primitivas transmitiram aos seus 
membros o conhecimento necessário para a sua sobrevivência e desenvolvimento, 
além de ajudar na formação da identidade cultural do grupo. O aprendizado se dava de 
forma orgânica e inter-relacionada à vida e ao trabalho, criando uma relação de 
dependência e valorização do conhecimento adquirido. 
Apesar de não existir uma instituição específica para a educação, os membros da 
comunidade eram educados por todos, criando um senso de coletividade e 
responsabilidade compartilhada. Esse modelo de educação serviu como base para as 
instituições educacionais que experimentaram posteriormente e até hoje influenciam 
a forma como pensar sobre o processo de ensino e aprendizagem. 
Desde a Antiguidade até os dias atuais, a escola passou por diversas transformações. 
Na Grécia Antiga, a educação era destinada apenas aos filhos dos nobres e era baseada 
na formação do cidadão ideal, com destaque para a educação física, a música e a 
poesia. Conforme destaca Demerval Saviani (2012), naquela época a escola se 
, 
 
 
26 
 
diferenciava do restante da sociedade por ser o local onde os jovens eram educados e 
formados para serem cidadãos. 
Durante a Idade Média, a educação era centralizada na Igreja Católica, sendo os 
mosteiros os principais locais de transmissão do conhecimento. A escola não era uma 
instituição comum, e a educação era limitada a uma elite privilegiada, principalmente 
homens da nobreza. As mulheres, por outro lado, eram consideradas inferiores e não 
recebiam uma educação formal. A Igreja, por sua vez, não tinha como objetivo 
oferecer uma educação de qualidade para todos, mas sim manter o controle sobre a 
população e propagar a doutrina religiosa. 
Com o desenvolvimento do comércio, a educação começou a se tornar mais necessária 
para a burguesia emergente. Nesse contexto, surgiu a necessidade de uma educação 
mais prática, que atendesse às necessidades da vida cotidiana e dos interesses da 
classe burguesa. Com o aparecimento da instituição escolar, a educação começou a ser 
vista como um meio de disciplinar os trabalhadores e prepará-los para a produção em 
série. 
Segundo Imbernón (2011), a educação na Idade Média era baseada na memorização e 
repetição dos conteúdos, sem levar em conta as necessidades e interesses dos alunos. 
Com o desenvolvimento do capitalismo, no entanto, a educação passou a ter uma 
função mais prática e voltada para a formação do trabalhador. Essa mudança de 
paradigma levou a uma evolução na forma de ensinar, dando mais ênfase na 
participação do aluno e na aplicação prática do conhecimento. 
Durante o Renascimento, comemoraram as primeiras escolas de gramática, que se 
destacaram pela ênfase dada ao estudo da língua latina e da retórica. Já no século XVII, 
com o incentivo das escolas de jesuítas, a educação voltou a ser pautada na moral e na 
religião. Conforme aponta Maria Lúcia de Arruda Aranha (2016), nesse período, a 
escola tinha como principal objetivo formar homens íntegros, conscientes e piedosos. 
A educação, ao longo da história, sempre foi vista como uma forma de controle social, 
e na Idade Média não era diferente. A Igreja Católica tinha o monopólio da educação e, 
por meio dela, conseguia controlar a sociedade. Como afirmou Paulo Freire, “a 
, 
 
 
27 
 
educação não transforma o mundo. A educação muda as pessoas. As pessoas mudam 
o mundo”. Isso quer dizer que a educação é uma ferramenta de transformação social, 
mas também pode ser utilizada como uma forma de manter a ordem e o controle. 
Com o desenvolvimentodo capitalismo, a educação tornou-se ainda mais importante 
para a burguesia. A escola passou a ser vista como uma forma de controle dos 
trabalhadores e de disseminação dos valores da classe dominante. Segundo Louis 
Althusser, a escola é um dos aparelhos ideológicos do Estado, responsável por 
perpetuar as desigualdades sociais. Assim, a escola não é vista como uma instituição 
neutra, mas sim como uma forma de perpetuar a ideologia dominante. 
No entanto, essa posição não é percebida pela maioria da população, que vê a escola 
como uma instituição neutra e igualitária. De fato, a escola tem um papel importante 
na formação dos cidadãos e na transformação da sociedade. Como afirmou Nelson 
Mandela, “a educação é a arma mais poderosa que você pode usar para mudar o 
mundo”. Mas é preciso reconhecer que a escola pode ser utilizada como uma forma de 
controle social, e que a ideologia dominante pode ser perpetuada por meio dela. 
A história da educação no Brasil também é marcada por essa disputa de ideologias. Os 
jesuítas criaram as primeiras escolas quando chegaram ao Brasil em 1549, com o 
objetivo de formar sacerdotes e catequizar os índios. A Companhia de Jesus era uma 
instituição criada para fortalecer e defender a Igreja Católica, e sua atuação na 
educação era influenciada pela cultura europeia. O Ratio Studiorum, plano de atuação 
dos jesuítas, privilegia uma cultura intelectual idealizada em nome da Igreja, em 
detrimento da emancipação intelectual. 
Portanto, a escola tem um papel fundamental na formação dos cidadãos e na 
transformação da sociedade, mas é preciso reconhecer que ela pode ser utilizada 
como uma forma de controle social. É importante refletir sobre o papel da escola na 
sociedade e estar atento às ideologias que estão sendo disseminadas por meio dela. 
Como afirmou Paulo Freire, “a educação não é uma coisa que se faz com a cabeça 
cheia, mas sim com a cabeça e o coração juntos”. 
, 
 
 
28 
 
No século XVIII, com o advento do Iluminismo, a escola ganha um novo significado, 
sendo vista como um espaço de formação da razão e do conhecimento científico. 
Nesse período, surgem os chamados colégios modernos, que buscavam ensinar ciência 
e filosofia, além das línguas e matemática. Segundo Paulo Freire (1996), a escola 
moderna foi a primeira a pensar na educação como um processo de formação crítica e 
reflexiva. 
Com o desenvolvimento da Revolução Industrial, a escola ganha uma nova função: a 
formação de mão de obra para a indústria. Essa nova escola, segundo Philippe 
Perrenoud (2010), tinha como objetivo preparar os alunos para o trabalho, através do 
ensino de habilidades técnicas e de disciplina. 
Já no século XX, surgem novas correntes pedagógicas, como a Escola Nova e a 
Pedagogia Progressista, que buscavam uma escola mais voltada para as necessidades 
dos alunos. Segundo Cipriano Carlos Luckesi (2011), a Pedagogia Progressista defende 
uma escola democrática e crítica, que leva em conta as condições sociais e culturais 
dos alunos. 
Para compreender a atuação da escola no Brasil, é importante destacar as tendências 
pedagógicas. É importante lembrar que nenhum método pedagógico é neutro, pois 
está enraizado no momento histórico, econômico e político no qual é formulado. 
Nesse sentido, é fundamental refletir sobre como as teorias pedagógicas são aplicadas 
no contexto brasileiro e qual o impacto disso na formação dos indivíduos. 
No século XX, o Brasil passou por diversas transformações sociais, políticas e 
econômicas. Nesse contexto, sentimentos culturais e de integração das minorias, que 
exigem uma nova abordagem da educação. Era necessária uma escola pública, leiga, 
gratuita e obrigatória para atender à demanda da industrialização em curso. Essa nova 
escola teria que ser capaz de formar indivíduos críticos e capazes de lidar com os 
desafios da sociedade moderna. 
No Brasil, a discussão sobre a educação só se intensificou no início do século XX. Esse 
debate teve início com o movimento Escola Nova na década de 20, que surgiu como 
uma crítica à educação tradicional e buscava a universalização do ensino no país. O 
, 
 
 
29 
 
movimento defende uma nova escola, onde o aluno fosse ouvido e participasse 
ativamente do processo de aprendizagem. Além disso, preconizava uma escola que 
formasse um homem novo, capaz de se adaptar às transformações da sociedade. 
Ao longo dos anos, diversas tendências pedagógicas foram se desenvolvendo no Brasil, 
cada uma com suas particularidades e influências históricas. Uma das mais 
importantes foi a pedagogia tecnicista, que surgiu na década de 1960 e teve como 
principal objetivo formar trabalhadores para a indústria em rápido crescimento no 
país. Essa abordagem pedagógica valoriza a eficiência e a produtividade, enfatizando a 
importância da disciplina e da ordem para formar indivíduos capazes de lidar com a 
complexidade do mundo do trabalho. 
Outra tendência importante foi a pedagogia crítica, que surgiu na década de 1970. Essa 
abordagem pedagógica teve como principal objetivo desenvolver a consciência crítica 
dos alunos, tornando-os capazes de compreender e transformar a realidade social. A 
pedagogia crítica valoriza a participação ativa dos alunos no processo de aprendizagem 
e a reflexão sobre a realidade social na qual estão inseridos. 
Maria Montessori, renomada representante da Pedagogia Nova, concluiu que o 
ambiente escolar ideal para crianças é uma casa com um jardim cultivado por elas 
mesmas, onde têm liberdade para aprender e se desenvolvem sem a interferência 
constante de adultos. Para Montessori, o ambiente adulto pode se tornar um 
obstáculo para o desenvolvimento natural da criança. Dessa forma, ao preparar um 
ambiente adequado aos movimentos infantis, ocorre a manifestação psíquica natural 
e, consequentemente, um aprendizado saudável. 
Já para Paulo Freire, grande expoente da educação brasileira, a escola é um espaço 
onde o diálogo entre os indivíduos mediados pelo mundo ao redor pode levar à 
transformação deste mundo. Segundo Freire, “Não devemos chamar o povo à escola 
para receber instruções, postulados, receitas, ameaças, repreensões e punições, mas 
para participar coletivamente da construção de um saber, que vai além do saber de 
pura experiência feita, que leve em conta as suas necessidades e o torne instrumento 
de luta, permitindo-lhe transformar-se em sujeito de sua própria história” (FREIRE, 
, 
 
 
30 
 
1980). Freire considera a escola como um espaço político para uma organização 
popular e para a formação de indivíduos críticos e engajados socialmente. 
A proposta de Montessori e de Freire apresenta pontos em comum, como a ideia de 
um ambiente adequado para a aprendizagem, a busca por um aprendizado que leve 
em conta as necessidades do indivíduo e a visão da escola como um espaço de 
transformação social. No entanto, enquanto Montessori enfatiza a importância do 
ambiente físico e da liberdade para o desenvolvimento natural da criança, Freire 
destaca a importância do trabalho e da participação coletiva para a formação de 
indivíduos críticos e conscientes de sua realidade social. 
Assim, pode-se afirmar que ambas as propostas têm em comum a concepção da escola 
como um espaço de transformação social e que valorizam a autonomia do indivíduo 
em seu processo de aprendizagem. Cada proposta enfatiza, no entanto, aspectos 
específicos do processo educativo, que podem ser complementares na formação de 
indivíduos críticos, conscientes e engajados em sua sociedade. 
Por fim, é importante destacar que a educação no Brasil ainda enfrenta diversos 
desafios, como a falta de investimento, a desigualdade social e a exclusão educacional. 
Na atualidade, a escola enfrenta novos desafios, como a inclusão de alunos com 
necessidades especiais e a necessidade de formação para uma cidadania global. 
Conforme destacam-se Michael Apple e James A. Beane (1997), a escola deve ser um 
espaçode transformação social e de formação de cidadãos críticos e conscientes. 
O primeiro período apresentado é o período colonial, que abrange o período de 1549 a 
1822. Nesse período, a educação era destinada apenas para os filhos da elite e tinha 
como objetivo principal catequizar os índios e formar religiosos para a igreja católica. 
As escolas eram vinculadas à igreja e utilizavam métodos autorizados para a educação. 
O segundo período apresentado é o período imperial, que vai de 1822 a 1889. Nesse 
período, a educação passou a ser vista como uma ferramenta de desenvolvimento do 
país e da formação da nação. Foi criado o ensino secundário, destinado aos filhos da 
elite, e as primeiras escolas normais para a formação de professores. Nesse período, o 
, 
 
 
31 
 
Estado assumiu o controle da educação, porém, o ensino continuou elitizado e 
autoritário. 
O terceiro período apresentado é o período republicano, que vai de 1889 a 1930. 
Nesse período, a educação passou a ser vista como um meio para a formação de 
cidadãos e para o desenvolvimento econômico do país. Foi criado o ensino primário 
obrigatório e a educação passou a ser laica. Surgiram novas escolas técnicas e 
profissionalizantes, e a formação de professores passou a ser mais valorizada. 
O quarto período apresentado é o período de 1930 a 1961. Nesse período, a educação 
foi considerada como um meio para a transformação social e para a democratização 
do país. Foi criado o Ministério da Educação e Cultura e a educação passou a ser 
gratuita e obrigatória até o ensino fundamental. Foi aperfeiçoado o sistema de escola 
única, que tinha como objetivo integrar os diferentes níveis de ensino. 
O quinto e último período apresentado é o período a partir de 1961. Nesse período, a 
educação passou a ser vista como um meio para a construção de uma sociedade. 
Foram criados novos programas educacionais e a educação passou a ser vista como um 
direito de todos. Surgiram novas universidades públicas e a educação se tornou mais 
democrática e inclusiva. 
2.2 Formação histórica da didática 
A didática tem como ideia norteadora a dimensão social e política do ensino 
transformador, baseada em uma visão de homem, educação, sociedade e mundo, que 
foi legado do século XVII para a educação e o ensino. No entanto, principalmente no 
Brasil, essa concepção ainda precisa ser apropriada pelos professores e professoras. O 
ensino em vários níveis é geralmente considerado como uma questão técnica ou 
metodológica, o que difere bastante da didática preconizada por Comênio em sua obra 
"Didática Magna", que está enraizada no ideal protestante de promoção de reformas 
da humanidade. 
No contexto brasileiro, a didática passou por percursos históricos que evidenciam as 
nuances e problemáticas do ensino em várias instituições educativas. Segundo Castro 
, 
 
 
32 
 
(1991), o conceito de didática foi obscurecido pelo conceito de método, que, por sua 
vez, também teria sido obscurecido pelo conceito de técnica. Essa abordagem técnica 
e metodológica tem levado a uma compreensão limitada da didática como uma mera 
ferramenta para o ensino, sem considerar seu papel transformador na sociedade. 
No entanto, é importante ressaltar que a didática não é apenas uma técnica ou 
metodologia, mas sim uma área de estudo que busca compreender as práticas 
educativas, seus fundamentos e objetivos. Ela está relacionada à teoria e à prática do 
ensino, incluindo a reflexão crítica sobre a realidade educacional. Dessa forma, a 
didática se torna essencial para a formação de professores comprometidos com uma 
educação transformadora e socialmente responsável. 
Em resumo, a didática surgiu como uma visão de ensino transformador, baseada em 
uma concepção social e política. No entanto, no contexto brasileiro, sua concepção 
tem sido limitada a uma abordagem técnica e metodológica, o que a distancia de sua 
verdadeira natureza. É importante que os professores e professoras se apropriem da 
didática como uma área de estudo que busca compreender as práticas educativas e 
refletir criticamente sobre a realidade educacional, contribuindo assim para uma 
educação transformadora e socialmente responsável. De acordo com Pimenta, a 
prática do ensino é uma atividade social que envolve diversos aspectos complexos. 
Essa prática é realizada por pessoas em interação com outras pessoas, ou seja, 
professores e estudantes, e é influenciada por diferentes contextos, como 
institucionais, culturais, espaciais, temporais e sociais. Além disso, essa prática 
também transforma os sujeitos envolvidos no processo, em um movimento dialético 
constante. (Pimenta, 2000) 
A apropriação dos fundamentos da didática é essencial para que o ensino seja uma 
prática social transformadora. É responsabilidade do professor e da professora 
compreenderem a didática em sua dimensão social e política, ultrapassando a 
concepção meramente técnica ou metodológica que muitas vezes permeia o ensino 
brasileiro. 
, 
 
 
33 
 
Os estudos sobre a didática, tanto como campo de conhecimento sobre o ensino, 
quanto como disciplina em cursos de formação de professores, permitem a 
investigação e a produção de um saber próprio, denominado por Pimenta (2000) como 
"epistemologia da prática". Nessa perspectiva, é possível reconhecer o professor como 
produtor de saberes e conferir estatuto próprio de conhecimento ao desenvolvimento 
dos saberes docentes. 
A didática, enquanto campo de conhecimento, oferece elementos fundamentais para 
a reflexão e a prática educativa, tornando-se uma ferramenta importante para a 
construção de um ensino crítico e transformador. Assim, a apropriação dos aspectos 
da didática que remetem aos fundamentos que devem amparar todo ensino é 
essencial para que a prática docente. 
A busca pelo conhecimento é essencial para o desenvolvimento do repertório do 
professor e da professora, permitindo que eles se tornem mais críticos e evitem ser 
influenciados por ideologias e práticas instrumentalistas. Nesse sentido, a didática é 
uma importante aliada na produção de novos saberes, promovendo uma relação entre 
teoria e prática. 
Com o acesso ao conhecimento e a habilidade na seleção desse repertório, os 
professores e professoras podem desenvolver a criticidade e evitar a neutralidade ou o 
espontaneísmo em sua prática educacional. A didática surge, assim, como uma 
ferramenta fundamental para a produção de novos saberes, promovendo o diálogo 
entre o conhecimento pessoal e a ação. 
Através do hábito da pesquisa, o professor e a professora têm a oportunidade de 
ampliar sua compreensão do mundo e da sociedade, bem como aprimorar sua prática 
educacional. A didática, como disciplina e campo de conhecimento sobre o ensino, 
possibilita a construção de uma epistemologia da prática docente, reconhecendo o 
professor como produtor de saberes e conferindo estatuto próprio de conhecimento 
ao desenvolvimento desses saberes. 
 
, 
 
 
34 
 
A história da Formação da Didática remonta ao século XVII, quando Comênio publicou 
sua obra "A Didática Magna", que estabeleceu as bases para o ensino transformador. A 
partir daí, outros autores contribuíram para o desenvolvimento da Didática, como 
Rousseau, Pestalozzi, Herbart, Dewey e Paulo Freire, cada um trazendo sua própria 
visão sobre o ensino e a educação. 
No Brasil, os estudos sobre a Didática tiveram início no século XIX, quando a formação 
de professores se tornou uma preocupação do Estado. No entanto, foi somente a 
partir dos anos 1960 que a Didática passou a ser vista como um campo de 
conhecimento autônomo e relevante para a formação de professores. Nessa época, 
surgiram pesquisadores como Dermeval Saviani, que trouxe a concepção marxista para 
a didática, e José Carlos Libâneo, que desenvolveu a abordagem crítica-sociológica. 
A formação da didática se dá em diferentes níveis, desde a formação inicial de 
professores até a formação continuada.Na formação inicial, é importante que os 
futuros professores tenham contato com as diferentes teorias e concepções da 
didática, além de desenvolverem habilidades práticas para a atuação em sala de aula. 
Já na formação continuada, os professores têm a oportunidade de aprofundar seus 
conhecimentos e refletir sobre sua prática, buscando aprimorar sua atuação. 
Um exemplo prático da formação da didática é o desenvolvimento de projetos 
pedagógicos que reflitam os fundamentos da disciplina. Para tanto, é necessário que 
os professores se apropriem dos conceitos e teorias da didática para poderem aplicá-
los de forma coerente e eficaz. Além disso, é importante que as instituições de ensino 
defendam espaços de formação continuada, como cursos, palestras e seminários, que 
possibilitem a atualização dos saberes docentes. 
Outro exemplo prático é a adoção de metodologias ativas de ensino, que envolvem os 
alunos em um processo de construção do conhecimento de forma participativa e 
reflexiva. Nesse sentido, a didática pode contribuir para a formação de professores 
capazes de atuar como mediadores no processo de aprendizagem, promovendo a 
autonomia e a criticidade dos alunos. 
, 
 
 
35 
 
Portanto, a formação da didática é fundamental para o desenvolvimento de uma 
prática pedagógica que esteja comprometida com a transformação social. Outro 
exemplo é a formação de professores para a educação inclusiva, que exige o 
desenvolvimento de competências específicas para o atendimento de alunos com 
necessidades educacionais especiais. Nesse caso, a formação da didática inclui o 
estudo de metodologias e estratégias pedagógicas que favoreçam a inclusão, bem 
como o desenvolvimento de habilidades de adaptação curricular e de trabalho em 
equipe. 
A formação da didática também pode ser aplicada no contexto da educação a 
distância, que exige a utilização de metodologias e tecnologias específicas. Nesse caso, 
os professores precisam desenvolver competências para a mediação pedagógica em 
ambientes virtuais, bem como para o planejamento e desenvolvimento de atividades e 
materiais didáticos adequados. 
Em resumo, a formação da didática é um processo contínuo e complexo, que envolve a 
reflexão sobre a prática pedagógica, o estudo das teorias e concepções da didática, e o 
desenvolvimento de habilidades práticas para a atuação em sala de aula. 
Pesquisadores da educação como Saviani, Libâneo, Pimenta e outros contribuem 
significativamente para o desenvolvimento desse campo de conhecimento, e 
programas de formação inicial e continuada oferecem aos professores oportunidades 
de conhecer e desenvolver as questões didáticas. 
2.3 A didática no Brasil 
A didática no Brasil é uma área de estudos que têm sido objeto de análise e reflexão ao 
longo de décadas. No entanto, seu conceito ainda é obscurecido por conceitos como 
método e técnica, o que afasta sua dimensão social e política. A ressignificação da 
didática no Brasil passa pela apropriação dos fundamentos que devem amparar todo 
ensino, a fim de que o ensino seja, verdadeiramente, a própria prática social. É 
importante que professores e professoras adotem os procedimentos de pesquisa para 
enriquecer seu repertório e desenvolver a criticidade. 
, 
 
 
36 
 
Um dos desafios da didática no Brasil é superar o caráter meramente técnico e 
metodológico do ensino, que se distancia da visão de homem, educação, sociedade e 
mundo proposta pela didática como legado do século XVII. A didática no Brasil tem 
uma história de nuances e problemáticas conceituais, evidenciadas pelos percursos 
históricos das várias instituições educativas do país. É preciso uma reflexão sobre a 
relação entre didática e educação, a fim de compreendermos a dimensão 
transformadora da didática. 
Autores como Paulo Freire, que consideravam a escola como espaço político para a 
organização popular, contribuíram para uma compreensão mais ampla da didática no 
Brasil. Sua visão de ensino como diálogo entre homens mediados pelo mundo ao 
redor, é uma possibilidade para a ressignificação da didática no país. 
A didática no Brasil precisa ressignificar a dimensão social e política do ensino, como 
proposto por Comênio em A Didática Magna, enraizada no ideal protestante de 
promoção de reformas da humanidade. A ressignificação da didática no Brasil passa 
pela produção de um saber próprio, o que Pimenta (2000) denomina de uma 
“epistemologia da prática docente”. Isso significa que o professor e a professora 
devem desenvolver seu repertório por meio da pesquisa e do diálogo entre teoria e 
prática. 
A didática no Brasil tem possibilidades para a sua ressignificação, a partir da 
compreensão de que o ensino deve ser uma prática social e política. Isso implica na 
adoção de uma visão de homem, educação, sociedade e mundo que esteja em 
consonância com a dimensão transformadora da didática. 
Autores como Candau (1983) defenderam uma transição da didática instrumental para 
a didática fundamental, contextualizada e comprometida com as transformações 
sociais e educacionais. No entanto, a disciplina quase desapareceu em um primeiro 
momento, sendo substituída pela filosofia, sociologia e história da educação. Pimenta 
(2018) chamou essa fase de "primeira onda crítica". 
 
, 
 
 
37 
 
Em seguida, a didática passou por um processo de reestruturação, sendo reconhecida 
como um campo de conhecimento essencial para a atividade docente. A valorização 
do compromisso com os resultados do ensino, o protagonismo docente e a 
consideração do contexto, contradições da escola e sociedade foram importantes para 
essa mudança. Pimenta (2018) denominou essa fase de "segunda onda crítica". 
A "terceira onda crítica" questiona os resultados das pesquisas desenvolvidas na 
didática crítica. Pimenta (2018) questiona se essas pesquisas têm propiciado a 
construção de novos saberes e engendrado novas práticas que superem as situações 
de desigualdade social, cultural e humana produzidas na escola. Além disso, ele 
questiona a quem interessa manter essa desigualdade. 
Para ressignificar a didática no Brasil, é importante considerar suas problemáticas 
conceituais e nuances. A didática precisa ser entendida como uma disciplina que 
dialoga com outras áreas do conhecimento, como a sociologia, filosofia e história da 
educação. É necessário reconhecer o papel da didática na formação docente e sua 
importância para a melhoria da qualidade do ensino. 
Exemplos práticos de ressignificação da didática podem ser observados em projetos 
pedagógicos que valorizam a participação ativa do aluno no processo de aprendizagem 
e no desenvolvimento de atividades que considerem a realidade e diversidade cultural 
dos estudantes. Além disso, a criação de espaços de reflexão e debate sobre as 
práticas pedagógicas também pode contribuir para a ressignificação da didática. 
Por fim, é importante destacar a necessidade de se refletir constantemente sobre a 
didática e sua relação com a realidade educacional do país. A didática deve ser vista 
como uma ferramenta para transformação social e não apenas como um conjunto de 
técnicas de ensino. A ressignificação da didática passa pela reflexão crítica e ação 
transformadora. 
Diversas teorias inspiradas com o objetivo de refletir sobre as questões relacionadas à 
didática no Brasil, tais como a Didática Crítica-Intercultural, a Didática Crítica Dialética 
Reafirmada, a Didática Desenvolvimental, a Didática Sensível e a Didática 
Multidimensional. Essas teorias buscam enfatizar a importância da contextualização e 
, 
 
 
38 
 
do compromisso social na prática pedagógica, buscando superar as desigualdades 
educacionais. 
Diante da evolução contínua da didática, a pesquisa tem como objetivo analisar a 
trajetória da disciplina no Brasil. A didática aponta caminhos para a superação das 
desigualdades educacionais por meio da criação de novas práticas pedagógicas, da 
formação adequadados professores e da implementação de políticas educacionais 
efetivas. 
Com a emergência de teorias críticas, a didática passou por um processo de 
transformação em que se reconhece a importância de se considerar as contradições da 
sociedade e da escola, bem como o protagonismo docente na prática educativa. Essa 
evolução pode ser compreendida como uma das fases da trajetória da didática no 
Brasil, o que foi denominado por Pimenta (2018) como a "segunda onda crítica". 
A didática no Brasil tem passado por mudanças significativas nos últimos anos. Uma 
das principais tendências atuais é a adoção de uma abordagem mais centrada no 
aluno, que valoriza a aprendizagem ativa e participativa. Esse modelo de ensino coloca 
o estudante no centro do processo de aprendizado, incentivando-o a desenvolver suas 
próprias habilidades e competências. 
Nesse contexto, a tecnologia tem desempenhado um papel fundamental na promoção 
da aprendizagem ativa. Cada vez mais, as escolas estão utilizando recursos digitais, 
como plataformas de ensino online, jogos educativos e aplicativos interativos, para 
engajar os estudantes e tornar o processo de aprendizado mais dinâmico e envolvente. 
Tópicos sobre a didática no Brasil: 
1. Definição de didática 
• A didática é uma disciplina que se preocupa com a forma como o 
conhecimento é transmitido e aprendido. 
• Ela se concentra no desenvolvimento de estratégias de ensino eficazes e na 
avaliação do processo de aprendizagem. 
, 
 
 
39 
 
2. História da didática no Brasil 
• A didática tem uma longa história no Brasil, remontando aos jesuítas no século 
XVI. 
• Durante os séculos XIX e XX, a didática passou por diversas mudanças e 
reformulações, refletindo mudanças na política educacional do país. 
• A partir dos anos 90, a didática no Brasil começou a ser influenciada por 
correntes pedagógicas internacionais, como a pedagogia crítica. 
3. Papel da didática na formação de professores 
• A didática é uma disciplina fundamental na formação de professores, uma vez 
que fornece ferramentas para a criação de aulas eficazes e engajadoras. 
• Ela também ajuda os professores a avaliar o processo de aprendizagem de seus 
alunos e a adaptar sua metodologia de ensino em resposta a esse processo. 
4. Desafios enfrentados pela didática no Brasil 
• A didática no Brasil enfrenta diversos desafios, incluindo a falta de recursos e 
treinamento para professores. 
• Além disso, há uma necessidade crescente de incorporar tecnologia e 
metodologias inovadoras no processo de ensino-aprendizagem. 
5. Tendências atuais na didática no Brasil 
• Tendências atuais na didática no Brasil incluem uma maior ênfase na 
aprendizagem ativa. 
2.4 Didática no Brasil atual uso de metodologias ativas 
No Brasil, uma discussão sobre a importância da didática vem ganhando cada vez mais 
espaço, especialmente com a crescente adoção de metodologias ativas de ensino, que 
mantêm o aluno como protagonista do processo educacional. Neste contexto, é 
importante compreender a importância da didática no contexto educacional brasileiro 
, 
 
 
40 
 
atual e como as metodologias ativas podem ser aplicadas para tornar o ensino mais 
efetivo e engajador. Neste conteúdo, abordaremos as principais questões relacionadas 
à didática no Brasil atual e ao uso de metodologias ativas, apresentando exemplos de 
boas práticas e discutindo os desafios e oportunidades desse modelo de ensino. 
Outra tendência importante na didática no Brasil é o uso de metodologias ativas, que 
estimulam a participação ativa dos alunos nas atividades de sala de aula. Essas 
metodologias, que incluem o ensino por projetos, a sala de aula invertida e a 
aprendizagem baseada em problemas, são mais flexíveis e adaptáveis às necessidades 
individuais de cada estudante, permitindo uma aprendizagem mais personalizada e 
significativa. 
Por fim, a valorização da interdisciplinaridade também é uma tendência atual na 
didática no Brasil. Cada vez mais, as escolas estão buscando integrar diferentes áreas 
do conhecimento em seus currículos, incentivando os alunos a pensar de forma mais 
ampla e criativa. Isso pode ser feito, por exemplo, por meio da realização de projetos 
que envolvam diferentes disciplinas, ou da realização de atividades que promovam a 
reflexão sobre questões sociais e ambientais. 
Nos últimos anos, o campo da educação no Brasil tem passado por mudanças 
significativas, e uma das tendências atuais na didática é a ênfase na aprendizagem 
ativa. Isso significa que os alunos não são apenas receptores passivos de informações, 
mas também são incentivados a participar ativamente de seu próprio processo de 
aprendizagem. 
Caro cursista, é de extrema importância que você entenda a compreensão do uso de 
exemplos práticos ao trabalhar com metodologias ativas em sala de aula. A 
metodologia ativa busca extrair o potencial do aluno, despertando curiosidade e 
motivando-o a descobrir novos conceitos, teorias e perspectivas próprias e diferentes 
dos ensinados pelo professor. 
Nesse modelo de ensino, o professor assume o papel de mediador, permitindo que o 
aluno seja o protagonista do processo de aprendizagem. Ele deixa de ser a única fonte 
de informação e incentiva o aluno a pesquisar, pensar criticamente e desenvolver suas 
, 
 
 
41 
 
próprias análises sobre o tema. Com isso, o objetivo do aprender é facilmente 
alcançado de forma exigente e com maior propriedade. 
Em muitas escolas, essa abordagem é aplicada por meio de metodologias ativas, como 
o ensino baseado em projetos, em que os alunos são desafiados a desenvolver um 
projeto prático em grupo, e o ensino por investigação, em que eles são estimulados a 
investigar um problema e buscar soluções para ele. 
Os princípios que constituem as metodologias ativas incluem: 
• A centralidade do estudante no processo de ensino e aprendizagem; 
• A autonomia do estudante a reflexão; 
• A problematização da realidade; 
• O trabalho em equipe; 
• A inovação (por meio das TIC - tecnologias da informação e comunicação); 
• O papel do professor como mediador e facilitador. 
As metodologias ativas são uma abordagem de ensino que tem ganhado cada vez mais 
espaço nas salas de aula. Isso porque elas são capazes de transformar a experiência de 
aprendizagem dos estudantes, tornando-a mais significativa e envolvente. Com essa 
abordagem, os estudantes são incentivados a se tornarem mais autônomos e 
participativos em seu próprio processo de aprendizagem, desenvolvendo habilidades 
importantes, como o pensamento crítico e a resolução de problemas. 
Outra vantagem das metodologias ativas é que elas permitem que os alunos sejam os 
protagonistas do processo de aprendizagem, enquanto o professor assume um papel 
mais de orientador. Isso significa que os estudantes são incentivados a tomar 
iniciativas, a debaterem suas ideias, a trabalharem em equipe e se tornarem mais 
responsáveis pela construção do seu conhecimento. 
Um exemplo prático de como essa tendência é aplicada em uma escola de ensino 
fundamental é o uso de jogos educativos em sala de aula. Em vez de apenas transmitir 
, 
 
 
42 
 
conhecimento de maneira passiva, os professores criam jogos interativos que 
envolvem os alunos em atividades divertidas e desafiadoras. Isso torna a 
aprendizagem mais envolvente e aumenta a motivação dos alunos para aprender. 
Além disso, a aprendizagem ativa também envolve uma abordagem mais 
personalizada para a educação. Isso significa que os professores precisam estar 
atentos às necessidades individuais de cada estudante e criar um ambiente de 
aprendizagem que seja adaptado às suas necessidades específicas. 
Outra tendência importante na didática no Brasil é o uso de tecnologia educacional. As 
escolas estão cada vez mais integrando a tecnologia em suas aulas, utilizando 
ferramentas como plataformas de aprendizagem online, jogos educacionais digitais e 
recursos multimídia para enriquecera experiência de aprendizagem dos alunos. 
Em resumo, as tendências atuais na didática no Brasil estão focadas em proporcionar 
uma experiência de aprendizagem mais envolvente, interativa e personalizada para os 
estudantes. Isso significa que os professores precisam estar preparados para aplicar 
metodologias ativas em suas aulas, usar tecnologia educacional de forma eficaz e estar 
atentos às necessidades individuais de cada estudante. 
2.5 Vivências e práticas didáticas 
As vivências e práticas didáticas são aspectos fundamentais da formação e atuação dos 
professores. Elas envolvem a experiência prática do professor em sala de aula, bem 
como suas reflexões sobre a teoria e a aplicação das metodologias e estratégias 
pedagógicas. A partir das vivências e práticas didáticas, os professores têm a 
oportunidade de aprimorar suas habilidades de comunicação, relacionamento 
interpessoal, observação, reflexão crítica e análise de resultados. Além disso, as 
vivências e práticas didáticas permitem aos professores experimentar diferentes 
abordagens e metodologias, identificar desafios e oportunidades, e ajustar sua prática 
pedagógica para atender às necessidades e demandas dos estudantes. Nesse sentido, 
as vivências e práticas didáticas são uma parte essencial do processo de formação e 
desenvolvimento dos professores. 
, 
 
 
43 
 
As vivências e práticas didáticas são fundamentais para o processo de ensino-
aprendizagem nas escolas. Segundo Freire (1996), "ensinar não é transferir 
conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua própria produção ou a sua 
construção". Ou seja, o papel do professor não é apenas transmitir conteúdos, mas sim 
possibilitar que os alunos desenvolvam suas habilidades e conhecimentos a partir de 
experiências significativas em sala de aula. 
Nesse sentido, é importante destacar a importância da formação continuada dos 
professores para que possam aprimorar suas práticas didáticas. Conforme afirma 
Libâneo (2010), "a formação de professores é um processo contínuo e permanente, 
em que o professor aprende a aprender, a refletir sobre sua prática e a aprimorá-la". 
Dessa forma, é preciso que os professores tenham acesso a cursos de formação que 
abordem novas metodologias e estratégias para aprimorar suas práticas. 
Porém, é importante ressaltar que a prática didática deve ser desenvolvida com 
cuidado e atenção aos pontos críticos. Segundo Luckesi (2011), "o professor não deve 
se limitar apenas a aplicar técnicas e estratégias, mas sim refletir constantemente 
sobre sua prática e avaliar se está atingindo os objetivos propostos". É necessário, 
portanto, que o professor esteja sempre atento às necessidades e peculiaridades de 
cada turma e aluno, para que possa adaptar sua abordagem e garantir uma 
aprendizagem efetiva. 
Um dos pontos fortes de se desenvolver vivências e práticas didáticas é a possibilidade 
de promover projetos interdisciplinares. Conforme destaca Fazenda (2002), "a 
interdisciplinaridade implica um olhar para além das disciplinas, buscando uma 
compreensão mais ampla e integrada do mundo". Dessa forma, é possível que os 
alunos desenvolvam habilidades e conhecimentos em diferentes áreas do saber, 
promovendo uma formação mais completa e integrada. 
Além disso, as práticas educativas podem ser direcionadas para solucionar problemas 
reais da comunidade. De acordo com Demo (1996), "a educação problematizadora visa 
a promover a autonomia e a emancipação dos sujeitos, através da reflexão crítica 
sobre a realidade". Dessa forma, os projetos desenvolvidos pelos alunos em sala de 
, 
 
 
44 
 
aula podem ser voltados para a solução de problemas sociais, contribuindo para a 
formação de cidadãos críticos e conscientes. 
De acordo com Vigotski (1996), a vivência com professores e atividades escolares pode 
transformar a relação do aluno com o meio e o significado atribuído a ele. O que antes 
era encarado como uma obrigação pode se tornar um prazer e fonte de alegria. Essa 
transformação não só dá novo sentido às atividades escolares, mas também 
transforma o próprio aluno. Pitágoras, por exemplo, considerou que a relação afetiva 
com o estudo da matemática potencializava sua atividade ao máximo, gerando um 
estado de felicidade e completude. 
Essas experiências nas relações dos discentes com os estudos escolares são exemplos 
de vivências que afetam as emoções, conforme apontado por Espinosa (2008). Tais 
vivências educativas orientam a produção de sentidos pessoais que potencializam a 
atividade estudantil, confiantes para o desenvolvimento tanto como alunos quanto 
como pessoas. É importante destacar que essas vivências são construídas a partir das 
relações protegidas com os professores e atividades propostas por eles, o que reforça 
a importância de uma abordagem didática cuidadosa e intencional. 
Assim, fica evidente que a relação entre os discentes e o processo de escolarização é 
muito mais complexa do que apenas uma questão de cumprimento de obrigações. As 
vivências e práticas didáticas são fundamentais para a produção de afetos que 
potencializam o desejo pelo aprendizado e transformam a experiência escolar em algo 
significativo e prazeroso. Por isso, é importante que os professores estejam atentos à 
construção dessas vivências e ações educativas intencionais que possam contribuir 
para uma relação mais positiva dos alunos com a escola e o processo de 
aprendizagem. 
Por fim, é importante destacar que as vivências e práticas didáticas são fundamentais 
para a construção de uma educação transformadora e comprometida com a formação 
integral dos alunos. Conforme afirma Gadotti (1994), "a educação transformadora é 
aquela que busca a transformação da sociedade e a formação de cidadãos críticos e 
participativos". Dessa forma, é preciso que os professores desenvolvam práticas 
, 
 
 
45 
 
didáticas que estimulem o pensamento crítico e a participação ativa dos alunos no 
processo educativo. 
Conclusão 
Neste segundo bloco da disciplina de didática, abordamos três subtemas que nos 
levaram a entender a evolução do ensino ao longo da história, desde as civilizações 
antigas até os dias de hoje. Discutimos como a didática se consolidou como uma 
disciplina autônoma, suas principais teorias e teóricos que toleram para sua evolução, 
e a didática no contexto brasileiro, sua história e suas principais contribuições. 
Compreender a evolução do ensino é essencial para entendermos as práticas 
pedagógicas atuais e as possibilidades de inovação que podem ser aplicadas em sala 
de aula. A formação histórica da didática nos mostra a importância de se pensar a 
prática docente de forma crítica e reflexiva, buscando sempre aprimoramento e 
atualização. 
A didática no Brasil nos apresenta a realidade do ensino em nosso país, suas 
conquistas e desafios, e a importância de se pensar em práticas pedagógicas que 
levem em conta a diversidade cultural, social e educacional que caracteriza a realidade 
brasileira. 
A crescente adoção de metodologias ativas de ensino que mantêm o aluno como 
protagonista do processo educacional. O uso de metodologias ativas, como 
aprendizagem baseada em projetos, sala de aula invertida e aprendizagem baseada 
em problemas, permite um ensino mais flexível e adaptável às necessidades 
individuais dos alunos, promovendo uma aprendizagem personalizada e significativa. 
Além disso, o ensino interdisciplinar está sendo mais valorizado, e o papel do professor 
está deixando de ser a única fonte de informação para ser um mediador, permitindo 
que o aluno seja o protagonista de seu próprio processo de aprendizagem. O 
aprendizado ativo incentiva a autonomia do aluno, o pensamento crítico e as 
habilidades de resolução de problemas, tornando a experiência de aprendizagem mais 
envolvente e eficaz. São apresentados exemplos de boas práticas e os desafios e 
oportunidades deste modelo de ensino. 
, 
 
 
46 
 
As vivênciase práticas didáticas são fundamentais para a formação e desenvolvimento 
dos professores, bem como para o processo de ensino e aprendizagem nas escolas. 
Elas envolvem a experiência prática do professor em sala de aula, bem como suas 
reflexões sobre a teoria e a aplicação das metodologias e estratégias pedagógicas. A 
partir dessas vivências e práticas, os professores têm a oportunidade de aprimorar 
suas habilidades e adaptar sua abordagem para atender às necessidades e demandas 
dos alunos, promovendo projetos interdisciplinares e voltados para a solução de 
problemas sociais. Essas vivências também são fundamentais para a produção de 
afetos que potencializam o desejo pelo aprendizado e transformam a experiência 
escolar em algo significativo e prazeroso para os alunos. 
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, 
 
 
49 
 
 
3 TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS NO BRASIL 
Apresentação 
Neste bloco, é importante destacar que as tendências pedagógicas brasileiras foram 
influenciadas pelo momento cultural e político da sociedade, moldando a prática 
pedagógica do país. Ao longo dos anos, diversos teóricos formularam as tendências 
pedagógicas, baseadas em suas visões sobre o contexto histórico. O principal objetivo 
foi criar sistemas de ensino adequados às demandas observadas em cada ambiente 
social. É importante compreender as dimensões da prática docente para superar as 
dificuldades cotidianas nas escolas. Com criatividade e eficiência, é possível ultrapassar 
vários obstáculos e realizar um trabalho mais qualificado, responsável e significativo. 
As reflexões propostas pelos professores Saviani (1997) e Libâneo (1990) nos mostram 
que as principais tendências pedagógicas usadas na educação brasileira se dividem em 
duas grandes linhas de pensamento pedagógico: Tendências Liberais e Tendências 
Progressistas. 
Vamos discutir as Tendências Progressistas e Liberais que buscam promover uma 
educação mais democrática e participativa, com uma concepção mais ampla de 
educação, que se preocupa com a formação integral do indivíduo. Já as Tendências 
Liberais enfatizam a liberdade individual, a seleção e o mérito, além da busca por uma 
educação que atenda às necessidades do mercado. 
Abordaremos a Tendência Liberal Tradicional, que é caracterizada pela ênfase na 
transmissão do conhecimento e na valorização da autoridade do professor. Já a 
Tendência Liberal Tecnicista tem como foco o desenvolvimento de habilidades técnicas 
para o mercado de trabalho, com uma visão mais pragmática de educação. E a 
Tendência Progressista Libertadora tem como objetivo a conscientização crítica dos 
indivíduos, visando à transformação social. 
 
, 
 
 
50 
 
Iremos discutir a Tendência Progressista Crítico-Social, que tem como objetivo a 
formação de cidadãos críticos e comprometidos com a transformação social. E por fim, 
abordaremos as Correntes Pedagógicas Contemporâneas, que se caracterizam pela 
busca de uma educação mais inclusiva e democrática, com uma visão mais integradora 
da sociedade. 
As práticas escolares são explicadas e divididas em dois grupos por meio das 
tendências pedagógicas, criadas por filósofos e autores. Essas tendências, Liberais e 
Progressistas, possuem visões distintas sobre o papel da escola, professor, aluno, 
ensino e aprendizagem. Um esquema pode ser utilizado para visualizar esse quadro de 
tendências pedagógicas. 
 
Fonte: Autora, 2023. 
Figura 3.1 – Tendências Pedagógicas Brasileiras. 
É importante lembrar que as tendências pedagógicas não devem ser utilizadas de 
forma isolada na prática docente, mas sim combinadas de acordo com as necessidades 
específicasde cada situação. Neste curso, vamos analisar cada uma dessas tendências, 
buscando compreender suas características e como aplicá-las de forma adequada na 
prática pedagógica. 
 
, 
 
 
51 
 
3.1 Tendências liberais e Tendências Progressistas 
As tendências pedagógicas liberais e progressistas são duas das principais abordagens 
educacionais adotadas no mundo. A tendência liberal tem como principal objetivo a 
preparação do aluno para o mercado de trabalho, transmitindo conteúdos para que 
ele possa atender aos padrões estabelecidos. Nesse modelo, as aulas são expositivas, 
com o professor falando e os alunos tomando notas. É uma abordagem bastante 
tradicional, com características de uma sala de aula convencional. 
No entanto, existem variações da tendência liberal, como a renovadora progressista, 
que coloca o aluno como gestor da sua própria aprendizagem. Nessa abordagem, o 
foco é aprender a aprender, e o aluno precisa ser ativo para alcançar seus objetivos. A 
escola nova, por sua vez, estabelece que o aluno é o centro do processo de 
aprendizagem, e a metodologia adotada é diferente do modelo tradicional. Essa 
abordagem enfatiza não só o acúmulo de conteúdos, mas também a formação de 
atitudes. 
Por outro lado, as tendências pedagógicas progressistas acreditam que a educação é 
um meio de emancipação do indivíduo. Essa abordagem foca na realidade do aluno, a 
partir dela realizando uma análise crítica da situação social e política para transformá-
la. Nessa abordagem, o professor atua como mediador do processo de ensino 
aprendizagem, e o aluno tem voz ativa para construir sua própria identidade. 
Enquanto a tendência liberal enfatiza a preparação do aluno para o mercado de 
trabalho, a tendência progressista busca a formação integral do indivíduo. Dessa 
forma, a educação é vista como uma ferramenta para a transformação da sociedade e 
não apenas para a adaptação do indivíduo a ela. As tendências pedagógicas liberais, de 
modo geral, buscam preparar o indivíduo para a sociedade. Para isso, o papel da escola 
é fundamental, pois é ela que irá difundir valores e normas que vão moldar 
comportamentos e condutas a partir de uma padronização de desempenho. É a partir 
dessa visão que a escola deve ser organizada, com foco em um ensino padronizado e 
medidas através de classificação. 
, 
 
 
52 
 
O liberalismo pedagógico se concentra na ideia de que a educação deve desenvolver as 
aptidões individuais do aluno. Nesse sentido, a escola precisa ser organizada de forma 
a maximizar o potencial de cada indivíduo, oferecendo uma série de oportunidades e 
experiências educacionais que levem a um desenvolvimento integral do aluno. 
As tendências pedagógicas liberais buscam promover a igualdade de oportunidades, 
preparando todos os indivíduos para atuar na sociedade. Porém, há uma forte crítica 
quanto ao fato de que essa visão pode acabar reproduzindo as desigualdades 
existentes na sociedade, com aqueles que têm mais recursos tendo acesso a uma 
educação mais completa e de qualidade. 
Já as tendências pedagógicas progressistas possuem uma visão completamente 
diferente. Elas acreditam que a educação deve ser o fim para que o indivíduo busque 
sua emancipação. A partir dessa perspectiva, o foco da escola deve ser na realidade 
que o aluno está imerso, realizando uma análise crítica da situação social e política 
para então transformá-la. 
Nas tendências pedagógicas progressistas, o papel do professor é fundamental para 
mediar o processo de ensino-aprendizagem. O aluno é encorajado a ter voz ativa na 
construção de sua própria identidade, o que pode levar a uma maior participação e 
engajamento na escola. 
A progressista é uma visão crítica da educação, buscando um ensino mais democrático 
e participativo. O professor deve atuar como mediador do processo de ensino, 
encorajando o aluno a se tornar um sujeito ativo em sua própria aprendizagem. 
As tendências pedagógicas liberais e progressistas apresentaram diferenças em relação 
à visão de educação e ao papel do aluno, professor e escola. A primeira tendência se 
concentra na padronização do ensino, com foco no acúmulo de conteúdo, enquanto a 
segunda busca um ensino mais democrático e participativo, com o aluno como sujeito 
ativo em sua própria aprendizagem. Porém, há uma crítica quanto à possibilidade de 
que a visão progressista possa levar a um excesso de individualismo, com cada aluno 
se tornando um sujeito isolado e não integrado à sociedade. Além disso, pode haver 
, 
 
 
53 
 
uma dificuldade na construção de conhecimento, uma vez que a ênfase está na prática 
e não no conteúdo em si. 
Já a tendência técnico-pedagógica se concentra na preparação do aluno para o 
mercado de trabalho por meio de técnicas específicas para proporcionar um 
determinado desempenho. Essa abordagem pode levar ao risco de o aluno ter apenas 
uma formação técnica, servir de mão de obra barata e não buscar superiores. É 
importante avaliar os riscos e benefícios dessa abordagem e buscar uma formação que 
vá além do ensino técnico. 
Em conclusão, é essencial compreender a diferença entre as tendências pedagógicas e 
avaliar as melhores abordagens para atender às necessidades dos alunos e contribuir 
para uma formação integral dos indivíduos e para a transformação da sociedade. Cabe 
aos educadores e instituições de ensino escolherem as melhores práticas para oferecer 
uma educação de qualidade e igualitária. 
3.2 Renovada e Renovada não-diretiva 
O texto apresenta a Tendência Liberal Renovada, uma vertente da pedagogia que 
surgiu no final do século XIX e início do século XX como uma resposta à educação 
tradicional, exclusivamente expositiva e centrada no professor. Esta nova abordagem 
da educação foi denominada de Tendência Liberal Renovada, que se dividiu em 
Progressista e Não-Diretiva, e também é conhecida como Pedagogia Renovada ou 
Pragmatista. (SOUZA, 2017). A Escola Nova, como também é chamada, propõe uma 
visão de educação mais democrática e participativa, com o aluno como sujeito ativo 
em sua própria aprendizagem. 
Antes do ingresso na Tendência Liberal Renovada (TRL), a educação no Brasil era 
exclusivamente tradicional, com aulas expositivas e professor no centro da sala como 
autoridade. A partir de 1920, a Tendência Liberal Renovada começou a ser difundida 
nas escolas brasileiras, com o objetivo de formar indivíduos críticos, autônomos e 
capazes de atuar na transformação da sociedade. (LIBÂNEO, 2013) 
, 
 
 
54 
 
Na Pedagogia Liberal Tradicional, a ênfase recai na preparação intelectual e moral dos 
alunos para que possam desempenhar seu papel na sociedade. A aprendizagem é 
passiva e mecânica, não considerando as particularidades de cada idade. A matéria é 
exposta e demonstrada verbalmente. Já na Tendência Liberal Renovadora Progressista, 
a escola deve adequar as necessidades individuais ao meio social. A aprendizagem é 
motivada e estimulada por problemas, sendo a metodologia baseada em experiências, 
pesquisas e resolução de problemas. 
Por sua vez, a Tendência Liberal Renovadora Não-Diretiva (Escola Nova) enfatiza a 
formação de atitudes, tendo como método a facilitação da aprendizagem, onde 
aprender é modificar a percepção da realidade. O professor é um facilitador das 
experiências, buscando desenvolver a inteligência e dando prioridade ao indivíduo, 
considerando-o inserido numa situação social. 
A Tendência Liberal Renovada (TLR) se divide em duas vertentes: a Progressista e a 
Não Diretiva. A vertente Progressista defende a necessidade do indivíduo se adaptar 
ao meio, porém de forma progressiva, aos poucos sendo auxiliada pelo professor. Essa 
abordagem acredita que a educação deve levar em conta a realidade social do aluno, 
buscando sempre a conexão entre a vida do estudante e o conteúdo que está sendo 
ministrado. 
Também conhecida como Escola Nova, no Brasil, foi inspirada em diversos pensadores 
internacionaise foi concretizada com o Manifesto dos Pioneiros de 1932, assinado por 
Anísio Teixeira, Lourenço Filho, Fernando de Azevedo, Cecília Meireles, entre outros. 
Assim, essa tendência teve como objetivo principal a transformação da educação e a 
construção de uma sociedade mais democrática e igualitária. A Escola Nova propõe a 
participação ativa do aluno no processo de aprendizagem, em que o professor é um 
facilitador, e a sala de aula é um espaço para a construção coletiva do conhecimento. 
A Tendência Liberal Renovada (TLR) é uma das correntes pedagógicas que surgiram a 
partir da década de 1960, com o objetivo de renovar a educação e superar as 
limitações da abordagem tradicional. 
, 
 
 
55 
 
Algumas das principais características dessa tendência são: 
• Centralidade do aluno: na TLR, o aluno é visto como o centro do processo 
educativo, e o professor assume o papel de mediador do conhecimento. A 
aprendizagem deve ser significativa e contextualizada, partindo dos interesses 
e necessidades dos alunos; 
• Flexibilidade curricular: a TLR propõe um currículo mais flexível, que permite a 
adaptação aos diferentes perfis e necessidades dos alunos. O conteúdo 
programático é organizado a partir de temas geradores, que permitem a 
interdisciplinaridade e a conexão entre as diferentes áreas do conhecimento; 
• Abordagem problematizadora: na TLR, o ensino deve ser problematizador, ou 
seja, partir de situações-problema que estimulem o pensamento crítico e a 
resolução de problemas. O objetivo é formar cidadãos capazes de compreender 
e transformar a realidade; 
• Autonomia do aluno: a TLR valoriza a autonomia do aluno, estimulando a sua 
participação ativa no processo educativo e desenvolvendo a sua capacidade de 
tomar decisões e de se responsabilizar pelo próprio aprendizado; 
• Avaliação formativa: na TLR, a avaliação é vista como um processo contínuo e 
formativo, que tem como objetivo orientar e acompanhar o processo de 
aprendizagem dos alunos. A avaliação não deve ser vista apenas como um 
instrumento de classificação e seleção, mas como um meio de feedback para o 
aluno e de ajuste do processo de ensino; 
• Uso de recursos tecnológicos: a TLR valoriza o uso de recursos tecnológicos 
como ferramenta pedagógica, permitindo a exploração de novas possibilidades 
de aprendizagem e de interação entre os alunos e o conhecimento; 
• Participação da comunidade: a TLR defende a participação da comunidade no 
processo educativo, buscando estabelecer uma relação mais próxima e 
colaborativa entre a escola e o entorno social. A escola deve ser um espaço de 
, 
 
 
56 
 
convivência democrática, que valoriza a diversidade cultural e a participação 
ativa dos diferentes atores envolvidos na educação. 
Ambas as tendências buscam uma educação mais democrática, participativa e 
inclusiva, com ênfase no desenvolvimento integral do estudante e na formação de 
cidadãos críticos e conscientes de seu papel na sociedade. No entanto, uma 
abordagem não-diretiva pode gerar algumas críticas quanto à falta de direcionamento 
e orientação aos alunos, o que pode prejudicar a construção do conhecimento. 
A renovada não-diretiva tem como foco principal a liberdade do estudante e a não 
interferência do professor na construção do conhecimento. Nessa abordagem, o 
professor é um observador e orientador, e o estudante é o protagonista. 
Renovação é um processo que pode ser tratado de várias maneiras, incluindo as linhas 
externas renovadas e não-diretivas. Aqui estão alguns exemplos de como essas 
abordagens podem ser aplicadas: 
RENOVADA RENOVADA NÃO DIRETIVA 
Uma empresa deseja reformular sua 
estratégia de marketing. Eles contratam 
uma consultoria de marketing 
especializada para realizar uma análise 
detalhada do mercado e da concorrência 
e, em seguida, criam um novo plano de 
marketing abrangente que aborda as 
lacunas identificadas na análise. A 
consultoria conduz o processo de fluxo, 
fornecendo orientação e direcionamento 
ao longo do caminho. 
Um grupo de funcionários de uma 
empresa deseja melhorar a comunicação 
e a colaboração dentro da equipe. Eles 
contratam um facilitador de grupo que 
usa uma abordagem renovada não-
diretiva para ajudá-los a identificar suas 
próprias necessidades e soluções. O 
facilitador não impõe uma solução, mas 
fornece um espaço seguro e apoio para os 
funcionários explorarem suas ideias e 
chegarem a um plano de ação coletiva. 
 
 
, 
 
 
57 
 
As tendências pedagógicas renovadas e não-diretivas sobreviveram no Brasil na 
década de 1960, em um contexto de mudanças sociais e políticas. Ambas as tendências 
buscam uma educação mais democrática, participativa e inclusiva, com ênfase no 
desenvolvimento integral do estudante e na formação de cidadãos críticos e 
conscientes de seu papel na sociedade. A renovada tem como característica principal a 
valorização do aluno como sujeito ativo no processo de aprendizagem, em que a 
metodologia é baseada em projetos, trabalhos em grupo e atividades que estimulam a 
criatividade e a participação dos alunos. 
Vamos lembrar que a tendência não diretiva: 
• A Tendência Não-Diretiva surgiu na década de 1960 como uma crítica à 
abordagem tradicional do ensino, propondo uma educação mais democrática e 
participativa; 
• Seu principal teórico é Carl Rogers, que defende que o processo educativo deve 
ser baseado na autonomia do aluno e na não-diretividade do professor; 
• Na abordagem não-diretiva, o professor não é visto como uma figura 
autoritária, mas sim como um facilitador do processo de aprendizagem, que 
ajuda o aluno a construir seu próprio conhecimento; 
• O aluno é visto como um sujeito ativo em seu próprio processo de 
aprendizagem, e não como um receptor passivo de informações; 
• A aprendizagem é baseada na experiência e no diálogo, em que o aluno é 
incentivado a expressar suas ideias e buscar soluções para seus problemas; 
• O conteúdo não é visto como algo fixo e pré-determinado, mas sim como algo 
construído a partir das experiências e vivências do aluno; 
• A avaliação é vista como uma forma de retroalimentação do processo de 
aprendizagem, em que o professor e o aluno avaliam juntos o progresso 
alcançado e as possibilidades de aprimoramento. 
 
, 
 
 
58 
 
3.3 Tradicional e tecnicista 
A Tendência Liberal Tradicional é uma corrente pedagógica que surgiu na década de 
1930 e teve grande influência na educação brasileira até meados dos anos 1960. A 
Tendência Liberal Tradicional tem como base os conhecimentos e valores sociais 
acumulados pelas gerações adultas, repassados ao aluno como verdades absolutas. As 
matérias de estudo têm como objetivo preparar o aluno para a vida, são determinadas 
pela sociedade e ordenadas na legislação. Os conteúdos são separados da experiência 
do aluno e das realidades sociais, valorizados pelo seu valor intelectual, o que leva a 
pedagogia tradicional a ser criticada como intelectualista e enciclopédica. 
Há um conservadorismo cultural presente, inspirando-se no passado para resolver os 
problemas do presente. Existe uma ênfase na acumulação de conhecimento, sem 
questionar a realidade e as relações existentes e sem pretender a transformação da 
sociedade. Os conteúdos são selecionados a partir da cultura universal, do saber 
acumulado e sistematizado, e da acumulação do saber enciclopédico. 
Na Tendência Liberal Tradicional, o importante é a quantidade de conhecimentos 
transmitidos ao aluno, e não a qualidade. O aluno torna-se capaz de dominar o 
conteúdo cultural e universal, transmitido pela escola, mas sem que haja uma conexão 
com a realidade que o cerca. A prática pedagógica é estática e não há incentivo ao 
questionamento e à reflexão crítica por parte dos alunos. 
 Algumas de suas principais características são: 
• Valorização da transmissão de conhecimentos já consolidados como base para 
a formação dos alunos; 
• Foco no ensino dos conteúdos clássicos,como a gramática, a matemática e as 
ciências, considerados essenciais para a formação intelectual dos estudantes; 
• Aulas expositivas e centradas no professor, que é visto como autoridade 
máxima no processo de ensino-aprendizagem; 
, 
 
 
59 
 
• Pouca interação entre os alunos durante as aulas, que devem ser silenciosos e 
disciplinadas; 
• Avaliação baseada em testes e provas, que medem o conhecimento 
memorizado pelos alunos; 
• Pouca preocupação com a formação integral do aluno, enfatizando apenas a 
formação intelectual. 
A Tendência Liberal Tradicional defende a ideia de que o papel da escola é formar 
indivíduos capazes de lidar com os desafios da sociedade, desenvolvendo habilidades 
como a disciplina, a responsabilidade e o senso crítico. Para isso, os professores devem 
ser rigorosos na transmissão dos conhecimentos e os alunos devem ser obedientes e 
dedicados aos estudos. 
Apesar de ter sido muito influente na história da educação brasileira, a Tendência 
Liberal Tradicional foi criticada por sua visão restrita da educação, que desconsiderava 
aspectos importantes como a formação social e emocional dos alunos. Atualmente, a 
tendência é vista como ultrapassada, dando lugar a outras correntes pedagógicas que 
buscam uma formação mais integral e humanizada dos estudantes. 
A Tendência Liberal Tecnicista surgiu na segunda metade do século XX, no Brasil, 
especificamente entre 1960 e 1970, com o objetivo de preparar indivíduos 
competentes para o mercado de trabalho. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação 
Nacional, também conhecida como Lei 5.692/71, foi uma legislação brasileira que 
estabeleceu as diretrizes e bases para o ensino de 1º e 2º graus, correspondentes ao 
ensino fundamental e médio atualmente. 
Entre as principais mudanças trazidas pela lei, destacam-se: 
• A criação do Ensino de 1º Grau, que correspondia ao atual Ensino Fundamental 
e era obrigatório para todas as crianças de 7 a 14 anos de idade; 
• A ampliação do Ensino de 2º Grau, que correspondia ao atual Ensino Médio, e a 
obrigatoriedade de sua conclusão para acesso ao ensino superior; 
, 
 
 
60 
 
• A introdução de uma maior flexibilidade curricular, com a possibilidade de 
escolha de disciplinas eletivas pelos alunos; 
• A criação de cursos técnicos profissionalizantes, visando a formação de mão de 
obra especializada para o mercado de trabalho; 
• A inclusão da Educação Física como disciplina obrigatória em todos os níveis de 
ensino. 
A Lei 5.692/71 foi substituída pela atual Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 
(LDB), que entrou em vigor em 1996 e trouxe mudanças significativas para a educação 
brasileira. No entanto, a lei anterior é considerada um marco importante na história da 
educação brasileira, por ter introduzido importantes mudanças na estrutura e 
organização do ensino no país. 
Existem duas tendências pedagógicas em relação ao ensino e aprendizagem: a 
Tendência Liberal Tecnicista e a Tendência Progressista Libertadora. A Tendência 
Liberal Tecnicista usa técnicas específicas para modelar o comportamento humano. 
Essas técnicas visam preparar os alunos para receber e transmitir informações de 
forma eficiente. A aprendizagem nessa tendência é baseada no desempenho, ou seja, 
no aprender-fazendo. O professor é visto como um técnico que é responsável por 
garantir a eficiência do processo de ensino. 
Por outro lado, a Tendência Progressista Libertadora enfatiza a importância do 
aprendizado não-formal. Ela é crítica e questiona as relações do homem com o meio 
ambiente. Seu objetivo é levar tanto professores quanto alunos a atingirem um nível 
de consciência mais elevado em relação à realidade em que vivem, a fim de 
transformar a sociedade. Nessa tendência, o homem é visto como criador da cultura, 
integrando-se às condições do contexto em que vive e dando respostas aos desafios 
que enfrenta. 
 
, 
 
 
61 
 
Um exemplo da aplicação da Tendência Liberal Tecnicista nas escolas seria a adoção de 
metodologias de ensino que enfatizem o aprendizado baseado no desempenho do 
aluno. Isso poderia incluir: 
• Uso de técnicas de ensino padronizadas, como as aulas expositivas e a 
resolução de exercícios práticos; 
• Ênfase no desenvolvimento de habilidades técnicas e profissionais, como a 
matemática, a física e a informática; 
• Avaliação baseada em testes objetivos, como provas e exames, para medir o 
desempenho dos alunos. 
Dessa forma, a escola busca preparar os alunos para o mercado de trabalho, 
enfatizando o desenvolvimento de habilidades técnicas que são valorizadas pelas 
empresas. O papel do professor é visto como o de um técnico responsável por garantir 
a eficiência do processo de ensino, ao passo que o aluno é incentivado a aprender-
fazendo e a alcançar resultados objetivos. 
Em resumo, a Tendência Liberal Tecnicista valoriza o aprendizado baseado em técnicas 
específicas e no desempenho do aluno, com o professor assumindo o papel de técnico 
responsável pela eficiência do processo. Enquanto isso, a Tendência Progressista 
Libertadora enfatiza a importância do aprendizado não-formal e do questionamento 
crítico das relações sociais, buscando uma transformação da realidade social. O 
homem é visto como o criador da cultura e deve ser capaz de se integrar às condições 
do seu contexto de vida para enfrentar os desafios que surgem. 
Aqui estão algumas características da Tendência Liberal Tecnicista: 
• Modelagem do comportamento humano através de técnicas específicas; 
• Preparação dos alunos para transmissão e recepção eficiente de informações; 
• Aprendizagem baseada no desempenho (aprender-fazendo); 
• Professor visto como técnico responsável pela eficiência do ensino; 
, 
 
 
62 
 
• Valorização da eficiência e da produtividade; 
• Ênfase no desenvolvimento de habilidades técnicas e profissionais; 
• Uso de métodos de ensino seguros e resilientes; 
• Foco no alcance de resultados e objetivos específicos; 
• Abordagem tratada para a solução de problemas; 
• Avaliação baseada em testes e medidas objetivas de desempenho. 
3.4 Libertadora e libertária 
A Tendência Libertadora é uma das principais correntes pedagógicas no Brasil e no 
mundo. Ela se desenvolveu a partir dos anos 60, inspirada nas ideias de Paulo Freire e 
outros pensadores da Educação. Essa corrente se opõe ao modelo tradicional de 
ensino, que é baseado na transmissão mecânica de conhecimentos e valores, e propõe 
uma educação mais democrática, participativa e transformadora. 
Uma das principais características da Tendência Libertadora é a ênfase no diálogo e na 
participação ativa dos alunos no processo educativo. Nessa abordagem, o papel do 
professor é o de facilitador, que ajuda os alunos a construir seu próprio conhecimento 
a partir da interação com o mundo e com os outros. O conteúdo programático é 
selecionado a partir das experiências e vivências dos alunos, que são estimulados a 
questionar e refletir sobre a realidade que os cerca. 
Outro aspecto importante da Tendência Libertadora é o compromisso com a 
transformação social e a construção de uma sociedade mais justa e igualitária. Nessa 
abordagem, a educação é vista como um instrumento de emancipação e libertação dos 
oprimidos. Os estudantes são estimulados a desenvolver um pensamento crítico e 
reflexivo sobre a realidade, a fim de transformá-la de forma consciente e participativa. 
A Tendência Libertadora valoriza também a cultura popular e as manifestações 
artísticas e culturais das comunidades locais. Essa abordagem reconhece a diversidade 
cultural como uma riqueza e um patrimônio da humanidade, e busca promover o 
, 
 
 
63 
 
respeito e a valorização das diferentes culturas e modos de vida. Nesse sentido, a 
educação é vista como um processo de intercâmbio cultural e de construção de 
identidades múltiplas e plurais. 
Por fim, é importante destacar que a Tendência Libertadora não se limita apenas ao 
âmbito escolar,mas se estende para além dele, abrangendo outras esferas da vida 
social e cultural. Essa abordagem busca promover uma educação integral e holística, 
que considere as dimensões social, política, econômica, cultural e ambiental da vida 
humana. Nesse sentido, a Tendência Libertadora é uma proposta de educação para a 
vida, que busca formar cidadãos críticos. 
A Tendência Libertária é uma vertente pedagógica que se caracteriza por uma postura 
crítica e de contestação ao modelo tradicional de educação. Ela valoriza a liberdade 
individual e a autonomia do aluno, buscando a formação de indivíduos conscientes e 
comprometidos com a transformação da sociedade. 
Diferentemente das tendências tradicionais, que se baseiam em modelos autoritários 
e hierárquicos de ensino, a Tendência Libertária acredita que a educação deve ser um 
processo de construção coletiva, no qual alunos e professores participam ativamente 
do processo de aprendizagem. A escola é vista como um espaço de liberdade e de 
experimentação, onde o erro e o acerto são igualmente valorizados. 
Na Tendência Libertária, o papel do professor é o de mediador, facilitador e orientador 
do processo educativo. Ele não é mais o detentor absoluto do conhecimento, mas sim 
um guia que auxilia os alunos a construírem o seu próprio saber, a partir das suas 
experiências e interesses. O aluno é, portanto, o sujeito da aprendizagem, e não mais 
um mero receptor de informações. 
Uma das principais referências teóricas da Tendência Libertária é o educador brasileiro 
Paulo Freire, que desenvolveu uma metodologia de ensino baseada no diálogo, na 
problematização e na reflexão crítica da realidade. Para Freire, a educação é um ato 
político, e deve ter como objetivo a conscientização dos alunos para que possam se 
tornar sujeitos ativos na transformação da sociedade. 
, 
 
 
64 
 
Em resumo, a Tendência Libertária é uma proposta pedagógica que valoriza a 
liberdade, a autonomia e a participação ativa dos alunos no processo de 
aprendizagem. Ela rompe com os modelos tradicionais de ensino e busca criar um 
ambiente escolar mais democrático e igualitário, onde o conhecimento é construído 
coletivamente e os alunos são incentivados a se tornarem sujeitos críticos e 
transformadores da realidade. 
Características da Tendência 
Libertadora 
Características da Tendência Libertária 
● Ênfase não formal; 
● Crítica ao modelo tradicional de 
educação; 
● Questionamento das relações 
sociais e da realidade; 
● Busca pela conscientização dos 
alunos para a transformação 
social; 
● Valorização do diálogo e da 
reflexão crítica; 
● Participação ativa dos alunos 
no processo de aprendizagem. 
● Valorização da liberdade individual e da 
autonomia do aluno; 
● Busca pela formação de indivíduos 
conscientes e comprometidos com a 
transformação da sociedade; 
● Educação como processo de construção 
coletiva; 
● Valorização do erro e do acerto como 
parte do processo de aprendizagem; 
● Papel do professor como mediador e 
orientador; 
● Aluno como sujeito da aprendizagem; 
● Proposta pedagógica baseada no 
diálogo, na problematização e na 
reflexão crítica da realidade; 
● Educação como um ato político. 
Exemplos de práticas pedagógicas da Tendência Libertadora: 
• Realização de debates e discussões em sala de aula sobre temas sociais 
relevantes, como racismo, desigualdade social, direitos humanos, etc.; 
• Estímulo ao protagonismo dos alunos, incentivando a participação em 
atividades coletivas, como projetos, feiras, oficinas, entre outras; 
• Utilização de metodologias ativas, como resolução de problemas, 
aprendizagem por projetos, gamificação, entre outras; 
• Valorização do diálogo e da reflexão crítica sobre a realidade, buscando a 
conscientização dos alunos para a transformação social; 
, 
 
 
65 
 
• Criação de espaços democráticos para a participação dos alunos na gestão 
escolar. 
Exemplos de práticas pedagógicas da Tendência Libertária: 
• Estímulo à autogestão e à autonomia dos alunos, permitindo que eles 
organizem seu próprio processo de aprendizagem; 
• Valorização do erro e do acerto como parte do processo de aprendizagem, sem 
punições ou recompensas; 
• Criação de espaços de convivência e colaboração, como círculos de cultura, 
onde os alunos possam discutir ideias, interesses e projetos comuns; 
• Proposta pedagógica baseada no diálogo, na problematização e na reflexão 
crítica da realidade, buscando a conscientização dos alunos para a 
transformação social; 
• Valorização do saber popular e das experiências de vida dos alunos, buscando 
uma educação mais contextualizada e significativa. 
Embora as Tendências Libertadora e Libertária tenham em comum a defesa da 
autonomia e da participação ativa dos alunos no processo de aprendizagem, elas se 
diferenciam em alguns aspectos. 
A Tendência Libertadora tem como objetivo a conscientização dos alunos para a 
transformação social, por meio da reflexão crítica sobre a realidade e do estímulo à 
participação em atividades coletivas. Já a Tendência Libertária valoriza a autogestão e 
a autonomia dos alunos, permitindo que eles organizem seu próprio processo de 
aprendizagem, sem punições ou recompensas. 
Enquanto a Tendência Libertadora utiliza metodologias ativas e participativas, como 
debates, discussões e resolução de problemas, a Tendência Libertária propõe a criação 
de espaços de convivência e colaboração entre os alunos, como círculos de cultura, 
valorizando o diálogo e o saber popular. 
, 
 
 
66 
 
Ambas as Tendências têm em comum a crítica ao modelo tradicional de ensino, que é 
considerado autoritário e descontextualizado, mas propõem caminhos diferentes para 
a construção de uma educação mais libertária e transformadora. 
3.5 Crítico-social dos conteúdos ou "Histórico-Crítica" 
A Tendência Crítico-social dos conteúdos ou "Histórico-Crítica" surgiu no final da 
década de 1970, influenciada pelas teorias críticas da sociedade e pela reflexão sobre a 
educação popular. Seus principais expoentes foram Dermeval Saviani, José Carlos 
Libâneo e Paulo Freire. 
O objetivo principal desta tendência é a formação de cidadãos críticos e conscientes, 
capazes de compreender a realidade social em que estão inseridos e de atuar de forma 
transformadora. Para isso, propõe uma educação que articula teoria e prática, 
partindo do pressuposto de que o conhecimento é construído socialmente e que a 
escola deve ser um espaço de diálogo e reflexão. 
A Tendência Crítico-social dos conteúdos defende que os conteúdos escolares devem 
estar articulados com a realidade social e histórica dos alunos, para que eles possam 
compreender as contradições e os desafios da sociedade em que vivem. Assim, os 
conteúdos são selecionados a partir de uma análise crítica da realidade, de forma a 
tornar o conhecimento mais significativo e relevante para os alunos. 
Uma das principais características desta tendência é o uso da problematização como 
método de ensino. Por meio da problematização, os alunos são estimulados a refletir 
sobre os problemas e desafios da realidade social em que estão inseridos, buscando 
soluções coletivas e transformadoras. Assim, a aprendizagem é construída de forma 
dialógica e colaborativa, valorizando a participação ativa dos alunos. 
Outra característica importante da Tendência Crítico-social dos conteúdos é a 
valorização do trabalho em grupo e da interdisciplinaridade. Os conteúdos são 
organizados de forma a possibilitar a integração entre as diferentes áreas do 
conhecimento, de modo a tornar a aprendizagem mais contextualizada e significativa 
para os alunos. 
, 
 
 
67 
 
Além disso, esta tendência propõe uma avaliação formativa e crítica, que valoriza não 
apenas os resultados obtidos pelos alunos, mas também o processo de aprendizagem 
e a participação ativa dos estudantes. A avaliação é entendida como um instrumento 
de reflexão e de orientação para o desenvolvimento doprocesso educativo. 
A tendência crítico-social dos conteúdos, também conhecida como perspectiva 
histórico-crítica, busca desenvolver uma compreensão crítica e reflexiva sobre a 
realidade social, política e cultural em que vivemos. Essa abordagem procura ir além 
do ensino tradicional, que muitas vezes apresenta conteúdos de forma neutra e 
descontextualizada, e busca contextualizar os conteúdos em sua dimensão histórica e 
social. 
A seguir, apresento alguns exemplos práticos de como essa tendência pode ser 
aplicada em diferentes disciplinas escolares: 
1. História: Na disciplina de História, a tendência crítico-social dos conteúdos 
pode ser aplicada através do estudo de diferentes períodos históricos, como a 
escravidão, as guerras mundiais, a ditadura militar, entre outros. O objetivo é 
mostrar como esses acontecimentos históricos influenciaram e moldaram a 
sociedade em que vivemos hoje, além de fomentar a reflexão crítica sobre a 
história e suas consequências na atualidade; 
2. Sociologia: os estudantes podem aprender sobre o papel dos movimentos 
sociais na luta por direitos e mudanças sociais. Eles podem estudar exemplos 
históricos de movimentos sociais, como o movimento dos direitos civis nos 
Estados Unidos ou o movimento feminista, e discutir o impacto desses 
movimentos na sociedade; 
3. Trabalhar temas atuais: ao invés de se limitar a conteúdos estanques, as 
escolas que adotam a Tendência Crítico-social dos conteúdos abordam temas 
atuais e que são relevantes para os alunos, como por exemplo, a questão da 
sustentabilidade, a diversidade cultural, a violência urbana, entre outros; 
, 
 
 
68 
 
4. Debate e reflexão: uma característica importante dessa tendência é a 
promoção do debate e reflexão sobre temas sociais relevantes. Nesse sentido, 
algumas escolas têm implementado rodas de conversa, grupos de discussão e 
outras atividades que estimulam os alunos a refletir criticamente sobre a 
realidade em que estão inseridos; 
5. Integração com a comunidade: a Tendência Crítico-social dos conteúdos busca 
promover a integração entre a escola e a comunidade em que ela está inserida. 
Para isso, algumas escolas têm desenvolvido projetos em parceria com 
instituições locais, como associações de bairro, ONGs, entre outras, com o 
objetivo de estimular a participação ativa dos alunos na transformação da sua 
realidade; 
6. Incentivo à participação política: outra característica importante dessa 
tendência é o incentivo à participação política dos alunos. Algumas escolas têm 
promovido ações que estimulam os alunos a conhecerem melhor o 
funcionamento das instituições democráticas, a participarem de movimentos 
sociais e a se engajarem em causas que considerem relevantes; 
7. Abordagem interdisciplinar: a Tendência Crítico-social dos conteúdos propõe 
uma abordagem interdisciplinar do conhecimento, ou seja, uma integração 
entre diferentes áreas do saber. Para isso, algumas escolas têm desenvolvido 
projetos que envolvem a participação de professores de diferentes disciplinas, 
com o objetivo de trabalhar temas relevantes de forma mais integrada e 
interconectada; 
8. Valorização da experiência do aluno: essa tendência valoriza a experiência do 
aluno como um elemento importante na construção do conhecimento. Para 
isso, algumas escolas têm desenvolvido atividades que buscam valorizar o 
saber prévio dos alunos, estimulando a participação ativa e o diálogo constante 
entre professor e aluno; 
9. Prática pedagógica crítica e reflexiva: por fim, a Tendência Crítico-social dos 
conteúdos propõe uma prática pedagógica crítica e reflexiva, que estimule o 
, 
 
 
69 
 
aluno a pensar criticamente sobre a realidade em que está inserido. Para isso, 
algumas escolas têm desenvolvido atividades que estimulam a pesquisa, a 
investigação e a análise crítica de diferentes temas, buscando formar alunos 
mais conscientes e engajados na transformação da sociedade. 
Em resumo, a Tendência Crítico-social dos conteúdos ou "Histórico-Crítica" surgiu 
como uma crítica ao modelo tradicional de ensino e propõe uma educação que articula 
teoria e prática, valoriza a participação ativa dos alunos, a problematização, o trabalho 
em grupo e a interdisciplinaridade. Seu objetivo é formar cidadãos críticos e 
conscientes, capazes de compreender e transformar a realidade social em que estão 
inseridos. 
Conclusão 
Neste bloco, aprendemos sobre Tendências Pedagógicas no Brasil. Com o estudo das 
diferentes tendências, você pôde compreender melhor a evolução histórica da 
educação em nosso país, bem como as suas implicações nas práticas pedagógicas 
atuais. 
Através do estudo das Tendências Progressistas e Liberais, você pôde entender a 
importância do papel do professor como mediador do processo de aprendizagem, bem 
como as diferentes concepções de conhecimento e educação em cada uma dessas 
tendências. A Tendência Liberal Tradicional, por exemplo, mostrou como a educação 
foi historicamente vista como um processo de transmissão de valores e saberes 
universais, sem levar em conta a realidade do aluno. 
Já a Tendência Liberal Renovada enfatizou a necessidade de uma educação mais 
atualizada e voltada para as demandas da sociedade contemporânea, enquanto a 
Tendência Liberal Tecnicista trouxe a importância da utilização de técnicas específicas 
para o ensino e aprendizagem. 
A Tendência Progressista Libertadora, por sua vez, apresentou uma proposta 
educacional mais crítica e transformadora, que busca a conscientização do aluno sobre 
a realidade social e a busca pela transformação desta. E, por fim, a Tendência 
, 
 
 
70 
 
Progressista Crítico-Social enfatizou a importância do conteúdo na formação do aluno, 
não apenas como transmissão de informações, mas como instrumento para a 
compreensão da realidade social e para a transformação da mesma. 
Ao concluir esta etapa do curso, você está preparado para compreender melhor as 
diferentes concepções pedagógicas que influenciam a prática educativa no Brasil, bem 
como para refletir sobre a sua própria prática e buscar aprimorá-la, tendo em vista a 
formação de cidadãos críticos, conscientes e comprometidos com a construção de uma 
sociedade mais justa e igualitária. 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
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Campinas, SP: Papirus, 2011. 
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1996. 
BRASIL, Ministério da Educação. Resolução CNE/CP nº 2, de 1º de julho de 2015. 
Define as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação Inicial, em nível superior 
(cursos de licenciatura, cursos de formação pedagógica para graduados e cursos de 
segunda licenciatura) e para a formação continuada. Ministério da Educação: Brasília, 
DF, 2015. 
CANDAU, Vera Maria. A Didática em questão. 33ª ed. Petrópolis, RJ: Editora Vozes, 
2012. 
CANDAU, Vera Maria. et al. Didática Crítica Intercultural: aproximações. Petrópolis: 
Vozes, 2012. 
CANDAU, Vera Maria. et al. Rumo a uma nova didática. Petrópolis: Vozes, 2002. 
CASTRO, Amélia Domingues de.; et al. Ensinar a ensinar: didática para a escola 
fundamental e média. São Paulo: Cengage Learning, 2012. 
, 
 
 
71 
 
D'ÁVILA, Cristina. Razão e Sensibilidade na docência universitária. Aberto. Brasília, v. 
29. n. 97, p. 103-118, set./dez. 2016. Disponível em: 
http://emaberto.inep.gov.br/ojs3/index.php/emaberto/article/view/3173. Acesso em 
27 jun. 2023. 
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São 
Paulo: Paz e Terra, 2011. 
LIBÂNEO, José Carlos. Democratização da escola pública: a pedagogia crítico-social dos 
conteúdos. 5. ed. São Paulo: Loyola, 1990. 
LIBÂNEO, José Carlos. Didática. 2. ed. São Paulo: Cortez, 2013. 
MALHEIROS, Bruno Taranto. Didática geral. Rio de Janeiro: LTC, 2017. 
PERRENOUD, Philippe. As competências para ensinar no séc. XXI. Porto Alegre: 
Artmed,2014. 
PERRENOUD, Philippe. 10 novas competências para ensinar. Porto Alegre: Artmed, 
2014. 
SAVIANI, Dermeval. Pedagogia histórico-crítica: primeiras aproximações. 5. ed. 
Campinas: Autores Associados, 1997. 
SILVA, J. A. C. Qualidade na educação. São Paulo: Cengage, 2016. 
SOUZA, Renato Antonio de. Processos de aprendizagem e desenvolvimento de 
competência. São Paulo: Cengage, 2016. 
 
 
 
 
 
, 
 
 
72 
 
 
4 O PAPEL MEDIADOR DO PROFESSOR E SUAS RELAÇÕES COM O 
APRENDIZ 
Apresentação 
Neste bloco, vamos compreender o papel de mediador do professor como ponto 
fundamental no processo ensino aprendizagem. A relação entre professor e aluno é 
uma das bases para o sucesso do aprendizado e, por isso, é importante que essa 
relação seja pautada pelo diálogo e respeito mútuos. 
O professor é responsável por criar um ambiente propício ao aprendizado, 
estimulando a interação social e promovendo a troca de experiências entre os alunos. 
A partir dessa interação, os estudantes podem desenvolver suas habilidades 
cognitivas, emocionais e sociais, além de aprimorar sua capacidade de expressão e 
comunicação. 
A mediação do professor não se limita apenas a fornecer conteúdos teóricos aos 
alunos, mas sim a orientá-los a desenvolver um pensamento crítico e autônomo, 
estimulando a busca pelo conhecimento e a compreensão das relações entre a teoria e 
a prática. 
Nesse sentido, o professor deve levar em consideração as características e 
necessidades individuais de cada aluno, buscando formas de incentivar a participação 
de todos e garantir a inclusão e a igualdade de oportunidades. 
As práticas docentes devem ser inovadoras e dinâmicas, proporcionando um ambiente 
de aprendizado lúdico e interativo, com o uso de recursos audiovisuais, tecnológicos e 
metodologias ativas. Dessa forma, o aluno se torna o protagonista do próprio 
aprendizado, aprendendo a partir de situações concretas e práticas, o que facilita a 
internalização do conhecimento. 
Em suma, o papel mediador do professor é fundamental para o sucesso do processo 
ensino aprendizagem, estabelecendo uma relação de confiança, diálogo e respeito 
, 
 
 
73 
 
com os alunos. Isso permite o desenvolvimento de habilidades e competências 
importantes para a formação de cidadãos críticos, autônomos e conscientes de seu 
papel na sociedade. 
4.1 Relação professor e estudante 
A relação entre professor e estudante é uma temática fundamental na área da 
educação e merece uma reflexão cuidadosa. Devemos trazer à tona algumas questões 
que considero cruciais para que essa relação seja frutífera e construtiva. Em primeiro 
lugar, é preciso lembrar que o papel do professor não é apenas transmitir 
conhecimento, mas também despertar o interesse dos alunos pelo aprendizado. O 
professor deve ser um agente motivador, capaz de estimular a curiosidade e a 
criatividade dos alunos, para que estes possam se tornar sujeitos ativos do processo de 
aprendizagem. 
O professor desempenha duas funções fundamentais na condução da aprendizagem 
de seus estudantes: a função incentivadora e a função orientada. A função 
incentivadora é responsável por criar situações que motivam os alunos a progredirem 
nos estudos e a participarem ativamente do processo de aprendizagem. Já a função 
orientadora é responsável por ensinar e guiar os alunos no processo de construção do 
próprio conhecimento. A autoridade do professor é intrínseca à sua função educadora 
e é baseada em seu papel de incentivador e orientador. 
Quanto à disciplina, é importante que o professor oriente o comportamento dos 
estudantes para que seja seguro e compreensivo. Como cada turma e cada professor 
são diferentes, não existem fórmulas prontas para essa abordagem. É necessário 
adaptar a postura de acordo com as necessidades da turma e do ambiente em que se 
encontra. Às vezes, o professor precisará ser mais firme e, outras vezes, mais flexível. É 
importante lembrar que os elogios funcionam como reforço positivo, incentivando o 
estudante a desenvolver uma autoestima positiva. No entanto, é preciso elogiar nas 
situações apropriadas, quando perceber que o aluno está se esforçando e dando o seu 
melhor. 
 
, 
 
 
74 
 
Outro aspecto importante é a necessidade de estabelecer uma relação de confiança e 
respeito mútuo. O professor deve se colocar no lugar do estudante, compreender suas 
dificuldades e limitações, e estar disposto a ajudá-lo a superá-las. Por sua vez, o aluno 
deve reconhecer a importância do papel do professor e estar aberto ao diálogo e à 
troca de ideias. É importante também ressaltar que a relação professor estudante não 
é uma via de mão única. Os estudantes têm muito a ensinar aos professores, 
principalmente no que diz respeito às suas experiências e vivências. O professor deve 
estar disposto a aprender com os alunos, a ouvi-los e a incorporar suas perspectivas 
em sua prática pedagógica. 
Além disso, é necessário lembrar que cada aluno é único, com suas características, 
habilidades e dificuldades. O professor deve ser capaz de identificar essas diferenças e 
adaptar seu método de ensino de forma a atender às necessidades individuais de cada 
estudante. Por fim, é importante salientar que a relação professor estudante é 
essencial para a formação de cidadãos críticos e conscientes. O professor deve estar 
ciente de sua responsabilidade social e ética, e trabalhar para que seus alunos sejam 
capazes de compreender e atuar de forma responsável e autônoma na sociedade em 
que vivem. 
A relação entre professor e estudante é uma das bases do processo de ensino 
aprendizagem e pode influenciar significativamente no desempenho acadêmico e na 
formação pessoal dos estudantes. Segundo Cunha (2012), o processo de ensino 
aprendizagem não se dá de maneira didática, mas sim a partir de uma relação que é 
construída dia a dia entre o professor e o aluno. É necessário que o professor esteja 
aberto a ouvir as demandas e necessidades dos estudantes, a fim de promover uma 
aprendizagem significativa. Como afirma Moran, o respeito pelo aluno é um ponto 
central de toda a educação (MORAN, 2000). 
A relação entre professor e estudante deve ser baseada em uma comunicação 
eficiente, em que ambos possam se expressar livremente, trocando experiências e 
ideias. Segundo Freire (2004) a educação se baseia na comunicação, no diálogo, na 
amorosidade e no respeito pelas pessoas. Isso permite que o professor obtenha um 
, 
 
 
75 
 
conhecimento mais profundo de seus alunos e de suas características individuais, o 
que resulta em um processo de ensino personalizado e eficaz. 
Além disso, a relação entre professor e estudante deve ser marcada pelo 
estabelecimento de objetivos claros e bem definidos. O professor deve apresentar aos 
alunos os objetivos e metas que serão trabalhados ao longo do curso, permitindo que 
os estudantes se sintam parte ativa do processo de aprendizagem. 
É fundamental que o professor seja um mediador entre os conteúdos e os estudantes, 
buscando formas de tornar o aprendizado mais atrativo e acessível. Como ressalta 
Libâneo, "O professor deve ser um agente mediador do conhecimento, promovendo a 
interação entre os alunos e os conteúdos trabalhados" (LIBÂNEO, 2013, p. 89). Dessa 
forma, o professor pode estimular a participação dos alunos, incentivando a 
criatividade e a busca pelo conhecimento. 
A relação entre professor e estudante deve ser baseada no reconhecimento da 
diversidade cultural, social e cognitiva dos estudantes. O professor deve estar atento 
às particularidades de cada aluno, buscando formas de garantir a inclusão e a 
igualdade de oportunidades. Como destaca De acordo com Tardiff e Lessard (2011), o 
trabalho realizado pelos professores é um conceito abrangente que engloba tanto a 
execução de tarefas predefinidas quanto aquelas que surgem no dia a dia escolar, se 
foram iniciadas, através das felizes interpessoais entre os professores, alunose outros 
membros da escola. Os autores descrevem o trabalho docente como um processo 
interativo, que só pode ser realizado por meio da comunicação entre professor e 
aluno. É importante ressaltar que, assim como em qualquer processo de comunicação, 
as diferenças individuais, como aspectos socioculturais, crenças, valores e interesses, 
estão presentes e influenciam a maneira como esse processo se desenvolve. 
O professor desempenha duas funções fundamentais na condução da aprendizagem 
dos estudantes: a função incentivadora, que visa estimular o estudante a progredir nos 
estudos e participar ativamente do processo de aprendizagem, e a função orientadora, 
que consiste em guiar e orientar o aluno no processo de construção do conhecimento. 
, 
 
 
76 
 
A autoridade do professor é inerente à sua função educadora, que envolve incentivar e 
orientar os alunos. 
No que se refere à disciplina, é importante que o professor oriente o comportamento 
dos estudantes de forma segura e compreensiva, de acordo com as necessidades da 
turma e do ambiente. Não há fórmulas prontas para isso, pois depende da postura do 
professor e do clima da aula. Os elogios são importantes como reforço positivo, mas 
devem ser usados com moderação e apenas em situações em que o aluno esteja 
realmente se esforçando e fazendo o seu melhor. 
É fundamental que o professor e os alunos trabalhem juntos na elaboração de padrões 
de comportamento e normas de conduta. Quando os alunos participam da elaboração 
das regras, tendem a assumir e respeitá-las mais facilmente do que foram impostas. O 
diálogo e a discussão em conjunto são importantes para que os alunos se sintam 
motivados a seguir as normas protegidas. 
A motivação é um processo psicológico interno e profundo que impulsiona o indivíduo 
para a ação, determinando a direção do comportamento. É um fenômeno pessoal que 
depende da experiência prévia de cada estudante e de seu nível de aspiração. Embora 
o professor não possa motivar diretamente o aluno a aprender, ele pode incentivá-lo 
externamente, captando e polarizando sua atenção e despertando seu interesse. Para 
isso, pode e deve utilizar recursos e procedimentos incentivadores ao longo da aula. 
Algumas características essenciais que devem estar presentes na relação entre 
professor e estudante são: 
1. Respeito mútuo: o respeito é fundamental para uma relação saudável e 
construtiva entre professor e estudante. O professor deve respeitar o 
estudante como pessoa e reconhecer suas individualidades, enquanto o 
estudante deve respeitar o papel do professor como mediador do processo de 
aprendizagem; 
, 
 
 
77 
 
2. Diálogo: a comunicação é essencial na relação entre professor e estudante. É 
importante que haja espaço para o diálogo e a troca de ideias, de forma a 
possibilitar a construção conjunta do conhecimento; 
3. Empatia: o professor deve ser capaz de se colocar no lugar do estudante, 
compreender suas dificuldades e limitações, e estar disposto a ajudá-lo a 
superá-las. Por sua vez, o estudante deve reconhecer o papel do professor e 
estar aberto ao diálogo e à colaboração; 
4. Flexibilidade: cada estudante é único, com suas características, habilidades e 
dificuldades. O professor deve ser capaz de identificar essas diferenças e 
adaptar seu método de ensino de forma a atender às necessidades individuais 
de cada estudante; 
5. Estímulo à autonomia: o professor deve incentivar o estudante a ser um sujeito 
ativo do processo de aprendizagem, estimulando sua curiosidade e 
criatividade, e incentivando-o a buscar conhecimento por conta própria; 
6. Responsabilidade social e ética: o professor deve estar ciente de sua 
responsabilidade social e ética, e trabalhar para que seus estudantes sejam 
capazes de compreender e atuar de forma responsável e autônoma na 
sociedade em que vivem. 
Essas são apenas algumas das características essenciais que devem estar presentes na 
relação entre professor e estudante. É importante que essa relação seja construída 
com dedicação, empatia e respeito mútuo, para que possa ser frutífera e construtiva 
para todos os envolvidos. 
Em suma, a relação entre professor e estudante é uma questão complexa, que envolve 
diversos aspectos. É fundamental que haja diálogo, respeito mútuo, adaptação às 
necessidades individuais dos estudantes e uma preocupação constante com a 
formação de cidadãos conscientes e críticos. 
 
, 
 
 
78 
 
4.2 A importância da mediação do professor no processo ensino aprendizagem 
A mediação do professor é fundamental no processo ensino aprendizagem, pois é por 
meio dela que o estudante é guiado e estimulado a construir seu conhecimento de 
forma crítica e reflexiva. O papel do professor como mediador é o de facilitar o 
processo de aprendizagem, fornecendo informações, provocando reflexões e 
incentivando o aluno a buscar conhecimento por si próprio. 
O professor deve ser capaz de identificar as necessidades e dificuldades de seus 
estudantes, e adaptar seu método de ensino de acordo com as características 
individuais de cada um. Ele deve ser capaz de estabelecer uma relação de confiança e 
respeito mútuo com seus estudantes, para que possa estabelecer um ambiente de 
aprendizagem saudável e estimulante. 
De acordo com Skinner, a aprendizagem ocorre quando o indivíduo produz mudanças 
no ambiente, resultando em um comportamento adaptativo. Por sua vez, Vygotsky 
define a aprendizagem como um processo de aquisição de conhecimentos e ações a 
partir da interação com o meio ambiente e social. Em outras palavras, a aprendizagem 
ocorre através da interação social, onde o sujeito é capaz de construir novos 
conhecimentos a partir das relações estabelecidas com outras pessoas e com o 
ambiente. 
Dessa forma, é fundamental que o papel da interação social no processo de 
aprendizagem seja valorizado e explorado pelos professores em sala de aula. O 
professor deve criar um ambiente propício para a interação entre os alunos, 
promovendo situações em que os estudantes possam dialogar, cooperar e trocar 
conhecimentos. Essas atividades possibilitam que os alunos se desenvolvam em 
diversas áreas, como a cognitiva, emocional e social. 
Além disso, é importante que o professor reconheça a diversidade dos seus alunos e 
promova a inclusão de todos no processo de aprendizagem. Cada aluno possui sua 
própria forma de aprender e se relacionar com o mundo, e é papel do professor 
estimular a colaboração e o respeito mútuo entre todos os estudantes. 
, 
 
 
79 
 
A interação social também pode ser potencializada através do uso de tecnologias 
educacionais, como fóruns online, jogos educativos e outras ferramentas que 
permitem a colaboração e a troca de conhecimentos entre os alunos. O importante é 
que o professor saiba utilizar esses recursos de forma adequada e eficaz, promovendo 
uma aprendizagem significativa e colaborativa. 
Em suma, o papel da interação social no processo de aprendizagem é fundamental 
para o desenvolvimento integral dos alunos. É através da interação com os outros e 
com o mundo que os estudantes constroem seus conhecimentos e se tornam cidadãos 
críticos e reflexivos. Cabe ao professor criar um ambiente propício para essa interação 
e utilizar as ferramentas disponíveis de forma eficaz, contribuindo para uma educação 
de qualidade e inclusiva. 
Além disso, o professor deve ser capaz de estimular a autonomia do estudante, 
incentivando-o a ser um sujeito ativo do processo de aprendizagem e a buscar 
conhecimento por conta própria. Isso não significa que o professor deva deixar o 
estudante sem orientação, mas sim que ele deve ser capaz de orientar o estudante de 
forma a estimular sua curiosidade e criatividade. 
Algumas habilidades são essenciais para que o professor possa realizar uma mediação 
eficaz no processo de ensino aprendizagem. São elas: 
• Comunicação clara e objetiva: O professor precisa ser capaz de se comunicar demaneira clara e objetiva com os alunos, transmitindo informações e conteúdos 
de forma acessível e compreensível; 
• Escuta ativa e empatia: A capacidade de ouvir os alunos com atenção e empatia 
é fundamental para compreender suas necessidades e dificuldades e orientar a 
mediação de forma mais efetiva; 
• Capacidade de observação e análise do comportamento dos alunos: O 
professor deve ser capaz de observar o comportamento dos alunos e identificar 
possíveis dificuldades ou potencialidades, adaptando sua mediação de acordo 
com as necessidades individuais de cada aluno; 
, 
 
 
80 
 
• Flexibilidade e adaptação às necessidades dos alunos: Ser flexível e adaptável 
às diferentes necessidades dos alunos é essencial para garantir que todos 
possam aprender de forma significativa; 
• Domínio do conteúdo a ser ensinado: É importante que o professor tenha um 
conhecimento profundo do conteúdo a ser ensinado para poder transmiti-lo de 
forma clara e objetiva; 
• Habilidade para propor atividades e metodologias que envolvam os alunos: O 
professor precisa ser capaz de propor atividades e metodologias que envolvam 
os alunos de forma ativa, estimulando a participação e o interesse pelo 
aprendizado; 
• Conhecimento sobre os processos de aprendizagem dos alunos: É importante 
que o professor conheça os processos de aprendizagem dos alunos para poder 
adaptar sua mediação de forma mais efetiva; 
• Capacidade de incentivar a participação ativa dos alunos: O professor deve ser 
capaz de incentivar a participação ativa dos alunos nas atividades propostas, 
garantindo que todos possam se envolver e contribuir para o processo de 
aprendizagem; 
• Habilidade para avaliar o processo de aprendizagem e reajustar a mediação, se 
necessário: O professor deve ser capaz de avaliar o processo de aprendizagem 
dos alunos e reajustar sua mediação de acordo com as necessidades 
identificadas durante o processo. 
A mediação do professor também é importante na medida em que ele deve ser capaz 
de trabalhar com diferentes fontes de conhecimento, sejam elas livros, vídeos, sites ou 
outras mídias. O professor deve estar atualizado e capacitado para utilizar diferentes 
recursos pedagógicos e tecnológicos de forma eficiente, para que possa enriquecer o 
processo de ensino aprendizagem. 
Existem diversas atividades e metodologias que podem ser utilizadas pelo professor 
para envolver os alunos de forma ativa no processo de aprendizagem e promover uma 
, 
 
 
81 
 
mediação eficaz. O objetivo principal dessas atividades é incentivar a participação dos 
alunos, estimular o diálogo e a troca de ideias, bem como facilitar a compreensão e a 
assimilação do conteúdo. 
Uma das atividades mais comuns é a aula expositiva dialogada, na qual o professor 
apresenta o conteúdo de forma clara e objetiva, incentivando a participação dos 
alunos por meio de perguntas e debates. Essa metodologia é importante para que os 
alunos possam esclarecer dúvidas e ampliar o entendimento sobre determinado 
assunto. 
Outra atividade que pode ser bastante eficaz é o trabalho em grupo. Por meio dele, os 
alunos são estimulados a trocar ideias e a colaborar uns com os outros para a 
realização de tarefas ou projetos. Isso pode ajudar a desenvolver habilidades como o 
trabalho em equipe, a comunicação e a liderança. 
Os jogos e dinâmicas também podem ser uma excelente alternativa para tornar o 
processo de aprendizagem mais lúdico e divertido. Além disso, eles estimulam a 
interação entre os alunos e ajudam a fixar o conteúdo de forma mais eficaz. 
Os projetos interdisciplinares são outra atividade que pode ser muito interessante para 
promover a mediação do professor. Por meio deles, os alunos têm a oportunidade de 
integrar diferentes áreas do conhecimento e de trabalhar em conjunto na resolução de 
problemas. 
O uso de tecnologias como ferramenta de apoio ao ensino também pode ser uma 
forma eficaz de envolver os alunos e tornar o processo de aprendizagem mais 
interativo e dinâmico. Existem diversas plataformas e aplicativos que podem ser 
utilizados para essa finalidade. 
A aprendizagem baseada em problemas é outra metodologia que pode ser muito 
eficaz para envolver os alunos de forma ativa na busca por soluções para situações-
problema apresentadas em aula. Essa atividade é importante porque permite que os 
alunos desenvolvam habilidades como o pensamento crítico e a resolução de 
problemas. 
, 
 
 
82 
 
O ensino híbrido pode ser uma forma de combinar diferentes metodologias e 
atividades, de forma a promover uma mediação eficaz do professor. Nesse modelo, é 
possível utilizar tanto atividades presenciais quanto virtuais, por meio de plataformas 
online. Isso pode tornar o processo de aprendizagem mais dinâmico e adaptável às 
necessidades dos alunos. 
Em conclusão, a mediação do professor é de extrema importância para o 
desenvolvimento integral dos alunos e sua formação como cidadãos críticos e 
reflexivos. Através da mediação, o professor consegue auxiliar o aluno a construir seu 
próprio conhecimento, incentivando-o a buscar novas informações e desenvolver sua 
autonomia. 
Além disso, a mediação permite a criação de um ambiente de aprendizagem mais 
colaborativo e participativo, em que o aluno é visto como um agente ativo do seu 
próprio processo de aprendizagem. Dessa forma, as metodologias utilizadas pelo 
professor devem ser pensadas para estimular a participação do aluno, como o trabalho 
em grupo, a resolução de problemas e a pesquisa. 
Por meio da mediação, o professor também é capaz de identificar as necessidades e 
dificuldades dos alunos e adaptar sua metodologia para melhor atender a cada um 
deles. Isso torna a aprendizagem mais personalizada e efetiva, permitindo que os 
alunos desenvolvam suas habilidades e competências de forma mais significativa. 
Portanto, é imprescindível que os professores desenvolvam as habilidades necessárias 
para realizar uma mediação eficaz, tais como a escuta ativa, a empatia e a flexibilidade. 
Somente assim é possível proporcionar aos alunos uma educação de qualidade, que 
contribua para seu desenvolvimento integral e formação como cidadãos críticos e 
reflexivos. 
 
 
 
, 
 
 
83 
 
4.3 O papel da interação social no processo da aprendizagem 
O papel da interação social se refere ao processo de comunicação e relacionamento 
entre indivíduos, que ocorre em diversos contextos, como na família, na escola, no 
trabalho e na sociedade em geral. No contexto educacional, a interação social entre 
estudante e professores é fundamental para o processo de aprendizagem, pois 
possibilita a construção do conhecimento de forma coletiva, através da troca de 
informações e ideias entre os participantes. 
A interação social no processo de aprendizagem não se restringe apenas à transmissão 
de conhecimentos, mas envolve também o desenvolvimento de habilidades sociais e 
emocionais, como a empatia, a cooperação, a resolução de conflitos e a emoção. Além 
disso, ela contribui para a formação de cidadãos mais tolerantes e inclusivos, que 
valorizam as diferenças individuais e culturais. 
Na educação, a interação social é fundamental para a construção do conhecimento. A 
partir do diálogo e da troca de informações, o aluno é capaz de construir seu próprio 
entendimento sobre determinado assunto. Além disso, a interação social possibilita 
que o aluno perceba diferentes pontos de vista e opiniões, ampliando sua visão de 
mundo. 
A participação ativa dos estudantes no processo de aprendizagem é essencial para a 
construção do conhecimento de forma coletiva e para o desenvolvimento de 
habilidades sociais e emocionais. A interação social entre os alunos e o professor cria 
um ambiente de aprendizagem mais animado e motivador, que possibilita a criação de 
novas formas de conhecimento e resolução de problemas em conjunto. 
A interação social também é importante para o desenvolvimento das habilidadessociais dos alunos, como a empatia, a cooperação e a comunicação. Essas habilidades 
são essenciais para o convívio em sociedade e para a construção de relações 
interpessoais saudáveis e respeitosas. 
A tecnologia tem um papel importante na interação social no processo de 
aprendizagem. Ela permite que os alunos interajam com pessoas de diferentes locais 
, 
 
 
84 
 
do mundo, ampliando seus horizontes e promovendo a diversidade cultural. Além 
disso, as ferramentas tecnológicas podem ser utilizadas para estimular a interação 
social dentro da sala de aula, como por meio de jogos educativos e plataformas online 
que permitem a colaboração e a troca de informações. 
Também podemos encontrar a interação social como um dos pilares da educação 
previstos pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC) brasileira, que estabelece as 
competências e habilidades que devem ser desenvolvidas pelos alunos ao longo da 
educação básica. A BNCC destaca que a interação social é essencial para a formação de 
indivíduos críticos, reflexivos e comprometidos com a sociedade. 
A BNCC enfatiza que a interação social é uma ferramenta para o desenvolvimento das 
habilidades socioemocionais dos alunos, como a empatia, a colaboração, a 
comunicação e o respeito mútuo. Essas habilidades são fundamentais para o convívio 
em sociedade e para a resolução de conflitos de forma pacífica e construtiva. 
Além disso, a BNCC destaca que a interação social é uma forma de ampliar o repertório 
cultural dos alunos, favorecendo a diversidade e a inclusão. Por meio da troca de ideias 
e experiências, os alunos podem compreender melhor as diferentes realidades e 
perspectivas, ampliando sua visão de mundo e promovendo a tolerância e o respeito. 
A BNCC também enfatiza que a interação social deve ser estimulada por meio de 
metodologias que favoreçam a participação ativa dos alunos, como por meio de 
atividades colaborativas, debates, trabalhos em grupo, entre outras. É importante que 
o professor esteja atento à dinâmica da sala de aula e às necessidades individuais dos 
alunos, promovendo um ambiente seguro e acolhedor para a interação social. 
Destacar que a interação social não é uma atividade isolada, mas sim uma parte 
integrante do processo de aprendizagem. Ela deve estar alinhada aos objetivos 
educacionais e ser utilizada como uma ferramenta para a construção do 
conhecimento. Para isso, é necessário que o professor tenha um papel ativo e 
mediador na interação social dos alunos, promovendo um ambiente favorável à 
aprendizagem e ao desenvolvimento integral dos estudantes. 
, 
 
 
85 
 
Porém, é importante destacar que a interação social não deve ser vista como um fim 
em si mesma. Ela deve ser utilizada como uma ferramenta para a construção do 
conhecimento e para o desenvolvimento das habilidades sociais dos alunos. Para isso, 
é necessário que o professor utilize metodologias que estimulem a interação social de 
forma significativa e que esteja atento à participação de todos os alunos no processo 
de aprendizagem. 
As características do papel da interação social no processo da aprendizagem: 
• Favorece o desenvolvimento de habilidades sociais e emocionais, como a 
empatia, a cooperação, a resolução de conflitos e a autoestima; 
• Estimular a construção do conhecimento de forma coletiva, através da troca de 
informações e ideias entre os participantes; 
• Promover o respeito às diferenças individuais e culturais, confiantes para a 
formação de cidadãos mais tolerantes e inclusivos; 
• Incentiva a participação ativa dos alunos no processo de aprendizagem, 
tornando-os sujeitos ativos e não apenas receptores de informações; 
• Propicia um ambiente de aprendizagem mais animado e motivador, que 
possibilita a criação de novas formas de conhecimento e resolução de 
problemas em conjunto. 
Em resumo, a interação social é essencial para o processo de aprendizagem e para o 
desenvolvimento integral dos alunos. Por meio dela, é possível construir o 
conhecimento de forma significativa e estimular o desenvolvimento das habilidades 
sociais dos alunos, contribuindo para sua formação como cidadãos críticos e reflexivos. 
 
 
 
 
, 
 
 
86 
 
4.4 Autonomia e o saber discente 
Para iniciar vamos apresentar os conceitos de autonomia é a capacidade de um 
indivíduo tomar decisões e agir de forma independente, levando em consideração seus 
próprios valores, crenças e interesses. No contexto educacional, a autonomia é uma 
habilidade importante a ser desenvolvida nos estudantes, uma vez que possibilita que 
eles sejam protagonistas de seu próprio processo de aprendizagem e tomem decisões 
conscientes sobre sua vida acadêmica e profissional. 
O saber discente, por sua vez, refere-se ao conhecimento prévio e às experiências que 
os estudantes trazem consigo para a sala de aula. Esse conhecimento pode ser 
utilizado como ponto de partida para novas aprendizagens e, quando valorizado e 
incorporado ao processo educativo, pode promover a construção de novos saberes 
pelos estudantes. 
Assim, a autonomia e o saber discente estão interligados na medida em que a 
autonomia do estudante para tomar decisões e conduzir sua aprendizagem é 
influenciada pelo reconhecimento e valorização do seu próprio saber e de sua história. 
A promoção da autonomia e do saber discente pode ser alcançada através de práticas 
pedagógicas que incentivem a participação ativa dos estudantes, como a realização de 
atividades em grupo, a pesquisa e a reflexão crítica sobre o conhecimento. 
Os professores desempenham um papel fundamental na produção e mobilização do 
conhecimento. Como sujeitos do conhecimento, eles produzem saberes por meio de 
sua atividade prática em sala de aula, transformando e mobilizando esses saberes de 
forma constante. De acordo com Vera Candau (1983), o professor adquire um estilo 
docente desde o momento em que se torna aluno e tende a mobilizar o que aprendeu. 
No entanto, ao entrar em sala de aula, há um choque entre sua expectativa e a 
realidade do aluno, o que o obriga a lidar com as imprevisibilidades e a descobrir novas 
práticas. Ao interagir com os alunos, o professor desenvolve uma relação mais 
próxima, podendo envolvê-los na construção do seu próprio sucesso e, ao mesmo 
tempo, construir seu próprio "saber docente" a partir de situações inesperadas em 
sala de aula. 
, 
 
 
87 
 
O professor tem um papel importante nesse processo, atuando como mediador e 
incentivando os estudantes a desenvolverem sua autonomia e a valorizarem seu 
próprio saber. Dessa forma, a autonomia e o saber discente se tornam importantes 
ferramentas para a formação de cidadãos críticos e reflexivos, capazes de atuar de 
forma consciente e autônoma na sociedade em que vivem. 
Segundo Paulo Freire defendia que a relação entre educador e educando deveria ser 
pautada pela amizade, pelo diálogo e pela colaboração. Segundo ele, essa postura 
permitiria que os alunos não fossem tratados como meros receptores de informações, 
mas como sujeitos ativos no processo de aprendizagem, capazes de construir seu 
próprio conhecimento e de exercer sua autonomia. 
Importante ressaltar que para Freire, a educação não deveria ser uma prática 
autoritária, em que o professor impõe suas ideias aos alunos, mas sim uma prática 
democrática, em que os alunos são estimulados a expressar suas opiniões e a 
participar ativamente do processo educativo. Nesse sentido, o diálogo político-
pedagógico seria uma ferramenta fundamental para que o conhecimento fosse 
construído de forma crítica e consciente, levando em consideração as experiências e 
vivências dos alunos e dos educadores. A pedagogia da autonomia, proposta por 
Freire, enfatiza a importância de se formar indivíduos capazes de pensar de forma 
autônoma, de tomar decisões conscientes e de participar ativamente da sociedade. 
Para isso, o educador deveria incentivar a reflexão crítica, o diálogo e a criatividade, 
buscandosempre estimular a curiosidade e o interesse dos alunos pelo conhecimento. 
A BNCC (Base Nacional Comum Curricular) prevê o desenvolvimento da autonomia e 
do saber discente como uma das competências gerais que devem ser contempladas 
pelos componentes curriculares. Segundo a BNCC, é necessário que o ensino 
proporcione experiências que promovam a construção de uma visão crítica do mundo, 
o desenvolvimento de habilidades cognitivas e socioemocionais e o protagonismo dos 
estudantes em seu próprio processo de aprendizagem. 
 
, 
 
 
88 
 
Para isso, é importante que os componentes curriculares contemplem estratégias 
pedagógicas que favoreçam a participação ativa dos estudantes na construção do 
conhecimento. A BNCC sugere que os componentes curriculares trabalhem com 
metodologias que estimulem a pesquisa, a experimentação, a resolução de problemas 
e o trabalho em equipe, por exemplo. É importante que o estudante seja incentivado a 
ser o protagonista de sua própria aprendizagem, assumindo responsabilidades pelo 
seu processo de desenvolvimento. 
Além das habilidades mencionadas anteriormente, a BNCC também prevê outras 
habilidades gerais que colaboram para a autonomia do estudante, incluindo: 
1. Colaboração e trabalho em equipe: a capacidade de trabalhar em equipe, 
colaborar com os outros e resolver conflitos de forma construtiva; 
2. Empatia e respeito: a habilidade de compreender as perspectivas e emoções 
dos outros, e agir com respeito e consideração por eles; 
3. Pensamento crítico e argumentação: a capacidade de analisar e avaliar 
informações de forma crítica, e de construir argumentos sólidos e 
fundamentados; 
4. Criatividade e imaginação: a capacidade de pensar de forma criativa e gerar 
novas ideias e soluções; 
5. Responsabilidade e cidadania: a habilidade de agir com responsabilidade e 
ética, e de compreender e exercer seus direitos e deveres como cidadão; 
6. Autoconhecimento e autoestima: a capacidade de se conhecer e de 
desenvolver uma boa autoestima, reconhecendo suas habilidades e limitações, 
e lidando de forma saudável com as emoções e os desafios; 
7. Gestão de tempo e organização: a habilidade de gerenciar o tempo de forma 
eficiente e de se organizar para atingir objetivos e metas; 
8. Uso das tecnologias digitais: a capacidade de usar as tecnologias digitais de 
forma crítica, responsável e criativa, compreendendo seus limites e benefícios. 
, 
 
 
89 
 
Além disso, a BNCC destaca a importância da formação de uma consciência crítica e 
reflexiva dos estudantes. Os componentes curriculares devem oportunizar momentos 
de reflexão e diálogo sobre questões sociais e culturais relevantes, favorecendo a 
construção de uma visão de mundo mais ampla e inclusiva. Nesse sentido, é 
importante que os componentes curriculares promovam a formação de cidadãos 
críticos, capazes de se posicionar de maneira ética e responsável diante dos desafios 
do mundo contemporâneo. 
Em resumo, a BNCC ressalta a importância de que os componentes curriculares 
favoreçam o desenvolvimento da autonomia e do saber discente, estimulando a 
participação ativa dos estudantes na construção do conhecimento e favorecendo a 
formação de cidadãos críticos e reflexivos. Para isso, é necessário que os componentes 
curriculares contemplem metodologias e estratégias pedagógicas que promovam a 
participação dos estudantes em seu próprio processo de aprendizagem e a construção 
de uma visão crítica e reflexiva do mundo. 
Existem algumas estratégias que podem ajudar a desenvolver a autonomia dos 
estudantes: 
• Estabelecer objetivos claros: é importante que os objetivos de aprendizagem 
sejam claros e que os alunos saibam exatamente o que devem alcançar. Isso 
pode ajudá-los a se motivarem e se sentirem mais responsáveis pelo próprio 
aprendizado; 
• Oferecer escolhas: permita que o aluno escolha entre algumas opções de 
atividades ou abordagens de aprendizagem. Isso ajuda a desenvolver a tomada 
de decisões e a responsabilidade; 
• Estimular a curiosidade: crie um ambiente de aprendizagem que estimule a 
curiosidade do aluno. Encoraje perguntas e investigações, e forneça recursos 
para que eles possam buscar respostas por conta própria; 
, 
 
 
90 
 
• Encorajar a autoavaliação: ajude os alunos a avaliar seu próprio progresso e 
desempenho. Isso pode incluir a definição de metas pessoais e o 
acompanhamento do progresso ao longo do tempo; 
• Fomentar a colaboração: permita que os alunos trabalhem em equipe e 
aprendam a colaborar com os colegas. Isso pode ajudar a desenvolver 
habilidades de liderança e comunicação; 
• Promover a independência: encoraje os alunos a realizar tarefas por conta 
própria sempre que possível. Isso pode incluir a elaboração de projetos de 
pesquisa ou a resolução de problemas complexos; 
• Proporcionar feedback construtivo: forneça feedback regular e específico sobre 
o desempenho dos alunos. Isso pode ajudá-los a entender seus pontos fortes e 
áreas para melhorias e a desenvolver habilidades de autoavaliação; 
• Ser um guia: é importante que o professor seja um guia e um facilitador do 
processo de aprendizagem, dando espaço para o aluno explorar e 
experimentar, mas sempre oferecendo orientação e suporte quando 
necessário; 
• Lembre-se que a autonomia é uma habilidade que se desenvolve ao longo do 
tempo e que cada aluno pode ter necessidades e estilos de aprendizagem 
diferentes, por isso é importante adaptar as estratégias de acordo com cada 
contexto e indivíduo. 
Em conclusão, a autonomia e o saber discente são habilidades fundamentais que 
devem ser desenvolvidas nos estudantes. A autonomia permite que eles sejam 
protagonistas de seu próprio processo de aprendizagem e tomem decisões conscientes 
sobre sua vida acadêmica e profissional, enquanto o saber discente valoriza e 
incorpora o conhecimento prévio e as experiências que os estudantes trazem consigo 
para a sala de aula. 
 
, 
 
 
91 
 
O papel do professor como mediador é essencial para incentivar os estudantes a 
desenvolverem sua autonomia e valorizarem seu próprio saber. A BNCC prevê o 
desenvolvimento da autonomia e do saber discente como competências gerais a 
serem contempladas pelos componentes curriculares, e sugere estratégias 
pedagógicas que favoreçam a participação ativa dos estudantes na construção do 
conhecimento. O desenvolvimento dessas habilidades gerais, como a colaboração, a 
empatia, o pensamento crítico, a criatividade, a responsabilidade e a cidadania, 
contribui para a formação de cidadãos críticos e reflexivos, capazes de atuar de forma 
consciente e autônoma na sociedade em que vivem. A pedagogia da autonomia, 
proposta por Paulo Freire, enfatiza a importância de se formar indivíduos capazes de 
pensar de forma autônoma, de tomar decisões conscientes e de participar ativamente 
da sociedade. 
4.5 Práticas docente 
As práticas docentes referem-se às estratégias e metodologias utilizadas pelos 
professores em sala de aula para promover o aprendizado dos alunos. Elas se referem 
aos saberes especificamente desenvolvidos no exercício da docência e na prática 
profissional, fundamentados e validados pela experiência dos professores, em seu 
meio e no dia a dia. 
Essas práticas são influenciadas por diversas questões, como a visão de mundo do 
professor, o contexto social e cultural dos alunos e as teorias educacionais adotadas. 
Assim os docentes são de extrema importância para o desenvolvimento da 
aprendizagem dos estudantes e para a promoção da qualidade no ensino, 
independentemente da idade dos alunos. Conhecer essas práticas é fundamental para 
que o professor possa aplicá-las de maneira efetiva em sala de aula, de forma a 
proporcionar aos alunos um ambiente de aprendizado que estimule o seu interesse, 
sua curiosidade e sua participação ativa. 
De acordo com Tardif (2002), o saber docente é um construto social devido à natureza 
da atividade docente, que envolveinteração com outros indivíduos. O professor, ao 
longo de sua formação, desenvolve diferentes saberes, mobilizados e utilizados em sua 
, 
 
 
92 
 
atividade diária tanto na sala de aula como em outros espaços da escola. Esses saberes 
são influenciados pelas relações do professor com o conhecimento, seus valores, a 
relação com a turma e outros pares, que fornecem princípios para atuação e solução 
de situações cotidianas. Antes de ser professor, o docente também foi estudante, 
experimentando diferentes formas de relação com o saber e com as diferentes formas 
de ensino de seus professores. 
Ao conhecer as práticas docentes, o professor tem a oportunidade de utilizar 
metodologias e estratégias pedagógicas que sejam adequadas para cada faixa etária, 
perfil e necessidade dos estudantes, promovendo, assim, um aprendizado significativo 
e duradouro. Além disso, o conhecimento dessas práticas permite que o professor 
avalie continuamente o seu próprio trabalho e a eficácia das suas ações, buscando 
sempre aprimorar o seu desempenho e a qualidade do ensino. 
Outro benefício importante de se conhecer as práticas docentes é a possibilidade de 
adaptar o ensino para atender às necessidades e particularidades dos alunos, levando 
em consideração sua diversidade cultural, social e cognitiva. Dessa forma, o professor 
pode desenvolver atividades que levem em conta as habilidades e competências dos 
estudantes, tornando o aprendizado mais significativo e prazeroso. 
Em resumo, conhecer as práticas docentes é fundamental para que o professor possa 
promover a aprendizagem dos estudantes e garantir a qualidade do ensino, seja qual 
for a idade dos alunos. É por meio do conhecimento dessas práticas que o professor 
pode desenvolver metodologias e estratégias pedagógicas adequadas, avaliar 
continuamente o seu próprio trabalho e adaptar o ensino às necessidades e 
particularidades dos alunos. 
Os métodos e técnicas de ensino não são neutros, pois são baseados em previsões 
teóricas subjacentes. A escolha e aplicação desses métodos dependem dos objetivos 
conquistados pelo professor. Portanto, ao selecionar um procedimento de ensino, é 
importante considerar os seguintes aspectos básicos: 
• Adequação aos objetivos alcançados para o ensino e aprendizagem; 
, 
 
 
93 
 
• Natureza do conteúdo a ser ensinado e o tipo de aprendizagem que se espera 
alcançar; 
• Características dos alunos, como faixa etária, nível de desenvolvimento mental, 
grau de interesse e expectativas de aprendizagem; 
• Condições físicas e o tempo disponível para a aula. 
Os objetivos propostos para o ensino, a natureza do conteúdo a ser desenvolvido, as 
características dos alunos, as condições físicas e o tempo disponível são os critérios 
fundamentais para a escolha dos procedimentos de ensino e para a organização das 
experiências de aprendizagem mais adaptadas. Em outras palavras, é a partir desses 
aspectos que o professor define como ensinar e como intervir na sala de aula para 
auxiliar os alunos no processo de reconstrução do conhecimento. 
Assim, com base nesses critérios básicos, o professor pode optar por realizar uma 
exposição dialogada, um estudo dirigido, um trabalho com textos, uma dramatização, 
jogos educativos ou um trabalho em grupo, dependendo do que for mais adequado 
para alcançar os objetivos propostos, desenvolver o conteúdo de forma eficaz e 
considerar as características dos alunos, as condições físicas e o tempo disponível. 
De acordo com Jean Piaget em sua obra "Psicologia e Pedagogia", os métodos de 
ensino são classificados da seguinte forma: 
• Métodos verbais tradicionais, que são fundamentados pela epistemologia 
associacionista; 
• Métodos ativos, que se baseiam nas pesquisas e entenderam a Psicologia do 
desenvolvimento, especificamente no construtivismo operacional e cognitivo; 
• Métodos intuitivos ou audiovisuais, que se fundamentam na Psicologia da 
forma ou Gestalt; 
• Ensino programado, que é baseado na reflexologia e na psicologia 
comportamental ou behaviorista. 
, 
 
 
94 
 
Entre as práticas docentes mais comuns, destacam-se: 
1. Aula expositiva: é uma das formas mais tradicionais de ensino, em que o 
professor apresenta conteúdos de forma oral e os alunos tomam notas. Essa 
prática pode ser complementada por recursos visuais, como slides e vídeos; 
2. Trabalho em grupo: essa prática incentiva a participação ativa dos alunos, que 
trabalham em conjunto para resolver problemas, discutir temas e elaborar 
projetos. O professor atua como mediador, fornecendo orientações e 
estimulando a troca de ideias; 
3. Estudo de caso: essa prática consiste na apresentação de um caso real para que 
os alunos possam analisá-lo e propor soluções. Essa metodologia estimula o 
pensamento crítico e a reflexão sobre a aplicação dos conceitos teóricos na 
prática; 
4. Aprendizagem baseada em projetos: essa prática consiste na elaboração de um 
projeto pelos alunos, que envolve a pesquisa, a análise de dados e a 
apresentação de resultados. O professor atua como orientador, fornecendo 
suporte e feedback; 
5. Sala de aula invertida: nessa prática, o aluno estuda o conteúdo antes da aula 
e, em seguida, participa de atividades em sala de aula para discutir e aplicar o 
que foi aprendido. O professor atua como facilitador, orientando as atividades 
e promovendo a participação dos alunos. 
É importante destacar que as práticas docentes devem ser escolhidas de acordo com 
as características dos alunos e do contexto educacional, sempre levando em 
consideração a promoção da autonomia e do saber discente. Além disso, é importante 
que o professor esteja aberto a experimentar diferentes metodologias e a buscar 
constantemente a atualização e o aprimoramento de sua prática pedagógica. 
 
 
, 
 
 
95 
 
Conclusão 
Neste bloco, durante todo o caminho percorrido, você pode perceber a importância do 
papel do professor como mediador no processo de aprendizagem dos alunos. As 
relações que são estabelecidas entre professor e aluno são fundamentais para o 
desenvolvimento de habilidades e competências dos estudantes, o que permite a 
formação de indivíduos críticos, autônomos e capazes de enfrentar os desafios do 
mundo contemporâneo. 
É importante destacar que a relação entre professor e aluno deve ser pautada pelo 
respeito mútuo, pelo diálogo e pela busca constante pela melhoria do processo ensino 
aprendizagem. O professor deve levar em consideração as características e 
necessidades individuais de cada aluno, buscando formas de incentivar a participação 
de todos e garantir a inclusão e a igualdade de oportunidades. 
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, 
 
 
98 
 
 
5 O PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO, CURRÍCULO E PLANEJAMENTO DO 
ENSINO 
Apresentação 
Neste bloco, vamos abordar temas fundamentais para a prática escolar dos 
professores: o projeto político pedagógico, o currículo e o planejamento do ensino. 
Começaremos definindo o projeto político pedagógico, ou PPP, que é o documento 
que orienta a gestão escolar e define os objetivos e metas da instituição de ensino. 
Veremos como essa peça fundamental se relaciona com o currículo, que é o conjunto 
de disciplinas e atividades que compõem o programa de ensino. 
Em seguida, vamos explorar o planejamento educacional e o plano de ensino, que são 
essenciais para que o professor possa transmitir de forma clara e eficaz os 
conhecimentos e habilidades previstos no currículo. Aprenderemos como planejar por 
competências e habilidades, visando desenvolver as capacidades dos alunos de forma 
integrada e contextualizada. 
Por fim, abordaremos o planejamento de aula, uma etapa crucial para o sucesso do 
processo de ensino-aprendizagem. Nessa parte do bloco, veremos como elaborar um 
plano de aula eficiente, que leve em consideração as necessidades e características dos 
alunos e que seja capaz de engajar e motivar a turma. 
É importante ressaltar a grande importância deste módulo para a prática escolar dos 
professores. Compreender o projeto político pedagógico, o currículo e o planejamento 
do ensino é fundamental para que os docentes possam atuar de forma consciente e 
transformadora, contribuindo para o desenvolvimento de seus alunos e para a 
construção de uma sociedade mais justa e igualitária. Vamos juntos nessa jornada de 
aprendizado! 
 
 
, 
 
 
99 
 
5.1 Projeto político pedagógico 
O projeto político pedagógico, também conhecido como PPP, é um documento 
fundamental que orienta a gestão escolar e define os objetivos e metas da instituição 
de ensino. Ele é elaborado de forma coletiva, com a participação de todos os 
segmentos da comunidade escolar, como professores, alunos, pais, funcionários e 
membros da sociedade civil. Dessa forma, o Projeto Político Pedagógico (PPP) é um 
instrumento que estabelece a intencionalidade e as estratégias de uma escola, 
orientando a sua gestão de forma mais eficiente. Ele organiza as atividades 
pedagógicas em um determinado período e leva em conta a realidade socioeconômica 
e cultural na qual a escola está inserida. 
O PPP é um documento que pode variar de acordo com a instituição, mas há três 
pilares que devem ser seguidos: 
1º pilar: Projeto 
O documento deve reunir projetos a serem executados em um tempo determinado, 
com um plano de ação bem definido para guiar a escola e a comunidade escolar. 
2º pilar: Político 
A escola tem um papel político na sociedade, atuando como agente social que auxilia o 
aluno a se desenvolver como cidadão crítico, capaz de transformar a realidade em que 
está inserido, individualmente e coletivamente. 
3º pilar: Pedagógico 
A educação é o principal pilar da escola, portanto, é essencial que o PPP contenha 
atividades e ações educacionais que contribuam para o processo de aprendizagem dos 
alunos. 
O PPP é composto por um conjunto de propostas que definem ações voltadas para a 
educação, visando formar cidadãos ativos na construção da sociedade. É um 
documento dinâmico que permite alterações ao longo do tempo, especialmente em 
relação à prática pedagógica. Ele é obrigatório para todas as instituições de ensino, 
, 
 
 
100 
 
sejam elas públicas ou particulares, pois apesar de todas terem como meta oferecer 
uma educação de qualidade que forme os melhores cidadãos para a sociedade, cada 
uma tem suas particularidades, com necessidades e princípios específicos. 
A criação deste documento está presente nos artigos 12, 13 e 14 da Lei de Diretrizes e 
Bases da Educação (LDB) estabelecem que os estabelecimentos de ensino têm a 
responsabilidade de elaborar e implementar seus Projetos Pedagógicos de maneira 
democrática. Esse documento deve orientar todas as atividades educacionais da 
instituição e ser constantemente discutido e reformulado em busca de soluções que 
possam melhorar a qualidade do ensino. 
O objetivo principal é definir a identidade da escola, estabelecendo sua missão, visão e 
valores. Ele também deve definir as políticas pedagógicas, as metodologias de ensino e 
as estratégias de avaliação utilizadas pela instituição. Além disso, o documento deve 
prever as condições materiais e humanas necessárias para a realização do trabalho 
escolar, como a infraestrutura, o número de professores e o apoio pedagógico. 
Para elaborar um Projeto Político Pedagógico eficiente, é fundamental iniciar com um 
diagnóstico da escola e da comunidade em que ela está inserida. Esse diagnóstico deve 
ser baseado em perguntas relevantes para o contexto, a fim de estabelecer planos de 
ação e metas que realmente se adequem à realidade da instituição. 
Em seguida, é preciso construir a identidade da escola, levando em consideração seus 
valores, visões de mundo e objetivos específicos. Cada escola é única e possui 
particularidades que devem ser valorizadas, para que possa atender às expectativas de 
suas famílias e alunos em relação ao ensino. 
Após definir a identidade da escola, é importante estabelecer os objetivos gerais e 
específicos, alinhados às necessidades e expectativas da comunidade escolar. É 
necessário também definir as metodologias e estratégias de ensino que serão 
utilizadas para alcançar esses objetivos. 
 
, 
 
 
101 
 
Por fim, é importante definir como será feita a avaliação e acompanhamento do 
projeto ao longo do tempo, para que ele seja um documento dinâmico e esteja sempre 
em consonância com as necessidades da escola e da comunidade. Seguindo esses 
passos, é possível construir um Projeto Político Pedagógico eficiente e alinhado com as 
necessidades da instituição e da comunidade. 
A seguir, estão algumas informações importantes que devem ser consideradas na 
elaboração de um Projeto Político Pedagógico (PPP): 
• Identidade da escola: missão, visão, valores, princípios e objetivos 
educacionais; 
• Diagnóstico da realidade: análise da situação socioeconômica e cultural da 
comunidade, perfil dos alunos e suas necessidades educacionais; 
• Proposta pedagógica: metodologia, abordagem e estratégias educacionais 
adotadas pela escola; 
• Currículo escolar: definição dos componentes curriculares, organização das 
disciplinase carga horária; 
• Avaliação educacional: critérios, instrumentos e metodologias utilizadas para 
avaliar o processo de ensino-aprendizagem; 
• Gestão escolar: organização da estrutura administrativa e pedagógica da 
escola, recursos humanos e financeiros disponíveis, plano de ação e metas para 
o desenvolvimento da escola. 
Essas informações são fundamentais para que o PPP seja um documento coerente, 
que reflita a realidade da escola e oriente as ações pedagógicas. Para garantir um PPP 
efetivo, é importante envolver toda a comunidade escolar em sua produção. Isso não 
se limita apenas aos profissionais da instituição, mas também inclui alunos, pais e 
familiares, assim de forma colaborativa favorece a participação ativa de todos os 
envolvidos, permitindo uma reunião democrática para a produção desse documento 
que será seguido por todos. 
, 
 
 
102 
 
5.2 Relação entre o PPP e o currículo 
O Projeto Político Pedagógico, refere-se ao documento que define a identidade, 
objetivos, estratégias e metodologias de uma instituição educacional, bem como as 
formas de avaliação do processo de ensino-aprendizagem. O currículo, por sua vez, é o 
conjunto de conteúdos, habilidades, competências e valores que uma instituição ou 
sistema educacional define como essenciais para o desenvolvimento dos estudantes. 
O currículo educacional é um conjunto de objetivos de aprendizagem, conteúdos, 
metodologias, recursos e avaliações que guiam o ensino e a aprendizagem em uma 
instituição educacional, seja ela uma escola, faculdade ou universidade. Em geral, o 
currículo educacional é organizado em disciplinas, que abrangem diversas áreas de 
conhecimento, como ciências, matemática, história, línguas, artes e educação física. 
Cada disciplina tem seus próprios objetivos de aprendizagem, conteúdos específicos e 
metodologias de ensino e avaliação. 
O currículo é elaborado de acordo com as diretrizes curriculares estabelecidas pelo 
Ministério da Educação ou órgãos responsáveis pela educação em cada país. Essas 
diretrizes definem os objetivos e competências que os alunos devem adquirir em cada 
nível de ensino, bem como as habilidades que eles devem desenvolver ao longo do 
processo educacional. 
Além disso, o currículo também pode ser influenciado pelo contexto social, econômico 
e cultural em que a instituição educacional está inserida. Por exemplo, uma escola 
localizada em uma região agrícola pode incluir conteúdos específicos sobre a 
agricultura em seu currículo. É importante ressaltar que o currículo educacional não 
deve ser visto como algo fixo e imutável, mas sim como uma ferramenta que pode ser 
adaptada às necessidades dos alunos e da sociedade em que eles vivem. Por isso, é 
fundamental que haja uma constante reflexão e avaliação do currículo, a fim de 
garantir que ele esteja sempre atualizado e alinhado aos objetivos educacionais de 
cada instituição. 
Assim, a relação entre o PPP e o currículo é estreita, já que o PPP é o documento que 
orienta a elaboração do currículo e define as diretrizes gerais para o processo 
, 
 
 
103 
 
educativo. O PPP deve estar alinhado com as políticas públicas de educação e com as 
necessidades e características da comunidade em que a instituição está inserida. É a 
partir do PPP que se estabelecem os objetivos educacionais e se definem as 
metodologias e práticas pedagógicas a serem adotadas para alcançá-los. 
Com a implantação da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), as escolas devem 
revisitar seus Projetos Político-Pedagógicos (PPP) para garantir a adequação do 
currículo em vigor em seu estado às diretrizes estabelecidas pela BNCC. 
A BNCC estabelece as competências e habilidades que os estudantes devem 
desenvolver em cada etapa da educação básica, bem como os conteúdos que devem 
ser ensinados. Essa orientação serve como referência para a elaboração dos currículos 
estaduais e municipais, que devem ser adaptados à realidade local e às necessidades 
dos estudantes. 
Nesse contexto, a revisão do PPP é fundamental para garantir a coerência entre o 
projeto educativo da instituição e as diretrizes da BNCC. O PPP deve ser um 
documento vivo, que reflita a realidade da escola e seja capaz de orientar as práticas 
pedagógicas em consonância com os objetivos educacionais estabelecidos. 
Ao revisitar o PPP, a escola deve levar em consideração não apenas as diretrizes da 
BNCC, mas também as características da comunidade em que está inserida e as 
demandas do mundo contemporâneo. É importante que o PPP seja construído de 
forma democrática, com a participação de toda a comunidade escolar, incluindo 
gestores, professores, estudantes e pais ou responsáveis. 
Dessa forma, a revisão do PPP é um processo contínuo e dinâmico, que deve estar em 
consonância com as mudanças e desafios enfrentados pela escola e pela sociedade. 
Por sua vez, o currículo deve estar de acordo com as diretrizes do PPP e com os 
objetivos educacionais estabelecidos. É por meio do currículo que se definem as 
disciplinas e conteúdos que serão abordados em cada nível de ensino, bem como as 
habilidades e competências que os estudantes devem desenvolver ao longo do 
processo educativo. O currículo também deve contemplar as diferentes áreas do 
, 
 
 
104 
 
conhecimento e as demandas do mundo atual, como o desenvolvimento sustentável, a 
tecnologia e a diversidade cultural. 
Alguns dos principais pontos que envolvem a relação entre o PPP (Projeto Político 
Pedagógico) e o currículo: 
1. Fundamentos teóricos: o PPP é o documento que estabelece as bases teóricas 
e filosóficas da escola, enquanto o currículo se baseia nessas premissas para 
definir o que será ensinado e como será ensinado aos alunos; 
2. Objetivos educacionais: o PPP estabelece os objetivos gerais da escola, como 
formar cidadãos críticos e participativos, enquanto o currículo especifica os 
objetivos específicos de cada disciplina e de cada série; 
3. Conteúdo programático: o currículo define os conteúdos que serão trabalhados 
em cada disciplina, levando em consideração as orientações do PPP. O PPP 
também pode influenciar na escolha dos conteúdos, priorizando temas e 
assuntos que sejam relevantes para a formação dos alunos; 
4. Metodologia: o PPP define a metodologia pedagógica adotada pela escola, 
enquanto o currículo estabelece como essa metodologia será aplicada em cada 
disciplina. Por exemplo, o PPP pode priorizar metodologias ativas e 
participativas, enquanto o currículo pode especificar como isso será feito em 
cada disciplina; 
5. Avaliação: tanto o PPP quanto o currículo definem como será feita a avaliação 
dos alunos, levando em consideração os objetivos educacionais estabelecidos. 
O PPP pode influenciar na escolha dos critérios de avaliação, enquanto o 
currículo especifica como esses critérios serão aplicados em cada disciplina. 
Em resumo, o PPP e o currículo estão intrinsecamente relacionados, pois o primeiro 
estabelece as bases teóricas e filosóficas da escola, enquanto o segundo se baseia 
nessas premissas para definir o que será ensinado e como será ensinado aos alunos. 
Ambos os documentos trabalham juntos para garantir que os objetivos educacionais 
sejam alcançados e que os alunos recebam uma formação completa e integrada. 
, 
 
 
105 
 
Portanto, o PPP e o currículo são documentos complementares e interdependentes, 
que têm como objetivo proporcionar uma educação de qualidade e formar cidadãos 
críticos e comprometidos com a sociedade. 
5.3 Planejamento educacional e plano de ensino 
O planejamento educacional é um processo essencial para o sucesso de qualquer 
instituição de ensino. Ele consiste em uma série de ações que visam definir os 
objetivos, metas e estratégias necessárias para garantir uma educação de qualidade 
para os alunos. O objetivo principal do planejamento educacional é garantir que o 
ensino seja eficiente, eficaz e relevante para as necessidades dos alunos e da 
sociedadeem geral. 
Uma das ferramentas mais importantes do planejamento educacional é o plano de 
ensino. Ele é um documento que estabelece as principais diretrizes para o 
desenvolvimento do ensino em uma determinada disciplina. O plano de ensino deve 
conter informações sobre os objetivos de aprendizagem, os conteúdos que serão 
abordados, as metodologias de ensino e avaliação, os recursos necessários e as 
estratégias de acompanhamento e feedback. 
Conforme Silva e Souza (2019), o Plano de Ensino é um documento que apresenta as 
principais diretrizes para o desenvolvimento do ensino em uma determinada 
disciplina. Ele deve conter informações sobre os objetivos de aprendizagem, os 
conteúdos que serão examinados, as metodologias de ensino e avaliação, os recursos 
necessários e as estratégias de acompanhamento e feedback. Dessa forma, o Plano de 
Ensino é uma ferramenta importante para o planejamento e organização do processo 
de ensino e aprendizagem. 
Segundo Machado e Nunes (2017), o Plano de Ensino é uma ferramenta importante 
para a organização e estruturação das aulas, permitindo aos professores a definição 
dos objetivos de aprendizagem, conteúdos a serem vistos, metodologias de ensino e 
avaliação, além de recursos necessários e estratégias de acompanhamento e feedback. 
Dessa forma, o Plano de Ensino permite a criação de um ambiente de aprendizagem 
mais eficiente e eficaz. 
, 
 
 
106 
 
De acordo com Gomes e Pimenta (2011), o Plano de Ensino deve ser elaborado com 
base nas características dos alunos e nos objetivos de aprendizagem definidos, levando 
em consideração as diferentes formas de aprendizagem e as necessidades individuais 
de cada aluno. Assim, é importante que o Plano de Ensino seja flexível e possa ser 
adaptado às diferentes situações que surgem ao longo do processo de ensino e 
aprendizagem. Para os autores, o Plano de Ensino é uma ferramenta dinâmica e 
fundamental para o sucesso do processo educacional. 
O objetivo do plano de ensino é proporcionar uma base sólida para o processo de 
ensino e aprendizagem. Ele ajuda os professores a estruturar e organizar as aulas de 
forma mais eficiente, garantindo que os alunos recebam uma formação completa e 
integrada. Além disso, o plano de ensino também pode ser utilizado como uma 
ferramenta de avaliação, permitindo que os gestores da instituição educacional 
acompanhem e avaliem o desempenho dos professores e dos alunos. 
O processo de elaboração do plano de ensino começa com a definição dos objetivos de 
aprendizagem. Esses objetivos devem ser claros, específicos e mensuráveis, de forma 
que seja possível avaliar o seu alcance ao longo do processo de ensino e 
aprendizagem. Em seguida, os conteúdos a serem abordados devem ser selecionados 
e organizados de acordo com a sequência lógica e a complexidade dos conceitos. 
A escolha das metodologias de ensino e avaliação também é uma parte importante do 
processo de elaboração do plano de ensino. As metodologias devem ser selecionadas 
de acordo com as características dos alunos e dos objetivos de aprendizagem 
definidos, levando em consideração as diferentes formas de aprendizagem e as 
necessidades individuais de cada aluno. 
Outro aspecto importante do plano de ensino é a definição dos recursos necessários 
para o processo de ensino e aprendizagem. Esses recursos podem incluir livros 
didáticos, materiais de laboratório, equipamentos audiovisuais, tecnologia 
educacional, entre outros. É importante que esses recursos sejam selecionados de 
forma a garantir a qualidade do ensino e a promover a participação ativa dos alunos no 
processo de aprendizagem. 
, 
 
 
107 
 
Elaborar um Plano de Ensino é fundamental para a organização e estruturação das 
aulas, possibilitando aos professores a definição dos objetivos de aprendizagem, 
conteúdos a serem abordados, metodologias de ensino e avaliação, além de recursos 
necessários e estratégias de acompanhamento e feedback. Para elaborar um Plano de 
Ensino eficiente, alguns pontos devem ser considerados, tais como: 
• Identificação da disciplina: é preciso identificar a disciplina e definir os objetivos 
de aprendizagem, levando em consideração as diretrizes curriculares e as 
competências e habilidades que devem ser desenvolvidas pelos alunos; 
• Definição dos conteúdos: é importante definir os conteúdos que serão 
abordados na disciplina, levando em consideração a sua relevância para a 
formação dos alunos e a sua adequação às especificidades da turma; 
• Metodologias de ensino e avaliação: é necessário definir as metodologias de 
ensino e avaliação que serão utilizadas, levando em consideração as diferentes 
formas de aprendizagem e as necessidades individuais de cada aluno; 
• Recursos necessários: é preciso identificar os recursos necessários para o 
desenvolvimento das aulas, tais como materiais didáticos, equipamentos e 
tecnologias, e garantir que eles estejam disponíveis; 
• Estratégias de acompanhamento e feedback: é fundamental definir estratégias 
de acompanhamento e feedback para os alunos, de forma a avaliar o seu 
desempenho e promover a sua aprendizagem; 
• Flexibilidade do Plano de Ensino: é importante que o Plano de Ensino seja 
flexível e possa ser adaptado às diferentes situações que surgem ao longo do 
processo de ensino e aprendizagem; 
• Avaliação contínua: é necessário avaliar continuamente o Plano de Ensino, de 
forma a garantir a sua efetividade e a promover a melhoria contínua do 
processo de ensino e aprendizagem; 
, 
 
 
108 
 
• Comunicação com os alunos: é importante comunicar aos alunos os objetivos, 
conteúdos, metodologias, recursos e estratégias definidos no Plano de Ensino, 
de forma clara e objetiva, de modo que eles possam se envolver no processo 
de aprendizagem. 
Por fim, o plano de ensino também deve incluir estratégias de acompanhamento e 
feedback. Essas estratégias podem incluir avaliações formativas, reuniões com os pais 
e responsáveis, feedback individual aos alunos, entre outras. O objetivo dessas 
estratégias é garantir que os alunos recebam um acompanhamento constante e que 
possam identificar as suas dificuldades e necessidades de forma clara e objetiva. 
Segue abaixo um modelo básico de Plano de Ensino que pode ser utilizado como 
referência: 
I. Identificação da disciplina: 
• Nome da disciplina; 
• Código da disciplina; 
• Carga horária total; 
• Semestre/ano letivo. 
II. Ementa: 
• Resumo dos conteúdos abordados na disciplina. 
III. Objetivos: 
• Objetivos gerais da disciplina; 
• Objetivos específicos por unidade temática. 
IV. Conteúdos: 
• Unidades temáticas e seus respectivos conteúdos; 
• Cronograma de aulas com previsão dos conteúdos a serem abordados. 
, 
 
 
109 
 
V. Metodologia: 
• Descrição das metodologias de ensino utilizadas para a disciplina; 
• Atividades propostas para o desenvolvimento das aulas (ex.: aulas expositivas, 
estudos de casos, trabalhos em grupo, debates, entre outros). 
VI. Avaliação: 
• Formas de avaliação utilizadas na disciplina (ex.: provas, trabalhos, seminários, 
entre outros); 
• Peso de cada atividade na composição da média final; 
• Critérios de avaliação e atribuição de notas. 
VII. Bibliografia básica: 
• Lista dos principais livros e materiais utilizados na disciplina. 
VIII. Recursos necessários: 
• Recursos materiais necessários para o desenvolvimento da disciplina (ex.: 
equipamentos, materiais didáticos, tecnologias, entre outros). 
IX. Estratégias de acompanhamento e feedback: 
• Estratégias utilizadas para o acompanhamento e feedback dos alunos (ex.: 
plantão de dúvidas, feedbacks individuais, entre outros). 
X. Flexibilidade do Plano de Ensino: 
• Possibilidade de adaptação do Plano de Ensino, caso haja necessidade. 
É importante lembrar que o Plano de Ensino pode variar de acordo com a disciplina e 
as necessidades específicas de cada turma. 
O plano de aula, por sua vez, vai detalhar todas as etapas daaula, desde a abordagem 
do tema até a avaliação do aluno. É importante destacar que o plano de aula deve 
, 
 
 
110 
 
estar sempre alinhado com o plano de ensino, ou seja, as atividades propostas na aula 
devem estar em consonância com os objetivos e conteúdos previstos no plano de 
ensino. 
Assim, para o professor, o plano de ensino é fundamental para guiar sua prática 
pedagógica e garantir que os objetivos da disciplina sejam alcançados no período 
letivo. Já o plano de aula é importante para organizar a aula de forma clara e objetiva, 
para que o aluno possa entender e aproveitar ao máximo o conteúdo apresentado. 
Portanto, enquanto o plano de ensino é um planejamento mais amplo, que contempla 
a disciplina como um todo, o plano de aula é um roteiro detalhado que se refere a uma 
única aula. Ambos são fundamentais para uma prática pedagógica eficiente e devem 
ser elaborados com cuidado e atenção aos objetivos de aprendizagem. 
Conclui-se que o Planejamento Educacional é uma etapa fundamental para garantir a 
qualidade da educação, pois é por meio dele que se estabelecem os objetivos, metas e 
estratégias para alcançar uma formação integral e significativa dos estudantes. Nesse 
processo, o Plano de Ensino surge como um importante instrumento, pois é nele que 
estão contidos os objetivos específicos, conteúdos, metodologias, avaliação e recursos 
necessários para a condução da disciplina, além de ser um meio de comunicação entre 
o professor e os estudantes. 
Um bom Plano de Ensino deve ser claro, objetivo e estar alinhado com as diretrizes 
curriculares da instituição, garantindo uma abordagem eficaz dos conteúdos e 
promovendo a formação crítica e reflexiva dos estudantes. Além disso, é importante 
que seja flexível, permitindo adaptações de acordo com as necessidades e interesses 
da turma. 
Assim, o Planejamento Educacional e o Plano de Ensino são ferramentas que 
contribuem significativamente para o sucesso do processo educativo, proporcionando 
aos estudantes uma formação de qualidade e preparando-os para os desafios da 
sociedade atual. É importante que essas etapas sejam realizadas de forma consistente 
e planejada, com a participação ativa de todos os envolvidos no processo educacional, 
visando sempre a melhoria contínua da educação. 
, 
 
 
111 
 
5.4 Como planejar por competências e habilidades 
Competências e habilidades são conceitos fundamentais para a educação, pois são as 
principais bases que orientam a formação dos estudantes na educação, competências 
e habilidades são conceitos importantes que se referem às capacidades que um 
indivíduo deve desenvolver ao longo do seu processo de aprendizagem, para que 
possa se tornar um cidadão crítico, reflexivo e atuante em diferentes contextos sociais. 
A competência é a capacidade que uma pessoa tem de mobilizar conhecimentos, 
habilidades, valores e atitudes para resolver situações-problema ou demandas da vida 
cotidiana. Ela implica não apenas um conjunto de conhecimentos teóricos, mas 
também habilidades práticas e socioemocionais que permitem ao indivíduo atuar de 
forma autônoma e responsável em diferentes contextos. 
Já a habilidade é uma capacidade específica que o indivíduo desenvolve a partir da 
prática e do exercício de determinadas atividades. Ela pode ser entendida como a 
facultativa para realizar uma tarefa ou resolver um problema específico. As habilidades 
estão relacionadas a ações concretas e específicas, como por exemplo, a habilidade de 
interpretar um texto, de resolver uma prescrição matemática ou de se comunicar em 
uma língua estrangeira. 
Na educação, a definição de competências e habilidades é fundamental para a 
elaboração de um currículo mais focado no desenvolvimento das capacidades dos 
alunos, e não apenas na transmissão de conhecimentos. Além disso, esses conceitos 
estão relacionados à formação de cidadãos críticos e conscientes, capazes de atuar em 
diferentes contextos e de se adaptar às mudanças e desafios da sociedade 
contemporânea. Por isso, a promoção do desenvolvimento de competências e 
habilidades é um dos objetivos centrais da educação do século XXI. 
Esses conceitos estão diretamente relacionados à Base Nacional Comum Curricular 
(BNCC), que estabelece as competências e habilidades que devem ser desenvolvidas 
pelos alunos em cada etapa da educação básica. A BNCC é um documento normativo 
que define o conjunto de conhecimentos, competências e habilidades que os alunos 
devem adquirir em cada uma das áreas do conhecimento. 
, 
 
 
112 
 
Além disso, as competências e habilidades devem ser consideradas no planejamento 
curricular, que é o processo de organização e planejamento das atividades escolares 
com base nos objetivos e nas competências e habilidades definidas pela BNCC. Dessa 
forma, o currículo escolar deve estar alinhado com a BNCC, contemplando as 
competências e habilidades definidas para cada etapa de ensino. 
Portanto, competências e habilidades são conceitos fundamentais para a educação e 
devem ser considerados tanto na definição da BNCC quanto no planejamento 
curricular. O objetivo é formar cidadãos capazes de solucionar problemas complexos, 
atuar em sociedade e serem protagonistas de sua própria aprendizagem, preparando-
os para os desafios do mundo contemporâneo. 
O planejamento por competências e habilidades é uma abordagem pedagógica que 
tem como objetivo central desenvolver as habilidades e competências dos estudantes, 
a partir de uma visão ampliada do processo de ensino e aprendizagem. Para isso, é 
preciso que os professores adotem uma postura mais ativa, transformando-se em 
mediadores do conhecimento e estimulando a participação ativa dos estudantes em 
todo o processo. 
Com a implementação da BNCC, os professores precisam considerar as habilidades 
para organizar suas aulas, em vez de se concentrarem apenas no conteúdo. É crucial 
que eles possam fazer conexões entre as diferentes habilidades, pois elas estão 
interligadas. 
Para isso, os professores precisam encontrar atividades que possam abranger vários 
eixos temáticos e ajudar os alunos a entender como cada habilidade funciona. É 
importante pensar em como os alunos irão realizar uma atividade e como ela irá 
ajudá-los a desenvolver as habilidades necessárias. 
Para encontrar a melhor forma de transmitir o conteúdo de acordo com a BNCC, os 
professores precisam considerar a reação dos alunos. Eles devem elaborar atividades 
que envolvam e motivem os alunos, avaliando se eles serão eficientes para 
desenvolver as competências gerais, competências específicas e as habilidades 
práticas, cognitivas e socioemocionais que serão trabalhadas. 
, 
 
 
113 
 
A BNCC gerou diversas mudanças nas salas de aula para adequar o processo de ensino 
à contemporaneidade. Por muito tempo, as escolas tinham como foco transmitir 
conhecimento, mas hoje vivemos na era digital, onde a informação está facilmente 
acessível e o papel do professor e da escola mudou. 
Ao mudar de simplesmente repetir conceitos, o objetivo da educação agora é orientar 
os alunos a reunir esses conhecimentos e aplicá-los no dia a dia, para que possam se 
desenvolver como indivíduos, se destacar na vida e no mercado de trabalho. Ao 
trabalhar competências e habilidades em sala de aula, os alunos são colocados como 
protagonistas de seu próprio processo de aprendizagem e estão preparados para 
enfrentar os desafios fora da escola. 
Além disso, grandes estimativas nacionais como o ENEM e o Saeb estão passando por 
discussões para alinhá-las às novas demandas do BNCC e do ensino médio. As 
questões do ENEM, por exemplo, trazem informações sobre as competências e 
habilidades da Matriz de Referência e podem ter uma correspondência ou indireta 
com as habilidades descritas na BNCC. 
Para planejar por competências e habilidades, é necessário seguir alguns passos: 
1. Identificar as competências e habilidades necessárias: o primeiropasso é 
identificar quais são as competências e habilidades que se espera desenvolver 
nos estudantes, levando em conta as especificidades da disciplina, as 
necessidades da sociedade e as demandas do mercado de trabalho; 
2. Definir os objetivos de aprendizagem: com base nas competências e 
habilidades identificadas, é preciso definir objetivos de aprendizagem claros, 
que orientem o processo de ensino e aprendizagem; 
3. Selecionar os conteúdos: os conteúdos devem ser selecionados de forma a 
favorecer o desenvolvimento das competências e habilidades identificadas, 
garantindo que estejam alinhados com os objetivos de aprendizagem definidos; 
4. Estabelecer as estratégias de ensino: é preciso definir as estratégias de ensino 
que serão utilizadas para promover o desenvolvimento das competências e 
, 
 
 
114 
 
habilidades identificadas, utilizando atividades que estimulem a participação 
ativa dos estudantes; 
5. Elaborar as atividades de aprendizagem: a partir das estratégias de ensino 
definidas, é necessário elaborar atividades de aprendizagem que estejam 
alinhadas com os objetivos de aprendizagem e promovam o desenvolvimento 
das competências e habilidades identificadas; 
6. Definir os critérios de avaliação: para avaliar o desenvolvimento das 
competências e habilidades, é preciso definir critérios claros e objetivos, que 
orientem a avaliação dos estudantes; 
7. Fazer uma avaliação formativa: a avaliação formativa é uma avaliação que 
ocorre durante todo o processo de ensino e aprendizagem, com o objetivo de 
fornecer feedbacks aos estudantes e orientá-los em relação ao 
desenvolvimento das competências e habilidades. 
Dessa forma, o papel do professor é fundamental para orientar e acompanhar os 
alunos no processo de desenvolvimento de competências e habilidades, utilizando 
metodologias ativas e recursos educacionais que garantiram a construção do 
conhecimento de forma significativa. Além disso, o uso de tecnologias educacionais 
pode ser uma ferramenta importante para incentivar a participação ativa dos alunos e 
tornar o aprendizado mais envolvente e significativo. 
Em resumo, a promoção do desenvolvimento de competências e habilidades é um 
desafio importante para a educação atual, e sua implementação exige um repensar 
dos currículos escolares e das práticas pedagógicas utilizadas. Dessa forma, é possível 
formar cidadãos críticos e capazes de enfrentar os desafios da sociedade 
contemporânea, confiantes para o seu desenvolvimento pessoal e profissional. 
5.5 Planejamento de aula 
Antes de começarmos nossa abordagem sobre o planejamento de aulas, gostaríamos 
de fazer uma proposta para que você reflita sobre a importância do planejamento em 
nossas vidas cotidianas. 
, 
 
 
115 
 
Escolha um dia marcante em sua vida e reflita sobre como as coisas se desenrolaram: 
tudo correu bem ou poderia ter sido melhor? A organização e o planejamento das suas 
ações tiveram relação com o sucesso ou fracasso? Você definiu objetivos claros e 
utilizou procedimentos, ações e recursos adequados? Foi possível atingir seus 
objetivos e fazer uma análise crítica sobre a experiência? Surgiram novas ideias e 
propostas a partir dessa reflexão? 
Essa simples reflexão nos mostra como o planejamento está presente em nosso dia a 
dia e é essencial para o sucesso de nossas ações em diversas áreas, inclusive na 
atividade docente durante o processo educativo. 
A falta de planejamento pode gerar consequências desastrosas e indesejadas. Na área 
educacional, isso pode resultar em aulas monótonas, improvisadas, desorganizadas e 
desestimulantes, desencorajando o interesse dos estudantes pelo conteúdo e pelas 
aulas, o que é extremamente prejudicial para a formação adequada. Você gostaria de 
participar de uma aula sem planejamento, realizada às pressas, sem recursos 
selecionados ou preparação adequada do professor? Essas perguntas eram uma 
atenção cuidadosa, já que o planejamento não apenas reflete o que será realizado, 
mas também é uma grande responsabilidade assumida pelo educador na formação 
dos estudantes e no compromisso com a escola, educação e sociedade. 
Segundo o professor Claudino Piletti, durante o processo de planejamento, é 
necessário responder a uma série de perguntas essenciais, tais como: qual é o objetivo 
a ser alcançado? Em quanto tempo desejo alcançá-lo? De que maneira posso alcançar 
esse objetivo? Qual é a melhor forma de colocar em prática o planejamento? Quais 
recursos são necessários? E, por fim, como posso avaliar a situação e verificar se o 
objetivo foi alcançado de fato? Temos que responder ao pensar em fazer este plano de 
aula. 
De acordo com o pensamento de Libâneo (2013), a elaboração de um plano de aula é 
uma tarefa crucial para o professor, visto que envolve a previsão e organização das 
atividades didáticas em consonância com os objetivos propostos, bem como sua 
revisão e expectativas durante o processo de ensino. Desse modo, o planejamento se 
, 
 
 
116 
 
configura como uma ferramenta auxiliar para o docente definir as estratégias 
pedagógicas adotadas para cada turma, sempre levando em consideração a 
flexibilidade necessária para possíveis ajustes. 
O planejamento de aulas é uma atividade fundamental para o sucesso do processo de 
ensino-aprendizagem. Segundo Cury (2017), o planejamento de aulas envolve uma 
série de etapas que devem ser cuidadosamente planejadas para que o professor possa 
atingir seus objetivos educacionais. Nesse sentido, é importante que o professor esteja 
atento às necessidades de seus alunos e ao contexto em que a aula será ministrada, 
conforme destacado por Pimenta (2005). 
Ao planejar suas aulas, o professor deve levar em consideração os objetivos 
educacionais que pretende alcançar, bem como os conteúdos a serem abordados e as 
atividades que serão realizadas durante a aula. Além disso, o planejamento de aulas 
deve ser flexível o suficiente para permitir que o professor faça ajustes conforme 
necessário, conforme ressaltado por Freire (1996). 
Para que o planejamento de aulas seja eficaz, é preciso que o professor esteja 
preparado e atualizado em relação aos temas que serão abordados, conforme 
sugerido por Libâneo (2013). Além disso, é importante que o planejamento de aulas 
leve em conta as características individuais de cada aluno, a fim de que a 
aprendizagem seja significativa e relevante para todos, conforme destacado por 
Vygotsky (2001). 
Em suma, o planejamento de aulas é uma atividade complexa e importante para o 
sucesso do processo de ensino-aprendizagem. Para que o professor possa planejar 
suas aulas de forma eficaz, é preciso que ele esteja atento às necessidades de seus 
alunos, leve em consideração o contexto em que a aula será ministrada e esteja 
preparado e atualizado em relação aos temas que serão abordados. 
Algumas considerações importantes na elaboração de um plano de aula incluem: 
• Expressar as informações de forma clara e objetiva; 
• Revisar e atualizar o plano periodicamente; 
, 
 
 
117 
 
• Conhecer e considerar os recursos disponíveis na escola; 
• Avaliar o conhecimento prévio dos alunos sobre o conteúdo; 
• Estabelecer uma relação entre a teoria e a prática; 
• Utilizar metodologias diversificadas e inovadoras que facilitam o processo de 
ensino-aprendizagem; 
• Organize as atividades de acordo com o tempo disponível para cada etapa da 
aula/atividade; 
• Ser flexível para lidar com situações imprevistas; 
• Realizar pesquisas e buscar diferentes referências para enriquecer o conteúdo; 
• Adaptar o plano de aula de acordo com a realidade sociocultural dos 
estudantes. 
Ao elaborar o plano de aula, é importante fazer um diagnóstico inicial, respondendo a 
algumas questões. É preciso considerar quem serão os estudantes, suas características 
(faixa etária, grau de maturidade, conhecimentos prévios, habilidades adquiridas e 
contexto social em que vivem). Também é necessáriodefinir os objetivos da educação 
e da escola, bem como do módulo ou da aula, identificando as competências que 
devem ser desenvolvidas. 
Outra questão importante é o conteúdo que será abordado e como integrá-lo a outras 
áreas do saber (temas transversais, interdisciplinaridade). É necessário pensar em 
quais recursos didáticos estão disponíveis e quais podem ser 
providenciados/construídos, considerando o período da aula (matutino, vespertino, 
noturno), e como aproveitar os conhecimentos e experiências prévias dos estudantes. 
Por fim, é fundamental pensar em como verificar a aprendizagem e acompanhar o 
processo educativo, definindo os critérios para o sistema de avaliação e os métodos e 
tipos de instrumentos a serem utilizados. É preciso garantir a coerência entre os 
, 
 
 
118 
 
métodos de avaliação e os objetivos delineados, considerando os resultados a serem 
alcançados. 
Ponto importante para refletir e utilizar em seus planejamento de aula e a Taxonomia 
de Bloom é uma classificação hierárquica que divide os objetivos educacionais em seis 
níveis, levando em conta a complexidade das habilidades cognitivas que devem ser 
desenvolvidas pelos alunos. Esses níveis são: conhecimento, compreensão, aplicação, 
análise, síntese e avaliação. Cada nível representa uma etapa a ser alcançada pelos 
alunos, sendo que para atingir o nível superior, o aluno deve ter habilidades 
desenvolvidas do nível inferior. 
O objetivo principal da Taxonomia de Bloom é fornecer uma estrutura para a criação 
de objetivos educacionais claros, precisos e mensuráveis, que possam ser facilmente 
apreciados e compreendidos pelos alunos. Dessa forma, ela se torna uma ferramenta 
importante para os professores planejarem as aulas, selecionarem os conteúdos, 
elaborarem as estimativas e definirem as estratégias de ensino mais adequadas para 
cada nível de habilidade cognitiva. 
 
A Taxonomia de Bloom é uma estrutura que serve para definir os objetivos da 
aprendizagem e planejar as aulas com base nessa identificação, respeitando a 
hierarquia dos objetivos educacionais. Ela é composta por uma classificação dos 
domínios de aprendizagem e uma listagem das habilidades e processos envolvidos nas 
atividades educacionais, estabelecendo critérios avaliativos. A premissa básica da 
Taxonomia de Bloom é que, após uma atividade escolar, os alunos adquiriram novos 
conhecimentos e habilidades, alcançando o objetivo principal do processo de ensino e 
aprendizagem. 
Para identificar como alcançar a aprendizagem, Bloom estabeleceu níveis hierárquicos 
que os alunos devem passar, ou seja, para atingir objetivos superiores, antes precisam 
compreender os inferiores. Para estabelecer o planejamento, é preciso considerar a 
área de aprendizagem, seus objetivos específicos, os instrumentos de avaliação e as 
atividades que precisam ser realizadas durante o processo no domínio cognitivo. 
, 
 
 
119 
 
A Taxonomia de Bloom é composta por seis níveis hierárquicos no domínio cognitivo, 
que vão do mais simples ao mais complexo: lembrar, compreender, aplicar, analisar, 
sintetizar e avaliar. Cada nível representa uma etapa do processo de aprendizagem, 
que deve ser alcançada pelos estudantes durante a aula. Para elaborar o 
planejamento, é necessário definir os objetivos educacionais de acordo com cada nível 
e as ações necessárias para que os alunos possam alcançá-los. No quadro abaixo 
podemos verificar os verbos para a construção de nosso planejamento. 
 
Fonte: Adaptado de Jonhson & Jonhson. 
Figura 5.1 – Verbos para a construção de planejamento 
Para compreender a tabela da Taxonomia de Bloom é composta por seis níveis 
hierárquicos de objetivos de aprendizagem. O primeiro nível é o conhecimento ou 
memorização, que envolve o reconhecimento e a compreensão dos fatos, termos e 
conceitos básicos de uma disciplina. O segundo nível é a compreensão, que envolve a 
habilidade de interpretar e explicar o conteúdo de uma disciplina de maneira coerente 
e lógica. O terceiro nível é a aplicação, que envolve a habilidade de utilizar os conceitos 
e habilidades aprendidos em novas situações ou problemas. O quarto nível é a análise, 
que envolve a habilidade de decompor o conteúdo de uma disciplina em suas partes 
componentes e entender como elas se relacionam entre si. O quinto nível é a síntese 
ou avaliação, que envolve a habilidade de combinar os conceitos e habilidades 
aprendidos de maneira criativa para produzir algo novo ou original. E o sexto nível é a 
avaliação, que envolve a habilidade de julgar o valor ou mérito do conteúdo 
aprendido. 
, 
 
 
120 
 
Embora o nível de criação não faça parte da taxonomia de Bloom original, algumas 
adaptações da taxonomia incluem esse nível adicional. O nível de criação envolve a 
habilidade de utilizar os conceitos e habilidades aprendidos de maneira criativa para 
produzir algo novo ou original. Neste nível, o aluno deve ser capaz de criar algo a partir 
do conhecimento adquirido, como um projeto ou solução para um problema. 
Para aplicar a Taxonomia de Bloom, é fundamental que o professor planeje suas aulas 
e atividades de modo que os estudantes sejam capazes de adquirir habilidades dentro 
do seu nível de aprendizado. Essa taxonomia acompanha cada fase do processo de 
aprendizagem e, portanto, é importante que os alunos tenham uma base sólida. Ao 
estruturar uma aula, o professor deve responder a três perguntas fundamentais: 
• O que os alunos precisam aprender?; 
• Qual método de ensino será utilizado? 
• Qual é o objetivo de ensinar esse conhecimento? 
Dessa forma, é possível criar um plano de aula adequado às necessidades dos alunos, 
levando em consideração as diferentes habilidades que eles devem adquirir em cada 
nível da Taxonomia de Bloom. 
O planejamento de aula é um processo essencial para garantir uma boa qualidade de 
ensino. Para planejar uma aula eficiente, é necessário seguir alguns passos 
importantes: 
1. Definir os objetivos: O que se espera alcançar com a aula? Quais são os 
objetivos de aprendizagem? Essa etapa é fundamental para orientar todo o 
planejamento; 
2. Selecionar os conteúdos: Com base nos objetivos, é preciso escolher os 
conteúdos que serão abordados na aula. É importante que os conteúdos 
estejam alinhados à BNCC e à proposta pedagógica da escola; 
3. Escolher as estratégias de ensino: Como será a abordagem do conteúdo? Quais 
estratégias serão utilizadas? Haverá atividades práticas, dinâmicas em grupo, 
, 
 
 
121 
 
leituras, vídeos ou outros recursos? É importante variar as estratégias para 
manter o interesse dos alunos e atender às diferentes formas de 
aprendizagem; 
4. Definir a avaliação: Como será feita a avaliação do aprendizado dos alunos? 
Será por meio de provas, trabalhos, exercícios em grupo ou outras formas? É 
importante que a avaliação esteja alinhada aos objetivos de aprendizagem e 
aos conteúdos abordados; 
5. Preparar o material: Com base nas estratégias de ensino e na avaliação, é 
preciso preparar o material necessário para a aula, como slides, vídeos, 
atividades, provas, entre outros; 
6. Estabelecer o tempo: É importante definir quanto tempo será destinado a cada 
atividade e a duração total da aula; 
7. Revisar e ajustar: Por fim, é preciso revisar todo o planejamento e ajustar o que 
for necessário. É importante que o planejamento esteja sempre em evolução e 
seja adaptado de acordo com as necessidades e feedbacks dos alunos. 
Seguindo esses passos, é possível planejar aulas eficientes e adequadas às 
necessidades dos estudantes. 
A análise de um plano de aula é uma ferramenta fundamental para o professor de 
pedagogia, pois é através dele que o docente pode planejar e organizar suas atividades 
de forma a atender às necessidades dos alunos e atingir os objetivos de aprendizagem 
previstos. 
Ao analisar um plano de aula, o professor pode identificar se as atividades propostas 
são adaptadas ao nível de desenvolvimentodos alunos, se os objetivos de 
aprendizagem são claros e se as estratégias pedagógicas escolhidas são eficazes. Além 
disso, a análise permite avaliar se o tempo previsto para cada atividade é suficiente e 
se os recursos necessários estão disponíveis. 
, 
 
 
122 
 
A prática de ensino é um processo complexo que envolve diversos fatores, como a 
relação entre professor e aluno, o conteúdo a ser ensinado, a metodologia de ensino e 
os recursos utilizados. Ao analisar um plano de aula, o professor de pedagogia pode 
refletir sobre todos esses aspectos, garantindo que a prática de ensino seja efetiva e 
de qualidade. 
Dessa forma, a análise de um plano de aula é importante para que o professor possa 
se preparar para suas aulas, ajustando e adaptando o plano de acordo com as 
necessidades e particularidades de cada turma e de cada aluno. É uma ferramenta que 
contribui para a melhoria contínua da prática de ensino e, consequentemente, para a 
formação de alunos mais críticos, reflexivos e preparados para enfrentar os desafios do 
mundo contemporâneo. 
Para desenvolver habilidades de ensino efetivas, é importante analisar e refletir sobre 
os planos de aula existentes. Após examinar um plano de aula apresentado, é crucial 
que o futuro professor reflita sobre como ele ou ela elaboraria uma aula com a mesma 
habilidade para o 2º ano. Essa atividade prática é fundamental para o 
desenvolvimento profissional do futuro professor, pois permite que ele ou ela aplique 
as teorias aprendidas na prática e aprenda suas habilidades de ensino. Além disso, a 
análise e reflexão dos planos de aula existentes ajuda o professor a identificar os 
pontos fortes e fracos, permitindo que ele ou ela ajuste e melhore a abordagem 
educacional para aprimorar a experiência de aprendizado dos alunos. 
A gestão de sala de aula é uma das competências essenciais para um professor, pois é 
por meio dela que ele consegue criar um ambiente de aprendizagem adequado e 
seguro para os estudantes. A gestão de sala de aula envolve várias habilidades, como o 
estabelecimento de regras claras, a criação de um ambiente de respeito e colaboração 
entre os estudantes e a manutenção da disciplina. 
No entanto, a gestão de sala de aula não pode ser considerada isoladamente, pois ela 
está intimamente ligada ao plano de aula. Um plano de aula bem elaborado é capaz de 
orientar a gestão de sala de aula, pois estabelece objetivos claros de aprendizagem e 
define as estratégias de ensino que serão utilizadas para alcançá-los. 
, 
 
 
123 
 
Dessa forma, é importante que os professores tenham habilidades tanto na gestão de 
sala de aula quanto no planejamento de aula. A combinação dessas habilidades é 
essencial para garantir a aprendizagem de qualidade para os estudantes. A gestão de 
sala de aula contribui para a criação de um ambiente favorável ao aprendizado, 
enquanto o plano de aula orienta as atividades e garante a progressão do 
conhecimento. 
Além disso, um plano de aula bem estruturado permite que o professor avalie de 
forma mais eficiente o progresso dos estudantes, pois ele pode monitorar a evolução 
de cada um em relação aos objetivos de aprendizagem estabelecidos. Isso permite que 
o professor faça ajustes e adaptações no plano de aula, caso seja necessário, 
garantindo assim que os estudantes alcancem os objetivos de aprendizagem de forma 
satisfatória. 
Em resumo, a gestão de sala de aula e o plano de aula são complementares e ambos 
são essenciais para o desenvolvimento da aprendizagem de qualidade. Uma aula bem 
planejada e ministrada em um ambiente seguro e colaborativo é fundamental para 
que o estudante se desenvolva e o professor realize sua função de forma eficiente. 
Em conclusão, é importante enfatizar a gestão da sala de aula e do planejamento de 
aulas como complementares e essenciais para a qualidade da aprendizagem. Uma 
reflexão sobre a importância do planejamento em nossas vidas cotidianas demonstra 
que a organização e o planejamento das ações são essenciais para o sucesso. No 
contexto educacional, a falta de planejamento pode levar a aulas desorganizadas e 
desestimulantes, prejudicando a formação adequada dos alunos. Portanto, é 
necessário que o professor leve em consideração as necessidades de seus alunos, o 
contexto em que a aula será ministrada e esteja preparado e atualizado em relação 
aos temas que serão observados para que o planejamento de aulas seja eficaz. A 
elaboração de um plano de aula envolve a previsão e organização das atividades 
didáticas em consonância com os objetivos propostos, bem como sua revisão e 
expectativas durante o processo de ensino. Em resumo, o planejamento de aulas é 
uma atividade complexa e importante para o sucesso do processo de ensino-
aprendizagem. 
, 
 
 
124 
 
Conclusão 
É importante destacar que o conhecimento adquirido nesta disciplina é fundamental 
para a formação de um pedagogo competente e preparado para atuar na sala de aula 
de forma eficiente. 
Durante o curso, foram examinados temas relevantes para a prática escolar dos 
professores, como o projeto político pedagógico, o currículo e o planejamento do 
ensino. Esses temas são fundamentais para que os professores possam atuar de forma 
consciente e transformadora, confiante para o desenvolvimento dos alunos e para a 
construção de uma sociedade mais justa e igualitária. 
Aprender a elaborar um plano de aula eficiente, que leve em consideração as 
necessidades e características dos alunos e que seja capaz de engajar e motivar a 
turma, é uma das etapas mais cruciais para o sucesso do processo de ensino-
aprendizagem. 
Portanto, parabéns aos cursistas por terem concluído esta disciplina e adquirido 
conhecimentos valiosos para a sua futura atuação profissional como pedagogos. Sigam 
em frente nesta jornada de aprendizado, sempre buscando se aprimorar e contribuir 
para a formação de alunos mais críticos, criativos e preparados para enfrentar os 
desafios do mundo contemporâneo. 
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, 
 
 
127 
 
 
6 GESTÃO DA SALA DE AULA E DA APRENDIZAGEM 
Apresentação 
Este bloco é fundamental para a formação do docente, pois aborda temas que são 
essenciais para o desenvolvimento da prática pedagógica. A gestão de sala de aula é 
um conjunto de estratégias e técnicas utilizadas pelo professor para gerenciar o 
ambiente de aprendizagem em sua sala de aula. Isso inclui a criação de um ambiente 
positivo e produtivo para o aprendizado dos alunos, o estabelecimento de limites 
claros de comportamento, a promoção da participação dos estudantes e a organização 
do espaço e do tempo de aula. A gestão de sala de aula é importante para manter a 
ordem e a disciplina, criar um ambiente propício para o aprendizado e garantir que os 
objetivos pedagógicos sejam alcançados. Além disso, ela permite que os alunos se 
sintam seguros e homenageados em sala de aula, favorecendo a construção de 
relações positivas entre os estudantes e o professor. Ele se concentra em ajudar os 
professores a gerenciar o ambiente de aprendizagem em sua sala de aula de forma 
eficaz. Assim, você aprenderá sobre técnicas para estabelecer limites claros de 
comportamento e para criar um ambiente de aprendizagem produtivo e positivo para 
os estudantes. 
A Indisciplina Escolar, é um assunto que preocupa muitos professores. Aprender como 
lidar com situações de indisciplina pode ajudar os professores a manter a sala de aula 
sob controle e a promover um ambiente de aprendizagem seguro e respeitoso. Este 
bloco apresenta estratégias para identificar a origem da indisciplina e técnicas para 
lidar com as situações de forma eficaz. 
Devemos pensar que a Gestão da Aprendizagem, é um tema que trata de como os 
professores podem criar um ambiente de aprendizagem eficaz para os alunos. Neste 
bloco, você aprenderá sobre o papel do professor na facilitação da aprendizagem, bem 
como técnicas e estratégias para ajudar os alunos a aprender de forma mais eficaz. 
 
, 
 
 
128 
 
Compreender e Identificar as Dificuldades de Aprendizagem, aborda a importância da 
identificação de problemas de aprendizagem para que o professor possa ajudar os 
alunos a superar esses obstáculos. Você aprenderá sobre a importância da observação, 
da coleta de dados e da comunicação com os pais para identificar as dificuldades de 
aprendizagem. 
As Dificuldades de Aprendizagem, se concentra nas principais dificuldades de 
aprendizagem que os alunos podem enfrentar, como dislexia, discalculia e disgrafia. 
Este capítulo apresenta estratégias para ajudar os professores a identificar essas 
dificuldades e a desenvolver um plano de ação para apoiar os alunos. 
Em resumo, Gestão da Sala de Aula e da Aprendizagem é um conjunto de 
conhecimentos e habilidades essenciais para qualquer professor que deseja criar um 
ambiente de aprendizagem eficaz e positivo para seus alunos. Espero que vocês 
aproveitem ao máximo este bloco e possam aplicar os conhecimentos adquiridos em 
suas práticas pedagógicas. 
6.1 Gestão de sala de aula 
O trabalho educativo vai além da sala de aula e a configuração do ambiente pode 
favorecer o trabalho pedagógico realizado nele. O diretor de escola deve considerar os 
cuidados com os aspectos físicos como determinantes dos aspectos pedagógicos. Para 
tornar o ambiente da sala de aula produtivo em vez de tumultuado, é fundamental 
que o professor antecipe a rotina diária para os alunos, orientando-os e permitindo 
sua autonomia, enquanto ajuda aqueles que precisam de assistência. É importante que 
o professor e os alunos colaborem na definição coletiva das regras de conduta, 
estabelecendo direitos e deveres que regulem o cotidiano em sala de aula. As regras 
acordadas podem ser modificadas se deixarem de ser consensuais, envolvendo 
negociação constante, mas o professor pode recorrer ao acordo firmado pela classe 
quando necessário. 
 
, 
 
 
129 
 
A apresentação e organização da sala de aula são aspectos importantes. Um ambiente 
sujo, desorganizado e com cadeiras quebradas é um sinal de problemas. A hostilidade 
do ambiente causa desconforto, afetando a aprendizagem. A disposição da sala de 
aula reflete a concepção de aprendizagem do professor: cadeiras enfileiradas com 
alunos em silêncio indicam apenas atenção às lições do professor, sem interações ou 
debates entre os colegas. Quando a disposição da sala de aula é alterada de acordo 
com a tarefa, demonstra uma concepção diferente do significado de aprender: um 
processo dinâmico, estimulante e desafiador em que todos querem, podem e devem 
participar, compartilhar conhecimento, dialogar, debater e produzir conhecimento em 
conjunto. 
Além da organização física, o diretor de escola deve estar atento à gestão do tempo 
pelos professores durante as atividades pedagógicas em sala de aula. Isso inclui 
verificar se as aulas possuem um ritmo adequado, com começo, meio e fim; se há um 
planejamento que abrange as diferentes etapas da atividade e o tempo designado 
para cada uma delas, como a realização de exercícios seguidos por discussões e 
revisões em dupla; se há espaço para que os alunos expressem suas dúvidas e 
trabalhem nelas com o professor ou um colega; entre outros aspectos que possam 
surgir no dia a dia da sala de aula. 
Assim a gestão da educação é um processo que ocorre em todas as áreas da escola e 
envolve tomada de decisões, organização, direção e participação. De acordo com 
Ferreira (2008), a gestão se desenvolve principalmente na sala de aula, onde o projeto 
político pedagógico é concretizado e novas tomadas de decisões são geradas. A 
concepção democrático-participativa, conforme Libâneo (2004), busca objetivos 
comuns e a tomada coletiva de decisões para que todos assumam com 
responsabilidade sua parte na execução do acordo. 
De acordo com Brophy (2011), a gestão da sala de aula realizada pelo professor 
envolve todas as ações necessárias para criar e manter um ambiente de aprendizagem 
significativo. Isso inclui, entre outras coisas, o estabelecimento de regras, a promoção 
da concentração, motivação e disciplina dos alunos, a organização do espaço e o 
controle do tempo, além do domínio do conteúdo e da utilização de uma didática 
, 
 
 
130 
 
adequada ao tema abordado. O objetivo final é garantir o total engajamento e 
acolhimento dos alunos nas atividades desenvolvidas dentro da sala de aula. 
Portanto, a gestão em sala de aula é uma extensão da gestão escolar e deve ser um 
espaço em que comportamentos democráticos possam ser produzidos, manifestados e 
experimentados com a orientação do professor. É um espaçoem que os sujeitos são 
levados a agir de forma coletiva e comprometida com os interesses coletivos, como 
defendido por Paro (2007) assim o professor deve mediar as situações de forma 
democrática, possibilitando o crescimento de todos os integrantes do grupo. 
A sala de aula também é um espaço em que se lida com acontecimentos de outros 
tempos e espaços, com as histórias de vida dos sujeitos. A interação entre os grupos 
depende da forma como o professor media as situações, planeja o trabalho a ser 
realizado e estabelece a confiança mútua. Atuando com conhecimento e organizando 
o espaço de convívio, o professor tem condições de criar situações propícias para a 
internalização dos conhecimentos e o desenvolvimento de cidadãos democráticos. 
A gestão democrática supõe a redefinição do papel do educador, que deve influenciar 
seus estudantes para o envolvimento com o trabalho pedagógico e explicar os 
objetivos dos conteúdos curriculares e da aula. O diálogo consentido, em que o 
estudante se compromete com a apropriação dos conhecimentos, é uma forma de 
despertar sua consciência de que aprender é uma ação que depende não apenas do 
professor, mas também de sua própria vontade. 
O professor tem como objetivo promover o desenvolvimento intelectual e moral de 
seus alunos, incentivando a percepção crítica da realidade. Para isso, é necessário dar 
feedback e ampliar a capacidade perceptiva dos estudantes. O feedback é um 
mecanismo para retomar conceitos, acrescentar informações e fazer correções. O 
professor deve saber ouvir e prestar atenção à fala e aos comportamentos dos alunos, 
com o objetivo de proporcionar uma visão ampliada da realidade. 
 
, 
 
 
131 
 
Para que o desenvolvimento intelectual e moral seja efetivo, a escola deve ser 
organizada de forma democrática e estar articulada com a construção de uma 
sociedade democrática. A transformação das práticas escolares por meio da gestão 
participativa, na qual o estudante é sujeito das decisões e ações pautadas nessas 
decisões, permite o desenvolvimento de uma vivência coletiva e prática social 
democrática. Assim, o professor deve alargar os horizontes dos estudantes, 
possibilitando uma visão ampliada da realidade e estimulando o pensamento crítico e 
reflexivo. 
A escola, por sua vez, deve estar comprometida com a educação e a aprendizagem do 
estudante, promovendo uma gestão participativa que permita a vivência coletiva e a 
prática social democrática. Assim o professor precisa estar consciente da importância 
da organização da sala de aula para a condução do trabalho didático, tanto em relação 
ao convívio humano quanto à produção de conhecimento. Para isso, além do domínio 
dos conteúdos programáticos, é necessário ter algumas condições e atitudes mínimas, 
como autenticidade, cooperação, determinação, solidariedade e respeito mútuo, 
comportamentos considerados democráticos. A postura do professor é um argumento 
capaz de convencer o educando sobre a importância da escola e do trabalho ali 
desenvolvido para sua vida. 
A gestão e a organização da sala de aula dependem da construção de regras e 
procedimentos coletivos, além do acompanhamento e da mediação dos 
comportamentos. É preciso que haja um envolvimento de todos para que a ordem seja 
alcançada na sala de aula, de modo a favorecer as atividades de ensino e 
aprendizagem. A adequação do espaço também é fundamental para que os alunos 
possam construir o conhecimento de forma efetiva. O professor tem um papel 
importante na gestão da sala de aula e na adequação do espaço para que isso 
aconteça de forma eficiente. 
A aprendizagem dos conteúdos científicos e da vivência no contexto da escola requer o 
diálogo e a tomada de decisões pelo conjunto dos sujeitos envolvidos no processo. Por 
isso, é fundamental que haja uma gestão participativa, na qual o aluno seja sujeito das 
, 
 
 
132 
 
decisões e das ações que se realizarão pautadas em tais decisões. Somente assim é 
possível construir uma vivência coletiva e uma prática social democrática na escola. 
Em resumo, a organização da sala de aula e a gestão participativa são fundamentais 
para a condução do trabalho didático. O professor deve ter uma postura autêntica, 
cooperativa, determinada, solidária e de respeito mútuo, comportamentos 
considerados democráticos. A aprendizagem dos conteúdos científicos e da vivência 
no contexto da escola requer o diálogo e a tomada de decisões pelo conjunto dos 
sujeitos envolvidos no processo. Somente assim é possível construir uma vivência 
coletiva e uma prática social democrática na escola. 
A gestão de sala de aula é fundamental para garantir um ambiente de aprendizagem 
saudável e produtivo para os alunos. Algumas das principais características dessa 
gestão incluem: 
• Estabelecimento de regras e limites claros: É importante que os alunos saibam 
quais são as regras da sala de aula e os limites do comportamento aceitável. 
Isso ajuda a criar um ambiente mais seguro e previsível, e facilita a 
aprendizagem; 
• Comunicação efetiva: O professor deve ser capaz de se comunicar claramente 
com os alunos, tanto em termos de conteúdo didático quanto em termos de 
orientações e feedbacks; 
• Flexibilidade: Embora seja importante estabelecer regras claras, o professor 
também deve ser flexível o suficiente para lidar com situações imprevistas e 
para adaptar o ensino às necessidades dos alunos; 
• Gestão do tempo: O professor deve ser capaz de gerenciar bem o tempo da 
aula, a fim de maximizar a aprendizagem e minimizar o tempo desperdiçado; 
• Inclusão: Todos os alunos devem se sentir incluídos e valorizados na sala de 
aula, independentemente de sua origem ou habilidades. O professor deve ser 
capaz de criar um ambiente de respeito mútuo e de promoção da diversidade; 
, 
 
 
133 
 
• Uso de tecnologia e recursos: A tecnologia pode ser um recurso valioso na 
gestão de sala de aula, ajudando a engajar os alunos e a promover a 
aprendizagem. O professor deve estar apto a utilizar esses recursos de forma 
efetiva. 
A importância de ser um indivíduo ativo no processo de aprendizado é uma teoria 
defendida por William Glasser, que ressalta a necessidade de envolver os alunos de 
forma ativa em seu próprio aprendizado. Isso significa incentivar a responsabilidade e 
a participação ativa do estudante, levando-o a pensar, questionar e cometer erros 
como parte do processo de aprendizagem. É fundamental utilizar métodos que 
mobilizem o aluno, o estimulem a produzir e a se engajar no processo de aprendizado. 
A resolução de exercícios, a criação de textos, a interpretação e a revisão contínua dos 
erros e pontos de melhoria são práticas que promovem uma maior retenção do 
conhecimento. Através dessas ações, o ser humano aprende a aprender. Podemos 
encontrar este trabalho de William Glasser na Figura 6.1 abaixo: 
 
Fonte: https://metodo95.webnode.page/l/conhecimento/. 
Figura 6.1 – Pirâmide do Aprendizado. 
Ressaltamos que a base da pirâmide desse processo é o ato de ensinar. Lecionar é um 
grau máximo de aprendizado, pois o professor é constantemente desafiado pelas 
perguntas dos alunos, o que o leva a se reavaliar e a aprofundar seus conhecimentos 
na área em que leciona. É por meio desse constante compartilhamento de 
, 
 
 
134 
 
conhecimento que os professores se tornam especialistas em suas áreas de ensino. 
Entretanto, é preciso destacar que nem sempre esse processo de aprimoramento 
ocorre. Se um professor se apresenta rígido, inflexível e não está inclinado a responder 
às dúvidas dos alunos, ele corre o risco de estagnar no tempo e limitar-se ao 
conhecimento adquirido durante sua formação acadêmica. É importante perceber que 
o processo de aprendizado é uma via de mão dupla, onde o desejo dos alunos pelo 
conhecimento também contribui para a evolução do professor. Essa troca contínua 
aprimora não apenas o conteúdo transmitido, mas também a didática do professor,sua forma de transmitir o conhecimento adiante. 
Ao adotar práticas que promovam o envolvimento ativo dos alunos, proporcionar um 
ambiente de diálogo e estímulo ao questionamento, e incentivar a formação de uma 
relação de confiança e colaboração entre professor e aluno, estaremos construindo 
uma educação significativa e transformadora. Nesse contexto, tanto os alunos com 
dificuldades de aprendizagem quanto aqueles sem dificuldades serão beneficiados, 
alcançando seu pleno potencial acadêmico e pessoal. 
A gestão de sala de aula é importante porque influencia diretamente a experiência de 
aprendizagem dos alunos. Um ambiente bem gerenciado é capaz de promover o 
engajamento dos alunos, a compreensão dos conteúdos, o respeito mútuo e o sucesso 
acadêmico. Além disso, a gestão de sala de aula pode ajudar a prevenir problemas de 
comportamento e a promover uma cultura escolar mais saudável. 
Conforme as ideias de Celso Vasconcellos (2014), é fundamental ter uma gestão 
eficiente da sala de aula para atingir os propósitos da escola, tais como o aprendizado 
eficaz, o pensamento crítico e o desenvolvimento humano integral de todos os alunos. 
Segundo Vasconcellos (2014), a gestão da sala de aula visa responder às seguintes 
perguntas por parte do professor: 
• Como está o nível de engajamento dos estudantes? 
• Existe maior motivação quando utilizamos recursos tecnológicos? 
• Quais práticas obtiveram os melhores resultados? 
, 
 
 
135 
 
• Todos os estudantes participam igualmente quando realizamos atividades em 
grupo? 
• Qual é a abordagem mais eficaz para lidar com um estudante indisciplinado? 
• Como devo agir em caso de uma briga entre os estudantes? 
Vasconcellos (2014) destaca que a gestão da sala de aula ocorre em três dimensões 
distintas: o trabalho com o conhecimento, a organização da coletividade e o 
relacionamento interpessoal. O trabalho com o conhecimento envolve a apropriação 
do conhecimento pelo estudante, sendo o aspecto mais visível dentro das escolas. 
Nesse sentido, o papel do professor é garantir a transmissão efetiva do conhecimento, 
atribuindo-lhe significado e utilizando metodologias e linguagens que sejam relevantes 
para os estudantes das novas gerações, no entanto, para que o trabalho com o 
conhecimento seja eficaz, é necessário considerar as outras duas dimensões da gestão. 
A organização da coletividade refere-se ao ambiente de trabalho na sala de aula. 
A gestão da aula e a gestão da matéria estão interligadas, pois o domínio do conteúdo 
contribui para manter a ordem e a disciplina na sala de aula. Da mesma forma, o 
controle da sala facilita o ensino e a aprendizagem. Além disso, a singularidade de cada 
professor é fundamental para a realização da gestão da classe e da matéria. A 
descrição desses aspectos, apresentada por Tardif (2002) e Gauthier (1998), pode 
fornecer pistas para compreendermos como o professor gerencia a sala de aula e o 
conteúdo durante a interação com os alunos. 
6.2 Indisciplina escolar 
Em geral, a gestão em sala de aula é frequentemente associada apenas ao problema 
da indisciplina dos alunos ou à utilização de recursos tecnológicos modernos de 
informação e comunicação. No entanto, Ledo (2009) realizou uma pesquisa extensiva 
sobre a produção nacional em relação à indisciplina e afirma que a preocupação dos 
professores com as condições cotidianas de ensino, em especial a questão da 
indisciplina, não é compartilhada em igual proporção pela academia. Existem duas 
possíveis explicações para essa falta de interesse. A primeira é a visão amplamente 
, 
 
 
136 
 
disseminada na sociedade de que "ser professor" é uma vocação, uma missão inata em 
determinados indivíduos, que já nascem com as habilidades necessárias para 
"controlar" os alunos, tornando-os "bons professores". Segundo esse ponto de vista, 
aqueles que não têm o "domínio" da sala de aula, os "maus professores", sequer 
deveriam ser professores, pois não têm vocação para a profissão. 
No entanto, essa visão é equivocada e pode levar a uma falta de apoio e recursos para 
os professores lidarem com a gestão da sala de aula. A gestão eficaz da sala de aula 
requer muito mais do que apenas a capacidade de controlar os alunos. Os professores 
precisam dominar não apenas o conteúdo programático, mas também desenvolver 
habilidades sociais e emocionais, como empatia, comunicação efetiva e resolução de 
conflitos. Além disso, é necessário estabelecer regras claras e procedimentos coletivos 
para manter a ordem e o respeito mútuo na sala de aula, bem como incentivar o 
diálogo e a participação dos alunos no processo de aprendizagem. 
Portanto, é importante que a academia e a sociedade em geral reconheçam a 
importância da gestão eficaz da sala de aula para a qualidade da educação. Os 
professores precisam de apoio e recursos adequados para desenvolver suas 
habilidades e enfrentar os desafios diários da gestão da sala de aula. Além disso, é 
preciso promover uma mudança de perspectiva sobre a profissão de professor, 
reconhecendo que ela requer não apenas uma vocação, mas também uma formação 
adequada e contínua, que valorize a capacidade do professor de desenvolver 
habilidades socioemocionais e promover um ambiente de aprendizagem positivo e 
inclusivo para todos os estudantes. 
A indisciplina escolar pode ter diversas causas, tanto diretas quanto indiretas. É 
importante entender essas causas para lidar de forma mais efetiva com esse 
problema. Falta de interesse nas aulas o desinteresse dos estudantes nas aulas pode 
ser causado pela falta de percepção do aproveitamento dos conteúdos apresentados 
ou pela monótona didática do professor. Isso pode levar os estudantes a processar 
entediados e distraídos, desviando o foco para outras atividades como conversas 
paralelas e brincadeiras. O desafio aqui é adotar uma abordagem mais lúdica e criativa 
para ensinar, mobilizando o interesse dos alunos pelos conteúdos. 
, 
 
 
137 
 
A indisciplina escolar é um desafio enfrentado por muitas escolas no Brasil, trata-se de 
um comportamento que vai além da simples quebra de regras, envolvendo atitudes 
desrespeitosas, agressivas e disruptivas por parte dos estudantes. Esse problema afeta 
não apenas o ambiente de aprendizagem, mas também a qualidade da educação como 
um todo. Várias são as causas apontadas para a indisciplina escolar no país. Dentre 
elas, destacam-se fatores sociais, como a violência e a desestruturação familiar, que 
muitas vezes refletem nas atitudes dos estudantes. Além disso, a falta de motivação e 
interesse pelo conteúdo, a falta de diálogo e participação dos estudantes nas decisões 
escolares, a ausência de limites claros e o despreparo dos professores em lidar com 
situações de indisciplina também contribuem para o problema. 
Os impactos da indisciplina escolar são significativos. Ela compromete o processo de 
ensino e aprendizagem, prejudicando não só o desempenho dos estudantes, mas 
também a saúde emocional dos professores. Além disso, a indisciplina gera um clima 
negativo na escola, afetando o bem-estar de todos os envolvidos e dificultando a 
construção de um ambiente propício para o desenvolvimento integral dos estudantes. 
Para combater a indisciplina escolar, é fundamental adotar uma abordagem 
multidimensional, envolvendo ações preventivas e intervenções efetivas. É necessário 
promover um ambiente escolar acolhedor e seguro, onde regras e limites sejam 
estabelecidos de forma clara e consistente. Além disso, é fundamental investir em 
formação e capacitação dos professores, para que estejam preparados para lidar com 
as situações de indisciplina de maneira assertiva, buscando alternativas de diálogo, 
mediação de conflitos e promoção de valores como o respeito e a responsabilidade. 
Também é importante envolver a comunidade escolar, pais e responsáveis, no 
processo de enfrentamento da indisciplina, buscando parcerias e diálogo constante.A 
criação de espaços de escuta e participação dos alunos, por meio de conselhos 
escolares e projetos de protagonismo juvenil, pode contribuir para uma maior 
autonomia e engajamento dos estudantes. Enfrentar a indisciplina escolar no Brasil 
requer um esforço conjunto de todos os atores envolvidos na educação. Somente 
através de uma abordagem integrada, que envolva políticas públicas efetivas, 
formação de professores, envolvimento da comunidade e promoção de um ambiente 
, 
 
 
138 
 
escolar saudável, será possível superar esse desafio e proporcionar uma educação de 
qualidade para todos os estudantes. 
Passos importantes que um professor pode adotar para combater a indisciplina 
escolar: 
1. Estabelecer regras claras: Definir e comunicar de forma clara as regras de 
conduta na sala de aula, deixando claro quais comportamentos são esperados e 
quais são inaceitáveis; 
2. Promover um ambiente acolhedor: Criar um clima positivo e acolhedor na sala 
de aula, onde os alunos se sintam seguros, valorizados e respeitados; 
3. Estabelecer uma rotina: Ter uma rotina bem estruturada ajuda a minimizar 
comportamentos indisciplinados, pois os alunos sabem o que esperar e se 
sentem mais seguros; 
4. Envolver os alunos: Incentivar a participação ativa dos alunos nas atividades 
escolares, promovendo projetos em grupo, debates e atividades interativas que 
despertem seu interesse e engajamento; 
5. Criar vínculos com os alunos: Estabelecer relações de confiança e respeito com 
os alunos, demonstrando interesse por suas vidas e necessidades individuais; 
6. Utilizar estratégias de ensino variadas: Adotar metodologias de ensino 
diversificadas, que estimulem o interesse e a participação dos alunos, evitando 
a monotonia e o tédio; 
7. Proporcionar feedback construtivo: Oferecer feedback regular e construtivo 
aos alunos, reconhecendo seus esforços e incentivando seu progresso; 
8. Gerenciar o tempo de aula: Organizar o tempo de aula de forma eficiente, 
garantindo que as atividades sejam adequadas à duração da aula e que os 
alunos se mantenham engajados; 
, 
 
 
139 
 
9. Estimular a responsabilidade individual: Promover a responsabilidade 
individual dos alunos em relação aos seus comportamentos e ações, 
incentivando a autorregulação e a autonomia; 
10. Buscar soluções alternativas: Em situações de indisciplina, procurar 
abordagens de resolução de conflitos que envolvam o diálogo, a escuta ativa e 
a mediação, evitando punições excessivas e constrangimentos públicos; 
11. Envolver os pais ou responsáveis: Estabelecer uma comunicação aberta e 
constante com os pais ou responsáveis, compartilhando informações sobre o 
desempenho e o comportamento dos alunos, e buscando parcerias para lidar 
com situações de indisciplina; 
12. Buscar apoio e formação contínua: Participar de cursos, workshops e grupos 
de estudo que ofereçam orientações e estratégias para lidar com a indisciplina 
escolar, buscando sempre aprimorar suas habilidades e conhecimentos. 
Lembrando que cada situação de indisciplina é única, e é importante adaptar essas 
estratégias de acordo com a realidade e as necessidades específicas da sala de aula e 
dos estudantes. O diálogo, o respeito e a empatia são fundamentais para construir um 
ambiente escolar saudável e promover a disciplina positiva. 
Vamos trabalhar com a questão da indisciplina escolar por meio de um estudo de caso 
que se mostra uma ferramenta poderosa para compreender e lidar com esse problema 
de forma eficaz. O estudo de caso permite ao professor analisar e compreender a 
indisciplina em um contexto específico, considerando as características individuais dos 
alunos, as dinâmicas da sala de aula e as possíveis causas subjacentes. Ao utilizar essa 
abordagem, o educador é capaz de identificar padrões de comportamento, fatores 
desencadeadores e estratégias de intervenção mais adequadas. 
Ao adotar um estudo de caso para lidar com a indisciplina, o professor pode seguir 
uma sequência de passos estruturados. Primeiramente, estabelecer normas claras de 
convivência e respeito mútuo, envolvendo os alunos na criação de regras, promove um 
senso de pertencimento e responsabilidade. Em seguida, a implementação de um 
, 
 
 
140 
 
sistema de consequências e recompensas ajuda a incentivar comportamentos 
adequados e desencorajar a indisciplina. Ao estabelecer essas medidas, o professor 
cria um ambiente previsível e seguro, no qual os alunos compreendem as implicações 
de suas ações. 
Outro aspecto importante do estudo de caso é a intervenção assertiva do professor. 
Ao observar atentamente os comportamentos indisciplinados, o educador pode 
intervir de forma calma e respeitosa, dialogando individualmente com os alunos, 
lembrando-os das regras estabelecidas e buscando compreender as possíveis causas 
por trás do comportamento indisciplinado. A parceria com a família e profissionais 
especializados também desempenha um papel fundamental no combate à indisciplina. 
Ao estabelecer uma comunicação aberta e frequente com os pais ou responsáveis, o 
professor pode compartilhar preocupações e buscar apoio mútuo, garantindo uma 
abordagem abrangente e consistente. 
Por fim, o monitoramento contínuo do progresso da turma em relação à indisciplina 
possibilita ajustes nas estratégias adotadas. Ao registrar os avanços e desafios 
observados, o professor pode adaptar suas abordagens, considerando as necessidades 
específicas da sala de aula e de cada aluno individualmente. 
Importante ressaltar que a questão da indisciplina escolar infantil representa um dos 
grandes desafios enfrentados no ambiente educacional, tanto para os alunos quanto 
para os professores e familiares. Ela não apenas dificulta o processo de aprendizagem, 
mas também pode afetar a construção de relacionamentos saudáveis e a 
sociabilização dos estudantes. 
No entanto, é possível lidar com a indisciplina, seja em casa ou na sala de aula. Para 
isso, é importante compreender as causas e consequências desse problema, bem 
como adotar medidas preventivas e estratégias eficazes para enfrentá-lo. A seguir, 
destacamos alguns pontos fundamentais nesse processo: 
• Estabelecer limites claros: É essencial definir regras e limites claros, tanto em 
casa quanto na escola, para orientar o comportamento das crianças e 
estabelecer um ambiente seguro e organizado; 
, 
 
 
141 
 
• Promova a comunicação e o diálogo: Manter canais abertos de comunicação é 
fundamental para compreender as necessidades e os sentimentos das crianças, 
permitindo abordar questões de indisciplina de forma mais efetiva e empática; 
• Oferecer modelos de comportamento adequados: Os adultos desempenham 
um papel fundamental na educação das crianças, agindo como modelos de 
comportamento positivo e incentivando o respeito mútuo e a cooperação; 
• Estimular a responsabilidade e a autonomia: Incentivar as crianças a 
assumirem responsabilidade por suas ações e decisões, promovendo a 
autonomia progressiva, contribuindo para o desenvolvimento de uma postura 
mais disciplinada e consciente; 
• Valorizar o bom comportamento: Reconhecer e fortalecer positivamente as 
atitudes e comportamentos adequados das crianças ajuda a fortalecer a 
motivação intrínseca e criar um ambiente favorável à disciplina; 
• Estabelecer parcerias com os pais ou responsáveis: A colaboração entre a 
escola e a família é essencial para enfrentar a indisciplina de forma conjunta, 
compartilhando informações, estabelecendo estratégias consistentes e 
oferecendo suporte mútuo; 
• Utilizar estratégias pedagógicas praticadas: Adotar métodos de ensino 
interativos, dinâmicos e contextualizados pode despertar o interesse e a 
participação ativa das crianças, atitudes comportamentais indisciplinadas; 
• Proporcionar um ambiente de aprendizagem positivo: Criar um ambiente 
escolar acolhedor, estimulante e inclusivo contribui para a redução da 
indisciplina, favorecendo a motivaçãoe o envolvimento dos estudantes. 
Lidar com a indisciplina infantil exige paciência, dedicação e aplicação de diretrizes. É 
importante lembrar que cada criança é única, e as estratégias podem variar de acordo 
com suas características individuais. A construção de um ambiente harmonioso e o 
desenvolvimento de habilidades sociais são fundamentais para enfrentar esse desafio 
e promover uma educação de qualidade. Desafio de equilibrar as ações contra a 
, 
 
 
142 
 
indisciplina infantil Quando as regras protegidas em sala de aula são desrespeitadas, 
cabe ao professor encontrar um equilíbrio nas medidas de conscientização, levando 
em consideração a gravidade das ações. 
Por exemplo, ofensas e agressões entre os estudantes suportaram uma intervenção 
mais intensa e cuidadosa do que se comportaram ao usar os ossos durante a aula. Se 
todas as ações forem tratadas da mesma forma, os estudantes que cometeram 
infrações mais leves podem ficar revoltados e responder com um comportamento 
ainda mais indisciplinado. Nesses casos, o que fazer? É recomendado avaliar a 
gravidade real de cada problema e estabelecer critérios e níveis de acordo com a 
indisciplina. É importante lembrar que a falta de referência ao abordar essas situações 
pode resultar em injustiças ou medidas excessivas. 
É enfatizar a importância de os professores e as escolas dedicarem uma atenção 
especial aos estudantes com comportamentos agressivos, distraídos, desafiadores ou 
"engraçadinhos", Assim, esses padrões de comportamento podem estar associados a 
questões pessoais, familiares, emocionais ou mesmo a distúrbios psicológicos. 
Ao estabelecer uma relação de confiança e empatia com esses estudantes, os 
professores desempenham um papel crucial ao fornecer o suporte necessário para o 
desenvolvimento de habilidades sociais, emocionais e comportamentais. É igualmente 
importante buscar a colaboração de profissionais especializados, quando necessário, a 
fim de criar um ambiente escolar mais inclusivo e acolhedor, promovendo o bem-estar 
e o sucesso desses alunos ao longo de sua jornada educacional. Além disso, é 
fundamental ressaltar que, nessas situações, os professores devem contar com o apoio 
de seus colegas de trabalho, bem como da coordenação e direção da escola, a fim de 
lidar de forma mais eficaz com a questão da indisciplina em sala de aula. A colaboração 
e o trabalho em equipe são essenciais para enfrentar esses desafios de maneira 
adequada e construtiva. 
6.3 Gestão da aprendizagem 
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), Lei nº 9.394/96, permite uma 
ampla flexibilidade na condução dos assuntos escolares, o que tem gerado um impacto 
, 
 
 
143 
 
significativo na organização dos sistemas de ensino e das escolas. Essa flexibilidade 
tem como objetivo priorizar a qualidade da aprendizagem e o sucesso do aluno acima 
de formalidades burocráticas. Ao conceder autonomia pedagógica às escolas, a LDB 
estabelece as condições legais para que elas se organizem e alcancem os objetivos da 
educação básica. 
Para que isso ocorra de maneira bem-sucedida, é necessário que a escola reflita sobre 
suas concepções de ensino, aprendizagem e, especialmente, avaliação da 
aprendizagem. No que se refere à avaliação, é importante destacar o artigo 24 do 
capítulo II da LDB, que aborda a educação básica, em particular o inciso V. Esse inciso 
menciona os seguintes critérios para a verificação do rendimento escolar: 
a) Avaliação contínua do desempenho do aluno, dando ênfase aos aspectos 
qualitativos em vez dos quantitativos, assim como aos resultados ao longo do 
período em vez de provas finais; 
b) Possibilidade de aceleração de estudos para alunos com atraso escolar; 
c) Possibilidade de avanço nos cursos e séries com base na verificação do 
aprendizado; 
d) Aproveitamento de estudos concluídos com sucesso; 
e) Obrigatoriedade de estudos de recuperação, preferencialmente durante o 
período letivo, para casos de baixo rendimento escolar, a serem 
regulamentados pelas instituições de ensino em seus regimentos. 
A escola assume uma posição firme contra o fracasso escolar e o comprometimento da 
qualidade da educação. Nesse sentido, é essencial que os professores estejam 
constantemente verificando o progresso e as dificuldades de seus alunos, avaliando e 
ajustando sua forma de ensinar, quando necessário, e oferecendo suporte e reforço 
escolar conforme as necessidades surgem. É importante lembrar que a Lei de 
Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), em seu artigo 13, inciso III, estabelece 
claramente a responsabilidade dos professores de "zelar pela aprendizagem dos 
, 
 
 
144 
 
alunos", pois isso garante o sucesso da educação e, consequentemente, a 
permanência dos alunos na escola. 
Ao contrário do que se possa supor, quanto mais flexível for a organização escolar, 
maior será a necessidade de avaliar o processo de aprendizagem dos alunos. 
Diferentes tipos de avaliações, como avaliações da aprendizagem, do desenvolvimento 
do aluno, do próprio ensino e até mesmo avaliações institucionais, devem receber 
atenção especial por parte da escola. A avaliação desempenha um papel crucial na 
gestão e no planejamento escolar, uma vez que seus resultados possibilitam aprimorar 
o desempenho dos alunos, a gestão da sala de aula e a organização interna da escola. 
A ação educativa é sempre intencional, buscando promover mudanças específicas nas 
pessoas, seja em seu comportamento, ideias, valores ou crenças. No ambiente escolar, 
almejamos que os alunos aprendam, que os professores ensinem melhor, que os pais 
participem mais da escola e que os funcionários desempenhem suas tarefas de forma 
educativa. E para verificar se esses objetivos são alcançados, é fundamental pensar em 
avaliação sempre que consideramos evolução, mudança ou transformação. A 
importância da avaliação tem aumentado à medida que a educação ganha mais 
destaque. A avaliação do desempenho dos estudantes deve ser encarada como uma 
ferramenta a serviço da aprendizagem, do aprimoramento do ensino dos professores e 
da melhoria contínua da escola. 
A gestão da aprendizagem é um processo fundamental para o sucesso educacional. Ela 
envolve a implementação de estratégias e práticas que visam promover um ambiente 
de ensino eficaz, estimulante e inclusivo. Através da gestão da aprendizagem, os 
educadores têm a oportunidade de criar experiências de aprendizado significativas e 
maximizar o potencial de cada aluno. Um aspecto central da gestão da aprendizagem é 
a definição de objetivos claros e alcançáveis. Os educadores devem estabelecer metas 
de aprendizagem realistas, alinhadas com os currículos e as necessidades individuais 
dos alunos. Esses objetivos servem como guias para o planejamento e a organização 
das atividades educacionais, direcionando o processo de ensino e aprendizagem. 
, 
 
 
145 
 
As atividades pedagógicas devem ser o foco principal da equipe de gestão escolar. Isso 
envolve a gestão da Proposta Pedagógica, do Currículo Básico, do Plano de Melhoria, 
do desenvolvimento profissional e da avaliação, ou seja, os elementos essenciais da 
atividade escolar. Todos os membros da equipe escolar devem estar envolvidos nessas 
ações, mas a responsabilidade direta por elas recai sobre o diretor de escola. Portanto, 
cada escola deve garantir a implementação do currículo e da intervenção pedagógica, 
corrigindo o rumo das ações quando necessário e garantindo a aprendizagem de todos 
os alunos. Nesse contexto, cabe ao diretor de escola: 
• Conhecer, apropriar-se e divulgar os resultados das avaliações externas para 
toda a comunidade escolar, conscientizando-a sobre a necessidade de 
recuperação; 
• Coordenar e mobilizar a equipe escolar na elaboração do Plano de Melhoria; 
• Articular o planejamento com as atividades de avaliação, levando em 
consideração os resultados de aprendizagem dos estudantes; 
• Definir, em conjuntocom a equipe escolar, propostas de intervenção 
pedagógica que atendam melhor à realidade da escola, considerando a 
implementação do currículo; 
• Dar suporte necessário para o desenvolvimento das atividades planejadas na 
sala de aula; 
• Monitorar e acompanhar a execução do Plano de Melhoria; 
• Promover um trabalho colaborativo com o Conselho de Escola durante todo o 
processo de implementação do currículo, da intervenção pedagógica e da 
recuperação; 
• Garantir um ambiente de trabalho acolhedor, permitindo que cada indivíduo 
exerça seus direitos, deveres e responsabilidades de acordo com sua função; 
• Conscientizar estudantes, professores e famílias sobre a importância de sua 
participação nas avaliações sistêmicas; 
, 
 
 
146 
 
• Promover momentos de reflexão e avaliação junto à equipe escolar para 
redefinir metas após a intervenção pedagógica. 
A abordagem da gestão da aprendizagem é focada nos níveis de aprendizado dos 
alunos, visando promover um aprendizado integral. Ela engloba não só questões 
pedagógicas e acadêmicas, mas também administrativas, financeiras, entre outras 
áreas. Essa tendência educacional se popularizou no contexto empresarial e agora é 
adaptada para as instituições de ensino. Além disso, a gestão da aprendizagem envolve 
a seleção e a implementação de metodologias e recursos adequados. Os educadores 
devem identificar estratégias pedagógicas eficazes que estimulem o engajamento e a 
participação ativa dos alunos. Isso pode incluir o uso de tecnologias educacionais, 
trabalhos em grupo, projetos práticos, jogos didáticos, entre outras abordagens que 
promovam a construção do conhecimento. Outro elemento essencial na gestão da 
aprendizagem é o acompanhamento e a avaliação do progresso dos alunos. 
Os educadores devem adotar métodos e instrumentos de avaliação que permitam a 
identificação das habilidades e competências desenvolvidas pelos estudantes. Isso 
possibilita a intervenção pedagógica oportuna, fornecendo feedback construtivo e 
orientações personalizadas para o aprimoramento do aprendizado. 
A gestão da aprendizagem também requer a criação de um ambiente seguro e 
inclusivo. Os educadores devem promover relações positivas e respeitosas entre os 
alunos, incentivando a colaboração, a empatia e a valorização das diferenças. É 
essencial proporcionar um clima escolar acolhedor, no qual os estudantes se sintam 
motivados a compartilhar suas ideias, expressar suas opiniões e explorar seu potencial. 
Além disso, a gestão da aprendizagem envolve uma comunicação efetiva entre 
educadores, alunos e famílias. Os pais ou responsáveis devem ser envolvidos no 
processo educacional, recebendo informações sobre o progresso acadêmico e sendo 
convidados a participar ativamente na vida escolar. A troca de informações e feedback 
entre todos os envolvidos contribui para o sucesso da gestão da aprendizagem. 
 
, 
 
 
147 
 
Principais características da gestão de aprendizagem: 
1. Abordagem holística: A gestão de aprendizagem busca promover um 
desenvolvimento integral dos estudantes, considerando não apenas os 
aspectos pedagógicos, mas também os administrativos, financeiros e sociais; 
2. Enfoque no aluno: A aprendizagem é centralizada no aluno, considerando suas 
necessidades, interesses e estilos de aprendizagem. A gestão de aprendizagem 
busca criar um ambiente que facilite o engajamento ativo dos alunos no 
processo de aprendizagem; 
3. Melhoria contínua: A gestão de aprendizagem incentiva a busca constante por 
melhorias, tanto por parte dos alunos quanto dos professores e da instituição 
como um todo. Isso envolve a implementação de estratégias e práticas 
inovadoras, avaliação e monitoramento contínuo dos resultados; 
4. Colaboração e trabalho em equipe: A gestão de aprendizagem valoriza a 
colaboração entre os membros da comunidade educativa, incluindo alunos, 
professores, pais e gestores. Através da cooperação e do trabalho em equipe, 
busca-se criar um ambiente propício para o aprendizado e desenvolvimento 
dos alunos; 
5. Personalização do ensino: Reconhecendo a diversidade dos alunos, a gestão de 
aprendizagem busca adaptar o ensino às necessidades individuais, 
proporcionando oportunidades de aprendizagem personalizadas. Isso pode 
envolver a diferenciação de conteúdos, estratégias e recursos educacionais, de 
modo a atender às diferentes habilidades, interesses e ritmos de aprendizagem 
dos alunos; 
6. Uso de tecnologia: A gestão de aprendizagem incorpora o uso estratégico da 
tecnologia educacional, como ferramentas digitais, plataformas de 
aprendizagem online e recursos multimídia. A tecnologia é vista como uma 
aliada no processo de ensino e aprendizagem, proporcionando novas 
, 
 
 
148 
 
oportunidades de interação, acesso a informações e práticas educacionais 
inovadoras; 
7. Avaliação formativa e feedback: A gestão de aprendizagem enfatiza a 
importância da avaliação formativa, que fornece feedback contínuo e 
direcionado aos alunos, auxiliando no seu progresso e identificando áreas de 
melhoria. A avaliação é vista como uma ferramenta para orientar a prática 
pedagógica e promover o crescimento dos alunos; 
8. Desenvolvimento profissional dos professores: A gestão de aprendizagem 
valoriza o desenvolvimento profissional dos professores, oferecendo 
oportunidades de formação e capacitação. Isso permite que os educadores se 
atualizem em relação às melhores práticas pedagógicas, ampliem suas 
habilidades e conhecimentos, e estejam preparados para enfrentar os desafios 
do ensino atual. 
Essas características são essenciais para promover uma gestão eficaz da aprendizagem, 
proporcionando um ambiente de ensino e aprendizagem que atenda às necessidades 
dos alunos, estimule seu engajamento e proporcione o desenvolvimento integral de 
suas habilidades e competências. 
Em resumo, a gestão da aprendizagem desempenha um papel crucial na promoção do 
sucesso educacional. Ela engloba a definição de metas claras, a seleção de estratégias 
pedagógicas adequadas, o acompanhamento do progresso dos alunos e a criação de 
um ambiente inclusivo e colaborativo. Ao implementar uma gestão eficaz da 
aprendizagem, os educadores capacitam os alunos a alcançarem seu pleno potencial e 
se tornarem aprendizes autônomos, preparados para enfrentar os desafios do futuro. 
Exemplo de Gestão de Aprendizagem: 
Contexto: Uma escola primária deseja implementar uma abordagem de gestão de 
aprendizagem para melhorar o desempenho acadêmico e o desenvolvimento dos 
alunos. 
, 
 
 
149 
 
Passo 1: Avaliação das necessidades dos alunos A escola realiza uma avaliação abrangente 
dos alunos, levando em consideração seu desempenho em diferentes áreas, habilidades 
individuais, estilos de aprendizagem e necessidades especiais. Isso é feito por meio de 
testes, observações em sala de aula, estimativas de professores e discussões com os 
alunos. 
Passo 2: Definição de metas e objetivos Com base nas necessidades identificadas, a escola 
estabelece metas e objetivos claros para cada aluno, levando em consideração seu nível 
atual de habilidade e seu potencial de crescimento. As metas são específicas, 
mensuráveis, alcançáveis, relevantes e com prazo determinado (critérios SMART). 
Exemplo de meta: "Até o final do ano letivo, o aluno João melhora sua habilidade de 
leitura em um nível de acordo com sua série, alcançando um aumento de 20 palavras lidas 
corretamente por minuto." 
Passo 3: Plano de ensino diferenciado Com base nas metas inclusivas, os professores 
desenvolvem um plano de ensino diferenciado, adaptando as estratégias e recursos 
pedagógicos para atender às necessidades individuais de cada aluno. Isso pode envolver: 
Agrupamento flexível: Os alunos são agrupados de acordo com suas habilidades e 
necessidades específicas para permitir a personalização do ensino. 
 
Contexto: Uma universidade deseja implementar uma abordagem de gestão de 
aprendizagempara melhorar a experiência educacional dos estudantes. 
Passo 1: Avaliação das necessidades dos alunos A universidade realiza uma pesquisa entre 
os alunos para identificar suas necessidades e expectativas em relação à experiência 
educacional. A pesquisa abrange aspectos como qualidade do ensino, recursos 
disponíveis, ambiente acadêmico, suporte ao aluno, entre outros. 
Passo 2: Desenvolvimento de um plano de ação Com base nas informações coletadas, a 
, 
 
 
150 
 
universidade desenvolve um plano de ação que inclui as seguintes medidas: 
• Melhoria da infraestrutura: A universidade investe na melhoria da infraestrutura 
física e tecnológica para oferecer um ambiente mais adequado e moderno para os 
alunos; 
• Desenvolvimento de novos recursos de aprendizagem: A universidade cria novos 
recursos de aprendizagem, como vídeos, podcasts, jogos educacionais, para 
atender às diferentes necessidades e estilos de aprendizagem dos alunos; 
• Capacitação de professores: A universidade oferece programas de capacitação 
para os professores com o objetivo de aprimorar suas habilidades pedagógicas e 
promover uma abordagem mais centrada no aluno; 
• Suporte ao aluno: A universidade disponibiliza serviços de suporte ao aluno, como 
orientação acadêmica, acompanhamento psicológico e suporte financeiro, para 
garantir que os alunos tenham condições de se concentrar em seus estudos e 
superar eventuais desafios; 
• Avaliação constante: A universidade realiza avaliações regulares do processo de 
gestão de aprendizagem para monitorar seu impacto e identificar oportunidades 
de melhoria contínua. 
 
Ao analisar este exemplo é importante, pois demonstra a importância de entender as 
necessidades dos estudantes. Ao realizar uma análise das necessidades dos alunos, a 
universidade tem uma compreensão mais clara das expectativas e demandas dos 
estudantes. Isso permite que as ações e estratégias implementadas estejam alinhadas 
com as necessidades reais, promovendo uma experiência educacional mais efetiva. 
Orienta o desenvolvimento de um plano de ação personalizado com base nas 
informações coletadas na análise, a universidade pode desenvolver um plano de ação 
específico que atenda às necessidades identificadas. Isso evita a adoção de medidas 
genéricas e direciona os esforços para áreas prioritárias de melhoria. A partir do plano 
, 
 
 
151 
 
de ação, a universidade pode implementar diferentes medidas em diversas áreas, 
como infraestrutura, recursos de aprendizagem, capacitação de professores e suporte 
ao aluno. Essa abordagem abrangente garante que todos os aspectos relevantes para a 
experiência educacional sejam considerados e aprimorados. 
Promover a constante avaliação e melhoria da inclusão de avaliações regulares no 
processo de gestão de aprendizagem permite que a universidade monitore o impacto 
das ações implementadas e identifique oportunidades de melhoria contínua. Dessa 
forma, é possível ajustar e aprimorar as estratégias ao longo do tempo, garantindo 
uma gestão de aprendizagem efetiva e adaptada às necessidades em constante 
evolução dos estudantes. Em resumo, a análise dos exemplos destaca a importância de 
compreender as necessidades dos alunos, desenvolver um plano de ação 
personalizado, adotar uma abordagem abrangente e integrada, e realizar avaliações 
regulares para garantir a eficácia e a melhoria contínua da gestão de aprendizagem. 
6.4. Dificuldades de aprendizagem 
As unidades escolares são o ambiente principal em que crianças e adolescentes 
passam a maior parte do dia, tornando os professores os primeiros a observar sinais de 
dificuldades de aprendizagem que requerem investigação aprofundada. Esses 
transtornos de aprendizagem estão relacionados ao aspecto psicopedagógico do aluno 
e podem ser identificados pela escola. Problemas com habilidades de leitura, escrita e 
dificuldade em absorver conteúdos são sinais que exigem atenção da gestão escolar e 
pedagógica. É importante destacar que dificuldades de aprendizagem não indicam 
menor capacidade da pessoa, mas sim a necessidade de suporte adicional para 
garantir um ensino-aprendizagem eficaz, especialmente no ambiente escolar. 
Os estudantes enfrentam dificuldades de aprendizagem em diferentes momentos da 
vida escolar, mas é importante distinguir entre as causas de natureza neurobiológica 
(nos casos de transtornos) e os problemas que podem ser resolvidos por meio de 
intervenções escolares. Esses alunos com dificuldades de aprendizagem possuem 
limitações neurológicas que podem impactar negativamente sua vida profissional, 
social, emocional e acadêmica. 
, 
 
 
152 
 
A dificuldade de aprendizagem ocorre quando um indivíduo apresenta um 
desempenho abaixo do esperado, afetando o desenvolvimento da fala, escuta, leitura, 
escrita, raciocínio lógico e habilidades matemáticas (Garcia, 1998). A aprendizagem é 
um processo complexo que envolve múltiplos fatores e requer estímulo e organização 
de diversas áreas cognitivas. 
As dificuldades de aprendizagem podem ser influenciadas por diferentes razões, como 
aspectos sociais, ambientais, psicológicos, cognitivos, familiares e culturais aos quais a 
criança está exposta. Esses fatores podem impactar o processo de ensino, tornando-o 
deficiente e incapaz de promover o avanço do aprendiz. As dificuldades podem ter 
origem externa, relacionadas ao ambiente, ou interna, relacionadas a características 
individuais, mas muitas vezes são resultantes da combinação de múltiplos fatores. 
Como a maioria dos transtornos de aprendizagem se desenvolve durante a fase 
neurocerebral da infância e adolescência, é comum que os professores e colegas de 
turma percebam os sinais de dificuldade de aprendizagem. Para garantir um 
desenvolvimento saudável do aluno, o primeiro passo é encaminhá-lo para uma 
avaliação adequada. As dificuldades de aprendizagem referem-se a desafios ou 
obstáculos que os indivíduos enfrentam ao adquirir, processar, assimilar ou expressar 
conhecimentos e habilidades. Essas dificuldades podem afetar áreas específicas, como 
leitura, escrita, matemática ou habilidades sociais, ou podem ser mais generalizadas, 
afetando múltiplas áreas do aprendizado. 
Segundo Gonçalves e Crenitte (2014), é fundamental promover discussões e reflexões 
sobre as definições e manifestações das dificuldades e transtornos de aprendizagem, 
uma vez que os professores geralmente possuem um conhecimento conceitual 
limitado sobre esses temas. Através dessas discussões, os professores que buscam 
aprimoramento e conhecimento podem ter acesso a conteúdos esclarecedores sobre 
as causas dos problemas de aprendizagem e educacionais, permitindo que obtenham 
informações precisas que os incentivem a adotar práticas pedagógicas diferenciadas 
das tradicionais, a fim de explorar ao máximo o potencial desses alunos, respeitando 
suas limitações e diferenças. A orientação fornecida pelos professores é crucial para 
orientar o trabalho a ser desenvolvido no ambiente educacional, já que as dificuldades 
, 
 
 
153 
 
de aprendizagem podem ser influenciadas por fatores escolares, metodológicos, 
emocionais e outros. 
As dificuldades de aprendizagem não são necessariamente causadas por falta de 
inteligência ou esforço, mas sim por diferenças na forma como o cérebro processa 
informações. Essas diferenças podem resultar em dificuldades na compreensão de 
conceitos, na organização de informações, na memória de curto prazo, na atenção, no 
planejamento e na execução de tarefas acadêmicas. De acordo com Smith e Strick 
(2012), os problemas de aprendizagem estão relacionados a diversos fatores, como 
inadequação pedagógica, ambiente social desfavorável ou pouco estimulante para o 
desenvolvimento integral do indivíduo, e questões emocionais. Esses fatores afetam 
várias áreas da aprendizagem dos alunos (Siqueira; Gurgel-Giannetti, 2011). 
Estudos mostram que condições desfavoráveis, sejam socioeconômicasou culturais, 
prejudicam o desempenho acadêmico dos alunos, levando ao fracasso e à evasão 
escolar. Como resultado, crianças em situação de vulnerabilidade social podem 
desenvolver dificuldades de aprendizagem ou transtornos de aprendizagem (Siqueira; 
Gurgel-Giannetti, 2011). Para uma aprendizagem eficaz, são necessárias diversas 
habilidades cognitivas e um ambiente enriquecedor que favoreça o desenvolvimento 
sensorial, físico e intelectual dos indivíduos (Hudson, 2019). 
Esses dados devem ser considerados por todos os envolvidos no processo educacional, 
a fim de melhorar o desempenho escolar, uma vez que cada indivíduo tem seu próprio 
ritmo de aprendizagem. Muitas vezes, isso não é levado em consideração, e muitos 
alunos com dificuldades de aprendizagem são rotulados como crianças que possuem 
algum transtorno prejudicial ao aprendizado, sendo diagnosticados com problemas 
biológicos, atribuindo toda a responsabilidade pelo baixo desempenho à criança 
(Stefanini; Cruz, 2006). 
Fonseca (1995) afirma que um estudante com dificuldades de aprendizagem não deve 
ser rotulado como incapaz, mas sim como alguém que tem uma forma diferente de 
aprender. Portanto, os professores precisam estar cientes de que existem múltiplos 
estilos de aprendizagem no ambiente escolar e buscar conhecimento sobre como o 
, 
 
 
154 
 
cérebro processa as informações, adaptando o planejamento educacional aos 
diferentes estilos de aprendizagem para tornar o processo de ensino mais satisfatório 
(Hudson, 2019). Assim é importante que os professores coletem informações por meio 
dos sentidos restantes, considerando que a audição, a visão e o tato são canais 
importantes para a entrada de dados que serão processados pelo cérebro e 
transformados em conhecimento. Essas informações são cruciais para o processo 
educacional, pois há alunos que aprendem mais facilmente por meio de imagens, 
filmes e demonstrações, enquanto outros se beneficiam mais de aulas com 
argumentos verbais (Hudson, 2019). 
As dificuldades de aprendizagem são identificadas precocemente, para que as medidas 
de suporte possam ser implementadas o mais cedo possível. Professores, pais, 
profissionais da saúde e da educação desempenham um papel importante na 
identificação, avaliação e no desenvolvimento de planos de intervenção adequados 
para auxiliar os indivíduos com dificuldades de aprendizagem a terem sucesso 
acadêmico e pessoal. Com o suporte certo, é possível superar essas dificuldades e 
alcançar o pleno potencial de aprendizagem. 
As dificuldades de aprendizagem variam de acordo com cada indivíduo, mas algumas 
das dificuldades mais comuns encontradas são: 
• Dislexia: Dificuldade na leitura, compreensão e escrita, que pode afetar a 
fluência e a precisão das habilidades relacionadas à linguagem escrita; 
• Discalculia: Dificuldade com números e operações matemáticas, como 
dificuldade em entender conceitos numéricos, realizar cálculos e resolver 
problemas matemáticos; 
• Disgrafia: Dificuldade de aprendizagem relacionada à escrita, identificada por 
problemas na produção escrita. Os indivíduos com disgrafia enfrentam desafios 
na coordenação motora fina necessária para escrever de forma clara e legível. 
Isso pode resultar em uma caligrafia ilegível, com letras malformadas, tamanho 
inconsistente e espaçamento inadequado entre as palavras; 
, 
 
 
155 
 
• Dislalia: Distúrbio da fala que se caracteriza pela dificuldade na articulação 
correta dos sons da fala. É um problema de natureza funcional, ou seja, não 
está relacionado a lesões neurológicas ou neurológicas. Na dislalia, a pessoa 
pode apresentar substituição, omissão, interrupção ou troca de sons. 
Dislexia 
A dislexia é uma dificuldade específica relacionada à leitura, compreensão precisa e 
soletração de palavras e textos. Além disso, as pessoas com esse transtorno também 
enfrentam desafios na escrita. 
A dislexia é um dos transtornos de aprendizagem mais prevalentes em todo o mundo. 
Devido à sua relação com a leitura e escrita, pode ser identificada precocemente, 
durante a fase da Educação Infantil e nos primeiros anos de alfabetização. 
Os estudantes com dislexia podem apresentar uma série de características específicas 
relacionadas à leitura e escrita. Algumas dessas características incluem: 
1. Dificuldade em reconhecer palavras: Os alunos com dislexia podem ter 
dificuldade em reconhecer e identificar palavras de forma rápida e precisa. Eles 
podem precisar de mais tempo e esforço para decodificar as palavras enquanto 
leem; 
2. Inversão de letras: A inversão de letras é uma característica comum da dislexia. 
Os alunos podem trocar a ordem das letras em uma palavra ao escrever ou 
confundir letras semelhantes, como "b" e "d" ou "p" e "q"; 
3. Dificuldade em memorizar palavras e sons: A memória de curto prazo pode ser 
afetada pela dislexia, tornando difícil para os alunos memorizarem palavras e 
sons. Eles podem ter dificuldade em recordar palavras já aprendidas 
anteriormente; 
4. Leitura e escrita mais lentas: Os alunos com dislexia tendem a ler e escrever em 
um ritmo mais lento em comparação com seus colegas. Isso ocorre porque eles 
, 
 
 
156 
 
precisam se esforçar mais para processar as informações escritas e traduzi-las 
em palavras faladas ou escritas; 
5. Incertezas em relação à ortografia: A ortografia pode ser um desafio para os 
alunos com dislexia. Eles podem cometer erros ortográficos frequentes e ter 
dificuldade em aplicar regras de ortografia de forma consistente. 
Essencialmente lembrar que as características da dislexia podem variar em intensidade 
e manifestação em cada aluno. Além disso, cada indivíduo pode ter habilidades e 
talentos que não estão diretamente relacionados à leitura e escrita. O suporte 
adequado, o uso de estratégias de ensino diferenciadas e protetivas específicas podem 
auxiliar os alunos com dislexia a superar esses desafios e alcançar seu pleno potencial 
acadêmico. Cada pessoa manifesta a dislexia de forma única, e além das características 
mencionadas, podem existir outros sinais que também se enquadram nesse 
diagnóstico. É fundamental que os professores estejam atentos e percebam quando 
um aluno não alcança o nível esperado de habilidades de fala e escrita para sua idade. 
A Dislexia Visual é caracterizada pela dificuldade em diferenciar, interpretar e lembrar 
palavras visualmente, devido a deficiências na percepção visual e na coordenação 
visomotora. Os estudantes com Dislexia Visual apresentam as seguintes características: 
• Dificuldades na interpretação e distinção das palavras; 
• Dificuldades na memorização das palavras; 
• Confusão na configuração de palavras ou letras; 
• Ocorrência frequente de inversões, omissões, substituições, adições e 
repetições de letras ou sílabas; 
• Problemas na comunicação não verbal; 
• Dificuldades na coordenação motora relacionada à escrita; 
• Dificuldades na percepção social; 
, 
 
 
157 
 
• Dificuldades em fazer a conexão entre a linguagem falada e a linguagem 
escrita; 
• Dificuldades com conceitos espaciais, como cima e baixo, esquerda e direita. 
EXEMPLO: 
Os bois da fazenda. 
O papai noel entregou o presente. 
Ela tem poucos cadernos na mochila. 
Os dois da fazenda. 
O qaqai noel entregou o presente. 
Ela tem poncos cadernos na mochila. 
Exemplos de escrita Exemplos de Dislexia visual 
A Dislexia Auditiva é caracterizada pela dificuldade em distinguir semelhanças e 
diferenças entre sons que são acusticamente próximos. Indivíduos com dislexia 
auditiva enfrentam desafios na percepção de sons dentro das palavras, bem como na 
análise, síntese, memória e sequência auditivas. Essas dificuldades são causadas por 
uma deficiência na percepção e memória auditiva. 
É importante ressaltar que pessoas com dislexia auditiva geralmente têm acuidade 
auditiva normal, ou seja, sua capacidade de ouvir não está comprometida. No entanto, 
elas têm dificuldadeem discriminar e relacionar os sons que compõem as palavras. 
Abaixo temos um exemplo da escrita de um dislexico auditivo: 
C (cabelo) 
F (foca) 
P (pato) 
T (tatu) 
CH (chato) 
S (sapo) 
C (gabelo) 
F (voca) 
P (bato) 
T (dadu) 
CH (jato) 
S (zapo) 
Exemplo escrita Dislexia Auditiva 
 
 
, 
 
 
158 
 
Discalculia 
A discalculia é uma dificuldade específica de aprendizagem que afeta o domínio dos 
números e das operações matemáticas. Os alunos com discalculia enfrentam desafios 
em entender conceitos numéricos, realizar cálculos e resolver problemas matemáticos. 
Essa dificuldade pode se manifestar de diferentes formas e em diferentes graus de 
intensidade. Alguns alunos têm dificuldade em compreender a relação entre os 
números e as quantidades que eles representam, enquanto outros podem ter 
dificuldade em lembrar sequências numéricas ou em realizar operações matemáticas 
básicas, como adição, subtração, multiplicação e divisão. 
Além disso, os alunos com discalculia podem ter dificuldades em entender símbolos 
matemáticos, em reconhecer padrões numéricos e em resolver problemas que exigem 
raciocínio matemático. Essas dificuldades podem impactar significativamente o 
desempenho acadêmico do aluno em disciplinas como matemática, física e ciências. É 
importante destacar que a discalculia não está relacionada à falta de esforço ou 
inteligência do aluno. Trata-se de uma dificuldade específica na área da matemática, 
que pode estar associada a questões neurológicas ou cognitivas. 
A discalculia é uma dificuldade específica de aprendizagem relacionada aos números. 
Para apoiar os alunos com discalculia, os professores devem adotar estratégias de 
ensino diferenciadas, como o uso de materiais concretos, representações visuais, jogos 
e atividades práticas. Além disso, é importante oferecer tempo adicional para a 
realização de tarefas matemáticas, fornecer instruções claras e estruturadas, e 
oferecer apoio individualizado, seja por meio de sessões de tutoria ou de suporte 
especializado. Existem diferentes formas de manifestação da discalculia, como a 
discalculia verbal, léxica, operacional, gráfica, practognóstica e ideognóstica. Cada uma 
delas envolve dificuldades específicas, como a dificuldade em manejar os símbolos e 
operações verbalmente, a dificuldade na leitura dos símbolos e operações 
matemáticas, a dificuldade em realizar operações de forma sistemática, a dificuldade 
em representar símbolos de forma gráfica, a dificuldade em aplicar a matemática de 
forma prática e a dificuldade em fazer cálculos de cabeça. 
, 
 
 
159 
 
O professor deve compreender que a discalculia é um transtorno real e que afeta entre 
5% e 15% das crianças em idade escolar. Os principais sintomas incluem dificuldades 
de memorização e compreensão matemática, ausência de raciocínio lógico, dificuldade 
de interpretação de enunciados com números e problemas matemáticos, e confusão 
com conceitos como subtração, frações e porcentagem. A discalculia difere da dislexia, 
que afeta a habilidade com as letras, enquanto a discalculia afeta a interpretação de 
números e conceitos matemáticos. Alguns indivíduos podem apresentar ambos os 
transtornos simultaneamente. 
O diagnóstico da discalculia deve ser feito por profissionais qualificados, como 
psicólogos, psiquiatras ou neuropsicólogos, por meio de testes clínicos e técnicas 
específicas. Embora não haja cura para a discalculia, o tratamento pode ajudar a 
melhorar o desempenho escolar e profissional. Atividades que estimulam o cérebro a 
trabalhar com números e símbolos de maneira mais eficiente são recomendadas, desta 
forma uma opção que utiliza o ábaco, livros e jogos de tabuleiro para desenvolver as 
capacidades cognitivas dos pacientes. Assim, com o suporte adequado e a 
compreensão por parte dos educadores, os estudantes com discalculia podem superar 
os desafios e desenvolver estratégias para lidar com a matemática de forma mais 
eficaz. É fundamental valorizar outras habilidades e talentos do estudante, além da 
matemática, para promover sua autoconfiança e autoestima acadêmica. 
Disgrafia 
A disgrafia é uma dificuldade específica de aprendizagem relacionada à escrita, 
caracterizada por caligrafia ilegível, erros ortográficos e dificuldade de compreensão 
das informações escritas, entre outros sinais. Essa dificuldade pode se manifestar de 
duas formas: disgrafia motora e disgrafia perceptiva. Na disgrafia motora, o indivíduo 
tem dificuldade em escrever palavras e números de forma legível e precisa. A escrita 
pode ser desorganizada, com letras malformadas, tamanhos irregulares e 
espaçamento inadequado. A disgrafia perceptiva, o aluno pode apresentar dificuldade 
em compreender e reproduzir corretamente as formas das letras e números. Isso pode 
resultar em confusões na escrita e na troca de letras ou números semelhantes. 
, 
 
 
160 
 
Existe outra dificuldade de aprendizagem relacionada à escrita chamada disortografia. 
A disortografia afeta principalmente a gramática e causa desafios na escrita correta 
das palavras. Os estudantes com disortografia podem omitir letras nas palavras, trocar 
letras, confundir sons, ter dificuldade em aplicar as regras gramaticais e cometer erros 
frequentes na escrita. Essas dificuldades de aprendizagem podem impactar 
negativamente o desempenho acadêmico e a autoestima dos alunos. É importante que 
os professores e profissionais da área da educação estejam cientes dessas dificuldades 
e adotem estratégias de ensino diferenciadas, como fornecer apoio individualizado, 
oferecer exercícios de prática da escrita, utilizar recursos visuais e proporcionar um 
ambiente acolhedor e inclusivo para os alunos com disgrafia e disortografia. 
O acompanhamento de profissionais especializados, como psicólogos, fonoaudiólogos 
e terapeutas ocupacionais, também pode ser essencial para auxiliar no diagnóstico e 
no desenvolvimento de habilidades compensatórias e estratégias de superação das 
dificuldades de escrita. Com o apoio adequado, os alunos com disgrafia e disortografia 
podem alcançar seu pleno potencial e ter sucesso acadêmico. 
Devemos pensar no diagnóstico da discalculia que deve ser realizado por profissionais 
qualificados, como psicólogos, psiquiatras ou neuropsicólogos, por meio de testes 
clínicos e técnicas específicas. Essa avaliação é fundamental para identificar e 
confirmar a presença da dificuldade de aprendizagem relacionada aos números. 
Embora a discalculia não tenha uma cura definitiva, existem intervenções e 
tratamentos que podem auxiliar no desenvolvimento das habilidades matemáticas e 
melhorar o desempenho escolar e profissional das pessoas afetadas. 
Os profissionais especializados podem criar um plano de tratamento personalizado, 
que inclui atividades e exercícios para estimular o cérebro a trabalhar com números e 
símbolos de forma mais eficiente. Essas atividades podem envolver cálculos de 
dificuldade moderada, resolução de problemas e equações, visando o aprimoramento 
das habilidades matemáticas e o desenvolvimento de estratégias pessoais. Além disso, 
é importante oferecer apoio emocional e psicossocial aos indivíduos com discalculia, 
ajudando-os a lidar com a frustração, ansiedade e baixa autoestima, muitas vezes 
associadas a essa dificuldade. O suporte de professores, familiares e profissionais da 
, 
 
 
161 
 
área da educação é fundamental para criar um ambiente acolhedor e inclusivo, no qual 
o aluno se sinta encorajado a superar os desafios e alcançar seu pleno potencial. 
Dislalia 
A dislalia é um distúrbio da fala associado ao desenvolvimento inadequado da 
linguagem na infância. Caracteriza-se pela dificuldade de articulação correta dos 
fonemas em crianças com mais de quatro anos de idade, sem que haja uma 
anormalidade do sistema nervoso como explicação. A linguagem opera um papel 
fundamental na comunicação complexa, abstrata e precisa ao longo da história,permitindo a troca de informações e o aprendizado. No entanto, um distúrbio de 
linguagem, como a dislalia, pode representar um obstáculo para o compartilhamento 
de informações, aprendizado e desenvolvimento. 
A fala é uma das principais formas de transmitir conhecimento e expressar a 
linguagem, e a dislalia é um dos problemas mais comuns que atingiram o seu 
desenvolvimento. O termo dislalia, derivado do grego, significa "dificuldade ou 
anomalia" e "fala". Trata-se de um distúrbio que compromete a capacidade de falar e 
se caracteriza pela coordenação motora dos fonemas. Atualmente, na classificação do 
DSM-5, o nome foi alterado para Distúrbio do som da fala. 
Na dislalia, são observadas dificuldades evidentes na pronúncia correta dos fonemas, 
que são as unidades fonológicas mínimas da língua. Por exemplo, em português, os 
fonemas /b/ e /l/ são distintos, pois existem pares de palavras, como "bata" e "lata", 
em que a substituição de um fonema pelo outro altera o sentido da palavra. Os 
estudantes com dislalia podem apresentar as seguintes características: 
1. Dificuldade na pronúncia: Eles têm dificuldade em pronunciar corretamente 
certos sons ou grupos de sons; 
2. Substituição de sons: Em vez de produzir um som específico, eles podem 
substituí-lo por outro som mais fácil de articular; 
3. Omissão de sons: Eles podem omitir certos sons em palavras, resultando em 
uma fala incompleta ou truncada; 
, 
 
 
162 
 
4. Distorção de sons: A pronúncia dos sons pode ser imprecisa ou distorcida, 
tornando a fala difícil de compreender; 
5. Dificuldade na formação de palavras: Eles podem ter dificuldade em formar 
corretamente as palavras, resultando em erros de pronúncia e produção de 
sons inadequados; 
6. Baixa autoestima e frustração: Os estudantes com dislalia podem enfrentar 
desafios na comunicação verbal, o que pode levar a uma baixa autoestima, 
frustração e dificuldade em se expressar adequadamente. 
É importante ressaltar que cada caso de dislalia é único, e as características e o 
impacto podem variar de pessoa para pessoa. O apoio de profissionais, como 
fonoaudiólogos, pode ser fundamental para ajudar os estudantes com dislalia a 
desenvolver estratégias de superação e aprimorar suas habilidades de fala e 
comunicação. 
Disortografia 
A disortografia, também conhecida como Perturbação da Expressão Escrita de acordo 
com o DSM-V, é uma condição neurobiológica que afeta a habilidade de uma pessoa 
em escrever corretamente. O termo "disortografia" é derivado das palavras "dis" 
(desvio), "orto" (correto) e "grafia" (escrita). Essa condição é classificada como uma 
perturbação específica de aprendizagem e afeta várias capacidades relacionadas à 
expressão escrita. 
As pessoas com disortografia enfrentam dificuldades na precisão ortográfica, na 
organização, estruturação e composição de textos escritos. Suas construções frásicas 
costumam ser curtas e pobres, e é comum observar uma grande quantidade de erros 
ortográficos em seus escritos. 
 
 
 
, 
 
 
163 
 
Existem diferentes tipos de disortografia, cada um com características específicas: 
1. Disortográficos temporais: apresentam dificuldades na percepção dos aspectos 
fonêmicos da linguagem falada, o que leva a erros na tradução, ordenação e 
separação das palavras; 
2. Perceptivo-cinestésicos: têm dificuldade em repetir sons que ouvem; 
3. Cinéticos: enfrentam dificuldades no discurso, o que resulta em erros na união 
e separação de letras, sílabas e palavras; 
4. Caráter viso espacial: possuem alterações perceptivas dos grafemas, levando a 
rotações ou inversões (por exemplo, confundir "p" com "b"), substituições de 
grafemas semelhantes (como "m" por "n") e confusão entre caracteres com 
dupla grafia (como "ch" e "x"); 
5. Dinâmicos: apresentam alterações na escrita e na estruturação de suas ideias; 
6. Semânticos: têm dificuldades na utilização de sinais ortográficos; 
7. Culturais: encontram dificuldades na aprendizagem da ortografia convencional. 
É importante destacar que o tratamento da disortografia geralmente envolve 
estratégias de ensino específicas e apoio individualizado para ajudar a melhorar as 
habilidades de escrita e superar os desafios enfrentados pelos indivíduos afetados por 
essa condição. 
Sinais de alerta: 
• Dificuldade em associar letras aos sons correspondentes 
• Dificuldade em memorizar regras gramaticais e ortográficas; 
• Problemas na pontuação e acentuação; 
• Erros ortográficos, linguísticos e visuais; 
• Erros em ditados, cópias e composições. 
, 
 
 
164 
 
Características: 
Crianças com disortografia geralmente apresentam falta de motivação para escrever, e 
quando o fazem, seus textos são curtos, desorganizados e sem pontuação. Quando 
têm dificuldades na fala, tendem a cometer os mesmos erros na escrita. 
As principais características da disortografia são: erros linguístico-perceptivos, que 
envolvem omissões, adições, inversões e trocas de letras, sílabas e palavras, além de 
substituições de símbolos linguísticos relacionados a traços de nasalidade; erros viso 
espaciais, que incluem substituições de letras com base em sua forma escrita, 
confusão entre caracteres visualmente semelhantes, confusão entre fonemas com 
dupla grafia e escrita de palavras em espelho; erros viso analíticos, nos quais a criança 
faz trocas de letras sem sentido; erros de conteúdo, que se caracterizam pela junção 
incorreta de palavras ou separação inadequada. Por fim, erros ortográficos incluem 
falta de pontuação, não iniciar frases com letras maiúsculas e separação deficiente de 
palavras. 
Nas escolas, é comum que alunos apresentem dificuldades de aprendizagem, o que 
coloca os professores e educadores diante de um desafio constante. Lidar com essas 
dificuldades requer um esforço conjunto entre professores, alunos e familiares. É 
essencial distinguir se essas dificuldades são momentâneas, relacionadas a um 
conteúdo específico, ou se são mais duradouras e podem indicar a necessidade de 
suporte especializado. 
É importante que os pais estejam envolvidos na rotina escolar de seus filhos, 
acompanhando de perto seu progresso e identificando possíveis dificuldades de 
aprendizagem que possam surgir em sala de aula. Essa proximidade permite que os 
pais estejam atentos a sinais como baixo desempenho acadêmico, desmotivação, 
problemas de concentração ou dificuldades em determinadas disciplinas. 
Quando identificadas as dificuldades, é fundamental buscar ajuda profissional, como 
psicólogos, pedagogos ou profissionais da área de educação especial, que possam 
realizar uma avaliação mais aprofundada e oferecer orientações adequadas. O suporte 
especializado pode incluir estratégias de ensino diferenciadas, adaptações curriculares, 
, 
 
 
165 
 
acompanhamento individualizado, intervenções pedagógicas ou terapias específicas, 
dependendo das necessidades do aluno. 
Além disso, é essencial que haja uma comunicação aberta e colaborativa entre 
professores, pais e equipe escolar, a fim de compartilhar informações e estabelecer 
estratégias conjuntas para auxiliar os alunos. O trabalho em equipe, envolvendo 
profissionais da educação e da saúde, aliado ao apoio familiar, pode contribuir 
significativamente para o desenvolvimento acadêmico e emocional dos alunos, 
proporcionando-lhes uma base sólida para superar suas dificuldades e alcançar seu 
potencial máximo de aprendizagem. 
Vamos analisar a seguir as dificuldades de aprendizagem: 
As dificuldades de aprendizagem podem abranger uma variedade de desafios que 
experimentou a capacidade de um indivíduo de adquirir e processar informações de 
maneira eficaz. Essas dificuldades podem ocorrer em diferentes áreas, como leitura, 
escrita, matemática, compreensão auditiva ou habilidades motoras. 
6.5 Práticas da aprendizagem 
A elaboração de práticas de aprendizagem adequadas para um estudante com 
dificuldade de aprendizagem requer um planejamentocuidadoso e adaptado às suas 
necessidades específicas. É essencial considerar tanto as habilidades individuais do 
aluno quanto as estratégias de ensino que melhor se adequam ao seu processo de 
aprendizagem. Uma prática eficaz é o ensino diferenciado, que envolve a adaptação 
do conteúdo, método e recursos didáticos às particularidades do aluno. Isso pode 
incluir o uso de materiais visuais, manipulativos ou digitais, a fim de facilitar a 
compreensão e a assimilação dos conceitos. Além disso, é importante oferecer suporte 
individualizado, seja por meio de tutoria, atendimento especializado ou orientação 
adicional, para auxiliar o aluno em suas dificuldades específicas. 
Devemos também falar de outra prática importante é a criação de um ambiente de 
aprendizagem inclusivo e acolhedor. Isso envolve estabelecer uma relação positiva 
com o aluno, promover a confiança e o respeito mútuo, estimular a participação ativa 
, 
 
 
166 
 
e incentivar o desenvolvimento da autoestima. É fundamental valorizar os avanços e 
conquistas do aluno, independentemente de sua velocidade de progresso. Além disso, 
a utilização de estratégias de ensino multissensoriais pode ser benéfica para o aluno 
com dificuldade de aprendizagem. Essas estratégias envolvem o uso simultâneo de 
diferentes sentidos, como a visão, a audição e o tato, para fortalecer a conexão entre 
os diferentes sistemas de processamento de informações. 
A colaboração entre professores, pais e profissionais de apoio também desempenha 
um papel fundamental no desenvolvimento das práticas de aprendizagem. A troca de 
informações e experiências possibilita uma compreensão mais abrangente das 
necessidades do aluno e a identificação de estratégias eficazes. É importante que 
todos os envolvidos trabalhem em conjunto, compartilhando conhecimentos e 
discutindo maneiras de apoiar o aluno de forma consistente. Por fim, é fundamental 
ressaltar que a construção de práticas de aprendizagem eficazes para alunos com 
dificuldade de aprendizagem requer um processo contínuo de avaliação e ajuste. É 
necessário acompanhar de perto o progresso do aluno, identificar os desafios e 
adaptar as estratégias conforme necessário, buscando sempre oferecer um ambiente 
educacional inclusivo e propício ao desenvolvimento pleno das habilidades do 
estudante. 
Importante ressaltar a importância de trabalhar as competências socioemocionais na 
sala de aula é uma importante dimensão a ser considerada no plano de ação para 
alunos com dificuldades de aprendizagem. Além do aspecto cognitivo e acadêmico, é 
essencial desenvolver as habilidades emocionais e sociais dos alunos, como proposto 
pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC) para a Educação Básica. 
As competências socioemocionais englobam um conjunto de habilidades relacionadas 
ao aspecto emocional e social de cada indivíduo. Promover o autoconhecimento é 
fundamental para compreender essas emoções e sentimentos, permitindo que os 
alunos aprendam a lidar com eles de forma saudável. Por exemplo, diante da 
frustração após obter uma nota baixa, o aluno pode ser incentivado a refletir sobre 
estratégias para melhorar seu desempenho nas próximas avaliações, ao invés de 
desistir dos estudos. Além disso, a flexibilidade é um pilar fundamental do plano de 
, 
 
 
167 
 
ação para alunos com dificuldades de aprendizagem. A escola precisa estar aberta a 
mudanças, pois é necessário realizar ajustes. A flexibilidade deve ser aplicada em 
diversos aspectos da escola, como no currículo acadêmico, nas abordagens 
pedagógicas e na comunicação com alunos e suas famílias. Para isso, é importante que 
todos os envolvidos adotem uma postura observadora, capaz de identificar possíveis 
falhas no percurso educacional e corrigi-las de maneira adequada. 
Dessa forma, ao incorporar as competências socioemocionais e a flexibilidade em suas 
práticas, a escola proporciona um ambiente propício ao desenvolvimento integral dos 
alunos, promovendo não apenas o aprendizado acadêmico, mas também o 
crescimento pessoal e social. Em algumas situações, apenas envolver a equipe 
pedagógica e os professores no plano de ação para alunos com dificuldades de 
aprendizagem pode não ser suficiente, pois o estudante pode enfrentar desafios 
externos ao ambiente escolar. 
A presença de um psicopedagogo na escola é fundamental para lidar com casos de 
alunos que apresentam transtornos de aprendizagem. Esse profissional tem a 
capacidade de identificar o problema e, em conjunto com a família, a escola e outros 
profissionais de saúde, desenvolver ações que auxiliem o aluno em seu processo de 
aprendizagem. Da mesma forma, um aluno em situação de vulnerabilidade social pode 
precisar do suporte de uma assistente social. A escola tem a responsabilidade de 
comunicar às autoridades competentes quando identificar crianças e adolescentes que 
são vítimas de abusos físicos, psicológicos ou sociais. 
O plano de ação para alunos com dificuldades de aprendizagem deve contar com a 
participação de profissionais especializados, capazes de lidar com problemas que vão 
além do aspecto pedagógico. Pode ser necessário realizar contratações ou buscar 
apoio junto aos órgãos públicos para garantir o suporte adequado aos alunos. 
Vamos realizar uma sugestão para elaborar um plano de ação para trabalhar com uma 
criança com dificuldade de aprendizagem, é importante considerar abordagens 
individualizadas e adaptadas às necessidades específicas da criança. Aqui estão 
algumas etapas que podem ser úteis na elaboração desse plano: 
, 
 
 
168 
 
1. Avaliação: Realize uma avaliação detalhada para identificar as dificuldades 
específicas da criança. Isso pode incluir observações, testes, análise de registros 
e discussões com professores e pais. Identifique as áreas em que a criança está 
enfrentando dificuldades, como leitura, escrita, matemática ou organização; 
2. Definição de metas: Estabeleça metas claras e específicas que sejam 
alcançáveis e relevantes para as dificuldades da criança. Por exemplo, a meta 
pode ser melhorar a fluência de leitura, aumentar a compreensão matemática 
ou desenvolver habilidades de organização. As metas devem ser mensuráveis 
para facilitar o acompanhamento do progresso; 
3. Estratégias de intervenção: Identifique as estratégias de ensino e suporte que 
serão implementadas para ajudar a criança a alcançar as metas estabelecidas. 
Isso pode incluir a utilização de recursos visuais, materiais de apoio, técnicas de 
ensino diferenciadas, reforço positivo e atividades práticas. Adapte as 
estratégias de acordo com as necessidades individuais da criança; 
4. Cronograma e recursos: Estabeleça um cronograma realista para a 
implementação das estratégias de intervenção. Considere a disponibilidade de 
recursos, como materiais didáticos, tecnologia, suporte adicional de 
professores ou profissionais especializados. Certifique-se de que a criança 
tenha acesso aos recursos necessários para o seu progresso; 
5. Monitoramento e avaliação: Acompanhe regularmente o progresso da criança 
em relação às metas estabelecidas. Isso pode ser feito por meio de avaliações 
periódicas, observações em sala de aula, feedback dos pais e registros de 
desempenho. A partir dessas informações, faça ajustes no plano de ação, se 
necessário, para garantir que as estratégias estejam sendo eficazes; 
6. Colaboração e envolvimento: Trabalhe em colaboração com os pais, 
professores e outros profissionais envolvidos no suporte à criança. Compartilhe 
informações, discuta estratégias e solicite feedback. Essa colaboração ajudará a 
garantir uma abordagem consistente e integrada em diferentes ambientes, 
como a escola e o lar; 
, 
 
 
169 
 
7. Acompanhamento contínuo: O plano de ação não é estático e pode precisar de 
ajustes ao longo do tempo. Continue monitorando o progresso da criança e 
fazendo modificações no plano, se necessário. Esteja aberto a novas 
abordagense estratégias que possam ser mais eficazes para atender às 
necessidades individuais da criança. 
É importante lembrar que cada criança é única e pode exigir abordagens 
personalizadas. Recomenda-se buscar o apoio de profissionais da área de educação, 
como psicopedagogos e psicólogos escolares, para orientação e suporte na elaboração 
e implementação do plano de ação. Em conclusão, é essencial que a escola estabeleça 
um vínculo de confiança e acolhimento com o aluno, para que ele se sinta confortável 
em buscar ajuda quando necessário, especialmente em casos de bullying ou outras 
situações adversas. 
Para promover esse ambiente de diálogo, a escola pode realizar rodas de debates 
envolvendo os alunos, proporcionando um espaço seguro para que expressem suas 
preocupações. Além disso, é importante disponibilizar um local reservado onde o 
aluno possa conversar com a equipe pedagógica, compartilhando suas dificuldades e 
buscando soluções conjuntas. Uma forma adicional de compreender as possíveis 
causas das dificuldades de aprendizagem é observar o desempenho do aluno ao longo 
do ano letivo. Monitorar seu progresso, identificar padrões e realizar expectativas 
contínuas, ajudar a entender quais aspectos precisam ser trabalhados com mais 
ênfase. 
Ao concluir este módulo do curso, é fundamental destacar o papel central que o 
professor desempenha no desenvolvimento da aprendizagem dos estudantes, tanto 
daqueles que enfrentam dificuldades como daqueles que não as têm. O professor é o 
agente principal na construção de uma didática inclusiva e eficaz, capaz de atender às 
necessidades individuais de cada aluno. Um dos aspectos cruciais é a elaboração de 
um plano de ação que envolva profissionais especializados, como psicopedagogos e 
assistentes sociais, para auxiliar no atendimento das demandas que vão além do 
âmbito pedagógico. Essa equipe multidisciplinar pode oferecer suporte específico aos 
, 
 
 
170 
 
alunos com dificuldades de aprendizagem, identificando suas necessidades e 
desenvolvendo estratégias personalizadas para superar os desafios. 
Além disso, é indispensável fortalecer as competências socioemocionais dos 
estudantes, capacitando-os a lidar com suas emoções, estabelecer relações saudáveis 
e enfrentar as adversidades com resiliência. Esse aspecto é essencial tanto para alunos 
com dificuldades de aprendizagem quanto para aqueles sem essas dificuldades, 
contribuindo para o seu pleno desenvolvimento acadêmico e pessoal. Por fim, a 
criação de um ambiente inclusivo e acolhedor é um fator determinante para o sucesso 
educacional de todos os estudantes. Uma escola que valoriza a diversidade, que 
promove a empatia e que oferece suporte emocional e acadêmico proporciona um 
ambiente propício para que os alunos com dificuldades de aprendizagem superem 
seus desafios e alcancem seu pleno potencial. 
Compreendermos a importância do papel do professor na construção de uma didática 
inclusiva, no planejamento de ações que envolvam profissionais especializados, no 
fortalecimento das competências socioemocionais e na criação de um ambiente 
acolhedor, estaremos mais preparados para enfrentar os desafios educacionais e 
garantir que todos os estudantes, independentemente de suas dificuldades, tenham a 
oportunidade de alcançar o pleno desenvolvimento acadêmico e pessoal. 
Conclusão 
Durante esta etapa do curso, tivemos a oportunidade de aprofundar nosso 
conhecimento sobre as práticas e estratégias essenciais para uma gestão eficaz em 
sala de aula. 
Aprendemos sobre a importância de criar um ambiente inclusivo e acolhedor, no qual 
todos os estudantes se sintam valorizados e respeitados. Reconhecemos a necessidade 
de desenvolver competências socioemocionais, fortalecendo habilidades como 
empatia, resiliência e trabalho em equipe. Compreendemos que uma boa gestão da 
sala de aula envolve a promoção do engajamento dos alunos, a organização do tempo 
e espaço, além do estabelecimento de regras e rotinas claras. 
, 
 
 
171 
 
Um aspecto enriquecedor deste módulo foi a abordagem das dificuldades de 
aprendizagem. Foi interessante conhecer um pouco mais sobre os problemas que 
alguns estudantes enfrentam em seu processo de aprendizagem e como podemos 
apoiá-los de forma adequada. Aprendemos sobre a importância de identificar essas 
dificuldades precocemente, buscar apoio de profissionais especializados e 
implementar estratégias personalizadas que atendam às necessidades individuais dos 
alunos. 
Ao longo deste módulo, percebemos a complexidade da gestão da sala de aula e da 
aprendizagem, mas também a importância de estarmos constantemente em busca de 
aperfeiçoamento. Cada nova estratégia aprendida e cada desafio superado contribuem 
para o nosso crescimento como educadores. Nesse sentido, encerramos este módulo 
com a certeza de que adquirimos conhecimentos valiosos sobre a gestão da sala de 
aula e da aprendizagem. Estamos mais preparados para criar um ambiente educacional 
estimulante, para atender às necessidades dos alunos, incluindo aqueles com 
dificuldades de aprendizagem, e para promover o seu pleno desenvolvimento. 
Continue dedicado e empenhado em sua jornada de formação, pois a busca pelo 
aprimoramento é constante e fundamental para o sucesso como educadores. 
Parabéns novamente por seu comprometimento e avanço no curso de Didática de 
Ensino. Siga em frente, sempre em busca de uma educação cada vez mais inclusiva, 
significativa e transformadora. 
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