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conceitos e atitudes sustentáveis do indivíduo ao coletivo bioinovação Todo o conteúdo deste Ebook foi desenvolvido pela Descola em parceria com a Novozymes e com seus professores. Os direitos de uso e reprodução são exclusivos da Descola.org OLÁ ALUNO, Você já viu ou provavelmente está vendo o curso “Bioinovação: conceitos e atitudes sustentáveis do indivíduo ao coletivo”. Esperamos que você te- nha gostado do conteúdo e entendido que saber so- bre Biologia é um importante passo para a constru- ção de um planeta melhor. Você já aprendeu sobre os objetivos de desenvolvi- mento sustentável da ONU, já conheceu como a Bio- logia pode impactar diretamente nos diferentes ob- jetivos e viu muitos exemplos de como ela ajudou a melhorar a nossa qualidade de vida. Neste ebook, falamos mais dos conceitos apresen- tados e relacionamos filmes e livros complementa- res, para que você siga aprofundando os conceitos abordados nas videoaulas e aprenda mais. Abraços, EQUIPES DESCOLA E NOVOZYMES Descola, uma escola de inovação online Novozymes, repense o amanhã Índice 01 Quem ministra o curso? 6 02 O estudo da vida 10 03 Aprendizados da evolução 16 04 A Biologia como ferramenta 23 05 O que é sustentabilidade? 27 06 Os desafios do mundo 32 07 Economia circular 60 08 Biomimética 67 09 Movimentos globais 75 10 Casos 83 11 Biologia do cotidiano 90 12 Qual é a sua Pegada? 94 13 Por onde começar? 98 14 Futuro biológico 110 15 17 atitudes sustentáveis 113 16 Playlist de vídeos 130 17 Livros 134 18 Filmes 139 01 Quem ministra o curso? 7 CONCEITOS E ATITUDES SUSTENTÁVEIS DO INDIVÍDUO AO COLETIVO | DESCOLA.ORG Neste curso, buscamos trazer uma visão ampla de como a Biologia é fundamental para o desenvolvimen- to dos seres humanos e de nossa sociedade como um todo. Por isso, trouxemos um conteúdo bastante vas- to, começando por entender os problemas do mundo a partir dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, passando por casos de saúde, alimentação e Começamos com Pedro Luiz Fernandes, que é vi- ce-presidente de Assuntos Corporativos e Sustentabi- lidade da Novozymes Latin America, uma das maiores empresas de soluções biológicas do planeta. Pedro é químico, formado pela PUC-PR e Mestre em Governan- ça e Sustentabilidade pelo ISAE/FGV-PR. Trabalha ati- vamente para o atingimento dos Objetivos de Desen- volvimento Sustentável (ODS) da ONU, e é justamente sobre isso que ele fala no nosso curso. energia. Aprendemos sobre Biotecnologia, Sustentabili- dade, Biomimética, Economia Circular e até como você pode ser mais sustentável com atitudes do seu dia a dia. E para trazer uma amplitude de temas, contamos com uma equipe forte de professores com muito co- nhecimento em cada uma de suas áreas de atuação. Depois de apresentar os temas e falar sobre os ODS, tivemos a Thabata Alvarez, doutora em Biologia fun- cional e molecular, coordenadora do curso de Enge- nharia de Bioprocessos e Biotecnologia da Universi- dade Positivo que veio dividir com a gente um pouco dos desafios e casos da Biologia no setor de energia e no nosso cotidiano, além de falar de sustentabilidade. BIOINOVAÇÃO 8 Para falar da Biologia no âmbito de alimentos e saú- de, trouxemos Thiago Basso, que é PhD em Biologia molecular pela USP, além de ser professor assistente no curso de Engenharia Química da Escola Politécnica pela mesma Universidade de São Paulo. No curso, também trouxemos Guilherme Brammer, fundador da Boomera - pioneira e referência no setor de Economia Circular -, que trouxe uma perspectiva cor- porativa sobre o tema. Depois, trouxemos alguns casos de como as polí- ticas públicas podem afetar a disseminação de boas práticas biológicas. E para te ajudar a entender este contexto, convidamos um expert em regulamentações e relações com o governo: Thiago Falda, que é forma- do em Biologia e PhD em Genética e Melhoramento de Plantas pela ESALQ - USP. 9 CONCEITOS E ATITUDES SUSTENTÁVEIS DO INDIVÍDUO AO COLETIVO | DESCOLA.ORG É também importante olhar de uma forma mais prá- tica para a Biologia, por isso trouxemos o conceito de Biomimética, ou como podemos olhar para a natureza e criar inovações para nosso dia a dia. E para falar dis- so, ninguém menos que Alessandra Araújo, que é dis- seminadora deste conteúdo no Brasil e no mundo, com aulas até na respeitada Schumacher College. E para fechar este time único, convidamos a Paula Batich, bióloga com Pós-Graduação em Gestão Am- biental, Mestrado em Ciências Ambientais e Doutoran- da em Saúde Global e Sustentabilidade pela USP para falar de práticas sustentáveis que podemos incorporar no nosso cotidiano. Sentiu o peso dos professores desse curso? Ao longo do ebook, vamos dar ainda mais conteúdos para que você vá além no seu conhecimento sobre o impacto po- sitivo da Biologia no nosso planeta. O estudo da vida02 11 CONCEITOS E ATITUDES SUSTENTÁVEIS DO INDIVÍDUO AO COLETIVO | DESCOLA.ORG Imagine que você está caminhando por uma trilha no meio de uma floresta ou de um parque no qual você nunca esteve. Observe tudo a sua volta. O que você vê? O que você ouve? O que você sente? Finja que você pode tocar nas imagens que criou e experimente as sensações. Toque nos troncos das árvores, nas folhas e nas frutas penduradas nos ga- lhos. Sinta onde seus pés estão pisando. Sinta o ven- to batendo. Ouça o som das águas de um rio vindo de alguma direção. Como você se relaciona com a natureza? BIOINOVAÇÃO 12 Agora, imagine que você está no meio de uma ci- dade movimentada, cercado de pessoas nas calçadas. O que você vê? O que você ouve? O que você sente? Como está sua respiração? E seus batimentos? Como você olha para as coisas? Como seu ouvido es- colhe um ponto de atenção em meio a tantos ruídos e vozes? Como você se relaciona com as pessoas ao redor? Em meio a todo aquele concreto, o que perma- nece o mesmo? Vai lá e pare por alguns minutos para visualizar tudo isso, depois volta aqui para continuarmos essa conversa. E aí, o que mais chamou sua atenção? Afinal, qual foi a última vez que você esteve tão per- to da natureza? E quão longe dela você acredita es- tar agora? 13 CONCEITOS E ATITUDES SUSTENTÁVEIS DO INDIVÍDUO AO COLETIVO | DESCOLA.ORG Como podemos estudar e entender a vida? É aí que entra a... A gente tem uma curiosidade para você: em ambos os cenários que visualizamos, de um jeito ou de outro, você estava em contato com a natureza - seja pelos rios ou pelas pessoas correndo próximas a você. O contato com a natureza é o contato com a própria vida. A verdade é que a natureza vai muito além das fo- lhas: ela está em nós, seres humanos. Nossos próprios corpos são sistemas complexos da natureza. E somos um dos sistemas mais importantes entre os que compõem a vida. BIOINOVAÇÃO 14 A Biologia é o estudo da vida e de todos os sistemas, relações e conexões que dão movimento a ela. É a partir dela que entendemos as células que for- mam nossos corpos, o ambiente que nos cerca, a na- tureza que nos nutre e a essência que nos sustenta. Fa- lar de Biologia é falar de todos esses sistemas e do fio que entrelaça todos eles. Observando o mundo por meio da Biologia, desper- tamos em nós a sensibilidade de entender todas as coi- sas como parte de um poderoso ecossistema - o maior sistema de todos que torna a vida em si possível. A Biologia é uma forma de olhar para o mundo através das lentes da vida humana. Trazendo para diferentes meios não apenas o estu- do, mas a observação do que é a vida e de como ela se manifesta, a Biologia foi capaz de ultrapassar os li- mites dos laboratórios de pesquisa e das salas de aula. Seus insights alcançam campos profissionais que antes pareciam muito distantes, mas que hoje são impensáveis sem os recursos originados de estudos biológicos. Em um contexto de constantes mudanças e revolu- ções de mindset, comportamento e interesses, o estudo da vida nunca foi tão relevante quanto agora.15 CONCEITOS E ATITUDES SUSTENTÁVEIS DO INDIVÍDUO AO COLETIVO | DESCOLA.ORG A busca por uma visão de mundo que integre as ne- cessidades humanas e ambientais para a construção de um cenário em que a vida se manifeste de acordo com sua natureza é um dos focos das gerações que es- tão emergindo. Mas, então, como você se relaciona com a nature- za? Em meio a todo aquele concreto, o que permane- ce o mesmo? Esteja parado no meio de uma floresta ou de uma avenida com trânsito, o que permanece é a natureza em movimento dentro de você, recriando seu mundo par- ticular. O mesmo acontece fora do seu corpo sem que você perceba. O papel da Biologia nisso tudo é colocar em pers- pectiva esse olhar que pode te levar a entender com maior profundidade os impactos silenciosos e invisí- veis da natureza. Porque o conhecimento é, para o estudo da vida, apenas um caminho aberto de possibilidades que espe- ra para ser usado como ferramenta de transformação. E isso começa por você. Aprendizados da evolução03 17 CONCEITOS E ATITUDES SUSTENTÁVEIS DO INDIVÍDUO AO COLETIVO | DESCOLA.ORG Ao longo dos séculos, foram feitas diversas pesqui- sas a respeito da natureza e dos seres vivos, que deram margem para descobertas importantíssimas da nossa história e essenciais para o desenvolvimento da vida humana no planeta. Os aprendizados conquistados por meio de estudos biológicos nos trouxeram até onde chegamos, além de melhorar a vida dos seres humanos em um nível que muitas vezes foge ao alcance de nossos olhos. Por trás de tudo o que somos - seres humanos, pes- soas ou profissionais -, temos uma marca: a evolução. Aprendemos com ela e para ela a todo momento. BIOINOVAÇÃO 18 E a verdade é que, no fundo, tudo está interligado. A evolução do ser humano, do meio ambiente, da Bio- logia e da tecnologia andam sempre de mãos dadas para fazer com que o mundo em si evolua integralmente. Já que estamos falando em “evolução”, aqui vai um exemplo bem maluco para você compreender melhor isso tudo: 1866 Lei da Hereditariedade 1886 Mutação genética 1953 Dupla hélice do DNA 1972 Engenharia genética 1996 Clonagem de mamíferos 1859 Teoria da Evolução 19 CONCEITOS E ATITUDES SUSTENTÁVEIS DO INDIVÍDUO AO COLETIVO | DESCOLA.ORG + Teoria da Evolução 1859 Charles Darwin revolucionou a forma como era vista a espécie humana e como era entendida sua relação com o meio dentro do qual se desenvolvia. Com a Teoria da Evolução, ele conseguiu provar que os se- res humanos não são seres isolados de outros ani- mais da natureza. De acordo com ele, nós viemos de um mesmo ancestral comum, que evoluiu ao longo do tempo e deu origem a todas as espécies. Foi com Darwin que começou a emergir a ideia de herança biológica, a partir de sua teoria de que todo animal era formado da herança de 50% de características de cada um dos pais. O que nos leva à… + Lei da Hereditariedade 1866 Talvez você conheça melhor essa teoria como as Leis de Mendel. Gregor Mendel é considerado hoje em dia o “pai da genética” por causa de suas pes- quisas acerca dos genes e da hereditariedade ge- nética, feitas em 1866, mas reconhecidas só mais de 30 anos depois. Mendel descobriu, por meio do cruzamento de ervi- lhas, que havia uma herança de genes na reprodu- ção da espécie, responsável pela transmissão de informações genéticas entre gerações. BIOINOVAÇÃO 20 Anos depois, quando reconhecidas por outros pes- quisadores, suas descobertas foram fundamentais para acelerar os estudos sobre a genética humana e colaboraram para um maior entendimento de como se desenvolvem algumas doenças. Isso tudo graças ao estudo da... + Mutação genética 1886 A mesma mutação genética que fundamenta as teo- rias de Charles Darwin a respeito da seleção natu- ral - e, consequentemente, a evolução das espé- cies que vimos lá em cima - é a responsável pelas alterações de genes que possibilitam a manifesta- ção do câncer. Os estudos de Hugo de Vries descobriram que mu- tação genética é nada mais é do que um “erro de cópia” das células de um organismo ao se multiplicarem. Por causa da hereditariedade, uma pessoa pode herdar tais mutações genéticas, aumentando seu risco de desenvolver células cancerígenas, por exemplo. Mas a busca por uma resposta concreta para doenças como essa só estava começando... + Dupla hélice do DNA 1953 Em 1953, James Watson e Francis Crick descobri- ram a estrutura química do DNA: uma dupla héli- ce. Foi só então que chegamos realmente perto de desvendar os mistérios da genética. E adivinha só: graças a essa descoberta, muito tem- po depois também descobrimos o sequenciamento do genoma humano, que possibilitou o início da bus- ca pela cura de doenças como o câncer. 21 CONCEITOS E ATITUDES SUSTENTÁVEIS DO INDIVÍDUO AO COLETIVO | DESCOLA.ORG Estas pesquisas provocaram um avanço científico memorável, que em poucos anos instigaram uma busca incansável por respostas que pudessem re- volucionar a Biologia e melhorar a vida humana. Foi assim que surgiu a… + Engenharia Genética 1972 Herbert Boyer e Stanley Cohen foram os primeiros cientistas a conseguirem fazer uma transferência di- reta de DNA de um organismo para outro, em 1972. Somente dois anos depois, Rudolf Jaenisch criava o primeiro animal geneticamente modificado. Nem precisamos dizer até onde isso acabou levan- do, não é? Em 1996, nascia a ovelha Dolly, mais co- nhecida como o primeiro clone mamífero da história. Atualmente, por questões éticas não há espaço para o estudo aprofundado a respeito da clonagem hu- mana. Mas as pesquisas que utilizam outras espécies como experimento têm avançado muito, despertan- do um questionamento sobre o que evolução sig- nifica hoje e até onde a redefinição de conceitos como este pode mudar a forma como enxergamos o mundo e a vida. Onde que a gente quer chegar com isso? A Teoria da Evolução de Darwin foi essencial para desvendar a transmissão de informações genéticas, que facilitou a descoberta da mutação genética e da ver- dadeira estrutura do DNA, abrindo caminho para a en- genharia genética - responsável por um novo entendi- mento do que é evolução. Como a gente disse antes: tudo está conectado. E o que seria da evolução se não fosse pela Biologia? Bom, só para começar, nós seres humanos nem es- taríamos aqui. Mas vamos tentar imaginar juntos um mundo sem exames de raios X, inseminação artificial, insulina ou preservação de oceanos. Parece quase im- possível, não é? BIOINOVAÇÃO 22 Apesar de nem sempre conseguirmos visualizar clara- mente a conexão entre a Biologia e a evolução do mundo como o conhecemos, ela vem provando há séculos seu potencial ferramental de acelerar descobertas e insights que podem impulsionar nosso crescimento. 23 CONCEITOS E ATITUDES SUSTENTÁVEIS DO INDIVÍDUO AO COLETIVO | DESCOLA.ORG 04 A Biologia como ferramenta BIOINOVAÇÃO 24 Desde as descobertas que mudaram a forma como olhamos para os processos da natureza até as pesqui- sas que desenvolvem novos equipamentos de biotec- nologia para as indústrias, a Biologia tem se provado como uma ferramenta eficaz de solução de problemas em diversas áreas. Mas como a Biologia pode ajudar a resolver os problemas do mundo? É como se estivéssemos presos em uma roda gigan- te que simplesmente não para de girar. Nem sequer sa- bemos que ainda estamos nela ou como chegamos ali, mas estamos. E tudo parece muito veloz, turvo e mecâ- nico. É a maneira como entendemos o mundo depois de tanto tempo girando. A verdade é que não sabemos mais como ou o que é parar. Muitas vezes evitamos questionar a origem do que colocamos em cima da mesa, daquilo que vestimos e dos sistemas que alimentamos todos os dias com nos- so estilo de vida, porque temos medo de encontrar as verdadeiras respostas para os problemas que enfren- tamos todos os dias. 25 CONCEITOS E ATITUDES SUSTENTÁVEIS DO INDIVÍDUO AO COLETIVO | DESCOLA.ORG Começamos a interrogar a natureza de nosso con- sumo hárelativamente pouco tempo e, aos poucos, nos damos conta do profundo impacto que alguns negócios - e outras relações de consumo de produtos e serviços - têm sobre nossas vidas. Qual a importância da Biologia no meio disso tudo? A Biologia revela aquela vista do topo da roda gi- gante para que possamos ver o nosso mundo com mais clareza. Ela não nos entrega todas as respostas, mas sim nos conduz a uma nova fonte de busca. Sua perspectiva frente aos problemas do mundo nos introduz a uma abordagem que pode, de fato, solucio- nar problemas e ao mesmo tempo integrar diferentes áreas profissionais em prol da melhora da vida do ser humano. A partir dessa abordagem, são despertadas novas questões: Como podemos ser mais sustentáveis, aprovei- tar os recursos da natureza sem gerar desequilíbrio e consumir de forma mais consciente? E o mais importante: como podemos construir uma relação sustentável entre os seres humanos, o plane- ta e os negócios? BIOINOVAÇÃO 26 Em muitos aspectos, a Biologia já tem mudado a maneira como lidamos com muitas das necessidades do mundo em que vivemos. Agora, nasce uma maior preo- cupação com o tal do desenvolvimento sustentável, que vai além da simples solução de problemas evidentes. Estamos mais próximos de estabelecer um verda- deiro compromisso com a evolução, e não apenas em termos de conhecimento e recursos, mas da própria consciência humana acerca de suas relações com ou- tros seres vivos e com o meio ambiente. A Biologia pode acabar com a poluição, reduzir o ín- dice de fome no mundo e aumentar o acesso de água potável? Não. Pelo menos não sozinha, mas com você sim. A Biologia é um caminho. A única forma de chegar até o final dele, é se você mesmo sair do lugar. No fundo, é para isso que estamos aqui. Para te mostrar todos os caminhos que você pode seguir utili- zando a Biologia como ferramenta de transformação. Tudo isso a fim de destacar a importância dela para o despertar da consciência de um novo mundo que seja capaz de aliar a tecnologia e o conhecimento humano à sabedoria da natureza. 27 CONCEITOS E ATITUDES SUSTENTÁVEIS DO INDIVÍDUO AO COLETIVO | DESCOLA.ORG O que é sustentabilidade?05 BIOINOVAÇÃO 28 Você já ouviu falar muito por aí sobre sustentabilida- de - até mesmo aqui nesse ebook. Mas afinal de con- tas, o que é sustentabilidade? A sustentabilidade é literalmente a capacidade de sustentar um sistema. É ser capaz de manter algo fun- cionando sem saldos negativos, por menos óbvios que eles sejam. É uma forma de garantir a sobrevivência de tudo aquilo que é envolvido durante determinado processo. Pense na natureza, que é o exemplo mais fácil de compreender: para um processo ser considerado sus- tentável, é preciso que ele respeite o ciclo biológico do meio ambiente envolvido. Se um sistema utiliza madei- ra na fabricação de um produto, ele se torna sustentá- vel se souber equilibrar o plantio de novas árvores e o tempo necessário para que elas cresçam novamente, sem alterar o ecossistema. 29 CONCEITOS E ATITUDES SUSTENTÁVEIS DO INDIVÍDUO AO COLETIVO | DESCOLA.ORG A palavra sustentabilidade surgiu durante uma con- ferência da ONU, em 1972, que ficou conhecida como Conferência de Estocolmo. Foi neste encontro que a so- ciedade começou a olhar para o que chamamos hoje de desenvolvimento sustentável. A ideia é passarmos a encarar o planeta não só como uma grande máquina de produção, mas também como um organismo vivo, que tem o seu próprio tempo biológico a ser respeitado. Diversas metas foram estipuladas não só nesta con- ferência, mas em muitas outras que ocorreram depois. Todas as metas caminham no sentido de tornar a sus- tentabilidade não só um termo bonito que as pessoas e as empresas usam para dizerem que se importam com desenvolvimento sustentável, mas que seja realmente um diferencial para a saúde do planeta. Por mais que muitas vezes a gente pense que tudo isso só tem a ver com meio ambiente, ecologia e coi- sas verdes, a sustentabilidade é baseada, na verdade, em três componentes - mais uma prova de que essa coisa de Biologia ultrapassa as fronteiras dos livros di- dáticos de ensino médio. O Tripé da Sustentabilidade (ou Triple Bottom Line, em inglês) é formado pelos se- guintes pilares: Ambiental Este é o tripé mais óbvio, que todo mundo pensa primeiro quando se fala no tema. Trata dos recur- sos naturais do planeta e da forma como fazemos uso disso tudo. Se falarmos sobre o mundo dos ne- gócios, o pilar ambiental refere-se ao capital na- tural da empresa. Econômico Ser sustentável também tem a ver com economia. Não seria possível levar adiante um negócio sus- tentável se não fosse economicamente viável. É por meio deste pilar que são possibilitados os maquiná- rios novos para processos mais verdes, o controle da produção contra desperdícios, os investimentos em pesquisas e desenvolvimento, entre outras medidas. Social Além dos fatores ambiental e econômico, outro que também faz parte da sustentabilidade é o capital social. Afinal, não adianta apenas respeitar a na- tureza sem prezar pela mão de obra humana en- volvida. Neste pilar, são pensados não somente a experiência dos colaboradores envolvidos em de- terminado processo, mas também da comunida- de ao redor. BIOINOVAÇÃO 30 Unindo estes três pilares, chamamos de iniciativa sustentável aquelas que são ecologicamente corretas, economicamente viáveis e socialmente justas. Ao longo deste ebook, você verá diversas ações e iniciativas que podem ser tomadas e comportamentos que necessitam ser mudados, em diversas esferas, para que vivamos num planeta sustentável. Vamos citar al- gumas aqui para contextualizar seus estudos. + Ações individuais São aquelas que você pode praticar sozinho, no dia a dia, mudando pouco da sua rotina, mas contri- buindo muito para o meio ambiente. Repense sua jornada diária e veja em quais momentos existem desperdício de recursos. Você pode diminuir o tem- po do banho pela manhã, optar por ir ao trabalho caminhando ou de bicicleta, levar seus próprios ta- lheres em vez de usar descartáveis, entre centenas de outras coisas. Ainda assim, isso tudo não se refere apenas ao am- biente das empresas. Existem níveis de ações susten- táveis começando de você e chegando até o planeta como um todo. 31 CONCEITOS E ATITUDES SUSTENTÁVEIS DO INDIVÍDUO AO COLETIVO | DESCOLA.ORG + Ações comunitárias Em uma esfera maior, unir-se àqueles que estão por perto, que dividem o condomínio, o bairro ou a ci- dade com você, também torna possível a tomada de diversas medidas. Juntos, vocês podem lutar por melhorias, por exemplo, no sistema de iluminação do bairro, optando por energia solar. Para comuni- dades mais carentes, buscar um sistema de esgoto ecologicamente correto. + Ações globais Por parte dos governos e de organizações mundiais como a ONU, cabem medidas que afetam todas as nacionalidades. Aqui entram metas como a limita- ção do crescimento e a preservação dos biomas da Terra. Por mais que estas medidas pareçam distantes de nós, elas nos afetam diretamente no longo prazo. A sustentabilidade vai muito além dos conceitos da Biologia. Vai muito mais a fundo do que plantar uma ár- vore. Ser sustentável é uma atitude de urgência diante de um planeta que sofre cada vez mais com o aqueci- mento glogal, o desperdício e a má distribuição de re- cursos. Ainda vamos encontrar essa palavra permeando toda a nossa discussão sobre a importância da Biolo- gia no nosso dia a dia. Os desafios do mundo06 33 CONCEITOS E ATITUDES SUSTENTÁVEIS DO INDIVÍDUO AO COLETIVO | DESCOLA.ORG Em 2015, foi criada, com o apoio da Organização das Nações Unidas, uma agenda de desenvolvimento sustentável para o ano de 2030. Esta agenda é com- posta de ações que promovem a implementação de alternativas sustentáveis pensadas para o bem social e do meio ambiente com base nos principais desafios do mundo. O plano é apresentar novos caminhos pensados para melhorar a vidade todas as pessoas ao redor do mundo e impulsionar práticas que tornem esses mes- mos caminhos cada vez mais acessíveis. Na assembleia em que foi discutida a proposta des- sa agenda, foram pensados os objetivos que se inter- conectam para dar à luz o desenvolvimento da susten- tabilidade como mentalidade, ação e verdade social. Assim, foram colocadas na mesa uma série de ob- jetivos que ajudaram a estabelecer diretrizes cla- ras, práticas e mensuráveis como meta global de desenvolvimento. E foi dessa forma que nasceram os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, conhecidos como “os 17 ODS”. Chegou a hora de você conhecer melhor cada um deles e entender seu papel na transformação do mun- do como o conhecemos hoje. BIOINOVAÇÃO 34 Vamos explicar um por um para facilitar seu entendi- mento, mas é bom lembrar que, no final das contas, to- dos eles se interligam dentro de um cenário muito maior. Preparado? Objetivo 1: acabar com a pobreza em todas as suas formas, em todos os lugares. A pobreza extrema é, sem dúvida alguma, o maior desafio global que enfrentamos hoje. Seu impacto é quase que imensurável, pois atinge muito mais do que nossos olhos podem ver. A erradicação da po- breza é capaz não apenas de salvar vidas da mi- séria, mas também da desesperança, dando a mi- lhares de pessoas o que é de direito humano delas. É muito fácil perceber a complexidade deste desa- fio, já que a pobreza requer uma solução multidi- mensional, abrangendo os níveis econômico, social e ambiental de uma nação. + Erradicação da pobreza 35 CONCEITOS E ATITUDES SUSTENTÁVEIS DO INDIVÍDUO AO COLETIVO | DESCOLA.ORG Pensando nisso, foram definidas algumas metas para o ODS 1. Trazemos aqui 3 delas: 1. Reduzir pelo menos à metade a proporção de ho- mens, mulheres e crianças, de todas as idades, que vivem na pobreza, em todas as suas dimensões, de acordo com as definições nacionais; 2. Garantir que todos os homens e mulheres, parti- cularmente os pobres e vulneráveis, tenham direi- tos iguais aos recursos econômicos, bem como o acesso a serviços básicos, propriedade e con- trole sobre a terra e outras formas de proprieda- de, herança, recursos naturais, novas tecnolo- gias apropriadas e serviços financeiros, incluindo microfinanças; 3. Criar marcos políticos sólidos em níveis nacional, regional e internacional, com base em estratégias de desenvolvimento a favor dos pobres e sensíveis a gênero, para apoiar investimentos acelerados nas ações de erradicação da pobreza. Conheça todas as metas de erradicação da pobreza http://dsco.la/ods1 http://dsco.la/ods1 BIOINOVAÇÃO 36 Por meio deste segundo objetivo, as nações se com- prometem a acabar com a fome e, ao mesmo tempo, promoverem uma maior preocupação com as ori- gens e a qualidade do alimento, fortalecendo as al- ternativas de agricultura sustentável e a criação de novos ecossistemas sustentáveis. Pensando nisso, foram definidas algumas metas para o ODS 2. Trazemos aqui 3 delas: 1. Acabar com a fome e garantir o acesso de todas as pessoas, em particular os pobres e pessoas em situações vulneráveis, incluindo crianças, a alimentos seguros, nutritivos e suficientes duran- te todo o ano; 2. Dobrar a produtividade agrícola e a renda dos pe- quenos produtores de alimentos, particularmente das mulheres, povos indígenas, agricultores fami- liares, pastores e pescadores, inclusive por meio de acesso seguro e igual à terra, outros recursos produtivos e insumos, conhecimento, serviços fi- nanceiros, mercados e oportunidades de agrega- ção de valor e de emprego não agrícola; + Fome zero e agricultura sustentável Objetivo 2: Acabar com a fome, alcançar a segu- rança alimentar e melhoria da nutrição e promover a agricultura sustentável. O segundo desafio identificado para garantir o de- senvolvimento sustentável é a fome e a segurança alimentar, responsáveis pela perda irreparável de vi- das em comunidades pelo mundo todo. A fome, assim como a pobreza, é reflexo de dese- quilíbrios econômicos que têm tirado a dignidade de vida de cidadãos por todos os países menos desen- volvidos, afastando-os de recursos básicos que são indispensáveis para sua sobrevivência. 37 CONCEITOS E ATITUDES SUSTENTÁVEIS DO INDIVÍDUO AO COLETIVO | DESCOLA.ORG + Saúde e bem-estar3. Aumentar o investimento, inclusive via reforço da cooperação internacional, em infraestrutura rural, pesquisa e extensão de serviços agrícolas, desen- volvimento de tecnologia, e os bancos de genes de plantas e animais, para aumentar a capacidade de produção agrícola nos países em desenvolvimen- to, em particular nos países menos desenvolvidos. Conheça todas as metas de fome zero e agricultura sustentável http://dsco.la/ods2 Objetivo 3: Assegurar uma vida saudável e pro- mover o bem-estar para todas e todos, em todas as idades. Uma vida saudável, para algumas pessoas, pode significar uma caminhada no parque da cidade, en- quanto para outras é uma questão de vida ou morte. Deixar a saúde de uma população em segundo pla- no é o mesmo que colocá-la nas mãos de um destino doloroso e desumano. Por isso, este desafio enten- de a saúde e o bem-estar como um direito de todos, independentemente de sua faixa etária, origem ou contexto social e econômico. http://dsco.la/ods2 BIOINOVAÇÃO 38 Uma vida saudável é uma vida. E o acesso a recursos de qualidade é capaz de transformar a experiência humana de um indivíduo ao garantir sua seguran- ça e sobrevivência frente a qualquer circunstância. Pensando nisso, foram definidas algumas metas para o ODS 3. Trazemos aqui 3 delas: 1. Atingir a cobertura universal de saúde, incluindo a proteção do risco financeiro, o acesso a servi- ços de saúde essenciais de qualidade e o aces- so a medicamentos e vacinas essenciais segu- ros, eficazes, de qualidade e a preços acessíveis para todos; 2. Assegurar o acesso universal aos serviços de saú- de sexual e reprodutiva, incluindo o planejamen- to familiar, informação e educação, bem como a integração da saúde reprodutiva em estratégias e programas nacionais; 3. Aumentar substancialmente o financiamento da saúde e o recrutamento, desenvolvimento e forma- ção, e retenção do pessoal de saúde nos países em desenvolvimento, especialmente nos países menos desenvolvidos e nos pequenos Estados in- sulares em desenvolvimento. Conheça todas as metas de saúde e bem-estar: http://dsco.la/ods3 http://dsco.la/ods3 39 CONCEITOS E ATITUDES SUSTENTÁVEIS DO INDIVÍDUO AO COLETIVO | DESCOLA.ORG + Educação de qualidade Objetivo 4: Assegurar a educação inclusiva e equi- tativa e de qualidade, e promover oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todas e todos. Criar circunstâncias que assegurem uma educação inclusiva, democrática e transformadora pode pro- vocar uma reação em cadeia de desenvolvimento sustentável, impactando diversos campos de uma única sociedade. Garantir o acesso à aprendizagem, da mais básica à profissionalizante, é um ato de revolução capaz de alterar o curso do presente e do futuro de uma na- ção, promovendo oportunidades de longo prazo na transformação não só do mundo, mas do pequeno universo da vida de cada ser humano. Pensando nisso, foram definidas algumas metas para o ODS 4. Trazemos aqui 3 delas: 1. Assegurar a igualdade de acesso para todos os homens e mulheres à educação técnica, profis- sional e superior de qualidade, a preços acessí- veis, incluindo universidade; 2. Eliminar as disparidades de gênero na educação e garantir a igualdade de acesso a todos os ní- veis de educação e formação profissional para os mais vulneráveis, incluindo as pessoas com defi- ciência, povos indígenas e as crianças em situa- ção de vulnerabilidade; 3. Garantir que todos os alunos adquiram conheci- mentos e habilidades necessárias para promo- ver o desenvolvimento sustentável, inclusive, entre outros, por meio da educação para o desenvolvi- mento sustentável e estilos de vida sustentáveis, direitos humanos, igualdadede gênero, promoção BIOINOVAÇÃO 40 de uma cultura de paz e não violência, cidadania global e valorização da diversidade cultural e da contribuição da cultura para o desenvolvimen- to sustentável. Conheça todas as metas de educação de qualidade: http://dsco.la/ods4 + Igualdade de gênero Objetivo 5: Alcançar a igualdade de gênero e em- poderar todas as mulheres e meninas. A igualdade de gênero tem sido uma questão muito debatida nos últimos anos e, com isso, a causa ga- nhou força em movimentos e manifestações sociais pelo mundo inteiro. A discriminação social, ou mesmo a misoginia, são as principais causas da desigualdade global entre homens e mulheres. Embora muitas pessoas ain- da tenham dificuldade de entender a fundo a gra- vidade deste problema, ele continua a crescer e impactar diversos aspectos da vida das mulheres, http://dsco.la/ods4 41 CONCEITOS E ATITUDES SUSTENTÁVEIS DO INDIVÍDUO AO COLETIVO | DESCOLA.ORG abrangendo o campo social, econômico e até de direitos humanos. Pensando nisso, foram definidas algumas metas para o ODS 5. Trazemos aqui 4 delas: 1. Acabar com todas as formas de discriminação contra todas as mulheres e meninas em toda parte; 2. Eliminar todas as formas de violência contra to- das as mulheres e meninas nas esferas públicas e privadas, incluindo o tráfico e exploração sexual e de outros tipos; 3. Garantir a participação plena e efetiva das mu- lheres e a igualdade de oportunidades para a li- derança em todos os níveis de tomada de decisão na vida política, econômica e pública; 4. Adotar e fortalecer políticas sólidas e legislação aplicável para a promoção da igualdade de gê- nero e o empoderamento de todas as mulheres e meninas em todos os níveis. Conheça todas as metas de igualdade de gênero: http://dsco.la/ods5 http://dsco.la/ods5 BIOINOVAÇÃO 42 + Água potável e saneamento Objetivo 6: Assegurar a disponibilidade e gestão sustentável da água e saneamento. Um dos desafios mais evidentes no mundo é a ges- tão de recursos naturais, que, por um longo tempo, tem se provado completamente insustentável, tra- zendo consequências negativas tanto para o ser hu- mano quanto para o meio ambiente. A gestão problemática de recursos hídricos é res- ponsável por problemas que, a longo prazo, podem ser irreparáveis. Por causa disso, o acesso à água potável e a qualidade de vida de milhares de pes- soas já se encontram em risco e verdadeiro alerta. Pensando nisso, foram definidas algumas metas para o ODS 6. Trazemos aqui 3 delas: 1. Melhorar a qualidade da água, reduzindo a po- luição, eliminando despejo e minimizando a libe- ração de produtos químicos e materiais perigo- sos, reduzindo à metade a proporção de águas residuais não tratadas e aumentando substan- cialmente a reciclagem e reutilização segura globalmente; 2. Proteger e restaurar ecossistemas relacionados com a água, incluindo montanhas, florestas, zo- nas úmidas, rios, aquíferos e lagos; 3. Ampliar a cooperação internacional e o apoio à capacitação para os países em desenvolvimento em atividades e programas relacionados à água e saneamento, incluindo a coleta de água, a des- salinização, a eficiência no uso da água, o trata- mento de efluentes, a reciclagem e as tecnolo- gias de reuso. 43 CONCEITOS E ATITUDES SUSTENTÁVEIS DO INDIVÍDUO AO COLETIVO | DESCOLA.ORG Conheça todas as metas de água potável e sanea- mento http://dsco.la/ods6 + Energia acessível e limpa Objetivo 7: Assegurar o acesso confiável, sustentá- vel, moderno e a preço acessível à energia. Apesar da energia limpa já ser uma possibilidade viável, ainda existem barreiras sociais e econômi- cas que a impede de ser implementada a nível glo- bal e sem restrições. Aceitar a acessibilidade da energia limpa como de- safio em diferentes aspectos, mas especialmente no aspecto da sustentabilidade, é um dos passos que nos coloca mais próximos de um futuro que esteja ao alcance de todos e todas. http://dsco.la/ods6 BIOINOVAÇÃO 44 Pensando nisso, foram definidas algumas metas para o ODS 7. Trazemos aqui 3 delas: 1. Assegurar o acesso universal, confiável, moderno e a preços acessíveis a serviços de energia; 2. Reforçar a cooperação internacional para facili- tar o acesso a pesquisa e tecnologias de energia limpa, incluindo energias renováveis, eficiência energética e tecnologias de combustíveis fósseis avançadas e mais limpas, e promover o investi- mento em infraestrutura de energia e em tecnolo- gias de energia limpa; 3. Expandir a infraestrutura e modernizar a tecno- logia para o fornecimento de serviços de energia modernos e sustentáveis para todos nos países em desenvolvimento, particularmente nos países me- nos desenvolvidos. Conheça todas as metas de energia limpa e aces- sível: http://dsco.la/ods7 http://dsco.la/ods7 45 CONCEITOS E ATITUDES SUSTENTÁVEIS DO INDIVÍDUO AO COLETIVO | DESCOLA.ORG + Trabalho decente e crescimento econômico Pensando nisso, foram definidas algumas metas para o ODS 8. Trazemos aqui 3 delas: 1. Promover políticas orientadas para o desenvolvi- mento que apoiem as atividades produtivas, ge- ração de emprego decente, empreendedorismo, criatividade e inovação, e incentivar a formaliza- ção e o crescimento das micro, pequenas e mé- dias empresas, inclusive por meio do acesso a ser- viços financeiros; 2. Alcançar o emprego pleno e produtivo e trabalho decente para todas as mulheres e homens, inclu- sive para os jovens e as pessoas com deficiência, e remuneração igual para trabalho de igual valor e reduzir substancialmente a proporção de jovens sem emprego, educação ou formação; 3. Proteger os direitos trabalhistas e promover am- bientes de trabalho seguros e protegidos para to- dos os trabalhadores, incluindo os trabalhadores migrantes, em particular as mulheres migrantes, e pessoas em empregos precários. Conheça todas as metas de trabalho decente e crescimento econômico http://dsco.la/ods8 Objetivo 8: Promover o crescimento econômico sus- tentado, inclusivo e sustentável, emprego pleno e produtivo e trabalho decente. Promover oportunidade de trabalho é o mesmo que promover o crescimento econômico e o desenvol- vimento de um país como um todo. É a garantia de uma força de trabalho capaz de construir um futuro verdadeiramente sustentável. A partir de uma visão macro e global, este desafio tem o potencial de mudar a forma como o ser hu- mano enxerga o trabalho e seu propósito como par- te da sociedade. http://dsco.la/ods8 BIOINOVAÇÃO 46 + Indústria, inovação e infraestrutura tecnologia e a pesquisa científica, a fim de otimizar sistemas e processos, gerando melhorias concretas na vida do ser humano. Pensando nisso, foram definidas algumas metas para o ODS 9. Trazemos aqui 3 delas: 1. Desenvolver infraestrutura de qualidade, confiá- vel, sustentável e resiliente, incluindo infraestru- tura regional e transfronteiriça, para apoiar o de- senvolvimento econômico e o bem-estar humano, com foco no acesso equitativo e a preços aces- síveis para todos; 2. Fortalecer a pesquisa científica, melhorar as ca- pacidades tecnológicas de setores industriais em todos os países, particularmente os países em de- senvolvimento, inclusive, até 2030, incentivando a inovação e aumentando substancialmente o nú- mero de trabalhadores de pesquisa e desenvolvi- mento por milhão de pessoas e os gastos público e privado em pesquisa e desenvolvimento; Objetivo 9: Construir infraestruturas resilientes, pro- mover a industrialização inclusiva e sustentável e fo- mentar a inovação. A renovação da indústria em termos gerenciais, de infraestrutura e mindset é indispensável para um de- senvolvimento interno e externo que fomente a ino- vação e a sustentabilidade. É por meio de uma industrialização mais resiliente que podemos estruturar de forma eficaz outros de- safios abrangentes da sociedade, fortalecendo a 47 CONCEITOS E ATITUDES SUSTENTÁVEIS DO INDIVÍDUO AO COLETIVO | DESCOLA.ORG 3. Facilitar o desenvolvimento deinfraestrutura sus- tentável e resiliente, por meio de maior apoio fi- nanceiro, tecnológico e técnico. Conheça todas as metas de indústria, inovação e in- fraestrutura http://dsco.la/ods9 + Redução das desigualdades Objetivo 10: Reduzir a desigualdade dentro dos paí- ses e entre eles. Este desafio está diretamente ligado à visão de que somos parte de um todo muito maior do que as fron- teiras podem delimitar. As desigualdades de gênero, física, de raça, clas- se social etc., são um ponto sensível e enfraquece- dor do desenvolvimento das relações internas e ex- ternas dos países. Considerando a relevância destas relações para o desenvolvimento sustentável global, é de extrema http://dsco.la/ods9 BIOINOVAÇÃO 48 importância que seja promovida a inclusão social em âmbito nacional e internacional. Pensando nisso, foram definidas algumas metas para o ODS 10. Trazemos aqui 3 delas: 1. Empoderar e promover a inclusão social, econô- mica e política de todos, independentemente da idade, gênero, deficiência, raça, etnia, origem, re- ligião, condição econômica ou outra; 2. Garantir a igualdade de oportunidades e reduzir as desigualdades de resultados, inclusive por meio da eliminação de leis, políticas e práticas discri- minatórias e da promoção de legislação, políticas e ações adequadas a este respeito; 3. Facilitar a migração e a mobilidade ordenada, se- gura, regular e responsável das pessoas, inclusive por meio da implementação de políticas de migra- ção planejadas e bem geridas. Conheça todas as metas de redução das desigual- dades: http://dsco.la/ods10 http://dsco.la/ods10 49 CONCEITOS E ATITUDES SUSTENTÁVEIS DO INDIVÍDUO AO COLETIVO | DESCOLA.ORG + Cidades e comunidades sustentáveis de políticas públicas pelo mundo inteiro, dando ori- gem a alternativas que abordam até mesmo a pos- sibilidade de as cidades atuarem como recurso para uma vida mais saudável. Nunca foi tão importante repensar a organização e estruturação das comunidades como hoje. Pensando nisso, foram definidas algumas metas para o ODS 11. Trazemos aqui 4 delas: 1. Viabilizar o acesso de todos à habitação segura, adequada e a preço acessível, e aos serviços bá- sicos e urbanizar as favelas; 2. Aumentar a urbanização inclusiva e sustentável, e as capacidades para o planejamento e gestão de assentamentos humanos participativos, integrados e sustentáveis, em todos os países; Objetivo 11: Tornar as cidades e os assentamen- tos humanos inclusivos, seguros, resilientes e sustentáveis. A preocupação em criar espaços que sejam sus- tentáveis em diferentes aspectos - da restauração e conservação do meio ambiente à sustentação de ideias inovadoras - é crescente. Questões como impacto ambiental, segurança e acessibilidade ganharam destaque nas discussões BIOINOVAÇÃO 50 3. Fortalecer esforços para proteger e salvaguardar o patrimônio cultural e natural do mundo; 4. Reduzir o impacto ambiental negativo per capita das cidades, inclusive prestando especial aten- ção à qualidade do ar, gestão de resíduos muni- cipais e outros. Conheça todas as metas de cidades e comunidades sustentáveis: http://dsco.la/ods11 + Consumo e produção responsáveis Objetivo 12: Assegurar padrões de produção e de consumo sustentáveis. O avanço de novas tecnologias e comportamen- tos de consumo tem despertado um olhar diferente no uso do capital individual. Com isso, estamos ga- nhando, também, uma nova perspectiva de evolu- ção dos padrões de consumo sustentável. Este desafio instiga o repensar não só do consumo, mas também de uma produção mais sustentável de recursos, a fim de provocar mudanças significativas em níveis globais. http://dsco.la/ods11 51 CONCEITOS E ATITUDES SUSTENTÁVEIS DO INDIVÍDUO AO COLETIVO | DESCOLA.ORG Pensando nisso, foram definidas algumas metas para o ODS 12. Trazemos aqui 4 delas: 1. Alcançar a gestão sustentável e o uso eficiente dos recursos naturais; 2. Reduzir substancialmente a geração de resíduos por meio da prevenção, redução, reciclagem e reuso; 3. Garantir que as pessoas, em todos os lugares, te- nham informação relevante e conscientização para o desenvolvimento sustentável e estilos de vida em harmonia com a natureza; 4. Apoiar países em desenvolvimento a fortalecer suas capacidades científicas e tecnológicas para mudar para padrões mais sustentáveis de produ- ção e consumo. Conheça todas as metas de consumo e produção responsáveis: http://dsco.la/ods12 http://dsco.la/ods12 BIOINOVAÇÃO 52 + Ação contra mudança global do clima Objetivo 13: Tomar medidas urgentes para comba- ter a mudança climática e seus impactos. A mudança climática é o desafio mais importante de todos os objetivos estabelecidos na nova agen- da internacional de compromisso com um futuro mais sustentável. A ação contra a mudança global do clima é um dos maiores passos que foram tomados nos últimos anos acerca da revitalização de nosso planeta e dos re- cursos que ainda temos disponíveis. Pensando nisso, foram definidas algumas metas para o ODS 13. Trazemos aqui 3 delas: 1. Integrar medidas da mudança do clima nas políti- cas, estratégias e planejamentos nacionais; 2. Melhorar a educação, aumentar a conscientização e a capacidade humana e institucional sobre mi- tigação, adaptação, redução de impacto e alerta precoce da mudança do clima; 3. Promover mecanismos para a criação de capaci- dades para o planejamento relacionado à mudan- ça do clima e à gestão eficaz, nos países menos desenvolvidos, inclusive com foco em mulheres, jo- vens, comunidades locais e marginalizadas. Conheça todas as metas de ação contra mudança global do clima: http://dsco.la/ods13 http://dsco.la/ods13 53 CONCEITOS E ATITUDES SUSTENTÁVEIS DO INDIVÍDUO AO COLETIVO | DESCOLA.ORG + Vida na água Objetivo 14: Conservação e uso sustentável dos oceanos, dos mares e dos recursos marinhos para o desenvolvimento sustentável. Assegurar a conservação da vida na Terra depende não apenas da vida humana, mas de todos os ecos- sistemas que garantem os recursos que alimentam de maneira sustentável o nosso cotidiano. E, entre eles, está a vida na água, que abrange os oceanos, mares e suas espécies. Pensando nisso, foram definidas algumas metas para o ODS 14. Trazemos aqui 3 delas: BIOINOVAÇÃO 54 1. Prevenir e reduzir significativamente a poluição marinha de todos os tipos, especialmente a ad- vinda de atividades terrestres, incluindo detritos marinhos e a poluição por nutrientes; 2. Conservar pelo menos 10% das zonas costeiras e marinhas, de acordo com a legislação nacional e internacional, e com base na melhor informação científica disponível; 3. Aumentar o conhecimento científico, desenvolver capacidades de pesquisa e transferir tecnologia marinha, a fim de melhorar a saúde dos ocea- nos e aumentar a contribuição da biodiversidade marinha para o desenvolvimento dos países em desenvolvimento. Conheça todas as metas de vida na água: http://dsco.la/ods14 http://dsco.la/ods14 55 CONCEITOS E ATITUDES SUSTENTÁVEIS DO INDIVÍDUO AO COLETIVO | DESCOLA.ORG + Vida terrestre Quando pensamos em vida terrestre, incluímos as florestas, a biodiversidade em risco e a reversão de processos nocivos causados pela influência do ser humano. Pensando nisso, foram definidas algumas metas para o ODS 15. Trazemos aqui 2 delas: 1. Assegurar a conservação, recuperação e uso sustentável de ecossistemas terrestres e de água doce interiores e seus serviços, em especial flo- restas, zonas úmidas, montanhas e terras áridas, em conformidade com as obrigações decorrentes dos acordos internacionais; 2. Promover a implementação da gestão sustentável de todos os tipos de florestas, deter o desmata- mento, restaurar florestas degradadas e aumen- tar substancialmente o florestamento e o reflores- tamento globalmente; Objetivo 15: Proteger, recuperar e promover o uso sustentável dos ecossistemas terrestres, gerir de for- ma sustentável as florestas, combater a desertifica-ção, deter e reverter a degradação da terra e deter a perda de biodiversidade. Como dissemos anteriormente, preservar e prote- ger os recursos naturais que alimentam os diver- sos ecossistemas é essencial para uma vida mais sustentável. BIOINOVAÇÃO 56 3. Integrar os valores dos ecossistemas e da biodi- versidade ao planejamento nacional e local, nos processos de desenvolvimento, nas estratégias de redução da pobreza e nos sistemas de contas; 4. Mobilizar e aumentar significativamente, a partir de todas as fontes, os recursos financeiros para a conservação e o uso sustentável da biodiversida- de e dos ecossistemas. Conheça todas as metas de vida terrestre: http://dsco.la/ods15 http://dsco.la/ods15 57 CONCEITOS E ATITUDES SUSTENTÁVEIS DO INDIVÍDUO AO COLETIVO | DESCOLA.ORG + Paz, justiça e instituições eficazes Objetivo 16: Promover sociedades pacíficas e in- clusivas para desenvolvimento sustentável, pro- porcionar o acesso à justiça para todos e construir instituições eficazes, responsáveis e inclusivas em todos os níveis. Para salvar o planeta e estimular a construção de um futuro mais sustentável, precisamos de instituições que sejam capazes de transmitir confiança. Apenas estruturas que garantam conscientização, eficácia e justiça podem compor este cenário ideal. Pensando nisso, foram definidas algumas metas para o ODS 16. Trazemos aqui 4 delas: 1. Reduzir significativamente todas as formas de vio- lência e as taxas de mortalidade relacionada em todos os lugares; 2. Promover o Estado de Direito, em nível nacional e internacional, e garantir a igualdade de acesso à justiça para todos; 3. Desenvolver instituições eficazes, responsáveis e transparentes em todos os níveis; 4. Assegurar o acesso público à informação e pro- teger as liberdades fundamentais, em confor- midade com a legislação nacional e os acordos internacionais. Conheça todas as metas de paz, justiça e institui- ções eficazes: http://dsco.la/ods16 http://dsco.la/ods16 BIOINOVAÇÃO 58 + Parcerias e meio de implementação Objetivo 17: Fortalecer os meios de implementação e revitalizar a parceria global para o desenvolvi- mento sustentável. A facilitação e o fortalecimento de meios, sistemas e processos de implementação de iniciativas globais em prol do desenvolvimento sustentável é, no final das contas, o motivo pelo qual os próprios Objetivos de Desenvolvimento Sustentável existem. Pensando nisso, foram definidas algumas metas para o ODS 17. Trazemos aqui 3 delas: 1. Fortalecer a mobilização de recursos internos, in- clusive por meio do apoio internacional aos paí- ses em desenvolvimento, para melhorar a capa- cidade nacional para arrecadação de impostos e outras receitas; 2. Promover o desenvolvimento, a transferência, a disseminação e a difusão de tecnologias ambien- talmente corretas para os países em desenvolvi- mento, em condições favoráveis, inclusive em con- dições concessionais e preferenciais, conforme mutuamente acordado; 3. Reforçar a parceria global para o desenvolvimento sustentável, complementada por parcerias multis- setoriais que mobilizem e compartilhem conheci- mento, expertise, tecnologia e recursos financei- ros, para apoiar a realização dos objetivos do desenvolvimento sustentável em todos os países, particularmente nos países em desenvolvimento. Conheça todas as metas de parcerias e meio de im- plementação: http://dsco.la/ods17 http://dsco.la/ods17 59 CONCEITOS E ATITUDES SUSTENTÁVEIS DO INDIVÍDUO AO COLETIVO | DESCOLA.ORG Leia mais sobre os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável no site oficial da ONU: https://nacoesunidas. org/pos2015/ https://nacoesunidas.org/pos2015/ https://nacoesunidas.org/pos2015/ Economia circular07 61 CONCEITOS E ATITUDES SUSTENTÁVEIS DO INDIVÍDUO AO COLETIVO | DESCOLA.ORG Diante dos desafios que enfrentamos como socie- dade e tendo como norte os Objetivos de Desenvolvi- mento Sustentável, começamos a questionar processos que antes pareciam muito definidos, como o funciona- mento das relações econômicas lineares. Trocamos nossos aparelhos eletrônicos por outros mais modernos, mais rápidos e mais bonitos, mesmo que o aquele celular que a gente usava nem estivesse quebrado. Ele está funcionando perfeitamente, mas já é ultrapassado, sabe? A economia moderna funciona com base no desejo do consumidor. Uma empresa pode ter descoberto uma grande tecnologia, muito superior ao seu smartphone anterior, mas ela certamente não dará um salto assim tão grande de uma vez. Seus aparelhos serão moder- nizados pouco a pouco, possivelmente divididos em 4 ou 5 modelos diferentes, para que as pessoas estejam sempre trocando, mesmo não havendo nenhum defeito. BIOINOVAÇÃO 62 Para satisfazer todos esses desejos, é necessário muita coisa além de conhecimento tecnológico. Tem muito recurso natural por trás disso sendo explorado e muitas vezes de forma insustentável - muito mesmo. Como lidar com esse dilema então? Certamente pa- rar o avanço tecnológico, que em muitos casos é bené- fico para a sociedade como um todo, não é uma opção. É aí que entra a economia circular. Como o próprio nome sugere, a economia circular propõe uma nova ordem dentro do processo de fabri- cação, distribuição, uso e descarte de produtos. Em vez de tudo isso caminhar em linha reta, retirando recursos da natureza e terminar jogando tudo no lixo, a econo- mia circular funciona de forma sustentável. Assim tam- bém a chamamos de economia restaurativa, já que ela respeita o tempo biológico de cada ecossistema. É como se, antes mesmo de lançar um celular já ti- vesse data para ficar ultrapassado, e já tivesse até um substituto na manga, mais moderno - e mais caro. A esse fenômeno, damos o nome de obsolescência programada. Isso não funciona somente para celulares. Nossa era de hiperconexão nos eleva a um patamar de velocidade que chega a ser incompreensível para alguns. Tudo muda tão rápido que às vezes fica difícil estar sempre a par de todas as novidades. A moda é um exemplo: as peças que são desejo hoje provavelmente nem estarão mais à venda daqui um mês. Não porque esgotaram todas as unidades, mas sim por- que aquilo já não estava mais tão em alta quanto há al- gumas semanas. 63 CONCEITOS E ATITUDES SUSTENTÁVEIS DO INDIVÍDUO AO COLETIVO | DESCOLA.ORG Pense que em vez de descartar o seu celular atual para comprar um novo ou deixá-lo encalhado no fun- do do seu guarda-roupa, você poderia devolvê-lo à marca, para que ela recondicione os componentes ou os desfaça de forma a torná-los úteis para outro pro- duto. A economia circular sustenta o reprocessamento e a reintegração do que iria para o lixo. É como se fosse uma cadeia alimentar: um animal serve de alimento para o outro, equilibrando o ecossis- tema e mantendo a ordem natural. Ao consumirmos um produto, seus resíduos deveriam voltar à natureza de outra forma, servindo para outros propósitos. No caso de produtos de longa vida, se vamos retirar recursos da natureza para produzi-los, devemos ao menos nos preocupar em utilizá-los ao máximo, até que o ecossis- tema tenha sido capaz de se regenerar. A economia circular é baseada em quatro princípios: 1. Preservação e aumento do capital natural Como um bom sistema sustentável, a econo- mia circular é baseada na preservação do capi- tal natural, viabilizada pelo uso responsável dos recursos. 2. Otimização da produção de recursos Produzir mais com menos, fazendo com que os produtos girem o círculo com maior aproveita- mento em todas as partes. BIOINOVAÇÃO 64 3. Fechamento de ciclos Como dissemos anteriormente, esse é um mo- delo não linear, obedecendo um ciclo que termi- na no mesmo lugar onde começou. Isso possibi- lita o início de outros ciclos a partir de resíduos do ciclo anterior transformados em matéria-pri- ma de novo. 4. Aumento da eficácia do sistema O último princípio nos remete a uma análise do sistema como um todo, através da observa- ção do ciclo. Oque pode ser ainda mais aper- feiçoado? Como gerar ainda menos resíduos? Como contribuir para a sustentabilidade do meio ambiente? Seguindo estes princípios, conseguimos eliminar cada vez mais os resíduos (e assim diminuir a poluição), manter produtos em um maior ciclo de utilização e ain- da regenerar sistemas naturais que sofrem com a ex- ploração humana desenfreada. Para acelerar esta transição rumo a uma economia circular em âmbito global, surgiram iniciativas como a Ellen MacArthur Foundation. A fundação é uma das líderes globais do pensamento, inserindo a economia circular na agenda de grandes tomadores de decisão mundiais. Hoje conta com parceiros de peso como Goo- gle, Unilever, Nike, entre outros. 65 CONCEITOS E ATITUDES SUSTENTÁVEIS DO INDIVÍDUO AO COLETIVO | DESCOLA.ORG A nível nacional, a economia circular avança por meio de leis como a Política Nacional de Resíduos Só- lidos. A Lei 12.305/10 busca organizar a maneira como lidamos com o lixo, exigindo também que os setores pú- blico e privado sejam transparentes sobre os possíveis descartes e reutilizações de seus resíduos. Dentre os objetivos da lei, os principais incluem a adoção de tecnologias limpas e de processos susten- táveis, a redução de resíduos perigosos e, por conse- quência, a proteção da saúde pública. Por meio da lei, o governo, por sua vez, dá prioridade para aquisições de produtos recicláveis e/ou bens e serviços que este- jam de acordo com o ciclo de produção sustentável. Em outra esfera, você pode começar a implantar a economia circular no seu negócio através de diver- sos projetos que já existem no país, como a Boomera. A Boomera ajuda empresas a transformarem resíduos em matéria-prima novamente por meio da chamada En- genharia Circular. A Boomera faz uma avaliação técnica e merca- dológica das embalagens utilizadas pelas empresas e encontra formas de inseri-las novamente no ciclo, transformando as estruturas em matérias-primas mais uma vez. Essa metodologia utilizada por eles foi bati- zada de Circular Pack. Tudo isso parece um pouco distante de você, mas está mais perto do que você imagina. Estas práticas en- volvendo o governo e as empresas são só uma parte da economia circular. BIOINOVAÇÃO 66 Afinal de contas, tudo começa com pequenas ações individuais. Tudo começa por você. Quando precisar de um par de calças novas, procure por bazares de roupas seminovas ou usadas. Leve sua calça que não serve mais ou que você não usa tanto e doe para o local. Dependendo do bazar, eles aceitam até como parte do pagamento. Se for trocar seu notebook ou seu smartphone, pro- cure por lojas que compram itens usados para recondi- cioná-los e revendê-los ou para descartá-los de forma correta. Nestes ciclos bem simples, não é só a nature- za que ganha um respiro sobre seus recursos naturais, mas seu bolso também agradece. 67 CONCEITOS E ATITUDES SUSTENTÁVEIS DO INDIVÍDUO AO COLETIVO | DESCOLA.ORG Biomimética08 BIOINOVAÇÃO 68 E se você fosse o responsável por organizar o verão? Como seria organizar todos os sistemas, processos da natureza e protocolos climáticos por trás do funcio- namento da primavera, do verão, do outono ou do in- verno? Consegue imaginar? Já parou para pensar que esses eventos aconte- cem todos os anos sem interrupções? 69 CONCEITOS E ATITUDES SUSTENTÁVEIS DO INDIVÍDUO AO COLETIVO | DESCOLA.ORG Foi com essa analogia que a bióloga e pesquisado- ra Janine Benyus introduziu sua palestra sobre Biomi- mética no TEDx. Assista ao TEDx “Biomimética em ação” de Janine Benyus: http://dsco.la/Biomimética-em-acao Segundo ela, estamos cercados por gênios, e nem sequer nos damos conta disso. Estamos tão desconectados da natureza que esquecemos da dimensão de sua inteligência. E é exatamente isso que a Biomimética quer desven- dar: o que podemos aprender com a sabedoria por trás dos processos da natureza. Afinal, do que a gente está falando? A Biomimética é uma metodologia que facilita a ob- servação de fenômenos naturais e colhe aprendiza- do de novas ferramentas de resolução de problemas através da compreensão dos mecanismos utilizados pela natureza. A Biomimética é a fonte que conecta a ciência ao design, criação e inovação. Alessandra Araujo Você já deve ter visto alguma vez os esboços das in- venções de Leonardo Da Vinci, certo? Em seus desenhos, Da Vinci estudava o mecanismo dos pássaros para encontrar uma forma de manter no ar objetos de grande porte que pudessem um dia, quem sabe, também transportar pessoas. http://dsco.la/Biomimética-em-acao BIOINOVAÇÃO 70 Foram estes estudos de Da Vinci que deram início à história da aviação, e tudo começou com ele se per- guntando como os pássaros faziam voar ser possível e aparentemente tão simples. Na essência, é isso o que faz a Biomimética: olhar para problemas e desafios e se perguntar “como a na- tureza resolveria isso?”. Um dos desenhos de Da Vinci. Para você que tem facilidade com inglês, há um site de pesquisa responsável pela coleta de informações acerca de alguns processos biológicos e funções executados pela natureza que podem servir de inspira- ção para a solução de problemas huma- nos. Dá uma olhada: https://asknature.org/ Como diria Benyus, as soluções que tanto procu- ramos, no final das contas, já existem. E estão todas na natureza e na Biologia. Então, de que forma pode- mos aproveitar a sabedoria de outros seres vivos para criar um mundo melhor e mais sustentável para os se- res humanos? A proposta é enxergar a natureza não mais como uma fonte de recursos inesgotáveis à disposição para serem explorados infinitamente - o que, na realidade, é uma grande loucura -, mas como uma fonte de conhe- cimento, da qual podemos tirar diversos insights. https://asknature.org/ 71 CONCEITOS E ATITUDES SUSTENTÁVEIS DO INDIVÍDUO AO COLETIVO | DESCOLA.ORG Em vez de utilizarmos os próprios organismos ou aquilo que eles produzem para criar soluções um tan- to invasivas (e muitas vezes nem tão eficazes), pode- mos estudar os moldes e sistemas da natureza para re- pensar a forma como solucionamos nossos problemas. A Biomimética tem 3 elementos principais que fundamentam seu olhar: Ethos: A filosofia por trás da prática da Biomimética: o propósito de existir em harmonia no planeta. Reconectar: A compreensão dos princípios da vida por meio do contato com a natureza, enxergando o mundo com os olhos de um aprendiz. Emular: A aplicação prática do que aprendemos com a natureza, ou seja, a metodologia da Biomimética e suas ferramentas. BIOINOVAÇÃO 72 Estes 3 elementos guiam boa parte do processo de- finido pela metodologia da Biomimética, que passa uma série de etapas de observação e co-criação em- basadas na intuição. Neste capítulo, vamos simplificar essa metodolo- gia para você em algumas etapas: + Definição do desafio Vamos começar com um exemplo, ok? Suponha que você tem um problema de umidade para resolver. A primeira lição da Biomimética é olhar para esse problema como um desafio, a fim de não focar de- mais no problema. + Dados de contexto Definido o seu desafio, você vai observar ao redor daquele problema quais são os dados de contexto que você possui. Talvez o seu problema de umidade seja em um am- biente específico. Pensando nisso, qual é o contex- to deste ambiente? Quais circunstâncias aumentam o índice de umidade ou tornam esta uma questão alarmante? No caso da umidade, podemos pensar em dois ver- bos que resumem algumas possíveis necessidades que observamos no contexto, como, por exemplo, ventilar e aquecer. 73 CONCEITOS E ATITUDES SUSTENTÁVEIS DO INDIVÍDUO AO COLETIVO | DESCOLA.ORG + Ações e processos Perceba que os dados de contexto que você iden- tificou no final da última etapa eram todos verbos. Estes verbos são ações que dependem de proces- sos, certo? Espera aí, mas o que isso significa para a Biomimética? Significa que, quando estamos aplicando a Biomi- mética na resoluçãode problemas, não necessa- riamente precisamos estar construindo coisas, e sim entendendo um processo. A Biomimética não vai te ajudar a criar uma lâmpada, mas sim um processo de iluminação. E é claro que, para isso, você buscará suas referên- cias na natureza. Sabe aquelas ações que você identificou? É aqui que você começa a se perguntar: como a natureza faz isso? Quais são os processos que ela utiliza? Onde, na natureza, há processos de ventilação e aquecimento? Como eles funcionam? Quais são suas formas e sistemas? Nesta etapa, você vai precisar questionar e obser- var estas ações e processos para entender a inte- ligência com que a natureza soluciona os mesmos desafios que você possui. + Vivência e experimentação Em essência, a Biomimética acontece por meio da vivência e da constante observação e experimenta- ção. O verdadeiro meio de se envolver e se aprofun- dar no tema é por meio do constante exercício do olhar biológico sobre o qual temos falado desde o início deste ebook. A dica é: não tenha medo de interagir, explorar e se perder nos mistérios e nas respostas da nature- za. Porque, no final das contas, você é apenas um. BIOINOVAÇÃO 74 A Biomimética é um exemplo incrível de como a Bio- logia pode mudar o mundo a partir da transformação do nosso próprio olhar. Sua aplicação tem uma importância e uma relevân- cia que vai além do tamanho de suas soluções. Tanto é que, uma solução de Biomimética pode ir desde um desafio mais intuitivo, como a comunicação humana, até um desafio de grande porte e maior complexidade, como um projeto de alta tecnologia. O que realmente vale é a restauração da conexão entre a ciência, a natureza e o ser humano. 75 CONCEITOS E ATITUDES SUSTENTÁVEIS DO INDIVÍDUO AO COLETIVO | DESCOLA.ORG Movimentos globais09 BIOINOVAÇÃO 76 A gente já sabe tudo o que está acontecendo no mundo e qual o papel da Biologia dentro dessa mudan- ça, seja ela micro ou macro. Mas, embora seja possível provocar pequenas mu- danças que façam a diferença, o incentivo de movimen- tos globais apoiados por grandes instituições e órgãos governamentais são essenciais para acelerar proces- sos mais profundos de mudança. A preocupação em nível global com a sustentabi- lidade impulsiona ações governamentais que podem influenciar positivamente a postura nacional frente aos desafios sociais e ambientais. Quando colocado em prática, o compromisso com o desenvolvimento global é uma forma de conscienti- zar as pessoas a respeito da importância de se pensar e falar sobre sustentabilidade. Conheça os principais movimentos globais: + Declaração do Milênio Em 2000, foram estabelecidos oito objetivos volta- dos para a erradicação da pobreza por meio do uso sustentável de recursos do planeta, que ficaram co- nhecidos como os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM). Estes objetivos tinham como meta alcançar uma sé- rie de resultados até o ano de 2015, em que foram criados, com base neles, os Objetivos de Desen- volvimento Sustável (ODS), que prometiam com- plementar e dar continuação às metas criadas na conferência de 2000. Saiba mais sobre os Objetivos de Desenvolvimen- to do Milênio: https://nacoesunidas.org/tema/odm/ https://nacoesunidas.org/tema/odm/ 77 CONCEITOS E ATITUDES SUSTENTÁVEIS DO INDIVÍDUO AO COLETIVO | DESCOLA.ORG + Conferência de Estocolmo A Conferência de Estocolmo foi a primeira con- ferência da ONU sobre o Meio Ambiente, em 1972. Ela reuniu chefes de estado de mais de cem países para discutir questões sobre os problemas enfren- tados globalmente por conta da degradação do meio ambiente. Entre os problemas que chamavam a atenção dos lí- deres internacionais naquela época, estavam a po- luição atmosférica, da água e do solo, como conse- quência do crescimento da industrialização. O resultado principal desta conferência foi a ela- boração da Declaração de Estocolmo e seus 26 princípios. Foto da Conferência de Estocolmo. BIOINOVAÇÃO 78 Olha aqui um trecho da Declaração: “O homem é, ao mesmo tempo, obra e construtor do meio ambiente que o cerca, o qual lhe dá susten- to material e lhe oferece oportunidade para desen- volver-se intelectual, moral, social e espiritualmente. Em larga e tortuosa evolução da raça humana neste planeta, chegou-se a uma etapa em que, graças à rápida aceleração da ciência e da tecnologia, o ho- mem adquiriu o poder de transformar, de inúmeras maneiras e em uma escala sem precedentes, tudo que o cerca. Os dois aspectos do meio ambiente humano, o natural e o artificial, são essenciais para o bem-estar do homem e para o gozo dos direitos humanos fundamentais, inclusive o direito à vida. A proteção e o melhoramento do meio ambiente hu- mano é uma questão fundamental que afeta o bem- -estar dos povos e o desenvolvimento econômico do mundo inteiro, um desejo urgente dos povos de todo o mundo e um dever de todos os governos.” A Conferência deu origem ao Programa das Na- ções Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) e marcou o início dos movimentos globais em defesa do meio ambiente. Leia aqui a Declaração de Estocolmo completa: http://dsco.la/declaracao-de-estocolmo http://dsco.la/declaracao-de-estocolmo 79 CONCEITOS E ATITUDES SUSTENTÁVEIS DO INDIVÍDUO AO COLETIVO | DESCOLA.ORG + Eco-92 Em 1992, foi realizada também pela ONU mais uma conferência sobre o meio ambiente e o desenvolvi- mento na cidade do Rio de Janeiro, conhecida como a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima. Mais uma vez, o propósito da reunião global era discutir possíveis soluções para os problemas socioambientais mundiais. Nesta conferência, foi colocada em pauta a necessi- dade de uma revisão dos padrões de consumo mun- diais, trazendo à luz questões sobre equilíbrio eco- lógico e desenvolvimento sustentável. A Eco-92 teve diversos resultados, como, por exem- plo, a Agenda 21, programa de ação de compromis- so global com o estudo de alternativas e a aplicação do plano de desenvolvimento sustentável. Saiba mais sobre a conferência e leia os docu- mentos oficiais: http://dsco.la/agenda-21 http://dsco.la/agenda-21 BIOINOVAÇÃO 80 + Carta da Terra A Carta da Terra é uma espécie de declaração glo- bal de respeito e compromisso com a construção de um planeta melhor para as futuras gerações. A Carta da Terra parte de uma visão integradora e holística. Considera a pobreza, a degradação ambiental, a injustiça social, os conflitos étnicos, a paz, a democracia, a ética e a crise espiritual como problemas interdependentes que demandam soluções includentes. Ela representa um grito de urgência face às amea- ças que pesam sobre a biosfera e o projeto planetário humano. Leonardo Boff, membro da comissão da Carta da Terra Esta carta começou a ser desenvolvida em 1997 e foi oficializada no ano de 2000, após ser discutida e revisada em escala mundial. Leia os textos oficiais da Carta da Terra: http://dsco.la/carta-da-terra http://dsco.la/carta-da-terra 81 CONCEITOS E ATITUDES SUSTENTÁVEIS DO INDIVÍDUO AO COLETIVO | DESCOLA.ORG + Protocolo de Kyoto O Protocolo de Kyoto foi um tratado internacional criado em 1997 durante uma conferência da ONU, no Japão, para complementar a Convenção-Qua- dro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, da Eco-92. Nele, foram definidos acordos que impac- tam principalmente as atividades industriais e eco- nômicas dos países. O objetivo principal deste compromisso era res- ponsabilizar globalmente os órgãos governamen- tais pela redução urgente da emissão de gases que agravam o efeito estufa e contribuem negativamen- te com o aquecimento global. Aqui estão alguns dos acordos: • A reforma dos setores de energia e transportes; • Implementação do uso de fontes energética renováveis; • Limitação da emissão de diferentes gases e gerenciamento de resíduos; • Proteção das florestas e dos ecossistemas diretamente afetados. Leia uma explicação mais completa do Protoco- lo de Kyoto: http://dsco.la/protocolo-de-kyotohttp://dsco.la/protocolo-de-kyoto BIOINOVAÇÃO 82 + Acordo de Paris O Acordo de Paris foi um dos muitos tratados para fortalecer o combate às ameaças ao meio ambien- te, criando alternativas de solução para as altera- ções climáticas e o aquecimento global. O tratado foi adotado em 2015 com a intenção de alertar sobre as consequências irreversíveis dos meios insustentáveis de produção, consumo e exploração de recursos naturais e também enfati- zar a capacidade humana de reverter o cenário so- cioambiental mundial. Saiba mais sobre o Acordo de Paris: http://dsco.la/acordo-de-paris http://dsco.la/acordo-de-paris 83 CONCEITOS E ATITUDES SUSTENTÁVEIS DO INDIVÍDUO AO COLETIVO | DESCOLA.ORG Casos10 BIOINOVAÇÃO 84 Ao longo de todo o curso, você viu uma série de ca- sos para ilustrar melhor como a Biologia está direta- mente relacionada a uma série de resoluções para um mundo melhor. Durante o ebook, trouxemos mais refe- rências e aprofundamentos de cada uma das diferen- tes áreas que abordamos nessa jornada. Agora, neste capítulo, separamos alguns outros ca- sos bastante interessantes para você continuar seu aprendizado. Vamos lá: + Trem Bala Nessa etapa do curso, você já sabe que Biomiméti- ca é a forma de olhar como a natureza resolve pro- blemas e aprender com ela. E um dos casos mais le- gais relacionados a Biomimética é sobre os famosos Trem Bala no Japão. Os trens mais rápidos do mundo - que chegam a atingir mais de 350km/h - são símbolos de moderni- dade e avanço tecnológico, porém houve um grande problema inicial com os barulhos dos trens. Não era sobre o seu funcionamento em si, mas todas as ve- zes que os trens saiam de túneis, um forte barulho - similar ao de um trovão - era ouvido de forma bas- tante alta. Isso acontecia devido a uma diferença de pressão de ar entre os dois ambientes. 85 CONCEITOS E ATITUDES SUSTENTÁVEIS DO INDIVÍDUO AO COLETIVO | DESCOLA.ORG + Golden Rice Nas videoaulas, falamos brevemente sobre o Gol- den Rice (ou “arroz dourado”), mas aqui vale uma explicação melhor. Ele surgiu para resolver um pro- blema latente no nosso mundo: a falta da vitami- na A na alimentação. Dentre os diversos problemas que a falta deste suplemento causa, dois chamam mais atenção. O primeiro é que falta da vitamina A compromete o sistema imunológico, aumentando o risco de des- nutrição - a responsável por 2 a 3 milhões de mor- tes anuais. O segundo é que ela pode causar cegueira em crianças. Uma vez que as crianças estão cegas, metade delas acaba falecendo em 12 meses. E é aí que entra o arroz. Este é o alimento de quase metade da população do mundo, mas o tradicional arroz branco não é fonte O engenheiro chefe do trem, que era observador de pássaros, teve uma inspiração na natureza para re- solver este problema. Ele percebeu que os pássaros causavam pouco atrito ao mergulharem na água para pescar, então usou o formato do bico deste tipo de pássaro “mergulhador” no design dos trens, tornando-os mais aerodinâmicos. Além de acabar com o barulho, os trens aumenta- ram em 10% sua velocidade, consumindo 15% me- nos energia. BIOINOVAÇÃO 86 de vitamina A. Então surge o “arroz dourado”, como uma variedade geneticamente modificada, de modo a torná-lo capaz de produzir betacaroteno, uma das formas de se obter indiretamente vitamina A. Foram anos de estudos, testes e comprovações, mas hoje o Golden Rice é uma forma real para resolver o problema da desnutrição. + Lactose Você provavelmente já percebeu que cada vez mais existem produtos alternativos àqueles que contém lactose. Eles estão cada vez mais comuns e frequen- tes no dia a dia. Bem, isso ocorre pois, só no Brasil, cerca de 70% da população enfrenta algum tipo de intolerância a lac- tose. Esta intolerância é um distúrbio digestivo asso- ciado à baixa ou nenhuma produção de lactase pelo intestino delgado, a enzima que digere a lactose. O tipo mais comum é intolerância à lactose do lei- te de vaca, que tem como efeito alterações no in- testino, na pele ou a causa de tosses e bronquites. Porém os itens derivados do leite são base importan- te de alimentação para grande parte da população. O próprio leite, queijos, manteigas, iogurtes e creme de leite são alguns dos exemplos de como usamos derivados do leite diariamente em nossa culinária. 87 CONCEITOS E ATITUDES SUSTENTÁVEIS DO INDIVÍDUO AO COLETIVO | DESCOLA.ORG Usando recursos biológicos, a indústria alimentícia passou a criar alimentos sem lactose. Para isso, em alguns casos são acrescentadas ao produto as tais enzimas lactase que quebram a lactose, separan- do-a em galactose e glicose e tornando-a digerível por organismos sensíveis. Com isso, tornou-se possível o desenvolvimento de uma alternativa de consumo para quem não pode- ria consumir os produtos com lactose. O caso nos mostra que, às vezes, simples processos biológicos nos ajudam a ter uma vida melhor. + Tratamento da água Vivemos no planeta água. A Terra tem sua superfície coberta com 75% de água, porém apenas 3% deste total representam água consumível (e aqui não esta- mos falando de água pronta para o consumo - ain- da é preciso tratá-la). Um outro dado interessante é que, embora a popu- lação aumente exponencialmente, a produção de água doce deve ser a mesma até 2030. Estes são dois cenários que mostram o quão preocupante é nossa relação com a água. Quando falamos de água doce, há uma série de formas para tratar água de lagos, rios ou reserva- tórios. Os tratamentos químicos são bastante utili- zados, porém há também uma alternativa biológi- ca para isso. A solução biológica para tal é o tratamento usando, novamente, enzimas. Trata-se do uso de um caldo BIOINOVAÇÃO 88 enzimático - uma junção de enzimas - para tratar a água independente da poluição, da situação ou das condições físicas existentes. E ainda é ecologi- camente mais correta. O tratamento é bastante efetivo, mais barato e eco- logicamente correto, já que evita o uso de substân- cias químicas no processo. + Telhados verdes Os casos biológicos não precisam, necessariamente, envolver grande tecnologia. Em 2015 a França apro- vou uma lei que obriga prédios comerciais a terem telhados verdes ou placas solares. Vamos focar apenas na medida dos telhados ver- des. Com uma simples iniciativa de criar uma pe- quena plantação no telhado dos prédios, uma série de benefícios foi notada. Os telhados verdes formam um isolamento de calor e ruído, diminuindo a necessidade de utilizar um ar condicionado (no verão) ou calefação (no inverno). Estes telhados também ajudam a reter a água da chuva, reduzindo problemas de escoamento em pe- ríodos de grandes chuvas. Por fim, ainda ajudam a purificar o ar e bloquear partículas de poeira. Isso tudo sem contar que os donos dos prédios po- dem plantar coisas para seu próprio consumo, além de deixar a cidade ainda mais bonita! 89 CONCEITOS E ATITUDES SUSTENTÁVEIS DO INDIVÍDUO AO COLETIVO | DESCOLA.ORG Biologia do cotidiano11 91 CONCEITOS E ATITUDES SUSTENTÁVEIS DO INDIVÍDUO AO COLETIVO | DESCOLA.ORG Você já parou para pensar com quantos proces- sos biológicos você lida durante o seu dia? Talvez você pense que sua relação com a Biologia só acontece quando você rega a planta da sua casa, mas a verdade é que ela está presente de uma forma muito mais forte do que você imagina. Quer ver só? O dia começou. Tocou o despertador e você acor- dou logo cedo. Ainda com um pouco de sono, a primei- ra coisa que fez ao despertar foi usar uma pasta para escovar os dentes. E aí já usou pela primeira vez no seu dia um recurso biológico. Cremes dentais fazem uso de enzimas para que sua composição traga maior eficiên- cia ao produto. Depois você foi tomar um café da manhã. Comeu uma fatia de pão e tomou um copo de leite. Se você tiver algum tipo de intolerância a lactose, então já sabe que seu leite possui enzimas que quebram a lactose fazen- do com que você possa digerir o alimento. Mas mesmoque você não tenha esta intolerância, também usou de recursos da Biologia, já que seu pão só estava fofinho daquele jeito por causa do fermento biológico que o fez crescer ou da enzima utilizada para retardar o pro- cesso de cristalização do pão. BIOINOVAÇÃO 92 Então você tira o seu pijama e coloca uma roupa para ir trabalhar. Se você vestir algum objeto ou peça de couro - seja um calçado, um cinto ou uma jaqueta -, então saiba que este material também pode passar por processos biológicos para sua confecção. Hora de ir ao trabalho. Você usa seu próprio carro, um táxi, uma moto. E veja só: o processo de fabricação do etanol também é um processo biológico, no qual o álcool pode ser produzido a partir de várias plantas, como a cana-de-açúcar ou o milho. No seu trabalho, coisas comuns como uma folha de papel ou mesmo um copo de água potável podem ter passado por processos de tratamento biológico. Seja para a remoção e reciclagem de materiais para o reuso do papel ou então para o tratamento de água. Chega o fim do dia e você pode ir tomar uma cerve- ja no Happy Hour com seus colegas de trabalho. Nem aí você se livrou da Biologia, já que a cerveja que você consome também passa pela fermentação através de processos biológicos. 93 CONCEITOS E ATITUDES SUSTENTÁVEIS DO INDIVÍDUO AO COLETIVO | DESCOLA.ORG Ah! Mas você está doente e não pode beber pois está tomando antibióticos? Só pelo nome você já ima- gina que recursos biológicos foram utilizados para pro- duzir estes medicamentos. E aí você volta para sua casa e ainda tem tarefas domésticas para fazer. Adivinha? O detergente em pó (popularmente chamado de sabão em pó) que você usa para lavar suas roupas também só possui maior efeti- vidade por causa da Biologia. Aquela fruta que você esqueceu na geladeira e es- tragou? Biologia. O lixo que você separa para um descarte mais or- gânico? Biologia. O dia acaba e você finalmente começa a relaxar para ir dormir. Sozinho, na sua cama você pode até imaginar que a Biologia não está presente. Ledo enga- no. Seu corpo está produzindo melatonina, um hormô- nio que vai te ajudar a dormir. Somos biológicos. Somos parte de um ecossistema que é todo biológico. Qual é a sua Pegada?12 95 CONCEITOS E ATITUDES SUSTENTÁVEIS DO INDIVÍDUO AO COLETIVO | DESCOLA.ORG Tudo bem, você pode não ter entendido a pergun- ta, então vamos pensar em outras. Quantas árvores são necessárias para suprir o seu uso de papel? Quantos li- tros de água são gastos para trazer a comida que você come à sua mesa? Quantos recursos naturais são necessários para manter o seu estilo de vida hoje? Essa é a sua Pegada Ecológica, um conceito abor- dado pela primeira vez na década de 1990. De forma análoga, são as marcas que você deixa no planeta, re- fletindo sua relação com ela - seja boa ou ruim. Tam- bém analogamente, quanto maior sua pegada, maior o impacto que você causa no meio ambiente. BIOINOVAÇÃO 96 A Pegada Ecológica é calculada com base em seis componentes, basicamente assim descritos: Carbono: extensão de áreas florestais que captam gases CO2; Áreas de cultivo: extensão de áreas para produzir alimentos para humanos e para o gado; Pastagens: extensão de áreas para criação de gado; Florestas: extensão de áreas para fornecer madeira e celulose; Áreas Construídas: extensão de áreas cobertas por obras humanas; Estoques pesqueiros: uma estimativa da produ- ção necessária para sustentar peixes. Os valores obtidos no cálculo da Pegada Ecológica referem-se a quantos hectares globais de todos estes componentes uma pessoa precisa para viver. O ideal, segundo a Rio+20, que aconteceu em 2012, é que a pe- gada seja de 1,7 hectares globais por habitante (gha). No mesmo ano, a média mundial era de 2,7gha, muito acima do ideal. A título de comparação, a cidade de São Paulo, se- gundo o WWF, tem uma pegada de 4,32gha. Isso quer dizer que se todas as pessoas do mundo vivessem como os paulistanos, precisaríamos de 2,5 planetas para dar conta! Existem algumas calculadoras online para descobrir sua Pegada Ecológica, baseado em perguntas que re- fletem seu estilo de vida. Esta aqui é bem simplificada, traduzindo os hectares globais por habitantes em pon- tos: http://www.suapegadaecologica.com.br/ Nossa Pegada Ecológica tem crescido com o pas- sar dos anos. A prova disso é que chegamos ao Dia da Sobrecarga da Terra cada vez mais cedo. http://www.suapegadaecologica.com.br/ 97 CONCEITOS E ATITUDES SUSTENTÁVEIS DO INDIVÍDUO AO COLETIVO | DESCOLA.ORG Espera, mas o que é esse Dia da Sobrecarga da Terra? Esta é a data anual em que esgotamos os recursos naturais que o planeta idealmente deveria nos oferecer durante um ano. E, é claro, esse dia só existe para mos- trar que não estamos fazendo uso correto desses bens naturais. Nossa demanda anual é maior do que o mun- do é capaz de regenerar, fazendo com que esse pro- cesso fique cada vez menos sustentável. O primeiro Dia da Sobrecarga da Terra aconteceu em 1970: esgotamos nossos recursos em 29 de dezem- bro. Em 2018, batemos o pior recorde: 1o de agosto. Dois anos antes, o Dia aconteceu em 8 de agosto. Perceba como em pouco tempo, perdemos mais uma semana sustentável. Para diminuir a sua Pegada Ecológica, inspire-se em todos os casos que trouxemos no curso e nas próximas dicas que traremos em breve. Diminuir sua pegada não é apenas uma forma de poupar os recursos naturais, mas também de preparar o planeta para sustentar as gerações do futuro. Por onde começar?13 99 CONCEITOS E ATITUDES SUSTENTÁVEIS DO INDIVÍDUO AO COLETIVO | DESCOLA.ORG Certo, você entendeu que a Biologia está em cada respiro seu - literalmente. E depois de refletir tanto sobre o impacto das suas ações na construção de um mun- do mais sustentável e pronto para encarar os desafios globais de desenvolvimento, você deve estar se coçan- do para começar a colocar a mão na massa. Neste capítulo, vamos te dar aquela força para sair do lugar e começar a fazer a diferença de dentro da sua casa para o mundo. Criamos alguns guias de 3 atividades biológicas que você pode colocar em prática para dar início à sua jornada. BIOINOVAÇÃO 100 Animado, mas não sabe como começar? A gen- te te ensina! Como começar a reciclar A separação do lixo é essencial para gerar ambien- tes mais sustentáveis e qualidade de vida a partir da preservação dos espaços e dos recursos que aprovei- tamos do planeta. O processo de reciclagem parte de três princípios: Reduzir Reutilizar Reciclar E a Biologia se faz ativamente presente em cada etapa destes processos, já que seus efeitos têm grande impacto biológico no meio ambiente e na vida humana. Por isso a importância de se olhar com mais cuida- do para a forma como nos relacionamos com o lixo de tudo que consumimos em nosso cotidiano. Para começar, aqui vão algumas dicas para você: 101 CONCEITOS E ATITUDES SUSTENTÁVEIS DO INDIVÍDUO AO COLETIVO | DESCOLA.ORG + Reciclável ou não? O primeiro passo da coleta é identificar se o seu lixo é reciclável ou orgânico. Mas você sabe como diferenciar? Recicláveis papéis, plásticos, vidros e metais. Orgânicos restos de alimentos, cascas, raízes, vegetais, comidas estragadas etc. Muita gente faz a separação do lixo com base so- mente nestas duas classificações, o que já colabora muito com os processos por trás da reciclagem de materiais e orgânicos. Mas você também pode fa- zer a coleta seletiva do seu lixo em casa, separando os materiais da seguinte forma: BIOINOVAÇÃO 102 + Coleta seletiva: vai ou não vai? SIM tampas, potes, garrafas, brinquedos e baldes. NÃO tomadas, cabos de panela, espumas, acrílicos e embalagens metalizadas plástico SIM garrafas, potes, copos e frascos de remédios NÃO espelho, louça, cerâmica, óculos e porcelanas vidro SIM jornais, revistas, caixas, rascunhos e papelão NÃO adesivos, etiquetas, fita crepe, papel carbono, fotos e papel higiênico papel SIM latas de refrigerante,de óleo, sardinha, ferragens, canos, arames e pregos NÃO clipes, grampos, esponja de aço, latas de tinta, pilhas e baterias metal 103 CONCEITOS E ATITUDES SUSTENTÁVEIS DO INDIVÍDUO AO COLETIVO | DESCOLA.ORG + Preparação dos materiais É importante também preocupar-se com a prepa- ração básica dos materiais antes de colocá-los para reciclar. Os plásticos, por exemplo, devem ser lavados para que não sobrem restos dos alimentos ou produtos dentro, especialmente quando são produtos de lim- peza ou higiene pessoal. Quando o assunto são os metais, latinhas de bebidas e enlatados, estes devem ser amassados ou prensa- dos. Enquanto os papéis podem ser facilmente guar- dados diretamente em sacos plásticos. Outras especificações para o descarte correto de materiais específicos devem ser pesquisadas para evitar erros que possam prejudicar de alguma for- ma o processo de reciclagem. Olha só essa campanha da Prefeitura de Curiti- ba a respeito da separação de lixo: http://dsco.la/ separacao-curitiba http://dsco.la/separacao-curitiba http://dsco.la/separacao-curitiba BIOINOVAÇÃO 104 + Como descartar resíduos? Legal, mas e os outros resíduos, como óleo de cozi- nha e celulares quebrados? O que eu faço com eles? Existem alguns resíduos que são extremamente no- civos para o meio ambiente e que precisam ser des- cartados em postos específicos. O óleo de cozinha, por exemplo, pode causar pro- blemas na rede de esgoto, córregos e rios quando jogado direto na pia ou no vaso sanitário. Biologica- mente falando, o óleo impede a entrada de oxigênio na água, poluindo os ecossistemas dos quais depen- dem algumas espécies marinhas de peixes e plantas. Descarte o óleo usado dentro de uma gar- rafa de plástico e leve para um posto de coleta. Informe-se para saber se o super- mercado do seu bairro não possui um pos- to ou pesquise alternativas na sua cidade. Você sabia? O óleo de cozinha, quando correta- mente descartado, pode ser transformado em bio- diesel, contribuindo com o abastecimento da matriz energética do país. Outros materiais que devem ser reciclados em postos de resíduos nocivos são: Pilhas e baterias Colocar dentro de um saco plástico e levar a um posto de coleta. Eletrodomésticos e eletrônicos Pesquisar um serviço especializado em sua cidade ou entrar em contato com o fabricante. Remédios Levá-los dentro da embalagem até centros de co- leta especializada, que podem ser encontrados na maioria das farmácias e hospitais. 105 CONCEITOS E ATITUDES SUSTENTÁVEIS DO INDIVÍDUO AO COLETIVO | DESCOLA.ORG Lâmpadas Separar lâmpadas inteiras ou quebradas dentro de caixas e descartar em postos de coletas. + Onde encontrar postos de reciclagem? Não adianta nada despejar tudo isso em um único lugar e desperdiçar todo o esforço que você fez até aqui, não é? A coleta seletiva depende não só da se- paração do lixo, mas do descarte correto dele em postos específicos para reciclagem. Encontre os postos de reciclagem regulamenta- dos mais próximos de você através do site oficial da prefeitura da sua cidade. Para materiais perigosos, deixamos como dica o site da eCycle, que tem uma página de pesquisa por ma- teriais e CEP para te ajudar a encontrar os postos corretos de descarte: http://dsco.la/ecycle Como começar uma horta Para começar sua própria horta, você pode explo- rar diferentes formatos e materiais. Sua horta pode ser direto na terra (caso você tenha uma casa com jardim), em vasos ou em estruturas verticais. A diversidade de materiais recicláveis que podem ser usados também é grande: garrafas pet, caixas de leite, potes de vidro, co- pos de requeijão e até potes de margarina. http://dsco.la/ecycle BIOINOVAÇÃO 106 Passo 3: Terra Comece colocando algumas pedrinhas antes de adicionar a terra, só para garantir que ela não es- cape pelos furos. Depois, coloque a terra e mexa-a com uma pá para ficar bem fofinha. No centro, faça uma “caminha” para jogar sua semente. Passo 4: Semente Jogue a sua semente na “caminha” e cubra-a com terra logo em seguida. Tome cuidado para não plan- tar as sementes muito próximas, afinal, sua hortaliça vai precisar de espaço para crescer. E, por fim, uma dica importante: deixe seu vaso alguns dias longe do sol até as sementes germinarem (se desenvolverem). Precisa daquele empurrãozinho? Então, a gen- te vai te ensinar um passo a passo para plantar sua primeira hortaliça: Passo 1: Lugar Pesquise a que tipo de ambiente a sua hortaliça se adequa melhor. Uma alface, por exemplo, precisa de lugares arejados em que receba cerca de cin- co horas de luz do sol. Qual o lugar preferido da sua planta? Passo 2: Vaso Você pode usar um vaso de cerâmica, metade de uma garrafa pet ou qualquer outro material que vier à sua cabeça. Se você escolher reutilizar algum ma- terial reciclável, lembre-se de fazer alguns furinhos distribuídos igualmente no fundo dele para garantir a saída de água. 107 CONCEITOS E ATITUDES SUSTENTÁVEIS DO INDIVÍDUO AO COLETIVO | DESCOLA.ORG Passo 5: Manutenção Regue com frequência, mas tenha moderação para não deixar que a terra fique encharcada. O ideal é descobrir a necessidade da sua planta observando as reações dela ao ambiente. Plantas localizadas em ambientes muito quentes e secos geralmente preci- sam ser regadas todos os dias. Passo 6: Colheita Uma alface, por exemplo, leva entre 60 a 90 dias para ficarem prontas para serem colhidas e, como toda hortaliça, deve ser retirada inteira pela raiz. É importante que você observe e acompanhe o desen- volvimento da sua planta para garantir que ela está realmente pronta. No caso das alfaces, é possível perceber por meio do volume e tamanho das folhas, que devem estar grandes e volumosas. E é isso aí, agora você já tem sua primeira hortali- ça! De vaso em vaso, com o tempo, sua horta caseira vai ganhar forma e vida. Como fazer uma composteira Fonte: Manual de educação para Consumo Sustentável - Ministério da Educação e Ministério do Meio Ambiente Você pode estar se perguntando: o que é uma composteira? A compostagem em si é, basicamente, um proces- so no qual a matéria orgânica (de restos de alimentos, podas de jardim etc.) é degradada biologicamente até se transformar em adubo. BIOINOVAÇÃO 108 1. Reserve um recipiente apenas para descarte de resíduos orgânicos. Você pode colocar este re- cipiente em sua cozinha para facilitar o descar- te no dia a dia. Lembrando que embalagens e ou- tros objetos descartáveis devem ser colocados em outro recipiente. 2. Escolha um espaço no seu quintal que tenha uma quantidade razoável de sombra, onde você vai montar sua composteira. Você pode utilizar ma- teriais como bambu, madeira velha, blocos ou ti- jolos sem cimentar etc. Tente reaproveitar o má- ximo de material que você já tem. 3. Deposite na composteira o material orgânico que você coletou naquele recipiente separado. Cubra o material orgânico com folhas, grama do seu jar- dim, serragem, esterco seco ou cama de animais (minhocas, por exemplo) até que você não consi- ga mais ver o material úmido de restos de alimen- tos embaixo. 4. Regue o monte para umedecer esta camada de cobertura seca. Em época de chuva, é importante cobrir a composteira com algum material de plás- tico ou madeira para não encharcar e proteger a cobertura do sol. 5. A cada três dias, procure movimentar o mate- rial de um lado para outro a fim de arejar o mon- te. Faça isso com as suas mãos enfiada dentro do material. É importante observar que, com o tem- po, o material ficará cada vez mais quente, indi- cando que decomposição dele está acontecen- do corretamente. → Os animais utilizados na compostagem estão colaborando com o processo a ajudar na decom- posição do material. Não tenha medo deles, pois eles estão trabalhando junto com você. E se pre- cisar retirar um pouco do composto quando es- tiver pronto, peneire-o para devolver os animais de volta à composteira. → Você pode adicionar mais material orgânico à sua composteiraa qualquer momento, repetindo a etapa 3 do passo a passo. 109 CONCEITOS E ATITUDES SUSTENTÁVEIS DO INDIVÍDUO AO COLETIVO | DESCOLA.ORG 6. Quando não couber mais material, comece outra composteira seguindo o mesmo passo a passo que você aprendeu até aqui. Mas vale contar que: ao ser regado e revirado durante mais ou menos uns dois meses, o monte deve acabar murchan- do pela metade. 7. Ainda está em dúvida se seu monte está pronto para uso? Então, observe os sinais. Cor marrom café, cheiro agradável de terra e aspecto homo- gêneo são algumas evidências de que seu com- posto está pronto para ser utilizado em outros dos seus projetos sustentáveis. Futuro biológico14 111 CONCEITOS E ATITUDES SUSTENTÁVEIS DO INDIVÍDUO AO COLETIVO | DESCOLA.ORG Quando pensamos em futuro e inovação, logo nos vem à mente a alta tecnologia, sistemas de última ge- ração e uma nova mentalidade de pesquisa, estudo e aprendizagem. Mas a verdade é que nossos futuros sempre estarão nas raízes que nutrem cada folha de nossas estruturas, como se fossemos árvores de um ecossistema mais in- teligente e superior a nós mesmos. A relação da Biologia com a inovação e com o futu- ro não se resume às grandes descobertas da ciência, às máquinas de biotecnologia que revolucionaram a qua- lidade de vida humana ou à evolução do homem como agente transformador de seu meio ambiente. A relação da Biologia com a inovação é a própria vida e a evolução da consciência de que somos par- te do todo. As perguntas que ficam ao fim desta experiência de aprendizagem são: o que estamos fazendo a par- tir de tudo isso e com todos os recursos que temos em mãos? E o que mais podemos fazer daqui para frente? BIOINOVAÇÃO 112 De que maneira você, por meio da sua vida, dos seus projetos pessoais ou do seu negócio, está contribuindo para o desenvolvimento sustentável? Qual o seu papel na construção de um mundo em que a Biologia é usada como ferramenta de transfor- mação não só do mundo, mas das pessoas? A conclusão que tiramos é que toda sabedoria - to- das as respostas e soluções que buscamos - sempre es- tiveram, de fato, diante dos nossos olhos. E nosso pro- pósito se resume apenas em levar a mesma lógica da natureza para o mundo: Nada se perde, tudo se transforma. Como você pode transformar o seu mundo em um lugar melhor para todos? 113 CONCEITOS E ATITUDES SUSTENTÁVEIS DO INDIVÍDUO AO COLETIVO | DESCOLA.ORG 17 atitudes sustentáveis15 BIOINOVAÇÃO 114 Ainda não acabou! Queremos te convidar para um desafio ainda maior. Neste capítulo, listamos 17 atividades e hábitos sus- tentáveis para você se desafiar a partir de amanhã. Es- tes desafios são uma proposta de mudança diária para seus comportamentos e suas atitudes, e, ao mesmo tempo, podem ajudar a colocar em prática tudo o que você aprendeu até aqui.. Pronto? Mãos à obra! 1. Separe o seu lixo Se você ainda não tiver qualquer tipo de separa- ção de reciclagem do seu lixo, essa pode ser uma boa tentativa: separe dois lixos em sua casa, para o descarte de material reciclável e não reciclável. No capítulo “Por onde começar?” te ensinamos tudo o que você precisa saber. Caso você já separe o seu lixo, melhor ainda! Você pode aproveitar este desafio para começar uma co- leta ainda mais seletiva, separando ele por orgâni- cos, papel, plástico, metal e vidro. Vamos nessa? Lembrando que todas as atividades são apenas su- gestões que você pode adaptar de acordo com o que estiver ao seu alcance. 115 CONCEITOS E ATITUDES SUSTENTÁVEIS DO INDIVÍDUO AO COLETIVO | DESCOLA.ORG Procure saber se sua cidade tem coleta seletiva e, se ela tiver, use como incentivo para mudar seus hábitos. Por outro lado, se ela ainda não tiver, faça uma sugestão ao órgão público responsável e aju- de a mudar os hábitos da sua comunidade também. 2. Que tal plantar uma hortaliça? A proposta que gostaríamos de fazer para você é plantar um vaso de alguma semente de hortaliça. Lembra do passo a passo do capítulo “Por onde co- meçar?”? É ele mesmo que você vai seguir. Tire um tempo para se planejar antes de dar início às suas 17 atividades sustentáveis com esta atividade, pois você vai precisar comprar os materiais neces- sários e selecioná-los com cuidado. Depois que você estiver pronto, plante sua hortaliça e acompanhe o crescimento dela ao longo dos próximos trinta dias. DICA! Você pode compartilhar fotos da sua plan- tação com a gente no grupo de discussão do curso. BIOINOVAÇÃO 116 3. Apague as luzes de cômodos vazios Um hábito simples, mas muito importante, que pou- cas pessoas seguem é o de apagar as luzes de cô- modos vazios. Parece até loucura falando em voz alta, não? Estamos acostumados com lugares altamente ilu- minados e, por causa disso, tendemos a deixar to- das as luzes ligadas quando estamos em algum lu- gar, mesmo que não haja ninguém presente em um dos cômodos. A gente sabe que um ambiente iluminado é mais aconchegante, aberto e confortável, mas é preciso tomar cuidado sempre para não extrapolar no con- sumo de luz e água, especialmente por motivos às vezes tão superficiais. Neste desafio você vai testar sua capacidade de adaptação com esse novo hábito de economia de energia. Você pode começar com a sua casa ou com o lugar no qual você passa mais tempo duran- te o dia, que tal? Se você acha que pode esquecer de desligar as lu- zes, o que acha de colocar um aviso em um local de fácil leitura lembrando da importância desligar a luz daquele cômodo? 117 CONCEITOS E ATITUDES SUSTENTÁVEIS DO INDIVÍDUO AO COLETIVO | DESCOLA.ORG 4. Procure reduzir o seu tempo de banho Para muitos de nós, não tem desafio maior do que esse. Durante o banho, dificilmente nos damos conta da grande quantidade de água que está sendo des- perdiçada a cada minuto. Pensando nisso, queremos te desafiar a reduzir o tempo dos teus banhos diários para até, no máxi- mo, cinco minutos. Aguenta a pressão? Ok, vamos te ajudar. Se mesmo assim você acha que vai ser difícil, que tal deixar um despertador para to- car 07 minutos após o início do banho? Depois você pode ir gradativamente reduzindo esse tempo até chegar nos 5 minutos! BIOINOVAÇÃO 118 5. E se você reduzir o uso dos seus aparelhos eletrônicos? Espera aí, calma, não é para você ficar offline o dia todo não. Vamos te explicar melhor… Quase todo mundo tem a mania de deixar aparelhos eletrônicos - como por exemplo, televisão, microon- das, computador etc -, ligados por dias, semanas e, às vezes, até meses. Esquecemos frequentemente do tamanho do desperdício de energia elétrica que é causado por este hábito. Você pode, por exemplo, desligar alguns dos seus aparelhos durante o horário de trabalho e antes de dormir. Mas não vai desligar a geladeira, hein? Se você é o tipo de pessoa que dorme com a televisão ligada, experimente quebrar este ou outro hábito in- sustentável por alguns dias. CONCEITOS E ATITUDES SUSTENTÁVEIS DO INDIVÍDUO AO COLETIVO | DESCOLA.ORG 6. Sempre que possível, priorize o uso das escadas ao invés do elevador (se você puder, é claro) Mora no sexto andar? Trabalha no décimo segun- do? Não tem problema! Comece descendo no an- dar mais próximo, subindo no mínimo dois andares de escada e aumentando ao longo dos dias. Ou se desafie a subir e descer todos os andares por pelo menos um dia. Mesmo que você acabe um pouquinho mais can- sado do que o normal, não custa nada a experiên- cia, não é? Se você não usa elevador em nenhum momento do seu dia, fica uma sugestão de alternativa: substitua o carro ou o transporte público por uma caminha- da, ou então, escolha uma parte específica do seu caminho para fazer andando. BIOINOVAÇÃO 120 7. Procure trocar as lâmpadas de casa (se possível) Estamos cansados de saber que lâmpadas incan- descentes utilizam muito mais energia do que as fluorescentes. Para sermos mais exatos, as lâmpa- das fluorescentes economizam 60% de energia. Uma simples troca de lâmpadas pode salvar recur- sospreciosos que podem ser compensados por ou- tros consumos de energia e, inclusive, diminuir seus gastos mensais. 8. Tente utilizar apenas uma folha de papel por dia Uma folha sulfite aqui, outro rascunho ali, um post- -it atrás de outro e, quando a gente vai ver, já usa- mos o equivalente a um caderno. Para este desafio, propomos uma brincadeira. Em vez de sugerir que você corte 100% do seu consumo de papel durante um dia inteiro, vamos te desafiar a reduzir seu consumo a apenas uma folha por dia. E qual a graça disso? A intenção do desafio é des- pertar a sua consciência a respeito da quantidade de papel que você utiliza em relação ao que você realmente precisa e, também, tdespertar o pensar sobre o que é realmente essencial para você a pon- to de colocar na sua única folha de papel. E aí, o que é mais importante para você? 121 CONCEITOS E ATITUDES SUSTENTÁVEIS DO INDIVÍDUO AO COLETIVO | DESCOLA.ORG 9. É hora de repensar o consumo do plástico. Uma das maiores preocupações dos movimentos sustentáveis atualmente é reduzir cada vez mais o consumo de plásticos em embalagens de produtos e utensílios de uso individual, como os descartáveis. Seu desafio é cortar o uso pessoal de plásticos. Tro- que sacolas plásticas por sacolas de pano ou pa- pel, copos descartáveis por canecas, tome aquele suco direto no copo em vez de utilizar canudo, ou o que vier à sua cabeça. Muitas espécies vêm sofrendo risco de morte por conta da poluição dos mares, ocasionada pelo des- carte indevido de produtos plásticos. Então, convi- damos você a refletir durante esse dia: como po- demos criar um mundo com menos produção e consumo de plásticos? BIOINOVAÇÃO 122 10. É importante estar atento à origem dos alimentos Durante a sua próxima refeição, procure dar uma boa olhada no seu prato e comece se perguntando de onde vem cada um dos ingredientes que você vê. Quem plantou aquela alface do almoço de ontem e de que fazenda veio aquele leite do café da manhã das crianças? Você faz ideia? Pois é, você não é o único. Perdemos o interesse pela origem das coisas e mudar isso pode ser o primeiro passo para uma maior consciência a respeito dos nossos alimentos. Que tal começar a pensar, refletir e até pesquisar sobre isso um pouco mais? Aproveite e compartilhe com a gente tudo o que você encontrar de interesse lá no grupo de discussão do curso. 123 CONCEITOS E ATITUDES SUSTENTÁVEIS DO INDIVÍDUO AO COLETIVO | DESCOLA.ORG 11. Busque reaproveitar embalagens Já que estamos falando de produção de lixo e em- balagens, que tal encontrar uma forma de reapro- veitar as embalagens dos produtos que você está acostumado a consumir para fins mais sustentáveis? Em vez de jogar tudo no lixo, você pode reutilizar esses materiais para criar coisas novas e desper- tar um novo olhar para aquilo que consideramos dispensável. Garrafas pet podem se tornar vasos de plantas, re- queijão pode virar copo, potes de palmito ou azei- tona podem servir para guardar biscoitos e até po- tinhos de balas podem funcionar como suporte para quantidades menores de tempero. Com essa nova onda do “Faça Você Mesmo”, não vão faltar possibilidades de reaproveitamento das embalagens que você possui em casa. Comece hoje a separar esses materiais e pesquisar ideias que se- jam interessantes para você. Use sua criatividade para o bem do planeta. BIOINOVAÇÃO 124 12. Tente reciclar roupas e objetos em excesso Roupas e pertences pessoais não fogem da lista de vilões do meio ambiente, viu? Todo tipo de consu- mo em excesso pode afetar o ecossistema, ainda que indiretamente. Neste dia, queremos que você se pergunte quanto do que você tem é realmente necessário na sua vida ou mesmo essencial para a sua felicidade pessoal. Faça uma seleção de todos os acúmulos que você possui em casa e dê a eles um outro destino. Você pode organizar uma feira de trocas no trabalho, ven- der para brechós da cidade, doar para alguma ins- tituição sem fins lucrativos etc. Escolha a alternativa que fizer mais sentido para você e desapegue. Uma sugestão é avaliar tudo o que você tem e pensar se você usou aquilo nos últimos 6 meses, se a resposta é não é porque geralmente aquele produto em ques- tão não é necessário para você! Além de alimentar uma economia mais circular, você estará incentivando novos comportamentos de con- sumo dentro dos seus círculos sociais e ajudando outras pessoas. 125 CONCEITOS E ATITUDES SUSTENTÁVEIS DO INDIVÍDUO AO COLETIVO | DESCOLA.ORG 13. Procure fazer compras em um comércio local Estimular o crescimento de comércios locais é uma outra forma de colaborar com o consumo conscien- te e a adoção de novos comportamentos dentro da sua comunidade ou simplesmente da sua família. Seu desafio da vez é pesquisar os comércios locais que estão ao seu alcance e fazer uma visita a pelo menos um deles. Converse com os donos, conheça a origem dos produtos e faça suas compras sema- nais ou mensais. Cultive um relacionamento com os comércios que você frequenta, fazendo do seu consumo mais do que um sistema de compra e venda, e sim um com- partilhamento verdadeiro e sustentável de recursos. BIOINOVAÇÃO 126 14. O que você acha de não comer carne por um dia? Para produzir as carnes que alguns de nós conso- mem quase todos os dias, muitos processos acon- tecem. Em alguns casos, a criação irregular de ani- mais e o abate dos mesmos. Alguns dos processos dos quais dependem a pro- dução e venda de carne são causadores de muitos desequilíbrios ambientais. Por causa disso, vários movimentos alimentares estão surgindo e promo- vendo o debate em relação ao consumo e produção de carne. Estes movimentos buscam alternativas que prometem manter a qualidade nutricional das pes- soas ao mesmo tempo que substitui o consumo tra- dicional da carne. E se você experimentar não comer carne por um dia? Encara essa? A ideia aqui é se divertir com a criatividade de criar novas alternativas e, principalmente, levantar alguns autoquestionamentos sobre o seu consumo de carne e a relevância dela na sua vida pessoal. 127 CONCEITOS E ATITUDES SUSTENTÁVEIS DO INDIVÍDUO AO COLETIVO | DESCOLA.ORG 15. Vamos para um passeio pelo parque? Falamos bastante de reconexão com a natureza du- rante este curso, então, não podia faltar um desafio que colocasse seus pés pelo menos um pouco mais próximos da grama. Ao invés de ir ao shopping ou a um restaurante com sua família e amigos, troque o passeio por uma ca- minhada no parque ou um piquenique. Se esse dia cair em uma segunda-feira conturbada, faça o que estiver ao seu alcance para estar em contato maior com a natureza. Ande por alguma praça, pegue um caminho mais arborizado ou visite o jardim do seu condomínio. O mais importante é que você esteja ali, presente. Reconheça-se como parte daquilo tudo e busque por uma conexão maior com sua verdadeira ori- gem: a natureza. 16. Colabore com um projeto sustentável Chegou a hora de sair do seu mundo particular e se conectar com outras pessoas que também estão se abrindo para uma nova consciência. Participe de um financiamento coletivo de alguma pesquisa ou negócio sustentável ou se inscreva como voluntário de algum projeto. Se você não conseguir, pelo me- nos marque um café com alguém que trabalha com o assunto ou se interessa por ele para trocar expe- riência e ideias. Saia do casulo! Conecte-se também com a natu- reza humana ao seu redor e coloque sua energia para construir e fortalecer o futuro que você acre- dita ser possível. BIOINOVAÇÃO 128 129 CONCEITOS E ATITUDES SUSTENTÁVEIS DO INDIVÍDUO AO COLETIVO | DESCOLA.ORG 17. Ensine um hábito sustentável para alguém Por fim, aqui vai um conselho: conhecimento não é nada se não for compartilhado. É por isso que esta- mos aqui, afinal. Queremos compartilhar com você aquilo que você acredita e pode potencializar para criar um mundo ainda melhor. E o que você pode fazer? Escolha o hábito que mais mexeu com você e repas- sesua experiência e conhecimento sobre sustenta- bilidade ensinando a algum familiar, amigo ou cole- ga de trabalho o que você aprendeu. E não deixe de desafiar essa pessoa a completar também os 20 dias sustentáveis como você. Será que ela encara essa? Playlist de vídeos16 131 CONCEITOS E ATITUDES SUSTENTÁVEIS DO INDIVÍDUO AO COLETIVO | DESCOLA.ORG Talvez você não saiba, mas a ONU possui uma se- leção de playlists de vídeos sobre cada um dos Objeti- vos de Desenvolvimento Sustentável. Separamos cada um desses links para que você possa conhecer melhor alguns casos, histórias e movimentos que estão acon- tecendo por aí: http://dsco.la/ods1-youtube http://dsco.la/ods2-youtube http://dsco.la/ods3-youtube http://dsco.la/ods4-youtube http://dsco.la/ods5-youtube BIOINOVAÇÃO 132 http://dsco.la/ods6-youtube http://dsco.la/ods7-youtube http://dsco.la/ods8-youtube http://dsco.la/ods9-youtube http://dsco.la/ods10-youtube http://dsco.la/ods11-youtube 133 CONCEITOS E ATITUDES SUSTENTÁVEIS DO INDIVÍDUO AO COLETIVO | DESCOLA.ORG http://dsco.la/ods12-youtube http://dsco.la/ods13-youtube http://dsco.la/ods14-youtube http://dsco.la/ods15-youtube http://dsco.la/ods16-youtube http://dsco.la/ods17-youtube Livros17 135 CONCEITOS E ATITUDES SUSTENTÁVEIS DO INDIVÍDUO AO COLETIVO | DESCOLA.ORG Separamos uma lista de leituras complementares para enriquecer ainda mais seu aprendizado, a fim de te apresentar diversas oportunidades para dar conti- nuidade aos seus estudos: Biologia Para Leigos Donna Rae Siegfried Este livro é uma compilação de estudos simplificados de teorias e conceitos biológicos, pensado especialmente para leigos que querem aprender mais sobre Biologia e não sabem por onde começar. http://dsco.la/biologia-para-leigos Coleção Novozymes Nova Perspectiva A coleção é composta por três livros aplicativos interativos que podem ser facilmente acessados por dispositivos móveis com Sistema operacional Android ou iOS. Nestes livros, somos imersos na releitura e reflexão de grandes obras literárias pelo olhar da Biologia, além de ter acesso a experimentos científicos conectados com o tema do conto literário. http://www.bioapp-novozymes.com.br/ http://dsco.la/biologia-para-leigos http://www.bioapp-novozymes.com.br/ BIOINOVAÇÃO 136 Primavera Silenciosa Rachel Carson A obra marcou a história ao despertar discussões sobre o futuro do planeta e causar mudanças revolucionárias na conscientização acerca da preservação dos recursos naturais. http://dsco.la/primavera-silenciosa A Origem das Espécies Charles Darwin Neste livro, são apresentadas e explicadas as teorias de Charles Darwin a respeito da origem e da evolução das espécies a partir de seus textos originais publicados em 1859, agora complementados por ilustrações. http://dsco.la/origem-das-especies http://dsco.la/primavera-silenciosa http://dsco.la/origem-das-especies 137 CONCEITOS E ATITUDES SUSTENTÁVEIS DO INDIVÍDUO AO COLETIVO | DESCOLA.ORG O Homem e o Mundo Natural Keith Thomas Keith Thomas desmistifica ideias sobre a relação do homem e da natureza, respondendo à grande questão: como foi vivida a natureza antes da industrialização e da modernidade? E o que o ser humano ainda tem em comum com seus ancestrais? http://dsco.la/homem-mundo-natural A Estranha Ordem das Coisas António Damásio Uma aventura de redescoberta das origens dos sentimentos e da cultura humana por meio de conceitos biológicos, capaz de despertar um novo olhar e uma nova percepção do mundo através da Biologia. http://dsco.la/estranha-ordem http://dsco.la/homem-mundo-natural http://dsco.la/estranha-ordem BIOINOVAÇÃO 138 A Vida Secreta das Árvores Peter Wohlleben Neste livro, aprendemos tudo o que os processos por trás do funcionamento de uma floresta e de suas árvores têm em comum com a espécie humana e a vida em sociedade, comprovando nossa verdadeira conexão com a natureza. http://dsco.la/vida-secreta http://dsco.la/vida-secreta 139 CONCEITOS E ATITUDES SUSTENTÁVEIS DO INDIVÍDUO AO COLETIVO | DESCOLA.ORG Filmes18 BIOINOVAÇÃO 140 Separamos também alguns filmes para te convidar a fazer algumas reflexões mais profundas e lúdicas sobre o papel da Biologia no nosso presente e futuro: Uma Beleza Fantástica Bella Brown é uma jovem escritora extremamente reclusa que evita o máximo de contato com o mundo exterior, até que ela é desafiada pelo proprietário de sua casa: Bella pode ser despejada, a não ser que revitalize completamente seu jardim. O filme nos conduz a uma experiência lúdica ao longo da construção do relacionamento de Bella com o mundo ao seu redor e, principalmente, a natureza que a cerca. 141 CONCEITOS E ATITUDES SUSTENTÁVEIS DO INDIVÍDUO AO COLETIVO | DESCOLA.ORG Criação (2009) O filme conta a história de Charles Darwin durante a escrita de seu livro sobre a evolução das espécies, trazendo à tona alguns relatos de como seus conflitos pessoais influenciaram seus estudos, sua escrita e sua forma de interagir e entender o mundo. Wall-e O filme conta a história de um robô peregrino na Terra pós-apocalíptica, responsável por monitorar o planeta. Ele passa seus dias coletando lixo e analisando todo tipo de material em busca de algum sinal de vida. Ao longo da história, criamos empatia com o personagem do robô e, sem perceber, somos guiados por uma longa jornada acerca do que realmente significa ser humano. 142 Quem ministra o curso? O estudo da vida Aprendizados da evolução A Biologia como ferramenta O que é sustentabilidade? Os desafios do mundo Economia circular Biomimética Movimentos globais Casos Biologia do cotidiano Qual é a sua Pegada? Por onde começar? Futuro biológico 17 atitudes sustentáveis Playlist de vídeos Livros Filmes