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<p>N O VA E S C O L A 2 0 2 2 • T E X T O V I C T O R S A N T O S E D I Ç Ã O L I S A N D R A M AT I A S C O N S U LT O R I A S U E L I F U R L A N I L U S T R A Ç Ã O YA S M I N D I A S D E S I G N D U D A O L I VA</p><p>Como ocorrem as enchentes?</p><p>Enchentes e suas características</p><p>Enchente é o nome dado ao</p><p>fenômeno social da inundação</p><p>de um rio. Antes de detalhar</p><p>suas causas e efeitos, vale</p><p>explicar o que são os rios: trata-</p><p>se de grandes reservatórios</p><p>de água, em geral água doce,</p><p>que seguem um curso, fluindo</p><p>em direção a um lago, oceano,</p><p>mar ou a outro rio. Um ponto</p><p>essencial é que eles possuem</p><p>extensão e volume de água,</p><p>e esse volume pode dobrar</p><p>ou triplicar após períodos</p><p>de chuvas, e diminuir nos</p><p>momentos de seca. Outro</p><p>aspecto a ser observado é</p><p>a região em torno de um rio</p><p>principal ou seus afluentes:</p><p>é ali, nas chamadas bacias</p><p>hidrográficas, que a água</p><p>das precipitações vai escoar.</p><p>Quando ocorre uma cheia em</p><p>um rio, o excesso de água</p><p>atinge as áreas planas da bacia</p><p>que são adjacentes aos leitos</p><p>– denominadas planícies de</p><p>inundação, planícies aluviais ou</p><p>áreas de várzea.</p><p>Por que as enchentes ocorrem?</p><p>Considerando que as cheias são</p><p>eventos naturais dos rios, alguns</p><p>fenômenos climáticos podem</p><p>fazer a quantidade de chuvas</p><p>aumentar muito de volume [mais</p><p>detalhes no bloco sobre La Niña]</p><p>e, por consequência, intensificar</p><p>as inundações.</p><p>La Niña</p><p>As chuvas intensas, em geral,</p><p>têm relação com o fenômeno</p><p>climático La Niña. Essa condição</p><p>ocorre quando os ventos</p><p>que sopram sobre o Oceano</p><p>Pacífico Sul, na zona equatorial,</p><p>empurram as águas quentes da</p><p>superfície para a direção oeste,</p><p>onde se localiza a Indonésia.</p><p>Com isso, as águas mais frias</p><p>do oceano sobem à superfície,</p><p>o que gera consequências na</p><p>evaporação, e assim, em toda</p><p>a circulação atmosférica do</p><p>planeta. No Brasil, país com</p><p>dimensões continentais, as</p><p>consequências são diversas.</p><p>Nas regiões Norte e Nordeste,</p><p>há um aumento na quantidade</p><p>de chuvas, como foi visto no</p><p>território baiano no final de 2021.</p><p>No Sudeste e Centro-Oeste,</p><p>o efeito e as instabilidades</p><p>são menores, mas podem</p><p>causar danos, como as grandes</p><p>tempestades que caíram em</p><p>Minas Gerais e ocasionaram</p><p>enchentes em 2022. Já no Sul</p><p>do país, a principal decorrência</p><p>é a estiagem – o Rio Grande Sul</p><p>encarou entre o final de 2021 e</p><p>início de 2022 a maior seca dos</p><p>últimos 17 anos.</p><p>E S P E C I A L • G E O G R A F I A N O S A N O S F I N A I S</p><p>Porém, a causa principal está</p><p>ligada à urbanização densificada,</p><p>que leva o solo, que habitualmente</p><p>absorveria a água das chuvas,</p><p>a passar por um processo de</p><p>impermeabilização. Assim, a</p><p>ocupação precária e irregular de</p><p>áreas no entorno dos rios, aliada</p><p>a questões como remoção da</p><p>cobertura vegetal, canalização</p><p>dos rios, impermeabilização do</p><p>solo e limpeza inadequada de</p><p>bueiros em áreas urbanas, fazem</p><p>com que o rio, ao atingir a planície</p><p>de inundação durante uma cheia,</p><p>transborde, invada e leve tudo</p><p>o que está ao seu redor, sem</p><p>qualquer escoamento.</p><p>Perfil dos afetados</p><p>As enchentes atingem os municípios como um todo, mas há</p><p>uma parte da sociedade muito mais exposta a elas. Por conta</p><p>do processo de especulação imobiliária, as terras mais baratas,</p><p>e que, muitas vezes, se tornam as únicas opções viáveis para a</p><p>população de baixa renda morar, são áreas como encostas de</p><p>morros e planícies de inundação dos rios. Um levantamento</p><p>feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE),</p><p>com dados de 2010, mapeou áreas de risco e constatou que</p><p>cerca de 8,2 milhões de brasileiros vivem em locais sujeitos a</p><p>enchentes ou deslizamentos de terra. São questões que exigem o</p><p>desenvolvimento de políticas públicas específicas.</p><p>1</p><p>1</p><p>3</p><p>3</p><p>2</p><p>2</p><p>4</p><p>4</p><p>C</p><p>O</p><p>L</p><p>E</p><p>A</p><p>Q</p><p>U</p><p>I</p><p>A</p><p>B</p><p>O</p><p>R</p><p>D</p><p>A</p><p>D</p><p>A</p><p>S</p><p>E</p><p>G</p><p>U</p><p>N</p><p>D</p><p>A</p><p>F</p><p>O</p><p>L</p><p>H</p><p>A</p><p>N O VA E S C O L A 2 0 2 2 • T E X T O V I C T O R S A N T O S E D I Ç Ã O L I S A N D R A M AT I A S C O N S U LT O R I A S U E L I F U R L A N I L U S T R A Ç Ã O YA S M I N D I A S D E S I G N D U D A O L I VA</p><p>Como ocorrem as enchentes?</p><p>Enchentes e suas características</p><p>Enchente é o nome dado ao</p><p>fenômeno social da inundação</p><p>de um rio. Antes de detalhar</p><p>suas causas e efeitos, vale</p><p>explicar o que são os rios: trata-</p><p>se de grandes reservatórios</p><p>de água, em geral água doce,</p><p>que seguem um curso, fluindo</p><p>em direção a um lago, oceano,</p><p>mar ou a outro rio. Um ponto</p><p>essencial é que eles possuem</p><p>extensão e volume de água,</p><p>e esse volume pode dobrar</p><p>ou triplicar após períodos</p><p>de chuvas, e diminuir nos</p><p>momentos de seca. Outro</p><p>aspecto a ser observado é</p><p>a região em torno de um rio</p><p>principal ou seus afluentes:</p><p>é ali, nas chamadas bacias</p><p>hidrográficas, que a água</p><p>das precipitações vai escoar.</p><p>Quando ocorre uma cheia em</p><p>um rio, o excesso de água</p><p>atinge as áreas planas da bacia</p><p>que são adjacentes aos leitos</p><p>– denominadas planícies de</p><p>inundação, planícies aluviais ou</p><p>áreas de várzea.</p><p>Por que as enchentes ocorrem?</p><p>Considerando que as cheias são</p><p>eventos naturais dos rios, alguns</p><p>fenômenos climáticos podem</p><p>fazer a quantidade de chuvas</p><p>aumentar muito de volume [mais</p><p>detalhes no bloco sobre La Niña]</p><p>e, por consequência, intensificar</p><p>as inundações.</p><p>La Niña</p><p>As chuvas intensas, em geral,</p><p>têm relação com o fenômeno</p><p>climático La Niña. Essa condição</p><p>ocorre quando os ventos</p><p>que sopram sobre o Oceano</p><p>Pacífico Sul, na zona equatorial,</p><p>empurram as águas quentes da</p><p>superfície para a direção oeste,</p><p>onde se localiza a Indonésia.</p><p>Com isso, as águas mais frias</p><p>do oceano sobem à superfície,</p><p>o que gera consequências na</p><p>evaporação, e assim, em toda</p><p>a circulação atmosférica do</p><p>planeta. No Brasil, país com</p><p>dimensões continentais, as</p><p>consequências são diversas.</p><p>Nas regiões Norte e Nordeste,</p><p>há um aumento na quantidade</p><p>de chuvas, como foi visto no</p><p>território baiano no final de 2021.</p><p>No Sudeste e Centro-Oeste,</p><p>o efeito e as instabilidades</p><p>são menores, mas podem</p><p>causar danos, como as grandes</p><p>tempestades que caíram em</p><p>Minas Gerais e ocasionaram</p><p>enchentes em 2022. Já no Sul</p><p>do país, a principal decorrência</p><p>é a estiagem – o Rio Grande Sul</p><p>encarou entre o final de 2021 e</p><p>início de 2022 a maior seca dos</p><p>últimos 17 anos.</p><p>E S P E C I A L • G E O G R A F I A N O S A N O S F I N A I S</p><p>Porém, a causa principal está</p><p>ligada à urbanização densificada,</p><p>que leva o solo, que habitualmente</p><p>absorveria a água das chuvas,</p><p>a passar por um processo de</p><p>impermeabilização. Assim, a</p><p>ocupação precária e irregular de</p><p>áreas no entorno dos rios, aliada</p><p>a questões como remoção da</p><p>cobertura vegetal, canalização</p><p>dos rios, impermeabilização do</p><p>solo e limpeza inadequada de</p><p>bueiros em áreas urbanas, fazem</p><p>com que o rio, ao atingir a planície</p><p>de inundação durante uma cheia,</p><p>transborde, invada e leve tudo</p><p>o que está ao seu redor, sem</p><p>qualquer escoamento.</p><p>Perfil dos afetados</p><p>As enchentes atingem os municípios como um todo, mas há</p><p>uma parte da sociedade muito mais exposta a elas. Por conta</p><p>do processo de especulação imobiliária, as terras mais baratas,</p><p>e que, muitas vezes, se tornam as únicas opções viáveis para a</p><p>população de baixa renda morar, são áreas como encostas de</p><p>morros e planícies de inundação dos rios. Um levantamento</p><p>feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE),</p><p>com dados de 2010, mapeou áreas de risco e constatou que</p><p>cerca de 8,2 milhões de brasileiros vivem em locais sujeitos a</p><p>enchentes ou deslizamentos de terra. São questões que exigem o</p><p>desenvolvimento de políticas públicas específicas.</p><p>1</p><p>1</p><p>3</p><p>3</p><p>2</p><p>2</p><p>4</p><p>4</p><p>R</p><p>E</p><p>C</p><p>O</p><p>R</p><p>T</p><p>E</p><p>E</p><p>S</p><p>TA</p><p>T</p><p>IR</p><p>A</p><p>D</p><p>E</p><p>P</p><p>A</p><p>P</p><p>E</p><p>L</p><p>N</p><p>A</p><p>L</p><p>IN</p><p>H</p><p>A</p><p>P</p><p>O</p><p>N</p><p>T</p><p>IL</p><p>H</p><p>A</p><p>D</p><p>A</p>