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DIDÁTICA
Unidade 1
Fundamentos da Didática
CEO 
DAVID LIRA STEPHEN BARROS
DIRETORA EDITORIAL 
ALESSANDRA FERREIRA
GERENTE EDITORIAL 
LAURA KRISTINA FRANCO DOS SANTOS
PROJETO GRÁFICO 
TIAGO DA ROCHA
AUTORIA 
MARLY SAVIOLI
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Marly Savioli
Olá! Sou mestranda em Educação e pós-graduada em 
Ética, Valores e Cidadania na Escola. Além disso, sou formada em 
Pedagogia, com especialização em Administração e Supervisão 
Escolar. Tenho 35 anos de experiência técnico-profissional 
na área educacional, durante os quais trabalhei para escolas 
particulares, Prefeituras Municipais e Assessorias Educacionais 
em geral.
Como educadora, exerci nas escolas diversos papéis, 
como professora, orientadora educacional, coordenadora 
pedagógica, vice-diretora e diretora. Por acreditar nas pessoas 
e na capacidade de mudar o mundo por meio da educação, 
trabalho atualmente para a Fundação Lemann como formadora 
de educadores e gestores educacionais, orientando-os e 
subsidiando seus trabalhos com caminhos mais eficazes. Por 
isso, fui convidada pela Editora Telesapiens a integrar seu elenco 
de autores independentes.
Estou muito feliz em poder ajudar você nesta fase de 
muito estudo e trabalho. Conte comigo!
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A Didática: conceitualização e características ....................... 9
O que o ensino e a aprendizagem têm a ver com a Didática? .................. 11
Conceitualizando a Didática ............................................................................15
Grandes educadores e a Didática .......................................... 22
Dados históricos e tendências pedagógicas ................................................ 29
Educação, definições e processos .......................................... 38
Evolução Histórica da Educação e Didática .................................................. 38
A educação ..........................................................................................................40
A Educação e a legislação ................................................................................42
Desafios contemporâneos e novas perspectivas em didática .................. 45
Educação como forma de dominação ................................... 49
A educação .........................................................................................................50
Os processos educacionais .............................................................................55
Mecanismos pedagógicos de controle e conformidade ............................ 56
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EN
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A disciplina Didática faz parte da cadeia de estudos da 
Educação que busca compreender o processo de ensino e 
aprendizagem em sua multidimensionalidade. O objetivo da 
disciplina é promover diferentes formas e práticas de interação 
entre professores e alunos no contexto educacional de 
aprendizagem e nas circunstâncias históricas, sociais e culturais 
em que são construídos os conhecimentos.
Existe, também, a ação intencional de organizar de 
forma sistematizada os conteúdos, buscando responder “por 
que’, ”para que” e “como” fazer, além de “qual a importância da 
aprendizagem. Ademais, pretende-se proporcionar a reflexão do 
processo da avaliação e as formas como ele acontece.
Nesta unidade de ensino, vamos buscar clarear mais cada 
aspecto que envolve a Didática, iniciando por suas acepções e 
históricos e conhecendo diversos educadores que se destacaram 
por suas ideias sobre a aprendizagem.
Entendeu? Ao longo desta unidade letiva você mergulhará 
nesse universo!
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Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 1. Nosso objetivo 
é auxiliar você no desenvolvimento das seguintes competências 
profissionais até o término desta etapa de estudos:
1. Compreender a conceitualização e as características dos 
fundamentos didáticos.
2. Identificar os grandes educadores e suas teorias sobre 
Didática.
3. Refletir sobre a história do processo de ensino e as 
tendências pedagógicas.
4. Reconhecer as acepções e os processos da educação.
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A Didática: conceitualização e 
características
OBJETIVO
Ao término deste capítulo, você será capaz de 
entender o que é a Didática, bem como suas 
características. Isto será fundamental para o 
exercício de sua profissão. E então? Motivado 
para desenvolver esta competência? Vamos lá!
A escola se transformou em sua essência. O que 
antes era um espaço de ensino, no qual professores eram 
os supremos conhecedores da cognição científica, os alunos, 
meros expectadores, e a reprodução do conhecimento, a base 
do trabalho pedagógico, hoje se transformou em uma área de 
desafios constantes.
O professor já não consegue garantir o aprendizado 
com apenas a transmissão do conhecimento em aulas 
expositivas, como fazia antes. Até meados do século XX, a 
tendência pedagógica tradicional dominou o cenário brasileiro. 
Dentro dessa perspectiva, a função do professor centra-se na 
transmissão dos conhecimentos científicos visando à adaptação 
do aluno à sociedade. Na abordagem tradicional, é o professor 
quem ocupa o centro do processo educativo, sendo o único 
detentor do conhecimento. O seu papel é garantir que, por 
meio da memorização e da repetição de exercícios, o aluno 
memorize os conteúdos estudados. Os procedimentos didáticos 
não levam em conta o contexto escolar nem os problemas reais 
vivenciados na realidade social.
A diversidade cultural encontrada atualmente nas 
escolas teve sua origem na democratização do ensino. Antes, 
os professores lidavam com alunos oriundos das classes sociais 
mais abastadas. Com a Constituição de 1988, a educação 
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tornou-se um direito de todos e um dever do Estado. Com isso, 
encontramos nas escolas pessoas com diversas características e 
situações socioeconômicas múltiplas.
A tecnologia, a violência e as transformações da 
sociedade trazem um desafio crescente para o educador. Como 
trabalhar conteúdos e competências com alunos que não 
desejam estar no espaço escolar? Como motivá-los? Como usar 
essa tecnologia como apoio didático? Para responder a essa 
pergunta, precisamos mergulhar no universo da didática, que 
abreviadamente pode ser entendida como a prática de ensino 
que o professor escolhe para que ocorra a aprendizagem.
A palavra “Didática” vem do grego Téchne Didaktike, que 
significa o dom de ensinar. Com o surgimento da Pedagogia 
Moderna, rompeu-se a ideia de que para ensinar basta ter um 
dom ou gostar de crianças. A Pedagogia como “a ciência que 
investiga a teoria e a prática da educação tem como um ramo 
de estudo a Didática. A Didática, nesse sentido, é entendida 
como a Prática do Ensino” (Libâneo, 2013, p. 24). A Didática é um 
ramo de estudo exclusivo da Pedagogia. Sendo assim, seu objeto 
de estudo é o ensino- aprendizagem.
A Didática vem do campo das ciências humanas, da 
relação interpessoal “eu e o outro”, isto é, da empatia do ato 
de ensinar. Define-se a Didática a partir do tempo e do espaço 
dos fatos históricos, sociais e econômicos que determinaram o 
processo de ensino e aprendizagem.
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O que o ensino e a aprendizagem 
têm a ver com a Didática?
Apesar de serem palavras com sentidos diferentes, a ideia 
de ensino e aprendizagem são congruentes e se complementam. 
E é na didática que encontramos essa ponte entre teoria e prática. 
A didática abrange o ato de ensinar e os métodos empregados 
no ensino.
O ensino está pautado no trabalho do professor. A 
aprendizagem, por sua vez, refere-se ao resultado do esforço 
cognitivo do aluno. Um depende do outro. Em tempos atuais, 
há uma variedade de concepções de aprendizagem no contexto 
da educação, cada um deles decorrente de variadas correntes 
epistemológicase psicológicas.
A aprendizagem pode acontecer diante de uma vivência 
ou um diálogo informal. Já o ensino é intencional e precisa ser 
planejado didaticamente.
Segundo Pimenta e Carvalho:
Quando narramos um acontecimento numa 
roda de amigos ou quando a mãe relata 
aos filhos o seu dia de trabalho na hora do 
jantar, não há intenção do falante de produzir 
uma aprendizagem nos seus ouvintes. Já no 
ensino, todas as atividades são concebidas e 
planejadas em função desse objetivo. Portanto, 
a compreensão do conceito de ensino só 
pode ser feita em referência ao conceito de 
aprendizagem. (PIMENTA; CARVALHO, 2008, 
[n.p.] apud CORDEIRO, 2007, p. 21)
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Considerando essa realidade que abordamos, a Didática 
atualmente transborda a prática de ensino e se afeta pela 
aprendizagem. Dessa forma, sua conceitualização continua 
evoluindo.
Figura 1.1 - Ensino é diferente de aprendizagem
Fonte: Elaborado pela autoria (2019).
Para Zabalza, Didática é, hoje em dia, esse campo 
de conhecimentos, pesquisas, propostas teóricas e práticas 
que se centram, principalmente, nos processos de ensino e 
aprendizagem.
REFLITA
O desafio central da escola é garantir o 
aprendizado. Será que a educação brasileira 
está atingindo esse objetivo? Quais são seus 
resultados no ranking mundial?
Diante da realidade atual em que o Brasil se encontra, 
em situação de rebaixamento em seus resultados no Programa 
Internacional de Avaliação (PISA), devemos nos preocupar com a 
forma como garantir o aprendizado dos alunos. Na última edição 
do programa de avaliação, realizada em 2015, em que 70 países 
foram analisados, o Brasil ficou entre os dez últimos no ranking.
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Um caminho é certo e deve ser percorrido nas escolas: 
a formação dos professores, prepará-los para a realidade da 
sala de aula, instrumentalizando-os com caminhos didáticos, é 
fundamental.
As universidades formam, nos dias de hoje, professores 
conhecedores de algumas teorias, mas poucas encaminham 
uma prática voltada para o trabalho que o professor deve 
realizar em sala de aula. Sabe-se que a articulação entre teoria 
e prática constitui um ponto crucial na formação de qualquer 
educador (lembrando que a teoria se ocupa da pesquisa a partir 
de problemas reais que aparecem no dia a dia do professor). 
Dentro dessa perspectiva, a didática deve ocupar posição central 
nos currículos de formação de professores.
Considerando essa realidade, as escolas e os 
coordenadores pedagógicos devem assumir a responsabilidade 
formativa do corpo docente. É fundamental que essa formação 
continuada dos professores seja organizada nas escolas, com 
base em uma reflexão conjunta sobre a teoria e a prática 
pedagógica.
Claro que, para isso, o coordenador pedagógico também 
deverá receber formação, pois normalmente fica imerso na 
logística da escola, em detrimento da aprendizagem. Por isso, 
precisa também ter encaminhamentos de como se organizar e o 
que priorizar em sua atuação.
Nesse contexto, vamos, na sequência, buscar a concei-
tualização da palavra “didática” e como interfere na educação 
escolar.
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Figura 1.2 – Professores e alunos
Fonte: Freepik. 
Alguma vez você ouviu alguém dizendo: “aquele professor 
não tem Didática”? Ou então: “a Didática daquele professor é 
perfeita”? O que essas pessoas estão querendo dizer?
Sem dúvida, a primeira está questionando a capacidade 
do professor de ensinar e a segunda está reconhecendo sua 
habilidade de ensinar.
Libâneo (1994, p. 25) define Didática como “teoria do 
ensino por investigar os fundamentos, as condições e as formas 
de realização do ensino”.
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Conceitualizando a Didática
A Didática representa a prática que o professor escolhe 
para ensinar e, consequentemente, garantir a aprendizagem 
dos alunos. A Didática escolhida pelo professor deve estar em 
consonância com a realidade do aluno e facilitar o aprendizado.
Figura 1.3 - Didática a serviço da aprendizagem
 DIDÁTICA A SERVIÇO 
 DA APRENDIZAGEM
Fonte: Elaborada pela autoria (2019).
IMPORTANTE
Para Libâneo (1994), a Didática trata dos objetivos, 
das condições e das formas de realização do 
processo de ensino, ligando meios pedagógico-
didáticos a objetivos sociopolíticos. Não há técnica 
pedagógica sem uma concepção de homem e de 
sociedade, isto é, sem uma competência técnica 
para realizá-la educacionalmente; portanto, 
o ensino deve ser planejado e ter propósitos 
claros, preparando os alunos para viverem 
em sociedade. Segundo o autor, não existe 
neutralidade no fazer pedagógico, pois quando 
o professor planeja sua aula, deixa explícita sua 
concepção de mundo e sociedade. Para Libâneo 
(1994), a prática pedagógica está vinculada a 
condicionantes de natureza social e política.
A Didática é fundamental porque propõe formas para 
que o ensino seja eficaz. Isso implica não apenas transmitir 
informações, mas assegurar que o estudante construa 
conhecimento de forma significativa.
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As Pesquisas didáticas buscam encontrar alternativas que 
transformem as aulas em um espaço de aprendizagem. É preciso 
conhecer o aluno, o conteúdo, o objetivo e as formas de abordar 
esse conteúdo para, dessa forma, garantir a aprendizagem.
Será que existe uma receita que ajude os professores 
a ensinarem com garantias de aprendizagem? Algum teórico 
já garantiu que determinada forma de ensinar assegura a 
aprendizagem? Com certeza, a resposta para essas perguntas 
é “não”.
Como sabemos, cada escola tem suas próprias caracte-
rísticas. Cada sala de aula é um espaço diferente. Portanto, é im-
possível garantir sucesso com uma única forma de ensino.
É fundamental compreender que as ações dos professores 
não podem ser improvisadas, uma vez que é necessário que 
haja um plano de aula que atenda a didática escolhida, com um 
objetivo específico e uma estratégia que leve os alunos a esse 
objetivo, pois sua ausência pode incorrer em aulas monótonas, 
desmotivadoras e ineficientes.
Como um ator que nos emociona ou faz rir com sua 
atuação, o professor deve garantir o aprendizado. O ator tem 
um script muito bem orientado, o qual estuda para demonstrar 
a emoção do autor. O professor, da mesma forma, precisa ter 
um plano de aula e pensar nos detalhes para que seus alunos se 
sintam contemplados por sua atuação.
Por não ser uma questão tão simples, propomos o 
entendimento da variação que a palavra Didática apresenta. Em 
uma perspectiva de investigação, a Didática, como um campo 
teórico da Pedagogia, estuda os procedimentos de ensino, entre 
eles os materiais didáticos, como os livros didáticos utilizados 
por professores e alunos.
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O que são livros didáticos? Normalmente, as pessoas os 
remetem à ideia do livro que o professor usa para ensinar. Sim, 
o livro didático é um apoio para ensinar e também tem sofrido 
muitas transformações.
Houve uma época em que os livros didáticos eram apenas 
textos que fundamentavam a aula expositiva do professor. Com 
o tempo, as editoras foram aperfeiçoando esse instrumento e, 
atualmente, os livros, em sua maioria, trazem imagens, dicas, 
perguntas e sugestões de leitura. Existem, inclusive, os chamados 
livros consumíveis, ou seja, os quais já apresentam atividades 
a serem realizadas como fixação de aprendizagem. O livro 
produzido nesse formato deve ser usado apenas por um aluno.
Como escolher o livro didático? Tudo vai depender da 
escola, sua concepção de educação e currículo. Por exemplo: 
uma escola pode simplesmente abrir mão do uso de livros e 
adotar apostilas didáticas, as quais trarão a proposta de ensino 
defendida pela escola. Em relação a isso, Apple afirma que:
são os livros didáticos que estabelecem 
grande parte das condições materiais para 
o ensino e a aprendizagem nas salas de 
aula de muitos países através do mundo e 
considerando que são os textos destes livros 
que frequentemente definem qual é a cultura 
legítima a sertransmitida. (Apple, 1995, p. 82)
IMPORTANTE
O livro didático deve trazer a concepção de 
educação na qual a escola acredita. Além disso, 
deve contribuir para a aprendizagem dos alunos, 
não sendo mais um “peso” na mochila das 
crianças. Portanto, o livro didático é um recurso 
didático extra.
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Figura 1.4 – Livro didático
Fonte: Freepik. 
A escolha do livro didático é uma decisão crucial no 
processo educativo, pois esse recurso influencia diretamente na 
qualidade e eficiência do ensino-aprendizagem. Aqui está um 
guia sobre como escolher o livro didático adequado:
 • Análise do Conteúdo:
Atualização e Precisão: verifique se o conteúdo está 
atualizado e alinhado com os conhecimentos mais recentes da 
área.
Relevância Curricular: o livro deve estar em consonância 
com os currículos e diretrizes educacionais vigentes.
Profundidade: o conteúdo deve ser aprofundado o 
suficiente para o nível de ensino pretendido.
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 • Abordagem Pedagógica:
Metodologia: avalie a abordagem pedagógica do livro. Ele 
é centrado no professor ou no aluno? Promove a construção do 
conhecimento ou a memorização?
Atividades: o livro deve oferecer uma variedade de 
atividades que incentivem a reflexão, a prática e a avaliação.
Interdisciplinaridade: é importante que o livro promova 
conexões entre diferentes áreas do conhecimento.
 • Aspectos Linguísticos:
Clareza: o texto deve ser claro, objetivo e adequado à 
faixa etária dos alunos.
Vocabulário: o livro deve introduzir e explicar novos 
termos de forma contextualizada.
 • Recursos Gráficos:
Ilustrações e Diagramas: estes devem ser claros, 
relevantes e auxiliar na compreensão do conteúdo.
Qualidade de Impressão: o livro deve ser legível, com um 
layout agradável, e impresso em papel de boa qualidade.
 • Recursos Complementares:
Materiais On-line: muitos livros didáticos oferecem 
recursos on-line, como vídeos, testes e animações. Avalie a 
qualidade e relevância desses recursos.
Guias do Professor: esses guias podem ser muito úteis 
para planejar aulas, com sugestões de atividades e abordagens.
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Diversidade e Representatividade:
O livro didático deve apresentar uma abordagem 
inclusiva, respeitando a diversidade cultural, étnica, de gênero, 
entre outras.
 • Recomendações e Avaliações:
Opiniões de Colegas: converse com outros professores 
que já utilizaram o livro e obtenha feedbacks.
Avaliações Oficiais: em alguns países, há programas 
governamentais que avaliam e recomendam livros didáticos. 
Consulte essas avaliações.
 • Custo-Benefício:
Embora o preço seja um fator a considerar, o mais 
importante é avaliar se o livro oferece um bom retorno em 
termos de qualidade educacional.
 • Possibilidade de Reutilização:
Avalie se o livro pode ser reutilizado em anos subsequentes 
ou se é específico para um ano letivo particular.
Ao escolher um livro didático, lembre-se de que é uma 
ferramenta para auxiliar no processo de ensino-aprendizagem. 
Ele deve ser visto como um complemento ao trabalho do 
professor, e não como uma solução única ou definitiva.
Pensando em recursos didáticos, seria importante 
esclarecer até onde podemos explorar essa expressão.
Recursos didáticos são todos os apoios que o professor 
usa para realizar sua aula. Estamos falando de todo tipo de 
recursos. Pode ser um apagador, a lousa, um livro, o computador, 
os sites de pesquisa, as apostilas.
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Exemplo Se um professor ministrar uma aula de educação 
física, precisará de alguns recursos, como bola, quadra 
e demais equipamentos específicos. Se um professor 
ministrar aula de química, precisará de instrumentos 
como tubos, materiais químicos, microscópio etc.
A teoria da educação está diretamente ligada à Didática. 
Por ser um ramo de estudo da Pedagogia, sua fundamentação 
teórica deve ser conhecida pelo professor, assim como sua 
história e os grandes educadores que obtiveram bons resultados 
para orientar seu trabalho como mediadores do ensino. Libâneo 
diz que:
A ela (Didática) cabe converter objetivos 
sociopolíticos e pedagógicos em objetivos 
de ensino, selecionar conteúdos e métodos 
em função desses objetivos, estabelecer os 
vínculos entre ensino e aprendizagem, tendo 
em vista o desenvolvimento das capacidades 
mentais dos alunos [...] trata da teoria geral do 
ensino. (Libâneo, 1990, p. 26)
RESUMINDO
E então? Gostou do que lhe mostramos? 
Aprendeu mesmo tudinho? Agora, só para 
termos certeza de que você realmente entendeu 
o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir 
o que vimos. Você deve ter compreendido sobre 
o assunto didático, bem como o seu conceito e 
suas características. Entendeu, também, que a 
diversidade cultural encontrada atualmente nas 
escolas teve sua origem na democratização do 
ensino. 
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Grandes educadores e a 
Didática
OBJETIVO
Ao término deste capítulo, você será capaz de 
entender como funcionam as ideias e teorias 
propostas pelos grandes educadores no campo da 
Didática. Isto será fundamental para o exercício 
de sua profissão. As pessoas que tentaram aplicar 
métodos de ensino sem a devida instrução 
sobre as contribuições desses teóricos tiveram 
problemas ao estruturar práticas educacionais 
coesas e significativas. E então? Motivado para 
desenvolver esta competência? Vamos lá. Avante!
Ser educador é uma profissão para poucos, cujos indiví-
duos que dedicam suas vidas à educação devem ter em mente 
que o desafio é grande.
Muitos acham que é preciso ser alguém apaixonado 
pelos alunos e pela profissão. Não desprestigiando a importância 
do amor à educação, precisamos de profissionais competentes 
para realizar um trabalho de grande influência na sociedade. 
Atualmente, não podemos aceitar a ideia de que basta gostar de 
crianças para ser professor porque os desafios contemporâneos 
exigem uma profissionalização cada vez maior dos profissionais 
da educação.
IMPORTANTE
Mais que aprender conteúdos, hoje, os 
professores são mentores, exemplos, 
inspiradores que podem construir excelentes 
cidadãos no futuro, ou então destruí-los em 
algumas aulas.
Iniciaremos com um pequeno resumo histórico sobre a 
Didática, pois olhar para o passado nos permite encontrar as 
explicações das variações e transformações vividas no presente. 
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É muito importante conhecer como se deram as mudanças que 
justificam a pluralidade de propostas pedagógicas presentes em 
nossa realidade.
Esses personagens foram além da mesmice e estudaram, 
pesquisaram e ousaram em suas práticas pedagógicas. 
Escreveram sobre elas, foram criticados, admirados, rejeitados, 
contestados, mas tentaram criar caminhos diferenciados para 
que o trabalho educativo fosse mais significativo. Segundo Freire 
(1996, p. 39): “é pensando criticamente a prática de hoje ou de 
ontem que se pode melhorar a próxima prática”.
Cabe-nos conhecer alguns nomes importantes desses 
estudiosos, nos inspirar com seus trabalhos e talvez aperfeiçoar 
o que as suas teorias trouxeram, com a nossa determinação e 
vontade de acertar. Vamos conhecê-los?
Esses teóricos contribuíram significativamente para a 
educação. No Brasil, inspiraram o movimento conhecido como 
“Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova”, que ocorreu na 
Europa e aqui no Brasil na metade do século XX. No Brasil, 
o objetivo do manifesto era renovar o sistema educacional 
nacional, cujo documento foi escrito por 26 educadores 
brasileiros, assinado e liderado por Fernando de Azevedo, 
e apoiado por Aluízio de Azevedo, Anísio Teixeira, Cecília 
Meireles e várias outras personalidades. Esses educadores 
acreditavam em uma educação pública e de qualidade. Uma 
educação que questionasse a escola tradicional, elitizada e com 
matérias distantes da realidade do estudante. Comecemos por 
John Dewey (1859-1952), um filósofo estadunidense que foi o 
grande precursor das ideias progressistas. Dewey iniciou uma 
verdadeira reflexão sobre a importânciade uma escola útil, 
que ouvisse os alunos e os ensinasse aquilo que é importante, 
trabalhando a partir de problemas reais. Defendia os trabalhos 
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manuais e o desenvolvimento com base na vivência dos alunos 
com o conteúdo, explorando e expondo suas visões. Ele 
acreditava que a democracia seria possível com um trabalho na 
escola que estimulasse os alunos na percepção, reflexão, crítica 
e definição do seu próprio “eu”.
Figura 1.5 – Educadores
Fonte: Freepik. 
Ovide Decroly (1871-1932) foi um médico belga que 
defendeu o que entendemos agora como metodologia ativa. Ele 
defendeu que:
O conhecimento deveria partir do todo, e não das partes, 
como é feito normalmente até os dias de hoje;
O aluno é capaz de conduzir sua aprendizagem, 
reforçando a importância do “aprender a aprender”.
Além disso, foi um dos inspiradores do método global de 
alfabetização. 
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Na sequência, vamos falar de um dos pensadores 
que foram muito influenciados por Dewey: Anísio Teixeira 
(1900-1971).
Anísio Teixeira foi um grande defensor da democratização 
do ensino gratuito no Brasil. Seguindo as ideias de Dewey, ele 
foi um constante questionador da arte de ensinar, reforçando a 
relevância de pesquisa e inovação.
SAIBA MAIS
Anísio defendia a importância de que os alunos 
conseguissem transferir os conhecimentos da 
escola para a vida e da educação integral, ou 
seja, todos os aspectos do cidadão deveriam ser 
abordados, refletidos e discutidos na escola.
Maria Montessori (1870-1952) nasceu na Itália, era 
médica e pesquisadora. Acreditava que nascíamos com a 
capacidade de ensinar e aprender. Defendia o potencial da 
criança, desde a primeira infância, e a importância de estimular 
o aspecto criativo. Para ela, o conhecimento deveria servir como 
instrumento de desenvolvimento pessoal, por meio do qual os 
indivíduos fazem suas escolhas conscientes. Seus métodos são 
usados atualmente nas escolas infantis, permitindo à criança 
explorar diversas propriedades que a cercam, como o cheiro, as 
cores, as brincadeiras etc.
Celestin Freinet (1896- 1966) foi um pedagogo francês 
que defendeu o trabalho como guia da escola. A escola deve 
formar o aluno de maneira a torná-lo um trabalhador criativo 
e reflexivo. Ele acreditava na importância do desenvolvimento 
afetivo e preocupava-se com o desestímulo dos alunos, após 
o erro. Incentivou aulas em locais abertos, como em passeios, 
visitas etc., e ainda valorizava o diálogo entre professor e aluno.
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Carl Roger (1902-1987) foi psicólogo estadunidense 
que argumentava que o professor tem a tarefa de facilitar o 
aprendizado, o qual o aluno conduz a seu modo. Ele sustentava 
que o ser humano aprende de acordo com a sua necessidade e 
na escola aprenderá o que julgar ser importante para sua vida. 
Dessa forma, o ensino deve ser significativo para o aluno. 
Rudolf Steiner (1861-1925), austríaco, criou a linha de 
pensamento que enxergava além do que é material e com base 
na Antroposofia, criou a Pedagogia Waldorf (muito conhecida 
por suas escolas espalhadas pelo Brasil). Ele considerava a 
espiritualidade, a individualidade, a criatividade e o exemplo dos 
professores como influenciadores da aprendizagem.
IMPORTANTE
As formas de organizar a educação são diferentes. 
Os alunos têm apenas um professor do 1º ao 8º 
ano, ensinando todas as disciplinas. A partir 
do 9º ano surge a figura do tutor, que deverá 
acompanhar o aluno com autorização legitimada 
pela amizade.
Anton Semionovich Makanko (1888-1939), educador 
ucraniano, ajudou com suas pesquisas e seu trabalho centenas 
de crianças e adolescentes marginalizados, transformando-os 
em cidadãos. A escola de Anton baseou-se em exercícios físicos, 
trabalhos manuais, recreação, excursões, aulas de música e 
idas ao teatro. Dessa forma, desenvolvia-se o contato com a 
sociedade.
As conhecidas assembleias de escola, usadas atualmente 
para discutir sobre situações comuns no cotidiano escolar, eram 
realizadas desenvolvendo a cidadania e o poder de decisão 
coletivo dos alunos. Anton criou personalidades sem rigidez, 
e sua obra serve de inspiração para as escolas atuais. Muitas 
escolas se esforçam para mudar seus padrões em função de sua 
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teoria, na qual as habilidades e competências individuais devem 
ser desenvolvidas por meio de uma metodologia que contemple 
cada indivíduo.
Jean Piaget (1896-1980), biólogo sueco, investiu na 
observação científica rigorosa com relação à aquisição do 
conhecimento. Ele defendia que o pensamento infantil passa 
por quatro estágios, até a adolescência, quando o raciocínio se 
torna pleno.
Figura 1.6 – Jean Piaget
Fonte: Wikimedia Commons. 
Henri Wallon (1879-1962), foi médico, psicólogo 
e filósofo francês, o qual considerava o corpo, a mente e as 
emoções das crianças na educação. A reprovação era altamente 
condenável em sua obra, pois segundo o seu ponto de vista, 
o emocional é preponderante no desenvolvimento da pessoa. 
Wallon afirmava que a aprendizagem não é linear, mas marcada 
por instabilidades, com origem nas vivências, podendo sofrer 
avanços ou recuos. Crítico da escola tradicional, Henri Wallon 
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incentivava uma sociedade democrática, justa, cooperativa e 
solidária.
Figura 1.7 –Henri Wallon
Fonte: Wikimedia Commons. 
Até aqui conhecemos diversos nomes que fizeram 
diferença na educação, contribuindo com reflexões muitas vezes 
similares e outras paralelas. No entanto, ainda existem muitos 
outros nomes para estudar, como Johann Pestalozzi, Philippe 
Perrenoud, Burrhus Frederic Skinner e outros educadores cujas 
obras contribuíram para a evolução do pensar a Didática. Cabe-
nos sempre pesquisar e aprofundar nossos conhecimentos sobre 
esses estudiosos, pois, com isso, poderemos ampliar nossas 
visões de educação.
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Figura 1.8 - Inteligências múltiplas de Philippe Perrenoud
Intrapessoal
Interpessoal
Visual
MusicalLinguística
Lógico-
Matemática
Corpórea 
Cinestésica
Inteligências 
múltiplas
Fonte: Elaborada pela autoria (2019).
Dados históricos e tendências 
pedagógicas
A história, sua evolução e forte persuasão política 
sempre influenciaram a escola e sua forma de ensinar. Conhecer 
sinteticamente dados históricos e tendências pedagógicas nos 
fará entender melhor as características contemporâneas e os 
processos que ainda poderão surgir para renovar a Didática 
escolar.
Para iniciarmos essa navegação histórica, partiremos do 
início do século XVII, quando a burguesia apoiava a monarquia.
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Jan Amos Comenius (séc. XVII) era um bispo protestante 
que acreditava que a Didática poderia mudar a Escola e que a 
educação poderia criar uma sociedade mais justa e pacífica. 
Ele foi um dos primeiros a expressar, em pleno século XVII, 
que a educação deveria ser pública e que todos, homens e 
mulheres, tinham o direito de aprender a ler. Para Comenius, 
todas as pessoas deveriam poder ler a Bíblia e fazer sua 
própria interpretação. Foi ele quem sistematizou um tratado de 
educação em que a Didática era posta como a arte de ensinar 
tudo a todos, em seu livro conhecido como “Didática Magna, a 
arte universal de ensinar tudo a todos”. Ele foi considerado o 
primeiro pedagogo ocidental e seu trabalho contemplava a ideia 
de que todos os seres humanos deveriam ter a possibilidade de 
aprender.
A concepção da Didática Moderna nasceu com Comenius 
e teve o respaldo de Jean Jacques Rousseau. Em 1762, Rousseau 
publicou um livro conhecido como “Emilio ou da Educação”. 
Esse romance pedagógico revolucionou a Pedagogia e serviu de 
inspiração para as teorias de todos os grandes educadores dos 
séculos XIX e XX. De acordo com Rousseau, o homem nasce bom, 
mas a sociedade o corrompe. Toda a sua proposta fundamentava-
se na ideia de que, se a criança tiver a educação fortalecida na 
infância e na adolescência, tornar-se-á um ser incorruptível.No século XIX, com a consolidação do modo de produção 
capitalista, as empresas começaram a precisar de uma educação 
que fornecesse profissionais para ocupar os cargos desse tipo 
de produção, pois ter somente a elite capacitada não produziria 
mão de obra necessária.
Johann Friedrich Herbart adotou a ideia de que o indivíduo 
é formado pelas percepções que vêm do exterior. Assim, o aluno 
deve ser preparado intelectual e fisicamente. Para Herbart, 
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o ensino deve percorrer as seguintes etapas: preparação, 
apresentação, associação, generalização e aplicação. Herbart 
pode ser considerado um dos responsáveis por organizar a 
Pedagogia como ciência, pois nesse sentido, resgatou a ideia 
do ensino por meio da instrução e da disciplina. As escolas 
herbartianas transmitiam um ensino totalmente receptivo, sem 
diálogo entre professor e aluno e com aulas que obedeciam a 
esquemas rígidos e preestabelecidos. Dessa forma, ele é uma 
das referências na tendência pedagógica tradicional.
Essas teorias se instalaram no século XIX pelas escolas 
públicas mundiais. Com a abertura de espaço na educação para 
mais pessoas, a burguesia se sentiu fragilizada, pois as classes 
mais baixas passaram a ter acesso ao conhecimento.
John Dewey surgiu com a Escola Nova, que contestava a 
escola tradicional e apontava a necessidade de um novo homem 
social. Sua proposta adotou métodos de pesquisa como método 
didático. Contudo, mesmo defendendo a democracia na sala de 
aula, a Escola Nova ainda era elitista e não se preocupava com o 
que acontecia socialmente fora da escola.
No Brasil Colônia, as escolas jesuítas cumpriram o papel 
de atender às necessidades políticas da coroa portuguesa, 
explorando indígenas e os menos abastados financeiramente. 
Ou seja, o ensinamento cristão fundamentou os trabalhos.
Manoel da Nóbrega inseriu as “escolas de ler e escrever”, as 
quais foram contestadas inclusive pelos jesuítas. Os professores 
eram formados pelos jesuítas e a ciência deveria ser interpretada 
como imutável. E a aprendizagem, por sua vez, era avaliada pela 
memorização.
Em 1759, o Marquês de Pombal expulsou os jesuítas e 
causou retrocesso na organização escolar.
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Na Primeira República, o ensino continuava reforçando 
a supremacia da classe dominante, e o trabalho escravo era 
explorado intensamente no país.
O Estado de São Paulo foi o primeiro a preocupar-se com a 
educação pública, e em 1983 regulamentou a escola preocupada 
na formação para o magistério, influenciando outros estados a 
buscarem um aperfeiçoamento educacional.
Na década de 1920, após a Primeira Guerra Mundial, 
a escola brasileira iniciou seu encontro com a Escola Nova. O 
êxodo rural e as necessidades de mão de obra especializada 
foram motivos para a abertura de mais escolas. A Didática era 
compreendida como regras que asseguravam boas aulas que 
orientassem o trabalho.
Em 1930, foi criado o Ministério da Educação e Saúde 
Pública, e a oferta de escolas gratuitas foi ampliada. Nessa época, 
acontecia uma renovação Didática em detrimento da tradicional.
Com a Constituição de 1934, foi elaborado o Plano 
Nacional da Educação, que determinou a obrigatoriedade da 
escola do ensino primário.
Em 1932, surgiu a primeira universidade brasileira. A 
origem da Didática como disciplina na formação de professores 
aconteceu em 1934, com a criação da Faculdade de Filosofia 
Ciências e Letras da Universidade de São Paulo.
A Constituição de 1937 abordou a educação por meio da 
introdução do ensino profissional para atender às necessidades 
industriais. Além disso, a Carta tornou obrigatórias as disciplinas 
de Educação Moral e Cívica e Organização Social e Política 
Brasileira.
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Ainda na década de 1930, foi criado o Instituto Nacional 
de Estudos Pedagógicos, do qual Anísio Teixeira foi diretor 
por duas décadas aproximadamente. Nesse período, realizou 
grandes reformas no ensino.
Em 1941, a Didática passou a ser um curso à parte, 
como uma especialização.
Na Era Vargas, a educação estagnou-se e condicionou-se 
às posições políticas do presidente Getúlio, sobretudo durante a 
vigência do Estado Novo. 
SAIBA MAIS
Com a redemocratização, a Constituição de 1946 
instituiu a Lei de Diretrizes e Bases da Educação 
Nacional.
Ao final da década de 1950, com a expansão econômica 
e industrial, a escola defendeu a liberdade, a iniciativa e a 
autonomia, e enfatizou a atenção às diferenças individuais.
Segundo Saviani, entre 1930 e 1960, ideias da Escola Nova 
predominaram na educação brasileira. Já a partir daí se iniciou 
um período tecnicista.
Candau (1983) escreveu:
O ensino da Didática assume certamente 
uma perspectiva idealista e centrada na 
dimensão tecnicista do processo de ensino-
aprendizagem. É idealista porque a análise da 
prática pedagógica concreta na maioria das 
escolas não é objeto de reflexão. Considerada 
tradicional ela justificada pela ignorância 
dos professores que, uma vez conhecedores 
dos princípios e técnicas escalavonistas, a 
transformariam. Para reforças esta tese, 
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experiências pedagógicas que representa, 
exceções dentro do sistema e que, mesmo 
quando realizadas no sistema oficial de ensino, 
se dão em circunstâncias excepcionais, são 
observadas e analisadas. Os condicionamentos 
socioeconômicos e estruturais da educação 
não são levados em consideração. A prática 
pedagógica depende exclusivamente da 
vontade e do conhecimento dos professores 
que, uma vez dominando os métodos e 
técnicas que desenvolvidos pelas experiências 
escalavonovistas, poderão aplicá-los às 
diferentes realidades em que se encontram. 
A base científica desta perspectiva se apoia 
fundamentalmente na psicologia (Candau, 
1983, p. 49).
Na década de 1960, Paulo Freire iniciou seu trabalho de 
alfabetização de jovens e adultos com a metodologia em que 
acreditava e que repercutiu em todo o mundo da educação.
Penso em um dos capítulos tão fecundos 
na história da educação latino-americana: 
a educação popular e o pensamento de 
Paulo Freire. Eles nasceram colados à terra e 
foram cultivados em contato estreito com os 
camponeses, com suas redes de socialização, 
de reinvenção da vida e da cultura. Nasceram 
percebendo que o povo do campo tem 
também seu saber, seus mestres e sua 
sabedoria (Arroyo, 2000, p. 14).
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Depois do Golpe Militar de 1964, a educação foi vinculada 
à Segurança Nacional, e passou a sofrer controle e repressão, 
causando um retrocesso no desenvolvimento educacional 
do país. Consequentemente, o professor retornou à Didática 
tradicional.
A partir de 1974, mesmo com a abertura do regime 
político, instaurou-se um pessimismo em função da influência 
política que se estabelecia a cada governo.
A partir da década de 1980, a escola começou a se 
reinventar, questionando velhos métodos e redefinindo a 
política educacional. A Didática passou a centrar seus esforços 
na formação integral do aluno.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei n.º 
9.394/1996) foi reorganizada com grandes inovações.
ACESSE
Para ler a Lei nº. 9.394/1996 na íntegra, acesse. 
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Figura 1.9 – LDBEN
LDBEN

Lei nº. 9.394/1996
Fonte: Elaborada pela autoria.
Atualmente, a educação já é vista com o vínculo 
sociopolítico e preocupa-se com a formação social do cidadão. 
A busca é pela união entre teoria e prática, conteúdo e forma, 
técnico e político, ensino e pesquisa, professor e aluno.
A Didática precisa evoluir e acompanhar as mudanças 
paradigmáticas que estão se instalando na sociedade. Para 
que essa evolução continue, é preciso que os professores se 
conscientizem da necessidade de serem pesquisadores de outras 
práticas que não as historicamente conhecidas e também de 
sua própria prática. É necessário fundamentar-se teoricamente, 
ousar no ato de planejar, errar ou acertar, refletir e novamente 
ousar em planejar.
A Didática só evoluirá eserá funcional se nossos 
educadores se perceberem como eternos aprendizes.
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Figura 1.10 – Pesquisa-ação
Planejar
Avaliar Implantar
Pesquisa
Ação
Fonte: Elaborada pela autoria (2019).
RESUMINDO
E então? Gostou do que lhe mostramos? 
Aprendeu mesmo tudinho? Agora, só para 
termos certeza de que você realmente entendeu 
o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir 
o que vimos. Você deve ter compreendido  
sobre os grandes pensadores da educação que 
se destacaram por seus conhecimentos, além 
da história da educação e suas percepções 
referentes à Didática. Você viu, também, que ser 
educador é uma profissão para poucos. Esses 
poucos indivíduos que dedicam suas vidas à 
educação devem ter em mente que o desafio é 
grande.
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Educação, definições e 
processos
OBJETIVO
Vamos estudar no decorrer deste capítulo sobre 
a importância da educação, as definições com 
ela relacionada e todos os processos. Espero que 
estejam prontos para compreender um pouco 
mais sobre esse conteúdo. Vamos lá.
Evolução Histórica da Educação e 
Didática
Desde os albores da civilização, a educação foi 
entendida como uma ferramenta essencial para a transmissão 
de conhecimento e valores de uma geração para outra. As 
sociedades antigas, com seus respectivos contextos históricos 
e culturais, desenvolveram abordagens distintas ao processo 
educativo, moldando a didática ao longo dos séculos.
Na Grécia Antiga, o ensino era centrado na formação 
integral do indivíduo, visando ao desenvolvimento intelectual, 
moral e físico. Como nos lembra Brandão (1993, p. 45), “os gregos 
buscavam uma ‘paideia’, um processo educativo que objetivava 
a formação de cidadãos ativos e éticos, capazes de contribuir 
para a polis”. Platão, em sua obra “A República”, discorria sobre 
a necessidade de uma educação que promovesse a justiça e a 
virtude, enquanto Aristóteles defendia uma educação prática 
voltada para as necessidades da comunidade (Aranha, 2006).
A Educação Medieval, em contraste, foi fortemente 
influenciada pela Igreja Católica. As escolas catedrais e os 
mosteiros tornaram-se os principais centros de aprendizado. 
Conforme destaca Saviani (2008, p. 68), “a educação na Idade 
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Média estava intrinsecamente ligada à salvação da alma e à 
preparação para a vida eterna”.
Com o Renascimento, houve uma retomada dos ideais 
clássicos e um renovado interesse pela cultura greco-romana. 
Esse movimento, como explica Ferro (1992, p. 102), “revalorizou 
o ser humano, dando origem a um novo tipo de educação, menos 
dogmática e mais voltada para as artes e as ciências”.
Já a Revolução Industrial trouxe consigo uma demanda 
por mão de obra qualificada e alfabetizada, culminando em 
sistemas educacionais massificados. Como Durkheim (2010, p. 
130) aponta, “o ensino passou a ser visto como meio de preparar 
o indivíduo para as novas realidades sociais e econômicas, 
transformando a didática em uma ferramenta para formar 
cidadãos produtivos”.
Chegando ao século XX, testemunhamos inúmeras 
revoluções pedagógicas que refletiram as mudanças políticas, 
sociais e tecnológicas. Freire (1987, p. 52) ressalta que “a 
educação deve ser vista como um ato político, uma ferramenta de 
libertação e não de opressão”, aludindo às diversas abordagens 
críticas que surgiram nesse período.
Assim, a história da educação e da didática é marcada 
por contínuas transformações, reflexo das mudanças sociais, 
econômicas e culturais de cada época. Reconhecer essa trajetória 
é essencial para compreender os desafios e possibilidades da 
educação contemporânea.
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A educação
O direito à educação é assegurado por lei, independen-
temente da procedência do cidadão, pois é um caminho que ga-
rante outros direitos.
Não é possível lutar por um direito que não se conhece, 
e a escola nos traz informações essenciais sobre o que nos 
resguarda constitucionalmente. Se a escola não cumpre esse 
papel, deverá repensar seus caminhos. Além disso, vale lembrar 
que escola deve ser um dos principais acessos à informação 
verdadeira, consistente e útil para a formação cidadã.
REFLITA
Mas o que é educação? Como conceitualizar uma 
palavra que traz percepções diversas?
Figura 1.11 – Fatores que envolvem a palavra “educação”
SER EDUCADO?
EDUCAÇÃO
SER MAL 
EDUCADO?
CULTURAL? RESPONSABILIDADE 
DE QUEM?
Fonte: Elaborada pela autoria (2019).
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Normalmente, quando as pessoas falam em educação, 
estão se referindo à forma como se estabelece a convivência 
interpessoal. É comum chamar alguém de “mal-educado”, o que 
obviamente significa que a pessoa não foi “bem educada” e não 
sabe tratar as pessoas de acordo com as formas especificadas 
pela sociedade como “educadas”. No entanto, a palavra 
“educação” pode ser empregada de diversas maneiras, como 
educação cultural, educação filosófica, educação científica, 
educação moral, educação profissional, entre outras.
Entendendo a educação como o objeto de estudo da 
Pedagogia, Libâneo (1990) define-a como um conceito amplo 
que se refere ao processo de desenvolvimento, envolvendo a 
formação de qualidades humanas, físicas, morais, intelectuais e 
estéticas dentro de um contexto de relações sociais.
DEFINIÇÃO
Etimologicamente falando, a palavra “educação” 
provém de educare, que, em Latim, significa 
alimentar, cuidar, criar. Por outro lado, para 
alguns professores, a palavra se refere ao 
processo educacional oferecido formalmente na 
escola.
Como tivemos a oportunidade de conhecer a história 
da Didática, vimos que cada teórico enxergou a educação de 
uma forma. Para alguns, é o saber acumulado, para outros, o 
desenvolvimento da cidadania.
No Brasil, temos a Constituição Federal, que, no capítulo 
III, artigo 205, apresenta o seguinte texto:
Art. 205 A educação, direito de todos e dever 
do Estado e da família, será promovida e 
incentivada com a colaboração da sociedade, 
visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, 
seu preparo para o exercício da cidadania e 
sua qualificação para o trabalho (Brasil, 1988, 
on-line).
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Nesse artigo, podemos verificar que a educação escolar 
é algo que abrange o desenvolvimento integral do aluno, mas 
muitos professores resistem a essa concepção alegando que na 
escola se deve aprender disciplinas como Língua Portuguesa, 
Matemática, Ciências. Complementam ainda que educação social 
é responsabilidade da família. Mas será que é só da família?
A Educação e a legislação
Segundo a Lei de Diretrizes e Bases para Educação 
Nacional (LDBEN n. 9.394/1996), em seu artigo 1º:
Art. 1º A educação abrange os processos 
formativos que se desenvolvem na vida 
familiar, na convivência humana, no trabalho, 
nas instituições de ensino e pesquisa, nos 
movimentos sociais e organizações da 
sociedade civil e nas manifestações culturais.
§1º Esta Lei disciplina a educação escolar, que 
se desenvolve, predominantemente, por meio 
do ensino, em instituições próprias.
§ 2º A educação escolar deverá vincular-se ao 
mundo do trabalho e a prática social (Brasil, 
1996, on-line).
IMPORTANTE
Como se pode notar, a LDBEN confirma a 
Constituição Federal e entende a educação 
também como desenvolvimento social.
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Somos educados a partir do momento em que nascemos. 
Aprendemos a chorar para pedir alimento, pedir para trocar a 
fralda e mostrar nossa insatisfação com alguma coisa. A vivência e 
a convivência nos trazem educação. Também as formas culturais 
em que cada cidadão estiver inserido serão fontes educativas. 
A religião que frequentamos, os esportes que praticamos, a 
convivência e os exemplos que desfrutamos sempre nos trarão 
formas de educação.
Figura 1.12 – BNCC
Fonte: SAS Educação (2019).
Para a escola e, atualmente com a Base Nacional Comum 
Curricular, o desenvolvimento social, isto é, a educação integral, 
já não é mais uma sugestão, mas uma determinação. Sendo 
assim, os professorespodem achar que devem se eximir dessa 
obrigação, mas a lei deixa clara a importância do desenvolvimento 
de 10 competências gerais. São elas:
1. Conhecimento – reforço da importância da metacognição 
e da transformação do aluno, que reconhece a 
importância do que foi aprendido.
2. Pensamento científico, crítico e criativo – 
desenvolvimento do raciocínio, da criatividade e da 
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transferência do conhecimento para o mundo real. 
Capacidade de correlacionar, questionar ideias, criar 
novas soluções a partir de diferentes caminhos.
3. Repertório cultural – reconhecimento de diversas formas 
de expressões culturais. Trata-se de ter consciência 
multicultural.
4. Comunicação – uso de diferentes linguagens, desenvol-
vendo a escuta, a expressão, a discussão, o multiletra-
mento e a contextualização sociocultural.
5. Cultura digital – uso de tecnologias de forma crítica e 
consciente.
6. Trabalho e projeto de vida – compreensão das relações 
próprias do mundo trabalho e das escolhas a serem 
feitas para o seu projeto de vida.
7. Argumentação – desenvolvimento de opiniões e 
argumentos com base em dados e evidências.
8. Autoconhecimento e autocuidado – conhecimento de 
si, identificação de características próprias e aprendiza-
gem emocional.
9. Empatia e cooperação – exercício para a convivência 
respeitosa.
10 ....Responsabilidade e cidadania – desenvolvimento da 
flexibilidade, resiliência, tomada de decisões, princípios 
éticos etc.
Talvez a maior dificuldade das escolas, hoje, seja capacitar 
os professores para trabalharem essas questões, principalmente 
por meio do exemplo, que deve ser dado em cada ação e 
movimento institucional. Contudo, isso não é tão fácil. Devemos 
considerar que muitos professores têm suas próprias “visões de 
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mundo”, e muitas vezes sua conduta não é exemplo para que se 
alcancem os objetivos esperados.
As Leis e Diretrizes e Bases da Educação Nacional é de 
competência da União. As escolas, subordinadas aos estados e 
cidades, podem realizar adequações, porém jamais mudar uma 
lei como essa.
Desafios contemporâneos e 
novas perspectivas em didática
O cenário educacional contemporâneo, moldado por rá-
pidas transformações sociais, tecnológicas e culturais, apresenta 
desafios sem precedentes, exigindo dos profissionais da educa-
ção adaptabilidade e inovação contínuas. A didática, como ciên-
cia da prática educativa, não se mantém alheia a esse contexto, 
buscando se reinventar a cada novo obstáculo e oportunidade.
Um dos principais desafios atuais é a integração da tecno-
logia na sala de aula. As tecnologias digitais têm revolucionado a 
maneira como adquirimos e compartilhamos informações. Para 
Moran (2013, p. 89), “as novas mídias potencializam a aprendiza-
gem autônoma, colaborativa e conectada, exigindo uma redefini-
ção do papel do professor e dos métodos didáticos”. A migração 
repentina para o ensino remoto, decorrente de situações como a 
pandemia da COVID-19, só acentuou a necessidade de se pensar 
a didática em um ambiente digital.
Simultaneamente, a questão da educação inclusiva tem 
se mostrado premente. A escola contemporânea é desafiada 
a acolher e valorizar a diversidade em todas as suas formas. 
Incluir é reconhecer e valorizar as diferenças, repensando 
práticas pedagógicas que garantam a todos uma aprendizagem 
significativa. Esse movimento vai além da simples presença de 
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alunos com necessidades especiais em sala de aula; implica uma 
profunda revisão da didática e dos materiais pedagógicos.
Outro elemento transformador é a globalização, que, 
com suas ambivalências, tanto possibilita a troca intercultural 
enriquecedora quanto amplifica desigualdades. O avanço da 
globalização na educação gera tanto possibilidades de trocas 
pedagógicas transnacionais quanto riscos de homogeneização 
cultural. Esse processo demanda uma didática que prepare os 
alunos para serem cidadãos globais críticos e conscientes.
Em resposta a esses desafios, a didática contemporânea 
tem buscado inovar, incorporando novas metodologias e práticas 
pedagógicas. Tendências como a aprendizagem baseada em 
projetos, gamificação e ensino híbrido têm ganhado espaço e 
mostram o dinamismo e a resiliência desse campo do saber.
Ao olharmos para o futuro, percebemos que a educação, 
e consequentemente a didática, seguirá em constante evolução. 
O desafio será equilibrar tradição e inovação, garantindo uma 
educação de qualidade, inclusiva e alinhada às demandas do 
século XXI.
O panorama atual da educação reflete a complexidade 
e as rápidas mudanças do nosso tempo. Ao nos aprofundarmos 
nos desafios contemporâneos, percebemos que cada tópico é 
repleto de nuances e detalhes.
1. Integração da Tecnologia:
A tecnologia não é apenas uma ferramenta: molda a 
maneira como pensamos, comunicamos e aprendemos. O 
advento de recursos como Inteligência Artificial, Realidade Virtual 
e Aumentada propõe novos métodos de ensino e aprendizado. 
Entretanto, como destaca Pretto (2014, p. 102), “a tecnologia em 
si não garante a aprendizagem; é a mediação pedagógica que 
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faz a diferença”. Assim, é imperativo que os educadores sejam 
capacitados para integrar a tecnologia de forma significativa, 
evitando o uso superficial ou meramente decorativo.
2. Educação Inclusiva:
A educação inclusiva não diz respeito apenas à inclusão 
de alunos com deficiência. Abrange também questões de gênero, 
raça, classe social e religião. Como Carvalho (2017, p. 54) pontua, 
“a verdadeira inclusão é aquela que percebe a diversidade 
como riqueza, não como obstáculo”. Esse desafio demanda uma 
didática flexível e adaptativa, capaz de atender às necessidades 
individuais enquanto promove um ambiente harmonioso e 
respeitoso.
3. Globalização:
A globalização vai além da mera troca de informações e 
cultura. Ela também exige uma reflexão crítica sobre questões 
como o neocolonialismo pedagógico e o risco de homogeneização. 
Nesse sentido, Candau (2012, p. 89) ressalta a necessidade de 
“uma didática intercultural que valorize as especificidades locais 
enquanto integra conhecimentos universais”.
4. Novas Metodologias Pedagógicas:
Métodos como o Flipped Classroom (sala de aula invertida), 
cujo conteúdo é estudado em casa e a sala de aula é utilizada para 
discussões e projetos, têm ganhado destaque. Também cresce a 
ênfase na aprendizagem baseada em problemas, onde os alunos 
são incentivados a investigar questões reais. Tais abordagens 
colocam o aluno no centro do processo de aprendizagem, 
promovendo autonomia e pensamento crítico.
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RESUMINDO
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu 
mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de 
que você realmente entendeu o tema de estudo 
deste capítulo, vamos resumir o que vimos. Você 
deve ter compreendido  a respeito da educação, 
dos processos e de suas definições. Além disso, 
você viu que o direito a educação é assegurado 
por lei, independentemente da procedência do 
cidadão. Esse direito é um caminho que garante 
outros direitos. Você conheceu sobre a Lei de 
Diretrizes e Bases da Educação Nacional, que é 
competência da União.
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Educação como forma de 
dominação
OBJETIVO
Ao término deste capítulo, você será capaz de 
entender como funcionam as diversas acepções 
e os intrincados processos que permeiam a 
educação. Isto será fundamental para o exercício 
de sua profissão. As pessoas que tentaram 
navegar pelo complexo universo educacional 
sem a devida instrução tiveram problemas ao 
implementar práticas pedagógicas eficazes e ao 
compreender os múltiplos significados e nuances 
que a educação carrega consigo. E então? 
Motivado para desenvolver esta competência? 
Vamos lá. Avante!
Ao longo dos séculos, a educação tem desempenhado 
um papel central nas dinâmicas de poder. Desde civilizações 
antigas até os dias atuais, sistemas educacionais têm sido 
estrategicamenteempregados para solidificar autoridades, 
promover ideologias e assegurar a perpetuação de ordens 
sociais específicas.
No antigo Egito, por exemplo, a educação era um 
privilégio das classes altas, garantindo a manutenção do poder 
nas mãos da elite. Os escribas, detentores do conhecimento 
da escrita, eram fundamentais para a administração do estado 
e tinham papel central na burocracia faraônica. A retenção do 
conhecimento era uma forma de consolidar o poder, e a escrita, 
uma ferramenta de domínio.
Na Europa medieval, a Igreja Católica exerceu significativa 
influência sobre a educação. Mosteiros e catedrais tornaram-
se centros de aprendizado, porém, conforme sublinha A 
educação promovida estava impregnada de valores e dogmas 
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religiosos, moldando o pensamento e limitando o escopo do 
questionamento crítico.
Ao chegarmos no período colonial, observamos como 
potências europeias empregaram a educação como ferramenta 
de colonização. No Brasil, por exemplo, os jesuítas usaram 
a instrução para converter e ‘civilizar’ os povos indígenas, 
estabelecendo uma hierarquia cultural onde a cultura europeia 
estava acima das culturas nativas. Neste contexto, a educação 
torna-se um ato de depositar, em que os estudantes são os 
depositários e o educador o depositante.
No século XX, com o advento de regimes totalitários, 
a educação foi novamente cooptada para fins ideológicos. 
Através de currículos estrategicamente elaborados, jovens eram 
moldados conforme as ideias e valores do Estado. A padronização 
do ensino, neste contexto, visava menos a educação e mais a 
formação de cidadãos conformados.
A educação 
Todos os sentidos da palavra educação nos remetem 
ao caminho de formação do indivíduo. Consideremos agora 
que a escola pode ser manipuladora e reforçar cada vez mais o 
desnivelamento social. André Borges (2004, apud Clune; Witte, 
1990; Cookson, 1994; Hess, 1991), em seu artigo, coloca que: 
nos Estados Unidos, tanto grupos 
conservadores e tradicionalistas, quanto 
a esquerda liberal argumentaram, que o 
reforço da “autonomia da escola” daria 
mais “voz” a minorias étnicas e outros 
grupos marginalizados, que contribui para a 
reversão de padrões prévios de segregação 
racial e de classes no interior do sistema 
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educacional. Aborda ainda, conforme (Jacobs, 
2000; Thomas, 1993; Whitty et al., 1998), 
que na Inglaterra, Nova Zelândia e Austrália, 
os governos da Nova Direita defenderam 
que formas de gestão participativas e 
descentralizadas aumentariam a capacidade 
de pais e alunos intervirem nas políticas 
internas da escola, reduzindo a influência 
de professores e burocratas e suas práticas 
corporativistas.
Enquanto alguns alunos agradecem os professores 
pela forma como abordaram temas políticos na sala de aula, 
fazendo-os enxergar criticamente os diversos aspectos sociais, 
outros reclamam daqueles que aproveitam a oportunidade para 
convencer os alunos de suas convicções pessoais.
Sim, a educação pode ser usada como forma de 
manipulação política e, por isso, reforça-se a importância de 
que os professores passem por formações constantes, sendo 
orientados acerca de como realizar um trabalho pós-crítico, 
ou seja, podem abordar a sua opinião e posição política, mas 
também abordar todas as outras vertentes, com respeito e 
aceitação às diferenças. 
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Figura 1.13 – Educação
Fonte: Freepik. 
Dessa forma, leva-se o aluno a se posicionar segundo 
suas próprias convicções, sem desrespeitar as pessoas cujas 
convicções são diferentes das suas.
Temos vários exemplos na história que demonstram 
como a educação foi utilizada como instrumento de manipulação 
e dominação. Podemos citar alguns, como:
 • Nos EUA, tivemos o tão conhecido Macarthismo;
 • No Brasil, tivemos o duro período da Ditadura Militar;
 • Na Arábia Saudita, o islamismo é a religião oficial do 
país, ditando os conteúdos estudados nas escolas. 
Recentemente, no Brasil, houve um projeto de lei 
chamado “Escola sem partido”.
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Figura 1.14 – Escola sem Partido
Fonte: Elaborada pela autoria (2019).
O projeto de lei é claro, porém muitas pessoas ainda não 
acreditam que seja possível trabalhar o senso crítico do aluno 
sem, com isso, influenciá-lo em alguns aspectos. Essa é uma 
questão a ser estudada e refletida incessantemente.
Como exemplo, citamos agora parte do artigo 3º desse 
projeto:
Art. 3º. No exercício de suas funções, o 
professor:
I- não se aproveitará da audiência cativa 
dos alunos, para promover os seus próprios 
interesses, opiniões, concepções ou 
preferências ideológicas, religiosas, morais, 
políticas e partidárias;
II- não favorecerá, não prejudicará e não 
constrangerá os alunos em razão de suas 
convicções políticas, ideológicas, morais ou 
religiosas, ou da falta delas;
III-não fará propaganda político-partidária 
em sala de aula nem incitará seus alunos a 
participar de manifestações, atos públicos e 
passeatas;
IV- ao tratar de questões políticas, 
socioculturais e econômicas, apresentará aos 
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alunos, de forma justa, as principais versões, 
teorias, opiniões e perspectivas concorrentes 
a respeito (ALERJ, 2019, on-line).
Considerando esse exemplo, é possível entender a 
neutralidade da escola em relação às escolhas pessoais, porém 
muitos acreditam que isso tirará do professor a possibilidade de 
trabalhar temas transversais, como sexualidade e saúde.
IMPORTANTE
O que precisa ficar claro em todas as questões 
abordadas é que a escola poderá ajudar a 
educação integral, mas sozinha não dará conta 
de tantas responsabilidades. É preciso que haja 
apoio da sociedade, da família e da política. 
É claro que a escola influenciará todas esses 
seguimentos também.
Ainda é possível verificar que a escola influenciará a 
sociedade, a qual julgará ser benéfica ou não. De acordo com 
Saldanha (1980):
Se nos regimes democráticos a educação 
forme homens livres, deixando livre a escolha 
da profissão e até preparando o cidadão 
para a crítica social e para a vida partidária, 
nos regimes ditatoriais a educação padroniza 
opressivamente o educando. Na Alemanha 
nazista, por exemplo, a juventude era 
formada no fanatismo belicoso e exaltada 
quase magicamente para o culto do ‘Fuhrer’. 
(Saldanha, 1980, p. 147)
Considerando essas informações, é possível entender 
que a escola não resolverá tudo na sociedade, porém poderá 
influenciar e contribuir para promover mudanças a partir da 
educação. Libâneo (1990) coloca que: 
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Em síntese, a escola é um meio insubstítuível 
de contribuição para as lutas democráticas, na 
medida em que possibilita às classes populares, 
ao terem acesso ao saber sistematizaado 
e às condições de aperfeiçoamento das 
potencialidades intelectuais, participarem 
ativamente do processo político, sindical e 
cultural. (Libâneo, 1990, p. 39)
Ainda pensando nos processos que se desenvolvem 
na escola, haverá sempre uma dependência da legislação, que 
poderá mudar conforme a influência política, as concepções 
de educação, a didática, a forma de encaminhar as situações 
cotidianas, o Projeto Político Pedagógico construído 
periodicamente e a comunidade escolar, que precisará ser 
ouvida, entendida, considerada em suas características gerais e 
necessidades.
Nesse contexto, o Plano de Educação tem ‘um 
caráter reflexivo, organizador e articulador 
e não acontece em um percurso linear’, sua 
implementação “depende da criação de 
mecanismos para sua gestão, processo que se 
inicia no interior da Secretaria de Educação, 
na análise de sua estrutura, organização e 
funcionamento. (Cenpec, 2009, p. 25)
Os processos educacionais
Os processos educacionais são norteados por:
Didática – em que se escolhem as formas de ensino em 
função das necessidades locais e as formas de aprendizagem. 
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Avaliação da aprendizagem - que poderá ser entendida 
como forma de repressãoou mesmo forma de acompanhamento 
e fonte, para repensar a Didática escolhida pelo professor.
Legislação - que fornecerá todo o apoio legal para os 
demais processos educacionais.
Mecanismos pedagógicos de 
controle e conformidade
O sistema educacional, em diversos momentos históricos 
e geográficos, tem servido como um meio para consolidar 
certas normas e valores sociais. Ao refletirmos sobre os 
mecanismos pedagógicos que facilitam esse controle e induzem 
à conformidade, nos deparamos com uma série de estratégias e 
métodos que limitam a autonomia do pensamento crítico.
Uma prática comum empregada para este fim é a 
padronização do currículo. Ao determinar de forma estrita o 
que deve ser ensinado e como deve ser ensinado, o sistema 
garante que os alunos recebam uma visão uniforme do mundo. 
O currículo escolar é um instrumento de reprodução cultural, 
perpetuando as desigualdades sociais ao transmitir o capital 
cultural da classe dominante.
Outro mecanismo é a avaliação baseada em conformidade. 
Quando os sistemas de avaliação recompensam a repetição 
exata das informações e desencorajam a reflexão crítica ou as 
interpretações alternativas, os estudantes são, indiretamente, 
incentivados a aderir ao status quo. A avaliação tradicional, muitas 
vezes, não mede o conhecimento real, mas sim a capacidade do 
aluno de se adaptar às expectativas do sistema.
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Além disso, a estrutura hierárquica em muitas instituições 
educacionais, onde o professor detém autoridade absoluta, pode 
limitar a expressão individual e a autonomia dos estudantes. 
Em um contexto mais contemporâneo, o uso restritivo de 
tecnologia em ambientes educacionais pode ser visto como um 
mecanismo de controle. Restringindo o acesso a determinadas 
fontes ou filtrando conteúdos on-line, as instituições podem 
direcionar e limitar o fluxo de informação que os alunos recebem. 
Na era da informação, quem controla o fluxo de informação 
detém um poder significativo.
Por fim, é imperativo reconhecer que, embora tais 
mecanismos de controle e conformidade existam, muitos 
educadores e instituições resistem ativamente a essas práticas 
e buscam criar ambientes de aprendizagem mais abertos e 
inclusivos.
RESUMINDO
E então? Gostou do que lhe mostramos? 
Aprendeu mesmo tudinho? Agora, só para 
termos certeza de que você realmente entendeu 
o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir 
o que vimos. Você deve ter compreendido  que 
a Didática pode ser entendida como o caminho 
escolhido pelo professor para ensinar e 
concretizar a aprendizagem dos alunos.
As formas de trabalho atuais continuam muito 
tradicionais, mas os pensadores da história 
nos mostraram vários caminhos e concepções 
diversas de como ensinar. Todos eles foram 
fortemente influenciados pela evolução histórica 
e sociopolítica da humanidade.
Os processos educacionais dependerão das 
concepções adotadas nas escolas e definirão as 
metodologias e objetivos do ensino.
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