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<p>Transtornos Ansiosos e Psicanálise</p><p>• Os transtornos de ansiedade apareceram na Classificação</p><p>Internacional das Doenças (CID) apenas em 1948, na sua sexta</p><p>edição, 55 anos após a divulgação da sua primeira edição. Essa</p><p>também foi a primeira vez na qual as doenças mentais, de</p><p>maneira geral, foram incluídas na CID.</p><p>• Logo em seguida, no ano de 1952, o “Manual de Diagnóstico e</p><p>Estatística das Doenças Mentais” (DSM) foi publicado pela</p><p>Associação Americana de Psiquiatria.</p><p>Transtornos de Ansiedade</p><p>• Kandel et al. (2014) define medo como uma resposta psicológica,</p><p>comportamental, cognitiva e subjetiva mediante a uma ameaça</p><p>iminente real ou percebida, e ansiedade como uma resposta de longa</p><p>duração aos indícios de perigo, ou seja, a antecipação da ameaça</p><p>futura.</p><p>• Como critério do DSM-5 os transtornos de ansiedade se diferenciam</p><p>do medo ou da ansiedade adaptativos e tornam-se patológicos quando</p><p>são excessivos ou persistem além de períodos apropriados causando</p><p>prejuízos na vida do indivíduo (CASTILLO et al., 2000).</p><p>Transtornos de Ansiedade</p><p>Para Freud (1926), a ansiedade pode ser resultado de libido contida, ou seja,</p><p>pulsões não realizadas ou resultado de experiências traumáticas</p><p>vivenciadas na infância, que foram rechaçados pelo Ego como um</p><p>mecanismo de defesa para a evitação da dor.</p><p>A ansiedade é uma resposta do Ego à ameaça de ocorrência de uma</p><p>situação traumática. Tal ameaça constitui ela própria uma situação de</p><p>perigo. A ansiedade funciona como uma espécie de desprazer moderado,</p><p>sendo utilizada pelo Ego para inibir algum processo excitatório do Id que seja</p><p>condição de perigo.</p><p>Concepção de Ansiedade em Psicanálise</p><p>Freud enumera diversos eventos específicos que são capazes de precipitar</p><p>situações de perigo, em diferentes épocas da vida, como o nascimento, a</p><p>separação da mãe, o perigo da castração e o medo da perda do amor do</p><p>Superego. Em quaisquer desses casos, o sinal de ansiedade reproduziria, de</p><p>forma atenuada, a reação de ansiedade vivida primitivamente em uma</p><p>situação traumática, permitindo o desencadeamento de operações de</p><p>defesa.</p><p>Concepção de Ansiedade em Psicanálise</p><p>• Resultado do conflito das inclinações do Id e as ameaças de punição do</p><p>Superego, onde o Id deseja algo que o Superego reprova e por consequência</p><p>é evocado no Ego uma sensação desconfortável relacionada ao medo, como</p><p>se a punição estivesse para acontecer (ameaça).</p><p>• Assim, o Ego acaba por criar mecanismos de defesa para alívio destes</p><p>sentimentos de temor e grande sofrimento.</p><p>• Tais mecanismos são criados pelo Ego para evitar o contato com os aspectos</p><p>da personalidade assim reprovados pelo Superego e assim geradores de</p><p>ansiedade.</p><p>Concepção de Ansiedade em Psicanálise</p><p>• Freud realizou uma diferenciação entre dois tipos de ansiedade:</p><p>• A “ansiedade realística” poderia ser mais adequadamente designada por</p><p>“medo”, visto referir-se a um objeto (situação) identificado;</p><p>• Enquanto a “ansiedade neurótica” se caracteriza pela indefinição do respectivo</p><p>objeto e/ou situação.</p><p>• Daí o caráter aparentemente consciente do medo, em contraste com a motivação</p><p>inconsciente da ansiedade.</p><p>• Caberia lembrar que também o medo depende da interpretação; o mesmo estímulo</p><p>(situação) provoca diferentes reações em diferentes pessoas. (GOLDGRUB, 2010, p.13).</p><p>Concepção de Ansiedade em Psicanálise</p><p>Concepção de Ansiedade em Psicanálise</p><p>• Freud buscando avançar no entendimento da ansiedade, visto a limitação da</p><p>definição da ansiedade realística, procurou definir a ansiedade neurótica como:</p><p>• Livremente flutuante, ou ansiedade expectante (“neurose de angústia típica”), TAG.</p><p>• Fobias: “medo desproporcional”, ainda que esse medo pareça compreensível em</p><p>alguns casos (animais perigosos, por exemplo). Em outras formas, como a</p><p>claustrofobia (ansiedade relacionada ao entrar em espaços fechados), ou em seu</p><p>oposto, a agorafobia (desencadeada por espaços abertos), a reação de ansiedade</p><p>parece incompreensível para um observador.</p><p>• Histeria e outras “formas de neurose grave” (como a neurose obsessiva). Nessa</p><p>terceira categoria não há qualquer perigo externo identificável.</p><p>Concepção de Ansiedade em Psicanálise</p><p>• É possível constatar que ansiedade neurótica não está necessariamente</p><p>relacionada ao perigo externo. Ela depende da interpretação sensível do</p><p>sujeito e, tal como sugere o entendimento de Freud, está relacionada à</p><p>pulsão e seu funcionamento interno no indivíduo. Nesse entendimento,</p><p>deve-se considerar não somente o perigo externo, relacionado à realidade,</p><p>mas o perigo interno, relacionado à constituição psíquica e pulsional do</p><p>indivíduo.</p><p>• Para Freud, a pulsão é uma espécie de energia dentro de nós que nos</p><p>impulsiona a fazer coisas.</p><p>• Freud propôs duas principais categorias de pulsões: as pulsões de vida</p><p>(também conhecidas como Eros) e as pulsões de morte (também conhecidas</p><p>como Thanatos).</p><p>• Ele acreditava que essa energia está sempre presente, conectando nosso</p><p>corpo e mente, e que é uma força poderosa em nossas vidas.</p><p>• Ele via as pulsões como energias que impulsionam o comportamento</p><p>humano, e acredita que essas pulsões estão presentes desde o nascimento,</p><p>influenciando nossas experiências e desejos ao longo da vida.</p><p>A Pulsão</p><p>•Para Freud a teoria da sexualidade infantil é a satisfação da</p><p>pulsão sexual, e o que faz com que as crianças tenham prazer em</p><p>algumas fases ao longo da infância, como no amamentar, a</p><p>defecação e a masturbação. (FREUD 1905/1996).</p><p>•A satisfação da pulsão sexual durante essas fases é essencial</p><p>para o desenvolvimento saudável da personalidade.</p><p>A Teoria da Sexualidade Infantil</p><p>A Teoria da Sexualidade Infantil</p><p>• Fase Oral:</p><p>• Necessidade de gratificação e saciedade;</p><p>• Pode-se formar personalidades fracas, dependentes, inseguras;</p><p>• Aumentando o risco de sintomas neuróticos.</p><p>• Fase Anal:</p><p>• Controle x expulsão;</p><p>• Passividade x atividade;</p><p>• Oposição x submissão</p><p>• Desenvolvimento de transtornos de compulsão.</p><p>A Teoria da Sexualidade Infantil</p><p>• Fase Fálica:</p><p>• Caracterizada pela curiosidade e a exploração do mundo, curiosidade</p><p>sexual, criação de teorias sexuais, aspectos narcísicos, angústia de</p><p>castração. (fase dos porquês na criança);</p><p>• Na fase fálica, o menino experimenta o sentimento de angústia pela</p><p>possibilidade de perder o falo e a menina sofre por já tê-lo perdido;</p><p>• Complexo de Édipo.</p><p>• Fase Genital:</p><p>• Na adolescência aparecem às primeiras manifestações de atração sexual a</p><p>outras pessoas;</p><p>• Período de maior socialização do indivíduo;</p><p>• Para Freud o mecanismo de defesa é um termo mais utilizado para</p><p>concepção de que o ego protege o indivíduo perante uma situação</p><p>desagradável e ameaçadora em uma determinada situação. (Freud,</p><p>1974).</p><p>• Um mecanismo de defesa é uma manipulação da percepção que tem</p><p>como intuito proteger o indivíduo da ansiedade. A percepção pode ser</p><p>de episódios internos, tais como os sentimentos e impulsos, ou de</p><p>episódios exteriores, tais como os sentimentos dos outros ou as</p><p>realidades do mundo (SILVA, 2020, p. 10).</p><p>• Regressão, Recalque, Formação Reativa, Projeção, Sublimação e etc.</p><p>Os Mecanismos de Defesa</p><p>• A transferência oferece ao paciente a oportunidade de reviver e reexaminar</p><p>padrões de relacionamento passados, permitindo que questões não</p><p>resolvidas sejam exploradas e compreendidas mais profundamente.</p><p>• Para o tratamento, a transferência positiva faz com que o paciente se sinta</p><p>confiante diante do tratamento e do analista, fazendo com que o paciente</p><p>apresente uma melhora positiva diante a doença. Com a transferência entre</p><p>o paciente e o analista, pode trazer uma facilidade no processo de análise.</p><p>(Freud, 1913).</p><p>Os Conceitos De Transferência</p><p>•A "atenção flutuante" o analista deve manter sua mente aberta e receptiva</p><p>durante a sessão, sem se prender a ideias preconcebidas ou julgamentos</p><p>sobre o paciente.</p><p>•O analista deve se distanciar emocionalmente e intelectualmente, buscando</p><p>entender o paciente de forma imparcial e profunda.</p><p>•Isso permite que o analista compreenda melhor o que está sendo</p><p>comunicado pelo paciente, inclusive</p><p>os aspectos inconscientes.</p><p>A Atenção Flutuante</p><p>Em suma, na vida adulta, somos o que foi sentido</p><p>e experenciado em nossa infância.</p><p>• Assim, haveriam apenas os Neuróticos (Síndromes depressivas e ansiosas),</p><p>Psicóticos (Esquizofrenia) e Perversos (Psicopata).</p>