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Resumo NP1 - Psicopatologia Especial2 – 7º semestre – Valdirene Oliveira - 21/09/2022 – p[ag. 1 Para entender o que são os sintomas psicóticos, vamos definir o “Transtorno Psicótico” Trata-se de um estado mental de perda de ligação com a realidade, o que pode resultar em alucinações, mudanças de personalidade, desordem nos pensamentos, além de delírios, problemas sociais e claras dificuldades para realizar tarefas cotidianas. (É como se a pessoa entrasse em um universo paralelo.) NEUROSE Todo reprimido se revolta contra o seu destino. É assim que nasce o funcionamento neurótico. (ex. da cunhada). Neuroses e psicoses são estruturas psíquicas. Estrutura é diferente de patologia. A estrutura já se dá na infância. É definida, mas ela pode ficar encubada até que surja um fator desencadeante. Algum acontecimento significativo que pode fazer a estrutura se manifestar. Neuroses são transtornos da afetividade que levam as pessoas a experimentarem sentimentos e reações motoras incomuns. No geral, um indivíduo que é neurótico sabe do seu problema, sofre com esse fato, porém, se sente incapaz de resolvê-lo. Na neurose, o conflito se dá quando o Id manifesta seus impulsos considerados por aquele sujeito como cruéis, egoístas, impróprios; sobretudo desejos sexuais (seja com pessoas não permitidas ou de maneiras não tradicionais). Na incapacidade de lidar com a culpa e a pressão, o sujeito então desloca aquele afeto para algo distante da sua configuração original, gerando os sintomas neuróticos. As neuroses, surgem pelo fato de o Eu não querer aceitar e promover a efetivação motora de um impulso instintual poderoso no Id, ou de contestar o objeto a que ele visa. O ego sente-se atingido pelos impulsos do Id, invoca motivos éticos e estéticos e se utiliza, nesse caso, do mecanismo de defesa chamado repressão. O reprimido cria representações substitutivas que Psicopatologia Especial - Resumo ETP Resumo NP1 - Psicopatologia Especial2 – 7º semestre – Valdirene Oliveira - 21/09/2022 – p[ag. 2 forçam uma conciliação com o Eu; este, por sua vez, combate esses derivados, gerando assim um quadro de neurose. Todas as defesas têm em comum a proteção do ego contra as demandas instintivas do id. Logo, a neurose corresponde a uma falha dessa repressão, pois o conteúdo reprimido reaparece e leva o sujeito a substituir algo que lhe daria prazer (mas que não seria aceito) por algo que lhe cause dor (o sintoma) “A neurose poderia equivaler a uma doença traumática, e apareceria em virtude da incapacidade de lidar com uma experiência cujo tom afetivo fosse excessivamente intenso”. (afeto patogênico = emoções que ligam o paciente aos primeiros momentos que teriam originado o seu adoecimento) PSICOSE É o resultado de um conflito entre o ego e o mundo externo. Seus principais mecanismos de defesa são a repressão, o isolamento e evitação. É um ego frágil que está a serviço do ID, afastando o sujeito da realidade. Aqui, predomina o desejo (o ID) Na Psicose se enfatiza dois momentos de sua constituição, a saber: primeiro a negação da realidade e depois a construção delirante como um remendo onde aconteceu um enorme rompimento. “Comum à irrupção de uma psiconeurose ou psicose é sempre a frustração, da não realização Psiquismo é definido como o conjunto de características psicológicas de um indivíduo. Fatores biopsicossociais (social é ambiente onde vive e como a pessoa percebe o mundo) influenciam na formação do psiquismo. a neurose não nega a realidade, apenas a evita ou a ignora; a psicose a nega a realidade e busca substituí-la por outra Resumo NP1 - Psicopatologia Especial2 – 7º semestre – Valdirene Oliveira - 21/09/2022 – p[ag. 3 No Mecanismo de Isolamento o indivíduo separa a ideia do afeto pelo qual ela estaria unida, assim, a ideia torna-se inocente, neutra. O afeto pode acabar aparecendo sem a ideia. É típico da neurose obsessiva, que consiste em isolar um comportamento ou pensamento de tal maneira, que as suas ligações com os outros pensamentos ficam interrompidas. É a quebra entre o que se sente e o que se fala – o sujeito experimenta crises de angústia sem saber por que – e vice e versa. O QUE É PERVERSÃO? A perversão é uma estrutura de personalidade em que se organiza um sujeito onde a busca pelo prazer é constante. A pessoa sabe que existem normas, são capazes de reconhecê-las, mas tendem a transgredi-las. Na modalidade clínica Freud escreveu que a Perversão é o negativo da Neurose, ou seja, aquilo que a Neurose suprimi para se constituir, a Perversão manifesta e coloca em ato. Podemos afirmar que ao contrário das Neuroses, a resposta de defesa das Perversões frente a realidade é a transgressão. No lugar de sentir culpa ou remordimento, o perverso costuma desfrutar desses momentos, não mostrando quaisquer sinais de ansiedade. Ao contrário, a ansiedade somente aparece nos momentos em que deseja transgredir e não consegue. O perverso costuma materializar seu desejo de perturbar a ordem natural das coisas, as normas estabelecidas, por meio de dois grandes grupos de comportamento: a perversão sexual e a perversão social. É natural reunirem características exibicionistas e descaradas, sendo impulsivas e manipuladoras. O perverso sofre de uma fixação numa certa forma de satisfação sexual pré genital. No caso de um perverso sádico, por exemplo, o sujeito toma a forma de obter prazer sexual, a sádica, como o elemento principal da relação. Ele leva e essa forma para a vida adulto e coloca essa forma no lugar do erotismo genital. Portanto, na vida adulta, ele substitui o prazer sexual genital (normal) por essa forma de prazer infantil em que ele ficou fixado. Resumo NP1 - Psicopatologia Especial2 – 7º semestre – Valdirene Oliveira - 21/09/2022 – p[ag. 1 Quadro Comparativo do modo de funcionamento NEUROSE PSICOSE PERVERSÃO neurose narcísica Definição Trata-se de um conflito entre o ego e o Id. É o resultado de uma repressão fracassada em que prevalece a realidade. O conflito se dá quando o Id manifesta seus impulsos considerados por aquele sujeito como cruéis, egoístas, impróprios; O ego sente-se atingido pelos impulsos do Id, invoca motivos éticos, estéticos, morais ou religiosos e coloca em ação o mecanismo da repressão. Logo, a neurose corresponde a uma falha na repressão de um conteúdo. O transtorno psicótico, também conhecido como psicose, é o resultado de um conflito entre o ego e o mundo externo.(realidade) É um ego no qual predomina o desejo e que está a serviço do ID. Trata-se de um estado mental de perda de ligação com a realidade, o que pode resultar em alucinações, mudanças de personalidade, desordem nos pensamentos, além de delírios, problemas sociais e claras dificuldades para realizar tarefas cotidianas. Trata-se de um conflito entre ego e Superego, É uma estrutura de personalidade na que a busca pelo prazer é constante. A pessoa sabe que existem normas, são capazes de reconhecê-las, mas tendem a transgredi-las. A perversão está ligada a uma dimensão erótica. A sua possibilidade de satisfação sexual está restrita a certas condições específicas como fetiches, sadismo etc. Sintomas Ansiedade, depressão, preocupação constante, medo de ir a determinados lugares, medo de determinadas situações, histeria, fobias diversas, entre outros. Pensamentos confusos, delírios, alucinações, alterações sentimentais, agitação e agressividade. a ansiedade aparece nos momentos em que deseja transgredir e não consegue. costuma materializar seu desejo de perturbar a ordem natural das coisas, por meio de dois grupos de comportamento: a perversão sexual e a perversão social. Mecanismo de defesa Repressão. Na neurose uma porção da realidade é evitada mediante a fuga, Projeção (mecanismo de transferir para o outro) Ao fazer a transferência para fora, o sujeito substitui seu verdadeiro desejo que provoca ansiedade e é intolerável por outro alvo que não produz ansiedade e é aceitável. O mecanismo de defesa específico da perversão é a denegação. Ele poder ser compreendido através do fetichismo. Assim se dá a denegação: a recusa em reconhecer um fato, um problema, um sintoma, uma dor. Resumo NP1 - Psicopatologia Especial2 – 7º semestre – Valdirene Oliveira - 21/09/2022 – p[ag. 2 NEUROSE PSICOSE PERVERSÃO neurose narcísica Características O sujeito sofre, mas não é desadaptado. Ele sabe do seu sintoma e tenta melhorar(É o ego e o superego junto com a realidade). a neurose não nega a realidade, apenas a evita ou a ignora; o prazer e o medo de ser punido estão na base de toda neurose. Todas as defesas têm em comum a proteção do ego contra as demandas instintivas do id. É um ego frágil que está a serviço do ID, afastando o sujeito da realidade. Aqui, predomina o desejo (o ID) a psicose a nega a realidade e busca substituí-la por outra É natural reunirem características exibicionistas e descaradas, sendo impulsivas e manipuladoras. A canalização de seu prazer é direcionada a algo que destoa do comum, considerado o movimento saudável da estrutura neurótica - parceiro, família, realização pessoal - para algo perverso e desejos fora do padrão. Podemos mencionar: pedofilia, zoofilia, entre outros. No lugar de sentir culpa ou remorso, o perverso costuma desfrutar desses momentos, não mostrando quaisquer sinais de ansiedade. Causas Precipitantes e constituintes A frustração é a causa precipitante mais óbvia. O indivíduo foi sadio enquanto sua necessidade de amor foi satisfeita por um objeto real no mundo externo; torna-se neurótico assim que esse objeto é afastado dele, sem que um substituto ocupe seu lugar. Outra causa precipitante da neurose é a tentativa de adaptar-se à realidade e de atender às exigências da realidade – tentativa no curso da qual se defronta com dificuldades internas insuperáveis. dois momentos na constituição da psicose a saber: primeiro a negação da realidade e depois a construção delirante como um remendo onde aconteceu um enorme rompimento. Frustração O perverso sofre de uma fixação numa certa forma de satisfação sexual pré genital. No caso de um perverso sádico, por exemplo, o sujeito toma a forma de obter prazer sexual, a sádica, como o elemento principal da relação. Ele leva e essa forma para a vida adulto e coloca essa forma no lugar do erotismo genital. Portanto, na vida adulta, ele substitui o prazer sexual genital (normal) por essa forma de prazer infantil em que ele ficou fixado. Obs A diferenciação das características e sintomas de tais transtornos acontecem, uma vez que, o sujeito neurótico compreende sua realidade objetiva, seus afetos e pensamentos, e é capaz de vivenciá-los, de tal forma que os sintomas normalmente não aparecem com seriedade, enquanto o sujeito psicótico se faz plenamente alheio à realidade Resumo NP1 - Psicopatologia Especial2 – 7º semestre – Valdirene Oliveira - 21/09/2022 – p[ag. 3 NEUROSE PSICOSE PERVERSÃO neurose narcísica objetiva e não é capaz de compreender nem vivenciar seus afetos e pensamentos, provocando sua auto vulnerabilidade para o desencadeamento de sintomas mais explícitos e severos. Na neurose acontece algo similar à perversão. O sujeito também fica fixado numa forma de prazer sexual infantil. Porém, ao invés de levá-la para a vida adulta, ele a reprime. Tal impulso reprimido se instala no inconsciente e de lá ele se manifesta de uma forma simbólica / disfarçada através dos sintomas próprios da neurose daquele sujeito. O neurótico poderia ser classificado como um “perverso reprimido”, já que o perverso exibe o resultado da sua fixação às claras e goza com conhecimento de causa – ele sabe o que lhe proporciona prazer. O neurótico não sabe como gozar, ele não sabe que através dos seus sintomas ele está satisfazendo impulsos perversos. NINGUÉM QUE É NEURÓTICO VIRA PSICÓTICO E VICE-VERSA. Neuroses e psicoses são estruturas psíquicas Resumo NP1 - Psicopatologia Especial2 – 7º semestre – Valdirene Oliveira - 21/09/2022 – p[ag. 1 SINDROMES PSICÓTICAS As síndromes psicóticas caracterizam-se por sintomas típicos como alucinação e delírios, pensamento desorganizado e comportamento claramente bizarro. (maior incidência em sintomas persecutórios, como ideia delirante e alucinação auditiva de conteúdo persecutório, desorganização profunda da vida mental e do comportamento, de qualidade diversa, que ocorre em quadros demenciais). Psicodinâmica tende a dar ênfase à perda da realidade, vivendo a égide do princípio do prazer e narcisismo. (falta insight). F20.0 - ESQUIZOFRENIA Quem deu o nome de esquizofrenia para a demência precoce, foi Bleuler (1911). A Esquizofrenia é principal forma de psicose, devido sua prevalência / frequência e importância clínica. (é considerada a mais importante das psicoses por trazer maiores prejuízos ao indivíduo). Considera-se que alguns sintomas são muitos significativos para o diagnóstico da esquizofrenia, particularmente aqueles que Kurt Schneider denominou “sintomas de primeira ordem”. VALOR DIAGNÓSTICO – O QUE ESPERAR Sentimentos de estranhamento Neotimia e ambivalência afetiva Perplexidade patológica Humor delirante (normalmente é o que precede um quadro de psicose) Sentimentos e vivências de perseguição e insegurança Apatia Anedonia Hipomodulação do afeto Distanciamento e indiferença afetiva Embotamento e vazio afetivo Resumo NP1 - Psicopatologia Especial2 – 7º semestre – Valdirene Oliveira - 21/09/2022 – p[ag. 2 Aqui, os sintomas positivos ou negativos não têm uma conotação de bons para positivo e ruins para negativo. Entende-se por positivo o fato de o sintoma estar presente e por negativo, o fato de estar ausente Questão de Prova Sintomas de primeira ordem – sintomas positivos (valorizados por Kurt Schneider (1939), Ele valorizou sintomas positivos. (entendendo por sintomas positivos, aqueles que estão presentes além do considerado normal. Ou seja, o delírio e a alucinação São eles: 1. Percepção delirante. é um tipo especialmente importante de delírio. O delírio surge a partir de uma percepção normal que recebe, imediatamente ao ato perceptivo, significação delirante. Trata-se de processo com duas vertentes (perceptiva e ideativa) que ocorrem de forma simultânea. Por exemplo, ao entrar na sala, o indivíduo vê um lenço amarelo sobre a mesa (uma percepção real); ao vê-lo, logo entende que se trata de conspiração contra ele, que querem matá-lo (atribuição de um significado delirante à percepção normal). A percepção delirante é vivenciada como uma revelação, uma descoberta abrupta que o indivíduo faz, passando, então, a entender tudo o que se passa. (É algo percebido com convicção. O sujeito não tem dúvida sobre a sua interpretação e sobre como ele percebe aquela situação) 2. Alucinações auditivas características. Vozes que comentam e/ou comandam a ação do indivíduo. 3. Eco do pensamento ou sonorização do pensamento. O paciente escuta seus pensamentos ao pensá-lo. 4. Difusão do pensamento. Sensação de que os sentimentos são ouvidos ou percebidos pelos outros (divulgação do pensamento). 5. Roubo do pensamento. Sensação do pensamento ser inexplicavelmente extraído de sua mente. 6. Distúrbios da vivência do eu. Vivências de influência sobre o corpo ou sobre a vida mental. Aqui, dois tipos de vivências de influência são mais significativos: Vivências de influência na esfera corporal ou ideativa. Tipos de vivências mais significativas: Vivências de influência corporal. Experiencias nas quais o indivíduo sente uma influência, forçaou que um ser externo age sobre seu corpo, sobre seus órgãos, emitindo raios, influenciando as funções corporais etc. Vivências de influências de pensamento. Referem-se à experiência que algo influencia seus pensamentos, paciente recebe pensamentos impostos Resumo NP1 - Psicopatologia Especial2 – 7º semestre – Valdirene Oliveira - 21/09/2022 – p[ag. 3 de fora, pensamentos feitos, posto em seu cérebro etc. Também as vivências corporais ou ideativas têm a qualidade de ser experimentada como feitas, como impostas de fora. Os sintomas de primeira ordem indicam a profunda alteração do eu-mundo (diferença entre o que eu sou e o que o mundo é – mecanismos esquizoides – confusão entre o que é meu sentimento e o que é de fora) o dano radical das “membranas” que delimitam o Eu em relação ao mundo, uma perda marcante da dimensão da intimidade. ATENÇÃO Alucinações visuais são mais frequentes em quadros neurológicos e neuropsicológicos. Logo, quando há relato de alucinação visual, a primeira coisa a se fazer é caracterizar se é uma alucinação, de fato. Se as características de imagem perceptiva real forem confirmadas, é mandatório que se descarte outra doença que não seja um transtorno mental, Já que nos transtornos mentais as alucinações podem acontecer. mas precisa investigar uma doença orgânica primeiro. Os psicopatólogos do início do sec. XX distinguiram 4 subtipos de esquizofrenia. A forma paranoide, caracterizadas por alucinações e ideias delirantes de conteúdo persecutório. A forma catatônica, marcada por alterações motoras, hipertonia, flexibilidade cerácea e alterações da vontade, como negativismo, mutismo e impulsividade. A forma hebefrênica, caracterizada por pensamento desorganizado, comportamento bizarro e afeto pueril. Forma simples, no qual, apesar de faltarem sintomas característicos, observa- se lento e progressivo empobrecimento psíquico e comportamental, como negligência quanto aos cuidados de si, embotamento afetivo e distanciamento social. F20.0 - ESQUIZOFRENIA PARANOIDE A forma paranoide é caracterizada por ideias delirantes de conteúdo persecutório. Classicamente, esse tipo é marcado pela presença de delírios Resumo NP1 - Psicopatologia Especial2 – 7º semestre – Valdirene Oliveira - 21/09/2022 – p[ag. 4 de perseguição ou grandeza e alucinações particularmente auditivas. A percepção está comprometida. (sempre que ouvir “paranoide” terá uma ligação com perseguição) As perturbações do afeto, da vontade, da linguagem e os sintomas catatônicos, estão ausentes, ou são relativamente discretos. Indivíduos com esquizofrenia paranoide tendem a ser tensos, desconfiados, cautelosos, reservados e, às vezes, hostis ou agressivos, mas também ocasionalmente capazes de se comportar de forma adequada em algumas situações sociais. Sua inteligência nas áreas que não são invadidas pela psicose tende a permanecer intacta. Uma das características marcantes é o surto. A pessoa está bem e de repente se transforma a passa a agir com agressividade. Nas últimas décadas, tem-se dado mais importância à diferenciação da esquizofrenia em três subtipos. 7. Síndrome negativa ou deficitária. 8. Síndrome positiva ou produtiva. 9. Síndrome desorganizada SÍNDROME NEGATIVA OU DEFICITÁRIA (SINTOMAS NEGATIVOS). Caracterizam-se pela perda de certas funções psíquicas (vontade, pensamentos, linguagem) e pelo empobrecimento global da vida afetiva, cognitiva e social do indivíduo. Caracterizam-se pela perda de certas funções psíquicas (vontade, pensamentos, linguagem) e pelo empobrecimento global da vida afetiva, cognitiva e social do indivíduo. Os principais sintomas ditos negativos ou deficitários nas síndromes esquizofrênicas são: Distanciamento afetivo, em graus variáveis até mesmo embotamento afetivo, perda da capacidade de sintonizar afetivamente com as pessoas, de mostrar ressonância afetiva no contato interpessoal. Retração social, isolamento progressivo do convívio social; Empobrecimento da linguagem e do pensamento (alogia); Diminuição da fluência verbal. Resumo NP1 - Psicopatologia Especial2 – 7º semestre – Valdirene Oliveira - 21/09/2022 – p[ag. 5 Diminuição da vontade (avolição) e hipopragmatismo, dificuldade ou incapacidade de realizar ações, tarefas, trabalhos minimamente organizados que exijam mínimo de iniciativa, organização e monitorização comportamental e persistência. Negligência quanto a si, que se revela pelo descuido consigo mesmo, pela falta de higiene, por desinteresse em relação à própria aparência, saúde, vestimenta. Lentificação e empobrecimento psicomotor, com restrição do repertório da esfera gestual e motora. O distanciamento afetivo e retração social, corresponde até certo ponto no que Eugen Bleuler denominou de autismo esquizofrênico. (marcado pela inacessibilidade do mundo interno, mutismo, negativismo, atitudes e comportamentos rígidos, pensamento bizarro etc). Bleuler enfatizou os aspectos negativos da doença. não considerava delírios e alucinações como os sintomas principais da doença. Isso para ele, eram sintomas acessórios ou secundários. Os sintomas principais para ele eram apenas a desorganização do pensamento e o embotamento afetivo . O distanciamento afetivo e retração social, corresponde até certo ponto no que Eugen Bleuler denominou de autismo esquizofrênico. (marcado pela inacessibilidade do mundo interno, mutismo, negativismo, atitudes e comportamentos rígidos, pensamento bizarro etc). SÍNDROME POSITIVA OU PRODUTIVA (SINTOMAS POSITIVOS) Ao contrário dos sintomas negativos, que se manifestam pelas ausências e déficits comportamentais, os sintomas positivos são manifestações novas, (diferente do que é típico; espécie de revelação – Por exemplo: todo mundo sente tristeza, mas nem todo mundo que está triste está sofrendo de depressão), floridas e produtivas do processo esquizofrênico. Os principais sintomas positivos das síndromes esquizofrênicas, são: 1. Alucinações, ilusões (surgem com frequência em quadros delirantes) ou pseudoalucinações auditivas (mais frequentes), visuais ou de outro tipo. 2. Ideias delirantes, de conteúdo paranoide, de autorreferente, de influência ou de outra natureza. 3. Comportamento bizarro, atos impulsivos. (atos realizados sem pensar nas consequências) 4. Agitação Psicomotoras. 5. Ideias bizarras, não necessariamente delirantes. Resumo NP1 - Psicopatologia Especial2 – 7º semestre – Valdirene Oliveira - 21/09/2022 – p[ag. 6 6. Produções linguísticas novas como neologismos e parafasias. TRANSTORNO DELIRANTE (PARANÓIA) E ESQUIZOFRENIA TARDIA (PARAFRENIA). Forma de psicose pelo surgimento / desenvolvimento de um delírio ou sistema delirante com relativa preservação da personalidade e do resto do psiquismo do indivíduo. A paranoia se caracteriza por delírio geralmente organizado e sistematizado, as vezes com temática complexa que permanece cristalizado, em um domínio da personalidade do paciente. Ocorre geralmente em pacientes com mais idade (acima de 40 anos) com curso crônico. CID-10. F20-F29 Esquizofrenia, transtornos esquizotípicos e transtornos delirantes Este agrupamento reúne a esquizofrenia, a categoria mais importante deste grupo de transtornos, o transtorno esquizotípico e os transtornos delirantes persistentes e um grupo maior de transtornos psicóticos agudos e transitórios. Os transtornos esquizoafetivos foram mantidos nesta seção, ainda que sua natureza permaneça controversa. Os transtornos esquizofrênicos se caracterizam em geral por distorções fundamentais e características do pensamento e da percepção, e por afetos inapropriados ou embotados. Usualmente mantém-se clara a consciência e a capacidade intelectual, embora certos déficits cognitivos possam evoluir no curso do tempo. Os fenômenos psicopatológicos mais importantes incluem o eco do pensamento, a imposição ou oroubo do pensamento, a divulgação do pensamento, a percepção delirante, ideias delirantes de controle, de influência ou de passividade, vozes alucinatórias que comentam ou discutem com o paciente na terceira pessoa, transtornos do pensamento e sintomas negativos. A evolução dos transtornos esquizofrênicos pode ser contínua, episódica com ocorrência de um déficit progressivo ou estável, ou comportar um ou vários episódios seguidos de uma remissão completa ou incompleta. Não se deve fazer um diagnóstico de esquizofrenia quando o quadro clínico comporta sintomas depressivos ou maníacos no primeiro plano, a menos que se possa estabelecer sem equívoco que a ocorrência dos sintomas esquizofrênicos fosse anterior à Resumo NP1 - Psicopatologia Especial2 – 7º semestre – Valdirene Oliveira - 21/09/2022 – p[ag. 7 dos transtornos afetivos. Significa que quando esse paciente está num episódio maníaco ou depressivo ele está entrando em psicose secundária ao quadro. Ex.: o sujeito está num quadro depressivo e começa a delirar. A psicose se configura como secundária porque a causa dos sintomas psicóticos é a depressão. (primário) Investigar se ele já tinha psicose e teve uma depressão secundária ou se a psicose é secundária por causa da depressão. Além disto, não se deve fazer um diagnóstico de esquizofrenia quando existe uma doença cerebral manifesta, intoxicação por droga ou abstinência de droga. Quanto mais cenográfica for a alucinação, mais deveremos investigar as questões orgânicas ATENÇÃO Alucinações visuais são mais frequentes em quadros neurológicos e neuropsicológicos. Logo, quando há relato de alucinação visual, a primeira coisa a se fazer é caracterizar se é uma alucinação, de fato. Se as características de imagem perceptiva real forem confirmadas, é mandatório que se descarte outra doença que não seja um transtorno mental, Já que nos transtornos mentais as alucinações podem acontecer. mas precisa investigar uma doença orgânica primeiro. TRANSTORNOS DA PERSONALIDADE Definições Básicas Personalidade é o conjunto de características psicológicas que determinam os padrões de pensar, sentir e agir, ou seja, a individualidade pessoal e social de alguém. A formação da personalidade é processo gradual, complexo e único a cada indivíduo. (definição do Flávio) Traços ou base de personalidade são tendências, características, modos específicos, que são estáveis e determinantes para a personalidade do indivíduo. (sou uma pessoa insegura, sou uma pessoa que se irrita com facilidade, sou uma pessoa ousada, sou uma pessoa vingativa). Personalidade, cada um tem a sua. Isso não é um problema, desde que ela não cause problemas. Resumo NP1 - Psicopatologia Especial2 – 7º semestre – Valdirene Oliveira - 21/09/2022 – p[ag. 8 Os Transtornos de personalidade se configuram, quando esses traços se tornam padrões persistentes de pensar, perceber, reagir e se relacionar que causam sofrimento significativo ou comprometimento funcional. A personalidade é uma junção de 50/60% de genética (temperamento) e 40/50% do que a pessoa vivencia (caráter) A 5a edição do DSM-5 define um transtorno da personalidade geral como um padrão persistente de experiência interna e comportamento que se desvia acentuadamente das expectativas da cultura do indivíduo; o padrão é inflexível; começa na adolescência ou no início da idade adulta; é estável ao longo do tempo; leva a sofrimento ou prejuízo; e se manifesta em pelos menos duas das quatro áreas seguintes: cognição, afetividade, funcionamento interpessoal ou controle de impulsos. Quando os traços de personalidade são rígidos e mal-adaptativos e produzem prejuízo funcional, ou sofrimento subjetivo, é possível diagnosticar um transtorno da personalidade. A dificuldade e a importância de fazer o diagnóstico diferencial no Transtorno da personalidade O quadro sindrômico parte da base ou traço da personalidade do sujeito. Quando falamos que uma pessoa é egoísta, rígida, emotiva etc, estamos falando de um traço de personalidade e não de um transtorno. (quando acontece um impacto importante na vida do sujeito, a tendência existente na sua base de personalidade se potencializa tendendo a levar ao quadro sindrômico) Se o paciente tiver uma base de personalidade esquizoide ele vai tender a apresentar adoecimento psicótico. Se o paciente tiver uma base de personalidade neurótica ele vai tender a apresentar quadro sindrômico neurótico. Resumo NP1 - Psicopatologia Especial2 – 7º semestre – Valdirene Oliveira - 21/09/2022 – p[ag. 9 Ex.: uma pessoa que apresenta características de personalidade obsessiva. Quando ela abre o quadro sindrômico, terá uma tendência a ser TOC. Podemos dizer que ao entrar num quadro sindrômico a personalidade adoece. Supondo que o sujeito seja fumante – quando passa por uma situação de impacto, ele fuma mais; quando ele já é tímido, no quadro sindrômico ele se isola mais e assim por diante. Logo, quando o sujeito é exposto à situações de violência, a sua base de personalidade se ativa e se intensifica. Por isso é importante levar em consideração a personalidade do sujeito para evitar um diagnóstico de depressão em alguém que pode ter apenas brigado com a namorada. Ao longo dos últimos dois séculos, a categoria “transtorno da personalidade” (TP) foi nomeado de diversas formas: Insanidade moral Monomania moral caracteropatia (Transtorno ou neurose de caráter) psicopatia e, por fim, transtorno da personalidade Entretanto, um termo que se tornou popular entre os profissionais da saúde mental, migrando para o uso popular, foi psicopatia. Tal termo foi, infelizmente, utilizado de modo muito impreciso e variável, identificando-se psicopatia ora com personalidade antissocial ou sociopática, ora com transtornos da personalidade em geral, sendo até usado como sinônimo de transtorno mental em geral. Os transtornos da personalidade estão reunidos em três grupos, com base em semelhanças descritivas. Padrão persistente de experiência interna (sente a ela mesma e aos outros) e comportamento que se desvia acentuadamente das expectativas da cultura do indivíduo, é difuso e inflexível, começa na adolescência ou no início da vida jovem é estável ao longo do tempo e leva a sofrimento e prejuízo. Os subtipos de transtorno da personalidade classificados no DSM-5 são: Resumo NP1 - Psicopatologia Especial2 – 7º semestre – Valdirene Oliveira - 21/09/2022 – p[ag. 10 Quadro 25.2 | Transtornos da personalidade segundo o DSM-5 e a CID-11 ESQUISITICE/DESCONFIANÇA GRUPO A esquizotípico, esquizoide e paranoide IMPULSIVIDADE/MANIPULAÇÃO GRUPO B narcisista, borderline, antissocial e histriônico ANSIEDADE/CONTROLE GRUPO C obsessivo-compulsivo, dependente e evitativo Inclui três transtornos com características estranhas ou de afastamento. Aqui o conflito é com o mundo externo. Inclui quatro transtornos com características dramáticas, impulsivas ou erráticas. Aqui o conflito é com o superego. Inclui três transtornos que compartilham características de ansiedade e medo. Aqui o conflito é com o mundo interno (o neurótico). Esquizoide (Distanciamento) Indiferença Distante, sem relações íntimas Esquisito (estranho) Vive no seu próprio mundo Solitário Não se emociona (imperturbável) Borderline/emocionalmente instável Relações pessoais muito instáveis Atos autolesivos repetitivos Humor muito instável Impulsivo e explosivo Graves problemas de identidade Sentimentos intensos de vazio Anancástico ou obsessivo Rígido, metódico, minucioso Não tolera variações ou improvisações Perfeccionista e escrupuloso Muito convencional, segue rigorosamente as regras Controlador (dos outros e de si) Paranoide Desconfiança constante Sensívelàs críticas Rancoroso, arrogante Culpa os outros Reivindicativo Sente-se prejudicado nas relações Antissocial (Dissocial) Frio, insensível Sem compaixão Agressivo, cruel Não sente culpa ou remorso Irresponsável, inconsequente Mente recorrentemente Aproveita-se dos outros Dependente Depende em alto grau Necessita muito agradar Desamparado quando sozinho Sem iniciativa Sem energia Sem autonomia pessoal Esquizotípico Ideias e crenças estranhas e de autorreferência Desconforto nas relações interpessoais Pensamento muito vago e excessivamente metafórico Aparência física excêntrica Obs.: Não está na CID-11 como TP. Histriônico Busca atenção, visa ser o centro das atenções Dramatiza, é muito teatral Sugestionável e superficial Manipulador Discurso vago, impressionista Erotiza situações não normalmente erotizáveis Evitativo Evita ao máximo interações sociais Sentimentos constantes de inadequação Muita sensibilidade à avaliação negativa Obs.: Não está na CID-11 como TP. Narcisista Tem necessidade intensa e constante de admiração, sente-se muito superior, muito melhor que os outros Grandiosidade Obs.: Não está na CID-11 como TP. Resumo NP1 - Psicopatologia Especial2 – 7º semestre – Valdirene Oliveira - 21/09/2022 – p[ag. 11 F60.0 - TRANSTORNO DA PERSONALIDADE PARANOIDE Transtorno da personalidade paranoide 301.0 (F60.0) - A principal característica do Transtorno de Personalidade Paranoide é a tendência à desconfiança de estar sendo explorado, passado para trás ou traído, mesmo que não haja motivos. (O sujeito projeta um impulso / fantasia de traição no outro e introjeta o outro como traidor. Atua com ansiedade de culpaou de projeção) Sensibilidade excessiva a rejeições e contratempo. Tendência a guardar rancores. Desconfiança excessiva e tendência exagerada a distorcer as experiencias por interpretar erroneamente as ações neutras ou amistosas de outros como hostis ou depreciativas. Obstinado senso de direitos pessoais e sensação de estar sendo injustiçado por relação a esses direitos, em desacordo com a situação real. Suspeitas recorrentes, sem justificativa, com respeito a fidelidade sexual do parceiro. Preocupação com as explicações “conspiratórias”, sem fundamento em dados reais. F60.1 - TRANSTORNO DA PERSONALIDADE ESQUIZOIDE Transtorno da personalidade esquizoide 301.20 (F60.1) - é um padrão de distanciamento das relações sociais e uma faixa restrita de expressão emocional. Principalmente no contexto das relações interpessoais. O indivíduo apresenta capacidade limitada para expressar sentimentos calorosos, ternos ou raiva para com os outros. Para o diagnóstico, deve haver, então, pelo menos quatro ou mais das características apresentadas a seguir: Distanciamento afetivo, afeto embotado, aparente frieza emocional. Capacidade limitada de expressar sentimentos calorosos, ternos ou raiva para com os outros. Indiferença aparente a elogios ou críticas. Resumo NP1 - Psicopatologia Especial2 – 7º semestre – Valdirene Oliveira - 21/09/2022 – p[ag. 12 Poucas atividades produzem prazer. Pouco interesse em ter experiência sexuais com terceiro. Preferência quase invariável por atividades solitárias. Preocupação excessiva com fantasia e introspecção. Ausência de amigos íntimos ou relacionamentos confidentes. Insensibilidade marcante em relação a normas e convenções sociais. F21 - TRANSTORNO DA PERSONALIDADE ESQUIZOTÍPICA Transtorno da personalidade esquizotípica 301.22 (F21) - é um padrão de desconforto agudo nas relações íntimas, distorções cognitivas ou perceptivas e excentricidades do comportamento. (tipo esquizofrenia) As pessoas com TP esquizotípica apresentam um padrão, ao longo da vida, de aspectos da personalidade em que há desconforto em relacionamentos pessoais, sobretudo à medida em que a intimidade aumenta. Elas têm dificuldades e desconfianças nas relações interpessoais e apresentam, com certa frequência, distorções cognitivas (na forma de perceber e interpretar os fatos) e perceptivas (têm sensações estranhas, percebem coisas no seu corpo, ao seu redor), relacionadas, às vezes, à paranormalidade, a percepções anômalas. Pessoas com tal perfil recebem o diagnóstico de TP esquizotípica se apresentam cinco ou mais das seguintes características: Desconforto e incapacidade importante para ter relações interpessoais intimas. Frequentes ideias de autorreferência (tudo que acontece no mundo se refere a ele). Ideias e crenças estranhas, tendendo ao pensamento mágico. Experiencias perceptivas incomuns, incluindo ilusões corporais. Pensamento e discursos incomuns, estranhos, por exemplo, pensamento vago, exageradamente metafórico, hiperelaborado ou estereotipado. Ideação paranoide, individuo muito desconfiado. Afetos inapropriados ou muito reduzidos. Comportamento e/ ou aparência física (inclusive vestimenta) estranhos, os pacientes parecem excêntricos ou muito peculiares. Resumo NP1 - Psicopatologia Especial2 – 7º semestre – Valdirene Oliveira - 21/09/2022 – p[ag. 13 Ausência de amigos íntimos ou confidentes, além dos parentes de primeiro grau. Ansiedade excessiva em situações sociais, que não diminui com a familiaridade em relação a tal situação ou colorida com ideação paranoide. F60.2 - TRANSTORNO DA PERSONALIDADE ANTISSOCIAL (TPA) (SOCIOPATIA, “PSICOPATIA”) Transtorno da personalidade antissocial 301.7 (F60.2) - é um padrão de desrespeito e violação dos direitos dos outros. Segundo a tradição psicopatológica, pessoas com TPA têm muita dificuldade nas relações interpessoais; falta-lhes sensibilidade ao sofrimento dos outros (ou podem apresentar mesmo elementos de sadismo, tendo satisfação ou prazer com o sofrimento alheio). Há um padrão difuso de desconsideração pelas outras pessoas, violação dos direitos alheios. A tendencia pode se manifestar desde a infância, mas o diagnóstico só pode ser fechado aos 18 anos Indiferença e insensibilidade pelos sentimentos alheios. Irresponsabilidade e desrespeito por normas, regras e obrigações sociais. Incapacidade de manter relacionamento, embora não haja dificuldade em estabelecê-los. Muito baixa tolerância a frustrações e baixo limiar de descarga de agressão, inclusive violência. Incapacidade de experimentar culpa e de aprender com a experiência, particularmente com a punição. Propensão marcante para culpar os outros para oferecer racionalizações plausíveis para seu comportamento que gerou seu conflito com a sociedade. Crueldade e sadismo são frequentes nessa personalidade. Resumo NP1 - Psicopatologia Especial2 – 7º semestre – Valdirene Oliveira - 21/09/2022 – p[ag. 14 F60.3 - TRANSTORNO DA PERSONALIDADE BORDERLINE Transtorno da personalidade borderline 301.83 (F60.3) - é um padrão de instabilidade nas relações interpessoais, na autoimagem e nos afetos, com impulsividade acentuada. (emocionalmente instável) Sua essência é não querer ser rejeitado. Ele quer o seu amor. Ele se acha uma pessoa inferior... não tem uma identidade... (existe uma perturbação quanto aos próprios objetivos) busca a sua identidade no outro. É por isso que ele se torna dependente de outra pessoa (adesivado) A grande maioria desses pacientes irá apresentar outro transtorno mental ao longo da vida (mais frequentemente transtornos do humor e/ou transtorno por uso de álcool e outras substâncias). Instabilidade emocional intensa. Sentimentos crônicos de vazio. Relacionamentos pessoais intensos, mas muito instáveis, oscilando em curtos períodos de uma grande “paixão” ou “amizade” para “ódio” e “rancor” profundos. Esforços excessivos para evitar abandono. Dificuldades serias e instabilidade com relação a autoimagem, aos objetivose as preferências pessoais (inclusive a sexual) Atos repetitivos de autolesão, envolvendo-se em atuações perigosas (como guiar altamente embriagado, intoxicar-se com diversas substâncias). Atos suicidas repetitivos. O TPB implica marcante impacto sobre a vida pessoal e social dos indivíduos acometidos, assim como na de seus familiares e pessoas próximas. F60.81 - TRANSTORNO DA PERSONALIDADE NARCISISTA Transtorno da personalidade narcisista 301.81 (F60.81) - é um padrão de grandiosidade, necessidade de admiração e falta de empatia. Nesse TP, observa-se um padrão de comportamentos em vários contextos e ao longo da vida no qual predominam a necessidade de ser admirado, a grandiosidade (em fantasia ou na vida real) e a falta de empatia. Resumo NP1 - Psicopatologia Especial2 – 7º semestre – Valdirene Oliveira - 21/09/2022 – p[ag. 15 O narcisista traz em sua essência, a necessidade de sentir-se superior a tudo e a todos. Não dá tanta ênfase a aparência física como o histriônico, mas se atribui valores intelectuais, talentos, dons e beleza, muito acima do que ele tem ou gostaria de ter, de fato. Por traz de todo prepotente sempre há sempre um impotente. O indivíduo apresenta um senso grandioso (e irreal) da importância de sua pessoa. Julga ter talentos especiais, espera ser reconhecido como superior, sem que tenha feito algo concreto para isso. Muito voltado para fantasias de grande sucesso pessoal, de poder, brilho, beleza ou de um amor ideal. Acha-se excepcionalmente “especial” e “único”, acreditando que só pessoas ou instituições também excepcionalmente especiais ou únicas podem estar à sua altura. Requer admiração excessiva. Tende a ser explorador nas relações interpessoais, buscando vantagens sobre os outros para atingir o seu fim de sucesso pessoal. Sem empatia pelas pessoas comuns. Frequentemente invejoso dos outros ou do sucesso alheio, acha sempre que os outros tem inveja dele. F60.4 - TRANSTORNO DA PERSONALIDADE HISTRIÔNICA Transtorno da personalidade histriônica 301.50 (F60.4) - é um padrão de emocionalidade e busca de atenção em excesso. Segundo a CID-10, caracteriza-se por autodramatização (são bastante gestuais e sempre contam o quanto sofreram), , teatralidade, expressão exagerada de emoções, sugestionabilidade, afetividade superficial e lábil, busca contínua de excitação, sedução inapropriada em aparência ou comportamento (uso de roupas e maquiagens provocativas), preocupação excessiva com atratividade física. dramatização, teatralidade, expressão exagerada das emoções. Resumo NP1 - Psicopatologia Especial2 – 7º semestre – Valdirene Oliveira - 21/09/2022 – p[ag. 16 Sugestionabilidade aumentada, facilmente influenciado por outros ou pelas circunstâncias. Afetividade superficial, pueril e lábil. Busca contínua de atenção e apreciação pelos outros, quer ser o centro das atenções. Sedução inapropriada em aparência ( vestimenta maquiagem) e comportamento. Erotização de situações não estritamente eróticas (consulta ao dentista, analista audiência...) infantilidade, tendência a reações infantis, pouca tolerância à frustração. F60.5 - TRANSTORNO DA PERSONALIDADE OBSESSIVA OU ANANCÁSTICA. Transtorno da personalidade obsessivo-compulsiva 301.4 (F60.5) - é um padrão de preocupação com ordem, regras, perfeccionismo, detalhes e controle. Esse TP tende a ser mais frequente em pessoas com maior escolaridade, casadas e empregadas. Há indivíduos que têm traços obsessivo compulsivos e são bem-adaptados a tais traços; entretanto, o TP obsessivo compulsiva com frequência se associa a transtornos de ansiedade. Pessoas com esse transtorno procrastinam mais, em função de suas exigências e ideal de perfeição) Trata-se de pessoas, de modo geral, muito controladoras em relação a sua vida e suas relações interpessoais, que apresentam estilo perfeccionista e carente de flexibilidade. Por serem muito críticos, acreditam que os outros também sejam e os vejam com os mesmos olhos que eles as veem. Preocupação excessiva com detalhes, regras, listas, ordem, organização ou esquemas. Perfeccionismo que interfere na conclusão das tarefas. Dúvidas excessivas em assuntos irrelevantes. Resumo NP1 - Psicopatologia Especial2 – 7º semestre – Valdirene Oliveira - 21/09/2022 – p[ag. 17 Cautela demasiada. Rigidez e teimosia. Insistência incomum para que os outros se submetam-se exatamente à sua maneira de fazer as coisas. Excesso e escrúpulos e preocupações indevida com detalhes da vida. A rigidez impede ou anula o prazer nas relações interpessoais. Adesão excessiva às convenções sociais e certo pedantismo. O obsessivo tende a achar que está sofrendo de compulsão alimentar, só porque se pegou pensando numa feijoada ou por ter se excedido diante de um peru de natal. F60.6 - TRANSTORNO DA PERSONALIDADE ANSIOSA OU EVITATIVA Transtorno da personalidade evitativa 301.82 (F60.6) - é um padrão de inibição social, sentimentos de inadequação e hipersensibilidade a avaliação negativa. (sempre tensos e preocupados – tendência para o TAG) Há, nesse TP, um padrão importante de inibição social, sentimentos marcantes de inadequação e uma sensibilidade muito acentuada diante da possibilidade de receber avaliações negativas das outras pessoas. Estado constante de tensão e apreensão. Crença de ser socialmente desinteressante ou inferior aos outros. Preocupação ou medo excessivo em ser criticado ou rejeitado. Restrições na vida diária devido à necessidade de segurança física ou psíquica. Evitação de atividades sociais e ocupacionais que envolvam contato interpessoal significativo, principalmente por medo de críticas, desaprovação ou rejeição. F60.7 - TRANSTORNO DA PERSONALIDADE DEPENDENTE Resumo NP1 - Psicopatologia Especial2 – 7º semestre – Valdirene Oliveira - 21/09/2022 – p[ag. 18 Transtorno da personalidade dependente 301.6 (F60.7) - é um padrão de comportamento submisso e apegado relacionado a uma necessidade excessiva de ser cuidado. Muitas vezes o dependente tem um potencial que ele não reconhece. Os indivíduos que apresentam esse TP são, de modo geral, muito dependentes de outras pessoas (com frequência de uma pessoa principal); como consequência, acabam por se submeter de forma intensa a elas. Temem intensamente a separação dessa(s) pessoa(s). Nesse contexto, são indivíduos que se percebem como incapazes, sem habilidades pessoais, até para tomar decisões na vida diária, como o que vestir, com quem devem ter amizade, o que fazer no trabalho, etc. Para o diagnóstico desse TP, é necessária a presença de pelo menos cinco das seguintes características: Subordinação das próprias necessidades e desejos aqueles dos outros dos quais é dependente. Solicitação constante de que outros (dos quais depende) tomem as decisões importantes em sua vida pessoal. Sentimento de desamparo quando sozinho por causa de medo exagerado de ser capaz de se cuidar. Preocupação e/ ou medo exagerado de ser abandonado pelas pessoas das quais depende. Capacidade limitada de tomar decisões cotidianas sem excesso de conselhos e reasseguramento pelos outros. Relutância em fazer exigências ainda que razoáveis as pessoas das quais depende.
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